Post on 09-Apr-2018
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
1/32
Introduo - O debate: Evoluo ou Criao?
A Revista Veja no.6 de 11 de fevereiro de 2009 publica matria com o ttulo: Uma guerra de 150 anos em Caderno Especial referindo-se s idias revolucionrias do
naturalista ingls Charles Darwin com um chavo em destaque entitulado: A Darwin o que
de Darwin1 em referncia ao dito por Jesus Cristo: Da a Csar o que de Csar.
A matria faz referncia tambm sobre a teoria evolucionista darwiana tornando
pblico os trabalhos feitos por Darwin comemorando neste ano de 2009, 200 anos de seu
nascimento em 20 pginas especiais enaltecendo os trabalhos revolucionrios de Darwin. Os
trabalhos de Darwin so apresentados nesta importante revista de circulao nacional como os
pilares da Biologia e da Gentica assim como em outras cincias modernas.
Nesse Caderno Especial apresentada uma reportagem completa sobre evolucionismo
dividindo-o em 5 pilares:
1. a evoluo dos seres vivos;
2. o ancestral comum;
3. a multiplicao;
4. o gradualismo;
5. seleo natural.
O mistrio, no entanto, buscar o por que tanta gente ainda reluta em aceitar que o ser
humano o resultado da evoluo. Nesta reportagem a diretora do Colgio Presbiteriano
Mackenzie, profa. Dbora Muniz, defenda a troca dos livros de cincias convencionais por
apostilas de contedos criacionistas at a 4a. srie2. De acordo com esta proposta o
evolucionismo deveria ser apresentado num momento certo, isto , a partir do ensino
fundamental em diante.
1 CARRELI, Gabriela, A Darwin o que de Darwin, Revista VEJA, edio 2009 ano 42 no. 6, 11 defevereiro de 2009, pp. 73 a 912 ibid., p. 84
1
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
2/32
Nas escolas evanglicas os alunos aprendem que o evolucionismo existe mas que a
razo est com a Bblia e Darwin apresentado apenas como mais uma teoria.3
Em outro nmero da Revista Vera o jornalista vai qualificar como assustador a
reao criacionista de setores das escolas confessionais no Brasil:
assustador que, s vsperas do bicentenrio do nascimento de Charles Darwin,
pai da teoria da evoluo, escolas brasileiras estejam ensinando criacionismo nas aulas de
cincias. J se sabia que as escolas adventistas fazem isso. A novidade que o negcio est
se propagando. Em instituies tradicionais de So Paulo, como o Mackenzie, inventou-se at
um mtodo prprio para o ensino.4
O jornalista e editor da Revista Adventista rebateu as crticas de que o que o relato
bblico da Criao uma fbula encantadora, mas no cincia argumentando que:
Algum precisa dizer para o Petry que seleo natural tem base factual e explicarelativamente bem a biodiversidade (microevoluo) em nosso planeta, mas a histria de que
todos viemos de um ancestral comum (macroevoluo), essa, sim, uma fbula, e nem um
pouco encantadora.5
Em 2000 o ento governador do Rio de Janeiro Antony Garotinho sancionou uma lei
que determina que o ensino religioso faa parte do currculo das escolas pblicas reacendendo
o debate sobre cincia e religio de modo geral, e em particular os debates sobre criacionismo
e evolucionismo.
Segundo determinao da Secretaria de Estado da Educao do Rio de Janeiro, em
2004 as escolas pblicas promoveriam "reflexes sobre a criao do mundo" por meio de
uma "abordagem superficial do criacionismo". Porm, no foi explicado que metodologia os
professores devero utilizar para isso.6
O presidente da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Cincia (SBPC) se pronunciou
sobre o assunto nos seguintes termos:
3 ibid.,4 Andr Petry, Revista Veja 04/02/20095 Michelson Borges, Viso "Petryficada" da Veja, in: www.asm.org.br/noticias/ASM/2009/02_04_veja.php(acesso em 21/08/09)6 MARTINS, Maurcio Vieira, O criacionismo chega s escolas do Rio de Janeiro: uma abordagem sociolgica,in: http://www.comciencia.br/200407/reportagens/02.shtml(acesso em 21/08/09)
2
http://www.asm.org.br/noticias/ASM/2009/02_04_veja.phphttp://www.comciencia.br/200407/reportagens/02.shtmlhttp://www.comciencia.br/200407/reportagens/02.shtmlhttp://www.asm.org.br/noticias/ASM/2009/02_04_veja.phphttp://www.comciencia.br/200407/reportagens/02.shtml8/7/2019 Evoluo ou Criao final
3/32
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
4/32
desconcertante que em pleno 2009 existam pessoas que pensam que o mundo tenha
essa idade s por constar numa leitura bblica quando toda evidncia cientfica demonstra o
contrrio.10
De acordo com o pesquisador os nmeros apontam para um crescimento do
Criacionismo no Reino Unido nos ltimos anos tendo como causas principais:
o aumento da populao de imigrantes islmicos;
proliferao das igrejas pentecostais de africanos ou afrodescendentes;
os ditos intelectuais neo-darwinistas que defendem o atesmo.
Um dos autores mais polmicos neste debate Richard Dawkins. Para ele:
A conquista de Darwin universal e atemporal. Os processos evolutivos descritos
por ele devem acontecer em qualquer lugar do universo onde porventura exista vida. Quando
releio Darwin, sempre me surpreendo com quo moderno ele soa. Considerando que suas
concepes de gentica estavam erradas, impressionante como ele conseguiu acertar em
todo o resto. 11
Dawkins um famoso zologo, etlogo, evolucionista e escritor de divulgao
cientfica na Inglaterra. Sua viso evolucionista centrada no gene foi exposta em seu livro O
Gene Egosta, publicado em 1976. A partir de seu livroDeus, um Delrio, onde afirma que a
explicao da vida no precisa do fator Deus para sua explicao, Dawkins acendeu a ira dos
criacionistas.Este autor afirma que evolucionistas no deveriam participar de debates pblicos com
partidrios do criacionismo:
Os criacionistas buscam esse debate para conquistar um verniz de respeitabilidade
intelectual. Eles no tm esperana de "vencer" a discusso: querem apenas ser reconhecidos
no mesmo palanque ocupado por um cientista de verdade. Por isso devemos evitar esses
encontros12.
10 ALEXANDER, Denis, in COLOMBO, Silvia,Darwin nas mos de Deus, Caderno Especial, Folha de SoPaulo, 16 de Fevereiro de 2009, p.11 DAWKINS, Richard,A conquista de Darwin universal e atemporal, entrevista , Jornal da Cincias, maio de2005, http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=28483 (acesso em 14/08/09)12 ibid.,
4
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=28483http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=284838/7/2019 Evoluo ou Criao final
5/32
O Papa Pio XII em 1950 em sua encclica Omnis Generis reconhece que a evoluo
biolgica compatvel com a f crist embora para a criao da alma seja necessria a
interveno divina13.
Joo Paulo II em discurso em 1981 na Academia Pontifcia de Cincias disse que um
erro usar a Bblia como um tratado de astronomia, geologia e biologia: A Bblia no pretende
ensinar como se formou o firmamento, mas sim como chegar ao cu., portanto espantoso e
chega a ser ridculo esta discusso que ressurge em pleno sculo XXI. A essncia de Deus,
no pode ser comparada, a sim como a vida aps a morte. Este o grande mistrio. Para
crermos nisso temos que ter f. E este um dom divino.No cincia, religio.
A reflexo a seguir apresentar o evolucionismo e o Criacionismo a partir da histria,
idias principais e autores mais importantes. Logo depois sero apresentadas as propostas de
Hans Kung e Leonardo Boff como possibilidades de dilogo entre cincias e teologia.
13 citado em: SAMPAIO, Lenita, Criacionismo e Evolucionismo, emhttp://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64(acesso em em 21/08/09)
5
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=648/7/2019 Evoluo ou Criao final
6/32
Captulo 1:
Entendendo o debate: fundamentos do evolucionismo e criacionismo
1 - Construo da Teoria da Evoluo
1.1-o processo: A Teoria da Evoluo pela Seleo Natural, apesar de ser chamada de
Darwinismo, o resultado de um processo lento de evoluo cientfica atravs de vrios
autores O Evolucionismo no resultado do pensamento de uma s pessoa, e no foi
desenvolvida unicamente por um ou poucos cientistas, mas sim o conjunto de idias e
resultado de um processo complexo de estudos cientficos, levantamento de dados,
observao sistemtica ao longo da histria.
Aristteles foi o primeiro grande bilogo. Em sua reflexo acreditava que se
podia encaixar os seres vivos em uma hierarquia que ficou conhecida Scala Naturae14,
que quer dizer a escada da natureza. As criaturas mais simples tinham um princpio
inferior; o ser humano ocupava o topo; os outros seres ocupavam um lugar apropriado
entre as extremidades desta escala. Para Aristteles os organismos vivos sempre
existiram e no adimitia que houvesse qualquer histrica entre uma espcie e outra e
nem genealogia comum.A biologia evoluiu muito com as concluses que Aristteles chegou observando a
natureza. A biologia de Aristteles teve influencia em seu pensamento metafsico: o
filsofo afirmava que tudo movido por uma fora para se tornar algo maior, para
evoluir15.
Durante muito tempo as idias de Aristteles eram aceitas entre biologistas que
adotaram a idia da escada da vida.
Um dos primeiros cientistas a sugerir que as espcies podem modificar-se foi
Georges-Louis Leclerc de Buffon, um francs que viveu entre 1707 a 1788 16. Buffon
acreditava que as mudanas nas espcies ocorriam por um processo de degenerao. A
14 CURTIS, Helena,Biologia, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977, p.115 CONSCINCIA,Aristteles: biografia e pensamento, in:http://www.consciencia.org/aristoteles.shtml.(acesso em 27/08/09)16 CURTIS, op.cit., p.2
6
http://www.consciencia.org/aristoteles.shtmlhttp://www.consciencia.org/aristoteles.shtmlhttp://www.consciencia.org/aristoteles.shtml8/7/2019 Evoluo ou Criao final
7/32
partir de uma idia de forma ideal ou original, Buffon afirmava que as formas originais
da Natureza podiam ser alteradas por aperfeioamento e degenerao, segundo ele, a
mesma coisa, pois ambas implicam numa alterao da constituio original.
Erasmo Darwin av de Charles Darwin foi mdico e naturalista no perodo de
1731 a 1802. Estudioso de botncia e zoologia Erasmo Darwin foi um dos primeiros a
questionar a fixidez das espcies afirmando que as espcies tinham ligaes histricas
entre si e que a competio levava a um desenvolvimento de espcies diferentes e que os
animais eram capazes de se modificar em resposta s condies ambientais.17
A catalogao dos seres vivos num processo de classificao organizada chamada de
Taxonomia Binominal, classificando os seres vivos por grupos de gnero e espcie. Este
mtodo de classificao de plantas e animais desenvolvida pelo famoso bilogo sueco Carlos
Lineu no sculo XVIII convivia, entretanto com a idia da imutabilidade das espcies.A partir destes trabalhos de classificao dos seres vivos, os naturalistas do sculo XIX
perceberam que haviam caractersticas que convergiam para uma mesma tendncia, o que
permitia agrupar as espcies numa rvore com sees e subsees obedecendo uma ordem e
progresso evidentes.
Os naturalistas perceberam atravs da observao sistemtica e da classificao que os
seres vivos podem ser classificados e obedecem a uma ordem que os separa em diversos
grupos parcialmente isolados, porm interligados por alguns animais que parecem fazer uma
conexo entre os grupos.
O prximo passo importante na observao dos naturalistas foi perceber que havia uma
progresso: uma srie de troncos comuns surgiam de um tronco nico, o que sustentava a
idia de ancestrais em comum. a partir destas observaes que as teorias posteriores vo ser
desenvolvidas.
17 CURTIS, ibid., p.2
7
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
8/32
1.2- Autores da Evoluo
Jean-Baptiste Lamarckfoi o responsvel pela primeira teoria aceitvel para explicar
a progresso dos seres vivos observada ao longo dos anos pelos naturalistas. Ele era um
botnico francs, pesquisador do Museu de Histria Natural de Paris18
Lamarck foi bilogo alm de ter sido seminarista e militar. A partir de 1801 ele
publicou artigos cientficos combatendo o que ele chamava de fixismo entendida como a
doutrina na qual as espcies de seres vivos so imutveis e tambm combatia o
catastrofismo - que acreditava que as catstrofes naturais (enchentes, dilvios, vulces,
terremotos, etc) interferiam e determinavam o surgimento de variaes das espcies e tambm
o desaparecimento de diversas espcies.Lamarck fundamentava sua teoria em duas hipteses:
a lei do uso a desuso
a lei dos caracteres adquiridos.
Por exemplo, no caso da girafa, a necessidade de se alimentar dos brotos superiores
das rvores altas fazia com que os animais cada vez mais esticassem o pescoo produzindo
assim o alongamento progressivo do pescoo e transmitindo para a descendncia que j
nasceriam com pescoos mais longos e, de gerao em gerao tornando vivel a vida daespcie. De acordo com Lamarck o surgimento de novas espcies se d por evoluo, devido a
aquisio ou perda de caracteres.
Para Lamarck, o uso repetido do rgo causaria um desenvolvimento, e seu desuso
naturalmente uma atrofia, o que explicava o desaparecimento dos rgos que no mais
tinham utilidade para a nova espcie .19
As idias de Lamarck foram bem aceitas entre naturalistas e na sociedade em geral
mas tambm despertaram um grande oposio por parte de religiosos a exemplo de Georges
Leopold Cuvier que era protestante e um naturalista que aceitava o fixismo catastrofista a
partir de uma apologia do relato bblico.
18 LAMARCK, Portal Edcuao, in: http://www.portaleducacao.com.br/biologia/principal/conteudo.asp?id=7935(acesso em 14/09/2009)19 MARCUS VALRIO, Criao Evoluo, Teoria da Evoluo - de onde viemos? in:http://www.evo.bio.br/Layout/Teoria_Evolucao.html(acesso em 14/09/09)
8
http://www.portaleducacao.com.br/biologia/principal/conteudo.asp?id=7935http://www.evo.bio.br/Layout/Teoria_Evolucao.htmlhttp://www.evo.bio.br/Layout/Teoria_Evolucao.htmlhttp://www.portaleducacao.com.br/biologia/principal/conteudo.asp?id=7935http://www.evo.bio.br/Layout/Teoria_Evolucao.html8/7/2019 Evoluo ou Criao final
9/32
A resistncia de Lamarck contra os conservadores tornou a vida e o trabalho do
naturalista muito difcil, inclusive de dar continuidade s suas pesquisas. Lamarck morreu na
misria, em 1829 mas sua teoria sobreviveu inspirando outros naturalistas. Sua teoria s foi
parcialmente criticada e superada algumas dcadas depois.
A primeira suposio da Lamarck vlida: o uso a o desuso provocam alterao nos
organismos. Assim, sabemos que os atletas desenvolvem seus msculos atravs do uso,
enquanto que a paralisao das pernas, por exemplo, determina atrofia. A falha est na
segunda hiptese: caracteres adquiridos por uso e desuso nunca so transmitidos aos seus
descendentes.
Gregor MENDEL
Johan Mendel era austraco nascido no dia 20 de julho de 1822. Quando ingressou naordem religiosa dos Agostinianos mudou seu nome para Gregor Mendel. Estudou teologia e
filosofia e foi ordenado padre em 1847.
Vai estudar Histria Natural na Universidade de Viena durante 3 anos onde se
interessou definitivamente pelo estudo dos seres vivos, principalmente botnica.
O interesse pela botnica veio da observao dos conhecimentos de seu pai que era
jardineiro. Mendel vai iniciar suas pesquisas com rvores frutferas e, mais tarde, no jardim
do mosteiro, vai se dedicar ao estudo da ervilha por ser um vegetal de reproduo rpida20e de
fcil visualizao.
Sua observao levou identificao de que as caractersticas das plantas passavam de
uma gerao a outra hoje conhecido como elementos hereditrios ou genes.
Hoje, a pesquisa de Mendel, estudada a partir da apresentao de trs leis: Lei da
Segregao, Lei da Uniformidade e Lei da Recombinao dos Genes.
Absorvido pelo trabalho administrativo no mosteiro, Mendel no pode se dedicar s
suas pesquisas de modo mais sistemtico. Mendel morreu em 6 de janeiro de 1884. Entretanto,
seus escritos foram preservados e a importncia de sua pesquisa reconhecida um sculo
depois. No sculo XX os pesquisadores reconheceram a importncia da pesquisa de Mendel
para a gentica.
Mendel considerado, com razo, o Pai da Gentica.
20 SNUSTAD, Peter; SIMMONS, Michael J.,Fundamentos de Gentica,, So Paulo: GuanabaraKoogan, 2001,p.17
9
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
10/32
Charles DARWIN - nasceu em 12 de fevereiro de 1809 na cidade de Shrewsbury,
Inglaterra. Filho de Robert Darwin e Susamah Darwin. Seu av Erasmus Darwin, mdico e
filsofo, j havia publicado em 1795 uma obra onde apresentava idias evolucionistas
precursoras de Lamarck.
Darwin desde a infncia se interessava em colecionar insetos e minerais. Quando
entrou para a escola de medicina da Universidade de Edimburgo, em 1825, sentiu mais
interesse por histria natural, que pela prtica da medicina, participando de vrias
sociedades de naturalistas.21
Estudante de medicina abandonou os estudos e dedicou-se cincia natural e tambm
tornou-se clrigo da Igreja Anglicana.
Dois anos depois, com 18 anos, seu pai, ao perceber seu desinteresse e inaptidopara o curso de medicina, matriculou-o na Escola de Artes de Cambridge, para que pudesse
se ordenar padre. Um dos requisitos de um sacerdote era a capacidade de observar e
reproduzir a criao de Deus, e seu ingresso no sacerdcio significaria um futuro
estvel.22
Durante seus estudos em Cambridge se inscreveu no curso de histria natural oferecido
pelo reverendo John Stevens Henslow e se interessou pelas idias de William Paley sobre o
projeto divino da natureza.
Em dezembro de 1831 foi convidado para participar de uma expedio cientfica,
tornando-se membro da mesma nas funes de gelogo, botnico, zologo e homem de
cincias inclusive na rea mdica.
Um dos marcos mais importantes da sua histria foi a viagem a bordo no navio
Beagle entre 1831 e 1836, na qual visitou diversas regies do globo terrestre e teve condies
de perceber uma interessante relao entre fsseis e espcies viventes na poca e mecanismos
de adaptao de espcies relacionados ao ambiente e modo de vida destes. 23
A expedio partiu a bordo do navio Beagle no dia 10 de dezembro de 1831 zarpando
do porto de Plymouth na Inglaterra, iniciando desta forma a viagem cientfica atravs dos
continentes.
21 CAMINHOS DE DARWIN no Brasil, in: http://www.casadaciencia.ufrj.br/caminhosdedarwin/darwin.html(acesso em 14/09/09)22 ibid.,23 ibid.,
10
http://www.casadaciencia.ufrj.br/caminhosdedarwin/darwin.htmlhttp://www.casadaciencia.ufrj.br/caminhosdedarwin/darwin.html8/7/2019 Evoluo ou Criao final
11/32
Em janeiro de 183224 o navio chegou s Ilhas Canrias, mas no desembarcaram em
virtude da regio estar contaminada por uma epidemia de clera, doena de alta letalidade. O
Beagle segue viagem e em fevereiro de 1832 aportou aqui no Brasil na regio de Salvador,
Bahia, onde ficou at maro do mesmo ano.
Darwin toma contato pela primeira vez com a floresta tropical brasileira, em plena
estao das chuvas, sendo esta a melhor poca para observao da floresta por ser mais
acessvel o deslocamento pelos igaraps. Aqui Darwin fez uma observao interessante: o
peixe Diodom Antenalus (peixe de pele flcida) com propriedade de destender o corpo numa
forma esfrica. Ao retir-lo da gua observou que a quantidade considerada de gua e de ar
entrava pela boca do peixe, o mesmo acontecendo provavelmente pelos orifcios branquiais
segundo sua observao.
Em 18 de maro o navio desloca-se da Bahia25 com destino ao Rio de Janeirochegando a 4 de abril onde aportou. Darwin em terra em suas andanas escalou o Corcovado e
posteriormente foi at a cidade de Maca tendo como transporte o cavalo. Neste trajeto fez
muitas anotaes, principalmente sobre botnica e zoologia. Dentro de suas observaes do
Rio de Janeiro as mais relevantes esto no comportamento das formigas, sendo os primeiros
insights sobre ecologia.
Os animais que mais o interessaram e fascinaram foram os insetos. Darwin passava
os dias coletando, observando e estudando o comportamento desses animais e suas anotaes
foram importantes para a formulao da Teoria da Evoluo e o principio da seleo
natural. 26
Enquanto o Beagle retorna para a Bahia Darwin permanece no Rio de Janeiro
fascinado com a diversidade da vida nas florestas. Encontrou seu primeiro macaco no Novo
Mundo. Em seu Dirio pessoal Darwin anota:
Qualquer naturalista capaz de lamber a sola do sapato de um brasileiro diante da
perspectiva de ver florestas selvagens povoadas por belos pssaros, macacos e preguias e
lagos com capivaras e jacars.27
24 CURTIS, op.cit., p. 525 CURTIS, p.726 CAMINHOS DE DARWIN, op.cit27 ibid.,
11
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
12/32
O que mais o excitava era a vida interiorana. Encontrou insetos nunca vistos na
Europa, observou lagartos fugindo de formigas predadoras. Darwin famlia descrevendo
como passava a ver as suas novas perspectivas sobre a histria natural que o fortalecer:
A histria natural oferecer trabalho e diverso elo resto de sua vida Os trpicos
so aparentemente o bero natural da raa humana, mas a mente, como muitos de seus
frutos, parece atingir sua maior perfeio em um clima estrangeiro.28
Darwin deixou o Rio, e o Brasil, em 5 de julho de 183229, viajando para Montevidu,
dando continuidade a sua expedio. Darwin voltar ao Brasil em agosto de 1936 fazendo
suas ltimas paradas em Salvador e Recife, para conferncia de clculos, antes de retornar
definitivamente Europa.
Seguiram para a Argentina30 onde visitaram a Bahia Blanca, Na praia de Punta Alta,
em Bahia Blanca, Darwin encontrou o fssil de uma preguia e um tatu gigante. No Chile,Darwin subiu a cordilheira dos Andes onde encontrou fsseis de conchas, concluindo
posteriormente que aquela regio, algum dia, j tinha sido mar; e numa fenda nas montanhas
uma floresta petrificada.
Do Chile, a expedio partiu para Galpagos31, onde passaram um ms. Nesse
arquiplago, Darwin pode observar as tartarugas, iguanas e a enorme variedade de aves. E
constatou que eram diferentes de ilha para ilha. Rumaram para o Taiti, Nova Zelndia,
Austrlia, Ilhas Coco, retornaram a Brasil, aportando na Baia e em Recife. Por fim, voltaram
para a Inglaterra.
Os resultados imediatos da viagem foram o livro A Viagem do Beagle (1838), baseado
nos dirios de Fitzroy, a transcrio do dirio de Darwin (1839) e os artigos sobre a geologia
da Amrica do Sul, baseados em nas observaes de Darwin e no livro Princpios da
Geologia, de Charles Lyell. Mas a maior obra publicada, de fundamental importncia para a
cincia, tendo como base os espcimes encontrados durante a expedio do Beagle, foi A
origem das espcies, de Darwin. Na obra, publicada em 1859, o naturalista descrevia sua
teoria a cerca da evoluo dos seres vivos.32
28 ibid.,29 COLOMBO, op.cit., 730 ibid.,. 731 ibid., 832 ibid., 8
12
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
13/32
Durante toda a viagem Darwin coletava fsseis e espcimes da fauna da Amrica do
Sul e enviava para a Inglaterra, para seu professor Henslow que comeou a divulgar os
escritos e anlises de Darwin. Quando retorna a Europa, em 1836, Darwin aos 27 anos, j era
bem conhecido como naturalista na comunidade cientfica.
De volta Inglaterra Darwin se dedica pesquisa geolgica e sobre a fauna marinha
estundando os fsseis e espcimes que trouxe da Amrica do Sul. Aps tomar contato com as
idias de Lamarck e posteriormente as de Thomas Malthus, sobre a dinmica de crescimento
populacional, Darwin finalmente concebeu o mecanismo evolutivo que seria a essncia de
toda a sua teoria. A Seleo Natural33.
1859, aos 50 anos de idade, Darwin publica seu livro A Origem das Espcies34 que
prope a seleo natural como fator evolutivo das espcies. Este livro o projetou no meio
cientfico causando polmica e sendo alvo de crticas em especial por parte dos criacionistasinclusive seu professor John Henslow.
Darwin contraiu uma doena na Amrica do Sul que alguns pesquisadores
identificaram como doena de Chagas35. Por isso sua A Teoria das Espcies foi defendida e
apresentada por outros cientistas uma vez que Darwin morava no interior da Inglaterra com
sua sade gravemente abalada.
Faleceu em 19 de abril de 1889, aos 79 anos, em Downe, Inglaterra. Era casado com
Emma Wedgwood com quem teve dez filhos. Trs deles morreram ainda durante a infncia36.
A diferena essencial entre a proposio de Darwin e a de qualquer de seus
predecessores o papel central que ele atribui ao processo da variao. Os outros
consideraram as variaes distrbios no plano geral enquanto Darwin viu que elas so a
tecitura mesma do processo evolutivo. 37
33 ARAGUAIA, Mariana, Quem foi Charles Darwin?in: http://www.brasilescola.com/biologia/charles-darwin.htm (acesso em 21/9/09)34 CURTIS, op.cit. p. 735 COLOMBO, op.cit., p.836 ibid.,37 CURTIS, op.cit. p.7
13
http://www.brasilescola.com/biologia/charles-darwin.htmhttp://www.brasilescola.com/biologia/charles-darwin.htmhttp://www.brasilescola.com/biologia/charles-darwin.htmhttp://www.brasilescola.com/biologia/charles-darwin.htm8/7/2019 Evoluo ou Criao final
14/32
2- Criacionismo
2.1- Conceito
O criacionismo o conjunto de crenas que afirma um deus criador absoluto
responsvel por tudo o que existe no universo por isso podem ser considerados testas. A
divindade est permanentemente em relao com a sua criao, por isso "imanente", e pode
intervir de forma atual no universo. Neste sentido, de modo geral, cristos, como judeus ou
muulmanos so criacionistas. Tambm seria possvel apontar para outras formas de
criacionismo que deveriam ser conceituados a partir de suas matrizes religiosas: criacionismohindu, criacionismo de Krishna, criacionismo vdico, criacionismo islmico,
criacionistas turcos, criacionistas sulafricanos. 38
O conceito vigente de criacionismo em toda essa discusso a crena crist
segundo a qual Deus criou o mundo e todos os seres vivos conforme descrito no livro
bblico do Gnese. Porm, existe uma variedade enorme de tipos de criacionismo cristo
dentro deste quadro geral, mesmo que a maioria seja, de modo geral, tipos de criacionismo
bblico39.
O criacionismo toma a Bblia, em especial os primeiros captulos do Gnesis, como
referncia genuna para a histria do universo e histria da vida, tambm dos seres humanos
e da terra por esta razo so conhecidos como fundamentalistas ou literalistas bblicos.
Partindo deste princpio os criacionistas de modo geral se opem ao evolucionismo, em
especial recusam as idias de Charles Darwin no seu livro A Origem das Espcies.
A teoria criacionista em geral afirma que todas as espcies vivas surgiram
repentinamente, j diferenciadas e especializadas, que no houve evoluo e que tudo se deu
num periodo muito curto de tempo. Apesar de ser especialmente defendida por setores do
fundamentalismo cristo, basicamente evanglico o criacionismo pode ser identificado em
muitas matrizes religiosas do mundo.
38 ENGLER1, Steven, Tipos de Criacionismos Cristos, Revista de Estudos da Religio junho / 2007 / pp. 83-107, in: http://www.pucsp.br/rever/rv2_2007/t_engler.pdf(acesso em em 21/09/09)39 ibid.,
14
http://www.pucsp.br/rever/rv2_2007/t_engler.pdfhttp://www.pucsp.br/rever/rv2_2007/t_engler.pdf8/7/2019 Evoluo ou Criao final
15/32
2.2- Tipologia
Existem trs tendncias40 criacionistas na atualidade: o criacionismo religioso puro, o
criacionismo intermedirio e o criacionismo cientfico fundamentalista.
1- O criacionismo religioso puro no tem pretenso cientfica e poderamos dizer que
uma forma bsica de criacionismo tendo sua origem nos mitos primitivos que esto presentes
no passado cultural de parte significativa da humanidade. O criacionismo religioso a opinio
daqueles que esto satisfeitos com suas explicaes mticas e msticas do mundo e da origem
da vida e no precisam de conhecimentos cientficos ou filosficos para fortalecimento de seu
posicionamento. Os conflitos entre cincia e religio so descartados j no nvel pessoal e no
se transformam num debate ampliado. Esta postura de uma viso de mundo mtica esta nabase de todos os demais criacionismos.
2- o criacionismo intermedirio aquele que apresenta menos contedos religiosos e
mais discusso filosfica e teolgica. Historicamente esta postura surge depois do
estabelecimento de um pensamento cientfico a partir do sculo XIX e de modo especfico
como resposta crtica ao Evolucionismo. Neste momento a resposta religiosa e teolgica no
se mostrou capaz de restringir ou impedir o desenvolvimento do pensamento e das cincias
evolucionistas. Filsofos e telogos se viram obrigados a lanar mo da cincia para defender
a posio cricionistas. Esta forma de criacionismo se utiliza da Bblia somente no seu aspecto
moral tratando d no expor o texto Bblico aos rigores da cincia. Apesar de ser uma postura
mais flexvel que admite que o dilvio bblico no necessariamente foi um fenmeno de
propores planetrias sustenta a superioridade da religio bblica revelada como acima dos
interesses da cincia.
Esta forma de criacionismo pode trabalhar com a idia da Teoria do Big Bang
reinterpretando o Gnesis bblico de tal modo que a Bblia sempre tem razo e sempre j
anunciava o que a cincia descobre em suas pesquisas. Esta atitude de ajuste vai, por exemplo,
alegar que um dia nos relatos bblicos tem o mesmo valor de uma era ou de um perodo de
40 ibid.,
15
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
16/32
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
17/32
3. os seres humanos j foram criados nesta forma atual assim como todas as espcies; estas
possveis adaptaes so climticas ou ambientais logo no existe um antepassado comum
para os primatas ou qualquer outra espcie;
4. os eventos catastrficos (dilvios, vulces, etc.) podem explicar as caractersticas
geolgicas da Terra;
5. entre estes eventos catastrficos o mais importante na histria foi o Dilvio bblico, narrado
no livro do Gnesis, o que explicaria os fsseis e as camadas geolgicas.
2.4- Crticas criacionistas
Os Criacionistas afirmam que no so contra a Cincia, mas sim conta a Teoria daEvoluo. Ao apresentar as principais teses Criacionistas fica claro que este pensamento se
organiza por oposio s teses evolucionistas. Para os Criacionistas a Teoria da Evoluo
tambm religiosa porque no pode provar de modo absoluto suas teses.
1. Para os criacionistas a teoria da evoluo uma teoria e no um fato e assim deve ser
tratada recusando qualquer forma de considerar como verdade que pode ser ensinada
nas escolas, por exemplo.
2. Os criacionistas, afirmam que a hiptese da seleo natural, que seria uma idia central
do moderno pensamento evolucionista, uma fraude. A afirmao sobre "a
sobrevivncia dos mais capazes" contrastada com a pergunta "quem so os mais
capazes?". Somente os que sobrevivem que podem fazer tal afirmao por isso a
teoria da seleo natural consiste numa tautologia de que os que sobrevivem so os
que sobrevivem nada cientfica afinal.
3. Os criacionistas dizem que o sustentculo da moderna teoria evolucionista reside num
mecanismo de mutaes genticas aleatrias, mas as hipteses de surgimento de
organismos capazes e funcionais, com todas as suas peas no devido lugar, seriam
pequenas sem a considerao de um princpio ordenador.
4. Os criacionistas apontam para as omisses e falhas na aparente continuidade evolutiva
do patrimnio fssil. Existem grandes contradies entre as diferentes formas
17
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
18/32
encontradas e ainda no h uma teoria que oferea elos de ligao. A idia de
continuidade e de ligao no efetivamente demonstrada pelo evolucionismo e por
isso depende necessariamente um ato criador e ordenador da vida.
5. Os criacionistas afirmam que a fsica moderna no sustenta a teoria da evoluo:
A segunda lei da termodinmica determina que a desordem do universo
inexoravelmente sempre maior. Em termos tcnicos, a entropia aumenta
permanentemente e a desordem irreversvel. A energia consumida em calor no
pode voltar a produzir o mesmo calor, no entanto, os organismos vivos
aparentemente desafiam o disposto nesta lei. Isto mesmo incompatvel com uma
teoria da evoluo a partir de uma matria inerte e sem qualquer vida. Como
possvel conceber neste cenrio o aparecimento de seres to complexos como ns,seres humanos, a no ser por fora de uma vontade criadora?41
6- Os criacionistas combatem a idia de evoluo a partir da simples constatao de que a
complexidade humana no pode ser explicada por uma teoria. O ser humano dotado de
esprito e conscincia no pode ter surgido de um mero acaso; tal complexidade exige
um sistema explicativo criador e ordenador.
41 RUSE, Michel, Criacionismo, Crtica: Revista de Filosofia, in:http://criticanarede.com/rel_criacionismo2.html# (acesso em em 16/10/2009)
18
http://criticanarede.com/rel_criacionismo2.html#http://criticanarede.com/rel_criacionismo2.html#8/7/2019 Evoluo ou Criao final
19/32
Captulo 2:
Teologia como ponte entre criao e evoluo
No livro Construindo Pontes entre Cincias e Religio42 apresenta-se o atual debate
sobre Criao e Evoluo.
A Teoria da Evoluo de Charles Darwin apresenta um dos desafios mais
significativos para a Teologia, ao longo dos ltimos 140 anos.
Esse desafio foi respondido de modo diverso por diferentes Telogos Cristos que
buscam manter um dilogo criativo entre a teologia e a cincia: A Evoluo uma maneira de Deus, criar a vida, um enigma, frequentemente
chamada pelos Teistas. Os estudiosos que abraam essa causa, geralmente empregam
conceitos, tais como: Criao contnua (Creatiocontinua) e Pantesmo, ou seja, o Mundo est
em Deus, mas Deus transcende o mundo .43
Alguns telogos vm desenvolvendo uma teologia que cria uma ponte que interligue f e
razo superando os problemas que foram apresentados aqui entre criao e evoluo. De
modo especial na reflexo de Hans Kng e Leonardo Boffpodemos encontrar uma forma
contempornea de discusso destas questes que apontam para alternativas tericas para o
debate.
42 PETERS, Ted; BENNETT, Gaynon, Construindo Pontes entre Cincias e Religio, So Paulo: Unesp/Loyola,200343 p. 94
19
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
20/32
1- A proposta de Hans Kng
Hans Kng nasceu em l929, em Sursse na Sua. O telogo professor Emrito de
Teologia Ecumnica e presidente da fundao Ethos Mundial em Tbingen. Considerado no
meio cientfico como um dos maiores pensadores de nosso tempo, sendo favorvel ao
congraamento entre Razo e F Crist, fazendo uma ponte que interliga religio e cincias.
Segundo ele, s com a unio entre estas duas vertentes, encontraremos respostas
questo sobre o que mantm o mundo interiormente unido.
O telogo tambm ressalta idias que buscam uma resposta urgente que supra esse
conflito e que deixe de ser um belo sonho e que se torne realidade principalmente na
passagem dos tempos modernos para a ps modernidade.44
Hans Kng prope as seguintes questes:
- Uma teoria unificada para tudo;
- Deus como princpio unificador;
- a superao da dicotomia entre Criao ou Evoluo;
- compreenso integrada da Vida no Cosmo;
- O comeo da humanidade como parte da teoria unificada para tudo.
O autor faz uma retrospectiva, em seu livro O princpio de todas as coisa,s de como
surgiram as teorias que criaram a moderna Cincia da natureza. A Teoria Unificada parte dos
modelos apresentados ao longo da histria, segundo ele, dos trabalhos de Coprnico, Kepler e
Galileu e que constituem a cincia na Era Moderna.45
Nicolau Coprnico (1473-1543), Cnego catlico, de origem Polons/Alemo recorre
a uma idia de Aristarco de Samos (III sculo a.C.), em suas idias astronmicas sobre o
universo. Coprnico fala sobre os movimentos dos corpos celestes, prope o sistema
heliocntrico do mundo em substituio ao modelo geocntrico46 de Cludio Ptolomeu. O
modelo de Coprnico tem o Sol como centro do nosso sistema. Essa teoria aceita pelos
astrnomos at os dias de hoje, sobretudo para os clculos das posies dos planetas, aps
longos perodos de tempos.
44 KNG, Hans. O princpio de todas as coisas. Petrpolis: Ed Vozes, 2005, p.45 ibid., p. 1546 ibid., p. 17
20
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
21/32
A revoluo coperniana passou a ser a senha 47 para diversas mudanas
revolucionrias constituindo a Era Moderna, alm de ser o exemplo mais simples e concreto
que resulta em mudana de paradigma. Mais que uma mudana de padro de pensamento,
caracterizando a viso de mundo de uma poca.
O novo modelo de mundo, apresentado de forma terica por Coprnico, foi
confirmado e corrigido48 por Johannes Kepler (1571-1630). Estudante de Teologia Evanglica,
matemtica e astronomia em Tbingen, afirma que as rbitas dos planetas no so circulares,
mas elpticas. Esses estudos sobre movimentos dos corpos celestes passam a ser as bases de
uma Astronomia nova. O modelo de Kepler cultiva o modelo de pensamentos filosoficamente
unificado e ecumnico49, isto de forma alguma exclui a f em Deus, como criador ou em uma
harmonia divina.
O novo modelo comeou a ameaar a imagem bblica, quando aparece o matemtico,fsico e filsofo italiano Galileu Galilei (1564-1642). Galileu descobre as fases de Vnus, as
quatro luas de jpiter e os anis de saturno e constata que os cmulos estelares da via Lctea
consistem estrelas individuais.50 Galileu confirma a teoria de Coprnico, segundo a qual a
terra gira em torno do sol e com a introduo do experimento quantitativo torna-se o criador
da Moderna Cincia da natureza.
Com essa teoria, abrem-se as portas para a Cincia e para as ilimitadas pesquisas da
natureza. O prprio Galileu reconhece que essas pesquisas representam uma ameaa imagem
bblica do mundo.
(Galileu) Construiu o primeiro culo e com isso efectuou extraordinrias
descobertas de astronomia, entre as quais os satlites de Jpiter (planetas Mdicis), as fases
de Vnus, os mares da Lua, as manchas do Sol. Defendeu as teorias de Coprnico pelo que
incorreu na perseguio do Santo Ofcio, defensor do sistema ptolomaico.51
A busca da cincia prover uma teoria unificada para todas as coisas e que possa
descrever todo o universo inclusive incluiria o conceito de Deus. Stephen Hawking prope
que se chame esta teoria de Theory Of Everything (Teoria para todas as coisas)52. Hans Kng
47 ibid., p.1748 ibid., p.1649 ibid., p.1750 ibid., p.1751 COSTA, A.C., Galileu Galilei, in:http://www.ifi.unicamp.br/~accosta/galileu.html(acesso em em 27/10/09)52 DANILAS, Srgio, O Conceito de Tempo em Agostinho: Dilogo com a Cincia de Hoje, in: SANCHES, M.A. (Org.) Congresso de Teologia da PUCPR, 9., 2009, Curitiba. Anais eletrnicos, Curitiba: Champagnat, 2009.
21
http://www.ifi.unicamp.br/~accosta/galileu.htmlhttp://www.ifi.unicamp.br/~accosta/galileu.htmlhttp://www.ifi.unicamp.br/~accosta/galileu.htmlhttp://www.ifi.unicamp.br/~accosta/galileu.html8/7/2019 Evoluo ou Criao final
22/32
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
23/32
Na viso de Hans Kng a histria da humanidade no planeta Terra existe a cerca de 4,5
bilhes de anos da criao at o surgimento do ser humano. A cerca de um bilho de anos
surge um bpede erectus (homo erectus) e o Homo sapiens. O homem moderno surge a cerca
de 6 mil anos. Observa-se que a humanidade produto de uma evoluo csmica,surgindo a
muito pouco tempo57.
A partir do sculo XIX a Biologia moderna desenvolve a cincia da vida (homens,
animais e plantas). Natureza e histria passam a admitir a evoluo num processo histrico
natural nico. Ao longo de enormes perodos de tempo, atravs de pequenos processos
predominantes todas as riquezas do mundo e variedades de seres vivos. Para Kng o sbio que
reuniu numa sntese possvel o principio da evoluo estabelecendo uma nova viso dos seres
e dos homens, chama-se Charles Darwin.
Para o autor pelo menos em um ponto a Bblia e cincias concordam: no incio dahistria do nosso planeta no existia vida. A terra era deserta e vazia, pouco antes de
aparecerem os primeiros seres vivos, a cerca de 3,5 bilhes de anos, tornou-se evidente com a
sonda espacial europia HUYGHENS que no dia 14 de janeiro de 2005, aterrissou com
preciso na lua de Saturno Tit a nica lua a possuir uma atmosfera. Um triunfo para a
cincia, reforando o questionamento: se pela teoria da evoluo a histria de nossa terra, teve
do principio ao fim um desenvolvimento previsvel, coerente e necessrio, se tudo obedece a
causa e efeito uma lei intramundana -, se cada passo resulta com naturalidade do passo
anterior, onde que ainda existe um lugar para o intervir de Deus ?58
O comeo da humanidade. Para o autor os seres humanos tiveram sua origem no
continente africano59. A frica do ponto de vista geolgico a antigussima moradia dos seres
humanos e bero da humanidade. O Ser humano evoluiu a partir de seus ancestrais mais
antigos, tendo a frica como incio da humanidade.
A cerca de 6 bilhes de anos, como se pode concluir dos achados mais recentes,
ocorreu que o Gnero dos homindeos, homens primitivos, que levou ao tipo de homem
moderno, comeou a distanciar-se do gnero de onde evoluram seus parentes mais prximos,
os Antropides. verdade que o Genes do homem s se diferenciam-se dos chimpanzs em
57 ibid., p.12358 ibid., p.17859 ibid., p. 219
23
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
24/32
cerca de 1 por cento dos elementos da substncia gentica DNA 60. Na realidade essa diferena
remonta em valor de 3 milhes de genes dentre os 3 bilhes de Genes do Genoma.
A mais antiga espcie de homindeo conhecida com segurana so os Australopitecos-
Antropides61 meridionais Africanos que se movimentavam em duas pernas e subiam em
rvores, porm no desenvolveram nenhuma cultura de produo de utenslios. Viveram 2,5
milhes de anos, antes de toda a cultura escrita. Aparece Homo habilis62 (Homem capaz) que
iniciou a produo de utenslios, por ter habilidade com as mos.
Na antiga e mdia idade da pedra, a frica e os demais continentes,
desenvolveram-se deforma muito semelhante. Os utenslios e tmulos encontrados permitem
que se acompanhe com clareza o desenvolvimento que levou o Homo habili63s at o nosso
ancestral direto, o Homo sapiens. Entre 2 e l,5milhes de anos atrs surge o Homo erectus64 (o
homem de andar ereto) muito semelhante ao homem atual na forma do corpo.Entre 200 mil e 35 mil anos atrs encontrado um estgio intermedirio conhecido
comoHomem de Neandertal65 devido a diferena gentica de seu DNA, encontrados em seu
Genoma, foi possvel estabelecer que no foi ele um ancestral direto doHomo sapiens. Muitos
cientistas so de opinio que o Homo sapiens, o Homo erectus e Neandertal e o homem
anatomicamente moderno, o homem de hoje, desenvolveu-se quase ao a mesmo tempo em
vrios lugares do mundo.
Com bases em recentes descobertas, a maioria dos pesquisadores est convencida de
que o Homo sapiens provm de um grupo provavelmente no muito grande de homens
primitivos, na trrida frica tropical e subtropical, uma rea rica em caa. Provavelmente a
cerca de 200 mil anos, a leste da grande falha Siro-Africana ao norte de Zambezi66. 100 mil
anos este Homo sapiens provavelmente em pequenas hordas, iniciou sua ampla caminhada
pelo globo terrestre e desalojaram da Europa e de outras partes o Neandertalenses, que
desapareceu a cerca de 30 mil anos.
60 ibid., p. 22261 ibid., p .22262 ibid., p. 22363 ibid., p. 22264 ibid., p. 22365 ibid., p. 22366 ibid., p. 224
24
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
25/32
Nunca se deve esquecer que os aborgenes, bosqumanos asiticos67, europeus ou
americanos, no so espcies diferentes de homens, eles formam uma nica espcie que a
mesma do gnero humano. E apesar de termos caracterstica externas muito diferentes
(Fentipos) todos ns como demonstra a anlise gentica molecular temos origens biolgicas
comuns. Por baixo da pele nos somos todos africanos.
A proposta de Hans Kng evitar o confronto ou a integrao como nicas
possibilidades para relao entre criao e evoluo, f e razo. A propsta apresentada pelo
telogo de um modelo de interao crtico-construtiva de complementariedade68 entre
cincia natural e religio
... onde as esferas prprias de cada uma sejam mantidas, as transies ilegtimas
sejam evitadas e todas as absolutizaes rejeitadas, mas onde em mtua consulta e
enriquecimento se procure considerar a realidade como um todo, em todas as suasdimenses.69
67 ibid., p. 22468 ibid., p. 6769 ibid. p. 67
25
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
26/32
2- Leonardo Boff:
Leonardo Boff nasceu em 1938, formou-se em teologia e filosofia no Brasil e na
Alemanha. Durante mais de 20 anos foi professor de teologia sistemtica no Instituto
Teolgico Franciscano de Petrpolis esteve a frente do editorial religioso da Editora Vozes.
Foi um dos formuladores da Teologia da Libertao. Foi professor de tica e Filosofia da
Religio na Universidade do Rio de Janeiro (UERJ). membro da comisso da Carta da
Terra. Em 2002 em Estocolmo ganhou o premio Nobel Alternativo para Paz.
O livro rene as preocupaes do autor com as pesadas ameaas sobre a totalidade
de nossa Terra 70 organizando reflexes no sentido de assegurar a persistncia do Planeta
entendido com herana do universo e de Deus. Esta herana deve ser zelada e aperfeioada
para garantir as condies fsico-qumicas e ecolgicas para a plena realizao da espciehumana e os demais seres.71
No captulo entituladoA Biografia da Terra Boff articula os conhecimentos da cincia
sobre origem e evoluo tambm a teoria do Big Bang72 - conhecimentos astrofsicos, fsico-
qumicos, geolgicos e biolgicos em geral sem perder seu horizonte sobre a eco-diversidade
tambm humana no que diz respeito s culturas, cincias, artes e religio. 73
Preocupado em oferecer uma viso de conjunto sobre os processos totais do Planeta o
autor articula tambm elementos da histria da humanidade e, concordando com Hans Kung,
apresenta a teoria da grande disperso 74 a partir da frica reconhecendo que a 40 mil anos
atrs os seres humanos j ocupavam todo o Planeta. Numa rpida sntese o autor combina bem
a teoria da evoluo com a histria da humanidade criando uma lgica econmica e poltica
que chega at os nossos dias.75
Boff vai reconhecer diversos cientistas: dos conhecimentos da biologia o autor vai
apresentar a Teoria Gaia de James Lovelock76 que apresenta que a Biosfera Terrestre uma
criao da prpria vida; do cientista russo-Belga, ILYA PRIGOGINE, apresenta os estudos da
70 BOFF, Leonardo,A opo Terra: a soluo para a Terra no cai do cu , Rio de Janeiro/So Paulo: Record,2009, p.1271 ibid., p.1372 ibid., p.2073 ibid., p. 2674 ibid., p. 3375 ibid., p. 3776 BOFF, Leonardo, Virtudes para um outro Mundo Possvel, Petrpolis:Vozes, 2005, p. 49
26
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
27/32
termodinmica77 Boff reala a compreenso de que a vida emerge num estgio muito elevado
de complexidade da matria e no contexto das turbulncias e das situaes caticas da prpria
terra e muitos outros que contribuem para uma viso integrada do Planeta.
Boff, nesse relato tem como pano de fundo, a terra e a humanidade, que segundo ele,
esto indissoluvelmente unidas. A humanidade esta inserida num processo universal em curso
por bilhes de anos e formando um todo orgnico e complexo que se complementam.
Para o autor esta perspectiva cientfica no necessariamente exclui as experincias
espirituais do Oriente e do Ocidente78. O processo atual de globalizao coloca em risco a vida
do Planeta o que exige uma viso crtica da cincia e da tecnologia em busca de solues mais
integradas no que estas experincias espirituais podem contribuir.
Livres do constrangimento de nosso tipo de civilizao consumista e predatria,
podemos conviver humanamente como irmos e irm , capazes de articular o local e o global,a parte e o todo, e de conjugar trabalho e poesia, eficincia com gratuidade,de religar
subjetividades, sabendo brincar e louvar como filhos e filhas em Casa. 79
Numa viso crtica da histria das cincias Boff vai apontar para a relao violenta que
muitos cientistas prope para a relao com a natureza. Boff vai citar Francis Bacon que dizia
que se deve tratar a natureza como o inquisidor trata o inquirido usando todos os mtodos
disponveis para obrigar a natureza a revelar seus segredos e coloc-la a nosso servio. 80A
Terra, reduzida a recuso natural e prestadora de servios na lgica do lucro, fruto da razo
instrumental. Nesta compreenso o ser humano se sente independente da natureza:
Ele no se sente junto com elas (as coisas), numa pertena mtua, como membros de
um todo maior e da comunidade de vida.81
Esta pretenso violenta da cincia e da tecnologia levou a Terra exausto e hoje
sofremos as conseqncia de um Planeta degradado fruto de um processo reducionista e
equivocado movido pelo lucro e o crescimento no sustentvel. Nas palavras de Boff a
questo que se coloca para a humanidade hoje se podemos evitar a frustrao do futuro e a
quebra dos sistemas ecolgicos que nos levariam ao desequilbrio e desaparecimento de
formas de vida:Podemos levar adiante esta aventura como foi conduzida at hoje?82
77 ibid., p.5078 ibid., p.3979 ibid., p.4180 BOFF, Opo Terra, op.cit.,p. 13281 ibid., p. 13282 ibid., p. 133
27
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
28/32
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
29/32
CONCLUSO
29
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
30/32
BIBLIOGRAFIA
ARRUDA, Marcos.Humanizar o Infra-Humano. Petrpolis: Ed.Vozes. 2003
BBILA DE JERUSALM. So Paulo: Ed Paulus. 2006
BOFF, Leonardo. O destino do Homem e do Mundo. 2007
______________Virtudes para um outro Mundo possvel. Petrpolis: Ed Vozes. 2005
______________A opo Terra. A soluo para a Terra no vem do Cu. Rio de
Janeiro/So Paulo: Record, 2009
COUTO, Carlos de Paula. Darwin, evoluo e paleontologia. Rio de Janeiro: MuseuNacional, 1972.
CURTIS, Helena. Biologia Geral. Evoluo: A Origem das Espcies. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan. 1977
DARWIN, Robert Charles.A origem das espcies. So Paulo: Hemus, 1981.
_____________________.A origem do homem e a seleo sexual. So Paulo: Hemus, 1974.
FERNANDO, Gewandsznajder & Ulisses Capozoli. Origem e Histria da Vida. Ed tica SP.1996
GOULD, Stephen Jay.Darwin e os grandes enigmas da vida. So Paulo: [s.n.], 1987.
KNG, Hans. O princpio de todas as coisas. Petrpolis: Ed Vozes, 2005
MELLO, Manuel Caetano Bandeira de. O centenrio da "Origen das espcies". Rio deJaneiro: D.A.S.P. Servio de documentao, 1959.
ORR, H. Allen. Sutilezas da seleo natural. Scientific American Brasil, So Paulo, SP, v.7,n.81, p. 32-39, fev. 2009.
PETERS, Ted & GAYMON Bennett. Construindo Pontes entre a Cincia e a Religio. So
Paulo: Loyola. 2003
ROLDN, Alexandre S. J. Evoluo: O problema do evolucionismo e da antropognese.Barcelona: Editorial Atlantida, 1958.
STIX, Gary. O legado vivo de Darwin. Scientific American Brasil, So Paulo, SP , v.7, n.81,p. 26-31, fev. 2009.
30
8/7/2019 Evoluo ou Criao final
31/32
SPROULE, Anna; SIESSERE, Snia. Charles Darwin. Grandes Cientistas, So Paulo: Globo,1993.
WEBGRAFIA
ARAGUAIA, Mariana, Quem foi Charles Darwin?in:http://www.brasilescola.com/biologia/charles-darwin.htm
BORGES, Michelson, Viso "Petryficada" da Veja, in:www.asm.org.br/noticias/ASM/2009/02_04_veja.php
CAMINHOS DE DARWIN no Brasil, in:
http://www.casadaciencia.ufrj.br/caminhosdedarwin/darwin.html
COM CINCIA, reportagem, Criao versus evoluo: uma disputa pelo controle da polticaeducacional, in: www.comciencia.br/200407/reportagens/04.shtml
CONSCINCIA,Aristteles: biografia e pensamento, in:http://www.consciencia.org/aristoteles.shtml.
COSTA, A.C., Galileu Galilei, in: http://www.ifi.unicamp.br/~accosta/galileu.html
CRIACIONISMO l e aqui, em: www.comciencia.br/200407/reportagens/16.shtml
DAWKINS, Richard,A conquista de Darwin universal e atemporal, entrevista , Jornal daCincias, maio de 2005, http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=28483
ENGLER1, Steven, Tipos de Criacionismos Cristos, Revista de Estudos da Religio junho /2007 / pp. 83-107, in: http://www.pucsp.br/rever/rv2_2007/t_engler.pdf
LAMARCK, Portal Edcuao, in:http://www.portaleducacao.com.br/biologia/principal/conteudo.asp?id=7935
MARCUS VALRIO, Criao Evoluo, Teoria da Evoluo - de onde viemos? in:http://www.evo.bio.br/Layout/Teoria_Evolucao.html
MARTINS, Maurcio Vieira, O criacionismo chega s escolas do Rio de Janeiro: umaabordagem sociolgica, in: http://www.comciencia.br/200407/reportagens/02.shtml
PETERS, Ted; BENNETT, Gaynon, Construindo Pontes entre Cincias e Religio, SoPaulo: Unesp/Loyola, 2003
31
http://www.brasilescola.com/biologia/charles-darwin.htmhttp://www.asm.org.br/noticias/ASM/2009/02_04_veja.phphttp://www.casadaciencia.ufrj.br/caminhosdedarwin/darwin.htmlhttp://www.comciencia.br/200407/reportagens/04.shtmlhttp://www.consciencia.org/aristoteles.shtmlhttp://www.consciencia.org/aristoteles.shtmlhttp://www.ifi.unicamp.br/~accosta/galileu.htmlhttp://www.comciencia.br/200407/reportagens/16.shtmlhttp://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=28483http://www.pucsp.br/rever/rv2_2007/t_engler.pdfhttp://www.portaleducacao.com.br/biologia/principal/conteudo.asp?id=7935http://www.evo.bio.br/Layout/Teoria_Evolucao.htmlhttp://www.comciencia.br/200407/reportagens/02.shtmlhttp://www.brasilescola.com/biologia/charles-darwin.htmhttp://www.asm.org.br/noticias/ASM/2009/02_04_veja.phphttp://www.casadaciencia.ufrj.br/caminhosdedarwin/darwin.htmlhttp://www.comciencia.br/200407/reportagens/04.shtmlhttp://www.consciencia.org/aristoteles.shtmlhttp://www.ifi.unicamp.br/~accosta/galileu.htmlhttp://www.comciencia.br/200407/reportagens/16.shtmlhttp://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=28483http://www.pucsp.br/rever/rv2_2007/t_engler.pdfhttp://www.portaleducacao.com.br/biologia/principal/conteudo.asp?id=7935http://www.evo.bio.br/Layout/Teoria_Evolucao.htmlhttp://www.comciencia.br/200407/reportagens/02.shtml8/7/2019 Evoluo ou Criao final
32/32
RUSE, Michel, Criacionismo, Crtica: Revista de Filosofia, in:http://criticanarede.com/rel_criacionismo2.html#
SAMPAIO, Lenita, Criacionismo e Evolucionismo, em
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64
SCHNEMANN, Haller Elinar Stach, O papel do criacionismo cientfico nofundamentalismo protestante, Estudos de Religio, Ano XXII, n. 35, 64-86, jul/dez. 2008, in:https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/ER/article/viewFile/173/183
REVISTAS E JORNAIS
CANDOTTI, Ennio,entrevista, in: GAZIR, Augusto,Escolas do Rio vo ensinarcriacionismo, in: Cincia e Sade, Folha de So Paulo, 13 de maio de 2004
CARRELI, Gabriela,A Darwin o que de Darwin, Revista VEJA, edio 2009 ano 42 no.6, 11 de fevereiro de 2009
COLOMBO, Silvia,Darwin nas mos de Deus, Caderno Especial, Folha de So Paulo, 16 de
Fevereiro de 2009
32
http://criticanarede.com/rel_criacionismo2.html#http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/ER/article/viewFile/173/183http://criticanarede.com/rel_criacionismo2.html#http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/ER/article/viewFile/173/183