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GESTÃO DE CUSTOS NA
AGROINDÚSTRIA: UM ESTUDO DE
CASO SOBRE POSSIBILIDADE DE
MIGRAÇÃO PARA O SISTEMA DE
PRODUÇÃO INDEPENDENTE EM UM
PRODUTOR DE FRANGOS PARAENSE
Laura Maria Leite Ferreira (UEPA )
laurinhaf@hotmail.com
Maritiza dos santos wanzeler (UEPA )
maritizawanzeler@hotmail.com
Renata Melo e Silva de Oliveira (UEPA )
renata_ep@yahoo.com.br
Alef Berg de Oliveira (UEPA )
alefberg@hotmail.com
Abordando o tema gestão de custos na agroindústria da avicultura de
corte o estudo visa analisar a possibilidade de um produtor de frango
que trabalha sob um contrato de integração migrar para um sistema
independente de produção - tudo issoo, sob a perspectiva de
indicadores de custo variável. Através de uma pesquisa aplicada,
quantitativa e do tipo de estudo de caso, foram levantados custos
envolvidos, a margem de contribuição, o ponto de equilíbrio contábil
assim como a margem de segurança para ambos os cenários para
realizar a análise comparativa entre o sistema integrado e
independente de produção. Finalmente, realizou-se uma análise de
sensibilidade da margem de contribuição em relação ao custo variável
nos sistemas de produção independente e integrado, para que assim
fosse possível uma análise comparativa mais precisa. Baseado nos
resultados obtidos foi possível fornecer uma reposta ao problema da
pesquisa previamente estabelecido e discorrer sobre os resultados
encontrados.
Palavras-chaves: Custos Comparativos de Produção. Gestão de
Custos. Gestão de Processos de Produção
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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1.1
2 Introdução
O agronegócio é considerado uma das atividades mais importantes do Brasil (EMBRAPA,
2010), todos os anos milhares de toneladas de produtos são exportados do Brasil. Dentro deste
contexto está inserida a Avicultura, atividade expressiva do agronegócio dentro da Amazônia
(Pará). Onde excedeu as barreiras geográficas e também tecnológicas, transformando-se em
uma atividade de negócio internacional.
Além do fato do Brasil liderar a exportação de frangos no mercado mundial, essa atividade
movimenta outras importantes atividades como produção de sojas, milho, rações. A
Associação Brasileira de Produtores de Pinto de Corte (APINCO) afirma 6.606 frangos foram
produzidos no Brasil em 2012. Esta produção cresceu 4% desde 2011 em uma tendência
crescente. Desta maneira fica claro que está indústria tem grande relevância econômica para o
país.
O trabalho visa estudar o caso da Produtora de Frangos localizada no Estado do Pará. Esta
empresa trabalha sob o regime integrado de produção.
Considerando o fato da empresa possui condições e recursos para migrar para o sistema
independente de produção é realizado um estudo comparativo de cenários nos dois sistemas
de produção.
O método de custos variáveis foi aplicado em conjunto com a análise de sensibilidade, de
modo que as vantagens e desvantagens dos dois modos de produção pudessem ser discutidas a
fim de subsidiar a tomada de decisão. Consequentemente, era necessário identificar todos os
custos envolvidos no processo, a fim de medir todos os indicadores de eficiência como
margem de contribuição, ponto de equilíbrio, margem de segurança que foram realizados ao
longo de 13 meses.
É importante ressaltar que a análise dos cenários para melhorar a rentabilidade não é
importante somente para ganhos de média, mas também é fundamental para garantir a
sobrevivência das empresas.
Em relação a sustentabilidade econômica as empresas produtoras de frangos, Araújo et al
(2008) enfatiza que para a produção de frangos de corte, assegurando a sustentabilidade
envolvida na distribuição de ganhos obtidos por ele em toda sua extensão, ou seja, todos os
agentes econômicos envolvidos devem ser devidamente pagos.
Por fim o estudo irá examinar as vantagens financeiras de um produtor sob o sistema
integrado migrar para um sistema independente de produção. A análise realizada neste
trabalho segue indicadores de custo variável (eficiente ferramenta para o suporte tanto a curto
e médio prazo no planejamento operacional).
3 Revisão Teórica
Esta seção apresenta a revisão teórica do Método dos Custos variáveis e Análise de
Sensibilidade. Ambos os temas estão ligados por conceitos e peculiaridades avicultura no
agronegócio e seus principais desafios relacionados à competitividade.
3.1 Método do custeio variável
A gestão de custos define que os custos enfrentados pelas empresas podem ser classificados
em duas categorias principais: custos fixos e variáveis. O primeiro são custos independentes
do volume de produção como aluguel, local, maquinário, etc.
Já os custos variáveis variam de acordo com a produção. Muitas vezes aumentam a uma taxa
constante em relação ao trabalho e ao capital investido como salários, materiais, entre outros.
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Gestão de custos é definida por Martins (2003) como um ramo da contabilidade que define
questões de custos estratégicos que são movidos tanto por informações financeiras quanto não
financeiras. Portanto, o objetivo da gestão de custos é fornecer condições para as empresas
tomarem decisões para finalmente aumentar a competitividade da empresa.
Colauto et al (2004) enfatizam que o aumento do uso do método de custeio variável,
transformou-se em uma ferramenta fundamental para o planejamento, o controle e a tomada
de decisões administrativas, envolvendo a minimização dos custos e a otimização dos
resultados.
O método surgiu da necessidade de solucionar problemas acarretados pela dificuldade de
apropriação dos custos fixos indiretos aos produtos e da grande utilidade do conhecimento do
custo variável (BACKES et al, 2007).
Fornecer inputs para toma de decisões é uma das principais funções do custeio variável, que
envolve estimativa de preços, quantidade demandada e custos de produtos/ ou serviços que
fornecem uma contribuição para cada risco. Neste contexto, a análise de custos, volume e
lucro visam estabelecer um padrão mostrando relativa importância do produto/serviços
oferecidos pela empresa.
Horngren et al (2004) citam que a análise de Custo/Volume/Lucro é uma das mais básicas
ferramentas de avaliação utilizadas a nível gerencial, pois examina o comportamento das
receitas e custos totais, dos resultados das operações decorrentes de mudanças nos níveis de
saídas (vendas), de preços de venda, custos variáveis unitários ou custos fixos.
A figura 1 mostra os indicadores que facilitam a gestão e avaliação quando analisado custos-
volume-lucros.
Figura 1 – gráfico de representação do Custo-Volume-Lucro
Fonte: Adaptado de Martins (2003)
Indicadores de Custo-Volume-Análise podem ser observados na tabela 1. Tabela 1: Indicadores de Custos Variáveis
Indicator Componentes
Margem de
Contribuição
CM ($) = Preço por unidade – Custos
variáveis por unidade
Ponto de
Equilíbrio
EBP(q) = [Custos fixos totais]÷CM por
unidade
Margem de
Segurança
MS(q) = Vendas(q) –Ponto de
equilíbrio(q)
Fonte: Martins (2003)
Wernke, Meure e Bornia (2002) apontam que a análise das relações custo-volume-lucro no
agronegócio pode fornecer subsídios quanto aos impactos causados por alterações dos custos
de produção, dos preços de comercialização e do volume produzido na rentabilidade do
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negócio. Enfatizam ainda que estas informações são estratégicas do ponto de vista econômico,
tendo em vista que são constantes as oscilações de preços nos insumos de produção
empregados no agronegócio.
É essencial que os gestores considerem a avaliação de custos-volume-lucros como
metodologia de planejamento, munir-se de ferramentas úteis de gestão a curto prazo no
planejamento operacional; quantidades estimas derivadas de vários cenários econômicos;
antecipação de dificuldade surgidas a partir interrupções sazonais desfavoráveis sazonais
desfavoráveis para a empresa. Análise de sensibilidade.
Horngren et al (2004) define a análise de sensibilidade como “uma técnica de simulação que
examina o quanto um resultado será alterado se os dados da previsão inicial não forem obtidos
ou se alguma suposição fundamental for alterada”. E ainda que a análise de sensibilidade
estuda os efeitos de certas variações das entradas na receita total. Isto pode refletir no
aumento ou decrescimento de receita ou gastos (MATSUHITA et al, 2006).
A tabela 02 apresenta como algumas mudanças em uma ou mais variáveis podem afetar
positivamente ou negativamente variáveis de interesse.
Tabela 2: Análise de sensibilidade para um produtor de frango
Variáveis Variação IRR (%) IRR (years) Lucro (R$)
Preço do Frango 20% 21 5 R$ 2.816,00
-20% 10 7 -R$ 2.304,00
Volume de produção de frango 20% 21 5 R$ 2.816,00
-20% 10 7 -R$ 2.304,00
Custos totais 20% 11 7 -R$ 1.996,00
-20% 19 5 R$ 1.663,00
Fonte: Adaptado de Carneiro et al (2004)
4 Metodologia
Esta seção visa apresentar os métodos e aproximações que foram aplicadas nesta pesquisa.
Abordando o critério usado por Silva e Menezes (2000), este trabalho é baseado na aplicação
do ambiente de pesquisa, e está focado no uso de soluções práticas para o problema de caso
do produtor da avicultura de corte especificamente.
O trabalho é também baseado em modelos quantitativos, a fim de subsidiar a análise de
informação considerando o conhecimento racional. Da mesma forma, esta pesquisa aborda a
idealização de um modelo capaz de maximizar os lucros na cadeia de valor da avicultura.
Portanto, segundo Bertrand e Fransoo apud Miguel et al (2010), alinhada como um tipo
axiomático de pesquisa.
E ainda, este trabalho adiciona- ao estudo caso que é definido por Richardson (1999) e Miguel
et al (2010) como sendo um trabalho empírico que investiga certo fenômeno dentro de um
contexto da atual realidade, através de análise detalhada para um ou mais casos.
Logo este artigo, o fenômeno investigado é lucratividade em dois cenários de decisão para
avicultura. : i) Sistema integrado de produção; ii) Sistema independente de produção.
O modelo conceitual da pesquisa – Apresentado na figura 2 – é alinhado aos parâmetros de
estudo de caso de George e Bennett (2003)
Figura 2 – Modelo de caso de estudo conceitual.
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Fonte: Adaptado de George e Bennett (2005) e Yin (2003)
Os estágios e procedimentos de coleta de dados e análise dos resultados foram realizados de
acordo com Gestão de Custeio Variável, abordado por Leone (2000); Martins (2003) e Bruno
e Famá (2009). Assim, para o cenário real e alternativo, foram calculados: i) Receita total; ii)
Margem de contribuição; iii) Margem de contribuição por unidade; iv) Ponto de equilíbrio; v)
Análise de sensibilidade.
5 Aplicando resultados
Após a apresentação da revisão teórica usado nesta pesquisa, é necessário apresentar nesta
seção o estudo de caso dos sistemas integrado e independente de produção, que inclui a
contextualização da empresa: i) Aplicação do custeio variável no sistema integrado; ii)
Aplicação do custeio variável no sistema independente (cenário simulado); iii) Cálculo da
margem de contribuição, ponto de equilíbrio financeiro e margem de segurança; iv) Análise
de sensibilidade.
5.1 Caracterização da empresa
Desde 1986, a empresa estudada trabalha com a criação e venda de aves vivas. Localizada no
município Benfica (Estado do Pará, Brasil) seu principal produto comercializado é o frango
vivo. Porém também comercializa estrume orgânico – subproduto da produção de aves.
Localizada a 30 km da capital do estado isto representa uma vantagem para a empresa e ainda
para o próprio cliente, pois é próximo de grandes lojas de varejo e abatedouros – implicando
em vantagens econômicas na distribuição dos produtos.
A empresa opera dentro do sistema integrado de produção, logo a empresa integradora
provem as aves de um dia, comida e suporte técnico durante o período da criação, além de
fornecer a logística do processo.
A empresa integradora também é responsável por gastos relacionados a logística de saída, a
entrega das aves de um dia e alimentos nas fazendas, assim com a logística de distribuição do
produto final (aves de 2.5 kg). Este contexto é importante por que é onde está focado o estudo
sobre avicultura de corte no sistema independente (criação e venda).
No seus primeiros anos a empresa contava com 7 trabalhadores e um galpão de 132m² e
capacidade para criação de mil aves por lote. Desde 2011, a empresa começou a trabalhar com
cinco aviários, com capacidade de 27.000,00 aves por cada lote. Sua unidade produção é
dividida em duas unidades: a) Fazenda1 que consiste em três aviários com capacidade total de
171.000,00 aves por lote, e b) Fazenda 2, que possui 2 aviários com capacidade total de 114,
000.
Após 25 anos sob o sistema integrado, a empresa passou a cogitar trabalhar no sistema
independente a curto prazo. Logo indicadores do método de custeio variável foram calculados
para ambas as situações de modo que o cenário real pudesse ser comparado ao cenário
simulado.
Como uma maneira de obter resultados de interesse para este estudo, foram tomadas as etapas
ilustradas na Figura 3. Figura 3 – Pesquisa e aplicação
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Fonte: Adaptado de Ferreira e Wanzeler (2011)
5.2 Aplicação do custeio variável no sistema integrado
A fim de aplicar o Método do Custeio Variável adequadamente, era necessário coletar dados
durante 13 meses. Após este passo, classificação (tabela 3) das despesas foi realizada segundo
os critérios da metodologia da EMBRAPA para o Cálculo dos Custos de Produção do Frango
de Corte – Versão 2, Miele et al (2010). Tabela 3: Classificação das despesas
Despesas Classificação Comentários
Electricidade Custos Variáveis
Esses gastos têm mudado o
seu valor total da quantidade
produzida.
Mão de obra Custos Variáveis
Lenha Custos Variáveis
Serragem Custos Variáveis
Acomodações Custos Variáveis
Manutenção Custos Variáveis
A depreciação de máquinas e
equipamentos Custo Fixo
Não há mudanças para a
quantidade produzida.
Fonte: Autores (2013)
Após a classificação das despesas, foi possível o cálculo dos custos variáveis por unidade.
Primeiro, sendo necessária a soma total de custos por item durante o período de Julho de 2010
para Julho de 2011.
Em seguida, esta quantia foi dividida pelo número total de frangos produzidos no mesmo
período e então, o resultado de gasto por ave foi obtido (R$ / Ave). Finalmente, este último
resultado foi divido pelo total de kg produzidos durante o período, obtendo-se o custo variável
por kg em cada fazenda.
Como também era necessário saber o volume de produção e peso por mês em cada fazenda,
esta informação é apresentada na tabela 4. Tabela 4- Volume de Produção e Peso de Produção
Lotes Produção de aves Produção por peso (Kg)
Fazenda1 Farzenda2 Fazenda 1 Fazenda 2
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Lote 1 66.445 43.400 174.086 120.348
Lote 2 67.763 43.869 169.950 109.014
Lote 3 65.914 43.144 177.770 114.245
Lote 4 60.043 42.700 148.066 103.889
Lote 5 73.839 48.248 177.657 108.654
Lote 6 73.829 49.398 187.009 134.511
Subtotal 407.833 270.759 1.034.537 690.662
TOTAL 678.592 1.725.199
Fonte: Autores (2013)
Quando estudados separadamente é possível encontrar diferenças de consumos e insumos
entre as fazendas estudadas, - observa-se que as fazendas geram custos diferentes de produção
por 1 kg de frango. Embora a quantidade produzida em relação ao número de aves
permaneceu constante. Contudo, para o presente estudo, o foco são os custos médios/kg.
Resultados dos cálculos de Custos são apresentados na próxima tabela. Tabela 5- Cálculo de custos para o sistema integrado
Itens Quantidade Por aves Por Kg
Custos Variáveis (CV) R$ 170.943,45 R$ 0,25 R$ 0,10
(+) Mão de Obra direta R$ 49.209,14 R$ 0,07 R$ 0,03
(+) Eletricidade R$ 59.016,28 R$ 0,09 R$ 0,03
(+)Acomodações gerais R$ 3.771,82 R$ 0,01 R$ 0,00
(+) Manutenção R$ 11.246,21 R$ 0,02 R$ 0,01
(+) Lenha R$ 5.700,00 R$ 0,01 R$ 0,00
(+) Serragem R$ 42.000,00 R$ 0,06 R$ 0,02
CUSTOS FIXOS (CF) R$ 83.414,32 - -
(+) Depreciação na planta R$ 45.106,62 - -
(+) Depreciação no maquinário R$ 18.043,74 - -
(+) Mão de obra indireta R$ 20.263,96 - -
CUSTOS TOTAIS (CV +CF) R$ 254.357,76 R$ 0,48 R$ 0,19
Fonte: Autores (2013)
O próximo passo era construir a Demonstração de Resultados através do qual pode-se
concluir, que no sistema integrado o lucro bruto de R$ 0,22/frango ou R$ 0,09/kg. O lucro
líquido são de R$ 0,10/frango R$ 0,04kg. A demonstração de cálculo para esta produção está
apresentada na tabela 6. Tabela 6- Receita total para o sistema integrado
Itens QUANTIDAD
E
POR
AVE
POR
KG
LUCRO BRUTO R$ 323.155,26 - -
( - ) IMPOSTOS R$ 12,00 - -
LUCRO LÍQUIDO R$ 323.143,26 R$ 0,48 R$ 0,19
( - ) CUSTOS VARIÁVEIS R$ 170.943,45 R$ 0,25 R$ 0,10
LUCRO BRUTO (MARGEM DE R$ 152.199,81 R$ 0,22 R$ 0,09
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CONTRIBUIÇÃO)
( - ) CUSTOS FIXOS + DESPESAS R$ 83.414,32 - -
LUCRO LÍQUIDO R$ 68.785,50 R$ 0,10 R$ 0,04
Fonte: Autores (2013)
Uma vez calculado a arrecadação da empresa no sistema integrado, é necessário construir um
cenário simulado do sistema independente, com o intuito de não analisar apenas as
possibilidades, mas também para possibilitar a comparação mais rentável para subsidiar uma
comparação.
5.3 Aplicação do custeio variável no sistema independente de produção
Para a aplicação do método do custeio variável dentro do sistema independente de produção é
necessário previamente identificar os novos gastos que naturalmente incidem sobre o produtor
independente. Assim o produtor independente poderia produzir a alimentação dos frangos,
além de operar a logística para comprar aves de um dia.
A gestão operacional do maquinário e sua depreciação bem como a depreciação da nova
planta – isto inclui gastos com eletricidade que garante a funcionalidade desta nova planta,
seria uma responsabilidade para o produtor. Porém não foram considerados desembolsos
financeiros para construção da fábrica de ração, pois não se caracteriza como custos, mas
como investimento para longo prazo.
Como o cálculo dos resultados do sistema independente foram fornecidos na mesma série
temporal usada na seção 1.2, outro ponto a ser observado é que o total de despesas com lenha,
serragem e várias acomodações, eram o mesmos calculados para o sistema integrado.
Entretanto para efeito de comparação do estudo a quantidade (tabela 2 – seção 4.2) produzida
foi a mesma para ambos os casos.
Embora muita informação necessária para simular o sistema independente estivesse presente
na seção 1.2, ainda foi preciso definir novas despesas que foram inatas do Sistema
Independente. Por exemplo, ilustrar um dos muitos procedimentos para tomados para executar
esta fase do estudo, calcular novos custos gerados para produzir ração nas fazendas, um
estudo auxiliar foi realizado para uma melhor compreensão da formulação de rações que tinha
que considerar a nutrição do animal durante os diferentes estágios da criação (13 meses).
Somente após isto, seria possível continuar a calcular a elevação dos custos.
De acordo com Fatec S.A Regional Norte (2011), são 4 estágios no processo de criação e para
cada estágio deve ser usado uma ração de composição diferente, visando maximizar o ganho
de peso. A tabela 7, apresenta os estágios de criação e quantidade de ração por ave para o
ganho indicado de peso. Tabela 7- Required amount of feed per bird.
Engorda Quantidade (Kg)
Pré-inicial 0,3
Inicial 1
Crescimento 2,2
Finalização 1,5
Total 5
Fonte: Fatec S.A (2011)
Após isto, a formulação de alimentos foram calculado por 723.100 frangos de corte na
fazenda, durante a realização desse estudo. O próximo passo foi a realização da cotação média
de cada ingrediente da ração. Resumo dos resultados pode ser observado tabela 8.
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Tabela 8- cotação dos ingredientes por tipo de alimentação
Ingredientes Total Pré-
Inicial Inicial
Cresciment
o
Finalizaçã
o
Milho (R$) 1.269.770,6
9 61.499,66
237.408,1
9 557.175,16 413.687,68
Farelo de soja(R$) 835.809,60 75.556,72
198.490,9
5 366.524,93 195.237,00
Óleo de soja (R$) 205.533,94 9.892,01 32.973,36 96.721,86 65.946,72
Farinha de carne e osso
(R$) 98.095,75 6.074,04 19.740,63 43.429,39 28.851,69
Calcário (R$) 9.596,98 585,71 1.887,29 4.390,66 2.733,32
Sal (R$) 3.771,33 292,86 976,19 1.574,91 927,38
Bicarbonato de Sódio(R$) 21.114,52 867,72 3.326,26 9.544,92 7.375,62
Premix (pre-inicial) (R$) 25.380,81 25.380,81 - - -
Premix (inicial) (R$) 79.541,00 - 79.541,00 - -
Premix (crescimento) (R$) 164.331,71 - - 164.331,71 -
Premix (finalização) (R$) 101.197,85 - - - 101.197,85
Total (R$) 2.814.144,1
7
180.149,5
2
574.343,8
7
1.243.693,5
3 815.957,25
Fonte: Ferreira e Wanzeler (2011)
Em seguida, foi possível a realização do cálculo de unidade de custos de nutrição. Portanto os
resultados obtidos foram: R$ 4,15/ave R$ 1,63/ave-kg.
Procedimentos similares foram adotados durante o cálculo de outros custos que não foram
contemplados na seção 1.2. Assim, os primeiros resultados obtidos através do método dos
custos vaiáveis na simulação do sistema independente de produção podem ser observados na
tabela 9 – Custos variáveis para Sistema Independente. Tabela 9- Cálculo de custos para o sistema independente
Itens Quantidade Por ave Por Kg
Custos Variáveis (CV) R$ 3.871.571,40 R$ 5,71 R$ 2,24
(+) Ração (comida da ave) R$ 2.814.144,17 R$ 4,15 R$ 1,63
(+) Ave de um dia R$ 686.945,00 R$ 1,01 R$ 0,40
(+) Mão de obra direta R$ 69.473,10 R$ 0,10 R$ 0,04
(+) Eletricidade R$ 73.612,17 R$ 0,11 R$ 0,04
(+) Acomodações R$ 3.771,82 R$ 0,01 R$ 0,00
(+) Manutenção R$ 175.925,14 R$ 0,26 R$ 0,10
(+) Lenha R$ 5.700,00 R$ 0,01 R$ 0,00
(+) Serragem R$ 42.000,00 R$ 0,06 R$ 0,02
CUSTOS FIXOS (CF( R$ 72.339,36 - -
(+) Depreciação na planta R$ 54.295,62 - -
(+) Depreciação no maquinário R$ 18.043,74 - -
CUSTOS TOTAIS (CV +CF) R$ 3.943.910,76 R$ 5,81 R$ 2,29
Fonte: Ibdem (2011)
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Na tabela 9 - A receita total para o Sistema Independente, o lucro líquido pode ser observado. Tabela 10- Receita total para o sistema integrado
Itens QUANTIDAD
E
POR
AVE
POR
KG
LUCRO BRUTO R$ 4.398.128,53 - -
( - ) IMPOSTOS R$ 12,00 - -
LUCRO LÍQUIDO R$ 4.398.116,53 R$ 6,48 R$ 2,55
( - ) CUSTOS VARIÁVEIS R$ 3.871.571,40 R$ 5,71 R$ 2,24
LUCRO BRUTO (MARGEM DE
CONTRIUIÇÃO) R$ 526.545,13 R$ 0,78 R$ 0,31
( - ) CUSTOS FIXO + DESPESAS R$ 72.339,36 - -
LUCRO LÍQUIDO R$ 454.205,77 R$ 0,67 R$ 0,26
Fonte: Autores (2013)
Após a formação da receita total, foram estimados os lucros brutos por ave de R$ 0,78 e R$
0,31/kg. Estimado o lucro líquido estimado é de R$ 0,67/ave e R$ 0,26/kg. Como conclusão
preliminar para este estudo pode inferir que embora as despesas aumentem no sistema
independente, o lucro líquido no sistema é mais atraente do que o lucro liquido do sistema
integrado.
5.4 Cálculo dos indicadores de custos variáveis
Indicadores de Custos Variáveis fornecem uma visão mais ampla sobre os resultados de cada
sistema de produção, uma vez que permite estender a análise para além do lucro líquido
auferido em cada sistema de produção. Tabela 11- Indicador de Cálculo
Indicador
Sistema Integrado de
Produção
Sistema Independente de
Produção
Quantidade Por ave Quantidade Por ave
Margem de Contribuição
(R$) 152.199,81 0,22 526.545,13 0,78
Ponto de Equilíbrio (unt) 371.908 - 93.228 -
Ponto de Equilíbrio (R$) 177.107,81 - 604.236,52 -
Margem de Segurança
(Unt) 306.684 - 585.364 -
Margem de segurança
(R$) 146.047,45 - 3.793.892,01 -
Margem de Segurança
(%) 45,19% - 86,26% -
Fonte: Autores (2013)
De acordo com estes indicadores, o sistema independe de produção mostrou taxas mais
atraentes, embora a maioria dos estudos realizados fora do Brasil tenha mostrado o contrário.
Por esta razão, por esta razão mais análises devem ser realizadas: a análise de sensibilidade.
5.5 Análise de sensibilidade
A análise de sensibilidade foi utilizada para medir a sensibilidade de variação dos Custos
Variáveis da empresa, que tem grande impacto tanto no lucro líquido quanto bruto. Por
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exemplo, no Sistema Independente, um os custos mais impactantes são os relacionados
diretamente a produção de comidas para as aves e a aquisição de novas aves (por exemplo,
ração de milho representa 72,69% dos custos variáveis, e aves de um dia representam 17,74 %
deles).
Os resultados dos cálculos de análise de sensibilidade podem ser observados na tabela 12. Tabela 12- Cenários considerados na análise de sensibilidade.
Itens Inicial 5% 10% 15% 20%
Custos Variáveis (R$) 3.871.571,40 3.935.059,93 3.998.548,47 4.062.037,00 4.125.525,54
Ração (R$) 2.814.144,17 2.877.632,70 2.941.121,23 3.004.609,77 3.068.098,30
Custo de milho (por
kg) (R$) 0,54 0,57 0,59 0,62 0,65
Custo de milho (R$) 1.269.770,69 1.333.259,22 1.396.747,76 1.460.236,29 1.523.724,82
MC (R$) 526.557,13 463.068,60 399.580,06 336.091,53 272.603,00
MC (por kg) (R$) 0,31 0,27 0,23 0,19 0,16
MC (por bird) (R$) 0,78 0,68 0,59 0,50 0,40
Fonte: Autores (2011)
6 Conclusão
Ambos os sistemas são importantes quando nos referirmos a agronegócio, embora um sistema
diferente possa ser usado por algum produtor, porém é necessário saber qual o objetivo do
produtor. O sistema integrado é vantajoso por que a empresa integradora fornece os
suplementos necessários para a produção, mas apresenta desvantagem, pois o produtor não
tem opções e escolhas, ele permanece ligado a empresa. Se algum comprador se interessasse
em comprar parte da produção não seria possível. Considerando este fato o Sistema Integrado
tem custos estipulados em R$ 254.357,76 considerando custos variáveis e fixos, R$ 0,48 por
ave e R$ 0,19 por kg.
Por outro lado o sistema independente de produção poderia gerar bons preços, serviços e
possibilidades para venda da produção para muitos compradores, porém seria necessário o
produtor arcar com todos os custos envolvidos como transporte, suprimentos veterinários,
rações. Considerando os custos fixos e variáveis do sistema independente de produção R$ R$
3.943.910, 76, por ave R$ 5,81 e por kg R$ 2,29.
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