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Favo-de-Mel tem um problema

Como fazia todos os dias, à mesma hora, oanão Favo-de-Mel empurrava um carrinhoestrada afora. Os pássaros e esquilos da flo-resta poderiam até acertar seus relógios, casoos tivessem, ao vê-lo passar. O anão usava san-dálias de couro com sola grossa de borracha eum macacão cheio de bolsos, onde guardavabinóculo, alicate de bico fino (para arrancarespinhos espetados nas patas dos animais),faquinha de cabo de madeira, lanterna e maisum bocado de coisas. Na cabeça, um chapelãode palha de abas largas. Ia cantando o pregão:

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— Panqueca, panqueca,panqueca docinha,recheadade goiabada,cobertuuurade rapaduuura…

Parou um pouco para respirar o ar gostosodos pinheiros sem suspeitar que naquela ma-nhã ensolarada veria coisas terríveis, que mu-dariam sua vida para sempre. Foi quando ochão começou a tremer e uma sombra enormeo encobriu.

— Oh, não — gemeu Favo-de-Mel, procu-rando esconderijo. — Um gigante!

Tarde demais. O gigante se pôs na frentedele e perguntou:

— São panquecas? — e, sem esperar res-posta, jogou-as boca adentro e as engoliu.

Favo-de-Mel ficou furioso: — Você comeu cem panquecas de uma vez!

Está me devendo onze moedas de prata!

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O gigante ergueu-o do chão e o abraçou.— Largue-me! — esperneou o anão. Mas ele colocou Favo-de-Mel no topo de

uma árvore bem alta. Lá de cima, Favo viu-ocorrer pela floresta na direção de um castelo.

— Agora sei onde mora, seu gigante la-drão de panqueca! Não vai se livrar de mimtão fácil!

E pôs-se a descer da árvore com todocuidado.

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