Post on 30-Nov-2015
FUNDAMENTOS DA TEORIA E POLÍTICA
MACROECONÔMICA
Introdução
A macroeconomia analisa os grandes
agregados, negligencia o comportamento das
unidades individuais e permite estabelecer relações
entre os agregados e melhor compreensão das
interações entre estes. O foco é nas Empresas, nas
Famílias, no Governo e no Resto do Mundo. As
questões de curto prazo incluem o desemprego e a
estabilização geral dos níveis de preços, enquanto as
questões de longo prazo incluem o progresso
tecnológico e a política industrial.
Metas de política macroeconômica
Alto nível de emprego;
Estabilidade de preços;
Distribuição equitativa de renda;
Crescimento econômico;
Inter-relações e conflitos entre objetivos.
Estrutura da análise macroeconômica
Mercados Variáveis determinadas
Parte Real da Economia
Mercado de bens e serviços; mercado de trabalho
Produto Nacional; nível geral de preços; nível de empregos; salários nominais
Parte Monetária da Economia
Mercado financeiro (monetário e títulos); mercados de divisas
Taxa de juros; estoque de moedas; taxa de câmbio
Instrumentos de Políticas Macroeconômicas
Envolve a atuação do governo sobre a
capacidade produtiva (oferta agregada) e despesas
planejadas (demanda agregada).
Política fiscal: envolve arrecadação de
tributos e controle de despesas. Se o objetivo
é reduzir inflação, as medidas fiscais são a
diminuição de gastos públicos e/ou o
aumento da carga tributária. Se o objetivo é
maior crescimento e emprego, os
instrumentos são os mesmos, mas em sentido
inverso. Quando se visa melhorar distribuição
de renda, esses instrumentos devem ser
usados em benefícios dos grupos menos
favorecidos. Toda política tributária deve
obedecer ao princípio constitucional da
Anterioridade, segundo o qual a
implementação de medidas só pode ocorrer
no ano seguinte à sua aprovação pelo
Congresso Nacional.
Política monetária: atuação do governo sobre
a quantidade de moeda e títulos públicos. Os
instrumentos disponíveis são emissões,
reservas compulsórias (percentual sobre os
depósitos que os bancos comerciais devem
colocar à disposição do Banco Central), open
Market (compra e venda de títulos públicos),
redescontos (empréstimos do Banco Central
aos bancos comerciais) e regulamentação
sobre crédito e taxa de juros. Se o objetivo é o
controle da inflação, a política deve ser
diminuir o estoque monetário da economia
(por exemplo, aumento das reservas
compulsórias ou compra de títulos); se o
objetivo é o crescimento, o sentido é inverso.
A política fiscal tem vantagem sobre a
monetária quanto ao problema da
distribuição de renda, enquanto a monetária
vence quanto a poder ser implementada logo
após sua aprovação.
Políticas cambial e comercial: atuam sobre as
variáveis relacionadas ao setor externo da
economia. A cambial refere-se à taxa de
câmbio, em que o governo, através do Banco
Central, pode fixar a taxa de câmbio ou
permitir que ela seja flexível e determinada
pelo mercado de divisas. A comercial diz
respeitos aos incentivos às exportações e ao
controle das importações, ou seja, aos
estímulos fiscais e creditícios e ao estímulo ou
desestímulo.
Política de rendas: refere-se à intervenção
direta do governo na formação de renda,
através de controle e congelamentos de
preços, o que é a característica especial que
distingue a política de rendas das outras.
Normalmente, é usada como combate à
inflação.
CONTABILIDADE SOCIAL/NACIONAL
Sistemas de Contabilidade Social
Trata o país como uma grande empresa
produzindo um produto único, o Produto Nacional
Bruto, que é o agregado de tudo que é produzido
nesse país.
Sistema de Contas Nacionais
Não se consideram as transações com bens e
serviços intermediários, que são utilizados como
insumos ou matérias-primas na produção de outros
bens (os bens finais).
Três agregados macroeconômicos
Produto: valor total de bens e serviços finais
que foram produzidos pela sociedade num
determinado intervalo de tempo.
Renda: somatório das remunerações
recebidas pelos proprietários dos fatores de
produção como retribuição pela utilização de
seus serviços nas atividades produtivas.
Despesa: total dos gastos efetuados pelos
agentes econômicos na aquisição dos bens e
serviços finais produzidos pela sociedade.
PRODUTO = RENDA = DESPESA
Fluxo Circular de Renda
Economia fechada;
Sem governo;
Sem formação de capital (poupança,
investimentos e depreciação = 0);
Economia de dois setores: Famílias e
Empresas.
Os agentes econômicos:
Empresas;
Famílias;
Governo;
Resto do Mundo.
Num Fluxo Circular de Renda sem formação
de capital, as despesas sempre são iguais à receita.
Produto Bruto e Produto Líquido
O Produto Bruto corresponde ao somatório
do valor da produção de bens e serviços finais da
economia, sem que se deduza deste total nenhuma
parcela a título de depreciação. No cálculo do Produto
Líquido:
PL = PB – Depreciação
PB = PL + Depreciação
Produto Interno e Produto Nacional
Produto Nacional = Produto Interno – Renda Enviada
para o Exterior + Receita Recebida do Exterior
Produto Interno = Produto Nacional + Renda Enviada
para o Exterior – Receita Recebida do Exterior
O Produto Interno corresponde ao valor dos
bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras
geográficas do País. No seu valor, estão computadas
as exportações e não estão incluídas as importações.
Para sua efetivação, foram utilizados fatores de
produção pertencente a residentes no país e no
exterior.
O Produto Nacional corresponde ao valor dos
bens e serviços finais produzidos exclusivamente com
o uso dos fatores de produção de propriedade de
residentes no país. Ou seja, possui uma parcela
produzida no país e outra no exterior, ambas
correspondentes à produção com o uso de fatores de
propriedade de residentes.
p = preço dos bens e serviços finais
q = quantidades produzidas
E = símbolo de soma
Produto Interno Líquido = PIB – Depreciação
PIB = PIL + Depreciação
O mesmo vale para o Produto Nacional.
Custo de fatores: preço que cobre os custos
de produção dos bens e serviços, inclusive o
lucro empresarial. Corresponde ao preço que
seria cobrado pelo produtor se não existissem
os Impostos Indiretos e os Subsídios.
O Produto a Preços de Mercado se diferencia
pela importância correspondente ao valor dos
Impostos Indiretos deduzidos dos subsídios:
Produtospm = Produtoscf + Impostos Indiretos –
Subsídios
Produtoscf = Produtospm – Impostos Indiretos +
Subsídios
A identidade entre Produto, Renda e Despesa
continua no âmbito interno e nacional:
PIBpm = RIBpm = DIBpm
PIBcf = RIBcf = DIBcf
Despesa Nacional é o gasto dos agentes
econômicos com o produto nacional. É composta
apenas pelos gastos das famílias com bens de
consumo (C):
DN = C
Uma fórmula mais completa inclui os demais
agentes de despesa:
DN = C + I + G + X – M
C = despesas das famílias com bens de consumo
I = despesas das empresas com investimentos
G = despesas do governo
X – M = despesas líquidas do setor externo
(exportações – importações)
Renda nacional é a soma dos rendimentos
pagos aos fatores de produção no período:
RN = w + j + a + l
w = wages = salários
j = juros
a = aluguéis
l = lucros
Valor adicionado: é o que se adiciona ao
produto em cada estágio de produção,
chegando ao produto final da economia.
Valor adicionado = valor bruto da produção (receita) –
compra de bens e serviços intermediários
Economia com dois setores e formação de capital
Se considerarmos que a família não gasta toda
sua renda em bens e a poupa e que as empresas não
produzem apenas bens de consumo, mas também
bens de capital, que aumentarão a capacidade
produtiva da economia. Isso introduz os conceitos de
poupança, investimento e depreciação:
Poupança agregada (S): parcela da renda nacional
que não é consumida no período:
S = RN – C
Investimento agregado (I): gastos com bens
produzidos mas não consumidos e que aumentam a
capacidade produtiva da economia para os períodos
seguintes.
I = PN – C
Investimento total = Investimentos em bens de capital
+ variações de estoque
PN = RN
S = I
Economia a três setores: agregados relacionados ao
setor público
A receita ou arrecadação fiscal do governo
constitui-se de:
Impostos indiretos;
Impostos diretos;
Contribuições à Previdência Social;
Outras receitas (taxas de multas, pedágios,
alugéis).
Há três tipos de gastos do governo:
Gastos dos ministérios e autarquias (dotações
orçamentárias);
Gastos das empresas públicas e sociedades de
economia mista;
Gastos com transferências e subsídios.
Renda pessoal
Renda com que as famílias contam para
consumir bens e serviços.
RENDA PESSOAL = RN – Impostos Diretos – Lucros
retidos pelas empresas – Outras receitas correntes do
governo (natureza não tributária) + Transferências do
governo às Famílias
RENDA PESSOAL DISPONÍVEL = RENDA PESSOAL –
Impostos diretos
RENDA PESSOAL DISPONÍVEL = CONSUMO DAS
FAMÍLIAS + POUPANÇAS DAS FAMÍLIAS
Carga tributária bruta e líquida
Total da arrecadação fiscal do governo, mas
parte desses tributos retorna ao setor privado como
transferências e subsídios:
Carga tributária líquida = Carga tributária bruta –
Transferências e subsídios do governo ao setor
privado
PIB nominal e PIB real
PN = PIB nominal
PIB real = PIB nominal X 100 / Índice geral de preços
Renda líquida enviada ao exterior (RLEE)
RLEE = RE – RR
RE = Renda enviada ao Exterior (parte do que foi
produzido internamente não pertence aos nacionais)
RR = Renda recebida do Exterior (recebemos renda
devido à produção de nossas empresas operando no
exterior)
PIB = PNB + RLEE