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O USO DA RAZÃO ÁUREA NO ENSINO DA MATEMÁTICA
Adilson Silva Chaves1
Cláudia Georgia Sabba2
Resumo
A curiosidade do ser humano promoveu dedicação incansável em codificar a Natureza
que o cercava, a princípio por uma necessidade de sobrevivência e depois por uma questão de
transcendência (D’Ambrosio, 2005). Nesse artigo, os autores tecem algumas reflexões sobre a
possibilidade da utilização harmoniosa das relações entre a matemática, a arte e a natureza,
com objetivo de levantar conhecimentos, que envolvem de um lado a Razão Áurea na
natureza e de outro, a Razão Áurea como conhecimento a ser desenvolvido no processo de
ensino e aprendizagem da matemática. A pesquisa mostra alguns exemplos de como é
possível a realização do trabalho em sala de aula envolvendo a Razão Áurea, abordando
diversos aspectos da natureza. Nesse âmbito, espera-se que com aulas diversificadas, o
professor estimule a curiosidade e a criatividade do aluno, além de poder dar subsídios para
que os docentes possam inspirar suas praticas didáticas.
Palavras-chave: Matemática, Arte, Razão Áurea, Natureza.
1 Aluno de Iniciação Científica e da Graduação do curso de Matemática da Universidade Nove de Julho–UNINOVE. bigadilson13@gmail.com
2 Orientadora da pesquisa de Iniciação Científica e professora do curso de Matemática da UNINOVE, líder do Grupo de Pesquisa e Estudos em Educação Matemática – GPEEM. Professora do Programa de Mestrado Profissional em Gestão e Práticas Educacionais – UNINOVE. cgsabba@gmail.com
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I-Introdução
A matemática é tão importante hoje como foi no surgimento das civilizações antigas.
Nasce da necessidade do homem contar seus rebanhos, mensurar terras e resolver problemas à
medida que estes aparecem. Não é preciso ser graduado em matemática para perceber sua
importância na vida.
Pensando assim como seria possível o desenvolvimento sem aula das ciências,
engenharia, arquitetura, biologia, medicina e mesmo das artes? Não se pode negar sua
importância, e papel no desenvolvimento da humanidade ao longo dos anos. Entretanto
infelizmente ela tem sido muito mal quista pela grande maioria de nossos discentes.
A forma como a matemática vem sendo ensinada na maioria das escolas pouco tem de
sedutora, até mesmo, a culpabilidade imposta aos discentes, que não se interessam pela
disciplina, faz-se injustamente (D’AMBRÓSIO, 2010). A abstração com que se dá a prática
didática do ensino de matemática torna os saberes muito distantes da realidade dos discentes.
Sendo assim, este artigo procurará apontar algumas possibilidades de aprimoramento a
pratica do ensino de alguns conteúdos matemáticos por meio de um número irracional. Não
um irracional qualquer, um muito especial, que tem intrigado há séculos muitos estudiosos
das ciências exatas.
Tal número é considerado até enigmático, místico e também é conhecido, hoje, por
diversos nomes, número de ouro, número áureo, razão áurea, seção áurea e divina proporção.
Aqui, trataremos este número representado pela letra grega Fi (Φ) por Razão Áurea, mas o
que há de tão especial neste número?
Assim como sugere Livio (2011, p.13):
Suponha que eu lhe pergunte: o que o encantador arranjo de pétalas da rosa vermelha, do famoso quadro “O Sacramento da Última Ceia”, de Salvador Dalí, e as magníficas conchas espirais de moluscos e a procriação de coelhos têm em comum? É difícil de acreditar, mas esses exemplos bem díspares têm em comum um certo número, ou proporção geométrica, conhecido desde a Antiguidade.
Como exemplo da Razão Áurea, podemos trazer situações do cotidiano do discente
demonstrando que a matemática está mais próxima e presente do que ele imagina.
É possível observar em diferentes espécies de plantas e flores algumas formas
geométricas. É o caso das maçãs e peras, que quando cortadas no sentido de suas
circunferências, revelam formas de estrelas de cinco pontas na estrutura de suas sementes. As
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quais antes também observadas nas suas flores e em alguns animais espirais logarítmicas
(DOCZI, 2004).
De maneira exata ou aproximada tal número aparece em objetos como cartas de
baralho, cartões postais, cartões de credito e na arte em alguns monumentos e pinturas
famosas, como por exemplo, nas obras de Leonardo da Vinci (ATALAY, 2007).
Como visto até aqui, por meio da Razão Áurea torna-se possível trabalhar com
diversos temas na Educação Básica. Ao fim, o que se espera com este artigo é propiciar uma
pesquisa na qual poderão se apoiar possíveis práticas didáticas relacionadas ao ensino de
matemática.
II-Um pouco da história da Razão Áurea
A Razão Áurea é uma constante irracional, também conhecida na matemática como
razão de ouro, divina proporção, número de ouro, entre outros. A relação do número Fi (Φ)
tem como resultado uma aproximação
igual a 1,618, ou seja, corresponde a:
(1 + √52
= 1,6180339 … ). A história deste
número enigmático e místico aparece
desde a antiguidade (LIVIO, 2011).
No Egito, há suspeitas que a
“Grande Pirâmide”, (figura 1), fosse
construída tendo em conta a Razão Áurea,
tais suspeitas sugiram da afirmação do
historiador grego Heródoto 485-425 a.C.
conhecido como “pai da História”, (apesar de muitos afirmarem, que é bastante improvável
que os egípcios tenham descoberto a Razão Áurea e sua propriedades) assim como reforça
Livio(2011,p.78):
“a historia mostrou que o apelo místico das pirâmides e o “Numerismo Áureo” podem
ser mais forte do que qualquer evidência sólida”.
Os gregos também utilizaram a Razão Áurea em suas obras. Por volta de 447 e 433
a.C., foi construído na Grécia o Parthenon Grego (figura 2), o qual contém a razão áurea nos
Figura 1: Pirâmides de Gizé
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retângulos que formam a fachada na relação (largura/altura), o que revela a preocupação em
realizar uma obra bela e harmoniosa.
Fídias, o escultor e arquiteto, foi o responsável pela construção desta obra e a
designação adotada para este número Fi (Φ) é a inicial de seu nome; sendo que a Razão Áurea
foi utilizada em muitas de suas obras. Este nome foi dado pelo matemático americano Mark
Barr no início século XX.
Os Pitagóricos usaram também a Razão Áurea na construção da estrela pentagonal ou
pentagrama (figura 3). Quando Pitágoras descobriu que as proporções do pentagrama eram a
proporção áurea, tornou este símbolo estrelado como a representação da “Irmandade
Pitagórica”.
Este era um dos motivos que levava Pitágoras a dizer que “tudo é número”, ou seja,
que a natureza surge de padrões matemáticos. Eles não conseguiram exprimir como quociente
entre dois números inteiros a Razão Áurea. Quando chegaram a está conclusão ficaram
espantados, pois isso era contrário à lógica que conheciam e defendiam que fosse chamado de
irracional.
Figura 2: Parthenon
Figura 3: Pentagrama
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Figura 4: Concha do náutilo
A Razão Áurea está totalmente envolvida
na natureza do crescimento, sendo encontrada na
proporção de conchas, por exemplo, do náutilo
(figura 4) e até na relação do número de machos e
fêmeas nas colmeias das abelhas (dividindo o
número de fêmeas pelo número de machos obtêm-
se aproximadamente o número Fi (Φ)).
No crescimento das plantas, nas espirais de
galáxias, nos dentes dos elefantes e nas ondas dos oceanos. Por estar tão frequente na natureza
e no crescimento dos seres, o número ganhou um status de mágico, tornando-se alvo de
pesquisadores, artistas e escritores (LIVIO, 2011).
No corpo humano, são intrigantes as razões nas quais se encontram a Razão Áurea,
quem melhor relacionou as ideias de proporção e simetrias aplicadas à concepção da beleza
humana foi Leonardo da Vinci. Tais proporções foram
bem representadas pelo “Homem Vitruviano” (figura
5), alguns exemplos: na altura do corpo humano pela
medida do umbigo até o chão, entre a altura do crânio
e a medida da mandíbula até o alto da cabeça, a
medida do ombro à ponta do dedo e a medida do
cotovelo à ponta do dedo, entre outros. “O mais sábio
e o mais nobre dos mestres é a própria natureza”
escreveu Leonardo da Vinci um dos maiores gênios da
história, como artista, cientista, matemático e
engenheiro (Vinci apud Atalay, 2007, p. 117).
III-Calculando a Razão Áurea
Antes de mostrar uma das formas de se calcular a razão áurea, é comum se deparar
com o segmento áureo ou razão extrema e média. Segundo Livio (2011), a Razão Áurea
aparece na obra “Os Elementos” do matemático Euclides de Alexandria, por volta de 300 a.C.
Uma definição mais compreensível está no livro VI .
Nas palavras de Euclides: “Diz-se que uma linha reta é cortada na razão extrema e
média quando, assim como a linha toda está para o maior segmento,o maior segmento está
para o menor.” (Euclides apud Livio 2011, p.14).
Figura 5: HomemVitruviano
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Em outras palavras obtemos um segmento de reta qualquer AB (figura 6), e um ponto
C entre AB, pode-se dizer que o segmento AB está dividido em razão extrema e média se ACAB
=CBAC , ou seja, o segmento todo está para o segmento maior assim como o segmento maior
está para o menor.
A partir da definição da razão extrema e média temos: ACAB =
CBAC . Seja AC o
segmento áureo de AB. Se AB=a, AC=b e CB=a-b, então, pela definição ba =
bab−
.
Se o produto dos meios é igual ao produto dos extremos, então: b.b = a.(a – b) ⇔ b2
+ ab – a2.
Calculando pela fórmula de Báskara para encontrar o valor de “a” e, desprezando a
raiz negativa, temos que:
a =2
)15( +b , ou ainda: 2
)15( +=
ba = 1,61803398.= Φ (Extrema Razão).
Ao calcularmos o inverso da razão entre os segmentos, temos:
2)15( −
=ab = 0,6180339... = φ (Média Razão).
Esta é uma das demonstrações de se obter a razão áurea como foi apresentado em
Livio (2011). Como pode se observar por meio desta demonstração alguns conceitos
matemáticos envolvidos, cabe a docente explorar os conteúdos matemáticos que foram
utilizados e explora-los junto com os discentes reforçando tais conceitos, por exemplo:
números irracionais, proporção e equações entre outros.
IV- Explorando o Retângulo Áureo
O retângulo áureo é um dos retângulos mais utilizados pelo homem. Ele emprestou sua forma
a cartões de credito, a crachás e outros objetos que usamos. Pode ser trabalhado em sala de
aula, pois sua construção é simples.
Figura 6: razão extrema e média
7
Figura 7: construção do Retângulo Áureo
Por essa característica possibilita o ensino, utilizando a relação do seu lado pela sua base, para
mostrar a existência da Razão
Áurea. Uma construção simples é
mostrada através da figura 7.
Partindo de um quadrado
ABDC, devemos em seguida
determinar o ponto F, ponto médio
entre o seguimento CD, traçamos
então, uma diagonal de F a B e
prolongamos o seguimento CD
para determinar um ponto G.Neste
ponto G traçamos uma reta
perpendicular e prolongamos AB.
Assim determinamos o ponto H como mostra a (figura 7) assim obtemos o Retângulo Áureo
AHGC.
O retângulo menor formado BHGD é áureo, tal como AHCG e sucessivamente
repetindo este processo infinitamente (figura 8), como afirma Livio (2011, p.103):
“Continuando este processo ad infinitum, produziremos Retângulos Áureos cada vez
menores (cada vez com dimensões “deflacionadas” por um fator (Φ))”.
O Retângulo Áureo por expressar estética e beleza, teve grande influência na
arquitetura e na arte. Na Grécia destaca-se o Parthenon (figura 2) por expressar tamanha
beleza, contendo a Razão Áurea, assim como afirma Atalay (2007, p. 99) “Tanto a fachada
leste quanto a fachada oeste do Parthenon formam retângulos áureos, ou seja, apresenta entre
altura e comprimento a razão Φ”.
Figura 8: Retângulo Áureo
8
Leonardo da Vinci fez parte do Renascimento italiano, artista, cientista e inventor um
grade gênio, que relacionava a arte e ciência e nesse processo criava obras maravilhosas
(ATALAY, 2007). Além de ser um estudioso de matemática (SABBA, 2004). Por exemplo,
umas das mais conhecidas “Monalisa”, que apresenta a aplicação de retângulos áureos em
torno de seu rosto e corpo como pode ser visto na figura 9.
Outro exemplo da utilização de retângulos áureos é O sacramento da última ceia de
Salvador Dali. As dimensões do quadro estão em uma Razão Áurea, formando um retângulo
áureo e, os homens ajoelhados à frente representam o ponto de divisão áurea (LIVIO, 2011).
Ainda pode ser visto a parte de um dodecaedro acima da mesa, que possui ligação direta com
a Razão Áurea (figura10).
Do aqui exposto, estes são alguns dos modelos onde é possível verificar a existência,
são apenas algumas amostras de onde encontramos a Razão Áurea.
Nos dias de hoje, pode ser encontrado em muitos objetos do dia a dia, o que sugere ao
docente uma boa opção de atividade, por exemplo, propor aos discentes uma atividade
investigativa, onde eles meçam e verifique a razão entre cartões de crédito, documentos de
identidades, capas de livros, cadernos até mesmo janelas e portas entre outros. Em seguida,
podem fazer uma analise dos resultados, para confirma se tais objetos possuem a Razão Áurea
ou se aproxima dela.
V-A Razão Áurea no corpo humano
Leonardo da Vinci representou de forma bela o desenho do Homem Vitruviano (figura
5), que hoje encontra na Galleria dell’Accademia, Venesa. Segundo Marcus Vitruvius Pollio,
Figura 9: Monalisa Figura 10: Sacramento da Última Ceia
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(70-25 a.C.) o ponto central do corpo humano é o umbigo, e se um homem se deitar de costas
para o chão e estender as mãos e pés e centrar um compasso no umbigo, e descrever uma
circunferência os dedos de suas mãos e pés irão tocar o circulo descrito (LIVIO,2011).
Leonardo com obsessiva exatidão escreveu mais de oitocentas páginas para descrever
a proporcionalidade do rosto para depois passar para o resto do corpo. Alguns exemplos
conforme Atalay (2007, p.131), descritos por Leonardo são:
A distância entre a fenda da boca e a base do nariz é um sétimo do rosto. [...]. A distância entre a boca e abaixo do queixo será um quarto do rosto da boca, assemelhando-se à largura da boca [...]. A distância entre o queixo e a base do nariz será metade do rosto. Se dividirmos em quatro partes iguais o comprimento total do nariz (ou seja, desde a ponta até a junção com as sobrancelhas),veremos que a parte inferior corresponde à distância entre acima das narinas e abaixo da ponta do nariz.
Um possível exemplo de que Leonardo usou a Razão
Áurea na sua arte está em um desenho de “uma cabeça de
ancião”, feito a lápis por volta de 1490, mas por se tratar de um
desenho com linhas feitas de modo grosseiro não pode ser
efetivamente comprovado , como mostra a figura 12.
Assim como Leonardo da Vinci outros artistas também
se interessaram pela Razão Áurea. O arquiteto e pintor Le
Corbusier (Charles-Édourd Jeanneret, 1887-1965) foi um
grande defensor da Razão Áurea, teve grande influência na
arquitetura moderna. Na busca de uma proporção padronizada,
ele criou um sistema proporcional chamado “Modulor” (figura12).
Figura 11: “cabeça de ancião”
Figura 12: Modulor
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O Modulor foi criado seguindo proporções humanas, uma vez que Le Corbusier
acreditava que ele serviria como um modelo de padronização, que forneceria proporções
harmoniozas a tudo e que variaria desde tamanhos de gabinetes e maçanetas a edifícios e
espaços urbanos. As caracteristicas do Modulor foram bem descrevidas por Livio (2011,
p.198):
Um homem mendindo seis pés (cerca de 1,83 m ), parecendo um pouco com o familiar logotipo do “ Homem do Michelin”, com seu braço erguido (até uma altura de 2,26 m). A razão entre a altura do homem (183 cm) e a altura de seu umbigo (no ponto médio de 113 cm) foi escolhida precisamente em uma Razão Áurea.A altura total(dos pés até o braço levantado) também estava dividido em uma Razão Áurea (em 140 cm e 86 cm ) no nivel do pulso de um braço solta para baixo.
Le Corbusier utilizou na prática em alguns de seus projetos, por exemplo, no layout
urbano de Chandigarh, na Índia, em quatro prédios gornamentais, um Parlamento, uma
Suprema Corte e dois museus .
VI-A Razão Áurea na natureza
Na natureza, a Razão Áurea está ligada ao
crescimento, de várias espécies de plantas e animais. Os
numéros da sequência de Fibonacci depois de descobertos,
passaram a surgir de maneiras diversas na natureza, por
exemplo, na botânica temos a filotaxia que é a parte que
estuda a disposição das folhas nos caules. As folhas e galhos
crescem de uma maneira que aproveitem melhor sua
exposição ao sol, chuva e ao ar como mostra figura 13
(LIVIO,2011).
Mas o que a ligação da sequência de Fibonacci tem
em comum com a Razão Áurea? Se analisarmos a sequência
1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55... .Veremos como reforça Livio
(2011, p.121) que “ a razão entre dois números sucessivos de Fibonacci oscila em torno da
Razão Áurea (sendo alternadamente maior e menor), mas se aproxima cada vez mais dela.” Figura 13: disposição de galhos
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A Espiral Áurea é um desses exemplos da Razão Áurea na natureza, foi descrita por
Jacques Bernoulli(1654-1705) pesquisador associado a Razão Áurea e também ficou
conhecida também com espiral logarítmica, cujo nome deriva da maneira de como raio da
espiral aumenta, quando se afasta do centro sem
alterar sua forma, tal característica é conhecida
como auto-similaridade (figura 14).
Na natureza, as espirais logarítmicas são
mais comuns do que imaginamos, por exemplo,
o casco do Náutilo (figura 4), os chifres dos
carneiros (figura15), galáxias (figura 16) as
presas do elefante, são exemplos de espirais
logarítmicas. Lembrando que está espiral não é a mesma da Espiral Arquimediana, pois nesta
a distância entre os rolamentos é a mesma (LÍVIO, 2011).
Uma observação curiosa, pode ser vista nos
girassóis, as espirais cruzadas (figura 17) formadas pelo
arranjo dos flósculos, percebe-se padrões de espirais tanto
no sentido horário quanto anti-horários.
O número de espirais varia conforme o tamanho
do girassol, os mais comuns possuem 34 espirais em um
sentido e 55 no outro e estes valores são razões entre
Figura 14: Espiral Áurea
Figura 16: Espirais em galáxias Figura 15: Espirais em chifres
Figura 17: Espirais cruzadas
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números de Fibonacci. Em determinadas flores, o arranjo de pétalas também são formadas por
números de Fibonacci, é o caso das margaridas-do-campo a maioria possui 13, 21 e 34 pétalas
(LIVIO, 2011).
O Razão Áurea também está presente em flores que apresentam forma de um
pentágono, todas flores que possuem cinco pétalas. Outro exemplo, são as maçãs e peras,
quando cortadas no sentido de sua circunferência, revelam a estrela pentagonal na estrutura de
suas sementes, herdada do padrão original antes encontrado na suas flores como é possível
observa na figura 18 (DOCZI, 1990).
Considerações finais
Neste artigo, foi apresentado uma pequena amostra das inúmeras possibilidades de
explorar a Razão Áurea no âmbito escolar, por ser este tema bastante amplo e digno de
pesquisas mais aprofundadas.
Na realidade escolar notamos a cada dia, certo desprendimento e desinteresse pela
disciplina de matemática, este trabalho visou mostrar aos docentes algumas possibilidades de
se trabalhar com a matemática e a arte de maneira estimulante, podendo apresentar aulas mais
agradáveis, participativas e de maior palatabilidade pelos discentes.
Por meio deste tema de pesquisa, é possível fazer uma relação histórica da matemática
desde antiguidade até a atualidade com a Razão Áurea, pois ela está presente na natureza, em
objetos, enfim, muito próxima a nós, nas coisas mais simples, sem que percebamos e com isso
Figura 18: Flor da macieira, maçãs e peras e flor do loganbery
13
esperamos despertar o interesse dos discentes por tratar de assuntos tão diversos e curiosos
aliados aos cálculos matemáticos.
Nesse sentido podemos afirmar que a Razão Áurea encantou o homem desde o século
V a.C., e ainda hoje prende a sua atenção e curiosidade por expressar tamanha beleza,
cabendo ao docente buscar aspectos e fundamentos desta relação para serem trabalhados pelos
discentes.
Esperamos que as explicações discorridas no presente artigo possam aguçar a
curiosidade e a busca pelo conhecimento mais aprofundado do tema, e que este singelo artigo
possa auxiliar os docentes nas atividades relacionadas ao tema, não com a pretensão de ser um
manual de consulta, mas sim um ponto de partida para novas experiências nessa disciplina tão
bela e tão importante que é a matemática, presente em nossas vidas desde as atividades mais
simples, até as mais complexas de nosso cotidiano.
Referências bibliográficas
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HUNTLEY, H. E. A Divina Proporção: Um Ensaio Sobre a Beleza na Matemática. Tradução de Luís Carlos Ascêncio Nunes. Brasília: Universidade de Brasília, 1985.
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Figura1disponível em:
http://www.google.com.br/search?q=piramides+de+gize&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei
=49ZuUe_mHoyo9gSR_oDAAQ&ved=0CAoQ_AUoAQ&biw=1366&bih=643 (acessado
em17/04/13 horário 12h31min)
Figura 2 disponível em:
http://www.google.com.br/search?q=parthenon&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=a8duUb
SoKo3O9ATg9oCIDg&ved=0CAoQ_AUoAQ&biw=1366&bih=643 (acessado em 17/04/13
horário 14h00min)
Figura 4 disponível em:
http://www.google.com.br/search?q=concha+nautilus+fibonacci&source=lnms&tbm=isch&sa
=X&ei=I9huUdLoOYLu9AT6wYCoCA&ved=0CAoQ_AUoAQ&biw=1366&bih=643
(acessado em 17/04/13 horário14h10min)
15
Figura 5 disponível em:
http://www.google.com.br/search?q=homem+vitruviano+resumo&source=lnms&tbm=isch&s
a=X&ei=SNduUe_eIJLY9QS404C4Dg&ved=0CAoQ_AUoAQ&biw=1366&bih=643
(acessado em 17/04/13 horário 12h54min)
Figura 9 disponível em:
http://www.google.com.br/search?q=monalisa&aq=f&um=1&ie=UTF-
8&hl=ptBR&tbm=isch&source=og&sa=N&tab=wi&ei=qMZuUdz0LoSc9QSgkIBw&biw=1
366&bih=643 (acessado em 17/04/13 horário 13h00min)
Figura 10 fonte: ATALAY (2007, p. 169)
Figura 11 fonte: LIVIO (2011, p. 189)
Figura 12 fonte: LIVIO (2011, p. 198)
Figura 13 fonte: LIVIO (2011, p. 130)
Figura 15 fonte: ATALAY (2007, p. 167)
Figura 16 fonte: ATALAY (2007, p. 167)
Figura 17 disponível em:
http://www.google.com.br/search?hl=ptBR&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=1517&
bih=714&q=espiral+girassol&oq=espiral+girassol&gs_l=img.12 (acessado em 29/04/13
horário 15h00min)
Figura 18 fonte: DOCZI (1990, p. 6)