Post on 23-Jul-2016
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Boletim�Informativo�do�Programa�Uma�Terra�e�Duas�Águas
Ano�8�•�nº��1881���Agosto�/2014�
Família investe na produção de hortaliças e criação de frangos
Lagoa�Nova
No assentamento José Milanês, localizado
no município de Lagoa Nova, alto da Serra de
Santana, moram o agricultor José Pedro da Silva e
a esposa, dona Joana Francisca Rodrigues da
Silva, há 14 anos. O casal tem dois filhos, já
casados, Wilson José Rodrigues da Silva e
Roseilma Rodrigues da Silva, que foram criados
com os frutos da agricultura cultivada ao longo de
uma difícil jornada de trabalho que, segundo Joana
Francisca, foi bem complicada.
Dona Joana conta que o marido, José
Pedro, tinha que viajar a cada seis meses para
trabalhar fora, enquanto ela e os filhos ficavam
cuidando do plantio feito pelo esposo antes da
partida à procura por trabalho. “Era difícil, naquele
tempo, para criar meus filhos. Eu sofri muito com a
falta de água, com as viagens que meu marido fazia
e ainda tinha que cuidar da colheita das plantações
que ele fazia antes de viajar”, disse.
O a c e s s o à á g u a n a r e g i ã o e r a
problemático. Dona Joana diz que o barreiro em
que pegava água era muito longe. O único meio de
transportar a água para casa era em latas,
carregadas por ela e pelos filhos. “Eu e meus filhos
íamos buscar água em um barreiro longe daqui. Era
um sacrifício trazer as latas”, afirmou dona Joana.
Ao retornar de uma das viagens, seu José
Pedro decidiu se dedicar somente às plantações e
não mais procurar trabalho longe de casa. Na
época, o INCRA realizava reforma agrária. Seu
José se cadastrou e conquistou um lote no
assentamento José Milanez e passou a se dedicar
somente à agricultura. Ele diz que tentava o plantio
de algumas verduras, mas era quase impossível
manter, por causa da falta de água. “Antes das
cisternas eu plantava umas hortinhas de cebolas,
em latas, mas tinha tempo que a água estava difícil
e as plantas quase morriam”, relatou.
Dona Joana e seu José Pedro, no Quintal Produtivo
Hortaliças, em recipientes reciclados, para o consumo
Criação de frangos começa a ser ampliada
Fotos: José Bezerra
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Rio Grande do Norte
Realização Apoio
José Pedro assegurou que antes da construção
das cisternas tudo era mais difícil. O abastecimento era
feito pela adutora da Barragem de Açu, localizada a
cerca de 100km do assentamento. “Muitas vezes a
adutora apresentava problemas e a comunidade ficava
até 15 dias sem receber água. A gente tinha
necessidade de ter reservatórios”, relata seu José
Pedro.
Em 2013, ele e mais 39 famílias conquistaram as
cisternas através do programa da segunda água (P1+2)
para ajudar a potencializar o cultivo de verduras e
legumes, além de dar suporte na criação de animais e
garantir o consumo para a família. “Foi a primeira vez
que eu vi uma instituição trazer um benefício como esse
e preparar a gente, capacitar a gente para criar galinhas
e plantar hortaliças. Todos nós ficamos qualificados
para usar a água para produzir”, afirmou seu José
Pedro. Ele acrescenta que antes das cisternas,
comprava verdura e agora não compra mais.
Hoje, depois de produzir tomate, alface,
cenoura, coentro, quiabo e pimentão com adubo
orgânico, seu José Pedro pretende ampliar o plantio e
vai investir na construção de uma caixa d'água, com
capacidade para 2 mil litros. Ele pretende fazer a
irrigação do plantio. “Fiz um projeto para construir uma
caixa d'água para fazer a irrigação por aquele sistema
de gotejamento. Agora, vou plantar mais produtos para
consumir e para comercializar”, ressaltou. Ele pretende
ampliar a produção, incluindo novas culturas, como o
melão, melancia e batata. Seu José até já selecionou
algumas sementes de melancia. “Se todas as famílias
que têm as cisternas plantassem alguma coisa, a gente
fazia a inflação baixar, não é? Eu ainda não estou
vendendo, mas também não estou mais comprando”,
comentou.
Joana e José Pedro também cuidam da criação
de frangos que receberam como caráter produtivo. Além
do consumo familiar, o casal vende para outras famílias.
Seu José Pedro e dona Joana estão organizando um aviário para ampliar a criação de frangos e galinhas
caipiras para aumentar as vendas e a renda da família. “Já comprei mais alguns frangos para aumentar a
criação. Também comprei um aviário para organizar melhor a criação, porque achei muito bom criar frangos
e galinhas caipiras”, revelou José Pedro.
Seu José Pedro também chama a atenção para as próximas famílias que serão beneficiadas com as
tecnologias sociais de captação e armazenamento de água para convivência com o semiárido. "Quando as
famílias receberem as cisternas, elas precisam utilizar a água e plantar o que for possível, porque é assim
que elas vão melhorar a qualidade de vida", assegurou seu José Pedro.
No quintal, seu José Pedro e dona Joana também produzem frutas, como manga, pinha, romã,
cajarana, limão, laranja e banana. No período chuvoso, ainda produzem feijão, milho e outros alimentos.
Sementes de melancia, para iniciar novo plantio
Sementes de feijão produzido no quintal
As pinhas do quintal de seu Zé Pedro e dona Joana
Foto
s: J
osé
Beze
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