Grafismo Infantil - Marita Redin

Post on 19-Jul-2015

8.325 views 0 download

Transcript of Grafismo Infantil - Marita Redin

1

O DESENHO INFANTILO DESENHO INFANTIL

marita martins redinmarita martins redin

maritar@brturbo.com.brmaritar@brturbo.com.br

2

O D E S E N H O IN F A N T IL O D E S E N H O IN F A N T IL

“ P o r e m m o v im e n t o P o r e m m o v im e n t o

. . p a la v r a s e im a g e n s t o d o s . . p a la v r a s e im a g e n s t o d o s

o s u s o s d a p a la v r a a o s u s o s d a p a la v r a a

. . t o d o s n ã o e x a t a m e n t e. . t o d o s n ã o e x a t a m e n t e

p o r q u e t o d o s s e ja m p o r q u e t o d o s s e ja m

, a r t is t a s m a s p o r q u e, a r t is t a s m a s p o r q u e

. n in g u é m é e s c r a v o ” . n in g u é m é e s c r a v o ”

,1 9 7 3R O D A R I,1 9 7 3R O D A R I

3

- , E x p r e s s a r s e a t r a v é s d o t r a ç o- , E x p r e s s a r s e a t r a v é s d o t r a ç o

, , , d a c o r d o m o v im e n t o d o s o r r is o d o , , , d a c o r d o m o v im e n t o d o s o r r is o d o

. . c h o r o D e s c o b r ir a p o s s ib il id a d e d e. . c h o r o D e s c o b r ir a p o s s ib il id a d e d e

. d e ix a r m a r c a s n o m u n d o P o d e r s e r . d e ix a r m a r c a s n o m u n d o P o d e r s e r

, c r ia n ç a e n q u a n t o n ã o h o u v e r o, c r ia n ç a e n q u a n t o n ã o h o u v e r o

. . .c o m p r o m is s o d e s e r a d u lt o . . .c o m p r o m is s o d e s e r a d u lt o

E x e r c e r o d ir e it o à a le g r ia e t e r E x e r c e r o d ir e it o à a le g r ia e t e r

a p o s s ib il id a d e d e s o n h a r e f a z e r a p o s s ib il id a d e d e s o n h a r e f a z e r

a c o n t e c e r u m m u n d o p r ó p r io e p le n o a c o n t e c e r u m m u n d o p r ó p r io e p le n o

.d e s e n t id o s e s ig n if ic a d o s .d e s e n t id o s e s ig n if ic a d o s

4

■ “DES ENHAR É ATIVIDADE LÚDICA, REUNINDO, COMO EM TODO JOGO, O AS PECTO OPERACIONAL E O IMAGINÁRIO. TODO O ATO DE BRINCAR REÚNE ES S ES DOIS AS PECTOS QUE S ADIAMENTE S E CORRES PONDEM. A OPERACIONALIDADE ENVOLVE O FUNCIONAMENTO FÍS ICO, TEMPORAL, ES PACIAL, MATERIAL, AS REGRAS ; O IMAGINÁRIO ENVOLVE O PROJETAR, O PENS AR, O IDEALIZAR, O IMAGINAR S ITUAÇÕES .”

■ Edit De rdyk

Desenhar

5

A CRIANÇA

PEQUENA EXPLORA

DIVERSOS TIPOS DE

RISCOS, ENTRE ELES

O PONTO, A LINHA

RETA , A LIHA CURVA,

LINHAS

SOBREPOSTAS,

LAÇADAS,

ZIGUEZAGUES OU

ONDULADOS

6

Os rabiscos ou garatujas

Primeiras tentativas

■ exploração do espaço, dos movimentos■ prazer cinético■ falta de focalização do papel■ Movimentos controlados■ repetição■ variação da intensidade, direção, repetição■ prazer de registrar■ prazer motor aliado ao prazer visual

7

O caminho das formas se faz experimentando. O caminho das formas se faz experimentando. Depois de fechado o “círculo” traços repetidos em Depois de fechado o “círculo” traços repetidos em direções diferentes, ou ordenados, ajudam a identificar direções diferentes, ou ordenados, ajudam a identificar algumas formas. algumas formas.

8

A forma

■ As crianças percebem, repetem e lembram rabiscos que sugerem formas

■ Do todo, indiferenciado, nasce o mundo das formas

■ A forma pode ser associada ou não à uma figura

■ As formas se relacionam, se justapõem, se sobrepõem, se repetem.

■ Bolinhas enfileiradas, uma bola grande cheia de bolinhas, pontinhos que se agrupam, cruzinhas que se sobrepõem...

9

O grafismo surgido é mágico: quando a mão para, as linhas não acontecem.

Aparecem, desaparecem

■ A percepção se torna aguçada

■ Dos rabiscos surgem as formas básicas:Com uma só linha: círculos, ovais, retângulos, triângulos..Com repetições: vários círculos, cruzes, xis

10

Repete as Repete as formas até formas até sentir-se sentir-se segura da segura da descobertadescoberta

11

A criança elabora seus A criança elabora seus desenhos:desenhos:

■ Do rabisco descontrolado ao Do rabisco descontrolado ao rabisco controlado.rabisco controlado.

■ Do rabisco nomeado ao rabisco em Do rabisco nomeado ao rabisco em formato.formato.

■ Da forma com um traço até à Da forma com um traço até à junção das formas descobertasjunção das formas descobertas

12

13

Conhecidas? Nem sempre.Conhecidas? Nem sempre.

O imaginário faz a ponte!O imaginário faz a ponte!

14

As formas se relacionam, se justapõem, se completam..

Bolinhas enfileiradas, círculos maiores, círculos menores; cruzes, traçados em forma de xis....

15

Figuras de bolinhas etc... Scaner da transparência

16

O círculo:O gesto circular é inerente ao homem:

pertence ao coletivo, é um gesto arquetípico

O aparecimento do círculo é o aparecimento da forma fechada

17

■ Diferenciação entre o mundo interior e exterior, dentro- fora, aberto- fechado, eu- outro

18

Figura de círculo

Aparecem os círculos concêntricos, os

círculos cruzados, as “mandalas”( círculo

mágico):Junção de círculos

com outros elementos

■ Aparece o asterisco: sol, primeira simbolização da criança

19

■ Adaptação da “mandala” para desenvolver a figura humana:

Relação entre pensamento, realidade e formas

20

• Os raios formam Os raios formam braços e pernas, com braços e pernas, com base no círculobase no círculo• Os braços saem da Os braços saem da cabeça, evolução do cabeça, evolução do círculo cruzadocírculo cruzado• No início, o círculo é No início, o círculo é o homem, não a o homem, não a cabeça dele. Tudo o cabeça dele. Tudo o mais é enfeitemais é enfeite• A criança não A criança não representa a figura representa a figura humana com humana com realismo, e sim realismo, e sim simboliza algumas simboliza algumas coisas que sabe delacoisas que sabe dela..

21

Eis que surge! Eis que surge! Figura humana? Figura humana? Bicho? Sol?Bicho? Sol?

A C R IA N Ç A A P R E N D E A D E S E N H A R A P A R T IR D E S U A S

P R Ó P R IA S P E S Q U IS A SG R Á F IC A S

22

23

24

As experiências ampliam as As experiências ampliam as possibilidades de representaçãopossibilidades de representação

25

Nas suas pesquisas:

■ Utiliza a cor emocionalmente, pelo prazer

26Explora combinações possíveis de traçoExplora combinações possíveis de traço

27

O desenho é O desenho é flexível, flexível, variável, pode variável, pode ser ser transformadotransformado

28

Utiliza formas Utiliza formas geométricas geométricas para compor para compor suas suas representaçõesrepresentações

29

Procura Procura meios meios

inéditos de inéditos de representar representar

o mundoo mundo

30

•Procura o Procura o esquema esquema

corporal básicocorporal básico

31

Não tem preocupação com representações reais

32

A representação do A representação do

espaço ainda não espaço ainda não

segue a lógica do segue a lógica do

adultoadulto

33

Cada criança chega a Cada criança chega a um conceito de um conceito de

pessoa. E esquema pessoa. E esquema básico é repetido.básico é repetido.

34

35

O esquema próprio

Repete símbolosRepete símbolos

Cria um esquema Cria um esquema próprio (conceito, próprio (conceito, síntese sobre as síntese sobre as coisas)coisas)

Enriquece e ou desvia Enriquece e ou desvia o esquema:o esquema:

36

37

38

Procura Procura relacionarrelacionar a cor com o real a cor com o real

características:

39

•Descobre relação entre cor e objeto, Descobre relação entre cor e objeto, repetindo, mesma cor, para o mesmo repetindo, mesma cor, para o mesmo

objeto.objeto.

40

•Exagera ou omite coisas ou partes Exagera ou omite coisas ou partes importantesimportantes

41

• Descobre novas relações espaciais - linha de base, céu, chão...

42

•Desenho decorativo: usa intencionalmente a repetição ou alternância para decoração

43

Utiliza combinação de linhas retas, curvas e Utiliza combinação de linhas retas, curvas e perpendiculares para enriquecer o desenhoperpendiculares para enriquecer o desenho

44

45

46

•Transparência: Transparência: Desenha como se os Desenha como se os

objetos fossem objetos fossem transparentestransparentes

47

•Rebatimento: Desenha os objetos como se fossem vistos de cima.

48

É também chamado de desenho É também chamado de desenho ponta de lápisponta de lápis

49

•Procura diferentes maneiras de representar Procura diferentes maneiras de representar o espaçoo espaço

50

51

Ensaia combinações Ensaia combinações de perspectiva, de perspectiva, combinada com o combinada com o desenho visto de desenho visto de cimacima

52

Enriquece a Enriquece a sua produção sua produção

com com experiências experiências significativassignificativas

53

As experiências significativas possibilitam As experiências significativas possibilitam variações de posição, inclusão de variações de posição, inclusão de movimentos, associação de outros movimentos, associação de outros

simbolos...simbolos...

54

As experiências,As experiências,conhecimentos, conhecimentos,

percepções,percepções, observações,observações, enriquecem enriquecem

cada vez mais cada vez mais a representaçãoa representação

55

O desenho InfantilO desenho InfantilAlgumas características a partir de:Algumas características a partir de:

ARNHEIM, Rudolf. ARNHEIM, Rudolf. Arte & percepção VisualArte & percepção Visual - Uma psicologia da Visão criadora. São Paulo: - Uma psicologia da Visão criadora. São Paulo: Editora Pioneira,1980Editora Pioneira,1980

GLOTON, Robert; CLERO, Claude. GLOTON, Robert; CLERO, Claude. A atividade criadora na criançaA atividade criadora na criança. Lisboa: Editorial Estampa, . Lisboa: Editorial Estampa, 1971 1971

DERDYK, Edith. DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho- desenvolvimento do grafismo infantilFormas de pensar o desenho- desenvolvimento do grafismo infantil. São . São Paulo: Scipione, 1989.Paulo: Scipione, 1989.

FERREIRA, SueliFERREIRA, Sueli. Imaginação e linguagem no desenho da criança. Imaginação e linguagem no desenho da criança. Campinas;SP: Papirus, . Campinas;SP: Papirus, 1998.1998.

FREINET, Celestian. FREINET, Celestian. O método Natural II: a aprendizagem e o desenhO método Natural II: a aprendizagem e o desenho. Lisboa: Editorial o. Lisboa: Editorial Estampa, 1977.Estampa, 1977.

GARDNER, Howard. GARDNER, Howard. As Artes e o desenvolvimento humanoAs Artes e o desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997IAVELBERG, Rosa. IAVELBERG, Rosa. O desenho cultivado da criançaO desenho cultivado da criança. Prática e formação de educadores. Porto . Prática e formação de educadores. Porto

Alegre: Zouk, 2006Alegre: Zouk, 2006LOWENFELD, Viktor e BRITTAIN, W. Lambert. LOWENFELD, Viktor e BRITTAIN, W. Lambert. Desenvolvimento da capacidade criadoraDesenvolvimento da capacidade criadora. São . São

Paulo: Mestre Jou,1970 Paulo: Mestre Jou,1970 MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M.Terezinha Telles. MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M.Terezinha Telles. Didática do ensino de Didática do ensino de

arte- A língua do mundo: Poetizar, fruir e conhecer arte.arte- A língua do mundo: Poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998 São Paulo: FTD, 1998 OAKLANDER, Violet - OAKLANDER, Violet - Descobrindo crianças: a abordagem gestáltica com crianças e Descobrindo crianças: a abordagem gestáltica com crianças e

adolescentesadolescentes. São Paulo, Summus, 1980 . São Paulo, Summus, 1980 PILLAR, Analice DutraPILLAR, Analice Dutra. Desenho & escrita como sistemas de representação. Desenho & escrita como sistemas de representação. Porto Alegre: . Porto Alegre:

Artes Médicas,1996.Artes Médicas,1996.STANT, Margaret. STANT, Margaret. A criança de 2 a 5 anos- Atividades e materiaisA criança de 2 a 5 anos- Atividades e materiais. Rio de Janeiro: F. Alves, . Rio de Janeiro: F. Alves,

1985.1985.SILVA, Walburga Arns da. SILVA, Walburga Arns da. Cala – boca não morreuCala – boca não morreu... 2ª edição. Petrópolis, Ed. Vozes, 1989.... 2ª edição. Petrópolis, Ed. Vozes, 1989.SILVA,Silvia Maria Cintra da. SILVA,Silvia Maria Cintra da. A constituição social do desenho da criançaA constituição social do desenho da criança.Campinas: Mercado .Campinas: Mercado

das Letras, 2002. das Letras, 2002.