EXISTENCIALISMO Vânia Teles Psicoterapeuta Vivencial Mestre em Psicologia Social pela UFRJ...

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EXISTENCIALISMOEXISTENCIALISMO

Vânia TelesPsicoterapeuta VivencialMestre em Psicologia Social pela UFRJProfessora da Faculdade Salesiana

Filosofia ExistencialFilosofia Existencial

“Conjunto de doutrinas segundo as quais a filosofia tem como objetivo a análise e a descrição da existência concreta, considerada como ato e como uma liberdade que se constitui afirmando-se e que tem unicamente como gênese ou fundamento esta afirmação de si.”

(Jolivet, 1975)

Visão ExistencialistaVisão ExistencialistaLudwig Biswanger, psiquiatra existencialista

O artigo “O sonho e a existência”1 é um dos textos básicos para a compreeensão do surgimento e desenvolvimento da daseinsanálise psiquiátrica — disciplina criada por Ludwig Binswanger (1881-1966) a partir de estudos realizados na sua Clínica Psiquiátrica Bellevue, em Kreuzlingen, e continuada, com várias modificações, por Medard Boss e seus seguidores, na Universidade de Zürich.2 O jovem Michel Foucault reconheceu prontamente a importância especial desse texto e o tornou amplamentemente conhecido, escrevendo uma introdução detalhada à tradução francesa do mesmo.

Ludwig BiswangerLudwig BiswangerApesar das múltiplas referências clínicas, literárias e filosóficas, a estrutura do artigo é relativamente simples. A tese básica é a de que um traço essencial da estrutura ontológica do ser humano é o movimento de ascensão e de queda. Trata-se de uma única onda vital de forma senoidal, com fases ascendentes ou vitoriosas e descendentes ou malogradas, que acontece sem qualquer participação voluntária do indivíduo no qual se manifesta. Binswanger recorre à filosofia e à mitologia gregas para sugerir que a pulsação da vida resulta de uma força originária de ordem cósmica, pré-pessoal e pré- individual, o que dá à existência humana um sentido também supra-pessoal e supra- individual.

Ludwig BiswangerLudwig BiswangerFundamentou seu trabalho na filosofia de Heiddeger, criando a Daseinanálise, que posteriormente uniu ao pensamento fenomenológico de Husserl, inaugurando assim um novo pensamento sobre a psicopatologia, ainda em seu início. Publicou muitas obras e estudou muito a esquizofrenia. Entretanto não teve o apoio de Heiddeger, curiosamente, par o desenvolvimento de sua teoria da psicopatologia.

Visão ExistencialistaVisão ExistencialistaDr. J. H. Van den Berg

Psiquiatra por formação, profes sor e diretor do Instituto de Psicologia dos Conflitos, na Universidade de Lelden.Escreveu “Psicologia Histórica” e “O Paciente Psiquiátrico”.Fundamentou seus estudos na fenomenologia de Husserl, tal como Biswanger e Heiddegger.Especialmente importante para psicopatologistas e filósofos.

Dr. Van den BergDr. Van den Berg

Seu “Paciente Psiquiátrico” consiste em um estudo de caso, a partir do olhar fenomenológico, descritivo e compreensivo defendidos pela fenomenologia e pelo existencialismo de Husserl e Heiddegger. Com este tratado, coloca-se à parte da compreensão psicanalítica de Freud que tratava de classificar toda psicopatologia como proveniente dos conflitos egóicos sexuais e histéricos.

Dr. Van den BergDr. Van den Berg

Aproximando-se mais do Dr. Jaspers, e afastando-se completamente da visão psicanalítica da noção de saúde e doença, Van den Berg inaugura uma abordagem original em relação à psicopatologia, que irá tratar do “doente” de maneira holística e descritiva, rejeitando rótulos ou diagnósticos precoces. O olhar sobre o sujeito adoecido sofre uma mudança significativa, levantando discussões inclusive sobre a real necessidade de internação do paciente psiquiátrico.

Filosofia ExistencialFilosofia ExistencialPrincipais filósofos:

Kierkegaard (1813-1855)Edmund Husserl (1859-1938)Martin Heidegger (1889-1976)Jean Paul Sartre (1905-1980)

Edmund HusserlEdmund HusserlFenomenologia Método de observação científica

utilizado pelos filósofos existencialistas.

Método descritivo x analítico

Jean Paul SartreJean Paul Sartre

“ Não importa o que fazem de nós, mas o que fazemos do que fazem de nós.”

“Sempre tive um sonho: conhecer o Homem!”

Simone e Sartre

Jean Paul SartreJean Paul SartreMorreu em 15 de Abril de 1980 de

edema pulmonar. Tinha 74 anos, e seu cortejo, em Paris, onde está enterrado, foi seguido por mais de 50 mil pessoas.

Romancista, dramaturgo, crítico literário, jornalista, militante político e FILÓSOFO.

Nenhum outro publicou tantas obras, tendo deixado várias peças inéditas na ocasião de sua morte.

Jean Paul SartreJean Paul SartreSeu pensamento segue de uma

análise da realidade humana individual e subjetiva, tema de suas primeiras reflexões, até o estudo dos grandes horizontes da existência do homem no corpo social e a interpretação do movimento global dos acontecimentos históricos de seus últimos anos de vida.

Jean Paul SartreJean Paul Sartre“ Sendo uma verdadeira filosofia da

liberdade, o existencialismo de Sartre constituiu-se, enfim, em um verdadeiro humanismo, capaz de fazer a vida humana compreensível, por definir o homem como responsável pelo que é, por libertá-lo de qualquer causa que pudesse determinar a sua ação, por mostrar que seu destino está em suas próprias mãos.”

(Perdigão, 1995)

Godard, Sartre e SimoneGodard, Sartre e Simone

Jean Paul SartreJean Paul SartreConceitos principais:

1- Intencionalidade2- Níveis de Consciência3- Projeto Original4- Liberdade5- Ser para-si-para-outro

O Existencialismo é um O Existencialismo é um HumanismoHumanismo

Jean Paul SartreJean Paul SartreIntencionalidade:Conceito trazido da Fenomenologia de

Husserl, que diz que toda consciência é consciência de “algo” e que esta se dirige intencionalmente ao objeto com a intenção de captá-lo.

Sartre, de forma radical, entende que precisamos retirar tudo o que não está contido na consciência, inclusive o EU.

Desta forma, encontramos o NADA, que somos nós.

Jean Paul SartreJean Paul SartreNíveis de Consciência: Consciência de Primeiro Grau –

perceptiva Autônoma não depende do conteúdo psíquico do

Eu esgota-se na percepção do objetoConsciência de Segundo Grau – reflexiva “ é a consciência que é consciente de

ser consciente de seu objeto.” (Sartre) É específica do ser humano. É intencional.

Jean Paul SartreJean Paul SartreProjeto Original: “ O homem é aquilo que faz de si

próprio.” (Sartre) Para Sartre, o projeto original é a

ideia primeira que o homem tem de si próprio, e que resguarda tanto aquilo que ele é, quanto o que não é.

Jean Paul SartreJean Paul SartreLiberdade: Primeira Fase: Liberdade radical,

incondicional, homem solitário e autônomo em suas escolhas.

Segunda Fase: Liberdade contextualizada, responsável, a ser trabalhada.

Jean Paul SartreJean Paul SartreSer-para-si-para-outro: Indivíduo integrado, livre e com

condições para viver uma existência autêntica.

Simone de Beauvoir, Jean Paul Sartre e Che Guevara

Terapia VivencialTerapia VivencialCriada por Tereza Cristina

Saldanha Erthal em 1989, esta abordagem tem como fundamento a filosofia existencial de Sartre e a fenomenologia como método de trabalho.

Terapia VivencialTerapia VivencialPrincipais conceitos:EscolhaAngústia ExistencialProjeto OriginalLiberdade responsávelVivênciaRelação Terapêutica

Terapia VivencialTerapia VivencialEscolha: Reconhece-se o indivíduo como livre

para realizar suas escolhas, dentro de seu contexto, bem como o fato de que fazer escolhas promove a angústia existencial.

Mesmo o não escolher caracteriza uma escolha.

A existência se manifesta através das escolhas.

Terapia VivencialTerapia VivencialAngústia Existencial: Consiste no sentimento que

experimenta o indivíduo frente a escolhas, pois esbarra na realidade que ainda não é e que ele próprio cria através de suas escolhas, deparando-se, assim, com o vazio, ou nada.

Terapia VivencialTerapia VivencialProjeto Original: o projeto original inicia-se na

infância, e é construído através das experiências e vivências inter e intrapessoais da criança. Posteriormente, na vida adulta, será percebido através das escolhas do indivíduo, que procura sempre realizar e confirmar seu projeto original.

Terapia VivencialTerapia VivencialLiberdade responsável: Nesta abordagem, entende-se por

liberdade a condição humana de se construir a partir de sua existência, através de suas escolhas, que obedecem a um repertório pessoal que a localiza e delimita seu contexto.

Quando o indivíduo compreende sua condição, torna-se conscientemente responsável por suas escolhas.

Terapia VivencialTerapia VivencialVivência: Vivenciar suas experiências

passadas e presentes faz com que o indivíduo possa resignificá-las e alocá-las no momento presente sob uma nova conformação, o que por si só, é altamente poderoso e curativo.

Terapia VivencialTerapia VivencialRelação Terapêutica Nesta abordagem, a relação

terapêutica é vista como a fonte de amadurecimento necessária para que o cliente possa experimentar-se e posteriormente agir sobre seu contexto familiar, social, profissional, de forma autêntica e plena.

Tereza Erthal, ao lado de Sartre e Simone de Beauvoir