Post on 08-Jan-2017
CRUZEIROSMARÍTIMOS ESTUDO DE PERFILE IMPACTOS ECONÔMICOSNO BRASIL
APRESENTAÇÃO
01. PANORAMA GERAL
02. EFEITO CASCATA: IMPACTOS ECONÔMICOS DE CRUZEIROS MARÍTIMOS NO BRASILDinâmica dos impactos econômicos dos cruzeiros marítimosFluxo de cruzeiros na costa brasileira
03. MOVIMENTAÇÃO ECONÔMICA DOS CRUZEIROS MARÍTIMOS NO BRASIL // TEMPORADA 2010/2011Impacto econômico dos armadoresImpacto econômico dos cruzeiristas e tripulantesDivisão do impacto econômico por cidade portuáriaGeração de postos de trabalho
04. PERFIL E HÁBITOS DE VIAGEM DO CRUZEIRISTA
05. OPORTUNIDADES E DESAFIOSOportunidadesD
03
04
10
12
18
21
SUMÁRIO
N
S
E
APRESENTAÇÃONa última década, constatou-se considerável aumento do fl uxo de cruzeiros marítimos na costa brasileira, com a ampliação da oferta de leitos nos navios e de rotas por parte dos armadores. Na temporada 2010/2011, foram contabilizados cerca de 800 mil cruzeiristas que geraram impactos econômicos signifi cativos para o País. Parte desse incremento se justifi ca pelo con-trole da infl ação, maior formalização do mercado de trabalho e aumento da renda da população brasileira, registrando-se maior procura por viagens a lazer.
Face a esse cenário, a Associação Brasileira de Cru-zeiros Marítimos (ABREMAR) contratou a Fundação Getulio Vargas (FGV) para elaborar um diagnóstico sobre os impactos econômicos dos cruzeiros maríti-mos no Brasil. Este estudo coloca em pauta relevan-tes aspectos de oferta e demanda que são de suma importância para o desenvolvimento do setor.
Com relação à oferta, foram investigadas questões relacionadas à cadeia de suprimentos, empregos gera-dos, impostos e taxas pagas, abastecimento dos cru-zeiros, entre outras, as quais impactam diversos seto-res da economia, tanto em nível local quanto nacional. Já no que diz respeito à demanda, foram observa-das características dos cruzeiristas, tais como perfi l, gastos realizados, intenção de compras, hábitos de viagem, serviços utilizados, intenção de retorno ao destino visitado, entre outras.
As oportunidades de negócios geradas pelos cruzei-ros marítimos não se restringem somente às cidades portuárias, mas também a diferentes cidades não litorâneas, em virtude de sua cadeia produtiva que é movimentada pela contratação de serviços e com-pra de insumos em diferentes regiões do Brasil.
A ABREMAR deseja que esse estudo sirva como instrumento orientador de políticas públicas do seg-mento de cruzeiros marítimos, no sentido de otimizar os benefícios dessa atividade no País. Boa leitura!.
Principais objetivos do estudo
// Avaliar o impacto econômico dos cruzeiros
marítimos em cabotagem na costa brasileira
durante a temporada 2010/2011
// Mensurar a movimentação econômica dos
armadores atuantes no mercado brasileiro
// Identifi car o perfi l, hábitos de viagem e gastos
dos cruzeiristas nas cidades portuárias
// Mapear as principais oportunidades e
desafi os para o desenvolvimento do setor
01. Panorama geral // 05
1 O presente estudo considerou navios em cabotagem na costa brasileira. Se fossem ainda considerados os navios de longo curso, esse impacto seria ainda mais
significativo, dado o expressivo número de passageiros estrangeiros nesses tipos de navios, o que favorece a entrada de receitas no País.
04 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
Mercados consolidados
Mercados em expansão
Figura 1
No mercado internacional, o segmento de cruzeiros marítimos tem mostrado um desenvolvimento crescente, a taxas de 8 a 9% ao ano. (Cruise Market Watch, 2010). No ranking mundial, os Estados unidos despontam com 10,1 milhões de cruzeiristas e a Europa aproxima-se dos 4 milhões, sendo a inglaterra com 1,65 milhão, a Alemanha com 1,26 milhão e a itália com 850 mil.
No mercado brasileiro, alguns números recentes comprovam a importância dos cruzeiros marítimos. desde a temporada de 2004/2005, houve um aumento considerável não só da quantidade de navios, como também do número de rotas. Na última temporada (2010/2011), foram aproximadamente 800 mil cruzeiristas1, sendo 100 mil estrangeiros, viajando em 20 navios na costa brasileira. Gráficos 1 e 2.
01. PANORAMA GERAL / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
01. Panorama geral // 07
Principais Portos Brasileiros (Número de escalas de navios em cabotagem) Figura 2
> 200 101 a 200 51 a 100 1 a 50Escalas
Santos
Rio de Janeiro
Búzios
Ilhabela
Salvador
Ilha Grande
Santos
Ilhabela
Rio de Janeiro
Búzios
Cabo Frio
Salvador
Maceió
Ilhéus
Recife
Fernando de Noronha
Ubatuba
Porto Belo
São Francisco do Sul
Itajaí
Vitória
Natal
Rio Grande
Fortaleza
Paraty
Angra dos Reis
06 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
O número de cruzeiristas que viajaram no Brasil nos últimos anos foi significativo. Este tipo de viagem tem sido cada vez mais realizado por brasileiros, não apenas da classe alta, mas também da classe média. O incremento do poder aquisitivo da população, o aumento do consumo e a facilidade de pagamento dos pacotes são fatores que influenciaram positivamente o crescimento da demanda por cruzeiros marítimos.
No Brasil, Santos é o principal porto de embarque e desembarque, seguido do Rio de Janeiro. Existem ainda outros importantes portos de escala, conforme ilustrado no figura 2.
Os cruzeiros marítimos beneficiam os destinos em diferentes aspectos: movimenta a economia, aumenta o fluxo de turistas na cidade, gera empregos, estimula a entrada de divisas, promove o destino em âmbitos nacional e internacional, entre outros. Esses
2009/2010
2008/2009
2007/2008
2006/2007
2005/2006
2004/2005
Número de Navios Grá�co 1
0 5 10 15 20
18
16
2010/2011 20
14
11
9
6
Número de cruzeiristas Grá�co 2
2009/2010
2008/2009
2007/2008
2006/2007
2005/2006
2004/2005
2010/2011
0 200.000 400.000 600.000 800.000
720.621
792.752
521.983
396.119
300.017
225.178
139.430
benefícios dependem dos seguintes aspectos:// Tipo de porto de referência (se é porto embarque/desembarque ou de escala);// Período da viagem (início, meio ou fim);// Tempo de permanência do cruzeiro no porto de
escala;// Quantidade de escalas previstas na rota;// infraestrutura do destino existente para atender as
necessidades do navio e dos passageiros.
01. Panorama geral // 09
Armadores presentes no Brasil // (Número de leitos por navio) Figura 3
Costa Victoria
2394
Costa Fortuna
3470
Costa Serena
3780
Grand Mistral
1700
Grand Celebration
1896
Grand Holiday
1848
Aidacara
1186
Visionof the Seas
2435
Splendourof the Seas
2076
Marinerof the Seas
3835
MSC Ópera
2055
MSC Armonia
2087
MSC Lirica
2069
MSC Orchestra
3013
MSC Musica
3013
CVC Zenith
1770
CVC Bleu de France
700
CVC Horizon
1770
CVC Soberano
2684
CVC Imperatriz
1850
08 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
10 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV 02. Efeito Cascata: impactos econômicos de cruzeiros marítimos no Brasil // 11
CADEIA DETURISMO
Marketingdo DestinoMarcaDestino
Guias locais
Transporte (Táxis, transfer)
Bares
Restaurantes
Rodoviário
Aéreo
Táxi
Comissão
Comissionamento
Agência de Viagem
Transporte
Receptivo
Atrativos Turísticos
Estabelecimentos de Alimentação
Comércio
Rede HoteleiraHospedagem (antes/depois)
Alimentação, bebidas,água, lixo, combustível.
Praticagem, rebocagem,serviçoes de atracageme terminal de passageiros.
Alimentação, souvenir, excursão, roupa,transporte...
Passageiros
Portos
Impostos
Empregos
Armadores
Venda de cruzeiros,combustível, empregados.
IMPACTO ECONÔMICO
ECONOMIA
Impacto Econômico Figura 4
Cruzeiristas
Tripulantes
Taxas Portuárias
Suprimentos
Empresas do Setor
Empresas do Setor
Diretos e Indeiretos
PortosDinâMicA Dos iMPActos EconôMicos Dos cRuzEiRos MARítiMos
Os cruzeiros marítimos vêm se consolidando como importante segmento turístico, apresentando impac-tos econômicos relevantes tanto em nivel nacional como local. Entre estes impactos, destacam-se os gastos derivados dos cruzeiristas e tripulantes e os gastos dos armadores.
Os gastos dos armadores incluem tarifas portuárias, impostos, compras de suprimentos, combustível, água, entre outros. Já os gastos dos cruzeiristas e tripulantes, nos portos de embarque/ desembar-que e trânsito, englobam compra de passeios turís-ticos, alimentos e bebidas, transporte, souvenir e presentes em geral.
A figura 4 ilustra os elementos impactados pelos cru-zeiros marítimos.
02. EfEiTO CASCATA: OS iMPACTOS ECONôMiCOS dE CRuzEiROS MARíTiMOS NO BRASiL / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
QuAntiDADE DE cRuzEiRos E Fluxo DE cRuzEiRistAs
A temporada 2010/2011 contou com 20 navios, que transportaram 792.752 cruzeiristas, sendo 693.723 brasileiros e 99.029 estrangeiros. Esses núme-ros demonstram como a atividade contribui para o turismo interno e como também para a entrada de turistas estrangeiros no País. dados do Anuário Estatístico do Ministério do Turismo revelam um incremento acumulado do número de chegadas de turistas internacionais, por via marítima, de 182%, no período de 2003 a 2010, enquanto que, no mesmo período, o crescimento do número de chegadas de turistas estrangeiros pelas diferentes vias de acesso, no Brasil, totalizou 23%. Tais chegadas internacionais têm impacto direto na entrada de divisas no País.
12 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV 03. Movimentação econômica dos cruzeiros marítimos no Brasil // temporada 2010/2011 // 13
2 Os cruzeiristas inter-
nacionais apresenta-
ram um gasto médio
184% superior aos
cruzeiristas nacionais.
iMPActos EconôMicos Dos cRuzEiRistAs E tRiPulAntEs
Entre os setores mais beneficiados pelos gastos dos cruzeiristas e tripulantes destaca-ram-se o comércio varejista e alimentos e bebidas. dos R$ 522,5 milhões dos impactos totais (diretos e indiretos) dos cruzeiristas e tripulantes, R$ 172,6 milhões foram gas-tos na atividade comércio varejista; R$ 155,1 milhões com alimentos e bebidas; R$ 80,3 milhões com transporte antes e/ou após a viagem; R$ 67,6 milhões com passeios turís-ticos; R$30,5 milhões com transporte durante a viagem (nos portos de escala); e R$ 16,4 milhões com hospedagem antes ou após a viagem.
$$$$
0 25 50 100 125 150 175 200
Impactos direto e indireto dos cruzeiristas e tripulantesna economia brasileira, por tipo de gasto // Temporada 2010/2011 (em milhões de R$)
Comércio varejista
Alimentos e bebidas
Transportes antes e/ou depois da viagem
Passeios turísticos
Transporte nas escalas
Hospedagem antes e/ou depois da viagem
172,6
155,1
80,3
67,6
30,5
16,4
Grá�co 4
vale ressaltar que dentre os impactos econômicos, os cruzeiristas nacionais foram res-ponsáveis por 71,3%, enquanto que os cruzeiristas internacionais e tripulantes foram responsáveis por 28,7%2 desse total.
Gastos indiretosR$ 195,8 milhões
28,7%
71,3%75%
25%
Gastos diretosR$ 595,8 milhões
BrasileirosR$ 372,5 milhões
EstrangeirosR$ 150 milhões
ArmadoresCruzeiristase tripulantes
iMPActos EconôMicos Dos ARMADoREs
dos R$ 791,6 milhões gerados pelos gastos dos armadores, R$ 595,8 milhões correspondem aos impactos diretos e R$ 195,8 milhões aos impactos indiretos. O principal gasto dos armadores foi com combustíveis, que totalizou R$ 291,7 milhões de impactos direto e indireto, seguido pelas taxas portuárias e impostos, que somaram R$ 215,2 milhões; alimentos e bebidas, R$133,5 milhões de impactos diretos e indiretos; comissões, R$ 122,9 milhões de impacto direto; e, finalmente, água e lixo, R$ 28,1 milhões.
03. MOviMENTAÇÃO ECONôMiCA dOS CRuzEiROS MARíTiMOS NO BRASiL // TEMPORAdA 2010/2011 / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Impacto total dos armadores na economia brasileira, por tipo de gasto // Temporada 2010/2011 (em milhões de R$)
Combustíveis
Taxas portuárias e impostos
Fornecdores de alimentos e bebidas
Comissões a agentes e operadoras
Água e lixo
291,7
215,2
133,5
122,9
28,1
Grá�co 3
os impactos totais (diretos e indiretos dos armadores e dos cruzeiristas) foram de
R$1,3 bilhão, sendo R$ 791,6 milhões gerados pelos gastos dos armadores com
compras de suprimentos, custos portuários e combustíveis e R$ 522,5 milhões gerados
pelos gastos dos cruzeiristas nos portos de embarque/desembarque e de trânsito.
14 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV 03. Movimentação econômica dos cruzeiros marítimos no Brasil // temporada 2010/2011 // 15
Para se computar os impactos econômicos diretos e indiretos dos cruzeiros marítimos foram coletados gastos dos armadores, através de entrevistas pre-senciais com representantes legais das empresas no Brasil, e gastos dos cruzeiristas, através da aplicação de questionários nos portos de embarque/desembar-que e trânsito. Não foram considerados gastos reali-zados dentro do navio.
Combustíveis
R$ 291,7milhões
$$
Taxas e Impostos
R$ 215,2milhões
Fornecedoresde alimentos e bebidas
R$ 133,5milhões
Comissionamento paraoperadoras e agências
R$ 122,9milhões
%$%$
Água e lixo
R$ 28,1milhões
R$ 1,3bilhão
60,2%
39,8%
IMPACTO ECONÔMICO TOTALCRUZEIRISTAS E TRIPULANTES
ARMADORES
R$ 522,5milhões
$$
Hospedagem antes ou após o cruzeiro
R$ 16,4milhões
Comércio Varejista
R$ 172,6milhões
Figura 5
Alimentos e bebidas
R$ 155,1milhões
Transporte durante a viagem
R$ 30,5milhões
Transporte antes e/ou após a viagem
R$ 80,3milhões
Passeios Turísticos
R$ 67,6milhões
Armadores
Cruzeiristas e tripulantes
IMPACTO ECONÔMICO DOS CRUZEIROS MARÍTIMOS NO BRASIL
R$ 791,6milhões
%$%$ $$
Cruzeiristase Tripulantes
Armadores
16 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV 03. Movimentação econômica dos cruzeiros marítimos no Brasil // temporada 2010/2011 // 17
GERAção DE Postos DE tRABAlho
Os gastos dos armadores e dos cruzeiristas tiveram impactos importantes na geração de postos de tra-balho, tanto dentro dos navios como na cadeia pro-dutiva movimentada pelos cruzeiristas, nas cidades portuárias, e pelos armadores em diferentes cidades do País (portuárias e não-portuárias).
Para capturar a totalidade desses impactos, os deno-minados “efeitos multiplicadores”, o presente estudo desenvolveu um modelo de movimentação econô-mica, baseado na Matriz insumo-Produto (MiP) do instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (iBGE). O modelo representa a economia brasileira por meio de 55 atividades econômicas, 110 categorias de pro-dutos e 10 perfis de renda/consumo da população, e permite estimar os impactos totais (diretos, indiretos e induzidos) das atividades relacionadas aos cruzei-ros marítimos sobre a produção nacional, emprego, renda, consumo e arrecadação tributária.
Na temporada 2010/2011, o setor de cruzeiros marí-timos gerou aproximadamente 20.638 postos de tra-balho na economia brasileira, sendo 5.603 tripulantes dos navios e 15.035 gerados, de forma direta e indi-reta, pelos gastos dos turistas nas cidades portuárias e na cadeia produtiva de apoio ao setor.
O setor de cruzeiros gerou 20.638 postos de trabalho na economia brasileira durante
a temporada 2010/2011.
20.638empregos
Tripulantes dos navios Empregos diretos e indiretos
Gastos totais nas cidades // Temporada 2010/2011 (em milhões de R$) Figura 6
$R$ 86,6 mi
Santos
$$
R$ 102,9 mi
Rio de Janeiro
$ R$ 57 mi
Búzios
$R$ 43,9 mi
Salvador
Ilhabela
$R$ 42,3 mi $
$$$R$ 189,8 mi
Outras cidades
DiVisão Do iMPActo EconôMico PoR ciDADE PoRtuáRiA
As cidades portuárias são as que mais se beneficiaram com os gastos dos cruzeiristas e tripulantes. Conside-rando a movimentação gerada com os gastos dos cru-zeiristas e tripulantes a partir das escalas, embarque e desembarque, na temporada 2010/2011, o impacto total de R$ 522,5 milhões dividiu-se da seguinte forma: R$ 102,9 milhões foram gerados na cidade do Rio de
Janeiro, R$ 86,6 milhões em Santos, R$ 57,0 milhões em Búzios, R$ 43,9 milhões em Salvador, R$ 42,3 milhões em ilhabela e R$ 189,8 milhões nos demais por-tos e cidades, visto que os impactos indiretos também impactam em outras cidades que não são portuárias, como o caso do transporte aéreo de passageiros.
importante ressaltar que Santos e Rio de Janeiro são os principais portos de embarque e desembar-que do País e, consequentemente, são impactados pelos turistas que permanecem nas cidades antes e/ou após o período de viagem. Rio de Janeiro, além de importante porto de embarque/desembarque, se destaca junto a Búzios como importante porto de escala, seguido de Salvador e ilhabela.
18 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV 04. Perfil e hábitos de viagem do cruzeirista // 19
dos entrevistados, 89,1% afirmaram que retorna-riam ao destino de escala a lazer, o que demonstra uma positiva experiência de viagem. um outro ponto que merece destaque foi que 51,8% do total dos respondentes afirmaram que a imagem do destino melhorou após a viagem. Em destaque à costa brasileira, Rio de Janeiro e San-tos aparecem como os principais portos de embar-que/desembarque. A pesquisa aponta que 15,3% dos entrevistados aproveitaram para estender a viagem e permanecer um período maior na cidade de embarque/desembarque, antes e/ou após a viagem de cruzeiro. dos 15,3% que permaneceram por mais tempo no destino (de 2 a 3 dias adicionais ao período da viagem de cruzeiro), 61,3% hospedaram-se em hotéis e 33,8% em casa de amigos e parentes.
Quanto às escalas, observa-se que 88,9% dos cru-zeiristas desceram em pelo menos uma escala do roteiro da viagem, estabelecendo uma média de descidas que varia em torno de 2 a 3 cidades.
dentre os pontos mais elogiados pelos cruzeiris-tas em suas viagens, predominam a infraestrutura e os serviços ofertados nos navios, como também nas cidades visitadas. dentre os pontos mais criti-cados, destacam-se: o curto tempo de parada nas cidades, a infraestrutura dos portos e os processos de embarque e desembarque.
No que diz respeito à origem dos passageiros, a grande maioria dos entrevistados procede do estado de São Paulo (61,1%) seguida do estado do Rio de Janeiro (12%) e do estado do Paraná (5,9%). Já em relação ao perfil dos cruzeiristas, de forma geral, este turista viaja acompanhado com cônjuge/namorado(a) (43,8%), seguido de amigos (40,6%) e filhos/paren-tes (40,3%). O público é predominantemente femi-nino (55,8%), estado civil casado (54,4%), na faixa etária entre 25 e 44 anos (48,6%). Possuem, ainda, em sua maioria, ensino superior completo (58,1%) dos entrevistados, 14,7%, têm faixa de renda mensal familiar acima de R$10 mil e 29% entre R$ 5.000,00 e R$10.000,00 mil reais.
Não
Sim, após o cruzeiro
Sim, antes do cruzeiro
84,7%
5,1%
10,2%
Quanto à permanência no destino Grá�co 7
Sim, pretende fazer outra viagem de cruzeiro
Não sabe
Não pretende fazer outra viagem de cruzeiro
86,8%
6,4%
6,7%
Quanto à um novo cruzeiro Grá�co 8
04. PERfiL E háBiTOS dE viAGEM dO CRuzEiRiSTA / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
O turismo de cruzeiros é um segmento bem espe-cífico, que envolve tanto questões relacionadas a transporte marítimo como à hospedagem e hospitali-dade. Na maioria das vezes, o que de fato influencia a decisão de compra de um cruzeiro marítimo é a expe-riência de viajar em um transatlântico. No entanto, é possível verificar que o conjunto desses fatores, somado aos destinos que compõem o roteiro, favo-rece para tornar essa experiência única.
dentre os fatores que mais influenciam a viagem de cruzeiro, estão a indicação de amigos e parentes e o preço. Pelas pesquisas, 62,7% dos cruzeiristas estavam em sua primeira viagem de navio e 37,3% já haviam feito um cruzeiro anteriormente. Como resul-tado, a grande maioria (86,8%) deseja realizar viagem de cruzeiro novamente. Os destinos mais procurados seriam: Litoral nordeste (29,2%), seguido de cruzeiro internacional (28%). Caribe e Buenos Aires também foram citados com 17% e 13,4%, respectivamente.
Retornariam à cidade
Não retornariam
Não souberam responder
89,1%
6,7%4,2%
Quanto ao retorno ao destino Grá�co 6
Melhorou
Permaneceu positiva
Piorou
Permaneceu negativa
51,8%
3,9% 3,6%
40,7%
Quanto à imagem do destino após a viagem Grá�co 5
20 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
3 É importante
destacar que o visitante
tem a possibilidade
de descer no destino e
não realizar passeios
turísticos, pois se trata
de um serviço opcional.
*Resposta Multipla
04. Perfil e hábitos de viagem do cruzeirista // 21
62,7%PRIMEIRA VIAGEM
de navio
43,8%VIAJARAM ACOMPANHADOS
do cônjuge/namorado
11,1%
88,9%
Empregado Estudante
Conta própria Outros
Empregador
Aposentado
PensionistaEnsino Superior Mestrado
Ensino Médio Doutorado
Pós-graduação
Ensino Fundamental
Sexo Feminino Sexo Masculino
55,8%Sexo feminino
54,4%Casados
Per�l do cruzeirista brasileiro Figura 7
44,2%
55,8%
58,1%Ensino superior completo
25,3% 58,1%
3,4%1,7% 5%
11%
35,3% 54,4%
3,7%6,6%
26,3%25 a 34 anos 22,4%
26,3%
19,4%
12,4%
12,2%
7% 0,3%
33,7%R$ 2.501 a R$ 5.000
$$
33,7%
22,6%14,7%
29% 45,2%Empregados de empresas
privada/pública
45,2%
17,5%
13,8%
9,6%
7,2%5,5% 1,4%
3,8%
43,8%
40,3%
40,6%
2,2%4,6%
61,1%12%
5,9%
4,8%
16,2%
62,7%
37,3%
61,1%SÃO PAULO
é o principal estado de origem dos viajantes
88,9%ESCALAS
Desceram em pelo menos uma escala da viagem
Casado Solteiro Divorciado Viúvo
Até R$ 2.500
De R$ 2.501 a R$ 5.000
De R$ 5.001 a R$ 10.000
Acima de R$ 10.000
Sim Não Sim NãoSão Paulo Outros
Rio de Janeiro
Paraná
Minas Gerais
Viajou só Outros
Cônjuge/Namorado Grupo
Filhos/Parentes
Amigos
25 a 34 anos
18 a 24 anos 35 a 44 anos
65 anos ou mais45 a 54 anos
55 a 64 anos
15 a 17 anos
*
22 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV 05. Oportunidades e desafios // 23
Infraestrutura portuária Apesar do exponencial crescimento do setor, a maior parte dos portos brasileiros não apresenta infraestrutura adequada para receber o fluxo de navios e turistas previsto nas tempo-radas. O sistema portuário necessita de intervenções e inves-timentos públicos e privados, especialmente nos terminais de passageiros, estrutura para atracação e serviços gerais.
importante ressaltar que muitos destinos não possuem porto para atracação de navios, sendo necessária a utiliza-ção de cais e marinas privadas. Na maior parte dos portos, também não existe diferenciação de terminal de carga e terminal de passageiros.
dentre os pontos críticos evidenciados nos terminais por-tuários, elencam-se: falta de sinalização; divisão entre ter-minal de passageiros e de carga; logística; estrutura recep-tiva; área destinada à bagagem; falta de informação sobre
atracação do navio; painel de informações; estrutura de alimentos e bebida, comércio em geral; entre outros.
Taxas operacionais Além da infraesrtutura portuária, um importante desafio para os armadores está relacionado às elevadas taxas operacionais pratica-das pelos portos. Não são apenas as taxas de pernoite e praticagem que são onerosas, mas também as taxas de embarque e desembar-que por passageiro.
Agentes envolvidosPara que o Brasil possa receber cruzeiros marítimos em seus por-tos, evidencia-se uma série de ações, regulamentações e controles que deve ser providenciada pelos armadores e diferentes entidades e órgãos do País. A existência de diferentes agentes envolvidos na operação, com suas respectivas competências e atribuições, torna o processo mais custoso, lento e burocrático. Na figura abaixo, é possí-vel identificar os órgãos envolvidos e suas competências.
Apoio ao desenvolvimentoda infraestrutura portuária,
com investimentos orçamentários e doPrograma de Aceleração do Crescimento (PAC)
CRUZEIRO
Ministériodo Turismo
PolíciaFederal
Ministériodo Trabalho
Conselho Nacional
de Turismo
SecretariaNacional
dos Portos
ConselhoNacional deImigração
ReceitaFederal ANVISA
Capitaniados Portos
GuardaPortuária
Agentes envolvidos na operação Figura 8
Administração de todasas atividades marítimase operações portuárias da Região
Atendimento de ocorrências e �scalizaçãoda faixa portuária, veri�cando e caracterizandoos fatos que contrariem as normas da Cia. Docase a legislação penal em vigor
Controle sanitário de produçãoe comercialização dos produtosControle e �scalização
da arrecadação de impostos
Legislação dos funcionários
Responsável pela emissão de passaportee controle dos postos de fronteira
Coordenar e orientaras atividades de imigração
Organização das escalas dos transatlânticos, programasde quali�cação nas regiões portuárias e avaliaçãodas rotas dos cruzeiros marítimos
Assessorar o Ministériodo Turismo na formulação
de planos, programase projetos relacionados
a cruzeiros marítimos
05. OPORTuNidAdES E dESAfiOS / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
oPoRtuniDADEs
Como já vimos neste estudo, os impactos dos cruzeiros extrapo-lam a própria questão econômica em si. A seguir, serão apresen-tadas algumas oportunidades e desafios relacionados ao setor.
Promoção dos destinos turísticosMais de 20 destinos brasileiros constam em catálogos de cruzeiros marítimos, que são distribuídos por diferentes agentes de turismo no Brasil e no exterior, seja em formato impresso ou eletrônico. Além disso, a cada temporada, milhares de cruzeiristas e tripulan-tes descem nos portos brasileiros e visitam as cidades, podendo retornar futuramente e divulgar o destino pelo marketing boca a boca. dessa forma, cabe ao destino aproveitar essa oportunidade e ter em sua prateleira, produtos e serviços formatados, que possam ser oferecidos ao turista durante a sua estadia na cidade.
Geração de postos de trabalhoAlém dos empregos em escritórios regionais das operadoras de vendas, marketing e atendimento a clientes dos cruzeiros marí-timos, são gerados postos de trabalho durante a temporada. Em especial nos terminais portuários e na cidade como um todo (comércio, bares e restaurantes, receptivo, transporte e atrati-vos turísticos), movimentando toda a cadeia de serviços locais.
No Brasil, a lei de cabotagem exige que 25% da tripulação de cada navio seja composta por brasileiros. Como o piso salarial a bordo é acima da média brasileira, muitos jovens se capacitam em idiomas, turismo e hotelaria para disputar esses postos de trabalho. Além disso, o ambiente do navio favorece o intercâm-bio cultural com a tripulação de diferentes nacionalidades, a qua-lificação profissional e oportunidade de trabalho no exterior.
Movimentação da cadeia de suprimentos e serviçosAs principais compras para o abastecimento de cruzeiros estão relacionadas à aquisição de combustível e derivados de petróleo (lubrificantes, óleos etc.), às compras corporativas (material de escritório, computadores etc.), às compras técnicas (peças de motor, tapetes etc.) e às compras de hotel (alimentos, bebidas e itens de consumo gerais).
A bordo, são duas áreas principais de gestão: as operações hote-leiras e as marítimas. Ambas seguem critérios internacionais de qualidade e segurança de operação. O entendimento concreto desses requisitos por parte das empresas brasileiras é funda-mental para que estas se tornem fornecedoras de suprimentos e serviços para os cruzeiros marítimos.
Expansão de nicho de mercado Nos últimos anos, o crescimento econômico do Brasil e a esta-bilidade econômica possibilitaram o aumento da demanda do turismo interno. de fato, mais brasileiros passaram a ter possibi-lidade de viajar. A diversificação dos cruzeiros, tanto em termos de rota, período de viagem, preço e formas de pagamento, favo-receu o aumento do consumo de viagens de navios por diferentes classes sociais. Atualmente, verifica-se ainda uma oferta cres-cente de navios temáticos, que atraem públicos com interesses em comum e com perfil mais homogêneo do que os demais.
DEsAFios
Ao longo do estudo, foram identificados alguns desafios que podem se constituir em fatores limitantes para o crescimento da indústria de cruzeiros. A seguir, estão elencados alguns deles:
Revisão
24 // Relatório Cruzeiros Marítimos ABREMAR/FGV
FICHA TÉCNICA
ABREMAR
Diretoria e ConselhoPresidente / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Ricardo AmaralVice-Presidente / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Renê HermannVice-Presidente / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Adrian UrsilliVice-Presidente Executivo / / / / / / / / / / / / / / / / / / André PousadaDiretor Internacional / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Ilya HirschAssessor Jurídico / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Joandre FerrazDiretor de Relações Institucionais / / / / / / / / Flávio PeruzziAssessor de Comunicação / / / / / / / / / / / / / / / / / / Gaudêncio Torquato
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Diretor do Projeto / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Ricardo SimonsenDiretor Técnico / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Francisco Eduardo Torres de SáCoordenação Geral / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Luiz Gustavo Medeiros Barbosa Airton Pereira JuniorGestora do Projeto / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Paola LohmannEquipe Técnica / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Camilla Rezende Luciana Vianna Maria Clara TenórioAnálise Econômica/estatística / / / / / / / / / / / / Leonardo VasconcelosAdministrativo e Financeiro / / / / / / / / / / / / / / / / Erick Lacerda Fabiola Barros Cássio Ricardo da SilvaColaboradores FGV
Agnes DantasAndré CoelhoCarlyle FalcãoCristiane RezendeGabriela SerpaIque Guimarães
/ / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / cafe.art.br/ / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Gabriela Costa
Isabel FariasJoão EvangelistaLaura Monteiro Marcel LeviMárcia Magalhães
Paulo César StilpenRoberto PascarellaThais PadinhaThays VenturimVanessa FroeseVinícius Moraes
Um agradecimento especial a todas as empresas que colaboraram para a execução do estudo.ABREMAR & FGV
Praia de Botafogo, 190 // 6º andar // Rio de janeiro+55 21 3799.5475 // fgvprojetos@fgv.br
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