Post on 29-Dec-2019
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DISTÚRBIOS DO
DESENVOLVIMENTO
ANA PAULA CATERINO
FUNÇÕES EXECUTIVAS E TOMADA DE DECISÃO EM
CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL I
SÃO PAULO
2018
ANA PAULA CATERINO
FUNÇÕES EXECUTIVAS E TOMADA DE DECISÃO EM CRIANÇAS
DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Dissertação de Mestrado apresentada
ao Programa de Pós-Graduação em
Distúrbios do Desenvolvimento da
Universidade Presbiteriana Mackenzie
como requisito parcial à obtenção do
título de Mestre em Distúrbios do
Desenvolvimento.
Orientador: Prof. Dr. Elizeu Coutinho de Macedo
SÃO PAULO
2018
Bibliotecária Responsável: Jaqueline Bay Inacio Duarte – CRB 8/9509
C359f Caterino, Ana Paula.
Funções executivas e tomada de decisão em crianças do ensino
fundamental I / Ana Paula Caterino.
51 f. : il. ; 30 cm.
Dissertação (Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento) –
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2018.
Orientador: Elizeu Coutinho de Macedo.
Referências bibliográficas: f. 44-47.
1. Funções executivas. 2. Tomada de decisão. 3. Tomada de
decisão. 4. Postergação de gratificação. I. Macedo, Elizeu Coutinho
de, orientador. II. Título.
CDD 372.1042
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, por ter me dado a oportunidade de poder finalizar o
mestrado, sem ele não seria possível, de ter colocado no meu caminho pessoas incríveis com
as quais aprendo, que estão sempre dispostas a ajudar na minha caminhada acadêmica.
Agradeço a minha família, aos meus pais que sempre estiveram ao meu lado,
entendendo a minha escolha e apoiando, ao meu filho que soube compreender a minha
ausência, que é a minha base, meu alicerce! Ao meu marido que sempre me encorajou,
acreditou que seria possível e me ajudou a trilhar esse caminho, as minhas irmãs que
souberam entender o meu momento.
Agradeço também ao meu orientador Professor Elizeu, por acreditar que esse trabalho
seria possível, por acreditar em mim, por me ajudar, por ser um profissional incrível, e acima
de tudo um ser humano admirável, que entende as nossas frustações e as pedras que nos são
empostas no caminho. Agradeço as Professoras Alessandra Seabra e Fernanda Orsati, por
aceitar o convite e fazer parte da minha banca, contribuindo com sugestões para enriquecer
essa pesquisa. Agradeço a Eza e a Patrícia por abrir as portas das escolas para que fosse
possível fazer a coleta de dados, obrigada pela confiança e o carinho.
Não poderia deixar de agradecer a todos do grupo do Laboratório de Neurociências
Cognitiva e Social da Universidade Presbiteriana Mackenzie, pela troca de experiência em
especial agradeço algumas pessoas que foram essenciais para a construção dessa pesquisa, a
Carol Paixão e a Fernanda Nenam, sem elas com certeza essa jornada seria mais difícil, a
Maria Vantini por ter colaborado na reta final da pesquisa e por ter feito um enorme
diferencial. A Cristiane Flor que mesmo com o seu doutorado em andamento, me ajudou nas
coletas, a Patrícia Botelho que sempre se mostrou disposta a ajudar, as queridas Priscila Reis,
Amanda Douat e ao Matheus Michelino, que sempre estiveram presentes dando forma e
encorajando.
RESUMO
Funções Executivas podem ser definidas como um conjunto de habilidades que são
utilizadas em situações cotidianas a fim de controlar pensamentos e ações direcionadas a um
objetivo específico. Essas habilidades têm grande importância e influência no
desenvolvimento emocional e cognitivo durante a infância e a adolescência. Deste modo, o
presente estudo teve como objetivo analisar o desempenho em testes de funções executivas
frias e a habilidade de tomada de decisão em crianças do Ensino Fundamental I de idade
entre 6 a 10 anos. Participaram do estudo 146 estudantes de duas escolas particulares da
Grande São Paulo. Para avaliação da habilidade de tomada de decisão foram aplicados os
seguintes instrumentos Iowa Children Gambling Task e a Delay of Gratification (postergação
de gratificação) adaptada. Para avaliação das Funções Executivas frias (controle inibitório,
flexibilidade cognitiva, memória de trabalho e planejamento): Teste dos Cinco Dígitos, Teste
de Fluência Verbal, Teste de Nomeação Alternada Rápida, Teste da Figura Complexa de Rey,
Teste de Aprendizagem Auditivo Verbal de Rey. Os resultados revelam diferenças
significativas em função da idade para todas as medidas relacionadas com os processos de
tomada de decisão no Children Gambling Task, mas não para a prova de Delay of
Gratification. Para as funções executivas frias, os resultados mostram diferenças significativas
para todas as medidas obtidas com o Teste dos Cinco Dígitos e de tempo de realização dos
testes de nomeação alternada rápida. Para o teste de Fluência Verbal foi observada diferença
para o número de itens evocados que começavam com uma letra específica. Os resultados no
teste de Aprendizagem Auditivo Verbal mostrou diferença em todos os itens, exceto para a
prova de reconhecimento. Por fim, foram observadas diferenças significativas para o número
de itens corretos no Teste de Figura Complexa de Rey, mas não foram observadas diferenças
no tempo de realização do teste. Em todos os resultados, os escores das crianças mais velhas
foi melhor do que o das crianças mais novas, sendo que, de modo geral, crianças de 6 e 7 anos
de idade tenderam a apresentar desempenho semelhante. Além disso, crianças de 9 e 10 anos
também tenderam a ter padrão de resposta semelhante nos testes. Dessa forma, o presente
estudo corrobora com dados encontrados anteriormente e mostram mudanças significativas
nessa faixa etária.
Palavras chaves: funções executivas, tomada de decisão, testes padronizados, postergação de
gratificação.
ABSTRACT
Executive Functions can be defined as a set of skills that are used in everyday
situations in order to control thoughts and actions directed to a specific goal. These skills have
great importance and influence on emotional and cognitive development during childhood and
adolescence. Thus, the present study had as objective to analyze the performance in tests of
cold executive functions and the ability of decision making in primary school children aged 6
to 10 years. A total of 146 students from two private schools in Greater São Paulo participated
in the study. The following Iowa Children Gambling Task and Delay of Gratification
instruments were applied to assess the decision-making ability. For the evaluation of the Cold
Executive Functions (inhibitory control, cognitive flexibility, working memory and planning):
Five Digits Test, Verbal Fluency Test, Quick Alternate Nomination Test, Rey Complex Test,
Rey Verbal Auditory Learning Test .The results reveal significant age differences for all
measures related to decision making processes in the Children Gambling Task, but not for the
Delay of Gratification test. For the cold executive functions, the results show significant
differences for all the measurements obtained with the Five Digits Test and the time of the
fast alternating appointment tests. For the Verbal Fluency test, a difference was noted for the
number of evoked items beginning with a specific letter. The results in the Verbal Hearing
Learning test showed difference in all items, except for the recognition test. Finally,
significant differences were observed for the number of correct items in the Rey Complex
Test, but no differences were observed in the time of the test. In all results, the scores of older
children were better than those of younger children, and children of 6 and 7 years of age
tended to perform similarly overall. In addition, children of 9 and 10 years also tended to have
similar pattern of response in the tests. Thus, the present study corroborates data previously
found and show significant changes in this age group.
Key words: executive functions, decision making, standardized tests, postponement of
gratification.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Resultados das quatro provas de Children Gambling Task (CGT) em função da
idade para os diversos escores fornecidos pelo teste ................................................................ 23
Tabela 2: Post hoc de Scheffe no teste CGT em relação ao tempo .......................................... 24
Tabela 3: Resultados em função da escolha imediata do item menos atraente ou depois de uma
semana para levar o item mais atraente....................................................................................24
Tabela 4: Resultados dos Processos Automáticos (Leitura e Contagem) e Controlados
(Escolha e Alternância) em função das idades no teste FDT ................................................... 26
Tabela 5: Post hoc de Scheffe FDT para tempo em Leitura ..................................................... 27
Tabela 6: Post hoc de Scheffe FDT número de erros na Leitura .............................................. 27
Tabela 7: Post hoc de Scheffe FDT Contagem Tempo Bruto .................................................. 28
Tabela 8: Post hoc de Scheffe FDT Contagem Erro Bruto ..................................................... 28
Tabela 9: Post hoc de Scheffe no teste FDT em relação ao Tempo Bruto ............................... 28
Tabela 10: Resultados das três provas de RAS em função da idade para os diversos escores
fornecidos pelo teste ................................................................................................................. 29
Tabela 11: Post hoc de Scheffe no teste de RAS Cores e Objetos em relação ao Tempo ....... 30
Tabela 12: Post hoc e Scheffe no teste RAS Letras e Números em relação ao Tempo ........... 31
Tabela 13: Post hoc de Scheffe do teste RAS Letras, Números e Cores em relação ao Tempo
.................................................................................................................................................. 31
Tabela 14: Resultados das cinco provas de FAS em função da idade para os diversos escores
fornecidos pelo teste ................................................................................................................. 32
Tabela 15: Post hoc de Scheffe no teste FAS Frutas em relação aos Acertos .........................32
Tabela 16: Post hoc de Scheffe FAS F Acertos ...................................................................... 33
Tabela 17:Post hoc de Scheffe no teste FAS A em relação aos acertos .................................. 33
Tabela 18: Post hoc de Scheffe no teste FAS S em relação aos Acertos ................................ 33
Tabela 19: Resultados das nove provas de RAVLT em função da idade para os diversos
escores fornecidos pelo teste ................................................................................................... 34
Tabela 20: Post hoc de Scheffe no teste RAVLT A3 ............................................................... 35
Tabela 21: Post hoc de Scheffe no teste RAVLT A4 ............................................................... 35
Tabela 22: Post hoc de Scheffe no teste RAVLT B1 ............................................................... 36
Tabela 23: Post hoc de Scheffe no teste RAVLT A5 ............................................................... 36
Tabela 24: Post hoc de Scheffe no teste RAVLT A6 .............................................................. 36
Tabela 25: Post hoc de Scheffe no teste RAVLT Reconhecimento A ..................................... 37
Tabela 26: Resultados das quatro provas de Figura de Rey em função da idade para os
diversos escores fornecidos pelo teste ...................................................................................... 38
Tabela 27: Post hoc de Scheffe do teste Figura de Rey Cópia em relação ao total .................. 39
Tabela 28: Post hoc de Scheffe no teste Figura de Rey Memória em relação ao total ............ 40
Tabela 29: Post hoc de Scheffe no teste Figura de Rey Memória em relação ao Tempo ........ 39
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Carta do baralho desvantajoso (a esquerda) e carta do baralho vantajoso (a
direita) ....................................................................................................................................... 23
FIGURA 2: Parte inferior dos baralhos, indicando o número de faces tristes ......................... 24
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CI – Controle Inibitório CIGT – Child Version of the Iowa Gambling Task
CGT- Children Gambling Task DG – Delay of gratification FC – Flexibilidade cognitiva
FDT – Teste dos Cinco Dígitos
FE – Funções Executivas
IGT – Iowa Gambling Task
MT – Memória de Trabalho RAS - Rapid Alternating Stimulus RAVLT – Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey TD- Tomada de Decisão
Sumário
1.INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 17
2.1 Objetivos Específicos .................................................................................................... 17
3. MÉTODO ............................................................................................................................ 18
3.1 Participantes ................................................................................................................. 18
3.2 Instrumentos ................................................................................................................. 18
3.2.1 Instrumentos para avaliação das FE quentes. .................................................... 18
3.2.2 Instrumentos para avaliação das FE frias ........................................................... 20
4.PROCEDIMENTOS ........................................................................................................... 22
5. ASPECTOS ÉTICOS ......................................................................................................... 22
6. RESULTADOS ................................................................................................................... 23
7.DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 40
8. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 43
9. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 44
ANEXO I ............................................................................................................................. 48
ANEXO II ............................................................................................................................ 49
ANEXO III .......................................................................................................................... 50
11
1.INTRODUÇÃO
Estudos atuais caracterizam as Funções Executivas (FE) como um conjunto de
habilidades básicas que são utilizadas em situações cotidianas a fim de controlar pensamentos
e ações direcionadas a um objetivo específico (Morton, 2013). Esse constructo se relaciona a
habilidades de regulação da atenção, permitindo através de habilidades a resolução consciente
de situações ou problemas direcionados a uma meta (ZELAZO, BRAIR, WILLOUGHBY,
2016). As habilidades das FE conceituadas pelos autores Zelazo, Brair, Willoughby (2016) se
relacionam a algumas outras habilidades, tais como, controle de impulsos ou pensamentos,
reflexão frente a análise das consequências futuras, capacidade de flexibilizar
comportamentos e pensamentos em diferentes situações e a habilidade de manter informações
na mente durante um curto período de tempo.
O desenvolvimento das FE ocorre ao longo da vida, iniciando-se na primeira infância
e finalizando-se na adolescência. Essas habilidades podem ser estimuladas antes do seu
desenvolvimento completo buscando melhor desempenho cognitivo (Center On The
Developing Child at Harvard University, 2011). Elage (2016) analisou a relação entre os
marcos do desenvolvimento e as habilidades das FE (memória de trabalho, controle inibitório
e flexibilidade cognitiva) de crianças entre 4 a 10 anos e os resultados mostraram correlação
entre as três habilidades bem como melhor desempenho crescente conforme o avanço da
idade.
O modelo mais utilizado para descrever as FE é o de Diamond (2013). Neste modelo,
as FE são descritas a partir de uma divisão entre três componentes fundamentais: controle
inibitório, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva. Dessa forma, o modelo apresenta
como aspecto importante a relação com outros componentes cognitivos, tais como: auto
regulação, atenção executiva, controle de esforço e a relação entre memória de trabalho,
inibição e atenção. No entanto, o modelo da Diamond não apresenta uma discussão
relacionada a importância das habilidades emocionais que envolvem as FE quentes. Por este
motivo, esse estudo tem como foco o modelo apresentado por Zelazo (2004, 2015) o qual
ressalta a influência das emoções nos processamentos cognitivos.
No modelo proposto por Zelazo destaca-se a distinção entre as FE quentes e frias, em
que esses dois componentes trabalham em conjunto para a resolução de problemas no
12
cotidiano, tomada de decisão e autocontrole (ZELAZO, BLAIR E WILLOUGHBY, 2016). As
FE quentes se relacionam aos aspectos emocionais, a motivação e o afeto, já as FE frias se
referem ao processamento cognitivo.
Com relação ao desenvolvimento das habilidades das FE quentes e frias, em estudo
apresentado por Prencipe et al (2011), em revisão bibliográfica, comparando as habilidades de
crianças e adolescentes a partir da medida das FE quentes através do Iowa Gambling Task e
medidas de FE frias através dos testes de span de dígitos e tarefa go/No-Go. O resultado desse
estudo sugeriu que as habilidades relacionadas a FE quente podem seguir um
desenvolvimento diferente ou atrasado em relação as habilidades das FE fria.
As FE quentes se relacionam aos aspectos emocionais, a motivação e o afeto, bem
como a tomada de decisão afetiva (Zelazo, Brair, Willoughby, 2016). A habilidade de tomada
de decisão (TD) é considerada por alguns autores como base da sobrevivência e se relaciona
aos aspectos emocionais (Brand & Markowitsch, 2010). Essa habilidade pode ser classificada
como a escolha entre alternativas exposta através de vários contextos (CLARK et al, 2003).
De fato, a TD pode ser investigada através de situações cotidianas simuladas através
de testes como em Iowa Gambling Task (IGT) (Bechara et al., 1994), tarefas de Temporal
Discouting, e tarefas de aversão à espera ou Delay Aversion (DAv). Assim, Barkley (1997)
correlaciona as capacidades de regulação, motivação e esforço para atingir um objetivo e a
característica da aversão à demora em crianças. Em estudo realizado por Sonuga-Barke e
colaboradores (2008) foi percebido que crianças com aversão à demora podem, em atividades
de escolha de recompensa, escolher a opção em que a recompensa é imediata, e quando não
há a opção de escolha e imposição de espera, essas crianças podem apresentar ausência de
atenção, frustração e podem apresentar maior tempo para realização das tarefas.
Damásio (1996) propôs que o paradigma do IGT poderia ser usado para melhor
compreender a relação entre TD e aspectos emocionais. O IGT é um jogo em que consiste na
escolha de cartas entre quatro baralhos distintos (A, B, C, D) e cada baralho tem uma
sequência estipulada de recompensas e punições. O jogo tem início com crédito de 2.000
dólares e seu objetivo é que se ganhe o máximo de dinheiro possível ou evitar perder. A cada
seleção de uma carta o participante terá duas consequências, podendo receber uma
recompensa em dinheiro ou perder o dinheiro. O participante não sabe a quantidade de cartas
que irá virar por cada baralho, como também os números de escolhas que deve fazer. Os
baralhos são divididos entre baralhos A e B que oferecem as melhores recompensas (100
dólares a cada seleção) e também tem as punições mais severas (1.250 dólares em cada 10
seleções), estes baralhos são qualificados como “desvantajosas” pois a longo prazo, as
13
quantidades de perdas excedem as recompensas. Já nos baralhos C e D as perdas ou
penalizações são baixas, e o grau de recompensa diminui, sendo essas cartas consideradas
como “vantajosas”, pois têm mais recompensas e menos penalizações. A tática mais eficiente
é eleger a maior número de vezes as cartas dos baralhos C e D, do que os baralhos A e B. O
IGT está sendo utilizado em diversos países para avaliação da tomada de decisão em diversas
patologias. (Bechara et al., 1994).
Foram criadas algumas versões infantis do IGT: Children Gambling Task (CGT)
(Zelazo & Kerr, 2004); Hungry Donkey Task (Crone & Van Der Molen, 2004); é Child
Version of the Iowa Gambling Task (CIGT) (GARON et al., 2006). No estudo feito sobre o
CGT, com crianças entre 3 e 4 anos, os resultados mostraram que crianças de 4 anos
escolheram mais vezes o baralho vantajoso, além de fazer as escolhas no baralho vantajoso
mais vezes do que o esperado (ZELAZO e KERR. 2004).
Mata e colaboradores (2013) realizaram estudos em que também foram aplicados o
CGT e a Escala de Maturidade Mental do Columbia (CMMS) em 137 crianças brasileiras
entre 3 e 5 anos de idade. Os resultados mostraram que os participantes com idades entre 4 e 5
anos obtiveram execução acima do esperado nos baralhos 3, 4 e 5 da CGT e nos participantes com
3 anos de idade pontuação média não diferenciou se do acaso. Estes dados foram relacionados
pelos autores ao desenvolvimento das habilidades das FE frias (controle inibitório e memória
de trabalho) em conjunto com as FE quentes, através do qual as crianças de faixa etária maior
tem tais habilidades melhores desenvolvidas para a faixa etária.
Crone et al (2005) realizaram estudo com crianças de 7 a 15 anos a fim de caracterizar
a mudança de desenvolvimento na tomada de decisão com o teste CGT. Os resultados
mostraram uma melhora na habilidade da TD relacionada a idade, e uma relação positiva da
idade com maior número de escolhas vantajosas. Além disso, observou-se uma tendência das
crianças de 7 a 12 anos a não perceber prejuízos ou punições nas atividades expostas, exceto
quando essas se apresentaram com potencial alto.
A partir desses dois estudos é possível perceber uma progressão no desenvolvimento
das FE quentes e frias, entretanto Morton (2013) ressalta uma limitação na comparação dessas
habilidades, em que os testes para avaliação das FE não seriam adequados para todas as faixas
etárias, devido ao processo maturacional do cérebro, tendo as crianças mais novas um
desenvolvimento cerebral completamente diferente de crianças mais velhas.
Já o paradigma apresentado pelo instrumento Temporal Discouting acrescenta medidas
temporais. Nesse tipo de tarefa as pessoas preferem escolher recompensas imediatas, ao
oposto de receber ganhos posteriores. (PETERS; 2011; TESCH & SANFEY, 2008). Outro
14
instrumento desenvolvido com a finalidade de avaliar as FE quentes e se relaciona com o
Temporal Discouting é o teste Day. Estudos sobre esse teste começaram há alguns anos e tem
como exemplo costumeiro a tarefa de adiantar recompensas ou Delay of Gratification. Esse
paradigma foi estudado pela primeira vez por meio do teste de Marshmallow por Mischel e
colaboradores (1972). O Day consiste em uma atividade em que o participante deve escolher
entre dois objetos, sendo que um objeto tem menor valor e pode ser levado no mesmo dia, ou
escolher o objeto de maior valor e levá-lo algum tempo depois. Wulfert e colaboradores
(2002) aplicaram essa atividade em adolescentes que apresentavam problemas de
comportamento e, a princípio, conseguiram notar que esses adolescentes escolhiam pelo
objeto de menor valor, mas que tinham recompensa imediata e não o objeto de maior valor,
em que era recompensado após algum tempo. Por outro lado, adolescentes que não
apresentaram problemas de comportamento optavam por levar o objeto depois de um tempo.
Groppe & Elsner (2015) aplicaram o mesmo paradigma, mas mudaram as
recompensas, para brinquedos e alimentos. Assim, em estudos com crianças muito acima do
peso, foi notado que apresentaram mais comprometimento nas tarefas de aversão a demora em
relação aos alimentos do que os participantes do grupo considerado controle.
As FE frias se referem ao processamento cognitivo, nesse constructo são inclusas
algumas habilidades (Zelazo, Brair, Willoughby, 2016), tais como: flexibilidade cognitiva,
controle inibitório, memória de trabalho e planejamento. A habilidade de flexibilidade
cognitiva (FC) é a habilidade de pensar em algo a partir de diferentes perspectivas, capacidade
de alternar e mudar estratégias e possibilidades frente a diferentes respostas (Diamond, 2013;
Zelazo, 2015). A habilidade de manejar e flexibilizar as ações e pensamentos diante de novas
demandas, adaptando aos contextos garante a capacidade de lidar com situações novas, sem
ficar preso a padrões e regras pré-estabelecidas mentalmente (Diamond, 2013).
Em instrumentos utilizados para avaliar a FC é possível medir outras habilidades,
como o controle inibitório (CI), em que certos instrumentos contêm processos diferentes, mas
podem relacionar diferentes habilidades dependendo da tarefa exigida (Slachevsky et
al.,2005), como por exemplo o teste dos cinco dígitos (FDT), o teste de nomeação automática
rápida (RAS), teste de Fluência Verbal (FAS), em que serão avaliados mais de uma habilidade
relacionadas as FE em cada instrumento. Essa junção de habilidades ao medir as FE é citado
por Morton (2013) como uma limitação, não sendo claro a distinção dos processos envolvidos
no controle ou regulação dos comportamentos das FE em cada tarefa.
Os testes que avaliam esses constructos separadamente são conhecidos como testes de
FE simples, enquanto os que avaliam as habilidades em conjunto são conhecidos como teste
15
de FE complexas (Menezes et al, 2012). Na avaliação da FC separadamente podem ser
escolhidos testes como Teste de Trilhas B e pré-escolares (TTP) (Menezes et al, 2012; Dias e
Trevisan, 2018), enquanto para uma avaliação da habilidade de CI podem ser vistos o Teste
Stroop e o Teste de Geração Semântica (MENEZES et al., 2012).
Em estudo realizado por Rodrigues e colaboradores (2012) com crianças de 6 a 12
anos com o teste de cinco dígitos - FDT, observou-se um desenvolvimento mais evidente nas
crianças mais novas e uma desaceleração e estabilização a partir dos 9 anos de idade
apresentando que conforme houve um crescimento na idade houve também uma melhora na
habilidade FC.
O teste de Rapid Alternating Stimulus (RAS) adaptado para o contexto brasileiro por
Cardoso e Macedo (2017) visa avaliar a habilidade de nomeação seriada, entretanto, os
autores ressaltam a utilização de outras habilidades, como a atenção alternada, que envolve a
capacidade de alterar o foco atencional entre um estímulo e uma tarefa (Gomes, 2010), e a
habilidade de controle inibitório, consistindo na capacidade de selecionar um estímulo e
diminuir o processamento de informações irrelevantes (CARDOSO e MACEDO, 2017). De
fato, é possível perceber uma evolução dessa função a partir da análise do desenvolvimento
maturacional das crianças (Center On The Developing Child at Harvard University, 2011),
pois observa-se que dos 10 aos 18 anos de idade percebe-se uma progressão crescente no
aprendizado dessa habilidade.
A utilização do teste de fluência verbal FAS (Lezak, 1995) propicia a avaliação de
habilidades linguísticas e de flexibilidade cognitiva. Esse tipo de tarefa, de evocação de
palavras, refere-se ao uso de funções cognitivas de nível inferior e superior, e que tais
habilidades – atenção concentrada e sustentada, memória semântica, auto monitoramento e
controle inibitório – trabalham em conjunto para que consiga evocar as palavras ao fazer a
tarefa. É possível perceber cada vez mais uma associação entre a fluência verbal e
funcionamento executivo dentro da literatura atual, principalmente quando associado a
utilização de estratégias de busca na evocação de palavras (GONCALVES et al. 2013).
Em estudo realizado por Moura, Simões e Pereira (2013), com 120 crianças, na faixa
etária de 7 a 10 anos, avaliadas em testes de fluência verbal semântica e fonêmica, observou-
se aumento significativo no escore a partir da progressão da idade do grupo estudado. Essa
progressão em função da idade também foi apresentada como resultado em estudo feito por
Natale et al (2008) no estado de Minas Gerais com 91 crianças de 4 a 6 anos.
O componente relacionado com a memória de trabalho (MT) é definido como a
capacidade de sustentar uma informação na mente, manipulá-la ou não, depois de algum
16
tempo, para ser utilizada em outras situações sendo relacionada em mais de um contexto.
(MORTON, 2013; ZELAZO, 2015). O conceito de MT foi proposto inicialmente por Baddey
Hitch, em 1974, sem unir esse conceito as habilidades das FE (Carvalho, 2015), Sternberg
(2008) ressalta que o modelo apresentado por Baddley é subdividido em 4 elementos: esboço
visual espacial, alça fonológica, executivo central e o buffer episódico, esses são relacionados
por Carvalho (2015) como níveis do processamento das informações. Para avaliar o
componente MT podem ser escolhidas várias tarefas ou testes, como Teste de Bloco de Corsi
e o subteste dígitos da ordem reversa nas escalas Wechsler, teste de fluência verbal, teste de
aprendizagem auditivo-verbal de Rey - RAVLT, Teste de Figura complexa de Rey.
Oliveira e Charchat-Fichman (2008) ao aplicar o RAVLT em estudo com 119 crianças
de 7 a 10 anos, perceberam uma maior pontuação na lista A das crianças de 10 anos em
relação as crianças menores. O mesmo teste foi aplicado em estudo (Brooking et al, 2012)
com crianças de 6 a 10 anos, e corrobora com o estudo citado acima, as crianças menores
tiveram desempenho inferior.
Ao analisar os testes que avaliam as FE, percebe-se que estes avaliam várias
habilidades, por exemplo, o teste Figura Complexa de Rey avalia memória visual e a
habilidade de planejamento (Fernando et al, 2003). A habilidade de planejamento envolve o
estabelecimento de metas, análises, solução de problemas, elaboração de planos e ações.
(GAZZANIGA et al., 2006; MALLOY-DINIZ et al., 2008). Gonsalez (2008) mostra que
crianças mais novas encontram maior dificuldade em executar tarefas que envolvam a
habilidade planejamento. Além disso, Matute e colaboradores (2008) ressaltam que ao chegar
a adolescência é possível ver uma estabilização dessa habilidade.
Dawson e Guare (2010) ressaltam que é necessário e essencial para o desenvolvimento
das habilidades relacionadas as FE uma estimulação destas nas atividades cotidianas como
parte do desenvolvimento dos mecanismos naturais que irão suportar, armazenar e conter
estas habilidades ao longo da adolescência e idade adulto.
Dessa forma, o presente estudo procura analisar o desenvolvimento de funções
executivas de crianças entre 6 e 10 anos de idade matriculadas no Ensino Fundamental I de
escolas privadas. Além disso, são analisadas a evolução de diferentes subcomponentes das
funções executivas durante essa fase.
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2. OBJETIVOS
O presente estudo tem como objetivo analisar o desempenho em testes de funções
executivas frias e tomada de decisão de crianças do Ensino Fundamental I de 6 a 10 anos.
2.1 Objetivos Específicos
Analisar o desempenho em prova de tomada de decisão de crianças do Ensino
Fundamental I em função da idade, por meio de provas que avaliam componentes quentes das
funções executivas.
Analisar o desempenho em testes de funções executivas frias de crianças do Ensino
Fundamental I em função da idade, por meio de testes neuropsicológicos tradicionais.
Hipóteses:
O desempenho em testes que avaliam funções executivas quentes por meio de provas que
avaliam a tomada de decisão deve melhorar conforme a idade, uma vez que o
desenvolvimento desta função se dá com a progressão da idade;
O desempenho em testes que avaliam funções executivas frias deve melhorar conforme a
idade, uma vez que o desenvolvimento desta função se dá com a progressão da idade.
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3. MÉTODO
3.1 Participantes
Foram avaliadas 146 crianças do Ensino Fundamental I de ambos os sexos de duas
escolas particulares da grande São Paulo, variando entre 6 e 10 anos, sendo 32 crianças com
idades de 6 anos, 32 crianças com idades de 7 anos, 32 crianças com idades de 8 anos, 29
crianças com idades de 9 anos e 24 crianças com idades de 10 anos.
Critério de Inclusão: Serão incluídas crianças que os pais autorizarem, bem como
aquelas que derem seu assentimento para participação no estudo.
Critérios de exclusão: Serão excluídas do estudo crianças que apresentarem alguma
restrição sensorial ou motora que comprometa a realização dos testes, bem como aquelas que
não desejarem participar do estudo, ou sem os termos assinados pelos pais ou responsáveis.
3.2 Instrumentos
Para avaliação das habilidades que se relacionam as FE quentes foram escolhidos os
testes Iowa Childreb´s Gambling Task (Morão, 2016) e Delay of Gratification (MORÃO,
2016).
Para avaliar as habilidades das FE frias foram escolhidos os testes: Teste de cinco
dígitos – FDT (Sédo, 2007), Teste Rapid Alternating Stimulus – RAS (Cardoso e Macedo,
2017), Teste d e Fluência Verbal FAS (Lezak, 1995), Teste de aprendizagem auditivo-verbal
de Rey – RAVLT (Oliveira & Charchat-Fichman, 2008), Teste Figura Complexa de Rey
(Rey, 1999).
3.2.1 Instrumentos para avaliação das FE quentes.
Os testes que avaliam as habilidades relacionadas a FE quentes foram utilizados os
testes Iowa Children´s Gambling Task (CGT), e o Delay of Gratification (DG). O CGT
(KEER & ZELASO, 2004) foi criado a partir do Iowa Gambling Task (Bechara et al., 1994),
adaptado e utilizado em estudo feito por Morão (2016).
O CGT (Zelazo & Kerr, 2004), escolhido para este trabalho, se assemelha ao IGT, do
qual o participante deve nortear suas decisões, para ganhar o maior número de recompensas
19
no final do jogo (balas). Os baralhos são idênticos, em suas características, no lado da frente
dos dois baralhos, tendo duas divisões a parte superior e inferior, onde o desenho de carinhas
felizes aparecem no lado de cima da carta do baralho e desenhos de carinhas tristes aparecem
no lado debaixo.
O baralho com desenhos de carinhas felizes refere-se ao baralho vantajoso, indicando
o número de balas que o participante ganhará e a o baralho com as carinhas tristes refere-se ao
baralho desvantajoso indicam o número de balas que as crianças iram perder. Da mesma
forma que os baralhos dos adultos, a ideia é que a criança faça escolhas imediatas que terá
efeitos a longo prazo. Porém, no baralho infantil a criança ganha de forma concreta, recebe as
balas no término.
A tarefa então consiste em dois conjuntos de baralhos, cada carta mede 15x19 cm.
Com conjuntos contendo 50 cartas. Um baralho de cartas é vantajoso, e o outro é
desvantajoso, a parte de trás do baralho desvantajoso apresenta cartas cobertas com listras
verticais (pretas e brancas), e a parte de trás baralho vantajoso apresenta pontos pretos em um
fundo branco. A parte da frente de todas as cartas foram divididas ao meio, superiores na cor
branca e metade inferior na cor preta. As faces felizes pretas aparecem na metade superior do
cartão, e as faces tristes brancas aparecem na metade inferior do cartão (ver fig. 1 e 2). A
quantidade de faces felizes no cartão representa o número de recompensas ganhas, e o número
de faces tristes indicam o número de recompensas perdidas. Quando a criança ganha
recompensas, ganham fichas e quando perdem, as fichas são devolvidas, cada ficha corresponde
a uma recompensa, sendo que no final do teste, as fichas são trocadas por balas.
Ao escolher o baralho vantajoso o resultado é positivo, o número de ganhos é
maior e contendo mais recompensas, enquanto a escolha do baralho desvantajoso o
resultando será negativo, contendo mais perdas, e diminuindo as recompensas. Tanto no
baralho vantajoso quanto no baralho desvantajoso, existem ganhos, o que muda são os
números de perdas. No baralho vantajoso sempre existe ganhos (sua face é carinha feliz) e
nenhuma perda (com uma média de 5 balas ganhas por bloco de 10 cartões). Cartas do baralho
desvantajoso sempre haverá um ganho de 2 recompensas e poderá ter perdas de 0, 4, 5 ou 6
(tendo como média líquida de 5 balas perdidas por 10 cartões). Os cartões são fixos, e os
contingentes de ganho e perda associada a cada cartão de cada baralho (ver fig. 3) foram
iguais aos que foram utilizados por Bechara et. al. (1994).
O procedimento envolve 50 provas de teste. Durante a tarefa cada criança é instruída a
virar cartas a partir de qualquer baralho, com o objetivo de conseguir o maior número de
recompensas possíveis.
20
Fonte: Morão (2016)
FIGURA 1: Carta do baralho desvantajoso (a esquerda) e carta do baralho vantajoso (a
direita)
Fonte: Morão (2016)
FIGURA 2: Parte inferior dos baralhos, indicando o número de faces tristes
A tarefa de Delay of Gratification (Wulfert et al., 2002) foi adaptada e utilizada em
estudo feito por Morão (2016), a tarefa avalia a aversão ao atraso sendo apresentada as
crianças uma escolha entre uma recompensa imediata ou uma recompensa de maior valor
após uma semana. É constituída por duas categorias: brinquedos e materiais escolares. A
tarefa apresenta cinco tipos de brinquedos e cinco tipos de materiais escolares, onde a criança
deve ordenar daquele que ela mais gosta até a que menos gosta, logo depois a criança deve
escolher ganhar o que menos gosta imediatamente ou o que mais gosta após uma semana.
Entre os brinquedos masculinos encontram-se: jogo de varetas; geleca; jogo “uno”; pião bey
blade; carrinho. Para os brinquedos femininos consistem em: jogo de varetas; geleca; jogo
“uno”; boneca; maquiagem infantil. Para os materiais escolares, as opções foram: borracha;
lápis grafite; lápis de cor de 12 cores, lapiseira e maleta contendo 48 itens.
3.2.2 Instrumentos para avaliação das FE frias
O Teste dos Cinco Dígitos – FDT (Sédo, 2007) é um teste que avalia a velocidade de
processamento cognitivo, avalia a capacidade do indivíduo de focar sua atenção lidando com
diferentes tipos de estímulos. Esse teste se baseia em conhecimentos linguísticos básicos:
leitura dos numerais de 1 a 5 e a contagem de quantidades de 1 a 5. O teste consiste na
utilização desses 5 componentes para uma dificuldade acrescentada conforme a
21
passagem dos subtestes; assim é possível medir: velocidade e eficiência mental e
verificação da diminuição dessas capacidades, características de pessoas com
transtornos neurológicos e psiquiátricos. O teste é composto por quatro partes:
Leitura, Contagem, Escolha e Alternância. As duas primeiras medem processos simples e
automáticos, enquanto as duas últimas medem processos mais complexos que requerem um
controle mental ativo. Permitindo, assim, descrever a velocidade e a eficiência do
processamento cognitivo, a constância da atenção, a automatização progressiva da tarefa e a
capacidade de mobilizar um esforço mental adicional quando as séries apresentam
dificuldade crescente e exigem concentração muito maior (MALLOY-DINIZ et al., 2015).
O teste Rapid Alternating Stimulus (RAS) - com versão original de Wolf e Denckla
(2005). A versão original é composta por 2 subtestes que utilizam os itens de estímulo do
Teste de Nomeação Automática Rápida. O primeiro subteste, letras e números, é apresentado
com o padrão ABABABABAB e o segundo – números e cores – contém o padrão
ABCABCABCABC. A partir da percepção de dificuldade de crianças do primeiro ano do
ensino fundamental na nomeação de letras, foi desenvolvido o subteste, na versão brasileira,
apresentado por Cardoso e Macedo (2017), com a alternância de cores e objetos. Para todos os
subtestes são avaliados o tempo e a quantidade de erros.
O Teste de Fluência Verbal FAS avalia a memória semântica. Consiste na
avaliação de categorias pré-definidas, como: animais e frutas. É solicitado ao participante que
liste o máximo de animais e frutas em 1 minuto. Nas letras F, A e S. O tempo estabelecido
para cada categoria é de um minuto e o participante não pode listar nomes próprios, assim
como nomes derivados das palavras ditas anteriormente (LEZAK, 1995).
Teste de aprendizagem auditivo-verbal de Rey – RAVLT (Oliveira & Charchat-
Fichman, 2008) avalia a memória de trabalho, aprendizagem, interferência, retenção e
memória de reconhecimento. O teste consiste de 12 palavras (lista A) apresentada para o
participante quatro vezes, cada vez que a lista é apresentada pelo avaliador, a sequência é
repetida por um teste de lembrança pelo participante. Depois, é apresentada uma lista de
interferência (lista B), seguindo do teste de lembrança. Logo depois, é solicitado ao
participante que recorde as palavras da lista A, sem apresentá-la. Após 20 minutos, é testada
novamente, a lembrança da lista A. Por fim, é testado o reconhecimento, por meio de uma lista
de palavras.
O teste Figura Complexa de Rey (Rey, 1999) avalia a capacidade de percepção visual,
praxia construtiva, memória visual e planejamento. É apresentado ao participante uma figura
(na posição horizontal) e solicitado que ele faça a cópia da melhor forma possível, mantendo
22
as proporções e não se esquecendo de nada. A cópia é desenhada com lápis coloridos, com
uma ordem definida pelo avaliador. Espera-se trinta minutos, e é feita a recuperação da
figura, nesse momento o participante deve desenhar novamente a figura, lembrando a
imagem memorizada.
4.PROCEDIMENTOS
As coletas foram realizadas em duas escolas do município da Grande São Paulo, a
primeira coleta aconteceu na região de Cajamar e a segunda coleta aconteceu na região de São
Miguel. Foi encaminhado aos responsáveis das crianças a serem avaliadas o termo de
consentimento livre e esclarecido (TCLE), que continha a explicação da pesquisa com o
objetivo do estudo, a tarefa proposta e os métodos que seriam realizados, bem como todos os
riscos e benefícios possíveis do experimento. Com os termos assinados pelos responsáveis as
crianças eram encaminhadas à sala de aplicação dos testes para também ler e assinar o termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Todos os indivíduos que se enquadraram nos
critérios de inclusão e exclusão, e aceitaram participar voluntariamente na pesquisa foram
submetidos as aplicações dos testes, a qual foi realizada em duas sessões de aproximadamente
trinta e cinco minutos cada, seguido de todas as instruções.
5. ASPECTOS ÉTICOS
O estudo foi conduzido de acordo com os requerimentos do Comitê de Ética da
Universidade Presbiteriana Mackenzie (CAAE 50797715.7.0000.0084). Os participantes
tiveram conhecimento dos objetivos e métodos e os mesmos deram seu consentimento por
escrito. Foram avisados sobre a garantida da confidencialidade e seu acesso à informação em
qualquer etapa do estudo, e sua desistência, se assim preferir.
23
6. RESULTADOS
Na sessão de resultados encontram-se descritos os resultados encontrados em função
da idade dos participantes (6 a 10 anos) nas provas tradicionais de funções executivas.
Com a finalidade de analisar o efeito da idade nos resultados dos testes, foram
conduzidas ANOVAs unifatoriais, tendo a idade como variável independente e os escores
como variável dependente.
A Tabela 1 apresenta os valores nos subtestes do Children Gambling Task para todos
os participantes, em função da idade. Dessa forma, esses resultados se relacionam com a
tomada de decisão. Os resultados mostram efeito de idade para as quatro medidas obtidas
nesse teste, sendo encontradas diferenças significativas em todas as medidas. Assim, de modo
geral, as crianças mais novas apresentam uma maior média no Total desvantajoso, CGT
tempo e total.
Tabela 1: Resultados das quatro provas de Children Gambling Task (CGT) em função da
idade para os diversos escores fornecidos pelo teste
6 7 8 9 10 Total
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
F[4,148]
Total
Vantajoso
26,66
(8,480)
28,19
(6,986)
28,81
(6,611)
31,00
(9,739)
33,29
(7,860)
29,36
(8,183)
2,890*
Total
Desvanta
21,78
(8,003)
21,81
(6,986)
21,16
(6,629)
17,24
(8,403)
16,71
(7,860)
19,95
(7,793)
3,181**
CGT
(total)
1,03
(8,187)
0,91
(7,177)
1,25
(8,124)
4,21
(9,295)
7,54
(8,607)
2,72
(8,510)
3,236**
CGT
(tempo)
464,94
(125,906)
392,72
(115,983)
378,81
(93,720)
311,89
(71,340)
260,21
(42,456)
367,89
(117,780)
18,007***
*** p<0,001; ** p< 0,01; * p< 0,05
Foi realizado Post hoc de Scheffe em todos os itens do teste CGT, o qual não revelou
diferenças significativas nos itens: Total Vantajoso, Total Desvantagem e no CGT total. Por
fim, o último item do teste CGT tempo houve diferenças significantes i) da idade de oito anos
em relação a de 6 anos (p<0,018), mas não em relação as idades de 7 e 9 anos (p>0,139); ii)
da idade de 9 anos em relação as idades de 6 e 7 anos (p<0,040), mas não em relação as
idades de 8 e 10 anos (p>0,459); iii) da idade de dez anos em relação as de 6, 7 e 8 anos
24
(p<0,001), mas não em relação a idade de nove anos (p>0,459), tal como em relação a Tabela
2.
Tabela 2: Post hoc de Scheffe no teste CGT em
relação ao tempo
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2 3 4
10 24 260,21
9 28 311,89 311,89
8 32 378,81 378,81
7 32 392,72 392,72
6 31 464,94
Sig. ,397 ,149 ,990 ,098
Com o objetivo de avaliar o padrão de escolha no teste Delay of Gratification, teste
Qui-Quadrado foi conduzido. Assim, para a situação de escolha de brinquedo, 21 % das
crianças preferiu levar o brinquedo menos interessante imediatamente, do que esperar uma
semana para levar o que ela havia mais gostado. Já em relação à escolha do material escolar,
16 % preferiu levar imediatamente o material que ela tinha menos gostado. Teste Qui-
quadrado em função da idade, mostra que não houve diferença significativa para escolha do
brinquedo (χ2=0,653; p=0,957) e do material escolar (χ2=0,303; p=0,990). Dessa forma, de
modo geral, cerca de 20% das crianças de todos os grupos etários preferiram levar
imediatamente o brinquedo ou o material escolar.
Tabela 3. Número de participantes em função da escolha imediata do item menos atraente ou
depois de uma semana para levar o item mais atraente.
Idade
Total 6 7 8 9 10
Brinquedo Imediato 7 6 7 7 5 32
1 Semana 24 26 24 22 19 115
Total 31 32 31 29 24 147
Material
escolar
Imediato 4 5 5 5 5 24
1 Semana 27 27 26 24 19 123
Total 31 32 31 29 24 147
25
A Tabela 4 apresenta os valores nos subtestes do FDT para todos os participantes, em
função da idade. Dessa forma, esses resultados se relacionam as habilidades de flexibilidade
cognitiva e controle inibitório. Os resultados mostram efeito de idade para as 10 medidas
obtidas nesse teste, sendo encontradas diferenças significativas em todas as medidas. No que
corresponde ao tempo, as crianças mais novas apresentaram uma maior média de tempo nas
tarefas de Leitura, Contagem, Escolha e Alternância. Além disso, o número de erros também
tendeu a ser maior nessas crianças, sendo esse padrão encontrados em todos descritos acima
nas provas de Leitura, Contagem e Alternância. Por fim, novamente foram observados escores
piores em controle inibitório e flexibilidade cognitiva nas crianças mais novas.
26
Tabela 4: Resultados dos Processos Automáticos (Leitura e Contagem) e Controlados
(Escolha e Alternância) em função das idades no teste FDT.
6 7 8 9 10 Total
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
F[4,141]
Leitura
(Tempo)
42,06
(14,39)
32,38
(7,193)
32,06
(5,767)
30,26
(6,549)
26,35
(4,438)
33,11
(10,071)
12,774***
Leitura
(Erro)
1,88
(3,02)
0,6
(1,133)
0,19
(0,477)
0,11
(0,32)
0,13
(0,458)
0,63
(1,685)
7,063***
Contagem
(Tempo)
57,19
(15,29)
51,1
(18,825)
45,58
(8,14)
38,81
(5,435)
36
(8,274)
46,52
(14,591)
13,376***
Contag
(Erro)
3,88
(4,46)
2,77
(4,939)
1,23
(1,146)
0,52
(1,189)
0,61
(0,783)
1,91
(3,425)
6,130***
Escore
(Tempo)
89,09
(23,16)
77,77
(18,547)
76,03
(15,8)
67,07
(10,44)
61,09
(12,731)
75,22
(19,368)
10,868***
Escore
(Erro)
8,84
(5,675)
7,59
(5,144)
5,52
(5,887)
2,93
(2,129)
3,26
(2,378)
5,83
(5,180)
8,646***
Alternância
(Tempo)
107,9
(32,539)
94,77
(29,563)
84,94
(16,878)
72,7
(14,307)
68,22
(16,337)
86,99
(27,414)
12,978***
Alternância
(Erro)
9,19
(6,675)
8,03
(5,242)
6,16
(5,693)
5,15
(4,563)
5,26
(3,957)
6,88
(5,558)
3,116*
Inibição 47,42
(19,124)
47,13
(19,687)
43,81
(16,086)
35,67
(11,897)
34,74
(10,792)
42,28
(16,907)
3,865*
Flexibilidade 52,97
(31,38)
49,67
(28,265)
42,94
(15,015)
35,52
(11,937)
33,26
(14,545)
43,57
(23,2)
4,070**
*** p<0,001; ** p< 0,01; * p< 0,05
Considerando o aspecto de Leitura Tempo, foi realizado Post hoc de Scheffe, o qual
revelou diferenças significativas da idade de seis anos com todas as outras idades (p<0,045).
Desta forma os jovens com 6 anos apresentaram valores médios superiores as outras idades,
tal como observado na Tabela 5. O mesmo sentido foi observado em relação ao aspecto de
Leitura Erro, sendo que o Post hoc de Scheffe também revelou diferenças significativas da
idade de seis anos com todas as outras idades (p<0,039), tal como observado na Tabela 6.
27
Já em relação ao aspecto da Contagem Tempo Bruto, também foi realizado Post hoc
de Scheffe, revelando diferenças significativas: i) da idade de seis anos com as idades de 8, 9
e 10 anos (p<0,012), mas não em relação a idade de 7 anos (p=0,461); ii) da idade de 7 anos
com as idades de 9 e 10 anos (p<0,011) mas não em relação as idades de 6 e 8 anos (p>0,461),
tal como apresentado na Tabela 7. No entanto, quando investigado o efeito no aspecto
Contagem Erro Bruto, Post hoc de Scheffe revelou diferenças significativas da idade de seis
anos com todas as outras idades (p<0,033), mas não em comparação a idade de 7 anos
(p=0,762), tal como apresentado na Tabela 8.
Tabela 5: Post hoc de Scheffe FDT para
tempo em Leitura
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2
10 23 26,35
9 27 30,26
8 31 32,06
7 29 32,38
6 32 42,06
Sig. ,159 1,000
Tabela 6: Post hoc de Scheffe FDT
número de erros na Leitura
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2
9 27 ,11
10 23 ,13
8 31 ,19
7 30 ,60 ,60
6 32 1,88
Sig. ,846 ,056
28
Por fim, ainda considerando os dados do teste FDT, análise Post hoc de Scheffe, em
relação ao Tempo revelou três principais diferenças significativas: i) da idade de seis anos
com as idades de 9 e 10 anos (p<0,063), mas não em relação a idade de 7 (p=0,155) e 8 anos
(p=0,063); ii) da idade de 7 anos com a idade de 10 anos (p=0,018) mas não em comparação
as demais idades (p>0,155); e iii) da idade de 8 anos em relação a idade de 10 anos (p=0,045),
mas não em comparação as demais idades (p>0,063). A Tabela 9 apresenta as comparações
entre os grupos.
Tabela 9: Post hoc de Scheffe no teste FDT
em relação ao Tempo Bruto
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2 3
10 23 61,09
9 27 67,07 67,07
8 31 76,03 76,03
7 30 77,77 77,77
6 32 89,09
Sig. ,787 ,247 ,091
Os resultados no Teste RAS se relacionam com os seguintes componentes das Funções
executivas: Controle Inibitório e Flexibilidade cognitiva. A Tabela 10 apresenta os valores nos
Tabela 8: Post hoc de Scheffe
FDT Contagem Erro Bruto
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha
= 0.05
1 2
9 27 ,52
10 23 ,61
8 31 1,23 1,23
7 30 2,77 2,77
6 32 3,88
Sig. ,145 ,052
Tabela 7: Post hoc de Scheffe FDT
Contagem Tempo Bruto
Scheffea,b
Idad
e N
Subset for alpha = 0.05
1 2 3
10 23 36,00
9 27 38,81
8 31 45,58 45,58
7 30 51,10 51,10
6 32 57,19
Sig. ,091 ,607 ,510
29
subtestes do RAS para todos os participantes, em função da idade. Os resultados mostram
efeito de idade para as seis medidas obtidas nesse teste, sendo encontradas diferenças
significativas no tempo de nomeação para Cores e Objetos, Letras e Números, Letras,
Números e Cores. Foi observado que as crianças mais novas apresentaram uma maior média
de tempo na nomeação. Por fim, não foram observadas diferenças estatisticamente
significativas nos erros em cada uma das tarefas.
Tabela 10: Resultados das três provas de RAS em função da idade para os diversos escores
fornecidos pelo teste
6 7 8 9 10 Total
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
F[4,148]
RAS
CeO
(Temp)
69,19
(26,214)
62,38
(18,044)
62,44
(17,169)
51,21
(8,347)
47,33
(9,968)
59,26
(19,075)
7,303***
RAS
CeO
(Erro)
0,44
(1,645)
0,81
(2,986)
0,44
(0,759)
0,38
(0,728)
0,33
(0,565)
0,49
(1,334)
,619
RAS
LeN
(Temp)
56,69
(25,685)
47,91
(19,497)
45,06
(11,758)
35,17
(6,903)
33,25
(8,012)
44,34
(18,385)
9,786***
RAS
LeN
(Erro)
1,22
(3,035)
1,16
(2,157)
0,34
(0,865)
0,21
(0,491)
0,67
(1,167)
0,73
(1,869)
1,926
RAS
L.NeC
(Temp)
68,25
(42,753)
58,22
(20,520)
55,19
(14,627)
41,69
(8,346)
38,58
(9,179)
53,34
(25,651)
7,693***
RAS
L.NeC
(Erro)
0,59
(1,643)
0,72
(1,922)
0,56
(1,813)
0,45
(0,948)
0,79
(1,414)
0,62
(1,588)
,194
Legenda: CeO (Cores e Objetos); LeN (Letras e Números), L.NeC (Letras, Números e Cores)
*** p<0,001; ** p< 0,01; * p< 0,05
30
Considerando o aspecto de Cores e Objetos em relação ao tempo, foi realizado Post
hoc de Scheffe, revelando diferenças significativas: i) da idade de seis anos com a de 9 e 10
anos (p<0,04), mas não em relação as idades de sete e oito (p >0,673); ii) da idade de 7 anos
com a idade de 10 anos (p<0,45), mas não em relação as idades de 6, 8 e 9 anos (p>1,000); ii)
da idade de oito anos com a de 10 (p<0,44), mas não em relação as idades de 6, 7 e 9 anos
(p>1,000), tal como apresentado na Tabela 11. Já em relação ao aspecto de Cores e Objetos
Erros não houve diferença significativa.
Tabela 11: Post hoc de Scheffe no teste de RAS
Cores e Objetos em relação ao Tempo
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2 3
10 24 47,33
9 29 51,21 51,21
7 32 62,38 62,38
8 32 62,44 62,44
6 32 69,19
Sig. ,950 ,208 ,700
No aspecto de Letras e Números Tempo, também foi realizado Post Hoc de Scheffe,
revelando diferenças significativas: i) da idade de seis anos com as de 9 e 10 anos (p<0,000),
mas não em relação a idade de 7 e 8 (p >0,345). ii) da idade de sete anos com a de 10 anos
(p<0,033), mas não em relação as idades de 6, 8 e 9 anos (p>0,976). A Tabela 12 apresenta os
valores de Post Hoc dos valores de tempo para nomeação de letras e números da RAS.
31
Tabela 12: Post hoc de Scheffe no teste RAS Letras e Números em relação ao Tempo
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2 3
10 24 33,25
9 29 35,17 35,17
8 32 45,06 45,06 45,06
7 32 47,91 47,91
6 32 56,69
Sig. ,117 ,074 ,128
Já em relação ao aspecto de Letras e Números Erros não houve diferença significativa.
Já em relação ao tempo em Letras, Números e Cores, houveram diferenças significativas da
idade de 6 anos com as de 9 e 10 anos (p<0,01), mas não em relação as idades de 7 e 8 anos
(p>0,578), tal como apresentado na Tabela 13. Não houve diferença significativa na parte de
erros em Letras, Números e Cores.
Tabela 13: Post hoc de Scheffe do
teste RAS Letras, Números e Cores
em relação ao Tempo
Scheffea,b
Idad
e
N
Subset for alpha =
0.05
1 2 3
10 24 38,58
9 29 41,69 41,69
8 32 55,19 55,19 55,19
7 32 58,22 58,22
6 32 68,25
Sig. ,128 ,131 ,346
A Tabela 14 apresenta os valores nos subtestes do FAS para todos os participantes, em
função da idade. Esses resultados se relacionam com os seguintes componentes das funções
executivas: flexibilidade cognitiva e controle inibitório.
Os resultados mostram efeito de idade para as cinco medidas obtidas nesse teste,
sendo encontradas diferenças significativas nas medidas de acertos de Frutas, nas letras F, A e
32
S. Foi observado que as crianças mais novas apresentaram uma menor média de fluência
verbal nas tarefas do teste. Por fim, não foram observadas diferenças estatisticamente
significativa na tarefa dos Animais Acertos.
Tabela 14: Resultados das cinco provas de FAS em função da idade para os diversos escores
fornecidos pelo teste
6 7 8 9 10 Total
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
F[4,148]
FAS
Frutas.Ac
7,81
(3,477)
9,06
(3,068)
10,34
(3,642)
11,55
(3,460)
13,29
(3,983)
10,23
(3,929)
10,258***
FAS
Animais.Ac
9,78
(3,982)
10,56
(3,151)
10,71
(2,530)
11,58
(2,062)
10,16
(3,435)
10,56
(3,122)
1,412
FAS F. Ac
4,25
(2,200)
4,71
(2,965)
5,31
(2,967)
6,10
(2,455)
8,125
(2,909)
5,56
(2,969)
8,356***
FAS A.Ac
3,15
(1,483)
3,65
(1,578)
4,84
(2,127)
5,37
(2,541)
7,875
(2,740)
4,81
(2,605)
20,560***
FAS S.Ac
2,87
(1,9960
4,09
(2,085)
5,62
(2,433)
6,03
(2,009)
7,33
(2,823)
5,06
(2,704)
16,801***
*** p<0,001; ** p< 0,01; * p< 0,05
Foi realizado Post hoc de Scheffe em todos os itens do teste FAS. O aspecto de Frutas
Acerto, houve diferenças significativas i) da idade de seis anos com as idades de 9 e 10
(p<0,03), mas não em relação a idade de 7 e 8 anos (p> 0,731). ii) A idade de sete anos com a
idade de 10 anos (p<0,001), mas não em relação as idades de 6,8 e 9 anos (p> 0,731), tal
como apresentado na Tabela 15. Em relação ao aspecto Animais acerto não houve diferença
significativa.
33
Tabela 15: Post hoc de Scheffe no teste FAS
Frutas em relação aos Acertos
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2 3
6 32 7,81
7 32 9,06 9,06
8 32 10,34 10,34
9 29 11,55 11,55
10 24 13,29
Sig. ,112 ,123 ,465
No tópico F acerto houve diferenças significativas da idade de 10 anos com as idades
de 6, 7 e 8 (p<0,007), mas não em relação a idade de 9 anos (p=0,127), tal como apresentado
na Tabela 16. No aspecto A acerto, houve diferenças significativas: i) da idade de seis anos
com as idades de 8, 9 e 10 anos (p<0,41), mas não em relação a idade de 7 anos (p=0,924); ii)
da idade de sete anos com as idades de 9 e 10 (p<0,042), mas não em relação as idades de 6 e
8 anos (p<0,924); iii) da idade de 8 anos com a idade de 10 anos (p<0,000), mas não em
relação as idades de 7 e 9 anos (p>0,912) e iv) da idade de 9 anos com a idade de 6,7 e 10
anos (p<0,042), mas não em relação a idade de 8 anos (p>0,912), tal como apresentado na
Tabela 17.
Tabela 17: Post hoc de Scheffe no
teste FAS A em relação aos Acertos
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2 3
6 32 3,16
7 32 3,66
8 32 4,84 4,84
9 29 5,38
10 24 7,88
Sig. ,056 ,917 1,000
Tabela 16: Post hoc de Scheffe no
teste FAS F em relação aos Acertos
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2
6 32 4,25
7 32 4,72
8 32 5,31
9 29 6,10 6,10
10 24 8,13
Sig. ,149 ,091
34
Por fim, o último aspecto S acertos do teste FAS também houve diferença significativa
para a idade de 6 anos com as idades de 8, 9 e 10 anos (p<0,000), mas não em relação a idade
de 7 anos (p=0,331). ii) da idade de 7 anos com a idade de 9 e 10 anos (p <0,028), mas não em
relação com as idades de 6 e 8 anos (p> 0,331), tal como apresentado na Tabela 18.
Tabela 18: Post hoc de Scheffe no teste
FAS S em relação aos Acertos
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2 3
6 32 2,88
7 32 4,09 4,09
8 32 5,63 5,63
9 29 6,03
10 24 7,33
Sig. ,376 ,157 ,085
A Tabela 19 apresenta os valores nos subtestes do RAVLT para todos os participantes,
em função da idade. Esses resultados se relacionam com os seguintes componentes das
funções executivas: Memória de trabalho. Os resultados mostram efeito de idade para as nove
medidas obtidas nesse teste. Sendo encontradas diferenças significativas nas medidas de
RAVLT A1, A3, A4, B1, A5, A6 e no Reconhecimento A. Assim, de modo geral, a média das
crianças nos testes aumentam conforme a faixa etária. Por fim, não foram observadas
diferenças estatisticamente na tarefa A2 e no Reconhecimento B do teste RAVLT.
35
Tabela 19: Resultados das nove provas de RAVLT em função da idade para os
diversos escores fornecidos pelo teste
6 7 8 9 10 Total
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
F[4,146
]
RAVLT
A1
4,5
(1,723)
4,21
(1,641)
4,71
(1,326)
5,25
(1,858)
5,47
(1,974)
4,78
(1,734)
2,614*
RAVLT
A2
5,53
(1,796)
5,78
(1,791)
5,65
(2,010)
6,39
(2,025)
6,47
(1,974)
5,92
(1,927)
1,438
RAVLT
A3
6,09
(2,115)
6,37
(2,338)
6,28
(2,372)
7,75
(2,303)
8,78
(1,953)
6,93
(2,418)
1175***
RAVLT
A4
7,28
(2,083)
7,18
(2,206)
8,06
(1,999)
8,32
(2,001)
9,34
(1,774)
7,95
(2,140)
4,970**
RAVLT
B1
3,31
(1,355)
3,34
(1,473)
4,25
(1,368)
4,07
(1,464)
4,73
(1,453)
3,89
(1,499)
5,191**
RAVLT
A5
5,59
(2,108)
5,59
(1,739)
6,70
(1,901)
6,89
(1,812)
7,47
(2,086)
6,37
(2,038)
5,247**
RAVLT
A6
5,18
(1,822)
5,46
(1,586)
6,34
(1,825)
6,89
(2,393)
7,34
(2,058)
6,16
(2,071)
281***
RAVLT
Recon A
9,40
(2,108)
10,43
(1,831)
10,62
(1,497)
11,25
(1,531)
10,86
(1,290)
10,47
(1,792)
4,986**
RAVLT
Recon B
4,28
(2,943)
4,68
(3,217)
4,90
(2,454)
6
(1,805)
5,95
(3,037)
5,09
(2,788)
2,251
*** p<0,001; ** p< 0,01; * p< 0,05
Foi realizado Post hoc de Scheffe em todos os itens do teste RAVLT. Não houve
diferenças significativas no primeiro aspecto (RAVLT A1), no segundo aspecto (RAVLT A2)
e no último aspecto (Reconhecimento B). No item A3 Post hoc revelou que houve diferenças
significativas da idade de 10 anos em relação as de 6, 7 e 8 anos (p<0,05), mas não em relação
a idade de 9 anos (p> 0,612), tal como apresentado na Tabela 20. No item A4 também há
diferença significativa da idade de 10 anos em relação as de 6 e 7 anos (p<0,010), mas não em
relação as crianças de 8 e 9 anos (p>0,524), como apresentado na Tabela 21.
36
Na lista B1 também houve uma diferença significativa da idade de 10 anos em relação
as de 6 e 7 anos (p<0,014), mas não em relação as de 8 e 9 anos (p>0,811), tal como
apresentado na Tabela 22. Na lista A5 houve uma diferença significativa também da idade de
10 anos em relação as de 6 e 7 anos (p<0,015), mas não em relação as de 8 e 9 anos
(p>0,883), tal como relatado na Tabela 23. Na lista A6 houve diferenças significantes: i) da
idade de 6 anos em relação a de 9 anos (p<0,024), mas não em relação as crianças de 7 e 8
anos (p>0,987) e ii) da idade de 10 anos com as idades de 6 e 7 anos (p<0,016), mas não em
relação as de 8 e 9 anos (p> 0,951), como apresentado na Tabela 24.
Tabela 20: Post hoc de Scheffe no teste
RAVLT A3
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2
6 32 6,09
8 32 6,28
7 32 6,38
9 28 7,75 7,75
10 23 8,78
Sig. ,100 ,546
Tabela 21: Post hoc de Scheffe no teste
RAVLT A4
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2
7 32 7,19
6 32 7,28
8 32 8,06 8,06
9 28 8,32 8,32
10 23 9,35
Sig. ,347 ,222
Tabela 22: Post hoc de Scheffe no teste
RAVLT B1
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2
6 32 3,31
7 32 3,34
9 28 4,07 4,07
8 32 4,25 4,25
10 23 4,74
Sig. ,184 ,528
Tabela 23: Post hoc de Scheffe no teste
RAVLT A5
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2
6 32 5,59
7 32 5,59
8 31 6,71 6,71
9 28 6,89 6,89
10 23 7,48
Sig. ,170 ,684
37
Finalmente, a lista de Reconhecimento A também indica diferença significante da idade de 6
anos em relação as de 9 e 10 anos (p<0,047), mas não em relação as de 7 e 8 anos (p>0,214),
tal como apresentado na Tabela 25.
A Tabela 26 apresenta os valores nos subtestes do Figura Complexa de Rey para todos
os participantes, em função da idade. Esses resultados se relacionam com os seguintes
componentes das funções executivas: Memória de trabalho e habilidade de planejamento.
Os resultados mostram efeito de idade para as quatro medidas obtidas nesse teste.
Sendo encontradas diferenças significativas nas medidas Total cópia, total memória e
Memória Tempo. Assim, de modo geral, as crianças mais novas apresentam uma menor
média total. Por fim, não foram observadas diferenças estatisticamente no Tempo na tarefa de
Cópia.
Tabela 24: Post hoc de Scheffe no teste
RAVLT A6
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2 3
6 32 5,19
7 32 5,47 5,47
8 32 6,34 6,34 6,34
9 28 6,89 6,89
10 23 7,35
Sig. ,277 ,104 ,425
Tabela 25: Post hoc de
Scheffe no teste RAVLT
Reconhecimento A
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha
= 0.05
1 2
6 32 9,41
7 32 10,44 10,44
8 32 10,63 10,63
10 23 10,87
9 28 11,25
Sig. ,122 ,512
38
Tabela 26: Resultados das quatro provas de Figura de Rey em função da idade para os
diversos escores fornecidos pelo teste
6 7 8 9 10 Total
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
Média
(DP)
F[4,145]
FigRey
Cópia
(total)
10,288
(7,2325)
14,355
(8,1509)
15,500
(6,3500)
20,661
(5,9970)
22,283
(6,3458)
16,173
(8,0385)
13,866*
**6
FigRey
Copia
(tempo)
267,28
(108,42)
272,55
(95,263)
297,34
(116,82)
235,71
(90,569)
252,78
(66,577)
266,65
(99,696)
1,597
FigRey
Memo
(total)
3,54
(5,5100)
4,242
(3,5890)
4,953
(4,4493)
5,982
(4,6328)
10,261
(5,8985)
5,527
(5,2473)
7,604***
FigRey
Memo
(tempo)
92,53
(59,117)
92,03
(45,226)
146,75
(88,205)
123,60
(76,613)
122,05
(46,834)
114,63
(68,830)
3,861*
*** p<0,001; ** p< 0,01; * p< 0,05
Foi realizado Post hoc de Scheffe em todos os itens do teste Figura Complexa de Rey,
no item Figura de Rey Cópia Total Post hoc revelou que houve diferenças significativas: i) da
idade de nove anos em relação as de 6 e 7 anos (p<0,019), mas não em relação a idade de 8 e
10 anos (p> 0,951). ii) da idade de dez anos em relação a de 6, 7 e 8 (p<0,014), mas não em
relação a de 9 anos (p=0,951), tal como apresentado na Tabela 27. No item Figura de Rey
Cópia Tempo não há diferença significativa. Na parte do teste Figura de Rey Memória Total
houve diferença significativa da idade de 10 anos em relação a todas as outras (p<0,047),
como apresentado na Tabela 28.
39
Enfim, o último item do teste Figura de Rey Memória tempo também houve diferença
significante da idade de 8 anos em relação as de 6 e 7 anos (p<0,034), mas não em relação as
de 9 e 10 anos (p>0,787), tal como apresentado na Tabela 29.
Tabela 29: Post hoc de Scheffe
no teste Figura de Rey Memória
em relação aoTempo
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha
= 0.05
1
7 31 92,03
6 32 92,53
10 21 122,05
9 25 123,60
8 32 146,75
Sig. ,058
Dessa forma, os 6 instrumentos usados para avaliar as FE frias, observa-se que os
instrumentos discriminam crianças de 6 anos a 10 anos.
Tabela 28: Post hoc de Scheffe no teste
Figura de Rey Memória em relação ao
total
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2
6 32 3,547
7 31 4,242
8 32 4,953
9 28 5,982
10 23 10,261
Sig. ,457 1,000
Tabela 27: Post hoc de Scheffe do teste
Figura de Rey Cópia em relação ao total
Scheffea,b
Idade
N
Subset for alpha = 0.05
1 2 3
6 32 10,288
7 31 14,355
8 32 15,500 15,500
9 28 20,661 20,661
10 23 22,283
Sig. ,091 ,097 ,939
40
7.DISCUSSÃO
O objetivo do trabalho foi analisar o desempenho em testes de funções executivas
frias e quentes de crianças do Ensino Fundamental I de 6 a 10 anos. Os resultados mostraram
diferenças significativas conforme a idade. Assim, a habilidade avaliada no CGT é
relacionada a tomada de decisão, vista na teoria de Zelazo dentro do constructo das FE
quentes. Nesta teoria, a tomada de decisão é conectada a habilidades emocionais e a outras
habilidades das FE quentes, sendo importantes para o funcionamento executivo (Zelazo,
Brair, Willoughby, 2016).
O desenvolvimento da tomada de decisão se apresenta de maneira irregular segundo os
estudos encontrados, no teste CGT pode-se perceber uma irregularidade, em que conforme o
avanço da idade é percebe-se um maior número de escolhas das cartas vantajosas, porém essa
progressão é encontrada entre espaços de dois anos, em que se colocam diferenças
significativas entre as faixas etárias, de crianças de 8 anos em relação as da 6 anos, de 9 em
relação a 6 e 7 anos e as de 10 anos em relação a 6, 7 e o 8 anos.
Em estudo conduzido por Prencipe et al (2011) é possível perceber o desenvolvimento
da tomada de decisão mais tardiamente, observando os aspectos emocionais na tomada de
decisão em crianças de 15 anos. Esse dado corrobora com achado encontrado no presente
estudo, em que as crianças de 10 anos apresentam o aspecto emocional relacionado a tomada
de decisão de forma mais evidente, escolhendo mais vezes o baralho vantajoso.
A idade de 6 anos apresentou diferenças significativas em todas as comparações.
Nessa faixa etária as habilidades de FE ainda se encontram no início do seu desenvolvimento,
(Center on the Developing Child at Harvard University, 2011) e devido a essa fase
maturacional, é possível verificar essa diferença nos resultados dos testes. Isso demostra que
para esse faixa etária, uma intervenção poderia ser eficaz para o desenvolvimento das
habilidades relacionadas as FE, como elucidado em estudo de Dawson e Guare (2010).
A habilidade de TD é a capacidade de decisão a partir da escolha de alternativas em
detrimentos de outras possíveis possibilidades (Clark, Manes, Antoun, Sahakian & Robbins,
2003). Ao se avaliar a TD através do CGT, o aumento da idade pode se relacionar a uma
maior escolha de cartas vantajosas. (Crone et al, 2005). Isso pode ser identificado através dos
resultados encontrados no presente estudo, em que as crianças mais novas tiveram média
maior no baralho desvantajoso. Assim, crianças mais velhas passam a identificar melhor as
categorias vantajosas das tarefas utilizando os componentes de FE.
41
Em contrapartida ao teste CGT, ao avaliar a habilidade de TD através do teste Day não
foi verificado uma diferença significativa em função a idade, ou seja, o desempenho em
crianças de faixa etária maior não foi superior.
A habilidade de FC tem seu desenvolvimento mais evidente em crianças de 7 aos 15
anos, ocorrendo uma melhora em tarefas que necessitem utilizar essa habilidade conforme o
avanço da idade (Rodriguez et al., 2012). Os dados apresentados nesse estudo corroboram
com tal perspectiva, em que os resultados do teste FDT mostraram que crianças com 6 anos
apresentaram diferença significativa na habilidade de FC, sendo seus escores inferiores em
comparação as idades posteriores tanto na habilidade de FC, quanto na de CI.
Com relação à habilidade de CI avaliada tanto no teste FDT, quanto em conjunto com
outras habilidades no RAS, foi encontrado melhora do tempo e dos escores de acordo com o
avanço da idade. Aos 7 anos de idade, a habilidade de CI se assemelha ao desenvolvimento
encontrado em adultos, em que o controle dos impulsos pode ser melhor percebido, e entre 10
e 18 anos, o desenvolvimento e aprendizado da habilidade ocorre de forma mais evidente,
percebendo uma progressão da habilidade com o avanço da idade (Center on the Developing
Child at Harvard University, 2011). Esse dado pode ser percebido no presente estudo, em que
é notável a progressão da habilidade de acordo com o avanço da faixa etária.
A habilidade de evocação de palavras encontrado no teste FAS relaciona as
habilidades de CI, auto monitoramento e memória semântica (Goncalves et al, 2013). Os
resultados mostram um efeito da idade para as cinco medidas do teste FAS. Além disso, as
crianças mais novas apresentaram média inferior de fluência verbal. Este resultado corrobora
a literatura e os resultados encontrados em Moura, Simões e Pereira (2013) e Natale et al
(2008).
Os testes RAVLT e Figuras complexas de Rey visam avaliar habilidades de MT. Essa
habilidade é definida como a habilidade de sustentar uma informação na mente e manipulá-la
após algum tempo (ZELAZO, 2015). Em estudos apresentados por Charchat- Fichman (2008)
e Brooking et al (2012) foram encontrados resultados que evidenciam um desempenho
superior de crianças mais velhas em relação as mais novas, entre participantes de 6 aos 10
anos no escores do teste RAVLT. Os resultados encontrados no presente estudo, apresentam
uma diferença significativa na lista de reconhecimento A das crianças de 6 anos em relação as
de 9 e 10, corroborando a visão apresentada de que há uma progressão e melhor desempenho
das crianças mais velhas em relação as mais novas.
Além das habilidades de memória de trabalho, o teste Figuras Complexas de Rey
avalia a capacidade de planejamento (CRUZ, TONI e OLIVEIRA, 2011). A habilidade de
42
planejamento se apresenta maior na infância e com uma estabilização na adolescência. Assim,
apresenta evolução conforme a idade (Gonsalez, 2008; Matute e col, 2008). Este resultado foi
encontrado pelo presente estudo em que as crianças mais novas apresentaram menor média
total segundo os critérios de correção do teste.
Em resumo, pode-se perceber que as crianças mais velhas têm um melhor desempenho
em habilidades de Fe frias e a habilidade de tomada de decisão, sendo este resultado
evidenciado por Center on the developing child at harvard university (2011) e Elage (2016).
Os seguintes autores ressaltam que as funções executivas se desenvolvem com o avanço da
idade, entretanto através de um estímulo contínuo é possível verificar uma melhora nos
desempenhos das habilidades cognitivas.
8. CONCLUSÃO
O presente trabalho teve como objetivo analisar o desempenho em testes de funções
executivas frias e a habilidade de tomada de decisão em crianças do Ensino Fundamental I
de 6 a 10 anos. Este trabalho agrega na compreensão do desenvolvimento maturacional das
habilidades das FE frias e tomada de decisão com amostra brasileira, com perfil econômico de
escolas particulares.
Em suma, os dados obtidos corroboraram com estudos anteriores em relação ao
desenvolvimento progressivo em função da idade, em que as crianças mais velhas apresentam
melhor desempenho nas habilidades de FE frias. No constructo da tomada de decisão pode-se
perceber uma progressão mais irregular, tendo uma progressão maior a cada dois anos, de
acordo a evolução da faixa etária.
Encontrou-se como limitação a dificuldade na interpretação das habilidades,
relacionadas a cada instrumento, das FE frias e tomada de decisão, o que acabou resultando na
dificuldade em interpretar cada habilidade de forma separada. Outra limitação foi a escolha
dos brinquedos e material escolares do teste Delay, estes foram discrepantes no quesito ao
valor agregado, ou seja, as crianças tinham que escolher entre um material ou brinquedo de
menor interesse para o de maior interesse, e estes se tornavam significativamente distantes na
análise da necessidade ou vontade da criança.
Acredita-se que para futuros estudos, seja necessário a escolha de instrumentos que
consigam mensurar de forma separada cada constructo das habilidades cognitivas das FE
frias, e a revisão dos materiais e brinquedos escolhidos para o teste Delay, que avalia a
tomada de decisão.
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ANEXOS
ANEXO I
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PAIS OU
RESPONSÁVEIS PELO SUJEITO DE PESQUISA
Gostaríamos de convidá-lo a participar do projeto de pesquisa “PERFIL
NEUROPSICOLÓGICO E DESEMPENHO EXECUTIVO DE CRIANÇAS DO ENSINO
FUNDAMENTAL I” com o objetivo compreender o desempenho de crianças em tarefas de
atenção, memória, leitura, escrita, matemática, planejamento, controle de impulso, e
comportamento emocional. Os participantes serão submetidos a 3 sessões de 40 minutos,
sendo as sessões para a aplicação de escalas, tarefas realizadas através de lápis e papel e,
tarefas no computador. Essas tarefas serão aplicadas pelos responsáveis pela pesquisa e tanto
a realização desses procedimentos quanto o contato interpessoal com o pesquisador oferecem
riscos mínimos aos participantes. Em qualquer etapa do estudo você terá acesso ao
Pesquisador Responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas (no endereço abaixo), e
terá o direito de retirar a permissão para participar do estudo a qualquer momento, sem
qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em conjunto com
a de outros participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade das
questões respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes (apenas o Pesquisador
Responsável terá acesso a essa informação), bem como a identificação do local da coleta de
dados. Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa,
poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Presbiteriana Mackenzie - Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 4º andar, sala 404.
Desde já agradecemos a sua colaboração.
Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive foram
esclarecidas pelo Pesquisador Responsável. Estou ciente que a participação é voluntária, e
que, a qualquer momento tenho o direito de obter outros esclarecimentos sobre a pesquisa e
de retirar a permissão para participar da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo.
Declaro que expliquei ao Responsável pelo Sujeito de Pesquisa os procedimentos a serem
realizados neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-se da
pesquisa sem qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as dúvidas apresentadas.
Nome do Sujeito de Pesquisa: ___________________________________________________
Nome do Responsável pelo Sujeito de Pesquisa: ____________________________________
São Paulo, ______ de _____________________ de 20_____
____________________________ _________________________________
Ana Paula Caterino Prof. Dr. Elizeu Coutinho de Macedo
Pesquisadora Responsável Rua Piauí, 181 – Consolação - (11) 2113-8878
Elizeu.macedo@mackenzie.b
ANEXO II
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – INSTITUIÇÃO
Gostaríamos de convidá-lo a participar do projeto de pesquisa “PERFIL
NEUROPSICOLÓGICO E DESEMPENHO EXECUTIVO DE CRIANÇAS DO ENSINO
FUNDAMENTAL I” com o objetivo compreender o desempenho de crianças em tarefas de
atenção, memória, leitura, escrita, matemática, planejamento, controle de impulso, e
comportamento emocional. Os participantes serão submetidos a 3 sessões de 40 minutos,
sendo as sessões para a aplicação de escalas, tarefas realizadas através de lápis e papel e,
tarefas no computador.
Em qualquer etapa do estudo os participantes e a Instituição terão acesso ao Pesquisador
Responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas (no endereço abaixo), e terão o
direito de retirar-se do estudo a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou prejuízo. As
informações coletadas serão analisadas em conjunto com a de outros participantes e será
garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade das questões respondidas, sendo
resguardado o nome dos participantes (apenas o Pesquisador Responsável terá acesso a essa
informação), bem como a identificação do local da coleta de dados.
Caso a Instituição tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa,
poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Presbiteriana Mackenzie -Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino – 4º andar, sala 404.
Assim, considerando-se o exposto, solicitamos o consentimento desta Instituição para o
contato com os Sujeitos de Pesquisa. Desde já agradecemos a sua colaboração.
Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive foram
esclarecidas pelo Pesquisador Responsável. Estou ciente que a participação da Instituição e
dos Sujeitos de Pesquisa é voluntária, e que, a qualquer momento ambos têm o direito de
obter outros esclarecimentos sobre a pesquisa e de retirar-se da mesma, sem qualquer
penalidade ou prejuízo.
Nome do Representante Legal da Instituição: __________________________________
Assinatura do Representante Legal da Instituição: _______________________________
Declaro que expliquei ao Responsável pela Instituição os procedimentos a serem realizados
neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-se da pesquisa sem
qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as dúvidas apresentadas.
São Paulo, ______ de _____________________ de 20_____.
____________________________ _________________________________
Ana Paula Caterino Prof. Dr. Elizeu Coutinho de Macedo
Pesquisadora Responsável Rua Piauí, 181 – Consolação - (11) 2113-8878
Elizeu.macedo@mackenzie.br
ANEXO III
TERMO DE ASSENTIMENTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTE
(MAIORES DE 6 ANOS E MENORES DE 18 ANOS)
Você está sendo convidado para participar da pesquisa “Funções Executivas e Tomada de
Decisão de Crianças do Ensino Fundamental I.
Quero saber se os testes que avaliam funções executivas frias e quentes devem melhorar,
aumentando conforme a idade. Essa analise pode auxiliar o professor e oferecer atividades
diferenciadas para trabalhar funções executivas para as crianças que apresentarem dificuldade
no desempenho dos testes.
As crianças que irão participar da pesquisa têm de 6 a 10 anos de idade.
A pesquisa será feita nos Colégio Vilaura e Colégio Planeta Kids em dois encontros de 35
minutos cada. Nesse encontros você fará atividades de cartinhas, escolas de brinquedos e
materiais escolares, outra atividade é dizer letras, números, objetos e cores, teremos também
atividades de desenho com lápis grafite e lápis de cor e atividades que é necessário que você
fale o maior número de animais, frutas e letras F, A e S. O uso do material é considerado
seguro. Mas, se você não quiser realizar a atividade por algum motivo, ou porque mudou de
ideia, ou ficou chateado, podemos parar as atividades. As coisas boas que podem que irão
acontecer se você ajudar é que podemos auxiliar os professores para que saiba como ajudar as
crianças que mostrarem ter prejuízos em funções executivas.
Você não terá que pagar nada para realizar essas atividades e nem terá que pagar pelas balas,
brinquedos e materiais escolares, todas as despesas com essa pesquisa já foram calculados e
pagos.
Nós não falaremos para ninguém sobre a sua participação na pesquisa e também não
mostraremos seu resultado para ninguém. A pesquisa será publicada, mas ninguém saberá que
você participou e seu nome não será divulgada em lugar algum.
Caso você tenha alguma dúvida e queria perguntar, pode entrar em contato comigo, deixo
meu contato no final desse documento. Você também pode entrar em contato com o Comitê
de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie – Rua da Consolação, 896 –
Ed. João Calvino 4º andar sala 400, telefone 2766-7615 e-mail: prpg.pesq.etica@makenzie.br
Missão do CEP/UPM: “é um Colegiado interdisciplinar, com múnus público, de caráter
consultivo, deliberativo e educativo, criado para defender os interesses dos participantes da
pesquisa em sua integridade e dignidade, e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa
dentro de padrões éticos”.
Eu_______________________________ aceito participar da pesquisa “Funções Executivas e
Tomada de Decisão em Crianças do Ensino Fundamental I.
Entendi as situações ruins e boas que podem acontecer.
Entendi que posso dizer “sim” e posso dizer “não” a qualquer momento e ninguém vai brigar
comigo.
Os pesquisadores tiraram minhas dúvidas e também conversaram com os meus responsáveis.
São Paulo, ______ de _____________________ de 20_____.
____________________________ _________________________________
Ana Paula Caterino Prof. Dr. Elizeu Coutinho de Macedo
Pesquisadora Responsável Rua Piauí, 181 – Consolação - (11) 2113-8878
Elizeu.macedo@mackenzie.br