Post on 21-Jun-2015
TARCISIO MIGUEL TEIXEIRA
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA E
SENSORIAMENTO REMOTO NO ESTUDO DO POTENCIAL DE TURISMO
RURAL EM UM MUNICÍPIO
MARINGÁ
PARANÁ � BRASIL
FEVEREIRO � 2008
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TARCISIO MIGUEL TEIXEIRA
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA E
SENSORIAMENTO REMOTO NO ESTUDO DO POTENCIAL DE TURISMO
RURAL EM UM MUNICÍPIO
Dissertação apresentada à
Universidade Estadual de Maringá,
como parte das exigências do
programa de Pós-graduação em
Agronomia, área de concentração
Solos e Nutrição de Plantas para a
obtenção do título de mestre.
MARINGÁ
PARANÁ � BRASIL
FEVEREIRO � 2008
TARCISIO MIGUEL TEIXEIRA
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA E
SENSORIAMENTO REMOTO NO ESTUDO DO POTENCIAL DE TURISMO
RURAL EM UM MUNICÍPIO
Dissertação apresentada à
Universidade Estadual de Maringá,
como parte das exigências do
programa de Pós-graduação em
Agronomia, área de concentração
Solos e Nutrição de Plantas para a
obtenção do título de mestre.
APROVADA em 29 de fevereiro de 2008.
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
ii
DEDICO
iii
AGRADECIMENTO
iv
BIOGRAFIA
v
ÍNDICE
LISTA DE TABELAS ..................................................................................... vii
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................... viii
LISTA DE ABREVIATURAS .......................................................................... x
RESUMO ........................................................................................................ xii
ABSTRACT .................................................................................................... xiii
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1
2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 4
2.1 TURISMO RURAL ................................................................................. 4
2.2 GEOPROCESSAMENTO, SENSORIAMENTO REMOTO E GPS ....... 10
2.2.1 Geoprocessamento ....................................................................... 10
2.2.2 Sensoriamento remoto .................................................................. 16
2.2.3 GPS ................................................................................................. 20
2.3 ZONEAMENTOS ................................................................................... 20
2.4 GEOPOTENCIALIDADES ..................................................................... 23
2.5 GEOPLANEJAMENTO .......................................................................... 24
2.6 TURISMO RURAL E SIG ...................................................................... 25
3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 30
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ....................................... 30
3.1.1 Mesorregião ................................................................................... 31
3.2 MATERIAL ............................................................................................. 32
3.2.1 Material de laboratório .................................................................. 32
3.2.2 Material de campo .......................................................................... 34
3.3 METODOLOGIA .................................................................................... 34
3.3.1 Procedimento no laboratório ........................................................ 34
3.3.2 Procedimento a campo ................................................................. 40
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 44
4.1 RESULTADOS CARTOGRÁFICOS ...................................................... 44
4.1.1 Hidrografia da região ....................................................................
4.1.2 Carta de estradas e localidades ...................................................
44
48
vi
4.1.3 Cobertura vegetal no período entre 1964 a 1966 ........................
4.1.4 Cobertura vegetal no ano de 1988 ...............................................
4.1.5 Cobertura vegetal no ano de 2003 ...............................................
4.1.6 Classes de solos ............................................................................
4.1.7 Imagem LANDSAT associada ao modelo 3D e classes de
solos ...............................................................................................
4.1.8 Representação 3D da hipsometria ...............................................
4.1.9 Carta de fatiamento da hipsometria .............................................
4.1.10 Carta clinográfica ........................................................................
4.1.11 Carta de aptidão das terras ........................................................
4.1.12 Carta de adequação do uso das terras .....................................
4.1.13 Sobreposição dos pontos visitados na carta de vegetação
2003 ..............................................................................................
4.1.14 Sobreposição dos pontos visitados na carta de aptidão do
uso das terras .............................................................................
4.1.15 Sobreposição dos pontos visitados na carta de adequação
do uso das terras .......................................................................
4.1.16 Sobreposição da hidrografia ao PI estradas e localidades ....
4.1.17 Sobreposição da hidrografia sobre o PI vegetação 2003 ........
4.2 DADOS SOCIOECONÔMICOS ............................................................
4.2.1 Resultados das entrevistas com os informantes de confiança ...
4.2.2 Resultados dos questionários aplicados aos produtores rurais ...
4.3 DISCUSSÃO ..........................................................................................
50
51
52
54
57
58
59
60
61
63
65
66
66
67
68
68
68
70
70
5 CONCLUSÕES ........................................................................................... 79
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 80
APÊNDICES ................................................................................................... 92
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Alternativas de utilização das terras de acordo com os grupos
de aptidão agrícola ......................................................................
38
Tabela 2 Graus de limitação por suscetibilidade à erosão ......................... 39
Tabela 3 Localização das represas visitadas ............................................. 45
Tabela 4 Localização das cachoeiras visitadas ......................................... 46
Tabela 5 Vegetação 1964 a 1966 (ha) ....................................................... 50
Tabela 6 Vegetação 1988 (ha) .................................................................... 51
Tabela 7 Vegetação 2003 (ha) ................................................................... 53
Tabela 8 Áreas das classes de solos do município (ha) ............................. 54
Tabela 9 Distribuição hipsométrica do município ........................................ 59
Tabela 10 Declividades (ha) .......................................................................... 60
Tabela 11 Aptidão do uso das terras (ha) ..................................................... 61
Tabela 12 Adequação do uso das terras ...................................................... 63
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Refração da onda eletromagnética ........................................... 12
Figura 2 Comportamento espectral da vegetação .................................. 13
Figura 3 Arquitetura de Sistemas de Informação Geográfica ................. 18
Figura 4 SIG relacional ............................................................................ 19
Figura 5 Fluxo de procedimentos técnico-operacionais .......................... 21
Figura 6 Árvore de Decisão ..................................................................... 28
Figura 7 Localização do município de Corumbataí do Sul � PR ............. 30
Figura 8 Uso do SIG SPRING � sobreposição de PIs: imagens orbitais
(RGB), limites do município e Modelo Numérico do Terreno
(grade regular) ........................................................................... 34
Figura 9 Representação esquemática da incorporação de dados
cartográficos a um SIG .............................................................. 39
Figura 10 Coleta de dados com GPS ........................................................ 40
Figura 11 Represa em uma das propriedades visitadas ........................... 41
Figura 12 Hidrografia sobreposta à imagem RGB sintética ....................... 44
Figura 13 Represa (05) .............................................................................. 45
Figura 14 Represa (01) em região com potencial para construção de
outras ......................................................................................... 45
Figura 15 Cachoeira 01 (Boi-cotó) ............................................................. 46
Figura 16 Cachoeira 04 .............................................................................. 46
Figura 17 Alguns participantes da 5ª cavalgada de Santa Rita de Cássia
em Janeiro de 2007 no Bairro dos Borges (Xm= 380432; Ym=
7330755) .................................................................................... 47
Figura 18 Carta de estradas e localidades ................................................. 48
Figura 19 Vista parcial de estrada rural A .................................................. 49
Figura 20 Vista parcial de estrada rural B .................................................. 49
Figura 21 Carta de cobertura vegetal entre o período de 1964 a 66 ......... 50
Figura 22 Carta de cobertura vegetal no ano de 1988 ............................... 52
ix
Figura 23 Carta de cobertura vegetal a partir de imagem LANDSAT,
2003 ............................................................................................ 53
Figura 24 Classes de solos no município ................................................... 54
Figura 25 Imagem orbital do satélite LANDSAT sobreposta ao modelo
numérico do terreno para representação tridimensional da
região de estudo gerada no surfer e associada a distribuição
de solos no município ................................................................. 57
Figura 26 Apresentação do relevo a partir do MNT e do programa
computacional surfer .................................................................. 58
Figura 27 Carta hipsométrica gerada pelo spring ....................................... 59
Figura 28 Carta clinográfica ........................................................................ 60
Figura 29 Afloramento de rochas em área com pasto ................................ 61
Figura 30 Carta de aptidão do uso das terras ............................................ 62
Figura 31 Carta de adequação do uso das terras ...................................... 63
Figura 32 Pastagem e culturas em área com declividade acentuada e
com afloramento de rochas ........................................................ 64
Figura 33 Visão panorâmica de varias áreas com declividade acentuada
utilizadas para pastagem ............................................................ 64
Figura 34 Carta da cobertura vegetal em 2003 e os pontos visitados ....... 65
Figura 35 Carta de aptidão do uso das terras e os pontos visitados .......... 66
Figura 36 BC02, propriedade a 600m de altitude (Xm = 385170; Ym =
7325331) .................................................................................... 66
Figura 37 Carta de adequação do uso das terras e os pontos visitados .... 67
Figura 38 Carta de estradas, localidades e hidrografia .............................. 67
Figura 39 Carta de hidrografia e vegetação 2003....................................... 68
x
LISTA DE ABREVIATURAS
APA Área de Proteção Ambiental
APROCOR Associação de Produtores de Corumbataí do Sul
CAD Computer Aided Design
CSA Agencia Espacial Canadense
DGPS Differential Global Positioning System
EMBRATUR Empresa Brasileira de Turismo
FECILCAM Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão
GPS Global Positioning Spacial
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IICA Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IPPUR Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional
LANDSAT Land Remote Sensing Satellite
LEADER Liaison entre Action de Développement de l'Économie Rurale
MNT Modelo Numérico do Terreno
MSS Multispectral Scanner System
MT Ministério do Turismo
NASA National Space and Space Administration
NAVSTAR Navigation System Using Time and Ranging
NCGIA National Centre for Geografical Information and Analysis
ONG Organização Não Governamental
ONU Organização das Nações Unidas
PIB Produto Interno Bruto
PNDPA Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
RADARSAT Radar Satellite
SAD 69 South American Datum de 1969
SEMA Secretaria Estadual do Meio Ambiente
xi
SGBDR Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados Relacional
SGBD Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados
SIG Sistema de Informação Geográfica
SPRING Sistema de processamento de Informações Geográficas
TM Thematic mapper
UFRRJ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
USGS United States Geological Survey
UTB Unidade Territorial Básica
UTM Universal Transversa de Mercator
xii
RESUMO
TEIXEIRA, Tarcisio M., M.S., Universidade Estadual de Maringá, fevereiro de
2008. Avaliação do sistema de informação geográfica e sensoriamento
remoto no estudo do potencial de turismo rural em um município.
Professor Orientador: Prof. Dr. Marcos Rafael Nanni.
Os objetivos deste trabalho foram avaliar os SIGs como instrumento para apoio
a investigação dos potenciais e limitações de um município, visando a
implantação do turismo rural; realizar o levantamento a campo dos locais com
potencial para turismo rural e ecoturismo no município; levantar dados
agrícolas, socioeconômicos e turísticos junto aos produtores da Associação de
produtores de Corumbataí do Sul - PR; estabelecer um banco de dados
georreferenciados; produzir mapas temáticos de geopotencialidade;
estabelecer a relação entre os mapas temáticos produzidos e a perspectiva
para turismo rural no município. Para atingir os objetivos foram levantados os
dados a campo por meio de sistema GPS e questionários socioeconômicos. No
laboratório foram criadas cartas temáticas e modelo numérico do terreno via
mesa digitalizadora e técnicas de sensoriamento remoto. Os levantamentos
foram incorporados em banco de dados georreferenciado do programa spring.
Estes procedimentos permitiram gerar PIs de diversos atributos ambientais e a
integração destes geraram novas informações ampliando a capacidade de
inferir sobre o turismo rural no município. Foram produzidas cartas de
vegetação, declividade, hipsometria, pedologia, hidrografia, estradas e
localidades, aptidão e adequação do uso das terras, cartas sobrepondo os
pontos visitados a vegetação, adequação e aptidão do uso das terras. Os
dados socioeconômicos serviram para analisar as condições da comunidade
local em desenvolver o turismo rural. O sistema geográfico de informações e o
uso de sensoriamento remoto permitiram produzir material cartográfico para
avaliar o potencial de turismo rural no município.
Palavras-chave: SIG, sensoriamento remoto, turismo rural.
xiii
ABSTRACT
TEIXEIRA, Tarcisio M., M.S., Maringá State University, February of 2008.
Evaluation of the system of geographical information and remote sensing
in the study of the potential of rural tourism in a municipal district. Adviser: Marcos Rafael Nanni.
The objectives of this work went to evaluate GISs as instrument for support the
investigation of the potentials and limitations of a municipal district, seeking the
implantation of the rural tourism; to accomplish the rising to field of the places
with potential for rural tourism and ecological tourism in the municipal district; to
lift agricultural data, social economical and tourist close to the producing of the
Association of producing of Corumbataí of the South - PR; to establish a
database georeferencing; to produce thematic maps of geopotentiality; to
establish the relationship between the produced thematic maps and the
perspective for rural tourism in the municipal district. To reach the objectives
they were lifted up the data to field through system GPS and questionnaires
social economical. In the laboratory thematic letters and numeric model of the
land were created through digitizing table and techniques of remote sensing.
These risings were incorporate in database georeferencing of the program
spring. These procedures allowed to generate PIs of several environmental
attributes and the integration of these generated new information enlarging the
capacity to infer about the rural tourism in the municipal district. were produced
vegetation letters, steepness, hipsometric, pedology, hidrografic, highways and
places, aptitude and adaptation of the lands-use, letters putting upon the visited
points the vegetation, adaptation and aptitude of the use of the lands. The data
social economical were to analyze the local community's conditions in
developing the rural tourism. The geographical system of information and the
use of remote sensoriamento allowed to produce wide cartographic material for
to evaluate the potential of rural tourism in the municipal district.
Key words: GIS, remote sensing, rural tourism.
1
1 INTRODUÇÃO
O espaço rural, aparentemente, é um local simples, pois os meios de
comunicação e o imaginário de muitas pessoas transmitem a idéia de
tranqüilidade e de vida calma. Porém, nem sempre isto é verdade e na maioria
das vezes é justamente o contrário. As ações do meio rural podem ser de uma
complexidade relacional sociológica e econômica tão grande que qualquer
mudança ou inovação deve ser muito bem planejada. Caso contrário, expõe o
município ou região a riscos como descapitalização dos produtores rurais e
danos ambientais.
Outro fator importante, em qualquer análise rural, na atualidade, é o
fato deste meio estar tornando-se cada vez menos agrícola, ou melhor, cada
vez menos somente agrícola, o rural passou a ser um meio multifuncional. A
ele cabem funções ambientais, econômicas, sociais e culturais.
Ambiental, porque é impossível pensar o meio rural somente como
local de produção e as áreas de preservação como unidades totalmente
independentes. As atividades rurais promovem alterações ambientais de
profunda intensidade e para amenizar este problema, devem ter projetos e
espaços destinados à preservação ambiental. Contando ainda que as áreas
específicas para preservação estejam locadas em grande parte nos territórios
rurais.
Econômicas, pois, atualmente, o Brasil é um país que cria boa parte de
sua receita exportando produtos oriundos de suas atividades agropecuárias.
Sociais, porque o modelo de urbanização prioritária provou não ser
adequado para resolver os problemas sociais e de renda no país. O meio rural
deve ser fortalecido para evitar a continuidade do êxodo para grandes cidades
e, se possível, reverter este processo.
Culturais, porque o meio rural resgata nos habitantes urbanos,
principalmente, nos mais jovens, raízes culturais e históricas do povo brasileiro.
Em meio, extremamente, urbanizado há a tendência natural das tradições
rurais desaparecerem ou serem muito modificadas.
2
Mesmo com este quadro de multifuncionalidade, o meio rural enfrenta
sérios problemas sociais e de renda, principalmente quando se faz referência
aos pequenos proprietários da agricultura familiar. Para os pequenos
municípios como o de Corumbataí do Sul, Estado do Paraná, onde sua
economia depende essencialmente do desempenho destes pequenos
agricultores; a situação de desenvolvimento e a qualidade de vida de sua
população estão bastante comprometidas. Fato notável pelo desempenho do
município no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), elaborado pela ONU,
a partir dos dados de educação, longevidade e renda per capita.
Diante deste quadro, é emergente que atividades geradoras de renda e
sustentáveis sejam implementadas no meio rural. Mas, como dito acima, há
necessidade de que esta atividade seja antes muito bem planejada e, para que
se possa realizar um bom planejamento, necessitam-se de dados.
A obtenção dos dados faz-se por meio de levantamento, a fim de
conhecer os parâmetros de espaço e recursos humanos. Porém, simplesmente
acumular dados não é certeza de decisões corretas. Estas informações
necessitam ser disponibilizadas de uma forma rápida, acessível e bem
sistematizadas. Os dados devem ser integrados para gerar novas informações,
conforme as decisões são exigidas.
O Geoprocessamento, com seus Sistemas de Informação Geográfica
(SIG), tem se revelado como a ferramenta de melhor perspectiva para esta
tarefa.
Qualquer proximidade direta ou indireta com o desenvolvimento
econômico e social dos pequenos municípios do Paraná, e mesmo do Brasil, já
levaria ao entendimento do porquê desta pesquisa. Municípios, como este
enfocado no estudo, apresentam grandes problemas de geração de rendas e
empregos para seus moradores, promovendo intenso êxodo de seus jovens e
qualidade de vida extremamente comprometida para seus remanescentes.
Esta situação poderia ser amplamente detalhada e vários estudos tem
sido realizados por órgãos governamentais, ONGs, instituições internacionais e
universidades, mas a apresentação de um único item pode reunir todos estes
estudos, o IDH - Índice de Desenvolvimento Humano. No último levantamento
do PNUD/ONU - Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento/Organização das Nações Unidas, o município de Corumbataí
3
do Sul - PR está com o índice 0.678, ficando na 377ª posição no Paraná e a
3329ª no país (PNUD, 2008). O município está na lista dos 30 com menor IDH
do Estado. Para o que se considera ideal, segundo os indicativos da ONU, o
município necessitaria elevar este índice em 0.122 pontos e desenvolver os
três parâmetros do IDH: PIB, índice de esperança de vida ao nascer e índice
de escolaridade de forma equilibrada (FERRARI, 2003).
Para alcançar esta pontuação ideal, estratégias de geração de
empregos e aquecimento da economia regional devem ser empreendidas em
curto e médio prazo. Porém, os princípios de competitividade da lógica
capitalista atual, também, se aplicam às instituições públicas, como o
município. Assim, para que as medidas adotadas para este crescimento
resultem em sucesso um bom planejamento das ações municipais se faz
necessário.
Neste contexto, vê-se crescer a importância de um estudo sistemático
do município, identificando suas potencialidades e limitações do agronegócio.
Com estes dados sistematizados e interligados por uma ferramenta de análise
poderosa como o SIG (executada no SPRING), a possibilidade de elaborar e
aplicar medidas com grandes possibilidades de êxito torna-se muito maior.
A administração municipal e regional pode se espelhar na
administração empresarial. A maioria dos projetos que se tornaram empresas
de sucesso tiveram, antes, muito estudo e planejamento, para em seguida
serem desenvolvidos na prática.
Avaliar os SIGs como instrumento para apoio a investigação dos
potenciais e limitações de um município, visando a implantação do turismo
rural; proceder ao levantamento a campo dos locais com potencial para turismo
rural e ecoturismo no município (georreferenciando e fotografando);
levantamento de dados (agrícolas, socioeconômicos e turismo) junto aos
produtores da Associação de Produtores de Corumbataí do Sul - PR
(APROCOR); estabelecer um banco de dados georreferenciados; produção de
mapas temáticos de geopotencialidade; estabelecer a relação entre os mapas
temáticos produzidos e a perspectiva para Turismo Rural no município são os
objetivos propostos para este trabalho.
4
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 TURISMO RURAL
Turismo Rural é uma atividade econômica, com todas as
consequências diretas ou indiretas, positivas ou negativas para o entorno social
na qual está envolvida (ZIMMERMANN, 1998). Porém, o entendimento
completo ou a construção do conceito de turismo rural, no Brasil, não é simples
e talvez não seja uma empreitada com possibilidade de conclusão plena. Isto
porque, o meio rural brasileiro é diversificado em cada propriedade, pois no
mesmo estabelecimento que se propõe a desenvolver o turismo rural é
possível encontrar várias possibilidades de atividades de entretenimento
tornando, a tarefa de criar um conceito que abranja todas estas atividades,
muito difícil. Dependendo dos recursos disponíveis, é possível desenvolver no
mesmo espaço: turismo rural propriamente dito, turismo ecológico, turismo de
aventura, turismo cultural e turismo esportivo. Soma-se ainda a esta
diversificação da propriedade, a da variabilidade que existe entre as regiões
agrícolas do país. A comparação entre as atividades agropecuárias
desenvolvidas no Sul do país e as da região nordeste proporciona um quadro
desta situação de variabilidade. Há diferenças entre os pratos típicos, as
culturas, a forma de criação de gado, festas tradicionais e outras (SILVA,
1998).
Esta dificuldade em definir o Turismo Rural, no Brasil, é por outro lado,
uma vantagem competitiva, pois proporciona um mercado que não corre o risco
de se tornar repetitivo ao longo do território nacional, garantindo diversos
nichos de mercado, evitando competição acirrada entre as regiões. A
diversidade permitirá que o consumidor de turismo rural tenha a possibilidade
de explorar outras experiências e regiões com este tipo de turismo
(ZIMMERMANN, 1998).
Oxinalde (1994), também, salienta esta dificuldade de definir Turismo
Rural pela ambigüidade do próprio termo. A expressão inclui modalidades de
turismo que não se excluem e que se complementam, no espaço, pode-se
5
realizar o ecoturismo e turismo verde, turismo cultural, turismo esportivo,
turismo de aventuras e agroturismo.
Na tarefa de definir o Turismo Rural, atualmente, há duas tendências. A
primeira se baseia nos elementos que compõe a oferta turística. Nesta, há
preocupação com a cultura rural das atividades e a origem de seus produtos.
Para as ramificações de seus produtos há denominações específicas como
agroturismo, turismo verde, equestre, de caça etc. Na segunda, o princípio é a
destinação das rendas obtidas na venda dos produtos turísticos. Quando o
agricultor e a comunidade rural são os principais beneficiados, classifica-se
como Turismo Rural (SILVA, 1998).
Silva (1998), também, cita pesquisadores que tratam dos produtos em
meio rural, mas não é turismo rural propriamente dito. O meio rural, é na
verdade, uma base física de suas atividades esportivas, religiosas ou de
descanso. O autor, ainda, salienta a fusão das duas formas de turismo no meio
rural, ou seja, um único turista pode, no mesmo ambiente e na mesma viagem,
desfrutar de atividades rurais ou não do meio rural.
Diante desta complexidade das definições e limitações do que seja
Turismo Rural, optou-se por utilizar o termo Turismo Rural com a conotação de
Turismo no Meio Rural independente de sua natureza ou mescla. Pensando
inclusive que, para os agentes sociais, nos quais se está focando o trabalho
atual, esta será a opção mais utilizada na prática, caso venham a realizar a
atividade de turismo no município.
Como o Turismo Rural é uma atividade econômica, ele terá um
consumidor e se faz importante conhecer o seu perfil para proporcionar-lhe
pacotes de estadia e atividades que agradem e o fidelizem. Segundo
Ruschmann (1998), o turista rural é uma pessoa que está descontente com os
pacotes turísticos clássicos, sendo seu desejo o de encontrar simplicidade e
autenticidade. O turismo convencional promove excessiva maquiagem do
ponto turístico o que o desagrada.
Na Europa, o Turismo Rural tem como maior característica a
preservação da genuidade do local, equilibrando os valores do passado e o
conforto da modernidade, as expectativas urbanas e a realidade do campo
(CALATRAVA, 1993). Apresentando esta característica, está satisfazendo o
anseio do turista rural.
6
Silva (2006), em pesquisa realizada com turistas que praticam o
Turismo Rural, constatou que somente 2% buscam sofisticação nas
hospedagens, mas não abrem mão de conforto (28%) e bom atendimento
(28%).
Assim, a implantação do turismo rural deve precaver-se dos excessos
para não se descaracterizar, o que poderia resultar em frustração do projeto.
Além de conhecer o perfil do provável consumidor, também, se faz
necessário conhecer as modalidades de exploração adequadas para a região.
Silva (1998) faz uma relação das possibilidades mais comuns para o Turismo
Rural exploradas atualmente. Entre elas, pode-se citar: chácaras de recreio e
condomínios rurais, pesca amadora, fazenda-hotel, complexos hípicos, leilões
e exposições, festas e rodeios, fazendas de caça, fazenda escola, visitas
programadas e cursos especiais e artesanato.
O estudo do Turismo Rural como atividade econômica justifica-se caso
exista um mercado consumidor. No caso do município de Corumbataí do Sul -
PR, existe a proximidade com o Polo Econômico Maringá-Londrina, um dos
corredores de turismo do Estado com consumidores em potencial (SETUR,
2001).
Além de identificar o consumidor, também é importante identificar as
mudanças que a atividade promove na região.
Zimmermann (1998), Silva (2006) e Froehlich (1996) defendem
Turismo Rural como uma atividade estratégica, para preservação e a
recuperação ambiental do espaço rural, garante a manutenção das atividades
agrícolas tradicionais e a consequente manutenção da família rural no campo,
e formula novo conceito de produção, com a consequente incrementação de
receita para o espaço rural.
Para Silva (1998) e Campanhola e Silva (1999) é uma excelente opção
para incrementar a economia de uma região ou município. Esta afirmação
justifica-se pelo fato de ser uma atividade que pode ser desenvolvida em
regiões que não disponham de recursos turísticos extraordinários e porque o
turismo rural é atividade que cria frentes de trabalho com reduzidos volumes de
investimentos. Silva (1998) complementa destacando a importância do Turismo
Rural em promover o ecoturismo e a dependência das atividades do meio
ambiente preservado. Corrobora com esta afirmação Veiga (2004).
7
Para Silva (1998), a função econômica do agroturismo deve ser
analisada diretamente na comunidade onde a mesma se desenvolve. Esta
análise salienta a importância do agroturismo como promotor do
desenvolvimento econômico e não somente de seu crescimento. A
implementação planejada desta atividade permite que haja desenvolvimento
social e econômico dos agentes envolvidos, havendo melhora na distribuição
territorial com produção social mais significativa, uma vez que a presença do
turista permite procura de diversos produtos e não somente os que interessam
à agricultura industrial. Valoriza-se a cultura local com seus artesanatos, festas
e feiras. Redistribuem-se as riquezas geradas, melhora os rendimentos
individuais e perspectivas de populações menos favorecidas.
Corroborando com essas idéias, Ruschmann (1998) relata que o
Turismo Rural é um estimulante à aquisição de produtos artesanais e até
mesmo aqueles relacionados com o meio rural, como ferramentas e objetos de
decoração típicos. A autora ainda afirma que o turismo rural explora e capitaliza
o meio rural ou natural, ao qual, de outra forma, não se agrega valor
econômico, senão aquele diretamente relacionado com a produção agrícola ou
pecuária.
Labat e Perez (1994) citam os benefícios indiretos que esta atividade
pode promover no meio rural: melhoria da infra-estrutura e das
telecomunicações, desenvolvimento das pequenas e médias indústrias
existentes no meio rural, como consequência do crescimento da demanda por
�artesanato� e produtos alimentícios, desenvolvimento da indústria do lazer,
melhoria indireta do setor agrícola, por meio da potencialização de produtos de
qualidade típicos de cada zona, como é o caso do mel, queijos, embutidos etc.
Os autores ainda sugerem que ocorra integração entre turismo rural e
outras atividades econômicas, que corroborem com o desenvolvimento
regional.
Evans e Ilbery (1993) salientam que nas regiões onde desenvolveram o
turismo rural, a diversificação dos produtos agrícolas foi consideravelmente
fortalecida. Tal fato deve-se à maior circulação de consumidores com poder
aquisitivo e a venda de produtos com alto valor agregado na própria fazenda
ou, nas porteiras, tornou-se uma atividade constante e rentável.
8
Hjalager (1996) descreve, em seu trabalho, um desempenho do
Turismo Rural europeu menor que o esperado. Mas, a atividade estava
contribuindo na diversificação do produto turístico do continente e, em um
quadro de competição econômica como a atual, esta é uma atividade que não
pode ser relegada ao segundo plano.
O Turismo Rural também promove mudanças nas famílias. Silva;
Almeida (2002), trabalhando com agricultores do Distrito de São Pedro,
Município de Bento Gonçalves, observaram e quantificaram mudanças nas
famílias locais. As principais notadas por estes autores foram: aumento de
trabalho (50%), redução do tempo do lazer (66,7%), comprometimento das
refeições em família (66,7%), perda de privacidade (50%), aumento da renda
(16,7%), trabalho para os filhos (16,7%), diminuição do êxodo (16,7%), perda
da inibição (50%) e aumento da geração de conhecimentos (66,7%).
Ainda, segundo este estudo, podem-se perceber mudanças
promovidas na comunidade, ou seja, restaurou a vitalidade da comunidade
(33,3%), restaurou a auto-estima dos moradores (16,7%), criou mercado para
os produtos locais (16,7%), preservou o patrimônio e a cultura (33,3%) e as
relações entre os moradores foram fortalecidas (33,3%).
O estudo de Silva e Almeida (2002), além de confirmar a mudança no
papel do homem dentro do sistema do turismo rural, também constatou
mudanças nos papéis das mulheres e dos idosos. No primeiro caso, as
mulheres passaram a ser produtivas e até mesmo gerentes do negócio, pois
coube a elas as funções gastronômicas e a recepção doméstica dos turistas.
Também, os artesanatos desenvolvidos pelas mulheres das famílias foram
comercializados muito mais facilmente. Quanto aos idosos, eles foram
resgatados dentro da comunidade como as memórias vivas do imaginário rural
que muitos turistas buscam em suas viagens. Também lhes foi atribuído
funções domésticas e produção de alimentos nas hortas caseira, item, aliás,
extremamente atraente para os turistas.
As mudanças promovidas pelo Turismo Rural também são citadas nas
Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural no Brasil (MT, 2004),
desenvolvidas pelo Ministério do Turismo - Secretaria de Políticas de Turismo.
O turismo, em geral, é hoje uma atividade economicamente importante
para a maioria dos países (DIAS, 2003; CNT, 2006; CARVALHO, 2001). No
9
Brasil, em 2005, foram movimentados 3.783.000 de dólares, com 32 meses
consecutivos de crescimento (desde março/2003), e ficando em 5º lugar no
ranking de produtos exportados, batendo produtos como carne bovina,
autopeças, frango e café (MT, 2005).
No mercado formal de trabalho, o turismo empregou, no País, mais de
1.499.497 pessoas em 2001 e 1.913.936 em 2005, o que representa um
crescimento da ordem de 28% em quatro anos. O crescimento acumulado em
2003, 2004 e 2005 foi da ordem de 16%. Foram gerados, neste período,
262.914 empregos formais nas diversas categorias econômicas que integram,
diretamente, o setor do turismo (CNT, 2006).
Esta grande indústria do turismo é dividida em dois setores, o turismo
interno e externo (internacional). De acordo com as análises da Organização
Mundial do Turismo, calcula-se ser o turismo interno dez vezes maior que o
volume de turismo internacional (CNT, 2006). Ora, o Turismo Rural é um dos
maiores segmentos do turismo interno, portanto seu crescimento está
plenamente garantido diante deste panorama até aqui apresentado
mundialmente. O seu crescimento anual na década de 90 foi de 6%, o dobro do
turismo litorâneo na Europa (CALATRAVA, 1993).
Esta consolidação se deve ao fato do turismo rural não ser um mero
modismo. Na Europa, Verbole (2002), citando Lane (1994), Cavaco (1995),
Fleisher e Pizam (1997), Verbole (1997) e Haukeland (1998) afirmam que,
desde a década de 60, o número de cidadãos urbanos que procuram passar
suas férias no meio rural tem aumentado. O grupo pesquisador do Instituto
Euro Barometer (1998) constatou que 23% dos turistas europeus escolhem o
meio rural como seu destino a cada ano.
No Brasil, segundo Zimmermann (1998), a atividade se consolidará por
que promove conscientização ecológica das populações urbanizadas, os
clientes não estão satisfeitos com os pacotes turísticos elaborados pelas
grandes agências de turismo, os preços são menores, realiza-se, em regiões
próximas ao consumidor, e pode ser realizado independente da época das
férias escolares.
Também em Verbole (2002), há a constatação de que, na Áustria, os
turistas procuram o meio rural pela sua paz e tranqüilidade, e também pelos
menores custos.
10
Outro ponto positivo para o desenvolvimento desta atividade é o fato do
conceito do desenvolvimento regional estar cada vez mais arraigado no
consumidor, um desejo intrínseco de saber que o seu ato de consumo está
beneficiando alguma população agrícola que preserve o imaginário rural,
especialmente a agricultura familiar no Brasil. O turismo rural preenche este
quesito, pois propõe a produção biológica, caseira, tradicional, específica,
regional e local (FROEHLICH, 1996).
2.2 GEOPROCESSAMENTO, SENSORIAMENTO REMOTO E GPS
Neste estudo, serão utilizadas duas ferramentas, o sensoriamento
remoto e o geoprocessamento. Frutos do desenvolvimento tecnológico dos
últimos anos, principalmente dos recursos computacionais e da possibilidade
de obtenção de imagens orbitais e posicionamento na superfície terrestre por
meio dos satélites.
Definir estes recursos se faz necessário para facilitar o entendimento
futuro de como certos dados foram trabalhados e gerados no SIG.
2.2.1 Sensoriamento remoto
A primeira ferramenta que se fez uso, neste trabalho, foi o
Sensoriamento Remoto. Este constitui na utilização de sensores para aquisição
de informações sobre objetos ou fenômenos sem que haja contato direto entre
eles (INPE, 2006; NOVO, 1998).
Complementado com uma definição mais descritiva e funcional, pode-
se dizer que é a utilização de sensores para captar e registrar as interações
que ocorrem entre a energia eletromagnética e as substâncias que compõem o
planeta, os veículos que transportam estes sensores, o processamento destes
dados, os equipamentos de transmissão e análise destas informações (NOVO,
1988).
Os sensores são os equipamentos capazes de coletar energia
proveniente do objeto e convertê-la em sinal passível de ser registrado e
apresentado em forma da qual se possa extrair informações (NOVO, 1998).
11
Crepani (1983) e Lillesand (1994) complementam que é a ciência e a
arte de se obter informações sobre um objeto, área ou fenômeno pela análise
de dados coletados por aparelhos denominados sensores, que não entram em
contato direto com os alvos em estudos.
Para Siegal e Gillespie (1980), apesar de ser um termo comumente
utilizado, não é de fácil definição, pois tem ampla utilização em várias áreas e a
cada uso introduzem-se novas definições.
Nas áreas como agronomia, oceanografia e geografia, que se
preocupam exclusivamente com a radiação eletromagnética refletida pelos
corpos, o Sensoriamento Remoto é a ciência que mede as taxas desta reflexão
(ROCHA, 2007). Pode-se acrescentar que o Sensoriamento se faz completo ao
interpretar as informações obtidas com estas interações entre ondas
eletromagnéticas e objetos.
Esta ciência tem sido um grande instrumento nas mãos das outras
ciências. Os dados obtidos pelas técnicas de Sensoriamento Remoto podem
ser utilizados por diversos segmentos do conhecimento humano. Entre elas
podemos citar previsões metereológicas, estudos sobre o desmatamento na
Amazônia e previsões de produção. Contundo, a contribuição ambiental e do
desenvolvimento sustentável é a maior deste conhecimento (ROCHA, 2007).
As imagens orbitais tem permitido a identificação dos problemas de forma
rápida e com grande abrangência e estas informações também permitem
planejamento em médio e longo prazo para que as atividades tragam
sustentabilidade para o homem e o meio no qual está inserido.
Os componentes no processo de aquisição de informações por
sensoriamento remoto são: os objetos, a energia, o sensor, a recepção, o
processamento e a distribuição e/ou comercialização dos dados e a fase de
análise e interpretação dos dados (VEIGA, 2001). Neste trabalho, serão
analisados os três primeiros e o último destes itens.
Os objetos são importantes devido ao seu comportamento quanto à
absorção ou refletância da energia que incide sobre eles. A água absorve bem
a energia incidente e consequentemente aparece como um corpo escuro nas
imagens. Já, as copas de árvores de florestas naturais e comerciais podem ter
comportamento diferente pela textura. Conforme a resolução espacial da
imagem a ser trabalhada, o sistema pode distinguir copas de árvores mais altas
12
e mais baixas, sendo este fato resultante da diferença da luz refletida entre
elas, isto porque uma fará sombra sobre a outra. Este fato resulta na
rugosidade da textura da imagem. Fato observado nas florestas naturais, mas
não nos plantios comerciais, que apresentam uma textura lisa (MOREIRA,
2005).
Neste estudo, os dados foram obtidos a partir do comportamento
espectral dos seguintes alvos: vegetação, solo e água.
Quanto à vegetação, observa-se que na região visível há baixa
reflectância, pois a maior parte dos comprimentos é absorvida pelas clorofilas e
demais pigmentos acessórios do processo fotossintético. O único pequeno pico
de reflectância ocorre em torno de 0,5 µm, pois este é o comprimento do verde,
espectro pouco absorvido pelas plantas terrestres (VEIGA, 2001; NOVO,
1998).
Na faixa do infravermelho próximo, 0,7 a 1,3 µm, a radiação não é
absorvida pelos pigmentos fotossintéticos e apresentam boa reflectância.
Quanto maior o ângulo de incidência da radiação, maior será a reflectância
(MOREIRA, 2005). Também as estruturas internas das folhas determinarão o
quanto ocorrerá do fenômeno, pois quanto mais lacunas houver na estrutura
celular, maior a reflectância (VEIGA, 2001; NOVO, 1998). Este fenômeno se
deve ao fato das lacunas estarem com ar, ou seja, outro meio para a onda
eletromagnética propagar-se, e quando isto ocorre há mudança no ângulo de
incidência da onda, a refração (Figura 1).
Figura 1 � Refração da onda eletromagnética.
13
Para o infravermelho médio do espectro eletromagnético, a reflectância
está em função da quantidade de água disponível nos tecidos vegetais. Quanto
maior a quantidade de água, maior a absorção e, nesta faixa, há dois picos de
absorção 1,4 e 1,9 µm, observados na Figura 2 (VEIGA, 2001; NOVO, 1998).
Figura 2 � Comportamento espectral da vegetação (adaptado de Veiga, 2001).
O estudo dos solos torna-se importante quando se estuda áreas em
que está sendo feito o preparo para o plantio. Neste caso, o conhecimento de
seu comportamento espectral permite a quantificação das áreas com solos
expostos.
Para o solo, os fatores que mais influenciam o seu comportamento
espectral são: teor de matéria orgânica, textura, capacidade de troca catiônica,
mineralogia, umidade etc. (VEIGA, 2001).
Conhecendo experimentalmente o comportamento espectral do solo
podem-se fazer relações com todas características citadas acima. Segundo
Novo (1998) a matéria orgânica, a argila e a CTC (capacidade de troca
catiônica) diminuem a reflectância dos solos. Os diferentes teores de óxidos de
ferro proporcionam comportamentos diferentes de reflectância e permite
inferências sobre a mineralogia dos solos.
14
Como qualquer sistema que pretenda distinguir objetos na paisagem
para fornecer informações sobre os mesmos, os sistemas sensores necessitam
apresentar uma determinada resolução. Para os sistemas de Sensoriamento
Remoto esta resolução é de quatro tipos diferentes: espacial, espectral,
radiométrica e temporal.
A resolução espacial é a capacidade de separar angular e linearmente
dois objetos. No caso do sensoriamento com imagens digitais é a área do
terreno representada por um pixel da imagem (LILLESAND, 1994).
Resolução espectral é definida pelo número e largura das bandas
espectrais que o sensor pode distinguir (VEIGA, 2001; LILLESAND, 1994).
Importante lembrar que o potencial de uso destas bandas pode ser
aumentado consideravelmente com diferentes combinações entre elas. O INPE
recomenda várias combinações, entre elas a das bandas 3, 4 e 5, a qual faz-se
uso neste trabalho para visualização e registro da imagem. Nesta combinação,
mostram-se, claramente, os limites entre solo e água, e a vegetação fica
discriminada pela tonalidade verde-rosa (ROCHA, 2007).
A resolução radiométrica é a sensibilidade do sensor, a sua capacidade
em detectar variações na radiância espectral que recebe. Nos sensores
fotogramétricos, é o número de níveis de cinza que é reconhecido pelo filme.
Nos sensores ótico-eletrônicos, esta resolução é dada pelo número de níveis
digitais coletados (VEIGA, 2001).
A resolução temporal é a frequência com que o sensor obtem as
imagens de uma determinada área (VEIGA, 2001).
As aplicações do sensoriamento remoto, enquanto ferramenta para
análise, são as mais variadas possíveis. Estão listadas a seguir algumas
destas aplicações.
Cortes (1986) estudou o uso do solo e a vegetação do México com
processamento de imagens LANDSAT. Concluiu que os estudos são mais
precisos quando as áreas estudas são divididas em subáreas menores,
diminuindo a possibilidade de confusão entre geo-objetos. Corrobora com esta
conclusão o trabalho de Valério Filho; Santana (1986) ao estudar a ocupação
do solo de Marília � SP.
Valério Filho et al. (1986) compararam o uso dos dados TM com estudo
detalhado da análise estrutural do solo no Platô de Padre Nóbrega. O uso das
15
imagens permitiu a identificação de diferentes classes de solos de uso do solo.
Também diferenciaram vários tipos de aspectos superficiais dos solos, os quais
representam certos elementos de discriminação e de erosão dos solos.
Florenzano et al. (1986), também, trabalhando com TM/LANDSAT,
discriminaram as seguintes classes de uso do solo: mata, reflorestamento,
pastagens, culturas, área urbana, água e áreas desocupadas.
Valério Filho e Epiphânio (1986), ao aplicarem o processamento digital
de dados TM/LANDSAT, na cartografia de solos, obtiveram ótima relação das
unidades de solo com o relevo e a vegetação.
Hayashi (1986) comparou a classificação de vegetais pelas imagens
LANDSAT/TM na escala de 1:50000, com o mapa de classificação vegetal do
Instituto do Meio Ambiente realizado na escala de 1:5000. Apesar da diferença
de escalas, constou que a distinção de espécies com sensoriamento remoto
possui maior precisão.
Pitanga (1986) estudou a evolução da ação antrópica no município do
Rio de Janeiro entre os anos de 1972 a 1984. O trabalho distinguiu áreas
urbanizadas, corpos da água e áreas verdes; constatou as modificações por
desmatamento, loteamentos, urbanizações e favelas e registrou o crescimento
da cidade e as diversas mutações ecológicas causadas por ação antrópica.
Serviu como ferramenta de planejamento, controle, preservação e avaliação da
natureza e a ação do homem.
Medeiros e Batista (1986), usando imagens MSS 7 e MSS 5 do
LANDSAT, foram capazes de identificar perda e ganho de fitomassa ao longo
do tempo.
Mere (1986) trabalhou o planejamento regional com imagens
LANDSAT e classificou a ocupação do território em três grandes temas:
vegetação natural, áreas de ações antrópicas e cursos de água.
Vetorazzi e Couto (1990) demonstrou que a interpretação visual das
imagens orbitais, quando bem empregada, traz resultados bastante
satisfatórios, estratificando uma região de estudo em áreas homogêneas e
possibilitando, assim, o planejamento global das atividades a campo e
diminuindo o número de observações, que acarreta redução dos trabalhos de
levantamento com aumento de precisão dos traçados entre unidades de solos.
16
2.2.2 Geoprocessamento
O geoprocessamento consiste na união de tecnologias para a coleta e
tratamento de informações espaciais, a fim de um objetivo especifico. Portanto,
a execução do geoprocessamento implica no desenvolvimento de sistemas
específicos para cada aplicação. A estes sistemas de operacionalização das
informações geográficos dá-se o nome de Sistemas de Informação Geográfica
(SIG) (INPE, 2006).
Percebe-se, na definição, que geoprocessamento não é uma atividade
isolada dentro de uma ciência, pois implica no uso de um conjunto de
tecnologias e que é necessária a localização espacial de tal objeto de estudo,
por isto esta ciência, normalmente, vem conjugada ao georreferenciamento,
assunto tratado em seguida.
Como relatado, a tarefa de geoprocessar implica no uso simultâneo de
um conjunto de tecnologias. Portanto, fez-se necessário criar um ambiente no
qual esta integração fosse realizada de forma rápida e confiável. Daí, o
surgimento dos SIGs. Estes sistemas chegam a ser confundidos com o próprio
geoprocessamento, mas na verdade é a ferramenta para sua realização.
Por isto, ao se discutir, atualmente, sobre Geoprocessamento,
obrigatoriamente, está fazendo referência ao SIG.
A definição do SIG se faz com o entendimento dos conceitos de
informação geográfica e sistema de informação.
A informação geográfica é obtida quando os dados sobre um
determinado fenômeno físico ou social são armazenados com uma relação
direta de localização em um ponto ou área da superfície terrestre (VEIGA,
2001).
Já, o Sistema de Informação, segundo Medeiros e Tomas (1994), se
presta a organizar informações relacionadas de modo automático ou não e
formar um banco de dados. Este banco pode ser relacionado a outros para
produzir novas informações. Enfim, Sistema de Informação é o ambiente no
qual se faz entradas, armazenamentos, transformações e produção de novas
informações. Ainda, potencializado pelo fato de interligar informações
separadas cronologicamente.
17
Unindo estes dois conceitos, obtemos o SIG, ou seja, dados físicos ou
sociais armazenados em um banco de dados, neste caso, automatizado,
podendo ser transformado, relacionado com outros dados ou mesmo outros
bancos com naturezas distintas para obtenção de informações que os dados
analisados isoladamente não forneceriam. Por fim, estes dados são
relacionados diretamente a um ponto ou área na superfície terrestre. Estes
sistemas possuem a propriedade de manter este posicionamento mesmo
quando os dados são relacionados para criar novas informações (INPE, 1998)
Veiga (2001) e Pzee (2004) definem SIG como um sistema constituído
por três elementos. Os equipamentos computacionais (Hardware), os
aplicativos (software) e os dados georreferenciados. Este sistema captura,
armazena, atualiza, manipula, analisa e fornece mapas temáticos
georreferenciados das informações processadas para um objetivo especifico.
Rocha (2007) corrobora com estes autores e acrescenta o profissional, sendo
este o elemento mais importante na implementação e uso do sistema. Sem
pessoas adequadamente treinadas e com visão do contexto global, dificilmente
um projeto de SIG prosperará.
Mais resumidamente, Smith et al. (1987) relatam que o SIG é um banco
de dados indexados espacialmente, sobre o qual opera um conjunto de
procedimentos para responder a consultas sobre entidades espaciais. Portanto,
o SIG é capaz de relacionar dados alfanuméricos e objetos localizados
espacialmente. O sistema pode selecionar áreas e constituir mapas temáticos,
a partir de dados numéricos fornecidos pelo usuário. O sistema gera mapas de
áreas aptas ou inaptas para o ecoturismo com os dados dos recursos hídricos,
geológicos e a vegetação, desde que estes dados ao serem fornecidos estejam
devidamente georreferenciados.
Estruturalmente o SIG apresenta os seguintes componentes (Figura 3):
18
Figura 3 � Arquitetura de Sistemas de Informação Geográfica (INPE, 1998).
A interface é o subsistema que relaciona o homem à máquina. Neste,
estão definidos as formas de operação e o controle do sistema. No segundo
nível do esquema, estão os subsistemas de processamento de dados
espaciais. Aqui, se define como será a entrada de dados, sua edição, a análise,
a visualização e a saída. O terceiro nível contém o subsistema de
gerenciamento do banco de dados geográficos. Este armazena e recupera os
dados espaciais e seus atributos (INPE, 1998).
No caso específico deste trabalho, o SIG utilizado (SPRING) possui
estrutura de dados do tipo matricial/vetorial e banco de dados relacional (INPE,
1998).
O banco de dados relacional armazena os dados gráficos e
alfanuméricos em Tabelas. Um sistema de chaves é utilizado para relacionar
estas Tabelas e forma um esquema relacional cuja integridade é garantida pelo
sistema de gerenciamento de banco de dados relacional (SGBDR) (Figura 4).
19
Figura 4 � SIG relacional (adaptado de INPE, 1998).
Por ser um SIG integrado, ou seja, capaz de relacionar matrizes e
vetores, o SPRING integra dados de diferentes formatos, como imagens,
mapas temáticos e modelos numéricos do terreno. Por estas características,
ele é um sistema que se adapta muito bem aos estudos ambientais e por isto
foi escolhido para a realização deste trabalho.
Além da capacidade de inserir e integrar, em um único banco de
dados, as informações cartográficas, dados alfanuméricos, dados de sensores
e MNTs, os SIGs são dotados de recursos matemáticos, estatísticos e
computacionais para manipular, analisar, consultar, recuperar e plotar as
informações inseridas e geradas no banco de dados (INPE, 1998). Além dos
cruzamentos digitais de informações numéricas e cartográficas, eles permitem
a visualização em três dimensões de qualquer mapa temático em interação
com o relevo, o que pode viabilizar várias simulações (TERRAFOTO, 1985).
Dados gráficos
e
Alfanuméricos
20
As técnicas de geoprocessamento empregadas, para análise em um
SIG, permitem a definição do potencial de determinada área para uma ou mais
atividades e a combinação desse potencial com outras características dessas
áreas para maior refinamento do estudo. Assunção et al. (1988) integraram
imagens de satélite, mapas topográficos, limites de propriedades e dados do
censo para elaborar um mapa de aptidão agrícola das terras e uso adequado
das terras. A comparação de dados é possível, pois estes se encontram no
mesmo referencial geográfico.
Nanni (1995) verificou ser o SIG uma poderosa ferramenta para a
realização do mapeamento de solos em nível semidetalhado. É uma
ferramenta dinâmica e interativa. podendo ser reajustada a qualquer momento
e novos dados serem inseridos (VEIGA, 2004); permite uma análise da
dinâmica territorial temporalmente. Ramos e Silva (1986) e Quintela e Silva
(1986) determinaram mudanças no uso da terra no período aproximado de 20
anos.
2.2.3 Sistema global de posicionamento
O GPS (Global Positioning Spacial) é constituído de uma rede de
satélites orbitais que enviam informações (ondas eletromagnéticas) para
receptores em terra, fornecendo sua posição (ROCHA, 2007).
Com a revolução do GPS, o posicionamento, no globo, tornou-se muito
mais simples, rápido e eficiente. Portanto, é claro que esta ferramenta foi
integrada ao Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto. Especificamente,
nestas áreas, o GPS demarca pontos de interesse e estradas. Estes objetos
são georreferenciados e posteriormente podem ser utilizados para registro de
imagens orbitais.
2.3 ZONEAMENTOS
Quando se faz a divisão de um território em seções funcionas a partir
de critérios pré-estabelecidos, realiza-se um zoneamento (EMBRAPA, 2003).
Este pode ter vários enfoques: Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) (MMA,
21
2004), geo-ambiental (OHARA et al., 2003), zoneamento agrícola (CUNHA;
ASSAD, 2001) e para turismo (BARBOSA, 2004a).
O ZEE é o mais amplo dos tipos de zoneamento. Seu princípio é ter
uma visão holística do território, sendo um método integrador de informações
ambientais, que identifica e delimitam as unidades ambientais em um
determinado espaço físico, segundo suas vocações e fragilidades, acertos e
conflitos. Resultada em um conjunto de unidades, cada qual sujeita a normas
específicas para o seu desenvolvimento e preservação do meio (SILVA, 2004).
Seu objetivo básico é elaborar normas legais que regulamentem o uso do
território, tornando harmoniosa a relação entre o crescimento econômico e o
uso de recursos naturais com qualidade ambiental (MMA, 2004).
Figura 5 � Fluxo de procedimentos técnico-operacionais (adaptado de Barbosa,
2003).
O ZEE fornece subsídios técnicos para orientar e elucidar a tomada de
decisões na implementação de alternativas de desenvolvimento regional
22
compatíveis com a sustentabilidade e vulnerabilidade do ambiente (OHARA et
al., 2003).
As metodologias de ZEE podem ser utilizadas em zoneamentos menos
abrangentes como este realizado no levantamento dos potenciais de turismo
rural no município de Corumbataí do Sul - PR. É mostrado na Figura 05 o fluxo
de procedimentos técnico-operacionais do ZEE, com simplificações, e serve
satisfatoriamente para estabelecer o fluxo para um estudo de zoneamento
turístico.
Estes fluxos representam esquematicamente os temas básicos
pesquisados, as sínteses do diagnóstico e as sínteses para interpretação
das potencialidades e limitações.
WWF (2004) comenta a necessidade de o Zoneamento Turístico ser
compatível com outros Zoneamentos de escalas maiores, como Zoneamento
Ecológico-Econômico ou Zoneamentos Ambientais como das APAs, e que haja
ampla discussão com a população local e aprovação dos Conselhos Municipais
de Meio Ambiente e de Turismo. Além disto, este Zoneamento deve estar em
conformidade com os aspectos das legislações estadual e federal que tratam
de Áreas de preservação permanente e reservas legais florestais, áreas de
proteção de mananciais, áreas tombadas etc. Ele deve considerar a dinâmica
socioeconômica e cultural existente e ser sólido e consistente o suficiente para
servir de parâmetro para formulação, reformulação e implementação de planos
e programas de estímulo ao turismo e à conservação ambiental. O
Zoneamento deve indicar os níveis de intensidade de proteção e de uso que
cada região demanda ou suporta e sugerir as medidas necessárias para o
aprimoramento da atividade.
Além da delimitação da situação atual (diagnóstico), um zoneamento
também pode estabelecer cenários que simulem soluções, a partir das
escolhas mais equilibradas (MMA, 2004).
A sua capacidade de criar um modelo de planejamento territorial
sustentável adequado às atividades do território e suas vulnerabilidades (MMA,
2004) é essencial no planejamento de turismo rural e ecoturismo.
Para Barbosa (2003), o zoneamento turístico, apesar de menores
proporções que o ZEE, implica em muitas informações a serem trabalhadas
23
conjuntamente, necessitando do uso de SIG para a execução do projeto
turístico.
Ecologicamente, as zonas estabelecidas podem ser referidas como
unidades de paisagem, é uma região do espaço ecologicamente homogênea
para um nível de escala considerado, ou seja, retrata um sistema homogêneo
(BARBOSA, 2003). Este conceito é importante para estudos como este porque
faz uma avaliação dos atributos da terra, integrando os aspectos de vegetação,
solo, geomorfologia, geologia e os aspectos biológicos (influência da massa
viva), tendo como metodologia a análise integrada destes temas. A idéia do
todo é aplicada no sistema (ZONNEVELD, 1989).
O mesmo autor destaca também que a representação complexa da
idéia de unidade de paisagem pode ser armazenada em um Sistema de
Informações Geográficas, através de algoritmos sofisticados, porém a
integração de temas envolve atividade mental e interdisciplinaridade, ou seja, é
necessária a contribuição de vários especialistas.
2.4 GEOPOTENCIALIDADES
Para Moss (1975), descrever um ecossistema é parte de um processo
em que se tenta classificar os componentes orgânicos e inorgânicos da
superfície terrestre em unidades taxonômicas de níveis hierárquicos sucessivos
e de uniformidade crescente. O estabelecimento destas unidades deve ser
conduzido com base em suas características que sejam relevantes para o uso
da terra que se tem em mente e, no nosso caso, naquelas que são indicadores
da produtividade biológica ou que a condicionam. Para Oliveira et al. (1988),
esta descrição do ecossistema de Moss (1975) é o que se pode,
modernamente, determinar de potencial geo-ambiental do lugar.
Ainda, segundo Oliveira et al. (1988), potencial geo-ambiental é o
mesmo que capacidade de uso da terra. Principalmente, quando este uso se
refere a sua capacidade de produção primária.
O zoneamento permite localizar estas potencialidades de um território.
Neste caso, especificamente, tem-se a preocupação de conhecer as
geopotencialidades agrícolas, pois estas são o principal atrativo no turismo
rural.
24
Segundo Kouakou (2004) definir as geopotencialidades de uma região
significa estabelecer para cada unidade zonal os usos mais compatíveis com
as características naturais, a partir de uma análise de uma base de dados
composta por fatores geofísicos e ambientais. O estabelecimento das
geopotencialidades visa o menor índice de agressão e minimizar ao máximo os
efeitos da exploração humana sobre o meio ambiente. Porém, na sua aplicação
não se esquece dos mais altos potenciais de aproveitamento, desde que estes
não acarretem danos de grande monta ou mesmo irreversíveis.
Resumidamente, consiste na compatibilização final dos usos razoáveis
e possíveis com as necessidades da preservação ambiental (KOUAKOU,
2004).
Para Oliveira et al. (1988), identificar e quantificar todos os elementos
do complexo Geo-Ambiental que atuam controlando a produtividade é mais
difícil do que reconhecer os elementos que a limitam. Assim, os trabalhos de
zoneamento de geopotencialidades podem levantar os fatores do ambiente que
atuem negativamente na determinação das mesmas.
Ao estabelecer as geopotencialidades, está trabalhando com uma
divisão zonal da área de estudo, sendo este estudo denominado, atualmente,
de Zoneamento Ecológico-Econômico ou, neste caso, um Zoneamento Agro-
ambiental ou Turístico (WWF, 2004).
2.5 GEOPLANEJAMENTO
Segundo Nanni et al. (2004), a gestão territorial é um dos grandes
desafios dos diferentes segmentos da sociedade frente às perspectivas do
terceiro milênio, principalmente em relação à qualidade ambiental, fator
inerente à preservação da biodiversidade e da qualidade de vida do planeta.
Christofoletti (2002) salienta que desde a década de setenta há
desenvolvimento dos esforços em estudos que façam uma modelagem das
interações econômicas, crescimento demográfico e processos ecológicos em
escala regional devido à crescente percepção de quão grande são os impactos
ambientais provocados pelas atividades econômicas.
Para Martin (1999) e Kidner et al. (1999), o geoplanejamento consiste
no uso das novas tecnologias de informação e de tratamento de dados
25
espaciais digitais para o planejamento e a gestão de um território quanto às
suas características físico-bióticas e socioeconômicas nos aspectos qualitativos
e quantitativos.
No geoplanejamento, trabalham-se os dados georreferenciados para
gerar informação espacializada sobre o território em estudo. Portanto, o
geoplanejamento, subsidia a gestão de um território com informações
processadas pelas técnicas do geoprocessamento visando apoiar a tomada de
decisão (VEIGA, 2004).
Ao definir as geopotencialidades de um território, contribui-se com os
dados essenciais para o geoplanejamento.
2.6 TURISMO RURAL E SIG
O turismo é uma atividade de caráter transversal do turismo e
crescente complexidade. Portanto, exige para o seu planejamento gestão,
processo decisório e formulação de políticas, ferramentas de apoio com
capacidade para tratamento dos vários tipos necessários de informação. Sua
execução necessita de análise espacial e multi-variável, bem como para
monitoração e avaliação do processo de desenvolvimento (COSTA, 2006).
Os SIGs apresentam-se como uma ótima opção para desempenharem
este papel de Sistema Gestor da implantação e manutenção do Turismo Rural
(COSTA, 2006).
São diversos os autores que afirmam serem os GISs ferramentas de
ótimo desempenho nos estudos do turismo. Dentre eles: Giles (2003), Farsari
(2003) e Bahaire e Elliott-White (1999).
Souza e Fernandes (2007) reconhecem que o turismo é uma atividade
com elevado nível de dificuldade para obtenção, organização e integração de
informações necessárias às decisões de um planejamento de território e que,
nesta atividade, o levantamento sistemático dos recursos naturais e culturais é
fundamental, pois ajuda os gestores a identificar recursos disponíveis,
capacidades dos locais em criar novos produtos/serviços e recursos em risco
por falta de planejamento ou pela influência de outros setores. Diante deste
quadro, o SIG tem sido apresentado como capaz de integrar os diversos
fatores em análise e encontrar em curto período de tempo e com grande
26
segurança de acerto um balanço entre o uso e a preservação. Segundo os
autores, ele possibilita a análise da sobrecarga e intrusão do homem e faz
previsões sobre as consequências das ações antrópicas permitindo que os
gestores criem políticas de desenvolvimento sustentável para curto, médio e
longo prazo.
Farsari (2007) afirma que, na última década, tem crescido o número de
aplicações do GIS no setor de Turismo. Porém, este número ainda não é o
suficiente diante do grande potencial de oportunidades que existe para esta
atuação.
Das funções que o SIG pode desempenhar em auxílio ao
desenvolvimento do Turismo, Bahaire (1999) e Farsari (2007) citam: inventários
de recursos turísticos, identificação das localizações com maior aptidão para
desenvolvimento, avaliação dos impactos do turismo, gestão de
visitantes/fluxos, análise das relações associadas ao uso dos recursos,
promover o turismo como atividade protetora do meio ambiente, monitorar e
controlar atividades turísticas, auxílio no comércio do Turismo, prover os
turistas de informações, via internet, simular e modelar visualizações em 3D
dos locais turísticos, estudar o fluxo temporo-espacial de turistas, promover o
envolvimento e participação da comunidade e dar apoio para decisões.
Segundo Costa (2006), devido às várias funções desempenhadas
pelos SIGs, eles podem participar da resolução de problemas surgidos na
implantação ou gestão do turismo. Entre eles pode-se citar: proporcionar
informações às partes interessadas que desconheçam a situação; podem
identificar as melhores zonas de implantação da atividade quando esta decisão
não pode ser tomada por meios convencionais; podem ser utilizados para
simular e modelar resultados espaciais de propostas de desenvolvimento para
sensibilizar as partes envolvidas para os seus efeitos secundários, diminuindo
a incompreensão da realidade; relacionar o desenvolvimento socioeconômico e
preservação ambiental com simulações quando não há compreensão;
proporcionar informações para obtenção de consenso em casos de duvidas.
Berry e Wright (2002) relatam que os recursos matemáticos,
estatísticos e computacionais alinhados em um SIG podem fornecer
informações de forma muito rápida e com muitas possibilidades de produzir
novas informações pela alta capacidade que estes sistemas possuem em
27
integrar informações espaciais e não-espaciais. Com os recursos dos SIGs, a
possibilidade de obter respostas rápidas e seguras, envolvendo assuntos
extremamente complexos e envolvendo muitas variáveis, aumenta
exponencialmente.
Taylor e Francis (1997) também comprovaram a capacidade do
Sistema em integrar interesses muitas vezes conflitantes no uso do território e
encontrar a solução mais aprazível para os agentes envolvidos. No parque da
Pedra Vermelha, na China, o SIG foi utilizado para integrar os interesses dos
ecólogos (defensores dos processos ecológicos), dos turistas (defensores dos
processos de percepção visual) e dos fazendeiros (defensores dos processos
agrícolas). Neste caso, os SIGs mostraram grande potencial para apoiar as
decisões de possíveis mudanças na paisagem, conforme os interesses de cada
grupo de agentes.
Bahaire; White (1999) descrevem que os SIGs são capazes de
fornecer três tipos de informação: mapas de recursos para o turismo, mapas de
uso do turismo e mapas da capacidade de turismo no território. Munidos destes
dados, os tomadores de decisão podem analisar o recurso e decidir onde e
quanto dele existe. A partir daí, a decisão de quanto explorá-lo, em nível
sustentável, fica muito mais fácil.
Veiga (2004), em seu trabalho, no município de Macaé, no Estado do
Rio de Janeiro, utilizou a metodologia de alocar do SIG, na forma de uma
Árvore de Decisão. Nesta técnica, os PIs básicos e os derivados são inseridos
e integrados e com isto geram-se novas informações. Estas direcionam a
investigação e a tomada de decisão (Figura 6).
Segundo Veiga (2004), os dados obtidos, neste processo, podem ter as
seguintes aplicações: elaboração de normas que incentivem a expansão do
turismo convencional e ecológico nas áreas mais propícias, minimização dos
efeitos da expansão urbana desordenada sobre áreas de riscos, ordenação
territorial de outras atividades, como a agropecuária, a seleção das áreas
potencialmente viáveis para localização de distritos industriais e a proteção
efetiva de áreas ambientalmente estratégicas.
28
Áreas sem restrição para investimentos em atividades turísticas
Planos de Informação adicionais
Pontos e Roteiros
turísticos existentes
Atividades turísticas
existentes em áreas
potenciais
Áreas de população
com renda < 1SM
Áreas prioritárias para
investimento em
atividades turísticas
Áreas especiais
FUNAI/IBAMA
Áreas viáveis a
atividades turísticas
Planos de Informação resultante: Potencial
Áreas com risco de inundação Áreas com risco de deslizamento Áreas com potencial para atividades
turísticas
Planos de Informação derivados ou intermediários
Condições
naturais
Condições da
ocupação
humana
Condições da
ocupação
territorial
Condições de
saneamento dos
domicílios
Condições
demográficas
Condições
sociais da
população
Condições de
qualidade de
vida
Condições
criticas de
proximidade
Planos de Informação básicos
Declividade
Altitude
Síntese dos
condicionantes
físico-ambientais
Uso do solo e
cobertura vegetal
Proximidades:
Rodovias, Cidades,
Vilas,
Linha de
transmissão e
Duto
Abastecimento de
água,
Esgotamento
sanitário, Coleta de
lixo.
Densidades:
habitantes por
hectare, pessoas
por domicílio.
População não
alfabetizada
Figura 6 � Árvore de Decisão (VEIGA, 2004).
Segundo Bahaire (1999), a grande vantagem do SIG é o fato de que o
sistema proporciona informações técnicas, sem ser necessariamente
tecnocrático, podendo ser democratizado e seu entendimento é facilitado pela
forma com que as informações são disponibilizadas. Sendo acessíveis a todos
agentes envolvidos no processo, técnicos ou leigos.
Trabalhos tem demonstrado que os SIGs tem um bom potencial de
precisão. Zaidan (2002) conferiu os resultados de estudos com
geoprocessamento a campo e constatou-se que os locais identificados com
potencial conferiam com alta veracidade.
29
Porém, apesar do enorme potencial aqui apresentado para o uso de
SIGs, no estudo de zoneamento turístico, alguns problemas podem surgir. As
informações somente atenderem os interesses de empresas e grupos que
tenham poder financeiro para investir nestas tecnologias. Também não se pode
confiar que o planejamento, a partir de um SIG expressará toda verdade
técnica e ética de um processo para desenvolvimento do turismo rural
sustentável. Os erros ocorrerão e a tecnologia não dispensa o planejamento
integrado da atividade (BAHAIRE, 1999).
Conforme LWI (1995) o modelo de um sistema de suporte às decisões
regionais deve conter além do sistema de informação geográfica e
sensoriamento remoto, os sistemas de modelo e análise.
Christofoletti (2002) completa os itens de LWI (1995) com a
participação do fator usuário, que se mostra capaz de influenciar fortemente as
decisões.
Segundo o mesmo autor os geossistemas são de elevada
complexidade e sua adequada compreensão requer a absorção de
conhecimentos de várias disciplinas, o que confere muita dificuldade ao
processo de integração de informações de naturezas diferentes. O mesmo
autor também salienta a dificuldade de que as diferentes perspectivas da
análise podem exigir diferentes escalas.
Outro problema levantado por Feick e Hall (2000) é o fato de que os
SIGs não possuem ferramentas para capturar todos os parâmetros intangíveis,
como cultura e tradições, que são fenômenos relativamente comuns no turismo
rural e ecoturismo.
Apesar disto, os SIGs tornam-se a cada ano mais comum no estudo de
potenciais ambientais e de turismo. Os equipamentos e programas melhoram
exponencialmente e os preços estão acessíveis mesmo para uso particular
(NODARI et al., 2006). Lembrando de que, hoje, há ótimos programas
computacionais gratuitos (SPRING) para execução destes trabalhos e o seu
uso é cada vez mais amigável (VEIGA, 2004; NODARI et al., 2006).
30
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
Figura 7 � Localização do município de Corumbataí do Sul � PR.
O município de Corumbataí do Sul encontra-se aproximadamente a
325 Km de Curitiba. Está localizado na microrregião de Campo Mourão
(COMCAM), mesorregião centro ocidental, tendo como municípios limítrofes:
Barbosa Ferraz, Campo Mourão e Peabiru. Possui área de 164,442 km²,
representando 0,0825% do Estado. Localiza-se entre as coordenadas UTM X1:
374895, X2: 395817, Y1: 7322479 e Y2: 7339553, longitude 51º WG, zona 22,
estando a uma altitude média de 601 m. Sua população estimada em 2005 era
de 4.262 habitantes (IBGE, 2008).
O município foi criado através da Lei Estadual nº 8.484 de 27 de maio
de 1987, foi desmembrado de Barbosa Ferraz (CORUMBATAÍ, 2008).
O PIB do município, em 2004, foi de 30.562.000,00 R$, tendo um PIB
per capita de 7.498,00 R$ e sua densidade populacional é de 22,85 hab/km²
(IBGE, 2008).
31
De acordo com a classificação de Köppen, no Paraná domina o clima
do tipo C (mesotérmico), Cfb Clima subtropical úmido, com média do mês mais
quente superior a 22ºC e do mês mais frio inferior a 18ºC, sem estação seca,
verão brando e geadas severas desmasiadamente frequentes. Com
precipitaçoes entre 1200 mm a 1900 mm anuais de chuvas e umidade relativa
do ar 80 e 85%. Sua vegetaçao original era constituída de floresta estacional
semi-decídua e estimativa da intensidade do uso do solo com altíssimo grau
segundo IPARDES (2006).
3.1.1 Mesorregião
O município de Corumbataí do Sul encontra-se na mesorregião centro-
ocidental do Estado do Paraná. As principais características socioeconômicas
desta região são (IPARDES, 2006):
uso e ocupação dos solos com predominância da agricultura
intensiva, em 65,7% de sua área;
presença do segmento cooperativo ligado ao agronegócio, que
reforça e imprime a essa região a sustentação de um ritmo de
produção baseado na incorporação de novas tecnologias;
em algumas áreas, há predominância de solos que, devido ao relevo
e profundidade, não permitem exploração da agricultura extensiva;
nesta região, a produção leiteira em pequena escala vem-se
fortalecendo com base em sistemas de coleta e resfriamento
organizados de forma coletiva;
o café é pouco explorado nesta mesorregião;
o reflorestamento, mesmo para cortes comerciais, é bastante
pulverizado e não demonstra sinais de crescimento;
região de baixíssima cobertura vegetal;
os municípios da região são pequenos e todos estão sofrendo
intenso processo de declínio populacional;
economia fortemente centrada no município-polo: Campo Mourão,
que ocupa a 17ª posição no ranking do PIB estadual;
32
esta região se mantém, nos anos recentes, como uma das menores
participações na formação do PIB estadual;
mais de 30% da população está ocupada em atividades do setor
agropecuário;
apresenta elevada taxa de desemprego em comparação às outras
regiões do Estado;
foi a região com menor crescimento relativo e absoluto no período
1996/2001 na produção de empregos formais;
toda a região está com a situação do IDH bastante desfavorável,
ficando todos municípios abaixo da IDH do Estado;
aproximadamente 1/3 de sua população pode ser considerada
pobre, 28% segundo IAPAR (2003), com renda de um dólar ao dia
(UNESCO, 2008).
Quanto à síntese ambiental da mesorregião, podem-se citar como
principais características:
localizada no Terceiro Planalto Paranaense e possui relevo
suavemente ondulado;
originalmente sua cobertura vegetal era constituída de Floresta
Estacional Semidecidual (69,6%), Floresta de Araucária (29,9%) e
o Cerrado (0,5%);
intensa alteração ambiental, com 13.230 ha restantes de cobertura
florestal nativa, que correspondem a 1,11% da área da mesorregião;
segunda menor área de remanescentes florestais do Estado;
cerca de 30% do seu território é constituído por terrenos com relevo
ondulado a fortemente ondulado, onde se situam áreas com
potencial à degradação por erosão.
3.2 MATERIAL
3.2.1 Material de laboratório
Nos trabalhos realizados no laboratório, foram utilizados os seguintes
programas computacionais: Excel, para montagem das planilhas de dados; o
33
Sistema para Processamento de Informações Georreferenciadas (SPRING versão
4.3.1, 2006) para elaboração do banco de dados e toda manipulação de
informações georreferenciadas; CorelDraw X3 (versão 13.0.0.667, 2005) para
confecção dos mapas; Surfer (versão 8.01, 2002) para confecção de mapas 3D.
Os mapas temáticos, para análises e discussões, foram elaborados a
partir de cartaz planialtimétricas do Exército Brasileiro (DSG) e imagens orbitais
obtidas pelo satélite LANDSAT.
São as seguintes as características deste material:
Imagem Orbital:
Sensor: ETM7+
Órbita e ponto: 222-077
Aquisição: 2003-05-30.
Documentação cartográfica:
Carta planialtimétrica da cidade de Campo Mourão
Ministério do Exército � Diretoria de Serviço Geográfico
Escala 1:100.000
Folha: SG-22V-B-I
Curvas eqüidistantes em 40 metros
Restituição fotogramétrica dos anos de 1964 a 1966.
Carta planialtimétrica de Barbosa Ferraz
Ministério do exercito � Diretoria de Serviço Geográfico
Escala 1:50.000
Folha: SG.22-V-B-I-2 MI � 2803/2
Curvas equidistantes em 20 ms
Restituição fotogramétrica do ano de 1988.
Sistemas Computadorizados para Digitalização das Cartas
Planialtimétricas e Tratamento Digital das Imagens Orbitais:
Mesa digitalizadora: marca DIGIGRAF
Computadores para processamento dos dados.
Plotter HP modelo 750Cplus.
34
3.2.2 Material de campo
Foram utilizados, para coleta de dados no campo, um receptor GPS
com modo de correção diferencial e com erros menores que 5 ms (TRIMBLE
GEOEXPLORER 3), veículos, marca Wolks e camionete da marca Toyota
(4X4), câmera digital Sony (Cybershot 7.2 megapixels), para registro dos locais
visitados e caderneta de campo para anotações.
3.3 METODOLOGIA
3.3.1 Procedimentos no laboratório
A primeira fase deste trabalho constituiu-se na preparação da base
cartográfica no sistema de informações geográficas pela produção de um banco de
dados. O banco de dados é alocado e manipulado dentro do Sistema de
Processamento de Informações Geocodificadas - SPRING desenvolvido pelo INPE.
O SPRING consiste em um sistema computacional para
geoprocessamento munido de várias funções e algoritmos capazes de integrar
dados de diferentes formatos, como imagens, mapas temáticos e modelos
numéricos do terreno georreferenciados (Figura 8) (INPE, 2007).
Figura 8 � Uso do SIG SPRING � sobreposição de PIs: imagens orbitais
(RGB), limites do município e Modelo Numérico do Terreno (grade regular).
35
O propósito desta primeira fase foi introduzir no banco de dados do SIG
as informações obtidas com as imagens orbitais e cartas planialtimétricas e,
posteriormente, somar a estas as informações obtidas a campo.
Num primeiro momento, utilizando-se a mesa digitalizadora,
incorporou-se ao projeto as áreas de vegetação das cartas de Campo Mourão
e Barbosa Ferraz. Demais informações, estradas, rios, represas, localidades e
curvas de nível foram incorporadas, via dados d x f vetorial, obtidos do
PARANACIDADE, que já possui estes dados digitalizados e disponibilizados
para a prefeitura do município.
As imagens orbitais, para serem incorporadas ao projeto, foram,
inicialmente, carregadas no programa IMPIMA onde se fez o recorte da área de
interesse e salvaram-se as bandas 1, 2, 3, 4, 5, e 7 em formato grib, modo de
leitura do SPRING.
O processo de incorporação da cena orbital foi realizado com o uso de
pontos coletados por GPS na área de estudo. Os pontos serviram para
registrar a imagem, pois as imagens utilizadas não eram originalmente
georreferenciadas. Os pontos de GPS sofreram correção diferencial antes do
registro da imagem.
Tentando manter o valor do pixel o mais semelhante possível ao seu
valor original, o algoritmo utilizado para o registro foi o vizinho mais próximo,
uma vez que os outros métodos usualmente utilizados alteram mais
sensivelmente o valor de cada pixel (JANSEN, 1986; CRÓSTA, 1992).
A etapa seguinte foi a elaboração do modelo numérico do terreno,
realizada com o programa SPRING. Neste ambiente, as curvas de nível
digitalizadas em um PI temático (vetor) foram exportadas para um PI numérico
e foram atribuídos valores para suas cotas, conforme constavam na carta
planialtimétrica do Exército, transformando-se em isolinhas com valores X, Y e
Z dentro do box de trabalho do projeto.
Com os valores destas isolinhas, podem-se gerar as grades regulares
e irregulares que representam as características espaciais do terreno. Estes
modelos permitem o estudo da altimetria da região (ASSAD et al., 1998), dado
extremamente importante para estudos da natureza da paisagem da área de
estudo, pois sua visualização permite relacionar os locais de maior potencial
36
turístico em seus vários componentes (vegetação, hidrografia, estradas e
relevo).
A confecção do MNT necessita do uso de um interpolador. Neste
projeto, será adotado o interpolador por média ponderada por quadrante e por
cota, pois este é o mais recomendado para quando as amostras são do tipo
isolinhas (FELGUEIRAS; CÂMARA, 2001; INPE, 2007).
Uma vez elaborada a grade regular, exportam-se estes dados para o
Programa Surfer e confecciona-se uma representação tridimensional colorida
da área e no SPRING foi produzida uma carta de hipsometria por fatiamento
com intervalos de 50 ms para cada classe.
Também foi elaborada uma carta clinográfica da região. Dividindo as
classes de declividade, segundo os graus de limitação por suscetibilidade à
erosão (RAMALHO FILHO; BEEK, 1995).
Outro procedimento realizado com os programas spring e surfer; foi a
sobreposição de imagens, especificamente o MNT com a imagem sintética
composta pelas bandas 5R, 4G e 3B. Este recurso permitiu localizar a
ocorrência das diferentes formas de relevo e disposição das pendentes,
possibilitando, funcionar como processo auxiliar nas delimitações das unidades
de paisagem geomorfológicas (NANNI; ROCHA, 1997).
A carta de solos do município foi elaborada por meio do mapa de
distribuição de solos do Paraná, disponibilizado pela EMBRAPA (2005). Este
mapa foi registrado e inserido no projeto e a partir dele elaborou-se o Pi de
solos na forma vetorial e matricial.
Os mapas com a vegetação da região foram produzidos para três
períodos diferentes. Os dois primeiros com cartas planialtimétricas do Exército
dos anos de 1963 e 1991, que foram digitalizadas, poligonizadas e atribuídas
classes para as respectivas vegetações. O terceiro momento foi obtido com
imagem orbital LANDSAT de 2003, conforme as orientações de INPE (2007)
para classificação de imagens.
Para o procedimento de classificação, fez-se uso de um modelo
classificador. Optou-se pelo maxver (máxima verossimilhança), método �pixel a
pixel� por ser o mais comum. Este método pode introduzir confusão entre os
pixels analisados e não distinguir as classes propostas no procedimento; para
37
evitar este problema, recomenda-se a aquisição de amostras significativas de
alvos distintos (SPRING, 2007).
A aptidão de uso das terras também foi representada em um mapa.
Para produção deste foi necessário integrar dois PIs já existentes, o de solos e
o de declividade. Esta integração se faz utilizando a análise LEGAL
(Linguagem Espacial para Geoprocessamento Algébrico) (INPE, 1998).
Os critérios utilizados na integração destes dados foram obtidos a partir
de Ramalho Filho e Beek (1994). Segundo estes autores, a aptidão das terras
pode ser dividida em seis grupos, os quais eles denominam 1 a 6 em escalas
decrescentes. Os três primeiros referem-se às lavouras, conforme os níveis de
manejo, já os Grupos 4, 5 e 6 identificam os tipos de utilização (pastagem
plantada, silvicultura e/ou pastagem natural e preservação da flora e da fauna)
independente da classe de aptidão. Portanto, as alternativas de utilização das
terras, segundo a divisão sugerida por Ramalho; Beek (1994), ficaria conforme
a Tabela 1.
Neste trabalho adaptamos às seis classes da Tabela 1 os seguintes
nomes, respectivamente, em ordem decrescente: ótima, boa, média, baixa,
muito baixa e reflorestamento. Sendo estes os nomes introduzidos na
programação LEGAL.
Estas alternativas de uso foram cruzadas com os tipos de solos
existentes na área e considerando a sua principal limitação. Segundo Ramalho
Filho e Beek (1994), os principais fatores de limitação dos solos são:
deficiência de fertilidade, deficiência de água, excesso de água ou deficiência
de oxigênio, suscetibilidade à erosão e impedimentos à mecanização. Para o
município de Corumbataí do Sul, o principal problema encontra-se no
Neossolos, pois são solos poucos profundos e, portanto, não podem dispor de
grandes reservas de água (NANNI, 1995) e com a declividade acentuada da
maior parte do território tem-se restrições quanto ao fator limitante erosão.
Assim, considerou-se, na confecção deste mapa, o critério declividade e tipo de
solo como os mais importantes fatores.
38
Tabela 1 � Alternativas de utilização das terras de acordo com os grupos de
aptidão agrícola
Aumento da intensidade de uso Lavouras
Grupo de
aptidão
agrícol
a
Preservação
da flora e da fauna
Silvicultura e/ou
pastagem natural
Pastagem plantada Aptidão
restrita Aptidão
regular Aptidão
boa
1
2
3
4
5
L I M I T A Ç Õ E S
6
A distribuição da aptidão do uso das terras, conforme a declividade e
as classes de solos existentes encontram-se no Apêndice E da programação
em LEGAL.
A carta de uso adequado e inadequado dos solos foi elaborado
segundo a mesma metodologia. Utilizou-se, na sua confecção, o cruzamento
dos PIs vegetação/2003 e declividades. No caso das atribuições das
declividades, fez-se uso da Tabela elaborada por Ramalho Filho e Beek (1994),
que consta os graus de limitação por suscetibilidade à erosão (Tabela 2).
Para os Neossolos, a restrição para com a suscetibilidade à erosão foi
mais rigorosa, pois solos como estes possuem perfil pouco profundo e as
perdas por erosão são mais significativas.
As atribuições do critério �adequada� e �inadequada� para cada tipo de
solo, conforme a sua declividade, encontram-se no Apêndice E da
programação em LEGAL.
39
Tabela 2 � Graus de limitação por suscetibilidade à erosão.
Nível de declividade Grau de limitação 0 a 3% Plano/praticamente plano 3 a 8% Suave ondulado 8 a 13% Moderadamente ondulado 13 a 20% Ondulado 20 a 45% Forte ondulado 45 a 100% Montanhoso
Acima de 100% Escarpado
A Figura 9 demonstra resumidamente, a metodologia de trabalho
desenvolvida no laboratório.
CENA ORBITALQUICKBIRD
Mapas bases de pequenasescalas-p lania ltimé tricos-solos
REGISTRO
DIGITALIZAÇÃO
DADOSDE
CAMPO
SPRING
MANIPULAÇÃODIGITAL SPRING
MAPAPLANIALTIMÉTRICO
ATUALIZADOMAPA DE PONTOS
DE TRADAGEMMAPA
CLINOGRÁFICO
GPS
BANCO DE DADOS
PRODUTOS
DIGITALIZAÇÃO
CARTAS PLANIALTIMÉTRICAS CENA ORBITAL LANDSAT
REGISTRO
SPRING
GPS
DADOS DE CAMPO
MANIPULAÇÃO DIGITAL
SPRING
BANCO DE DADOS
PRODUTOS
CENA ORBITAL LANDSAT
PRODUTOS INDIRETOS: CARTAS
APTIDÃO AGRÍCOLA,
USO DAS TERRAS ADEQUADO,SOBREPOSIÇÃO DE PIs,
MODELO 3D DO TERRENO ELOCALIZAÇÃO DE PONTOS
VISITADOS.
INFERÊNCIAS TURÍSTICAS.
PRODUTOS DIRETOS: CARTAS
CLINOGRÁFICA,
PEDOLÓGICA, HIPSOMÉTRICA,
HIDROGRAFIA, COBERTURA VEGETAL E
ESTRADAS E LOCALIDADES.
Figura 9 � Representação esquemática da incorporação de dados cartográficos
a um SIG (adaptado de NANNI, 2000).
40
3.3.2 Procedimentos a campo
Para o trabalho de campo, foi produzida uma carta no tamanho A0 com
a imagem triplete R 4, G 5 e B 3, formando um material que permite localizar os
pontos de interesse.
A próxima etapa do trabalho foi a obtenção de dados a campo. Esta se
constituiu de três momentos: a visita ao município para prospecção dos locais
com potencial turístico, entrevista com representantes da comunidade (prefeito,
secretários e professores), denominados de informantes de confiança, e
aplicação de questionários aos produtores da região associados à APROCOR.
No primeiro momento, visitamos o município em companhia de um
funcionário da prefeitura que conhecia muito bem a região para indicar os
lugares com algum tipo de atrativo e verificou-se a situação das estradas rurais.
Para o registro dos locais visitados, fez-se uso de máquina fotográfica digital e
GPS para georreferenciar os locais visitados e, posteriormente, sobrepor os
pontos nos mapas gerados em laboratório para análise de potencial turístico.
As Figuras 10 E 11 indicam coleta de pontos com o GPS e paisagem
registrada no município, respectivamente.
Figura 10 � Coleta de dados com GPS.
41
Figura 11 � Represa em uma das propriedades visitadas.
Para os informantes de confiança foram aplicadas questões sobre a
situação geral do município quanto ao plano diretor, sobre turismo,
extensionismo, projetos de educação ambiental e outras. Todas questões da
entrevista encontram-se no Apêndice C. Nesta etapa foram entrevistados 05
informantes.
O levantamento de dados dos produtores foi realizado através de
questionários e as questões estão no Apêndice D. A aplicação deste método
justifica-se quando o entrevistador tem certeza que os entrevistados têm a
informação buscada e não deve ser simplesmente um roteiro de perguntas,
mas sim uma elaboração lógica e consistente sobre o assunto questionado
(COBRA, 1992 apud SOUZA, 2000).
Para elaboração dos questionários, segundo Steffan (1999), Barbetta
(2002) e FACEV (2006), o primeiro passo consiste em determinar qual a
técnica estatística se fará uso no estudo. Neste caso, será utilizada a técnica
não-probabilística com uma amostragem acidental. Esta técnica traz em si a
desvantagem de ser pouco representativa da comunidade. Porém, optou-se
pela mesma tendo em vista a facilidade de encontrar os produtores na
APROCOR.
Os questionários foram aplicados no mês de setembro de 2007 aos
produtores que compareceram a sede da APROCOR. Neste período, 40
produtores concordaram em serem entrevistados ou preencherem o
42
questionário (9 questionários não foram preenchidos completamente e
descartados).
Estes produtores são prováveis agentes que desenvolveriam o turismo
rural, caso este fosse adotado como alternativa de atividade econômica no
município.
Segundo Steffan (1999) o questionário deve ser elaborado em duas
partes principais. A primeira é um cabeçalho, identificando a instituição, o
motivo da pesquisa e o pesquisado. A segunda é corpo do questionário,
constituído das perguntas. Sendo estas distribuídas em objetivas e
dissertativas de forma equilibrada visando não tornar-se demasiado complexo
a extração de informações, mas também evitando não impedir a arrecadação
de informações extras que os entrevistados possam fornecer.
Günther (2003) acrescenta que as perguntas fechadas respeitam mais
a opinião do entrevistado, pois o pesquisador ao tabular as informações de
questões abertas pode impor critérios pessoais.
Para Günther (2003) e Steffan (1999) a elaboração das perguntas deve
ser orientada por quais dados se quer extrair da população alvo. Neste caso,
os elementos mais importantes para o desenvolvimento de turismo rural nas
propriedades de Corumbataí do Sul.
Segundo os mesmos autores o instrumento deve ser elaborado com
estrutura lógica. Inicia-se com uma introdução que apresente os objetivos da
pesquisa e a instituição a qual pertence o entrevistador. Este procedimento
confere confiança ao respondente. O corpo do questionário, as questões, são
ordenadas com correlação para que o entrevistado não desista durante o
procedimento. Também deve ser observada uma seqüência para as questões
partindo de assuntos mais gerais e impessoais, para os mais específicos e
pessoais. O texto das perguntas deve ser claro, ou seja, o seu significado pode
ser imediatamente compreendido pelo respondente. Enfim, esta estrutura
lógica deve se concluída com uma despedida respeitosa e que justifique o
tempo do entrevistado.
Feita uma primeira versão aplicou-se um pré-teste para verificar
inconsistências e em seguida foi realizada as devidas adequações. Segundo
Richardson (1999 apud CHAVES, 2006), há necessidade deste pré-teste para
43
verificar a validade do instrumento de consulta e também deve se realizar uma
avaliação do processo e coleta de tratamento de dados.
As respostas obtidas foram alocadas em planilhas de EXCEL para
tabulação dos dados obtidos e facilitar a interpretação dos resultados.
44
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 RESULTADOS CARTOGRÁFICOS
4.1.1 Hidrografia da região
Os dados de drenagem foram incorporados dos arquivos do
PARANACIDADE e sobrepostos ao PI imagem sintética RGB (Figura 12).
Figura 12 � Hidrografia sobreposta à imagem RGB sintética.
Estas sobreposições permitem inferências sobre o meio conjugando
duas informações, o que é bastante difícil de ser realizado sem os recursos
computacionais de um SIG. Esta técnica pode ser utilizada para sobreposição
de mais Pis, conforme se necessite de informações para as análises.
45
A região é rica em rios e córregos, mas não possui grandes cursos de
água; seus maiores rios possuem aproximadamente 3 a 4 ms de diâmetro e a
profundidade é de 0.5 a 0.9 m. O SIG calculou 835.87 km de rios e córregos
dentro dos limites municipais. Também são encontradas represas artificiais em
várias propriedades (Figuras 13 e 14). A Tabela 3 mostra a localização das
represas visitadas.
A classificação supervisionada realizada no PI vegetação 2003 mostra
somente algumas represas, pois o pixel (resolução espacial) é de 30 ms e
algumas represas possuem diâmetro menor, não sendo classificadas.
Figura 13 � Represa (05).
Figura14 � Represa (01) em região com potencial para construção de outras.
Tabela 3 � Localização das represas visitadas
Represas visitadas Coordenada X (m) Coordenada Y (m) 01 389417 7335526 02 381729 7330143 03 382250 7329906 04 381740 7330871 05 38750 7326592 06 376991 7328123
46
Outro recurso hídrico que o município possui são cachoeiras bem
distribuídas no território (Tabela 4 e Figuras 15 e 16). Porém, a qualidade visual
da água era turva, indicando grande quantidade de sedimentos, resultantes de
processo erosivo na região.
Tabela 4 � Localização das cachoeiras visitadas
Cachoeiras visitadas Coordenada X (m) Coordenada Y (m)
01 378692 7338236
02 388854 7335717
03 380774 7325126
04 386391 7336838
Figura 15 � Cachoeira 01 (Boi-cotó).
Figura 16 � Cachoeira 4.
47
A Cachoeira 01 (Salto Boi-cotó) constitui-se num tradicional ponto de
parada de cavalgadas religiosas que passam pelo município em direção ao
centro de peregrinação de Santa Rita de Cássia, no município de Lunardelli �
PR (Figura 17). Às margens deste salto, são realizadas refeições com pratos
típicos (churrasco de chão, carneiro no buraco etc) e os cavaleiros pernoitam
em barracas, enquanto os animais descansam. Normalmente, durante a noite,
faz-se roda de viola e momentos religiosos com os participantes (OLIVEIRA,
2007, comunicação pessoal).
Segundo Oliveira (2007), é o quinto ano do evento, e todos os anos
tem-se aumento o número de participantes.
Derli (2007, comunicação pessoal) comunicou que a comunidade local
não oferece nenhum tipo de recepção ou produtos para os participantes da
cavalgada.
Também é realizada, nesta região do município, a caminhada pelo
percurso do suposto caminho de Peabiru. Semelhante à cavalgada, não há
participação ativa da comunidade neste evento durante os trechos que são
percorridos dentro de Corumbataí do Sul, conforme as Tabelas 35A, 38A e
46A.
Figura 17 � Alguns participantes da 5ª cavalgada de Santa Rita de Cássia, em
janeiro de 2007 no Bairro dos Borges (Xm = 380432; Ym = 7330755).
48
4.1.2 Carta de estradas e localidades
O município possui 19.9 km de estrada asfaltada dentro de seus
limites, restringindo-se à rodovia que liga o trevo de Luziana a Barbosa Ferraz -
PR.
O total de estradas no município, incluindo asfalto, é de 526.52 km. O
estado de conservação das estradas visitadas na pesquisa é bom, permitindo o
transporte normal mesmo em período de chuvas (Figuras 19 e 20).
Comprovam este fato os dados da Tabela 12A, em que 55% dos produtores
afirmam serem boas as estradas o ano todo e 42% que são boas nos períodos
de seca.
Figura 18 � Carta de estradas e localidades.
49
Figura 19 � Vista parcial de estrada rural A.
Figura 20 � Vista parcial de estrada rural B.
Este produto é útil na localização do acesso aos recursos turísticos
levantados.
Para o processo de implantação de Turismo Rural as condições das
estradas devem boas, pois o cliente gosta da rusticidade do meio rural, mas
não pode quer expor-se a desconfortos demasiados (Silva, 2006) ou falta de
segurança. Portanto, é recomendado um levantamento sistemático da situação
das estradas, o que pode ser realizado com auxilio das informações de
imagens orbitais.
50
4.1.3 Cobertura vegetal no período entre 1964 a 1966
Figura 21 � Carta de cobertura vegetal entre o período de 1964 a 1966.
As áreas de ocupação do solo das cartas de cobertura vegetal foram
obtidas por algoritmos do SPRING na função medidas de classes. Os
resultados do período de 1964 a 1966 estão apresentados na Tabela 05.
Tabela 5 � Vegetação 1964 a 1966 (ha)
Área Vegetação ha %
Café 517,26 2,60 Cerrado 1.257,56 6,32
Culturas e Pastagens 6.564,04 32,98 Mata 11.563,63 58,10
51
Neste período, a presença de matas, em 58,10% da área do município,
indica que a exploração madeireira ainda era incipiente na região. Eram
plantadas as primeiras lavouras de café, que terá crescimento de área
considerável, acompanhando o seu ciclo de importância no cenário econômico
nacional. As cartas planialtimétricas do exército não fazem distinção entre
pastagens e culturas, portanto estas duas classes de vegetação foram
calculadas juntas. Notam-se áreas de cerrado na vegetação, indicando flora
adaptada a períodos de estiagem. Provavelmente, estas manchas de cerrado
ocorrem pelo fato dos neossolos litólicos da região apresentar pouca
capacidade de armazenagem de água para estes períodos (NANNI, 1995).
4.1.4 Cobertura vegetal no ano de 1988
Com os dados da Tabela 6, constata-se que estas duas décadas foram
o período de maior expansão do café. Ao final da década de 80, a cafeicultura
ocupava uma área maior do que a de mata do período anteriormente
pesquisado. As matas diminuíram de forma drástica, pois a exploração
madeireira intensificou-se na década de 80. Culturas e pastagens apresentam-
se menor porque estas atividades foram substituídas pelo café. Também não
se fez distinção entre pastagens e culturas temporárias. A área total de cerrado
apresentou uma diminuição de aproximados 36%. Suas áreas originais foram
ocupadas por café. Porém, observados os PIs dos anos 64 a 66 e 1988,
percebe-se que parte da área classificada como cerrado no primeiro ano foi
determinada como mata no segundo. Esta diferença pode ter se originado do
fato das cartas digitalizadas serem de escalas diferentes.
Tabela 6 � Vegetação 1988 (ha)
Vegetação Área % Café 12.552,86 63,09
Cerrado 804,85 4,04 Culturas E Pastagens 4.142,34 20,82
Mata 2.398,10 12,05
52
Figura 22 � Carta de cobertura vegetal no ano de 1988.
4.1.5 Cobertura vegetal no ano de 2003
Os dados da Tabela 7 indicam que, no período de 25 anos, entre 1988
e 2003, ocorreram as maiores mudanças na cobertura vegetal local. Importante
lembrar que este último PI foi elaborado por técnicas de geoprocessamento e
sensoriamento remoto e não mais por digitalização das cartas planialtimétricas.
Portanto, outras informações puderam ser geradas. As áreas de pastagem e
culturas temporárias são agora separadas. O aumento das áreas de pastagem
reflete a substituição do café pela pecuária, fenômeno normal em âmbito
regional e nacional neste período. As áreas de mata aumentaram em 40%,
fenômeno este decorrido de maior rigor das leis ambientais e fiscalização. O
sensoriamento remoto também permite a identificação de solos nus, que
podem ser áreas de pastejo muito intenso ou áreas de cultivo sendo
preparadas.
53
Tabela 7 � Vegetação 2003 (ha)
Vegetação Área % Café 1.378,06 6,90
Cerrado 0,00 Culturas 2.573,61 12,88
Pastagens 11.169,90 55,89 Mata 4.517,98 22,61
Solo Nu 288,18 1,44 Rio E Lago 57,02 0,29
Figura 23 � Carta de cobertura vegetal a partir de imagem LANDSAT, 2003.
A classificação da vegetação foi do tipo supervisionada, ou seja, o
programa foi abastecido de amostragens a partir de áreas previamente
visitadas no campo e georreferenciadas. Neste levantamento a campo não foi
constado nenhuma área característica de cerrado para ser amostrada, portanto
a classificação a partir da imagem orbital não encontrou nenhuma área desta
vegetação. Como a transformação antrópica do município é muito intensa é
provável que não exista mais cerrado na região.
54
A obtenção da situação de cobertura vegetal e suas mudanças em um
período permitem inferir várias análises sobre a economia e o ambiente no qual
pretende se implantar e desenvolver o Turismo Rural. As transformações da
cobertura vegetal, frutos da ação antrópica, podem permitir ao tomador de
decisão qual atividade turística pode conjugar o desenvolvimento e a
preservação da melhor maneira.
4.1.6 Classes de solos
Figura 24 � Classes de solos no município.
Tabela 8 � Áreas das classes de solos do município (ha)
Classes de solos Área (ha) % Nvef 2.767,43 13,91% Rle 14.884,96 74,79%
LVef 1.009,48 5,07% LVd 1.240,10 6,23%
55
Segundo EMBRAPA (2005) os solos encontrados no município são:
nitossolo vermelho eutroférrico (Nvef), neossolo litólico eutrófico (Rle), latossolo
vermelho eutroférrico (LVef) e latossolo vermelho distrófico (LVd).
Os nitossolos vermelhos eutroférricos (Nvef) são solos caracterizados
por apresentarem grande profundidade (130 a 250 cm), sendo bem drenados,
de coloração arroxeada, com sequência de horizontes A, B nítico e C, sendo
derivados de rochas eruptivas básicas. São constituídos por material mineral
com argilas de atividade baixa, textura argilosa ou muito argilosa, estrutura em
blocos subangulares, angulares ou prismática moderada ou forte, com
superfície dos agregados reluzente, relacionada à cerosidade e/ou superfícies
de compressão. Estes solos apresentam horizonte B bem expresso em termos
de desenvolvimento de estrutura e cerosidade, mas com inexpressivo gradiente
textural. São, em geral, moderadamente, ácidos a ácidos, com saturação por
bases baixa a alta, às vezes álicos, com composição caulinítico - oxídica e, por
conseguinte com argila de atividade baixa. Estes solos são localizados no
relevo abaixo de neossolos (EMBRAPA, 2006; NANNI, 2000).
Neossolos litólicos eutróficos (Rle) compreendem solos constituídos
por material mineral ou por material orgânico pouco espesso com pequena
expressão dos processos pedogenéticos em consequência da baixa
intensidade de atuação destes processos, que não conduziu, ainda, a
modificações expressivas do material originário, de características do próprio
material, pela sua resistência ao intemperismo ou composição química, e do
relevo, que podem impedir ou limitar a evolução desses solos. Apresentam
rochas consolidadas ou parcialmente intemperizadas, ou grande quantidade de
cascalho, pouco ou nada decompostos, abaixo de um horizonte A, C ou B,
desde que este tenha desenvolvimento relativo e de pequena espessura
(menos de 10 cm). Seu horizonte A é, normalmente, o único a proporcionar as
características classificatórias deste solo, com espessura variando entre 15 e
40 cm. Estes solos ocorrem, normalmente, em topografia irregular, ou seja,
relevo ondulado ou mais acidentado, o que os torna associados a sua pequena
espessura, muito susceptíveis à erosão. Devido também à reduzida
profundidade, estes solos apresentam disponibilidade hídrica bastante limitada,
comprometendo a sua capacidade de suporte vegetal, principalmente nos
períodos de escassez de chuvas. Estão associados aos Cambissolos e
56
afloramentos rochosos em altitudes que podem variar de 580 a 600 ms acima
do nível do mar (EMBRAPA, 2006; NANNI, 1995).
Os latossolos compreendem solos constituídos por material mineral,
com horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer um dos tipos de
horizonte diagnóstico superficial, exceto H hístico. São solos em avançado
estágio de intemperizaçao, muito evoluídos, como resultado de enérgicas
transformações no material constitutivo. Os solos são, virtualmente, destituídos
de minerais primários ou secundários menos resistentes ao intemperismo, e
tem capacidade de troca baixa de cátions, inferior a l7 cmolc/kg de argila.
Variam de fortemente a bem drenados, embora ocorram variedades que tem
cores pálidas, de drenagem moderada ou até mesmo imperfeitamente
drenados. São normalmente muito profundos, sendo a espessura do solum
raramente inferior a 1 m. Tem sequência de horizontes A, B, C, com pouca
diferenciação de horizontes, e transições usualmente difusas ou graduais. Em
distinção às cores mais escuras do A, o horizonte B tem aparência mais viva,
as cores variando desde amarelas ou mesmo bruno-acinzentadas até
vermelho-escuro-acinzentadas. Constituídos, normalmente, de óxidos e
hidróxidos de ferro, segundo condicionamento de regime hídrico e drenagem
do solo, dos teores de ferro na rocha de origem e se a hematita é herdada dele
ou não. São, em geral, solos fortemente ácidos, com baixa saturação por
bases, Distróficos ou Álicos. Ocorrem, todavia, solos, com média e até mesmo
alta saturação por bases, encontrados, geralmente, em zonas que apresentam
estação seca pronunciada, semi-áridas ou não, como, também, em solos
formados, a partir de rochas básicas. São típicos das regiões equatoriais e
tropicais, ocorrendo também em zonas subtropicais, distribuídos, sobretudo,
por amplas e antigas superfícies de erosão, terraços fluviais antigos,
normalmente, em relevo plano e suave ondulado, embora possam ocorrer em
áreas mais acidentadas, inclusive em relevo montanhoso. São originados, a
partir das mais diversas espécies de rochas, em condições de clima e tipos de
vegetação os mais diversos. Os latossolos vermelhos eutroférricos (LVef) são
solos com saturação por bases alta (V 50%) e teores de Fe2O3 (pelo H2SO4)
de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B. Os
latossolos vermelhos distróficos (LVd) são solos com saturação por bases
57
baixa (V 50%) na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B
(EMBRAPA, 2006).
4.1.7 Imagem LANDSAT associada ao modelo 3D e classes de solos
Figura 25 � Imagem orbital do satélite LANDSAT sobreposta ao modelo
numérico do terreno para representação tridimensional da região
de estudo gerada no surfer e associada à distribuição de solos
no município.
Este produto permite a visualização da paisagem onde se encontram
os recursos levantados com potencial para o turismo rural. Permitem ao gestor
fazer inferências sobre a geomorfologia do local e quais atividades podem ser
desenvolvidas. As unidades de paisagem com toda a sua complexidade podem
ser mais bem entendidas com imagens como estas e facilitam os
planejamentos ambientais e econômicos. Conforme Nanni e Rocha (1997), o
recurso funciona como auxílio na delimitação das unidades de paisagem
geomorfológicas, pois estão associados, na mesma imagem, classes de solos,
58
relevo e imagem orbital, sendo que a ultima já permite visualizar a cobertura
vegetal.
4.1.8 Representação 3D da hipsometria
Figura 26 � Apresentação do relevo, a partir do MNT, e do programa
computacional surfer.
Esta imagem conjuga a visualização 3D da declividade, permitindo
observar o relevo, e, com a legenda, permite localizar as altitudes dos
respectivos locais.
APRESENTAÇÃO DO RELEVO
59
4.1.9 Carta de fatiamento da hipsometria
Figura 27 � Carta hipsométrica gerada pelo SPRING.
Recurso similar ao anterior, mas não permite a visualização 3D, porém
o valor do intervalo de fatiamento pode ser mais facilmente alterado, gerando
outros produtos.
Tabela 9 � Distribuição hipsométrica do município
Área (ha) % 320-370 0 0,00% 370-420 649,08 3,25% 420-470 1 .912,50 9,57% 470-520 3.871,53 19,37% 520-570 4.586,22 22,95% 570-620 3.938,76 19,71% 620-670 3.298,05 16,50% 670-720 1.725,21 8,63% 720-770 3,70 0,02%
60
O município apresenta 67,79% da sua área entre 520 e 720 ms acima
do nível do mar. Característica que participa da determinação do clima da
região, proporcionando amplitude térmica diária.
4.1.10 Carta clinográfica
Figura 28 � Carta clinográfica
Tabela 10 � Declividades (ha)
Faixas de declividade Área (ha) % 0-3 1946,88 9,74 3-8 1752,30 8,77
8-13 3235,59 16,19 13-20 4967,37 24,86 20-45 7776,54 38,91 45-100 306,45 1,53
61
A maior parte do município constitui-se de solos neossolos litólicos
altamente sujeitos à erosão, e 80% da área apresentam declividades com 8%
ou mais, fator que agrava consideravelmente a conservação deste recurso. Em
declividades como estas, as práticas conservacionista para realizar agricultura
mais intensa são de alto custo. Portanto, recomenda-se que sejam utilizadas
para silvicultura ou áreas de preservação (RAMALHO FILHO; BEEK, 1995).
As práticas desenvolvidas constadas a campo não são adequadas,
conforme Figura 29.
Figura 29 � Afloramento de rochas em área com pasto.
4.1.11 Carta de aptidão das terras
Tabela 11 � Aptidão do uso das terras (ha)
Classe Área % Ótima 820,8 4,12% Boa 1.715,4 8,62%
Média 2.064,06 10,37% Baixa 3.377,25 16,97%
Muito Baixa 11.619,09 58,38% Reflorestamento 305,55 1,54%
62
Figura 30 � Carta de aptidão do uso das terras.
76,89% das áreas são consideradas, conforme critérios adotados neste
trabalho, como de aptidão média ou menor. Este fato implica que práticas
conservacionistas e escolha adequada das explorações das terras sejam
criteriosamente seguidas pelos produtores para preservação dos solos.
A possibilidade de agricultura extensiva e de alto nível de manejo
(RAMALHO FILHO; BEEK, 1995) não é viável para região. Portanto, o
incentivo à agricultura familiar é muito importante. Porém, a ocupação das
áreas com pastagem de exploração excessiva vem promovendo a intensa
degradação dos solos e isto colabora com o empobrecimento da economia e
consequente êxodo rural.
4.1.12
4.1.13 Carta de adequação do uso das terras
Tabela 12 � Adequação do uso das terras
Uso Área % Adequado 12.962,07 65,04
Inadequado 6.966,45 34,96
63
Figura 31 � Carta de adequação do uso das terras.
O uso das terras de forma inadequada pode ser constado na maior
parte das áreas visitadas (Figuras 31 e 32).
Figura 32 � Pastagem e culturas em área com declividade acentuada e com
afloramento de rochas.
64
Figura 33 � Visão panorâmica de várias áreas com declividade acentuada
utilizadas para pastagem.
Constata-se com este produto que há grande necessidade de se criar
projetos de educação ambiental para os produtores e de se criar projetos de
desenvolvimento econômico sustentável. Com isto, pode-se evitar o atual
quadro, que resulta na destruição do patrimônio natural da região.
4.1.14 Sobreposição dos pontos visitados na carta de vegetação 2003
Figura 34 � Carta da cobertura vegetal em 2003 e os pontos visitados.
A legenda dos pontos visitados encontra-se no Apêndice B.
CARTA DA VEGETAÇÃO 2003 E OS PONTOS
VISITADOS
65
4.1.15 Sobreposição dos pontos visitados na carta de aptidão do uso das
terras
Figura 35 � Carta de aptidão do uso das terras e os pontos visitados.
4.1.15 Sobreposição dos pontos visitados na carta de adequação do uso
das terras
Figura 36 � BC02, propriedade a 600m de altitude (Xm= 385170; Ym= 7325331).
CARTA DE APTIDÃO DO USO DAS TERRAS E
OS PONTOS VISITADOS
66
Figura 37 � Carta de adequação do uso das terras e os pontos visitados.
4.1.16 Sobreposição da hidrografia ao PI estradas e localidades
Figura 38 � Carta de estradas, localidades e hidrografia.
CARTA DE ADEQUAÇÃO NO USO DAS
TERRAS E OS PONTOS VISITADOS
67
4.1.17 Sobreposição da hidrografia sobre o PI vegetação 2003
Figura 39 � Carta de hidrografia e vegetação 2003.
O procedimento da sobreposição permite uma visualização de dois ou
mais critérios na mesma cena, facilitando enormemente o entendimento de
uma situação e proporcionando mais segurança ao tomador de decisões. Os
resultados destas sobreposições são discutidas mais minuciosamente
enfocando o Turismo Rural no item 4.3.
Convém reforçar o fato de que, estes produtos podem proporcionar
informações muito diversificadas em função do especialista que esteja fazendo
das mesmas.
4.2 DADOS SOCIOECONÔMICOS
4.2.1 Resultados das entrevistas com os informantes de confiança
As questões aplicadas a estes informantes estão no Apêndice C.
68
a) Plano Diretor:
100% responderam que o PD está em elaboração e 40%
informaram que os projetos do plano priorizam o desenvolvimento
rural.
b) Levantamento turístico no município:
100% afirmam não ter conhecimento; 60% lembraram do estudo
pela FECILCAM sobre o caminho de Peabiru.
c) Proposta para implementar o turismo rural em algum mandato ou
candidatura:
100% desconhecem; 40% disseram que talvez conste na cartilha
de intenções do governo atual.
d) Estudo sobre as atividades agrícolas e não-agrÍcolas do meio rural:
100% afirmam não existir este estudo no município.
e) Projeto de educação ambiental nas escolas do município:
40% afirmam existir, 20% diz não serem contínuos e 60%
desconhecem.
f) O extensionismo rural tem projeto para desenvolver o turismo rural:
100% afirmam desconhecer, 40% não reconhece potencial
humano nos órgãos públicos para elaborar e executar os projetos.
g) Qual a opinião sobre o turismo rural em Corumbataí do Sul?:
60% afirmam que deve haver mais estudos, 20% não tem opinião
e 20% acreditam na atividade como promotora de
desenvolvimento.
h) Participação do Legislativo, Executivo e outras instituições na
elaboração de um plano de desenvolvimento socioeconômico para
o município:
20% responderam que todos participam quando convidados, 40%
que Legislativo e Executivo participam e 40% que somente as
instituições (associações, escola e igrejas) participam.
i) Atividades que melhorariam o quadro socioeconômico do
município:
100% afirmam que a agroindustrial geraria renda e empregos e
20% responderam: incentivo a agricultura familiar e cursos de
capacitação.
69
j) Pessoal capacitado na equipe de governo:
80% afirmam que não há pessoas capacitadas e 20%
responderam que a prefeitura possui equipe capacitada e
contratou assessoria especializada.
k) Criação de cursos integrando formação básica e meio rural:
60% afirmaram não haver e 40% desconhecem.
l) Criação de cursos sobre turismo rural na escola:
40% desconhecem, 60% afirmam não ter e 20% responderam que
os professores não são capacitados para esta finalidade.
m) A escola possui pessoal capacitado para desenvolver cursos e
treinamentos na área:
60% afirmaram que não e 40% desconhecem.
n) Interesse em participar do conselho municipal de turismo:
80% responderam que participariam e 20% que necessita de
discussão sobre o assunto.
4.2.2 Resultados dos questionários aplicados aos produtores rurais
O questionário foi dividido em cinco itens: identificação do questionário,
caracterização do entrevistado, caracterização da família, da propriedade e
aspectos da economia e do município. Mantendo os assuntos que causam
maior constrangimento para fase final do processo, como preconiza Günther
(2003) e Steffan (1999).
A tabulação dos dados, no Excel, gerou 50 Tabelas com as respostas
obtidas em percentuais. Estas Tabelas encontram-se no Apêndice A.
4.3 DISCUSSÃO
Os produtos cartográficos fornecem importantes informações ao gestor
que planeja a atividade de Turismo Rural. A carta de estradas e localidades
(Figura 18) é essencial para o planejamento, pois a atividade desenvolve-se
em regiões mais isoladas, e as informações para o turista chegar ao local são
mais difíceis de serem obtidas. Assim, disponibilizar ao cliente um bom roteiro
por folder ou internet é essencial.
70
A localização dos recursos hídricos e sua situação ambiental também
são muito importantes. A atividade do Turismo Rural é intimamente relacionada
com a preservação da paisagem e sua sustentabilidade depende das
condições do meio ambiente (SILVA, 1998; VEIGA, 2004). A posição que as
lagoas se encontram em relação às estradas e às regiões com possibilidades
de ampliar a atividade são ferramentas úteis, caso a exploração de pesque-
pagues esteja sendo estudada ou desenvolvida (Figuras 12 e 38).
Outra informação visualizada nos produtos é qual a situação do
entorno destes rios e lagoas. Pode-se determinar a cobertura vegetal da área,
aptidão agrícola e a situação de adequação do uso das terras no local (Figuras
34, 35 e 37).
As cartas com as coberturas vegetais em três períodos distintos
mostram a evolução da ocupação das terras e permite inferências sobre o
histórico econômico da região (Figuras 21, 22 e 23). A carta de vegetação 2003
proporciona dados da situação geral do município e permite o reconhecimento
da situação desta vegetação em áreas especificas do território. Exemplificando,
uma propriedade que queira implantar o Turismo Rural pode estabelecer um
roteiro de cavalgadas (SILVA, 1998), escolhendo as áreas com maior cobertura
vegetal. Esta mesma atividade pode escolher roteiros que priorizem relevos
com declividade acentuada (Figuras 25, 26 e 28), promovendo passeios mais
emocionantes.
A Figura 39 revela que as margens dos rios estão sem mata ciliar, o
que representa comprometimento da qualidade ambiental das águas, do visual
e causará má impressão ao turista rural que, no seu imaginário, deseja
encontrar a área preservada e dentro dos parâmetros legais.
Esta informação, proporcionada pelo sistema, pode ser questionada
pelo fato da resolução espacial da imagem usada na classificação ser de 30
ms. Isto implica que matas ciliares pequenas podem ser confundidas com
áreas de pastagem ou lavouras. Porém, a qualidade visual da água,
apresentava-se escura, provando que os corpos d�água vem sendo
contaminados com material particulado, que resulta de processos erosivos.
Processo, o qual, é agravado pela ausência de mata ciliar.
A observação da Figura 25 proporciona a visualização das classes de
solo, sob imagem 3D RGB. Segundo Zonneveld (1989), esta imagem permite
71
uma interpretação da paisagem, a partir de critérios biológicos (vegetação),
geomorfológicos (relevo) e pedológicos. O estudo pode ser completado com o
levantamento geológico da área. Para inferências turísticas rurais e ecológicas,
esta visualização é uma poderosa ferramenta, pois o planejador pode distribuir
as atividades, conforme sua dependência da geomorfologia e vegetação, na
determinação de um roteiro para caminhada de pessoas da terceira idade.
Fazendo uso das Figuras 26 e 27, o planejador pode determinar as
áreas propícias para atividades que dependam de noites mais frias, pois nas
maiores altitudes a amplitude térmica é maior. Pousadas e residências que
hospedem turistas podem desenvolver turismo gastronômico com pratos típicos
de inverno e também é possível conjugar a degustação de vinhos e queijos.
Este planejamento pode ser complementado com a escolha de locais com
beleza cênica e estradas disponíveis, dados que podem ser obtidos nas
Figuras 18 e 37 e Tabelas 3 e 4, pois as imagens, represas e cachoeiras são
georreferenciadas.
Segundo Ludwig e Probst (1996), dentre os fatores que contribuem na
produção de sedimentos em uma bacia hidrográfica, o escoamento é o mais
importante. Este fator está diretamente relacionado à declividade do terreno. A
Figura 28 proporciona a visualização das declividades da área em estudo. Esta
informação é útil na determinação das áreas que necessitam de maior proteção
vegetal para manter o ambiente ecologicamente equilibrado e atender às
aspirações do turista rural, conforme preconiza Calatrava (1993) e
Zimmermann (1998).
As Figuras 30 e 33 fornecem a localização das terras quanto à sua
aptidão e o seu uso adequado ou não. Na atividade do Turismo Rural, o
contato com o desenvolver das atividades do meio agrícola faz parte do
imaginário do cliente. Seria decepcionante para o turista constatar que, na área
visitada, os próprios agricultores não praticam atividades sustentáveis e
desrespeitam as leis ambientais. A atividade do Turismo Rural, como
promotora da educação ambiental, ficaria comprometida e não cumpre uma
das suas funções básicas (ZIMMERMANN, 1998).
A análise mais detalhada da situação ambiental, agrícola e locais
identificados com potencial para turismo rural e ecoturismo pode ser realizada
pelas Figuras 34, 35 e 36. A visualização disponível, nestas cartas, permite ao
72
planejador de turismo inferir sobre o ponto turístico específico e a situação da
vegetação atual, o tipo de exploração agrícola a que se pode destinar a área e
como está a adequação deste uso. Caso o projeto planeje que o turista
conheça o cultivo do café, faz-se necessário que este exista no local destinado
ao projeto e que siga as recomendações técnicas e legais para sua exploração.
Outro exemplo seria a escolha da implantação de um hotel fazenda, que deve
ter nas proximidades uma diversidade de atividades agrícolas e ambientais
para serem desfrutadas pelos clientes, além da facilidade de acesso.
O material cartográfico produzido no sistema pode gerar muitas outras
informações além das discutidas neste trabalho. A possibilidade de inserir
novas informações, como estudos geológicos e georreferenciamento das
propriedades, amplia enormemente as possibilidades de gerar novos PIs com
outros aspectos a serem analisados.
Conforme Barbosa (2003), o zoneamento turístico envolve muitas
variáveis e o SIG é uma ferramenta capaz de conjugar a análise destes dados
e pode-se multiplicar o poder de análise do SIG se estas informações forem
trabalhadas em equipe multidisciplinar. A geração de inferências sobre o
Turismo Rural seria muito mais detalhada caso os dados fossem analisados
por turismólogos, botânicos, economistas, pedólogos, geógrafos, ecólogos etc.
Christofoletti (2002) relevou a importância do usuário das informações
de SIG. Pode-se considerar como usuário o elaborador do banco de dados e
produtos ou o tomador de decisão, no caso os produtores que poderiam usar
as informações aqui existentes para planejar e implantar o turismo rural no
município. Assim, faz-se muito importante a análise dos dados
socioeconômicos obtidos na aplicação das entrevistas aos informantes de
confiança e dos questionários aplicados aos produtores rurais.
Nas entrevistas aos informantes de qualidade, pode-se identificar que
na comunidade, em geral, não há predisposição notável para implementar o
Turismo Rural. As questões sobre o PD comprovaram que não havia intenção
em sugerir esta atividade como opção de desenvolvimento. Não há estudo
sobre o tema ou exemplos de desenvolvimento da atividade no município.
A educação ambiental, chave para motivar as futuras gerações na
resolução dos problemas ambientais identificados nos PIs, é incipiente. Não
permitindo visualizar mudanças para o quadro a curto prazo. Este fato pode
73
comprometer o desenvolvimento do turismo rural em função da dependência
desta atividade das boas condições ambientais do município.
As escolas não estão preparadas para proporcionar formação aos
jovens sobre as possibilidades de desenvolvimento rural, tornando muito difícil
a formação de uma geração que queira e saiba desenvolver novas atividades
no meio rural.
Estas entrevistas também mostraram não haver equipe preparada para
desenvolver um projeto nesta área na administração pública. Segundo os
informantes, nem mesmo há profissionais de extensionismo rural para atender
as necessidades básicas dos produtores. Como o Turismo Rural é uma
atividade complexa, para o seu desenvolvimento, a participação de
especialistas é imprescindível.
Para os entrevistados, não há participação completa dos setores da
sociedade em elaborar um projeto de desenvolvimento. Esta postura das
lideranças pode comprometer a viabilidade do Turismo Rural. Devido à sua
abrangência, é uma atividade que necessita da participação de toda
comunidade.
Os dados proporcionados pela aplicação dos questionários junto aos
produtores são informações necessárias ao planejamento e desenvolvimento
do Turismo Rural, pois dizem respeito aos agentes que desenvolverão o
projeto.
A média de idade dos produtores entrevistados é de 45 anos e,
portanto, a aceitação de novas atividades e assimilação de conceitos
necessários ao Turismo Rural pode ser comprometida (Tabela 1A).
Positivo é o fato de 81% dos produtores residirem nas propriedades
(Tabela 2A). Isto denota que a maior parte dos entrevistados mantem uma
relação ativa com o meio rural, o que é atraente ao turista por contatá-lo
diretamente com proprietário/produtor.
A Tabela 3A indica que 84% dos produtores não possuem o nível
médio de ensino. Esta característica compromete a capacidade dos produtores
em entender novos conceitos, principalmente se forem complexos e abstratos,
fato que pode ocorrer com o Turismo Rural (ZIMMERMANN, 1998).
Na amostra entrevistada, 52% são de origem mineira (Tabela 5A). Este
dado pode orientar quais as atividades desenvolvidas serão potencializadas
74
por esta característica da comunidade. Pode-se explorar o imaginário da
população urbana quanto às características do povo mineiro interiorano.
Dos entrevistados, 35% relataram participar de alguma associação
(Tabela 6A). Este fato é importante, pois o Turismo Rural é uma atividade
global, que necessita do envolvimento da comunidade em geral. O fato de
estarem associados facilita muito as reuniões e decisões comuns.
São famílias com uma média de 2,6 filhos (Tabela 8A). Em explorações
onde as famílias recebem os visitantes para refeições e pouso, os filhos podem
atuar economicamente na atividade.
Como os produtores, os familiares também não apresentam alto nível
de escolaridade. Somente 69% tem até a 8ª série concluída, o que
compromete a assimilação de novas tarefas, como a recepção de turistas e
atuação como guias de atividades.
Os entrevistados moram próximos à cidade, em média 5,73 km (Tabela
11A). Caso as propriedades dos entrevistados tenham potencial para o
Turismo Rural e Ecoturismo, sua exploração fica facilitada por esta
proximidade.
Quanto aos meios de transporte, 52% possuem veículos e 52%
possuem motos. Este fator facilita a relação do produtor com a cidade. Fato
importante, pois a presença do turista rural dinamiza a relação do produtor com
a cidade (urbano).
A Tabela 14A comprova a diversidade agrícola do município, o que é
atraente para o turista e garante estabilidade da economia local. O Turismo
Rural atual como promotor da intensificação e manutenção desta característica
(SILVA, 1998; CAMPANHOLA; SILVA, 1999). Porém, a Tabela 15A comprova
existir pouca atividade não-agrícola nas propriedades, fato que se torna um
impedimento inicial, pois não é tradição dos produtores locais iniciarem novas
atividades.
Segundo Froehlich (1996), o Turismo Rural propõe a produção
biológica, caseira, tradicional, específica, regional e local, fato que já se
comprova existir na região. Há uma considerável diversidade e produção local
de alimentos básicos, não sendo essencialmente uma produção industrial
(Tabela 16A).
75
Entre os componentes das famílias, 73% são praticantes de alguma
religião e 57% são católicos. As festividades religiosas como dias de santos e
festas juninas são opções a serem desenvolvidas pelo município que se
proponha explorar o Turismo Rural. Porém, a parcela protestante é
considerável, e esta faixa da população, normalmente, não frequenta festas de
homenagem aos santos (Pr. Daniel, da Primeira Igreja Batista de Campo
Mourão, informação pessoal).
A renda dos proprietários concentra-se em 61%, até 01 salário mínimo
por mês. Demonstrando que os produtores que forem empreender o Turismo
Rural e necessitarão de investimentos financiados. Segundo SETUR (2006), a
busca destes investimentos é facilitada pelo projeto técnico de implantação da
atividade. Fato que aumenta a importância de trabalhos desta natureza, pois o
SIG é a ferramenta mais utilizada para confecção de projetos complexos e
transdisciplinares.
As propriedades até 20 ha são 84% (Tabela 19A). A sustentabilidade
econômica de pequenas propriedades tem sido favorecida pela atividade de
Turismo Rural e esta é reforçada pelo imaginário dos turistas que o seu ato de
consumo auxilie na preservação da agricultura familiar, típica em propriedades
destas dimensões (FROEHLICH, 1996).
A Tabela 22A traz as informações sobre o uso das terras pelos
produtores. Constata-se que não há uma correlação positiva entre os
percentuais informados pelos agricultores e dados obtidos na classificação
supervisionada do SPRING (Tabela 7). A falta de precisão dos agricultores, no
momento da entrevista, leva a concluir que o procedimento do SIG é o mais
correto, havendo desinformação por parte do agricultor.
As Tabelas 23A 25A, 26A e 27A fazem referência às residências e
benfeitorias das propriedades. Todas estas estruturas são atrativos para o
Turismo Rural. Porém, as propriedades mostraram-se pouco providas destes
recursos. Somente 10% possuíam uma segunda residência e 3% possuíam
três residências. As residências, no Turismo Rural, tornam-se opção de
hospedagem e faz parte do desejo do cliente, permanecer no mesmo ambiente
tradicional do homem do campo. Porém, o turista rural não abre mão do
conforto (SILVA, 2006). Observa-se também que outras estruturas como
pocilgas grandes, barracões de frango e instalações laticínias não existem na
76
região. Os turistas rurais são atraídos pelas propriedades onde podem
acompanhar as atividades que são desenvolvidas em instalações como as
citadas.
O fator tranquilidade do rural faz parte do imaginário do turista rural
(VERBOLE, 2002), e esta condição é encontrada no município. 71%
consideram o local bom para moradia e destes 26% lembraram da
tranquilidade como principal fator (Tabela 29A).
Para 74% dos agricultores o município capaz é capaz de atrair turistas.
As festas e locais que promoveriam esta atração são citadas nas Tabelas 35A
e 36A.
Segundo a Tabela 39A, 81% dos entrevistados afirmam que o
município protege o seu meio ambiente. Este dado também não confere com
os dados obtidos pelo Sensoriamento Remoto e SIG. Observa-se, na Tabela
09, que quase 35% do território não são usados adequadamente. Para o
desenvolvimento do Turismo Rural, a necessidade da conscientização e
formação ambiental da comunidade será muito importante. Pois, esta se
encontra desinformada e com pouco senso crítico a respeito do uso dos
recursos naturais.
O Turismo Rural como atividade para implementar a inserção dos
jovens, no mercado de trabalho, mostra-se como opção para o município. 81%
dos entrevistados afirmam que não há oportunidades de trabalho para os
jovens (Tabela 44A).
Segundo 94% das respostas, não há exemplos dentro da comunidade
de empreendimentos não-agrícolas que tiveram sucesso (Tabela 47A).
Reforçando a necessidade de formar uma consciência empreendedora entre os
produtores para estimular o desenvolvimento de atividades como o Turismo
Rural.
A Tabela 48A lista 15 produtos que os proprietários acreditam ter
potencial para serem comercializados com os visitantes. Destes, 29% citaram a
uva, 23% o morango e 0% o artesanato. Outro ponto a ser investido em um
processo formacional do empreendedor de Turismo Rural, pois o artesanato
local é forte atrativo de turistas (RUSCHMANN, 1998; SILVA, 1998).
As inferências dos dados socioeconômicos também podem ser
multiplicadas desde que analisados por especialistas de outras áreas.
77
A locação destas informações no SIG, através de georreferencimento
das propriedades dos entrevistados, abre inúmeras portas de interpretação e
produção de zoneamento turístico, pois com este procedimento torna-se
possível integrar via algoritmos os dados coletados neste trabalho, com a
situação particular dos proprietários.
78
5 CONCLUSÕES
Condicionadas aos objetivos gerais expostos no início deste trabalho e
dos resultados alcançados pela metodologia empregada, chegou-se às
seguintes conclusões:
a) SIG e Sensoriamento remoto são ferramentas com alta capacidade
para análise e inferências sobre Turismo Rural em um município.
b) O sistema gera cartas de diversos componentes da paisagem
permitindo a quantificação e localização dos recursos turísticos.
c) O SIG permite integrar informações de natureza distinta, facilitando
as inferências sobre o Turismo Rural.
79
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91
APÊNDICES
92
APÊNDICE A � RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS JUNTO
AOS PRODUTORES
Tabela 1A � Entrevistado
Proprietário Filho do proprietário Arrendatário Idade
média Menor idade
Maior idade Sexo do entrevistado
84% 6% 10% 44,51 21 68 masculino feminino 100%
Tabela 2A � Local da residência dos entrevistados
Na propriedade Na cidade Bairro rural Outro 81% 13% 6% 0%
Tabela 3A � Escolaridade dos entrevistados
Analfab. Alfabetiz. Fund. incompleto
Fund. completo
1 a 8ª
série
incomp.
1 a 8ª
série
completa
Médio
incompleto Médio
compl. Sup.incompl. Superior compl.
Pós-grad.
16% 10% 0% 10% 42% 6% 0% 16% 0% 0% 0%
Tabela 4A � Nacionalidade
Brasileira Argentina Paraguaia Francesa Americana 100% 0% 0% 0% 0%
94
Tabela 5A � Origem
Italiana Gaúcha Portuguesa Mineira Nordestina Espanhola Paulista Paranaense 10% 0% 0% 52% 0% 6% 23% 6%
Tabela 6A � Associação
Participa de associação Com cargo Sem cargo 35% 0% 6%
Tabela 7A � Posição na família
Esposo Esposa Filho Genro 100% 0% 0% 0%
Tabela 8A � Número de componentes das famílias
Esposo Esposa Filhos Filhas Noras Genros Netos Sobrinhos Total 31 30 54 25 5 3 10 1 159
95
Tabela 9A � Tipos de trabalho dos membros da família
Atividade agrícola na
propriedade Atividade agrícola fora da
propriedade Atividade não agrícola na
propriedade Atividade não agrícola fora da
propriedade 35% 10% 0% 6%
Tabela 10A � Escolaridade das famílias
Estudando Analf. Alfabetizado
Fund. incompl.
Fund. completo
1 a 8ª
série
incomp.
1 a 8ª
série
completa
Médio
incompl. Médio
completo
Superior incomplet
o
Superior completo
Pós-graduado
15% 3% 1% 25% 21% 14% 5% 6% 24% 1% 0% 0%
Tabela 11A � Transporte escolar utilizado pelas famílias e distâncias percorridas
Distância percorrida (km) A pé Carro Ônibus Charrete Animal Moto Bicicleta Média Máxima Mínima
7% 0% 93% 0% 0% 0% 0% 5,73 8 4
Tabela 12A � Estradas municipais
Boa todo o ano Boa na época da seca Ruim o ano todo 55% 42% 3%
96
Tabela 13A � Meios de transporte das famílias
CARRO MOTOCICLETA CARROÇA ANIMAL 52% 52% 23% 35%
Tabela 14A � Atividade agrícola da família
PC PL P S SU OV AV C S M F Mandioca Feijão FP NA FP NA FP NA FP NA FP NA FP NA FP NA FP NA FP NA FP NA FP NA FP NA 3% 16% 0% 19% 0% 0% 0% 6% 0% 0% 0% 6% 6% 71% 0% 3% 6% 16% 10% 16% 6% 3% 3% 0% Fora da propriedade= FP; Na propriedade= NA; Pecuária de corte= PC; Pecuária de leite= PL; Piscicultura= PS; Suinocultura= SU;
Ovinocultura= OV; Avicultura (barracão de frango)= AV; Café= C; Soja= S; Milho= M; Fruticultura= F.
Tabela 15A � Atividade não agrícola da família
C P S T PA AR CR Caminhão FP NA FP NA FP NA FP NA FP NA FP NA FP NA 0% 0% 10% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 3% 3% 10% 3% 0%
Fora da propriedade= FP; Na propriedade= NA; Comércio= C; Prestação de serviços= PS; Turismo= T; Produção de alimentos
(manufatura ou industrial)= PA; Artesanato= AR; Crochê= CR.
97
Tabela 16A � Alimentação
F A FR SU BO HO FRU M C P C P C P C P C P C P C P C P
48% 52% 84% 16% 19% 81% 35% 71% 55% 45% 26% 71% 16% 84% 10% 87% Compra= C; Produz= P; Feijão= F; Arroz= A; Frango= FR; Suínos= SU; Bovinos= BO; Hortaliças= HO; Frutos= FRU; Mandioca=
M.
Tabela 17A � Religião Número de
componentes das famílias
Católicos Presbeteriana Universal Assembléia Só o
Senhor é Deus
Batista Congregação
Cristã I.E.Q. Não
participa Total de
participantes
159 91 0 0 0 0 0 8 2 0 116 57% 0% 0% 0% 0% 0% 5% 1% 0% 73%
I.E.Q.= Igreja do Evangelho Quadrangular
Tabela 18A � Renda mensal dos entrevistados
ATÉ 01 SALÁRIO 01 A 02 02 A 03 03 A 05 + DE 05 61% 23% 6% 6% 0%
98
Tabela 19A � Tamanho da propriedade
Até 10 hectares 10 A 20 20 A 50 + DE 50 Não soube informar 39% 45% 16% 6% 6%
Tabela 20A � Bairro em que se encontra a propriedade Água do
lontra Água do
meio Água da
anta Mercadão Bairro dos Borges
Bica d'água Guaraci Souza
Leão Santo
Antônio Monte Azul
Beija Flor
São
Joaquim Não soube
informar 3% 3% 3% 13% 6% 6% 6% 19% 13% 3% 6% 3% 13%
Tabela 21A � Tempo como proprietário
01 ANO OU MENOS 01 A 5 ANOS 5 A 10 + DE 10 6% 16% 16% 48%
Tabela 22A � Distribuição do uso da terra
Área
total Lavouras
temporárias Lavouras
permanentes Pastagens
naturais Pastagens plantadas
Reserva legal
Mata ciliar
Área não
aproveitada Área de
construção 486,77 2,5 143,02 18,3 62,84 27,54 13,325 2 3,94
1% 29% 4% 13% 6% 3% 0% 1%
99
Tabela 23A � Benfeitorias
Casa/moradia Paiol/tulha Curral/mangueira Pocilga/ chiqueiro
Galpão para
implementos Galpão para
frangos P B R PE P B R PE P B R PE P B R PE P B R PE P B R PE
94% 19% 74% 0% 74% 13% 61% 0% 45% 10% 32% 3% 61% 6% 55% 0% 13% 0% 13% 0% 0% 0% 0% 0%
Galinheiro Cercas (metragem) Poço Energia elétrica Represa
P B R PE P B R PE P B R PE P B R PE P B R PE 52% 0% 42% 10% 71% 19% 45% 6% 35% 3% 32% 0% 90% 90% 0% 0% 55% 10% 45% 0%
P= possui; B= boa; R= razoável; Pe= péssima.
Tabela 24A � Máquinas e implementos por propriedade
Trator Arado Subsolador Grade pesada Grade niveladora Plantadeira Cultivador
16% 16% 0% 6% 3% 3% 0% Pulverizador Colhedeira Trilhadeira Pulverizador costa Pulverizador mecanizado Roçadeira Tanque para transp. de água
16% 0% 6% 81% 6% 10% 6%
100
Tabela 25A � Residência 1 Área (m
2) (média) Número de cômodos (média) Tipo de parede Cobertura Forro Piso Origem da água Caixa d'água Madeira Alvenaria Telha Eternit Poço Mina
50,3
5,1 81% 19% 84% 10%
32%
68% 55% 39%
87% Fossa para
lixo Iluminação elétrica Fogão a gás Fogão a
lenha Banheiro dentro da
residência Vaso na residência Fossa asséptica
55%
90%
94%
77%
90%
94%
90%
Tabela 26A � Residência 2 (10%) Área (m
2) (média) Número de cômodos (média) Tipo de parede Cobertura Forro Piso Origem da água Caixa d'água Madeira Alvenaria Telha Eternit Poço Mina
71
4,7 100% 0% 100% 0%
33%
67% 0% 100%
67% Fossa para
lixo Iluminação elétrica Fogão a gás Fogão a
lenha Banheiro dentro da
residência Vaso na residência Fossa asséptica
100% 67% 100% 100% 100% 0% 0%
101
Tabela 27A � Residência 3 (3%)
Área (m2) Número de cômodos Tipo de parede Cobertura Forro Piso Origem da água Caixa d'água
Madeira Alvenaria Telha Eternit Poço Mina 42
5 100% 0% 100% 0%
0%
100% 0% 100%
100%
Fossa para
lixo Iluminação elétrica Fogão a gás Fogão a
lenha Banheiro dentro da
residência Vaso na residência Fossa asséptica
100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Tabela 28A � Bens e utensílios nas residências
Geladeira Fogão a gás Fogão a lenha Liquidificador Rádio Televisão Aparelho de som Máquina de costura Sofá
97% 97% 74% 90% 87% 94% 74% 65% 94%
Guarda-roupa Cama Ferro de passar
Tanque de lavar roupa
Máquina de lavar
roupa Filtro de
água Pia de
lavar louça Computador
97% 97% 97% 94% 81% 35% 90% 6%
102
Tabela 29A � Corumbataí do Sul como moradia
Ótimo Bom Razoável Melhorar as
necessidades básicas
É
acostumado com a cidade
Falta muita coisa
Falta incentivo do
governo
Tem segurança
Tem amizades Tranqüilidade
Clima agradável
6% 71% 23% 3% 10% 16% 3% 6% 6% 26% 3%
Tabela 30A � Gosta de morar
Sim Não 100% 0%
Tabela 31A � Estradas
O= ótimas; B= boas; R= regulares; P= péssimas Tabela 32A � Origem do entrevistado - O Senhor sempre morou em Corumbataí do Sul?
Sim Não Outro município do Paraná Outro estado Outro país 48% 45% 45% 6% 0%
Maringá Londrina Campo mourão Cascavel Guarapuava O B R P O B R P O B R P O B R P O B R P
23% 55% 23% 0% 23% 58% 19% 0% 23% 52% 26% 0% 23% 58% 19% 0% 23% 48% 26% 3%
103
Tabela 33A � Em sua opinião o município realiza festas populares? Quais?
Sim Não Cabrito apressado Festa do maracujá Festa religiosa Aniversário da cidade Festa do peão Fim de ano 81% 19% 0% 6% 23% 23% 29% 3%
Tabela 34A � Participação do produtor nas festas
Sim Não 61% 35%
Tabela 35A � O município realiza festa ou eventos que podem atrair turistas
Sim Não Cabrito apressado Festa do maracujá A festa do peão Aniversário da cidade Exposição Festa junina
74% 26% 16% 13% 13% 23% 3% 3%
Tabela 36A � O senhor acha que, além das festas, o município apresenta outros pontos que poderiam ser atrativos para
visitantes?
Sim Não Mas não sabe APROCOR Salto boi cotó Cachoeiras Belezas naturais 35% 61% 6% 6% 6% 10% 6%
104
Tabela 37A � O senhor conhece os recursos naturais de Corumbataí do Sul?
Sim Não 61% 39%
Tabela 38A � Preservação ambiental - O senhor já ouviu falar de preservação ambiental?
Sim Não 87% 13%
Tabela 39A � Corumbataí protege a natureza
Sim Não 81% 19%
Tabela 40A � O senhor trabalha com banco?
Sim Não Sicredi Brasil Bradesco Real HSBC 71% 29% 23% 65% 3% 3% 3%
105
Tabela 41A � O senhor utiliza alguma linha de crédito ou financiamento?
Sim Não PRONAFE 52% 39% 16%
Tabela 42A � O senhor considera o município de Corumbataí do Sul
Movimentado Economicamente
Parado economicamente
Local de oportunidade para arrumar a vida
Não tem oportunidade para melhorar a
vida 26% 19% 26% 32%
Tabela 43A � Na opinião do senhor, quais as principais atividades econômicas de Corumbataí do Sul?
Agricultura Pecuária Comércio Pscicultura (peixes) Fruticultura Emprego público
307 237 226 151 199 172
106
Tabela 44A � O meio rural oferece oportunidades para os jovens? Sim Não Por quê
Não
justificou Tem
aumentado A agricultura
pode melhorar Não tem
indústrias Não tem
serviço Município
pequeno Não tem incentivo
para os jovens Cidade
pequena 19% 81% 26% 3% 6% 13% 19% 13% 10% 6%
Sugestões
Não sugeriu Trazer indústrias
para o município Apoio órgãos
municipais / estaduais Pequenas empresas Mais recursos Mais empregos
31% 45% 10% 6% 3% 6%
Tabela 45A � O senhor acha que Corumbataí do Sul é um município com diversidade nas atividades agrícolas?
Sim Não 94% 10%
Tabela 46A � O meio rural oferece oportunidade aos seus moradores?
Sim Não 84% 13%
107
Tabela 47A � O senhor conhece alguém que desenvolve alguma atividade que não é da roça no meio rural e tem se saído bem?
Sim Não 3% 94%
Tabela 48A � Produtos para turistas
Que produtos os moradores do meio rural poderiam produzir para vender aos visitantes (turistas) do município? Não sabe Doces Artesanato Crochê Batata doce Queijo Mel Laranja Maracujá
13% 13% 0% 3% 3% 16% 3% 32% 65%
Farinha Rapadura Ovos Uva Café Frango Porco Morango 3% 3% 3% 29% 13% 3% 3% 23%
Tabela 49A � Considera-se um bom profissional da agricultura
Sim Não 84% 13%
Tabela 50A � Incentiva os filhos a trabalharem na agricultura
Sim Não 23% 71%
108
108
APÊNDICE B � LEGENDA DOS PONTOS VISITADOS E ESTRADAS
Tabela 1B � Pontos visitados CÓDIGO DESCRIÇÃO M 01 Mata localizada no bairro Água do Juca M 02 Mata localizada próxima a cachoeira Salto do Boi Cotó -
Bairro Água do Juca M 03 Mata localizada no bairro dos Borges - Próximo da
pastagem M 04 Mata localizada no bairro Nei Braga PQ 01 Parque Nicolau Lunardeli PQ 02 Parque Piasi Hortelan COZINHA INDUSTRIAL
Cozinha Industrial localizada no bairro do Mercadão
4 FRONTEIRAS Divisa dos 4 municípios - Corumbataí, Barbosa, Peabiru e Campo Mourão
VIV Viveiro de mudas localizado na Vila Rural, mudas de Café,
Eucalipto, Figo, Morango, Maracujá e Uva SÍTIO ARQU. Rocha com inscrição. CAF 01 Café localizado no bairro Souza Leão CAF 02 Café localizado no bairro Água do meio - Sítio Linda
Floresta. Obs: milho junto. CAF 07 Cafezal na entrada do Bairro Monte Azul CAF 04 Café localizado no bairro dos Borges - café novo CAF 3 Café localizado no bairro dos Borges- Sítio São João - Sr.
João Batista Silva - Pasto e Soja perto Caf 05 Café com Feijão e milho do outro lado da estrada -
localizada no bairro Ponte Seca - com mata aprox. 2km CAF 06 Café localizado dentro da cidade - saída para Campo
Mourão MARACUJÁ 01 Cultura de Maracujá do Sr. Manoel Rodrigues da Costa -
Bairro Santo Antônio MARACUJÁ 02 Cultura de Maracujá da Sra. Maria Helena de Aquino Freitas
- Sitio Linda Floresta - Bairro Água do Meio AMORA Plantio de Amora no Sítio bom Jesus - Sra. Regina Gale -
Amora, cana e café BC 01 Saída para Barbosa Ferraz, próximo a cascata BC 02 Bairro dos Borges BC 03 Entre a água do Sabugueiro e água da Catarina C 01 Localizada no bairro Agua do Juca - Cachoeira do boi cotó C 02 Localizada no bairro Agua do meio - Cacheira São Geraldo -
Sítio Linda Floresta C 03 Localizada no bairro Nei Braga, na Fazenda da Elza C 04 Localizada no bairro São Joaquim, Fazenda São Joaquim
do Sr. Eduardo
109
Tabela 1B, Cont.
R 01 Represa do Sítio Bom Jesus R 02 Represa do Sítio Fluminense. Sr. Mauro Ribeiro.Obs:
plantação de buchas R 03 Represa do Sítio Via Carnes. Sr. Sebastião R 04 Represa do Sítio São João R 05 Represa do Silvio Nucci - Bairro Ponte Seca R 06 Represa do bairro da Ponte Seca - ao lado do asfalto IG 04 Capela do bairro Água do Juca - próxima a divisão dos 4
municípios IG 05 Capela do bairro Água do Meio IG 06 Capela do bairro do Borges. Obs: Salão Paroquial,
escolinha e campo de futebol juntos. IG 07 Capela do bairro do Mercadão - Capela Nossa sra de
Fátima IG 08 Capela do bairro do Guairací - Capela São João As outras Igrejas são localizadas na cidade.
Tabela 2B � Estradas CÓDIGO ORIGEM DESTINO E1 Trevo de Cascavel Posto de Gasolina, centro da cidade
de Corumbataí E2 Posto de Gasolina - centro
de Corumbataí Centro de Barbosa Ferraz - em frente ao posto Mili
E3 Sítio Palmital - próxima da
reserva natural da cidade Vila Rural E4 Continuação da E3, início
na frente da capela Rio São Joaquim. Obs: Barracão de
madeira para eventos E5 Desvio para Vila Rural Bairro Santo Antônio - em frente da
Capela E6 Entrada do Bairro Santo
Antônio Ponte de Concreto (PC3) E7 Continuação da E6 -
Retomada na PC3 Bairro Souza Leão - em frente da igreja e do colégio. Obs: barbosa
Ferraz E8 Entrada do Bairro Souza
Leão Bairro Água do Juca E9 Ponte PC4 - bairro Água do
Juca Represa Água do Juca. Obs: Pastagem perto
E10 Represa Água do Juca Casa do Sr. Florisvaldo. Obs: celular: 99694367
E11 Bairro Água do meio Sítio bom Jesus - bairro Água do meio
110
Tabela 2B, Cont.
E12 Sítio Bom Jesus - bairro Água do meio
Sítio linda Floresta - bairro Água do Meio
E13 Saída Corumbataí - Campo Mourão
Bairro dos Borges - passando pelo bairro do mercadão
E14 Estrada do Borges - em frente a capela Nossa Sra.Fátima
Sítio Jorge Teixeira - Bairro Água da
Catarina E15 Estrada Campo Mourão -
Corumbataí Bairro Nei Braga - divisa com Barbosa Ferraz. Obs: Pasto
E16 Estrada Nei Braga Sítio da Elza - Bairro Nei Braga E17 Sítio São Joaquim - bairro
São Joaquim Vila Rural E18 Saída para Barbosa Ferraz Bairro Guaraci - em frente a escolinha
111
APÊNDICE C � QUESTÕES APLICADAS AOS INFORMANTES DE
CONFIANÇA
Data: fevereiro de 2007
Nome:
Idade:
Profissão:
Morador do município desde:
1) O Plano Diretor do município prioriza elaboração e execução de projetos
que visam o desenvolvimento das comunidades rurais. Avaliando
previamente o impacto socioeconômico e cultural de tais projetos?
2) Há conhecimento de algum levantamento turístico no município por órgão
governamental: EMBRATUR, MINISTÉRIO OU SECRETARIA?
3) Já houve alguma proposta para implementar o turismo no município em
algum mandato ou candidatura?
4) Foi realizado no município algum estudo detalhado das atividades em meio
rural � Agrícolas e Não-agrícolas?
5) Há algum projeto de educação ambiental nas escolas do município (em
andamento ou em vias de execução)?
6) O extensionismo rural preocupa-se com as limitações atuais do município,
desenvolve projetos para o futuro e tem alguma intenção de implementar o
turismo rural?
7) Qual a sua opinião sobre o turismo rural no município de Corumbataí do
Sul?
8) O Senhor crê que os poderes Legislativo e Executivo e outras instituições
(Cooperativas, Igrejas e escolas) estão mobilizados em conjunto para
elaboração e execução de um plano de desenvolvimento socioeconômico
para o município?
9) Quais atividades o Senhor crê que deveriam ser implementadas ou
incentivadas para melhorar o quadro socioeconômico do município?
112
10) Há pessoal capacitado na equipe de governo e funcionários para elaborar
um projeto de desenvolvimento � buscar recursos e executar tais projetos?
11) Há interesse em formar um conselho municipal de turismo?
12) As escolas já tiveram alguma preocupação em criar cursos integrando a
formação básica e o meio rural?
13) As escolas já tiveram alguma preocupação em criar cursos para divulgar
conhecimentos sobre o turismo rural?
14) As escolas têm estrutura e pessoal capacitado para desenvolver cursos e
treinamentos nesta área?
113
APÊNDICE D � QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PRODUTORES
A- IDENTIFICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
Nº 1) Nome e apelido:____________________________________________________________
2) Propriedade:_______________________________________________________________
3) Entrevistador:______________________________________________________________
4) Data:_____/______/______
B- CARACTERIZAÇÃO DO ENTREVISTADO
1) Data de nascimento:________________________________________________________
2) Local de nascimento:_______________________________________________________
3) Idade: ____________________________________________________________________
4) Sexo: ( ) F ( ) M
5) Local da residência :________________________________________________________
( ) Na propriedade ( ) Na cidade ( ) Em bairro rural ( ) Outro (especificar) 6) Escolaridade
( ) Analfabeto ( ) Alfabetizado ( ) Fund. incompleto ( ) Fund. completo ( ) 1 a 8ª série incomp. ( ) 1 a 8ª série completa ( ) Médio incompleto ( )Médio completo ( ) Superior incompleto ( ) Superior completo ( ) Pós-graduado 7) Nacionalidade:_____________________________________________________________
8) Origem (ascendência)
( ) Italiana ( ) Gaúcha ( ) Portuguesa ( ) Mineira ( ) Nordestina ( ) Espanhol ( ) Paulista ( ) Outras (citar) 9) Participa de alguma associação (função):______________________________________
114
C � FAMÍLIA
1) Posição do proprietário na família Esposo ( ) Esposa ( ) Filho ( ) Outro (citar) 2) Número de componentes ( )
Filhos ( ) Filhas ( ) Noras ( ) Genros ( ) Netos ( ) Outro ( ) __________ 3) Quantos trabalham e no que?
Componente da família
Atividade agrícola na
propriedade
Atividade agrícola fora da
propriedade
Atividade não
agrícola na
propriedade
Atividade não
agrícola fora da
propriedade 4) Escolaridade da família
Componente da família
Está estudando,
sim (S) ou não (N).
Se não, qual série
concluiu?
Série que
está
estudando
Meio de transporte
Distância
percorrida
115
5) Estradas para deslocamento
Condições da estrada Boa todo o ano Boa na época da seca Ruim o ano todo 6) Meios de transporte que a propriedade (família) possui
Carro ( ) Motocicleta ( ) Carroça ( ) Animal ( ) 7) Atividades desenvolvidas pela família
Atividade agrícola Na
propriedade
Fora da
propriedade
Pecuária de corte Pecuária de leite Piscicultura Suinocultura Ovinocultura Avicultura (barracão de frango) Café Soja Milho Fruticultura Outras (explicar)
Atividade não agrícola Na
propriedade
Fora da
propriedade
Comércio Prestação de serviços Turismo (explicar) Produção de alimentos (manufatura ou industrial) Artesanato Crochê Outras (explicar) 8) Alimentação da família
Tipo de alimento Compra Produz Feijão Arroz Frango Suínos Bovinos Hortaliças Frutos Mandioca Outros (citar)
116
9) Religião
9.1) É participante ativo de alguma Igreja? Sim ( ) Não ( ) 9.2) De qual igreja participam os membros da família (residentes na propriedade)
Membro Igreja 10) Renda anual ou mensal da família Até 01 salário mínimo ( ) Entre 01 e 02 salários mínimos ( ) Entre 02 e 03 salários mínimos ( ) Entre 03 e 05 salários mínimos ( ) Acima de 05 salários mínimos ( )
D � PROPRIEDADE
1) Área (ha):_________________________________________________________________
2) Bairro (localização):_________________________________________________________
3) Tempo como proprietário (anos):______________________________________________
4) Distribuição do uso da propriedade
Especificar culturas e pastagens Área
(ha) Lavouras temporárias Lavouras permanentes Pastagens naturais Pastagens plantadas Reserva legal Mata ciliar Área não aproveitada Área de construção Outros Justificativas para áreas não aproveitadas: reserva legal e mata ciliar.
117
5) Benfeitorias
Benfeitoria Sim Não Descrição da benfeitoria (interesse para
visitação) Casa/moradia Paiol/tulha Curral/mangueira Pocilga/chiqueiro Galpão para implementos Galpão para frangos Galinheiro Cercas Poço Energia elétrica Cercas (metragem) Represa (m2) Outros 6) Implementos e máquinas agrícolas (quantidade) Trator ( ) Arado ( ) Subsolador ( ) Grade pesada ( ) Grade niveladora ( ) Plantadeira ( ) Cultivador ( ) Pulverizador ( ) Colhedeira ( ) �trilhadeira� ( ) Pulverizador costal ( ) Pulverizador mecanizado ( ) Roçadeira ( ) Tanque para transp. de água ( )
7) Condições de moradia:
Residência 1 Residência 2 Residência 3
Área da residência (m2)
Número de cômodos Tipo de parede Cobertura Com forro Piso Origem da água Tem caixa da água Fossa para lixo Possui iluminação elétrica Fogão a gás Fogão a lenha Banheiro dentro da residência Vaso sanitário dentro da residência Fossa asséptica
118
8) Bens e utensílios:
Geladeira ( ) Fogão a gás ( ) Fogão a lenha ( ) Liquidificador ( ) Rádio ( ) Televisão ( ) Aparelho de som ( ) Máquina de costura ( ) Sofá ( ) Guarda-roupa ( ) Cama ( ) Ferro de passar ( ) Tanque de lavar roupa ( ) Máquina de lavar roupa ( ) Filtro de água ( ) Pia de lavar louça ( ) Computador ( )
E � MUNICÍPIO E ECONOMIA
1) Para moradia, você classifica Corumbataí do Sul como um município.
Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Por quê?_____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________
2) O Senhor gosta de morar em Corumbataí do Sul?
Sim ( ) Não ( ) Por quê?_____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________
3) como o Senhor classifica as estradas que são para ir e vir de outras cidades?
cidades Ótimas Boas Regulares Péssimas Maringá Londrina Campo Mourão Cascavel Guarapuava 4) Origem do entrevistado:
O Senhor sempre morou em Corumbataí do Sul?
Sim ( ) Não ( ) Se não, de onde veio?_______________________________________________________
5) aspectos culturais
5.1) Na sua opinião o município realiza festas populares Sim ( ) Não ( ) Se sim, quais o Senhor citaria como as mais importantes:______________________________
119
5.2) O senhor participa delas? Sim ( ) justifique Não ( ) justifique ____________________________________________________________________________ 5.3) O senhor acha que o município de Corumbataí do Sul tem potencial para atrair turistas
(pessoas de outros municípios) para conhecer suas atividades culturais (festas, religião,
exposição) Sim ( ) Não ( ) 5.4) Quais delas o senhor acha que atrairia público de fora da cidade?___________________ ____________________________________________________________________________ 5.5) O senhor acha que além disso (festas) o município apresenta outros pontos que poderiam
ser atrativos para visitantes? Sim ( ) Não ( ) Quais?______________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________
6) Aspectos naturais
6.1) O senhor conhece os recursos naturais de Corumbataí do Sul? Sim ( ) Não ( ) Se não, por quê?______________________________________________________________ 6.2) O senhor já ouviu falar de preservação ambiental? Sim ( ) Não ( ) 6.3) O que senhor entende por preservação ambiental?________________________________ ____________________________________________________________________________ 6.4) O senhor acha que Corumbataí do Sul preserva (protege) a sua natureza? Sim ( ) Não ( ) 7) aspectos econômicos
7.1) Trabalha com banco: Sim ( ) Não ( ) Qual banco?__________________________________________________________________ 7.2) Utiliza alguma linha de financiamento ou crédito agrícola?__________________________
7.3) O senhor considera o município de Corumbataí do Sul Movim. economicamente ( ) Parado economicamente ( ) Local de oportunidade para arrumar a vida ( ) Não tem oportunidade para melhorar a vida ( ) Outro (citar) 7.4) Na opinião do senhor, quais as principais atividades econômicas de Corumbataí do Sul? (citar por ordem de importância enumerando: 1, 2, 3, ...) Agricultura ( ) Pecuária ( ) Comércio ( )
Pscicultura (peixes) ( ) Fruticultura ( ) Emprego público ( )
Outras (citar) ( )
120
7.5) O senhor acha que Corumbataí oferece oportunidade de trabalho aos seus jovens? Sim ( ) Por quê? ____________________ Não ( ) Por quê?____________________
7.6) Se não, o que o senhor acha que poderia ser realizado para melhorar essa situação? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 7.7) O senhor acha que Corumbataí do Sul é um município com diversidade nas atividades
agrícolas? ____________________________________________________________________________ 7.8) O meio rural oferece oportunidade aos seus moradores? Sim ( ) Não ( ) 7.9) Se não, o que o senhor sugere para ser realizado no meio rural para melhor o mesmo: ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 7.10) O senhor conhece alguém que desenvolve alguma atividade que não é da roça no meio
rural e tem se saído bem? Sim ( ) Não ( ) Pode citar exemplo(s):__________________________________________________________ 7.11) Que produtos os moradores do meio rural poderiam produzir para vender aos visitantes (turistas) do município? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 7.12) O senhor se considera um bom profissional da agricultura? Sim ( ) Não ( ) Por quê?_____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 7.13) O senhor incentiva seus filhos a ficarem na roça e ser agricultor como o senhor? Sim ( ) Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
121
OBSERVAÇÕES
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
122
APÊNDICE E � PROGRAMAS EM LEGAL UTILIZADOS NO PROJETO
a) Aptidão do uso das terras
{
//Definindo as variáveis e suas categorias
Tematico solo("SOLOS"), decl("DECLIVIDADE1"), apti("Aptidao");
//Recuperando planos
decl=Recupere (Nome = "fatiamento");
solo=Recupere (Nome = "SOLOS");
//Criando novo plano
apti=Novo(Nome="aptidao", ResX=500, ResY=500, Escala=100000);
//Definindo as relações entre classes
apti = Atribua (CategoriaFim = "Aptidao")
{
"otima": (solo.Classe == "RLe" && decl.Classe == "0-3"),
"boa": (solo.Classe == "RLe" && decl.Classe == "3-8"),
"media": (solo.Classe == "RLe" && decl.Classe == "8-13"),
"baixa": (solo.Classe == "RLe" && decl.Classe == "13-20"),
"muitobaixa": (solo.Classe == "RLe" && decl.Classe == "45-100")
};
}
123
b) Adequação do uso das terras
{
//Definindo as variáveis e suas categorias
Tematico vegetacao("VEGETAÇÃO2"), decl("DECLIVIDADE1"), vegetlegal("VEGETAÇÃOLEGAL1");
//Recuperando planos
decl=Recupere (Nome = "fatiamento");
vegetacao=Recupere (Nome = "TESTE2-T");
//Criando novo plano
vegetlegal=Novo(Nome="areas legais", ResX=30, ResY=30, Escala=100000);
//Definindo as relações entre classes
vegetlegal = Atribua (CategoriaFim = "VEGETAÇÃOLEGAL1")
{
"adequadas": (vegetacao.Classe == "MATA" && decl.Classe == "0-3"),
"adequadas": (vegetacao.Classe == "MATA" && decl.Classe == "3-8"),
"adequadas": (vegetacao.Classe == "MATA" && decl.Classe == "8-13"),
"adequadas": (vegetacao.Classe == "MATA" && decl.Classe == "13-20"),
"adequadas": (vegetacao.Classe == "MATA" && decl.Classe == "20-45"),
"adequadas": (vegetacao.Classe == "MATA" && decl.Classe == "45-100"),
124
"adequadas": (vegetacao.Classe == "CAFÉ" && decl.Classe ==
"0-3"),
"adequadas": (vegetacao.Classe == "CAFÉ" && decl.Classe ==
"3-8"),
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "CAFÉ" && decl.Classe
== "8-13"),
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "CAFÉ" && decl.Classe
== "13-20"),
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "CAFÉ" && decl.Classe
== "20-45"),
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "CAFÉ" && decl.Classe
== "45-100"),
"adequadas": (vegetacao.Classe == "CULTURAS" && decl.Classe == "0-3"),
"adequadas": (vegetacao.Classe == "CULTURAS" && decl.Classe == "3-8"),
"adequadas": (vegetacao.Classe == "CULTURAS" && decl.Classe == "8-13"),
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "CULTURAS" && decl.Classe == "13-20"),
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "CULTURAS" && decl.Classe == "20-45"),
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "CULTURAS" && decl.Classe == "45-100"),
"adequadas": (vegetacao.Classe == "PASTAGENS" && decl.Classe == "0-3"),
"adequadas": (vegetacao.Classe == "PASTAGENS" && decl.Classe == "3-8"),
"adequadas": (vegetacao.Classe == "PASTAGENS" && decl.Classe == "8-13"),
"adequadas": (vegetacao.Classe == "PASTAGENS" && decl.Classe == "13-20"),
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "PASTAGENS" && decl.Classe == "20-45"),
125
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "PASTAGENS" && decl.Classe == "45-100"),
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "SOLONU" && decl.Classe == "0-3"),
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "SOLONU" && decl.Classe == "3-8"),
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "SOLONU" && decl.Classe == "8-13"),
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "SOLONU" && decl.Classe == "13-20"),
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "SOLONU" && decl.Classe == "20-45"),
"inadequadas": (vegetacao.Classe == "SOLONU" && decl.Classe == "45-100")
};
}