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Fundo de Pensões Aberto
Banif Reforma Activa
Relatório e Contas Anual
2015
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 2
Índice 1 Enquadramento Macroeconómico ................................................................................................ 3
1.1 Enquadramento Internacional ............................................................................................... 3 1.2 Enquadramento Nacional ...................................................................................................... 6 1.3 Evolução dos Preços ............................................................................................................. 8 1.4 Mercados Financeiros ........................................................................................................... 9
2 Relatório de Gestão .................................................................................................................. 10 2.1 Composição da carteira a 31/12/2015 ................................................................................. 10 2.2 Alterações com impacto na gestão do fundo de pensões ...................................................... 11 2.3 Política de investimento: objectivos e princípios ................................................................... 32 2.4 Cumprimento dos princípios e regras prudenciais ................................................................. 34 2.5 Comparação dos limites de exposição e da alocação estratégica com a alocação actual .......... 35 2.6 Evolução da estrutura da carteira de investimentos .............................................................. 36 2.7 Rendibilidade e níveis de risco do fundo de pensões ............................................................. 39 2.8 Benchmarks de performance e resultados ............................................................................ 41 2.9 Gestão dos riscos materiais a que o fundo se encontra exposto ............................................ 43 2.10 Utilização de produtos derivados ......................................................................................... 47
3 Demonstrações Financeiras ....................................................................................................... 49 3.1 Demonstração da Posição Financeira ................................................................................... 49 3.2 Demonstração de Resultados .............................................................................................. 50 3.3 Demonstração de Fluxos de Caixa ....................................................................................... 51 3.4 Notas às Demonstrações Financeiras ................................................................................... 52
1 Identificação do fundo de pensões, planos de pensões, associado e entidade gestora ........... 52 2 Alterações aos planos de pensões ocorridas no exercício ..................................................... 53 3 Bases de apresentação e principais políticas contabilísticas .................................................. 53 4 Regime fiscal aplicável ao fundo de pensões....................................................................... 56 5 Riscos associados à carteira de investimentos..................................................................... 57 6 Inventário dos investimentos a 31/12/2015 com indicação do justo valor ............................. 58 7 Investimentos ................................................................................................................... 58 8 Devedores e Credores ....................................................................................................... 58 9 Acréscimos e Diferimentos ................................................................................................ 60 10 Provisões para outros riscos e encargos ............................................................................. 60 11 Contribuições ................................................................................................................... 60 12 Benefícios pagos ............................................................................................................... 63 13 Ganhos líquidos dos investimentos ..................................................................................... 65 14 Rendimentos líquidos dos investimentos............................................................................. 65 15 Outros rendimentos e ganhos ............................................................................................ 66 16 Outras despesas ............................................................................................................... 66 17 Transacções envolvendo o fundo e o associado ou empresas com este relacionadas ............. 66 18 Garantias por parte da entidade gestora ............................................................................ 67
4 Certificação do Revisor Oficial de Contas do Fundo de Pensões ................................................... 68 5 Anexos .................................................................................................................................... 69
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 3
1 Enquadramento Macroeconómico
1.1 Enquadramento Internacional
De acordo com o FMI, a economia global terá crescido 3,1% em 2015, um desempenho abaixo das
expectativas iniciais e do ritmo de crescimento no ano anterior, condicionado sobretudo pelo
abrandamento nos mercados Emergentes, uma tendência que se repete há cinco anos consecutivos, e à
queda dos preços da energia e outras commodities. As economias Desenvolvidas mantiveram um
crescimento modesto, o qual reflecte um baixo crescimento da produtividade, níveis elevados de dívida
pública e privada e tendências demográficas adversas.
Evolução do Crescimento Global
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Mundo Economias avançadas Economias Emergentes
Fonte: FMI, World Economic Outlook Update, Janeiro de 2016
A economia dos EUA seguiu um padrão de crescimento heterogéneo ao longo do ano, tendo o PIB
registado um crescimento real de 2,5%, segundo o FMI. No 1º trimestre, o crescimento foi marginal,
penalizado, por um lado, por efeitos transitórios como o impacto de condições climatéricas extremamente
adversas ou o encerramento de portos e, por outro, pelo corte no investimento do sector energético em
consequência da queda do preço do petróleo. Contudo, a procura interna viria a recuperar nos meses
seguintes, sobretudo o consumo privado, beneficiando do dinamismo do mercado de trabalho, com a
taxa de desemprego a cair para 5,0% no final do ano, e do imobiliário. Não obstante, o ritmo de
crescimento viria novamente a abrandar nos últimos meses do ano. A procura externa foi condicionada
pela força do dólar e pela incerteza em vários mercados Emergentes, enquanto a procura interna sofreu
o impacto de uma correcção da variação de existências, na sequência da acumulação de inventários.
Estes factores adiaram progressivamente a decisão da Reserva Federal em iniciar a normalização das
taxas de juro. A primeira subida de taxas, após um período extraordinário de praticamente sete anos de
taxas zero, apesar de aguardada mais cedo, ocorreu apenas em Dezembro.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 4
Na Europa, o ritmo da recuperação permaneceu moderado, associado a níveis de endividamento e
crédito malparado persistentemente elevados. De acordo com as previsões de Inverno da Comissão
Europeia, a Zona Euro cresceu 1,6% em 2015, tendo acelerado do crescimento de 0,9% registado em
2014. No seu conjunto, a UE cresceu 1,9%, o que compara com 1,4% em 2014.
Este desempenho foi suportado pelas várias componentes da despesa. O consumo privado foi o principal
contribuidor, beneficiando da redução dos custos com a energia e da melhoria generalizada do mercado
de trabalho na região. O investimento privado foi favorecido pela redução dos custos de financiamento,
enquanto a despesa pública registou um ligeiro contributo positivo, num contexto no qual a política fiscal
deixou de ser restritiva, passando a ser caracterizada como neutral. A procura externa, por fim,
beneficiou do efeito desfasado da desvalorização do euro, mais significativo durante o 1º semestre. No
2º semestre, as exportações resistiram a um cenário de redução do comércio internacional e de maior
incerteza em várias economias emergentes.
O padrão de crescimento Zona Euro continua a ser desigual entre as várias economias. Segundo as
estimativas da Comissão Europeia, enquanto a Alemanha manteve um crescimento similar à média da
região (1,7%), a procura interna sustentou um crescimento moderado em França (+1,1%) que permitiu
à segunda maior economia da UEM quebrar um período alargado de estagnação. Na Periferia, vários
países beneficiaram da implementação de reformas estruturais e obtiveram uma recuperação assinalável,
casos da Irlanda (+6,9%) e Espanha (+3,2%). Embora em menor grau, Itália cresceu 0,8% e
interrompeu três anos consecutivos de recessão. Na Grécia, um conturbado processo político voltou a
questionar a presença na moeda única e desencadeou o encerramento temporário de todo o sistema
financeiro e a imposição de controlo de capitais, o que levou o país a nova retracção (-2,3%) após uma
breve retoma em 2014 ter interrompido 5 anos de recessão.
O processo de desinflação continuou em 2015, com os preços a subirem apenas 0,2% na Zona Euro
(igual à UE) muito condicionados pela forte queda dos preços da energia. Retirando as componentes
mais voláteis do cabaz de consumo, a alimentação e a energia, a inflação ficou nos 0,9%, ainda assim
muito aquém do objectivo do BCE (inferior, mais perto de 2%). A persistente ausência de inflação, o que
dificulta o processo de desalavancagem dos agentes públicos e privados, conduziu o BCE a tomar
medidas sem precedentes, nomeadamente a implementação, a partir de Março, de um programa de
compra de activos no montante mensal de 60 mil milhões de euros, predominantemente dívida soberana,
até a inflação se encontrar em linha com o objectivo, e um novo corte da taxa de depósito em Dezembro
para -0,30%.
Após um crescimento nulo em 2014, o Japão cresceu 0,6% em 2015, de acordo com o FMI. O programa
de políticas alinhadas para reanimar a inflação denominadas como “Abenomics” estimulou a recuperação
económica. A procura interna beneficiou da queda dos preços da energia e do desemprego reduzido,
enquanto a procura externa foi suportada pelo impacto da desvalorização acumulada do iene nos anos
anteriores, o qual permaneceu relativamente estável em 2015, o que compensou a incerteza na China. O
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Banco do Japão manteve inalterado o volume de compra de activos, procedendo apenas a pequenos
ajustamentos no sentido de flexibilizar a política monetária. Contudo, a inflação manteve-se bastante
longe do objectivo de 2%, com uma variação positiva de 0,2% (ou 0,8%, se excluirmos alimentação e
energia).
De acordo com o FMI, o crescimento das economias emergentes abrandou de forma significativa em
2015 (4,0%) face a 2014 (4,6%), muito condicionado pelos receios de uma travagem mais brusca na
economia chinesa e pela forte queda generalizada das commodities.
A desaceleração na China decorreu dentro das expectativas, inserindo-se no processo de
rebalanceamento da economia, no sentido de maior peso do consumo privado e do sector terciário, em
detrimento do investimento e da indústria. O crescimento do PIB abrandou para 6,9%, de 7,3% em
2014. No entanto, vários factores criaram muitas dúvidas da capacidade das autoridades em gerir este
processo de forma suave, nomeadamente a volatilidade no mercado accionista com a deflação de uma
bolha a partir de Junho, saídas de capital de forma sustentada e, sobretudo, a introdução, em Agosto, de
um novo mecanismo de fixação cambial no sentido de melhor reflectir as forças de mercado. O Yuan
desvalorizou-se 4,6% face ao dólar, a maior desvalorização em mais de duas décadas, o que
perspectivou o risco da China entrar na chamada guerra global de desvalorizações competitivas, algo que
a confirmar-se revelar-se-ia bastante deflacionista.
O desempenho decepcionante da economia brasileira esteve igualmente em destaque. A contracção de
3,8% não se ficou a dever apenas à queda das matérias-primas exportadas pelo país, mas também a
toda a incerteza política desencadeada com a investigação à Petrobrás, a qual revelaria um impacto mais
profundo e prolongado do que se esperava inicialmente. No mesmo sentido, a Rússia caiu em recessão
com o PIB a contrair-se 3,7%, reflexo do colapso do preço do petróleo e das sanções económicas ainda
em vigor no contexto de tensões geopolíticas por resolver. A Índia, por seu turno, terá sido um caso raro
no qual o crescimento se manteve robusto (7,3%), favorecido com um conjunto de reformas estruturais
que permitiram consolidar o estatuto de grande economia global com o maior crescimento.
Um dos aspectos mais marcantes do ano de 2015 foi novamente o desempenho dos preços do petróleo,
que registaram uma queda abrupta na segunda metade do ano, de cerca de 46% entre Maio e
Dezembro. Esta tendência foi sobretudo provocada pelo lado da oferta. Os países que constituem a
OPEP, outrora responsáveis por um efeito regulador no mercado, compensando o excesso de produção,
não alteraram os níveis de produção, nem tão pouco referiram qualquer objectivo ou máximo, dando
assim a entender não pretenderem limitar a produção de forma a controlar os preços do petróleo. Para
além disso, a procura nos países importadores não reagiu à queda do preço de forma similar a episódios
passados.
Ao longo do ano voltou a assistir-se à intensificação dos riscos geopolíticos, com potenciais impactos de
desestabilização das economias desenvolvidas. Na Europa, assume particular relevo o influxo de mais de
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um milhão de migrantes, decorrente da manutenção da guerra civil na Síria e da propagação deste
conflito para geografias adjacentes controladas pelo autoproclamado Estado Islâmico. Associado a este
fenómeno, atentados terroristas tornaram-se mais disseminados pelo globo e ressurgiram movimentos
políticos populistas ou independentistas.
1.2 Enquadramento Nacional
A economia portuguesa em 2015 consolidou a tendência de crescimento que vinha desde final 2013. De
acordo com as estimativas de Inverno da Comissão Europeia, o PIB cresceu 1,5% em termos reais, após
ter registado um crescimento de 0,9% em 2014. O padrão de crescimento terá sido menos equilibrado,
uma vez que o principal contribuidor residiu no consumo privado, enquanto as exportações líquidas, à
semelhança do ano anterior, registaram um contributo negativo. O ritmo da expansão foi mais dinâmico
no 1º semestre, período no qual o PIB cresceu em cadeia 0,5% em cada trimestre, enquanto no 3º
trimestre o crescimento foi nulo com a desaceleração da procura interna. Desta forma, pelo segundo ano
consecutivo, a economia nacional cresceu em linha com o crescimento registado para a Zona Euro.
A evolução do PIB teve subjacente um comportamento do consumo privado como a variável mais
dinâmica da despesa, tendo acelerado para 2,6%, face a 2,2% no ano anterior. Este desempenho é o
mais elevado desde 2004, embora o consumo privado ainda se encontre num patamar inferior a 2008, e
resultou simultaneamente de dois factores. Em primeiro lugar, o incremento do rendimento disponível
das famílias, suportado pela melhoria do mercado laboral. A taxa de desemprego desceu para 11,9% no
3º trimestre, o que compara com 13,5% no final de 2014 e 17,5% no pico atingido no 1º trimestre de
2013. Em segundo lugar, a taxa de poupança voltou a reduzir-se. Segundo o INE, a poupança das
famílias atingiu 4,0% no 3º trimestre de 2015, um mínimo desde pelo menos 1999. O dinamismo do
consumo reflectiu sobretudo a evolução dos bens de consumo duradouro, a qual embora tenha
desacelerado no 3º trimestre significativamente para 7,3%, superou o crescimento de 1,9% dos bens e
serviços de consumo corrente. No caso dos bens duradouros, as vendas de veículos automóveis de
passageiros cresceram 13,6% em Dezembro. O índice de volume de negócios deflacionado no comércio a
retalho de bens duradouros cresceu 2,0% em termos homólogos a Novembro de 2015.
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Evolução do PIB
-5,0%
-4,0%
-3,0%
-2,0%
-1,0%
0,0%
1,0%
2,0%
3,0%
4,0%
mar-05
set-05
mar-06
set-06
mar-07
set-07
mar-08
set-08
mar-09
set-09
mar-10
set-10
mar-11
set-11
mar-12
set-12
mar-13
set-13
mar-14
set-14
mar-15
set-15
Trimestral Homóloga
Fonte: INE
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) acelerou para 4,3%, o que compara com 2,8% em 2014. Esta
evolução beneficiou da inversão do investimento em construção, o qual interrompeu uma tendência de
redução durante mais de uma década com uma variação homóloga de 4,3% em Novembro de 2015.
Nesse sentido, as vendas de cimento para o mercado nacional cresceram 7,2% à mesma data. A FBCF
continuou a beneficiar do comportamento do investimento em material de transporte (em forte
aceleração) e máquinas e equipamentos (manteve um crescimento estabilizado nos 2,6%).
No que respeita às exportações, registou-se em 2015 uma aceleração do crescimento para 4,9% de
3,9% no ano anterior (estimativas da Comissão Europeia), que beneficiou de comportamento similar da
componente de bens e da componente de serviços. De acordo com dados do Banco de Portugal a
Novembro de 2015, as exportações de bens aumentaram 4,1%, e, excluindo-se os combustíveis, o
crescimento foi de 5%. De entre os sectores exportadores de bens, o destaque vai para os bens de
equipamento, cujo crescimento se saldava nos 7,0%. Este desempenho das exportações é mais
assinalável tendo em conta a forte retracção de mercados como Angola e Brasil, para onde as
exportações caíram 33% e 10% respectivamente. Em resultado, o peso do comércio intra-UE aumentou,
o que reflecte igualmente o forte dinamismo das exportações para Espanha (+10,9%) e Reino Unido
(+14,0%). No que respeita à exportação de serviços, destaca-se o forte crescimento da sua principal
componente, as exportações de viagens e turismo, que cresceu 10,1%.
As importações, por seu turno, registaram um comportamento consentâneo com a maior dinâmica das
componentes da procura interna com maior conteúdo importado, nomeadamente a FBCF em material de
transporte e em máquinas e bens de equipamento e o consumo de bens duradouros. Assim, as
importações aceleraram 6,5% e deverão aportar o contributo para o crescimento anual do PIB mais
negativo desde 2010. Esta evolução não é mais adversa devido à forte queda do preço dos combustíveis.
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1.3 Evolução dos Preços
Os preços no consumidor registaram uma inversão da queda do ano anterior, em linha com a evolução
da procura interna e do mercado de trabalho. No entanto, a tendência de subida foi limitada pela
ausência de pressões inflacionistas vindas do exterior e a diminuição dos preços das importações e pelo
ainda persistente excesso de capacidade produtiva da economia nacional. Assim, em 2015, os preços,
com a taxa de variação média anual do IPC a subir 0,5%, face a um decréscimo de 0,3% em 2014.
O incremento da taxa de variação do IPC foi sobretudo determinado pela evolução do preço dos produtos
alimentares não transformados, cuja variação média anual passou de -2,1% em 2014 para 1,9% em
2015, compensando a queda de 3,6% dos produtos energéticos que aceleraram a tendência de
decréscimo que vinha do ano transacto (-1,4% em 2014). No que respeita à variação dos preços das
categorias de bens e serviços, verificou-se em 2015 um crescimento médio anual dos preços dos serviços
de 1,3% (0,8% em 2014), enquanto a variação média dos preços dos bens decresceu 0,1% (face a uma
variação -1,1% em 2014).
No que respeita à inflação subjacente, ou seja, retirando as componentes voláteis dos bens energéticos e
alimentares não transformados, verificou-se alguma tendência de subida, embora limitada, passando de
uma variação de 0,1% em 2014 para 0,7% em 2015.
O IHPC, o índice utilizado para comparações internacionais cuja estrutura de ponderação difere da do IPC
por incluir a despesa de não residentes no país e excluir a despesa de residentes no exterior, apresentou
uma taxa de variação média anual de 0,5% em 2015 (-0,2% em 2014). O diferencial entre a taxa média
anual do IHPC de Portugal e da Zona Euro situou-se em -0,5% em 2015 (-0,6 p.p. em 2014).
Evolução da Inflação
-2
-1
0
1
2
3
4
5
fev-09
mai-09
ago-09
nov-09
fev-10
mai-10
ago-10
nov-10
fev-11
mai-11
ago-11
nov-11
fev-12
mai-12
ago-12
nov-12
fev-13
mai-13
ago-13
nov-13
fev-14
mai-14
ago-14
nov-14
fev-15
mai-15
ago-15
nov-15
Mensal Homóloga Média
Fonte: INE
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1.4 Mercados Financeiros
No que respeita aos mercados financeiros, o ano de 2015 revelou-se mais desafiante em obter retornos
positivos na generalidade das classes de activos, apesar da ampla liquidez proporcionada pelas políticas
monetárias expansionistas dos principais blocos económicos, com especial ênfase da Zona Euro. Outra
das características de 2015 foi o ressurgimento da volatilidade, associada a factores interdependentes
como receios de crise nos mercados Emergentes, colapso do preço das commodities e o início do ciclo de
subidas de taxas pela Reserva Federal.
Os principais índices accionistas registaram desempenhos distintos em 2015. Os mercados europeu
(MSCI Europe) e japonês (Nikkei) obtiveram ganhos de 5,5% e 9,1%, respectivamente. Em Portugal,
após ter caído 26,8% no ano transacto, o índice PSI-20 recuperou 10,7%. Por seu turno, o índice da
MSCI para os mercados emergentes mostrou, em 2015, uma queda de 17,0% em dólares, muito superior
à observada no ano anterior (-4,6%).
Em 2015, as taxas de rendibilidade da dívida pública da zona euro registaram uma ligeira subida mas
mantiveram-se a níveis muito reduzidos. Após atingir novos mínimos desde a criação da Área do Euro em
Abril, os yields viriam a subir em reflexo de menores riscos de deflação. Em Portugal, a tendência foi de
ligeira redução devido a um decréscimo do respectivo prémio de risco. A acção do BCE de corte da taxa
de depósito voltou a ser determinante para o comportamento das taxas Euribor que registaram quedas
no ano, para novos mínimos, com os prazos até aos 6 meses a encerrar em níveis negativos.
O início do ciclo de subida de taxas por parte da Fed, em oposição à política monetária expansionista
vigente na maioria dos restantes blocos globais, levou o dólar a registar uma apreciação face às
principais moedas. A adopção de novas medidas expansionistas por parte do BCE conduziu,
adicionalmente, a uma depreciação em 10,2% do euro em relação à moeda norte-americana. No mesmo
sentido, as moedas Emergentes intensificaram a tendência de desvalorização acumulada pelo menos
desde os 2 anos anteriores, com destaque para a queda de 49% do Real brasileiro e 33,7% do Rand da
África do Sul.
No que respeita às commodities, os preços caíram 35,3% em 2015, de acordo com o índice geral
publicado pelo FMI. Do conjunto destes activos, destaca-se a queda da energia (-45%) enquanto as
commodities não energéticas registaram uma correcção menos agressiva (-17%). Dentro deste
subgrupo, a descida nas commodities agrícolas (-15%) foi menor do que a dos metais (-23%).
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2 Relatório de Gestão
2.1 Composição da carteira a 31/12/2015
Valor Global do Fundo 6.071.633 €
Número de UP's 1.001.669
Valor UP 6,0615 €
Informação Geral
Yield Médio Spread Médio*
Imobiliário -3,67% -354
Obrigações 2,66% 279
Liquidez 1,13% 126
Fundo 2,20% 233
* Sobre Euribor a 3 meses (medido em pontos base)
Características da Carteira
Evolução Valor UP
4,4000
4,6000
4,8000
5,0000
5,2000
5,4000
5,6000
5,8000
6,0000
6,2000
6,4000
Asset Allocation
Acções16,2%
Taxa Fixa36,1%
Taxa Variável26,3%
Imobiliário4,3%
Outros13,2%
Liquidez4,0%
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Valor da quota-parte do fundo
Adesão / Plano de Pensões Valor da quota-parte
Individuais 405.323 €
Banif Mais 1.226.883 €
BBI e Associadas 2.435.277 €
Towers Watson 10.940 €
Altran - €
OROC 1.987.124 €
Grupo BANIF – Benefícios Flex 6.085 €
2.2 Alterações com impacto na gestão do fundo de pensões
Janeiro
Em Janeiro, à medida que a queda do preço do petróleo aumentou os riscos de deflação, o mês ficou
marcado pela resposta do BCE que apresentou um plano de compra de activos superior ao esperado e
que contribuiu para forte queda do euro (-6,7% contra o dólar). As acções europeias foram as principais
beneficiadas. Na zona euro, a intensificação da depreciação do euro e da queda do petróleo poderão
estar a suportar uma retoma do sentimento. O indicador de actividade (PMI) preliminar de Janeiro subiu
mais do que se esperava, em 0,8 para 52,2, o nível mais elevado desde Agosto, enquanto na Alemanha,
o índice de confiança dos empresários (IFO) subiu pelo terceiro mês consecutivo. Simultaneamente, o
BCE divulgou o relatório sobre o crédito bancário que denotou uma melhoria da procura por crédito e um
aliviar das condições de concessão de crédito. Entretanto, Espanha revelou o crescimento do quarto
trimestre de 0,7%, o mais elevado desde o segundo trimestre de 2008, e confirmou que se trata da
economia com maior crescimento na Zona Euro a seguir à Irlanda. Contudo, a inflação homóloga entrou
em terreno mais negativo (de -0,2% para -0,6%) e, mais grave ainda, as expectativas de inflação
continuaram a derrapar. Desta forma, Mario Draghi anunciou um programa de compra de activos de
€60.000 milhões por mês até Setembro de 2016 ou até a trajectória da inflação ser consistente com o
objectivo do BCE. Este programa irá incluir, para além de ABS e Covered Bonds (já a decorrer), dívida
pública e equiparada. Desta forma, o BCE avança com um estímulo monetário (muito superior às
expectativas já elevadas) de perto de 10% do PIB. Na Grécia, as eleições conduziram a uma solução
governativa, através da coligação entre o Syriza e o movimento Gregos Independentes. Após a tomada
de posse, o novo governo adoptou um discurso agressivo relativamente aos credores europeus e
anunciou um conjunto de medidas que contrariam o sentido do programa de resgate. Na Suíça, o SNB
decidiu abandonar o tecto do câmbio do franco suíço face ao euro de 1,20€, numa medida
verdadeiramente surpreendente dado ainda há menos de um mês ter prometido defender o tecto “com a
maior determinação”. Simultaneamente, o SNB cortou a taxa de depósito em 50pb para -0,75% de forma
a estancar a previsível apreciação do CHF, o que não evitou ainda assim que o franco valorizasse para a
paridade com o euro.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 12
Nos EUA, o dinamismo da economia arrefeceu no final do ano mas mantém-se bastante saudável. O PIB
do quarto trimestre abrandou para 2,6%, após um crescimento recorde de 5,0% no trimestre anterior.
Este abrandamento, embora maior do que o esperado, surge na sequência da forte valorização do dólar,
a qual impulsionou importações e veio confirmar um conjunto de indicadores, como a descida do
indicador de actividade (ISM) de um máximo de 58,7 para 55,5 em Dezembro, ou quedas de vendas a
retalho e encomendas de bens duradouros. Ainda assim, o mercado de trabalho manteve a forte
tendência com uma nova forte criação de emprego e descida da taxa de desemprego em 0,2% para
5,6%. No entanto, apesar desta melhoria, os salários recuaram, sinal de que não existem ainda pressões
salariais. Tal como largamente antecipado, a Reserva Federal não alterou a política monetária na reunião
a 28 de Janeiro, e reiterou que terá “paciência” a iniciar o ciclo de subida de taxas. Embora reconheça
melhorias na economia e no mercado de trabalho, a Fed fez uma referência a “eventos internacionais” o
que poderá significar que o movimento global de estímulos monetários muito agressivos e o impacto no
dólar poderão condicionar uma subida de taxas nos EUA.
Neste contexto, nas acções, o mês ficou marcado pelo forte desempenho da Europa face aos restantes
blocos, suportada pelo programa do BCE. O Eurostox50 reverteu a tendência recente e recuperou 6,5%,
enquanto nos EUA, o S&P500 corrigiu 3,1% e no Japão, o Nikkei subiu 1,3%. Na Europa, os sectores
mais cíclicos foram os mais beneficiados, em detrimento do sector financeiro e tecnológico. Nos
Emergentes, por seu turno, o MSCI Emerging Markets ganhou 0,6%, condicionado pelo impacto da
depreciação das moedas emergentes e das commodities. Na taxa fixa, a tendência de descida dos yields
manteve-se imperturbável, independentemente da maior ou menor aversão ao risco. Por um lado, a
descido do preço do petróleo reforça os receios de deflação. Por outro, o ritmo e o volume de compras
anunciados pelo BCE reforçaram o movimento dos yields dos Bunds. A 10 anos, a descida foi de 24pb
para 0,30% (um novo mínimo histórico), enquanto nos 2 anos, a queda foi de 9pb para -0,18%. No
mesmo sentido, nos EUA os Treasuries a 10 anos caíram 53pb para 1,64%. A dívida pública periférica
registou um desempenho negativo, apesar do forte programa de QE apresentado pelo BCE. Poderá
afirmar-se que os spreads já estariam a descontar um plano agressivo e que corrigiram o forte rally dos
meses anteriores. Os eventos na Grécia também terão contribuído, mas o contágio foi limitado. A dívida
italiana reduziu o spread para Espanha: nos 10 anos, o prémio de risco da Itália face à Alemanha
estreitou 6pb para 120pb, enquanto em Espanha alargou 5pb e em Portugal 19pb para 112pb e 234pb,
respectivamente. Mesmo assim, todos os índices de dívida pública Effas/Bloomberg dos países da zona
euro registaram ganhos, à excepção da Grécia que perdeu 6,6%. O desempenho do crédito esteve
limitado pela elevada actividade no mercado primário e pelo facto do programa do BCE não incluir, para
já, obrigações de crédito. No Investment Grade, o excesso de retorno sobre a Alemanha foi negativo,
embora a classe se mantenha com volatilidade muito reduzida. O sector financeiro fez underperformance,
reflexo de indicações do BCE de objectivos individuais para alguns bancos sistémicos que sugeriram
níveis de capitalização pouco confortável. No High Yield, o spread do índice JP Morgan Euro HY estreitou
10pb para os 477pb enquanto na dívida subordinada, o índice iBoxx € Tier1 manteve-se inalterado nos
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 13
69,5%. Por fim, na classe de dívida emergente em moeda local, o índice JPMorgan GBI-Local Currency
ganhou 0,3% (quando medido em USD), penalizado pela queda das moedas emergentes (-2,9%) que
mitigou o impacto da descida de yields (-60pb, para 5,90%).
Fevereiro
Em Fevereiro, a incerteza e o impasse das negociações na Grécia durante várias semanas não impediram
os activos de risco de manterem a tendência bastante favorável. O pano de fundo de estímulos
monetários sem precedentes e crescimento global moderado mantém elevado o apetite por activos de
risco, algo que seria reforçado com a estabilização do petróleo (o preço do Brent subiu 16% neste mês) e
pela conclusão de um entendimento (por agora) na Grécia. O risco de deflação (ou de inflação
demasiado baixa) tem conduzido os bancos centrais a políticas cada vez mais agressivas, numa tentativa
de competir na desvalorização cambial. Em Fevereiro, Austrália, Dinamarca e vários emergentes como
China, Turquia, Israel, Indonésia e Roménia cortaram taxas, o que significa que cerca de 16 países já o
fizeram em 2015, ao que acresce o Quantitative Easing do BCE. Adicionalmente, o Riksbank, na Suécia,
tornou-se no primeiro banco central a cortar a principal taxa directora (e não apenas a taxa de depósito)
para valores negativos (-0,10%). Após uma maratona negocial, a Grécia e a União Europeia chegaram a
acordo para estender o empréstimo do programa de assistência por mais 4 meses. O Governo grego terá
sido obrigado a recuar e comprometeu-se a não reverter qualquer medida tomada na anterior
administração e apresentou uma lista de reformas a implementar, enquanto o Eurogrupo prometeu
alguma “flexibilidade” não especificada na definição dos objectivos orçamentais.
Na Zona Euro, a depreciação do euro e do petróleo e as condições financeiras sem precedentes começam
a ter impacto, ainda que moderado, na economia e nos índices de confiança. O indicador de actividade
(PMI) compósito de Janeiro atingiu o valor de 52,6, o máximo desde Julho, e o índice preliminar de
Fevereiro voltou a subir para 53,5, superando as expectativas. Na Alemanha, apesar de menor do que o
esperado, o indicador de confiança dos empresários (IFO) subiu pelo quarto mês consecutivo. O
crescimento trimestral do PIB no quarto trimestre acelerou ligeiramente para 0,3%, o que compara com
0,2% no terceiro trimestre. Este crescimento, suportado sobretudo pelo crescimento de 0,7% na
Alemanha e Espanha, foi mitigado pelos números anémicos de França (0,1%) e Itália (0,0%) o que se
traduz numa aceleração em termos agregados da Zona Euro insuficiente para reduzir o risco de deflação.
Nos EUA, factores extraordinários como o mau tempo na Costa Leste ou greves nos portos da Costa
Oeste podem explicar um abrandamento visível na descida do índice de actividade do sector industrial
(ISM) de Janeiro de 2 pontos, para 53,5, ou dados relativos ao consumo, tal como vendas a retalho e
confiança do consumidor que caíram em Janeiro e desapontaram as expectativas. No entanto, os
indicadores de actividade mantêm-se em níveis bastante saudáveis e o mercado de trabalho mantém um
forte dinamismo, com a criação de 257 mil postos de trabalho em Janeiro e fortes revisões dos 2 meses
anteriores. Geraram-se mais de um milhão de empregos nos últimos 3 meses, o que constitui a melhor
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 14
série desde 1997. No discurso semestral no Congresso, Janet Yellen defendeu que se as condições
económicas continuarem a melhorar como se antecipa, a Reserva Federal deverá alterar o forward
guidance ao retirar a palavra “paciência” do comunicado das reuniões. Contudo, simultaneamente,
alertou que isso não significa que uma subida de taxas esteja iminente e que essa medida irá requerer
maior visibilidade sobre a sustentabilidade da recuperação económica e da inflação. Yellen pretendeu
assim aumentar a flexibilidade da linguagem da Fed e deixar claro que futuros passos estão dependentes
dos dados económicos.
Neste contexto, após um forte desempenho em Janeiro, os ganhos alargaram-se em Fevereiro aos
principais mercados accionistas. O S&P500 retomou os ganhos no ano (+5,5% no mês), enquanto no
Japão o Nikkei acelerou 6,4% e nos Emergentes, os ganhos foram mais modestos, com o MSCI Emerging
Markets a subir 3,0%. Ainda assim, a Europa voltou a liderar os ganhos com o Eurostoxx50 a suplantar a
subida do mês anterior com um ganho de 7,4% (14,4% este ano). A periferia fez alguma
outperformance, com destaque para o PSI20 (+10,6%) e o MIB30 em Itália (+9,0%). Em termos
sectoriais, o sector financeiro +14,7% e sectores cíclicos como o automóvel (+10,1%) e bens de
consumo (10,1%) apresentaram as melhores performances. Na taxa fixa, o principal destaque vai para a
subida dos yields dos Treasuries nos EUA, em linha com os sinais de que a Fed se estará a posicionar
para subir taxas ainda este ano. Nos 10 anos, os yields subiram 35 pontos base para 1,99%. Contudo,
esta subida não se reflectiu na Europa, com os 10 anos na Alemanha a subir apenas 3pb para 0,33%.
Esta resiliência dos Bunds, que se mantêm em máximos, deve-se sobretudo ao impacto antecipado com
as compras do BCE que deverão iniciar-se já em Março. Assim, os yields permanecem em mínimos e,
pela primeira vez, a Alemanha colocou uma emissão de dívida a 5 anos com uma taxa negativa. A dívida
pública periférica registou um forte desempenho, suportada igualmente pelo QE do BCE. A incerteza na
Grécia não introduziu qualquer contágio nos restantes países e a respectiva resolução contribuiu para
uma maior compressão de spreads, para além de um rally na própria dívida grega. A dívida portuguesa,
sendo uma das principais beneficiadas com o QE do BCE e oferecendo maior potencial de compressão,
acelerou o estreitamento: nos 10 anos, o spread para os Bunds caiu 84pb. Em Itália, o estreitamento foi
de 29pb para 100pb e em Espanha 19pb para 93pb. A performance menos impressionante da dívida de
Espanha pode ser vista à luz do risco político, numa altura em que o movimento “Podemos” lidera as
sondagens para as legislativas de Dezembro. O crédito acompanhou a tendência global de compressão
dos prémios de risco e acelerou a performance, num contexto de grande dinamismo do mercado
primário. No Investment Grade, o índice iBoxx Euro Corporates valorizou 0,7%, o que compara com um
retorno ligeiramente negativo da taxa fixa sem risco, a beneficiar de outperformance do sector financeiro.
No High Yield, o spread do índice JP Morgan Euro HY estreitou 48pb para os 429pb enquanto na dívida
subordinada, o índice iBoxx € Tier1 manteve-se inalterado nos 69,5%. Por fim, na classe de dívida
emergente em moeda local, o índice JPMorgan GBI-Local Currency perdeu 1,3% (quando medido em
USD), penalizado pela subida de yields (+26pb, para 6,15%).
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 15
Março
Em Março, o BCE iniciou o tão aguardado programa de compra de activos, deprimindo os yields longos
da dívida pública, que caíram para novos mínimos históricos. Enquanto isso, nos Estados Unidos, a
Reserva Federal voltou a sinalizar que pretende normalizar as taxas de juro. Contudo, ao reduzir as
estimativas de crescimento e inflação, ficou claro que terá dificuldade em fazê-lo. O Banco Central
Europeu confirmou que o programa de compra de dívida pública começaria no dia 9 de Março e que
poderia envolver obrigações com yields negativas até ao nível da taxa de depósito, actualmente em -
0,20%. Mario Draghi manteve um tom de optimismo relativamente às perspectivas económicas (expresso
nas novas estimativas) e ao sucesso do programa de Quantitative Easing. Ao longo do mês, o BCE viria a
comprar perto de €61bl entre dívida pública e privada (ABS e covered bonds), não se colocando para já
questões relativamente à execução do plano. Na zona euro, o momento económico está claramente a
melhorar e vários analistas têm revisto em alta as estimativas de crescimento. O indicador de actividade
(PMI) compósito subiu 0.7 pontos em Fevereiro, para 53,3 e, segundo o número preliminar de Março,
escalou para 54,1, o máximo dos últimos 46 meses. A recuperação económica europeia continua a ser
liderada sobretudo pela Alemanha, onde o índice de confiança da indústria (IFO) subiu pelo quarto mês
consecutivo e o indicador de confiança dos investidores ZEW subiu pelo quinto mês consecutivo, o
máximo desde Fevereiro de 2014. Na Grécia, as negociações com os credores sobre as reformas a
implementar avançaram muito pouco. A lista entregue pelo governo foi vista pelos credores como
incompleta e com parcos detalhes, pelo que continua a não se vislumbrar no imediato o desembolso dos
€7,2bl, montantes vitais para evitar o incumprimento no curto prazo. O Eurogrupo e vários líderes
europeus deixaram claro a sua impaciência e o seu Presidente, Jerome Dijsselbloem sugeriu mesmo a
possibilidade de introdução de controlo de capitais para evitar a saída da UEM. As autoridades gregas
terão pouca margem de manobra à luz da pressão na liquidez dos bancos com a contínua fuga de
depósitos, por um lado, e do Estado, por outro, devido a uma pior execução orçamental. A S&P reviu o
outlook da dívida pública de Portugal de estável para positivo mas manteve o rating em BB, o mais baixo
das três principais agências. Enquanto isso, a Fitch não alterou o rating de BB+ da dívida pública de
Portugal, mantendo igualmente o outlook positivo. A agência prevê um crescimento do PIB de 1,5% este
ano, insuficiente para reduzir o défice, estimado em -3,1% em contraste com a estimativa do governo,
de-2,7%. Estas previsões podem ser consideradas conservadoras à luz das novas estimativas do Banco
de Portugal, o qual estimou um crescimento do PIB de 1,7% em 2015, 1,9% em 2016 e 2,0% em 2017.
Nos EUA, vários factores extraordinários justificaram um forte abrandamento ao longo do primeiro
trimestre, entre eles o mau tempo, o encerramento de portos marítimos na costa oeste devido a greves e
o impacto do corte abrupto do investimento de produtores energéticos em face da queda do preço do
petróleo. A maioria dos indicadores revelados ficou aquém das expectativas. As vendas a retalho caíram
pelo terceiro mês consecutivo em Fevereiro, a confiança dos consumidores recuou pelo segundo mês
(apesar da melhoria do mercado de trabalho), a produção industrial apenas cresceu 0,1% após descidas
nos dois meses anteriores e a componente core das encomendas de bens duradouros desceu pelo sexto
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 16
mês. Ainda assim, os índices de actividade (ISM) mantiveram-se em terreno bastante saudável e o
mercado de emprego continuou a surpreender. A criação de 295 mil postos de trabalho em Fevereiro
constituiu o 12º mês consecutivo acima de 200 mil, a melhor série em 20 anos. A taxa de desemprego
desceu 0,2% para 5,5%, o mínimo desde meados de 2008. Tal como antecipado, a Reserva Federal
retirou do seu discurso a palavra “paciência” em relação ao timing para uma primeira subida da fed
funds. Contudo, Janet Yellen deixou claro não estar impaciente para iniciar esse ciclo, como ficou claro
na redução das estimativas de crescimento, inflação e das próprias taxas directoras. A intenção da Fed
foi manter a flexibilidade da política monetária, a qual continua dependente dos dados económicos.
Neste contexto, nas acções, repetiu-se a tendência de outperformance do mercado europeu face aos
EUA. O Eurostoxx50 beneficiou dos bons indicadores económicos e do BCE e encerrou o mês com um
ganho de 2,73%, enquanto nos EUA os índices atingiram novos mínimos no início de Março e acabariam
negativos (S&P -1,74%) a reflectir a força do dólar. No trimestre, o índice europeu acumulou ganhos de
17,5% contra 0,4% no S&P, a maior diferença favorável à Europa desde 2000. Outra tendência que se
repetiu foi a subida do Nikkei, o qual ultrapassou os 19.000 pontos pela primeira vez desde 2000, tendo
subido 2,18% no mês. Por fim, os Emergentes voltaram a registar um mês negativo, com o MSCI
Emerging Markets a descer 1,59%. Na taxa fixa, o início do programa de QE pelo BCE deu um novo
impulso aos preços da dívida pública alemã. Independentemente da melhoria das perspectivas
económicas, os yields a 10 anos desceram 15 pontos base para 0,18%, um novo mínimo histórico. A
curva manteve-se com taxas negativas até aos 7 anos. Nos EUA, após uma subida inicial com o forte
relatório de emprego, os yields seguiram uma tendência decrescente após a reunião da Fed e desceram
7pb nos 10 anos para 1,92%. A dívida pública periférica não acompanhou o ritmo de valorização da
dívida alemã. Mais do que a incerteza na Grécia, a classe foi alvo de mais-valias após um desempenho
muito significativo em 2015. Ainda assim, o alargamento de spreads foi ligeiro: +1pb em Portugal, +6pb
em Itália e +10pb em Espanha. Na Grécia a volatilidade manteve-se e o índice Effas/ Bloomberg de
retorno total perdeu 12,8% vs +1,1% na dívida nacional (a qual registou o maior desempenho a seguir à
Alemanha). O crédito assistiu a uma ligeira correcção, com os investidores a aproveitarem o final do
trimestre para a tomada de ganhos, enquanto, simultaneamente, o mercado primário manteve o grande
dinamismo. No segmento de Investment Grade, o índice iBoxx Euro Corporates desvalorizou 0,17% com
um outperformance muito ligeiro do sector financeiro. Em High Yield, o spread do índice JP Morgan Euro
HY alargou 10pb para os 439pb enquanto na dívida subordinada, o índice iBoxx € Tier1 manteve-se
inalterado nos 69,5%, o mesmo nível do início do ano. Por fim, na classe de dívida emergente em moeda
local, o índice JPMorgan GBI-Local Currency perdeu 3,0% (quando medido em USD), penalizado pela
subida de yields (+19pb, para 6,34%).
Abril
Várias tendências prevalecentes no primeiro trimestre com a euforia do programa de compra de activos
do BCE sofreram uma correcção em Abril. A inversão do preço do petróleo, que subiu quase 19% no mês
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 17
de Maio, e uma ligeira subida dos índices de inflação na Europa contribuíram para os yields dispararem
no final do mês, após atingirem novos mínimos históricos. Na mesma linha, a generalidade dos activos de
risco, como as acções ou a dívida periférica registaram um período de consolidação. O Banco Central
Europeu anunciou que ultrapassou marginalmente o objectivo de compra mensal de activos de € 60bl no
primeiro mês do programa. As compras de dívida pública, em linha com os rácios de capital de cada país
no banco central, concentraram-se em maturidades mais longas na periferia o que indiciou uma intenção
de obter curvas de rendimento mais planas. Mais tarde, a reunião do BCE não trouxe novidades
relevantes. Mario Draghi deu uma mensagem de optimismo, ao defender por um lado que os riscos para
a economia estão agora mais balanceados e que os receios relativamente à capacidade do BCE conseguir
implementar a totalidade do programa de compra de activos são excessivos.
Na Zona Euro, a reanimação da economia alargou-se também à periferia. Em Espanha, o primeiro país a
apresentar os números do PIB do primeiro trimestre, o crescimento acelerou para 0,9% no trimestre (ou
2,6% a nível homólogo) o nível mais elevado dos últimos 7 anos, enquanto em Itália, o indicador de
actividade (PMI) da indústria superou as expectativas pelo terceiro mês consecutivo com uma subida
para 53.3. Na restante região, apesar do PMI compósito de Abril ter interrompido a tendência de
recuperação e caído 0.5 para 53.5, as perspectivas permanecem positivas, até porque o índice de
confiança dos empresários (IFO) alemão contrariou este sinal e subiu para um máximo dos últimos 10
meses. Ademais, a inflação homóloga de Abril subiu para 0,0% e abandonou o terreno negativo, em
linha com a retoma dos preços da energia. Na Grécia, a turbulência manteve-se dado o impasse nas
negociações. As medidas apresentadas pelo Governo foram consideradas insuficientes pelos credores e
as expectativas de um acordo foram sucessivamente adiadas. Circularam rumores, entretanto negados,
que a liquidez do Estado se estaria a esgotar e que o governo se preparava para um cenário de default,
enquanto Tsipras por vezes enveredava por um discurso de antagonismo com os parceiros europeus.
Contudo, o sentimento melhorou no final do mês com o pagamento ao FMI de €450M dentro do prazo e,
sobretudo, com o afastamento do Ministro das Finanças da mediação, numa aparente tentativa de
desbloquear o processo.
Nos Estados Unidos, a travagem da economia nos primeiros três meses do ano foi superior ao que se
temia. Os principais indicadores divulgados ao longo do mês deixavam já antever um crescimento muito
fraco, tal como a queda do índice de actividade (ISM) de 52,9 para 51,5, o mínimo em quase 2 anos, a
revisão em baixa da criação de emprego em Janeiro e Fevereiro e um número de apenas 126 mil em
Março, a menor desde Dezembro de 2013 ou ainda vendas a retalho, produção industrial e encomendas
de bens duradouros que ficaram novamente aquém das expectativas. Assim, o PIB cresceu apenas 0,2%
no primeiro trimestre, resultado do impacto da valorização acumulada pelo USD nas exportações e do
corte no investimento na indústria energética desencadeado pela queda abrupta do preço do petróleo.
Em face deste maior abrandamento, a Reserva Federal não alterou de forma significativa o seu discurso,
mantendo a intenção de iniciar o processo de normalização das taxas de juro. Reconheceu que o
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 18
crescimento foi afectado por factores transitórios, mas mostrou-se confiante no cenário de crescimento
moderado e subida da inflação.
O PIB na China cresceu 7,0% no primeiro trimestre de 2015, após 7,3% no trimestre anterior, igualando
assim o consenso dos analistas. Contudo, trata-se do crescimento mais “modesto” desde o primeiro
trimestre de 2009 o que contribuiu para o Banco Popular da China cortar novamente a taxa de reservas
dos bancos no sentido de estimular o crescimento.
Neste contexto, os mercados de acções registaram comportamentos mistos. Os mercados Emergentes
lideraram os ganhos no mês, a beneficiar das medidas de estímulo monetário na China e expectativas de
medidas adicionais e reformas do sector empresarial público chinês, com o MSCI Emerging Markets a
disparar 7,51%. Nos desenvolvidos, os ganhos foram bastante moderados: no Japão, o Nikkei subiu
1,63% e nos EUA, o S&P contrariou o maior abrandamento e subiu 0,85% suportado por resultados de
empresas que superaram as estimativas de lucros. Na Zona Euro, o Eurostoxx50 caiu 2,21%. A incerteza
na Grécia e a subida rápida dos yields na Alemanha precipitaram uma correcção que ainda assim reduziu
os ganhos no ano para 14,9%. Na taxa fixa, após os yields dos Bunds a 10 anos terem registado um
novo mínimo histórico de 5pb, a taxa seguiu uma tendência de correcção e subiu para 0,37%, uma
subida de 19pb no mês e que coincidiu com a subida do preço do petróleo e a perspectiva de que a
inflação já terá invertido, para além da melhoria do sentimento na Grécia. Este movimento foi bastante
superior aos Treasuries a 10 anos onde a yield subiu 11pb para 2,03%. A dívida pública periférica
registou, pelo segundo mês, um desempenho fraco, com os spreads a 10 anos a alargarem de forma
moderada: +23pb em Portugal, +7pb em Itália e Espanha. Na Grécia, apesar da enorme volatilidade, o
índice Effas/ Bloomberg de retorno total recuperou 12,5%. O crédito voltou a estar suportado e realizou
um desempenho superior à taxa de juro sem risco, embora a liquidez se tenha reduzido. No Investment
Grade, a volatilidade manteve-se bastante reduzida e os índices iTraxx Main e Crossover a 5 anos
estreitaram 5pb e 11pb, respectivamente. No High Yield, o spread do índice JP Morgan Euro HY baixou
17pb para os 422pb enquanto na dívida subordinada, o índice iBoxx € Tier1 subiu ligeiramente 0,1 para
69,6%, mantendo igualmente uma volatilidade bastante reduzida. Por fim, na classe de dívida emergente
em moeda local, o índice JPMorgan GBI-Local Currency recuperou 2,92% (quando medido em USD),
suportado pela apreciação de 2,5% das moedas emergentes.
Maio
A tendência de forte subida dos yields iniciada em finais de Abril intensificou-se durante o mês de Maio e
condicionou o desempenho dos activos de risco, sobretudo na zona euro. Com a consolidação do
crescimento e o início da inversão da inflação, os investidores têm vindo a retirar de cima da mesa o risco
de deflação ou de japonização da economia europeia. Na zona euro, o PIB no primeiro trimestre cresceu
0,4% (1,0% em termos homólogos), o mais rápido desde início de 2011, com França e Itália, as
economias mais deprimidas até aqui, a surpreenderem favoravelmente. Em contraponto, a economia
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 19
alemã desacelerou mais do que se esperava, de 0,7% no quarto trimestre de 2014 para 0,3%, o que
ainda assim não invalida que a recuperação económica continue a ser liderada pela Alemanha, onde o
índice de confiança da indústria (IFO) subiu novamente em Maio. Esse processo de recuperação é agora
complementado pela clara melhoria da Periferia, como ficou expresso no índice PMI compósito final de
Maio, o qual subiu para o máximo dos últimos 12 meses. No entanto, a principal mensagem residiu nas
subidas expressivas em Espanha e Itália: mais 1 ponto para 55,8 e 54,8 (neste caso o quinto mês
consecutivo de melhoria para o máximo desde Abril de 2011). Entretanto, o ruído político continuou
elevado na Grécia, à medida que o tempo vai passando e nos aproximamos de datas de pagamento aos
credores (cerca de € 1600 ml ao FMI em Junho, e mais de € 7000 ml ao BCE em Julho/Agosto) e surgem
poucas indicações de aproximação entre as partes. Para além disto, o resultado das eleições regionais em
Espanha, apesar de não surpreender, reforçou a ideia da forte fragmentação política e que a incerteza se
deverá manter até às eleições legislativas, no final deste ano. As eleições no Reino Unido contrariaram as
sondagens e resultaram numa vitória clara dos Conservadores, o que afastou o cenário mais prejudicial
de impossibilidade de formação de uma solução governativa e impulsionou a libra face às principais
moedas.
Nos EUA, o crescimento do PIB do primeiro trimestre foi revisto para negativo (-0,7%) devido a um
maior défice comercial. Entretanto, os dados de actividade divulgados já relativos ao segundo trimestre
têm denotado alguma recuperação, embora aquém do se esperava. A criação de emprego voltou a
acelerar para cima dos 200 mil e a taxa de desemprego baixou para 5,4%. O indicador de actividade
(ISM) de serviços subiu para 57,8, o máximo desde Novembro. Contudo, vários indicadores mantêm-se
aquém das expectativas, tais como a produção industrial que caiu pelo quinto mês consecutivo, ou as
vendas a retalho que permaneceram inalteradas, não reflectindo a melhoria do mercado de trabalho e as
poupanças decorrentes da descida do preço da gasolina.
No Japão, o crescimento económico surpreendeu pela positiva (+0,6%) e o indicador de actividade da
indústria preliminar (PMI) recuperou, embora se mantenha em níveis modestos (50,9). A reunião do
Banco do Japão não trouxe novidades, embora alguns membros se mostrem menos convencidos que
seja atingido o objectivo de inflação (2%) em meados de 2016. A China voltou a cortar taxas de juro de
forma a estimular uma economia em abrandamento. O Banco Popular da China cortou as taxas de
empréstimo e depósito em 25pb, o terceiro corte desde Novembro.
Neste contexto, nos mercados de acções, o mês testemunhou performances diferenciadas nas diversas
geografias. Enquanto o mercado nos EUA se manteve com uma volatilidade reduzida e em ligeira
tendência ascendente (o S&P500 subiu 1,05% no mês e persiste perto dos máximos) na Europa os
mercados foram condicionados pelo movimento súbito de subida das yields e o Eurostoxx50 acabou o
mês no vermelho (-1,12%) com os sectores industriais, utilities e telecoms mais penalizados. Em
Portugal, o PSI20 caiu 4,19%. Nos Emergentes, a subida das yields dos Treasuries também foi detractora
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 20
do desempenho e o MSCI Emerging Markets tombou 4,28%. Por fim, o Japão liderou os ganhos com o
Nikkei a subir 5,38% a beneficiar da contínua desvalorização do iene (-4,5% face ao USD) e à percepção
que o Banco do Japão é o mais agressivo na condução da política monetária. Na taxa fixa, as yields dos
Bunds a 10 anos mantiveram a tendência do final de Abril de prenunciada subida. A subida de 18pb para
0,54%, foi acompanhada de um acréscimo significativo da volatilidade, em linha com condições de
liquidez anormalmente reduzida. Este movimento foi muito concentrado nos prazos mais longos, uma vez
que os 5 anos apenas subiram 2pb para 0,03%. Nos EUA, a subida dos Treasuries a 10 anos foi similar:
+15pb para 2,18%. A dívida pública periférica registou novamente um desempenho fraco. Apesar da
manutenção do programa de compra de activos pelo BCE, os spreads não acomodaram a subida das
yields na Alemanha e alargaram nos 10 anos de forma significativa: +33pb em Portugal, +25pb em
Espanha e +23pb em Itália. Na Grécia, a ausência de avanços e o aproximar de uma situação de ruptura
conduziu o índice Effas/ Bloomberg de retorno total a cair 8,5% vs -3,5% na dívida nacional. O crédito
voltou a estar suportado e realizou um desempenho superior à taxa de juro sem risco, embora a liquidez
se tenha reduzido e o retorno total tenha sido igualmente negativo. No Investment Grade, a volatilidade
manteve-se bastante inferior e os índices iTraxx Main e Crossover a 5 anos alargaram apenas 5pb e
10pb, respectivamente. O High Yield, por seu turno, mostrou forte resiliência. O spread do índice JP
Morgan Euro HY baixou inclusivamente 3pb para os 419pb e o retorno total acabou por ser positivo
(+0,18%), reflexo igualmente de uma duração reduzida da classe. Por fim, na dívida subordinada, o
índice iBoxx € Tier1 corrigiu 0,7% para 69,1%. Na classe de dívida emergente em moeda local, o índice
JPMorgan GBI-Local Currency perdeu 3,11% (quando medido em USD), condicionado tanto pela
depreciação de 1,8% das moedas emergentes como pela subida das yields (+18pb para 6,61%).
Junho
O mês de Junho ficou marcado pelos sucessivos adiamentos de um acordo na Grécia. O risco crescente
de saída do país da zona euro precipitou um forte movimento de aversão ao risco, transversal às várias
classes de activos da região. Na zona euro, os vários indicadores económicos apontam para um
crescimento da economia similar ao do primeiro trimestre (+0,4%). O indicador de actividade (PMI)
compósito desceu ligeiramente (0,3 para 53,6) em Maio mas voltaria a recuperar em Junho, segundo o
número preliminar, acima das expectativas devido à evolução na Alemanha e França que mais do que
compensou uma desaceleração na periferia. Simultaneamente, a inflação já inverteu a tendência
decrescente. Em Maio, o índice homólogo subiu de 0,3% para 0,7% na Alemanha, enquanto, a subida foi
de 0,0% para 0,3% no total da zona euro. Contudo, é esperada nova descida durante Junho. O BCE
manteve o seu cenário de recuperação económica, embora tenha referido que se tenha desvanecido
ligeiramente essa tendência. Adicionalmente, Mario Draghi não viu razões para considerar a redução do
plano de compra de activos, nem tão pouco para acelerá-lo em resposta à maior volatilidade recente nas
taxas de juro de mercado. Entretanto, a situação na Grécia deteriorou-se ao longo do mês. O governo
adiou os pagamentos ao FMI ao longo de Junho para o final do mês (com o qual viria a incumprir), ao
que se seguiu o abandono do FMI das negociações em Bruxelas. Enquanto isso, a fuga de depósitos
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 21
acelerou e obrigou o BCE a aumentar a linha de cedência de liquidez (ELA) de emergência. A ausência de
um acordo político viria a culminar na convocação surpreendente pelo Primeiro-ministro Alexis Tsipras de
um referendo sobre a aceitação das condições impostas pelo Eurogrupo e que precipitou a introdução de
controlo de capitais e o encerramento dos bancos até pelo menos à conclusão da consulta popular (5 de
Julho).
Nos EUA, os últimos dados confirmaram que o abrandamento no primeiro trimestre foi temporário. Em
Maio, o índice de actividade (ISM) subiu 1,3 pontos para 52,8 com o crescimento significativo das
encomendas e o relatório de emprego superou praticamente todas as expectativas com a criação de 280
mil postos de trabalho, o máximo dos últimos 5 meses, acompanhada de uma subida mais sustentada
dos salários. O consumo estará finalmente a recuperar, reflexo da melhoria do mercado de trabalho e
também do imobiliário. A despesa privada cresceu 0,9% em Maio, o maior aumento desde Agosto de
2009, e as vendas a retalho subiram 1,2% em Maio (com os dois meses anteriores a serem revistos em
alta), o que contribuiu para uma revisão do crescimento do PIB do primeiro trimestre de -0,7% para -
0,2%. No entanto, a recuperação do investimento poderá estar mais demorada, em linha com uma
subida mais fraca do que se esperava das encomendas de bens duradouros. A Reserva Federal não se
comprometeu com uma subida de taxas já em Setembro. Janet Yellen deixou claro que a economia terá
de mostrar maior dinamismo, de forma a permitir o início do ciclo de subidas de taxas de juro, um
processo que será gradual e dependente dos indicadores económicos. Desta forma, o timing da primeira
mexida de taxas continua em aberto e a Fed aproveitou ainda para cortar a estimativa de crescimento de
2015 e reduzir o ritmo esperado das subidas de taxas. Na China, as autoridades decidiram abandonar o
limite máximo do rácio de empréstimos sobre depósitos, em vigor desde 1995, de forma a manter o
dinamismo da concessão de crédito e estabilizar o crescimento económico perto dos 7%.
Neste contexto, nos mercados de acções, o mês testemunhou performances negativas nas diversas
geografias. Na Europa, o anúncio de referendo na Grécia desencadeou um movimento de aversão ao
risco nos dois últimos dias do mês e reverteu os ganhos ligeiros acumulados até então. O Eurostoxx caiu
4,1% em Junho e os ganhos no primeiro semestre foram mitigados para 8,83%. Os sectores mais
penalizados no mês foram o tecnológico, o retalho e as utilities. Nos EUA, a correcção no S&P500 limitou-
se a 2,1% num contexto de volatilidade bastante inferior. O índice apresenta um ganho marginal
(+0,20%) no acumulado do ano. No Japão, essa correcção foi ainda menor, com o Nikkei a descer
1,59%, o que corresponde a ganhos de 16% no 1º semestre. Por fim, nos Emergentes, o MSCI Emerging
Markets caiu 3,18%, mais penalizado pelo mercado chinês o qual entrou em território de bear market. Na
taxa fixa, a aversão ao risco do final do mês não foi suficiente para reverter o movimento de correcção
dos preços das obrigações core, tendência que vinha já do mês anterior e que foi acentuada após um
comentário de Mario Draghi a advertir que os investidores terão de se habituar a uma maior volatilidade
nas taxas de juro de mercado e que o BCE não planeava intervir para a reduzir. Assim, os yields dos
Bunds a 10 anos encerraram o mês a subir 28pb para 0,76%. Esta subida correspondeu a uma maior
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 22
inclinação da curva de rendimentos, uma vez que os 5 anos subiram apenas 8pb e os 2 anos ficaram
inalterados. Nos EUA, a subida dos Treasuries a 10 anos foi similar: +23pb para 2,35%. A dívida pública
periférica registou novamente um desempenho fraco. Ainda assim, o alargamento de spreads nos 10
anos foi mais limitado face ao mês anterior: +16pb em Portugal, +17pb em Espanha e +21pb em Itália.
Na Grécia, o risco de ruptura conduziu o índice Effas/ Bloomberg de retorno total a tombar 22,7% vs -
2,3% na dívida nacional. O crédito foi penalizado em linha com os restantes segmentos do risco. Embora
não se tenha assistido a vendas massivas ou movimentos demasiado agressivos, a classe registou o pior
desempenho mensal dos últimos 18 meses a 2 anos. No Investment Grade, os índices iTraxx Main e
Crossover a 5 anos alargaram 9pb e 44pb, respectivamente. O High Yield, por seu turno, registou o pior
retorno mensal dos últimos 2 anos. O spread do índice JP Morgan Euro HY disparou 61pb para os 480pb,
o máximo desde Fevereiro, e o retorno total negativo de 1,72% foi o pior desde Junho de 2013. Por fim,
na dívida subordinada, o índice iBoxx € Tier1 corrigiu 1,7% para 67,96%, a maior queda também desde
a mesma data. Na classe de dívida emergente em moeda local, o índice JPMorgan GBI-Local Currency
perdeu 1,22% (quando medido em USD), condicionado tanto pela depreciação de 0,85% das moedas
emergentes como pela subida dos yields (+22pb para 6,79%).
Julho
O mês de Julho ficou marcado pela ansiedade dos mercados financeiros com os riscos na Grécia e na
China. Estes receios viriam a acalmar na segunda metade do mês, conduzindo a uma recuperação
generalizada dos activos de risco. Na zona euro, a questão grega dominou todas as atenções no início do
mês. O risco de saída da zona monetária tornou-se iminente, após o “não” no referendo às condições do
resgate e a introdução de controlo de capitais. Contudo, a demissão do ministro das finanças grego
Yannis Varoufakis abriu espaço para uma negociação mais aprofundada, com o governo determinado a
evitar o cenário de Grexit. Após uma longa maratona negocial, os líderes europeus chegaram a um
acordo no dia 13 que permitirá o financiamento da Grécia durante os próximos 3 anos em 85 mil milhões
de Euros e assim afastar, pelo menos no curto prazo, o risco de saída do país da zona euro. Esse acordo
seria ratificado no Parlamento grego, desbloqueando um bridge loan de € 7bl que garantiu o pagamento
das dívidas ao BCE e FMI e a reabertura dos bancos, ainda que o controlo de capitais se mantenha. Em
termos económicos, a retoma do crescimento tem-se solidificado e os dados são consistentes com um
crescimento do PIB no segundo trimestre similar ao verificado no primeiro trimestre. O indicador de
actividade (PMI) compósito final de Junho subiu de 53,6 para 54,2, o máximo dos últimos 4 anos,
suportado por melhorias em França, Alemanha (em linha com nova subida do índice de confiança da
indústria, IFO) e Itália, o que contraria o esperado impacto da turbulência na Grécia. Na periferia, o
Banco de Itália e o governo espanhol reviram em alta estimativas para o PIB nos dois próximos anos. Na
reunião do BCE (dia 16), dominada pela questão grega, Mario Draghi pareceu mais defensivo face às
últimas intervenções, reiterando estar pronto para acelerar o programa de compra de activos caso as
perspectivas económicas ou as condições dos mercados financeiros se deteriorem.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 23
Nos EUA, a economia continua a dar sinais de recuperação sustentada após a fraqueza durante o
primeiro trimestre, embora alguns segmentos tenham ficado aquém do esperado. O relatório de emprego
de Junho revelou que a criação de postos de trabalho se manteve sólida, ainda que o crescimento de
salários permaneça limitado. Os índices de actividade (ISM) aceleraram quer na componente da indústria
(+1,0 para 53,8), quer nos serviços (+0,3 para 56,0) e os vários indicadores do mercado de construção
indiciam uma forte recuperação. Apesar deste contexto favorável, o consumo não acelerou, com as
vendas a retalho e a confiança dos consumidores a recuarem. A Reserva Federal, por seu turno, não
alterou de forma significativa o comunicado da sua reunião (dia 29). Janet Yellen repetiu que as taxas de
juro deverão subir este ano mas não deixou nenhuma pista sobre uma subida de taxas iminente. O
timing para a primeira subida continua assim dependente dos dados económicos. A S&P cortou o outlook
do rating de BBB- do Brasil de “estável” para “negativo”. A agência alertou para as investigações sobre
corrupção reduzirem a capacidade do governo em manter os objectivos orçamentais e preservar o
estatuto de Investment Grade. Na China, receios de um sobreaquecimento do mercado accionista pela
maior participação de investidores de retalho com recurso a endividamento levaram as autoridades a
adoptar um conjunto de medidas de suporte ao mercado, as quais no entanto não evitaram o disparar da
volatilidade dos principais índices de Xangai.
Neste contexto, os vários segmentos das matérias-primas seguiram bastante fracos. No petróleo, o Brent
caiu 18,6% para $52,1 condicionado pela perspectiva de um aumento da produção no Irão após o acordo
internacional que irá permitir o levantamento a prazo da maioria das sanções ao país. Nas acções, após
um período de correcção por maior aversão ao risco, os índices nos mercados desenvolvidos fecharam o
mês com ganhos significativos. Na Europa, o anúncio de acordo na Grécia desencadeou um movimento
de subida e o Eurostoxx recuperou 5,15% em Julho. Nos EUA, a volatilidade permanece mais reduzida e
o S&P500 acumulou um ganho de 1,97%. No Japão, os ganhos foram menores, com o Nikkei a subir
1,73%. Por fim, os Emergentes foram bastante penalizados com a turbulência na China (o índice de
Xangai caiu no mês 7,25% mas chegou a cair mais de 32% em 3 semanas, desde o máximo em meados
de Junho) e a queda dos preços das commodities. O MSCI Emerging Markets tombou 7,26% em dólares.
Na taxa fixa, apesar de alguma reversão do movimento de busca por qualidade com a resolução da crise
grega, os preços dos prazos longos valorizaram-se com a descida das expectativas de inflação, em
resultado da queda das commodities. Assim, os yields dos Bunds a 10 anos encerraram o mês a descer
12pb para 0,64%. Esta subida correspondeu a uma menor inclinação da curva de rendimentos, uma vez
que os 5 anos desceram apenas 3pb e os 2 anos ficaram inalterados. Nos EUA, a descida dos Treasuries
a 10 anos foi mais agressiva: -17pb para 2,18%. A dívida pública periférica beneficiou do afastamento do
risco Grexit. Em termos relativos, o destaque vai para a performance da dívida italiana cujo spread a 10
anos estreitou 44pb, o que compara com -34pb em Espanha (limitado pelo risco político de eleições nos
próximos meses) e -49pb em Portugal. Na Grécia, o índice Effas/ Bloomberg de retorno total disparou
24,7% vs 3,5% na dívida nacional. O crédito esteve suportado em linha com os restantes segmentos do
risco. Mesmo no período de maior incerteza, não se assistiu a vendas massivas ou movimentos
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 24
demasiado agressivos, dada a perspectiva de actuação do BCE que limitaria o impacto de um desfecho
negativo. Em cds, os índices iTraxx Main e Crossover a 5 anos estreitaram 13pb e 43pb, respectivamente.
O High Yield, por seu turno, registou uma recuperação aquém da queda no mês anterior, com o spread
do índice JP Morgan Euro HY a baixar 21pb (cerca de um terço do alargamento em Junho) para os
459pb, correspondendo a um retorno total de 1,16%. Por fim, na dívida subordinada, o índice iBoxx €
Tier1 recuperou 0,5% para 68,29%. Na classe de dívida emergente em moeda local, o índice JPMorgan
GBI-Local Currency perdeu 2,56% (quando medido em USD), penalizado pela depreciação de 3,3% das
moedas emergentes. A queda foi mitigada contudo por uma descida dos yields (-7pb para 6,72%).
Agosto
Agosto acabou por revelar-se um dos meses mais tumultuosos dos últimos anos. A volatilidade, que se
encontrava em níveis bastante reduzidos, disparou com o agravamento dos receios sobre o crescimento
na China, os quais levaram os investidores a considerar que o crescimento nas economias emergentes
será mais reduzido de uma forma permanente. A reacção do mercado poderá ter sido amplificada pela
liquidez reduzida típica de Verão e pela contínua queda das commodities, num contexto no qual se
aproxima uma primeira subida de taxas pela Reserva Federal americana. A China anunciou um novo
mecanismo de fixação do câmbio entre o Yuan e o dólar, no sentido de melhor reflectir as forças de
mercado. Em resposta, o yuan desvalorizou-se 4,7% em 3 dias, o maior movimento cambial desde 1994.
Esta desvalorização no yuan coloca o risco da China entrar na chamada guerra cambial global de
desvalorizações competitivas, o que a confirmar-se seria deflacionista. A moeda viria a estabilizar após o
Banco Popular da China ter assegurado que pretende o yuan estável e não vê fundamento económico
para uma desvalorização contínua.
Na zona euro, o crescimento do PIB no segundo trimestre de 0,3% ficou aquém do trimestre anterior e
das expectativas (+0,4%), num possível sinal de que os efeitos de queda dos preços da energia e do
euro, mais fortes no primeiro trimestre, poderão estar a desvanecer. Os indicadores de actividade (PMI)
denotam que o nível de actividade permanece sólido e terá resistido bem à incerteza antes na Grécia e
actualmente com a China. Na zona euro, o PMI compósito subiu 0,2 para 54,1, liderado pelo dinamismo
na Alemanha. Na Grécia, o Primeiro-Ministro Alexis Tsipras demitiu-se imediatamente após garantir o 3º
resgate, no montante total de €86 mil milhões que permitirá o pagamento aos credores no curto prazo.
Novas eleições foram marcadas para 20 de Setembro.
Nos Estados Unidos, os dados económicos continuam a sugerir uma aceleração do crescimento, não
propriamente espectacular, mas bastante sólida. Enquanto o índice de actividade (ISM) da Indústria
corrigiu para 52,7 possivelmente com o impacto da valorização do dólar, o indicador (ISM) de Serviços
disparou para 60,3, o máximo da última década. Por outro lado, os indicadores relativos ao consumo
melhoraram, mais de acordo com a melhoria do mercado imobiliário e de trabalho, no qual se tem
verificado uma criação de emprego robusta. Contudo, esse dinamismo tem sido insuficiente para se
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 25
traduzir numa aceleração dos salários. A discussão do timing da primeira subida de taxas da Reserva
Federal continuou acesa. Discursos de membros da Fed, o último dos quais no simpósio de Jackson Hole,
indiciam que a Fed pretende iniciar assim que possível (eventualmente já em Setembro) a normalização
da política monetária. Contudo, o aumento dos riscos externos e a ausência de pressões inflacionistas
mantém a incerteza e a decisão permanece dependente dos dados económicos.
Neste contexto, as acções foram bastante penalizadas pelos receios de uma crise nos emergentes. A
Europa foi particularmente castigada, com o Eurostoxx50 a tombar 9,2%, o pior desempenho mensal
desde Agosto de 2011. As quedas foram relativamente indiscriminadas entre sectores e geografias. Nos
EUA, o S&P fez melhor (-6,3%) mas ainda assim registou o pior mês desde Maio de 2012, enquanto no
Japão, o Nikkei caiu 8,2%. Nos Emergentes, o MSCI Emerging Markets caiu 9,2%. A evolução da taxa
fixa em Agosto não correspondeu ao que se poderia esperar dada a maior aversão ao risco. Durante o
período de maior turbulência, os yields permaneceram relativamente estáveis, tendo inclusivamente
terminado o mês a subir. Na Alemanha, os yields dos Bunds a 10 anos subiram 15pb para 0,80%,
enquanto os Treasuries a 10 anos subiram apenas 4pb para 2,22%. Por detrás desta subida poderão
estar vendas do banco central chinês para defender o yuan ou a recuperação do preço do petróleo no
final do mês. A dívida pública periférica resistiu bem ao disparar da volatilidade nas acções. Os spreads
alargaram de forma moderada: 4pb em Itália e 11pb Espanha e Portugal. O crédito registou uma
correcção moderada, não se verificando igualmente uma venda massiva na classe. Os índices de Credit
Default Swaps terminaram o mês mais largos: o iTraxx Main 5 anos subiu 9pb para 71pb, enquanto o
iTraxx Crossover alargou 39pb para 323pb. Este comportamento foi mais prenunciado no segmento não
financeiro e levou os índices do iBoxx a um retorno total negativo: -1,0% no segmento Corporate e -
0,5% no financeiro. O segmento de High Yield seguiu a mesma tendência, com o spread do benchmark
JP Morgan HY a aumentar 37pb para 496pb (o máximo desde Outubro do ano passado), com o índice de
retorno total a perder 1,0% no mês. Na dívida subordinada, o iBoxx € Tier 1 em preço desvalorizou 0,7%
para 67,78%. Por fim, na classe de dívida emergente, o índice da JP Morgan de dívida em moeda local
em dólares tombou 5,4%, penalizado pela forte queda das moedas emergentes e pelo alargamento de
spreads emergentes.
Setembro
Setembro foi abalado por um novo movimento de venda nas acções e no crédito devido a receios com o
crescimento global. A decisão da Reserva Federal americana em adiar a primeira subida de taxas veio
apenas confirmar estas preocupações e, para agravar este sentimento, o escândalo da Volkswagen
trouxe de novo questões de Corporate governance para o primeiro plano. A Reserva Federal recuou em
relação à possibilidade de subir taxas pela primeira vez em quase uma década, mantendo-as perto de
0%. Janet Yellen justificou a decisão com a incerteza na China e nas economias emergentes e uma
trajectória ligeiramente inferior da inflação. A Fed irá assim aguardar por dados económicos adicionais
antes de reduzir o estímulo monetário. Nos EUA, os vários indicadores denotam alguma perda de
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 26
dinamismo, embora continuem a apontar para um crescimento saudável. O PIB do segundo trimestre foi
revisto em alta para 3,9% sobretudo devido à componente do consumo, uma tendência que poderá
prolongar-se no terceiro trimestre, uma vez que a despesa dos consumidores acelerou em Julho e
Agosto, assim como o índice de confiança. Contudo, o relatório de emprego de Agosto revelou uma
criação de emprego (173 mil postos de trabalho) inferior aos meses anteriores e às expectativas. Ainda
assim, os salários voltaram a crescer e a taxa de desemprego desceu para 5,1%, o mínimo desde o início
de 2008. Por outro lado, os índices de actividade (ISM) mostraram também sentimentos dissonantes:
enquanto o índice da indústria caiu para 51,1, um mínimo dos últimos 2 anos, o sector de serviços
mantém-se a 59,0 perto do máximo dos últimos 10 anos.
Na zona euro, o crescimento parece estar a resistir perante a turbulência dos mercados financeiros,
embora se note alguma perda de momento. O indicador de actividade (PMI) preliminar desceu 0,4 para
53,9, um valor ainda bastante razoável, enquanto na Alemanha o IFO subiu ligeiramente devido à
componente das expectativas. O BCE aumentou o limite de compra por emissão de 25% para 33%, um
sinal de que poderá vir a estender o programa de Quantitative Easing para lá de Setembro de 2016, em
linha com a redução das estimativas de inflação e PIB. Na Grécia, as eleições voltaram a dar uma vitória
ao Syriza em coligação com os Gregos Independentes. Este desfecho indicia maior estabilidade política,
pelo menos no curto prazo, para aplicar o plano de resgate. Entretanto, na Catalunha, as eleições
regionais, apesar de terem garantido uma maioria parlamentar favorável aos partidos independentistas,
estes partidos não conseguiram obter a maioria dos votos, o que dificulta a sua pretensão em prosseguir
com a independência da região. A S&P subiu o rating de Portugal em um nível para BB+, o patamar
imediatamente inferior ao estatuto de Invesment Grade. A decisão coloca em linha com o rating da
Moody’s e Fitch e reflecte a melhoria do mercado de trabalho e a recuperação económica. A S&P espera
uma continuidade das politicas seguidas, independentemente do resultado das eleições legislativas. No
Brasil, a S&P cortou o rating para junk. A agência foi a primeira a retirar o estatuto de Investment Grade
ao país, com um corte de BBB- para BB+. Embora já fosse esperado, a S&P surpreendeu com o
momento (mais cedo do que se antecipava) e com o outlook, que permaneceu negativo, dada a incerteza
política, económica e fiscal. Na China, a economia mantêm a tendência de abrandamento. O PMI chinês
caiu para 47,3 em Agosto, e mais tarde o preliminar de Setembro desceria para 47,2, o mínimo desde
Março de 2009 e o sétimo mês consecutivo inferior a 50 pontos. A nível micro, o escândalo de emissões
dos veículos a diesel da Volkswagen, o maior construtor automóvel mundial, ameaça envolver toda a
indústria, com implicações ainda difíceis de calcular. Por outro lado, um relatório de research sobre a
Glencore, multinacional de trading de matérias-primas e mineração, sugeriu que a solvência da empresa
estava em causa.
Neste contexto, as acções foram bastante penalizadas pelos receios em relação ao crescimento global,
assim como pelas questões específicas do sector automóvel e materiais básicos. A performance negativa
de Setembro, juntamente com a de Agosto, traduziu-se no pior trimestre para as acções em vários anos.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 27
A Europa foi particularmente castigada, com o Eurostoxx50 a tombar 5,2% no mês, enquanto nos EUA, o
S&P500 desceu apenas 2,3%. No Japão, o Nikkei caiu 7,9%. Nos Emergentes, uma vez que o enfoque de
mercado durante o mês virou-se para os Desenvolvidos, as perdas foram mais limitadas, com o MSCI
Emerging Markets a descer 3,3%. A maior aversão ao risco, juntamente com descida do preço das
commodities, de onde se destaca uma queda superior a 12% no petróleo, contribuíram para a forte
valorização das obrigações de taxa fixa. Na Alemanha, os yields dos Bunds a 10 anos desceram 21pb
para 0,59%, enquanto os Treasuries a 10 anos desceram 18pb para 2,04%, com ambas as curvas a
reduzirem a inclinação. A dívida pública periférica resistiu bem à penalização dos activos de risco. Os
spreads acabaram inclusivamente por estreitar no mês: 3pb em Itália e 5pb em Portugal. Espanha fez
underperformance ao longo do mês mas reverteria essa tendência após as eleições na Catalunha, pelo
que o respectivo spread encerrou praticamente inalterado. O crédito registou uma correcção bastante
significativa, sobretudo nos segmentos de maior risco. Se no início do mês o retomar da actividade do
mercado primário foi bem absorvido, a decisão da Fed e casos idiossincráticos tornaram o sentimento
bastante negativo. Os impactos no mercado poderão ter sido exacerbados com a reduzida liquidez. Os
índices de Credit Default Swaps terminaram o mês bastante mais largos: o iTraxx Main 5 anos subiu 20pb
para 91pb, enquanto o iTraxx Crossover alargou 54pb para 377pb, máximos desde Outubro de 2013 e
2014, respectivamente. Este comportamento foi mais pronunciado no segmento não financeiro e levou os
índices iBoxx a um retorno total negativo: -0,9% no segmento Corporate e -0,5% no financeiro. No High
Yield, a tendência foi mais agravada, com o spread do benchmark JP Morgan HY a aumentar 84pb para
580pb (o máximo desde Julho de 2013), com o índice de retorno total a perder 2,3% no mês. Na dívida
subordinada, o iBoxx € Tier 1 em preço desvalorizou 2,5% para 66,06%. Por fim, na classe de dívida
emergente, o índice da JP Morgan de dívida em moeda local (em dólares) caiu 2,97%, penalizado pela
queda das moedas emergentes (ainda que mitigada no final do mês) e pelo alargamento de spreads de
dívida emergente.
Outubro
Após dois meses marcados por receios com o crescimento global, a estabilização dos dados na China e
uma postura muito dovish por parte do BCE contribuíram para uma forte recuperação dos activos de
risco. O FMI cortou as estimativas de crescimento global em 0,2% para 2015 e 2016 (3,1% e 3,6%,
respectivamente) devido sobretudo ao maior abrandamento de Emergentes, alertando que os riscos
pendem sobre novas revisões em baixa. Nos EUA, os dados foram mais fracos mas a economia aparenta
manter-se sólida. O relatório de emprego de Setembro terá sido o mais decepcionante. Para além de
uma criação de emprego abaixo das expectativas, os dois meses anteriores foram revistos em baixa, o
que colocava o risco do abrandamento não ser propriamente pontual. Adicionalmente, o crescimento dos
salários continuou moderado, sem reflectir a reduzida taxa de desemprego. No mesmo sentido, as
descidas dos indicadores de actividade (ISM) em Setembro, quer na indústria (de 51,1 para 50,2) quer
nos serviços (de 58,0 para 56,9) deixavam antever um crescimento mais fraco no terceiro trimestre. Isso
mesmo foi confirmado no final do mês, com o PIB a crescer apenas 1,5% (anualizado) devido sobretudo
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 28
a uma forte correcção de inventários. Ainda assim, o consumo manteve-se robusto, a crescer 3,2%. As
expectativas apontam para uma nova aceleração no final deste ano. Ao contrário do esperado, o
comunicado da reunião da Reserva Federal foi mais optimista do que se esperava, ao deixar a porta
aberta para uma subida de taxas em Dezembro e ao retirar a referência à preocupação com os
desenvolvimentos da economia global. Ficou clara a intenção da Fed em iniciar o ciclo de subidas de
taxas caso os indicadores económicos voltem a mostrar dinamismo.
Na zona euro, a recuperação económica mantém o ritmo moderado no início do quarto trimestre e os
índices de confiança têm resistido à incerteza nos Emergentes, ao escândalo da Volkswagen ou ao influxo
de migrantes. O índice de actividade (PMI) compósito preliminar de Outubro recuperou para 54,0, um
valor bastante razoável, enquanto o IFO na Alemanha corrigiu menos do que se aguardava, tendo
mesmo a componente de expectativas subido ligeiramente. Por outro lado, a inflação, impactada pela
queda dos preços da energia, regressou temporariamente a valores negativos em Setembro, embora as
componentes core se mantenham em terreno positivo e se aguarde uma subida gradual à medida que o
efeito base da queda do petróleo vai desaparecendo. Mario Draghi voltou a surpreender os mercados. O
BCE vai reavaliar o programa de Quatitative Easing na reunião de 3 de Dezembro, mostrando-se pronto
para tornar a política monetária ainda mais expansionista através do uso de vários instrumentos,
inclusivamente com a possibilidade de um novo corte da taxa de depósito, contrariando a ideia anterior
de se ter já atingido o limite mínimo das taxas de juro.
Na China, o PIB abrandou apenas 0,1% no terceiro trimestre, para 6,9%, ainda assim o ritmo mais lento
desde o início de 2009. Um maior dinamismo do sector terciário e um consumo mais robusto
compensaram uma maior fraqueza da indústria e das exportações. Mais tarde, o banco central viria a
cortar taxas directoras em 0,25%, o que, juntamente com os recentes estímulos fiscais demonstram o
compromisso das autoridades em assegurar o objectivo oficial de crescimento do PIB.
Neste contexto, os mercados de acções foram bastante beneficiados com a reversão dos receios em
relação ao crescimento global. A recuperação permitiu reverter grande parte das perdas acumuladas
entre Agosto e Setembro. A Zona Euro, particularmente castigada no Verão, liderou os ganhos após o
BCE indiciar uma intensificação do programa de compra de activos, com o Eurostoxx50 a disparar 10,2%
no mês. Nos EUA, a subida do S&P500 foi menor (+8,3%) mas o índice ficou a apenas 2,4% do máximo
do ano, o que compara com 10,7% do Eurostoxx50. No Japão, o Nikkei recuperou 9,8%, enquanto nos
Emergentes, a estabilização observada permitiu o MSCI Emerging Markets subir 7,0%. Na taxa fixa, a
divergência entre EUA e zona euro aumentou com a postura dos bancos centrais. Enquanto na
Alemanha, os Bunds mantiveram a tendência de valorização, com os yields a descer 7pb ao longo dos
vários prazos, nos EUA os Treasuries reflectiram as maiores expectativas de subidas de taxas, com os 5
anos a registar uma maior subida de 16pb para 1,52%. A dívida pública periférica beneficiou do novo
ímpeto do BCE, embora Portugal tenha divergido dada a incerteza política. Os spreads a 10 anos
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 29
estreitaram 17pb em Itália e 15pb em Espanha, enquanto pelo contrário alargaram 22pb para 202pb em
Portugal.
O crédito valorizou de forma bastante significativa, sobretudo nos segmentos de maior risco e
compensou as perdas do mês anterior. Os índices de Credit Default Swaps terminaram o mês bastante
mais apertados: o iTraxx Main 5 anos caiu 20pb para 71pb, enquanto o iTraxx Crossover estreitou 78pb
para 298pb. Este comportamento foi mais pronunciado no segmento não financeiro, anteriormente mais
castigado, e levou os índices do iBoxx a um retorno total de 1,43% no segmento de empresas e 1,30%
no financeiro. No High Yield, o rally levou o spread do benchmark JP Morgan HY a cair 67pb para 513pb,
com o índice de retorno total a ganhar 2,9% no mês. Na dívida subordinada, o iBoxx € Tier 1 em preço
valorizou 1,6% para 67,14%. Por fim, na classe de dívida emergente, o índice da JP Morgan de dívida em
moeda local em dólares recuperou 4,53%, a beneficiar sobretudo do estreitamento de spreads
emergentes. O yield deste benchmark desceu 27pb para 6,82%.
Novembro
Os activos de risco mantiveram a tendência de ganhos, suportados por perspectivas económicas
favoráveis e expectativas de novos estímulos pelo BCE. No entanto, uma forte queda das matérias-
primas (o Brent caiu mais de 11% no mês) manteve os mercados emergentes sob pressão. Nos EUA,
após um abrandamento nos dois meses anteriores, o relatório de emprego de Outubro mostrou a maior
criação de emprego este ano (cerca de 271 mil novos postos de trabalho) e contribuiu para nova redução
da taxa de desemprego para 5,0%. Simultaneamente, os salários aceleraram com a subida homóloga de
2,5%, a mais elevada desde meados de 2009. Por outro lado, a recuperação do ISM de serviços de 56,9
para 59,1 parece confirmar que a economia entrou no quarto trimestre em aceleração. Entretanto saíram
alguns dados menos positivos, como as vendas a retalho, produção industrial e do mercado de habitação
mas que não alteraram as perspectivas favoráveis. Comentários de diversos membros da Reserva Federal
confirmam uma probabilidade elevada que a reunião de 16 de Dezembro marque o início de um processo
lento e gradual de subidas de taxas de juro. As minutas da última reunião da Reserva Federal americana
confirmaram a convicção da Fed em iniciar desde já a normalização de taxas nessa mesma data.
Na zona euro, a economia europeia tem mostrado grande resiliência face aos choques dos últimos
meses, aos quais se juntaram os ataques terroristas em Paris. O PMI Compósito subiu 0,3 em Outubro
para 53,9 e o preliminar de Novembro voltou a surpreender pela positiva, com uma subida para 54,4, o
nível mais elevado deste ciclo. A Alemanha continua a liderar a recuperação económica, com o índice de
confiança da indústria (IFO) a atingir o máximo dos últimos 18 meses. Em Portugal, o PIB registou um
crescimento nulo no terceiro trimestre (+1,4% em termos homólogos) resultado de uma travagem do
investimento e de uma contribuição negativa da procura externa. A comunicação do BCE ao longo do
mês foi no sentido de vir a tomar medidas mais agressivas na reunião de 3 de Dezembro. Várias
declarações de membros do BCE indiciaram estar a formar-se um consenso à volta da ideia de não existir
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 30
um mínimo para as taxas directoras, deixando em aberto a possibilidade de corte da taxa de depósito
para valores ainda mais negativos e de aumento de programa de compra de activos.
Na China, o Presidente Xi Jinping assegurou, na apresentação do novo plano quinquenal para 2020, que
o PIB irá crescer pelo menos 6,5% ao ano. Entretanto as autoridades levantaram a proibição de se
realizarem ofertas públicas iniciais em Bolsa, em mais um sinal de estabilização no país. Contudo, a
produção industrial e o investimento abrandaram em Outubro, e a inflação caiu novamente, para 1,3%,
persistindo a ideia de que a recuperação económica na China demora a materializar-se. O país registou
uma vitória institucional com a decisão do FMI em incluir o Yuan no cabaz SDR (Special Drawing Rights)
a partir de Setembro de 2016. A medida deverá acelerar o movimento global de diversificação dos activos
de instituições oficiais.
Neste contexto, as acções apresentaram desempenhos distintos nas diferentes geografias. A expectativa
em relação ao BCE e os dados económicos favoráveis contribuíram para a zona euro manter a tendência
de ganhos e o Eurostoxx50 subir 2,6% no mês. As performances variaram desde os +4,9% na
Alemanha, mercado que mais beneficia da desvalorização de 4% do euro face ao dólar, até à descida de
2,2% em Portugal. Nos EUA, a subida do S&P500 foi marginal (+0,05%) enquanto no Japão, o Nikkei
recuperou 3,5%. No sentido oposto, os Emergentes seguiram a tendência de perdas e foram penalizados
com a queda das commodities e com as perspectivas de subida de taxas pela Fed, com o MSCI Emerging
Markets em dólaresusd a descer 4,0%. Na taxa fixa, dada a notória inclinação da Reserva Federal para
iniciar o ciclo de subidas de taxas, os investidores passaram a associar uma probabilidade bastante
elevada da primeira subida se materializar já em Dezembro. Assim, a divergência entre EUA e zona euro
voltou a aumentar. Enquanto na Alemanha, os Bunds mantiveram a tendência de valorização, com os
yields a descer 10pb nos prazos curtos e 4p nos 10 anos, nos EUA os Treasuries desvalorizaram, com os
5 anos a registar uma maior subida de 13pb para 1,65%. A dívida pública periférica voltou a apresentar
um retorno superior ao core. Enquanto os spreads a 10 anos estreitaram 1pb em Itália, os destaques vão
para Espanha (-11pb) e Portugal (-17pb), ambas a beneficiar de uma melhoria do risco político. No caso
espanhol, as sondagens têm apontado para uma solução governativa entre o Partido Popular e os
Ciudadanos, enquanto que em Portugal, a indigitação de um novo Governo e o facto da DBRS ter
mantido o rating em BBB- com outlook estável afastou os piores receios. O crédito registou uma
performance positiva. Os índices de credit default swaps mantiveram a tendência, embora mais lenta, de
estreitamento: o iTraxx Main 5 anos caiu 1pb para 70pb, enquanto o iTraxx Crossover estreitou 8pb para
290pb. Nos índices de obrigações, o segmento financeiro fez outperformance: o índice iBoxx Corporate
Overall apresentou um retorno total de 0,62% no segmento de empresas e 0,87% no financeiro. No High
Yield, o retorno foi positivo mas o evento em Abengoa no final do mês conduziu a uma correcção. O
spread do benchmark JP Morgan HY acabou o mês a descer 7pb para 506pb, com o índice de retorno
total a ganhar 0,6%. Na dívida subordinada, o iBoxx € Tier 1 em preço valorizou 0,6% para 67,53%. Por
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 31
fim, na classe de dívida emergente, o índice da JP Morgan de dívida em moeda local em dólares caiu
2,16%, penalizada sobretudo pela desvalorização cambial das moedas emergentes.
Dezembro
Dezembro revelou-se bastante negativo para os activos de risco, com o forte desapontamento por Mario
Draghi não ter acelerado o nível de compras mensais de activos e com a renovada queda do preço do
petróleo. A parte final do mês trouxe algum alívio após a subida de taxas pela Reserva Federal americana
ter entregado exactamente o esperado e reduzido assim a incerteza sobre a política monetária nos EUA.
Nos EUA, os índices de actividade (ISM) sinalizaram que a economia, embora continue a crescer, deverá
voltar a abrandar. O indicador ISM Serviços caiu em Novembro para 55,9 de 59,1, enquanto o índice
industrial caiu abaixo de 50, para 48,6, o nível mais baixo desde Junho de 2009. Outros indicadores,
como a produção industrial, encomendas ou actividade do mercado imobiliário têm apontado no mesmo
sentido. No entanto, o relatório de emprego voltou a evidenciar solidez com uma criação de emprego
superior a 200 mil postos de trabalho. A Reserva Federal encerrou o período extraordinário de quase 7
anos nos quais as taxas de juro estiveram a zero no pós Grande Crise Financeira. Pela primeira vez desde
2006, a Fed subiu taxas directoras, em 25pb, e transmitiu uma mensagem de confiança que a economia
irá continuar a melhorar, tendo mantido a estimativa de uma subida acumulada de 100pb durante o
próximo ano. Na zona euro, quer o índice de actividade (PMI) preliminar, quer o indicador de confiança
da indústria na Alemanha (IFO), sugeriram uma ligeira deterioração em Novembro, a qual não coloca em
causa, para já, a sustentabilidade do ritmo de crescimento. O BCE colocou a taxa de depósito em valores
ainda mais negativos com um corte de 10pb para -0,30%. Para além disso, Mario Draghi anunciou a
extensão do programa de compra de activos pelo menos até Março de 2017, assim como o alargamento
do tipo de activos de forma a incluir dívida regional e ainda que irá passar a reinvestir capital devolvido
pela carteira de obrigações detidas pelo BCE. No entanto, não foi aumentado o volume de compras
mensal do programa como era antecipado pelos investidores. Contrariando as expectativas de corte, a
OPEP não alterou os níveis de produção, nem tão pouco referiu qualquer objectivo ou máximo, dando
assim a entender que não pretende limitar a produção de forma a controlar os preços do petróleo. O
Brent caiu perto de 17,6% no mês e mais de 44% no ano.
Neste contexto, as acções iniciaram o mês bastante pressionadas, sobretudo na zona euro, e apenas
viriam a recuperar muito parcialmente na segunda metade do mês com a subida de taxas da Fed. O
Eurostoxx50 registou o pior desempenho de Dezembro desde 2002, ao cair 6,81% no mês. Os sectores
ligados ao petróleo e a banca foram os mais penalizados. Nos EUA, a descida do S&P500 foi menor (-
1,75%) mas o índice terminou o ano negativo (-0,73%) enquanto o Eurostoxx50 terminou em terreno
positivo (+3,85%). No Japão, o Nikkei perdeu 3,61%, penalizado com a valorização de 2,4% do iene,
mas ainda assim terminou o ano com ganhos superiores a 9%. No mesmo sentido, os Emergentes
seguiram a tendência de perdas e com a pressão da queda das commodities o MSCI Emerging Markets
em dólares desceu 2,48% (-17% em 2015). Na taxa fixa, os investidores realizaram algumas mais-valias
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 32
e os yields subiram apesar do contexto de maior aversão ao risco. Nos prazos mais longos, os yields do
Bunds subiram 11pb para 0,63%, enquanto os Treasuries subiram 6pb para 2,27%. Depois de uma
primeira metade do ano com grandes variações, os yields longos na Europa estabilizaram e fecharam
perto dos níveis do final de 2014. A dívida pública periférica apresentou um retorno negativo,
pressionada com o menor estímulo do BCE e o reaparecimento do risco político. A dívida espanhola foi a
mais penalizada pela incerteza do risco de não ser possível alcançar uma solução governativa após
eleições inconclusivas a 20 de Dezembro. Os spreads a 10 anos alargaram 2pb em Itália, 4pb em
Portugal e 9pb em Espanha. No conjunto do ano, a dívida italiana registou a melhor performance na
periferia: o índice Bloomberg/Effas Euro Government All Maturities de retorno total valorizou 5,2% em
Itália, 3,8% em Portugal e 1,8% em Espanha, o que compara com um ganho de 0,5% para o mesmo
índice relativo à dívida alemã. Os segmentos de maior risco de crédito foram perturbados pelo
encerramento de um fundo de High Yield nos EUA, o que levantou receios relativamente à liquidez do
mercado. Para além disso, os receios com a qualidade de crédito de vários produtores de commodities foi
novamente questionada. O iTraxx Main 5 anos subiu 7 pontos base para 77pb, enquanto o iTraxx
Crossover alargou 25pb para 315pb. No ano, o segmento financeiro fez outperformance mas o crédito
Investment Grade como um todo ofereceu um retorno negativo: o índice iBoxx Corporate Overall
apresentou um retorno total de -1,4% no segmento de empresas e +0,3% no financeiro. No High Yield,
o movimento de venda foi mais agressivo. O spread do benchmark JP Morgan HY acabou o mês a
disparar 70 pontos base para 576pb, com o índice de retorno total a recuar 2,2% e a mitigar o retorno
no ano para +1,4%. Na dívida subordinada, o iBoxx € Tier 1 em preço desvalorizou 0,6% para 67,11% (-
3,5% no ano). Por fim, na classe de dívida emergente, o índice da JP Morgan de dívida em moeda local
em dólares caiu 2,23%, penalizada sobretudo pela desvalorização cambial das moedas emergentes. No
ano, o índice tombou perto de 15%, em linha com igual desvalorização cambial do bloco.
2.3 Política de investimento: objectivos e princípios
Na composição do património do Fundo, a Entidade Gestora teve em conta os objectivos e as finalidades
a atingir pelo Plano de Pensões, no que diz respeito aos níveis adequados de segurança, de rendibilidade
e de liquidez das respectivas aplicações financeiras, tendo em conta a natureza e a exigibilidade dos
benefícios prometidos ou em pagamento, assegurando, nomeadamente:
a) a adequada diversificação e dispersão de riscos, evitando a dependência excessiva de um determinado
activo ou emitente e a limitação do risco de liquidez especialmente no curto e médio prazos;
b) a selecção criteriosa das aplicações em função do seu risco intrínseco e do risco de mercado, tendo
em consideração as informações credíveis disponíveis, designadamente as notações de risco de crédito
atribuídas pelas agências de rating;
c) a aplicação prudente em activos que, pela sua natureza ou qualidade do emitente, apresentem um
elevado grau de risco;
d) o cumprimento do Regulamento de Gestão e das disposições legais aplicáveis.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 33
O património do Fundo é constituído por valores mobiliários, incluindo as unidades de participação em
organismos de investimento colectivo, instrumentos representativos de dívida de curto prazo, depósitos
bancários, outros activos de natureza monetária, bem como outros activos que venham a ser permitidos
pela legislação aplicável, nos termos e condições nela previstos para a sua utilização.
A Entidade Gestora recorreu à utilização de técnicas e instrumentos adequados à gestão do Fundo tais
como os instrumentos financeiros derivados, nas condições e limites definidos por Norma Regulamentar
da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões. A utilização de instrumentos derivados
teve como objectivo exclusivo a cobertura de riscos.
As aplicações em caixa e em disponibilidades à vista representam um valor residual, salvo em situações
efectivas de força maior que conduzam, temporariamente, ao incumprimento deste princípio,
nomeadamente em casos de entrega de contribuições, de necessidades de tesouraria ou de elevada
instabilidade dos mercados financeiros.
À Entidade Gestora fica vedado:
a) Adquirir acções próprias para o Fundo;
b) Oferecer a terceiros os activos do Fundo para garantia, qualquer que seja a forma jurídica a assumir
por essa garantia, excepto no âmbito de contratos de reporte ou de empréstimo de valores ou outros
com o objectivo de uma gestão eficaz de carteira, nos termos da legislação aplicável;
c) Assumir responsabilidades de que possa resultar a necessidade de provisionar o Fundo com verbas
adicionais, quer por recurso a empréstimos, quer por acordos ou contratos cujo cumprimento possa
onerar o Fundo;
d) Conceder crédito, por conta do Fundo, nomeadamente crédito hipotecário ou crédito aos Participantes.
Não podem ser adquiridos nem entregues como contribuição para o Fundo:
a) Valores mobiliários emitidos ou detidos pela Entidade Gestora;
b) Valores mobiliários emitidos ou detidos por sociedades que sejam membros dos órgãos de gestão da
Entidade Gestora, ou que com esta estejam em relação de domínio ou de grupo, ou que possuam,
directa ou indirectamente, mais do que 10% do capital social ou dos direitos de voto desta, salvo se os
títulos se encontrarem admitidos à negociação numa bolsa de valores ou em outro mercado
regulamentado de Estado membro da União Europeia ou em mercado análogo de país da OCDE;
c) Valores mobiliários emitidos ou detidos pelo Associado do Fundo ou por sociedades que estejam em
relação de domínio ou de grupo com esse Associado, salvo se os títulos se encontrarem admitidos à
negociação numa bolsa de valores ou em outro mercado regulamentado de Estado membro da União
Europeia ou em mercado análogo de país da OCDE;
d) Valores mobiliários emitidos ou detidos por sociedades cujo capital social ou direitos de voto
pertençam, directa ou indirectamente, em mais do que 10% a um ou mais administradores da Entidade
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 34
Gestora, em nome próprio ou em representação de outrem, e aos seus cônjuges e parentes ou afins no
1.º grau;
e) Valores mobiliários emitidos ou detidos por sociedades de cujos órgãos de gestão ou de fiscalização
façam parte um ou mais administradores da Entidade Gestora, em nome próprio ou em representação de
outrem, seus cônjuges e parentes ou afins no 1.º grau, salvo se os títulos se encontrarem admitidos à
negociação numa bolsa de valores ou em outro mercado regulamentado de Estado membro da União
Europeia ou em mercado análogo de país da OCDE.
2.4 Cumprimento dos princípios e regras prudenciais
Não existem quaisquer situações de incumprimento dos limites regulamentares de diversificação e
dispersão prudenciais estipulados no Regulamento de Gestão, nomeadamente:
a) o investimento em valores mobiliários que não se encontrem admitidos à negociação num mercado
regulamentado não pode representar mais do que 15%;
b) o investimento em UP’s de organismos de investimento colectivo não harmonizados não pode
representar mais do que 10%;
c) o investimento em activos expressos em moedas distintas daquela em que estão expressas as
responsabilidades do fundo de pensões não pode representar mais do que 30%;
d) o valor de mercado dos activos cedidos em operações de empréstimo não pode exceder os 40%;
e) o investimento numa mesma sociedade não pode representar mais do que 10%, e 5% caso se tratem
de investimentos em associados do fundo de pensões ou em sociedades em relação de domínio ou de
grupo com esses associados;
f) o investimento relativamente a sociedades em relação de domínio ou de grupo entre si ou com a
entidade gestora não pode representar mais do que 20%, e 10% caso se tratem de investimentos
efectuados no conjunto dos associados do fundo de pensões e das sociedades que se encontrem em
relação de domínio ou de grupo com esses associados;
g) o investimento em UP’s de um único organismo de investimento colectivo não harmonizado não pode
representar mais do que 2%;
h) caso os organismos de investimento colectivo não harmonizado invistam em outros organismos de
investimento colectivo não harmonizado, é considerado o investimento em UP’s de cada um destes
outros organismos, o qual não pode representar mais do que 2%.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 35
2.5 Comparação dos limites de exposição e da alocação estratégica com a alocação actual
O Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa contempla uma carteira de investimento, com um perfil
equilibrado, e cuja composição, sem prejuízo das regras estabelecidas na Política de Investimento
constante do Regulamento de Gestão, é a seguinte:
máximo de 25% de Activos do Tipo I, 45% a 85% de Activos do Tipo II, máximo de 15% de Activos do
Tipo III, máximo de 15% de Activos do Tipo IV, e máximo de 10% de Activos do Tipo V.
Considera-se:
a) Activos do Tipo I, acções, obrigações convertíveis ou que confiram direito à subscrição de acções ou,
ainda, por quaisquer outros instrumentos que confiram o direito à sua subscrição ou que permitam uma
exposição aos mercados accionistas, designadamente warrants e participações em instituições de
investimento colectivo cuja política de investimento seja constituída maioritariamente por acções;
b) Activos do Tipo II, os activos financeiros que integram a categoria de obrigações e títulos
representativos de dívida similares não incluídas na alínea anterior, fundos mobiliários de obrigações ou
maioritariamente de obrigações, títulos representativos de dívida da mesma natureza e títulos de dívida
pública;
c) Activos do Tipo III, unidades de participação em fundos de investimento imobiliário;
d) Activos do Tipo IV, os activos financeiros que integram a categoria de dívida de curto prazo, depósitos
bancários e outros instrumentos monetários;
e) Activos do Tipo V, o investimento em unidades de participação de organismos de investimento
colectivo não harmonizados.
Alocação a 31/12/2015
BRA Activos Tipo I Activos Tipo II Activos Tipo III A ctivos Tipo IV Activos Tipo V
ASF 401 Limites Min - Max 0% - 25% 45% - 85% 0% - 15% 0% - 15% 0% - 10%
Exp Ref.ª 15% 75% - 10% -
Exposição Directa 16,81% 63,66% 4,09% 2,08% 0,01%
Durante o exercício, a gestão financeira da Carteira de Investimento afecta aos Planos de Pensões
obedeceu aos limites de exposição e da alocação estratégica estabelecidos na política de investimento
definidos no Regulamento de Gestão do Fundo.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 36
2.6 Evolução da estrutura da carteira de investimentos
Janeiro
Durante o mês de Janeiro, aumentou-se a exposição ao mercado de acções, de 17,1% para 19,3%,
através da aquisição de ETFs sobre o Eurotoxx50 (+0,3%) e S&P500 (+0,5%) e da compra do fundo
Schroders Euro Equities (+1%). Na componente de obrigações, destaca-se o aumento da exposição a
dívida pública portuguesa (+2,8%), espanhola (+2,1%) e italiana (+3,1%). No segmento de fundos de
retorno absoluto, alienou-se o fundo Schroder GAIA Global Macro (-1,1%) e adquiriu-se os fundos
Fidelity Alpha Sharper (+0,8%), BNY Mellon Absolute Return (+0,6%) e Schroders Alternative Solutions
Commodity (+0,8%).
Fevereiro
Ao longo do mês de Fevereiro, reduziu-se a exposição ao mercado de acções, de 19,3% para 16,3%,
através da venda de contratos futuros sobre os índices EuroStoxx50 (-0,9%) e S&P500 (-1,4%) e MSCI
Emerging Markets (-0,7%). Na componente de obrigações, destaca-se o aumento da exposição a dívida
pública portuguesa de longo prazo (+1,4%). No segmento de fundos de retorno absoluto, aumentou-se
o peso nos fundos Schroders GAIA Paulson, DB Platinum, Fidelity Alpha Sharper, BNY Mellon Absolute
Return e Schroders Alternative Solutions Commodity, em cerca de 2,2%.
Março
Ao longo do mês de Março, reduziu-se a exposição ao mercado de acções, de 16,3% para 15,9%,
através da venda de contratos futuros sobre o índice EuroStoxx50 (-0,7%) e dos fundos Schroders
Emerging Markets e Pictet Emerging Markets (-0,2%). Em contrapartida adquiriu-se contratos futuros
sobre o S&P500 (+0,5%). Na componente de obrigações, destaca-se o aumento da exposição a dívida
pública periférica de longo prazo (+1,2%) e à obrigação REN 2025 (+1,8%) e a aquisição da
securitização das receitas do défice tarifário (Verse, +1,7%). Finalmente, aumentou-se a cobertura
cambial da exposição em dólares, em cerca de 6,9%.
Abril
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 37
Ao longo do mês de Abril, reduziu-se a exposição ao mercado de acções, de 15,9% para 10,8%, através
da venda de contratos futuros sobre os índices EuroStoxx50 (-0,6%) e S&P500 (-1,5%) e de ETFs sobre
o e DAX (-2%). Na componente de obrigações, destaca-se a redução do peso em dívida pública de longo
prazo, em Itália (-4,4%), Espanha (-0,7%) e Portugal (-5,3%).
Maio
Ao longo do mês de Maio, aumentou-se a exposição ao mercado de acções, de 10,8% para 16%, através
da compra de contratos futuros sobre os índices EuroStoxx50 (+1,8%) e MSCI Emerging Markets
(+0,8%) e de ETFs sobre o DAX (+0,9%) e S&P500 (+1,1%). Para além disso, alienou-se a posição em
acções dos CTT (-0,3%) e adquiriu-se acções da EDP Renováveis, Ferrovial, Acerinox e IAG, em cerca de
1% do fundo. Na componente de obrigações, destaca-se o aumento do peso em dívida pública de longo
prazo, em Itália (+4,8%), Espanha (+2%) e Portugal (+2,2%). Ao longo do mês, reduziu-se ainda a
cobertura cambial em USD em cerca de 7,8%.
Junho
No final do mês de Junho, tendo em conta a incerteza relativamente à questão grega, decidiu-se reduzir
a exposição ao mercado de acções, de 16% para 14,7%, através da venda de ETFs sobre o DAX (-0,6%)
e S&P500 (-0,6%). Na componente de obrigações, alienou-se no início do mês as posições em fundos de
obrigações High Yield (-4,1%) e de dívida subordinada (-1,4%). No final de Junho, reduziu-se a
exposição a obrigações da EDP (-1,5%) e aumentou-se o peso em dívida pública italiana (+1,7%) e
espanhola (+0,4%). No segmento de fundos de retorno absoluto, alienou-se o fundo BNY Mellon
Absolute Return, e aumentou-se a exposição aos fundos Candriam Credit Opportunities, Fidelity Sharper,
Bantleon Opportunities e DB Platinum TT, em cerca de 3,2%.
Julho
Durante o mês de Julho, decidiu-se aumentar a exposição ao mercado de acções, de 14,7% para 17,6%,
através da compra de contratos futuros sobre o EuroStoxx50 (+2%), DAX (+1%) e S&P500 (+1,5%).
Reduziu-se ainda a exposição a acções emergentes (-0,7%) e alienaram-se as posições em EDP
Renováveis (-0,3%), Ferrovial (-0,3%) e IAG (-0,3%). Na componente de obrigações, alienou-se no início
do mês as posições em obrigações do tesouro português (-5%) e aumentou-se o peso em dívida pública
italiana (+3,3%) e espanhola (+2,6%). Comprou-se também fundos de obrigações High Yield (Schroder
Global High Yield e DWS Euro High Yield, +4%) e de dívida subordinada (Nordea Euro Bank Debt, +1%).
No segmento de fundos de retorno absoluto, aumentou-se a exposição em cerca de 4,7%, destacando-se
a aquisição do fundo Schroder Gaia Sirios (+1%). Finalmente, aumentou-se a exposição do fundo a
dólares, em cerca de 3,8%.
Agosto
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 38
Após a correcção provocada pela desvalorização da moeda chinesa, aumentou-se um pouco a exposição
ao mercado de acções, de 17,6% para 19,4%, através da compra de ETFs sobre o EuroStoxx50 (+0,8%)
e S&P500 (+1%). Para além disto, reduziu-se o peso em acções alemãs, alienando posições no futuro
sobre o DAX (-1,3%) e adquirindo posições nos fundos Fidelity America (+0,6%) e UBS Euro Small Caps
(+0,7%). Na componente de obrigações, destaca-se a redução em fundos de dívida de mercados
emergentes (-2%) e aquisição de fundos de obrigações High Yield e dívida subordinada (+2%).
Setembro
Durante o mês de Setembro, reduziu-se a exposição aos mercados de acções, de 19,4% para 19,0%
através da venda de contractos futuros sobre o EuroStoxx50. No segmento de obrigações destaca-se a
aquisição de dívida pública portuguesa de longo prazo (+3,9%) e a compra de dívida híbrida Enel
(+1,9%). Alienou-se ainda obrigações da Portucel (-1,8%).
Outubro
Durante o mês de Outubro, o fundo beneficiou bastante da forte recuperação dos mercados de risco.
Aumentou-se um pouco a exposição a acções, através da compra ETFs sobre o índice MSCI Emerging
Markets, em cerca de 0,7%. Na componente de obrigações destaca-se o aumento da exposição a dívida
pública italiana de longo prazo (+3,7%) e a alienação da posição em Obrigações do Tesouro português (-
3,9%), na sequência dos resultados das eleições legislativas. Finalmente, cobriu-se em cerca de 2% a
exposição a activos em dólares na carteira.
Novembro
Durante o mês de Novembro, o fundo aumentou-se a exposição a acções europeias, através da compra
de contractos futuros sobre o índice EuroStoxx50 (+1,2%) e reduziu-se o peso em acções americanas
com a venda de ETFs sobre o índice S&P500, em cerca de 1,2%. Na componente de obrigações destaca-
se a redução da exposição a dívida pública italiana e espanhola de longo prazo (-9,4% e -3,4%,
respectivamente). Em contrapartida, adquiriu-se obrigações da EDP (+1,6%).
Dezembro
No início do mês, antes da reunião do Banco Central Europeu, reduziu-se o peso do fundo em acções
europeias, através da venda de contractos futuros sobre o índice EuroStoxx50 (-2,4%), alienou-se dívida
pública italiana e espanhola de longo prazo em cerca de 10% e cobriu-se parte da exposição do fundo
em dólares (6,9%). Após o desapontamento da reunião do BCE, aumentou-se novamente a exposição a
acções europeias e a obrigações do reino de Espanha e da república italiana, e voltou-se a repor a
exposição a dólares. Mais tarde, depois da reunião da Fed, o peso do fundo em USD subiu novamente,
em cerca de 2,8%.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 39
2.7 Rendibilidade e níveis de risco do fundo de pensões
Rendibilidade
efectiva
Valores
Anualizados
Rendibilidade
mediana
Valores
Anualizados
YTD -0,37% - 2,20% -
1 Ano -0,37% - 2,20% -
2 Anos 4,45% 2,20% 6,30% 4,80%
3 Anos 9,51% 3,07% 13,10% 4,90%
5 anos 13,82% 2,62% 22,60% 4,80%
Fundo Mercado*
Medidas de Rendibilidade
* As rendibilidades de mercado foram estimadas com base nos dados fornecidos pela Mercer Investment Consulting
Análise de Risco a 31/12/2015
YTD 1 Ano
Desvio Padrão Anualizado 5,08% 5,08%
Annualised Downside Deviation 0,13% 0,13%Gain/Loss Ratio 0,98 0,98Índice de Sharpe Anualizado -0,05 -0,05
Medidas de Volatilidade e Risco
Risco Total (Desvio Padrão anualizado) 5,46%
C/Derivados S/Derivados
Value-At-Risk em Euros 173.538 158.366
Value-At-Risk (%) 3,10% 2,83%
Tabela Resumo
A análise do Fundo foi realizada à data de 31-Dez-2015. De entre as principais variáveis analisadas,
destaque-se o desvio padrão da carteira de 5,46%. É importante referir que o desvio-padrão da carteira
(aqui calculado) é diferente do desvio-padrão do fundo (no quadro mais acima), já que o desvio-padrão
do fundo mede apenas volatilidade da UP (ex-post), e o desvio-padrão da carteira tem em conta a
volatilidade “forward looking” de cada classe de activos. A diferença mais significativa prende-se com a
classe de imobiliário, na qual a volatilidade verificada (ex-post) é inferior ao risco percepcionado pelo
modelo de análise de risco, uma vez que o modelo de análise para o imobiliário está a equiparar o
investimento em imobiliário com o investimento em acções de empresas imobiliárias, o que explica o
risco (medido pelo desvio padrão) ser superior ao que se esperaria.
A análise do “Value-at-Risk” mostra que a perda máxima expectável com derivados é de € 173.538 o que
corresponde a 3,10% da carteira. Sem derivados o “Value-at-Risk” é de € 158.366 o que corresponde a
2,83% da carteira. A análise do “Value-at-Risk” demonstra que a perda máxima expectável é superior
quando incluídos os derivados na carteira. A estratégia seguida via futuros é de gestão agregada do
risco, assumindo as seguintes posições: longo em EurStoxx 50 do mercado accionista europeu, curto em
dívida pública alemã. Adicionalmente é feita a gestão do risco cambial. Na tabela do “Breakdown do risco
do portfolio” verifica-se que o risco estimado do Fundo deriva principalmente da escolha dos títulos em
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 40
termos de Indústria, sendo menor o risco proveniente da Correlação e de Spread e da Curva de
Rendimentos. Existe ainda risco moeda, que leva em consideração a exposição directa à moeda em que
os activos estão denominados e a exposição implícita a outras moedas. Neste caso, a correlação
moeda/mercado é positiva, o que significa que pelo facto de o Fundo estar exposto a moedas diferentes
do Euro está a diminuir a diversificação do Fundo.
VaR % Risco Desvio Padrão
Risco de Mercado 166.524 92,08% 5,24
Indústria 128.042 54,44% 4,03
Estilo 6.906 0,16% 0,22
Curva de Rendimentos 43.605 6,31% 1,37
Spread 44.679 6,63% 1,41
Mercados Emergentes 595 0,00% 0,02
Commodity 3.295 0,04% 0,10
Hedge Fund 0 0,00% 0,00
Correlação 22,66%
Risco Específico 23.555 1,84% 0,74
Risco Moeda 27.442 2,50% 0,86
Correlação Moeda/Mercado 5,42%
173.538 100% 5,46
Breakdown do Risco do Portfolio
Breakdown do risco por região geográfica
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Correlação
Euro
Portugal
E.U.A.
Itália
Alemanha
Espanha
França
Holanda
Suécia
Dinamarca
China
Bélgica
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 41
Breakdown do risco por moeda
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
% em carteira % Risco Total
CNY EUR USD
Activos que mais contribuem para o Risco Total
Peso Efectivo Desvio padrão % Contribuição
PT Real Estate 3,98% 21,81% 12,51%
EURO STOXX 50 MAR16 2,93% 18,74% 8,98%
Lyxor ETF St50 Lev2x 1,38% 36,44% 8,10%
B.Euro Accoes 2,56% 18,97% 7,99%
B.Euro Corporates 11,79% 6,05% 5,89%
Peso Efectivo Desvio padrão % Contribuição
Lyxor ETF St50 Lev2x 1,38% 36,44% 8,10%
B.Euro Accoes 2,56% 18,97% 7,99%
Schroder ISF EURO Equity C Acc 1,97% 15,92% 4,78%
ISHARES S&P 500 UCITS ETF 2,49% 15,13% 4,61%
Banif Iberia 2,53% 11,93% 4,38%
Peso Efectivo Desvio padrão % Contribuição
B.Euro Corporates 11,79% 6,05% 5,89%
ITALY, REPUBLIC OF 2% 20251201 3,80% 7,50% 2,10%
Pictet Lux.Emerg "R" 1,67% 10,34% 1,53%
EDP FINANCE BV 2% 20250422 1,66% 11,78% 1,49%
ITALY, REPUBLIC OF 0.3% 20181015 7,03% 3,09% 1,45%
Acções
Obrigações
Carteira
2.8 Benchmarks de performance e resultados
O benchmark definido para a avaliação da performance da carteira do Fundo é um compósito
determinado por:
• 15% dos índices ‘DJ Euro Stoxx 50’ e ‘MSCI World Eur Hedged’, em proporção idêntica;
• 30% do índice ‘EFFAS Bond Euro govt all > 1Yr Total Return’;
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 42
• 30% da ‘Euribor a 12 meses’ (360 dias), fixada no início do exercício;
• 25% do ‘Índice Imobiliário APFIPP’.
No exercício de 2015, o índice de referência fixou-se nos 0,66%, ao passo que a rendibilidade apurada
do Fundo foi de -0,37%.
Peso Médio ( 1) TWR ( 2 ) Contribuição
Acções 15,47% 4,60% 0,76%
Inv. Directo 0,24% 13,51% -0,02%
Inv. Indirecto 15,23% 8,57% 1,19%
Futuros -0,41%
Obrigações 65,41% 1,44% 0,73%
Inv. Directo 37,82% 2,67% 0,73%
Dívida países core 0,48% -48,57% -0,01%
Dívida países periferia 36,00% 2,34% 0,74%
Outros 1,34% 0,45% 0,01%
Inv. Indirecto 27,59% 0,69% 0,21%
Futuros -0,22%
Imobiliário 4,59% -3,68% -0,14%
Inv. Directo 0,00% 0,00% 0,00%
Inv. Indirecto 4,59% -3,68% -0,14%
Outros Fundos 11,82% 0,06% -0,24%
Instr Mercado Monetário 3,44% -1,41% 0,14%
Outros ( 3 ) -0,73% -1,62%
100% -0,37%Total (1) - O Peso Médio é calculado usando o critério de média aritmética simples(2) - O método de cálculo da performance segundo a TWR é distinto do utilizado para o cálculo da rendibilidade do
fundo YTD que se encontra no n.º 2.7(3) - A componente "Outros" refere-se a ganhos/perdas cambiais, comissões, impostos e ganho não atribuível
A performance do Fundo em 2015, medida de acordo com a TWR, foi de -0,37%. Os impactos positivos
derivam da performance da classe de Acções, com uma contribuição para a performance total de 76pb, e
Obrigações, com uma contribuição para a performance total de 73pb. Os impactos negativos derivam
principalmente da performance da classe de Outros Fundos, com uma contribuição para a performance
total de -24pb, e de Imobiliário, com uma contribuição para a performance total de -14pb. A categoria de
Inv. Indirecto foi a que teve maior preponderância para o desempenho positivo por parte das acções.
Ishares S&P500 Ucits ACC 0,25% Dj Eurstoxx 50 Sep15 ACC -0,28%
Btps 3.75 09/01/24 OBR 0,16% Euro Bund Fut Sep15 OBR -0,20%
Schroder Intl Glb Hi ACC 0,16% Schroder Asa Cmdty ACC -0,17%
Btps 5% 03/01/25 OBR 0,16% Btps 4.75 09/01/44 OBR -0,17%
B.Euro Accoes ACC 0,16% Elepor 2% 04/22/25 OBR -0,16%
ContribuiçãoActivos com maior
contribuição positiva Contribuição
A ctivos com maior
contribuição negativa
Breakdown da Performance da Carteira
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 43
Breakdown da Performance das Obrigações
No que respeita à análise do impacto da componente obrigacionista, verifica-se que componente
obrigacionista de taxa fixa teve um impacto positivo na performance total da carteira, destacando-se o
impacto da categoria de Dívida Pública, com uma contribuição para a performance total de 49pb, e a
categoria de Fundos, com uma contribuição para a performance total de 17pb. Destaca-se a categoria de
Dívida de Empresas, com uma contribuição para a performance total de 7pb, e a categoria de Fundos,
com uma contribuição para a performance total de 4pb.
Peso Médio TWR Contribuição
Obrigacções 65,41% 1,44% 0,73%
Taxa Fixa 46,86% 0,29% 0,83%
Dívida Pública 18,01% -1,04% 0,49%
Financeiras 1,34% 0,45% 0,01%
Crédito 15,64% 2,04% 0,16%
Fundos 11,86% 0,00% 0,17%
Taxa Variável 18,55% 0,73% 0,11%
Dívida Pública
Financeiras 0,08% 1,56% 0,00%
Asset Backed Securities
Dívida de Empresas 2,74% 3,30% 0,07%
Mercados Emergentes
Estruturas
Fundos 15,73% 0,27% 0,04%
Futuros -0,22%
Breakdown da Performance das Obrigações
BTPS 3.75 09/01/24 Governo 0,16% BTPS 4.75 09/01/44 Governo -0,17%
Schroder INTL GLB HI Fundos 0,16% ELEPOR 2% 04/22/25 Energy -0,16%
BTPS 5% 03/01/25 Governo 0,16% SPGB 4.7% 07/30/41 Governo -0,10%
SPGB 1.6% 04/30/25 Governo 0,15% RENEPL 2.5% 02/12/25 Utilities -0,09%
PGB 5.65% 02/15/24 Governo 0,12% BNY Mellon Gl-EM DBT Fundos -0,08%
ContribuiçãoActivos com maior
contribuição positiva Contribuição
Activos com maior
contribuição negativa
Breakdown da Performance das Obrigações
2.9 Gestão dos riscos materiais a que o fundo se encontra exposto
A estratégia de gestão de riscos da entidade gestora contempla a identificação dos riscos a que os fundos
de pensões por si geridos se encontram expostos e respectivo enquadramento no âmbito das suas
principais orientações estratégicas e políticas de negócio globais assim como a definição de
procedimentos para a monitorização frequente e detalhada dos riscos identificados.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 44
Todas as fragilidades identificadas no âmbito de controlos internos são classificadas por tipo e por grau
(elevado, médio e baixo) de risco e resumidas numa matriz de Risk Appetite Statement.
Riscos específicos do plano de pensões
Consistem nos riscos inerentes aos benefícios estabelecidos no plano de pensões, associados
nomeadamente à mortalidade ou longevidade das populações abrangidas, à ocorrência de situações de
invalidez, à rotação da população de participantes, à passagem às situações de reforma antecipada ou
pré-reforma e ao grau de dependência dos benefícios dos regimes de segurança social.
Estes riscos podem conduzir a perdas resultantes da insuficiência ou incumprimento de contribuições, de
subestimação do valor das responsabilidades subjacentes aos compromissos assumidos nos planos de
pensões, do seu deficiente desenho ou da falha na prestação de informação aos participantes,
beneficiários e associados.
No caso dos planos BD (Benefício Definido) e mistos, tais perdas podem derivar do processo de desenho
do plano de pensões e de falhas na prestação de informação, mas estão essencialmente ligadas aos
processos de cálculo das responsabilidades e de financiamento do plano de pensões (incluindo a
determinação das correspondentes contribuições a cargo dos associados), podendo ter origem numa
multiplicidade de factores, tais como:
• Fiabilidade dos dados utilizados para o cálculo das responsabilidades;
• Desvios significativos entre a realidade e os pressupostos utilizados, não só ao nível demográfico
(mortalidade, morbilidade, acesso à situação de reforma antecipada ou pré-reforma e rotação da
população) como também financeiro (crescimento dos salários e das pensões);
• Subestimação dos valores das pensões a pagar nas situações de dependência dos benefícios dos
regimes de segurança social.
No que diz respeito aos planos CD (Contribuição Definida) e mistos, as perdas estão particularmente
ligadas ao processo de desenho do plano de pensões e de falhas na prestação de informação, podendo
no entanto estarem também ligadas ao incumprimento das contribuições previstas.
A entidade gestora faz uma gestão prudente e sólida dos riscos específicos do plano de pensões BD ou
mistos, realizando uma revisão actuarial contínua, assim como análises específicas aos riscos
materialmente mais relevantes, tomando em consideração os relatórios dos actuários responsáveis e
assegurando a monitorização do cumprimento das respectivas recomendações. Adicionalmente, são
realizados estudos de stress testing ou de análises de cenários pela Direcção Global de Risco (DGR).
Os actuários responsáveis procedem regularmente à avaliação actuarial e financeira dos planos de
pensões, a partir de informação validada pela Direcção Técnica e Comercial (DTC) que revê o relatório e
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 45
controla e monitoriza o risco específico dos fundos pensões, garantindo o necessário financiamento das
responsabilidades e informando o associado da necessidade de fazer dotações, quando necessário.
Semestralmente, são efectuadas análises de activos e passivos (estudos ALM), onde são determinadas as
responsabilidades e os custos decorrentes dos respectivos planos de pensões, e avaliadas as
composições das carteiras de activos financeiros que integram o património dos respectivos fundos de
pensões. As conclusões das referidas análises assentam no conceito de valor esperado, numa perspectiva
probabilística, sendo as mais prováveis nos cenários de evolução de carteira de activos estudados (base,
optimista e pessimista).
Com o objectivo de acompanhar a solvência dos planos a médio e longo prazo são analisadas e testadas
a adequação das carteiras de activos, tendo em conta o cumprimento das exigibilidades dos passivos dos
respectivos fundos.
Risco de mercado
Define-se como o risco de movimentos adversos no valor de activos do fundo de pensões, relacionados
com variações dos mercados de capitais e cambiais, nomeadamente flutuações em taxas de juro, taxas
de câmbio, cotações de acções, preços de mercadorias, e do valor do imobiliário, e ainda os riscos
associados ao uso de instrumentos financeiros derivados, ou de produtos substantivamente equiparáveis.
Nos Fundos de Pensões, o risco de mercado decorre essencialmente das exposições em títulos, incluindo
unidades de participação de fundos de investimento, derivados e imóveis detidos em carteira.
As metodologias e modelos utilizados pela entidade gestora na gestão de risco de mercado encontram-se
em linha com as boas práticas de mercado. As técnicas utilizadas para medir e controlar o risco de
mercado incluem o Value-at-Risk (VaR), Duration e PV01, análise de sensibilidade e testes de cenários.
Risco de crédito
Consiste no risco de incumprimento ou de alteração na qualidade creditícia dos emitentes de valores
mobiliários aos quais o fundo de pensões está exposto, bem como dos devedores, prestatários,
mediadores, participantes, beneficiários e resseguradores que com ele se relacionam.
A avaliação do risco de crédito dos fundos de pensões é realizada tendo por base o modelo de análise
utilizado pela DGR, assente na ferramenta BarraOne, permitindo a decomposição do risco dos activos por
diversos factores, nomeadamente o factor Spread – analisa a diferença entre a curva swap e a curva de
dívida pública, e eventos de crédito, calculando a respectiva alocação em termos de risco. Adicionalmente
é monitorizado o rating de cada instrumento, a sua evolução e a concentração da carteira por nível de
rating.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 46
A DGR possui uma área especializada em risco de crédito, pelo que, sempre que se considere necessário,
são realizadas análises de risco de crédito específicas para devedores, participantes ou outros.
Risco de concentração
Define-se como o risco que resulta de uma elevada exposição do fundo a determinadas fontes de risco,
tais como categorias de activos ou tipos de benefícios, com potencial de perda suficientemente elevado
para afectar de forma material a situação financeira ou de solvência do fundo. Consiste na probabilidade
de ocorrência de perdas devido a uma concentração excessiva em termos de exposição a determinados
riscos, tais como categoria de activos ou tipos de benefícios, tendo como principais fontes:
• Área geográfica – através do sistema BarraOne é feita a desagregação do Risco Total e do VAR por
país, permitindo monitorizar a evolução do mesmo;
• Por moeda – através do sistema BarraOne é feita a desagregação do Risco Total e do VAR por
moeda, permitindo monitorizar a evolução do mesmo;
• Sectores económicos – através do sistema BarraOne é feita a desagregação do Risco Total e do
VAR por sector económico, permitindo monitorizar a evolução do mesmo;
• Contrapartes – é analisado o risco de crédito por contraparte (repos e derivados), considerando
um nível de tolerância pré-definido e em linha com as disposições regulamentares.
Conforme referido, o sistema BarraOne permite analisar o risco das carteiras desagregado pelos vários
factores explicativos do risco, nomeadamente entre as componentes de risco específico e risco global (ou
de mercado), o qual por sua vez é desagregado em diversos constituintes. Esta característica permite
analisar a concentração por exemplo ao risco da curva de rendimento, ou aos spreads. Os relatórios
mensais incluem uma análise das cinco maiores exposições em termos de risco, quer em termos
absolutos, quer em termos de VaR.
Risco de Liquidez e de ALM
Consiste no risco que advém da possibilidade do fundo de pensões não deter activos com liquidez
suficiente para fazer face aos requisitos de fluxos monetários necessários ao cumprimento das
responsabilidades assumidas para com os beneficiários à medida que se vencem. O risco de liquidez
define-se como a probabilidade de ocorrência de perdas devido à incapacidade de uma instituição dispor
de fundos líquidos para cumprir com as suas obrigações, e se tal é efectuado em condições razoáveis. O
risco de liquidez está associado aos custos adicionais para obter liquidez ao alienar investimentos ou
outros activos de forma não programada em virtude dos fundos de pensões não deterem activos com
liquidez suficiente para fazer face às suas responsabilidades à medida que elas se vencem.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 47
Nos fundos de pensões, a adequação dos recursos financeiros face às responsabilidades é analisada em
função dos montantes e prazos dos compromissos assumidos e dos recursos obtidos, em função da
identificação de gaps. A DTC acautela mensalmente as necessidades de liquidez, tendo em consideração
as responsabilidades assumidas pelos fundos e as condições actuais do mercado.
Em termos de avaliação do risco de taxa de juro dos fundos de pensões, na componente dos activos,
esta é feita com o recurso ao sistema BarraOne. O modelo de análise utilizado pela DGR procede à
decomposição do risco de mercado nas várias componentes, entre os quais, a componente de risco de
taxa de juro embutida na variação de preço (decomposição do VaR nas várias componentes, incluindo
risco de taxa de juro).
Adicionalmente, é efectuada a monitorização do risco de liquidez dos activos que compõem a carteira dos
fundos de pensões, nomeadamente quanto à participação detida do activo, e ao tipo de activo, por
exemplo, no caso de um Fundo são analisados os seguintes indicadores: em função de ser
valorizado/transaccionado diariamente, aberto/fechado e Sociedade Gestora.
Em paralelo, a análise do risco cambial dos activos fundos de pensões é realizada tendo por base a
ferramenta BarraOne, que procede à decomposição das carteiras nas várias componentes, entre os
quais, a componente de risco de moeda e a sua correlação com os restantes factores de risco.
O Risco de Contraparte associado aos instrumentos financeiros derivados é monitorizado diariamente
através do sistema de gestão das carteiras, que informa diariamente a exposição global a derivados,
além da monitorização constante dos alertas e limites definidos.
2.10 Utilização de produtos derivados
A utilização de derivados pela Banif Pensões, em 2015, no âmbito da estratégia de investimento do
Fundos de Pensões Aberto Banif Reforma Activa, foi realizada no quadro da política de investimento.
Durante o exercício de 2015, a Banif Pensões utilizou, no âmbito da gestão eficaz da carteira,
instrumentos derivados, designadamente para a cobertura do risco cambial e da gestão agregada dos
riscos dos instrumentos financeiros detidos pela carteira de investimento do Fundo.
A 31 de Dezembro de 2015, a cobertura do risco cambial, decorria da exposição aos seguintes fundos
cujos activos subjacentes estavam denominados em moedas diferentes do Euro, designadamente em
USD:
• iShares S&P500 UCITS, no montante de 140.699 euros;
• Schroder INTL GLB HI, no montante de 116.441 euros;
• Pictet US Equi Sel R, no montante de 87.715 euros;
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 48
• Fidelity America F., no montante de 89.453;
• GS US Small Cap Core, no montante de 63.038 euros;
e foi realizada com recurso a futuros:
• E-Micro EUR/USD Mar16, com nocional de 475.524 euros e com vencimento em 14 de Março de 2016.
Na mesma data e no âmbito da gestão agregada dos riscos dos instrumentos financeiros detidos, as
posições em aberto relativas à utilização de futuros, compreendia:
• DJ EurStoxx 50 Mar16, com valor nocional de 164.100 euros e com vencimento em 18 de Março de
2016;
• Euro Bund Fut Mar16, com valor nocional de 315.840 euros e com vencimento em 8 de Março de 2016.
Lisboa, 14 de Abril de 2016
O Conselho de Administração da Sociedade Gestora
Armando José Vale de Avelar Bandeira
Marta Patrício Ferreira Oliveira Almeida
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 49
3 Demonstrações Financeiras
3.1 Demonstração da Posição Financeira
(valores em euros)
NOTAS DEMONSTRAÇÃO DA POSIÇÃO FINANCEIRA 2015 2014
ACTIVO
7 Investimentos
Terrenos e Edifícios
Instrumentos de capital e unidades de participação 3.700.599 3.074.388
Títulos de dívida Pública 947.138 1.182.405
Outros títulos de dívida 1.200.536 1.291.527
Empréstimos concedidos
Numerário, depósitos em instituições de crédito e aplicações MMI 126.013 188.225
Outras aplicações
Outros activos
8 Devedores
Entidade gestora
Estado e outros entes públicos 10.653
Depositários
Associados
Participantes e beneficiários
Outras entidades 28.493 21.758
9 Acréscimos e diferimentos 79.416 216.132
TOTAL ACTIVOS 6.092.849 5.974.436
PASSIVO8 Credores
Entidade gestora 15.139 25.593
Estado e outros entes públicos 124.880
Depositários 1.514 2.150
Associados
Participantes e Beneficiários
Outras entidades 352 98.221
10 Provisões para Outros Riscos e Encargos 2.618
9 Acréscimos e diferimentos 1.593 1.593
TOTAL PASSIVO 21.216 252.437
VALOR DO FUNDO 6.071.633 5.721.998
VALOR DA UNIDADE DE PARTICIPAÇÃO 6,0615 6,0839
O CONTABILISTA CERTIFICADO O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE GESTORA
DEMONSTRAÇÃO DA POSIÇÃO FINANCEIRA DO FUNDO DE PENSÕES BANIF REFORMA ACTIVA
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 50
3.2 Demonstração de Resultados
(valores em euros)
NOTAS DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 2015 2014
11 Contribuições 669.227 418.716
12 Pensões, capitais e prémios únicos vencidos 291.617 362.296
13 Ganhos Líquidos dos investimentos -56.900 198.113
14 Rendimentos Liquidos dos investimentos 99.537 136.309
15 Outros rendimentos e ganhos 1.725 403
16 Outras despesas 72.338 81.939
Variação Líquida do Fundo do Exercício 349.634 309.305
O CONTABILISTA CERTIFICADO O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE GESTORA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO FUNDO DE PENSÕES BANIF REFORMA ACTIVA
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 51
3.3 Demonstração de Fluxos de Caixa
(valores em euros)
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA 2015 2014Fluxos de caixa das actividades operacionais
Contribuições
Contribuições dos associados 264.936 130.664
Contribuições dos participantes 146.945 140.161
Contribuições dos beneficiários
Transferências - De fundos de Pensões 207.876 83.055
Transferências - De Seguros
Transferências - De fundos de investimento PPR/E
Outras Entradas 42.736 39.759
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Pensões pagas
Prémios únicos para aquisição de rendas vitalícias
Capitais vencidos - Remições -10.924 -10.296
Capitais vencidos - Vencimentos -22.870 -246.901
Transferências - Para fundos de Pensões -258.392 -104.554
Transferências - Para Seguros
Transferências - Para fundos de investimento PPR/E
Despesas de Adesão
Encargos inerentes ao pagamento das pensões
Subsídios por morte
Prémios de seguros de risco de invalidez ou morte
Indemnizações resultantes de seguros contratados pelo fundo
Participação nos resultados dos contratos de seguros emitidos em nome do fundo
Reembolso fora das situações legalmente previstas
Devolução por excesso de financiamento
Remunerações
Remunerações de gestão -69.925 -64.087
Remunerações de depósito e guarda de títulos -6.586 -8.243
Outros rendimentos e ganhos 34
Outras despesas -2.571 -1.818
Fluxo de caixa líquido das actividades operacionais 291.259 -42.258
Fluxos de caixa das actividades de investimento
Recebimentos
A lienação / reembolso dos investimentos 8.175.200 9.408.418
Rendimentos dos investimentos 147.413 246.535
Operações cambias 1.129.235 638.606
Operações de futuros 658.963 201.825
Pagamentos
Aquisição dos investimentos -8.577.741 -9.501.146
Operações cambias -1.131.331 -640.015
Operações de futuros -752.071 -290.467
Comissões de transacção e mediação -1.590 -858
Outros gastos com investimentos
Fluxo de caixa líquido das actividades de investimento -351.921 62.898
Variação de caixa e seus equivalentes -60.662 20.639Efeitos de alterações da taxa de câmbio -1.550 1.523
Caixa no ínicio do período de reporte 188.225 166.064Caixa no fim do período de reporte 126.013 188.225
O CONTABILISTA CERTIFICADO O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
DA SOCIEDADE GESTORA
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA DO FUNDO DE PENSÕES BANIF REFORMA ACTIVA
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 52
3.4 Notas às Demonstrações Financeiras
1 Identificação do fundo de pensões, planos de pensões, associado e entidade gestora
Fundo de Pensões
O Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa foi constituído em 31 de Dezembro de 2008. À Banif
Pensões – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A., como entidade gestora, compete-lhe a sua
administração e gestão nos termos do normativo em vigor e nas condições estabelecidas no respectivo
regulamento de gestão.
O Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa é um fundo de pensões aberto de adesão colectiva ou
individual. O Fundo é comercializado conjuntamente, com os fundos de pensões denominados Banif
Reforma Jovem, Banif Reforma Sénior e Banif Reforma Garantida. Contempla uma carteira de
investimento, com um perfil equilibrado.
Planos de Pensões
O Fundo possui, a 31 de Dezembro de 2015, 6 adesões colectivas de planos de contribuição definida e 48
adesões individuais. A Adesão Colectiva Banif Rent – Aluguer, Gestão e Comércio de Veículos
Automóveis, S.A. (Adesão Colectiva n.º 2) foi extinta durante o exercício de 2015.
Os planos de pensões de contribuição definida e natureza contributiva, contemplam benefícios em caso
de Reforma por Velhice e Invalidez, e, ainda, em caso de desemprego de longa duração, doença grave e
incapacidade permanente para o trabalho, nos termos da legislação aplicável aos Planos Poupança –
Reforma (PPR), assim como por falecimento do Participante.
Associados
A Banif Mais, S.A. (Adesão Colectiva n.º 3 e 9);
O Banif – Banco de Investimento S.A. (Adesão Colectiva n.º 4 e 9);
A Banif Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. (Adesão
Colectiva n.º 4 e 9);
A Banif Pensões – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A. (Adesão Colectiva n.º 4 e 9);
A Towers Watson (Portugal) Unipessoal, Limitada (Adesão Colectiva n.º 5);
A Altran Portugal, S.A. (Adesão Colectiva n.º 7);
A OROC - Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (Adesão Colectiva n.º 8).
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 53
O Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A. (Adesão Colectiva n.º 9).
Todos os Associados são entidades promotoras e contribuintes.
Entidade Gestora
A Banif Pensões – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.
2 Alterações aos planos de pensões ocorridas no exercício
A Banif Rent – Aluguer, Gestão e Comércio de Veículos Automóveis, S.A., Associado da Adesão Colectiva
n.º 2 foi extinta com transmissão global e imediata do seu património para o seu accionista único, Banif -
Banco Internacional do Funchal, S.A., no âmbito do respectivo processo de liquidação com efeitos à data
de 31 de Maio de 2015, nos termos da deliberação da Assembleia Geral da Sociedade realizada no
Funchal a 29 de Maio de 2015.
Por deliberação do Banco de Portugal (BP), datada de 20 de Dezembro de 2015, foi aplicada a medida de
resolução bancária ao Banif - Banco Internacional do Funchal, S.A. (Banif), na modalidade de alienação
parcial ou total da sua actividade, que determinou:
• alienar ao Banco Santander Totta a generalidade da actividade do Banif;
• manter no Banif um conjunto muito restrito de activos, que será alvo de futura liquidação, bem como
as posições accionistas, dos créditos subordinados e de partes relacionadas;
• constituir a sociedade Naviget S.A. (cuja denominação foi entretanto alterada para Oitante, S.A.),
veículo para o qual foram transferidos os direitos e obrigações correspondentes a activos do BANIF.
Durante o exercício de 2015, não ocorreu nenhuma outra alteração aos Planos de Pensões do Fundo. Os
activos, responsabilidades e/ou riscos do Fundo não foram afectados por quaisquer outros factos ou
reestruturações ocorridas nos Associados.
3 Bases de apresentação e principais políticas contabilísticas
As demonstrações financeiras anexas foram preparadas numa base de continuidade das operações, a
partir dos registos contabilísticos do Fundo, reconhecidos em contas extrapatrimoniais da entidade
gestora, mantidos de acordo com as Normas Regulamentares emanadas pela Autoridade de Supervisão
de Seguros e Fundos de Pensões, nomeadamente a Norma regulamentar nº 7/2010-R, de 4 de Junho.
A estrutura conceptual e de relato financeiro definida na Norma Regulamentar n.º 7/2010–R, de 4 de
Junho estabelece que a entidade gestora deve elaborar demonstrações financeiras anuais do Fundo que
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 54
reflictam de forma verdadeira e apropriada o activo, as responsabilidades e a situação financeira do
Fundo.
A Norma Regulamentar anteriormente mencionada estabelece que devem ser adoptados os princípios de
mensuração aplicáveis aos activos que compõem o património do Fundo estabelecidos na Norma
Regulamentar n.º 9/2007-R, de 28 de Junho e que, sempre que não expressamente nela regulados,
adoptar-se-á, quando aplicável, os princípios de reconhecimento e de mensuração previstos nas Normas
Internacionais de Contabilidade.
As principais políticas contabilísticas adoptadas na preparação das demonstrações financeiras anexas são
as seguintes:
(a) Especialização dos exercícios
O Fundo respeita, na preparação das suas contas, o princípio contabilístico da especialização das receitas
e das despesas. Assim, as receitas e as despesas são registadas no exercício a que dizem respeito,
independentemente da data do seu pagamento ou recebimento.
(b) Investimentos financeiros
Os investimentos financeiros em carteira à data da preparação das demonstrações financeiras
encontram-se valorizados ao justo valor, em conformidade com a Norma Regulamentar n.º 9/2007-R, de
28 de Junho, da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, a qual estipula a adopção
de políticas e procedimentos de avaliação adequados e pressupostos de avaliação uniformes, devendo os
activos que se encontrem admitidos à negociação em mercados regulamentados ser avaliados tendo por
base o respectivo preço de mercado, o qual não deverá ser utilizado para efeito da determinação do seu
justo valor sempre que esse preço não tenha sido obtido através de transacções normais de mercado.
Estes activos e aqueles que não se encontrem admitidos à negociação em mercados regulamentados,
devem ser avaliados tendo por base o seu presumível valor de realização, devendo-se para este efeito
considerar-se toda a informação relevante disponível sobre o emitente, nomeadamente a sua situação
patrimonial, bem como as condições de mercado vigentes no momento de referência da avaliação.
Os activos que se encontrem admitidos à negociação em mercados regulamentados, cujo valor de
cotação raramente se encontre disponível ou cujas quantidades transaccionadas nesses mercados sejam
insignificantes face à quantidade de transacções efectuadas em sistemas de negociação especializados e
internacionalmente reconhecidos, são avaliados, em alternativa ao preço de mercado, com base nos
preços praticados nesses sistemas.
As mais e menos – valias potenciais ou realizadas, reconhecidas na rubrica de Ganhos líquidos dos
investimentos no período em que ocorre a avaliação ou a alienação, são determinadas com base na
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 55
diferença entre o montante da avaliação e da alienação e a quantia escriturada do activo, a qual
corresponde ao valor do balanço no início do ano dos investimentos que transitaram de anos anteriores
ou custo de aquisição dos investimentos adquiridos durante o exercício.
Os depósitos bancários e outros activos de natureza monetária que compõem o património do fundo são
registados ao seu valor nominal, tomando-se em consideração às respectivas características intrínsecas.
(c) Unidades de participação
O valor patrimonial líquido do Fundo é dividido em unidades de participação (UPs) inteiras ou
fraccionadas até à quarta casa decimal que conferem aos seus titulares o direito de propriedade.
O valor unitário corresponde ao quociente do valor patrimonial líquido da carteira à data do cálculo pelo
número das respectivas Unidades de Participação em circulação, o qual serve de base às entradas e às
saídas que são reconhecidos nas rubricas de Contribuições e Pensões, capitais e prémios únicos vencidos.
(d) Contribuições e subscrições
As contribuições e subscrições dos associados e dos participantes são registadas quando efectivamente
recebidas na rubrica de Contribuições.
(e) Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Os participantes e beneficiários poderão optar por qualquer modalidade de pagamento regulamentar
prevista, sendo os respectivos dispêndios reconhecidos no período a que dizem respeito.
(f) Ganhos e rendimentos
Os ganhos e rendimentos líquidos de investimento relacionados com activos financeiros são registados no
período a que respeitam.
(g) Comissões e outros encargos
As comissões registadas na demonstração dos resultados na rubrica de Outras despesas compreendem
(i) uma comissão anual fixa máxima de 1,00%, calculada diariamente, que incide sobre o valor líquido do
fundo, cobrada trimestralmente; acrescida de uma comissão de performance de 10% sobre o excedente
da rendibilidade líquida anual do Fundo acima do índice de referência definido, apurada e cobrada no
termo do exercício; (ii) uma comissão máxima de 2,00% sobre o valor das pensões processadas aos
pensionistas das adesões colectivas com planos de benefício definido; (iii) comissões pelo exercício das
funções de instituição depositária, calculada diariamente e cobrada mensalmente, através da aplicação de
uma comissão máxima de 0,15% sobre o valor patrimonial médio do Fundo e (iv) comissões de mediação
e outros encargos decorrentes da transacção de valores imobiliários, taxas de supervisão e outros
realizados no cumprimento das obrigações legais e regulamentares.
(h) Transacções e saldos em moeda estrangeira
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 56
Os activos e passivos expressos em moeda diferente são convertidos para euros, com base nas taxas de
câmbio publicadas diariamente pelo Banco de Portugal ou das cotações fornecidas pelas agências de
informação internacionalmente reconhecidas. As variações positivas e negativas resultantes da
actualização cambial são registadas em ganhos e perdas cambiais.
(i) Produtos derivados
São utilizados alguns instrumentos financeiros derivados com objectivo de redução de risco de
investimento ou de gestão eficaz da carteira. Os produtos derivados são avaliados ao justo valor ou,
sempre que não seja possível determinar, o preço tido como necessário para liquidar esses contratos,
tendo em conta quaisquer esquemas de compensação com a contraparte.
4 Regime fiscal aplicável ao fundo de pensões
I – Fundo de Pensões
IRC
Nos termos do n.º 1 do art.º 16º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF), os rendimentos do Fundo de
Pensões estão isentos de IRC. No entanto, conforme disposto no n.º 11 do art 88º do CIRC, os lucros
distribuídos por entidades sujeitas a IRC aos Fundos de Pensões são tributados autonomamente à taxa
de 25%, quando as partes sociais a que respeitam os lucros não tenham permanecido na titularidade do
mesmo sujeito passivo, de modo ininterrupto, durante o ano anterior à data da sua colocação à
disposição e não venham a ser mantidas durante o tempo necessário para completar esse período.
IMI e IMT
De acordo com o n.º 1 do art.º 49 do EBF, são reduzidas para metade as taxas de imposto municipal e
de imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis em fundos de pensões que se
constituam e operem de acordo com a legislação nacional.
Imposto do Selo
O Fundo de Pensões está sujeito a Imposto do Selo nos termos gerais previstos na TGIS (Tabela Geral de
Imposto do Selo) designadamente, aquisição e arrendamento de imóveis, celebração de contratos de
seguros, constituição de garantias e operações financeiras.
A transmissão gratuita de valores aplicados em Fundos de Pensões aos beneficiários, nos termos da
alínea b do n.º 5 do art.º 1 do Código de Imposto do Selo, não está sujeita a Imposto do Selo.
II – Contribuições, pensões e reembolsos
Contribuições
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 57
As contribuições efectuadas pelo Associado são efectuadas ao abrigo do artigo 23º do CIRC, na medida e
na proporção em que conferem ‘ab initio’ direitos adquiridos e individualizados.
As contribuições facultativas efectuadas pelos Participantes têm enquadramento PPR nos termos dos
artigos 16º e 21º do EBF. São dedutíveis à colecta de IRS nos termos do artigo 78º do CIRS e artigo 21º
do EBF.
Benefícios
O recebimento das contribuições efectuadas pelo Associado e recebidas sob a forma de pensão/renda é
tributado em sede de IRS, categoria H, ao abrigo dos artigos 11º e 53º do CIRS. No caso das
contribuições efectuadas pelos Participantes e recebidas sob a forma de pensão/renda deve ainda ter-se
em atenção o disposto no artigo 54º do CIRS (dedução de capital).
O recebimento das contribuições efectuadas pelo Associado e recebidas sob a forma de capital é
tributado em sede de IRS, categoria A, aplicando-se as taxas previstas no artigo 100º do CIRS. No caso
das contribuições dos Participantes, os rendimentos de capital são tributados em sede de IRS, categoria
E, nos termos dos artigos 16º e 21º do EBF.
5 Riscos associados à carteira de investimentos
As carteiras dos Fundos de Pensões estão expostas aos diversos tipos de risco existentes,
nomeadamente:
• Riscos específicos do plano de pensões;
• Risco de mercado;
• Risco de crédito;
• Risco de concentração;
• Risco de Liquidez e ALM
A estratégia de gestão dos riscos associados à carteira de investimentos é detalhada no ponto 2.9 do
presente relatório.
A avaliação do risco de investimento tem sempre subjacente o grau de exposição do Fundo a cada classe
de activos face à sua exposição central de referência e à avaliação das condições de mercado realizada
regularmente em ‘comité de investimento’. É efectuada de forma sistemática através de diversos
instrumentos e métodos utilizados e aceites nos mercados financeiros, designadamente o controlo de
bandas de variação de preços, o grau de exposição a títulos, sectores, países e rating, bem como a
utilização de medidas estatísticas tais como o VAR (‘Value at Risk’), a Volatilidade e o ‘backtesting’, entre
outros.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 58
A informação dos níveis de risco do fundo de pensões e os resultados das medidas de risco utilizadas
encontram-se detalhadas no ponto 2.7 do presente relatório.
6 Inventário dos investimentos a 31/12/2015 com indicação do justo valor
Ver Anexo 1
7 Investimentos
2015 2014
Invest imentos
Inst rumentos de capital e unidades de part icipação 3.700.599 3.074.388
T ítulos de dívida pública 947.138 1.182.405
Outros t ítulos de dívida 1.200.536 1.291.527
Numerário, depósitos em inst ituições de crédito e aplicações MMI 126.013 188.225
5.974.287 5.736.545
8 Devedores e Credores
2015 2014
Devedores
Estado e outros entes públicos 10.653 0
Out ras ent idades 28.493 21.758
39.146 21.758
2015 2014
Estado e outros entes públicos - Activo
Imposto sobre o rendimento
Fundos de Invest imento/Dividendos Açcões 10.653 0
10.653 0
O saldo de 10.653 euros em 2015 na rubrica de Imposto sobre o rendimento, diz respeito ao imposto do
exercício que será recebido após a entrega da Declaração de rendimentos (Mod 22), o qual inclui o
imposto retido/suportado pelos Fundos de investimento nacionais resgatados pelo Fundo de Pensões
durante o exercício, deduzidos (caso seja aplicável) da tributação autónoma suportada pelo Fundo de
Pensões.
O saldo de 28.493 euros em 2015 (21.758 euros em 2014) na rubrica ‘Outras Entidades’, inclui o
montante de 17.615 euros a receber de Associados e 10.878 euros relativos à comissão de gestão fixa do
4º trimestre de 2015 a receber da entidade gestora.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 59
2015 2014
Credores
Ent idade gestora 15.139 25.593
Estado e outros entes públicos 0 124.880
Depositários 1.514 2.150
Outras ent idades 352 98.221
17.005 250.844
O saldo de 15.139 euros em 2015 (25.593 euros em 2014) na rubrica ‘Entidade gestora’, diz respeito a
comissões devidas pelo Fundo à sociedade gestora, cuja liquidação ocorre no exercício seguinte,
nomeadamente: 15.139 euros relativos à comissão de gestão fixa do 4º trimestre de 2015.
2015 2014
Estado e outros entes públicos - Passivo
Retenção de Impostos sobre rendimentos de 3ºs
Pensões 0 538
0 538
Imposto sobre o rendimento
Fundos de Invest imento/Dividendos Açcões 0 124.342
0 124.342
0 124.880
O saldo de 538 euros em 2014 na rubrica de Retenções de Impostos sobre rendimentos efectuada a
terceiros, diz respeito a retenções na fonte efectuadas pelo Fundo aquando do pagamento das
prestações de serviços e pensões, os quais são liquidados ao Estado no mês seguinte.
O saldo de 124.342 euros em 2014 na rubrica de Imposto sobre rendimento, inclui o imposto sobre
tributação autónoma suportada pelo Fundo e os valores de imposto de Fundos de Investimento nacionais
em que o Fundo investe.
O saldo de 1.514 euros em 2015 (2.150 euros em 2014) na rubrica ‘Depositários’ diz respeito ao à
comissão de depósito do 4º trimestre de 2015.
O saldo de 352 euros em 2015 (98.221 euros em 2014) na rubrica ‘Outras Entidades’, inclui o montante
352 euros devidos à entidade gestora (custos com expedição de correspondência). O saldo em 2014,
inclui o montante de 98.221 euros relativos a pendentes a liquidar, justificado pelo facto de, na data da
operação de compra de títulos, existir a liquidação física do título em carteira (o título é incorporado na
carteira) por contrapartida da rubrica ‘Outras entidades’ pois, a liquidação financeira da operação ocorre
após 2 ou 3 dias úteis. Nessa data verifica-se a anulação daquela rubrica por contrapartida da saída do
valor da compra.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 60
9 Acréscimos e Diferimentos
2015 2014
Act ivo
Imposto de Fundos de Invest imento Nacional 49.631 0
Rendimentos a receber 28.970 216.132
Retrocessões 816 0
79.416 216.132
O saldo de 49.631 euros em 2015 na rubrica de ‘Imposto de Fundos de Investimento Nacional’, diz
respeito à especialização de imposto retido/suportado pelos Fundos de Investimento nacionais que se
mantêm em carteira no final do exercício. Este imposto será recuperado à medida que os resgates das
posições detidas ocorram.
O saldo de 28.970 euros em 2015 (216.132 euros em 2014) na rubrica de ‘Rendimentos a receber’ diz
respeito a rendimentos da carteira de títulos imputáveis ao respectivo exercício cuja receita ocorrerá no
futuro, nomeadamente, juros a receber.
O saldo de 816 euros em 2015, na rubrica de ‘Retrocessões’, diz respeito a devolução de comissões de
gestão a receber de OICs em que o fundo investe.
2015 2014
Passivo
ROC 1.593 1.593
1.593 1.593
10 Provisões para outros riscos e encargos
O saldo de 2.618 euros em 2015 na rubrica de ‘Provisões para outros riscos e encargos’ inclui uma
estimativa de encargos eventualmente a suportar relativo a impostos.
11 Contribuições
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2015 2014
dos associados 271.768 135.198
dos participantes 146.320 147.035
418.087 282.233
de fundos de pensões 207.876 83.055
207.876 83.055
devolução de comissões 43.264 53.428
43.264 53.428
669.227 418.716
Outros acréscimos
Transferências
Contribuições/subscrições
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 61
A comissão de gestão anual fixa é cobrada ao fundo pelo valor máximo definido no respectivo
Regulamento de Gestão, sendo trimestralmente efectuado o acerto para a comissão devida por cada
Adesão Colectiva do fundo, com a devolução de comissões aos respectivos participantes e respectiva
aquisição de Unidades de Participação. Em 2015 o montante das comissões de gestão devolvidas foi de
43.264 euros (50.109 euros em 2014).
A comissão de gestão variável é cobrada ao fundo pelo valor máximo definido no respectivo Regulamento
de Gestão, sendo no termo do exercício efectuado o acerto para a comissão devida por cada Adesão
Colectiva do fundo, com a devolução de comissões aos respectivos participantes e respectiva aquisição
de Unidades de Participação. Em 2015 não foi devida a comissão de gestão variável (3.319 euros em
2014).
Adesão Colectiva n.º 2
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2015 2014
dos associados 1.064 2.949
dos participantes 1.064 2.949
2.127 5.898
devolução de comissões 726 1.145
726 1.145
2.853 7.043
Contribuições/subscrições
Outros acréscimos
Adesão Colectiva n.º 3
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2015 2014
dos associados 43.826 50.557
dos participantes 50.307 51.995
94.133 102.551
de fundos de pensões 21.566 20.497
21.566 20.497
devolução de comissões 8.963 9.828
8.963 9.828
124.663 132.876
Transferências
Outros acréscimos
Contribuições/subscrições
Adesão Colectiva n.º 4
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 62
2015 2014
dos associados 59.383 60.716
dos participantes 89.393 89.414
148.776 150.130
de fundos de pensões 58.158 50.585
58.158 50.585
devolução de comissões 17.952 20.069
17.952 20.069
224.886 220.783
Contribuições/subscrições
Transferências
Outros acréscimos
Adesão Colectiva n.º 5
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2015 2014
dos associados 3.648 3.233
dos participantes 556 178
4.204 3.411
devolução de comissões 65 49
65 49
4.269 3.460
Contribuições/subscrições
Outros acréscimos
Adesão Colectiva n.º 7
Não foram efectuadas contribuições durante o exercício de 2015.
Adesão Colectiva n.º 8
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2015 2014
dos associados 163.466 12.000
dos participantes 5.000 2.500
168.466 14.500
devolução de comissões 15.512 21.481
15.512 21.481
183.978 35.981
Outros acréscimos
Contribuições/subscrições
Adesão Colectiva n.º 9
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 63
2015 2014
dos associados 382 5.744
382 5.744
devolução de comissões 45 0
45 0
427 5.744
Contribuições/subscrições
Outros acréscimos
Adesões Individuais
As contribuições efectuadas durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2015 2014
de fundos de pensões 128.151 11.974
128.151 11.974
devolução de comissões 0 856
0 856
128.151 12.829
Transferências
Outros acréscimos
12 Benefícios pagos
Os benefícios pagos durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2015 2014
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Capitais
Vencimentos 22.499 247.249
Remições 10.726 10.493
33.225 257.742
Transferências
para fundos de pensões 258.392 104.554
258.392 104.554
291.617 362.296
Adesão Colectiva n.º 2
Os benefícios pagos durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2015 2014
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Capitais
Vencimentos 0 1.313
0 1.313
Transferências
para fundos de pensões 127.747 0
127.747 0
127.747 1.313
Adesão Colectiva n.º 3
Os benefícios pagos durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 64
2015 2014
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Capitais
Vencimentos 0 1.175
0 1.175
Transferências
para fundos de pensões 17.028 45.994
17.028 45.994
17.028 47.169
Adesão Colectiva n.º 4
Os benefícios pagos durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2015 2014
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Capitais
Vencimentos 11.898 608
11.898 608
Transferências
para fundos de pensões 46.357 58.560
46.357 58.560
58.255 59.167
Adesão Colectiva n.º 5
Os benefícios pagos durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2015 2014
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Transferências
para fundos de pensões 72 0
72 0
Adesão Colectiva n.º 7
Não foram pagos benefícios durante o exercício de 2015.
Adesão Colectiva n.º 8
Os benefícios pagos durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2015 2014
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Capitais
Vencimentos 10.601 244.153
Remições 10.726 10.493
21.327 254.646
Transferências
para fundos de pensões 7.957 0
7.957 0
29.284 254.646
Adesão Colectiva n.º 9
Não foram pagos benefícios durante o exercício de 2015.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 65
Adesões Individuais
Os benefícios pagos durante o exercício de 2015 resumem-se de acordo com o quadro abaixo:
2015 2014
Pensões, capitais e prémios únicos vencidos
Transferências
para fundos de pensões 59.231 0
59.231 0
13 Ganhos líquidos dos investimentos
Os ganhos resultantes da avaliação ou da alienação de investimentos em 31/12/2015 eram provenientes de:
2015 2014
Instrumentos de capital -1.669 8.104
Títulos de dívida do Estado ou de Outros Emissores Públicos 15.500 205.015
Títulos de dívida de Emissores Privados -26.282 20.867
Papel Comercial -45 0
Produtos Estruturados com risco de taxa de juro -4 -3
Unidades de Part icipação em FII -12.150 -49.819
Unidades de Part icipação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de inst rumentos de capital 18.190 -7.534
Unidades de Part icipação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de t ítulos de dívida -55.531 2.590
Unidades de Part icipação em FIM (Harmonizados) - Outros -792 -4.282
Unidades de Part icipação em FIM (Não Harmonizados) maioritariamente de instrumentos de capital 17.042 18.353
Unidades de Part icipação em FIM (Não Harmonizados) - Outros -15.125 223
Unidades de Part icipação em Hedge Funds 44 -11
Instrumentos Financeiros Derivados -93.108 -88.640
Operações cambiais 97.031 93.249
Total -56.900 198.113
14 Rendimentos líquidos dos investimentos
Os rendimentos líquidos de investimentos em 31/12/2015 resultam de: 2015 2014
Instrumentos de capital 478 2.216
Títulos de dívida do Estado ou de Outros Emissores Públicos 31.608 52.709
Títulos de dívida de Emissores Privados 43.762 50.952
Papel Comercial 400 2.852
Produtos Est ruturados com risco de taxa de juro 81 94
Unidades de Part icipação em FII 787 2.782
Unidades de Part icipação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de inst rumentos de capital 9.168 3.752
Unidades de Part icipação em FIM (Harmonizados) maioritariamente de t ítulos de dívida 10.782 17.142
Unidades de Part icipação em FIM (Não Harmonizados) maioritariamente de instrumentos de capital 2.096 1.046
Unidades de Part icipação em FIM (Não Harmonizados) - Outros 310 0
Numerário, Depósitos em Inst ituições de Crédito e Aplicações no MMI 65 2.763
Total 99.537 136.309
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 66
15 Outros rendimentos e ganhos
2015 2014
Retrocessões 1.683 0
Juros Indemnizatórios IRC 2014 34 0
Fees T ítulos 8 403
Total 1.725 403
O saldo de 1.683 euros em 2015, na rubrica de ‘Retrocessões’, diz respeito a devolução de comissões de
gestão recebidas de OICs em que o fundo investe.
O saldo de 8 euros em 2015 (403 euros em 2014), na rubrica ‘Fees Títulos’ diz respeito a ganhos
adicionais recebidos de títulos detidos pelo fundo.
16 Outras despesas
2015 2014
Comissões 65.452 78.768
Provisão Imposto Selo Comissão Gestão/Depósito 2.618 0
Revisores Oficiais Contas 1.593 1.607
Comissões de mediação 1.590 861
Imposto s/ dividendos 483 581
Outros 352 1
Taxa de Supervisão 209 123
Juros Devedores de D.O. 40 0
Total 72.338 81.939
Detalhe das comissões cobradas
2015 2014
Comissões
Comissão Gestão
Comissao gestão fixa 59.502 55.845
Comissao gestão variável 0 14.546
59.502 70.391
Comissão Depósito
Comissão Depósito 5.950 8.377
65.452 78.768
17 Transacções envolvendo o fundo e o associado ou empresas com este relacionadas
Durante o exercício de 2015 não se efectuaram transacções envolvendo o fundo e o associado ou
empresas com este relacionados.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 67
18 Garantias por parte da entidade gestora
A Banif Pensões não garante aos participantes do Fundo a preservação do capital investido nem qualquer
rendimento mínimo. Os riscos financeiros são os próprios dos activos que o compõem o Fundo, quer
individualmente, quer no conjunto da carteira de investimento que constituem.
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 68
4 Certificação do Revisor Oficial de Contas do Fundo de Pensões
Ver Anexo 2
Fundo de Pensões Aberto Banif Reforma Activa – Relatório e Contas Anual 2015 69
5 Anexos
Anexo 1: Inventário dos investimentos a 31/12/2015 com indicação do justo valor
Anexo 2: Certificação do Revisor Oficial de Contas do Fundo de Pensões
ASF - Norma Regulamentar N.º 6/2003-R
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Entidade Gestora: Banif Pensões
Sede: Rua Tierno Galvan Torre 3 14º Piso, 1070-274, LISBOA
Fundo: Fundo Pensoes Banif Reforma ActivaData: 2015-12-31
Designação Quantidade Cotação Cotação
(EUR)
Montante Juros
(EUR)
Montante Global
(EUR)
PARTE I - VALORES PATRIMONIAIS1. Valores Mobiliários Cotados
1.1. Mercado de Cot.Oficiais de Bolsa V.Port
1.1.3. Obrigações Diversas
SEMPL Float 04/17/19 59.00 1 022.50 1 022.50 402.43 60 729.93
SEMPL Float 11/30/20 1.00 101 000.00 101 000.00 259.28 101 259.28
GALP PL 4.125% 25/19 1.00 104 890.00 104 890.00 3 842.47 108 732.47
GALP PL 3% 14/21 1.00 100 250.00 100 250.00 2 884.93 103 134.93
VERSE 3 SNR 200 000.00 0.82 0.82 165.47 165 138.32
PTIPL 5.375 05/15/20 1.00 44 892.86 44 892.86 287.95 45 180.81
584 175.74Sub-total:
1.2. Mercado de Cot.Oficiais de Bolsa V.UE
1.2.1. Títulos de Dívida Pública
BTPS 5% 03/01/25 77.00 1 300.18 1 300.18 1 272.81 101 386.67
BTPS 2% 12/01/25 205.00 1 037.04 1 037.04 336.07 212 929.27
BTPS 0.30% 10/15/18 391.00 1 004.96 1 004.96 246.78 393 186.14
SPGB 5.15% 10/31/28 47.00 1 332.43 1 332.43 403.42 63 027.63
SPGB 2.15% 10/31/25 128.00 1 033.93 1 033.93 458.67 132 801.71
SPGB 4.65% 07/25 37.00 1 257.42 1 257.42 723.93 47 248.47
950 579.89Sub-total:
1.2.3. Obrigações Diversas
TITIM 4% 01/21/20 100.00 1 085.81 1 085.81 3 769.86 112 350.86
ELEPOR 4.125 06/20 58.00 1 090.00 1 090.00 1 209.32 64 429.32
ELEPOR 2.625 01/22 100.00 996.90 996.90 2 495.55 102 185.55
ELEPOR 2% 04/22/25 100.00 911.90 911.90 1 387.98 92 577.98
RENEPL 2.5% 02/12/25 100.00 983.90 983.90 2 205.48 100 595.48
ENELIM 6.5 10/74 100.00 1 081.25 1 081.25 6 321.92 114 446.92
586 586.11Sub-total:
1.2.6. Unidades Participação de fundos Inv.Fech
PRADERA EUR RETAIL 2 2 007.28 1.76 1.76 3 532.81
1 540 698.81Sub-total:
2 124 874.55Sub-total:
2. Valores Não Cotados
2.1. Valores Mobiliários Nacionais
2.1.3. Obrigações Diversas
CompªSeg Açore 17/12 5.00 1 001.44 1 001.44 2.84 5 010.04
2.1.6. Unidades Participação de fundos Inv.Fech
Banif Imogest 9 020.00 24.68 24.68 222 568.50
227 578.54Sub-total:
2.2. Valores Mobiliários Estrangeiros
2.2.6. Unidades Participação de fundos Inv.Fech
The Fine Art Fund FP 29.31 19.39 17.81 521.93
PREFF-PAN EURO R EST 58.50 71.69 71.69 4 194.17
AVIVA CENT EUROP FUN 19 478.35 0.01 0.01 194.78
GREFF- EURO R EST C 88.87 85.45 85.45 7 594.33
JPM Greater China 2 675 222.00 0.00 0.00 10 168.89
22 674.10Sub-total:
2.3. Outros Instrumentos de Dívida
2.3.2. Papel Comercial
PC EstorilSo 3 17ª 1.00 50 000.00 50 000.00 291.67 50 291.67
300 544.31Sub-total:
3. Unidades Particip. Inst.Invest.Colectivo
3.1. Fundos Harmonizados
B.Accoes Portugal 10 784.00 4.48 4.48 48 258.40
B.Euro Tesouraria 19 528.00 8.38 8.38 163 580.20
B.Euro Accoes 71 763.00 2.00 2.00 143 447.06
B.Euro Corporates 124 716.00 5.29 5.29 660 059.43
Banif Iberia 28 284.00 5.40 5.40 152 685.52
Lyxor ETF MSCI Emerg 8 256.00 7.67 7.67 63 323.52
iShares S&P500 UCITS 7 444.00 18.90 18.90 140 699.04
IShares EM Local Gov 261.00 55.24 55.24 14 417.64
ASF - Norma Regulamentar N.º 6/2003-R
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Entidade Gestora: Banif Pensões
Sede: Rua Tierno Galvan Torre 3 14º Piso, 1070-274, LISBOA
Fundo: Fundo Pensoes Banif Reforma ActivaData: 2015-12-31
Designação Quantidade Cotação Cotação
(EUR)
Montante Juros
(EUR)
Montante Global
(EUR)
Lyxor ETF St50 Lev2x 3 597.00 21.76 21.76 78 270.72
ETF - Euro Stoxx 50 2 000.00 33.10 33.10 66 190.00
Schroder Emerg Mkt 3 051.43 9.69 8.90 27 159.32
Schroder INTL GLB HI 3 203.67 39.57 36.35 116 440.91
Schroder Em Mkt Bd-C 1 185.30 98.42 90.40 107 152.77
Schroder Gaia Paul M 865.88 89.60 89.60 77 582.85
Schroder Intl € Eq C 2 893.06 38.13 38.13 110 312.38
Schroder Gaia Sirios 510.64 124.23 114.11 58 268.40
DWS Euro High Yields 1 636.58 112.53 112.53 184 164.45
PICTET Emerging Mkts 72.43 388.54 356.88 25 848.13
Pictet US Equi Sel R 556.11 171.72 157.73 87 714.66
Pictet Lux.Emerg "R" 750.62 135.67 124.62 93 540.00
Pictet Tot Ret-Agora 816.54 116.26 116.26 94 930.58
BNY Mellon Gl-EM DBT 74 673.57 1.22 1.12 83 405.03
Fidelity ALP Sharpe€ 12 299.38 11.00 11.00 135 293.18
Fidelity America F. 5 536.51 17.59 16.16 89 452.75
DB Platinum TT INT-€ 1 218.63 105.62 105.62 128 711.28
Nordea Euro Bank Deb 792.61 146.20 146.20 115 879.29
Candriam Bd Cred Opp 341.85 212.43 212.43 72 619.62
UBS Mid Cap Europe 561.58 136.54 136.54 76 677.86
Bantleon Oportunitie 714.59 178.21 178.21 127 346.73
GS US Small Cap Core 4 244.25 16.17 14.85 63 038.02
3 406 469.76Sub-total:
3.2. Fundos Não Harmonizados
Schroder ASA Cmdty 744.41 65.77 60.41 44 970.92
BELM RX SPC FI SEP08 4.36 14.30 13.13 57.33
BELM RX SPC FI DEC08 3.33 43.03 39.52 131.54
DB GLOB MAST U 13-07 26.77 7.26 7.26 194.39
45 354.19Sub-total:
3 451 823.95Sub-total:
5. Liquidez
5.1. A Vista
5.1.2. Depósitos à Ordem
126 013.14Depositos a Ordem
126 013.14Sub-total:
9. Outros Valores a Regularizar
9.1. Devedores e Credores
68 376.79Outros
68 376.79Sub-total:
PARTE II - VALORES EXTRA-PATRIMONIAIS7. Operações com produtos derivados
7.1. Em Mercado Regulamentado
7.1.1. Futuros
Euro Bund Fut Mar16 -2.00
DJ EurStoxx 50 Mar16 5.00
E-Micro EUR/USDMar16 38.00
6 071 632.74TOTAL DOS VALORES EM CARTEIRA
1 001 669.49
6.0615
Unidades de Participação em circulação:
Valor Unitário de Unidades de Participação: