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1. Medicamentos anti-infecciosos
A prescrio de um antimicrobiano pode ser um dos mais complexos actos da teraputica
medicamentosa pelas variveis envolvidas, onde avulta a trilogia: agente, com a sua
sensibilidade especfica e inata ao frmaco, que se pode modificar por vrios processos de
resistncia adquirida; hospedeiro, com factores fundamentais como: o local da infeco e grau e
tipo da resposta imunolgica infeco, sendo tambm a qualidade das funes heptica e renal
decisivas para a farmacocintica do antimicrobiano; e o frmaco, cujas estrutura, cintica e
parmetros de actividade, so determinantes para a escolha correcta da via de administrao,
doses e intervalo das mesmas.
As infeces no homem podem ser causadas por diversos microrganismos (bactrias, vrus,
fungos, parasitas) e podem ser inaparentes, subclnicas ou manifestarem-se sob a forma de
doena. A doena infecciosa depende da interaco agente-hospedeiro e pode evoluir
espontaneamente para a cura, ou progredir com vrios graus de morbilidade e mortalidade.
As doenas infecciosas de expresso clnica grave, so mais da responsabilidade do hospedeiro
do que do agente, devero ser tratadas em meio hospitalar, no s para monitorizao, como
para eventual administrao da teraputica antibitica adequada, nomeadamente por via
parentrica.
O advento dos primeiros antibiticos, h pouco mais de 50 anos, iniciou um perodo em que se
tornou possvel tratar eficazmente muitas doenas infecciosas bacterianas, contribuindo para
uma clara melhoria na sade, pblica (controlo de endemias e epidemias) e individual (reduo
de morbilidade, mortalidade e tambm das sequelas).
Apesar do aumento do nmero de antimicrobianos disponveis, no foi possvel a erradicao
total das doenas infecciosas, nem previsvel que o seja. Com efeito, a par do conhecimento
de novos agentes infectantes e do ressurgimento de velhas doenas infecciosas, de h muito
reconhecida a capacidade de os microrganismos adquirirem resistncias a frmacos que
anteriormente eram sensveis, transformando as certezas teraputicas de ontem e hoje em
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incertezas de hoje e amanh. Esta alterao no ecossistema microbiolgico, nomeadamente a
nvel das bactrias, sobretudo evidente em meio hospitalar, devido s prescries intensivas, e
muitas vezes imponderadas, de antibiticos. So disso exemplo a utilizao sequencial e
prolongada de antibiticos diferentes ou a opo desnecessria por esquemas de largo espectro,
em associao ou em monoterapia.
A infeco hospitalar uma preocupao crescente para todos os profissionais e sistemas de
sade. A sua dimenso e gravidade tornam indispensvel uma gesto sensata dos diferentes
antimicrobianos disponveis.
bem conhecido que cada hospital tem a sua flora bacteriana prpria, nomeadamente no
respeitante ao padro de sensibilidade aos antibiticos, estando este facto muito ligado forma
e intensidade com que estes so utilizados. Em dois hospitais diferentes, e tambm em
diferentes servios do mesmo hospital, uma estirpe pode ser resistente a um determinado
antibitico num deles e sensvel no outro. Esta circunstncia, porm, se por um lado legtima
uma maior flexibilidade na escolha medicamentosa, no legtima a incluso, num formulrio
hospitalar da totalidade de antimicrobianos de todos os grupos. Salvaguardadas que estejam as
opes teraputicas para a generalidade das infeces diagnosticadas nos hospitais, suficiente
e sensato que nele constem os considerados de referncia dentro de cada grupo, que possam
ser teis diversidade habitual daquelas situaes clnicas e cuja eficcia seja reconhecida pela
experincia.
ANTIBACTERIANOS
Os antibiticos lactmicos beta possuem mecanismos de aco e efeitos adversos semelhantes,
diferindo nas suas propriedades farmacocinticas e no seu espectro de aco.
Tm em comum um anel lactmico beta e, com base na sua estrutura qumica, pode
estabelecer-se quatro subgrupos: penicilinas, cefalosporinas, monobactamos e carbapenemes.
Penicilinas
Considerando a resistncia acidez gstrica e lactamases beta, bem como o seu espectro de
aco, tradicional dividir as penicilinas em 5 grupos: benzilpenicilina e fenoximetilpenicilina,
aminopenicilinas, isoxazolilpenicilinas, carboxipenicilinas e ureidopenicilinas.
Benzilpenicilina e fenoximetilpenicilina
A actividade da benzilpenicilina (penicilina G) sobre as bactrias que lhe so sensveis
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extremamente rpida e eficaz, sendo este o menos txico de todos os antibiticos. Continua a
ser o agente de primeira escolha na maioria das infeces provocadas por espiroquetas e cocos
(com excepo dos estafilococos). As formas de aco prolongada ( benzilpenicilina benzatnica
e benzilpenicilina procanica) no permitem obter concentraes sanguneas e tecidulares to
elevadas para uma determinada dose, nem devem ser administradas em doses to elevadas
como as possveis com a benzilpenicilina. Devem, por isso, ser reservadas para o tratamento de
infeces por bactrias bastante sensveis (concentraes inibitrias mnimas muito baixas) e em
regimes profilcticos. A fenoximetilpenicilina ( penicilina V) resistente acidez gstrica e
ministrvel por via oral; possui um espectro de aco semelhante ao da benzilpenicilina, sendo
no entanto menos activa contra o gonococo.
Aminopenicilinas
So penicilinas resistentes aos cidos e com espectro de aco em grande parte sobreponvel ao
da benzilpenicilina. No entanto, perdem a aco que esta tem sobre os anaerbios, enquanto
que a adquirem em relao a algumas bactrias Gram-negativo ( H. influenzae, E. coli, P.
mirabilis). Os elementos deste grupo tm o mesmo espectro de aco, existindo apenas
diferenas na biodisponibilidade por via oral. A ampicilina menos bem absorvida que a
amoxicilina, pelo que esta deve ser preferida sempre que se utilize esta via de administrao
(excepto nas infeces provocadas por Shigella).
Dado que as aminopenicilinas so sensveis s lactamases beta, existem associaes de
amoxicilina com um inibidor daquelas ( cido clavulnico), no sentido de recuperar alguma
aco sobre bactrias Gram-negativo produtoras de lactamase beta. Esta associao, no
entanto, tem mais efeitos secundrios gastrointestinais e impede que se possa aumentar a dose
de amoxicilina, como actualmente preconizado nas infeces pneumoccicas. Nestas,
portanto, deve sempre ser utilizada a amoxicilina simples.
Isoxazolilpenicilinas
So penicilinas resistentes aos cidos e s penicilinases (ex: flucloxacilina). So activas por via
oral e devem usar-se, exclusivamente no tratamento de infeces causadas por estafilococos
produtores de penicilinases. Em infeces graves deve recorrer-se via parentrica, pelo menos
no incio do tratamento.
Ureidopenicilinas
So trs as ureidopenicilinas mais conhecidas: azlocilina, mezlocilina e piperacilina. Tm um
espectro de aco relativamente alargado em relao s bactrias Gram-negativo. A
piperacilina aquela de que se tem maior experincia. Quando associada a um
aminoglicosdeo tem boa eficcia teraputica nas infeces provocadas por pseudomonas que
tenham este padro de sensibilidade. Existe no mercado a associao da piperacilina com um
inibidor de lactamases beta ( tazobactam), com resultados clnicos idnticos aos da piperacilina
isolada.
Cefalosporinas
So vrios os antibiticos lactmicos beta pertencentes a este grupo, com caractersticas
farmacoteraputicas semelhantes.
As cefalosporinas de 1a gerao tm um espectro de aco relativamente prximo do das
aminopenicilinas (boa actividade contra as bactrias Gram-positivo, incluindo o estafilococo) e
so mais resistentes hidrlise pelas lactamases beta. Algumas cefalosporinas de 1a gerao
so sensveis aos cidos, como a cefalotina e a cefazolina, pelo que no podem ser
administradas por via oral. Outras so resistentes, podendo por isso ser administradas por
aquela via ( cefalexina, cefradina).
As cefalosporinas de 2a gerao, comparadas com as de 1, perdem actividade em relao s
bactrias Gram-positivo mas aumentam a actividade contra bactrias Gram-negativo. Embora a
cefoxitina, o cefotetano e o cefmetazole sejam cefamicinas, com modificaes na estrutura da
cefalosporina, tm um espectro de aco sobreponvel s cefalosporinas de 2a gerao, acrescido
de aco sobre anaerbios, incluindo o Bacteroides fragilis.
As cefalosporinas de 3a gerao alargam ainda mais o espectro de aco em relao s bactrias
Gram-negativo, uma vez que so mais resistentes hidrlise por lactamases beta de
enterobactericeas nomeadamente. As indicaes do seu uso so, por isso, praticamente
reservadas a meio hospitalar. Apesar de terem um comportamento de grupo h, no entanto,
algumas diferenas que justificam a presena de trs representantes neste formulrio:
- a ceftazidima a mais eficaz contra a Ps. aeroginosa.
- a cefotaxima a mais indicada para utilizao nos recm-nascidos, por no interferir com o
metabolismo da bilirrubina.
- a ceftriaxona tem um espectro de actividade idntico cefotaxima, mas com uma semivida
bastante maior, o que permite reduzir o nmero de administraes dirias (uma ou duas).
Outras cefalosporinas, de aparecimento posterior, consideradas por alguns autores como de 4a
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gerao, no demonstraram qualquer vantagem em relao s necessidades hospitalares.
Monobactamos
O nico antibitico monobactmico disponvel para uso teraputico o aztreonam, que o
primeiro lactmico beta com uma aco exclusiva contra bactrias Gram-negativo aerbias. No
provou ter vantagens em relao a outros antibiticos com o mesmo espectro.
Carbapenemes
Os carbapenemes tm um espectro de aco muito alargado, quer sobre a maior parte das
bactrias Gram-positivo (excluindo os estafilococos meticilina-resistentes), quer sobre as Gram-
negativo (incluindo pseudomonas), aerbias e anaerbias. No tm aco sobre riquetsias,
legionelas, clamdias e Ps. maltophilia.
O primeiro carbapeneme disponvel para uso clnico foi o imipenem. Encontra-se associado na
relao de 1:1 com a cilastatina, que impede a sua inactivao, ao inibir a di-hidropeptidase I
(enzima renal).
O meropenem tem, in vitro, actividade semelhante do imipenem. Difere deste por ser estvel
di-hidropeptidase I e atravessar a barreira hematoenceflica.
O ertapenem, dotado de uma maior semivida, tem um espectro de aco um pouco mais
estreito que os anteriores, tendo menor actividade que o imipenem sobre a generalidade dos
agentes aerbios Gram-positivo (e, praticamente, ausncia de actividade sobre enterococos),
no tendo ainda actividade relevante sobre pseudomonas.
Dentro das reaces adversas deste grupo de antibiticos, de referir as relacionadas com o
Sistema Nervoso Central (SNC), nomeadamente convulses, sendo maior o risco em doentes
com patologia a esse nvel, anterior ou concomitante (traumatismo craniano, neurocirurgia, ou
histria prvia de convulses). A referncia acumulada destes episdios superior em relao
ao imipenem (embora inferiores a 1%), o que pode ser devido ao seu maior tempo de utilizao.
Cloranfenicol e tetraciclinas
O cloranfenicol tem caractersticas farmacocinticas que lhe permitem atingir concentraes
elevadas em determinados focos de infeco pelo que, apesar do receio da sua toxicidade
hematolgica, continua a estar entre os de primeira escolha no tratamento de abcessos
cerebrais por anaerbios, febre tifide ou sempre que uma febre escaro-nodular necessite de
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teraputica intravenosa.
Todas as tetraciclinas actuam pelo mesmo mecanismo, tm um espectro de aco semelhante e
resistncia cruzada entre elas. Distinguem-se umas das outras nas caractersticas
farmacocinticas, sendo a doxiciclina aquela que apresenta caractersticas mais favorveis: a
melhor absorvida por via digestiva e a menos afectada na sua absoro pela presena de
alimentos; tem uma semivida mais longa, o que permite uma a duas administraes por dia.
Alm disso, como apenas fracamente excretada por via renal, pode ser administrada a doentes
com qualquer grau de insuficincia renal. As tetraciclinas so antibiticos de primeira escolha no
tratamento da Clera, da Peste, da Brucelose, das Riquetsioses e no tratamento das infeces
por Chlamydia e por Mycoplasma.
Aminoglicosdeos
Os aminoglicosdeos, antibiticos bactericidas, mantm uma excelente actividade contra a
maioria dos microrganismos Gram- negativo aerbios ( Klebsiella, Serratia, Enterobacter,
Pseudomona) e, ainda, contra o Staphylococcus aureus. Apesar do aumento das resistncias dos
microrganismos aos antibiticos alternativos (cefalosporinas, fluoroquinolonas) os
aminoglicosdeos mantm a sua utilidade clnica. No so absorvidos por via oral e tm como
inconveniente nefro e ototoxicidade e efeitos curarizantes.
A estreptomicina o mais antigo e melhor estudado dos aminoglicosdeos. Tem indicao no
tratamento da tuberculose (tal como a canamicina) e na brucelose, neste caso em associao
com uma tetraciclina. A gentamicina, a netilmicina, a tobramicina e a amicacina so os mais
largamente utilizados. Usam-se no tratamento inicial de quadros spticos graves,
particularmente em infeces nosocomiais, em combinao com antibiticos lactmicos beta. O
momento oportuno da utilizao desta associao a fase bacterimica, em que o agente se
encontra no sangue.
Embora com significado clnico incerto, a tobramicina tem, in vitro, maior actividade que a
gentamicina sobre Pseudomonas aeruginosa e menor em relao a Serratia spp. Esta aco da
tobramicina sobre P. aeruginosa motivou a sua utilizao, por via inalatria, para controlo das
repetidas infeces em doentes com fibrose qustica. No est ainda provada vantagem em
relao ao antibitico de referncia usado para este fim ( colistina) pois, embora a curto prazo a
eficcia bacteriolgica seja semelhante, tem mais reaces adversas e maior promoo de
resistncias.
A amicacina, comparativamente com os outros, tem tido menor aumento de resistncias.
Como se referiu, so todos potencialmente nefrotxicos, com excepo da estreptomicina, que
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fundamentalmente ototxica. Assim, a sua utilizao deve revestir-se dos cuidados inerentes,
sobretudo uma boa hidratao do doente, devendo recorrer-se monitorizao das
concentraes sricas nos doentes de maior risco, a fim de garantir doses teis em circulao;
o caso dos portadores de insuficincia renal avanada onde as doses parciais e seus intervalos
se calculam em funo do dbito do filtrado glomerular.
Macrlidos
Os macrlidos disponveis, apesar de algumas diferenas de pequena relevncia clnica,
nomeadamente em meio hospitalar, so um grupo de antibiticos bastante homogneo, no que
diz respeito ao seu espectro de aco e induo de resistncias, que sempre cruzada.
Tm como referncia a eritromicina, o primeiro macrlido a ser introduzido para uso clnico,
que tem sido largamente utilizada, como alternativa benzilpenicilina no tratamento de
infeces estreptoccicas e diftricas.
So ainda alternativa s tetraciclinas no tratamento de infeces por agentes atpicos, como
Mycoplasma e Chlamydia. So de 1a linha contra Legionella, nomeadamente L. pneumophila. O
seu espectro de aco abrange ainda outros agentes com interesse clnico, tais como
Haemophilus influenzae, H. ducreyi, Campylobacter e Moraxella catarrhalis, entre outros.
A claritromicina, derivado semi-sinttico, tem maior semivida que a eritromicina. activa
sobre micobactrias atpicas, nomeadamente M. avium.
A azitromicina, outro derivado semi-sinttico, tem ainda uma maior semivida, permitindo uma
nica administrao diria. Tem alguma maior eficcia do que os anteriores em relao a H.
influenzae mas menor que a eritromicina em relao a cocos Gram-positivo, nomeadamente
estafilococos e estreptococos.
Globalmente, tem-se verificado, em relao aos macrlidos, um aumento crescente de
resistncias por parte dos agentes etiolgicos mais comuns das pneumonias primrias
(pneumococo e H. influenzae), pelo que a sua introduo em protocolos de teraputica emprica
nestas situaes deve ser bem ponderado.
Como reaces adversas mais comuns, nomeadamente em relao eritromicina, os
macrlidos, por via oral, podem originar sintomas de intolerncia gastrointestinal.
Deve ainda referir-se que estes frmacos, nomeadamente os primeiros (eritromicina e
tetraciclina), podem ocasionar interaces clinicamente relevantes, com teofilina, digoxina,
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varfarina e carbamazepina, entre outros.
Sulfonamidas e suas associaes
A sulfadiazina, dada a penetrao no espao subaracnoideu, pode ser usada em esquemas de
tratamento da meningite meningoccica. O sulfametoxazol + trimetoptim (cotrimoxazol) a
primeira escolha nas pneumonias por Pneumocystis carinii. activo em diversas infeces
urinrias e nas prostatites bacterianas pela sua especial penetrao no tecido prosttico.
O trimetropim isolado utilizado no controlo de infeces urinrias recorrentes, nomeadamente
em casos peditricos aguardando cirurgia correctiva.
Quinolonas
O cido nalidxico, hoje pouco utilizado, o prottipo deste grupo de antibiticos.
As fluoroquinolonas sintticas possuem formulaes orais com boa biodisponibilidade e
semividas longas. O seu espectro de aco sobretudo dirigido a microrganismos Gram-
negativo, incluindo pseudomonas; abrange ainda o estafilococo. A ciprofloxacina considerada
a de maior actividade antimicrobiana intrnseca.
A norfloxacina est exclusivamente indicada nas infeces urinrias baixas, por atingir na urina
a sua concentrao mxima, sendo praticamente desprovida de aco sistmica.
As novas quinolonas recentemente introduzidas no apresentam mais valias teraputicas para o
meio hospitalar.
A rpida emergncia de resistncias em relao a este grupo, nomeadamente de pseudomonas e
estafilococo, tende a reduzir-lhe as suas potencialidades iniciais. No se recomenda a sua
utilizao em crianas, grvidas e mes em perodo de aleitamento.
Outros antibacterianos
Outros agentes quimioteraputicos, dispersos por vrios grupos, continuam a ter uma grande
importncia na prtica clnica.
A nitrofurantona mantm uma excelente eficcia em relao maior parte dos agentes
causadores das infeces urinrias baixas, permitindo o seu tratamento sem perturbao da
flora bacteriana endgena.
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A clindamicina, tem um espectro de aco sobre microrganismos Gram-positivo, incluindo
estafilococos. Tem tambm boa actividade sobre bactrias anaerbias, incluindo Bacteroides
fragilis.
O metronidazol, inicialmente apenas utilizado como tricomonicida e amebicida, revelou ser um
agente eficaz no tratamento de infeces por bactrias anarobias, incluindo Bacteroides fragilis.
Os glicopeptdeos, vancomicina e teicoplanina, tm um espectro de aco exclusivamente
sobre bactrias Gram-positivo. Tm indicao no tratamento de infeces graves em doentes
com hipersensibilidade comprovada aos lactmicos beta e nas infeces por Staphylococcus
aureus resistentes meticilina ou por enterococos resistentes ampicilina. A sua utilizao
deve reservar-se para situaes bem identificadas, uma vez que constituem uma das poucas
alternativas para o tratamento destas situaes, pelo risco de emergncia de resistncias, j
confirmado em enterococos e eminente em estafilococos.
As oxazolinidonas, representadas actualmente pelo linezolida, so bacteriostticas, podendo ser
utilizadas por via parentrica ou por via oral. Apresentam um espectro de aco dirigido a
estafilococos (incluindo os resistentes meticilina) e enterococos (incluindo os resistentes
vancomicina).
As polimixinas, a cujo grupo pertence a colistina, so muito activas sobre bactrias Gram-
negativo, incluindo Pseudomonas aeruginosa, sem emergncia sensvel de resistncias. No so
absorvidas por via oral e a sua toxicidade limita fortemente o uso sistmico. A colistina tem sido
utilizada por via inalatria, em doentes com fibrose qustica, no intuito de controlar as infeces
repetitivas por P. aeruginosa.
Antituberculosos
A tuberculose uma infeco de evoluo crnica e, por isso, o seu tratamento, ao contrrio do
tratamento da generalidade das doenas infecciosas, tem de ser feito durante um perodo longo,
nunca inferior a 6 meses. Basicamente, o esquema teraputico inicial deve incluir trs frmacos
com mecanismos de aco diferentes. Dadas as caractersticas biolgicas do M. tuberculosis,
qualquer frmaco tuberculosttico ou tuberculicida deve administrar-se uma s vez por dia,
numa dose adequada massa corporal. A estreptomicina, o etambutol, a isoniazida, a
pirazinamida e a rifampicina, so os que a experincia classificou como antituberculosos de
primeira linha.
O aumento de estirpes de M. tuberculosis resistentes a antibacilares convencionais ou
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multirresistentes (simultaneamente resistentes isoniazida e rifampicina), bem como a
possibilidade de micobacterioses atpicas, em situaes de grave imunodeficincia, leva
necessidade de recorrer a antibacilares de segunda linha (o cido p-aminossaliclico, a
cicloserina, a etionamida, a capreomicina e a canamicina), ou a frmacos tradicionalmente
no utilizados no tratamento da tuberculose ( rifabutina, quinolonas e macrlidos).
Antileprticos
A lepra no uma doena muito comum em Portugal. Alm disso, a descoberta de agentes
quimioteraputicos eficazes contra o M. leprae permite que a grande maioria dos leprosos seja
tratada fora dos hospitais.
A OMS recomenda o uso de associaes, em todos os casos de lepra, com os seguintes
objectivos: tratar a doena, prevenir a resistncia bacteriana e interromper a transmisso do M.
leprae atravs da sua rpida eliminao. Os frmacos disponveis so: a clofazimina, a
dapsona, a rifampicina e, em situaes especiais, a talidomida.
ANTIFNGICOS
So frmacos pouco selectivos e com elevada toxicidade dadas as semelhanas entre as clulas
fngicas e as humanas (por serem ambas eucariticas).
A anfotericina B o antifngico de referncia nas micoses sistmicas, dada a sua elevada
eficcia, associada a um espectro de aco que abrange os mais relevantes agentes implicados
nestas infeces, nomeadamente candida, cryptococcus e aspergillus. S existe disponvel para
administrao parentrica intravenosa. Tem uma importante toxicidade renal, podendo ainda
originar hipocalimia, cefaleias, nuseas, vmitos, febre, mialgias e clicas abdominais. assim
importante que a sua administrao se processe de acordo com as estritas recomendaes do
seu uso (dose, hidratao do doente, tempo de perfuso) com monitorizao renal,
hematolgica e hidroelectroltica.
Foram introduzidas algumas formulaes lipdicas a que se atribui menor toxicidade e igual
eficcia. No entanto, no est bem demonstrada qual a equivalncia, peso a peso, da eficcia
antifngica, estando sempre recomendadas doses 3 a 5 vezes superiores s da anfotericina
"desoxicolada" (anfotericina "clssica"). Assim, uma vez que os cuidados a ter na sua utilizao
so fundamentalmente os mesmos, e dado o elevado custo, no se justifica a generalizao do
seu uso.
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A flucitosina foi utilizada por via parentrica e oral no tratamento das micoses sistmicas por
candida ou criptococo, muitas vezes em associao com a anfotericina B. A sua elevada
toxicidade sobre a medula ssea, bem como o crescente aparecimento de resistncias tm
progressivamente reduzido a sua utilizao.
O cetoconazol utilizado por via oral ou tpica no tratamento de micoses devidas a uma
grande variedade de espcies, entre as quais os dermatfitos e as cndidas. A sua absoro oral
, no entanto, irregular e so conhecidos casos de toxicidade heptica.
Os derivados triazlicos, de que so exemplo o fluconazol e o itraconazol (mais
recentemente, o voriconazol), so um grupo importante na teraputica das infeces fngicas
sistmicas, nomeadamente por candida (o itraconazol e o voriconazol tm tambm aco sobre
Aspergillus). O fluconazol tem uma boa penetrao tecidular, incluindo no sistema nervoso
central.
Esto actualmente disponveis novos antifngicos de aco sistmica, de classes diferentes. No
se justifica, no entanto, a sua introduo neste Formulrio, uma vez que ele j contm frmacos
para as mesmas indicaes e com experincia consolidada.
ANTIVRICOS
A grande maioria das infeces por vrus autolimitada e resolve-se espontaneamente nos
indivduos imunocompetentes. H no entanto, infeces vricas muito graves, com alta
mortalidade ou que podem tornar-se crnicas, com implicaes na morbilidade e na mortalidade.
A disponibilidade de frmacos antivricos especficos reduzida. Um dos poucos exemplos o
aciclovir, eficaz na infeco por Herpes simplex, teraputica que conseguiu inverter a grave
evoluo da encefalite herptica. O seu mecanismo de aco em relao ao Herpes simplex
muito especfico no se estendendo aos outros vrus do mesmo grupo. Apenas o Varicella-zoster
tem alguma sensibilidade ao frmaco que pode ser til nos casos de localizao com previsveis
sequelas muito graves ou em casos de doentes com grau extremo de imunodeficincia. A sua
utilizao no deve, pois, generalizar-se s situaes mais correntes, benignas ou autolimitadas,
tanto mais que j existem casos de resistncia no Herpes simplex.
Ainda do grupo Herpes, as infeces ou reactivaes por citomegalovirus, em casos de
imunodeficincia, respondem, em graus variveis, ao ganciclovir e ao foscarneto.
Foram introduzidos dois pr-frmacos ( valaciclovir e valganciclovir) que apresentam maior
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comodidade posolgica por via oral.
No que diz respeito s infeces vricas crnicas, so exemplos as causadas por vrus da hepatite
B (VHB), por vrus da hepatite C (VHC) e pelo vrus da imunodeficincia humana (VIH),
responsvel pela sndrome de imunodeficincia adquirida (SIDA).
Na hepatite crnica por VHB tem sido usado o interfero alfa, a lamivudina e, mais
recentemente, o adefovir; na hepatite crnica por VHC, o interfero alfa ou o peginterfero,
associado ou no ribavirina.
Quanto aos frmacos anti-retrovricos utilizados no controlo da infeco por VIH (apenas
eficazes sobre VIH1), existe um aprecivel nmero pertencendo a classes diferentes: inibidores
nuclesidos da transcriptase reversa (NITR), inibidores no nuclesidos da transcriptase reversa
(NNITR), inibidores da protease (IP) e, por ltimo, inibidores da fuso. Aos NITR pertencem
zidovudina (AZT), didanosina (ddI), zalcitabina (ddC), estavudina (d4T), lamivudina (3TC),
abacavir (ABC) e, embora com estrutura qumica um pouco diferente, tenofovir. Os NNITR
incluem nevirapina (NVP) e efavirenz (EFV). Um maior nmero de frmacos integra os IP:
indinavir, ritonavir, saquinavir, nelfinavir, amprenavir e lopinavir (este existe apenas em
associao com o ritonavir). Os inibidores da fuso so, para j, representados por enfuvirtida,
de introduo recente, apenas disponvel na forma injectvel, subcutnea.
A teraputica em associao , actualmente, a regra, sendo os NITR e os IP os pilares mais
regularmente utilizados em tratamentos iniciais. Problemas relacionados com tolerncia e
toxicidade medicamentosa, interaces fisiolgicas e farmacolgicas, bem como diversos
padres de resistncias do VIH, tornam esta teraputica um acto complexo, que deve ser
executado com experincia e bom senso. De facto, e apesar da deciso de iniciar tratamento
obedecer a critrios objectivos, a escolha e manuteno do esquema inicial devem ser
personalizadas, tal como as alteraes e substituies que, por razes vrias, vierem a ocorrer.
Em relao aos anti-retrovricos com finalidade teraputica, as necessidades so muito
diferentes de hospital para hospital, consoante tenham, ou no, esta valncia, bem como a
extenso e durao da mesma (doentes tratados h mais tempo tm maior probabilidade de
reaces adversas graves e de resistncias). Assim, dada a diversidade referida, caber a cada
hospital fazer a seleco dos frmacos que correspondam s suas necessidades.
Os anti-retrovricos podem ainda ser utilizados na preveno da infeco por VIH ps-exposio
concreta, como o caso paradigmtico dos acidentes por picada nos profissionais de sade. Por
isso, os hospitais devero estar apetrechados para fazer face a esta eventualidade, que implica
uma deciso para execuo urgente. A atitude a tomar varia com o tipo de acidente e com o
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grau de risco. Na opo de quimioprofilaxia, esta pode fazer-se com um frmaco (geralmente
AZT) no caso de risco moderado, associar um segundo NITR (frequentemente 3TC) ou, mesmo,
um terceiro anti-retrovrico (IP), se o risco for grande.
O AZT, tambm disponvel para administrao parentrica, o anti-retrovrico utilizado na
preveno da transmisso vertical, dadas a sua eficcia comprovada e segurana em relao
me e ao filho.
ANTIPARASITRIOS
Anti-helmnticos
H no mundo milhes de pessoas infestadas com parasitas helmnticos, muitas delas por mais
de um agente.
Nas infestaes por Ascaris lumbricoides, Necator americanus, Ancylostoma duodenale, Trichuris
trichiura e Enterobius vermicularis, os frmacos de escolha so o albendazol e o mebendazol.
Nas infestaes por Enterobius vermicularis continua tambm a ser til o pirantel.
Nas infestaes por Taenia saginata, Taenia solium, Diphyllobothrium latum ou Hymenolepis
nana, o frmaco preferido o praziquantel.
No quisto hidtico, hidatidose ( Echinococcus granulosu) em que o Homem no o hospedeiro
definitivo, o albendazol eficazmente utilizado como complemento da cirurgia.
Na cisticercose, nomeadamente na neurocisticercose activa, o albendazol ou o praziquantel
podem ser utilizados. Esta teraputica deve revestir-se das adequadas precaues (dado o risco
cerebral, por inflamao relacionada com a destruio do quisto) pelo que se recomenda
geralmente o uso prvio de dexametasona.
Nas esquistosomases o praziquantel o frmaco de primeira escolha.
Antimalricos
O paludismo a doena infecciosa com maior mortalidade a nvel mundial, sendo o seu principal
responsvel o Plasmodium falciparum.
A cloroquina utilizada no tratamento das infeces causadas por P. vivax, P. malariae, P.
ovale ou estirpes sensveis de P. falciparum.
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As alternativas teraputicas por via oral, no caso de resistncia cloroquina, so a
mefloquina e a halofantrina.
No caso de infeces por P. vivax ou P. ovale, teraputica com cloroquina deve seguir-se a
administrao de primaquina para a preveno das recidivas.
Apenas a cloroquina e a quinina podem ser administradas por via parentrica. A eficcia da
teraputica com quinina pode ser reforada pela associao com a doxiciclina.
Um novo grupo de antimalricos, muito promissor, o dos derivados da artemisinina, em
especial associados como no j aprovado artemter e lumefantrina; a sua rea de aplicao o
das infeces agudas por Plasmodium falciparum, onde, pelo seu mecanismo de aco, dificulta
o aparecimento de formas resistentes.
Alguns destes frmacos so utilizados em quimioprofilaxia, com esquemas diferentes conforme
os padres de resistncia nas vrias regies do globo.
Outros antiparasitrios
A pentamidina, conhecida h muito tempo no tratamento da doena do sono e das
leishmanioses, actualmente muito utilizada no tratamento das infeces por Pneumocystis
carinii, principalmente em regimes profilcticos. No caso de intolerncia associao de
sulfametoxazol + trimetoprim, alm da pentamidina j referida, tambm se pode utilizar a
atovaquona.
Os antimoniais pentavalentes, representados no Formulrio pelo antimoniato de meglumina,
tm indicao no tratamento das leishmanioses, mantendo uma excelente actividade nas
infeces verificadas na rea mediterrnica, ao contrrio de outras regies, como a ndia, onde
ocorrem resistncias. Nas situaes em que no possam ser utilizados, a alternativa a
anfotericina B.
A pirimetamina, usada durante muito tempo na profilaxia da malria, actualmente
teraputica de primeira linha associada sulfadiazina, na toxoplasmose cerebral dos doentes
com SIDA.
1.1. Antibacterianos
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1.1.1. Penicilinas
1.1.1.1. Benzilpenicilinas e fenoximetilpenicilina
Benzilpenicilina benzatnica:
P e veculo para suspenso injectvel:
2 400 000 U.I. I.M.
600 000 U.I. I.M.
Benzilpenicilina potssica:
P e solvente para soluo injectvel:
1 000 000 U.I. I.M. I.V.
Contm: 1,7 mmol de K+
20 000 000 U.I. I.V.
Contm: 33 mmol de K+
(Reconstituir com 10 a 20 ml de gua para preparaes injectveis)
Benzilpenicilina procanica:
Suspenso injectvel:
3 000 000 U.I. I.V.
Benzilpenicilina sdica:
P e solvente para soluo injectvel:
1 000 000 U.I. I.M. I.V.
Contm: 1,7 mmol de Na+
20 000 000 U.I. I.V.
Contm: 34 mmol de Na+
(Reconstituir com 10 a 20 ml de gua para preparaes injectveis)
1.1.1.2. Aminopenicilinas
Amoxicilina:
Cpsula:
500 mg (sob a forma tri-hidratada)
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Comprimido:
500 mg e 1 g (sob a forma tri-hidratada)
P para suspenso oral:
100 mg/ml aps reconstituio (sob a forma tri-hidratada) - 5 ml 500 mg
50 mg/ml aps reconstituio (sob a forma tri-hidratada) - 5 ml 250 mg
Ampicilina:
P e solvente para soluo injectvel:
500 mg e 1 g (sob a forma de sal sdico) I.M. I.V.
Contm: 3 mmol de Na+
1.1.1.3. Isoxazolilpenicilinas
Flucloxacilina:
Cpsula:
500 mg (sob a forma de sal sdico)
P e solvente para soluo injectvel:
500 mg (sob a forma de sal sdico) I.M. I.V.
Contm: 1,1 mmol de Na+
P para suspenso oral:
50 mg/ml aps reconstituio (sob a forma de sal sdico) - 5 ml 250 mg
1.1.1.4. Penicilinas antipseudomonas
Piperacilina:
P e solvente para soluo injectvel:
2 g (sob a forma de sal sdico) I.M. I.V.
Contm: 3,7 mmol de Na+
P e solvente para soluo para perfuso:
4 g (sob a forma de sal sdico) I.V.
Contm: 7,4 mmol de Na+
1.1.1.5. Amidinopenicilinas
1.1.2. Cefalosporinas
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1.1.2.1. Cefalosporinas de 1. Gerao
Cefazolina:
P e solvente para soluo injectvel:
1 g (sob a forma de sal sdico) I.M.
Nota: O solvente contm lidocana.
1 g (sob a forma de sal sdico) I.V. (ou perfuso)
Contm: 2,1 mmol de Na+
Cefradina:
Cpsula:
500 mg
P para soluo injectvel:
1 g I.M. I.V.
P para suspenso oral:
100 mg/ml aps reconstituio (sob a forma mono-hidratada) - 5 ml 500 mg
50 mg/ml aps reconstituio (sob a forma mono-hidratada) - 5 ml 250 mg
1.1.2.2. Cefalosporinas de 2. Gerao
Cefoxitina:
P e solvente para soluo injectvel:
1 g (sob a forma de sal sdico) I.M.
Nota: O solvente contm lidocana.
1 g (sob a forma de sal sdico) I.V.
Contm: 2,3 mmol de Na+
Cefuroxima:
Comprimido:
250 mg e 500 mg (sob a forma de axetil)
Granulado para suspenso oral:
25 mg/ml aps reconstituio (sob a forma de axetil) - 5 ml 125 mg
50 mg/ml aps reconstituio (sob a forma de axetil) - 5 ml 250 mg
P para soluo injectvel:
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750 mg (sob a forma de sal sdico) I.M. I.V.
Contm: 1,6 mmol de Na+
1.1.2.3. Cefalosporinas de 3. Gerao
Cefotaxima:
P e solvente para soluo injectvel:
1 g (sob a forma de sal sdico) I.M.
Nota: O solvente contm lidocana.
1 g (sob a forma de sal sdico) I.V. (ou perfuso)
Contm: 2,1 mmol de Na+/g
500 mg (sob a forma de sal sdico) I.M. I.V.
Ceftazidima:
P e solvente para soluo injectvel:
500 mg e 1 g (sob a forma de sal sdico penta-hidratado) I.M. I.V.
Contm: 2,3 mmol de Na+/g
P para soluo injectvel:
2 g (sob a forma de sal sdico penta-hidratado) I.V.
Ceftriaxona:
P para soluo injectvel:
1 g (sob a forma de sal sdico) I.M.
Nota: O solvente contm lidocana.
1 g (sob a forma de sal sdico) I.V. (ou perfuso)
Contm: 3,6 mmol de Na+
1.1.2.4. Cefalosporinas de 4. Gerao
1.1.3. Monobactamos
1.1.4. Carbapenemes
Imipenem + Cilastatina:
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P e solvente para soluo para perfuso:
500 mg (de imipenem, sob a forma mono-hidratada); 500 mg (de cilastatina, sob a forma
de sal sdico) I.V.
Contm: 1,6 mmol de Na+
P e veculo para suspenso injectvel:
500 mg (de imipenem, sob a forma mono-hidratada); 500 mg (de cilastatina, sob a forma
de sal sdico) I.M.
Contm: 1,4 mmol de Na+
1.1.5. Associaes de penicilinas com inibidores das lactamases beta
Amoxicilina + cido clavulnico:
Cpsula:
500 mg (de amoxicilina, sob a forma tri-hidratada); 125 mg (de cido clavulnico, sob a
forma de sal potssico)
Comprimido revestido:
500 mg (de amoxicilina, sob a forma tri-hidratada); 125 mg (de cido clavulnico, sob a
forma de sal potssico)
P e solvente para soluo injectvel:
1 g (de amoxicilina, sob a forma de sal sdico); 200 mg (de cido clavulnico, sob a forma
de sal potssico) I.V.
Contm: 2,8 mmol de Na+ e 1 mmol de K +
500 mg (de amoxicilina, sob a forma de sal sdico); 50 mg (de cido clavulnico, sob a
forma de sal potssico) I.V.
Contm: 1,4 mmol de Na+ e 0,25 mmol de K+
P para soluo para perfuso:
2 g (de amoxicilina, sob a forma de sal sdico); 200 mg (de cido clavulnico, sob a forma
de sal potssico) I.V.
Contm: 5,6 mmol de Na+ e 1 mmol de K +
P para suspenso oral:
25 mg/ml (de amoxicilina, sob a forma tri-hidratada); 6,25 mg/ml (de cido clavulnico, sob
a forma de sal potssico), aps reconstituio - 5 ml 125 mg de amoxicilina e 31,25 mg de
cido clavulnico
50 mg/ml (de amoxicilina, sob a forma tri-hidratada); 12,5 mg/ml (cido clavulnico, sob a
forma de sal potssico), aps reconstituio - 5 ml 250 mg de amoxicilina e 62,5 mg de
cido clavulnico
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1.1.6. Cloranfenicol e tetraciclinas
Cloranfenicol:
Cpsula:
250 mg e 500 mg
Comprimido revestido:
250 mg
P para soluo injectvel:
1 g (sob a forma de succinato de sdio) I.V.
Contm: 3,1 mmol de Na+
Suspenso oral:
24 mg/ml (sob a forma de palmitato) - 5 ml 120 mg
Doxiciclina:
Cpsula:
100 mg (sob a forma de hiclato ou de complexo de sdio e polifosfato)
Tetraciclina:
Cpsula:
500 mg (sob a forma de cloridrato)
1.1.7. Aminoglicosdeos
Amicacina:
Soluo injectvel:
250 mg/ml (sob a forma de sulfato); amp. 2 ml I.M. I.V.
50 mg/ml (sob a forma de sulfato); amp. 2 ml I.M. I.V.
Canamicina:
P para soluo injectvel:
1 g I.M. I.V.
Estreptomicina:
P e solvente para soluo injectvel:
1 g (sob a forma de sulfato) I.M.
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Gentamicina:
Soluo injectvel:
10 mg/ml (sob a forma de sulfato); amp. 1 ml I.M. I.V. (lenta)
40 mg/ml (sob a forma de sulfato); amp. 1 ml e 2 ml I.M. I.V. (lenta)
1.1.8. Macrlidos
Claritromicina:
Comprimido revestido:
250 mg
Granulado para suspenso oral:
25 mg/ml aps reconstituio - 5 ml 125 mg
50 mg/ml aps reconstituio - 5 ml 250 mg
P para soluo injectvel:
500 mg I.V.
Eritromicina:
Comprimido:
500 mg
Nota: Indicar o sal fornecido.
P para soluo injectvel:
1 g (sob a forma de lactobionato) I.V.
P para suspenso oral:
100 mg/ml aps reconstituio (sob a forma de etilsuccinato) - 5 ml 500 mg
50 mg/ml aps reconstituio (sob a forma de etilsuccinato) - 5 ml 250 mg
1.1.9. Sulfonamidas e suas associaes
Sulfadiazina:
Comprimido:
500 mg
Sulfametoxazol + Trimetoprim:
Comprimido:
400 mg (de sulfametoxazol); 80 mg (de trimetoprim)
800 mg (de sulfametoxazol); 160 mg (de trimetoprim)
Soluo para perfuso:
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80 mg/ml (de sulfametoxazol); 16 mg/ml (de trimetoprim); amp. 5 ml I.V.
Suspenso oral:
40 mg/ml (de sulfametoxazol); 8 mg/ml (de trimetoprim) - 5 ml 200 mg de
sulfametoxazol e 40 mg de trimetoprim
1.1.10. Quinolonas
Ciprofloxacina:
Cpsula:
250 mg e 500 mg (sob a forma de cloridrato)
Comprimido revestido:
250 mg, 500 mg e 750 mg (sob a forma de cloridrato)
Soluo para perfuso:
2 mg/ml (sob a forma de lactato); fr. 100 ml I.V.
Norfloxacina:
Comprimido revestido:
400 mg
Nota: S deve ser utilizada como anti-sptico urinrio.
1.1.11. Outros antibacterianos
Clindamicina:
Cpsula:
150 mg e 300 mg (sob a forma de cloridrato)
Soluo injectvel:
150 mg/ml (sob a forma de fosfato); amp. 2 ml e 4 ml I.M. I.V. (perfuso)
Colistimetato de sdio:
P para soluo injectvel ou para soluo para nebulizao:
1000000 U. I.V. Via inalatria
Metronidazol:
Comprimido:
250 mg
Soluo para perfuso:
5 mg/ml; fr. 100 ml e 200 ml I.V.
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Nitrofurantona:
Cpsula:
100 mg
Suspenso oral:
5 mg/ml
Trimetoprim:
Suspenso oral:
10 mg/ml
Vancomicina:
P para soluo injectvel:
500 mg e 1 g (sob a forma de cloridrato) I.V.
1.1.12. Antituberculosos
cido para-aminosaliclico:
Granulado para suspenso oral:
4 g; saqueta
Cicloserina:
Cpsula:
250 mg
Etambutol:
Comprimido:
400 mg
Etionamida:
Comprimido:
250 mg
Isoniazida:
Comprimido:
300 mg
Comprimido revestido:
50 mg
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Soluo injectvel:
100 mg/ml; amp. 3 ml I.M.
Soluo oral:
20 mg/ml - 5 ml 100 mg
Para-aminosalicilato de sdio:
Soluo injectvel:
30 mg/ml; fr. 500 ml I.V.
Pirazinamida:
Comprimido:
500 mg
Rifampicina:
Cpsula:
150 mg e 300 mg
P e solvente para soluo para perfuso:
600 mg I.V.
Suspenso oral:
20 mg/ml - 5 ml 100 mg
1.1.13. Antileprticos
Clofazimina:
Cpsula:
100 mg
Dapsona:
Comprimido:
100 mg
1.2. Antifngicos
Anfotericina B:
P para soluo para perfuso:
50 mg (sob a forma de complexo com desoxicolato de sdio) I.V.
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Cetoconazol:
Comprimido:
200 mg
Fluconazol:
Cpsula:
50 mg , 100 mg e 200 mg
P para suspenso oral:
10 mg/ml aps reconstituio
40 mg/ml aps reconstituio
Soluo para perfuso:
2 mg/ml; fr. 50 ml I.V.
Itraconazol:
Cpsula:
100 mg
Concentrado e solvente para soluo para perfuso:
10 mg/ml I.V.
Soluo oral:
10 mg/ml - 1 ml 10 mg
1.3. Antivricos
1.3.1. Anti-retrovirais
1.3.1.1. Inibidores da protease
Indinavir:
Cpsula:
200 mg, 333 mg e 400 mg (sob a forma de sulfato)
1.3.1.2. Anlogos no nucleosdeos inibidores da transcriptase inversa (reversa)
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1.3.1.3. Anlogos nucleosdeos inibidores da transcriptase inversa (reversa)
Lamivudina:
Comprimido revestido:
100 mg e 150 mg
Nota: Cpsulas de 100 mg so usados no tratamento da hepatite B crnica.
Soluo oral:
10 mg/ml
5 mg/ml
Zidovudina:
Cpsula:
100 mg e 250 mg
Comprimido:
300 mg
Concentrado para soluo para perfuso:
10 mg/ml; fr. 20 ml I.V.
Soluo oral:
10 mg/ml - 1 ml 10 mg
1.3.2. Outros antivricos
Aciclovir:
Comprimido:
200 mg, 400 mg e 800 mg
Comprimido dispersvel:
800 mg
P para soluo para perfuso:
250 mg (sob a forma de sal sdico) I.V.
Contm: 1,1 mmol de Na+
Ganciclovir:
P e solvente para soluo para perfuso:
500 mg (sob a forma de sal sdico) I.V.
Contm: 2 mmol de Na+
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Ribavirina:
Cpsula:
200 mg
Comprimido revestido por pelcula:
200 mg
1.4. Antiparasitrios
1.4.1. Anti- helmnticos
Albendazol:
Comprimido:
200 mg e 400 mg
Suspenso oral:
20 mg/ml - 5 ml 100 mg
Mebendazol:
Comprimido:
100 mg
Suspenso oral:
20 mg/ml - 5 ml 100 mg
Pirantel:
Comprimido:
250 mg (sob a forma de pamoato)
Suspenso oral:
50 mg/ml (sob a forma de pamoato) - 5 ml 250 mg
Praziquantel:
Comprimido:
500 mg
1.4.2. Antimalricos
Cloroquina:
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Comprimido revestido:
250 mg (de difosfato) 155 mg de cloroquina
Soluo injectvel:
50 mg/ml (de difosfato) 31 mg/ml de cloroquina; amp. 5 ml I.M. I.V.
Xarope:
23 mg/ml (de monosulfato) - 5 ml 115 mg (de sulfato) 84,4 mg de cloroquina
Halofantrina:
Comprimido:
250 mg (de cloridrato) 233 mg de halofantrina
Suspenso oral:
20 mg/ml (de cloridrato); - 5 ml 100 mg (de cloridrato) 93,3 mg de halofantrina
Hidroxicloroquina:
Comprimido:
400 mg (de sulfato) 310 mg de hidroxicloroquina
Mefloquina:
Comprimido revestido:
250 mg (sob a forma de cloridrato)
Pirimetamina:
Comprimido:
25 mg
Primaquina:
Comprimido:
15 mg (sob a forma de fosfato)
Quinina:
Comprimido:
300 mg (de sulfato)
Soluo injectvel:
250 mg/ml (de dicloridrato); amp. 2 ml I.M. I.V. (previamente diluda ou perfuso)
(Podem ser fornecidos outros sais)
Nota: Ateno s equivalncias entre os diversos sais.
1.4.3. Outros antiparasitrios
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Antimoniato de meglumina:
Soluo injectvel:
300 mg/ml 85 mg/ml de antimnio pentavalente; amp. 5 ml I.M.
(Podem ser fornecidos compostos orgnicos de antimnio pentavalente diferentes e com
outra concentrao)
Atovaquona:
Suspenso oral:
150 mg/ml
Pentamidina:
P para soluo injectvel:
300 mg (de isetionato) I.M. (profunda) I.V. (perfuso lenta)
Nota: Pode ser usado por via respiratria em aerossole.
2. Sistema nervoso central
O Sistema Nervoso Central (SNC) um conjunto de rgos que coordenam todas as actividades
do organismo. a sede da conscincia, da memria, da capacidade de aprender, de reconhecer
e dos mais elaborados e caractersticos atributos do Homem, tais como a imaginao, o
raciocnio abstracto, o pensamento criativo, entre outros.
Constitudo por duas partes, o encfalo, que se situa no crnio, e a medula espinal, que se aloja
no canal raquidiano, o SNC formado por mais de 10 000 milhes de neurnios.
Embora se esteja ainda muito longe de compreender a base celular e molecular das mltiplas e
complexas funes do SNC, os progressos farmacolgicos obtidos nos ltimos anos permitem j
uma interveno teraputica eficaz e relativamente selectiva em muitas situaes decorrentes
de perturbaes funcionais do SNC.
ANESTSICOS GERAIS
Os anestsicos gerais so medicamentos que produzem perda de conscincia e, por isso, perda
de todas as sensaes. Os anestsicos gerais so de dois tipos: os administrados por via
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intravenosa e os administrados por via inalatria. Os primeiros so usados para produzir uma
anestesia de curta durao, que permita intervenes cirrgicas breves ou para fazer a induo
de uma anestesia geral que mantida, posteriormente, pelos anestsicos gerais volteis ou
gasosos. O principal risco do uso dos anestsicos por via intravenosa a possibilidade de
paragem respiratria.
Anestsicos intravenosos
O tiopental sdico um agente de induo rpida e durao curta com efeito muito intenso,
podendo originar depresso cardiovascular e respiratria. Usado em soluo fortemente alcalina,
pode originar uma irritao local acentuada se houver extravasamento no local de injeco. A
injeco intra-arterial muito perigosa. O propofol actualmente o mais utilizado por induzir
rapidamente a anestesia e um acordar rpido. Tem um perfil importante de reaces adversas
cardiovasculares. Apresenta-se sob a forma de emulso lipdica o que pode ser uma contra-
indicao. O etomidato tambm induz rapidamente anestesia, mas pode inibir a
esteroidognese, pelo que o seu emprego est em reduo.
Anestsicos por inalao
Podem ser gases ou lquidos volteis. O protxido de azoto usado para fazer a induo e
para manter uma anestesia. Por ser pouco potente no chega para manter uma anestesia
satisfatria se usado isoladamente. Combinado com outros anestsicos permite reduzir as doses
dos anestsicos associados. Quando usado de forma repetida pode causar anemia
megaloblstica e leucopenia.
O halotano um potente anestsico com uma induo suave; no irritante, no causa tosse
e, s raramente, origina vmitos. Pode causar uma certa depresso respiratria com aumento
da tenso do dixido de carbono, e acarreta propenso para disritmias ventriculares. Origina
muitas vezes bradicardia e hipotenso. Quando usado mais do que uma vez, num curto espao
de tempo, pode ser causa de leses hepticas, por vezes mortais.
O enflurano, semelhante ao halotano, no hepatotxico, pelo que prefervel se necessrio
repetir a anestesia.
O isoflurano, um ismero do enflurano, tem uma potncia intermdia entre a do halotano e a
do enflurano. Deprime a respirao e pode induzir hipotenso. Tem aco relaxante muscular.
O sevoflurano um lquido voltil, com incio de aco rpido. Com este anestsico pode ser
necessrio proceder mais cedo ao alvio da dor ps-operatria, uma vez que o acordar e a
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recuperao so particularmente rpidos. Tem sido utilizado para induo anestsica por via
inalatria, particularmente em crianas e em doentes com hiperreactividade brnquica, por no
ser irritante.
ANESTSICOS LOCAIS
Os anestsicos locais so frmacos que bloqueiam de modo reversvel a conduo nervosa,
quando aplicados localmente sobre o nervo. Actuam em qualquer parte do sistema nervoso e
sobre qualquer tipo de fibra nervosa. Quanto mais curtas so as fibras, maior a sua
sensibilidade aco anestsica. Por isso, possvel bloquear selectivamente a sensibilidade
dolorosa, mantendo a motilidade e a sensibilidade tctil intactas (as fibras que conduzem a
sensibilidade dolorosa so as mais curtas).
Os anestsicos locais variam muito quanto potncia, durao de aco, estabilidade, toxicidade
e capacidade de penetrar nos tecidos, disso dependendo a sua maior ou menor adequao para
produzir uma anestesia de superfcie, de infiltrao regional, epidural ou espinal. A lidocana o
anestsico local mais usado, porque actua mais rapidamente e mais estvel do que a maioria
dos outros anestsicos locais; alm disso, tem a vantagem de poder ser usado em qualquer
outra modalidade de anestesia local. A cocana um anestsico local de superfcie eficaz, mas
que tem vindo a ser progressivamente substituda por outras alternativas menos txicas. A
bupivacana tem, sobre os outros anestsicos locais, a vantagem da sua longa durao de
aco, que chega a atingir 8 horas. Outros anestsicos locais, como a ropivacana, apresentam
algumas vantagens, nomeadamente menor cardiotoxicidade. Todos os anestsicos locais, com
excepo da cocana, causam vasodilatao. A adio de um vasoconstritor, como a
adrenalina, diminui o fluxo sanguneo local e prolonga o efeito do anestsico. Alm dos efeitos
locais que a adrenalina pode causar quando injectada, por exemplo, necrose isqumica, em
dose excessiva pode produzir efeitos sistmicos. Os anestsicos locais no devem ser injectados
em tecidos inflamados, porque a absoro rpida e pode levar a efeitos sistmicos antes dos
efeitos locais que se desejam. Em associao com adrenalina no devem ser administrados a
doentes que estejam utilizando antidepressivos tricclicos pelo risco de arritmias e hipertenso.
RELAXANTES MUSCULARES
Os relaxantes musculares podem ser de aco central, perifrica ou de actuao directa no
msculo.
Os relaxantes musculares de aco central so utilizados no tratamento de situaes em que h
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espasticidade muscular, qualquer que seja a sua etiologia. H os que actuam a nvel enceflico
(referidos nos antiparkinsnicos) e os que actuam a nvel espinal (embora possam estender a
sua aco ao encfalo) como o baclofeno e a tizanidina; este no recomendado na
espasticidade das doenas reumticas, na paralisia cerebral ou no parkinsonismo, estando
reservado para as situaes de espasticidade crnica e grave de origem medular. Algumas
benzodiazepinas (especialmente o diazepam) podem ser teis no tratamento de doentes com
leso espinal ou com paralisia cerebral e em doentes com contraturas devidas a doenas
reumticas. A sedao pode limitar a sua eficcia como relaxante muscular, mas pode, tambm,
ser til noutros casos.
O dantroleno actua directamente sobre o msculo esqueltico de uma grande utilidade no
tratamento das hipertermias malignas e sndrome maligna dos neurolpticos.
Os relaxantes de aco perifrica (curarizantes) so frmacos que bloqueiam a transmisso da
conduo nervosa ao nvel da juno neuromuscular. Podem originar esse bloqueio por um
mecanismo competitivo, de que foi prottipo a tubocurarina, o brometo de vecurnio, o
brometo de pancurnio ou o besilato de atracrio, ou por causarem despolarizao da placa
motora, como o cloreto de suxametnio ( succinilcolina). Os curarizantes so usados para obter
relaxamento muscular satisfatrio durante a cirurgia ou execuo de manobras com fim
diagnstico ou teraputico, no tratamento do ttano, e por vezes, durante a ventilao
mecnica. Os factores mais importantes a ter em conta na escolha de um curarizante so a
durao de aco e as reaces adversas (apneia prolongada, colapso cardiovascular e efeitos
devidos libertao de histamina). O de mais curta durao de aco o suxametnio (2 min. -
3 min.). A tubocurarina dos de mais longa durao e causa libertao de histamina
(broncospasmo, hipotenso, hipersecreo salivar e brnquica). O cloreto de suxametnio e o
besilato de atracrio tambm libertam histamina, embora em menor grau. O pancurnio e o
vecurnio libertam ainda menos. O atracrio sofre uma degradao espontnea, por via
enzimtica, muito rpida e, por isso, a sua durao de aco (10 min. - 15 min.) pouco
dependente da eliminao renal.
A toxina botulnica tipo A actua a nvel perifrico na juno neuromuscular como anticolinrgico.
O seu campo de aplicao abrange diversas situaes com distonia muscular: torcicolo,
hemiespasmo facial, blefaroespasmo, motilidade da mo nas hemiplegias espsticas, acalazia do
esfago.
ANTIMIASTNICOS
Estes frmacos inibem as acetilcolinesterases ao nvel da zona de transmisso neuromuscular
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aumentando a disponibilidade em acetilcolina. Esto representados pela piridostigmina e
neostigmina. So a base do tratamento da miastenia gravis, doena devida disfuno dos
receptores causada por mecanismo imunolgico.
ANTIPARKINSNICOS
O tratamento do parkinsonismo baseia-se no antagonismo entre as funes da dopamina e da
acetilcolina ao nvel dos ncleos da base. Dado que o parkinsonismo se deve a um
empobrecimento do ncleo nigro-estriado em dopamina, as medidas teraputicas consistem em
reforar a componente dopaminrgica ou em frenar a colinrgica. Uma vez que a dopamina no
atravessa a barreira hematoenceflica, a levodopa (seu precursor imediato) o prottipo dos
frmacos dopaminrgicos, enquanto que o tri-hexifenidilo o prottipo dos anticolinrgicos. A
associao de levodopa com um inibidor da dopa-descarboxilase ( carbidopa ou benserazida),
constitui o tratamento mais eficaz da doena de Parkinson. No parkinsonismo iatrognico dever-
se- recorrer a outras modalidades de teraputica. Alm dos frmacos com aco dopaminrgica
( levodopa), os anticolinrgicos que funcionam como antagonistas dos receptores muscarnicos
tipo M1 ao nvel do estriado (tri-hexifenidilo, biperideno) so aqueles a respeito dos quais
existe uma vasta experincia clnica. preciso no esquecer que, com a teraputica
antiparkinsnica, raro conseguir-se o domnio total da sintomatologia e, por isso, no se deve
elevar excessivamente as doses procura de um efeito completo. Alm disso, frequente
verificar-se, com a evoluo da doena, uma perda de eficcia da medicao. Nestas condies
recorre-se aos agonistas dopaminrgicos ( bromocriptina e ropirinol).
As formas moderadas e incipientes, podem ser tratadas, inicialmente, com anticolinrgicos e
amantadina. A levodopa s deve ser utilizada se aqueles agentes no forem suficientemente
eficazes ou, nas situaes mais avanadas. Um dos problemas difceis da farmacoterapia desta
doena est relacionado com as flutuaes na resposta levodopa, que se traduzem pelas
discinsias de "fim, princpio ou meio da dose"; a soluo est na combinao de doses
moderadas de levodopa e agonistas dopaminrgicos.
Para evitar estas flutuaes pode tambm recorrer-se a inibidores da monoaminoxidase B (
selegilina) ou apomorfina, que um poderoso agonista dopaminrgico, estimulante de forma
no selectiva dos receptores D1 e D2 s activa por via parentrica (subcutnea).
ANTIEPILPTICOS E ANTICONVULSIVANTES
O tratamento da epilepsia deve ser iniciado apenas com um frmaco, em dose eficaz. Se o efeito
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obtido no for satisfatrio, deve ser substitudo ou associado a outro. Nas crises generalizadas,
os frmacos mais usados so o cido valprico e a carbamazepina. Nas crises focais, a
carbamazepina parece ser o mais eficaz e, no estado de mal epilptico, o frmaco de primeira
escolha a fenitona por via intravenosa ( fosfenitoina), seguida de fenobarbital. Noutras
situaes difceis de controlar recorre-se a outros frmacos, como o clonazepam, a
etossuximida, a vigabatrina e outros, ou mesmo a associaes de antiepilpticos. Em
qualquer tipo de epilepsia a supresso brusca do tratamento no recomendvel, pelo risco de
reaparecimento da sintomatologia. Quando se torna necessrio a substituio de um frmaco,
faz-se a introduo do segundo, retirando, gradualmente, o primeiro. A posologia deve ser
estabelecida caso a caso, tendo em conta a gravidade da situao, a idade, a resposta
teraputica, a profisso, etc. A dose de manuteno de qualquer antiepilptico deve ser a
mnima necessria para manter o doente livre de crises. Como o tratamento com estes frmacos
, em regra, prolongado, torna-se necessrio estar atento s possveis reaces adversas,
hepticas, hematolgicas e renais ( consultar as tabelas de interaces), pela elevada frequncia
com que estas ocorrem com estes frmacos.
A lamotrigina utilizada em monoterapia, e no deve ser utilizada em doentes com idade
inferior a 12 anos, ou no tratamento adjuvante de crises parciais. Nesta situao est indicado o
topiramato, quando aquelas crises no so satisfatoriamente controladas por outros
antiepilpticos.
ANTIEMTICOS E ANTIVERTIGINOSOS
O controlo da nusea e do vmito depende fundamentalmente da sua causa. Esto envolvidos
na gnese destas situaes: receptores colinrgicos, receptores histamnicos, receptores
dopaminrgicos e receptores serotoninrgicos 5HT3. Os parassimpaticolticos ( escopolamina) e
os anti-histamnicos utilizam-se nos vmitos e na doena do movimento. Os bloqueadores dos
receptores da dopamina ( fenotiazinas e anlogos da metoclopramida) actuam sobre a zona
quimiorreceptora e so eficazes sobre praticamente todos os tipos de vmito. Podem ter efeitos
teratognicos, o que exige um extremo cuidado com o seu uso nos vmitos da gravidez. Os
bloqueadores dos receptores 5HT3 (por ex. ondansetrom, granissetrom) so particularmente
eficazes nos vmitos induzidos pelos citostticos.
Quanto aos antivertiginosos, o seu uso hospitalar no tem justificao, pelo que no so
referidos.
ESTIMULANTES INESPECFICOS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
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Esta classe de medicamentos era designada como analpticos que englobavam uma serie de
estimulantes do SNC. No h nenhum analptico respiratrio selectivo e incuo. O uso de
analpticos s se justifica hoje em condies excepcionais, como por exemplo, em estados
agudos de hipoventilao. O seu emprego por via oral, em estados crnicos, corresponde
utilizao de um placebo. No se justifica o recurso a estes estimulantes no tratamento de
intoxicaes por depressores do SNC, porque o seu efeito imprevisvel (podem surgir
convulses) e h mtodos muito mais eficazes e seguros para corrigir uma eventual depresso
respiratria.
O prottipo dos estimulantes do SNC ou psicotnicos so as anfetaminas com indicaes
especficas, como certas formas do sndrome de hiperactividade das crianas e da narcolpsia. A
este grupo esto ligados frmacos anorexgenos, tema fora do mbito de um Formulrio
Hospitalar.
PSICOFRMACOS
Ansiolticos, sedativos e hipnticos
Os barbitricos foram, durante muitos anos, praticamente os nicos sedativos e hipnticos
disponveis para uso clnico. Deles restam o fenobarbital, como antiepilptico, o tiopental,
como anestsico geral, e pouco mais. Estes frmacos produzem uma depresso de todas as
funes do SNC - funes superiores e funes vegetativas - e, por isso, a sua aco depressora
pouco selectiva e o efeito produzido muito dependente da dose, variando o efeito desde a
simples sedao at ao coma e morte.
Os ansiolticos eliminam mais selectivamente a ansiedade, interferindo menos com as funes
cognitivas e com as funes vegetativas. Mesmo em doses elevadas no produzem anestesia
geral, depresso respiratria ou paralisia bulbar fatal. Contudo, excepcionalmente, podem
causar a morte, se forem usados em doses muito elevadas, em doentes com capacidade
ventilatria diminuda, ou em associao a outros depressores do sistema nervoso central.
Os ansiolticos, representados maioritariamente pelas benzodiazepinas, potenciam a inibio
neuronal mediada pelo cido gama-aminobutrico (GABA) e, a sua aco autolimitada, porque
requer a libertao de um mediador endgeno para se exprimir, enquanto que os barbitricos,
embora actuando pelo mesmo mecanismo, tm aces inibitrias prprias que podem levar a
uma profunda depresso do SNC.
As benzodiazepinas, especialmente as de aco rpida ( lorazepam, midazolam), podem
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originar dependncia, razo pela qual s devem ser utilizadas quando for estritamente
necessrio. O midazolam hoje usado de forma frequente em induo anestsica e em
sedao. Alm das diferenas de natureza farmacocintica, nenhuma diferena importante
separa as benzodiazepinas entre si. A escolha de uma delas depende, da sua durao de aco:
curta no caso do lorazepam, midazolam; mdia no caso do oxazepam; longa para o
diazepam que tambm possui aco relaxante muscular (assim como o clorazepato e o
clorodiazepxido, sendo a do diazepam a mais intensa). O clonazepam uma benzodiazepina
que, pela sua aco anticonvulsivante, se usa no tratamento da epilepsia.
A buspirona tem aces farmacolgicas que a distinguem das benzodiazepinas: ausncia de
aco anticonvulsivante, no interferncia com a ligao das benzodiazepinas ou do GABA aos
seus receptores e no potencia os depressores do sistema nervoso central. A buspirona um
antagonista 5HT1A selectivo e no causa efeitos extrapiramidais nem sedao, sempre que usada
em tratamentos curtos e em doses baixas. Tambm no origina tolerncia ou dependncia. O
seu uso clnico durante ou a seguir interrupo de benzodiazepinas, prejudicado pela falta de
tolerncia cruzada entre as duas classes de frmacos, o que faz com que a buspirona no
proteja contra os sintomas de privao quando se interrompem as benzodiazepinas. A gepirona
outro derivado do mesmo grupo qumico que, como a buspirona, s produz efeito
tranquilizante ao fim de cerca de 5 semanas de tratamento, o que limita o seu uso em situaes
agudas.
Antipsicticos
Os antipsicticos mais utilizados so, na sua maioria, neurolpticos. Alguns destes tambm
podem ser teis no tratamento dos vmitos. O bloqueio dos receptores ps-sinpticos da
dopamina no sistema mesolmbico resulta no efeito teraputico desejado (aco antipsictica),
enquanto que do bloqueio dos receptores da dopamina no sistema nigro-estriado podem
resultar reaces motoras extrapiramidais. Os neurolpticos bloqueiam ainda receptores
adrenrgicos , receptores centrais da histamina e receptores colinrgicos, de que resultam outros efeitos laterais.
De um modo geral, os frmacos com aco antipsictica mais intensa, como a flufenazina e o
haloperidol, so os que causam efeitos extrapiramidais mais frequentes e com maior
intensidade. Os menos potentes do ponto de vista antipsictico, como a cloropromazina e a
tioridazina, so os que menos capacidade tm de produzir efeitos extrapiramidais, mas tm
maior tendncia para produzir hipotenso ortosttica. Um dos neurolpticos atpicos
importantes, no obstante a sua toxicidade hematolgica, a clozapina, por ser mais eficaz
que os antipsicticos de 1 gerao, em especial nas formas refractrias de esquizofrenia, e no
ter efeitos extra-piramidais.
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A escolha de um antipsictico continua a no ser tarefa fcil e deve fazer-se considerando a
intensidade da sua aco, as reaces adversas que produzem e as caractersticas
farmacocinticas de cada composto.
Antidepressores
O mecanismo de aco dos antidepressores complexo e envolve uma resposta demorada (4 a
6 semanas) de adaptao dos receptores das aminas biognicas. No devemos esquecer, que
muitas vezes o insucesso com os derivados tricclicos se deve no s dosagem insuficiente,
como pressa em obter resultados visveis. Os frmacos pertencentes a cada uma das classes
so bastante homogneos, distinguindo-se mais pelos aspectos quantitativos do que
qualitativos, e pela farmacocintica.
Os derivados tricclicos ( amitriptilina, clomipramina e imipramina) representam a primeira
gerao de frmacos antidepressores, tendo a vantagem de ser baratos e eficazes. De um modo
geral, provocam um aumento da concentrao de noradrenalina e/ou de serotina (5HT) ao
nvel dos receptores centrais. Para alm deste efeito, observa-se o bloqueio dos receptores
muscarnicos, histaminrgicos H1 e adrenrgicos 1, o que explica parte das reaces adversas destes medicamentos. Os inibidores selectivos da recaptao da serotonina ( fluoxetina,
fluvoxamina, paroxetina e sertralina) so hoje considerados por muitos psiquiatras, como de 1
linha, pois so eficazes e muito melhor tolerados pelos doentes. A venlafaxina pertence
classe dos inibidores da recaptao da serotonina e da noradrenalina. Embora tenham uma
aco semelhante aos tricclicos tm, tal como a classe anterior, baixa afinidade para os
receptores muscarnicos, histaminrgicos H1 e adrenrgicos 1 o que se traduz num melhor perfil, para os casos que no respondem satisfatoriamente aos derivados tricclicos. A reboxetina
por sua vez, um inibidor selectivo da recaptao da noradrenalina. As suas reaces
adversas relacionam-se com o aumento da noradrenalina. Os inibidores da MAO reservam-se,
para os casos que no respondem satisfatoriamente aos derivados tricclicos. Os inibidores
clssicos da MAO (por ex. fenelzina, tranilcipromina) tm tendncia para originar interaces
com outros frmacos ou com alimentos que contm aminas e podem, ainda, lesar o parnquima
heptico, pelo que j hoje no so usados. A introduo dos inibidores selectivos e reversveis
da MAO A, como por exemplo, a moclobemida, possibilitou o recurso a este grupo de frmacos.
A associao de antidepressores tricclicos com inibidores da MAO no recomendvel, porque
pode gerar efeitos graves (incluindo a morte) e tambm no est demonstrado um aumento de
eficcia.
Ltio
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O carbonato de ltio comeou por ser usado na psicose manaco-depressiva ou doena bipolar;
mais tarde verificou-se a sua capacidade preventiva da depresso recorrente ou doena
unipolar.
ANALGSICOS E ANTIPIRTICOS
O cido acetilsaliclico o padro dos chamados anti-inflamatrios no esterides,
caracterizados pela aco inibidora das cicloxigenases. O cido acetilsaliclico o analgsico
de primeira escolha para as cefaleias, dores musculos-esquelticas e dismenorreia. Possui,
tambm, aco antipirtica e anti-inflamatria. O seu principal inconveniente, que comum a
todos os anti-inflamatrios no esterides, a possibilidade de provocar leses da mucosa
gstrica, o que pode ser obviado em parte pela ingesto do medicamento a seguir s refeies.
Recomenda-se evitar o seu uso em crianas. O paracetamol, que em doses teraputicas o
analgsico mais incuo, constitui uma boa alternativa para usar nas crianas. Contudo,
potencialmente hepatotxico a partir de 4 g/dia e as doses muito altas, da ordem de 10 g - 15
g, podem provocar necrose heptica fulminante. Fundamentalmente, distingue-se do cido
acetilsaliclico porque no tem aco anti-inflamatria e, por isso, no provoca irritao
gstrica.
O metamizol, magnsico ou sdico, um analgsico activo, bastante utilizado; como derivado
da dipirona tem um risco potencial de causar agranulocitose.
Tem sido dada particular ateno dor ps-operatria, em especial nas situaes de cirurgia
ambulatria, surgindo a utilizao de anti-inflamatrios com particular efeito analgsico, como o
cetorolac (oral e parentrico) ou o parecoxib (parentrico).
O tratamento da dor neuroptica, devido a leso de nervos sensitivos somticos, em regra
feito com opiceos, visto que os analgsicos convencionais so inoperantes. o caso da
neuropatia diabtica, da nevralgia do trigmio, por exemplo. Nestas situaes a analgesia
obtida pelo emprego de antidepressivos tricclicos (sobretudo amitriptilina) e
anticonvulsivantes (em especial a carbamazepina e a gabapentina).
MEDICAMENTOS USADOS NA ENXAQUECA
No tratamento da enxaqueca so usados frmacos to diversificados como o cido
acetilsaliclico ou outro anti-inflamatrio no esteride, o paracetamol ou, nos ataques
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moderados ou graves, um antiemtico combinado com ergotamina ou di-hidroergotamina. O
sumatriptano um dos agonistas especficos dos receptores 5HT1B/Dda serotonina, usados
quando as crises no respondem ergotamina ou se esta provoca reaces adversas
intolerveis. Verificando-se mais de trs ataques por ms, deve implementar-se uma teraputica
profilctica que inclui bloqueadores adrenrgicos ( metoprolol ou propranolol) e um bloqueador da entrada de clcio: a flunarizina.
ANALGSICOS ESTUPEFACIENTES
Os analgsicos estupefacientes so usados para aliviar dores mais intensas, particularmente as
de origem visceral. Todos os analgsicos estupefacientes produzem tolerncia, dependncia,
depresso respiratria, obstipao, nuseas e reteno urinria. A escolha depender da via de
administrao, da durao de aco (mais curta para a petidina do que para a morfina e
buprenorfina), e da frequncia de certas reaces adversas (a nusea e o vmito so mais
comuns com a morfina e a petidina). Para a analgesia intra-operatria utilizam-se frmacos de
durao mais curta, como o fentanilo e o alfentanilo; o remifentanilo tem maior poder
analgsico e menor efeito depressor central. Dado os riscos possveis da sua utilizao, os
analgsicos estupefacientes devem ser usados com prudncia e moderao.
Frmacos do tipo do tramadol, que inicialmente foram considerados como no causando
dependncia por actuarem sobre receptores distintos dos da morfina, actuam, de facto, sobre
os receptores opiceos. So agonistas parciais e, por isso, a sua aco analgsica mxima
inferior da morfina, a depresso respiratria menor do que a causada pelos agonistas totais
e o risco de habituao , tambm, inferior.
OUTROS MEDICAMENTOS COM ACO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Grupo heterogneo cujos componentes apenas interessam no ambulatrio. Consultar o
Pronturio Teraputico.
2.1. Anestsicos gerais
Etomidato:
Soluo injectvel:
2 mg/ml; amp. 10 ml I.V.
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Halotano:
Soluo para inalao por vaporizao:
fr. de 250 ml Via inalatria
Isoflurano:
Lquido para inalao por vaporizao:
fr. de 100 e 250 ml Via inalatria
Propofol:
Emulso injectvel:
10 mg/ml e 20 mg/ml; amp. 20 ml; seringa pr-carregada de 50 ml I.V.
(Podem ser fornecidas outras apresentaes)
Sevoflurano:
Lquido para inalao por vaporizao:
fr. de 100 e 250 ml Via inalatria
Tiopental sdico:
P para soluo injectvel:
500 mg I.V.
2.2. Anestsicos locais
Bupivacana:
Soluo injectvel:
5 mg/ml (de cloridrato); amp. 20 ml Via epidural I.T. S.C.
5 mg/ml (de cloridrato mono-hidratado); amp. 4 ml I.T.
Contm: 80 mg/ml de glucose monohidratada (soluo hiperbrica)
(Podem ser fornecidas outras dosagens e apresentaes)
Bupivacana + Adrenalina:
Soluo injectvel:
2,5 mg/ml (de cloridrato de bupivacana); 5 g/ml (de adrenalina, sob a forma de tartarato); fr. 20 ml Via epidural I.T. S.C.
5 mg/ml (de cloridrato de bupivacana); 5 g/ml (de adrenalina, sob a forma de tartarato); fr. 20 ml Via epidural I.T. S.C.
Cloreto de etilo:
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Soluo para pulverizao cutnea:
Recipiente pressurizado
Lidocana:
Gel:
20 mg/g (de cloridrato)
(Podem ser fornecidos produtos de diferentes viscosidades)
Nota: Para anestesia da pele e/ou mucosas.
Soluo injectvel:
10 mg/ml (de cloridrato); amp. 5 ml S.C.
(Podem ser fornecidas outras apresentaes)
20 mg/ml (de cloridrato); amp. 5 ml S.C.
(Podem ser fornecidas outras apresentaes )
Soluo para pulverizao cutnea:
100 mg/ml - 1 pulverizao 10 mg
Lidocana + Adrenalina:
Soluo injectvel:
10 mg/ml (de cloridrato de lidocana); 10 g/ml (de cloridrato de adrenalina); amp. 5 ml S.C.
20 mg/ml (de cloridrato de lidocana) e 10 g/ml (de cloridrato de adrenalina); amp. 5 ml S.C.
Mepivacana:
Soluo injectvel:
30 mg/ml; cartucho 1,8 ml S.C.
Ropivacana:
Soluo injectvel:
2 mg/ml (de cloridrato mono-hidratado); amp. 10 ml e 20 ml Via epidural Via
perineural
(Podem ser fornecidas outras dosagens e apresentaes)
2.3. Relaxantes musculares
2.3.1. Aco central
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Baclofeno:
Comprimido:
10 mg e 25 mg
Tizanidina:
Cpsula de libertao modificada:
6 mg (sob a forma de cloridrato)
Comprimido:
2 mg (sob a forma de cloridrato)
2.3.2. Aco perifrica
Besilato de atracrio:
Soluo injectvel:
10 mg/ml; amp. 5 ml I.V.
Besilato de cisatracrio:
Soluo injectvel:
2 mg/ml; amp. 2,5 ml, 5 ml e 10 ml I.V.
5 mg/ml; fr. 30 ml I.V.
Brometo de vecurnio:
P e solvente para soluo injectvel:
10 mg I.V.
4 mg I.V.
Toxina botulnica A:
(J)
P para soluo injectvel:
100 U. I.M. S.C.
500 U. I.M. S.C.
2.3.3. Aco muscular directa
Dantroleno:
P para soluo injectvel:
20 mg (de sal sdico) I.V.
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2.4. Antimiastnicos
Brometo de piridostigmina:
Comprimido revestido:
60 mg
Neostigmina:
Soluo injectvel:
0,5 mg/ml (de metilsulfato); amp. 1 ml I.M. I.V. S.C.
2.5. Antiparkinsnicos
2.5.1. Anticolinrgicos
Biperideno:
Comprimido:
2 mg (de cloridrato)
Soluo injectvel:
5 mg/ml (de lactato); amp.1 ml I.M. I.V.
Tri-hexifenidilo:
Comprimido:
2 mg e 5 mg (de cloridrato)
2.5.2. Dopaminomimticos
Levodopa + Benserazida:
Comprimido:
200 mg (de levodopa); 50 mg (de cloridrato de benserazida)
Levodopa + Carbidopa:
Comprimido:
100 mg (de levodopa); 25 mg (de carbidopa)
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(Podem ser fornecidas outras dosagens)
Ropinirol:
Comprimido revestido:
0,25 mg e 1 mg (sob a forma de cloridrato)
(Podem ser fornecidas outras dosagens)
Selegilina:
Comprimido:
5 mg e 10 mg (de cloridrato)
2.6. Antiepilpticos e anticonvulsivantes
cido valprico:
Comprimido de libertao prolongada:
300 mg e 500 mg (de valproato de sdio)
Comprimido gastrorresistente:
500 mg (sob a forma de valproato de sdio)
Comprimido revestido:
200 mg (sob a forma de valproato de sdio)
P e solvente para soluo injectvel:
400 mg/4 ml (de valproato de sdio) I.V.
Soluo oral:
200 mg/ml (de valproato de sdio)
Carbamazepina:
Comprimido:
200 mg e 400 mg
Comprimido de libertao prolongada:
200 mg e 400 mg
Xarope:
20 mg/ml - 5 ml 100 mg
Clonazepam:
(P)
Comprimido:
0,5 mg e 2 mg
Concentrado para soluo injectvel:
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1 mg/ml; amp. 1 ml I.V. (aps diluio com 1 ml de gua p.p.i.)
Gotas orais, soluo:
2,5 mg/ml
Etossuximida:
Cpsula:
250 mg
Xarope:
50 mg/ml - 5 ml 250 mg
Fenitona:
Comprimido:
100 mg (de sal sdico)
Soluo injectvel:
50 mg/ml (de sal sdico); amp. 5 ml e 2 ml I.M. I.V.
Suspenso oral:
6 mg/ml - 5 ml 30 mg
Fenobarbital:
(P)
Comprimido:
15 mg e 100 mg
Soluo injectvel:
100 mg/ml (de sal sdico); amp. 1 ml I.M. I.V. (previamente diluda)
40 mg/ml (de sal sdico); amp. 1 ml I.M. I.V.
Fosfenitona:
Soluo injectvel:
75 mg/ml (de sal sdico); amp. 2 ml e 10 ml I.V.
1,5 mg de fosfenitona sdica 1 mg de fenitona sdica
Gabapentina:
Cpsula:
300 mg e 400 mg
Lamotrigina:
Comprimido:
25 mg, 50 mg e 100 mg
Topiramato:
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Cpsula:
15 mg, 25 mg e 50 mg
Comprimido revestido:
25 mg, 50 mg e 100 mg
Vigabatrina:
Comprimido revestido:
500 mg
P para soluo oral:
500 mg
2.7. Antiemticos e antivertiginosos
Granissetrom:
Comprimido revestido:
1 mg e 2 mg (sob a forma de cloridrato)
Soluo injectvel:
1 mg/ml (sob a forma de cloridrato); amp. 1 ml e 3 ml I.V.
Ondansetrom:
Comprimido revestido:
4 mg e 8 mg (sob a forma de cloridrato)
Soluo injectvel:
2 mg/ml (sob a forma de cloridrato); amp. 2 e 4 ml I.V.
2.8. Estimulantes inespecficos do Sistema Nervoso Central
Metilfenidato:
(P)
Cpsula de libertao modificada:
20 mg, 30 mg e 40 mg (de cloridrato)
Comprimido:
5 mg, 10 mg e 20 mg (de cloridrato)
2.9. Psicofrmacos
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2.9.1. Ansiolticos, sedativos e hipnticos
Alprazolam:
(P)
Comprimido:
0,25 mg e 0,5 mg
Buspirona:
Comprimido:
5 mg e 10 mg (de cloridrato)
Diazepam:
(P)
Comprimido:
5 mg e 10 mg
(Podem ser fornecidas outras dosagens)
Emulso injectvel:
5 mg/ml; amp. 2 ml I.M. I.V. (perfuso)
Soluo injectvel:
5 mg/ml; amp. 2 ml I.M. I.V.
Soluo rectal:
5 mg/2,5 ml e 10 mg/2,5 ml
Suspenso oral:
0,4 mg/ml - 5 ml 2 mg
Flurazepam:
(P)
Cpsula:
15 mg e 30 mg (de cloridrato)
Lorazepam:
(P)
Comprimido:
1 mg e 2,5 mg
Soluo injectvel:
4 mg/ml; amp. 1 ml e 10 ml I.V.
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Midazolam:
(P)
Comprimido revestido:
15 mg (de maleato)
Soluo injectvel:
5 mg/ml (sob a forma de cloridrato); amp. 3 ml e 10 ml I.M. I.V.
Oxazepam:
(P)
Comprimido:
15 mg e 50 mg
2.9.2. Antipsicticos
Cloropromazina:
Comprimido revestido:
25 mg e 100 mg (sob a forma de cloridrato)
Gotas orais, soluo:
40 mg/ml (sob a forma de cloridrato) - 1 ml 40 mg
Soluo injectvel:
25 mg/ml (sob a forma de cloridrato); amp. 2 ml I.V.
5 mg/ml (sob a forma de cloridrato); amp. 5 ml I.M.
Clozapina:
(J)
Comprimido:
25 mg e 100 mg
Flufenazina:
Soluo injectvel:
25 mg/ml e 100 mg/ml (de decanoato); amp. 1 ml e 2 ml I.M. (profunda) (soluo
oleosa)
Haloperidol:
Comprimido:
1 mg e 5 mg
Soluo injectvel:
1 mg/ml (sob a forma de decanoato); amp. 2 ml I.M. I.V.
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100 mg/ml (sob a forma de decanoato); amp. 1 ml I.M. (profunda) (soluo oleosa)
5 mg/ml (sob a forma de decanoato); amp. 1 ml I.M. I.V.
Soluo oral:
2 mg/ml
Olanzapina:
Comprimido revestido:
5 mg e 10 mg
P para soluo injectvel:
10 mg
Risperidona:
Comprimido revestido:
0,25 mg, 1 mg, 3 mg e 4 mg
(Podem ser fornecidas outras dosagens)
Soluo oral:
1 mg/ml
Tioridazina:
Comprimido revestido por pelcula:
10 mg, 25 mg e 100 mg (de cloridrato)
Soluo oral:
30 mg/ml (sob a forma de cloridrato)
2.9.3. Antidepressores
Amitriptilina:
Comprimido revestido:
10 mg e 25 mg (de cloridrato)
Clomipramina:
Comprimido revestido:
10 mg e 25 mg (de cloridrato)
Soluo injectvel:
12,5 mg/ml (de cloridrato); amp. 2 ml I.M. I.V. (previamente diluda)
Fluoxetina:
Cpsula:
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20 mg (sob a forma de cloridrato)
Soluo oral:
4 mg/ml (sob a forma de cloridrato) - 5 ml 20 mg
Imipramina:
Comprimido revestido:
10 mg e 25 mg (de cloridrato)
Mianserina:
Comprimido revestido:
30 mg (de cloridrato)
Moclobemida:
Comprimido revestido:
150 mg
Trazodona:
Comprimido:
50 mg e 100 mg (de cloridrato)
Venlafaxina:
Comprimido:
37,5 mg e 75 mg (sob a forma de cloridrato)
2.9.4. Ltio
Ltio:
Comprimido de libertao modificada:
400 mg (de carbonato)
2.10. Analgsicos e antipirticos
Acetilsalicilato de lisina:
P e solvente para soluo injectvel:
900 mg e 1800 mg I.M. I.V.
P para soluo oral:
900 mg e 1800 mg ; saqueta
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cido acetilsaliclico:
Comprimido: