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ESTUDO DE IDENTIFICAÇÃO E MAPEAMENTO DE AVES
MIGRATORIAS NA FASE DE PRÉ-IMPLANTAÇÃO DO
PARQUE EÓLICO SERRA DA BABILÔNIA
Parque Eólico Serra da Babilônia
Municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova / Bahia
Abril, 2014
2
PAPYRUS CONSULTORIA AMBIENTAL LTDA – Consultoria e Treinamento em Meio
Ambiente, Qualidade e Saúde e Segurança do Trabalho.
Estudo de Identificação e Mapeamento de Aves Migratórias na fase de Pré-
implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia.
Complexo Eólico Serra da Babilônia.
Coordenação Geral: Charlene Neves Luz.
67f.
Chapada Diamantina, 2014.
1. Estudo de Identificação e Mapeamento de Aves Migratórias na fase de Pré-
implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia. 2. Parque Eólico Serra da Babilônia.
3. Papyrus Consultoria Ambiental.
3
REALIZAÇÃO
MILLENNIUM WIND PARTICIPAÇÕES LTDA - EPP.
Zona rural de Morro do Chapéu e Várzea Nova/ BA.
EXECUÇÃO
PAPYRUS CONSULTORIA AMBIENTAL LTDA
Consultoria e Treinamento em Meio Ambiente, Qualidade e Saúde e Segurança do Trabalho
Av. Amarílio Thiago dos Santos, 21-D, Centro – Lauro de Freitas – Bahia
Tel: (71) 3378-5323/ 9320-0222/ 9320-0001 – E-mail: contato@papyrusconsultoria.com.br
www.papyrusconsultoria.com.br
Coordenação Técnica
Charlene Neves Luz
Doutoranda em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia Ambiental Urbana. MBA em Auditoria e Gestão
Ambiental. Urbanista. Técnica em Meio Ambiente.
CREA: 46778
Ricardo Hortélio da Cruz Rios
MBA em Auditoria e Gestão Ambiental. Biólogo.
CRBio: 46177/5-D
Equipe Técnica
Eduardo Mendes Fattori Gonçalves
Biólogo
CRBIO 46.677/5-D
André Caires Silva
Geografo
CREA: 88025
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SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS ............................................................................................................ 5
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... 6
LISTA DE QUADROS ....................................................................................................... 8
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................. 9
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 11
2. OBJETIVOS ................................................................................................................ 13
2.1 Geral ...................................................................................................................... 13
2.2 Específicos ............................................................................................................. 13
3. INDICADORES AMBIENTAIS ..................................................................................... 14
4. METODOLOGIA .......................................................................................................... 15
4.1 Área de Estudo....................................................................................................... 15
4.2 Espacializações das Campanhas ........................................................................... 19
4.3 Equipamentos Utilizados ........................................................................................ 20
4.4 Métodos de Coleta ................................................................................................. 20
4.4.1 Transectos para Observação, Escuta, Gravação e Reprodução de Vocalização
de Aves (Play Back) .................................................................................................21
4.4.2 Análise dos Dados ...........................................................................................25
4.5 Inter-relação com Outros Planos e Programas ....................................................... 25
5. RESULTADOS ............................................................................................................ 27
5.1 Listas de Mackinnon (listas de 10).......................................................................... 27
5.2 Índice pontual de Abundancia (IPA) ....................................................................... 39
5.3 Registros Fotográficos da Avifauna ........................................................................ 41
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 55
ANEXOS ......................................................................................................................... 57
5
LISTA DE SIGLAS
AII: Área de Influencia Indireta.
AID: Área de Influência Direta.
ADA: Área Diretamente Afetada.
INEMA: Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
CEMAVE: Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres.
ICMBio: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1-1: Itinerário partindo de Salvador - BA para o Parque Eólico Serra da
Babilônia, Municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova - BA. ....................................16
Figura 4.1-2: Vegetação disposta na AII do Parque Eólico Serra da Babilônia registrada
durante amostragem da Avifauna Migratória, municípios de Morro do Chapéu e Várzea
Nova – BA. ......................................................................................................................17
Figura 4.1-3: Rio Jacaré, área cercada para passagem do gado, localizada na AII do
Parque Eólico Serra da Babilônia, municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova – BA.
........................................................................................................................................18
Figura 4.1-4: Vegetação disposta na AID do Parque Eólico Serra da Babilônia registrada
durante amostragem da Avifauna Migratória, municípios de Morro do Chapéu e Várzea
Nova – BA. ......................................................................................................................18
Figura 4.1-5: Vegetação disposta na ADA do Parque Eólico Serra da Babilônia registrada
durante amostragem da Avifauna Migratória, municípios de Morro do Chapéu e Várzea
Nova – BA. ......................................................................................................................19
Figura 5.1-1: Curva de acumulação de espécies resultante após 80 listas de 10. ...........27
Figura 5.2-1: Índice pontual de abundância (y) das espécies registradas na AID do
empreendimento (x). ........................................................................................................39
Figura 5.2- 2: Dendograma de similaridade contendo os 10 transectos percorridos para o
levantamento da Avifauna migratória na Serra da Babilônia. ...........................................41
Figura 5.3-1: Casal de Thectocercus acuticaudatus (Vieillot, 1818). ................................41
Figura 5.3-2: Bando de Paroaria dominicana (Linnaeus, 1758). ......................................42
Figura 5.3-3: Columbina squammata (Lesson, 1831). ......................................................42
Figura 5.3-4: Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818). .........................................................42
Figura 5.3-5: Eupsittula cactorum (Kuhl, 1820). ...............................................................43
Figura 5.3-6: Eupsittula cactorum (Kuhl, 1820). ...............................................................43
Figura 5.3-7: Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788). ........................................................43
Figura 5.3-8: Cathartes aura (Linnaeus, 1758). ................................................................44
Figura 5.3-9: Troglodytes musculus Naumann, 1823. ......................................................44
Figura 5.3-10: Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823). ........................................................44
Figura 5.3-11: Polioptila plumbea (Gmelin, 1788). ...........................................................45
Figura 5.3-12: Polioptila plumbea (Gmelin, 1788). ...........................................................45
Figura 5.3-13: Tangara sayaca (Linnaeus, 1766). ............................................................45
7
Figura 5.3-14: Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783). .......................................................46
Figura 5.3-15: Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818). ...........................................46
Figura 5.3-16: Amazona aestiva (Linnaeus, 1758). ..........................................................46
Figura 5.3-17: Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823). .................................................47
Figura 5.3-18: Saltatricula atricollis (Vieillot, 1817). ..........................................................47
Figura 5.3-19: Hemitriccus margaritaceiventer (d'O & L, 1837). .......................................47
Figura 5.3-20: Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823). .....................................................48
Figura 5.3-21: Thamnophilus capistratus Lesson, 1840. ..................................................48
Figura 5.3-22: Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766). .................................................48
Figura 5.3-23: Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819). ..............................................49
Figura 5.3-24: Cariama cristata (Linnaeus, 1766). ...........................................................49
Figura 5.3-25: Synallaxis hellmayri Reiser, 1905. ............................................................49
Figura 5.3-26: Falco sparverius Linnaeus, 1758. .............................................................50
Figura 5.3-27: Megaxenops parnaguae Reiser, 1905. .....................................................50
Figura 5.3-28: Sakesphorus cristatus (Wied, 1831). ........................................................50
Figura 5.3-29: Formicivora melanogaster Pelzeln, 1868. .................................................51
Figura 5.3-30: Ammodramus humeralis (Bosc, 1792). .....................................................51
Figura 5.3-31: Forpus xanthopterygius (Spix, 1824). .......................................................51
Figura 5.3-32: Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821). ....................................................52
Figura 5.3-33: Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766). ......................................................52
Figura 5.3-34: Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788). ......................................................52
Figura 5.3-35: Heliomaster squamosus (Temminck, 1823). .............................................53
Figura 5.3-36: Megascops choliba (Vieillot, 1817). ...........................................................53
Figura 5.3-37: Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812). ..........................................................53
Figura 5.3-38: Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827). ...................................................54
Figura 5.3-39: Lanio pileatus (Wied, 1821). .....................................................................54
Figura 5.3-40: Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758). .....................................................54
8
LISTA DE QUADROS
Quadro 4.2-1: Cronograma de execução das campanhas para realização do estudo de
identificação e mapeamento da Avifauna Migratória do Parque Eólico Serra da Babilônia,
municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova/BA. Em destaque (célula vermelha) a
data de realização da primeira campanha. ......................................................................19
Quadro 4.4-1: Pontos de Instalação futura das Redes de Neblina para amostragem da
Avifauna Migratória do Parque Eólico Serra da Babilônia, municípios de Morro do Chapéu
e Várzea Nova – BA. Projeção Cartográfica SIRGAS 2000 UTM 24 L. ...........................21
Quadro 4.4.1-1: Pontos de escuta em Transectos para amostragem da Avifauna
Migratória do Parque Eólico Serra da Babilônia, municípios de Morro do Chapéu e Várzea
Nova – BA. Projeção Cartográfica SIRGAS 2000 UTM 24 L. ..........................................22
Quadro 5.1-1: Lista taxonômica da Avifauna registrada na primeira campanha do Parque
Eólico Serra da Babilônia, municípios de Várzea Nova e Morro do Chapéu – BA.
Legenda: EIA- Estudo de Impacto Ambiental; Voc.- Vocalização; Obs.- Observação
Direta. ..............................................................................................................................27
Quadro 5.1-2: Listagem taxonômica das aves registradas no Parque Eólico Serra da
Babilônia que apresentam capacidade de altura de voo superior a 50 m. Siglas para a
coluna Status R = residente; E = endêmica. ....................................................................37
9
APRESENTAÇÃO
A Papyrus Consultoria Ambiental apresenta o Relatório da 1º campanha de
Identificação e Mapeamento de Avifauna Migratória para a fase de Pré-
implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia, composto por 12 subparques
sendo Serra da Babilônia I a IV com 15 aerogeradores cada, Serra da Babilônia V
com 1 aerogerador, Serra da Babilônia VI a X com 13 aerogeradores cada, Serra
da Babilônia XI e XII com 14 aerogeradores cada, totalizando 154 aerogeradores
a serem implantados nos municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova – BA
com área total de 5.003,3 hectares.
Exclusivamente brasileiro, o bioma Caatinga ocupa cerca de 11% do país
(844.453 Km²), sendo o principal bioma da região nordeste e o menos conhecido
do país. No entanto, os dados mais atuais indicam uma grande riqueza de
ambientes e espécies, com 932 espécies de plantas, 178 de mamíferos e 590 de
aves, por exemplo, sendo que muitas destas espécies ocorrem somente na
caatinga, trata-se portanto do bioma semiárido mais biodiverso do mundo (MMA,
2014).
Inserida no bioma Caatinga a área de estudo encontra‐se próxima a uma região
que é reconhecida por seu valor internacional para conservação da Avifauna
sendo considerada uma IBA (Important Bird Area) e uma EBA (Endemic Bird
Area). Criada em 2008, a IBA BA_05 do Parque Estadual do Morro do Chapéu
(Anexo I) possui 6.000 ha, localizada a sul do Complexo Eólico Serra da
Babilônia, busca garantir a manutenção da Avifauna bem como conservar as
variadas fisionomias as quais as aves estão associadas (BENCKE et al., 2006).
A EBA BR_073 dos Tabuleiros e Colinas do Brasil Central possui uma área que
cobre diversos municípios nos estados da Bahia e Minas Gerais, ao longo da
Cadeia do Espinhaço, englobando Morro do Chapéu e adjacências (Anexo II).
Esta área foi reconhecida por suas aves endêmicas restritas à Chapada
10
Diamantina e proximidades (PARRINI et al., 1999; BENCKE et al., 2006). Esta
posição e prestígio internacional denotam a relevância da área de estudo e
entorno para a conservação da Avifauna desde o nível local ao global, requerendo
medidas responsáveis de manejo e programas adequados para a manutenção da
biodiversidade.
O presente estudo de Identificação e Mapeamento da Avifauna Migratória foi
estruturado de forma a atender as condicionantes previstas na Licença Previa
regida pela Portaria INEMA n° 5847, Processo n° 2012.001.001095/INEMA/LIC-
01095, item V – d.
11
1. INTRODUÇÃO
A implantação de infraestrutura básica promove uma grande variedade de
impactos ambientais, quer seja durante sua implantação ou mesmo durante a sua
operação (FORMAN; ALEXANDER, 1998; NELLEMANN, 2003; SPELLERBERG,
2007; AGOSTINHO et al, 2008; GUMIER-COSTA; SPERBER, 2009).
A crescente demanda por alternativas sustentáveis tem resultado em uma série
de tecnologias e novos empreendimentos, especialmente na obtenção e geração
de energia dentre as quais se destacam a obtenção de energia de fonte eólica
(ERENO, 2010) que mesmo sendo considerada uma energia limpa ou
sustentável, promove impactos ambientais com grandes consequências, onde se
destacam os impactos causados na fauna, em especial nas aves e nos morcegos
(DREWITT; LANGSTON, 2006; BARCLAY et al., 2007; KUNZ et al., 2007;
KUVLESKY et al., 2007). A mortalidade de aves envolvidas em acidentes com
aerogeradores é um problema conhecido e já bastante estudado que tem sido
bem documentado em todo o mundo (KUNZ et al., 2007; BAERWALD et al.,
2008).
A utilização do recurso eólico para geração de energia no Brasil é ainda
considerada uma alternativa nova e, portanto pouco conhecida, especialmente no
que diz respeito à falta de informações sobre os impactos da instalação e
operação destes empreendimentos sobre a fauna brasileira. O que se sabe até o
momento é baseado em estudos realizados na América do Norte e Europa
(JANSS, 1998; OSBORN, 1998; LEDDYET al., 1999; OSBORN et al., 2000;
LUCAS et al., 2004; BERNARDINO, 2006; DREWITT; LANGSTON, 2006;
HUPPOP et al., 2006; EVERAERT; STIENEN, 2007; LARSEN; GUILLEMETTE,
2007; KUVLESKY et al., 2007; KIKUTCHI, 2008).
Evitar a extinção de espécies, seja em nível regional ou mesmo global, é um dos
princípios básicos da Biologia da Conservação, sendo os programas específicos
12
de conservação considerados como a melhor ferramenta para lidar com espécies
em risco de extinção (TOWNSEND et al., 2006; BEGON et al., 2007).
Mudanças substanciais nos ecossistemas, seja de origem natural, e,
especialmente, as de origem antrópica, podem provocar eventos de extinção local
ou em casos mais graves regional de muitas espécies da fauna provocando uma
alteração na biodiversidade local gerando um desequilíbrio ecológico e por
consequência comprometendo a qualidade do ambiente local (VIVO, 1996;
CHIARELLO, 1999; PANITZ; PORTO-FILHO, 2003; COSTA et al., 2005;
OLIVEIRA et al., 2008).
Considerando a escassez de informações sobre os impactos sobre a fauna
decorrente da implantação e operação de empreendimentos destinados à
geração de energia de origem eólica, associada à demanda crescente pela
expansão deste setor, é de extrema importância à implantação de projetos de
monitoramento da fauna, tanto para atender a legislação ambiental como para
preencher lacunas básicas de conhecimento (PARDINI et al, 2003).
13
2. OBJETIVOS
2.1 Geral
Identificação e Mapeamento da Avifauna Migratória nas áreas de influência do
Parque Eólico Serra da Babilônia.
2.2 Específicos
Levantamento das espécies de aves migratórias para a área de
implantação do empreendimento.
Descrição de padrões ecológicos das espécies inventariadas, relacionadas
a atividades migratórias.
Identificação de áreas potenciais de uso da Avifauna Migratória.
14
3. INDICADORES AMBIENTAIS
Os Indicadores Ambientais são informações quantificadas, usadas nos processos
de decisão, uteis como ferramenta de avaliação de determinados fenômenos,
apresentando suas tendências e progressos que se alteram ao logo do tempo,
são estatísticas selecionadas que representam ou resumem alguns aspectos do
estado do meio ambiente, dos recursos naturais e atividades humanas
relacionadas, sendo estes:
Total de espécies migrantes registradas por área de influência (Índice de
abundancia e riqueza).
Total de registro de espécies migrantes ameaçadas (Relevância ecológica).
15
4. METODOLOGIA
4.1 Área de Estudo
O Parque Eólico Serra da Babilônia encontra-se localizado na Estrada Velha
Jacobina-Irecê, S/N, Zona Rural dos municípios de Morro do Chapéu e Várzea
Nova – BA distante cerca de 482 km de Salvador.
Partindo de Salvador deve-se tomar a BR 324 sentido município de Feira de
Santana, em seguida pegando a BR 116 até o município de Tanquinho, a partir de
Tanquinho deve-se retomar a BR 324 passando pelos municípios de Riachão do
Jacuípe, Nova Fatima, Gavião, seguindo até Jacobina, onde se deve seguir pela
BA 368 até o município de Ourolândia donde se toma um ultimo trecho até o
empreendimento (Figura 4.1-1).
16
Figura 4.1-1: Itinerário partindo de Salvador - BA para o Parque Eólico Serra da Babilônia, Municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova -
BA.
17
Inserido no ecossistema Caatinga o Parque Eólico Serra da Babilônia integra o
complexo ecofisionômico da Chapada Diamantina, na região são encontrados
muitos ambientes com Neossolo, por vezes associados à Litossolos o que
influencia fortemente as formações florísticas e dinâmica ecológica da região.
Na presente campanha foram realizadas amostragens nas Áreas de Influência
Indireta (AII) (Figura 4.1-2) definida em 5 km a partir da Área Diretamente Afetada
estando de acordo com o raio proposto para meio biótico no EIA/RIMA realizado
para o Parque, do oeste limitada pelo Rio Jacaré ou Vale do Romão Gramacho
(Figura 4.1-3), importante afluente, sendo no presente estudo considerado como
área sensível para a Avifauna da região, neste local foram definidos um total de 9
pontos de escuta.
Figura 4.1-2: Vegetação disposta na AII do Parque Eólico Serra da Babilônia registrada durante amostragem da Avifauna Migratória, municípios de Morro do Chapéu e Várzea
Nova – BA.
18
Figura 4.1-3: Rio Jacaré, área cercada para passagem do gado, localizada na AII do
Parque Eólico Serra da Babilônia, municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova – BA.
A Área de Influência Direta (AID) (Figura 4.1-4) foi definida como todas as
propriedades onde o parque eólico estará inserido mesmo que a ADA
corresponda a uma pequeno trecho da AID estando de acordo com o raio
proposto no EIA/RIMA realizado para o Parque.
Figura 4.1-4: Vegetação disposta na AID do Parque Eólico Serra da Babilônia registrada durante amostragem da Avifauna Migratória, municípios de Morro do Chapéu e Várzea
Nova – BA.
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Área Diretamente Afetada (ADA) (Figura 4.1-5) constitui as áreas de intervenções
do Parque Eólico como acessos e praças para implantação dos aerogeradores,
sendo portanto considerada área critica nos trabalhos de manejo e proteção da
fauna e flora, assim no presente trabalho a ADA foi extensamente amostrada afim
de se detectar a presença aves migratórias na rota dos aerogeradores.
Figura 4.1-5: Vegetação disposta na ADA do Parque Eólico Serra da Babilônia registrada
durante amostragem da Avifauna Migratória, municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova – BA.
4.2 Espacializações das Campanhas
A coleta dos dados de campo serão realizadas num total de 4 campanhas de 10
dias cada a intervalos trimestrais entre campanhas ao longo de um ano, tendo a
primeira campanha sido realizada entre 01 e 10/04/2014 (Quadro 4.2-1)
Quadro 4.2-1: Cronograma de execução das campanhas para realização do estudo de identificação e mapeamento da Avifauna Migratória do Parque Eólico Serra da Babilônia,
municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova/BA. Em destaque (célula vermelha) a data de realização da primeira campanha.
Intervalo Datas
Ano 2014 Ano 2015
Período seco Período Chuvoso Período Chuvoso
20
Abr. Mai. Jun. Jul. Agos. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar.
De 01 a 10
De 10 a 20
De 20 a 30
Considerando as particularidades das diferentes espécies da Avifauna foram
programadas um total de 2 campanhas no período chuvoso e 2 campanhas no
período seco.
4.3 Equipamentos Utilizados
Para a execução deste estudo foram necessários os seguintes equipamentos:
Binóculos.
Gravadores com microfones direcionais.
GPS.
Máquina fotográfica Canon 7D, Lente 100-400m para registros fotográficos
das espécies encontradas no campo.
Luvas raspa-de-couro, luvas de procedimento e perneira.
4.4 Métodos de Coleta
O conjunto de metodologias propostas para a Identificação e Mapeamento da
Avifauna Migratória visa proporcionar a coleta de dados quali-quantitativos
primários com rigor cientifico e em condições de alimentar os indicadores
ambientais propostos, com isso espera-se gerar informações de alta
confiabilidade para a compreensão dos efeitos das intervenções antrópicas
previstas sobre a dinâmica natural da Avifauna Migratória na área de implantação
do Parque Eólico Serra da Babilônia.
21
A identificação taxonômica das espécies foi realizada com apoio de bibliografia
especializada, também foi utilizada a gravação dos cantos para auxilio na
confirmação.
Para a primeira campanha foram definidos os Pontos de Instalação de Rede de
Neblina (Quadro 4.4-1) (Anexo III) que serão ativados a partir da segunda
campanha, nestes pontos deverão ser capturadas e anilhadas espécies da
Avifauna Migratória, a execução de ambos os procedimentos foram legalmente
concedidas pelo ICMBio/CEMAVE (Anexo IV) após submissão do projeto de
Identificação e Mapeamento da Avifauna Migratória do Parque Eólico Serra da
Babilônia. Também na presente campanha foram definidos os transectos e pontos
de escuta com uso de Play Back e aplicação de “Listas de 10” ou Listas de
Mackinnon (RIBON, 2010).
Quadro 4.4-1: Pontos de Instalação futura das Redes de Neblina para amostragem da Avifauna Migratória do Parque Eólico Serra da Babilônia, municípios de Morro do Chapéu
e Várzea Nova – BA. Projeção Cartográfica SIRGAS 2000 UTM 24 L.
Ponto de Instalação X Y
RN 01 248765.302 8771744.596
RN 02 251172.983 8773331.900
RN 03 257566.793 8772943.970
RN 04 246423.899 8770650.164
RN 05 243726.930 8772161.763
RN 06 244270.677 8772971.789
RN 07 245910.076 8775410.801
RN 08 239870.242 8770450.503
4.4.1 Transectos para Observação, Escuta, Gravação e Reprodução de
Vocalização de Aves (Play Back)
Para amostrar a Avifauna Migratória foram percorridos a pé ao longo de 10 dias
um total de 10 transectos com 2 km comprimento cada.
22
Em todos os transectos percorridos foram estabelecidos pontos de escuta a cada
250 m totalizando 90 pontos (Quadro 4.4.1-1) (Anexo V), em cada ponto de
escuta os pesquisadores investiram 10 minutos para observação, escuta,
gravação de cantos e atração de espécies por meio do uso de Play Back, os
registros compuseram as “listas de 10” ou Listas de Mackinnon (RIBON, 2010)
que consiste no registro das dez espécies identificadas por lista, a lista final das
espécies da Avifauna Migratória resultará da soma das espécies registradas por
meio desta técnica.
Quadro 4.4.1-1: Pontos de escuta em Transectos para amostragem da Avifauna Migratória do Parque Eólico Serra da Babilônia, municípios de Morro do Chapéu e Várzea
Nova – BA. Projeção Cartográfica SIRGAS 2000 UTM 24 L.
PONTOS DE ESCUTA
Transecto Ponto X Y
A
01 248252.995 8771747.039
02 248509.874 8771746.628
03 248765.302 8771744.596
04 249011.948 8771720.397
05 249270.489 8771731.829
06 249508.614 8771701.400
07 249762.848 8771713.548
08 250013.426 8771715.915
09 250265.428 8771700.889
B
10 251777.074 8772914.152
11 251481.406 8773113.823
12 251172.983 8773331.900
13 250920.645 8773521.371
14 250672.985 8773746.090
15 250463.991 8773929.448
16 250229.144 8774085.133
17 250068.563 8774276.741
18 249934.056 8774487.473
C
19 254282.000 8772097.000
20 254216.000 8772386.000
21 254154.000 8772638.000
22 254093.000 8772914.000
23
PONTOS DE ESCUTA
Transecto Ponto X Y
23 254044.000 8773164.000
24 253988.000 8773416.000
25 253935.000 8773669.000
26 253881.000 8773925.000
27 253826.000 8774181.000
D
28 246423.899 8770650.164
29 246368.989 8770894.059
30 246314.865 8771138.130
31 246266.292 8771383.366
32 246210.800 8771627.129
33 246155.761 8771870.996
34 246099.023 8772114.472
35 246037.150 8772356.695
36 245975.755 8772599.039
E
37 243477.111 8772171.280
38 243726.930 8772161.763
39 243976.929 8772161.085
40 244226.722 8772171.253
41 244476.683 8772175.670
42 244726.660 8772179.072
43 244975.850 8772199.183
44 245224.785 8772222.237
45 245473.794 8772244.471
F
46 244024.889 8772926.090
47 244270.677 8772971.789
48 244514.795 8773025.701
49 244757.688 8773084.887
50 244998.366 8773152.520
51 245238.474 8773222.149
52 245476.152 8773299.666
53 245712.323 8773381.662
54 245947.824 8773465.563
G
55 245419.310 8775316.771
56 245663.043 8775372.399
57 245910.076 8775410.801
24
PONTOS DE ESCUTA
Transecto Ponto X Y
58 246156.441 8775453.273
59 246406.024 8775494.719
60 246649.914 8775531.925
61 246905.822 8775571.599
62 247147.272 8775615.939
63 247392.121 8775651.107
H
64 236953.000 8775183.000
65 237105.000 8775018.000
66 237291.000 8774896.000
67 237530.000 8774744.000
68 237831.000 8774734.000
69 238188.000 8774705.000
70 238499.000 8774743.000
71 238550.000 8774428.000
72 238713.000 8774196.000
I
73 249367.000 8770905.000
74 249483.000 8770691.000
75 249610.000 8770456.000
76 249725.000 8770226.000
77 249856.000 8769987.000
78 249979.000 8769750.000
79 250117.000 8769504.000
80 250230.000 8769271.000
81 250352.000 8769041.000
J
82 249540.000 8774655.000
83 249333.000 8774822.000
84 249128.000 8774982.000
85 248933.000 8775135.000
86 248726.000 8775297.000
87 248510.000 8775462.000
88 248305.000 8775637.000
89 248103.000 8775799.000
90 247905.000 8775956.000
25
4.4.2 Análise dos Dados
Para tratamento dos dados primários coletados na primeira campanha e obtenção
dos índices ecológicos propostos foram utilizados diferentes programas
estatísticos, a Riqueza de espécies foi obtida por meio do STIMATE S 5.0 e
estimador CHAO 1, o calculo de abundancia das espécies foi obtido por contagem
direta dos registros nos pontos de amostragem resultando no Índice Pontual de
Abundancia (IPA).
A composição da Avifauna Migratória na área de estudo foi obtida por meio da
analise de agrupamento (Cluster analisys) que indica a similaridade entre
pontos/áreas de amostragem.
A composição da comunidade de Avifauna Migratória será apresentada no
relatório final sendo determinada pelos índices de diversidade, riqueza,
equitabilidade e similaridade de Shannon.
Para monitorar o nível de eficiência dos métodos propostos utilizou-se a Curva de
Acumulação, uma representação gráfica onde o número de novos espécimes
(eixo Y) é registrado contra o esforço amostral (eixo X), a alimentação do método
foi realizada com uso dos registros primários obtidos a partir da aplicação da lista
de 10. O esforço de amostragem será considerado satisfatório quando houver
estabilidade da curva de acumulação (quando ela atingir a assíntota).
4.5 Inter-relação com Outros Planos e Programas
Para fins de planejamento do estudo de Identificação e Mapeamento da Avifauna
Migratória na fase de pré-implantação do parque foram considerados os
resultados obtidos a partir do Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório
de Impacto Ambiental – EIA/RIMA.
26
Os resultados obtidos deverão servir de base a elaboração dos demais planos
previstos para as fases de implantação e operação do Parque Eólico Serra da
Babilônia a exemplo do Plano de Desmatamento, Plano de Resgate e
Afugentamento da Fauna, Programa de Recuperação de Area Degradada –
PRAD, Programa de Educação Ambiental e Plano de Monitoramento da Fauna.
.
27
5. RESULTADOS
5.1 Listas de Mackinnon (Listas de 10)
O Método proposto por Mackinnon e Phillips (1993) é uma ferramenta eficiente
para avaliar a estimativa de riqueza da Avifauna. Na presente campanha foram
geradas um total de 80 listas de 10 resultando em 131 espécies (Figura 5.1-1)
(Quadro 5.1-1) distribuídas em 38 famílias zoológicas, segundo a lista do CBRO
2014. O estimador “Chao 1” sugere, a partir de dados exclusivamente do método
quantitativo, uma riqueza média de 131 espécies para a área, com intervalo de
confiança (95%) entre 141 e 162 ssp.
Figura 5.1-1: Curva de acumulação de espécies resultante após 80 listas de 10.
Quadro 5.1-1: Lista taxonômica da Avifauna registrada na primeira campanha do Parque Eólico Serra da Babilônia, municípios de Várzea Nova e Morro do Chapéu – BA.
NOME DO TÁXON NOME COMUM STATUS REGISTRO
Rheiformes Forbes, 1884
Rheidae Bonaparte, 1849
Rhea americana (Linnaeus, 1758) Ema R EIA/Voc
Tinamiformes Huxley, 1872
Tinamidae Gray, 1840
131
0
20
40
60
80
100
120
140
0 20 40 60 80 100
N E
spé
cie
s re
gist
rad
as
N Listas de 10
28
NOME DO TÁXON NOME COMUM STATUS REGISTRO
Crypturellus noctivagus (Wied, 1820) Jaó-do-sul R, E EIA
Crypturellus parvirostris (Wagler,
1827) Inhambu-chororó R EIA/Obs
Crypturellus tataupa (Temminck,
1815) Inhambu-chintã R EIA
Rhynchotus rufescens (Temminck,
1815) Perdiz R Obs
Nothura maculosa (Temminck, 1815) Codorna-amarela R EIA/Obs
Anatidae Leach, 1820
Dendrocygna autumnalis (Linnaeus,
1758) Asa-branca R Obs
Anas bahamensis Linnaeus, 1758 Marreca-toicinho R Obs
Netta erythrophthalma (Wied, 1832) Paturi-preta R Obs
Galliformes Linnaeus, 1758
Cracidae Rafinesque, 1815
Penelope jacucaca Spix, 1825 Jacucaca R, E EIA
Pelecaniformes Sharpe, 1891
Ardeidae Leach, 1820
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) Garça-vaqueira R EIA/Obs
Butorides striata (Linnaeus, 1758) Socozinho R Obs
Ardea alba Linnaeus, 1758 Garça-branca-
grande R EIA/Obs
Egretta thula (Molina, 1782) Garça-branca-
pequena R Obs
Cathartiformes Seebohm, 1890
Cathartidae Lafresnaye, 1839
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) Urubu-de-cabeça-
vermelha R EIA/Obs
Cathartes burrovianus (Cassin,
1845)
Urubu-de-cabeça-
amarela R EIA/Obs
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) Urubu-de-cabeça-
preta R EIA/Obs
Sarcoramphus papa (Linnaeus, Urubu-rei R Obs
29
NOME DO TÁXON NOME COMUM STATUS REGISTRO
1758)
Accipitriformes Bonaparte, 1831
Accipitridae Vigors, 1824
Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825 Gaviãozinho R EIA/Obs
Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788) Gavião-preto R Obs
Rupornis magnirostris (Gmelin,
1788) Gavião-carijó R EIA/Obs
Geranoaetus albicaudatus (Vieillot,
1816)
Gavião-de-rabo-
branco R Obs
Geranoaetus melanoleucus (Vieillot,
1819) Águia-chilena R Obs
Charadriiformes Huxley, 1867
Charadrii Huxley, 1867
Charadriidae (Leach, 1820)
Vanellus chilensis (Molina, 1782) Quero-quero R EIA/Obs
Scolopaci (Steijneger, 1885)
Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) Jaçanã R Obs
Columbiformes Latham, 1790
Columbidae (Leach, 1820)
Columbina talpacoti (Temminck,
1811) Rolinha-roxa R Obs
Columbina squammata (Lesson,
1831) Fogo-apagou R EIA/Obs
Columbina picui (Temminck, 1813) Rolinha-picui R EIA/Obs
Patagioenas picazuro (Temminck,
1813) Pombão R Obs
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) Pomba-de-bando R EIA/Obs
Leptotila verreauxi (Bonaparte,
1855) Juriti-pupu R
Cuculiformes Wagler, 1830
Cuculidae (Leach, 1820)
30
NOME DO TÁXON NOME COMUM STATUS REGISTRO
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) Alma-de-gato R EIA/Obs
Coccyzus melacoryphus (Vieillot,
1817)
Papa-lagarta-
acanelado R EIA/Obs
Crotophaga ani (Linnaeus, 1758) Anu-preto R EIA/Obs
Guira guira (Gmelin, 1788) Anu-branco R EIA/Obs
Strigiformes Wagler, 1830
Strigidae (Leach, 1820)
Megascops choliba (Vieillot, 1817) Corujinha-do-mato R EIA/Obs
Athene cunicularia (Molina, 1782) Coruja-buraqueira R EIA/Obs
Nyctibiiformes (Yuri, Kimball, Harshman, Bowie, Braun, Chojnowski, Han, Hackett, Huddleston,
Moore, Reddy, Sheldon, Steadman, Witt & Braun, 2013
Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) mãe-da-lua R Obs
Caprimulgiformes Ridgway, 1881
Caprimulgidae Vigors, 1825
Antrostomus rufus (Boddaert, 1783) joão-corta-pau R EIA/Obs
Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) bacurau R EIA/Obs
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) bacurau-tesoura R EIA
Apodiformes Peters, 1940
Trochilidae Vigors, 1825
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro R EIA
Phaethornis pretrei (Lesson &
Delattre, 1839)
rabo-branco-
acanelado R Obs
Eupetomena macroura (Gmelin,
1788) beija-flor-tesoura R EIA/Obs
Colibri serrirostris (Vieillot, 1816) beija-flor-de-
orelha-violeta R EIA
Chrysolampis mosquitus (Linnaeus,
1758) beija-flor-vermelho R EIA/Obs
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) besourinho-de-
bico-vermelho R EIA/Obs
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-
garganta-verde R EIA
31
NOME DO TÁXON NOME COMUM STATUS REGISTRO
Heliomaster squamosus (Temminck,
1823)
bico-reto-de-
banda-branca R, E Obs
Galbuliformes (Fürbringer, 1888)
Bucconidae Horsfield, 1821
Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) rapazinho-dos-
velhos R, E EIA/Obs
Piciformes Meyer & Wolf, 1810
Picidae Leach, 1820
Picumnus pygmaeus (Lichtenstein,
1823)
pica-pau-anão-
pintado R, E Obs
Veniliornis passerinus (Linnaeus,
1766) picapauzinho-anão R Obs
Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818) pica-pau-dourado-
escuro R Obs
Colaptes melanochloros (Gmelin,
1788)
pica-pau-verde-
barrado R EIA
Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo R Obs
Celeus flavescens (Gmelin, 1788) pica-pau-de-
cabeça-amarela R Obs
Campephilus melanoleucos (Gmelin,
1788)
pica-pau-de-
topete-vermelho R Obs
Cariamiformes (Furbringer, 1888)
Cariamidae Bonaparte, 1850
Cariama cristata (Linnaeus, 1766) seriema R EIA/Obs
Falconiformes (Bonaparte, 1831)
Falconidae Leach, 1820
Caracara plancus (Miller, 1777) caracará R EIA/Obs
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro R EIA/Obs
Herpetotheres cachinnans
(Linnaeus, 1758) acauã R EIA/Obs
Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri R EIA/Obs
Falco femoralis Temminck, 1822 falcão-de-coleira R Obs
Psittaciformes (Wagler, 1830)
32
NOME DO TÁXON NOME COMUM STATUS REGISTRO
Psittacidae Rafinesque, 1815
Primolius maracana (Vieillot, 1816) maracanã-
verdadeira R Obs
Thectocercus acuticaudatus (Vieillot,
1818)
aratinga-de-testa-
azul R Obs
Eupsittula cactorum (Kuhl, 1820) periquito-da-
caatinga R, E EIA/Obs
Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) tuim R EIA/Obs
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) papagaio-
verdadeiro R Obs
Passeriformes (Linnaeus, 1758)
Thamnophilidae Swainson, 1824
Myrmorchilus strigilatus (Wied, 1831) piu-piu R Obs
Formicivora melanogaster Pelzeln,
1868
formigueiro-de-
barriga-preta R EIA/Obs
Formicivora grantsaui Gonzaga,
Carvalhaes & Buzzetti, 2007
papa-formiga-do-
sincorá R, E Obs
Herpsilochmus sellowi Whitney &
Pacheco, 2000
chorozinho-da-
caatinga R, E EIA
Herpsilochmus atricapillus Pelzeln,
1868
chorozinho-de-
chapéu-preto R Obs
Sakesphorus cristatus (Wied, 1831) choca-do-nordeste R, E EIA/Obs
Thamnophilus capistratus Lesson,
1840
choca-barrada-do-
nordeste R, E EIA/Obs
Thamnophilus torquatus Swainson,
1825
choca-de-asa-
vermelha R Obs
Taraba major (Vieillot, 1816) choró-boi R EIA/Obs
Dendrocolaptidae Gray, 1840
Sittasomus griseicapillus (Vieillot,
1818) arapaçu-verde R Obs
Lepidocolaptes angustirostris
(Vieillot, 1818)
arapaçu-de-
cerrado R EIA/Obs
Furnariidae Gray, 1840
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro R EIA/Obs
33
NOME DO TÁXON NOME COMUM STATUS REGISTRO
Megaxenops parnaguae Reiser,
1905
bico-virado-da-
caatinga R, E Obs
Pseudoseisura cristata (Spix, 1824) casaca-de-couro R, E EIA/Obs
Phacellodomus ruber (Vieillot, 1817) graveteiro R Obs
Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin,
1788) curutié R Obs
Synallaxis hellmayri Reiser, 1905 joão-chique-chique R, E Obs
Synallaxis frontalis Pelzeln, 1859 petrim R EIA
Synallaxis scutata Sclater, 1859 estrelinha-preta R Obs
Tityridae Gray, 1840
Pachyramphus polychopterus
(Vieillot, 1818) caneleiro-preto R Obs
Rhynchocyclidae Berlepsch, 1907
Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) bico-chato-amarelo R Obs
Todirostrum cinereum (Linnaeus,
1766) ferreirinho-relógio R EIA/Obs
Hemitriccus margaritaceiventer
(d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
sebinho-de-olho-
de-ouro R EIA/Obs
Tyrannidae Vigors, 1825
Hirundinea ferruginea (Gmelin,
1788) gibão-de-couro R Obs
Stigmatura napensis Chapman,
1926
papa-moscas-do-
sertão R EIA/Obs
Euscarthmus meloryphus Wied,
1831 barulhento R EIA/Obs
Camptostoma obsoletum
(Temminck, 1824) risadinha R EIA/Obs
Elaenia flavogaster (Thunberg,
1822)
guaracava-de-
barriga-amarela R Obs
Elaenia cristata Pelzeln, 1868 guaracava-de-
topete-uniforme R EIA/Obs
Suiriri suiriri (Vieillot, 1818) suiriri-cinzento R Obs
Phaeomyias murina (Spix, 1825) bagageiro R Obs
Serpophaga subcristata (Vieillot, alegrinho R Obs
34
NOME DO TÁXON NOME COMUM STATUS REGISTRO
1817)
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata R EIA/Obs
Myiarchus swainsoni Cabanis &
Heine, 1859 irré R EIA/Obs
Myiarchus tyrannulus (Statius Muller,
1776)
maria-cavaleira-de-
rabo-enferrujado R Obs
Casiornis fuscus Sclater & Salvin,
1873 caneleiro-enxofre R, E Obs
Pitangus sulphuratus (Linnaeus,
1766) bem-te-vi R EIA/Obs
Philohydor lictor (Lichtenstein, 1823) bentevizinho-do-
brejo R Obs
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro R Obs
Myiodynastes maculatus (Statius
Muller, 1776) bem-te-vi-rajado R Obs
Megarynchus pitangua (Linnaeus,
1766) neinei R EIA/Obs
Myiozetetes similis (Spix, 1825) bentevizinho-de-
penacho-vermelho R Obs
Tyrannus melancholicus Vieillot,
1819 suiriri R EIA/Obs
Myiophobus fasciatus (Statius
Muller, 1776) filipe R Obs
Sublegatus modestus (Wied, 1831) guaracava-
modesta R Obs
Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) lavadeira-
mascarada R Obs
Arundinicola leucocephala
(Linnaeus, 1764) freirinha R Obs
Xolmis irupero (Vieillot, 1823) noivinha R Obs
Vireonidae Swainson, 1837
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari R EIA/Obs
Hylophilus amaurocephalus
(Nordmann, 1835)
vite-vite-de-olho-
cinza R, E Obs
35
NOME DO TÁXON NOME COMUM STATUS REGISTRO
Corvidae Leach, 1820
Cyanocorax cyanopogon (Wied,
1821) gralha-cancã R, E EIA/Obs
Hirundinidae Rafinesque, 1815
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot,
1817)
andorinha-
serradora R Obs
Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-
campo R Obs
Troglodytidae Swainson, 1831
Troglodytes musculus Naumann,
1823 corruíra R EIA/Obs
Cantorchilus leucotis (Lafresnaye,
1845)
garrinchão-de-
barriga-vermelha R Obs
Polioptilidae Baird, 1858
Polioptila plumbea (Gmelin, 1788) balança-rabo-de-
chapéu-preto R EIA/Obs
Turdidae Rafinesque, 1815
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco R Obs
Turdus amaurochalinus Cabanis,
1850 sabiá-poca R EIA
Mimidae Bonaparte, 1853
Mimus saturninus (Lichtenstein,
1823) sabiá-do-campo R EIA/Obs
Passerellidae Cabanis & Heine, 1850
Zonotrichia capensis (Statius Muller,
1776) tico-tico R EIA/Obs
Ammodramus humeralis (Bosc,
1792) tico-tico-do-campo R Obs
Icteridae Vigors, 1825
Icterus pyrrhopterus (Vieillot, 1819) encontro R Obs
Icterus jamacaii (Gmelin, 1788) corrupião R, E EIA/Obs
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) graúna R Obs
Chrysomus ruficapillus (Vieillot,
1819) garibaldi R Obs
36
NOME DO TÁXON NOME COMUM STATUS REGISTRO
Agelaioides badius (Vieillot, 1819) asa-de-telha R Obs
Molothrus bonariensis (Gmelin,
1789) vira-bosta R Obs
Sturnella superciliaris (Bonaparte,
1850)
polícia-inglesa-do-
sul R Obs
Thraupidae Cabanis, 1847
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica R EIA/Obs
Saltatricula atricollis (Vieillot, 1817) bico-de-pimenta R EIA/Obs
Saltator similis d'Orbigny &
Lafresnaye, 1837
trinca-ferro-
verdadeiro R Obs
Compsothraupis loricata
(Lichtenstein, 1819) tiê-caburé R, E EIA/Obs
Thlypopsis sordida (d'Orbigny &
Lafresnaye, 1837) saí-canário R Obs
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) pipira-preta R Obs
Lanio pileatus (Wied, 1821) tico-tico-rei-cinza R EIA/Obs
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento R EIA/Obs
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela R EIA/Obs
Schistochlamys ruficapillus (Vieillot,
1817) bico-de-veludo R EIA/Obs
Paroaria dominicana (Linnaeus,
1758)
cardeal-do-
nordeste R, E EIA/Obs
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra-
verdadeiro R EIA/Obs
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu R Obs
Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) baiano R Obs
Cardinalidae Ridgway, 1901
Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein,
1823) azulão R Obs
Fringillidae Leach, 1820
Euphonia chlorotica (Linnaeus,
1766) fim-fim R EIA/Obs
Legenda: R- Residente, E- Endêmica; EIA- Estudo de Impacto Ambiental; Voc.- Vocalização; Obs.- Observação Direta.
37
Das 85 espécies registradas no EIA 11 não foram detectadas na presente
campanha, isto pode ser explicado pelo regime diferenciado de chuvas
experimentado que acaba por influenciar na sazonalidade dos recursos naturais
e, por conseguinte na composição da Avifauna.
Quanto à altura do voo, foram verificadas que 33 espécies (Quadro 5.1-2)
possuem altura de voo constante acima de 50 metros enquadrando-as no grupo
das espécies com potencial de interação com os aerogeradores em
funcionamento no parque Serra da Babilônia, vale ressaltar que nenhuma das
espécies supracitadas são consideradas migratórias e somente duas são
endêmicas sendo o Tiê-caburé (Compsothraupis loricata) (Lichtenstein, 1819) e o
Asa-de-telha-pálido (Agelaioides fringillarius) (Spix, 1824), ambas enquadradas na
categoria LC (tradução pouco preocupante) da IUCN.
As espécies das famílias Columbidae, Falconidae, Acciptridae e Cathartidae são
talvez as mais vulneráveis a colisões com os aerogeradores e com os cabos das
linhas de transmissão que serão implantados para a operação do parque Eólico
Serra da Babilônia. Porém mais duas espécies merecem uma maior atenção
pelos riscos de colisão com os aerogeradores um é predador topo de cadeia, a
águia-chilena Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819) e o urubu-rei
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758), estas espécies possuem um apelo muito
forte na região, ambas utilizam paredões rochosos para pouso e nidificação, e
possuem grandes áreas domiciliares (home range), ou seja, mesmo que o registro
destas espécies não sejam feitos dentro da AID e ADA existe uma grande
probabilidade de uma colisão com o aerogerador em operação. As demais
espécies registradas apresentam o voo de no máximo 20 m de altura, e outras se
deslocam apenas na vegetação, reduzindo o perigo de colisão quase que a zero.
Quadro 5.1-2: Listagem taxonômica das aves registradas no Parque Eólico Serra da Babilônia que apresentam capacidade de altura de voo superior a 50 m. Siglas para a
coluna Status R = residente; E = endêmica.
Espécie Nome Comum Status Área de
Influência
38
Espécie Nome Comum Status Área de
Influência
Thectocercus acuticaudatus Aratinga-de-testa-azul R AII
Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758)
Asa-branca R AII
Anas bahamensis (Linnaeus, 1758) Marreca-toicinho R AII
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) Garça-vaqueira R AII / AID
Ardea alba Linnaeus, 1758 Garça-branca-grande R AII
Egretta thula (Molina, 1782) Garça-branca-pequena R AII / AID
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) Urubu-de-cabeça-
vermelha R AII
Cathartes burrovianus (Cassin, 1845) Urubu-de-cabeça-
amarela R AII
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) Urubu-de-cabeça-preta R AII
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) Urubu-rei R
AII
Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819)
Águia-chilena R AII
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) Gavião-carijó R AII / AID
Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816)
Gavião-de-rabo-branco R AII
Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788) Gavião-preto R AII
Caracara plancus (Miller, 1777) Caracará R AII / AID
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) Carrapateiro R AII / AID
Falco femoralis (Temminck, 1822) Falcão-de-coleira R AII
Vanellus chilensis (Molina, 1782) Quero-quero R AII / AID
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) Jaçanã R AII
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813)
Pombão R AII / AID
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) Pomba-de-bando R AII / AID
Primolius maracana (Vieillot, 1816) Maracanã-verdadeira R AII / AID
Eupsittula cactorum (Kuhl, 1820) Periquito-da-caatinga R AII / AID
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) Papagaio-verdadeiro R AII / AID
Celeus flavescens (Gmelin, 1788) Pica-pau-de-cabeça-
amarela R AII
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) Bem-te-vi R AII / AID
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 Suiriri R AII / AID
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) Andorinha-serradora R AII / AID
Progne tapera (Vieillot, 1817) Andorinha-do-campo R AII
Compsothraupis loricata (Lichtenstein, 1819)
Tiê-caburé R, E AII / AID
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) Graúna R AII / AID
Chrysomus ruficapillus (Vieillot, 1819) Garibaldi R AII / AID
39
Espécie Nome Comum Status Área de
Influência
Agelaioides fringillarius (Spix 1824) Asa-de-telha-pálido R, E AII / AID
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) Vira-bosta R AII / AID
5.2 Índice pontual de Abundancia (IPA)
As duas espécies mais frequentes na Área de Influência Direta (AID) do
empreendimento foram a Sabiá-do-campo (Mimus saturninus) e a Rolinha-Picuí
(Columbina picui) (Figura 5.2-1), ambas consideradas espécies de boa
plasticidade adaptativa, também foram registradas em bom numero o Pica-pau-
dourado-escuro (Piculus chrysochloros), o Bico-virado-da-caatinga (Megaxenops
parnaguae) e o João-chique-chique (Synallaxis hellmayri), estas ultimas espécies
são consideradas sensíveis a alterações ambientais o que pode indicar o bom
estado de conservação da vegetação disposta na área de estudo.
Figura 5.2-1: Índice pontual de abundância (y) das espécies registradas na AID do
empreendimento (x).
Na Área de Influencia Indireta (AII) foram dispostos um total de 09 pontos de
amostragem nas proximidades do Rio Jacaré, nos períodos chuvosos a grande
disponibilidade de água cria um cenário favorável para manutenção de espécies
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1 7
13
19
25
31
37
43
49
55
61
67
73
79
85
91
97
10
3
10
9
11
5
12
1
12
7
40
migrantes do norte e do sul (Anexo VI). O povoado da Tabua, assim como o
trecho amostrado no rio Jacaré, foi considerado área potencial de uso para as
aves do tipo migratória regional e migratória de longa distancia por apresentar
grande disponibilidade de água e consequente abundancia de recurso alimentar
promovendo assim condições adequadas a manutenção de algumas espécies.
Em ambientes onde o recurso hídrico é escasso, a presença de água é
considerada um forte atrativo as espécies regionais e ou migratórias.
Das espécies registradas para AII duas apresentaram migração diária importante,
a Aratinga-de-testa-azul (Thectocercus acuticaudatus) e o Papagaio-verdadeiro
(Amazona aestiva), ambas foram registradas próximas a Gruta dos brejões e
migram diariamente, seguindo o curso do Rio Jacaré, sentido noroeste-sudeste
em busca de alimento retornando ao final do dia. Mesmo não tendo sido
registradas na rota dos aerogeradores as espécies devem ser consideradas
preocupantes quanto a probabilidade de interação negativa com os
aerogeradores, esta afirmativa ganha força quando considerada a altura media de
voo que varia entre 30 e 100 m.
Os dados primários obtidos a partir dos pontos (IPA) dispostos nos transectos e
submetidos a analise de agrupamento (Cluster Analysis) apontaram para uma
maior similaridade na composição da Avifauna entre os transectos D e E, seguido
dos transectos B e J, dentre os transectos analisados o H apresentou-se com
menor nível de similaridade indicando composição distinta da Avifauna, o referido
transecto refere-se aos pontos dispostos na proximidade do Rio Jacaré, a
composição das comunidades nesta área são fortemente influenciadas pela
presença abundante de água o que explica a diferença na composição da
Avifauna local (Figura 5.2-2).
41
Figura 5.2- 2: Dendograma de similaridade contendo os 10 transectos percorridos para o
levantamento da Avifauna migratória na Serra da Babilônia.
5.3 Registros Fotográficos da Avifauna
Os registros fotográficos levantados na primeira campanha estão ilustrados nas
Figuras 5.3-1 a 5.3-40.
Figura 5.3-1: Casal de Thectocercus acuticaudatus (Vieillot, 1818).
i d e b j f g h a c
02
46
8Cluster Dendrogram
hclust (*, "complete")d
Heig
ht
42
Figura 5.3-2: Bando de Paroaria dominicana (Linnaeus, 1758).
Figura 5.3-3: Columbina squammata (Lesson, 1831).
Figura 5.3-4: Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818).
43
Figura 5.3-5: Eupsittula cactorum (Kuhl, 1820).
Figura 5.3-6: Eupsittula cactorum (Kuhl, 1820).
Figura 5.3-7: Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788).
44
Figura 5.3-8: Cathartes aura (Linnaeus, 1758).
Figura 5.3-9: Troglodytes musculus Naumann, 1823.
Figura 5.3-10: Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823).
45
Figura 5.3-11: Polioptila plumbea (Gmelin, 1788).
Figura 5.3-12: Polioptila plumbea (Gmelin, 1788).
Figura 5.3-13: Tangara sayaca (Linnaeus, 1766).
46
Figura 5.3-14: Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783).
Figura 5.3-15: Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818).
Figura 5.3-16: Amazona aestiva (Linnaeus, 1758).
47
Figura 5.3-17: Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823).
Figura 5.3-18: Saltatricula atricollis (Vieillot, 1817).
Figura 5.3-19: Hemitriccus margaritaceiventer (d'O & L, 1837).
48
Figura 5.3-20: Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823).
Figura 5.3-21: Thamnophilus capistratus Lesson, 1840.
Figura 5.3-22: Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766).
49
Figura 5.3-23: Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819).
Figura 5.3-24: Cariama cristata (Linnaeus, 1766).
Figura 5.3-25: Synallaxis hellmayri Reiser, 1905.
50
Figura 5.3-26: Falco sparverius Linnaeus, 1758.
Figura 5.3-27: Megaxenops parnaguae Reiser, 1905.
Figura 5.3-28: Sakesphorus cristatus (Wied, 1831).
51
Figura 5.3-29: Formicivora melanogaster Pelzeln, 1868.
Figura 5.3-30: Ammodramus humeralis (Bosc, 1792).
Figura 5.3-31: Forpus xanthopterygius (Spix, 1824).
52
Figura 5.3-32: Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821).
Figura 5.3-33: Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766).
Figura 5.3-34: Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788).
53
Figura 5.3-35: Heliomaster squamosus (Temminck, 1823).
Figura 5.3-36: Megascops choliba (Vieillot, 1817).
Figura 5.3-37: Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812).
54
Figura 5.3-38: Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827).
Figura 5.3-39: Lanio pileatus (Wied, 1821).
Figura 5.3-40: Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758).
55
REFERÊNCIAS
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Fragmentação e a Importância de Florestas Secundárias - In Ornitologia e
Conservação: da ciência às Estratégias – Santa Catarina: Editora Unisul, p.199-
206, 2001.
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Chapman e Hall, p.112-132, 1994.
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indicadores de la biodiversidad: Programa de las Areas de Importancia para las
Aves de Birdlife Internacional. In: Congreso Latinoamericano de Parques
Nacionales y otras Áreas Protegidas, 1. Santa Marta, 1997. Ponencias. Bogotá :
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NALLY, R. M. Monitoring forest bird communities for impact assessment: the
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(1997) 335-367.Oliveira (1996), 1997.
RIDGELY, R. S.; Tudor, G. The birds of South America. – the oscine
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56
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SOUZA, D. Todas as Aves do Brasil. Guia de campo para identificação. Editora
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Estratégias de Conservação. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/biomas/caatinga/item/191>. Acesso em 04 de junho de
2014.
57
ANEXOS
ANEXO I: IMPORTANT BIRD AREA - IBA BA_05
58
59
ANEXO II: AREA CONSIDERADA DE ALTO GRAU DE ENDEMISMO DE AVES
60
61
ANEXO III: PONTOS DE INSTALAÇÃO DAS REDES DE NEBLINA
62
63
ANEXO IV: AUTORIZAÇÃO DE ANILHAMENTO
64
ANEXO V: PONTOS DE ESCUTA EM TRANSECTO LINEAR DA AVIFAUNA
MIGRATORIA
65
66
ANEXO VI – ÁREAS POTENCIAIS DE USO DA AVIFAUNA MIGRATÓRIA
67