Post on 16-Feb-2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL
CONSTRUÇÃO CIVIL II
EXECUÇÃO DE CONTRAPISO
SOFIA LEÃO CARVALHO
GOIÂNIA
29/11/2010
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SOFIA LEÃO CARVALHO
071 696
EXECUÇÃO DE CONTRAPISO
Trabalho da disciplina Construção
Civil II do curso de graduação da
Escola de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Goiás.
Professora:
Prof. Dra. Helena Carasek
GOIÂNIA
NOVEMBRO DE 2010
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 3
2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 3
3. OBRA VISITADA ......................................................................................................... 3
4. FUNÇÕES DO CONTRAPISO ................................................................................... 4
5. COMPONENTES E TRAÇOS .................................................................................... 4
6. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA .......................................................................... 5
7. FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS ..................................................................... 5
8. SERVIÇOS PRELIMINARES ..................................................................................... 7
9. ETAPAS DE EXECUÇÃO ......................................................................................... 10
10. CUIDADOS APÓS EXECUÇÃO DO CONTRAPISO ............................................ 14
11. CRONOGRAMA ......................................................................................................... 14
12. ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS OBSERVADOS NA OBRA ............... 14
13. INOVAÇÕES NO MERCADO .................................................................................. 15
14. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 15
15. REFERÊNCIA BLIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 16
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1. INTRODUÇÃO
Esse trabalho define as funções do contrapiso em seu sistema piso utilizado em
edifícios residenciais ou comerciais, destacando os procedimentos para sua execução.
2. OBJETIVOS
O objetivo maior desse trabalho é mostrar as etapas principais e preliminares da
execução de um contrapiso.
O objetivo secundário foi comparar o que é feito por uma construtora num edifício
residencial com o que se aprende com as referências bibliográficas.
3. OBRA VISITADA
A obra visitada no dia 14 de outubro de 2010 foi o Edifício Portal dos Jacarandás, um
edifício residencial de 15 pavimentos tipo com quatro apartamentos por andar de 104,82 m2
cada é de execução da Construtora Moreira Ortence.
O endereço da construção em Goiânia, Goiás, é a Rua Maria Inês, qd. 14, Lotes 2 a 4,
Negrão de Lima.
Figura 1 Projeto Fachada e Planta de Apartamento tipo 1
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4. FUNÇÕES DO CONTRAPISO
O contrapiso é uma camada de argamassa lançada sobre uma base seja ela uma laje
estrutural ou lastro de concreto magro que completa as funções de vedação e antecede a etapa
de colocação das placas cerâmicas, na maioria dos casos.
Figura 2 Sistema de um piso
Sua função principal é a de regularização, e ela é importante também para definir os
desníveis entre os ambientes, as declividades (caimentos) em áreas molháveis, além de
permitir a boa fixação do revestimento.
Sua espessura varia de 2 a 6 cm, dependendo da função e das instalações ou qualquer vedação
que esteja nele embutidas.
O contrapiso pode estar aplicado também sobre uma camada impermeável ou isolamento
termo acústico em 1 ou mais camadas. Nesse caso, ele é classificado como contrapiso não
aderido. O contrapiso em questão nesse trabalho é o aderido, cujas etapas de execução são
listadas a diante.
5. COMPONENTES E TRAÇOS
Os materiais utilizados para a produção da argamassa contrapiso são:
Cimento;
Areia média;
Água.
A argamassa para contrapiso não deve ser plástica, mas sim com aspecto de uma
“farofa” como assim é denominada nos canteiros de obra, devido a sua baixa umidade (em
torno de 10%) . Seu traço que pode variar de 1:3 a 1:6, dependendo do revestimento do
ambiente:
Base para impermeabilização 1:3 a 1:4
Carpetes (têxteis ou madeira), vinílicos 1:4 a 1:5
Revestimentos espessos ( cerâmico, pedra) 1:5 a 1:6
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Como todo procedimento que envolve pega da argamassa, deve-se ressaltar que sua
fabricação deve estar dentro dos limites da velocidade de execução de seus trabalhadores,
para que essa pega não inicie, e não haja desperdício de material.
Algumas das características que o contrapiso deve ter são:
1. Resistência mecânica;
2. Capacidade de absorver deformações;
3. Compacidade;
4. Durabilidade.
Além da própria argamassa para contrapiso, são utilizados também pedaços de peças
cerâmicas para a execução das taliscas.
6. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
A garantia da boa execução de qualquer etapa da obra, como um todo, depende das
pré-definições e boa elaboração dos projetos. Para a execução do contrapiso, não seria
diferente.
Para isso é necessário que alguns projetos em especial estejam compatibilizados,
evitando possíveis erros que venham ser percebidos somente em etapas seguintes. São eles:
Projeto de Arquitetura, que indica as cotas, os caimentos e os tipos de revestimentos;
Projeto Estrutural, que indica as posições de juntas;
Projeto de Instalações Elétricas e Hidráulicas;
Projeto de impermeabilização, que prevê arredondamentos de cantos;
Projeto de Esquadrias, que irá definir as posições das portas.
7. FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
As ferramentas usadas a cada etapa do procedimento são:
1. Para limpeza e preparo da base:
a. Vanga ou ponteira;
b. Picão;
c. Marreta;
d. Vassoura de cerdas duras (tipo piaçaba);
e. Broxa e mangueira ou balde, para transporte d’água;
2. Para execução do contrapiso:
a. Nível de mangueira ou aparelho de nível (Figura 5 );
b. Colher de pedreiro 9”;
c. Peneira com cabo e 15cm de diâmetro;
d. Balde plástico de 20 litros;
e. Vassouras de cerdas duras e broxa;
f. Pá ou enxada;
g. Metro articulado;
h. Soquete com base de 30×30 cm e aproximadamente 7 kg de peso fixada a uma das
extremidades com pontalete de 1,50m de altura;
i. Réguas metálidas de 2,5 e 3,5m;
j. Desempenadeira de madeira e de aço lisa.
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Figura 3 Ferramentas: pá, vanga, squete, nível de mangueira, enxada, régua metálica e
vassoura de cerdas duras.
Figura 4 Ferramentas: picão, marreta, broxa, peneira, colher de pedreiro e desempenadeiras
de madeira e de aço.
Figura 5 Aparelho de Nível.
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Para proteção individual dos trabalhadores que executam essa etapa dos serviços em
obra são necessários os equipamentos (EPI’s): capacete, bota de couro, luva de borracha.
Figura 6 Equipamentos de proteção individual (EPI)
8. SERVIÇOS PRELIMINARES
Para se executar o contrapiso, devem-se considerar as condições ideais da base, ou
seja, que ela tenha sido executada em nível e que apresente condições superficiais (planeza e
regularidade), adequada para receber o contrapiso.
Deve-se considerar o nível de referência da laje, bem como os pontos onde o nível
deverá ser verificado, que preferencialmente será coincidido com o assentamento da talisca.
Em todos os ambientes deve ser marcado o nível que o contrapiso deve ter ao final.
É altamente recomendável que ao menos a primeira fiada das paredes esteja feita, já
que a parede levantada por completo atrapalha a movimentação com a chegada de argamassa
ao pavimento. Se não, recomenda-se fazê-lo quando as paredes já estiverem rebocadas, pra só
então regularizar a base. Além disso, todas as instalações que por ali passarem já devem estar
concluídas.
Figura 7 Primeira fiada de blocos cerâmicos que antecede a execução do contrapiso
Antes mesmo do assentamento das taliscas, o ambiente deve estar limpo, retirando
entulho, resto de argamassa ou qualquer outro material aderido à base. Nesse caso,
recomenda-se utilizar o picão, vanga ou ponteira e marreta. E logo depois deve ser varrido
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com a vassoura de cerdas grossas. Se existir qualquer material, como graxas, óleo, tinta ou
cola, deve-se providenciar sua completa remoção.
Figura 8 Remoção de detritos com ponteira e com picão e marreta
Figura 9 Remoção de partículas com a vassoura
Com os níveis já definidos, o próximo passo é a execução das taliscas. Elas podem ser
feitas com pedaços de cerâmica. Assentadas ao longo do perímetro do ambientem, elas não
devem distar umas das outras mais do que 3 metros, respeitando o tamanho das réguas que
serão usadas na regularização e devem alcançar duas taliscas.
Assim como o restante do piso, os locais onde são colocadas as taliscas são
devidamente limpados, umedecidos e polvilhados com cimento, já que ele fará parte do
contrapiso também. A argamassa usada deve ter o mesmo traço do próprio contrapiso.
Figura 10 Limpeza do local das talisca
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Figura 11 Polvilhamento do local umedecido para assentamento das taliscas
O assentamento das taliscas devem ser feitos com 2 dias de antecedência do
contrapiso, pois permite realizar maior controle dos níveis, e minimizar erros.
Figura 12 Assentamento da talisca com nível d’água
A operação do nível para a transferência do nível marcado no cômodo deve ser feita
com dois operários que tenham experiência para isso.
Após a conclusão desta etapa, o local é novamente limpado, e o trânsito de pessoas
impedido para que se evite danificar as taliscas.
Figura 13 Talisca pronta
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9. ETAPAS DE EXECUÇÃO
No dia em que será executado o contrapiso, deve-se prever a produção racional da
argamassa. Por exemplo, na obra visitada, o trabalhador com experiência na execução de
contrapiso, fazia 1 apartamento por dia, o que é relativamente rápido. O controle da produção
de argamassa é importante para evitar desperdício.
Lava-se a laje com água em abundância e depois de retirado o excesso, é polvilhado o
cimento com uma peneira (aproximadamente 0,5kg/m2
de superfície) e espalhado com a
vassoura. Essa combinação formará uma película de ligação entre a base e a argamassa.
Figura 14 Preparo da Camada de Aderência
A partir de então se começa a execução do contrapiso com a chegada de material no
pavimento. A seguinte etapa é a de execução da mestra, que é uma faixa de guia do contrapiso
que usará o alinhamento das taliscas para o nivelamento. A argamassa sobrepõe as taliscas. Só
depois de compactado e feito essas guias, é que se deveria espalhar o restante da massa no
piso.
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Figura 15 Execução da mestra
O que foi observado em obra, no entanto, foi que o trabalhador, devido sua
experiência e rapidez, espalha a argamassa por todo o piso, e dedica atenção primeiramente à
parte onde estão as taliscas.
Figura 16 Compactação da argamassa em todo piso
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Figura 17 Execução de uma guia com a régua sobre toda a argamassa espalhada
Só depois de feita a marcação das guias sobre todo o piso argamassado, com auxílio
das taliscas alí colocadas, é que o trabalhador partiu para o nivelamento de toda a área
restante.
Figura 18 Nivelamento do restante da área do cômodo
O próprio trabalhador previu os locais onde há caimento, e marcou com a própria
régua os locais onde ocorrerão esse desnível.
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Figura 19 Previsão do caimento próximo ao ralo
O operário, terminado o nivelamento do cômodo, define a linha de transição de um
ambiente para outro, onde provavelmente ocorrerá uma mudança de nível.
Figura 20 Finalização do nivelamento do ambiente
Por último, como etapa de acabamento, a camada é desempenada. Se ela for receber
depois um revestimento fixado com argamassa adesiva, basta a desempenadeira de madeira.
Se for receber um revestimento cujo adesivo é a base de resina, é feito o alisamento com
desempenadeira de aço e polvilhado cimento em mesma quantidade, como anteriormente.
(0,5kg/m2
), constituindo uma fina camada de alta resistência.
Essa etapa é feita com auxílio de uma tábua, onde o trabalhador se apóia com os pés,
para evitar danificar o piso, e ela é feita dos cantos para a porta de saída.
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Figura 21 Execução do acabamento superficial obtido por desempeno com madeira
10. CUIDADOS APÓS EXECUÇÃO DO CONTRAPISO
Depois de acabado o contrapiso recomenda-se ainda alguns cuidados:
1. O contrapiso deve ser isolado do trânsito de pessoas durante no mínimo 3 dias. O transito de
equipamentos deve ser evitado, mesmo após esse pedíodo;
2. Para a colocação do revestimento, espera-se no mínimo um prazo de 28 dias para a completa
secagem do contrapiso.
3. A cura pode ser feita sob condições ambientes, desde que esteja protegido de ações agressivas
do meio.
11. CRONOGRAMA
A execução do serviço avaliado na obra visitada é relativamente muito rápida, dado
que o trabalhador executa sozinho um apartamento de aproximadamente 104m2 por dia.
12. ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS OBSERVADOS NA OBRA
Foi observado que no Edifício Portal dos Jacarandás, a execução do contrapiso é feita
de maneira satisfatória, atendendo corretamente o cronograma da obra e não demonstrando
qualquer problema relacionado a essa etapa.
Sobre todos os aspectos observados, o único que se diferencia do que encontramos
nas referências bibliográficas é e relação à execução da mestra. O ato de lançar todo o
material necessário para um ambiente de uma única vez é prejudicial porque a massa pode
iniciar sua reação de pega, dificultar o trabalho e possivelmente desperdiçar esse material se o
trabalhador não conseguir espalhar, compactar e nivelar o ambiente relativamente rápido.
O que foi notado, no entanto, foi a alta produtividade do funcionário em específico, e
que rapidamente executou o serviço numa sacada de pequena área. Em ambientes maiores,
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como uma sala, provavelmente seria mais difícil cumprir todas as etapas preocupando-se em
nivelar corretamente antes com auxílio das taliscas.
Para todo caso, é recomendável a execução da mestra, garantindo a boa execução do
contrapiso.
13. INOVAÇÕES NO MERCADO
Uma das inovações no mercado de contrapisos é o contrapiso Auto-nivelante. Ele foi
desenvolvido para aplicação em áreas onde é necessário um grande nível de assepsia, assim
como alta resistência a ataques químicos e abrasivos, suportando trânsito de leve a elevado
(pessoas, empilhadeiras e veículos pesados). O sistema auto-nivelante possui propriedades de
alta fluidez e auto-acomodação proporcionando um acabamento vítreo garantindo assim total
proteção ao substrato.
Por agregar estética e resistência, é considerado um revestimento altamente
recomendável para laboratórios, indústrias farmacêuticas, hospitais, indústrias alimentícias
entre outras.
Figura 22 Contrapiso auto-nivelante aplicado em laboratório
14. CONCLUSÃO
O subsistema piso apesar de ser uma etapa simples em relação a todos processos
executados em obra, merece atenção cuidadosa na sua execução pois dependendo de como ela
for feita, evita-se erros e desperdícios.
Quando consideramos a abordagem das referências bibliográficas, percebemos que a
teoria é praticamente condizente à realidade, com algumas ressalvas, pois ela também é
passível à adaptações em determinados casos. Contanto é muito importante que seja estudada
a possibilidade de substituição ou exclusão de determinados passos, para que não se obtenha
resultados frustrantes.
Esse trabalho cobriu todas as etapas de execução do contrapiso aderido, ressaltando as
funções as funções do contrapiso em seu sistema piso utilizado em edifícios residenciais ou
comerciais, destacando os procedimentos para sua execução.
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15. REFERÊNCIA BLIBLIOGRÁFICA
BARROS, Mercia Maria S. Bottura de. Recomendações para a Produção de Contrapisos para
Edifícios. TT-13.São Paulo, 1995.
SABBATINI, Fernando H et al. Produção de Contrapisos em Edifícios. PCC-2436,
Tecnologia da Construção Civil II. Escola Politécnica- USP, São Paulo. 2006.
BORGES, Alberto de Campos et al. Práticas das Pequenas Construções. Volume I. Editora
Edgard Blücher, São Paulo. 1998.