Post on 09-Jan-2017
IRAUÇUBA AMEAÇADAPELA DESERTIFICAÇÃO
Como assim, Irauçuba ameaçada de desertificação? E o que é mes mo des ert ificação?Nes ta Folha Educativa, dirigida aos educadores do município e ao público em geral,iremos apresentar informações sobre esse tema. Só com uma mudança de atitude dapopulação e políticas públicas adequadas será possível enfrentar a s ituação quedes crevemos a seguir.
O que é desertificação?Chama-se desert ificação a perda da capac idade de produção da terra nas
regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas.
Não se deve confundir a desertificação com a seca. Há terras desertificadas
que não produzem, ou produzem muito pouco, mesmo tendo água.
Veremos a seguir como as chuvas podem até agravar o problema,
por incrível que pareça.
A desert ificação acontece em ambientes frágeis, mas é a ação do
homem que quase sempre rompe o equilíbrio da natureza e dá iní-
cio ao processo (isto é conhecido como ação antrópica).
Irauçuba e a desertificaçãoO povoado que deu origem ao atual município de Irauçuba se
chamou Cacimba do Meio até 1899. Nesse ano, um movimento
comandado pelo Juiz de Itapajé mudou a antiga denominação para
a atual. Na língua Tupi-Guarani, "ira" significa mel, e, por extensão,
doce. Já "aussuba" indica "bom sentimento", por extensão,
amizade, amor. As traduções possíveis para o português são várias,
combinando esses dois termos e suas extensões. Em 1934 o
lugarejo foi elevado à categoria de dis tri to de Itapajé, do qual foi
separada em 1957, formando um novo município.
Durante grande parte dos séculos XIX e XX as porções rurais de
Irauçuba foram ocupadas pela pecuária intensiva, com predomínio
de bovinos e caprinos. O relevo plano e a boa qualidade das
pastagens naturais t ransformaram a região em um pólo regional,
recebendo rebanhos vindos de outros municípios . Por causa do
sobrepastoreio, os solos frágeis dessas áreas sofreram um
processo de compactação, perdendo a capacidade de reprodução
da cobertura vegetal.
Na agricultura predominam as parcelas pequenas e muito
pequenas, ocupadas com culturas de subsis tência, como mi lho e
feijão. O s istema tradicional de exploração da terra é it inerante
(ocupa-se uma parcela até esgotamento, depois se passa para
uma parcela contígua), causando prejuízo ao meio ambiente.
Somado a isso temos o desmatamento, seja para ampliar as áreas
de cultivo ou pastagem, ou para a produção de lenha ou carvão.
Irauçubaem números
Área: 1.461,22 km².
População: 22.978 habitantes(IBGE,estimativa 2008)
População rural: 55% (censo 1991)
Densidade demográfica: 15,7 habitantespor km2
PIB per capita: R$ 2.361 (IBGE 2005).
A densidade demográfica do município émuito alta em relação à qualidade dos
solos e ao clima. Essa combinação faz
com que o produto interno bruto percapita (isto é, a riqueza que é gerada
anualmente por habitante) seja em
Irauçuba apenas de R$ 2.361, contrauma média nacional de R$ 12.688
(IBGE, dados de 2005 e 2006).
Você sabia?O semiárido brasileiro,com quase 30 mi lhõesde habitantes, é o maisdensamente povoadoentre todas as regiõesdesse tipo no planeta.
S o l o sOs solos do município são geralmente rasos ou pouco profundos (as rochas estão perto da superfíc ie) e
pobres em nutrientes. Além do mais, têm características físicas, químicas e morfológicas que facili tam aerosão (por exemplo, a predominância arenosa ou pedregosa). Em Irauçuba, apenas os solos aluvionais,
formados pela acumulação de matéria orgânica, principalmente na área de inundação do rio Caxi toré, esca-
pam dessa caracterís tica.
FONTE : FUNCEME - Relatóri o de Normais Mensais - Estado do Ceará. Caracteri zaçãoPl uvi ométri ca do Município de Irauçuba (médi a de 1970 à 1990)
Vulnerabilidade ambiental de Irauçuba
Ve g e t a ç ã o
Em Irauçuba predomina a Caatinga arbust iva, formada por uma vegetação
tortuosa, espinhenta, const ituída por arbustos e árvores de pequeno portesobre um extrato herbáceo. Os arbustos e a maior parte das árvores per-
dem suas folhas nos períodos de estiagem, quando deixam de proteger o
solo dos raios solares e do vento.
A Caatinga é um bioma frágil, que sofre fortemente o impacto da ação do
homem. Ele demora muito em se recuperar; segundo algumas estimat ivas,
são necessários 50 anos para que uma área se regenere. Veja mais sobre aCaatinga na página 5.
C l i m aIrauçuba está a sotavento do Maciço de Uruburetama (is to é, por trás desse maciço, considerando a direçãodominante dos ventos) o que dificulta a entrada dos sis temas atmosféricos favoráveis. A média histórica de
precipitações é de 540 milímetros por ano. As chuvas estão concentradas exc lusivamente no primeiro semes-
tre, começando a estiagem a partir de junho (ver tabela abaixo).
Há baixa nebulosidade e, consequentemente muita exposição solar. As temperaturas médias são altas, vari-
ando entre um máximo de 32ºC e um mínimo de 21ºC. Esses fatores, junto com a veloc idade dos ventos, quesão mais forte na época seca do ano, causam a evaporação da água e aumentam a t ranspiração das plantas.
G e o l o g i aO município situa-se na unidade geológica conhecida
como Folha Irauçuba, que engloba também, total ou par-cialmente, os municípios de Itapajé, Itapipoca, Miraíma,
Sobral, Tejuçuoca e Uruburetama. O subsolo está cons-
t i tuído em 90% por rochas cris talinas (granitos egnaisses). São rochas duras, pouco porosas, que não
favorecem a absorção e infilt ração de água, o que afeta
a formação de reservas (a água se acumula apenas nasfendas e fraturas subterrâneas existentes no manto ro-
choso). Além disso, as rochas cristalinas possuem gran-
de quant idade de sais, o que faz com que a água sejafrequentemente imprópria para o consumo humano.
Média de precipitações mensais, em mm
SuperpastoreioPesquisa de 1981 mostra que as condições ambientais de Irauçubapermitem que receba um rebanho de 12.000 cabeças. Em 2005 esse númeroestava em 20.400! Mais da metade do rebanho estaria sobrando. Esta é aprincipal causa da desertificação no município.
Perigo ovino...Os ovinos (carneiros e ovelhas) são uma ameaça, quando de desertificaçãose trata. A dentição desses animais lhes permite “puxar” as gramíneas bemrentes ao chão, arrancando-as de raíz. Em propriedades com superpastoreiode ovinos, eles podem dar início ao processo de deserti ficação.
A seca do soloVocê já conhece a seca, que acontece quando os períodos de estiagem seprolongam além do normal. Também conhece a “seca verde”, que aconteceno inverno, quando a irregularidade das chuvas provoca a morte dasculturas, mesmo estando toda a paisagem verde. Mas você sabia que existetambém a seca do solo? Ela recebe o nome de “seca edáfica”, e aconteceporque a compactação faz com que o solo se torne mais ou menosimpermeável, e a água da chuva corre em lugar de se infilt rar. Assim, oslençóis freáticos tendem a diminuir, por falta de recarga.
A desertificação pode causar enchentes? A compactação dos solos faz com que a água não se infilt re no solo, e corrapelas pendentes do terreno. A chuva carrega areia para os rios, riachos eaçudes, os quais se tornam rasos (assoreamento). Quando acontecem asenchentes no inverno, as áreas inundadas são maiores, pois a água seespalha.
Agravantes humanosda desertificação
As fi lei ras do plantio acompanhamas curvas do terreno, todas nomesmo nível . Evita-s e a erosão.
CERTO
As fi lei ras do plantio corremna mesma di reção da água.É des ertificação na certa.
ERRADO
O desmatamento provocado pelaampliação das áreas depastagens e cultivos ou pelaretirada indiscriminada de lenha.
As práticas agrícolasinadequadas, que não repõem osnutrientes ret irados pelos cultivosnem deixam a terra repousar.
O roçado com queimada, um dospiores inimigos da terra.
O superpastoreio, que ocorrequando se coloca um grandenúmero de animais em um
determinado espaço,provocando a compactaçãodo solo e/ou a supressão dacobertura vegetal
O manejo incorreto do solo,particularmente em terrenosem dec live.
A irrigação inadequada, queprovoca a salinização do soloe o esteri liza.
A mineração irresponsável,que pode causar grandedestruição.
Irauçuba: os "clarões" queaparecem na foto indic am o iníc iodo processo de deserti fic ação.
Principais conseqüências Redução da área cult ivável e queda da produtividade na agropecuária.
Aumento da pobreza e da insegurança alimentar para as famílias que dependem de culturas de subsistência.
Redução da movimentação financeira nos municípios, queda de arrecadação para as prefeituras.
Aumento da migração para os centros urbanos, que não estão preparados para receber essa populaçãonem ofertam empregos suficientes.
Redução da biodivers idade (apenas as espéc ies mais fortes sobrevivem nos ambientes desertificados).
Assoreamentos de rios e açudes; aumento das enchentes.
O passo a passo da desertificação1) Elimina-se a cobertura vegetal da terra, seja por desmatamento ou excesso de
pastoreio.
2) Sem cobertura vegetal, perde-se a repos ição de matérias orgânicas que alimentam edão fert ilidade ao solo. A terra fica nua e exposta ao sol calcinante.
3) Havendo superpastoreio, acontece a compactação do solo.
4) As propriedades físicas do solo são afetadas. A terra fica dura, a água das chuvasnão infi ltra mais e passa a correr pela superfície.
5) A água – quem diria! – se t ransforma em inimiga da terra. Ao escoar pelos dec livesela carrega a camada superficial do solo, a mais rica. Em lugares com decl ives forteso processo é mais rápido.
6) As ventanias agregam sua quota de erosão, carregando a terra solta.
7) A vida vai embora. Recuperar áreas que chegaram a esse estágio de degradação émuito difíc il, se não impossível. A terra pode morrer!
Como identificar uma área em processo de desertificação?No campo, você pode identificar uma área degradada se ela apresentar ausência ou escassezde vegetação, c larões de terra nua, presença de qualquer tipo de erosão, predomínio deespécies vegetais rústicas e resistentes, como cactus e capim panasco, podendo se verificarainda maior ou menor quantidade de afloramentos de rochas (Fonte: Funceme).
A maior parte do município (isto é, uma área de1.165 Km2) está ocupada pela chamada depres-são sertaneja, uma planíc ie que predomina noNordeste, formada por erosão das serras e ou-tras formações, em períodos geológicos antigos.
Essa área é favorável à uti lização agropastorildesde que seja feito um uso adequado. Não é oque acontece em Irauçuba, onde há grande ex-cesso de animais nas pastagens. A porção nor-te do município é a mais afetada.
A depressão sertaneja é cortada no municípiopor serras e serrotes remanescentes do pro-cesso erosivo, de extensões variadas e altitu-des que osc ilam de 200 a 600 metros, ocupan-do uma superfície de 238 Km2.
Essas áreas são impróprias ao uso agrícola,mas favoráveis a s i lvicultura. Há risco dedesertificação nos locais com desmatamentoindisciplinado ou plantio realizado de forma ina-dequada.
O município tem também uma pequena área de16 Km2 de planícies fluviais, const ituídas porsedimentos areno-argilosos deposi tados pelosrios. É uma área propíc ia para a agricultura epouco afetada pelo processo de deserti ficação.
Caatinga, do Tupi-Guarani: caa (mata) e tinga (branca), é o único bioma exclusiva-mente brasi leiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico nãopode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. A caatinga ocupa uma áreade 895 mil km², cerca de 11% do território nacional, englobando parte dos estadosdo Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,Sergipe, Bahia e Minas Gerais. No Ceará, ocupa 92% do território.
Sempre houve a crença de que a caat inga teria sido pouco alterada desde o iníc ioda colonização do Brasil . Entretanto, descobriu-se que muitas áreas que eram con-sideradas como primárias são fruto da exploração pelo homem, iniciada no séculoXVI. Segundo estimat ivas, cerca de 70% da caatinga já se encontra alterada, esomente 0,28% de sua área está protegida em unidades de conservação. Os gran-des mamíferos foram praticamente ext intos. Estes números conferem à caatinga acondição de ecossistema menos preservado e um dos mais degradados do Brasi l.
Bioma: uma comunidade biológica, ou seja, fauna e flora e suas interaçõesentre si e com o ambiente físico: solo, água e ar.
Silvicultura: uso produtivo de recursos florestais, naturais ou arti ficiais.
A Caatinga
Uso da terra emIrauçuba
Irauçuba
Depr essão Ser taneja
Maciços Residuais
Planícies Fluviais
Açudes e Lagoas
MA PA DAS UNIDA DES GEOAMBIENTA ISMUNICÍPIO DE IRAUÇUBA-CE
O combate à desertificaçãoO risco de desert i ficação at inge 33% da superfície terres tre, afetando uma população de 2,6 bi lhões depessoas. Na América do Sul as áreas mais afetadas es tão na Argent ina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile
e Bras il. Es tas áreas perfazem um total de quase 5 milhões de quilômetros quadrados .
No Bras il, as áreas suscet íveis à desert i ficação encontram-se no Nordeste, norte de Minas Gerais eparte do Espírito Santo. As Áreas Susceptíveis à Desert ificação cobrem uma enorme extensão de 1.338.076
km2, com mais de 31 milhões de habitantes, a maioria em s ituação de pobreza ou miséria. São 1.482
munic ípios nessa s ituação, dos quais 804 em áreas semiáridas. Irauçuba encontra-se entre as s ituaçõesmais crít icas .
Mobilização internacionalO tema foi posto na agenda pela Primeira Conferência Internacional Sobre Desertificação, realizada em Nairobi
(capital do Kenya, África) em 1977. Em 1992 foi um dos assuntos tratados na Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente realizada no Rio de Janeiro. Nessa conferência foi proposta a criação da Con-venção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, o que aconteceu posteriormente, em 1994.
Atualmente (2009) 193 países ass inaram a Convenção, incluindo o Brasil .
Em nosso país , o Programa de Ação Nac ional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca(PAN Brasil) foi c riado em 2004, com participação dos poderes públicos e da sociedade
c ivil . Atualmente (2009) estão sendo elaborados os Planos Estaduais de Ação.
Em 2008 foi c riada a Comissão Nacional de Combate à Desert ificação, que tema função de estabelecer estratégias e implementar os compromissos assumi-
dos internacionalmente pelo Bras il . A Comissão é formada por representan-
tes do poder público e da sociedade c ivil .
17 de Junho é oDia Mundial de
Combate àDesertificação.
Plano de Ação Municipal de Com bate à Deserti ficaç ão de Irauçuba; Program a de Ação Nac ional de C ombate à Desertificação e M itigação dosEfe itos da Seca - PAN Bras i, Série Folhas Educativ a Desertificação (Comunicação e Cul tura s/d), O Proces so de Des ertificaç ão (c arti lha F uncem e s/ d),Aquecimento Global e a Nov a Geografia da Agricul tura no Brasil (Embrapa/U nicam p, 2008), Cartilhas Desertificação e Bioma C aatinga (INESP, 2009), Wikipédia.
A part ir do estudo das característ icas dos solos e do estado de de-gradação em que se encontram, podem-se ut il izar métodos adequa-
dos para controlar e mesmo reverter a deserti ficação.
Existem técnicas que envolvem o reflorestamento com espécies na-t ivas adaptadas, a recuperação da matéria orgânica perdida e uma
série de prát icas de conservação que auxiliam na recuperação des-
sas áreas.
Mas a terra pode morrer, se o processo de deserti ficação estiver
muito avançado. Cuidado!
Dá pa ra re cu p era r?
Enfrentandoas mudanças climáticasDesde 1988, as Nações Unidas (ONU) acompa-nham a s ituação. Em 1997 foi assinado o Protoco-lo de Quioto, que fixou metas para a redução dasemissões de gases do efeito estufa para os paí-ses industrializados. A discussão da atualizaçãodos compromissos é objeto de disputa polít ica edi plomát ica, po is há grandes in teress eseconômicos envolvidos.
Aquecimento Global, a grande ameaçaA aceleração da deser tificação e stá entr e as pr incipais conseqüências do
aquecimento global. No Nordeste, as temperaturas poderão subir em até 6ºC até o
final do século, transformando as áreas semiáridas em áridas. O aumento da
temperatura causaria também maior evaporação das lagoas e
açudes, comprometendo a disponibilidade de água. Um estudo
da Embrapa e da Unicamp, revelou que a região deve se
tornar imprópria para a maioria das plantas cultivadas
atualmente, especialmente a mandioca e o milho.
O que são as mudanças climáticas?Fenômenos naturais causam mudanças na temperatura da
Terra há mi lhões de anos. Porém, com a industrializaçãoiniciada 300 anos atrás, e o uso intensivo de combust íveis
fósseis (carvão mineral, petróleo e gás) vem acontecendo
um aquec imento provocado pelo homem. A queima des-ses combustíveis e o desmatamento são as princ ipais cau-
sas do aumento da emissão de gás carbônico, princ ipal-
mente, mas também metano, dióx ido, ozônio e os com-postos químicos derivados do cloro e do flúor.
O efeito estufa é provocado pela camada de gases exis-
tente em torno da Terra, que retém uma parte do calor doSol e deixa sair o excedente, mantendo a temperatura com-
patível com a vida. Com o aumento da emissão dos gases
mencionados, a cobertura se torna mais densa e passa areter mais radiações, o que provoca o superaquecimento.
A temperatura da Terra aumentou 0,6º C no século passa-
do e poderá sofrer, até o final deste século, um aumentoentre 1ºC e 6ºC.
Outra ameaça é a elevação do nível do mar, que já subiu de
10 a 20 cm no século passado. Nos próximos 100 anos asituação vai piorar, colocando em risco áreas costeiras onde
vivem 40% da população do planeta. Algumas previsões são
catastróficas, pois falam em vários metros de elevação. Amaioria das estimativas é mais moderada, mas todas são
preocupantes. O certo é que o gelo dos pólos e das altas
montanhas está derretendo, e a água indo para o mar...
JORNAIS ESCOLARES DE IRAUÇUBA CONTRA A DESERTIFIC AÇÃO
RealizaçãoFolha Educativa Irauçuba
Parceria
Redação: Daniel RavioloDiagramação e ilustrações:Carlos MachadoFotos: Cláudia Mota
Comunicação e CulturaRua Castro e Silva, 121CEP 60030 - 010 - Forta leza
www.comcultura.org.brcomcultura@comcultura.org.brTiragem: 5.000 exemplares
Apoio:Fundo de Iniciativas Loc aisde Combate à Desertific ação
Como contribuir em Irauçuba paradiminuir o aquecimento global Evitar queimadas.
Reflorestar áreas degradadas.
Reduz ir o consumo de energia.
Recic lar lixo.
Criar unidades de conservação da Caat inga.
Dar apoio às organizações que lutam para queo Brasil reduza sua emissão de gases de efeitoestufa.
IRAUÇUBA NA FRENTEIrauçuba se destaca pela mobilização da sociedade e poder público no combate à deserti ficação.
Em 2007 foi criado o Fórum Irauçubense de Convivência Solidária e Sustentável com o Semiárido, uma art iculaçãode órgãos públicos, organizações não governamentais e outras associações, para enfrentar o problema.
Em 2009, o Instituto Cactos, uma ONG de Irauçuba, mobilizou o Fórum para atualizar o Plano Municipal deCombate à Desertificação. Esse P lano t inha s ido preparado no ano 2000, mas não foi aplicado.
Em junho de 2009, o município deu um grande passo à frente, quando criou a lei 645/2009, que institui a PolíticaMunic ipal de Combate e Prevenção à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, recuperando os conteúdos
e eixos de ação do Plano (veja a seguir).
Essa lei c ria também o Fundo Municipal de Combate à Desertificação, com a finalidade de arrecadar os recur-
sos necessários para o enfrentamento do fenômeno. O FMCD será adminis trado por 7 membros, dos quais a
maioria (4) serão representantes da sociedade, o que constitui um avanço democrático.
Escol as podem fazer a d iferença?
A participação da população é condição necessária paralutar contra a desert ificação. Ex iste porém uma grande difi-culdade, provocada pelo fato das pessoas terem de mudarpráticas produtivas e mesmo hábitos de vida tradicionais,que aprenderam com os seus pais e avós.
É aí onde entra a escola como agente de mudanças. EmIrauçuba existe uma grande teia de 57 escolas, cobrindotodo o município. Através da educação ambiental, as esco-las têm condições de formar uma nova mentalidade nas ge-rações que, em breve, vão ter a responsabilidade das dec i-sões que podem afetar ou preservar o meio ambiente.
Nesse contexto, o jornal escolar const itui um recurso pre-cioso para escola chegar às famílias dessas crianças ejovens e, assim fazendo, influenc iar a comunidade e mes-mo o poder público.
Educação ambiental + jornal escolar: eis uma grandeestra tégia para a mobilização social de Irauçuba nocomba te à deserti ficação.
Política Municipal deCombate à Desertificação(Lei 645/2009)
1 Identificar e diagnosticar em de-talhe a situação de todas as áreas domunic ípio. Criar um sistema demonitoramento da situação ambiental.
2 Gerar política de desenvolvimentosustentável para o município, para me-lhorar a qualidade de vida da populaçãodentro do respeito da natureza. Criarunidades de conservação da Caatinga.
3 Preservar e recuperar as áreasafetadas pela desertificação, comações de curto, médio e longo prazo.
4 Fortalecer e articular os órgãospúblicos, organizações não governa-mentais e de produtores e trabalhado-res rurais do município.
5 Promover a educação ambiental,para formar pessoas capazes de atuarna pesquisa, controle e recuperaçãodas áreas degradadas, bem como naconscientização e sensibilização dapopulação.
Jornais editados pel as escolas de Irauçuba