Post on 10-Nov-2018
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SUMÁRIO pg.
INTRODUÇÃO.................................................................................. 04
1. Apresentação.............................................................................. 05
2. O que vamos estudar neste curso?.............................................. 06
3. Introdução ao estudo da fertilidade do solo................................. 36
4. leis gerais da adubação ............................................................... 16
5. avaliação da fertilidade do solo .................................................. 25
6 . objetivo da amostragem ............................................................ 26
7 . Tipo de amostra, época de amostragem ................................... 30
8. amostragem de solo na agricultura de precisão ......................... 36
9. Questões comentadas................................................................. 44
10. Lista de questões....................................................................... 59
11. Gabarito.................................................................................... 66
12. Bibiografia............................................................................... 67
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Olá, meus amigos e amigas!
Estamos inaugurando este novo espaço para concursos e é muito bom tê-los
aqui. Nossas aulas visam preencher uma lacuna no mundo dos concursos com
relação as áreas agrícolas, onde faltam materiais de qualidade para que
possamos estudar os temas pedidos nos editais, nosso objetivo e preencher
esta lacuna e preparando os alunos a disputar uma vaga, e estar entre os
classificados. Assim, teremos aulas voltadas para os principais concursos
nacionais como: FISCAL AGROPECUÁRIO - (MAPA) (Agronomia,
veterinária, zootecnia), PERÍTO DA POLÍCIA FEDERAL (Agronomia,
engenharia florestal, engenharia elétrica, etc), POLÍCIA CIENTÍFICA,
INCRA E MUITOS OUTROS. Estaremos elaborando aulas de acordo com os
editais, com muitos exercícios, para que possamos gabaritar estas provas.
Queremos abordar várias áreas, como engenharia agrícola, florestal,
ambiental, engenharia civil, engenharia elétrica, arquitetura etc.
ENTÃO, NÃO SE ESQUEÇA: ESTE É O NOSSO ESPAÇO
O curso de fertilidade do solo compõem-se de seis aulas em pdf totalmente
explicadas contemplando vários exercícios de concursos anteriores visando o
treinamento do candidato, esse material objetiva ser a única fonte do aluno
contemplando toda a matéria solicitada no edital CODESAIMA. Então, não
precisará de livros, apostilas, ou qualquer outro material. Em caso de
dúvidas, teremos um FÓRUM diretamente ligado aos professores, no
qual você pode entrar em contato, quando julgar necessário, para
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esclarecimento de pontos da aula que não ficaram tão claros ou precisam de
um aprofundamento. O site foi feito pensando em você, para que alcance
seus sonhos, passar em um bom concurso. Para isso precisamos de
excelentes materiais, o que era uma raridade nas áreas específicas, hoje
temos AGRONOMIACONCURSOS vindo a preencher está lacuna.
Acompanhe nossa página no Facebook com as novidade no mundo dos concurso.
Agronomia concursos
APRESENTAÇÃO
Meu nome é Leonardo, sou Engenheiro Agrônomo formado na Universidade
Federal de Lavras. Trabalho há 10 anos na Emater-MG (Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais). Tenho pós-
graduação Lato Sensu em Extensão Ambiental para o Desenvolvimento
Sustentável e em Gestão de Agronegócio. Iniciei o mestrado em Agricultura
Tropical, na área de conservação de solos. Fui professor do curso técnico
agrícola Pronatec, ministrei aulas de nutrição e forragicultura, fertilidade do
solo e culturas anuais e olericultura. Sou professor de matemática e física do
ensino médio. Ministro vários cursos para agricultura familiar, entre eles
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fertilidade do solo, culturas anuais, olericultura, mecanização agrícola,
cafeicultura e manejo da bovinocultura de leite. Trabalho com crédito rural
(custeio e investimento), elaborando projeto e prestando orientação aos
agricultores há 10 anos. Sou responsável pela elaboração da Declaração de
Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP)
e correspondente bancário pelo sistema COPAN.
Já fiz vários concursos, como Adagro-Pe (agência de fiscalização
agropecuária de Pernambuco), Perito da Policia Federal área 4 – agronomia,
Ministério Público e Ibama. Logrei êxitos em alguns e fui reprovado em outros,
mas assim é a vida do concurseiro. Passei na Emater-MG, onde estou até hoje.
O AGRONOMIA CONCURSOS tornou-se o nosso ponto de encontro, nosso
espaço de estudo para gabaritar todas as provas de agronomia. Aproveite
todas as oportunidades. Solicitamos que os alunos que adquirirem nossos
cursos avaliem-nos no final, para que possamos melhorar a linguagem e os
temas que não ficarem tão claros. Espero que vocês também aprovem e
gostem do nosso material, e que ele possa ajudar na sua aprovação!
O QUE VAMOS ESTUDAR NESTE CURSO?
ANÁLISE DO EDITAL
Analisemos agora a química e fertilidade do solo
conforme edital lançado. Inicialmente, transcrevo o
conteúdo programático do edital
PERITO CRIMINAL: MEIO AMBIENTE Botânica: Morfologia e anatomia veget
al; Taxonomia vegetal; Solos: Química e fertilidade do solo; Física do solo;
Gênese do solo; Morfologia do solo; Sistema brasileiro de classificação de so
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los; Principais domínios pedológicos brasileiros; Análise e remediação da co
ntaminação do solo; Recuperação de áreas degradadas; Evolução e cl
assificação das formas de relevo; Microflora, micro e mesofauna do so
lo; Geofísica forense; Geofísica de águas subterrâneas; Mineralogia; Gemo
logia; Erosão e conservação de solos; Riscos geológicos e impactos ambie
ntais; Inseticidas; Preservação, conservação e manejo de recursos naturais r
enováveis; Noções de ecologia; Poluição em agroecossistemas; Manejo de fl
orestas plantadas; Dendrometria e inventário florestal; Métodos de estimaç
ão de volumes de madeira; Taxonomia e identificação anatômica de madeir
as: espécies madeireiras com restrição de corte; Processos
de amostragem; Rendimento de serraria; rendimento de carvoaria. Inc
êndios florestais: causas, efeitos e dinâmica; Hidrologia e
Manejo de bacias hidrográficas; Influência das florestas no regime dos rios;
Avaliação de impactos ambientais e valoração de danos ambientais; Morfolo
gia, fisiologia, genética e taxonomia de microrganismos de importância agrí
cola; Transformações bioquímicas
envolvendo microrganismos do solo; Associações simbióticas entre microrga
nismos do solo e plantas; Caracterização e ocupação dos biomas brasileiros;
Zoneamento ambiental; Estudos ambientais: tipos e aplicações; Cartografi
a básica: Conceitos. Representação da Terra no plano. Sistemas de coorden
adas. Projeções cartográficas. Projeção UTM. Cartografia temática. Leitura d
e cartas e mapas. Topografia: Conceitos. métodos de levantamento topográ
fico e aplicações na área rural, Medida de distâncias e ângulos. Orientação.
Posicionamento planimétrico e altimétrico. Levantamentos planialtimétricos.
Locação. Terraplenagem. Cálculo de áreas e volumes. Divisão de áreas. I
nstrumentos e métodos de medição. Fotogrametria: Conceitos. Noções
de técnica fotogramétrica. Modelo estereoscópico: obtenção, uso, geomet
ria. Fundamentos matemáticos da fotogrametria. Erros na fotogrametria. Aer
otriangulação. Geodésia: Conceitos. Modelos terrestres geometria do eli
psoide. Sistemas de referência. Datum. Transporte de coordenadas. De
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terminação do elipsoide. Sistema de coordenadas: SAD 69. WGS 84, SIRGA
S. Métodos de medida e posicionamento em geodésia. Geodésia celeste. Po
sicionamento GNSS (GPS, GLONASS e Galileo). Conceitos sobre a teoria GPS
: Características gerais. Estrutura do sinal GPS. Cálculo das coordenadas do
receptor. DOP. Fontes de erros GPS. Degradação da precisão. Tipos de rece
ptores: Principais características de um receptor. Aplicações de GPS. C
artografia automatizada. Elementos matemáticos de computação gráfica
. Estrutura de computação gráfica. Métodos digitais. Cartografia digital: con
ceito. Tecnologia de produção cartográfica. Sistemas deInformações geográfi
cas –
SIGs: Fundamentos em SIGs. Elementos de SIG. Sensoriamento remoto; Ge
oprocessamento. Aquisição de dados espaciais. Qualidade de dados e dos m
apas digitais. Interpretação de fotografia aéreas, imagens de radar, imagen
s a nível orbital. Fauna brasileira. Anatomia, fisiologia e patologia dos anima
is domésticos e dos animais silvestres; Defesa animal; Noções de classificaç
ão taxonômica da fauna silvestre brasileira. Manejo de animais da fauna silv
estre brasileira; Legislação específica e normas técnicas: Lei Federal no 1
2.651/2012 e suas alterações, Lei Federal no 6.938/1981, Lei Federal
no 7.802/1989, Lei Federal no 9.605/1998, Lei Federal no 9.985/2000, L
ei Federal no 12.305/2010, Lei Federal nº 11.428/2006. Resoluções CONAM
A no 1/1986 (alterada pelas Resoluções no 11/1986, no 5/1987 e no
237/1997), no 357/2005 (alterada pelas Resoluções no 370/2006, no
397/2008, no 410/2009 e no 430/2011), nº 417/2009, nº 004/1994 e nº 26
1/1999. Normas da ABNT: NBR nº 10.151:2000 (versão corrigida:2003), N
BR no 14.653‐1:2001 (versão corrigida 2:2005) e NBR 14.653‐3:2004.
Assim, vamos montar nosso cronograma.
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Cronograma das aulas
AULA MATÉRIA DATA
00 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA FERTILIDADE DO SOLO,
AMOSTRAGEM DO SOLO 22/09/2017
01 ACIDEZ DO SOLO E CALAGEM: CONCEITOS FUNDAMENTAIS. ORIGEM DA ACIDEZ. TIPOS DE ACIDEZ. CORREÇÃO DA ACIDEZ. CALAGEM X DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES. MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DA
NECESSIDADE DE CALAGEM. USO EFICIENTE DE ADUBOS E CORRETIVOS. FONTES E CLASSIFICAÇÃO DOS ADUBOS
29/09/2017
02 RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO: RESULTADOS DE
ANÁLISES DE SOLO, UNIDADES, RELAÇÕES, INTERPRETAÇÃO (PH, N, MO, P, K, CA, MG, S E
MICRONUTRIENTES). RECOMENDAÇÕES PARA AS PRINCIPAIS CULTURAS.
06/10/2017
03 NUTRIÇÃO MINERAL: HISTÓRICO E CLASSIFICAÇÃO DOS NUTRIENTES, FUNÇÕES GERAIS E CRITÉRIOS DE
ESSENCIALIDADE DOS NUTRIENTES, ABSORÇÃO E
ASSIMILAÇÃO DE NUTRIENTES: SISTEMA RADICULAR DE PLANTAS E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES, MECANISMOS
DE ABSORÇÃO DE NUTRIENTES: ABSORÇÃO PELAS RAÍZES E FOLHAS
13/10/2017
04 MACRONUTRIENTES CATIÔNICOS: POTÁSSIO, CALCIO E MAGNESIO NO SOLO.
20/10/2017
05 MACRONUTRIENTES ANIÔNICOS: NITROGENIO,
FÓSFORO E ENXOFRE NO SOLO: CONTEÚDO,
DISTRIBUIÇÃO E FORMAS DE OCORRÊNCIA; TRANSFORMAÇÕES DO ENXOFRE NO SOLO;
GESSAGEM,: PRINCÍPIOS E APLICAÇÃO.
27/10/2017
06 MICRONUTRIENTES: DISPONIBILIDADE DO BORO,
CLORO, COBRE, FERRO, MANGANÊS, MOLIBDÊNIO E ZINCO; COMPORTAMENTO DOS MICRONUTRIENTES
NO SOLO. FATORES ASSOCIADOS A
DISPONIBILIDADE, DETERMINAÇÃO DE
MICRONUTRIENTES NO SOLO
03/10/2017
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA FERTILIDADE DO SOLO
O solo sendo uma camada superficial intemperizada, consiste num meio de
vida para as plantas, sendo esse composto por uma mistura de materiais minerais e
orgânicos, olhando o solo na perspectiva de fator de produção ele possui duas
características básicas que revelam seu valor agronômico: A fertilidade como sendo
o primeiro fator e responsável pela capacidade do solo em fornecer nutrientes às
plantas em quantidades adequadas para seu crescimento, conduzidas em condições
ideais através de práticas de calagem e adubação, o outro fator se refere a
produtividade de um solo sendo a sua capacidade em proporcionar rendimento às
culturas, sendo possível de ser melhorada apenas pela intervenção humana.
A prática de adubação visa corrigir deficiências dos solos fornecendo nutrientes
a planta para que tenha o máximo de desenvolvimento e produtividade, para isso é
preciso conhecer como está a disponibilidade destes nutrientes no solo, através de
uma análise é possível avaliar real situação dos nutrientes no solo avaliando assim
as características físicas e propriedades químicas como o pH, a CTC e a quantidade
de matéria orgânica. Devemos também lembrar que os solos são ecossistemas
complexos formados por microrganismos e outros organismos além das próprias
plantas. De acordo com estudos de Guilherme (2000), a presença de nutrientes
constitui-se em um dos aspectos fundamentais para garantir a boa qualidade do solo
e seu adequado funcionamento. Em ecossistemas nativos, a ciclagem natural de
nutrientes é responsável pela manutenção do bom funcionamento do ecossistema
como um todo, mantendo o estoque de nutrientes e evitando a perda da fertilidade
natural do solo. As plantas necessitam de diversos elementos químicos para
completar seu ciclo de vida, sendo esses indispensáveis, assim, a elaboração de
programa de adubação para as lavouras agrícolas brasileiras e de vital importância
para a obtenção de altas produtividades, principalmente em solos “pobres” em
termos nutricionais como os solos de Cerrado, vale destacar que mais de 70% dos
solos brasileiros apresentam alguma limitação séria de fertilidade, principalmente nas
regiões tropicais e subtropicais em que os solos são geralmente muito
intemperizados, sendo a lixiviação dos sais solúveis o principal processo pedogenético
que ocasiona acidez e a deficientes em nutrientes.
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Assim, o crescimento vegetal envolve diversos fatores que controlam o
crescimento das plantas podem ser: Genéticos como a seleção de variedades mais
resistentes ao ataque de pragas e doenças sendo um fator de grande importância no
processo produtivo. E os fatores Ambientais, como a umidade, a aeração, a energia
solar, a temperatura, o solo, as pragas e doenças, os microrganismos do solo e as
práticas culturais. Assim, o conjunto de características observáveis em uma
planta é denominado de fenótipo, como a cor da flor, a altura da planta, ciclo
de desenvolvimento, etc. O fenótipo é resultado de dois fatores sendo a
genética (genótipo) e o ambiente, bem como da interação entre eles. Em
relação à genética, é conhecido o fato de que a mudança de ambiente altera
o conjunto de genes ativos na planta. Por isso que existe cultivares de uma
mesma espécie vegetal que se adaptam melhor a determinadas ambientes.
Já em relação ao ambiente, é de fundamental importância termos ciência de
que todos os processos fisiológicos (germinação, fotossíntese, respiração,
transpiração, floração, frutificação e senescência) são controlados, em parte,
pelos fatores ambientais, como a luz, temperatura, água, gás carbônico,
oxigênio, nutrientes, etc. Assim, podemos controlar os processos fisiológicos
através da alteração desses fatores ambientais.
Vamos exercitar
1 - Professor – Solos - IF/MG- 2009
Os fatores que afetam a produtividade das culturas podem ser classificados
em genéticos e ecológicos. Assinalar a alternativa que cita os fatores ecológicos que
têm efeito sobre o desenvolvimento:
a) Umidade, adubação, energia radiante, temperatura, características de
subsolo e fatores bióticos.
b) Umidade, aeração, aplicação de fungicida, temperatura, características de
subsolo e fatores bióticos.
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c) Umidade, aeração, energia radiante, temperatura, características de
subsolo e fatores bióticos.
d) Umidade, aeração, energia radiante, movimento intenso de máquinas,
características de subsolo e fatores bióticos.
SOLUÇÃO
Principais fatores ambientais que afetam o crescimento vegetal são a Luz,
Temperatura, Disponibilidade de água, Salinidade, Gases Oxigênio, Gás carbônico,
características de subsolos e Fatores bióticos são todos os organismos
vivos presentes no ecossistema e suas relações.
RESPOSTA C
Desta forma a fertilidade do solo vem ao longo do tempo, recebendo diversas
tentativas de ser conceituada. Com isso, sempre existiu a tendência de se expressar
a fertilidade do solo em termos de produtividade, de se utilizar, indiscriminadamente,
os termos fertilidade e produtividade como sinônimo, Assim sendo, a produtividade
é definida como a produção por unidade de área. Com o desenvolvimento de técnicas
analíticas, o homem adquiriu maior facilidade e capacidade preditiva da
disponibilidade dos nutrientes, fato que lhe permitiu desvincular, parcialmente, a
produção da planta da fertilidade do solo como índice para medir a quantidade de
nutrientes passíveis de serem absorvidos.
Agora, podemos esclarecer a diferença entre produtividade e fertilidade,
suponha-se que um solo fértil gere altas produções de milho na época de verão,
quando as temperaturas são elevadas, disponibilidade de água suficiente para planta
e com dias mais longos. Sem dúvida, no inverno sucederá o contrário e os
rendimentos cairão substancialmente. Pode-se, então, perguntar qual o motivo dessa
queda, pois a fertilidade do solo não foi responsável por este menor rendimento, já
que ela permanece adequada. Pode-se concluir que o uso de um solo fértil nem
sempre implica na obtenção de alta produtividade, pois se têm casos de solos férteis
com impedimentos físicos, que provocam restrições ao transporte e ao
desenvolvimento do sistema radicular, em razão de altos teores de argila, de
declividade pronunciada, de elevada pedregosidade, compactação do solo etc. Por
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outro lado, um solo produtivo deve apresentar fertilidade elevada, ou ter sido,
previamente, corrigido.
A fertilidade tem sido conceituada como:
"A capacidade do solo de ceder elementos essenciais às plantas" (Raij, 1981;
Braga, 1983). Alguns autores (Malavolta, 1976; Raij, 1981) acrescentam que esta
capacidade, para não apresentar limitações, deva ser mantida durante todo o
crescimento e desenvolvimento da planta, mesmo que está deixe de absorver ou
utilizar, numa determinada fase de seu ciclo.
Além das condições físicas e microbiológicas, a fertilidade é um componente
do fator solo na equação de produção:
Produção = f (solo, clima, planta e manejo)
que envolve além desses fatores, outros como a mineralogia e a química. Podemos
ver outro conceito de fertilidade considerando o estudo da capacidade em suprir (ter
e fornecer) nutrientes às plantas, estudando quais os elementos essenciais, como,
quando e quanto eles podem interagir com a planta, os que limitam sua
disponibilidade e como corrigir deficiências e excessos. Assim, cada nutriente é
estudado profundamente para entender melhor as transformações, a mobilidade e a
sua “disponibilidade” junto as plantas.
A Fertilidade é uma importante disciplina enquadrada na Ciência dos
solo, que estuda a eficiência dos adubos minerais e orgânicos e como eles são
influenciados por reações de equilíbrio inorgânicas e por processos
metabólicos de microrganismos do solo. Desta forma, o conceito de fertilidade
do solo como sendo a capacidade de ceder nutrientes, poderia ficar restrito à
fase sólida e líquida, e tendo como limite a solução do solo perto da fase
sólida, a partir de onde são efetuados os processos de transporte de nutrientes
como a difusão, fluxo de massa, interceptação radicular e absorção.
Assim, as plantas absorvem os nutrientes, na forma de íons, presente
na solução do solo, sendo que suas reservas se encontra na fase sólida, a qual
e responsável pela sua reposição quando a concentração é diminuída no solo,
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em razão da absorção pelas plantas, ou de alguma perda provocada pela
lixiviação.
Fig. 1 – representação esquemática das fase sólida e líquida
Assim, devemos conhecer o teor de íon-nutrientes em solução, a reserva
do mesmo na fase sólida e o poder de reposição para a solução, pela reserva
da fase sólida. Estas três grandezas, inter-relacionadas, determinam a
disponibilidade do nutriente e são denominadas:
a) Fator Intensidade (I): é a concentração, ou, mais precisamente, a
atividade do íon em solução.
b) Fator quantidade (Q): é a reserva do íon disponível na fase sólida do
solo (íon em forma lábil).
c) Fator capacidade tampão: é a relação entre os fatores quantidade e
intensidade, numa dada faixa de concentração (atividade) considerada (ΔQ /
ΔI). Uma representação gráfica desses fatores é mostrada na Figura 2.
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Outra forma de apresentar a interrelação entre fatores é a de apresentá-
los segundo uma visão hidrodinâmica (Figura 3), sendo que a fertilidade não
é característica estática e sim processo altamente dinâmico. A Figura 3 pode
ser interpretada tomando como exemplo o fósforo (F). Assim, a figura indica
a capacidade máxima de adsorção de fosfatos, quanto desta capacidade está
ocupada por íons fosfato na forma lábil, sendo essa a capacidade de passar a
solução e ser absorvidos pelas plantas - Fator Quantidade - Q. Também
apresenta, por um lado, as formas de fósforo presentes no solo, mas que não
estão disponíveis para as plantas - P não lábil, e por outro, as formas
presentes na solução do solo e que podem ser absorvidas diretamente pelas
plantas (Fator Intensidade, I). Indica a capacidade tampão de fosfatos (CTF),
que, ao relacionar os fatores quantidade e intensidade (ΔQ / ΔI), medindo
assim a resistência que tem o solo em alterar a concentração do fósforo em
solução.
Assim, dada a necessidade de se avaliar a fertilidade do solo sob uma visão
holística e dinâmica, didaticamente tem-se empregado os termos "Fertilidade
Natural", "Fertilidade Potencial" e "Fertilidade Atual" vamos conhecer estes
conceitos então:
Fertilidade natural:
A fertilidade natural corresponde à fertilidade do solo que não sofreu
nenhum tipo de manejo, ou seja, não foi trabalhado, portanto, não sofreu
PERDAS
Figura 2. Visão
hidrodinâmica das inter-
relações entre fatores
Quantidade (Q),
Intensidade (I) e
Capacidade Tampão (CT).
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recente interferência antrópica como por exemplo adubação, sendo está
fertilidade decorrente do processo de formação do solo: material de origem +
ambiente + organismos + tempo. Este tipo de fertilidade é muito utilizada na
avaliação e classificação de solos onde não existe atividade agrária, dando a
ideia da capacidade que apresenta um solo ou unidade de classificação para
ceder nutrientes. Assim, para exemplificarmos utilizaremos dois solos com
diferentes graus de saturação de bases, o solo distrófico (V < 50%)
aparentemente apresentaria menor capacidade de ceder nutrientes,
comparado ao eutrófico (V≥50%). Na verdade, estes índices pouco
representam em termos da real capacidade de ceder nutrientes como fosforo
(P), enxofre (S), zinco ( Zn), maganês (Mn), já que um solo pode ser distrófico
e ter uma CTC superior, com maiores teores de cátions trocáveis, do que um
solo eutrófico e, portanto, ter condições de fornecer maior quantidade de
nutrientes para as plantas. Estes conceitos ficaram mais claros nas próximas
aulas.
b) Fertilidade potencial
No caso da fertilidade potencial, evidencia-se a existência de algum
elemento ou característica que impede o solo de mostrar sua real capacidade
de ceder nutrientes. Assim, persistindo essas condições limitantes, a
capacidade de ceder nutrientes estará obstruída, ainda que a fertilidade
potencial seja alta. Entre as características limitantes cita-se o caso de solos
ácidos, onde o teor de Al3+ é elevado e a disponibilidade de Cálcio (Ca),
Magnésio (Mg) e Fósforo (P) é baixa ou insuficiente, o que se poderia corrigir
com adição de calcário, gesso e fosfato. Assim, também, os solos salino-
sódicos apresentam conteúdos excessivos de Na+, o que eleva o pH e ocasiona
diminuição da disponibilidade de micronutrientes, principalmente ferro (Fe),
Mn, Zn e Cu.
Na fig.: 3 temos uma ideia desse tipo de fertilidade, pois se observa que
a incorporação de gesso, CaSO4.2H2O, aumentou significativamente a
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produção de soja e de feijão, mesmo em diferentes solos, devido ao
fornecimento de Ca e S, efeito fertilizante, e a diminuição de saturação de Al
no solo, efeito corretivo.
cultura + Gesso Gesso diferença
................Kg/há ...............
Latossolo Roxo Soja 1.739 1.306 + 483
Latossolo Vermelho Amarelo (fase
arenosa) Soja 1.608 1.258 + 350
Latossolo Vermelho Escuro (fase arenosa) Soja 1.616 1.130 + 486
Arenito de Botucatu Soja 1.608 1.258 + 350
Podzólico Vermelho Feijão 2.216 1.961 + 255
Podzólico Vermelho Amarelo (var. Láras) Feijão 872 550 + 322
Latossolo Vermelho Escuro (fase arenosa) Feijão 1.535 1.105 + 430
Fig 3 - Produção de grãos de soja e de feijão pela aplicação de gesso agrícola em solos do Estado de São Paulo.
* Em todos os ensaios foram aplicados 100 kg/ha de gesso. FONTE: Vitti & Malavolta, 1985.
Fertilidade potencial pode ser resumida em:
A) fertilidade estimada a partir da determinação dos teores de nutrientes no
solo por determinados extratores químicos.
B) fertilidade decorrente do processo de formação do solo: material de origem
+ ambiente + organismos + tempo. Fertilidade de um solo nunca trabalhado.
C) fertilidade do solo após a ação antrópica (do homem). Fertilidade após
práticas de manejo que visam fornecer nutrientes para as culturas por meio
de correção e adubação mineral ou orgânica.
D) fertilidade que tem ação direta na produção da cultura instalada.
E) fertilidade que pode se manifestar a partir de determinadas condições.
Nesse caso, alguma característica do solo pode estar limitando a real
capacidade do solo em ceder nutrientes para as plantas. Ex.: Solos ácidos.
SOLUÇÃO
18
RESPOSTA E
c) Fertilidade atual
A fertilidade atual são solos que receberam práticas de manejo para
satisfazer as necessidades das culturas; aqui temos a idéia da fertilidade de
um solo já trabalhado, devendo ser consideradas as correções realizadas, por
exemplo, calagem, adubação fosfatada, etc. A fertilidade atual é caracterizada
pela determinação das formas disponíveis dos nutrientes do solo.
Agora veremos outros conceitos importantes relacionado com a
fertilidade os quais são:
Solo fértil
È aquele que contém todos os nutrientes em quantidades suficientes e
balanceadas em formas assimiláveis; possui boas características físicas e
microbiológicas e é livre de elementos tóxicos.
Solo produtivo
È um solo fértil situado em regiões com condições favoráveis, como
exemplos podemos citar o clima, declividade, pedregosidade, alta
compactação. Observe que um solo fértil não é necessariamente um solo
produtivo podem ter nutrientes e eles não estão disponível para absorção das
raízes, mas todo solo produtivo é um solo fértil pois tem nutrientes e eles são
absorvidos pelas as raízes. Observe que podemos ter alguns fatores como
drenagem (umidade), pragas, doenças entre outros, limitam a produção
mesmo com fertilidade adequada.
Portanto, através dos conhecimentos gerados pela pesquisa em
19
fertilidade, solos aparentemente improdutivos podem se tornar grandes
produtores de alimentos. A aplicação dos conhecimentos de fertilidade do solo
pode conciliar a economicidade da atividade agrícola com a preservação do
meio ambiente.
LEIS GERAIS DA ADUBAÇÃO
O crescimento de uma planta esta ligado, entre outros fatores, da
quantidade de elementos essenciais a ela fornecidos. A adição de nutrientes
ao solo por meio das adubações constitui, quando aplicada científica e
racionalmente, prática fundamental para o êxito de qualquer exploração
agrícola. A adubação tem como objetivo primordial manter ou aumentar no
solo a disponibilidade dos nutrientes e o teor de matéria orgânica, já que a
incorporação de elementos restitui aqueles perdidos pelo solo em processos
de lixiviação, erosão, complexação, imobilização, fixação, volatilização e, de
absorção pelas plantas (Russell & Russell, 1973; Tisdale & Nelson, 1975;
Sanchez, 1981; Thomas & Hargrove, 1984).
Por isso, o crescimento das plantas depende, entre outros fatores, da
quantidade de nutrientes adicionados ao solo. Os princípios da adubação são
provenientes de três leis fundamentais:
LEI DA RESTITUIÇÃO,
LEI DO MÍNIMO
LEI DO MÁXIMO
Sobre a lei do mínimo surge duas derivações: lei dos incrementos
decrescentes e lei da interação.
Quanto a lei do máximo surge uma derivação : lei da qualidade biológica
(Voisin, 1973). Vamos aprofundar estes conhecimentos.
LEI DA RESTITUIÇÃO
A lei da restituição baseia-se na necessidade de restituir ao solo aqueles
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nutrientes absorvidos pelas plantas e exportados com as colheitas, ou seja,
aqueles que não foram reciclados. Essa lei considera o esgotamento dos solos,
decorrência de cultivos sucessivos, como uma das origens da redução da
produtividade. Esta lei foi enunciada por Voisin (1973) nos seguintes termos:
- “é indispensável, para manter a fertilidade do solo, fazer a restituição, não
só dos nutrientes exportados pelas colheitas, mas, também, daqueles
perdidos do solo”.
Fig.: 4 - Representação gráfica da lei da Restituição.
Dentro de sua concepção, essa lei apresenta várias limitações à sua completa
aplicabilidade, posto que:
a) Muitos solos são naturalmente pobres em um ou mais nutrientes, ou
apresentam problemas de acidez ou problemas de salinidade. Portanto, o
primeiro objetivo seria corrigir as deficiências ou excessos existentes.
b) Os solos estão submetidos à perda de nutrientes por lixiviação e mesmo
por erosão, perdas que muitas vezes são intensificadas pela adição de
corretivos e adubos; por exemplo, pelo uso de gesso, que aumenta a
mobilidade de cátions em profundidade, no perfil do solo. Em geral, essas
perdas são insignificantes para P, mas para N, K, S, Mg e Ca podem ser muito
importantes.
Lei do Mínimo
21
A lei do mínimo, também conhecida como lei de Liebig, foi enunciada
em 1843. Relaciona o crescimento vegetal com a quantidade do elemento
existente no solo. Segundo ela, o crescimento de uma planta está limitado por
aquele nutriente que se encontra em menor proporção no solo, em relação à
necessidade das plantas.
Esta aplicabilidade é complexa, porque em condições normais de campo,
muitas vezes são vários os nutrientes ou fatores que limitam a produção, além
da ação de suas interações. Esta lei estabelece uma proporcionalidade direta
entre a quantidade do fator limitante da produção- nutriente, e a colheita,
definida pela equação:
Y = b 0 + b1X
Onde Y corresponde a colheita obtida com a quantidade X do fator
limitante da produção, b0 corresponde a produção Y sem adição de X, e, b1
corresponde ao coeficiente angular da reta, e mede a influência maior ou
menor do nutriente aplicado. A Figura 5, representa o aspecto quantitativo da
lei que, sendo linear possui validade somente para a região "A" da curva (N0
- N1), uma vez que doses adicionais geram resposta curvilinear (N1 - N2).
Segundo a interpretação quantitativa da lei de Liebig, o crescimento é
continuamente linear até um ponto onde se alcança um "plateau" devido à
N0 N1 N2
Figura 5 - Curva de resposta à
adição de um nutriente. FONTE:
Alvarez V. (1985).
22
insuficiência de outro fator que se torna limitante do crescimento, e que, se
suprido, provoca outro surto de crescimento, até que novo nutriente (ou fator)
se torne limitante e, assim, sucessivamente (Figura 8). Também pode
considerar-se que a produtividade aumenta linearmente, com o nutriente
adicionado, até que um "plateau" seja atingido, em conseqüência de ter outro
nutriente passando a ser mais limitante ao crescimento e, portanto, o único
limitante da produtividade (Figura 6). Assim, uma adubação com N e K não
traria aumento algum na colheita se o elemento mais limitante no solo fosse
o P. Somente após aplicação do P é que haveria possibilidade de resposta ao
N ou a K. Essa situação é bem representada por uma corrente que suporta
certo peso. Se há um elo mais fraco, a resistência da corrente não seria
alterada pelo reforço de outros elos. Para que a corrente suporte um peso
maior deve-se, portanto, reforçar, inicialmente, aquele elo mais fraco.
Figura 6. Resposta linear à adição de nutrientes baseada na Lei do
Mínimo.
Essa lei tem sido também ilustrada, tradicionalmente, por um barril,
tendo algumas tábuas com diferentes alturas, sendo a tábua com a menor
altura a que representa o elemento mais limitante (fig. 7). O aumento dessa
tábua permitirá aumentar o nível de líquido no barril até o limite de outra
tábua, agora a de menor altura. Dessa maneira, a presença de um nutriente
em nível insuficiente no solo é responsável pela redução da eficiência e não
pela eliminação completa dos efeitos de outros nutrientes. Atualmente, a lei
do mínimo se exprime, com mais frequência, considerando seu aspecto
qualitativo, da seguinte forma (Voisin, 1973):
23
“A insuficiência de um elemento nutritivo no solo reduz a eficácia dos
outros elementos e, por conseguinte, diminui o rendimento das colheitas”.
Lei de Mitscherlich, como Derivação da Lei do Mínimo
Em 1909, o alemão E. A. Mitscherlich, tomando como base uma série
de ensaios, desenvolveu uma equação relacionando o crescimento de plantas
ao suprimento de nutrientes (Tisdale & Nelson, 1975). A resposta linear à
aplicação de um nutriente, em nível insuficiente no solo, proposta por Liebig,
é complementada pela resposta curvilinear correspondente à adição daquele
nutriente, em doses adicionais, até atingir o ótimo crescimento das plantas.
O modelo linear de Liebig foi substituído ou complementado por Mitscherlich,
que observou que, com o aumento progressivo das doses do nutriente
deficiente no solo, a produtividade aumentava rapidamente no início com uma
tendência a uma resposta linear e estes aumentos tornavam-se cada vez
menores até atingir um "plateau", quando não havia mais respostas a novas
adições (Malavolta, 1976; Braga, 1983; Pimentel Gomes, 1985).).
As denominações de "lei dos excedentes menos que proporcionais" ou
"lei dos incrementos decrescentes" traduzem bem a forma de equação que se
representa na Figura 6.
Esta lei se expressa da seguinte maneira:
Fig 6. Representação gráfica da
equação de Mitscherlich.
24
QUANDO SE ADICIONA AO SOLO DOSES CRESCENTES DE UM
NUTRIENTE, OS INCREMENTOS DE PRODUÇÃO SÃO CADA VEZ
MENORES.
Vamos resolver mais uma questão:
2 -
No processo de cultivo de qualquer planta é importante que se obtenha índices
satisfatórios de produção, diminuição dos custos e incremento da margem de lucro.
Em relação a essa afirmativa, que importante lei da fertilidade do solo está
representada na figura acima?
a. Lei de Liebieg.
b. Lei da restituição.
c. Lei do mais com menos.
d. Lei de Mitscherlich.
e. Lei do máximo.
SOLUÇÃO
Quando se aplica doses crescentes de um nutriente, os aumentos de
produção são elevados inicialmente, mas decrescem sucessivamente”. Assim,
Mitscherlich, observou que, com o aumento progressivo das doses de
nutrientes que estão em falta no solo, a produtividade aumentaria
rapidamente no início tendente a uma resposta linear e estes aumentos
tornavam-se cada vez menores até atingir um “plateau”, desta forma, não
haverá mais resposta a novas adições de adubos. Os fundamentos dessa lei
25
são básicos para análise econômica de experimentos de adubação, ou seja,
no cálculo da dose econômica. Produtividade econômica = produtividade que
proporciona maior lucro, ou seja, produzir mais unidade (kg ou t)/hectare,
com menores custos de produção por unidade. Normalmente, a nível prático,
a dose econômica é de 80 - 90% da produção máxima.
RESPOSTA D
LEI DA INTERAÇÃO
Considerando o aspecto qualitativo da lei do mínimo, tem-se uma
variante moderna que é a lei da interação, que se expressa assim :
“ Cada fator de produção é tanto mais eficaz quando os outros estando
mais perto do seu ótimo.”
Esta lei exprime que é ilusório estudar, isoladamente, um fator de
produção, e que, pelo contrário, cada fator deve ser considerado como parte
de um conjunto, dentro do qual ele está relacionado com os outros por efeitos
recíprocos, pois eles se interagem.
Muitos experimentos têm mostrado que existem interações entre os
elementos e outros fatores de produção, isto é, um ou mais elementos
exercem influência mútua ou recíproca. Essa influência pode ser positiva,
sinérgica, como no caso de N x P; N x K; P x Ca; P x S; P x H2O do solo; N x
Irrigação; N x Controle de plantas daninhas; ou, podem ter efeito negativo,
antagônica, onde um fator ou elemento limita a ação de outro elemento: Al x
P; Al x Ca; P x Zn; P x Fe; P x Cu; Ca x Zn; S x Mo; Ca x B; Zn x Fe. Estes
efeitos dependem, em alto grau, das concentrações existentes, como por
exemplo, das modificações provocadas na disponibilidade dos nutrientes pela
aplicação de uma supercalagem (Fassbender, 1978; Malavolta, 1980; Dibb &
Thompson, 1985). Na cultura de milho, por exemplo, a produtividade de 2.000
kg/ha da testemunha sofre um incremento de 1.500 kg/ha com aplicação da
"dose ótima" de N, ou um incremento de 2.500 kg/ha com o uso da "dose
ótima" de P2O5, e pode elevar-se a uma produção de 7.000 kg/ha com
26
aplicação dos dois nutrientes em "doses ótimas". O efeito sobre a
produtividade, no caso da aplicação dos dois nutrientes, foi mais do que
aditivo (5.000 kg/ha, em lugar de 1.500 + 2.500 kg/ha), ou seja, houve um
efeito interativo.
Essas interações ocorrem não somente no solo, mas, também, na
planta, a exemplo da presença de enxofre em quantidades adequadas na
planta, favorecendo o metabolismo do nitrato (NO3-), e sua redução para
constituir aminoácidos. Se ocorrer elevação na concentração de S, diminui a
de NO3 - e, ao contrário, ocorrerá acúmulo de NO3- na planta.
LEI DO MÁXIMO
Normalmente, ao se aumentar ainda mais as doses de um nutriente,
observa-se que os rendimentos começam a diminuir. Assim, é o excesso que
limita ou prejudica a produção, considerando esse aspecto, especialmente em
relação à produção, desta forma, André Voisin (1973) anunciou a lei do
máximo, nos seguintes termos:
“O excesso de um nutriente no solo reduz a eficácia de outros e, por
conseguinte, pode diminuir o rendimento das colheitas”.
Respostas negativas por meio do decréscimo da produtividade são
observadas em resultados experimentais, não sendo este tipo de resposta
previsto na lei de Mitscherlich, na sua primeira aproximação.
Matematicamente, a resposta da planta, neste caso, pode ser bem
representada pela equação de segundo grau:
Y = b0 + b1 X − b2X2 Eq. 6
onde: Y é a produção obtida em resposta à quantidade do nutriente X aplicado
ao solo. Tendo-se os resultados experimentais ajustados a este modelo, o
cálculo da produção máxima estimada e da quantidade de nutriente X a ser
aplicada para esta produção, pode ser realizado pelo cálculo de máximos e
mínimos (Alvarez V., 1985).
Como a função de Mitscherlich, na sua primeira aproximação (1909) não
27
considerava a possibilidade de diminuição da resposta, por efeito negativo
(tóxico) de novas adições de um nutriente, em 1928 este autor propôs a uma
correção desta equação adicionando um fator de correção para esse efeito
tóxico.
LEI DA QUALIDADE BIOLÓGICA
Considerando os efeitos negativos na alimentação animal pela produção
de pastagem com teores desequilibrados de nutrientes, pela adição exagerada
de certos corretivos ou adubos, Voisin (1973) propôs a "lei da qualidade
biológica", considerada importante por ele, mas de difícil aplicação prática,
considerando que a aplicação de adubos deva ter como primeiro objetivo a
melhoria da qualidade do produto, a qual tem prioridade sobre a
produtividade. A deficiência ou excesso de certos nutrientes nas plantas pode
causar problemas à saúde daqueles que a consomem. Evidentemente, tem
merecido pouca atenção por parte dos pesquisadores que têm relegado a
qualidade do produto a um nível de menor ou de mínima importância. Dentre
os efeitos do uso de fertilizantes sobre a qualidade das plantas utilizadas pelo
homem ou pelos animais, destaca-se o exemplo da cultura do fumo, na qual
a adubação potássica não deve ser realizada com cloreto de potássio, pois, o
Cl- prejudica a combustão do fumo.
AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO
O solo possuem determinadas características físicas, químicas e
biológicas, constituíndo assim, por uma fase sólida, outra líquida e uma
terceira gasosa (fig.3). As propriedades físicas, químicas e biológicas do solo
são determinadas pelo processo geológico de sua formação, origem dos
minerais, e sua evolução de acordo com o clima e o relevo do local, além dos
organismos vivos que o habitam.
Desta forma, a análise do solo é a medida mais prática, rápida, direta e
barata de se fazer uma análise racional da fertilidade do solo e de transferir
28
tecnologia desenvolvida pela pesquisa ao agricultor .
Portanto, para se saber se um solo tem os nutrientes necessários em
qualidade e quantidade, deve-se fazer sua análise, onde será detectado a falta
de algum nutriente ou mesmo seu excesso que também pode prejudicar a
cultura, em parte ou totalmente, assim, em caso de falta deve-se aplicá-lo ao
solo buscando minimizar os efeitos negativos na produção. Embora seja
comum se fazer adubação sem realizar a análise do solo, o correto e planejar
e realizar a adubação conforme a necessidade do solo não colocando nem a
menos e nem a mais, complementando assim, a necessidade da planta e
abastecendo os coloides do solo.
A maior utilização da análise do solo é no sentido de orientação no
emprego de fertilizantes e calagem, usando as informações para acompanhar
as modificações nos teores dos nutrientes pelas diferentes práticas de manejo,
possibilidando o uso eficiente dos adubos e evitando as possíveis
contaminações do ambiente.
Assim, para se obter um resultado correto e preciso fazer uma correta
amostragem do solo, para que os resultados de uma análise química do solo
tenha validade e representatividade, é indispensável o máximo cuidado e
critério na coleta de amostras que deverão ser enviadas aos laboratórios.
Nenhuma análise é melhor que uma boa coleta de amostras, pois ela é que
materia orgânica5%
água25%
ar25%
minerais45%
%
29
irá representar toda a área da propriedade onde deverão ser aplicados os
corretivos e fertilizantes.
OBJETIVOS DA AMOSTRAGEM
A amostragem de solo é assim uma das etapas fundamentais para a
avaliação da fertilidade do solo, sendo mais importante que as próprias
determinações analíticas realizadas em laboratórios. Desta forma, o
procedimento da amostragem tem por objetivo coletar o material mais
representativo possível de determinado espaço físico e que tenha influência
sobre o crescimento das plantas. Com isso, dependendo da magnitude do erro
associado a amostragem do solo, decisões errôneas poderão ser tomadas e,
ao invés de se obter benefícios com o uso dos resultados, é mais provável que
haja prejuízo (Fig. 6).
Fig. 6 - etapas de uma amostragem de solos
Assim, um volume de 10 gramas de solo, utilizado na determinação
AMOSTRAGEM DE SOLO
ENVIO AO LABORATÓRIO
PREPARO DA AMOSTRA
ANÁLISE QUÍMICA (LABORATÓRIO)
INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
RECOMENDAÇÃO TÉCNICA
30
analítica dos seus principais nutrientes, representa 2 mil toneladas de
solo se a amostra for retirada de uma área de apenas 1 há
(100x100x0,20 =2000 kg), isso vem para exemplificar a importância da
amostragem na análise da fertilidade, pois quantidades utilizada no
laboratório e muito pequena (10 g).
Fig. 9 – Esquema representativo de uma gleba de 1 ha e quantidade de terra
enviada para o laboratório (300gramas).
Amostragem de Solos
Para a amostragem é necessário elaborar um plano, ou seja, estudar
previamente a forma como serão coletadas as amostras, devendo assim,
separar a área total em áreas mais homogêneas possível. Dentro de uma área
homogênea espera-se que a variação entre os nutrientes e outras
propriedades do solo seja mínima, de forma que as amostras compostas
possam ser suficientes para caracterizar corretamente a área. Para tal,
consideram-se a aparência superficial do solo, sua posição no relevo (topo,
meia encosta, fundo de vale, margens do rio), o tipo de vegetação (mata,
taboca, pluma), o tipo de uso (café, pastagem, capoeira) e o manejo dado à
área (áreas aradas e não aradas que receberam calcário). Para qualquer
variação observada quanto às propriedades do solo, deve-se separar a área
em glebas para obter amostras compostas. Essas verificações devem ser
feitas no local, não sendo recomendado utilizar mapas pedológicos em escalas
300 gramas
31
menores que 1:100.000, nos quais 1 cm representa distâncias de 1 km, o que
normalmente é muitas vezes superior à distância média entre dois pontos
extremos de uma gleba homogênea.
Entre as variáveis que devem ser observadas, o relevo local é a mais
importante, visto a possibilidade de ocorrerem zonas de enriquecimento e
empobrecimento, devido à posição do solo no relevo. Assim, as partes mais
elevadas do relevo são mais propensas a perdas de solo e nutrientes (zona de
empobrecimento) do que as partes mais baixas. As áreas de baixada podem
denotar áreas de acúmulo ou enriquecimento, o que já serve para estratificar
tais ambientes. A estratificação da área quanto ao tipo de vegetação e ao
histórico de uso e manejo do solo depende muito da sensibilidade do técnico
e da interação com o produtor. Normalmente, o produtor conhece bem a área
que maneja, assim como as variações de textura, cor do solo, presença de
impedimentos à drenagem ou ocorrência de plantas espontâneas endêmicas,
entre outras importantes características que devem ser usadas para
diferenciar as glebas.
Comumente o que se encontra em muitas áreas é um mosaico de uso
do solo, ou seja, áreas geralmente compostas de pastagem, capoeiras de
várias idades e áreas de cultivo, que evidentemente deve ser estratificado de
modo a se obter uma amostragem mais eficiente e eficaz. Algumas plantas de
ocorrência natural (invasoras ou erva daninha) em áreas desbravadas podem
servir como indicadoras para estratificar determinados ambientes, assim como
suas potencialidades e restrições. Entretanto, as indicações obtidas pela
presença dessas plantas não são, por si sós, suficientes para quantificar a
fertilidade do solo, contudo, podem ser usadas para separar glebas
homogêneas dentro de cada área amostrada (fig.10).
32
Fig. 10 - Plantas espontâneas indicadoras de ambientes e características relacionadas
à fertilidade do solo.
TIPOS DE AMOSTRA, ÉPOCA DE AMOSTRAGEM
As amostras podem ser simples ou compostas, sendo que a amostra
composta consiste na mistura de partes iguais de várias amostras simples
retiradas ao acaso em uma gleba homogênea (fig. 8). As amostras simples
devem ser coletadas na profundidade de 0 a 20 cm quando para fins de
recomendação de adubação e calagem de culturas anuais.
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Indica solos muito decaídos, erodidos e compactados. Desaparece com a recuperação do solo.
Capim rabo-de-burro (Andropogon sp.)
Típico de terras abandonadas e gastas - indica solos ácidos com baixo teor de Ca, impermeável entre 60 e 120 cm de profundidade.
Carqueja (Bacharis articulata)
Pobreza do solo, compactação superficial, prefere solos com água estagnada na estação chuva
Dente-de-leão (Taraxacum officinale)
Indica solo fértil.
33
Fig. 8 – amostras simples e compostas
Recomenda-se também a coleta na profundidade de 20 a 40 cm no caso
de culturas perenes, com o propósito de identificar se há algum impedimento
químico ao desenvolvimento das raízes em profundidade. Uma vez que a
aplicação de corretivos ou fertilizantes a essa profundidade do solo é mais
onerosa e mais difícil de ser executada, as informações da análise muitas
vezes aplicam-se mais para determinar a viabilidade ou não da implantação
de determinado tipo de cultivo na área amostrada. Amostras de 0-5, 5-10, 0-
10 ou de 10-20 cm de profundidade também podem ser retiradas, porém são
úteis apenas para se conhecer a distribuição da fertilidade ao longo do perfil
do solo. Para fins de formulação de adubação e calagem, a coleta de amostras
homogêneas de 0 - 20 cm é mais indicada, visto que as quantidades de
corretivos e fertilizantes a serem recomendadas serão as mesmas, caso sejam
coletadas amostras em profundidades parciais.
Assim, é importante também considerar o tempo gasto no transporte ao
laboratório, a realização dos testes, o envio dos resultados analíticos e a
recomendação de calagem e adubação ao interessado, sendo aconselhável
coletar as amostras de solo com 2 meses de antecedência à época ideal para
34
a calagem e no mínimo 90 dias antes do plantio, se for para culturas anuais.
Para realizamos essas amostragem existem várias ferramentas que podem
ser utilizadas (Fig.11); assim, conseguiremos uniformidade no volume de solo
coletado em cada ponto, melhorando desta forma a amostragem coletando
em cada camada de profundidade do solo (primeiros centímetros, porção
mediana e últimos centímetros) também deve ser uniforme. Nesse sentido,
os trados não estão entre as ferramentas mais indicadas do ponto de vista da
representatividade da amostra, geralmente os trados deformam as amostras
e retiram menores quantidades que o enxadão ou a pá reta, mesmo assim
está entre os preferido devido a sua praticidade. Outro ponto importante é
que quanto maior a quantidade de solo coletada em cada ponto amostral,
melhor será a representatividade da amostra simples melhorando assim a
amostra composta.
Fig. 11 – Ferramentas mais utilizadas para retirar amostras de solos.
Agora vamos descrever algumas destas ferramentas:
trado holandês – bom desempenho em qualquer tipo de solo, mas exige
grande esforço físico.
35
trado de rosca – mais adequado para solos arenosos e úmidos.
calador – ideal para amostragem em terra fofa e ligeiramente úmida.
trado tubular – utilizado para solos secos e compactados.
pá de corte ou pá reta – mais disponível e simples para o agricultor. A pá
de corte deve ser usada isoladamente em terra úmida e fofa, ou com o
enxadão em solo seco e compactado. Esse conjunto de ferramentas é o mais
adequado para a amostragem de solos e deve ser preferido sempre que
possível.
Assim, sempre que possível, recomenda-se retirar amostras com o uso
do enxadão ou da pá reta. Se for utilizada a amostragem por trados, o mais
indicado é que o número de pontos amostrados seja maior. Dependendo da
ferramenta a ser utilizada, o número de pontos (amostras simples) por gleba
homogênea pode variar de 15 a 40, por amostra composta.
Durante o processo de amostragem faz-se necessário tomar alguns
cuidados para que a amostra seja a mais representativa possível. Assim,
quando se tomam amostras em duas profundidades (0-20 e 20-40 cm), deve-
se cuidar para que as camadas não sejam misturadas, fato que pode ocasionar
graves erros nos resultados finais. Esse cuidado deve ser tomado
principalmente quando se realiza a amostragem com trado, retirando-se
sempre, após cada tradagem, o excesso de solo que fica retido na parte
superior, especialmente ao se amostrar a camada de 20 a 40 cm.
Assim, para cultivos de ciclo curto fazer uma amostra na camada de 0 a
20 cm. Para pastagem recomenda-se a amostragem de 0-10 cm. Para culturas
perenes, como café e essências florestais a profundidade poderá ir ate 40 ou
60 cm, fazendo a amostragem por camada, como por exemplo: de 0 a 20 cm;
20 a 40 cm e 40 a 60 cm, constituindo-se uma amostra composta por cada
camada. As tabelas abaixo exemplifica, quantos pontos deve ser retirado pelo
tamanho da gleba e a profundidade da amostragem.
Tamanho da área homogênea Nº de amostras simples para uma amostra composta
Bibliografia
10 m2 a vários hectares 20 COMISSÃO (1994)
36
Nunca superior a 20 hectares 20 RAIJ et al. (1996)
Menor ou igual a 10 hectares 10 a 20 IAPAR (1996)
Menor ou igual a 4 hectares (uniforme) 15 MACHADO (1999)
Cultura Profundidade (cm) Plantio convencional 0 - 20
Pastagem 0 - 10
Pastagem degradada 0 -20
Plantio direto Uma de 0-5, outra de 5 – 20
Outro aspecto importante a ser considerado é a distribuição dos pontos
de coleta das amostras simples dentro do extrato. É fundamental que os
pontos de coleta estejam distribuídos por toda a área para que a amostra
composta seja representativa do extrato. Recomenda-se que a escolha dos
pontos seja ao acaso, percorrendo em zigue-zague toda a área da unidade de
amostragem, conforme ilustra Figura 13. Apesar da localização aleatória dos
pontos de amostragem devem-se evitar acidentes estranhos na área, tais
como formigueiros, cupinzeiros, locais de queimada e deposições de fezes em
pastagens. Além deste aspecto os resíduos vegetais sobre o solo devem ser
removidos no ponto de coleta tomando o cuidado para não remover nenhuma
quantidade de solo, o qual deve ser amostrado a partir de sua superfície.,
Deve-se também evitar o contato do solo com o suor das mão que pode
contaminar a amostra, o que pode resultar em alterações no teor de cátions
trocáveis como o sódio.
Em muitos casos, quando a amostra necessitar permanecer armazenada
por algum tempo antes de ser processada para análise, recomenda-se uma
secagem prévia, de forma a evitar alterações na composição química do solo.
A secagem prévia consiste em colocar a amostra para secar ao ar livre, na
sombra, por 2 a 3 dias.
Depois de tudo isso, e preciso identificar corretamente cada amostra,
com etiquetas e caracterizadas em formulários próprios, fornecidos pelos
laboratórios de análises, para que ao final seja possível determinar a qual
gleba corresponde o resultado obtido. Recomenda-se que a etiqueta seja
37
preenchida utilizando lápis ou grafite, a fim de evitar que fique ilegível, caso
molhe. Podem-se também utilizar dois sacos plásticos: um com solo e
etiquetado do lado de fora e outro para proteger essa embalagem. Assim,
deve-se colocar nesse formulário os seguintes itens: nome do solicitante; data
e período da amostragem; local da amostragem (estado, município, nome da
propriedade e, se possível, as coordenadas locais); número da amostra;
profundidade de coleta e tamanho da área amostrada; tipo de relevo (encosta
de morro, terra plana, alto do morro, várzea ou baixada).
Figura 11. Estratificação de uma paisagem unidades (estratos) de amostragem.
Vamos exercitar!
FUNDEP IFNMG Engenheiro Florestal – 2014
A amostragem é a primeira e principal etapa de um programa de avaliação da
fertilidade do solo, pois é com base na análise química dessa amostra que se
realiza a interpretação e são definidas as doses de corretivos e adubos. Em
relação a esse processo, é CORRETO afirmar que
a) no laboratório, não se consegue minimizar ou corrigir os erros cometidos
na amostragem do solo.
b) no laboratório, consegue-se corrigir os erros cometidos na amostragem do
solo com uma mistura média do solo da área.
c) no laboratório, se consegue minimizar os erros cometidos na amostragem
do solo sendo necessárias mais amostras simples.
38
d) no laboratório, não se corrigem os erros cometidos na amostragem do solo,
mas pode-se minimizar o erro realizando 3 (três) analises repetidas da
amostra composta.
SOLUÇÃO
E comum o agricultor fazer a coleta indevida, não separa corretamente as
áreas, isso acarreta enorme prejuízo para ele mesmo, pois no laboratório não
se consegui corrigir os erros causados na amostragem.
RESPOSTA A
Amostragem de solo na Agricultura de Precisão
Amostragem Georreferenciada
Atualmente no Brasil, a amostragem de solo georeferenciada tornou-se
uma das principais ferramentas utilizadas na Agricultura de Precisão (AP),
garantindo geração de mapas de atributos do solo orientando a aplicações de
fertilizantes e corretivos em taxas variáveis, de acordo com os mapas gerados,
sendo que nas atividades agrícolas, esse é um processo imprescindível para o
levantamento de parâmetros da lavoura, uma vez que avaliar um campo de
produção em sua totalidade é normalmente uma tarefa inviável econômica ou
tecnicamente. Dentro das aplicações da agricultura de precisão, a
amostragem representa uma das principais formas de levantamento de dados
do campo, fornecendo informações essenciais para a posterior aplicação dos
insumos. Ela tem como objetivo, não só caracterizar a condição da lavoura
39
para certo parâmetro, mas também estimar a distribuição espacial do atributo,
ou seja, determinar o quanto ele varia dentro do talhão.
Essa amostragem precisam ser representativas, sendo
significativamente maiores que nas práticas convencionais. Outro ponto a ser
levado em conta é que ela deve ser georreferenciada, ou seja, deve ter a sua
posição conhecida no espaço, o que permite o mapeamento daquele ou
daqueles atributos. Os demais procedimentos da amostragem, por exemplo,
profundidade da coleta de solo, folha selecionada para amostras de tecido,
deve seguir, na medida do possível, as prescrições estabelecidas para a coleta
de amostras já utilizadas na prática convencional. Existem basicamente dois
métodos para a amostragem georreferenciada no contexto da agricultura de
precisão, cada um deles com algumas variações. O primeiro denomina-se
amostragem em grade, que por sua vez, apresenta dois tipos, a amostragem
por ponto ou por célula. Em ambos, os locais de amostragem são distribuídos
sistematicamente, de maneira a cobrir todo o talhão. O segundo método é a
amostragem direcionada, onde os locais de coleta são atribuídos de acordo
com mapas de outros fatores, como mapas de produtividade, por exemplo,
que indicam regiões que demandam investigação por amostragem.
Amostragem em grade por ponto
A amostragem de solo em grade por ponto é o procedimento de
investigação que mais se popularizou no Brasil. Nessa técnica, uma grade
regular virtual é gerada sobre o talhão por meio de um sistema de informação
geográfica (SIG), dividindo o campo em polígonos regulares (quadrados ou
hexágonos, por exemplo). Dentro de cada polígono é gerado um ponto
amostral. Este pode estar localizado no centro ou aleatoriamente no seu
interior (Figura 1 e 2).
40
Figura 1 – Amostragem para agricultura de precisão (Grid)
Fonte: http://embracal.com.br/informacoes-tecnicas/qual-a-importancia-da-amostragem-de-
solo/
Figura 2 : Alocação de pontos no centro (a) e aleatoriamente (b) dentro dos polígonos
da grade Fonte:http://www.agriculturadeprecisao.org.br/upimg/publicacoes/pub_boletim-
tecnico-02---amostragem-georreferenciada-03-02-2015.pdf
As coordenadas dos pontos são então transferidas para um receptor
GNSS de navegação que guiará a equipe de coleta até o local de amostragem.
Ao redor de cada ponto georreferenciado são coletadas subamostras. Orienta-
se que elas sejam retiradas dentro de um raio em torno do ponto equivalente
ao erro de posicionamento do receptor de GNSS utilizado, por exemplo, 3 a 5
m para um receptor de navegação comum. Com essa prática, pretende-se
diluir o erro do receptor para a representação do ponto amostral. A quantidade
de subamostras varia dependendo do fator amostrado. Quanto maior o
número de subamostras menor será o erro amostral, porém maior será o
tempo demandado para o trabalho e consequentemente, maior o custo. Tem
41
sido comum a coleta em torno de 8 a 12 subamostras por ponto para a
amostragem de solo, essas são homogeneizadas gerando uma amostra
composta, posteriormente, os resultados laboratoriais de cada amostra são
vinculados às respectivas coordenadas. Para geração do mapa final é realizada
a interpolação dos dados, que estima valores em locais não amostrados,
preenchendo assim toda a superfície do mapa (Figura 2).
Figura 2: Geração do mapa de fertilidade por meio da interpolação de dados obtidos por
amostragem em grade Fonte:http://www.agriculturadeprecisao.org.br/upimg/publicacoes/pub_boletim-tecnico-02---
amostragem-georreferenciada-03-02-2015.pdf
Desta forma, a densidade amostral, ou seja, a quantidade de pontos
amostrais por unidade de área afetam diretamente a qualidade do mapa final
gerado a partir da amostragem. Então, quanto maior a quantidade de pontos,
melhor é a representação da área, porém mais cara e laboriosa fica a coleta
e a análise das amostras.
Figura 3: Mapa de diagnóstico e prescrição de calagem
42
Amostragem direcionada
Na amostragem direcionada, não existe uma disposição regular dos
locais de amostragem. Eles são escolhidos com base em mapas já obtidos da
área, buscando investigar locais específicos no talhão. Para definir os pontos
de amostragem é recomendado o uso de mapas de produtividade, índice de
vegetação, relevo, mapas de tipo de solo, textura ou condutividade elétrica do
solo. Esses mapas podem evidenciar regiões que necessitam investigação, por
exemplo, áreas de baixa produtividade ou baixo índice de vegetação (Figura
4). No caso de sistemas que empregam unidades de gestão diferenciada
(UGD), o direcionamento da amostragem será realizado com base nas UGDs,
ou seja, uma amostra composta por unidade. A amostragem direcionada é
recomendada para sistemas de produção mais amadurecidos em AP, já que
se exige histórico de dados sobre a área.
EQUIPAMENTOS PARA AMOSTRAGEM DE SOLO
Como a quantidade de amostras coletadas na agricultura de precisão é
significativamente maior do que na prática convencional, é natural que os
sistemas de coleta evoluíssem para ferramentas mais práticas e ágeis (Figura
5). Os sistemas de amostragem de solo são normalmente compostos por uma
fonte de potência, um elemento sacador e em alguns casos um veículo para
transporte. Como fonte de potência tem-se principalmente motores de
combustão interna, que são autônomos, os motores elétricos, que necessitam
de alimentação externa, ou os hidráulicos, que se utilizam do sistema
hidráulico do trator, do veículo ou de um motor e bomba hidráulica externos.
Como elemento sacador, têm-se os trados de rosca, caneca ou holandês e
caladores ou sondas. Os mais comuns em sistemas mecanizados de
amostragem são os trados de rosca e caladores. Como veículos, tem sido
comum a utilização de quadriciclos, caminhonetes, utilitários ou o próprio
trator.
43
Figura 5: Amostrador hidráulico automatizado montado em quadriciclo
Paramos por aqui, até a próxima aula.
Bons estudos.
44
LISTA DE QUESTÕES
1 - Professor – Solos - IF/MG- 2009
Os fatores que afetam a produtividade das culturas podem ser classificados
em genéticos e ecológicos. Assinalar a alternativa que cita os fatores ecológicos que
têm efeito sobre o desenvolvimento:
a) Umidade, adubação, energia radiante, temperatura, características de
subsolo e fatores bióticos.
b) Umidade, aeração, aplicação de fungicida, temperatura, características de
subsolo e fatores bióticos.
c) Umidade, aeração, energia radiante, temperatura, características de
subsolo e fatores bióticos.
d) Umidade, aeração, energia radiante, movimento intenso de máquinas,
características de subsolo e fatores bióticos.
2- Professor – Solos - IF/MG- 2009
No processo de cultivo de qualquer planta é importante que se obtenha índices
satisfatórios de produção, diminuição dos custos e incremento da margem de lucro.
Em relação a essa afirmativa, que importante lei da fertilidade do solo está
representada na figura acima?
a. Lei de Liebieg.
b. Lei da restituição.
c. Lei do mais com menos.
45
d. Lei de Mitscherlich.
e. Lei do máximo.
3 - FUNDEP IFNMG Engenheiro Florestal – 2014
A amostragem é a primeira e principal etapa de um programa de avaliação da
fertilidade do solo, pois é com base na análise química dessa amostra que se
realiza a interpretação e são definidas as doses de corretivos e adubos. Em
relação a esse processo, é CORRETO afirmar que
a) no laboratório, não se consegue minimizar ou corrigir os erros cometidos
na amostragem do solo.
b) no laboratório, consegue-se corrigir os erros cometidos na amostragem do
solo com uma mistura média do solo da área.
c) no laboratório, se consegue minimizar os erros cometidos na amostragem
do solo sendo necessárias mais amostras simples.
d) no laboratório, não se corrigem os erros cometidos na amostragem do solo,
mas pode-se minimizar o erro realizando 3 (três) analises repetidas da
amostra composta.
4 - Engenheiro Agrônomo - PRGDP/UFLA -2013
Com relação à química do solo, é CORRETO afirmar:
(A) Nos solos inundados, ocorre o fenômeno de autocalagem.
(B) O fósforo é bastante móvel nos solos brasileiros; portanto, é maior a
resposta das culturas ao parcelamento desse nutriente.
(C) Os solos brasileiros podem ser considerados de alta fertilidade natural, em
razão das múltiplas vantagens nutricionais que apresentam.
(D) A rotação de culturas, o uso de adubos verdes e a aplicação de nitrogênio
contribuem para a preservação e/ou aumento da matéria orgânica do solo.
5 - Engenheiro Agrônomo - PRGDP/UFLA -2013
Com relação à fertilidade do solo e nutrição mineral das plantas, é CORRETO
46
afirmar:
(A) Por ser exigido em pequenas quantidades pelas plantas, o N não é
considerado um nutriente.
(B) Para avaliação da fertilidade do solo, a análise dos teores de nitrogênio
mineral no solo é pouco utilizada no Brasil.
(C) O teor de água do solo e fatores ligados à planta não interferem na
disponibilidade de nutrientes para as culturas.
(D) A solução do solo é o compartimento ideal para avaliar a disponibilidade
de nutrientes para as plantas, uma vez que sua concentração é pouco variável.
6 - Engenheiro Agrônomo – PRGDP - UFLA - 2013
Quanto às afirmativas sobre solos, é correto afirmar, EXCETO:
(A) Em solos de regiões mais frias, predominam os minerais de argila de maior
atividade química.
(B) A matéria orgânica no solo tende a ser mais preservada nas áreas onde é
maior o teor de argila do solo.
(C) As taxas de mineralização da matéria orgânica do solo são menores nos
trópicos em relação àquelas dos solos de regiões temperadas.
(D) Entre todos os coloides encontrados no solo, é maior a chance de haver
grande densidade de cargas negativas nos coloides orgânicos.
7 - técnico de Laboratório – Solos - UFRPE - SUGEP/UFRPE - 2016
Para amostragens de solos com fins de análises físicas, é correto afirmar que:
A) independente do atributo físico a ser quantificado, a coleta deverá ser realizada
via trado.
B) independente do atributo físico a ser quantificado, a amostra do solo deverá ser
coletada, obrigatoriamente, via anel volumétrico ou em forma de agregado (torrão).
C) caso o objetivo seja a quantificação das frações granulométricas do solo, a
amostra deverá ser coletada, obrigatoriamente, via anel volumétrico, com auxílio do
amostrador tipo Uhland.
D) caso o objetivo seja a quantificação da densidade de partículas sólidas do solo, a
amostra deverá ser coletada, obrigatoriamente, em forma de agregado (torrão).
47
E) caso o objetivo seja a quantificação da densidade do solo, sendo este com textura
argilosa, bem estruturado, a amostra deverá ser coletada, obrigatoriamente, via anel
volumétrico com auxílio do amostrador tipo Uhland ou em forma de agregado
(torrão).
8 - FUNRIO - UFRB - Técnico de Laboratório - 2015
Em um experimento laboratorial controlado, populações de uma espécie X de
minhoca apresentaram sobrevivência média de 90%, quando criadas em
condições ótimas de temperatura e oxigênio do solo. Por outro lado,
populações dessa mesma espécie de minhoca apresentaram, nas mesmas
condições de temperatura e umidade anteriores, sobrevivência média de
apenas 55%, quando a umidade do solo caiu para menos de 40%. As
diferenças encontradas podem ser explicadas por um importante conceito
ecológico, também denominado de:
A) Lei da Umidade Mínima.
B) Lei do Mínimo de Liebig
C) Lei da Temperatura Ótima.
D) Lei do Máximo de Alle
E) Lei do Distúrbio Intermediário.
9 -
48
A figura acima representa uma lei da ecologia populacional. Essa lei expressa a ideia
de que o sucesso de um organismo em um meio ambiente depende de que nenhum
fator de sobrevivência exceda seu limite de tolerância, explicando que, para que um
ser vivo continue vivo, todos os fatores necessários à sua sobrevivência devem estar
presentes e afirma que o fator que apresentar condições mínimas poderá controlar o
processo. Essa lei populacional representada consiste na:
(A) Lei de Malthus
(B) Lei de Allee
(C) Lei de Verhulst
(D) Lei de Liebig
(E) Lei de Fenchel
10 - IFRS - Professor Agropecuária – 2016
Com relação à amostragem de solo para frutíferas é CORRETO afirmar:
a) A recomendação geral é amostrar o solo nas camadas de zero a 30 cm e,
em alguns casos (dependendo da cultura(A), de 30 a 60 cm de profundidade,
antes de iniciar o cultivo. Após o plantio, podem-se coletar amostras de zero
a 30 cm de profundidade para a reavaliação da fertilidade do solo.
b) A recomendação geral é amostrar o solo, exclusivamente com pá de corte,
nas camadas de zero a 20 cm e, em alguns casos (dependendo da cultur(A),
de 20 a 40 cm de profundidade, antes de iniciar o cultivo. Após o plantio,
podem - se coletar amostras de zero a 20 cm de profundidade para a
reavaliação da fertilidade do solo.
c) A recomendação geral é, independente do tipo de amostrador de solo (trado
rosca, trado calador, trado caneca, trado holandês, pá de corte ou trado
fatiador) amostrar o solo nas camadas de zero a 20 cm e, em alguns casos
(dependendo da cultur(A), de 20 a 40 cm de profundidade, antes de iniciar o
49
cultivo. Após o plantio, podem-se coletar amostras de zero a 20 cm de
profundidade para a reavaliação da fertilidade do solo.
d) A recomendação geral é amostrar o solo, exclusivamente com pá de corte,
nas camadas de zero a 30 cm e, em alguns casos (dependendo da cultur(A),
de 30 a 60 cm de profundidade, antes de iniciar o cultivo. Após o plantio,
podem-se coletar amostras de zero a 30 cm de profundidade para a
reavaliação da fertilidade do solo.
e) A recomendação geral é, independente do tipo de amostrador de solo (trado
rosca, trado calador, trado caneca, trado holandês, pá de corte ou trado
fatiador), amostrar o solo nas camadas de zero a 40 cm e, em alguns casos
(dependendo da cultur(A), de 40 a 60 cm de profundidade, antes de iniciar o
cultivo. Após o plantio, podem-se coletar amostras de zero a 40 cm de
profundidade para a reavaliação da fertilidade do solo.
11 - Técnico em Laboratório – Solos - UFG - 2009
A amostragem constitui uma etapa importante em qualquer método analítico. Na
amostragem de solo para fins de fertilidade recomenda-se, para constituir uma
amostra composta, retirar, por área homogênea,
(A) 1 a 5 amostras simples.
(B) 5 a 10 amostras simples.
(C) 10 a 15 amostras simples.
(D) 15 a 20 amostras simples.
12 - VUNESP - MPE-ES - Engenheiro agrônomo - 2013
A amostragem de solo constitui etapa fundamental para o adequado preparo do
solo e correção da fertilidade.
Assinale a alternativa correta a respeito do processo de amostragem
50
A) A amostra deve ser representativa da área considerada, ainda que ocorram
pequenas contaminações ou alterações significativas no seu processo de coleta,
secagem e acondicionamento.
B) Devem-se retirar amostras de antigos caminhos, de locais próximos a residências,
galpões, formigueiros, estradas, pocilgas, currais etc., de forma a representar os
diferentes atributos da área.
C) Nas culturas convencionais, a época ideal para a amostragem de solo para as
culturas anuais é logo após o término das colheitas; para as perenes, independente
da época do ano.
D) A propriedade deve ser dividida em glebas uniformes quanto a cor, textura,
topografia, profundidade do perfil, cultura atual e manejos anteriores em adubação
e calagem.
E) Na maioria dos casos, as amostras devem ser retiradas dos 20 cm mais superficiais
do solo, não sendo necessária a remoção de folhas caídas, detritos e restos culturais.
13 - VUNESP - MPE-ES - Engenheiro agrônomo - 2013
A amostragem de solo é considerada uma das etapas mais críticas de um programa
de recomendação de calagem e adubação para as diferentes culturas e zonas
agroecológicas do Brasil. Embora seja a etapa mais simples, é a operação mais
importante, pois uma pequena quantidade de solo coletada deverá representar os
atributos físico-químicos de uma grande área. Considerando a importância da etapa
de amostragem de solo em um programa de recomendação de calagem e adubação,
avalie as avalie as afirmativas abaixo:
I. O erro devido a uma amostragem de solo malconduzida é geralmente o mais
significativo, comparativamente às etapas de determinações químicas e físicas,
interpretação dos resultados das análises e recomendação de corretivos e
fertilizantes.
51
II. O erro devido à amostragem de solo poderá ser corrigido nas etapas subsequentes
de um programa de adubação e calagem, por exemplo, por ocasião das
determinações químicas e físicas do solo.
III. Dados obtidos em campo por meio da observação são suficiente para determinar
possíveis problemas nutricionais das plantas.
IV. Os procedimentos de amostragem não precisam ser seguidos rigorosamente, pois
as análises laboratoriais corrigem falhas cometidas na coleta de solo em campo.
V. O solo é heterogêneo em sua distribuição na paisagem, sendo essa
heterogeneidade ampliada pelas práticas de manejo do solo, cultura e fertilização.
É correto apenas o que se afirma em
A - I e V.
B - III e V.
C - I, II e IV.
D - I, III e IV.
E - II, IV e V.
14 - Técnico de Laboratório – Fruticultura – UFPB - TAE – 2012
Nas áreas agrícolas, os solos e as plantas geralmente recebem uma grande carga de
agroquímicos, seja na forma de nutrientes ou de defensivos agrícolas. Considerando
que aa amostragem é determinante para análise de resíduos de agroquímicos, julgue
as assertivas abaixo:
O principal objetivo da amostragem é obter uma amostragem representativa da área
em questão.
o Certo
o Errado
52
15 - Técnico de Laboratório – Fruticultura – UFPB - TAE – 2012
Nas áreas agrícolas, os solos e as plantas geralmente recebem uma grande carga
de agroquímicos, seja na forma de nutrientes ou de defensivos agrícolas.
Considerando que a amostragem é determinante para análise de resíduos de
agroquímicos, julgue as assertivas abaixo:
O período de realização da amostragem é tão importante quanto a escolha do
ponto de coleta.
SOLUÇÃO
16 - Técnico de Laboratório – Fruticultura – UFPB - TAE – 2012
Qualquer tipo de análise de solo ou de tecido vegetal tem por objetivo determinar
quantitativamente características químicas, físicas ou biológicas, que representam os
reais valores da respectiva característica. Considerando que a amostragem assume
papel de destaque no resultado final da análise, julgue a assertiva abaixo:
O trado, o calador e a pá reta são equipamentos próprios para amostragem de solo
o Certo
o Errado
53
LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS
1 - Professor – Solos - IF/MG- 2009
Os fatores que afetam a produtividade das culturas podem ser classificados
em genéticos e ecológicos. Assinalar a alternativa que cita os fatores ecológicos que
têm efeito sobre o desenvolvimento:
a) Umidade, adubação, energia radiante, temperatura, características de
subsolo e fatores bióticos.
b) Umidade, aeração, aplicação de fungicida, temperatura, características de
subsolo e fatores bióticos.
c) Umidade, aeração, energia radiante, temperatura, características de
subsolo e fatores bióticos.
d) Umidade, aeração, energia radiante, movimento intenso de máquinas,
características de subsolo e fatores bióticos.
SOLUÇÃO
Principais fatores ambientais que afetam o crescimento vegetal são a Luz,
Temperatura, Disponibilidade de água, Salinidade, Gases Oxigênio, Gás carbônico,
características de subsolos e Fatores bióticos são todos os organismos
vivos presentes no ecossistema e suas relações.
RESPOSTA C
54
2- Professor – Solos - IF/MG- 2009
No processo de cultivo de qualquer planta é importante que se obtenha índices
satisfatórios de produção, diminuição dos custos e incremento da margem de lucro.
Em relação a essa afirmativa, que importante lei da fertilidade do solo está
representada na figura acima?
a. Lei de Liebieg.
b. Lei da restituição.
c. Lei do mais com menos.
d. Lei de Mitscherlich.
e. Lei do máximo.
SOLUÇÃO
Quando se aplica doses crescentes de um nutriente, os aumentos de
produção são elevados inicialmente, mas decrescem sucessivamente”. Assim,
Mitscherlich, observou que, com o aumento progressivo das doses de
nutrientes que estão em falta no solo, a produtividade aumentaria
rapidamente no início tendente a uma resposta linear e estes aumentos
tornavam-se cada vez menores até atingir um “plateau”, desta forma, não
haverá mais resposta a novas adições de adubos. Os fundamentos dessa lei
são básicos para análise econômica de experimentos de adubação, ou seja,
no cálculo da dose econômica. Produtividade econômica = produtividade que
proporciona maior lucro, ou seja, produzir mais unidade (kg ou t)/hectare,
55
com menores custos de produção por unidade. Normalmente, a nível prático,
a dose econômica é de 80 - 90% da produção máxima.
RESPOSTA D
3 - FUNDEP IFNMG Engenheiro Florestal – 2014
A amostragem é a primeira e principal etapa de um programa de avaliação da
fertilidade do solo, pois é com base na análise química dessa amostra que se
realiza a interpretação e são definidas as doses de corretivos e adubos. Em
relação a esse processo, é CORRETO afirmar que
a) no laboratório, não se consegue minimizar ou corrigir os erros cometidos
na amostragem do solo.
b) no laboratório, consegue-se corrigir os erros cometidos na amostragem do
solo com uma mistura média do solo da área.
c) no laboratório, se consegue minimizar os erros cometidos na amostragem
do solo sendo necessárias mais amostras simples.
d) no laboratório, não se corrigem os erros cometidos na amostragem do solo,
mas pode-se minimizar o erro realizando 3 (três) analises repetidas da
amostra composta.
SOLUÇÃO
E comum o agricultor fazer a coleta indevida, não separa corretamente as
áreas, isso acarreta enorme prejuízo para ele mesmo, pois no laboratório não
se consegui corrigir os erros causados na amostragem.
RESPOSTA A
4 - Engenheiro Agrônomo - PRGDP/UFLA -2013
Com relação à química do solo, é CORRETO afirmar:
(A) Nos solos inundados, ocorre o fenômeno de autocalagem.
(B) O fósforo é bastante móvel nos solos brasileiros; portanto, é maior a
resposta das culturas ao parcelamento desse nutriente.
56
(C) Os solos brasileiros podem ser considerados de alta fertilidade natural, em
razão das múltiplas vantagens nutricionais que apresentam.
(D) A rotação de culturas, o uso de adubos verdes e a aplicação de nitrogênio
contribuem para a preservação e/ou aumento da matéria orgânica do solo.
SOLUÇÃO
Em solos alagados, a correção da acidez acontece naturalmente, como
consequência do processo de redução do solo. Disso resulta o fenômeno
conhecido como “autocalagem”, que depende diretamente da atividade
microbiana do solo e constitui-se em um processo gradual e progressivo, até
atingir um ponto de equilíbrio.
RESPOSTA A
5 - Engenheiro Agrônomo - PRGDP/UFLA -2013
Com relação à fertilidade do solo e nutrição mineral das plantas, é CORRETO
afirmar:
(A) Por ser exigido em pequenas quantidades pelas plantas, o N não é
considerado um nutriente.
(B) Para avaliação da fertilidade do solo, a análise dos teores de nitrogênio
mineral no solo é pouco utilizada no Brasil.
(C) O teor de água do solo e fatores ligados à planta não interferem na
disponibilidade de nutrientes para as culturas.
(D) A solução do solo é o compartimento ideal para avaliar a disponibilidade
de nutrientes para as plantas, uma vez que sua concentração é pouco variável.
SOLUÇÃO
Iremos direto para a alternativa correta, pois a alternativa a dispensa
comentários, o item B, e o correto, assim a utilização da análise química de
solo para predizer as necessidades de corretivos e de adubos das culturas,
57
geralmente, atende a critérios de eficiência, praticidade e precisão, que a
tornam fundamental em uma agricultura competitiva e ambientalmente
responsável. Apesar disso, no Estado de São Paulo e na maioria dos estados
do Brasil, o nitrogênio, nutriente mais caro, exigido em maior quantidade pela
maioria das plantas cultivadas, poluente e potencialmente tóxico para plantas
e animais, não é recomendado com base em análise química de solo. No
Estado de São Paulo, a recomendação de adubação nitrogenada para culturas
anuais é baseada em expectativa de produtividade e histórico de cultivo (RAIJ
et al., 1996), enquanto nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina
e na região do Cerrado ela é feita com base na expectativa de produtividade,
no histórico de cultivo e também nos teores de matéria orgânica do solo
(CANTARELLA, 2007). Nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina,
pesquisas têm demonstrado relações positivas entre a matéria orgânica do
solo e o nitrogênio mineralizado em incubação de solo (PÖTTKER & TEDESCO,
1979; REICHMANN SOBRINHO, 1989; CAMARGO et al., 1997; RHODEN et al.,
2006a), a absorção do nitrogênio ou a resposta ao nutriente por culturas
anuais em casa de vegetação ou a campo (ANGHINONI, 1986; GIANELLO et
al., 2000; RHODEN et al., 2006a,b). Experimentos clássicos realizados no
Estado de São Paulo, particularmente com a cultura do milho, sustentam, no
entanto, a decisão de não utilizar os teores de matéria orgânica para predizer
a resposta da cultura ao nitrogênio (RAIJ et al., 1981).
6 - Engenheiro Agrônomo – PRGDP - UFLA - 2013
Quanto às afirmativas sobre solos, é correto afirmar, EXCETO:
(A) Em solos de regiões mais frias, predominam os minerais de argila de maior
atividade química.
(B) A matéria orgânica no solo tende a ser mais preservada nas áreas onde é
maior o teor de argila do solo.
(C) As taxas de mineralização da matéria orgânica do solo são menores nos
RESPOSTA B
58
trópicos em relação àquelas dos solos de regiões temperadas.
(D) Entre todos os coloides encontrados no solo, é maior a chance de haver
grande densidade de cargas negativas nos coloides orgânicos.
SOLUÇÃO
A letra C está incorreto, a taxa de mineralização da matéria orgânica em
regiões temperadas (ex. Europa Central) é de aproximadamente 2% e nos
trópicos úmidos (ex. Amazônia) é de 4 a 5%. Por outro lado, a produção de
biomassa, ou seja, de vegetação, é maior nos trópicos úmidos. Desta forma,
a taxa de mineralização e maior nos trópicos e menor nas regiões temperadas
RESPOSTA C Ass
7 - técnico de Laboratório – Solos - UFRPE - SUGEP/UFRPE - 2016
Para amostragens de solos com fins de análises físicas, é correto afirmar que:
A) independente do atributo físico a ser quantificado, a coleta deverá ser realizada
via trado.
B) independente do atributo físico a ser quantificado, a amostra do solo deverá ser
coletada, obrigatoriamente, via anel volumétrico ou em forma de agregado (torrão).
C) caso o objetivo seja a quantificação das frações granulométricas do solo, a
amostra deverá ser coletada, obrigatoriamente, via anel volumétrico, com auxílio do
amostrador tipo Uhland.
D) caso o objetivo seja a quantificação da densidade de partículas sólidas do solo, a
amostra deverá ser coletada, obrigatoriamente, em forma de agregado (torrão).
E) caso o objetivo seja a quantificação da densidade do solo, sendo este com textura
argilosa, bem estruturado, a amostra deverá ser coletada, obrigatoriamente, via anel
volumétrico com auxílio do amostrador tipo Uhland ou em forma de agregado
(torrão).
59
SOLUÇÃO
Para avaliar a compactação do solo são utilizados alguns atributos físicos
como a resistência à penetração (RP) e densidade do solo (DS). Porém, esses
atributos variam muito de solo para solo dificultando o estabelecimento de
valores limitantes similares para todos os tipos de solo. Por exemplo, para um
mesmo valor de DS um solo argiloso pode estar muito compactado, enquanto
para outro tipo de solo com textura mais grosseira, esse valor pode indicar
solo extremamente solto (BEUTLER et al., 2008). HÅKANSSON & LIPIEC
(2000) afirmam que essas propriedades não podem ser diretamente utilizadas
para comparar o estado de compactação de solos diferentes. A propriedade
denominada densidade relativa do solo (Dsr) tem sido utilizada para
caracterizar o estado de compactação, que é menos influenciada pelas
características dos minerais no solo e independe do tipo e granulometria do
solo (HÅKANSSON & LIPIEC, 2000).
Sabendo que a Dsr é uma importante ferramenta para caracterizar o
estado de compactação de um solo, e que a mesma consiste na divisão da
densidade do solo atual pela densidade máxima do solo, é de suma
importância coletar o solo da melhor maneira possível, de maneira que a
amostra indique de fato a verdadeira densidade atual do solo, para que os
resultados representem a real situação da área em questão. A amostragem
do solo é o primeiro passo para o conhecimento e manutenção da qualidade
química e física do solo da área, e dessa forma, para que realize uma correta
recomendação do manejo do solo, visando uma boa produtividade das
culturas. Contudo, a maior fonte de erros de uma análise de solo está na
amostragem inadequada, o que pode conduzir a resultados falsos (FRÁGUAS,
1992).
Diante do exposto, temos diferentes tipos de amostradores de solo que
podem interferem no resultado da densidade do solo e, consequentemente,
na obtenção da porosidade total, implicando na forma em que o solo deverá
60
ser manejado. Temos assim, alguns exemplos de amostradores de solo: trado
de rosca e de impacto, trado de rosca, trado Castelo, trado de encaixe e trado
tipo Uhland, sendo esse com coletor cuja capacidade é de um anel espaçador
e um cilindro de alumínio, com volume de 270 cm3. s amostras foram retiradas
do cilindro do coletor, em seguida foi realizado um corte no extremo excedente
de solo na parte inferior do anel, com a espátula, deixando apenas um pouco
de solo excedendo o tamanho do cilindro. Posteriormente as amostras são
embrulhadas em papel alumínio, e armazenadas em local fresco e lacrado
para não perder a umidade natural.
RESPOSTA E
8 - FUNRIO - UFRB - Técnico de Laboratório - 2015
Em um experimento laboratorial controlado, populações de uma espécie X de
minhoca apresentaram sobrevivência média de 90%, quando criadas em
condições ótimas de temperatura e oxigênio do solo. Por outro lado,
populações dessa mesma espécie de minhoca apresentaram, nas mesmas
condições de temperatura e umidade anteriores, sobrevivência média de
apenas 55%, quando a umidade do solo caiu para menos de 40%. As
diferenças encontradas podem ser explicadas por um importante conceito
ecológico, também denominado de:
A) Lei da Umidade Mínima.
B) Lei do Mínimo de Liebig
C) Lei da Temperatura Ótima.
D) Lei do Máximo de Alle
E) Lei do Distúrbio Intermediário.
SOLUÇÃO
A Lei do Mínimo em questão foi proposta pelo biólogo alemão Justus
Liebig ainda no século XIX, e diz que “o sucesso de um organismo em um
61
meio ambiente depende de que nenhum fator de sobrevivência exceda seu
limite de tolerância”. Em outras palavras, para que um ser vivo continue vivo,
todos os fatores necessários à sua sobrevivência devem estar presentes, de
nada adiantando haver excesso de todos se um estiver em falta. Liebig
concluiu, acertadamente, que “o organismo não é mais forte que o elo mais
fraco de sua cadeia ecológica de necessidades”. Estudando a agricultura, ele
percebeu, por exemplo, que muitas culturas minguavam, não por falta dos
nutrientes necessários em grandes quantidades, como água e dióxido de
carbono, mas por insuficiência de uma substância que a planta necessita em
quantidades minúsculas, como o zinco. Sua afirmação de que “o crescimento
de uma planta é dependente da quantidade de alimento que se lhe apresente
em quantidade mínima”, foi adotada pela ciência como a “Lei do Mínimo de
Liebig”.
RESPOSTA B
9 - FUNRIO - UFRB - Técnico de Laboratório - 2015
A figura acima representa uma lei da ecologia populacional. Essa lei expressa a ideia
de que o sucesso de um organismo em um meio ambiente depende de que nenhum
62
fator de sobrevivência exceda seu limite de tolerância, explicando que, para que um
ser vivo continue vivo, todos os fatores necessários à sua sobrevivência devem estar
presentes e afirma que o fator que apresentar condições mínimas poderá controlar o
processo. Essa lei populacional representada consiste na:
(A) Lei de Malthus
(B) Lei de Allee
(C) Lei de Verhulst
(D) Lei de Liebig
(E) Lei de Fenchel
SOLUÇÃO
E o que víamos na questão anterior.
RESPOSTA D
10 - IFRS - Professor Agropecuária – 2016
Com relação à amostragem de solo para frutíferas é CORRETO afirmar:
a) A recomendação geral é amostrar o solo nas camadas de zero a 30 cm e,
em alguns casos (dependendo da cultura(A), de 30 a 60 cm de profundidade,
antes de iniciar o cultivo. Após o plantio, podem-se coletar amostras de zero
a 30 cm de profundidade para a reavaliação da fertilidade do solo.
b) A recomendação geral é amostrar o solo, exclusivamente com pá de corte,
nas camadas de zero a 20 cm e, em alguns casos (dependendo da cultur(A),
de 20 a 40 cm de profundidade, antes de iniciar o cultivo. Após o plantio,
podem - se coletar amostras de zero a 20 cm de profundidade para a
reavaliação da fertilidade do solo.
63
c) A recomendação geral é, independente do tipo de amostrador de solo (trado
rosca, trado calador, trado caneca, trado holandês, pá de corte ou trado
fatiador) amostrar o solo nas camadas de zero a 20 cm e, em alguns casos
(dependendo da cultur(A), de 20 a 40 cm de profundidade, antes de iniciar o
cultivo. Após o plantio, podem-se coletar amostras de zero a 20 cm de
profundidade para a reavaliação da fertilidade do solo.
d) A recomendação geral é amostrar o solo, exclusivamente com pá de corte,
nas camadas de zero a 30 cm e, em alguns casos (dependendo da cultur(A),
de 30 a 60 cm de profundidade, antes de iniciar o cultivo. Após o plantio,
podem-se coletar amostras de zero a 30 cm de profundidade para a
reavaliação da fertilidade do solo.
e) A recomendação geral é, independente do tipo de amostrador de solo (trado
rosca, trado calador, trado caneca, trado holandês, pá de corte ou trado
fatiador), amostrar o solo nas camadas de zero a 40 cm e, em alguns casos
(dependendo da cultur(A), de 40 a 60 cm de profundidade, antes de iniciar o
cultivo. Após o plantio, podem-se coletar amostras de zero a 40 cm de
profundidade para a reavaliação da fertilidade do solo.
SOLUÇÃO
De maneira geral, a amostra é retirada à profundidade de 20 cm,
devendo representar uma porção uniforme de 0 a 20 cm. Em áreas ainda não
preparadas mecanicamente (aração, gradagem, etc.) ou com cobertura
morta, deve-se limpar a superfície do solo nos locais escolhidos para retirar
as subamostras, removendo-se folhas, ramos ou galhos com cautela
suficiente para não remover parte significativa do solo. A adoção das
amostragens a 20 cm apresenta vantagens na uniformização do procedimento
que permite a comparação de resultados obtidos no passado, visando a
constituição de um histórico da fertilidade química, e também possibilita a
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comparação com resultados de análise de solos de outras localidades.
Amostragem nesta profundidade vem sendo normalmente adotada em
sistemas de cultivo convencional, onde o preparo do solo, para a semeadura
da cultura anual, consiste numa aração e duas gradagens. Neste sistema, o
solo sofre um revolvimento na camada de 0-20 cm. Objetivando averiguar o
ambiente radicular no subsolo, recomenda-se ainda que se faça a amostragem
nas profundidades de 20-40 e 40-60 cm. Há evidências de que nestas
profundidades a presença de alta quantidade de alumínio associada à
deficiência de cálcio, possam atuar como uma barreira química, impedindo o
crescimento radicular em profundidade. Para o algodoeiro, o conhecimento
das condições de acidez subsuperficial é muito importante, pois saturações de
alumínio superiores a 20 % podem comprometer ou até inviabilizar a cultura
nestas áreas. Este procedimento de amostragem também é recomendado
para áreas novas de cultivo. Em pastagens sob manejo extensivo, onde
raramente se faz adubações ou renovações, também se recomenda a
amostragem na profundidade de 0-20 cm.
Em sistemas de plantio direto há uma tendência de concentração dos
nutrientes e da matéria orgânica nos primeiros centímetros de solo, devendo-
se basicamente ao padrão de mobilidade dos íons no solo, não incorporação
de fertilizantes e corretivos através do revolvimento e ao enriquecimento das
camadas mais superficiais pela decomposição dos resíduos das culturas.
Assim, visando detectar a existência ou não de um gradiente de fertilidade,
torna-se necessário executar uma amostragem mais estratificada: 0-10, 10-
20, 20-40 e 40-60 cm. Tal procedimento deve ser adotado também para
pastagens sob manejo intensivo.
Para culturas perenes (Ex. café e frutíferas) já instaladas, amostrar de
0-10, 10-20, 20-40 e 40-60 cm na projeção da copa, que é o local da
adubação, podendo-se retirar uma segunda amostra entre as linhas de plantio
ou no centro das ruas, porque a aplicação por vários anos de fertilizantes sob
a projeção da copa causa não apenas um gradiente de fertilidade vertical,
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como no plantio direto, mas também horizontal. Embora as culturas perenes
tenham um sistema radicular mais profundo, elas apresentam menor
demanda de nutrientes por volume de solo e por unidade de tempo do que as
culturas anuais, devido ao crescimento lento e à absorção diferencial de
nutrientes durante o ano. Isto torna necessário que se avalie um maior
número de camadas para o diagnóstico da fertilidade. Na instalação das
culturas, a amostragem deve ser feita na profundidade de 0-20, 20-40 e 40-
60 cm.
A amostragem em lavouras para plantio de cana-de-açúcar deve ser
feita nas profundidades de 0-25 e 25-50 cm, cerca de dois meses antes do
plantio. Já para as soqueiras deve-se realizar a amostragem logo após o corte,
retirando as subamostras a cerca de um palmo (20 a 25 cm) da linha. As
amostras retiradas na linha irão superestimar os teores de P e K, enquanto as
na entrelinha superestimarão os teores de Ca e Mg (e, portanto, a Soma de
Bases e V%), e subestimar o P e K.
RESPOSTA C
11 - Técnico em Laboratório – Solos - UFG - 2009
A amostragem constitui uma etapa importante em qualquer método analítico. Na
amostragem de solo para fins de fertilidade recomenda-se, para constituir uma
amostra composta, retirar, por área homogênea,
(A) 1 a 5 amostras simples.
(B) 5 a 10 amostras simples.
(C) 10 a 15 amostras simples.
(D) 15 a 20 amostras simples.
SOLUÇÃO
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Considerando a variabilidade do terreno, a subárea não deve ser superior
a 20 ha; para cada subárea, coletar quinze a vinte amostras simples a uma
profundidade de 0 - 20 cm e outras vinte a uma profundidade de 20 - 40 cm,
colocando a terra em duas vasilhas limpas. Misturar toda terra coletada de
cada profundidade e, da mistura, retirar uma amostra composta com
aproximadamente 0,5 kg de solo e colocá-la num saco plástico limpo ou numa
caixinha de papelão. Identificar essas duas amostras e enviá-las para um
laboratório;
RESPOSTA D
12 - VUNESP - MPE-ES - Engenheiro agrônomo - 2013
A amostragem de solo constitui etapa fundamental para o adequado preparo do
solo e correção da fertilidade.
Assinale a alternativa correta a respeito do processo de amostragem
A) A amostra deve ser representativa da área considerada, ainda que ocorram
pequenas contaminações ou alterações significativas no seu processo de coleta,
secagem e acondicionamento.
B) Devem-se retirar amostras de antigos caminhos, de locais próximos a residências,
galpões, formigueiros, estradas, pocilgas, currais etc., de forma a representar os
diferentes atributos da área.
C) Nas culturas convencionais, a época ideal para a amostragem de solo para as
culturas anuais é logo após o término das colheitas; para as perenes, independente
da época do ano.
D) A propriedade deve ser dividida em glebas uniformes quanto a cor, textura,
topografia, profundidade do perfil, cultura atual e manejos anteriores em adubação
e calagem.
E) Na maioria dos casos, as amostras devem ser retiradas dos 20 cm mais superficiais
do solo, não sendo necessária a remoção de folhas caídas, detritos e restos culturais.
SOLUÇÃO
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O recomendado é que a coleta seja feita no mínimo 3 meses antes do
plantio. Com isso tem-se o tempo adequado para levar a amostra ao
laboratório; receber os resultados; levá-los a um profissional da área para que
ele estabeleça as recomendações. Assim, a amostragem da propriedade ou a
área deve ser dividida em glebas de até 10 hectares, numerando-se cada uma
delas, devendo ser homogêneas quanto ao uso anterior, tipo de solo e aspecto
geral da vegetação. As glebas são percorridas em ziguezague, retirando-se 20
amostras simples, que devem ser misturadas, separando-se uma amostra
composta de 300 grama para ser enviada ao laboratório.
RESPOSTA D
13 - VUNESP - MPE-ES - Engenheiro agrônomo - 2013
A amostragem de solo é considerada uma das etapas mais críticas de um programa
de recomendação de calagem e adubação para as diferentes culturas e zonas
agroecológicas do Brasil. Embora seja a etapa mais simples, é a operação mais
importante, pois uma pequena quantidade de solo coletada deverá representar os
atributos físico-químicos de uma grande área. Considerando a importância da etapa
de amostragem de solo em um programa de recomendação de calagem e adubação,
avalie as avalie as afirmativas abaixo:
I. O erro devido a uma amostragem de solo malconduzida é geralmente o mais
significativo, comparativamente às etapas de determinações químicas e físicas,
interpretação dos resultados das análises e recomendação de corretivos e
fertilizantes.
II. O erro devido à amostragem de solo poderá ser corrigido nas etapas subsequentes
de um programa de adubação e calagem, por exemplo, por ocasião das
determinações químicas e físicas do solo.
III. Dados obtidos em campo por meio da observação são suficiente para determinar
possíveis problemas nutricionais das plantas.
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IV. Os procedimentos de amostragem não precisam ser seguidos rigorosamente, pois
as análises laboratoriais corrigem falhas cometidas na coleta de solo em campo.
V. O solo é heterogêneo em sua distribuição na paisagem, sendo essa
heterogeneidade ampliada pelas práticas de manejo do solo, cultura e fertilização.
É correto apenas o que se afirma em
A - I e V.
B - III e V.
C - I, II e IV.
D - I, III e IV.
E - II, IV e V.
SOLUÇÃO
Questão tranquila, a amostragem é considerada a fase mais crítica de
um programa de recomendação de correção e adubação baseado em análise
química de terra. O objetivo da amostragem é caracterizar a fertilidade de
uma área ou gleba de grande dimensão, por meio da determinação das
quantidades de nutrientes e outros elementos presentes, através de uma
pequena fração de terra. A pesquisa tenta sistematizar certos procedimentos
a fim de minimizar os erros de amostragem, devido a heterogeneidade que os
solos apresentam. Os responsáveis pela coleta devem seguir com muito
critério os procedimentos sugeridos, principalmente com relação à escolha da
área a amostrar, número de subamostras a serem coletadas que representem
adequadamente o solo, e os cuidados pertinentes no momento da coleta.
RESPOSTA D
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14 - Técnico de Laboratório – Fruticultura – UFPB - TAE – 2012
Nas áreas agrícolas, os solos e as plantas geralmente recebem uma grande carga de
agroquímicos, seja na forma de nutrientes ou de defensivos agrícolas. Considerando
que aa amostragem é determinante para análise de resíduos de agroquímicos, julgue
as assertivas abaixo:
O principal objetivo da amostragem é obter uma amostragem representativa da área
em questão.
o Certo
o Errado
SOLUÇÃO
Questão tranquila, o procedimento da amostragem do solo tem por
objetivo coletar o material mais representativo possível de determinado
espaço físico e que tenha influência sobre o crescimento das plantas. Por esse
motivo, a amostragem é considerada a etapa mais crítica de todo o processo
de análise. Se por qualquer razão a amostra não for representativa, seus
resultados não corresponderão à realidade da gleba amostrada, já que no
laboratório não há possibilidade de se efetuar qualquer tipo de ajuste ou
correção.
RESPOSTA CERTO
15 - Técnico de Laboratório – Fruticultura – UFPB - TAE – 2012
Nas áreas agrícolas, os solos e as plantas geralmente recebem uma grande carga
de agroquímicos, seja na forma de nutrientes ou de defensivos agrícolas.
Considerando que a amostragem é determinante para análise de resíduos de
agroquímicos, julgue as assertivas abaixo:
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O período de realização da amostragem é tão importante quanto a escolha do
ponto de coleta.
SOLUÇÃO
Assim, é muito importância definir essa data, devemos considerar o
tempo gasto no transporte até o laboratório, a realização da análise das
amostras, o envio dos resultados analíticos e a recomendação de calagem e
adubação ao interessado esse é o ponto mais crítico, por isso é aconselhável
coletar as amostras de solo no mínimo 90 dias antes do plantio, isso para
culturas anuais.
RESPOSTA CERTO
16 - Técnico de Laboratório – Fruticultura – UFPB - TAE – 2012
Qualquer tipo de análise de solo ou de tecido vegetal tem por objetivo determinar
quantitativamente características químicas, físicas ou biológicas, que representam os
reais valores da respectiva característica. Considerando que a amostragem assume
papel de destaque no resultado final da análise, julgue a assertiva abaixo:
O trado, o calador e a pá reta são equipamentos próprios para amostragem de solo
o Certo
o Errado
SOLUÇÃO
Existem diversos tipos de equipamentos que podem ser utilizados para
a coleta de amostras de solos, a escolha deve-se basear principalmente no
tipo de solo e na habilidade do operador que vai retirar a amostra. Devem ser
de aço inoxidável, para evitar contaminações principalmente de
micronutrientes. As principais ferramentas de amostragem são:
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Trados – Apresentam bom desempenho. Seu uso pode ser prejudicado em
solos de textura arenosa e baixa umidade. Exigem maior esforço, mas
permitem retiradas de mesmo volume em cada ponto. O tipo caneco é o
melhor para solos compactados e secos, e também nos turfosos ou
orgânicos. O tipo calador é ideal para solos de textura média e úmidos.
Pá reta, enxadão ou cavadeira – Mais simples e disponíveis em qualquer
propriedade. Requer prática, pois não é preciso no volume de terra e
profundidade de amostragem. Acarreta maior demora para uma perfeita
amostragem.
Sonda – Retira volumes iguais e na mesma profundidade, trabalha
praticamente em qualquer tipo de solo, sendo mais difícil sua utilização em
solos mais duros. É rápido e evita contato da terra com as mãos.
RESPOSTA CERTO
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GABARITO
1 - C 2 - D 3 - A 4 - A 5 - B
6 - C 7 - E 8 - B 9 - D 10 - C
11 - D 12 - D 13 - D 14 - CERTO 15 - CERTO
16 - CERTO
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BIBLIOGRAFIA
http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/LabSolos/amostragem.html.acessado 2m 07/03/2017
http://embracal.com.br/informacoes-tecnicas/qual-a-importancia-da-amostragem-de-solo/. acessado
08/03/2017