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ESTUDO DE IDENTIFICAÇÃO E MAPEAMENTO DE AVES
MIGRATORIAS NA FASE DE PRÉ-IMPLANTAÇÃO DO
PARQUE EÓLICO SERRA DA BABILÔNIA
Parque Eólico Serra da Babilônia
Municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova / Bahia
Outubro, 2014
2
PAPYRUS CONSULTORIA AMBIENTAL LTDA – Consultoria e Treinamento em Meio
Ambiente, Qualidade e Saúde e Segurança do Trabalho.
Estudo de Identificação e Mapeamento de Aves Migratórias na fase de Pré-
implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia.
Complexo Eólico Serra da Babilônia.
Coordenação Geral: Charlene Neves Luz.
74fls.
Chapada Diamantina, 2014.
1. Estudo de Identificação e Mapeamento de Aves Migratórias na fase de Pré-
implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia. 2. Parque Eólico Serra da Babilônia.
3. Papyrus Consultoria Ambiental.
3
REALIZAÇÃO
MILLENNIUM WIND PARTICIPAÇÕES LTDA - EPP.
Zona rural de Morro do Chapéu e Várzea Nova/ BA.
EXECUÇÃO
PAPYRUS CONSULTORIA AMBIENTAL LTDA
Consultoria e Treinamento em Meio Ambiente, Qualidade e Saúde e Segurança do Trabalho
Rua Esperança, 97, Portão – Lauro de Freitas – Bahia
Tel: (71) 3378-5323/ 9320-0222/ 9320-0001 – E-mail: contato@papyrusconsultoria.com.br
www.papyrusconsultoria.com.br
Coordenação Técnica
Charlene Neves Luz
Doutoranda em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia Ambiental Urbana. Especialista em Engenharia de
Segurança do Trabalho. MBA em Auditoria e Gestão Ambiental. Engenheira de Produção Mecânica.
Urbanista. Técnica em Meio Ambiente.
CREA: 46778
Ricardo Hortélio da Cruz Rios
MBA em Auditoria e Gestão Ambiental. Biólogo.
CRBio: 46177/5-D
Equipe Técnica
Eduardo Mendes Fattori Gonçalves
Biólogo
CRBIO 46.677/5-D
Pedro Monteiro de Castro Gouvêa
Biólogo
CRBIO 77.409/05-D
André Caires Silva
Geografo
CREA: 88025
Duílio Francisco Lobo
Graduando em Biologia
Antônio Alfredo Barreto Molina
Graduando em Biologia
CTF – 1221430
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SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS ............................................................................................................ 5
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... 6
LISTA DE QUADROS ....................................................................................................... 9
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 10
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 12
2. OBJETIVOS ................................................................................................................ 14
2.1 Geral ...................................................................................................................... 14
2.2 Específicos ............................................................................................................. 14
3. INDICADORES AMBIENTAIS ..................................................................................... 15
4. METODOLOGIA .......................................................................................................... 16
4.1 Área de Estudo....................................................................................................... 16
4.2 Espacializações das Campanhas ........................................................................... 20
4.3 Equipamentos Utilizados ........................................................................................ 21
4.4 Métodos de Coleta ................................................................................................. 21
4.4.1 Transectos para observação, escuta, gravação e reprodução de vocalização de
aves (Play Back) .......................................................................................................22
4.4.2 Amostragem por redes de neblina para captura, identificação e marcação dos
espécimes ................................................................................................................26
4.4.3 Análise dos Dados ...........................................................................................31
4.5 Inter-relação com Outros Planos e Programas ....................................................... 32
5. RESULTADOS ............................................................................................................ 33
5.1 Listas de Mackinnon (Listas de 10) ........................................................................ 43
5.2 Índice pontual de Abundancia (IPA) ....................................................................... 44
5.3 Registros Fotográficos da Avifauna ........................................................................ 47
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 66
ANEXOS ......................................................................................................................... 68
5
LISTA DE SIGLAS
AII: Área de Influência Indireta.
AID: Área de Influência Direta.
ADA: Área Diretamente Afetada.
INEMA: Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
CEMAVE: Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres.
ICMBio: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1-1: Itinerário partindo de Salvador - BA para o Parque Eólico Serra da
Babilônia, Municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova - BA. ....................................17
Figura 4.1-2: Aspecto da vegetação predominante na AII do Parque Eólico Serra da
Babilônia registrada durante amostragem da Avifauna Migratória, municípios de Morro do
Chapéu e Várzea Nova – BA. ..........................................................................................18
Figura 4.1-3: Rio Jacaré, trecho cercado para passagem do gado, localizada na AII do
Parque Eólico Serra da Babilônia, municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova – BA.
........................................................................................................................................19
Figura 4.1-4: Aspecto da vegetação predominante na AID do Parque Eólico Serra da
Babilônia registrada durante amostragem da Avifauna Migratória, municípios de Morro do
Chapéu e Várzea Nova – BA. ..........................................................................................19
Figura 4.1-5: Aspecto da vegetação predominante na ADA do Parque Eólico Serra da
Babilônia registrada durante amostragem da Avifauna Migratória, municípios de Morro do
Chapéu e Várzea Nova – BA. ..........................................................................................20
Figura 4.4.1-1: Amostragem em ponto de escuta ao longo do transecto para registro da
Avifauna Migratória. .........................................................................................................23
Figura 4.4.2-1: Redes de neblina instaladas para captura da avifauna Migratória na área
de implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia.......................................................26
Figura 4.4.2-2: Captura de espécime de ave por redes de neblina no Parque Eólico Serra
da Babilônia. ....................................................................................................................27
Figura 4.4.2-3: Retirada de espécime de ave após a captura por redes de neblina na área
de implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia.......................................................27
Figura 4.4.2-4: Acondicionamento temporário de ave para identificação, anilhamento e
soltura na área de implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia. .............................28
Figura 4.4.2-5: Identificação de ave capturada na área de implantação do Parque Eólico
Serra da Babilônia. ..........................................................................................................28
Figura 4.4.2-6: Anilhamento de espécime na área de implantação do Parque Eólico Serra
da Babilônia. ....................................................................................................................29
Figura 4.4.2-7: Detalhe da anilha implantada no tarso da ave capturada na área de
implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia. ..........................................................29
Figura 4.4.2-8: Espécime de ave anilhada na área de implantação do Parque Eólico Serra
da Babilônia. ....................................................................................................................30
7
Figura 4.4.2-9: Espécime de ave anilhada na área de implantação do Parque Eólico Serra
da Babilônia. ....................................................................................................................30
Figura 4.4.2-10: Anilhas metálicas utilizadas no anilhamento das aves capturadas na área
de implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia.......................................................31
Figura 5-1: Riqueza comparativa de espécies entre as três campanhas de amostragem
realizadas (duas durante o período seco e uma durante o chuvoso) no Parque Eólico
Serra da Babilônia. ..........................................................................................................41
Figura 5.1-1: Curva de acumulação de espécies resultante após 73 listas de 10. ...........44
Figura 5.2-1: Índice pontual de abundância (y) das espécies registradas na AID e AII do
empreendimento (x). ........................................................................................................45
Figura 5.2-2: Dendrograma de similaridade contendo os 10 transectos percorridos para o
levantamento da Avifauna migratória na Serra da Babilônia. ...........................................47
Figura 5.3-1: Picumnus pygmaeus (Gmelin, 1788). .........................................................48
Figura 5.3-2: Sakesphorus cristatus (Wied, 1831). ..........................................................48
Figura 5.3-3: Columbina squammata (Lesson, 1831). ......................................................49
Figura 5.3-4: Turdus amaurochalinus (Cabanis, 1850). ...................................................49
Figura 5.3-5: Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788). ........................................................50
Figura 5.3-6: Eupsittula cactorum (Kuhl, 1820). ...............................................................50
Figura 5.3-7: Aramides mangle (Spix, 1825). ...................................................................51
Figura 5.3-8: Euscarthmus meloryphus (Wied, 1831). .....................................................51
Figura 5.3-9: Hylophilus amaurocephalus (Nordmann, 1835). .........................................52
Figura 5.3-10: Tangara cayana (Linnaeus, 1766). ...........................................................52
Figura 5.3-11: Polioptila plumbea (Gmelin, 1788). ...........................................................53
Figura 5.3-12: Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788). ...................................................53
Figura 5.3-13: Herpsilochmus atricapillus (Pelzeln, 1868). ...............................................54
Figura 5.3-14: Troglodytes musculus (Naumann, 1823). ..................................................54
Figura 5.3-15: Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783). .......................................................55
Figura 5.3-16: Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823). .................................................55
Figura 5.3-17: Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823). .................................................56
Figura 5.3-18: Schistochlamys ruficapillus (Vieillot, 1817). ...............................................56
Figura 5.3-19: Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837). ..............57
Figura 5.3-20: Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837). ..............57
Figura 5.3-21: Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789). ........................................................57
Figura 5.3-22: Turdus leucomelas (Vieillot, 1818). ...........................................................58
8
Figura 5.3-23: Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818). ...........................................58
Figura 5.3-24: Elaenia cristata (Pelzeln, 1868).................................................................59
Figura 5.3-25: Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819). ...................................................59
Figura 5.3-26: Falco sparverius (Linnaeus, 1758). ...........................................................60
Figura 5.3-27: Megaxenops parnaguae (Reiser, 1905). ...................................................60
Figura 5.3-28: Sakesphorus cristatus (Wied, 1831). ........................................................61
Figura 5.3-29: Heliomaster squamosus (Temminck, 1823). .............................................61
Figura 5.3-30: Coereba flaveola (Linnaeus, 1758). ..........................................................62
Figura 5.3-31: Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776). .............................................62
Figura 5.3-32: Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821). ....................................................63
Figura 5.3-33: Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766). ......................................................63
Figura 5.3-34: Athene cunicularia (Molina, 1782). ............................................................64
Figura 5.3-35: Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764). ............................................64
Figura 5.3-36: Lanio pileatus (Wied, 1821). .....................................................................65
Figura 5.3-37: Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812). ..........................................................65
9
LISTA DE QUADROS
Quadro 4.2-1: Cronograma de execução das campanhas para realização do estudo de
identificação e mapeamento da Avifauna Migratória do Parque Eólico Serra da Babilônia,
municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova/BA. Em destaque (célula vermelha) a
data de realização da terceira campanha. .......................................................................21
Quadro 4.4.1-1: Pontos de escuta em Transectos para amostragem da Avifauna
Migratória do Parque Eólico Serra da Babilônia, municípios de Morro do Chapéu e Várzea
Nova – BA. Projeção Cartográfica SIRGAS 2000 UTM 24 L. ..........................................23
Quadro 4.4.2-1: Pontos de Instalação das Redes de Neblina para amostragem da
Avifauna Migratória do Parque Eólico Serra da Babilônia, municípios de Morro do Chapéu
e Várzea Nova – BA. Projeção Cartográfica SIRGAS 2000 UTM 24 L. ...........................31
Quadro 5-1: Lista taxonômica da Avifauna registrada na 3° campanha, Parque Eólico
Serra da Babilônia, municípios de Várzea Nova e Morro do Chapéu – BA. .....................33
Quadro 5-2: Listagem taxonômica das aves registradas no Parque Eólico Serra da
Babilônia que apresentam capacidade de altura de voo superior a 50 m. Siglas para a
coluna Status R = residente; E = endêmica. ....................................................................41
10
APRESENTAÇÃO
A Papyrus Consultoria Ambiental apresenta o Relatório da 3ª campanha de
Identificação e Mapeamento de Avifauna Migratória para a fase de Pré-
implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia, composto por 12 subparques
sendo Serra da Babilônia I a IV com 15 aerogeradores cada, Serra da Babilônia V
com 1 aerogerador, Serra da Babilônia VI a X com 13 aerogeradores cada, Serra
da Babilônia XI e XII com 14 aerogeradores cada, totalizando 154 aerogeradores
a serem implantados nos municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova – BA
com área total de 5.003,3 hectares.
Exclusivamente brasileiro, o bioma Caatinga ocupa cerca de 11% do país
(844.453 Km²), sendo o principal bioma da região nordeste e o menos conhecido
do país. No entanto, os dados mais atuais indicam uma grande riqueza de
ambientes e espécies, com 932 espécies de plantas, 178 de mamíferos e 590 de
aves, sendo que muitas destas espécies ocorrem somente na caatinga, trata-se
portanto do bioma semiárido mais biodiverso do mundo (MMA, 2014).
Inserida no bioma Caatinga a área de estudo encontra‐se próxima a uma região
que é reconhecida por seu valor internacional para conservação da Avifauna
sendo considerada uma IBA (Important Bird Area) e uma EBA (Endemic Bird
Area). Criada em 2008, a IBA BA_05 do Parque Estadual do Morro do Chapéu
(Anexo I) possui 6.000 ha, localizada a sul do Complexo Eólico Serra da
Babilônia, busca garantir a manutenção da Avifauna bem como conservar as
variadas fisionomias as quais as aves estão associadas.
A EBA BR_073 dos Tabuleiros e Colinas do Brasil Central possui uma área que
cobre diversos municípios nos estados da Bahia e Minas Gerais, ao longo da
Cadeia do Espinhaço, englobando Morro do Chapéu e adjacências (Anexo II).
Esta área foi reconhecida por suas aves endêmicas restritas à Chapada
Diamantina e proximidades. Esta posição e prestígio internacional denotam a
11
relevância da área de estudo e entorno para a conservação da Avifauna desde o
nível local ao global, requerendo medidas responsáveis de manejo e programas
adequados para a manutenção da biodiversidade.
O presente estudo de Identificação e Mapeamento da Avifauna Migratória foi
estruturado de forma a atender as condicionantes previstas na Licença Previa
regida pela Portaria INEMA n° 5847, Processo n° 2012.001.001095/INEMA/LIC-
01095, item V – d.
12
1. INTRODUÇÃO
A implantação de infraestrutura básica promove uma grande variedade de
impactos ambientais, quer seja durante sua implantação ou mesmo durante a sua
operação (FORMAN; ALEXANDER, 1998; NELLEMANN, 2003; SPELLERBERG,
2007; AGOSTINHO et al, 2008; GUMIER-COSTA; SPERBER, 2009).
A crescente demanda por alternativas sustentáveis tem resultado em uma série
de tecnologias e novos empreendimentos, especialmente na obtenção e geração
de energia dentre as quais se destacam a obtenção de energia por fonte eólica
(ERENO, 2010) que mesmo sendo considerada uma energia limpa ou
sustentável, promove impactos ambientais, onde se destacam os impactos
causados sobre a fauna, em especial as aves e morcegos (DREWITT;
LANGSTON, 2006; BARCLAY et al., 2007; KUNZ et al., 2007; KUVLESKY et al.,
2007). A mortalidade de aves envolvidas em acidentes com aerogeradores é um
problema já estudado e que tem sido bem documentado em todo o mundo (KUNZ
et al., 2007; BAERWALD et al., 2008).
A utilização do recurso eólico para geração de energia no Brasil é ainda
considerada uma alternativa nova e, portanto pouco conhecida, especialmente no
que diz respeito à falta de informações sobre os impactos da instalação e
operação destes empreendimentos sobre a fauna brasileira. O que se sabe até o
momento é baseado em estudos realizados na América do Norte e Europa
(JANSS, 1998; OSBORN, 1998; LEDDYET al., 1999; OSBORN et al., 2000;
LUCAS et al., 2004; BERNARDINO, 2006; DREWITT; LANGSTON, 2006;
HUPPOP et al., 2006; EVERAERT; STIENEN, 2007; LARSEN; GUILLEMETTE,
2007; KUVLESKY et al., 2007; KIKUTCHI, 2008).
Evitar a extinção de espécies, seja em nível regional ou mesmo global, é um dos
princípios básicos da Biologia da Conservação, sendo os programas específicos
13
de conservação considerados como a melhor ferramenta para lidar com espécies
em risco de extinção (TOWNSEND et al., 2006; BEGON et al., 2007).
Mudanças substanciais nos ecossistemas sejam de origem natural, e,
especialmente, as de origem antrópica, podem provocar eventos de extinção local
ou em casos mais graves regional de muitas espécies da fauna provocando
alterações na biodiversidade gerando desequilíbrio ecológico e por consequência
comprometendo a qualidade do ambiente (VIVO, 1996; CHIARELLO, 1999;
PANITZ; PORTO-FILHO, 2003; COSTA et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2008).
Considerando à crescente expansão do setor de geração de energia elétrica por
fonte renovável e a necessidade de ampliarmos o conhecimento acerca dos
impactos decorrentes da atividade é que se faz necessária à implantação de
projetos de monitoramento da fauna, tanto para atender a legislação ambiental
como para preencher lacunas básicas de conhecimento (PARDINI et al, 2003).
14
2. OBJETIVOS
2.1 Geral
Identificar e Mapear a Avifauna Migratória nas áreas de influência do
empreendimento.
2.2 Específicos
Levantar as espécies de aves migratórias ocorrentes na área de
implantação do empreendimento.
Identificar a composição da Avifauna Migratória nos pontos de
amostragem.
Identificar áreas potenciais de uso da Avifauna Migratória.
Identificar rotas das espécies de aves migratórias nas áreas de influência
do empreendimento.
Identificar as espécies de aves com maior potencial de interação com os
aerogeradores.
15
3. INDICADORES AMBIENTAIS
Os Indicadores Ambientais são informações quantificadas, usadas nos processos
de decisão, uteis como ferramenta de avaliação de determinados fenômenos,
apresentando suas tendências e progressos que se alteram ao logo do tempo,
são estatísticas selecionadas que representam ou resumem alguns aspectos do
estado do meio ambiente, dos recursos naturais e atividades humanas
relacionadas, sendo estes:
Total de registro de espécies migratórias na área de implantação do
empreendimento (Índice de riqueza) + (Índice de abundancia).
Total de registro de espécies migratórias por ponto de amostragem (Índice de
riqueza por ponto) + (Índice de abundancia por ponto).
Total de registro de espécies migrantes ameaçadas de extinção.
16
4. METODOLOGIA
4.1 Área de Estudo
O Parque Eólico Serra da Babilônia encontra-se localizado na Estrada Velha
Jacobina-Irecê, S/N, Zona Rural dos municípios de Morro do Chapéu e Várzea
Nova – BA distante cerca de 482 km de Salvador.
Partindo de Salvador deve-se tomar a BR 324 sentido município de Feira de
Santana, em seguida pegando a BR 116 até o município de Tanquinho, a partir de
Tanquinho deve-se retomar a BR 324 passando pelos municípios de Riachão do
Jacuípe, Nova Fatima, Gavião, seguindo até Jacobina, onde se deve seguir pela
BA 368 até o município de Ourolândia donde se toma um último trecho até o
empreendimento (Figura 4.1-1).
17
Figura 4.1-1: Itinerário partindo de Salvador - BA para o Parque Eólico Serra da Babilônia, Municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova -
BA.
18
Inserido no ecossistema Caatinga o Parque Eólico Serra da Babilônia integra o
complexo ecofisionômico da Chapada Diamantina, na região são encontrados
muitos ambientes com Neossolo, por vezes associados à Litossolos o que
influencia fortemente as formações florísticas e dinâmica ecológica da região.
Na presente campanha foram realizadas amostragens nas Áreas de Influência
Indireta (AII), Área de Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada (ADA),
as delimitações das áreas de influencia estão de acordo com o proposto para o
Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental –
EIA/RIMA do Parque Eólico Serra da Babilônia (Anexo III).
A AII (Figura 4.1-2) está compreendida entre duas sub-bacias, Salitre e Verde-
Jacaré, estando delimitada a leste pelo rio Salitre e a oeste pelo Rio Vereda do
Romão Gramacho ou Rio Jacaré (Figura 4.1-3), importante afluente, sendo no
presente estudo considerado como área sensível para a Avifauna da região, neste
local foram definidos um total de 9 pontos de escuta.
Figura 4.1-2: Aspecto da vegetação predominante na AII do Parque Eólico Serra da
Babilônia registrada durante amostragem da Avifauna Migratória, municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova – BA.
19
Figura 4.1-3: Rio Jacaré, trecho cercado para passagem do gado, localizada na AII do
Parque Eólico Serra da Babilônia, municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova – BA.
A Área de Influência Direta (AID) (Figura 4.1-4) considerada no estudo extrapola
1 km o limite dos imóveis rurais fazenda Bom Jesus e fazenda Flor do Sertão,
também cobrindo toda a extensão do acesso externo, trecho que conecta a área
de estudo ao município de Ourolândia, para o referido trecho foi considerada
largura de 200 m para cada lado a partir do eixo central do acesso externo.
Figura 4.1-4: Aspecto da vegetação predominante na AID do Parque Eólico Serra da
Babilônia registrada durante amostragem da Avifauna Migratória, municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova – BA.
20
A área definida como Área Diretamente Afetada (ADA) (Figura 4.1-5) coincide
com o limite dos imóveis rurais fazenda Bom Jesus e fazenda Flor do Sertão,
sendo também considerado o acesso externo que conecta a área de estudo ao
município de Ourolândia.
Figura 4.1-5: Aspecto da vegetação predominante na ADA do Parque Eólico Serra da
Babilônia registrada durante amostragem da Avifauna Migratória, municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova – BA.
4.2 Espacializações das Campanhas
A coleta dos dados de campo será realizada, totalizando 4 campanhas de 10 dias
cada a intervalos trimestrais entre campanhas ao longo de um ano, tendo a
presente campanha sido realizada entre 19 e 30/10/2014 (Quadro 4.2-1).
21
Quadro 4.2-1: Cronograma de execução das campanhas para realização do estudo de identificação e mapeamento da Avifauna Migratória do Parque Eólico Serra da Babilônia,
municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova/BA. Em destaque (célula vermelha) a data de realização da terceira campanha.
Intervalo Datas
Ano 2014 Ano 2015
Período seco Período Chuvoso Período Chuvoso
Abr Mai Jun Jul Agos Set Out Nov Dez Jan Fev Mar
De 01 a 10
De 10 a 20
De 20 a 30
Considerando as particularidades das diferentes espécies da Avifauna foram
programadas um total de 2 campanhas no período chuvoso e 2 campanhas no
período seco.
4.3 Equipamentos Utilizados
Para a execução deste estudo foram necessários os seguintes equipamentos:
Binóculos Bushnell Waterproof 8x42.
Gravador digital Sony ICD-UX513F
Microfone direcional Yoga HT 81.
GPS Garmin.
Câmeras fotográficas Canon 7D (lente 100-400m), Nikon D5200 (lente 70-
300 mm) e Canon SX40 HS para registro fotográfico das espécies
encontradas no campo.
Redes de neblina (12 m X 3 m e malha 20 mm).
Luvas de raspa-de-couro e vaqueta, luvas de procedimento e perneira.
Alicates para aplicação de anilhas.
4.4 Métodos de Coleta
O conjunto de metodologias propostas para a Identificação e Mapeamento da
Avifauna Migratória visa proporcionar a coleta de dados quali-quantitativos
22
primários com rigor cientifico e em condições de alimentar os indicadores
ambientais propostos, com isso espera-se gerar informações confiáveis para a
compreensão dos efeitos das intervenções antrópicas previstas sobre a dinâmica
natural da Avifauna Migratória na área de implantação do Parque Eólico Serra da
Babilônia.
A identificação taxonômica das espécies foi realizada com apoio de bibliografia
especializada (Sick, 2004; Sigrist, 2009) e gravações das vocalizações das aves
para auxílio na confirmação de algumas espécies.
4.4.1 Transectos para observação, escuta, gravação e reprodução de
vocalização de aves (Play Back)
Para amostrar a Avifauna Migratória foram percorridos a pé ao longo de 10 dias
um total de 10 transectos com 2 km comprimento cada. Em todos os transectos
percorridos foram estabelecidos pontos de escuta a cada 250 m totalizando 90
pontos (Quadro 4.4.1-1) (Anexo IV). Em cada ponto de escuta os pesquisadores
investiram 10 minutos para observação, escuta, gravação de cantos e atração de
espécies por meio do uso de Play Back (Figura 4.4.1-1). Os registros
compuseram as “listas de 10” ou Listas de Mackinnon (RIBON, 2010), que
consiste no registro das dez espécies identificadas por lista. Além dos transectos,
durante o deslocamento da equipe, houve o registro das espécies avistadas ou
escutadas, compondo listas extras de Mackinnon.
23
Figura 4.4.1-1: Amostragem em ponto de escuta ao longo do transecto para registro da
Avifauna Migratória.
Quadro 4.4.1-1: Pontos de escuta em Transectos para amostragem da Avifauna Migratória do Parque Eólico Serra da Babilônia, municípios de Morro do Chapéu e Várzea
Nova – BA. Projeção Cartográfica SIRGAS 2000 UTM 24 L.
PONTOS DE ESCUTA
Transecto Ponto X Y
A
01 248252.995 8771747.039
02 248509.874 8771746.628
03 248765.302 8771744.596
04 249011.948 8771720.397
05 249270.489 8771731.829
06 249508.614 8771701.400
07 249762.848 8771713.548
08 250013.426 8771715.915
09 250265.428 8771700.889
B
10 251777.074 8772914.152
11 251481.406 8773113.823
12 251172.983 8773331.900
13 250920.645 8773521.371
14 250672.985 8773746.090
15 250463.991 8773929.448
16 250229.144 8774085.133
17 250068.563 8774276.741
18 249934.056 8774487.473
24
PONTOS DE ESCUTA
Transecto Ponto X Y
C
19 254282.000 8772097.000
20 254216.000 8772386.000
21 254154.000 8772638.000
22 254093.000 8772914.000
23 254044.000 8773164.000
24 253988.000 8773416.000
25 253935.000 8773669.000
26 253881.000 8773925.000
27 253826.000 8774181.000
D
28 246423.899 8770650.164
29 246368.989 8770894.059
30 246314.865 8771138.130
31 246266.292 8771383.366
32 246210.800 8771627.129
33 246155.761 8771870.996
34 246099.023 8772114.472
35 246037.150 8772356.695
36 245975.755 8772599.039
E
37 243477.111 8772171.280
38 243726.930 8772161.763
39 243976.929 8772161.085
40 244226.722 8772171.253
41 244476.683 8772175.670
42 244726.660 8772179.072
43 244975.850 8772199.183
44 245224.785 8772222.237
45 245473.794 8772244.471
F
46 244024.889 8772926.090
47 244270.677 8772971.789
48 244514.795 8773025.701
49 244757.688 8773084.887
50 244998.366 8773152.520
51 245238.474 8773222.149
52 245476.152 8773299.666
53 245712.323 8773381.662
25
PONTOS DE ESCUTA
Transecto Ponto X Y
54 245947.824 8773465.563
G
55 245419.310 8775316.771
56 245663.043 8775372.399
57 245910.076 8775410.801
58 246156.441 8775453.273
59 246406.024 8775494.719
60 246649.914 8775531.925
61 246905.822 8775571.599
62 247147.272 8775615.939
63 247392.121 8775651.107
H
64 236953.000 8775183.000
65 237105.000 8775018.000
66 237291.000 8774896.000
67 237530.000 8774744.000
68 237831.000 8774734.000
69 238188.000 8774705.000
70 238499.000 8774743.000
71 238550.000 8774428.000
72 238713.000 8774196.000
I
73 249367.000 8770905.000
74 249483.000 8770691.000
75 249610.000 8770456.000
76 249725.000 8770226.000
77 249856.000 8769987.000
78 249979.000 8769750.000
79 250117.000 8769504.000
80 250230.000 8769271.000
81 250352.000 8769041.000
J
82 249540.000 8774655.000
83 249333.000 8774822.000
84 249128.000 8774982.000
85 248933.000 8775135.000
86 248726.000 8775297.000
87 248510.000 8775462.000
88 248305.000 8775637.000
26
PONTOS DE ESCUTA
Transecto Ponto X Y
89 248103.000 8775799.000
90 247905.000 8775956.000
4.4.2 Amostragem por redes de neblina para captura, identificação e
marcação dos espécimes
Os Pontos de Instalação de Rede de Neblina (Figura 4.4.2-1) (Quadro 4.4.2-1)
(Anexo V) foram ativados na presente campanha, sendo os espécimes de aves
capturados (Figura 4.4.2-2 e 4.4.2-3), acondicionados em sacos de pano (Figura
4.4.2-4), identificados (Figura 4.4.2-5) e anilhados (Figura 4.4.2-6, 4.4.2-7, 4.4.2-
8, 4.4.2-9). Ambos os procedimentos legalmente autorizados pelo
ICMBio/CEMAVE (Anexo VI) após submissão do projeto de Identificação e
Mapeamento da Avifauna Migratória do Parque Eólico Serra da Babilônia. Para a
marcação dos espécimes capturados foram utilizadas anilhas metálicas (Figura
4.4.2-10).
Figura 4.4.2-1: Redes de neblina instaladas para captura da avifauna Migratória na área
de implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia
27
Figura 4.4.2-2: Captura de espécime de ave por redes de neblina no Parque Eólico Serra
da Babilônia.
Figura 4.4.2-3: Retirada de espécime de ave após a captura por redes de neblina na
área de implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia.
28
Figura 4.4.2-4: Acondicionamento temporário de ave para identificação, anilhamento e
soltura na área de implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia.
Figura 4.4.2-5: Identificação de ave capturada na área de implantação do Parque Eólico
Serra da Babilônia.
29
Figura 4.4.2-6: Anilhamento de espécime na área de implantação do Parque Eólico Serra
da Babilônia.
Figura 4.4.2-7: Detalhe da anilha implantada no tarso da ave capturada na área de
implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia.
30
Figura 4.4.2-8: Espécime de ave anilhada na área de implantação do Parque Eólico
Serra da Babilônia.
Figura 4.4.2-9: Espécime de ave anilhada na área de implantação do Parque Eólico
Serra da Babilônia.
31
Figura 4.4.2-10: Anilhas metálicas utilizadas no anilhamento das aves capturadas na
área de implantação do Parque Eólico Serra da Babilônia.
Quadro 4.4.2-1: Pontos de Instalação das Redes de Neblina para amostragem da Avifauna Migratória do Parque Eólico Serra da Babilônia, municípios de Morro do Chapéu
e Várzea Nova – BA. Projeção Cartográfica SIRGAS 2000 UTM 24 L.
Ponto de Instalação X Y
RN 01 248765.302 8771744.596
RN 02 251172.983 8773331.900
RN 03 257566.793 8772943.970
RN 04 246423.899 8770650.164
RN 05 243726.930 8772161.763
RN 06 244270.677 8772971.789
RN 07 245910.076 8775410.801
RN 08 239870.242 8770450.503
4.4.3 Análise dos Dados
Para tratamento dos dados primários e obtenção dos índices ecológicos
propostos foram utilizados diferentes programas estatísticos, a Riqueza de
espécies foi obtida por meio do ESTIMATES 5.0 e estimador CHAO 1, o cálculo
de abundancia das espécies foi obtido por contagem direta dos registros nos
pontos de amostragem resultando no Índice Pontual de Abundancia (IPA).
32
A composição da Avifauna Migratória na área de estudo foi obtida por meio da
análise de agrupamento (Cluster analisys) que indica a similaridade entre
pontos/áreas de amostragem.
Para monitorar o nível de eficiência dos métodos propostos utilizou-se a Curva de
Acumulação, uma representação gráfica onde o número de novos espécimes
(eixo Y) é registrado contra o esforço amostral (eixo X), a alimentação do método
foi realizada com uso dos registros primários obtidos a partir da aplicação da lista
de 10. O esforço de amostragem será considerado satisfatório quando houver
estabilidade da curva de acumulação (quando ela atingir a assíntota).
4.5 Inter-relação com Outros Planos e Programas
Para fins de planejamento do estudo de Identificação e Mapeamento da Avifauna
Migratória na fase de pré-implantação do parque foram considerados os
resultados obtidos a partir do Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório
de Impacto Ambiental – EIA/RIMA.
Os resultados obtidos deverão servir de base a elaboração dos demais planos
previstos para as fases de implantação e operação do Parque Eólico Serra da
Babilônia a exemplo do Plano de Desmatamento, Plano de Resgate e
Afugentamento da Fauna, Programa de Recuperação de Área Degradada –
PRAD, Programa de Educação Ambiental e Plano de Monitoramento da Fauna.
33
5. RESULTADOS
Através dos métodos de amostragem empregados foram detectadas 110
espécies de aves, pertencentes a 35 Famílias, incluídas em 18 Ordens (Quadro
5-1).
Quadro 5-1: Lista taxonômica da Avifauna registrada na 3° campanha, Parque Eólico Serra da Babilônia, municípios de Várzea Nova e Morro do Chapéu – BA.
NOME DO TÁXON
NOME COMUM
STATUS
DE
AMEAÇA
(IUCN)
STATUS
Tinamiformes Huxley, 1872
Tinamidae Gray, 1840
Crypturellus parvirostris (Wagler,
1827) inhambu-chororó
R
*Nothura boraquira (Spix, 1825) codorna-do-nordeste R
Galliformes Linnaeus, 1758
Cracidae Rafinesque, 1815
Penelope jacucaca Spix, 1825 Jacucaca VU R, E
Pelecaniformes Sharpe, 1891
Ardeidae Leach, 1820
Butorides striata (Linnaeus, 1758) Socozinho R
Cathartiformes Seebohm, 1890
Cathartidae Lafresnaye, 1839
Cathartes aura (Linnaeus, 1758)
urubu-de-cabeça-
vermelha
R
Coragyps atratus (Bechstein, 1793)
urubu-de-cabeça-
preta
R
Accipitriformes Bonaparte, 1831
Accipitridae Vigors, 1824
Rupornis magnirostris (Gmelin,
1788) gavião-carijó
R
Geranoaetus melanoleucus (Vieillot,
1819) águia-chilena
R
34
NOME DO TÁXON
NOME COMUM
STATUS
DE
AMEAÇA
(IUCN)
STATUS
Gruiformes Bonaparte, 1854
Rallidae Rafinesque, 1815
*Aramides mangle (Spix, 1825) saracura-do-mangue R
Charadriiformes Huxley, 1867
Charadriidae Leach, 1820
Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero R
Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) Jaçanã R
Columbiformes Latham, 1790
Columbidae Leach, 1820
Columbina squammata (Lesson,
1831) fogo-apagou
R
Columbina picui (Temminck, 1813) rolinha-picui R
Patagioenas picazuro (Temminck,
1813) Pombão
R
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) pomba-de-bando R
Leptotila rufaxilla (Richard &
Bernard, 1792) juriti-gemedeira
R
Cuculiformes Wagler, 1830
Cuculidae Leach, 1820
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto R
*Tapera naevia (Linnaeus, 1766) Saci R
Strigiformes Wagler, 1830
Strigidae Leach, 1820
Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato R
Glaucidium brasilianum (Gmelin,
1788) Caburé
R
Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira R
Caprimulgiformes Ridgway, 1881
35
NOME DO TÁXON
NOME COMUM
STATUS
DE
AMEAÇA
(IUCN)
STATUS
Caprimulgidae Vigors, 1825
*Nyctiphrynus ocellatus (Tschudi,
1844) bacurau-ocelado
R
*Antrostomus rufus (Boddaert, 1783) joão-corta-pau R
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) bacurau-tesoura R
Apodiformes Peters, 1940
Trochilidae Vigors, 1825
Phaethornis pretrei (Lesson &
Delattre, 1839)
rabo-branco-
acanelado
R
Eupetomena macroura (Gmelin,
1788) beija-flor-tesoura
R
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812)
besourinho-de-bico-
vermelho
R
Heliomaster squamosus (Temminck,
1823)
bico-reto-de-banda-
branca
R, E
Galbuliformes Fürbringer, 1888
Bucconidae Horsfield, 1821
Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) rapazinho-dos-velhos R, E
Piciformes Meyer & Wolf, 1810
Picidae Leach, 1820
Melanerpes candidus (Otto, 1796) pica-pau-branco R
Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818)
pica-pau-dourado-
escuro
R
Picumnus pygmaeus (Lichtenstein,
1823)
pica-pau-anão-
pintado
R
Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo R
*Dryocopus lineatus (Linnaeus,
1766)
pica-pau-de-banda-
branca
R
Cariamiformes Furbringer, 1888
Cariamidae Bonaparte, 1850
Cariama cristata (Linnaeus, 1766) Seriema R
36
NOME DO TÁXON
NOME COMUM
STATUS
DE
AMEAÇA
(IUCN)
STATUS
Falconiformes Bonaparte, 1831
Falconidae Leach, 1820
Caracara plancus (Miller, 1777) caracará R
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro R
Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri R
Psittaciformes Wagler, 1830
Psittacidae Rafinesque, 1815
Thectocercus acuticaudatus (Vieillot,
1818)
aratinga-de-testa-
azul
R
Eupsittula cactorum (Kuhl, 1820) periquito-da-caatinga R, E
Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) Tuim R
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) papagaio-verdadeiro R
Passeriformes Linnaeus, 1758
Thamnophilidae Swainson, 1824
Myrmorchilus strigilatus (Wied,
1831) piu-piu
R
Formicivora melanogaster Pelzeln,
1868
formigueiro-de-
barriga-preta
R
Formicivora rufa (Wied, 1831)
papa-formiga-
vermelho
R
Formicivora grantsaui Gonzaga,
Carvalhaes & Buzzetti, 2007
papa-formiga-do-
sincorá
NT R, E
Herpsilochmus sellowi Whitney &
Pacheco, 2000
chorozinho-da-
caatinga
R, E
Herpsilochmus atricapillus Pelzeln,
1868
chorozinho-de-
chapéu-preto
R
Sakesphorus cristatus (Wied, 1831) choca-do-nordeste R, E
Thamnophilus capistratus Lesson,
1840
choca-barrada-do-
nordeste
R, E
Thamnophilus pelzelni Hellmayr,
1924 choca-do-planalto
R
Taraba major (Vieillot, 1816) choró-boi R
37
NOME DO TÁXON
NOME COMUM
STATUS
DE
AMEAÇA
(IUCN)
STATUS
Grallariidae Sclater & Salvin, 1873
Hylopezus ochroleucus (Wied, 1831) torom-do-nordeste NT R
Dendrocolaptidae Gray, 1840
Lepidocolaptes angustirostris
(Vieillot, 1818) arapaçu-de-cerrado
R
Furnariidae Gray, 1840
Furnarius figulus (Lichtenstein,
1823)
casaca-de-couro-da-
lama
R
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro R
Megaxenops parnaguae Reiser,
1905
bico-virado-da-
caatinga
R, E
Pseudoseisura cristata (Spix, 1824) casaca-de-couro R, E
Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin,
1788) curutié
R
Synallaxis hellmayri Reiser, 1905 joão-chique-chique NT R, E
Synallaxis frontalis Pelzeln, 1859 petrim R
Synallaxis albescens Temminck,
1823 uí-pi
R
*Cranioleuca semicinerea
(Reichenbach, 1853) joão-de-cabeça-cinza
R
Rhynchocyclidae Berlepsch, 1907
Tolmomyias flaviventris (Wied,
1831) bico-chato-amarelo
R
Todirostrum cinereum (Linnaeus,
1766) ferreirinho-relógio
R
Hemitriccus margaritaceiventer
(d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
sebinho-de-olho-de-
ouro
R
Tyrannidae Vigors, 1825
Stigmatura napensis Chapman,
1926
papa-moscas-do-
sertão
R
Stigmatura budytoides (d'Orbigny &
Lafresnaye, 1837)
alegrinho-balança-
rabo
R
38
NOME DO TÁXON
NOME COMUM
STATUS
DE
AMEAÇA
(IUCN)
STATUS
Euscarthmus meloryphus Wied,
1831 barulhento
R
Camptostoma obsoletum
(Temminck, 1824) risadinha
R
Elaenia flavogaster (Thunberg,
1822)
guaracava-de-
barriga-amarela
R
Elaenia cristata Pelzeln, 1868
guaracava-de-topete-
uniforme
R
Myiarchus swainsoni Cabanis &
Heine, 1859 Irré
R
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira R
Myiarchus tyrannulus (Statius
Muller, 1776)
maria-cavaleira-de-
rabo-enferrujado
R
Pitangus sulphuratus (Linnaeus,
1766) bem-te-vi
R
Megarynchus pitangua (Linnaeus,
1766) neinei
R
Tyrannus melancholicus Vieillot,
1819 suiriri
R
Myiophobus fasciatus (Statius
Muller, 1776) filipe
R
Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) lavadeira-mascarada R
Arundinicola leucocephala
(Linnaeus, 1764) freirinha
R
Vireonidae Swainson, 1837
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari R
Hylophilus amaurocephalus
(Nordmann, 1835)
vite-vite-de-olho-
cinza
R, E
Corvidae Leach, 1820
Cyanocorax cyanopogon (Wied,
1821) gralha-cancã
R, E
Troglodytidae Swainson, 1831
Troglodytes musculus Naumann,
1823 corruíra
R
39
NOME DO TÁXON
NOME COMUM
STATUS
DE
AMEAÇA
(IUCN)
STATUS
Cantorchilus longirostris (Vieillot,
1819)
garrinchão-de-bico-
grande
R
Polioptilidae Baird, 1858
Polioptila plumbea (Gmelin, 1788)
balança-rabo-de-
chapéu-preto
R
Turdidae Rafinesque, 1815
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco R
Turdus rufiventris Vieillot, 1818 sabiá-laranjeira R
Turdus amaurochalinus Cabanis,
1850 sabiá-poca
R
Mimidae Bonaparte, 1853
Mimus saturninus (Lichtenstein,
1823) sabiá-do-campo
R
Passerellidae Cabanis & Heine, 1850
Zonotrichia capensis (Statius Muller,
1776) tico-tico
R
Icteridae Vigors, 1825
Icterus pyrrhopterus (Vieillot, 1819) encontro R
Icterus jamacaii (Gmelin, 1788) corrupião R, E
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) graúna R
Chrysomus ruficapillus (Vieillot,
1819) garibaldi
R
Agelaioides fringillarius (Spix, 1824) asa-de-telha-pálido R
Molothrus bonariensis (Gmelin,
1789) vira-bosta
R
Thraupidae Cabanis, 1847
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica R
Saltatricula atricollis (Vieillot, 1817) bico-de-pimenta R
Saltator similis d'Orbigny &
Lafresnaye, 1837
trinca-ferro-
verdadeiro
R
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) pipira-preta R
40
NOME DO TÁXON
NOME COMUM
STATUS
DE
AMEAÇA
(IUCN)
STATUS
Lanio pileatus (Wied, 1821) tico-tico-rei-cinza R
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento R
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela R
Schistochlamys ruficapillus (Vieillot,
1817) bico-de-veludo
R
Paroaria dominicana (Linnaeus,
1758) cardeal-do-nordeste
R, E
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) Tiziu R
Cardinalidae Ridgway, 1901
Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein,
1823) Azulão
R
Fringillidae Leach, 1820
Euphonia chlorotica (Linnaeus,
1766) fim-fim
R
Legenda: R - residente; E - endêmica; NT - quase ameaçada; VU – vulnerável; * - Espécie identificada apenas na 3ª campanha.
Das 110 espécies registradas na terceira campanha, sete não foram detectadas
nas campanhas anteriores, mesmo que a riqueza tenha sido maior na primeira e
na segunda, 131 e 123 espécies, respectivamente (Figura 5-1). Apesar do
período da atual campanha ser considerado chuvoso, na região as chuvas ainda
não foram características da estação. Sendo assim, a vegetação e os recursos
hídricos estão ainda mais secos, comparados ao período das campanhas
anteriores.
41
Figura 5-1: Riqueza comparativa de espécies entre as três campanhas de amostragem
realizadas (duas durante o período seco e uma durante o chuvoso) no Parque Eólico Serra da Babilônia.
Quanto à altura do voo, foram verificadas que 18 espécies (Quadro 5-2) possuem
altura de voo constante acima de 50 metros enquadrando-as no grupo das
espécies com potencial de interação negativa com os aerogeradores em
funcionamento no parque Serra da Babilônia. Vale ressaltar que nenhuma das
espécies supracitadas são consideradas migratórias e somente o asa-de-telha-
pálido (Agelaioides fringillarius) (Spix, 1824) apresenta-se como endêmica, sendo
enquadrada na categoria LC (tradução pouco preocupante) da IUCN.
Quadro 5-2: Listagem taxonômica das aves registradas no Parque Eólico Serra da Babilônia que apresentam capacidade de altura de voo superior a 50 m. Siglas para a
coluna Status R = residente; E = endêmica.
Espécie Nome Comum Status Área de
Influência
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) Urubu-de-cabeça-
vermelha R AII / AID
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) Urubu-de-cabeça-preta R AII / AID
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) Gavião-carijó R AII / AID
Caracara plancus (Miller, 1777) Caracará R AII / AID
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) Carrapateiro R AII / AID
Falco sparverius (Linnaeus, 1758) Quiriquiri R AII / AID
Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819)
Águia-chilena R AII
Vanellus chilensis (Molina, 1782) Quero-quero R AII
131 123
110
0
20
40
60
80
100
120
140
Campanha 1 Campanha 2 Campanha 3
Riq
uez
a d
e es
péc
ies
Campanhas de amostragem
42
Espécie Nome Comum Status Área de
Influência
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813)
Pombão R AII / AID
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) Pomba-de-bando R AII
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792)
juriti-gemedeira R AII / AID
Eupsittula cactorum (Kuhl, 1820) Periquito-da-caatinga R AII / AID
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) Papagaio-verdadeiro R AII
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) Bem-te-vi R AII / AID
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 Suiriri R AII / AID
Chrysomus ruficapillus (Vieillot, 1819) Garibaldi R AII
Agelaioides fringillarius (Spix 1824) Asa-de-telha-pálido R, E AII
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) Vira-bosta R AII / AID
Legenda: R - residente; E - endêmica
As espécies das famílias Columbidae, Falconidae, Acciptridae e Cathartidae são
talvez as mais vulneráveis a colisões com os aerogeradores e com os cabos das
linhas de transmissão que serão implantados para a operação do Parque Eólico
Serra da Babilônia. Duas espécies merecem uma maior atenção pelos riscos de
colisão com os aerogeradores: uma é predadora topo de cadeia, a águia-chilena
(Geranoaetus melanoleucus) (Vieillot, 1819) e a outra é uma ave saprófaga,
urubu-rei (Sarcoramphus papa) (Linnaeus, 1758). Na presente campanha, apenas
essa foi observada na área de influência (AII – Transecto H). Ambas possuem um
apelo muito forte na região e utilizam paredões rochosos para pouso e nidificação,
além de possuírem grandes áreas domiciliares (home range), ou seja, mesmo que
os registros destas espécies não sejam feitos dentro das áreas de influência,
existe uma grande probabilidade de colisões com aerogeradores em operação. As
demais espécies registradas apresentam o voo de no máximo 20 m de altura, e
outras se deslocam apenas na vegetação, reduzindo o perigo de colisão quase
que a zero.
43
5.1 Redes de Neblina
A utilização de redes de neblina consiste em um método de amostragem que atua
de forma complementar aos outros, contribuindo para o registro das espécies de
aves de sub-bosque quietas e mais sensíveis à presença humana e possibilitando
o anilhamento dos espécimes capturados para posterior monitoramento. No total,
foram amostrados 76 espécimes de aves através deste método, distribuídas em
34 espécies, as quais pertencem a nove Famílias e sete Ordens. Com exceção do
pica-pau-anão-pintado (Picumnus pygmaeus), todas as espécies de aves
detectadas por meio das redes de neblina, foram também registradas através dos
transectos (pontos de escuta e listas de Mackinnon). Dentre os 76 espécimes
registrados, 46 foram devidamente anilhados.
Houve captura em todos os pontos amostrados. Os espécimes que foram
observados se chocando com as redes sem a sua captura, apesar de não terem
sido marcados, foram contabilizados. O índice de diversidade de Shannon Wiener
(H’), calculado para todos os pontos de detecção de avifauna por rede de neblina,
apontou para um maior valor de diversidade de espécies no ponto RN5 (H’ =
2,425) e menor para o RN7 e RN8 (H’ = 0,693).
5.1 Listas de Mackinnon (Listas de 10)
O Método proposto por Mackinnon e Phillips (1993) é uma ferramenta eficiente
para avaliar a estimativa de riqueza da Avifauna. Na presente campanha, foi
gerado um total de 73 listas de 10, resultando em 103 espécies (Figura 5.1-1)
distribuídas em 35 Famílias e 18 Ordens zoológicas, segundo a lista do CBRO
2014. O estimador “Chao 1” sugere, a partir de dados exclusivos do método
quantitativo, uma riqueza média de 120 espécies para a área, com intervalo de
confiança (95%) entre 108 e 151 ssp.
44
Figura 5.1-1: Curva de acumulação de espécies resultante após 73 listas de 10.
Duas espécies consideradas bioindicadoras de vegetações bem preservadas
foram frequentemente registradas através das listas de Mackinnon, são elas: o
Bico-virado-da-caatinga (Megaxenops parnaguae) e o João-chique-chique
(Synallaxis hellmayri), espécies consideradas sensíveis a alterações ambientais, o
que pode indicar o bom estado de conservação da vegetação disposta na área de
estudo.
5.2 Índice pontual de Abundancia (IPA)
As duas espécies mais frequentes na Área de Influência Direta (AID) do
empreendimento foram: periquito-da-caatinga Eupsittula cactorum e besourinho-
de-bico-vermelho (Chlorostilbon lucidus), sendo a primeira endêmica do bioma
Caatinga e a segunda considerada espécie de boa plasticidade adaptativa,
ocorrendo em outros biomas. Espécies consideradas sensíveis a alterações
ambientais e que indicam um bom estado de conservação da vegetação foram
pouco detectadas, com base nos Índices Pontuais de Abundância (IPA) aqui
calculados.
0
20
40
60
80
100
120
0 10 20 30 40 50 60 70 80
N E
spé
cie
s re
gist
rad
as
N Listas de 10
103
45
Figura 5.2-1: Índice pontual de abundância (y) das espécies registradas na AID e AII do
empreendimento (x).
Na Área de Influência Indireta (AII), foram dispostos um total de 09 pontos de
amostragem nas proximidades do Rio Jacaré. Nos períodos chuvosos a grande
disponibilidade de água cria um cenário favorável para manutenção de espécies
migrantes do norte e do sul. O povoado da Tabua, assim como o trecho
amostrado no rio Jacaré, foi considerado área potencial de uso para as aves do
tipo migratória regional e migratória de longa distância por apresentar grande
disponibilidade de água e consequente abundancia de recurso alimentar
promovendo assim condições adequadas à manutenção de algumas espécies
(Anexo VII). Em ambientes onde o recurso hídrico é escasso, a presença de água
é considerada um forte atrativo as espécies regionais e ou migratórias. A atual
campanha, apesar de ser considerada em período chuvoso, os recursos hídricos
continuam secos e a vegetação ainda com características de estações secas. A
falta de chuvas na região até o presente resulta neste quadro. Além disso, a seca
parece maior que nas campanhas anteriores.
0
1
2
3
4
5
6
7
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73 76 79 82 85 88 91
Ínci
ce P
on
tual
de
Ab
un
dân
cia
(IP
A)
Numero de espécies
46
Das espécies registradas para AII, uma apresenta migração diária importante, o
papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), registrada apenas próxima a Gruta dos
brejões e migra diariamente, seguindo o curso do Rio Jacaré, sentido noroeste-
sudeste em busca de alimento retornando ao final do dia. Outras duas espécies
são exemplos de migração: o Pombão (Patagioenas picazuro) e a Sabiá-poca
(Turdus amaurochalinus) que apresentam migração considerada do tipo parcial
ou intracontinental, com exceção desta última, a presença destas espécies devem
ser consideradas preocupantes quanto a probabilidade de interação negativa com
os aerogeradores. Tal afirmativa ganha força quando considerada a altura média
de voo que varia entre 30 e 100 m.
Os dados primários obtidos a partir dos pontos (IPA) dispostos nos transectos e
submetidos a análise de agrupamento (Cluster Analysis) apontaram para uma
maior similaridade na composição da Avifauna entre os transectos A e C, seguido
dos transectos A e I. Dentre os transectos analisados o H apresentou-se com
menor nível de similaridade, indicando composição distinta da Avifauna. O
referido transecto é composto pelos pontos dispostos na proximidade do Rio
Jacaré, sendo a composição da comunidade de espécies de aves nesta área
fortemente influenciada pela presença abundante de água, o que explica a
diferença na composição da avifauna local (Figura 5.2-2).
47
Figura 5.2-2: Dendrograma de similaridade contendo os 10 transectos percorridos para o
levantamento da Avifauna migratória na Serra da Babilônia.
5.3 Registros Fotográficos da Avifauna
Os principais registros fotográficos levantados na terceira campanha estão
ilustrados nas Figuras 5.3-1 a 5.3-37.
0,32
0,40
0,48
0,56
0,64
0,72
0,80
0,88
0,96
Sim
ilarity
H G J C A I E B D F
48
Figura 5.3-1: Picumnus pygmaeus (Gmelin, 1788).
Figura 5.3-2: Sakesphorus cristatus (Wied, 1831).
49
Figura 5.3-3: Columbina squammata (Lesson, 1831).
Figura 5.3-4: Turdus amaurochalinus (Cabanis, 1850).
50
Figura 5.3-5: Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788).
Figura 5.3-6: Eupsittula cactorum (Kuhl, 1820).
51
Figura 5.3-7: Aramides mangle (Spix, 1825).
Figura 5.3-8: Euscarthmus meloryphus (Wied, 1831).
52
Figura 5.3-9: Hylophilus amaurocephalus (Nordmann, 1835).
Figura 5.3-10: Tangara cayana (Linnaeus, 1766).
53
Figura 5.3-11: Polioptila plumbea (Gmelin, 1788).
Figura 5.3-12: Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788).
54
Figura 5.3-13: Herpsilochmus atricapillus (Pelzeln, 1868).
Figura 5.3-14: Troglodytes musculus (Naumann, 1823).
55
Figura 5.3-15: Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783).
Figura 5.3-16: Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823).
56
Figura 5.3-17: Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823).
Figura 5.3-18: Schistochlamys ruficapillus (Vieillot, 1817).
57
Figura 5.3-19: Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837).
Figura 5.3-20: Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837).
Figura 5.3-21: Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789).
58
Figura 5.3-22: Turdus leucomelas (Vieillot, 1818).
Figura 5.3-23: Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818).
59
Figura 5.3-24: Elaenia cristata (Pelzeln, 1868).
Figura 5.3-25: Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819).
60
Figura 5.3-26: Falco sparverius (Linnaeus, 1758).
Figura 5.3-27: Megaxenops parnaguae (Reiser, 1905).
61
Figura 5.3-28: Sakesphorus cristatus (Wied, 1831).
Figura 5.3-29: Heliomaster squamosus (Temminck, 1823).
62
Figura 5.3-30: Coereba flaveola (Linnaeus, 1758).
Figura 5.3-31: Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776).
63
Figura 5.3-32: Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821).
Figura 5.3-33: Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766).
64
Figura 5.3-34: Athene cunicularia (Molina, 1782).
Figura 5.3-35: Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764).
65
Figura 5.3-36: Lanio pileatus (Wied, 1821).
Figura 5.3-37: Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812).
66
REFERÊNCIAS
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Fragmentação e a Importância de Florestas Secundárias - In Ornitologia e
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BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Contexto, Características e
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SOUZA, D. All the Birds of Brazil. An identification guide. Editora Dall. 356 p,
1998.
SOUZA, D. Todas as Aves do Brasil. Guia de campo para identificação. Editora
Dall. 239 p, 1998.
68
ANEXOS
ANEXO I: IMPORTANT BIRD AREA - IBA BA_05
69
ANEXO II: AREA CONSIDERADA DE ALTO GRAU DE ENDEMISMO DE AVES
70
ANEXO III: ÁREA DE INFLUÊNCIA
71
ANEXO IV: PONTOS DE ESCUTA EM TRANSECTO LINEAR DA AVIFAUNA MIGRATORIA
72
ANEXO V: PONTOS DE INSTALAÇÃO DAS REDES DE NEBLINA
73
ANEXO VI: AUTORIZAÇÃO DE ANILHAMENTO
74
ANEXO VII – ÁREAS POTENCIAIS DE USO DA AVIFAUNA MIGRATÓRIA