Fundoscopia direta

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ANATOMIA GLOBO OCULAR

Bulbo ocular:

- 3 Túnicas: Interna, externa e média

- 2 Segmentos: Segmento anterior e Segmento posterior

BULBO OCULAR - TÚNICAS

Túnica fibrosa:

- Esclera

- Córnea

Túnica Vascular:

Coroide

- Úvea Corpo ciliar

Íris

Túnica interna:

- RetinaDiâmetro ÂP: 23-24mm

BULBO OCULAR - SEGMENTOS

SEGMENTO POSTERIOR

Compreende os 2/3 posteriores do olho, delimitado

anteriormente pelo cristalino e envolvendo humor

vítreo, retina, coroide e nervo óptico.

CORPO VÍTREO

- Composição: 90% H2O, fibras

colágenas, ácido hialurônico,

4,5ml, aspecto de “clara de ovo”

- Ocupa toda a cavidade posterior

ao cristalino

- Hialócitos: são pouco

numerosas, apresentando

função fagocitária e de síntese

do material extracelular.

CORÓIDE

- Porção posterior da úvea

- Vasos camada coriocapilar: Irrigaçãoparte da retina

- Membrana de Bruch: separa coróideda retina

- Vascularização: artérias ciliarposteriores curtas

- Inervação: N. ciliares

RETINA

- Porção interna do globo ocular

- 9 camadas neurossensoriais:

fotorreceptora, membrana limitante

externa, nuclear externa, plexiforme

externa, nuclear interna, plexiforme

interna, de células ganglionares, de

fibras nervosas e membrana

limitante interna

- Vascularização: artéria central da

retina; 1/3 interno artéria coroidiana;

2/3 externos; veia central da retina

RETINA – CONES E BASTONETES

- Camada fotorreceptora: formada pelas porções receptoras dos cones e dos

bastonetes: 120 milhões bastonetes e 7 milhões de cones

- 10 camadas c/ 3 componentes celulares: cones/bastonetes, cels bipolares,

cels ganglionares

- Cones e bastonetes: São elementos para percepção de luz em intensidade

normal, permitindo visão a cores e com nitidez. Os bastonetes (maior nº) tem

maior funcionalidade para visão no escuro ou em movimento.

- Retina periférica x retina central (mácula): divisão baseada pela diferença

de proporções cones/bastonetes. Periférica > quantidade de bastonetes em

relação a de cones; Fovéola apenas cones.

NERVO ÓPTICO

- Constituído por cerca de 1 milhão de

axônios das células ganglionares da

retina.

- Emerge nasalmente ao polo posterior do

olho, atingindo a cavidade craniana

através do canal óptico.

- Une-se ao nervo óptico contralateral

formando o quiasma óptico.

- Suas fibras fazem sinapse com o corpo

geniculado lateral, terminando no córtex

visual primário do lobo occipital.

FUNDOSCOPIA DIRETA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

- Reconhecer a importância da fundoscopia direta para o médico generalista;

- Aprender a técnica da fundoscopia direta;

- Reconhecer um fundo de olho normal;

- Reconhecer alterações patológicas em um fundo de olho.

RELEVÂNCIA DA FUNDOSCOPIA DIRETA

A possibilidade de analisar estruturas terminais do sistema circulatório e uma

porção exteriorizada do sistema nervoso (nervo óptico) é suficiente para tornar a

fundoscopia um exame único, podendo ser reconhecidos importantes sinais que

orientam diagnósticos e tratamentos. Justifica-se, assim, a importância do

domínio e da prática do exame não somente pelo oftalmologista, mas também

por todo médico responsável por cuidados gerais, sempre correlacionando com

a história clínica. Apesar da existência de métodos mais avançados de avaliar o

fundo de olho, a fundoscopia direta é um exame simples que pode ser de grande

valia, quando realizada por um médico. Ela é feita usando-se um oftalmoscópio

direto.

FUNDOSCOPIA DIRETA

- Aparelho: Oftalmoscópio direto

- Exame: visualização da retina e seus componentes: vasos,

disco óptico, mácula.

- Técnica: com ou sem dilatação pupilar; pede-se ao paciente que fixe um ponto à sua frente, ao longe, e o examinador deve se aproximar com o oftalmoscópio tão perto quanto possível da pupila do paciente, procurando ver a retina, vasos, disco óptico e mácula, ajustando o foco no botão lateral do aparelho.

- Colírio midriático de curta duração: fenilefrina 10% colírio ou tropicamide 0,5% colírio: 1 gota 15/15’ 3x aguardar 30’

- C.I colírio midriático: glaucoma agudo de ângulo fechado (GAAF) e fatores de risco para câmara anterior rasa (hipermetropia, nanoftalmo, H.fam glaucoma agudo, idade avançada, uso de α1-adrenérgicos, anticolinérgicos)

OFTALMOSCÓPIO DIRETO

O oftalmoscópio direito possui duas estruturas principais: uma abertura, através da qual

podemos enxergar o que há do outro lado e uma fonte de luz possibilitando a iluminação

e a visualização do FO. A abertura é dotada de um conjunto de lentes que permitem,

quando necessário, correção refrativa. Na fonte luminosa, há diafragmas e filtros que

regulam quantidade e cor de luz emitida pelo oftalmoscópio.

OFTALMOSCÓPIO DIRETO

OFTALMOSCÓPIO DIRETO

FUNDO DE OLHO

FUNDO DE OLHO

- Disco Óptico: identificando-se uma veia deve-se seguir seu trajeto em direção

proximal, localizando então, o disco óptico, local onde as veias retínicas saem do

globo ocular. O disco óptico deve ser avaliado quanto a coloração, nitidez de seu

limite, tamanho e aspecto da escavação central.

FUNDO DE OLHO NORMAL

FUNDO DE OLHO NORMAL

FO – DOENÇAS SISTÊMICAS

- HAS

- DM

- EM

RETINOPATIA HIPERTENSIVA

- Fatores predisponentes:

• Idade

• HAS

• Discrasias Sangüíneas

• Pressão Ocular Elevada

• Hipermetropia

• Flebites (Sarcoidose, Behçet)

• Trombose de ramo ou de veia central da retina

• Oclusão de artéria central da retina

• Macroaneurismas arteriais retinianos

• Neuropatia óptica isquêmica

• Paralisias oculares motoras

RETINOPATIA HIPERTENSIVA

- As arteríolas retinianas podem ser avaliadas pelo FO. Seu comprometimento

pela HAS “espelha” o acometimento vascular de outros órgãos (cérebro,

rim...)

- FO:

• GRAU 1: Esrtreitamento arteriolar

• GRAU 2: Cruzamento arteriovenoso patológico

• GRAU 3: Hemorragias e/ou exsudatos retinianos, reflexo em fio de cobre,

cruzamentos patológicos médios

• GRAU 4: Papiledema, reflexo em fio de prata, cruzamentos patológicos

graves

HAS

(A) Estreita/ arteriolar

generalizado

(B) GRAU II estreitam/

arteriolar +

cruzamento

patológico AV

(C) GRAU III:

estreitam/

arteriolar +

hemorragias, +

exsudatos

(D) GRAU IV:

Papiledema

HAS – GRAU 2

Cruzamento AV Patológico

HAS – GRAU 4

Edema

De

papila

HAS

ESTRELA

MACULAR

HAS

HEMORRAGIA EM “CHAMA DE VELA”

Hemorragia na camada de fibras

nervosas

DIABETES MELITO

É um distúrbio metabólico comum caracterizado pela hiperglicemia

constante.

Podendo ser classificada em dois tipos:

• Diabetes tipo I: 10 a 20 anos de idade; QC: polidpsia, poliúria, nictúria e

perda de peso.

• Diabetes tipo 2: 50 a 70 anos de idade; QC: assintomático na > das vezes;

pode se apresentar com infecções recorrentes e raramente com

complicações tais como hemorragia vítrea.

COMPLICAÇÕES DO DM

C O M P L I C A Ç Õ E S

D I S T Ê M I C A S

1. Renal

2. Vascular

3. Neurológica

4. Cutânea

C O M P L I C A Ç Õ E S

O F T A L M O L Ó G I C A S

• Retinopatia;

• Iridopatia;

• Refração instavél;

• Hordeolos recorrentes;

• Xantelasma;

• Catarata senil;

• Paralisia dos oculomotores;

• Papilopatia;

• Dentre outras menos comuns.

EVOLUÇÃO RETINOPATIA DIABÉTICA

1 - Retinopatia não proliferativa

2 - Retinopatia Pré-proliferativa

3 - Retinopatia Proliferativa

RETINOPATIA DIABÉTICA

1) RD não proliferativa/ de fundo:

- Leve: microaneurismas capilares

- Moderada: hemorragia, exsudatos duros, flebopatia leve

- Severa: hemorragia, exsudatos duros, flebopatia +++

DM

Exsudatos Duros:

Resíduos de edema,

resíduos de macrófagos

e produtos

de degeneração de

células gliais e neuronais

resultando em depósitos

lipídicos em camadas

profundas da retina

DM

Exsudatos

duros

RETINOPATIA DIABÉTICA NÃO PROLIFERATIVA

- Exudat.Duros

- Hemorragias

RETINOPATIA PRÉ PROLIFERATIVA

2) RD pré proliferativa

- Constrição arteriolar, flebopatia, exsudatos algodonosos (áreas de infarto

retiniano), hemorragia em borrão

RETINOPATIA DIABÉTICA PRÉ PROLIFERATIVA

. Edema macular

. Exsudatos duros

. Hemorragias

RETINOPATIA DIABÉTICA PROLIFERATIVA

- Neovascularização do disco óptico e neovascularização do vítreo

- Hemorragia vítrea

- Fibrose e traves vítreas

- Descolamento de retina

RETINOPATIA DIABÉTICA PROLIFERATIVA

- Hemorragia vítrea

- Neovascularização DO

e vítreo

ESCLEROSE MULTIPLA

- A Neurite Optica (NO) é uma inflamação desmielinizante do nervo óptico, que

pode estar associada ou não a doenças sistêmicas, sendo a EM a mais

comum

- Ocasionalmente a NO pode sobrevir de um processo infeccioso da órbita ou

dos seios paranasais ou no curso de uma virose.

ESCLEROSE MÚLTIPLA

- Achados clínicos:

• Borramento visual ou perda da visão

• Dor aguda/subaguda unilateral, acentuada pelo movimento ocular; acometimento bilateral é raro

• Perda parcial da visão central

• FO pode ser normal se lesão retrobulbar

- 90% dos casos: recuperação total após o surto

- Dx: Exame oftalmológico completo; RNM – investiga sinais de dç desmielinizanteno cérebro

- FO:

• Comuns: Neurite óptica, oftalmoplegia internuclear, nistagmo

• Raros: uveiíe intermediária e perifeblite retiniana

FO ESCLEROSE MÚLTIPLA

RNM ESCLEROSE MÚLTIPLA

DOENÇAS HEMATOLÓGICAS

- Leucemia

- Anemia Falciforme

LEUCEMIA

- Malignidade das células-tronco hematopoiéticas caracterizadas por proliferação anormal dos leucócitos.

- Agudas: substituição da MO por céls imaturas (blastos). Envolvimento ocular mais comumente observado do que nas formas crônicas.

- Crônicas: leucócitos bem diferenciados (maduros).

- FO:

• hemorragias retinianas, manchas algodonosas e hemorragias retinianas com centros brancos (manchas de Roth): leucemia agudas

• Neovascularização retiniana periférica: rara, leucemias mieloide crônica

• Depósitos coroideanos na leucemia crônica dando origem a aparência de “pele de leopardo”

• Infiltração do nervo óptico: pode causar edema e perda visual

LEUCEMIAS AGUDAS

Hemorragias retinianas, manchas algodonosas e

manchas de Roth (setas)

LEUCEMIA CRÔNICA

Aparência de “pele de leopardo” em

razão da infiltração da coroide

ANEMIA FALCIFORME

- Doenças hereditárias, autossômicas; substituição do ácido glutâmico por valina na posição 6 da cadeia da globina beta

- Hemoglobinas anormais (HbS) induzem as hemácias a adotar uma forma anômala (drepanócitos) que são mais rígidas e podem impactar nos vasos e obstruí-los

- FO:

• Estágio 1: oclusão arterial e isquemia periférica

• Estágio 2: anastomoses arteriovenosas periféricas de canais capilares dilatados

• Estágio 3: Brotamento de neovasos das anastomoses; configuração em sea-fan, nutridos por uma única arteríola e drenador por uma única veia; 30-40% dos sea-fans involuem espontaneamente como resultado de auto-infarto e tornam-se lesões fibrovasculares acinzentadas

• Estágio 4: Tufos neovasculares podem continuar a proliferar e sangrar no vítreo

• Estágio 5: proliferação fibrovascular extensa e descolamento da retina

ANEMIA FALCIFORME

Anastomose arteriovenosa

periférica

Neovascularização em sea-

fan

ANEMIA FALCIFORME

Involução espontânea de tufo

neovascular

Hemorragia decorrente da

tração

ANEMIA FALCIFORME

Proliferação fibrovascular

extensa

Descolamento periférico

de retina

FO - OFTALMOPEDIATRIA

- Rubéola Congênita

- Toxoplasmose

- Retinoblastoma

RUBÉOLA CONGÊNITA

- Febre exantemática benigna: “ sarampo germânico”;

- Transmissão transplacentária

- Normalmente ocorre durante o primeiro trimestre da gravidez.

- QC ocular: catarata, microftalmia, glaucoma, ceratopatia e erros de refração

incomumente elevados; Uveíte anterior: pode haver atrofia da íris;

- FO:

• Retinopatia: alteração pigmentar em “ sal e pimenta”( pontilhada) envolvendo

a periferia;

RUBÉOLA CONGÊNITA

TOXOPLASMOSE

- A toxoplasmose é transmitida ao feto através da placenta quando uma

mulher grávida é infectada. Se a mãe for infectada antes da gravidez, o feto

será poupado;

- A gravidade do envolvimento depende do momento da infecção materna, por

exemplo se ocorrer no fim da gravidez, pode resultar em convulsões,

paralisia, hidrocefalia e doença visceral.

- FO:

• Lesões retinianas, que lembram a coriorrenite por T.gondii.

TOXOPLASMOSE

RETINOBLASTOMA

- TU intra-ocular maligno primário + comum da infância;

- 1:34.000 nascidos vivos

- Não há predisposição por raça, por sexo ou pelo olho D ou E

- Bilateral 30-40% dos casos

- QC: Leucocoria (reflexo pupilar branco), estrabismo, inflamação ocular e, menos frequente, heterocromia da íris, hifema, celulite orbitária, glaucoma, proptose, hipópio.

- Dx: Teste do reflexo vermelho, realizado com o oftalmoscópio: verifica a permeabilidade dos meios oculares a passagem de luz. TU bilaterais são reconhecidos em média aos 14 meses e os unilaterais aos 24 meses de idade. 90% dx até os 3 anos.

95% cura com dx precoce e tto eficiente

RETINOBLASTOMA

FUNDO DE OLHO:

- Tumores intra-retinianos translúcidos, cinzas ou brancos, nutridos e

drenados por vasos retinianos dilatados e tortuosos. Casos avançados, um

grande tumor esbranquiçado pode preencher grande parte do olho e

geralmente produz leucocoria. O reflexo branco é resultado da reflexão da

luz na massa branca atrás do cristalino.

- Crescimento endofítico: crescem da retina para a cavidade vítrea,

caracterizados por uma massa branca, opaca, sem vasos na sua superfície.

- Crescimento exofíticos: crescem da retina para o espaço sub-retiniano.

Vasos retinianos são aparentes na superfície e aparecem dilatados e

tortuosos. Produzem um descolamento de retina progressivo.

RETINOBLASTOMA

Leucocoria e estrabismo

RETINOBLASTOMA

(A) Retinoblastoma endofítico (B) Retinoblastoma exofítico

RETINOBLASTOMA

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the body’s health” (F. Clifford Rose)

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