Gêneros Literários

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Literatura

Professora Ivana Mayrink

Gêneros Literários

Competência de área 5 – Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.

H15 - Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.

H16 - Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.

H17 - Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.

H19 - Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução.

H20 - Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional.

H21 - Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e nãoverbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.

H22 - Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.

H23 - Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.

A literatura começou a existir no Brasil através da colonização europeia pelos portugueses. Até então, a literatura portuguesa, formada e influenciada pela literatura greco-romana, seguia a tradição da divisão padronizada dos gêneros literários, a qual se fundamentou nos dias de hoje por meio do filósofo Aristóteles. Esta separação facilita a identificação das características temáticas e estruturais das obras, sejam elas em prosa ou em verso.

Gêneros LiteráriosObras literárias:

Quanto à forma = verso & prosa

Quanto ao conteúdo = gêneros literários

Divisões:GÊNERO ÉPICO (NARRATIVO) = Quando é contada uma história.

GÊNERO LÍRICO = Quando um “eu” registra sua subjetividade (emoções).

GÊNERO DRAMÁTICO: Quando personagens representam uma ação (diálogo + palco).

Gênero Épico (Narrativo)

Gênero ÉpicoA palavra "epopéia" vem do

grego épos, ‘verso’+ poieô, ‘faço’ e se refere à narrativa em forma de versos, de um fato grandioso e maravilhoso que interessa a um povo.

Características Narrações de fatos grandiosos,

centrados na figura de um herói. Envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos e um tom de exaltação - valorização - dos heróis e seus feitos.

Textos escritos em versos.

Narrador-observador(onisciente)

Narrativa em 3ª pessoa.

Características É provavelmente a mais antiga das manifestações literárias. Ele surgiu quando os homens primitivos sentiram necessidade de relatar suas experiências, centradas na dura batalha de sobrevida num mundo caótico, hostil e ameaçador.

Elementos Essenciais:Na estrutura épica temos: o narrador, o qual conta a história praticada por outros no passado; a história, a sucessão de acontecimentos; as personagens, em torno das quais giram os fatos; o tempo, o qual geralmente se apresenta no passado e o espaço, local onde se dá a ação das personagens.

Elementos Essenciais:Neste gênero, geralmente, há presença de figuras fantasiosas que ajudam ou atrapalham no curso dos acontecimentos.

Presença de mitologia greco-latina - contracenando heróis mitológicos e heróis humanos.

Quando as ações são narradas por versos, temos o poema épico ou Epopeia. Dentre as principais Epopeias, temos: Ilíada e Odisséia.

Epopeias BrasileirasO Uruguai – Basílio da GamaFaroeste Caboclo (música) *****Sambas de Enredo de Escolas de

Samba**

Elementos da Narrativa:Apresentam:

Sequência de FATOS interligados (relação de causa e efeito).

FATOS vividos p/PERSONAGENS

Em determinado lugar (ESPAÇO) e TEMPO. Fatos (história) contados por um NARRADOR.

FOCO NARRATIVO: é o ponto de vista ou o ângulo através do qual o NARRADOR nos conta a história.

NARRADOR = é aquele que conta a história aos ouvintes (público - leitores).

NARRATIVA EM 1ª PESSOA (NARRADOR-PERSONAGEM) = O narrador pode ser uma das personagens, participa da ação e relaciona-se com outras personagens.

NARRATIVA EM 3ª PESSOA (NARRADOR-OBSERVADOR) = Não participa da história, relata ações praticadas por outros.

PERSONAGENS = Os seres (imaginários - em geral) que protagonizam as ações do enredo. São representações fictícias de seres humanos e podem ser descritas do ponto de vista físico e psicológico.

ENREDO = sucessão de fatos (aventuras - peripécias - conflitos) organizados de forma coerente e lógica (Enredo = argumento, urdidura, intriga ou trama). A partir do enredo podemos chegar ao “tema” - motivo central do texto.

TENSÃO NARRATIVA = tradicionalmente é mínima no começo da história. Aumenta quando ficar configurado o CONFLITO (NÓ da intriga). Ponto máximo de TENSÃO = CLÍMAX - Em seguida = DESFECHO (FIM da história).

ESPAÇO = é o ambiente no qual os personagens se movimentam. Pode ser apresentado de maneira minuciosa (detalhes) ou apenas sugerido.

TEMPO = Período que assinala o percurso cronológico que vai do início ao fim do enredo.

Tempo cronológico = é exterior, marcado pela passagem das horas, dos dias, etc.

Tempo psicológico = é interior, ocorre dentro das personagens (subjetivo/memória /reflexões).

Resumindo:

EPOPÉIA = narra a grandeza de heróis, símbolos (arquétipos) de uma coletividade.

ROMANCE - NOVELA - CONTO = narram os conflitos entre os indivíduos e o mundo e consigo próprios.

Os Heróis e o Gênero

Narrativo

O herói clássico é aquele que tem características além da capacidade do ser humano. São semideuses da mitologia grega e os protagonistas das epopéias. São protegidos pelos deuses e tem o destino traçado. Suas lutas são sempre por causas coletivas, nas quais eles assumem o papel de representantes de seu povo. São poderosos, fortes, corajosos e predestinados a cumprir uma determinada missão.

Heróis Clássicos BrasileirosPeri (o bom selvagem) – Iracema

– obra de José de Alencar.

Iracema (a virgem dos lábios de mel) – obra de José de Alencar.

O HERÓI ROMANESCO

O herói romanesco surgiu nos romances de cavalaria medievais (época áurea do cristianismo = “Rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda”) e chegou às obras do Romantismo no século XIX. Ele também está acima dos homens comuns, mas abaixo dos deuses. São fortes, corajosos, íntegros e valentes.

O HERÓI PROBLEMÁTICO

O herói problemático é o mais humano de todos. Ele se sente, muitas vezes, moralmente abaixo dos homens comuns, vive num mundo capitalista e sofre com a diferença de classes e os valores dúbios da sociedade, expondo fraqueza e contradições.

Herói Problemático (Brasil)Riobaldo – Grande Sertão, Veredas (Guimarães Rosa)“Eu queria decifrar as coisas que são importantes. E estou contando não é uma vida de sertanejo, seja se for jagunço, mas a matéria vertente. Queria entender do medo e da coragem, e da gã que empurra a gente para fazer tantos atos, dar corpo ao suceder”.

O HEROÍSMO MODERNO

O herói moderno é o anti-herói. Seu palco pode ser o labirinto da cidade, onde ninguém se encontra. O heroísmo moderno advém da própria sobrevivência numa constante situação de conflito, angústia e solidão, num mundo degradado.

No Brasil...Macunaíma: Enquanto protagonista da história narrada ou encenada, o anti-herói reveste-se de qualidades opostas ao cânone axiológico positivo: a beleza, a força física e espiritual, a destreza, dinamismo e capacidade de intervenção, a liderança social, as virtudes morais.

Gênero Lírico

Seu nome vem de lira, instrumento musical que acompanhava os cantos dos gregos.

Textos de caráter emocional, centrados na subjetividade dos sentimentos da alma. Tem a presença do “eu-lírico”, a voz que fala no poema . O emissor é personagem única desse tipo de mensagem,

Relação intuitiva e interiorizada do escritor com o mundo.

Manifestação de uma individualidade.

Para Aristóteles, é a palavra cantada.

É importante ressaltar que o “eu-lírico” pode ser masculino ou feminino

independente do autor.

Assim, podemos encontrar:Autor masculino eu-lírico masculinoAutor masculino eu- lírico femininoAutor feminino eu- lírico femininoAutor feminino eu- lírico masculino

Poema e Poesia

“A Poesia é a Musa Inspiradora Do Poema.”

POEMA = Forma escrita (Normalmente em VERSOS = cada linha que compõe o texto poético e que formam ESTROFES = conjunto de versos).

POESIA = O encantamento (a emoção) sobre as coisas da vida.

Aspecto Rítmico do PoemaRedondilha Menor = 5 Sílabas

Redondilha Maior = 7 Sílabas

Verso Decassílabo = 10 Sílabas

Verso Alexandrino = 12 Sílabas

Aspecto Rítmico do Poema Versos Regulares = Obedecem Às Regras

Clássicas (Rima/Métrica).

Versos Brancos = Têm Métrica, Mas Não Têm Rima.

Versos Livres = Não Obedecem A Nenhuma Regra.

Rima = Coincidência Sonora (Geralmente) No Final De Palavras Diferentes.

Rimas Emparelhadas Ou Paralelas

(AA/BB/CC) - Os Lusíadas – Camões:

“ – Ó glória de mandar! Ó vã cobiçaDesta vaidade, a quem chamamos Fama!Ó fraudulento gosto, que se atiçaC`uma aura popular, que honra se chama!Que castigo tamanho e que justiçaFazes no peito vão que muito te ama!Que mortes, que perigos, que tormentas, (A)Que crueldades neles experimentas!” (A)

Rimas Interpoladas“De tudo, ao meu amor serei atento (A)Antes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.” (A)(...) Soneto de fidelidade – Vinicius de Moraes

Resumindo...FORMA = Poesia Lírica (Quase Sempre

= Verso)

Predominância Da Subjetividade (Registro De Emoções).

Expressa Algo.

Em Geral, Expressa a Visão do “Eu” Sobre o Mundo e Sobre si Próprio.

Gênero Dramático

GÊNERO DRAMÁTICOSegundo Aristóteles, é aquele

gênero que imita a realidade por meio de personagens em AÇÃO e NÃO da narração.

Texto destinado à representação, através de atores que dialogam (DIÁLOGO) e agem (AÇÃO).

Apresenta a encenação de um texto.

Drama, em grego, significa "ação".

O Gênero Dramático se assenta

em três eixos importantes: o ator, o texto e o público sem o que não há espetáculo teatral.

Formas Do Gênero Dramático

Tragédia

Desperta Temor e Piedade

(Paixões e Vícios Do Homem = Conflito Ente o Caráter do Herói e seu Destino).

ComédiaAções Que Criticam a Sociedade e o

Comportamento Humano Através do Ridículo (Provoca a Reflexão).

FarsaComédia exagerada e agressiva na

Crítica Social e na encenação do texto = provoca o riso apresentando situações engraçadas, grotescas e ridículas da vida cotidiana

AutoBreve Peça do Teatro Medieval, de

Assunto Religioso ou Profano, de Conteúdo Simbólico e Linguagem Popular.

No Brasil...Jorge de Andrade (1922-1983), tendo como suas peças principais, A moratória (1955), A escada (1961), Os ossos do barão (1963); 

- Plínio Marcos (1935-1999), cujas obras causaram grande impacto no público brasileiro quando de seu lançamento. O país começava a viver então um período de crescimento econômico com a ditadura militar e peças como Dois perdidos numa noite suja (1965), Navalha na carne (1966), O abajur lilás (1975) e Quando as máquinas param (1978);

- Ariano Suassuna (1927) Ligado a inúmeras formas de tradição cultural do Nordeste, realiza uma interessante síntese entre a dramaturgia erudita e a popular, com as obras Auto da compadecida (1957), O santo e a porca (1964) e Farsa da boa preguiça (1973);

- Dias Gomes (1922-1999). Dramaturgo baiano tornou-se extremamente popular com a encenação e posterior filmagem de O pagador de promessas, no início dos anos de 1960. 

Resumindo...Formas = Tragédia + Comédia +

Drama

Em Prosa ou VersoRepresentação de AtoresFusão de Objetividade & SubjetividadeApresenta AlgoRepresentação dos conflitos humanos

mediante encenações feitas por atores que se valem de diálogos e monólogos.