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Centro de Gestão e Estudos Estratégicos Presidenta Lucia Carvalho Pinto de Melo
Diretor Executivo Marcio de Miranda Santos
Diretores Antônio Carlos Filgueira Galvão Fernando Cosme Rizzo Assunção
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) SCN Quadra 2, Bloco A, Edifício Corporate Financial Center, Salas 1102/1103 70712-900 – Brasília, DF Tel: (xx61) 3424.9600 Fax: (xx61) 3424.9671 URL: http://www.cgee.org.br
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Relatório Panorama Setorial do Estudo Prospectivo de Eletrônica para Automação Supervisão Marcio de Miranda Santos Consultor João Mauricio Rosário Equipe Técnica do CGEE Liliane Rank (Coordenação Geral) Milton Pombo da Paz (Responsabilidade Técnica) Equipe de Apoio do CGEE Cláudio Chauke Nehme (Apoio Metodológico) Lilia Miranda de Souza (Apoio Técnico) Carlos Augusto Caldas de Moraes (Apoio sobre Cadeia de Valor) Cristiane Pamplona (Apoio Técnico) Juliana de Souza (Apóio Administrativo) Priscilla Matos (Apoio Técnico) Sandra Milagres (Apoio Administrativo) Eduardo José Lima de Oliveira (Apoio de designer) André Scofano Maia Porto (Apoio de designer) Lilian M. Thomé Andrade Brandão (Apoio nas consultas estruturadas) Kleber de Barros Alcanfor (Apoio nas consultas estruturadas) Elaine Michon (Apoio de eventos) Luciana Cardoso de Souza (Apoio de eventos) Marina Brasil (Apoio de eventos) Regina Silvério (Apoio Técnico) Equipe da ABDI Clayton Campanhola (Diretor) Claudionel C. Leite (Líder de Projetos) Valdênio Araújo (Assistente) Willian Souza (Assistente)
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Colaboradores do Setor ABINEE / Altus – Luiz F. Gerbase; ABINEE / Ecil Informática – Nelson Luis C. Freire; ABINEE – Fabián Yaksic; ABINEE – Luiz Cezar E. Rochel; ABINEE-Carlos Cavalcanti; ABINEE-Israel Guratti; ABINEE-Wesley Giachini; ABINEE-Welmenson da Silva; ABNT-José Sebastião Viel; ABNT-Pedro Buzatto Costa; APEX-Márcio Almeida; APEX-Rogério Bellini; APEX-Richard Sabah; Arrows-Neimar Marques Duarte; BEMATECH-Wolney Betiol; BNDES-Carlos Gastaldoni; BNDES-Marcelo Goldenstein; BNDES-Maurício Neves; BNDES-Regina Maria Vinhais Gutierrez; CEFET-SP IFET-Alexandre Brincalep Campo; CENPES-Luiz Carlos Peixoto Messina; COESTER-Marcus Coester; Conceil General de L’essonme-Jean-christophe Frachet; CP ELETRÔNICA-Alexandre Saccol; CP ELETRÔNICA-Carlos Roberto Pires Porto; CSIC-Arturo Forner-Cordero; DYNAMIS-Marcilio Antonio Viana Pongitori; EDACOM-Arnaldo Ortiz Clemente; ELIPSE-Marcelo B. Salvador; EPUSP-José Reinaldo Silva; FESTO-Luis Carlos Iório; FET-Marcio Rillo; FINEP-Luis Manuel Rebelo Fernandes; IHM-Carlos Alberto Viégas Gonçalves; INMETRO-Alfredo Lobo; INMETRO-Gustavo Kuster; INMETRO-João Alziro Herz da Jornada; INMETRO-Alessandro Nogueira Reis; INPI-Ademir Tardelli; INPI-Carlos Pazos Rodriguez; INPI-Jorge de Paula Costa Ávila; INPI-Marcio Lacerda; INPI-Sergio Paulino Carvalho; ISEP-José Antonio Tenreiro Machado; ISMEP-SUPMECA-Jean Paul Frachet; ITAUTEC-Irineu Govea; KALATEK-Edilson Cravo; Lego Education-Arnaldo Ortis Clemente; MCT-Adalberto Barbosa; MCT-Augusto Cesar Gadelha Vieira; MCT-Francisco Silveira dos Santos; MCT-Hamilton José Mendes; MCT-Henrique de Oliveira Miguel; MDIC-Ajalmar Lakiss Gusmão; MDIC-Arnaldo Gomes Serrão; MDIC-Fernando Cordeiro; MDIC-Nilton Sacenko; METSO-Pedro Rodrigues; National Instruments-Marco Aurélio Amorim; NOVUS-Aderbal Lima; NOVUS-Miguel Fachin; NOVUS-Valerio Galeazzi; QUALISYS-Edgard de Oliveira; SEBRAE-Ana Lúcia; SEBRAE-Ana Lúcia Moura de Oliveira; SENAI-José Manuel de Aguiar Martins; SENAI-Julio Cesar de Almeida Freitas; SENAI-Luis Antonio Caruso; SENAI-Marcello José Pio; SENAI-Mauro Sergio Juarez Cáceres; SENSE-Antônio Celso Spinelli; SENSE-Paulo Caselato; SMAR-Eduardo André Mossin; SPIN ENGENHARIA-Clóvis Simões; SPIN ENGENHARIA-Luis Closs; SUPELEC-Didier Dumur; UFES-Teodiano Freire Bastos; UFGD-Clivaldo Oliveira; UMNG-Byron Alfonso Perez; UMNG-Paola Andrea Nizo Soares; UMNG/UNICAMP-Oscar Fernando Avilés; UNESP-Humberto Ferasoli; UNICAMP-Álvaro Joffre Uribe Quevedo; UNICAMP-Antonio Batocchio; UNICAMP-Luiz Gustavo de Mello Paracêncio; UNICAMP-Marcos Correa Carvalho; Universidade de Passo Fundo-Jocarly Patrocínio Sde Souza; Unisal-Wlamir Passos; WEG-Mauricio Pereira Costa.
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Sumário
Lista de Figuras ....................................................................................................... ix
Lista de Tabelas .......................................................................................................x
Lista Quadros ......................................................................................................... xii
Lista de Gráficos ................................................................................................... xiv
Lista de Siglas ........................................................................................................ xv
1. Sumário Executivo .............................................................................................. 1
2. Introdução ......................................................................................................... 31
3. Automação ........................................................................................................ 34
4. Panorama Atual ................................................................................................ 64
5. Considerações Finais ...................................................................................... 293
Referências Bibliográficas ................................................................................... 295
Sites Consultados ............................................................................................... 310
APÊNDICE I – Fundamentação da Cadeia Produtiva ......................................... 312
APÊNDICE II - Principais Normas Técnicas - Eletrônica para Automação ......... 323
APÊNDICE III - Normas do Segmento de Petróleo e Gás Natural ...................... 325
APÊNDICE IV – Descrição dos Principais Produtos do Segmento de Automação Industrial ............................................................................................................. 328
APÊNDICE V – Descrição dos Principais Produtos do Segmento de Automação Predial ................................................................................................................. 339
APÊNDICE VI – Descrição dos Principais Produtos do Segmento de Automação Comercial ............................................................................................................ 342
APÊNDICE VII – Descrição dos Principais Produtos do Segmento de Automação Bancária .............................................................................................................. 348
ANEXO I – Relação das Empresas integrantes do FEET - Fórum de Empresários Exportadores de Tecnologia ............................................................................... 352
ANEXO II – Análise Econômica do Setor de Eletrônica para Automação ........... 361
ANEXO III – Expectativas das Entidades ............................................................ 367
viii
ANEXO IV – Empresas Nacionais - Automação Industrial .................................. 369
ANEXO V - Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automação Industrial .......................................................................................... 377
ANEXO VI - Empresas Nacionais - Automação Predial-Residencial .................. 386
ANEXO VII - Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automação Predial-Residencial .......................................................................... 399
ANEXO VIII - Empresas Nacionais - Automação Comercial ............................... 403
ANEXO IX - Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automação Comercial ......................................................................................... 405
ANEXO X - Empresas Nacionais - Automação Bancária .................................... 407
ANEXO XI - Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automação Bancária ........................................................................................... 410
ANEXO XII – Empresas atuantes no Setor de Eletrônica para Automação ........ 412
ix
Lista de Figuras
Figura 1 - Processo de elaboração do Programa Estratégico Setorial - PES. ............ 7
Figura 2 - Conceito abrangente de Automação......................................................... 35
Figura 3 - Extensão do Conceito de Automação por meio de cinco elementos chaves. 36
Figura 4 - Conceito Estendido de Automação. .......................................................... 37
Figura 5 – Modelo das cinco forças de Porter. .......................................................... 39
Figura 6 - Fluxo Produtivo Macro do Setor de Eletrônica para Automação. ............. 43
Figura 7 - Fluxo Produtivo detalhado do Setor de Eletrônica para Automação. ........ 45
Figura 8 - Cadeia Produtiva do Setor de Eletrônica para Automação. ...................... 47
Figura 9 - Cadeia Produtiva / Fluxo de Conhecimentos do Setor de Eletrônica para Automação. ........................................................................................................ 50
Figura 10 – Pontos Críticos e Agentes Decisores na Cadeia Produtiva / Cadeia de Conhecimentos do Setor de Eletrônica para Automação. ................................. 52
Figura 11 – Ciclo da Cadeia Produtiva. ..................................................................... 53
Figura 12 – Ciclo de Vida de um Produto Industrial. ............................................... 111
Figura 13 – Ciclo em V de desenvolvimento de um Produto. ................................. 112
Figura 14 - Principais Sistemas de Automação de um Edifício Inteligente. ............ 215
Figura 15 - Sustentabilidade da Automação Predial. .............................................. 222
Figura 16 - Produtos e Serviços para Automação Comercial. ................................ 234
Figura 17 - Alicerces de um Desenvolvimento industrial sustentável. ..................... 246
Figura 18 - Fluxograma de reciclagem dos CRTs. .................................................. 254
Figura 19 - Reciclagem de Materiais. ...................................................................... 272
Figura 20 - Impacto Ambiental e saúde do trabalhador. ......................................... 274
Figura 21 - Gestão Ambiental. ................................................................................ 276
Figura 22 - Regras Ambientais. ............................................................................... 276
Figura 23 – Forma de organização da cadeia de valor. .......................................... 315
Figura 24 – Modelo holístico de cadeia de valor em negócios. ............................... 317
Figura 25 – Sistema de valores. .............................................................................. 319
Figura 26 – O Processo da Cadeia de Valor. .......................................................... 322
x
Lista de Tabelas Tabela 1 – Cenário Desejável para a Indústria de Automação em 2020. ................. 29
Tabela 2 - Faturamento dos Principais Fabricantes Internacionais Ligados à Automação Industrial. ........................................................................................................... 76
Tabela 3 – Análise de Mercado do Segmento de Automação Industrial. .................. 79
Tabela 4 - Segmentos do Mercado Mundial de CPs. ................................................ 80
Tabela 5 – Segmento de Negócio: Mercado de Integração de Sistemas – Óleo & Gás. 81
Tabela 6 – Área de Negócio: Mercado de Integração de Sistemas – Óleo & Gás. ... 81
Tabela 7 - Redução de energia com aplicação de Automação Predial. .................... 85
Tabela 8 – Estabelecimentos Comerciais no Brasil. ................................................. 94
Tabela 9 – Números do Setor Bancário. ................................................................... 98
Tabela 10 – Banco Eletrônico: Números do Setor. ................................................... 99
Tabela 11 – Custo Médio de uma Transação Bancária. ......................................... 101
Tabela 12 – Número total de equipamentos de Automação Bancária e sua localização. ......................................................................................................................... 104
Tabela 13 – Automação Bancária: Equipamentos e Localização. .......................... 106
Tabela 14 – Automação Bancária: Despesas em Tecnologia. ................................ 108
Tabela 15 – Recursos Computacionais dos Bancos. .............................................. 109
Tabela 16 – Terceirização / Outsourcing. ............................................................... 110
Tabela 17 – Indicadores Gerais da Indústria Eletroeletrônica 2001 a 2008. ........... 124
Tabela 18 – Exportações de Produtos Eletroeletrônicos por Área (US$ milhões) de 2001 a 2008. ................................................................................................................ 127
Tabela 19 – Variação das exportações do setor eletroeletrônico 2007 e 2008. ...... 128
Tabela 20 – Produtos mais Exportados 2007 e 2008. ............................................ 129
Tabela 21 - Destino das Exportações do setor eletroeletrônico 2007 e 2008. ........ 130
Tabela 22 – Destino das Exportações do Setor Eletroeletrônico por Área – 2008.. 131
Tabela 23 – Importações de Produtos Eletroeletrônicos por Área (US$ milhões). . 132
Tabela 24 – Importações do Setor Eletroeletrônico 2007 e 2008. .......................... 133
Tabela 25 – Produtos mais Importados 2007 e 2008. ............................................. 135
Tabela 26 – Origem das Importações do Setor Eletroeletrônico por Áreas em 2008.135
Tabela 27 – Origem das Importações do Setor Eletroeletrônico por Áreas em 2008.136
Tabela 28 – Origem das Importações do Setor Eletroeletrônico por Áreas em 2008.137
Tabela 29 – Faturamento da Indústria Eletroeletrônica por Área (US$ milhões) de 2001 a 2008. ................................................................................................................ 139
Tabela 30 – Principais Produtos Eletroeletrônicos Exportados – 2003 a 2008 (US$ milhões). ......................................................................................................................... 140
Tabela 31 – Principais Produtos Eletroeletrônicos Importados – 2003 a 2008 (US$ milhões). ......................................................................................................................... 140
Tabela 32 – Fluxo de Comércio de Produtos Eletroeletrônicos por Área – 2001 a 2008 (US$ milhões). .......................................................................................................... 141
Tabela 33 – Projeções de Faturamento por Área (em R$ milhões a preços correntes). 146
Tabela 34 – Projeções dos Principais indicadores do setor. ................................... 146
Tabela 35 – Saldos Negativos da Balança Comercial do Setor Eletroeletrônico. ... 147
Tabela 36 – Faturamento das Empresas constituintes da área de Sistemas Eletrônicos Industriais. ........................................................................................................ 220
xii
Lista Quadros Quadro 1 - Dimensões de análise do EPS. ................................................................. 9
Quadro 2 - Principais Fabricantes Nacionais Ligados à Automação Industrial. ........ 67
Quadro 3 – Segmentos do Mercado da Automação Comercial. ............................... 93
Quadro 4 – Principais Empresas no Mercado Mundial de ATMs. ........................... 100
Quadro 5 – Número de Empresas ligadas ao Setor de Eletrônica para Automação152
Quadro 6 – Número de Empregados ligados ao Setor de Eletrônica para Automação (Representação na PIA Empresa). .................................................................. 153
Quadro 7 – Aspectos Econômicos dos Setores de Eletrônica para Automação e Eletroeletrônico. ............................................................................................... 155
Quadro 8 – Panorama Econômico dos Setores de Eletrônica para Automação e Eletroeletrônico. ............................................................................................... 157
Quadro 9 – Balança Comercial dos Produtos do Setor Eletroeletrônico ligados à Eletrônica para Automação. .............................................................................................. 159
Quadro 10 – Balança Comercial de Produtos do Setor Eletroeletrônico. ................ 160
Quadro 11 – Volume Total de Hipotecas Emitidas nos EUA. ................................. 161
Quadro 12 – Fontes de recursos das Empresas Brasileiras – Indústria e Infraestrutura. 165
Quadro 13 – Investimentos Mapeados no Brasil (2009/2012). ............................... 166
Quadro 14 – Crescimento dos Investimentos (Projetos Firmes) – 2009/2012. ....... 167
Quadro 15 – Desempenho Setorial – 2007/2008. ................................................... 167
Quadro 16 – Descrição dos principais tipos de Atuadores. ..................................... 172
Quadro 17 – Descrição dos principais tipos de Sensores. ...................................... 173
Quadro 18 – Descrição dos principais tipos de Controladores................................ 174
Quadro 19 – Descrição dos principais tipos de Redes de Comunicação Industrial. 175
Quadro 20 – Descrição dos principais tipos de Softwares industriais. .................... 176
Quadro 21 – Descrição dos principais tipos de Sistemas. ...................................... 177
Quadro 22 – Descrição dos principais tipos de Serviços. ....................................... 178
Quadro 23 - Descrição dos principais tipos de Suporte Tecnológico. ..................... 179
Quadro 24 - Relação de Serviços Específicos em Atmosferas Explosivas. ............ 207
Quadro 25 - Empresas constituintes da área de Sistemas Eletrônicos Industriais. 218
Quadro 26 - Ranking GreenPeace. ......................................................................... 256
Quadro 27 - Regulamentações WEEE por categorias de produtos cobertos. ........ 267
Quadro 28 - Comparação do Segmento de Serviços em Eletrônica para Automação.292
Quadro 29: Principais Normas Técnicas so setor de Eletrônica para Automação. . 323
Quadro 30: Normas do Segmento de Petróleo e Gás Natural. ............................... 325
Quadro 31: Empresas Integrantes do FEET. .......................................................... 352
Quadro 29: Expectativas das Entidades - Volume de Produção - (4º Trimestre de 2008). ......................................................................................................................... 367
Quadro 30: Expectativas das Entidades - Vendas para o Mercado Interno - (4º Trimestre 2008). ............................................................................................................... 367
Quadro 31: Expectativas das Entidades - Vendas para o mercado externo - (4º Trimestre 2008). ............................................................................................................... 368
Quadro 35: Empresas Nacionais de Automação Industrial. .................................... 369
Quadro 35: Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automação Industrial. ......................................................................................................... 377
Quadro 35: Empresas Nacionais de Automação Predial-Residencial. .................... 386
xiii
Quadro 35: Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automação Predial-Residencial. ......................................................................................... 399
Quadro 35: Empresas Nacionais de Automação Comercial. .................................. 403
Quadro 35: Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automação Comercial. ........................................................................................................ 405
Quadro 35: Empresas Nacionais de Automação Bancária. .................................... 407
Quadro 35: Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automação Bancária. .......................................................................................................... 410
Quadro 35: Empresas Atuantes no Setor de Eletrônica para Automação. ............. 412
xiv
Lista de Gráficos Gráfico 1 – Distribuição Geográfica de Empresas da Indústria de Automação no Brasil.
........................................................................................................................... 14
Gráfico 2 - Distribuição de Segmentos de Atuação de Empresas em Automação no Brasil. ........................................................................................................................... 14
Gráfico 3 – Distribuição Geográfica da Concentração das Empresas que constituem o FEET. ........................................................................................................................... 16
Gráfico 4 - Distribuição de Segmentos de Atuação das Empresas que constituem o FEET. ........................................................................................................................... 16
Gráfico 5 - Faturamento do Complexo Eletroeletrônico. ........................................... 18
Gráfico 6 - Exportações de Produtos do Complexo Eletroeletrônico. ....................... 18
Gráfico 7 - Importações de Produtos do Complexo Eletroeletrônico. ........................ 19
Gráfico 8 - Mercado Nacional de CLP. ...................................................................... 70
Gráfico 9 – Porcentagem de Internautas que Acessam Serviços Públicos. .............. 95
Gráfico 10 – Automação – Principais Setores de Aplicações Industriais. ............... 114
Gráfico 11 – Base de Protocolos Instalados. .......................................................... 114
Gráfico 12 – Comportamento das Exportações de Produtos Eletroeletrônicos por Blocos Econômicos. .................................................................................................... 132
Gráfico 13 – Comportamento das Importações de Produtos Eletroeletrônicos por Blocos Econômicos. .................................................................................................... 137
Gráfico 14 – Balança Comercial de Produtos Eletroeletrônicos (US$ bilhões). ...... 138
Gráfico 15 – Índice de Confiança do Consumidor. .................................................. 162
Gráfico 16 – Índice de Confiança da Indústria de Transformação. ......................... 162
Gráfico 17 – Distribuição Geográfica da Concentração das Empresas que constituem a área de Sistemas Eletrônicos Prediais. .................................................................... 219
Gráfico 18 - Mercado para Automação Comercial. ................................................. 233
Gráfico 19 – Número de Empregados no setor. ...................................................... 244
xv
Lista de Siglas
ABAL Associação Brasileira de Alumínio
ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
ABIA Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação
ABIFA Associação Brasileira de Fundição
ABIGRAF Associação Brasileira da Indústria Gráfica
ABILUX Associação Brasileira da Indústria de Iluminação
ABIMAQ Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos
ABIMO Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos
Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios
ABINEE Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABPO Associação Brasileira de Papelão Ondulado
AD Analógico-Digital
AD Agentes Decisores
AFRAC Associação Brasileira de Automação Comercial
ALADI Associação Latino-Americana de Integração
ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações
ANFAVEA Associação Nacional dos Fabricantes de Veículo Automotores
ANIPA Associação Nacional da Indústria de Pneumático
ANPEI Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras
ANSI American National Standards Institute
AP Agricultura de Precisão
APEX Brasil Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
API American Petroleum Institute
xvi
ARM Advanced RISC Machine
ASHRAE American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers
ASi Actuator Sensor Interface
ASME American Society of Mechanical Engineers
ATM Automatic Teller Machine
BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
BRACELPA Associação Brasileira de Celulose e Papel
BRDE Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul
CAD Computer-Aided Design
CAE Computer-Aided Engineering
CAEx Comitê de Análise de ex-Tarifários
CAN Controller-Area Network
CCD Charge-Coupled Device
CCM Central de Comando de Motores
CEITEC Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CFTV Circuito Fechado de Televisão
CGEE Centro de Gestão e Estudos Estratégicos
CIDE Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
CISPR International Special Committee on Radio Interference
CLP Controlador Lógico Programável
CMC Connection Module Cloning
CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas
CNC Controle Numérico Computadorizado
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CNTC Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio
xvii
COBEI Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e
Telecomunicações
COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CONIP Congresso de Inovação da Gestão Pública
CONMETRO Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
CPD Centro de Processamento de Dados
CPMF Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira
CPU Unidade Central de Processamento
CRT Cathodic Ray Tube
CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
DA Digital-Analógico
DCS Distributed Control System
DHEP Diclofenac Hydroxyethylpyrrolidine
DIPQ Declaração de Importação de Pequena Quantidade
ECR Efficient Consume Response
EDI Electronic Data Interchange
EPA Environmental Protection Agency
EPC Electronic Product Code
EPS Estudo Prospectivo Setorial
FCI Fluid Controls Institute
FEET Fórum de Empresários Exportadores de Tecnologia
FF Finish Foil
FGV Fundação Getúlio Vargas
FINEP Financiadora de Estudos e Projetos
FISET Fundo de Investimento Setorial (para o Reflorestamento)
FPGA Field Programmable Gate Array
xviii
GIS Geographical Information System
GPRS General Packet Radio Service
GPS Global Positioning System
GSM Global System for Mobile Communications
GT Grupo de Trabalho
HDTV High Definition Television
IA Inteligência Artificial
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBS Instituto Brasileiro de Siderurgia
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços
ICT Instituições Científicas e Tecnológicas
IEC International Electrotechnical Commission
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
IEMI Instituto de Estudos e Marketing Industrial
IHM Interface Homem-Máquina
II Imposto de Importação
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
IPD Eletron Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Complexo Eletroeletrônico e Tecnologia da Informação
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano
IPVA Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores
xix
IR Imposto de Renda
ISA The Instrumention System and Automation Society
ISO International Organization for Standardization
ISOBUS Padronização da comunicação entre tratores e implementos agrícolas
ISS Imposto Sobre Serviços
LCD Liquid Crystal Display
LVDT Linear Variable Differential Transformer
MCT Ministério da Ciência e Tecnologia
MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
MERCOSUL Mercado Comum do Sul
MES Manufacturing Execution System
MPC Multivariable Predictive Controller
MSS Manufacturers Standardization Society
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
NBR Norma Brasileira
NCM Nomenclatura Comum do Mercosul
NEC National Electric Code
NFPA National Fire Protection Association
NR Norma Regulamentadora
OCP Organismo de Certificação de Produto
OMC Organização Mundial do Comércio
ONG Organização Não Governamental
OSB Oriented Strand Board
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
P, D & I Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
PAC Programa de Aceleração do Crescimento
xx
PBAC Programa Brasileiro de Avaliação da Conformidade
PBB Polybrominated biphenyls
PBDE Polybrominated diphenylethers
PC Personal Computer - Computador Pessoal
PC Ponto Crítico
PCD Plataforma de Coleta de Dados
PCH Pequena Central Hidroelétrica
PDA Personal Digital Assistant
PDP Política de Desenvolvimento Produtivo
PDV (Equipamento para) Ponto de Venda
PET Politereftalato de Etileno
PIA Pesquisa Industrial Anual
PIB Produto Interno Bruto
PID Proportional–integral–derivative
PIMS Plant Information Management System
PINTEC Pesquisa de Inovação Tecnológica
PIS Programa de Integração Social
PLA Program Logic Arrays
PME Pequena e Média Empresa
PNB Produto Nacional Bruto
PO Pessoal Ocupado
POS Point of Sale
PPA Processo Produtivo Avançado (para segmento Industrial)
PPA Ponto ou Posto de Atendimento (para segmento Bancário)
PVC Policloreto de Vinila
RAIS Relação Anual de Informações Sociais
xxi
RF Radio Frequency
RFID Radio Frequency Identification
RoHS Restriction of Certain Hazardous Substances
RPM Rotações por Minuto
RT Remote Terminal
RTU Remote Terminal Unit
RV Remote Variable
SBAC Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade
SBC Sistema Brasileiro de Certificação
SCADA Supervision Control and Data Acquisition
SDCD Sistema Digital de Controle Distribuído
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SECEX Secretaria de Comércio Exterior
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SEPIN-MCT Secretaria de Política de Informática do Ministério da Ciência e
Tecnologia
SIL Safety Integrity Levels
SINAEES Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos Eletrônicos e Similares
SIS Spatial Information System
TCP Transmission Control Protocol
TCP/IP Transmission Control Protocol / Internet Protocol
TI Tecnologia da Informação
TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
UHF Ultra High Frequency
UNCTAD United Nations Conference on Trade and Development
UPS Uninterruptible power supply
xxii
VANT Veículos Aéreos Não Tripulados
VHF Very High Frequency
WEEE Waste Electrical and Electronic Equipment
ZFM Zona Franca de Manaus
1
1. Sumário Executivo
Este relatório contextualiza o cenário futuro do setor de Eletrônica para
Automação, a partir de um diagnostico do setor, considerando as seguintes
dimensões de análise: mercado, tecnologia, talento, investimento, infraestrutura
física e infraestrutura sócio-político-institucional.
A análise do panorama setorial representa a primeira das três etapas do
Estudo Prospectivo Setorial de Eletrônica para Automação (EPS), desenvolvido pelo
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) para a Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI), e visa atender a uma política de desenvolvimento
da competitividade dos setores da economia brasileira, conforme preconizado pela
Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), lançada em maio de 2008 pelo
Governo Federal.
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial tem a finalidade de
promover a execução de políticas de desenvolvimento industrial, especialmente as
que contribuam para a geração de empregos e para o aumento da competitividade e
do grau de inovação da indústria nacional. Seu principal enfoque está nos
programas e projetos estabelecidos pela PDP, onde, em conjunto com o Ministério
da Fazenda (MF) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), exerce o papel de Secretaria Executiva (SE-PDP), responsável pela
articulação, promoção, coordenação e monitoramento da PDP.
Para subsidiar e complementar esta missão, a ABDI também desenvolve o
Programa Estratégico Setorial (PES) com diversos setores industriais da economia
brasileira, visando à organização e implantação de ações estratégicas. O setor de
Eletrônica para Automação é um dos setores contemplados com o PES.
A PDP considera o Complexo Eletroeletrônico no âmbito do programa para
fortalecimento da competitividade de complexos produtivos e o Setor de Eletrônica
para Automação encontra-se nesse contexto como um de seus setores
componentes. Essa política constitui um dos eixos da nova política industrial e
contempla incentivos de caráter financeiro, regulatório e de apoio técnico. Neste
aspecto, é fundamental a implementação e o acompanhamento das recomendações
2
indicadas neste estudo prospectivo por parte dos agentes executores das políticas
industriais sendo que estas estejam alinhadas com as orientações da PDP.
Uma das frentes que constitui o PES de Eletrônica para Automação é o EPS
de Eletrônica para Automação, com foco nos segmentos de Automação Industrial,
Comercial, Predial e Bancária, sendo que juntamente com a Automação Predial
encontra-se a Automação Residencial. Outros subsegmentos também são
considerados neste estudo: agrícola, agroindústria, estacionamento, shopping
centers, serviços e outros.
Os segmentos em estudo são responsáveis por grande parte das atividades
da Indústria de Automação dentro do complexo eletroeletrônico, como também têm
participação de forma direta ou indireta das outras áreas desse complexo.
Este estudo surgiu a partir de uma articulação iniciada em fevereiro de 2008
entre a ABDI, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE) e o
Fórum de Empresários Exportadores de Tecnologia (FEET) tendo ainda o apoio do
Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Complexo Eletroeletrônico
e Tecnologia da Informação (IPD Eletron). Seu objetivo maior é fornecer subsídios
que permitam alavancar ações para o aumento da competitividade das empresas do
setor de Eletrônica para Automação nos mercados interno e externo.
Entendendo que a competitividade da indústria nacional está condicionada à
possibilidade de atender novas demandas (de consumo, regulatórias, tecnológicas,
ambientais, dentre outras), é de fundamental importância que a maior parte dos
atores do setor industrial tenham projetos que viabilizem uma reflexão de futuro
baseada em metodologias consagradas, de forma a possibilitar direcionamentos
estratégicos de curto, médio e longo prazo.
Diante desta necessidade, e com o objetivo de acelerar o desenvolvimento do
setor, alinhado às políticas do Estado, com vistas a subsidiar decisões de
investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação da Indústria de Automação
a ABDI contratou o Centro de Gestão em Estudo estratégico, entidade ligada ao
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) por meio de contrato de gestão e com
grande experiência em prospecção tecnológica.
3
Considerando os dados obtidos no estudo de tendências do setor foi
observado o alinhamento com o estudo de patentes e com o mapa de rotas
tecnológicas.
Observou-se que os dados do setor acompanhados nos organismos de
estatísticas como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), BNDES e
outros, estão encapsulados como sendo automação industrial, não guardando a
classificação pelos segmentos industrial, predial, comercial e bancário. Essa
situação dificulta sobremaneira a análise por segmento específico.
Constatou-se que este setor é organizado, competitivo, possui base
tecnológica nacional e sua cadeia produtiva participa ativamente na cadeia produtiva
de diversos outros setores ou complexos industriais da economia nacional, tais
como: siderúrgico; têxtil; plástico; petroquímico; naval; defesa; higiene pessoal,
perfumaria e cosméticos; construção civil; automotivo; nanotecnologia; e
biotecnologia. Portanto, essa participação ativa faz com que o setor em estudo
necessite de mecanismos ágeis que permita o adensamento de sua cadeia
produtiva para que esta seja efetivamente uma cadeia de valor.
O relatório do panorama setorial de Eletrônica para Automação tem a
seguinte estrutura: após esta breve apresentação, a seção seguinte apresenta a
introdução, em seguida é feita a contextualização do estudo, por meio de uma
descrição do segmento, contemplando aspectos macro-econômicos, balança
comercial, dimensões do mercado, atores, cadeia produtiva do setor, certificação e
normatização, gestão do setor e aspectos sócio-ambientais contendo elementos
conceituais de base e definições que envolvem o setor de Eletrônica para
Automação, permitindo, assim, fornecer o contexto dos eixos abordados neste
panorama, direcionando o estudo aos bens de produção industrial gerado por meio
da automação.
1.1. Objetivos do EPS de Eletrônica para Automação
O objetivo principal deste estudo é oferecer indicações de rotas estratégicas e
tecnológicas com recomendações de curto médio e longo prazo que permitam
aumentar a competitividade da Indústria de Automação no mercado nacional e
4
internacional, em sintonia com o desenvolvimento sustentável, o que propiciará os
seguintes benefícios:
Fortalecimento da competitividade das empresas no mercado nacional,
inibindo as importações de produtos transformados, com reflexos positivos
no nível de emprego e renda;
Aumento da inserção internacional do setor de Eletrônica para Automação,
com melhoria na balança comercial;
Integração, consolidação e fortalecimento da Indústria de Automação de
modo a se transformar em um produtor global de bens e serviços de
automação, com capacidade de liderança no mercado interno e externo; e
Aumento das competências empresariais, gerenciais e técnicas, por meio
de treinamento e parcerias das empresas com os órgãos de ensino,
pesquisa (P, D & I) e centros de tecnologia e inovação (CTIs) nacionais e
internacionais.
Esse objetivo pode ser atingido a partir do diagnóstico do setor e da análise
detalhada sobre os fatores que condicionam sua estrutura industrial, bem como a
dinâmica competitiva e inovadora dos agentes que integram a cadeia produtiva
industrial no Brasil e no contexto mundial. A partir desse diagnóstico são realizados
os estudos de perspectivas futuras e prospecção de dados do setor a fim de se
elaborar mapas de rotas estratégicas e tecnológicas.
Este estudo fomenta bases que permitirão a continuação do EPS em suas
fases seguintes – perspectivas e prospectivo, a fim de oferecer meios para a
reflexão, o aprofundamento e a contextualização do setor principal abordado, sobre
as principais tendências futuras e questões relevantes para o setor de Eletrônica
para Automação, tendo em vista os elementos-chave que compõem os vetores de
crescimento da oferta e demanda nos próximos quinze anos (2009 – 2024). Ele
permitirá, assim, subsidiar a formulação e execução a curto, médio e longo prazo de
programas e ações específicas para fortalecer a sustentabilidade e a competitividade
do setor, e a construção de uma nova rota estratégica e tecnológica para o setor de
Eletrônica para Automação. Esses resultados, também, darão suporte ao
direcionamento de uma política de desenvolvimento de produtos industriais no setor
5
de Eletrônica para Automação e geração de serviços nos segmentos de Automação
Industrial, Predial, Comercial e Bancária.
O Estudo Prospectivo Setorial de Eletrônica para Automação, busca sinalizar
tendências e questões relevantes para a formulação e implantação de um Plano
Executivo Setorial com vistas ao aumento da competitividade do setor em um
horizonte temporal de quinze anos por meio medidas, projetos, metas, recursos e
apontamento dos respectivos responsáveis.
O EPS constitui parte importante do esforço para atender à necessidade de
se definir políticas nacionais com visão de futuro, que tem como ponto central a
mudança do patamar da indústria pela inovação e diferenciação de produtos e
serviços, com inserção e reconhecimento nos principais mercados do mundo,
alcançadas a partir de escolhas estratégicas.
Pretende-se alcançar em 2024, uma estrutura renovada, capaz de
proporcionar ao setor uma dinâmica de excelência internacional, que refletirá no
parque industrial e economia brasileira, com base na obtenção de resultados com
alto valor agregado. Para atingirmos tais objetivos, as rotas projetadas e as políticas
públicas propostas deverão estar em sintonia com as tendências e tecnologias
globais, tendo como referência um trabalho detalhado de benchmarking
internacional e um diagnóstico da Indústria de Automação brasileira, através da
identificação de gargalos (pontos críticos) e as oportunidades mais relevantes para o
seu desenvolvimento.
1.2. Metodologia
O método para o desenvolvimento do EPS de Eletrônica para Automação foi
customizado a partir da metodologia adotada pelo CGEE que se baseia no conceito
de foresight (antevisão) e têm como princípio a construção coletiva, onde lideranças
empresariais e de governo são reunidos com especialistas da academia e de centros
tecnológicos para discutir estratégias de longo prazo para o setor. O método deste
estudo foi idealizado para atuar de maneira iterativa e incremental para dar
celeridade e consistência ao seu desenvolvimento.
6
As fases do método são: inicial, principal e comprometimento. Na fase
principal são consideradas três etapas que geram os seguintes produtos para
tomada de decisão:
a) Panorama setorial: contém o diagnóstico do setor, apresentando um
retrato atual do setor no Brasil e sua inserção nos mercados mundiais;
b) Perspectivas setoriais: visa apresentar as principais tendências e
questões relacionadas ao setor com a visão de futuro requerida pelo
estudo. Contém uma análise SWOT com as forças, fraquezas, ameaças e
oportunidades do setor, estudo de patentes, visão de futuro e tendências
setoriais. Também consta a priorização das áreas; e
c) Prospectivo setorial: é o relatório final do EPS e apresenta a estratégia
concebida para a mudança do patamar do setor pela inovação e
diferenciação de produtos e serviços, base para o aumento de sua
competitividade, com o mapa de rotas estratégicas e mapa de rotas
tecnológicas, estudo de patentes, pesquisa Delphi, cadeia produtiva, bem
como as recomendações de médio e longo prazo. É constituído por:
Mapa de Rotas Estratégicas: Apresentação visual do Plano
Estratégico com Foresight; e
Mapa de Rotas Tecnológicas: Apresentação visual das Rotas
Tecnológicas para competitividade global do setor.
Após a elaboração do panorama setorial, foram analisas as tendências e
perspectivas do setor e foram construídas visões compartilhadas de futuro. A partir
disso, foram elaborados os mapas de rotas tecnológicas e estratégicas com
horizonte temporal de 15 anos.
Estabelecer a visão para os setores e organizar o conhecimento necessário
para construir os caminhos para realizá-la é um trabalho coletivo, baseado no
conhecimento setorial específico, que necessita de ampla participação dos vários
atores envolvidos com o setor, suas temáticas, organização e gestão.
O Relatório Final do EPS (Prospectivo Setorial) apresenta uma síntese de
todo estudo realizado pelo CGEE e por especialistas do setor. Ressalta-se que a
estratégia e as diretrizes apontadas no EPS devem ser tomadas como referência
7
para a elaboração do Plano Estratégico Setorial (PES), produto final do Programa
Estratégico Setorial da ABDI.
Além de cumprir seu objetivo principal de fornecer subsídios para a
formulação da política industrial, o EPS fornece uma importante base para o
planejamento estratégico das empresas, proporcionando uma melhor definição de
posicionamento de mercado e de um plano de negócios de longo prazo.
Para cumprir a sua missão de promover o desenvolvimento industrial e
tecnológico brasileiro, a ABDI utiliza um processo para desenvolver o Programa
Estratégico Setorial – PES, como instrumento para organização das ações para dez
setores estratégicos da economia brasileira. A Figura 1 apresenta as principais
etapas do processo de desenvolvimento do PES.
Figura 1 - Processo de elaboração do Programa Estratégico Setorial - PES.
Fonte: ABDI, 2009.
8
1.3. Dimensões de Análise
Na elaboração do relatório do Panorama Setorial foram consideradas
dimensões (vetores) que compõem a base de apoio para o EPS e nortearam as
pesquisas, análises e debates por meio de oficinas com especialistas:
a) Mercado: Aspectos essenciais para a inserção competitiva das inovações
brasileiras no mercado interno e externo, tais como: tamanho, distribuição
geográfica e concorrente;
b) Tecnologia: Elementos necessários para o processo de desenvolvimento
tecnológico, incluindo: pesquisa e desenvolvimento, aquisição e
transferência de tecnologia, geração de patentes, e tecnologias-chave
para aplicações comerciais;
c) Talentos: Aspectos humanos da inovação, incluindo a criação e difusão
do conhecimento, considerando: educação e formação profissional;
treinamento técnico e empresarial; e apoio a mão-de-obra;
d) Investimentos: Dimensão financeira da inovação da produção, incluindo:
investimento em P, D & I, apoio ao empreendedorismo e
empreendimentos de risco, e implementação de estratégias de inovação
de longo prazo;
e) Infraestrutura Física: Estruturas físicas que apóiam a inovação centrada
na P, D & I, Produção e Logística, incluindo redes de informação,
transporte, saúde, água e energia; e
f) Infraestrutura Sócio-Político-Institucional: Estruturas políticas que
apóiam a inovação, incluindo: proteção à propriedade intelectual,
regulação de negócios, marco legal, ações em curso, Instituições,
estruturas para colaboração entre os stakeholders de inovação, incluindo
elementos necessários para proteção e preservação do meio-ambiente e
impactos do setor, políticas de trocas e substituição de produtos,
processos considerando impacto ambiental e reciclagem.
No Quadro 1 a seguir relaciona os focos de análise do EPS.
9
Quadro 1 - Dimensões de análise do EPS.
Dimensões Subdivisão
Talentos Técnicos Empresariais
Tecnologia
Produto Processo Meio Ambiente Patentes
Investimentos P, D & I Produção
Mercado Tamanho Distribuição Geográfica Concorrentes
Infraestrutura Física
P, D & I Produção Energia Água Logística
Infraestrutura Sócio-Político-Institucional
Marco Legal Ações em Curso (PPA) Instituições
1.4. Comitê Gestor
Os principais resultados do EPS de Eletrônica para Automação foram
avaliados por um Comitê Gestor (CG), órgão deliberativo do EPS e instância
decisória do Estudo cuja atribuição é acompanhar, referendar e aprovar os
resultados apresentados nos relatórios do EPS. Sua estrutura é constituída por
empresários do setor, representantes de entidades de classe, representantes de
instituições governamentais ligadas ao setor industrial, agências de fomento, CGEE
e ABDI.
Essas instituições são: Associação Brasileira da Indústria Elétrica e
Eletrônica, Fórum de Empresas Exportadoras de Tecnologia, APEX Brasil, Banco
Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Financiadora de
Estudos e Projetos (FINEP), Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (INMETRO), Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI),
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Isso permitiu
10
atender aos objetivos gerais da ABDI, de articular, coordenar e promover a execução
da PDP em interação com os diversos órgãos públicos e com a iniciativa privada.
1.5. Principais Produtos
O Estudo orienta o desenvolvimento tecnológico e a inovação, sendo estes,
fatores de contribuição para uma indústria nacional mais competitiva no mercado
global. Outro objetivo é gerar maior capacidade dos líderes empresariais do setor
para desenvolver novas competências e estratégias que os possibilitem atingir
metas específicas, organizadas no tempo. O mesmo está dividido em três etapas:
Panorama Setorial, Perspectivas de Futuro e Estudo Prospectivo. A construção dos
elementos prospectivos do estudo se baseia nos comentários e recomendações de
especialistas do setor, obtidos por meio de oficinas de trabalho e consultas
estruturadas.
No Relatório de Panorama Setorial foi realizada a contextualização do estudo,
por meio de uma descrição do segmento, contemplando aspectos macro-
econômicos, balança comercial, dimensões do mercado, atores, cadeia produtiva do
setor, certificação e normatização, gestão do setor e aspectos sócio-ambientais
contendo elementos conceituais de base e definições que envolvem o setor de
Eletrônica para Automação, permitindo, assim, fornecer o contexto dos eixos
abordados neste panorama, direcionando o estudo aos bens de produção industrial
gerado por meio da automação.
No Relatório Prospectivo Setorial serão apresentados os mapas de rotas
estratégicas e tecnológicas que são instrumentos de apoio à decisão para a
Indústria de Automação estar alinhada à PDP. Eles oferecem subsídios à formulação
e implementação de programas e políticas públicas que possam vir a fortalecer a
competitividade e desempenho inovador do setor em um horizonte temporal de 15
anos. O mapa de rotas estratégicas contém a visão estratégica do setor e apresenta
a estratégia síntese, os focos estratégicos, rede de inter-relacionamento, bem como
as macro-ações por objetivos estratégicos. No mapa de rotas tecnológicas são
apresentadas as tendências de futuro, os requisitos e as linhas tecnológicas e ciclos
de inovação de insumos, processo e serviços. As recomendações contidas nesses
mapas podem ser consideradas como rotas que organizam um conjunto de ações no
11
curto, médio e longo prazo para a Indústria de Automação focalizando os segmentos
de Automação Industrial, Predial, Comercial e Bancária.
1.6. Setor de Eletrônica para Automação
O setor de Eletrônica para Automação é muito abrangente e pode ser
direcionado para diferentes áreas de aplicação, tais como automação industrial,
predial, comercial, bancária, agrícola, serviços, administração pública, entre outras.
Ele está presente em diferentes níveis de atividades do homem, desde a medicina
até a astronomia, ampliando a capacidade de interação com a natureza e os
processos.
Este setor mantém um perfil marcado pelo predomínio de empresas de médio
e grande porte, mas que abrange também empresas de pequeno porte, atuando
com alta tecnologia em nichos específicos, sendo classificado pela ABINEE como
uma grande área do complexo eletroeletrônico. As empresas de grande porte que
atuam no setor têm origem transnacional e poucas realizam atividades de P, D & I
localmente.
1.6.1. Entidades Representativas do Setor
ABINEE – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica foi fundada
em Setembro de 1963 e conta atualmente com 600 empresas associadas. É uma
entidade civil sem fins econômicos que representa o complexo eletroeletrônico do
Brasil, englobando as seguintes áreas de atuação com suas respectivas Diretorias:
Automação Industrial: equipamentos para controle e supervisão de
processos, manufatura, integradores de sistemas, controladores lógicos e
numéricos, instrumentos de medição de grandezas elétricas e não
elétricas, sensores, equipamentos de alarme e segurança, equipamentos
eletroeletrônicos para uso médico-hospitalar, entre outros;
Componentes Elétricos e Eletrônicos: resistores, capacitores,
transformadores para eletrônica, chaves, alto falantes, conectores,
cinescópios, diodos, transistores, circuitos integrados, circuitos impressos,
laminados, entre outros;
12
Equipamentos Industriais: componentes para máquinas e equipamentos,
seccionadores de baixa tensão, comutadores, chaves fim-de-curso,
botoeiras, contatores, relés, chaves de partida, conectores elétricos,
equipamentos elétricos para atmosfera explosiva, acionamentos estáticos,
retificadores, fornos elétricos, motores elétricos, geradores, entre outros;
Geração Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica: chaves
seccionadoras, disjuntores, turbogeradores, hidrogeradores,
transformadores, relés de proteção, ferragens e conectores para
transmissão e distribuição, medidores para eletricidade, capacitores e
banco de capacitores, painéis elétricos de baixa, média e alta tensão, entre
outros;
Informática: Computadores, periféricos e acessórios, sistemas de energia
ininterrupta, estabilizadores, entre outros;
Material Elétrico de Instalação: interruptores, plugues, tomadas, disjuntores
de baixa tensão, fusíveis, reatores, ignitores, chuveiros, caixas de
derivação e passagem, quadros de distribuição, equipamentos de
iluminação, fios, cabos e agregados, entre outros;
Serviço de Manufatura em Eletrônica: segmentos de terceirização do
processo de montagem de placas de circuito impresso, fabricando,
montando e testando sistemas eletrônicos e produtos completos, que são
utilizados em computadores, telefones celulares, carregadores de celular,
eletrônica de consumo, leitores magnéticos, placas de estação de rádio
base, entre outros;
Equipamentos de Segurança Eletrônica: equipamentos eletroeletrônicos,
acessórios e integração de sistemas de segurança patrimonial, pessoal,
veicular e de combate a incêndio, entre outros;
Telecomunicações: equipamentos de força para telecomunicações,
acessórios e cabos para telecomunicações, equipamentos de comutação
pública e privada, equipamentos de transmissão e comunicação de dados,
terminais de telecomunicações, sistemas de telefonia celular,
equipamentos de radiocomunicação e radiodifusão, entre outros; e
13
Utilidades Domésticas: eletrodomésticos portáteis e de linha branca,
ferramentas elétricas manuais, aparelhos de áudio e vídeo, eletroeletrônica
embarcada, entre outros;
Áreas temáticas para dar suporte às Diretorias das áreas, aos grupos
setoriais e aos grupos de trabalho: Economia; Jurídica; Pequenas e Médias
Empresas; Relações Governamentais; Relações Internacionais; Responsabilidade
Socioambiental; e Tecnologia e Política Industrial;
Atua em âmbito nacional, tendo o escritório central em São Paulo e as
seguintes regionais: Distrito Federal – Brasília; Minas Gerais – Belo Horizonte;
Nordeste – Recife; Paraná e Santa Catarina – Curitiba; Rio de Janeiro e Espírito
Santo – Rio de Janeiro; e Rio Grande do Sul – Porto Alegre.
Missão: Assegurar o desenvolvimento competitivo no complexo
eletroeletrônico do país, a defesa dos seus legítimos interesses e sua integração à
comunidade.
Segundo levantamento da ABINEE/SINAEES existe 427 empresas no Brasil
atuantes no setor de Eletrônica para Automação em 2009 (Anexo XII), distribuídas
nos segmentos de Automação Industrial, Predial, Comercial e Bancária, onde 180
destas empresas são associadas à ABINEE/SINAEES, com distribuição geográfica
apresentada no Gráfico 1, e atuantes nos segmentos de Automação Industrial,
Predial, Comercial e Bancária, mostrada no Gráfico 2. Entretanto, no subitem 4.2.2.2
– Os Números do Setor de Eletrônica para Automação é apresentado um conjunto
de informações da ABINEE e IBGE referentes à produção de equipamentos,
máquinas, softwares e serviços utilizados neste setor que demonstram a importância
crescente no sistema produtivo nacional. Esses dados são da PIA Empresa
(Pesquisa Industrial Anual do IBGE) e confirmam que há um maior número de
empresas nessa atividade – em 2007 (último ano disponível) a quantidade de
empresas cuja atividade principal restringia-se ao desenvolvimento de produtos para
automação industrial era de 3.835.
Uma questão relevante é que as instituições do Brasil que processam dados
do setor de Eletrônica para Automação (ABINEE, IBGE e FEBRABAN) não
consideram a segmentação tratada neste estudo: industrial, predial, comercial e
bancária. Essas instituições consideram as empresas como tendo representatividade
14
nas áreas industrial, elétrica e eletrônica, geração de energia e/ou informática e
outras. Assim, os dados são em sua grande parte mascarados ou encapsulados de
maneira diferente dos dados tratados neste estudo.
MA, BA, PE, ES
< 1%
BA 1%DF 1%
CE, DF 1%
SC 2%
RJ 5%
MG 6%
PR 6%
RS 11%
SP 66%
Gráfico 1 – Distribuição Geográfica de Empresas da Indústria de Automação no Brasil.
Fonte: ABINEE, 2009.
Predial +
Industrial 10%
Industrial
58%
Predial
18%
Comercial
2%
Bancária
6%
Comercial +
Bancária 4% Todas 2%
Gráfico 2 - Distribuição de Segmentos de Atuação de Empresas em Automação no Brasil.
Fonte: ABINEE, 2009.
15
FEET – Fórum de Empresários Exportadores de Tecnologia: Representa os
interesses particulares das empresas nacionais de base tecnológica e controle
acionário nacional de maneira complementar as entidades de classe existentes. O
FEET é um fórum de referência perante a sociedade e o governo brasileiro das
empresas brasileiras de base tecnológica, com real poder de articulação de
estratégias e políticas, atuando e interagindo no processo de: Interface política;
Comunicação; Desenvolvimento do mercado doméstico; Promoção comercial no
mercado internacional; Compras governamentais; e Rede de empresas para
negócios.
Missão: A principal missão do FEET é articular a indústria brasileira de base
tecnológica, buscando seu crescimento e melhorando a competitividade e o
desenvolvimento social do Brasil, obedecendo aos seguintes princípios:
Conhecimento tecnológico e capacidade de inovação são essenciais ao
crescimento e a competitividade econômica do Brasil;
O fortalecimento das empresas brasileiras de base tecnológica aumenta a
competitividade internacional do país;
Para ocupar papel de destaque no cenário mundial, como exportador de
bens e serviços com tecnologia agregada, o Brasil precisa sediar os ativos
tecnológicos das empresas; e
O domínio tecnológico gera valor econômico diferenciado e eleva o
desenvolvimento humano da sociedade.
Atualmente o grupo FEET conta com 35 empresas concentradas em grande
peso nos estados do Rio Grande Sul, São Paulo e Minas Gerais, mas com
representantes praticamente em todos os Estados do Brasil conforme mostra o
Gráfico 3. Essas empresas atuam no setor de Eletrônica para Automação,
distribuídas nos segmentos de Automação Industrial, Predial, Comercial e Bancária
conforme mostra o Gráfico 4. No Anexo I são apresentadas a relação dessas
empresas, linhas de produtos, e respectivas áreas de atuação.
16
Gráfico 3 – Distribuição Geográfica da Concentração das Empresas que constituem o FEET.
Fonte: ABINEE, 2009.
Bancária 13%
Comercial 4%
Predial 27%
Industrial 56%
Gráfico 4 - Distribuição de Segmentos de Atuação das Empresas que constituem o FEET.
Fonte: ABINEE, 2009.
IPD Eletron - Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do
Complexo Eletroeletrônico e Tecnologia da Informação é uma entidade civil de
direito privado sem fins econômicos, com autonomia patrimonial, administrativa e
financeira, constituído pela ABINEE, cuja principal missão é estimular a pesquisa, o
desenvolvimento e a cultura da inovação no complexo eletroeletrônico, mediante a
interação entre empresas e instituições de P, D & I, a dinamização das redes
tecnológicas e o apoio à captação de recursos, promovendo o desenvolvimento
tecnológico do complexo eletroeletrônico a fim de aumentar sua competitividade
internacional.
17
1.6.2. A Automação no Contexto do Complexo Eletroeletrônico
O complexo eletroeletrônico brasileiro engloba atividades nos seguintes
segmentos: indústria de transformação; integração de sistemas; produção de
software de aplicação destinado especificamente ao setor; prestação de serviços de
utilidade pública nas áreas de energia elétrica e de telecomunicações; e outras
atividades correlatas. O setor eletroeletrônico, segundo a ABINEE, engloba as
seguintes áreas de atuação:
Automação Industrial;
Componentes Elétricos e Eletrônicos;
Equipamentos Industriais;
Geração Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica;
Informática;
Material Elétrico de Instalação;
Serviço de Manufatura em Eletrônica;
Equipamentos de Segurança Eletrônica;
Telecomunicações; e
Utilidades Domésticas.
A Indústria de Automação é estratégica no setor eletroeletrônico e na malha
produtiva nacional, por se tratar de uma área de intenso e constante avanço
tecnológico e pelo seu caráter de racionalizar e inovar processos de produção e,
consequentemente, melhorar a qualidade dos produtos. Os produtos da área de
Automação condicionam as operações e a eficiência dos segmentos da economia. É
preciso destacar, que algumas empresas do setor eletroeletrônico são fornecedoras
de outras empresas, como é o caso das empresas de automação (peças e
equipamentos de automação industrial), empresas de componentes e de materiais
de instalação.
Os gráficos apresentados a seguir constatam as informações sobre
faturamento, exportações e importações do setor eletroeletrônico, evidenciando a
participação do segmento de Automação Industrial: Faturamento (Gráfico 5),
Exportações de produtos (Gráfico 6) e Importações de produtos (Gráfico 7).
18
Daqui para o ano de 2024, deseja-se muito mais que um crescimento
acelerado, mas construir uma trajetória de desenvolvimento que contemple, ao
mesmo tempo, crescimento e mudança estrutural, considerando que o déficit
comercial externo é grande e provoca repercussões negativas não só no próprio
setor, mas nas contas externas da economia brasileira em seu conjunto.
Componentes
(8%)
Utilidades
Domésticas
(12%)
Telecomunicações
(17%)
Material de
Instalação (7%)
Informática
(28%)
GTD (10%)
Equip.
Industriais
(15%)
Automação
Industrial (3%)
Gráfico 5 - Faturamento do Complexo Eletroeletrônico.
Fonte: ABINEE, 2009.
Automação
Industrial (3%)Componentes
(33%)
Equip. Industriais
(12%)GTD (9%)Informática (3%)
Material de
Instalação (3%)
Telecomunicações
(26%)
Utilidades
Domésticas (11%)
Gráfico 6 - Exportações de Produtos do Complexo Eletroeletrônico.
Fonte: ABINEE, 2009.
19
Utilidades
Domésticas (7%)
Material de
Instalação
(3%)
Informática
(7%)
GTD (1%)
Equip. Industriais
(9%)
Componentes
(56%)
Automação
Industrial (7%)
Telecomunicações
(10%)
Gráfico 7 - Importações de Produtos do Complexo Eletroeletrônico.
Fonte: ABINEE, 2009.
1.6.2.1. Complexo Eletroeletrônico
Convencionalmente, a indústria eletroeletrônica está inserida no setor
secundário da economia que transforma produtos naturais produzidos pelo setor
primário em produtos de consumo, ou em máquinas industriais (produtos a serem
utilizados por outros estabelecimentos do setor secundário).
A bem da verdade, a indústria eletroeletrônica compõe a indústria de
transformação porque além de modificar produtos primários em bens secundários,
modifica produtos secundários (principalmente máquinas e equipamentos) em algo
mais avançado, incorporando maior agilidade, produtividade e precisão nessas
máquinas e/ou equipamentos. Poder-se-ia dizer que o setor eletroeletrônico,
principalmente o eletrônico, constitui um ―secundário avançado‖.
Esse complexo eletroeletrônico apresenta participações econômicas,
industriais e na balança comercial relevantes nos países mais desenvolvidos. É
neste setor que a matéria-prima é transformada em um produto manufaturado
utilizado na Indústria de Automação, existindo grande utilização do fator capital,
sendo verdadeiro e mais notado nos segmentos que são eletromecânicos intensivos.
A indústria elétrica e eletrônica agrega uma série de componentes elétricos,
eletrônicos, componentes de automação e eletromecânicos, possibilitando assim,
aos equipamentos mecânicos, maior precisão e desempenho.
A automação de processos transforma também matérias-primas em produtos
industrializados e por constituir um setor secundário avançado, também está inserida
20
no setor primário (agroindústria e agronegócios) e no setor terciário (comércio,
bancos e serviços) com a posição que cada atividade normalmente está na cadeia
de produção e consumo.
Além da transformação industrial ele envolve a produção mineral, construção
civil e indústria de transformação, além dos fatores de localização, industrialização,
capital, matéria-prima, energia, mão-de-obra, mercado consumidor e meios de
transporte.
A indústria de transformação pode ser dividida em dois grandes grupos:
a) Indústria de bens de produção, também denominadas indústria de base ou
indústria pesada; e
b) Indústria de bens de consumo, dividida em bens duráveis e bens não
duráveis.
O complexo eletroeletrônico brasileiro engloba atividades nos seguintes
segmentos: produção de máquinas, equipamentos, dispositivos e componentes
elétricos e eletrônicos; indústria de transformação; integração de sistemas; produção
de software de aplicação destinado especificamente ao setor; bens de informática e
de telecomunicações; prestação de serviços de utilidade pública nas áreas de
energia elétrica e de telecomunicações; e outras atividades correlatas.
As empresas do complexo eletroeletrônico instaladas no país atuam na
produção de bens de capital, bens de consumo e componentes. De acordo com a
organização da ABINEE, essas empresas encontram-se internamente distribuídas
em áreas de coordenação, criadas com o objetivo de aglutinar empresas por família
de produtos.
É preciso destacar, que empresas do setor elétrico e eletrônico são
fornecedoras de outras empresas e de outros setores produtivos e, principalmente
as empresas de automação, com a prestação de serviços e fornecimento de partes,
peças e equipamentos, contribuem para o desenvolvimento e atualização
tecnológica.
21
1.6.2.2. Fatores de Competitividade do Setor
O sistema da globalização requer que as empresas sejam pró-ativas no
mercado em que atuam para criar um diferencial competitivo, de maneira a reduzir
custos de produção, aumentar a qualidade e ganhar agilidade, exigindo a otimização
do processo produtivo; utilização intensa de tecnologias de integração; técnicas de
modelagem; simulação; monitoramento e controle; estratégias claramente definidas;
apoio dos agentes governamentais; integração com instituições de ciência e
tecnologias; integração com fornecedores; utilização de padrões; aplicação de
normas, padrões e certificações; integração com os clientes; cumprimento das
recomendações de pós-venda.
Segundo Porter (1992), a vantagem competitiva deve ser analisada de forma
desagregada, e não com um enfoque generalizado dentro de uma empresa, pois
cada atividade contribui para os custos relativos, além de criar oportunidades para a
diferenciação. Esta diversificação pode ter origem na compra de matéria-prima de
alta qualidade, em um sistema ágil de atendimento a clientes, entre outros aspectos
que são susceptíveis a mudanças, com o objetivo de agregar valor ao produto final.
O valor significa o montante cujos compradores estão dispostos a pagar pelo que a
empresa oferece e deve ser usado na posição competitiva, pois, geralmente, as
empresas aumentam seus custos para impor um ―preço-prêmio‖, decorrente da
diferenciação.
O conceito de competitividade é objeto de percepção autoral. Como base
deste estudo, torna-se imprescindível considerar os principais fatores de
competitividade do setor. Freyssenet (1992) aponta os seguintes:
Desempenho das exportações industriais: a partir do aumento de
competitividade e seus efeitos sobre o comércio externo, sendo
competitivas as indústrias que ampliam sua participação na oferta
internacional de determinados produtos. Este conceito é abrangente, pois
alcança as condições de produção e outros fatores inibidores ou
facilitadores das exportações, tais como: políticas cambiais e comerciais,
eficiência de canais de comercialização e de sistemas de financiamento,
acordos internacionais, estratégias inter companies, entre outros; e
22
Eficiência: noção que traduz a ―capacidade de um país de produzir
determinados bens igualando ou superando os níveis de eficiência
observáveis em outras economias‖, restringindo-se às condições da
produção.
As formas de avaliação da competitividade, sob o conceito de eficiência, são
os seguintes:
Preço e qualidade, em que, analisando-se os diferenciais entre preços
internacionais e os de um país específico, competitivas seriam as indústrias
que obtivessem preços abaixo dos internacionais. Algumas vezes, o preço
é decorrente da variação da qualidade;
Tecnologia, em que o nível de atualização tecnológica acarreta aumento
da capacidade e da eficiência produtiva, conferindo vantagens ao processo
produtivo;
Salários, sob a visão de que baixos salários industriais conferem
competitividade à produção;
Produtividade, tomada a premissa de que o aumento da produtividade em
determinada indústria de um país, em relação à mesma indústria em países
concorrentes, está correlacionado com aumento de competitividade; e
Condições gerais de produção, em que são conjugados os diversos
aspectos envolvidos (por exemplo: custo relativo dos recursos locais,
tecnologia de produção, capacitação técnica, P, D & I, entre outros).
Considera-se, então, a definição de competitividade de Freyssenet (1992):
―capacidade de uma indústria (ou empresa) de produzir mercadorias com padrões
de qualidade específicos, requeridos por mercados determinados, utilizando
recursos em níveis iguais ou inferiores aos que prevalecem em indústrias
semelhantes no resto do mundo, durante certo período‖. Esta conceituação permite
que tanto indicadores quantitativos quanto qualitativos devam ser tomados em
consideração para a análise da competitividade.
Na evolução do conceito, competitividade é definida como ―a capacidade da
empresa de formular e implementar estratégias concorrenciais que lhe permitam
23
ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado‖
(SHIROMA, 1993), baseado na dinâmica do processo de concorrência.
A imprecisão da conceituação deve-se, em parte, aos próprios fatores
determinantes da competitividade, que podem ser agrupados em:
Empresariais: internos à empresa, que sobre elas detêm poder de
decisão e controle;
Estruturais: referentes à indústria/complexo industrial, que sobre elas
tem capacidade de intervenção limitada pela concorrência, de caráter
setor-específico; e
Sistêmicos: externalidades sobre as quais o poder de intervenção é
pouco ou nulo: macroeconômicos, político-institucionais, legais-
regulatórios, de infraestrutura, sociais e internacionais.
1.7. Caracterização da Indústria de Automação
Dentre os principais fatores que caracterizam a estrutura industrial deste setor
destacam-se:
a) O predomínio de empresas de médio e grande porte operando em
diferentes nichos de mercado;
b) A busca constante por novas tecnologias na fronteira do conhecimento e,
portanto, forte interação com o setor de informática e de produção de
sistemas dedicados;
c) Preocupação constante com bens mais sustentáveis e preservação do
meio ambiente;
d) Crescimento acelerado do aproveitamento residual, tanto no que se refere
ao processo produtivo, quanto posteriormente ao processo produtivo; e
e) A crescente importância do design como fator de competitividade e de
agregação de valor à produção.
24
As empresas de automação no Brasil de médio e grande porte em sua
maioria são de capital estrangeiro.
Por outro lado, destaca-se a falta de políticas mais avançadas e inovadoras
de recursos humanos, na formação de mão-de-obra qualificada para o processo
produtivo, bem como na preparação de mão-de-obra para atuar como prestadores
de serviços mais eficazes e eficientes.
O setor de Eletrônica para Automação apresenta uma alta participação de
segmentos de serviços, que são aqueles oriundos da formação de base do processo
produtivo de eletroeletrônicos e suas áreas afins, como diversos prestadores de
serviços envolvidos com vendas, instalação, conserto e manutenção. Este setor
apresenta também um elevado grau de verticalização ao longo do processo
produtivo. As empresas, em sua grande maioria, atuam em diferentes estágios ao
longo da cadeia produtiva.
Nos últimos anos, o setor de Eletrônica para Automação evoluiu
consideravelmente, buscando se adequar ao novo contexto de competição mundial
de equipamentos mais sofisticados, mais acessíveis e ecologicamente corretos por
meio da inovação tecnológica. A automação está intrinsecamente ligada aos
avanços tecnológicos no setor produtivo das diferentes empresas. Existe uma
interação permanente entre fabricantes e clientes para a adequação dos produtos e
serviços às necessidades dos usuários, levando em conta sempre os avanços
tecnológicos que ocorrem no mercado globalizado. Destaca-se a crescente inovação
tecnológica nos processos produtivos e na utilização da automação industrial, passo
determinante para o desenvolvimento de novos produtos, proporcionando maior
valor agregado à produção.
Mesmo na fabricação de produtos na fronteira tecnológica do conhecimento,
existe a necessidade do emprego de mão-de-obra no detalhamento do projeto, no
processo produtivo, na montagem, aferição e/ou testes.
Com o avanço tecnológico e científico, o setor de Eletrônica para Automação
vem buscando alterar seu processo produtivo, utilizando novos tipos de matéria-
prima, mais econômicos e sustentáveis do ponto de vista ambiental.
25
1.8. Tendências Tecnológicas em Automação
A Eletrônica para Automação é um setor bastante afetado pelas crises
econômicas, uma vez que as incertezas quanto ao futuro e as recessões
econômicas impactam diretamente os novos investimentos, tanto em novas plantas
industriais como na modernização das indústrias já existentes que demandam
produtos de automação. Por outro lado, o acirramento do processo competitivo
estimula a busca permanente de novas rotas para o desenvolvimento industrial. Em
alguns casos, são utilizadas salas limpas para assegurar a fabricação de
componentes eletrônicos principalmente na área de semicondutores para atender
demandas específicas. Na automação industrial, é importante uma permanente
inovação tecnológica para acompanhar a fronteira tecnológica dos produtos a serem
fabricados e serviços atrelados para atender a demanda cada vez mais exigente dos
diferentes clientes, acompanhando os avanços que estão sendo realizados nos
países mais industrializados.
O setor de Eletrônica para Automação se caracteriza por volumes
relativamente pequenos de produção e uma grande variedade de aplicações, e
tipicamente utiliza novas tecnologias desenvolvidas para outros mercados, onde os
fornecedores tendem a customizar equipamentos e sistemas para necessidades
específicas, tornando a inovação mais orientada para aplicações do que
propriamente para a geração de novas tecnologias. Os sistemas de automação
tendem a ser flexíveis e eficientes e cada vez mais abertos para diferentes
aplicações (como exemplo, pode-se citar o caso do Controlador Programável
Industrial).
Dentro do cenário futuro da Indústria de Automação, especialistas prevêem
uma inflexão na trajetória tecnológica que poderá gerar um crescimento explosivo no
processo de inovação, com base em tecnologias de fronteira.
Consequentemente, os conceitos de automação poderão ser ampliados
utilizando-se diferentes tecnologias e, dentre elas, pode-se vislumbrar o fim do ciclo
do silício com a vinda da bioautomação, biotecnologia, nanotecnologia, micro-
electro-mechanical systems (MEMS), comunicações neurais, lógica DNA,
biomateriais, biocomputador, biochip, memória holográfica, proteômica, novos
26
materiais e TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação), que deverão se inserir
cada vez mais no contexto dos projetos em automação. (fonte)
A visão idealizada da fábrica do futuro envolve plantas totalmente
automatizadas, contando com dispositivos robóticos inteligentes capazes de atender
rapidamente uma ampla gama de clientes on-line demandando produtos
customizados. O desenvolvimento recente das comunicações e informática dá
suporte a esta visão através da integração de múltiplos sensores, redes sem fio em
banda larga, softwares de diagnóstico com sistemas especialistas, interfaces
flexíveis, permitem o controle centralizados de operações dispersas e acesso a
mecanismos hierárquicos e automáticos de tomada de decisão e correção de erros.
Como principais tendências tecnológicas podem ser citados alguns exemplos:
Sensores nanométricos de baixo custo poderão medir praticamente tudo e
redes de máquinas interligadas através da internet;
Novos softwares aplicativos deverão ser embarcados em minúsculos
sensores sem fio e distribuídos para redes complexas de sistemas
adaptativos, permitindo a coordenação de operações em diferentes partes
do mundo; e
As fábricas se tornarão altamente reconfiguráveis (atuadores, sensores,
redes, softwares e outros) e flexíveis viabilizando a rápida adaptatividade
de novos produtos.
Por outro lado, as principais tendências da Indústria de Automação da
manufatura é a agregação de valor e novos conhecimentos ao produto, por meio da:
Descentralização da indústria, que não será mais concentrada em poucos
países considerados industrializados para se espalhar em diferentes
regiões;
Redução de tamanho das grandes fábricas, tornando-as móveis,
acompanhando a disponibilidade de recursos produtivos e as
necessidades de clientes; e
Inovação continua das empresas fornecedoras de equipamentos e
sistemas de modo a atender globalmente seus clientes através da
customização e serviços avançados.
27
1.9. Conclusões e Recomendações
A implementação de uma estratégia de desenvolvimento da Indústria de
Automação é crucial para que se construa uma trajetória de longo prazo renovada,
na direção da maior autonomia tecnológica e do aumento do valor agregado pela
indústria local, reconhecendo seu valor estratégico para o desenvolvimento nacional.
A construção dessa nova realidade demanda elevada coordenação política
para aprimoramento dos mecanismos já existentes e mobilização dos agentes para
a construção dos instrumentos que ainda se mostram necessários. Nesse sentido,
os agentes do governo e a iniciativa privada precisam trabalhar juntos na elaboração
das prioridades e no detalhamento dos mecanismos de incentivos para que o
objetivo comum seja alcançado no horizonte temporal delimitado neste estudo
(2009-2024).
Um aspecto fundamental para o sucesso deste estudo é que todos os
envolvidos se responsabilizem pela consolidação de um novo ambiente institucional
e para que suas recomendações, uma vez estabelecidas, sejam efetivamente
implementado, mantendo coerência, estabilidade e adaptabilidade a médio e longo
prazo, articulando o desenvolvimento da Indústria de Automação.
A partir do desenvolvimento deste Panorama e utilizando como referência o
estudo ―A indústria Elétrica e Eletrônica em 2020: Uma estratégia de
Desenvolvimento‖ elaborada pela LCA Consultores (ABINEE, 2009), pode-se
concluir que:
A Indústria de Automação é de extrema importância para a economia
brasileira, uma vez que não só produz bens, como também constitui uma
importante base de desenvolvimento tecnológico, impulsionando
mudanças continuas nos processos de produção e desenvolvimento de
novos produtos;
As condições da oferta de produtos do setor de Eletrônica para
Automação acabam condicionando as operações e a eficiência de outros
segmentos da economia, além de gerar, diretamente, oportunidade de
emprego para mão-de-obra qualificada;
28
É um setor que tem apresentado taxas anuais de crescimento elevada,
entretanto, o desempenho recente apresenta uma estrutura dependente
de importações de componentes e de produtos finais, marcada pela
desindustrialização e com redução da agregação de valor local (o déficit
do setor eletroeletrônico foi de 1,4% do PIB em 2008);
É imprescindível, não apenas continuar crescendo de forma intensa, mas
é fundamental a alteração da estrutura atual, onde a visão de 2024 é
construir uma Indústria de Automação com maior autonomia tecnológica,
com o segmento doméstico de componentes competitivo
internacionalmente, consolidando o Brasil como player efetivo do mercado
internacional, com crescimento significativo do PIB (superior a 7%);
O governo deve canalizar recursos e esforços para implementar uma
estratégia da Indústria de Automação, o que demanda elevada
coordenação política e atuação conjunta entre os agentes do governo e a
iniciativa privada;
Direcionamento do poder de Compra do Estado para potencializar a
demanda interna de produtos da indústria de Automação. As entidades
públicas e as empresas de economia mista, nas licitações nacionais e/ou
internacionais por elas realizadas, devem dar preferência a:
i. Produtos fabricados no país com tecnologia nacional, reconhecidos
pela Secretaria de Política de Informática (SEPIN) do MCT;
ii. Serviços associados aos mesmos produtos; e
iii. Criação de financiamentos diferenciados com características indutoras
à compra de produtos com tecnologia nacional e serviços associados.
Deve ser destacado o desenvolvimento de projetos em TI verde, que
considerem a redução no custo com energia e ações de sustentabilidade, além da
criação de projetos de preservação de áreas e legislação específica sobre o decarte
correto de lixo eletrônico e resíduo.
Segundo proposta elaborada no projeto TI-Verde (CONIP, 2008), divulgado
pela ABINEE durante o CONIP 2008 (Congresso de Informática Pública),
29
recomenda-se a reativação da Câmara Ambiental de Material Elétrico, Eletrônico e
de Comunicação da CETESB, com o objetivo de criar uma legislação específica
sobre o lixo eletrônico. A Câmara também poderá contribuir com a promoção de
parcerias que viabilizem campanhas de educação ambiental de conscientização da
população, sobre a necessidade do descarte correto deste tipo de resíduo.
Sem a crise, o saldo negativo da balança comercial da indústria elétrica e
eletrônica estaria crescendo quase geometricamente e com esse ritmo, se nada for
feito pelo governo e iniciativa privada, o país terá muitas dificuldades de suportar
este déficit (em 2020, seria atingido um déficit de mais de US$ 50 bilhões). Isto é
provocado principalmente pela importação crescente de componentes eletrônicos e
em particular pela importação de semicondutores, o que nos levaria a necessidade
de ações extremamente urgentes para melhorar o desempenho das exportações da
indústria elétrica e eletrônica e diminuir sensivelmente as importações. Em particular,
este esforço também tem de ser concentrado na área de Automação Industrial para
que se torne um player no mercado internacional. Um cenário desejável para a
Indústria de Automação em 2020 (ABINEE, 2009) é apresentado na Tabela 1:
Tabela 1 – Cenário Desejável para a Indústria de Automação em 2020.
Valores Correntes (R$ milhões) 2008 2020
Faturamento 3.446 20.454
Consumo Aparente 7.051 25.237
Exportações 576 5.312
Importações 4.182 10.095
Indicadores de comércio externo 2008 2020
Importações / Consumo aparente 59,3 40,0
Exportações / Faturamento 16,7 26,0
Saldo Comercial (US$ milhões) -1.962 -2.194
Saldo Comercial (% do PIB) -0,1 -0,1
Faturamento (% do PIB) 0,1 0,3
Fonte: ABINEE, 2009 (LCA Consultores Associados).
* Consumo aparente = faturamento + importação – exportação
Pelo exposto, constatou-se a importância da Indústria de Automação na
modernização do parque fabril dos diferentes setores industriais do país,
30
considerando a sua importância como gerador de riqueza, gerador de empregos
qualificados, melhora sensível da competitividade das empresas pela atualização
tecnológica e pelos impactos favoráveis com relação ao meio ambiente, bem como
melhoria da qualidade de vida dos nossos cidadãos; e contribui de maneira
sustentável para o desenvolvimento sócio-econômico e ambiental do nosso país.
31
2. Introdução
O complexo eletroeletrônico faz parte da cadeia industrial, onde uma atividade
humana, através do trabalho, transforma matéria-prima em outros produtos,
comercializados a seguir dentro de um processo produtivo.
Normalmente, a automação diminui os custos e aumenta a qualidade e a
velocidade da produção, pois aplica técnicas computadorizadas ou mecânicas de
controle onde os mecanismos verificam seu próprio funcionamento, efetuando
medições e introduzindo correções, sem a necessidade da interferência do homem.
Assim, diminui o uso de mão-de-obra em qualquer processo.
Há alguns anos, a automação referia-se apenas a um processo de
mecanização, ou seja, estava associada diretamente a necessidade do usuário,
responsável pelo comando e o controle, a ferramenta ou dispositivo, a máquina, que
o auxiliava e complementava. Entretanto, a necessidade de ampliar as capacidades
humanas direcionou o homem para a procura de dispositivos que pudessem
processar as informações do ambiente, e agir sobre o mesmo. Surge o conceito de
automação de máquinas e processos, baseada na menor dependência da
capacidade sensorial e decisória do operador, direcionando a substituição da ação
humana de controle.
Nos dias atuais a presença da automação na economia global é crescente e
ultrapassou as fronteiras das instalações industriais. O esforço diário de conjugação
de dispositivos automáticos com ferramentas organizacionais e matemáticas tem
levado à criação de sistemas complexos aplicáveis às várias atividades humanas.
Assim, não somente a manufatura e processos industriais vêm sendo
automatizados, como também muitos serviços de infraestrutura, os escritórios,
prédios, residências e, até mesmo, cidades.
Algumas atividades ainda não podem ser totalmente automatizadas,
considerando a superioridade existente entre a capacidade humana e a sua
simulação através de uma máquina. É o caso, por exemplo, da capacidade de
discriminação de um olho ou de um ouvido e do reconhecimento de padrões,
inclusive o reconhecimento de fala. Nos dias atuais, o desenvolvimento de sensores
32
inteligentes e sistemas que aprendem representam importantes áreas de
investigação e pesquisa.
A complexidade crescente dos sistemas de automação, associada à
necessidade constante de novos desenvolvimentos, faz com que os seus efeitos
sobre o emprego tenham sido objeto de diversos debates. Desde o início do século
XIX, quando do surgimento dos primeiros teares automáticos, muito se tem falado
sobre a ameaça da substituição da mão-de-obra por sistemas automáticos, e muitos
afirmam que níveis crescentes de automação conduzem, também, a níveis
crescentes de desemprego.
Inicialmente, a implantação de processos automatizados na indústria tinha o
objetivo de alcançar maior produtividade e redução de custos. Contudo, a
experiência revelou que isso nem sempre é verdadeiro. O investimento para
implantação de sistemas automáticos é elevado e, além disso, a nova instalação
requer recursos, inclusive humanos, dispendiosos para sua manutenção.
Atualmente, o principal motor da automação é a busca de maior qualidade dos
processos, para reduzir perdas (com reflexo em custos) e possibilitar a fabricação de
bens que de outra forma não poderiam ser produzidos, bem como do aumento da
sua flexibilidade.
No antigo caso do tear, houve uma migração da inteligência do operador, que,
por meio de várias operações, produzia desenhos no tecido, para ―dentro‖ da
máquina. É um caso semelhante ao dos tornos mecânicos, em que o conhecimento
do operador é ―internalizado‖ na máquina-ferramenta por meio de um programa,
gerado autonomamente ou na atividade de projeto da peça. A montagem de placas
eletrônicas, necessariamente automática por causa das minúsculas dimensões
manuseadas, obedece a programas gerados durante o projeto dessas placas.
A multiplicação dos exemplos leva sempre ao fato de que,
independentemente da natureza do processo ou do produto, o conhecimento está
―embutido‖ no sistema de controle automático e seus dispositivos. Isso é
particularmente importante na elaboração de políticas de atração de investimentos
produtivos, pois o fomento também às atividades de engenharia de produtos ou
processos associados a esses investimentos é o primeiro passo no sentido do seu
―enraizamento‖.
33
Sob outra óptica, pode-se argumentar que a implantação e a manutenção de
um processo automatizado geram grandes necessidades de emprego, embora com
um grau de qualificação superior ao do trabalho substituído (portanto, salários mais
altos). Os efeitos concretos dessas mudanças são de difícil diagnostico em curto
prazo. Entretanto, há que se perguntar qual a possibilidade de um trabalhador
substituído pela automação vir a ser empregado no novo processo, uma vez que
isso pode significar uma mudança completa em sua atividade original.
34
3. Automação
3.1. Contextualização
3.1.1. Conceito de Automação
Por automação entende-a capacidade de se executar comandos, obter
medidas, regular parâmetros e controlar funções automaticamente, sem a
intervenção humana. Automação também é sinônimo de integração, ou seja, da
função mais simples a mais complexa existe um ou mais sistemas que permitem que
um dispositivo seja controlado de modo inteligente, tanto individualmente quanto em
conjunto, visando alcançar um maior conforto, informação e segurança (PINHEIRO,
2008).
Assim, automação é todo processo que realize tarefas e atividades de forma
autônoma ou auxilie o homem em suas tarefas do dia-a-dia. As antigas rodas
d‘água, pilões e moinhos são consideradas sistemas automatizados. Com o advento
das máquinas, principalmente após a chegada da máquina a vapor, a automação se
estabelecia dentro das indústrias, e como consequência imediata ocorria a elevação
da produtividade e qualidade dos produtos e serviços. Ainda assim, a automação era
muito dependente do homem, pois havia máquinas automáticas espalhadas pelas
fábricas, mas sem integração entre elas.
Sob um ponto de vista mais abrangente, automação pode ser definida como a
integração de conhecimentos substituindo a observação, esforços e decisões
humanas por dispositivos - mecânicos, elétricos, eletrônicos, entre outras, e
softwares concebidos por meio de especificações funcionais e tecnológicas, com uso
de metodologias. A Figura 2 ilustra esse conceito por meio da interdisciplinaridade
de áreas afins.
Um sistema automatizado é composto por cinco elementos:
a) Acionamento: provê ao sistema energia para atingir determinado objetivo.
Ex: Motores, Pistões hidráulicos, entre outros;
b) Sensoriamento: mede o desempenho do sistema de automação ou uma
propriedade particular de alguns de seus componentes;
35
c) Controle: Utiliza as informações dos sensores para regular e controlar os
dispositivos. Ex: para acionar motores, válvulas, entre outros;
d) Comparador: elemento que permite comparar valores medidos com
valores pré-estabelecidos e que servem para a tomada de decisão de
quando e como atuar. Ex: termostato e os sistemas de software; e
e) Programas ou Softwares: contêm as informações de processo e
permitem controlar as interações entre os diversos componentes.
AutomaçãoComputação
Sistemas
de Controle
Mecânica
Eletrônica
Modelagem, análise
e simulação.
Execução de algoritmosde controle.
Impõem o comportamento desejado ao sistema.
Parte ‘física’ do sistema.
Diversas funções:
- Processamento de sinais.
- Controle analógico.
Figura 2 - Conceito abrangente de Automação.
Fonte: Rosário, 2004.
A Figura 3 ilustra esse conceito por meio da interdisciplinaridade de áreas
afins, enquanto a Figura 4 ilustra os mesmos conceitos baseando-se em cinco
elementos-chave descritos como um pentágono da automação: modelagem de
sistemas, atuadores e sensores, sinais e sistemas, sistemas lógicos, computadores
e redes de comunicação e finalmente software e sistemas de aquisição de dados.
36
Figura 3 - Extensão do Conceito de Automação por meio de cinco elementos chaves.
Fonte: Festo Didactic GmbH & Co, Ktistakis, 2006.
No caso especifico do segmento de Automação Industrial, ela pode ser
desdobrada em planejamento, projeto e produção. Um conceito estendido de
automação está relacionado com seus diferentes níveis dentro de um processo
automatizado.
a) Níveis de Automação.
37
b) Sistemas de Comunicação em Automação.
Figura 4 - Conceito Estendido de Automação.
Fonte: Festo Didactic GmbH & Co, Ktistakis, 2006.
Estes níveis, ilustrados nas Figuras 4a e 4b, podem ser classificados em:
Nível 1: Chão de Fábrica constituído de sensores e atuadores Industriais;
Nível 2: Equipamentos e Máquinas Industriais;
Nível 3: Gerenciamento: Servidores e Estações de Trabalhos;
Nível 4: Células Integradas de Automação da Manufatura;
Nível 5: Controle de Processos Industriais; e
Nível 6: Gestão e Gerenciamento da Produção Industrial.
3.1.2. Integração da Automação
A integração da automação na prática nasceu durante os anos 20, quando
Henry Ford criou a linha de montagem do modelo T, a fim de aumentar a
produtividade, reduzir os custos de produção e garantir a segurança dos operadores
na realização de tarefas perigosas. Desde então tem se desenvolvido com
crescimento exponencial, assim como todo o setor tecnológico, saindo do setor
industrial para ocupar lugar em praticamente todos os ramos de atuação, desde o
agronegócio até a medicina, passando pela automação comercial, predial e
administração de serviços.
38
Atualmente, não só a produtividade e a redução de custos são os objetivos da
automação. Com mercados cada vez mais competitivos, as pessoas têm cada vez
menos tempo para as tarefas do dia-a-dia e, aos poucos, a automação passou a ser
utilizada para facilitar ou mesmo realizar por si só tais tarefas. Pode-se dizer,
portanto, que a automação hoje em dia tem também a função de prover conforto a
seus usuários: um bom exemplo disso é o comércio eletrônico, que permite a
compra de uma grande variedade de itens sem precisar sair de casa. Por outro lado,
a violência é uma preocupação constante de qualquer pessoa que viva em grandes
centros ou áreas remotas, sendo assim, sistemas automatizados que provêem
segurança são cada vez mais comuns. Como exemplo, pode-se citar os sistemas de
alarme ou de vigilância por circuito interno de TV, muitos deles com possibilidade de
transmissão por meio da Internet.
3.1.3. Automação e Novas Tecnologias
Dentro do cenário atual, com o desenvolvimento de novas tecnologias, os
conceitos de automação podem ser ampliados utilizando-se de diferentes
tecnologias e, dentre elas, pode-se vislumbrar o fim do ciclo do silício com a vinda da
bioautomação, biotecnologia, nanotecnologia, comunicações neurais, lógica DNA,
biomateriais, biocomputador, biochip, memória holográfica, proteômica, novos
materiais e TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação), que deverão se inserir
cada vez mais no contexto dos projetos em automação.
Assim, pode-se dizer que contextos cada vez mais complexos caracterizarão
o progresso da humanidade, sendo irreversível a aplicação da automação e dos
sistemas de comunicações, em um processo industrial, gerando lucros e
racionalização de mão-de-obra.
3.2. Análise do Setor de Eletrônica para Automação
3.2.1. Cadeia Produtiva
Uma cadeia produtiva pode ser compreendida como um conjunto de etapas
consecutivas, ao longo das quais, os diversos insumos sofrem algum tipo de
transformação, até a constituição de um produto final (bem ou serviço) e sua
colocação no mercado. Para a elaboração da cadeia produtiva é necessário
39
discorrer sobre cadeia de valor e sistema de valor para melhor compreensão de sua
existência, conforme apresentado no Apêndice I.
3.2.2. Cadeia Produtiva de Eletrônica para Automação
O desenho da cadeia produtiva do setor de Eletrônica para Automação
considerou o modelo das cinco forças de Porter (1992), conforme apresentado na
Figura 5: novos concorrentes no mercado, a rivalidade entre concorrentes
existentes, os produtos ou serviços substitutos, os clientes e os fornecedores. Para
Porter (1992) a vantagem competitiva é constituída pelo valor que o setor/empresa
pode criar para seus compradores e que ultrapassa os custos de produção, criando
oportunidades de negócio.
Figura 5 – Modelo das cinco forças de Porter.
Fonte: Porter, 1992.
A cadeia produtiva do setor de Eletrônica para Automação pode ser
configurada a partir do resultado de análise, das opiniões de profissionais e das
informações referentes ao setor estudado.
Nessa cadeia são identificados os diversos agentes envolvidos, os quais
foram agrupados como: atores principais, atores secundários, contexto que envolve
a cadeia, clientes intermediários e clientes finais. Assim, foram identificados para o
eixo principal da cadeia os seguintes elementos: Necessidade, P, D & I, Produção &
Industrialização, Logística e Mercado, sendo detalhado cada um desses agentes, e
estabelecendo suas relações com os demais elementos dessa cadeia.
40
Observa-se que para a realização e organização dessa cadeia deve-se contar
com intensa participação de entidades governamentais por meio da definição de
uma política macro e microeconômica de curto, médio e longo prazo. Isto se deve ao
fato de que o setor de Eletrônica para Automação participa das demais cadeias
produtivas existentes na economia brasileira.
A partir da detecção de uma necessidade do mercado, é feito um estudo de
viabilidade técnica e econômica. O contexto que envolve a cadeia refere-se às
influências do ambiente, tecnologias envolvidas, questões sócio-econômicas
relacionadas às políticas impostas pelos governos, federal e estadual, (como
incentivos a exportação), variáveis macroeconômicas, como aumento da taxa de
juros, variações cambiais, linhas de crédito, impactos no meio ambiente e consumo
de energia. Soma-se a esse contexto a presença de itens de infraestrutura física,
meios de transportes, energia elétrica, terrenos e saneamento básico, dentre outros.
DEFINIÇÕES
a) Agentes Decisores (AD): são os elementos da cadeia produtiva que tem a
capacidade de interferir positivamente de modo a alterar seu
funcionamento, definindo os requisitos do produto; e
b) Pontos Críticos (PC): são os elos da cadeia produtiva que apresentam a
característica de interferir negativamente no fluxo produtivo e no fluxo de
conhecimento, provocando gargalos (restrições e/ou descontinuidades).
ATORES SECUNDÁRIOS: Dentre os atores secundários, foram identificados:
a) Governos Federal, Estadual e Municipal;
b) Institutos de capacitação e formação de recursos humanos como as
Universidades, Institutos de Pesquisa e Tecnologias, SEBRAE (Serviço de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e SENAI (Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial) que oferecem cursos, treinamentos e palestras
para qualificação profissional, e as demais instituições públicas e privadas
de ensino técnico; e
c) Organizações de serviços tecnológicos, que dão apoio a todo o processo,
as organizações de infraestrutura tecnológica, com fornecimento de
equipamentos, os institutos de pesquisa e laboratórios para testes, as
41
organizações de transporte e logística, as organizações de serviços de
manutenção e por fim as organizações regulamentadoras como o
INMETRO, que definem as diretrizes e critérios para regularizar e certificar
os produtos do setor.
ATORES PRINCIPAIS: Quanto aos atores principais, foram identificados os
fornecedores de insumos primários constituídos pelas indústrias eletroeletrônicas,
plástico, materiais, metal-mecânico e TIC, os quais fornecem para as indústrias de
peças e equipamentos responsáveis pela manufatura de diferentes componentes
que, por sua vez, fornecem para empresas que trabalham com módulos pré-
fabricados ou para empresas produtoras de equipamentos e componentes do setor
eletroeletrônico. Estes, por outro lado, também recebem módulos pré-fabricados das
empresas.
Como clientes de empresas do setor de Eletrônica para Automação foram
identificados três grupos de consumidores potenciais:
a) O primeiro compreende os que trabalham com o produto final, que são os
atacadistas, as lojas de departamentos e supermercados;
b) No segundo grupo estão os revendedores e integradores de serviços que
utilizam esses produtos em aplicações diversas; e
c) O terceiro grupo corresponde a mercados externos, como América
Latina, Europa, África, EUA, que podem comprar o produto ou o serviço.
Para o desenho da cadeia produtiva do setor de Eletrônica para Automação
deve-se considerar:
a) No caso dos atacadistas, eles podem negociar produtos diretamente
com as empresas ou por meio de representação própria;
b) As empresas de integração e serviços responsáveis pela utilização e
integração de equipamentos do setor de Eletrônica para Automação,
constituindo um novo produto com tecnologias e conceitos incorporados
(como por exemplo, Automação Industrial, predial, comercial e bancária);
c) O mercado exterior é tratado pelas indústrias isoladamente ou em
consórcio;
42
d) As empresas podem fornecer serviços de assistência técnica ou
terceirizar os mesmos, que é uma forte tendência no mercado; e
e) Embora os aspectos sócio-ambientais ainda não sejam incorporados
efetivamente dentro da cadeia produtiva, o mercado apresenta forte
tendência no desenvolvimento de produtos que contemplem esse
aspecto.
Para facilitar a compreensão do leitor desse relatório, a cadeia produtiva do
setor de Eletrônica para Automação apresentada na Figura 8 foi definida a partir da
representação inicial dos fluxos produtivos macro e detalhado do setor de Eletrônica
para Automação, conforme mostra a Figura 6 e a Figura 7. Nestas representações
pode-se observar de modo claro alguns elementos importantes constituintes de uma
cadeia produtiva, dentre eles, o fluxo de conhecimento, agentes decisões, pontos
críticos, e o conceito de cadeia de valor associado à cadeia produtiva.
3.2.2.1. Fluxo Produtivo Macro do Setor de Eletrônica para Automação
A representação do fluxo produtivo macro do setor de Eletrônica para
Automação da Figura 6 é constituída dos seguintes elos (agentes):
Projeto (1);
Aquisição (2);
Logística Interna (Armazenamento) (3);
Fornecimento (4);
Produção e Industrialização (Operações) (5);
Logística Externa (Distribuição) (6);
Marketing e Vendas (7); e
Comprador (8).
43
FLUXO PRODUTIVO MACRO DO SETOR DE ELETRÔNICA PARA AUTOMAÇÃO
Figura 6 - Fluxo Produtivo Macro do Setor de Eletrônica para Automação.
Legenda
Fluxo de produção
SETOR
1
PROJETO
2
AQUISIÇÃO
5
PRODUÇÃO & INDUSTRIALIZAÇÃO
(OPERAÇÕES)
8
COMPRADOR
7
MARKETING E
VENDAS
4
FORNECIMENTO
6
LOGÍSTICA
EXTERNA
(DISTRIBUIÇÃO)
3
LOGÍSTICA INTERNA
(ARMAZENAMENTO)
44
3.2.2.2. Fluxo Produtivo Detalhado do Setor de Eletrônica para Automação
A representação do fluxo produtivo detalhado do setor de Eletrônica para
Automação da Figura 7 é constituída dos seguintes elos (agentes):
Projeto (1);
Aquisição (2);
Logística Interna (Armazenamento) (3);
Fornecimento (4);
Produção e Industrialização (Operações) (5);
Logística Externa (Distribuição) (6);
Marketing e Vendas (7);
Comprador (8);
Canais de Comercialização (9);
Serviços Pós-Venda (10);
Integração (11);
Necessidade (12); e
Apoio (13).
45
FLUXO PRODUTIVO DETALHADO DO SETOR DE ELETRÔNICA PARA AUTOMAÇÃO
Figura 7 - Fluxo Produtivo detalhado do Setor de Eletrônica para Automação.
Legenda
Fluxo de produção
PC – Pontos Críticos
SETOR
12
NECESSIDADE
- Estudo de Viabilidade: (EVTEC-Técnico-Econômico, Sócio-ambiental)
13
APOIO
- P,D & I
- Impacto Am-biental
- Análise de Mercado
5
PRODUÇÃO & INDUSTRIALIZAÇÃO
(OPERAÇÕES)
8
COMPRADOR
10
SERVICOS
POS-VENDA
11
CANAIS DE
COMERCIALIZACAO
7
MARKETING E
VENDAS
4
FORNECIMENTO
11
INTEGRAÇÃO
6
LOGÍSTICA EXTERNA
(DISTRIBUI-
ÇÃO)
2
AQUISIÇÃO
1
PROJETO
3
LOGÍSTICA INTERNA
(ARMAZENAMENTO)
11
CANAIS DE
COMERCIALIZACAO
9
CANAIS DE
COMERCIALIZAÇÃO
PC
PC
PC
46
3.2.2.3. Cadeia Produtiva Detalhada do Setor de Eletrônica para Automação
A representação da cadeia produtiva do setor de Eletrônica para Automação
da Figura 8 é constituída dos seguintes elos (agentes):
Projeto (1);
Aquisição (2);
Logística Interna (Armazenamento) (3);
Fornecimento (4);
Produção e Industrialização (Operações) (5);
Logística Externa (Distribuição) (6);
Marketing e Vendas (7);
Comprador (8);
Canais de Comercialização (9);
Serviços Pós-Venda (10);
Integração (11);
Necessidade (12);
Apoio (13);
ICT (Instituições de Ciência e Tecnologia) (14);
Insumos (15);
Setores (16); e
Mercado de Origem (17).
47
CADEIA PRODUTIVA DO SETOR DE ELETRÔNICA PARA AUTOMAÇÃO
Figura 8 - Cadeia Produtiva do Setor de Eletrônica para Automação.
Legenda
Fluxo de produção
Fluxo do conhecimento
PC – Pontos Críticos
SETOR
12
NECESSIDADE
- Estudo de Viabilidade: (EVTEC-Técnico-Econômico, Sócio-ambiental)
13
APOIO
- P, D & I
- Impacto Am-biental
- Análise de Mercado
5
PRODUÇÃO & INDUSTRIALIZAÇÃO
(OPERAÇÕES)
8
COMPRADOR
10
SERVICOS POS-VENDA
7
MARKETING E
VENDAS
11
INTEGRAÇÃO
6
LOGÍSTICA EXTERNA
(DISTRIBUI-
ÇÃO)
2
AQUISIÇÃO
1
PROJETO
3
LOGÍSTICA INTERNA
(ARMAZENAMENTO)
14
ICT
4
FORNECIMENTO
16 SETORES
Eletroeletrônico
Plásticos
Materiais
Metal-mecânico
TIC
Interno
Externo
17 MERCADO DE ORIGEM
15 INSUMOS
Semicondutores TIC
Plástico Metal-mecânico
11
CANAIS DE
COMERCIALIZACAO
11
CANAIS DE
COMERCIALIZACAO
9
CANAIS DE
COMERCIALIZAÇÃO
PC
PC
PC
PC
PC
48
3.2.2.4. Cadeia Produtiva e Fluxo de Conhecimentos do Setor de Eletrônica para Automação
A representação da cadeia produtiva e o fluxo de conhecimento associado à
mesma, do setor de Eletrônica para Automação da Figura 9 são constituídos dos
seguintes elos (agentes):
Projeto (1);
Aquisição (2);
Logística Interna (Armazenamento) (3);
Fornecimento (4);
Produção e Industrialização (Operações) (5);
Logística Externa (Distribuição) (6);
Marketing e Vendas (7);
Comprador (8);
Canais de Comercialização (9);
Serviços Pós-Venda (10);
Integração (11);
Necessidade (12);
Apoio (13);
ICT (Instituições de Ciência e Tecnologia) (14);
Insumos (15);
Setores (16); e
Mercado de Origem (17).
Aplicação (18);
Dimensões de Apoio (19);
Viabilidade (20);
Tecnologias de Produção (21);
Produto (22);
Bens e Serviços (23);
Tipos de Canais (24);
Dimensões de Logística (25);
RH/Talentos (26);
Normas e Padrões, Certificação (27);
49
Mercado de Destino (28);
Mercado Nacional (29);
Clientes (30);
Mercado Internacional (31); e
Tipos de Serviço de Pós-Venda (32)
50
CADEIA PRODUTIVA/FLUXO DE CONHECIMENTOS DO SETOR DE ELETRÔNICA PARA AUTOMAÇÃO
Figura 9 - Cadeia Produtiva / Fluxo de Conhecimentos do Setor de Eletrônica para Automação.
Legenda
Fluxo de produção
Fluxo de produção complementar
Fluxo do conhecimento
PC – Pontos Críticos
AD – Agentes Decisores
PC
12
NECESSIDADE
- Estudo de Viabilidade: (EVTEC-Técnico-Econômico, Sócio-ambiental)
13
APOIO
- P, D & I
- Impacto Am-biental
- Análise de Mercado
5
PRODUÇÃO & INDUSTRIALIZAÇÃO
(OPERAÇÕES)
8
COMPRADOR
10
SERVICOS
POS-VENDA
7
MARKETING E VENDAS
11
INTEGRAÇÃO
6
LOGÍSTICA EXTERNA
(DISTRIBUI-
ÇÃO)
2
AQUISIÇÃO
1
PROJETO
3
LOGÍSTICA INTERNA
(ARMAZENAMENTO)
4
FORNECIMENTO
16 SETORES
Eletroeletrônico
Plásticos
Materiais
Metal-mecânico
TIC
15 INSUMOS
Semicondutores TIC
Plástico Metal-mecânico
11
CANAIS DE
COMERCIALIZACAO
11
CANAIS DE
COMERCIALIZACAO
9
CANAIS DE
COMERCIALIZAÇÃO
20 VIABILIDADE
Financiamento
Tecnologia
Sócio-Econômico
Ambiental
Infraestrutura
20 TECNOLOGIAS
DE APOIO
Processos
Sistemas
Novos Materiais
Mercado
21 TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO
Bens e serviços
Automação
Processos / Controle
Integração de Sistemas
22 PRODUTO
Hardware
Software
Serviços
23 BENS E SERVIÇOS
25 DIMENSÕES DE
LOGÍSTICA
Institucional, Legal, Regulatório, Normativo
Interno
Externo
17 MERCADO
DE ORIGEM
26 RH /
TALENTOS
27 NORMAS E PADRÕES,
CERTIFICAÇÃO
18 APLICAÇÃO
Automação Industrial, Predial,
Comercial e Bancária
Processos / Controle Integrado
de Sistemas
19 DIMENSÕES DE
APOIO
Institucional, Legal, Regulatório, Normativo
Regiões
Estados
29 MERCADO
NACIONAL
Interno
Externo
28 MERCADO
DE DESTINO
30 CLIENTES
Governo (Órgãos e Empresas) e Privado:
Industrial: Automotivo,
Aeronáutico, Plástico, Químico, Petroquímico, Naval, TIC, Têxtil, Couro e Calcados, Elétrico, Geração Transmissão e Distribuição de Energia, Alimentação e Transportes, Cana e Etanol Agronegócio, Saneamento.
Comercial
Predial (Residencial e Corporativo)
Bancário
31 MERCADO
INTERNACIONAL
América Latina, Europa, Ásia, África, EUA
14
ICT
PC
PC
PC
PC
PC
PC
AD
PC
PC
PC
AD
SETOR
INDIRETO (Integrador e Revendedor)
DIRETO (Filiais)
24 TIPOS DE CANAIS
Ciclo de Vida
Política de Trocas
Serviços de Apoio: Assistência Técnica e
Manutenção
Reciclagem
Meio-Ambiental: Tratamento de Resíduos
32 TIPOS DE SERVIÇOS
51
3.2.2.5. Interface na Cadeia Produtiva
O setor de Eletrônica para Automação apresenta boa articulação interna à
cadeia e com o mercado internacional e doméstico, exceto nas interfaces entre:
Fabricantes de produtos finais e fornecedores nacionais de componentes;
O segmento de informática e os fabricantes de equipamentos industriais,
particularmente os de automação industrial; e
Fabricantes de produtos finais e o mercado exterior.
Dentre as principais necessidades do setor, podem-se destacar:
Implementação de mecanismos de diálogo entre os fabricantes de
produtos finais e os de componentes de modo a retirar as incertezas
quanto à demanda futura e facilitar a capacitação tecnológica do setor, de
modo a atender a demanda com produtos de última geração e com
inovações tecnológicas; e
Revisão do perfil de alíquotas do Imposto de Importação ao longo da
cadeia produtiva no complexo. Atualmente há discrepâncias que
favorecem a importação de produtos acabados e, portanto, inibem o
aporte de mais valor agregado no país.
3.2.2.6. Pontos Críticos e Agentes Decisores na Cadeia Produtiva
Na Figura 10 são apresentados os elos denominados de PC – Pontos
Críticos, que apresentam criticidade em suas relações na cadeia produtiva.
Esses PC são: Serviços Pós-Venda (10), Necessidade (12), Apoio (13), ICT
(14), Setores (16), Tecnologias de apoio (20), RH/Talentos (26), Normas e Padrões,
Certificações (27), Mercado Internacional (31) e Tipos de Serviços (32).
Os elos denominados de AD – Agentes Decisores são aqueles que possuem
a capacidade de modificar o contexto da cadeia produtiva.
Esses AD são: Dimensões de Apoio (19) e Dimensões de Logística
(25).
52
PONTOS CRÍTICOS E AGENTES DECISORES NA CADEIA PRODUTIVA/CADEIA DE CONHECIMENTOS
Figura 10 – Pontos Críticos e Agentes Decisores na Cadeia Produtiva / Cadeia de Conhecimentos do Setor de Eletrônica para Automação.
Legenda
Fluxo de produção
Fluxo de produção complementar
Fluxo do conhecimento
PC – Pontos Críticos
AD – Agentes Decisores
PC
12
NECESSIDADE
- Estudo de Viabilidade: (EVTEC-Técnico-Econômico, Sócio-ambiental)
13
APOIO
- P, D & I
- Impacto Am-biental
- Análise de Mercado
5
PRODUÇÃO & INDUSTRIALIZAÇÃO
(OPERAÇÕES)
8
COMPRADOR
10
SERVICOS
POS-VENDA
7
MARKETING E VENDAS
11
INTEGRAÇÃO
6
LOGÍSTICA EXTERNA
(DISTRIBUI-
ÇÃO)
2
AQUISIÇÃO
1
PROJETO
3
LOGÍSTICA INTERNA
(ARMAZENAMENTO)
4
FORNECIMENTO
16 SETORES
Eletroeletrônico
Plásticos
Materiais
Metal-mecânico
TIC
15 INSUMOS
Semicondutores TIC
Plástico Metal-mecânico
11
CANAIS DE
COMERCIALIZACAO
11
CANAIS DE
COMERCIALIZACAO
9
CANAIS DE
COMERCIALIZAÇÃO
20 VIABILIDADE
Financiamento
Tecnologia
Sócio-Econômico
Ambiental
Infraestrutura
20 TECNOLOGIAS
DE APOIO
Processos
Sistemas
Novos Materiais
Mercado
21 TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO
Bens e serviços
Automação
Processos / Controle
Integração de Sistemas
22 PRODUTO
Hardware
Software
Serviços
23 BENS E SERVIÇOS
25 DIMENSÕES DE
LOGÍSTICA
Institucional, Legal, Regulatório, Normativo
Interno
Externo
17 MERCADO
DE ORIGEM
26 RH /
TALENTOS
27 NORMAS E PADRÕES,
CERTIFICAÇÃO
18 APLICAÇÃO
Automação Industrial, Predial,
Comercial e Bancária
Processos / Controle Integrado
de Sistemas
19 DIMENSÕES DE
APOIO
Institucional, Legal, Regulatório, Normativo
Regiões
Estados
29 MERCADO
NACIONAL
Interno
Externo
28 MERCADO
DE DESTINO
30 CLIENTES
Governo (Órgãos e Empresas) e Privado:
Industrial: Automotivo,
Aeronáutico, Plástico, Químico, Petroquímico, Naval, TIC, Têxtil, Couro e Calcados, Elétrico, Geração Transmissão e Distribuição de Energia, Alimentação e Transportes, Cana e Etanol Agronegócio, Saneamento.
Comercial
Predial (Residencial e Corporativo)
Bancário
31 MERCADO
INTERNACIONAL
América Latina, Europa, Ásia, África, EUA
14
ICT
PC
PC
PC
PC
PC
PC
AD
PC
PC
PC
AD
SETOR
INDIRETO (Integrador e Revendedor)
DIRETO (Filiais)
24 TIPOS DE CANAIS
Ciclo de Vida
Política de Trocas
Serviços de Apoio: Assistência Técnica e
Manutenção
Reciclagem
Meio-Ambiental: Tratamento de Resíduos
32 TIPOS DE SERVIÇOS
53
3.2.2.7. Ciclo da Cadeia Produtiva
A cadeia produtiva de um setor, quando equilibrada e funcionando de maneira
harmônica, existe em forma de um ciclo, agregando valor entre os diferentes elos
componentes. No setor de Eletrônica para Automação isso não é diferente e a
Figura 11 apresenta esse ciclo, considerando os elos produtivos e como devem ser
organizados para serem eficientes.
Legenda: Ciclo da cadeia produtiva - Elos da cadeia -
Figura 11 – Ciclo da Cadeia Produtiva.
Necessidade
Pós-Venda
Consumidor
Canais de
Comunicação
Marketing &
Vendas
Logística
Fornecimento
Aquisição
Produção & Industrialização
(Operações) ou
Integração
Projeto
Apoio
Ou Suporte
54
3.2.2.8. Considerações
A cadeia produtiva do setor de Eletrônica para Automação é bem abrangente
e complexa considerando que este setor participa como ator de todas as cadeias
produtivas de todos os setores da economia brasileira. Assim, nessa cadeia são
identificados diversos agentes, os quais foram agrupados como: atores principais,
atores secundários, contexto que envolve a cadeia, clientes intermediários e clientes
finais. Assim, foram identificados para o eixo principal da cadeia os seguintes
elementos: Necessidade, P, D & I, Produção & Industrialização, Logística e Mercado,
sendo detalhado cada um desses agentes, e estabelecendo suas relações com os
demais elementos dessa cadeia.
Para o desenho da cadeia produtiva deste setor foram consideradas algumas
premissas relativas ao setor atacadista, empresas de integração de tecnologias e
equipamentos, mercado exterior, serviços e aspectos sócio-ambientais, sendo
imprescindível para a realização e organização dessa cadeia a participação de
entidades governamentais por meio da definição de uma política macro e
microeconômica de curto, médio e longo prazo.
Para facilitar a compreensão, a cadeia produtiva do setor de Eletrônica para
Automação foi definida partindo de uma representação inicial dos fluxos produtivos
macro, e detalhado posteriormente. Nessas representações pode-se observar de
modo claro alguns elementos importantes constituintes de uma cadeia produtiva,
dentre eles, o fluxo de conhecimento, agentes decisores, pontos críticos, e o
conceito de cadeia de valor associado à cadeia produtiva.
A partir da detecção de uma necessidade do mercado, é feito um estudo de
viabilidade técnica e econômica. O contexto que envolve a cadeia refere-se às
influências do ambiente, tecnologias envolvidas, questões sócio-econômicas
relacionadas às políticas impostas pelos governos, federal e estadual, (como
incentivos a exportação), variáveis macroeconômicas, como aumento da taxa de
juros, variações cambiais, linhas de crédito, impactos no meio ambiente e consumo
de energia. Soma-se a esse contexto a presença de itens de infraestrutura física,
meios de transportes, energia elétrica, terrenos e saneamento básico, dentre outros.
55
3.2.3. Política de Desenvolvimento Industrial do Setor
Os objetivos de uma política de desenvolvimento industrial para o segmento
de automação deverão estar voltados para uma Sociedade do Conhecimento,
ampliando a eficiência e a competitividade da empresa nacional, bem como a sua
maior inserção no mercado internacional, criando empregos e elevando a renda,
portanto, produzindo bem-estar para a sociedade. Dentro dessa política, entende-se
por competitividade todo o incentivo para a indústria inovar e diferenciar produtos
para concorrer em um nível mais elevado, mais dinâmico, de maior renda e que
contemple aspectos sociais e a preservação do meio ambiente.
3.2.3.1. Políticas Públicas
As políticas públicas são importantes para a indução e o desenvolvimento
tecnológico e competitivo das indústrias que fornecem produtos para a Tecnologia
da Informação e Comunicação, a saber, os fabricantes de produtos eletrônicos
ligados a componentes, telecomunicações e bens de informática. Essas são áreas
estratégicas para o país, uma vez que são fundamentais para o desenvolvimento de
vários setores da economia. Portanto, o desenvolvimento sustentado dessas áreas
permite menor dependência externa.
O fortalecimento da indústria de componentes no país consolida a fabricação
de bens finais. Esta indústria, principalmente de componentes semicondutores, é
intensiva em capital, mão-de-obra qualificada e precisa de elevados investimentos
em pesquisa, desenvolvimento e inovação. O fornecimento de componentes para as
áreas de informática, telecomunicações, áudio, vídeo e eletrônica embarcada, é
fundamental para o desenvolvimento competitivo de produtos fabricados no país e
para a alavancagem visando o mercado externo.
Pela importância da Automação, os incentivos do governo devem ser comple-
mentares com outros mecanismos de política industrial que levem em conta a
evolução das práticas adotadas em outros países, por meio de estratégias que
contemplem:
56
a) Linhas de ação horizontais: Inovação e desenvolvimento tecnológico;
inserção externa; modernização industrial e ambiente institucional/aumento
da capacidade produtiva;
b) Opções estratégicas: insumos; software; e bens de capital; e
c) Atividades portadoras de futuro: biotecnologia; nanotecnologia;
biomassa/energias renováveis e reciclabilidade.
3.2.3.2. Poder de Compra do Estado
Nas políticas públicas destaca-se, também, a importância do Poder de
Compra do Estado como um indutor da competitividade e de incentivo às indústrias
instaladas e a tecnologia desenvolvida no país:
As entidades públicas e as empresas de economia mista, nas licitações
nacionais e/ou internacionais por elas realizadas, devem dar preferência a:
Produtos fabricados no país com tecnologia nacional, reconhecidos pela
Secretaria de Política de Informática (SEPIN) do MCT;
Serviços associados aos mesmos produtos; e
Por parte das entidades de fomento, criação de financiamentos
diferenciados com características indutoras à compra de produtos com
tecnologia nacional e serviços associados.
3.2.3.3. Mapa de Rotas Estratégicas da Política Industrial
O atual mapa de rotas estratégicas do setor de Eletrônica para Automação
leva em consideração prioridades, objetivos estratégicos e diretrizes estratégicas
delineadas pelo governo.
3.2.3.3.1. Prioridades
Foco na produção de bens comercializáveis e setores dinâmicos da
economia;
Construção de parcerias entre setor público e setor privado;
57
Transparência na escolha das linhas de pesquisa com recursos dos
fundos setoriais;
Ênfase para tecnologia industrial básica (metrologia, normatização,
propriedade intelectual e gestão tecnológica);
Difusão de tecnologias maduras e estímulo aos ganhos de eficiência dos
setores;
Estímulo para absorção de novas tecnologias (Nova Agenda de Política
Tecnológica);
Promoção das exportações e redução das barreiras tarifária;
Plano estratégico para exportações (maior número de empresas
exportadoras e novos mercados); e
Diversificação dos mercados, centrada no binômio produto-mercado de
destino.
3.2.3.3.2. Objetivos Estratégicos
Ampliar a eficiência da estrutura produtiva;
Aumentar o volume do comércio exterior;
Elevar a capacidade de inovação das empresas; e
Promover redução das disparidades regionais.
3.2.3.3.3. Diretrizes Estratégicas Governamentais
Promoção do crescimento econômico sustentável;
Melhoria do bem-estar e da distribuição de renda; e
Redução das desigualdades sociais, com políticas focalizadas.
3.2.4. Marcos Regulatórios
Muitas empresas obtêm benefícios através da Lei de Informática (Lei 10.176,
de 11.1.2001), que possibilita a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) devido sobre os produtos de TI incentivados, desde que esses produtos sejam
fabricados no Brasil por empresas que aplicam em P, D & I.
58
Diversas empresas têm sido contempladas também em editais da
Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP, a qual, aplicando recursos de variadas
origens, apóia os investimentos em P, D & I de empresas, tanto internamente quanto
em parceria com instituições científicas e tecnológicas (ICT). Todavia, deve-se
ressaltar que tais benefícios são facultados a qualquer empresa que invista
seriamente nessas atividades, sem discriminação de origem de capital (GUTIERREZ
e PAN, 2008).
Outros importantes recursos para P, D & I no segmento de Automação
Industrial, para empresas e ICTS, provêm de aplicações obrigatórias nessas
atividades por parte de empresas concessionárias e permissionárias de distribuição,
geração e transmissão de energia elétrica, bem como de concessionárias para
exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e/ou gás natural. Nos dois
casos, parte dos recursos é destinada a fundos aplicados pela FINEP e outra parte é
aplicada diretamente pelas concessionárias, internamente ou em parceria com
empresas fornecedoras e ICTS do setor (GUTIERREZ e PAN, 2008).
É importante observar que os benefícios da Lei de Informática não têm sido
suficientes para sensibilizar os fornecedores internacionais, tendo em vista que os
sistemas automáticos de controle industrial são compostos por uma significativa
parcela de serviços e também porque vários dos dispositivos utilizados em tal
sistema, especialmente os medidores, são de natureza eletromecânica, não sendo
abrangidos por aquela lei (GUTIERREZ e PAN, 2008).
3.2.5. Principais Dificuldades do Setor de Eletrônica para Automação
3.2.5.1. Problemas Gerais
O complexo eletroeletrônico e o setor de Eletrônica para Automação
apresentam volume comercial e escala de produção de padrão mundial em diversos
produtos, conforme citado acima. Entretanto, a cadeia produtiva não se acha
plenamente integrada, especialmente quanto à produção de componentes. Por sua
vez, vários segmentos apresentam taxas de crescimento próximas à média da
indústria brasileira.
Para evitar algumas discrepâncias entre as alíquotas de imposto de
importação de insumos e de produtos finais na cadeia produtiva do setor, visando
59
sempre a maior competitividade para os produtos fabricados no país, sugere-se uma
revisão destas alíquotas.
A aceleração das importações do complexo, embora justificada pela
intensidade e profundidade das transições tecnológicas, causa preocupação devido
ao volume, comparável às importações de combustíveis pelo país, à intensa
concorrência movida por produtores de bens simples e baratos, especialmente da
China, e a lentidão do crescimento das exportações brasileiras.
O complexo eletroeletrônico e o setor de Eletrônica para Automação, como os
demais setores industriais brasileiros, ressentem-se dos encargos, popularmente
denominados de ―Custo Brasil‖.
As legislações que envolvem determinados setores são importantes e até
cruciais para o desenvolvimento do setor no Brasil. A supressão dessas leis, por
exemplo, a Lei de Informática, seria fatal para o setor. A legislação para o
desenvolvimento setorial compensa, em parte, a elevada carga tributária existente
no país.
Os empresários do setor são contrários a mutabilidade das regras que
normatizam as atividades industriais no complexo. Ademais, a alta velocidade de
inovação no complexo, onde o ciclo de produto é inferior a dois anos, aliada à baixa
velocidade de atualização das regras de decisão do governo constituem um óbice
comum a diversos segmentos dentro do setor.
3.2.5.2. Informalidade do Setor
Os produtos industrializados, que procuram atender preferencialmente o
mercado interno apesar da concorrência desleal do mercado informal ou mercado
cinza, hoje, menos que no passado, obtiveram importantes benefícios nos últimos
anos graças à política governamental de desoneração de produtos do setor. É
necessário discutir ainda mecanismos e incentivos complementares para a
consolidação do setor no mercado interno e para que possa atender em escala
crescente o mercado externo.
Para o crescimento efetivo das indústrias de TICs devem-se avaliar diversos
mecanismos para uma diminuição das importações e uma maior atuação dos
fabricantes locais no mercado internacional. A escala produtiva e a baixa tributação
60
são os marcos da competitividade mundial de produtos eletrônicos, sem o que se
torna muito difícil vislumbrar uma indústria eletrônica no Brasil que não dependa de
incentivos fiscais.
3.2.5.3. Base Produtiva Tecnológica
A implantação no Brasil de uma base tecnológica e produtiva no setor de
Eletrônica para Automação possui forte conteúdo estratégico, na medida em que
amplia a capacitação do país para competir na economia digital. Trata-se ainda de
tecnologia importante para o desenvolvimento de todos os demais setores da
economia brasileira, sendo fundamental para dotar o Brasil de uma menor
dependência externa e dar condições para que o país possa participar do mercado
internacional. O fortalecimento industrial no desenvolvimento de tecnologias e
produtos no setor de Eletrônica para Automação é fundamental para a consolidação
da indústria de bens finais, pois permitirá o domínio da tecnologia dos produtos, e
consequentemente, a capacidade de inovação, e a geração de riqueza.
A utilização de equipamentos de automação no Brasil é considerada muito
baixa em relação ao mercado. Segundo estudo realizado pela ARC (2008), o Brasil
necessita multiplicar em 100 o uso da automação em suas indústrias. Além dos
equipamentos, há graves deficiências no país em gerência e uso de aplicativos de
informática em planejamento e controle da produção.
A agregação de valor e o design local do componente são fundamentais
porque o estágio tecnológico e o desempenho do bem final são definidos pelos
componentes. Consequentemente, o conteúdo tecnológico e a integração são cada
vez mais definidos pelos componentes, além do fato de que a capacidade e
viabilidade de plataformas de exportação com valor agregado aos produtos ficarem
condicionadas à disponibilidade de indústria local.
A indústria de produtos do setor de Eletrônica para Automação é, por
excelência, de cultura mundial, intensiva em investimento de capital e mão-de-obra
qualificada. Além disso, seus altos investimentos em pesquisa e desenvolvimento
asseguram-lhe a necessária inovação tecnológica. O desenvolvimento industrial
brasileiro no setor de Eletrônica para Automação age de forma a adensar sua cadeia
produtiva contribuindo para a redução do déficit da balança comercial do setor, na
61
medida em que há substituição de importações para o aumento de exportações de
produtos com maior valor agregado, pois todos os potenciais investimentos no
segmento de componentes necessitam de plantas industriais com escala suficiente
para abastecer o mercado interno e, principalmente, o externo. Esta indústria
exporta de 20% a 70% da sua produção (ARC, 2008).
3.2.5.4. Políticas de incentivos
Os incentivos governamentais para atrair investimentos deve atender às
necessidades específicas das empresas e aos interesses do país, visando otimizar a
sua utilização a partir da:
a) Competitividade das empresas decorrentes das diferentes disponibilidades
dos fatores de produção. Para compensar as deficiências existentes, um
conjunto de ações deveria ser implementado, visando o aperfeiçoamento
das políticas regulatórias e redução da taxa de juros, a ampliação das
linhas de financiamento com taxas compatíveis com as praticadas nos
países mais industrializados e ou países com programas de incentivo para
implantar / desenvolver indústrias competitivas mundialmente, bem como
a adoção de benefícios fiscais que atendam as necessidades do setor e
permitam a sua consolidação; e
b) Estabelecimento de prazos e metas para consolidação do segmento.
Nesse horizonte, necessitar-se-ia do desenvolvimento e capacitação
tecnológicos, de programas destinados a fomentar a pesquisa de apoio à
indústria envolvendo Universidades, Institutos e Centros Tecnológicos, da
criação de novos Institutos especialmente dedicados ao estudo de novas
tecnologias e de projetos em semicondutores, visando o suporte às
empresas atraídas pelo conjunto das ações e incentivos.
3.2.5.5. Problemas Regionais
Tendo em vista a importância do pólo industrial do Amazonas para o
complexo eletroeletrônico, há um delicado equilíbrio entre a produção na Zona
Franca de Manaus e o resto do país.
62
Os índices efetivos de proteção tarifária visam cobrir o chamado ―custo
Manaus‖, o que implica no fato de que qualquer incentivo fiscal adicional tende a
induzir a migração de fabricantes de outras regiões do país, principalmente Sul e
Sudeste, para a capital amazonense. Por outro lado, qualquer medida que onere os
custos industriais na região (por exemplo, a exigência de maior verticalização da
produção) pode deslocar empresas de Manaus para outros pontos do país, o que
resultaria em maciço em desemprego no Estado. Portanto, o desenvolvimento de
―clusters‖ industriais em Manaus que venham a adquirir crescente competitividade
internacional, é uma dos principais desafios para a região, ao lado do
aprimoramento dos instrumentos e mecanismos de política industrial existente,
representada pelos Processos Produtivos Básicos (PPBs).
A Zona Franca de Manaus (ZFM) deveria se transformar rapidamente em
plataforma de exportação, ainda mais devido ao seu status de ―terceiro país‖ dentro
do Mercosul. É importante que as vendas de insumos e componentes tenham
tratamento equiparado às exportações de modo que os fabricantes localizados no
país possam competir em igualdade de condições com os fornecedores de produtos
importados (desonerados do ―Custo Brasil‖ e muitas vezes subsidiados em seus
países de origem) dentro da Zona Franca de Manaus.
3.2.5.6. Concorrência Internacional
No setor de Eletrônica para Automação, a formação de alianças globais ainda
não é tão aparente quanto a que ocorre em outros setores industriais, como o
automotivo. Nem todos os grandes fabricantes internacionais (global players) têm
unidades industriais no Brasil. Por sua vez, grande parte dos fabricantes que
compõem o complexo são empresas nacionais, sem vínculos muito fortes com
empresas internacionais.
O Japão e a Comunidade Européia, por conta de empresas subsidiárias e
parcerias com fabricantes nacionais, gozam de uma participação importante no
complexo. Os Estados Unidos voltaram a investir de maneira acentuada no Brasil,
visando primordialmente o mercado de telecomunicações e de informática. Já a
Coréia que pretende assumir posição de liderança mundial optou em estabelecer
uma plataforma de produção e exportação no Brasil. Há estudos para que empresas
63
de Taipei também venham a se integrar aos pólos indústrias existentes no Brasil e
no Mercosul.
Baseado nos dados obtidos no IBGE, ABINEE e outras fontes, observou-se
que a China é um grande concorrente das empresas instaladas no mercado
brasileiro, como já acontece em boa parte do mundo, aonde a indústria eletrônica
alcança taxas anuais de crescimento superiores às do Brasil. Sua estratégia em
atuar globalmente a partir dos produtos mais simples e mais baratos resultou na
eliminação de diversos produtos antes fabricados no país e na redução do valor
agregado local dos produtos ainda fabricados (EMBASSY BRAZIL, 2006).
A concorrência internacional dentro do mercado brasileiro impõe as seguintes
dificuldades às empresas instaladas no Brasil:
A Alta taxa de inovação (as empresas operam com produtos cujo grau de
obsolescência é ao redor de dois anos, especialmente em
telecomunicações e informática) o que impõe altos níveis de importação,
tanto para bens industriais, quanto para uso final;
Os fornecedores estrangeiros oferecem condições de financiamento mais
vantajosas do que as vigentes no mercado brasileiro (disponibilidade de
crédito e taxas de juros extremamente atraentes);
Os fornecedores estrangeiros mais agressivos e de países recém-
industrializados oferecem preços inferiores aos praticados no mercado
internacional.
64
4. Panorama Atual
4.1. Mercado
4.1.1. Contextualização
O mercado da automação fornece insumos e bens finais para diversos
setores produtivos da economia. As atividades desenvolvidas garantem avanços
tecnológicos para a melhoria da competitividade dos diferentes ramos da indústria,
tais como petroquímica, siderurgia, mineração, automobilística, agroindústria,
alimentícia, têxtil, couro e calçados, comunicações, transportes, entre outros, bem
como para o setor predial, bancário, comercial e de serviços em geral.
A evolução tecnológica do mercado de automação é constante, envolvendo
uma extensa cadeia de atividades que se inicia na pesquisa científica e termina na
entrada em operação da unidade produtiva. Não há duas plantas exatamente iguais
e, portanto, sua automação dificilmente é passível de padronização.
Os sistemas já existentes são diferentes e requerem sempre adaptações para
compatibilizar equipamentos novos com os existentes, aplicativos e infraestrutura de
comunicação. Existe a necessidade de padronização dos sistemas, protocolos de
comunicação e maior disseminação de normas técnicas (Apêndices II e III).
Tudo isso faz com que as atividades relativas à automação de processos
industriais demandem mão-de-obra de elevada qualificação (portanto, maiores
salários), o que confirma que a questão dos baixos salários como variável para
elevar a competitividade das empresas, não é um elemento presente na Indústria de
Automação. Entre essas atividades, podem ser destacadas as seguintes:
a) Concepção e projeto de dispositivos: É a etapa com maior conteúdo de
trabalho criativo, que requer a participação de equipe multidisciplinar
constituída por pessoal especializado das áreas de ciências dos materiais,
computação, engenharia mecânica e elétrica;
b) Elaboração de normas e protocolos de automação;
c) Desenvolvimento de software produto;
d) Elaboração de estratégias de automação e controle. Essas estratégias
são determinadas por atuação conjunta da engenharia de controle e
65
automação e da engenharia de processo, que conhecem as variáveis
relevantes e suas relações de causa e efeito;
e) Especificação e dimensionamento dos sistemas de instrumentação;
f) Projeto de detalhamento do sistema de automação;
g) Desenvolvimento e implantação de novas técnicas de controle avançado.
Envolve a utilização de sistemas especialistas, programação de MPC
(controlador preditivo multivariável), entre outros;
h) Fabricação de dispositivos de automação;
i) Desenvolvimento da aplicação de software;
j) Projeto da rede industrial. Projeto da rede de comunicação de dados entre
os instrumentos de campo e os equipamentos de controle e supervisão,
com definição da forma de transmissão de dados, de protocolos de
comunicação e dimensionamento e especificação do cabeamento e dos
dispositivos e/ou equipamentos de transmissão e recepção; e
k) Implantação e operação do sistema de automação. Envolve seleção,
aquisição, instalação, adaptação, ajuste, configuração e teste dos
instrumentos, dispositivos, equipamentos e software que constituem a
plataforma de automação, bem como da rede de comunicação de campo,
e a sua integração.
4.1.2. Análise do Macro-Ambiente e do Micro-Ambiente
O Brasil é um país de grande diversidade tanto cultural quanto física e
estrutural, o que permite analisar diversos segmentos de mercado e situações
contrastantes em suas regiões. A Região Sudeste, por exemplo, concentra grande
parte da população e um desenvolvimento industrial destacável quando comparado
ao de outras regiões, com grande movimentação no mercado financeiro, com mão-
de-obra especializada, mas de alto custo. Uma análise desse contexto é primordial
para se estabelecerem metas e programas.
No âmbito do comércio exterior, o Brasil mantém bom relacionamento e
acordos com diversos países e blocos econômicos. É integrante do MERCOSUL,
juntamente com Argentina, Paraguai e Uruguai.
66
O mercado eletroeletrônico brasileiro é o segmento mais dinâmico, de maior
crescimento e que menos contribui para a erosão dos postos de trabalho nas
indústrias. Em contrapartida, apresenta altos volumes de importação e altos índices
de substituição de produtos fabricados no país por produtos importados.
A análise aprofundada desses cenários será apresentada no decorrer deste
trabalho, para que se possa ter um panorama geral do mercado brasileiro, do ponto
de vista interno e externo.
4.1.3. Mercado Nacional1
4.1.3.1. Oferta no Mercado Nacional
Uma multiplicidade de empresas – cerca de 1.500, de acordo com a ISA
(2007), de portes variados, atuam na oferta de produtos e sistemas para a
automação do controle de processos industriais no país. A caracterização permite
afirmar que: (GUTIERREZ e PAN, 2008).
Empresas internacionais, instaladas no país, são equivalentes a
aproximadamente 30% do total das empresas instaladas, que oferecem
amplo espectro de produtos e soluções completas de automação;
Micro e pequenas empresas integradoras, em muitos casos, formadas por
ex-funcionários de empresas internacionais, que atuam de forma
independente ou associada a fabricantes de equipamentos; e
Pequenas e médias empresas, formadas com capital nacional, que
oferecem um espectro limitado de produtos – hardware e/ou software,
desenvolvidos com tecnologia própria, sendo que raramente oferecem
sistemas completos de automação.
Segundo Gutierrez e Pan (2008), o mercado brasileiro é fortemente
competitivo e dominado por empresas internacionais, líderes mundiais do mercado
de Automação Industrial – ABB, Emerson, GE Fanuc, Honewell, Invensys, Rockwell,
Schneider, Siemens e Yokogawa, além de algumas empresas nacionais que
desenvolveram tecnologias próprias e competitivas dentro do mercado, como é o
1 A redação dos itens 4.1.3.1 até 4.1.4.3 baseia-se fortemente em Gutierrez e Pan (2008).
67
caso da ALTUS, BCM, COESTER, ECIL, ELIPSE, SENSE, SMAR e WEG, dentre
outras, conforme apresentado no Quadro 2 a seguir.
Quadro 2 - Principais Fabricantes Nacionais Ligados à Automação Industrial.
Empresa Linha de Produtos
Altus CLPs e soluções completas
Atan (Accentury) Provedor de software e soluções completas
BCM CLPs e outros dispositivos de controle
Coester Atuadores de válvulas
Ecil Dispositivos de controle para sistemas elétricos
Elipse Software Supervisores (SCADA)
Novus Dispositivos de controle
Presys Dispositivos de controle
Sense Sensores
Smar Dispositivos de controle e soluções completas
Spin Software Supervisório (SCADA)
Taurus Máquinas de Controle Numérico (CNC)
Trisolutions Provedor de software e soluções completas
WEG Inversores de frequência, dispositivos de controle e proteção e soluções completas em automação
Fonte: Gutierrez e Pan, 2008.
Todas elas estão presentes no país e atuam de forma abrangente,
oferecendo soluções completas – hardware, software e serviços – que incorporam
tecnologias no estado da arte. Atuam tanto diretamente como também por meio de
integradores e representantes comerciais.
A partir do surgimento de protocolos digitais abertos de comunicação, essas
empresas vêm adotando práticas de maior flexibilização na oferta de pacotes de
automação, com a possibilidade de inserção nos seus pacotes de equipamentos e
software de outros fornecedores, favorecendo a solução de integração de
automação. As estratégias dessas empresas não contemplam o desenvolvimento
nem a fabricação local de dispositivos que são importados.
As atividades que realizam no país restringem-se ao desenvolvimento e à
integração das soluções finais (aplicações) para as plantas industriais. A utilização
de mão-de-obra local limita-se às etapas de comercialização e implantação dos
sistemas e produtos nos clientes.
68
No extremo oposto, identifica-se um grupo de empresas de origem local, na
maioria de pequeno e médio porte, que vêm conseguindo manter-se há anos em um
mercado de forte concorrência, dominado por competidores de potencial técnico e
financeiro muito superior. Tais empresas ofertam produtos inteiramente
desenvolvidos no país com capacitação própria. As empresas mais conhecidas
desse grupo estão identificadas no Quadro 2 anteriormente apresentado.
De maneira geral, essas empresas nacionais possuem um portfólio de
produtos limitado, em função do seu pequeno porte ou de sua origem em outro
setor. À exceção da WEG, pode-se afirmar que o faturamento agregado desse grupo
de empresas não ultrapassa umas poucas centenas de milhões de reais, valor
muitas vezes inferior ao do faturamento de qualquer uma das grandes fornecedoras
internacionais apresentadas anteriormente.
Poucas são as empresas que fornecem um leque amplo de soluções, como
as apresentadas no Quadro 2, competindo diretamente com as grandes marcas
internacionais. Isso leva a uma atuação predominante no mercado de reposição e de
fornecimento de pequenos sistemas ou em nichos particulares, como o das usinas
de açúcar e de álcool.
Segundo Gutierrez e Pan (2008), entretanto, essas empresas têm conseguido
não apenas se manter no mercado interno como também se internacionalizar,
criando bases próprias de comercialização e assistência técnica em vários países. O
efeito de sua atuação sobre a economia, em especial a geração de renda e
empregos altamente qualificados, é radicalmente diverso do das empresas
internacionais, pois dinamizam toda a cadeia de atividades ligadas à automação
dentro do país, sobretudo a estrutura de pesquisa tecnológica e científica.
O percentual da força de trabalho vinculada às atividades de P, D & I de alta
qualificação nessas empresas varia entre 10% e 15% do total, correspondendo a um
investimento anual em P, D & I superior a 5% do faturamento.
Várias dessas empresas têm sido beneficiadas pela Lei de Informática (Lei
10.176, de 11.1.2001), que possibilita a redução do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), devido ao incentivo sobre os produtos de TI, desde que
fabricados no Brasil por empresas que aplicam em P, D & I. Diversas empresas têm
sido contempladas também em editais da Financiadora de Estudos e Projetos -
69
FINEP, a qual, aplicando recursos de variadas origens, apóia os investimentos em P,
D & I de empresas, tanto internamente quanto em parceria com instituições
científicas e tecnológicas (ICT). Todavia, deve-se ressaltar que tais benefícios são
facultados a qualquer empresa que invista seriamente nessas atividades, sem
discriminação de origem de capital.
Como exemplo de investimentos em P, D & I, pode-se citar o caso da
empresa Altus, que, em atendimento a um edital de microeletrônica, em 2005,
encomendou o desenvolvimento de um circuito integrado específico, para integração
a seus CLPs, ao Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada
(CEITEC). Conforme amplamente noticiado pela imprensa, esse trabalho foi
concluído com grande sucesso.
A WEG é outra empresa que tem vários projetos de pesquisa no segmento
de Automação Industrial com várias universidades do país e no exterior. É
importante esclarecer que trabalhos dessa natureza são custeados pelo Estado
brasileiro como forma de mitigar os riscos tecnológicos e financeiros associados ao
projeto, mas sempre cabe à fabricante parceira que irá explorar economicamente os
seus resultados uma contrapartida sob a forma de aporte financeiro ao projeto,
naturalmente proporcional ao porte da empresa.
Outros importantes recursos para P, D & I no segmento de Automação
Industrial, para empresas e ICTS, provêm de aplicações obrigatórias nessas
atividades por parte de empresas concessionárias e permissionárias de distribuição,
geração e transmissão de energia elétrica, bem como de concessionárias para
exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e/ou gás natural. Nos dois
casos, parte dos recursos é destinada a fundos aplicados pela FINEP e outra parte é
aplicada diretamente pelas concessionárias, internamente ou em parceria com
empresas fornecedoras e ICTS do setor.
É importante observar que os benefícios da Lei de Informática não têm sido
suficientes para sensibilizar os fornecedores internacionais, tendo em vista que os
sistemas automáticos de controle industrial são compostos por uma significativa
parcela de serviços e também porque vários dos dispositivos utilizados em tal
sistema, especialmente os medidores, são de natureza eletromecânica, não sendo
abrangidos por aquela lei.
70
Sobre a participação nos mercados de cada tipo de sistema de controle, tem-
se no Brasil a mesma situação do mercado mundial de SDCDs, liderado
majoritariamente por Emerson, Yokogawa, Honeywell e ABB. Nenhuma das
empresas nacionais fornece SDCDs. No Gráfico 8, pode-se observar a distribuição
de CLPs no mercado brasileiro, destacando-se a presença de um fabricante nacional
com forte presença entre os fabricantes internacionais.
Gráfico 8 - Mercado Nacional de CLP.
Fonte: Empresa do Setor, 2007.
Segundo Gutierrez e Pan (2008), na categoria identificada por Outras Locais,
destacam-se a Atos, a BCM, a Novus, a Smar e a WEG. A empresa Atos, criada há
mais de 30 anos, foi adquirida pela Schneider em agosto de 2007. Esse último fato,
bem como a aquisição da Atan pela Accenture, ocorrida em abril de 2008, são
sintomas da importância que o crescimento do mercado brasileiro de automação
vem adquirindo em âmbito internacional.
Em dezembro de 2008 a WEG foi destacada pela Frost & Sullivan como uma
empresa inovadora na área de controle de processos industriais nos mercados
emergentes.
Cabe observar que a Frost & Sullivan realizou um estudo específico sobre o
mercado brasileiro e mexicano de SDCDs e constatou-se que este mercado tem
perspectivas de atingir US$ 926 milhões em 2012. Em suas conclusões, tal estudo
recomendou a intensificação das atividades comerciais das empresas de automação
71
industrial nesses países, frisando a necessidade de contratação de profissionais de
engenharia de software experientes para atender melhor aos clientes.
O CNC, por sua vez, chegou a ser fabricado no país na época da reserva de
mercado para informática, que abrangia também equipamentos de eletrônica digital
para controle de processos industriais. Naquela época, houve o desenvolvimento e a
produção de CNCs brasileiros pela Digicon e pela Romi, tradicional fabricante de
máquinas-ferramenta. Entretanto, desde o fim da reserva, o próprio mercado
mundial sofreu significativas mudanças, de forma que atualmente apenas um CNC é
fabricado no país, pela Romi, que o incorpora a algumas de suas máquinas. O
restante do mercado utiliza CNCs importados, principalmente da GE Fanuc e da
Siemens. Também não existe fabricação local de robôs, que são fornecidos ao
mercado por meio de importação.
Atualmente, CNCs são fabricados localmente pela MCS e a WEG fabrica os
servoacionamentos aplicados em máquinas-ferramenta.
4.1.3.2. Demanda do Mercado Nacional
A demanda por recursos de automação industrial pode ser segmentada,
segundo os seus objetivos, em reposição de dispositivos e produtos antigos,
modernização e expansão de linhas existentes e implantação de projetos totalmente
novos. De forma geral, os projetos de modernização são aqueles que apresentam
maior demanda por serviços de integração, função da necessidade de adaptação
dos recursos mais modernos, baseados em tecnologias digitais, aos sistemas
legados, normalmente baseados em tecnologias antigas, como pneumáticas e
analógicas.
Dadas as diferenças entre os competidores acima mostradas, são as
empresas multinacionais dominantes que normalmente fornecem os principais
pacotes de automação, ou seja, são elas as responsáveis pela totalidade do
fornecimento da solução de automação das grandes plantas industriais. Isso é
verdadeiro tanto para os novos projetos quanto para os projetos de modernização de
unidades completas de plantas já existentes.
Nesse caso, a participação de qualquer outro fornecedor, na qualidade de
subcontratado, é eventual, e ocorre caso haja uma exigência do cliente, ou pelo uso
72
de um produto em particular, ou pela redução de custo em um dado dispositivo. Isso
porque nem sempre o fornecedor do pacote dispõe entre seus produtos de
dispositivos que atendam à totalidade dos requisitos especificados, inclusive a
relação custo/benefício.
Uma vez que não existe produção local de dispositivos nem de software por
parte das grandes fornecedoras internacionais, cada um desses projetos é
basicamente atendido por importação, sendo muito baixa no país a geração de
empregos associada. No entanto, o caso é mais grave quando se trata de plantas
industriais novas, pois, dependendo do grau de dependência tecnológica do
investidor brasileiro, muitas vezes a venda do pacote de automação é fechada por
acordo entre a empresa licenciadora da tecnologia do processo e a empresa
fornecedora do sistema de automação, sem qualquer possibilidade de abertura do
fornecimento a terceiros.
Por outro lado, o pequeno porte das fornecedoras locais de automação para
controle de processos e a indisponibilidade de produtos como o SDCD não permitem
a sua participação na liderança de grandes negócios.
Os fornecimentos de reposição ou de sistemas de pequeno ou médio porte ou
ainda com características de nicho, que muitas vezes não interessam às empresas
dominantes, são atendidos pelas ofertas independentes: integradoras, fabricantes de
dispositivos e desenvolvedores de software. Entretanto, eventuais parcerias para
fornecimento de pequenos pacotes fazem-se necessárias, tendo em vista limitações
do portfólio de produtos.
4.1.4. Mercado Internacional
4.1.4.1. Evolução do Comércio Internacional
O setor de Eletrônica para Automação é constituído, predominantemente, por
médias e grandes empresas. É um segmento que apresenta como característica
básica o uso intensivo de inovações tecnológicas e de insumos como o silício, base
constante do processo produtivo, mas com um grau de dependência de exportações
muito forte. Isto se deve ao fato do Brasil não possuir empresas fabricantes de peças
e outros materiais relacionados aos eletroeletrônicos para atender a demanda dos
73
grandes setores industriais do próprio segmento e de outros segmentos que
dependem de automação industrial, peças, componentes e materiais diversos.
O setor eletroeletrônico e outras empresas que utilizam componentes e
equipamentos diversos dependem do mercado internacional, que apresenta
constante ascensão, mas pode acarretar um desequilíbrio importante da balança
comercial.
Um dos principais objetivos deste estudo é de apresentar o Brasil em sua
estrutura física, cultural e econômica, apresentando análises de oportunidades para
o setor de Eletrônica para Automação e alguns pontos fracos deste mercado, como
por exemplo, dependência atual de importações.
4.1.4.2. Mercado Mundial - Oferta
Os primeiros SDCDs chegaram ao mercado em 1975 pelas mãos da
Honeywell, Yokogawa e Bristol, incorporada pela Emerson, mais tarde seguidas pela
Bailey (incorporada pela ABB) e Foxboro, hoje, do grupo Invensys. Na década
seguinte, começaram a ser utilizados alguns padrões de TI (Tecnologia da
Informação), como o sistema operacional UNIX, o protocolo TCP/IP e as redes
Ethernet, embora de forma ainda restrita. Datam dessa época, também, as primeiras
tentativas de integração de CLPs e SDCDs.
Pressões de mercado marcaram os anos 1990, fazendo com que fosse
adotada a interface Windows e, principalmente, a padronização do barramento de
campo, com a consolidação dos protocolos FF e Profibus. Novos produtos surgiram
no mercado nessa época, fazendo uso de barramento de campo, trazidos pela ABB,
Emerson, Siemens e Yamatake.
Intensivo em hardware, quase todo proprietário, o SDCD sentiu fortemente o
impacto do lançamento no mercado de componentes eletrônicos padronizados,
como microprocessadores e microcontroladores da Intel e Motorola, tornando
insustentável manter os altos preços dos sistemas, como havia sido a prática até
então.
Tal disponibilidade de componentes, somada ao crescimento da capacidade
de processamento e de comunicação de outros dispositivos de controle, propiciou
que fabricantes de CLPs usassem sua experiência para ingressar no mercado de
74
SDCDs, caso da Rockwell e da Schneider. Em resposta, os tradicionais fabricantes
de SDCDs lançaram novas gerações de produtos, consolidando a tendência de
combinar os conceitos e as funcionalidades do CLP e do SDCD.
Os fornecedores de SDCD resolveram também mudar de estratégia.
Verificaram que o mercado de hardware nos países centrais estava alcançando a
saturação. A maior parte dos sistemas havia sido instalada nas décadas de 1970 e
1980, e o longo tempo de vida dos sistemas, algo em torno de quinze a vinte anos,
apontava para um mercado de reposição no Primeiro Mundo.
Um grande novo mercado surgia nas regiões de maior crescimento industrial:
China, América Latina e Leste Europeu. Por outro lado, a padronização possibilitou a
entrada no mercado de hardware de um grande número de empresas menores,
além desse mercado estar sujeito à forte concorrência com a fabricação asiática,
especialmente da China.
Assim, os fornecedores de SDCD iniciaram a transição para um modelo de
negócios baseado em software e serviços, expandindo seu portfólio com a oferta de
novas ferramentas e funcionalidades.
Tais fornecedores estão, cada vez mais, consolidando suas operações e
assumindo o papel de integradores, responsáveis únicos por todo um sistema de
automação do controle de um projeto.
Quanto ao CLP, foi lançado pela Modicon (incorporada à Schneider) durante
os anos 1970, embora tenha ganhado maior projeção somente durante a década
seguinte. A partir daí, o seu crescimento fez com que, atualmente, um grande
número de processos industriais fizesse uso de CLPs, especialmente aqueles que
não necessitavam de uma solução proprietária ou que, por outro lado, requeiram alta
flexibilidade. A possibilidade de conexão de IHM e de comunicação em rede com
protocolos padronizados ampliou sua utilização também em SDCDs e sistemas
SCADA. Alguns fornecedores de SDCD lançaram seus próprios modelos de CLP.
Além da Schneider, são tradicionais fornecedores de CLP a Allen-Bradley
(incorporada pela Rockwell), a ABB, a Honeywell, a Omron e a General Electric, hoje
associada à japonesa Fanuc.
75
Na exposição acima, verifica-se a ocorrência de um intenso processo de
consolidação no segmento nos últimos anos. Diversos tradicionais fornecedores são
agora marcas de corporações multinacionais que ostentam grandes portfólios de
produtos e soluções integradas, uma vez que há superposição e complementaridade
entre soluções SDCD, CLP e SCADA, esta última normalmente referida como
software. Assim, podem ser citados como expoentes atuais no mercado mundial de
controle de processos industriais os seguintes ABB (fusão entre Asea e Brown-
Boveri, incorporou a Bailey);
Emerson (incorporou a Bristol, a Fisher e a Rosemount);
GE-Fanuc (joint venture entre as empresas General Electric e Fanuc, japonesa);
Honeywell;
Invensys (incorporou a Foxboro);
Rockwell (incorporou a Allen-Bradley);
Schneider (incorporou Modicon e Telemecanique);
Siemens; e
Yokogawa.
Os investimentos em P, D & I dessas empresas são elevados, equivalendo a
parcelas significativas do seu faturamento. A Tabela 2 apresenta alguns dados sobre
as empresas relativas ao ano de 2007, fornecendo um panorama de seu potencial
competitivo.
76
Tabela 2 - Faturamento dos Principais Fabricantes Internacionais Ligados à Automação Industrial.
Empresa Faturamento (US$ Bilhões)
% Faturamento (Automação Industrial)
Dispêndios em P, D & I
(% Faturamento Total)
ABB 29,2 27,0 3,9
Emerson 22,0 45,0 1,8
GE Fanuc n.d. n.d. n.d.
Honeywell 34,1 36,6 4,2
Invensys 5,1 45,2 2,8
Rockwell 5,0 100,0 2,4
Schneider 25,5 28,5 2,4
Siemens 102,0 22,9 4,9
Yokogawa 5,0 100,0 7,0
Fonte: INTECH, 2008.
Nos mercados de cada tipo de sistema de controle, existe ainda o predomínio
de um grupo ou outro de empresas, certamente por causa da origem e do histórico
de atuação. Assim, o mercado de SDCDs é liderado por Emerson, Yokogawa,
Honeywell e ABB. Já o mercado de CLPs é liderado pela Siemens e pela Rockwell.
4.1.4.3. Mercado Mundial - Demanda
Segundo Gutierrez e Pan (2008), John Pfeiffer em artigo publicado na revista
InTech, de fevereiro de 2005, estima que o faturamento total naquele ano do
segmento de controle industrial no mundo em termos de equipamentos, sistemas e
serviços foi da ordem de US$ 99 bilhões. Já os serviços de integração de sistemas
para este mesmo ano, segundo a Control Systems Integrators Association (CSIA),
atingiram o montante de US$ 20 bilhões.
Em 2007, de acordo com a consultoria ARC Advisory Group, as vendas de
automação no mundo ultrapassaram US$ 50 bilhões, sendo US$ 32 bilhões para a
automação de processos contínuos e US$ 18 bilhões para a automação de
processos discretos. Quanto às perspectivas, a empresa projeta um crescimento
para o setor, até o ano de 2011, de 9,6% a.a. para a automação de processos e de
6,8% a.a. para a automação discreta.
Assim, apesar da carência de dados consolidados e publicamente
disponibilizados, é possível estimar que o volume total de faturamento envolvendo a
77
cadeia de automação industrial no mundo se situa entre US$ 70 bilhões e US$ 100
bilhões, com perspectivas otimistas de crescimento.
Já o mercado mundial de CLPs, ainda segundo a ARC, alcançou US$ 9
bilhões em 2007, sendo esperado um crescimento anual até 2012 de 6,5% a.a. É
interessante observar que esse crescimento é puxado pelos países emergentes,
principalmente os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e os do Leste Europeu
(GUTIERREZ e PAN, 2008). Observa-se que as estimativas acima foram realizadas
antes da crise que se iniciou em setembro de 2008 e estender-se-á, ao menos, por
este ano de 2009. Entende-se que as previsões para 2011 e 2012 poderão ser
afetadas.
4.1.5. Efeitos da Globalização do Mercado
A globalização do mercado de eletrônica para automação vem trazendo
importantes mudanças o, dentre elas:
Processo intenso e crescente de aquisições e fusões no complexo
eletroeletrônico como aconteceu com alguns protagonistas como a
Whirlpool, Electrolux, SEB e a General Electric;
A globalização também está causando o aporte de novos investimentos;
As ações propostas para o complexo deverão incrementar os
investimentos explícitos sensivelmente em curto prazo;
Melhoria da produtividade no complexo é uma das mais acentuadas no
cenário industrial brasileiro e mundial;
Melhoria da qualidade. O complexo apresenta a maior população de
empresas certificadas dentro do setor;
A atualização tecnológica dos produtos fabricados no país alcançou
praticamente a dos países líderes, com investimentos cada vez maiores
em P, D & I; e
Os preços dos produtos da área de automação variaram menos do que o
restante da indústria, apresentando estabilidade ao longo do ano passado.
78
4.1.6. Análise do Mercado da Indústria de Automação
A seguir serão apresentadas informações relevantes para análise do Mercado
de Indústria de Automação, classificadas dentro dos segmentos de Automação
Industrial, Predial, Comercial e Bancária.
4.1.6.1. Segmento de Automação Industrial
Na Tabela 3 é apresentada uma análise de mercado do segmento de
Automação Industrial, sendo apresentados, os principais produtos, informações da
disponibilidade de tecnologias no Brasil, e informações de faturamento no mercado
nacional e mundial. Outra informação importante de análise é o mercado mundial de
controladores programáveis desse segmento, conforme mostra a Tabela 4.
É importante destacar que o segmento de Automação Industrial no Brasil tem
uma interação muito forte com os setores de Óleo e Gás Natural, sendo importante
dados desses setores na análise de mercado. A Tabela 5 apresenta informações do
Mercado de Integração de Sistemas para os setores de Óleo e Gás Natural, com
previsão de US$ 22,5 bilhões para o período de 2008-2012. A Tabela 6 apresenta
informações do Mercado de Integração de Sistemas para os setores de Óleo e Gás
Natural, onde no plano anterior eram previstos investimentos da ordem de US$ 10
bilhões / ano enquanto o plano atual prevê investimentos da ordem de US$ 12,6
bilhões / ano.
79
Tabela 3 – Análise de Mercado do Segmento de Automação Industrial.
Produtos para Automação Industrial
Disponibilidade de Tecnologia
no Brasil
Mercado Mundial (Milhões de US$)
Mercado Brasileiro
(Milhões de US$)
Controlador Programável (CP) Sim 10.000 100
Relé Programável Não 600 6
IHMs (Interfaces Homem-Máquina) Sim 1.000 10
Inversores para motores AC Sim 15.000 150
Sistemas de Acionamento para motores de máquinas operatrizes
Não 3.000 30
Fontes de Alimentação Sim 1.600 16
CNC (Controle Numérico) Não 5.000 50
Sistemas de Sincronismo e Power Quality
Sim 2.000 20
CCMi (Centros de Controle de Motores Inteligentes)
Sim 25.000 250
Sensores Máquinas Sim 1.000 10
Instrumentação Industrial Sim 5.000 50
Acionamentos de válvulas Industriais Sim 7.000 70
Controladores de Segurança (SIL) Não 1.000 10
Controladores de Área Classificada (EX)
Sim 1.000 10
Software Supervisão (SCADA) Sim 3.000 30
Redes Industriais e equipamentos relacionados
Sim 1.500 15
Dispositivos Robóticos Não 200.000 200
SDCD Não 300.000 300
Equipamentos para condicionamento de energia
Sim 30.000 30
Remotas Área Elétrica - IEC61850 Não 2.000 20
RVs e RTs Sim 4.000 40
Relés para Proteção Elétrica Não 5.000 50
Total - 623.700 1.467
Fonte: ABINEE, 2009.
80
Tabela 4 - Segmentos do Mercado Mundial de CPs.
Segmentos do Mercado Mundial de CPs
2006 (Milhões de
US$) Percentual
Projeção 2011 (Milhões de
US$) Percentual CAGR
Cimento e Vidro 84,6 1% 111,1 0,90% 5,60%
Químico 382,8 4,60% 514,7 4,30% 6,10%
Energia Elétrica 369,1 4,40% 570,5 4,80% 9,10%
Alimentos e Bebidas não alcoólicas
981,9 11,80% 1.429,40 12,10% 7,80%
Metal e Mineração 232,3 2,80% 369,1 3,10% 11,70%
Óleo e Gás 208,8 2,50% 363 3,10% 9,70%
Farmacêutico 371,2 4,50% 535,4 4,50% 7,60%
Papel e Celulose 269,7 3,20% 355,9 3% 5,70%
Refino 4,5 8,90% 5,4 9,90% 5,60%
Água e Esgoto 501 6,00% 803,2 6,80% 9,90%
Automotivo 1.305,40 15,70% 1.698,10 14,30% 5,40%
Automação Predial 276,3 3,30% 423,2 3,60% 8,90%
Elétrico 278 3,30% 346,4 2,90% 4,50%
Eletrônico 648,2 7,80% 863,3 7,30% 5,90%
Metalúrgico 559,6 6,70% 766,7 6,50% 6,50%
Fabricante de Máquinas 1.016,80 12,20% 1.557,30 13,20% 8,90%
Outros 764,2 9,20% 1.021,00 8,60% 6%
Total * 8.340,40 100% 11.834,00 100% 7,30%
Fonte: Relatório ARC, 2007.
Observação: * O valor de US$ 8340.40 milhões refere-se à venda de equipamentos (aproximadamente US$ 5.500 milhões) acrescida de pequenos serviços associados.
81
Tabela 5 – Segmento de Negócio: Mercado de Integração de Sistemas – Óleo & Gás.
Valores em US$ Bilhões
Segmento de Negócio Petrobras Petrobras Diferença
2007-2011 2008-2012 (%)
E&P 49.3 65.1 32%
RTC 21.9 (*)
29.6 35%
G&E 7.3 (*)
6.7 -8%
Petroquímica 3.3 4.3 30%
Distribuição 2.3 2.6 13%
Biocombustível 1.2 1.5 25%
Corporativo 1.8 2.5 39%
Total 87.1 112.4 29%
Fonte: ABINEE, 2009.
(*) No plano 2007-2011 contemplava investimentos em biocombustíveis.
Tabela 6 – Área de Negócio: Mercado de Integração de Sistemas – Óleo & Gás.
Valores em US$ Bilhões
Área de Negócio
Investimento Doméstico
Colocação no Mercado Nacional
Conteúdo Nacional
2008-2012 2008-2012 (%)
E&P 54.6 29.5 54%
Abastecimento 31.4 24.3 77%
G&E 6.6 5.0 76%
Distribuição 2.5 2.4 100%
Áreas Corporativas 2.3 1.9 80%
Total 97.4 63.1 65%
Fonte: ABINEE, 2009.
4.1.6.2. Segmento de Automação Predial
Os projetos de automação predial e empresarial valorizam o estilo de vida do
individuo e proporcionam maior conforto e comodidade. Aliando tecnologia na
fronteira do conhecimento com a automatização de sistemas, a automação
82
residencial pode superar as expectativas na elaboração de projetos especiais
personalizados de acordo com a necessidade de cada pessoa.
O impacto do segmento de Automação Predial no mercado pode ser
considerado ainda recente no Brasil e muito ligado ao setor de serviços, com um
número reduzido de empresas nacionais associadas, com poucos valores
divulgados para uma análise de mercado, mas em crescente e forte evolução.
Como acontece com qualquer processo de inovação tecnológica, a
concepção, produção e operação dos sistemas de automação predial, ainda se
ressente de profissionais adequadamente formados e de regras e práticas claras nas
relações projetista-cliente e fabricante-cliente. Os compradores estão cada vez mais
exigentes e exigindo qualidades dos produtos. Em geral, os sistemas vendidos na
maior parte dos edifícios de escritórios têm muito mais marketing do que eficiência e
utilidade.
Os profissionais que atuam em projeto e manutenção de sistemas, por
inexistência de cursos de formação específica – que deveriam integrar
conhecimentos de mecânica, instalações prediais, elétrica, eletrônica e
instrumentação ou são egressos da área comercial das empresas fabricantes com
foco nos aspectos comerciais, ou da área de Automação Industrial com foco nos
aspectos técnicos do problema. Ainda existem muito poucos profissionais que
conseguem aliar os dois aspectos e no Brasil ainda não existe programa de
graduação em gerenciamento de recursos. Como os clientes e profissionais do setor
imobiliário ainda não têm conhecimento ou experiência com projetos de automação,
e como não existe uma preocupação com nas demandas do cliente, o mercado de
projetos e consultoria tem sido predominantemente ocupado por profissionais do
primeiro grupo, que trabalham em parceria com os fabricantes – em geral grandes
empresas multinacionais que se valem da inexistência de regulamentação para
disseminar sistemas fechados, do ponto de vista de operação, consolidando uma
prática semelhante à utilizada pelos fabricantes de elevadores. Na maioria dos
edifícios ―inteligentes‖, a manutenção dos sistemas de automação acaba sendo
realizada pelo próprio fabricante.
83
4.1.6.2.1. Benefícios do Mercado
Atualmente a Automação Predial tem ganhado força e garantido seu espaço
nas residências de todo o mundo, onde além dos benefícios usuais, como conforto,
segurança, comunicação e até status. A Automação Predial pode propiciar economia
e sustentabilidade aos utilizadores, tais como:
i. Conservação de Energia: Através da melhor precisão no sistema de
comando com uso da eletrônica e automatização dos procedimentos tem-
se a eliminação de desperdícios. Além disto, rotinas de tarefas e novos
métodos de controle permitem processos mais eficientes;
ii. Conforto Ambiental: A própria otimização das rotinas de controle e o
aumento da precisão do sistema possibilita redução dos tempos
de resposta, o que proporciona a manutenção dos ambientes dentro dos
parâmetros de controle;
iii. Supervisão Predial: Toda sua instalação pode ser resumida na tela de
um computador (on-line), com telas gráficas, alarmes e relatórios emitidos
e/ou arquivados automaticamente. Isto constitui poderosa ferramenta para
diagnose preventiva e corretiva de problemas; e
iv. Confiabilidade: A operação, o controle dos sistemas, a identificação e
visualização de defeitos passam a ser automáticos, ficando independentes
de falha humana.
Por outro lado, instalações automatizadas apresentam inúmeras vantagens
sobre as convencionais, como por exemplo:
i. Flexibilidade: Possibilidade de alteração das características
operacionais de sistemas por mudanças nos softwares, em vez de
correções ou atualizações, tornando possível, alterações substanciais
nas maneiras de funcionamento com baixíssimo ou até nenhum custo;
ii. Dimensões: Compactação dos elementos de comando e acionamento
de sistemas elétricos através do uso da microeletrônica e eletrônica de
potência, valorizando o espaço e sua ocupação, bem como minimizando
possibilidades de interferência física entre as diversas instalações;
84
iii. Confiabilidade: Menor desgaste dos elementos devido à substituição de
mecanismos eletromecânicos por eletrônicos (estáticos – chaves
estáticas);
iv. Funções Intrínsecas: Reaproveitamento de experiências de mercado e
otimização do tempo de desenvolvimento de soluções, graças à
utilização de soluções pré-formatadas e à facilidade de reuso de métodos
computacionais;
v. Precisão: Sistemas eletrônicos e com feedback (operando em malha
fechada), permitindo maior precisão e confirmação das ações, resultando
em eficiência energética, qualidade do produto final, conforto, entre
outros; e
vi. Supervisão e Gerenciamento Centralizado: Utilização das ferramentas
de teleinformática (interfaces micro processadas, métodos
computacionais e redes de dados) e de processamento distribuído,
proporcionando o total gerenciamento das instalações através de
computadores.
Estes benefícios podem ser vistos principalmente na redução do consumo
doméstico de água tratada e de energia. Já a energia elétrica é mais onerosa para o
consumidor, por isso, a procura por soluções que viabilizem a redução no consumo.
A Tabela 7 apresenta valores de redução de consumo de energia nas diferentes
locais a partir da utilização da automação predial.
Com o desenvolvimento econômico, a demanda energética e hídrica cresce
rapidamente, e muitas vezes mais rapidamente que o crescimento da oferta, o que
pode causar racionamentos de energia e água. Isso demonstra a importância de se
pensar na sustentabilidade de maneira coletiva. Embora a maior parte da água
mundial seja usada na agricultura e indústria, o consumo doméstico não pode ser
desprezado e com sua utilização correta, beneficia-se a sociedade.
85
Tabela 7 - Redução de energia com aplicação de Automação Predial.
Tipos Percentual
Estoques e Depósitos 60%
Banheiros 50%
Salas de Reuniões e Conferências 50%
Armazéns 40%
Corredores e Halls 30%
Escritórios 30%
Fonte: Canato, 2007.
Como consequência da racionalização de recursos naturais que a automação
predial oferece, tem-se a redução dos impactos ambientais provocados pela
captação de água e geração de energia.
Embora tenha sido demonstrado que a automação residencial sustentável
ainda não atingiu um nível de retorno de investimento aceitável, existem pessoas
dispostas a pagar pela redução do impacto ambiental.
4.1.6.2.2. Tendências do Mercado de Automação Predial
Atualmente, o mercado da automação predial nacional pode ser caracterizado
pelas seguintes tendências:
i. A substituição prematura em função dos modismos e retirada periódica de
componentes do mercado em função de se tornarem obsoletos por sua
falta de compatibilidade com os sistemas em uso – obsolescência
programada – que induz a frequentes e onerosas substituições de todo o
sistema, que em geral é fechado (proprietário). É interessante observar
que na Automação Industrial, observa-se a tendência oposta: os sistemas
são abertos e projetados de modo a garantir a substituição parcial dos
componentes, sem necessidade de substituição do sistema. Em uma
fábrica, um módulo defeituoso é substituído sem que seja necessário parar
linha de montagem e substituir todo o sistema, fiação, etc. Com isso, o
fabricante se obriga a manter peças de reposição para garantir a
86
continuidade do processo produtivo, garantir sua imagem e fidelizar o
cliente;
ii. O superdimensionamento e inadequação da tecnologia adotada, que faz o
cliente arcar com investimentos extras sem retorno;
iii. A resistência do cliente em aceitar sistemas de detecção com tecnologia
nacional – embora existam empresas que fabricam equipamentos,
integram e projetam, especialmente para Automação Industrial; com a
abertura da economia, estão sendo importados equipamentos não
tropicalizados, pouco robustos para as condições locais, e painéis prontos
e montados sem a preocupação de formação adequada do pessoal de
assistência técnica, acarretando custos adicionais ao cliente;
iv. Processos de especificação inadequados e não adaptados a cada
aplicação. Desatenção aos requisitos de compatibilidade entre os vários
sistemas integrados em um mesmo projeto;
v. Não inserção do projeto de automação predial no projeto de infraestrutura
civil e de arquitetura o que implica em soluções adaptadas de maior custo
e menor funcionalidade;
vi. Descompromisso com a relação custo-benefício e com a solução da
engenharia do problema. Diferentemente da Automação Industrial onde:
Qualquer investimento implica em retorno imediato ao operador da
máquina ou ponto; e
Automatiza-se apenas aquilo que é reconhecidamente prioritário.
vii. Necessidade de melhoria da qualidade dos sistemas de supervisão em
relação às interfaces de usuário, aplicativos de controle para sistemas de
redes; e
viii. As despesas anuais com os custos mensais diretos e indiretos elevados;
4.1.6.2.3. Mercado Atual da Automação Predial
Apesar do mercado da automação predial existente não ser recente no Brasil
(Automação Predial, 2006), necessita ser melhor explorado em todo o seu potencial.
Ele foi e em muitos casos ainda é tratado apenas por suas vertentes — utilidades,
87
ar-condicionado e segurança. Quando o projeto de automação predial é elaborado
como parte de um projeto novo, facilita-se a implantação e maximiza-se o retorno.
Por exemplo, em países como os Estados Unidos e na Europa, os provedores
de automação fazem a proposição da automação logo no início do projeto e
acompanham o andamento das obras. Esta é uma realidade muito distinta do
mercado brasileiro.
É claro que projetos novos têm instalação mais fácil, mas o grande filão da
automação predial é mesmo o retrofitting (partindo da arquitetura original) e aí a
capacidade do fornecedor se põe à prova – lembrando que são sempre projetos
mais onerosos para o cliente, tornando-se importante o detalhamento do projeto,
dentro do melhor custo x benefício possível. Muitas vezes o cliente quer uma
solução que encarece muito o projeto e o fornecedor precisa ter sensibilidade para já
propor, por exemplo, a estrutura de cabeamento adequada para suportar futuras
expansões.
Os investimentos em automação predial são elevados. Segundo a revista
Automação Industrial, 2006, em um novo projeto, a automação toma de 1% a 2,5%
do valor total do investimento; em um retrofitting, isso pode chegar a 3,5%
facilmente. Esses valores são para um projeto completo de automação, incluindo a
automação, incêndio e segurança – sendo que o controle climático e a segurança
são os itens de maior impacto no custo final.
O retorno não é facilmente mensurável dado que as ações são preventivas
(segurança e incêndio) e no Brasil não existem regras para se automatizar um
edifício, apenas normas de associações internacionais que norteiam padrões a
serem seguidos, como as da ASHRAE (www.ashrae.com) para ar-condicionado. No
Brasil, existem normas para segurança e incêndio, mas ainda muito insipientes. Este
cenário deve mudar já que a ABNT possui comissões permanentes para esta área.
4.1.6.2.4. Aplicações no Mercado Nacional
4.1.6.2.4.1. Soluções Tecnológicas Nacional
Muitas empresas vêm desenvolvendo projetos de automação predial,
utilizando um controlador lógico programável (CLP) para monitorar ambientes de
88
escritório. Este processo permite transplantar para um edifício comercial a lógica e
os equipamentos adotados na automação industrial e nas plataformas de petróleo
da Petrobras.
4.1.6.2.4.2. Siemens Building Technology - SBT
A Siemens tem atuado em todos os setores, desde edifícios residenciais e de
comércio, a hospitais, aeroportos e indústrias farmacêuticas – nas salas limpas
controladas — privilegiando sempre a integração.
Considerando o potencial deste mercado, a empresa Siemens implementou
desde o ano de 1998, o setor de Building Technology (SBT), com a aquisição do
Grupo Eletrovat, possuindo três divisões que atendem as diferentes vertentes da
Automação Predial: incêndio, segurança & automação e monitoração & alarmes,
com o intuito de oferecer serviços de forma integrada, aumentando o retorno de
maneira global, corporativa e integrada. Os projetos de Automação desta empresa
são elaborados seguindo as normas internacionais, o que limita um pouco o
empreendedor, pelo alto investimento inicial, onde a Siemens confiando na redução
de consumo adota a política de assumir os custos do projeto em troca de cerca de
5% do valor da conta de energia.
A SBT atua em um mercado mundial de cerca de 6 bilhões de Euros por ano
e que responde melhor quando se propõe uma solução mais completa. Por isso a
empresa trabalha com qualquer protocolo (LONTalk, EIB, CEBus, Ethernet, Modbus)
e até seu protocolo proprietário já possui interfaces para trabalhar com os de
mercado. Cada protocolo tem seu lugar no mercado e, como acontece na área
industrial, existem aplicações específicas. Ethernet TCP/IP é a tendência em
protocolo corporativo, mas mesmo em automação predial, a comunicação de
infraestrutura precisa de protocolos mais robustos.
Como exemplo de desafio tecnológico da Siemens, pode ser citada a
automação do Shopping Dom Pedro, localizado em Campinas, SP, pertencente ao
Grupo português Sonae, cliente da Siemens na Europa. Essa empresa pôde colocar
em prática muitos conceitos em que acredita, como por exemplo, trabalhar desde o
projeto em parceria com o empreendedor. Com custo total em torno de R$350
milhões, este Shopping, por suas dimensões, utilizou-se de um sistema com muitos
89
sensores que, além de monitorar a existência de gases, mantinha uma ventilação
forçada. E os equipamentos podem ser programados para gerar mensagens de
manutenção a serem enviadas para a central ou diretamente para o fabricante. A
integração da parte de automação à segurança e à telefonia tornou-se um
showroom do que a automação predial pode fazer. Existem lá cinco centrais de
detecção e controle de incêndio, ligadas ao sistema de refrigeração e exaustão,
auxiliando no estabelecimento de procedimentos de segurança em situações de
emergência.
Lembra-se que qualquer projeto não deve se encerrar no start-up, mas ter
continuidade em um acompanhamento, mesmo porque no mercado de building são
muitas as alterações na planta inicial.
A responsabilidade técnica sobre os projetos é limitada e restrita à exceção
do projeto técnico com ausência de responsabilidade civil. E mudar esse quadro, ou
seja, estabelecer normas técnicas obrigatórias e leis de responsabilidade civil para
os projetistas é fundamental para aumentar a segurança e, consequentemente,
fortalecer esse mercado.
4.1.6.2.4.3. Controles ofertados / demandados pelo Mercado
A Conexel está se colocando no mercado como um provedor de soluções em
automação industrial e predial o que significa atender de maneira eficiente às
necessidades específicas do projeto do cliente. O LONTALK é um dos protocolos
padrão utilizados pela empresa, mas ela também integra projetos com outros
protocolos como o DALI, específico para a parte elétrica e de iluminação que
possibilita o uso de dimmers em reatores de lâmpadas fluorescentes, adequando a
luminosidade do ambiente ao nível de incidência de luz natural, proporcionando uma
redução do consumo de energia. O Metrô de São Paulo, por exemplo, estuda a
implantação de controle de iluminação tanto pela economia quanto pelo conforto
visual das estações.
O controle da inteligência de um edifício, hotel, hospital ou shopping — da
iluminação, do fluxo de entrada e saída de veículos e pessoas, do ar-condicionado,
do controle de alarme de incêndio, segurança e de utilidades -, tudo pode ser feito
de forma integrada em um aplicativo de software possuindo duas versões para o
90
controle: PC ou PLC. O primeiro é mais indicado quando o volume de informações é
muito grande, além de ser uma tendência, onde o cliente prefere interfaces
amigáveis, lembrando que a automação predial, quando bem projetada, promove
economias de uso e de instalação.
Há algum tempo não se admitia fazer controle de processo baseado em PC,
porque as máquinas não eram confiáveis. Como todas as tecnologias evoluíram hoje
isso está mais que assegurado, com vantagens como capacidade de
processamento.
Também se constata uma tendência de se utilizar a rede Ethernet, cada vez
mais veloz, confiável e conhecida. Algumas aplicações com essa rede chegam até
as máquinas, ligando o sistema corporativo diretamente ao chão-de-fábrica, que
pode ser transposto para a automação predial, interligando desde o controle de
acesso, monitoração de energia, segurança, até o controle de equipamentos.
Adicionalmente, a utilização de softwares Supervisório pode representar a
integração de todas as aplicações da automação predial, com softwares
desenvolvidos para o cliente, através de produtos de mercado.
Por não precisar de respostas extremamente rápidas como na indústria, as
aplicações prediais - sejam elas para residência, edifício, shopping, hotel ou hospital
- podem se utilizar dos endereçamentos disponíveis na Ethernet através do IP.
E os paralelos da Automação industrial/predial não param por aí, pois existem
muitas aplicações similares: sensores, PCs, PLCs, protocolos, Ethernet, Web. Nessa
última tecnologia, entretanto, ainda que se fale muito em Wi-Fi e ENOcean, a criação
de uma intranet ainda é a solução mais confiável.
4.1.6.2.5. Perspectivas Futuras
Com relação às perspectivas futuras, podem-se contemplar os seguintes
cenários possíveis e paradoxais, com inúmeras variantes:
Um cenário negativo, correspondente à manutenção das práticas atuais e
seu risco de destruir um mercado com grande potencial. Apesar da
crescente consciência por parte dos empresários com a satisfação dos
seus clientes, o número de administradores de condomínio, e de clientes
91
(investidores e locatários) que desconfia ter comprado edifícios com
sistemas inteligentes pouco operacionais e dispendiosos é grande,
distanciando os fornecedores cada vez mais dos pequenos
empreendimentos – um mercado de varejo com grande potencial se
convenientemente explorado; e
Um cenário otimista, aposta no amadurecimento do mercado,
especialmente, em relação ao custo-benefício dos sistemas inteligentes,
que poderá forçar o mercado de projeto, de instalação e manutenção a
corrigir sua rota, com forte possibilidade de surgir um novo tipo de
profissional ou empresa que conheça e transite em todas as áreas da
engenharia e sistemas prediais, que saiba orientar seu cliente para uma
decisão adequada e compatível com suas necessidades, possibilite
sanear e ampliar o mercado no atacado e no varejo. A possibilidade deste
cenário se consolidar também pode estar relacionada ao aumento da
competitividade decorrente do processo de globalização da economia,
que deverá demandar projetos e sistemas mais operacionais, confiáveis e
abertos, que se espelhem no modelo de automação industrial e permitam
aos clientes a liberdade de escolha.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias e com o crescimento da
demanda e produção, os preços dos sistemas de automação predial declinarão,
tornando-se mais acessíveis, e em futuro próximo certamente a automação predial
se tornará não só acessível, mas como também primordial para manter a
sustentabilidade das habitações e escritórios do mundo.
4.1.6.3. Segmento de Automação Comercial
4.1.6.3.1. Características do Mercado de Automação Comercial
O Brasil conta atualmente com vasto processo de automação de
estabelecimentos comerciais, em fase de constante crescimento, com uso cada vez
mais intenso, não somente restrito às grandes cadeias de lojas de bens de consumo
duráveis e supermercados, mas constatado também em pequenos e médios
estabelecimentos.
92
Segundo a AFRAC – Associação Brasileira de Automação Comercial, este
setor é beneficiado pela legislação brasileira que implementa normas e medidas em
favor da automatização dos estabelecimentos. Em 2008, por exemplo, com a
implantação da Nota Fiscal Paulista, a venda de impressoras fiscais teve aumento
de até 30% em relação ao ano de 2007.
Hoje, o mercado de automação movimenta no Brasil cerca de 1,2 bilhões de
reais, contando com cerca de dois milhões de estabelecimentos que juntos
empregam 25 milhões de pessoas, o mercado varejista e atacadista nacional é um
dos setores que mais deve consumir tecnologia nos próximos anos.
De acordo com a EAN Brasil - Associação Brasileira de Automação,
atualmente a grande maioria dos distribuidores e atacadistas trabalha de forma
automatizada desde a captação de pedidos, separação de cargas, controle do
estoque e compra, sendo o uso do código de barras e da automação muito forte no
setor. Ao mesmo tempo, a automação se tornou ferramenta essencial para o varejo,
possibilitando soluções para seu completo funcionamento, desde reposição de
estoques, informações contábeis até controles fiscais e operacionais.
No campo comercial, a inovação tecnológica está associada com a redução
de custos, agilidade e flexibilidade da produção, desenvolvimento de produtos e
conceitos que atendam às necessidades do mercado consumidor. A inovação
proporciona maior competitividade a uma determinada tecnologia ou descoberta
tecnológica de um produto ou processo, ampliando a sua parcela de mercado, e
agregando lucratividade e valor econômico.
A indústria de alimentos é parceira do varejo no desenvolvimento de soluções
e respostas para o adequado abastecimento e reposição de produtos nos pontos de
venda. A automação vem permitindo atingir um nível superior de qualidade nesse
relacionamento, permitindo um fluxo de produtos constante, sem interrupção e com
permanente aperfeiçoamento de técnicas que objetivam uma maior produtividade e
um menor custo.
As empresas brasileiras têm se mostrado cada vez mais preocupadas com
seu potencial inovador e o ritmo desse processo vem se acelerando, com o número
de estabelecimentos automatizados praticamente dobrando a cada ano. Isto
contribui para o planejamento e o controle das empresas, servindo também como
93
instrumento de competição por clientes que já preferem os estabelecimentos
automatizados. Além disso, existe a questão fiscal, traduzida basicamente na
necessidade de combate à sonegação, particularmente do ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços).
A Comissão Técnica Permanente do ICMS (COTEPE), órgão ligado ao
Conselho Nacional de Política Fazendária, aponta para a possibilidade de
automação cada vez maior de estabelecimentos nos próximos anos, o que poderá
gerar negócios da ordem de alguns bilhões de dólares no período.
Como existe capacitação tecnológica e física para a produção de grande
parte das soluções de automação comercial demandadas pelo mercado, tanto em
software quanto em hardware, espera-se um impacto ainda mais positivo na
indústria instalada no país nos próximos anos.
Dentro desse processo torna-se importante sistematizar conhecimentos,
frequentemente muito dispersos sobre o setor, bem como iniciar a discussão de
oportunidades de atuação do BNDES, tanto no apoio à modernização do setor
comercial quanto na consolidação de uma oferta interna de equipamentos e
soluções competitivas e capazes, inclusive, de concorrer no mercado internacional, a
exemplo do que já ocorre com a Indústria de Automação Bancária.
As principais características desse segmento de mercado são apresentadas
no Quadro 3.
Quadro 3 – Segmentos do Mercado da Automação Comercial.
Segmentos do Mercado Características
Fabricantes de Equipamentos
100 empresas; 60% de toda movimentação financeira; Principais Produtos:
Caixas registradoras eletrônicas;
Impressoras;
CPUs, PDVs;
Balanças, Leitores de código de barras.
Desenvolvedores de Software 500 empresas
Fornecedores de Suprimentos 50 empresas; Elo com os fabricantes de Equipamentos.
Prestadores de Serviços 3000 empresas; Responsáveis pela integração, implementação e manutenção dos Sistemas.
Fonte: Fonseca, 2008.
94
4.1.6.3.2. Potencial de Investimentos no Mercado Interno
Os números do último censo do IBGE apontam a existência de mais de três
milhões de estabelecimentos comerciais no país, cuja distribuição por segmento é
mostrada na Tabela 8, a exemplo do que calcula a Associação Brasileira de
Supermercados – ABRAS para o número de lojas de supermercados (cerca de 80
mil levantados no ano 2006 junto aos seus associados).
Se, isoladamente, esses números espantam pela elevada taxa de
crescimento registrado, comparando-os com o número total de estabelecimentos
constata-se que ainda é muito baixo o nível de automação do comércio no Brasil,
podendo aumentar muito, principalmente nos pequenos estabelecimentos.
À medida que as lojas instalam soluções de automação que envolvem
dispositivos de leitura ótica, a pressão é crescente para que os fornecedores adotem
códigos de barras para identificar seus produtos, estendendo a utilização de
etiquetas magnéticas e tecnologia RFID para identificação e controle de produtos.
Tabela 8 – Estabelecimentos Comerciais no Brasil.
Classes e Gêneros de Comércio Número de
Estabelecimentos Comerciais
Total da Receita
(US$ Milhões)
Produtos farmacêuticos, de perfumaria, odontológicos, da flora medicinal, de limpeza e higiene doméstica, veterinários e químicos de uso na agropecuária e para outros fins
49.435 6.016,29
Ferragens, ferramentas e produtos metalúrgicos, vidros, tintas, madeiras, material de construção, material elétrico e de eletrônica
57.557 11.974,25
Combustíveis e lubrificantes 24.881 16.116,31
Centros de Distribuição, Supermercados e Hipermercados
10.180 20.811,34
Outros 542.479 87.783,14
Comércio Varejista 684.532 142.701,33
Fonte: SEBRAE, 2005.
95
4.1.6.3.3. Sub-segmentos da Automação Comercial
Dentre os sub-segmentos da Automação Comercial podem-se destacar os
serviços de correio, governo eletrônico através da urna eletrônica, governo eletrônico
através de serviços como a declaração de imposto de renda, delegacia eletrônica,
IPTU, IPVA, etc.
Na automação de serviços do governo podem-se destacar alguns serviços,
dentre eles as urnas eletrônicas, contemplando sua utilização na totalidade dos
municípios e resultados oficiais divulgados em menos de 24h. Segundo pesquisa
realizada pelo IBOPE em 2004, o Brasil liderava o ranking de internautas que
acessam serviços públicos através da WEB com cerca de 35% de utilizadores
(Gráfico 9). Atualmente esses números elevaram consideravelmente.
Gráfico 9 – Porcentagem de Internautas que Acessam Serviços Públicos.
Fonte: IBOPE/NetRatings apud Correio Popular, 29/02/2004.
Na automação postal, um sub-segmento que aproveitou as facilidades da
automação, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) utiliza soluções
turn-key, que envolvem, além das unidades de processamento, balança eletrônica,
leitor óptico, impressora e software. Inicialmente voltadas para agências próprias da
ECT, tais soluções deverão, gradualmente, ser também adquiridas pelas lojas de
franchising.
96
4.1.6.3.4. Principais Dificuldades para Inserção no Mercado
Segundo a revista INFO (setembro 2007), o investimento inicial mínimo em
automação comercial gira em torno de 240 mil reais, com um retorno de
investimento previsto para aproximadamente três anos. As principais despesas que
deverão ser realizadas por uma empresa até atingir equilíbrio operacional serão as
seguintes:
Equipamentos e licenças de software;
Salários da equipe inicial, encargos trabalhistas;
Aluguel, energia elétrica, acesso à Internet; e
Serviços de contabilidade, divulgação dos produtos.
Além das empresas mencionadas anteriormente, existem ainda outros players
no mercado da Automação que desenvolvem produtos inovadores para competir no
mercado. A grande maioria dele desenvolve soluções sob medida para ―pequenos
negócios‖ do tipo fábrica de doces caseiros, atendimento de restaurantes
automatizado, entre outras.
4.1.6.3.5. Cenário Internacional
O mercado internacional é dominado por algumas grandes empresas que
atuam em nível mundial, como IBM, NCR, Olivetti, Siemens Nixdorf e Unisys, e
fazem da força de suas marcas e do seu fôlego financeiro uma barreira à entrada de
novos participantes. Salta à vista a ausência de empresas asiáticas na liderança do
setor, evidenciando o estágio ainda incipiente da automação comercial, mesmo em
países como o Japão.
A participação de tais empresas no mercado mundial de automação comercial
não é conhecida, ao contrário dos fabricantes de computadores, por exemplo, mas
de qualquer forma trata-se de empresas com faturamento anual da ordem de bilhões
de dólares – no caso da IBM, de US$ 76 bilhões, com lucro líquido de US$ 6 bilhões.
O Brasil está entre os quatro países prioritários nos investimentos da norte-
americana NCR, que, após a cisão da AT&T, que se dividiu em três empresas (uma
de operação de telecomunicações, a AT&T, uma de equipamentos de
telecomunicações, a Lucent, e uma de informática e automação, a NCR), alçou vôo
97
próprio apoiada na tradição de sua marca. A empresa tem faturamento mundial de
US$ 7 bilhões e está focada em segmentos específicos, como comércio de varejo,
sistema financeiro e computadores. Na área financeira, além de ATMs (com 30% do
mercado mundial) e cash dispensers, oferece equipamentos para automação
comercial, como PDVs leitores de código de barras. Para as empresas de
telecomunicações, fornece servidores e soluções para gerenciamento de clientes e
contas (bilhetagem).
A NCR, além de líder mundial do segmento de data warehouse (grandes
bancos de dados voltados ao marketing e melhor conhecimento do cliente), com
50% de um mercado estimado em US$ 3 bilhões anuais e em grande crescimento, é
fornecedora da maior instalação do gênero em funcionamento do mundo, na rede
varejista Wall Mart, nos Estados Unidos: um banco de dados que ocupa cerca de
oito terabytes em equipamentos com processadores paralelos.
4.1.6.4. Segmento de Automação Bancária
Um sistema de automação bancária é um agregado de hardware e software
que implementa a automação de agências e também os seus alternativos, quais
sejam: call center, home banking e Internet Banking. Nas agências, os sistemas de
automação compõem-se de redes às quais estão ligados vários computadores, além
dos terminais financeiros dos caixas, com seus periféricos específicos, e dos ATMs.
De forma semelhante, os alternativos às agências são redes de computadores às
quais estão conectados equipamentos de atendimento específicos para cada
modalidade alternativa. Decorre daí que um fornecedor de automação bancária é,
antes de tudo, um fornecedor de soluções, onde o software tem um peso muito
expressivo. O hardware utilizado atualmente está baseado em redes de
microcomputadores, que já se tornaram commodities, excetuando-se os
equipamentos especialmente desenvolvidos para aplicações bancárias, dos quais o
mais importante é o ATM.
Dentre os principais objetivos da automação bancária podem-se destacar os
seguintes:
Prover melhores serviços ao cliente em ambiente de agências;
Substituir equipamentos antigos, utilizando nova tecnologia; e
Agregar valor para as Agências e Clientes.
98
Atendendo esses objetivos, o mercado de Automação Bancária espera
proporcionar ao cliente e ao mercado os seguintes benefícios.
Contribuir para a redução do tempo de fila nas agências.
Aumentar a produtividade;
Melhorar a percepção dos clientes em relação aos serviços bancários;
Reduzir ocorrências de hardware;
Melhorar a desempenho e disponibilidade do equipamento; e
Reduzir custos de manutenção.
4.1.6.4.1. Análise do Mercado
A automação bancária contribui para o processo de concentração dos bancos
que vêm ocorrendo em um ritmo lento, porém constante, confirmando tendência
mundial. O cenário de 2007 evidencia uma queda de 20% do número de bancos
desde o ano de 2000 (FEBRABAN, 2008). A Tabela 9 apresenta informações deste
setor ao longo dos últimos.
Tabela 9 – Números do Setor Bancário.
Período 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Var 2007-
2006
Número de bancos 192 182 167 165 164 161 159 155 -2,5%
Privados nacionais com e sem participação estrangeira
105 95 87 88 88 84 85 n.d. n.d.
Privados estrangeiros e com controle estrangeiro
70 72 65 62 62 63
61 n.d. n.d.
Públicos federais e estaduais
17 15 15 15 14 14 13 n.d. n.d.
Fonte: FEBRABAN, 2008.
A tecnologia que viabiliza a redução sistemática de mão-de-obra no comércio,
originou-se nos bancos. Os ATM (Automatic Teller Machine) ou terminais de
transferência de fundos, os ―caixas eletrônicos‖ e os home banks foram os
precursores das máquinas de ―auto-serviço‖ no comércio, dos terminais de ponto de
vendas ―inteligentes‖ e do comércio eletrônico, via Internet.
Segundo, o IBOPE, NetRatings, no final de 2007, a população de usuários
ativos da Internet com mais de 16 anos era de 40 milhões (FEBRABAN, 2008), onde
o número de clientes pessoas físicas de Internet Banking superou a cifra de 25
99
milhões de usuários, representando cerca de dois terços dos internautas e um
número ainda mais expressivo se considerarmos que parte da população jovem
ainda não possui conta bancária.
A utilização de meios eletrônicos de pagamentos avança a cada ano. Em
2007, o número de cartões de crédito aumentou cerca de 20%, enquanto o número
de transações com cartões mostrou expansão de 21%, totalizando R$ 183,1 bilhões,
sendo registrado no ultimo ano para cada cartão uma média mensal de duas
transações no valor médio próximo a R$ 80,00. A Tabela 10 apresenta algumas
informações referentes a utilização de meios eletrônicos para o setor bancário
(FEBRABAN, 2008).
Tabela 10 – Banco Eletrônico: Números do Setor.
Período 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Var
2007-2006
Var 2007-2006
Postos Eletrônicos 14453 16748 22428 24367 25595 27405 32776 34790 6% 141%
Clientes Internet Banking (1)
8.3 8.8 9.2 11.7 18.1 26.3 27.3 29.8 9% 259%
Cartões de Crédito (1) 28 35 42 45 53 68 79 93 18% 232%
Nº de Transações com Cartões (2)
0.7 0.8 1.0 1.1 1.4 1.7 2.0 2.4 19% 243%
Valor Total Transações com Cartão (2)
50.4 63.6 73 88 101.3 123 151.2 183.1 21% 263%
Fonte: FEBRABAN, 2008. (1)
Números expressos em milhões (2)
Números expressos em bilhões
Os mercados de Automação Bancária e Comercial até aqui têm sido distintos,
assim como distinta tem sido a sua caracterização. Entretanto, existem relações
cada vez mais intensas entre esses dois tipos de automação, como é o caso, por
exemplo, da transferência automática de fundos realizada nos PDVs das lojas ou da
colocação de ATMs no comércio. Assiste-se, também, à extensão do conceito de
ATM, que, originário da automação bancária, vem gerando terminais de auto-
atendimento para compra de itens em lojas de correio, informações sobre controle
de consultas médicas, saldos de cartões de crediário em cadeias de lojas, entre
outros. Além disso, boa parte dos fornecedores de soluções atua em ambas as
áreas de automação, acrescentando ao seu portfólio de produtos serviços de
assistência técnica, suporte operacional, supervisão e, até, operação.
100
4.1.6.4.2. Mercado Internacional
O mercado mundial é dominado pelos grandes fornecedores de soluções e
pelos fabricantes de ATMs. Sobre os primeiros não se dispõe de estatísticas,
enquanto que a participação dos principais fabricantes de ATMs no mercado mundial
pode ser observada no Quadro 4, onde as quatro maiores participações somam
quase 60% do mercado total. Delas, a Diebold é apenas fabricante de ATMs,
enquanto as demais são também fornecedoras de soluções completas. A NCR, que
herdou as atividades de informática e automação da AT&T, tem liderança crescente
nesse mercado no período examinado.
Quadro 4 – Principais Empresas no Mercado Mundial de ATMs.
Principais Empresas no Mercado Mundial de ATMs
1) NCR (Estados Unidos) 11) Wang/Olivetti (Itália)
2) Interbold/Diebold (Estados Unidos) 12) Hitachi (Japão)
3) Fujitsu (Japão) 13) Bull (França)
4) Siemens Nixdorf (Alemanha) 14) Sid (Brasil)
5) Triton Systems (Estados Unidos) 15) Toshiba (Japão)
6) Procomp (Brasil) 16) Papelaco (Portugal)
7) Itautec Philco (Brasil) 17) Hyosung (Coréia do Sul)
8) Oki (Japão) 18) Dassault (França)
9) Omron (Japão) 19) Digital Equipment (estados Unidos)
10) Tidel (Estados Unidos) 20) LG (Coréia do Sul)
Fonte: FEBRABAN, 2008.
4.1.6.4.3. Mercado Nacional
Os bancos têm realizado investimentos crescentes visando à automação de
suas atividades, especialmente naquilo que é conhecido como linha de frente das
agências (caixas e ATMs). Os investimentos das instituições financeiras brasileiras
são crescentes ao longo desses últimos anos em automação. No entanto, a
quantificação desse mercado é muito difícil, devido à enorme variedade dos
101
sistemas negociados. Uma forma encontrada para medi-lo é representada pelo
número de ATMs vendidos, abstraindo-se o fato de que estes podem também
apresentar configurações extremamente variadas, dependendo da solução de
automação adotada.
Por outro lado, a atualização do parque instalado dos bancos é constante,
havendo ainda a junção de bancos no mercado e a renovação dos sistemas dos
bancos estaduais em processo de privatização, o que leva a constantes
investimentos em automação.
A automação das atividades bancárias vem ocorrendo em todo o mundo
como uma maneira de facilitar o acesso do cliente aos serviços do banco, mas
principalmente como um redutor de custos. Trabalhar com custos menores tem
assumido uma importância cada vez maior em função da intensificação da
concorrência entre os bancos. A Tabela 11 mostra o custo médio estimado de uma
transação bancária como função do meio através do qual ela é efetuada. Embora
esses dados não sejam atualizados, pode-se constatar a viabilidade de utilização de
recursos de automação bancária na área de serviços.
Tabela 11 – Custo Médio de uma Transação Bancária.
Tipo de Transação US$
Na Agência 1,07
Através de Telefone 0,54
Em Caixa Eletrônico 0,27
Via Home Banking 0,15
Via Internet 0,10
Fonte: FEBRABAN, 2009.
No Brasil, além do acirramento da concorrência, outro fenômeno vem se
verificando, ou seja, a aquisição de vários e tradicionais bancos nacionais por outros
de controle estrangeiro. O alto processo inflacionário vivido pelo país nas últimas
décadas propiciou o surgimento de diversas e criativas formas de defesa do poder
102
aquisitivo, o que requereu também novos sistemas de controle, vários deles inéditos
em nível mundial. As soluções dos fornecedores internacionais não atendiam às
necessidades dos bancos, não havendo também, por parte de tais empresas,
interesse em desenvolver produtos exclusivos para o mercado brasileiro, mas sim a
preferência em ofertar as soluções-padrão para o mercado internacional.
Por outro lado, o fato de apenas uma pequena parcela das instituições
financeiras brasileiras ser controlada por capitais estrangeiros determinou que não
houvesse pressões para a adoção de soluções consagradas internacionalmente.
Como consequência, a liderança mundial de fornecedores como NCR, Siemens
Nixdorf, Olivetti e Fujitsu não se verificou no país. Assim, a necessidade de
desenvolvimento de soluções específicas para o mercado brasileiro e as limitações
legais a investimentos estrangeiros em atividades bancárias no país levaram ao
surgimento de uma indústria constituída por um pequeno número de empresas
nacionais, lideradas pela Itautec Philco, Procomp e Sid.
A evolução da participação das empresas ofertantes no mercado brasileiro de
Automação Bancária, novamente quantificada segundo o número de ATMs
fornecidos, observou a partir de 1999, uma queda de desempenho da Sid, empresa
detentora de tecnologia consagrada e de uma expressiva base instalada frente aos
concorrentes, refletindo a crise financeira que vem enfrentando a Sharp, sua
controladora.
O desenvolvimento paulatino das soluções de automação, sempre em
atendimento a novas especificações dos bancos, criou entre estes e seus
fornecedores uma forte parceria, baseada no domínio da tecnologia dos sistemas
(software e hardware). Porém, com a entrada de investimentos estrangeiros no setor
bancário do país, esse cenário começou a sofrer alterações. Os novos bancos já
trazem suas parcerias consolidadas com fornecedores internacionais, sendo muito
difícil a entrada dos ofertantes nacionais na parcela de mercado que eles
representam. O mesmo ocorre quando tradicionais bancos nacionais têm seu
controle vendido a bancos estrangeiros, demandando das empresas nacionais uma
ação de vendas não mais junto aos seus clientes locais, mas às matrizes
internacionais, o que requer um adicional de investimento em marketing e vendas
nada desprezível.
103
Mais recursos começam também a ser demandados das ofertantes em
função de um novo tipo de negócio já existente em outros países e que está se
firmando como tendência dominante: a transformação da aquisição de ATMs em
aquisição de transações pelos bancos, os quais não podem assistir ao crescimento
indefinido de seus parques de equipamentos, sob pena de deterioração de seus
índices financeiros, requerendo, então, que esses equipamentos colocados a seu
serviço passem a ser de propriedade de terceiros (em geral, os próprios fabricantes).
Os bancos remuneram as novas proprietárias dos equipamentos pelas transações
que eles efetuam, havendo a garantia de uma demanda mínima. Por outro lado, uma
proprietária de terminais pode colocá-los simultaneamente a serviço de diversos
bancos, otimizando o seu uso. Esse negócio permite melhorar os índices financeiros
dos bancos, porém requer das empresas fabricantes dos equipamentos uma alta
disponibilidade de recursos para imobilização.
Essas mudanças no cenário bancário brasileiro, demandando volumes
crescentes de recursos por parte das empresas ofertantes, e também o início de
uma atuação internacional já começam a produzir efeitos sobre os fabricantes
brasileiros. Nesse sentido, o fato mais importante, ocorrido ao final de 1999, foi a
venda integral da Procomp à Diebold, empresa fabricante de ATMs líder do mercado
norte-americano e de quem a Procomp já adquiria alguns equipamentos e
mecanismos dispensadores de cédulas.
É oportuno ressaltar o aspecto estratégico de tal negociação, configurado na
própria forma de pagamento das ações da Procomp: parte em dinheiro e parte em
ações da Diebold, o que fez dos antigos donos da Procomp acionistas individuais da
empresa americana. A união das duas empresas representa, para a Diebold, a
aquisição de uma grande base instalada no país, em cujo mercado sua presença
não era expressiva, e também de uma linha completa de soluções e serviços de que
ela não dispunha, o que a impedia de disputar alguns mercados com sua principal
concorrente – a NCR. Para a Procomp, isso significa o acesso ao mercado
internacional, a começar pela América Latina, e a consolidação de sua posição
interna.
104
4.1.6.4.4. Análise do Mercado: Equipamentos em Automação Bancária e localização
Na Tabela 12 é apresentado o total de equipamentos ATMs destinados à
automação bancária e comercial e à informática em geral existente no mercado. A
maioria desses equipamentos possui tecnologia nacional adquirida no decorrer dos
últimos anos.
Tabela 12 – Número total de equipamentos de Automação Bancária e sua localização.
Ano Em agências Quiosques
locais públicos
Em postos de
atendimento Total
Variação 2007-2006
Automação Bancária Total de
Equipamentos
2000 95.791 4.094 8.516 108.401
6,9%
2001 117.159 5.063 9.848 132.070
2002 106.325 7.993 10.113 124.431
2003 107.690 10.132 10.902 128.724
2004 109.972 9.927 20.618 140.517
2005 115.330 10.405 22.712 148.447
2006 120.861 9.126 26.070 156.057
2007 128.986 8.812 28.975 166.773
Fonte: FEBRABAN, 2009.
Os equipamentos para automação de escritórios aparecem também nessa
pesquisa, por não poderem ser facilmente dissociados do restante. Porém, não
estando no foco do trabalho, não se encontram computados em sua totalidade.
Os microcomputadores que integram os terminais PDV e os terminais de
caixa bancário modular estão englobados no item microcomputadores.
Analogamente, os teclados especiais utilizados em sistemas de automação bancária
e comercial não possuem classificação específica, estando incluído no item teclado
genérico.
É importante destacar a instalação, em 2007-2008, de mais de dez mil caixas
automáticos adaptados especialmente para assegurar o acesso a pessoas
portadoras de deficiência. O parque de ―ATMs full‖, ou seja, de terminais de auto-
atendimento completos, que possibilitam todo tipo de transações bancárias, cresceu
cerca de 20% em 2008 ficando claro o processo de substituição gradativa dos
demais tipos de equipamentos de auto-atendimento como os dispensadores de
dinheiro, terminais de depósitos e de extratos. Por outro lado, a menor utilização de
cheques como meio de pagamento não justifica a substituição dos dispensadores de
cheque já instalados. Se forem considerados os equipamentos de outras redes
105
compartilhadas, serão superados os 170 mil dispositivos de auto-atendimento em
operação no Brasil, certamente um dos maiores parques de ATMs do mundo.
4.1.6.4.5. Despesas em Tecnologias do Segmento de Automação Bancária
Nos últimos anos, houve uma redução significativa do valor das importações
de computadores e periféricos, enquanto as importações de partes e peças para
esses produtos cresceram, o que reflete um aumento da montagem local de
equipamentos como microcomputadores, impressoras e terminais de vídeo, inclusive
para exportação, a qual se expandiu no mesmo período. A exportação de
equipamentos de informática deve-se mais a esforços individuais e estratégias de
logística das empresas fabricantes do que a condições de competitividade dos
produtos, até porque o seu alto conteúdo de componentes importados não permite
que eles concorram em igualdade de condições no mercado mundial. Há pouco
tempo, uma grande parte do mercado brasileiro de informática é atendida pelo
chamado gray market, que não figuram nas estatísticas oficiais de importação.
Os produtos de informática em geral são de padrão mundial, comportando-se
como commodities. Sua competitividade, portanto, está diretamente ligada à
obtenção de insumos mais baratos. Uma indústria de componentes local capaz de
atender às montadoras de equipamentos é fundamental para a almejada redução de
custos como frete e manutenção de estoques. Ainda mais, é necessária a abertura
dos kits de montagem, hoje importados completos, para permitir que uma indústria
brasileira de componentes tenha acesso a esse mercado, pois em muitos casos isso
não depende apenas de condições de fornecimento mais vantajosas, estando sujeito
a variáveis como a propriedade do projeto. Assim, para que qualquer ação no
sentido de aumentar a competitividade internacional dos equipamentos de
informática brasileiros seja eficaz, deve-se levar em conta a realização de atividades
de projeto e desenvolvimento no país.
O equipamento típico de automação bancária é o ATM, que custa em média
aproximadamente R$ 8 mil. Em 1999, o produto, cujo mercado total foi de 16,6 mil
unidades, o que equivale a cerca de R$ 250 milhões, gerou um déficit comercial de
US$ 1,2 milhão, inferior a 1% do mercado total. Vale observar que, no mesmo ano, o
mercado global de equipamentos de informática, da ordem de R$ 7 bilhões, gerou
um desequilíbrio na balança comercial pouco maior que US$ 500 milhões em
106
produtos completos, superior a 12% do mercado. O desenvolvimento local dos
produtos para automação bancária propiciou ainda a existência de uma rede de sub-
fornecedores locais – fabricantes de mecanismos de impressão, de leitura de
códigos de barras em documentos, dispensadores de cédulas, entre outros. Os
mecanismos dispensadores de cédulas representam cerca de 40% do custo de um
terminal ATM médio. É por essa razão, aliás, que as quatro maiores fabricantes
mundiais de ATM possuem mecanismos próprios.
A Tabela 13 apresenta a relação de produtos do setor e a Tabela 14, as
principais despesas de investimento em tecnologia realizadas pelo setor bancário
nos últimos anos.
Tabela 13 – Automação Bancária: Equipamentos e Localização.
107
ATMs Ano Em Agências Quiosques em locais públicos
Em Postos de
Atendimento Total
Variação 2007/2006
2000 12.078 2.975 586 15.639
2001 16.394 3.340 2.803 22.537
Saque e 2002 25.647 4.396 3.190 33.233
Depósito 2003 32.781 5.201 3.577 41.559 14%
2004 39.798 4.214 4.208 48.220
2005 42.981 4.322 4.749 52.052
2006 44.007 4.036 5.384 53.427
2007 51.212 3.440 6.240 60.892
Adaptadas 2006 7.085 311 473 7.869 114,3%
a PCDs 2007 14.928 541 1.395 16.864
2000 40.785 1.063 5.770 47.618
2001 50.691 1.557 5.818 58.066
2002 46.697 2.195 5.475 54.367
Cash Dispenser 2003 44.342 2.833 5.131 52.306 -1.9%
2004 38.243 4.665 13.800 56.708
2005 38.527 5.393 15.343 59.263
2006 36.793 4.526 15.579 56.898
2007 33.812 4.580 17.400 55.792
2000 15.322 14 364 15.700
2001 17.890 7 219 18.116
2002 16.488 8 476 16.972
Terminal de 2003 15.086 9 733 15.828 -11.2%
Depósitos 2004 17.390 592 1.192 19.174
2005 18.218 224 1.120 19.562
2006 16.677 5 1.241 17.923
2007 14.834 18 1.071 15.923
2000 20.439 30 1.791 22.260
2001 23.133 150 976 24.259
2002 7.572 821 916 9.309
Terminal de 2003 4.236 1.491 1.381 7.108 -8.8%
Extrato e Saldo 2004 2.179 133 1.089 3.401
2005 2.120 145 1.094 3.359
2006 1.784 156 1.567 3.507
2007 1.958 142 1.100 3.200
2000 7.167 12 5 7.184
2001 9.051 9 32 9.092
2002 9.921 573 56 10.550
ATMs Ano Em Agências Quiosques em locais
Em Postos de
Total Variação 2007/2006
108
públicos Atendimento
Dispensador de 2003 11.245 598 80 11.923 -14.2%
Cheques 2004 12.362 323 329 13.014
2005 13.484 321 406 14.211
2006 14.515 92 1.826 16.433
2007 12.242 91 1.769 14.102
Fonte: FEBRABAN, 2009.
Tabela 14 – Automação Bancária: Despesas em Tecnologia.
Especificação Descrição Investimentos R$ (milhões)
%
Hardware
Mainframes, PCs, ATMs, Storages, robôs, etc.
Aquisições 2.181 15%
Aluguéis, leasings, contratos de serviços,
salários, encargos, etc. 2.505 17%
Telecomunicações
Linhas / equipamentos
Aquisições 769 5%
Aluguéis, leasings, contratos de serviços,
salários, encargos, etc. 2.484 17%
Softwares de terceiros
Software básico e aplicativos, fábricas de
software, terceirizações, etc. (aquisições de
software, desenvolvimento de novas
aplicações, manutenção de sistemas)
2.267
15%
Software In House
Salários e encargos profissionais de
desenvolvimento, de produção e
de outras áreas de TI
Desenvolvimento de novas aplicações,
manutenção de sistemas 330 2%
Aluguéis, leasings, contratos de serviços,
salários, encargos, etc. 1.594 11%
Outras áreas de TI
Salários e encargos profissionais
Software básico, produção, backoffice, etc. 591 4%
Aluguéis, leasings, contratos de serviços,
salários, encargos, etc. 1.186 8%
Outras despesas
Serviços em geral, despesas com
instalações físicas, alocação de
despesas, despesas gerais, etc.
Aquisições, imobilizações 27 0%
Aluguéis, leasings, contratos de serviços,
salários, encargos, etc. 935 6%
Fonte: FEBRABAN, 2009.
Em 2007 os bancos investiram R$ 6,2 bilhões, incremento de 16% sobre o
ano anterior, superando em R$ 300 milhões o valor orçado. Por outro lado as
despesas globais de TI foram controladas, perfazendo um total de quase R$ 15
bilhões. É importante ressaltar, o câmbio favorável naquele período contribuiu para
um crescimento menor do que o esperado. É interessante observar que ano a ano,
a parcela de recursos do orçamento de TI destinada a investimentos cresce
109
superando agora 40% do total. Também os serviços de desenvolvimento e
manutenção de sistemas prestados por terceiros (15%) superam com
desenvolvimento de software in house (13%). Também as despesas com
equipamentos, que no passado constituíam a parcela mais pesada do orçamento de
TI, hoje representam um terço do total.
O setor bancário registrou nestes últimos anos um crescimento de mais 50%
na utilização de PPAs (Pontos de Atendimento) pelos bancos, ocasionado,
sobretudo pela força de vendas. A explosão de dados a serem arquivados e
explorados vem impondo aos bancos importantes investimentos para ampliar sua
capacidade de armazenamento e processamento de informações como atestam os
números de 2007, apresentados na Tabela 15.
Tabela 15 – Recursos Computacionais dos Bancos.
Tipo de Equipamento 2003 2004 2005 2006 2007 Variação 2007/2006
Mainframes (MIPS) 164.608 228.701 272.442 349.441 403.128 15%
Servidores UNIX / LINUX centralizados 1.835 2.241 2.347 2.530 2.874 14%
Servidores UNIX / LINUX em pontos de atendimento
- - - - 5.719 -
Servidores Windows centralizados 12.428 11.863 10.302 13.727 13.492 -2%
Servidores Windows em pontos de Atendimento
- - - - 16.698 -
Terminais de Caixa 131.773 120.015 119.233 131.719 133.385 1%
Estações de trabalho / PCs / Notebooks 373.537 378.184 447.567 478.982 510.847 7%
PPAs / Blackberry's/ Assemelhados - - 1.902 8.360 12.206 46%
Fitotecas robotizadas 135 139 143 167 188 13%
Discos 2.074 1.914 2.628 5.213 7.010 34%
Fonte: FEBRABAN, 2009.
Ao mesmo tempo, gradativamente o processo de outsourcing pelos bancos
ganha espaço: telecomunicações, impressão, help desk, projetos e manutenção de
sistemas, processamento de cartões já se tornaram serviços a serem terceirizados.
A partir do ano de 2007, os bancos transferiram para terceiros a responsabilidade
por um maior volume de serviços prestados por fábricas de softwares. No entanto,
ainda é incipiente a prática de delegar a terceiros o tratamento de operações de
backoffice. A Tabela 16 apresenta informações de serviços terceirizados e
outsourcing no setor bancário.
110
Tabela 16 – Terceirização / Outsourcing.
Terceirização / Outsourcing 2005 2006 2007 Variação 2007/2006
Telecomunicações 68 68 74 9%
Serviços de Impressão 62 76 73 -4%
Help Desk 48 63 67 6%
Projeto e desenvolvimento de aplicativo 52 62 64 3%
Manutenção de sistemas legados 43 43 55 27%
Processamento de Cartões 52 58 54 -7%
Fábrica de Software 43 52 46 -12%
Backup Site 38 49 44 -10%
BodyShop 20 37 37 0%
Infraestrutura de CPD 29 29 33 13%
Áreas de BackOffice - - 7 -
Fonte: FEBRABAN, 2009.
4.1.7. Ciclo de Desenvolvimento de um Produto
4.1.7.1. Ciclo de Vida de um Produto Industrial
O ciclo de vida de um produto industrial é um elemento importante a ser
considerado na cadeia produtiva, sendo composto basicamente de atividades,
verificação dos resultados e métodos, conforme ilustra a Figura 12.
O ciclo de desenvolvimento de um produto industrial é composto de três
grandes etapas: Especificação, Metodologia de Concepção e Verificação e
Validação, conforme é descrito a seguir:
Etapa 1: Especificação e Concepção
Estabelecimento de modelos que considerem aspectos de: funcionalidade,
comportamento e informação do sistema em estudo; e
Necessidade de utilização de softwares específicos.
Etapa 2: Métodos de concepção
Coordenação de tarefas, considerando a análise funcional, modos de
funcionamento e arquitetura operativa; e
Métodos específicos (caseiros).
111
Etapa 3: Verificação e validação
Verificação: Propriedades do modelo independentes do Caderno de
Especificações;
Validação: conformidade ao Caderno de Especificações; e
Simulação.
Figura 12 – Ciclo de Vida de um Produto Industrial.
Fonte: Martinie, 1998.
4.1.7.2. Ciclo de Desenvolvimento de um Produto
Enquanto o ciclo de vida de um produto abrange as macro-etapas de
concepção até implementação no mercado do produto, o ciclo de desenvolvimento
de um produto industrial, também chamado de ciclo em V, define detalhadamente as
diferentes fases de desenvolvimento de um projeto industrial até a sua integração no
meio produtivo (Figura 13). O nível de automação de um país pode ser constatado
por meio desse ciclo, onde se podem diagnosticar as diferentes etapas de
concepção de um produto e sua integração no meio produtivo.
112
Figura 13 – Ciclo em V de desenvolvimento de um Produto.
Fonte: Oliveira, 2008.
4.1.7.2.1. Ciclo de Vida de um Produto Automatizado
O ciclo em V sintetiza as diferentes etapas associadas à concepção de um
produto inteligente: uma fase inicial de projeto e concepção (abrangendo fase de
requisitos, especificações, modelo, componentes e prototipagem) e uma segunda
fase de implementação final associada à integração de sistemas (abrangendo a
integração final em nível de hardware e software, testes e certificações, produção e
supervisão).
É importante ressaltar que nos países altamente industrializados todas as
etapas desse ciclo são realizadas, mostrando domínio tecnológico no processo de
concepção, integração e disponibilidade de um determinado produto no mercado.
Nos países em vias de desenvolvimento, normalmente se pode encontrar somente o
113
lado direito do ciclo em V, correspondente à fase de integração do sistema, não
existindo, ou sendo raramente empregada, a fase de projeto e desenvolvimento.
4.1.7.3. Setores de Aplicação na área de Automação
O setor de Eletrônica para Automação vem sofrendo um processo de
mudanças profundas em suas estruturas produtivas, na formatação de uma
produção mais eficaz e eficiente, bem como mais sustentável. Tais modificações
podem ser observadas nas matérias-primas, nos equipamentos e no
desenvolvimento de novos processos e, sobretudo, nas estratégias de
comercialização, em que novos atores têm surgido, modificando as condições
competitivas internacionais.
O crescimento das unidades industriais tem sido acompanhado pela
expansão dos respectivos sistemas de controle, normalmente, porém, sem a
substituição dos sistemas existentes, o que tem levado à coexistência em uma
mesma instalação industrial de tecnologias e protocolos diferentes.
Em 2007, da revista InTech da ISA – The Instrumentation Systems and
Automation Society, divulgou os resultados de uma pesquisa realizada sobre o uso
de protocolos de automação na indústria e suas principais tendências e distribuição
no mercado para aplicações.
Nessa pesquisa pôde-se observar que 80% das empresas entrevistadas
fazem uso de protocolos em seus processos, embora a grande maioria utilize mais
de um protocolo na planta industrial.
As principais aplicações são direcionadas ao controle de processos
contínuos, discretos, em batelada e híbrido, conforme mostra o Gráfico 10. A base
instalada de cada um desses protocolos é apresentada no Gráfico 11, onde se
podem destacar o FF e o Profibus como os que têm participação crescente no
mercado.
Os resultados da pesquisa mostram uma tendência clara para a adoção de
barramento de campo e de redes ethernet. Contudo, a conexão à Internet é vista
com reservas, dada a desconfiança em relação à segurança (por exemplo, possíveis
invasões por hackers).
114
Gráfico 10 – Automação – Principais Setores de Aplicações Industriais.
Fonte: Intech, 2007.
Gráfico 11 – Base de Protocolos Instalados.
Fonte: Intech, 2007.
4.1.8. Mutações no Processo Produtivo
A atual fase de desenvolvimento do capitalismo é marcada por mudanças que
intensificam a internacionalização da economia (globalização financeira do capital),
ao mesmo tempo em que promovem a introdução de inovações tecnológicas e
organizacionais de grande porte no denominado ―mundo do trabalho‖.
A vasta bibliografia sobre a questão aponta, de forma geral, que as mudanças
ocorridas no ―mundo do trabalho‖ não podem ser analisadas observando-se,
exclusivamente, o fenômeno do avanço tecnológico. Deve-se evitar uma postura
determinista em termos de inovação; importa considerar que a riqueza social é
produzida sob determinadas relações sociais de produção, em condições
específicas, no âmbito das trajetórias vividas pela humanidade.
115
O processo de globalização da economia mundial que trouxe novos modelos
de produção, emergidos nos anos de 1970/1980, vem estimulando a realização de
inúmeros estudos nos diversos ramos do conhecimento. Dentre eles, destacam-se
aqueles nas áreas da economia e da sociologia sobre a aplicação e consequências
de tais modificações tecnológicas, que permitem o adensamento de novos
equipamentos e de novas formas de organização do processo de trabalho.
No entanto, o intenso debate sobre o tema apresenta-se polarizado: há os
que acreditam na extinção do modelo taylorista-fordista e na emergência de novos
modelos; os que desconfiam dessa possibilidade e insistem na permanência da
preponderância de um taylorismo, mesmo que adaptado; e, ainda, aqueles que
consideram a existência de variadas combinações nos processos produtivos.
Os estudos dos americanos Sabel e Piore (1984) sobre o esgotamento do
padrão fordista de produção defendem o advento de um novo modelo sócio-
produtivo, alternativo à produção em massa fordista, conhecido como
―especialização flexível‖. Apresenta a caracterização da forma organizacional de
atividades produtivas em distritos industriais e em territórios definidos por ―redes de
alianças entre empresas‖ (de pequeno e médio porte) que se complementam a partir
do uso de tecnologias sofisticadas e do estabelecimento de relações sociais
consensuais sedimentadas em uma proximidade geográfico-social (espaço-tempo),
envolvendo frequentemente laços culturais, sociais, políticos e, portanto,
comunitários.
David Harvey (1992) considera que, na atualidade, vivencia-se uma fase da
produção capitalista, de ―acumulação flexível‖ do capital, que tem como
característica principal o confronto direto com a rigidez do modelo fordista, ao apoiar-
se na flexibilidade do processo de trabalho, do mercado de trabalho, do produto e do
padrão de consumo. Para o autor, a ―acumulação flexível‖ caracteriza-se pelo
surgimento de setores da produção inteiramente novos que incorporam com rapidez
as inovações trazidas pelo atual padrão de desenvolvimento do capitalismo em
escala mundial, de forma desigual, que convive, ao mesmo tempo, com padrões
tradicionais de produção.
Está em voga falar da emergência de um novíssimo modelo, que
supostamente seria universal, o modelo japonês de produção. Helena Hirata (1993)
116
indica a amplitude do debate que envolve especialistas do ramo do trabalho nos
mais diversos países, destacando que a literatura traz enfoques variados e nuances
desse modelo de produção, dentre eles, os aspectos da gestão e da possibilidade
de tomada de decisão pelos trabalhadores. A diversidade das dimensões analisadas
mostra como o modelo japonês é multiforme e rico no entender da autora; no
entanto, as respostas à questão do surgimento, de fato, de um novo paradigma de
organização industrial alternativo à produção fordista ainda não encontrou consenso
entre os especialistas do trabalho, tanto pela falta de sistematização das
experiências quanto de seus indicadores de resultados.
Para os trabalhadores, as consequências da teia complexa de mudanças no
mundo do trabalho produzem efeitos agudos, particularmente no que diz respeito ao
campo do Direito do Trabalho, sobretudo por causa dos novos aportes de
(des)regulação e flexibilização das relações de trabalho. Parte dos direitos sociais e
de cidadania, frutos de conquistas históricas dos trabalhadores, vem sendo
eliminada ou flexibilizada nos códigos trabalhistas.
Para fundamentar sua crítica à pretensão de alguns autores de enxergar no
modelo japonês a substituição ao padrão taylorista-fordista de produção, Valle
(1997) destaca que:
(i) No chamado ―modelo japonês‖ há um relaxamento no grau de separação
entre tarefas de planejamento e tarefas de execução, e não a eliminação
desse princípio;
(ii) Just in time, por exemplo, toma cada posto fordista e faz dele um cliente e
um fornecedor de outros postos, tornando uma organização ainda mais
rígida e tensa do que aquela que Ford imaginava, uma vez que todo o
pessoal (inclusive os gerentes e supervisores) é pressionado pelos
problemas de integração;
(iii) Continuam válidos dois princípios centrais do Shop management System, o
planejamento rigoroso dos postos de trabalho e a seleção e treinamento
dos trabalhadores, sempre sob a égide da ―ciência‖;
(iv) Proposta do alargamento de tarefas já havia sido feita há muitos anos pela
segunda geração de racionalização da produção (―GRUPO DE
HARVARD‖); e
117
(v) Própria ―cooperação entre trabalhadores e direção‖ não é uma novidade.
Ela fora sugerida pelo próprio Taylor, que chegou mesmo a apontar esta
mudança de atitude mental como a maior dificuldade para implantação de
seu sistema (VALLE, 1997).
No Brasil, estudos elaborados em importantes centros de pesquisas analisam
as características, abrangência e implicações da introdução de mudanças
tecnológicas e organizacionais no mundo da produção.
As pesquisas comparativas entre Brasil–França–Japão sobre as novas
tecnologias, a organização do trabalho e a política de gestão, realizadas por Hirata
no início dos anos 80, dão conta de que o processo de implementação de mudanças
tecnológicas e organizacionais em empresas instaladas no país de origem se fazia
em ritmo e modalidades diferentes das existentes nas filiais de outros países. A
autora, ao retomar a análise, quase quinze anos após a realização da pesquisa
comparativa, constata que poucas modificações ocorreram e que os obstáculos à
introdução de novas formas organizacionais continuavam ainda presentes. Uma das
mudanças visíveis são as brechas que se abriram na ideologia do taylorismo,
amplamente predominante no meio empresarial brasileiro daquela época e que, a
seu ver, constituía-se em um dos obstáculos principais às mudanças. (HIRATA e
MORAES, 1999).
Dentre as inovações trazidas pelos novos modos de produção, a qualificação
dos trabalhadores ganha destaque, apesar da noção de qualificação encontrar-se no
âmago da Sociologia do Trabalho há mais de cinco décadas. O debate aberto por
Braverman (1987), no início dos anos setenta, em torno da desqualificação
inelutável, gradual e progressiva dos trabalhadores em contexto de maior
aprofundamento da divisão do trabalho no capitalismo, teve como uma de suas
variantes consagradas, durante longo período, a tese da polarização das
qualificações (FREYSSENET, 1997; KERN e SCHUMAN, 1980; SORGE, et al, 1983;
HIRATA, 1994).
Os aspectos que revestem tal questão – qualificação, treinamento,
capacitação da força de trabalho – têm sido objeto de preocupação em várias partes
do mundo, acompanhando os processos de mutação do trabalho. O debate que se
estende da tese da polarização das qualificações à tese atual do modelo da
118
competência está longe de ser concluídos e novos elementos de análise, a partir de
teorizações e pesquisas empíricas, têm enriquecido a literatura sobre o tema.
Hirata (1994, 1997), após vários estudos, conclui que, na França, por
exemplo, a noção de competência é apresentada, cada vez mais, como uma
alternativa ao conceito de qualificação. Assim, tanto no ambiente da empresa,
quanto no ambiente acadêmico e dos especialistas, essa noção vem recebendo uma
diversidade de críticas.
O ponto central da crítica, de modo geral, repousa na intenção ou nos
inconvenientes da passagem de um conceito multidimensional de qualificação,
outrora formalizado, que serviu de base na França, a uma codificação social (das
classificações), para outro, ainda em construção, designado como o ―modelo da
competência‖. Cabe dizer que a noção de competência é originária do ―mundo da
empresa‖ e posteriormente foi assumida por alguns sociólogos e economistas
(HIRATA, 1997 p.30).
4.1.9. Mudanças no Processo de Trabalho
A acumulação flexível do capital em seu dinamismo pode dizer que várias
formas e contornos são observados, na atualidade, nos processos de mudanças
tecnológicas, na organização e gestão do trabalho. Por essa razão, apontar, pura e
simplesmente, a substituição de modelos de produção, como se isto pudesse ocorrer
de forma mecânica, ao ponto de os modelos se tornarem universais, não se permite
compreender o quadro atual das mudanças.
Sob a ótica da engenharia de produção, em geral, e da organização e gestão
do processo de trabalho em particular, o autor destacou que, na maior parte dos
casos relatados, a ‗adoção‘ (ou a tentativa) do ―modelo japonês‖ reduz-se à
aplicação de ―técnicas‖ ou ―sistemas‖ tais como just in time, kanban, manufatura
celular, círculos de controle de qualidade, polivalência, controle de qualidade total,
entre outros. Shiroma (1993) registrou, ainda, que para a gerência de indústrias de
processos discretos, como a mecânica, a metalúrgica e a eletroeletrônica, algumas
dessas técnicas e modelos parecem se constituir na ―modernidade‖.
No geral, as pequenas mudanças empreendidas não alteram
substancialmente a organização produtiva, mas são ressaltadas como se a empresa
119
estivesse sintonizada com o ―modelo japonês‖ – talvez o caso mais típico seja a
substituição parcial das plaquetas de ordens de produção por cartões coloridos,
como se isso por si só caracterizasse um just in time. Em síntese, o autor acredita
que, desta forma, o modelo deixaria de ser japonês para se tornar nissei (SALERNO,
1993) 2.
Os resultados da pesquisa apontam para efetiva existência de um processo
em curso de reestruturação produtiva na indústria eletroeletrônica da Zona Franca
de Manaus – ZFM. Este se apresenta, porém, de forma bastante parcial e
heterogênea, longe de corresponder a uma transformação radical e sem
contradições, em direção ao paradigma pós-fordista.
No que concerne à reestruturação produtiva pela qual vem passando o setor
eletroeletrônico da ZFM, deve-se destacar, inicialmente, o lugar desse tipo de
indústria (montadora) no plano da divisão internacional do trabalho.
A introdução de novos equipamentos é o aspecto mais relevante das
mudanças ocorridas no processo produtivo. As inovações tecnológicas concentram-
se na área de inserção automática, considerada a mais importante, o coração das
empresas.
A utilização da força de trabalho no processo produtivo do setor
eletroeletrônico já não atinge os mesmos percentuais dos anos 1970/1980. Hoje, a
redução de mão-de-obra na produção direta é fato irreversível, pois o maquinário
tecnologicamente mais avançado vem propiciando ao capital uma produção em
larga escala, quantitativamente superior ano a ano, com qualidade inegavelmente
melhor. As numerosas linhas de montagem manual, intensiva em mão-de-obra
feminina, já não se fazem presentes.
Cabe salientar que a situação não é determinada, simplesmente, pelo avanço
tecnológico, como expressam/observam os operários entrevistados. É pressuposto
deste trabalho que a forma complexa como a tecnologia é introduzida nas empresas
está diretamente relacionada com as relações de trabalho ali estabelecidas. A
aquisição de máquinas tecnologicamente mais avançadas trouxe aos trabalhadores,
que permanecem empregados, uma sobrecarga de trabalho.
2 Sobre a adoção de técnicas japonesas em empresas brasileiras um importante trabalho foi
elaborado por Eneida Oto Shiroma, 1993.
120
Algumas plantas industriais foram concebidas e colocadas em operação, na
década de 1990, a partir da concepção de empresa enxuta, com o objetivo principal
de promover a intensificação da racionalização no uso da força de trabalho, ao
mesmo tempo em que se vislumbravam melhorias na fluidez das informações.
No caso das montadoras, estas vêm promovendo ao longo dos últimos anos
uma diminuição constante de seu quadro de trabalhadores, eliminando setores e
departamentos, reduzindo níveis hierárquicos e terceirizando serviços em todas as
áreas do processo produtivo.
Outra forma de reestruturação do processo produtivo, presente há alguns
anos nas empresas pesquisadas, diz respeito à subcontratação de empresas por
encomendas de serviços ligados à produção; em geral, isso ocorre nos momentos
de maior demanda. A competitividade em ambiente capitalista vem promovendo a
centralização de capitais, permitindo maior oligopolização do sistema como um todo.
Nesse contexto, grande parte das empresas torna-se subcontratada, enquanto
outras entram em processo de falência, como terminou acontecendo com uma das
empresas pesquisadas.
Essas mudanças na organização e gestão do processo de trabalho
determinaram novas acomodações da mão-de-obra, com implicações na política
salarial das empresas. Cabe salientar, que é visível a valorização da ―cultura
empresarial‖ própria em cada empresa pesquisada, como se observou nas
declarações das gerências.
Percebe-se que a cultura empresarial está influenciada disseminando
ideologicamente o discurso ‗modernizante‘, sobretudo do chamado modelo japonês
de gestão produtiva. Expressões como o just in time, kanban, kaizen, círculo de
controle de qualidade, entre outras, estão presentes na linguagem da gerência. No
entanto, a aplicação desses métodos não corresponde à introdução de práticas
democratizadoras no ambiente fabril; apesar de as relações interpessoais terem
melhorado o ambiente de trabalho, as formas de controle e gestão do trabalho
permanecem bastante rígidas. A disciplina fabril conta mais do que todos os outros
componentes na estratégia empresarial.
As exigências crescentes, feitas pelas empresas, para a contratação de
operadores de máquinas – como melhor nível de escolarização (grau médio ou
121
superior); conhecimento técnico em eletrônica; línguas estrangeiras, entre outras,
não se justificam, na medida em que o trabalho a ser realizado está limitado a uma
prescrição que não ultrapassa os limites da supervisão dos equipamentos.
O parcelamento e o isolamento das tarefas foram agravados com o processo
de enxugamento de mão-de-obra. Muitos operadores ficam responsáveis pela
operação de mais de uma máquina (o que lhes confere multitarefa na operação dos
equipamentos). A sobrecarga de trabalho dificulta as relações bilaterais entre eles.
Além do mais, a demissão de muitos técnicos e/ou a terceirização da camada de
trabalhadores que presta assistência técnica aos equipamentos, feita
predominantemente de forma corretiva, estabeleceram uma distância ainda maior
entre operadores e técnicos. Antes da terceirização do corpo técnico (de
manutenção) dos equipamentos, a presença desses era permanente nas áreas de
inserção automática, havia possibilidade de diálogo entre operadores e técnicos; a
troca de informações viabilizava o aprendizado durante o processo de trabalho, que
consistia em algo mais do que uma simples operação prescrita.
As empresas promoveram um enxugamento dos setores automatizados. Boa
parcela de trabalhadores foi substituída por mulheres, normalmente advindas da
produção manual; ao mesmo tempo, provocou-se um esvaziamento de conteúdos,
com a simplificação do trabalho. A mão-de-obra feminina é treinada apenas para as
operações de supervisão dos equipamentos. Os trabalhos de manutenção técnica
são realizados por técnicos e engenheiros – todos do sexo masculino. Há uma
associação bastante recorrente entre trabalho feminino e postos taylorizados.
4.1.10. Considerações
A evolução tecnológica do mercado de automação é constante, envolvendo
uma extensa cadeia de atividades que se inicia na pesquisa científica e termina na
entrada em operação da unidade produtiva. Os sistemas existentes requerem
sempre atualizações tecnológicas compatibilizando equipamentos novos com os
existentes, aplicativos e infraestrutura de comunicação.
Tudo isso faz com que as atividades relativas à automação de processos
industriais demandem mão-de-obra de elevada qualificação, onde o modelo
tradicional taylorismo-fordismo exige novas adaptações. Nas empresas do ramo
122
eletroeletrônico não está, efetivamente, procurando trabalhadores com o perfil mais
criativo, com maior capacidade de abstração, e efetiva ampliação de sua
qualificação. Em algumas falas das gerências, faz-se uso livre da expressão
competência, indicando ausência de preocupação conceitual. O termo é utilizado
como sinônimo de capacidade de adaptação ao posto de trabalho, o que dista da
concepção conjuntural que normalmente tem na literatura especializada.
Dentre as principais atividades desse novo mercado de trabalho podem-se
destacar os seguintes:
a) Concepção e projeto de dispositivos, que exige um conteúdo considerável
de criatividade, e formação de equipes de trabalho multidisciplinares com
mão de obra especializada em diferentes áreas de conhecimento
(administração e gerenciamento, ciências dos materiais, computação,
engenharia mecânica e elétrica e outras);
b) Implantação e operação do sistema de automação, envolvendo seleção,
aquisição, instalação, adaptação, ajuste, configuração e teste dos
instrumentos, dispositivos, equipamentos e software que constituem a
plataforma de automação, bem como das redes de comunicação
industriais, e a sua integração.
c) Utilização de normas, protocolos e estratégias de controle e automação;
d) Formação de recursos humanos para os setores de projeto e
especificação e produtos, manutenção, setores de vendas e pós-venda; e
e) Geração de patentes e aumento de competitividade da empresa.
4.2. Panorama Econômico e Desempenho Setorial
A ABINEE distribui as indústrias do setor eletroeletrônico em dez áreas afins:
Automação Industrial; Componentes Elétricos e Eletrônicos; Equipamentos
Industriais; Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica; Informática;
Material Elétrico de Instalação; Serviço de Manufatura em Eletrônica; Sistemas
Eletroeletrônicos Prediais; Telecomunicações; e Utilidades Domésticas.
123
Este documento é baseado em análise de resultados do setor eletroeletrônico
e nota técnica com a análise econômica do segmento de Automação Industrial
realizada pela ABINEE.
Esta análise é imprescindível, considerando-se que o segmento de Eletrônica
para Automação exerce um papel estratégico em relação aos demais segmentos do
setor eletroeletrônico, e os resultados de outras áreas pode afetar diretamente este
segmento.
Para melhor compreensão, é importante destacar que a ABINEE classifica o
segmento de Automação Industrial como uma grande área do setor eletroeletrônico,
contemplado neste estudo prospectivo de Eletrônica para Automação as áreas de
Automação Industrial, Predial, Comercial e Bancária.
4.2.1. Análise Geral do Setor Eletroeletrônico
As informações econômicas sobre o setor elétrico e eletrônico, selecionadas
para este estudo, abrangem o período entre os anos de 2001 e 2008. Os dados
foram extraídos das análises feitas pelo Departamento de Economia da ABINEE e
apontam para a evolução do setor nesse período, bem como para a sua importância
e representatividade no contexto nacional. Além dos dados consolidados, conforme
descrito na Tabela 17, a ABINEE apresenta as mesmas informações para cada um
dos setores sob a sua coordenação, o que será visto mais a frente.
124
Tabela 17 – Indicadores Gerais da Indústria Eletroeletrônica 2001 a 2008.
INDICADORES 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
FATURAMENTO (R$ bilhões) 58,2 56,4 63,9 81,6 92,8 104,1 111,7 123,1
FATURAMENTO (US$ bilhões) 24,7 19,3 20,8 27,9 38,1 47,8 57,3 67,0
INVESTIMENTO (Percentual sobre o faturamento) 4% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 4%
NÚMERO DE EMPREGADOS (em mil) 131,2 123,3 122,6 132,9 133,1 142,9 156,1 161,9
EXPORTAÇÕES (US$ milhões) (1)
4.732 4.415 4.771 5.344 7.767 9.249 9.300 9.891
IMPORTAÇÕES (US$ milhões) (1)
13.489 10.294 10.048 12.667 15.135 19.705 24.053 32.033
SALDO DA BALANÇA COMERCIAL (US$ milhões) (1)
(8.757) (5.879) (5.277) (7.323) (7.368) (10.456) (14.753) (22.142)
FLUXO DE COMÉRCIO (US$ milhões) (2)
18.220 14.710 14.819 18.011 22.902 28.954 33.353 41.924
FATURAMENTO/EMPREGADO (US$ mil) 188,5 156,2 169,9 209,9 286,6 334,6 367,3 413,7
EXPORTAÇÕES/FATURAMENTO (%) 19,2 22,9 22,9 19,2 20,4 19,3 16,2 14,8
EXPORTAÇÕES/TOTAL EXPORTAÇÕES DO PAÍS (%) (1)
8,1 7,3 6,5 5,5 6,6 6,7 5,8 5,0
IMPORTAÇÕES/TOTAL IMPORTAÇÕES DO PAÍS (%) (1)
24,3 21,8 20,8 20,2 20,6 21,6 19,9 18,5
FATURAMENTO/PIB (%) (1) (3)
4,5 3,8 3,8 4,2 4,3 4,4 4,3 4,2
Fonte: ABINEE, 2009. (1) Série revisada; (2) Exportações + Importações; (3) PIB a preços correntes; (4) Com a nova metodologia do IBGE para o calculo do PIB. Fontes: IBGE, BACEN e SECEX.
125
4.2.1.1. Balança Comercial do Setor Eletroeletrônico
O panorama mundial apresenta o complexo eletroeletrônico como o mais
importante setor industrial da atualidade, destacando-se:
Faturamento mundial do complexo, superior a US$ 2 trilhões;
Constitui a base da chamada ―sociedade da informação‖;
Permeia todos os setores industriais;
Fundamenta todos os serviços modernos;
Reestrutura a vida pessoal, profissional e da família; e reconfigura o lazer;
É sinônimo de tecnologia, portanto é o coração das indústrias de alta performance; e
É o principal difusor de inovações, da produtividade, de redução de custos
e de preços.
O mercado de produtos do setor de Eletrônica para Automação é muito
sensível a variação do dólar em relação ao real. O forte crescimento do ritmo das
importações ante o das exportações, provocado pela combinação da valorização
cambial com expansão da economia interna, produziu, em 2008, déficit de US$ 22,1
bilhões na balança comercial do setor eletroeletrônico. Esse resultado superou em
50,3% o saldo negativo de US$ 14,7 bilhões apurado em 2007. Como será discutido
a seguir, o mercado é muito sensível ao rápido crescimento das importações em
relação ao das exportações. Impulsionado pela valorização do câmbio, o déficit
comercial do setor tende a se agravar nos próximos anos (ABINEE, 2009).
Como se sabe, é notória a perda de representatividade da indústria de
componentes elétricos e eletrônicos no mercado interno, fato atribuído, em parte,
aos problemas decorrentes da elevada carga tributária e à constante valorização do
real frente ao dólar. Esse segundo fator esteve presente no cotidiano das empresas
locais até o terceiro trimestre de 2008, quando o início da crise financeira
internacional fez a moeda brasileira desvalorizar abruptamente, em decorrência da
interrupção do ingresso de capitais externos e da saída dos mesmos para a
cobertura de prejuízos nos balanços das matrizes ou em busca da segurança de
aplicações em títulos do governo americano. Se, por um lado, esse contexto
intensificou a concorrência no mercado interno para os componentes eletrônicos,
devido ao estrangulamento das operações externas, por outro lado, a acomodação
126
dos distúrbios internacionais, a partir do segundo trimestre de 2009, trouxe de volta o
―fantasma‖ da valorização cambial, que se sobrepôs como problema para esse
segmento.
O setor caminha, portanto, na contramão daqueles que produzem bens
primários e intermediários estratégicos. Estes observam saldos comerciais
crescentes, como é o caso do agronegócio e de produtos extrativos minerais, caso
dos setores automobilístico, aeronáutico e siderúrgico. A explicação para esse
fenômeno reside, por um lado, na baixa densidade da cadeia produtiva brasileira e,
por outro, nos reflexos nocivos da política econômica, o que o coloca em
permanente dilema: crescer sustentado por uma produção nacional ou transformar-
se em intermediário nas aquisições de equipamentos e produtos criados no exterior.
Nos tópicos a seguir, destaca-se a evolução das exportações e das importações do
setor no período recente.
4.2.1.1.1. Exportações de Produtos do Setor Eletroeletrônico
O comportamento das exportações de produtos de automação industrial
apresenta uma trajetória ascendente, como pode ser verificado na Tabela 18, que
mostra valores de exportações de produtos eletroeletrônicos por áreas.
Embora as exportações do segmento de Automação Industrial tenham subido
de US$ 74,2 milhões, em 2001, para US$ 314,2 milhões em 2008 – incremento de
mais de 300% -, fruto do excelente desempenho do comércio internacional nesse
período, ainda assim, a sua participação no volume total das vendas externas do
setor eletroeletrônico foi de apenas 3,0% em 2008. Em comparação às demais
áreas, esse desempenho iguala-se ao de Informática e é inferior a de todos os
demais segmentos.
127
Tabela 18 – Exportações de Produtos Eletroeletrônicos por Área (US$ milhões) de 2001 a 2008.
Áreas 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Automação Industrial (1)
74,2 66,7 76,5 114,4 143,7 238,9 280,3 314,2
Componentes Elétricos e Eletrônicos (2)
1.636,8 1.716,2 1.760,0 1.992,8 2.286,0 2.708,4 3.151,1 3.304,3
Equipamentos Industriais 351,6 297,6 362,8 475,9 640,4 917,8 1.012,8 1.141,2
Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica
204,9 170,5 165,0 274,7 334,6 515,8 657,2 864,9
Informática 254,9 121,2 193,5 263,3 387,0 411,0 337,8 312,6
Material Elétrico de Instalação 154,7 142,4 150,7 202,8 228,6 308,2 288,5 325,5
Telecomunicações 1.337,8 1.343,0 1.333,9 1.142,0 2.832,3 3.114,5 2.491,5 2.539,7
Utilidades Domésticas 716,7 557,7 728,7 878,4 914,4 1.034,6 1.080,7 1.088,5
Total 4.731,7 4.415,2 4.771,0 5.344,2 7.767,0 9.249,1 9.299,8 9.890,8
Fonte: ABINEE, 2009.
(1) Inclui instrumentação e instrumentos eletromédicos; (2) Inclui motocompressores para refrigeração, eletrônica embarcada e partes e peças; (3) Inclui auto-rádios. Fonte: MDIC/Secex
128
Enquanto na área de Automação Industrial houve um incremento de 12,1 %
comparando 2008 com 2007, no complexo eletroeletrônico, nesse mesmo período, o
incremento foi de 6,4 %. Na área de GTD, foi registrado nesse mesmo período maior
incremento, 31,6 % (Tabela 19).
Tabela 19 – Variação das exportações do setor eletroeletrônico 2007 e 2008.
Exportações do Setor Eletroeletrônico – 2007 e 2008
Janeiro-Dezembro
Áreas US$ milhões
Var% 2007 2008
Automação Industrial 280,3 314,2 12,1
Componentes 3.151,1 3.304,3 4,9
Equipamentos Industriais 1.012,8 1.141,2 12,7
GTD 657,2 864,9 31,6
Informática 337,8 312,6 -7,5
Material de Instalação 288,5 325,5 12,8
Telecomunicações 2.491,5 2.539,7 1,9
Utilidades Domésticas 1.080,7 1.088,5 0,7
Total 9.299,8 9.890,8 6,4
Fonte: ABINEE, 2009.
Um olhar apurado sobre as exportações do setor elétrico e eletrônico permite
identificar a posição relativa que ocupam os produtos da área de Automação
Industrial nesse contexto. De acordo com a Tabela 20, que exibe os principais
produtos da pauta de exportação do setor, as vendas de telefones celulares gozam
de larga vantagem em relação aos demais produtos. Em 2008, as exportações de
aparelhos celulares atingiram US$ 2,2 bilhões, com crescimento de 6% em relação a
2007, o que representou o dobro das vendas observadas para componentes para
equipamentos industriais (US$ 1,0 bilhão). Todos os demais produtos tiveram
vendas inferiores a US$ 1,0 bilhão, inclusive aqueles relacionados ao segmento de
Automação Industrial.
129
Tabela 20 – Produtos mais Exportados 2007 e 2008.
Produtos mais exportados – 2007 e 2008
Janeiro-Dezembro
Produtos US$ milhões
Var% 2007 2008
Telefones Celulares 2.085 2.207 6
Comp. p/ Equip. Industriais 886 1.049 18
Eletrônica Embarcada 716 790 10
Motores e Geradores 568 655 15
Motocompressor Hermético 704 644 -9
Transformadores 327 443 36
Refrigeradores 292 281 -4
Outros Mat. Elet. Instalação 186 228 23
Cabos p/ Telecomunicação 216 225 4
Outros Equips. Industriais 231 215 -7
Fonte: ABINEE, 2009.
Apesar do volume ainda não ter alcançado a marca de um bilhão de dólares,
deve-se ressaltar o incremento observado para as exportações de transformadores
(+36%), cujas vendas passaram de US$ 327 milhões para US$ 443 milhões, de
Outros materiais elétricos de instalação (+23%), com vendas que foram de US$ 186
milhões em 2007 para US$ 228 milhões em 2008; e motores e geradores (+15%),
que alcançaram US$ 655 milhões em 2008 contra US$ 568 milhões no ano anterior.
Quanto ao destino das vendas dos produtos eletroeletrônicos (Tabela 21), os
países da Aladi continuaram sendo os principais compradores em 2008, somando
US$ 5,34 bilhões, o que representou mais do que a metade do total exportado pelo
setor. O crescimento de 8,0% das exportações para essa região entre 2007 e 2008
superou, inclusive, o ritmo de expansão das exportações totais do setor (6,4%).
130
Tabela 21 - Destino das Exportações do setor eletroeletrônico 2007 e 2008.
Destino das Exportações – 2007 e 2008
Janeiro-Dezembro
Regiões US$ milhões
Var% 2007 2008
Estados Unidos 1.864,0 1.776,3 -4,7
Aladi (Total) 4.941,5 5.335,7 8,0
- Argentina 2.115,9 2.293,2 8,4
- Outros Aladi 2.825,6 3.042,5 7,7
União Européia 1.072,4 1.146,2 6,9
Sudeste da Ásia (Total) 341,3 427,0 25,1
- China 97,7 130,9 34,0
- Outros Sudeste da Ásia 243,5 296,1 21,6
Demais Países do Mundo 1.080,6 1.205,6 11,6
Total 9.299,8 9.890,8 6,4
Fonte: ABINEE, 2009
Nesse mesmo período, impressiona o crescimento expressivo das
exportações para o Sudeste da Ásia (+25,1%), principalmente para China (+34,0%),
apesar do nível das vendas ser bem menos expressivo em comparação às demais
regiões. A China adquiriu apenas US$ 130,9 milhões em produtos no ano de 2008 e
US$ 97,7 milhões em 2007. As compras dos demais países do Sudeste asiático
alcançaram US$ 243,5 milhões em 2007 e US$ 296,1 milhões em 2008.
Embora impliquem em volumes superiores a US$ 1,0 bilhão, as exportações
para o mercado americano continuaram recuando no período. Entre 2007 e 2008, a
retração das vendas foi de 4,7%, provocando a perda de representatividade dos
EUA, cuja participação nas exportações totais do setor passou de 20% em 2007
para 18% em 2008.
Para melhor percepção das exportações por segmento e região, reproduz-se
a Tabela 22 e Gráfico 12 que apresentam as vendas do setor eletroeletrônico e a
posição relativa referentes ao período de janeiro-dezembro de 2008. Dos bens de
automação industrial exportados em 2008 - 18% são destinados aos Estados
Unidos; 43,4 % são destinados à ALADI dos quais 10% à Argentina; União Européia
12,6 % e Sudeste da Ásia 10,7 %.
131
Tabela 22 – Destino das Exportações do Setor Eletroeletrônico por Área – 2008.
Exportações do Setor Eletroeletrônico
Janeiro-Dezembro de 2008 – (US$ milhões)
Regiões Al COM EI GTD INF MEI TEL UD TOTAL
Estados Unidos 56,4 969,7 259,3 134,5 39,5 31,3 215,2 70,4 1.776,3
Aladi (Total) 136,3 1.232,2 355,8 371,5 245,5 167,4 2.076,2 750,7 5.335,7
- Argentina 31,5 589,5 124,4 88,0 153,7 60,3 908,0 337,7 2.293,2
- Outros Aladi 104,8 624,7 231,4 283,5 91,8 107,1 1.168,2 412,9 3.042,5
União Européia 39,6 554,6 255,7 74,1 11,7 66,0 54,4 90,0 1.146,2
Sudeste da Ásia (Total)
33,6 231,3 54,5 57,0 5,8 16,7 18,6 9,7 427,0
- China 4,0 99,0 10,8 3,3 1,3 6,8 4,6 1,1 130,9
- Outros Sudeste da Ásia
29,5 132,3 43,6 53,7 4,4 9,9 14,0 8,6 296,1
Demais Países do Mundo
48,2 316,5 215,9 227,8 10,2 44,0 175,2 167,7 1.205,6
Total 314,2 3.304,3 1.141,2 864,9 312,6 325,5 2.539,7 1.088,5 9.890,8
Fonte: ABINEE, 2009.
a) Participação no Destino das Exportações do setor por Área – 2008.
Regiões Al %
COM %
EI %
GTD %
INF %
MEI %
TEL %
UD %
TOTAL%
Estados Unidos 18,0 29,3 22,7 15,5 12,6 9,6 8,5 6,5 18,0
Aladi (Total) 43,4 37,3 31,2 43,0 78,5 51,4 81,8 69,0 53,9
- Argentina 10,0 17,8 10,9 10,2 49,2 18,5 35,8 31,0 23,2
- Outros Aladi 33,4 19,4 20,3 32,8 29,4 32,9 46,0 37,9 30,8
União Européia 12,6 16,8 22,4 8,6 3,7 20,3 2,1 8,3 11,6
Sudeste da Ásia (Total) 10,7 7,0 4,8 6,6 1,8 5,1 0,7 0,9 4,3
- China 1,3 3,0 0,9 0,4 0,4 2,1 0,2 0,1 1,3
- Outros Sudeste da Ásia
9,4 4,0 3,8 6,2 1,4 3,0 0,6 0,8 3,0
Demais Países do Mundo
15,3 9,6 18,9 26,3 3,3 13,5 6,9 15,4 12,2
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: ABINEE, 2009. Bens de: AI – Automação Industrial; COM – Componentes Elétricos e Eletrônicos; EI – Eletrônica Industrial; GTD – Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica; INF – Informática; MEI – Material Elétrico de Instalação; TEL – Telecomunicações; UD – Utilidades Domésticas.
132
b) Participação das exportações do setor elétrico e eletrônico em 2007 e 2008.
Gráfico 12 – Comportamento das Exportações de Produtos Eletroeletrônicos por Blocos
Econômicos.
Fonte: ABINEE, 2008.
4.2.1.1.2. Importações de Produtos do Setor Eletroeletrônico
O comportamento das importações da área de Automação Industrial, assim
como dos demais segmentos representados pela ABINEE, apresenta trajetória
exponencial, como pode ser verificado na Tabela 23, que mostra valores de
importações de produtos eletroeletrônicos por áreas.
Tabela 23 – Importações de Produtos Eletroeletrônicos por Área (US$ milhões).
Áreas 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Automação Industrial (1)
965,8 776,1 707,8 870,4 828,8 1.325,6 1.757,4 2.275,8
Componentes Elétricos Eletrônicos
(2)
6.228,8 5.213,1 5.734,6 7.825,8 9.617,2 11.909,8 13.647,9 17.824,0
Equipamentos Industriais 1.580,3 1.795,4 1.287,1 894,7 949,9 1.518,5 1.892,1 2.805,8
Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica
337,5 279,0 221,1 224,3 223,0 310,2 388,3 498,1
Informática 1.042,7 736,9 656,8 778,1 1.017,5 1.399,7 1.883,3 2.242,3
Material Elétrico de Instalação
593,4 436,9 449,4 585,6 569,7 651,6 755,6 1.043,9
Telecomunicações 2.340,1 707,1 605,0 923,7 1.093,5 1.234,5 2.020,9 3.202,7
Utilidades Domésticas (3)
400,0 350,0 386,0 564,7 835,5 1.354,9 1.707,5 2.140,1
Total 13.488,7 10.294,4 10.047,9 12.667,3 15.135,0 19.704,9 24.053,0 32.032,9
Fonte: ABINEE, 2009 (1) Inclui instrumentação e instrumentos eletromédicos; (2) Inclui motocompressores para refrigeração, eletrônica embarcada e partes e peças; (3) Inclui auto-rádios.
133
Evidentemente, as importações foram favorecidas pela valorização da moeda
doméstica, no período que antecede a crise mundial, registrando crescimento de
40%, em dólares, ou 16%, em Reais. A expansão econômica, mais acelerada em
2008, foi outro fator que contribui para o avanço das importações sobre o mercado
doméstico. Entretanto, os reflexos da crise econômica mundial, evidenciados no
Brasil a partir de setembro de 2008, provocaram a reversão do cenário econômico
vivido. Assim, as importações que haviam crescido 43% nos nove primeiros meses
de 2008, em relação ao mesmo período de 2007, mostraram modesto avanço
interanual de 7% no quarto trimestre de 2008.
A área de componentes eletroeletrônicos registrou, em disparada, o maior
volume de importação em 2008. (US$ 17,8 bilhões), seguida por Telecomunicações
(US$ 3,2 bilhões), Equipamentos Industriais (US$ 2,8 bilhões), Automação industrial
(US$ 2,3 bilhões) e Informática (US$ 2,2 bilhões), conforme mostra a Tabela 24.
Tabela 24 – Importações do Setor Eletroeletrônico 2007 e 2008.
Importações do Setor Eletroeletrônico – 2007 e 2008
Janeiro-Dezembro
Áreas US$ milhões
Var% 2007 2008
Automação Industrial 1.757,4 2.275,8 29,5
Componentes 13.647,9 17.824,0 30,6
Equipamentos Industriais 1.892,1 2.805,8 48,3
GTD 388,3 498,1 28,3
Informática 1.883,3 2.242,3 19,1
Material de Instalação 755,6 1.043,9 38,2
Telecomunicações 2.020,9 3.202,7 58,5
Utilidades Domésticas 1.707,5 2.140,1 25,3
Total 24.053,0 32.032,9 33,2
Fonte: ABINEE, 2009.
Adicionalmente, chama a atenção de todos aqueles que se debruçam sobre
os números do setor eletroeletrônico o seu elevado coeficiente de importação. Nota-
se, a partir da Tabela 25, que o ritmo de crescimento total das importações entre
2007 e 2008 atingiu 33,2%. Constata-se também que o incremento das importações
das áreas de Telecomunicações (+58,5%); Equipamentos Industriais (+48,3%);
Material de Instalação (+38,2%) foi superior ao do total.
134
Mesmo para os demais setores, a expansão das importações não foi tão
inferior assim ao aumento do total. A área menos afetada foi a de Informática, cujas
importações se expandiram ao redor de 20% entre 2007 e 2008.
Outro fator de destaque é que do total geral, 56% corresponderam às
importações de Componentes Elétricos e Eletrônicos (US$ 17,8 bilhões), com
destaque para os aqueles utilizados na produção de bens eletrônicos como os
componentes para informática, semicondutores e componentes para
telecomunicações, que registraram cerca de US$ 4,0 bilhões cada um deles.
No tocante aos dez produtos mais importados do setor eletroeletrônico, de
acordo com a Tabela 25, mais uma vez, surgem com força aqueles relacionados à
área de Componentes. Embora o ritmo de crescimento das importações de telefones
celulares (+113%), que passaram de US$ 375 milhões, em 2007, para US$ 797
milhões, em 2008, e de outros equipamentos industriais (+51%) tenha sido intenso,
o volume das compras externas de componentes superou a casa dos US$ 10,0
bilhões nesses dois anos. No caso dos componentes para telecomunicações, o
incremento foi de 50%, ao passo que os de informática atingiu 31% e o de
semicondutores, 18%.
Quanto à origem das importações, destacam-se os países do Sudeste da
Ásia, que somaram US$ 20,0 bilhões, representando 63% do total importado de
produtos do setor. Somente a China foi responsável por quase US$ 10 bilhões (31%
do total) das compras feitas pelo setor no Brasil, ampliando sua participação em 3
pontos percentuais em relação a 2007 (Tabela 26).
135
Tabela 25 – Produtos mais Importados 2007 e 2008.
Produtos mais Importados – 2007 e 2008
Janeiro-Dezembro
Produtos US$ milhões
Var% 2007 2008
Comp. p/ Informática 3.088 4.053 31
Semicondutores 3.423 4.041 18
Comp. p/ Telecomunicações 2.649 3.979 50
Instrumentos de Medida 975 1.280 31
Eletrônica Embarcada 885 1.261 43
Outros Equips. Industriais 773 1.169 51
Outros Equips. Informática 890 981 10
Comp. p/ Equip. Industriais 627 832 33
Telefones Celulares 375 797 113
Outros Mat. Elet. Instalação 496 671 35
Fonte: ABINEE, 2009.
Tabela 26 – Origem das Importações do Setor Eletroeletrônico por Áreas em 2008.
Importações do Setor Eletroeletrônico - 2008
Janeiro-Dezembro
Regiões US$ milhões
Var% 2007 2008
Estados Unidos 3.388,0 4.055,0 19,7
Aladi (Total) 756,5 1.137,7 50,4
- Argentina 270,0 318,5 18,0
- Outros Aladi 486,6 819,1 68,4
União Européia 4.407,6 5.726,6 29,9
Sudeste da Ásia (Total) 14.718,1 20.029,5 36,1
- China 6.710,3 9.808,3 46,2
- Outros Sudeste da Ásia 8.007,9 10.221,1 27,6
Demais Países do Mundo 782,7 1.084,1 38,5
Total 24.053,0 32.032,9 33,2
Fonte: ABINEE, 2009.
Apesar de registrar montante menos expressivo, os países que compõem a
Aladi também aumentaram sua participação no total importado do setor. Com
exceção da Argentina, as compras externas de produtos eletroeletrônicos dos
demais países pertencentes a este bloco cresceram 68,4% no período citado.
136
Por conta da substituição de mercados, com o aumento da participação
relativa dos países do Sudeste asiático, os Estados Unidos, mesmo com avanço de
19,7% nas nossas aquisições, continuaram perdendo representatividade, passando
de 14%, em 2007, para 13%, em 2008.
As Tabelas 27 e 28 apresentam as importações do setor eletroeletrônico, por
área e por região de origem, referentes ao período de janeiro-dezembro de 2008,
bem como a participação relativa das importações de cada segmento do setor
eletroeletrônico nas regiões mencionadas e o Gráfico 13 apresenta a participação
nas importações deste setor.
Tabela 27 – Origem das Importações do Setor Eletroeletrônico por Áreas em 2008.
Importações do Setor Eletroeletrônico
Janeiro-Dezembro de 2008 – (US$ milhões)
Regiões Al COM EI GTD INF MEI TEL UD TOTAL
Estados Unidos
798,3 1.273,8 568,1 55,3 359,7 164,1 545,8 289,9 4.055,0
Aladi (Total) 30,0 523,5 47,5 28,9 72,8 45,3 254,3 135,4 1.137,7
- Argentina 12,1 159,0 26,2 18,6 0,9 31,1 14,3 56,3 318,5
- Outros Aladi 17,9 364,5 21,3 10,3 71,8 14,1 240,0 79,1 819,1
União Européia
843,1 2.531,4 696,6 200,7 211,3 385,2 464,8 393,5 5.726,6
Sudeste da Ásia (Total)
446,1 13.014,9 1.384,1 165,6 1.555,1 409,2 1.787,8 1.266,6 20.029,5
- China 137,7 5.553,9 757,9 84,9 877,0 267,1 1.179,3 950,5 9.808,3
- Outros Sudeste da Ásia
308,4 7.461,0 626,2 80,7 678,1 142,1 608,4 316,1 10.221,1
Demais Países do Mundo
158,3 480,4 109,5 47,7 43,4 40,1 150,1 54,7 1.084,1
Total 2.275,8 17.824,0 2.805,8 498,1 2.242,3 1.043,9 3.202,7 2.140,1 32.032,9
Fonte: ABINEE, 2009.
137
Tabela 28 – Origem das Importações do Setor Eletroeletrônico por Áreas em 2008.
Participação das Importações do Setor Eletroeletrônico
Janeiro-Dezembro de 2008
Regiões Al %
COM %
EI %
GTD %
INF %
MEI %
TEL %
UD %
TOTAL%
Estados Unidos 35,1 7,1 20,2 11,1 16,0 15,7 17,0 13,5 12,7
Aladi (Total) 1,3 2,9 1,7 5,8 3,2 4,3 7,9 6,3 3,6
- Argentina 0,5 0,9 0,9 3,7 0,0 3,0 0,4 2,6 1,0
- Outros Aladi 0,8 2,0 0,8 2,1 3,2 1,4 7,5 3,7 2,6
União Européia 37,0 14,2 24,8 40,3 9,4 36,9 14,5 18,4 17,9
Sudeste da Ásia (Total)
19,6 73,0 49,3 33,2 69,4 39,2 55,8 59,2 62,5
- China 6,1 31,2 27,0 17,0 39,1 25,6 36,8 44,4 30,6
- Outros Sudeste da Ásia
13,6 41,9 22,3 16,2 30,2 13,6 19,0 14,8 31,9
Demais Países do Mundo
7,0 2,7 3,9 9,6 1,9 3,8 4,7 2,6 3,4
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: ABINEE, 2009. Bens de: AI – Automação Industrial; COM – Componentes Elétricos e Eletrônicos; EI – Eletrônica Industrial; GTD – Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica; INF – Informática; MEI – Material Elétrico de Instalação; TEL – Telecomunicações; UD – Utilidades Domésticas.
Dos bens de Automação Industrial importados em 2008 – 35,1% são
provenientes dos Estados Unidos; 1,3% são provenientes da ALADI dos quais 0,8%
da Argentina; 37,0% da União Européia e 19,6% do Sudeste da Ásia.
Gráfico 13 – Comportamento das Importações de Produtos Eletroeletrônicos por Blocos
Econômicos.
Fonte: ABINEE, 2008.
138
4.2.1.1.3. Saldo do Setor Eletroeletrônico
A balança comercial do setor eletroeletrônico, por blocos econômicos, mostra
que no acumulado de 2008, o déficit comercial de produtos eletroeletrônicos foi de
US$ 22,1 bilhões, 50% superior ao ocorrido no ano anterior (US$ 14,75 bilhões).
Entende-se que o resultado apresentado em 2008 não foi pior por que a crise
mundial limitou o ritmo de crescimento das importações, arrefecendo a crescente
diferença entre as compras e as vendas ao exterior. A ABINEE estima que, se não
fosse pela crise, o déficit comercial poderia atingir cifra superior a US$ 25 bilhões. O
Gráfico 14 exibe as informações mencionadas acima para os anos de 2007 e 2008.
Gráfico 14 – Balança Comercial de Produtos Eletroeletrônicos (US$ bilhões).
Fonte: ABINEE, 2008.
Destaca-se também que este saldo negativo foi recorde histórico, uma vez
que o déficit do setor nunca havia ultrapassada a marca de US$ 15 bilhões
O setor elétrico e eletrônico, ao lado do setor químico e farmacêutico,
apresenta déficit estrutural crônico, que tende a se agravar se nada for feito. Estudo
promovido pela ABINEE (Agenda 2020) aponta algumas medidas que podem
arrefecer essa explosiva situação
4.2.1.2. Faturamento do Setor de Eletroeletrônicos
O faturamento do setor eletroeletrônico cresceu significativamente nos últimos
cinco anos, como mostra a Tabela 29. De um total de US$ 24,7 bilhões em 2001, a
receita bruta do setor alcançou quase US$ 70 bilhões em 2008, impulsionada pelo
excepcional desempenho do comércio mundial e crescimento do mercado interno.
139
Tabela 29 – Faturamento da Indústria Eletroeletrônica por Área (US$ milhões) de 2001 a 2008.
Áreas 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Automação Industrial (1)
511 503 560 715 957 1.244 1.589 1.876
Componentes Elétricos Eletrônicos
(2)
2.237 2.022 2.239 2.973 3.555 4.322 5.209 5.170
Equipamentos Industriais 2.781 2.422 2.743 3.527 4.853 6.119 7.977 9.997
Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica
1.934 1.748 1.449 1.907 2.694 4.212 5.440 6.487
Informática 6.263 4.576 5.438 7.049 10.039 13.512 16.138 19.199
Material Elétrico de Instalação
1.952 1.589 1.495 2.033 2.626 3.103 3.924 4.529
Telecomunicações 4.860 2.539 2.852 4.445 6.759 7.690 8.964 11.726
Utilidades Domésticas (3)
4.198 3.859 4.044 5.242 6.647 7.607 8.096 8.005
Total 24.736 19.257 20.820 27.891 38.131 47.808 57.338 66.989
Fonte: ABINEE, 2009.
(1) Inclui instrumentação e instrumentos eletromédicos; (2) Inclui motocompressores para refrigeração, eletrônica embarcada e partes e peças; (3) Inclui auto-rádios.
4.2.1.3. Principais Produtos Exportados / Importados do Setor Eletroeletrônico
A Tabela 30 apresenta os principais produtos exportados de 2003 a 2008,
onde se destaca que os produtos mais exportados foram os telefones celulares. A
Tabela 31 apresenta os principais produtos mais importados de 2003 a 2008, onde
em 2008 os componentes para informática foram os mais importados. Na Tabela 32,
está indicado o Fluxo de Comércio de Produtos Eletroeletrônicos por Área de 2001 a
2008, onde se constata que o maior fluxo é na área de componentes elétricos e
eletrônicos, principalmente pelo volume de importações.
140
Tabela 30 – Principais Produtos Eletroeletrônicos Exportados – 2003 a 2008 (US$ milhões).
Produtos 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Telefones Celulares 1.068,6 736,0 2.408,9 2.664,7 2.085,0 2.207,2
Componentes para Equipamentos Industriais
299,9 294,4 426,1 616,4 885,6 1.048,9
Eletrônica Embarcada 294,0 405,1 552,6 630,7 716,0 790,0
Motores e Geradores 216,8 280,0 348,6 431,6 567,9 655,2
Motocompressor Hermético 461,7 506,3 549,2 643,0 704,3 644,1
Transformadores 53,0 92,7 133,0 202,1 326,7 443,2
Refrigeradores 163,7 243,7 253,3 278,5 292,2 281,3
Cabos para Telecomunicação 55,5 71,4 98,0 129,3 216,4 224,8
Instrumentos de Medida 50,2 79,5 88,5 151,4 177,5 204,1
Componentes para Telecomunicações
147,6 208,2 207,0 191,2 178,5 154,8
Fonte: ABINEE, 2009.
Tabela 31 – Principais Produtos Eletroeletrônicos Importados – 2003 a 2008 (US$ milhões).
Produtos 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Componentes para Informática 878,7 1.170,1 1.597,8 2.177,5 3.088,5 4.052,6
Semicondutores 1.742,9 2.397,5 2.904,2 3.332,5 3.423,3 4.040,5
Componentes para Telecomunicações
812,5 1.285,1 1.744,8 2.420,3 2.649,4 3.978,9
Instrumentos de Medida 510,8 665,4 592,6 796,5 975,3 1.280,1
Eletrônica Embarcada 454,3 546,4 648,3 657,1 884,6 1.261,1
Componentes para Equipamentos industriais
414,7 497,9 498,4 620,3 627,1 832,2
Telefones Celulares 86,8 166,7 231,3 282,1 374,6 797,0
Aparelhos Eletrodomésticos 73,9 70,0 89,5 377,4 480,5 607,7
Componentes Passivos 257,4 342,8 372,1 488,5 494,1 599,0
Máquinas para Processamento de Dados
221,7 304,6 358,6 409,5 431,6 598,3
Fonte: ABINEE, 2009.
141
Tabela 32 – Fluxo de Comércio de Produtos Eletroeletrônicos por Área – 2001 a 2008 (US$ milhões).
Áreas 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Automação Industrial (1)
1.040,0 842,8 784,3 984,7 972,5 1.564,4 2.037,7 2.590,0
Componentes Elétricos Eletrônicos
(2)
7.865,6 6.929,3 7.494,6 9.818,6 11.903,2 14.618,1 16.799,0 21.128,3
Equipamentos Industriais
1.932,0 2.093,0 1.649,9 1.370,6 1.590,2 2.436,3 2.904,9 3.947,0
Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica
542,4 449,4 386,1 498,9 557,6 826,0 1.045,4 1.363,0
Informática 1.297,6 858,1 850,3 1.041,4 1.404,5 1.810,7 2.221,1 2.554,9
Material Elétrico de Instalação
748,1 579,3 600,1 788,4 798,3 959,8 1.044,1 1.369,4
Telecomunicações 3.677,9 2.050,1 1.938,8 2.065,8 3.925,8 4.349,1 4.512,4 5.742,4
Utilidades Domésticas (3)
1.116,7 907,7 1.114,7 1.443,1 1.749,8 2.389,1 2.788,2 3.228,6
Total 18.220,4 14.709,6 14.818,9 18.011,4 22.902,0 28.954,0 33.352,9 41.923,7
Fonte: ABINEE, 2009.
(1) Inclui instrumentação e instrumentos eletromédicos; (2) Inclui motocompressores para refrigeração, eletrônica embarcada e partes e peças; (3) Inclui auto-rádios.
4.2.1.4. Panorama Comercial com a China
A China assumiu, nos últimos anos, posição de destaque no comércio
bilateral com o Brasil, sendo em 2008 o 2º principal mercado de origem das
importações e o 3º destino das exportações. O fluxo de comércio
(exportações+importações) entre os dois países aumentou mais de quinze vezes, de
2000 para 2008, passando de U$ 2,3 bilhões para US$ 36 bilhões.
Relativamente ao setor eletroeletrônico, a China constitui o principal
fornecedor do Brasil, representando mais de 30% do total importado em 2008, a
maior participação relativa em termos de país na pauta brasileira.
4.2.1.4.1. Exportações
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior – MDIC, as exportações brasileiras para a China passaram de
US$ 1,08 bilhão em 2000, para US$ 16,4 bilhões em 2008.
A pauta de exportações do Brasil com a China está concentrada em um
número reduzido de produtos, na maior parte básicos (commodities) e
semimanufaturados. A participação relativa de produtos básicos tem crescido mais
142
rapidamente do que as exportações de manufaturas e, em 2008, representou mais
de 70% do total das exportações brasileiras para a China. A participação dos
produtos básicos na pauta de exportações brasileira foi de 37%, em 2008.
Os cinco principais produtos brasileiros vendidos para a China foram
responsáveis por mais de 80% de nossa receita de exportação em 2008 com aquele
país, a saber: soja em grãos (32,3% do total exportado); minérios de ferro (30,0%);
óleos brutos de petróleo (10,4%); óleo de soja em bruto (5,0%) e pasta química de
madeira – celulose (4,2%).
O complexo de soja e os minérios têm mantido uma participação na pauta de
exportações acima de 50%, desde 2001. No que concerne às exportações
brasileiras de soja, a China ultrapassou o Japão, em 2003, e tornou-se o maior
importador de soja brasileira. Em 2008, a China importou US$ 5,3 bilhões do
produto, apresentando crescimento de 88,0% em relação a 2007.
O crescimento do setor siderúrgico na China estimula as importações de
minério de ferro. A China é o principal comprador de minério de ferro produzido no
Brasil, com importações de US$ 3,7 bilhões em 2007, continuando a expandir suas
importações em 2008 (US$ 4,9 bilhões, com crescimento de 31,7% sobre 2007).
4.2.1.4.2. Importações
As importações brasileiras provenientes da China passaram de US$ 1,2
bilhão em 2000 para US$ 20,0 bilhões, em 2008. A participação da China na pauta
de importações brasileira passou de 2,2% em 2000 para 11,6% em 2008.
A pauta de importações apresenta uma elevada presença de máquinas,
aparelhos e materiais elétricos e eletrônicos. Parte significativa dos produtos
eletroeletrônicos importados da China é de componentes usados na indústria da
informática, telefonia e outros aparelhos elétricos, que entram na cadeia produtiva
das indústrias instaladas no Brasil, notadamente nos estados do Amazonas, São
Paulo e Bahia.
Os dez principais produtos importados da China em 2008 foram: circuitos
impressos e outras partes, para aparelhos de telefonia (5,3% do total da pauta de
importações); partes e acessórios de máquinas automáticas para processamento de
dados (4,8%); dispositivos de cristais líquidos LCD (4,0%); máquinas automáticas
143
para processamento de dados e suas unidades (3,6%); partes de aparelhos
transmissores ou receptores (3,5%); coques e semicoques de hulha (3,0%); circuitos
integrados e microconjuntos eletrônicos (2,6%); motores, geradores e
transformadores elétricos e suas partes (2,5%); laminados planos de ferro ou aços
(2,3%); e aparelhos transmissores/receptores de telefonia celular (2,2%).
No que diz respeito ao crescimento das importações de produtos do setor
eletroeletrônico, na comparação 2007/2008, destacam-se aparelhos
transmissores/receptores de telefonia celular (157,3%); e partes de aparelhos
transmissores/receptores (105,2%).
4.2.1.5. Considerações sobre o desempenho de 2008
O déficit da balança comercial do setor atingiu o montante de US$ 10,3
bilhões no primeiro trimestre, 61% acima do verificado no mesmo período de 2007
(US$ 6,4 bilhões). O faturamento da área de GTD – Geração, Transmissão e
Distribuição de Energia Elétrica – cresceu 12% nesse período, sendo o destaque
inicial.
Os negócios continuaram sustentados, principalmente, pelas encomendas de
equipamentos para transmissão de energia, em função dos leilões ocorridos nos
últimos anos. Em 2008, ocorreu um novo leilão, no dia 27 de junho, com cerca de 3
mil quilômetros de linhas, que deverá gerar investimentos da ordem de R$ 2,86
bilhões nos próximos anos. Neste leilão, entre outras, está prevista a interligação na
Região Norte entre o estado do Pará e Manaus/AM, integrando boa parte do sistema
isolado ao restante do país (SIN – Sistema Interligado Nacional). Além disso, os
investimentos abrangem, também, reforço das linhas existentes e implantação de
novas linhas.
Quanto à distribuição, as encomendas, no início de 2008 foram menores do
que no início de 2007, em decorrência, entre outros fatores, da redução das
encomendas do Programa Luz para Todos, que se encontra em fase final. Apesar
disso, espera-se a retomada de alguns negócios, uma vez que ainda existem cerca
de 500 mil ligações para serem realizadas neste ano de 2008. Notou-se, também,
neste primeiro semestre, queda no ritmo de investimentos em infraestrutura deste
segmento.
144
Em geração, as encomendas começam a aparecer devido aos leilões
ocorridos em 2007, e aos que estão em curso. Como o segmento é de longa
maturação, o faturamento decorrente não deve ser expressivo em 2008, ou seja, o
reflexo positivo só ocorrerá a partir de 2009. Nas áreas de Automação Industrial e
equipamentos industriais, que cresceram 17% e 12%, respectivamente, os negócios
permaneceram aquecidos no primeiro semestre em virtude dos investimentos
produtivos em diversos setores, especialmente açúcar e álcool, petróleo e gás,
siderurgia e mineração.
Quanto à área de informática, cujo crescimento atingiu 8% neste início de
ano, a continuidade dos programas do Governo para a inclusão digital, que deram
condições especiais de financiamento para microcomputadores pessoais e
determinaram ações de combate ao mercado ilegal, contribuíram para o bom
desempenho desse segmento industrial. Neste primeiro semestre, o mercado
brasileiro de microcomputadores pessoais movimentou 5,7 milhões de unidades,
registrando crescimento de 31% em comparação ao mesmo período de ano passado
(4,3 milhões). Deste total, 3,9 milhões são desktops e 1,8 milhões são notebooks,
sendo que este último teve crescimento de 186%, enquanto as vendas de desktops
cresceram 5%.
O crescimento do faturamento da área de telecomunicações, de 33% nos seis
primeiros meses deste ano, ocorreu em função da implantação da infraestrutura da
tecnologia 3G e da banda larga para Internet. Também contribuiu para este
crescimento a venda de telefones celulares. Neste caso, segundo dados da
ANATEL, a implantação de novas linhas neste primeiro semestre chegou a 12,2
milhões de terminais, 81% acima das ocorridas no mesmo período de 2007 (6,7
milhões).
Também foi importante o crescimento de 7% das exportações destes
aparelhos, que passaram de 11,4 milhões de unidades, no primeiro semestre de
2007, para 12,2 milhões de unidades, no primeiro semestre de 2008. O faturamento
da área de material elétrico de instalação cresceu 7%, com os negócios estimulados
pelo crescimento da indústria da construção civil. Como já citado, as áreas que
apontaram resultados negativos foram as de componentes eletroeletrônicos (-5%) e
utilidades domésticas (-8%). No primeiro caso, continuaram as dificuldades, devido à
145
forte concorrência com produtos importados e pelas suas condições desfavoráveis
de acesso ao mercado. No caso de utilidades domésticas, por conta do fraco
desempenho dos bens da linha marrom e dos eletrodomésticos portáteis.
Em relação ao 1º trimestre de 2009, até o quarto trimestre de 2008, as
empresas do setor manifestavam otimismo por causa do ritmo de crescimento dos
negócios, com 90% delas mostrando expectativa de estabilidade e crescimento em
relação ao trimestre anterior. Destaca-se que 100% das empresas fabricantes de
equipamentos industriais, por exemplo, demonstravam expectativas favoráveis para
o ano de 2009. Com o início da crise, tais expectativas foram revertidas
abruptamente, passando de otimistas para pessimistas em relação ao 1º trimestre
de 2009. Nesse caso, apenas 26% das empresas continuaram apostando em
crescimento no 1º trimestre de 2009 em relação ao ano anterior. (Gráfico 14 do
subitem 4.2.1.1.3). Pode-se constatar que esta taxa foi a mais baixa dos últimos
anos. É importante destacar também que as diversas áreas da indústria
eletroeletrônica têm comportamentos muito distintos, e que os efeitos da crise as
atingem de maneira e intensidade diferentes.
Sondagens feitas pela ABINEE revelaram que o faturamento do setor
eletroeletrônico deverá recuar 2,0% em 2009. Em especial, destaca-se o fato de
que a área de Telecomunicações deverá registrar retração por causa,
principalmente, da queda de vendas de telefones celulares, visto que as empresas
desta área acreditam que os investimentos em infraestrutura deverão manter-se
firmes no decorrer de 2009 (Tabela 33).
146
Tabela 33 – Projeções de Faturamento por Área (em R$ milhões a preços correntes).
Projeção para o Faturamento Total por Área (R$ milhões a preços correntes)
Áreas 2008 2009 Var %
Automação Industrial 3.446 3.481 1%
Componentes 9.500 8.930 -6%
Equipamentos Industriais
18.369 18.737 2%
GTD 11.919 11.919 0%
Informática 35.278 35.278 0%
Material de Instalação 8.323 7.906 -5%
Telecomunicações 21.546 20.039 -7%
Utilidades Domésticas 14.710 14.710 0%
Total 123.092 121.000 -2%
Fonte: ABINEE, 2009.
Pelas projeções realizadas acima indicadas a área de Automação Industrial
deverá crescer 1 % em 2009 comparado com 2008. Haverá um crescimento de 2 %
em equipamentos industriais e o setor elétrico e eletrônico em 2009 comparado com
2008 terá redução do faturamento de 2 % (Tabela 34).
Tabela 34 – Projeções dos Principais indicadores do setor.
Projeções dos Principais Indicadores do Setor
Indicador 2008 2009 2009 X 2008
Faturamento (R$ milhões) 123.092 121.000 -2%
Faturamento (US$ milhões) 66.989 55.244 -18%
Exportações (US$ milhões) 9.891 7.500 -24%
Importações (US$ milhões) 32.033 23.000 -28%
Saldo (US$ milhões) -22.142 -15.500 -30%
Nº de Empregados (mil) 162 152 -6%
Fonte: ABINEE, 2009.
Pela crise e a revisão das estimativas para 2009, no setor elétrico e eletrônico
haverá uma queda do faturamento de 18 %. As exportações terão uma queda de 24
% comparando a estimativa de 2009 com 2008 e uma maior queda nas importações
comparando a estimativa de 2009 com 2008 – queda de 28 %, o que resulta numa
147
queda na balança do saldo comercial comparando 2009 com 2008 de 30 % (Tabela
35).
Tabela 35 – Saldos Negativos da Balança Comercial do Setor Eletroeletrônico.
Ano US$ bilhões Comparando Incremento em %
2003 5,3 -- --
2004 7,3 2004 sobre 2003 38,8
2005 7,4 2005 sobre 2004 0,6
2006 10,5 2006 sobre 2005 41,9
2007 14,8 2007 sobre 2006 41,1
2008 22,1 2008 sobre 2007 50,1
2009 previsão 15,5 --
Fonte: ABINEE, 2009.
Pela crise mundial, no setor elétrico e eletrônico em 2009, estima-se queda
nas exportações e uma maior queda nas importações o que resultaria (comparando
a estimativa de 2009 com 2008 haveria uma ―queda‖ na balança comercial) em
2009, um saldo negativo na balança comercial de aproximadamente 15,5 bilhões ao
invés de aproximadamente 30 bilhões de dólares previstos inicialmente. Sem a crise,
o saldo comercial estaria crescendo quase geometricamente e com esse ritmo, se
nada for feito, governo e iniciativa privada, o país terá muitas dificuldades de
suportar este déficit, principalmente pela importação crescente de componentes
eletrônicos e em particular pela importação de semicondutores.
4.2.2. Análise Econômica do Setor de Eletrônica para Automação 3
4.2.2.1. Apresentação
Em um mundo globalizado, a busca pela automação em diversos setores da
atividade econômica responde a três exigências primordiais: aprimoramento da
qualidade de produtos e processos, obtenção de ganhos de produtividade e,
consequentemente, elevação da competitividade das empresas. Além disso, outra
justificativa para investimentos em automação relaciona-se à segurança dos
3 Nota Técnica produzida pelo Departamento de Economia da ABINEE (DECON), por solicitação do
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), no âmbito do Estudo Prospectivo Setorial de Eletrônica para Automação (Cavalcanti, 2009).
148
processos industriais e de infraestrutura críticos, uma vez que a automação permite
minimizar o erro humano.
Cada um desses objetivos incorpora elementos de diferenciação para o
desempenho de uma empresa ou de um setor econômico. A acirrada concorrência
capitalista se volta à busca incessante por resultados melhores e sustentáveis ao
longo do tempo. Nesse sentido, a automação é um fato presente nas estratégias
empresariais, gozando de participação crescente em seus orçamentos.
Por outro lado, a automação traz subjacente dois aspectos de natureza
fundamental para a viabilidade dos negócios e para a ampliação da participação no
mercado (market share). O primeiro diz respeito ao seu caráter integrador. A cada
dia, é crescente o número de empresas que passam a utilizar equipamentos e
softwares de gestão que permitem, seja do ponto de vista do processo produtivo,
seja do ponto de vista da administração interna, a integração de diversas funções,
aumentando assim as economias de escala e de escopo.
O segundo aspecto relaciona-se ao progresso tecnológico. É inegável que a
automação, ao expandir as fronteiras dos controles mecânicos e garantir melhor
gestão e organização dos processos internos, passou a representar um importante
foco de inovação. A bem da verdade, automação depende muito da inovação, o que
eleva a sua importância e presença nas decisões de investimento das empresas.
Sem adentrar no mérito do conceito de automação, é conveniente
destacarmos o fato de que esta apresenta natureza multidisciplinar, exigindo a
participação de uma ampla gama de setores do conhecimento humano, como
mecânica, eletrônica, elétrica, física, química e informática. Cabe ressaltar, também,
que os avanços produzidos pela automação exercem forte efeito multiplicador sobre
a geração de emprego e renda e contribuem para canalizar as atividades científicas
do país na criação de produtos com elevado conteúdo tecnológico e alto valor
agregado.
É o caso, por exemplo, dos avanços produzidos no setor industrial, em
particular, nos ramos automotivo, siderúrgico, aeronáutico, de papel e celulose e de
plásticos, apenas para citar alguns. Com a abertura da economia no início dos anos
90 e o aumento da concorrência estrangeira, a indústria de transformação brasileira
149
passou por radical transformação ao buscar se adaptar aos novos tempos. Em todo
o percurso, é impossível dissociar as mudanças dos processos de automação.
No setor bancário, a situação é mais antiga e profunda. Desde o final dos
anos 60, a automação bancária passou por quatro etapas distintas, com a
implantação de:
1º) Sistemas automatizados para controle administrativo;
2º) Sistemas automatizados para apoio gerencial;
3º) Sistemas automatizados para atendimento ao público e;
4º) Sistemas automatizados por meio remoto e uso da Internet.
Ao final dos anos 60, foram colocadas em prática as primeiras experiências
de automação para controle administrativo. O aparecimento dos centros de
processamento de dados (CPDs), localizados nas proximidades dos centros
urbanos, simboliza esse momento. Os CPDs alteraram completamente a rotina do
serviço de retaguarda das agências bancárias e passaram a controlar e centralizar
as informações de um número crescente de agências dispersas pelas cidades e
regiões do país.
No início dos anos 80, aparecem os primeiros bancos eletrônicos e suas
agências on-line que empregam sistemas automatizados para atendimento público.
Nesse processo, as contas são atualizadas instantaneamente e as informações são
transmitidas eletronicamente. Nesse mesmo período começam a operar também os
terminais de transferência de fundos com o uso de cartões magnéticos.
Por fim, os bancos adentraram ao mundo da Internet e passaram a deslocar
para a rede mundial os serviços, que ainda podem ser realizados nas agências, mas
que se tornaram muito mais ágeis e simples por intermédio de um desktop ou de um
notebook.
No âmbito do comércio, a crescente concorrência entre lojas do mesmo
formato e entre diferentes tipos de lojas, leva as empresas do setor a implantarem
programas de redução de custos, de racionalização das operações e de
diferenciação de serviços para atrair maior número de consumidores. As
modificações visam maior eficiência operacional e melhorias na gestão das
empresas, de forma a capacitá-las a obter vantagens comparativas firmes, cada vez
150
mais centradas na estrutura de custos, qualidade, atendimento e serviços
oferecidos.
Entre outras coisas, as vantagens estão baseadas na automatização como
elemento cada vez mais importante na cadeia de varejo e no suporte à atividade de
distribuição e no emprego de novos sistemas, ferramentas e técnicas, como gestão
de estoques, gerência por categoria, Electronic Data Interchange (EDI) e
benchmarking.
A automatização do setor tem permitido um conhecimento maior sobre a
circulação de produtos e ganhos de eficiência na cadeia ―varejo-fabricantes‖. O EDI
é, por exemplo, uma das formas de integração entre empresas, substituindo
documentos comerciais entre fornecedores e varejo, como pedidos de compra,
faturas, conhecimento de embarque, avisos de recebimento, etc. Outro instrumento
é o Efficient Consume Response (ECR) onde através do qual, fornecedores e
distribuidores compartilham informações e trabalham em conjunto, trazendo maior
eficiência à cadeia como um todo, obtendo redução de custos e de estoques totais e
melhor atendimento ao consumidor através, por exemplo, de um sortimento correto
das lojas.
É perceptível que a automação avança em várias frentes e representa
caminho irreversível em direção ao futuro. A realidade econômico-financeira deste
segmento está retratada na próxima seção. Números sobre faturamento,
exportações e importações são apresentados. Em sequência, se estabelece um
paralelo crítico com a crise financeira mundial, que despontou em 2007, mas atingiu
a maioria das nações a partir do segundo semestre de 2008. Os reflexos da crise
para a continuidade do ciclo de investimentos no Brasil são discutidos na terceira
seção, com ênfase para os possíveis efeitos no segmento de automação do país.
Por fim, apresenta-se uma breve conclusão.
O Anexo II apresenta dados econômicos do setor de Eletrônica para
Automação.
151
4.2.2.2. Os Números do Setor de Eletrônica para Automação 4
A produção de equipamentos, máquinas, softwares e serviços utilizados na
Automação Industrial, Predial, Residencial, Comercial e Bancária cresceu durante o
ciclo de investimentos no período recente no país. Embora seja quase impossível
separar a produção desses equipamentos por área representativa, reconhece-se
que a automação assume importância crescente dentro do setor produtivo nacional.
Como já foi apresentado anteriormente, não há no Brasil instituições que
contabilizem dados do setor de Eletrônica para Automação conforme segmentado
neste estudo: industrial, predial, comercial e bancária. Cada instituição (ABINEE,
IBGE e FEBRABAN) considera essas empresas como tendo representatividade nas
áreas industrial, elétrica e eletrônica, geração de energia e/ou informática e outras.
Há um maior número de empresas nessa atividade. Dados da PIA Empresa
(Pesquisa Industrial Anual do IBGE) mostram que entre 2005 e 2007 (último ano
disponível), a quantidade de empresas cuja atividade principal restringia-se ao
desenvolvimento de produtos para automação industrial saltou de 3.534 para 3.835,
o que significou a expansão de 8,5% em apenas três anos. O Quadro 5 traz
esclarecimentos sobre esses números.
É ainda mais importante o fato de que os grupos de atividades ligados à
produção de aparelhos e instrumentos de medida e de equipamentos dedicados à
automação industrial, o que se pode chamar de ―núcleo‖ do complexo, tiveram
expansão nesse período. No primeiro caso, o número de empresas passou de 226
para 320 (41,6%), enquanto no segundo, o avanço foi de 219 para 246 (12,3%).
4 A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE) divulga regularmente
informações sobre faturamento, exportação, importação e número de empregados do setor eletroeletrônico. Dentre as áreas de sua competência, insere-se o segmento de Automação Industrial. Portanto, os dados disponíveis no Quadro 2 provêm das planilhas oferecidas pelo Departamento de Economia (DECON) da ABINEE. Dados de empresa e produção física foram extraídos da PIA Empresa 2006 e da PIA Produto 2006 (IBGE). Para a produção física, projetou-se, a partir da PIA Produto, os resultados para 2007 e 2008.
152
Quadro 5 – Número de Empresas ligadas ao Setor de Eletrônica para Automação (Representação na PIA Empresa).
CNAE* Grupos de Atividades 2005 2006 2007
30.2 Fabricação de máquinas e equipamentos de sistemas eletrônicos para processamento de dados
388 451 494
31.2 Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
584 532 585
33.2 Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle - exceto equipamentos para controle de processos industriais
226 234 320
33.3 Fabricação de máquinas, aparelhos e equipamentos de sistemas eletrônicos dedicados à automação industrial e controle do processo produtivo
219 254 246
33.9 Manutenção e reparação de equipamentos médico-hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos e equipamentos para automação industrial
112 129 183
TOTAL 3.534 3.606 3.835
Fonte: IBGE, 2009.
* CNAE 1.0 – Classificação Nacional de Atividades Econômicas.
Ademais, não é difícil inferir que o ciclo de investimentos observado entre
2006 e 2008 tenha elevado o número de empresas em várias dessas áreas ligadas
à automação. Por um lado, o crescimento foi impulsionado pelas inversões feitas em
siderurgia, petróleo e gás, papel e celulose, automobilística e aeronáutica – ramos
intensivos em capital e, por outro, pelos setores alimentício, têxtil e de calçados que,
embora sejam intensivos em mão-de-obra, viram-se forçados a intensificar a
mecanização/automação para enfrentarem a redução de competitividade produzida
pela valorização da moeda nacional.
Outro aspecto importante diz respeito ao número de postos de trabalho
gerados no setor de Eletrônica para Automação (Quadro 6). De acordo com a PIA
Empresa, entre 2005 e 2007, o número de empregos nos setores representados
saltou de 87,6 mil para 109,8 mil (25,3%). Os destaques ficam para os ramos de
máquinas e equipamentos de sistemas eletrônicos para processamento de dados
com incremento de 51,9% e o de fabricação de máquinas, aparelhos e
equipamentos de sistemas eletrônicos dedicados à automação industrial e controle
153
do processo produtivo com 34,1% de aumento no número de empregados. O ramo
que apresentou a menor quantidade de postos gerados foi o de fabricação de
equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica com 2,8%.
Quadro 6 – Número de Empregados ligados ao Setor de Eletrônica para Automação (Representação na PIA Empresa).
CNAE* Grupos de Atividades 2005 2006 2007
30.2 Fabricação de máquinas e equipamentos de sistemas eletrônicos para processamento de dados
28.704 33.956 43.588
31.2 Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
31.775 29.550 32.649
33.2 Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle - exceto equipamentos para controle de processos industriais
15.988 15.596 18.577
33.3 Fabricação de máquinas, aparelhos e equipamentos de sistemas eletrônicos dedicados à automação industrial e controle do processo produtivo
6.360 7.744 8.530
33.9 Manutenção e reparação de equipamentos médico-hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos e equipamentos para automação industrial
2.828 3.776 4.474
TOTAL 87.660 92.628 109.825
Fonte: IBGE, 2009.
* CNAE 1.0 – Classificação Nacional de Atividades Econômicas.
A análise das informações estatísticas sobre faturamento, importações e
exportações do segmento de automação no Brasil (Quadros 7 e 8) revela que:
O faturamento das empresas de automação mais do que dobrou no
período compreendido entre 1996 e 2008, retratando claramente a sua
importância para outros segmentos industriais, como siderurgia, petróleo e
gás, mineração, açúcar e álcool, automobilística e aeronáutica. No âmago
do ciclo de investimentos recente (2006-2008), a receita líquida subiu
aproximadamente 27%, passando de R$ 2,7 bilhões, em 2006, para R$
3,4 bilhões em 2008;
Embora tenha alcançado resultados intrínsecos bastante expressivos, o
faturamento de Automação Industrial manteve participação relativamente
154
baixa quando comparado ao total do setor elétrico e eletrônico. Avançou
de 2,5% em 2005 para 2,8% em 2007 e 2008. Portanto, somente em 2007
é que o faturamento do segmento consegue superar a participação que
havia alcançado em 2003. Esse resultado conduz à percepção de que
embora as empresas brasileiras nas áreas industrial, comercial e de
serviços se esforcem para elevar os níveis de automatização, seguindo à
orientação geral em um contexto econômico globalizado, ainda há lacunas
importantes que ao serem preenchidas permitirão o fortalecimento e
amadurecimento da Indústria de Automação no Brasil;
Dado o grau de desenvolvimento tecnológico do país, não é estranho o
fato de o segmento ser cronicamente deficitário. Para todo o período de
análise, observa-se saldo comercial negativo que avança de maneira
expressiva no ciclo de investimentos recente. O déficit comercial subiu de
US$ 1,1 bilhão para US$ 2,0 bilhões entre 2006 e 2008 – avanço de
81,0%;
155
Quadro 7 – Aspectos Econômicos dos Setores de Eletrônica para Automação e Eletroeletrônico.
Anos
Automação Industrial (R$ milhões) Setor Eletroeletrônico (R$ milhões)
Part. (A) / (D) Part. (B) / (E) Part. (C) / (F) Faturamento (A)
Exportações (B)
Importações (C)
Saldo Comercial
Faturamento (D)
Exportações (E)
Importações (F)
Saldo Comercial
1996 536 54 875 (821) 35.298 2.693 9.927 (7.234) 1,5% 2,0% 8,8%
1997 582 74 971 (897) 38.143 3.136 12.605 (9.469) 1,5% 2,4% 7,7%
1998 614 88 1.101 (1.013) 37.383 3.351 12.594 (9.243) 1,6% 2,6% 8,7%
1999 798 126 1.438 (1.312) 41.581 5.760 17.906 (12.146) 1,9% 2,2% 8,0%
2000 993 114 1.465 (1.351) 50.972 8.093 21.752 (13.659) 1,9% 1,4% 6,7%
2001 1.201 174 2.271 (2.096) 58.155 11.124 31.712 (20.588) 2,1% 1,6% 7,2%
2002 1.473 195 2.272 (2.077) 56.386 12.928 30.142 (17.214) 2,6% 1,5% 7,5%
2003 1.721 235 2.174 (1.939) 63.958 14.657 30.867 (16.211) 2,7% 1,6% 7,0%
2004 2.090 334 2.546 (2.211) 81.582 15.632 37.052 (21.420) 2,6% 2,1% 6,9%
2005 2.330 350 2.017 (1.668) 92.810 18.905 36.839 (17.934) 2,5% 1,9% 5,5%
2006 2.708 520 2.886 (2.366) 104.078 20.135 42.898 (22.762) 2,6% 2,6% 6,7%
2007 3.096 546 3.423 (2.877) 111.694 18.116 46.855 (28.739) 2,8% 3,0% 7,3%
2008 3.445 577 4.181 (3.604) 123.058 18.169 58.844 (40.675) 2,8% 3,2% 7,1%
Fonte: ABINEE, 2009.
156
O crescimento do déficit comercial do setor de Eletrônica para Automação
esteve associado ao volume de importações que se elevou de US$ 1,3
bilhão, em 2006, para US$ 2,3 bilhões em 2008, ou seja, cerca de US$ 1,0
bilhão a mais nesse curto período de dois anos. Vale notar também que as
exportações cresceram no período, ascendendo de US$ 239 milhões para
US$ 314 milhões. Com isso, as importações do setor de Eletrônica para
Automação elevaram a sua participação no total das compras externas
feitas pelo setor elétrico e eletrônico de 6,7%, em 2006, para 7,1% em
2008, ao passo que as exportações passaram de 2,6% para 3,2%,
respectivamente;
157
Quadro 8 – Panorama Econômico dos Setores de Eletrônica para Automação e Eletroeletrônico.
Anos
Automação Industrial (R$ milhões) Setor Eletroeletrônico (R$ milhões)
Part. (A) / (D) Part. (B) / (E) Part. (C) / (F) Faturamento (A)
Exportações (B)
Importações (C)
Saldo Comercial
Faturamento (D)
Exportações (E)
Importações (F)
Saldo Comercial
1996 533 53,8 870,9 (817,1) 35.122 2.680,0 9.877,7 (7.197,7) 1,5% 2,0% 8,8%
1997 540 68,9 900,7 (831,8) 35.383 2.909,2 11.693,3 (8.784,1) 1,5% 2,4% 7,7%
1998 529 75,7 948,3 (872,6) 32.199 2.886,2 10.847,6 (7.961,4) 1,6% 2,6% 8,7%
1999 440 69,6 792,4 (722,8) 22.910 3.173,4 9.865,4 (6.692,0) 1,9% 2,2% 8,0%
2000 542 62,3 800,5 (738,2) 27.854 4.422,6 11.886,6 (7.464,0) 1,9% 1,4% 6,7%
2001 511 74,2 965,8 (891,6) 24.736 4.731,7 13.488,7 (8.757,0) 2,1% 1,6% 7,2%
2002 503 66,7 776,1 (709,4) 19.257 4.415,2 10.294,4 (5.879,2) 2,6% 1,5% 7,5%
2003 560 76,5 707,8 (631,3) 20.820 4.771,0 10.047,9 (5.276,9) 2,7% 1,6% 7,0%
2004 715 114,4 870,4 (756,0) 27.891 5.344,2 12.667,3 (7.323,1) 2,6% 2,1% 6,9%
2005 957 143,7 828,8 (685,1) 38.131 7.767,0 15.135,0 (7.368,1) 2,5% 1,9% 5,5%
2006 1.244 238,9 1.325,6 (1.086,7) 47.808 9.249,1 19.704,9 (10.455,8) 2,6% 2,6% 6,7%
2007 1.589 280,3 1.757,4 (1.477,0) 57.338 9.299,8 24.053,0 (14.753,2) 2,8% 3,0% 7,3%
2008 1.876 314,2 2.275,8 (1.961,6) 66.989 9.890,8 32.032,9 (22.142,2) 2,8% 3,2% 7,1%
Fonte: ABINEE, 2009.
158
A abertura das informações do comércio exterior da área de automação
(metodologia ABINEE) revela que todos os segmentos de produtos
mostram situação deficitária, sendo que, em termos absolutos, aparelhos
eletromédicos e instrumentos de medida têm sido os principais
responsáveis pelo déficit do segmento. O saldo negativo para os
aparelhos eletromédicos cresceu de US$ 111,6 milhões para US$ 589,9
milhões entre 2006 e 2008. Por sua vez, o déficit das transações externas
com instrumentos de medida passou de US$ 514 milhões para US$ 1,1
bilhão no mesmo período. Outro segmento que merece destaque nessa
avaliação é o de outros equipamentos de automação industrial, cujo déficit
subiu de US$ 34,5 bilhões para US$ 243,0 bilhões para os anos em tela
(Quadros 9 e 105).
5 Encontra-se no Anexo I a relação completa dos produtos importados e exportados pelo segmento
de automação industrial para os anos de 2005 e 2006. Há uma ruptura da série para os anos de 2007 e 2008, em virtude de mudanças promovidas na classificação das Nomenclaturas Comuns do MERCOSUL (NCM). Em consequência, tornou-se extremamente complexo realizar o encadeamento da série com segurança.
159
Quadro 9 – Balança Comercial dos Produtos do Setor Eletroeletrônico ligados à Eletrônica para Automação.
PRODUTOS
JAN-DEZ/06 (US$ milhões) JAN-DEZ/07 (US$ milhões) JAN-DEZ/08 (US$ milhões)
Exportações (A)
Importações (B)
Saldo Comercial
Exportações (C)
Importações (D)
Saldo Comercial
Exportações (E)
Importações (F)
Saldo Comercial
Alarmes 4.710 11.960 (7.250) 4.987 14.411 (9.424) 4.967 16.733 (11.766)
Aparelhos Eletromédicos 7.516 119.111 (111.595) 15.983 480.472 (464.489) 17.740 607.684 (589.944)
Aparelhos para Sinalização e Controle de Tráfego
5.252 8.559 (3.307) 3.576 5.940 (2.364) 813 8.083 (7.270)
Comando Numérico 4.501 27.784 (23.283) 6.202 32.948 (26.746) 13.082 46.775 (33.693)
Instrumentos de medida 138.950 652.957 (514.007) 177.511 975.338 (797.827) 204.070 1.280.101 (1.076.031)
Outros Equipamentos de Automação Industrial
56.623 91.103 (34.480) 72.078 248.246 (176.168) 73.498 316.422 (242.924)
Fonte: ABINEE, 2009.
160
O Quadro 10 mostra as variações interanuais para exportações e
importações dos segmentos de produtos listados anteriormente. Destaca-
se a elevada variação das importações de aparelhos eletromédicos
(303,4% em 2007 e 26,5% em 2008) e de outros equipamentos de
automação industrial (172,5% em 2007 e de 27,5% em 2008). Surpreende
positivamente o aumento de 110,9% das exportações de produtos de
comando numérico na passagem de 2007 para 2008.
Quadro 10 – Balança Comercial de Produtos do Setor Eletroeletrônico.
(Variações anuais – em %)
PRODUTOS
Exportações Importações
Ano 07/ Ano 06
Ano 08/ Ano 07
Ano 07/ Ano 06
Ano 08/ Ano 07
Alarmes 5,9 (0,4) 20,5 16,1
Aparelhos Eletromédicos 112,7 11,0 303,4 26,5
Aparelhos para sinalização e controle de tráfego (31,9) (77,3) (30,6) 36,1
Comando numérico 37,8 110,9 18,6 42,0
Instrumentos de medida 27,8 15,0 49,4 31,2
Outros equipamentos de automação industrial 27,3 2,0 172,5 27,5
Fonte: ABINEE, 2009.
4.2.2.3. Reflexos da Crise Financeira Mundial
Não faz parte do escopo desse trabalho discutir a natureza da crise financeira
mundial. O intuito é apenas retratar os possíveis impactos da turbulência externa
para a economia nacional, e, em especial, para o setor de Eletrônica para
Automação.
De todo modo, convém salientar que a crise atual deve sua origem aos
excessos do mercado de hipotecas americano. Como salientam Cintra e Farhi
(2008): ―As instituições que captavam os instrumentos financeiros criados pelos
bancos universais para escapar dos limites do Acordo de Basiléia, formaram o
chamado Global Shadow Banking System. Esses agentes captavam recursos no
curto prazo, operando altamente alavancados e investindo em ativos de longo prazo
161
e ilíquidos. Atuavam como bancos sem sê-lo e foram responsáveis por carregar os
derivativos de crédito lastreados nas hipotecas subprime. No entanto,
diferentemente dos bancos, eram displicentemente reguladas e supervisionadas,
sem reservas de capital, sem acesso aos seguros de depósitos, às operações de
redesconto e às linhas de empréstimos de última instância dos bancos centrais‖.
As informações do Quadro 11 mostram que a participação dos subprime no
total das novas hipotecas no mercado financeiro dos EUA passou de 8,6% em 2001
para 20,1% em 2006.
Quadro 11 – Volume Total de Hipotecas Emitidas nos EUA.
Anos Hipotecas Emitidas
Hipotecas Subprime
(A)/(B) (%)
Hipotecas Subprime
Securitizadas (C )/(B)
2001 2.215 190 8,6 95 50,4
2002 2.885 231 8,0 121 52,7
2003 3.945 335 8,5 202 60,5
2004 2.920 540 18,5 401 74,3
2005 3.120 625 20,0 507 81,2
2006 2.980 600 20,1 483 80,5
Fonte: Ernani Filho (2008).
Afora o necessário debate sobre a arquitetura do sistema financeiro mundial
que não é objeto deste estudo, deve-se ressaltar que foram 4 os canais de
transmissão da crise para a economia brasileira:
Efeito expectativas: as alarmantes notícias sobre a fragilidade do sistema
bancário americano, o aumento do desemprego ao redor do mundo e a
gravidade da situação de algumas empresas produtivas, principalmente do
setor automotivo, derrubaram os índices de confiança do consumidor e dos
empresários. No Brasil e no mundo, as sondagens feitas mostram que os
agentes temem o desemprego e por isso estão se tornando mais
cautelosos para assumir compromissos de longo prazo. Os Gráficos 15 e
16 a seguir expressam o comportamento dos índices de confiança para o
consumido e para a indústria no Brasil.
162
90
95
100
105
110
115
120
jan
/08
fev/
08
mar
/08
abr/
08
mai
/08
jun
/08
jul/
08
ago
/08
set/
08
ou
t/0
8
no
v/0
8
de
z/0
8
jan
/09
fev/
09
mar
/09
abr/
09
Indice de Confiança do Consumidor(IBRE/FGV)
Gráfico 15 – Índice de Confiança do Consumidor.
Fonte: IBGE, 2009.
60
70
80
90
100
110
120
130
jan
/08
fev/
08
mar
/08
abr/
08
mai
/08
jun
/08
jul/
08
ago
/08
set/
08
ou
t/0
8
no
v/0
8
de
z/0
8
jan
/09
fev/
09
mar
/09
abr/
09
Indice de Confiança da Indústria de Transformação (IBRE/FGV)
Gráfico 16 – Índice de Confiança da Indústria de Transformação.
Fonte: IBGE, 2009.
Efeito crédito: os primeiros (e graves) sintomas da crise foram percebidos
através da restrição ao crédito. Literalmente, o mercado de crédito ―travou‖
nos meses de outubro e novembro do ano passado, apontando discreta
melhora a partir de dezembro por conta das ações tomadas pelo Banco
Central e Ministério da Fazenda. De todo modo, o receio das famílias e das
empresas tem mantido as novas contratações de crédito em patamares
reduzidos. Formou-se uma expectativa positiva no mercado corporativo
163
após a disponibilização de mais R$ 100 bilhões no orçamento do BNDES
para 2009 e 2010. Se a situação não piorar, é provável que algumas
empresas retomem os seus programas de investimento paralisados após o
início da crise. De todo modo, a retomada não terá a mesma amplitude
anterior e estará restrita a alguns setores e empresas melhor posicionadas
no mercado.
Efeito câmbio: a desvalorização da moeda nacional ganhou proporção que
não se via desde 2002. Entre os meses de setembro de 2008 e fevereiro de
2009, a média mensal da cotação do dólar apresentou valorização de
24,2%. O impacto sobre a inflação era o mais esperado, mas por enquanto
os resultados tem sido modestos. Por sua vez, dada a forte compressão de
margem provocada pela valorização do Real no período que antecedeu a
crise, a mudança no cenário cambial representa boa oportunidade para as
empresas brasileiras recuperarem competitividade no mercado externo, a
despeito da fraca demanda por produtos nacionais.
Efeito exportações: o quarto - e derradeiro - canal de transmissão da crise
está representado pelo desaquecimento do comércio mundial e,
consequentemente, pela queda das exportações nacionais. É bem verdade
que o ritmo de crescimento das exportações brasileiras vinha dando sinais
de enfraquecimento nos últimos anos em razão da forte valorização do
Real. Apesar da abrupta reversão do cenário cambial em setembro/outubro
de 2008, o ritmo de crescimento das exportações manteve-se fraco, agora
provocado pela desaceleração do comércio mundial. Para o acumulado
janeiro e fevereiro 2009, a retração das exportações foi de 21,9% em
relação à igual período do ano anterior. O saldo comercial foi derrubado em
26,3% dentro da mesma base de comparação e não se agravou ainda mais
porque as importações caíram 21,6%, em face da retração dos
investimentos e da atividade econômica interna.
No quarto trimestre de 2008, sondagem feita pelo IPEA (2009) junto a várias
associações setoriais mostrava um contexto preocupante (Anexo III – Quadros 29,
30 e 31). No tocante ao volume de produção, apenas as empresas do setor de
164
papelão ondulado e editorial e gráfica apostavam em crescimento. Para setores
como siderurgia, tubos e acessórios de metal e fundidos, a queda esperada era de
mais de 20%.
Esperava-se ainda forte queda das vendas para o mercado doméstico e
externo. No mercado interno, as empresas de papelão ondulado foram as únicas a
sinalizar crescimento (até 5%). Para o mercado externo, setores como siderurgia,
automóveis, autopeças, fundidos, pneus, tubos e acessórios de metal e editorial e
gráfica já esperavam recuo de mais de 20% em suas vendas.
Entendendo-se que o segmento de automação guarda relação umbilical com
os investimentos gerados em outros setores da atividade econômica, convém
destacar que a crise financeira internacional desdobra-se em dois pontos
potencialmente negativos sobre as perspectivas para o investimento no Brasil6.
1º) o elevado grau de incerteza sobre o crescimento da economia mundial e
seus impactos no Brasil, levando a um adiamento das decisões de investimento;
2º) a redução na disponibilidade de recursos para investimentos. Essa
dificuldade abrange o financiamento através de lucros retidos, em um contexto de
redução do crescimento da economia. E não menos importante o desaparecimento
das fontes de financiamento externo.
Esse segundo aspecto é relevante tendo em vista que as empresas
brasileiras financiam seus investimentos, principalmente, através de lucros retidos. O
autofinanciamento respondeu por mais da metade dos fundos utilizados pelas
empresas industriais e de infraestrutura para viabilizar seus investimentos entre
2001 e 2007 (Quadro 12). Dentre os recursos de terceiros, destacam-se os créditos
do BNDES. Em média, o Banco respondeu por cerca de 20% dos recursos usados
para financiar os investimentos das empresas industriais e de infraestrutura no
período.
6 Para maiores informações, ver Torres Filho (2008a); Torres Filho (2008b) e Torres Filho (2009).
165
Quadro 12 – Fontes de recursos das Empresas Brasileiras – Indústria e Infraestrutura.
Modalidades 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Autofinanciamento 39% 60% 49% 57% 57% 42% 51%
BNDES 16% 22% 16% 19% 21% 21% 26%
Captações externas 30% 6% 30% 13% 10% 17% 9%
Debêntures 14% 10% 5% 9% 10% 15% 7%
Ações 2% 2% 5% 4% 3% 5% 6%
Fonte: Puga e Nascimento (2008).
A generalização do ciclo de investimento no período recente contribuiu para a
maior solidez do processo. As inversões em infraestrutura, além de aumentarem a
competitividade sistêmica da economia, tiveram a capacidade de alavancar
investimentos do setor privado em outros segmentos – o chamado ―efeito arraste‖. A
expansão dos setores de bens de consumo durável e de construção residencial, por
sua vez, gerou efeitos multiplicadores na economia ao elevar o nível de renda e o
volume de emprego. Por isso, o dinamismo do mercado interno se tornou relevante.
Infelizmente, a crise financeira internacional abortou esse processo. A queda
nos preços das commodities impactou setores que vinham liderando o crescimento
dos investimentos na indústria, tais como extração de petróleo e minério de ferro,
siderurgia e papel e celulose. A restrição ao crédito, por outro lado, teve efeito
significativo sobre o setor de veículos automotores e, em menor escala, sobe a
construção residencial.
Para o BNDES (2009), existem três grupos distintos de reação à crise
(Quadro 13). O primeiro é formado pelos setores cujos investimentos tendem a
continuar firmes, apesar do agravamento da crise internacional. É o caso de petróleo
e gás, eletroeletrônica, indústria da saúde, energia elétrica, telecomunicações,
saneamento e rodovias. São investimentos que dependem do Programa de
Aceleração do Crescimento – PAC, agora mais do que nunca, necessário para
acelerar o crescimento das grandes empresas estatais.
O segundo grupo é constituído pelos setores da indústria e da infraestrutura
cujos investimentos tendem a ser mais afetados pela crise – extrativa mineral,
166
siderurgia, papel e celulose e automotivo – quanto pelo recuo na construção
residencial.
Finalmente o terceiro grupo é formado pelos setores com elevados volumes
de investimentos considerados não firmes, motivados por outros fatores que não a
crise internacional, mas também devido a ela.
Quadro 13 – Investimentos Mapeados no Brasil (2009/2012).
(em R$ bilhões)
Desempenho no Período Ago/08 Dez/08
1 - Indústria e Infraestrutura 890,2 769,3
Investimentos mantidos
Petróleo e Gás 269,7 269,7
Energia Elétrica 141,1 141,1
Telecomunicações 77,8 77,8
Saneamento 49,4 49,4
Rodovias 27,8 26,7
Eletroeletrônica (inclui software) 27,0 24,0
Petroquímica 23,7 23,7
Indústria da Saúde 8,0 8,0
Investimentos reduzidos pela crise internacional
Extrativa Mineral 72,3 48,0
Siderurgia 60,5 24,5
Automotivo 35,3 23,5
Papel e Celulose 26,7 9,0
Investimentos reduzidos por outros fatores
Sucroalcooleiro 28,5 19,7
Ferrovias 28,9 17,0
Portos 13,6 7,2
2 - Construção 570,4 535,7
Investimentos reduzidos pela crise internacional
Construção residencial 570,4 535,7
3 - TOTAL 1.460,60 1.305,00
Fonte: Torres Filho et al (2009).
Considerando apenas os projetos ―firmes‖, o BNDES estima que haverá
crescimento de 9,6% dos investimentos no período 2009-2012, comparado ao
período 2004-2007 (Quadros 14 e 15). A análise dos setores afetados pela crise
internacional mostra que a indústria sofrerá a maior reavaliação nas perspectivas de
167
investimento, ainda assim deverá apresentar taxa de crescimento de 9,8%. A maior
rigidez dos projetos de infraestrutura implica em uma expansão anual real de 11,5%,
enquanto na construção residencial a redução da taxa de crescimento das inversões
deverá permitir avanço de 8,5% - o menor entre todos os segmentos.
Quadro 14 – Crescimento dos Investimentos (Projetos Firmes) – 2009/2012.
(em R$ bilhões)
Segmentos 2004-2007 2009-2012 Taxa de Cresc. Média ao ano
(%)
Indústria 281,5 450,1 9,8
Infraestrutura 185,3 319,1 11,5
Construção residencial 357,0 535,7 8,5
TOTAL 823,8 1.304,9 9,6
Fonte: Torres Filho et al (2009).
Quadro 15 – Desempenho Setorial – 2007/2008.
168
(Em R$ milhões)
SETORES Desembolsos
∆ % 08/07
Aprovações ∆ %
08/07 2007 2008 2007 2008
1 - Agropecuária 4.998 5.594 11,9% 5.158 5.191 0,6%
2 - Indústria 26.446 39.021 47,5% 38.174 57.734 51,2%
Extrativa 1.050 3.311 215,3% 4.421 12.665 186,5%
Alimentos e Bebidas 4.773 10.073 111,0% 7.351 11.305 53,8%
Têxtil e Vestuário 402 1.348 235,3% 887 1.052 18,6%
Celulose e Papel 1.808 858 -52,5% 337 1.038 208,0%
Química e Petroquímica 4.275 5.624 31,6% 6.187 6.869 11,0%
Metalurgia e Produtos 3.642 3.717 2,1% 4.093 10.414 154,4%
Mecânica 3.383 3.425 1,2% 3.728 3.745 0,5%
Material de Transporte 4.765 7.545 58,3% 8.313 7.001 -15,8%
Outros 2.346 3.120 33,0% 2.857 3.645 27,6%
3 - Infraestrutura 25.633 35.096 36,9% 45.651 44.304 -3,0%
Energia Elétrica 6.371 8.644 35,7% 12.828 17.097 33,3%
Construção 357 367 2,8% 1.214 1.067 -12,1%
Transporte Rodoviário 9.889 13.839 39,9% 9.953 14.151 42,2%
Transporte Ferroviário 1.485 1.193 -19,7% 3.914 1.270 -67,6%
Outros Transportes 1.940 3.171 63,5% 10.885 1.381 -87,3%
Atividade Aux.Transportes 1.012 621 -38,6% 1.796 2.717 51,3%
Serviços Utilidade Pública 1.197 1.072 -10,4% 1.143 1.797 57,2%
Telecomunicações 3.379 6.188 83,1% 3.948 4.822 22,1%
Outros 1 2 100,0% 1 2 100,0%
4 - Comércio e Serviços 7.815 11.166 42,9% 9.768 14.143 44,8%
5 - TOTAL 64.892 90.878 40,0% 98.750 121.371 22,9%
Fonte: BNDES, (2009).
4.2.2.3.1. Efeitos Diretos da Crise para o Setor de Eletrônica para Automação
Com base nas estimativas acima, torna-se desnecessário dizer que as
melhores oportunidades para o segmento de automação residem naqueles setores
cujos investimentos são considerados firmes. Se confirmada a disposição das
empresas desses setores de manter os investimentos previstos, como no caso da
Petrobras, há uma boa chance de crescer a Automação Industrial por razões
técnicas, mas também por razões mercadológicas derivadas da própria crise.
169
Para as áreas que puxaram o crescimento dos investimentos nos últimos
anos, como siderurgia, automobilística e extrativa mineral, os sinais são menos
alvissareiros. Certamente, levarão tempo para recuperar o ritmo anterior à crise. Não
são boas, portanto, as perspectivas de incremento da automação nesses setores.
Por outro lado, considerando-se o fato de que a crise tende a elevar a já acirrada
concorrência inter-capitalista, não é de todo improvável que investimentos
defensivos em automação venham a ser feitos nas empresas desses setores. O
aumento da concorrência chinesa e o estrangulamento do mercado externo em
várias regiões do mundo podem – e devem – provocar reações internas que façam
as empresas desses setores buscarem maior produtividade por meio da automação
dos processos produtivos.
A automação bancária é uma realidade consolidada no país. São menores os
graus de liberdade para investimentos maciços neste setor. Embora sólida e
lucrativa, a rede bancária do país não deve aumentar os seus investimentos,
principalmente em automação, durante a travessia da crise. Com a diminuição da
rentabilidade advinda das operações de crédito (consignado, direto ao consumidor e
imobiliário) e da aquisição de títulos públicos, por causa das reduções futuras da
taxa Selic, os bancos no Brasil tendem a manter postura defensiva, buscando operar
com ganhos de Tesouraria e arriscando pouco em novos negócios.
Para o setor do comércio, a situação pode ser distinta. Apesar da crise, a
probabilidade de crescimento da automação comercial não é de todo pequena. Se a
robustez do mercado interno for preservada, ainda que a taxas menores que dois
dígitos, é provável que o Brasil se torne um importante player para as redes já
instaladas e aquelas que têm a pretensão de ingressar no mercado local. O aumento
da concorrência, inevitavelmente, forçará mudanças nas redes atacadistas e
varejistas que, se por um lado, vão pressionar a indústria a oferecerem produtos a
preços menores, por outro, serão obrigadas a intensificar o uso de tecnologia e de
novas formas de distribuição e logística. Além disso, cabe ressaltar que o advento do
cartão de débito tem provocado maciça automação dos pontos de venda, o que
deve prosseguir nos próximos anos. O mesmo vale para a necessidade de aquisição
de equipamentos e softwares compatíveis com o uso da nota fiscal eletrônica. Além
de São Paulo, vários estados estão ingressando nessa nova sistemática de
170
cobrança do imposto, o que amplia os horizontes para empresas de automação
comercial.
No campo da Automação Predial/Residencial, as perspectivas devem ser
divididas. A interrupção de novos lançamentos imobiliários, por conta do
estreitamento das linhas de crédito, lança um horizonte ruim para as vendas de
produtos de automação predial/residencial. Em termos quantitativos, as vendas de
câmeras e produtos da área de telefonia, assim como toda a linha de bens voltados
para a automação interna dos apartamentos, vão cair. Por outro lado, como a
questão da segurança nas grandes cidades brasileiras ainda é fator crítico, não se
pode desconsiderar a manutenção das vendas para atender a esse segmento do
mercado. Se o agravamento da crise mundial trouxer repercussões sociais negativas
no Brasil, com aumento do desemprego e da pobreza, as vendas para esse
segmento, inevitavelmente, tendem a aumentar.
Mesmo dentro desse contexto pessimista, as empresas contam com a força
do mercado consumidor nacional e com os efeitos mais claros de todas as ações
dos governantes dos diversos países para evitar a recessão, e do próprio governo
brasileiro, para resgatar a confiança dos investidores.
Por outro lado, com o dólar valendo mais de R$ 2,00, melhorou a
competitividade dos produtos nacionais tanto no mercado interno como no exterior, e
isto, certamente, terá influência para o reposicionamento da produção local no
mercado.
É unânime entre as empresas pesquisadas que o setor terá neste ano um
crescimento aquém das projeções iniciais. No entanto, a perspectiva é de que
continuará acompanhando a trajetória do PIB, cujas projeções alcançam 3,5% para
2009, o que implicaria em um crescimento do setor em torno de 8%.
4.2.2.4. Considerações
Automação e inovação caminham juntas nos dias de hoje. Automatizar
processos e operações complexas ou aquelas que colocam em risco à vida humana
representa não apenas a possibilidade de evitar complicações trabalhistas, mas,
sobretudo, gerar resultados maiores e duradouros. Boa parte das inovações
171
recentes traz consigo processos automatizados e isto tende a ser a tônica para o
futuro.
Dado o estágio de desenvolvimento tecnológico do Brasil, o segmento de
Automação Industrial é cronicamente deficitário. Entre 1996 e 2008, o saldo
comercial foi sempre negativo e avançou ainda mais no ciclo recente de
investimentos (2006-2008). O déficit comercial subiu de US$ 1,1 bilhão para US$ 2,0
bilhões entre 2006 e 2008 – avanço de 81,0%. O avanço do déficit não impediu, no
entanto, que o faturamento do setor crescesse. Ou seja, pode-se intuir que as
empresas aqui instaladas se beneficiaram com a queda da cotação do dólar, ao
importar máquinas, equipamentos e programas com valores menores.
De fato, o faturamento do setor expandiu-se de R$ 2,4 bilhões, em 2006, para
R$ 3,7 bilhões, em 2008, o que representou incremento nominal ao redor de 27%.
Ainda assim, a participação relativa do faturamento do segmento de Automação
Industrial continua baixa no total das receitas líquidas do setor elétrico e eletrônico.
Situa-se abaixo de 3,0%, apesar do crescimento de 2,6%, em 2006, para 2,8% em
2008.
A crise financeira internacional solapou o ciclo de investimentos que a
economia brasileira vivia desde 2006. Certamente o desenvolvimento da área de
automação será afetado pela interrupção dos investimentos realizados em diversos
setores da atividade econômica. Existem ainda perspectivas favoráveis para a
Automação Industrial ligada àqueles setores que não devem interromper os seus
investimentos, conforme avaliação do BNDES. Na área comercial, as vantagens e
oportunidades advêm do provável acirramento da concorrência entre grandes redes
atacadistas e varejistas, caso o país consiga se preservar frente à crise. Por fim, na
área residencial/predial, o eterno problema da violência urbana nas metrópoles,
porém nos últimos tempos estendendo-se para cidades menores, abre uma janela
de oportunidades para o setor. Infelizmente, o mesmo não se pode esperar da
construção civil, cujos novos lançamentos imobiliários já desapareceram.
Finalmente, é necessário alertar os policy makers para as transformações e a
dinâmica inovadora que a automação promove. A ampliação dos gastos com
educação de qualidade e incentivos para que as empresas realizem P, D & I no país
são pré-requisitos para a superação do crônico déficit comercial que essa área
172
apresenta. Sem ciência e tecnologia, a automação no Brasil continuará progredindo
a reboque de outras nações.
4.3. Principais Produtos da indústria de Automação
Os principais produtos da indústria de Eletrônica para Automação utilizados
nos segmentos da Automação Industrial, Predial, Comercial e Bancária podem ser
classificados como: atuadores, sensores, controladores, redes de comunicação,
softwares, sistemas, concepção, serviços, integração e assistência técnica e suporte
tecnológico.
4.3.1. Atuadores
Os atuadores provêem ao sistema de automação a energia necessária para
atingir determinado objetivo projetado. A descrição dos principais tipos e atuadores
utilizados na Indústria de Automação é apresentada no Quadro 16.
Quadro 16 – Descrição dos principais tipos de Atuadores.
Item Descrição dos Principais Tipos de Atuadores
1 Atuadores Diversos: Eletromecânicos, Eletromagnéticos, Pneumáticos, etc.
2 Atuadores de aplicação geral com sistemas de segurança (certificação de SIL)
3 Atuadores Inteligentes
4 Atuadores Distribuídos com inteligência local e integração de sensores
5 Componentes Diversos: disjuntores, relés de proteção, inversores para motores e outros
6 Servo Posicionamento para altas velocidades e precisão
7 Acionamento de Eixos elétricos (cilindros)
4.3.2. Sensores
Os sensores medem grandezas dos processos automatizados (por exemplo,
o desempenho do sistema de automação ou uma propriedade particular de alguns
de seus componentes) gerando variáveis para os elementos de controle. A descrição
dos principais tipos de sensores utilizados na indústria de eletrônica para a
automação é apresentada no Quadro 17.
173
Quadro 17 – Descrição dos principais tipos de Sensores.
Item Descrição dos Principais Tipos de Sensores
1 Sensores Diversos: Eletroquímicos, eletromagnéticos, eletromecânicos, e outros
2 Sensores Inteligentes
3 Sensores Wireless
4 Sensores Distribuídos
5 Sensores integrados e sistemas de segurança específicos
6 RFID e sua integração nos sistemas sensoriais
7 Nanosensores
8 Tecnologia dos sensores a laser
9 Transmissores sem fio (Wireless)
10 Transmissores inteligentes
11 Dispositivos de Visão
12 Sensores e de segurança (certificação de SIL)
13 Elementos proporcionais de vazão e pressão
14 Réguas potenciométricas
4.3.3. Controladores
Eles utilizam as informações dos sensores para regular, controlar os
dispositivos e tomar decisões a partir de elementos finais de controle (hardware e
software), sistemas de aquisição e controle de informações. A descrição dos
principais tipos de controladores utilizados na indústria de Eletrônica para
Automação é apresentada no Quadro 18.
174
Quadro 18 – Descrição dos principais tipos de Controladores.
Item Descrição dos Principais Tipos de Controladores
1 CLPs - Controladores Lógicos Programáveis
2 CLPs associados a sistemas de controle em tempo-real
3 CLPs Híbridos
4 PC Industrial
5 SDCD (Sistema Digital de Controle Distribuído)
6 Programmable Automation Controller (PAC)
7 Unidades Lógicas de Controle genéricos e de segurança (certificação de SIL)
8 Controladores de processos industriais
9 Intertravamento
10 Sistemas de controle embarcados em Tempo Real
11 Terminais de auto-atendimento para agências de atendimento ao cliente
12 Interfaces Homem-Máquina
13 Sistemas de Controle Integrado robô/planta
14 Sistemas de Controle Distribuídos
15 Sistemas de Controle com auto-diagnóstico
16 Controle Avançado Multivariável (Advanced Process Control - APC)
17 Caixas automáticos
18 Centrais telefônicas
19 Controle de tráfego e estacionamento
20 Controle de Climatização
4.3.4. Redes de Comunicação
Redes de comunicação são consideradas sistemas de comunicação
industriais, considerando protocolos proprietários, avanço da ethernet industrial e
comunicação sem fio (Wireless), utilização da Internet para monitoramento
permanente à distância de instalações automatizadas. A descrição dos principais
tipos de redes de comunicação industrial utilizadas na indústria de Eletrônica para
Automação é apresentada no Quadro 19.
175
Quadro 19 – Descrição dos principais tipos de Redes de Comunicação Industrial.
Item Descrição dos Principais Tipos de Redes de Comunicação
1 Redes de campo
2 Redes Wireless padronizadas
3 Redes de Comunicação Wi-Fi e RF
4 Redes Industriais Baseadas em Ethernet
5 Protocolos de Comunicação genéricos e sistemas de segurança
6 Protocolos e redes de comunicação sem fio e altíssima velocidade
7 Dispositivos Wireless e Ethernet Compatíveis com padronização
4.3.5. Softwares
A sistematização de conceitos e procedimentos através de softwares de
concepção, simulação e exploração incluindo programação em tempo real. Devem
ser considerados os sistemas de supervisão inteligentes, sistemas de manutenção e
predição e monitoramento de falhas e sistemas MES (Manufacturing Execution
Systems). A descrição dos principais tipos de softwares utilizados na indústria de
Eletrônica para Automação é apresentada no Quadro 20.
176
Quadro 20 – Descrição dos principais tipos de Softwares industriais.
Item Descrição dos Principais Tipos de Softwares
1 Simuladores e Softwares Aplicativos
2 Simuladores para Treinamento de Operadores (Operator Training Simulators - OTS)
3 Manufatura colaborativa sobre as plantas de controle de processo
4 Ferramentas de Otimização de Planejamento de Produção
5 Gestão de Projetos, envolvendo requisitos, implementação, e comissionamento
6 Sistemas de Prototipagem Virtual para Projeto
7 SIS - Sistemas Instrumentados de Segurança e Gerenciamento de Alarmes
8 Nível de Integridade de Segurança – SIL
9 Plant Triage (Auditoria de Malhas)
10 Monitoração de informação e controle de fluxo Integrando RFID
11 Softwares de Integração entre robôs e plantas automatizadas
12 Sistemas inteligentes de serviços e de produção
13 Sistemas IHM e de Gerenciamento, com destaque para Supervisórios, baseados em objeto
14 Sistemas Operados remotamente
15 Sistemas de diagnóstico incorporado
16 Integração de Salas de Controle com SDCD utilizando Realidade Virtual
17 Sistemas de Balanço Automatizado de Produção e Processos
4.3.6. Sistemas
Sistemas são ferramentas de base que fornecem subsídios e conceitos para
Automação. A descrição dos principais tipos de sistemas utilizados na indústria de
Eletrônica para Automação é apresentada no Quadro 21.
177
Quadro 21 – Descrição dos principais tipos de Sistemas.
Item Descrição dos Principais Tipos de Sistemas
1 Sistemas de Aquisição de Dados
2 Sistemas de Automação
3 ERP - Integração na Automação
4 MES - Sistemas de Execução da Manufatura
5 PIMS & MES integrados a Business Intelligence (BI)
6 Sistemas Colaborativos de Gerenciamento de Projetos
7 Sistemas Integrados de Gerenciamento de Ativos
8 Sistemas de Controle de Workflow
9 Sistemas de Informação e supervisão inteligentes
10 Sistemas especialistas como ferramenta de suporte a decisão e IA (controle automático)
11 Sistemas de Aquisição de Dados
12 Sistema de cobrança (tíquete inteligente)
13 Prédios Inteligentes
14 Sistemas de Monitoramento de Alarmes
15 Sistemas de Transportes
16 Sistemas de Gerenciamento de Energia
4.3.7. Concepção, Serviços, Integração e Assistência Técnica
A concepção, serviços e assistência técnica são desenvolvidos através de
integradores com formação técnica para projeto, implementação, execução de
serviço, vendas, pós-venda, política de trocas, e assistência técnica em Automação.
A descrição dos principais tipos de serviços utilizados na indústria de Eletrônica para
Automação é apresentada no Quadro 22.
178
Quadro 22 – Descrição dos principais tipos de Serviços.
Item Descrição dos Principais Tipos de Serviços
1 Engenharia básica de projetos de automação (site survey, diagnóstico, projeto de sistema, etc.)
2 Integração de CLPs e SDCDs
3 Integração de sistemas (controle, segurança e gerencial)
4 Inspeção e teste de aceitação em fábrica e no campo
5 Treinamento
6 Comissionamento
7 Documentação
8 Suporte e assistência técnica
4.3.8. Suporte Tecnológico
Através de um suporte tecnológico torna-se possível a utilização de
tecnologias atuais em Automação, e o desenvolvimento e pesquisa de novas
tecnologias necessárias e imprescindíveis ao avanço da Automação. A descrição
dos principais tipos de suporte tecnológico utilizados na indústria de Eletrônica para
Automação é apresentada no Quadro 23.
179
Quadro 23 - Descrição dos principais tipos de Suporte Tecnológico.
Item Descrição dos Principais Tipos de Suporte Tecnológico
1 Elementos de suprimento e tratamento de energia
2 Microcontroladores, Microprocessadores e Dispositivos de Lógica Programável
3 FPGAs e PLAs (Program Logic Arrays)
4 Circuitos Analógicos (amplificadores, conversores AD, DA) e Fontes de Alimentação
5 Biochip
6 Condicionadores de Sinais Programáveis (conversor de sinal)
7 Elementos com maior grau de tecnologia incorporada para Diagnóstico
8 Materiais com novas propriedades eletromagnéticas e eletrônicas
9 Materiais Inteligentes
10 Utilização intensiva de Compósitos e materiais e FGM (function grading material)
11 Modificação dos materiais para obter sistemas altamente recicláveis
12 Exploração e Integração de Nanotecnologias, Nanosistemas e Nanoeletrônicos
13 Tecnologias de Controle discreto e contínuo
14 Inteligência Artificial
15 Estimação de Parâmetros
16 Fusão hardware e software para sistemas de informação
17 Linguagens de orientação a objetos, com técnica de IA e Sistemas operacionais de tempo real
18 Tecnologias de Controle orientadas a objeto (biblioteca) para utilização em sistemas especialistas (suporte) e IA (controle automático)
4.3.9. Considerações
Considerando a complexidade e abrangência da indústria de Eletrônica para
Automação torna-se imprescindível a classificação de seus produtos como:
atuadores, sensores, controladores, redes de comunicação, softwares, sistemas,
concepção, serviços, integração e assistência técnica e suporte tecnológico.
Entretanto, a utilização desses produtos pode ser diferente em cada um dos
segmentos em estudo. Enquanto a Automação Industrial utiliza de maneira
equilibrada todos os produtos classificados, a Automação Predial utiliza grande parte
desses produtos, mas possui importante ligação ao segmento de serviços,
integração e assistência técnica, e a Automação Comercial e Bancária apresenta
uma importante componente de utilização no setor de serviços.
180
4.4. Automação Industrial
4.4.1. Introdução
Automação industrial é o conjunto das técnicas e dos sistemas de produção
fabril baseado em sistemas com a capacidade de executar tarefas previamente
executadas pelo homem e de controlar sequências de operações sem a intervenção
humana, ou seja, é o sistema automático pelo qual, mecanismos controlam seu
próprio funcionamento, quase sem a interferência humana. A Automação Industrial
tem capacidade de controlar máquinas e processos quase independentes do
controle humano com a utilização de qualquer dispositivo mecânico ou eletro-
eletrônico programável.
Entre os dispositivos eletroeletrônicos pode-se utilizar computadores ou
outros dispositivos (como controladores lógicos programáveis, robôs ou CNCs),
substituindo, muitas vezes, tarefas humanas ou realizando outras que o ser humano
não consegue realizar. É um passo além da mecanização, onde operadores
humanos são providos de maquinaria para auxiliá-los em seus trabalhos.
4.4.2. Classificação
Pode-se ter automação de processos, que envolve o controle e
instrumentação de etapas no processo de produção; e a automação do
gerenciamento e tomada de decisões através de sistemas de informação. As
empresas do setor de Eletrônica para Automação podem ser classificadas em duas
divisões:
a) Automação Industrial: aplicações utilizando CLPs de pequeno, médio e
grande porte, Interfaces Homem Máquina, acessórios e softwares e
equipamentos para automação de processos, máquinas, gerenciamento,
para qualquer tipo, tamanho ou complexidade de automação; e
b) Automação Elétrica: aplicações envolvendo Automação de Usinas hidro
e termoelétricas, subestações - PCHs, Sistemas de Distribuição (remotas
de poste), Controle e Monitoramento de Tensão e Controle,
Telecomando/Telecontrole
181
A seguir serão descritas as principais aplicações desse segmento nos mais
diversos setores.
4.4.2.1. Automação de Processos Industriais
Conceitualmente, automação é o conjunto das técnicas baseadas em
equipamentos e programas com objetivo de executar tarefas previamente
programadas pelo homem e de controlar sequências de operações sem a
intervenção humana. Através de intertravamentos (sequências de programação) do
sistema, o usuário consegue maximizar com qualidade e precisão seu processo
produtivo, controlando, assim, variáveis diversas (temperatura, pressão, nível e
vazão) e gerenciando à distância toda a cadeia produtiva.
A automação permite o monitoramento de variáveis (exemplo: temperatura de
um tanque ou pressão de uma linha de gás) ou um controle sofisticado do processo
(exemplo: abertura e fechamento remoto de válvulas proporcionais) podem-se
avaliar algumas vantagens diretas na hora de investir em equipamentos ou na
melhoria de processos existentes. As principais aplicações são as seguintes:
Sistema de Aferição; Processos em geral; Processos Funil; Manufatura; Otimização
de processos produtivos.
4.4.2.2. Energia Elétrica e Sistemas de Energia
Principais Aplicações: automação de usinas hidro e termoelétricas;
automação de subestações; automação de pequenas centrais hidrelétricas - PCHs;
automação de sistemas de distribuição (remotas de poste); controle e
monitoramento de tensão e controle; e telecomando / telecontrole.
4.4.2.3. Saneamento
Principais Aplicações: automação de estação tratamento de água e esgoto;
automação de estação de tratamento de efluentes; macromedição; booster’s;
reservatórios e elevatórios; e captação e bombeamento.
182
4.4.2.4. Gerenciamento de Energia
Principais Aplicações: controle de qualidade de energia; controle de demanda;
controle de fator de potência; controle de consumo; e monitoração de tensão e
corrente.
4.4.2.5. Alimentação e Têxtil
Principais aplicações: fiação; tingimento; acabamento; tratamento;
refrigeração; estocagem; ensacadeiras / embalagens; e pesagem.
4.4.2.6. Incineração e Tratamento de Resíduos
Principais aplicações: estufas; incineração de resíduos sólidos; tratamento e
disposição de resíduos; maquinários específicos.
4.4.2.7. Couro e Calçados
Principais Aplicações: estufas; incineração de resíduos sólidos; automação de
processos para tecnologia limpa; e processos de conservação.
4.4.2.8. Máquinas e Equipamentos
Principais Aplicações: injetoras; moldes; extrusoras; prensas; máquinas de
pintura; máquinas de solda; e engarrafadoras.
4.4.2.9. Metalurgia e Siderurgia
Principais Aplicações: fornos; fundição; forjaria; afinação de aço; tratamentos
de resíduos sólidos; conformação de chapas; fornos; e laminação a quente e a frio.
4.4.2.10. Açúcar e Álcool
Principais Aplicações: armazenamento, moagem, envasamento, refino
e dosagem.
4.4.2.11. Petroquímica
Principais Aplicações: medição de gás; processos eletroquímicos; dosadores;
tratamento de petróleo e derivados; e transporte e armazenagem.
183
4.4.2.12. Outros setores da Automação
Esta grande área da Automação Industrial envolve o desenvolvimento de
projetos nas mais diferentes áreas de atuação das indústrias, dentre os principais
mercados podem-se destacar as áreas de farmacêutica e veterinária, química,
petroquímica, alimentícia, higiene e limpeza, vidraria, automobilística, cimenteira,
setor agrícola e pecuário, siderurgia, laboratórios e bancadas de testes. A seguir
serão descritas as principais atividades deste setor.
4.4.2.12.1. Automação Agrícola e Agroindústria
No começo desse novo milênio, tanto os computadores como a eletrônica tem
uma base bem estabelecida na agricultura e pecuária, e em indústrias preocupadas
com a produção alimentar e biomassa. As aplicações do monitoramento eletrônico e
controle para essas tradicionais indústrias têm sido estimulados pela constante e
grande influência dos computadores e eletrônica em todos os aspectos de nossa
vida. De uma maneira geral, a eletrônica deixou de ser considerada cara, complexa
e de benefícios duvidosos, como era vista uma década atrás.
A automação na agricultura é ampla e multidisciplinar a que nos permitiria dar
dezenas de outros exemplos de sua aplicação. Esse processo é irreversível e será
ainda mais explorado no futuro. Isso contribuirá com um ganho na produtividade
através de um melhor gerenciamento da informação. No entanto, não se pode
esquecer de que nesse processo as interações, homem e máquina, são muito
próximos. Interfaces homem-máquina devem ser bem planejadas e desenvolvidas e
exigirá, dos pesquisadores, um maior estudo dessa relação no processo de
automação.
Muitos desenvolvimentos específicos deverão ser realizados nos próximos
anos, consequência inevitável do progresso científico. Assim, é esperado que a
automação na agricultura avance continuamente nos próximos anos.
O processo de automação pode contribuir na área agrícola através da
melhoria de qualidade, redução de perdas, redução de riscos, aumento de
produtividade, melhor controle de custos e aumento do retorno de investimento,
planejamento do negócio, proteção ao meio-ambiente e também facilitar a vida do
produtor, consequentemente, proporcionando uma maior competitividade.
184
Inicialmente, as primeiras aplicações de instrumentação e controle na
agricultura foram direcionadas para os produtos de maior valor. Hoje se pode dizer
que a automação agrícola é encontrada nos setores da produção vegetal e animal,
pesquisa, ensino, extensão e planejamento. Dentre as principais aplicações podem-
se destacar:
Monitoramento eletrônico de máquinas no campo;
Controle integrado de tratores e de seus respectivos implementos; e
Agricultura de precisão, baseada em sistemas de navegação GPS,
sensores de produção nas mais diferentes formas para as diferentes
culturas e considerável potencial para a navegação automática de
máquinas no campo.
Outra tendência é a aplicação de visão artificial embarcada em uma máquina
agrícola, baseada em câmeras CCD. No campo, sua capacidade de reconhecer
culturas e características do solo tem servido de base para muitas aplicações na
condução de veículos e em tratamentos específicos. Esse tipo de tecnologia
possibilitará um processo seletivo de eliminação de plantas daninhas, trazendo
importantes benefícios para preservação do meio ambiente.
O processamento e análise de imagens na área agrícola, através do
sensoriamento remoto, tem sido de fundamental importância em vários aspectos.
Por exemplo, imagens coletadas por sensores localizados em satélites permitem a
identificação de solos degradados, áreas alagadas, identificação de culturas,
planejamento agrícola, auxiliam na preservação ambiental e em muitas outras
atividades.
A análise de imagens, além do sensoriamento remoto, também é usada para
quantificar doenças em raízes de plantas, identificação e seleção de grãos, cálculo
de área foliar de uma cultura, etc.
Dispositivos robóticos, ou máquinas computadorizadas para executar
atividades específicas sem a interferência humana, tem sido objeto de estudo na
área agrícola.
Junto a esta realidade outros fatores, como o altíssimo custo de mão-de-obra,
o envelhecimento da população rural sem perspectivas de renovação, a
185
necessidade de minimizar a exposição dos operadores a atividades insalubres e a
preocupação com a conservação do equilíbrio ambiental.
Todos estes fatores têm incentivado e justificado pesquisas em robôs
agrícolas moveis por grupos. Em particular, as necessidades de preservação e de
recuperação ambiental têm levado a um crescente número de trabalhos de pesquisa
nesta área.
Trabalhos têm apresentado soluções viáveis para o desenvolvimento de
máquinas agrícolas semi-autônomas ou autônomas que possibilitam operações mais
precisas para reduzir custos e minimizar o impacto ambiental de tarefas agrícolas,
como a aplicação de agro-químicos. Também se deve considerar que um robô
agrícola móvel pode dispensar elementos de ―conforto e ergonomia‖ e os custos da
eletrônica necessária para construção de um veículo estão cada vez mais
acessíveis. Um exemplo dessa eletrônica são os microprocessadores, câmaras de
vídeo, comunicação digital, receptores GPS (Sistema de Posicionamento Global)
entre outras. Empresas atuantes nessa área vêm buscando solução para viabilizar
as tecnologias de robôs agrícolas móveis, utilizando o padrão internacional ISO
11783, para eletrônica embarcada em máquinas e implementos agrícolas, possui
características para utilização de dispositivos para possibilitar a navegação.
As redes de comunicação têm proliferado em sistemas eletrônicos digitais e
embarcados em variados veículos e instalações. Se por um lado existem soluções já
adotadas e aceitas, por outro, o recente desenvolvimento das redes de sensores
sem fio poderá ampliar ainda mais a presença da tecnologia eletrônica no campo. O
uso de instrumentos transmitindo dados via rádio ou via infravermelho no ambiente
agrícola é comum há algumas décadas. Há atualmente várias opções no mercado
de estações climatológicas e de sistemas de automação de irrigação que se utilizam
desses meios de comunicação. A vantagem óbvia é a grande facilidade de
instalação e manutenção de sistemas operando sem fio no campo. Entretanto,
diante das possibilidades de aplicações do que se designou de computação
pervasiva ou sistemas ubíquos, estabelecidos através das redes de sensores sem
fio distribuídos no campo e atravessando as porteiras, os benefícios serão inúmeros.
Se a prática da AP nos modelos atuais permite uma economia potencial de insumos
e menor contaminação ambiental, esse impacto positivo pode ser ainda mais
186
significativo se o controle de processos, como a pulverização, for auxiliado por uma
ampla grade de sensores sem fio monitorando as plantas o solo e o ambiente com
informações espaciais em tempo real.
O desenvolvimento de sistemas de posicionamento global a partir da
utilização de redes neurais, como também o uso de sistemas de informações
geográficas (SIS) e sistemas de posicionamento global (GPS) também tem sido
utilizados na agricultura.
4.4.2.12.2. Automação Pecuária
Se forem aplicados os conceitos de Automação no processo produtivo agro-
pecuário, pode-se definir automação agrícola como: ―Tecnologia de Informação
aplicada ao setor agrícola e pecuário‖.
No setor pecuário a automação esta sendo cada vez mais utilizada, entre as
diversas aplicações podem-se destacar a análise de imagens para quantificação de
gordura de carcaça de suínos, na área de criação de animais.
A automação permite que o produtor identifique e obtenha informações sobre
o rebanho através de transponders, permite um melhor manejo e rastreabilidade dos
animais, controle da sanidade, controle da nutrição, melhor controle do ambiente da
instalação (controle de ventiladores e nebulizadores, automação de sistemas e
sistemas inteligentes de acionamento).
O uso da visão artificial por câmeras e ressonância nuclear magnética tem
sido usado para monitorar padrões de crescimento e comportamento animal.
Câmeras já são utilizadas por alguns produtores de animais, no exterior, para
controlar a rastreabilidade de rebanhos o comportamento dos animais em baias de
crescimento. O comportamento dos mesmos pode indicar variações de temperatura
ambiente, por exemplo, a qual poderá ser alterada pelo criador. Ainda, sensores de
odores podem ser usados para monitorar a dispersão de mau-cheiro do criatório.
Isso tem evitado maiores problemas em áreas mais densamente povoadas.
187
4.4.2.12.3. Automação da Cadeia Cana-Etanol
O bagaço, o bioproduto do processamento do etanol da fermentação da cana-
de-açúcar, é uma matéria prima altamente promissora para produção do bioetanol.
Ela já está disponível no local da agroindústria do etanol, e com a melhoria de
tecnologia de co-geração de energia aumentará a disponibilidade do bagaço. O
bioetanol obtido a partir do bagaço da cana-de-açúcar pode ser obtido no mesmo
local do etanol convencional obtido a partir do açúcar, usando de forma integrada as
unidades de fermentação e destilação, o que diminui custos de produção. O produto
obtido depois da hidrólise pode ser diluído no caldo da cana de açúcar, assim
diminuindo os impactos do potencial inibidor de fermentação.
Considerando a qualidade dos produtos gerados durante a produção do
bioetanol, as variáveis que influenciam a decomposição do açúcar e
consequentemente a produção de inibidores da fermentação (por ex. temperatura,
pressão, pH) devem ser determinadas. Estas variáveis podem mudar para cada tipo
de pré-tratamento e processos de hidrólise, e devem ser monitorados e controlados
para diminuir os efeitos dos inibidores. Variações na composição do material
influenciarão algumas das variáveis monitoradas/controladas em um processo
industrial (por exemplo, temperatura e pH).
Para identificar equipamentos, instrumentação e automação na produção de
etanol é necessário definir todas as operações dos processos e verificar as variáveis
que influenciam o comportamento do processo, monitorando variáveis de estado em
processos biotecnológicos utilizadas no ajuste da planta de etanol. É uma
promissora área de pesquisa com impacto significativo na indústria biotecnológica, e
que requer um eficiente monitoramento com sensores confiáveis para ajustar o
controle dos processos.
Outros aspectos importantes referem-se à modelagem computacional e
integração do processo, análises apropriadas da biomassa, à avaliação da
fermentação semi-sólida, incluindo o desenvolvimento de sensores robustos para
escala industrial, à geração e disponibilização de dados confiáveis dos processos
agroindustriais para permitir a modelagem e simulação, e que inclusive sugerem a
188
criação de uma ampla rede de troca de informações e integração entre os grupos de
pesquisa, como aspecto estratégico para avanço no setor.
Para o processo de plantio e colheita da cana de açúcar, a Agricultura de
Precisão (AP) necessita da automação. Tecnologias de sensoriamento remoto,
estratégia de amostragem de solo, usam de GPS e GIS (Sistema de Informação
Geográfico), entre muitos outros estão sendo adaptadas e desenvolvidas para o uso
agrícola, como o uso de sensores de refletância observando alguns espectros de luz
tem se mostrado viável para identificar níveis de nitrogênio, matéria orgânica,
insetos, plantas invasoras, entre outros, correlacionáveis através de espectroscopia
de luz. Alem de novos instrumentos para medir e construir mapa de condutividade
elétrica do solo tem surgindo no mercado.
A utilização de sensores ditos on-the-go são um dos grandes alvos da
indústria e da pesquisa nesta área. A técnica aproveitando o momento das práticas
agrícolas para realiza inspeção ou monitoramento da cultura, visando evitar custos
operacionais adicionais. Porém sua aplicação nem sempre é possível, em casos
como monitoramento de pragas, doenças, níveis de nitrogênio na planta e outras
variáveis da área cultivada, torna-se necessário entrar com instrumentos por terra na
cultura dificultando muito a realização de uma amostragem eficiente.
Tem surgido no mercado, serviços de fotografias tanto por satélite como por
aeronaves. Recentemente tem surgido no mercado Veículos Aéreos Não Tripulados
– VANT para realizar serviços de fotografias para setores de construção de obras.
Houve avanços significativos em ultimas décadas. Os vários trabalhos e
contribuições em métodos de sensoriamento remoto possibilitam hoje uma melhor
compreensão de como a refletância e emitância das folhas altera em resposta à
espessura e idade da folha, à espécie da planta, à forma da copa, estado nutricional
e estado hídrico da planta.
A presença da clorofila e sua absorção preferencial em diferentes
comprimentos de onda fornecem a base para utilização com plataformas
rádiométricas de banda larga por satélite ou sensores hiperespectrais que medem a
refletância em bandas estreitas. A compreensão da refletância das folhas leva a
diferentes índices vegetativo para quantificar diversos parâmetros agronômicos das
189
culturas, por exemplo, a área foliar, cobertura vegetal, biomassa, tipo de cultura,
estado nutricional, e de rendimento. Emitância de dossel é uma medida da
temperatura foliar e os termômetros infravermelhos têm possibilitado criar índices de
estresse de cultura atualmente utilizados para quantificar necessidades hídricas.
Para a cultura da cana ainda carece de estudos e de metodologia para obtenção da
variabilidade espacial.
O papel da automação tem sido a substituição da mão-de-obra na busca pelo
aumento da eficiência e competitividade. Apesar da existência da busca por
tecnologias inovadoras para que cultura da cana mantenha-se competitiva ainda há
espaço significativo para que a mecanização na forma mais convencional avance
nas etapas de cultivo, plantio e colheita antes da automação entrar em cena.
Porém, com a Agricultura de Precisão, os erros considerados desprezíveis
frente às grandezas encontrados no campo, tornam-se significativos. Sobreposição
na aplicação de insumos e espaços deixados pelas máquinas começa a ser
contabilizados. Qualidade na operação torna-se mensurável economicamente. Os
processos de monitoramento e medidas no campo tendem a se intensificar e esse
requer uma quantidade de mão-de-obra qualificada pouco disponível no mercado
brasileiro. Há, portanto potencial para sensoriamento automatizado.
A automação na nossa realidade tende para a busca da qualidade e
minimização de erros. Outro papel importante da Agricultura de Precisão é a
economia de insumo. A aplicação de insumos à taxa variada pode ser realizada
desde que haja máquinas automatizadas que possam aplicar de acordo com mapa
de recomendação ou indicada por um sensor ―on-the-go‖.
A adoção da Agricultura de Precisão requer uma mudança de postura na
gestão e passar a observar a variabilidade como um dos elementos a ser
considerado e gerenciado. Essa postura é considerada por muitos como uma
mudança natural de paradigma, porém essa mudança exige comprometimento e
muito investimento. Não se faz um investimento se o retorno for considerado incerto
ou se o momento não for adequado. Ainda estão sendo exploradas as
oportunidades e o potencial de retorno para essa cultura. A pesquisa deve ainda
aprofundar e apresentar soluções criativas e aplicáveis.
190
Com o advento da AP trouxe consigo uma quantidade relativamente grande
de instrumentos eletrônicos quer seja para auxiliar na navegação, quer seja na
aplicação de insumos.
A tecnologia de eletrônica embarcada em máquinas agrícolas tem se evoluído
de forma muito intensa no vácuo de outros setores. O poder computacional
disponibilizado às novas máquinas permite realizar operações agrícolas integradas
ao Sistema de Informação da empresa. Tratores e implementos com conexão
eletrônica intercambiável e com reconhecimento automático das funções ativas
poderá ser instrumentos comum de série. Porém o que se observa é a solução
proprietária de fabricante resultado de esforços próprios para atender à demanda.
Geraram-se então equipamentos e formatos de arquivo não compatíveis.
A conexão on-line com máquinas de diferentes fabricantes no campo tornaria
possível a realização de operações coordenadas em tempo real, reduzindo tempos
improdutivos, eliminando custos desnecessários e trazendo o aumento da eficiência.
Isso somente é possível se houver um padrão único de comunicação. Com essa
abordagem, o protocolo ISO 11783 está sendo elaborado. O potencial de uso do
padrão é real, pois agrega interesses de toda cadeia.
Assim uma série de oportunidades existe nas aplicações da agricultura de
precisão na cadeia cana-etanol, como:
Amostragens e monitoramento de solos e plantas;
Utilização de imagens;
Monitoramento na colheita com o uso de monitores de quantidade e
qualidade da cana;
Intervenções na lavoura, como por exemplo, nas aplicações de insumos
sólidos e líquidos;
No cultivo, o que inclui projetos de novas máquinas;
Utilização de piloto automático com planejamento de percurso;
Utilização de recursos matemáticos e computacionais para utilizar toda
informação;
Avaliações ambientais;
Utilização e aplicação de resíduos agrícolas e agroindustriais;
191
Desenvolvimento de sensores e ferramentas para rastreamento;
Desenvolvimento do ISOBUS como aspecto fundamental para ampliar a
versatilidade na utilização dos equipamentos de diferentes marcas;
Automação da irrigação em cana, necessária em várias regiões do Brasil; e
Sensores para plantadoras.
4.4.2.12.4. Automação da Logística de Produção de Cana-Etanol
A questão da logística é fundamental na produção do etanol e uma série de
possibilidades para a instrumentação e automação existe, incluindo ações em
parceria entre instituições públicas e iniciativa privada. Por exemplo, o
monitoramento de frotas nas Usinas, através de telemetria, com comunicação em
tempo real, é uma alternativa concreta, especialmente considerando que o preço da
informação via satélite ainda apresenta custo relativamente elevado.
A busca de alternativa para armazenamento da cana antes de entrar na
agroindústria é outra possibilidade a ser avaliada, para evitar os congestionamentos
e demora da entrada da matéria prima para processamento imediato, o que traz
prejuízos e perda de eficiência nas Usinas.
Também existem oportunidades de incorporações de sensores nas máquinas
para ações preventivas. Finalmente o transporte de palhas representa desafio
presente para a logística.
Também como contribuição para a logística, a Embrapa Solos liderou trabalho
de zoneamento agroecológico para a expansão da cana-de-açúcar para todo o
Brasil, levando em conta somente áreas passíveis de mecanização com colheita e
sem queima, ou seja, áreas com declividades inferiores a 12%.
Conforme relatado uma série de oportunidades e desafios para a
Instrumentação e Automação nas diferentes atividades agrícolas e agroindustriais da
cadeia cana-etanol existem. Considerando a tendência de evolução cada vez maior
das atividades relacionadas à produção do etanol evoluir, inclusive com a
internacionalização da produção e uso do biocombustível, uma plataforma de
pesquisa e inovação em instrumentação e automação para agroenergia seria
fundamental e poderia, em futuro próximo, ser articulada e implementada.
192
4.4.2.12.5. Automação do Setor de Gás Natural
A utilização do gás natural apresenta muitas vantagens econômicas, mas sua
maior contribuição é diretamente na melhoria dos padrões ambientais. Suas
principais aplicações são as seguintes:
a) Residencial e comercial: cozimento, aquecimento de água, calefação (em
regiões de clima frio), entre outros;
b) Industrial: combustível para fornecimento de calor, geração de eletricidade
e de força motriz matéria-prima nos setores químico, petroquímico e de
fertilizantes redutor siderúrgico na fabricação de aço; e
c) Automotivos: combustível para veículos leves e pesados.
Nesta área muitos trabalhos de Automação Industrial vêm sendo
desenvolvidos com o apoio da Petrobras através da Gaspetro voltadas para defesa
do meio ambiente, e com objetivo de oferecer a melhor alternativa energética de
hoje e do futuro - um combustível versátil, econômico e limpo que será
disponibilizado em escala compatível com a demanda de modo a alavancar o Brasil
rumo à modernidade energética, destacando-se:
a) Pesquisa Básica: desenvolvimento de sistemas integrados de simulação,
supervisão e controle da operação de distribuição de gás natural em
dutos, composto de software inteligente com interface gráfica e hardware
microcontrolado com transmissão de dados via cabo ou ethernet, de baixo
custo e alto valor tecnológico agregado que auxilie desde a etapa de
projeto de uma malha de distribuição ao monitoramento e controle em
tempo real do escoamento do gás natural nos dutos.
b) Pesquisa Aplicada: desenvolver soluções tecnológicas de válvula de
controle de pulso e seu acoplamento a um módulo pré-pago para ser
disponibilizado aos consumidores residenciais de gás natural;
c) Desenvolvimento de Novos Equipamentos e Tecnologia:
implementação de módulo único de processamento e controle do fluxo de
gás natural, microcontrolado, com leitor de cartão indutivo e válvula
193
solenóide de dois estágios com controle por pulso (restritor de vazão) para
ser acoplado a medidor de gás; e
d) Implantação do Produto Final: Desenvolver fornecedores para implantar
soluções de processamento e controle do fluxo de gás natural, em escala
industrial, a ser aplicado para diferentes classes de consumidores.
4.4.2.12.6. Automação da Indústria Farmacêutica
Normalmente, aplicações na indústria farmacêutica utilizam soluções na área
de automação de processos contínuos e discretos, incluindo serviços desde o
projeto elétrico até o start-up das unidades, possuindo protocolos padronizados pela
indústria farmacêutica, sistemas validáveis e sistemas de tecnologia de automação,
voltados ao aspecto gerencial das plantas controláveis.
A cadeia produtiva da indústria farmacêutica inclui as diferentes etapas que
cada vez mais necessitam de um alto grau de automação. Essas etapas
correspondem ao recebimento de produtos de base, armazenamento de insumos,
dispensação, produção, embalagem, armazenagem de produto acabado e
expedição, onde os principais atores desse processo são: Produção, Farmácias,
Distribuição, Armazenagem e Hospitais.
A automação do setor de distribuição de medicamentos é o ponto final dessa
cadeia, que é a atividade comercial que consiste no abastecimento, realização ou
fornecimento de produtos destinados à transformação, revenda ou utilização em
serviços médicos, unidades de saúde e farmácia, excluindo o fornecimento ao
público.
4.4.2.12.7. Automação de Sistemas de Irrigação
Nos últimos anos, a automação de sistemas de irrigação vem sendo
implantada de forma intensiva, principalmente em função do surgimento de técnicas
apropriadas que vem acompanhando a modernização crescente da agricultura e
abertura do mercado brasileiro às importações, principalmente com relação à
irrigação localizada, liderada por empresas americanas, israelenses e européias.
A necessidade da busca da otimização dos recursos produtivos, da
competitividade no mercado produtivo, da necessidade de aumento de produtividade
194
e redução de custos, leva a uma tendência de adoção de tecnologias capazes de
tornar a exploração cada vez mais competitiva e rentável. A automação de sistemas
de irrigação se faz necessária não somente pela possibilidade de diminuição dos
custos com mão-de-obra, mas principalmente por necessidades operacionais, tais
como irrigação de grandes áreas no período noturno.
As principais vantagens da automação de sistemas de irrigação os seguintes
itens:
Diminuição de mão-de-obra;
Irrigações noturnas sem necessidade de acompanhamento;
Redução da potência de acionamento e custo de bombeamento;
Precisão nos tempos e turnos de irrigação; e
Eficiência na aplicação de água.
4.4.3. Empresas
No Anexo IV deste panorama é apresentada a relação das principais
empresas que atuam no segmento de Automação Industrial, cadastradas na
ABINEE, e seus produtos.
4.4.4. Principais Produtos
No Anexo V deste panorama é apresentada a relação dos produtos nacionais
do segmento de Automação Industrial, cadastrados na ABINEE.
No Apêndice IV é apresentada uma descrição sucinta dos principais produtos
do segmento de Automação Industrial.
4.4.5. Marco Regulatório
O setor de Eletrônica para Automação é regido por normas especificas para
equipamentos de Automação para utilização em diferentes ambientes, com
destaque a áreas explosivas, sendo os mesmos classificados para aplicações nas
indústrias petroquímicas, produção de petróleo e gás, naval e offshore.
195
4.4.5.1. Instalação de Equipamentos em Plantas Industriais
Ao se instalar sistemas elétricos, de instrumentação ou de automação em
uma planta de processamento petroquímica, ou em um local onde possam estar
presentes produtos inflamáveis, as medidas de proteção tomadas e o grau de
proteção que elas conferem dependem do risco potencial envolvido. O estudo de
classificação de áreas tem por finalidade mapear e determinar as extensões e
abrangências das áreas que podem conter misturas explosivas e,
consequentemente permitir a posterior especificação de equipamentos e sistemas
adequados para cada tipo de área classificada.
Embora varie conforme as normas adotadas em cada país, classificação de
áreas sempre é feita em função do tipo de material inflamável presente e da
probabilidade de sua presença em concentrações que tornem explosiva sua mistura
com o ar. As áreas da planta de processamento são classificadas na fase inicial do
projeto, envolvendo principalmente a especialidade de processo, a partir das
informações relativas a dados, tais como a pressão, a concentração e o inventário
dos diversos produtos combustíveis presentes no processamento da planta. A partir
deste estudo de classificação de áreas, deve ser assegurado que a especificação e
instalação dos equipamentos atendam às exigências da área, em conformidade com
as respectivas Normas aplicáveis.
Um plano de classificação de áreas é um grupo de documentos que fornecem
informações sobre as áreas que contenham ou possam conter atmosferas
potencialmente explosivas de uma planta de processamento químico. Este grupo de
documentos compreende desenhos de plantas e elevações com as extensões das
áreas classificadas, lista de dados de processos sobre as substâncias inflamáveis,
lista dos dados das fontes de risco, e nos casos de espaços fechados, informações
pertinentes ao projeto de ventilação e de ar-condicionado, os quais possam afetar a
classificação ou a extensão das áreas classificadas.
Os documentos do plano de classificação de áreas de uma instalação
industrial constituem de um grupo de desenhos que mostram, em escala, o arranjo
completo das instalações industriais da planta, mostrando as marcações das
extensões das áreas classificadas. Estas extensões e tipos de áreas classificadas
devem ser definidos com base nas informações contidas nas listas de dados de
196
processo das substâncias inflamáveis e nas fontes de risco, para todas as
instalações existentes.
O plano de classificação de áreas deve ser elaborado com base na obtenção
de informações referentes às características do processo e da planta. Para esta
finalidade, adicionalmente às recomendações técnicas prescritas nas normalizações
sobre classificações de áreas, devem ser consultados profissionais da respectiva
planta, representantes especialistas das seguintes disciplinas:
Engenharia de processo;
Operação;
Manutenção e da inspeção de equipamentos;
Projeto (tubulação, caldeiraria, mecânica, elétrica e instrumentação); e
Segurança industrial.
Sempre que possível, um grupo multidisciplinar, formado por profissionais
representantes destas áreas, deve ser designado para os serviços de elaboração da
documentação requerida pelo plano de classificação de áreas.
Os planos de classificação de áreas elaborados em bases preliminares, ou
seja, em fases de projeto básico, devem conter notas indicando claramente que toda
a documentação foi emitida somente como base de referência e não são válidas
para a operação da planta. Nestas situações, toda a documentação do plano de
classificação de área deve ser revisada de acordo com os dados reais e certificados
de processo e de arranjo físico dos equipamentos, durante a fase de detalhamento
do projeto.
4.4.5.2. Princípios de segurança na classificação de áreas
Instalações onde os materiais inflamáveis são manuseados ou armazenados
devem ser projetadas, operadas e mantidas de modo que qualquer liberação de
material inflamável e, consequentemente, a extensão da área classificada seja a
menor possível, seja em operação normal ou com relação à frequência, duração e
quantidade. É importante examinar as partes de equipamentos em processo e
sistemas, os quais possam liberar material inflamável, e considerar modificações do
projeto para minimizar a probabilidade e frequência de liberação, quantidade e a
197
taxa de liberação de material. Em caso de atividades de manutenção, exceto
aquelas de operação normal, a extensão da zona pode ser afetada, mas é esperado
que esta seja controlada por uma sistemática de permissão de trabalho.
Os seguintes passos devem ser seguidos em uma situação que possa haver
uma atmosfera explosiva de gás:
a) eliminar a probabilidade de ocorrência de uma atmosfera explosiva de gás
ao redor da fonte de ignição; ou
b) eliminar a fonte de ignição.
Se estas medidas não forem possíveis de ser executadas, medidas de
proteção, equipamentos de processo, sistemas e procedimentos devem ser
selecionados e preparados de tal modo que a probabilidade de ocorrência
simultânea dos eventos a e b acima seja a menor possível. Tais medidas podem ser
usadas, independentemente, se elas forem reconhecidas como sendo altamente
confiáveis, ou em combinação, para atingir um nível equivalente de segurança.
4.4.5.3. Objetivos da classificação de áreas
A classificação de áreas é um método de análise e classificação do ambiente
onde possa ocorrer uma atmosfera explosiva, de modo a facilitar a seleção
adequada e instalação de equipamentos a serem usados com segurança em tais
ambientes, levando em conta os grupos de gás, assim como as respectivas classes
de temperatura.
Na maioria dos locais onde os produtos inflamáveis são utilizados, é difícil
assegurar que jamais ocorrerá a presença de uma atmosfera explosiva. Pode
também ser difícil assegurar que os equipamentos jamais se constituirão em fontes
de ignição. Entretanto, em situações onde exista uma alta probabilidade de
ocorrência de uma atmosfera explosiva, a confiabilidade é obtida pelo uso de
equipamentos que tenham uma baixa probabilidade de se tornarem fontes de
ignição. Por outro lado, onde houver uma baixa probabilidade de ocorrência de uma
atmosfera explosiva, podem-se utilizar equipamentos construídos com base em
normas industriais de aplicação geral.
198
4.4.5.4. Normas e Regulamentações
Atualmente, no Brasil, os projetos de classificação de áreas são normalmente
elaborados baseando-se na Norma ABNT: NBR IEC 60079-10 e em guias de
aplicação específicos, estabelecidos na normalização interna das próprias empresas
químicas ou petroquímicas. Tais guias de aplicação ou normas internas de
classificação de áreas são elaboradas com base nas características de seus
processos produtos, nas características dos produtos manipulados (explosões,
volume dos inventários, níveis de pressão, temperatura e vazão) e nos arranjos de
suas instalações (ao tempo ou no interior de prédios fechados). Normalmente tais
guias de aplicação contêm figuras típicas de classificação de áreas, com
determinação das extensões das áreas classificadas ao redor de fontes de risco,
equipamentos ou instalações típicas de seu processo produtivo.
O NEC (National Electric Code), em artigo 500 a partir do ano de 1996,
também passou a incorporar a designação de Zonas e de Grupos para os estudos
de classificação de áreas. Até então, a designação utilizada baseava-se em critérios
diferentes para a identificação de Divisões e Grupos. As Divisões eram denominadas
de Divisão 1 (equivalente à Zona 1 da IEC) e Divisão 2 (equivalente à Zona 2 da
IEC). Os Grupos eram subdivididos em Grupos A, B (equivalente ao Grupo IIC da
IEC), Grupo C (equivalente ao Grupo IIB da IEC) e Grupo D (equivalente ao Grupo
lIA da IEC).
Também a Norma API 505 – American Petroleum Institute - Recommended
Practice for Classification of Locations for Electrical Installations at Petroleum
Facilities passou a incorporar a definição de zonas em seus procedimentos de
classificação de áreas, a partir de 1997. Apesar das alterações ocorridas no NEC e
no API, alinhando-se com os as nomenclaturas internacionais da IEC sobre
classificação de áreas, ainda hoje podem ser encontrados projetos com a
terminologia antigamente utilizada nas normas norte-americanas, seja na
documentação de projetos antigos ou na documentação de equipamentos
importados dos EUA (BULGARELLI, 2006).
Uma relação das principais normas técnicas utilizadas no setor é apresentada
nos Apêndices II e III.
199
4.4.5.5. GT Ex - Atmosferas Explosivas
Grupo de trabalho composto por empresas dos segmentos de Automação
Industrial e material elétrico de instalação, onde essas empresas possuem produtos
certificados de acordo com SBAC - Sistema Brasileiro de Avaliação da
Conformidade. As seguintes empresas fazem parte atualmente desse grupo: ABB,
Alpha, Blinda, Bknav, Conex, Coester, Conexel, Consistec, Honeywell, Engro,
Invensys, Kap, Lince, Lumens Phoenix Contact, Rockwell Automation, Schneider,
Schmersal, Sense, Setha, SEW, Siemens, WEG e Yokogawa.
Este grupo tem como principal objetivo apoiar a certificação compulsória
implantando a certificação com inspeção dos fabricantes antes mesmo da Europa
defendendo a fiscalização das instalações até culminar na publicação da NR-10
incentivando a certificação de profissionais Ex.
4.4.5.5.1. Principais Atribuições
Apoiar a certificação Ex nacional;
Disseminar informações sobre o mundo Ex;
Contribuir na elaboração das políticas Ex;
Compor as comissões de certificação dos OCPs;
Avaliar os impactos da regulamentação Ex;
Orientar empresas sobre normas e políticas Ex;
Defender os interesses das empresas; e
Divulgar as regulamentações Ex aos usuários.
4.4.5.5.2. Principais Produtos
Material elétrico instalação (caixas, prensa-cabos, acessórios);
Iluminação industrial (luminárias);
Sensores (proximidade, nível, vazão, temperatura);
Atuadores (válvulas, conversores, acionadores);
Equipamentos especiais (analisadores, medidores);
Equipamentos de automação (PLCs, controladores, instrumentação);
Equipamentos de comando (CCMs, partidas); e
Motores elétricos.
200
4.4.5.5.3. Regulamentação Ex
Contribuir para a evolução do Programa Brasileiro de Avaliação da
Conformidade - PBAC, sem inviabilizar o mercado produtor e consumidor;
Aumentar a segurança das instalações;
Apoiar e acompanhar a atualização das normas técnicas;
Incentivar o desenvolvimento e atualização de produtos;
Esclarecer as regras de certificação ao mercado; e
Inibir a comercialização de produtos de origem duvidosa.
4.4.5.5.4. Vantagens da Nova Regulamentação Ex
a) DIPQ – Declaração de Importação de Produtos Ex
Viabilizar o mercado consumidor proporcionando aos usuários a
flexibilidade de poder utilizar equipamentos de reposição e produtos
diferenciados não certificados no SBAC devido abaixa demanda;
Coibir abusos por meio de restrições seletivas de produtos e de
quantidades; e
Viabilizar as inspeções nas plantas com a implantação do selo DIPQ
implementado pelos próprios OCPs, que podem inspecionar os produtos.
b) Produtos marcados Ex destinados às áreas não classificadas
Visando reduzir as variações de produtos, muitos fabricantes mundiais
disponibilizam somente as versões Ex;
Muitos destes produtos não viabilizam a certificação brasileira, pois o
nicho de aplicação não se justifica;
Ainda devido a diferenças de certificação adotadas em alguns países,
produtos para Zona 2 podem ser auto declarados, disseminando a
marcação em uma grande variedade de produtos;
A nova regulamentação possibilita a utilização destes produtos para
aplicações em áreas Não Classificadas;
A regra atual penaliza a grande maioria destes produtos, pois sua
aplicação usual não é em atmosferas potencialmente explosivas;
201
O logotipo INMETRO, o logotipo do OCP e a marcação BR Ex são
condições obrigatórias para a utilização em atmosferas potencialmente
explosivas; e
Usuários cada vez mais esclarecidos exigindo o certificado de
conformidade INMETRO dos produtos Ex, para compor o prontuário das
instalações elétricas, sob pena de fiscalização do MTE (NR 10).
4.4.5.6. Área de Refino
Na área de refino o processo requer muitos e complexos controles, diferentes
da área de exploração, onde a instrumentação para o refino é muito mais ligada ao
controle e a otimização dos processos. Uma das diferenças com as tecnologias
utilizadas no setor de exploração e produção é que o refino possui muitas malhas de
controle e unidades de processos mais complexas o que limita um pouco o uso dos
PLCs com supervisórios, que dão maior flexibilidade, utilizando SDCDs para apurar
mais o controle das unidades e opera-se com muitas IHMs.
De qualquer modo, têm-se muitas tecnologias semelhantes às utilizadas no
setor de Energia e Petróleo, mas com visões diferentes. Os sistemas de
transferência de custódia, por exemplo. ―O E&P faz medição fiscal para efeitos de
impostos e royalties; no refino, a medição tem seu foco no faturamento aos clientes
internos e externos, pois não se quer entregar menos que o comprado‖. As estações
de medição fiscal das refinarias basicamente usam medidores tipo turbina e
provadores. Só mais recentemente o refino começou a avaliar medidores ultra-
sônicos.
A área de refino é muito próxima à de qualquer indústria petroquímica porque
possui tanques de estocagem, utilizando medidores de nível de tanques, além de
outros processos, tais como tratamento de água, tratamento de efluentes, entre
outros. A refinaria também compra energia elétrica, gera energia elétrica, ar
comprimido para uso do processo e para instrumentação. No caso da Petrobras, a
interface com as outras áreas, tais como financeira, pessoal, contratação compras,
entre outras ficam por conta do software, utilizada por todo o sistema Petrobras. A
troca de informações de processo acontece, mesmo, em grande volume, entre as
plantas dentro de cada Unidade, existindo interações off site com clientes – via
Canal Cliente, um sistema especial, parte da Intranet da estatal, utilizado para
202
agendar a compra, o carregamento de caminhões e a transferência de produtos,
interagindo também de forma on-line nas pontas dos dutos da Transpetro,
integrando os sistemas de automação.
Segundo a equipe da gerência de tecnologia de automação, instrumentação e
elétrica, da área de abastecimento, os desafios das novas unidades de processo na
área de instrumentação do refino estão muito ligados às melhorias da qualidade de
combustíveis – visando adequar-se aos crescentes demandas na área de meio
ambiente e para aumentar a competitividade do negócio, utilizando ainda a
automação como aliada nesse processo. Em função das demandas do negócio, a
área de refino é um celeiro de desafios para a automação e instrumentação,
desenvolvendo soluções no projeto de novas refinarias, projetos novos em
combustíveis alternativos e voltados a adaptação das unidades de refino para
processamento de óleos pesados, o que demanda tecnologias específicas como
uma nova tecnologia para a medição de nível de dessalgadoras, por exemplo.
4.4.5.6.1. Instalações Elétricas e Automação de uma Unidade Industrial
O processo de regularização das instalações elétricas e automação de uma
unidade industrial classificada são baseados na norma NBR IEC 60079-14, que se
refere aos equipamentos com proteções necessárias para se trabalhar em área
classificada (tipo Ex). Assim, deverá possuir documentos de Classificação de áreas,
e também uma inspeção das áreas, onde serão relatadas as não conformidades,
baseadas na norma de Inspeção NBR IEC 60079-17, verificando se os
equipamentos estão de acordo com o tipo de zoneamento, Zona 0, Zona 1 e Zona 2,
referente a produtos inflamáveis, ou Zona 20, Zona 21 e Zona 22, referentes a
poeiras combustíveis e também se a instalação do mesmo foi executada da forma
adequada conforme norma citada.
Existem muitos tipos de proteção de equipamentos elétricos e eletrônicos Ex
certificados, para determinado tipo de zona, como: Ex-d, à prova de explosão; Ex-e,
segurança aumentada; Ex-p, pressurizado; Ex-i, segurança intrínseca; Ex-n, não
acendível; Ex-o, imerso em óleo; Ex-m, encapsulado, Ex-q, imerso em areia; por
isso é necessária a especificação correta do equipamento para a área a ser
instalada.
203
Na classificação de áreas se conhece o grupo de gases de nossa área e
também a temperatura de auto-ignição, estes itens são muito importantes para se
especificar os equipamentos adequados, além de que é compulsória a certificação
deles. O laudo de inspeção das instalações, segundo a norma citada NBR IEC
60079-17 obtêm-se as não conformidades em relação às áreas classificadas, ou
seja, vários itens referentes à falta de equipamentos, equipamentos inadequados ao
tipo de Zoneamento, tipo de instalação inadequada. Com esse laudo podem-se
providenciar as correções, adquirindo o equipamento correto e certificado, e fazendo
a instalação adequada. Existem muitos casos, onde a empresa adquire o
equipamento correto, porém em uma inspeção nota-se a instalação inadequada do
mesmo, não conforme normas.
O processo de regularização de uma unidade industrial deverá ser feito por
um profissional qualificado e habilitado. Os profissionais Ex deverão ter
conhecimento de normas, e experiência com esse tipo de instalação e automação
em áreas classificadas. Toda essa exigência origina-se da versão da NR 10, que
ratifica o compromisso das empresas em normalizar sua situação elétrica, estimula a
regularização de equipamentos de áreas classificadas e exige que as empresas se
preocupem mais com a segurança dos seus funcionários e patrimônio.
Instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de
incêndio ou explosões devem adotar dispositivos de proteção, como alarme e
seccionamento automático, para prevenir sobre-tensões, sobre-correntes, falhas de
isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação,
consequentemente as empresas deverão fazer a regularização para a obtenção do
Certificado das instalações elétricas em áreas classificadas, que será parte do
Prontuário da NR-10, juntamente com o Estudo de Classificação de áreas.
4.4.5.7. Atmosferas Explosivas
As normas brasileiras sobre atmosferas explosivas são elaboradas pelo
Subcomitê SC-31 (Atmosferas Explosivas) do COBEI - Comitê Brasileiro de
Eletricidade, Eletrônica, Telecomunicações e Iluminação, constituídas de cerca de
60 profissionais envolvidos em equipamentos e instalações elétricas em atmosferas
explosivas, representantes de cerca de 40 empresas nas áreas de consultoria,
projeto, instalação, fabricação, laboratórios de ensaios, Organismos de Certificação
204
acreditados pelo Inmetro, seguradoras, órgãos de classe, indústria siderúrgica, e
empresas das áreas químicas, petroquímicas e da indústria do petróleo, usuárias de
equipamentos e de instalações em atmosferas explosivas de gases, vapores,
névoas ou poeiras explosivas, cujo objetivo é elaborar e manter as normas
brasileiras referentes aos equipamentos e instalações onde exista o risco devido à
possibilidade de presença de atmosferas explosivas de gases, vapores, névoas ou
poeiras combustíveis empresas. A principal missão desse Subcomitê é a elaboração
de Normas Brasileiras, baseadas em texto condensado pelos integrantes do grupo,
no formato ABNT/NBR-IEC referentes aos equipamentos e instalações Ex,
equivalente à respectiva norma internacional IEC, onde exista o risco devido à
possibilidade de presença de atmosferas explosivas de gases, vapores, névoas
inflamáveis ou poeiras combustíveis, acompanhando a elaboração e participando da
evolução das respectivas normas técnicas internacionais elaboradas pelo TC-31 da
IEC.
O Subcomitê SC-31 possui atualmente uma carteira de trabalho de 35
normas, entre projetos de novas normas e de manutenção das já publicadas e
atualizadas através de novas edições. Nesta série de Normas encontram-se as de
procedimentos de classificação de áreas, de instalação, inspeção, manutenção,
reparo e revisão de equipamentos e instalações, especificações técnicas de
produtos, especificação e ensaios de graus de proteção de invólucros, definição das
características técnicas dos tipos de proteção e procedimentos de ensaios e de
desempenho dos produtos. Seguindo a tendência normativa mundial dos países
membros da IEC, incluindo o Brasil, as Normas que envolvem certificação de
produtos e de instalações Ex são Normas equivalentes IEC.
Esta política de normalização tem por objetivo harmonizar as Normas
Nacionais de cada país com a normalização Internacional, de forma a padronizar os
procedimentos de projeto, ensaios, marcação, certificação, classificação de áreas,
instalação, inspeção, manutenção, reparos e revisão de equipamentos e instalações
Ex. Desta forma, as normas que são elaboradas pelo Subcomitê SC-31 são normas
do tipo equivalente NBR IEC, ou seja, são normas harmonizadas com as respectivas
normas da IEC, sem desvios.
205
Sempre que o Brasil tem propostas de melhorias às normas Ex existentes, as
mesmas são enviadas para análise pelo TC-31, para incorporação nas normas
internacionais da IEC, de forma que tais comentários são também incorporados
pelas respectivas normas equivalentes NBR IEC. O Subcomitê SC-31 encontra-se
subdividido em seis Comissões de Estudo (CE), organizadas por temas e por áreas
de especialização técnica, de forma a otimizar a participação dos profissionais e
empresas envolvidas nos trabalhos.
4.4.5.7.1. Equipamentos e Produtos específicos
Existem empresas com propósito especifico de comercializar produtos para
as áreas de automação e eletricidade destinadas a utilização em atmosferas
potencialmente explosivas, dispondo de uma linha completa de produtos para
medição de vazão de líquidos e gases com eletrônica local e remota. Estas
empresas devem ser formadas por profissionais experientes e com um a estrutura
treinada para os serviços de assistência técnica pós-vendas, com atendimento
diferenciado e sempre atualizado em termos de tecnologias disponíveis no mundo,
que possam proporcionar a modernização de plantas industriais otimizando a
relação custo-benefício das instalações.
Pode-se citar como exemplo de equipamentos as Unidades Remotas para
Zona 1, um equipamento extremamente versátil, confiável e com protocolo de
comunicação totalmente aberto, Redes de Campo; Interfaces para controle na Zona
1 e Zona 2; Painéis pressurizados; Equipamentos de pressurização; Medidores de
vazão; Válvulas solenóides; Controles Aeronáuticos; Quadros de distribuição de
força para Zona 1 e Zona 2; Equipamentos Elétricos para Zona 1 e Zona 2.
4.4.5.7.2. Certificação INMETRO
Para certificação INMETRO esses produtos devem atender os seguintes
requisitos:
Comprovar que o equipamento fabricado ou fornecido para uso em área
potencialmente explosiva está em conformidade com as normas brasileiras;
Exigência legal e Obrigatória (Portaria 176 de 17.07.2000):
206
1. Exige que a partir de 2001 todos os equipamentos elétricos para áreas
classificadas ostentem a identificação da Certificação do Sistema
Brasileira de Certificação (SBC);
2. Mantém a certificação compulsória salvo as exceções previstas
(pequena quantidade, squid mounted);
3. Define a Norma do INMETRO NIE DINQP 096 fev/00 como regra
específica para a certificação de equipamentos elétricos para
atmosferas explosivas (hoje Portaria 083 de 03/Abr/2006):
Ensaio de tipo;
Avaliação do sistema de qualidade; e
Determina que a certificação se baseie nas normas IEC a partir de
maio 2004.
Conforme a Portaria 598 e pela própria NR 10 e também pela Portaria 126
de 03/06/2005 e NR28 e NR 03 as quais se estabelecem critérios de multa,
embargo e interdição, respectivamente.
4.4.5.7.3. Equipamentos, Produtos e Serviços
Os principais produtos utilizados específicos em atmosferas explosivas são os
seguintes: Conectores Elétricos, Módulos de Automação, Caixa de Passagem e
distribuição, Unidade de Controle de Pressão (Ex p), Estações de Controle e
Comando, Terminais de Visualização (IHMs), Coletores de Dados (Pocket PC),
Sensor Magnético (Magnetic Reed Switch). O Quadro 24 apresenta os principais
serviços realizados nessa área.
Vale a pena ressaltar que esses produtos e serviços têm vasta utilização no
setor de Gás Natural e Petróleo, como também em indústrias químicas,
farmacêuticas, e terminais de carregamento.
207
Quadro 24 - Relação de Serviços Específicos em Atmosferas Explosivas.
Relação de Serviços Soluções
Analisadores e Tecnologia de Medição
Analisadores e Sistemas de Análise Medição de Vibração Medição de Umidade Instrumentação Sísmica Medição de Temperatura Monitoração de temperatura
Tecnologia de Automação Interfaces e Barramentos Ex Sistemas de Visualização e Comunicação
Equipamentos Elétricos para Mineração
Motores Automação Conversores Sistemas de Controle Elétrico
Engenharia de Serviços Desenvolvimento de Soluções Serviços
Sistemas de Medição e Aquisição de Dados
Armazenamento, Distribuição e Manipulação de Fluídos Perigosos, Leite e Alimentos
Motores e Acionamentos Motores Ex d Soluções de Acionamentos Sistemas de Controle
Treinamento Serviços Seminários
Equipamentos de Controle e Conexões
Estações de comando e controle Sistemas de instalação Ex Unidades de pressurização Ex p Proteção em poeiras explosivas
Tecnologia de Aquecimento
Sistemas de aquecimento Componentes industriais Componentes domésticos Sistemas de detecção de vazamento Detecção de Água
Fonte: Bulgarelli, 2006.
4.4.6. Cenário atual da Automação Industrial
4.4.6.1. Contexto Atual
Nos últimos anos, a área de Automação Industrial está sendo repensada em
função do grande desenvolvimento experimentado pelas técnicas digitais. No
contexto industrial, há algumas décadas os problemas de automação são cada vez
mais importantes. A sociedade depara-se com o avanço da tecnologia e com os
seus desafios, que não são poucos. No entanto, observa-se que algumas perguntas
precisam ser respondidas para melhor encaminhar esta importante área do
conhecimento: como as instituições podem formar profissionais com capacitação
208
técnica suficiente para contornar suas próprias dificuldades? E garantir uma relação
técnica com a sociedade sem assustá-la? O assunto é diversificado, pois abrange
desde tópicos relativos à arquitetura de hardware e software, programação de
controladores lógicos programáveis, controle de malhas contínuas até o
gerenciamento estratégico de uma empresa, passando pela supervisão dos
processos industriais e pela logística da produção. As técnicas desenvolvidas para o
tratamento desses problemas atingiram hoje um relativo grau de sofisticação
tecnológica e formal, exigindo pessoal técnico com formação específica para sua
aplicação adequada.
Os cursos de formação profissional vêm se colocando na contingência de
munir seus estudantes de ferramentas que os possibilitem, no menor tempo
possível, se adequarem ao quotidiano técnico de uma empresa e, pelo maior tempo
possível, estarem preparados para se atualizar tecnicamente. Estes objetivos, em
parte conflitantes, conduzem para a seguinte questão: qual o compromisso ideal
entre profundidade e abrangência quando se leciona uma disciplina de automação
industrial?
De fato, as limitações de tempo em um curso de engenharia obrigam que se
opte ou por aprofundar certos tópicos da matéria, deixando o aluno sem visão de
conjunto, ou por dar uma idéia geral do problema, deixando lacunas na formação do
estudante que tornarão mais lento o acompanhamento dos avanços de seu campo
de trabalho. E assim, a formação de engenheiros qualificados para o futuro é
necessária, equilibrando estas decisões sobre profundidade e abrangência.
Segundo Paulo Freire, a tecnologia de um país é sua educação de qualidade, e a
tecnologia é a base de sustentação da economia e soberania de uma nação.
O atual desenvolvimento da tecnologia e, em termos mais específicos, da
automação, levou ao surgimento de novas técnicas de implementação de
funcionalidades, de forma a aperfeiçoar a produção industrial, a operação de
equipamentos, construção de dispositivos simples e baratos em larga escala e, em
último caso, fornecer um benefício ao usuário final. O aumento da capacidade
computacional dos dispositivos de processamento, o surgimento de novas formas de
comunicação industrial, com protocolos bem definidos e de desempenho eficiente, o
desenvolvimento de sistemas embarcados e implementação em hardware, as novas
209
formas de gerenciamento de informações de produção, por meio de sistemas
especializados, enfim, a tecnologia evoluiu bastante e, a serviço da automação,
dispõe uma variedade de alternativas para a implementação de formas mais
eficazes na resolução de problemas.
4.4.6.2. Desafios
Com base nisso, diferentes contextos permitem definir interessantes áreas
nas quais a tecnologia possibilita novas perspectivas atuais e futuras para o
desenvolvimento da automação. Em algumas delas, são levantados problemas
comuns que surgem da própria evolução tecnológica, como problemas sociais. A
maioria, porém, discute os benefícios de algumas tecnologias consideradas
relevantes para a automação.
Entre os muitos desafios da automação moderna, serão abordados neste
trabalho os seguintes: no campo social, Formação Técnica de Profissionais e
Educação da Sociedade quanto à Evolução Tecnológica Proporcionada pela
Automação:
1. Segurança e Confiabilidade em Sistemas Críticos;
2. Otimização de Informações, no sentido de Fornecer uma Interface Homem
Máquina Apropriada;
3. Reconhecimento de Padrões;
4. Identificação de Falhas em Sistemas de Automação;
5. Comunicação Segura entre Dispositivos Heterogêneos;
6. Sistemas de Automação Residencial;
7. Gerenciamento de Informações de Tempo Real;
8. Aplicações em Áreas correlacionadas a Medicina; e
9. Impactos Sociais e Ambientes Gerados pela Automação.
4.4.6.3. Cenário Atual da Robótica no Brasil e no Mundo
No Brasil a principal aplicação de robótica é na área de soldagem e
montagem industrial. A compra de robôs no Brasil fica muito abaixo da média
mundial, e o número de robôs novos comprados pela indústria brasileira vem caindo
desde 2000, segundo um relatório divulgado pela UNECE - United Nations Economic
Commission for Europe. Em 2000, a indústria brasileira adquiriu 700 máquinas, essa
210
quantidade caiu para 280 em 2002 e para 230, em 2003. O investimento lento no
Brasil contrasta com o aumento registrado mundialmente, onde em 2007, os
investimentos globais aumentaram em 19%.
Os números registrados no Brasil contrastam com os verificados em outras
regiões. Na América do Norte, o aumento no setor foi de 28%. No Japão, com cerca
de metade dos atuais 800.000 robôs existentes, o crescimento foi de 25%. Na União
Européia, o aumento foi mais modesto, de 4%. Mas segundo o estudo, isso se deve
ao fato de que a região apresentou dígitos duplos de crescimento de mercado desde
1994, com exceção de 1997 e 2001-2002.
Não há dados atualizados da aplicação da robótica em 2009. A Organização
das Nações Unidas (ONU) previu que o investimento no setor deveria continuar a
crescer e que haveria um aumento anual de quase 7% até 2007. Esse aumento nos
investimentos pode ser explicado por avanços em tecnologia, importante aumento
no custo da mão-de-obra especializada e, principalmente, na queda dos preços do
produto. No ano passado, um robô custou um quarto do preço registrado em 1990.
Em residências, o uso de robôs domésticos também tem aumentado. No fim
de 2003, cerca de 600.000 máquinas estavam em uso mundialmente. A previsão
para o período 2004-2007 é de que mais de 4 milhões de unidades devem ser
adicionadas a esse total. A maior parte dos robôs atualmente em uso é de
cortadores de grama e aspiradores de pó. Mas o estudo afirma que, no futuro, os
robôs estarão realizando todo tipo de atividade.
Estima-se que no mundo inteiro exista pelo menos um milhão de unidades
(possivelmente o estoque real está perto de um milhão de unidades), dos quais
400.000 no Japão, perto de 250.000 na União Européia e aproximadamente 120.000
na América do Norte. Na Europa, a Alemanha lidera com 112.700 unidades, seguida
por Itália com 50.000, França 32.000, Espanha com 30.000 e o Reino Unido com
20.000. Estima-se que o Brasil tenha mais de 9.000 unidades.
O número de robôs por trabalhadores existentes na indústria de manufatura é
aproximadamente 350 para 10.000 empregados no Japão, 150 na Alemanha, 120
na Itália, 100 na Suécia e cerca de 90 na Finlândia. Na Espanha, França, Estados
Unidos, Áustria, e Dinamarca. No Reino Unido, a densidade atingiu
aproximadamente 40.
211
Dentro do contexto mundial, dois setores se destacam:
Indústria automobilística: onde em países como Japão, Itália e Alemanha
há aproximadamente um robô para cada dez trabalhadores; e
Robôs de serviço atuantes em residências: estima-se um crescimento em
escala mundial, onde no final de 2003, aproximadamente 610.000
aspiradores autônomos e robôs cortadores de grama estarão em operação,
e entre os anos de 2004 - 2008, mais de 4 milhões de novas unidades
estão previstas. No Brasil não existe nenhum dado detalhado.
4.4.7. Principais Resultados
Pesados investimentos em automação são muitas vezes justificados pela
segurança de processos industriais e de infraestrutura críticos, pois a automação
tem sido vista como uma forma de minimizar o erro humano. Entretanto, alguns
acidentes graves em plantas químicas e nucleares têm chamado a atenção para a
possibilidade de ocorrência de eventos não previstos pelos projetistas dos sistemas
de controle. Nesses casos, a farta disponibilidade e informações não-relevantes,
ocupando tanto os sistemas quanto seus operadores, fez com que irregularidades
rapidamente evoluíssem para catástrofes. Verificou-se também que nem sempre os
operadores possuem um conhecimento sobre o processo coerente com quem o
projetou.
4.4.8. Considerações
As indústrias e atividades associadas à automação industrial e controle de
processos podem representar um importante papel na geração de empregos
altamente qualificados em física, química, engenharia, software e eletrônica e
microeletrônica.
A automação pode também contribuir para canalizar atividades científicas
para a criação de produtos com elevado conteúdo tecnológico e alto valor agregado.
Contudo, para que estes efeitos benéficos se tornem realidade, é fundamental
incrementar o valor agregado no país aos produtos e serviços de automação que
aqui são consumidos.
212
4.5. Automação Predial
O uso racional de energia elétrica, a segurança e conforto dos usuários e a
preocupação com o meio ambiente são fatores relevantes para o uso de tecnologias
de automação aplicadas em plantas. As plantas inteligentes são concebidas para
causarem o mínimo impacto ambiental, com o menor consumo de energia possível e
melhor aproveitamento dos recursos, além de proporcionar maior segurança e
conforto para seus usuários (MONTEBELLER, 2006).
Assim cada planta é diferenciada, tendo características próprias e inerentes a
cada aplicação, os conceitos de automação são utilizados no sentido de atender as
necessidades e requisitos e desta forma garantir que todos os sistemas atendam
estas demandas específicas. Essas aplicações podem ser direcionadas a
aeroportos, setor de alimentos e bebidas, edifícios comerciais, instituições
educacionais, indústria farmacêutica, administração governamental, hospitais,
hotéis, química, shopping centers, e outros setores.
A integração passou a ser uma exigência atual dos sistemas que compõem a
automação predial, onde o projeto de automação deve prever, além dos sistemas
básicos de controle e gerenciamento dos dispositivos, as redes de dados, voz,
multimídia, Internet, entre outros.
4.5.1. Conceito de Domótica
Domótica é a área tecnológica que se aplica à busca da eficiência,
produtividade, conforto e segurança necessários e imprescindíveis nas instalações
industriais, prediais e residenciais (SARAMAGO, 2002).
Este conceito surgiu no final dos anos 70, para resolver os problemas de
qualidade dos espaços habitacionais, surgem nos EUA os primeiros sistemas de
edifícios a serem eletronicamente controlados. Nos anos 80, surge o termo smart
house, intelligent house ou domótica, a partir do aparecimento de sistemas de
automação de segurança, iluminação e acesso justificados pela tendência de
economia de energia. A partir dos anos 90, a tendência é integrar os diferentes
sistemas (segurança, condicionamento ambiental, etc.) que compõem uma
edificação, com o objetivo de melhorar a produtividade e o conforto dos usuários.
213
Esta tecnologia permite a gestão de todos os recursos habitacionais,
apresentando inúmeras vantagens e motivações, entre as quais economia na gestão
da energia, conforto, segurança e comunicação.
Atualmente a evolução tecnológica dos diferentes sistemas de automação
aliada as novas tecnologias de comunicação em rede, tem estimulado a indústria de
construção a incorporar soluções inovadoras de Automação Predial em seus novos
empreendimentos levantando a um crescimento deste setor em cerca de 20% ao
ano e já é possível encontrar algumas construtoras que oferecem em seus
empreendimentos a base dessa tecnologia. (AURESIDE, 2009).
4.5.2. Classificação
A automação predial é considerada uma vasta área de aplicação do setor de
Eletrônica para Automação, e as empresas que atuam nessa área podem ser
classificadas em diferentes setores de aplicação.
Um projeto de automação predial exige um planejamento e especificação de
funcionalidades de modo a ter um investimento com possibilidade de retorno em
curto prazo de tempo, com possibilidade de incorporação de novas tecnologias em
qualquer momento. O planejamento deve ser orientado para as novas tecnologias,
necessidades, níveis de sistemas, manutenção e facilidade de utilização.
4.5.2.1. Edifícios Inteligentes
Os mesmos conceitos aplicáveis a residências também são utilizados para a
automação de edifícios, tornando-os muito mais eficientes, seguros e econômicos. A
automação de um edifício inteligente é caracterizada pela integração de diversos
sistemas.
O projeto de edifícios inteligentes deve considerar aspectos relacionados ao
tamanho, conforto, padrões de qualidade, integração e climatização de ambientes,
visando ainda à redução de custos de energia e manutenção. Assim, torna-se
imprescindível o desenvolvimento de um conjunto de soluções completas e
integradas para automação e controle de um edifício, capazes de atender as essas
214
demandas do usuário final e requisitos de planejamento, instalação e
comissionamento (SIEMENS, 2009).
Os principais sistemas a serem automatizados em um edifício (Figura 14)
são os seguintes:
Controle de ar-condicionado;
Controle de energia e consumo;
Controle de bomba de água;
Controle de alarme de Incêndio;
Racionalização de custos de energia;
Controle de iluminação;
Sistema de segurança;
Controle de acesso;
CFTV;
Detecção de incêndios;
Estacionamentos; e
Instalações elétricas, hidráulicas, gás, entre outros.
A automação desses sistemas permite o gerenciamento de recursos e
manutenção rápida de todos os dispositivos instalados no edifício, além de garantir o
bem estar dos ocupantes do local.
215
Figura 14 - Principais Sistemas de Automação de um Edifício Inteligente.
Fonte: Montebelller, 2006.
Aspectos relacionados à segurança de usuários e funcionários representam
um fator preponderante na escolha de um projeto de automação predial. Sensores
de presença em salas e escritório, controles de acesso, circuitos fechados de TV e
elevadores automatizados são apenas alguns exemplos, entre os muitos aplicáveis
para tornar um prédio seguro, confortável e prático atendendo, desta forma,
exigências de um público preocupado com a proteção pessoal e social.
O sistema predial abrange a automação elétrica, hidráulica e de ar-
condicionado; segurança patrimonial como controle de acesso, detecção e alarme
de incêndios; circuito fechado de televisão; sistemas de voz, sistemas de
comunicação via rádio, entre outros. Além desses, os sistemas de elevadores, de
geradores, no-break, redes de instrumentação elétrica inteligente e equipamentos
diversos do interior do edifício como cozinhas e lavanderias, também fazem parte da
Automação Predial.
A quantidade de elementos passíveis de automação em um edifício é grande
e a interligação desses elementos é uma tarefa difícil.
Automação Predial
(Sistema Supervisório)
Ar-condicionado
Outros
Sistemas
Segurança
Detecção de
incêndio
Controle de
Acesso
Iluminação
216
4.5.2.2. Automação Residencial
Automação da Rede Elétrica é uma das principais áreas da Automação
Residencial. Significa controlar e integrar todos os itens que envolvem energia
elétrica, ou seja, integrar os diversos itens energizados, como: portões, persianas,
portas, iluminação, sonorização, entre outros.
Os projetos de automação integrada em sistemas prediais modernos devem
incluir recursos de conforto e disponibilidade ao usuário, por meio da gestão
integrada de serviços e equipamentos de automação. Os principais recursos que a
Automação Predial deverá incorporar são os seguintes:
Gerenciamento e distribuição de energia e controle de demanda;
Controle de iluminação, de acessos e simulação de presença;
Controle bioclimático por meio de calefação, ventilação e condicionamento
de ar;
Distribuição, filtragem e aquecimento de água, segurança e comunicação
e acesso remoto;
Equipamentos multimídia: controle de áudio, vídeo e som ambiente;
Segurança (alarmes, monitoramento);
Telefonia e TV por assinatura com capacidade de monitoramento;
Redes de dados e informática;
Persianas e cortinas automáticas;
Eletrodomésticos inteligentes;
Utilidades (irrigar, bombas, aspiração central, gás); e
Sistemas de mobilidade e acesso (cadeiras de rodas, macas e
elevadores).
4.5.2.3. Automação de Sistemas de Transporte e Armazenamento
Automação ferroviária;
Torre de comando;
Vias de acesso;
Pátios de manobra;
Estacionamentos de Trens;
Estocagem de grãos;
217
Movimentações de cargas; e
Silos.
4.5.2.4. Outros Sistemas de Automação
Automação de subestações e usinas;
Automação de concessionárias de energia elétrica;
Automação sistemas de telecomunicação;
Concessionárias de energia, que são Centros de Operação de
Telecomunicação conectados a diversos sítios não atendidos. Nesses
sítios, são controlados equipamentos de infraestrutura, tais como: ar-
condicionado, grupo diesel gerador, sistemas de alimentação, no-breaks,
entre outros, e equipamentos de telecomunicação tais, como multiplex,
rádios UHF, VHF, sistemas de fibra óptica, entre outros;
Automação de concessionárias de água e esgoto;
Automação do sistema de gerenciamento de energia de uma cidade; e
Automação Predial de estações de trem.
4.5.3. Empresas
Considerando a importância do segmento de Automação Predial, a ABINEE
implementou uma área de acompanhamento denominada de Sistemas
Eletroeletrônicos Prediais constituída atualmente por 31 empresas (Quadro 25),
concentradas fortemente no estado de São Paulo e distribuídas geograficamente
conforme mostra o Gráfico 17.
218
Quadro 25 - Empresas constituintes da área de Sistemas Eletrônicos Industriais.
No Empresa Estado
1 Acces Control e Sistemas Ltda * SP
2 ACS Automacao Controles Sistemas Industriais Ltda * SP
3 Antenas Thevear Ltda * SP
4 AZ Indústria Eletronica Ltda * RS
5 Biometrus Ind Eletro-Eletronicas S/A * MG
6 Bycon Ind e Com Eletro Eletronicos Ltda * SP
7 Compatec Sistemas Eletronicos Ltda * RS
8 Comtex Indústria Comercio Imp Exp S/A * RJ
9 Controle Engenharia e Instalacoes Ltda * MG
10 Contronics Automação Ltda * SC
11 Danval Indústria de Equipamentos Ltda * SP
12 Exatron Indústria Eletronica Ltda * RS
13 Fort Knox Tecnologia De Seguranca Ltda * SP
14 Garen Indústria Eletroeletronica Ltda-ME * SP
15 General Electric Do Brasil Ltda SP
16 HDL da Amazonia Ind Eletronica Ltda * SP
17 Helmut Mauell do Brasil Ind e Com Ltda * SP
18 Intelbras S/A Ind Telecom Eletron Bras * SC
19 Kodo BR Eletronica Ltda * BA
20 Panasonic do Brasil Ltda * SP
21 Pial Legrand Gl Eletro-Eletronicos Ltda SP
22 Robert Bosch Ltda SP
23 Saturnia Sistemas de Energia Ltda * SP
24 Schneider Electric Brasil Ltda SP
25 Siemens Ltda SP
26 Sony Brasil Ltda SP
27 Sulton Produtos Eletronicos Ltda * PR
28 Teikon Tecnologia Industrial S/A * RS
29 Tron Controles Eletricos Ltda * PE
30 Vertex Indústria e Comercio Ltda * RS
31 VMI Sistemas de Seguranca Ltda * MG
Fonte: ABINEE, 2009.
* Empresas nacionais.
219
Gráfico 17 – Distribuição Geográfica da Concentração das Empresas que constituem a área de
Sistemas Eletrônicos Prediais.
Fonte: ABINEE, 2009.
A área de Sistemas Eletroeletrônicos Prediais é constituída dos grupos:
a) Segurança Eletrônica;
b) Sistemas para Incêndio; e
c) Automação e Controle de Conforto e Utilidade.
A Tabela 36 apresenta os dados globais de faturamento apresentados nesses
últimos cinco anos por esse segmento, representados pela venda de materiais e
equipamentos e serviços de integração (ABINEE, 2009). Pode-se constatar um
aumento significativo de crescimento anual do faturamento nesse setor a partir de
2006 (aproximadamente 30%).
Em relação ao período de 2009 a 2011 o crescimento do segmento estava
previsto para 20% ao ano (previsão de mercado para 2011 era de R$ 3,45 bilhões).
Entretanto, para estes três anos, a ABINEE está considerando um
crescimento menor, pois a base dos anos anteriores (2008, por exemplo) é mais
elevada e a crise internacional afetou este segmento, que é fornecedor de outras
indústrias que diminuíram fortemente seus investimentos. Para este ano, a ABINEE
prevê um resultado pouco negativo ou zerado.
220
Tabela 36 – Faturamento das Empresas constituintes da área de Sistemas Eletrônicos Industriais.
Ano Faturamento (em bilhões de R$) % Crescimento
2006 1,25 -----
2007 1,56 25%
2008 2,00 28 %
2009 * 2,40 20 %
2010 * 2,88 20 %
2011 * 3,46 20 %
Fonte: ABINEE, 2009.
(*): Valores previstos pela ABINEE, considerando crescimento de 20% ao ano.
No Anexo VI deste panorama é apresentada uma relação completa das
principais indústrias que atuam no segmento de Automação Predial, cadastradas na
ABINEE, e seus produtos.
4.5.4. Produtos
No Anexo VII deste panorama é apresentada a relação dos produtos
nacionais do segmento de Automação Predial, cadastrados na ABINEE.
No Apêndice V é apresentada uma descrição sucinta dos principais produtos
do segmento de Automação Predial.
4.5.5. Cenário Atual da Automação Predial
Um projeto em automação predial e deve prever os equipamentos e o espaço
físico utilizados para a automação de seus recursos. Os projetistas devem ter em
mente quais tecnologias serão utilizadas e qual o espaço físico disponível para o uso
dessas tecnologias. Dessa forma, os edifícios inteligentes devem ser capazes de se
adaptarem às futuras tecnologias sem que haja uma modificação profunda em sua
estrutura.
A automação de um prédio certamente será uma exigência do futuro,
entretanto a grande discussão gerada em torno desse contexto, é que a grande
maioria dos prédios não possui a infraestrutura necessária para a automação
exigida, devendo-se tomar a decisão de modificar a estrutura do prédio ou construir
novo prédio que atenda tais exigências.
221
As tecnologias Wireless podem facilitar a tomada de decisão, pois as mesmas
são disponíveis em sensores, equipamentos de controle e computadores e podem
formar redes sem estrutura física permitindo que prédios antigos, ou mesmo pouco
automatizados, possuam seus recursos interligados sem a necessidade de se
modificar a estrutura física desses prédios.
Considerando o crescimento da demanda e novas pesquisas nas áreas,
meios de implantar a automação de uma forma geral se tornarão mais acessíveis, e
com isso a domótica sustentável também se tornará mais barata, e em um futuro
próximo, praticamente todas as residências contarão com meios de torná-las mais
sustentáveis, e provavelmente a utilização desses dispositivos serão obrigatórios e
regulamentados.
4.5.6. Principais Benefícios da Automação Predial
A automação predial deve proporcionar ao usuário final:
Desfrutar de uma vida saudável, feliz e segura;
Realizar muitas tarefas automaticamente a fim de tirar de seus habitantes
o stress do gerenciamento da casa;
Integrar atividades residenciais, profissionais, de aprendizado e lazer; e
Não perturbar as pessoas com detalhes tecnológicos sobre como elas
realmente funcionam.
Este último item ilustra uma tendência que veio à tona ultimamente. Hoje em
dia, o foco de desenvolvimento da domótica tem sido centrado muito mais nas
pessoas e suas interações com o ambiente inteligente, e não mais em tecnologia e
inteligência artificial propriamente dita. Sendo assim, o termo ―inteligente‖ se tornou
obsoleto, ou ao menos fora de moda, e foi substituído por termos como ―casa alerta‖,
―ambientes integrados‖, ―ambientes vivos e interativos‖, ―casa obediente‖, entre
outros. As maiores motivações para o desenvolvimento da domótica não são
apenas luxo e conforto, como se pode pensar em um primeiro momento. As
principais motivações são:
A aceleração do ritmo diário das pessoas, com estilos de vida cada vez
mais ocupados, e consequente demanda por eficiência e flexibilidade no
dia-a-dia;
222
A quebra das barreiras do tempo e do espaço (crescente ―tele-presença‖);
O envelhecimento da população, levando a uma maior demanda de
idosos vivendo por mais tempo em suas casas;
A crescente demanda por segurança, devido ao aumento da criminalidade
e/ou senso de insegurança;
O aumento da necessidade de preservação do ambiente e de economizar
energia, promovendo o desenvolvimento sustentável e compensando o
aumento do preço da energia;
A crescente necessidade de ter em cada casa um ―santuário‖ da
privacidade, descanso e relaxamento; e
O modo de vida tecnológico das novas gerações, cada vez mais
crescente.
Diante dessas motivações, o interesse é cada vez maior em desenvolver
sistemas e dispositivos domóticos, a fim de controlar as várias funções de um
edifício inteligente. E mesmo que a domótica sustentável ainda não pague o
investimento com a economia que é capaz de gerar em um prazo aceitável, existem
pessoas que estão dispostas a pagar pela redução do impacto ambiental e do
consumo de água e energia. A Figura 15 apresenta um quadro de sustentabilidade
da Automação Predial.
Figura 15 - Sustentabilidade da Automação Predial.
Fonte: Canato, 2007.
223
4.5.7. Principais Resultados
Os principais benefícios da Automação Predial são a eficiência e economia,
onde a integração possibilita que sistemas distintos trabalhem de forma conjunta e
otimizada. Por exemplo, a integração do sistema de automação predial ao sistema
de detecção e alarme de Incêndio permite que na ocorrência de um evento, os
sistemas de ventilação de pressurização de escada sejam acionados
automaticamente e o ar-condicionado desligado. Dentre os principais resultados
podem-se destacar os seguintes:
Redução de custos operacionais;
Otimização da eficiência energética;
Melhoria na manutenção e diagnostico de solução e falhas;
Melhoria no gerenciamento de informações;
Maior flexibilidade; e
Arquitetura aberta – liberdade de escolha.
Todos esses aspectos e características garantem que uma determinada
planta terá mais conforto, eficiência, segurança e economia.
4.5.8. Considerações
A Automação Predial deve proporcionar ao usuário final, muitos benefícios,
não apenas considerando aspectos relacionados ao luxo e conforto, como também
proporcionar eficiência e flexibilidade da utilização de recursos, segurança,
preservação e racionalização de recursos ambientais, através da economia de
energia, promovendo o desenvolvimento sustentável.
Existe um interesse crescente em desenvolver sistemas e dispositivos de
automação predial, mesmo que a Automação Predial sustentável ainda não pague o
investimento com a economia que é capaz de gerar em um prazo aceitável, existem
pessoas que estão dispostas a pagar pela redução do impacto ambiental e do
consumo de água e energia.
O mercado da Automação Predial no Brasil apresenta um grande potencial a
ser explorado, sendo atualmente explorado apenas em serviços considerados
básicos tais como, acesso, ar-condicionado e segurança. Deve-se considerar que
um projeto de automação predial novo é mais fácil de ser implementado e de se
224
prever um retorno financeiro, ao contrário de um retrofitting de uma instalação antiga
onde podem acontecer imprevistos no projeto das instalações que acabam onerando
o projeto, alongando o tempo de retorno e desestimulando o empreendedor.
Nos Estados Unidos, Europa e Japão, os provedores de automação são
chamados pelos empreendedores para fazer a proposição da automação logo no
início do projeto e até fiscalizar o andamento das obras, o que não acontece ainda
no Brasil.
Em termos de investimento, o mercado de Automação Predial gera grandes
economias, algo em torno de 25%, chegando a pagar sozinho o investimento em um
ano — quando em projeto novo. No caso de um retrofitting, o valor desse tipo de
investimento chega a dobrar por conta das adaptações de vários protocolos,
entretanto, o retrofitting, em maior ou menor escala.
4.6. Automação Comercial
Sistemas de automação comercial designam genericamente aquele conjunto
de soluções - hardware e software combinados - que processam e gerenciam as
operações de venda do comércio, principalmente em nível de varejo
4.6.1. Introdução
Automação comercial pode ser entendida como um esforço para transformar
tarefas manuais repetitivas em processos automáticos, realizados por uma máquina
(EAN Brasil, 2003). Isto quer dizer que tarefas que são executadas por pessoas e
passíveis de erro, como digitação de preço dos produtos, quantidade de itens, uma
simples anotação do peso de uma mercadoria ou mesmo o preenchimento de um
cheque, na automação comercial são feitas por meio de computador com total
eficiência e maior velocidade.
As caixas registradoras mecânicas e eletromecânicas foram as precursoras
da automação comercial e causaram uma verdadeira revolução na gestão do
comércio. Em seguida, acompanhando a evolução tecnológica, surgiram as caixas
registradoras eletrônicas, concentrando-se na operação de registro e totalização das
compras efetuadas.
225
Sistemas de automação comercial designam genericamente o conjunto de
soluções composto por: dispositivos automatizados e/ou programas computacionais
combinados para facilitar o processo de automatização de processamento e
gerenciamento de operações de venda do comércio, principalmente em nível de
varejo.
Os dispositivos automatizados para automação comercial, comumente
conhecidos no mundo da publicidade, do marketing e da gestão de empresas, como
sistema POS (point of sale) ou PDV (ponto de venda ou serviço) são utilizados
normalmente em um local onde uma transação financeira ocorre, como, por
exemplo, o caixa de uma loja, ou o local onde estão as máquinas de cartão de
crédito. Esses dispositivos são correntemente utilizados em restaurantes, hotéis,
estádios, supermercados e lojas de varejo, ou seja, se algo pode ser vendido, existe
um sistema POS.
O POS utiliza uma linha telefônica para comunicação, e os cupons das
vendas são impressos pelo próprio POS, dependendo do tipo de equipamento
utilizado na transação, não sendo necessário o uso de um PC, automação comercial
ou ECF (equipamento emissor de cupom fiscal). Um exemplo claro de um POS são
máquinas de pagamento de cartões de crédito, sistemas que contabilizam a venda e
emitem nota fiscal ou mesmo as máquinas de VR (vale- refeição).
Da mesma forma, a expressão automação de escritório (office automation)
era uma expressão popular nos anos 1970 e anos 1980, antes que o computador
pessoal entrasse em cena. Nos dias atuais é um conceito que envolve o uso de
equipamentos de informática e programas computacionais para criar, coletar,
armazenar, manipular e retransmitir digitalmente informações necessárias para a
realização de tarefas e cumprimento de objetivos em um escritório ou local de
trabalho.
Armazenamento de dados brutos, transferências eletrônicas e gerenciamento
eletrônico de informações de negócios consistem nas atividades básicas de um
sistema de automação de escritório, que ajuda a otimizar e automatizar
procedimentos administrativos existentes.
A espinha dorsal da automação de escritório é a Internet, a qual permite que
os usuários utilizem a transmissão de dados, correspondência, voz e imagem por
226
meio da rede. Além destas, todas as demais tarefas realizadas em um escritório,
inclusive ditado, digitação, preenchimento de formulários, cópia, transmissão e
recepção de informações, gerenciamento de microfilmes e registros e utilização
centralizada de telefonia.
A automação comercial e de escritório proporciona a total integração entre o
homem e a máquina, reduzindo-se mão-de-obra e despesas. Tarefas passíveis de
erros, como cálculo e digitação de preços, quantidades, ou mesmo o preenchimento
de um cheque, na automação são feitas por meio de dispositivos automatizados e
gerenciados por computador, proporcionando total rapidez, eficiência e segurança.
Independente do segmento de atuação de uma determinada empresa, a
velocidade e confiança inseridas dentro da automação comercial são itens
fundamentais para garantir a satisfação de atendimento a um cliente, transformando
um negócio em sucesso, com competitividade, agilidade, qualidade de serviços
prestados e confiança.
4.6.2. Classificação
4.6.2.1. Automação de Setores Comerciais
4.6.2.1.1. Automação de Lojas
A frente de uma loja pode ser automatizada com coletores de dados
eficientes, PDVs inteligentes, sistemas de alto desempenho para capturar as
informações dos produtos, reduções de filas entre outros, que garantem um
atendimento rápido e eficaz. Na retaguarda de uma loja, são colocados dispositivos
para a captura automática de dados que podem auxiliar em diversas etapas, dentre
elas:
a) Movimentação de estoques: A utilização de coletor de dados otimiza de
modo eficaz as operações de movimentação, gerenciamento e
armazenagem de mercadorias, e os coletores com comunicação sem fio
tornam possível efetuar o controle do estoque em tempo real;
b) Auditoria de preços: Por meio do scanning das etiquetas nas gôndolas,
o coletor de dados confere no sistema se o preço está de acordo com a
gôndola e com o check-out, e no caso de necessidade uma nova etiqueta
227
é impressa. O processo possibilita a eliminação de diferenças entre o
valor do produto na gôndola e no caixa, evitando questionamentos do
cliente e dando mais fluidez ao check-out;
c) Pesquisa de preços de concorrentes: Permite a coleta de preços de
forma rápida e em maior volume. Sua apuração disponibiliza dados para
realizar uma comparação com os preços encontrados no mercado. Este
recurso viabiliza o aumento do número de produtos pesquisados, de
forma a minimizar perdas; e
d) Serviços ao cliente: Possibilidade de agregar ao negócio as soluções de
eliminação de filas, lista de presentes, pesquisa de opinião e apoio a
vendas.
Por meio da identificação dos estoques e utilizando coletores de dados, os
inventários se tornam muito mais rápidos, precisos e seguros, garantindo a redução
de estoques e um controle preciso do mesmo.
O inventário pode ser feito em tempo real ou não, com o uso de coletores de
dados que, além de reduzir o tempo e o custo do processo, garantem a total
qualidade das informações de estoque. Além do inventário de produtos, um
estabelecimento comercial pode também ter um controle preciso dos bens
patrimoniais e isto pode igualmente ser feito com o emprego de coletores de dados.
4.6.2.1.2. Automação de Bares e Restaurantes
Para a Automação de Bares e Restaurantes poderá ser disponibilizado ao
cliente um sistema integrado de controle de estoques através de comanda
eletrônico. Consequentemente, o sistema gerenciaria o consumo dos clientes e
evitaria o problema de perda de comandas, já que todas as transações ficariam
armazenadas em um PC. O consumo também dispararia ordens de compra quando
o estoque de determinado produto estivesse abaixo de um limite. A implementação
deste sistema também permitiria conhecer os clientes melhor permitindo assim a
prestação de serviços diferenciados.
Outro serviço que poderá ser implementado é o serviço de atendimento ao
cliente através de garçom eletrônico. Nele, um sinal enviado por rede sem fio para
228
uma central que irá registrar uma chamada e sinalizar em um painel, onde as
mesmas serão inseridas em uma fila de atendimento, podendo os clientes
acompanhar o andamento dessa fila através do painel eletrônico.
4.6.2.1.3. Automação de Supermercados
Os seguintes serviços poderão ser disponibilizados:
Sistema integrado de controle de estoques ligado diretamente no caixa. O
sistema providenciaria um modelo matemático para programar a compra
mantendo sempre um estoque de segurança e minimizando o preço de
estoque e frete; e
As pequenas lojas apresentam sistemas semelhantes aos dos
supermercados, mas mais customizáveis mais simples de operar e com
interfaces mais amigáveis.
4.6.2.1.4. Automação de Consultórios
Os seguintes serviços poderão ser disponibilizados ao cliente:
Sistema customizado de controle de clientes;
Envio de malas diretas;
No caso de atendimentos, envio de mensagens de confirmação de
agendamento; e
Envio de mensagens de marketing.
4.6.2.2. Automação de Depósitos
4.6.2.2.1. Processo de Separação
A aplicação de separação de produtos (picking) opera a movimentação dos
produtos das posições de armazenagem no depósito para a área de conferência e
embalagem, ou diretamente para o embarque nos caminhões. Esta separação pode
ser executada por pedido de venda individual ou consolidada em vários pedidos,
dependendo das características do processo.
Utilizando-se dos coletores de dados e do sistema de redes sem fio, o
sistema de gestão informa aos operadores as atividades de separação que devem
229
ser executadas, dados do pedido de venda, produtos, lotes, quantidades e posições
de armazenagem.
Concluída a separação, o sistema pode disparar a geração das notas fiscais
no sistema de gestão. Desta forma, a execução da separação é orientada e
controlada pelo sistema, eliminando as movimentações desnecessárias e
aumentando a velocidade dos carregamentos, ao mesmo tempo em que garante a
produtividade do depósito e a segurança do processo.
Com a automação, os sistemas funcionam com informações precisas e em
tempo real, conseguindo otimizar e direcionar a rota de separação eliminando erros,
ganhando-se tempo no processo, garantia de 100% de rastreabilidade e redução de
custos.
4.6.2.2.2. Recebimento, Conferência, Embalagem e Expedição
O processo de conferência é uma garantia adicional de que o produto certo
está seguindo para o cliente certo. Esta operação é feita rapidamente e sem erros
por meio de um sistema de coleta de dados. Basta o operador registrar o número do
pedido ou da ordem de separação e em seguida ler os códigos dos produtos
separados.
Qualquer erro de excesso ou falta de itens é automaticamente sinalizado pelo
sistema, permitindo a correção do problema antes da expedição para o cliente.
Dentre os principais benefícios podem-se destacar:
Expedição correta dos produtos;
Diminuição de volumes na área de expedição;
Expedições mais rápidas; e
Otimização do processo.
4.6.2.2.3. Inventário
As contagens dos estoques podem ser executadas pelos coletores de dados
a partir de uma lista gerada pelo sistema de gestão com os itens a serem
inventariados, ou a partir da contagem total dos itens no depósito e suas posições
de armazenagem. Esta aplicação reduz o tempo e os custos de execução do
inventário, garantindo a confiabilidade do processo, evitando erros na identificação
230
visual dos produtos, no preenchimento de planilhas e na digitação dos dados. Dentre
os principais benefícios podem-se destacar os seguintes:
Informações on-line sobre o estoque;
Garantia de reposições de estoque mais eficientes;
Redução de até 70% no tempo de realização de inventários;
Otimização do processo; e
Redução dos custos.
4.6.2.2.4. Movimentação nos Depósitos
A operação é executada com o uso de coletores de dados a partir da leitura
da etiqueta do item (unidade, embalagem ou pallet) indicando posição de
armazenagem, origem e destino da movimentação.
Esta movimentação, realizada com coletores de dados integrados ao sistema
de gestão, gera automaticamente neste sistema uma transferência dos saldos de
estoque dos materiais entre depósitos. Além disso, a movimentação automatizada
garante que o produto certo está sendo movimentado para o lugar certo. Dentre os
principais benefícios podem-se destacar os seguintes:
100% de integração da operação ao sistema;
Eliminação dos erros de movimentação de materiais;
Ausência de paradas na produção e re-trabalhos;
Otimização do processo; e
Redução dos custos.
4.6.2.2.5. Controle de Qualidade
O uso de coletores de dados móveis possibilita que o controle de qualidade
seja executado automaticamente durante os processos de recebimento e produção
e no ponto da operação.
A liberação ou reprovação pelo controle de qualidade pode ser executada a
partir dos coletores, o mesmo acontecendo com o roteiro de inspeção ou a retirada e
identificação de amostras para laboratório.
Todos os relatórios de qualidade podem ser preenchidos no local da inspeção
diretamente pelo operador, permitindo que as informações sejam enviadas
231
rapidamente para o sistema e se tornam imediatamente disponíveis. Dentre os
principais benefícios podem-se destacar os seguintes:
Eliminação de papel;
Relatórios on-line e diretamente no sistema;
Tomadas de decisões rápidas e precisas;
Eliminação de paradas na produção, no recebimento ou na liberação de
produtos;
Otimização do processo; e
Redução dos custos.
4.6.2.3 Automação das Vendas
A solução de automação de vendas permite a automação dos processos
realizados pela força de vendas a partir da utilização de coletores de dados, onde os
vendedores ficam integrados e conectados às suas empresas, com todas as
informações necessárias em mãos, sem precisar fazer uso de papéis, reduzindo
custos operacionais e erros de digitação. Isto faz com que a empresa torne-se mais
competitiva, aumentando sua produtividade no processo de vendas, aperfeiçoando a
atuação da equipe, reduzindo custos e melhorando a comunicação. Dentre os
principais benefícios podem-se destacar os seguintes:
Processo rápido e eficaz na captura de pedidos dos clientes;
Controle das atividades da equipe de vendas;
Fácil acesso às informações da base de clientes e produtos da empresa; e
Fácil comunicação com a matriz.
4.6.3. Empresas
No Anexo VIII deste panorama é apresentada a relação das principais
indústrias que atuam no segmento de Automação Comercial, cadastradas na
ABINEE, e seus produtos.
4.6.3.1. Exemplos de Empresas Atuantes no Brasil
A Itautec Philco, empresa do Grupo Itaú atua basicamente em eletrônica de
consumo e informática/automação, entrou no segmento de Automação Comercial a
232
partir da sua similaridade com a Automação Bancária, onde historicamente tem forte
presença.
A empresa Dataregis, de capital nacional, foi criada durante os anos da
reserva de mercado para a produção pioneira de caixas registradoras eletrônicas no
país. Seu faturamento provém totalmente da Automação Comercial, produzindo,
além das caixas registradoras, soluções de automação diversas, como terminais
PDV, sistema de preenchimento de cheques, scanners de mesa e de mão,
impressoras fiscais entre outras. A empresa vem desenvolvendo tecnologia própria
para diversos produtos.
A Unisys, esta entre as quatro principais empresas mundiais do setor,
entretanto é a única que não têm fabricação de hardware no país. Outras empresas
como Sid, Zanthus, NCR e Sweda vêm perdendo nos últimos anos a participação no
mercado.
A IBM que é uma das empresas líderes mundiais neste segmento, começou a
atuar mais agressivamente no mercado nacional a partir de 1993, tendo forte
representatividade no segmento no Brasil, onde atua em quatro frentes principais:
1. Serviços de informática de maneira geral (processamento de dados até
consultoria, instalação de redes e software);
2. Mainframes;
3. Microcomputadores; e
4. Automação comercial, em que dispõe de toda a gama de componentes de
soluções para automação, a maioria com tecnologia própria.
4.6.3.2. Situação do Mercado de Soluções
As duas maiores empresas do mercado são a IBM e Itautec Philco (Gráfico
18) que representam cerca de 60% do mercado de negócios específicos para
Automação Comercial incluindo:
1. Marketing;
2. Comercialização;
3. Projeto/desenvolvimento de equipamentos; e
4. Montagem/fabricação.
233
Gráfico 18 - Mercado para Automação Comercial.
Fonte: BNDES, 2007.
4.6.4. Produtos
Nos dias atuais torna-se cada vez mais intensa a utilização no comércio de
um PDV conectado a um microcomputador, ou dependendo do porte do
estabelecimento, em uma rede de microcomputadores, concentrando assim as
funções de controle da empresa, tais como caixa, consulta a lista de preços, controle
de estoques, faturamento, compras entre outras. Os principais produtos tecnológicos
utilizadas no mercado da Automação Comercial são ilustrados na Figura 16.
234
Figura 16 - Produtos e Serviços para Automação Comercial.
Fonte: DKAL – Automação Comercial, 2008.
No Anexo IX deste panorama é apresentada a relação de todos os produtos
nacionais do segmento de Automação Comercial, cadastrados na ABINEE.
No Apêndice VI é apresentado uma descrição sucinta dos principais produtos
do segmento de Automação Comercial.
4.6.5. Marco Regulatório
A Automação Comercial têm sido fundamental para o crescimento e
fortalecimento do setor. Sem o uso intensivo da tecnologia, distribuidores e
atacadistas não teriam alcançado o nível de desenvolvimento atual. O
gerenciamento correto e preciso das operações, vem sendo o principal fator de
235
melhoria na qualidade das empresas deste setor. Isto é proporcionado pela
disponibilidade de informações devido ao uso correto da automação,
As caixas registradoras mecânicas foram os primeiros equipamentos
colocados em um ponto de venda com a finalidade de controlar as operações
comerciais. As caixas registradoras eletrônicas só surgiram nos anos 70, sendo
sucedidas pelos terminais de ponto de venda (PDV), que utilizam recursos de
informática, a partir de leitores de códigos de barras (scanners) ou canetas ópticas.
De forma intensiva e em quase todas as empresas do setor, o código de
barras está hoje no produto, na caixa e no pallet, formando a base para todo o
processo de automação do setor. Mesmo naqueles que ainda não usam o código
desde a entrada de mercadorias até a saída, essa tendência já é bem clara, tanto
entre atacadistas como entre distribuidores, sendo cada vez mais frequente a
utilização de sistemas por etiqueta magnética RFID (Radio-Frequency IDentification),
caracterizando a tendência atual de acompanhamento do produto em toda a sua
cadeia, reduzindo estoques e controlando o mercado de distribuição do produto.
Hoje os sistemas de automação comercial envolvem como elemento principal
ainda o PDV composto, na maioria dos casos, de teclado do operador, leitor óptico
(scanner), monitor de vídeo (alguns modelos com display do cliente), impressora de
cupom fiscal e, também, impressora de cheques. O conjunto de PDVs é conectado
em rede a um servidor ou um microcomputador, dependendo do porte do
estabelecimento - que concentra as funções de controle da empresa, tais como
caixa, consulta a lista de preços, controle de estoques, faturamento, compras, entre
outras.
Além da economia de tempo do cliente, redução de estoques e análise de
aceitação de um determinado produto no mercado, outro apelo de mercado de uma
loja automatizada é a prestação de novos serviços de forma eletrônica diretamente
no ponto de venda que é, assim, transformado em ponto de serviço. Como exemplo,
pode-se citar os serviços bancários, onde a possibilidade de conexão direta de
empresas com os bancos reduz custos tanto da empresa quanto do banco, e a
movimentação eletrônica é bem mais barata que os custos de processamento de um
cheque.
236
É crescente, ainda, o uso da automação comercial como fator de
cumprimento da legislação fiscal, evitando a sonegação e mantendo registros
invioláveis das operações comerciais.
O segmento de mercado da Automação Comercial movimenta em torno um
bilhão de reais por ano, e a entidade de abrangência nacional: AFRAC – Associação
Brasileira de Automação Comercial é a entidade gestora nessa área, tendo como
principal missão divulgar e promover o crescimento da automação comercial no país.
4.6.6. Principais Benefícios da Automação Comercial
A Automação Comercial é atualmente considerada um dos setores mais
promissores para o mercado de tecnologia, permitindo agilizar vendas, controlar o
fluxo de negócios e conhecer bem os clientes, o que é a meta de qualquer
organização, independentemente do tamanho da empresa.
Ao mesmo tempo, o consumidor está cada vez mais exigente. Hoje o cliente
quer encontrar uma variedade maior de produtos à sua disposição, deseja ser mais
bem atendido e, principalmente, procura sempre preços mais compatíveis. Com isso,
os comerciantes começaram a vislumbrar que a automação comercial pode gerar
ótimos resultados em seu negócio, como pode ser constatado nos supermercados e
lojas de departamento, entre outras, que passaram a apresentar excelentes
resultados comerciais com a utilização da informática.
Dentre os principais benefícios da automação comercial para uma empresa,
podem-se destacar as seguintes:
Informatização das operações internas e integração ao mundo externo
(fornecedores, bancos, operadoras de cartão de crédito, consumidor,
entre outras);
Maior controle e gestão do negócio com acesso a informações contábeis,
controles fiscais e operacionais;
Garantia de maior velocidade de processamento na verificação de
informações;
Maior rapidez no atendimento a clientes no caixa;
Redução de tarefas manuais;
Redução de erros e custos e aumento na confiabilidade;
237
Aumento significativo no fluxo de clientes por check-out;
Aumento da satisfação de clientes;
Aumento na segurança, permitindo a detecção de cheques roubados,
sustados e falsificados;
Maior agilidade na troca e devolução de mercadorias; e
Redução desgaste de seus funcionários.
Atualmente, não há mais razões para que os pequenos e médios
comerciantes deixem de investir em automação comercial, devendo ser encarada
como um importante investimento pelo comerciante empreendedor que pretende,
por meio de um controle efetivo de suas operações comerciais, aperfeiçoar sua
gestão, buscando eficiência e produtividade.
4.6.7. Principais Resultados
A Automação Comercial vem sendo muito importante para o desenvolvimento
da indústria em geral, trazendo melhoria nos produtos e processos. Ainda mais
porque possibilitou a ampliação dos índices de produtividade e, tanto nesses
segmentos como em outros, foi possível transferir o trabalhador de atividades
mecânicas para novas funções que exigem inteligência e qualificação.
No segmento de Automação Comercial, observa-se forte tendência de
expansão da automação para as empresas de menor porte, associada à maior
utilização do código em todos os segmentos. Dessa forma, tem-se a certeza de que
em alguns anos o nível de automação do setor será bastante ampliado, abrangendo
praticamente todas as empresas, com uso de um número cada vez maior de
ferramentas tecnológicas.
A evolução da automação comercial vem ocorrendo de forma muito rápida
sendo importante destacar dois aspectos fundamentais do mercado:
a) Necessidade de redução de custos com maior eficiência nas operações,
onde ainda há muito mais a ganhar, principalmente nas empresas que
automatizaram a frente de loja, mas não a retaguarda; e
b) Capacidade de manutenção do negócio de supermercados diante do
desenvolvimento do B2B (business-to-business) e do B2C (business-to-
238
consumer). A automação facilita a vida do cliente no supermercado e isso
será cada vez mais verdadeiro com a adoção de novas ferramentas. O
cliente continuará querendo ir ao supermercado, mesmo que algumas
vezes faça a compra pela Internet.
Pode-se citar o exemplo da indústria farmacêutica e comércio de
medicamentos, onde desde 1998 o código de barras para identificação de
medicamentos passou a ser obrigatório obedecendo à Resolução da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Sua utilização é importante para agilizar os processos, evitar erros e reduzir
custos das operações comerciais, sendo também um mecanismo que confere ao
produto um selo de identificação impresso e indelével. Hoje, o código é usado por
toda a indústria, sendo crescente sua utilização no varejo de medicamentos. Ele
permite a automação dos processos de venda e identificação de produtos no varejo,
na distribuição e no transporte, sendo fundamental para aumentar a eficiência e
segurança no descarte de produtos em hospitais, por meio do desenvolvimento de
ferramentas para caracterizar as embalagens.
Pode-se verificar que a indústria farmacêutica vem sofrendo um processo
contínuo e crescente de automação, tanto nas operações industriais como no setor
de embalagem e na logística, com aperfeiçoamento contínuo, sempre buscando
garantir a qualidade dos produtos, sendo previsto para os próximos anos o uso de
dispositivos robóticos, seguindo o caminho da indústria automobilística.
4.6.8. Considerações
Automação Comercial contribui decisivamente para que empresas
conquistem e mantenham clientes, permitindo um aumento de receita. Esses
benefícios resultam das potencialidades geradas pela informatização, em termos de:
Eliminação de atividades que não agregam valor para o consumidor, ou seja,
atividades que representam custos adicionais para o lojista, mas que o cliente
não percebe como um serviço importante para ele, como acontece nas
tarefas burocráticas e administrativas, que representam despesas para o
comerciante e não acrescentam nada para o cliente;
239
Aumento da fidelidade do cliente pela melhoria, padronização e, ao mesmo
tempo, percepção de individualização do atendimento; e
Captação, processamento e utilização de informações confiáveis e baratas.
Os principais benefícios da Automação Comercial podem ser qualificados em
termos operacionais, de governança e legais, e são descritos a seguir:
a) Operacionais
Redução dos custos de atendimento, logística e compras;
Redução no tempo de atendimento ao cliente;
Melhor comunicação com o cliente, através da emissão de cupons fiscais
com discriminação de produtos, exibição clara e correta de preços e
condições, etc.;
Segurança e rapidez na liberação de cheques e cartões de crédito, na
concessão de crédito e na negociação de preço ou prazo com o
consumidor;
Segurança e agilidade na devolução e troca de produtos;
Redução de erros por conta da captação automática de dados e eliminação
de transcrições, do uso de fontes cadastrais únicas, do monitoramento de
funcionários, etc.
Eficiência em serviços tais como: entrega domiciliar e venda por
encomenda; e
Redução de papéis e documentos.
b) Gestão e Gerenciamento
Comunicação ágil e segura com fornecedores e clientes;
Facilidade para a apuração de margens, giro de estoque, descontos, etc.,
do mais baixo nível de detalhe possível (por item) até os mais diversos
resumos agregados, como por departamentos, grupos ou categorias de
produtos, de compradores, grupos de compradores, etc.;
Segurança e rapidez no inventário de mercadorias e no controle financeiro
dos estoques;
Redução dos custos, aumento da segurança e agilidade da contabilização;
240
Maior eficiência na administração do fluxo de caixa; e
Maior agilidade na avaliação de risco de crédito, inadimplência, etc.
c) Conformidades Legais
Apuração correta de impostos com representação confiável de operações;
Redução dos custos de apuração e controle de tributos; e
Maior eficiência no planejamento tributário.
4.7. Automação Bancária
4.7.1. Introdução
Nos dias atuais, a automação bancária vem crescendo continuamente e
alguns serviços estão intimamente ligados a nossa vida cotidiana, dentre eles, os
sistemas automáticos de transferência de fundos e serviços de auto-atendimento.
No Brasil, o setor bancário vem investindo pesadamente em soluções de
automação que, pelas peculiaridades e correntes da longa convivência com a
inflação e da realidade tributária, deram origem a uma indústria pujante. O estudo
desse segmento é bastante oportuno no momento em que ocorre um avanço do
capital externo no controle de instituições financeiras locais que, a exemplo de
outros setores, pode levar a encomendas junto a fornecedores que se constituem
em parceiros estratégicos globais dos novos controladores.
Com o advento da nova legislação tributária (ICMS), no que diz respeito à
obrigatoriedade de emissão eletrônica de cupom fiscal, há perspectivas concretas de
aumento na taxa de automação das atividades comerciais, principalmente de
pequenas e médias empresas.
Isso deve ocorrer na medida em que a referida legislação obriga que
estabelecimentos com faturamento anual mínimo de R$ 120 mil emitam cupom
fiscal. Observe-se que tal mudança objetiva a diminuição da sonegação,
particularmente do ICMS. Dessa forma, torna-se oportuno proceder à atualização do
estudo sobre automação comercial, um dos objetivos do presente trabalho. Além
disso, verifica-se que a tendência das empresas líderes do segmento é tratar os
segmentos de Automação Comercial e Bancária de forma integrada, daí surgindo à
241
motivação para ampliar o escopo do estudo sobre automação. Como exemplos,
podem ser citados a transferência automática de fundos, atividade originariamente
bancária, que passa a ser realizada em pontos de venda das lojas, e a colocação de
terminais de auto-atendimento bancário no comércio.
Além disso, verificou-se a presença de empresas nacionais em posição
destacada no ranking setorial de automação. Isso denota competência e viabilidade,
tanto tecnológica como física, para disponibilizar grande parte das soluções de
automação comercial e bancária demandadas pelo mercado, o que se traduz em
impacto altamente positivo na indústria instalada no país, reforçado pela expectativa
de aumento significativo na taxa de automação de estabelecimentos comerciais, em
virtude da nova sistemática de emissão de cupom fiscal, anteriormente comentada.
No presente texto, pretende-se atualizar – no caso da automação comercial – e
sistematizar dados e conhecimentos sobre os segmentos de Automação Comercial e
Bancária, além de apresentar uma discussão sobre as oportunidades de atuação do
BNDES, tanto no apoio à modernização do setor comercial quanto na consolidação
de uma oferta interna de soluções competitivas em termos do mercado global de
Automação Comercial e Bancária.
4.7.2. Empresas
No Anexo X deste panorama é apresentada a relação das principais
empresas que atuam no segmento de Automação Bancária, cadastradas na
ABINEE, e seus produtos.
4.7.3. Produtos e Serviços
No Anexo XI deste panorama é apresentada a relação dos produtos do
segmento de Automação Bancária, cadastradas na ABINEE, e seus produtos.
No Apêndice VII é apresentada uma descrição sucinta dos principais produtos
do segmento de Automação Bancária.
242
4.7.4. Cenário Atual do Segmento de Automação Bancária
Os efeitos das recentes mudanças no controle acionário de alguns bancos,
vendidos a investidores estrangeiros, e do aumento de participação dos
fornecedores internacionais no mercado brasileiro já se fazem sentir sobre a balança
comercial, que apresenta posições deficitárias crescentes, embora ainda pequenas,
em itens como ATMs, terminais de auto-atendimento e mecanismos dispensadores.
O nascimento da indústria de equipamentos para automação comercial a
partir da expansão das empresas de equipamentos para automação bancária e da
evolução de pequenas fabricantes de PDVs brasileiras nascidas durante a reserva
de mercado para a informática dotou o segmento de Automação Comercial de
algumas características comuns à automação bancária. As mais importantes são a
existência de desenvolvimento local de produtos e de alguns fabricantes de
componentes e periféricos, cabendo destacar os mecanismos impressores e os
teclados. Entretanto, a forte presença de fornecedores de soluções e demandantes
internacionais faz com que os impactos sobre a balança comercial não sejam tão
significativos quanto na automação bancária. Os subfornecedores, por seu lado,
também vêm sentindo a concorrência internacional, evidenciada nos valores
crescentes do déficit comercial de mecanismos de impressão, mesmo levando-se
em consideração a expansão do mercado de impressoras fiscais.
É importante observar a quase inexistência do problema das importações
ilegais de equipamentos nos dois mercados de automação. As soluções ofertadas
não podem ser qualificadas de commodities, pois, além da necessária homologação
de produtos por motivos fiscais, são fortemente diferenciadas pela tecnologia e pelo
software. Assim, para ser competitiva, uma empresa precisa ir muito além de uma
simples redução de custos, pois o que está em jogo é a capacidade de
desenvolvimento e a qualidade dos serviços, entre os quais o de suporte.
4.7.5. Considerações
A área de Automação Bancária no Brasil vem crescendo continuamente e
alguns serviços estão intimamente ligados a nossa vida cotidiana, dentre eles, os
sistemas automáticos de transferência de fundos e serviços de auto-atendimento.
243
No Brasil, o setor bancário vem investindo pesadamente em soluções de
automação que, pelas peculiaridades e correntes da longa convivência com a
inflação e da realidade tributária, deram origem a uma indústria pujante, considerada
na fronteira do conhecimento.
O estudo desse segmento é bastante oportuno no momento em que ocorre
um avanço do capital externo no controle de instituições financeiras locais que, a
exemplo de outros setores, pode levar a encomendas junto a fornecedores que se
constituem em parceiros estratégicos globais dos novos controladores.
4.8. Dimensões Comuns
4.8.1. Talento
4.8.1.1. Nível de Emprego
Os dados a seguir apresentados refletem a Nota Técnica da ABINEE7 e se
referem a avaliação conjuntural do setor eletroeletrônico no 4º trimestre de 2008.
Reflexo do desempenho econômico nos últimos anos refletiu no aumento de
4,4% no número de empregados no setor, que passou de 156,1 mil funcionários, no
final de dezembro de 2007, para 163 mil funcionários, no final de junho/08 (Gráfico
19). Estes dados refletem um bom desempenho da economia do país, fator
fundamental para a atividade da indústria eletroeletrônica.
a) Número de empregados do setor nos últimos 3 anos (em mil).
7 Nota Técnica produzida pelo Departamento de Economia da ABINEE (DECON),17/03/2009.
244
b) Número de empregados do setor nos últimos anos (em mil).
Gráfico 19 – Número de Empregados no setor.
Fonte: ABINEE, 2009.
Outra consequência do esfriamento do mercado foi a redução do número de
empregados no setor eletroeletrônico, que chegou a atingir 165 mil no mês de
outubro de 2008, caindo para 164 mil em novembro de 2008 e para 162 mil no final
de dezembro de 2008. Apesar dessa queda, o setor encerrou 2008 empregando 162
mil pessoas, quase 6 mil a mais do que o registrado no final de 2007 (Gráfico 19).
O crescimento da renda e do emprego, aliado às novidades dos modernos
bens de consumo dos segmentos de telefonia e de computação, tem sido importante
para alavancar as vendas dessa indústria. Por sua vez, os investimentos no estoque
de capital e na infraestrutura do país motivam a indústria de bens de capital
representada pelas áreas de GTD – Geração, Transmissão e Distribuição de Energia
Elétrica, Equipamentos Industriais e Automação Industrial, além das indústrias de
Informática e de Telecomunicações.
O Quadro 6 do subitem 4.2.2.2 relativo a análise econômica do setor de
Eletrônica para Automação apresenta o número de empregados ligados ao setor de
Eletrônica para Automação, por grupo de atividades segundo os códigos da CNAE.
4.8.1.2. Resultados referentes ao estoque e a geração de empregos no setor
Em 2007, o número total de empregados no setor atingiu 155,0 mil, cerca de
12,1 mil a mais do que no final de 2006 (142,9 mil). As áreas de Informática, GTD e
Equipamentos Industriais foram responsáveis por cerca de 80% dos novos
empregos gerados. É importante lembrar que, no início dos anos 90, em virtude do
forte ajuste provocado pelo processo de abertura comercial do país, o número de
empregos no setor caiu drasticamente.
245
4.8.2. Infraestrutura Sócio-Politico-Institucional
Estruturas políticas que apóiam a inovação, incluindo: proteção à propriedade
intelectual, regulação de negócios, marco legal, ações em curso, Instituições,
estruturas para colaboração entre os stakeholders de inovação, incluindo elementos
necessários para proteção e preservação do meio-Ambiente e impactos do setor,
políticas de trocas e substituição de produtos, processos considerando impacto
ambiental e reciclagem.
4.8.2.1. Questão Sócio-Ambiental
Dentro da cadeia produtiva de um produto automatizado é importante
considerar a reutilização e reciclagem na área de eletroeletrônicos, que necessita de
uma abrangência maior, mais eficaz e eficiente na criação de postos de reciclagem,
postos de coletas, transporte, envolvendo toda uma logística para neutralizar o
impacto ambiental pós-produção.
4.8.2.1.1. Desenvolvimento Sustentável
Dentre os novos desafios da humanidade, surge a obrigação de refletir sobre
o problema de desenvolvimento sem comprometer nossas próximas gerações,
aspecto ainda não contemplado nas regras de desenvolvimento de países
industriais, onde a maior parte da legislação ambiental contempla muito poucos
aspectos ambientais, e o nível de degradação do planeta aumenta a cada dia.
Assim, se for contemplada uma visão de longo prazo das consequências de
um desenvolvimento industrial e o futuro do planeta, um desenvolvimento industrial
sustentável deverá se apoiar em três alicerces: o meio-ambiente, o aspecto social e
o contexto econômico (Figura 17).
246
Figura 17 - Alicerces de um Desenvolvimento industrial sustentável.
Fonte: Frachet, 2008.
Segundo CNI (2002), o documento, conhecido como Agenda 21, foi elaborado
em 1992, quando chefes de Estado e de Governo do mundo inteiro estiveram
reunidos no Rio de Janeiro, e aprovaram por consenso um conjunto de princípios
que tinha como objetivo lançar novas bases para a produção e distribuição das
riquezas geradas pelo trabalho humano, que contemplassem a utilização adequada
dos recursos oferecidos pelo planeta e assegurando a todos o direito a viver. Este
documento contendo 40 capítulos apontou caminhos e definiu as responsabilidades
de cada agente social na busca do desenvolvimento sustentável.
Um destes capítulos tratou diretamente do papel da indústria nesse processo.
Parte do reconhecimento de sua importância decisiva na promoção do
desenvolvimento econômico e social de cada país. E aponta o desafio: ―As políticas
e operações do comércio e da indústria, inclusive das empresas transnacionais,
podem desempenhar um papel importante na redução do impacto sobre o uso dos
recursos e o meio ambiente por meio de processos de produção mais eficientes,
estratégias preventivas, tecnologias e procedimentos mais limpos de produção ao
longo do ciclo de vida do produto, assim minimizando ou evitando os resíduos.
Inovações tecnológicas, desenvolvimento, aplicações, transferências e os aspectos
mais abrangentes da parceria e da cooperação são, em larga medida, da
competência do comércio e da indústria.‖ (CNI, 2002).
Em 2002, uma nova Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, em
Joanesburgo, teve a oportunidade de avaliar o quanto se avançou no período. Para
247
a indústria brasileira, foi o momento de refletir sobre sua atuação na busca da
sustentabilidade sócio-econômico-ambiental, bem como no combate à pobreza e às
desigualdades que fragilizam nossa sociedade.
Não considerar um desses fatores pode acarretar um desequilíbrio do
sistema. No entanto, para coordenar esse conjunto de fatores torna-se
imprescindível ter uma política social coerente em todo o contexto, análise técnica e
social, de modo que as decisões sejam tomadas no sentido de preservar, antes de
interesses particulares, os interesses da sociedade.
4.8.2.1.2. Impactos Ambientais do Processo de Produção
Impacto ambiental, segundo o Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA) - 01/86, ―é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente, afetam:
I - a saúde, a segurança e o bem estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III – o conjunto de seres vivos, flora e fauna, que habitam ou habitavam um
determinado ambiente geológico (Biota);
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e
V - a qualidade dos recursos ambientais.
4.8.2.1.2.1. Classificação de Produtos Perigosos e Não Perigosos
O processo produtivo provoca impactos ambientais negativos relevantes,
sobretudo no quesito geração de resíduos sólidos, a saber:
Classe I (perigosos) – aqueles que, em função de suas características
intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou
patogenicidade apresentam riscos à saúde pública por meio do aumento da
mortalidade ou da morbidade, ou ainda que provoquem efeitos adversos ao
meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inadequada.
Classe II A (não-inertes) – resíduos que podem apresentar características de
alta capacidade de combustão, não serem biodegradáveis e com baixa taxa
248
de solubilidade, com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio
ambiente, não se enquadrando nas classificações dos outros resíduos.
Classe II B (inertes) – aqueles que, por suas características intrínsecas, não
oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente, e que, quando amostrados de
forma representativa, segundo a norma ABNT/NBR 10007, e submetidos a
um contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, à
temperatura ambiente, conforme teste de solubilização segundo a norma
ABNT/NBR 10006, não apresentam nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da
água, conforme listagem n.º 8 (Anexo H da ABNT/NBR 10004). Excetuam-se
os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor. Caso o resíduo não se
enquadre na classificação acima, é importante realizar análises laboratoriais e
avaliar se há presença de substâncias que conferem periculosidade.
(ALMEIDA, 1994).
Em se tratando de efluentes líquidos, o descarte inadequado das águas com
resíduos tóxicos das cabines de pintura e de borras de tinta e de banhos químicos
causa impacto de grande relevância, pois podem contaminar o corpo hídrico
receptor, lençol freático ou solo, acarretando grandes prejuízos econômicos e
ambientais para a sociedade civil e governo. A prática de descartar resíduos sem o
devido tratamento é ilegal, passível de detenção e multas. Segundo o art. 33 da Lei
nº. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, constitui crime ambiental provocar, pela
emissão de efluente ou carregamento de materiais, o perecimento de espécimes da
fauna aquática, sendo a pena de detenção de um a três anos, ou multa, ou ambos
cumulativamente.
Produtos químicos voláteis, como o solvente contido em tintas, adesivos e
colas são liberados no ar e, segundo SILVA (2002), podem causar irritações nas
membranas da mucosa, metamoglobinemia e cianose, além de apresentar
mobilidade e potencial de bioacumulação. Algumas tintas para acabamento contêm
Compostos Orgânicos Voláteis - VOCs e são altamente perigosos para a saúde do
trabalhador que lida diretamente com o produto, bem como para o meio ambiente
(LIMA, 2005).
249
4.8.2.1.2.2. Ações Sustentáveis e o Uso de Tecnologias Limpas
Para conservar e usar sustentavelmente um recurso é fundamental minimizar
os desperdícios. Para Almeida (1994), tecnologias podem e devem ser adotadas
para solucionar problemas e aproveitar os resíduos nas indústrias. As alternativas
tecnológicas, contudo, devem ser avaliadas dentro de uma perspectiva de
viabilidade tecnológica, econômica e ambiental. Segundo o autor, dentre as
tecnologias que visam reduzir os danos ambientais proporcionando uma produção
sustentável, incluem-se:
Redução de uso de matérias-primas na fonte: reduzindo o consumo de
materiais ao longo do ciclo de vida do produto, reduz-se também a
quantidade de resíduos gerados;
Recuperação de material: os materiais devem estar o mais próximo do seu
estado natural para que possam ser recuperados;
Recuperação, reutilização e disposição de resíduos: adoção de
tecnologias que recuperem os resíduos, aproveitando o máximo a matéria-
prima, obtendo ganhos ambientais e econômicos. Àqueles resíduos que
não puderem ser reaproveitados dar-se-á destinação correta de
disposição; e
Recuperação de embalagens: as embalagens podem ser reaproveitadas,
reutilizadas ou recicladas.
4.8.2.1.3. Lixo Eletrônico
São Resíduos de Aparelhos Elétricos Eletrônicos (RAEE) chamados
popularmente no Brasil de ―sucata de informática‖, ―lixo eletrônico‖ ou ―lixo
tecnológico‖ e, no exterior, WEEE (Waste Electrical and Electronic Equipment),
Electronic Waste ou e-Waste. A União Européia implementou em janeiro de 2003 um
sistema de responsabilidades ambientais, descrito na Diretiva 2002/96/EC, e que
foram adaptadas e efetivadas em leis de muitos países. No Brasil leis semelhantes
devem ser aprovadas, com incentivo para a reciclagem de sucata de informática
(Sato, 1996).
250
4.8.2.1.3.1. Reciclagem da Sucata de Eletroeletrônicos
Uma palavra cada vez mais utilizada em Automação é a desmanufatura de
um equipamento ou produto, que significa a capacidade de devolver na cadeia
produtiva a matéria-prima dele originário. A desmanufatura permite recuperar metais,
plásticos, vidros e outros componentes, além de metais preciosos de difícil
separação que exigem alto grau tecnológico de metalurgia. Entretanto, são
encontrados diversos elementos contaminantes, como fósforo, chumbo, cromo,
cádmio e mercúrio, que requerem tratamento especial.
Existem soluções técnicas simples ou extremamente caras para o tratamento
da sucata de eletroeletrônicos, porém problemas relacionados à escala de custos,
logística, legislação e cultura, dificultam o trabalho da reciclagem.
Um exemplo disso pode ser verificado com a existência de computadores em
desuso nos Estados Unidos, onde a Agência de proteção ambiental (EPA) alerta que
75% destes equipamentos ainda estão armazenados em garagens e armários, à
espera de serem reutilizados, reciclados ou simplesmente descartados.
Um típico monitor de PC (Personal Computer) pode conter até 25% do seu
peso em chumbo, por isso alguns estados dos EUA desenvolveram políticas que
proíbem o descarte de qualquer lixo eletrônico, principalmente CRTs (Cathode Ray
Tubes), ou tubos de imagens, nos aterros sanitários.
Devido às fracas leis ambientais e trabalhistas, países da Ásia e África
recebem lixo eletrônico (e-Waste) muitas vezes ilegalmente, e usam métodos de
incineração e eliminação descontrolada que, por conta do elevado grau de
toxicidade de substâncias como o chumbo, mercúrio e cádmio, acabam por gerar
graves problemas ambientais e de saúde pública.
4.8.2.1.4. Reciclagem no Brasil
A legislação brasileira trata os resíduos pelo elemento contaminante e
determina o seu tratamento, porém apenas alguns manufaturados dispõem de
normas legais de descarte, como pilhas e baterias, que são recebidos pelos
fabricantes sem custo para o consumidor. A maioria dos produtos ainda não dispõe
de leis específicas e tem seu custo ambiental pago pelo usuário. Por conta da
desinformação, muitos resíduos tóxicos como monitores e reatores são vendidos
251
como sucata e o que não é reaproveitado; vidro chumbo, fósforo, capacitor de
ascarel e DHEP que acabam indo para um aterro sanitário.
4.8.2.1.4.1. Resíduos Eletroeletrônicos
Resíduos eletroeletrônicos possuem grandes quantidades de metais
pesados, que destinados de forma incorreta podem acarretar diversos e graves
problemas que podem acarretar impactos ambientais e danos à saúde pública
causados por esses resíduos, aspectos da legislação ambiental vigente em relação
ao tema, levantamento dos nichos que compõem esse mercado, bem como a
receptividade dos mesmos em relação a uma possível importação de outros países
para tratamento interno, além de uma estimativa do nível de conhecimento dos
trabalhadores envolvidos nesse tipo de atividade acerca do assunto.
A situação atual do lixo tecnológico no Brasil ainda é uma questão que requer
muita atenção em relação à legislação ambiental específica, às iniciativas públicas,
privadas ou da própria população, principalmente no que se diz respeito à
aplicação prática das atitudes que visam garantir um manejo seguro, como também
em relação às informações gerais sobre essa categoria de resíduos, necessitando
de medidas mais eficazes para tratamento dos resíduos gerados internamente.
4.8.2.1.4.2. Lâmpadas
As lâmpadas de vapores metálicos, de mercúrio, de sódio ou fluorescentes,
contêm em seu interior um metal pesado, o mercúrio metálico, substância tóxica que
uma vez ingerida ou inalada, causa danos ao sistema nervoso de seres vivos, além
de sérios prejuízos ao meio ambiente. Lâmpadas são resíduos altamente perigosos,
que devem ser descontaminados por empresas especializadas. Os seguintes
aspectos deverão ser considerados:
Armazenamento: desde a entrega ou coleta das lâmpadas até o seu destino
final que seria a reciclagem e descontaminação das lâmpadas;
Baixo poder poluidor: pequenas quantidades de lâmpadas apresentam baixo
potencial poluidor e podem ser enviadas segundo as instruções de
armazenamento e transportes, respeitadas as determinações do órgão
ambiental estadual do gerador do resíduo. Instituições com Sistema de
252
Gestão Ambiental (SGA) encaminham as lâmpadas de acordo com os
padrões do seu plano de gestão; outras, com Núcleos de Implementação de
Gestão Ambiental seguem os requisitos da sua Licença de Operação (LO); e
Reciclagem de lâmpadas – resíduos perigosos: Estima-se que cerca de 80
milhões de lâmpadas são substituídas anualmente no Brasil, um grande
passivo ambiental que necessita de cuidados especiais quanto à sua
armazenagem, transporte e descontaminação.
Lâmpadas contendo mercúrio, metal altamente perigoso conforme norma
ABNT – NBR 10004/04 estão classificadas como Resíduo Classe 1, portanto
necessitam de descarte controlado, sendo indicada a reciclagem de lâmpadas
como medida ambiental adequada. A empresa Ativa Reciclagem utiliza um
processo de reciclagem a seco, capturando o mercúrio durante a destruição da
lâmpada. Após a desmanufatura e tratamento, o vidro, metais, fósforo e mercúrio
são preferencialmente reaproveitados em sua cadeia produtiva de origem.
Licenciada pela CETESB, a Ativa Reciclagem fornece o Laudo de Desmanufatura e
Descontaminação de Lâmpadas, o que assegura ao gerador a destinação correta
de seus resíduos tóxicos, em conformidade com as normas ambientais em vigor.
4.8.2.1.4.3. Monitores e Televisores
No interior de um televisor ou de um monitor de computador, encontra-se o
frágil tubo de imagem e a sua ruptura é muito perigosa. Ao implodir, os estilhaços
de vidro podem ferir gravemente pessoas próximas.
Conhecidos como cinescópios, os tubos de raios catódicos ou popularmente
―tubos de imagem‖ são identificados mundialmente pela sigla CRT e integram os
monitores de computadores (PC) e televisores. Tubos de imagem constituem um
grave problema ambiental, pois contém 25% do seu peso em chumbo e estão se
tornando rapidamente obsoletos, sendo substituídos em larga escala pelas novas
tecnologias de HDTV, plasma e LCDs. países como EUA e toda a União Européia
dispõem de legislação específica para a reciclagem de monitores e televisores.
253
4.8.2.1.4.3.1. Reciclagem e Desmanufatura de Monitores e Televisores
O processo compreende o recebimento, contagem e etiquetagem dos
monitores, televisores ou tubos de imagem, com os dados do cliente. A
desmanufatura é iniciada com a utilização de ferramentas elétricas e manuais de
desmontagem, sendo que as partes do gabinete e peças internas são separadas e
acondicionadas em recipientes específicos, de acordo com os tipos de materiais. A
sucata de eletroeletrônicos empregados na informática consiste de plásticos,
componentes elétricos, componentes eletrônicos e sucata de metais que são
encaminhados para reciclagem.
O tubo de imagem segue na linha da desmanufatura e, por um processo de
separação térmica e aspiração, desenvolvido pela Ativa Reciclagem, os resíduos
tóxicos são retidos: vidro com chumbo do funil e pó de fósforo do painel. Nesta fase
é obtido o vidro limpo do painel, que também é encaminhado para reciclagem. O
Certificado de Desmanufatura e Destinação Ambiental Correta são então emitidos
para o cliente.
4.8.2.1.4.3.2. Armazenagem para Reciclagem de Monitores e Televisores
Os monitores e televisores devem ser armazenados em local coberto, em
caixas de papelão ou envoltos em plástico tipo bolha e enrolados com fitas plásticas
para evitar quebras. Cinescópios que são resultado de desmanufatura de monitores
ou televisores devem estar em lugar coberto, envoltos em plástico tipo bolha e em
caixas de papelão, evite prateleiras e escolha um local isolado para armazená-los. É
necessário cuidado, pois a ruptura do cinescópio é muito perigosa: ao implodir, os
estilhaços de vidro podem ferir gravemente pessoas próximas.
O pó fosfórico do interior do tubo se desprende, fica em suspensão no ar e
pode provocar intoxicação se inalado. Aos poucos este pó atinge o solo e contamina
o meio ambiente. No interior de um típico monitor, encontra-se uma grande
quantidade de fósforo e chumbo – metal altamente perigoso, considerado Classe 1
pela Norma ABNT-NBR 10004/04, por isto a reciclagem de monitores e televisores
deve ser considerada como reciclagem de resíduo perigoso.
254
4.8.2.1.4.4. Procedimentos para Descarte de Equipamentos Eletroeletrônicos
Os procedimentos para descarte de equipamentos eletroeletrônicos devem
obedecer a leis especificas de cada país. Na cidade de Kiryu, no Japão, por
exemplo, esta regulamentada uma lei de descarte para aparelhos eletrodomésticos
do Centro de Tratamento de Lixo onde não é permitido o recolhimento de aparelhos
de ar-condicionado, televisores, refrigeradores, freezers ou máquinas de lavar como
lixo volumoso. A Figura 18 apresenta um programa de reciclagem de equipamentos.
Figura 18 - Fluxograma de reciclagem dos CRTs.
Fonte: Cavalcanti, 1995.
A seguir são apresentados alguns procedimentos utilizados atualmente para
se desfazer de tais itens:
1. Deve-se contatar o local onde foi comprado o produto para averiguar o
nome de uma agência de coleta autorizada para retornar o produto ao fabricante.
Quando for solicitado o recolhimento de algum produto, o estabelecimento onde o
produto originalmente foi ou será comprado irá cobrar pela taxa de coleta e
reciclagem;
2. O item a ser reciclado deve ser levado diretamente a uma agência de
coleta autorizada, e esta irá retornar o produto ao fabricante. O nome do fabricante
do produto deverá ser confirmado, para o envio da taxa de reciclagem pelo correio; e
3. O cupom de reciclagem deve ser levado junto com o item a ser reciclado
para a respectiva agência de coleta.
255
4.8.2.1.5. Eletrônicos Verdes ou e-Coeficientes
O Greenpeace publicou um estudo que analisa o impacto ambiental na
produção de equipamentos eletroeletrônicos, designado eletroeletrônica verde ou e-
coeficientes, o qual apresenta um ranking das empresas que usam menor
quantidade de produtos tóxicos por equipamento produzido e apresentam planos
eficazes de reciclagem e assim ganham melhores notas.
Neste ranking, foram analisados quatorze fabricantes globais de produtos de
TI, dentre os quais a Nokia e a Dell tiveram a melhor avaliação e lideram a lista. As
piores colocações ficaram com Lenovo, Motorola e Acer.
A boa colocação da Nokia deve-se aos esforços desta companhia em diminuir
o uso de elementos tóxicos na fabricação de seus produtos. A favor da Nokia conta
ainda o fato de seus celulares não usarem plástico PVC. Já a Dell obteve bom
desempenho em função da abrangência e eficácia de seus projetos de reciclagem
de computadores.
Apesar de bem colocadas no ranking, Nokia e Dell não tiveram desempenho
bom o suficiente para merecer o ―selo verde‖ que o Greenpeace concederá aos
fabricantes de eletrônicos que executarem boas práticas ecológicas na fabricação de
seus produtos. Esta listagem deverá ser atualizada a cada três meses, permitindo
que empresas possam executar medidas ecológicas e consequentemente melhorar
a sua posição neste ranking. O Quadro 26 apresenta o ranking do Greenpeace de
quatorze fornecedores e suas respectivas pontuações.
256
Quadro 26 - Ranking GreenPeace.
Posição Empresa Nº de Pontos
1 Nokia 7.0
2 Dell 7.0
3 HP 5.7
4 Sony Ericsson 5.3
5 Samsung 5.0
6 Sony 4.7
7 LG 4.3
8 Panasonic 3.3
9 Toshiba 3.0
10 Fujitsu-Siemens 3.0
11 Apple 2.7
12 Acer 2.3
13 Motorola 1.7
14 Lenovo 1.3
Fonte: Sato, 1996.
4.8.2.1.6. Contexto Normativo Atual
A indústria brasileira acredita nos princípios da Agenda 21 como base para a
construção do desenvolvimento sustentável nas nações tendo como objetivo
compatibilizar o crescimento econômico, em harmonia com o meio ambiente e a
promoção da qualidade de vida das pessoas. Neste contexto, uma indústria
competitiva tem um papel de relevância na geração de empregos, na indução
tecnológica e na melhoria do bem-estar das pessoas.
Passados 10 anos de construção da Agenda 21, muito se fez na indústria
brasileira com o objetivo de implementar esta nova consciência pró-sustentabilidade.
O parque industrial brasileiro avançou, entre outras medidas, na adoção de
metodologias de produção mais limpas, na certificação segundo normas da ISO, no
uso sustentável dos recursos naturais, na implementação de uma infraestrutura
tecnológica de apoio e, em especial, na educação ambiental.
As políticas e operações do comércio e da indústria, inclusive das empresas
transnacionais, podem desempenhar um papel importante na redução do impacto
sobre o uso dos recursos e o meio ambiente por meio de processos de produção
mais eficientes, estratégias preventivas, tecnologias e procedimentos mais limpos de
produção ao longo do ciclo de vida do produto, assim minimizando ou evitando os
resíduos. Inovações tecnológicas, desenvolvimento, aplicações, transferências e os
257
aspectos mais abrangentes da parceria e da cooperação são, em larga medida, da
competência do comércio e da indústria.
O modelo a ser adotado é a gestão compartilhada, ou seja, que divide a
responsabilidade entre fabricante, consumidor e poder público pela destinação
adequada de pilhas, baterias, lâmpadas, computadores e celulares usados.
4.8.2.1.6.1. Política Nacional de Resíduos
A Política Nacional de Resíduos (Projeto de Lei nº 203, de 1991) "dispõe
sobre o acondicionamento, a coleta, o tratamento, o transporte e a destinação dos
resíduos de serviços de saúde". Em setembro de 2007, o governo federal
encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta de Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei 1991/07) que estabelece diretrizes, instrumentos, responsabilidades e
proibições para o gerenciamento dos resíduos sólidos no país, que ainda se
encontra em fase de análise pelo Congresso.
Este Projeto de Lei levou em conta parte das propostas debatidas ao longo
dos últimos sete anos em seminários regionais e nacionais com diversos segmentos
da sociedade civil. Entre os atores que participaram ativamente do processo de
elaboração e difusão de propostas voltadas para a gestão sócio-ambiental
compartilhada de resíduos sólidos destacam-se o Fórum Nacional Lixo e Cidadania,
o Fórum Lixo e Cidadania da Cidade de São Paulo e o Movimento Nacional de
Catadores de Materiais Recicláveis.
A prática governamental não se restringe à classificação dos trabalhadores
pelo Ministério do Trabalho, estendendo-se a outras, como, por exemplo, a
destinação de linhas de crédito pelo Banco do Brasil e pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico (BNDES) que visam a implantação de projetos ligados
à reciclagem, o que inclui a formação de cooperativas de catadores.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE 2002),
os resíduos sólidos domiciliares e comerciais coletados diariamente atingiram a
marca de 228,4 mil toneladas, sem contar o que não é coletado e jogado em curso
d‘água, terrenos baldios, lixões. Por trás destes números estão os impactos
ambientais praticamente invisíveis aos olhos do cidadão: contaminação de lençóis
258
freáticos e do solo pelo cromo e do ar pelos gases emitidos pela destinação
inadequada (lixões) dos resíduos gerados por 3672 municípios (66% do total).
A deposição de resíduos a céu aberto é considerada ilegal pela Lei de Crimes
Ambientais, mesmo assim 59,5% eram destinados desta forma, ou seja, 146,8 mil
toneladas por dia, no período da pesquisa. Para aterros controlados seguiam 19,9%
dos resíduos coletados e apenas 14,9% iam para os aterros sanitários. Chama
atenção o fato de terem sido destinados, nos últimos 14 anos, 154 milhões de reais
para programas de gerenciamento de resíduos sólidos nas cidades brasileiras. A
cultura de jogar o lixo longe dos olhos da população e junto a mananciais hídricos
e/ou em solos férteis tem-se revelado mais forte do que a consciência dos gestores
municipais quanto aos danos causados pela destinação inadequada.
Mais invisível ainda na vida cotidiana nas cidades, são os danos causados à
natureza pela extração de matérias-primas, consumo de energia e água para a
produção de latas de alumínio (cujos índices de reciclagem são altamente
comemorados e divulgados pelos fabricantes), de embalagens ―longa vida‖, de
garrafas PET e dos mais de 500 tipos de plásticos que entram sorrateiramente em
nossas casas com a insígnia da praticidade e da modernidade. Já as embalagens de
vidro, retornáveis 35 vezes para a mesma finalidade, desaparecem crescentemente
do mercado.
O processo de construção de propostas para responsabilizar a cadeia
produtiva revela a gravidade tanto da geração, quanto da destinação de resíduos
urbanos e aponta para a importância de se instituir uma Política Nacional de
Resíduos Sólidos na qual se criem instrumentos e mecanismos para frear a
irresponsabilidade de gestores públicos municipais e ao mesmo tempo
responsabilizar fabricantes, importadores, revendedores, comerciantes e
distribuidores.
Diante desta realidade, nos primeiros anos de 2000 o Fórum Nacional Lixo e
Cidadania e o Fórum Lixo e Cidadania da Cidade de São Paulo, entre outras
iniciativas no país, realizaram diversos debates que resultaram em propostas
debatidas em vários eventos de caráter nacional. No âmbito do Fórum Social
Mundial foram organizados debates e decidiu-se, em 2003, criar a Articulação por
uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, uma rede virtual, com atores plurais,
259
para discussão e formulação coletiva de proposições. As propostas de maior
destaque prevêem a integração dos catadores avulsos e organizados em sistemas
públicos municipais de reaproveitamento de resíduos e a erradicação do trabalho de
crianças em lixões e nas ruas. Também o fechamento dos lixões com cidadania, é
uma proposta atual que exige do poder público municipal alternativas de geração de
trabalho e renda e de moradia para as famílias que vivem nestes locais para depois
retirá-las dos mesmos e proibir a catação.
Nesse sentido, a proposta central, na época, era a de tributar os geradores
(fabricantes, importadores, distribuidores, revendedores, comerciantes de produtos),
como forma de responsabilização direta pelo passivo ambiental gerado, os resíduos
sólidos. O recurso auferido pela tributação financiaria a estruturação dos sistemas de
recuperação de resíduos - coleta seletiva, triagem, beneficiamento com inclusão dos
catadores. E para viabilizar a destinação dos recursos, advindos destas fontes, seria
criado um fundo federal que repassaria recursos para fundos municipais e distritais,
prioritariamente para os municípios que implementassem políticas públicas de coleta
seletiva com a participação de associações e cooperativas de catadores. Previa-se
também a criação de conselhos gestores em nível federal, municipal e distrital para
monitorar a execução das ações e garantir o controle social de verbas públicas.
Essas propostas forma defendidas pelo entendimento de que seria a melhor
forma de assegurar uma política que articulasse a responsabilidade do setor
empresarial, a integração dos catadores, a coordenação do processo como um todo
pelo executivo municipal e a participação da sociedade civil.
Nesse sentido, para avançar rumo a uma sociedade sustentável defende-se a
instituição de instrumentos que obriguem as indústrias a mudarem seu padrão de
produção no sentido de colocarem no mercado produtos efetivamente duráveis. E
por outro lado, reivindica-se o estabelecimento de normas para a redução do
consumo de recursos naturais nos processos industriais e para que os produtos pós-
consumo sejam passíveis de aproveitamento integral. Significa dizer, para se atingir
um patamar de sustentabilidade é preciso responsabilizar toda a cadeia produtiva,
ou seja, desde o momento da extração da matéria prima até o momento em que o
produto torna-se resíduo.
260
O boletim CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem) apresenta
um levantamento da reciclagem de produtos eletroeletrônicos no Brasil, mostrando a
multiplicação das cooperativas de trabalhadores em diferentes lugares do país,
ultrapassando duas centenas, onde as associações que congregam as empresas
produtoras de dejetos recicláveis e as empresas que se especializam na reciclagem.
4.8.2.1.6.2. Pilhas e Baterias
De acordo com dados da ABINEE, as pilhas de uso doméstico provenientes
de suas quatro associadas (detentoras das marcas Duracell, Energizer, Eveready,
Panasonic, Rayovac e Varta) estão livres de metais pesados como cádmio e
mercúrio e, por essa razão, podem ser depositadas no lixo domiciliar.
No entanto, 33% das pilhas disponíveis no mercado são falsificadas,
oferecendo risco à saúde das pessoas e do meio ambiente. Em geral, não têm
informações em português, não orientam sobre o que fazer com o produto esgotado
e raramente indicam o país de origem ou o importador. "O setor de pilhas de uso
doméstico suprimiu o uso de metais pesados estipulados pelas resoluções do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), pois entendeu que reciclá-los é
econômica e ambientalmente inviável", comenta Jaime Cynamon, diretor da área de
Meio Ambiente da ABINEE.
A situação é diferente quando o assunto são as baterias de celular,
automotivas e as industriais, que não podem ser dispostas em lixo comum. Como
orientam os manuais de celulares, suas baterias podem ser recolhidas nos pontos-
de-venda ou nas assistências técnicas, de onde são repassadas para os fabricantes.
Na prática, essas empresas, com base em decisões corporativas mundiais,
exportam os produtos para recicladoras estrangeiras. As baterias automotivas têm
de ser coletadas pelos estabelecimentos comerciais que devem direcioná-las para a
indústria de onde, então, precisam seguir para a reciclagem. É necessário que o
proprietário da loja e o consumidor também contribuam, evitando a entrega a ferros-
velhos.
Além disso, buscam-se alternativas para sensibilizar as prefeituras para que
os pontos de venda tenham pré-requisitos (um licenciamento simplificado), e os
consumidores, para se conscientizarem de que as baterias velhas exigem
261
tratamento adequado. Outro ponto que requer a máxima atenção é o transporte
dessas baterias que só deve ser feito por empresas licenciadas e preparadas para
evitar acidentes ambientais.
No caso das baterias industriais de chumbo, cádmio e seus compostos já
existem um fluxo entre o fabricante, o comprador (as indústrias) e o reciclador,
devendo ainda possuir um descarte adequado nas indústrias, e que estas baterias
serem encaminhadas somente para recicladoras autorizadas pelo IBAMA.
4.8.2.1.6.3. Lâmpadas
Já existem leis que regulamentam o descarte de resíduos de lâmpadas com
mercúrio provenientes de fábricas, escritórios e shopping centers, entre outros (95%
de seu consumo).
A Philips do Brasil tem insistido para que haja uma regulamentação federal,
no âmbito do CONAMA. Esta empresa orienta seus clientes a utilizar uma das
unidades recicladoras de lâmpadas existentes no país, e é para estas que sua
planta fabril envia lâmpadas com mercúrio que, por alguma razão técnica, voltam do
mercado.
Quanto às lâmpadas incandescentes e fluorescentes de uso residencial,
como não existe estrutura municipal que as classifique, o caminho até hoje tem sido
o descarte no lixo comum. A reciclagem de lâmpadas deve abranger todos os
agentes da cadeia de consumo: o poder público, o usuário e as empresas, criando
um sistema de coleta, provendo informações técnicas adequadas sobre o produto e
educação ambiental.
―É necessário desenvolver um modelo técnico, financeiramente adequado e
ambientalmente correto‖, defende Marcio Quintino, gerente de Qualidade e Meio
Ambiente da Philips para a América Latina. A Associação Brasileira da Indústria de
Iluminação – ABILUX (2003) informa que a reciclagem de lâmpadas está sendo
discutida por um de seus grupos setoriais, focado na criação de uma
regulamentação federal.
4.8.2.1.6.4. Artigos de Impressão e Computação Pessoal
Para o fabricante de impressoras Hewlett-Packard - HP, a reciclagem de seus
itens de impressão e computação pessoal também deve ser uma responsabilidade
262
compartilhada entre a sociedade, as empresas e o governo. A HP detém o maior
programa do mundo em reciclagem no segmento eletroeletrônico, além de ser
pioneira na utilização de materiais inovadores no processo de desenvolvimento de
produtos e insumos que reduzem o uso de substâncias químicas e de embalagens,
favorecendo a própria cadeia produtiva.
Em 2006, reciclou mais de 74 mil toneladas de hardware e suprimentos nos
países onde atua e a meta deste ano é reciclar 450 mil toneladas, sendo que o saldo
acumulado é de mais de 375 mil toneladas de sucata desde 1987. A empresa
espera que a legislação incentive e viabilize esses processos por meio da eliminação
e redução de tributos, especialmente na comercialização de bens projetados com
melhor capacidade sustentável.
As baterias usadas nos notebooks e handhelds da HP, por exemplo, são
fabricadas com materiais não-tóxicos (lítio/íon) e, ainda assim, a empresa estimula a
devolução e destinação para reciclagem, onde existe um site especifico para
remessa.
Desde 2003 no Brasil a empresa já reciclou 156 toneladas de hardware e 106
toneladas de pilhas e baterias, recolhidas em seus escritórios e nos clientes. Além
disso, as usadas em servidores e UPS, por conterem chumbo ácido, são
armazenadas pela HP e, posteriormente, enviadas à reciclagem para recuperação
do chumbo.
Existem ainda programas de reciclagem para cartuchos de toner e impressão
a jato de tinta. Lançada em 1992, nos Estados Unidos, essa iniciativa já conseguiu
evitar o descarte de 90 milhões de cartuchos da empresa em aterros sanitários e
direcionou mais de 92 mil toneladas de metais e plásticos para o mercado de
materiais reciclados.
Além disso, esta empresa recomenda que computadores em bom estado de
funcionamento sejam doados para programas de inclusão digital ou que se faça a
reciclagem de partes e peças, no caso de produtos sem possibilidade de reuso.
4.8.2.1.6.5. Outros procedimentos
Desde julho de 2005, a Technology Conservation Group (TCG), com sede em
Jaguariúna (SP), atende fabricantes interessados em revenda ou reciclagem de
263
produtos eletroeletrônicos. Geralmente, essas cargas apresentam defeitos, foram
descontinuadas ou constam como excedente de inventário.
A empresa, que tem sete filiais no mundo, revende equipamentos completos
ou componentes, como circuitos integrados, coletores e placas de circuito impresso,
metais preciosos contidos em Unidades Centrais de Processamento (Central
Processing Units – CPUs), celulares, aparelhos de telecomunicação e som, fax e
telefone, por meio de um banco de dados da TCG, sites de comercialização ou para
lojas de informática.
Quando a empresa destina o produto para reciclagem, os produtos são
separados e comercializados para quatorze recicladores de diversos materiais como
plástico, ferro, alumínio, cobre, embalagem, placas de circuito impresso.
Segundo CETESB (2006), os entraves para a reciclagem de produtos
eletroeletrônicos no Brasil são:
Legislação fiscal;
Custo logístico; e
Fiscalização para cumprimento da legislação vigente.
4.8.2.1.7. Procedimentos de Reciclagem de Produtos Eletroeletrônicos em outros Países
4.8.2.1.7.1. Procedimentos de Reciclagem de Produtos Eletroeletrônicos Estados Unidos
O setor de Eletrônica para Automação apresenta diversificação de áreas e de
métodos produtivos, além da utilização de diversos tipos de matérias-primas. São
utilizadas matérias-primas de outros segmentos, como: indústria de plásticos, de
madeiras, de aço, petrolífera, de tintas e outras.
Com a diversificação de matérias-primas e dos modelos apresentados, é
possível verificar que a reutilização de materiais diversos, após o processo
produtivo, não somente aquele gerado pelo processo produtivo é de grande valor
comercial, além de gerar vantagens para o meio ambiente e para a inclusão social.
O segmento industrial possui uma grande potencialidade, e unindo forças e
conhecimento poderá melhorar processos, além de reutilizar peças e produtos pós-
264
processo produtivo na criação da Cooperativa Nacional por meio de Centrais
Inteligentes de Reciclagem, custeada pelos governos, indústrias e clientes.
A Agência Nacional de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA)
mantém campanhas para elevar o índice de reciclagem de eletrônicos
(computadores, televisores e telefones celulares) que inclui trabalhos diretos com
quem fabrica, distribui, utiliza e descarta esses produtos, no sentido de diminuir seus
impactos ambientais (com design, cuidados na fabricação e redução de
componentes tóxicos, incentivo ao reuso e à reciclagem e gerenciamento dos
eletrônicos usados). Além disso, anualmente, é organizado o America Recycles Day
para estimular a prática da reciclagem (US Environmental Protection Agency, 2007).
Os instrumentos de política ambiental podem ser classificados em duas
categorias: regulação direta, conhecida como comando e controle, que inclui
padrões de poluição, proibição de certas atividades e controle dos equipamentos, de
processos, de produtos e do uso de recursos; e instrumentos econômicos, como
taxas e tarifas, subsídios, sistemas de devolução de depósitos e permissões de
poluição comercializáveis (ALMEIDA, 1994)
As medidas de política ambiental trazem benefícios sociais no que se refere à
melhor qualidade de vida. Para as empresas argumenta-se, de um lado, que a
adequação às exigências pode elevar os custos, gastos com pesquisa e
desenvolvimento, reduzir lucros e a competitividade (PALMER, et al, 1995).
Entretanto, de uma perspectiva dinâmica, foram constatados efeitos positivos sobre
inovação tecnológica e produtividade dos recursos.
Para Kemp (1990) a inovação ambiental, embora se origine da mesma
perspectiva teórica evolucionária, difere da inovação tradicional, que consiste na
sucessão de novas e mais eficientes técnicas de produção. A política ambiental é
imprescindível para o primeiro tipo de inovação, visto que afeta as condições de
oferta e demanda de tecnologias ambientais.
Conforme a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico -
OCDE é importante avaliar o impacto dos instrumentos de política ambiental com
base no contexto no qual ocorre. Desse modo, identificou-se que um alto grau de
inovação radical ocorreu apenas em resposta às regulações mais severas, como
proibição de produtos; inovações incrementais e difusão tecnológica foi a reação
265
mais recorrente, principalmente em relação às especificidades tecnológica, padrões
de desempenho, subsídios e taxas de poluição.
Segundo Porter & Van Der Linde (1995), a regulação mais frouxa parece
refletir nenhuma inovação ou inovações incrementais, enquanto regulações
rigorosas exigem soluções mais fundamentais, como a reconfiguração de produtos e
processos. Além disso, regulações que contemplem as diferenças setoriais e
fornecem tempo suficiente de adequação, tendem a gerar rápidas e significativas
respostas tecnológicas, segundo Kemp (2000).
De outro lado, regulações que definem a solução tecnológica, como padrões
ou especificidades, serão menos inovadoras, enquanto a liberdade excessiva
fornecida pelos instrumentos econômicos pode não ter resultados inovadores se, por
exemplo, for mais vantajoso pagar a taxa para poluir. (Jaffe, et al, 2002; Kemp,
2000).
Além disso, se em um momento são realizados investimentos na mudança
tecnológica para atender às exigências ambientais, em outro as inovações podem
criar compensações econômicas e outros ganhos ambientais.
Conforme Porter & Van der Linde (1995), como a poluição é um sinal de
ineficiência no uso dos recursos, as inovações ambientais podem trazer benefícios
que compensam os custos iniciais e criar vantagens competitivas. Os benefícios
podem ocorrer para o produto - melhor qualidade, redução do custo e da
embalagem, maior segurança, e para o processo, menores paralisações, economia
de materiais e de armazenamento, economia de energia e das atividades de
descarte dos resíduos.
Para Andersen (2005), a eco-eficiência, medida pela intensidade de materiais,
energia, dispersão de substâncias tóxicas, durabilidade e reciclabilidade, é um
método de avaliação do desempenho ambiental do produtor, bem como um
indicador de inovação ambiental. Dessa forma, é possível concluir que medidas de
política ambiental podem gerar importantes mudanças tecnológicas, trazer outros
benefícios e criar vantagens competitivas. Condições de rigor associadas à
flexibilidade regulatória tendem a ter maiores impactos sobre a inovação.
266
4.8.2.1.7.2. Procedimentos de Reciclagem de Produtos Eletroeletrônicos União Européia
No ano de 2003, conforme Official Journal of the European Union (2003) a
União Européia promulgou duas exigências para a produção/comercialização de
equipamentos eletroeletrônicos: diretivas sobre a disposição final de produtos
(Waste Electrical and Electronic Equipment - WEEE) e sobre o uso de substâncias
nocivas (Restriction of the Use of certain Hazardous Substances in Electrical and
Electronic Equipment - RoHS).
A WEEE é um regulamento em vigor desde 2006, com o objetivo de prevenir
e diminuir os resíduos de uma lista de equipamentos eletroeletrônicos selecionados
segundo o estágio atual de análise científica. Fundamenta-se nos princípios do
poluidor pagador, precaução e na responsabilidade estendida do produtor. A
responsabilidade do produtor está associada às etapas de coleta seletiva,
tratamento, recuperação, reciclagem e financiamento.
A internalização dessas atividades visa estimular o design ecológico dos
produtos e o fornecimento de informações. O tratamento pode ser realizado pelo
produtor ou por terceiros, mas financiado pelo produtor.
Essas exigências têm impactado os principais países, dentro e fora da União
Européia, estimulando inovações tecnológicas, sobretudo quanto à substituição de
substâncias nocivas. Países industrializados estão mais bem preparados e
respondendo de modo mais inovador que os asiáticos de industrialização recente.
Resíduos de equipamentos eletroeletrônicos contêm substâncias nocivas à
saúde e ao meio ambiente, como chumbo, cádmio, cromo, mercúrio e retardantes de
chamas (os bifenis PBB e PBDE). Este tipo de poluição está mais associado à
composição do produto do que aos resíduos gerados no processo de produção. O
número de toneladas gerado de resíduos é crescente, como resultado, em parte, da
rápida substituição dos produtos eletrônicos.
Em 1998, foram gerados seis milhões de toneladas de resíduos de
equipamentos eletroeletrônicos na União Européia, o que representou 4% do fluxo
de resíduos municipais.
Estima-se que a quantidade de resíduo gerado per capita situa-se entre 14 e
20 kg ao ano, e estima-se que esse volume cresça.
267
A taxa de recuperação varia de um mínimo de 70% a 80% do peso médio por
utensílio e a taxa de reciclagem (de componentes, materiais e substâncias), de um
mínimo de 50% a 75% do peso médio conforme uma lista de equipamentos
selecionados, como eletrodomésticos, produtos de informática e telecomunicações,
ferramentas, brinquedos, entre outros. Dessa classificação, excetuam-se
equipamentos usados em outros equipamentos que não fazem parte desta diretiva
e, temporariamente, os equipamentos da categoria, conforme apresentado no
Quadro 27.
Quadro 27 - Regulamentações WEEE por categorias de produtos cobertos.
Produtos
Regulamentação WEEE
Recuperação (% do peso)
Reciclagem (% do peso)
1. Grandes eletrodomésticos 80 75
2. Pequenos eletrodomésticos 70 50
3. Tecnologia de Sistemas de Informação e Telecomunicações
75 65
4. Eletrônicos de consumo 75 65
5. Equipamentos de iluminação * 70 50
6. Ferramentas eletroeletrônicas 70 50
7. Brinquedos e produtos esportivos 70 50
8. Equipamentos médicos - -
9 Equipamentos para monitoramento e controle 70 50
10. Equipamentos de serviço automático 80 75
Fonte: Official Journal of the European Union, 2003.
(*) exceto para lâmpadas de descarga de gás, cuja taxa de recuperação mínima é de 80% do peso
da lâmpada.
A RoHS diz respeito à eliminação e/ou redução de substâncias nocivas
presentes nos equipamentos eletroeletrônicos. Esta norma é complementar à WEEE
na medida em que recomenda a substituição de substâncias nocivas nos
equipamentos eletroeletrônicos por materiais mais seguros facilitando a reciclagem.
Decidiu-se que será somente tolerado o valor máximo de concentração de
0,1% por kg (ou 1000mg/kg) em material homogêneo para chumbo, mercúrio,
cromo, PBB e PDBE e o valor máximo de 0,01% (ou 100mg/kg) em material
homogêneo para o cádmio. Isto se aplica aos equipamentos eletroeletrônicos
abrangidos pelas categorias 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 10 definidas na WEEE (primeira
coluna do Quadro 27), incluindo as lâmpadas elétricas e os aparelhos de iluminação
268
de uso doméstico. As exigências são obrigatórias nos países da União Européia e
têm impactos diferenciados. O impacto da RoHS no Reino Unido gerou custos e
benefícios.
Os custos foram estimados entre £700 milhões a £1300 milhões nos dez anos
posteriores à data do relatório – decorrentes de gastos com capital, P, D & I e
operação. Deste total, a maior dificuldade se refere à substituição do chumbo no
processo de solda, para a qual foram previstos em torno de 5% dos gastos totais em
P, D & I, bem como aumento nos gastos com energia e incrementos nos preços dos
componentes. Os benefícios foram associados à facilidade de reciclagem,
melhoria nas condições de vida e redução entre 1.400 a 4.300 toneladas de chumbo
(DTI, 2006).
Na Noruega, segundo Lee & Roine (2004), as diretivas da União Européia
tem influenciado a legislação doméstica e estimulado inovações ambientais de modo
diferenciado. A maioria dos produtores realizou inovações de produto ou de
processo nos últimos dez anos para tratar de problemas ambientais e essas
inovações dirigiram-se principalmente para substituição e eliminação de substâncias
nocivas, tendo nas regulamentações da União Européia sua principal motivação.
Quanto ao tratamento de resíduos, as empresas norueguesas estabeleceram um
sistema coletivo, de modo a se responsabilizar financeiramente pelo tratamento, mas
transferindo a responsabilidade física para outras organizações. Assim, as
empresas pagam taxas sobre tipos e quantidades de produtos para essas
organizações, que usam suas receitas para a indústria de reciclagem.
Esse esquema de financiamento tem estimulado as inovações de processo na
indústria de reciclagem, porém, não tem incentivado inovações de produto – para
reduzir a geração de resíduos e torná-los mais recicláveis - por parte dos produtores
acima. As pequenas e médias empresas na União Européia estão razoavelmente
preparadas para alterações tecnológicas na eliminação do chumbo, apesar de
carecer de informações e conhecimento (TEH, et al, 2005)
Os países industrializados fora da União Européia também têm sido afetados
e estão respondendo às exigências. As empresas dos Estados Unidos estão
relativamente preparadas em relação aos regulamentos e existem custos e
oportunidades da adequação à RoHS. Segundo Veleva & Sethi (2004), as
269
companhias mais representativas do segmento de componentes estão bem
informadas sobre os regulamentos, onde a maioria está realizando ações para
redesign dos produtos e declarou estar preparada para se adequar à RoHS e
produzir produtos verdes no prazo solicitado.
Dentre as ações de redesign, a Texas Instruments tem iniciativas de produtos
livre de chumbo desde os anos 1980 e já manufaturou 1 bilhão desses produtos. A
oportunidade para as empresas é a diferenciação de produto para as que fabricam
produtos verdes, o que cria vantagens competitivas e consequente aumento da
participação no mercado. Os impactos da RoHS são globais, afetando inclusive os
produtos vendidos nos EUA e não tende a gerar duas linhas de produtos: uma com
substâncias nocivas para o mercado interno e outra, sem as substâncias para a
Europa (INFORM, 2003).
Os principais manufatores de eletrônicos mudam o design e adotam novas
tecnologias em uma linha de produção, pois uma vez adotada uma nova tecnologia
seria mais cara e ineficiente a produção separada para diferentes mercados.
No Japão, um alto índice de inovação foi registrado na produção de
eletrônicos e no tratamento de resíduos antes mesmo da promulgação das diretivas
européias. A produção de eletrônicos com solda livre de chumbo data desde o início
dos anos 1990 e teve êxito graças à criação de uma rede de inovação que cobre
instituições diversas, como universidades, institutos de pesquisa, associações
industriais. Por exemplo, 436 patentes foram registradas entre 1993 e 2001 para
desenvolvimento deste tipo de produto (YARIME, 2005).
Segundo Tojo (2004), os principais manufatores de equipamentos
eletroeletrônicos realizaram medidas para redução dos impactos ambientais nas
áreas de eficiência energética, redução de substâncias nocivas e eficiência de
recursos e reciclabilidade.
Quanto à redução de substâncias nocivas, as medidas tomadas pelas
empresas se referem a checagem e controle e gastos com P, D & I para eliminação
de chumbo e cromo, bem como a fiscalização dos fornecedores, para os quais foram
desenvolvidos guias verdes. Medidas de eficiência de recursos e reciclabilidade
incluem: a redução do uso de materiais, por meio da miniaturização; o
270
prolongamento da vida útil do produto via reuso de componentes e redução do peso;
e redução do uso de componentes para facilitar a desmontagem.
Quanto ao tratamento dos resíduos, um sistema de coleta e recuperação foi
desenvolvido: o usuário final paga pela coleta comprando um ticket, cujo valor se
diferencia conforme o produto, e o fluxo é repassado ao produtor. Como resultado, o
número de produtos coletados e reciclados passou de oito milhões, entre março de
2001 e abril de 2002, para dez milhões entre abril de 2002 e março de 2003.
Os países de industrialização recente na Ásia são os principais produtores e
exportadores de equipamentos eletroeletrônicos, sobretudo para os países
industrializados. Mais da metade das exportações de China, Tailândia e Filipinas
destinam-se a União Européia, Japão e EUA. De outro lado, os países asiáticos são
também os principais importadores de resíduos e de equipamentos usados desses
países, sobretudo dos EUA (VOSSENAAR, et al, 2006)
As companhias chinesas, conforme Yu, et al (2006) têm tido uma ação mais
reativa do que proativa, visto que passaram a se adequar a partir de 2004. A maioria
das empresas está bem informada das diretivas, têm dedicado mais atenção à
RoHS, que possui mais impactos, e são motivadas a se adequar principalmente
pelas exigências dos clientes. Em termos de tamanho, as empresas que mais tem
respondido são as grandes.
A RoHS tem investido em inovação para encontrar componentes que possam
substituir chumbo que é utilizado na solda. Quanto ao tratamento de resíduos, este
setor está bem mais atrasado, visto que a coleta, reciclagem e disposição dos
resíduos são realizadas informalmente, gerando prejuízos ambientais e à saúde.
Hicks, et al (2005), enxerga nas diretivas européias estímulos para o
estabelecimento de um setor formal: algumas empresas têm realizado investimentos
no tratamento, mas os ambientes de incerteza gerados pela ausência de regulações
domésticas aumentam os riscos dos investimentos. Como reação, a China tem
implementado legislação semelhante à RoHS e estabelecido controles de
importação de resíduos e equipamentos usados (VOSSENAAR, et al, 2006).
Na Tailândia, o processo de ajustamento à RoHS se iniciou em 2003, quando
as subsidiárias receberam ordens do escritório central e passaram a estabelecer
seus próprios cronogramas e reajustar os fornecimentos. Em geral, poucas
271
companhias estavam informadas das diretivas e declararam sofrer impactos diretos
e indiretos das diretivas; a minoria estaria apta a cessar o uso das substâncias
imediatamente. As principais dificuldades encontradas foram acesso ao
conhecimento e às tecnologias adequadas e a eliminação do chumbo. Semelhante à
China, as autoridades locais têm desenvolvido planos de ação para a coleta de
produtos e resíduos e legislação similar à RoHS (VOSSENAAR, et al, 2006).
Nas Filipinas, grande parte das empresas é do segmento de semicondutores
e possuem significativa participação de transnacionais, seja na forma de subsidiárias
ou contratando produtores.
A diretiva RoHS tem tido mais impactos sobre inovação do que a diretiva
WEEE. A RoHS tem impactos globais, atingindo toda a cadeia de produtores de
diversos segmentos e coloca significativos desafios inovadores, principalmente
quanto à eliminação do chumbo na solda. A WEEE tende a ter impactos mais
regionais, sobre a indústria de reciclagem, mas pouco foi registrado sobre os seus
efeitos inovadores e estímulo de redesign do produto.
Os países industrializados estão mais bem preparados para se adequar de
modo inovador e competitivo à RoHS. O Japão, por exemplo, foi o país com maior
sucesso nessa transformação, visto que estabeleceu um sistema de inovação para
eliminar o chumbo da solda. Países asiáticos de industrialização recente, os maiores
exportadores de eletrônicos atualmente, sofrem os impactos por duas vias: precisam
se adequar para não perder exportações de um lado, e são os maiores importadores
de resíduos e equipamentos usados dos países industrializados e não possuem um
setor de tratamento adequado. Suas companhias estão pouco preparadas para se
adequar, mas as respostas dependem da estrutura industrial local.
Essas evidências parecem confirmar o argumento que regulações ambientais
mais rigorosas tem maiores impactos sobre inovação e, inclusive, geram outros
ganhos, como no caso dos Estados Unidos e do Japão. Mas o caso dos asiáticos
indica que a capacitação técnica e institucional doméstica dos países é importante
para uma adequação efetiva e inovadora.
Na União Européia, a reciclagem de produtos do setor eletroeletrônico tem
uma estratégia de controle, apoiada nos aspectos político e sócio-ambiental,
permitindo uma renovação constante da produção industrial, priorizando atender os
272
aspectos ambientais. Esta renovação está baseada em três fases, conforme ilustra
a Figura 19:
a) Equipamentos e Componentes: cada equipamento comercializado possui
um índice de reciclabilidade;
b) Estabelecimento de pontos de troca, ou depósito de equipamentos
antigos, ou centros de coletas seletivas de lixos; e
c) Centros Automatizados de Reciclagem.
Figura 19 - Reciclagem de Materiais.
Fonte: Adaptado de Eco-Systems, 2007.
Para atender às diretrizes mencionadas anteriormente, existem leis
específicas aplicadas para dois níveis da cadeia produtiva:
a) Fabricação e Produção Industrial
• Utilização de material ecológico e reciclável; e
• Tratamento de resíduos de fabricação, materiais e líquidos que envolvem
o processo de fabricação.
b) Produção, Comercialização e Política de Incentivo ao Consumo e
Renovação de Produtos
• Classificação de produtos em função de seu impacto ambiental;
• Reciclagem de materiais; e
• Central Inteligente de Reciclagem.
O REACH - Registration, Evaluation, Authorisation and Restriction of
Chemical Substances, ou Registro, Avaliação, Autorização e Restrição de
Substâncias Químicas é uma regulamentação européia aplicável a ao uso seguro de
produtos químicos que entrou em vigor em 1º de Junho de 2007.
Equipamentos e
Componentess
Usuários
Pontos de
Entrega
Processo de
Reciclagem
PROCESSO DE RECICLAGEM DE MATERIAIS
273
O objetivo do REACH é aumentar a proteção à saúde humana e ao meio
ambiente através da melhor e precoce identificação das propriedades intrínsecas
das substâncias químicas. Os benefícios do sistema REACH se evidenciarão
gradativamente, tanto quanto mais substâncias forem incluídas no REACH. O
REACH foi desenvolvido em um ambiente transparente e de consenso, com
extensivos diálogos promovidos pela Comissão Européia antes e após a proposta
ser apresentada.
Esta regulação transfere grande responsabilidade à indústria no manejo do
risco e no provimento de informações de segurança das substâncias químicas.
Fabricantes e importadores precisam reunir as informações das propriedades de
suas substâncias químicas, as quais permitirão o manejo seguro, e registrar a
informação em um banco de dados central mantido pela Agência Européia de
Produtos Químicos (ECHA), em Helsinki, Finlândia. Esta Agência atua como ponto
focal no sistema REACH: gerenciar os bancos de dados necessários para operar o
sistema, coordenar detalhadamente a avaliação de substâncias suspeitas e prover
um banco de dados público sobre informação de risco aos consumidores e aos
profissionais.
Esta regulação também promove a substituição progressiva da maioria das
substâncias perigosas quando alternativas viáveis são identificadas.
4.8.2.1.8. Impacto Ambiental e Saúde do Trabalhador
Para Cerqueira (2009) toda organização produtora de bens ou serviços têm
como principal missão atender à satisfação de seus clientes intencionais ou
pretendidos, onde seus processos visam gerar produtos destinados aos clientes,
conforme os requisitos identificados.
O conceito de produto e cliente pode ser estendido no sentido de englobar
tudo aquilo que seja gerado nos processos ou atividades de uma organização.
Assim, produto é qualquer resultado ou saída de uma atividade, dando ensejo à
observação de que toda atividade gera produtos intencionais, mas também gera
outros resultados não pretendidos que acabam impactando outras partes.
Estas outras partes impactadas por produtos não pretendidos podem,
portanto, ser considerados como clientes, pois acabam recebendo algo que provém
274
do processo, apesar de não o desejarem (Maroti, 2002). Este é o caso dos rejeitos e
resíduos que são eliminados nos processos produtivos e que impactam o meio
ambiente e, como consequencia, causam problemas nas comunidades internas e
externas à organização, o mesmo ocorrendo, no caso de problemas relacionados à
segurança, que podem afetar a saúde dos trabalhadores envolvidos com as
atividades da organização (Maroti, 2002). A Figura 20 ilustra os tipos de produtos
gerados num processo produtivo.
Figura 20 - Impacto Ambiental e saúde do trabalhador.
Fonte: Cerqueira, 2009.
O balanço entre as fontes de energia disponibilizadas, utilizadas e entregues
durante um processo produtivo, normalmente apresenta um baixo rendimento, ou
seja a energia entregue com o produto para o cliente é sempre muito menor da
disponibilizada durante o processo. Isto significa que grande parte da energia
aplicada no processo se perde nas mais diversas formas, gerando impactos ao meio
ambiente. Consequentemente, todo produto não pretendido gerado implica em
perda de energia e, corresponde a um desperdício, a uma falha ou a um resultado
indesejável.
Assim, nos processos produtivos podem ocorrer falhas que comprometem seu
balanço de energia e, portanto, sua eficiência e eficácia. Dentre os possíveis tipos
275
de falhas que podem ocorrer durante um processo produtivo pode-se identificar o
atendimento do pedido dos clientes, na concepção e no desenvolvimento do
produto, na aquisição dos insumos, na produção, no monitoramento, no manuseio,
na embalagem, no armazenamento, na entrega, durante o uso do produto pelo
cliente e no pós-uso, isto é, em todo o ciclo de vida do produto (Cerqueira, 2009).
Cerqueira (2009) agrupa os modos de falha que ocorrem nos processos
produtivos nas seguintes categorias:
Falhas que comprometem a qualidade de um serviço ou produto, isto é, o
atendimento aos requisitos: do cliente e relativos ao produto;
Falhas que podem causar impactos ao meio ambiente ou que não
atendem aos requisitos legais e outros requisitos das partes interessadas;
e
Falhas de segurança que podem comprometer a saúde das pessoas
envolvidas direta ou indiretamente no processo.
Ao mesmo tempo, Cerqueira (2009) define as seguintes premissas:
Cliente é todo aquele impactado por um produto ou por um processo;
Todo cliente tem o direito de ver atendido os seus requisitos;
Toda organização fornecedora de produtos e serviços tem deveres para
com os requisitos declarados e não declarados dos clientes;
Todos os produtos pretendidos ou não pretendidos saem dos processos
produtivos da organização fornecedora, impactando clientes intencionais e
não intencionais; e
Existem requisitos normativos, legais e regulamentares, relativos aos
produtos e aos processos, que devem ser atendidos pela organização que
produz.
Para atender estas premissas, torna-se necessário a gestão sobre os modos
prováveis de falha que incidem nos processos e nos produtos, assegurando assim, a
prevenção, o atendimento aos requisitos dos clientes intencionais, dos clientes não
intencionais e das demais partes interessadas. A gestão deve atuar sobre as não-
conformidades, com requisitos ou padrões estabelecidos, que têm potencialidade
para originar falhas que possam comprometer adversamente a qualidade ou o meio
ambiente ou a segurança e a saúde ocupacional (Cerqueira, 2009).
276
A análise do risco envolvido com a não-conformidade potencial é essencial
para a determinação do nível de controle requerido. Devendo considerar o efeito da
falha ou a probabilidade dela acontecer (Figura 21).
Figura 21 - Gestão Ambiental.
Fonte: Cerqueira, 2009.
Cerqueira, 2009, apresenta uma regra, denominada dos 10 para 1, que
evidencia a necessidade da gestão atuar sobre as não conformidades potenciais, ou
seja estabelece que o foco da gestão deve ser o de evitar a incidência das não
conformidades com os requisitos e padrões estabelecidos. Assim, o sistema de
gestão deve contemplar padrões preventivos relacionados a efeitos potenciais
indesejáveis, identificados, analisados e priorizados (Figura 22).
Figura 22 - Regras Ambientais.
Fonte: Cerqueira, 2009.
277
4.8.2.1.9. Recomendações do setor industrial brasileiro para desenvolvimento sustentável
No sentido de contribuir com o processo de discussão das diretrizes para
promoção do desenvolvimento sustentável a Confederação Nacional da Indústria –
CNI elaborou um documento baseado nos temas abordados na Agenda 21 e reunião
da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 10), realizada em
Joanesburgo em 2002, apresentando o posicionamento empresarial industrial
brasileira nesse tema, e estabelecendo um conjunto de princípios e recomendações
que demonstram como o setor vem conciliando o crescimento econômico com o
equilíbrio ecológico (CNI, 2009).
Assim, os princípios gerais que norteiam a atuação do setor industrial
brasileiro e permeiam o conjunto de princípios e recomendações para a Cúpula
Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio + 10 (CNI, 2009), são os
seguintes:
1) Promover a competitividade da indústria, respeitando conceitos de
desenvolvimento sustentável e racionalização na utilização de energia e
recursos naturais;
2) Assegurar a participação pró-ativa do setor industrial, em conjunto com o
governo e organizações não governamentais no sentido de desenvolver e
aperfeiçoar leis, regulamentos e padrões ambientais, nas negociações
nacionais e internacionais;
3) Fomentar a capacitação técnica, incentivando a pesquisa e
desenvolvimento de novas tecnologias, com o objetivo de reduzir ou
eliminar impactos adversos ao meio ambiente e à saúde; e
4) Promover a divulgação e conhecimento da Agenda 21, estimulando sua
implementação.
4.8.2.1.9.1. Gestão de Recursos Florestais
Princípios:
A atividade florestal deve ser entendida como uma opção geradora de
riquezas e promotora do crescimento econômico;
278
A exploração dos recursos florestais é uma atividade dinâmica de uso do
solo, devendo ser planejada e manejada respeitando a necessidade de
conservação e restauração das matas naturais, a seleção das espécies,
os corredores da fauna silvestre, a proteção dos rios e mananciais; e
As atividades de manejo florestal devem contribuir para o bem-estar
econômico e social dos trabalhadores florestais e das comunidades locais.
Recomendações:
Incentivar o zoneamento econômico-ecológico;
Fortalecer pequenos e médios produtores florestais bem como suas
formas associadas, aumentando investimentos em programas de
desenvolvimento social e econômico;
Disseminar informações acerca das atividades relacionadas aos recursos
florestais estimulando a certificação e reconhecimento mútuo de produtos
florestais;
Incentivar a implementação de projetos de sequestro de carbono, inclusive
em florestas nativas;
Garantir recursos financeiros compatíveis com a demanda e o perfil da
atividade florestal;
Promover a modernização do parque industrial de base florestal e criar /
difundir alternativas para a reciclagem e reaproveitamento de resíduos
florestais; e
Viabilizar soluções tecnológicas para o fornecimento de matérias-primas e
alimentos que promovam a saúde e a melhoria do nível nutricional e da
qualidade de vida da população.
4.8.2.1.9.2. Gestão de Recursos Hídricos
Princípios:
A água é um bem com valor econômico;
A bacia hidrográfica é a unidade territorial de planejamento, gestão e
implantação da política de recursos hídricos;
A implementação da política de gestão de recursos hídricos deve ser
descentralizada e compartilhada;
279
Gestão harmônica e integrada do uso múltiplo das águas;
Educação e mobilização social para o uso sustentável dos recursos
hídricos; e
A água é um bem público, cuja gestão deve conciliar o interesse particular
com o interesse geral.
Recomendações:
Estabelecer regras claras e estáveis que atendam ao princípio da
razoabilidade;
Integrar ações dos organismos de recursos hídricos;
Articular gestão dos recursos hídricos com as do uso do solo;
Assegurar a participação equânime dos usuários nos foros de recursos
hídricos;
Estimular a pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias visando a
disponibilidade e qualidade da água;
Estabelecer mecanismos que assegurem a disponibilidade e qualidade da
água, de modo a contribuir para competitividade da indústria;
Promover campanhas no sentido de diminuir o desperdício da água; e
Criar a Associação Interamericana de Usuários de Recursos Hídricos
voltada a compartilhar informações, iniciativas e tecnologias, bem como
estabelecer mecanismos de cooperação.
4.8.2.1.9.3. Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social
Princípios:
A Indústria reconhece que a educação, a erradicação da pobreza, a
promoção da saúde e a eliminação da exclusão social são fundamentais; e
É sua responsabilidade atuar de forma integrada e complementar ao
governo e a outros agentes da Sociedade no sentido de viabilizar o
desenvolvimento social e econômico da região, utilizando de forma
competitiva e sustentável seus recursos naturais.
280
Recomendações:
Promover a cooperação tecnológica e troca de know-how entre empresas,
abrangendo identificação, avaliação, pesquisa e desenvolvimento, gestão,
marketing e aplicação dos princípios da produção mais limpa;
Estimular o desenvolvimento de programas de educação ambiental para
aumentar a consciência e a responsabilidade em todos os níveis, incluindo
a dos gestores empresariais;
Estimular a mudança nos padrões de consumo com vistas à redução de
desperdícios e à geração de resíduos; e
Estabelecer incentivos para a aplicação extensiva pela Indústria dos
princípios do Desenvolvimento Sustentável, desenvolvendo políticas
industriais que levem em conta a inclusão dos socialmente excluídos e
fomentando programas sistêmicos e integrados de educação, cultura,
lazer, saúde e esporte.
4.8.2.1.9.4. Proteção da Atmosfera e Mudanças Climáticas
Princípios:
Inserção da questão climática no contexto do desenvolvimento
sustentável;
Manutenção do princípio de responsabilidades comuns, mas
diferenciadas, entre os diversos estágios de desenvolvimento econômico
dos países; e
Integração do Brasil no mercado de carbono internacional.
Recomendações:
Definir responsabilidades por setor, promovendo o entendimento dos
critérios de sustentabilidade, linha de base e adicionalidade;
Promover a criação de um mercado doméstico de carbono a partir da
participação ampla da sociedade e da abertura às oportunidades do
mercado favorecendo o desenvolvimento de produtos e instrumentos
financeiros;
Promover inventário de projetos potenciais de mitigação do efeito estufa
como parâmetro de evolução de competitividade do país;
281
Inserir a questão da mudança do clima no contexto do desenvolvimento
econômico sustentável, estabelecendo instrumentos e indicadores, com
base científica, para a definição da sustentabilidade face o aquecimento
global;
Criar mecanismos de disseminação das informações científicas e
tecnológicas sobre a evolução da mudança do clima;
Promover o uso de mecanismos financeiros da própria Convenção para a
obtenção de recursos e tecnologias que permitam avançar no
desenvolvimento tecnológico e no aumento da eficiência energética das
indústrias;
Estimular o desenvolvimento e pesquisa de combustíveis alternativos que
resultem na redução das emissões e garantam a competitividade das
indústrias brasileiras; e
Criar incentivos financeiros, por meio da diminuição de impostos e da
redução de encargos dos financiamentos, destinados a indústrias que
reduzirem a emissão de gases e que contribuírem para reduzir o
aquecimento global.
4.8.2.1.9.5. Diversidade Biológica e Gestão da Biotecnologia
A automação quando utilizada na indústria farmacêutica, alimentícia e
agropecuária, exige recomendações para o desenvolvimento sustentável que
atendam princípios e recomendações concernentes a biodiversidade e
Biotecnologia.
Princípios:
A biodiversidade possui valor econômico;
Conservação e utilização sustentável dos componentes da biodiversidade;
A gestão da biodiversidade deve ser compartilhada com os diversos atores
da sociedade;
A gestão da biotecnologia deve considerar aspectos éticos e de segurança
à saúde e ao meio ambiente; e
A biodiversidade é um patrimônio nacional que deve ser preservado e
gerido com soberania.
282
Recomendações:
Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento biotecnológico com ênfase nas
áreas de alimentação, medicamentos, cosméticos, biomateriais e proteção
ambiental, que leve à obtenção de direitos de propriedade industrial;
Criar mecanismos para facilitar o acesso à tecnologia nos termos da
Convenção de Diversidade Biológica;
Promover programas de conscientização e educação visando a
conservação e uso sustentável da biodiversidade;
Estabelecer regras claras e estáveis para o acesso à diversidade biológica
e repartição dos benefícios, observando os interesses nacionais;
Estabelecer incentivos fiscais e estimular a criação de fundos destinados a
projetos de utilização sustentável da biodiversidade e de biotecnologia; e
Disseminar informações científicas sobre questões ligadas a biotecnologia.
4.8.2.1.9.6. Produtos Tóxicos e Resíduos Perigosos
Princípios:
A gestão segura de produtos químicos é fundamental para
desenvolvimento sustentável da sociedade e para a proteção da saúde
humana e do meio ambiente;
A gestão segura de substâncias químicas e a destinação final de resíduos
perigosos devem estar baseadas na cooperação e na constituição de
parcerias entre o poder público o setor produtivo e a sociedade civil de
forma a que sejam desenvolvidas políticas e infraestruturas adequadas
nos países da região; e
As Informações sobre as características toxicológicas dos produtos
químicos e de resíduos perigosos devem ser fornecidas a sociedade, para
que possam ser tomadas decisões sobre os produtos, com base nas
avaliações de risco sobre as substâncias em questão. A avaliação de risco
deve considerar preponderantemente os efeitos à saúde e ao meio
ambiente.
283
Recomendações:
Trabalhar em consonância com as Prioridades de Ação resultantes da III
Sessão do Fórum Intergovernamental de Segurança Química, com ênfase
em:
Expandir e acelerar a avaliação internacional dos riscos químicos, de
acordo com metodologias harmonizadas;
Aplicar, assim que possível, o Sistema de Classificação Global
Harmonizado (GHS) em todos os países;
Encorajar os países a ratificarem a Convenção de Roterdã sobre o
Consentimento Previamente Informado (PIC);
Utilizar Fichas de Segurança de Produtos Químicos – FISPQ (MSDS)
como instrumentos de divulgação das características de substâncias
químicas em uso, quer sejam produzidas no país ou importadas;
Estabelecer programas nacionais de redução de riscos químicos, com
destaque para estratégias de controle de pestes e doenças
transmissíveis; identificação, neutralização e disposição segura de
estoques de pesticidas e outros produtos químicos obsoletos; e
Adoção de sistemas nacionais para a prevenção e resposta a grandes
acidentes de processo em instalações industriais; ratificação da
Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes –
POPs;
Estabelecimento de Centros Toxicológicos; e de Registros de
Emissões e Transferência de Poluentes adequados à realidade dos
países ou regiões;
Desenvolver perfis nacionais onde sejam incluídas as principais
informações relativas à segurança química que sirvam de referência
para a preparação de planos de ação nacionais ou regionais;
Desenvolver a capacitação dos envolvidos com assuntos de segurança
química de maneira prioritária, e
Estabelecer estratégias para a prevenção, detenção e controle do
tráfico ilegal de substâncias químicas.
Participar dos esforços internacionais destinados a controlar a
movimentação transfronteiriça de resíduos perigosos cobertos pela
284
Convenção da Basiléia e trabalhar nacionalmente para a regulamentação
e aplicação de seus instrumentos.
4.8.2.1.9.7. Comércio e Meio Ambiente
Princípios:
A busca do desenvolvimento econômico deve ocorrer em bases
sustentáveis e considerar as vocações e potencialidades regionais;
A cooperação entre os países da Região deve estimular a transferência de
tecnologia e a capacitação de recursos humanos;
A implementação da regulamentação ambiental não deve resultar em
barreira comercial; e
Deve ser priorizado o uso de normas voluntárias sobre a adoção de
regulamentos técnicos.
Recomendações:
Evitar a utilização protecionista de regulamentação e de normas
ambientais e, em especial, não incentivando padrões e normas baseadas
em métodos e processos produtivos, que tendem a funcionar como
barreiras não tarifárias ao comércio internacional;
Estabelecer um processo gradual de convergência das legislações,
regulamentos e normas técnicas utilizadas pelos países da região, sempre
contemplando as necessidades e condições locais e sub-regionais. A
adequação dos instrumentos de política ambiental deverá atender ao
requisito de não constituir entrave ao comércio entre os países da região;
Aplicar e difundir os resultados obtidos por experiências regionais ou sub-
regionais para facilitar o processo de integração entre blocos econômicos.
Considerar os acordos já realizados (MCCA, PA, CARICOM, ALADI,
MERCOSUL, NAFTA, bem como o Tratado de Cooperação Amazônica),
em seus objetivos e experiências;
Promover a difusão e o crescente atendimento dos acordos e protocolos
ambientais internacionais (Agenda 21, Convenção do Clima, Protocolo de
Montreal, Protocolo de Kyoto, etc.);
285
Incentivar e dar credibilidade aos mecanismos voluntários de certificação,
negociados internacionalmente;
Proporcionar condições necessárias para que o setor privado possa
prover-se adequadamente de experiências, tecnologias,
Conhecimentos e serviços, de maneira a solucionar seus problemas
ambientais;
Estabelecer mecanismos de incentivos e financiamentos, em prazos e
demais condições adequadas, de forma a propiciar amplo acesso das
empresas, especialmente as de pequeno e médio porte, aos recursos
necessários para a internalização dos custos ambientais resultantes da
utilização de sistemas de gestão e tecnologias e/de produção mais limpas;
Criar e manter atualizados inventários com todos os acordos sobre
medidas sanitárias e fitossanitárias; certificações e regulamentações
técnicas; e
Desenvolver e implementar infraestrutura técnica e jurídica que possibilite
a aplicação das legislações decorrentes dos acordos internacionais para
possibilitar as soluções de controvérsias.
4.8.2.1.9.5. Energia e Transporte
Princípios:
Energia:
A expansão da oferta de energia é condição essencial ao
desenvolvimento;
O desenvolvimento sustentável tem como fundamento matrizes
energéticas diversificadas, com aproveitamento dos recursos regionais; e
O uso de fontes renováveis de energia, a conservação e a eficiência
energética – na geração, distribuição e consumo – são fatores
indispensáveis ao desenvolvimento sustentável.
Transporte:
O sistema de transporte multimodal é importante para a competitividade
empresarial e a melhoria da qualidade de vida da população; e
286
A utilização de combustíveis com menor potencial poluidor e a eficiência
do sistema de transporte coletivo urbano são fundamentais para o
aumento da eficácia dos meios e métodos de gestão do trânsito e
circulação viária, com vistas à redução da emissão de poluentes.
Recomendações:
Remover as barreiras regulatórias que impedem o efetivo desenvolvimento
do transporte multimodal, geração de energia distribuída e aproveitamento
de fontes renováveis;
Harmonizar as políticas regulatórias de transporte, visando a integração
regional;
Incrementar mecanismos de estímulo ao desenvolvimento do transporte
ferroviário e hidroviário, de forma sustentável;
Promover ampla política de conservação de energia, em todos os níveis,
incentivando, também, a capacitação em eficiência energética nas
universidades e centros de P, D & I;
Incentivar a implantação de programas tecnológicos para conservação de
energia e de fontes alternativas via cooperação técnica dos setores
público / privado;
Estimular a exploração do potencial em pequenas centrais hidrelétricas,
sistemas de co-geração, com aproveitamento dos potenciais energéticos
de cada região;
Estimular programas voluntários para redução das emissões de CO2;
Eliminar as reservas de cargas dos armadores de transporte de
cabotagem de modo a reduzir o transporte rodoviário por longas
distâncias; e
Estimular a conformação de redes multimodais, que articulem a melhor
utilização das vias terrestres, fluviais, marítimas e aéreas, bem como
facilitem o trânsito fronteiriço de pessoas, veículos e cargas, além de
contribuírem para a dinamização do comércio e dos investimentos no
conjunto da região.
287
4.8.2.1.10. Projeto CETESB
A CETESB, órgão responsável pela qualidade ambiental e detentora de
conhecimento técnico na área de tratamento de resíduos, desenvolveu através de
seu Departamento de Tecnologia da Informação, um projeto inovador TI-Verde para
apontar metas ambientais para destinação adequada do lixo eletrônico, cabendo
ainda à CETESB o papel de agente credenciador das empresas de reciclagem, por
meio de concessão de Licenças de Instalação e de Operação, além do
acompanhamento dos índices de reciclagem e dos balanços de quantidades de lixo.
Um índice de reciclagem deve refletir valores referentes à quantidade de
material reciclado, como também o risco associado aos elementos (chumbo, cobre,
alumínio e outros) contidos nesses equipamentos. Através da implementação de um
projeto piloto que permitirá estabelecer metodologias de gerenciamento de resíduos
de TIC, gerados pelos órgãos do Governo do Estado de São Paulo, viabilizando a
participação pela primeira vez de um país sul-americano no Programa das Nações
Unidas - StEP - Solving the e-Waste Problem.
Segundo Marketing (2009), este projeto recebeu o primeiro prêmio na
categoria "Excelência em Inovação na Gestão Pública 2008" no 11º CONIP
(Congresso de Inovação da Gestão Pública). Este projeto tem como meta evitar a
contaminação ambiental e proteger a saúde pública dos efeitos nocivos causados
pela disponibilização incorreta do lixo eletrônico (computadores, celulares, aparelhos
de televisão e outros), como também agrega duas componentes:
Social: baseada no estímulo à inclusão digital, prevendo inciativas para
doação de equipamentos com potencial de uso educacional, para
comunidades carentes, aumentando assim, a vida útil dos aparelhos que
normalmente são disponibilizados; e
Econômica: proporcionar a geração de empregos, com a abertura de
indústrias e centros de reciclagem.
Finalmente, a CETESB cogita estabelecer programas de parcerias com ECT
(Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), supermercado e grandes
estabelecimentos comerciais junto às empresas de reciclagem para o recolhimento
de computadores e aparelhos de telefonia celular descartáveis pela população em
288
geral. Essa parceria possibilitará que a população disponibilize equipamentos
considerados obsoletos nesses estabelecimentos, garantindo e centralizando a
coleta seletiva, para o envio às empresas recicladoras, parceiras do projeto TI-Verde
(Marketing, 2009).
4.8.2.1.11. Cooperativa Nacional
A integração e cooperação entre áreas é o primeiro passo mais significativo
no recolhimento e criação de Centrais Inteligentes de Reciclagem em pontos
estratégicos pelo país, seja de empresas de produção, ou de empresas de serviços
ou de distribuição. Não importa o tamanho da corporação, pequena, média ou
grande, deverá se integrar e planificar um objetivo comum, que é a formação da
Cooperativa Nacional de reutilização de materiais diversos pós-processo produtivo.
A formação e criação de uma Cooperativa Nacional de reutilização de
materiais diversos pós-processo produtivo, terá como objetivo centrar esforços no
recebimento e recolhimento de materiais pós-processo produtivo e recolocando
novamente para utilização das empresas conveniadas, evitando o descarte
impróprio.
Para a criação e execução deverá ser estimulada a cooperação da tríade
empresas x governos x sociedade civil, com o desenvolvimento de um sistema pelo
qual o se determinará que o usuário final paga pela coleta posteriormente à
reciclagem e recolocação de material reciclado de novo no processo produtivo. Isto
acontecerá por meio de um imposto verde agregado ao produto final, cujo valor, a
ser repassado à Cooperativa, se diferencia conforme o produto.
A Cooperativa Nacional se formará da união de todos, e serão criadas usinas
de reciclagem em vários locais para o recebimento de material pós-produção,
visando a seleção e reutilização de todos os segmentos. Para isso se faz
necessário:
a) Criação do imposto verde que será determinante na formação da
cooperação;
b) Redução de impostos, buscando a execução de programas inovadores de
reutilização e reciclagem nas empresas que visam a sustentabilidade e
289
proteção do meio ambiente, de forma a fortalecer a cooperação e
reutilização de materiais pós-processo produtivo;
c) Envolvimento dos distribuidores no processo de coleta de bens sucateados
a serem reutilizados;
d) Formação de mão-de-obra especializada na coleta, separação e
reutilização de materiais diversos;
e) Incentivo às empresas para recuperação de matas ciliares, mangues e
outros em sua região de forma ordenada e colaborativa;
f) Criação do cadastro nacional de recolhimento, reutilização e estocagem
com selos de qualidades; e
g) Criação da plaqueta que será utilizada em equipamentos, informando a
vida útil, a forma de recolhimento e se estão utilizando materiais
recicláveis.
4.8.2.1.11.1. Cooperação, Integração e Logística
O processo é simples, onde as indústrias produzem peças e equipamentos,
empresas especializadas distribuem e clientes adquirem tais produtos. O diferencial
é que nesta linha de raciocínio o cliente estará pagando pelo recolhimento do
produto quando da sua não utilização. Por outro lado quando adquirir um produto
novo, o antigo será recolhido e encaminhado à Cooperativa Nacional, que dará a
destinação correta ao produto.
Desta forma, lojas, magazines, assistência técnica, entre outras, serão
incentivadas a integrar a Cooperativa Nacional porque receberá por este trabalho
por meio de bônus e desconto, ofertados pelos fabricantes, e até mesmo redução de
impostos. A empresa terá que estar integrada e trabalhando junto à Cooperativa
Nacional que é um bem de todos.
Todo produto terá sua destinação correta, e o imposto verde cobrirá todo o
processo logístico, tendo o cliente a tranquilidade de que seu equipamento usado ou
sucateado irá para a Cooperativa Nacional.
290
4.8.2.1.11.2. Consumidor, Fornecedor e Fabricante
A relação entre consumidor, fornecedor e fabricante deve prever a troca de
produto eletroeletrônico usado por um novo, ou receber desconto, para atender a
política de reciclagem. Com isso, o produto usado será retirado do mercado pela
empresa, dentro da política de consumo e reciclagem.
Uma forma de incentivar os lojistas e as redes de assistências técnicas é o
oferecimento de benefícios fiscais pelos governos municipal, estadual e/ou federal.
Essa política irá beneficiar à loja, ao cliente e às indústrias e o meio ambiente,
promovendo inclusão social, por meio da criação de novos empregos.
A logística é um ponto fundamental, pois estará incluída no processo de
venda e recolhimento dos produtos eletroeletrônicos, levando-os para a destinação
correta.
É importante que haja uma forma de recolhimento desses produtos usados
nas empresas envolvidas, principalmente as pequenas empresas prestadoras de
serviço como as assistências técnicas que receberão equipamentos diversos.
Poderá ser por meio de lojas de grande porte que deverão ser compensadas pelo
serviço.
4.8.3. Infraestrutura Física
Estruturas físicas que apóiam a inovação centrada na P, D & I, Produção e
Logística, incluindo redes de informação, transporte, saúde, água e energia.
4.8.4. Considerações
As dimensões comuns deste estudo foram: Talento, Infraestrutura sócio-
politico-institucional, e Infraestrutura Física. Essas ações estão interligadas nas
áreas foco deste estudo, e se for contemplada uma visão de longo prazo das
consequências de um desenvolvimento industrial e o futuro do planeta, um
desenvolvimento industrial sustentável deverá se apoiar em três alicerces: o meio-
ambiente, o aspecto social e o contexto econômico.
291
4.9. Considerações sobre o Panorama
O segmento da Automação Bancária no Brasil vem mostrando nesses últimos
anos sua importância e o dinamismo, bem como a presença significativa de
fornecedores que desenvolvem localmente a tecnologia de seus produtos e
soluções. Os dados da balança comercial mostram que é em função desse
desenvolvimento local que tais segmentos registram coeficientes significativamente
inferiores de importações quando comparados com o restante da informática, por
exemplo.
Na atual situação cambial do Brasil, a competitividade de um produto em nível
internacional depende, em boa medida, da máxima utilização de componentes
nacionais, do software aos periféricos, passando pelo projeto e pela manufatura dos
equipamentos. Decorre daí a necessidade, também, da existência de uma rede
nacional de fornecedores com preços competitivos.
4.10. Comparação entre diferentes modelos de integração em Automação
Os conceitos de automação e integração são direcionados a aplicações de
grandes áreas do segmento de serviços, dentre elas a Automação Industrial, predial,
comercial e bancária, diferenciando-se entre si em termos de equipamentos do setor
eletroeletrônico, recursos humanos e tecnologias envolvidas, conforme mostra o
Quadro 28.
292
Quadro 28 - Comparação do Segmento de Serviços em Eletrônica para Automação.
Quadro Comparativo do Segmento de Serviços em Eletrônica para Automação
Automação Industrial Automação Predial Automação Comercial e
Bancária
Projeto
Focos nos Objetivos de produtividade, qualidade, segurança e redução de custo.
Foco nas pessoas e seus hábitos, visando facilitar o dia-a-dia.
Foco nas pessoas e seus hábitos, visando garantia de serviços, segurança e mercado competitivo.
Infraestrutura
Redes Complexas, inteligência descentralizada, harmonia com o ambiente industrial.
Redes relativamente simples, SDCDs e CLPs como cérebro do sistema, sensores e atuadores em grande número.
Redes simples, centralizada, importância nos instrumentos de controle do produto
Uso e Manutenção
O uso deve ser simples e intuitivo. Soluções de problemas mais simples são possíveis para o usuário comum
Requer familiarização com os equipamentos, manutenção feita por técnicos devidamente treinados, sempre presente na indústria.
O uso deve ser simples e intuitivo, confiável e seguro, e centrado em programa computacional de gestão de serviços.
Supervisão e Controle
Deve permitir controle remoto, não havendo necessidade de supervisão constante.
Relatórios e Indicadores frequentes, a fim de medir desempenho do sistema.
Relatórios e Indicadores, com controle de serviços.
Fonte: Rosário, 2004.
293
5. Considerações Finais
Este estudo de panorama do setor de Eletrônica para Automação apresentou
um diagnóstico do setor, contemplando uma análise detalhada dos fatores que
condicionam sua estrutura industrial, bem como a dinâmica competitiva e inovadora
dos agentes que integram a cadeia produtiva industrial no Brasil e no contexto
mundial. Este panorama permitiu:
Mapear e conhecer a cadeia produtiva do setor de Eletrônica para
Automação, mapeando a realidade nacional, não apenas em termos de
recursos materiais e infraestrutura, como também em seus recursos
humanos e ambientais;
Mapear iniciativas de amplo alcance, que elevem o patamar de capacitação
em algumas áreas-chave para o desenvolvimento econômico sustentável;
Identificar vulnerabilidades importantes da sociedade e da economia e
entendê-las como oportunidade de alavancar o desenvolvimento científico
e tecnológico, social e econômico; e
Identificar a participação deste setor em diversos outros setores da
economia, tais como: Complexo de Defesa; Complexo Automotivo; TICs;
Petróleo, Gás Natural e Petroquímica; Celulose e Papel; Aeronáutico;
Siderúrgico; Têxtil e Confecções; Naval; Mineração; Complexo Industrial da
Saúde; Agroindustrial; Couro e Calçados; Transportes; Alimentício, entre
outros.
A partir dessa análise, este estudo busca sinalizar as perspectivas do setor,
por meio das tendências e questões relevantes, que permitirão em tempo futuro a
formulação e execução de um Plano Estratégico Setorial com vistas ao aumento da
competitividade do setor de Eletrônica para Automação no Brasil.
Isto permitirá o direcionamento de uma política de desenvolvimento de
produtos industriais para o setor de Eletrônica para Automação e geração de
serviços nas áreas de Automação Industrial, Predial, Comercial e Bancária no
horizonte temporal de quinze anos. Ressalta-se que os aspectos ambientais durante
294
a concepção, o planejamento, a organização e a operação das empresas, evitam a
geração de resíduos sem os devidos cuidados de tratamento e descarte.
Diante do exposto, verifica-se a importância da Indústria de Automação para
modernizar o parque fabril dos diferentes setores industriais do país, considerando a
sua importância como gerador de riqueza, gerador de empregos qualificados,
melhora sensível da competitividade das empresas pela atualização tecnológica e
pelos impactos favoráveis com relação ao meio ambiente, bem como melhoria da
qualidade de vida dos cidadãos. Assim, o setor de Eletrônica para Automação
contribui de maneira sustentável para o desenvolvimento sócio-econômico e
ambiental do Brasil.
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312
APÊNDICE I – Fundamentação da Cadeia Produtiva
I.1. Conceito de Cadeia Produtiva
Para Dantas, Kertsnetzky e Prochnik (2002) apud Silva (2004), as cadeias
produtivas resultam da crescente divisão do trabalho e maior interdependência entre
os agentes econômicos. Por um lado, as cadeias são criadas pelo processo de
desintegração vertical e especialização técnica e social. Por outro lado, as pressões
competitivas por maior integração e coordenação entre as atividades, ao longo das
cadeias, ampliam a articulação entre os agentes. (...) cadeia produtiva é um conjunto
de etapas consecutivas pelas quais passam e vão sendo transformados e
transferidos os diversos insumos. Os autores destacam dois tipos principais de
cadeias:
Cadeia produtiva empresarial, onde cada etapa representa uma empresa,
ou um conjunto de poucas empresas que participam de um acordo de
produção. Este tipo de cadeia é útil para a realização de análises
empresariais, estudos de tecnologia e planejamento de políticas locais de
desenvolvimento; e
Cadeia produtiva setorial, onde as etapas são setores econômicos e os
intervalos são mercados entre setores consecutivos.
A Association Française de Normalisation (AFNOR) adota um conceito mais
amplo, considerando a cadeia produtiva como um encadeamento de modificações
da matéria-prima com finalidade econômica, que inclui desde a exploração dessa
matéria-prima, em seu meio ambiente natural, até o seu retorno à natureza,
passando pelos circuitos produtivos, de consumo, de recuperação, tratamento e
eliminação de efluentes e resíduos sólidos.
A cadeia produtiva compreende, portanto, os setores de fornecimento de
serviços e insumos, máquinas e equipamentos, bem como os setores de produção,
processamento, armazenamento, distribuição e comercialização (atacado e varejo),
serviços de apoio (assistência técnica, crédito, entre outros), além de todo aparato
tecnológico e institucional legal, normativo e regulatório, até os consumidores finais
de produtos e subprodutos da cadeia. Assim, envolve o conjunto de agentes
313
econômicos ligados à produção, distribuição e consumo de determinado bem ou
serviço, e as relações que se estabelecem entre eles.
A cadeia produtiva é concebida como uma série de nós, ligados por vários
tipos de transações, como vendas e transferências intra-firma. Cada nó dentro da
cadeia produtiva de uma mercadoria envolve a aquisição ou a organização de
insumos visando a adição de valor ao produto em questão (MIELKE, 2006).
Segundo Rodrigues (2002), uma cadeia produtiva é uma rede de atividades
de produção, comércio e serviços funcionalmente integrada, cobrindo todos os
estágios de uma cadeia de suprimento, desde a transformação de matérias-primas,
passando pelos estágios intermediários de produção, até a entrega do produto
acabado ao mercado.
Trata-se, portanto, de uma sucessão de operações, ou de estágios técnicos
de produção e de distribuição integradas, realizadas por diversas unidades
interligadas como uma corrente, desde a extração e manuseio da matéria-prima até
a distribuição do produto.
―Na ótica adotada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior - MDIC, no seu programa Fórum de Competitividade, cadeia produtiva é o
conjunto de atividades que se articulam progressivamente desde os insumos básicos
até o produto final, incluindo distribuição e comercialização, constituindo-se em elos
de uma corrente (...). Para o MDIC, entre outras possibilidades, o uso do conceito de
cadeia produtiva permite‖ (MDIC, 2002, p.2 apud SILVA, 2004):
Visualizar a cadeia de modo integral;
Identificar debilidades e potencialidades nos elos;
Motivar articulação solidária dos elos;
Identificar gargalos, elos faltantes e estrangulamentos; e
Identificar os elos dinâmicos, em adição à compreensão dos mercados,
que trazem movimento às transações na cadeia produtiva.
I.2. Cadeia de Valor Genérica
A definição de cadeias de valores exige que as atividades com economias e
tecnologias distintas sejam estudadas isoladamente, sendo que as funções gerais
como fabricação ou marketing, de acordo com esta divisão, devem ser subdivididas
314
em outras atividades. Por outro lado, a estrutura de mercado também pode ser
considerada como ponto estratégico para a empresa, uma vez que esta inclui
elementos de importância significativa para a análise do ambiente de atuação da
indústria.
Porter (1992) define cadeia de valores como as atividades relevantes de uma
empresa considerando as que representam custos importantes e as que podem
diferenciar as empresas das outras. A cadeia de valor não é uma coleção de
atividades independentes e sim um sistema de atividades interdependentes.
Assim, Porter (1992) afirma que o modo com que cada atividade é executada,
combinado com seu custo, determinará se uma empresa tem custo alto ou baixo em
relação à concorrência. O modo com que cada atividade de valor é executada,
também irá determinar sua contribuição para as necessidades do comprador, e
assim, para a diferenciação. As atividades de valor são, portanto, os blocos de
construção distintos da vantagem competitiva. Uma comparação das cadeias de
valores dos concorrentes expõe as diferenças que determinam a vantagem
competitiva. O valor e não o custo deve ser usado na análise da posição competitiva
de uma empresa.
Para Porter (1992) toda empresa é uma reunião de atividades que são
executadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seu produto e
podem ser representadas utilizando-se uma cadeia de valor. Assim, ele apresenta a
forma genérica de organização de uma cadeia de valor (Figura 23). Considerando
esse modelo de competitividade, o estudo da cadeia produtiva permite identificar os
agentes e suas relações a fim de proporcionar vantagem competitiva para o setor
em estudo. A estratégia competitiva deve responder ao meio ambiente do
setor/empresa de maneira que possa ser modelado considerando suas
peculiaridades.
É importante ressaltar que apesar de nem toda empresa do setor possuir
todas as atividades citadas no modelo de Porter (1992), porque algumas atividades
podem ser realizadas por outras empresas em parceria ou terceirizadas, ele
apresenta os requisitos necessários de organização da cadeia de valor do setor de
Eletrônica para Automação. Ressalta-se, também, que uma cadeia de valor excede
315
as fronteiras da empresa a montante (fornecedores, fornecedores dos fornecedores,
e assim por diante) e a jusante (clientes, clientes dos clientes, e assim por diante).
Figura 23 – Forma de organização da cadeia de valor.
Fonte: Porter, 1992.
Com esse modelo, Porter (1992) estabelece uma divisão de áreas que
compõe as atividades de valor em atividades primárias e de apoio (suporte) que
formam a cadeia de valor, sendo que estas também podem ser contratadas pela
empresa. Todas as atividades contribuem para o valor percebido pelo cliente, sendo
divididas em:
Primárias: são as envolvidas com a transformação direta dos produtos
físicos, vendas e sua assistência técnica. Cada categoria pode ser divida
em uma série de atividades distintas, que dependem da indústria
particular e da empresa:
- Logística interna: Atividades relacionadas com o recebimento,
estocagem e distribuição de insumos e produtos;
- Operações: Atividades relacionadas ao processo produtivo em si, de
transformação dos insumos em bens;
- Logística Externa: Atividades relacionadas com a coleta, estocagem e
distribuição dos bens finais aos compradores;
316
- Marketing e Vendas: Atividades relacionadas com provisão de um
mercado para os bens produzidos; e
- Serviços Pós-Venda: Atividades relacionadas com o atendimento ao
cliente, depois da aquisição do produto.
Apoio (suporte): são as que só atuam sobre os produtos de maneira
indireta, pois apenas afetam as atividades primárias, na tentativa de
torná-las mais produtivas.
- Infraestrutura da empresa: Atividades de administração, planejamento,
finanças, questões legais, etc.;
- Desenvolvimento de tecnologia: Atividades, de qualquer âmbito, que
estejam relacionadas com o desenvolvimento de novas tecnologias;
- Gerência de recursos humanos: Atividades relacionadas com
contratação, treinamento e desenvolvimento de mão-de-obra; e
- Aquisição: Atividades relacionadas a compra de insumos necessários
no processo produtivo.
Com relação à margem (lucratividade), esta será atingida conforme a
gerência da cadeia de valor.
Cadeia de valor ou fluxo de valor designa a série de atividades relacionadas e
desenvolvidas pela empresa para satisfazer as necessidades dos clientes, desde as
relações com os fornecedores e ciclos de produção e venda até a fase da
distribuição para o consumidor final. Cada elo dessa cadeia de atividades está ligado
ao seguinte. Segundo Porter (1992), existem dois tipos possíveis de vantagem
competitiva (liderança de custos ou diferenciação) em cada etapa da cadeia de
valor.
Desse modelo de Porter (1992), destaca-se que toda atividade, seja ela
primária ou de apoio (suporte), suporta todas as outras atividades e emprega
insumos comprados, recursos humanos e alguma combinação de tecnologias,
dependendo, também, da infraestrutura proporcionada pela empresa, o que envolve,
por exemplo, administração geral e finanças.
317
Porter (1992) diz que os direcionadores são os determinantes estruturais do
custo de uma atividade e as razões subjacentes pelas quais uma atividade é
singular: economias de escala; padrão de utilização da capacidade; elos; inter-
relações; aprendizagem; oportunidade; localização; fatores institucionais; integração;
políticas de compras; políticas discricionárias.
As políticas discricionárias são segundo Porter (1992): características,
desempenho e configuração do produto; mix e variedade de produtos oferecidos;
nível de serviço oferecido; índice de gastos com atividades; de marketing e
desenvolvimento de tecnologia; tempo de entrega; compradores atendidos
(pequenos e grandes); canais empregados (grande varejo e pequeno comércio);
tecnologia de processo; especificidades de matérias-primas e insumos; políticas de
recursos humanos; e gestão da produção.
O setor de Eletrônica para Automação possui uma cadeia de valor que é a
interpretação de sua cadeia produtiva sob a ótica da produção industrial, das
atividades econômicas e de sua participação na produção nacional. A Figura 24
apresenta o modelo holístico de cadeia de valor em negócio na visão de Evans e
Berman (2001) apud Begnis (2007).
Figura 24 – Modelo holístico de cadeia de valor em negócios.
Fonte: Evans e Berman, 2001, p. 138 apud Begnis, 2007.
318
I.3. Sistema de Valor
Sistema de Valor para Porter (1992) é o conjunto das cadeias de valores de
toda a indústria: estratos formados pelos fornecedores, pelos canais e pelos
consumidores O sistema de valor ocorre quando a cadeia de valores de uma
empresa/setor encaixa-se em uma corrente maior de atividades, as ligações não só
conectam as atividades dentro da empresa, como também criam interdependências
entre uma empresa e os seus fornecedores e canais. O serviço ou produto de uma
empresa/setor faz parte da cadeia de valor do consumidor.
Pode-se entender que ―a lógica da cadeia de valor pode ser extrapolada em
relação aos limites das firmas individuais, de tal modo que é inerente à própria lógica
de cadeia a existência de elos que representam pontes ligando as atividades de uma
empresa à outra. Desta forma, a cadeia de valor de uma empresa se ajusta em uma
corrente maior de atividades, a qual Porter (1992) chamou de Sistema de Valores‖
(BEGNIS, 2007). A Figura 25 apresenta o sistema de valores.
Ainda segundo Begnis (2007) o produto de uma firma representa o insumo
adquirido para a cadeia de valor da firma que o adquiriu. Este tipo de ligação entre
as cadeias de valor dos fornecedores e dos compradores (canal) e a cadeia de valor
de uma dada empresa, Porter (1992) chama de ―elos verticais‖. Tais elos, também,
proporcionam oportunidades para a firma obter vantagens competitivas, uma vez
que a forma como os fornecedores ou as empreses do canal executam as suas
atividades afeta o custo ou o desempenho das atividades da firma e vice-versa.
Logicamente a distribuição dos benefícios originados da otimização ou coordenação
de elos comuns às cadeias de valores de uma díade de empresas será uma função
do poder de barganha de cada firma, refletindo-se, portanto, em suas margens.
319
Figura 25 – Sistema de valores.
Fonte: Porter, 1992 apud Begnis, 2007.
A análise da cadeia de valor serve para fortalecer a posição estratégica do
setor. Para Rocha (1999) apud Rocha e Borinelli (2007), a utilidade da análise da
cadeia de valor existe para ajudar a fornecer subsídios para o processo de
formulação de estratégias e tem por objetivos:
a) detectar oportunidades e ameaças;
b) identificar estágios fortes e fracos;
c) detectar oportunidades de diferenciação;
d) identificar os principais determinantes de custos;
e) localizar oportunidades de redução de custos; e
f) comparar com a cadeia de valor dos concorrentes, etc.
Rocha e Borinelli (2007) resumem dizendo que se pode afirmar que a análise
de cadeias de valor serve para subsidiar o processo de gerenciamento estratégico,
pois permite compreender e agir sobre a estrutura patrimonial, econômica, financeira
e operacional das suas principais atividades, processos e entidades. O objetivo
maior é conquistar e manter vantagem competitiva. E ainda comentam que Porter
(1992) apresenta uma série de etapas a serem seguidas na análise estratégica de
320
custos de uma Cadeia de Valor; Shank & Govindarajan (1993, p.58) resumem essa
análise em quatro pontos específicos, tratados como um método para a análise da
cadeia:
a) elos com fornecedores (interação para beneficiar toda a cadeia de
suprimento);
b) elos com clientes (explorar e melhorar as relações com os canais de
distribuição);
c) elos das atividades internas (otimizar os processos e as atividades
internas); e
d) elos das unidades de negócio da empresa (otimizar as unidades de
negócio).
Com relação aos dados a serem coletados, Rocha (1999, p.103-111) apud
Rocha e Borinelli (2007), propõe que, para as principais variáveis de um segmento
relevante da cadeia, sejam identificados:
a) a missão, as principais características do modelo de gestão e o
posicionamento estratégico;
b) a amplitude da linha de produtos, as dimensões das instalações e a
capacidade ociosa; e
c) a estrutura de custos, gastos com pesquisas, programas de qualidade e de
preservação ambiental, etc.
Ademais, deve-se analisar as principais peças contábeis das entidades, para
compreender a sua situação econômico-financeira-patrimonial, e apurar os seguintes
índices:
a) a montante: a proporção das compras da empresa em relação às vendas
dos fornecedores e o custo de seu material em relação ao custo do produto acabado
da empresa; e
b) a jusante: a proporção das vendas da empresa em relação às compras dos
clientes e o custo do material ou serviço fornecido em relação ao custo do produto
acabado do cliente, etc.
321
I.4. Criação e transferência de valor através de relacionamentos inter-firmas
―Walters e Lancaster (2000) apontam inicialmente três aspectos do valor: (a) o
valor é determinado pela utilidade resultante da combinação dos benefícios
transferidos ao consumidor menos o custo total de aquisição dos benefícios
recebidos; (b) valor relativo é a satisfação percebida em relação às alternativas
oferecidas; (c) proposição de valor é uma manifestação de como o valor está sendo
transferido para os consumidores‖ BEGNIS (2007).
―Partindo deste entendimento, Walters e Lancaster (2000) concluem que o
valor de qualquer produto ou serviço é o resultado da habilidade de satisfazer as
prioridades dos consumidores. Estas prioridades são simplesmente as coisas que
realmente importam para os consumidores e que pelas quais pagam um prêmio para
quem lhes proporcionem estas coisas‖ BEGNIS (2007).
―Disto resulta que as oportunidades de valor são distinguidas pelo
entendimento das prioridades dos consumidores, convertendo-se em produção,
comunicação e transferência deste valor identificado. Assim, Walters e Lancaster
(2000, p. 161) definem estratégia como ―a arte de criar valor‖ e a estratégia de valor
como ―a arte de posicionar a empresa no lugar certo sobre a cadeia de valor‖. Para
ele, a estratégia é um sistema de criação de valor em si mesma, no qual os
membros de uma organização trabalham juntos para criar valor. Cadeia de valor,
nesta perspectiva, é um sistema de negócios que cria satisfação (i.e. valor) para o
usuário final e ainda atinge os objetivos dos demais interessados na empresa
(stakeholders)‖ BEGNIS (2007). A Figura 26 apresenta o processo da cadeia de
valor.
322
Figura 26 – O Processo da Cadeia de Valor.
Fonte: Walters e Lancaster, 2000 apud Begnis, 2007.
Walters e Lancaster (2000) afirmam, ―que a expansão da cadeia de valor
dificilmente ocorre sem a expansão dos ativos e competências centrais de uma
organização‖. Consequentemente, isto significa que através da gestão dos
relacionamentos e de informação, as atividades podem se tornar mais eficazes em
decorrência da identificação de restrições da cadeia de valor e das atividades
necessárias para que se assegure uma vantagem competitiva. Walters e Lancaster
(2000) concordam com outros autores no sentido de que ―as expectativas atuais dos
consumidores podem se modificar, o que requer uma contínua revisão da criação de
valor‖ BEGNIS (2007).
―Então, os resultados presentes e futuros da cadeia de valor podem
necessitar a adição de atividades somente disponíveis fora da cadeia de valor. Isto
implica na alternativa de junção de duas ou mais firmas para combinar estágios e
alcançar os recursos e capacidades necessárias à nova realidade da criação de
valor‖ BEGNIS (2007).
323
APÊNDICE II - Principais Normas Técnicas - Eletrônica para
Automação
Quadro 29: Principais Normas Técnicas so setor de Eletrônica para Automação.
Nome Instituição Segmento Aplicação (Resumo)
C37.60 (2003)
IEEE Automação para o
Setor Elétrico
Equipamentos de Chaveamento para Redes de Distribuição de Energia Elétrica. Refere-se a testes elétricos e mecânicos e ao grau de suportabilidade dos equipamentos testados a várias condições limite de utilização
62271
IEC Automação para o
Setor Elétrico
Testes Mecânicos, Elétricos e outros padrões, para Equipamentos de chaveamento e controle de alta tensão
60068-2-30
IEC
Equipamentos Eletro/Eletrônicos
em Geral
Equipamentos Eletro/Eletrônicos. Refere-se a testes elétricos e mecânicos e ao grau de suportabilidade dos equipamentos testados a várias condições limite de utilização
60255
IEC
Automação para o Setor Elétrico
Testes Mecânicos, Elétricos e outros padrões, incluindo formatos de arquivos para Equipamentos de medição e relés de proteção
61000
IEC
Equipamentos Eletro/Eletrônicos
em Geral
Testes de Compatibilidade Eletromagnética em Equipamentos Eletro-Eletrônicos
60870 IEC Automação para o
Setor Elétrico
Testes Mecânicos, Elétricos e outros padrões, incluindo formatos de arquivos e protocolos para Equipamentos e Sistemas de Tele controle
C37.1 ANSI IEEE
Sistemas de Automação
Especificação e Análise de Sistemas usados em aplicações SCADA
CISPR 22 IEC Equipamentos de TI
em geral Limitações e Métodos de Medida: Características de Rádio Interferência
60079-0 a 60079-27
IEC ABNT-NBR
Produtos Ex
Normas para produtos de automação, quando utilizados em atmosferas potencialmente explosivas de indústrias: químicas, petroquímicas, farmacêuticas e similares. Observação: Segmento regulamentado com certificação compulsória de produtos coordenado pelo do INMETRO, Portaria 83 de 3-4-2006, que atualmente encontra-se em fase de revisão do regulamento
947-5-2 IEC Componentes
Eletro/Eletrônicos em Geral
Sensores de Proximidade (Low Voltage Switcher and Controller)
61000-xx series
IEC
Equipamentos Eletro/Eletrônicos
em Geral
Compatibilidade Eletromagnética (Eletromagnetic Compatibility)
324
Nome Instituição Segmento Aplicação (Resumo)
61131-3 IEC
Equipamentos Eletro/Eletrônicos
em Geral
Norma para programação de controladores que uniformiza a forma como os sistemas de controle são interpretados, através da padronização da programação. São definidas as linguagens de Sequenciamento Gráfico de Funções (SFC), usada para a estruturação de programas, e outras quatro linguagens interoperáveis entre si: Lista de Instruções (IL), Diagrama Ladder (LD), Diagrama de Blocos Funcionais (DFB) e Texto Estruturado (ST). Através da modularização e declaração de variáveis, os programas podem ser devidamente estruturados, aumentando a utilização, reduzindo erros e melhorando a eficiência. Além disso, a norma define a forma de configuração dos sistemas de controle. A adoção da norma proporciona benefícios para os usuários finais, programadores, fornecedores de ferramentas de software, integradores de sistemas, fornecedores de máquinas, fornecedores de sistemas SCADA e SDCD, equipes de comissionamento, manutenção e treinamento em sistemas de controle. A grande maioria dos produtos existentes no mercado de automação já faz uso desta norma.
61499 IEC Equipamentos
Eletro/Eletrônicos em Geral
Norma para controle distribuído e automação, fornecendo blocos de base e funções para implementação de algoritmos de controle de eventos
60079-0 ABNT NBR IEC Equipamentos
Elétricos Atmosferas explosivas – Parte 0: Requisitos Gerais
60079-10 ABNT NBR IEC Equipamentos
Elétricos Parte 10: Classificação de áreas – Atmosferas explosivas de gás
60079-14 ABNT NBR IEC Equipamentos
Elétricos Parte 14: Projeto, seleção e montagem de instalações elétricas
60079-17 ABNT NBR IEC Equipamentos
Elétricos Parte 17: Inspeção e manutenção de instalações elétricas
60079-19 ABNT NBR IEC Equipamentos
Elétricos Parte 19: Reparo, revisão e recuperação de equipamentos utilizados em atmosferas explosivas
60079-20 ABNT NBR IEC Equipamentos
Elétricos Parte 20: Dados de gases e vapores inflamáveis, referentes à utilização de equipamentos elétricos
61241-10 ABNT IEC Equipamentos
Elétricos Parte 10: Classificação das áreas onde poeiras combustíveis estão ou possam estar presentes
61241-14 ABNT IEC Equipamentos
Elétricos
Parte 14: Equipamentos elétricos para utilização na presença de poeiras combustíveis: Seleção e Instalação
RP 505 API
Equipamentos
Elétricos
Recommended Practice for classification of locations for electrical installations at petroleum facilities classified as Class I, Zone 0, Zone 1 and Zone 2 (American Petroleum Institute)
497 NFPA
Equipamentos
Elétricos
Recommended practice for the classification of flammable liquids, gases, or vapors and of hazardous (classified) locations for electrical installations in chemical process areas (National Fire Protection Association)
325
APÊNDICE III - Normas do Segmento de Petróleo e Gás Natural
Quadro 30: Normas do Segmento de Petróleo e Gás Natural.
Nome Segmento Classificação Aplicação (Resumo)
NR13 Petróleo e Gás
Natural Sistemas de Segurança
Caldeiras e Vasos de Pressão Portaria MTE no 3214, 08/06/78
N-247 Petróleo e Gás
Natural Sistemas de Segurança
Válvula Esfera em Aço para Uso Geral e Fire Safe (PETROBRAS)
N-2595
Petróleo e Gás Natural
Sistemas de Segurança
Critérios de Projeto e Manutenção para Sistemas Instrumentados de Segurança em Unidades Industriais (PETROBRAS)
ISA 18.1 Petróleo e Gás
Natural Sistemas de Segurança
Annuciator Sequences and Specifications
NBR 5363 (ABNT)
Petróleo e Gás Natural
Grau e Tipo de Proteção para Equipamentos
Elétricos
Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas - Tipo de Proteção ―d‖ - Especificação
NBR IEC 60529 (ABNT)
Petróleo e Gás Natural
Grau e Tipo de Proteção para Equipamentos
Elétricos
Invólucros de Equipamentos Elétricos - Proteção
NBR IEC 8369
(ABNT)
Petróleo e Gás Natural
Grau e Tipo de Proteção para Equipamentos
Elétricos
Marcação de Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas
NBR 8447 (ABNT)
Petróleo e Gás Natural
Grau e Tipo de Proteção para Equipamentos
Elétricos
Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas de Segurança Intrínseca - Tipo de Proteção ―I‖
N-2547 (ABNT)
Petróleo e Gás
Natural Válvulas de Controle
Equipamentos Elétricos para Atmosferas Conversor de Frequência para Controle de Rotação de Motor Elétrico até 660 VCA (PETROBRAS)
IEC 60534-8-4
Petróleo e Gás Natural
Válvulas de Controle Industrial Process Control Valves Part 8: Noise Considerations - Section 4: Prediction of Noise Generated by Hydrodynamic Flow
ISA Petróleo e Gás
Natural Válvulas de Controle Handbook of Control Valves
ISA 75.01
Petróleo e Gás Natural
Sistemas de Segurança
Flow Equations for Sizing Control Valves)
ISA 75.05
Petróleo e Gás Natural
Sistemas de Segurança
Control Valve Terminology
ISA 75.11
Petróleo e Gás Natural
Sistemas de Segurança
Inherent Flow Characteristic and Rangeability of Control Valves
ISA 75.13
Petróleo e Gás Natural
Sistemas de Segurança
Method of Evaluating the Performance of Positioners with Analog Input Signals and Pneumatic Output
ISA 75.17
Petróleo e Gás Natural
Sistemas de Segurança
Control Valve Aerodynamic Noise Prediction
ISA 75.19
Petróleo e Gás Natural
Sistemas de Segurança
Hydrostatic Testing of Control Valves
FCI 70-2 Petróleo e Gás
Natural Sistemas de Segurança
Control Valve Seat Leakage
API RP 553 Petróleo e Gás
Natural Sistemas de Segurança
Refinery Control Valves
326
Nome Segmento Classificação Aplicação (Resumo)
API STD 598 Petróleo e Gás
Natural Sistemas de Segurança
Valve Inspection and Testing
ISA RP75.23 Petróleo e Gás
Natural Sistemas de Segurança
Considerations for Evaluating Control Valve Cavitation
MSS SP-72 Petróleo e Gás
Natural
Sistemas de Segurança
Ball Valves with Flanged or Butt-Welding Ends for General Service
N-1645 Petróleo e Gás
Natural Válvulas de Segurança
Critérios de Segurança para Projeto de Instalações Fixas de Armazenamento de Gás Liquefeito de Petróleo (PETROBRAS)
ABNT NB 284
Petróleo e Gás Natural
Válvulas de Segurança
Válvulas de Segurança e/ou Alívio de Pressão - Aquisição, Instalação e Utilização
ABNT
NB 284
Petróleo e Gás Natural
Válvulas de Segurança
Válvulas de Segurança e/ou Alívio de Pressão - Aquisição, Instalação e Utilização
API RP 520 Petróleo e Gás
Natural Válvulas de Segurança
Part I - Sizing, Selection, and Installation of Pressure- Relieving Devices in Refineries
API RP 521 Petróleo e Gás
Natural Válvulas de Segurança
Guide for Pressure-Relieving and Depressuring Systems
API STD 526 Petróleo e Gás
Natural Válvulas de Segurança
Flanged Steel Pressure Relief Valves
API STD 527 Petróleo e Gás
Natural Válvulas de Segurança
Seat Tightness of Pressure Relief Valves
ASME PTC 25
Petróleo e Gás Natural
Válvulas de Segurança
Pressure Relief Devices
ASME Petróleo e Gás
Natural Válvulas de Segurança
Section I - Power Boilers
ASME Petróleo e Gás
Natural Válvulas de Segurança
Section VIII - Unfired Pressure Vessels
N-76 Petróleo e Gás
Natural Instalação Materiais de Tubulação (PETROBRAS)
N-550 Petróleo e Gás
Natural Instalação
Projeto de Isolamento Térmico a Alta Temperatura (PETROBRAS)
N-558 Petróleo e Gás
Natural Instalação
Construção, Montagem e Condicionamento de Instrumentação (PETROBRAS)
N-1996
Petróleo e Gás Natural
Instalação Projeto de Redes Elétricas em Envelopes de Concreto e com Cabos Diretamente no Solo (PETROBRAS)
N-1997
Petróleo e Gás Natural
Instalação Projeto de Redes Elétricas em Leitos para Cabos (PETROBRAS)
N-2384
Petróleo e Gás Natural
Instalação Cabo Elétrico de Instrumentação
ABNT NBR 5410
Petróleo e Gás Natural
Instalação Instalações Elétricas de Baixa Tensão
ABNT NBR 10300
Petróleo e Gás Natural
Instalação
Cabos de Instrumentação com Isolação Extrudada de PE ou PVC para Tensões até 300 V
IEC
61000-4-3
Petróleo e Gás
Natural
Instalação
Electromagnetic Compatibility (EMC) - Part 4: Testing and Measurement Techniques - Section 3: Radiated, Radio-Frequency, Electromagnetic Field Immunity Test
327
Nome Segmento Classificação Aplicação (Resumo)
API MPMS Petróleo e Gás
Natural
Instalação Manual of Petroleum Measurement Standards
API RP 520
Petróleo e Gás
Natural
Instalação
Part II - Sizing, Selection, and Installation of Pressure- Relieving Devices in Refineries - Part II – Installation
API RP 551
Petróleo e Gás Natural
Instalação Process Measurement Instrumentation
API STD 2000
Petróleo e Gás Natural
Instalação Venting Atmospheric and Low Pressure Storage Tanks Nonrefrigerated and Refrigereted
IEC 60770-1 Petróleo e Gás
Natural
Avaliação de Desempenho de Transmissores
Methods for Performance Evaluation of Transmitters for Use in Industrial Process Control Systems
328
APÊNDICE IV – Descrição dos Principais Produtos do Segmento de
Automação Industrial
IV.1. Sistemas de Controle Industrial
Entre os diversos tipos de sistemas de controle industriais, os mais
conhecidos são os sistemas digitais de controle distribuído (SDCD). Contudo, um
número cada vez maior de sistemas de controle se baseia na utilização dos CLPs,
com grande capacidade de realizar operações discretas e de controlar múltiplas
malhas, além de comunicar-se com sistemas na sala de controle, substituindo com
seu custo menor, diversas aplicações proprietárias do SDCD.
IV.1.1. Controlador Lógico Programável (CLP)
Controladores programáveis, também designados CLP (Controlador Lógico
Programável) são largamente utilizados em aplicações industriais, considerando sua
elevada capacidade de processamento e capacidade de funcionamento em tempo
real, sendo projetados para controlar múltiplas entradas e saídas e também para
funcionar em ambientes hostis, pois suportam grandes variações de temperatura e
têm imunidade a ruídos elétricos e resistência à vibração e impacto.
Os programas são, em geral, construídos em uma aplicação específica em
um microcomputador e depois carregados em um controlador por meio de cabo ou
via rede, sendo armazenados em memórias não-voláteis. O equipamento é fornecido
com um software de programação que possibilita ao usuário desenvolver aplicativos
voltados às suas necessidades específicas.
IV.1.2. Programmable Automation Controller (PAC)
O Programmable Automation Controller é um controlador de desenvolvimento
que desempenha funções muito semelhantes ao CLP, porém dispõe de recursos
mais sofisticados (hardware e software reprogramáveis) que facilitam a integração e
a troca de informações com outros dispositivos e programas de controle.
329
O PAC acrescenta a capacidade de controlar também processos contínuos e
movimentos, podendo executar aplicações de automação tanto em indústrias de
processo como em indústrias discretas.
IV.1.3. SDCD
SDCD é um sistema integrado, na forma de um pacote proprietário fechado
(hardware + software + rede de comunicação) com recursos adaptados às
peculiaridades de cada um dos segmentos da indústria – siderurgia, fabricação de
cimento, metalurgia, produção de plásticos, refino de petróleo, alimentos, etc.
(Gutierrez e Pan (2008).
As funções de supervisão e comando são realizadas por um computador
central na sala de supervisão. Nela, é possível visualizar e operar todo o conjunto
das unidades centrais de controle por meio de consoles ou microcomputadores IHM.
Uma estrutura compartilhada de comunicação de dados na qual circulam
informações multiplexadas liga os controladores locais e o computador central.
IV.2. Monitoramento e Supervisão Remota
IV.2.1. Interface Homem-máquina (IHM)
A interface homem-máquina é um dispositivo utilizado para interação do
operador com o sistema controlado, permitindo a visualização de dados de um
processo, bem como para alteração de seus parâmetros e de condições de
operação das máquinas.
IV.2.2. Sistemas SCADA
Supervisório ou software de supervisão é um programa computacional que
permite a comunicação entre um computador e uma rede de automação, trazendo
ferramentas padronizadas para a construção de interfaces entre o operador e o
processo. Sua função básica é permitir a visualização e a operação do processo de
forma centralizada, por meio do recolhimento de dados em ambientes complexos,
podendo estar eventualmente dispersos geograficamente, além de apresentar uma
330
visualização de modo amigável para o operador, utilizando-se interface homem-
máquina altamente sofisticada.
O supervisório mais conhecido é o SCADA (Supervisory Control and Data
Acquisition), que pode receber também orientações do sistema de gestão da
produção para determinar as operações de produção. Consequentemente deve
dialogar com os sistemas localizados hierarquicamente acima e abaixo dele,
proporcionando também recursos e um ambiente para a criação de aplicações de
controle e para a definição de funções de rede de protocolos específicos.
IV.2.3. Softwares disponíveis junto a um Sistema SCADA
Dentre os principais aplicativos que podem estar disponíveis em um sistema
SCADA, podem-se destacar:
Ferramentas voltadas à criação de aplicativos de controle baseados na
lógica PID, sistemas especialistas para controle de processos e aplicativos
de execução de lógicas fuzzy e neuro fuzzy;
Ferramentas para configuração de redes para aplicação de protocolos
industriais como o FF ou o Profibus;
MES (Manufacturing Execution System): Controla todo o fluxo produtivo,
incluindo estoques de matérias-primas, produtos em processamento e
disponibilidade de máquinas.
Utilizando-se o MES, podem ser calculados os KPI (Key Performance
Indicators), que contribuem para a melhoria do desempenho da planta
PIMS (Plant Information Management System), software utilizado para
armazenamento de todas as informações relevantes de processo. Coleta
informações dos sistemas de supervisão, sistemas de controle e sistemas
já existentes e os armazena em uma base de dados, que se distingue dos
bancos de dados convencionais por ter grande capacidade de
compactação e alta velocidade de resposta à consulta; e
EAM (Enterprise Asset Management): Software empregado no
gerenciamento dos equipamentos de uma planta.
331
IV.3. Infraestrutura de Comunicação
IV.3.1. Redes de Comunicação Industrial
A transmissão de informações entre sensores, controladores e atuadores em
um processo automatizado é normalmente realizada por meio de sinais elétricos. No
caso da instrumentação analógica, a corrente que circulava pelos fios variava entre
4-20 mA, enquanto para a instrumentação digital utilizava-se a interface serial RS-
232. Recentemente o padrão que passou a ser utilizado é o USB (Universal Serial
Bus).
As redes industriais, também denominadas redes de campo (fieldbus)
distinguem-se das redes de comunicação corporativas de dados por precisarem
atender a requisitos mais rigorosos de resistência mecânica, por serem compatíveis
com ambientes agressivos e corrosivos, com operação em temperaturas elevadas, e
por possuírem maior imunidade a interferências eletromagnéticas.
IV.3.2. Transmissão de Dados
Considerando as necessidades de transmissão em termos de volume e
velocidade dos dados, que variam de acordo com o tipo de dispositivo. Fisicamente,
as redes industriais vêm sendo construídas com cabos metálicos: par trançado e
cabo coaxial, fibras ópticas e redes sem fio (Wireless).
As redes industriais são divididas em diferentes camadas de aplicação, de
acordo com os requisitos de comunicação exigidos:
Barramento de campo (sensorbus): conduz a comunicação de sensores e
atuadores com os controladores. Requer capacidade de transmissão de
pequeno volume de dados em altas velocidades.
Barramento de Controle (devicebus): atende à comunicação dos
controladores entre si e com o nível de supervisão. Requer capacidade de
transmissão de média quantidade de dados em médias velocidades;
Barramento de supervisão: conduz a comunicação entre as estações de
supervisão e controle e os CLPs e níveis superiores de administração.
Transfere grande volume de dados em tempos não-críticos, ou seja, não
precisa de tempo real; e
332
Camada corporativa: atende ao software de engenharia (CAD/CAE), de
otimização de processo, ERP (Enterprise Resource Planning), entre
outros. Conduz um grande volume de dados em tempos não-críticos. O
meio de transmissão usual é a rede Ethernet.
Dentro do contexto atual, considerando o seu alto grau de confiabilidade e
forte redução de custos em relação às instalações convencionais, as redes sem fio
vêm sendo cada vez mais utilizadas em aplicações industriais em que a utilização de
cabos elétricos é inviável, como aquelas que envolvem dados a grandes distâncias,
obstáculos físicos, interferências elétricas ou em áreas classificadas, tais como:
manutenção de equipamentos, monitoramento de redes de distribuição de água,
energia e combustíveis. De acordo com o ARC (Advisory Group), os negócios
envolvendo redes sem fio constituem o segmento de negócios em automação
industrial com maiores perspectivas de crescimento, com taxas superiores a 32% ao
ano até 2010, quando deverão atingir US$ 1,18 bilhão.
IV.3.3. Protocolos de Comunicação
Para que diferentes dispositivos possam trocar informações, tornam-se
imprescindível estabelecer códigos e regras simples de comunicação, denominados
protocolos digitais, que podem ser industriais proprietários e abertos.
Os protocolos proprietários surgiram inicialmente, desenvolvidos por grandes
empresas fabricantes de dispositivos e fornecedores de sistemas completos
(pacotes) de automação, enquanto os protocolos abertos surgiram como
necessidade do mercado, sendo desenvolvidos por instituições internacionais
formadas principalmente por associações de fabricantes, responsáveis pela
divulgação e implementação em âmbito mundial.
Os protocolos abertos propiciaram a interoperabilidade entre equipamentos
produzidos por diferentes fabricantes, beneficiando os usuários, que se tornaram
menos dependentes de um único fornecedor. Foram beneficiados também os
fabricantes de menor porte, que tiveram aumentadas suas chances de participação
em fornecimentos de pacotes de automação das grandes fornecedoras.
333
IV.3.4. Protocolos de Comunicação Comerciais
Os padrões de comunicação são estabelecidos em função das necessidades
do mercado face às diferentes aplicações industriais (indústria automotiva, refinarias
de petróleo, sistemas domóticos, entre outras), devendo o protocolo de comunicação
se ajustar adequadamente ao processo. Tal protocolo deverá refletir essas
diferenças, direcionando que um mesmo dispositivo individual precise ser ofertado
em diferentes padrões, elevando o custo não somente do seu desenvolvimento
como também da sua certificação individual.
A maioria dos padrões digitais foi levada ao mercado durante a década de
1990 por iniciativa dos próprios fabricantes, tanto nos Estados Unidos quanto na
Europa. Nos dias atuais, os dois padrões mais difundidos são o Fieldbus Foundation
(FF), dos EUA, e o Profibus, da Alemanha.
Outro protocolo muito usado é o HART (Highway Addressable Remote
Transducer Protocol), desenvolvido no começo dos anos 80, pela Rosemount (EUA),
sendo uma das primeiras implementações de barramento de campo com protocolo
proprietário, tornando-se pouco depois um padrão aberto, sofrendo significativa
evolução nos últimos anos. Embora digital, este protocolo aceita também
comunicação analógica no padrão 4-20 mA, o que o torna compatível com a enorme
base analógica instalada existente no mundo.
O protocolo Modbus, também muito utilizado industrialmente, desenvolvido
pela Modicon (EUA) em 1979 para uso em seus CLP, tornou-se rapidamente um
padrão industrial, apresentando algumas limitações, por não possibilitar a realização
de funções desempenhadas pelos CLPs atuais.
Mais recentemente, um grande número de sistemas de comunicação
industrial vem sendo desenvolvido para uso de redes Ethernet em tempo real como
base para os protocolos de controle, com o objetivo de facilitar a integração total da
empresa, apresentando algumas dificuldades na interoperabilidade entre
equipamentos de fornecedores diferentes.
334
IV.4. Dispositivos Robóticos e Comandos Numéricos
IV.4.1. Robô Industrial
Um robô industrial é um sistema eletromecânico, normalmente com seis graus
de liberdade, que permite o posicionamento espacial de uma ferramenta terminal
(posição e orientação). Diferencia-se de um dispositivo automatizado programável
pelos seguintes aspectos:
Capacidade de interatividade com um ambiente por meio de sensores;
Capacidade de tomar decisões em função do ambiente;
Capacidade de aprendizagem;
Posicionamento completo de uma ferramenta por meio de movimentos de
rotação ou translação; e
Capacidade de manipulação coordenada e hábil.
O principal fator que impede uma maior utilização de sistemas robóticos na
indústria é seu alto custo inicial. O tempo que leva para se recuperar o investimento
em um robô depende dos custos de compra, instalação e manutenção. O preço de
um robô será determinado pelas suas dimensões, grau de sofisticação e
complexidade, exatidão e confiabilidade. Na especificação de sistemas
automatizados utilizando dispositivos robóticos devem-se levar em conta as
seguintes condições:
Número de empregados substituídos pelo robô;
Número de turnos realizados por dia;
Produtividade comparada ao seu custo;
Custo de projeto e manutenção; e
Custo dos equipamentos periféricos.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Comando Numérico,
Automatização Industrial e Computação Gráfica - SOBRACON, 60% dos robôs
instalados no Brasil desenvolvem atividades relacionadas à indústria automobilística.
Dentro do contexto mundial, o Brasil possui um número ainda muito baixo, embora
crescente, comparado com o de países industrializados (cerca de 2% do total de
robôs no mundo). A Asea Brown Boveri (ABB) detém cerca de 30% do mercado
brasileiro, seguido da FANUC (18%), KUKA (13%), COMAU (8%), e robôs de outras
marcas (28%). É importante notar o crescimento de aproximadamente 900% no
335
número de robôs nas indústrias brasileiras nos últimos cinco anos, devido
principalmente a investimentos privados realizados majoritariamente pelas indústrias
automobilísticas.
Dentre as principais aplicações dos robôs nas indústrias brasileiras, em
termos percentuais, verifica-se, por exemplo, que os robôs da ABB são utilizados
para soldagem por resistência por pontos (33%), manipulação de
materiais/paletização (25%), soldagem por arco (18%), pintura (10%) e outras
aplicações, tais como: corte a jato de água, colagem, corte por gás, acabamento e
montagem (14%).
IV.4.2. Comando Numérico Computadorizado (CNC)
O Comando Numérico Computadorizado é um dispositivo dedicado ao
controle automático de máquinas-ferramenta, dentre eles, tornos, fresadoras,
mandrilhadoras e retificadoras, possibilitando que as ferramentas de corte ou
usinagem e as peças a serem processadas sigam automaticamente trajetórias
previamente programadas em código G.
Como em um robô industrial, a programação é realizada antes da operação,
consequentemente o programa pode ser introduzido na memória do CNC pelo
operador da máquina por meio de uma IHM própria ou pode ser carregado
diretamente por meio de um sistema CAD (Computer Aided Design) / CAM
(Computer Aided Manufacture). Nesse último caso, uma das fases finais do projeto
de uma peça feita com o auxílio do computador é a geração do programa para a
fabricação, a ser enviado ao CNC.
Além de executar o programa citado, o CNC recebe como entradas, sinais
dos sensores localizados na máquina com informações tais como a velocidade da
ferramenta e a posição da peça e envia, como saídas, sinais de controle para os
acionamentos dos motores da máquina. Desempenha, portanto, a função de
controlador no sistema automático constituído pela máquina.
IV.4.3. Sistemas de Manufatura Flexível (FMS)
Segundo Rosário (2004), desde os anos 80, as estruturas das plantas
industriais vêm se modificando rapidamente, em busca de melhoria na produtividade
336
e da racionalização dos recursos investidos a fim de atender às necessidades do
mercado e da sociedade, assim como à competição entre os fornecedores e à
exigência dos clientes. A implementação de novos métodos de produção como as
células flexíveis de manufatura e de linhas de produção automatizadas tornam-se
necessárias para a obtenção destas melhorias.
A expressão Sistema de Manufatura Flexível caracteriza elementos de uma
linha de produção interligados com a função de uma produção. A flexibilidade foi
incorporada aos sistemas de produção com a presença cada vez mais frequente dos
computadores nos sistemas de produção. Esta presença permitiu que a produção
fosse alterada conforme a necessidade. Pode-se, por exemplo, em uma mesma
linha de produção fazer peças tanto para móveis de cozinha como para móveis de
escritório e para isso bastam pequenos ajustes. Nos últimos anos, os sistemas
flexíveis de manufatura foram se tornando cada vez mais sofisticados e são muito
utilizados em fabricas digitais.
Um Sistema Flexível de Manufatura é composto das atividades desenvolvidas
pelas pessoas, que são os elementos que compõem o sistema automatizado de
manufatura. Estes elementos são os seguintes:
a) Operação;
b) Inspeção;
c) Máquinas de Transporte e esteiras transportadoras; e
d) Sistemas de Armazenamento.
IV.5. Sensores e Atuadores
IV.5.1. Instrumentação Industrial
A instrumentação é a área da engenharia que engloba as atividades
relacionadas a medição de grandezas físicas para monitoração ou controle de
sistemas de automação. Trata também do desenvolvimento de novos dispositivos de
medição e controle.
Na grande maioria dos processos automáticos é necessária uma
realimentação do processo. A realimentação consiste na medição de variáveis de
saída do sistema controlado e na comparação destas variáveis com valores de
337
referência. A diferença é informada ao controlador do processo para que o mesmo
gere uma ação de controle adequada.
IV.5.2. Sensores
Termo empregado para dispositivos detetores de alguma forma de energia
sensibilizante (como por exemplo, luz, calor ou movimento) traz informação sobre
uma grandeza que se precisa medir (temperatura, pressão, velocidade, corrente,
aceleração, posição, entre outras). Um sensor nem sempre tem as características
elétricas necessárias para ser utilizado de imediato em um sistema de controle, e
normalmente o sinal de saída deve ser condicionado através de um circuito de
interface para adequação do sinal.
Nas plantas automatizadas os sensores são elementos muito importantes. O
sensor é um dispositivo capaz de monitorar a variação de uma grandeza física e
transmitir esta informação a um sistema em que a indicação seja inteligível para o
utilizador ou para o elemento de controle do sistema.
Dentre os principais sensores do mercado podem-se destacar os seguintes:
Proximidade: mecânicos, óticos, indutivos e capacitivos;
Posição/Velocidade: potenciômetros, LVDT, encoders, taco-geradores;
Força/Pressão; e
Vibração/aceleração.
Todos esses sensores devem possuir as seguintes características:
acuracidade, resolução, repetição, range de funcionamento, sensibilidade e
linearidade.
IV.5.3. Transdutores
Termo empregado para denominar um dispositivo completo, usado para
transformar uma grandeza qualquer em outra que pode efetivamente ser utilizada
pelos dispositivos de controle. Neste sentido pode-se considerar um transdutor como
uma interface entre o sensor e o circuito de controle ou eventualmente entre o
controle e o atuador.
338
Os transdutores transformam uma grandeza física (temperatura, pressão,
entre outras) em um sinal de tensão ou corrente que pode ser facilmente
interpretado por um sistema de controle.
IV.5.4. Transmissores
Dispositivo que prepara o sinal de saída de um transdutor para utilização à
distância, fazendo certas adequações ao sinal. Estas adequações são os chamados
padrões de transmissão de sinais. Um exemplo bastante conhecido é o ―loop‖ 4 a 20
mA, que um padrão de transmissão de sinais em corrente.
IV.5.5. Atuadores
São dispositivos, que modificam o estado de uma variável, com o objetivo de
corrigir a variável controlada. Recebem, portanto um sinal proveniente do controlador
e agem sobre o sistema controlado. Trabalham com um nível de potência elevado.
Exemplo de atuadores:
Válvulas (Pneumáticas, Hidráulicas);
Relés (Estático, Eletromecânico);
Cilindro (Pneumáticos, Hidráulicos);
Motores (Step-motor, Syncro, Servomotor); e
Solenóides.
339
APÊNDICE V – Descrição dos Principais Produtos do Segmento de
Automação Predial
V.1. Níveis de Automação de Serviços Prediais
A automação predial é um mercado em crescente expansão. A Associação
Brasileira de Automação Residencial - AURESIDE estima que nos próximos cinco
anos, o Brasil terá cerca de 40% das residências de médio e alto padrão
apresentando algum sistema de automação. Pode-se classificar em diferentes níveis
de integração os sistemas de automação predial:
a) Autônomos: são sistemas independentes, onde não há uma
interligação entre os dispositivos;
b) Sistemas Integrados: são sistemas integrados a um controlador, por
meio de um sistema de supervisão e controle; e
c) Sistemas Complexos: são sistemas que podem ser personalizados de
acordo com os desejos e hábitos do usuário, como deverá acontecer
no projeto de uma casa inteligente.
V.2. Sistemas Autônomos e Sistemas Integrados
O conceito de edifício inteligente está associado ao nível de integração dos
diferentes sistemas constituintes do mesmo. A interligação entre os sistemas permite
que um Sistema de Supervisão e Controle do Edifício possa monitorar sensores,
controlar atuadores e registrar eventos vindos de todas as partes do edifício.
A Automação Predial é responsável pelo gerenciamento das funções vitais do
edifício e pelo controle de acesso e segurança dos indivíduos. Estas funções são
independentes entre si, mas atuam de forma integrada através da central de controle
e supervisão. Os componentes da automação, distribuídos por todo o edifício, estão
interligados por uma rede de comunicação de dados, permitindo assim que todos os
sistemas autônomos ou não, possam se comunicar com a central de supervisão e
controle.
340
V.3. Integrador de Sistemas Prediais
O integrador de sistemas Prediais como o profissional que elabora o projeto
integrado, acompanha a execução da obra, participa da contratação dos terceiros
envolvidos, supervisiona a instalação e garante o desempenho final do sistema
integrado. Para atingir estes resultados perante seu cliente, seja ele o incorporador
de um condomínio, um arquiteto ou o morador da residência, ele deve utilizar seus
conhecimentos e habilidades, dispor de uma metodologia e incorporar em sua rotina
novos fatores comportamentais.
Este profissional deverá integrar diversos tipos de sistemas e funções, como
iluminação, controles, segurança, controle de acesso, proteção contra incêndio,
energia, sistemas hidráulicos, sistemas elétricos, ar-condicionado e climatização, a
partir da troca de informações via Internet ou intranet através de softwares os
usuários podem trocar informações, independente do horário, dia e local de trabalho.
Constata-se que uma das principais dificuldades para se implantar a solução
integradora é a falta de profissionais de perfil adequado a esta nova realidade para
suprir as necessidades do mercado, levando atualmente a condução de recursos
atuando de forma isolada, constatando-se no final de uma obra a necessidade de
inúmeros ajustes e adaptações, comprometendo assim o resultado final do projeto.
V.4. Sistema de Supervisão e Controle
O Sistema de Supervisão e Controle do Edifício é responsável por diversas
ações, dentre as quais estão:
A centralização das informações vindas de todas as partes do prédio, com
o intuito de monitorar e controlar todas as funções operacionais do edifício;
Controle automático de equipamentos e lógica de funcionamento dos
sistemas;
A economia de energia e a redução de custos através do uso racional dos
recursos disponíveis e da energia elétrica;
O fornecimento de ferramentas de software para a programação de
manutenção preventiva dos equipamentos instalados; e
A tomada de providências visando sanar problemas funcionais, falhas ou
alarmes.
341
A arquitetura de um sistema de supervisão e controle de um edifício é
baseada em uma rede de equipamentos (processadores e controladores). Esta rede
constitui um Sistema de Controle Distribuído (DCS – Distributed Control System), é
caracterizada pela topologia hierárquica, com vários níveis de controladores.
V.5. Integração e Protocolos Comerciais de Comunicação
Um sistema de automação predial eficiente permite que as decisões sobre
as plantas possam ser realizada de modo interativo com o usuário final, com
possibilidade da obtenção de gráficos das operações nas plantas, relatórios
automáticos, tendências e estatísticas estarão disponíveis a qualquer momento.
Estes sistemas integrados deverão atender as seguintes exigências:
Utilização de protocolos de comunicação abertos (aplicações e padrões como
BACNet, LONWorks e ModBus);
Soluções técnicamente integradas e abrangentes;
Flexibilidade (possibilidade de ajustes para mudança de padrões);
Fácil utilização a partir da implementação de interfaces simples e amigáveis
para serem operadas pelo usuário final.
Apesar de terem características diferentes, os protocolos de comunicação
desenvolvidos para a Automação Predial respeitam uma singularidade que é a
metodologia da modelagem e a integração de sistemas. No mercado pode-se
encontrar diversas soluções comerciais de protocolos prontos para a implementação
em projetos de Automação Predial, dentre as mais utilizadas pode-se destacar as
seguintes:
a) Padrão Americano: Sistemas X-10; SMART HOUSE; LonWorks,
Sistema CEBus; Sistema BatiBUS; e
b) Padrão Europeu: Sistema EIB (European Installation Bus); EHS
(European Home Systems).
342
APÊNDICE VI – Descrição dos Principais Produtos do Segmento de
Automação Comercial
VI.1. Leitores de Códigos de Barras
Leitores de códigos de barras são equipamentos que "iluminam" o código de
barras por meio de uma fonte de luz própria, led ou laser, e, por meio de reflexão,
recebem a imagem do código de barras em um sensor, digitalizando e decodificando
a informação, podendo ser utilizados em aplicações diversas que requerem
informação segura obtida correta e rapidamente.
VI.2. Impressoras de Códigos de Barras
A impressora de códigos de barras é aquela que utiliza cabeça térmica para
uma impressão precisa e rápida do código de barras, já que os outros tipos de
impressora (jato de tinta, laser e matricial) imprimem com imperfeições, dificultando
a leitura do código de barras. Pode utilizar etiquetas termo-sensíveis ou etiquetas de
diversos materiais, em conjunto com ribbons de poliéster impregnados para
impressão.
VI.3. Coletores de Dados
Os coletores de dados são equipamentos com memória e processador que
permitem a entrada (coleta) de dados de maneira portátil (móvel), ou seja, sem
empecilhos para a livre movimentação do operador, apresentando alta robustez,
permitindo assim a utilização direta no local onde as informações são geradas. A
entrada de dados pode ser feita por meio de digitação, leitura de códigos de barras,
leitura de cartão magnético ou qualquer outro processo.
Estes equipamentos são largamente utilizados em sistemas de inventário de
produtos, conferência, coleta de pedidos, controle de processos, serviço de
entregas, entre outros, ou em qualquer outra aplicação que envolva a aquisição de
um importante volume de dados para processamento local ou posterior, podendo o
operador receber uma resposta no próprio ponto de atividade. Dentre os principais
benefícios desses equipamentos podem-se destacar:
343
Aumento da produtividade;
Localização exata do ponto onde o produto será retirado;
Redução dos tempos de operação e de erros e eliminação de anotações
em papéis;
Otimização dos recursos de movimentação; e
Utilização de redes sem fio com entradas/saídas de dados via comando
de voz.
VI.4. Etiquetas Eletrônicas de Prateleiras
Também conhecida como Electronic Shelf Label (ESL), esta tecnologia é
capaz de comunicar, diretamente nas prateleiras, o preço, dados promocionais,
informações técnicas e gerenciais do produto, como por exemplo, estoque e
validade de promoções.
Este produto geralmente utiliza uma tecnologia baseada em raios
infravermelhos de alta frequência, livre de interferência e com grande capacidade de
transferência de dados. Ele não utiliza cabos e tem comunicação bidirecional,
tornando mais rápida a atualização de dados nas etiquetas e assegurando que
tenham realmente recebido todas as atualizações de preços e dados em geral,
informando imediatamente o administrador de qualquer problema que ocorra, como
a não atualização de preços, bateria fraca ou mesmo furto da etiqueta.
Estas etiquetas apresentam importantes características de utilização, dentre
outras se podem destacar as seguintes:
Robustez e leveza, com variedade de dimensões;
Maior visibilidade, com características semelhantes ao papel;
Robustez e leveza;
É possível utilizar qualquer fonte e qualquer imagem nas etiquetas;
Permite leitura de código de barras;
Fácil e simples utilização para os operadores;
Não requer investimento com infraestrutura;
Adaptável a qualquer regulamentação; e
Não requer contato próximo da etiqueta para atualização.
344
Dentre os principais benefícios dessas etiquetas podem-se destacar: permite
mudanças automáticas de preços; maior rapidez na execução de campanhas
promocionais; e também proporciona maior agilidade na reposição dos produtos nas
gôndolas, assegurando também a supervisão do sistema e do pessoal operacional,
por meio, por exemplo, de relatórios trimestrais, semestrais ou diários que podem
ser emitidos sobre a eficácia do pessoal.
VI.5. Terminais de Auto-Atendimento
Os terminais de auto-atendimento multimídia permitem a adição de vários
tipos de periféricos como leitores de código de barras, câmeras de vídeo, leitores
RFID, impressoras para a impressão de cupons, sensores de presença, tela touch
screen, Wi-Fi, entre outras. Podem ser utilizados para diversas finalidades como:
Consultas de RH;
Divulgação interna da empresa;
Divulgação externa em ambientes públicos;
Feiras e shows; e
Auto-Serviço: recarga de celular, pagamento de contas, entre outros.
VI.6. Terminais de Consulta de Preços
O terminal de consulta de preços proporciona rapidez aos consumidores que
desejam consultar preços dentro das lojas, tirando dúvidas e evitando
constrangimento na hora de passar as compras pelo caixa, sendo atualmente
obrigatória por lei a disponibilidade desses equipamentos a uma distância máxima
de 15 metros de qualquer produto ou outro terminal, em lojas que trabalham com
código de barras.
VI.7. Tecnologia RFID
As "etiquetas inteligentes" utilizam a tecnologia de identificação por
rádiofrequência (ou simplesmente RFID), sendo utilizadas em uma série de
aplicações focando a cadeia de suprimento. Apesar de sua utilização recente no
345
meio comercial, esta tecnologia já vem sendo aplicada desde a década de 60 em
diversos ramos de atividades como montadoras, autopeças, pedágios e até no
rastreamento de animais. Porém, em quase todas as aplicações não se tinha notícia
de um padrão que possibilitasse seu uso uniforme em todos os elos da cadeia de
suprimento.
Com base na tecnologia RFID, o EPCglobal e o MIT (Massachusetts Institute
of Technology), assistidos por órgãos independentes como a UCC/EAN
International, criaram um padrão de código eletrônico de produto, designado EPC
(Eletronic Product Code).
Este padrão permite que as informações sejam disponibilizadas de forma
padronizada, possibilitando que qualquer empresa envolvida na cadeia de
suprimentos possa se valer desta informação, mesmo que ela tenha sido gerada por
outra organização como, por exemplo, o fabricante. Consequentemente, qualquer
empresa da cadeia de suprimento consegue identificar um produto.
A partir do EPC as possibilidades de uso da tecnologia estão sendo
ampliadas, substituindo com vantagens algumas aplicações que até então eram
desenvolvidas com código de barras. Entretanto, vale a pena destacar que o RFID é
uma tecnologia de captura automática de dados que depende, para que sua
implantação ocorra com sucesso, de uma série de fatores, tais como:
Visão executiva do projeto, análise dos desafios, impactos e tendências;
Análise de processos, por meio do desenho ou de sua revisão;
Desenho da solução, por meio da definição da melhor tecnologia
(frequência, antenas, etiquetas inteligentes, entre outras) para atender às
necessidades do projeto;
Estudo e definição de pontos de leitura, e interface com o sistema de
gestão (ERP) ou com o sistema de gerenciamento de depósito (WMS); e
Serviços, como o levantamento em campo, instalação, configuração,
software aplicativos e dispositivos para interface com outros sistemas.
Dentre as inúmeras vantagens na utilização da tecnologia RFID em
aplicações comerciais, podem-se destacar as seguintes:
Redução dos níveis de inventário;
346
Redução nos custos de transportes;
Aumento de vendas;
Redução do tempo de entrega e custos logísticos; e
Aspecto colaborativo entre os diferentes elos da cadeia como um todo.
VI.8. Redes Locais sem fio Wi-Fi
À medida que as empresas tornam-se cada vez mais móveis e que as redes
sem fio começam a ser mais utilizadas, a segurança passa a ocupar uma posição
fundamental entre as preocupações dos departamentos de TIC. Os técnicos de
informação enfrentam o desafio diário de manter as redes sem fio operando na sua
capacidade máxima e a baixo custo, ao mesmo tempo em que preservam a
integridade da rede e protegem os dados armazenados contra roubo e uso
impróprio, sem esquecer a adequação a normas governamentais e financeiras.
O conceito de Wireless switch permite cobertura de área com nível máximo
de segurança, com alto desempenho (54 Mbps) e baixo custo para comunicação de
dados, voz e imagem. Essas redes viabilizam a utilização ampla da rede de dados
por meio da tecnologia Wi-Fi, ou seja, você pode utilizar este sistema para outras
aplicações que não seja a dos coletores de dados, tais como: PDV sem fio, telefonia
IP, terminais de auto-atendimento sem fio, balanças, verificadores de preços,
impressoras e venda de acessos à Internet para terceiros.
A infraestrutura de radiofrequência é composta por um conjunto de
equipamentos destinados à formação de uma rede de comunicação sem fio em um
ambiente determinado. Pode ser constituída por duas formas de administração:
Descentralizada: composta por Access Points e antenas; e
Centralizada: composta por um ou mais Wireless switches, hubs ou
switches de rede e access ports.
Dentre os principais recursos dos sistemas Wi-Fi para utilização comercial,
podem-se destacar:
Detecção de intrusão/acesso não autorizado e de outros dispositivos não
autorizados para funcionamento em rede;
347
Avaliação de vulnerabilidade por meio da identificação de pontos fracos
da rede e configurações incorretas de dispositivos;
Localização precisa dos dispositivos existentes na rede;
Cancelamento de dispositivos não autorizados, com resposta
imediata a ataques, permitindo aos administradores de segurança
encerrar as conexões de dispositivos sem fio não autorizados; e
Gerenciamento centralizado com diferentes níveis de usuários.
VI.9. Telefonia VoIP
A palavra VoIP (Voice over Internet Protocol) significa telefonia via Internet.
Essa tecnologia permite o roteamento de conversas telefônicas utilizando a rede da
Internet. Com ela é possível fazer ligações para telefones fixos tradicionais, não
sendo necessário que ambas as partes envolvidas na conversa estejam utilizando a
telefonia VoIP.
A infraestrutura Wi-Fi, apresentada anteriormente torna viável a utilização de
sistemas como esse, os quais permitem, além da economia, outros ganhos, tais
como:
Mobilidade entre os usuários;
Mensagens de alerta via display, de forma automática pelo sistema;
Gestão da conta (uso do telefone);
Chamadas roteadas automaticamente para o telefone VoIP,
independentemente de onde o usuário esteja localizado, sendo possível
levar seu telefone IP e utilizá-lo de qualquer lugar onde haja uma
conexão de Internet; e
Oferecimento de outros serviços, tais como conversas em vídeo, envio de
arquivos de texto, conferência em áudio, entre outros.
348
APÊNDICE VII – Descrição dos Principais Produtos do Segmento de
Automação Bancária
VII.1. Terminais de Auto-Atendimento (ATM)
O principal equipamento para automação bancária é o terminal de auto-
atendimento – Automatic Teller Machine (ATM) –, que possibilita o saque de
numerário. Quando seu único atributo é o saque, geralmente denomina-se cash
dispenser. Este equipamento é fabricado com materiais leves e resistentes e possui
sensores anti-violação e dispensadores de cédulas. As principais características
desse equipamento são as seguintes:
Flexibilidade quanto ao local de instalação e ao horário de funcionamento,
Possibilidade de realizar operações dentro de um carro (drive thru) e,
Além de saques de numerário, diversas outras funções poderão ser
realizadas, como, por exemplo: consultas de saldos; aplicações
financeiras, impressas ou exibidas no vídeo; transferência de valores;
depósitos; impressão de folhas de cheque.
Apesar de possuir uma estrutura básica, o ATM é constituído por vários
módulos configuráveis, de forma a atender às necessidades de cada cliente:
Módulos básicos configuráveis: CPU, leitora de cartões (magnéticos
convencionais ou smart cards), impressora para comprovantes, monitor de
vídeo comum ou do tipo tela sensível a toque (touch screen), teclado,
dispensadores (de cédulas, envelopes e cheques), depositário, gabinetes
(chapa e cofre); e
Módulos opcionais: receptor para pagamento de contas,
aceitador/dispensador de moedas, câmera de vídeo, filtro de privacidade,
placa de som, identificador biométrico (reconhece o usuário através de suas
impressões digitais), entre outros.
Dentre esses módulos, o mais importante é o dispensador de numerário,
mecanismo responsável pela contagem, classificação e disponibilização de cédulas
ou, mais recentemente, moedas para o usuário.
349
VII.2. Terminais Financeiros
Produto de concepção modular, análogos a um microcomputador e adaptados
às atividades de um caixa bancário, existindo também de mini-monitores de vídeo,
calculadora e de teclado com leitor de cartões magnéticos.
VII.3. Periféricos Diversos
Com o advento da legislação fiscal para o ICMS, que torna obrigatória a
emissão do cupom fiscal em substituição à nota fiscal de venda ao consumidor,
ganha destaque o produto denominado emissor de cupom fiscal (ECF), apresentado
em três versões: impressora fiscal (IF), terminal ponto de venda (PDV) ou caixa
registradora eletrônica. A seu lado, dentre os produtos oferecidos, destaca-se
também o PDV modular, similar a um microcomputador e um conjunto de periféricos
típicos (impressora, monitor, teclado entre outros), apresentados ou não sob a forma
de módulos (que lhe conferem flexibilidade), capaz de automatizar o processo de
venda, sendo composto de:
Módulos principais: CPU, teclado, display, gaveteiro;
Principais periféricos: impressora fiscal (ECF/IF), leitor óptico;
Outros periféricos: impressoras de cheque, balanças eletrônicas,
Teclado PIN: (identificador de senhas de usuários); e
Terminal opcional de consulta para clientes.
Entre os equipamentos ECFs, destacam-se as impressoras fiscais, periféricos
compactos capazes de funcionar interligados a terminais PDV, podendo ser
considerados um dos mais importantes módulos deste último, em virtude da
legislação do ICMS que determina a obrigatoriedade de emissão de cupom fiscal de
forma automatizada. Entre os seus atributos, existe a possibilidade de imprimir
cheques e outros documentos avulsos (como slips e recibos), bem como de
autenticar documentos.
VII.4. Soluções para Internet Banking
As empresas oferecem, basicamente, serviços de implantação e/ou
consultoria em sistemas de informática específicos para o setor bancário, além de
350
assistência técnica, treinamento e soluções para Internet banking. Estas soluções
viabilizam as operações bancárias através da Internet, incluindo dispositivos de
segurança (criptografia), e redundam em comodidade e redução de custos para o
usuário final e a instituição prestadora do serviço bancário.
VII.5. Outros Produtos
VII.5.1. Leitores
Leitoras de códigos de barra e CMC-7: são aparelhos periféricos que
geralmente trabalham em conjunto com os terminais financeiros, executando
a atividade de leitura e identificação de documentos de modo bastante ágil;
Leitores ópticos: periféricos dos PDVs, similares a scanners, destinados à
decodificação de etiquetas de código de barras de produtos, informando as
suas características, principalmente o preço, apresentados nas versões fixa
(―de mesa‖) ou móvel (―pistola‖);
Unidades de resposta audível: trata-se de uma solução que integra telefonia
e informática (microcomputadores), capaz de automatizar o processo de
atendimento telefônico;
VII.5.2. Teclados
Teclados específicos para identificação de senhas de usuários (clientes), com
ou sem leitora de cartão e monitor do tipo liquid cristal display (LCD), que trabalham
em conjunto com os terminais financeiros;
VII.5.3. Impressoras
Impressoras de códigos de barra: periférico específico para os terminais
financeiros. Funcionam por sistema de transferência térmica para impressão
de etiquetas que irão identificar produtos através de seus códigos de barras;
Processadora de cheques e cartões: conhecida como terminal para
transferência eletrônica de fundos (TEF), objetiva, através de hardware e
software, o processamento de meios de pagamento em geral, como cheques,
cartões magnéticos e smart card, e funciona como periférico de um PDV,
351
trabalhando com um teclado específico para identificação de senhas de
usuários; dentre as suas vantagens, destaca-se a redução de índices de
inadimplência de consumidores, em função da transferência on-line de
recursos para a conta da empresa, após consulta sobre o limite de crédito do
cliente.
VII.5.4. Serviços
Compreendem assistência técnica, treinamento e consultoria, além de
sistemas de informática que visam à automação de procedimentos administrativos,
comerciais, fiscais ou financeiros, isto é, processos de caráter operacional ou não,
em empresas comerciais, sendo exemplos típicos os postos de gasolina, os
supermercados, as lojas de conveniência entre outros.
352
ANEXO I – Relação das Empresas integrantes do FEET - Fórum de
Empresários Exportadores de Tecnologia
Quadro 31: Empresas Integrantes do FEET. Fonte: ABINEE, 2009.
No Empresa Linha de Produtos Área Estado
1 Aegis Semicondutores Ltda.
Chave estática
Diodos retificadores
Dissipadores de calor
Acessórios p/semicondutor de Potência
Ponte retificadora
Diodos e Tiristores
Componentes (AI)
SP
2 Altus Sistemas de Informática S.A.
Controlador lógico/programável (CLP)
Controladores e Conversores, Inversores de Frequência para Motores,
Contador
Conversor serial p/tcp/ip ethernet
Integrador sistema-automação predial e segurança
Interface de comunicação p/clp via tcp/ip
Interface homem/máquina
Isolador eletrônico de sinal
Modulo didático p/clp
Painel/cabine/cubículo p/sistema energia baixa tensão
Painel/cabine/cubículo p/sistema energia media tensão
Repetidores, geradores e equipamentos de rede
Sistema de supervisão/controle/aquisição de dados
Softwares para automação
Terminal de aquisição de dados
Unidade terminal remota
Automação (AI, AP)
RS
3 BCM Engenharia Ltda.
Automação de usina elétrica
Controlador de fator de potencia/banco de capacitores
Controlador lógico/programável (CLP)
Controlador/registrador de demanda
Modulo didático p/CLP
Sistema de controle p/subestações transmissão/distribuição de energia
Unidade terminal remota
Automação (AI)
RS
4 Bematech Ind. Com. Equip. Eletrônicos S/A
Balanças
Coletor de dados portátil/fixo
Gaveta de dinheiro p/equipamento de automação comercial
Impressora de cheques
Impressora fiscal
Impressora matricial
Impressora p/ código de barras
Impressora térmica
Impressoras diversas
Interface display
Leitora de código de barras/CMC-7
Leitora óptica p/aplicações diversas
Mecanismo p/impressora
Micro terminal
Modem
Automação (AC, AB)
PR
5 Cerâmica Santa Terezinha S/A
Isolador de porcelana p/distribuição
Isolador de porcelana p/subestação
Isolador de porcelana p/transmissão
Isolador de porcelana-bucha p/passagem/transformador
Isolador de vidro p/distribuição
Isolador de vidro p/transmissão
GTD (AI)
SP
AI: Automação Industrial AP: Automação Predial AC: Automação Comercial AB: Automação Bancária
353
No Empresa Linha de Produtos Segmento Estado
6 Coel Controles Elétricos Ltda.
Contador
Controlador de nível
Controlador de temperatura
Relé de proteção p/operador de máquina
Relé de tempo
Relé p/comando e controle de máquinas
Relé térmico
Relés p/diversas aplicações
Sensor de proximidade indutivo
Sensor de proximidade infravermelho (fotoelétrico)
Temporizador
Timer programável
Totalizador Horário
Automação (AI, AP)
SP
7 Coester Automação S.A.
Atuador elétrico
Conversor de protocolo p/rede industrial (gateway)
Equipamentos e acessórios p/ redes industriais Integrador sistema-industrial
Redutor p/atuador elétrico
Automação
(AI)
RS
8 CP Eletrônica S/A
Analisador de bateria
Conversor de frequência p/ informática
Estabilizador de tensão
Inversor cc/ca
No-break-sistema p/fornecimento ininterrupto de energia
Retificador industrial-corrente/proteção catódica/espec
Unidade retificadora-ca/cc
Automação (AI)
RS
9 Digicon S/A
Botoeira p/controlador de tráfego
Coletor de dados portátil/fixo
Controlador de acesso em terminais por fichas/bilhetes
Controlador de semáforos/central de controle de tráfego
Controlador entrada passageiros por leitor magnético
Controlador entrada passageiros-leitor cartão s/contato
Controle estatístico da produção
Detector de veículos p/controle de tráfego (sensor)
Equipamento p/contagem e seleção de cédulas
Indicador/contador digital p/máquina operatriz
Integrador sistema-bilhetagem eletrônica para /transporte público
Integrador sistema-controle de tráfego de veículos
Parquímetro e sistema de gerenciamento
Sistema de medição e controle de espessura p/filmes
Sistema p/supervisão de máquinas injetoras
Transdutor linear p/automatização de máquina operatriz
Automação
(AI, AP)
RS
10 Digistar Telecomunicações S/A
Central privada comutação telefônica ip-pabx
Central privada comutação telefônica -key system
Central privada comutação telefônica -micro pabx
Central privada comutação telefônica -pabx
Conversor de protocolo voz sobre ip - gateway voip
Porteiro eletrônico
Telefone digital p/pabx
Telecomunicação
(AI, AP) SP
AI: Automação Industrial AP: Automação Predial AC: Automação Comercial AB: Automação Bancária
354
No Empresa Linha de Produtos Segmento Estado
11 Digitel S/A Indústria Eletrônica
Conversor de interface
Conversor de protocolo voz sobre ip - gateway voip
Modem
Modem hdsl
Modem óptico pdh/sdh
Modem shdsl
Multiplex óptico
Multiplexador e1
Plataforma de acesso multisserviços p/redes tdm
Radio digital
Radio modem
Roteador
Telecomunicação (AI, AP, AC)
RS
12 Ecil Informática Indústria e Com Ltda
Computador industrial
Conversor de protocolo e1-r2
Conversor de Sinais Eletro-Ótico
Fonte de alimentação p/equipamentos de automação
Gateways p/protocolos do setor elétrico
Gerador de Base de Tempo para sincronismo de equipamentos via GPS
Oscilógrafo digital-registrador digital de perturbação
Plataforma de correio eletrônico-voz/fax/dados
Sistema de áudio conferencia
Sistema de controle p/subestações transm/distr energia
Sistema de gerenciamento de energia elétrica
Sistema de medição de energia centralizado
Sistema de qualidade na distribuição de energia
Sistema digital p/gravação de mensagens
Sistema medição de fronteira p/energia elétrica
Sistema web de telemetria
Terminal linux p/call center
Terminal Server Industrial
Unidade de resposta audível (ura)
Unidade terminal remota
Automação (AI, AP)
SP
13 Elo Sistemas Eletrônicos S/A
Estação de calibração de medidores de energia
Medidor de demanda de energia
Medidor de energia elétrica monofásico eletrônico
Medidor de energia elétrica polifásico eletrônico
Registrador microprocessado p/supervisão de energia
Sistema de gerenciamento de energia elétrica
Sistema medição de fronteira p/energia elétrica
Tarifador de energia diferenciada
GTD (AI)
RS
14 Engetron Eng. Eletr. Indústria e Com Ltda
No-break-sistema p/fornecimento ininterrupto de energia
Automação (AI)
MG
15
FAE Ferragens e Aparelhos Elétricos S/A
Medidor de energia elétrica monofásico eletromecânico
Medidor de energia elétrica monofásico eletrônico
Medidor de energia elétrica polifásico eletromecânico
Medidor de energia elétrica polifásico eletrônico
Medidor do consumo de água – hidrômetro
GTD (AI, AP)
CE
AI: Automação Industrial AP: Automação Predial AC: Automação Comercial AB: Automação Bancária
355
No Empresa Linha de Produtos Segmento Estado
16
Force Line Ind. Com. Comp. Eletrônicos Ltda.
Autotransformador p/eletroeletrônicos domésticos
Carregador de bateria p/equipamento portátil
Cerca elétrica
Conversor estático/fonte alimentação p/tel celular
Cordão prolongador/extensão elétrica
Estabilizador de tensão
Filtro de linha p/proteção de equipamentos
Fonte de alimentação p/eliminação de pilhas/bateria
Intercomunicador
No-break-sistema p/fornecimento ininterrupto de energia
Reator eletrônico p/ lâmpada fluorescente Transformador com laminas de aço silício-bt, com núcleo de
ferrite, p/ lâmpada halogena dicróica
Informática (AI, AP)
SP
17 Intelbras S/A Ind. Telecom. Eletrônica Brasileira
Central portaria
Central privada comutação telefônica-micro pabx
Central privada comutação telefônica-pabx
Equipamento p/atendimento automático em pabx
No-break-sistema p/fornecimento ininterrupto de energia
Tarifador p/central/pabx/telex/telefone público
Telefone com identificador de chamada
Telefone de assinante
Telefone sem fio
Telecomunicação (AP, AC)
SC
18 Itautec S/A
Computador de médio porte
Computador de pequeno porte
Computador portátil
Impressora fiscal
Integrador sistema-automação bancária
Integrador sistema-automação comercial
Modulo de memória
Microcomputador para automação bancária
Microcomputador para automação comercial
Placa mãe p/computador (motherboard)
Servidor
Sistema p/atendimento ao público-terminal/painel senhas
Software p/automação bancária
Software p/automação comercial
Teclado p/ automação comercial
Terminal de auto serviço bancário-saque/depósito/extr/.
Terminal de auto atendimento p/ checkout
Terminal de caixa automático
Terminal de caixa bancário
Terminal de consulta
Terminal de consulta multimídia-totem ou quiosque
Terminal de pagamento de contas
Terminal de ponto de venda
Terminal de transferência eletrônica de fundos
Terminal dispensador de cédulas
Terminal dispensador de talão/folha de cheque
Unidade de resposta audível (ura)
Informática (AB, AC)
SP
19
Leucotron Equipamentos Ltda.
Adaptador de telefone analógico p/rede ip (ata)
Central de atendimento-call center
Central privada comutação telefônica IP-PABX
Central privada comutação telefônica key system,
micro PABX, pabx,sistema hibrido
Dispositivo p/ligação telefônica via computador
Interface celular p/PABX
Software aplicativo p/PABX
Telefone de assinante
Telefone IP
Telecomunicação (AP, AC)
MG
AI: Automação Industrial AP: Automação Predial AC: Automação Comercial AB: Automação Bancária
356
No Empresa Linha de Produtos Segmento Estado
20 Microsol Tecnologia S/A
Estabilizador de tensão Iluminação de emergência No-break-sistema p/fornecimento ininterrupto de energia
Informática (AI, AP)
CE
21 Nansen S/A Instrumentos de Precisão
Conjunto de medição energia elétrica p/uso externo Instrumento p/aferição/calibração medidores de energia Medidor de energia elétrica monofásico eletromecânico Medidor de energia elétrica monofásico eletrônico Medidor de energia elétrica polifásico eletromecânico Medidor de energia elétrica polifásico eletrônico Medidor eletrônico de energia multifunção e multitarifa Mesa p/aferição de medidor de energia em laboratório Registrador microprocessado p/supervisão de energia Sistema de aferição automática de medidores de energia Sistema de medição de energia centralizado Sistema de supervisão/controle/aquisição de dados Sistema de telemedição de consumo de energia Software p/analise/comunicação/leitura medidor energia Unidade terminal remota
GTD (AP, AI)
MG
22 Novus Produtos Eletrônicos Ltda.
Amperímetro/miliampermetro digital p/painel Chave estática p/chaveamento de potencia Contador Controlador de temperatura Controlador digital single-loop Controlador eletrônico diversos Indicador de sinal digital Medidor de umidade relativa do ar Modulo de potencia tiristorizado Registrador gráfico p/uso laboratorial Relé de estado solido Sistema de aquisição de dados (data logger) Software supervisão p/processo industrial pequeno porte Temporizador Termoelemento Termômetro digital Termômetro portátil digital Termopar Termo-resistência Termostato digital Termostato industrial Transmissor de temperatura e umidade relativa Transmissor eletrônico de temperatura Voltímetro/milivoltímetro digital p/painel
Automação (AI)
RS
AI: Automação Industrial AP: Automação Predial AC: Automação Comercial AB: Automação Bancária
357
No Empresa Linha de Produtos Segmento Estado
23 Orteng Equipamentos
e Sistemas Ltda.
Carregador de bateria industrial Centro de controle de motores-ccm (painel) Conjunto de medição energia elétrica p/uso externo Fonte de alimentação p/equipamentos telecomunicações Grupo motor gerador Integrador sistema: automação industrial, linha de transmissão, energia, usina hidroelétrica, usina termoelétrica Painel de controle/força p/grupo motor gerador Painel elétrico de proteção/comando/distribuição Painel/cabine/cubículo p/sistema energia: alta, baixa, média tensão Painel/quadro/mesa p/comando/controle equipamento indl Retificador industrial-corrente/proteção catódica/espec Sistema de automação de rede de distribuição de energia Sistema de gerenciamento de energia elétrica Sistema digital de automação industrial Subestação: blindada, compacta, móvel, retificadora Subestação-projeto/instalação em mt/at Subestações Transformador de corrente Transformador de corrente industrial Transformador de potencial industrial Transformador de potencial indutivo Unidade supervisora de corrente alternada industrial Unidade terminal remota
GTD (AI)
MG
24 Parks S/A
Comunicações Digitais
Concentrador de acesso ethernet Conversor de interface Conversor de sinais Dispositivo de acesso ethernet Modem Modem adsl Modem shdsl Multiplexador sdh Radio digital ponto a ponto-wimax Radio digital ponto multiponto Radio digital-wimax-estação base/assinante Roteador Roteador sem fio Sistema de gerenciamento de modem
Telecomunicação (AI)
RS
25
Positivo Informática Ltda.
Computador de médio porte Computador de pequeno porte Computador portátil Mesa educacional informatizada- vários módulos didáticos Servidor Software educacional Software p/gerenciamento de rede de computadores
Informática (AI)
PR
26 Romagnole Produtos
Elétricos Ltda.
Ferragens diversas p/linha transmissão/distribuição Fio esmaltado/nu Transformador/autotransformador de distribuição
GTD (AI)
PR
AI: Automação Industrial AP: Automação Predial AC: Automação Comercial AB: Automação Bancária
358
No Empresa Linha de Produtos Segmento Estado
27 Sense Eletrônica Ltda.
Barreiras de Segurança Intrínseca Conector para Sensor de Proximidade Conversores/Condicionadores/Amplificadores de Sinais Cortinas de Luz/Barreiras Fotoelétricas Derivadores para Redes Industriais Distribuidor de Sinais Discretos e para Redes Industriais Fontes de Alimentação Interface para Redes Industriais (I/O) Isoladores Galvânicos de Sinais Isoladores Ópticos de Sinais Monitor/Sinalizador de Válvulas Sensor de Proximidade à Prova de Explosão (Exd) Sensor de Proximidade Capacitivo Sensor de Proximidade Efeito Hall Sensor de Proximidade Fotoelétrico (Infravermelho e Laser) Sensor de Proximidade Indutivo Sensor de Proximidade Magnético Sensor de Proximidade para Segurança Aumentada (Exe) Sensor de Proximidade para Segurança Intrínseca (Exi) Sensor de Proximidade Ultrasônico Supervisor de Rotação Válvula Solenóide
Automação
(AI) SP
28 Sensores Eletrônicos
Instrutech Ltda.
Barreira óptica p/proteção em máquina operatriz Comando bi-manual eletrônico p/prensa Controle de simultaneidade p/acionamento de máquina Cortina de luz Sensor de proximidade capacitivo, indutivo, infravermelho (fotoelétrico), magnético
Automação (AI)
SP
29 Setha Indústria Eletrônica Ltda.
Alto falante a prova de explosão Circuito fechado de televisão-cftv Intercomunicador Materiais elétricos diversos a prova de explosão Sinalizador acústico e visual a prova de explosão Sistema de chamada em alta voz-alarme e conversação Sistema de onda portadora-carrier p/ferrovia/metro/proc Sistema telefônico de emergência Telefone a prova de explosão
Equipamentos
Industriais (AI)
RJ
30
SMS Tecnologia Eletrônica Ltda
Condicionador de energia p/equipamentos de áudio/vídeo Estabilizador de tensão Filtro de linha p/proteção de equipamentos Modulo de baterias No-break-sistema p/fornecimento ininterrupto de energia Software p/gerenciamento remoto de energia Variador de luminosidade-dimmer
Informática (AI, AP)
SP
31 Sweda Informática
Ltda.
Caixa registradora eletrônica Computador compacto p/automação comercial Impressora de: cheques, fiscal, p/autenticação de documentos, térmica Leitora de código de barras/cmc-7 Leitora óptica com balança eletrônica Microterminal de automação comercial Pistola laser p/leitura de código de barras Terminal de ponto de venda Terminal touchscreen p/automação comercial
Informática (AC)
SP
AI: Automação Industrial AP: Automação Predial AC: Automação Comercial AB: Automação Bancária
359
No Empresa Linha de Produtos Segmento Estado
32 Tecsys do Brasil Industrial Ltda.
Amplificador de potencia p/head-end catv Codificador-encoder mpeg-2/dvb Combinador p/tv por assinatura Conversor de fi p/frequência de banda l - up-converter Conversor uhf/vhf Demodulador p/tv por assinatura Modulador adjacente com filtro saw Modulador digital: qam p/sistema tv a cabo, qpsk-sistema transmissão via satélite, p/tv por assinatura Multiplexador digital Receptor de satélite: analógico, digital Receptor de tv via satélite, digital com decodificador, digital Sistema de acesso condicional p/tv-satélite/cabo/mmds
Telecomunicação (AP, AC)
SP
33
Teikon Tecnologia Industrial S/A
Montagem de placa circuito impresso-componente convenc Montagem de placa circuito impresso-componente smd Serviço de montagem/teste de produto eletrônico
Informática (AI)
RS
34 Trafo Equipamentos
Elétricos S/A
Chave a óleo Controlador de energia-corte e religamento automático Detector do desvio de energia Disjuntor a gás sf6 Reatores diversos p/sistemas elétricos de potencia Regulador de tensão p/sistemas de potencia Serviço de reforma em transformador Subestação compacta, móvel Transformador de aterramento, p/forno Transformador/autotransformador de distribuição, de força, indl a seco/resina, indl especiais
GTD (AI)
RS
AI: Automação Industrial AP: Automação Predial AC: Automação Comercial AB: Automação Bancária
360
No Empresa Linha de Produtos Segmento Estado
35 WEG S/A
Acionamentos de Corrente Alternada Acionamentos de Corrente Contínua Acionamentos de Servomotores Automação de Sistemas de Geração de Energia Automação de Usinas de Açúcar e Álcool Bornes e Réguas de Bornes Botoeiras e Sinalizadores Capacitores de Correção de Fator de Potência Centros de Controle de Motores (CCM) Convencionais Centros de Controle de Motores (CCM) Inteligentes Chaves de Partida Compensadora Chaves de Partida Direta Chaves de Partida Estrela-Triângulo Chaves de Partida Soft-Starters Chaves Seccionadoras Componentes para Comando, Controle, Proteção e Sinalização Contatores de Comando e de Força Controladores Lógicos Programáveis Conversores de Corrente Contínua Conversores de Frequência Conversores de Frequência com PLC Disjuntores Termomagnéticos Disjuntores em Caixa Moldada Disjuntores-motor Fusíveis tipo D Fusíveis tipo NH Geradores Interfaces Homem Máquina Inversores de Frequência Inversores de Frequência com PLC Motores de Corrente Continua Motores de Corrente Alternada Painéis de Comando e Controle em Baixa e Média Tensão Quadros de Distribuição Elétrica Relés de Nível Relés de Sobrecarga Relés Inteligentes Relés Programáveis Relés Temporizadores Servoconversores Servomotores Sistemas de Automação e Controle de Máquinas Sistemas de Automação e Controle de Processos Sistemas de Controle para Subestações de Energia Sistemas de Supervisão e Controle de Processos Industriais Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD) Sistemas de Posicionamento Sistemas Elétricos e Eletrônicos Industriais Sistemas Supervisórios Soft-Starters Transformadores de Comando Transformadores de Força
Equipamentos Industriais
(AI) SC
AI: Automação Industrial
361
ANEXO II – Análise Econômica do Setor de Eletrônica para
Automação
US$ FOB (MIL) QUANTIDADE US$ FOB (MIL) QUANTIDADE EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO
ALARMES 4.484 12.371 52% 8%
8531.10.10 ALARMES CONTRA INCENDIO OU SOBREAQUECIMENTO 123 497 3.362 119.802 24% 12%
8531.10.90 OUTS.APARS.ELETR.DE ALARME,P/PROTECAO CONTRA ROUBO 4.197 319.174 7.749 2.113.879 60% 3%
8543.81.00 CARTOES E ETIQUETAS DE ACIONAM.POR APROXIM. 164 1.124.479 1.259 8.569.648 -27% 36%
APARELHOS ELETROMÉDICOS 5.973 89.509 15% 28%
8421.29.11 HEMODIALISADOR TIPO CAPILAR 0 8 9.200 1.166.562 -98% 5%
9018.90.21 BISTURI ELÉTRICO 859 814 1.148 172.469 86% -34%
9018.90.29 OUTROS 18 1.465 1.751 32.530.283 1050% -18%
9022.12.00 APARELS.DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 213 1 31.452 141 nihil 74%
9022.13.11 APARS.DE RAIOS X,DE DIAGNOST.DE TOMADA MAXILAR PANORAM. 93 104 1.893 139 -21% 22%
9022.13.19 OUTROS APARS.DE RAIOS X,P/DIAGNOST.DE ODONTOLOGIA 3.790 6.181 43 2.557 -2% 639%
9022.13.90 OUTROS APARS.DE RAIOS X,P/ODONTOLOGIA 315 425 0 0 64% -100%
9022.14.11 OUTROS APARELS.DE DIAGNOSTICO (USO MEDICO) P/MAMOGRAFIA 31 1 3.357 93 nihil 67%
9022.14.12 APARELS.DE DIAGNOSTICO (USO MEDICO) P/ANGIOGRAFIA 0 0 10.214 51 nihil 34%
9022.14.13 APARS.COMPUTADORIZ.DE DIAGNOSTICO,P/DENSITOMETRIA OSSEA 0 0 2.227 84 nihil 78%
9022.14.19 OUTS.APARS.DE RAIOS X,P/DIAGNOST.MEDICO,CIRURGICO,ETC. 491 49 2.275 63 121% -26%
9022.14.90 OUTS.APARS.DE RAIOS X,P/USO MEDICO,CIRURGICO,VETERINAR. 33 99 6.143 96 -52% 30%
9022.19.10 ESPECTROMETROS/ESPECTROGRAFOS DE RAIOS X 0 0 3.961 75 -100% -6%
9022.19.90 OUTROS APARELS.DE RAIOS X, P/OUTROS USOS 0 0 0 0 -100% -100%
9022.21.10 APAREL.DE RADIOCOBALTO 0 0 0 0 nihil -100%
9022.21.20 APARELHO DE GAMATERAPIA 0 0 0 0 nihil nihil
9022.21.90 OUTS.APARS.DE RADIACAO ALFA,BETA,GAMA,P/USO MEDICO,ETC. 18 216 11.681 689 nihil 41%
9022.29.00 APARELS.Q.UTILIZEM RADIACOES ALFA/BETA/GAMA P/OUTRO USO 0 0 0 0 nihil nihil
9022.90.11 GERADORES DE TENSAO,P/APARS.DE RAIOS X/OUTS.RADIACOES 56 11 134 6 -7% -19%
9022.90.19 OUTROS APARS.GERADORES DE RAIOS X 0 0 445 14.917 -100% -9%
9022.90.80 OUTROS DISPOSITIVOS GERADORES DE RAIOS X 39 29 2.798 5.439 -75% 16%
9025.11.10 TERMOMETROS CLINICOS DE LEITURA DIRETA 18 35.403 786 3.653.698 98% -35%
APARELHOS PARA SINALIZAÇÃO E CONTROLE DE TRÁFEGO 3.525 1.731 126% -43%
8530.10.10 APARS.ELETR.DIGIT.P/CONTROLE DE TRAFEGO DE VIAS FERREAS 9 8 65 1.444 1749% -49%
8530.10.90 OUTS.APARS.ELETR.DE SINALIZACAO,ETC.P/VIAS FERREAS 3.115 384 600 4.093 121% -74%
8530.80.10 OUTROS APARELS.DIGITAIS P/CONTROLE DE TRAFEGO DE CARROS 158 153 203 5.458 66% -19%
8530.80.90 OUTS.APARS.ELETR.SINALIZACAO,ETC.P/VIAS TERRESTRES,ETC. 243 6.356 864 17.036 328% 153%
COMANDO NUMÉRICO 5.907 29.877 36% 7%
8472.90.90 OUTROS MAQS.E APARS.DE ESCRITORIO,BANCARIO,ETC. 1.750 4.839 1.048 65.661 -21% 190%
8537.10.11 QUADROS C/APARS.CMD.NUM.COMPUT.T<=1KV,PROC.BARR>=32BITS 188 0 17.236 0 132% -12%
8537.10.19 OUTS.QUADROS,PAINEIS,ETC.C/APARS.CMD.NUM.COMPUT.T<=1KV 3.969 0 11.593 0 95% 47%
INSTRUMENTOS DE MEDIDA 88.455 592.474 11% -11%
9025.19.10 PIROMETROS OPTICOS 281 1.196 941 5.870 -38% -26%
9025.19.90 OUTROS TERMOMETROS E PIROMETROS 1.433 278.243 4.939 1.787.930 -1% 0%
9025.80.00 DENSIMETROS,AREOMETROS,HIGROMETROS E OUTS.INSTRUMENTOS 374 451.290 2.696 159.893 158% 36%
9026.10.11 MEDIDOR-TRANS. ELETRON.INDUC.ELETROMAGNET.DE VAZAO 1.849 7.510 4.601 7.367 -1% -7%
9026.10.19 OUTS.INSTRUMENTOS E APARS.P/MEDIDA/CONTROLE DE VAZAO 8.122 38.553 18.058 48.220 25% -3%
9026.10.21 DE METAIS, MEDIANTE CORRENTES PARASITAS 72 278 478 73.926 117% 55%
9026.10.29 OUTROS 2.500 108.866 12.274 600.305 65% 18%
9026.20.10 MANOMETROS 13.233 7.520.434 6.584 656.838 23% 0%
9026.20.90 OUTS.INSTRUMENTOS E APARS.P/MEDIDA/CONTROLE DA PRESSAO 7.615 476.971 40.005 3.350.923 55% 32%
9026.80.00 OUTS.INSTRUMENTOS E APARS.P/MEDIDA/CONTROLE DE LIQ.ETC. 493 106.408 17.992 1.149.996 -7% 17%
9027.10.00 ANALISADORES DE GASES OU DE FUMACA (FUMO) 2.429 180.829 25.109 878.062 28% 44%
9027.20.11 CROMATOGRAFOS DE FASE GASOSA 0 0 12.023 827 nihil 68%
9027.20.12 CROMATOGRAFOS DE FASE LIQUIDA 0 0 16.458 1.114 -100% 57%
9027.20.19 OUTROS CROMATOGRAFOS 20 3.706 1.548 1.087 123% 38%
Fonte: MDIC / SECEX
DESCRIÇÃOEXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES VAR. % EM US$ - 05 / 04
ANEXO I
BALANÇA COMERCIAL DE PRODUTOS DA ÁREA DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL (1)
(Detalhamento dos produtos - Ano de 2005)
NCM
362
US$ FOB (MIL) QUANTIDADE US$ FOB (MIL) QUANTIDADE EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO
9027.20.20 APARELHOS DE ELETROFORESE 0 0 0 0 nihil nihil
9027.30.11 ESPECTROMETROS DE EMISSAO OPTICA 0 0 4.249 132 -100% 21%
9027.30.19 OUTROS ESPECTROMETROS 85 41 5.882 549 43% 23%
9027.30.20 ESPECTROFOTOMETROS 142 22 8.578 1.782 152% 13%
9027.40.00 INDICADORES DE TEMPO DE EXPOSICAO 13 9 37 674 nihil -75%
9027.50.10 COLORIMETROS 2 42 7.615 4.231 -15% 71%
9027.50.20 FOTOMETROS 187 15.488 14.446 168.287 181% 11%
9027.50.30 REFRATOMETROS 6 10 1.130 4.693 2108% 82%
9027.50.40 SACARIMETROS 0 28 73 13 -81% -24%
9027.50.90 OUTROS INSTRUMENT.E APARELS.P/ANALISES FISICAS 141 36 11.140 6.261 2458% 13%
9027.80.11 CALORIMETROS 160 70 1.625 139 560% 70%
9027.80.12 VISCOSIMETROS 5 15 2.028 765 -77% 20%
9027.80.13 DENSITOMETROS 0 2 334 375 nihil -40%
9027.80.14 APARS.MEDIDORES DE PH 51 712 1.622 12.260 33% 48%
9027.80.20 ESPECTROMETROS DE MASSA 0 1 10.107 660 -100% 149%
9027.80.30 POLAROGRAFOS 0 0 196 258 nihil -8%
9027.80.90 OUTS.INSTRUMENTOS E APARS.P/ANALISE/ENSAIO/MEDIDA,ETC. 348 215.122 60.813 254.148 -66% 35%
9027.90.10 MICROTOMOS 0 0 927 215 -100% 49%
9028.10.11 DOS TIPOS UTILIZADOS EM POSTOS (ESTAÇÕES) DE SER. OU GARAG. 58 4 1.196 182 317% -14%
9028.10.19 OUTROS 42 131 1.248 9.855 317% -12%
9028.10.90 OUTROS CONTADORES DE GASES 224 22 4.035 100.669 2109% 30%
9028.20.10 CONTADORES DE LIQUIDOS,PESO<=50KG 7.600 765.008 5.542 336.395 23% 57%
9028.20.20 CONTADORES DE LIQUIDOS,PESO>50KG 8.948 1.895 3.592 341 7% 240%
9029.20.20 ESTROBOSCOPIOS 6 28 183 13.281 85% -11%
9030.10.10 MEDIDORES DE RADIOATIVIDADE 15 115 862 7.575 -77% -6%
9030.10.90 OUTS.INSTRUMENTOS E APARS.P/MEDIDA RADIACOES IONIZANTES 2 34 2.236 1.185 -89% 132%
9030.20.10 OSCILOSCOPIOS DIGITAIS 10 21 2.239 1.451 -15% 44%
9030.20.21 OSCILOSCOPIOS ANALOGICOS DE FREQUENCIA > = 60 MHZ 0 0 119 260 -100% 22%
9030.20.22 VETORSCOPIOS 0 0 93 11 nihil 112%
9030.20.29 OUTROS OSCILOSCOPIOS ANALOGICOS 2 8 184 1.352 nihil -42%
9030.20.30 OSCILOGRAFOS 0 0 570 78 nihil -39%
9030.31.00 MULTIMETROS SEM DISPOSITIVO REGISTRADOR 49 370 3.145 548.407 -50% 3%
9030.39.11 VOLTIMETROS DIGITAIS,SEM DISPOSITIVO REGISTRADOR 39 593 185 134.256 159% 26%
9030.39.19 OUTROS VOLTIMETROS SEM DISPOSITIVO REGISTRADOR 321 5.080 543 322.006 100% -26%
9030.39.21 AMPERIMETROS SEM DISPOSIT.REGISTRADOR,P/VEIC.AUTOMOVEIS 412 1.297 45 12.028 31% 130%
9030.39.29 OUTROS AMPERIMETROS S/DISPOSITIVO REGISTRADOR 39 1.435 980 156.165 65% 42%
9030.39.90 OUTS.APARS.E INSTRUM.P/MEDIDA/CONTROLE TENSAO,ETC. 1.515 7.794 10.188 1.148.396 -10% 41%
9030.40.10 ANALISADORES DE PROTOCOLO 0 0 2.371 115 nihil -58%
9030.40.20 ANALISADORES DE NIVEL SELETIVO 0 0 299 29 nihil 72%
9030.40.30 ANALISADORES DIGITAIS DE TRANSMISSAO 185 188 2.164 994 -26% 67%
9030.40.90 OUTROS INSTRUMENTOS E APARS.P/TELECOMUNICACAO 204 79 25.327 8.720 -6% -35%
9030.82.10 INSTRUMENTOS E APARS.P/TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS 15 117 148 157 -95% 663%
9030.82.90 UTROS INSTRUMENTOS E APARELS.P/MEDIDA/CONTROLE D.DISCO 0 0 60 72 -100% 44%
9030.83.10 OUTROS,DE TESTE DE CONTINUIDADE DE CIRCUITOS IMPRESSOS 0 0 141 15 -100% 213%
9030.83.20 OUTROS,DE TESTE AUTOMATICO DE CIRCUITO IMPRESSO MONTADO 0 0 1.063 2.648 -100% -32%
9030.83.30 OUTROS,DE MEDIDAS DE PARAMETROS DE SINAIS DE TV./VIDEO 0 0 871 1.442 nihil 121%
9030.83.90 OUTS.INSTRUM.E APARS.P/MEDIDA/CONTROLE ELETR.C/DISP.REG 639 65 13.090 33.520 -48% -33%
9030.89.10 ANALISADORES LOGICOS DE CIRCUITOS DIGITAIS 0 1 220 3.058 -70% 84%
9030.89.20 ANALISADORES DE ESPECTRO DE FREQUENCIA 13 16 4.398 1.003 111% 11%
9030.89.30 FREQUENCIMETROS 4 74 362 19.165 4% 20%
Fonte: MDIC / SECEX
NCM DESCRIÇÃOEXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES VAR. % EM US$ - 05 / 04
ANEXO I
BALANÇA COMERCIAL DE PRODUTOS DA ÁREA DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL (2)
(Detalhamento dos produtos - Ano de 2005)
363
US$ FOB (MIL) QUANTIDADE US$ FOB (MIL) QUANTIDADE EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO
9030.89.40 FASIMETROS 1 8 22 1.762 838% -5%
9030.89.90 OUTS.INSTRUM.E APARS.P/MEDIDA/CONTROLE ELETR.ETC. 877 94.965 15.021 503.604 -10% 37%
9031.10.00 MAQS.DE EQUILIBRAR PECAS MECANICAS 406 220 6.395 377 8% 86%
9031.30.00 PROJETORES DE PERFIS 55 28 834 1.360 -48% 16%
9031.41.00 INSTRUMENTOS E APARS.OPTICOS,P/CONTROLE DE DISCOS,ETC. 0 0 84 10 -100% -82%
9031.80.11 DINAMOMETROS 70 71 1.077 1.472 -33% -42%
9031.80.12 RUGOSIMETROS 0 0 1.286 469 nihil 10%
9031.80.20 MAQS.P/MEDICAO TRIDIMENSIONAL 2.227 211 7.779 266 60% 24%
9031.80.30 METROS PADROES 403 174 135 7.996 -9% -88%
9031.80.50 APARELS.P/ANALISE DE TEXTEIS, COMPUTADORIZADOS 1 5 1.620 270 -99% 40%
9031.80.60 CELULAS DE CARGA 109 657 5.105 70.953 88% -4%
9031.80.90 OUTS.INSTRUMENTOS,APARS.E MAQS.DE MEDIDA/CONTROLE 82 10.539 3.155 1.516 -99% -97%
9032.89.30 EQUIPAMENTO DIGITAL AUTOMAT.P/CONTROLE DE VEIC.FERROV. 1.546 11 1.548 187 4813% -17%
9032.89.81 INSTRUMENTOS E APARS.AUTOMAT.P/CONTROLE DE PRESSAO 383 7.637 6.010 486.861 102% -21%
9032.89.82 INSTRUMENTOS E APARS.AUTOMAT.P/CONTROLE DE TEMPERATURA 3.966 246.511 13.293 1.045.112 74% 4%
9032.89.83 INSTRUMENTOS E APARS.AUTOMAT.P/CONTROLE DE UMIDADE 173 2.537 1.010 11.669 95% 62%
9032.89.84 INSTRUMENTOS E APARS.AUTOMAT.P/CONTROLE VELOCID.MOTORES 8.085 257.624 2.984 434.216 20% 21%
9032.89.89 OUTS.INSTRUM.E APARS.AUTOMAT.P/CONTROLE GRANDEZ.N/ELETR 1.412 6.740 14.670 467.616 -24% -24%
9032.89.90 OUTS.INSTRUMS.E APARS.AUTOMAT.P/REGULACAO/CONTROLE 8.253 43.847 126.387 1.501.292 17% -11%
9107.00.10 INTERRUPTORES HORARIOS 483 197.624 1.518 835.388 30% 29%
9107.00.90 OUTS.APARS.P/ACIONAR MECANIS. EM TEMPO DETERMINADO,ETC 20 4.045 333 974.942 -17% -28%
OUTROS EQUIPAMENTOS DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 35.346 102.762 70% 11%
8421.19.10 CENTRIFUGADOR P/LABORAT.DE ANALISE,ENSAIO,PESQ.CIENTIF 174 321 1.755 2.408 88% -20%
8423.20.00 BASCULAS DE PESAGEM CONTINUA EM TRANSPORTADORES 535 65 1.897 169 104% 42%
8423.30.11 BASCULAS DOSADORAS C/APARS.PERIFERICOS C/UNID.FUNCIONAL 301 19 1.452 529 162% 52%
8423.81.10 APARS.E INSTRUM.PESAGEM,DE MESA,C<=30KG,C/DISP.REG.ETC. 200 229 80 609 67% -51%
8423.81.90 OUTROS APARS.E INSTRUM.DE PESAGEM,CAPACIDADE<=30KG 526 4.523 1.162 10.998 -20% -10%
8472.30.10 MAQUINAS AUTOMATICAS PARA OBLITERAR SELOS POSTAIS 0 0 0 0 nihil nihil
8472.30.20 MAQUINAS AUTOMATICAS P/SELECAO DE CORRESPONDENCIA 0 0 11.977 2 nihil nihil
8472.30.30 MAQUINAS AUTOMATICAS P/SELECAO, ETC, DE ENCOMENDAS 0 0 0 0 nihil -100%
8472.30.90 OUTS.MAQS.P/SELECIONAR,DOBRAR,ABRIR,ETC.CORRESPONDENCIA 264 26 129 2.184 64490% -60%
8472.90.10 DISTRIBUIDORES AUTOMAT.PAPEL-MOEDA,INCL.EFET.OUTS.OPER. 19.789 2.367 61 10 1338% -50%
8472.90.21 MAQS.ELETRONICAS, C/COMUNICACAO BIDIRECIONAL 0 0 14 5 nihil 437%
8472.90.29 OUTROS MAQS.BANCARIAS,C/DISPOSIT.P/AUTENTICAR 0 0 6 79.350 -100% nihil
8472.90.30 MAQS.P/SELECIONAR E CONTAR MOEDAS OU PAPEL-MOEDA 210 237 6.084 1.890 -34% 599%
8472.90.40 MAQS.DE APONTAR LAPIS,PERFURADORES,GRAMPEADORES,ETC. 42 28.611 3.053 7.776.070 -75% 69%
8472.90.51 CLASSIFICADORAS DE DOCUMENTOS SUPERIOR A 400 DOCTOS/MIN 0 0 2.492 26 -100% 1788%
8472.90.59 OUTRAS CLASSIFICADORAS AUTOMATICAS DE DOCUMENTOS 0 0 5 6 nihil nihil
8514.40.00 OUTROS APARELHOS PARA TRATAMENTO TERMICO DE MATERIAS 239 15 2.767 1.898 35% 51%
8537.10.20 QUADROS C/APARS.CONTROL.PROGRAMAVEIS,T<=1KV 1.794 2.793 34.394 39.592 29% -14%
9031.20.10 BANCOS DE ENSAIO P/MOTORES 42 8 1.927 176 -97% -21%
9031.20.90 OUTROS BANCOS DE ENSAIO,EXC.P/MOTORES 1.789 2.410 9.430 787 -6% -16%
9032.10.10 TERMOSTATOS AUTOMATICOS,DE EXPANSAO DE FLUIDOS 5.993 3.250.585 906 247.539 -33% -37%
9032.10.90 OUTROS TERMOSTATOS AUTOMATICOS 1.742 1.247.361 13.137 8.124.662 3% -14%
9032.20.00 MANOSTATOS AUTOMATICOS (PRESSOSTATOS) 1.706 682.119 10.033 1.291.020 -15% -12%
TOTAL ÁREA DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 143.690 828.724 26% -5%
Fonte: MDIC / SECEX
(Detalhamento dos produtos - Ano de 2005)
NCM DESCRIÇÃOEXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES VAR. % EM US$ - 05 / 04
ANEXO I
BALANÇA COMERCIAL DE PRODUTOS DA ÁREA DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL (3)
364
US$ FOB (MIL) QUANTIDADE US$ FOB (MIL) QUANTIDADE EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO
ALARMES 4.710 11.960 5% -3%
8531.10.10 ALARMES CONTRA INCENDIO OU SOBREAQUECIMENTO 701 189 3.450 166.768 472% 3%
8531.10.90 OUTS.APARS.ELETR.DE ALARME,P/PROTECAO CONTRA ROUBO 3.629 242.448 6.782 1.919.329 -14% -12%
8543.81.00 CARTOES E ETIQUETAS DE ACIONAM.POR APROXIM. 380 783.884 1.727 27.214.937 132% 37%
APARELHOS ELETROMÉDICOS 7.516 119.111 26% 33%
8421.29.11 HEMODIALISADOR TIPO CAPILAR 0 0 12.171 1.482.602 -100% 32%
9018.90.21 BISTURI ELÉTRICO 655 702 1.387 194.484 -24% 21%
9018.90.29 OUTROS 23 13.510 2.183 67.709.499 26% 25%
9022.12.00 APARELS.DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 2.532 11 47.721 180 1091% 52%
9022.13.11 APARS.DE RAIOS X,DE DIAGNOST.DE TOMADA MAXILAR PANORAM. 114 104 2.010 1.324 23% 6%
9022.13.19 OUTROS APARS.DE RAIOS X,P/DIAGNOST.DE ODONTOLOGIA 2.794 3.818 41 446 -26% -3%
9022.13.90 OUTROS APARS.DE RAIOS X,P/ODONTOLOGIA 169 396 10 10 -46% nihil
9022.14.11 OUTROS APARELS.DE DIAGNOSTICO (USO MEDICO) P/MAMOGRAFIA 75 3 6.600 146 142% 97%
9022.14.12 APARELS.DE DIAGNOSTICO (USO MEDICO) P/ANGIOGRAFIA 83 1 16.073 77 nihil 57%
9022.14.13 APARS.COMPUTADORIZ.DE DIAGNOSTICO,P/DENSITOMETRIA OSSEA 0 0 2.061 83 nihil -7%
9022.14.19 OUTS.APARS.DE RAIOS X,P/DIAGNOST.MEDICO,CIRURGICO,ETC. 869 67 2.732 71 77% 20%
9022.14.90 OUTS.APARS.DE RAIOS X,P/USO MEDICO,CIRURGICO,VETERINAR. 86 217 6.659 381 163% 8%
9022.19.10 ESPECTROMETROS/ESPECTROGRAFOS DE RAIOS X 0 0 3.167 52 nihil -20%
9022.19.90 OUTROS APARELS.DE RAIOS X, P/OUTROS USOS 0 0 0 0 nihil nihil
9022.21.10 APAREL.DE RADIOCOBALTO 0 0 0 0 nihil nihil
9022.21.20 APARELHO DE GAMATERAPIA 0 0 0 0 nihil nihil
9022.21.90 OUTS.APARS.DE RADIACAO ALFA,BETA,GAMA,P/USO MEDICO,ETC. 0 0 7.405 40 -100% -37%
9022.29.00 APARELS.Q.UTILIZEM RADIACOES ALFA/BETA/GAMA P/OUTRO USO 0 0 0 0 nihil nihil
9022.90.11 GERADORES DE TENSAO,P/APARS.DE RAIOS X/OUTS.RADIACOES 88 7 353 33 56% 164%
9022.90.19 OUTROS APARS.GERADORES DE RAIOS X 0 0 1.583 31 nihil 255%
9022.90.80 OUTROS DISPOSITIVOS GERADORES DE RAIOS X 15 47 5.845 5.652 -61% 109%
9025.11.10 TERMOMETROS CLINICOS DE LEITURA DIRETA 13 743 1.112 5.327.267 -28% 43%
APARELHOS PARA SINALIZAÇÃO E CONTROLE DE TRÁFEGO 5.252 8.559 49% 394%
8530.10.10 APARS.ELETR.DIGIT.P/CONTROLE DE TRAFEGO DE VIAS FERREAS 2.708 347 265 435 28734% 310%
8530.10.90 OUTS.APARS.ELETR.DE SINALIZACAO,ETC.P/VIAS FERREAS 1.980 50 6.756 4.796 -36% 1026%
8530.80.10 OUTROS APARELS.DIGITAIS P/CONTROLE DE TRAFEGO DE CARROS 511 107 251 1.014 223% 24%
8530.80.90 OUTS.APARS.ELETR.SINALIZACAO,ETC.P/VIAS TERRESTRES,ETC. 53 3.435 1.287 43.643 -78% 49%
COMANDO NUMÉRICO 4.501 27.784 -24% -7%
8472.90.90 OUTROS MAQS.E APARS.DE ESCRITORIO,BANCARIO,ETC. 878 4.506 1.170 123.638 -50% 12%
8537.10.11 QUADROS C/APARS.CMD.NUM.COMPUT.T<=1KV,PROC.BARR>=32BITS 324 0 16.063 0 72% -7%
8537.10.19 OUTS.QUADROS,PAINEIS,ETC.C/APARS.CMD.NUM.COMPUT.T<=1KV 3.299 0 10.551 0 -17% -9%
INSTRUMENTOS DE MEDIDA 138.950 652.957 57% 10%
9025.19.10 PIROMETROS OPTICOS 22 293 1.364 3.198 -92% 45%
9025.19.90 OUTROS TERMOMETROS E PIROMETROS 1.435 120.408 6.451 2.548.296 0% 30%
9025.80.00 DENSIMETROS,AREOMETROS,HIGROMETROS E OUTS.INSTRUMENTOS 494 1.113.697 3.186 199.227 32% 18%
9026.10.11 MEDIDOR-TRANS. ELETRON.INDUC.ELETROMAGNET.DE VAZAO 2.448 6.915 4.399 7.943 32% -4%
9026.10.19 OUTS.INSTRUMENTOS E APARS.P/MEDIDA/CONTROLE DE VAZAO 10.220 40.214 20.038 57.648 26% 11%
9026.10.21 DE METAIS, MEDIANTE CORRENTES PARASITAS 56 815 731 110.787 -22% 53%
9026.10.29 OUTROS 3.511 136.632 20.699 470.020 40% 69%
9026.20.10 MANOMETROS 12.626 6.082.692 7.517 828.003 -5% 14%
9026.20.90 OUTS.INSTRUMENTOS E APARS.P/MEDIDA/CONTROLE DA PRESSAO 7.766 308.597 46.000 3.816.708 2% 15%
9026.80.00 OUTS.INSTRUMENTOS E APARS.P/MEDIDA/CONTROLE DE LIQ.ETC. 830 33.698 12.010 622.888 69% -33%
9027.10.00 ANALISADORES DE GASES OU DE FUMACA (FUMO) 2.561 169.542 27.669 983.547 5% 10%
9027.20.11 CROMATOGRAFOS DE FASE GASOSA 0 0 13.326 618 nihil 11%
9027.20.12 CROMATOGRAFOS DE FASE LIQUIDA 54 1 16.904 1.038 nihil 3%
9027.20.19 OUTROS CROMATOGRAFOS 14 20 1.708 2.097 -29% 10%
Fonte: MDIC / SECEX
ANEXO I
BALANÇA COMERCIAL DE PRODUTOS DA ÁREA DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL (1)
(Detalhamento dos produtos - Ano de 2006)
EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES VAR. % EM US$ - 05 / 04NCM DESCRIÇÃO
365
US$ FOB (MIL) QUANTIDADE US$ FOB (MIL) QUANTIDADE EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO
9027.20.20 APARELHOS DE ELETROFORESE 0 0 0 0 nihil nihil
9027.30.11 ESPECTROMETROS DE EMISSAO OPTICA 24 1 7.373 59.153 nihil 74%
9027.30.19 OUTROS ESPECTROMETROS 19 4 8.351 1.040 -78% 42%
9027.30.20 ESPECTROFOTOMETROS 70 31 13.200 1.881 -51% 54%
9027.40.00 INDICADORES DE TEMPO DE EXPOSICAO 0 0 46 1.037 -100% 24%
9027.50.10 COLORIMETROS 27 147 8.435 2.179 1373% 11%
9027.50.20 FOTOMETROS 42 24 13.900 212.791 -77% -4%
9027.50.30 REFRATOMETROS 387 57 2.027 3.715 5940% 79%
9027.50.40 SACARIMETROS 0 64 515 32 4900% 605%
9027.50.90 OUTROS INSTRUMENT.E APARELS.P/ANALISES FISICAS 589 19 16.993 6.274 316% 53%
9027.80.11 CALORIMETROS 316 60 1.685 152 98% 4%
9027.80.12 VISCOSIMETROS 16 28 3.087 1.004 239% 52%
9027.80.13 DENSITOMETROS 7 1 418 382 1436% 25%
9027.80.14 APARS.MEDIDORES DE PH 45 509 1.974 13.332 -13% 22%
9027.80.20 ESPECTROMETROS DE MASSA 141 1 11.178 108 28912% 11%
9027.80.30 POLAROGRAFOS 4 1 239 210 nihil 22%
9027.80.90 OUTS.INSTRUMENTOS E APARS.P/ANALISE/ENSAIO/MEDIDA,ETC. 1.232 230.583 69.808 395.972 254% 15%
9027.90.10 MICROTOMOS 0 0 1.249 144 nihil 35%
9028.10.11 DOS TIPOS UTILIZADOS EM POSTOS (ESTAÇÕES) DE SER. OU GARAG. 0 0 637 430 -100% -47%
9028.10.19 OUTROS 5 121 933 7.887 -89% -25%
9028.10.90 OUTROS CONTADORES DE GASES 1.452 569 3.924 84.582 549% -3%
9028.20.10 CONTADORES DE LIQUIDOS,PESO<=50KG 15.935 1.510.193 6.435 187.356 110% 16%
9028.20.20 CONTADORES DE LIQUIDOS,PESO>50KG 23.173 7.345 1.499 860 159% -58%
9029.20.20 ESTROBOSCOPIOS 3 10 250 11.409 -54% 37%
9030.10.10 MEDIDORES DE RADIOATIVIDADE 6 1 1.094 17.830 -58% 28%
9030.10.90 OUTS.INSTRUMENTOS E APARS.P/MEDIDA RADIACOES IONIZANTES 1 7 2.207 1.026 -56% -1%
9030.20.10 OSCILOSCOPIOS DIGITAIS 23 19 2.607 1.972 120% 16%
9030.20.21 OSCILOSCOPIOS ANALOGICOS DE FREQUENCIA > = 60 MHZ 8 6 136 156 nihil 14%
9030.20.22 VETORSCOPIOS 0 0 64 16 nihil -32%
9030.20.29 OUTROS OSCILOSCOPIOS ANALOGICOS 67 6 450 4.167 3706% 145%
9030.20.30 OSCILOGRAFOS 0 0 788 68 nihil 38%
9030.31.00 MULTIMETROS SEM DISPOSITIVO REGISTRADOR 134 1.129 3.879 6.439.260 174% 23%
9030.39.11 VOLTIMETROS DIGITAIS,SEM DISPOSITIVO REGISTRADOR 23 555 356 84.464 -42% 92%
9030.39.19 OUTROS VOLTIMETROS SEM DISPOSITIVO REGISTRADOR 219 3.247 752 228.025 -32% 38%
9030.39.21 AMPERIMETROS SEM DISPOSIT.REGISTRADOR,P/VEIC.AUTOMOVEIS 459 1.783 100 10.596 12% 124%
9030.39.29 OUTROS AMPERIMETROS S/DISPOSITIVO REGISTRADOR 109 2.055 1.498 174.430 177% 53%
9030.39.90 OUTS.APARS.E INSTRUM.P/MEDIDA/CONTROLE TENSAO,ETC. 1.677 28.448 13.295 1.529.671 11% 30%
9030.40.10 ANALISADORES DE PROTOCOLO 0 0 2.039 83 nihil -14%
9030.40.20 ANALISADORES DE NIVEL SELETIVO 0 0 435 24 nihil 46%
9030.40.30 ANALISADORES DIGITAIS DE TRANSMISSAO 2 4 2.484 1.736 -99% 15%
9030.40.90 OUTROS INSTRUMENTOS E APARS.P/TELECOMUNICACAO 1.937 608 22.358 9.981 850% -12%
9030.82.10 INSTRUMENTOS E APARS.P/TESTES DE CIRCUITOS INTEGRADOS 55 64 2.360 1.685 256% 1489%
9030.82.90 UTROS INSTRUMENTOS E APARELS.P/MEDIDA/CONTROLE D.DISCO 1 1 156 641.409 nihil 160%
9030.83.10 OUTROS,DE TESTE DE CONTINUIDADE DE CIRCUITOS IMPRESSOS 0 0 69 38 nihil -51%
9030.83.20 OUTROS,DE TESTE AUTOMATICO DE CIRCUITO IMPRESSO MONTADO 393 24 2.622 1.269 nihil 147%
9030.83.30 OUTROS,DE MEDIDAS DE PARAMETROS DE SINAIS DE TV./VIDEO 9 2 1.496 2.700 nihil 72%
9030.83.90 OUTS.INSTRUM.E APARS.P/MEDIDA/CONTROLE ELETR.C/DISP.REG 1.883 497 7.725 15.565 195% -41%
9030.89.10 ANALISADORES LOGICOS DE CIRCUITOS DIGITAIS 111 4 331 341 90072% 52%
9030.89.20 ANALISADORES DE ESPECTRO DE FREQUENCIA 61 52 4.732 1.208 369% 8%
9030.89.30 FREQUENCIMETROS 4 92 405 21.512 -11% 12%
Fonte: MDIC / SECEX
DESCRIÇÃOEXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES VAR. % EM US$ - 05 / 04
NCM
ANEXO I
BALANÇA COMERCIAL DE PRODUTOS DA ÁREA DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL (2)
(Detalhamento dos produtos - Ano de 2006)
366
US$ FOB (MIL) QUANTIDADE US$ FOB (MIL) QUANTIDADE EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO
9030.89.40 FASIMETROS 2 102 42 4.094 308% 87%
9030.89.90 OUTS.INSTRUM.E APARS.P/MEDIDA/CONTROLE ELETR.ETC. 880 22.170 19.305 1.737.234 0% 28%
9031.10.00 MAQS.DE EQUILIBRAR PECAS MECANICAS 506 187 5.325 498 25% -17%
9031.30.00 PROJETORES DE PERFIS 57 9 837 190 3% 0%
9031.41.00 INSTRUMENTOS E APARS.OPTICOS,P/CONTROLE DE DISCOS,ETC. 0 0 299 20 nihil 256%
9031.80.11 DINAMOMETROS 39 284 1.762 1.041 -45% 64%
9031.80.12 RUGOSIMETROS 39 17 1.235 522 nihil -4%
9031.80.20 MAQS.P/MEDICAO TRIDIMENSIONAL 2.113 361 11.414 266 -5% 47%
9031.80.30 METROS PADROES 569 180 123 24.125 41% -9%
9031.80.50 APARELS.P/ANALISE DE TEXTEIS, COMPUTADORIZADOS 2 9 1.988 255 93% 23%
9031.80.60 CELULAS DE CARGA 187 15.433 7.127 161.529 72% 40%
9031.80.90 OUTS.INSTRUMENTOS,APARS.E MAQS.DE MEDIDA/CONTROLE 0 0 0 4 -100% -100%
9032.89.30 EQUIPAMENTO DIGITAL AUTOMAT.P/CONTROLE DE VEIC.FERROV. 7 1 550 131 -100% -64%
9032.89.81 INSTRUMENTOS E APARS.AUTOMAT.P/CONTROLE DE PRESSAO 454 13.699 6.822 474.246 19% 13%
9032.89.82 INSTRUMENTOS E APARS.AUTOMAT.P/CONTROLE DE TEMPERATURA 5.148 477.133 22.318 1.118.721 30% 68%
9032.89.83 INSTRUMENTOS E APARS.AUTOMAT.P/CONTROLE DE UMIDADE 179 3.118 1.030 33.663 4% 2%
9032.89.84 INSTRUMENTOS E APARS.AUTOMAT.P/CONTROLE VELOCID.MOTORES 13.811 468.800 4.521 212.696 71% 51%
9032.89.89 OUTS.INSTRUM.E APARS.AUTOMAT.P/CONTROLE GRANDEZ.N/ELETR 1.521 7.399 15.291 518.896 8% 4%
9032.89.90 OUTS.INSTRUMS.E APARS.AUTOMAT.P/REGULACAO/CONTROLE 20.107 100.701 120.136 1.324.248 144% -5%
9107.00.10 INTERRUPTORES HORARIOS 572 307.382 1.755 1.194.663 18% 16%
9107.00.90 OUTS.APARS.P/ACIONAR MECANIS. EM TEMPO DETERMINADO,ETC 52 11.331 484 841.568 165% 45%
OUTROS EQUIPAMENTOS DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 56.623 91.103 60% -11%
8421.19.10 CENTRIFUGADOR P/LABORAT.DE ANALISE,ENSAIO,PESQ.CIENTIF 282 344 2.651 2.681 62% 51%
8423.20.00 BASCULAS DE PESAGEM CONTINUA EM TRANSPORTADORES 717 58 3.089 579 34% 63%
8423.30.11 BASCULAS DOSADORAS C/APARS.PERIFERICOS C/UNID.FUNCIONAL 245 235 2.323 368 -18% 60%
8423.81.10 APARS.E INSTRUM.PESAGEM,DE MESA,C<=30KG,C/DISP.REG.ETC. 272 317 247 1.798 36% 208%
8423.81.90 OUTROS APARS.E INSTRUM.DE PESAGEM,CAPACIDADE<=30KG 234 689 2.232 161.094 -56% 92%
8472.30.10 MAQUINAS AUTOMATICAS PARA OBLITERAR SELOS POSTAIS 0 0 0 0 nihil nihil
8472.30.20 MAQUINAS AUTOMATICAS P/SELECAO DE CORRESPONDENCIA 0 0 0 0 nihil -100%
8472.30.30 MAQUINAS AUTOMATICAS P/SELECAO, ETC, DE ENCOMENDAS 0 0 0 0 nihil nihil
8472.30.90 OUTS.MAQS.P/SELECIONAR,DOBRAR,ABRIR,ETC.CORRESPONDENCIA 0 1 938 1.350 -100% 629%
8472.90.10 DISTRIBUIDORES AUTOMAT.PAPEL-MOEDA,INCL.EFET.OUTS.OPER. 34.221 4.448 282 112 73% 363%
8472.90.21 MAQS.ELETRONICAS, C/COMUNICACAO BIDIRECIONAL 0 0 6 2 nihil -60%
8472.90.29 OUTROS MAQS.BANCARIAS,C/DISPOSIT.P/AUTENTICAR 0 0 0 2 nihil -99%
8472.90.30 MAQS.P/SELECIONAR E CONTAR MOEDAS OU PAPEL-MOEDA 112 325 1.831 20.677 -47% -70%
8472.90.40 MAQS.DE APONTAR LAPIS,PERFURADORES,GRAMPEADORES,ETC. 34 11.095 4.120 9.994.517 -20% 35%
8472.90.51 CLASSIFICADORAS DE DOCUMENTOS SUPERIOR A 400 DOCTOS/MIN 0 0 6.654 71 nihil 167%
8472.90.59 OUTRAS CLASSIFICADORAS AUTOMATICAS DE DOCUMENTOS 0 1 108 16 nihil 1932%
8514.40.00 OUTROS APARELHOS PARA TRATAMENTO TERMICO DE MATERIAS 136 5 4.545 976 -43% 64%
8537.10.20 QUADROS C/APARS.CONTROL.PROGRAMAVEIS,T<=1KV 4.462 4.102 27.329 61.761 149% -21%
9031.20.10 BANCOS DE ENSAIO P/MOTORES 34 9 2.527 80 -19% 31%
9031.20.90 OUTROS BANCOS DE ENSAIO,EXC.P/MOTORES 2.799 2.362 7.829 8.548 56% -17%
9032.10.10 TERMOSTATOS AUTOMATICOS,DE EXPANSAO DE FLUIDOS 6.695 3.538.534 1.218 399.284 12% 35%
9032.10.90 OUTROS TERMOSTATOS AUTOMATICOS 3.422 1.377.204 12.230 6.825.021 96% -7%
9032.20.00 MANOSTATOS AUTOMATICOS (PRESSOSTATOS) 2.959 1.534.836 10.945 1.350.232 73% 9%
TOTAL ÁREA DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 217.553 911.474 51% 10%
Fonte: MDIC / SECEX
(Detalhamento dos produtos - Ano de 2006)
NCM DESCRIÇÃOEXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES VAR. % EM US$ - 05 / 04
ANEXO I
BALANÇA COMERCIAL DE PRODUTOS DA ÁREA DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL (3)
367
ANEXO III – Expectativas das Entidades
Quadro 32: Expectativas das Entidades - Volume de Produção - (4º Trimestre de 2008). Fonte: ABINEE, 2009.
Estabilidade
Mais de
20%
11% a
20%
6% a
10%Até 5% 0% Até 5%
6% a
10%
11% a
20%
Máquinas e equipamentos mecânicos x
Eletro eletrônicos
Máquinas agricolas x
Aluminio primário e transformados x
Celulose e papel x
Tubos e acessórios de metal x
Siderurgia x
Pneus x
Papelão ondulado x
Fundidos M x
Fundidos NM x
Autoveículos x
Autopeças
Alimentação x
Calçados x
Editorial e gráfica x
Medicamentos x
Categorias de
uso
Setores de Representação
das Entidades
Queda Aumento
Bens de Capital
Insumos e Bens
Intermediários
Bens de Consumo
Duráveis
Bens de Consumo
não Duráveis
Fonte: ABIMAQ – ABINEE – ANFAVEA – ABAL – Bracelpa – IBS – ABPO – ABIA – Abrigaf – Abimo – Abicalçados – ANIP – Abifa, 2009.
Quadro 33: Expectativas das Entidades - Vendas para o Mercado Interno - (4º Trimestre 2008). Fonte: ABINEE, 2009.
Estabilidade
Mais de
20%
11% a
20%
6% a
10%Até 5% 0% Até 5%
6% a
10%
11% a
20%
Mais de
20%
Máquinas e equipamentos mecânicos x
Eletro eletrônicos x
Máquinas agricolas x
Aluminio primário e transformados x
Celulose e papel x
Tubos e acessórios de metal x
Siderurgia x
Pneus x
Papelão ondulado x
Fundidos M
Fundidos NM
Autoveículos x
Autopeças x
Alimentação x
Calçados x
Editorial e gráfica x
Medicamentos x
Categorias de
uso
Setores de Representação
das Entidades
Queda Aumento
Bens de Capital
Insumos e Bens
Intermediários
Bens de Consumo
Duráveis
Bens de Consumo
não Duráveis
Fonte: ABIMAQ – ABINEE – ANFAVEA – ABAL – Bracelpa – IBS – ABPO – ABIA – Abrigaf – Abimo – Abicalçados – ANIP – Abifa, 2009.
368
Quadro 34: Expectativas das Entidades - Vendas para o mercado externo - (4º Trimestre 2008). Fonte: ABINEE, 2009.
Estabilidade
Mais de
20%
11% a
20%
6% a
10%Até 5% 0% Até 5%
6% a
10%
11% a
20%
Mais de
20%
Máquinas e equipamentos mecânicos x
Eletro eletrônicos x
Máquinas agricolas x
Aluminio primário e transformados x
Celulose e papel x
Tubos e acessórios de metal x
Siderurgia x
Pneus x
Papelão ondulado x
Fundidos M x
Fundidos NM x
Autoveículos x
Autopeças x
Alimentação x
Calçados x
Editorial e gráfica x
Medicamentos x
Bens de consumo
duráveis
Bens de consumo
não duráveis
Queda Aumento
Bens de capital
Insumos e bens
intermediários
Categorias de
uso
Setores de Representação
das Entidades
Fonte: ABIMAQ – ABINEE – ANFAVEA – ABAL – Bracelpa – IBS – ABPO – ABIA – Abrigaf – Abimo – Abicalçados – ANIP – Abifa, 2009.
369
ANEXO IV – Empresas Nacionais - Automação Industrial
Quadro 35: Empresas Nacionais de Automação Industrial. Fonte: ABINEE, 2009.
No Empresa Linha de Produtos Estado
1 ABB
Analisador/Detector/Controlador de Gases em Geral Anunciador Eletrônico de Alarme Chave de Nível Eletrônica Controle Estatístico da Produção Integrador Sistema-Automação Industrial Integrador Sistema-Industrial Medidor de Vazão Magnético Medidor de Vazão Mássica Painel de Automação com CLP Registrador de Processo Gráfico Retangular Transmissor Eletrônico de Pressão Transmissor Eletrônico de Pressão Diferencial Transdutor Eletrônico de Corrente/Pressão Transdutor de Temperatura Sistema de Supervisão/Controle/Aquisição de Dados Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD)
SP
2 Able Fonte de Alimentação p/Equipamentos de Automação SP
3
Ace Schmersal Sensor de Proximidade Capacitivo Sensor de Proximidade Indutivo Sensor de Proximidade Infravermelho (Fotoelétrico)
SP
4 ACS
Isolador Óptico Unidade Terminal Remota Sistema de Controle de Demanda de Energia Elétrica Sistema de Gerenciamento de Energia Elétrica Sistema de Medição de Energia Centralizado Sistema de Medição de Energia/Água/Gás Sistema de Supervisão/Controle/Aquisição de Dados Software p/gerenciamento de Energia Elétrica
SP
5 Actaris
Sistema de Gerenciamento de Energia Elétrica Sistema de Medição de Energia/Água/Gás Sistema de Medição p/Consumidor Livre Sistema de Telemedição de Consumo de Energia Software p/Supervisão Sistema Refrigeração e Climatização
SP
6 Advantech Computador Industrial SP
7 Agilent Integrador Sistema-Teste e Medição p/Autom. Industrial Segura SP
8 Altus
Controlador lógico/programável (CLP)
Controladores e Conversores, Inversores de Frequência para Motores
Contador
Conversor serial p/tcp/ip ethernet
Interface de comunicação p/ CLP via TCP/IP
Interface homem/máquina
Isolador eletrônico de sinal
Modulo didático p/clp
Sistema de supervisão/controle/aquisição de dados
Unidade terminal remota
Terminal de aquisição de dados
Repetidores, geradores e equipamentos de rede Softwares para automação
RS
9
Areva
Integrador Sistema-Energia Integrador Sistema-Industrial Integrador Sistema-Infraestrutura Unidade Terminal Remota
SP
370
No Empresa Linha de Produtos Estado
10 Arteche EDC
Digitalização de Subestação de Energia Integrador Sistema-energia Unidade Terminal Remota Sistema de Controle p/Subestações Transm/Distr Energia Sistema de Supervisão/Controle/Aquisição de Dados Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD) Sistema Integrado p/Proteção/Controle Sistemas Energia
PR
11 Asten Atuador Eletromecânico SP
12 ATI
Interface p/Comunicação de Dados Unidade Terminal Remota Sistema de Supervisão e Comando de Chave Seccionadora Sistema Telesupervisão p/Sistema Distribuição Energia Software P/Gerencia de Equipamentos de Telesupervisão
SP
13 AZ
Controlador de Atuador Sem Fio a Longa Distância Controlador de Bomba Sem Fio a Longa Distância Controlador de Equipamento Sem Fio a Longa Distância Equipamento de Supervisão e Controle Equipamento de Telemetria Transmissor/Receptor de RF p/Sistemas de Automação
RS
14 Balluff
Chave Múltipla Rotativa Encoder Incremental/Absoluto
Programador de Posição Sensor de Proximidade Capacitivo Sensor de Proximidade Indutivo Sensor de Proximidade Infravermelho (Fotoelétrico) Sensor de Proximidade Magnético Sensor de Proximidade ultra-sônico Supervisor de Rotação e Fonte de Alimentação Transdutor Linear ultra-sônico
SP
15 BCM
Automação de Usina Elétrica Controlador Lógico/Programável (CLP) Unidade Terminal Remota Sistema de Controle p/Subestações Transm/Distr Energia
RS
16 CAS Sistema p/Medição Remota/Automação Distribuição Energia SP
17 Coel Sensor de Proximidade Indutivo Sensor de Proximidade Infravermelho (Fotoelétrico)
SP
18
Coester
Atuador Elétrico Conversor de Protocolo p/Rede Industrial (Gateway) Equipamentos e acessórios p/ redes industriais Integrador Sistema-Industrial
Redutor p/atuador elétrico
RS
19 Conexel Fonte de Alimentação p/Equipamentos de Automação SP
20
Consistec Termopar Termoresistência Transmissor Eletrônico Diversos
SP
21 Controle Eng Painel de Automação com CLP MG
22 Digicon
Controle Estatístico da Produção Indicador/Contador Digital p/ Máquina Operatriz Sistema de Medição e Controle de Espessura p/Filmes Sistema p/Supervisão de Máquinas Injetoras Transdutor Linear p/Autom. de Máquina Operatriz
RS
23 Dimelthoz Controlador Lógico/Programável (CLP) RS
24 Eletroppar Sensor de Proximidade Infravermelho (Fotoelétrico) SP
25 Elepot Software p/Setor Elétrico RJ
26 Eletromatic Medidor de Nível p/ Poço Artesiano SP
27 Eliseu Kopp Sistema de Gerenciamento de Apartes RS
371
No Empresa Linha de Produtos Estado
28 Elo Sistema de Gerenciamento de Energia Elétrica Sistema de Medição de Energia Centralizado Sistema Medição de Fronteira p/Energia Elétrica
SP
29 Elster Sistema de Medição de Energia Centralizado RS
30 Engro
Registrador de Processo Gráfico Retangular Transdutor de Temperatura Termoelemento Termopar Termopar com Isolação Mineral Termoresistência
SP
31 Ecil
Computador industrial
Conversor de protocolo e1-r2
Conversor de Sinais Eletro-Ótico
Fonte de alimentação p/equipamentos de automação
Gateways p/protocolos do setor elétrico
Gerador de Base de Tempo para sincronismo de equipamentos via GPS
Oscilógrafo digital-registrador digital de perturbação
Plataforma de correio eletrônico-voz/fax/dados
Sistema de áudio conferencia
Sistema de controle p/subestações transm/distr energia
Sistema de gerenciamento de energia elétrica
Sistema de medição de energia centralizado
Sistema de qualidade na distribuição de energia
Sistema digital p/gravação de mensagens
Sistema medição de fronteira p/energia elétrica
Sistema web de telemetria
Terminal linux p/call center
Unidade de resposta audível (ura) Unidade terminal remota
SP
32 Equipe-Equips
Transmissor Eletrônico de Temperatura Termopar Termopar com Isolação Mineral Termoresistência
SP
33 Esystech Software de Missão Crítica Software de Missão Crítica de Tempo Real Tecnologia ARM
PR
34 Exacta
Cabos de extensão e compensação Controladores de Temperatura Poços termométricos Termopares Termoresistências PT-100 Transmissores de temperatura e pressão Tubos cerâmicos
SP
35 Festo
Modulo de Controle-Eixo Eletromecânico Sensor de Proximidade de Efeito Hall Sensor de Proximidade Indutivo Sensor de Proximidade Magnético Sensor Óptico Sensor Pneumático Terminal de Válvula Eletro Pneumático
SP
36 Frata Sensor de Proximidade Infravermelho (Fotoelétrico) SP
37 Full Gauge Pressostato Industrial Termostato Industrial Software p/Supervisão Sistema Refrigeração e Climatização
RS
38 GE
Integrador Sistema-Automação Industrial Integrador Sistema-Energia Integrador Sistema-Industrial Integrador Sistema-Industrial-Siderurgia/Metalurgia
SP
372
No Empresa Linha de Produtos Estado
39 GTA
Controlador Lógico/Programável (CLP) Controlador/Indicador Eletrônico p/Processo Transmissor Eletrônico de Temperatura Sistema de Supervisão de Grandezas Não Elétricas Via PC Transmissor Digital de RPM
SP
40 Hasco Sensor de Proximidade Magnético SP
41 Helmut Mauell
Controladores Programáveis (UACs) Relés Sistemas de Anunciadores e Registradores de Alarmes e Eventos Sistemas Visuais para Salas de Controle
SP
42 Heraeus
Coletor de Amostra em Metais Líquido Sensor de Oxigênio em Metais Líquidos Aço-Cobre Sensor p/ Sistema Sublanca Termopar Descartável
SP
43 HI Tecnologia
Bridge de comunicação Modbus/TCP-Modbus/RTU Condicionar de sinais Controlador Lógico Programável (CLP) Controlador para unidade de Plunger Lift Controlador para unidade elevação de óleo BCP/BCS Controlador para unidade Gás Lift Controlador Unidade Bombeio Mecânico Conversor serial RS232/RS485 Conversor serial/Ethernet Fonte de Alimentação Interface Homem Máquina Kit para treinamento em CLP
SP
44
Hobeco
Rede de Telemetria Registrador Sequencial de Evento Unidade Terminal Remota Sistema de Supervisão/Controle/Aquisição de Dados
RJ
45 Ingeteam Integrador Sistema-Industrial-Siderurgia/Metalurgia SP
46 Inova Termostato Industrial RS
47 Instrutech
Sensor de Proximidade Capacitivo Sensor de Proximidade Indutivo Sensor de Proximidade Infravermelho (Fotoelétrico) Sensor de Proximidade Magnético
SP
373
No Empresa Linha de Produtos Estado
48 Invensys
Controladores Eletrônicos Diversos Conversor de Sinal Eletrônico Conversor de Sinal Pneumático Extrator de Raiz Quadrado Pneumático Fonte de Alimentação p/Equipamentos de Automação Integrador de Sinal Eletrônico Integrador de Sinal Pneumático Isolador Eletrônico de Sinal Pressostato p/Equip de Refrigeração e Ar-Condicionado Registrador de Processo Gráfico Retangular Registrador Pneumático Relé de Calculo Eletrônico Multiplicador/Divisor Relé de Calculo Eletrônico Somador/Subtrator Relé de Calculo/Limitação Pneumática Seletor de Sinal Eletrônico/Chave Seletora Transmissor Eletrônico de Temperatura Transmissor Eletrônico de Pressão Transmissor Eletrônico de Pressão Diferencial Transmissor Pneumático de Nível Transmissor Pneumático de Pressão Transmissor Pneumático de Pressão Diferencial Transmissor Pneumático de Temperatura Transmissor de Vazão Eletrônico Transmissor de Vazão Pneumático Transmissor Eletrônico de Nível Transmissor Pneumático de Pressão/Corrente Transdutor Eletrônico de Corrente/Pressão Termostato Industrial Termoelemento Termopar Termoresistência
SP
49 IMS Software p/Gerenciamento de Energia Elétrica RS
50 I-Vision
Câmeras industriais inteligentes Sistemas de imagem e processamento de imagens, customizados Sistemas de rastreabilidade por imagem Sistemas de visão computacional p/indústria Sistemas embarcados de alto desempenho Sistemas para visualização em processos Metalúrgicos/Siderúrgicos
MG
51 Jonhis
Controladores Eletrônicos Diversos Controlador/Indicador Eletrônico p/Processo Registrador de Processo Gráfico Circular Registrador de Temperatura/Pressão Através de Software
Transmissor Eletrônico de Temperatura Transmissor Eletrônico de Pressão Termopar Termopar com Isolação Mineral Termoresistência
SP
52 Kap Sensor de Proximidade Magnético SP
53 Koblitz Integrador Sistema-Energia Integrador Sistema-Industrial
SP
54 Landis+Gyr
Controlador de Energia-Corte e Religamento Automático Sistema de Gerenciamento de Energia Elétrica Sistema de Medição de Energia Centralizado Sistema de Medição de Energia/Água/Gás Sistema de Telemedição de Consumo de Energia
PR
55 Lince Medidor de Nível com Tecnologia RF Admitância RJ
56 Magnetrol Chave de Fluxo Chave de Nível Eletromecânica Chave de Nível Eletrônica
SP
57 Mar Girius Chave de Nível Eletromecânica Pressostato Industrial
SP
374
No Empresa Linha de Produtos Estado
58 MCM Fonte de Alimentação p/Equipamentos de Automação MG
59
MDI Controlador Lógico/Programável (CLP) Potenciômetro Digital
RS
60 Metaltex
Caixas plásticas para botões de comando Interfaces a relé eletromecânico Interfaces a relé estado sólido Relés Sensores magnéticos reed Temporizadores
SP
61 Metso Integrador Sistema-Automação Industrial SP
62 Mettler
Sonda p/Medição de Condutividade Sonda p/Medição de Oxigênio Dissolvido Sonda p/Medição de PH Sonda p/Medição de Redox
SP
63 MS
Chave de Nível Nuclear Medidor de Nível de Ultra-som Medidor de Umidade/Espessura/Gramatura-Processo NIR Medidor de Vazão por Ultra-som
RJ
64 MSA Analisador/Detector/Controlador de Gases em Geral Analisador/Detector/Controlador de Oxigênio
SP
65 Nansen
Unidade Terminal Remota Sistema de Medição de Energia Centralizado Sistema de Supervisão/Controle/Aquisição de Dados Sistema de Telemedição de Consumo de Energia Software p/Analise/Comunicação/Leitura Medidor Energia
MG
66 NBN Sistema Automático p/Execução dos Processos de Couro RS
67 NCR Integrador Sistema-Industrial SP
68 Novus
Controlador Digital Single-Loop Controladores Eletrônicos Diversos Transmissor Eletrônico de Temperatura Termostato Industrial Software Supervisão p/Processo Industrial Pequeno Porte
Termoelemento Termopar Termoresistência Transmissor de Temperatura e Umidade Relativa
RS
69 Omron Integrador Sistema-Automação Industrial SP
70 Orbe Fonte de Alimentação p/Equipamentos de Automação SP
71 Orteng
Integrador Sistema-Automação Industrial Integrador Sistema-Energia Unidade Terminal Remota Sistema de Automação de Rede de Distribuição Energia Sistema de Gerenciamento de Energia Elétrica Sistema Digital de Automação Industrial
MG
72 Ottime
Acionamento de Motor de Passo Controlador Programável Linha de Montagem Automática Linha de Montagem Manual Manipulador p/Carga/Descarga/Movimentação Componentes Movimentador Linear Modular
SP
73 Pextron Detector Fotoelétrico SP
74 PHB Fonte de Alimentação p/Equipamentos de Automação SP
75 Phoenix Controlador Lógico/Programável (CLP) SP
76
Pilz Integrador Sistema-Soluções p/Automação Indl Segura SP
77 Rockwell Centro de controle de motores-ccm (painel) Chave elétrica seccionadora Chopper p/sistema de tração
SP
375
No Empresa Linha de Produtos Estado
Controlador lógico/programável (clp) Conversor estático p/acion motor ca/inversor frequência Conversor estático p/acionamento motor cc Integrador sistema-automação industrial Integrador sistema-industrial Modulo eletrônico p/partida/parada suave motor elétrico Motor elétrico de corrente alternada Motor elétrico de corrente contínua Painel/cabine/cubículo p/sistema energia baixa tensão Painel/quadro/mesa p/comando/controle equipamento indl Sistema de controle distribuído Sistema de potência distribuída Sistema supervisório industrial
78
Roque&Correia Integrador Sistema-Saneamento Sistema Integrado Telecomando/Telemetria p/Saneamento Software p/Teste/Comunicação/Controle/Automação
PR
79 Saturnia Integrador Sistema-Energia SP
80
Schneider
Controlador Programável Controlador Programável com IHM alfanumérica integrada Interface Homem Máquina alfanumérica Interface Homem Máquina gráfica Remota de E/S distribuída Software de Programação
SP
81 SEG Sistema de Supervisão/Controle/Aquisição de Dados SP
82 S&E
Amperímetros digitais para painel Chave seletora de termopar Contadores digitais Cronômetros digitais para painel Encoders incrementais Frequencímetros digitais para painel Horímetros digitais para painel Indicadores de sinais de processo Ohmímetros para painel Ohmímetros portáteis/ Pirômetros (indicadores/ controladores de temperatura) digitais p/ painel Tacômetros digitais para painel Termômetros portáteis Voltímetros digitais para painel
SP
83 Sense
Barreiras de Segurança Intrínseca Conector para Sensor de Proximidade Conversores/Condicionadores/Amplificadores de Sinais Cortinas de Luz/Barreiras Fotoelétricas Derivadores para Redes Industriais Distribuidor de Sinais Discretos e para Redes Industriais Fontes de Alimentação Interface para Redes Industriais (I/O) Isoladores Galvânicos de Sinais Isoladores Ópticos de Sinais Monitor/Sinalizador de Válvulas Sensor de Proximidade à Prova de Explosão (Exd) Sensor de Proximidade Capacitivo Sensor de Proximidade Efeito Hall Sensor de Proximidade Fotoelétrico (Infravermelho e Laser) Sensor de Proximidade Indutivo Sensor de Proximidade Magnético Sensor de Proximidade para Segurança Aumentada (Exe) Sensor de Proximidade para Segurança Intrínseca (Exi) Sensor de Proximidade Ultrasônico Supervisor de Rotação Válvula Solenóide
SP
84 SGF Sistema p/Controle e Contagem de Vasilhames SP
376
No Empresa Linha de Produtos Estado
85 Siemens
Analisador/Detector/Controlador de Gases em Geral Anunciador Eletrônico de Alarme Barreira de Segurança Intrínseca Computador Industrial Integrador Sistema-Automação Industrial Integrador Sistema-Industrial Sistema de Controle Distribuído
SP
86 Syncro Acionamento de Motor de Passo SP
87 Splice Sistema p/Rastreamento Bovino SP
88 Tecnotron
Conector p/Sensor de Proximidade Fonte p/Sensor de Proximidade Sensor de Proximidade Capacitivo Sensor de Proximidade Indutivo Sensor de Proximidade Infravermelho (Fotoelétrico) Sensor de Proximidade Magnético Sinalizador p/ Válvula Solenóide
SP
89 Tectrol Fonte de Alimentação p/Equipamentos de Automação SP
90 Telvent Unidade Terminal Remota Sistema de Supervisão/Controle/Aquisição de Dados Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD)
SP
91 Toshiba Transdutor de Temperatura MG
92 Trafo Controlador de Energia-Corte e Religamento Automático RS
93 Tron
Controlador de Energia-Corte e Religamento Automático Sensor de Nível Sensor de Proximidade Capacitivo Sistema de Supervisão/Controle/Aquisição de Dados
PE
94 Unidigital Interfaces Diversas p/CLP e Outros Equipamentos Software de Supervisão e Controle
Sistema de Inspeção Visual p/ Indústria RS
95 Ward Transdutor de Temperatura MG
96 Vorax Integrador Sistema-Industrial SP
97 WEG Sistema de Automação e Controle SC
98 XPS Fonte de Alimentação p/Equipamentos de Automação SP
99 Yaskawa Integrador Sistema-Industrial Integrador Sistema-Robotizado
SP
100 Yokogawa Sistema de Condicionamento de Amostras p/Gases/Líquidos Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD)
SP
377
ANEXO V - Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado
Nacional de Automação Industrial
Quadro 36: Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automação Industrial.
Fonte: ABINEE, 2009.
Item Especificação do Produto
1 Acessorios P/Sensores Descartaveis P/Metalurgia/Siderurgia
2 Acionamento de Motor de Passo
3 Acionamentos de Corrente Alternada
4 Acionamentos de Corrente Contínua
5 Acionamentos de Servomotores
6 Alarme de Fluxo
7 Alarme de Nível
8 Analisador de Concentração
9 Analisador de Oxi-Redução
10 Analisador/Controlador/Transmissor de Cloro
11 Analisador/Detector/Controlador de Gases Em Geral
12 Analisador/Detector/Controlador de Oxigênio
13 Analisador/Medidor/Transmissor Indl de Redox
14 Analisador/Medidor/Transmissor Indl. de Condutividade
15 Analisador/Medidor/Transmissor Industrial de Ph
16 Anunciador Eletrônico de Alarme
17 Atuador Elétrico
18 Atuador Eletromcânico
19 Atuador Pneumático
20 Automação de Sistemas de Geração de Energia
21 Automação de Usina Elétrica
22 Automação de Usinas de Açúcar e Álcool
23 Barreira de Segurança Intrinseca
24 Bornes
25 Botoeiras
26 Bridge de Comunicação-Modbus/Tcp-Modbus/Rtu
27 Célula Industrial P/Climpagem Modulos/Componentes Mecan
28 Capacitores de Correção de Fator de Potência
29 Célula Industrial P/Montagem/Teste Componentes Automot
30 Célula Industrial P/Parafusamento Com Torque Controlado
31 Célula Industrial P/Prensagem Componentes Mcânicos
32 Célula Industrial P/Rebitagem Com Controle Forca/Avanco
378
Item Especificação do Produto
33 Central Telesupervisão/Telecomando/Telemetria P/Saneam
34 Centros de Controle de Motores (CCM) Convencionais
35 Centros de Controle de Motores (CCM) Inteligentes
36 Chave de Fluxo
37 Chave de Nível Eletromecanica
38 Chave de Nível Eletrônica
39 Chave de Nível Nuclear
40 Chave de Nível Pneumatica
41 Chave de Vazao
42 Chave Multipla Rotativa
43 Chaves de Partida Compensadora
44 Chaves de Partida Direta
45 Chaves de Partida Estrela-Triângulo
46 Chaves de Partida Soft-Starters
47 Chaves Seccionadoras
48 Chaves Soft-Starters
49 Coletor de Amostra em Metais Líquidos
50 Coluna Manométrica
51 Comando Numerico Computadorizado (CNC)
52 Computador de Vazão
53 Computador Industrial
54 Condicionador de Sinais
55 Conector P/Sensor de Proximidade
56 Contatores Auxiliares
57 Contatores de Comando
58 Contatores de Força
59 Controlador Contínuo de Peso
60 Controlador de Atuador Sem Fio a Longa Distancia
61 Controlador de Bomba Sem Fio a Longa Distancia
62 Controlador de Dispositivos P/Controle Consumo Energia
63 Controlador de Energia-Corte e Religamento Automatico
64 Controlador de Equipamento Sem Fio a Longa Distancia
65 Controlador Digital Multi-Loop
66 Controlador Digital Single-Loop
67 Controlador Eletrônico Diversos
68 Controlador Lógico/Programável (CLP)
69 Controlador P/Elevação de Óleo Multi Métodos
70 Controlador Programável
379
Item Especificação do Produto
71 Controlador/Indicador Eletrônico P/Processo
72 Controle Automatizado P/Secadores e Aeração de Graos
73 Controle Estatistico da Produção
74 Controle Temperatura/Monitor Umidade P/Graos Em Fluxo
75 Conversor de Protocolo P/Rede Industrial (Gateway)
76 Conversor de Sinal Eletrônico
77 Conversor de Sinal Pneumático
78 Conversor Eletropneumático
79 Conversores de Corrente Contínua
80 Conversores de Frequência
81 Conversores de Frequência Com PLC
82 Detector Fotoelétrico
83 Digitalização de Subestação de Energia
84 Distribuidor Eletrônico de Sinal
85 Disjuntores Em Caixa Moldada
86 Disjuntores Termomagnéticos
87 Disjuntores-Motor
88 Elementos Primarios de Vazão
89 Encoder Incremental/Absoluto
90 Equipamento de Supervisão e Controle
91 Equipamento de Telemetria
92 Equipamento P/Telealarme em Subestações
93 Estação Controladora de Reservatorio P/Saneamento
94 Estação de Razao Eletrônica
95 Extrator de Raiz Quadrada Eletrônico
96 Extrator de Raiz Quadrada Pneumático
97 Filtro Regulador
98 Fluxostato
99 Fonte de Alimentação P/Equipamentos de Automação
100 Fonte P/Sensor de Proximidade
101 Fusíveis Tipo D
102 Fusíveis Tipo Nh
103 Gateway P/Protocolo do Setor Elétrico
104 Gerador de Impulso Rotativo
105 Geradores
106 Indicador/Contador Digital P/Máquina Operatriz
107 Integrador de Sinal Eletrônico
108 Integrador de Sinal Pneumático
380
Item Especificação do Produto
109 Integrador Sistema-Automação Industrial
110 Integrador Sistema-Energia
111 Integrador Sistema-Industrial
112 Integrador Sistema-Industrial-Siderurgia/Metalurgia
113 Integrador Sistema-Infraestrutura
114 Integrador Sistema-Robotizado
115 Integrador Sistema-Saneamento
116 Integrador Sistema-Soluções P/Automação Industrial Segura
117 Integrador Sistema-Teste e Medição P/Automação Industrial
118 Interface de Comunicação P/Clp Via Tcp/Ip
119 Interface de Comunicação P/Protocolo Fieldbus
120 Interface Homem/Máquina
121 Interface P/Comunicação de Dados
122 Interfaces Diversas P/Clp e Outros Equipamentos
123 Inversores de Frequência
124 Inversores de Frequência Com PLC
125 Isolador Eletrônico de Sinal
126 Isolador Óptico
127 Linha de Montagem Automatica
128 Linha de Montagem Manual
129 Manipulador P/Carga/Descarga/Movimentação Componentes
130 Manômetro
131 Medidor de Nível Capacitivo
132 Medidor de Nível Com Tecnologia Rf Admitância
133 Medidor de Nível Condutivo
134 Medidor de Nível Diversos
135 Medidor de Nível Eletromcânico
136 Medidor de Nível Hidrostático
137 Medidor de Nível Nuclear
138 Medidor de Nível P/Poco Artesiano
139 Medidor de Nível Por Ultra-Som
140 Medidor de Nível/Densidade/Vazão-Eletrônico Nuclear
141 Medidor de Umidade/Espessura/Gramatura-Processo Nir
142 Medidor de Vácuo Diversos
143 Medidor de Vácuo Tipo Penning
144 Medidor de Vácuo Tipo Pirani
145 Medidor de Vazão Diversos
146 Medidor de Vazão Magnético
381
Item Especificação do Produto
147 Medidor de Vazão Massica
148 Medidor de Vazão por Ultra-Som
149 Medidor de Vazão Sólido
150 Medidor de Vazão Tipo Turbina
151 Modulo de Controle-Eixo Eletromcânico
152 Monitor de Sinal de Processo
153 Motores de Corrente Alternada
154 Motores de Corrente Continua
155 Movimentador Linear Modular
156 Oscilografo Digital-Registrador Digital de Perturbação
157 Painéis de Comando e Controle em Baixa e Média Tensão
158 Painel de Automação Com CLP
159 Pirometro de Radiação
160 Pirometro Digital
161 Pirometro Diversos
162 Pirometro Óptico
163 Pirometro Registrador
164 Placa Eletrônica P/Composição Servocontroles Eletrohidr
165 Potenciometro Digital
166 Pressostato Industrial
167 Pressostato P/Equip de Refrigeração e Ar-Condicionado
168 Programador de Posição
169 Programador Sequenciador
170 Purgador P/Vapor e Ar Comprimido
171 Quadros de Distribuição Elétrica
172 Rede de Telemetria
173 Rede Industrial P/CLP
174 Registrador de Processo Grafico Circular
175 Registrador de Processo Grafico Retangular
176 Registrador de Temperatura/Pressão Atraves de Software
177 Registrador Pneumático
178 Registrador Sequencial de Evento
179 Réguas de Bornes
180 Relé de Calculo Eletrônico Multiplicador/Divisor
181 Relé de Calculo Eletrônico Somador/Subtrator
182 Relé de Calculo/Limitação Pneumático
183 Relés de Nível
184 Relés de Sobrecarga
382
Item Especificação do Produto
185 Relés Inteligentes
186 Relés Programáveis
187 Relés Temporizadores
188 Seletor de Sinal Eletrônico/Chave Seletora
189 Sensor de Analise Carbono/Carbono Equiv. em Ferros Fundidos
190 Sensor de Carbono Em Aco
191 Sensor de Nível
192 Sensor de Oxigênio Em Metais Líquidos Aco-Cobre
193 Sensor de Proximidade A Prova de Explosão
194 Sensor de Proximidade Capacitivo
195 Sensor de Proximidade de Efeito Hall
196 Sensor de Proximidade Indutivo
197 Sensor de Proximidade Infravermelho (Fotoelétrico)
198 Sensor de Proximidade Magnético
199 Sensor de Proximidade Ultra-Sonico
200 Sensor de Temperatura em Metais Líquidos
201 Sensor Óptico
202 Sensor P/Sistema Sublanca
203 Sensor Pneumático
204 Sequenciador Programável
205 Servoconversores
206 Servomotores
207 Sinalizadores
208 Sinalizador P/Valvula Solenoide
209 Sincro P/Comando e Indicação de Posição Angular
210 Sistema A Laser P/Posicionamento
211 Sistema Automatico de Dosagem-Ver Tambem Balanca Indl
212 Sistema Automatico P/Execucao dos Processos de Couro
213 Sistema de Aferição de Vazão em Linha Com Bocais Sonico
214 Sistema de Automação de Rede de Distribuição de Energia
215 Sistema de Automação e Controle
216 Sistema de Condicionamento de Amostras P/Gases/Líquidos
217 Sistema de Controle de Demanda de Energia Elétrica
218 Sistema de Controle Distribuido
219 Sistema de Controle P/Subestações Transm/Distr Energia
220 Sistema de Controle Remoto
221 Sistema de Gerenciamento de Apartes
222 Sistema de Gerenciamento de Energia Elétrica
383
Item Especificação do Produto
223 Sistema de Gerenciamento de Producao
224 Sistema de Gerenciamento Em Redes Elétricas
225 Sistema de Imagem e Visão
226 Sistema de Inspeção Visual P/Indústria
227 Sistema de Localização de Falhas Em Redes Distribuição
228 Sistema de Medição de Energia Centralizado
229 Sistema de Medição de Energia/Agua/Gas
230 Sistema de Medição e Controle de Espessura P/Filmes
231 Sistema de Medição P/Consumidor Livre
232 Sistema de Potencia Distribuida
233 Sistema de Qualidade na Distribuição de Energia
234 Sistema de Supervisão de Grandezas Nao Elétricas Via Pc
235 Sistema de Supervisão e Comando de Chave Seccionadora
236 Sistema de Supervisão/Controle/Aquisição de Dados
237 Sistema de Telemedição de Consumo de Energia
238 Sistema de Telessupervisão de Eventos Via Rádio
239 Sistema de Termometria P/Silo/Armazem-Central/Portatil
240 Sistema de Transmissão de Programas P/Cnc e Clp
241 Sistema Digital de Automação Industrial
242 Sistema Digital de Controle Distribuido (Sdcd)
243 Sistema Integrado P/Protecao/Controle Sistemas Energia
244 Sistema Integrado Telecomando/Telemetria P/Saneamento
245 Sistema Medição de Fronteira P/Energia Elétrica
246 Sistema P/Controle e Contagem de Vasilhames
247 Sistema P/Controle/Tarifa/Demanda/Automação
248 Sistema P/Medição Remota/Automação Distribuição Energia
249 Sistema P/Rastreamento Bovino
250 Sistema P/Supervisão de Máquinas Injetoras
251 Sistema Supervisorio Industrial
252 Sistema Telesupervisão P/Sistema Distribuição Energia
253 Sistema Web de Telemetria
254 Sistemas de Automação e Controle de Máquinas
255 Sistemas de Automação e Controle de Processos
256 Sistemas de Controle para Subestações de Energia
257 Sistemas de Posicionamento
258 Sistemas de Supervisão e Controle de Processos Industriais
259 Sistemas Elétricos e Eletrônicos Industriais
260 Sistemas Supervisórios
384
Item Especificação do Produto
261 Soft-Starters
262 Software de Missão Crítica
263 Software de Missão Crítica de Tempo Real Tecnologia Arm
264 Software de Supervisão e Controle
265 Software P/Analise/Comunicação/Leitura Medidor Energia
266 Software P/Automação do Processo de Calibração
267 Software P/Gerencia de Equipamentos de Telesupervisão
268 Software P/Gerenciamento de Energia Elétrica
269 Software P/Leitura e Configuração de Medidores
270 Software P/Monitoração e Registro de Variaveis Processo
271 Software P/Setor Elétrico
272 Software P/Sistema Fieldbus
273 Software P/Supervisão Sistema Refrigeração/Climatização
274 Software P/Telemedição/Teleleitura de Consumo Energia
275 Software P/Teste/Comunicação/Controle/Automação
276 Software Supervisão P/Processo Industrial Pequeno Porte
277 Sonda de Profundidade P/Medição Nível Em Reservatorio
278 Sonda P/Medição de Condutividade
279 Sonda P/Medição de Oxigênio Dissolvido
280 Sonda P/Medição de Ph
281 Sonda P/Medição de Redox
282 Supervisor de Dados de Producao
283 Supervisor de Rotação e Fonte de Alimentação
284 Terminal de Supervisão
285 Terminal de Valvula-Eletropneumático
286 Terminal Industrial Dnc
287 Termoelemento
288 Termopar
289 Termopar Com Isolação Mineral
290 Termopar Descartavel
291 Termoresistencia
292 Termostato Industrial
293 Totalizador de Vazão
294 Totalizador Eletrônico de Sinal
295 Transdutor de Pressão/Corrente
296 Transdutor de Pressão/Vácuo
297 Transdutor de Temperatura
298 Transdutor Eletrônico de Corrente/Pressão
385
Item Especificação do Produto
299 Transdutor Linear Indutivo
300 Transdutor Linear P/Automatização de Máquina Operatriz
301 Transdutor Linear Ultra-Sônico
302 Transdutor Pneumático de Pressão/Corrente
303 Transformadores de Comando
304 Transformadores de Força
305 Transmissor de Temperatura e Umidade Relativa
306 Transmissor de Vazão Eletromcânico
307 Transmissor de Vazão Eletrônico
308 Transmissor de Vazão Pneumático
309 Transmissor Digital de RPM
310 Transmissor Eletrônico de Nível
311 Transmissor Eletrônico de Pressão
312 Transmissor Eletrônico de Pressão Diferencial
313 Transmissor Eletrônico de Temperatura
314 Transmissor Eletrônico Diversos
315 Transmissor Magnético de Fluxo
316 Transmissor Pneumático de Nível
317 Transmissor Pneumático de Pressão
318 Transmissor Pneumático de Pressão Diferencial
319 Transmissor Pneumático de Temperatura
320 Transmissor/Receptor de Rf P/Sistemas de Automação
321 Unidade Galvanicamente Isolada/Intrinsecamente Segura
322 Unidade Terminal Remota
323 Valvula de Controle
324 Valvula Eletropneumatica
325 Valvula Industrial
326 Valvula Reguladora de Pressão/Regulador de Pressão
327 Valvula Solenoide
328 Valvula Termostatica
329 Visor de Fluxo
330 Visor de Nível
386
ANEXO VI - Empresas Nacionais - Automação Predial-Residencial
Quadro 37: Empresas Nacionais de Automação Predial-Residencial. Fonte: ABINEE, 2009.
No Empresa Linha de Produtos Estado
1 Acces Integrador Sistema-CFTV Integrador Sistema-Controle de Acesso p/Área Restrita Integrador Sistema-Detecção/Combate de Incêndio
SP
2 ACS
Cartão modular de entrada/saída Controlador de fator de potencia/banco de capacitores Controlador/registrador de demanda Interface serial de comunicacao Isolador óptico Micromodem p/linha privada Registrador microprocessado p/supervisao de energia Sistema de controle de demanda de energia elétrica Sistema de gerenciamento de energia elétrica Sistema de medicao de energia centralizado Sistema de medicao de energia/agua/gas Sistema de supervisao/controle/aquisicao de dados Software p/gerenciamento de energia elétrica Transdutor de tensao Transdutor digital de grandezas elétricas Unidade de processamento digital de variaveis elétricas Unidade terminal remota
SP
3
Amelco
Automatização de Porta e Portão Central de Portaria Fechadura Elétrica Porteiro Eletrônico Sistema de Controle de Acesso a Áreas Restritas Vídeo Porteiro
SP
4 Alcatel Circuito Fechado de Televisão-CFTV SP
5 Altus Controlador lógico programável CLP Integrador Sistema-Automação Predial e Segurança
RS
6 Areva
Sistema de Controle de Acesso a Áreas Restritas Sistema Integrado de Automação Predial e Segurança Sistema Integrado de Supervisão e Controle p/ Segurança Integrador Sistema-Automação Predial e Segurança
SP
7 ATI Sistema de Controle de Acesso a Áreas Restritas MG
8 AZ
Central de Alarme Contra Roubo e Acessórios Central Decodificadora de Telealarme Central Receptora de Rádio Codificador de Rádio Alarme Coletor Transmissor de Dados p/Sistema de Alarme Controlador de atuador sem fio a longa distância Controlador de bomba sem fio a longa distância Controlador de equipamento sem fio a longa distância Equipamento de Rádio Monitoramento de Alarme Equipamento de supervisão e controle Equipamento de telemetria Sensor Infravermelho p/Sistema de Segurança Sensor Magnético p/Sistema de Segurança Sensor Magnético RF p/Sistema de Alarme
RS
387
No Empresa Linha de Produtos Estado
9 Biometrus
Chave de Segurança Biométrica Controle/Registro/Coleta de Dados p/Acesso/Ponto/Rota Integrador Sistema-Controle de Acesso p/Área Restrita Sistema de Controle de Acesso a Áreas Restritas Software p/Controle de Acesso
MG
10 Bycon Gravador digital de vídeo p/CFTV (DVR) SP
11 Compatec
Central de Alarme Contra Roubo e Acessórios Cerca Elétrica Discador Automático p/Sistema de Alarme Sensor Infravermelho p/Sistema de Segurança Sensor Magnético p/Sistema de Segurança Sensor Magnético por RFp/sistema de alarme Teclado p/Controle de Acesso Transmissor/Receptor de RF p/Sistema de Segurança
RS
12 Comtex
Câmera móvel-domo (analógica, IP e Wireless) Circuito fechado de televisão-CFTV Console de operação p/ câmera móvel-domo Modulo de monitoramento integrado p/ câmera Sistema móvel de vídeo vigilância p/viaturas Unidade gerenciadora de comando e vídeo p/ câmera móvel
RJ
13 Controle
Centro de controle de motores-ccm (painel) Painel de automação com CLP Painel elétrico de proteção/comando/distribuição Painel/cabine/cubiculo p/sistema energia baixa tensão Painel/cabine/cubiculo p/sistema energia media tensão
MG
14 Contronics Claviculário eletrônico Controle/registro/coleta de dados-p/acesso/ponto/rota/. Sistema p/controle de rondas
SC
15 Danval
Campainha p/extensão de telefone Campainha p/ônibus Campainha-cigarra/musical/eletrônica Interruptor de cordel p/ônibus Monitor e vídeo p/ônibus Painel de destino p/ônibus Relé p/veículo
SP
16 Digistar Porteiro Eletrônico RS
17 Eletromatic
Automatização de Porta e Portão Central de Alarme Contra Roubo e Acessórios Cerca Elétrica Controle Remoto p/ Porta Automática Discador Automático p/Sistema de Alarme Fechadura Elétrica Porteiro Eletrônico Sensor Infravermelho p/Sistema de Segurança Sensor Magnético p/Sistema de Segurança Sensor Magnético RF p/Sistema de Alarme Sirene p/ Alarme
SP
388
No Empresa Linha de Produtos Estado
18 Eletroppar
Automatização de Porta e Portão Cancela Automática p/ Veiculo Central de Alarme Contra Roubo e Acessórios Cerca Elétrica Comunicador de Dados por GPRS/Ethernet-Segurança Controle Remoto p/ Porta Automática Discador Automático p/Sistema de Alarme Porteiro Eletrônico Receptor de Dados por GPRS/Ethernet-Segurança Sensor Infravermelho p/Sistema de Segurança Sistema de Monitoramento de Ambiente-Segurança
SP
19 Exatron
Apontador laser/controle remoto por laser Chave magnética p/iluminação publica Dispositivo de proteção contra surtos Fotocélula (fotoresistor) Fotosoquete Interruptor automático por presença/sensor de presença Lanterna recarregável por a oel Minuteria (interruptor temporizado) Protetor contra surto/transiente em circuito alimentação Relé fotoelétrico p/iluminação publica Relé fotoelétrico p/instalação comercial ou industrial Relé fotoeletrônico Relé fotolux Relé fototimer p/instalação comercial ou industrial Sensor corporativo monitoramento + iluminação Sensores de presença para iluminação Sensor do nível de lux Sensor infravermelho p/monitoramento sistema segurança Sensor infravermelho p/sistema de segurança Shorting gap Soquete/tomada p/relé a oelétrico Variador de luminosidade-dimmer
RS
20 Fort Knox Integrador Sistema-CFTV Integrador Sistema-Contra Roubo/Intrusão Integrador Sistema-Controle de Acesso p/Área Restrita
SP
21 Garen
Automatização de Porta e Portão Autotransformador p/eletroeletrônicos domésticos Cancela Automática p/ Veiculo Cerca Elétrica Controle Remoto p/ Porta Automática Fonte de alimentação p/eliminação de pilhas/bateria Motor a,baixa tensão,ate 600v,monofásico Motor a,baixa tensão,ate 600v,trifásico Motor elétrico especial p/aplicações diversas Motor elétrico p/churrasqueira Motor elétrico p/maquina de lavar Motor elétrico p/portão eletrônico Motor elétrico p/ventilador Reator eletrônico p/ lâmpada fluorescente
SP
389
No Empresa Linha de Produtos Estado
22 General Electric
Centro de controle de motores-ccm (painel) Contator Disjuntor em caixa moldada industrial Disjuntor em caixa moldada residencial/comercial Gerador Elétrico-sincrono Hidrogerador p/grande central Hidrogerador p/media central Hidrogerador p/mini usina Hidrogerador p/pequena central Ignitor p/lâmpada de descarga a vapor Iluminação de Emergência Integrador sistema-Automação Industrial Integrador Sistema-Automação Predial e Segurança Integrador sistema-energia Integrador sistema-industrial Integrador sistema-infra-estrutura Integrador sistema-telecomunicações Lâmpada de multivapores metálicos Lâmpada de vapor: mercúrio e sódio Lâmpada fluorescente compacta Lâmpada fluorescente tubular Lâmpada halogena Lâmpada incandescente Lâmpada p/veiculo Luminária: industrial/comercial, pública e residencial/decorativa Painel de Comando p/Alarme Painel elétrico de proteção/comando/distribuição Painel mosaico/sinótico Painel/cabine/cubículo p/sistema energia alta tensão Painel/cabine/cubículo p/sistema energia baixa tensão Painel/cabine/cubículo p/sistema energia media tensão Painel/quadro/mesa p/comando/controle equipamento industrial Regulador de tensão p/sistemas de potencia Regulador eletrônico p/turbina hidráulica/hidrogerador Relé auxiliar Relé de proteção/supervisão p/sistema elétrico Serviço de reforma em gerador/motor elétrico Turbogerador a gás Turbogerador a vapor
SP
23 GLOBUS Controlador programável Termostatos digitais e analógicos Controladores digitais
RS
24 HDL
Automatização de porta e portão Câmera p/circuito fechado de televisão Central portaria Central privada comutação telefônica-micro ABX Central privada comutação telefônica-pabx Fechadura elétrica Gravador digital de vídeo p/CFTV (DVR) Intercomunicador Porteiro eletrônico Sistema de controle de acesso a áreas restritas Vídeo Porteiro
SP
390
No Empresa Linha de Produtos Estado
25 HELMUT
Anunciador eletrônico de alarme Painel dinâmico digital de retroprojeção (DVD á wall) Painel mosaico/sinótico Registrador seqüencial de evento Relé auxiliar Relé de alarme ou sinalização Relé de tempo Sistema de controle remoto Sistema de supervisão/controle/aquisição de dados
SP
26 Imply Sinalizador de Advertência p/ Obras RS
27 Intelbras
Anunciador eletrônico de alarme Central portaria Central privada comutação telefônica-micro DVD Central privada comutação telefônica –pabx Equipamento p/atendimento automático em DVD No-break-sistema p/fornecimento ininterrupto de energia Tarifador p/central/DVD /telex/telefone público Telefone com identificador de chamada Telefone de assinante Telefone ip Telefone sem fio
SC
28 KVA Iluminação de Emergência RS
29 Kodo Câmera p/Circuito Fechado de Televisão Quadriculador de Imagem-PB/Cor
BA
30 Labramo Sinalizador Visual p/ Edifício/Torre SP
31 Microsol Iluminação de Emergência CE
32 Netio Backup p/ Painel de Centrais de Alarme Comunicador GPRS/IP p/Telecomando/Telecontrole
SP
33
Nitrix
Câmera p/Circuito Fechado de Televisão Circuito Fechado de Televisão-CFTV Quadriculador de Imagem-PB/Cor
MG
34 Panasonic
Aparelho de som conjugado (micro/mini system) Auto-rádio (cd/mp3 players/DVD) Câmera: de vídeo-filmadora e Fotográfica digital Forno domestico de microondas Gravador de DVD Lanterna DVD átil Pilha: alcalina e bateria seca Telefone de assinante Televisor: CRT, LCD e PLASMA Vídeo cassete Vídeo disco digital (DVD)
SP
391
No Empresa Linha de Produtos Estado
35 Pial Legrand
Arandela Armário/painel/quadro p/distribuição energia-bt Caixa com tomada e disjuntor Caixa de derivação ou de passagem de parede Campainha-cigarra/musical/ icróica a Canaleta: p/painel e plástica/acessórios Chave elétrica de baixa tensão p/instalação Chave interruptora blindada Chave/lâmpada de teste Conector elétrico/borne Contator Cordão prolongador/extensão elétrica Disjuntor em caixa moldada residencial/comercial Espelho p/interruptor/tomada de embutir Fita/abraçadeira p/amarração de fios e cabos Fusível: cartucho e rolha Identificador p/painel/cabo Iluminação de emergência Interruptor automático por presença/sensor de presença Interruptor: centro e fim de cordão Interruptor: p/ embutir e p/ sobrepor Interruptor p/campainha/pulsador de embutir/sobrepor Isolante-fita de borracha de autofusão Isolante-fita isolante adesiva p/instalação elétrica Luminária: blindada e residencial/decorativa Minuteria (interruptor temporizado) Plugue/pino: industrial, polarizado e residencial Porta-starter p/ icróic fluorescente Porteiro eletrônico Quadro blindado Relé fotoelétrico p/instalação comercial ou industrial Soquete p/lâmpada especial-lapiseira/ icróica/halogena/ Soquete p/lâmpada fluorescente tubular Soquete p/lâmpada incandescente/fluorescente compacta Starter p/lâmpada fluorescente Terminal elétrico Timer programável Tomada: de embutir em parede e p/ sobrepor Tomada industrial: de embutir e de sobrepor Tomada: p/TV/dados e polarizada Tomada/pino/adaptador p/telefone/dados (RJ) Variador de luminosidade-dimmer Vídeo porteiro
SP
36 Procomp Integrador Sistema-Contra Roubo/Intrusão SP
392
No Empresa Linha de Produtos Estado
37 Robert Bosch
Alternador p/veiculo Bobina de ignição p/veiculo Bomba de injeção eletrônica p/veiculo Bomba em tanque de combustível p/veiculo Buzina p/veiculo Dínamo p/veiculo Distribuidor p/veiculo Esmerilhadeira Furadeira Injeção eletrônica de combustível p/veiculo Lixadeira Martelete Modulo eletrônico p/diversas aplicações em veiculo Motor elétrico p/limpador/lavador pára-brisa de veiculo Motor elétrico p/partida/arranque de veiculo Motor elétrico p/ventilador de veiculo Plaina Politriz Regulador de voltagem p/veiculo Retificadeira Sensor de estacionamento p/veiculo Serra circular Serra tico-tico Vela de ignição p/veiculo Vela incandescente p/veiculo
SP
38 Rontan Aviso Luminoso p/ Saída de Veiculo SP
39
Saturnia
Acumulador elétrico estacionário reg p/válvula-bateria Acumulador elétrico estacionário ventilado-bateria Acumulador elétrico tracionario-bateria Fonte de alimentação p/equipamentos telecomunicações Integrador sistema-energia Quadro p/telefonia-especial/distribuição-ca/cc Sistema de energia p/telecomun em container/gabinete Sistema retificador chaveado em alta freqüência Unidade condicionadora de corrente alternada Unidade condicionadora de tensão Unidade conversora-cc/cc Unidade de diodo de queda Unidade de supervisão de corrente alternada Unidade de supervisão de corrente continua Unidade retificadora-ca/cc
RJ
393
No Empresa Linha de Produtos Estado
40
Schneider
Barramento blindado Barramento blindado p/alta corrente Bobina de impedância p/sistema de tração Botão e botoeira: p/comando, p/sinalização Canaleta e ferragem p/instalação aérea industrial Canalização elétrica pré-fabricada Centro de controle de motores-ccm (painel) Chave elétrica: compensadora, comutadora, de partida direta, Chave elétrica: estrela/triangulo, interruptora, reversora Chave elétrica: seccionadora, série/paralela Chave eletrônica fim-de-curso (micro switch) Chave fim de curso: eletromecânica e rotativa Chave interruptora a gás p/poste Chopper p/sistema de tração Computador industrial Conector elétrico/borne Contato elétrico Contator: Geral, a gás SF6 e a prova de explosão, sobre barra Contator integrado (disjuntor/seccionador) Controlador lógico programável (CLP) Conversor estático p/acionamento motor ca/inversor freqüência Conversor estático p/acionamento motor cc Conversor/inversor p/sistema de tração Disjuntor: a gás SF6, a seco, p/rede aérea Disjuntor em caixa moldada: industrial, Residencial/Comercial Dispositivo de comando e proteção naval Equipamentos diversos p/sistema de tração Interface Homem-Máquina (IHM) Interruptor: de embutir, de sobrepor Interruptor p/campainha/pulsador de embutir/sobrepor Interruptor-seccionador com comando rotativo Isolante-fita ou laminado de poliéster Mesa de comando local de rota (controle de tráfego) Modulo elétrico/eletrônico p/controle grupo gerador Painel elétrico de proteção/comando/distribuição Painel mosaico/sinótico, sinótico p/controle de rota e tráfego Painel/cabine/cubículo p/sistema energia: alta, baixa e média tensão Painel/quadro/mesa de comando naval Plugue/pino: industrial, polarizado e residencial Pressostato industrial Rede industrial p/CLP Relé p/comando e controle de máquinas, p/sistema de tração Relé térmico Relés p/diversas aplicações Retificador industrial-corrente/proteção catódica/espec Sensor de proximidade: fotoelétrico, indutivo e magnético Sistema de sinalização p/ferrovia/metro (tráfego) Sistema de transmissão dados p/controle tráfego veículo Sistema de transmissão de programas p/CNC e CLP Subestação: blindada, compacta, móvel e retificadora Subestações Terminal de supervisão Tomada: polarizada, p/ sobrepor, industrial de embutir e sobrepor Transformador/autotransformador industrial a seco/resina
SP
394
No Empresa Linha de Produtos Estado
41 Setha Circuito Fechado de Televisão-CFTV Sistema Telefônico de Emergência
RJ
42 Siemens
Acionador de Alarme de Incêndio Analisador/detector/controlador de gases em geral Anunciador eletrônico de alarme Aparelho de ondas curtas p/terapia Aparelhos diversos de ultra-som p/uso medico Armário/painel/quadro p/distribuição energia-bt Balança eletrônica p/pesagem industrial Balança eletrônica rodoviária Banco de capacitor automático p/correção fator potencia Bandeja/leito/calha p/condutor elétrico Barramento blindado Barramento blindado p/alta corrente Barreira de segurança intrínseca Base p/fusível Base p/fusível nh Bisturi eletrônico Bobina p/motor elétrico Botão e botoeira p/comando Botão e botoeira p/sinalização Caixa de derivação ou de passagem de piso Central de Alarme de Incêndio Centro de controle de motores-ccm (painel) Centro de controle de tráfego p/trem/metro Chave elétrica compensadora Chave elétrica comutadora Chave elétrica de baixa tensão p/instalação Chave elétrica de outros tipos/especial Chave elétrica de partida direta Chave elétrica estrela/triangulo Chave elétrica interruptora Chave elétrica reversora Chave elétrica rotativa Chave elétrica seccionadora Chave elétrica serie/paralela Chave fim de curso eletromecânica Chave interruptora blindada Chopper p/sistema de tração Compensador de energia estático Compensador de energia síncrono Computador industrial Comutador de derivação em carga p/transformador Contator Contator a vácuo Controle e automação de trem/metro Conversor estático p/acion motor ca/inversor freqüência Conversor estático p/acionamento motor cc Conversor estático p/acionamento servomotores Conversor/inversor p/sistema de tração Detector de chama/faísca p/sistema de alarme incêndio Detector infravermelho/uv p/sistema de alarme incêndio Detector iônico de fumaça p/sistema de alarme incêndio Detector óptico de fumaça p/sistema alarme incêndio
SP
395
No Empresa Linha de Produtos Estado
42 Siemens
Detector térmico p/sistema de alarme incêndio Detector termovelocimétrico p/sistema alarme incêndio Disjuntor a gás SF16 Disjuntor a óleo Disjuntor a seco Disjuntor a vácuo Disjuntor em caixa moldada industrial Disjuntor em caixa moldada residencial/comercial Dispositivo diferencial residual Dispositivos diversos p/sistema de alarme incêndio Eletrocardiógrafo Equipamento de raio x p/diagnostico medico Equipamentos diversos p/sistema de tração Estabilizador de tensão Excitatriz estática p/maquina elétrica rotativa Foco cirúrgico halogênio Fusível diazed Fusível nh Gerador elétrico-síncrono Gerador síncrono naval Gerador/alternador p/sistema de tração Hidrogerador p/grande central Hidrogerador p/media central Hidrogerador p/mini usina Hidrogerador p/pequena central Ignitor p/lâmpada de descarga a vapor Iluminação de Emergência Integrador sistema-automação industrial Integrador sistema-controle de tráfego de veiculos Integrador sistema-industrial Interruptor de embutir Interruptor de sobrepor Luminária industrial/comercial Luminária publica Medidor de radiação p/aparelho de raio x Monitor de umidade em óleo Monitor hospitalar de beira de leito No-break rotativo No-break-sistema p/fornecimento ininterrupto de energia Painel de comando p/alarme Painel elétrico de proteção/comando/distribuição Painel mosaico/sinótico Painel sinótico p/controle de rota (controle tráfego) Painel/cabine/cubículo p/sistema energia alta tensão Painel/cabine/cubículo p/sistema energia baixa tensão Painel/cabine/cubículo p/sistema energia media tensão Painel/quadro/mesa de comando naval Painel/quadro/mesa p/comando/controle equipamento indl Porta-escova p/motor elétrico Projetor p/iluminação Reatores diversos p/sistemas elétricos de potencia Regulador de tensão p/sistemas de potencia Regulador eletrônico p/turbina hidráulica/hidrogerador Relé de proteção/supervisão p/sistema elétrico Relés p/diversas aplicações
SP
396
No Empresa Linha de Produtos Estado
42 Siemens
Seccionador p/operação com carga Seccionador p/operação sem carga Serviço de reforma em gerador/motor elétrico Serviço de reforma em transformador Sinalizador acústico e visual p/alarme de incêndio Sinalizador acústico/visual de alarme Sirene p/alarme Sistema de controle distribuído Sistema de monitoração de transformador Sistema de sinalização p/ferrovia/metro (tráfego) Subestação blindada Subestação compacta Subestação movel Subestação retificadora Subestações Tomada de embutir em parede Tomada de embutir no piso Tomada de sobrepor Tomada industrial de sobrepor Transformador de corrente Transformador de corrente industrial Transformador de potencial capacitivo Transformador de potencial industrial Transformador de potencial indutivo Transformador p/forno Transformador/autotransformador de distribuição Transformador/autotransformador de forca Transformador/autotransformador indl a seco/resina Transformador/autotransformador indl especiais Trilho p/montagem de conector Turbogerador a gás Turbogerador a vapor
PR
43 Sony
Aparelho de áudio portátil-cd player Aparelho de áudio portátil-mp3/mp4 player Aparelho de som conjugado (micro/mini system) Auto-radio (CD/MP3 players/DVD) Câmera de vídeo-filmadora Câmera fotográfica digital Computador portátil Gravador de DVD Radio gravador Sistema home theater Televisor-LCD Toca disco modular a laser Vídeo disco digital (DVD)
SP
44 Sulton
Carregador de bateria com fonte chaveada Central de alarme contra roubo e acessórios Cerca elétrica Controle remoto p/central de alarme Controle remoto p/porta automática Discador automático p/sistema de alarme Fonte de alimentação Sensor infravermelho p/sistema de segurança Sensor magnético p/sistema de segurança Sensor magnético por RF p/sistema de alarme Sirene p/alarme
PR
397
No Empresa Linha de Produtos Estado
45 Teikon Montagem de placa circuito impresso-componente convenc Montagem de placa circuito impresso-componente smd Montagem/teste de produtos eletrônicos
RS
46 Thevear
Amplificador de potencia p/antena Amplificador de sinal p/antena (booster) Antena coletiva Antena doméstica: TV-externa, TV-interna Central portaria Circuito Fechado de Televisão-CFTV Conversor de sinal p/antena Distribuidor de sinal p/antena Divisor de frequencia p/antena Intercomunicador Misturador/equalizador de frequencia p/antena Modulador de áudio e vídeo p/antena Porteiro Eletrônico Receptor de sinais de vídeo/áudio via satélite Separador de VHF/UHF p/antena Sinalizador Acústico/Visual de Alarme Tomada de alta frequencia p/antena Vídeo Porteiro
SP
47 Tron
Controlador de energia-corte e religamento automático Controladores: nível, temperatura Conversor serial p/tcp/ip ethernet Dosador de líquido p/lavanderia/cozinha/tratamento água Fonte p/redução consumo energia em rede de iluminação Gerador trifásico p/simulação e teste em equipamentos Indicador digital de temperatura Pára-raios de baixa tensão Protetor contra surto/transiente em circuito alimentação Relé: auxiliar, proteção, tempo, térmico Relé de proteção p/motor elétrico Relé de proteção térmica Relés p/diversas aplicações Sensor: nível, proximidade capacitivo Sistema de controle acesso a armários/ambientes telefon Sistema de supervisão/controle/aquisição de dados Temporizador Temporizador p/eventos cíclicos Timer programável Totalizador horário
PE
48 Upsai Sensor Infravermelho p/Sistema de Segurança SP
49 Vertex Iluminação de Emergência Luminária residencial/decorativa
RS
50 VMI Equipamento de raio X p/inspeção de bagagem/carga MG
398
No Empresa Linha de Produtos Estado
51 WEG
Acionamentos de Corrente Alternada Bornes e Réguas de Bornes Botoeiras e Sinalizadores Capacitores de Correção de Fator de Potência Centros de Controle de Motores (CCM) Convencionais Centros de Controle de Motores (CCM) Inteligentes Chaves de Partida Compensadora Chaves de Partida Direta Chaves de Partida Estrela-Triângulo Chaves de Partida Soft-Starters Chaves Seccionadoras Componentes para Comando, Controle, Proteção e Sinalização Contatores de Comando e de Força Controladores Lógicos Programáveis Conversores de Frequência Conversores de Frequência Com PLC Disjuntores Termomagnéticos Disjuntores DM Caixa Moldada Disjuntores-Motor Fusíveis Tipo D e Nh Interfaces Homem-Máquina Inversores de Frequência Inversores de Frequência Com PLC Motores de Corrente Alternada Painéis de Comando e Controle em Baixa e Média Tensão Quadros de Distribuição Elétrica Relés de Nível Relés de Sobrecarga Relés Inteligentes Relés Programáveis Relés Temporizadores Sistemas de Automação e Controle de Máquinas Sistemas de Automação e Controle de Processos Sistemas Supervisórios Sistemas de Supervisão e Controle Soft-Starters
SC
399
ANEXO VII - Principais Produtos Comerciais Fabricados
no Mercado Nacional de Automação Predial-Residencial
Quadro 38: Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automação Predial-Residencial. Fonte: ABINEE, 2009.
Item Especificação do Produto
1 Acionador de Alarme de Incêndio
2 Acionamentos de Corrente Alternada
3 Automatização de Porta e Portao
4 Aviso Luminoso P/Saída de Veiculo
5 Backup P/Painel de Centrais de Alarme
6 Botoeiras e Sinalizadores
7 Cabeça de Comando Elétrico P/Sistema Combate Incêndio
8 Câmera Móvel-Domo
9 Câmera P/Circuito Fechado de Televisão
10 Cancela Automática P/Veiculo
11 Canhão de Iluminação Infravermelha P/CFTV
12 Capacitores de Correção de Fator de Potência
13 Central de Alarme Contra Roubo e Acessorios
14 Central de Alarme de Incêndio
15 Central Decodificadora de Telealarme
16 Central Portaria
17 Central Receptora de Rádio
18 Centros de Controle de Motores (CCM) Convencionais ou Inteligentes
19 Cerca Elétrica
20 Chave de Segurança Biométrica
21 Chaves de Partida Compensadora
22 Chaves de Partida Direta
23 Chaves de Partida Estrela-Triângulo
24 Chaves de Partida Soft-Starters
25 Chaves Seccionadoras
26 Circuito Fechado de Televisão-CFTV
27 Claviculario Eletrônico
28 Codificador de Rádio Alarme
29 Codificador P/Rádio Monitoramento
30 Coletor Transmissor de Dados P/Sistema de Alarme
31 Componentes para Comando, Controle, Proteção e Sinalização
32 Comunicador de Dados por Gprs/Ethernet-Segurança
400
Item Especificação do Produto
33 Comunicador GPRS/IP P/Telecomando/Telecontrole
34 Console de Operação P/Câmera Móvel
35 Contatores de Comando e de Força
36 Controlador de Acesso em Terminais por Fichas/Bilhetes
37 Controlador de Panoramizador-Pan/Tilt
38 Controle Remoto P/Porta Automática
39 Controle/Registro/Coleta de Dados-P/Acesso/Ponto/Rota
40 Conversores de Frequência
41 Conversores de Frequência com PLC
42 Cortina de Luz
43 Detector de Chama/Faisca P/Sistema de Alarme Incêndio
44 Detector de Gás Residencial
45 Detector de Metal P/Revista Pessoal Fixo/Portatil
46 Detector de RF/Tel Celular/Celular Espião/Câmera Oculta
47 Detector Infravermelho/UV P/Sistema de Alarme Incêndio
48 Detector Ionico de Fumaca P/Sistema de Alarme Incêndio
49 Detector Óptico de Fumaca P/Sistema Alarme Incêndio
50 Detector Térmico P/Sistema de Alarme Incêndio
51 Detector Termovelocimetrico P/Sistema Alarme Incêndio
52 Discador Automático P/Sistema de Alarme
53 Disjuntores
54 Dispositivo P/Senha Digital
55 Dispositivos Diversos P/Sistema de Alarme Incêndio
56 Equipamento de Rádio Monitoramento de Alarme
57 Equipamento Segurança C/Câmara Fotográfica Operada Remotamente
58 Fechadura Elétrica
59 Fusíveis Tipo D E Nh
60 Gravador Digital de Vídeo P/CFTV (DVR)
61 Iluminação de Emergência
62 Integrador Sistema-Automação Ar-Condicionado/Iluminação
63 Integrador Sistema-Automação Predial e Segurança
64 Integrador Sistema-CFTV
65 Integrador Sistema-Contra Roubo/Intrusão
66 Integrador Sistema-Controle de Acesso P/Área Restrita
67 Integrador Sistema-Detecção/Combate de Incêndio
68 Interfaces Homem Máquina
69 Inversores de Frequência
70 Inversores de Frequência Com PLC
401
Item Especificação do Produto
71 Maleta P/Monitoramento/Gravação de Áudio/Vídeo Sem Fio
72 Microcâmera Sem Fio
73 Microfone Sem Fio P/Escuta de Ambientes
74 Modulo de Monitoramento Integrado P/Câmera Móvel-Domo
75 Monitor de Vídeo/Áudio Com/Sem Receptor
76 Motores de Corrente Alternada
77 Painéis de Comando E Controle Em Baixa E Média Tensão
78 Painel de Comando P/Alarme
79 Panoramizador-Pan/Tilt
80 Placa de Captura Digital de Imagens
81 Porteiro Eletrônico
82 Porteiro Eletrônico Sem Fio
83 Processador de Interface em Tempo Real
84 Processador de Rede em Tempo Real
85 Processador P/Controle de Acesso em Tempo Real
86 Processador P/Monitoramento em Tempo Real
87 Quadriculador de Imagem-Pb/Cor
89 Quadros de Distribuição Elétrica
90 Receptor de Dados por Gprs/Ethernet-Segurança
91 Receptor de Vídeo/Áudio P/Microcâmera
92 Relés de Nível
93 Relés de Sobrecarga
94 Relés Inteligentes
95 Relés Programáveis
96 Relés Temporizadores
97 Relógio Elétrico/Eletrônico de Ponto
98 Sensor Infravermelho P/Sistema de Segurança
99 Sensor Magnético P/Sistema de Segurança
100 Sensor Magnético por RF P/Sistema de Alarme
101 Sinalizador Acustico e Visual P/Alarme de Incêndio
102 Sinalizador Acustico/Visual de Alarme
103 Sinalizador de Advertencia P/Obras
104 Sinalizador Visual P/Edificio/Torre
105 Sirene P/Alarme
106 Sistema de Controle de Acesso a Áreas Restritas
107 Sistema de Monitoramento de Ambiente-Segurança
108 Sistema Integrado de Automação Predial E Segurança
109 Sistema Integrado de Supervisão E Controle P/Segurança
402
Item Especificação do Produto
110 Sistema Rádio Monitoramento P/Segurança-Acesso/Incêndio
112 Sistema Telefonico de Emergência
113 Sistemas de Automação e Controle de Máquinas
114 Sistemas de Automação e Controle de Processos
115 Sistemas de Supervisão e Controle
116 Sistemas Supervisórios
117 Soft-Starters
118 Software P/Controle de Acesso
119 Teclado P/Controle de Acesso
120 Tele Alarme P/Monitorização
121 Terminal de Acesso P/Estacionamento
122 Terminal de Acesso-Catraca
123 Transformador de Impedancia P/CFTV (Balun)
124 Transmissor Portatil de Vídeo/Áudio
125 Transmissor/Receptor de Rf P/Sistema de Segurança
126 Transmissor/Receptor de Vídeo Via Rede Elétrica
127 Transmissor/Receptor P/Controle Base Móvel de Câmera
128 Unidade Gerenciadora de Comando e Vídeo P/Câmera Móvel
129 Valvula de Retencao P/Sistema Combate Incêndio
130 Vídeo Porteiro
403
ANEXO VIII - Empresas Nacionais - Automação Comercial
Quadro 39: Empresas Nacionais de Automação Comercial. Fonte: ABINEE, 2009.
No Empresa Linha de Produtos Estado
1 ACS
Cartão Modular de Entrada e Saída SP
2 AIDC Impressora Térmica SP
3 APB Controlador Entrada Passageiros por Leitor Magnético Controlador entrada passageiros-leitor cartão s/contato
SP
4 Balluf Sistema de Identificação com Etiqueta Eletrônica SP
5 Bematech
Balanças
Coletor de dados portátil/fixo
Gaveta de dinheiro p/equipamento de automação comercial
Impressora de cheques
Impressora fiscal
Impressora matricial
Impressora p/ código de barras
Impressora térmica
Impressoras diversas
Interface display
Leitora de código de barras/CMC-7
Leitora óptica p/aplicações diversas
Mecanismo p/impressora
Micro terminal
Modem
PR
6 Brtec Relógio de Parede SP
7 Contronics Sistema p/Controle de Rondas SC
8 Dataregis
Impressoras Diversas Integrador Sistema-Automação Comercial Modem GSM/GPRS Software p/ Automação Comercial Terminal de Consulta de Preço Terminal de Ponto de Venda
SP
9 Digicon Coletor de Dados Portátil/Fixo Controlador Entrada Passageiros por Leitor Magnético Controlador entrada passageiros-leitor cartão s/contato
RS
10 Elgin Impressora p/ Código de Barras SP
11 Eliseu Kopp
Painel Elétrico p/Mensagens Publicitárias-Triedro Painel Eletrônico p/ Mídia Externa Painel p /Informação Visual-Indústria/Comércio/Prédio Painel p/ Publicidade e Indicação de Horas/Temperatura Placar Eletrônico Poliesportivo
RS
12 Engebras Controle Eletrônico de Estacionamento Público (Tráfego) SP
13 Gertec
Computador Compacto p/Automação Comercial Display p/consumidor Microterminal de Automação Comercial Modem GSM/GPRS Teclado p/Equipamento de Automação Comercial Terminal de Consulta de Preço
SP
14 IBM Sistema p/Atendimento ao Público-Terminal/Painel Senhas SP
404
No Empresa Linha de Produtos Estado
15 Imply
Painel Eletrônico p/ Mídia Externa Painel p /Informação Visual-Indústria/Comércio/Prédio Painel p/ Publicidade e Indicação de Horas/Temperatura Placar Eletrônico Poliesportivo
RS
16 I-Vision Câmera Industrial de Imagem e Visão MG
18 Itautec
Impressora fiscal
Integrador sistema-automação comercial Microcomputador para automação comercial
Sistema p/atendimento ao público-terminal/painel senhas
Software p/automação comercial
Teclado p/ automação comercial Terminal de auto atendimento p/ checkout
Terminal de consulta
Terminal de consulta multimídia-totem ou quiosque
Terminal de pagamento de contas Terminal de ponto de venda
SP
19 Mecaf Impressora Térmica Impressoras Diversas
SP
20 Menno Impressora Térmica Modulo Gaveteiro p/Automação Comercial
RS
21 Procomp
Impressora Térmica Integrador Sistema-Automação Comercial Terminal de Atendimento – SUS Terminal de Ponto de Venda Terminal Lotérico
SP
22 Sagem-Orga Cartão Inteligente SP
20 Serttel Integrador Sistema-Estacionamento Público P/VE Sistema de Monitoramento/Rastreamento Veículos (GPS)
PE
23 Shempo
Painel Elétrico p/ Mensagens Publicitárias-Triedro Painel Eletrônico p/ Mídia Externa Painel p /Informação Visual-Indústria/Comércio/Prédio Painel p/ Publicidade e Indicação de Horas/Temperatura Relógio Digital Outdoor Relógio e Termômetro Digital p/ Painel Publicitário Sistema p/Atendimento ao Público-Terminal/Painel Senhas
SP
25 Sweda
Computador Compacto p/Automação Comercial Impressora Térmica Leitora Ótica com Balança Eletrônica Microterminal de Automação Comercial Pistola Laser p/ Leitura de Código de Barras Terminal de Ponto de Venda Touchscreen p/ Automação Comercial
SP
26 Tecpoint Máquina Automática de Impressão de Carimbos SP
27 TESC Controle Eletrônico de Estacionamento Público (Tráfego) SP
28 Unisys Integrador Sistema-Automação Comercial Terminal de Ponto de Venda
SP
405
ANEXO IX - Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado
Nacional de Automação Comercial
Quadro 40: Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automação Comercial.
Fonte: ABINEE, 2009.
Item Especificação do Produto
1 Câmera Industrial de Imagem e Visão
2 Cartao Inteligente
3 Cartao Magnético/de Código de Barras
4 Cartao Modular de Entrada/Saída
5 Coletor de Dados Portatil/Fixo
6 Computador Compacto P/Automação Comercial
7 Computador de Pequeno Porte (Mac)-Comércio
8 Controlador de Abastecimento de Frota de Veiculos
9 Controlador Eletrônico P/Fila Unica
10 Controlador Entrada Passageiros por Leitor Magnético
11 Controlador Entrada Passageiros-Leitor Cartao S/Contato
12 Controlador Entrada Passageiros-Leitor Ótico/Indutivo
13 Controladora Remota de Terminais
14 Controle Eletrônico de Estacionamento Público (Tráfego)
15 Display P/Consumidor
16 Equipamento de Automação Postal
17 Equipamento de Reconhecimento de Fala
18 Equipamento P/Inserir Informações em Banco Dados Via Fax
19 Equipamento P/Rastreamento/Autenticação de Objeto
20 Etiqueta Eletrônica Anti-Furto/Rígida
21 Impressora P/Código de Barras
22 Impressora Térmica
23 Impressoras Diversas
24 Integrador Sistema-Automação Comercial
25 Integrador Sistema-Empresarial
26 Integrador Sistema-Estacionamento Rotativo Público P/Veículos
27 Leitora Optica com Balanca Eletrônica
28 Leitora Optica P/Aplicações Diversas
29 Máquina Automática de Impressão de Carimbos
30 Microterminal de Automação Comercial
31 Modem GSM/GPRS
32 Modulo Gaveteiro P/Automação Comercial
406
Item Especificação do Produto
33 Painel de Imagem Digital-Outdoor
34 Painel Elétrico P/Mensagens Publicitárias - Triedro
35 Painel Eletrônico P/Midia Externa
36 Painel P/Informação Visual-Aeroporto/Metro/Rodoviária
37 Painel P/Informação Visual-Indústria/Comercio/Predio
38 Painel P/Publicidade e Indicação de Horas/Temperatura
39 Painel P/Publicidade/Resultado em Estádios
40 Painel Rotativo P/Mensagens Publicitarias em Estadios
41 Pistola Laser P/Leitura de Código de Barras
42 Placar Eletrônico Poliesportivo
43 Relógio de Parede
44 Relógio de Vigia
45 Relógio Digital-Outdoor
46 Relógio e Termômetro Digital P/Painel Publicitário
47 Relógio Sinaleiro Digital
48 Sistema de Identificação com Etiqueta Eletrônica
49 Sistema de Monitoramento/Rastreamento Veiculos por GPS
50 Sistema de Vigilancia Eletrônica de Mercadoria
51 Sistema P/Atendimento ao Público-Terminal/Painel Senhas
52 Sistema P/Controle de Rondas
53 Software P/Automação Comercial
54 Software-Plataforma de Segurança Empresarial
55 Teclado P/Equipamento de Automação Comercial
56 Terminal de Atendimento-Sus
57 Terminal de Consulta de Preço
58 Terminal de Ponto de Venda
59 Terminal Loterico
60 Terminal Touchscreen P/Automação Comercial
61 Transponder-Rf Tag-Etiqueta Eletrônica de Leitura RF
407
ANEXO X - Empresas Nacionais - Automação Bancária
Quadro 41: Empresas Nacionais de Automação Bancária. Fonte: ABINEE, 2009.
No Empresa Linha de Produtos Estado
1 AIDC Impressora Fiscal SP
2 Alcatel-Lucent Terminal de Comunicação Terminal de Consulta Terminal de Vídeo-Texto
SP
3 Amelco Sistema de Controle de Acesso p/Atm SP
5 Braview Monitor de Vídeo p/ Informática - LCD MG
6 Bull Integrador Sistema-Automação Bancária SP
7 Canon Equipamento Multifunção- Impressora/Copiador/Scanner/Fax SP
8
CIS
Leitor/Gravador de Cartões Inteligentes (Smart Cards) Leitora de Cartão Magnético Leitora de Código de Barras/CMC-7
SP
9 Cobra
Computador de Médio Porte Integrador Sistema-Automação Bancária Terminal de Auto Serviço Bancário-Saque/Depósito/Extrato Terminal de Caixa Automático
RJ
10 Daiken Integrador Sistema-Salas de Auto-Atendimento P/Bancos SP
11 Daruma Impressora Fiscal SP
12 Dataregis Caixa Registradora Eletrônica Impressora Fiscal Terminal de Consulta
SP
13 Dell Computador de Médio Porte RS
14 Digicon
Equipamento Multifunção- Impressora/Copiador/Escaner/Fax SP
15 Elgin Impressora Matricial SP
16 Envision Monitor de Vídeo p/ Informática - LCD SP
17 Epson Impressora Fiscal Impressora Jato de Tinta Impressora Matricial
SP
18 Esystech Software p/Controle de Ativo de TI Software p/Gerenciamento de Rede de Computadores
PR
19 Gertec
Leitor/Gravador de Cartões Inteligentes (Smart Cards) Leitora de Cartão Magnético Leitora de Código de Barras/CMC-7 Micro terminal com Display em Cristal Líquido Terminal de Transferência Eletrônica de Fundos
SP
20 HP
Computador de Médio Porte Equipamento Multifunção- Impressora/Copiador/Escaner/Fax Impressora Jato de Tinta Impressora Laser
SP
408
No Empresa Linha de Produtos Estado
21 IBM
Computador de Grande Porte Computador de Médio Porte Terminal de Auto Serviço Bancário-Saque/Depósito/Extrato Terminal de Caixa Automático Terminal de Caixa Bancário Terminal de Consulta Terminal de Consulta Multimidia-Totem ou Quiosque Terminal Dispensador de Talão / Folha de Cheques
SP
22 Imply Terminal de Consulta Multimidia-Totem ou Quiosque RS
23 Itautec
Integrador sistema-automação bancária
Microcomputador para automação bancária
Software p/automação bancária
Terminal de auto serviço bancário-saque/depósito/extr/.
Terminal de caixa automático
Terminal de caixa bancário
Terminal de transferência eletrônica de fundos
Terminal dispensador de cédulas
Terminal dispensador de talão/folha de cheque
SP
24 Konica Minolta
Copiadora/Duplicadora/Máquina Reprográfica SP
25 Lexmark Impressora Jato de Tinta Impressora Laser
SP
26
LG Monitor de Vídeo p/ Informática – CRT Monitor de Vídeo p/ Informática - LCD
SP
27 Mecaf
Impressora Fiscal Impressora p/Autenticação de Documentos Leitor/Gravador de Cartão Magnético Leitora de Código de Barras/CMC-7
SP
28 Menno Aparelho P/ Verificação de Autenticidade de Papel Moeda Cofre com Fechadura Eletrônica
RS
29 Microtarget Modulo Terminal de Vídeo SP
30 Mineoro Porta de Acesso Giratória p/ Segurança RS
31 Motorola Leitora de Código de Barras/CMC-7 SP
32 NCR Integrador Sistema-Automação Bancária PR
33 Nilko Cassete P/ Máquina Dispensadora de Moedas PR
34
Oki Impressora LED Impressora Matricial
SP
35 Positivo Computador de Médio Porte Software p/Gerenciamento de Rede de Computadores
PR
36 Procomp
Computador de Médio Porte Impressora Matricial Impressora p/Autenticação de Documentos Integrador Sistema-Automação Bancária Terminal de Auto Serviço Bancário-Saque/Depósito/Extrato Terminal de Caixa Automático Terminal de Caixa Bancário Terminal de Consulta Terminal de Consulta Multimidia-Totem ou Quiosque Terminal de Pagamento de Contas Terminal de Transferência Eletrônica de Fundos Terminal Dispensador de Talão / Folha de Cheques Terminal Financeiro
SP
37 Sagem Leitora de Cartão com Chip SP
409
No Empresa Linha de Produtos Estado
38 Samsung Equipamento Multifunção- Impressora/Copiador/Escaner/Fax Impressora Laser Monitor de Vídeo p/ Informática - LCD
SP
39 Semp Toshiba Monitor de Vídeo p/ Informática - LCD SP
40 Sweda
Caixa Registradora Eletrônica Impressora de Cheques Impressora Fiscal Impressora p/Autenticação de Documentos Leitora de Código de Barras/CMC-7
SP
41 Technometal Cofre P/ATM Gabinete P/Automação Bancária
SP
42
Tecpoint Impressora p/Autenticação de Documentos Leitora de Código de Barras/CMC-7 Terminal de Pagamento de Contas
SP
43 Xerox Copiadora/Duplicadora/Máquina Reprográfica Equipamento Multifunção- Impressora/Copiador/Escaner/Fax Impressora Laser
RJ
44 ZPM Impressora Fiscal RS
410
ANEXO XI - Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado
Nacional de Automação Bancária
Quadro 42: Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automação Bancária.
Fonte: ABINEE, 2009.
Item Especificação do Produto
1 Aparelho de Revista de Pessoal por Amostragem
2 Aparelho P/Verificação de Autenticidade de Papel Moeda
3 Caixa Registradora Eletrônica
4 Cassete P/Máquina Dispensadora de Moedas
5 Cofre Com Fechadura Eletrônica
6 Cofre P/ATM
7 Computador de Grande Porte
8 Computador de Medio Porte
9 Copiadora/Duplicadora/Máquina Reprografica
10 Datador/Carimbador Automatico
11 Dispensador Automatico de Cédulas P/Caixa
12 Emulador de Terminal de Vídeo
13 Equipamento Multifuncao-Impressora/Copiador/Escaner/Fax
14 Equipamento P/Contagem E Selecao de Cédulas
15 Gabinete P/Automação Bancária
16 Gaveta de Dinheiro P/Equipament0 de Automação Comercial
17 Guarda Volumes Eletrônico
18 Impressora de Cheques
19 Impressora Fiscal
20 Impressora Jato de Tinta
21 Impressora Laser
22 Impressora Led
23 Impressora Matricial
24 Impressora P/Autenticação de Documentos
25 Integrador Sistema-Automação Bancária
26 Integrador Sistema-Salas de Auto-Atendimento P/Bancos
27 Leitor/Gravador de Cartao Magnético
28 Leitor/Gravador de Cartoes Inteligentes (Smart Cards)
29 Leitora Classificadora de Cheques
30 Leitora de Cartao com Chip
31 Leitora de Cartao Magnético
32 Leitora de Cheques
411
Item Especificação do Produto
33 Leitora de Código de Barras/CMC-7
34 Mecanismo Depositario
35 Mecanismo Dispensador de Cédula
36 Microterminal Com Display em Cristal Líquido
37 Modulo Sensor Óptico P/Leitura de Código de Barras
38 Modulo Terminal de Vídeo
39 Monitor de Cristal Líquido Com Touchscreen
40 Monitor de Vídeo P/Informática-CR
41 Monitor de Vídeo P/Informática-LCD
42 Porta de Acesso Giratória P/Segurança
43 Sistema de Controle de Acesso P/ATM
44 Software P/Automação Bancária
45 Software P/Controle de Ativo de TI
46 Software P/Gerenciamento de Rede de Computadores
47 Terminal de Auto Serviço Bancário-Saque/Depósito/Extr/.
48 Terminal de Caixa Automático
49 Terminal de Caixa Bancário
50 Terminal de Coleta/Consulta de Dados
51 Terminal de Comunicação
52 Terminal de Consulta
53 Terminal de Consulta Multimidia-Totem ou Quiosque
54 Terminal de Pagamento de Contas
55 Terminal de Pagamento de Contas/Dispensador de Cartões
56 Terminal de Transferência Eletrônica de Fundos
57 Terminal de Vídeo
58 Terminal de Vídeo-Texto
59 Terminal Depositário de Cédulas
60 Terminal Dispensador de Cédulas
61 Terminal Dispensador de Talão/Folha de Cheque
62 Terminal Financeiro
63 Terminal P/Transação Comercial Via Cartão
64 Unidade Digital de Armazenamento de Dados em Disco
65 Verificadora/Impressora de Cheques
412
ANEXO XII – Empresas atuantes no Setor de Eletrônica para
Automação
Quadro 43: Empresas Atuantes no Setor de Eletrônica para Automação. Fonte: ABINEE/SINAEES, 2009.
No Empresa Área Estado
1 Abancar Comercial (AP) SP
2 ABB (AI) SP
3 Able (AI) SP
4 Acces (AI, AP) SP
5 Ace Schmersal (AI) SP
6 Acros Automação Industrial (AI) SP
7 ACS (AI, AC) SP
8 Actaris (AI) SP
9 Actron (AI) SP
10 Advantech (AI) SP
11 Aegis Semicondutores Ltda. (AI) SP
12 AES (AI, AP) SP
13 Aeroeletrônica Ind. Comp. Aviônicos S/A (AI) RS
14 Agena (AP) RJ
15 Agilent (AI) SP
16 AIDC (AC, AB) SP
17 Alarm Wolx (AP) SP
18 ALbarsch (AI) RS
19 Alcatel-Lucent (AP, AB) SP
20 Alstom Hydro Energia Brasil (AI) SP
21 Alta Segurança Ind. E Com. (AI) SP
22 Altus Sistemas de Informática S.A. (AI, AP) RS
23 Amelco (AP, AB) SP
24 Analion Ind. E Com. (AI) SP
25 Anixter do Brasil (AP) SP
26 APB (AC, AI) SP
27 Areva (AI, AP) SP
28 Arteche EDC (AI)
PR
29 ASCA Equip. Ind. (AI) RJ
30 Asten (AI) SP
31 Atan Ciência da Informação (AI) MG
32 ATEEI Equip. Elet. (AI) PR
413
No Empresa Área Estado
33 ATI (AI, AP) SP
34 Áudiolab (AI) MG
35 Aureon (AP) SP
36 Automação ICS (AI) MG
37 Autron (AI) SP
38 AUXXI Sistema Eletrônicos (AI) SP
39 Avibras Ind. Aeroespacial (AI) SP
40 AZ (AI, AP) RS
41 Aztec Sistemas (AI) SP
42 Balluff (AI, AC)
SP
43 BCM Engenharia Ltda. (AI) RS
44 Bematech Ind. Com. Equip. Eletrônicos S/A (AC, AB) PR
45 BI2TI (AI) MG
46 Biometrus (AP) MG
47 BMS (AI) MG
48 Boc Edwards Brasil (AI) SP
49 Brapenta Eletrônica LTDA (AI, AP) SP
50 Brascontrol (AI) SP
51 Braview (AB) MG
52 Brink Mobil Equip. Educacionais (AI) PR
53 Brtec (AC) SP
54 Brumark (AI) SP
55 BSE Sistemas Eletrônicos LTDA (AI) SP
56 Bucka (AP) SP
57 Bull (AB) SP
58 CAM Brasil Multiserviços (AI) RJ
59 Canon (AB) SP
60 Carmon Ind. Eletrônica (AI) SP
61 CAS (AI) SP
62 CCK Automação LTDA (AI) SP
63 Cegelec (AI, AP) SP
64 Cerâmica Santa Terezinha S/A GTD (AI) SP
65 Chimbo (AI) SP
66 CIS (AB) SP
67 Cobra (AB) RJ
68 Coel Controles Elétricos Ltda. (AI, AP) SP
69 Coester Automação S.A. (AI) RS
70 Cofibam (AI) SP
414
No Empresa Área Estado
71 Colortec Iluminação Técnica (AP) SP
72 Compatec (AP) RS
73 Compsis – Computadores Sist. Ind. Com. LTDA
(AI) SP
74 Comtex (AP) SP
75 Conaut Controles Automáticos (AI) SP
76 Condata (AI) RS
77 Conexel (AI) SP
78 Confor Instrum. De Medição (AI) SP
79 Conprove Ind. E Com. (AI) SC
80 Consensum Ind. E Com. (AI) SP
81 Consistec (AI) SP
82 Contech (AI) SP
83 Controles Gráficos Daru (AI) RJ
84 Comtemp (AI) SP
85 Contrasin Indústria e Comércio LTDA (AI) MG
86 Controle Eng (AI) MG
87 Contronics (AC) SC
88 CP Eletrônica S/A (AI) RS
89 CPDIA – Centro de Pesq. e Desenv. Inform e Aut.
(AI) SP
90 Cronotec Eletrônica LTDA (AI) SP
91 CTC – Centro Tecn. Desenvolvimento de Campinas
(AP) SP
92 CTF Tcnologies do Brasil LTDA (AI) SP
93 Curtis Eletrônica (AI) SP
94 Daiken (AB) SP
95 Daitech (AI) PR
96 Dani Condutores (AP) SP
97 Daruma (AB) SP
98 Datacabos (AP) RS
99 Datanav Engenharia LTDA (AI) SP
100 Dataprom (AI, AP) PR
101 Dataregis (AC, AB) SP
102 Decibel (AP) SP
103 Dell (AB) RS
104 Denise Brandemburg Scholz (AI) SC
105 Detector Eletr. BR (AI, AP) RJ
106 Dettecta Sist. de Segurança (AP) SP
107 Deutschebras Iman (AP) SP
415
No Empresa Área Estado
108 DI Elétrons (AI) MG
109 Digicon S/A (AI, AP, AC, AB) RS
110 Digimat (AI) SP
111 Digimec (AI) SP
112 Digistar Telecomunicações S/A Telecomunicação
(AI, AP) SP
113 Digisystem (AI) PR
114 Digitel S/A Indústria Eletrônica Telecomunicação
(AI, AP, AC) RS
115 Dimas de Melo Pimenta SIS Ponto ACES (AI, AP) SP
116 Dimelthoz (AI) RS
117 Dover (AI) RS
118 Dresser (AI) SP
119 Durcon Equip. Ind. (AI) SP
120 ECB (AI) SP
121 Ecil Informática Indústria e Com Ltda (AI, AP) SP
122 Efacec (AI) SP
123 Eicasa (AI) SP
124 Eirich Industrial (AI) SP
125 Elepot (AI) RJ
126 Eletrocontroles Varitec (AI, AP) SP
127 Eletromatic (AI, AP) SP
128 Eletrônica Lidbom (AP) RS
129 Eletropar Eletromecânica (AP) PR
130 Eletroppar (AI, AP) SP
131 Eletrotela Tecnologia digital (AI) MG
132 Eletrothermo (AI) SP
133 Elgin (AC, AB) SP
134 Eliseu Kopp (AI, AC) RS
135 Elo Sistemas Eletrônicos S/A GTD (AI)
RS
136 Elster (AI) RS
137 Emerson Process Management (AI) SP
138 Engebras (AC) SP
139 Engeletro (AI) MG
140 Engetron Eng. Eletr. Indústria e Com Ltda (AI) MG
141 Engistrel (AI) SP
142 Engro (AI) SP
143 Enmetec (AI, AP) SP
144 Ensec Enga Sist. de Segurança (AP) SP
416
No Empresa Área Estado
145 Envision (AB) SP
146 EPP (AI, AP) SP
147 Epson (AB) SP
148 Equipe-Equips (AI) SP
149 Escher Inst. Ind. (AI) RJ
150 Escontrol (AI) SP
151 Esystech (AI, AB) PR
152 Exacta (AI) SP
153 Exata Inst. Eletrônica (AP) SC
154 Exatron (AP) RS
155 Ezamv (AP) RJ
156 Fábrica de Manômetros Record (AI) SP
157 FAE Ferragens e Aparelhos Elétricos S/A GTD
(AI, AP) CE
158 Famabras (AI) SP
159 Fascitec (AI) SP
160 Festo (AI) SP
161 Filizola S.A. Pesagem e Automação (AI) SP
162 Fluid Ind. Com. Cont. Automáticos (AI) SP
163 Fockink (AI) RS
164 Fokus Brasil Sinalização Viária (AI) SP
165 Force Line Ind. Com. Comp. Eletrônicos Ltda. Informática
(AI, AP) SP
166 Fort Knox (AP) SP
167 Fotosensores Tec. Eletronica (AI) CE
168 Frata (AI) SP
169 FT (AI) SP
170 Full Gauge (AI) RS
171 GA Energia S/A (AI) SP
172 Garen (AP) SP
173 GE (AI, AP) SP
174 Gertec (AC, AB)
SP
175 GLOBAL (AI) SP
176 GLOBUS (AP) RS
177 GTA (AI) SP
178 Hahntel - Pollux (AI) SC
179 Hasco (AI) SP
180 HDL (AP) SP
181 Helmut Mauell (AI) SP
417
No Empresa Área Estado
182 Helzin (AI) SP
183 Henry Equip. Eletrônicos (AP) PR
184 Heraeus (AI) SP
185 HI Tecnologia (AI) SP
186 Hiter (AI) SP
187 Hobeco (AI) RJ
188 Honeywell do Brasil (AI) SP
189 Hossoi (AP) SP
190 HP (AB) SP
191 Hytronic (AI) SP
192 IBM (AC) SP
193 IBRACON (AI) RS
194 ICP (AI) SP
195 Imply (AP, AC, AB) RS
196 IMS (AI) RS
197 Incontrol (AI) SP
198 Ind. E Com. Barcha (AI) SP
199 Ind. Elétricas Elite S/A - Inelsa (AI) CE
200 Ineltec Tecnologias (AP) SP
201 Infranav (AI) RJ
202 Ingeteam (AI) SP
203 Inova (AI) RS
204 Instrutech (AI) SP
205 Intelbras S/A Ind. Telecom. Eletrônica Brasileira
Telecomunicação (AP, AC)
SC
206 Interdidactic Sistemas Educacionais (AI) SP
207 Invensys (AI) SP
208 IOPE (AI) SP
209 Ipsis Sistemas de Controle (AI) SP
210 Italterm (AI) SP
211 Itautec S/A Informática (AB, AC)
SP
212 I-Vision (AI, AC) MG
213 João Wagner Wood Rossi - Telebell (AI) DF
214 Johnson Controles (AP) SP
215 Jonhis (AI) SP
216 Kap (AI) SP
217 Karrow (AI) PR
218 KL Ind. E Com. (AP) RS
418
No Empresa Área Estado
219 Koblitz (AI) SP
220 Kodo (AP) BA
221 Konica Minolta (AB) SP
222 Kratos Dinamômetros (AI) SP
223 KRON (AI) SP
224 Kuttner (AI) MG
225 KVA (AP) RS
226 Labramo (AP) SP
227 Landis+Gyr (AI) PR
228 Lase (AP) RJ
229 LCA (AP) SP
230 Leucotron Equipamentos Ltda. Telecomunicação
(AP, AC) MG
231 Leuze Electronic (AI, AP) SP
232 Lexmark (AB) SP
233 LG (AB) SP
234 LGM Engenharia e Tecnologia D‘Agua LTDA (AI) DF
235 Lince (AI) RJ
236 Locktron (AP) SP
237 Loefer do Brasil (AI) SP
238 Luxtron (AP) SP
239 Madis Rodbel (AP) SP
240 Maelli (AP) RS
241 Magnetrol (AI) SP
242 Maquel Ind. Maq. Equip. Elet. (AI) SP
243 Mar Girius (AI) SP
244 Marposs Aparelhos Eletr. de Medição LTDA (AI) SP
245 Martom Segurança Eletrônica (AP) SP
246 MCM (AI) MG
247 MCS Engenharia LTDA (AI) SP
248 MDI (AI) RS
249 Mecaf (AC, AB) SP
250 MEKAB (AI) SP
251 Menno (AC, AB) RS
252 MEPA (AI) SP
253 Metaltex (AI) SP
254 Metalúrgica Nova Amaericana (AI) SP
255 Metso (AI) SP
256 Mettler (AI) SP
419
No Empresa Área Estado
257 Microblau (AI, AP) SP
258 Microhard (AI) RS
259 Microsistemas Sistemas Eletrônicos S/A (AI, AP) PR
260 Microsol Tecnologia S/A Informática
(AI, AP) CE
261 Microtarget (AB) SP
262 Mineoro (AB) RS
263 Mirabit (AI, AP) RJ
264 MOOG do Brasil Controles (AI) SP
265 Motorola (AB) SP
266 MS (AI) RJ
267 MSA (AI) SP
268 MTC Engenharia S/A (AI) RJ
269 Naka Inst. Ind. (AI) SP
270 Nansen S/A Instrumentos de Precisão GTD
(AP, AI) MG
271 NBN (AI) RS
272 NCR (AI, AB) SP
273 Netio (AP) SP
274 Newlux (AI) SP
275 Newtec Produtos Inteligentes LTDA (AI) MA
276 Niágara S/A (AI) SP
277 Nilko (AB) PR
278 Nitrix (AP) MG
279 NIVE-CON (AI) SP
280 Norgren (AI) SP
281 Novotec Exp. E Imp. (AI) RS
282 Novus Produtos Eletrônicos Ltda. Automação
(AI) RS
283 Nykon Dwyler (AI) SP
284 OFF Light Automação e Conservação LTDA (AI) PR
285 Oki (AB) SP
286 Omron (AI) SP
287 Opto Eletrônica S/A (AI) SP
288 Optsensys Instrum. Óptica e Eletrôn. LTDA (AI) SP
289 Orbe (AI) SP
290 OMEL (AI) SP
291 Orteng Equipamentos e Sistemas Ltda. GTD (AI)
MG
292 Ottime (AI) SP
293 Parker Hannifin (AI) SP
420
No Empresa Área Estado
294 Parks S/A Comunicações Digitais Telecomunicação
(AI) RS
295 Passo Ind. Com. Equip. Elet. (AP) RS
296 PC Microship (AP) SP
297 Perkons S/A (AI) PR
298 Periscópio Equip. Optronicos (AI) RJ
299 Pextron (AI) SP
300 PHB (AI) SP
301 Phoenix (AI) SP
302 Pial Legrand (AP) SP
303 Pilz (AI) SP
304 Plantech Eng. de Sistemas (AP) SP
305 Ponfac (AI) RS
306 Positivo Informática Ltda. Informática
(AI, AB) PR
307 Positronic (AI) SP
308 Presys (AI) SP
309 Priel Eletrônica (AI, AP) SP
310 Pró-Digital (AP) PR
311 Procomp (AP, AC, AB) SP
312 RBS Tecn. de Informação (AP) ES
313 Reason Tecnologia S/A (AI) SC
314 RELM CHATRAL (AI) SP
315 REMATEL (AI) RS
316 Renno Tecnologia (AI) SP
317 Resmat Parsh Sist. contra Incêndio (AP) SP
318 Rontan (AP) SP
319 Rockwell (AI) SP
320 Roque&Correia (AI) PR
321 Romagnole Produtos Elétricos Ltda. GTD (AI)
PR
322 RSP Technology (AP) SP
323 Sagem-Orga (AC, AB) SP
324 Samsung (AB) SP
325 SAN-EI (AP) SP
326 Sandvik do Brasil (AI) SP
327 Saturnia (AI) SP
328 Schalt (AP) SP
329 Schenck Process Equips Industriais LTDA (AI) SP
330 Schneider (AI) SP
421
No Empresa Área Estado
331 SDC Engenharia de Sistemas (AI) SP
332 SDM (AI) PR
333 SEG (AI) SP
334 S&E (AI) SP
335 Sekron (AI, AP) SP
336 Selco Sistemas Eletrônicos LTDA (AI) SC
337 Selcon Sist. Eletrônicos Controle LTDA (AI) SP
338 Semp Toshiba (AB) SP
339 Sense Eletrônica Ltda. (AI) SP
340 Sensonic Ind. Eletrônica (AP) RJ
341 Sensores Eletrônicos Instrutech Ltda. (AI) SP
342 Sensormatic (AP) SP
343 Serttel (AC) PE
344 Set Point Com. E Ind. (AI) SP
345 Setha Indústria Eletrônica Ltda. Equipamentos
Industriais (AI, AP)
RJ
346 SGF (AI) SP
347 Shadow Detectores de Metais (AP) PR
348 Shempo (AC) SP
349 SHW Instrumentação (AI) SP
350 Siemens (AI, AP) SP
351 Silkan (AP) SP
352 Sinatron (AI) RS
353 Siproel (AI, AP) PR
354 Sistron Sist. de Energia (AI) MG
355 Sitron Equip. Eletro. (AI) SP
356 SLG (AP) SP
357 SMAR (AI) SP
358 SMS Tecnologia Eletrônica Ltda Informática
(AI, AP) SP
359 Soliton Eletrônica (AI) SP
360 Spacecomm (AP) PR
361 Spectro Enga (AP) PR
362 Sphera Planetaria (AI) SP
363 Spider Tecnologia (AI, AP) SP
364 Spin Engenharia de Automação (AI, AP) DF
365 Splice (AI) SP
366 Staefa Control (AP) SP
422
No Empresa Área Estado
367 STM Tecnologia e Equipamentos Especiais LTDA
(AI) SP
368 Sulton (AP) PR
369 Suprasonic Eletrônica (AI) SP
370 Sweda Informática Ltda. Informática (AC, AB)
SP
371 Symnetics (AI) SP
372 Syncro (AI) SP
373 System Partner (AI) SP
374 Technometal (AB) SP
375 Tecnac do Brasil (AI) RJ
376 Tecnotron (AI) SP
377 Tecpoint (AC, AB) SP
378 Tecsys do Brasil Industrial Ltda. Telecomunicação
(AP, AC) SP
379 Tectelcom Aeroespacial (AI) SP
380 Tectrol (AI) SP
381 Teikon Tecnologia Industrial S/A Informática
(AI) RS
382 TEL Telecomunicações e Eletrônica (AP) SP
383 Telecomando (AP) SP
384 Telemática Sist. Inteligentes (AP) SP
385 Telesparker Digital (AP) SP
386 Telvent (AI) SP
387 TESC (AC) SP
388 Therma Inst. Medição Autom. Projetos (AI) SP
389 Thevear (AP) SP
390 Toledo do Brasil Ind. Balanças (AI) SP
391 Toshiba (AI) MG
392 Trafo Equipamentos Elétricos S/A GTD (AI)
RS
393 Trafit (AI) BA
394 Transdata (AI, AP) SP
395 Translancier Ind. E Com. (AI) RJ
396 Tron (AI) PE
397 Tropico Eq. El. Ilumnação (AI) SP
398 Turotest Medidores LTDA (AI) SP
399 Tyco Valves Controls (AI) SP
400 Ultrak Tecn. de Segurança (AP) SP
401 Unidigital (AI) RS
402 Uniontec (AP) SP
423
No Empresa Área Estado
403 Unisys (AC) SP
404 Unitron Engenharia (AP) SP
405 Upsai (AP) SP
406 Varixx Ind. Elterônica (AI) SP
407 Vector Eng. e Sistemas de Automação LTDA (AI) SP
408 Veeder Root (AI) SP
409 Versão Automação (AI) RS
410 Vertex (AP) RS
411 Viasat tecn. em Comunicações (AP) MG
412 View Tech Automação Industrial (AI) SP
413 Vincere (AI) SP
414 Visual Sistemas Eletrônicos (AI) MG
415 Voith Siemens Hydro Power Generation (AI) SP
416 Vorax (AI) SP
417 Ward (AI) MG
418 WEG S/A Equipamentos
Industriais (AI, AP)
SC
419 Weguardyou (AP) SP
420 Wetzel (AP) SP
421 Whyte Martins Gases Industriais (AI) RJ
422 Xerox (AB) RJ
423 XPS (AI) SP
424 Yaskawa (AI) SP
425 Yokogawa (AI) SP
426 ZAF Sistemas Analíticos (AI) SP
427 ZPM (AB) RS