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Lidia Lourenço Cunha Bragança
ESTUDO DO PERFIL COMUNICATIVO DE CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS DE DUAS CRECHES PÚBLICAS
Belo Horizonte
2010
Lidia Lourenço Cunha Bragança
ESTUDO DO PERFIL COMUNICATIVO DE CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS DE DUAS CRECHES PÚBLICAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais para obtenção de Título de Graduação em Fonoaudiologia.
Orientadora: Prof. Drª. Stela Maris Aguiar Lemos
Co-orientadora: Prof. Drª. Cláudia Regina Lindgren Alves
Belo Horizonte 2010
Bragança, Lidia Lourenço Cunha
Estudo do perfil comunicativo de crianças de 4 a 6 anos de duas
creches públicas. Lidia Lourenço Cunha Bragança - Belo Horizonte, 2010
Trabalho de conclusão de curso (graduação) – Universidade Federal de
Minas Gerais. Faculdade de Medicina. Curso de graduação em
Fonoaudiologia.
Título em inglês: Study of the communicative profile of 4- to 6-year-old
children of public day care centers
1. Creche, 2. Linguagem infantil, 3. Fala, 4. Ambiente, 5. Família
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA
REITOR: Prof. Dr. Célio Campolina Diniz VICE REITOR: prof. Drª Rocksane de Carvalho Norton FACULDADE DE MEDICINA Diretor: Prof. Dr. Francisco José Penna Vice diretor: Prof. Dr. Tarcizo Afonso Nunes CURSO DE FONOAUDIOLOGIA Coordenadora: Profª. Ms. Laélia Cristina Caseiro Vicente Subcoordenadora: Profª. Ms. Érica de Araujo Brandão Couto Chefe do departamento: Profª. Drª. Sirley Alves Silva Carvalho
Dedico este trabalho à minha família, que é
meu suporte e força. Á minha mãe Eleny, meus
irmãos Aline e Lucas e meus avós Cenyr e Óbedes.
Com todo amor e carinho.
Agradecimentos
“A Deus toda honra e toda Glória.”
Agradeço a Deus que sempre me sustentou, capacitou e dirigiu todos os meus passos.
À minha mãe, por me incentivar, apoiar e sustentar, sempre com amor e dedicação.
Á minha irmã Aline, pela amizade e por sempre estar ao meu lado me apoiando.
Aos meus avós, pelo amor e carinho que sempre demonstram.
À Stela, minha gratidão e admiração pelo exemplo de profissionalismo. Agradeço por
me orientar com dedicação e paciência e por me ensinar e incentivar sempre com
carinho e amizade.
À minha co-orientadora Cláudia, pela dedicação e disponibilidade. Agradeço pelas
orientações que enriqueceram o trabalho e pela amizade e carinho.
Aos amigos, que me apoiaram com alegria e amizade.
Aos colegas da fono que estiveram comigo neste processo. Agradeço pela amizade,
incentivo e companheirismo.
Às creches que abriram as portas para que esse trabalho fosse realizado.
A todos que de algum modo fizeram parte deste trabalho.
Obrigada!
Sumário
Lista de abreviações e siglas....................................................................................... 8
Resumo......................................................................................................................... 9
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS.................................................................................... 10
2. MÉTODOS................................................................................................................. 11
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 15
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 16
5. ANEXOS.................................................................................................................... 20
8
Lista de abreviações e siglas
TCLE Termo de Consentimento Livre e esclarecido
RAF Recursos do Ambiente Familiar
ID Índice de Desempenho
IG Índice global (RAF)
IDAC Índice de desempenho nos aspectos cognitivos
IDR Índice de desempenho na recepção
IDE Índice de desempenho na emissão
IDG Índice de desempenho geral
ITERS –R Infant and Toddlers Environment Rating Scale-Revised
p Valor de significância estatística
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Resumo
Objetivo: Caracterizar o desenvolvimento de fala e linguagem de crianças na faixa etária de 4 a 6 anos de duas creches públicas e discutir as interrelações com recursos ambientais (família e creche). Métodos: Trata-se de estudo transversal comparativo com amostra de conveniência. Para cumprir os propósitos da pesquisa foram aplicados os seguintes instrumentos: 1) Escala ITERS-R para caracterização das creches, composta por sete subescalas (Mobiliário e materiais; Rotinas e cuidados pessoais; Linguagem oral e compreensão; Atividades; Interação; Estrutura do programa; Pais e equipe). 2) Inventário de Recursos do Ambiente Familiar (RAF) com perguntas abertas e itens de escolha múltipla para avaliar o ambiente familiar. 3) Roteiro de observação do comportamento de crianças de 0 a 6 anos para avaliar a linguagem nos aspectos de recepção, emissão e cognição 4) Álbum fonêmico para avaliar a fala, em que foram mostradas figuras à criança solicitando nomeação, a fala de cada criança foi classificada como Adequada ou Inadequada segundo duas classificações (Wertzner, 2000 e Mourão, 1994). Os dados foram analisados no programa Minitab versão 14, nível de significância de 5%. Resultados: A amostra foi composta por 60 crianças com idade entre 4 e 5 anos e 12 meses, sendo que houve maior proporção de crianças do sexo masculino, com idade igual a 4 anos pertencentes a creche A. A qualidade do ambiente das creches foi considerada satisfatória. Em relação à avaliação de linguagem, observou-se que as médias dos índices de desempenho do perfil comunicativo foram acima da média, e semelhantes nas creches A e B. Observou-se associação com significância estatística entre o Índice de Desempenho dos Aspectos Cognitivos da linguagem das crianças de 4 e 5 anos , sendo que as de 5 anos obtiveram maiores médias. Houve também, associação entre os índices dos Aspectos Cognitivos da linguagem e índice geral do perfil comunicativo das crianças do sexo feminino e masculino, sendo que as meninas obtiveram maiores médias. Observou-se associação com significância estatística entre o Índice geral do perfil comunicativo e o Índice Global do RAF, as crianças que obtiveram índices abaixo da média no RAF tiveram um desempenho inferior na avaliação de linguagem. Observou-se alta prevalência de inadequações de fala nas duas creches avaliadas, sendo maior proporção, segundo a classificação 2. Grande proporção de crianças produziu a maioria dos fonemas assistematicamente e observou-se alterações como substituição. Conclusão: Verificou-se que qualidade do ambiente familiar influencia o desenvolvimento de linguagem, estes devem ser ambientes ricos em recursos de estimulação, principalmente na fase de educação infantil. A alta prevalência de inadequações de fala encontrada é um fato preocupante, pois essas dificuldades, se continuadas, podem interferir na comunicação e em outras áreas do desenvolvimento. São necessários outros estudos com amostras maiores, que investiguem fatores de risco para o desenvolvimento de linguagem e fala, confirmem os critérios de aquisição fonológica e que contribuam para o desenvolvimento de ações promotoras da saúde infantil.
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1.CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A linguagem é capacidade de expressar-se e compreender por meio de um
sistema organizado de símbolos linguísticos utilizados na comunicação, já a fala é um
instrumento de expressão da linguagem. O desenvolvimento da linguagem e fala
depende de condições biológicas inatas, mas também é influenciado por fatores
ambientais presentes nos sistemas em que as crianças estão inseridas, como a família
e a escola.
Na fonoaudiologia, são poucos os estudos que abordem o papel da família e da
escola no desenvolvimento de linguagem e fala, por isso, a idéia do presente estudo
surgiu para contribuir na discussão da temática e pretende também contribuir para
ações terapêuticas e preventivas que sejam efetivas e para políticas públicas de
atenção a saúde escolar, identificando fatores de proteção para o desenvolvimento
infantil. Os dados obtidos subsidiaram a construção de dois artigos, para divulgação em
periódicos científicos. O Artigo 1 se intitula “Estudo do perfil comunicativo de crianças
de 4 a 6 anos de creches públicas” e o Artigo 2 “Caracterização da fala de crianças de
4 a 6 anos de creches públicas”.
11
2. MÉTODOS
Trata-se de estudo transversal comparativo com amostra de conveniência, em
que foram realizadas avaliações de linguagem e fala em crianças da faixa etária de 4 a
6 anos freqüentadoras de duas creches. A creche A está localizada na Regional Leste,
e a creche B na Regional Nordeste. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da UFMG, pelo parecer ETC 202/08. (Anexo 1)
O recrutamento para a participação na pesquisa foi feito por meio de carta, que
os pais das crianças receberam como convite para participarem da pesquisa. Ao serem
abordados no horário de entrada ou saída do filho na creche, foram informados quanto
ao caráter voluntário do estudo, seus objetivos e repercussões.
Foram incluídas no estudo 60 crianças de ambos os sexos, na faixa etária de 4 a
5 anos, regularmente matriculadas nas creches, no 1º ou 2º período, cujos
responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),
responderam a entrevista feita pela pesquisadora e realizaram toas as etapas da
pesquisa.
PROCEDIMENTOS
A coleta de dados foi realizada no período de agosto a dezembro de 2009 e
constou das seguintes etapas:
1. Caracterização do ambiente familiar:
Os pais responderam à uma entrevista realizada pela pesquisadora, que
continha perguntas sobre o ambiente familiar em que a criança vive. O instrumento
utilizado foi o Inventário de recursos do ambiente familiar (Anexo 3), elaborado e
validado por Marturano, E.M. (2006). Este inventário contém perguntas abertas e itens
de múltipla escolha, é composto por dez tópicos, foi aplicado sob forma de entrevista
semiestruturada, em que cada tópico foi apresentado à mãe/informante oralmente. A
aplicação seguiu a proposta da literatura, a entrevistadora iniciou fazendo a pergunta
aberta que introduz o tópico e assinalou os itens mencionados pelo informante em sua
resposta livre e, em seguida apresentou os demais itens, um a um, se na resposta
inicial foi informado um item que não consta na lista, este foi marcado e descrito no
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item “outro”. O questionário foi aplicado na própria creche no momento em que o
responsável foi deixar ou buscar a criança na creche.
Foi calculada pontuação relativa em cada um dos dez tópicos e em todo o
questionário, conforme a fórmula: pontuação bruta/pontuação máxima x10, sendo
pontuação bruta a soma de todos os itens assinalados e a pontuação máxima
corresponde ao número de itens.
Cabe ressaltar que para a faixa etária utilizada no estudo foi necessário realizar
adaptação do questionário, no qual foram excluídos alguns itens que não eram
pertinentes para a idade, já que as crianças que participaram da pesquisa ainda não
frequentavam escola.
2. Avaliação das crianças:
As crianças foram avaliadas quanto ao desenvolvimento de linguagem e fala,
para tal foram utilizados os seguintes instrumentos:
•••• Protocolo do perfil comunicativo
A linguagem das crianças foi avaliada em uma sala na própria creche, em
sessão individual de aproximadamente 30 minutos, utilizando Protocolo de Perfil
Comunicativo (Chiari et al, 1991) (Anexo 4). O desenvolvimento de linguagem de cada
um dos participantes foi observado, disposto segundo duas grandes áreas: aspectos
comunicativos (recepção e emissão) e aspectos cognitivos da linguagem. Os registros
das respostas referentes aos comportamentos esperados para cada idade foram feitos
em fichas individuais, assinalando-se sim ou não, respectivamente, de acordo com a
presença ou ausência dos mesmos. Foram utilizados índices de desempenho (ID)
propostos e utilizados por Santos et. al. (2009), a fim de qualificar as respostas das
crianças. Para cada criança foram calculados os ID, em porcentagem em cada área,
com valor máximo de 100%. Considerou-se índice de desempenho nos aspectos
cognitivos (IDAC) os aspectos elencados pela autora na casela de aspectos cognitivos
da linguagem, índice de desempenho na recepção (IDR) e índice de desempenho na
emissão (IDE), os aspectos contidos nas caselas de recepção e emissão da linguagem,
respectivamente.
ID: número de comportamentos avaliados – número de comportamentos não observados X 100
Número de comportamentos avaliados
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• Álbum fonêmico
O desenvolvimento de fala das crianças foi avaliado por meio da Aplicação de
Álbum fonêmico, em uma sala na própria da creche em sessão individual de
aproximadamente 30 minutos. Este é um teste utilizado na prática fonoaudiológica no
qual são mostradas figuras à criança solicitando nomeação. As figuras do álbum foram
escolhidas pelo critério de posição dos fonemas na palavra. O momento da avaliação
foi gravado em áudio para que a análise fosse realizada. A identificação das alterações
da fala foi realizada baseada na análise perceptivo auditiva da examinadora. As
omissões, distorções e substituições apresentadas foram assinaladas em um Quadro
fonêmico do protocolo (Anexo 5).
Para análise, foi realizada quantificação dos resultados em planilha. Considerou-
se quanto a emissão: presença sistemática do som, se o fonema ocorreu com
produção correta em todas as emissões; presença assistemática, se em alguma
emissão o fonema foi omitido ou produzido incorretamente; substituição/distorção
assistemática, se o fonema foi substituído por outro ou se foi distorcido em uma ou
mais emissões, mas não em todas; substituição/distorção sistemática, se o fonema foi
substituído por outro ou foi distorcido em todas as emissões; omissão, se não houve
ocorrência do fonema em nenhuma emissão. As variações linguísticas por padrões
socioculturais (ex: Fósfu, frósfi em vez de fósforo, brusa em vez de blusa) não foram
consideradas como erro.
Após a análise dos resultados encontrados, a fala foi classificada como
adequada ou inadequada segundo a ordem de ocorrência proposta por dois autores a
classificação 1 seguiu a ordem de aquisição fonológica proposta por Wertzner (2000) e
a classificação 2 a ordem proposta por Mourão et al (1994).
3. Caracterização do ambiente da creche:
O ambiente da creche foi avaliado segundo a Escala ITERS-R- (Infant and
Toddlers Environment Rating Scale-Revised) (Anexo 6), traduzida e testada para o
português, que é composta por sete subescalas (Mobiliário e disposição dos materiais;
Rotinas e cuidados pessoais; Linguagem oral e compreensão; Atividades; Interação;
Estrutura do programa; Pais e equipe). As sete subescalas são descritas em 43 itens e
possibilitam analisar os elementos e a organização do ambiente, assim como aspectos
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subjetivos. As pontuações foram baseadas na observação da pesquisadora e seguiram
a proposta da literatura.
Cada um dos itens foi avaliado segundo os seguintes critérios:
• 1 ponto – inadequado, indicando que o cuidado não atende as necessidades
básicas de desenvolvimento;
• 3 pontos – mínimo, indicando que o cuidado básico atende as necessidades
básicas e algumas outras necessidades do cuidado e desenvolvimento infantil;
• 5 pontos – bom, apresentando condições básicas para o cuidado e
desenvolvimento infantil;
• 7 pontos – excelente,apresentando cuidado de alta qualidade, com atendimento
freqüente e personalizado, levando em consideração não só as necessidades do
grupo, mas também as especificidades de cada criança.
Baseado nesta pontuação calculou-se os escores médios para cada uma das
sete subescalas e depois o escore médio geral. Desta forma as creches foram
classificadas em três níveis distintos de qualidade:
• escores entre 1 e 2,9 - indicadores de um nível baixo de qualidade;
• escores entre 3 e 4,9 - indicadores de um nível satisfatório de qualidade;
• escores entre 5 e 7 - indicadores de um alto nível de qualidade.
ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS
Inicialmente, foi realizada a estatística descritiva, agrupando os resultados em
valores de tendência central (média e mediana) e medidas de dispersão (desvio-
padrão). Para a comparação de médias foi utilizado teste não-paramétrico de Man-
Whitney, uma vez que os dados não apresentam distribuição normal. Para verificação
de associação entre as variáveis categóricas foi utilizado o teste Qui-quadrado de
Pearson. Para verificar a associação entre as duas classificações de Fala, utilizou-se o
teste de McNemar e coeficiente Kappa, para verificar a concordância entre elas. O
valor de Kappa foi classificado tendo como referência a classificação proposta por
Altman,1991, sendo que o valor de Kappa 0,80 a 1,00 indica concordância excelente;
de 0,61 a 0,80, concordância boa; de 0,41 a 0,60, concordância moderada; de 0,21 a
0,40,concordância razoável e de -1,00 a 0,20, concordância pobre. A análise dos dados
foi realizada no programa Minitab versão 14 e foi adotado nível de significância de p<
0,05.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo permitiu conhecer o perfil comunicativo da população
estudada, mostrou que a qualidade de ambientes em que a criança está inserida, como
a família e a creche, influenciam o desenvolvimento de linguagem. Estes devem ser
ambientes ricos em recursos em estimulação ao desenvolvimento de linguagem,
principalmente na fase pré-escolar, em que a criança adquire conhecimentos e
capacidade importantes para o desempenho escolar, social e emocional.
Permitiu também verificar que na faixa etária de 4:0 a 6:0 anos as crianças ainda
produzem vários fonemas de maneira assstemática e ocorrem alterações, como
substituições e omissões. A grande ocorrência de inadequações de fala encontrada na
população estudada é um fato preocupante, pois essas dificuldades, se continuadas,
podem interferir na comunicação e em outras áreas do desenvolvimento.
São necessários outros estudos com amostras maiores que investiguem fatores
de risco ao desenvolvimento de linguagem e fala que contribuam para ações
promotoras de saúde infantil em ambientes escolares. Também são necessários
estudos sobre o desenvolvimento de fala em pré-escolares, que confirmem os critérios
de aquisição fonológica e identifiquem as alterações típicas e atípicas do
desenvolvimento para cada fonema do português, levando em consideração fatores
significantes, como região, idade, e características individuais. Estes estudos
contribuirão para realização de diagnósticos mais precisos, programas de intervenção
precoce e desenvolvimento de ações preventivas.
Espera-se que este trabalho contribua para capacitação dos profissionais da
saúde e educação e possa auxiliar na discussão e planejamento de ações promotoras
da saúde infantil, com objetivo de melhorar a qualidade dos ambientes onde as
crianças estão inseridas e, principalmente a qualidade de vida.
16
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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fatores associados. Rev. Saúde Pública 2007; 41(5):726-31
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do desenvolvimento neuropsicomotor em crianças freqüentadoras de creche. Rev. Paul Pediatr. 2007;25(4):337-42
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serie de escolas públicas da área de abrangência de um centro de saúde de Belo Horizonte. [Dissertação de Mestrado]. Belo Horizonte: Programa de Mestrado Saúde da criança e do adolescente da Universidade Federal de Minas Gerais, 2009
28- Lamprecht RR. Antes de mais nada In: Lamprecht RR et al.Aquisição fonológica
do português: perfil de desenvolvimento e subsídios para terapia. Porto Alegre: Artmed; 2004. p. 17 a 32
29- Ferrante C, Van Borsel J, Medeiros M. Aquisição fonológica de crianças de
classe sócio econômica alta. Rev CEFAC. 2008; 10(4):452-60
30- Wertzner HF, Lins L. Distúrbios da linguagem. In: Sucupira ACSLet al. Pediatria em consultório. 4ª ed. São Paulo: Servier, 2000. p. 627-628.
31- Altman DG. Pratical statistics for medical research. London: Chapman and Hall;
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32- Patah LK, Takiuchi N. Prevalência das alterações fonológicas e uso de processos fonológicos em escolares aos 7 anos. Rev CEFAC. 2008; 10(2):158-67.
33- Santini CQS.. Aquisição fonológica de crianças de 2:0 a 6:11 falantes do
português. In: Marquesan I. Q. et al. Tópicos em Fonoaudiologia (Vol. 3). São Paulo: Lovise, 1996. p.493-503.
34- Ribas LP. Sobre a aquisição do onset complexo. In: Lamprecht, R.et al.
Aquisição fonológica do português: perfil de desenvolvimento e subsídios para terapia. Porto Alegre: Artmed. 2004. p. 151-164
35- Silva MK, A influência do nível sócio-econômico no processo de aquisição
fonológica em crianças de 3 a 8 anos. [tese de mestrado]. Rio de Janeiro: da Universidade Veiga de Almeida Processamento e Distúrbios da Fala, da Linguagem e da Audição, 2007
19
36- Farias SR, Ávila CRB, Vieira MM. Relação entre fala, tônus e praxia não-verbal do sistema estomatognático em pré-escolares. Pró-Fono. 2006; 18(3):267-76.
37- Soares K, Blanco APF, Mota, HB. O desvio fonológico caracterizado por índices
de substituição e omissão. Rev Brás. Fonoaudiol. 2004; 9:10-8
21
ANEXO 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
PARA PAIS / RESPONSÁVEIS POR CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS
Esse é um trabalho de conclusão de curso que será realizado por mim, Lídia Lourenço
Cunha Bragança sob orientação das professoras Stela Maris Aguiar Lemos e Cláudia Regina
Lindgren Aves. O sr (a) e seu filho (a) estão sendo convidados a participar da pesquisa
“Ambiente familiar, Ambiente de creches públicas e desenvolvimento de linguagem e fala de
crianças de 4 a 6 anos” que tem a finalidade de caracterizar o desenvolvimento da
comunicação de crianças de 4 a 6 anos e discutir as inter-relações com o ambiente familiar e
escolar. A pesquisa pretende: 1) caracterizar os ambientes, casa e creche, em que a criança
vive. 2) avaliar o desenvolvimento da linguagem e fala dessas crianças. Vocês foram
selecionados já que seu filho (a) estuda na creche ______________________, e caso
concorde com os termos da pesquisa, o Sr. (a) será entrevistado pela própria pesquisadora
com duração prevista para 15 minutos. A entrevista não será gravada ou filmada e Sr. (a)
deverá responder a um questionário com perguntas relativas a recursos do ambiente familiar
que podem contribuir para o desenvolvimento da criança. Durante a entrevista caso sinta-se
desconfortável ou constrangido com alguma pergunta o senhor terá a liberdade de recusar-se a
respondê-la.
Seu filho será avaliado pela pesquisadora quanto à fala e linguagem em
aproximadamente 2 encontros sendo esses com duração de 30 minutos cada. Os testes são
compostos de momentos de “conversa” e brincadeiras entre a pesquisadora e a criança, e
assim serão avaliadas as reações da criança, os exames são de fácil e rápida realização. Toda
a avaliação será realizada na própria creche. As avaliações que seu filho realizará serão:
avaliação de linguagem na qual serão apresentados ao seu filho brinquedos, gravuras,
miniaturas, massinha e a pesquisadora investigará as emissões (vocalizações ou fala)
produzidas por seu filho e a maneira como ele se comunica e uma avaliação de fala, na qual
serão apresentadas figuras para serem nomeadas por seu filho.
Todos os dados dos participantes desse estudo serão mantidos em sigilo. A sua
participação é gratuita e voluntária e, a qualquer momento, você e seu filho podem retirar-se da
pesquisa. Os dados obtidos serão utilizados somente nesta pesquisa e os resultados de sua
análise apresentados em artigos e eventos científicos. Cabe ressaltar que os materiais obtidos
ficarão sob a guarda das pesquisadoras por três anos e posteriormente serão destruídos.
O seu filho será submetido a avaliações indolores, não invasivas e que, portanto não
apresentam nenhum risco à sua integridade física. Quanto aos benefícios, acredita-se que os
resultados podem fornecer informações sobre o desenvolvimento global de seu filho
22
possibilitando, se necessário, intervenção ainda no período de desenvolvimento. Caso seja
identificada alguma alteração de desenvolvimento da criança, o senhor e a educadora
receberam as orientações para lidar com a mesma. Caso a alteração apresentada por seu filho
necessite uma intervenção terapêutica a pesquisadora fará um encaminhamento para a
Unidade Básica de saúde onde seu filho está inscrito ou de referência ao atendimento à sua
família.
Durante toda a realização do trabalho, você tem o direito de esclarecer suas dúvidas
sobre o procedimento a que está sendo submetido. As pesquisadoras estarão à disposição
para qualquer esclarecimento necessário.
Este documento possui duas vias, uma ficará com você e a outra em poder das
pesquisadoras.
Agradecemos à disponibilidade.
Atenciosamente.
Baseado neste termo, eu, _____________________________________________ CI
____________________, órgão expedidor _________, aceito participar da pesquisa
“Ambiente familiar, Ambiente de creches públicas e desenvolvimento de linguagem e
fala de crianças de 4 a 6 anos”, em acordo com as informações acima expostas.
Belo Horizonte, _______ de ___________________ de 2009.
De acordo.
_________________________________________________
Pesquisadores:
Stela Maris Aguiar Lemos – fonoaudióloga, professora adjunto do Departamento de
Fonoaudiologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Tel. (31) 3409-9791
Cláudia Regina Lindgren Alves – Pediatra, professora adjunto II do Departamento de
pediatria da Universidade Federal de Minas Gerais- 31-32979422
Lídia Lourenço Cunha Bragança – Graduanda em Fonoaudiologia pela UFMG Tel. (31)
86851849
Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG
Endereço: Avenida Antônio Carlos, 6627 Unidade Administrativa II - 2º andar, sala 2005 -
Campus Pampulha Belo Horizonte, MG – Brasil CEP: 31270-901. Tel. (31) 3409-4592 Fax: (31)
3409-4027
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ANEXO 4 Roteiro de Observação de Comportamentos de crianças de 0 a 6 anos (Chiari et
al, 1991)
Crianças de 4 - 5 anos
COMUNICAÇÃO - RECEPÇÃO S N 01. Executa uma série de 3 ordens relacionadas (av) 02. É capaz de achar uma par de objetos ou gravuras, a pedido entre outros (av) 03. compreende perguntas que exigem formulação na resposta (av) Ø Referente ao comportamento social: Ex.: ( o que deve fazer para ...) Ø Referente a situações gerais. Ex.: (que cores conhece?)
04. Pode receber informação simbólica. Ex.: (dormimos na cama, sentamos na?) (av) 05. è capaz de achar parte de cima, parte de baixo de objeto perdido (av) 06. Identificação de figuras pela função (mínimo 3) (av) COMUNICAÇÃO - EMISSÃO S N 01. Pede ajuda verbal quando em dificuldades (an/av) 02. Repete rimas, danças ou canções para outras pessoas (an/av) 03. Usa o condicional (av) 04. Usa sentença composta (av) 05. Usa contrações prepositivas (av) 06. Diz antônimos de palavras conhecidas (av) 07. conta história familiar sem gravura, com pista (av) 08. Início de subordinação (av) 09. Usa sentenças complexas (av) 10. Aumento do léxico (an/av) 11. sistematização da grande maioria dos sons da língua (an/av) 12. Expressa com suas palavras a idéia contida num relato prévio (av) 13. Nomeia cores além das primárias (av) 14. Nomeia duas texturas (av) 15. Nomeação de desenhos e objetos (av) 16. Repetição de 4 dígitos (av) ASPECTOS COGNITIVOS DA LINGUAGEM S N 01. Trabalha sozinho em uma atividade mais de 10 minutos (av) 02. Brinca com 2 ou 3 crianças em atividades cooperativa (an) 03. É capaz de apontar absurdos em uma figura (av) 04. Combina símbolos (números e letras) (av) 05. Coloca objetos atrás, ao lado de, próximo de (av) 06. Aponta a parte que falta em objetos representados em gravuras (av) 07. Separa objetos por categorias (av) 08. Designa gravura que não pertence a uma classe específica (por ex.: que não pertença à classe dos animais) (av)
09. Lembra-se de 4 objetos vistos em gravura (av) 10. Diz o que está faltando quando um objetos e removido de um grupo de 3 (av) 11. Pega o número especificado de objetos quando lhe pedem (av) 12. Empilha 5 ou mias argolas numa estaca por ordem de tamanho (av) 13. Completa figura humana (av) 14. Realiza ordenação cronológica de figuras (av) 15. Participa de jogos de ação com regras simples (por ex.: esconderijo) (an) 16. Supera seu egocentrismo (an) 17. No desenho da figura humana surge o tronco (av)
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Crianças de 5 - 6 anos COMUNICAÇÃO - RECEPÇÃO S N 01. Segue regras de raciocínio verbal (av) 02. Representa partes de uma história dramatizando ou utilizando fantoches ou gestos (av) 03. Pode apontar para alguns, muitos, vários, maioria, menos de todos, poucos (av) 04. Reconhece número quando nomeados (av) COMUNICAÇÃO - EMISSÃO S N 01. Nomeia posição de objetos: 1ª ,2ª e último (av) 02. Diz o seu endereço e o seu número de telefone (av) 03. Relata experiências diárias (av) 04. Descreve localização ou movimento por meio de: para longe de, em cima (av) 05. Responde à pergunta "por quê" com uma explicação (av) 06. Relata histórias em seqüência (av) 07. Responde à pergunta /'o que acontece se..." (av) 08. Usa o ontem e amanhã com significado (av) 09. Pergunta o significado de palavras novas ou pouco familiares (av) 10. Explica regras de jogos ou atividade a outra pessoa (av) ASPECTOS COGNITIVOS DA LINGUAGEM S N 01. No desenho da figura humana surge o tronco como um círculo entre a cabeça e as pernas e surgem membros mal articulados (av)
02. Desenha gravuras simples reconhecíveis (casa, homem, árvore) (av) 03. Completa figuras (av) 04. Imita papéis do adulto (an/av) 05. Conforta companheiros de brincadeira quando estão tristes (an) 06. Brinca com 4 ou 5 crianças em atividades cooperativas sem supervisão constante (an) 07. Veste ou despe agasalho conforme a temperatura ambiente (an) 08. Segue regras de jogo de raciocínio verbal (an/av) 09. Dobra uma folha de papel formando um triângulo e depois outro (av) 10. Define: bola, chapéu, fogão (av) 11. Repete sentenças (av) 12. Reproduz um colar de contas de memória (av) 13. Percorre labirintos (av)