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Nº18 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
Revista bimestral
Portugal | €4,80
MOSQUETEIROS MARSPORTUGAL RCSI
ALIMENTARIA 2010
É costume dizer-se que o nível de evolução de uma determinada sociedade se mede pelo tipo de jornalismoque se pratica no país. Se assim fosse, e ainda que o seja em muitos e interessantes casos que o poderpolítico se encarrega rapidamente de camuflar, não haveria exemplos tristes e menos oportunos comoaquele que recentemente foi proporcionado por um estudo enviado aos media pela consultora A.T. Kearney.Nesse mesmo relatório, intitulado Global Retail Index, é possível verificar que a maioria das suas conclusõescheira a mofo, antecipando uma mão cheia de nadas que o tempo já se havia encarregado de confirmar emais do que do conhecimento público.Pelo menos para os mais atentos, e não tanto para os mais desatentos à evolução da nossa economia, lálonge dos grandes cabeçalhos dos jornais sensacionalistas, ou das notícias em prime-time cujo únicopropósito é fazer disparar audiências, com base em, regra geral, notícias mal estruturadas fundadas nodesconhecimento e na ignorância. Não tenho dúvidas de que o timing da publicação deste estudo se apresenta perfeitamente desajustado faceà realidade, sobretudo quando têm sido veiculados com alguma regularidade alguns dados de duas dasprincipais auditoras do mercado – TNS e AC Nielsen - a partir das quais é possível rapidamente perceberque as mesmas conclusões veiculadas no Global Retail Index se encontravam desajustadas quanto àrealidade.Não sei que interesses serviu tal expedição inoportuna, mas os da A.T. Kearney não foram seguramente, aqual caiu, assim, na boca da opinião pública pelas piores razões e que não vão de encontro ao prestígio dainstituição e dos profissionais que a servem. Mas como, infelizmente, os maus exemplos parecem seraqueles que acabam por ter mais repercussão na agenda mediática nacional, não foi um, nem dois, nem três,os ditos meios de referência que decidiram publicar o estudo em causa. Sem questionar a sua origem, semconfrontar com notícias que, provavelmente, escreveram dias antes, ou simplesmente efectuar umtelefonema às associações do sector para tentar apurar um pouco mais sobre o que acabaram de receber.É certo que o jornalismo é, cada vez mais, uma profissão precária, sujeita – praticamente – às mesmascircunstâncias de qualquer actividade de índole comercial, o que leva a que muitos dos seus princípiosbásicos sejam regularmente metidos na gaveta. Todavia, não deixa de ser preocupante a sensação de que se publica praticamente tudo o que se recebe nascada vez maiores caixas de e-mails, desde os órgãos de comunicação mais modestos, àqueles que mobilizame viabilizam a participação das forças vivas da nação portuguesa. O que não deixa de ser assustador, comtantos escribas dotados e capazes nesta nobre área em Portugal, mas que, à primeira casca de banana,escorregam em erros de palmatória. Errar será sempre humano, mas quando se acredita que o nível dejornalismo praticado é um dos principais indicadores de civismo não posso deixar de ficar consternado.Não que nunca tenha errado e vá continuar a deixar de errar, mas porque ainda acreditava que o jornalismofeito a esse nível tinha pés e cabeça. Pelos vistos não tem mais do que a boa vontade de quem acreditouestar a fazer o correcto, sem questionar o que se passa à sua volta. Assustador sem dúvida e terrivelmenteverdadeiro.
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EDITORIALNº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
20
Director - Bruno Fa
rias
brunofarias@revi
stagrandeconsumo
.com
EDIÇÃO N.º 20 NO
VEMBRO/DEZEMBRO
2009
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N.º de Registo n
a E.R.C.: 125021
Tiragem média: 1
0.000 exemplares
N.º de Contribui
nte: 508 028 744
Colaboradores: D
uarte Cunha, Abe
l Martins,
Joana Dalila San
tos
Departamento Com
ercial: Ana Paul
a Sustelo
anasustelo@revis
tagrandeconsumo.
com
912 201 535
Comercialização
e Produção: RBL
GRAPHICS
Comunicação e Ma
rketing, Lda.
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EDITORIAL . . .
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NOTÍCIAS . . . .
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PRODUTOS . . . .
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MOSQUETEIROS . .
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DATA BAR . . . .
. . . .14
BACALHAU . . . .
. . . .20
OPINIÃO
Pedro Esteves
VIMEIRO . . . .
. . . .24
OPINIÃO
Beatriz Imperato
ri
CENTROMARCA . . . .
. .25
OPINIÃO
Susana Fonseca
QUERCUS . . . .
. . . .26
OPINIÃO
Carlos Truta
GATEWAY . . . .
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OPINIÃO
Nuno Teles
CENTRALCER . . .
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MARS PORTUGAL . . . .
.30
CHOCOLATES . . .
. . . .34
RUI COSTA SOUSA
& IRMÃO38
ESPUMANTES . . .
. . . .42
NOTÍCIAS VINHOS
. . . .44
ARSYS E-COMMERCE
. . . .46
ALIMENTARIA BARC
ELONA .48
A FECHAR . . . .
. . . .50
Luís Simões cresce no sector das bebidasApós dez meses de parceria, a Luís Simões faz um balanço muito positivo do
serviço de operações logísticas integrais prestadas ao cliente espanhol Cervezas
Universales. A armazenagem e distribuição das bebidas para toda a Península
Ibérica e Ilhas Baleares são centralizadas no centro de operações logísticas da Luís
Simões em Alovera, região de Castilla La Mancha, que faz fronteira com a região
de Madrid. Esta nova operação logística está a alavancar a expertise da Luís
Simões no sector ibérico das bebidas, que já representa 11% da quota de mercado
de operações de transporte e logística no mercado da cerveja em Espanha.
O centro de Alovera tem superfície total de 20.000m²,
capacidade de armazenamento de 22.000 paletes e está
idealizado para clientes dos sectores de bebidas, alimentar,
produtos de higiene, limpeza e PLV. O volume
ocupado pelas Cervezas Universales ronda as
5.400 paletes, valor que representa uma média de
1.700 pedidos mensais, 4.500 caixas por dia e
entregas em mais de 700 pontos.
A Cervezas Universales resulta da compra da
Scottish & Newscastle pela Heineken e Carlsberg
e tem vindo a introduzir novas
marcas na Península Ibérica. A
empresa conta com um conjunto
de 55 referências, onde se
incluem a Foster, Guiness, John
Smith ou Paulaner.
AEP assinaprotocolo com
Bancos AlimentaresAs empresas portuguesas que apresentam
excedentes de produção estão a ser convidadas pela AEP a
canalizarem esses artigos para o Banco Alimentar Contra a Fome ou
para o Banco de Bens Doados para que possam ser distribuídos por
pessoas carentes. Este
aproveitamento de alimentos ou
outros produtos é possível graças
a um protocolo, assinado entre a
FPBA, Federação Portuguesa dos
Bancos Alimentares contra a fome, a
ENTRAJUDA, associação que apoia instituições de
solidariedade social e a Associação Empresarial de
Portugal (AEP), em entrevista à Lusa, o vice-
presidente da AEP, Paulo Nunes de Almeida,
explicou que vai entrar em contacto com as 383
empresas que participam na iniciativa “Compro o
que é nosso” para aproveitar os excedentes de
produção.
Segundo o protocolo, a AEP compromete-se a
organizar e gerir a bolsa “Partilho o que é nosso”,
que articula a oferta e a procura de bens destinados
a organizações de solidariedade social, sob a tutela
da FPBA e da ENTRAJUDA. A AEP pretende ainda
promover uma feira anual exclusivamente dedicada
a fins de solidariedade social.
Staples distinguida por boas práticas ambientaisA Staples foi distinguida com a maior referência em design e arquitectura
sustentável nos Estados Unidos, a LEED Gold Certification. Esta nomeação
premeia o compromisso da
marca, a nível internacional,
no que às práticas ecológicas
e ambientalmente conscientes
diz respeito.
A loja Staples em Roslindale,
no estado norte-americano de
Massachusetts, foi
recentemente galardoada com
a distinção LEED Gold
Certification, do U.S. Green
Building Council. Esta loja
apresenta índices de
poupança de energia na
ordem dos 34%.
Eis algumas das medidas que
levaram à distinção da
Staples: colocação de
clarabóias (permitem a
entrada de luz natural e a
poupança de energia
eléctrica), utilização
de materiais que
incorporam componentes reciclados, selecção de mais de 3000
produtos eco-responsáveis e criação de áreas de reciclagem no
interior das lojas da marca.
As iniciativas EcoEasy já levaram a que a Staples em
2009 arrecadasse o segundo lugar - no retalho - no
ranking das empresas com práticas sustentáveis da
Newsweek. Em 2008, a Staples recebeu ainda a
distinção de Empresa do ano por parte do New
England Clean Energy Council.
Jumbo chega a GuimarãesGuimarães foi a cidade escolhida para acolher o
21.º hipermercado Jumbo, do Grupo Auchan em
Portugal. Localizado no Centro Comercial Espaço
Guimarães, trata-se da 31.ª loja em funcionamento no
País e resulta de um investimento de cerca de 30 milhões de
euros. Esta abertura contribuiu para a criação de 307 postos de trabalho directos
o equivalente a 62 mil horas de formação.
Dando continuidade ao posicionamento que mantém nas regiões onde está
implantado, o Grupo Auchan, com as insígnias Jumbo e Box, reafirma o
compromisso de ser a insígnia mais barata da região. O Jumbo de Guimarães
ocupa uma área de vendas de 11.000 m² mais uma loja BOX (1.000 m²) que põe
à disposição dos clientes as mais recentes tendências a nível tecnológico e um
espaço Saúde e Bem-Estar e Óptica (140 m²). Está ainda prevista a abertura de
uma gasolineira Jumbo, em Guimarães, até final do ano.
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NOTÍCIAS
Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
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NOTÍCIASNº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
Produto do Ano com43 categoriasvencedoras emFrançaO Produto do Ano, em França, este
ano na sua 22ª edição, contou
com 43 produtos
vencedores, de entre os
quais são especialmente
representativos os
englobados em três
grandes sectores: higiene
e beleza, produtos
alimentares e produtos de limpeza.
Estes produtos, escolhidos pelos critérios atractividade, inovação e valor de
uso, foram eleitos pelos consumidores franceses, tendo sido alvos de um estudo
da TNS Wordpanel. Segundo este estudo, 75% dos respondentes afirmaram que
comprariam de boa vontade um produto com o selo “eleito produto do ano”.
O Produto do Ano é uma Marca desenvolvida em Portugal e na América do Sul
pela Peres & Partners e reconhecida pela maioria dos consumidores europeus. Esta
certificação premeia anualmente os novos produtos lançados no mercado de
grande consumo, do ponto de vista da inovação e da mais-valia que trazem ao
consumidor, tornando-se numa referência na escolha do consumidor. Em Portugal
e Espanha, o crescimento de Produto do Ano é da ordem dos 15% em termos de
números de inscrições.
PrimeDrinks distribui Herdade dos GrousA marca Herdade dos Grous, com assinatura do enólogo de referência Luis Duarte,
acaba de integrar o portfolio de vinhos e azeite da PrimeDrinks,
distribuidora líder no mercado nacional de vinhos e bebidas
espirituosas.
Os Vinhos Regionais Alentejanos da Herdade dos Grous são
vinhos que apresentam um estilo internacional, mantendo a
tipicidade do terroir da Herdade dos Grous. Marcados pela
frescura e pela franqueza do seu frutado, são vinhos de
grande guarda quando se trata de tintos, e de
singular riqueza aromática no caso dos brancos,
reflectindo o compromisso e a paixão de
produzir grandes vinhos e azeites
enaltecendo o notável património
alentejano.
Mais uma grande marca exclusiva
num portfolio de grandes
marcas de referência, como
Esporão, Vinha da
Defesa, Follies, Quinta da
Aveleda, Dona Ermelinda, Hendricks,
Balvenie, Glenfiddich, Piper-Heidsieck,
entre outras, com uma expressão
particularmente relevante no mercado da
restauração nacional.
PUB
Dan Cake Doce de OvosPara celebrar este Natal, a Dan Cake oferece um novo sabor, já reconhecido da
doçaria tradicional portuguesa: a sua gama Doce de Ovos - torta, mini-tortas e
croissants – para os momentos de festa e de celebração da quadra que se avizinha.
Esta inovadora gama de bolos recheados com verdadeiro Doce de Ovos é única no
mercado. A sua qualidade superior é
garantida através dos mais
controlados processos de
fabrico. O Doce de Ovos é
cozido a temperaturas
elevadas, o que previne
riscos alimentares e
mantém intactas as suas
propriedades nutritivas
e organolépticas. A
gama Doce de Ovos da
Dan Cake é também uma opção
saudável para as celebrações em família. Todos os
produtos revelam baixo teor de gordura na sua
composição. Por exemplo, cada mini-torta
apresenta apenas 1,2gr de gordura, o que
corresponde a um teor calórico de
apenas 119kcal.
A gama Doce de
Ovos está já
disponível nos hiper e
supermercados e em todos
os locais de compra habitual.
As mini-tortas e croissants
apresentam-se em embalagens
individuais, o que permite levar e
consumir em qualquer lugar. Os PVP
recomendados para esta gama são: Torta (300gr) € 1,99;Mini
Tortas (5 x 40gr) € 1,99; Croissants (embalagem 9 unidades) –
€ 2,66.
Pastéis de Nata Gelpeixe Chef A Gelpeixe Chef aprimorou os seus Pastéis de Nata com uma nova
receita ainda mais deliciosa, agora numa embalagem original e bem
familiar. Os Pastéis de Nata Gelpeixe Chef são um produto tipicamente
português e estão ainda mais deliciosos, a partir de uma receita ainda mais
apurada e com um toque Chef. O sistema de ultracongelação utilizado permite
conservar o seu sabor tradicional. Deste modo torna-se prático e cómodo preparar
os melhores Pastéis de Nata em sua casa e partilhá-los com os seus familiares e
amigos. Basta descongelar e cozê-los no forno.
Através da nova imagem, os Pastéis de Nata Gelpeixe Chef ganham uma nova
identidade e transmitem toda a qualidade que sempre
característica dos produtos
Gelpeixe.
Sagres DutyFreeA Sociedade Central de
Cervejas e Bebidas lançou
um novo pack com a marca
Sagres Duty Free que já se
encontra disponível nas
lojas Just for Travellers dos
Aeroportos de Lisboa,
Porto e Faro
(tradicionalmente
conhecidas como Duty
Free).
Integrado no conceito Just
Taste Portugal, cujo portfolio é
uma selecção do que de melhor se faz em Portugal, este lançamento exclusivo irá
reforçar a oferta deste espaço. Com a menção “Edição Especial – Rótulos
Históricos” este novo produto pretende apelar à longa história da marca Sagres,
ao recriar o produto rótulo desta cerveja lançado em 1940, por ocasião da
Exposição do Mundo Português, destinada, então, à exportação.
As características especiais deste pack “vintage” pretendem incentivar os
consumidores à compra de um produto genuinamente português, único em
termos de portugalidade, consolidado tanto pela qualidade como pela história e
que pode ser apresentado como uma recordação de Portugal.
Esta edição especial de Sagres irá ser comercializada em quatro packs de
quatro unidades de cerveja Sagres de 33cl.
Absolut Vodka Rock Edition Inspirada nos mais loucos anos do Rock’n’Roll, a nova garrafa
de Absolut Vodka é uma homenagem a todo um universo
que uniu gerações. Este ano, a garrafa convida-o a
entrar no mundo Absolut ao som de guitarras e a
juntar-se à celebração do Rock nesta edição
especial. Absolut Vodka Rock Edition é música,
estilo, ousadia, autenticidade, com o mesmo
sabor de sempre.
Nesta edição limitada, a vodka premium líder
internacional surge numa garrafa de couro, com
pequenas
tachas,
que lhe
conferem uma
força e personalidade únicas,
transformando-a numa verdadeira peça
de colecção e design. Ao bom estilo do
Rock’n’Roll, Absolut Vodka Rock
Edition é um convite para quem gosta
de viver intensamente os grandes
prazeres da vida.
Desenvolvida em parceria com a
agência de design Family Business, a
nova garrafa Absolut é a garantia do
presente ideal para amigos e familiares,
cheio de carácter e bom feeling. Seja
hard ou seja glam, jazz-rock ou
rockabily, Absolut Vodka Rock Edition
inspira qualquer um a fazer a diferença
revelando o seu lado mais autêntico.
08
PRODUTOSNº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
NOVIDADE – Caixas 20 pastilhas
INDUCCIMOMENTOS ÚNICOSA Nicola, marca de referência da Nutricafés, lançou em 2008 no mercado uma marca de café em pastilhas - Inducci. Esta nova marca, associada à Nicola, resulta da experiência da marca na criação de um café de excelência. Inducci posiciona-se como uma marca de prestígio, ‘tipo italiana’, com 3 lotes de café em pastilhas, para diferentes momentos do dia, para aque-les clientes que querem algo de sofisticado e de qualidade. Cada lote difere entre si na percentagem de arábicas e robustas bem como nas origens, para proporcionar um perfil de bebida com aromas e sabores diferentes para os apreciadores mais exigentes em cada momento do dia (manhã, meio dia ou mesmo à noite). Inducci tem como objectivo proporcionar sensações que vão além do paladar. A marca Inducci é composta por cinco lotes de café - Mattina, Giorno e Decaffe - que corre-spondem a três momentos diferentes do dia: um café mais forte para a manhã, outro mais equilibrado para beber durante o dia e um descafeinado. Inducci está disponível através do site www.inducci.pt e nas principais insígnias da grande distribuição, com um novo formato – caixa com 20 pastilhasOs lotes de café Inducci encontram-se disponíveis no formato de pastilhas standard E.S.E. que, para além de oferecerem a dose perfeita e a moagem ideal, entregam todo o sabor, aroma e características do café acabado de moer, tornando deste modo o processo mais simples, prático e limpo. Acima de tudo, houve a preocupação de lançar um formato “stan-dard” que não obriga o consumidor a ficar preso a uma máquina, como acontece com as cápsulas. As pastilhas Inducci podem ser utilizadas na maioria das máquinas expresso, desde que a máquina tenha uma adaptador para pastilhas, que pode ser adquirido contactando o fabricante da marca da máquina. Descubra todos estes momentos e experimente todas as sensações que o Inducci lhe poderá proporcionar!
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PUBLIREP
ORTAGEM
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NOVEM
BRO/DE
ZEMBRO
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DISTRIBUIÇÃO
Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
O Grupo Os Mosqueteiros abriu ao público em Porto Salvo, concelho de Oeiras, o maior
Mercado em Portugal. Infra-estrutura representativa de um investimento de cerca de 20
milhões/€, este Mercado ocupa uma área total de mais de 12.300 m2 e permitiu a
criação de cerca de 150 postos de trabalho directos tendo ainda servido de palco para a
apresentação da nova imagem das insígnias do Grupo, que estima para este ano um
crescimento de 3,3%, atingindo, assim, os 2 mil milhões/€ de volume de negócios.
TEXTOBruno Farias
A abertura do Mercado de Porto Salvo representa
ainda a mudança oficial da imagem do Grupo os
Mosqueteiros no nosso país, acompanhando o
mercado nacional a mudança efectuada a nível
europeu e que resultou, entre outras coisas, no fim da insígnia
Ecomarché e no rebranding da insígnia Stationmarché, que se
apresenta agora ao mercado como Roady. Em suma, novas
imagens, renovados conceitos comerciais e o atingir da marca
das 313 lojas no país, 20 das quais são novas e até ao momento,
número que conta já com a abertura de mais três lojas no
Mercado de Portimão. Os Mosqueteiros prosseguem assim o seu
plano de expansão em Portugal, cuja continuidade foi assegurada
pelo Presidente do Grupo, Tomé Lopes: “O plano de expansão
manter-se-á como previamente delineado, vamos continuar a
abrir lojas, investindo os valores já anunciados e sempre com
base nos mesmos valores que o Grupo defende desde a sua
entrada em Portugal. Assumimos a nossa determinação em abrir
mais pontos de venda, numa actuação que contraria,
claramente, o ciclo económico”.
Em causa está, em termos práticos, um total de investimento de
20 milhões/€ até final do ano (16 milhões/€ dos quais já
alocados no Mercado de Portimão entretanto inaugurado) para
lojas e postos de combustíveis que irão criar mais de 500 novos
postos de trabalho. Tomé Lopes assinalou ainda “a decisão
estratégica de deslocar o centro administrativo do Grupo de
Alverca para Alcanena”, assim como a intenção de implementar
o novo conceito de lojas até 1/3 do parque de lojas instaladas
nos próximos três anos, associando-se, sempre que possível, a
remodelação das lojas ao alargamento da área útil das mesmas,
num investimento representativo de 60 milhões/€.
Questionado sobre a construção da nova base logístico do Grupo,
em lugar a designar na região Centro do País, o Presidente do
Grupo Os Mosqueteiros assumiu algumas dificuldades ines pe -
radas no decorrer desse processo, que, no pior dos cenários, irá
conduzir à deslocalização do investimento para outro país da UE
– França e Polónia são possibilidades. Em causa está um
investimento directamente suportado pela casa mãe, pelo que a
estrutura nacional dos Mosqueteiros tem agora cerca de um ano
para arrancar com a obra sob risco de ver ser retirado o montante
disponibilizado para o investimento cujos estudos de viabilidade
haviam sido conduzidos na proximidade do novo aeroporto de
Lisboa.
Novidades avançadas por Tomé Lopes aquando da apresentação
do Mercado de Porto de Salvo que, e à semelhança do espaço
homólogo apresentado no dia seguinte em Portimão, é composto
por três lojas das insígnias Intermarché, Bricomarché e Roady,
designações que, a partir de agora, compõem a face visível da
operação do grupo nas áreas de negócio alimentar, bricolage e
automóvel, num rebranding feito em consonância com França e
que, em última instância, resultou no “fim da insígnia Ecomarché,
resultado de uma decisão europeia tomada de forma a haver
coerência em termos comerciais e de comunicação”, garante
Anne Sainte Marie, Administradora da Direcção Comercial do
Grupo os Mosqueteiros e responsável pela insígnia Intermarché.
Ou seja, a partir de agora é possível verificar a divisão da insígnia
em dois formatos perfeitamente assumidos: o supermercado
generalista, identificado como Intermarché Super para lojas com
mais de mil m2, que procura ser líder na sua zona de implemen -
tação e principal local onde os clientes fazem as suas compras
graças ao equilíbrio entre a oferta alimentar e não-alimentar, com
grande oferta de produtos frescos, com foco nas frutas e legumes,
carnes e peixe; e o supermercado alimentar, Intermarché Contact,
adoptado por espaços com menos de mil m2 de área de venda
que procura ser diferenciador, ao apostar no comércio de
proximidade e ao apresentar uma oferta alargada dedicada às
necessidades da família, com foco nos produtos frescos e no
tradicional.
A loja Intermarché deste novo Mercado irá empregar cerca de
100 colaboradores e disponibiliza uma superfície de mais de
1.980 m2, onde os clientes poderão desfrutar de um serviço que
se pauta pelos padrões de qualidade característicos desta insígnia
histórica do Grupo Os Mosqueteiros, ao encontrar num ambiente
moderno uma oferta variada de produtos aos melhores preços,
perfeitamente segmentada e identificada através da utilização de
um código cromático que simplifica a visita e o ciclo de compra,
num espaço pensado para ter mais conforto e onde é, igualmente,
visível o esforço do Grupo em elevar a vertente de serviço em
áreas tão decisivas como os perecíveis e os frescos, assim como
a secção de frio que também se apresenta inteiramente
remodelada e organizada.
Por sua vez, a loja Bricomarché, disponibiliza uma área de venda
de 1.550m2 e emprega um total de 33 colaboradores, dividindo-
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DISTRI
BUIÇÃO
Nº20 |
NOVEM
BRO/DE
ZEMBRO
2009
se em cinco áreas de bem diferenciadas onde se podem encontrar
os mais variados produtos habitualmente existentes em lojas
deste universo: decoração, construção ligeira, bricolage, artigos de
jardim e petshop. Recorde-se que esta insígnia foi a primeira do
Grupo a arrancar com o projecto de reconversão do modelo de
loja.
Roady é, como já aqui foi dito, o nome pelo qual se dará a
conhecer a partir de agora a marca do Grupo destinada ao
negócio da reparação, manutenção e venda de acessórios
automóveis, abrindo as portas no Mercado de Porto Salvo com
uma loja de 380 m2 em que 17 colaboradores asseguram o seu
correcto funcionamento. A escolha do nome Roady deve-se ao
facto de ser curto e fácil de reter (o que leva a que seja facilmente
reconhecido), sendo espontaneamente associado a uma insígnia
de centros-auto, logo facilmente exportável para outras
realidades.
Recorde-se ainda que o Mercado Os Mosqueteiros de Porto Salvo
(que disponibiliza uma galeria comercial com dez lojas, uma
cafetaria e uma padaria, para além de um parque de estaciona -
mento com 15.000m2 com capacidade para 650 viaturas) irá
servir não só os mais de 170.670 habitantes potenciais clientes
residentes no concelho de Oeiras, como também, devido à
proximidade, a população residente no concelho de Lisboa,
composta por cerca de 510.000 habitantes. Este novo Mercado
procura ser uma referência na região, não só pela oferta
diversificada e de qualidade, como pelo papel activo que terá no
apoio à produção local, reforçando, deste modo, o Grupo Os
Mosqueteiros a sua crescente aproximação aos principais centros
urbanos de Portugal.
NOVAS IDENTIDADES
A criação da nova identidade do Grupo Os Mosqueteiros teve
como fundamento o cumprimento de três objectivos: 1)
acompanhar o desenvolvimento internacional do Grupo; 2)
uniformizar a imagem de todas as insígnias; 3) renovar a imagem
junto dos colaboradores, parceiros e clientes do Grupo Os
Mosqueteiros, através de uma imagem que, para além de ser mais
moderna, reflecte os valores do Grupo e ilustra a sua dinâmica
de crescimento, não só em França, como em Portugal, a maior
das suas operações fora do país de origem e onde desempenham
um papel activo no sector da distribuição moderna em Portugal.
Composto por três elementos distintos, o Apoio – sinónimo de
segurança e equilíbrio; o Combate – evocando força e determi -
nação; e a Pluma – expressão de uma visão de uma empresa
construída tendo como base um empresário independente, o
novo logótipo do Grupo os Mosqueteiros, apesar de evocar
dinamismo, modernidade e inovação, não deixa de remeter para
o património visual do Grupo, devido ao uso das cores vermelho
e preto, estandarte de uma operação de sucesso que nasceu em
Portugal em 1991 e que se estima, em 2009, que atinja os 2
mil milhões/€ de volume de negócios (ver caixa).
No sentido de modernizar a imagem já reconhecida e enraizada
pelos portugueses, e de modo a não criar uma ruptura ao nível da
imagem, as insígnias do Grupo decidiram evoluir o nome e
logótipo, com declinação do novo conceito. O que permitirá
reflectir a sua diversidade e demonstrar, de forma rápida e
imediata, as especificidades dos novos pontos de venda, sem
perder a ligação com o logótipo do Grupo que evoca os valores
de preços baixos, proximidade e confiança, onde o vermelho e o
preto continuam a ser as cores nucleares de um grupo em
crescimento.
NÚMEROS-CHAVE
2008Volume de Negócios: 1,914 mil milhões € (crescimento de9,7% – com combustível)Investimentos: 60 milhões de euros Pontos de venda: 296 Concelhos: 180Empresários independentes: 249
Estimativa 2009Volume de Negócios: 2 mil milhões de euros (crescimento de3,3%)Investimentos: 62 milhões de eurosPontos de venda: 316Concelhos: 183Empresários independentes: 255
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DISTRIBUIÇÃONº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
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TEMA DE
CAPA
Nº20 | N
OVEMBRO/
DEZEMBRO
2009
TEXTODuarte Cunha
GS1(R)Evolução
DataBar
A GS1 Portugal já apresentou ao mercado o mais recente código de barras do seu
Sistemas de Normas. Trata-se do GS1 DataBar, um código de barras de dimensão
reduzida e que poderá ser implementado já a partir de Janeiro do próximo ano,
apresentando como principal novidade a possibilidade efectiva de aplicar as
recomendações para a rastreabilidade dos produtos frescos ou perecíveis. Mas afinal,
estamos perante uma revolução ou uma evolução trazida pela codificação?
Em termos práticos, o novo código de barras GS1
DataBar confere a possibilidade de incluir mais
informação e apresenta como principal argu men -
to um tamanho mais reduzido do que os actuais
códigos de barras em utilização, conferindo, assim, novas
possibilidades na etiquetagem de produtos de dimensões redu -
zidas e de elevada rotação no comércio alimentar, como uma
simples peça de fruta ou um mero legume. Artigos diariamente
presentes nos hábitos de consumo de milhões de pessoas em
todo o Mundo, sem que imaginem todo o processo adjacente à
sua chegada aos lineares dos hipermercados ou à sua refeição.
Um imenso percurso desde o produtor até ao consumidor final,
que obriga a um enorme rigor no seu acompanhamento ao longo
circuito comercial. Procedimento tão mais importante quando a
segurança alimentar faz hoje parte do léxico do senso comum.
“Julgamos que a introdução do GS1 DataBar no mercado terá
um impacto muito elevado por duas razões. Por um lado, vai
possibilitar não só o colmatar de uma série de actuais inefi ciên -
cia, como também vai facilitar a aplicação de diversas técnicas
de gestão aos negócios em geral e à Distribuição em particular.
Por outro lado, o GS1 DataBar vai apresentar um elevado grau
de visibilidade junto do público em geral, ao posicionar-se como
a ferramenta de resposta a uma grande preocupação: a forma de
garantir automaticamente uma barreira de segurança no
momento em que o cliente efectua a aquisição final dos produtos
- a rastreabilidade efectiva do seu ponto de vista”, começa por
explicar Silvério Paixão, responsável pela área de codificação da
GS1 Portugal.
Um aspecto aparentemente emocional mas que de emotivo não
tem nada, uma vez que o DataBar permite, e para além da
identificação básica do produto, a marcação de produtos de
pequenas dimensões e respectivo transporte de informações
adicionais (data de validade, lote, número de série, quantidade,
tamanho, etc.), assim como todo o tipo de dados considerados
necessários para se determinar a identificação inequívoca do
artigo em causa. Em suma: rastreabilidade. Esta é, seguramente,
a maior vantagem trazida por este novo código de barras, que
através da condensação de maior informação no seu interior
oferece maior segurança a todas os operadores presentes na
cadeia de valor, em termos da eficácia que confere aos processos
de identificação de lotes contaminados e a consequente
facilidade de recolha das embalagens desse mesmo lote no
mercado. Assim como, e, em última instância, ao consumidor,
parte integrante deste vértice composto ainda por distribuidores
e produtores.
Se não, veja-se: mediante a adopção deste sistema, os produtores
passam a dispor de mais espaço nas embalagens para outros fins
ou, por outro lado, vão ter a possibilidade de colocar mais
elementos informativos (por exemplo, lote ou data de validade)
na forma automática. “Em alguns casos, e em sentido contrário
ao que ocorre actualmente, todos os produtos passam a dispor
de soluções de identificação automática que vão permitir a iden -
tificação directa e universal do produtor em causa, eliminando
soluções transitórias de circulação restrita, bem como a neces -
sidade de duplicação de custos quando a operarem em diferentes
mercados”, prossegue Silvério Paixão.
Já os distribuidores vão poder dispor, na forma automática, de
mais informação, o que vai possibilitar a optimização das suas
tarefas operacionais (aprovisionamento, recolhas, etc.) e de
gestão (categorias, stocks, prazos, etc.), permitindo ainda a
directa e total identificação inequívoca dos produtores associados
aos produtos. Por outro lado, ao contribuir para a redução da
intervenção humana no processo de identificação, reduz o nível
de quebras e perdas, por erros humanos de introdução de dados.
No caso dos consumidores, estes - e para além de colherem os
benefícios que os anteriores intervenientes da cadeia
julguem por bem passar a todos seus clientes,
informação mais ou menos
pertinente para a decisão no
15
TEMA DE CAPA
Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
acto de compra - vão ainda bene ficiar directamente do aumento
dos níveis de qualidade e segurança, proporcionados pela
possibilidade da aplicação automática dos sistemas de
rastreabilidade. Assim como tudo aponta para que possam ainda
beneficiar dos novos modelos de negócio que a Distribuição irá,
certamente, implementar com vista à melhoria das experiências
de compras dos seus utiliza dores, um conceito em crescente
desenvolvimento ao qual as insígnias de retalho prestam cada
vez mais atenção como parte integrante do nível de serviço
disponibilizado.
CUSTOS
O agilizar de processos e operações contribui, assim, para a redu -
ção dos custos totais das cadeias de abastecimento e conse -
quente criação de mais-valias que, naturalmente, interessam a
todos os intervenientes na cadeia de valor. “À semelhança de
outro tipo de inovações no âmbito dos sistemas de codificação,
será fundamental que a produção veja este sistema como uma
oportunidade. Uma melhor estruturação da informação traz
mais confiança aos parceiros e uma optimização dos fluxos.
Desde que haja um diálogo aberto entre os
vários parceiros, e não surjam exigências
desajustadas por parte dos clientes, a
introdução do DataBar terá um impacto
positivo no sector. Sobra, no entanto,
uma questão que se prende com os
custos e forma de transição dos
actuais modelos”, recorda Pedro
Queiroz, Director-Geral da FIPA.
Uma ideia corroborada por José António
Rousseau, Director-Geral da APED, “Dadas as suas
características de maior capacidade de informação neles contida,
estes novos códigos poderão contribuir para melhorar a gestão
do produto através da cadeia de valor e para aperfeiçoar os
mecanismos de rastrea bilidade dos produtos. É uma solução que
se encara com agrado e interesse embora não se tenham ainda
determinado com rigor os investimentos necessários em termos
de adaptação dos equipamentos de leitura óptica”.
Uma questão pertinente, à qual Silvério Paixão responde com
pragmatismo, colocando no ar a seguinte possibilidade: “quem
sabe, mesmo que aproximado, o custo actual de uma unidade do
código de barras EAN-13?”. Dúvida que serve para lançar a
discussão entre os vários parceiros envolvidos, para, de seguida,
ser respondida do ponto de vista da codificação. “A maturidade
desta tecnologia (códigos de barras lineares) e das tecnologias
de impressão que as suportam, a sua aplicação expandida por
todos os sectores e em todo o mundo, leva, certamente, a valores
individuais perfei tamente irrelevantes. Portanto, não havendo
genericamente certezas sobre o valor exacto de actualmente se
imprimir um EAN-13, todos con cordam que o valor é
marginalmente pequeno. Por exemplo, se concor darmos que um
valor na ordem de 0,001€ faz sentido, então aplicar um código
GS1 DataBar em vez de um código EAN-13, poderá custar
qualquer coisa como mais ou menos 0,0011€”, assume.
EVOLUÇÃO
Questões quantitativas ainda por responder na prática mas que
poderão servir de condicionante à velocidade de adesão a este
progresso da tecnologia – pelo menos para aqueles que a
encararem como um custo e não como um investimento - em
que, pela primeira vez em 30 anos após a introdução globalizada
do Sistema GS1, um sistema de identificação universal baseado
em códigos de barras normalizados se posiciona na introdução
de uma nova simbologia no circuito de codificação comercial
(grande distribuição). Período de tempo considerado excessivo
num primeiro olhar, tendo em conta o impacto e as mais-valias
que a implementação do célebre código de barras teve aquando
da sua implementação no mercado, mas que Silvério Paixão
considera como normal derivado a um conjunto variado de
motivos paralelos. “Uma vez que a GS1 é a organização de
Normas Globais, com participação aberta e que congrega mais
de 90% do comércio mundial, obriga-se a que as suas deli bera -
ções sejam devidamente pondera das por todos os interve nientes
nos processos. Ora, como é evidente, este é um modelo moroso,
dependente de uma série de factores, nomea damente os tecnoló -
gicos que tenham directamente maior ou menor impacto nos
negócios.
Os aspectos relacionados com a evolução tecnológica, a ponde -
ração sobre o próprio parque tecnológico existente e as suas
capacidades, tiveram de ser equacionados com a perspectiva das
necessidades, das regulamentações e da adequação de meios
aos fins. Todo este processo foi necessariamente longo, mas leva
pela primeira vez a um acordo a nível global dos diferentes
interve nientes (Produção, Distribuição, Parceiros Tecnológicos e
Além de produtos e
distribuidores, também os
consumidores serão
beneficiados com a
inclusão do DataBar, pois,
e para além de colherem
os benefícios que os
anteriores intervenientes
da cadeia julguem por
bem passar a todos seus
clientes, informação mais
ou menos pertinente para
a decisão no acto de
compra, vão ainda
beneficiar directamente
do aumento dos níveis de
qualidade e segurança,
proporcionados pela
possibilidade da aplicação
automática dos sistemas
de rastreabilidade. Assim
como usufruir de
possíveis novos modelos
de negócio que possam
ser implementados e
visem a melhoria da
experiência de compra
por parte do consumidor
FAMÍLIAS
A família GS1 DataBar criada corresponde a sete diferentes simbologias lineares, que
apresentam segmentos de aplicação diferenciados, ainda que apenas quatro dessas
simbologias sejam destinadas a ser usadas nos POS’s. Do ponto de vista de conteúdo de
informação, dentro dessas quatro opções, apenas duas podem transportar a tradicional
identificação já existente na maioria dos produtos (GTIN), enquanto as outras duas estão
capacitadas a transportar mais informação para além dessa. Na óptica do grafismo dos
símbolos em causa, os quatro símbolos dividem-se em outros dois grandes grupos: um de
aparência próxima dos correntes símbolos EAN-13 (uma linha de barras e espaços), mas
sobretudo com uma altura mais reduzida; e outro grupo, em que se evidencia uma
sequência de sobreposição de 2 ou mais linhas, de barras e espaços. As restantes três
simbologias destinam-se a aplicações mais específicas e destinadas a circular e serem lidas
sobretudo em ambientes diferenciados dos da fase final da grande distribuição (POS).
16
TEMA D
E CAPA
Nº20 |
NOVEM
BRO/DE
ZEMBRO
2009
17
TEMA DE CAPANº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
Orga nis mos Reguladores). Resumindo, pode dizer-se que agora
estão reunidos acordos alargados e abrangentes, sobre as neces -
si dades, sobre os meios a aplicar e sobre as formas de o fazer”¸
considera.
Até porque, e para além da tradicional identificação baseada na
estrutura informativa do Sistema GS1 (País, Produtor do país e
Produto do produtor), o GS1 DataBAr possibilita a utilização dos
elementos exclusivos dos Sistema GS1, conhecidos como
Identificadores de Aplicação (IA’s). Elementos que permitem a
introdução, em componentes de leitura automática, de variada
informação, de forma normalizada, logo, percepcionável por todo
e qualquer parceiro integrado no sistema GS1 a nível Mundial.
“As possibilidades são extensas, uma vez que, presentemente, o
Sistema GS1 comporta mais de 100 IA’s, variando do muito
conhecido Lote ao menos comum País de Processamento,
passando por diversas outras possibilidades como variadas
datas, diversas medidas, e muitas outras”, prossegue o respon -
sável de codificação da GS1 Portugal.
Nesse contexto, e de acordo com a GS1 Portugal, o GS1 DataBar
é a solução que vem: “facilitar a gestão de rupturas e de
categorias, permitir aos fornecedores identificar uma única vez e
expedir para todos os seus clientes”, isto além de permitir ter
sistemas compatíveis além-fronteiras ao apresentar-se como um
standart global para identificar os produtos de peso variável
vendidos no ponto de venda como os hortofrutícolas, cárnicos,
pescado, lacticínios, sobremesas, panificação e pastelaria. Em
bens de pequena dimensão, ou difíceis de comunicar, a GS1
Portugal considera que o DataBar “melhora a performance de
leitura, garantindo uma melhor experiência de compra aos
consumidores, inclusive a passagem mais eficiente pela saída de
caixa” em artigos tão distintos como cosmética, joalharia,
hardware ou produtos farmacêuticos.
RASTREABILIDADE
Verdadeiro propulsor da sua concretização, a rastreabilidade foi
um dos pontos que mais directamente contribuiu para que se
avançasse para a introdução desta nova simbologia junto dos
consumidores finais. Como já aqui foi dito, as capacidades postas
à disposição são as necessárias para cobrir todas as necessidades
relativas não só à automatização do cumprimento dos aspectos
de rastreabilidade, mas também da sua extensão até ao
consumidor final, algo impossível até aqui. Ou seja, finalmente a
expressão “do prado ao prato”, ganha verdadeiro conteúdo, uma
vez que agora será possível transportar e transmitir de forma
automática, o conjunto de informações básicas para a rastrea -
bilidade (identificação de artigo + lote) “desde o prado,
realmente até ao prato”.
A simbologia GS1 DataBar, apresenta-se, assim como a única
simbologia universalmente aceite para as soluções de leitura em
POS’s (ver caixa) da grande distribuição de qualquer parte do
mundo, que tem capacidade para transportar as informações de
rastreabilidade necessárias ao cumprimento dos diferentes
requisitos legais aplicáveis. “No que toca aos produtos pré-
embalados, a indústria alimentar já dá cumprimento às
exigências legais no âmbito da rastreabilidade através da
utilização do EAN 128. No entanto, esta nova solução
tecnológica vai permitir optimizar os sistemas tendo um alcance
muito para além da rastreabilidade, passando a constituir um
O GS1 DataBar possibilita
ainda a utilização dos
elementos exclusivos dos
Sistema GS1 -
Identificadores de
Aplicação (IA’s).
Elementos que permitem
a introdução, em
componentes de leitura
automática de
informação diversa, de
forma normalizada e
percepcionável por
qualquer parceiro
integrado no sistema GS1
a nível Mundial, o que
vem facilitar a gestão de
rupturas de stocks e de
categorias, assim como
permitir ter sistemas
compatíveis além-
fronteiras ao apresentar-
se como um standart
global para identificar os
produtos de peso variável
vendidos no ponto de
venda, de pequena
dimensão ou difíceis de
comunicar
suporte aos sistemas de gestão. No que respeita aos produtos a
granel existe uma boa oportunidade de melhoria. O grande
desafio ao nível da rastreabilidade é conseguir-se que toda a
fileira consiga gerar, manter e transmitir uma informação
consistente e integrada. Todavia, aponto como medida prioritária
e paralela a qualquer sistema a formação dos operadores”,
acrescenta Pedro Queiroz, director-geral da FIPA.
TRANSIÇÃO
Quatro anos é o período de tempo acordado entre os diferentes
parceiros como sendo o mais adequado para a adaptação ao
mercado da tecnologia apresentada pelo GS1 DataBar. Isto ao
ter-se em conta factores de diversa ordem como: a normal
evolução tecnológica, os usuais ciclos de renovação de
equipamentos, os próprios
ciclos de vida de pro dutos, os
diferentes estágios de desen -
volvimento dos parceiros e
inclusive a matu ração de
outras tecnologias. Aspectos
que levam a que o período de
transição seja considerado
como “máximo, até ao qual
todos os par cei ros devem
estar prepa rados para receber
e processar a informação
decorrente de um símbolo
GS1 DataBar. Con tudo,
espera-se que a adaptação
decorra de acordo com o
desenvolvimento das neces si -
dades do mercado, começando por alicerçar-se, desde já, no
desenvolvimento de acordos bilaterais entre parceiros. Estes
acordos iniciais contemplam a utilização dos dados actualmente
disponíveis (GTIN) num novo símbolo, o que assegura a
compatibilidade retroactiva. Progressivamente, os equipamentos
e os sistemas de suporte devem estender a sua capacidade à
interpretação de informação adicional, de forma a assegurar
uma compatibilidade proactiva, à eventual introdução de novos
elementos infor mativos”, antecipa Silvério Paixão.
Saliente-se o facto de que, em nenhum caso, se considerar o
desaparecimento da simbologia EAN, entendendo-se que, e a
partir de 1 de Janeiro de 2014, existe legitimidade para que
qualquer produtor opte pela utilização da nova simbologia GS1
DataBar nos seus produtos e se apresente ao mercado com a
expectativa de que não existam barreiras que obstem o seu
processamento perfeito. Em termos de expectativas da sua
evolução futura, o responsável de codificação da GS1 Portugal
recorda o tempo que o “velhinho código de barras EAN” levou
até estar perfeitamente disseminado nos dias de hoje, de forma
discreta mas verdadeiramente galopante, constituindo hoje parte
integrante de praticamente todas as transacções comerciais sem
que se dê conta da sua presença e real importância. “Atrás dele,
um sistema universal de apoio às transacções co -
merciais assegura diariamente a realiza -
ção de mais de 8 milhões de
operações. É o Sistema
GS1 baseado nas suas
Chaves de Identificação inequí vocas e sistema de Dados
Adicionais, ambos alicerçados no funcionamento dos Iden -
tificadores de Aplicação”, acrescenta.
Até porque as crescentes exigências da sociedade, não só em
termos informativos, como de qualidade e mesmo de segurança,
requerem cada vez mais a universalidade das aplicações e
promovem a rápida introdução de soluções comprovadas, tendo
em conta a racionalidade das aplicações financeiras necessárias.
Razão pela qual a conjugação de todos estes factores leva a crer
que “os graus de adesão serão elevados a todos os níveis: em
grande número de utilização e em baixo tempo de aplicação.
Não será de estranhar, que no decurso de uma década passe a
ser normal ver em muitos produtos as novas simbologias, GS1
DataBar, tal como hoje é normal vermos o EAN-13”, conclui
Silvério Paixão.
O tempo o dirá, mas a julgar pelo exemplo clássico deste universo
poderá estar-se perante mais uma pequena revolução trazida
pelas tecnologias de codificação. O seu real impacto apenas
poderá ser calculado num futuro próximo, mas as premissas
iniciais apontam para o crescente interesse da indústria na sua
adesão. Quem sabe se fartos de esperar pelo messianismo do
RFID cujo custos de implementação continuam a ser, ao que
tudo indica, mais elevados do que os necessários para a
adaptação do DataBar. Enquanto a tecnologia de identificação
por rádio-frequência tarda em afirmar-se e em baixar custos de
implementação, o “velhinho” código de barras surpreende o
mercado e reinventa-se.
Em nenhum caso se
considera o
desaparecimento da
simbologia EAN,
entendendo-se sim que, e
a partir de 1 de Janeiro de
2014, existe legitimidade
para que qualquer
produtor opte pela
utilização da simbologia
GS1 DataBar nos seus
produtos e se apresente
ao mercado com a
expectativa de que não
existam barreiras ao seu
processamento perfeito.
Até porque as crescentes
exigências da sociedade,
não só em termos
informativos, como de
qualidade e mesmo de
segurança, requerem cada
vez mais a universalidade
das aplicações e
promovem a rápida
introdução de soluções
comprovadas, tendo em
conta a racionalidade das
aplicações financeiras
necessárias
BENEFÍCIOS
O GS1 DataBar oferece vários benefícios para os
fornecedores e retalhistas, entre outros:
A identificação única e global dos produtos frescos,
substituindo a informação genérica utilizada hoje em dia
O aumento da eficácia da identificação dos produtos
perecíveis através do scanning versus digitação manual
dos códigos (PLU);
O controlo de rupturas/quebras;
A rastreabilidade (Número de Lote, País de Origem, etc.)
Melhorias no reabastecimento dos produtos/antecipação
de rupturas;
Permite a gestão de categorias, sobretudo naquelas onde
actualmente tal não acontece;
Facilita a sincronização de dados;
Acaba com a limitação da codificação dos preços até 4
dígitos, pode codificar para além de que 99,99€;
Possibilita a gestão das vendas por fornecedor e da data
de validade;
Permite a gestão do peso dos produtos;
Melhora as taxas de leitura nos símbolos EAN muito
pequenos e de baixa performance;
Promove a ECR - Efficient Consumer Response;
Melhora a experiência de compra do consumidor;
A informação sobre o País e a Origem;
A capacidade de impedir a compra de produtos fora do
prazo de validade ou sujeitos a recolha.
18
TEMA DE CAPA
Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
20
MERCADONº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
O mercado nacional de bacalhau apresentou
uma interessante subida das quantidades comer -
cializadas ao longo do último ano em território
nacional, ao apurar taxas de crescimento a dois
dígitos nos volumes colocados no mercado. Em causa está um
crescimento de 24,6% nas quantidades consumidas ao longo de
2008, igual período onde este mercado apresentou uma
desvalorização dos preços médios em quase meio ponto
percentual. O que quer dizer que houve um maior acesso a este
bem alimentar, devido a uma intensa redução dos preços médios
praticados. Em suma, mais bacalhau a um menor preço, o que
Os preços médios do bacalhau desceram significativamente ao
longo do ano em Portugal, com este mercado a apresentar
subidas em volume na ordem de 24,6%. Crescimento que se
deve ao aumento das quantidades comercializadas e à
estagnação da valorização do seu preço médio, o que permitiu
um maior acesso às categorias superiores deste universo. Uma
ideia que os números se encarregam de confirmar.
TEXTODuarte Cunha
mais
a menor preçoBACALHAU
possibilitou que mais portugueses pudessem ter acesso a este
produto, habitualmente associado a um consumo mais requin -
tado, fruto do seu PVP médio relativamente alto para a bolsa de
muitos portugueses.
Divido entre avulso e embalado (seco ou congelado), este
mercado é responsável por uma facturação anual estimada na
ordem dos 300 milhões/€, encerrando em si uma intensa
concorrência, quer em termos de formato quer no que ao produto
diz respeito. Claro está que o formato avulso (bacalhau seco)
continua a ser o grande propulsor deste importante mercado da
indústria alimentar ao valer 76% da sua facturação global.
Todavia, é digno de nota a crescente evolução dos formatos de
conveniência trazida pelas referências de bacalhau ultracongelado
e que vieram revolucionar a forma de consumir o rei dos mares
no nosso país.
Conveniência versus formato tradicional são os dois grandes
vértices que se colocam actualmente a este mercado que
reforçou a oferta ao longo dos últimos anos com as referências
demolhadas ultracongeladas, um artigo que tem vindo a
aumentar os seus níveis de penetração nos lares nacionais ao
apresentar-se como um produto consistente, já processado e
pronto a confeccionar. Praticidade é, então, o grande argumento
de comercialização reconhecido a este formato que tem vindo a
apresentar mais e melhores formas de se comer o fiel amigo,
apresentando, no último exercício, subidas de 3,9% em valor e
de 9,5% em quantidade. O que vem reforçar a ideia de que,
também nos formatos ultracongelados, se registou uma redução
dos preços médios e um consequente maior acesso a esta
categoria inovadora de produto. Em causa está uma facturação
anual de 41 milhões/€ ano, equivalente a, aproximadamente, 4
mil toneladas de bacalhau congelado colocado no mercado.
ACESSO
Mas a grande tónica do mercado é mesmo a redução de preços
que caracterizou o último exercício, aspecto que se verificou no
avulso, mas sobretudo no embalado, onde praticamente todas
as categorias apresentaram acentuadas quedas em valor. Casos
do bacalhau embalado corrente (-55,6%), crescido (-16,8%),
graúdo e jumbo (-21,2%), postas NA (-17,1%) e sortidos
(27,4%), cujos significativos decréscimos nas vendas em valor
conduziram a uma redução global de 17,5% na riqueza gerada
por esta categoria em 2009 face a 2008. Isto apesar de ter
subido 5,2% em quantidade, não obstante as quebras de 53,8%
do corrente e de 25,7% no sortido. Mas também aqui os
formatos Premium saem reforçados, com o crescido (+13,1%),
especial (+5,4%), o graúdo e jumbo (+25,1%) a aumentarem
os seus níveis de venda em volume, apesar das intensas quebras
em valor que todas as categorias sofreram à excepção do
bacalhau embalado especial. Em suma, também aqui a baixa dos
preços médios repercutiu-se em maiores níveis de venda de um
segmento de mercado responsável por uma facturação anual
acima dos 11 milhões/€ e que vem comprovar o quanto as sub-
famílias do bacalhau já encontram espaço nos hábitos de
consumo dos portugueses.
Ainda que, como já se disse, o formato tradicional – bacalhau
avulso – continue a dominar a preferência dos consumidores,
o que se deve a uma relação preço/qualidade mais acessível
para a maioria
das bolsas dos portugueses. Com uma facturação anual estimada
de 228 milhões/€, representativa de cerca de 29,7 mil tone -
ladas anualmente transaccionadas, o bacalhau seco continua a
ser o principal driver de crescimento deste mercado, ao apresentar
crescimentos em ambas os indicadores em praticamente todas
as categorias. À excepção do corrente que perdeu
25,4% nas vendas em valor e 3,2% em
21
MERCADONº20 | NOVEMBRO/DEZEM
TOTAL PORTUGAL - BACALHAU
Vendas Valor Valor (%) Vendas Volume Volume (%)Bacalhau Avulso (KG) 228,612,461 -0.4 29,740,465 24.6Corrente 25,501,950 -25.4 3,863,534 -3.2Crescido 112,857,248 1.7 16,025,667 33.4Especial 27,425,598 3.6 2,353,906 4.8Graúdo e Jumbo 55,416,752 6.2 6,255,510 29.6Sortidos 7,384,921 29.7 1,237,769 56.1Bacalhau Congelado (KG) 41,060,285 3.9 4,051,105 9.5Bacalhau Derivados (KG) 19,448,623 -3.9 2,899,829 -1.6Bacalhau Embalado (KG) 11,221,364 -17.5 1,453,288 5.2Corrente 208,500 -55.6 28,879 -53.8Crescido 1,489,168 -16.8 214,195 13.1Especial 2,757,709 1.1 228,531 5.4Graúdo e Jumbo 4,007,543 -21.2 606,490 25.1Postas NA 1,559,056 -17.1 199,227 4.0Sortidos 1,199,388 -27.4 175,966 -25.7Total 300,342,733 38,144,687
FONTE: AC Nielsen Ano Móvel S 2009 41
22
MERCADO
Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
volume, sem deixar de ser, contudo, a terceira maior categoria
deste ranking com 25,5 milhões/€ facturados.
Quem continua a liderar este universo é o crescido, que voltou a
crescer no último exercício em ambos os indicadores, com
particular destaque para as vendas em volume que subiram
33,4%, enquanto em valor a subida foi mais modesta não
chegando a 2%. Em causa está uma categoria que vale 50% das
vendas em valor de bacalhau avulso e 54% em volume, ao
apresentar um compromisso interessante - e valorizado pelos
consumidores - entre qualidade e preço, posicionando-se entre as
categorias mais baixas e as mais altas deste mercado. Mais
concretamente entre o corrente e o especial, graúdo e jumbo, as
duas categorias top deste mercado, que disponibilizam um tipo
de bacalhau mais alto e, regra geral, mas saboroso. Por isso
mesmo, as suas vendas acabam por estar mais reféns do seu PVP
médio mais alto, o que faz com que sejam objectos de refeições
mais requintadas devido ao preço de comercialização com que
se apresentam ao mercado. Sinal da sua qualidade intrínseca,
valorizada por cada vez mais portugueses que ajudaram estas
categorias a aumentar vendas no período analisado, ao apresentar
acréscimos em ambos os indicadores. Nomeadamente, +3,6%
em valor e +4,8% em volume no caso do especial e +6,2% em
valor e +29,6% no caso do graúdo e jumbo, o que diz bem o
quanto a redução dos preços médios possibilitou um maior
acesso a outros tipos de bacalhau. Com claro impacto nas vendas
de graúdo e jumbo, a categoria mais cara deste universo e
responsável por 55,4 milhões/€ de bacalhau vendidos por ano.
Ou seja, 25% da facturação da categoria e 18,5% do total global
deste mercado, o que diz bem do seu preço médio unitário e
posicionamento Premium.
O bacalhau crescido
continua a liderar as
vendas no formato
avulso, ao voltar a crescer
no último exercício em
ambos os indicadores,
com particular destaque
para as vendas em volume
(+33,4%), enquanto em
valor a subida foi mais
modesta ao não chegar a
2%. Em causa está uma
categoria que vale 50%
das vendas em valor do
segmento e 54% em
volume, ao apresentar um
compromisso
interessante - e
valorizado pelos
consumidores - entre
preço e qualidade
PUB
23
MERCADONº20 | NOVEMBRO/DEZEM
RANKING
A latente redução dos preços médios não trouxe alteração em
termos de ordem de importância à tabela do mercado nacional de
bacalhau. O avulso continua a liderar seguido pelo congelado,
que tem vindo a reforçar a sua presença no mercado com cres -
ci mentos sustentados e progressivos, muito por força da intro -
dução de novas referências por parte da indústria e ao beneficiar
ainda do factor novidade. Em terceiro lugar surgem os derivados
que, apesar de perderem cerca de 4% em valor e 1,6% em
volume, não baixam a sua posição na tabela graças a uma fac tu -
ração anual a rondar os 20 milhões/€, equivalente a aproxi ma -
damente 3 mil toneladas de sub-produtos colocados no mercado.
O que leva a que o bacalhau embalado continue a ser a última
categoria deste universo, isto apesar de continuar a subir as suas
vendas em valor, o que significa que há mais portugueses a optar
pela compra deste tipo de bacalhau seco e previamente
embalado. Se o factor preço é, por um lado, abonatório à sua
comercialização, por outro lado, o facto de já se encontrar
embalado sem o consumidor verificar o modo como é cortado
ou processado poderá levantar alguma suspeita relativamente à
sua qualidade ou origem. Mas certo é que esta categoria também
beneficiou da redução generalizada dos preços médios para
aumentar as vendas em volume. Uma tendência generalizada aos
restantes segmentos deste mercado que viu as categorias
Premium aumentar os seus níveis de comercialização,
independentemente do formato com que se apresentam ao
mercado. Ou não fosse os portugueses verdadeiros apreciadores
do fiel amigo.
Práticas CIP/APED. Este código pioneiro naEuropa retoma os seus trabalhos com o seuprimeiro presidente, o Dr. Luís Miguel PaisAntunes. Esta é uma forma de autoregulaçãoque pretende reunir à mesa a indústria e adistribuição, para que, com uma mediaçãoeficaz, sejam resolvidos osproblemas/questões que surgem nestarelação tensa que existe muitas vezes entreas partes. A Centromarca deposita novasesperanças neste Código e na mediaçãoeficaz exercida pelo seu novo presidente.Por último, uma nota sobre a reflexão públicaque agora iniciamos em matéria deconcorrência e no seu entendimento maislato. Eduardo Lopes Rodrigues, da UTL, JoséLuís da Cruz Vilaça, da PLMJ, Carlos BotelhoMoniz, da Morais Leitão, Galvão TelesSoares, da Silva & Associados e JoãoConfraria, da UCP, integraram um painel cujodebate se centrou nas Regras de
Concorrência para o funcionamento eficientedo mercado. Entre diversos temas de elevadointeresse abordou-se a questão do papel daAutoridade da Concorrência, a evolução dadefesa da concorrência em Portugal, anecessidade de novas regras, a avaliação dosresultados da actuação das entidadesreguladoras e os desafios da evoluçãointernacional e do seu impacto no planonacional. A ideia de um debate amplo e aberto sobre asquestões de concorrência, que traga paraperto das empresas a discussão de políticasque determinam a sua própriacompetitividade, é fundamental. ACentromarca, com a promoção desteprimeiro debate, espera ter dado o contributoinicial para que publicamente, e entre todosos interessados, se realize esta reflexão.
A missão da Centromarca, “criar para asmarcas um ambiente de concorrência leal eintensa que encoraje a inovação e dê ummáximo de valor ao consumidor”, tem trêsvalores centrais: marcas, concorrência einovação; e um destinatário: o consumidor.É esta missão que nos tem norteado. Muitada nossa actividade decorre deste valor emque acreditamos: da concorrência. Mas nãode qualquer concorrência, nem a qualquercusto, primeiro que tudo precisamos que sejaleal e só depois intensa. Porque acreditamosem regras iguais para todas as marcas eporque acreditamos que os sectores maiscompetitivos são o resultado de sectoresonde a concorrência entre empresas e marcasé intensa.No 8.º Seminário de Reflexão Estratégica daCentromarca, a Concorrência esteve presentede três formas: na assinatura pública doCódigo de Conduta dos Associados, na
reflexão sobre o Código de Boas PráticasCIP/APED e numa reflexão alargada sobrequestões de concorrência com umaperspectiva do direito, da economia e dequem tem larga experiência nestas matérias.Uma nota sobre o Código de Conduta daCentromarca que vincula as cinquenta equatro empresas associadas e a associação.Este código de conduta estabelece as regraspara que a forma de estar das empresas naCentromarca, e a forma de interagir com aassociação estejam perfeitamenteenquadradas com aquelas que são asexigências de hoje, de trabalhar no estritocumprimento das regras do Direito daConcorrência e, de uma forma transparente,dar a conhecer ao mercado o seuposicionamento nestas matérias.Uma segunda nota sobre o Código de Boas
Conferência Centromarca
Beatriz ImperatoriDirectora-Geral da CENTROMARCA
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O cálcio ajuda a fortalecer os ossos econsequentemente a prevenir aosteoporose, o magnésio participa noequilíbrio nervoso, na protecção contra ostress e na saúde cardiovascular. Obicarbonato e o pH neutro contribuem paraneutralizar o ácido láctico produzidodurante o esforço, logo, reduzem asensação de fadiga e melhoram odesempenho físico. Como sabemos, o nosso mercado sofrehoje constantes mutações, influenciadomaioritariamente pela mudança de hábitosde consumo, mas também pela capacidadede intervenção dos agentes de distribuição.Inúmeras vezes discutido, o fenómeno decrescimento das marcas próprias é umpequeno exemplo. Desta forma, a menorcapacidade de diferenciação de um produtocomo água, no seu estado mais natural, fazcom que, o factor “preço” assuma
demasiada preponderância no processo dedecisão consumidor. Por isso, é muitoimportante que exista um contributocrescente das marcas, no sentido deprovidenciar ao consumidor a informaçãonecessária à valorização de um produtocujo consumo é vital para a nossasobrevivência.Devemos contribuir activamente para que oconsumidor revele na sua escolha nãoapenas uma análise superficial da beleza daembalagem e do preço, mas também umaanálise racional dos benefícios intrínsecosdo produto os quais estão directamenterelacionados com o estilo de vida, a idade ea saúde de cada um. Sabendo que as águasnão são todas iguais, este é um dosprincipais desafios das várias marcas, naconstrução de um mercado crescente,também em valor e não apenas em volume,e de um mercado forte e competitivo,consequentemente preparado para discutiro consumo com todas as outras bebidasque também contribuem para saciar a sede.
Na escola, aprendemos que a água é umrecurso natural, incolor, insípido e inodoro.Falamos com certeza de águasextremamente purificadas. No entanto, aágua que bebemos não tem apenas estascaracterísticas e ainda bem. Basta, para isso, pensarmos que o consumoregular de água é fundamental paracontrolar a temperatura do corpo, éresponsável pelo transporte dos nutrientes,está envolvida no equilíbrio dos ácidos,regula a pressão sanguínea e participa naeliminação das impurezas.Na realidade, esta definição simplista podeoriginar uma aparente banalização doprocesso de compra de um produto cujasdiferenças são muitas e sem o qual o nossoorganismo não sobrevive.As Águas Minerais são um produtonaturalmente preservado, proveniente dereservatórios profundos e cuja composição
específica a diferencia de todas as outras,nomeadamente pela concentração de saisminerais (bicarbonato, cálcio, magnésio,potássio, fluoreto, sílica, entre outros). Já asÁguas de Nascente provêm de uma reservanaturalmente protegida mas poucoprofunda e cuja estabilidade da composiçãoquímica pode não se manter. Há ainda asÁguas com Gás que eliminam a sede erepõem rapidamente os sais minerais etambém as Águas Funcionais quegarantem baixos valores calóricos masacabam por ser soft drinks e não apenaságua.Porque as águas disponíveis no mercadonão são todas iguais, e porque diariamentedevemos consumir entre um litro e meio atrês litros de água, cabe ao consumidorescolher aquelas cujas característicasúnicas se adequam às suas necessidades,lendo o rótulo e conhecendo as vantagensde cada um dos seus constituintes,seleccionando desta forma a água indicadapara cada um dos momentos de consumo.
Pedro EstevesDirector Comercial Empresa deÁguas do Vimeiro
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Porque as águasnão são todas iguais
OPINIÃONº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2
Este desrespeito pelos limites do planeta Terraacontece quando apenas mil milhões depessoas têm uma vida abastada, mil a doismil milhões vivem em economias detransição e cerca de três a quatro mil milhõessobrevivem com apenas alguns euros por dia.Perante este cenário será, à partida, fácilcompreender a necessidade de agir comurgência. E esta acção nunca poderá sereficaz a atingir os resultados pretendidos senão juntarmos forças. Já passou o tempo dediabolizar este e aquele. De apontar quemsão “os maus”. O facto é que em termos deconsumo todos temos telhados de vidro.Como já referi, não prevejo que consigamosalterar a nossa condição de consumidores embreve (não obstante visões mais ou menosfilosóficas sobre tal possibilidade). Não me parece, assim, necessário que ossectores ligados ao consumo devam terreceio pelo seu negócio no futuro. A uma
redução significativa dos padrões deconsumo (absolutamente necessária para seconseguir evitar a tal colisão comconsequências planetárias) teremos quejuntar a possibilidade/capacidade de muitosque hoje pouco ou nada têm poderem teracesso ao que nós teremos (não ao quetemos no presente, ou pelo menos não damesma forma). A ausência de sinais da concretização damudança necessária é razão suficiente paraurgentemente começarmos a inflectir o nossocaminho e procurar outras perspectivas, maisou menos ousadas, mais ou menosconhecidas e desenvolvidas, mas de qualquermodo imperativas.Numa próxima oportunidade falarei sobrealgumas possíveis estratégias decompatibilização consumo/planeta, com oobjectivo de podermos “desviar” o cometa atempo. Até lá deixo-vos com este contextopara reflexão.
Tratando-se de uma primeira colaboração narevista Grande Consumo nada me parecemais indicado do que começar por expressaraquela que é a minha opinião sobre o papeldo consumo na sociedade quotidiana. Umavez que o espaço que me foi disponibilizadonão será suficiente para tudo, terei que deixarpara um próximo número a apresentação dealgumas pistas sobre os principais desafiospara o futuro, mas avançarei desde já comuma breve contextualização.Sendo a espécie humana uma espécieconsumidora, ou seja, que não produz nada,apenas transforma o que já existe ou o queoutras espécies produzem, é óbvio que oconsumo é um elemento inerente à nossanatureza. Tendo este pressuposto por base,temos que aceitar que seremos sempre umaespécie condenada a ter impacto noambiente que nos rodeia. É aqui que ogrande problema se começa a desenhar. Em
relação à nossa natureza nada podemosfazer, mas quanto ao impacto que temospodemos fazer, de facto, muito. E este muitodecorre directamente do facto de poucofazermos actualmente.O nosso modelo de desenvolvimentoassenta na ideia base que temos queconsumir. Não é de ânimo leve que se usa oindicador do consumo das famílias paraavaliar o “bom estado” da economia de umpaís ou região. Face a esta abordagemestamos, enquanto civilização humana,prestes a causar um cataclismo demagnitude planetária. A nossa aposta noconsumo, tal como tem sido feita até hoje,pode ser comparada à imagem de umcometa que vem em rota de colisão com oPlaneta Terra. Para já, estamos a sentirapenas a chegada de pequenos fragmentosque acompanham o cometa principal.Contudo, a aproximação é rápida, pelo que otempo para reagir começa a escassear.
A Economia enquanto cometa
Susana FonsecaPresidente Quercus
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OPINIÃONº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO
algo que não venderam, mas pagaram.Na opinião da Gateway, enquanto player demercado no sector das soluções desegurança, seria viável - tanto para asempresas como para o Estado - se asorganizações que investissem na prevenção esegurança pudessem ser recompensadas anível fiscal sobre os artigos furtados. Quantomais uma empresa investisse em segurança,mais elevada seria a dedução. Esta últimaalternativa poderia inclusive ser consideradapor escalões, com correspondênciapercentual: ou seja, empresas com um menoríndice de aposta em sistemas de segurança(mais susceptíveis à quebra) veriam apossibilidade de dedução em IRC maisreduzida.Porque se as empresas não investirem emsegurança ficam, naturalmente, maisexpostas ao furto, então, para as que não se
protegem, o Estado não considera as quebraspor furto um dado válido. Mas se asempresas apostarem em sistemas desegurança que lhes garantam protecção aosartigos expostos, estão a investir no seupatrimónio logístico, logo merecem ter apoiodo Estado em vez de pagar a triplicar:pagamento aos fornecedores para ter oartigo em loja, pagamento pelos sistemas desegurança e, uma vez que são vítimas defurto, este constitui o terceiro custo. Oresultado é terem de pagar IVA sobre algoque, na realidade, não venderam, ou seja,uma verdadeira injustiça.Se estas alternativas fossem tomadas emconta, os resultados das empresas iriam sermais positivos com mais vendas e mais
lucros. E, consequentemente, criaria ummaior investimento das empresas nos seusespaços comerciais, criando mais postos detrabalho e potenciando o própriorestabelecimento da conjuntura económicaactual, já que aumentaria também a receitade impostos para o Estado (por via doinvestimento em soluções de segurança).Uma vez que as soluções de segurança nãoviriam apenas permitir ao retalho umpaybacktime, como também potenciariam asvendas através de um merchandising seguroe atraente para os artigos expostos.Na Gateway acreditamos que é um ciclovicioso, e por vezes há males – oucomplicações – que vêm por bem. Queremosacreditar que esta é uma delas, ajudando oretalho a ganhar maior consciência sobre apotencialidade dos sistemas de segurançapara o seu negócio.
A luta para que o retalho não tenha de pagarIRC ao Estado sobre os artigos furtados emloja tem sido difícil de ser travada entre osprofissionais deste sector e a DGCI, cujosargumentos ditavam como imprescindível acomprovação através de documentojustificativo da causa que motivou adiferença de inventário com a necessáriaapresentação de queixa na entidade policialcompetente na falta dos bens, assim como acontratação de um seguro que permitissesalvaguardar estes custos.Na posição anterior da DGCI – de não-aceitação – as consequências para oscontribuintes eram várias, nomeadamentecustos acrescidos consequentes de processosjudiciais, inviabilidade de apresentação dequeixa, uma vez que o momento dadetecção do furto não coincide com aocorrência e cujo autor é difícil de identificar ea impossibilidade de contratação de umseguro (como argumentava a DGCI) devidoao risco da ocorrência ser quase certa. Todasestas consequências, e outras, castravam apossibilidade do retalho ganhar qualquerbatalha contra o Estado. Esta não-aceitaçãoda dedutibilidade do custo incorrido peladiferença de inventário manteve-se até esteano.Agora, a DGCI tem uma nova posição,aceitando a dedutibilidade do custo fiscalimpondo, no entanto, condições que passampelo reconhecimento das quebras comoinerentes à actividade normal das empresasdo sector. Estas condições reúnem, noentanto, muitas burocracias e dificuldadespara alguns retalhistas, especialmente os quenão possuem sistemas de segurança em lojaque comprovem os furtos como, por exemplo,sistemas anti-furto, segurança privada, locaisde venda assistida, câmaras e circuitofechado de TV (CCTV).A boa notícia é para os retalhistas queimplementem sistemas de segurança contrao furto, sendo recompensados na hora deapresentar no IRC relativamente ao valor dequebras em loja. Esta é uma situação muitorecente – datada deste ano (2009) -,constituindo uma importante conquistaalcançada pelo retalho, uma vez que até hojeo valor dos artigos furtados não eradedutível. Isto representava um graveprejuízo para os profissionais, uma vez queinvestiam para ter o artigo em loja –pagando-o aos seus fornecedores -, e sendoeste furtado, não podiam reaver osdividendos da facturação ao cliente, tendoainda de suportar o custo de imposto sobre
Dedução da quebra desconhecidaa nível fiscal
Carlos TrutaDirector-Geral da Gateway Portugal
rapidamente soubemos aproveitar e traduzirem produtos inovadores e diferenciadores,como neste caso. É muito interessanteassistir à reacção dos consumidores aoperceberem que o Barril de 5L já tem amáquina incorporada. É uma revolução naforma como se consome cerveja em casa eque tem como principal objectivo oferecer omelhor produto, ao melhor preço.Por último, a forma como “activamos” asmarcas pode fazer toda a diferença. Ainteracção que promovemos com os nossosconsumidores e as experiências que lhesproporcionamos são factores preponderantes.Com a promoção “Entra em Campo”, Sagresé a única marca que oferece a oportunidadeaos consumidores de viver a incrívelexperiência de jogar num estádio de futebolcom milhares de pessoas a assistir. Estaactivação da liga Sagres veio aumentar asvendas médias por ponto de venda, uma
mais-valia para a SCC e para os nossosclientes. É claramente um factor dedinamização de procura que se consegue aoproporcionar algo único e de extremarelevância para os nossos consumidores.Estas iniciativas, entre outras, permitiram-nosalcançar uma posição de liderança com amarca Sagres. Assim, e voltando à questãoinicial, inovar em tempos de crise éfundamental não só como resposta aosdesafios do presente mas também parapodermos continuar a construir o futuro. Ahistória ensina-nos que é nos tempos de criseque por norma surgem as grandes ideias maspara tal é preciso investir e de facto osresultados da SCC espelham esta realidade. Écom imensa energia e satisfação quecontinuamos esta nossa caminhada eestamos certos que consumidores e clientesvão continuar a preferir Sagres como a suamarca de eleição.
O actual contexto económico e financeirotrouxe-nos novos desafios mas tambémtremendas oportunidades. Muitas empresas nacionais e internacionaisquestionam qual a melhor estratégia paraenfrentar os tempos de crise. Muitas optampor uma redução de custos e de investimentoenquanto outras procuram alternativascriativas e inovadoras para dar um “pontapé”na crise. A questão que se coloca às equipasde gestão das empresas de Grande Consumonão tem uma resposta linear, uma vez queexistem inúmeros factores que podemcondicionar a sua capacidade de resposta.No entanto, para a Central de Cervejas, parteda solução passa inequivocamente por umaaposta clara em Inovação. Inovação essa que se traduz, em grandeparte, pelo desenvolvimento de novosprodutos mas também, pela forma como seinterage com o consumidor ou até mesmo no
seio da organização numa perspectiva deoptimização e melhoria de processos. Na baseestá uma premissa constante - é fundamentalprocurar responder às necessidades dosnossos consumidores e dos nossos parceirosde negócio com vista a uma melhoria tangíveldas suas vidas e negócios. É com base nestapremissa que a SCC tem vindo a introduzirinovações no mercado português. SagresGoolo, Sagres Barril 5L e, por último, a nossaassociação ao futebol e a forma inovadoracomo esta é activada junto dos nossosconsumidores e clientes são três exemplosdistintos no que diz respeito a Inovação.Outro exemplo interessante foi o lançamentode Sagres Barril 5L. Em três semanasatingimos 5% de quota no canal dedistribuição moderna, dez vezes mais quotaque o produto concorrente. O facto depertencermos ao grupo Heineken dá-nosacesso às mais recentes tecnologias que
Inovação, durantea Crise e no Futuro
Nuno TelesDirector-Geral de Marketing
da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas
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ENTREVISTA
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Malte Dammann, o novo Director-Geral da Mars Portugal,
faz, em entrevista na Grande Consumo, o balanço dos oito
primeiros meses ao leme da multinacional norte-
americana. As mudanças ocorridas na gestão da empresa,
a força das marcas disponíveis e a tipicidade do mercado
interno são alguns dos temas que o novo homem forte da
Mars Portugal não se escusou a comentar.
TEXTOJoana Dalila Santos
Grande Consumo - Está sensivelmente há oito meses em
Portugal. Quais são as principais diferenças deste
mercado, nas várias áreas onde a Mars Portugal se faz
representar, face a outros países da Europa?
Malte Dammann - Vivemos neste momento uma certa
mudança de consumo em casa. O que vemos neste momento,
comparando com outros mercados, é o movimento do consumo
fora de casa para dentro de casa. Em supermercados, hiper -
mercados e discount este movimento parece mais forte neste
mercado comparado com os mercados do norte. Vemos a mesma
tendência por toda a Europa, mas é, sem dúvida, mais forte nos
mercados sul-europeus.
GC - Mas isso é uma tendência que os últimos dados
disponíveis dão conta de algum abrandamento. Reco -
nhece isso?
MD - Dizem os últimos dados que as marcas próprias não só têm
descido, por compensação do aumento da venda das marcas de
indústria, como tem havido uma maior estabilização entre o
consumo out of home e o consumo home devido também ao
aumento do dinheiro disponível.
As pessoas já não saem tanto, não vão tanto a restaurantes como
iam antes, não consomem tanto fora de casa e isto é algo que nós
vemos. No topo disto, e também é algo agravado pela crise,
parece que a família e a unidade se tornou mais importante o que
também se reflecte mais dentro do que fora de casa. E isto é
verdadeiramente uma mudança de estrutura que estamos a
assistir na nossa distribuição.
GC – O que abre, naturalmente, outras oportunidades
de negócio. Grande parte do vosso portfolio dirige-se
ao consumo em casa. Iremos assistir a alguns lança -
mentos próximos? O que é que a Mars Portugal tem
feito para se adaptar a estas tendências de consumo?
MD - Para nós há muitos actos de consumo internos que têm um
papel muito importante. Se olhar para uma marca como os
M&M’s tem tudo a ver com estarem todos juntos, partilhar com
amigos e família em momentos da vida, para celebrar momentos.
GC - É o grande lema dessa marca Friends, Family and
Fun…
MD - Exactamente. Portanto se houver um movimento para o
que é mais relacionado com a família nuclear, com os amigos e
com o consumo em casa, isso joga a nosso favor porque é a
posição desta marca. Isso é definitivamente mais difícil numa
marca como a Snickers mas ainda assim, através de inovação nos
packs, os multipacks, os minis - que são um formato muito
importante para nós -, estamos a conquistar estes momentos que
se estão a tornar momentos de chocolate mais relevantes.
GC - Todas essas tendências se vêem na reestruturação
de algumas referências, com formatos mais pequenos e
mais actualizados. É também por aqui que se vê a força
das marcas e dos seus portfolios?
MD - Trazer novas marcas para o portfolio não é a nossa
estratégia. O que queremos fazer é activar profundamente mais
momentos de chocolate e isto é o que temos feito através de
novos formatos. Sabemos que resulta, se olhar para as prateleiras
de chocolates em França ou no Reino Unido verá vários formatos
de packs que se adaptam a diferentes locais de uso e a diferentes
partes do dia. Hoje em dia, em Portugal, ainda estamos aquém
desta variedade de formatos segmentados e é por aqui que
traremos inovações. Obviamente que temos de trazer sempre
algo novo, sabores limitados, edições limitadas, é o que estamos
a fazer. Mas não estamos a criar mais e mais marcas, não seria
sustentável.
GC - Até porque os consumidores portugueses são
muito experimentalistas. Nesse sentido, toda esta
recente produção de marcas próprias tem prejudicado,
de alguma forma, o negócio das vossas marcas?
MD - A realidade é que os consumidores portugueses gostam
de coisas novas. Mas, ao mesmo tempo, a realidade,
não só em Portugal mas em
todo o
mun do, é que o
turnover de novos produtos é
muito alto. É uma experiência enorme nos
primeiros dois ou três de seis meses mas normalmente as pessoas
voltam para as suas marcas às quais são leais, aquilo a que
chamamos core business. Assim sendo a nossa estratégia
focaliza-se mais em construir um negócio sustentável do que em
tentar sempre coisas novas.
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ENTREVISTA
Nº20 | NOVEMBRO/DEZEM
POTENCIAL DE CRESCIMENTO
O consumo de chocolate per capita em Portugal é um dos
mais baixos da Europa, cuja média de consumo não
ultrapassa os 1,3 quilos por ano. Todavia, é crença
generalizada dos principais operadores da categoria que o
mercado nacional apresenta um elevado potencial de
crescimento, reivindicando a Mars Portugal uma taxa de
penetração de 58% nesta categoria (snackfood) estimada
em 40 milhões/€ em 2008 e que vale 55% do negócio da
operação nacional.
Mesma lógica pode ser aplicada ao mercado de petfood,
que ao apresentar um crescimento sustentado ao longo dos
últimos anos, leva a que a Mars Portugal tenha naturais
expectativas numa categoria estimada em 35 milhões/€
ano e onde apresenta um índice de penetração entre os
20% (nos lares portugueses que têm gato) e os 40% (nos
lares portugueses que têm cão), constituindo os chocolates
e o petfood os dois principais eixos de acção da companhia
em espaço nacional.
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ENTREVIS
TA
Nº20 | N
OVEMBRO/
DEZEMBRO
2009
GC - Cada vez mais se fala da questão da obesidade
infantil. Que ideia é que defende? Era mais importante
ser a indústria a regular-se como tem sido até agora ou
haver uma directiva comunitária que regulasse a forma
como a publicidade de chocolates, por exemplo, é feita
através dos meios de comunicação?
MD - Penso que a primeira coisa é que, se olharmos para a
realidade, o consumo de calorias não aumentou ao longo das
últimas décadas dramaticamente. O consumo de calorias perma -
nece mais ou menos estável. O que mudou drasticamente foi o
modo de vida das pessoas e das famílias. Se olharmos para a
nossa infância, andávamos muito mais de bicicleta… Hoje em dia
isto mudou totalmente e há muito mais jogos e muito menos
tempo de exercício para as crianças, há um total desequilíbrio
entre as calorias ingeridas e as calorias usadas. Isto é um facto e
penso que aí temos que pensar os aspectos de como poderemos
voltar de novo a esse estilo de vida mais vida activo e que
promova o exercício. O segundo aspecto é que estamos
comprometidos a não fazer nenhuma publicidade para crianças.
Nós temos as nossas diet lines portanto podem usá-las. Somos
a primeira empresa a comprometer-se globalmente com estas
restrições e isso significa que nós apenas fazemos publicidade
dirigida basicamente aos paise que são o filtro para dar os
produtos às crianças. A responsabilidade é claramente dos pais
uma vez que não há comunicação directa para as crianças.
GC - Em termos globais, e se é que é possível já fazer
um balanço, o que é que mudou na Mars Portugal com
a sua chegada?
MD - Acredito que a melhor coisa que temos são as nossas
pessoas. E o que estou a tentar fazer é concentrar-me em delegar
maior responsabilidade em pessoas de toda a escala hierárquica
de modo dirigir a sua responsabilidade. Tenho muita liberdade de
acção e essa penso ser a maior mudança, estamos a fazer muito
mais equipas cross-functional, estamos mesmo a dar poder às
pessoas. A segunda coisa que estamos a fazer é seguir os nossos
cinco prin cípios: Qualidade, Responsabi li dade, Mutualidade,
Eficiência e Liberdade. Se olhar para a qualidade, respon sabilidade
e eficiência, são as bases da nossa empresa. Eu diria que reforçar
isto no nosso trabalho diário é uma parte importante, uma vez
que temos um
programa de treino muito forte
na distribuição, quer em termos de vendas
através de gestão de categorias mas também de general
management. A última parte que mais uma vez diz respeito às
pessoas é o reforço das grandes linhas condutoras para se fazer
um bom trabalho. Penso que isto é o mais importante.
GC - Portugal continua então a ser um mercado de
enorme potencial nas várias áreas onde estão presen -
tes...
MD - Sim, nós ainda temos grandes oportunidades na distri bui -
ção, no melhoramento da nossa presença nas lojas e nos lineares,
ao abarcar todos os momentos de consumo como disse ini -
cialmente. Há grandes oportunidades, mas também nos padrões
de consumo geral. Se olharmos para o chocolate Portugal tem o
consumo per capita mais baixo na Europa, portanto há um
enorme potencial para melhorar isso. E hoje em dia o consumo
de chocolate é muito acentuado na Páscoa e no Natal, portanto
fora destes picos sazonais há grandes oportunidades de negócio
para tornar os produtos mais relevantes para os consumidores.
GC - Até porque como disse a diferenciação passa por
levar a que o consumo de chocolate seja mais regular
ao longo de todo o ano. Estamos a aproximar-nos do
Natal, altura preferida na venda de chocolate. Que
novidades a Mars nos poderá apresentar?
MD - Temo-nos focado muito nas nossas marcas, queremos ter
marcas maiores e mais fortes e é por isso que estamos a focar-
nos nessas marcas que são basicamente a M&M’s, Twix e
Snickers. Na M&M’s temos uma edição limitada muito especial
para este Natal e que foi pensada pelas cores da bandeira
nacional, não é apenas uma edição limitada para o Natal, em
verde e vermelho, mas é também uma edição limitada especial
portuguesa. Este é o nosso foco nesta estação. E também é
relevante na área da ração para animais porque, durante o Natal,
se há uma família com crianças e um cão ou um gato também se
dá uma guloseima ao nosso animal de estimação. Temos uma
linha muito interessante de guloseimas para cães, incluindo
cuidados dentários e temos também guloseimas para gatos muito
interessantes.
GC - 2008 foi um ano muito difícil de uma
forma geral para todas as empresas do sector.
Em 2009 já se sentiu alguma retoma ainda que
acredito longe daquilo que poderão ser os
melhores objectivos e pretensões possíveis.
Como é que está a correr o ano para a Mars
tão perto que estamos da sua conclusão?
MD - O interessante nas
nossas marcas é o facto
de apresen tarem um
investimento relati va -
mente baixo e um
retorno instan tâneo. A
recessão ajudou muito a
ter bons resultados no
negócio o que significa que as pessoas comem
mais chocolate porque é algo que lhes aumenta a disposição e
ajuda a enfrentar tempos difíceis. Mas também alimentam
melhor os seus animais porque querem deixá-los feliz e ver as
caudas a abanar no final do dia. É algo que joga a nosso favor,
portanto estamos a ter um bom ano, não temos grandes
preocupações, tem sido um bom ano para nós mas não damos
mais número detalhados.
GC - Sei que ainda chegou há pouco tempo a esta casa
mas onde é que vê a Mars Portugal num futuro próxi -
mo?
MD - Eu acredito que temos um grande potencial para crescer.
Vamos ter um papel maior no imaginário diário dos consumidores
nos chocolates e em pet-food. Estou certo de que daqui a dez
anos a Whiskas e a Pedigree serão as marcas icónicas para a
indústria pet-care. E o mesmo acontecerá para o chocolate com
a M&M’s e com as nossas maiores referências Snickers e a Twix.
Quando as pessoas pensarem nestas categorias elas vão pensar
nestas marcas e isto é um capital de confiança imenso. Esta é a
base do nosso crescimento sustentável: as pessoas, as marcas e
os produtos.
M&M’S DE NATAL
A M&M’s surpreende todos os seus fãs ao lançar a
Edição limitada de Natal, composta apenas por drageias
verdes e vermelhas. Esta aposta na inovação insere-se
na estratégia da marca em reforçar a sua liderança no
mercado e o seu posicionamento de companheiro ideal,
durante todo o ano, dos momentos de partilha, amizade
e diversão.
Inserido no posicionamento da marca “M&M’s, Diverte-
-te com os amigos!” este lançamento celebra a amizade
e os momentos de partilha com quem mais gostamos,
fazendo deste Natal o mais colorido e divertido de
sempre.
Também na Internet, na página oficial da marca em
www.m-ms.pt, é dado todo o destaque a esta edição de
Natal, onde são apresentadas sugestões de receitas de
Natal, wallpapers, e-cards para desejar um Feliz Natal à
família e amigos e muita diversão no inesperado
encontro do Vermelho e do Amarelo com o Pai Natal.
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ENTREV
ISTA
Nº20 |
NOVEM
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MERCADO
Nº20 | N
OVEMBRO/
DEZEMBRO
2009
TEXTOAbel Martins
Liderado pelos bombons, o mercado nacional de chocolates volta a pautar-se novamente
pela estabilidade, ao apresentar uma ténue subida de 0,6% em valor por oposição a
uma quebra de 3,6% nas quantidades comercializados. Em suma, uma evolução ligeira
dos preços médios em 3%, num mercado que não apresenta alterações no ranking e que
aguarda com ansiedade a chegada do Natal para aumentar consumos.
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MERCADO
Nº20 | NOVEM
Estimado em 160 milhões/€ por ano, o merca -
do nacional de chocolates tem-se pautado pela
estabilidade ao longo dos últimos anos, não
constituindo 2009 um ano de grandes mudan -
ças para este universo. Ainda que haja a ressalvar, e no período
analisado, uma quebra de 3,6% nas vendas em volume e uma
subida de 0,6% das vendas em valor, o que permite antecipar, e
numa leitura rápida, uma subida dos preços médios na ordem dos
3%. Nada de verdadeiramente extraordinário na performance de
um mercado que continua a ser muito sazonal, com as suas
vendas a serem, em grande parte, dependente da performance
em dois grandes épocas ao longo do ano. Uma das quais já
passou (Páscoa), a outra das quais prepara-se para chegar, num
contexto económico mais favorável ao consumo, ainda que longe
do ideal.
Certo é que, para trás, fica um ano de altos e baixos, aos quais a
maior parte dos mercados alimentares soube sobreviver, em
muito casos “auxiliado” por um visível reforço da posição das
marcas de distribuição nos lineares das grandes superfícies
comerciais e que constitui um sempre importante primeiro ponto
de contacto com a categoria. Ameaça para uns, oportu nidade de
negócio para outros, a verdade é que são poucos os segmentos
de mercado que não contam, pelo menos, com a presença de
uma MDD no linear, sinal da maturidade que caracteriza este
sector em Portugal.
O mercado de chocolates não foi alheio a esta realidade, existindo
hoje alguma diversidade de oferta disponível em termos de MDD,
ainda que sem o peso que as marcas de produção ostentam, sinal
evidente da preferência dos consumidores. Mars, Cadbury’s e
Kraft são alguns dos pesos pesados deste mercado, que em
paralelo com o case study Ferrero - com as marcas Mon Chéri e
Ferrero Rocher – e alguns dos principais representantes nacionais,
caso da RAR, ajudam a dar mais cor aos lineares. Ao ponto de
ser hábito nas grandes superfícies comerciais atribuir-se, nesta
altura do ano, um corredor específico para as inovações
associadas à chegada do Natal. Mais oferta, mais possibilidade
de escolha, maior liberdade para o consumidor, em suma, eis o
que representa a chegada da época natalícia para os portugueses
que ainda não incluem o consumo de chocolate de forma
intensiva nas suas rotinas diárias, continuando a ser considerado
um “pequeno prazer” e, muitas vezes, condicionado pelo
fantasma, mais ou menos visível, da obesidade.
Ainda que os portugueses sejam, não só, bastante fiéis às marcas,
como também aos formatos, onde os bombons e as tabletes
valem 64% do total de vendas em valor, um cenário que tem
sido descrito ao longo dos últimos anos e que dá conta da real
preferência dos portugueses na forma de consumir chocolate.
Não obstante toda a força de inovação que as principais marcas
do mercado têm vindo a apresentar, sobretudo com os formatos
mini, em grande ascensão.
Nesse sentido, os bombons continuam a liderar o mercado, com
este formato a ser responsável por 37% das vendas em valor
deste universo, ao gerar aproximadamente 59 milhões/€ de
riqueza, isto sem ainda contabilizar as vendas alusivas à época
natalícia e num período em que se observou um ajuste nos preços
praticados na ordem dos 3%. Muito por força de uma subida das
vendas em valor em 1,7% e de uma quebra dos volumes
introduzidos no mercado na ordem dos 1,6%. Nada que venha
pôr em causa o equilíbrio deste mercado, mas que concorre para
reforçar a ideia de que o preço médio dos chocolates está a
aumentar. Resta saber se por inflação das matérias-primas, dos
custos produtivos ou das margens de produtores e distribuidores.
Ajustes que podem ser considerados normais em qualquer
mercado que seja dependente da performance apurada em duas
grandes épocas de comercialização e que procura fomentar a
criação de necessidades de consumo através da introdução de
novos formatos no mercado que despertem a atenção do
consumidor. Um investimento, essencialmente, a longo prazo e
que serve como complemento de gama, uma vez que, se os
bombons lideram, as tabletes vêm logo atrás, ocupando a
segunda posição do ranking com 42,6 milhões/€ de riqueza
gerada (-3,3%), equivalente a mais de 4,1 mil toneladas de
tabletes consumidas em Portugal no período em causa. O que
diz bem da apetência dos consumidores nacionais para os
formatos considerados tradicionais.
Números que, apesar de reflectirem um ano de menor fulgor no
consumo de tabletes (-5,8%), não deixam de expressar a
TOTAL PORTUGAL - CHOCOLATES
Vendas Valor Valor (%) Volume Volume (%)Chocolates (KG) 160,263,979 0.6 11,406,972 -3.6Bombons 58,968,649 1.7 3,200,189 -1.6Tabletes 42,690,123 -3.3 4,187,015 -5.8Fantasia Ovos 18,186,044 4.0 589,198 4.2Snacks 14,912,674 -4.6 1,529,154 -11.3Frutos Secos Cobertos 12,701,695 9.1 974,541 1.9Pastilhas 6,630,225 2.6 453,461 0.1Fantasia Outras Figuras 4,221,936 -6.2 259,136 -9.0Outros Tipos 1,952,633 40.4 214,278 44.2
FONTE: AC Nielsen Ano Móvel S 2009 41
importância que esta categoria tem para o total deste mercado.
Ainda que penalizado por um menor preço unitário quando
comparado com o PVP médio unitário praticado pelos bombons,
formato geralmente associado a um tipo de consumo mais
Premium. Quer no tipo de produto em causa, quer no tipo de
embalagem com que se apresenta ao mercado.
FRAGMENTAÇÃO
Como se pode facilmente perceber, o mercado nacional de
chocolates apresenta-se bastante fragmentado, uma vez que, se
as duas principais categorias deste universo são responsáveis por
vendas acima dos 100 milhões/€ (de um total de 160 mi -
lhões/€ facturados), já as restantes categorias analisadas pela
AC Nielsen – Fantasia Ovos, Snacks, Frutos Secos Cobertos,
Pastilhas, Fantasia Outras Figuras, Outros Tipos – não vão além
de um total combinado de 58,6 milhões/€, apresentando
comportamentos oscilantes entre si, ainda que o ranking não
tenha sofrido alterações em termos de posicionamento desde o
ano transacto.
É nesse sentido que os Ovos Fantasia
repetem o terceiro lugar do
ranking, pautando-se a sua
performance pela estabili -
dade ao apresentar taxas de
crescimento de 4% em valor
(18,1 milhões/€) e de 4,2%
em volume (589 mil kg), en -
quanto no período homólogo do
ano transacto expunha quebras de
0,5% em valor. Lógica inversa pode
ser aplicada aos snacks de choco late que, apesar de continuarem
no quarto lugar da tabela, apresentam fortes reduções na procura,
com quebras de 11,3% em volume e 4,6% em valor, equivalente
a uma facturação de 14,9 milhões/€.
Já os Frutos Secos Cobertos “fecham” o ranking das categorias
analisadas que facturam acima dos 10 milhões/€, ao apresentar
uma das melhores performances deste universo com cresci -
mentos de 1,9% em volume e de 9,1% em valor. Prestação que
vem em linha com o comportamento já evidenciado no mesmo
período de 2008 e que dava, então, conta de uma subida de
4,9% em valor e 3,7% em quantidade. Nesse sentido, é não só
apenas possível verificar que o segmento continua a reforçar
posição nos hábitos de consumo dos portugueses, como apre -
sentou uma valorização de 7,2% no preço médio praticado.
Pastilhas, Fantasia Outras Figuras, assim como a categoria defi -
nida pela AC Nielsen como “Outros Tipos” encerram as contas
deste universo, com facturações que não vão além dos 6,6
milhões/€ alcançados pelas pastilhas, um formato ainda em
crescimento no nosso país como o demonstram os números
deste ano e que dão conta de uma evolução das vendas em valor
de 2,6%. Já a cate goria entendida como Fan ta sia Outras Figuras
está em quebra, devido à evidente pre ferência pelos Ovos, um
produto com perfil semelhante e com maior aceitação por parte
dos consu mido res, en quan to a categoria “Outros Tipos” de
chocolate repete a melhor performance deste ranking, ao crescer
a dois dígitos em ambos os indicadores. Claro está que esta
designação engloba uma enorme quantidade de referências e
formatos dispersos, o que lhe confere alguma dimensão. Ainda
que seja, naturalmente, de ressalvar os crescimentos a dois dígitos
em ambos os indicadores, caso cada vez mais raro no mercado
alimentar, mas que este segmento repete pelo segundo ano
consecutivo. Resta saber como vai evoluir nos próximos exercí -
cios, ao saber-se de antemão a preferência dos portugueses pelos
formatos tradicionais, mas que não retira valor ao esforço de
diversidade e inovação que a indústria tem vindo a apresentar ao
longo dos últimos anos. E será com todo o inte resse que iremos
acompanhar a progressão da sua performance no equilíbrio entre
as quantidades vendidas e riqueza gerada, sendo que, de uma
forma geral, o mercado apresenta uma valorização dos preços
médios praticados, isto antes da chegada da quadra natalícia.
Será, seguramente, interessante observar mais tarde o modo
como evoluiu ao longo do próximo exercício.
Os bombons continuam a
liderar o mercado, com
este formato a ser
responsável por 37% das
vendas em valor deste
universo, ao gerar
aproximadamente 59
milhões/€ de riqueza,
isto sem ainda
contabilizar as vendas
alusivas à época natalícia
e num período em que se
observou um ajuste nos
preços praticados na
ordem dos 3%. Muito por
força de uma subida das
vendas em valor em 1,7%
e de uma quebra dos
volumes introduzidos no
mercado na ordem dos
1,6%. Nada que venha
pôr em causa o equilíbrio
deste mercado, mas que
concorre para reforçar a
ideia de que o preço
médio dos chocolates
está a aumentar
36
MERCADONº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
Se os últimos Censos concluíram que dos 10
milhões de habitantes, mais de oito milhões têm
mais de 18 anos, o mais simples exercício de
aritmética pode determinar que, todos os anos,
pelo menos um português consome uma garrafa de vinho Porta
da Ravessa.
Mas se o exercício não passa disso mesmo e apenas pretende
demonstrar a real dimensão e grandeza da marca Porta da
Ravessa, a verdade é que mais de 20 mil garrafas são abertas
diariamente em Portugal e no estrangeiro. Na imbatível relação
qualidade-preço reside o segredo do sucesso de um vinho que
marcou e alterou o paradigma do panorama vínico nacional.
A história remonta há 20 anos e, curiosamente, sob um mau
prenúncio... A vindima de 1989 esteve longe de ser uma grande
colheita em termos de volume, mas ainda assim, a Adega de
Redondo teve a ousadia e a visão de seleccionar algumas dezenas
de milhares de quilos de uva para uma marca nova. Nasceu então
o primeiro VQPRD alentejano, a que, na altura, foi dado o nome
de Porta da Ravessa e as 130 mil garrafas que, em 1990, um
tanto timidamente começaram a aparecer nas prateleiras dos
pontos de venda e nas mesas de refeições, rapidamente passaram
a milhões.
Rendidos à excelente relação qualidade-preço, os portugueses
rapidamente elegeram o Porta da Ravessa como o seu vinho de
eleição, ao ponto da organização independente Superbrands ter
considerado a marca como uma das 50 mais importantes no
mercado nacional: “Uma supermarca é aquela que oferece aos
seus consumidores uma vantagem emocional e física signifi -
cativa, acima da sua concorrência, vantagem essa que é desejada
(conscientemente ou não) pelos seus clientes, que a reconhecem
e estão dispostos a pagar por ela!”
Volvidas duas décadas, nem a incrível proliferação de rótulos ou
a conjuntura económica impedem que, todos os anos, saiam da
linha de engarrafamento do maior produtor da sub-região de
Redondo mais de oito milhões de garrafas, entre versões tinto,
branco e, desde 2006, rosé. No entanto, o decréscimo de pro du -
ção verificado nas vindimas dos últimos dois anos vai ter reflexos
nos volumes de vendas, com algumas produções a poderem não
satisfazer totalmente a procura. O Porta da Ravessa branco, por
exemplo, desde Agosto que sofria da ruptura de “stocks”, o que
obrigou a que a colheita de 2009 chegasse ao mercado apenas
dois meses depois do término da vindima...
Números e curiosidades de mercado daquela que é uma das
marcas incontornáveis do panorama vínico nacional, agora a
comemorar 20 anos de história. Um percurso que só um número
muito restrito de marcas consegue percorrer, sobretudo com os
índices de sucesso associados ao Porta da Ravessa.
37
PUBLIREP
ORTAGE
Nº20 |
NOVEM
BRO/DE
ZEMBRO
2
Há 20 anos assumiu-se como o primeiro vinho V.Q.P.R.D. alentejano, com umas “insignificantes” 130
mil garrafas, mas, hoje, são mais de oito milhões as que, todos os anos, chegam aos pontos de venda.
Uma história de sucesso de uma marca incontornável: Porta da Ravessa.
comemora 20 anos
38
REPORT
AGEM
Nº20 |
NOVEM
BRO/DE
ZEMBRO
2009
Com uma rede comercial espalhada por Portugal, Brasil e, mais recentemente, Angola, a Rui Costa Sousa &
Irmão tem vindo a reforçar a sua presença comercial noutros destinos, complementares à presença no
mercado nacional, onde disponibiliza as marcas Alta Qualidade e Sr. Bacalhau. Com uma unidade produtiva
de tecnologia de ponta a nível mundial, este operador da Gafanha da Nazaré prepara-se para replicar os
seus conhecimentos na arte de processar bacalhau no continente americano. Um projecto ainda sem data,
mas já equacionado, e que vai ditar o reforço da aposta na exportação.
TEXTOBruno Farias
39
REPORTAGEMNº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009Há 30 anos presente no negócio do bacalhau
seco, foi apenas em 2006 que a Rui Costa Sousa
& Irmão se estreou no segmento do bacalhau
demolhado ultracongelado. Uma decisão que
surgiu da necessidade de acompanhar as mais recentes tendên -
cias do mercado e que levou ao investimento de 10 milhões/€
numa nova unidade fabril, capaz de assegurar a capacidade
produtiva da empresa em território nacional, gesto que constitui
“uma excepção nesta área de negócio em particular. Este é o
único modo de assegurar que o produto é processado à nossa
maneira e de acordo com os nossos parâmetros de qualidade”
recorda Rui Costa e Sousa, Presidente do Grupo Rui Costa e
Sousa & Irmão.
Data que marcou o arranque de uma nova etapa na vida desta
empresa de índole familiar, mas que assenta a sua actividade
numa estrutura profissional, composta por pessoas conhecedoras
do mercado – caso do director industrial Gonçalo Guedes Vaz –
e com base na própria experiência pessoal do seu proprietário,
Rui Costa e Sousa, que acompanha de perto a evolução do
projecto, sempre atento às oportunidades de negócio que possam
advir do mercado e muito próximo da sua equipa de trabalho.
Uma maneira própria de ser de quem acredita que só vale a pena
trabalhar com qualidade. “Só vale a pena trabalhar com
qualidade, essa foi a linha que orientou o nosso investimento, e
os resultados estão à vista de todos, pelo que só posso falar em
êxito no que é referente a este novo projecto. Não só devido às
excelentes condições de produção, como também graças ao
know-how da nossa equipa que assegura a qualidade e consis -
tência do produto final. Nenhuma empresa no Mundo trabalha
como nós nesta área de negócio”, assume, sem preconceitos,
Rui Costa e Sousa, que acrescenta: “O feedback do mercado tem
sido de tal forma favorável que estamos a equacionar, para
breve, um novo investimento noutra unidade produtiva, uma vez
que temos necessidade de reforçar a nossa capacidade de
resposta, de modo a honrarmos todos os compromissos que
temos actualmente em mãos. Quem trabalhar com qualidade e
lealdade tem futuro em qualquer mercado”.
Novo investimento que terá por base o mesmo padrão quali -
tativo, linha orientadora do negócio da RCS&I e que tem levado
esta empresa a afirmar-se em outros mercados externos através
de representações directas, casos do Brasil, e, mais recentemente,
Angola. Destinos complementares à actividade da empresa no
seu mercado de origem, Portugal, que serão reforçados a curto
prazo, não existindo, todavia, uma decisão final relativamente à
localização da nova unidade fabril, dividindo-se as suas possíveis
localizações entre Portugal e o Brasil. O que, a acontecer, permi -
tirá ao Grupo reforçar o seu posicionamento e aumentar as taxas
de penetração nesta região (América do Sul e Latina) com perfil
histórico e cultural muito próximo dos hábitos de consumo dos
portugueses. “Acredito que o bacalhau ultracongelado é o futuro,
uma vez que as mulheres portuguesas têm cada vez menos
tempo para estar em casa, pelo que o produto sendo bom e de
qualidade, permite oferecer aos portugueses um produto de exce -
lência, como era feito há 30, 40 anos atrás. Trata-se de um
produto que tem, no mínimo, quatro a seis meses de sal, e é
processado com todos os trâmites de qualidade, pelo que ante -
cipo renovados motivos de sucesso”, adianta Rui Costa e Sousa.
“Os formatos de conveniência vieram reforçar a aproximação
entre o produto tradicional e a nova geração. A conveniência é
a chave do sucesso, mas é obrigação da indústria recuperar todas
as características que notabilizaram o bacalhau como iguaria
gastronómica, pelo que há necessidade não defraudar as
expectativas destes consumidores que, ao adquirirem estes
formatos, pretendem encontrar um produto que lhes traga a
memória a forma como os seus avós faziam bacalhau”, explica
Gonçalo Guedes Vaz, director industrial da Rui Costa Sousa &
Irmão.
CONCORRÊNCIA
Ainda que o mercado alimentar tenha apresentado ao longo dos
dois últimos exercícios uma significativa proliferação das marcas
próprias - à qual o negócio do bacalhau também não escapou
ileso - a Rui Costa e Sousa & Irmão continua a apresentar índices
de crescimento, não se verificando um abrandamento da sua
facturação que ronda, actualmente, os 70 milhões/€. Isto num
ano em que se verificou uma quebra generalizada dos preços
médios praticados, com claro reflexo nos volumes comercia -
lizados, mas onde a RCS&I reforçou as oportunidades de negócio,
ao alargar a sua carteira de clientes. Um facto que o responsável
máximo do Grupo resume de forma pragmática: ”Quem nos
conhece, conhece a nossa fábrica e sabe o que somos capazes de
oferecer ao mercado”.
O que se deve à força das suas duas marcas – Alta Qualidade e
Sr. Bacalhau –, activos que permitem a esta casa “estar presente
em todo o lado”. Consciente de que os grandes volumes de
compra actualmente vêm da distribuição moderna, é mediante a
sua forte implementação no mercado que a RCS&I se assume
como um dos maiores operadores do negócio de bacalhau em
Portugal, “ao possuirmos uma carteira de clientes vasta, desde o
maior ao mais pequeno, uma política que não mudou em 30
anos e que continua a prevalecer ainda hoje”, acrescenta.
“Há um canal que nos é muito grato, o Horeca, porque tem a
particularidade de o cliente do nosso cliente ser ele o grande juiz
do nosso produto. Ao ter uma clientela fiel e que não vai procurar
esmagar o preço para ganhar margem e não vaio abdicar na
qualidade. Esse é o nosso compromisso”, garante Gonçalo
Guedes Vaz.
A disponibilidade de formatos, a par da qualidade, é outro dos
trunfos da RCS&I que apresenta na sua gama um conjunto diver -
sificado de referências, adequadas a todo o tipo de necessidades
de consumo. Em suma, os formatos ultracongelados vieram
permitir uma maior democratização do acesso a um produto
inatingível para muitas bolsas, ainda que ao longo do último ano
se tenha verificado uma positiva redução dos seus preços médios.
“Nem todos os consumidores podem ser clientes de lombo, por
isso é que existe um conjunto de sub-famílias que disponibilizam
diferentes partes do mesmo animal, com preços distintos e de
elevada versatilidade para as necessidades individuais dos vários
tipos de consumidores”, reforça o director fabril da RCS&I.
FUTURO
De olhos postos no amanhã, a RCS&I assume-se atenta a outros
mercados, considerando o seu presidente que a empresa já
“cresceu em Portugal o que tinha a crescer, pelo que temos que
olhar para outros mercados e reforçar os nossos níveis de
exportação. Os EUA surgem como um mercado apetecível nesse
sentido, pelo facto de ser um destino onde existe um imenso
número de imigrantes portugueses, brasileiros e latinos, e nós
temos de estar presentes onde há consumo”, assume Rui Costa
e Sousa.
Os EUA são, assim, o mais recente destino onde a empresa
procura reforçar a sua presença através de uma representação
directa e que irá consolidar a presença do Grupo no continente
americano. Uma meta a ser atingida a curto prazo (tal como o
projecto da nova fábrica), ainda que sem data definida, uma vez
que o projecto está equacionado mas apenas terá luz verde de
acordo com determinados preceitos conside rados preponderantes
para esta nova etapa: controlar o processo produtivo a montante
e ter staff com formação e competência, de modo a poder
disponibilizar-se um produto acabado com toda a qualidade que
a RCS&I já habituou o mercado. O interno e, agora, os externos,
com todo o sabor português através de um dos principais
embaixadores da gastronomia nacional: esse senhor, conhecido
como bacalhau.
De olhos postos no
amanhã, a Rui Costa
Sousa & Irmão assume-se
atenta às oportunidades
de negócio decorrentes
dos mercados externos,
onde prevê, a curto
prazo, a implementação
de uma unidade
produtiva que permita
reforçar os níveis de
penetração das suas
marcas fora de portas. A
aposta recairá no
continente americano,
permanecendo, todavia,
ainda a dúvida
relativamente à sua
localização final, com as
possibilidades a
dividirem-se entre o
Brasil e os EUA. Dois
mercados altamente
atraentes em termos de
níveis de consumo e
bastante apreciadores das
características do fiel
amigo, processado à
maneira portuguesa
40
REPORTAGEM
Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
42
MERCAD
O
Nº20 |
NOVEM
BRO/DE
ZEMBRO
2009
Espumantes
em ambos indicadores
O mercado nacional de espumantes voltou a apresentar sinais de crescimento, ao subir
4% em volume e 1,7% em valor. Cifras suficientes para que este mercado ultrapasse os
33 milhões/€ de facturação, em muito motivado pelas categorias mais acessíveis deste
universo, caso dos Astis e Moscatos, assim como dos Espumantes. Em claro declínio
encontra-se o Champanhe, sinónimo de gosto requintado e custo elevado. Demasiado
para as bolsas dos portugueses antes da chegada da época de festa rija.
SOBEMTEXTODuarte Cunha
43
MERCADO
Nº20 | NOVEMBRO/D
Sem grande surpresa, os espumantes continuam
a liderar o mercado nacional de vinhos espu -
mosos, tendo, inclusive, reforçado a posição no
período analisado e com clara tendência para ser
refor çada à medida que a quadra natalícia se aproxima e a
comunicação dos produtos típicos da época sobe de tom. Certo
é que não há natal sem bacalhau, chocolates e espumantes, ou
“champanhe” como tanto os consumidores nacionais gostam de
chamar sem que isso se reverta na compra do produto corres -
pondente à designação empregue. Se assim fosse, a quebra de
16,3% em valor e 18,5% em quantidade não teria razão de ser,
apresen tando, certamente, as vendas de champanhe em território
nacional números mais animadores do que os 3,2 milhões/€ em
valor, equivalente a pouco mais de 100 mil unidades comercia -
lizados. Demasiado pouco para um produto de alto calibre, mas
compreensível em função do ciclo económico em que se vive e
que concorre para evidentes efeitos de substituição em variadas
categorias do universo alimentar. Os vinhos espumosos não são
excepção, não só em função da existência de alguma oferta já
disponível e que passa por espumantes, astis e moscatos, cavas
e champanhe, assim como pela paleta de preços ao dispor do
consumidor, naturalmente proporcional à oferta disponível, onde
o preço tende a ditar regras.
Não é que esta seja a única justificação para o actual cenário
deste mercado, mas temos que ter consciência da sua evidente
evolução, em grande parte promovida pelas marcas nacionais
que, através da elevação do produto e do packaging, souberam
introduzir progressivamente os espumantes nos hábitos de
consumo dos portugueses. São exemplo concreto dessa realidade
as renovações de gama da Fita Azul, Raposeira, Caves Montanha,
entre outros, que através de um maior equilíbrio na relação
qualidade/preço e na diversificação da oferta mediante as oca -
siões de consumo conseguiram introduzir, de forma progres si va,
no cabaz de compras dos portugueses, sendo, ainda, frequente no
portfólio de muitos produtores de vinho de maior ou menor
dimensão haver pelo menos uma referência de espumante. O
que se facilmente se percebe em função dos mais de 20
milhões/€ de facturação, assim como das taxas de crescimento
anuais entre os 5% e os 6% em ambos os indicadores. Maior
consumo, fruto de uma maior oferta disponível, mas, acima de
tudo, de um maior forcing em termos de comunicação e de
marketing que têm levado à sua presença em mais ocasiões de
consumo do que as tradicionais, sendo hoje um complemento
habitual de algumas refeições. Ao todo, são mais de 5 milhões de
unidades por ano colocadas no mercado, que é o mesmo que
dizer que os espumantes representam, nada mais, nada menos,
do que 67% das vendas em volume e 65% das vendas em valor
deste universo.
Uma posição hegemónica e bastante consolidada, apresentando-
se a capacidade de distribuição das principais marcas do mercado
como um ónus para o seu crescimento e forte implementação
nos hábitos de consumo dos portugueses, regra geral, bastante
fiéis neste tipo de escolhas. Ainda que haja uma palavra a dizer
para a performance dos Astis e Moscatos que, no conjunto,
representam 25% e 31%, respectivamente, das vendas em valor
e volume deste mercado, tendo apresentado no período em
análise crescimentos de 3,3% em valor e 2% em quantidade.
Ou seja, apesar de ser claramente uma segunda escolha, esta
categoria apresenta, desde há alguns anos, sinais de estabilidade
no consumo, sinónimo de uma franja de consumidores bastante
apreciadores do seu perfil adocicado e leve e que leva a que seja
o segundo maior segmento deste universo. Uma posição que não
deixa de ser honrosa para quem teve o mérito de praticamente
abrir este mercado em termos de mentalidade de consumo, ao
demonstrar que, dentro de uma família de produtos, é possível
apresentar perfis alternativos de produtos, adequados a todas as
ocasiões de consumo e sem perder a linha original de produto.
Com a aproximação das festividades natalícias será possível
comprovar o reforçar destas posições, observando-se, ainda, um
incremento das unidades comercializadas, ao saber-se o quanto
os portugueses gostam de fazer um “tchim-tchim” com um bom
vinho espumante. À votre santé!
TOTAL PORTUGAL - ESPUMANTES
Vendas Valor Valor (%) Vendas Volume Volume (%)Vinho Espumante (UN.75) 33,261,093 1.7 8,629,077 4.0Astis e Moscatos 8,466,065 3.3 2,692,878 2.0Champagne 3,280,841 -16.3 100,436 -18.5Outros 21,483,870 4.6 5,817,202 5.8Vinho Espumoso 30,317 -34.5 18,561 -44.0
FONTE: AC Nielsen Ano Móvel S 2009 41
Estimado em mais de 30
milhões/€ ano, o mercado
nacional de vinhos
espumosos não apresenta
grandes novidades antes
da chegada da quadra
natalícia, época do ano
onde os volumes colocados
no mercado conhecem um
interessante impulso.
Liderado pelos
Espumantes, este mercado
apresentou, no período
analisado, um incremento
das vendas em valor na
ordem os 1,7% e de 4%
em volume, o que diz bem
do retorno que têm,
actualmente, junto dos
consumidores, fruto de
uma maior oferta
disponível e de um
importante equilíbrio
entre preço e qualidade,
que leva a que o consumo
de espumantes não seja
apenas associado a
momentos de celebração
Adega Mayor lançaReserva doComendador Branco2008Das vinhas que desenham a paisagem
em torno da Adega Mayor nasceram
os frutos que deram origem ao mais
recente branco da Adega de Campo
Maior – o Reserva do Comendador
2008. Trata-se de um vinho regional
alentejano, resultante de uma
escolha cuidada de uvas das castas
Antão Vaz, Roupeiro e Arinto, que
fermentou e estagiou seis meses em
barricas novas de carvalho francês e
americano, com sistema de
battonage sobre
as borras finas
presentes na
mesma. O
resultado foi
um néctar de uma grande intensidade
aromática, juventude e frescura, que
promete abrilhantar os diferentes
momentos de convívio.
Recentemente, o Reserva do
Comendador 2008 foi
apresentado no XVIII Concurso
“Os Melhores Vinhos do
Alentejo”, promovido pela
Confraria dos Enófilos do
Alentejo, onde venceu a talha
de ouro do Melhor Vinho
Branco. O novo Reserva do
Comendador 2008 vai
estar disponível em
locais como garrafeiras e
lojas gourmet, com um
preço de venda ao
público recomendado de
16€.
Companhia dasQuintas Pegos ClarosGarrafeira 2005 Produzido na Herdade de Pegos
Claros, a unidade do universo
Companhia das Quintas
localizada entre as regiões
de Palmela e do Alentejo,
acaba de chegar ao mercado
o Pegos Claros Garrafeira
2005 – um tinto DOC
Palmela que enaltece e
honra os melhores
atributos da casta
Castelão potenciados
pela experiência e saber
dos enólogos João
Corrêa e Nuno do Ó.
Topo de uma gama que
é complementada pelo
Pegos
Claros Tinto, o Garrafeira 2005
resulta de um processo de vinificação
assente nos métodos mais
tradicionais - colheita manual, pisa a
pé e fermentação em lagares de
pedra – tendo estagiado 24 meses
em pipas de carvalho francês.
Com uma cor granada e um teor
alcoólico de 14,6%, este tinto de
qualidade apresenta um carácter
complexo com notas de fumo e
minerais, tendo as groselhas e o café
como pano de fundo. Na boca é
encorpado e simultaneamente
aveludado, com boa acidez,
merecendo ainda destaque o final
bastante longo.
Comercializado pela PortuVinus, que
distribui em exclusivo todos os
vinhos da Companhia das Quintas, o
Pegos Claros Garrafeira 2005 chega
ao mercado com um preço
recomendado de €15, tendo o Pego
Claros Tinto de entrada na gama o
preço de €4.
Vinhos da Aliançapremiados pela WineEnthusiastOs vinhos Quinta dos Quatro Ventos
Reserva 2006 (Douro) e Quinta da
Terrugem 2006 (Alentejo), da
Aliança – Vinhos de Portugal, foram
galardoados com 92 e 91 pontos,
respectivamente, pela prestigiada
revista norte-americana Wine
Enthusiast.
Parafraseando a publicação sobre o
Quinta dos Quatro Ventos Reserva
(Douro) 2006, composto pelas
castas Touriga Nacional, Touriga
Franca e Tinta Roriz, “trata-se de um
vinho impressionante, conseguido
pelo francês Pascal Chatonnet e pelo
enólogo da Aliança, Francisco
Antunes. O poder da fruta é
equilibrado por
notas tostadas da madeira onde
estagiou, acidez, especiarias e
taninos doces”.
Quanto ao Quinta da Terrugem 2006
apresenta-se atraente no aroma,
onde as notas profundas de frutos
maduros, chocolate e
alguns fumados lhe
conferem complexidade.
Na boca apresenta rigor,
onde os taninos elegantes
e bem enquadrados
pela acidez fazem deste
vinho cheio de fruta,
um vinho poderoso,
longo e persistente. No
que a castas se refere, é
composto por Alicante
Bouschet, Aragonez e
Trincadeira Preta.
Novo Esporão ReservaTinto 2007O novo Esporão Reserva Tinto 2007
acaba de ser lançado, um vinho
distinto e equilibrado, com rótulo
exclusivo do artista José Pedro Croft.
Memorável pelo seu sabor
envolvente, Esporão Reserva Tinto
2007 tem na boca uma textura
sedosa e taninos bem fundidos, que
lhe conferem grande riqueza e
complexidade. É um vinho indicado
para acompanhar desde a
complexidade dos assados de carnes
vermelhas, até aos queijos
amanteigados, passando pela
simplicidade de uma bruscheta de
carne ou presunto. O nariz é
elegante, sugerindo frutos do bosque,
com ligeiro toque floral, bem
integrado com madeira nova, sendo o
visual límpido, de cor grená.
Agora com uma nova identidade
visual, o Esporão Reserva Tinto 2007
conta ainda com rótulo do artista
plástico José Pedro Croft, numa
aliança entre o vinho e a arte que
desde 1985 representa o carácter
único da marca Esporão. O artista
inspirou-se na complexidade de
aromas, sabores e cores que
diferenciam o vinho Esporão Reserva
para criar um rótulo exclusivo, de
desenho geometrizado e
policromático.
À venda nos
melhores
supermercados e
garrafeiras
especializadas
entre 16 e 18€.
44
VINHOS
Nº20 |
NOVEM
BRO/DE
ZEMBRO
2009
Altas QuintasObsessão 2004Altas Quintas Obsessão é um
vinho único que será produzido
apenas em anos de características
excepcionais, como foi o de
2004 para Altas Quintas. Numa
produção limitada, este topo
de gama revela a essência de
Altas Quintas: o saber, o
carisma e a obsessão por
nada menos do que um
grande vinho. Produzido a
partir das castas Alicante
Bouschet e Trincadeira,
colhidas manualmente e
seleccionadas duas vezes,
este vinho atravessou um
paciente processo de
maceração a frio, um
longo estágio em barricas
novas e
mais de 3 anos de amadurecimento
em garrafa, que lhe conferiram uma
forte estrutura e um equilíbrio
distinto.
De cor granada profunda, Obsessão
apresenta um aroma complexo e
intenso com curiosas notas de frutos
negros, fumo de charuto e tosta e
uma leve sugestão a especiarias. Na
boca, o paladar releva-se,
apresentando a frescura típica dos
vinhos Altas Quintas, com um final
longo e aliciante.
Produzido numa quantidade muito
reduzida, Altas Quintas Obsessão é
um néctar em 3.350 garrafas
numeradas que reflecte a obsessão
da marca pela excelência dos seus
vinhos. Altas Quintas Obsessão Tinto
2004 está disponível nos habituais
canais de distribuição e grandes
garrafeiras por um P.V.P.
recomendado de 50€.
Herdade das ServasReserva 2004O vinho Herdade das Servas Reserva
2004 foi galardoado com 90 pontos
na edição do Library Collection 2009
do International Wine Challenge. A
divulgação dos resultados foi feita
pela prestigiada
magazine internacional Financial
Times. O concurso, estreado este
ano, pretende nomear os melhores
vinhos com 10 e 5 anos de idade
tendo em conta as suas capacidades
de envelhecimento.
Trata-se de um Tinto regional
alentejano, da região de Estremoz,
composto pelas castas Touriga
Nacional (25%), Cabernet
Sauvignon (40%), Alicante Bouschet
(15%) e Aragonês (20%).
Conseguido pela equipa de enologia
composta por Luís Mira e Tiago
Garcia, apresenta cor rubi escuro,
aroma a frutos pretos bem maduros,
sugerindo compotas, integrados com
algumas especiarias. De sabor
intenso, complexo e aveludado,
conta com taninos redondos e
robustos, que lhe garantem
longevidade.
Entre outras distinções, já arrecadou
a Medalha de Ouro nos concursos
Mundus Vini (Alemanha), Concurso
Nacional de Vinhos Engarrafados e X
Concurso de Vinhos ACIC, e ainda a
Medalha de Prata no Decanter World
Wine Awards 2009.
Vale D’AlgaresSelection TintoDepois do Selection Branco (colheita
de 2008) é a vez do novo Selection
Tinto (colheita de 2007) vir reforçar
a presença da Vale D’Algares num
segmento de mercado mais exigente,
com uma gama que pretende situar-
se entre o seu Guarda Rios e o
patamar mais elevado da Marca
(Viognier).
O novo Selection Tinto é um vinho
Regional do Tejo, do qual foram
produzidas 6.400 garrafas a partir
das castas Merlot e Touriga Nacional,
distribuídas por uma área de 3,5
hectares de vinha, num vale de solos
argilo-calcários.
As castas – Merlot (60%) e Touriga
Nacional (40%) – são sujeitas a
maceração a frio (48 horas a cinco
graus centígrados) e a fermentação
alcoólica em lagares de pedra e
balseiros de carvalho francês durante
10 dias. O estágio é feito em barricas
novas de carvalho francês, durante
14 meses. O teor
alcoólico é de 14,5º.
O Selection Tinto é
distribuído junto das
principais garrafeiras,
lojas gourmet e
restaurantes de
referência de
norte a sul do
país, em garrafas
de 0,75 L e
comercializado
nos pontos de
venda a um P.V.P.
recomendado de
15,50€.
45
VINHOSNº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
Quinta Nova lançaTopos de GamaA Quinta Nova de Nossa Senhora do
Carmo apresenta ao mercado os seus
novos néctares, resultado visível do
trabalho desenvolvido na sua terceira
vindima. No caso, os topos de gama
Douro da colheita de 2007, vinhos
de grande personalidade e que
chamam a atenção da crítica para o
trabalho feito nesta casa duriense.
Quinta Nova Grande Reserva 2007
(Vinha Velha e Touriga Nacional),
Quinta Nova Touriga Nacional 2007,
Quinta Nova Reserva 2007 (Vinha
Velha, Touriga Nacional, Tinta Roriz,
Tinta Amarela e Touriga Franca) são
os vinhos do Douro propostos por
esta casa que, ao nível dos Vinhos do
Porto, disponibiliza ainda o Vintage
2007 (Vinha velha com
mais de 60 castas
tradicionais).
“O caminho na selecção
dos lotes foi apenas um:
qualidade extrema. Do
clássico Reserva ao Grande Reserva,
as quantidades inicialmente
planeadas foram diminuídas até
atingirmos um trabalho sério e
consistente”, sublinha Luísa Amorim,
Administradora da empresa.
A aposta na consistência e na
qualidade em torno da produção de
vinhos clássicos que seguem as
tendências do mercado exprime de
forma especial o terroir característico
da propriedade com 85 ha de
vinhedos de letra A, evidenciando
uma personalidade e uma elegância
únicas nos vinhos Quinta Nova de
Nossa Senhora do Carmo, que se
revela nesta quadra festiva através
do lançamento destas novas
propostas Premium.
A Arsys, empresa especialista em serviços
de Internet, encontra-se a comercializar no
mercado nacional um dos seus mais
recentes produtos: as soluções de E-
Commerce. Trata-se de uma útil ferramenta
de gestão de um loja on-line, que permite
que qualquer PME possa alargar o seu
leque de canais de comercialização de
forma fácil, imediata e com reduzidos
custos de manutenção. Alberto Calvo,
Directo de Comunicação da Arsys,
apresenta-nos esta solução.
Uma lojade portas abertas
24 HORASTEXTODuarte Cunha
46
TECNOLOGIA
Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
Uma lojade portas abertas
24 HORAS
47
TECNOLOGIA
Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO
Grande Consumo - O que é o Plano E-
Commerce? Em que reside?
Alberto Calvo - As nossas soluções de e-
commerce (E-Commerce e Reservas on-line)
são aplicações de venda online que permitem que qualquer
Pequena e Média Empresa lance a sua loja na Internet,
independentemente do sector em que se encontra, dos seus
conhecimentos tecnológicos ou do seu budget. As aplicações
online são baseadas em tecnologia de cloud computing, como
tal, oferecem vários serviços dependendo das necessidades dos
clientes.
GC -Que vantagens acarreta este serviço? Em que
modalidades se encontra disponível?
AC - A grande vantagem é que integra várias soluções e
aplicações que são necessárias para vender na Internet: sistemas
de catálogo, edição de conteúdos, blogs, diferentes meios de
pagamento e unidades monetárias, integração com serviços de
correios, ferramentas de marketing, etc... E tudo isto por um
pequeno pagamento mensal que permite controlar as despesas
ao máximo. Desta forma, as PME’s não se têm de preocupar
sobre tecnologias ou das outras opções de venda; apenas têm de
se concentrar em aumentar as suas vendas.
GC - Que aceitação está a ter por parte dos operadores
nacionais?
AC - O mercado português é constituído na sua maioria por
PME’s e profissionais liberais. As tecnologias evoluíram e, graças
às aplicações online, o e-commerce está ao alcance de qualquer
PME, que pode ter a sua própria loja online com um pequeno
investimento mensal.
Cada vez mais, e graças aos serviços dos planos de E-Commerce
e de Reserva On-line, muitas pequenas empresas estão a começar
a considerar a Internet como um novo canal de vendas no qual
podem oferecer os seus produtos.
GC - Que custo envolve a sua implementação?
AC - Por menos de 15€ por mês, qualquer companhia pode ter
a sua própria loja on-line. Este serviço está também disponível
em duas versões mais avançadas e com mais capacidade,
também a um preço acessível para todas as companhias (29.90
€/mês e 49.90 €/mês).
GC - Que tipo de serviços/sectores de actividade são
susceptíveis de adoptar este serviço?
AC - Todos os tipos de clientes e sectores estão a adoptar estes
serviços. Temos companhias no sector do turismo, um sector em
que as vendas on-line são estáveis, e também PME’s que, até
agora, estavam apenas a vender na sua área local, mas agora
decidiram expandir o seu negócio através da Internet. De um
modo geral, sãs as tradicionais PME’s que vêem nesta aplicação
a melhor opção para começar a vender através da Internet sem
dificuldades.
GC - É possível a sua incorporação com outros serviços
on-line, como, por exemplo, site próprio?
AC - Absolutamente, e não apenas para um web site, como
também em blogs, fóruns ou qualquer outra ferramenta. Nós, os
fornecedores do serviço, estamos continuamente a actualizar
estas aplicações com novos serviços, para que os clientes não se
tenham de preocupar. Os updates já estão contemplados no
preço mensal.
GC - Que requisitos em termos de TI implica a sua
aplicação, como, por exemplo, servidor próprio?
AC - Essa é exactamente um das principais vantagens: o
investimento inicial em servidores ou infra-estruturas IT adicio -
nais era necessário. Estas aplicações estão hospedadas nos
nossos servidores e os nossos clientes não têm de estar a
preocupar com tráfego gerado ou consumido nos seus sites, pois
os recursos são incluídos no serviço sem custo adicional.
GC - Que vertentes do negócio estão presentes neste
serviço? Vendas, marketing, catálogos, etc.?
AC - Os planos de E-Commerce e Reservas On-line incluem
muitos serviços: sistemas de catálogo e comercialização em
diversas línguas e unidades monetárias, ferramentas de fideli -
zação, gestão de conteúdos para notícias, blogs e fóruns,
certificados de confidencialidade, encriptação SSL, diferentes
meios de pagamento, integração com serviços de correios,
newsletters, etc.
GC - Que perspectiva apresenta a evolução deste
negócio em Portugal?
AC - A Arsys é um dos principais fornecedores de serviços
Internet no mercado Europeu e Portugal é um dos nossos mer -
cados internacionais preferidos. Apesar da conjuntura económica,
que está a afectar todos os países, tanto as companhias como as
instituições públicas estão bem cientes da importância do
investimento em Tecnologias de Informação e Comunicação, que
não devem ser esquecidos nestes tempos. No decorrer dos
últimos anos, foram adoptadas várias iniciativas para reforçar a
competitividade do País, trazendo as TIC para mais perto das
PMEs, que são o principal motor da economia, e também do
sistema educacional, que é um investimento a longo prazo e
necessário. É por esta razão que Portugal está a demonstrar um
crescimento importante em serviços tecnológicos.
ARSYS EM NÚMEROS
Com mais de 650 mil domí -
nios registados e mais de 225
mil clientes, a Arsys, espe cia -
lista em serviços de Internet,
ocupa actualmente a primeira
posição no mercado ibérico de
registo de domínios e de
alojamento web e encontra-se
nos primeiros lugares do sec -
tor na Europa.
A empresa tem como principal
objectivo facilitar a presença
das PMES’ e dos profissionais
individuais na Internet. A
Arsys conta com uma equipa
de mais de 270 profissionais
e presta serviços de Internet
em mais de uma centena de
países através da arsys.pt,
arsys.es e arsys.fr.
reforça papel da marcaBarcelona acolhe, de 22 a 26 de Março, a 18.ª edição da Alimentaria Barcelona. Certame
que se realizará inteiramente no recinto da Gran Vía da Feira de Barcelona e que procura
apresentar um conjunto de actividades que visem trazer valer acrescentado à
participação das mais de 5 mil empresas que irão ocupar mais de 94 mil m2 de área de
exposição. O papel da marca como factor qualidade, diferenciação e notoriedade estará
em foco na maior feira alimentar que se realiza na Península Ibérica.
ALIMENTARIA
TEXTOBruno Farias
48
FEIRA
Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009
2010
A cidade condal, Barcelona, prepara-se para
receber a principal feira alimentar da Península
Ibérica e que, em período de crise, procura
constituir um fórum de exposição, aprendizagem
e de divulgação e partilha de conhecimentos. Com um modelo de
negócio perfeitamente definido e replicado em outros destinos
dentro e fora da Europa, a Alimentaria Barcelona procura estar
em linha com a produção nacional, ao “assumir uma perspectiva
realista e ajustada à actual conjuntura económica”, explica Jose
Antonio Valls, Director-Geral Adjunto da Alimentaria Exhibitions.
Ajuste às necessidades do mercado que trouxe a concentração da
feira num mesmo espaço de modo a assegurar a participação de
empresas participantes, conduzindo, igualmente, a reflectir sobre
os moldes da sua participação, ao ajustar a suas necessidades à
actual conjuntura económica vivida não só Espanha, como em
todo o Mundo. Deste modo, a organização do certame procura
estimular a participação empresarial mediante a possibilidade de
estar presente com stands mais reduzidos. De acordo com as
previsões da organização, são esperadas 5 mil empresas que
ocuparão um total de 94.500 m2 de área de exposição, na qual
se inclui a superfície destinada às múltiplas actividades paralelas
contempladas no âmbito da edição 2010 da Alimentaria
Barcelona.
Este adaptação surge não só do feedback recebido da indústria
interna, como do próprio impacto comercial da própria feira,
ponto de encontro entre fabricantes e compradores de todas as
partes do Mundo, uma vez que, na última edição, mais de 20%
dos 150 mil visitantes presentes no salão eram procedentes do
estrangeiro, percentagem que atinge os 30% no caso das
empresas expositoras, esperando-se, ainda, um aumento de 2%
no número de expositores procedentes de fora de portas.
É, igualmente, evidente o esforço da organização para reforçar o
cariz internacional da feira, numa clara perspectiva de aposta na
internacionalização como meio para sair da crise que assola a
economia espanhola e que irá levar a que a despesa pública em
2011 seja na ordem dos 61%, ainda assim abaixo da estimada
para Portugal. Nesse sentido, a organização da Alimentaria
Barcelona encontra-se a levar a cabo um ambicioso plano de
promoção externa – em conjunto com a Federação Espanhola
de Indústrias de Alimentos e Bebidas – de modo a alargar o leque
de representatividade estrangeira no salão.
Reajuste de alguns aspectos decisivos para o sucesso do modelo
de negócio, sobretudo em tempo de crise, e que se irá estender
até ao salão de Lisboa, em 2011, onde já é conhecida a decisão
de condensar num mesmo certame a Alimentaria e a Horexpo.
Uma decisão que tem por base as dificuldades por que passa a
indústria nacional, assim como a intenção de reforçar os motivos
de interesse para visitantes nacionais e internacionais.
MODELO
A 18.ª edição da Alimentação Barcelona, e além da aposta na
internacionalização, terá como estandarte a força das marcas
como meio de inovação e de diferenciação. Ao longo dos 15
salões do certame será possível observar um claro foco nas
marcas de fabricante, uma aposta que tanto tem de oportuna
como de necessária.
É nesse sentido que actividades como o salão Innoval, ponto de
encontro entre as marcas e a inovação e verdadeiro cluster de
novas ideias, o Fórum Internacional da Alimentação, o espaço
Sabores de Espanha, ou propostas clássicas como o
BCNVanguardia, o Congresso Internacional de Gastronomia, o
Congresso Internacional da Dieta Mediterrânica, ou a final do III
Concurso de Cozinheiro do Ano voltarão a fazer parte das
actividades paralelas da Alimentaria, que procura, também aqui,
reforçar o nível de conhecimento disponibilizado ao visitante.
É nesse sentido que a aposta volta a recair numa segmentação
muito séria da oferta alimentar, aprofundada ao longo de mais
de 30 anos, com a intenção de responder a todas as necessidades
dos respectivos sectores representados. A segmentação e a
especialização da oferta levam a que este modelo seja valorizado
pelos visitantes e empresas expositoras.
Em suma, 15 salões, um conjunto de actividades paralelas diri -
gidas e uma grande aposta na valorização das marcas são os eixos
de acção da próxima Alimentaria Barcelona que, em período de
crise, irá apresentar ao expositor novas formas de estar presente
num salão que procura, cada vez mais, proporcionar às empresas
participantes soluções e tendências focadas no consumidor,
interveniente cada vez mais decisivo no comportamento e evolu -
ção do mercado alimentar. Em qualquer parte do Mundo.
Quinze salões, um
conjunto de actividades
paralelas dirigidas e uma
grande aposta na
valorização das marcas
são os eixos de acção da
próxima Alimentaria
Barcelona que, em
período de crise, irá
apresentar ao expositor
novas formas de estar
presente numa
manifestação que
procura, cada vez mais,
proporcionar às empresas
participantes soluções e
tendências focadas no
consumidor,
interveniente cada vez
mais decisivo no
comportamento e
evolução do mercado
alimentar. Em qualquer
parte do Mundo
49
FEIRANº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009SALÕES
A Alimentaria 2010 é composta pelos seguintes salões:
Alimentação Ecológica
Congelexpo
Expobebidas
Expoconser
Intercarn
Interlact
Interpesca
Intervin
Mundidulce
Multiproducto
Olivaria
Restaurama
Vegefruit
Pavilhão das Autonomias
Premium (produtos gourmet e gastronomia de alta gama)
O PLEDGE Portugal foi assinado pelas prin -
cipais empresas da Indústria Agro Alimentar
(IAA) presentes no nosso país, nacionais e
multinacionais e, no essencial, transporta
para o mercado português o compromisso já assumido pela
IAA no âmbito europeu há cerca de dois anos, com a
iniciativa EU-PLEDGE. O compromisso agora assumido
pelos principais players da IAA nacional consiste num acordo
de auto-regulação, no âmbito do qual as empresas se
comprometem em não veicular mensagens de natureza
publicitária para menores de 12 anos (nas plataformas de
Rádio, TV, Imprensa e Internet), e a não promover iniciativas
de natureza comercial em escolas de primeiro ciclo.
Cerealis, Coca Cola, Danone, Ferrero Ibérica, Gelpeixe,
Nobre, Iglo, Kellogg’s, Kraft Foods, Mars, Continente, Nestlé,
Orangina Schweeps, Parlamalat, Pepsico Matutano,
Pescanova, SCC, Unicer, Sumol+Compal, Sovena e Unilever
Jerónimo Martins foram alguns dos nomes que assinaram
este compromissos da indústria alimentar sobre Alimen -
tação, Actividade Física e Saúde, na acções de publicidade
e marketing dirigidas a crianças. Estas importantes medidas
de auto-regulação adoptadas pelas empresas da IAA cons -
tituem um apoio da indústria às políticas europeias e
nacionais de luta contra a obesidade, devendo ser adoptadas
em 2010 – apesar de já serem observadas em Portugal por
algumas das signatárias, devido ao compromisso a nível
europeu com a EU-PLEDGE.
Destaque-se ainda que o PLEDGE Portugal tem como
motivo adicional de credibilidade a criação de um sistema
de monitorização do efectivo cumprimento do compromisso
assumido publicamente pelos signatários. Em complemento,
o documento prevê também que seja feita a comunicação
periódica dos resultados dessa monitorização, que será
assegurada, também a partir de 2010, por uma entidade
independente.
Jorge Henriques, Presidente da FIPA, salientou mais esta
iniciativa do sector, no âmbito da responsabilidade social,
que “pelo perfil e dimensão dos signatários, deverá ter
impacto em mais de metade do mercado publicitário do
sector. Só por aqui podemos avaliar bem o empenho do
sector e a sua aposta na transparência da sua comunicação
com o consumidor”.
Indústria Agro-Alimentar
assinou compromisso
histórico em
Portugal
50
A FECHAR
Nº20 | N
OVEMBRO/
DEZEMBRO
2009
A FIPA, Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares, e a APAN,
Associação Portuguesa de Anunciantes, promoveram a assinatura do acordo PLEDGE
Portugal, durante o III Congresso da Indústria Portuguesa Agro-Alimentar, que teve
lugar no passado dia 5 de Novembro no Convento do Beato, em Lisboa. Trata-se de
um importante passo para a regulação do modo como a publicidade a menores de 12
passará a ser feita no país.