Post on 11-Jun-2015
description
HISTÓRIA DE MIGRÂNEA E O RISCO DE DISSECÇÃO ARTERIAL ESPONTÂNEA
Dr. Rafael Higashi
Médico neurologista
www.estimulacaoneurologica.com.br
EPIDEMIOLOGIA DA DISSECÇÃO
ARTERIAL CERVICAL ESPONTÂNEA
Incidência anual de 2.5 a 3 por 100.000 da artéria carotídea e de 1 a 1.5 por 100.000 da artéria vertebral
Significa 2% de todos os AVCsSignifica 10 a 25 % de todos os AVCs
isquêmicos em jovens e adultos de meia idade
Fatores de riscoDoenças hereditárias do tecido conjuntivo : Ehlers-
Danlos tipo IVSíndrome de Marfan Rim policístico autossômico dominanteOsteogênese imperfeita tipo IDisplasia fibromuscularAneurismas intracranianos Hiperextensão e rotação do pescoço: yoga , tossir,
pintar, vômitar, espirrar , manipulação quiroprática .Migrânea ?
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA : Dissecção da artéria carótida interna
Dor em um lado da cabeça , face ou pescoço( 2/3 dos casos )
Paralisia oculosimpática - síndrome de Horner ( em quase metade dos casos)
Acometimento de n. cranianos inferiores ( 2/3 dos casos)
Isquemia retiniana e cerebral tardia (50 a 95 % dos casos)
N Engl J Med, 2001; Vol. 344, No. 12, Woulter I. Scheivink
Paralisia oculosimpática à esquerda devido a dissecção da artéria carótida esquerda após manobra de quiropraxia .
The Mount Senai Journal of Medicine 2005
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA :Dissecção da artéria vertebral
Dor cervical ( 50 % dos casos).Cefaléia occiptal ( 2/3 dos casos).Dor e fraqueza unilateral do braço
( envolvimento de raiz de C5 – C6). Isquêmia de tronco (síndrome de
Wallenberg),tálamo, hemisfério cerebelar e cerebral ocorrem em metade dos casos em média após 2 semanas do início dos sintomas
N Engl J Med, 2001; Vol. 344, No. 12, Woulter I. Scheivink
Testes diagnósticos :Angiografia convencional
(gold standard)AngioressonânciaAngiotomografia Ultrasom doppler transcraniano e
artérias carótidas e vertebrais extracranianas
RNM de crânio em T1 corte axial evidenciando hematoma intramural subagudo na artéria carótida interna direita.
NEJM 2001
Angiografia evidenciando dissecção da artéria carótida direita com imagem típica de oclusão na forma chama de vela.
NEJM 2001
Doppler Transcraniano evidenciando ausência de fluxo na artéria vertebral intracraniana esquerda
Tratamento :Anticoagulação durante 3 a 6 meses Terapia antiagregante plaquetária
(particularmente aqueles sem sintomas de isquêmia)
Tratamento endovascular ou cirúrgico(sintomas persistentes de isquêmia apesar da anticoagulação)
History of migraine and the risk of spontaneous cervical
artery dissection
A Pezzini , F Granellla, M Grassi , C Bertolino ,E Del Zotto , P Immovilli , E Bazzoli , A Padovani & C
Zanferrari
Clinica Neurologica Università degli Studi di Brescia, Pavia , Italy .
Cephalalgia , 2005 , 25 , 575 - 580
Pacientes e métodos :
Pacientes com DAE consecutivamente admitidos no Hospital da Brescia e Parma entre janeiro de 1999 a janeiro de 2002 foram estudados prospectivamente para DAE e diagnóstico de migrânea e foram comparados com pacientes com AVC isquêmicos de outras etiologias e controles
Resultados : 72 pacientes com DAE comparados com 72 AVC
isquêmico não por DAE e 72 controles.No grupo com DAE 43 pacientes (59,7%) tinham história
de migrânea No grupo de AVC isquêmico não relacionado a DAE 22
pacientes (30,6%) tinham migrâneaNo grupo controle 13 pacientes ( 18,1%) tinham
migrânea.Pacientes com múltiplos dissecções arteriais
demonstraram maior associação de migrânea ( 9 de 10 pacientes ,54,8% ) quando comparados aos de um único vaso ( 34 de 62 , 90% )
Discussão :História pessoal de migrânea é associado a
ocorrência de DAE quando comparado a AVC de outras etiologias . Associação é maior quando envolve múltiplos vasos
Somente pacientes com migrânea sem aura têm maior prevalência de DAE
Migranosos podem apresentar defeitos na matriz extracelular predispondo a DAE (aumento da atividade sérica da elastase e metalopeptidase que degrada a elastina ).
Homenagem aos dois grandes mestres da Cefaléia professor Abouch e Edgar Rafaelli (falecido) no ambulatório de cefaléias do INDC- UFRJ