Post on 05-Aug-2015
Eugen Gomringer
Poeta e crítico literário
1925 - Cachuela Esperanza, Bolívia
Vive e trabalha na Alemanha.
escreve em alemão, suíço-alemão, espanhol, francês e Inglês.
Biografia de Eugen Gomringer
por Philadelpho Menezes no livro 31 Poemas
• Eugen Gomringer nasceu a 20 de janeiro de 1925, em Cachuela
Esperanza, Bolívia. De nacionalidade suíça, Gomringer estudou
Economia em Berna, Suíça, e História da Arte em Roma, Itália, entre
1946 e 1950.
• Em 1953 publica seu primeiro livro de poemas, “Konstellationen”,
considerado por estudiosos como Emmet Williams e Milton Klonsky o
marco inicial da “poesia concreta”, ainda que esse nome não tenha
surgido aí, mas sim no “Manifesto da Poesia Concreta”, do sueco-
brasileiro Öyvind Fahlström, também de 1953.
• O “movimento”da poesia concreta, no entanto, parece só ter se
configurado como tal com as exposições que se espalharam pelo
mundo na segunda metade da década de 50, entre elas, de modo
pioneiro, a Exposição Nacional de Arte Concreta (1956/57), realizada
em São Paulo e Rio de Janeiro, onde é fundada a poesia concreta
brasileira pelos três poetas paulistas do grupo “Noigandres”( Augusto
de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari) e os três “cariocas”
(Ferreira Gullar, Ronaldo Azeredo e Wlademir Dias-Pino).
Philadelpho Menezes
• Em novembro de 1955, Décio Pignatari encontrou-se na “escola
Superior da Forma”(Hochschule für Gestaltung), Ulm, Alemanha, com
o poeta suíço-boliviano Eugen Gomringer, então secretário de Max
Bill. Sem qualquer contacto prévio com o grupo brasileiro, Gomringer
vinha realizando pesquisas em certa medida semelhantes,
denominando “constelações” aos seus novos poemas. Empregava
ele uma técnica combinatória e uma espécie de língua básica,
reduzida a um mínimo de elementos, o que lhe possibilitava um
controle bastante rigoroso da composição.
Eugen Gonringer e o grupo Noigrandes
• Já o grupo NOIGANDRES trabalhava com elementos mais complexos e
menos facilmente controláveis (problemas estruturais postos pela
música pós-weberniana não entravam, por exemplo, nas cogitações do
poeta de Ulm). Encaminhavam-se os brasileiros para uma ordenação
não linear do poema, com valorização integral do branco da página e
uma possibilidade aberta de leitura múltipla, dando importância tanto
aos elementos visuais como aos sonoros.
• Gomringer, de seu lado, caracterizava-se sobretudo pela ortogonalidade
e pela distribuição quase sempre sentido de leitura linear dos elementos
em jogo. Pode-se dizer que, embora a influência do concretismo plástico
se fizesse presente em ambos os casos, Gomringer estava mais preso à
disciplina ascética da escola de Zurique (formas puras e estáticas),
enquanto o grupo brasileiro se inclinava para estruturas dinâmicas,
tirando partido de ambivalências-acústico-semânticas...
• ...o contato foi proveitoso para ambas as partes, tendo Gomringer adotado o
nome POESIA CONCRETA, criado e divulgado pelo grupo brasileiro, como
designação geral do movimento, embora ele próprio continuasse a chamar
seus poemas de “constelações”.
• A partir deste encontro, a poesia concreta divulgou-se por vários países, do
Japão à Tchecoslováquia , de Portugal à Itália, do México aos Estados Unidos,
assumindo um caráter de nova poesia internacional, com ramificações e
manifestações as mais diversas.
O GRUPO CONCRETISTA
Haroldo de Campos e Augusto de Campos
• Convém referir aqui um trecho relevante da carta dirigida por Eugen
Gomringer a Décio Pignatari em 30 de agosto de 1956:
“Vosso título POESIA CONCRETA me agrada bastante. Antes
de chamar meus “poemas” de constelações, eu havia
pensado em denominá-los “concretos”. No que me toca,
poder-se-á adotar para o todo da Antologia o nome Poesia
Concreta”. (Tratava-se do projeto comum de uma Antologia
Internacional da nova poesia, que só veio a ser lançada em
outubro de 1960.
(plano piloto)
Gomringer e a formulação da poesia concreta
Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press
• Sobre o início da Poesia Concreta: “...o que se disseminou no movimento
mundial foi fundado na Europa por um único poeta, Eugen Gomringer da
Suíça, que adere à mais rigorosa prática concreta, e quase simultaneamente
no Brasil pelo grupo Noigandres - Haroldo de CAMPOS, Décio Pignatari e
Augusto CAMPOS - que derivaram seu novo conceito de forma do estudo
mais aprofundado de poetas que os precederam. na ocasião os brasileiros
abandonaram palavras, mas deixaram signos ou objetos nas funções
semânticas.”
• O contexto na Europa: “...outros poetas após a Segunda Guerra Mundial
começavam a fazer tentativas similares ou correlatas. Carlo Belloli da Itália
havia feito e exibido o "mural de texto-poemas", já em 1944. Oyvind
Fahlström da Suécia vinha escrevendo poemas concretos em 1952.
Gomringer e a formulação da poesia concreta
Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press
• 3) Trajetória de Gomringer: Quando Gomringer publicou suas primeiras
"constelações", em 1953 e seu primeiro manifesto "da linha para
constelação ", em 1954, ele não tinha conhecimento da existência de outros
poetas e que compartilhavam suas preocupações ou que Fahlström havia
publicado um "Manifesto para Poesia Concreta " na Suécia em 1953.
Gomringer chegou à poesia concreta por meio da arte concreta e, como
resultado da insatisfação com a antiga maneira de escrever poemas. Como
estudante em Berna, negando-se a seguir os passos de T. S. Eliot e Gottfried
Benn, como era a moda depois a guerra, ele tomou conhecimento de Arno
Holz, um poeta do leste da Prússia (1863-1929) - que tinha tentado achar
um ritmo natural divorciado de métrica tradicional - e dos simbolistas,
particularmente Mallarmé.”
Gomringer e a formulação da poesia concreta
Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press
• 4) Trajetória de Gomringer: O próprio trabalho de Gomringer "
tinha atingido o estágio do soneto. "Ele continuou a escrever sonetos
até 1950 quando ele chegou a um beco sem saída. Percebeu que
necessário era dar inicio a algo novo, mas não conseguiu escrever por
dois anos. Durante este tempo, Gomringer enquanto estudante em
Berna, entrou em contato com pintores envolvidos com arte concreta
(Antes disso, em 1942, quando criança em Zurique ele já havia tido
conhecimento da arte concreta mas não tinha entendido o que viu). O
que tornou-se "cada vez mais evidente" era a “discordância” de seus
sonetos o “método direto da Arte Concreta”, que oferecia uma solução
para os problemas inequívocos da linha de superfície e cor ".
Gomringer e a formulação da poesia concreta
Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press
• 5) Trajetória de Gomringer: Gomringer escreveu uma crítica
favorável para uma exposição de pintura de concreta em Berna em
1947; ele viu a exposição internacional de arte concreta em Basileia,
organizada por Max Bill em 1944; e em 1944-45 ele fez o
conhecimento de Bill, Lohse e Graeser na Galerie des Eaux Vives, em
Zurique, uma galeria especial para pinturas concretas. no entanto,
como dissemos ele não desistiu de escrever sonetos até 1950.
Felizmente, durante o período improdutivo que se seguiu, dois amigos
de Gomringer, em Berna, Diter Rot e Marcel Wyss, ambos artistas
gráficos, haviam chegado a aproximadamente ao mesmo ponto. Mas
eles estavam "certos de que algo estava para acontecer." A partir de
1951 os três amigos mantiam contato diáriamente.
Gomringer e a formulação da poesia concreta
Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press
• Eles decidiram publicar uma revista que se chamaria Spirale, cujo conteúdo
iria "abranger a poesia, as artes plásticas, gráficas, arquitetura e desenho
industrial." Gomringer era o editor literário. "Foi a minha tarefa", ele escreve,
"achar uma forma de poesia que se adequasse a nossa revista, ou eu
mesmo a conceberia e a produziria". Esta não foi uma atribuição fácil
considerando-se o fato de que ele tinha sido incapaz de escrever por dois
anos. Ele começou por fazer "uma longa investigação para a apresentação
de diagramação da página." Quando a primeira edição saiu em 1953, ele
"desejou desenvolver parâmetros para um novo tipo de poesia."
• 6) Trajetória de Gomringer: Em parte por causa da força de seu livro,
KONSTELLATIONS de 1953, foi oferecido a Gomringer o cargo de secretário
de Max Bill na Hochschule für Gestaltung em Ulm, em 1954. Naquele ano,
ele também publicou seu primeiro manifesto: "da linha para constelação".
Gomringer e a formulação da poesia concreta
Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press
• 7) Sobre antecedentes de seu livro “Constelações”: Em 1951
Gomringer havia tentado escrever alguns poemas do tipo que ele
chamaria mais tarde "Constelações". Sua primeira constelação,
"avenidas" foi escrita em 1952, um poema feito com três palavras, a
conjunção "e" e o artigo indefinido. Gomringer escolheu o nome
"Constelações" ao invés de "poesia concreta" para esse novo tipo de
poema porque ele estava pensando em termos de grupos de palavras
que se juntavam, em resposta a um impulso criativo particular. O
conceito de linha requer palavras desnecessárias para preencher o
padrão. Nomeando "avenidas", "flores" e "mujeres" ("ruas", "flores" e
"mulheres"), as palavras tornam-se bonitas, simplesmente porque
elas são o que são. Qualquer coisa a mais seria supérfluo e insultante.
Gomringer e a formulação da poesia concreta
Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press
• 8) A razão de esccrever em espanhol: Gomringer considera o fato de
que ele escreveu sua primeira constelação em espanhol de extrema
importância, pois nasceu na Bolívia e espanhol é sua língua nativa:
“. . . Palavras em espanhol vem continuamente à minha cabeça. Mais tarde,
eu determinei a mim mesmo que era decisivo que meu recomeço na poesia
fosse baseado no espanhol. Ainda hoje isto parece-me uma prova de que era
uma questão de realmente chegar ao confronto com a linguagem no nível mais
básico .... Poesia Concreta definitivamente é como um teste de caráter. É
relativamente fácil experimentar com letras e alguns arranjos de palavras. . .
Mas poesia Concreta exige uma profunda fundamentação.
Gomringer e a formulação da poesia concreta
Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press
• 9) Sobre seu livro “Constelações”: Um ano mais tarde, em 1953,
Gomringer publicou seu primeiro livro Constelações. Nesse momentos
ele já fazia poemas usando apenas uma palavra. Ele descobriu que era
"maravilhoso" poder "dizer muito com uma única palavra ", uma vez
que tinha sido sua inclinação" expressar todos os pensamentos em
uma forma curta" e ele "sempre gostou de equações algébricas."
Também começava a usar o espaço gráfico como um elemento de
estrutura (sentido). "Silencio", "vento" e "o" são poemas estruturados
espacialmente.
Gomringer e a formulação da poesia concreta
Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press
• 10) Sobre ler os poemas de trás para frente: Gomringer percebeu que esses
poemas quase podem ser lidos de trás para frente. " Eu considero a inversão como
minha contribuição mais importante para Poesia Concreta ", afirma Gomringer. Ele
chegou a esta nova possibilidade de tensão para o poema quando descobriu que a
mensagem transmitida por uma só palavra não parecia sempre suficiente
sobretudo porque temos o hábito de ler apenas em uma direção, da esquerda para
a direita. "Se ele simplesmente tivesse impresso a palavra" vento "no centro da
página, ela simplesmente ficUm ano mais tarde, em 1953, Gomringer publicou seu
primeiro livro Constelações. Nesse momentos ele já fazia poemas usando apenas
uma palavra. Ele descobriu que era "maravilhoso" poder "dizer muito com uma
única palavra ", uma vez que tinha sido sua inclinação" expressar todos os
pensamentos em uma forma curta" e ele "sempre gostou de equações algébricas."
Também começava a usar o espaço gráfico como um elemento de estrutura
(sentido). "Silencio", "vento" e "o" são poemas estruturados espacialmente.
Gomringer e a formulação da poesia concreta
Trechos do livro da Mary Ellen Solt – Concrete Poetry: A World ViewSOLT, Mary Ellen – Concrete Poetry: A Worl View, 1968, Indiana University Press
• 11) Sobre a estrutura espacial dos poemas e sobre a inversão: Arranjando-
a espacialmente para ser lida em quatro direções, ele introduziu o elemento de
jogo para a "leitura" do poema que captura a natureza do vento muito mais
verdadeiramente do que uma longa declaração poética com muitas palavras.
As letras realmente parecem flutuar como se o vento estivesse agindo sobre elas.
(A sutileza da tipografia é, evidentemente, um fator que contribui para isso). A
inversão para Gomringer "sugere que cada mensagem, seja sempre tão leve, e
alinhada numa só direção, ainda que examinada num sentido inverso. E ele"
relacionou este fenômeno da inversão a um dos princípios intelectuais de
existência tese- antítese. O princípio tese-antítese é particularmente claro em"
ping pong " no qual vemos não apenas a inversão, mas um movimento de
alternância nas sílabas da palavra. A essência do jogo pingue-pongue está
expressa pela palavra. O agrupamento espacial da sílabas, que lembra
interrupções da linha em poesia mais tradicional, é de extrema importância.
• 12)Usando palavras com o máximo de precisão, sutileza e contenção, Gomringer
atinge a simplicidade e pureza da arte concreta.
Análises de Philadelpho sobre a obra de Gomringer
Poesia concreta de Gomringer
Características:
• Aspecto temático marcado pela observação das coisas exteriores e da natureza
• Simplicidade quase zen
• Exige uma leitura ativa e co-criadora do leitor
• Palavras são pequenos dados de uma montagem a ser concluída na mente do observador
CONSTELAÇÕES
“Konstellationen” - 1953
Elementos de uma poética que viria a distinguir o concretismo
de outras formas de poesia contemporânea:
• Poemas com poucas palavras
• Substantivos ou verbos no infinitivo
• Palavras organizadas fora da sintaxe linear da frase
• Palavras alheias à formação versificada
CONSTELAÇÕES
“Konstellationen” - 1953
• Os poemas lançam mão de processos racionais de
composição semelhantes aos da arte concreta de Max Bill
• Poemas baseados numa matemática do texto, à mostra já
no primeiro poema do livro (baum, kind, hund, haus)
árvore criança cão casa
árvoreárvore criança
criançacriança cão
cãocão casa
casacasa árvore
árvore criança cão casa
Como Philadelpho analisa esse primeiro poema:
• Quatro palavras:
baum kind hund haus
• Quatro blocos
• Ligação por associação semântica ou por semelhança sonora
(paronomásia*)
• Utilização de jogos combinatórios que concluem com uma informação
imprevisível gerada pela própria articulação de inversões e troca de
posição entre as palavras
*paronomásia: semelhança de sons entre palavras (ou numa mesma palavra). semelhança de significantes. Décio Pignatari em Comunicação Poética (1978), p.13
CONSTELAÇÕES
- Constelações visuais -
CONSTELAÇÕES
- Constelações audiovisuais -
CONSTELAÇÕES
- Constelações em espanhol, francês, inglês, alemão e suíço-alemão -
Irlanda
pasto eovelha
ovelha egado
gado e pasto
pasto e gado
gado eovelha
ovelha epasto
olhar gasto
http://lyrikline.org/index.php?id=162&L=0&author=eg03&show=Poems&poemId=2914&cHash=13fb5b3b70
IDEOGRAMAS
“Ideogramme” - 1960
• A matemática do texto linear transforma-se em geometria do espaço
• Arranjo das palavras e letras pela página
• Esquemas composicionais mais típicos da poesia concreta
• Incorporação definitiva e programática da visualidade ao poema (derivada do próprio signo verbal)
silenciar silenciar silenciarsilenciar silenciar silenciarsilenciar silenciarsilenciar silenciar silenciarsilenciar silenciar silenciar
O LIVRO DAS HORAS“DAS STUDENBUCH” - 1965
EVOLUÇÃO DE FORMAS: POESIA CONCRETA
Haroldo de Campos (trecho retirado do livro Teoria da Poesia Concreta)
• Eugen Gonringer, em Ulm, no centro de uma tradição artística
viva, cujo antecedente imediato era o Bauhaus, empenhou-se
em construir uma nova realidade poética, em fixar um elenco
de autores básicos para uma arte da poesia verdadeiramente
criativa e consequente em nossos dias, oposta ao banho-maria
vigente após meio século de modernismo: isolou Mallarmé ( Un
Coup de Dés), Apollinaire (Calligrammes), Cummings, William
Carlos Williams (dos poemas curtos), Joyce (Ulysses); referiu-se
aos dadaístas e futuristas, além de citar Arno Holz por suas
experiências tipográfico-espaciais (Phantasusgedichte, de
1898).
EVOLUÇÃO DE FORMAS: POESIA CONCRETA
Haroldo de Campos (trecho retirado do livro Teoria da Poesia Concreta)
• Denominou seus poemas “constelações”(à maneira mallarmaica), obtendo, nas
melhores peças, efeitos surpreendentes de organização ortogonal do espaço com
palavras curtas, uma espécie de linguagem poética elementar e direta, que se
pode situar na órbita de trabalho da poesia concreta.
• O encontro de Décio Pignatari com Gomringer, no momento em que, em
contemporaneidade cronológica, alguns poetas brasileiros preocupavam-se com
idênticos problemas e traçavam um quase idêntico paideuma * (com a inclusão de
Ezra Pound, de “Os Cantos” e sua estrutura ideogrâmica), é uma demonstração
de como o processo cultural morfológico opera no domínio artístico: objetivando
sua própria evolução, exigindo-se a si mesmo, dialeticamente, independente de
longitude, latitude e língua, não como uma cerebrina mitologia do espírito,
destituída de conteúdo material, mas, no plano real e factivo, como uma crítica
impessoal de formas.
• http://www.youtube.com/watch?v=wPQpyuA0Rjc Gomringer recitando poesia em um festival em
2008
• http://vimeo.com/38388297entrevista para uma revista
• http://www.youtube.com/watch?v=8PFsSyOtpIseugen e nora gomringer, filha caçula dele, em festival de poesia – setembro de 2010
• http://vimeo.com/39434110palestra para estudantes de comunicação e design em janeiro de 2012
Aparições recentes