Post on 22-Feb-2018
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3/260
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4/260
\-y^)
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5/260
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6/260
7/24/2019 glaura
7/260
G
L
A
U
P>.
A:
POEMAS
ERTICOS^
D
E
MANOEL
TGN
\CIO
DA
SILVA
ALVARENGA^
charel
pela
Univerfldac^e
de
Coim^
br
a
,
e
Trofeffor
de
Rhetorica
no
Rio de
Janeiro.
,
Na
a
r
ca
dt
a,
ALCINDO
PJLMIRENO:
%#
LISBOA:
Na
Offtcna
Nunestana,
ANNO
M.
PCCC,
Com
licetica
da
Mefa
do
rifmbargo
do Pa:
7/24/2019 glaura
8/260
>-..
^
12
'
iH2i1968
7/24/2019 glaura
9/260
AVISO
DO
EDITOR.
P,
Erfundido
de
que
o
Pblico
cftimar
os
Poemas
Erticos
,
que
lhe
oFereo
,
me
refolvi
a
pr
na frente
o
nome do
Poeta
para
fatisfazer
curioidade
dos
Leito-
res.
Eila liberdade
,
que
tomei
poder
ofraiiJer
a
hum
Amigo
que
me
confiou
,
como
em
egre-
do
,
a fua
Qbra ;
mas eu
tive
juf-
tos
motivos
,
que
me
ho
de def-
culpar
5
efperando
,
que
o
acolhi-
mento
das peToas intelligenies
lhe
fera
de mais pezo
,
do
que os
vos
cfFeitos
de
huma
delicadeza
dema-
fiada. Aflim p^deTe
eu
dar
luz
cu'
trs muitas
Compoies,
que
vi,
do
Tiefmo
Au61:or,e
que
provavelmen-'
te
fero
viclimas
do
feu
degcfto
a
ii
7/24/2019 glaura
10/260
Digitized
by
the
Internet
Archive
in 2010 with
funding from
University of Toronto
http://www.archive.org/details/glaurapoemaserotOOsilv
7/24/2019 glaura
11/260
G
L
AV
R
A:
POEMAS
ERTICOS
DE
HUM
AMERICANO.
Carminibus quaro
miferarum
ob^
Uvia
rerum
:
Premia
ft
ftudio
conjequar
ifla
Jat
ejl,
Ovid.
mBimBmammmnBBmmmmammti.
7/24/2019 glaura
12/260
Aya-pci'.
AdeDs , o
H?:f5
;
que
em
zi
Nas corda?
4^
^
7/24/2019 glaura
13/260
*r ^Kxx9Xr^
'^
^xxxxxxxx.r
**
G
L
A
U
R
Al
POEMAS
ERTICOS.
^
ANACREONTE.
Rondo
L
D
E
teu
canto
a
graa
pura
,
E
a
ternura
no
configj-^
Pois
comigo
a
doce
Lyra
Mal
refpira
os
Jons
de
Amor.
Qiiando as
cordas
lhe
mudalc
C*
feliz
Anacreonte,
Da
Menia
viva
fonte
Efgotalle
o
claro
humor.
O
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14/260
8
Poemas
O
ri|do
lilbngeiro
Delias
agoas
no
efcuro
,
]
Onde
gjeais
dadD
a
Pluto
OgroiTeiro
habitador.
De teii
canto
a graa
pura
,
E
a
ternura
nj
configo
\
Vois
conigo
a doce Lyra
Mal
rejpira
os
Jons de
Anior,
Nele
bofque
degraado
Mora
o
dio
,
e
vil
fe
nutre
Magra
Inveja,
negro
Abutre;
Esfiiimado
,
e
tragiidor,
Nao excita meus
afFelos
Gnido
,
Paplios
,
nem
Cythra
:
Vejo
a
Serpe
,
ouo
a
Pantlira.
.
,
Oh.
que
objsdos
de
terror
De
7/24/2019 glaura
15/260
E
RO
T
I
G OS.
De
teu
cfi^o
a
graa
pura
^
E
a
ternura
n,o
cunftgo
\
Pois
comigo
a
doce
Lyra
Mal
rejpira
os
fons
de
Amor*
Cruel
etta
pafTador
Mc
conlbme
pouco
a
pouco
,
E
no peito
frio
, e
rouco
A
alma chora
, e
crefce
a
dr.
Surda
morte neles ares
Enlutada
,
e
trile
vejo
,
E
le
entrega
o
meu deejo
Dos
prazeres ao
rigor.
De
teu canto
a
graa
pura
,
E
a ternura
no
configo
;
Fois
comigo
a
doce
Lyra
Mal
rejpira
os
Jons
de
Amor
Dos
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16/260
IO Poemas
Dos
Heres
te defpedide
, ^
Por
quem
Mufa
eterna
fa
j
Mas
de flores
na coroa
Inda
exile
o
teu
louvor.
De
agradar-te
fou contente
:
Sacro
Loiro
no
rne
inflanima
Da
Mangueira
{*
)
a
nova
rama
Orne
a
frente do
Palor.
De
teu
carito
a
graa pura,
E
a
ternura no
configo\
Pois
comigo
a
doce
Lyra
Mal
refjjtra
os
Jotis:
de
Jlmor*
I
.
i
II
1
(*)
Alta
,
e
muito
copada Arvore
de
ex-
celentes
pomos do
Brail.
7/24/2019 glaura
17/260
E
p.
o T
t
G o
r?
II
A
LUZ
DO
SQL.
Jondj
IT,
JL/
Uz do
Sc
,
quanto
s
for
mofa
,
Quem
te
goza
no
conhece
\
Mas
fe
dejce
a
noite
fria
,
Principia
a
Jufpirar.
Quando
puro
fe
derrama
Vivo
ardor
no ameno
prado
Pelas
brenhas
foge o
gado
Verde
rama
a
procurar.
E
fe
o
Alro
luminofo
7
Deixa
tudo em
fombra
fufca
'
TrJlle-nto
o
abrigo
buca
Vagarofo
a
ruminar.
Lu:
7/24/2019 glaura
18/260
12
Poemas
Luz do
Sol
,
quanto
s
for
mofa
,
Qiiem
te
goza
no
conhece
\
Mas
fe
dejce
a naite
fria
,
Pincipa
a
Jufjjrar.
,
Lavrador
,
que
afflidto
, e
velho
Vbre
o
campo
endurecido,
Ver
defeja
fobmergido
O
vermelho
Sol iio
mar,
E
o
hmido
negrume
Tolda
os
Ceos
,
e
os
valis
banha
,
Fita
os
olhos
na
montanha
Onde
o
lume
v
raiar.
Luz
do Sol
,
quanto
s
formofa
,
Quem
te
goza
no
conhece
j
Mas
fe
dejce
a
noite
fria
^
Principia
a
fufpirar.
Pe-
7/24/2019 glaura
19/260
E
R
o
T
?
C
o
S.*
T^
Pela
tarde
mais
ardente
O
Paftor
ellima
as
grutas
,
Onde
penhas
nunca
enxutas
V contente
gotejar.
E
fe
as trevas
no
horizonie
Defenrolo negro
manto
Com
faudcfo,
e
flebil
canto
Faz
o
monte
refonar.
Luz
o Sol
,
quanto
s
formoja
,
Qnem
te
goza
no conhece
;
Mas
fe
ejce a
fiotte
fria
,
Principia
a
Ju
[pirar,
A/Hm
Glaura
,
que
inflammaia
Perfeguio
Aves
ligeiras
Quer forhbra das Mangueiras
t>efcanada
refpirar.
En-
7/24/2019 glaura
20/260
4
P o
E M A
Entre
Rifos
,
entre
Amores,
Se
lhe
falta
o
dia,
chora
E
vem
cedo
a
ver
a
Aurora
Scbre as
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orvalhar.
J.uz
do
Sol
,
como
s
firmfa
ucm te
goza
nn
cmhece^
Mas
fe
dejce
a
noite
fria
,
Principia
a
fufptrar*
^
H
wilMii
^
O
CAJUEIRd.
Ron
III.
\^
Ajueiro desgraado
,
A
que
Fado te
entregnfte
,
Pois
br
ot
afie
em terra
dura
Sem cultura^
e
fcm
Jenhor,
Ntf
7/24/2019 glaura
21/260
Erticos.
IfT
No
teu
tronco
pela
tarde,
Quando
a
luz
no
Ceo
defmaia
>
O novilho
a
tefta
enfaia,
Faz
alarde
do
vaor.
Para
fru(los
n^o
concorre
E>e
valle
ingrato
,
e
fcco
Hum
fe
enruga
murcho
,
e pco
^
Outro
morre
ainda em
flor.
Cajueiro
desgraado
,
A
que
fado
te
ent^ga^e
Pois
Irotafte
em
terra
dura
Sem
cultura
y
e
fem
fenhori
Vs
nos
outros
rama
bella
,
Que
a
Pomna
por
tributos
Oerece
doces frudlos
De
amarella
,
e
rubra
cr
?
^ec
7/24/2019 glaura
22/260
I^
P o
M
As
Ser
copado
,
fer
florente
Vem
da
terra
precioia
;
Vem
da mo
indulriofa
Do
prudente
Agricultor.
Cajueiro
defgraacio^
A
qite
FaJo te
entregajle\
'Pois
brotafte
em
terra
dura
Sem
cultura^
e
Jem
Jenhorl
Frefco
orvalho os
mais
uRent
Sem temer
o
Sol
alivo;
S ao trifte
femivivo
No
alenta o
doce.
humor.
Curta
folha
mal
te.
vele
Na
eftao
da
lindo- Agofto
j
E
te
deixa
n
,
e
expoLlo
Ao colee
intenb
ardor,
.
C.
7/24/2019 glaura
23/260
R
o
T
I
G o
S,
I/f
Cajueiro
defgraado
A
que
Fado te
entregajle
^
Pois
brotafie
em
terra
dura
^
Sem
cultura
,
e
fem
fenhjr
\
Mas
fe
eleril
te
arruinas
Por
deftino
te
confervas
E
pendente
fobre
as
hervaS
Mudo
enfinas ao
Palor.
Que a
Fortuna he
quem exalt^^
Quem
humilha
o
nobre
engenho
Que no vale
humano
empenho.
Se lhe
falta
o
feu
favor.
Cajueiro
defgra^ado
^
A
que Fado te
entregajle
,
Pois
brotajle
em
terra
dura
Sem
cultura
^
e
Jcm
Jenhor
\
h
O
7/24/2019 glaura
24/260
i8
Poemas
O
O
POMBO.
Rot2d
IV,
MZt
rombo,
a
quem
amava
igualava
ao
branco
arminho:
Do
Jeu
ninho
(
oh
eji^entura
)
Que
mo
c.nra
o
foi
roubar
?
Na
inanh
clara
,
e
ferena
Se
o
achava
dormitando
O
feu
fomno
dcce,
e
brando
Tinlia
pena
de
turbar.
Que
audade
me
confome
Ai de
mim
Se
me fentia
,
O
biquinho
logo
abria
Para
a
fome
faciar.
7/24/2019 glaura
25/260
Erticos.
19
O
jneu
Pcmho
,
a
quem
amava
,
Igualava
cn
branco
arminho
'
JJo
jcu
ninho
(
oh
defvejjtura
)
Otie mo
dura
o
foi
rct/har
?
Fra manfo
, era
morofo
l
as
caricias
conhecendo
3
Defejava
eftremecendo
Ser
mimofo
eii
agradar.'
O
receio
j
presgo'
Me
dizia
na
florefta
Que
o
tornaTe
pela
fla
Com
aFago
a
vifirar.
O
meu
PomifO
,
a
qaevt
tmava
3
Igualava
ao
Iranco
arminho
:
Do
Jeu
ninho
(
oh
efvntura
)
Que
mo
dura
o
foi
roubar}
b
ii
Glau/
7/24/2019 glaura
26/260
2
Poemas
Glaura
,
oh
Ceos
porque
cedefte
A
meus
rogos
?
dize
agora
Pobres
dons
d*
lia Pariora
No
quizele confervar
Ffa
magoa
me
atormenta
,
E
nao
fei
como
inda
vivo
j
Pois
fe bufco
lenitivo
Mais
e
augmenta o
fiifpirar.
O
ffcu
Po77ibo
5
a
quem
amava
,
Igualai:a ao
branco
arminho
:
T^n ftu
vinho
(
oh
defventura
)
0:46
iv.o
aura
o
foi
roubar
?
Nao
me
alegra
o
doce
encanto
Nem
afr'no
a
curva
Lyra
1
udo
fente
, e
tudo
infpira
O
meu
pranto
^
o
meu
pezar.
O
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27/260
Erottcos.
zi
o
deftino por
piedade
Me
converta
em
pura
fonte
Porque
pola
nelle
monte
A
faudade
eternizar.
O
meu
Pombo
,
a
quem
amava
,
Igualava
ao
branco
armvnho'.
Do
Jeti
ninho
(
ob
de
[ventura
)
Que
mo dura
o
foi
ro:ar
?
A
SERPENTE.
Rondo y.
y
Erde
Cedro
,
verde
arhujlo
,
Oue
o
meu
fuflo ,
e
prazer
vifles
,
Vamos
trijles
na
memoria
EJJa
hijloria
renovar.
Ef-
7/24/2019 glaura
28/260
22
Poemas
Efte
o
valie
,
he
efta
a
fonte
Glaura
achei
aqui
dormindo
:
Sonha
a'egre,
e
e
el
rindo,
E eu
defronte
a
fufpirar.
Junto
delia
pavorofo.
Vi
,
oh Ceos
monlro enrolado
Fero ,
enorme
,
atroz
,
manchado
E
efcamofo
fc.ntillar.
F^ere Cedro
,
verde arbujlo
,
Que
o
meu
fitjio
^
e
prazer
vijhs
^
Virdos
trtjlcs
na
memoria
Ejja
hijlori
renovar.
Ardo
,
e
tremo
,
e
louco
amante
Mil
horrores
n'alm.a pinto :
Vou. . .
j
receio.
.
.
,
ah
que
ine
into
Vacilante
defmaiar,
Ven^
7/24/2019 glaura
29/260
Ekoticos.
23
Vence
Amor
:
(
doce ternura
)
Tomo
a
Nynfa
nos
meus
braos
EUe
aperta
os
novos
laos,
E
aTegura
o
tryunfar.
Verde
Cedro
,
ver
de arbusto
,
Oue
o
meu
fufto
,
e
prazer
vistes
,
V^mos
tristes
na
memoria
Efa
gloria
renov^
.
Em
fi
mefma
e embaraa
A
ferpente
enfurecida
Ergue
o
elio
,
e
attrevida
Arrcaa
a
terra
,
e o
ar.
*hua
pedra
rude
,
e
feia
J
he
envio
a
morte
aFoita
;
J
CO*
a
cauda
o
tronco
aoita
Morle
a
areia
a
o
epirar.
Ver-
7/24/2019 glaura
30/260
24
Poemas
Verde
Cedro
^
verde
arluflo
Qjie
o
meu
fufto
^
e
prazer
vifles
^
V'^^os
t
rifles
na
memoria
E[fa
hiftoria
renovar,
Venturofo
,
e
fdtisfelto
j,
Glaura
bella,
(
ento
dizia)
jj
V
de
amor
,
e
de
alegria
,,
O
meu
peito
palpitar.
EUa
em
mim
bufcando
arrimo.
Cora
,
e
diz
mda
aTulada
,,
Efle
puro
ardor
me
agrada
,
j/Eu
te
etimOj
e
te hei
de
amar.
Verde
Cedro
,
verde
arhuflo
,
Qtie
o
meu
fujlo
,
e
prazer
vijls^
F't.;/7i'
trifes na memoria
E/fa
hijloria
renovar.
7/24/2019 glaura
31/260
Erticos.
:s,^
^
111
A
PRAIA.
Rondo
FL
ty
Uem
por
ti
de
amor
defmaia
,
NcR.a
praia
geme
,
e
chora :
Vem
,
Pnfiora
,
por piedade
A
Jaiidade conjolar.
No
recreo
fempre
os
montes
Co'
as
delicias
de
Amalrha
;
Vem
,
Glaura
,
a ruiva
ara
Rio
j
e
fontes
animar.
Nynfa
ingrata,
no
te
efcondas;
Teme
os
afperos
abrolhos
j
E
com
teus
renos
olhos
'^tm
as
ondas acalmar.
Quem
7/24/2019 glaura
32/260
i6
Poemas
Quem
p9r
ti
de
amor
def.naia
^
Nejta
praia
geme
,
e
chora
:
Vem
,
V
aflora
,
por piedade
A faudade
conjolar.
Mergulho ver;s
H^eirOj
Como
cahe
precipitado
;,
E
o
peixinho
prateado
Leva
inteiro
a
devorar.
Vem ,
cruel
,
nao
te
detenhas
^
No
me
roubes
a
ventura
Vem,
que
j
com
mais
brandura
Eftas
penhas
lava
o
mar.
Quem
por
ti
de amor
dejmaia
,
2^
esta
praia
geme
,
e
chora
:
Vera
,
Pastora
,
por
piedade
A
Jaudads
con
folar.
N'hum
7/24/2019 glaura
33/260
Erticos.
27
N'hum
rochedo
vi dois
ninhos;
J
so
teus
eTes
penhores
E
entre
conchas
^
entre
flores
Os
Pombinhos
has
de
achar.
Murcharo
os
dons
mais
belos
Da
uave
Primavera
,
Se
no
vens
,
dura
^
e fer^
Teus
cabellos
enlaar.
Quem
por
ti
de
amor
defmaa
,
Nesa
praia
geme
,
e chora
:
Vem
5
Pastora
,
por
piedade
Afaudade
confolar.
Vem
a
ver
ele
remanfo
Eftas
arvores
ombrias
Onde
,
ai
trite
,
ai
longos
dias
,
^o
defcano de
efperar.
Se
7/24/2019 glaura
34/260
a8
Poema
s
Se
o
amar
te foi
delilo,
E
te
agrada
o
meu
tormento
Vem
ouvir
o meu
lamento.
Meu affliio
fufpirar.
Quem
por
ti
de
amor
de[maia
^
Nesta
praia
geme
,
e
chora:
Vem
,
Fas
tora
,
por piedad
-
A
Jaudade
confolar,
O
BEIJA-FLOR.
Rondo VIL
D
Eixo
,
Glura
,
a
triste
lida
Submergida
em
doce
calma
\
E
a
minha
alma
ao
bem
Je
entrega
,
Que
lhe
nega
o teu rigor.
7/24/2019 glaura
35/260
Erticos.
29
Nele
boque
alegre
, e
rindo
Sou
amante
afortunado
j
E
defejo
er
mudado
No
mais
lindo Bcija-Or.
Tudo O
corpo
n'hum
inlante
Se
atenua
,
exhla
,
e
perde
He
j
de
oiro
,
prata
, e verde
A
brilhante
,
e
nova
cr.
Deixo
,
Glaura
,
a
triste
lida
Submergida
em
doce
calma
;
E
a
minha
nhna
ao
hemje
entrega
^
Que
lhe
nega
o
teu
rigor.
Vejo
a
pennas
,
e
^
Pgura
,
Provo
as
azas
,
dando
gyros
;
Acompanhome
os
fufpiros,
E a
ternura do
Palor.
7/24/2019 glaura
36/260
30
Poemas
E
n'hum
voo
feliz
ave
Chego
intrpido
at
onde
Rifo
,
e
prolas
efconde
O
fuave
,
e puro
Amor.
Deixo
,
Glura
,
triste
lida
Submergida
em
doce
calm^\
E
a
minha alma
ao
bem
je entrega
^
Que
lhe
nega
o
teu
rigor.
T(5co
o
nedlar prcciofo
Que
a
mortaes
no
fe
permitte
j
He
o
infulto fem
limite,
Mas
ditofo
o
meu
ardor.
J
me
chamas
attrevido
J
me
prendes'
no
regao
No
me
aflula
o
terno
lao,
He
fingido
o meu
temor.
VeU
7/24/2019 glaura
37/260
h
R
o T
I
c
o
s.
31
Deixo
,
Giaura
,
a
triste
lia
Submergida
em
dcce
calma
%
E
minha
ahna
ao
hemjc
entrega
,
Que lhe
nega
o
teu rigor
Se
disfaras os
meus
erros
E
me fltas
por
piedade;
Nao
eftimo a
liberdade
Bufco os
ferros
por
favor.
No me julgues
innoccnte,
Nem
abrandes
meu
caftigo;
Que
fou
brbaro inimigo,
Infolente
,
e
roubador.
Deixo
,
d
Giaura
,
a
triste
lida
Submergida
em
doce
calma
;
E
a
minha
alma ao
bem
fe
entrega
^
Que
lhe
nega
o
teu
rigor.
7/24/2019 glaura
38/260
^i
Poemas
A
LEMBRANA
SAUDOSA.
Rofid
FLlL
Ofjfdjvai
,
mfgofas
fef?hns
Nestas
brenhas
minha
gloria
\
E
a
memoria,
que
inda
existe.
Torne
hum
triste a
conjolar.
Repcufavas
,
Glaura
,
hum
dia
Nefle
leito
de
verdura
E
ela
fonte bella
,
e
pura
Mal
fe
ouvia
murmurar.
Eu vi Zfiro
faudofo
Pelas
Nynfas conduzido.
Sobre
as
azas
fufpendido^
Amorofo
repirar.
C
7/24/2019 glaura
39/260
Erticos.
jj
Conferval
,
rujgcfa:;
penhas
,
'Nestas
brenhas
minha
gloria
\
E
a
memoria
,
que inda
existe
,
Torne
hum
triste
a
conjoiar.
Vi
mil
cndidos Amores
,
E
mil
Pvisos
namorados,
Da
Mangueira pendurados
Lindas
fiores desfolhar.
Os
hirutos
Faunos
broncos,
A
quem
move
tal
portento
Reprimindo
o
tardo alento
Pelos
troncos
vi
trepar.
Confervai
y
muJgoFas
penhas
Nestas
brenhas
minha
gloria
j
2 ?
a
memoria^
que
inda
existe^
Torne
hum triste a
cnjolar.
^
Deo-
7/24/2019 glaura
40/260
34
Poemas
Deo-me
o prado
flore
cente
Goivos
,
murta
,
roza
, e
lyrio
;
Venlio
,
Ninfa
,
em
meu
delrio
Tua
frente
a
coroar.
Sem
rumor com
fu^o
cliego. .
Gela
o
angue
...
j
nao
pulfa
Ne
n
fe
attrev^e
a
mo
convulfa
Teu
locego
a
perturbar.
Confcrvai
,
mufgofas
penhas
,
2^
estas
brenhas
minha
gloria
;
E
a
memoria^
que
inda existe^
iorne
hum
trtste a
conjolar
De
ternura
,
amor
,
e
godo
Entre
o
tmido
embarao.
Fiquei
mudo
longo
efpao
No
teu
roilo
a
contemplar.
Mas
7/24/2019 glaura
41/260
Erottcos.
35'
Mas
as
lagrimas
podro
lUudir
o
meu
receio
E
cahindo
no
teu e'o
Te
fizero
deipertar.
Conjervai
,
mufgnfas
penhas^
Nestas
brenhas
minha
gloria
j
E
a
memoria
,
que
inda
existe
^
Torne
bum
triste
a
cotijolar.
C
11
7/24/2019 glaura
42/260
J
36
P
o
B
M
A
$
O
BEIJA-FLOR.
Kond
IX.
XJ
Eja-flor fui
amorofo
,
B
iofo
j
me
viste
\
Hoje
he
triste
,
e
defgraado
O
fonbado Beija-flor,
Mal
toquei ,
Glaura
bella
,
(
De
prazer
eu
me
confundo
)
Nee
cravo
rubicundo
Que
ama
,
e
zia
o
meino
Amoro
No
teu
puro,
e
brando
feio
For
castigo
me
encerravas;
Eu
me
ria,
e
tu
penfavas
Yer-me
cheio
de
temor.
7/24/2019 glaura
43/260
Erticos.
^y
Beija-flor
fui
amorofo
,
H
itofo j
me
viste
\
B.oje
he
triste
,
e
dejgraca
O
Jotihado
Beija-Jior,
Minha
vdz
nao
entciidefte^
E
querendo
ver-me
afHilo,
Por
vingana
d'
hum
delidto.
Me
fzele
o
bem
maior.
A
prizao,
em que
me
rlaf
Era
o
templo
da ternura,
Onde
em
braos
da
Ventura
Nao
temia
o
teu
rigor,
.
Beija-flor
fui amorofj
E
cJitofo
jd
me
viste;
IJoje
he
triste^
e
defgraad
O
fonhao
Beija-flor,
h
7/24/2019 glaura
44/260
3^
Poemas
Alva
mo
...
eu
me
enterneo
Tua
mo
me arranca
as
pennas
j
A
ervirte
me
condenas;
He
fem
preo
o
teu
favor.
Mas
tu
foges
rjgorfa
,
F
eu
no
voo
. . .
que
martyrio
Nem procuro o
branco
Lyrio
,
Nem
da
rofa
a
viva
ccr.
Befj-flor
fui
amorofo
,
E
ditofo
Jd
me
viste;
J- oje
he triste^
e
efgraado
O
fonbado
Beija-fior.
Ir
ccmtigo
f
defejo;
Es
cruel
.
.
.
cruel
ire
agradas
;
Chcro
as
pennas
arrancadas,
em mim
vejo
o
teu
Pallor.
Ah
I
7/24/2019 glaura
45/260
Erticos.
3^'
Ah que
eu
morro
de
faudade^
E
te
dizem
meus
gem'dos
Oue
os
prazeres
Fao
fingidos,
E
he
verdade
a
minha
dor.
Veija-flor
fui
amorojo^
E
diofu
jd
me
vi^te
;
Boje
he
triste^
e
dejgraadd
O
fonhado Beija-fior,
7/24/2019 glaura
46/260
4^
P o E
M
A
O
AMANT3
INFELIZ.
Lrurc
Claura
vo rcfpnnes
^
E
te
efcon^s
iiitns
Iveihas
?
J^cu
s
penhas
meu
lamento
j
O' tormento
Jem
igual
Ao
Amor
cruel
, e
efquivo
'^ntreguei
rainha efpcranri
Q'5e
me Dinta
na
lembrana
Mais
alivo
o
fero
mal.
Nno
vers
em
peito
amante
Corao
de mais
ternura
Nem
qii:-
guarde
f
mais
pura
,
Mais
confiante
,
e
mais
leal.
7/24/2019 glaura
47/260
E
R o
T
G
o
s.
41
Glatira
Glaura
\
nar
T-e
[pondes
?
E
te
ef
condes
r.cstas
brenhas
?
Tioii s
penhas
meu
lp.mnto\
C
tormento
j
em
igual
\
Se
nao
vens
,
porque
te chamo;
^qui
deixo
junto
ao
Rio
Klas
prolas n'hum fio,
Efle
ramo
de
coral.
Fntre
a murta
,
que
fe
enlaa
Com
as
flores
mais
mimofas
Acharas
purpreas
rofas
N'hua
taa de
crilal.
G/aura
\
Glaural
7:/o
refpofides}
E
te
el
condes
nestas
brejihas
?
P>Gii s
penhas
meu
1ar,iento
;
'
tormento
fem
igual.
Ye-
7/24/2019 glaura
48/260
4^
P
o
E
M
A
S
Vejo
turvo
o
claro
dia
j
Sombra
feia
me
acompanha
No
encontro
na
montanha
A
alegria
natural.
Tanto
a magoa
me
importuna
Que
o
viver
j
me
aborrece;
Para
humtrile,
que padece,
He
fortuna
o
fer
mortal.
Glaura\
CJaura\
n^n refpnnes'^
E
te
ef
condes
nestas
hrenh.is
?
Dou
s
perihas
meu
lamento
;
O*
tormento
Jem
igual\
Onde
elou
?
troveja
,
:
7
o
raio.
.
Foge
a luz . .
, os arvoredos. .
Abalados
os
rochedos.
.
J
defmaio
.
. .
dor fatal.
Nin-
7/24/2019 glaura
49/260
Erticos.
4^
Ninfa ingrata
,
efta
vidloria
Alcaniro
rus
retiros
Leva
os
ltimos
rufairos
Por
memoria triunfal.
GJaura
Glaura vo
rfpomks'^
E
te
efcondes
nestas
brenhas
?
Dou
s
penhas
meu
lamento
j
O'
tormento
fern
igual.
7/24/2019 glaura
50/260
^^
Poemas
OJASMINEIRO.
Rcfd
XL
^
EtttHrofo
Jalmne^^o
,
Sohranceiro
ao
claro
Rio,'
J
do
Fstjo
o
ardor
e
acende
^
Ah
defefide
este
lugar.
Ache
Glaura
na frefcura
Defl-as
penhas
pT^ciirvadas
jN^olles
heras
abraadas
Com
ternura
a
vejetar.
Ache
mil
,
e
mi'
Napas,
E
inda
mais,
e
mpi?
Amores,
Do
que
moflra
o
camDO
flores
,'
Do
que aras
tem
o mar.
ren^
7/24/2019 glaura
51/260
Erticos.
4$
Venturojo
Jafmineiro
,
Sobranceiro
ao
claro
Rio
,
jfi
do
Estio
o
ardor
fe
acende
Ah\ defends
esta
lagar.
Branda
Ninfa
,
que
me
cfcutas
DeTc monte
cavernofo
Nem
o
raio
luminoo
Neilas
grutas
polia
entrar.
Has
de
ver
com
dr
, e
efpanto
,
Como
pallida
a
Trilteza
Dos
lixmhos na afpereza
Faz meu
pranto
congelar.
Ventutofo
Jajmineiro
Sobranceiro
ao
claro
Rio
,
J
do Estio
o ardor
fe
acende
'Ab\ defende este
hr^^.
Glau-
7/24/2019 glaura
52/260
^6
Poemas
Glaura
bella,
que
reile
Aos
rigores
da faudade
,
Veja
em
muda foledade
Soiio trile
bocejar.
Sobre
o
mufgo em
rocha
fria
Adormea
ao
m
das
agoas
E
fonhando
inju^^.as
magoas.
Chegue
hum
dia a
fupirar.
Venturofo
yafjnineiro
,
Sobranceiro
ao
duro
Rio,
J
do
Estio o
ardjr
fe
acende
,
Ah
defende
este
lugar.
Com
feus
olhos
Glaura
inflammc
Os
deejos
namorados
Que
em
abelhas
transformados,
Novo enxame,
cubra
o
ar.
o
Vn
7/24/2019 glaura
53/260
Erottgos.
47
Vinde
abelhas
amorofas
,
Sem
temer
o
meu
defgoio,
Doce
nedar
no
eu
rolo
Entre
roas
procurar.
Venturojo
Jafmtneiro
,
Sobranceiro
aa
claro
Rio
J
do
Estio o
ardor
fe
acende
Ah\
defende
este
lugar
7/24/2019 glaura
54/260
48
Poemas
P^astor.
J-^
A
dou
fim
a
meu tormento^
I^er
o
aleito
Je
restaura
,
Sem ver
GLi^tra
no
meus hrecos^
,
Qnde
os
la
cos
tece
Amor,
Npa.
Fuja
a va
melancolia
E da morte
a imagem
f
a
;
Que piedora Cytiera
Te
anuncia
o
feu
favor.
Ju-
7/24/2019 glaura
55/260
E
R
o
T
i
c
a
s.
49
Jura
Vnus
gelo
Elygio
Que
has
de
fer
entre
os
PaLlores
Mais feliz
nos
teus
amores
Doque
o
Phrygio
roubador.
Pastor
No
cn
jim
a
meti
tormento
;
Nem
o
alento
fe
restaura
Sem
ver
G
latira
nos
meus
braos
^
nde
os
laos
tece
Amor,
Napa.
Dos
penedos
a
dureza
Cede
fonte
,
que
murmura
Nafcer
doce
ternura
Da
fereza,
e
do
rigor.
Abre
7/24/2019 glaura
56/260
50
Poemas
Abre a terra
vagarofo,
Soffre
a
calma
fem
abrigo,
E
efperando
ceifa o
trigo
Vcnturofo
Lavrador.
Pastor,
No
otf
fim
a
meu
tormento
,
Nem
o
alento
fe
restaura
Sem
ver
Glaura
nos
meus
braos
y
One
os
laos
tece
Amor.
Napa.
Pouco duro os
tributos.
De
que
o
campo
faz
alarde;
E
o que
pende
,
e
vem
mais
tarde
He
dos ffudlos
o melhor.
No
7/24/2019 glaura
57/260
Erticos.
51
rCao
e
ata
o
vivo
fogo
Kcm
fe
nutre
cm
lenho
verde;
N'hum
inftante
as
chammas perde
,
Morre
logo
o
feu
vigor,
Pajlor.
No
dou
fim
a
meu
tormento
,
Nem
o
alento
fe
reftaura
^
Sem
ver
Ghura
nos
rneus
braos
^
Onde
os
laos
tece
Amor,
Napa,
Ella
j
te
corrcfponde
Em fegrcdo
carinhofa
Mas prudente,
e
rcceofa
N'alma
efconde o
puro
ardor.
d
ii
Trif.
7/24/2019 glaura
58/260
51
Poemas
Trile,
e
f teu
nome
beija
Neta
gruta
,
que
a convida
i
Chora
, e
geme
, e enternecida
Vr defeja
o eu
Paftor.
Pajlor,
J'a
dou
fim
q
meu
tormento
,
J
o
alejtto
Je
reftaura
:
Vem
\
Glaiira
^
que em
meus
brados
Firmes
laos
lece
Amor,
A
7/24/2019 glaura
59/260
Erticos.
5'^
^
7/24/2019 glaura
60/260
54
Poemas
A
consorte
,
(
que ventura
)
Acompanhas
meigo
,
e
rico
;
Que s
palhinhas
no
teu
bico
A ternura d
valor.
Pombo.
Blla
Pomba
,
os
dias
crejcem
)
Apparecem
jd
mil
flores
,
E
os
penhores
ver
e(pero
Do
fincero
nojj
amor.
Pafior.
Preciofa
lealdade
Sem
repdios
,
fcm
queixumes
Sem
degoftos
,
nem
cimes
Nem
faudade
,
nem
temor
1
A
Fortuna
te
proteja
Apartando
os
triltes
lutos
:
Teus
implumes
tenros
frudlos
Nunca veja
o
caador.
Pom-
7/24/2019 glaura
61/260
Erticos.
$^
Pmh.
Clara
Pona,
os
diascrefccm'^
Apparecem
j
mil
Jiores
^
E
os
penhores ver
efpero
Do
fincero
tiojjo amor,
Pajiar.
Na
Mangueira
fazem
ninho :
Vs
,
Glaura
,
l voltaro
^
Foro
juntos
,
e poufro
No
raminho
fuperior.
Elles
torno
:
par
ditofo
Dize,
Nynfa;
nao
te
agrada
Ver
a
Pomba
acompanhada
Do
amorofo
rolador
?
Poni
7/24/2019 glaura
62/260
5^
Poemas
Pombg,
BeJla
Pomba
os
dias
crefcm
j
Apparecem
jd
mil
fiares
E
os
penhores
ver
e/pero
Do
fnicero
nojjo
amor,
Pajlor,
Innocente
idade antiga
Tu
fugifte dos
humanos
;
E
deixa^e
a
magoa
,
os
dinos
,
E
a
fadiga
,
e
o
rigor
Ali
fe
o
Geo
te
convertera
,'
Nynfa
ingrata,
em
Pomba
amante;
pu.
.'
.
(
que
gllo'
)
hum
f
inftantc
No
quizera
ler
Palor.
Vcnh
7/24/2019 glaura
63/260
Erticos.
^7
Pombo,
Chara
Pomba
,
os
dias
crefcem
;
./Ippurecem
j
mil
flores
,
^
os
penhores
ver
efpero
Do
fincero
nojfo
amor.
O
AMOR
ARMADO.
Rondo
Xm
G.
Ira
Amor
feroz
,
e
armado
I^ejle
prado
,
e
va//e
,
e
Jerra
:
Tudo
he
guerra
y
e com
feus
tiros
Mil
fufpiros
j
caufoit.
Entre
rpieras
arontas
Pendurou
n'ium
tronco
a
aljava
j
Pois
das
fettas
,
que eftimava
,
Glaijra
as
pontas
lhe
quebrou.
Por
7/24/2019 glaura
64/260
5*8
Poemas
Por
vingar-fe
dela
injuria
Trifte
emprega
ferro
,
e
fogo
j
Mas
ao ver-me
o impio
logo
Mgoa
,
e fria
disfarou.
Gira Atncr
feroz
,
e
armado
Nejie
prado
,
e valle
,
e
[erra
Tudo
he
guerra
,
e
com
feus
tiros
Mil jujpiros
jd
caufou
Meu
foccorro
,
e
meu
defenho
Brando
pede,
e
humilde
approva
Com
vaidade
em
fetta
nova
Meu
empenho
fe
efmerou.
Tinha
a
ponta
aguda
,
e
forte
E
trs farpas bem
polidas.
Negras
pennas
embutidas
,
De
que a
Morte
fe
aTullou.
Gi'
7/24/2019 glaura
65/260
h
]^
o
T
I
G
o
s.
5*9
Gira Amor
feroz
,
e
armado
Nejie
prado
,
valle
,
e
ferra
:
Tudo
he guerra
,
e
com
feus
tiros
Mil
Jufpiros
jd
caufou,
Dei-lhe o
aco
luminob
E
o
traidor
louvar-me
finge
Em
cruel
peonha
o
tinge
E
alcivofo
affim
fallou.
Fico
alegre
, e fatisfeito.
.
Oh
que
fetta
v
,
fe
he
boa
:
Curva o arco,
a feita
va,
E
o
meu
peito
trafpaflbii.
Gira
Amor
feroz
^
e
armado
Ne
fie
prado
,
e
valle
,
e
Jerra
:
Tudo
he
guerra
,
e
com
feus
tiros
Mil
fufpros
jd
caufou.
Em
7/24/2019 glaura
66/260
6o
Poemas
Em
tormentos
,
e
pezares
Exclamei,
quando
caJia:
Glaira,
.
Amor.
. .
o Amor
fe
ria
E dos
ares
me bradou.
O
Vefuvio
no
fe
apaga
:
',,
Ser
ditofo
merecele
:
Do
farpo
,
que me
fizelle
,
Leva
a
paga
,
que te
dou.
Gira Amor
feroz
,
e
armado
Nejle prado
,
e va/k
,
e
ferra
:
Tudo
he
guerra
,
e
com
[cus
tiros
Mil
fujpiros
jd
caujou.
O
7/24/2019 glaura
67/260
E
R
o
T
T
G
o
S,
61
O
RETRATO.
Rondo
XF.
T
Em
,
Glaura
^
o
tcit
retrato
Peito
ingrato
,
e
lindo
rofto
,
Que
por
gfto
Amor
ejpera
Em
Cyihra
eternizar.
S adorna
os
teus
cabellos
Verde fitta
,
em que
os
enlaas
;
E
o
jafmim
,
que
as
puras
Graas
Com
defvelos
vo
bufcar.
Na alva
tela
entre a
alegria
^
E a
feliz
ferenidade,
N3o
divifo
a
crueldade
Qiie
porfia em
maltratar.
Tm,
7/24/2019 glaura
68/260
6i
Poemas
Tem
,
d
Glaura
,
o
teu
retrato
Peito ingrato^
e
lindo
rojio
tie
por
gfio
Amor
efpera
Em
Cythra
eternizar.
Os
teus
olhos.
.
.
ah
mo
pinto.
Os
teus
olhos
rudo rendem
:
Da ternura
o
fogo
accendem,
E me
finto defmair.
Tua
face
delicada
He
mais
bella,
doque
a
roa,
Quando
a
purpura
mi
moa
OrvalJiada
expe
ao
ar.
Te7n
,
Glaura
,
o
teu retrato
Peito
ingrato
,
e
li
fido
rofo
,
Que
por
gfto
Amor
efpera
Em Cythra
eternizar.
Do-
7/24/2019 glaura
69/260
Erticos.
63
Doce
o rifo no
encobre
MU
agrados innocentes
Molra
as
perdas
lusentes
Que
defcobre
o
relpirar.
I
No
fe
aparto do
teu
feio
Dois
Amores
pequeninos
To cruis , e
to ferinos
Que receio
de
os
pintar.
Te7n
,
Glaura
,
o
teu
retrato
Peito
ingrato
i
e
lindo
rojlo
,
Oiie
por
^jlo
Amor
ejpera
Em
Cyhra eternizar*
Triftes,
e
afperos
rigores
Na tua alma
fe
efcondrao,
E
implacveis
promettro
Minh^is
dores
augmentar.
Tu-
7/24/2019 glaura
70/260
^4
P
o
K
l A
s
Tudo
o
mais he
formofura
^''o
bellezas
,
que
no
vejo;
E
nem
pdde
o
meu defejo
Na
pintura
debuxar.
Tem,
Gliir
,
o
teu
retrato
Veito
ingrato
,
e lindo rosto
^
Que
por
ff
esto
Amor
efpera
Em
Cythra
eternizar,
A
CINTA
DE VNUS.
Rondo
xrr.
r
\^
Ahe
a
cinta
a Vnus
bella
,
Sem
cautela
recofiad^
7?
turbada
entre os
pezares
Pede
aos
mares
^
que
lha
dm.
O
7/24/2019 glaura
71/260
E
K
o
T
G
o
s,
6$
O
thefoiro
e
procura
,
Os
defeics
le
ihrcreso
Os
cuidados
j
fe
apprefso,
E
a
ternura
vai tambm.
Empenhoii-fe
,
6
Glnurn
,
o
zelo
^
*
Mas
em
vo
:
que
perda
trille
I
S
eu
vi, fei
onde
exilej
E
dizelo no
convm.
Cabe
cinta a Vnus lella
j
Sim
cautela
recojlada
;
E
turbada
entre
os
pejares
Pede
aos
mares
,
e[ue
lha
din*
Roubador
do
puro
ornato
Foi
Antero
, e
foi
Cupido
E
o
levaro
efcondido
Com
recato
,
eu
fei
a
quem.
Re-
7/24/2019 glaura
72/260
66
Poemas
Receofos
pelo infulto
Que
traidores
commettro
Ko
teu
feio
fe
acolhero,
Onde
occulro Tiylo
tem.
Cabe
a
cinta a Vnus bella
,
Seyn
cautela
recojlada
;
E
turbada entre os
pejares
Fede
aos mares
^
que
lha
dm.
Dos
ineus
olhos
nno
Ce
efcondem
Os
meninos
,
a quem
amo
:
S?
os
procuro,
efpreiro ,
e
chamo,
Correpondem
, mas
nao
vem.
Com
acenos
cxpreTivos
De
alegria
rufpeltofa
Molro
faxa
preciofa,
Que attradivos
mil contem.
Cai
7/24/2019 glaura
73/260
Erticos.
dj
Cahe a
cinta
a
Vnus
bella^
Sem
cautela
re
cofiada
;
E
turbada
entre
os
pefar^i
Pede aos
mares
^
que
lha
tn.
Se
piedade
affli(lo
rogo
E
que
ceTem
teus
rigores
,
(
Ah
cruis
, lindos
Amores
)
Fogem
logo
, e
com
dcfdcm.
Abrandalos
no
congo,
E
j
delles
tenho medo:
Guarda
,
Nynfa
,
eftc
fcgredo
Que
no
digo
a
mais
ningum.
Cahe
a
cinta
a
Vnus
hella
,
Sem cautela
recofiad^\
E
turbada
entre
os
pejares
Fede aos
mares
,
que
lha
dm.
e
ii
Do-
7/24/2019 glaura
74/260
68
P
o
E
M
A
s
>
^
DORIS,
E
GALATE'A.
Rofd
XFIL
LX
Laura
h.ella
,
o
Sol
definaia
;
Efla
praia
te
convida
r
Vem
dar Didi
ao
desgraado
^
J
canado
de
chorar,
v
Ouo
ao
Jonge
o
inlrumento.
Que
Triro
nadando
embca:
Verde
carro
as
penhas
tcz
,
.
Dorme o
vento
,
e
dorme
o
mar.
D'aIvos
peixes
o
cardume
-Acompanha
venturofo,
E
o
Delfim
terno,
c
piedofo.
Que
prefume enamorar.
Claul
7/24/2019 glaura
75/260
Erticos.
6^
Glaura hella
,
o
Sol
defmaia
:
Efta
praia
te
convida
:
Vem
dar
vida
ao
des(rracad9
,
J
canado
de
chorar.
Doris
vejo ,
e
Galata
,
Que
por
ti
de
amor
fe
inflamao;
Glaura
efperao
,
Glaura
cliamo
Sobre a
ara
a
lufpirar.
Deftes
valles
f
rei
ponde
Com
voz
terna,
c
lagrimofa
Nynfa
trile ,
cm vao
faudofa
Que fe
efconde ,
e
muda
em
ar.
Glaura
hella
,
o
Sol
defmaia
:
EJla
praia
te
convida;
Vem dar
vida
ao
desgraado
Jd
canado
de
chorar.
Se
7/24/2019 glaura
76/260
70
P
o
E
M
A
S
Se
te
alfgra
a fone pura
No
rigor
do Eio
ardente
Defta plcida corrente
A
frefcura
vem
gofar.
Ouvirs
08 arvoredos,
t)e
meu
pranto
condodos
,
Repetir
os
meus
gemidos,
E
os
rochedos
abrandar.
Cl/aura
bcll
,
o
Sol
dffrnnia
:
E/7rf
praia
te coirvida
:
Vem
dar
vida
ao
desgraado
,
jF7
canoado
de chorar.
Onde
els
?
v
que
os
Amores
J
nas aguas
apparecem
,
E
entre
prolas
te
ofFerccem
Meus
ardores
,
meu
pezar.
Ah
7/24/2019 glaura
77/260
Erticos.
71
Ah
tu
vens, . .
quanto
he
modefio
Teu
prazer
,
teu
lindo
rofto
Ai
de
mim
falo golo
O'
funefto
delirar
Glaura
bella
,
o
Sol
dejmata :
E/la
praia
te convida :
Vem
dar vida
ao desgraado
yd
canado
de chorar.
A
AURORA.
Rondo
XFIIL
y
Em
,
Nynfa
fitspirada
Engraada
y
e rubicunda
^
Da
fecunda natureza
A
bellcza
a
contemplar.
Lon-
7/24/2019 glaura
78/260
7i
P o
E
M
A
s
Longas
azas
acodindo
,
Foge
a
noite
efcura
,
e
fria
j
Que
fereno o
claro
dia
Surge
rindo
,
e
deixa
o mar.
De
Tito a terna
Efpofa
Vle
os
Ceos
co'
as lindas
cr*es,
E
o
leu
pranto
obre
as
flores
Quer
fauioa derramar.
Vem d
Nynfa
Jupirada
^
Ey^grar^a
,
e rubicunda
,
Va
fecunda
natureza
A
belleza
a
contemplar.
Roxa
nuvem
circulando
Pouco a
pouco
fe
illumna;
A
purprea
,
e
crylalina
Fluiluando
no tem
par*
Ef.
7/24/2019 glaura
79/260
Erticos.
73
E^la
faxa
lo
nga,-G
verde
Muda
a
cor
de
intante
a
inlante
:
Eila azul he
mais
conlante
E
no
perde
o
feu brilJiar.
Ver,i
,
?
Nynfa
-jusplrada
,
Engraada
^
e
rujcitnda
^
Va
fecunda
natureza
A
te.leza
a
contemplar.
Crefce
a
luz
pelo
horifonte,
Abre
o
Sol
o
feu
thelbiro
;
E
movendo
o carro
de
oiro,
J
Etlionte
inBama
o
ar.
Puro globo
refulgente
,
Que velz
fe
aparta
,
e
gvra
Vejo
em campo
de
Saphra
Tranfparente
fcintillar.
Van
7/24/2019 glaura
80/260
74
Poemas
Vem
,
d Nynfa
fuspirada
Engraada
,
e
rubicunda
,
Da
fecunda
natureza
A
belleza
a
contemplar.
Admirando
o
rico
adorno
Do
aprafivel
firmamento
,
Trcgoas
dei
a meu
tormento
Mas
j
torno
a
delirar.
Afim,
Glura,
.me
desvio
Do
meu
mal
,
quando
appareces
E
mimofa
fonte
defces
Para
o
Rio
enamorar.
Vem
y
Nynfa
Jus
pirada
Engraada
,
e
rubicunda
,
Da
jecunda
natureza
A
belleza a
contemplar.
O
7/24/2019 glaura
81/260
o
MEIO
DIA.
Rondo XIX.
^yLura
,
^s
Nynfas
te
chamaro
,
buscaro
doce
abrigo
i
Vem comigo ,
e Kejia gruta
Branda
escuta
o
meu
amor.
Treme
ajrora
o ar
extenfo
Pela
Esfera
crvftalina
;
Que
os
eus
raios
nao
declina
Eile
iminenfo
replandor.
Bufca
o toiro
fatigado
Frias
fombras
,
verde
relva
:
Co''
a
cigarra
zune
a
elva
,
Foge
o
gado,
e
o
Pator.
Ghu-
7/24/2019 glaura
82/260
76
Poemas
Glaura^
as Nynfas
te
chamaro
E
buscaro
doce
abrigo
:
Veyn
comigo
,
e
nefta
gruta
'Branda efcuta
o
meu
amor.
Ferve
a
ara
dela
praia
^rde
o
mufgo
no
rochedo,
Efmorece
o
arvoredo,
E
defmaia
a
tenra
flor.
Todo
o
campo
fe defgola
,
Tudo.
. .
ah
tudo
a
calma
fente
:
S a
glida
ferpente
Dorme
expola
ao
vivo ardor.
Glaura
,
as
Nynfas
te
chamaro
,
buscaro
doce
abrigo
:
Veyn
comigo
,
e
nefta
gruta
Branda
efcuta
o
meu
aynor.
Ves
7/24/2019 glaura
83/260
Erticos.
jj
Vs
a
plebe
namorada
De
volantes
borboletas ?
Loiras so
^
e
azues
,
e
pretas
De
mefclada ,
e
vria
cr.
Aquella ave
enternecida
,
Que
cantou
ao
ver
a
Aurora
Abre
as
azas
,
geme
agora
Opprimida
do
calor.
Glaura
,
as
Nynfas
te
chamaro
E
buscaro
doce
abrigo
:
Vem
comigo
y
e
nefta
gruta
Branda
escuta
o
meu
amor.
Fonte
aqui
no
fe
despenha
Com
rudo
,
que
entrilece :
Gota
a
gota
a
Lynfa
desce,
Lava
a
penha
fem
rumor.
Aqui
7/24/2019 glaura
84/260
78
Poemas
Aqui
vive
preciofa
Efcondida
amenidade
,
O fegredo
, e
a
faudade
,
E a
chorofa
minha
dor.
Glaitra
,
as
Nynf^s
te Lhumro
,
buscaro
doce
abrigo
:
Vem comigo
,
c
nefia
gruta
Branda
escuta
o
mtu
amor.
j
Rondo
XX,
yf*
ferefa
defce
a
tarde
^
Jd
Jio arde
o
Sol
fo7-ny>fo
:
Vem
Jauofo
o
brando
vento
Doce alento
rejpirar.
Pe-
7/24/2019 glaura
85/260
Erticos.
79
Pelos
fins
daquclle
monte
i^ejo
,
Nynfa
,
luzes
bellas
ifr.rrc
purpura
amareilas
>o
horilbnce
fiudluar.
Que
gigante
os
Ceos
adorna
Com
diuvciros
d'c
oiro,
e
prata
Sebe,
e
crefcc
, e
fe
deata^
E
e
torna
todo em
ar
J
ferena
defce
a
tarde
,
'J
no
ardt
o
Sol formojo
:
Vem
jau
do
fo
o
brando
vento
Doce
aknto
refpirar.
Surge
ali
vilofa
ferra
De
mil
vrios cfplendores,
A
quem
ris
deu
as
cores
Para
a terra
enamorar.
Nu-
7/24/2019 glaura
86/260
7/24/2019 glaura
87/260
Erticos*
2t
y
Jerena
desce a
tarde
,
jF/z
no
arde
o
Solformoso
:
Vem
Jau
doso o
brando
venta
Doce
alento
rejpirar,
,
Como
chora
enternecida
'
Trile
Flauta
bella^,
escuta.
''
L
repete
ao
longe
a
gruta
E
convida
a
fuspirar.
Ai
de
mim
teu peito
ingrato
No
conhece
o
que
he
fuspiro
j
E
eu por ti de
amor
espiro,
E f trato
de
te
amar
yd jerena
desce a
tarde
,
yd
no
arde o
Sol
formoso
i
Vem
faudoso
o
brando
vento
Doce
alento
respirar.
7/24/2019 glaura
88/260
u
A
N
O
I
T
E.
Rcid
XXL
C
/
Uty
,
G/aura
,
ofo?n
a
Lyr
,
Que
f
MS
pira
lagrimosa
,
Amorosa
cm
noite
escura^
Sem
'Ventura,
nem
prazer^
J
cahlo
do
oppofto
monte
5>cmbra
espessa
neftes
valles
;
Ouo
aos echos
de meus
males
Efta fonte
responder.
Sao
iguaes
a
praia
,
a
ferra
D**
ha
cor
o
bosque
, p
prado
Trile
o
ar ,
feio
, enlutado
Vem
a terra
escurecer.
7/24/2019 glaura
89/260
E
R o T
G
S.
8^
Ouve
,
o
Glaura
,
o
Jom
da Lyr
Que
fuspira
lagrimo
f
a
,
Aworcs
em
noite
escura
,
Sem
ventura
,
nem
prazer.
Melanclico
agoirero
Slra
a
voz
Mocho
faminto^
(*)
E o
Vampir
de
fangue
tinto
Que
he
ligeiro
em
fe
esconder.
VAa
a
dena
efcurldade,
O
filencio
,
horror
,
e
efpanto
^
as
correntes do
meu pranto
A
faudade
faz
verter.
f
ii
O/ /-
C
7/24/2019 glaura
90/260
^
Poemas
t
Owvt^
,
d Qlaiira
^
o
Jom
da
Lyra,
Oue
juspira lagrimo.'
,
Art.orosa
tm
rmte
escura
,
Sem ventuf-a^
tiem
prazer.
Tem
a noite
furda
,
e
fera
Carro
de
bano
polido:
Mo?e
o
Iceptro denegrido
Toda
a
Esfera
v
tremer.
Forma
o
tmido
desgofld
Mil
imagens
da
trifleza,
Oue
aTulada
a natureza
Volta
o
rolo por
no
ver.
Owve
,
Glaura
,
o
fom
da
Lyra
,
Ote
fuspira
la^rlmofa
,
Amorofa
er,i
noite
efctira
,
Sem
jerJura
,
nem
prazer*
Ao
7/24/2019 glaura
91/260
Erticos.
85
Ao
rudo
deltas
agoas
Vinde
,
fonhos
voadores
De
Mprfeo
co*
as
tenras
flores
Minhas
mgoas
fuspender.
Mas
fe
Amor
alvios
nega.
Quando
o
peito
mais
inflamai
S
aquelJe,
que
no
ama,
He
que
chega
a
adormecer.
Ouve
,
G
latir
a
,
o
fom
da
Lyra
,
Que
fuspira
lagrtmofa
,
Amorosa
em
noite escura
,
Sem
ventura
y
nem
prazer^
Os
7/24/2019 glaura
92/260
2$
Poemas
OS
AMORES
PERDIDOS
Rondo
XXIL
Ouo
amante
,
e
fem
ventura
,
De
ternura
Jus
pirando
,
Vou
buscando
entre
eflas
fiares
Os
amores
,
que
^erdL
No
me
engana
o
meu
receio
:
Tu,
Nynfa
os
occultale,
Ou
no
ceio
os
afTogalle
No
teu
feio
,
onde eu
os vi.
Ah cruel
tua
fereza
Rigorofa
os
opprimia
:
Meu
prazer
defdc
eTe
dia
Em
triteza
converti.
7/24/2019 glaura
93/260
7/24/2019 glaura
94/260
gg
P
o
E
t
A
S
Nem
co'
a
viita
deles
valies-
Ao
furgir
purprea
Aurora
,
cm
c'os
dons
da
alegre
Flora
ps
eus
males
diverti.
Ao
correr
das
frias
agoas
Por
colume
os
ais
escuto
Ai
de
mim
qual
foi o
fruto
DeTas
magoas
,
que
fori
?
Louco
amante
y
efem
ventura
^
J)e
ternura
Jtspirano
,
Vou
buscando
entre
ejlas
fiares
Os
amores
,
que
perdi.
No
meu
peito
j
crescidos
Ha
tarde
repousaro
Suas lagrimas
cessaro
E
os
gemidos
no
fenti.
Foi
7/24/2019 glaura
95/260
Erticos.
89
Foi,
ento,
Glaura
bella,
.
Foi
ento que
me
fugiro:
Eu
clamei,
e
nto
me
ouviro
mpia
elrella
, em
que
nafci
'Louco
amante
,
Jem
ventura^
De
ternura
f
ujp
irando
^
Vou
bnjcano
entre
e
fias
flores
Os
amores
y
que
perdi.
O
AMANTE
SAUDOSO.
RoTid
XXIIL
JLj
Ij^a
Glaura
os
arvoredos
,
E
os
rochedos
,
que
jd
vijle
,
Tudo he
t
rifle
^ e tudo
Jente
Meu
ardente
fuj
pirar.
Quan-
7/24/2019 glaura
96/260
7/24/2019 glaura
97/260
Erticos.
91
De que
nafce o
teu
defgolo
?
Ah
permitte
,
que
te
vejo
Efles
campos,
que
delejao
O teu
roi-lo
enamorar.
Linda
Glaura
,
os
arvoredos
,
B
os
rochedos
,
que
j
vi
fie
,
lfdo
he
trifte
,
e
tudo
fente
Meu
ardente
Jujpirar,
No
declvio
defte monte,
'
Murmurando
fombra fria,
Da
foberba
penedia
Ciara
fonte
def:e
ao
mar.-
NeTa
gruta
deleitofa
Doce
Zfiro te
efpera
E
a fuave
Primavera
Cuidadoli
em
te
agradar.
Lin-
7/24/2019 glaura
98/260
5^
Poemas
Li
fida
Glaura
,
os
arvoredos
,
E
os rochedos
,
que
j
vijie
,
Tudo
he
trijle
,
e
tudo
finte
Meu
ardente
Jujptrar,
Deftes
Ylles foge
a
calma
No
rigor
do
fero
iitio:
Torna
bella,
torna ao
rio.
Vem
minlia
alma confolar.
E
cu verei,
oh que
ventura
l
Nefte
plcido
remanfo
Os
prazeres,
e
o
defcano^
E
a
ternura
triunfar.
Linda
Glaura
,
os
arvoredos
,
E
os
rochedos
,
que
jd
vifte
,
Tudo
he
trijle
,
e
tudo
Jente
Meu
ardente
Jufpirar*
O
7/24/2019 glaura
99/260
Erticos.
^3
O
PRAZER
R^jd
XXIK
\^Obre
o
feno
recojlad
^
Defcanao
afino
a
lyra^
Que
refplra
com
terfiura
Na
doura
do
prazer.
Amo
impJes
Natureza:
Bufquem
outros a
vaidade
Nos
tumulto
da
cidade
Na
riqueza,
e
no
poder.
DeTe
plago furiofo
No
me
afTulo
os
perigos
Nem
dos
ventos inimigos
O
raivofo
combater.
7/24/2019 glaura
100/260
94
Poemas
Sohre
o
feno
recofiado
,
Dejcancado
affino
a
lyra
,
Que
rejpira
com
ternura
N^
doura
do
prazer
Touca
terra
cultivada
Me
agradece
com
feus
frutos
Mas
os
olhos
tenho
enxutos
,
Quanto
agrada
aim
viver
O
meu
peito
f
defej
Doce
paz
nele
retiro;
Por
delicias
no
fufpiro
Onde a
inveja faz
tremer.
Sobre
o
feno
recofiado
^
Defcanado
afim
a
lyra
^
Que
refpira
com
ternura
Na
doura
do
prazer.
Pe-
7/24/2019 glaura
101/260
7/24/2019 glaura
102/260
9^6
Poemas
A
innocncia
me
acompanha ;
Oh
que
bem
oh
que
theoirol
Vejo
alegre os
dias
de oiro
Na
montanha
renafcer.
Sohre
feno
recojl.ido
,
Dfcahado
ajjino
a
lyra
,
Que
refpira
com
ternura
ft
Na
doura
do
prazer,
A-
ALEGRIA.
Rondo
XXK
O
Em
o
auior
,
GLaura
,
tudo
Era
mudo
.,
e
trfle
,.e
feio:
Tudo
cheio de
alegria.
Nefte
dia
o
u
tornar
Vem
I
7/24/2019 glaura
103/260
Erticos.
97
Vera
comtigo
a
formofura
as
delicias dele
monte
P
valor
ao
prado,
fonte,
A
ventura de
te
amar.
.
N'utro
tempo a
e^eril
ferra
Teve
a
cr
das
minhas
magoaS
5
Hoje briliia
o
Sol
nas
agoas
Ri-fe a terra
j
o
Cco,
e
o
mar;
Sem
o
amor
,
Gaura
,
tud^
Era
mudo
,
e
trifie
,
e
feio
:
Tudo
cheio de
alegria
Neje
dia
q
v
tornar
Rude
Fauno,
que
feefconde^
E
de
amor
a
y
7/24/2019 glaura
104/260
$8
Poemas
Quanto agrada
ouvir
dela
ave
O
gorgcio
harir.oniofo
E
do
ZeSro
ainorofo
O
fuave
rjfpirar.
Sem
o
ainor
,
Glaura
,
tudo
Era
mtido
,
e trtfle
,
e
feio
;
^udo
cheio
de
alegria
ISleJle
dia
o v
tornar.
Coroada
de
mil
flores,
Molra
a
linda Cythera
Alvo
p
na
ruiva
ara
Que
os
amores
vem
beijar.
.
_ _
/*
Defla
Focha
curva
,
e
alta
Pela tarde
com
defcano
Vejo
3
Nynfa
,
no
remanfo
Como
falta
o
peixe
ao
ar.
Sem
7/24/2019 glaura
105/260
Pv
o
T
I
c o
s.
5^
Sem
o
amor
, o
Glaura
,
tudo
Era
mudo
,
e
trifle
,
e
jeio
Tudo
cheio
de alegria
Nejle
dia
o
l
tornar.
Desatando as
tranas
de
oli^d
Surgir
brilhante
a
Aurora
Par
ver
a beFa
Flora
Seu
theouro
derramar.
Ah
nao
fujas deles
prados
Onde
amor
ha
de
fegu'r-te
:
Mais
no
tenho
,
que
pedir-te
Nem os
Fados
mais,
que
dar.
Sem o
amor
,
d
Glaura
,
tudo
Era
mudo
,
e
triOe
,
e
feio
Tudo
cheio de
alegria
Nefle
dia
v m^naro
g
ii
O
7/24/2019 glaura
106/260
7/24/2019 glaura
107/260
E
R
o
T
I
C O
S.
lOI
Canto
alegre nejia gruta
^
E
me
ejcuta
o
valle
,
e
o
monte
:
Se
na
fonte
Glaura
vejo
,
2:^o
defejo
mais prazer.
Novos
fons
o Fauno ouvindo
Deftro
move
o
p
felpudo
Cautelofo,
agrefte, e
mudo
Vem
fahindo
por
me
ver.
Quanto
vale
hua
capella
De
jafmins
,
lrios
,
e
roas
,
Que co'
as
Dryades
mi
mofas
Glaura
bella
foi colher
Canto
alegre
nefla
gruta
,
E
me
efcuta
q
valle
, e
o
montei
Se na
fonte
Glaura
vejo
,
No
defejo
mais
prazer.
Re.
7/24/2019 glaura
108/260
jo^
Poemas
Receou
triiles
agoiros
A
innocencia
abandonada
j
E aqui
veio
retirada
Seus
thefoiros
efconder.
O
mortal
^
que
em i nao
cabe
Pufque
a
paz
de
clima
,
em
clima
Que
os
feus
dons
no campo eftima
^
Quem
os abe
conhecer.
'
Cafto
alegre
ncjli
gruta
,
^
me
ejcuta
o valle
,
e
o
monfie
:
Se na
fonte
Glaura
vejo
,
l^o
dejejo
mais
prazer.
Os
metaes adore
o
mundo
Ame
as
pedras
,
com que
fonha
Do
feliz
Jequetinhonha
,
(*)
Que cm
feu
fundo
as
yo
nafcer.
Eu
(*)
Rio
onde
fe
achio
muitos
diainaotes no
Serro
do
Frio.
7/24/2019 glaura
109/260
Erticos.
103
Eu
contente
nelas
brenhas
Amo
Glaura ,
e
amo
a
lyra.
Onde
terno
amor fufpira
,
Qiie
eftas
penhas
faz
gemer.
Canto
alegre
tiefla
gruta
,
E
me
efcuta
o
valle
,
e
o
monte
:
Se
na
fonte
Glaura
vejo
y
No
defejo
mais
prazer
GLAURA
DORMINDO,
Kond
XXriL
y
Oai
Zfiros
mimofas
,
Vagarojos com
cautela
;
Glaura bella
eft
dormindo
;
Quanto
he
lindo
o
meu
amor
Ma.
7/24/2019 glaura
110/260
7/24/2019 glaura
111/260
Erticos.
ioj*
Leve
fono
,
por
piedade
,
Ah
derrama
em
tuas
flores
\
O
pefar
,
a
magoa
,
as
dores,
,
E
a
faudade
do
Palor.
Vo.^
Zfiros
mlmofos
,
yagarojos
con
cautela
;
Qlaura
hella
ejld
dcrniindo\
Quanto
he lindo o
meu
amorl
Se
nos
mares
apparece
Vnus
terna
,
e
melindrofa
Glaura,
Glaura mais formoa
Lhe
efcurece
o
feu
valor.
No
velido
azul e
nobre
He
fem
oiro,
e
fem
diamante.
Qual vi filha
de
Thaumante
Que
fe
cobre
de
efplendor.
r^.
7/24/2019 glaura
112/260
io6
Poemas
Foat
Zfiros
mimofos
,
Vagarojos
com
cautela
;
Glaura
bella ejld
dormindo
,
Quanto he
lindo
o
meu
amorl
He fuave o
feu
agrado
A
meus
olhos
nunca
enxutos
Como
so
os
doces frutos
Ao
canado Lavrador.
Mas bem longe
da
ventura
A's
mudanas vivo
affito.
Encontrando
no
teu
peito
J
brandura
,
e
j
rigor.
Voai
Zfiros
mimojos
,
Vagarofos
com
cautela
;
Glaura
bella
efid
dormindo
\
Quanto
be
lindo
o
meu
amor.
DE-
7/24/2019 glaura
113/260
Erticos.
I07
DEZEMBRO.
Rondo
XXFIIL
t/
A'
Dezembro
mais
calmofo
Pergio/o
o
giro inclina :
Jlliirdina o
Ceo
rotundo
,
Ojder
o
mundo
incendiar.
Vem
Palora
aqui
te
efpero
Os
prazeres
dele
rio
;
Onde o
Sol ,
e
o
lecco
Elio
Ko
pcdrao
penetrar.
Nuas
graas te preparao
A
conchiniia
tranpa
rente
O
coral
rubro
,
e
luzente
,
1
Que
bufcrso
fobre
o
mar.
V
J^i
7/24/2019 glaura
114/260
7/24/2019 glaura
115/260
7/24/2019 glaura
116/260
ii
Poemas
Se
no abrigo
deles
prados
No
achares
lindas
flores
Acharss
os
meus
:?
mores
Defgraados a
chorar*
*Jd
Dezembro
mais
ahnof
Fcrguiojo
o
giro
inclina
:
1
Ilumina
o
Ce
o
rotundo
,
Quer o
mundo
incendiar,
^
m
m
^
O AMOR
MUDADO
EM
ABELHA,
Rondo
XXIX.
Em
o amor
mil
paffadores
Entre as
flores
de
fie
prado
,
E
mudado
em
leve
abelha
^
Se
aparelha
,
e
jd
voau,
*
Im-
7/24/2019 glaura
117/260
ErOTTGOS.
III
Implacvel
nao
defcana,
E
eu
,
Nynfa
,
bem
receio
Qiie
elle
empregue
no
teu
feio
A
vingana
,
que
jurou.
Sahe
do
neclar
d'uma
rofa.
.
Ah que
abelha
to
ferina
Mal
a vejo
,
e
pequenina
E
raivofa
me
picou.
Tem
o
amor
mil
paffadores
Entre
as
flores
dejle
prado
^
E
mudado
em leve
abelha
,
Se
aparelha
,
e
j
voou.
No ha
dor,
que
mais
inflame
Infeliz
que
em
vivo
fogo
Efmaguei
a
abelha
,
e
logo
N'um
enxame
fe
tornou.
Fui
7/24/2019 glaura
118/260
7/24/2019 glaura
119/260
7/24/2019 glaura
120/260
114
Poema?
O
DESEJO.
Rondo
XXX,
M
Eu ejcjo
ef
conde
o rojto
For
dej^of^o
,
a
que
o
condemnas
:
Ah
que as
petwas
lhe
arrancafie
,
U
o
laticafie
,
Glu\'a
,
ao
mar.
Os
Delfins
compadecidos
Lhe do vida
neilas
agoas:
Doris
ouve
os
ais
,
e as
magoas
E
CS
gemidos
com
pezar.
Hamadryades
fe
aprefso,
E
nos braos
o
tomaro
;
Flora
,
e
Zfiro
o
levaro
E
no
cefsao
de
chorar.
Me
7/24/2019 glaura
121/260
7/24/2019 glaura
122/260
7/24/2019 glaura
123/260
Erticos.
117
O
infeliz
nao
mais
confumas:
Aclie
o
rifo em teu
regao
;
E
o vers
n'am
breve
epao
Lindas plumas renovar.
Meu
dejejo
efconde
o
rojlo
Por
ejgoflo
,
a
qtie
o
condemnas
:
Ah
Que as
pennas
lhe
arrancajle
,
o
laijajie
,
Glaura
,
ao mar,
OS
CANTOS
AMOROSOS.
Rondo
XXX/.
P
Ara
ouvir
cantar
de
amores
Os
Faflores
me
hujcaro
\
Convidaro
Nynfas
LellaT
;
Glaura
entre
ellas
me
animou.
7/24/2019 glaura
124/260
Ii8
Poemas
A
alegria
vi
nos ares
E
no
bo