Post on 16-Dec-2018
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Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Relatório de Estágio Profissionalizante
Parte I – Farmácia Nova da Vila
Março de 2014 a Julho de 2014
António José Braga da Silva Lemos
_____________________________________
Orientador : Dr.ª Isabel Pelayo
_____________________________________
Tutor FFUP: Prof. Doutora Irene Rebelo
_____________________________________
Agosto de 2014
ii
Eu, António José Braga da Silva Lemos, abaixo assinado, nº 200804413, aluno do
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade
do Porto, declaro ter actuado com absoluta integridade na elaboração deste documento.
Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (acto pelo qual um indivíduo, mesmo
por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais
declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores
foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação
da fonte bibliográfica.
Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de ________________ de ______
Assinatura: ______________________________________
iii
Agradecimentos
Gostaria de começar por agradecer a Dr.ª Isabel Pelayo, Diretora Técnica da Farmácia
Nova da Vila, que foi minha orientadora neste estágio, a supervisão e orientação, os conhecimentos
transmitidos, a compreensão, disponibilidade e profissionalismo que demonstrou.
Gostaria também de agradecer ao Dr. Francisco Ribeiro, Dr.ª Rute Barbosa, Dr.ª Cristina
Faria e ao Rui Neves pela compreensão, disponibilidade e os conhecimentos transmitidos.
iv
Siglas e Abreviaturas:
MSRM – Medicamento Sujeito a Receita Médica
MNSRM – Medicamento Não Sujeito a Receita Médica
DCI – Denominação Comum Internacional
FEFO – First Expired, First Out
CNP – Código Nacional do Produto
ANF – Associação Nacional de Farmácias
v
Índice
Suplementos alimentares multivitamínicos e multiminerais ........................................................ 1
Definição legal e introdução .............................................................................................................. 1
Suplementos “Gerais” ........................................................................................................................ 2
Centrum® ................................................................................................................................ 2
Pharmaton®
Vitalidade ........................................................................................................... 4
Magnesium-OK® .................................................................................................................... 6
Suplementos Específicos .................................................................................................................... 8
Suplementos “50+” ........................................................................................................................ 8
Centrum® Select 50+ .......................................................................................................... 8
Centrum® Homem 50+ ....................................................................................................... 9
Centrum® Mulher 50+ ...................................................................................................... 11
Pharmaton® 50+ ............................................................................................................... 12
Confiance® ....................................................................................................................... 13
Conclusão: ........................................................................................................................................ 14
Rinite alérgica, constipação e gripe .............................................................................................. 16
Objetivo ............................................................................................................................................ 16
Rinite alérgica .................................................................................................................................. 16
Introdução: ................................................................................................................................... 16
Classificação e fisiopatologia: ...................................................................................................... 16
Diagnóstico e tratamento:............................................................................................................. 17
Constipação e Gripe ......................................................................................................................... 18
Introdução e diagnóstico: ............................................................................................................. 18
Fisiopatologia e tratamento: ......................................................................................................... 19
Conclusão ......................................................................................................................................... 20
Relatório Farmácia Comunitária ................................................................................................. 21
Introdução ........................................................................................................................................ 21
Organização da Farmácia ................................................................................................................. 21
Localização e horário ................................................................................................................... 21
Recursos humanos ........................................................................................................................ 21
Instalações ........................................................................................................................................ 22
Área exterior ................................................................................................................................. 22
Instalações internas ...................................................................................................................... 22
vi
Área de exposição ........................................................................................................................ 23
Zona de atendimento ao público .................................................................................................. 23
Área de atendimento personalizado ............................................................................................. 23
Área de armazenamento ............................................................................................................... 24
Escritório ...................................................................................................................................... 24
Laboratório ................................................................................................................................... 25
Sistema informático ..................................................................................................................... 25
Gestão de stocks ............................................................................................................................... 25
Aquisição de medicamentos e produtos farmacêuticos ................................................................ 25
Realização de encomendas ........................................................................................................... 26
Receção de encomendas ............................................................................................................... 26
Devoluções ................................................................................................................................... 27
Armazenamento ........................................................................................................................... 27
Prazos de Validade ....................................................................................................................... 27
Dispensa de medicamentos .............................................................................................................. 27
Receita Médica ............................................................................................................................. 28
Medicamentos Sujeitos a Receita Médica .................................................................................... 29
Tipo de vendas ............................................................................................................................. 30
Dispensa de Medicamentos Psicotrópicos ou Estupefacientes .................................................... 30
Medicamentos de Uso Veterinário ............................................................................................... 31
Automedicação ............................................................................................................................. 31
Testes Bioquímicos e Fisiológicos ................................................................................................... 31
VALORMED ................................................................................................................................... 32
Faturação .......................................................................................................................................... 32
Considerações finais ......................................................................................................................... 34
Referências ....................................................................................................................................... 35
Anexos.............................................................................................................................................. 38
Anexo I ......................................................................................................................................... 38
Anexo II ....................................................................................................................................... 39
Anexo III ...................................................................................................................................... 40
Anexo IV ...................................................................................................................................... 41
Anexo V ....................................................................................................................................... 42
Anexo VI ...................................................................................................................................... 43
Anexo VII..................................................................................................................................... 45
vii
Anexo VIII ................................................................................................................................... 46
Anexo IX ...................................................................................................................................... 47
Anexo X ....................................................................................................................................... 48
Anexo XI ...................................................................................................................................... 50
Anexo XII..................................................................................................................................... 51
Anexo XIII ................................................................................................................................... 52
1
Suplementos alimentares multivitamínicos e multiminerais
Objetivo:
O presente trabalho visa analisar os benefícios indicados por diferentes suplementos
alimentares multi-vitamínicos e multi-minerais no sentido de:
avaliar se estes estão de acordo com a composição indicada e sustentada pela literatura;
sistematizar os suplementos pelas suas principais características para melhorar o
aconselhamento aos utentes.
Para este trabalho foram apenas utilizados alguns dos suplementos normalmente disponíveis na
farmácia, principalmente os que apresentavam maior oferta por parte da farmácia e procura por
parte dos utentes.
Definição legal e introdução
De acordo com o Decreto-Lei nº. 136/2003, de 28 de Junho, entende-se por:
“Suplementos alimentares” os géneros alimentícios que se destinam a complementar e/ou
suplementar o regime alimentar normal e que constituem fontes concentradas de
determinadas substâncias nutrientes ou outras com efeito nutricional ou fisiológico,
estremes ou combinadas, comercializadas em forma doseada, que se destinam a ser
tomados em unidades medidas de quantidade reduzida;
“Substâncias nutrientes ou nutrimentos” as vitaminas e os minerais.
Um regime alimentar adequado e variado, em circunstâncias normais, fornece a um ser
humano todas as substâncias nutrientes necessárias nas quantidades estabelecidas e recomendadas
por dados científicos ao seu bom desenvolvimento e à sua manutenção num bom estado de saúde.
Todavia, esta situação ideal não está a ser alcançada em relação a todas as substâncias nutrientes
nem a todos os grupos populacionais devido, designadamente, ao estilo de vida. Os consumidores
podem, no entanto, optar por complementar as quantidades ingeridas de algumas substâncias
nutrientes através do consumo de suplementos alimentares.
Por isso, tem-se verificado a existência de um número crescente de produtos
comercializados como géneros alimentícios que constituem uma fonte concentrada de substâncias
2
nutrientes, as quais são apresentadas como complemento aos nutrimentos ingeridos num regime
alimentar normal.
Estes suplementos alimentares podem conter um leque bastante variado de substâncias
nutrientes e outros ingredientes, designadamente vitaminas, minerais, aminoácidos, ácidos gordos
essenciais, fibras e várias plantas e extratos de ervas.
Tendo em vista garantir um elevado nível de proteção dos consumidores e facilitar a sua
escolha, os suplementos alimentares a colocar no mercado devem ser seguros e comportar uma
rotulagem adequada.
A ingestão excessiva de vitaminas e de minerais pode provocar efeitos adversos, devendo,
por isso, ser fixados, quando necessário, limites máximos de segurança para essas substâncias
presentes nos suplementos alimentares, garantindo que as instruções de utilização fornecida pelo
fabricante é segura para os consumidores.
Para garantir que os suplementos alimentares são um complemento do regime alimentar,
devem as vitaminas e os minerais declarados no rótulo dos mesmos estar presentes no produto em
quantidades significativas1.
De um modo geral, a quantidade a tomar em consideração para decidir o que constitui uma
quantidade significativa corresponde a 15% da Dose Diária Recomendada (DDR), especificada nas
tabelas 1 e 2 (anexo I), para 100 g ou 100 ml ou por embalagem, caso esta apenas contenha uma
porção2.
Suplementos “Gerais”
Os seguintes suplementos não apresentam indicações específicas em relação ao tipo de
consumidores.
Centrum®
Composição e benefícios indicados pelo produto3: (anexo II)
Libertação de energia
Análise:
A Tiamina atua como a coenzima TDP no metabolismo de hidratos de carbono e
aminoácidos de cadeia ramificada. Em associação com iões Mg2+,
está envolvida em dois processos
de produção de energia: é importante em vários complexos de desidrogenases para a oxidação de α-
3
ceto ácidos; e na formação de α-cetóis de hexoses e pentoses fosfatadas catalisadas pela
transcetolase4.
A Riboflavina intervém no processo de oxidação dos ácidos gordos. Na segunda etapa do
processo de beta-oxidação ocorre a transferência de eletrões via flavoenzimas que, ao contrário das
que intervêm na primeira etapa deste processo, estão muito dependentes da ingestão de riboflavina
na dieta5.
A Vitamina B6 está envolvida em três processos do metabolismo de aminoácidos: alfa-
descarboxilação; racemização dos aminoácidos; transaminação6.
A Vitamina B12 apresenta duas importantes funções metabólicas. Uma é a isomerização
da metilmalonil coenzima A (CoA), que requer desoxiadenosilcobalamina, é catalisada pela enzima
metilmalonil CoA mutase e ocorre na mitocôndria. A outra reação é a transmetilação da
homocisteína pelo 5-metil-tetrahidrofolato a metionina, catalisada pela enzima metionina sintase,
que requer como coenzima a metilcobalamina e ocorre no citosol. Como esta reação também
necessita de folato é de referir que a Vitamina B12 e o Ácido fólico estão ligados na sua
importância neste mecanismo e ambos necessitam de aportes adequados da dieta7. O suplemento
não indica o Ácido fólico como importante na libertação de energia, embora este esteja presente no
mesmo.
A Niacina tem como funções metabólicas de maior relevo as funções das suas coenzimas
NAD e NADP nas reações redox de transferência protão/eletrão. Algumas das funções mais
importantes e características do NAD manifestam-se nas principais vias catabólicas celulares,
responsáveis pela libertação de energia durante a oxidação de substratos produtores de energia8.
A Biotina serve como um cofator essencial para cinco carboxilases, sendo que cada uma
delas catalisa um passo crítico no metabolismo intermediário. Estas cinco carboxilases catalisam a
incorporação de bicarbonato como um grupo carboxilo num substrato e atuam por um mecanismo
catalítico semelhante9.
O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA e do ACP. A CoA tem um papel
muito importante na degradação e síntese de ácidos gordos, esteróis e outros compostos
sintetizados de precursores isoprenoides, sendo, por isso, fundamental no processo de oxidação de
ácidos gordos10
.
O Ferro, como já referido, participa no transporte de oxigénio pelos glóbulos vermelhos,
essencial na produção de energia, assim como na formação de ATP11
.
Sistema Imunitário
Análise:
A Vitamina C apresenta evidências sobre um efeito benéfico na redução da gravidade e
duração dos sintomas de constipação. Isto poderá dever-se às ações antioxidantes do ascorbato
contra os agentes oxidantes produzidos e libertados pelos fagócitos ativados, resultando numa
4
resposta inflamatória diminuída. No entanto, não apresenta evidências sobre um efeito benéfico na
prevenção de constipações12
.
A suplementação com Zinco poderá ajudar a prevenir constipações, embora não haja
estudos suficientes para confirmar esta hipótese13
.
Vários estudos sugerem que o Selénio é importante na formação de leucócitos e que ajuda
a prevenir algumas infeções14
.
Saúde da pele
Análise:
A Vitamina A, entre outros retinóides, são essenciais em vários sistemas de órgãos, entre
os quais a pele. A pele é sensível tanto ao défice como ao excesso de Vitamina A. Os efeitos do
défice incluem secura da pele (hiperqueratose folicular) e estreitamento do epitélio por todo o
corpo15
.
O défice de Biotina causa um rash cutâneo seborreico e eczematoso na maioria dos
indivíduos9.
A Vitamina C é necessária para a atividade das enzimas prolina hidroxilase e lisina
hidroxilase. Estas hidroxilases são necessárias para a modificação pós-síntese do colagénio12
.
Stress ambiental
Análise:
A Vitamina C, a Vitamina E e o Selénio atuam como antioxidante no organismo,
reduzindo os danos causados pelos radicais livres nas membranas celulares e no DNA12,14,16
.
Quimicamente, o ascorbato (Vitamina C) é um potente agente redutor, quer reduzindo o peróxido
de hidrogénio, como atuando enquanto antioxidante bloqueador de radicais, reagindo com o
superóxido e um protão para originar peróxido de hidrogénio ou com o radical hidroxilo para
originar água. O ascorbato também atua na redução do radical tocoferoxilo formado pela oxidação
da Vitamina E nas membranas celulares e lipoproteínas plasmáticas. Tem assim uma ação
antioxidante poupadora da Vitamina E, juntando reações antioxidantes lipófilas e hidrófilas12
.
Notas:
A luteína consumida na dieta é possivelmente eficaz na prevenção da degeneração macular
relacionada com a idade e na redução do risco de desenvolvimento de cataratas. No entanto, estes
efeitos só estão demonstrados para doses diárias a partir dos 6 mg17
.
Pharmaton®
Vitalidade
Composição e benefícios indicados pelo produto18
: (anexo III)
5
Energia e vitalidade
Análise:
O Ginseng (Panax Ginseng) é um adaptogénio cujos ginsenósidos são utilizados para
variados fins. No entanto, não há evidências suficientes que suportem uma redução da fadiga com a
toma de Ginseng. Além disso, alguns estudos indicam que o Ginseng não apresenta eficácia na
melhoria de humor19
.
O Cobre e o Manganês participam no metabolismo produtor de energia, mesmo sendo
oligoelementos presentes em baixas quantidades no organismo. O défice de Cobre pode provocar
baixa temperatura corporal, entre outros sintomas20
. O Manganês intervém no metabolismo dos
lípidos e dos hidratos de carbono e o seu défice pode provocar fraqueza, entre outros sintomas. É
de ter em atenção que suplementação com Cobre deve ser acompanhada por 8 a 15x a quantidade
de Cobre em Zinco, pois um desequilíbrio nestes dois minerais pode causar outros problemas de
saúde21
. Porém, tal não se verifica neste suplemento (apenas 1,5x).
Os restantes já foram referidos anteriormente.
As vitaminas do complexo B são importantes na produção de energia e o défice destas
apresenta fadiga como um sintoma comum. No entanto, a sua suplementação não garante uma
diminuição da fadiga5-8,22
.
Reforça as funções física e mental
Análise:
O Ginseng apresenta propriedades benéficas para a capacidade de raciocínio e memória,
embora não haja evidência quanto à redução do stress e do cansaço19
.
As vitaminas do complexo B são importantes para a função normal do sistema nervoso5-9
.
O Cobre é necessário para a manutenção das células nervosas20
.
A Vitamina B6 está envolvida na produção de alguns neurotransmissores e hormonas,
como a serotonina e a noradrenalina, o que pode ter algum efeito na função psicológica6.
A Vitamina B12 e o Ácido fólico são ambos necessários na produção de S-
adenosilmetionina, que tem influência no humor7,22
.
A Tiamina tem influência na função psicológica, pois o défice desta vitamina causa
irritabilidade e depressão4. Da mesma forma, carência de Niacina causa depressão
8 e a de Biotina
causa insónias e depressão9.
6
Fortalece o sistema imunitário
Análise:
Existem poucas evidências que o Ginseng, sobretudo o extrato G115, reduza o risco de ter uma
constipação e que, quando tomado 4 semanas antes e 8 semanas, continuamente, depois da vacina
contra a gripe, diminua o risco de gripe19
.
A Vitamina A terá importância no normal funcionamento do sistema imunitário, uma vez
que a carência desta está ligada a um aumento no risco de infeções e a um sistema imunitário
debilitado, com desregulação das funções das células T, assim como um número reduzido destas e
um padrão de diferenciação alterado. Da mesma forma, a capacidade funcional das células
citotóxicas, como as células T citotóxicas e as células “natural killers”, bem como dos macrófagos,
apresenta-se reduzida15
.
A Vitamina D pode ter um papel na função normal do sistema imunitário, visto que parece
ter relevo na regulação genética e diferenciação de vários tecidos, dado que a carência desta
vitamina pode estar relacionada com o aparecimento de vários tipos de cancro23
.
A Vitamina B6 poderá ter alguma importância na função do sistema imunitário, já que a
carência desta vitamina levou a alterações na produção de leucócitos em animais6.
A Vitamina B12, quando em situação de carência, afeta todos os tecidos em crescimento
rápido, particularmente a medula óssea, que resulta na produção de células anormais com sinais de
maturação insuficiente, como leucócitos neutrófilos que têm mais lóbulos nucleares que o normal
(leucócitos neutrófilos hipersegmentados)7.
Não foram encontradas referências sobre a função do Ácido fólico para o normal
funcionamento do sistema imunitário.
O Selénio já foi referido anteriormente.
O Cobre é importante para o sistema imunitário e a carência deste mineral pode levar à
diminuição do número de leucócitos20
.
Notas:
A Soja, bastante consumida na Ásia, apresenta vários estudos clínicos, sobretudo da população
asiática, que sugerem que esta ajuda na redução dos sintomas da menopausa e reduz o risco de
doença cardíaca e osteoporose24
.
Magnesium-OK®
Composição e benefícios indicados pelo produto25
: (anexo IV)
7
Benefícios do Magnésio
Análise:
O Magnésio é o segundo catião intracelular a seguir ao sódio. É um cofator importante em
mais de 300 reações enzimáticas e necessário para a formação de substrato (Mg-ATP) e ativação
enzimática. É fundamental para um grande número de funções celulares, como a fosforilação
oxidativa, glicólise, transcrição do DNA e síntese proteica. Também está envolvido em correntes
de iões e estabilização de membranas. O défice de magnésio está implicado em várias doenças
metabólicas, incluindo doenças cardiovasculares, disfunção do sistema imunitário e danos por
radicais livres26
.
Proteção das células contra as oxidações indesejáveis
Análise:
O Zinco, Cobre, e a Riboflavina estão referidos como tendo propriedades antioxidantes5,13,20
.
O Manganês é um componente da enzima antioxidante superóxido dismutase21
.
Os restantes já foram referidos anteriormente.
Manutenção de uma visão normal
Análise:
Existem algumas evidências de que a suplementação com Riboflavina, ou seja, um bom status
de Riboflavina, tenha ação protetora contra doenças oculares degenerativas, como cataratas5.
O Zinco é importante para a manutenção da visão e tem sido usado para abrandar a progressão
da degeneração macular relacionada com a idade13
.
A Vitamina B6 contribui para a regulação da atividade hormonal
Análise:
O piridoxal fosfato (a partir da Vitamina B6) tem um papel no controlo da atividade das
hormonas que atuam por ligação a um recetor nuclear proteico e modulam a expressão genética.
Estas hormonas incluem androgénios, estrogénios, progesterona, glucocorticoides, calcitriol, ácido
retinóico e outros retinóides, e a hormona tiroideia. O piridoxal fosfato reage com o resíduo de
lisina no recetor proteico e remove o complexo recetor-hormona da ligação ao DNA, terminando
assim a ação da hormona6. É de salientar a elevada dose de Vitamina B6 presente neste suplemento
(3571% da DDR). Há possibilidade de alguns benefícios com o uso de doses elevadas de Vitamina
B6, como na diminuição da hiperhomocisteinémia, mas vários estudos demonstraram nenhum
efeito, apenas uma diminuição do pico de concentração no plasma da homocisteína após uma dose
teste de metionina. No entanto, há poucas evidências de toxicidade de Vitamina B6 em doses
diárias de até 200 mg6.
8
O Zinco contribui para uma normal função cognitiva
Análise:
Não foram encontradas referências da contribuição do Zinco na função cognitiva.
A tiamina contribui para o normal funcionamento do coração
Análise:
A Tiamina é importante no metabolismo lípido e na replicação celular e o tecido muscular
cardíaco é o que apresenta maior concentração de tiamina (cerca de 2-3 µg/g). A carência grave de
Tiamina está associada a insuficiência cardíaca4.
Comentários finais:
Dentro deste grupo de suplementos, o Centrum® é o que apresenta maior variedade de
vitaminas e minerais, quantitativamente dentro do que seria de esperar de um complemento à dieta
normal, sendo por isso, o suplemento a indicar nesse contexto. Em casos de utentes que pretendam
um suplemento com extratos de plantas incluídas, o Pharmaton® seria o indicado devido à presença
de Ginseng e Soja. Caso os utentes precisem de um suplemento para ajudar num período de maior
cansaço/stress, sobretudo os que tencionem um suplemento com Magnésio, o Magnesium-OK, por
ter maior dose de Magnésio, seria o mais indicado.
Suplementos Específicos
Suplementos “50+”
Os seguintes suplementos apresentam indicações específicas para consumidores com mais de 50
anos ou em fase de menopausa.
Centrum® Select 50+
Composição e benefícios indicados pelo produto27
: (anexo V)
Vitalidade
Análise:
Já foram referidos anteriormente.
9
Sistema Imunitário
Análise:
Já foram referidos anteriormente.
Visão
Análise:
A Vitamina A tem um papel importante na saúde ocular. Quando a ingestão de ésteres
retinil nas células epiteliais do pigmento da retina não é suficiente, ocorre um abrandamento
significativo do ciclo visual, originando uma doença conhecida como cegueira noturna (uma perda
da capacidade de adaptação rápida à escuridão após exposição a luz forte). A cegueira noturna é
um dos primeiros sinais clínicos a ser detetado da carência de Vitamina A15
.
Ossos saudáveis
Análise:
A Vitamina D está envolvida na manutenção da saúde dos ossos, embora não seja, por
definição, uma vitamina nem um nutriente, por ser produzida pelo nosso organismo, em
quantidades suficientes, através da exposição solar. No entanto, é reconhecido que há riscos de
carência de Vitamina D em crianças e adultos. A Vitamina D, na forma de 1,25-dihidroxivitamina
D, é biologicamente ativa e é responsável pela manutenção da homeostasia do cálcio e da saúde
dos ossos23
.
A manutenção da saúde dos ossos também necessita de Vitamina K. Indivíduos com
níveis superiores de Vitamina K têm maior densidade óssea, por outro lado, indivíduos com
osteoporose apresentam baixos níveis desta vitamina. Além disso, há alguma evidência de que esta
vitamina melhora a saúde dos ossos e reduz o risco de fratura, sobretudo em mulheres em risco de
osteoporose28
.
Centrum® Homem 50+
Composição e benefícios indicados pelo produto29
: (anexo VI)
Vitalidade
Análise:
Já referidos anteriormente.
10
Sistema imunitário
Análise:
Já referidos anteriormente.
Suporte nutricional para homens 50+
Análise:
Segundo o guia do “Institute of Medicine”:
A ingestão adequada de Cálcio para indivíduos com mais de 50 anos, para ambos os sexos,
é 1200 mg/dia. Para adultos até 50 anos, é inferior (1000 mg/dia)30
.
A dose diária recomendada de Magnésio para homens com mais de 50 anos é de 420
mg/dia. Para homens até 50 anos, é igual. Para mulheres com mais de 50 anos, é inferior (320
mg/dia)31
.
A ingestão adequada de Vitamina D para indivíduos com mais de 50 anos, para ambos os
sexos, é de 10 µg/dia. Para adultos até 50 anos, é inferior (5 µg/dia)32
.
A dose diária recomendada de Vitamina B12 para indivíduos com mais de 50 anos é de
2,4 µg/dia. Para adultos até 50 anos, é igual. No entanto, há evidências que apoiam a ingestão de
Vitamina B12 por indivíduos com mais de 50 anos através de alimentos enriquecidos com esta
vitamina ou através de suplementos, devido à má absorção de Vitamina B12 ligada à comida por
10 a 30% desta população33
.
Visão
Análise:
Já referido anteriormente.
Mente ativa
Análise:
O Ácido Pantoténico poderá contribuir para uma normal função cognitiva, visto que a
carência desta vitamina pode causar irritabilidade, insónia e depressão10
.
O Ferro poderá ter importância para uma normal função cognitiva, uma vez que alguns
sintomas frequentes da carência em Ferro são a diminuição da atenção, da excitação sexual e da
sensibilidade social11
.
O Zinco já foi referido anteriormente13
.
11
Centrum® Mulher 50+
Composição e benefícios indicados pelo produto34
: (anexo VII)
Suporte nutricional para mulheres 50+
Análise:
O Cálcio e a Vitamina D já foram referidos anteriormente.
A dose diária recomendada de Magnésio para mulheres com mais de 50 anos é de 320
mg/dia. Para mulheres até 50 anos, é igual. Não há evidências para maior necessidade de Magnésio
para este grupo de indivíduos31
.
A dose diária recomendada de Vitamina B12 para mulheres com mais de 50 anos é de 2,4
µg/dia. Para mulheres até 50 anos, é igual. No entanto, há evidências que apoiam a ingestão de
Vitamina B12 por indivíduos com mais de 50 através de alimentos enriquecidos com esta vitamina
ou através de suplementos, devido à má absorção de Vitamina B12 ligada à comida por 10 a 30%
desta população33
.
Vitalidade
Análise:
Já referidos anteriormente.
Sistema imunitário
Análise:
Já referidos anteriormente.
Pós-menopausa
Análise:
Já referido anteriormente.
Saúde dos ossos
Análise:
Alguns estudos demonstram que tomar Cálcio em combinação com Vitamina D pode
ajudar a prevenir a perda de massa óssea associada à menopausa35
.
A Vitamina D já foi referida anteriormente.
12
Pharmaton® 50+
Composição e benefícios indicados pelo produto36
: (anexo VIII)
Sistema cardiovascular
Análise:
Os ácidos gordos ómega-3 (EPA e DHA) são importantes para um bom funcionamento do
coração e, embora o organismo produza estes ácidos gordos naturalmente, é necessário obter maior
quantidades pela dieta, o que não se observa na população ocidental. Os ácidos gordos ómega-3
parecem melhorar a condição de indivíduos que sofram de doenças cardíacas e possivelmente
diminuir o risco de estas se desenvolverem. Além disso, também parecem ajudar na redução de
triglicerídeos no sangue, na diminuição da pressão arterial e do risco de coágulos sanguíneos37,38
.
Os restantes já foram referidos anteriormente.
Saúde do sistema imunitário
Análise:
Já foram referidos anteriormente.
Função cerebral
Análise:
A Vitamina C poderá ajudar no normal funcionamento do sistema nervoso. A dopamina
beta-hidroxilase é uma enzima que contém cobre e está envolvida na síntese das catecolaminas
noradrenalina e adrenalina, a partir da tirosina, na medula adrenal e no sistema nervoso central. A
enzima ativa contém Cu+, que é oxidado a Cu
2+ durante a hidroxilação do substrato e a redução de
volta a Cu+ requere especificamente ascorbato. Porém, não há evidências da participação da
Vitamina C na normal função psicológica. Sintomas psicológicos só ocorrem em situações de
défice severo desta vitamina12
.
O DHA é um constituinte importante das membranas celulares e é necessário para o
desenvolvimento do cérebro, havendo algumas evidências de que a ingestão deste na dieta tenha
efeitos benéficos nas doenças neurológicas e neuropsiquiátricas39
.
Os restantes já foram referidos anteriormente.
Energia
Análise:
Já foram referidos anteriormente.
13
Visão
Análise:
O DHA é importante para o desenvolvimento do tecido nervoso ótico, mas há poucas
evidências dos seus benefícios na prevenção de doenças oculares relacionadas com a idade39
.
Os restantes já foram referidos.
Manutenção de ossos e cartilagens
Análise:
O Zinco faz parte de um grande número de enzimas e tem várias funções no organismo,
sendo que o défice deste mineral está relacionado com problemas de crescimento. No entanto, não
foram encontradas evidências da contribuição do Zinco para a manutenção de ossos normais.
Os restantes já foram referidos.
Pele, cabelo e unhas
Análise:
Não há evidências da participação da Riboflavina para a manutenção normal da pele,
embora a carência desta vitamina cause lesões na mucosa oral5.
Um dos sinais de carência em Cobre é a despigmentação da pele20
.
Não foram encontradas referências para os restantes.
Confiance®
Nota: Este suplemento está indicado para mulheres a partir dos 40 anos, antes, durante ou após
menopausa.
Composição e benefícios indicados pelo produto40
: (anexo IX)
Funções do Magnésio e Boro
Análise:
O Magnésio parece poder modular a concentração intracelular de cálcio. Além disso, o
défice de Magnésio perturba a homeostasia do cálcio e a hipocalcémia é uma manifestação comum
de carência de Magnésio, o que se deve à redução da libertação da hormona paratiroideia (PTH)26
.
Não há evidências suficientes que suportem a importância do Boro no metabolismo do
cálcio41
.
14
Utilidade do Boro
Análise:
Não há evidências suficientes que suportem a utilidade do Boro na conversão do
estrogénio41
.
Funções do Magnésio, Vitaminas E e B6
Análise:
Não foram encontradas referências sobre a ação benéfica do Magnésio e da Vitamina E no
alívio de afrontamentos.
A Vitamina B6 já foi referida anteriormente.
Utilidade deste suplemento
Nota: A indicação “retardar o envelhecimento” pode ser considerada ação profilática e não está
devidamente fundamentada.
Comentários finais:
No seguimento do grupo anterior, o Centrum® Select 50+ apresenta a maior variedade de
vitaminas e minerais, sendo, portanto, o mais indicado como suplemento. No entanto, convém
sugerir ao utente a opção por um dos específicos de género, por ter mais em conta os nutrimentos a
reforçar para determinado grupo. Contudo, no contexto de uma alimentação normal, as diferenças
de dose dos nutrimentos entre o Select 50+ e os específicos Homem/Mulher 50+ não são
suficientes para justificar uma possível discrepância de preço entre ambos. Porém, alguns utentes
procuram suplementos com ácidos gordos ómega-3, sendo, nestes casos, o Pharmaton® 50+ o mais
indicado. O Confiance® estará mais indicado para mulheres que estejam a entrar em fase de
menopausa.
Conclusão:
Embora a principal função dos suplementos passe por complementar um regime alimentar
que não seja considerado adequado e variado, a procura deste tipo de produtos por parte dos utentes
transmite a ideia de que são considerados por estes como se fossem “medicamentos” para o mal
estar ou para o cansaço, porventura devido ao marketing e à imagem que estes suplementos tentam
passar aos consumidores.
Quanto à sua composição, é de referir a presença de várias vitaminas em doses acima dos
100% da DDR. É o caso das vitaminas do complexo B que são hidrossolúveis, não sendo
armazenadas no nosso organismo. Tendo em conta que a DDR representa o valor alvo a atingir na
dieta, a suplementação com valores acima dos 100% da DDR serão, em princípio, desnecessários
15
para situações que não sejam de carência específica de uma determinada vitamina, quer seja por
muito baixa ingestão na dieta ou outra situação, como absorção diminuída ou necessidades
acrescidas.
16
Rinite alérgica, constipação e gripe
Objetivo
O presente trabalho tem como objetivo rever os principais aspetos associados à rinite
alérgica, constipação e gripe, com foco na sintomatologia e tratamento, servindo de suporte
científico para a elaboração de um folheto (anexo XIII) destinado a ser fornecido ao público da
farmácia comunitária onde realizei estágio curricular. Com este meio de divulgação de informação,
pretendo contribuir para o esclarecimento dos utentes no que a estas condições patológicas diz
respeito, as quais, dadas as semelhanças em termos clínicos, são frequentemente confundidas,
originando por vezes erros de automedicação, como tive oportunidade de constatar no decurso do
meu estágio curricular.
Rinite alérgica
Introdução:
A rinite alérgica é uma doença inflamatória da mucosa nasal, caracterizada por prurido,
espirros, rinorreia e congestão nasal. É mediada por respostas de hipersensibilidade de fase inicial e
de fase tardia a alergénios de ambiente exterior ou interior. Embora a rinite alérgica seja vista como
um mero distúrbio sazonal, é uma doença prevalente que pode acarretar uma inflamação mínima
persistente da mucosa, a qual atua em sinergia com a inflamação de origem infeciosa, agravando os
sintomas da infeção nos indivíduos com rinite alérgica quando sujeitos a infeções respiratórias
virais, como gripes e constipações42
.
Classificação e fisiopatologia:
A rinite alérgica é tradicionalmente classificada como sazonal, também conhecida como
febre dos fenos, ou perene, dependendo da sensibilização ser causada por pólenes cíclicos ou por
alergénios como ácaros, pelos de animais, baratas e bolores, respetivamente.
A inalação destes, entre outros, alergénios inicia a resposta imune alérgica. Indivíduos
atópicos têm uma predisposição genética para ficarem sensibilizados por alergénios inofensivos
através da ativação de células dendríticas e linfócitos T. As células dendríticas estão localizadas na
superfície da mucosa nasal, capturando os alergénios inalados e atuando como células
apresentadoras de antigénios ao apresentarem o péptido alergénico a linfócitos T nos nódulos
linfáticos. As células T CD4+ têm um papel fundamental na iniciação e execução da resposta
imune através da secreção de citocinas como as interleucinas 4, 5, 10 e 13. A interleucina 4 é a
principal promotora da sensibilização aos alergénios ao induzir a mudança de classe das
17
imunoglobulinas para IgE nos linfócitos B. As moléculas de IgE são libertadas na corrente
sanguínea e ligam-se a recetores de elevada afinidade na superfície de mastócitos tecidulares e
basófilos circulantes. Quando os alergénios se depositam na mucosa nasal de indivíduos
sensibilizados, ligam-se às IgE específicas na superfície dos mastócitos, levando a uma rápida
libertação de mediadores pré-formados como histamina, causando os sintomas associados à
resposta nasal inicial: espirros, rinorreia, e comichão nasal. Tanto a histamina como o fator de
necrose tumoral alfa, assim como mediadores lipídicos recém formados como o leucotrieno C4 e a
prostaglandina D2, contribuem para o influxo de células inflamatórias, como eosinófilos, linfócitos
T CD4+ e basófilos, ao estimular a expressão de moléculas de adesão nas células endoteliais. É este
influxo de células que caracteriza a fase tardia da resposta alérgica, com obstrução nasal como o
principal sintoma presente. Os linfócitos T CD4+ representam a principal fonte de interleucina 5.
Esta citocina tem um papel importante na inflamação mediada por eosinófilos que ocorre na rinite
alérgica, através da estimulação da eosinopoiese, do influxo de eosinófilos na mucosa nasal e da
promoção da sobrevivência dos eosinófilos no tecido. Assim, as IgE específicas ao alergénio e a
inflamação nasal eosinófila são as características típicas da rinite alérgica e são estas características
que a distinguem de outras formas de rinite42
.
Diagnóstico e tratamento:
A rinite é clinicamente caracterizada por um ou mais dos seguintes sintomas: comichão
nasal, espirros, obstrução ou congestão nasal, rinorreia (anterior ou posterior) e, por vezes, redução
do olfato (hiposmia). Aquando da exposição ao alergénio, os sintomas da rinite alérgica aparecem
em minutos e podem durar entre 1-2 h até melhorarem. Os sintomas nasais de fase tardia incluem
obstrução nasal, hiposmia, descarga mucosa pós nasal e hiperreatividade nasal. A conjuntivite
alérgica é caracterizada por intensa comichão ocular, hiperémia, lacrimejamento e, ocasionalmente,
edema periorbital. A conjuntivite alérgica é o sintoma que melhor distingue a rinite alérgica das
outras rinites, ocorrendo em cerca de 50-70% das pessoas com rinite alérgica e deve-se tanto ao
contacto direto do alergénio com a mucosa conjuntival como à ativação do reflexo nasal-ocular42
.
Uma abordagem terapêutica eficaz, no âmbito da rinite alérgica, não deve incidir apenas na
farmacoterapia, mas também apostar na educação do paciente quanto à progressão da doença e
benefícios do tratamento, na prevenção do contacto com o alergénio e na possibilidade de recorrer
a imunoterapia1. Em termos farmacoterapêuticos, as duas maiores classes de fármacos usados para
tratar os sintomas de rinite alérgica são os anti-histamínicos H1 e os corticosteróides intranasais,
tanto em monoterapia como em combinação, dependendo dos sintomas predominantes e da
resposta do paciente à terapia. Os anti-histamínicos de primeira geração incluem a
bromofeniramina, a clorofeniramina e a difenidramina. Embora estes fármacos aliviem os espirros
e a rinorreia num quadro de rinite alérgica, têm a particularidade de atravessar facilmente a barreira
18
hematoencefálica, de tal modo que as doses eficazes estão sempre associadas a sonolência e a
desempenho mental comprometido. No entanto, os anti-histamínicos de segunda geração, como a
acrivastina, a cetirizina, a fexofenadina, a desloratadina e a loratadina causam pouca ou nenhuma
sedação. Todos os membros desta classe demonstram eficácia na redução dos sintomas como
espirros, comichão e descarga nasal, além de também reduzirem os sintomas oculares da
conjuntivite alérgica. No entanto, os anti-histamínicos H1 não são eficazes no alívio da congestão
nasal, podendo para o efeito ser usado, em combinação, um descongestionante, como a
pseudoefedrina ou a fenilpropanolamina. É de salientar, porém, que o uso prolongado destes
descongestionantes, que são agonistas dos recetores adrenérgicos alfa-1, induz vasoconstrição, o
que está associado a rinorreia paradoxal e até a ulceração da mucosa. No tratamento intranasal, os
anti-histamínicos H1, como a azelastina e a levocabastina, são úteis na redução dos sintomas da
rinite alérgica, com um rápido início de ação e potencial para reduzir a congestão nasal. Na rinite
alérgica mais severa, a primeira linha de tratamento são os corticosteróides intranasais, como a
beclometasona, o budesonide, a flunisolide, a mometasona e a triancinolona. Os corticosteróides
atuam nos mecanismos inflamatórios, sendo particularmente eficazes na melhoria da congestão
nasal, uma das queixas mais comuns na rinite alérgica crónica, embora também sejam eficazes nos
restantes sintomas da rinite, como a rinorreia, os espirros e a comichão nasal. Para obter o maior
efeito desta classe, a terapia deve começar antes do início dos sintomas (por exemplo, antes da
época dos pólenes). O início de ação é lento e o efeito máximo só ocorre passados dias ou semanas.
Os efeitos sistémicos são mínimos, embora possa ocorrer irritação ou sangramento nasal, com
tendência a diminuir ao longo do tempo. No entanto, em casos raros, pode ocorrer perfuração do
septo nasal43
.
Outras opções são os anticolinérgicos intranasais, como o brometo de ipatrópio, embora
este só seja eficaz na rinorreia e apresente efeitos adversos ocasionais como nariz seco, epistaxe,
retenção urinária e glaucoma, e os antileucotrienos orais, como o montelucaste e o zafirlucaste
(antagonistas dos recetores dos leucotrienos), e o zileuton (inibidor da síntese de leucotrienos).
Estes são eficazes na obstrução nasal, rinorreia e nos sintomas de conjuntivite alérgica, embora não
sejam consistentemente eficazes e causem efeitos adversos ocasionais como dor de cabeça,
sintomas gastrointestinais, “rash” e síndrome de Churg-Strauss42
. A tabela 3 (anexo XII) faz um
resumo dos fármacos referidos anteriormente.
Constipação e Gripe
Introdução e diagnóstico:
As infeções virais agudas do trato respiratório superior (IVATRS) são as doenças mais
comuns dos seres humanos, com os adultos a ter duas a cinco constipações por ano e as crianças
19
em idade escolar sete a dez. Os sintomas associados a estas infeções são tão comuns que o auto-
diagnóstico de constipação ou gripe é frequente no público em geral e o diagnóstico clínico é
normalmente o único diagnóstico usado pelos médicos.
A expressão clínica deste tipo de infeção é variável e é parcialmente influenciada pela
natureza do vírus infetante, sendo sobretudo afetada pela idade, estado fisiológico e memória
imunológica do hospedeiro. Dependendo destes fatores, estas infeções podem ir de assintomáticas a
fatais, mas, na maioria dos casos, estão associadas a uma doença aguda auto-limitada.
Constipação e gripe são síndromes de sintomas semelhantes causadas por infeção viral do
trato respiratório superior. São síndromes difíceis de definir com exatidão devido à grande
variabilidade na severidade, duração e tipos de sintomas. Os rinovirus são responsáveis por 30 a
50% de todas as constipações, os coronavirus são o segundo agente mais comum, sendo
responsáveis por 10 a 15%. As gripes são causadas pelos influenzavirus (A, B e C),
Uma constipação tem sido definida como um estado de doença curta e ligeira, com
sintomas iniciais como dor de cabeça, espirros, arrepios e garganta irritada e sintomas tardios como
corrimento e obstrução nasal, tosse e mal-estar. Geralmente, a severidade dos sintomas aumenta
rapidamente, atingindo o pico em 2 a 3 dias após a infeção, com uma duração média dos sintomas
de 7 a 10 dias, mas com alguns a poder persistir até mais de 3 semanas.
A síndrome gripal está associada a um típico aparecimento repentino dos sintomas e é
caracterizada por febre, dor de cabeça, tosse, garganta irritada, mialgia, congestão nasal, fraqueza e
perda de apetite44
.
Fisiopatologia e tratamento:
Os sintomas são desencadeados em resposta à infeção viral no trato respiratório superior e
a resposta imune à infeção poderá ser o principal fator para o aparecimento de sintomas, em vez de
danos causados pelo vírus. A principal célula a monitorizar a resposta do hospedeiro à infeção é o
macrófago, que apresenta a capacidade de ativar uma resposta de fase aguda quando estimulado
com componentes de vírus ou bactérias (RNA viral e componentes da parede celular bacteriana).
Esta ativação leva à produção de citocinas, que causam o recrutamento de outras células do sistema
imunitário, desencadeiam a inflamação e produzem os sintomas sistémicos como a febre. Uma
mistura complexa de citocinas e mediadores, como a bradicinina, gera os sintomas comuns das
infeções do trato respiratório superior (como garganta irritada e congestão nasal)44
.
Como as constipações e gripes são normalmente auto-limitadas, o tratamento foca-se
sobretudo na redução dos sintomas e na minimização do risco de complicações. Para a constipação,
um ambiente quente e confortável, descanso e hidratação são frequentemente tudo o que é
necessário. Caso seja precisa uma intervenção adicional, podem ser usados para alívio temporário
dos sintomas fármacos anti-inflamatórios, analgésicos e descongestionantes nasais/orais não
20
sujeitos a receita médica. No caso da gripe, como esta é geralmente acompanhada por febre, um
antipirético, como o ácido acetilsalicílico ou o acetaminofeno, costuma ser usado em associação
com fármacos analgésicos, anti-histamínicos e anti-inflamatórios não sujeitos a receita médica. Ter
em atenção, no entanto, o uso de ácido acetilsalicílico nas crianças, uma vez que está associado ao
risco de desenvolver síndrome de Reye. A febre é um indicador clínico importante, correspondendo
a uma reação fisiológica desencadeada pelo organismo no sentido de combater a infeção e de
recuperar a homeostasia. Embora uma febre ligeira (entre 37,2 e 38,3º C) possa facilitar a
recuperação, as febres costumam ser suprimidas para conforto do doente. Para o tratamento da
infeção por vírus influenza, existem fármacos antivirais que limitam a capacidade deste de infetar
as células epiteliais do trato respiratório superior, como a amantadina e rimantadina, que diminuem
a duração da infeção por influenza A ao inibir a penetração e “uncoating” do vírus. Além destes,
existem dois fármacos mais recentes, o zanamivir e o oseltamivir, que atuam na redução da infeção
por influenza A e B ao inibir a neuraminidase, o que impede a disseminação do vírus pelas células
saudáveis. No entanto, a medicina convencional considera a vacinação como o método padrão para
a prevenção da gripe e das suas complicações. As vacinas são alteradas todos os anos para incluir
as estirpes mais prevalentes da época anterior: duas estirpes de influenzavirus A (p.e. H3N2 e
H1N1) e uma influenzavirus B, já que a vacina só é eficaz contra três estirpes específicas numa
dada época. Quando a vacina contém o mesmo antigénio hemaglutinina e/ou neuraminidase que as
estirpes que circulam na comunidade, a vacinação pode reduzir infeções até 70 a 90% em adultos
saudáveis com menos de 65 anos45
.
Conclusão
A rinite alérgica, a constipação e a gripe são três condições clínicas com vários
sintomas em comum, os quais levam frequentemente as pessoas a procurar uma farmácia com vista
a obter tratamento para o alívio dos mesmos. Dado serem patologias bastante prevalentes, sou da
opinião de que é importante contribuir para o esclarecimento dos utentes no que à sua distinção diz
respeito, tanto para aconselhar o tratamento mais adequado, como para reduzir os erros de auto-
medicação, muito frequentes nestas condições, e a procura de medicamentos por parte dos mesmos
sem terem um diagnóstico correto dos sintomas que apresentam.
21
Relatório Farmácia Comunitária
Introdução
A Farmácia Comunitária centra-se, por definição, na comunidade em que está inserida e a
qual serve, no sentido de melhorar a qualidade de vida da população. Dessa forma, pretende ir
sempre ao encontro das necessidades dos utentes, baseado numa formação constante.
O Farmacêutico constitui a ponte entre o doente e a terapêutica prescrita, na medida em que
“a sua intervenção é fulcral para sensibilizar para os perigos de práticas inadequadas e para
assegurar a eficácia e a segurança do medicamento.”47
A formação do Farmacêutico não deve
passar apenas pela componente científica, sendo de suma importância a componente humana/social
na prestação dos serviços aos utentes. A interação com os utentes deve ser personalisada e focada
naqueles, incluindo informações sobre como tomar os medicamentos, os efeitos terapêuticos e as
possíveis reações adversas, assim como eventuais interações e a melhor forma de os conservar.
Outra função do Farmacêutico passa pela promoção da saúde pública, sensibilização para a
adoção de estilos de vida saudáveis, educação, proteção e prevenção, através do diálogo, da
distribuição de folhetos e publicações, bem como a realização de campanhas de promoção de
saúde47
.
Nesse sentido, é fácil de entender a importância da realização de um estágio em contexto
de Farmácia Comunitária.
Organização da Farmácia
Localização e horário
A Farmácia Nova da Vila localiza-se na Avenida Júlio Saúl Dias, nº 32, em Vila do Conde.
Encontra-se aberta todos os dias das 8h30 até às 22h.
Os utentes habituais são, além das pessoas que habitam na área, os que acompanharam a
mudança de instalações da freguesia de Mindelo para as atuais, na cidade de Vilda do Conde. Além
destes, durante a época balnear, as pessoas que se deslocam até às praias da cidade.
Recursos humanos
Nesta farmácia trabalham, em regime de rotatividade de turnos, uma equipa de
profissionais de saúde composta pelos seguintes elementos:
22
Proprietária e Diretora Técnica:
o Dra. Isabel Pelayo
Farmacêutica Adjunta Substituta:
o Dra. Rute Barbosa
Farmacêuticos Adjuntos:
o Dr. Francisco Ribeiro
o Dra. Cristina Faria
Ajudante Técnico de Farmácia:
o Rui Neves
Auxiliar de Limpeza:
o Fernanda Pires
Instalações
Área exterior
O exterior da farmácia é sinalizado por uma cruz verde luminosa e contém inscrito o nome
da farmácia48
.
A montra da Farmácia é modificada com regularidade de acordo com a época do ano e
situações festivas. A redecoração é feita por critérios sazonais, havendo, no entanto, uma
preocupação constante com a apresentação da mesma. Geralmente, estão expostos cartazes
publicitários de produtos de dermocosmética e puericultura.
Instalações internas
A farmácia é constituída por uma área de armazenagem, instalações sanitárias, laboratório,
zona de atendimento ao público e também existe um espaço de atendimento personalizado, assim
como um pequeno escritório.
23
Área de exposição
Nesta área encontra-se uma cadeira de repouso; uma balança eletrónica para medição do
peso, índice de massa corporal e pressão arterial e folhetos informativos. Também dispõe de vários
expositores com diferentes tipos de produtos, com enfoque para produtos de dermocosmética.
Além disso, encontramos produtos de higiene íntima e preservativos; produtos para grávidas e pós-
parto, assim como para bebés e crianças; dietéticos e suplementos; produtos de higiene oral,
produtos capilares bem como produtos sazonais.
Zona de atendimento ao público
A zona do atendimento ao público é onde ocorre a receção aos utentes e a maior parte das
atividades no âmbito do aconselhamento e dispensa de medicamentos.
Esta zona é composta por um balcão de atendimento, o qual possui cinco postos de venda
equipados, cada um, com um computador com o programa Winphar e ligados a impressoras. No
balcão de atendimento é também possível encontrar um computador ligado ao sistema de
pagamento CashGuard.
Nesta área verifica-se também a existência de folhetos informativos de campanhas no
âmbito da promoção da saúde pública.
Todos os produtos expostos na zona de atendimento, à vista dos utentes, quer estejam
armazenados em prateleiras ou em expositores, são obrigatoriamente Medicamentos Não Sujeitos a
Receita Médica (MNSRM). Estes produtos encontram-se dispostos separadamente em diferentes
seções, de acordo com o tipo de produto a que correspondem.
Quanto aos Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM) que se encontrem nesta
zona, estes estão armazenados em gavetas devidamente fechadas.
Área de atendimento personalizado
A área de atendimento personalizado é onde se determinam os parâmetros bioquímicos e
fisiológicos, ao fim dos quais, o Farmacêutico comunica os resultados obtidos ao utente,
aconselhando-o de forma a promover sempre a sua saúde e bem-estar.
Este local também pode ser usado, quando requerido pelo utente, para um atendimento
mais privado.
24
Uma vez por semana, decorre neste espaço, uma consulta de nutricionismo, com uma
técnica especializada. Da mesma forma, uma vez por mês, é disponibilizado aos utentes, mediante
marcação, uma consulta de podologia.
Área de armazenamento
Diariamente nesta área é feita a gestão das encomendas necessárias à Farmácia, assim
como o armazenamento dos medicamentos.
Aqui encontra-se um balcão com um computador, ao qual está ligado um leitor ótico de
código de barras, uma impressora e um fax. Além destes, encontram-se os telefones, um armário
com documentos referentes à gestão da farmácia, dossiers relativos a fornecedores, faturas,
devoluções e outros documentos relacionados com a receção de encomendas. Por isso, todos os
produtos que cheguem à farmácia passam obrigatoriamente por esta área antes de serem
dispensados.
Neste local também se encontra o frigorífico, o qual é necessário à conservação de todos os
produtos que sejam sujeitos à refrigeração.
As zonas de armazenamento estão divididas em gavetas deslizantes e armários de
prateleiras.
As formas farmacêuticas orais sólidas encontram-se em gavetas deslizantes, por ordem
alfabética do nome comercial ou, no caso dos genéricos, por ordem alfabética da Designação
Comum Internacional (DCI). Nas gavetas deslizantes encontram-se também alguns xaropes e
soluções orais, assim como formas farmacêuticas líquidas intranasais e auriculares, de
administração retal e oftamológica. Em armários de prateleiras encontram-se produtos de
alimentação infantil; medicamentos ginecológicos; granulados; medicamentos de uso veterinário;
líquidos e semi-sólidos cutâneos (pomadas, cremes, pastas e unguentos) e os restantes xaropes e
soluções orais. Além disso, todos os medicamentos orais sólidos que não caibam nas gavetas,
encontram-se nos armários de prateleiras, com a mesma distribuição verificada nas gavetas.
Os psicotrópicos e estupefacientes estão armazenados num armário fechado, cumprindo os
requisitos legais.
Escritório
Neste local efetua-se a gestão administrativa da Farmácia, como a verificação e correção
das receitas médicas.
25
Laboratório
No laboratório são realizados os manipulados e a preparação das suspenções/soluções
orais, encontrando-se o material e as matérias-primas necessárias, assim como as farmacopeias e o
formulário galénico. É de salientar que esta Farmácia realiza poucos manipulados, apesar de estar
equipada para tal, já que não há muita procura daqueles.
Sistema informático
A Farmácia Nova da Vila está equipada com o Winphar, o qual permite realizar tarefas
essenciais à farmácia e fazer a gestão dos stocks.
Além disso, também permite gerir prazos de validade; auxiliar intervenção do
Farmacêutico com o utente através de informação sobre contraindicações e interações
medicamentosas durante uma venda; obter informações sobre os produtos, como o folheto
informativo e a situação de existência nos armazenistas, entre outras funções relacionadas com a
gestão de stock.
Gestão de stocks
Nesta farmácia efetua-se uma constante atualização informática das existências dos
medicamentos. Quando o número de existências informático não coincide com o real, isto pode
resultar em possíveis atrasos no atendimento e em encomendas desnecessárias, o que não é, de
todo, o pretendido.
Aquisição de medicamentos e produtos farmacêuticos
Existem duas formas da farmácia adquirir os seus produtos: diretamente dos laboratórios
(p.e. através dos delegados comerciais); através de armazenistas/cooperativas de distribuição.
A farmácia trabalha, principalmente, com dois distribuidores grossistas: a OCP e a
COOPROFAR, tendo a primeira maior peso na entrega do que a segunda.
26
Realização de encomendas
A farmácia faz encomendas, várias vezes por dia, de forma a repor os produtos que
atingem o stock mínimo, esgotados ou reservados por utentes.
As encomendas são realizadas sobretudo através do software Winphar.
Pontualmente, são pedidos via telefone produtos específicos para um determinado utente,
confirmando-se com o fornecedor se este tem o produto em stock e a data em que o produto
chegará à farmácia.
Receção de encomendas
A encomenda chega à farmácia em contentores devidamente identificados que são
acompanhados por uma guia de remessa/factura que é utilizada para conferir os produtos e o custo
total da encomenda.
No momento da receção, dá-se prioridade de armazenamento aos produtos que requeiram
frio, rececionando-os de imediato e colocando-os no frigorífico.
De seguida, procede-se à leitura ótica dos produtos para que estes possam dar entrada no
sistema informático. Por último, é muito importante ter atenção a diversos fatores, tais como,
margem, quantidade encomendada/recebida/faturada, prazo de validade e preço.
É também importante ter em conta o preço a que se compram os produtos e, para os
produtos que requerem etiqueta, deve-se consultar os stocks para que, caso seja necessário, se
atualizem todos os preços.
Quando psicotrópicos ou estupefacientes fazem parte da encomenda, chega juntamente
com esta uma requisição em duplicado que é emitida pelo distribuidor. Os registos de entrada e
saída são arquivados numa pasta destinada única e exclusivamente a estes medicamentos.
Os produtos esgotados ou em falta são transferidos para uma nova proposta de encomenda,
de modo a evitar uma possível rutura de stock. Por fim, e após verificação, a fatura é arquivada por
data e por fornecedor.
A receção dos produtos encomendados por telefone é geralmente acompanhada por fatura
própria, dando-se entrada à parte no sistema informático.
Quanto às encomendas efetuadas diretamente ao laboratório produtor ou detentor da
licença de comercialização, a receção destas é semelhante à dos restantes produtos, em que o
operador verifica se as quantidades enviadas correspondem à nota de encomenda previamente
realizada e, de seguida, os respetivos prazos de validade e o preço dos produtos.
27
Devoluções
Com o controlo dos prazos de validade torna-se mais fácil fazer a recolha dos produtos
com prazo de validade mais curto e proceder à devolução destes aos fornecedores. Esta devolução
deve-se fazer acompanhar de uma nota de devolução na qual se deve preencher o motivo de
devolução e referir qual o documento de origem.
Exitem outras situações de devolução para além desta, como: embalagem danificada,
produtos que não correspondam ao encomendado, produtos retirados do mercado, entre outros.
Para a regularização da devolução dos produtos o armazenista deve emitir uma nota de
crédito ou enviar novos produtos que substituam os em questão.
Armazenamento
Depois de rececionados, todos os produtos que dão entrada no stock da farmácia devem ser
devidamente armazenados. É essencial uma boa gestão do espaço físico da farmácia para facilitar
aos Profissionais de Farmácia o processo de dispensa de medicação aos utentes, além de reduzir o
tempo de espera destes.
Quanto ao armazenamento, a primeira regra a seguir é a First Expired, First Out (FEFO).
Esta regra permite escoar do stock os produtos com prazo de validade mais curto.
Prazos de Validade
O prazo de validade é atualizado mensalmente, através de uma listagem dos produtos com
a validade a expirar nos próximos três meses.
Os produtos que apresentam prazo de validade no referido período são recolhidos e
armazenados à parte, até serem devolvidos ao laboratório ou armazenista, devolução essa que
ocorre até ao final do mês em questão.
Dispensa de medicamentos
A dispensa dos medicamentos é uma das funções mais valorizadas pelos utentes da
farmácia, pois estes sentem cada vez mais a necessidade de estar bem informados no que diz
respeito à sua saúde. Por isso, os Profissionais de Farmácia devem aproveitar esta oportunidade de
comunicação com os utentes para promover os cuidados de saúde, a adesão à terapêutica e alertar
para os perigos dos erros de medicação.
28
Os medicamentos podem ser classificados em Medicamentos Sujeitos a Receita Médica
(MSRM) e Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM).
Receita Médica
A receita médica é o meio utilizado para a comunicação entre o médico, o Farmacêutico e
o utente. Assim, aquando da validação da mesma, existem parâmetros fundamentais a serem
respeitados.
A receita médica é o documento através do qual são prescritos por um médico um ou mais
medicamentos determinados49
.
As receitas médicas, quanto à validade, podem ser:
Receita médica com um prazo de validade de 30 dias.
Receita médica com um prazo de validade de 6 meses. Estas destinam-se a determinadas
doenças e a tratamentos prolongados, sendo fornecidas ao utente três vias.
Antes da dispensa deve-se ter em atenção:
Modelo de receita (Governo de Portugal/ Ministério da Saúde);
Identificação do utente e entidade responsável pela comparticipação;
Identificação do médico prescritor;
Vinheta ou carimbo do local de prescrição, sempre que aplicável
Identificação dos medicamentos prescritos: por DCI e/ou nome comercial, dosagem, forma
farmacêutica, posologia, tamanho e número de embalagens;
Data de prescrição: permite conferir o prazo de validade da receita;
Ausência de rasuras;
Número da receita e respetivo código de barras:
Durante a dispensa, o Farmacêutico deve manter o diálogo com o utente para tentar perceber a
quem se destina a medicação, se é a primeira vez que vai fazer a terapêutica prescrita e analisar
aspectos terapêuticos como: efeitos adversos, contra-indicações e precauções especiais que o utente
deve ter. As interacções medicamentosas são frequentes em doentes polimedicados, sobretudo se
tomarem medicação prescrita por vários médicos diferentes, pelo que se deve ter um cuidado
especial no momento da dispensa.
Além disto, a posologia de cada medicamento deve ser cuidadosamente explicada ao utente, de
forma verbal e escrita para que este atinja os objectivos terapêuticos.
29
Após a dispensa, o Farmacêutico deve confirmar:
Preços;
A comparticipação quando aplicável;
Valor a pagar pelo utente;
Talão ou documento para IRS.
Após a impressão, no verso da receita, além de toda a informação relativa à medicação
dispensada, o utente deve assinar a mesma, confirmando tudo o que foi anteriormente referido.
É importante garantir que nenhum utente saia da farmácia mal esclarecido pois isso poderia
comprometer a adesão à terapêutica.
Medicamentos Sujeitos a Receita Médica
Os MSRM são aqueles que só podem ser dispensados na farmácia, Hospitais ou outras
Instituições de Saúde mediante apresentação da respetiva receita. Estão sujeitos a receita médica os
medicamentos que preencham uma das seguintes condições:
Possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo
quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica;
Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam utilizados com
frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a que se destinam;
Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja actividade ou
reacções adversas seja indispensável aprofundar;
Destinem-se a ser administrados por via parentérica49
.
Os MSRM podem ainda classificar-se como:
Medicamentos sujeitos a receita médica renovável;
o São os que se destinem a determinadas doenças ou a tratamentos prolongados, e
possam, no respeito pela segurança da sua utilização, ser adquiridos mais de uma
vez, sem necessidade de uma nova prescrição médica.
Medicamentos de receita médica especial;
o Que contenham como substância ativa uma classificada como Estupefacientes ou
Psicotrópicos, tendo estes legislação específica;
30
o Que possam dar origem a riscos importantes de abuso medicamentoso, criar
toxicodependência ou ser utilizados para fins ilegais.
Medicamentos de receita médica restrita, de utilização reservada a certos meios
especializados;
o Uso exclusivo hospitalar;
o a patologias cujo diagnóstico seja efetuado apenas em meio hospitalar;
o A doentes em tratamento ambulatório, mas a sua utilização ser suscetível de
causar efeitos adversos muito graves49
.
Tipo de vendas
Quanto ao tipo de venda, os medicamentos podem ser dispensados, através de venda
normal, venda suspensa, venda a crédito e venda suspensa a crédito.
Uma venda completa é paga no ato da venda e pode fazer-se com ou sem receita. As
vendas suspensas são efetuadas quando na farmácia não existem todos os medicamentos para
completar a receita. A venda a crédito tem a sua exclusividade para os clientes habituais da
farmácia, onde são dispensados medicamentos com ou sem receita, sem que o doente pague de
imediato.
No ato da venda são registados os produtos dispensados com um leitor ótico ou por
introdução manual do código nacional do produto (CNP). Tem-se ainda que introduzir a entidade e
regime de comparticipação que o utente tem direito, bem como os dados para documento fiscal.
Assim que é terminada a venda, no verso da receita médica são impressas diversas informações
como identificação do medicamento dispensado, preço total de cada medicamento (encargo do
utente por medicamento e valor total da receita), a data da dispensa, assinatura do responsável e
carimbo da farmácia. Após a receita ser impressa, são emitidas faturas ou faturas/recibos, conforme
o caso (crédito ou não), correspondentes à venda efetuada. A receita deve ser sempre assinada pela
pessoa responsável pelo levantamento, como prova do serviço que lhe foi prestado.
Dispensa de Medicamentos Psicotrópicos ou Estupefacientes
Quando se procede à dispensa de medicamentos Psicotrópicos ou Estupefacientes, o
sistema informático reconhece automaticamente que o medicamento em questão enquadra-se neste
grupo e não permite que a venda termine sem que sejam preenchidos determinados campos. Assim,
é necessário que se preencha o nome, identificação e morada do utente que levanta a medicação
(onde se deve confirmar que é maior de 18 anos), mediante apresentação de documento
31
identificativo com fotografia, geralmente cartão de cidadão, assim como o nome, identificação e
morada do utente a quem se destina a referida medicação.
Medicamentos de Uso Veterinário
Os medicamentos de uso veterinário mais vendidos eram MNSRM, como desparasitantes
externos. Sempre que um utente quisesse comprar um medicamento prescrito numa receita
veterinária, essa receita tinha que ficar na farmácia, podendo o utente ficar com uma cópia, caso
precisasse.
Automedicação
A automedicação é atualmente a prática mais comum levada a cabo por pessoas que se
encontram perante um problema de saúde ligeiro. A consciencialização do utente, no que diz
respeito à toma por iniciativa própria de um medicamento é fundamental, pois poderá colocar em
risco a sua saúde ou dissimular um problema de saúde ainda maior, que com o alívio dos sintomas
não permite um diagnóstico médico em tempo útil.
Quando o Farmacêutico participa na decisão do utente, não se trata de automedicação mas
sim de aconselhamento Farmacêutico. Neste caso, há uma escolha de terapêutica mais orientada
para o problema, tendo em conta o perfil farmacológico do medicamento, o qual o Farmacêutico
domina, e o utente. Quando se trata de um problema mais complicado, o Farmacêutico deverá
encaminhar o doente para o médico50
.
Testes Bioquímicos e Fisiológicos
Mais do que definir parâmetros bioquímicos ou fisiológicos do utente, é importante
explicar-lhe o significado destes e fornecer-lhe o aconselhamento necessário para o controlo ou
redução desses valores, caso estejam descontrolados ou elevados.
Após as determinações dos valores, o Farmacêutico deve ser capaz de explicar se os
valores estão dentro dos valores tabelados.
É frequente os utentes chegarem à farmácia com valores fora dos intervalos recomendados.
Quando isto acontece, deve-se incutir no utente a responsabilidade do controlo da sua saúde, que
muitas vezes já tinha sido indicado pelo médico. O Farmacêutico deve então mostrar-se disponível
para, juntamente com o utente, traçar objectivos reais.
32
Na Farmácia Nova da Vila são realizados testes para medir os níveis de glicemia,
colesterol, triglicerídeos, medição da pressão arterial, peso e índice de massa corporal.
VALORMED
A VALORMED, Sistema Integrado de Recolha de Embalagens e Medicamentos fora de
uso, resulta da associação de distribuidores, da Associação Nacional de Farmácias (ANF) e das
farmácias com a indústria farmacêutica no sentido de gerir os resíduos de medicamentos e
embalagens fora de uso que resultam do circuito do medicamento, que são entregues nas farmácias
por parte dos utentes.
Compete a toda a população a responsabilidade de atribuir o fim mais seguro a todos os
resíduos medicamentosos que possuam, sendo esta ação uma vantagem tanto para a saúde pública
como para o ambiente.
Assim, existe na farmácia um contentor no qual são depositados todos os produtos
entregues na mesma e que é posteriormente identificado para ser recolhido pelos fornecedores para
posterior destruição.
Faturação
O processo de faturação começa no ato do atendimento, quando se imprime no verso da
receita os códigos dos medicamentos com a sua respetiva comparticipação, dependendo do
organismo. O valor que o utente irá pagar é especificado, assim como o valor comparticipado por
cada medicamento, sendo no final emitido o documento de faturação (editado no verso da receita e
na fatura/recibo).
Durante todo o mês vai-se procedendo à separação e organização das receitas médicas por
lotes em função do regime de comparticipação a que pertencem. Estas são sujeitas a um processo
de conferência, de forma a garantir vários aspetos como:
a presença de número de utente ou número de beneficiário;
vinheta e assinatura do Médico;
vinheta do Serviço de Saúde (sempre que a receita não corresponda a uma consulta
particular);
confronto entre a validade da receita e a data de dispensa dos medicamentos ao
utente;
33
concordância entre o medicamento dispensado e o prescrito ou entre o Código
Nacional para a Prescrição Eletrónica de Medicamentos (CNPEM) do dispensado e
o CNPEM prescrito;
preço do medicamento com e sem comparticipação;
assinatura do utente;
carimbo da farmácia e assinatura do profissional de farmácia.
Por fim, é emitido um “Verbete de identificação do lote” para cada lote de 30 receitas de
cada organismo, que é assinado, carimbado e verificado novamente pelo Farmacêutico. Estes
contêm a identificação da farmácia e respetivo código de inscrição na ANF, mês e ano de emissão,
identificação do organismo, número do lote, quantidade de receitas e etiquetas e o valor monetário
total do lote correspondente ao P.V.P., à comparticipação pelo estado e à importância paga pelo
utente.
A ANF paga à farmácia e a entidade comparticipadora pagará posteriormente à ANF. As
entidades competentes fazem a sua própria conferência das receitas e, caso se constatem
incorreções, as comparticipações não são efetuadas, sendo as receitas devolvidas à farmácia,
indicando as razões da devolução e os valores corrigidos.
34
Considerações finais
Ao longo deste estágio fui confrontado com várias situações com as quais tive que lidar de
forma cuidada, buscando sempre informação da minha orientadora ou dos outros profissionais da
farmácia.
As primeiras tarefas que realizei consistiram na verificação dos prazos de validade, tendo
sido útil para tomar conhecimento dos locais habituais de armazenamento dos diferentes produtos.
Posteriormente, dediquei-me à criação de fichas de cartão de cliente da farmácia, que traz
benefícios para os utentes fidelizados, na medida em que lhes permite obter descontos artigos de
venda livre (IVA 23%). Mais tarde, participei na receção e armazenamento das encomendas, dando
entrada informaticamente e guardando os medicamentos no respetivo lugar (gaveta deslizante ou
armário de prateleira).
A partir do momento em que comecei a atender os utentes ao balcão, fui-me apercebendo
da complexidade e responsabilidade do cargo desempenhado pelo Farmacêutico, uma vez que tinha
que conciliar um bom atendimento com todas as outras tarefas inerentes à rotina da Farmácia.
O meu contato com o público foi uma experiência enriquecedora e estimulante, já que me
permitiu desenvolver as minhas competências sociais e humanas em prol dos utentes, qualidade
que não se adquire durante a componente teórica do MICF, enfatizando o valor do estágio
curricular.
Para além do atendimento ao balcão, efetuei igualmente medições bioquímicas e
fisiológicas no âmbito do controlo de doenças crónicas, tais como, hipertensão arterial, obesidade
diabetes e dislipidémias. Neste contexto, acompanhei alguns utentes durante a medição da tensão
arterial e do peso, comentando e aconselhando os resultados obtidos, no sentido de uma melhoria
destas condições crónicas do utente. De igual modo, realizei análises bioquímicas com tiras de teste
e aparelho de medição, desde a punção capilar até à análise e comentário dos resultados,
incentivando o utente a atingir os valores ideais.
Participei também na verificação de receitas médicas para a criação de lotes de receitas; fiz
encomendas e marcações de reuniões com delegados de informação médica por via telefónica,
assim como respondi a dúvidas de utentes; preparei alguns produtos na área de exposição, entre
outras tarefas necessárias para o normal funcionamento da farmácia.
35
Referências
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2. Decreto-Lei n.º 54/2010, de 28 de Maio. “D. R. – 1.ª série” 104 (28-05-2010) 1842;
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36
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Homem 50+. Acessível em:
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Requirements. Washington, DC: The National Academies Press; 224-233;
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Requirements. Washington, DC: The National Academies Press; 188-195;
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Mulher 50+. Acessível em:
http://centrumvitaminas.com.pt/produtos/centrum-mulher-50/beneficios/ [acedido em
06/2014];
35. University of Maryland Medical Center: Ehrlich, S.D. (2011), Calcium. Acessível em:
http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/calcium [acedido em 07/2014];
36. Boehringer Ingelheim: Pharmaton® 50+. Acessível em:
http://www.pharmaton.pt/produto/para_adultos/pharmaton_50.html [acedido em 06/2014];
37. University of Maryland Medical Center: Ehrlich, S.D. (2012), Eicosapentaenoic Acid
(EPA). Acessível em: http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/eicosapentaenoic-
acid-epa [acedido em 07/2014];
37
38. University of Maryland Medical Center: Ehrlich, S.D. (2012), Docosahexaenoic Acid
(DHA). Acessível em:
http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/docosahexaenoic-acid-dha [acedido em
07/2014];
39. Bradury, J. (2011). Docosahexaenoic Acid (DHA): An Ancient Nutriente for the Moder
Human Brain. Nutrients; 3: 529-554;
40. KTB: Confiance®. Acessível em: http://www.ktb.pt/pt/produtos/suplemento-
alimentar/Confiance [acedido em 06/2014]
41. WebMD: Boron, Natural Medicines Comprehensive Database. Acessível em:
http://www.webmd.com/vitamins-supplements/ingredientmono-894-
BORON.aspx?activeIngredientId=894 [acedido em 07/2014];
42. Greiner, A.N., et al. (2011). Allergic rhinitis. Lancet; 378: 2112-22;
43. Suleimani, Y.M., Walker, M.J. (2007). Allergic rhinitis and its pharmacology.
Pharmacology & Therapeutics; 114: 233-260;
44. Eccles, R. (2005). Understanding the symptoms of the common cold and influenza. Lancet
Infect Dis; 5: 718-725;
45. Roxas, M., Jurenka, J. (2007). Colds and Influenza: A Review of Diagnosis and
Conventional, Botanical, and Nutriotional Considerations. Alternative Medicine Review;
12: 25-48;
46. Sur, D.K., Scandale, S. (2010). Treatment of Allergic Rhinitis. Americam Family
Physician; 81 (12): 1440-6;
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http://www.ordemfarmaceuticos.pt/scid//ofWebInst_09/defaultCategoryViewOne.asp?cate
goryId=1909 [Acedido em 30/07/2014];
48. Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto;
49. Decreto-Lei n.º 128/2013, de 5 de setembro; “D. R. – I Série” 171 (05-09-2013) 5524
50. Infarmed: Automedicação. Acessível em:
http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/PUBLICACOES/TEMATICOS/S
AIBA_MAIS_SOBRE/SAIBA_MAIS_ARQUIVO/29_Automedica%E7%E3o.pdf
[Acedido em 30/07/2014].
38
Anexos
Anexo I
Vitamina Unidade DDR
Vitamina A µg 800
Vitamina D µg 5
Vitamina E mg 12
Vitamina K µg 75
Vitamina C mg 80
Tiamina mg 1,1
Riboflavina mg 1,4
Niacina mg 16
Vitamina B6 mg 1,4
Ácido fólico µg 200
Vitamina B12 µg 2,5
Biotina µg 50
Ácido pantoténico mg 6
Mineral Unidade DDR
Potássio mg 2000
Cloreto mg 800
Cálcio mg 800
Fósforo mg 700
Magnésio mg 375
Ferro mg 14
Zinco mg 10
Cobre mg 1
Manganês mg 2
Fluoreto mg 3,5
Selénio µg 55
Crómio µg 40
Molibdénio µg 50
Iodo µg 150
Tabelas 1 e 2: Vitaminas e Minerais que podem ser declarados e respetiva Dose Diária Recomendada (DDR).
Tabela 1. Vitaminas Tabela 2. Minerais
39
Anexo II
Centrum®
Ingredientes Dose Diária %DDR
Vitamina A 800 µg 100
Vitamina D 5 µg 100
Vitamina E 15 mg 125
Vitamina K 30 µg 40
Vitamina C 100 mg 125
Tiamina 1,4 mg 127
Riboflavina 1,75 mg 125
Vitamina B6 2 mg 143
Vitamina B12 2,5 µg 100
Ácido Fólico 200 µg 100
Biotina 62,5 µg 125
Niacina 20 mg 125
Ácido Pantoténico 7,5 mg 125
Cálcio 162 mg 20
Fósforo 125 mg 18
Magnésio 100 mg 27
Ferro 5 mg 36
Iodo 100 µg 67
Cobre 500 µg 50
Manganésio 2 mg 100
Crómio 40 µg 100
Molibdénio 50 µg 100
Selénio 30 µg 55
Zinco 5 mg 50
Luteína 500 µg -
Contém Tiamina, Riboflavina, Vitamina B6, Vitamina B12, Niacina, Biotina, Ácido
Pantoténico e Ferro, que ajudam o normal metabolismo produtor de energia. O ferro contribui para
o transporte normal do oxigénio no organismo.
Centrum contém Vitamina C, Selénio e Zinco que contribuem para o normal funcionamento do
sistema imunitário.
40
Contém Vitamina A e Biotina que contribuem para a manutenção da pele normal. A Vitamina
C contribui para a normal formação de colagénio para o funcionamento normal da pele.
Com Vitaminas C, E e Selénio, que contribuem para a proteção das células contra as oxidações
indesejáveis.
Anexo III
Pharmaton®
Ingrediente Dose Diária % DDR
Cálcio 120 mg 15
Lecitina de soja 100 mg -
Vitamina C 60 mg 75
Extrato G115(R)
de Panax Ginseng 40 mg -
Vitamina E 17 mg 141
Niacina 16 mg 100
Ferro 10,5 mg 75
Manganês 2 mg 100
Vitamina B6 1,7 mg 121
Zinco 1,5 mg 15
Riboflavina 1,4 mg 100
Tiamina 1,3 mg 118
Cobre 1 mg 100
Vitamina A 800 µg 100
Ácido fólico 200 µg 100
Selénio 55 µg 100
Biotina 50 µg 100
Vitamina D 5 µg 100
Vitamina B12 2,5 µg 100
O Ginseng G115(R) otimiza o uso de energia por parte do corpo reduzindo, dessa forma, a
fadiga diária – principalmente como consequência da capacidade de utilização de oxigénio.
Apresenta igualmente efeitos na melhoria do estado de espírito e qualidade de vida. Também
contém Tiamina, Riboflavina, Niacina, Biotina, Vitaminas B6 e B12, Cobre e Manganês que
41
contribuem para o normal metabolismo produtor de energia; Riboflavina, Niacina, Folato,
Vitaminas B6 e B12 que contribuem para a redução do cansaço e da fadiga.
O Ginseng G115(R) atua sobre o sistema nervoso central e ajuda a minimizar o stress e a
tensão física e mental. Adicionalmente a Tiamina, Riboflavina, Niacina, Vitaminas B6 e B12, a
Biotina e o Cobre contribuem para o normal funcionamento do sistema nervoso; a Tiamina,
Niacina, Vitaminas B6 e B12, o Folato e a Biotina contribuem para uma normal função
psicológica.
O Ginseng G115(R) fortalece o sistema imunitário, incluindo em situações de convalescença.
As Vitaminas A, D, B6 e B12, o Folato, o Selénio e o Cobre contribuem para o normal
funcionamento do sistema imunitário.
Anexo IV
Magnesium-OK
Ingredientes Dose Diária %DDR
Magnésio 145 mg 39
Zinco 8 mg 80
Manganês 2 mg 100
Cobre 1 mg 100
Selénio 25 µg 45
Crómio 25 µg 63
Tiamina 5 mg 455
Riboflavina 5 mg 357
Vitamina B6 50 mg 3571
Vitamina C 30 mg 38
Vitamina D 2,5 µg 50
Vitamina E 10 mg 83
O Magnésio contribui para o normal funcionamento muscular e do sistema nervoso, bem como
para uma normal função psicológica. Além disso, também contribui para o normal metabolismo
produtor de energia, redução do cansaço e da fadiga e para o processo de divisão celular.
O Zinco, o Manganês, o Cobre, o Selénio, a Riboflavina, a Vitamina C e a Vitamina E
contribuem para a proteção das células contra as oxidações indesejáveis.
O Zinco e a Riboflavina contribuem para a manutenção de uma visão normal.
42
Anexo V
Centrum Select 50+
Ingredientes Dose Diária %DDR
Vitamina A 800 µg 100
Vitamina D 5 µg 100
Vitamina E 18 mg 150
Vitamina K 30 µg 40
Vitamina C 120 mg 150
Tiamina 1,65 mg 150
Riboflavina 2,1 mg 150
Vitamina B6 2,1 mg 150
Vitamina B12 3 µg 120
Ácido Fólico 300 µg 150
Biotina 75 µg 150
Niacina 24 mg 150
Ácido Pantoténico 9 mg 150
Cálcio 162 mg 20
Fósforo 125mg 18
Magnésio 100 mg 27
Ferro 2,1 mg 15
Iodo 100 µg 67
Cobre 500 µg 50
Manganésio 2 mg 100
Crómio 40 µg 100
Molibdénio 50 µg 100
Selénio 30 µg 55
Zinco 5 µg 50
Luteína 1 mg -
Contém Tiamina, Riboflavina, Vitamina B6, Vitamina B12, Niacina, Biotina, Ácido
Pantoténico que ajudam o normal metabolismo produtor de energia.
Contém Vitamina C, Selénio e Zinco que contribuem para o normal funcionamento do sistema
imunitário.
Contém Vitamina A que contribui para a manutenção de uma visão normal.
43
Contém Vitaminas D e K que contribuem para a manutenção de ossos normais. A vitamina D
contribui para níveis normais de Cálcio no sangue.
Anexo VI
Centrum Homen 50+
Ingredientes Dose Diária %DDR
Vitamina A 800 µg 100
Vitamina E 18 mg 150
Vitamina C 120 mg 150
Vitamina K 30 µg 40
Tiamina 1,65 mg 150
Riboflavina 2,1 mg 150
Vitamina B6 2,1 mg 150
Vitamina B12 7,5 µg 300
Vitamina D 10 µg 200
Biotina 75 µg 150
Ácido Fólico 300 µg 150
Niacina 24 mg 150
Ácido Pantoténico 9 mg 150
Cálcio 200 mg 25
Fósforo 105 mg 15
Magnésio 135 mg 36
Ferro 2,1 mg 15
Iodo 100 µg 67
Cobre 500 µg 50
Manganésio 2 mg 100
Crómio 40 µg 100
Molibdénio 50 µg 100
Selénio 30 µg 55
Zinco 5 mg 50
Contém Tiamina, Riboflavina, Vitamina B6, Vitamina B12, Niacina, Biotina, Ácido
Pantoténico que ajudam o normal metabolismo produtor de energia.
44
Com Vitamina C, Selénio e Zinco que contribuem para o normal funcionamento do sistema
imunitário.
Com um maior teor de Cálcio, Magnésio, Vitamina D e Vitamina B12 que ajudam a satisfazer
as necessidades nutricionais específicas dos homens com mais de 50 anos.
Com vitamina A que contribui para a manutenção de uma visão normal.
Com Ácido Pantoténico que contribui para um desempenho mental normal. Contém Zinco e
Ferro que contribuem para uma normal função cognitiva.
45
Anexo VII
Centrum Mulher 50+
Ingredientes Dose Diária %DDR
Vitamina A 800 ug 100
Vitamina E 16 mg 133
Vitamina C 120 mg 150
Vitamina K 30 ug 40
Tiamina 1,5 mg 136
Riboflavina 1,8 mg 129
Vitamina B6 2,1 mg 150
Vitamina B12 7,5 ug 300
Vitamina D 10 ug 200
Biotina 75 ug 150
Ácido Fólico 300 ug 150
Niacina 20 mg 125
Ácido Pantoténico 9 mg 150
Cálcio 320 mg 40
Fósforo 105 mg 15
Magnésio 112,5 mg 30
Ferro 4,2 mg 30
Iodo 100 ug 67
Cobre 500 ug 50
Manganésio 2 mg 100
Crómio 40 ug 100
Molibdénio 50 ug 100
Selénio 30 ug 55
Zinco 5 mg 50
Com um maior teor de Cálcio, Magnésio, Vitamina D e Vitamina B12 que ajudam a satisfazer
as necessidades nutricionais específicas das mulheres com mais de 50 anos.
Contém Tiamina, Riboflavina, Vitamina B6, Vitamina B12, Niacina, Biotina, Ácido
Pantoténico, que ajudam o normal metabolismo produtor de energia.
Com Vitamina C, Selénio e Zinco que contribuem para o normal funcionamento do sistema
imunitário.
46
Com um maior teor de Cálcio e Vitamina D para fazer face às alterações nutricionais pós-
menopausa.
O Cálcio é necessário para a manutenção de ossos normais. A Vitamina D contribui para níveis
normais de Cálcio no sangue.
Anexo VIII
Pharmaton 50+
Ingrediente Dose Diária %DDR
Ácidos gordos
Ómega-3 0,25 g -
dos quais DHA 45 mg -
dos quais EPA 67,5 mg -
Vitamina C 90 mg 112
Vitamina E 10 mg 83
Ferro 5 mg 36
Zinco 5 mg 50
Vitamina B6 2 mg 142
Riboflavina 1,6 mg 114
Tiamina 1,4 mg 127
Cobre 500 µg 50
Ácido fólico 200 µg 100
Vitamina B12 200 µg 100
Selénio 50 µg 91
Vitamina D 5 µg 100
A Tiamina, o Ácido eucosapentanóico (EPA) e o Ácido docosahexanóico (DHA) contribuem
para o normal funcionamento do coração. A vitamina C participa na normal formação de colagénio
para funcionamento normal dos vasos sanguíneos. O folato e as vitaminas B6 e B12 têm um papel
no normal metabolismo da homocisteína.
O Cobre, Folato, Ferro, Selénio, Zinco e Vitaminas B6 e B12, C e D contribuem para o normal
funcionamento do sistema imunitário. O Cobre, Riboflavina, Selénio, Zinco e Vitaminas C e E
ajudam na proteção das células contras as oxidações indesejáveis.
O Ferro e o Zinco contribuem para a normal função cognitiva. O Cobre, Tiamina, Riboflavina
e Vitaminas B6, B12 e C ajudam no normal funcionamento do sistema nervoso. O DHA tem um
47
papel na manutenção de uma normal função cerebral. O Folato, Tiamina, Vitaminas B6, B12 e C
participam na normal função psicológica.
O Ferro, Folato, Riboflavina e Vitaminas B12 e B6, contribuem para a redução do cansaço e da
fadiga. O Cobre, Ferro, Riboflavina, Tiamina, Vitaminas B6, B12 e C ajudam no normal
metabolismo produtor de energia.
DHA, Riboflavina e Zinco contribuem para a manutenção de uma visão normal.
A Vitamina D e Zinco contribuem para a manutenção de ossos normais. A Vitamina C tem um
papel na normal formação de colagénio para funcionamento normal dos ossos e cartilagens.
O Zinco e o Selénio contribuem para a manutenção de unhas e cabelo normal. O Zinco e
Riboflavina participam na manutenção de uma pele normal. O Cobre tem um papel na normal
pigmentação da pele e cabelo.
Anexo IX
O Magnésio e o Boro desempenham ambos um papel importante no metabolismo do Cálcio,
enquanto que o Magnésio é essencial para a condução nervosa e para a produção de energia.
O Boro já demonstrou a sua utilidade na conversão do estrogénio para a sua forma ativa.
O Magnésio e a Vitamina E podem ajudar no alívio de afrontamentos, enquanto que a
Vitamina B6 é importante para o equilíbrio metabólico e hormonal.
Confiance
Ingredientes Dose Diária %DDR
Vitamina E 10 mg 83
Tiamina 1,4 mg 127
Riboflavina 1,3 mg 93
Niacina 18 mg 113
Vitamina B6 1,6 mg 114
Ácido pantoténico 6 mg 100
Magnésio 175 mg 47
Manganês 2 mg 100
Boro 1 mg -
Selénio 50 µg 91
Crómio 25 µg 63
48
Este suplemento deve ser tomado para ajudar na prevenção da osteoporose, ajudar na
diminuição dos afrontamentos, retardar o envelhecimento, melhorar a condição psíquica e física,
ajudar na diminuição de dores musculares e cãibras.
Anexo X
Centrum Homen
Ingredientes Dose Diária %DDR
Vitamina A 800 µg 100
Vitamina E 18 mg 150
Vitamina C 120 mg 150
Vitamina K 30 µg 40
Tiamina 1,6 mg 145
Riboflavina 2,1 mg 150
Vitamina B6 3 µg 150
Vitamina B12 6,25 µg 120
Vitamina D 5 µg 100
Biotina 62,5 µg 125
Ácido Fólico 200 µg 100
Niacina 20 mg 125
Ácido Pantoténico 7,5 mg 125
Cálcio 200 mg 25
Fósforo 105 mg 15
Magnésio 120 mg 32
Ferro 3,75 mg 27
Iodo 100 µg 67
Cobre 500 µg 50
Manganésio 2 mg 100
Crómio 40 µg 100
Molibdénio 50 µg 100
Selénio 30 µg 55
Zinco 5 mg 50
49
Com um maior teor de minerais (como o Magnésio) e vitaminas (como a Tiamina, Riboflavina,
Vitamina B6 e Vitamina B12) que ajudam a satisfazer as necessidades nutricionais específicas dos
homens.
Contém Tiamina, Riboflavina, Vitamina B6, Vitamina B12, Niacina, Biotina, Ácido
Pantoténico e Ferro, que ajudam o normal metabolismo produtor de energia. O Ferro contribui para
o transporte normal de oxigénio no organismo.
Contém Vitamina C, Selénio e Zinco que contribuem para o normal funcionamento do sistema
imunitário.
O Magnésio e o Cálcio contribuem para o normal funcionamento muscular.
Contém Tiamina que contribui para o normal funcionamento do coração.
50
Anexo XI
Centrum Mulher
Ingredientes Dose Diária %DDR
Vitamina A 667 µg 83
Vitamina E 16 mg 133
Vitamina C 120 mg 150
Vitamina K 24,5 µg 33
Tiamina 1,32 mg 120
Riboflavina 2,1 mg 150
Vitamina B6 1,75 mg 125
Vitamina B12 3 µg 120
Vitamina D 5 µg 100
Biotina 62,5 µg 125
Ácido Fólico 300 µg 150
Niacina 16 mg 100
Ácido Pantoténico 7,5 mg 125
Cálcio 320 mg 40
Fósforo 105 mg 15
Magnésio 100 mg 27
Ferro 5 mg 36
Iodo 100 µg 67
Cobre 500 µg 50
Manganésio 2 mg 100
Crómio 40 µg 100
Molibdénio 50 µg 100
Selénio 30 µg 55
Zinco 5 mg 50
Com um maior teor de Ácido fólico e Cálcio que ajudam a satisfazer as necessidades
nutricionais das mulheres.
Contém Tiamina, Riboflavina, Vitamina B6, Vitamina B12, Niacina, Biotina, Ácido
Pantoténico e Ferro, que ajudam o normal metabolismo produtor de energia. O Ácido Fólico
contribui para a redução do cansaço e fadiga.
51
Contém Vitamina C, Selénio e Zinco que contribuem para o normal funcionamento do sistema
imunitário.
Com Biotina e Zinco que contribuem para a manutenção da pele e do cabelo em condições
normais. O Selénio e o Zinco contribuem para a manutenção de unhas normais.
O cálcio é necessário para a manutenção de ossos normais. A Vitamina D contribui para níveis
normais de Cálcio no sangue.
Anexo XII
Tabela 1. Tratamento da rinite alérgica46
Tipo de tratamento Sintomas oculares
Comichão nasofaringeal
Espirros Rinorreia
Corticosteróides intranasais
Anti-histamínicos orais
Descongestionantes
Anticolinérgicos intranasais
Antagonistas do recetor de leucotrienos
Tratamento farmacológico da rinite alérgica por ordem de preferência. Adaptado de referência 46.
52
Anexo XIII
53
i
i
Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
Relatório de Estágio Profissionalizante
Centro Hospitalar Póvoa de Varzim - Vila do Conde
Janeiro de 2014 a Março de 2014
António José Braga da Silva Lemos
___________________________________
Orientador : Dra. Olinda Melo
___________________________________
Responsável Serviços Farmacêuticos: Dra. Rosa Armandina Pontes
______________________________
Julho de 2014
ii
Declaração de Integridade
Eu, António José Braga da Silva Lemos , abaixo assinado, nº 200804413, aluno do
Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do
Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste documento.
Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por
omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que
todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas
ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.
Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de __________________ de ______
Assinatura: ______________________________________
iii
Agradecimentos
Gostaria de começar por agradecer a Dr.ª Rosa Armandina Pontes, Responsável pelos
Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim – Vila do Conde, a oportunidade de
realização do Estágio Hospitalar, assim como a disponibilidade, compreensão e atenção
demonstrada.
Agradeço especialmente a Dr.ª Olinda Melo, que foi minha orientadora neste estágio, a
supervisão e orientação, os conhecimentos transmitidos, a compreensão, disponibilidade e
profissionalismo, bem como o apoio que me deu e dedicação que demonstrou para a realização
deste relatório. Gostaria também de agradecer à Dr.ª Irene Coelho, pela coorientação do meu
estágio, a disponibilidade e os conhecimentos transmitidos.
Deixo também um agradecimento às Técnicas de Diagnóstico e Terapêutica, Elisa Costa,
Gabriela Ribeiro, Nélia Martins e Ana Isabel, pela disponibilidade, ajuda e simpatia no decorrer do
meu estágio, assim como aos restantes elementos dos Serviços Farmacêuticos, Teresa Cunha, Lígia
Oliveira, Ana Santos Silva, Mª Aurélia Carvalho.
iv
Siglas e Abreviaturas:
CHPVVC - Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e Vila do Conde
SF – Serviços Farmacêuticos
FH - Farmácia Hospitalar
SC – Serviços Clínicos
MP – Manual de Procedimentos
FHNM - Formulário Hospitalar Nacional de Medicamentos
CFT - Comissão de Farmácia e Terapêutica
INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.
TDT - Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica
DU – Dose Unitária
AO - Assistentes Operacionais
FEFO – First Expired First Out
SDIDDU – Sistema de Distribuição Individual Diária em Dose Unitária
SAM – Sistema de Apoio Médico
DCI - Denominação Comum Internacional
UCA - Unidade Cirurgia Ambulatório
DGS – Direção Geral de Saúde
v
Índice
Introdução – O Hospital ..................................................................................................................... 1
Organização dos Serviços Farmacêuticos .......................................................................................... 1
Recursos Humanos ............................................................................................................................. 2
Seleção, aquisição e armazenamento de produtos farmacêuticos ...................................................... 4
Gestão de Existências ..................................................................................................................... 4
Sistemas e critérios de aquisição .................................................................................................... 5
Receção e conferência de produtos adquiridos .............................................................................. 6
Armazenamento dos produtos/prazos de validade ......................................................................... 6
Sistemas de distribuição de medicamentos ........................................................................................ 7
Receção e validação de prescrições ............................................................................................... 8
Distribuição clássica ..................................................................................................................... 10
Distribuição por Stocks Fixos ...................................................................................................... 10
Distribuição de medicamentos a doentes em ambulatório ........................................................... 11
Medicamentos sujeitos a controlo especial ...................................................................................... 12
Psicotrópicos, Estupefacientes e Benzodiazepinas ...................................................................... 12
Hemoderivados ............................................................................................................................ 13
Medicamentos extraformulário .................................................................................................... 14
Produção de medicamentos .............................................................................................................. 14
Conceito integrado de garantia da qualidade ............................................................................... 14
Reembalagem ............................................................................................................................... 14
Informação sobre medicamentos e outras atividades de farmácia clínica ........................................ 15
Consulta de livros básicos e especializados, índices de nomenclatura, Formulários hospitalares,
bases de dados e internet .............................................................................................................. 15
Respostas a pedidos de informação sobre medicamentos, aplicados a situações clínicas ........... 15
Acompanhamento da visita médica .............................................................................................. 16
Reuniões periódicas de aperfeiçoamento ..................................................................................... 16
Comissões técnicas existentes no hospital ................................................................................... 16
Considerações finais ......................................................................................................................... 17
Referências ....................................................................................................................................... 18
1
Introdução – O Hospital
O Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim - Vila do Conde (CHPVVC), criado ao abrigo da
Portaria 235 de 2000, resulta da integração dos hospitais de ambos os concelhos num centro
hospitalar, visando a distribuição dos serviços por Unidade tendo em conta as suas características
estruturais, no qual se procurou adaptar da melhor forma possível essas características à sua função.
Desta forma, na Unidade da Póvoa de Varzim ficam situados os Serviços Farmacêuticos (SF), o
Serviço de Urgência, os internamentos de Obstetrícia, Ginecologia, Cirurgia Geral, Ortopedia,
Neonatologia e Pediatria, o Bloco de Partos e Bloco Operatório, Consulta Externa, Patologia
Clínica, Imagiologia e Conselho de Administração. Por sua vez, a Unidade de Vila do Conde
alberga a Unidade de Cirurgia de Ambulatório, o internamento do Serviço de Medicina Interna,
Consulta Externa e vários serviços admnistrativos. A área de influência do CHPVVC abrange cerca
de 150 000 habitantes1.
A Farmácia Hospitalar (FH) enquadra-se no processo de cuidados de saúde prestados em
ambiente hospitalar, uma área progressivamente mais diversificada e multidisciplinar que envolve
profissionais com formações curriculares específicas e diferenciadas. Em cada hospital há uma FH
cuja organização depende das características do hospital, como localização, dimensão e cuidados
de saúde prestados. Os SF hospitalares são departamentos com autonomia técnica, sujeitos à
orientação dos órgãos de administração que avaliam os resultados do exercício das suas funções.
Os principais objetivos dos SF são:
Fazer parte da gestão do medicamento no hospital, que engloba a seleção, aquisição,
distribuição, validação e prescrição dos medicamentos, de forma a optimizar o contributo
dos medicamentos para uma terapêutica informada com os resultados desejados;
Melhorar a qualidade e segurança de todos os processos relacionados com medicamentos
em uso hospitalar;
Garantir que a determinado doente chegue o medicamento certo, na dose, via de
administração e horário corretos, e com todas as informações do processo documentadas.
Organização dos Serviços Farmacêuticos
Os SF do CHPVVC situam-se no piso 0 do edifício hospitalar, num local próximo da
entrada e dos elevadores, o que facilita o acesso tanto dos profissionais como dos utentes, assim
como o transporte de produtos da farmácia para os restantes serviços. A localização também
permite uma boa acessibilidade ao exterior, para facilitar a receção de medicamentos e dispositivos
médicos.
2
Na Farmácia, quanto ao espaço físico, existem os seguintes locais:
Gabinete da Responsável pelos SF;
Local de trabalho das Farmacêuticas Assistentes;
Gabinete dos Serviços Administrativos;
Local de preparação da medicação em unidose para os Serviços Clínicos (SC), apoiada por
módulos de medicamentos preparados para DU, armazenados por DCI;
Local com o equipamento para reembalagem;
Cofre para armazenamento de Estupefacientes, Psicotrópicos e Benzodiazepinas;
Armários rotativos, que armazenam os medicamentos por DCI;
Armazém para produtos de grande volume;
Local de preparação da distribuição tradicional;
Laboratório;
Local para atendimento ao público;
Frigoríficos;
Congelador;
Cacifos.
Recursos Humanos
Nos SF do CHPVVC trabalham, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h, uma equipa de
profissionais de saúde composta pelos seguintes elementos:
Farmacêuticos:
o Assessor Superior: Rosa Armandina Pontes – Responsável dos SF;
o Assistente: Irene Coelho, Olinda Melo.
Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica – Ramo Farmácia:
o Técnico Especialista: Elisa Costa
o Técnico Principal: Nélia Martins
o Técnico 1ª Classe: Ana Isabel M., Maria Gabriela R.
Assistentes Técnicas:
o Teresa Cunha, Lígia Oliveira.
Assistentes Operacionais:
o Maria Aurélia Carvalho, Ana Santos Silva.
Segundo o Manual de Procedimentos (MP) dos SF do CHPVVC, o farmacêutico hospitalar
tem como funções, atividades e responsabilidades gerais:
3
Gestão do medicamento (seleção, aquisição, armazenamento e distribuição)
Gestão de outros produtos farmacêuticos (dispositivos médicos, reagentes, etc.);
Principais responsáveis pela implementação e monitorização da política de medicamentos,
definida no Formulário Hospitalar Nacional de Medicamentos (FHNM) e pela comissão de
Farmácia e Terapêutica;
Manipulação de medicamentos;
Controlo de matérias-primas e produtos acabados;
Participação em comissões técnicas: Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT),
Comissão de Ética, Comissão de Formação, Comissão da Qualidade e Segurança do
Doente, Grupo Coordenador Local da Prevenção e Controlo da Infeção e das resistências
aos Antimicrobianos, Comissão de Feridas;
Colaboração na elaboração de protocolos terapêuticos;
Informação de medicamentos;
Desenvolvimento de ações de formação.
Segundo o MP, o Farmacêutico Responsável tem como funções, atividades e
responsabilidades específicas:
Gestão, coordenação e planificação dos SF;
Elaboração do plano de actividades anual;
Participação nas aquisições e concursos de medicamentos e outros produtos farmacêuticos;
Elaboração das faltas de medicamentos;
Elaboração trimestral dos registos de aquisição dos Hemoderivados para a Administração
Central de Sistemas de Saúde;
Elaboração e conferência do registo trimestral de entradas e saídas de Estupefacientes,
Psicotrópicos e Benzodiazepinas controladas para a Autoridade Nacional do Medicamento
e Produtos de Saúde (INFARMED);
Fornecimento de Estupefacientes, Psicotrópicos e Benzodiazepinas aos vários Serviços
Clínicos (SC), por Distribuição Tradicional;
Pedidos de Autorização de Utilização Especial de medicamentos ao INFARMED;
Controlo dos Hemoderivados.
De acordo com o MP, o Farmacêutico Assistente tem como funções, atividades e
responsabilidades específicas:
Validação das prescrições médicas on-line;
Informação de Medicamentos;
Orientação de estágios;
4
Verificação dos armários de recurso dos SC;
Elaboração dos pedidos de reposição semanal dos SC;
Controlo semanal e mensal dos movimentos de Estupefacientes, Psicotrópicos e
Benzodiazepinas;
Supervisão e controlo da manipulação de medicamentos;
Controlo mensal dos medicamentos consumidos por serviço;
Controlo dos Hemoderivados;
Inventário.
No MP, os Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica (TDT) têm como funções:
Preparação da medicação dos serviços em Dose Unitária (DU);
Verificação e preparação da medicação dos Serviços com reposição por stocks nivelados e
respetivo débito informático;
Reposição dos soros dos Serviços em DU;
Reposição de stocks dos Serviços em DU;
Preparação da medicação das requisições diárias e semanais dos SC e respetivo débito
informático;
Preparações Farmacêuticas (antissépticos, desinfetantes e pesagens);
Controlo da reembalagem de formas orais sólidas;
Receção dos produtos farmacêuticos e orientação da respetiva colocação no armazém pelos
Assistentes Operacionais (AO);
Dispensa de medicamentos a doentes em regime de ambulatório;
Colaboração na gestão de stocks de medicamentos;
Colaboração em estágios de pré-graduação de Técnicos de Farmácia;
Inventário.
Seleção, aquisição e armazenamento de produtos farmacêuticos
Gestão de Existências
Os medicamentos utilizados no CHPVVC são os que constam no Formulário Hospitalar
Nacional de Medicamentos (FHNM), sendo requeridos, no entanto, apenas os que são utilizados
nas patologias mais frequentes no Centro Hospitalar, por decisão da CFT, formada por médicos e
farmacêuticos. Estes medicamentos são geridos de forma a evitar as situações prejudiciais de
ruptura ou excesso de existências. Para isto, é necessário haver um sistema de gestão de stocks que
5
permita assegurar as necessidades diárias do hospital em termos de medicamentos e dispositivos
médicos. No CHPVVC, as TDT auxiliam no controlo do stock e são responsáveis pelos prazos de
validade dos produtos armazenados na farmácia, alternando trimestralmente a TDT responsável
pelo controlo das validades. Os Enfermeiros-chefe são responsáveis pelo stock nos serviços. Se
possível, movem-se os medicamentos cujo prazo de validade se esteja a aproximar do fim para
outros serviços onde estejam a ser utilizados. Ultrapassado o prazo, faz-se o registo informático
como “Saídas Genéricas”: registo informático usado para trocas por prazos de validade expirados
(dando saída a medicamentos cujo prazo tenha expirado sem terem sido utilizados). Dá-se também
saída, por serviço, das ampolas e frascos partidos e comprimidos esmagados na embalagem. São
designados por inutilizações e os custos da medicação inutilizada fica associada ao serviço onde
ocorreu a inutilização do medicamento.
Sistemas e critérios de aquisição
Quando for necessário a aquisição de determinado produto, este é registado no livro de
faltas pelas TDT, sempre com especial atenção quando houver risco de ruptura devido a situações
de consumos imprevisíveis. O sistema informático apresenta as quantidades em stock dos produtos,
assim como o ponto de encomenda. As encomendas são feitas conforme necessidade, através do
controlo de existências feito pelas TDT e comunicado ao Farmacêutico Responsável pelos SF;
sendo assim, não é neccessário utilizar o ponto de encomenda informático, embora isto também se
deva às relativamente menores dimensões e reduzido número de camas do CHPVVC, o que
possibilita uma gestão mais minuciosa das existências. Pode-se também consultar as encomendas
anteriores para ter uma ideia da frequência e quantidades encomendadas e variações ao longo do
tempo.
Para a aquisição de produtos farmacêuticos utiliza-se o Catálogo SPMS, que é um catálogo
online que compara os preços e que contém informações sobre as características dos
medicamentos. Por norma, o fornecedor selecionado é o que vende o produto a preço mais baixo,
desde que esteja ajustado a distribuição por Dose Unitária, como, por exemplo, pós para solução
vendidos com o solvente e comprimidos que permitam a sua utilização sem ser necessário
reembalagem. Após seleção do produto a comprar, o Farmacêutico Responsável cria um pedido de
compra, a partir do qual as assistentes técnicas elaboram a nota de encomenda a ser enviada aos
fornecedores, passando pelos serviços financeiros do hospital.
Outra forma de aquisição de produtos farmacêuticos é através de Concurso, que se encontra
ao abrigo do Decreto-Lei nº. 18/2008, de 29 de Janeiro. Este aplica-se a gases medicinais, dietas,
reagentes bioquímicos e de patologia clínica. Para abrir um Concurso é necessário que o
Farmacêutico Responsável solicite a abertura do mesmo ao Conselho de Administração, a quem
comunica quais e quantos produtos a adquirir. De seguida, o Conselho de Administração comunica
a abertura do Concurso ao Serviço de Aprovisionamento, sendo publicada a abertura e a duração do
6
Concurso. Após término do prazo, é nomeado um júri pelo Conselho de Administração, o qual vai
ser responsável pela decisão final quanto ao fornecedor onde se vai adquirir o produto
farmacêutico.
Para alguns medicamentos, de preço muito baixo por unidade, fazer uma compra ao
laboratório exige uma quantidade mínima muito grande, o que não é razoável tendo em conta as
necessidades reais do hospital, podendo levar a uma situação de desperdício de medicamentos por
expirar o prazo de validade. Para evitar isto, recorre-se a prescrições médicas eletrónicas, com
justificação clínica, para se comprar algumas embalagens do medicamento em causa (por exemplo,
o Ácido Valpróico) a uma Farmácia Comunitária.
Receção e conferência de produtos adquiridos
Os produtos adquiridos chegam ao armazém dos SF pela porta com ligação ao exterior e a
sua receção é efetuada pelas TDT. A estes, é conferida as respetivas quantidades recebidas,
comparando a guia de remessa/fatura com a nota de encomenda. Após posterior verificação de que
os produtos estão totalmente de acordo com o encomendado, entregam-se nos serviços
administrativos a nota de encomenda e a guia de remessa, para se dar entrada dos produtos no
sistema informático, com indicação do lote e do prazo de validade.
Armazenamento dos produtos/prazos de validade
Os produtos farmacêuticos são armazenados de forma organizada e respeitando sempre as
suas condições de armazenamento no que toca a humidade, temperatura (que estão sob controlo
constante nos SF) e luz.
O grosso dos medicamentos é armazenado no armazém central, que é um armário rotativo,
dividido em prateleiras metálicas móveis que deslizam sobre carris, nas quais os medicamentos se
encontram por ordem alfabética de DCI e segundo a regra FEFO (First Expired, First Out). As
dietas e dispositivos médicos encontram-se nas prateleiras finais, após todos os medicamentos.
Caso os medicamentos sejam de grande dimensão ou adquiridos em grandes quantidades, há um
armazém interno onde estes podem ser armazenados.
Além destes armazéns, há alguns produtos que têm outros locais de armazenamento
específicos. Estes são:
Psicotrópicos, Estupefacientes e Benzodiazepinas;
o Estes medicamentos, devido à sua natureza, são obrigatoriamente armazenados
num cofre ao qual apenas os Farmacêuticos e os TDT têm acesso. Encontram-se
organizados, também, por ordem alfabética de DCI e são acompanhados pelas
respetivas fichas de prateleira de controlo.
Medicamentos de frio;
7
o São medicamentos que necessitam de ser conservados em temperaturas no
intervalo de 2 a 8ºC, sendo, por isso, armazenados em dois frigoríficos. Num são
armazenadas as Imunoglobulinas, Vacinas e Tuberculinas, sendo a restante
medicação armazenada no outro. Além destes, há a Dinoprostona, dispositivo de
libertação prolongada, que necessita de ser conservado a temperaturas inferiores,
estando armazenado a temperaturas entre os -15ºC e os -20ºC na arca congeladora.
Soros, Inflamáveis e Gases Medicinais.
o São armazenados em armazéns exteriores ao hospital.
Sistemas de distribuição de medicamentos
A distribuição de produtos farmacêuticos para os diferentes SC pode ser efetuada de várias
formas, dependendo do tipo de produtos e do SC a que se destina. As diferentes formas têm como
objetivo o cumprimento da prescrição médica, a racionalização terapêutica, a máxima
rentabilização e correta administração dos medicamentos e a diminuição de erros associados à
medicação. Estas formas são:
Distribuição Individual Diária em Dose Unitária (SDIDDU);
Distribuição Clássica;
Distribuição por Stocks Fixos.
Para além destas, o CHPVVC também realiza a dispensa de medicamentos a doentes em
ambulatório.
Sistema de Distribuição Individual Diária em Dose Unitária (SDIDDU)
O SDIDDU é um sistema de distribuição racional de medicamentos, que tem como
finalidade reduzir a incidência de erros de medicação e aumentar o controlo sobre as
administrações de medicamentos efetuadas nos pacientes que estejam internados. Neste sistema, a
prescrição médica para cada doente, efetuada on-line no Sistema de Apoio Médico (SAM), é
inicialmente analisada e validada pelo Farmacêutico responsável pelo serviço, sendo distribuída,
em dose unitária, a medicação necessária para um período de 24h (das 15h até às 14h do dia
seguinte). Cada medicamento está identificado pela Denominação Comum Internacional (DCI), a
dosagem, o prazo de validade e o lote de fabrico. No CHPVVC, este sistema é utilizado para fazer
a distribuição dos medicamentos pelos serviços de internamento Medicina Homens e Medicina
Mulheres, Cirurgia e Ortopedia, sendo estes colocados em carros compostos por malas divididas
em gavetas rotuladas com o nome do doente, a cama e o serviço onde está internado.
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Diariamente, o Farmacêutico responsável por cada serviço começa por validar as
prescrições médicas, criando de seguida um mapa de alteradas, com as alterações que foram
realizadas à medicação em relação ao mapa geral preparado no dia anterior. Além da medicação,
estes mapas também informam o TDT que prepara as malas sobre altas e transferências de cama ou
SC. Quando preparadas, as malas são verificadas pelo Farmacêutico responsável pelo SC. A
criação de mapas de alteradas é efetuada durante a manhã, sempre que exista um número de
alterações que assim o justifique, até cerca das 13h30. Nesta hora, os Farmacêuticos dão saída da
medicação por via informática, sendo os carros montados pelos TDT, com o auxílio dos AO. Todas
as malas são enviadas fechadas à chave, havendo uma cópia de cada chave nos SC. Em seguida, é
impresso um mapa geral para cada serviço com a medicação por doente para as próximas 24h. Com
base nesse mapa são preparadas as malas para o dia seguinte pelo TDT e verificadas pelo
farmacêutico.
A medicação que não for administrada ao doente regressa na respetiva gaveta para os SF,
onde os TDT registam informaticamente a devolução e armazenam os medicamentos no local
apropriado.
Caso seja necessário administrar medicação que não esteja na gaveta, quer seja uma
administração imediata ou devido a alterações na prescrição após a última validação pelo
Farmacêutico, esta é retirada do armário de recurso do SC pelo enfermeiro, ficando este
responsável por elaborar o respetivo pedido de reposição de medicação. Estes pedidos são enviados
para os SF e os TDT registam por sua vez os consumos da medicação utilizada por cada SC e
procedem à reposição da medicação gasta. É de salientar que o preenchimento manual do registo de
reposição pelos Enfermeiros acarreta riscos de dispensa de medicamentos errados, tanto por
dificuldade de compreensão da caligrafia ou por uso de nomes comerciais de medicamentos, em
vez do DCI do fármaco (por exemplo, escrevendo “Augmentin 2.2 g” para se referir a Amoxicilina
+ Ácido Clavulânico 2000 mg + 200 mg, embora o medicamento existente na Farmácia na altura
fosse o Clavepen).
Receção e validação de prescrições
O processo de receção e validação das prescrições médicas é um processo fundamental na
Farmácia Hospitalar. A prescrição informa o Farmacêutico sobre a identificação do doente (nome,
idade, dieta), identifica o médico prescritor e lista a medicação, por ordem alfabética de DCI, com a
respetiva forma farmacêutica, dosagem, dose, via de administração e frequência. O farmacêutico
analisa a prescrição, podendo fazer alterações quando estas sejam necessárias. Alguns exemplos
são:
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Alteração de dosagens;
o Quatro comprimidos de Carvedilol 6,25 mg alterados para um comprimido de
Carvedilol 25 mg.
Fármacos que necessitam de diluição em soro para perfusão;
o Prescrição de Dopamina ou Cloreto de Potássio, por via endovenosa, sem
prescrição de soro para diluíção. Alerta-se o médico prescritor: o farmacêutico
coloca uma observação na prescrição “on-line” avisando o médico prescritor sobre
o problema, contactando-o telefonicamente caso a correção não tenha sido feita em
tempo útil.
Interação de medicamentos;
o Por exemplo, prescrição de Metoclopramida e Levodopa para o mesmo doente.
Alerta-se o médico prescritor.
Ajustar quantidades de medicamentos com saída tradicional;
o O SAM ajusta automaticamente as quantidades à dose prescrita, mas não distingue
os medicamentos multidose (p.ex: solução respiratória de Salbutamol, xarope de
Lactulose), sendo necessário corrigir a quantidade destes, geralmente para um, em
vez de vários (dependendo da frequência);
o Os soros para perfusão contínua têm de ser ajustados de acordo com o ritmo a que
são prescritos (p.ex: a 42 mL/h é um frasco diário).
Erros relacionados com calendarização e justificação clínica de medicamentos;
o Prescrição de antibióticos sem calendarização bem definida ou sobreposição de
formas farmacêuticas diferentes, e de certos antibióticos sem justificação clínica
(Azitromicina, Imipenem + Cilastatina, Vancomicina). Alerta-se o médico
prescritor.
Doentes com dieta por sonda nasogástrica;
o Para estes doentes, os comprimidos têm que ser triturados para administração. No
entanto, comprimidos gastrorresistentes, de libertação modificada, entre outros
(Sulfato Ferroso de libertação prolongada, Pantoprazol comprimidos
gastrorresistentes), não podem ser triturados, e não devem constar na prescrição.
Caso constem, alerta-se o médico prescritor.
Medicamentos prescritos em duplicado.
o É necessário remover o duplicado. Alerta-se o médico prescritor.
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Distribuição clássica
A distribuição clássica de medicamentos aplica-se à distribuição de: soluções e suspensões
orais, pomadas e cremes, material de penso, antissépticos e desinfetantes, reagentes de diagnóstico
rápido e soluções injetáveis de grande volume.
Em cada SC há um stock predefinido de produtos farmacêuticos estabelecido pelo Diretor
do Serviço, o Enfermeiro-chefe e o Farmacêutico Responsável. O responsável pelo controlo do
stock em cada SC é o Enfermeiro-chefe. A escolha dos produtos tem por base a especificidade de
cada serviço. Para a reposição deste stock, é criado um pedido pelo Enfermeiro por via informática,
o qual os TDT imprimem para depois aviar. Antes do transporte até ao SC, dá-se saída informática
dos produtos, os quais são conferidos por outro TDT. De seguida, o AO transporta os produtos aos
respetivos SC, juntamente com um registo de satisfação, o qual é assinado pelo Enfermeiro
responsável pelo SC após receção e verificação. Em situações de pedidos de medicamentos por
ruptura de stock ou por não fazerem parte do stock, é necessário um aviso prévio de consumo e
justificação clínica, respetivamente. Esta última é enviada para os SF para prévia análise e
autorização, sendo depois fornecida.
Distribuição por Stocks Fixos
O stock existente em cada SC varia de acordo com as necessidades individuais de cada e é
estabelecido pelo Diretor do Serviço, Enfermeiro-chefe e Farmacêutico Responsável. A
distribuição por stocks é feita de duas formas, dependendo do SC em questão:
Pediatria;
o Dia de reposição: Quarta-feira.
Neonatologia;
o Dia de reposição: Quarta-feira.
Obstretícia/Ginecologia;
o Dia de reposição: Quarta-feira.
Urgência Geral/Pediátrica.
o Dia de reposição: Quinta-feira.
Nestes, diariamente, a prescrição é validada. Nos dias estabelecidos para a reposição, o
Farmacêutico imprime um mapa de registos de administrações e contabiliza as quantidades de
medicamentos a repor. De seguida, elabora um pedido informático do serviço, que depois é aviado
e satisfeito pelos TDT, sendo transportado para os respetivos SC pelos AO. Nos serviços de
Urgência, é necessário verificar o stock da Urgência Pediátrica para distinguir as administrações
entre serviços, e quando há um grande número de doentes de internamento com cama nos serviços
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de Urgência, há uma necessidade de reposição de medicação mais frequente, sendo os pedidos
criados e enviados para os SF pelo Enfermeiro-chefe do serviço.
Neste caso, como o stock é controlado, evita-se a acumulação de medicação e é possível
fazer uma monitorização dos consumos.
Nos blocos (operatório, partos e UCA) dada a impossibilidade de se conseguir separar a
medicação que é administrada no bloco da que é administrada nos serviços de internamento. A
reposição é feita da seguinte forma:
Bloco de partos;
o Dia de reposição: Quarta-feira.
Bloco operatório;
o Dia de reposição: Quarta-feira.
Unidade Cirurgia Ambulatório (UCA).
o Dia de reposição: Terça-feira.
No dia indicado, um TDT desloca-se ao serviço, verifica o stock e regista as quantidades
em falta. De seguida, prepara a medicação para reposição para ser transportado pelos AO, dando
antes saída informática dos medicamentos.
Distribuição de medicamentos a doentes em ambulatório
O atendimento a doentes em ambulatório compreende a distribuição gratuíta de
Desosgestrel e de medicamentos Biológicos.
O Desogestrel é dispensado a puérperas após terem alta do Serviço de Obstetrícia e é
prescrito pelo médico desse serviço através de receita eletrónica, sendo levantado pela utente no
balcão de atendimento da Farmácia.
Quanto aos medicamentos biológicos, a dispensa destes rege-se pelo Despacho n.º
18419/2010, de 13 de Dezembro, sendo utilizados por doentes com Artrite Reumatóide,
Espondilite Anquilosante, Artrite Psoriática, Artrite Idiopática Juvenil Poliarticular e Psoríase em
Placas. O médico que prescreve os medicamentos biológicos necessita de ter consulta certificada
pela Direção Geral de Saúde (DGS). Quando um doente vem pela primeira vez traz um documento
contendo informações com as quais os SF do hospital fazem um registo mínimo para os utentes
que deve contemplar:
data da dispensa;
n.º do processo do doente;
iniciais relativas ao 1º, 2º e último nome do doente;
género e data de nascimento;
diagnóstico e data de diagnóstico;
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data de início da terapêutica atual, terapêutica descrita, quantidade dispensada e local de
prescrição;
ocorrência de reação adversa notificável ao sistema nacional de farmacovigilância (relativa
a este doente);
data de notificação.
Posteriormente, o Despacho n.º 13382/2012, de 12 de Outubro veio acrescentar,
principalmente, a prescrição eletrónica obrigatória.
Aquando do primeiro levantamento do medicamento, o utente tem que assinar um termo de
responsabilidade relativo à correta conservação e uso do medicamento, sendo informado dos
cuidados a ter para tal.
Medicamentos sujeitos a controlo especial
Psicotrópicos, Estupefacientes e Benzodiazepinas
Estes fármacos, devido aos seus efeitos, podem provocar estados de dependência física e
psíquica, devendo ser, por isso, sujeitos a controlo especial. Este controlo rege-se pelo decreto
regulamentar nº61/94 do Diário da República nº 236 I série, que foi posteriormente transformado
na portaria 981/1008 do Diário da República nº 216 de 18 de Setembro de 1998 II série, que aprova
os atuais modelos das receitas médicas para os medicamentos que constem nas tabelas de
Psicotrópicos, Estupefacientes e Benzodiazepinas, os registos de movimento de entradas e saídas
das substâncias e suas preparações. Apenas Farmacêuticos autorizados pelo INFARMED podem
adquirir medicamentos com este tipo de fármacos.
No CHPVVC, estes fármacos ficam armazenados:
Nos Serviços Farmacêuticos;
o No cofre grande.
Nas Enfermarias;
o Em cofre ou gaveta fechados, ficando o Enfermeiro-chefe responsável pela chave.
Nos Blocos
o Em cofre ou gaveta fechados, ficando o Enfermeiro-chefe responsável pela chave.
Para fazer a reposição do stock, o Enfermeiro-chefe preenche e envia o formulário especial
para estes medicamentos para os SF, onde o Farmacêutico Responsável verifica o correto
preenchimento da requisição e fornece os medicamentos a repor, dando saída dos mesmos, tanto
nas fichas de prateleira de controlo, como no sistema informático (“Saída por Doente”). Os
medicamentos a fornecer aos SC são verificados por outro Farmacêutico previamente ao transporte
dos mesmos pelo AO na unidade da Póvoa de Varzim e pelo motorista na unidade de Vila do
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Conde, em mala fechada, até ao respetivo SC, ficando ao cuidado do Enfermeiro-chefe responsável
pelo serviço.
Quando é distribuído por DU, aquando da preparação das malas, a saída destes
medicamentos é registada numa “Ficha de Registo de Psicotrópicos, Estupefacientes e
Benzodiazepinas”. Nestas fichas fica registado o fármaco, a dosagem, a dose e a frequência de
administração, assim como em que dias e quantos foram administrados. É feita uma ficha para cada
doente, indicando o nome, nº de cama e SC em que está internado. Apenas as formas orais sólidas
são distribuídas por DU.
Uma vez que estes medicamentos têm que ser controlados de forma especial, faz-se uma
contagem de existências três vezes por semana e trimestralmente é enviado para o INFARMED o
registo de movimentos destes fármacos. Além disso, sempre que há uma saída, fica registado no
sistema informático o médico prescritor, o doente, o farmacêutico que validou e o enfermeiro que
administrou.
Hemoderivados
A aquisição e distribuição deste tipo de medicamentos rege-se pelo Despacho nº 11291/97
(2ª série). A importância do controlo especial sobre os Hemoderivados advém da possibilidade de
doença infeciosa transmissível pelo sangue, a qual deve ser investigada a origem, devendo sempre
o hemoderivado ser rastreável. Para tal, é fundamental haver um registo com a identificação dos
lotes, fabricantes e distribuidores de hemoderivados.
Aquando da receção de hemoderivados, é importante conferir (para além da habitual
quantidade, lote e prazo de validade) o boletim analítico do medicamento, assim como o
Certificado de Aprovação para a Utilização Terapêutica do INFARMED. À albumina também é
dada entrada na sua ficha de prateleira.
Estes medicamentos também têm formulário próprio (impresso nº 1804) que o médico
prescritor preenche, apresentando este duas vias, a “Via Farmácia” e a “Via serviço”, sendo cada
via arquivada nos SF e no processo clínico do doente, respetivamente. Para dar saída ao
hemoderivado, o Farmacêutico regista na “Via Farmácia” um número sequencial, o medicamento,
o lote, o fornecedor e o número do certificado do INFARMED. Já nos SC, o Enfermeiro que
administrar o Hemoderivado regista-o na “Via Serviço”. Acabado o tratamento, a “Via Serviço” é
entregue aos SF para validação, sendo depois devolvida ao SC de origem, para o processo do
doente.
Em DU, apenas a albumina é distribuída. Neste caso, os TDT, aquando da preparação das
malas, registam na “Ficha de Hemoderivados” o nome do doente, o SC, cama, data, assim como o
número de registo do Hemoderivado, o lote, quantidade diária, fornecedor e o número do
Certificado de Aprovção de Utilização Terapêutica do INFARMED. Na embalagem de albumina, é
colado um rótulo identificando o doente, SC e condições de conservação do medicamento. Quando
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é necessário administrar um hemoderivado, mas a farmácia se encontra encerrada, recorre-se a um
pequeno stock de hemoderivados, armazenados num frigorífico fechado, onde existe um stock
definido de hemoderivados, no Serviço de Urgência e Medicina Mulheres, estando a chave ao
cuidado do Chefe de Equipa de Urgência ou Médico de Serviço. O stock do SU é conferido
diariamente por um Farmacêutico.
Medicamentos extraformulário
Como já foi referido, nos SF do CHPVVC não existem todos os medicamentos que
constam no FHNM. Porém, em certas situações, um médico pode prescrever um medicamento que
não exista no hospital, precisando, para tal, de fazer uma justificação clínica em impresso próprio,
“Medicamentos Extra Formulário”. Aqui, apresenta informação relativamente ao doente, SC onde
está internado, diagnóstico e justificação clínica, que será posteriormente analisado pela CFT e a
sua compra autorizada pelo CA.
Produção de medicamentos
Conceito integrado de garantia da qualidade
As Boas Práticas de Fabrico são aplicadas na preparação de manipulados, havendo um
local de trabalho específico para tal, no qual é proibido comer ou realizar qualquer atividade que
possa contaminar o manipulado, sendo também obrigatório o uso de equipamento de proteção
adequado.
Quanto a manipulados, o único que é preparado é o álcool a 50º.
Reembalagem
A reembalagem é um processo que permite utilizar formas farmacêuticas orais sólidas na
distribuição em DU quando a embalagem original não o permite, ou quando é necessária uma
dosagem obtida por fracionamento de um comprimido. Para poder ser utilizado no SDIDDU, cada
medicamento deve estar identificado com DCI, dosagem, prazo de validade e lote de fabrico. A
reembalagem é efetuada pelos AO, sendo supervisionado pelos TDT. Este processo visa sempre
garantir a qualidade e segurança do medicamento e deve:
Conter uma quantidade de medicamento para toma única;
Conferir uma adequada proteção do conteúdo frente aos agentes ambientais;
Permitir uma identificação fácil, precisa e completa;
Ser uma embalagem de abertura fácil, rápida e segura.
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O local de reembalagem situa-se junto ao armazém central, sendo necessária para o
processo o seguinte equipamento:
Bisturis para fracionamento de comprimidos;
Máquina de embalagem em tira contínua (método semi-automático para a reembalagem de
formas farmacêuticas sólidas para uso oral).
Este processo obriga a uma alteração do prazo de validade dos comprimidos que sejam
retirados do blister ou fracionados, sendo o novo prazo 25% do tempo entre a data de reembalagem
e o prazo original, nunca ultrapassando os seis meses.
Informação sobre medicamentos e outras atividades de farmácia clínica
Consulta de livros básicos e especializados, índices de nomenclatura, Formulários
hospitalares, bases de dados e internet
Sempre que necessário, recorre-se à literatura para se obter informações sobre a utilização
de medicamentos, quer seja para saber doses máximas recomendadas ou conhecer as guidelines que
suportem as prescrições médicas. Para tal, faz-se uma pesquisa que pode conter vários formatos,
que pode incluir, entre muitos outros:
Livros:
o FHNM;
o Prontuário Terapêutico;
o Formulário de Pediatria;
o Guia de Preparação de Administração de Medicamentos por Via Parentérica;
o Drug Information Handbook;
o The Sanford Guide to Antimicrobial Therapy.
Internet:
o INFARMED: RCM dos medicamentos;
o IDSA (Infectious Disease Society of America): guidelines sobre o uso de
antibióticos;
o Centro de Informação do Medicamento (CIM).
Protocolos:
o Orientação para a Prevenção da Infeção na Ferida Crónica.
Respostas a pedidos de informação sobre medicamentos, aplicados a situações
clínicas
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Em caso de dúvida, qualquer profissional de saúde do CHPVVC pode solicitar aos SF
esclarecimento sobre a correta utilização de medicamentos, como por exemplo, enfermeiros que
precisam de saber a estabilidade de certa preparação extemporânea. Após o requisitante entrar em
contacto com o Farmacêutico, quer por escrito, telefone ou pessoalmente, este preenche um
formulário informaticamente, registando a informação requerida numa página e escrevendo a
resposta noutra, com a identificação de quem fez o pedido, a que horas, quando e como obteve
resposta e que fontes foram usadas para a obtenção da mesma.
Acompanhamento da visita médica
No CHPVVC é realizada uma “visita médica” aos doentes que estejam internados no
Serviço de Cirurgia. Esta é formada por uma equipa multidisciplinar que, além de profissionais de
Medicina, inclui um Farmacêutico, Enfermeiro e Nutricionista. O Farmacêutico acompanha esta
visita e, tendo consigo os mapas da medicação, contribui para a discussão sobre o tratamento dos
doentes.
Reuniões periódicas de aperfeiçoamento
Periodicamente, é feita uma reunião à porta fechada com todo o pessoal dos SF para
discutir formas de melhorar o processo de trabalho do serviço, de forma a rentabilizar o tempo e
reduzir erros e definir novas normas de procedimentos dos TDT.
Além das reuniões de aperfeiçoamento internas, quando necessário, é feita uma reunião
com os técnicos do serviço informático para resolver problemas relacionados com a atualização
que o sistema informático recebeu, os quais geram fontes de erro na atividade da Farmácia.
Comissões técnicas existentes no hospital
As comissões que existem no hospital e que incluem Farmacêuticos são:
Comissão de Etica;
Comissão de Farmácia e Terapêutica;
o Constituída por 3 farmacêuticos e 3 médicos; definem os protocolos e os
medicamentos a serem usados no hospital, dentro dos disponíveis para uso
hospitalar, segundo o Formulário Hospitalar;
Comissão da Qualidade e Segurança do Doente;
Grupo Coordenador Local da Prevenção e Controlo da Infeção e das resistências aos
Antimicrobianos;
Comissão de Feridas.
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Considerações finais
Este estágio permitiu-me tomar conhecimento de todos os procedimentos realizados em
ambiente de Farmácia Hospitalar. Considero-o uma mais valia na minha formação na medida em
que apliquei na prática conhecimentos teóricos que aprendi durante o curso e adquiri uma visão
mais abrangente do que é o trabalho do Farmacêutico.
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Referências
1. CHPVVC: Organização. Acessível em:
http://www.chpvvc.pt/ver.php?cod=0A0B [acedido em 02/2014];
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