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ESPÍRITO BRASILEIRO:
UM OLHAR UNIVERSITÁRIO
SÉRIE VISÃO UNIVERSITÁRIA
VOLUME 4
1ª edição
Rio de Janeiro
2013
1
Criado e mantido por Antigos Alunos da
Universidade do Brasil e da atual UFRJ
2
Organizadora
Fátima Sobral Fernandes
Co-organizadores
Sebastião Amoêdo Luiz Sólon Gallotti
Claudete Lima
ESPÍRITO BRASILEIRO:
UM OLHAR UNIVERSITÁRIO
SÉRIE VISÃO UNIVERSITÁRIA
VOLUME 4
1ª edição
Rio de Janeiro
2013
3
Editorado e publicado com o apoio do
Ilustração de Capa: João Marcelo Ribeiro Caldas Rodrigues Cerdeira
E77 ESPÍRITO BRASILEIRO: um olhar universitário / Organizado por
Fátima Sobral Fernandes – Rio de Janeiro: Conselho de Minerva, 2013
503 f.: il. (Série Visão Universitária, v. 4)
ISBN 9788598484167
Inclui bibliografia e índice.
Co-organizadores: Sebastião Amoêdo, Luiz Sólon Gallotti, Claudete
Lima
Vários Autores Universitários
1. Opinião pública - pesquisa. 2. Características nacionais brasileiras
(Espírito Brasileiro) 3.Responsabilidade Socioambiental. I. Fernandes,
Fátima Sobral (Org.). II. Amoedo, Sebastião (Co-Org.). III. Gallotti, Luiz
Sólon (Org.) IV. Lima, Claudete (Org.).V. Título.
CDD:303.38
4
© 2013
CONSELHO DE MINERVA. www.conselhodeminerva.org.br
Este trabalho, nos termos da legislação que resguarda os direitos autorais, é
considerado propriedade do CONSELHO DE MINERVA. É permitida
transcrição parcial de texto ou mencioná-lo em comentários e citações, desde que
sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa.
Esta obra é distribuída gratuitamente.
Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade dos autores e não
expressam qualquer orientação institucional do CONSELHO DE MINERVA.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Licença Creative Commons
Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada. Para ver uma cópia
desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/
Rio de Janeiro, RJ, 15 de julho de 2013
__________________________________________________
Professora Associada FÁTIMA SOBRAL FERNANDES, D. Sc.
Organizadora da Obra
5
Hino Nacional Carlos Drummond de Andrade1
Precisamos descobrir o Brasil! Escondido atrás das florestas, com a água dos rios no meio,
o Brasil está dormindo, coitado. Precisamos colonizar o Brasil.
[...]
Precisamos educar o Brasil.
Compraremos professores e livros, assimilaremos finas culturas,
abriremos dancings e subvencionaremos as elites.
Cada brasileiro terá sua casa com fogão e aquecedor elétricos, piscina,
salão para conferências científicas. E cuidaremos do Estado Técnico.
Precisamos louvar o Brasil. Não é só um país sem igual.
1 Poeta mineiro (1902 – 1987), contista, tradutor e funcionário público, autor de uma vasta obra que o
concebeu como sendo um dos maiores poetas brasileiros
6
Nossas revoluções são bem maiores do que quaisquer outras; nossos erros também.
E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões... as Amazonas inenarráveis... os incríveis João-Pessoas...
Precisamos adorar o Brasil!
Se bem que seja difícil caber tanto oceano e tanta solidão no pobre coração já cheio de compromissos…
se bem que seja difícil compreender o que querem esses homens, por que motivo eles se ajuntaram e qual a razão de seus sofrimentos.
Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!
Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado, ele quer repousar de nossos terríveis carinhos.
O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil. Nenhum Brasil existe.
E acaso existirão os brasileiros?
7
PREFÁCIO
O ESPÍRITO DO BRASILEIRO
Prof. Sebastião Amoêdo2
O nosso querido Brasil daria, sem dúvida, um belo tratado
psicanalítico na linha Freudiana. Desde que aqueles esfaimados e sedentos – em
todos os sentidos - marujos de Cabral aqui deitaram olhos, perderam razão e
possíveis votos de contrição a todos os santos, em contrapartida pela
sobrevivência naquela que não era uma empreitada das mais fáceis.
Após uma longa jornada em mares ditos nunca dantes navegados,
onde não devem ter faltado tormentas e se fizeram presentes algumas calmarias,
eles aportam a uma terra esplendorosa.
Se não lhes bastasse a profusão de cores manifesta em todos os seus
matizes na flora e fauna eis que se lhes apresentam seres humanos com as vestes
que a fé afirma ser toda aquela utilizada no Jardim do Éden, ou seja, nada.
Aqueles pobres homens embrutecidos pela rigidez da viagem,
alimentados por carnes não raro altamente marinadas para que se lhes não
pudesse sentir o verdadeiro sabor e odor, privados de água doce, que apenas
podia ser utilizada como bebida rara, há muito longe de suas traquinagens
portuárias, olham embevecidos moçoilas, muitas recém-saídas da puberdade,
exibindo o esplendor da sua feminilidade sem qualquer pudor culposo, como se
os padres da Igreja não as houvesse proibido de sequer demonstrar.
Sem dúvida deram as costas para a cruz do Cristo estampada em suas
2 Professor Associado da UFRJ, fundou e dirige o Conselho de Minerva e representa os Antigos Alunos
no Conselho de Curadores da UFRJ e membro da Equipe Docente do LIMK/UFRJ.
8
velas e atiraram-se ao mar ao encontro daquela aspiração de todo cristão de fé: o
paraíso. A primeira missa há de ter sido gloriosamente cantada, do altar às
galeras.
É este paraíso, tão bem identificado por Sérgio Buarque do Holanda3
que faz vicejar uma profusão de posicionamentos sobre o espírito e o futuro
daquela gente.
Um dos pioneiros em análises e previsões foi o jesuíta Antonil, em
verdade Giovanni Antonio Andreoni, que por aqui chegou, em 1681, a convite
do Padre Antonio Vieira. Percebendo a divisão entre senhores e escravos, ele
apresenta o Brasil como “um inferno para os negros, um purgatório para os
brancos e um paraíso para os mulatos” 4
.
Bem mais tarde o Conde Joseph Arthur De Gobineau, que foi
instrutor de Dom Pedro II, profetizava que o Brasil levaria cerca de 200 anos
para se acabar como um povo.
Antonil, como sacerdote votado à castidade, poderia perceber, mas
não acompanhar de perto o que já devia estar em curso nas alcovas, nos celeiros
e até nas sombras arbóreas da periferia dos pequenos centros urbanos de então.
Essa miscigenação, que vai apoquentar De Gobineau, o faz escrever “A
diversidade do moral e intelectual das raças”, publicada em 1856, mais tarde
influenciadora da política de imigração do Brasil – prioridade para brancos e
asiáticos que seriam superiores aos negros – e chegar a inspirar os nazistas para a
sua teoria da raça ariana, que somada à eugenia de Sir Francis Galton (1822-
1911), tantos malefícios causaram à humanidade5
.
3 HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do Paraíso. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.
4 DA MATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Salamandra, 1984.
5 Francis Galton (1822-1911) era primo de Charles Darwin e baseado em sua obra criou o conceito de
“eugenia” que seria a melhora de uma determinada espécie através da seleção artificial.
9
O que vemos então é o Brasil ser plasmado numa intensa mistura de
raças, pela força da testosterona e do estrogênio. Uma espécie de revanche
avassaladora contra as restrições impostas pela abstenção contingenciada àqueles
que aqui aportaram em 1500 e que ficaram estocadas na memória coletiva.
Em Terra Brasilis, se instaura uma nova sociedade, de nada austera
como aquela oriunda do velho mundo. Se ao norte do novo continente aportaria
uma gente obcecada pela fé dos que protestaram e altamente rigorosa nos
costumes, por aqui, ao sul, chegavam aqueles católicos laicos, devotos das
aparências, que se permitiam ao pecado por se saberem merecedores do perdão,
principalmente, quando dotavam à Santa Madre Igreja alguns dos seus ganhos.
A miscigenação brasileiras, se nasce do leito, ascende ao altar e se
glorifica quando nos deparamos com os gongás poliicônicos da Umbanda, onde
anjos, santos, orixás, preto velhos, caboclos índios e ciganas dividem o mesmo
espaço e a mesma fé. Acima está Jesus, ou Pai Oxalá, Deus ou Orixá maior,
governador da terra. Sobre todos o Pai, Olorum para alguns, inominável para
outros.
É Darcy Ribeiro em seu O Povo Brasileiro6 que nos ensina: “surgimos
da confluência, do entrechoque, do caldeamento do invasor português com
índios silvícolas e com negros africanos. Somos uma cultura sincrética um povo
novo que apesar do fruto da fusão de matrizes diferenciadas se comporta como
uma só gente sem se apegar a nenhum passado. Estamos abertos é para o
futuro”.
Mas esse futuro para o qual estamos em aberto está alicerçado
naqueles fatos passados onde o presente era apenas uma potência. Por essa
6 RIBEIRO, Darcy. O Povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil . São Paulo: Companhia das
Letras, 1995.
10
razão, precisamos entender quais eram as matrizes diferenciadas que aqui se
aglutinaram em amálgama multiétnica, a ponto de fazer do brasileiro um cidadão
do mundo.
Encontramos em Oliveira Viana7
, a despeito de uma obra autoritária e
altamente preconceituosa, pesquisas sobre as diversas civilizações indígenas aqui
encontradas, que se caracterizavam por sua grande variedade física e cultural.
Nos sertões de Minas, o explorador Knivet, que os percorre nos fins
do I século8
, diz ter encontrado uma tribo de índios, os "molopaques", em que os
homens têm os cabelos louros e a pele branca como os europeus e as mulheres,
a acreditar no mesmo cronista, não são menos claras do que as suas
compatriotas.
Para Pero Lopes9
, as mulheres tupinambás são "alvas e mui formosas"
e não devem ter nenhuma inveja às de Lisboa. Os tupis são mais bronzeados do
que os tapuias; mas, a coloração das diversas tribos varia desde a tez quase alva,
como as tupinambás, de Pero Lopes, até o vermelho, passando pelo bronze ou o
âmbar (1938).
Não menos curiosas são as múltiplas etnias advindas da África, por
igualmente pormenorizadas em suas características físicas e culturais. Ainda que
sempre provido de preconceito, seu relato é rico em discriminação.
São, porém, os tipos africanos os que vão trazer a esse caos o
7 VIANA, Francisco José Oliveira. Evolução do povo brasileiro. Disponível na internet em
http://www.brasiliana.com.br/obras/evolucao-do-povo-brasileiro/ Capturado em 20 de junho de 2013. 8 O inglês Anthony Knivet acompanhou o corsário Thomas Cavendish, em sua segunda viagem à
América (1591) aqui sendo capturado pelos portugueses. Viveu anos entre os Tupinambás e os
incitou contra os portugueses. Em 1602, estava em Lisboa levado por Salvador Correia de Sá e acabou
retornando para a Inglaterra,onde publicou o livro "The admirable adventures and strange fortunes of
Master Anthony Knivet, which went wich Master Thomas Cavendish in his second voyage to the
South Sea", publicado em 1625.
11
contingente maior de confusão e discordância. Sensível é a diversidade dos tipos
peninsulares: muito mais sensível ainda, a dos tipos americanos; mas, a
diversidade dos tipos negros, essa é desconcertante.
Só a enumeração das tribos ou "nações" aqui entradas forma um
rosário interminável: São "felupos", "minas", "cabindas", "angolas", "jejes",
"monjolos", "bengalas", "cassanges", "libolos", "gingas", "mandingas", "haussás",
"jolofos", "iorubas", "egbás", "felanins", "achantis", "fulas", "ijebus", "krumanos ",
"timinins", "efans", "congos", "cangalas", "bambas", "bantos", "nagôs" e tantíssimas
outras, todas elas possuindo caracteres diferenciais específicos, divergindo e
distinguindo-se entre si por particularidades morfológicas e atributos psicológicos
inconfundíveis.
Os negros da tribo ijebu, por exemplo, ou os da tribo cassange, ou
haussá, embora reforçados e entroncados, têm a fealdade repulsiva dos tipos
negros puros. Os da nação mina, ou fula, ou achanti, ou felanin, são tipos, ao
contrário, de grande beleza pela proporcionalidade das formas, pela suavidade
dos traços, pela esbelteza da estatura, pela cor mais clara e pelos cabelos menos
encarapinhados do que os das outras nações.
No ponto de vista da pigmentação, a variedade é também enorme: há
desde o negro retinto e luzidio, como os luandas, os papels, os balondas, até o
azeitonado, como os jejes, e daomeanos e fellahs, ou mesmo o bronzeado, como
os minas, os achantis, os felanins, os agoins.
No tocante à compleição e à estatura, há tipos atléticos e
robustíssimos, como os daomeanos, os haussás, os krumanos, os achantis, os
gallas, e tipos mais franzinos e débeis, menos sólidos de compleição, como os
9 Militar e nobre, irmão mais velho de Martin Afonso de Sousa, donatário da Capitania de Santo
Amaro.
12
monjolos e os angolas.
Em relação à beleza plástica, nenhum deles sobreleva os jolofos e os
sereres, cuja soberba compleição tem a pureza, a graça e a nobreza do tipo
europeu.
Há que se entender que não somos, portanto, um povo, somos uma
brava gente, a amálgama de muitos povos.
Dos ibéricos, herdamos essa pujança no porvir, esse destemor em não
se deter ante as vicissitudes da existência. Ao mar das incertezas se lançam
portugueses e espanhóis, em busca doutras terras, trazendo nas relações o
espírito do convívio cordial moçárabe, herdado da ocupação moura que fez de
Córdoba nos Séculos X e XI a capital da tolerância.
Dos silvícolas, herdamos a alegria em bem viver em harmonia com a
natureza. Em cada fácies aqui encontrada poderia ser identificada a felicidade de
uma gente generosa, que tinha na harmonia uma de suas maiores qualificações.
Dos negros, mais do que a força do trabalho, herdamos a mística e a
beleza de sua expressão artística, que tanto influencia nossa música. Legaram-nos
ainda a crença nas forças paranormais, em Guias e Orixás muito acima de nossa
compreensão.
Se a teologia cristã era apenas um envoltório socializante de ibéricos, a
crença dos silvícolas e negros era a única esperança de sobrevida e de um futuro
melhor.
Nessa segunda década do século XXI o que somos então?
Podemos ter algumas pistas para responder a tal questão e elas vêm de
meados do século passado.
13
Em 1955, o pioneiro em pesquisas de comportamento e diretor do
IBOPE, José Elizondo Perigault junto com o querido mestre da Escola de
Comunicação da UFRJ, Homero Icazas Sanches, fizeram um estudo
impressionista sobre as características de cinco tipos sociológicos do Brasil. Desse
estudo, feito somente com indivíduos da área urbana, em resumo, eles chegaram
às conclusões10
apresentadas a seguir.
O nortista (na época, assim também denominado o nordestino) é
fisicamente parecido com o oriental. Tenaz. Fatalista. Com a emoção a flor do
pranto. Refinado no paladar. Valente na adversidade. Lúdico no seu convívio
com a natureza.
O gaúcho é um extrovertido, alimentado de terra e leite de curral, com
paladar de sabores primários: carne crua, vinho verde, chimarrão. Leal e
humano, ao mesmo tempo, amigo da solidão. Hispanicamente romântico: pela
china (guria), pelo pingo (cavalo), pelo violão. Aberto na amizade e no ódio. Com
a cordialidade dos gordos.
O mineiro é um introvertido. Seco. Desconfiado. Ascético e
parafusado. Doméstico de paladar. Pão-duro de tradição. Metafísico. Com
hábitos ortodoxos. Irônico e sagaz. Político e banqueiro, mesmo que o dinheiro
esteja guardado numa arca ou no colchão.
O paulista é um dinâmico, crédulo, empreendedor. Farto à mesa.
Europeu nas tradições. Ingênuo, hospitaleiro. Trabalhador sem tempo. Tímido.
Idólatra da máquina, do carro, da tecnologia moderna. Cruzado da
industrialização.
10 SANCHES, Homero Icazas. O homem rural, a tecnologia e a comunicação. Palestra no I
Seminário de Comunicação Rural da Região Sudeste do Brasil. Campinas: Cati - Casa da Agricultura ,
1981.
14
O carioca é um moleque que gosta de praia, samba e cor. No Rio de
Janeiro existem duas estações meteorológicas: tem praia e não tem praia. A praia
passou a ser um astro. O corpo é cultivado, embelezado, adorado, à maneira
grega. O trabalho é um intervalo forçado que a sociedade impõe ao lazer. A
alegria e o bom humor são estados permanentes. Paladar internacional. Tudo é
festa. Tudo é música. Tudo é cor.
E Homero Sanchez completa: são cinco tipos biológicos diferentes,
cinco estruturas psicológicas diferentes, cinco quadros de valores diferentes, cinco
conceitos e filosofias de vida diferentes. Podem ser, inclusive, cinco religiões
diferentes. Entretanto, existe uma coisa que faz os cinco darem um passo a frente
e reagirem de forma exatamente igual. Essa coisa se chama Brasil.
Esse é então o espírito do brasileiro: ser o que é, com muito orgulho e
com muito amor. Persona que se evidencia em todas as suas manifestações
coletivas, de engajamento reivindicatório ou de simples, mas não menos
importante torcida esportiva. Ele tem como pátria o chão que pisa, no espaço
nacional ou não, e como compatriota aquele que com ele divide o mesmo
espaço.
Onde quer que haja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no
entanto, – tal como acontece com as divindades – será preciso produzir e
provocar a sua manifestação para que se possa sentir sua concretude e seu
poder.11
Seu único inimigo é a equipe rival no esporte, notoriamente no futebol e,
por que não elencar, aqueles, principalmente da política, que roubam e não
fazem, uma vez que ele até aceita que lhe furtem algo – custo que faz parte da
tradição, desde a colônia – mas precisa ter algum benefício como contraponto,
por costume do hábito. Também não lhe é de agrado a injustiça, a covardia e a
11 DA MATTA, , Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Salamandra, 1984.
15
traição.
A solidariedade não lhe precisa ser ensinada já que lhe é atávica. E a
simpatia sempre prevalece sobre a sisudez.
A audácia não lhe falta, para desbravar territórios, tecnologias e até
amores. Por vezes, pode ser superficial, mas sempre dará o seu jeitinho, bastante
nacional.
Como detém a décima primeira face12
, sua imagem é global, ainda que
sua persona seja local – essa dicotomia entre a facies e a persona chega ao limite
do paradoxo, principalmente, para aqueles povos que também se identificam
com a face do brasileiro, ainda que em segundo lugar.
Ou seja, como explica Roberto Da Matta sobre o seu clássico O que
faz o brasil, Brasil?: “Numa linguagem mais precisa e mais sociológica, dir-se-ia
que o primeiro “brasil” é dado nas possibilidades humanas, mas que o segundo
Brasil é feito de uma combinação especial dessas possibilidades universais”.
Essas possibilidades condicionantes dão ao espírito de brasilidade esse
caráter independente e libertário, onde não há uma fé, há várias, onde não há
uma regra, há muitas, feitas todas para serem, ao mesmo tempo, seguidas e
descumpridas. Onde há mais emprego do que trabalho, na medida em que este é
apenas um intervalo imposto aos finais de semanas, ainda que exercido com zelo
e empenho de assertividade se nele houver uma bela paixão. Os preparativos
para os desfiles das escolas de samba, dos grupos folclóricos de todo o país e das
quadrilhas das festas juninas são exemplos mais do que paradigmáticos.
12
Narrativa do Prof. Scott Robert Olson, da Ball State University , em sua palestra na Associação de
Antigos alunos da Escola de Comunicação da UFRJ, em 1999: Pesquisa realizada com 10 fotos de
cidadãos de todo o mundo e uma décima primeira com a fusão de todas. Enquanto cada cidadão se
identificou com a foto da sua região em primeiro lugar e indicando a décima primeira em segundo, os
brasileiros identificaram-se apenas com a décima primeira.
16
A aspiração do brasileiro é o bem viver, no presente, porque é este
que alicerça o futuro. Todo brasileiro rico ou pobre, é proprietário de um sítio
no paraíso, edificado nos trópicos porque o espaço onde ocupa o seu ser é só
seu.
Sua crença lhe assegura o mérito do estatuto inalienável do perdão, já
que ao lado de cada força espiritual masculina há uma feminina a intervir por ele,
mito retratado no Auto da Compadecida de Ariano Suassuna, quando o diabo
reclama com Jesus sobre as intervenções de Maria a favor dos aspirantes aos
infernos.
Qualquer restrição a essa visão tão peculiar é contra todos os
princípios de nossa nacionalidade, onde a autonomia é a garantia de nossa
própria sobrevivência tanto na terra, quanto nos céus.
Post Scriptum
Belíssimos espécimenes dessa brava gente são os acadêmicos de comunicação e
dos diversos outros cursos que convivem no LIMK e que enriquecem com o
brilhantismo de sua juventude e inteligência as páginas do presente livro. Iniciam
pela orientação da Professora Fátima Fernandes, esta guerreira amazona da
docência na UFRJ, que tanto me honra ao me autorizar no seu convívio. Sei que
ela, por força de uma justa aposentadoria, fará ajustes na condução das pesquisas
do LIMK e no desempenho de sua mais autêntica vida acadêmica para incluir
novos projetos, sempre com empenho, raça e isenção, coisa rara no tempo
presente. Mas eles, seus estudantes, ficam e hão de dar aqui, acolá e alhures
testemunho e novos frutos, desse sentimento arrebatador que nos vocaciona a
pensar e debater o nosso amor pelo Brasil.
17
PRÓLOGO
Ouço, recordo; Leio, memorizo; Faço, aprendo.
Confúcio13
Caro Leitor,
A atribuição do rótulo sociedade do conhecimento à sociedade
contemporânea deve-se, por um lado, ao modo como o conhecimento
impregnou seu processo decisório e, por outro, ao modo como esse
conhecimento pode desestabilizar e reconstruir de forma acelerada, não apenas
decisões, como também os critérios e os parâmetros do próprio processo
decisório, sobretudo com o advento das novas tecnologias de informação e de
comunicação.
Assim, é vital saber manejar a coleta de informações, seu tratamento e
sua interpretação para subsidiar processos decisórios adequadamente.
Diante disso, como preparar estudantes para esse manejo
informacional? Para bem realizarem pesquisas de marketing, parte importante
da inteligência estratégica das organizações? Para atuarem em um mundo em que
não há mais espaços para improvisos mal pensados e mal estruturados? Em que
há demanda social crescente por ações sustentáveis? Vis a vis o Brasil que acorda
e expõe suas queixas para o mundo de forma espontânea, em um movimento
inesperado e inovador...
Com uma visão de mundo humanista e preocupada em contribuir
13 Confúcio foi um pensador e filósofo chinês do Período das Primaveras e Outonos.
18
para uma boa formação de meus estudantes, decidi, em 2001, após a reforma
curricular adotada pela ECO/UFRJ, criar uma disciplina de caráter laboratorial
no Ciclo Básico do Curso de Comunicação Social (os três primeiros períodos do
curso) desenvolvida a partir de proposta didático-pedagógica construtivista.
Essa proposta visava a criar condições teorico-práticas para que eles
pudessem aprender a aprender, aprender a conviver em equipe e aprender a
fazer pesquisas de marketing, quali e quanti, entre elas as de opinião, realizando
projetos de extensão universitária que, ao mesmo tempo, possuíam caráter de
iniciação científica.
A criação do LIMK - Laboratório de Inteligência e Pesquisa de
Marketing Social tornou possível que vivenciassem a integração do tripé
fundamental do ensino superior: ensino, pesquisa e extensão neste campo do
conhecimento.
A proposta didático-pedagógica do LIMK, que, em 2012, recebeu
menção honrosa no Congresso de Extensão da UFRJ – durante 12 anos permitiu
que os estudantes que lá participaram, vivenciassem a dinâmica decisória de
nossos dias, “empreendendo” para realizar novos projetos e cooperando na co-
criação, na gestão e na produção de conhecimento em um laboratório de
graduação de uma universidade pública em fase político-administrativa em que os
“recursos de toda ordem” eram muito escassos, exceto os pessoais da Equipe
LIMK, que sempre foram disponibilizados generosa e dedicadamente.
Mas quem é a Equipe LIMK? Um conjunto de professores
qualificados e de estudantes de graduação empenhados em seu desenvolvimento
pessoal e profissional permentemente.
Como participei, tanto na iniciativa privada de diversos setores
econômicos, quanto em organizações públicas, antes de entrar para o quadro
19
permanente de docentes da UFRJ em 1997, coordenando processos
organizacionais que envolviam sistemas de informação gerencial, planejamento
em seus diversos níveis e treinamento de empregados de diversas formações,
ocupantes dos mais diferentes cargos nas distintas regiões do País e como minha
tese de doutorado, concluída na COPPE em 1999, versa sobre avaliação de
qualidade de serviços, sempre me senti absolutamente confortável em facilitar um
processo de ensino-aprendizagem dessa natureza.
Contamos, também, com a prestimosa colaboração de estimados
professores da ECO, a quem muito agradecemos, sobretudo pelo apoio em
momentos críticos.
Destacamos os que fizeram parte da Equipe Docente do LIMK como
os co-organizadores deste livro, Prof. Sebastião Amoedo, Prof. Luiz Solon
Galotti e Profª Claudete Lima.
Aos Prof. Eduardo Refkalefsky, Prof. José Henrique Barbosa Moreira,
Prof. Maurício Lissovsky e Prof. Joel Teodósio (in memoriam), nosso profundo
agradecimento. Em suas funções de coordenação, criaram condições para que as
Equipes LIMK pudessem operar, muitas vezes, em contextos muito delicados.
Gratidão pelo reconhecimento de nossa contribuição à ECO.
Sim, Equipes LIMK, no plural, porque, a cada semestre, o
Laboratório é reinventado como organização com a renovação quase integral da
Equipe Discente, coração e razão de existir dos projetos que nos permitem
produzir conhecimento em conjunto. Isto significa dizer a criação de uma nova
instituição duas vezes ao ano! Experiência de empreender na educação
riquíssima!
Com uma proposta transdisciplinar e buscando contribuir para ampliar
a consciência de meus estudantes sobre problemas brasileiros com os quais iriam
20
se deparar em seu exercício profissional e como cidadãos, fomos, eu e a Equipe
LIMK de cada um dos períodos, cerca de 200 estudantes cujos nomes podem
ser conhecidos no Apêndice A, escolhendo temas da agenda política e
psicossocial do País para conhecer como esses temas eram percebidos, em geral,
pelos universitários, principalmente, os do Campus da Praia Vermelha da UFRJ.
Esses universitários muitos dos respondentes se tornarão importantes
tomadores de decisão do futuro e conhecer o que pensam sobre temas que
permanecem por mais de uma década na agenda nacional pode nos levar a
desvendar um pouco melhor nosso espírito14
brasileiro.
Como o conhecimento em pesquisas sociais é algo que está sendo
continuamente revisto e reconstruído, não havendo, portanto, resultado pronto e
acabado, nem verdades inquestionáveis, nem provas evidentes fornecidas por
experimentos cruciais conclusivos, as pistas que se pode recolher do espírito
deste tempo podem nos levar a refletir melhor sobre o que queremos para nosso
futuro.
E, certamente, para cada estudante, que participou dessas pesquisas,
tanto como pesquisador, quanto como respondente, essa reflexão singular foi
possível, tendo colaborado, assim, para além de sua formação profissional, para
sua formação como cidadão.
Isso me dá a segurança de ter contribuído com uma atividade
pedagógica que permitiu auferir o olhar universitário sobre os temas em questão,
alguns deles tão polêmicos e também permitiu que o LIMK cumprisse sua
missão.
14 Zeitgeist - termo alemão cuja tradução significa espírito da época, espírito do tempo ou sinal dos
tempos. Significa, em resumo, o conjunto do clima intelectual e cultural, numa certa época, ou as
características genéricas de um determinado período de tempo
21
Que missão? Contribuir para formação de profissionais cidadãos
capazes de atuar em processos de transformação social e organizacional,
aplicando conhecimentos de marketing e de gestão integrada da qualidade em
seu cotidiano.
Procuramos ensinar às Equipes LIMK métodos de investigação
científica dentro do rigor exigido pela academia, utilizando muitas horas para
desenhar e supervisionar processos colaborativos criativos, repensando o já
pensado, estimulando a intuição para promover revisão teórica e crítica do já
produzido, por meio do diálogo com teorias, docentes, estudantes, em
permanente processo de co-criação.
Ressalta-se, mais uma vez, que, dado o caráter didático pedagógico das
pesquisas de opinião conduzidas, o conhecimento aqui apresentado sobre cada
tema não deve ser considerado como acabado e, menos ainda, como tese
científica de qualquer campo, mas sim pontos de referência para reflexão sobre o
espírito de nosso tempo.
Assim, mais importante do que esgotar a discussão conceitual sobre
cada tema, que envolve outros saberes, ou obter opiniões precisas, colocava-se a
experimentação do método de pesquisa de opinião pelos estudantes, em função
do tempo disponível das equipes alocadas, do caráter exploratório das
investigações e da dificuldade de obtenção dos recursos necessários para realizá-
las.
Oxalá, os textos ora apresentados reflitam, pelo menos em parte, a
riqueza de experiência adquirida ao longo de 16 anos como docente, interagindo
com estudantes interessados e muito interessantes, com os quais muito pude
aprender.
Em tempo, não poderia deixar de mencionar que a feitura deste livro
22
digital só foi possível pela agilidade com que o Conselho de Minerva examinou e
acolheu a ideia de incluí-lo em sua Série Visão Universitária.
Assim, Leitor, desde já agradecemos seu feedback para que possamos
continuar aprimorando esta obra e poder melhor atendê-lo em suas questões
sobre o Espírito Brasileiro.
Profa Dra. Fátima Sobral Fernandes15 Professora Associada da UFRJ
Responsável pelo LIMK/ECO/UFRJ
fatsofer@ufrj.br
15 Professora Associada (LIMK/UFRJ). Formação tecnológica: Doutorado (COPPE/UFRJ), mestrado
(IME), especialização em Ferrovias Urbanas e graduação em Engenharia (EEUFRJ). Formação em
gestão e políticas públicas: Especialização em Administração (COPPEAD/UFRJ), em Marketing
(ESPM/ECO-UFRJ), em Gestão Estratégica (FGV) . Diplomada no CAEPE / ESG. Aperfeiçoamento
em Política de Defesa (CHDS/DU/USA). Formação biopsicossocial: Psicanálise lacaniana (ICP/EBP)
e em Terapia de base transpessoal aplicada a processos de gestão de mudança organizacional (DEP).
Atualização em Saúde Mental para Intervenções Precoces (CSP/ABENEPI). Coach Pessoal e
Profissional (IBC). Experiência profissional e acadêmica desenvolvida desde 1975 no setor público e
em empresas privadas de diversos setores econômicos. Conselheira do Clube de Engenharia desde
1989, Conselheira Emérita do Conselho de Minerva desde 2013, ocupou diversos cargos, entre eles, o
de Assessoria I da Diretoria de Planejamento da CBTU e de Superintendente de Planejamento e
Desenvolvimento da UFRJ. Atua como coach e consultora.
23
NOTA DOS AUTORES
1. Esta obra foi editada, de certo modo, para compartilhar o conhecimento
produzido por nós, colocá-lo em discussão e prestar contas à sociedade sobre
como usamos parte de nosso tempo na UFRJ.
2. Por se constituir em obra aberta, compatível com a mídia escolhida para
divulgação e seu tempo de elaboração, todas as contribuições de melhoria
serão bem vindas e os responsáveis por elas receberão publicamente os
créditos, com a indicação de autoria mencionada em nota de rodapé.
3. Convidamos, assim, cada leitor a participar do processo ativo de revisão deste
ebook, enviando seus comentários e sugestões de melhoria para o email:
limk.eco.ufrj@gmail.com, fatsofer@ufrj.br ou fatsofer1@gmail.com .
4. Será elaborada, a cada revisão, uma nova nota de rodapé para indicar a
autoria das modificações introduzidas pelas sugestões recebidas.
5. Por estas razões, alertamos que ao citarem a obra após consulta, mencionem
sempre a revisão consultada.
Muito obrigado, Todos os autores
24
SUMÁRIO
PREFÁCIO 7
APRESENTAÇÃO 17
NOTA DOS AUTORES 23
1. LIMK: uma experiência didatico-pedagógica 39
1.1 INTRODUÇÃO 41
1.2 PROPOSTA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA 54
1.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 54
1.4 REFERÊNCIAS 55
APÊNDICE A: RELAÇÃO DAS EQUIPES LIMK, CONSTITUÍDAS POR
ESTUDANTES QUE COLABORARAM COM A
ELABORAÇÃO DA 1ª REVISÃO DA EDIÇÃO DESTE
LIVRO EM ORDEM ALFABÉTICA E POR PERÍODO. 57
2. QUEM É O CALOURO DA ECO? 64
2.1 INTRODUÇÃO 65
25
2.2 METODOLOGIA 66
2.3 RESULTADOS 67
2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 73
2.5 REFERÊNCIAS 74
3. UMA AVALIAÇÃO DO CICLO BÁSICO DO CURSO DE
COMUNICAÇÃO SOCIAL 75
3.1 INTRODUÇÃO 77
3.2 METODOLOGIA 78
3.3 RESULTADOS 80
3.3.1 PERFIL DOS ENTREVISTADOS 81
3.3.2 OPINIÃO DOS ENTREVISTADOS 84
3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 98
3.5 REFERÊNCIAS 101
26
4. IMAGEM DO PROFISSIONAL EGRESSO DA ECO NO
MERCADO DE TRABALHO DO RIO DE JANEIRO 102
4.1 SÍNTESE GERENCIAL 103
4.2 APRESENTAÇÃO DO CONTEXTO DO PROBLEMA DE
PESQUISA 108
4.3 JUSTIFICATIVA DE RELEVÂNCIA DA PESQUISA 109
4.4 OBJETIVOS DA PESQUISA 111
4.5 METODOLOGIA 111
4.5.1 DESCRIÇÃO DO UNIVERSO 112
4.5.2 PROCEDIMENTO DE AMOSTRAGEM 112
4.5.3 SUJEITO RESPONDENTE 114
4.5.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS 115
4.5.5 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS 115
4.6 RESULTADOS 116
27
4.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 137
4.8 REFERÊNCIAS 141
5. ECOMOSTRA: uma tentativa de accountability e
aproximação do mercado de trabalho 142
5.1 INTRODUÇÃO 143
5.2 PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO 144
5.3 RESULTADOS 148
5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 151
5.5 REFERÊNCIAS 152
6. CONEXÃO: em busca da interação entre
acadêmicos e praticantes 153
6.1 INTRODUÇÃO 154
6.2 METODOLOGIA 155
6.3 RESULTADOS 156
28
6.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 162
6.5 REFERÊNCIAS 162
7. IMAGEM DA UFRJ: um olhar “carioca” 164
7.1 INTRODUÇÃO 166
7.2 METODOLOGIA 168
7.3 RESULTADOS 170
7.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 173
7.5 REFERÊNCIAS 175
8. QUEM É QUEM NO PROGRAMA DE ALFABETIZAÇÃO
DE JOVENS E ADULTOS DA UFRJ? 177
8.1 INTRODUÇÃO 178
8.2 METODOLOGIA 180
8.3 RESULTADOS 182
8.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 188
29
8.5 REFERÊNCIAS 191
9. UNIVERSITÁRIOS E REFORMA UNIVERSITÁRIA 192
9.1 INTRODUÇÃO 193
9.2 METODOLOGIA 194
9.3 RESULTADOS 195
9.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 205
9.5 REFERÊNCIAS 206
10. TROTE UNIVERSITÁRIO: calouros x veteranos 208
10.1 INTRODUÇÃO 209
10.2 METODOLOGIA 211
10.3 RESULTADOS 213
10.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 216
10.5 REFERÊNCIAS 217
30
11. BULLYING: ato de crueldade diante da diferença
entre sujeitos? 218
11.1 INTRODUÇÃO 220
11.2 METODOLOGIA 221
11.3 RESULTADOS 223
11.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 228
11.5 REFERÊNCIAS 229
12. LIBERDADE DE EXPRESSÃO 231
12.1 INTRODUÇÃO 232
12.2 METODOLOGIA ..233
12.3 RESULTADOS 235
12.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 239
12.5 REFERÊNCIAS 240
31
13. LEGALIZAR OU NÃO LEGALIZAR A
COMERCIALIZAÇÃO DE DROGAS: eis a questão? 241
13.1 INTRODUÇÃO 243
13.2 METODOLOGIA 246
13.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 249
13.4 REFERÊNCIAS 254
14. COMERCIALIZAR OU NÃO COMERCIALIZAR ARMAS
NO BRASIL: um referendo e os efeitos da mídia 257
14.1 INTRODUÇÃO 258
14.2 METODOLOGIA 260
14.3 RESULTADOS 263
14.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 270
14.5 REFERÊNCIAS 270
15. QUALIDADE DE VIDA DO CARIOCA EM TEMPOS DE
CAMPANHA ELEITORAL 272
32
15.1 INTRODUÇÃO 273
15.2 METODOLOGIA 274
15.3 RESULTADOS 281
15.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 286
15.5 REFERÊNCIAS 287
16. O CÂNCER DE MAMA NO ALVO DA MODA VIROU
MODA? 288
16.1 INTRODUÇÃO 290
16.2 METODOLOGIA 291
16.3 RESULTADOS 292
16.4 CONCLUSÃO 300
16.5 REFERÊNCIAS 300
17. A SAARA FOI AFETADA PELA CAMPANHA PARA CRIAR
EMPREGABILIDADE PARA OS DEFICIENTES? 302
33
17.1 INTRODUÇÃO 303
17.2 METODOLOGIA 304
17.3 RESULTADOS 306
17.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 312
17.5 REFERÊNCIAS 313
18 COMUNICAÇÃO CORPORATIVA ASSOCIADA À
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: UMA
SISTEMATIZAÇÃO DOS ACHADOS DOCUMENTAIS 314
18.1 INTRODUÇÃO 316
18.2 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EMPRESARIAL
(RSE) 324
18.3 IMAGEM INSTITUCIONAL 335
18.4 COMUNICAÇÃO CORPORATIVA EXTERNA 343
18.5 O USO DE ELEMENTOS DE RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL NA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA
EXTERNA 345
34
18.6 AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DOS PROCESSOS
ORGANIZACIONAIS E DE SEUS RESULTADOS 349
18.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 348
18.8 REFERÊNCIAS 355
19 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: uma
comparação entre Brasil e Uruguai 369
19.1 INTRODUÇÃO 370
19.2 METODOLOGIA 373
19.3 RESULTADOS 374
19.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 399
19.5 REFERÊNCIAS 401
20 SHOW DO MILHÃO: primeira pesquisa realizada no
LIMK 415
20.1 INTRODUÇÃO 416
20.2 METODOLOGIA 417
35
20.3 RESULTADOS 419
20.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 426
20.5 REFERÊNCIAS 428
21 SALAS DE LUXO DE EXIBIÇÃO CINEMATOGRÁFICA:
uma avaliação exploratória 429
21.1 INTRODUÇÃO 430
21.2 METODOLOGIA 431
21.3 RESULTADOS 434
21.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 455
21.5 REFERÊNCIAS 456
APÊNDICE A: PLANILHA COMPARATIVA ENTRE SALAS DE CINEMA DE
LUXO NO BRASIL E NO MUNDO 459
APÊNDICE B: PALAVRAS DESCRITORAS DO ENCANTAMENTO E
INCÔMODO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA NAS SALAS
DE LUXO 467
36
22. COMUNICAÇÃO E REALIDADE BRASILEIRA: UM PROJETO
DIDÁTICO - PEDAGÓGICO PARA FORMAR CIDADÃOS 472
22.1 INTRODUÇÃO 474
22.2 TÍTULO DA DISCIPLINA 475
22.3 CARGA HORÁRIA 475
22.4 OBJETIVOS 475
22.5 EMENTA 476
22.6 JUSTIFICATIVA 477
22.7 METODOLOGIA DO CURSO 478
22.8 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 481
22.9 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 483
22.10 PLANEJAMENTO DAS AULAS 484
22.11 REFERÊNCIAS 484
APÊNDICE A: CRONOGRAMA DE AULAS E LEITURAS 488
37
APÊNDICE B: METODOLOGIA DE TRABALHO DA PESQUISA DE CAMPO 493
APÊNDICE C:MODELO DE ORGANIZAÇÃO DO TERMO DE COMPROMISSO
DE TRABALHO EM EQUIPE 507
EPÍLOGO 508
38
CAPÍTULO 1
LIMK:
uma experiência didatico-pedagógica
39
1. LIMK: uma experiência didatico–pedagógica16
Equipes Limk 2001 a 2013 17
Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes
"Não há transição que não implique um ponto de partida, um processo e um ponto de chegada. Todo amanhã se cria num ontem, através de
um hoje. De modo que o nosso futuro baseia-se no passado e se corporifica no presente. Temos de saber o que fomos e o que somos,
para sabermos o que seremos." Paulo Freire18
1.1 INTRODUÇÃO
O Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social da
ECO/UFRJ (LIMK) foi idealizado e criado pela Prof.ªa
Fátima em abril de 2001,
após a reforma curricular da ECO, visando à boa formação dos estudantes a ele
vinculados a partir da integração dos três pilares constituintes do processo de
ensino-aprendizagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ: ensino,
pesquisa e extensão.
Para promover essa integração, os professores do laboratório utilizam
projetos de extensão, como estudos de caso que permitem a aplicação dos
conhecimentos teóricos ministrados nas disciplinas e pesquisa científica para
manter atualizados esses conhecimentos ministrados e para desenvolver novos.
16 Este artigo foi elaborado com base nos trabalhos apresentados no Congresso de Extensão da UFRJ
desde o ano de 2001 até o presente ano (2013). Foi premiado com menção honrosa no ano de 2012. 17 Ver a nomeação de todos os estudantes que compuseram as Equipes LIMK desde sua criação em
2001 no Apêndice A. 18 Nascido em São Paulo (1921 - 1997) foi um educador e filósofo brasileiro. Patrono da Educação
Brasileira e considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial.
40
Para ensinar como aplicar ferramentas de marketing e de tecnologias
de gestão, em geral, os casos (projetos de extensão) são, em sua maioria, de
organizações sem fins lucrativos, com vistas a contribuir para a transformação
social e para formação de profissionais cidadãos.
Para tornar os estudantes capazes de aplicar os conhecimentos
adquiridos de marketing e de gestão – em especial – inteligência estratégica,
pesquisa de marketing e marketing social e em gestão em tais em tais processos, a
atividade de pesquisa científica é permanentemente incentivada para que seja
possível oferecer aos casos sob estudo a solução mais atual e adequada.
A importância do laboratório para a sociedade é a de se constituir em
um espaço de ensino – aprendizagem que oferece soluções personalizadas,
criativas e inovadoras, para alguns dos problemas cotidianos das organizações,
por meio de projetos de extensão, em que são produzidas, como mencionado,
pesquisas de marketing, ministrados cursos de educação continuada em função
das necessidades organizacionais e realizados diagnósticos organizacionais
específicos ou gerais, incluindo avaliação do modelo de gestão e da qualidade dos
serviços prestados. A partir desses diagnósticos, é possível para a Equipe LIMK,
apoiar os processos de transformação organizacional por meio da realização de
coaching rumo à inteligência emocional dos profissionais, das equipes e da
organização rumo ao pleno exercício de sua responsabilidade socioambiental.
Criam-se, assim, oportunidades práticas de aprendizagem para os
estudantes vinculados ao LIMK, posto que existe a possibilidade de atender a
clientes governamentais e da iniciativa privada, lucrativa ou não. Assim,
procurando dar suporte a organizações e a profissionais de variados setores de
mercado para que eles alcancem seus objetivos o mais rápido possível, os
estudantes vivenciam um contato direto com gestão de projetos realizados para
seu mercado de trabalho, constituindo-se, nesse sentido, uma relação de ganho
41
para todos participantes (os estudantes, os clientes, o laboratório, a universidade e
a sociedade).
1.2 PROPOSTA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
O processo de ensino – aprendizagem construtivista apoia-se em
quatro pilares pedagógicos: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a
conviver e aprender a ser, para produzir o desenvolvimento de cada qual a partir
do seu grau de compromisso com as atividades propostas, seguindo, entre outros
autores, o que preconiza Piaget:
Primeiro, eu gostaria de esclarecer a diferença entre dois problemas: o
problema do desenvolvimento e o da aprendizagem. (...) desenvolvimento é
um processo que diz respeito à totalidade das estruturas de conhecimento.
Aprendizagem apresenta o caso oposto. Em geral, a aprendizagem é
provocada por situações – provocada por psicólogos experimentais; ou por
professores em relação a um tópico específico; ou por uma situação externa.
Em geral, é provocada e não espontânea. Além disso, é um processo limitado
– limitado a um problema único ou a uma estrutura única. Assim, eu penso
que desenvolvimento explica aprendizagem, e essa opinião é contrária à
opinião amplamente difundida de que o desenvolvimento é uma soma de
experiências discretas de aprendizagem. (PIAGET, 1979, p. 176)
Piaget, em seus métodos, mostra que se deve favorecer a autonomia
daquele que está aprendendo, sugerindo atividades coletivas para que possam
aprender a compartilhar ideias e pontos de vista, de maneira a avançar no
conhecimento, crescer moralmente, superar o egocentrismo e aprender a se
autogovernar. Assim, a partir desse método, o estudante torna-se um sujeito ativo
no ambiente de ensino-aprendizagem, dispondo de conhecimentos elaborados
por aproximações sucessivas e compreendendo que o erro possui um papel
importante na construção da aprendizagem.
Tal como Confúcio preconizava, “Ouça, recorde; leia, memorize; faça
e aprenda”, a equipe de professores responsáveis pelo LIMK acredita que o
principal objetivo da educação é criar indivíduos capazes de fazer coisas novas e
42
não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram. Sendo assim, no
laboratório, é valorizado o processo de interação para elaboração de trabalhos
práticos, que venham a estimular a autogestão e o empreendedorismo dos
estudantes, de forma aprimorar seus processos de tomada de decisão sob
pressão.
A quase totalidade dos integrantes das Equipes LIMK acredita que a
aplicação de metodologias que estimulem a participação e a democratização da
informação é fundamental no sentido de se construir essa interação dialógica.
Essas ferramentas interativas facilitam a entrada de atores não-universitários no
ambiente acadêmico, bem como melhoria da imagem da instituição universitária
junto à sociedade pela possibilidade diversa dos serviços oferecidos.
A assertiva anterior pode ser reiterada por meio do trecho a seguir,
retirado do site da Pró Reitoria de Extensão - PR-5/UFRJ:
Essa visão do estudante como protagonista de sua formação técnica e cidadã
deve ser estendida, na ação de Extensão Universitária, a todos envolvidos;
por exemplo, alunos, professores, técnico-administrativos, pessoas das
comunidades, estudantes de outras Universidades e do ensino médio. Dessa
maneira, emerge um novo conceito de ‘sala de aula’, que não mais se limita
ao espaço físico tradicional de ensino-aprendizagem. ‘Sala de aula’ são todos
os espaços, dentro e fora da Universidade, em que se apreende e se
(re)constrói o processo histórico-social em suas múltiplas determinações e
facetas. O eixo pedagógico clássico ‘estudante - professor’ é substituído pelo
eixo ‘estudante – professor - comunidade’. O estudante, assim como a
comunidade com a qual se desenvolve a ação de Extensão, deixa de ser um
mero receptáculo de um conhecimento validado pelo professor para se tornar
participante do processo. Dessa forma, ele se torna também o tutor (aquele
que apoia o crescimento possibilitado pelo conhecimento), o pedagogo
(aquele que conduz, de mãos dadas, o processo de conhecimento) e o
orientador (aquele que aponta a direção desse processo). Assim, no âmbito
da relação entre Pesquisa e Ensino, a diretriz Indissocibialidade Ensino –
Pesquisa - Extensão inaugura possibilidades importantes na trajetória
acadêmica do estudante e do professor. (Pró-Reitoria de Extensão – PR5 –
Universidade Federal do Rio de Janeiro)
É enfatizada, no LIMK, a reprodução de um ambiente de trabalho
organizacional, com a utilização de software específicos dos campos de
43
conhecimento do laboratório como a pesquisa de marketing e a gestão de
projetos. Também é bastante usada a divulgação nas mídias digitais das
atividades do laboratório e dos parceiros associados a ele. Nesse sentido, cada
integrante participa ativamente dos processos decisórios, estratégicos e
operacionais do LIMK.
Acima de tudo, aprende-se no LIMK a ser colaborador e não
simplesmente bolsista, a ter postura profissional e cooperativa no ambiente de
trabalho e para com a sociedade.
A transmissão de saber se dá no local de trabalho, com explicações a
cada dúvida colocada, integrando atividades de pesquisa ao fazer operacional para
sanar dúvidas e produzir resultados.
Para manter os bons resultados e a boa qualidade do trabalho são
realizadas avaliações, tanto do trabalho interno quanto dos projetos com clientes
externos. São realizadas reuniões participativas semanais e mensais entre a
equipe, permitindo a autoavaliação e dos outros membros – o que incentiva o
desenvolvimento individual e do laboratório - e pelo cumprimento de prazos e a
aceitação do trabalho pelo cliente, respectivamente.
Com o objetivo de organizar as atividades do laboratório, elas são
agrupadas em três áreas: Apoio Técnico, Apoio à Divulgação e Apoio
Administrativo. Toda a equipe participa de todas as atividades, com uma
programação de rodízio entre elas no início de cada semestre.
Há estudantes que escolhem permanecer no Laboratório por mais de
um semestre acompanhar o desenvolvimento de projetos de que participa ou
para concluir projetos internos de seu interesse. Isso possibilita a continuidade
das atividades, uma vez que o laboratório não conta com nenhum funcionário
técnico administrativo para dar suporte administrativo.
44
O Apoio Técnico, como centro de produção de conhecimento do
LIMK, subdivide-se em: Extensão, Ensino e Aprendizagem e Pesquisa Científica.
Principais Atividades de Extensão
A Prof.ª Dr.ª Fátima orienta os estudantes bolsistas durante a
preparação de todas as atividades. Ela é a principal captadora de projetos de
extensão a serem realizados no LIMK para promover a ligação da universidade
com a comunidade em que está inserida.
Para atrair organizações parceiras interessadas em resolver seus
problemas específicos são oferecidos diversos serviços, tais como cursos para
educação continuada, consultoria em transformação organizacional, consultoria
em inteligência estratégica, consultoria em marketing digital, apoio à modelagem
de processos de negócio, entre outros.
Fundamentado nesses conceitos, o LIMK organiza Projetos de
Extensão com a ajuda de parceiros internos19
e parceiros externos20
. Os projetos
de extensão realizados ou andamento em 2013 são:
o Pesquisas de marketing: avaliação das salas de exibição de luxo,
reforma da educação superior, habilitação no 4º período na ECO,
adequação do ciclo básico à formação profissional, legalização da
comercialização de drogas;
o Avaliação da Qualidade de Serviços Externos e Internos: uma
empresa de serviços imobiliários, avaliação da qualidade do serviço
das salas de exibição de luxo
19 Claudete Lima, Eduardo Refkalefsky, Luiz Solon Gonçalves Gallotti, Sebastião Amoêdo de Barros
20 Ana Sílvia Teixeira (Coach), Carolina de Freitas do Carmo (Fonoaudióloga), Josenia
Veneziane(Psicanalista) , Marcia Andrade (Psicomotricista), Sandra Celano (Coach), Pamela Berbara
(Pâtisserie), Viviane do Espírito Santo (Psicanalista),
45
o Consultoria em Inteligência Estratégica: LIMK, Doce Fazer; Gente
em Flor, Coaching para desenvolvimento de inteligência emocional;
Coaching para Transição Organizacional;
o Edição dos livros didáticos produzidos no LIMK para distribuição
gratuita como ebooks: “Espírito Brasileiro: Um olhar universitário”.
“Marketing Digital para Aprendizes: o que é, para que serve e como
fazer” e “Em Busca da Excelência da Gestão: coaching para
pequenos empreendedores”;
o Consultoria em Transformação Organizacional;
o Coaching para Executivos de Organizações Públicas e Privadas;
o Apoio à Modelagem de Processos Estratégicos, Táticos e
Operacionais: serviços imobiliários;
o Planejamento, Capacitação e Implementação de Gestão de
Projetos em Organização focadas na Gestão e na Garantia de
Qualidade: Projeto de Consultoria em Gestão para uma Imobiliária
do Rio de Janeiro;
o Apoio do LIMK à Comissão de Saúde Primária da Associação
Brasileira de Psiquiatria e Neurologia Infantil CSP/ABENEPI;
o Apoio na parte de Marketing Digital para Divulgação dos cursos de
capacitação em Saúde Mental para Intervenções Precoces da
Comissão de Saúde Primária da ABENEPI;
o Divulgação do Programa de Estágio da Operação Atlântico II na
Marinha do Brasil;
o Apoio à Assessoria de Comunicação Social do VII Congresso
Acadêmico Sobre Defesa Nacional Na Escola Naval
o Cursos de Extensão Online: Marketing, Marketing de Patrocínio,
Inteligência Estratégica, Marketing Digital, Empreendedorismo,
46
Pesquisa de Marketing, Marketing de Serviços, Marketing Social,
Marketing Cultural e Marketing Esportivo.
o Ilustração do livro da Prof.ª Claudete Lima;
o Projetos de Marketing Digital: Projeto Site “Gente em Flor”;
Projeto de Marketing Digital para uma Pâtisserie; Projeto Ballet
Brasil;
o Eventos: Conexão; ECOmostra; ECOABrasil; Media Training e
Operação Atlântico II; palestras de Comunicação e Realidade
Brasileira;
o Grupos de estudo: Excelência de Gestão, Marketing Digital,
Comunicação e Constituição Subjetiva, Desenvolvimento de
Inteligência Emocional Aplicada a Processos Seletivos e Coaching.
Um destaque entre esses eventos é a ECOmostra, em sua 15a
edição,
possui particular relevância no ambiente da Escola de Comunicação (ECO), uma
vez que promove a apresentação dos trabalhos de conclusão de curso dos
estudantes de comunicação da habilitação de Rádio e TV ao mercado de
trabalho, proporcionando assim divulgação e reconhecimento do talento e
aprendizado desses estudantes concluintes.
Para a execução dos trabalhos, inicialmente a Prof.ª Dr.ª Fátima
acompanha os alunos durante a preparação e formatação dos trabalhos que são
apresentados no evento na disciplina Projetos Experimentais em Radialismo. Na
disciplina, ela ajuda os estudantes a escolherem os orientadores e a definirem
mais precisamente seus objetivos com o trabalho de conclusão do curso. Depois
de escolhidos os orientadores, esses dão a direção a ser seguida no conteúdo dos
trabalhos e aprovam previamente àqueles que já estão prontos para a defesa e
exibição.
47
Com vistas a integrar a experiência de extensão, ensino-aprendizagem
e pesquisa, é proporcionado ao estudante aprender a lidar com o cliente real de
extensão e suas expectativas, prazos. São realizadas reuniões entre a equipe e o
cliente para compreender seus os objetivos e o problema a ser solucionado
/pesquisado. É, então, elaborada proposta de trabalho pela Equipe LIMK e
apresentada e aprovada ao cliente. O projeto também é aprovado pelas instâncias
universitárias competentes e, quando se trata de projeto remunerado, conta-se
com o apoio jurídico-administrativo da FUJB (Fundação Universitária José
Bonifácio).
Para realizar o projeto de extensão, são realizadas pesquisas de
escritório, identificando o que já foi publicado sobre o problema, e pesquisas de
campo, quando se fizerem necessárias. Em seguida, durante a elaboração dos
projetos, uma série de reuniões de equipe e com o cliente ocorrem para validar o
que está sendo desenvolvido.
Ao final, na reunião de encerramento do projeto, percorremos todo o
cronograma inicialmente proposto junto com o cliente buscando obter uma nota
de zero a dez para cada atividade e uma compreensão do que deixou a desejar no
processo para que, nos próximos projetos, se possa corrigir o curso das atividades
a partir da lição aprendida.
Principais Atividades de Ensino-Aprendizagem
Em relação a Ensino-Aprendizagem, é necessário expor que possui
como objetivo dar suporte às disciplinas ministradas pela Prof.ª Dr.ª Fátima
Fernandes para treinar os estudantes nas atividades de docência.
As disciplinas apoiadas pelo LIMK foram:
o Comunicação e Marketing;
48
o Comunicação e Realidade Brasileira;
o Laboratório Coaching Group para Desenvolvimento de
Inteligência Emocional Aplicada aos Processos Seletivos;
o Laboratório Comunicação e Construção Subjetiva;
o Laboratório Excelência de Gestão para Empreendedores, que
permitiu o lançamento do livro digital intitulado: “Em busca da
Excelência da Gestão: coaching para pequenos empreendedores”;
o Laboratório Marketing Digital para Aprendizes;
o Língua Portuguesa e Comunicação Técnica;
o Marketing cultural;
o Marketing de patrocínio;
o Marketing social;
o Metodologia de pesquisa;
o Projeto Experimental II em Rádio e TV, entre outras.
Principais Atividades de Pesquisa
Em sua maioria, as pesquisas científicas desenvolvidas no LIMK
relacionam-se a busca de textos atuais sobre o conteúdo das disciplinas
ministradas, busca de soluções atuais para os problemas das organizações
parceiras e pesquisas sobre temas específicos relacionados a quatro grupos:
o Comunicação e constituição subjetiva;
o Representação da realidade brasileira na mídia;
o Comunicação e responsabilidade organizacional socioambiental;
o Pesquisas de opinião sobre temas relevantes da agenda nacional.
As pesquisas de opinião apresentam a seguinte característica: foram
realizadas, em geral, pesquisas exploratórias quantitativas por amostragem
49
aleatória com 90% de confiança de que o resultado obtido terá margem de erro
de apenas 10% em relação ao universo pesquisado.
Usualmente, por conveniência e falta de recursos (tempo e dinheiro)
para uso de outras técnicas, o questionário utilizado é autorrespondido com
perguntas abertas e fechadas abrangendo algumas partes em comum, tais como
perfil do respondente, perfil ideológico, conhecimento sobre o tema e
impressões sobre a pesquisa. Os questionários também possuem partes
específicas relacionadas ao tema pesquisado.
Em geral, o universo e a amostra das pesquisas de campo são
constituídos por estudantes de diversos cursos de graduação do Campus da Praia
Vermelha, podendo apresentar algumas variações entre si: entre professoras,
estudantes e funcionárias (como na pesquisa sobre as campanhas publicitárias de
prevenção do Câncer de Mama); entre alunos de comunicação (como na
pesquisa sobre Liberdade de Expressão); entre homens e mulheres da sociedade
como um todo (como na pesquisa sobre a Imagem da UFRJ).
O tratamento e análise dos dados são feitos no programa Sphinx
Léxica Plus V. 5.0, no qual é possível analisar os resultados com estatística básica,
além de permitir o cruzamento dos dados com pesquisas de anos anteriores ou
com variáveis utilizadas na pesquisa do mesmo ano. A partir dessa etapa é
possível aprimorar a interpretação dos dados, propiciando aos estudantes uma
reflexão mais profunda acerca do tema pesquisado.
Em seguida é elaborado um relatório para orientar a apresentação dos
resultados coletados na Jornada de Iniciação Científica – UFRJ (JICTAC UFRJ) e
em outros espaços técnico-científicos.
50
Principais Atividades de Divulgação
É realizada a divulgação de atividades do próprio LIMK e de parceiros
que nos procuram para obter apoio em comunicação de marketing digital. A
realização dessa atividade está permitindo o lançamento de um livro digital
intitulado “Marketing Digital para aprendizes: o que é, para que serve e como
fazer”.
Para realizar essas atividades, a própria Equipe LIMK produz o
planejamento da campanha digital, integrado ao processo de planejamento
estratégico da organização parceira, produz o material gráfico para a divulgação,
conforme ilustrado, por exemplo, nas figuras 1, 2, 3, e 8 (15ª ECOmostra,
CONEXÃO, ECOA Brasil, Ballet Brasil, Doce Fazer, LIMK, ABENEPI dentre
outros).
Figura 1: Logomarca da 15ª ECOMostra
Figura 2: Logomarca do Conexão Figura 3: Logomarca do ECOA Brasil
51
Figura 4: Logomarca do Ballet Brasil Figura 5: Logomarca da Doce Fazer
Destacam-se em 2012: a divulgação do Interseção, da Cúpula dos
Povos (evento alternativo à Rio +20) e do curso da ABENEPI – Curso
Interpretando os Corpos na 1ª Infância (evento realizado pelo Instituto Nacional
dos Surdos – INES), Ballet Brasil (figuras 4, 9 e 10), Doce Fazer (figuras 5, 6 e 7).
Também foram produzidas peças, em 2012, para eventos que o LIMK foi
convidado a participar.
Figura 6: Homepage no facebook da Pâtisserie Doce Fazer
52
Figura 7: Site da Pâtisserie Doce Fazer
Figura 8: Site do LIMK
53
Figura 9: Homepage no facebook do projeto Ballet Brasil
Figura 10: Divulgação do projeto Ballet Brasil através do facebook
54
O LIMK também promove Oficinas de Pesquisa de Marketing na
Semana dos Calouros da ECO; Oficina de Pesquisa de Marketing no
INTERCOM Sudeste (Evento da Sociedade Brasileira de Estudos
Interdisciplinares da Comunicação) e em ocasiões em que haja oportunidade de
difundir o trabalho que é realizado no laboratório.
É importante acrescentar que, dentro do apoio à divulgação, existe o
Projeto “Portal LIMK”, cujo objetivo é o constante aperfeiçoamento do uso das
ferramentas digitais para a própria divulgação do LIMK e para tornar as suas
Equipes cada dia mais aptas a apoiarem os clientes, especialmente em linguagens
para sites, integradas às ferramentas do facebook, twitter e youtube.
Principais Atividades Administrativas
Para que tudo isto funcione, é necessário gerenciar as atividades de
integração da equipe e de organização do trabalho; realizar a gestão de material;
coordenar o banco de horas dos bolsistas e voluntários; promover as reuniões
semanais de organização do trabalho e as mensais de avaliação de desempenho;
realizar solicitações de financiamento e de bolsas, produzir relatórios, minutas e
memorandos; monitorar e acompanhar as necessidades burocráticas do
laboratório junto à Universidade; organizar e gerenciar dados e arquivos
eletrônicos internos; realizar processos de recrutamento e seleção de bolsistas e
voluntários. Participar dessas atividades prepara os estudantes a realizarem seus
próprios empreendimentos de forma sustentável.
1.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social da
ECO/UFRJ (LIMK) tem papel essencial na formação de seus membros,
transformando seu aprendizado teórico de sala de aula em prática. Seus valores,
55
que englobam respeito ao cidadão, responsabilidade social, atuação ética e
transparente, espírito de equipe, qualidade e produtividade, reconhecimento de
realização e partilha do sucesso guiam o trabalho e são postos em prática no
cotidiano de cada membro.
O consequente enriquecimento intelectual do estudante se estende
além dos limites universitários, na forma de conhecimentos aplicáveis a seu
futuro trabalho e à sua vida como cidadão. Além disso, o investimento em estudo
universitário é devolvido à sociedade por meio dos serviços prestados pelo LIMK
e produção acadêmica disponibilizada de vários modos.
Tendo em vista tais implicações, é de suma importância que o
Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social tenha seu legado
preservado e seu ideal ativo ao longo dos anos, formando futuros profissionais
cada vez mais completos.
1.4 REFERÊNCIAS
ANDREASEN, A. Ethics in Social Marketing. Georgetown University Press,
2001.
CHAVES, J.; STAREC, C.; GOMES, E. Gestão Estratégica da Informação e
Inteligência Competitiva. São Paulo: Editora Saraiva, 1ª ed. , 2005.
CESCA, C. Organização de Eventos - Manual para Planejamento e Execução.
São Paulo: Editora Summus, 9ªEd, 2008.
CARMEL-ARTHUR, J. Bauhaus, São Paulo: Cosac & Naify, 2001.
FIGUEIREDO, N. Método e Metodologia na Pesquisa Científica. São
Caetano do Sul: Editora Yendis, 2008.
HACKLEY, C. Marketing and Social Construction. Routledge Press, 2007.
KOTLER, P. Marketing Social - Influenciando Comportamentos Para o
Bem. Editora Bookman, 3ª Ed., 2011.
56
KUMAR, V.; DAY, G. S.; AAKER, D. Pesquisa de Marketing. Rio de Janeiro:
Editora Atlas, 2007.
MARCONI, M.; LAKATOS, E. Fundamentos de Metodologia Científica. Rio
de Janeiro: Editora Atlas, 7ª Ed, 2010.
MATTAR, F. Pesquisa de Marketing. Rio de Janeiro: Editora Atlas, 1996.
NATALE, E. ; OLIVIERIl, C. Guia Brasileiro de Produção Cultural. São
Paulo: Editora Zé do Livro, 2004.
PIAGET, J. Linguagem e o Pensamento na Criança. São Paulo: Martins
Fontes, 7ª Ed, 1999.
PIAGET, J. O Juízo e o Raciocínio na Criança. São Paulo: Editora Record,
1924.
PIAGET, J. Aprendizagem e Conhecimento, Rio de Janeiro: Editora Freitas
Bastos, 1979.
PIAGET, J. Fazer e Compreender. Trad. Cristina L. de P. Leite. São Paulo,
Melhoramentos, EDUSP, 1978.
RAPAZZO, L. Metodologia Científica - Para Alunos dos Cursos de
Graduação e Pós-graduação. São Paulo: Edições Loyola, 2005.
RICKEY, G. Construtivismo: origens e evolução. São Paulo: Editora Cosac &
Naify, 2002.
REVELLI, C. Inteligência Estratégica na Internet. Porto Alegre, Editora
Instituto Piaget, 2000.
TURBAN, E.; ARONSON, J. E.; KING, D.; SHARDA, R. Business
Intelligence - Um Enfoque Gerencial para a Inteligência do Negócio. Editora
Bookman, 2009.
TURNER, J. How to Integrate Social Media into Your Marketing Plan. Press
Digital Editor, 2010.
WEINBERG, T. As Novas Regras da Comunidade - Marketing na Mídia
Social. Rio de Janeiro: Editora Alta Books, 2010.
57
APÊNDICE A
RELAÇÃO DAS EQUIPES LIMK, CONSTITUÍDAS POR ESTUDANTES
QUE COLABORARAM COM A ELABORAÇÃO DA 1ª REVISÃO DA
EDIÇÃO DESTE LIVRO EM ORDEM ALFABÉTICA E POR PERÍODO.
A Aletéia Maria da Silva (2º período de Comunicação), Amanda Buch Sampaio (2º
período de Comunicação), Amanda Ferreira Marcicano (estudante de
Pedagogia), Amanda Schab Salomão (2º período de Comunicação), Ana Ariel
Rodrigues Arras Menezes (1º período de Comunicação), Ana Beatriz de Souza
Siqueira (1º período de Comunicação), Ana Carolina Vaz de Oliveira Fernandes
(estudante de Comunicação), Ana Karina Veiga de Almeida (8º período de
Comunicação), Ana Luíza Reyes (2º período de Comunicação), Ana Paula
Ribeiro (estudante de Comunicação), Anaik Von Der Weid (2º período de
Comunicação), Anaiz Rosadas Falcão (2º período de Comunicação), Anelisa
Borges Eccard Leal (estudante de Comunicação), Anna Carolina Caldas Barbosa
(1º período de Comunicação), Arthur de Mello Ottoni (estudante de
Comunicação), Arthur Benchimol (2º período de Comunicação);
B Bárbara Barros Dumas (5ª período de Psicologia), Bárbara Louise Frederico
(estudante de Comunicação), Barbara Silva de Melo (2º período de
Comunicação), Beatriz de Carvalho Félix (2º período de Comunicação), Berna
Clara Vilaça Sartori (4º período de Administração), Bianca Nascimento (2º
período de Comunicação), Blandine Mól de Araújo (2º período de
Comunicação), Blenda Dantas (2º período de Comunicação), Brena Ferreira
Pinto Marinho (3º período de Comunicação), Bruna Costa Ebara (4º período de
Comunicação), Bruna Santos de Carvalho (4º período de Psicologia), Bruno Luiz
58
Silva Dantas (1º período de Comunicação), Bruno Nathansohn (estudante de
Comunicação), Bruno Pessoa (2º período de Comunicação),
C Caio Carneiro Thales de Mileto (estudante de Comunicação), Camila Martinez
(2º período de Comunicação), Camila Mattos (2º período de Comunicação),
Camila Pellegrini (2º período de Comunicação), Camile Cotta Paim (2º período
de Comunicação), Camilla Eloy e Silva (4º período de Pedagogia), Carla Basílio
(estudante de Comunicação), Carlos Alberto Leal (2º período de Comunicação),
Carlos Alexandre de Carvalho Martins (1º período de Comunicação), Carlos
Eduardo Cayres de Matos (2º período de Comunicação), Carolina Castro (2º
período de Comunicação), Carolina Olivieri (2º período de Comunicação), Celso
Garcia Teles Lehnemann (2º período de Comunicação), Clara Filippelli
Fernandes Rescala (2º período de Comunicação), Clara Zamluti Facuri (estudante
de Comunicação), Conrado Leipner Nicolay (estudante de Psicologia), Crislan
Fernandes Veiga (2º período de Comunicação), Cyntia Rosa de Jesus Lima
(estudante de Comunicação),
D Daiane Ascenção Cardoso (2º período de Comunicação), Daniela Pinheiro (2º
período de Comunicação), Daniele Cristina de Campos (estudante de
Comunicação), Deborah Rebello (2º período de Comunicação), Délcia
Nascimento de Oliveira Delgado (2º período de Comunicação), Diego Paleólogo
(2º período de Comunicação), Diogo Gardoni (2º período de Comunicação),
Douglas Oliveira Mota (2º período de Comunicação),
E Eduardo Augusto da Silva Pereira (estudante de Administração), Eduardo
Loureiro (2º período de Comunicação), Elaine Cutrim da Silva (6º período de
59
Comunicação), Elisa Pontes Silva de Oliveira (2º período de Comunicação),
Emanuelle Dias de Gondra (2º período de Comunicação),
F Fabiane Soares Marcondes (4º período de Psicologia), Fabiano Soria de Araújo
(estudante de Comunicação), Fabíola Ortiz dos Santos (2º período de
Comunicação), Felipe Cocco Cordovil de Macedo (2º período de Comunicação),
Felipe Leon Ferreira Macedo Kemmer (1º período de Comunicação), Felipe
Turl (2º período de Comunicação), Fernanda Borges Soutto Mayor (3º período
de Psicologia), Fernanda de Morais Amorim (2º período de Comunicação),
Fernanda Nunes Machado (2º período de Comunicação), Fernanda Rodrigues
Pereira (estudante de Psicologia), Fernando Vítor Vieira Ferreira (1º período de
Comunicação), Flávio Vinícius Ferreira de Araújo (2º período de Comunicação),
Frederico Bellini Carvalho da Costa (estudante de Comunicação),
G Gabriel do Nascimento Lopes da Silva (estudante de Comunicação), Gabriel
Jácome Nogueira de Oliveira (1º período de Comunicação), Gabriela da Costa
Silva (2º período de Comunicação), Gabriela da Costa Silva (2º período de
Comunicação), Gabriela de Jesus Moreira (7º período de Psicologia), Gabriela
Lima Lopes (estudante de Comunicação), Gabrielle de Olivieri de Paiva (5º
período de Comunicação), Gisela Pascale de Camargo Leite (estudante de
Comunicação), Gláucia Prates Santana (2º período de Comunicação), Guilherme
Teixeira Wenzel (4º período de Comunicação), Gyna Cassia Dantas Costa (2º
período de Comunicação),
I Ingrid Freire Machado (1º período de Comunicação), Isabela Vieira da Cunha
(2º período de Comunicação),
60
J Jean Silva (2º período de Comunicação), Jefferson Carrasco Teixeira Lopes (2º
período de Comunicação), Jenny Telemaque (2º período de Comunicação),
Jéssica Ferreira de Aragão (4º período de Comunicação), João Montenegro da S.
Pereira Reis ( estudante de Comunicação), Jordana Braga Martins (1º período de
Comunicação), Jorge Araújo Koliren (2º período de Comunicação), Jorge Jacob
(2º período de Comunicação), Joyce Conceição de F. Silva (estudante de
Comunicação), Julia Vianna do Nascimento (3º período de Administração),
Juliana Ferreira Pitanga (2º período de Comunicação), Juliana Figueiredo de
Oliveira (6º período de Psicologia), Juliana Marques (2º período de
Comunicação), Juliana Mattos dos Santos (2º período de Comunicação), Juliana
Zappa (2º período de Comunicação),
K Karine Freire (estudante de Comunicação), Kennya Paiva Collares (estudante de
Comunicação), Kimberly de Freitas Bezerra (3º período de Comunicação),
L Larissa de Moraes Pernambuco Agostini de Matos (2º período de Comunicação),
Laura Gelbert (estudante de Comunicação), Leandro Siqueira de Lima (4º
período de Serviço Social), Leidiani de Mendonça de Sena (3º período de
Pedagogia), Lenine Djú (8º período de Comunicação), Leonardo Garcia (2º
período de Comunicação), Letícia dos Santos Gonçalo Olímpio (3º período de
Pedagogia), Lia Galrão Dirickson (2º período de Comunicação), Lienne Aragão
Lyra (2º período de Comunicação), Lívia Pereira de Frias (4º período de
Psicologia, Luana Tinoco (2º período de Comunicação), Lucas Ferreira da Silva
Palazzo (7º período de Defesa e Gestão Estratégica Internacional), Luciana
Marques Meireles (2º período de Comunicação), Luciana Vasconcellos Pinto (2º
61
período de Comunicação), Luciano Constant de Oliveira (2º período de
Comunicação), Luciano de Almeida Silva (2º período de Comunicação), Luís
Paulo de Andrade (8º período de Comunicação), Luísa Telles de Araújo Silva (3º
período de Comunicação), Luiz Antônio Rates da Silva (1º período de
Comunicação), Luiz Felipe Cury de Siqueira (estudante de Comunicação), Luiz
Felipe da Silva Conceição (7º período de Defesa e Gestão Estratégica
Internacional), Luiz Vicente Ferreira Fasciotti (5º período de Arquitetura e
Urbanismo),
M Maírlon dos Santos Melo (3º período de Comunicação), Maíta Carvalho de
Almeida (1º período de Comunicação), Manuela T. da Fonseca (2º período de
Comunicação), Márcio Carapeto Silveira Faria (estudante de Comunicação),
Marcos Paulo Novaes Malagris (estudante de Comunicação), Marcos Vinícius
Neto da Silva (3º período de Comunicação), Maria Cecília Leão Santiago (2º
período de Comunicação), Maria Clara Amarante Modesto (1º período de
Comunicação), Maria Clara Panel (2º período de Comunicação), Maria Daiane
de Paula Rodrigues (3º período de Comunicação), Maria Rosimeire Maróstica
Chaves (2º período de Comunicação), Maria T. Melo (2º período de
Comunicação), Maria Thamara de Lacerda Souza (estudante de Comunicação),
Mariana Dias Bria (1º período de Comunicação), Mariana Rosa Pugginelli
Brandão (2º período de Comunicação), Marina de Castro Frid (2º período de
Comunicação), Marina Maciel Schlaepfer (3º período de Administração), Mário
Justo de Meireles Delfino (2º período de Comunicação), Maristela Abreu
Vasconcelos (2º período de Comunicação), Maristella Ranucci Cardoso (2º
período de Comunicação), Michelle da Costa Pereira (6º período de
Comunicação), Michelly Xavier Nunes Mirailh (estudante de Psicologia), Migul
Eichler dos Santos (estudante de Comunicação), Milla Mascarin (2º período de
Comunicação), Moysés C. Corrêa (2º período de Comunicação),
62
N Natália Alvim Siqueira (estudante de Comunicação), Natália Teixeira Fernandes
(2º período de Comunicação), Nathalia Ramôa Varaschin (2º período de
Comunicação), Nathália Tourinho Duarte (1º período de Comunicação),
Nathalle Figueiredo Péres (2º período de Comunicação), Nicollas Wesley
Vimercate Ribeiro (3º período de Engenharia de Produção da Universidade
Veiga de Almeida), Nicolly Stheffani Vimercate Ribeiro (1º período de
Comunicação),
P Paola Hoffmann Azevedo (1º período de Comunicação), Paola Zeitune
Goldkorn (5º período de Psicologia), Patricia Nigri Adelson (2º período de
Comunicação), Patrícia Pizzigatti Klein (2º período de Comunicação), Paula
Pimentel (estudante de Comunicação), Pedro de Souza Mesquita (3º período de
Comunicação), Pedro Felipe Feijó Pereira (2º período de Comunicação), Pedro
Henrique Teodoro Siqueira (3º período de Psicologia), Pedro Muxfeldt Oliveira
(2º período de Comunicação), Priscilla Barros (2º período de Comunicação),
R Rafael Barcellos da Silva (2º período de Comunicação), Rafael Gonzaga de
Oliveira (2º período de Comunicação), Raffaela de Menezes Lupetina (estudante
de Psicologia), Raffaele Enrico Calandro (2º período de Comunicação), Raissa
Silva dos Santos (2º período de Comunicação), Raphael Rezende (2º período de
Comunicação), Raquel Franco de Miranda Cunha (2º período de Comunicação),
Ricardo Ferreira Rodrigues (1º período de Comunicação), Ricardo Marcolan (2º
período de Comunicação), Roberta Cordeiro de Figueiredo (2º período de
Comunicação), Roberta Pantoja (estudante de Comunicação), Rodrigo Otavio
Grangier Abrahão (3º período de Administração), Rodrigo Pereira Monteiro (6º
63
período de Comunicação), Rogério Jorge da Silva Júnior (3º período de
Comunicação), Rossana Pina Ribeiro (4º período de Comunicação),
S Sara Regina Sampaio (2º período de Comunicação), Sarah Rufino (2º período de
Comunicação), Sheila Soeiro (2º período de Comunicação), Silvana Chrispim
Mateus (estudante de Pedagogia), Simone Pontes dos Santos (8º perído de
Ciências Sociais), Stephanie Silva de Oliveira (1º período de Comunicação),
Stephen Lewis Champlin Junior (7º período de Defesa e Gestão Estratégica
Internacional), Suelen Gomes Breves (estudante de Comunicação),
T Thatiana Machado de Castro (2º período de Comunicação), Taís dos Santos
Vianna (2º período de Comunicação), Taíza Pereira de Oliveira (5º período de
Serviço Social), Tatiana Martins Freire (2º período de Comunicação), Thaís
Eletherio Cordeiro (2º período de Comunicação), Thiago Pereira de Souza
Brandão (estudante de Comunicação), Thuane Filgueiras de Albuquerque
(estudante de Pedagogia), Tiago Lezan Sant’Anna (2º período de Comunicação),
V Vinícius Albuquerque Machado (2º período de Comunicação), Vinicius Almeida
Vieira (3º período de Comunicação), Vinícius de Melo Martins (estudante de
Publicidade), Vítor Pimentel P. Costa (2º período de Comunicação), Viviane
Padilha (2º período de Comunicação),
Y Yuri D. Esteves (2º período de Comunicação).
64
CAPÍTULO 2:
Quem é o calouro da ECO?
65
2. QUEM É O CALOURO DA ECO?21
Lívia Pereira de Frias22, Mariana Dias Bria23,
Paola Hoffmann Azevedo24, Pedro de Souza Mesquita25
Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes
“Conhecer o homem - esta é a base de todo o sucesso.”
Charles Chaplin26
2.1 INTRODUÇÃO
O LIMK, Laboratório de Inteligência e Pesquisa em Marketing Social,
da Escola de Comunicação (ECO) – UFRJ é um laboratório de ensino, pesquisa
e consultoria especializado na utilização de ferramentas de marketing e de
aplicação de tecnologias de administração no processo de transformação social.
Por meio de suas atividades teórico-práticas de ensino-aprendizagem, procura-se
contribuir para a formação de profissionais cidadãos capazes de aplicar, em
processos de transformação social, conhecimentos de marketing, em especial, de
inteligência estratégica.
21Esta pesquisa foi feita com base em um trabalho apresentado na edição de 2010 da Jornada Giulio
Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC) da UFRJ. 22 Estudante do 1º período de Comunicação.
23 Estudante do 4º período de Psicologia.
24 Estudante do 1º período de Comunicação.
25 Estudante do 3º período de Comunicação.
26 Nascido em Londres (1889 - 1977), foi um ator, diretor, produtor, humorista, empresário, escritor,
comediante, dançarino, roteirista e músico britânico. Um dos atores mais famosos da era do cinema
mudo, notabilizado pelo uso de mímica
66
Visando a treinar os estudantes em pesquisa de marketing, realizou-se
uma investigação para verificar o perfil do estudante que ingressa na ECO –
UFRJ bem como suas expectativas com relação ao curso e à Universidade com os
colaboradores do LIMK da Equipe de 2010-1. Por meio deste trabalho também
é possível entender a relação veterano-calouro durante o ingresso de novos
estudantes e buscar informações específicas sobre as características pessoais dos
calouros e seus sentimentos sobre o trote e a UFRJ.
A relevância do projeto está no fato de que ao realizá-lo os estudantes
não só tem a oportunidade de aprender sobre pesquisa de marketing, mas
também coleta-se dados que produzem conhecimento sobre os sujeitos que estão
chegando. Isto permite avaliar se as expectativas em relação à ECO são
confirmadas ou se é necessário promover mais eventos e programações
esclarecedoras sobre a realidade nela vivida.
2.2 METODOLOGIA
O instrumento, um questionário composto por 64 perguntas, sendo
destas 19 abertas e 45 fechadas. Tal instrumento só pode ser construído após
realização de levantamento bibliográfico sobre o assunto em questão.
O procedimento de coleta de dados se deu durante a Oficina de
Pesquisa de Marketing oferecida pelo LIMK no 1º semestre de 2010. O
instrumento utilizado foi questionário autorrespondido, sendo o grupo de
respondentes os participantes da Semana de Calouros (ECOmeço), realizado na
Escola de Comunicação. O universo era de 120 estudantes e a amostra de
conveniência conseguida foi de 34 (28%).
Posteriormente, o tratamento de dados foi realizado com o software
Sphinx Léxica Plus v 5.0. A interpretação e análise dos resultados foram feitas
67
com técnicas de estatística básica, associados a cruzamento de dados e reflexão
sobre o tema. As conclusões obtidas foram divulgadas na Jornada de Iniciação
Científica (JIC) e em outros espaços técnico-científicos.
2.3 RESULTADOS
A seguir observa-se o levantamento de dados possível a partir da
aplicação do instrumento. Destaca-se que os resultados expressos se baseiam nas
maiores frequências de resposta aos questionários. Além disso, o principal
parâmetro considerado nesta pesquisa foi a moda. Dito isto, podemos traçar o
perfil predominante neste estudo: entre os 34 (28%) entrevistados, 77% são do
gênero feminino, 41% têm 18 anos e 68% são solteiros.
A maioria é morador do município do Rio de Janeiro (86%), sendo os
bairros mais mencionados: Copacabana (12%), Tijuca (12%), Botafogo (9%) e
Icaraí (9%). Cabe observar que a distribuição de residência deve estar distorcida
pelo fato da conveniência de perguntar a estudantes que se mantiveram nas
atividades de trote, certamente os que moram mais próximo à UFRJ.
Tabela 1 – Idade
Idade Percentagem
Menos de 17 anos 0%
17 anos 21%
18 anos 42%
19 anos 21%
20 anos 14%
21 anos 0%
Mais de 21 anos 3%
68
Tabela 2 – Estado Civil
Estado Civil Percentagem
Solteiro 68%
Namorando 29%
Casado 0%
Divorciado 0%
Viúvo 0%
Outros 3%
Tabela 3 – Município onde mora
Município Percentagem
Rio de Janeiro 85%
Niterói 15%
Quando o assunto abordado foi religião, a maior parte dos
respondentes (32%) não respondeu se possuía religião. A outra parcela se
declarou católica (29%) e espírita (12%) dentre outras, como demonstra tabela a
seguir.
Quando questionados por qual veículo tinham acesso a informações,
foi declarado que 85% utilizavam a internet e outros 85% a televisão. É
importante ressaltar que a soma das citações não totaliza 100%, pois neste caso
era permitido que os participantes marcassem mais de uma alternativa.
Tabela 4 – Religião:
Qual a sua religião?
Não respondeu 32%
69
Tabela 4 – Religião:
Qual a sua religião?
Agnóstico 6%
Ateu 9%
Budista 0%
Católica 29%
Ecumênica 0%
Espírita 12%
Evangélica 3%
Judaica 6%
Muçulmana 0%
Umbanda 3%
Outra 0%
Santo Daime 0%
Tabela 5 – Meios de informação:
Por qual meio você tem acesso às notícias?
Jornal impresso 47%
Jornal online 68%
Internet 85%
Revista 50%
Televisão 85%
Rádio 6%
Não costumo buscar informações 0%
70
Em relação à educação, 12% cursaram o ensino fundamental em
escola pública e 88% em escola privada, em diferentes escolas, não se observando
predominância de nenhuma neste caso. No ensino médio, os índices foram de
27% em escolas públicas e 74% em escolas privadas. As escolas mais citadas
foram: Colégio Pedro II (9%), Colégio Abel (6%), CAp UFRJ (6%), Colégio pH
(6%) e Colégio São Vicente de Paulo (6%).
No quesito escolha do curso de graduação, 53% disseram não ter
prestado vestibular para nenhum outro curso. Dos 47% que prestaram vestibular
para outro curso, a maioria escolheu Direito (16%), Comunicação Social (11%) e
Desenho Industrial (11%).
Outro dado apurado foi sobre quais universidades os entrevistados
escolheram prestar vestibular. Enquanto 18% afirmaram ter tentado apenas para
a UFRJ, a outra parcela (82%) tentou UFF (68% - maior concorrente), UERJ e
PUC.
Tabela 6 – Universidades para as quais tentou vestibular
Prestou vestibular para outras universidades? Qual?
Não respondeu 18%
UFF 68%
UERJ 9%
PUC 3%
UFRRJ 0%
ESPM 0%
FACHA 0%
Outras 2%
71
Quanto à habilitação pretendida, a maioria escolheu Jornalismo (68%),
seguido por Publicidade e Propaganda (35%), Rádio e TV (24%) e Produção
Editorial (18%) e os indecisos somaram 6%.
Entre as razões apontadas para cursar Comunicação na UFRJ, as mais
frequentes foram: qualidade do curso, oferecimento de ensino gratuito e
proximidade da residência.
De acordo com os entrevistados, as instalações da ECO são classificadas
majoritariamente como “boas” (68%) e em segundo lugar como “nem boas nem
ruim” (18%); a infraestrutura foi considerada como “boa” pela maioria (47%) e
35% declararam não saber, provavelmente pelo fato de que o grupo entrevistado
era composto por estudantes novos na instituição.
Quando questionados sobre a proposta de um bandeijão no campus,
observa-se alto nível de aceitação (ótima por 85%).
O otimismo dos calouros com relação à ECO se revelou alto, visto que
descreveram-se bastante otimista (68%), seguidos por mais ou menos otimistas
(18%) e extremamente otimistas (12%). A pergunta que abrange as expectativas
dos calouros quanto ao curso de Comunicação dividiu opiniões e na tabela 7, a
seguir apresentada, há a indicação das opções assinaladas e sua percentagem:
Tabela 7 – Expectativa quanto ao curso de Comunicação
O que espera do curso de Comunicação?
Cultura geral para melhor compreender o
mundo 68%
Possibilidade de realização pessoal 65%
Obtenção de diploma de nível superior 56%
72
Tabela 7 – Expectativa quanto ao curso de Comunicação
O que espera do curso de Comunicação?
Disponibilidade de emprego no mercado
de trabalho 53%
Possibilidade de contribuir para a
sociedade nesta carreira 50%
Formação profissional para atuar como
docente em pesquisa científica 15%
Não respondeu 3%
Não quero responder 0%
Não sei 0%
Outro motivo 0%
Nas questões relacionadas aos interesses dos novos estudantes, as
opções mais mencionadas foram: cinema/teatro (88%), casa de amigos (85%),
boate/festa (74%), praia (68%), bar (62%), shows (53%) e ficar em casa (47%).
O consumo de bebidas alcoólicas foi relatado como “Ocasional” pela
maior parte (59%), 12% declararam consumir duas vezes por semana e outros
12% três vezes por semana. Em se tratando de aparência, 47% disseram não se
inibir por sua imagem, 24% declararam serem pouco afetados com isso e 18%
mais ou menos afetados.
Dentre os bens que possuem em casa foram mais frequentemente
citados: TV colorida (97%), celular (97%), computador (97%), geladeira (97%),
máquina de lavar (94%), DVD (94%), Ipod/mp3/mp4 (88%), rádio (85%),
automóvel (77%) e empregada mensalista (65%). A principal fonte de renda para
a grande maioria é a mesada (85%), outros 6% também declararam trabalhar e
3% terem bolsa de trabalho/manutenção.
O estilo de vida dos entrevistados foi autoclassificado em sua maioria
como tranquilo (21%) e feliz (14%). Outros adjetivos foram mencionados em
73
menor escala, como alegre, bem-estar, decidido, desgarrado, eclético,
equilibrado, inconstante, indefinido, intenso, livre, monótono, normal,
organizado, original, preguiçoso, regulado e responsável.
Uma avaliação final do questionário respondido revelou que a maior
parcela dos respondentes se sentiu indiferente (50%) ao responder à pesquisa,
alguns se sentiram bem (35%), muito bem (12%) ou não respondeu à pergunta
(3%).
2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao serem analisados os resultados encontrados, é possível ressaltar
algumas características do sujeito ingressante na ECO. Dentre elas, o fato de que
os veículos de comunicação mais utilizados para obtenção de informações e
notícias são a internet e a televisão, o que demonstra o poder desses meios e
reforça o uso das novas mídias sociais para alcançá-los.
Com relação à educação, a grande maioria dos respondentes estudou
em escolas particulares, tanto no ensino fundamental quanto no médio. Isso
confirma a realidade brasileira no setor de educação, em que escolas públicas é
mais do que conhecido que as escolas públicas, em geral, oferecem ensino de
qualidade inferior ao das particulares, exceto os CAP e o Pedro II, o que a
pesquisa confirma.
O interesse pela área de humanas é comum entre os estudantes, além
disso, a maior parte pretende escolher jornalismo como habilitação.
Em função do novo Enem, notou-se um novo fenômeno: alguns
alunos prestaram vestibular para universidades de fora do estado do Rio de
Janeiro. Uma pequena quantidade dos estudantes entrevistados também prestou
74
vestibular para faculdades particulares. Isto evidencia a qualidade das
universidades públicas brasileiras.
A boa qualidade do curso de Comunicação Social da UFRJ foi citada
pelos novos ingressantes na universidade como fator determinante para virem
para cá. Isto juntamente com a declaração de otimismo em relação à
universidade caracteriza o papel importante que a ECO e a UFRJ têm na vida
dos novos estudantes e no que devem oferecer durante suas formações
acadêmicas.
2.5 REFERÊNCIAS
ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.
ABEP. Pesquisa: Mercado, Opinião e Mídia . Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=154>. Acesso em 2011
SPHINX. Manual do Sphinx Plus Léxica. Disponível em:
www.sphinxbrasil.com.
75
CAPÍTULO 3:
Uma avaliação do
Ciclo Básico do Curso de Comunicação Social
76
3. UMA AVALIAÇÃO DO CICLO BÁSICO DO CURSO DE
COMUNICAÇÃO SOCIAL
Juliana Marques27, Lívia Pereira de Frias28,
Luana Tinoco29, Nathalia Ramôa Varaschin30,
Priscilla Barros31, Sarah Rufino32, Sheila Soeiro33,
Talita de Oliveira34.
Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes
"Portanto, o problema do conhecimento não deve ser um problema restrito aos filósofos. É um problema de todos e cada um deve levá-
lo em conta desde muito cedo e explorar as possibilidades de erro para ter condições de ver a realidade, porque não existe receita
milagrosa. (...) É necessário dizer que não é a quantidade de informações, nem a sofisticação em Matemática que podem dar
sozinhas um conhecimento pertinente, mas sim a capacidade de colocar o conhecimento no contexto."
Edgar Morin35
27 Estudante do 2º período de Comunicação Social.
28 Estudante do 4º período de Psicologia
29 Estudante do 2º período de Comunicação Social.
30 Estudante do 2º período de Comunicação Social.
31 Estudante do 2º período de Comunicação Social.
32 Estudante do 2º período de Comunicação Social.
33 Estudante do 2º período de Comunicação Social.
34 Estudante do 2º período de Comunicação Social.
35 Pseudônimo de Edgar Nahoum (1921 -), um antropólogo, sociólogo e filósofo francês judeu. Formado
em Direito, História e Geografia, realizou estudos em Filosofia, Sociologia e Epistemologia.
77
3.1 INTRODUÇÃO
Em 2006, após cinco da criação do ciclo básico do curso de graduação
de comunicação social da Escola de Comunicação da UFRJ (ECO), surge a
necessidade de avaliação, por meio de uma pesquisa bem estruturada, do seu
processo de ensino e aprendizagem.
Tal avaliação deve apurar a opinião de estudantes, de professores e de
coordenadores sobre como e se têm sido seguidas as normas divulgadas pelo
MEC no Instrumento Único de Avaliação de Cursos de Graduação, assim como
as diretrizes da Reforma Curricular de 2005. Este é o objetivo principal desta
pesquisa. Uma investigação dedicada apenas à Reforma Curricular está presente
no nono capítulo deste livro.
Constituem-se como questões fundamentais a averiguação da
compatibilidade do conteúdo programático do ciclo básico com o conteúdo da
sequência do curso, nas habilitações do ciclo profissional, avaliação do processo
de ensino e aprendizagem e se são fornecidos elementos suficientes sobre as
diversas habilitações de modo que os graduandos ao final do ciclo básico possam
realizar suas escolhas.
Justifica-se a realização desta pesquisa como uma forma de antecipar o
processo pelo qual a ECO vai ser submetida pelo MEC em maio de 2006. A
pesquisa se torna ainda mais relevante uma vez que ainda não existe nenhum
relatório definitivo que esclareça se a reforma curricular introduzida há cinco
anos produziu efetivamente os resultados planejados. Por meio dos resultados
dessa pesquisa, espera-se fornecer importantes informações à coordenação do
78
ciclo básico da ECO36
para que se realizem as medidas corretivas necessárias, caso
algum objetivo não esteja sendo devidamente atendido.
3.2 METODOLOGIA
Participaram da pesquisa diretores, coordenadores, professores, e
estudantes. Esta amostra foi escolhida para garantir representatividade em relação
ao universo da pesquisa e um grau de 90% de confiança de que o resultado
obtido terá margem de erro de apenas 10% em relação ao universo pesquisado,
compreendendo o seguinte:
96 estudantes do 3º período da ECO, para definir o perfil dos
estudantes que ingressam nas habilitações;
15 professores da ECO, que lecionam disciplinas do 4º período, o
1º período do Ciclo Profissional, sendo responsáveis em avaliar as
condições e a formação dos estudantes ao chegarem no ciclo
profissional;
Quatro coordenadores das habilitações do ciclo profissional e
Dois diretores da ECO, responsáveis pelas questões relativas ao
corpo docente e discente, foram incluídos na amostra inicial, mas,
por questões internas na ECO, não foi possível entrevistá-los, tendo
sido assim reduzido, na prática, o universo.
Durante a fase de campo, por dificuldades diversas, obteve-se resposta
de apenas 32 (28%) do universo de respondentes.
36 A Prof
a Dr
a. Fátima Sobral Fernandes iniciou a coordenação do ciclo básico do curso de comunicação
social da ECO em maio de 2006 e esta pesquisa ajudou a compreender o quadro do legado que estava
recebendo para gerir.
79
Contribuíram para o êxito da pesquisa 22 (23%) dos estudantes.
No conjunto de professores e coordenadores, o índice de resposta foi de 53%
(10 respondentes).
Os estudantes foram abordados individualmente por uma dupla de
pesquisadores de campo adequadamente treinados uma vez que, devido à
proximidade do final do período letivo, um dos problemas encontrados, a
frequência às aulas era muito baixa. O instrumento para coleta de dados foi um
questionário desenvolvido para focar a problemática do processo de ensino e
aprendizagem do ciclo comum do curso de Comunicação Social (ECO/UFRJ).
O questionário destinado a professores, coordenadores e diretores
possuía tanto perguntas abertas quanto fechadas e tratava dos seguintes aspectos:
perfil (total de 10 perguntas: nome, sexo, idade, naturalidade, por exemplo),
trabalhista (somaram-se 8 perguntas neste quesito: função na ECO, jornada de
trabalho, tempo na UFRJ etc), metodologia de trabalho (mais 8 perguntas
englobando quais disciplinas ministra, se prepara o programa e o disponibiliza) e
econômico-social (4 perguntas: bens/serviços que possui em casa, quantas pessoas
vivem da renda familiar, grau de instrução do chefe da família, entre outros).
O questionário dado aos estudantes era nos mesmos moldes dos
aplicados aos professores e abrangia também os aspectos de perfil (10 perguntas),
econômico-social (total de 16) e sobre a vida escolar e universitária (se estudou
em escola pública ou privada, modo como chega à ECO e quanto tempo
demora; total de 11 itens).
Complementando o questionário, constam questões, tanto
quantitativas como qualitativas, elaboradas com base no documento do MEC
anteriormente mencionado. Este documento compartimenta os critérios de
80
avaliação em 3 áreas: organização didático-pedagógica, contribuição do corpo
docente, corpo discente e corpo técnico-administrativo e instalações físicas.
Tais perguntas visam a avaliar a importância relativa dos atributos que
constituem a boa qualidade de ensino e identificar o grau de satisfação com cada
um deles, para, assim, poder entender quais são problemas importantes e mais
urgentes a serem resolvidos, isto é, aqueles relacionados aos atributos de
qualidade que são muito importantes e que encontram-se em situação mais
insatisfatória. O modelo de avaliação adotado baseou-se no modelo de avaliação
de qualidade TRANSCENDER, desenvolvido por Fernandes (1999).
Procedimento e instrumentos idênticos foram utilizados para
entrevistar professores e coordenadores. Destaca-se ainda que a elaboração do
instrumento foi realizada somente após pesquisa bibliográfica sobre o tema de
estudo.
Os dados coletados foram tabulados para avaliação do grau de
similaridade e coerência entre os resultados. A partir dessa tabulação primeira,
houve uma análise de dados para se extrair informações norteadoras das ações a
serem realizadas em curto, médio e longo prazo.
3.3 RESULTADOS
Em princípio, descreve-se o ciclo básico como sendo a parte inicial do
curso de comunicação social com o objetivo, de uma forma geral, de desenvolver
uma visão ampla e crítica a respeito dos meios de comunicação e auxiliar o
estudante na escolha de habilitação. Na análise que aqui será apresentada cabe
destacar que a moda foi o principal parâmetro norteador e os resultados finais
baseiam-se nas maiores frequências encontradas nas respostas dos entrevistados.
81
A seguir apresentam-se os perfis de um professor/coordenador/diretor
típico e de um aluno típico de 3º período da ECO. Esse resultado foi obtido por
meio do agrupamento das características avaliadas que obtiveram maior
percentagem de resposta entre os entrevistados. Dessa forma, foi possível
descrevê-los.
3.3.1 PERFIL DOS ENTREVISTADOS:
Professor Típico:
Os professores que não puderam ou não quiseram responder ao
questionário apontaram os seguintes motivos: falta de tempo e o tamanho do
questionário.
Além de professores, foram também entrevistados coordenadores e
diretores da ECO. Entretanto, uma vez que estes dois também se encontram
exercendo a função de professor, todos os dados foram compilados sob a
denominação professor para os três casos.
Um professor típico da ECO, respondente desta pesquisa, apresenta
as seguintes características:
o Tanto do sexo feminino (40%) quanto masculino (40%) e 20% não
responderam;
o Possui entre 31 e 50 anos de idade;
o É brasileiro e natural do Rio de Janeiro;
o É casado;
o É do quadro permanente de professores, com uma jornada de
trabalho de 40 horas semanais;
o Possui tempo de permanência no corpo docente de 6 a 10 anos;
82
o Leciona no turno da manhã;
o Utiliza transporte próprio ou coletivo para chegar à ECO;
o Tem como principal motivação para trabalhar na UFRJ a tradição
da universidade;
o Já leu o documento de Reforma Curricular existente no site da
ECO;
o Prepara o programa de sua disciplina e o disponibiliza para os
estudantes;
o Acredita que os estudantes egressos do terceiro período não se
encontram devidamente preparados no ciclo básico para enfrentar
as disciplinas do ciclo profissional;
o Declara não lecionar em outra faculdade, mas possui outra
atividade além de lecionar e
o Encontra-se na categoria social B1.
Estudante Típico:
A partir das respostas dos 22 estudantes entrevistados, obteve-se um
perfil do estudante de 3º período da ECO/UFRJ que se caracteriza por
o É do sexo feminino;
o Possui entre 19 e 20 anos de idade;
o É brasileiro e natural do Rio de Janeiro;
o É solteiro;
o Oriundo de colégio particular;
o A mesada é a sua principal fonte de renda;
o Não exerce atividade acadêmica não remunerada (dos que
exercem, a maioria realiza trabalho eventual, pela manhã);
o Não participa de nenhum programa de assistência universitária;
83
o Mora em companhia dos pais;
o Utiliza transporte coletivo, levando mais de 40 minutos para chegar
à ECO;
o Não estuda em outro curso de graduação além da ECO (os que
estudam, o fazem em outra universidade pública);
o Tem como motivações predominantes que o levaram a escolher a
UFRJ a qualidade de ensino e o ensino gratuito;
o Tem como motivações predominantes que o levaram a escolher o
curso de Comunicação Social a possibilidade de realização pessoal
e aptidões descobertas autonomamente;
o Espera obter com seu curso universitário, principalmente,
formação profissional para enfrentar o mercado de trabalho e
cultura geral para melhor compreender o mundo;
o Pretende trabalhar e estudar após se formar. Em relação ao
trabalho, deseja exercer a habilitação que escolheu; em relação aos
estudos, pretende iniciar uma pós-graduação lato sensu;
o Não leu o documento de reforma curricular, o que pode prejudicá-
lo em suas próprias escolhas no ciclo básico, assim como ter
dificultado a compreensão da presente pesquisa;
o Procurou conhecer as ementas das disciplinas que cursa;
o Considera sua percepção sobre os meios de comunicação diferente
da que possuía no início do curso, sem, no entanto, avaliá-la como
melhor ou pior;
o Encontra-se na categoria social B2;
o Possui uma família de 3 ou 4 integrantes, cujo chefe é o pai ou a
mãe.
84
3.3.2 OPINIÃO DOS ENTREVISTADOS
O Instrumento Único de Avaliação dos Cursos de Graduação, emitido
pelo MEC em maio de 2006, que orientou a confecção do questionário
respondido por professores e estudantes da ECO/UFRJ pode ser dividido em 3
partes:
Critérios de Avaliação Relacionados à Organização Didático-
Pedagógica:
A análise do grau de importância atribuído a cada item foi designada
apenas aos professores, uma vez que estes já possuem experiência e
conhecimento pedagógico, o que permite um exame mais consistente. A escala
de classificação era composta pelas opções “Extremamente Importante (EI)”,
“Muito Importante (MI)”, “Importante (I)”, “Pouco Importante (PI)” e “Nada
Importante (NI)”.
Não houve critérios de avaliação classificados como “Nada
Importantes (NI)”.
A seguir, nos quadros de 1 a 4, evidencia-se o grau de importância
atribuído pelos professores aos diversos critérios de avaliação:
Quadro 1 – Critérios avaliados como Extremamente Importantes (EI)
Extremamente
Importante (EI)
50
% Atuação do coordenador.
40
%
Efetiva dedicação do coordenador à condução
pedagógica do curso.
Extremamente
Importante (EI)
30
%
Preparação do estudante com todas as competências
intelectuais (conhecimentos, habilidades e hábitos)
requeridos no ciclo profissional.
85
Quadro 1 – Critérios avaliados como Extremamente Importantes (EI)
30
%
Preparação do estudante para refletir sobre os meios de
comunicação.
30
%
Preparação do estudante para refletir sobre seu papel na
produção cultural brasileira
30
% Coerência do corpo docente com a proposta curricular.
Quadro 2 – Critérios avaliados como Muito Importantes (MI)
Muito
Importante (MI)
60% Rediscussão periódica estruturada sobre a concepção do
curso.
50%
Existência de um projeto pedagógico específico do ciclo
comum articulado ao projeto pedagógico do curso de
graduação da comunicação social.
40% Efetiva dedicação à administração do curso.
40% Articulação da gestão do ciclo comum com a gestão das
habilitações.
40%
Existência de articulação entre o projeto do curso de
comunicação social e o projeto pedagógico institucional,
que inclua o projeto pedagógico de todos os cursos
ministrados na ECO de graduação e pós-graduação.
Quadro 3 - Critérios avaliados como Importantes (I):
Importante (I)
70% Coerência dos procedimentos de avaliação dos processos
de ensino-aprendizagem com concepção do curso.
70% Existência de plano de ensino das disciplinas.
60% Experiência profissional do coordenador.
60% Disposição da disciplina no encadeamento curricular.
60% Existência de mecanismos de interação entre alunos e
professores para além das aulas presenciais.
Quadro 4 - Critérios avaliados como Pouco Importantes (PI):
Pouco
Importante (PI) 40%
Existência de suporte de educação à distância para
complementar o processo de ensino-aprendizagem
presencial.
86
A avaliação do grau de satisfação atribuído aos diversos critérios
descritivos da qualidade da organização didático-pedagógica do ciclo básico foi
realizada por professores e estudantes, sendo a escala constituída pelas
;alternativas: “Excelente (Ex)”, “Bom (B)”, “Regular (Re)”, “Ruim (Ru)”, “Péssimo
(Pe)” e “Não Sei Avaliar (NSA)”.
Quadro 5 – Critérios avaliados como excelentes (Ex):
Professores
30% Atuação do coordenador.
30% Experiência acadêmica do coordenador.
30% Experiência profissional do coordenador.
30% Efetiva dedicação do coordenador à administração do
curso.
Estudantes 41% Preparação do estudante para refletir sobre os meios de
comunicação.
Quadro 6 – Critérios avaliados como Bons (B):
Professores
50% Preparação do estudante para refletir sobre os meios de
comunicação.
40% Preparação do estudante para refletir sobre seu papel na
produção cultural brasileira.
30% Formação do coordenador.
30% Preparação do estudante com todas as competências
humanas requeridas no ciclo profissional.
Estudantes
36% Preparação do estudante para refletir sobre seu papel na
produção cultural brasileira.
36% Dimensionamento da carga horária das disciplinas ao
conteúdo programático previsto.
Quadro 7 – Critérios avaliados como Regulares (Re):
Professores
50% Adequação da metodologia de ensino à concepção do
curso.
30% Preparação do estudante por meio de atividades de
pesquisa para escolher a sua habilitação profissional.
30% Acesso às disciplinas de outras unidades de ensino que
complementem a formação do ciclo comum.
30% Dimensionamento da carga horária das disciplinas ao
conteúdo programático previsto.
87
Quadro 7 – Critérios avaliados como Regulares (Re):
Estudantes
64% Disposição da disciplina no encadeamento curricular.
60% Conexão entre conteúdos de disciplinas que tenham
afinidades.
54% Estratégias de desenvolvimento de atividades integradoras
dentro e fora do ambiente acadêmico.
50% Plano de ensino das disciplinas.
Quadro 8 – Critérios avaliados como Ruim (Ru):
Professores Não houve aspectos predominantemente classificados no grau
“Ruim (Ru)” pelos professores.
Estudantes
72% Equilíbrio entre disciplinas teóricas e práticas.
54% Adequação da metodologia de ensino à concepção do
curso.
41% Mecanismos de interação entre alunos e professores para
além das aulas presenciais.
37%
Adequação da carga horária de modo a dar conta do
conjunto de habilidades e competências a serem
desenvolvidas nos estudantes.
Quadro 9 – Critérios avaliados como Péssimos (Pe):
Professores Não houve aspectos predominantemente classificados no grau
“Péssimo (Pe)” pelos professores.
Estudantes 27% Efetiva dedicação do coordenador à administração do
curso.
88
Quadro 10 – Critérios avaliados como Sem Avaliação por Desconhecimento
(NSA):
Professores
60% Mecanismos de autoavaliação do ciclo comum.
50% Coerência do currículo com as diretrizes curriculares
nacionais.
50% Planos de ensino das disciplinas.
50% Mecanismos efetivos de acompanhamento e
cumprimento das atividades de estágio.
Estudantes
77% Regras claras de participação em atividades internas.
77% Regras claras de participação em atividades externas.
73% Relação aluno/orientador para acompanhamento do
estágio.
68% Mecanismos efetivos de acompanhamento das atividades
monitoria ou de bolsa de pesquisa ou de extensão.
De início, destaca-se como fundamental a promoção de atividades para
alinhamento de percepção sobre a qualidade do curso oferecido, que aos olhos
dos professores é melhor do que aos olhos dos estudantes, havendo apenas um
critério em que as avaliações coincidem: Preparação do estudante para refletir
sobre seu papel na produção cultural brasileira.
É importante ressaltar que alguns pontos considerados de “Extrema
Importância” foram mais tarde avaliados com qualidade “Excelente” ou “Boa”, o
que reforça o valor do curso de Comunicação e da instituição de ensino. Foram
os casos dos seguintes itens: “atuação do coordenador”, considerada excelente
pelos professores; “efetiva dedicação do coordenador à condução pedagógica do
curso”, vista como excelente pelos professores; “preparação do estudante para
refletir sobre os meios de comunicação”, julgada excelente pelos estudantes e boa
pelos professores e “preparação do estudante para refletir sobre seu papel na
produção cultural brasileira”, boa segundo professores e estudantes.
O cruzamento dos graus de importância e de satisfação permite
suscitar pontos que precisam de uma ação de melhoria:
89
o Em curto prazo - atenção voltada para critérios avaliados como de
extrema importância, mas de qualidade ruim ou péssima, tais
como: “equilíbrio entre disciplinas teóricas e práticas”; “dedicação
do coordenador à condução pedagógica do curso”; “dedicação do
coordenador à administração do curso”.
o No médio prazo: critérios avaliados como importantes, mas de
classificação ruim ou péssima, ou ainda itens de extrema
importância ou muito importantes e avaliados como regulares.
Encaixam-se neste patamar: “coerência do corpo docente com a
proposta curricular”; “preparação do estudante com todas as
competências intelectuais (conhecimentos, habilidades e hábitos)
requeridas no ciclo profissional”.
o No longo prazo: a combinação de critérios tidos como de pouca
importância e classificados como ruins ou péssimos engloba
“planos de ensino das disciplinas”, “coerência dos procedimentos
de avaliação dos processos de ensino-aprendizagem com a
concepção do curso”; “disposição da disciplina no encadeamento
curricular” entre outros.
Critérios de Avaliação Relacionados à Contribuição do Corpo
Docente, Corpo Discente e Corpo Técnico-administrativo:
Novamente, a análise do grau de importância atribuído a cada item foi
atribuída apenas aos professores, uma vez que estes já possuem experiência e
conhecimento pedagógico, o que permite um exame mais consistente dos
critérios. A gradação de importância atribuída foi a mesma apresentada
anteriormente.
90
Quadro 11 – Critérios avaliados como Extremamente Importante (EI)
Extremamente Importante (EI)
60% Frequência dos professores nas aulas.
50% Pontualidade dos professores nas aulas.
50% Dedicação efetiva dos funcionários.
50% Frequência dos funcionários.
50% Pontualidade dos funcionários.
Quadro 12 Critérios avaliados como Muito Importante (MI)
Muito Importante (MI)
80% Frequência dos estudantes nas aulas.
80% Pontualidade dos estudantes nas aulas.
80% Pontualidade dos estudantes na entrega dos
elementos para avaliação.
50% Adequação da quantidade de funcionários às
necessidades do ciclo comum.
50%
Existência das políticas de capacitação de
interesse institucional da equipe técnica de
educação.
Quadro 13 – Critérios avaliados como Importante (I)
Importante (I)
50%
Disponibilidade efetiva de dedicação dos
professores às atividades de planejamento e
desenvolvimento administrativo do departamento
ao qual pertencem.
40% Experiência profissional dos professores.
40%
Existência de critérios claros para concessão de
incentivos de apoio à realização de pós-
graduação de interesse institucional.
Importante (I)
40% Apoio à promoção de eventos internos
científicos, técnicos e culturais.
40% Adequação da experiência profissional dos
funcionários.
Não houve aspectos classificados como “Pouco Importante (PI)” ou
“Nada Importante (NI)” pelos professores.
91
A análise do grau de satisfação com a qualidade de cada critério de
avaliação, do mesmo modo que na 1ª categoria, foi realizada por professores e
estudantes, utilizando a mesma escala.
Quadro 14 – Critérios avaliados como Excelente (Ex)
Professores
30% Formação dos professores.
30% Experiência acadêmica dos professores.
30% Formação dos professores adequada às disciplinas e
atividades desenvolvidas no ciclo básico.
30% Experiência acadêmica dos professores adequada às
disciplinas e atividades desenvolvidas no ciclo básico.
Estudantes Não houve itens julgados como “Excelente (Ex)” pelos estudantes.
Quadro 15 – Critérios avaliados como Bom (B)
Professores
50% Dedicação dos professores às atividades de orientação
didática.
50% Pontualidade dos estudantes na entrega dos elementos para
avaliação.
30% Experiência profissional dos professores.
30% Dedicação dos professores às atividades de extensão.
Estudantes
64% Apoio à promoção de eventos internos científicos, técnicos
e culturais.
27% Apoio à participação em eventos científicos, técnicos e
culturais.
Quadro 16 – Critérios avaliados como Regular (Re)
Professores
40% Dedicação dos professores às atividades de planejamento e
desenvolvimento de módulos didáticos.
40% Quantidade de funcionários em relação às necessidades do
ciclo comum.
30% Dedicação dos professores ao ensino do curso,
independente da carga horária contratada.
30% Dedicação dos professores às atividades de planejamento e
desenvolvimento de pesquisa na graduação.
92
Quadro 16 – Critérios avaliados como Regular (Re)
Estudantes
64% Dedicação dos estudantes.
45% Frequência dos estudantes nas aulas.
41% Pontualidade dos estudantes nas aulas.
36% Pontualidade dos estudantes na entrega dos elementos para
avaliação.
Tabela 17 – Critérios avaliados como Ruim (Ru)
Professores
40% Mecanismos de apoio ao docente no desempenho de suas
atividades pedagógicas.
30% Cursos e seminários voltados para a formação pedagógica.
20% Articulação da equipe técnica de educação à distância com
a dinâmica do ciclo comum.
Estudantes
32%
Mecanismos de nivelamento acadêmico que permitam
identificar as dificuldades que interferem no desempenho
acadêmico e propor programas do ciclo básico.
27% Quantidade de funcionários em relação às necessidades do
ciclo básico.
Quadro 18 – Critérios avaliados como Péssimo (Pe)
Professores Não houve aspectos predominantemente classificados no grau
“Péssimo (Pe)” pelos professores.
Estudantes Não houve aspectos predominantemente classificados no grau
“Péssimo (Pe)” pelos estudantes.
93
Quadro 19 – Critérios avaliados como sem avaliação por desconhecimento
(NSA)
Professores
40% Critérios claros para participação em cursos de formação
continuada de interesse institucional.
40% Critérios claros para participação em estágio e intercâmbio
de interesse institucional.
40%
Mecanismos de nivelamento acadêmico que permitam
identificar as dificuldades que interferem no desempenho
acadêmico e propor programas de apoio adequado.
30% Critérios claros para concessão de incentivos de apoio à
realização de pós-graduação de interesse institucional.
Estudantes
41% Articulação da equipe técnica de educação à distância com
a dinâmica do ciclo básico.
36% Políticas de capacitação de interesse institucional.
36% Experiência profissional dos funcionários.
32% Formação profissional dos funcionários.
Baseando-se nos dados anteriores, é surpreendente e indica
necessidade urgente de alinhamento de percepção haver coincidência apenas na
opinião dos dois grupos de que não há nada péssimo.
É possível delinear estratégias para abordagem das questões de acordo
com a relação de importância e satisfação com a qualidade com que foram
julgadas. As estratégias podem ser de:
o Em curto prazo: quando se julgou um item como de extrema
importância ou de muita importância, porém de grau de satisfação
está ruim ou péssimo. É o caso de “mecanismos de apoio ao
docente no desempenho de suas atividades pedagógicas”;
“quantidade de funcionários em relação às necessidades do ciclo
comum”; “mecanismos de nivelamento acadêmico que permitam
identificar as dificuldades que interferem no desempenho
acadêmico e propor programas de apoio adequado”.
o No médio prazo: Citam-se alguns aspectos tidos como
importantes, porém de satisfação com a qualidade ruim ou péssima
94
ou ainda de extrema importância ou muita importância, mas de
grau de satisfação regular, como “frequência dos professores nas
aulas”; “pontualidade dos professores nas aulas”; “frequência dos
funcionários”.
o No longo prazo: Como critérios de pouca importância e avaliados
como ruins ou regulares, ou importantes e de qualidade regular se
encaixam “políticas de capacitação de interesse institucional da
equipe técnica de educação”; “dedicação dos professores às
atividades de planejamento e desenvolvimento administrativo do
departamento ao qual pertencem”; “disponibilidade efetiva de
dedicação dos professores ao ensino no curso, independente da
carga horária contratada”.
Critérios de Avaliação Relacionados à Avaliação das Instalações
Físicas:
Para esta terceira categoria contida no Instrumento Único de Avaliação
dos Cursos de Graduação, a análise do grau de importância e do grau de
satisfação com a qualidade foi realizada como nas duas categorias anteriores.
Quadro 20 – Critérios avaliados como Extremamente Importantes (EI)
Extremamente Importante (EI) 60% Existência de livros na biblioteca –
Extremamente Importante (EI)
formação específica.
50% Existência de políticas institucionais de
atualização do acervo da biblioteca.
40% Existência de livros na biblioteca –
formação geral.
40% Existência de periódicos, bases de dados
específicos, jornais e revistas na biblioteca.
30% Condição e conservação da biblioteca.
95
Quadro 21 – Critérios avaliados como Muito Importantes (MI)
Muito Importante (MI)
50% Ambiente/laboratório de acordo com a proposta
do ciclo comum.
50% Adequação às especificidades do espaço físico
para o ciclo comum.
50% Mobiliário do espaço físico para o ciclo comum.
50% Quantidade adequada de cada um dos tipos de
equipamentos necessários ao ciclo comum.
50% Qualidade do material permanente usado no ciclo
comum.
Quadro 22 – Critérios avaliados como Importantes (I)
Importante (I)
50% Qualidade do material de consumo usado no
ciclo comum (papel, tinta etc).
40% Iluminação do espaço físico para o ciclo comum.
40% Quantidade do material de consumo usado no
ciclo comum (papel, tinta etc).
40% Equipamentos de segurança.
40% Existência de orientação dos alunos nas
atividades laboratoriais.
Não houve aspectos classificados como “Pouco Importante (PI)” ou
“Nada Importante (NI)” pelos professores.
A análise do grau de satisfação com a qualidade atribuída aos critérios
seguiu os mesmos critérios já estabelecidos anteriormente. A seguir, são
mostrados os dados mais relevantes:
Quadro 23 – Critérios avaliados como Excelentes (Ex)
Professores Não houve aspectos predominantemente classificados no grau
“Excelente (Ex)” pelos professores.
Estudantes Não houve itens julgados como “Excelente (Ex)” pelos
estudantes.
96
Quadro 24 - Critérios avaliados como Bons (B)
Professores 30% Conservação do auditório.
Estudantes 41% Conservação do auditório.
Quadro 25 – Critérios avaliados como Regulares (Re)
Professores
60% Quantidade de ambientes/laboratórios de acordo com a
proposta do ciclo comum.
50% Qualidade do material de consumo usado no ciclo
comum (papel, tinta etc).
50% Qualidade de procedimentos para as atividades dos
laboratórios.
50% Tipos de ambientes/laboratórios de acordo com a
proposta do ciclo comum.
Estudantes
50% Tipos de ambientes/laboratórios de acordo com a
proposta do ciclo comum.
50% Adequação às especificidades do espaço físico para o
ciclo comum.
45% Quantidade de ambientes/laboratórios de acordo com a
proposta do ciclo comum.
45% Relação de orientação dos alunos nas atividades
laboratoriais.
Quadro 26 – Critérios avaliados como Ruins (Ru)
Professores
40% Políticas institucionais de atualização do acervo.
30% Periódicos, bases de dados específicos, jornais e revistas.
30% Conservação da biblioteca.
Estudantes
54% Periódicos, bases de dados específicos, jornais e revistas.
36% Conservação das salas de aula.
27% Iluminação do espaço físico para o ciclo comum.
97
Quadro 27 – Critérios avaliados como Péssimos (Pe)
Professores Não houve aspectos predominantemente classificados no grau
“Péssimo (Pe)” pelos professores.
Estudantes
36% Conservação dos banheiros.
27% Quantidade adequada de cada um dos tipos de
equipamentos necessários ao ciclo comum.
Quadro 28 – Critérios avaliados como não avaliadas por desconhecimento
(NSA)
Professores
60% Atuação do comitê de ética de pesquisa.
50% Normas e procedimentos de segurança.
50% Equipamentos de segurança.
30% Prestação de serviços nestas instalações especiais e
laboratórios.
Estudantes 41% Qualidade do comitê de ética de pesquisa
32% Livros da biblioteca – formação específica.
Diferentemente do que ocorreu na avaliação das duas categorias
anteriores, quanto às instalações físicas, há uma coincidência de percepções maior
entre estudantes e professores. Elas foram marcadas em azul nos quadros. De
acordo com a comparação entre os graus de importância e grau de satisfação com
a qualidade dos diversos critérios desta categoria de critérios, sugere-se que sejam
tomadas medidas da seguinte ordem:
o No curto prazo: se encaixam aqui itens de extrema importância ou
de muita importância, porém de grau de satisfação com a qualidade
ruim ou péssima, tais como “políticas institucionais de atualização
do acervo da biblioteca”; “periódicos, bases de dados específicos,
jornais e revistas”; “conservação de banheiros, salas de aula e
biblioteca”.
98
o No médio prazo: considerando-se os critérios importantes, porém
que apresentam grau de satisfação ruim ou péssimo ou então os
itens de extrema importância ou muita importância e avaliados
como regulares indicam necessidade de melhoria na “Iluminação
do espaço físico para o ciclo comum”; “políticas institucionais de
atualização de equipamentos” e “livros da biblioteca – formação
específica”.
o No longo prazo: critérios que apresentam a combinação de
atribuição de pouca importância e apresentam qualidade ruim ou
péssima ou que são classificados como importantes, porém de
qualidade regular, tais como “Qualidade do material de consumo
usado no ciclo comum”; “quantidade do material de consumo
usado no ciclo comum”; “qualidade dos procedimentos para as
atividades dos laboratórios” entre outros.
3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após análise dos dados, é necessária alguma reflexão para responder
se o ciclo básico da ECO têm cumprido seu papel e se os objetivos específicos
desta pesquisa foram alcançados.
Portanto, dentro do que foi considerado positivo, pode-se ressaltar a
excelência do ensino, bem como da formação e experiência dos profissionais
(professores), proporcionando um conhecimento de qualidade para os
estudantes. Além disso, recebeu destaque a nova gestão da ECO, que tem
mobilizado a faculdade contando, inclusive, com maior participação e apoio dos
estudantes em eventos científicos, técnicos e culturais.
Entretanto, há também os pontos negativos, revelados pela pesquisa,
dentre os quais se encontram: questões administrativas e de gestão, que são
99
desconhecidas pela maioria dos estudantes e, até mesmo, por vários dos
professores; infraestrutura da escola, que apresenta vários problemas, deixando a
desejar em instalações; insatisfação por parte dos estudantes quanto à organização
curricular, entre outras. Há desejo de maior flexibilidade, maior equilíbrio entre
disciplinas teóricas e práticas e uma disposição diferente das disciplinas no
encadeamento curricular. Estudantes e professores ressaltaram que poderiam ser
mais incentivadas atividades complementares e externas, como pesquisa e
extensão.
Professores assinalaram que deveriam haver melhores mecanismos de
apoio ao docente no desempenho de suas atividades pedagógicas e de
nivelamento acadêmico dos estudantes que permitam identificar as dificuldades
que interferem no seu desempenho, propondo programas de apoio adequado,
além de cursos e seminários voltados para formação pedagógica;
As cinco ações mais urgentes apontadas pelos respondentes são:
1 - Ajuste das políticas institucionais de atualização do acervo da
biblioteca.
2 - Melhores mecanismos de apoio ao docente no desempenho de
suas atividades pedagógicas.
3 - Maior número de periódicos, bases de dados específicos, jornais e
revistas.
4 - Maior dedicação do coordenador à administração do curso.
5 - Maior quantidade de funcionários em relação às necessidades do
ciclo comum.
100
Por fim, segundo estudantes e professores, os estudantes não se
sentem seguros para a escolha de habilitação, chegando ao ciclo profissional sem
o preparo adequado. Como alternativa para solucionar este problema alguns dos
professores entrevistados deram as seguintes sugestões:
o Oferecimento das disciplinas (e conteúdos) que digam respeito ao
campo da comunicação: argumentação na comunicação, introdução
à retórica, o poder da ideologia, manipulação da palavra, filosofia e
história da ciência, dentre outros assuntos que possibilitem a
mediação e a intervenção social através de uma práxis (William
Braga, professor de Jornalismo).
o Maior número de disciplinas no ciclo básico que “familiarizem” o
estudante com a habilitação escolhida (talvez, “puxadas” dos
períodos posteriores para períodos do ciclo comum), pois os
estudantes chegam ao ciclo profissional com questões primárias
sobre a profissão (Mônica Machado, professora de Publicidade e
Propaganda).
o Cobrança de maior carga de leitura, pois os estudantes do 4º
período se encontram indisciplinados, sem o hábito de ler (Ana
Paula Goulart, professora de Jornalismo).
o Revisão na estrutura curricular, reformulação do espaço físico e
remanejamento de grupos de pesquisa (José Argolo, professor de
Jornalismo).
Pode-se perceber, portanto, que o ciclo básico cumpre parcialmente
seus objetivos, mas um dos principais – a preparação do estudante para o ciclo
profissional – precisa ser resolvido o quanto antes.
101
3.5 REFERÊNCIAS
ABA – Associação Brasileira de Anunciantes. “Importância, dificuldades e
cuidados na realização de uma pesquisa de mercado”.
ABA – Associação Brasileira de Anunciantes. “Fornecedores: contratação e
acompanhamento”.
ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. “Padrões de
Qualidade”.
CFCH/UFRJ. “Projeto de Reforma Curricular dos Cursos de Graduação em
Comunicação Social”, Rio de Janeiro, 2001.
FERNANDES, F. S. Avaliação da Qualidade do Serviço de Transporte
Coletivo Urbano: uma abordagem humanista exploratória. Tese de doutorado
COPPE-UFRJ, Rio de Janeiro, 1999.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. “Instrumento Único de Avaliação dos
Cursos de Graduação”, Brasília, 2006.
INEP. Disponível em: www.inep.gov.br. Acesso em 2006.
GEOCITIES. Disponível em: www.geocities.com/ufrjeco. Acesso em 2006
102
CAPÍTULO 4
Imagem do profissional egresso da ECO no
mercado de trabalho do Rio de Janeiro
103
4. IMAGEM DO PROFISSIONAL EGRESSO DA ECO NO
MERCADO DE TRABALHO DO RIO DE JANEIRO
Stephen L. Champlin Jr.37 et al 38
Prof.ª Dra. Fátima Sobral Fernandes
Todo o homem recebe duas espécies de educação: a que lhe é dada pelos outros, e, muito mais importante, a que ele dá a si mesmo.
Edward Gibbon39
4.1 SÍNTESE GERENCIAL
O principal objetivo da pesquisa foi avaliar de que forma o profissional
de comunicação graduado pela Escola de Comunicação da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (ECO - UFRJ) é visto pelo mercado de mídia impressa e
agências publicitárias no município do Rio de Janeiro.
A necessidade de tal pesquisa surgiu diante da insegurança por parte
dos alunos em relação à imagem da instituição. A principal questão motivadora
37 Estudante do sétimo período da graduação em Defesa e Gestão Estratégica Interncional na UFRJ e
bolsista do LIMK. 38 Ana Luíza Reyes (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Anaik Von Der Weid (Estudante
do 2º período de Comunicação Social), Anna Carolina Caldas Barbosa (Estudante do 2º período de
Comunicação Social), Bárbara Barros Dumas (Estudante do 5º período de Psicologia), Blenda
Dantas(Estudante do 2º período de Comunicação Social), Bruno Pessoa(Estudante do 2º período de
Comunicação Social), Camila Martinez (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Carolina
Castro (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Elisa Pontes Silva de Oliveira (Estudante do
6º período de Comunicação Social), Jean Silva (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Lívia
Pereira de Frias (Estudante do 4º período de Psicologia), Leonardo Garcia (Estudante do 2º período de
Comunicação Social), Letícia dos Santos Gonçalo Olímpio (Estudante do 7º período da Faculdade de
Educação), Maria Daiane de Paula Rodrigues(Estudante do 8º período de Comunicação Social),
Raphael Rezende (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Raquel Franco de Miranda Cuna
(Estudante do 6º período de Comunicação Social), Ricardo Marcolan (Estudante do 2º período de
Comunicação Social), Ricardo Ferreira Rodrigues (Estudante do 6º período de Comunicação Social),
Rogério Jorge da Silva Junior (Estudante do 7º período de Comunicação Social), Rossana Pina Ribeiro
(Estudante do 8º período de Comunicação Social) 39 (1737 – 1794) foi um historiador e membrodo Parlamento inglês que expressou-se durante o
iluminismo. É autor de A História do Declínio e Queda do Império Romano
104
foi identificar se a tradição de uma formação de boa qualidade adquirida na
escola ainda permanece sendo percebida pelo mercado de trabalho, ou se os
crescentes problemas infra-estruturais e a competitividade entre as diversas
universidades públicas e privadas com propostas pedagógicas mais voltadas para a
prática afetaram negativamente a imagem do profissional formado pela
ECO/UFRJ.
Para realizar esta pesquisa, procurou-se conhecer o universo de
agências de publicidade, jornais e editoras de revistas, em função dos objetivos da
pesquisa apresentados no briefing, que se encontra no Apêndice A. Existem 138
agências de publicidade no município do Rio de Janeiro, com base no Anuário
de Propaganda (2003). Uma amostra de 122 agências foi dimensionada visando a
garantir que, com 90% de confiança, todo o universo será representado pela
amostra estipulada e à precisão de que o resultado obtido terá margem de erro
de apenas 10% em relação ao universo pesquisado
A fim de avaliar se há diferença de percepção em relação a este tema
neste mercado de trabalho, optou-se por agrupar as agências de publicidade por
tamanho: pequenas, médias e grandes, utilizando como critério a quantidade de
funcionários de cada uma. Portanto, a amostra era composta por 27 agências de
grande porte, 46 de médio porte e 60 de pequeno porte. Decidiu-se realizar
censo nas agências de grande porte por se considerar que estas empresas
compõem um segmento de maior relevância para a pesquisa em função de serem
as maiores empregadoras.
No caso das empresas de mídia impressa, decidiu-se pelo censo,
devido ao reduzido número de jornais (24) e Editoras (39) na cidade do Rio de
Janeiro.
105
Selecionou-se como sujeito respondente os funcionários responsáveis
pelas contratações em cada empresa, que foram entrevistados com base em um
roteiro de entrevista padrão. As respostas obtidas foram devidamente tabuladas e
interpretadas.
Os resultados da pesquisa realizada podem concluir que a Escola de
Comunicação da UFRJ é considerada pelas empresas de mídia impressa
pesquisadas a segunda melhor Escola de Comunicação do Rio de Janeiro. Já para
os respondentes das agências de publicidade, ela é considerada a terceira melhor
faculdade do município. Além disso, os profissionais oriundos da Escola de
Comunicação da UFRJ encontram-se em terceiro lugar em termos de contratação
nas empresas pesquisadas.
Observou-se que os profissionais de comunicação entrevistados têm
preferência por Escolas de Comunicação cuja proposta pedagógica seja
predominantemente prática. A ECO-UFRJ, contudo, foi apontada como uma
instituição que enfatiza a preparação teórica de seus alunos. Apesar do forte
embasamento teórico ser uma característica da ECO vista como positiva pelos
entrevistados, a escassez de experiências práticas durante a graduação foi
apontada como uma deficiência de seu profissional. Dessa forma, o aumento do
número de disciplinas em que os alunos possam pôr em prática o conhecimento
apreendido em sala de aula é importante para uma melhor formação.
Os profissionais formados pela ECO ocupam, em sua maior parte, nas
agências de publicidade, respectivamente as funções de atendimento,
planejamento, mídia e planejador gráfico. Já nas empresas de mídia impressa,
esses profissionais ocupam, em sua maioria, respectivamente, as funções de
repórter, jornalista, diagramador e revisor, em jornais; e jornalista, pesquisador e
repórter, em revistas.
106
A pesquisa constatou que a maior parte das agências de publicidade
exige o diploma para a contratação de funcionários. A maior parte também
observa a habilitação do profissional como parte do processo de recrutamento ou
de seleção. Essa posição quanto ao diploma e à habilitação é idêntica, tanto para
os jornais, como para as revistas do município do Rio de Janeiro.
Em um total de 49 respondentes (33 Agências, oito Jornais e oito
Revistas), somente 26% disseram reconhecer diferenças entre instituições
públicas e privadas. Trata-se de um baixo índice, o que nos indica que para a
grande maioria das empresas (74%), o debate públicas/particulares não é decisivo
ou sequer importante para contratação de funcionários.
Quando requisitados a justificar suas respostas, aqueles que julgaram
não haver diferenças disseram que o profissional e seu desempenho são mais
importantes do que o local onde se formou (50%), que as diferenças entre
faculdades públicas e privadas não são significativas (32%), que as duas vêm
apresentando ensino deficiente (7%) e que essa diferenciação não interessa à
empresa (7%).
Entre os respondentes que reconhecem diferença, 67% preferem as
faculdades públicas, 25% não definem qual das duas é melhor, apenas
observando seus aspectos discrepantes e 8%, ou apenas um respondente, prefere
as faculdades particulares. Entre aqueles que reconheceram as públicas como
melhores, a metade (50%) define que as faculdades públicas possuem melhor
formação, 37,5% explicam que profissionais oriundos dessas faculdades realizam
tarefas mesmo com infra-estrutura inadequada e um respondente (12,5%) critica
a prática de faculdades particulares de tratar o ensino como um produto.
Um outro problema apresentado pelos entrevistados foi a falta de
infra-estrutura da ECO-UFRJ, principalmente nas áreas envolvidas em atividades
107
práticas, como laboratórios. Um maior investimento por parte do Estado e um
direcionamento da verba para estas áreas é de grande importância para que a
formação dos alunos da ECO esteja mais próxima do que é desejado pelo
mercado de trabalho.
A infra-estrutura foi apontada, entre as agências de publicidade (23%),
como o mais importante critério na avaliação de uma faculdade e o segundo mais
importante entre os jornais (23%) e revistas (19%). Portanto, é fundamental que o
problema da carência de infra-estrutura da faculdade seja resolvido para que a
imagem dos profissionais não seja prejudicada.
O corpo docente foi apontado, pelas agências, como o segundo mais
importante critério na avaliação da Instituição de Ensino (21%) e, como principal
critério para as empresas de mídia impressa (27% dos jornais e 23% das revistas).
O investimento em recursos humanos, então, deve ser tão priorizado quanto o
investimento na revitalização física da faculdade. A proposta pedagógica (20% das
agências, 9% dos jornais e 23% das revistas), o corpo discente (16% das agências,
23% dos jornais e 16% das revistas) e a produção acadêmica (18% das agências,
12% dos jornais e 16% das revistas) foram também considerados critérios
importantes na avaliação das faculdades de Comunicação.
O corpo discente da ECO foi caracterizado como excelente,
capacitado, responsável, inovador. Segundo os jornais entrevistados pela pesquisa,
o profissional oriundo da ECO é muito culto e possui excelente redação. De
acordo com as revistas, estes profissionais são, habilidosos, de qualidade,
determinados e muito bons. Já para as agências, o ponto forte do profissional
formado pela ECO é sua formação teórica, sendo também valorizado por seu
bom histórico de mercado e sua formação técnica. Um ponto fraco deste
profissional apontado por estas empresas é a defasagem em sua formação prática.
108
Através dos dados apresentados na pesquisa por respondentes de
agências e empresas de mídia impressa, pode-se definir o perfil do profissional
de comunicação requisitado pelo mercado de trabalho como criativo,
comunicativo, trabalhar em equipe, e ser informado. Qualidade de apuração,
persistência, boa escrita, conhecimento, expressivo, desenvoltura, iniciativa,
discernimento técnico, seriedade, praticidade, boas influências, formação cultural,
disponibilidade e participação nos assuntos da empresa são outras qualidades
exigidas pelo mercado de trabalho.
Almeja-se que, por meio desta pesquisa, a direção da ECO-UFRJ
possa compreender melhor os anseios do mercado de Comunicação Social do
município do Rio de Janeiro, para melhor adequar a estes o profissional formado
nesta Instituição. É esperado que, a partir dos resultados desta pesquisa,
modificações sejam feitas e melhorias sejam implementadas nesta faculdade,
visando a uma maior absorção de seus formandos pelo mercado de trabalho.
Contudo, não se pode esquecer que a Universidade não deve apenas
atender aos interesses do mercado de trabalho e transformar-se em mera
reprodutora de mão de obra; ela deve continuar sendo um espaço para a
produção crítica de conhecimento e formar profissionais competentes e, acima
de tudo, críticos.
Neste capítulo apresentam-se o contexto do problema de pesquisa, sua
relevância e os objetivos a serem alcançados.
4.2 APRESENTAÇÃO DO CONTEXTO DO PROBLEMA DE
PESQUISA
A presente pesquisa representa uma análise da imagem dos
profissionais formados pela Escola de Comunicação da UFRJ junto ao mercado
109
de trabalho de Comunicação Social do Rio de Janeiro, especificamente agências
de publicidade e empresas de mídia impressa.
As universidades públicas do Brasil têm enfrentado sérios problemas
relativos à carência de recursos financeiros oriundos do governo federal para a
manutenção da infra-estrutura necessária aos cursos de graduação. O mau estado
de conservação das instalações, a escassez de material e salário defasados dos
funcionários têm sido notícias freqüentes na mídia.
Além dos problemas relacionados à falta de verbas, a proliferação de
faculdades privadas na área da Comunicação Social é um fator bastante
preocupante, já que torna a competição por uma vaga no mercado de trabalho, já
saturado, cada vez mais acirrada.
Sendo assim, na pesquisa realizada, buscou-se verificar se a tradição e
o prestígio da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro
- ECO-UFRJ estariam sendo comprometidos por tal situação e afetando o
ingresso dos profissionais formados por esta no mercado de trabalho.
4.3 JUSTIFICATIVA DE RELEVÂNCIA DA PESQUISA
Esta pesquisa foi desenvolvida como um exercício da disciplina
Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social, imaginando-se como
situação hipotética de trabalho que ela havia sido requerida pelos dirigentes da
ECO, mas sua relevância se estende a grande parte da comunidade acadêmica.
Seus resultados apóiam a elucidação de questões importantes também para
professores, graduandos, graduados, colaboradores do Laboratório de
Inteligência e Pesquisa de Marketing Social - LIMK e sociedade.
110
Para os dirigentes da ECO, os resultados da pesquisa seriam
importantes para permitir que a instituição se organize de forma a oferecer uma
formação coerente com seus princípios pedagógicos e com os requisitos do
mercado de trabalho, a fim de ampliar as oportunidades de ingresso rápido neste
por seus estudantes. Assim, os dirigentes poderão conhecer como o esforço de
educação empreendido é percebido externamente e ajustar o que for julgado
inadequado pelo corpo docente.
Com base nela, os professores poderão verificar como está sendo
percebido o desempenho dos profissionais aqui formados em comparação com
outras formações disponíveis no mercado.
Os benefícios que os alunos tirarão do resultado desta pesquisa de
marketing são o de que, possam estar melhor preparados para seu futuro
profissional pela possível reorganização da ECO e de que tenham maiores e mais
rápidas possibilidades de ingresso no mercado.
Para os graduados, os resultados podem auxiliar em uma auto-reflexão
no sentido de identificar como podem aprimorar sua imagem profissional.
O LIMK, responsável pela pesquisa, ganhou , com este trabalho, o
reconhecimento público de suas atividades.
A sociedade também poderá se beneficiar da pesquisa, já que os
resultados poderão ajudar a faculdade a formar melhores profissionais de
Comunicação Social, como conseqüência da otimização do uso dos recursos
públicos na direção requerida pelo mercado de trabalho.
111
4.4 OBJETIVOS DA PESQUISA
Tinha-se por objetivo, por meio da realização de uma pesquisa,
verificar a imagem que o profissional formado pela ECO possui no mercado de
trabalho de Comunicação Social do município do Rio de Janeiro,
particularmente em agências de publicidade e empresas de mídia impressa
(periódicos).
4.5 METODOLOGIA
Figura 1: Procedimento de Pesquisa de Marketing
Realizou-se uma pesquisa exploratória quantitativa e qualitativa,
dimensionando-se o tamanho de amostra, elegendo-se as técnicas de coleta e
tratamento de dados mais adequados para os recursos humanos e materiais
disponíveis.
112
4.5.1 DESCRIÇÃO DO UNIVERSO
Para realização desta pesquisa, fez-se levantamento de agências de
publicidade e empresas de mídia impressa (periódicos) do município do Rio de
Janeiro por meio de seus respectivos anuários, referentes ao ano de 2003.
Nestes, constatou-se que existem:
• 138 agências de publicidade
• 63 empresas de mídia impressa: 24 jornais e 39 editoras de revista
A fim de avaliar se há diferença de percepção em relação ao tema da
pesquisa nas agências de publicidade, optou-se por agrupá-las por tamanho,
avaliando-se o número médio de funcionários de acordo com os dados
encontrados no Anuário de Propaganda (2003). O número médio de
funcionários corresponde a 18 funcionários por agência. A partir desta média,
considerou-se como agências de pequeno porte, as empresas com menos de dez
funcionários; agências de médio porte, as que possuíam de dez a 28 funcionários;
e agências de grande porte, as com mais de 28 funcionários. Assim, este universo
é composto de 27 agências de grande porte, 46 de médio porte e 60 de pequeno
porte, além de cinco agências, que possuíam apenas um funcionário.
4.5.2 PROCEDIMENTO DE AMOSTRAGEM
Uma amostra do universo de empresas de mídia impressa e agências
de publicidade do município do Rio de Janeiro foi dimensionada visando a
garantir que, com 90% de confiança, o resultado obtido terá margem de erro de
apenas 10% em relação ao universo pesquisado. No caso das empresas de mídia
impressa, optou-se pelo censo, devido ao reduzido número de jornais (24) e
editoras de revistas (39) na cidade do Rio de Janeiro.
113
No caso das agências de publicidade, não foram admitidas as empresas
com apenas um funcionário, devido à irrelevância das mesmas para a pesquisa.
Decidiu-se pelo censo na categoria de Agências Grandes (27), visto que estas
empresas são as maiores empregadoras e, portanto, compõem um grupo de
maior relevância para a pesquisa. Na categoria de Agências de Médio e Pequeno
Porte, inicialmente, optou-se por entrevistar 50% das empresas, que foram
selecionadas por sorteio, isto é, 23 de médio porte e 30 de pequeno porte.
Durante o trabalho de campo, foram adicionadas duas agências (uma
de pequeno porte e uma de grande porte) à lista fornecida pelo Anuário de
Propaganda (2003), pois havia facilidade por parte de alguns dos alunos para
promoverem contatos com essas agências e, apesar de tais empresas não terem
sido citadas pelo Anuário, essa medida foi tomada devido à dificuldade na
realização das entrevistas. Perante as rejeições das empresas e visando a garantir a
confiabilidade e a precisão estipuladas para a pesquisa, decidiu-se que tais
agências poderiam ser submetidas às entrevistas, pois se encaixavam no perfil
exigido pela pesquisa.
Devido às dificuldades em agendar entrevistas com algumas agências
sorteadas, optou-se por escolher novas empresas que iriam substituir as que se
negavam a participar da pesquisa. Para realizar essa nova escolha, os
pesquisadores seguiram a ordem alfabética da relação de empresas de
comunicação social do município do Rio de Janeiro, selecionando a primeira
empresa não sorteada localizada acima da que não quis responder a pesquisa. Na
medida em que as agências utilizadas para trocas também estavam indisponíveis
para participação na pesquisa, estas eram trocadas novamente, utilizando o
mesmo critério. Devido ao grande número de não respondentes, e,
conseqüentemente, de trocas, acabou-se por fazer censo nas categorias de
Agência de Pequeno e Médio Porte.
114
Durante a fase da coleta de dados, descobriu-se que sete empresas de
mídia impressa não atuam mais no mercado; cinco agências de pequeno porte
são inexistentes; três agências de médio porte e duas agências de grande porte já
não existem mais. Além disso, mesmo com a facilidade para o contato, uma das
empresas acrescentadas pelos alunos à lista fornecida pelo Anuário não aceitou se
submeter à entrevista.
Sendo assim, ao se concluir a pesquisa, a amostra de empresas
atuantes no mercado de Comunicação nas áreas de mídia impressa e agências de
publicidade na cidade do Rio de Janeiro correspondeu a:
• 80 agências de publicidade, sendo 27 de grande porte, 23 de médio
porte e 30 de pequeno porte.
• 61 empresas de mídia impressa, sendo 22 jornais e 39 editoras de
revista.
Dessa amostra, apenas admitiram se submeter à entrevista completa:
• 33 agências de publicidade, sendo oito de grande porte, 13 de
médio porte e 12 de pequeno porte.
• 16 empresas de mídia impressa, sendo oito jornais e oito editoras
de revista.
4.5.3 SUJEITO RESPONDENTE
Selecionou-se inicialmente como sujeito respondente os funcionários
responsáveis pela contratação de novos funcionários nas empresas, em especial,
os da área de Recursos Humanos.
115
Entretanto, ao longo das entrevistas, verificou-se que a
responsabilidade de definição de perfil de recrutamento e mesmo contratação,
muitas vezes, recai sobre outros cargos nestas empresas.
Adiante, na apresentação dos resultados, esclarece-se o perfil efetivo
dos respondentes das entrevistas.
4.5.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
A técnica de coleta escolhida foi entrevista em profundidade com base
em roteiro padrão.
Definido o tamanho da amostra e o procedimento de amostragem,
realizaram-se reuniões para a elaboração do instrumento de coleta de dados
(apêndice C) a ser respondido pelos profissionais responsáveis por contratações
das empresas em entrevistas no local, bem como as formas de abordagem e
contato com estas empresas (apêndice D).
Durante o período de coleta de dados, observou-se grande resistência
por parte dos funcionários das empresas em responder pessoalmente as
entrevistas e, portanto, decidiu-se que alguns questionários seriam enviados para
as empresas, respondidos e devolvidos pelos funcionários responsáveis pelas
contratações por meio de correios eletrônicos.
4.5.5 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Ao final do trabalho de campo, os dados registrados pelos
pesquisadores foram, inicialmente, tabulados em planilhas eletrônicas de forma a
conhecer a freqüência relativa de cada resposta possível. Os questionários de cada
categoria de empresa (revista, jornal e agências: de pequeno, médio e grande
116
porte) foram tabulados separadamente, possibilitando a percepção de possíveis
diferenças de opinião entre os diversos grupos da amostra.
No caso das perguntas abertas, adotou-se a técnica de análise de
conteúdo das respostas, observando-se as respostas semelhantes e as palavras que
tiveram maior freqüência nos questionários. A interpretação dos dados foi
baseada em valor mais freqüente de respostas.
Uma vez apurados, os dados foram cruzados para obter uma maior
compreensão da opinião das empresas entrevistadas. Foram realizados os
seguintes cruzamentos: cargo do respondente com os critérios de seleção do novo
profissional; nível de escolaridade e a instituição formadora do respondente com
a qualificação exigida pela empresa e as faculdades consideradas melhores.
4.6 RESULTADOS
A primeira questão a ser respondida para realizar a pesquisa era
definir a quem perguntaríamos sobre a imagem do profissional de comunicação,
vis a vis uma contratação.
Estão apresentados nas tabelas a seguir uma comparação entre os
resultados obtidos na pesquisa de 2004 e na de 2011 onde houve uma releitura
de todo o processo com a inclusão de novos dados. Os primeiros quadros (do 1
ao 4), em relação a jornais, levaram em consideração os seguintes elementos: o
perfil da empresa respondente, critérios de recrutamento de profissionais,
critérios de seleção de profissionais, a imagem das escolas de comunicação do
Rio de Janeiro e as impressões sobre a pesquisa.
As tabelas 2, em relação a editoras de revistas e as tabelas 3 em relação
a agências de publicidades. Nesse caso, não houve uma nova pesquisa em 2011
117
para essas duas categorias, apenas para jornais, portanto, as tabelas 2 e 3 e seus
apresentadas são dos dados encontrados na pesquisa em 2004.
Critérios para Recrutamento de Profissionais em Jornais.
Os jornais demonstraram que o que mais importa quando do
recrutamento de profissionais é o Know-How. O item é o mais citado como
primeiro, segundo e terceiro critérios com 38%, 76% e 33%, respectivamente. Já
o item Características Pessoais aparece em todas as ordens de importância, sendo
o mais citado pelos respondentes como terceiro e quarto critérios de maior peso,
o que indica que no recrutamento há uma preocupação maior com capacitação.
Isso porque somando-se Currículo, Formação e Know-How (7,4%, 25% e 38%
respectivamente) tem-se 70,4 % dos respondentes citando aspectos ligados a
capacitação profissional como primeiro critério mais importante, contra apenas
7,4% falando de Características Pessoais. Outro critério bastante citado é a
Quadro 1 – Perfil do Respondente das Empresas Jornalísticas
2004 2011
Cargo 63% no Setor de RH
Um chefe de RH; Um
chefe de Redação; Um
coordenador; Um aux. dep.
Pessoal; Um sócio
Tempo de Empresa 38% entre 1 e 5 anos 40% de 10 a 20 anos
Escolaridade 100% graduação 80% graduação
Local da Empresa
13% Ilha do Governador,
Centro, Cidade Nova
(polimodal)
100% centro da cidade
Formação -
25% letras
25% jornalismo
25% analista de sistemas
25% NR
Sexo - 80% feminino
118
Disponibilidade de horário do candidato, não aparecendo somente como
segundo critério.
Quadro 2 – Critérios para Recrutamento de Profissionais em Jornais
2004 2011
Características individuais
para recrutamento
38% Know-How
34% Características
Pessoais
12% Localização
40% agilidade
40% capacidade de
comunicação
40% Determinação
Caracteristicas
mencionadas para
recrutamento
50% Experiência
38% disponibilidade
25% diploma; indicação;
conhecimento específico;
criatividade (tetramodal)
-
Experiencia como
critério de recrutamento -
40% capacidade de
comunicação
20% agilidade
20% determinação
Características de grupo
para recrutamento -
40% boas relações
interpessoais
40% indicações
60% bom trabalho em
equipe
Outras características
para recrutamento -
80% aparência
20% jovialidade
20% local de residência;
bom relacionamento com as
fontes; eficiente;
comprometimento
(polimodal)
Critérios de seleção de profissionais em Jornais.
Quando se fala em critérios de seleção, os jornais apontam, como
primeiros critérios mais importantes, aspectos relacionados a Know-How e
Formação com 63% e 24% respectivamente. Estes são inclusive os únicos
aspectos mencionados como primeiro critério. Seguindo a ordem de
importância, os respondentes apontaram como segundo e terceiro principais
critérios as Características Pessoais (85%) do profissional. Isso sinaliza que os
119
empregadores desta área avaliam primeiramente a capacitação profissional do
candidato e depois partem para a avaliação de seu comportamento. O quarto
principal critério apontado foi o Know-How. Um item muito pouco falado foi
Pretensão Salarial, que apareceu apenas como quinto critério de seleção e
mesmo assim para apenas 14,8% dos respondentes.
Quadro 3 - Critérios de seleção de profissionais em Jornais
2004 2011
Características
individuais para seleção
85% Características
pessoais
63% Know How
24% Formação
40% pró-atividade
40% capacidade de
comunicação
40% determinação
Experiência como
critério de seleção
-
40% bom currículo
20% grau de formação
20% especialização; idiomas;
determinação; informação
Características de grupo
de seleção -
60% indicações
60% bom trabalho em equipe
40% boas relações
interpessoais
Outras características
para seleção -
60% aparência
60% jovialidade
40% responsabilidade
Diploma como requisito
de seleção 75% sim 100% sim
Razões para exigir
diploma Porque é lei; Fundamental
80% comprovar
conhecimento
40% transmitir experiência e
empenho
Observa habilitação na
contratação 75% sim 100% sim
Porque existe habilitação -
40% cargo a ocupar
40% pelo conhecimento na
área
40% qualificação
Pós graduação influência 85% sim 60% sim
Razões para pós
graduação influenciar -
100% demonstração de
conhecimento avançado
Nível de pós graduação 40% especialização/MBA
30% Mestrado
100% especialização/MBA
100% pós-graduação
120
Quadro 3 - Critérios de seleção de profissionais em Jornais
100% doutorado (trimodal)
Em que área 40% comunicação
30% marketing 100% comunicação
Funções dos profissional
de comunicação
35% repórter; redator
25% editor
80% editor
40% jornalista
40% produção
Três atributos do
profissional de
comunicação
-
40% bem informado
40% comprometido
20% comunicativo
Faculdade mais
contratada
21% Estácio de Sá
16% FACHA; UERJ;
UFF
60% PUC
40% FACHA
20% UFRJ
Imagem das Escolas de Comunicação do Rio de Janeiro para as
empresas jornalísticas
Especificamente para Jornais, os resultados foram os seguintes: dos
oito jornais entrevistados, sete afirmam não notar diferenças entre a formação de
profissionais provenientes de um ou outro tipo de instituição — número que
corresponde a 88% do total de jornais. Apenas um jornal considerou relevante a
diferença entre instituições públicas e privadas (12%).
Quando requisitados a justificar suas respostas, aqueles que julgaram
não haver diferenças disseram que o profissional e seu empenho são mais
importantes do que o local onde se formou (50%), que as diferenças entre
faculdades públicas e privadas não são significativas (32%), que as duas vêm
apresentando ensino deficiente (9%) e que essa diferenciação não interessa à
empresa (9%).
Entre os respondentes que reconhecem diferença, 67% preferem as
faculdades públicas, 25% não definem qual das duas é melhor, apenas
observando seus aspectos discrepantes, e 8%, ou apenas um respondente, prefere
as faculdades particulares. Entre aqueles que reconheceram as públicas como
melhores, a metade (50%) define que as faculdades públicas possuem melhor
121
formação, 37,5% explicam que profissionais oriundos de faculdades públicas
realizam tarefas mesmo com infra-estrutura inadequada e um respondente
(12,5%) critica a prática de faculdades particulares de tratar o ensino como um
produto.
Quadro 4 - Imagem das Escolas de Comunicação do Rio de Janeiro para as
empresas jornalísticas
2004 2011
Percebe a diferença entre
pública e particular 88% sim 60% não
Porque não faz diferença
50% destes dizem que o
empenho é mais
importante
100% destes, dizem que
empenho profissional é
mais importante
Critérios para avaliar
escola de comunicação
27% Corpo Docente
23% Corpo Discente;
Infraestrutura (bimodal)
40% preparo para o
mercado
20% proposta pedagógica;
corpo docente (bimodal)
20% infra-estrutura
Melhor proposta
pedagógica 100% teórico-prática 60% teórico-prática
Três melhores Escolas de
Comunicação
17% PUC
13% UFRJ
13% FACHA (bimodal)
40% UFRJ
40% PUC (bimodal) 20%
UERJ, UFF, FACHA,
Estácio, Unicarioca
(polimodal)
Adjetivos profissionais
38% Persistência
25% Qualidade de
apuração
25% Boa escrita
40% bom conhecimento de
mercado
Há alguma faculdade que
prefere não contratar 88% não 60% não
Como é conceituado o
profissional da ECO-
UFRJ
67% incompleto, por ter
muita teoria e poucos
laboratórios
20% determinado, boa
formação técnica,
interessado, muito bom
(polimodal)
Quais os cargos
ocupados pelos
profissionais de
comunicação
38% redator
38% jornalista, publicitário
(bimodal)
60% redator
40% jornalista, publicitário
(bimodal)
A empresa possui
profissional da ECO-
UFRJ
50% sim 80% sim
122
Quadro 4 - Imagem das Escolas de Comunicação do Rio de Janeiro para as
empresas jornalísticas
Quais os cargos
ocupados pelo
profissional da ECO
38% jornalista
13% diagramador
12% revisão
60% redator
40% publicitário
40% jornalista
Perfil do respondente das Editoras de Revista.
Dentre os respondentes de revistas, 62,5% trabalham como Diretor de
RH da empresa. Os outros cargos que aparecem são: Diretor de Redação
(12,5%), Gerente (12,5%) e Assistente Financeiro (12,5%).
Em relação ao tempo de trabalho nas revistas, 25% dos entrevistados
possuem mais de 20 anos de empresa; 25% possuem entre dez a 20 anos de
empresa; e 25%, entre um e cinco anos. 12,5% dos entrevistados têm até um ano
de empresa e outros 12,5%, entre cinco e dez anos.
No caso das Revistas, 100% dos respondentes têm graduação, porém
nenhuma especialização. A graduação predominante dos respondentes é
Administração, equivalente a 37,5% do total. Outras graduações são:
Comunicação Social, Contabilidade, Análise Financeira, Marketing e Psicologia,
todas com 12,5% do total.
Quadro 5 – Perfil do Respondente das Editoras de Revistas
2004
Cargo 63% Diretor de RH
Idade -
Sexo -
Tempo de Empresa 25% mais de 20 anos; 10 e 20 anos; um a
cinco anos (trimodal)
Escolaridade 38% graduação
123
Quadro 5 – Perfil do Respondente das Editoras de Revistas
Formação Administração
Local da Empresa 65% Centro da Cidade
Em relação à instituição de ensino freqüentada pelos respondentes, a
Gama Filho aparece em primeiro lugar, com 25%. A Estácio de Sá, Cândido
Mendes, Simonsen, ESPM, UNESP e a UFF aparecem com 12,5% cada.
Critério de recrutamento de profissionais nas Editoras de
Revistas
As revistas, quando indagadas sobre os cinco critérios mais
importantes de recrutamento, responderam aspectos relacionados a
Características Pessoais em todas as ordens de importância, sendo o critério mais
apontado em todas elas e considerado o mais importante critério para 43,3% dos
respondentes de jornais.
Características Pessoais repete o índice de 25,5% de resposta como
segundo, terceiro e quarto critério (25%) de maior peso na hora do recrutamento,
sendo ainda o único item mencionado como quinto critério com 12% das
respostas.
Aspectos de capacitação profissional como Know-How, Formação e
Currículo somam 56,7% das respostas (14,5%, 14,5% e 27,7% respectivamente)
quando do primeiro critério. Desta forma, totalizando os critérios relativos à
capacitação, esta pode ser considerado também como critério de maior
importância para os respondentes. Dos três critérios relativos à capacitação
profissional, somente palavras relacionadas a Know-How voltam a ser citadas em
outra ordem de importância, atingindo o índice de 24,5% de respostas como
segundo critério de recrutamento.
124
Quadro 6 - Critério de recrutamento de profissionais nas Editoras de
Revistas
2004
Características individuais para
recrutamento
28% currículo
15% Know-How
15% Formação
Experiencia como critério de recrutamento -
Características do grupo para recrutamento -
Características mencionadas 38% experiência
25% currículo; interesse; e criatividade
Outras características para recrutamento -
Critérios de seleção de profissionais em Editoras de Revistas
As revistas, quando indagadas sobre os cinco critérios mais
importantes de recrutamento, responderam aspectos relacionados a
Características Pessoais em todas as ordens de importância, sendo o critério mais
apontado em todas elas e considerado o mais importante critério para 43,3% dos
respondentes de jornais.
Características Pessoais repete o índice de 25,5% de resposta como
segundo, terceiro e quarto critério (25%) de maior peso na hora do recrutamento,
sendo ainda o único item mencionado como quinto critério com 12% das
respostas.
Aspectos de capacitação profissional como Know-How, Formação e
Currículo somam 56,7% das respostas (14,5%, 14,5% e 27,7% respectivamente)
quando do primeiro critério. Desta forma, totalizando os critérios relativos à
capacitação, esta pode ser considerado também como critério de maior
importância para os respondentes. Dos três critérios relativos à capacitação
125
profissional, somente palavras relacionadas a Know-How voltam a ser citadas em
outra ordem de importância, atingindo o índice de 24,5% de respostas como
segundo critério de recrutamento.
Apareceram nas respostas, com menor freqüência, Disponibilidade e
Localização.
Vale ressaltar que a soma dos percentuais acima não resulta em 100%,
já que pertencem a cinco rankings diferentes (de primeira, segundo, terceiro,
quarto e quinto principais critérios), cujos percentuais foram computados
separadamente. Primeiramente, foi pedido para que os respondentes citassem os
cinco critérios, ordenando-os, em seguida.
Quadro 7 - Critérios de seleção de profissionais em Editoras de Revistas
2004
Características individuais para
seleção
85% características
63% Know-How pessoais
24% Formação
Experiência como criterio -
Características de grupo para seleção -
Características mencionadas para
seleção
50% conhecimento específico
25% competência; experiência;
comportamento
Outras características para seleção -
Diploma como requisito para
contratação 50% sim
Razões para exigir diploma 25% diferencial do profissional; base
necessária para o profissional (bimodal)
Observa habilitação na contratação 50% sim
Porque existe habilitação
25% necessário para enquadrar o profissional
na área
13% na área de publicidade a habilitação é
necessária
126
Quadro 7 - Critérios de seleção de profissionais em Editoras de Revistas
Pós graduação influencia 75% sim
Razões para pós graduação
influenciar
25% demonstração de conhecimento
avançado
Imagem das Escolas de Comunicação do Rio de Janeiro para as
Editoras de Revistas
A pesquisa entre as revistas revelou que 23% dos respondentes
concordam que o corpo docente, juntamente com a proposta pedagógica são os
primeiros critérios a serem avaliados em uma faculdade de comunicação. Em
segundo plano ficariam, em ordem de importância: a infra-estrutura (19%), o
corpo discente (16%), a produção acadêmica (16%) e as disciplinas ministradas
pela faculdade (3%)
Das revistas, 75% responderam que dão ênfase à proposta pedagógica
predominantemente prática ao avaliar uma Escola de Comunicação, como
mostra a tabela 175, Apêndice E. 12,5% discordam, dizendo que a melhor
proposta pedagógica para uma escola de comunicação seria a
predominantemente teórica. Outros 12,5% afirmam que “depende da situação”.
Segundo as revistas que responderam à pergunta, disputam o primeiro
lugar de melhor faculdade de comunicação, PUC e UERJ (ambas com 17%). O
segundo lugar ficou empatado entre ESPM e UFRJ (ambas com 13%). O terceiro
lugar de melhor faculdade foi para a Gama Filho e UniverCidade (ambas com
9%). As outras faculdades indicadas foram: Estácio de Sá, FACHA, SUAM e
UFF (todas com 4,5%).
127
Quadro 8 - Imagem das Escolas de Comunicação do Rio de Janeiro para as
Editoras de Revistas
2004
Percebe a diferença entre pública e
particular 63% não
O porquê da resposta Porque não faz diferença
Critérios para avaliar escola de
comunicação
23% corpo docente; proposta pedagógica
19% infra-estrutura
Melhor proposta pedagógica 75% prática
Três melhores Escolas de
Comunicação
17% PUC; UERJ (bimodal)
13% ESPM; UFRJ (bimodal)
Adjetivos profissionais
25% grau de conhecimento; criatividade
(bimodal)
25% expressividade
Há alguma faculdade que prefere não
contratar 75% não
Como é conceituado o profissional
da ECO-UFRJ 100% não sabe avaliar
Quais os cargos ocupados pelos
profissionais de comunicação
25% jornalistas
13% editor; produtor; pesquisa
A empresa possui profissional da
ECO-UFRJ 50% sim
Quais os cargos ocupados pelo
profissional da ECO
13% jornalista
13% pesquisa
13% redator
Perfil do respondente em agências de Publicidade
Na maior parte das agências, a entrevista foi feita com profissionais,
primeiramente dos setores de Recursos Humanos, Marketing e Criação (36%),
como pode ser visto na tabela 38, Apêndice E. Logo a seguir, verifica-se que, em
30% dos questionários, as respostas foram dadas por algum alto executivo da
empresa (Diretor (18%), Gerente (6%), Sócio (3%) ou Presidente (3%)).
Planejamento e Atendimento obtiveram um percentual de 9% das
respostas de agências. 15% dos respondentes trabalham no setor de Mídia de
suas empresas e 9%, na Administração.
128
Em relação ao tempo de empresa, a maior parte dos respondentes
(39%) possui entre cinco e dez anos de empresa. 24% dos respondentes possuem
entre dez e 20 anos de empresa, 24% possuem entre um e cinco anos. 6% dos
entrevistados têm mais de 20 anos de empresa e outros 6% têm até um ano de
empresa.
Nas agências, o padrão de resposta mais repetido quanto ao nível de
escolaridade dos sujeitos respondentes foi o de profissional graduado em
Marketing pela ESPM (12%), seguido dos graduados em Publicidade e
Propaganda pela FACHA (9%), e também daqueles que possuem especialização
em Marketing pela FGV (9%).
Os respondentes com apenas o curso superior completo foram os
mais freqüentes, principalmente nas áreas de Publicidade e Propaganda (12%) e
Administração (12%). No caso da especialização, a mais freqüente foi a de
Marketing (27%). Um ponto interessante a se destacar foi a relação de algumas
respostas dissonantes como graduados em Odontologia (3%), Direito (3%) e
profissionais com somente o ensino médio ou técnico (9%).
Quadro 9 – Perfil do Respondente das Agências de Publicidade
2004
Cargo 75% no Setor de RH
Idade -
Sexo -
Tempo de Empresa 50% cinco a dez anos
Escolaridade 100% graduação
Formação 38% Administração; Marketing (bimodal)
Local da empresa -
129
Critério de recrutamento de profissionais nas Agências de
Publicidade
No geral, as agências de publicidade apontaram uma tendência a
darem mais peso aos aspectos em torno da capacitação profissional, tais como
Formação (25,5%), Currículo (37,2%) e Know-How (24,5%), atingindo tais
índices e somando 87,2% das respostas como primeiro critério de recrutamento.
Já Características Pessoais foi citado por 12,8% como primeiro critério.
Completando o quadro tem-se Grau de Informação (refere-se à cultura geral).
Porém, analisando-se as três categorias de agências separadamente,
nota-se que a Capacitação Profissional vai ganhando mais importância em
detrimento das Características Pessoais, à medida que o porte das agências
aumenta. Nas agências de pequeno porte, os índices são de 59,2% para
Capacitação Profissional (Formação+Know-How) contra 32% para Características
Pessoais quando do primeiro critério de recrutamento; enquanto nas agências de
médio porte são de 59,2% contra 32,6 %; e nas agências de grande porte são de
87,2% contra 12,8%, respectivamente.
O Currículo atingiu 37,2% das respostas, como primeiro critério de
recrutamento entre as citações de todas as agências juntas. Mas, analisando-se
cada porte de agência separadamente, pode-se observar que, entre as agências de
pequeno e médio porte, o item não foi citado nesta ordem de importância, só
obtendo 17,2% das citações como segundo critério de recrutamento. Nas
agências de médio e grande porte, Currículo teve 37,2% das respostas para
primeiro critério de recrutamento. Know-How foi o item mais citado como
segundo critério de recrutamento pelas agências de pequeno e médio porte com
34,3% em ambas. Nas de grande porte, tem 52,7% das citações.
130
As palavras que os respondentes mais disseram nas entrevistas sobre
critérios de recrutamento foram: experiência (42%), currículo (42%), formação
(33%), portifólio (30%) e criatividade (24%). 100% das agências de grande porte
mencionaram currículo contra apenas 38% das de médio porte e 8% das de
pequeno porte. Em contrapartida, 50% das agências de pequeno porte falaram
em criatividade, enquanto só 15% das de médio e nenhuma de grande porte
mencionou este critério. Experiência atingiu índices parecidos entre os três portes
de agência, tendo 50% das de pequeno porte, 38% das de médio porte e 38% das
de grande porte citando a palavra. Portifólio aparece na pesquisa como item mais
lembrado nas agências de grande porte, tendo 50% delas respondido com este
critério e acontecendo o mesmo em 17% das de pequeno porte e 31% das de
médio porte. Em 50% das agências de pequeno porte, Formação é um critério de
recrutamento, o que se repete em 23% das de médio porte e 25% das de grande
porte. Das cinco palavras mais citadas, quatro referem-se a Capacitação
Profissional e apenas uma a Características Pessoais.
Quadro 10 – Critérios de Recrutamento de Profissionais em Agências de
Publicidade
2004
Características individuais para
recrutamento
53% Know-How
37% Currículo
25% Formação
Experiencia como critério de
recrutamento -
Características do grupo para
recrutamento -
Características mencionadas
100% currículo
50% portifólio
38% experiência
Outras características para
recrutamento -
131
Critério de seleção de profissionais em Agências de
Publicidade
Aparece uma diferença muito clara entre os critérios de seleção e os
de recrutamento. No geral, predominaram as citações acerca das Características
Pessoais como primeiro até o quinto critério de seleção. Analisando-se a opinião
dos respondentes classificados por porte de agência, observa-se que nas agências
de pequeno porte são privilegiadas as dimensões relacionadas a Capacitação
Profissional (Formação+Know-How) (75,5%) em detrimento das Características
Pessoais (24,5%), em detrimento da à semelhança do que ocorreu com critérios
de recrutamento. Nas agências de médio e grande porte acontece o inverso,
verificando-se uma maior importância atribuída às Características Pessoais
durante a seleção. Nas de médio porte tem-se 62% de referências às
Características Pessoais e 52% de menções para Capacitação Profissional;
enquanto nas de grande porte tem-se 51% e 52%, respectivamente.
Nas agências de pequeno e médio porte, Know-How (50% em ambas)
é o critério mais citado como critério de seleção mais importante; enquanto nas
de grande porte (25,2%) é o segundo mais citado nesta ordem de importância.
Para 33,3% das agências de pequeno e médio porte, e 37,6% das de grande
porte, Know-How é o segundo critério de seleção. Nas de pequeno e médio
porte, este critério volta a aparecer em terceiro lugar, com 16% das respostas em
cada uma. Já nas de grande porte, volta a aparecer como terceiro (14,9%) e
quinto (13%), não sendo citado como quarto critério.
Currículo, que no recrutamento era citado como primeiro, segundo e
terceiro critério para 37,2%, 11,1% e 24,7% das agências, respectivamente. Na
seleção perde importância, obtendo 12,6% e 12,8% na primeira e segunda
posições.
132
Nas agências de grande porte, Formação só foi citada como primeiro
critério de seleção (25,5%). Nas de pequeno e médio porte, teve 25,5% de
respostas para primeiro critério e 8% para terceiro. No geral, este critério
manteve índices parecidos no recrutamento e na seleção. No recrutamento era o
critério mais importante para 25,5% e, na seleção, o era para 12,6%.
O ranking das palavras e expressões mais citadas quando do critério de
seleção ficou assim: experiência (39%), criatividade (27%), dinamismo (24%),
talento (24%) e ser comunicativo (21%). Experiência, que também liderou no
recrutamento, tem índices de citação parecidos nos três portes de agência com
42% das de pequeno porte, 38% das de médio porte e 38% das de grande porte.
Dinamismo foi mais falado nas agências de pequeno porte (42%). Nas de médio
e grande porte foi menos lembrado com 15% e 13%, respectivamente.
Criatividade teve o mesmo índice que Dinamismo nas de pequeno porte, sendo
um pouco diferente nas outras categorias, com 23% nas de médio e 13% nas de
grande porte. Já o Talento parece ser mais requisitado nas agências de grande
porte, pois 75% delas citaram a palavra contra apenas 8% das outras duas
categorias. E, finalmente, Ser Comunicativo teve índices parecidos entre as de
médio e grande porte (31% e 25%, respectivamente) atingindo entre as pequenas
apenas 8%. Das cinco palavras mais citadas sobre critérios de seleção, quatro
referem-se às Características Pessoais e apenas uma a Capacitação Profissional,
exatamente o inverso do que acontece no recrutamento.
Quadro 11 – Critérios de Seleção de Profissionais em Agências de
Publicidade
2004
Características individuais para
seleção
50% características pessoais
38% Know-How
13% currículo
Experiência como criterio -
Características de grupo para seleção -
133
Quadro 11 – Critérios de Seleção de Profissionais em Agências de
Publicidade
Características mencionadas para
seleção -
Outras características para seleção -
Diploma como requisito para
contratação 63% sim
Razões para exigir diploma 38% diferencial
Observa habilitação na contratação 50% sim
Porque existe habilitação 25% demonstra conhecimento especializado
Pós graduação influencia 75% não
Razões para pós graduação
influenciar -
Funções dos profissionais de
comunicação
63% criação
38% mídia; atendimento (bimodal)
Três atributos do profissional de
comunicação
63% criatividade
50% empreendedorismo
25% dedicação
Faculdade mais contratada 23% FACHA
20% ESPM; PUC
Imagem das Escolas de Comunicação do Rio de Janeiro para as
Agências de Publicidade
Dentre as agências entrevistadas, 23% concordam que a infra-estrutura é
o critério de maior importância neste tipo de avaliação. Em segundo plano
estariam o corpo docente (21%) e a proposta pedagógica (20%). Outros critérios
relacionados pelas agências como sendo de relevância para a avaliação de uma
escola de comunicação foram: a produção acadêmica (18%), o corpo discente
(16%), o preparo para o mercado de comunicação (2%), a produção de eventos e
trabalhos posteriores (ambos com 1%).
Do total de agências que responderam à pesquisa, 94% enfatizam uma
proposta pedagógica predominantemente prática ao avaliar uma escola de
134
comunicação. Os outros 6% afirmaram que “depende da situação”. Nenhum dos
entrevistados considerou a ênfase em propostas pedagógicas predominantemente
teóricas como a mais adequada.
No ranking total das agências, o título de melhor escola de comunicação
foi para ESPM (25%). Em segundo lugar está a PUC (21,5%). E o terceiro lugar
ficou com a UFRJ (18,5%). As outras faculdades indicadas foram: FACHA
(8,5%); Estácio, UERJ, e UFF (5,5% cada); Gama Filho (0,5%), Unicarioca (0,5%)
e Cândido Mendes (0,5%). A margem de não-resposta desta pergunta dentre as
agências de pequeno, médio e grande porte foi de 8,5%.
Quadro 12 – Imagem das Escolas de Comunicação do Rio de Janeiro para
as Agências de Publicidade
2004
Percebe a diferença entre pública e
particular 88% não
Porque não faz diferença -
Critérios para avaliar escola de
comunicação -
Melhor proposta pedagógica 60% teórico-prática
Três melhores Escolas de
Comunicação
40% UFRJ
40% PUC (bimodal)
20% UERJ, UFF, FACHA, Estácio,
Unicarioca (polimodal)
Adjetivos para o melhor profissional
da escola de comunicação 40% bom conhecimento de mercado
Há alguma faculdade que prefere não
contratar -
Como é conceituado o profissional
da ECO-UFRJ
Quais os cargos ocupados pelos
profissionais de comunicação
63% criação
38% mídia; atendimento (bimodal)
A empresa possui profissional da
ECO-UFRJ 63% não
Quais os cargos ocupados pelo
profissional da ECO -
135
O know-how foi o critério de recrutamento mais citado, ficando em
primeiro lugar nos jornais (com 38%) e nas agências de médio porte (26%). A
formação foi o critério mais citado nas agências de pequeno porte (34%) e o
currículo nas maiores (37%) e nas editoras (28%). As características mais
mencionadas quanto a essa questão foram, nos jornais e revistas, a experiência
(50% e 38%, respectivamente); nas agências de publicidade de médio e grande
porte, o currículo (38% e 100%); e nas de pequeno porte, a criatividade (50%).
O critério de seleção mais citado nas listas ordenadas das agências são
as características pessoais, em segundo e quinto lugar nas de pequeno porte;
segundo, terceiro, quarto e quinto nas de médio; e em primeiro, terceiro e quarto
nas de grande. Os que ficaram em primeiro lugar nas outras empresas foram o
know-how nos jornais (63%) e conhecimento especifico, boa escrita,
competência, dedicação e criatividade empatados em primeiro lugar nas editoras.
Não houve resposta de quarto e quinto critérios nas editoras de revista. O
consenso entre jornais, pequenas e grandes agências é de que é fundamental que
o candidato tenha diploma (75%, 67% e 62,5%), enquanto metade das editoras e
46% das agências médias têm a mesma posição. As empresas parecem ter uma
posição similar quanto à observação da habilitação: 75% dos jornais o faz, 50%
das editoras, agências de pequeno e grande porte e 38% das agências de médio
porte. Apenas os jornais, editoras e grandes agências de publicidade acham que a
pós-graduação faz diferença no currículo; as editoras justificaram dizendo que ela
demonstra conhecimento avançado do candidato, enquanto as agências afirmam
que indica conhecimento amplo do mercado. As faculdades mais contratadas por
cada tipo de empresa de Comunicação Social são variadas: Estácio de Sá nos
jornais (21%); FACHA, Gama Filho, PUC e UERJ nas editoras de revista (8%
cada uma); PUC e UFRJ nas grandes agências de publicidade (16% cada uma);
UFRJ nas médias (18,8%) e FACHA nas pequenas (23%).
136
O consenso entre todas as categorias de empresas é de que não
reconhecem diferença entre universidades públicas e privadas (88% dos jornais,
63%, das editoras, 83% das pequenas agências, 54% das médias e 87,5% das
grandes). O critério de mais relevância para a avaliação de uma faculdade foram o
corpo docente nas agências de médio porte, jornais e editoras (24%, 24% e 23%),
infra-estrutura e proposta pedagógica nas agências de pequeno porte (24,2%) e
infra-estrutura nas de grande porte (23%). A proposta pedagógica de preferência
em todas as categorias de empresa é uma predominantemente prática. A melhor
escola de comunicação, de acordo com os jornais e as editoras de revista, foi a
PUC (17% - no caso das agências, empatada junto com a UERJ), e, de acordo
com as agências, foi a ESPM (22,5% nas de pequeno porte; 24% nas de médio,
junto com a PUC; 29% das de grande). Em todas as categorias a maioria não
apontou uma escola em particular de Comunicação que tivesse uma imagem
ruim.
A função mais exercida pelo profissional de Comunicação Social nas
agências de publicidade é a de criação (33,2% nas de pequeno porte; 46% nas de
médio; 62,5% nas de grande), nos jornais, de repórter e de redator (35%) e nas
agências, de repórter (25%). As opiniões sobre o profissional da ECO foram
muito diferentes: as pequenas agências (72%) e as editoras (100%) afirmaram não
saber avaliá-lo; os jornais (67%) o julgam como incompleto, por ter muita teoria e
poucos laboratórios em sua formação; as agências de médio porte o julgam um
profissional capacitado, com ampla visão de mercado (40%) e as de grande porte,
um com base teórica excelente, porém formação prática defasada (34%).
Também variadas são as ocupações do profissional da ECO nessas empresas: nas
agências de pequeno porte, 7,7% são de atendimento, jornalismo, criação ou
contato; nas de médio, 23% trabalham no setor de atendimento ou criação;
15,4% dos empregados nas de grande porte ocupam áreas de mídia,
137
administração ou atendimento; nos jornais, 38% são jornalistas; e nas editoras,
13% são jornalistas, redatores ou trabalham em pesquisa.
4.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O know-how foi o critério de recrutamento mais citado, ficando em
primeiro lugar nos jornais (com 38%) e nas agências de médio porte (26%). A
formação foi o critério mais citado nas agências de pequeno porte (34%) e o
currículo nas maiores (37%) e nas editoras (28%). As características mais
mencionadas quanto a essa questão foram, nos jornais e revistas, a experiência
(50% e 38%, respectivamente); nas agências de publicidade de médio e grande
porte, o currículo (38% e 100%); e nas de pequeno porte, a criatividade (50%).
O critério de seleção mais citado nas listas ordenadas das agências são
as características pessoais, em segundo e quinto lugar nas de pequeno porte;
segundo, terceiro, quarto e quinto nas de médio; e em primeiro, terceiro e quarto
nas de grande. Os que ficaram em primeiro lugar nas outras empresas foram o
know-how nos jornais (63%) e conhecimento especifico, boa escrita,
competência, dedicação e criatividade empatados em primeiro lugar nas editoras.
Não houve resposta de quarto e quinto critérios nas editoras de revista. O
consenso entre jornais, pequenas e grandes agências é de que é fundamental que
o candidato tenha diploma (75%, 67% e 62,5%), enquanto metade das editoras e
46% das agências médias têm a mesma posição. As empresas parecem ter uma
posição similar quanto à observação da habilitação: 75% dos jornais o faz, 50%
das editoras, agências de pequeno e grande porte e 38% das agências de médio
porte. Apenas os jornais, editoras e grandes agências de publicidade acham que a
pós-graduação faz diferença no currículo; as editoras justificaram dizendo que ela
demonstra conhecimento avançado do candidato, enquanto as agências afirmam
que indica conhecimento amplo do mercado. As faculdades mais contratadas por
138
cada tipo de empresa de Comunicação Social são variadas: Estácio de Sá nos
jornais (21%); FACHA, Gama Filho, PUC e UERJ nas editoras de revista (8%
cada uma); PUC e UFRJ nas grandes agências de publicidade (16% cada uma);
UFRJ nas médias (18,8%) e FACHA nas pequenas (23%).
O consenso entre todas as categorias de empresas é de que não
reconhecem diferença entre universidades públicas e privadas (88% dos jornais,
63%, das editoras, 83% das pequenas agências, 54% das médias e 87,5% das
grandes). O critério de mais relevância para a avaliação de uma faculdade foram o
corpo docente nas agências de médio porte, jornais e editoras (24%, 24% e 23%),
infra-estrutura e proposta pedagógica nas agências de pequeno porte (24,2%) e
infra-estrutura nas de grande porte (23%). A proposta pedagógica de preferência
em todas as categorias de empresa é uma predominantemente prática. A melhor
escola de comunicação, de acordo com os jornais e as editoras de revista, foi a
PUC (17% - no caso das agências, empatada junto com a UERJ), e, de acordo
com as agências, foi a ESPM (22,5% nas de pequeno porte; 24% nas de médio,
junto com a PUC; 29% das de grande). Em todas as categorias a maioria não
apontou uma escola em particular de Comunicação que tivesse uma imagem
ruim.
A função mais exercida pelo profissional de Comunicação Social nas
agências de publicidade é a de criação (33,2% nas de pequeno porte; 46% nas de
médio; 62,5% nas de grande), nos jornais, de repórter e de redator (35%) e nas
agências, de repórter (25%). As opiniões sobre o profissional da ECO foram
muito diferentes: as pequenas agências (72%) e as editoras (100%) afirmaram não
saber avaliá-lo; os jornais (67%) o julgam como incompleto, por ter muita teoria e
poucos laboratórios em sua formação; as agências de médio porte o julgam um
profissional capacitado, com ampla visão de mercado (40%) e as de grande porte,
um com base teórica excelente, porém formação prática defasada (34%).
139
Também variadas são as ocupações do profissional da ECO nessas empresas: nas
agências de pequeno porte, 7,7% são de atendimento, jornalismo, criação ou
contato; nas de médio, 23% trabalham no setor de atendimento ou criação;
15,4% dos empregados nas de grande porte ocupam áreas de mídia,
administração ou atendimento; nos jornais, 38% são jornalistas; e nas editoras,
13% são jornalistas, redatores ou trabalham em pesquisa.
A maioria das empresas concorda que é imprescindível que um
candidato possua o diploma de Comunicação Social, e uma parcela ligeiramente
menor delas considera a habilitação do candidato na seleção. Os jornais, editoras
de revista e agências de publicidade de grande porte afirmam que a pór-
graduação faz diferença no currículo. A origem dos funcionários das empresas é
bem diversificada, variando entre FACHA, PUC, UFRJ e Estácio de Sá em sua
maioria; isso é um reflexo do fato de que a maioria delas não vê diferença entre
universidades públicas e privadas.
Em coparação com a pesquisa que foi refeita em 2011, pode-se
observar que, Em 2011, as empresas destacam a capacidade de comunicação,
agilidade e determinação para recrutamento; para seleção a pró-atividade,
capacidade de comunicação e, novamente, a determinação surgem, enquanto em
2004, a formação e o Know-How era mais observado, tanto para recrutamento
quando seleção.
A requisição de diploma cresceu para sua totalidade. Quando
perguntados sobre as razões, destacaram que seria para comprovar o
conhecimento e transmitir experiência, enquanto em 2004, pedia-se por ser lei.
Quanto a habilitação, também cresceu a requisição. A pós-graduação diminuiu
quanto a requisição pelas empresas, no entanto, mestrado e especialização/MBA
subiram em percentual de requisição.
140
A área da pós-graduação destacada foi somente em comunicação. Em
2004, marketing também aparecia na pesquisa.
Em 2004, as faculdades contratadas eram Estácio. FACHA e UERJ.
Em 2011, a UFRJ aparece juntamente com a PUC e a FACHA se manteve.
Menos faculdades ainda não consideram diferença entre faculdades públicas e
particulares. Atualmente, o dobro dos respondentes destacam o empenho
individual mais que o local de formação
Para se avaliar uma escola de comunicação, o preparo de mercado é
importante, assim como o corpo docente e a proposta pedagógica. Em 2004, o
destaque ia para o corpo discente e a infra-estrutura. O conceito de que uma boa
faculdade deve conciliar a teoria com a prática caiu. As melhores faculdade em
2004 eram PUC, UFRJ e FACHA. Hoje, UFRJ, UERJ, UFF, FACHA e Estácio
de Sá se destacam.
Em 2004, uma boa escola de comunicação insistia na qualidade de
apuração, boa escrita e na persistência. Atualmente, um bom conhecimento de
mercado aparece e novamente, não se tem faculdades as quais as empresas não
querem contratar.
O profissional da ECO era considerado imcompleto. Atualmente, uma
pequena parcela considera o profissional da ECO determinado, interessado e
com boa formação técnica. Os cargos ocupados pelos profissionais de
comunicação social continuam os mesmos (redator, jornalista e publicitário),
apenas em grande quantidade. A quantidade de empresas com profissionais da
ECO cresceu, os profissionais da ECO ocupam atualmente os cargos de redator,
publicitário e jonalista. Em 2004, além do jornalista, diagramador e revisão eram
destacados.
141
A proposta pedagógica de preferência das empresas é a
predominantemente prática, e as escolas de comunicação que elas elegeram
como as melhores foram majoritariamente a PUC e a ESPM. Porém, não foi
apontada uma escola em particular com uma imagem ruim. As opiniões sobre o
profissional da ECO variavam entre incompleto, devido à formação
predominantemente teórica; possuidor de uma ampla visão de mercado; com
uma formação teórica excelente mas que contrastava com a prática; e a afirmação
que as empresas não saberiam avaliá-lo.
4.8 REFERÊNCIAS
Aaker, David A.; Kumar, Vinay; Day, George S. Pesquisa de Marketing. Atlas,
2004
ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.
ABEP. Pesquisa: Mercado, Opinião e Mídia . Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=154>. Acesso em 2011
BATESON, J. E. G., HOFFMAN, D. K. Services Marketing. South-Western
Cengage Learning, 2011 - 468 p.
Fernandes, Fátima Sobral. Avaliação de qualidade de serviço: uma abordagem
exploratória humanista. Tese de doutorado, COPPE/UFRJ.1999
Mattar, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing. Atlas, 1999
SPHINX. Manual do Sphinx Plus Lexica
142
CAPÍTULO 5
ECOmostra:
uma tentativa de accountability e de
aproximação do mercado de trabalho
143
5. ECOMOSTRA: uma tentativa de accountability e
de aproximação do mercado de trabalho
Equipe LIMK de 2006 a 2013
Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes40
É fundamental que o estudante adquira uma compreensão e uma percepção nítida dos valores. Tem de aprender a ter um sentido
bem definido do belo e do moralmente bom. Albert Einstein41
5.1 INTRODUÇÃO
O evento ECOmostra tem sua concepção pautada em apresentar os
trabalhos de conclusão de curso dos estudantes de comunicação da habilitação
Rádio e TV da ECO/UFRJ à sociedade, como uma forma de prestação de contas
(accountability) e aos profissionais do mercado de trabalho, para possível
reconhecimento do talento dos recém-formados.
Associada à disciplina de Projeto Experimental II em Rádio e TV, essa
mostra realizada pelo LIMK desde 2006, a cada final de semestre, foi criada por
inspiração da estudante à época Fernanda Pereira, que traduzia um desejo dos
estudantes de poderem mostrar seus trabalhos de conclusão de curso, orientados
por diversos professores da ECO, na íntegra para os amigos, antes da defesa
perante a banca examinadora, como uma forma inclusive de se prepararem para
a defesa oral.
40 Professora Responsável pela disciplina de Projetos Experimentais em Radialismo.
41 (1879 – 1955) físico teórico alemão, posteriormente radicado nos Estados Unidos. Desenvolveu a
teoria da relatividade geral, um dos dois pilares da física moderna.
144
A cada ano é introduzida uma novidade quando da realização do
evento, fruto do processo de avaliação que a Equipe LIMK realiza após sua
conclusão. Para as Equipes LIMK ao longo destes sete anos e meio, a
ECOmostra tem servido de espaço de aprendizagem de organização de eventos
bem como de sua divulgação digital interna e externamente à instituição.
Em 2012, foi elaborada uma pesquisa de opinião com os participantes
e organizadores desse evento, visando a dar uma oportunidade concreta dos
estudantes do LIMK de realizarem e interpretarem uma pesquisa de opinião
sobre um produto que eles criaram, divulgaram e implementaram.
5.2 PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO
Na disciplina de Projetos Experimentais mencionada a Prof.ª Fátima
acompanha os estudantes concluintes durante a preparação e formatação dos
trabalhos que foram expostos no evento, ajudando-os a escolher orientadores e a
definir mais precisamente seus objetivos com o trabalho de conclusão de curso.
Escolhidos os orientadores, os estudantes desenvolvem seus trabalhos
sob suas orientações, ao mesmo tempo em que contam com o apoio da
professora para ajudá-los a dirimir as questões metodológicas e de formatação de
um trabalho cientifico, segundo as normas do Sistema de Bibliotecas da UFRJ,
que segue as prescrições da ABNT, adequadas ao padrão UFRJ.
Ao final do período, após indicação dos orientadores que os trabalhos
de seus orientando está em ponto de defesa, é organizada a programação de
exibição destes trabalhos no dia escolhido para a mostra – em geral a penúltima
quarta feira do semestre acadêmico.
No início do período é realizado o agendamento do auditório para
realização da ECOmostra e a Equipe LIMK de divulgação inicia o planejamento
145
da campanha da nova mostra. Esforços internos e externos são realizados com o
objetivo de atrair profissionais de renome no mercado que identifiquem neste
evento uma oportunidade de acessar um celeiro de talentos, possibilitando
futuros contatos de trabalhos para os estudantes.
Busca-se obter recursos para divulgação do evento por mídias
convencionais, como cartazes e busdoor, assim como pelas redes sociais, como
está ilustrado nas figuras 1 e 2.
Figura 1: Banner da 14ª Ecomostra
Figura 2: Busdoor da 13ª Ecomostra
146
São separados os trabalhos de mostras anteriores que obtiveram nota
máxima para pedir autorização para divulgação pelas redes sociais convidando os
internautas a virem conhecer os novos trabalhos a serem apresentados na
ECOmostra em preparação.
Os convites para a mesa de abertura e de encerramento são realizados
com antecedência para que os Professores possam estar presentes e, em geral, a
composição é a seguinte: Coordenadora do evento, Chefe de Departamento de
Métodos e Áreas Conexas, ao qual a disciplina de Projetos Experimentais em
Radialismo está vinculada, e o Coordenador de Habilitação em Radialismo. Para
encerramento, é usual convidar um profissional de mercado para proferir uma
palestra de encerramento.
A Profª Fátima busca sempre a integração entre Ensino, Pesquisa e
Extensão. Por sua natureza, este evento é uma atividade que concretiza isso, pois
é uma atividade de extensão, que divulga para a sociedade os trabalhos de
conclusão de curso dos estudantes da habilitação Rádio e TV, resultado dos
processos de ensino e pesquisa que desenvolveram com seus orientadores.
A integração das experiências vividas pelos estudantes concluintes de
comunicação com os profissionais ativos no mercado tem como meta a
aproximação entre ambos. Para os estudantes, estabelecer um futuro contato
profissional em espaço em que exibe sua produção é uma interessante
oportunidade para troca de conhecimento.
A produção intelectual e artística mostrada é resultado do esforço do
conjunto de professores orientadores e dos estudantes concluintes e resulta em
trabalhos de pesquisa derivados do processo de ensino aprendizagem tutorial.
147
Após o planejamento da realização do evento, incluindo o
planejamento da divulgação e de sua efetiva implementação, ao final do evento é
realizada uma avaliação junto a todos os públicos.
É realizada uma pesquisa de opinião para medir o grau de satisfação
com a mostra realizada. A meta da Equipe LIMK é atingir no mínimo 70% de
satisfação.
Essa pesquisa de opinião é realizada com três questionários
autorrespondidos, através de perguntas sobre dados pessoais do entrevistado,
opiniões acerca da organização do evento divididas em aspectos (divulgação,
acesso, som etc), avaliação da equipe organizadora do evento (motivação,
capacidade de comunicação, criatividade, disciplina, presteza etc) e avaliação do
evento por parte dos palestrantes. O questionário voltado para os participantes
consta de 17 perguntas, sendo 12 abertas e 5 fechadas. Já o questionário para os
organizadores possui 28 perguntas, sendo destas 15 abertas e 13 fechadas. Por
último, o instrumento aplicado aos palestrantes se constitui de 13 perguntas: 9
abertas e 4 fechadas.
Ressalta-se que a elaboração de tal instrumento só foi possível após
pesquisa bibliográfica sobre a questão proposta neste trabalho.
Os dados obtidos após aplicação são tabulados no programa Sphinx
Léxica Plus V. 5.0 e os resultados são analisados pela equipe LIMK para
promover as melhorias necessárias na próxima edição.
Em seguida é elaborado um relatório para orientar a apresentação dos
resultados coletados na Jornada de Iniciação Científica – UFRJ (JICTAC UFRJ) e
em outros espaços técnico-científicos.
148
5.3 RESULTADOS
Os dados aqui apresentados levam em conta as maiores frequências
presentes nas respostas dos sujeitos. Ainda cabe ressaltar que o parâmetro
utilizado nas análises foi a moda. Sendo assim, os públicos atingidos pela
pesquisa de opinião foram: os estudantes, professores, servidores técnicos
administrativos e profissionais da área audiovisual presentes na mostra.
Os participantes eram 59% homens, solteiros, de 18 a 20 anos,
estudantes do Rio de Janeiro e com o ensino médio completo.
Foi perguntado aos entrevistados como eles ficaram sabendo do
evento e 29% informaram que receberam alguma mensagem de forma
compartilhada no Facebook.
Além disso, foi perguntado se eles já tinham participado de outro
evento na ECO-UFRJ e 76% informaram que sim e 100% desses eventos foram
Palestras e Mostras de filmes.
Os participantes declararam o seguinte grau de satisfação com os
diversos aspectos do evento:
o 35% razoavelmente satisfeitos com a organização do evento
o 47% muito satisfeitos com a acessibilidade,
o 65% muito satisfeitos com a recepção,
o 47% muito satisfeitos com o local,
o 35% razoavelmente satisfeitos com o cumprimento pontual da
programação,
149
o 53% satisfeitos com a qualidade de imagem exibida dos filmes,
o 41% satisfeitos com a qualidade do som e
o 47% satisfeitos com a expectativa gerada pela divulgação.
o 65% consideraram a mostra interessante e
o 53% recomendariam o evento pela temática.
o Ao se pedir para que eles definirem como se sentiram em relação
ao evento como um todo, 88% resumiram como “satisfeitos” e
deram como sugestão a utilização do auditório da CPM (Central de
Produção Multimídia) para os próximos eventos, uma vez que no
período passado o evento foi realizado em outro auditório.
O perfil da Equipe LIMK organizadora era de 63% mulheres,
solteiras, 36% com 21 anos, 72% do curso de Comunicação Social, 45% do 2º
período, 91% residindo no Rio de Janeiro, 54% tem como fonte de renda o
salário dos pais e 36% tem 3 ou 4 pessoas vivendo dessa renda e 31% tem o
perfil socioeconômico B1.
Toda a equipe declarou que teve aprendizado significativo com a
organização do evento, destacando-se que:
o 27% declararam que o mais relevante foi com aprender a lidar com
a burocracia envolvida na organização de um evento deste tipo
evento.
o 36% afirmaram que isso contribuiu para despertar o interesse para
organizar eventos.
150
o Apesar de 45% considerarem boa a organização do trabalho e 36%
adequado e razoável o ritmo do trabalho, 45% apontaram os
prazos e correria como maior dificuldade em realizar a mostra.
o 60% lidaram com as dificuldades procurando fazer o melhor
possível.
o 64% demonstraram grande satisfação quanto ao trabalho da equipe
para organizar o evento.
o 55% consideram que a Equipe teve uma boa capacidade de
comunicação.
o 72% avaliaram como excelente a cooperação entre a Equipe.
o 55% perceberam como muito grande a afetividade.
o 63% consideraram muito grande a criatividade.
o 54% destacaram a grande a efetividade.
o 54% consideram como satisfatória a disciplina e a presteza da
Equipe.
o 46% julgaram como excelente a qualidade do trabalho.
o Os estudantes concluintes, cujo perfil é constituído por 57%
homens, solteiros, 29% de 23 anos e 60% moradores da zona sul
consideraram o seguinte:
o 71% satisfeitos com a divulgação do evento.
o 43% muito satisfeitos com a acessibilidade.
o 57% satisfeitos com a recepção.
151
o 43% muito satisfeitos e satisfeitos com o local.
o 29% muito satisfeitos e razoavelmente satisfeitos com o
cumprimento pontual da programação.
o 71% satisfeitos com a qualidade de imagem.
o 71% satisfeitos com a qualidade do som.
o 57% satisfeitos com a interação com a audiência.
o 86% satisfeitos com a interação da equipe.
o Todos ficaram satisfeitos em relação à expectativa inicialmente
gerada.
o 86% declararam que houve aprendizado, e 50% declararam que o
maior aprendizado foi pelo formato de apresentação acadêmica e a
oportunidade de conhecer outros trabalhos de conclusão de curso.
o 40% reconheceram a possibilidade de expor publicamente os
trabalhos como contribuição para a formação acadêmica e
melhorar a apresentação oral no dia da defesa perante a banca
examinadora.
o 71% sentiram-se satisfeitos com o evento.
5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pela pesquisa de opinião, pode-se constatar que uma parcela
considerável tanto de estudantes palestrantes quanto de estudantes integrantes da
Equipe Limk revelou ter aprendido com o evento. Missão principal cumprida.
152
Pode-se constatar também que a percepção sobre o evento é
ligeiramente diferente, dependendo do papel que cada um desempenha no
evento. Os estudantes concluintes, expositores de trabalhos, demonstraram
satisfação com a divulgação do evento, enquanto os participantes o julgaram
razoavelmente satisfatória, por exemplo.
A maioria dos participantes considerou interessante a programação do
evento e ressaltou a facilidade de localização dentro Campus da Praia Vermelha
promovida pelas placas indicativas distribuídas pelo campus.
Considerando a faixa etária dos participantes e a ferramenta de
divulgação mais citada entre eles (Facebook), concluí-se que as redes sociais são
um eficaz mecanismo para divulgação de eventos para esse público.
Os participantes também citaram a temática audiovisual como atraente.
A CPM (Central de Produção Multimídia) foi indicada, pelos participantes, como
um local mais adequado para a realização de próximas edições da ECOmostra e
eventos desse tipo.
5.5 REFERÊNCIAS
CESCA, C. G. G. Organização de Eventos - Manual para Planejamento e
Execução, Summus, São Paulo: 1997.
FIGUEIREDO, N. M. A., Método e Metodologia na Pesquisa Científica - 3ª
Ed., Yendis Editora, São Paulo: 2008.
MARCONI, M. A. & LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia
Científica - 7ª Ed., Editora Atlas, São Paulo: 2010.
RAMPAZZO, L. Metodologia Científica - Para Alunos dos Cursos de
Graduação e Pós-graduação, Editora Loyola, São Paulo: 2002.
NATALE, E. & OLIVIERI, C. Guia Brasileiro de Produção Cultural, Edições
Sesc, São Paulo: 2004.
153
CAPÍTULO 6
CONEXÃO:
em busca da interação entre acadêmicos e
praticantes
154
6. CONEXÃO: em busca da interação entre
acadêmicos e praticantes
Equipes LIMK 2010 a 2012 Bárbara Barros Dumas42,
Lívia Frias43
Orientadora: Profa Dra Fátima Sobral Fernandes
"Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria
lingugem, você atinge seu coração.
Nelson Mandela44
6.1 INTRODUÇÃO
O Conexão tem sido realizado anualmente desde 2010. Sua
concepção está pautada no princípio de que para melhor cumprir sua missão e
produzir conhecimento relevante para a resolução dos problemas da sociedade
brasileira, qualquer instituição de pesquisa e ensino precisa estar adequadamente
conectada com as melhores práticas sociais.
Com esse objetivo de conexão, o LIMK realiza anulamente um
encontro sobre as melhores práticas na Região Sudeste sobre a inteligência
estratégica, pesquisa de marketing, marketing social e as respectivas práticas de
responsabilidade socioambiental de organizações públicas e privadas, lucrativas
ou não.
42 Estudante do 5º período de Psicologia.
43 Estudante do 4º período de Psicologia.
44 (1918 -) Revolucionário anti-apartheid sul-africano e político, sendo presidente da África do Sul de
1994 a 1999.
155
O Conexão coloca em pauta esses temas, trazendo profissionais de
renome da Região Sudeste para compor mesas redondas para debater com
pesquisadores conceituados nestes campos de conhecimento a respeito das
melhores práticas nesses campos, além de apontarem os desafios a serem
enfrentados em termos de produção de conhecimento e de formação de recursos
humanos, O encontro foi organizado em três blocos, com duração de quatro
horas cada um, em um dia, sendo cada bloco dedicado a uma dessas áreas do
saber e constituído por uma mesa redonda e uma dinâmica de grupo para
integrar os participantes e estimular a troca de experiências.
Ao final do evento, pedimos para alguns palestrantes, espectadores e
membros da equipe responder a um questionário sobre a experiência deles com
o Conexão.
6.2 METODOLOGIA
O instrumento de pesquisa só teve sua construção viabilizada após
extensa pesquisa bibliográfica sobre o evento e temas adjacentes. Tal instrumento
é composto por questionários com perguntas diferentes voltados para os
palestrantes, ouvintes e membros da equipe. O instrumento voltado para o
público era composto por 17 perguntas, sendo 12 abertas e 5 fechadas. Já o
outro, aplicado aos membros da equipe, possuía 28 itens: 15 abertos e 13
fechados. O questionário entregue aos palestrantes se constituía de 13 perguntas
(9 abertas e 4 fechadas).
Duas palestrantes, vinte ouvintes e dez participantes da equipe
responderam à pesquisa. Os dados foram tratados com o programa Microsoft
Office Excel. Os resultados foram interpretados através de técnicas de estatística
básica, associadas a cruzamento de dados e reflexão sobre o tema.
156
6.3 RESULTADOS
Antes da exposição de dados vale chamar atenção para o fato de que
os resultados aqui encontrados têm como base as maiores frequências obtidas nas
respostas dos sujeitos. A moda foi o parâmetro que guiou a análise.
Houve um consenso entre as duas participantes que todos os aspectos
do Conexão – local, qualidade da imagem e do som, cumprimento pontual da
programação, por exemplo – foram muito satisfatórios. As exceções foram a
divulgação (100% satisfeito) e a recepção (50% satisfeito, razoavelmente satisfeito).
Segue abaixo um quadro demonstrativo dos dados levantados na análise deste
grupo:
Quanto aos ouvintes, a predominância de perfil foram mulheres (75%)
solteiras (95%). A maioria soube do Conexão através de convite no facebook ou
Quadro 1 – Palestrantes
Sexo 100% feminino
Estado Civil 100% casado
Como avalia o evento nos quesitos:
Divulgação 100% satisfeito
Recepção 50% satisfeito; razoavelmente satisfeito
Local 100% muito satisfeito
Cumprimento pontual da programação 100% muito satisfeito
Qualidade da imagem 100% muito satisfeito
Qualidade do som 100% muito satisfeito
Qualidade da interação com a audiência 100% muito satisfeito
Qualidade da interação com a equipe
organizadora 100% muito satisfeito
157
por serem estudantes da UFRJ ou do LIMK (30% cada grupo). Este conjunto
avaliou todos os aspectos da organização do Conexão e das palestras – “A
importância dos dados secundários para pesquisa de mercado”, “Comunicação
como fator critico de sucesso para a implementação de Inteligência Estratégica: o
caso de uma empresa de varejo” e “Conexão: Comunicação e Amamentação” –
como muito satisfatórios. A avaliação de divulgação, acesso, recepção, local,
pontualidade e outros quesitos, que encontram-se dispostos no quadro 2, foi
categorizada como muito satisfatória. As expectativas para a realização do evento
foram totalmente satisfeitas e a programação do evento foi tida como muito
interessante ou interessante (50% cada fator).
Quadro 2 – Ouvintes
Sexo 75% feminino
Estado Civil 95% solteiro
Escolaridade 79% médio completo/superior incompleto
Como ficou sabendo do evento 30% convite via Facebook; estudante da
UFRJ/LIMK
Como avalia a organização do evento nos seguintes aspectos:
Divulgação 58% muito satisfeito
Acesso 63% muito satisfeito
Recepção 85% muito satisfeito
Local 90% muito satisfeito
Cumprimento pontual da programação 44% muito satisfeito
Qualidade das imagens apresentadas 61% muito satisfeito
Qualidade do som 75% muito satisfeito
158
Quadro 2 – Ouvintes
Esquete apresentada 82% muito satisfeito
Quanto à palestra "A importancia dos dados secundários para pesquisa de mercado",
como você avalia os seguintes aspectos:
Relevância do tema 75% muito relevante
Domínio do conteúdo por parte do
palestrante 88% muito satisfeito
Qualidade do material apresentado 82% muito satisfeito
Didática do palestrante 56% muito satisfeito
Interação entre palestrante e público 71% muito satisfeito
Pontualidade do palestrante 93% muito satisfeito
Administração do tempo 87% muito satisfeito
Quanto à palestra "comunicação como fator critico de sucesso para a implementação
de Inteligência Estratégica: o caso de uma empresa de varejo", como você avalia os
seguintes aspectos:
Relevância do tema 72% muito relevante
Dominio do conteúdo por parte do
palestrante 83% muito satisfeito
Qualidade do material apresentado 59% muito satisfeito
Didática do palestrante 50% muito satisfeito
Interação entre palestrante e público 50% muito satisfeito
Pontualidade do palestrante 78% muito satisfeito
Administração do tempo 50% muito satisfeito
Quanto à palestra: "Conexão: Comunicação e Amamentação”:
Relevância do tema 64% muito relevante
159
Quadro 2 – Ouvintes
Domínio do conteúdo por parte de seu
palestrante 91% muito satisfeito
Qualidade do material apresentado 73% muito satisfeito
Didática do palestrante 73% muito satisfeito
Interação entre palestrante e público 73% muito satisfeito
Pontualidade do palestrante 91% muito satisfeito
Administração do tempo 64% muito satisfeito
Quanto à palestra "Projeto Social - Imagem em movimento: Uma experiencia de
empreendedorismo sociocultural":
Relevância do tema 82% muito satisfeito
Domínio do conteúdo por parte de seu
palestrante 73% muito satisfeito
Qualidade do material apresentado 82% muito satisfeito
Didática do palestrante 82% muito satisfeito
Interação entre palestrante e público 55% muito satisfeito
Pontualidade do palestrante 82% muito satisfeito
Administração do tempo 55% muito satisfeito
Quanto à palestra "Desafios da Responsabilidade Social - Práticas e Praticantes":
Relevância do tema 88% muito satisfeito
Domínio do conteúdo por parte de seu
palestrante 75% muito satisfeito
Qualidade do material apresentado 75% muito satisfeito
Didática do palestrante 75% muito satisfeito
Interação entre palestrante e público 75% muito satisfeito
160
Quadro 2 – Ouvintes
Pontualidade do palestrante 100% muito satisfeito
Administração do tempo 63% muito satisfeito
As expectativas criadas pela realização
do evento foram 42% totalmente satisfeitas
A programação exibida foi 50% muito interessante; interessante
As perguntas do questionário voltado para a equipe tiveram resultados
mais variados. Quanto ao trabalho para organizar o evento, a cooperação e a
afetividade foram tidos como excelentes (ambos com 54%). Os outros aspectos –
motivação (54%), capacidade de comunicação (64%), criatividade (45%),
efetividade (50%), disciplina (73%), presteza (45%) e qualidade (54%), ritmo
(54%) e organização (82%) do trabalho – receberam todos o grau bom, grande ou
satisfatório. Quando perguntados como avaliavam seu próprio trabalho em
relação ao da equipe, os participantes descreveram sua cooperação (54%),
afetividade (45%), disciplina (45%), presteza (45%) e qualidade (64%), organização
(54%) e ritmo (54%) do trabalho como bons ou satisfatórios. A motivação (54%),
capacidade de comunicação (82%) e criatividade (54%) foram médias ou “nem
superiores, nem inferiores”. Por fim, houve um empate no quesito efetividade
entre média e grande (45%). Mais detalhes podem ser vistos no quadro expositivo
que se segue.
Quadro 3 – Equipe
Sexo 70% masculino
Estado Civil 100% solteiro
161
Quadro 3 – Equipe
Quanto ao trabalho da equipe para organizar esse evento:
Motivação 54% grande
Capacidade de comunicação 64% boa
Cooperação 54% excelente
Afetividade 54% excelente
Criatividade 45% grande
Efetividade 50% grande
Disciplina 73% satisfatória
Presteza 45% satisfatória
Qualidade do trabalho 54% boa
Organização do trabalho 82% bom
Ritmo do trabalho 54% adequado
Quanto ao seu trabalho em relação ao da equipe:
Motivação 54% nem superior, nem inferior
Capacidade de Comunicação 82% nem superior, nem inferior
Cooperação 54% boa
Afetividade 45% grande
Criatividade 54% média
Efetividade 45% grande; média
Disciplina 45% satisfatória
Presteza 45% satisfatória
Qualidade do trabalho 64% boa
Organização do trabalho 54% boa
162
Quadro 3 – Equipe
Ritmo do trabalho 54% satisfatória
6.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Conexão 2012 foi um sucesso para todos os envolvidos. A equipe
ficou satisfeita tanto com o desempenho de seus colegas quanto com o próprio,
mas os maiores beneficados com o evento foram os ouvintes e os palestrantes.
Todos ficaram muito satisfeitos com o conteúdo, a recepção e a organização do
evento.
Sugestões que podem ser interessantes para a próxima edição do
Conexão seriam: aumentar a divulgação do evento, visto que uma quantidade
considerável dos ouvintes só souberam dele por já serem alunos da UFRJ ou do
LIMK, e aumentar o número de sujeitos entrevistados – principalmente os
palestrantes.
6.5 REFERÊNCIAS
CESCA, C. G. G. Organização de Eventos - Manual para Planejamento e
Execução, Summus, São Paulo: 1997.
FIGUEIREDO, N. M. A., Método e Metodologia na Pesquisa Científica - 3ª
Ed., Yendis Editora, São Paulo: 2008.
MARCONI, M. A. & LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia
Científica - 7ª Ed., Editora Atlas, São Paulo: 2010.
NATALE, E. & OLIVIERI, C. Guia Brasileiro de Produção Cultural, Edições
Sesc, São Paulo: 2004.
RAMPAZZO, L. Metodologia Científica - Para Alunos dos Cursos de
Graduação e Pós-graduação, Editora Loyola, São Paulo: 2002.
163
CAPÍTULO 7
Imagem da UFRJ:
um olhar “carioca”
164
7. IMAGEM DA UFRJ: um olhar “carioca”45
Bárbara Barros Dumas46 et. al47.
Prof.ª Dra. Fátima Sobral Fernandes
“Quem abre uma escola fecha uma prisão.”
Victor Hugo48
45 Esta pesquida foi feita com base em um trabalho apresentado nas edições de 2012 e 2011 da Jornada
Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC) da UFRJ. 46 Estudante do 5º período de Psicologia.
47 Aletéia Maria da Silva (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Ana Ariel Rodriguez Arras
Menezes(Estudante do 1º período de Comunicação Social), Ana Beatriz de Souza Siqueira (Estudante
do 1º período de Comunicação Social), Anna Carolina Caldas Barbosa (Estudante do 1º período de
Comunicação Social), Bárbara Barros Dumas (Estudante do 5º período de Psicologia), Beatriz de
Carvalho Félix (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Brena Ferreira Pinto Marinho
(Estudante do 3º período de Comunicação Social), Daiane Ascenção Cardoso (Estudante do 2º período
de Comunicação Social), Elisa Pontes Silva de Oliveira (Estudante do 2º período de Comunicação
Social), Gabriel Jacomé Nogueira de Oliveira (Estudante do 1º período de Comunicação Social.),
Guilherme Teixeira Wenzel (Estudante do 4º período de Comunicação Social), Gyna Cassia Dantas
Costa (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Júlia Nascimento (Estudante do 3ª período de
Administração), Letícia dos Santos Gonçalo Olímpio (Estudante do 3º período da Faculdade de
Educação), Lívia Pereira de Frias (Estudante do 4ª período de Psicologia), Luciano Constant de Oliveira
(Estudante do 2º período de Comunicação Social), Luiz Antônio Rates da Silva (Estudante do 1º
período de Comunicação Social), Luiz Vicente Ferreira Fasciotti (Estudante do 5º período de
Arquitetura e Urbanismo), Maíta Carvalho de Almeida (Estudante do 1º período de Comunicação
Social), Maria Daiane de Paula Rodrigues (Estudante do 3º período de Comunicação Social), Maria T.
Melo (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Marina Maciel Schlaepfer (Estudante do 3ª
período de Administração), Milla Mascarin(Estudante do 2º período de Comunicação Social), Natália
Alvim Siqueira (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Nathalia Tourinho Duarte (Estudante
do 1º período de Comunicação Social), Nicollas Wesley Vimercate Ribeiro (Estudante do 3º período de
Engenharia de Produção), Patricia Nigri Adelson (Estudante do 2º período de Comunicação Social),
Pedro Muxfeldt Oliveira (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Raquel Franco de Miranda
Cunha (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Ricardo Ferreira Rodrigues (Estudante do 2º
período de Comunicação Social), Rodrigo Otavio Grangier Abrahão (Estudante do 3ª período de
Administração), Rogério Jorge da Silva Júnior (Estudante do 3ª período de Comunicação Social),
Rossana Pina Ribeiro (Estudante do 4ª período de Comunicação Social), Tahtiana Machado de Castro
(Estudante do 2º período de Comunicação Social), Vinícius Vieira (Estudante do 3º período de
Comunicação Social), Yuri D. Esteves (Estudante do 2º período de Comunicação Social) 48 (1802 – 1885) poeta, romancista e dramaturgo. Fez parte do Romantismo e é considerado um dos
melhores e mais conhecidos escritores franceses.
165
7.1 INTRODUÇÃO
A UFRJ é uma das universidades mais renomadas do Brasil,
destacando-se no campo da pesquisa e do ensino. Com vistas a oferecer uma
oportunidade concreta de pesquisa de marketing e conhecer como a atuação da
UFRJ é percebida pela sociedade, o LIMK preparou uma pesquisa, realizada
junto a moradores da Região Metropolitana do Município do Rio de Janeiro,
sobretudo, junto aqueles que afirmam não possuir contato direto com a
instituição.
A partir da interpretação e cruzamento de dados, é possível identificar
a relevância da universidade para a sociedade, oferecendo aos seus gestores
números que possam resultar em ações de desenvolvimento e divulgação mais
ampla de seus serviços, tanto acadêmicos quanto os demais serviços prestados.
Um dos elementos motivadores desta pesquisa, quando realizada pela
primeira vez, em 2003, foi a curiosidade dos estudantes sobre o que vem a mente
das pessoas quando se fala da UFRJ, sobretudo porque este será o sobrenome
institucional que, quanto mais forte for, mais valor emprestará ao posicionamento
dos estudantes no mercado de trabalho.
A imagem institucional pode ser entendida como um reflexo da
relação de uma organização com a sociedade, sua interação com o ambiente e os
benefícios que são oferecidos por ela. Esta relação é importante porque uma
empresa necessita da sociedade para existir e se legitimar. Nesse sentido, sua
imagem e objetivos devem estar claros tanto interna quanto externamente.
Ruídos na mensagem podem prejudicar o entendimento sobre ela e afastar
clientes, reduzindo credibilidade e legitimidade.
Atualmente, por meio de novos adjetivos relacionados à
sustentabilidade do planeta e à responsabilidade social, é possível afirmar que
166
existe uma grande preocupação das organizações em estabelecer uma boa relação
com as pessoas e o ambiente que a cerca. Para Busarelo (2003, p.8), "a partir de
1999, a questão do consumo consciente, através [sic] da escolha de empresas
‘socialmente responsáveis', no Brasil toma lugar de destaque em toda a imprensa
e assim como nos estudos científicos".
Se a organização atuar em duas frentes sociais diferentes, este fato
poderá fazer com que ela possua diferentes imagens em cada um desses estratos.
No intuito de descobrir qual a percepção desses nichos sobre a organização, é
possível serem utilizadas as várias técnicas de pesquisas de marketing como
ferramentas indicadoras das imagens e, ainda, dos fatores que podem influenciar
na sua formação, tais como a mídia, que afeta mais direta e constantemente a
sociedade.
Em 2011, em comemoração aos 10 anos do LIMK, revisitou-se alguns
trabalhos e, ao mesmo tempo em que uma coletânea de artigos era lançada no
site, a pesquisa sobre a imagem da UFRJ foi novamente aberta. O interesse pelo
tema se deve ao fato de que, apesar do passar dos anos, este é um dos assuntos
que ainda pertencem à agenda social para atualização, estando aberto a novos
resultados e discussões.
O principal objetivo desta pesquisa é ensinar o manejo da metodologia
de pesquisa de marketing para os estudantes do LIMK. Além disso, espera-se:
Identificar o grau de conhecimento da população sobre a UFRJ;
Verificar a percepção da sociedade sobre UFRJ;
Avaliar se houve mudança de percepção da sociedade sobre a
UFRJ entre 2003 e 2011.
167
7.2 METODOLOGIA
Como esquematizado na figura abaixo, os estudantes do LIMK são
treinados a elaborar uma pesquisa de marketing desde seu início, realizando
todas suas etapas até a desejada finalização. Todos devem desenvolver capacidade
de cumprir qualquer dos papéis do processo.
Figura 1: Procedimento de Pesquisa de Marketing
Para esta pesquisa não foi diferente. O caminho trilhado foi o mesmo
retratado acima. Vale ressaltar que prévio à construção de instrumento e coleta
de dados houve ainda levantamento de bibliografia relacionada à questão
abordada neste artigo.
O instrumento usado nesta pesquisa foi um questionário
autorrespondido, composto por 67 perguntas (24 abertas e 43 fechadas). Ele foi
dividido em 4 partes:
o Perfil socioeconômico do respondente.
168
o Perfil político do respondente.
o Imagem da UFRJ.
o Impressões sobre a pesquisa.
A metodologia utilizada neste trabalho realizou um procedimento de
amostragem de conveniência com a mesma proporção de respondentes homens
e mulheres encontrada na população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Segundo o IBGE (2003, 2011), há em média 53% de mulheres e 47% de
homens na população. Nas pesquisas realizadas pelo LIMK, a amostra de
entrevistados foi composta por 51% de mulheres e 49% de homens.
O grupo amostral no total se constituiu de 100 cidadãos
aleatoriamente escolhidos, tanto no ano de 2003 quanto em 2011. Em ambos os
anos a pesquisa foi aplicada no Rio de Janeiro em períodos diferentes do dia. A
cada dez transeuntes, um era entrevistado. A partir desse número de
entrevistados, é possível ter 90% de confiança de que a margem de erro da
pesquisa seja de, no máximo, 10%.
O processamento dos dados é realizado no programa Sphinx Léxica
Plus V. 5.0, por meio do qual é possível fazer uma análise dos resultados com
estatística básica, além de permitir o cruzamento dos dados com pesquisas de
anos anteriores ou com variáveis utilizadas na pesquisa do mesmo ano. Nesse
sentido, pode-se aperfeiçoar a interpretação dos resultados, permitindo que os
integrantes do LIMK tenham uma reflexão mais profunda sobre o tema
pesquisado.
Em seguida, é elaborado um relatório para orientar a apresentação dos
resultados coletados na Jornada de Iniciação Científica - UFRJ (JICTAC UFRJ) e
em outros espaços técnico-científicos.
169
7.3 RESULTADOS
Os dados apresentados a seguir levam em conta as maiores frequências
presentes nas respostas dos sujeitos. Ainda cabe ressaltar que o parâmetro
utilizado nas análises foi a moda.
Foi possível observar através do levantamento estatístico que a boa
qualidade de ensino e o diploma de peso ainda são as principais características
positivas percebidas pela sociedade em relação à UFRJ. Apesar de haver uma
diminuição na taxa percentual na comparação entre os anos de 2003 e 2011, a
imagem da UFRJ ainda é de uma universidade que já foi melhor no passado e
precisa de melhorias.
Os resultados, a seguir mostrados, reforçam a necessidade de
intensificar a divulgação da atuação da UFRJ junto à sociedade porque, apesar de
ter havido um pequeno aumento do conhecimento de sua atuação e mais pessoas
declararem conhecê-la melhor, cerca de 40% da sociedade ainda a desconhecem.
A tabela a seguir descreve o perfil predominante de respondente desta
pesquisa. Como pode ser observado na correlação entre as duas aplicações não
houve grande variação no tipo de sujeito entrevistado. É importante indicar que
foram adicionadas algumas categorias no questionário de 2011. Tais adições se
fizeram necessárias para melhor delineamento do respondente e maior
aprofundamento da análise de pesquisa.
Tabela 1 – Perfil do Respondente
Perfil do Respondente 2003 2011
Idade 23% de 25 a 30 anos 25% de 25 a 30 anos
Sexo 52% feminino 50% feminino
170
Tabela 1 – Perfil do Respondente
Bairro 29% Barra da Tijuca 9% Barra da Tijuca
Nacionalidade 100% Brasileiro 98% Brasileiro
Estado Civil - 54% solteiro
Filhos - 64% Não
Fonte de Renda - 71% Trabalho
Pessoas vivendo dessa
renda -
26% 1 pessoa e 4 pessoas
(Bimodal)
Categoria Social 28% B2 25% B2
Chefe da Família - 54% pai
Grau de Instrução do
Chefe da Família - 59% Ensino Superior
Na próxima tabela, define-se o perfil político do sujeito. A mudança
encontrada foi no meio de acesso a notícias: atualmente, a maior parte utiliza a
televisão.
Tabela 2 – Perfil Político
Perfil Político 2003 2011
Meios de acessos a
notícias 78% jornal 72% Televisão
Freqüência de acesso às
notícias 82% diariamente 89% diariamente
Definição Política - 27% não quiseram
declarar
Filiação Política - 91% Não
Como antes dito o reconhecimento da UFRJ como maior e melhor
universidade ainda tem porcentagem representativa e nos dias atuais quase a
totalidade de entrevistados já ouviu falar da instituição em questão.
171
Faz-se necessário suscitar os pontos marcantes obtidos na avaliação
desta pesquisa. A atuação da UFRJ na sociedade ainda é pouco conhecida e seus
serviços pouco utilizados. O ideal seria que, ao longo dos anos, esses aspectos
fossem maximizados, sendo conhecidos e utilizados por cada vez mais pessoas,
porém o que se observou foi o inverso. A opinião sobre o estado atual da
faculdade não se alterou, tanto na 1ª aplicação quanto na 2ª acredita-se que a
UFRJ já foi melhor no passado.
Os benefícios de funcionários e professores por estarem inseridos na
UFRJ continuam sendo declarados como desconhecidos pelos entrevistados. Tal
fato pode ser trabalhado visando consequente mudança em anos futuros.
Apesar de alguns pontos fracos suscitados (como greves nos hospitais e
necessidade de melhorias), grande parcela dos respondentes afirmou que gostaria
de estudar ou ter estudado na UFRJ, o que atesta mais uma vez outro aspecto
trazido pelos próprios entrevistados: sua boa qualidade de ensino.
Tabela 3 – Imagem da UFRJ
Imagem da UFRJ 2003 2011
Maior Universidade 45% UFRJ 62% UFRJ
Melhor Universidade 44% UFRJ 55% UFRJ
Ouviu falar da UFRJ 80% 97%
Grau de conhecimento 47% Baixo 38% Médio
Contato direto com a
UFRJ 54% 65%
Não conhece a atuação da
UFRJ na sociedade 49% 45%
Não utilização dos
serviços da UFRJ 74% 81%
Se sim, quais? 68% hospitais 68% cursos
172
Tabela 3 – Imagem da UFRJ
Importância da UFRJ 27% muito importante 31% muito importante
Opinião sobre a UFRJ 24% boa 30% boa
Características positivas 12% bom ensino público
36% Diploma de
peso/Instituição
Respeitada (Bimodal)
Características Negativas 6% greve do hospital,
afetando no atendimento 30% precisa de melhorias
Atualmente, opinião sobre
a UFRJ
27% já foi melhor no
passado
16% já foi melhor no
passado
Benefícios à sociedade 11% Boa qualidade de
ensino 34% ensino gratuito
Benefícios aos alunos 15% Boa Formação 29% Bom ensino
profissionalizante
Benefícios aos
funcionários 22% Não Sabe 28% Não Sabe
Benefícios aos professores 141% Não Sabe 24% Não Sabe
Benefícios exclusivos da
UFRJ 10% Não Sabe
22%
Credibilidade/Diploma
Qualificado/
Reconhecimento/
Tradição/ Nome
Gostaria de estudar ou ter
estudado na UFRJ 42% Sim 41% Sim
Motivos 33% Boa qualidade de
ensino
32% Boa qualidade de
ensino
Na versão de 2011, como item final do instrumento foi perguntado as
impressões do sujeito sobre o questionário que acabou de responder. 30%
responderam que se sentiram bem.
7.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o procedimento relatado ao longo deste artigo, é
possível destacar tópicos interessantes revelados pelos resultados da pesquisa.
Dentre eles:
173
o O aumento das pessoas que consideram a UFRJ a maior e a
melhor universidade do Rio de Janeiro, considerando-a muito
importante.
o O alto o grau de desconhecimento declarado pela população
quanto à realidade interna da UFRJ, principalmente, quanto aos
benefícios oferecidos aos seus funcionários e aos seus professores.
o Se antes o benefício oferecido para a sociedade era percebido
como a boa qualidade de ensino, hoje é visto como a gratuidade do
ensino.
Em se tratando dos pontos negativos, infere-se que a população não
está acompanhando freqüentemente a vida da UFRJ, posto que a resposta da
edição de 2011, "precisa de melhorias", qualifica-se como bastante aberta. Em
2003, um problema mais preciso foi apontado: "a greve hospitalar que deixa o
atendimento ruim". A mudança de resposta revela, também, que a mídia, nesses
sete anos que separam as duas edições, não abordou intensamente os
movimentos de greve em geral, até porque foram poucos os que aconteceram
nesse período.
Quanto aos benefícios oferecidos para a sociedade, de 2003 para
2011, percebe-se que o adjetivo passou de "qualidade do ensino" para "gratuidade
do ensino", podendo revelar que, para os cidadãos fluminenses, existem outras
universidades com qualidade de ensino tão boa quanto a UFRJ, mas que esta
última destaque-se das demais por abrigar, simultaneamente, este grau de
qualidade e um ambiente sem distinção por renda familiar.
A boa formação permaneceu sendo o benefício aos alunos, segundo a
percepção dos entrevistados. Também foi essa a resposta, em 2003, no tocante
174
ao fator positivo da universidade em geral. Porém, em 2011, a segunda questão
teve uma mudança de resposta: passou de "boa formação" para "diploma de peso
e instituição respeitada". Aliada ao questionamento sobre um benefício diferencial
da universidade percebe-se que uma mudança de paradigma está em curso, uma
vez que os respondentes priorizaram "a credibilidade, o diploma qualificado, a
tradição e o renome" da UFRJ. Portanto, constata-se que está sendo desenvolvida
uma "marca UFRJ" perante o mercado de trabalho em detrimento da
exclusividade do bom ensino acadêmico e que esta ação tem obtido relativo
sucesso.
7.5 REFERÊNCIAS
AEKAR, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas,
São Paulo: 2004.
ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.
ABEP. Pesquisa: Mercado, Opinião e Mídia . Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=154>. Acesso em 2011
BUSARELLO, Romeo D. (2003). A influência das ações sociais na construção
das relações de consumo. Dissertação (Mestrado em Administração de
Empresas) PUC. São Paulo.
VIEIRA, F. G. D. Responsabilidade Social Corporativa e Marketing Social
Corporativo: uma proposta de fronteira entre estes dois conceitos. In:
ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO DE PROGRAMAS DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO. 31. 2007, Foz do Iguaçu. Anais... Foz
do Iguaçu, 2007.
MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas, São Paulo: 1999.
SPHINX. Manual do Sphinx Plus Lexica. Disponível em:
<www.sphinxbrasil.com>. Acesso em 2011.
175
UFRJ. Disponível em <www.ufrj.br>. Acesso em: 07 de novembro de 2012.
176
CAPÍTULO 8
Quem é quem no programa de
alfabetização de jovens e adultos da UFRJ?
177
8. QUEM É QUEM NO PROGRAMA DE ALFABETIZAÇÃO
DE JOVENS E ADULTOS DA UFRJ?49
Anaiz Rosadas Falcão50 Clara Filippelli Fernandes Rescala51
Lívia Pereira de Frias52 Lucas Ferreira da Silva Palazzo53
Mariana Rosa Pugginelli Brandão54 Patrícia Pizzigatti Klein55
Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes
“A vida está cheia de desafios que, se aproveitados de forma criativa, transformam-se em oportunidades.”
Marxwell Maltz56
8.1 INTRODUÇÃO
Na pesquisa realizada pelo Laboratório de Inteligência e Pesquisa de
Marketing Social – LIMK para a Assessoria de Comunicação da PR5 – Pró
Reitoria de Extensão da UFRJ em 2010, teve-se como objetivo analisar a
percepção dos participantes do Programa de Alfabetização da UFRJ para Jovens
e Adultos de Espaços Populares, patrocinado pela primeira e organizado pela
segunda, sobre os papéis que por elas são exercidos.
49 Artigo baseado no trabalho apresentado no Congresso de Extensão da UFRJ de 2010 e no trabalho
apresentado na edição de 2010 da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural
(JIC) da UFRJ. 50 Estudante do 2º período de Comunicação Social.
51 Estudante do 2º período de Comunicação Social.
52 Estudante do 4º período de Psicologia.
53 Estudante do 7º período de Defesa e Gestão Estratégica Internacional.
54 Estudante do 2º período de Comunicação Social.
55 Estudante do 2º período de Comunicação Social.
56 Cirurgião (1899 – 1975). Desenvolveu a Psicocibernética (sistema elaborado para melhorar a
autoimagem e autoconfiança e assim conduzir o indivíduo a uma vida mais bem sucedida).
178
A proposta da pesquisa surgiu da necessidade de ambas as instituições
envolvidas no projeto de conhecer como suas marcas estavam sendo percebidas
pelos participantes deste projeto.
A seguir estão apresentadas as linhas mestras de condução desta
pesquisa para atender às necessidades de informação da PR5: criado em
novembro de 2003, o Programa de Alfabetização da UFRJ para Jovens e Adultos
de Espaços Populares consiste na primeira experiência de extensão universitária
em alfabetização da UFRJ a reunir diversos centros e unidades, atuando de forma
interdisciplinar (PR5, 2010).
Tendo sido implantado em 2004, ensina moradores de comunidades
de baixa renda a ler e a escrever e é aberto a habitantes dos arredores da UFRJ.
Depois de serem alfabetizados, os estudantes são encaminhados para a Rede
Pública Regular de Ensino. O objetivo é que os participantes deem continuidade
aos estudos (PR5, 2010).
Esse projeto é patrocinado pela Petrobras, que é reconhecida por seus
investimentos na área de responsabilidade socioambiental e na promoção da
cidadania. A organização e a realização do Programa são conduzidas pela UFRJ,
responsável pela concepção do curso como um todo e pelo treinamento dos
alfabetizadores, que são estudantes da própria universidade (PR5, 2010).
Por ser um projeto que demanda investimentos de ambas as
organizações e como a UFRJ precisa prestar contas à Petrobras da eficácia do
Projeto, tornou-se relevante realizar esta pesquisa para conhecer se a ação de
responsabilidade social é reconhecida pelos beneficiados do projeto e se eles
sabem distinguir o papel de cada uma dessas instituições.
O Programa de Alfabetização é realizado em 14 unidades localizadas
em diferentes comunidades carentes da cidade do Rio de Janeiro em parceria
179
com Igrejas, Associações de Moradores e outras instituições locais e possui cerca
de 400 estudantes (PR5, 2010). Por isso, havia a suspeita de que nem sempre os
participantes pudessem associar o Programa às entidades que o patrocina e o
organiza. O baixo grau de instrução dos estudantes que participam do projeto
associado à existência de muitas outras instituições (como as ONGs) ativas nas
comunidades onde o projeto é realizado certamente cria um desafio
comunicacional para posicionar adequadamente a imagem de cada parceiro junto
aos diversos públicos.
Desse modo, foi encomendado ao Laboratório de Inteligência e
Pesquisa de Marketing Social - LIMK um estudo com seguintes objetivos:
o Identificar o papel associado à Petrobras pelos participantes do
Projeto.
o Identificar o papel associado à UFRJ pelos participantes do
Projeto.
o Identificar, de modo expedito, quais os elementos de comunicação
são mais eficazes na transmissão da imagem institucional
pretendida.
8.2 METODOLOGIA
Previamente houve levantamento bibliográfico sobre assunto relevante
ao tema de pesquisa. Tal bibliografia guiou tanto os estudos quanto a construção
do instrumento.
Em segunda etapa realizou-se uma pesquisa exploratória quantitativa,
dimensionando-se o tamanho de amostra, elegendo-se as técnicas mais
adequadas de coleta e tratamento de dados para os recursos humanos e materiais
disponíveis de modo a garantir resultado confiável.
180
Para realização desta pesquisa, buscou-se identificar a percepção dos
estudantes do Programa de Alfabetização da PR5 - UFRJ a cerca das imagens
associadas às marcas envolvidas no projeto. O universo é constituído de 400
estudantes distribuídos geograficamente por 14 postos de ensino em diversos
horários ao longo do dia em diversas comunidades, como exposto anteriormente.
Uma amostra do universo de adultos estudantes foi dimensionada
visando a garantir que, com 90% de confiança, o resultado obtido terá margem de
erro de apenas 10% em relação ao universo pesquisado.
Foram entrevistados 78 participantes escolhidos aleatoriamente em
todas as áreas e horários onde o programa é desenvolvido. (cerca de 20% do
universo)
Definidos o tamanho da amostra e o procedimento de amostragem,
realizaram-se reuniões entre a Equipe LIMK e a Equipe da PR5 para a
elaboração do instrumento de coleta de dados a ser respondido pelos adultos
estudantes do programa em entrevistas nos locais de estudo, bem como as
formas de abordagem e contato com os discentes. O questionário criado se
compôs de 26 itens, sendo 7 abertos e 19 fechados.
A técnica de coleta de dados escolhida foi questionário padrão
aplicado por entrevistador. As entrevistas foram realizadas pelas professoras do
Programa em diversas regiões nas quais o projeto se realiza. Elas foram treinadas
pela Equipe LIMK e, após estarem aptas a realizar as entrevistas sem induzir os
respondentes na escolha das respostas, elegeram estudantes das turmas em que
ministram classes como sujeitos respondentes.
Ao final do trabalho de campo, os questionários foram encaminhados
para o LIMK e os dados registrados foram tabulados por meio do software
Sphinx Lexica Plus. Após a tabulação, os dados foram analisados e,
181
posteriormente, foi realizada a interpretação dos resultados. O resultado da
interpretação está apresentado a seguir.
8.3 RESULTADOS
A maioria dos estudantes respondentes pertence à turma de Vila do
João (15%) e da Boogie Woogie – Ilha (15%). O restante dos estudantes
pertence às turmas do Afro reggae (10%) e Vila Residencial (10%), Parada de
Lucas e Praia de Ramos (9%), Vila dos Pinheiros (8%) e Timbau (8%). Com a
menor porcentagem encontram-se as turmas de Cidade Alta, DIUC, Igreja
Batista do Parque União, e Rubens Vaz, com 4% cada.
Gráfico 1: A qual comunidade pertence?
182
Essa distribuição amostral pode indicar pouco empenho das equipes
das localidades onde as amostras foram menores e pode gerar algum tipo de viés
na análise.
Em relação à instituição que organiza o curso, a maioria dos
respondentes considerou ser a UFRJ (32%), uma grande parte (31%) não soube
responder e alguns acreditavam ser a professora (8%). Houve ainda respostas
identificando a Associação de Moradores (7%), o Governo (7%), a Igreja Católica
(3%) e a Prefeitura (3%) como possíveis organizadores. Por fim, Ação
Comunitária, ONGs, Funcionária do Afroreggae, Diretora do IESC, Escola,
Fundação Leão XIII, Alfabetização, SEBRAE, e Petrobras foram também
associadas como organizadoras na proporção de apenas 1% cada.
Percebe-se claramente que há necessidade de reforço da comunicação
institucional para esclarecer melhor o papel da UFRJ e de todos os parceiros no
Projeto. Apenas um terço reconhece adequadamente o papel correto.
Gráfico 2: Qual é a instituição que organiza o curso?
183
Ao responder qual a instituição seria responsável pelo patrocínio do
curso, a maioria respondeu que seria uma Instituição Governamental (44%). Do
restante dos respondentes, 27% não souberam responder, 17% acreditavam ser a
UFRJ e 4% acreditavam ser a Petrobras. Houve ainda respostas variadas com
porcentagem equivalente a 1% cada, como: a Professora, o Afroreggae, a
Associação, “a Faculdade do Governo e a Petrobras”, “Ninguém paga”, o Projeto
e a ONG.
Este resultado confirma a necessidade de reestruturar a campanha de
comunicação deste projeto.
Gráfico 3: Qual é a instituição que patrocina o curso?
Dentre os respondentes, apenas 37% afirmaram conhecer a marca
UFRJ e 60% informaram que não a conheciam, o que corrobora mais uma vez a
necessidade de melhorar a campanha comunicacional relacionada ao projeto.
Houve ainda duas não respostas (3%).
184
Gráfico 4: Conhece a marca UFRJ?
Posteriormente, 30% afirmaram que já haviam visto a marca da UFRJ
em algum momento do curso sim, 10 % informaram não ter visto a marca em
momento algum e 60% não responderam. Consistentemente com o resultado da
questão anterior, a marca não é identificada claramente, apesar de estar aposta
inclusive no material didático.
Gráfico 5: Já viu a marca UFRJ em algum momento do curso?
185
Apenas 23 (30%) em 78 estudantes responderam onde haviam visto a
marca da UFRJ durante o curso, sendo que 70% haviam visto a marca na
camiseta, 13% a viram no cartaz, 9% na sala de aula, 4% no Fundão e 4% viram a
marca da UFRJ quando a alfabetizadora pediu que a sigla fosse escrita no quadro.
Gráfico 6: Onde viu a marca UFRJ?
Em relação à marca da Petrobras, 56% dos respondentes afirmaram
conhecê-la e 44% disseram não conhecer a marca. Apesar de ser mais conhecida,
ainda assim essa marca para o tipo de investimento em propaganda que costuma
fazer, sua marca deveria ter sido mais facilmente identificada, o que indica que a
qualidade do material promocional realmente merece novo tratamento.
186
Gráfico 7: Conhece a marca Petrobras?
Do total de entrevistados, 31% afirmaram ter visto a marca Petrobras
em algum momento do curso e 26% responderam que não a haviam visto.
Apenas 24 em 78 estudantes responderam onde haviam visto a marca
Petrobras durante o curso, e a maioria deles (79%) afirmou ter visto a marca na
camiseta, sendo que uma pequena parte (9%) disse ter visto a marca no cartaz.
Houve ainda as respostas “dentro do Afroreggae”, “no Fundão” e “na sala” com
4% cada.
Gráfico 8: Onde viu a marca Petrobras?
187
Quanto às formas de divulgação utilizadas pelo projeto, a maioria dos
respondentes (87%) disse ter visto a marca nas camisetas; 28 % já a viram em
cartazes e banners e 22% viram a marca nos folders, o que confirma que a
camiseta foi o melhor dos veículos de promoção das marcas associadas ao
projeto.
Utilizando o Critério de Classificação Econômica Brasil, foi possível
determinar a classe socioeconômica dos respondentes. Entre os respondentes, a
maioria (42%) pertence à classe C2 e uma grande parte pertence às classes D
(22%) e C1 (18%). Quanto ao restante dos respondentes, 9% fazem parte da
classe B2, 3% da classe E e 1% pertencem à classe B1. Nenhum dos
respondentes é integrante das classes A2 ou A1. Houve ainda um índice de não
resposta equivalente a 5%.
Gráfico 9: Classe Socioeconômica dos Respondentes
8.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados da pesquisa apontaram para o fato de que as marcas não
são percebidas pelos estudantes do modo como é desejado pelas organizações
188
Petrobras e UFRJ. Foi possível constatar que a divulgação realizada não está
sendo eficaz e não produz leitura clara do papel de cada uma dessas
organizações.
De acordo com a análise realizada a partir dos dados coletados na
pesquisa, pode-se concluir que a comunicação de marketing do projeto precisa
melhorar para que as marcas associadas sejam adequadamente percebidas e
reforçadas junto aos beneficiados diretos.
Principalmente no caso da Petrobras, percebe-se que a divulgação não
foi eficaz o bastante, pois apenas 4% dos respondentes reconhecem seu papel.
Uma parte dos estudantes enxergou que quem organiza o curso é a
UFRJ, porém, esse número não chega à metade dos entrevistados.
Com relação aos custos do projeto, os estudantes demonstraram
acreditar que esse é de responsabilidade de uma Instituição Governamental, e
uma quantidade muito pequena citou a Petrobras.
Com isso, percebe-se que ambas as marcas não estão sendo
percebidas pelos estudantes.
O fato de a maioria ter atribuído o projeto a uma Instituição
Governamental pode indicar que por algum motivo os estudantes estavam
associando a marca da Petrobras e da UFRJ ao Governo, como se estivessem
diretamente a serviço dele, o que não deixa de ser fato, entretanto, não se sabe a
que nível de governo estaria associando uma vez que a Prefeitura também foi
mencionada.
Grande parte das pessoas questionadas demonstrou não conhecer a
marca da UFRJ, e entre os que disseram conhecer, nem todos afirmaram ter
189
visto a marca da universidade dentro do curso. Foi nas camisetas que a marca da
UFRJ foi mais vista.
Em relação à marca da Petrobras, pouco mais da metade dos que
responderam ao questionário afirmaram conhecê-la. Entre os que conheciam,
pouco mais da metade respondeu que já havia visto a marca dentro do curso. Foi
também nas camisetas que a maioria dos entrevistados afirmou tê-la visto.
Percebe-se que as marcas da Petrobras e da UFRJ precisam ser
melhor divulgadas para que sejam associadas mais adequadamente ao Projeto nas
peças de comunicação.
Demonstrou-se que a camiseta foi o mais eficaz meio de divulgação,
meio pelo qual ambas as marcas foram mais percebidas. Esta foi a peça
comunicacional que os entrevistados mais afirmaram ter visto.
Desse modo, é necessário repensar a campanha, de modo que todo o
material mais manuseado pelos estudantes possua de modo mais visível as marcas
desejadas e que a equipe de educação seja treinada para que mesmo ela saiba
quem faz o que no Projeto, servindo de elemento esclarecedor e difusor.
Há que se considerar, entretanto, que não houve controle de qualidade
sobre o processo de coleta de dados, o que pode ter levado a um certo viés nas
respostas.
Além disso, ao treinar a equipe de instrutores para coletar dados já
havia sido percebido que a própria equipe apresentava um alto grau de
desconhecimento sobre estas questões, revelando a necessidade de mudança no
processo comunicacional. Outra estratégia de coleta não foi adotada em função
das limitações de recursos (tempo e dinheiro).
190
8.5 REFERÊNCIAS
ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.
ABEP. Pesquisa: Mercado, Opinião e Mídia . Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=154>. Acesso em 2011
SPHINX. Manual do Sphinx Plus Léxica. Disponível em:
<www.sphinxbrasil.com.>. Acesso em 2011
PRÓ-REITORIA de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro – PR-
5. Disponível em: www.pr5.ufrj.br. Acesso em 2010.
191
CAPÍTULO 9
Universitários e Reforma Universitária
192
9. UNIVERSITÁRIOS E REFORMA UNIVERSITÁRIA57
Bárbara Barros Dumas58 et. al.59
Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes
“Nada precisa tanto de reforma como os hábitos dos outros.” Mark Twain60
9.1 INTRODUÇÃO
Em Janeiro de 2004 o Governo Federal elegeu como uma de suas
prioridades a implementação da Reforma Universitária. O plano, divulgado pelo
então novo presidente do MEC, Tarso Genro, sugere uma série de propostas
para regular o ensino superior do país – tanto público como privado – e
democratizar o acesso ao ensino. As mais notáveis delas são a reserva de vagas
para alunos da rede pública e afrodescendentes nas universidades federais;
criação de um ciclo básico nos cursos de graduação e implementação do Prouni,
57 Este trabalho foi apresentado na Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural
de 2011. 58 Estudante do 5º período de Psicologia
59Anna Carolina Caldas Barbosa (Estudante do 1º período de Comunicação Social), Artur Benchimol
Estudante do 2º período de Comunicação Social), Bárbara Barros Dumas (Estudante do 5º período de
Psicologia), Barbara Silva de Melo (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Bianca
Nascimento (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Crislan Fernandes Veiga (Estudante do
2º período de Comunicação Social), Elisa Pontes (Estudante do 2º período de Comunicação Social),
Fabíola Ortiz dos Santos (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Felipe Turl (Estudante do
2º período de Comunicação Social), Gabriela da Costa Silva (Estudante do 2º período de Comunicação
Social), Isabela Vieira da Cunha (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Lívia Pereira de
Frias (Estudante do 4º período de Psicologia), Jorge Araújo Koliren (Estudante do 2º período de
Comunicação Social), Luciana Vasconcellos (Estudante do 2º período de Comunicação Social),
Manuela Fonseca (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Maria Daiane de Paula Rodrigues
(Estudante do 3º período de Comunicação Social), Maristela A. Vasconcelos (Estudante do 2º período
de Comunicação Social), Rafael Barcellosda Silva (Estudante do 2º período de Comunicação Social),
Raquel Franco (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Ricardo Ferreira Rodrigues
(Estudante do 1º período de Comunicação Social), Rogério Jorge (Estudante do 3º período de
Comunicação Social), Rossana Pina Ribeiro (Estudante do 4º período de Comunicação Social), Vítor
Pimentel P. Costa (Estudante do 2º período de Comunicação Social)
193
que reserva vagas para alunos de baixa renda em universidades particulares em
troca de isenção fiscal.
A pesquisa surgiu diante da necessidade do MEC de conhecer a
percepção dos estudantes acerca da proposição da Reforma, uma vez que estes
serão diretamente afetados pelas possíveis mudanças no sistema de ensino
superior. O grupo de alunos, orientados pela Prof.ª Fátima Fernandes, observou
o grau de conhecimento e interesse dos estudantes sobre as mudanças no ensino
superior sobre a Reforma de 2005, para então mostrá-los as dirigentes da UFRJ
de forma a adequar a proposta às atuais necessidades dos estudantes.
O objetivo principal da pesquisa foi avaliar a opinião dos estudantes de
graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Campus da
Praia Vermelha, a respeito da Reforma Universitária proposta pelo Governo
Federal. Verificamos a percepção sobre a reforma junto aos estudantes, assim
como o grau de conhecimento e participação deles. Avaliamos se houve mudança
de opinião sobre ela entre os dois anos em que a pesquisa foi realizada (2005 e
2011). Além disso, descobrimos a opinião dos estudantes da UFRJ sobre os
problemas enfrentados pelas universidades públicas e privadas em geral.
9.2 METODOLOGIA
Para a realização da pesquisa, procurou-se conhecer o universo do
Campus da Praia Vermelha, acreditando-se que esta seria uma amostra
representativa de todos os estudantes da UFRJ.
Para tanto, foram entrevistados 598 alunos no ano de 2005 e 87 em
2011 dos seguintes cursos: Pedagogia, Comunicação Social, Psicologia,
60 Pseudônimo do escritor e humorista norte-americano Samuel Langhorne Clemens (1835 – 1910).
Conhecido pelo romance “As Aventuras de Tom Sawyer” (1876).
194
Economia, Serviço Social, FACC (Faculdade de Administração e Ciências
Contábeis), de acordo com a estimativa de vagas disponíveis a cada ano no
vestibular multiplicados pelo número de períodos de cada curso. As entrevistas
também foram distribuídas segundo os turnos oferecidos por cada unidade.
Dentre eles foi escolhida uma amostra aleatória de 87 estudantes (com 90% de
confiança de que o resultado obtido terá margem de erro de apenas 10% em
relação ao universo pesquisado).
Os dados foram coletados através de um questionário autorrespondido
com 48 perguntas, sendo 19 delas abertas e 29 fechadas. Ele é dividido em 6
partes: perfil socioeconômico do respondente, perfil psicossocial do respondente,
opinião sobre as universidades públicas e privadas, opinião sobre a reforma
universitária, grau de informação sobre a reforma universitária e impressões
sobre a pesquisa. Os dados foram tratados e analisados com o programa Sphinx
Léxica Plus v.5.0, e sua interpretação foi feita com técnicas de estatística básica,
associadas a cruzamento de dados e reflexão sobre o tema.
9.3 RESULTADOS
Os resultados confirmam o senso comum: os estudantes da UFRJ
acreditam que as características estruturais são melhores nas universidades
privadas (nos dois anos, os entrevistados definiram as instalações e materiais delas
como adequadas em qualidade – e as das públicas, como inadequadas) e as
acadêmicas, nas públicas (com as atividades de ensino e pesquisa ocorreu o exato
oposto da relação no quesito anterior). Porém, a capacitação dos professores nas
universidades privadas é uma questão duvidosa, já que nos dois momentos de
realização da pesquisa houve um resultado bimodal (insuficiente/adequado), o
que não ocorre na universidade pública onde é certa a sua capacitação.
195
Quanto à questão das cotas: as étnicas foram rejeitadas nos dois anos,
mas as sociais e de egressos de ensino público foram aceitas em 2011, o que
requere discussão sobre os possíveis motivos dessa mudança. A integração entre
atividades acadêmicas é colocada como pouca e ineficiente não só nos dois anos
quanto nas duas classificações de universidade.
Os resultados, a seguir mostrados, reforçam o alto grau de
desconhecimento dos universitários sobre as alterações do regimento do ensino
superior.
O perfil sócio-econômico do estudante não se alterou
significativamente entre 2005 e 2011. A maioria continua sendo do sexo
feminino, solteiro, tem mesada como fonte de renda e mora com os pais
Tabela 1 – Perfil Socioeconômico
2005 2011
Idade: 57% menos de 22 anos Idade: 52% entre 20 e 23 anos
Sexo: 64% Feminino Sexo: 61% Feminino
Bairro: - Bairro: -
Nacionalidade: - Nacionalidade: 100% brasileiro
Estado Civil: 91% solteiro Estado Civil: 92% solteiro
Filhos: - Filhos: 92% não
Fonte de Renda: 54% mesada Fonte de renda: 48% mesada
Categoria social: - Categoria social: 30% A2
Mora com os pais: 81% sim Mora com os pais: 77% sim
196
Tabela 1 – Perfil Socioeconômico
Chefe da família: - Chefe da Família: 63% pai
Grau de instrução do chefe da família: - Grau de instrução do chefe da família:
52% ensino superior completo
A maioria dos entrevistados continua cursando apenas uma
universidade e não participando de nenhum movimento estudantil. Porém,
dentre o conjunto dos que participa, houve uma mudança em sua forma de
engajamento: enquanto em 2004 havia um empate entre quem integrava uma
organização específica e frequentava palestras e debates, a maioria em 2011 era
apenas do último grupo.
Tabela 2 – Perfil Psicossocial
2005 2011
Cursa mais de uma universidade: 91% não
Cursa mais de uma universidade: 93%
não
Participa de algum movimento estudantil:
88% não
Participa de algum movimento estudantil:
83% não
De que modo participam: 42% Integrante
de uma organização específica/Frequenta
palestras ou debates (bimodal)
De que modo participam: 27% Frequenta
palestras ou debates
Filiação política: 96% não Filiação política: 98% não
Se sim, qual: 2% PT Se sim, qual: -
A seguir, apresentam-se os dados sobre a opinião que os participantes
têm sobre as universidades públicas. A frequência estudantil, o nível intelectual
dos estudantes, a capacitação dos professores e frequência deles e dos
funcionários foram tidas como adequadas nos dois anos, mas o número e
197
capacitação dos funcionários foi somente tida como adequada em 2011. Antes,
era tida como insuficiente junto com o número de vagas e dos professores.
Foram tidas como adequada em quantidade, nos dois anos, as
atividades de ensino, e somente em 2011, as de pesquisa. Instalações e
equipamentos foram inadequados nos dois anos. Não houve mudança entre os
fatores tidos como adequados – atividades de ensino, pesquisa e extensão – e
inadequados – instalações, equipamentos, livros e materiais e integração das
atividades – nos dois anos.
Tabela 3 – Opinião sobre universidades públicas
2005 2011
Adequado
Frequência estudantil: 47% Frequência estudantil: 56%
Nível intelectual dos estudantes: 67% Nível intelectual dos estudantes: 59%
Capacitação dos professores: 70% Capacitação dos professores: 78%
Frequência dos professores: 53% Frequência dos professores: 55%
Frequência dos Funcionários: 43% Número de Funcionários: 47%
- Capacitação dos Funcionários: 51%
- Frequência dos Funcionários: 58%
Insuficiente
Número de vagas: 60% Número de vagas: 51%
Número de professores: 62% Número de professores : 57%
Número de Funcionários: 57% -
198
Tabela 3 – Opinião sobre universidades públicas
2005 2011
Capacitação dos Funcionários : 44% -
Adequação de Quantidade
Atividades de ensino: 62% Atividades de ensino: 74%
Atividades de pesquisa: 42%
Inadequação de Quantidade
Instalações: 77% Instalações: 78%
Equipamentos: 86% Equipamentos: 81%
Livros e materiais:- Livros e materiais: 64%
Atividades de pesquisa: 56% Atividades de extensão: 46%
Atividades de extensão: 55% Integração dessas atividades: 55%
Integração dessas atividades: 57%
Adequação de Qualidade
Atividades de ensino: 55% Atividades de ensino: 60%
Atividades de pesquisa: 46% Atividades de pesquisa: 59%
Atividades de extensão: 33% Atividades de extensão: 43%
Inadequação de Qualidade
Instalações: 81% Instalações: 85%
Equipamentos: 74% Equipamentos: 68%
Livros e materiais: 60% Livros e materiais: 60%
199
Tabela 3 – Opinião sobre universidades públicas
2005 2011
Integração dessas atividades: 45% Integração dessas atividades: 53%
Uma porcentagem maior de alunos em 2011 compôs a maioria que
afirma não conhecer os problemas das universidades privadas. Porém, a opinião
dos alunos da UFRJ é similar nos dois anos: o número de vagas é excessivo; o
número e frequência de professores e funcionários é adequado, mas o nível
intelectual e frequência estudantis é inadequado.
As instalações e equipamentos foram tidas como adequadas em
quantidade nos dois anos, contudo as atividades de pesquisa passaram a ser
inadequadas e houve um empate entre opniões opostas nas atividades de ensino.
Quanto à adequação em qualidade, os resultados foram o oposto do das
universidades públicas: nos dois anos materiais, equipamentos e instalações são
adequados e as atividades de ensino, pesquisa e extensão, inadequadas.
Tabela 4 - Opinião sobre Universidade Privadas
2005 2011
Conhece os problemas: 66% não Conhece os problemas: 73% não
Dentre os que conhecem:
Excessivo
Número de vagas: 53% Número de vagas: 54%
Adequado
Número de professores: 68% Número de professores: 42%
Frequência dos Professores: 65% Frequência dos professores: 73%
Número de Funcionários: 68% Número de Funcionários: 54%
200
Tabela 4 - Opinião sobre Universidade Privadas
2005 2011
Capacitação dos Funcionários: 47% Frequência dos Funcionários: 77%
Frequência dos Funcionários: 62% -
Adequado/insuficiente (Bimodal)
Capacitação dos professores: 41% Capacitação dos professores: 46%
- Capacitação dos Funcionários: 42%
Insuficiente
Nível intelectual dos estudantes: 74% Nível intelectual dos estudantes: 85
Frequência estudantil: 41% Frequência estudantil: 46%
Adequação em quantidade
Instalações: 79% Instalações: 77%
Equipamentos: 74% Equipamentos: 62%
Livros e materiais: - Livros e materiais: 56%
Atividades de ensino: 47% -
Atividades de pesquisa: 50% -
Adequação / inadequação em quantidade (bimodal)
- Atividades de ensino: 44%
Inadequação em quantidade
Atividades de extensão: 38% Atividades de extensão: 77%
Integração dessas atividades: 41% Integração dessas atividades: 76%
- Atividades de pesquisa: 77%
Adequação em qualidade
Instalações: 74% Instalações: 73%
201
Tabela 4 - Opinião sobre Universidade Privadas
2005 2011
Equipamentos: 71% Equipamentos: 68%
Livros e materiais: - Livros e materiais: 76%
Inadequação em qualidade
Atividades de ensino: 44% Atividades de ensino: 62%
Atividades de pesquisa: 53% Atividades de pesquisa: 68%
Atividades de extensão: 41% Atividades de extensão: 67%
Integração dessas atividades: 44% Integração dessas atividades: 81%
Antes de analisarmos as informações do próximo bloco, é importante
lembrar que, em 2005, a Reforma Universitária não havia sido implementada.
Nos dois anos os alunos achavam necessária uma reforma e
conheciam uma das propostas. Porém, em 2005 o projeto mais conhecido era o
do MEC e, em 2011, o da UNE. A forma pela qual os alunos recebem
informações sobre o assunto foi, em 2005, os jornais e, em 2011, a internet.
Os pontos que deveriam ser abordados pela reforma na opinião dos
alunos dos dois anos são a oferta de vagas e de cursos, a adequação de
professores e de funcionários, investimentos em pós-graduação e em pesquisas,
método e facilidade de acesso ao ensino superior e a qualidade das instalações e
equipamentos da universidade. Em 2011 os entrevistados passaram a achar que o
meio de entrada pelas cotas étnicas e destinadas a ex-alunos de escolas públicas
também são questões importante, enquanto os alunos de 2005 acreditavam que
elas não deveria fazer parte da pauta da reforma.
202
Tabela 5 – Opinião sobre a Reforma Universitária
2005 2011
A reforma não tinha sido realizada em
2005
Julgamento da reforma realizada: 37%
não sabe avaliar
Você acha necessária uma reforma
universitária: 85% sim
Você acha necessária uma reforma
universitária: 90% sim
Ouviu falar das propostas de reforma
universitária: 79% sim
Ouviu falar das propostas de reforma
universitária: -
Conhece alguma proposta de reforma
universitária: 59% sim
Conhece alguma proposta de reforma
universitária: 74% sim
Qual: 56% Governo/MEC Qual: 54% UNE
Conhece os resultados da reforma
realizada em 2005: -
Conhece os resultados da reforma
realizada em 2005: 89% não
Grau de informação sobre a proposta de
reforma universitária: 30% pouco
Grau de informação sobre a proposta de
reforma universitária: -
Meio de informação sobre a reforma:
33% jornal
Meio de informação sobre a reforma:
33% internet
Já teve acesso ao texto oficial: 40% não Já teve acesso ao texto oficial: -
Nível insuficiente de debate/cobertura na
mídia: 37%
Nível insuficiente de debate/cobertura na
mídia: 65%
Pontos que deveriam ser abordados
Oferta de vagas: 85% Oferta de vagas: 81%
Oferta de cursos: 82% Oferta de cursos: 71%
Adequação do quadro de professores:
88%
Adequação do quadro de professores:
82%
Adequação do quadro de funcionários:
76%
Adequação do quadro de funcionários:
76%
Investimentos em pós graduação: 87% Investimentos em pós graduação: 84%
Facilidade de acesso: 70% Facilidade de acesso: 69%
Responsabilidade social da universidade:
82%
Responsabilidade social da universidade:
81%
Incentivo as pesquisas: 95% Incentivo as pesquisas: 88%
203
Tabela 5 – Opinião sobre a Reforma Universitária
2005 2011
Quantidade de instalações: - Quantidade de instalações: 84%
Qualidade de instalações: 95% Qualidade de instalações: 90%
Quantidade de equipamentos: - Quantidade de equipamentos: 90%
Qualidade de equipamentos: 95% Qualidade de equipamentos: 93%
Método de acesso ao ensino superior:
78% Método de acesso ao ensino superior: -
Adequação das atividade de extensão: 8% Adequação das atividade de extensão:
82%
- Método de acesso pelas cotas de ensino
público: 53%
- Método de acesso por outras cotas
(renda): 60%
Pontos que não deveriam ser abordados
Método de acesso pelo ENEM: não
implementado como método de seleção à
época
Método de acesso pelo ENEM: 45%
Método de acesso pelas cotas étnicas:
64%
Método de acesso pelas cotas étnicas:
52%
Método de acesso ao ensino superior:
78% -
Método de acesso pelas cotas de ensino
público: 53% -
Método de acesso por outras cotas
(renda): 52%
Em comparação a 2005, menos alunos de 2011 procuram informações
sobre a reforma universitária e sobre a universidade – a frequência a sites da
reforma diminuiu, assim como o número que lê informativos impressos oficiais e
os produzidos pelas representações acadêmicas. Porém, menos deles deixam de
ir a manifestações e mais acreditam que suas manifestações tem infuência nas
descisões tomadas pelo governo.
204
Tabela 6 – Grau de Informação sobre a Reforma Universitária
2005 2011
Reforma Universitária proposta: 48%
negativa
Reforma Universitária proposta: 36% não
sabe avaliar
Necessidade de modificação: 56% Necessidade de modificação: -
Há algo a ser incluído na proposta do
MEC: 48% não sei avaliar
Há algo a ser incluído na proposta do
MEC: -
Frequência de visita em sites da reforma:
64% nunca
Frequência de visita em sites da reforma:
74% nunca
Lê informativos impressos oficiais
(MEC/UFRJ): 52% às vezes
Lê informativos impressos oficiais
(MEC/UFRJ): 56% às vezes
Lê impressos produzidos pelas
representações acadêmicas: 51% às vezes
Lê impressos produzidos pelas
representações acadêmicas: 55% às vezes
Participação em manifestação sobre a
reforma: 83% não
Participou de alguma manifestação sobre
a reforma: 71% não
Participação tem repercussão nas
discussões do governo: 62% sim
Participação tem repercussão nas
discussões do governo: 78% sim
As impressões deles sobre a própria pesquisa não foi perguntada em
2005. Os alunos de 2011, porém, afirmaram sentir-se bem ao respondê-la.
Tabela 7 – Impressões sobre a Pesquisa
2005 2011
Sentimento: - Sentimento: 50% se sentiram bem
9.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Houve mudança na opinião sobre os funcionários das universidades
públicas: percebe-se adequando a capacitação dos mesmos, provavelmente
devido aos concursos públicos realizados. Porém, a insuficiência no número de
205
professores é um tema recorrente. Os estudantes observaram um aumento no
número de vagas, assim como na frequência estudantil, dentro da universidade.
Apesar disso, a percepção sobre a universidade pública e o nível de seus alunos
piorou em 2011.
O percentual de estudantes que percebem número de funcionários nas
universidades privadas diminuiu, e aumentou o dos que percebem como
adequada a frequência deles nessas universidades. Na percepção deles, houve um
declínio na quantidade e qualidade de produção acadêmica nelas, mas um
aumento considerável na quantidade das atividades de pesquisa nas universidades
como um todo.
Tendo transcorrido 6 anos da reforma, houve uma diminuição da
cobertura pela mídia e consequente esquecimento dos alunos sobre o fato.
Houve uma mudança no meio de comunicação para obter informações de jornal
para a internet. Foi observado que houve uma queda no nível de consciência
política do estudante universitário, que não procura se informar sobre a Reforma
mesmo não sabendo muito sobre ela. Apesar disso, a maioria dos alunos ainda
acha necessária uma nova reforma na educação superior – e que não se deve
abordar o tema do ENEM nela.
9.5 REFERÊNCIAS
AEKAR, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas,
São Paulo: 2004.
ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.
CAPIBERIBE, J. (PSB - Partido Socialista Brasileiro /AP). Pronunciamento
sobre a reforma universitária, Brasília: 2005. Disponível em
<http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2005/03/22/capiberibe-pede-
modificacoes-na-reforma-universitaria>. Acesso em 15/06/2005.
206
CONGRESSO NACIONAL. Projeto de Decreto Legislativo nº 383, Brasília:
2003.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. GENRO, T. Anteprojeto da Lei que
Estabelece Normas Gerais da Educação Superior, Brasilia: 2005.
MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas, São Paulo: 1999.
MARQUES, C. Entenda o que é a Reforma Universitária. Folha Online,
24/11/2004. <http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u16550.shtml>
Acesso em 23/05/13.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Texto integral das
proposições a cerca da reforma universitária, Brasília: 2005.
PAVAN, L. (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira /SC).
Pronunciamento sobre a reforma universitária, Brasília: 2005. Disponível em:
<http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2005/10/17/pavan-critica-
anteprojeto-do-mec-que-altera-legislacao-do-ensino-superior> Acesso em: 15 jun
2005.
SPHINX. Manual do Sphinx Plus Lexica. Disponível em:
www.sphinxbrasil.com. Acesso em 2005.
UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES. Documento sobre Reforma
Universitária aprovado no 53 CONEG e Seminário Nacional, 2004.
207
CAPÍTULO 10
Trote universitário: calouros x veteranos
208
10. TROTE UNIVERSITÁRIO: calouros x veteranos61
Lívia Pereira de Frias62 et. al.63
Prof.ª Dr.a Fátima Sobral Fernandes
“Os pequenos atos de cada dia fazem ou desfazem o caráter.” Oscar Wilde64
10.1 INTRODUÇÃO
No início de 2009, mais um episódio de trote violento ocupa os meios
de comunicação.
61 Este trabalho foi apresentado na Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural
de 2012. 62 Estudante do 4º período de Psicologia.
63 Ana Ariel Rodriguez Arras Menezes (Estudante do 1º período de Comunicação), Ana Beatriz de Souza
Siqueira (Estudante do 1º período de Comunicação), Anna Carolina Caldas Barbosa (Estudante do 1º
período de Comunicação), Brena Ferreira Pinto Marinho (Estudante do 3º período de Comunicação),
Carlos Alexandre de Carvalho Martins (Estudante do 1º período de Comunicação), Clara Filippelli
Fernandes Rescala (Estudante do 2º período de Comunicação), Clara Zamluti Facuri (Estudante do 2º
período de Comunicação), Elisa Pontes Silva de Oliveira (Estudante do 2º período de Comunicação),
Felipe Leon Ferreira Macedo Kemmer (Estudante do 1º período de Comunicação), Fernanda Nunes
Machado (Estudante do 2º período de Comunicação), Gabriel Jacomé Nogueira de Oliveira (Estudante
do 1º período de Comunicação), Gyna Cassia Dantas Costa (Estudante do 2º período de Comunicação),
Jordana Braga Martins (Estudante do 1º período de Comunicação), Julia Vianna do Nascimento
(Estudante do 3º período de Administração), Letícia dos Santos Gonçalo Olímpio (Estudante do 3º
período da Faculdade de Educação), Lívia Pereira de Frias (Estudante do 4º período de Psicologia), Luiz
Antônio Rates da Silva (Estudante do 1º período de Comunicação), Maria Daiane de Paula Rodrigues
(Estudante do 3º período de Comunicação), Maíta Carvalho de Almeida (Estudante do 1º período de
Comunicação), Marina Maciel Schlaepfer(Estudante do 3º período de Administração), Milla Mascarin
(Estudante do 2º período de Comunicação), Nathalia Tourinho Duarte (Estudante do 1º período de
Comunicação), Nicollas Wesley Vimercate Ribeiro (Estudante do 3º período de Engenharia de
Produção), Patricia Nigri Adelson (Estudante do 2º período de Comunicação), Pedro de Souza
Mesquita (Estudante do 3º período de Comunicação), Pedro Henrique Teodoro Siqueira (Estudante do
3º período de Psicologia), Pedro Muxfeldt Oliveira (Estudante do 2º período de Comunicação), Raquel
Franco de Miranda Cunha (Estudante do 2º período de Comunicação), Ricardo Ferreira Rodrigues
(Estudante do 1º período de Comunicação), Rogério Jorge da Silva Júnior (Estudante do 3º período de
Comunicação), Rossana Pina Ribeiro (Estudante do 4º período de Comunicação), Taís dos Santos
Vianna (Estudante do 2º período de Comunicação), Vinicius Almeida Vieira (Estudante do 3º período
de Comunicação), Yuri D. Esteves (Estudante do 2º período de Comunicação). 64 Nascido em Dublin (1854 - 1900), escritor irlandês, um dos dramaturgos mais populares de Londres
em 1890. Famosos por seus epigramas (OSCAR).
209
A Equipe do Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing
Social (LIMK) da ECO/UFRJ, afetada por essas notícias, decide adotar o tema
trote como objeto de investigação a ser utilizado na pesquisa de opinião que
conduziria na Oficina de Calouros65
a ser ministrada aos estudantes que se
interessem em conhecer pesquisa de marketing na primeira semana de aulas –
ECOmeço, organizada pela ECO/UFRJ para receber os novos estudantes.
Nesse mesmo ano, a ECO, abriga o Congresso de Ciências da
Comunicação na Região Sudeste, evento organizado pela INTERCOM –
Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – instituição
sem fins lucrativos, destinada ao fomento e à troca de conhecimento entre
pesquisadores e profissionais atuantes no mercado. A entidade estimula o
desenvolvimento de produção científica não apenas entre mestres e doutores,
como também entre alunos e recém-graduados em Comunicação, oferecendo
prêmios como forma de reconhecimento aos que se destacam nos eventos
promovidos pela entidade (APRESENTAÇÃO, site oficial da INTERCOM).
É solicitado pela organização do referido evento que oficinas sejam
oferecidas aos participantes e a Equipe LIMK decide realizar a mesma pesquisa
sobre trote na oficina oferecida aos participantes do INTERCOM Sudeste.
Assim, com o objetivo geral de treinar a equipe de estudantes do
LIMK em pesquisa de marketing, é realizada a pesquisa de opinião sobre trote
para conhecer a opinião dos estudantes e profissionais de Comunicação sobre o
tema.
65 A cada semestre, na ECOmeço, são oferec, idas oficinas sobre diversas práticas laboratoriais existentes
na ECO para que os calouros possam experimentar um pouquinho do que poderão vivenciar ao longo
do curso. É tradição de o LIMK oferecer uma oficina de pesquisa de Marketing em cada EComeço. E a
cada semestre, a EquipeLIMK do momento escolhe o tema que utilizará como objeto de pesquisa, em
função do que lhe desperta curiosidade mais diretamente e que considera que irá atrair os calouros.
210
Como objetivo decorrente, coloca-se a divulgação dos resultados da
pesquisa na Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica da UFRJ.
Esse conhecimento pode ser útil para inspirar a elaboração de
campanhas que visem a educar estudantes em situações de trote e a subsidiar
políticas institucionais para tratar o tema com o cuidado permanente que ele
requer, uma vez que uma das formas mais visíveis da violência na sociedade é a
chamada violência juvenil, assim denominada por ser cometida por pessoas com
idades entre 10 e 21 anos.
Como, por um lado, uma das premissas para se construir um país
sustentável, é, de acordo com a Carta da Terra (1997), que “Devemos somar
forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela
natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura
da paz”.
E, por outro, é sabido que grupos sociais em que o comportamento
violento é percebido antes da puberdade tendem a adotar atitudes cada vez mais
agressivas, culminando em graves ações na adolescência e persistentes na fase
adulta, convém observar quais são as motivações destas “brincadeiras” adotadas
como rito de passagem no ingresso na Universidade, para verificar socialmente se
não está prestando um serviço de deseducação ao autorizar estas atividades da
forma como se dão, ainda que informalmente, e remando na contramão da
sustentabilidade, permitindo que haja “bullying” disfarçado.
10.2 METODOLOGIA
Na pesquisa em questão, a metodologia norteadora é procedimento
para realizar uma pesquisa de marketing em todas as suas fases desde o
211
reconhecimento de que o problema de falta de informação existe até a entrega
do relatório ao cliente que possui a necessidade de informação.
No LIMK, a ideia sempre foi permitir que os estudantes
experimentassem o lugar de cada ator do processo, desde se colocar no lugar do
cliente que tem a necessidade informação e formular um briefing para escolher o
instituto de pesquisa adequado, examinar critérios de escolha desse instituto,
depois sentar no lugar de contato de um instituto de pesquisa, e elaborar uma
proposta de trabalho a ser enviada para o cliente para aprovação.
Aprovada a proposta, os estudantes ocupam a posição de
pesquisadores de campo, coletando os dados, e, depois, de analistas de
informação, analisando-os e interpretando-os, para posteriormente elaborar um
relatório. Após essa etapa, simula-se, quando não há cliente real, o cliente
avaliando o relatório e aplicando os resultados, e quando há, acompanham-se
essas etapas no cliente e realiza-se uma pesquisa junto ao cliente para obter
feedback sobre o trabalho realizado.
Para estruturação desta pesquisa, que é quantitativa em sua maior
parte, foram utilizados dois tipos de questionários padrão. O primeiro para os
estudantes de graduação de Comunicação Social, composto por 12 perguntas (4
abertas e 8 fechadas) e subdividido em 4 partes: Perfil do respondente,
Percepção sobre o trote na ECO, Opinião sobre o projeto de lei e Perspectiva de
mudança dos trotes após aprovação do projeto de lei. O segundo foi elaborado
para o INTERCOM, com 16 perguntas (6 abertas e 10 fechadas) e subdividido
nos mesmos 4 grupos do questionário anterior, de modo que se pudesse
comparara os dados dos dois segmentos pesquisados.
A primeira coleta de dados foi realizada por cinco entrevistadores
durante a ECOmeço e o trote promovido pelo Centro Acadêmico da Escola de
212
Comunicação. Utilizou-se uma amostra de conveniência e foi realizado quase um
censo com os presentes nas atividades de ECOmeço trote. Foram entrevistados
60 estudantes, com base no questionário respondido rapidamente.
A segunda coleta de dados foi feita por estudantes colaboradores do
LIMK que realizaram entrevistas durante o INTERCOM Sudeste. Também foi
utilizada uma amostra de conveniência Foram entrevistados 51 participantes, com
base no questionário já mencionado.
Os dados coletados a partir do questionário foram tratados e
analisados no software Sphinx Léxica Plus V5.0. Em seguida, foram interpretados
a partir de técnicas de estatística básica associadas a cruzamento de dados e
reflexão sobre o tema. Elaborou-se, então, o relatório e a pesquisa foi divulgada
na XXXIV Jornada Giulio Massarini de Iniciação Científica, Tecnológica,
Artística e Cultural e agora está sendo divulgada aqui, conforme havia sido
planejado.
10.3 RESULTADOS
A seguir estão apresentados os resultados obtidos juntos aos estudantes
de Comunicação, os participantes do INTERCOM e uma comparação entre eles.
Calouros x Veteranos
O respondente típico de estudantes na ECOmeço são mulheres (57%),
em sua maioria, entre 17 e 19 anos (78%) do primeiro período (55%), calouros, e
do segundo período (25%) e do terceiro (12%). Estudantes de outros períodos
não tiveram presença expressiva na pesquisa.
213
Quando questionados sobre o que achavam do trote, os estudantes
pareceram gostar do evento, já que a maioria avaliou o trote como “bom” (53%),
como pode ser constatado na Tabela 1.
Tabela 1 - O que você acha do trote na semana de calouros?
Bom Ótimo Indiferente
53,30% 23,30% 16,70%
Solicitou-se que cada calouro que definisse o sentimento no momento
em que recebia o trote em uma palavra, e as palavras mais frequentes foram:
“alegria”, “felicidade”, “medo”, “sujeira”, “impotência”.
Foi solicitado também que os veteranos definissem o sentimento ao
aplicarem o trote e as palavras mais frequentes foram: “vingança”, “ótimo”,
“diversão”.
Perguntados se conheciam o projeto de lei 1023/95, que dispõe sobre
as atividades de trote, a maioria (68%) respondeu que desconhece o projeto de
lei, conforme apresentado na Tabela 2.
Tabela 2 - Você conhece o projeto de lei 1023/95, que dispõe sobre as
atividades de trote?
Desconhece o projeto de
lei Conhece parcialmente Conhece integralmente
68,30% 28,30% 3,30%
Tendo em vista estes dados, a próxima pergunta – “Como considera
esse projeto de lei?” – não foi respondida por 65% dos entrevistados. Dos que
conhecem parcialmente ou integralmente, 20% o acham válido e 8% não o
consideraram válido.
214
A sugestão mais citada de mudança para esse projeto lei foi de que
houvesse punição apenas para os trotes violentos.
Sobre o potencial desse projeto de lei gerar mudanças desse projeto de
lei nas práticas de trote, 68% dos entrevistados não soube responder, resposta
compatível com o grau de desconhecimento declarado. 18,30% acreditam que
não mudará em nada e 10% acham possível que haja mudanças parciais.
Posta a hipótese de mudança, foi perguntado aos entrevistados como
esta seria: 83,40% não responderam ou não souberam opinar, 13,30% acreditam
que mudará pra melhor, e 3,30%, para pior.
O respondente da INTERCOM tinha o perfil muito semelhante ao da
primeira coleta de dados durante a ECOmeço: estudantes do sexo feminino,
cursando o 1º período da faculdade, consideram o trote “bom” e não conhecem
e não tem opinião sobre o projeto de lei. Houve uma pequena variação na idade
predominante que neste caso foram os 18 anos.
O item que demarcou alguma diferença foi a definição de sentimento
tanto do calouro quanto do veterano em relação ao trote. Enquanto os
participantes da ECOmeço relataram sentimentos de calouros como “alegria”
(21%), “medo” (14%) e “normal” (7%), os frequentadores da INTERCOM
suscitaram as palavras “alegria” (40%), “orgulho” (13%) e “nojo/sujeira” (10%).
Nota-se a predominância da alegria e a constante presença de um aspecto
negativo (medo ou nojo/sujeira).
Os sentimentos do veterano destacados na primeira aplicação foram
“ótimo” (30%), “prazer” (26%) e “vingança” (17%). Já na segunda vez falou-se em
“vingança” (38%), “felicidade” (33%) e “integração” (8%). A pertinência da palavra
deve ser ressaltada juntamente com a menção de itens positivos (felicidade, por
exemplo).
215
10.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nota-se que os estudantes ingressam ainda muito jovens à
Universidade. A grande maioria dos estudantes possui cerca de 18 anos. Nota-se
também que os estudantes, majoritariamente, estão desinformados sobre
assuntos importantes, relativos ao ambiente universitário, como o projeto de lei
anteriormente mencionado.
Ao serem perguntados por que são a favor ou contra o trote ou o
projeto, a maioria não sabia se posicionar. Sentiu-se falta de opiniões firmes,
tanto dos que se declararam a favor, quanto dos que se disseram contra. Pode-se
concluir, a partir da pesquisa, que a opinião sobre assuntos desse tipo ainda
carecem de maior esclarecimento e discussão entre os jovens universitários.
Um ponto curioso em relação ao perfil dos entrevistados foi o sexo do
respondente: constatou-se uma maioria de mulheres (57%). Pode não ser uma
realidade absoluta em todas as carreiras, mas já é um indício de que as mulheres,
definitivamente, estão buscando se inserir no processo produtivo e se fazem
presentes na rede de ensino superior.
A maioria dos estudantes (76,60%) se declarou favorável à aplicação do
trote universitário. É importante ressaltar que uma parcela dos entrevistados
sugere que não se proíba o trote, mas sim os atos violentos nele executados.
Quanto aos sentimentos suscitados o que chama a atenção é que não
há polarização. Sempre se cita um aspecto positivo e outro negativo. A presença
destes sentimentos fortes e contraditórios é uma possível justificativa para a
existência do projeto de lei.
216
10.5 REFERÊNCIAS
AEKAR, D. A. & KUMAR, V. & DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Editora
Atlas, São Paulo: 2004.
APRESENTAÇÃO INTERCOM. Disponível em:
<http://www.portalintercom.org.br/index.php?option=com_content&view=article&
id=263&Itemid=85>. Acesso em ago 2009.
ABEP, Associação Brasileira de Empresas e Pesquisas. Código de ética
ICC/ISOMAR para pesquisa de mercado e pesquisa social. Disponível em:
<www.abep.org.br>. Acesso em 2009.
CARTA da Terra (1997). Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/carta_terra.pdf>. Acesso
em 2009.
MATTAR, F. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas. São Paulo, 1994.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Proposta sobre a reforma
universitária. Disponível em: <www.mec.gov.br> Acesso em: 15/07/2009.
OSCAR Wilde. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Oscar_Wilde>.
Acesso em julho de 2013.
217
CAPÍTULO 11
Bullying: ato de crueldade diante
da diferença entre sujeitos?
218
11. BULLYING: ato de crueldade diante da diferença
entre sujeitos?66
Lucas Ferreira da Silva Palazzo67 et. al.68
Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes
“O verdadeiro amigo é aquele que nos torna melhores do que somos.” Sêneca69
66 Este trabalho foi apresentado na Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural
de 2011 e 2012. 67 Estudante do 7º período de Defesa e Gestão Estratégica Internacional.
68Ana Ariel Rodriguez Arras Menezes (estudante do 1º período de Comunicação), Ana Beatriz de S.
Siqueira (estudante do 1º período de Comunicação), Anna Carolina C. Barbosa (estudante do 1º
período de Comunicação), Anna Carolina Caldas Barbosa (estudante do 1º período de Comunicação),
Brena Ferreira Pinto Marinho (estudante do 3º período de Comunicação), Elisa Pontes Silva de Oliveira
(estudante do 2º período de Comunicação), Fernanda Nunes Machado (estudante do 2º período de
Comunicação), Gabriel Jacomé Nogueira de Oliveira (estudante do 1º período de Comunicação), Gyna
Cassia Dantas Costa (estudante do 2º período de Comunicação), Jordana Braga Martins (estudante do 1º
período de Comunicação), Julia Vianna do Nascimento (estudante do 3º período de Administração),
Letícia dos Santos Gonçalo Olímpio (estudante do 3º período da Faculdade de Educação), Luiz Antônio
Rates da Silva (estudante do 1º período de Comunicação), Maíta C. Almeida (estudante do 1º período
de Comunicação), Maria Daiane de Paula Rodrigues (estudante do 3º período de Comunicação), Maria
Daiane P. Rodrigues (estudante do 3º período de Comunicação), Marina Maciel Schlapfer (estudante do
3º período de Administração), Milla Mascarin (estudante do 2º período de Comunicação), Nathalia
Tourinho Duarte (estudante do 1º período de Comunicação), Nathalia Tourinho Duarte (estudante do
1º período de Comunicação), Nickolas S. do Lago (estudante do 2º período de Comunicação), Nicollas
Wesley Vimercate Ribeiro (estudante do3º período de Engenharia de Produção – UVA), Patricia Nigri
Adelson (estudante do 2º período de Comunicação), Pedro Muxfeldt Oliveira (estudante do 2º período
de Comunicação), Raquel F. M. Cunha (estudante do 2º período de Comunicação), Raquel Franco de
Miranda Cunha (estudante do 2º período de Comunicação), Ricardo F. Rodrigues (estudante do 1º
período de Comunicação), Ricardo Ferreira Rodrigues (estudante do 1º período de Comunicação),
Rogério J.S.Júnior (estudante do 3º período de Comunicação), Rogério Jorge da Silva Júnior (estudante
do 3º período de Comunicação), Rossana Pina Ribeiro (estudante do 4º período de Comunicação),
Rossana Pina Ribeiro (estudante do 4º período de Comunicação), Taís dos Santos Vianna (estudante do
2º período de Comunicação), Vinicius Almeida Vieira (estudante do 3º período de Comunicação), Yuri
D. Esteves (estudante do 2º período de Comunicação). 69 Lucius Annaeus Sêneca, importante escritor e filósofo da época do Império Romano. Nasceu em
Córdoba (província romana da Hispânia) em 4 a.C e faleceu na cidade de Roma em 65 d.C. Era um
defensor da vida simples e da ética. Influenciou o calvinismo.
219
11.1 INTRODUÇÃO
A pesquisa de opinião em questão faz parte das diversas atividades
realizadas pelo Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social
(LIMK) da ECO/UFRJ.
A missão do Laboratório é formar profissionais cidadãos com
conhecimento em marketing, por meio de atividades teórico-práticas de ensino-
aprendizagem, de pesquisa e de extensão.
Dessa forma, a pesquisa tem como principal objetivo realizar um
exercício para aprender a realizar uma pesquisa de opinião, por meio da
verificação da opinião dos estudantes do Campus Praia Vermelha a respeito do
tema bullying e da investigação se há relação com trote universitário vis a vis o
resultado da pesquisa de opinião sobre trote apresentada no capítulo anterior. O
que leva jovens à prática de bullying? Há vítimas de bullying na universidade
entre os estudantes?
Mas afinal, o que é bullying? É um termo da língua inglesa (bully =
“valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou
físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são
exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de
intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se
defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
(CAMARGO)
A pesquisa sobre esse tema é considerada extremamente relevante por
oferecer uma oportunidade concreta aos estudantes da Escola de Comunicação
da UFRJ de realizarem uma pesquisa de marketing, acompanhar uma importante
questão da sociedade brasileira, tornando pública a opinião do segmento
220
pesquisado a respeito do assunto e oferecendo os resultados obtidos como ponto
de reflexão para atores sociais em seus diversos níveis de responsabilidade.
Uma das formas mais visíveis da violência na sociedade é a chamada
violência juvenil, cometida por pessoas com idades entre 10 e 21 anos. Grupos
em que o comportamento violento é percebido antes da puberdade tendem a
adotar atitudes cada vez mais agressivas, culminando em graves ações na
adolescência e na persistência da violência na fase adulta. (SILVA, 2010)
E está comprovado que esta prática se perpetua se nenhuma
intervenção for realizada.
11.2 METODOLOGIA
Foi adotado o procedimento padrão de realização de pesquisa de
opinião, ilustrado na Figura 1.
O processo começa com a detecção de um problema, isto é, situação
indesejada de falta de informação sobre um tema.
Depois, é elaborado um briefing apresentando o problema para um
instituto de pesquisa, no caso o LIMK. Desse modo, cada estudante pode
vivenciar o papel dos diversos atores no processo de realizar uma pesquisa de
marketing para suprir uma lacuna de informações.
Em seguida, é vivenciado o processo de escolha fictícia de um instituto
de pesquisa, para que este tema seja tratado pelos estudantes, ainda que o LIMK
vá realizar a pesquisa.
Escolhido um instituto de pesquisa (LIMK), a equipe LIMK elabora
uma proposta de trabalho a ser entregue ao “cliente”, ainda que fictício, para que
haja negociação de conteúdo, prazos e preços (também fictícios neste caso).
221
Figura 1: Procedimento de Pesquisa de Marketing
Aprovada a proposta de trabalho, a Equipe LIMK coleta os dados, os
analisa e interpreta, para, posteriormente, elaborar um relatório.
Após essa etapa, espera-se que o cliente avalie o relatório e utilize os
resultados.
Todas as pesquisas de marketing do Laboratório de Inteligência e
Pesquisa de Marketing Social seguem esses procedimentos gerais, sendo
personalizado para cada situação. Neste caso, a equipe LIMK atuou como
cliente e como instituto de pesquisa, como mencionado.
Foi realizada uma pesquisa exploratória quantitativa, realizada com
uma amostra de 405 estudantes de graduação de Comunicação Social,
Licenciatura, Administração e Pedagogia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, dentro de um universo de 880 estudantes dos cursos supracitados.
222
A amostra, que corresponde a cerca de 46% do universo em questão,
foi extraída aleatoriamente para garantir mais de 90% de confiança e 10% de
precisão.
Foi realizada pesquisa documental expedita para elaborar o
instrumento de coleta de dados. Como técnica, foi utilizado um questionário
autorrespondido, composto por 56 perguntas (16 abertas e 40 fechadas) e
subdividido em sete partes: Perfil do respondente, Sofrendo Bullying, Praticando
Bullying, Observando Bullying, Analisando Bullying, Opinando sobre Bullying,
Impressões sobre a Pesquisa.
Os dados coletados foram tratados e analisados por meio do software
Sphinx Léxica Plus V5.0., com base em técnicas de estatística básica, associadas a
cruzamento de dados e reflexão sobre o tema. Relatório elaborado e pesquisa
divulgada na XXXIV Jornada Giulio Massarini de Iniciação Científica,
Tecnológica, Artística e Cultural e está sendo aqui divulgada como planejado à
época.
11.3 RESULTADOS
É possível observar o alto índice de prática do bullying na escola e
durante a adolescência por causa da aparência em função dos resultados
encontrados, confirmando os resultados também encontrados empesquisa
realizada em todo Brasil, em que ficou constatado que “revelou que as
humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três
cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo
Horizonte e Curitiba(CAMARGO”)
223
Apesar do tema ainda estar em voga, constata-se que é séria e antiga
essa questão sem que aparentemente seja enfrentada claramente pelos pais e
pelas instituições educacionais;
52% dos respondentes já sofreram bullying. É possível afirmar que
este percentual indica uma epidemia social. Mais preocupante se torna quando
se toma conhecimento de que “crianças ou adolescentes que sofrem
bullyingpodem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima.
Tendem a desenvolver sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive,
contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou
cometer suicídio (CAMARGO) e mais ainda quando se associa ao amumento de
suicídios entre crianças e jovens que preocupa a OMS (2002).
Tabela 1 – Perfil do respondente
Idade 19% 21 anos
Sexo 63% feminino
Região (município) 42% Zona Norte
Estado Civil 94% solteiros
Filhos 95% não
Fonte de Renda 41% mesada
Categoria Social 28% B1
Período 15% 5º período
224
Pelos achados da pesquisa realizada, hipóteses podem ser levantadas.
Se a sensação principal é de “achar graça, se divertir”, sem haver constrangimento
de se declarar um “goza - dor”, talvez haja uma omissão institucional que estimula
comportamentos “perversos”, típicos do individualismo preconizado na
sociedade contemporânea e estimulado pelo uso de gadgets que “supostamente”
aplacam a falta, e, por conseguinte o desejo, o que poderia também explicar o
uso descontrolado de drogas.
Sensações diversas são inspiradas ao testemunhar a violência. Os
sentimentos declarados predominantes são a pena e raiva. Pena da vítima, raiva
do agressor. Pena ou raiva de si por se omitir. Raiva da vítima por não reagir.
Tabela 2 – Sofrendo Bullying
Sensação geral: 14% preconceito
Já foram vítimas de bullying: 52% Sim
Local: 48% escola
Época: 34% infância
Tabela 3 - Praticando Bullying
Autoria explícita: 76% não
Sensação de autoria explícita: 11% engraçado
Sensação de autoria implícita: 43% sim
Local de autoria: 61% não responderam/ 26% adolescência
Época: 62% não responderam/ 22% aparência
225
Tantas possibilidades. Essa pesquisa requereria uma fase qualitativa que não pôde
ser realizada por falta de recursos.
Segundo Conrado (s.d.), as pessoas que testemunham o bullying
convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornarem as
“próximas vítimas” do agressor. No espaço educativo, quando não ocorre uma
efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os
estudantes, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando
sentimentos de medo e ansiedade.
Nos dados apresentados, a seguir, é possível observar uma relação do
bullying com o trote universitário, mostrando que essa problemática está presente
dentro da nossa instituição.
Segundo Camargo (s.d.), é um problema mundial, podendo ocorrer
em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, havendo uma
tendência de as escolas não admitirem a ocorrência entre seus alunos; por
desconhecimento ou por se negarem a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão
geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é
mínima ou inexistente.
Tabela 4 - Presenciando Bullying
Espectador: 84% sim
Sensação do espectador: 9% pena e raiva (bimodal)
Locais como espectador: 78% escola
Época em que assistiu: 58% adolescência
226
As visões que os alunos têm do bullying – seja ele dentro ou fora do
contexto do trote – foram muito diversas. Porém, a opinião ligeiramente mais
recorrente é de que ele vem de uma dificuldade por parte do autor de lidar com
as diferenças. Não foi possível aprofundar esta questão por falta de tempo e
recursos, mas uma investigação mais precisa seria interessante em uma próxima
pesquisa.
Por fim, os entrevistados sentiram-se bem com a pesquisa e julgaram
as perguntas feitas como interessantes.
Tabela 5 – Analisando Bullying
Relação trotes e bullying 49% sim
Percepção da relação trotes e bullying 48% não resposta
Conhecimento da lei do trote 88% não conhece
Influência da lei do trote sobre a
mudança na prática do trote 68% não resposta
Conhecimento da lei do assédio moral 61% não
Influência da lei do assédio moral sobre
a mudança na prática de bullying 66% não resposta
Importância que a mídia deveria dar ao
tema
48% alto
Tratamento que a mídia da ao tema 45% parcialmente satisfatória
Política da UFRJ 64% atenta
Tabela 6 – Sua opinião sobre Bullying
Motivação: 6% Dificuldade de lidar com diferenças
227
11.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
“Em uma época em que os castigos corporais têm sido erradicados da
educação escolar e moralmente desqualificados na educação familiar,
curiosamente são as próprias crianças que têm tomado a seu cargo o
exercício da violência contra os pares.” (Jerusalinsky, 2011)
Segundo Jerusalisnky (2011), o discurso social pós–moderno oferece
variadas razões para que suas claudicações façam sintoma na infância e na
adolescência:
A queda da promessa do objeto adequado – formulação central da
sociedade moderna;
O paradoxo do progresso ao custo do planeta ameaçado;
A angústia da sobrevivência ligada ao estreitamento do horizonte
do mundo do trabalho;
A pequenice do sujeito diante da infinitude do mundo;
Uma vida urbana ameaçante que comprime os espaços da infância
e da adolescência, obrigando- a a se lançar pelas janelas do
computador e da TV e se opor ao mundo cotidiano;
A proposição da imagem lançada contra a experiência como fonte
da verdade;
Tabela 7 – Impressões sobre a Pesquisa
Como se sente 54% bem
Última palavra 19% interessante
228
Configura-se, deste modo, o fantasma paranóico no qual a criança ou
ojovem antecipam a ameaça imaginária do outro como inevitável realização
violenta, diante do qual somente lhe cabe responder com sua própria
agressividade.
O bullying, os escolares armados, as gangues cruéis etc não são mera
emergência de cérebros mal regulados, nem de indivíduos desajustados.“São
sintomas próprios do discurso paranóico atual...”(Jerusalinsky, 2011)
11.5 REFERÊNCIAS
AEKAR, D. A. ; KUMAR, V. ; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Editora
Atlas, São Paulo: 2004.
ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.
ABEP. Pesquisa: Mercado, Opinião e Mídia . Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=154>. Acesso em 2011
AZEVEDO, R. O incompreensível, O Irremediável e o Inaceitável,
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-incompreensivel-o-
irremediavel-e-o-inaceitavel/> Acesso em julho de 2010.
CAMARGO, O. Bullying. Disponível em:
<http://www.brasilescola.com/sociologia/bullying.htm>. Acesso em julho de 2010.
JERUSALINSKY, A. Psicanálise com crianças.
KRUG, E. et al. Relatório Mundial Sobre Violência e Saúde. OMS Disponível
em: <http://pt.scribd.com/doc/65818661/Relatorio-Mundial-sobre-violencia-e-
saude>. Acesso em julho de 2010.
MARQUEZI, D. As Razões para o massacre do Realengo, por Disponível em:
<http://revistaalfa.abril.com.br/blogs/panorama-em-arte/2011/04/08/as-razoes-
para-o-massacre-do-realengo/> Acesso em julho de 2010.
MATTAR, F. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas. São Paulo, 1994.
229
ROCKWELL, Lew; OSRTROWSKI, James; PAUL, Ron Armas e Liberdade.
Disponível em: <http://www.midiasemmascara.org/artigos/desarmamento/11986-
armas-e-liberdade.html> Acesso em julho de 2010.
SILVA, A. B. B. Bullying: mentes perigosas nas escolas. . Rio de Janeiro:
Objetiva, 2010.
SPHINX. Manual do Sphinx Plus Lexica. Disponível em:
www.sphinxbrasil.com. Acesso em 2010.
230
CAPÍTULO 12
Liberdade de Expressão
231
12. LIBERDADE DE EXPRESSÃO70
Bárbara Barros Dumas71 et. al.72
Prof.ªDra Fátima Sobral Fernandes
Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.
Voltaire73
12.1 INTRODUÇÃO
Este tema foi escolhido pela equipe devido à possibilidade de que o
Ministério das Comunicações lançasse, no ano de 2011, uma consulta pública
sobre o novo marco regulatório das comunicações, preconizado em debates
70 Esta pesquisa foi feita com base em um trabalho apresentado na edição de 2012 da Jornada Giulio
Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC) da UFRJ. 71 Estudante do 5º período de Psicologia.
72 Ana Ariel Rodriguez Arras Menezes (estudante do 1º período de Comunicação Social), AnaBeatriz de
Souza Siqueira (estudante do 1º período de Comunicação Social), Anna Carolina Caldas Barbosa
(estudante do 1º período de Comunicação Social), Bárbara Barros Dumas (estudante do 5º período de
Psicologia), Daiane Ascenção Cardoso ( estudante do 2º período de Comunicação Social), Elisa Pontes
Silva de Oliveira (estudante do 2º período de Comunicação Social), Fabiane Soares Marcondes
(estudante do 4º período de Psicologia), Fernanda Borges Soutto Mayor (estudante do 4º período de
Psicologia), Gyna Cassia Dantas Costa (estudante do 2º período de Comunicação Social), Julia Vianna
do Nascimento (estudante do 3º período de Administração), Juliana Figueiredo de Oliveira (estudante
do 6º período de Psicologia), Letícia dos Santos Gonçalo Olímpio (estudante do 3º período da
Faculdade de Educação), Lívia Pereira de Frias (estudante do 4º período de Psicologia), Maíta Carvalho
de Almeida (estudante do 1º período de Comunicação Social), Maria Daiane de Paula Rodrigues
(estudante do 3º período de Comunicação Social), Marina Maciel Schlaepfer (estudante do 3º período
de Administração), Natália Alvim Siqueira (estudante do 1º período de Comunicação Social), Nathalia
Tourinho Duarte (estudante do 1º período de Comunicação Social), Patricia Nigri Adelson (estudante
do 2º período de Comunicação Social), Pedro Muxfeldt Oliveira (estudante do 2º período de
Comunicação Social), Raquel Franco de Miranda Cunha (estudante do 2º período de Comunicação
Social), Ricardo Ferreira Rodrigues (estudante do 1º período de Comunicação Social), Rodrigo Otavio
Grangier Abrahão (estudante do 3º período de Administração), Rogério Jorge da Silva Júnior ( estudante
do 3º período de Comunicação Social), Rossana Pina Ribeiro (estudante do 4º período de Comunicação
Social), Vinicius Almeida Vieira (estudante do 3º período de Comunicação Social), Vinícius de Melo
Martins (estudante do 2º período de Comunicação Social), Yuri D. Esteves (estudante do 2º período de
Comunicação Social). 73 Ver prefácio
232
acumulados pelos movimentos sociais ao longo das últimas décadas, em especial
da I Conferência Nacional de Comunicação (CONFECOM74
).
Há um debate em curso sobre a presença de um marco regulatório
das comunicações versus a auto-regulamentação do setor no seio da sociedade
brasileira. Alguns associam a existência de marco regulatório à censura e outros,
a controle social dos meios de comunicação. Torna-se relevante conhecer a
opinião de estudantes de comunicação porque é um segmento social diretamente
afetado por toda esta discussão.
O objetivo geral da pesquisa é realizar um exercício didático-
pedagógico para aprender a realizar pesquisa de opinião. Além disso, pretende-
se conhecer a opinião de futuros profissionais de comunicação social sobre a
liberdade de expressão.
12.2 METODOLOGIA
Na pesquisa em questão, a metodologia utilizada é procedimento para
realizar uma pesquisa de marketing em todas as suas fases desde o
reconhecimento de que o problema de falta de informação existe até a entrega
do relatório ao cliente que possui a necessidade de informação.
A ideia é permitir que os estudantes experimentassem o lugar de cada
ator do processo, desde se colocar no lugar do cliente que tem a necessidade
informação e formular um briefing para escolher o instituto de pesquisa
adequado, examinar critérios de escolha desse instituto, depois sentar no lugar de
contato de um instituto de pesquisa, e elaborar uma proposta de trabalho a ser
enviada para o cliente para aprovação.
74 A Prof
a Fátima Fernandes foi delegada do Estado do Rio de Janeiro, representando o Clube de
Engenharia, entidade em que é conselheira desde 1989.
233
Aprovada a proposta, os estudantes ocupam a posição de
pesquisadores de campo, coletando os dados, e, depois, de analistas de
informação, analisando-os e interpretando-os, para posteriormente elaborar um
relatório. Após essa etapa, simula-se, quando não há cliente real, o cliente
avaliando o relatório e aplicando os resultados, e quando há, acompanham-se
essas etapas no cliente e realiza-se uma pesquisa junto ao cliente para obter
feedback sobre o trabalho realizado.
Figura 1: Procedimento de Pesquisa de Marketing
Para a realização da pesquisa, foi utilizado um questionário de 63
questões (28 abertas e 35 fechadas), elaborado a partir de pesquisa documental
expedita para reconhecer os pontos polêmicos, organizado nas seguintes partes:
perfil do respondente, grau de conhecimento, sentimento e opinião sobre o
tema.
O universo pesquisado foi o de estudantes de todos os períodos do
curso de Comunicação Social da Escola de Comunicação da UFRJ, que inclui o
Ciclo Básico (três primeiros períodos) e as habilitações de Publicidade e
234
Propaganda, Jornalismo, Rádio TV e Produção Editorial (4 a 8 períodos). O
universo compreende um total de 996 estudantes em 2012, sendo a amostra
utilizada de 100 estudantes (aproximadamente 10% do universo). Essa amostra
garante 90% de confiança de que se tenha apenas 10% erro entre amostra e
resultado censitário.
O tratamento e a análise de dados foram realizados por meio do
software Sphinx Léxica V 5.0. A interpretação de dados foi realizada com
técnicas de estatística básica, associadas a cruzamento de dados e reflexão sobre o
tema.
12.3 RESULTADOS
O respondente modal é de solteiro de classe social B1. A proporção
de estudantes no universo foi mantida na amostra, com distribuição adequada
tanto da proporção por período quanto por sexo dos matriculados na
ECO/UFRJ, Assim, alunos do ciclo básico (1º ao 3º período) correspondem a
45% de participação e os alunos do ciclo profissional (4º período em diante), a
55% de participação de alunos das habilitações de Jornalismo, Rádio TV,
Produção Editorial e Publicidade e Propaganda.
Tabela 1 – Perfil do Respondente
Sexo -
Estado civil 97% Solteiro
Curso 45% Ciclo Básico
Período 17% 3°Período
Fonte de Renda 42% Mesada
Pessoas que vivem da renda 35% 4 pessoas vivendo da renda
235
Tabela 1 – Perfil do Respondente
Classe social 32% pertence a classe B1
Chefe da Família 55% Pai
Grau de instrução do chefe da
família: Superior Completo
De maneira geral, foi declarado um nível de conhecimento superficial
dos estudantes sobre a regulamentação das comunicações no Brasil e sobre
iniciativas atuais de movimentos sociais como o Marco Regulatório das
Comunicações e o Marco Civil da Internet.
35% dos entrevistados afirmaram ter baixo nível de conhecimento
sobre o primeiro marco e 36% afirmaram nunca ter ouvido falar do segundo.
Além disso, 26% dos entrevistados não conhecem nenhum mecanismo de
regulamentação das comunicações, enquanto outros 26% não conhecem nenhum
de autorregulamentação dos meios de comunicação.
Apesar disso, a maioria (75%) acha que os meios de comunicação
devem ser regulados, já que 49% consideram a relação entre a democracia e a
liberdade de expressão muito grande.
Nas questões de livre associação, “expressão” foi a primeira palavra
associada a “liberdade” (13%) e vice e versa (16%), e a palavra “censura” a
“ditadura” (28%).
A palavra majoritariamente atribuída à expressão “liberdade de
expressão” foi “direito” (12%). Enquanto a “regulamentação” foi associada a
“regras” (11%), a “autorregulamentação” foi associada a “controle” (9%). A
expressão “controle social dos meios de comunicação” foi associada
majoritariamente ao termo “censura” (18%).
236
Tabela 2 – Definições adotadas pelo respondente
Significado de Democracia: 14% Liberdade
Significado de Liberdade: 13% Expressão
Significado de Expressão: 16% Liberdade
Significado de “Liberdade de Expressão”: 12% Direito
Significado de “Regulamentação”: 11% Regras
Significado de “Autorregulamentação”: 9% Controle
Significado de “Controle social dos meios
de comunicação”: 18% Censura
Significado de “Censura”: 28% Ditadura
Relação entre Democracia e Liberdade de
Expressão: 49% Muito Grande
Quanto às fontes de informação dos entrevistados sobre o tema, 45%
dos respondentes citaram a internet como fonte de informação sobre o Marco
Regulatório, enquanto outros 40% citaram o mesmo meio como fonte de
informação sobre o Marco Civil. Além disso, as aulas na faculdade foram citadas
como outra fonte de informação citada pelos estudantes. (34%).
A maioria dos respondentes (56%) não se lembrava de nenhuma
notícia recente sobre o tema “liberdade de expressão”. Dentre os estudantes que
se lembraram, a notícia mais relevante apontada foi o caso das disputas políticas
na Síria, (7%), cuja revolução foi iniciada com uma mobilização social e midiática,
exigindo maior liberdade de imprensa, direitos humanos e uma nova legislação
237
Tabela 3 – Grau de Conhecimento sobre o tema
Lembrança de notícia atual relativa ao
tema: 56% Não
Notícia relevante mais apontada: 7% Síria
Conhecimento marco regulatório: 35% Baixo
Fontes de informação: 45% Internet
Outras fontes de informação: 34% Aulas
Conhecimento Marco Civil da Internet: 36% Nunca ouvi falar
Fonte de Informação: 40% Internet
Conhecimento de outros Mecanismos de
Regulamentação: 26% Nenhum
Mecanismos de autorregulamentação: 26% Nenhum
Mecanismos de controle social: 22% Nenhum
Os locais de convívio social são os locais onde os estudantes se sentem
mais livres para se expressarem (81%). Dentre os diversos meios de
comunicação, a internet obteve a maior preferência quanto ao grau de liberdade
(91%). Os estudantes, majoritariamente, não se sentem representados
localmente (31%), mas a maioria se sente representada por personalidades ou
grupos na internet (67%). Esse resultado, analisado agora, em 2013, após a
mobilização social de junho durante a Copa das Confederações, explica um
pouco o que está ocorrendo no Brasil.
Tabela 4 – Sentimentos sobre o tema
Liberdade de expressão em locais: 81% locais de convívio social
Liberdade de expressão na Mídia: 91% Internet
Representações Locais: 31% Não sei
Representação na Mídia: 67% Internet
238
A opinião geral dos entrevistados foi de que o grau de liberdade de
expressão no Brasil não é nem grande nem pequeno (38%). Quando foi pedido
que os estudantes estimassem a porcentagem da população brasileira que dispõe
de grande liberdade de expressão, 39% estimaram que essa porcentagem se situe
entre 0 e 25%. Quanto aos grupos com pouca ou nenhuma liberdade de
expressão, 53% dos respondentes indicaram as pessoas de baixa renda.
A maioria dos respondentes (77%) considera que devem ser criadas
novas leis para regular as comunicações no Brasil.
Tabela 5 – Opinião sobre o tema
Grau de Liberdade de expressão: 38% Nem grande nem pequeno
Porcentagem da população com grande
liberdade de expressão: 39% de 0 a 25%
Grupos sem liberdade de expressão: 53% Pessoas de baixa renda
Regulação dos conteúdos na mídia: 75% Sim
Meios que devem ser regulados: 66% TV
Novas leis: 77% Sim
Quais meios devem ser regulados: 55% TV
Última palavra sobre a pesquisa: 29% Interessante.
12.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos resultados obtidos nessa pesquisa, pode-se refletir sobre o
grau de envolvimento dos estudantes e futuros profissionais de comunicação,
com as discussões políticas em torno do tema “liberdade de expressão”, assim
como seus sentimentos, nível de conhecimento e opiniões.
239
Nos resultados gerais, destacou-se o papel das aulas na faculdade como
fonte de informação, mas a maior influência foi a da internet, citada como espaço
de livre expressão e de representação dos estudantes, espaço ainda não
regulamentado. Outro destaque foi a identificação da população de menor poder
aquisitivo como o grupo com menor liberdade de expressão. Parece que o
movimento recente no Páis, a partir da internet, está dando voz aos menos
favorecidos.
Restam perguntas sobre a qualidade das informações que circulam na
rede, sua possibilidade de monitoramento unilateral, inclusive por atores
internacionais, sem que se saiba exatamente o uso que é dado às informações.
Tudo ainda muito novo. Muitas questões inspiradoras para reflexão e pesquisa.
12.5 REFERÊNCIAS
AAKER, D; KUMAR, V; DAY, G. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas,
2001.
ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.
FNDC. Plataformapara um novo Marco Regulatório das Comunicações no
Brasil. Disponível em: < http://www.comunicacaodemocratica.org.br >. Acesso
em: abril de 2012.
MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 1992, v. 2.
MATTAR, F. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 1993, v. 1.
SPHINX. Manual do Sphinx Plus Léxica. Disponível em: <
www.sphinxbrasil.com >. Acesso em 2011
MARCO Civil da Internet: Sobre. Disponível em:
<http://culturadigital.br/marcocivil/sobre/>. Acesso em: abril de 2012.
240
CAPÍTULO 13
Legalizar ou não legalizar a
comercialização de drogas:
eis a questão?
241
13. LEGALIZAR OU NÃO LEGALIZAR A
COMERCIALIZAÇÃO DE DROGAS: eis a questão?75
Gyna Cassia Dantas Costa76 et. al.
Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes
Viver é isso: Ficar se equilibrando o tempo todo,
entre escolhas e consequências. Jean Paul Sartre77
13.1 INTRODUÇÃO
75 Trabalho submetido ao XIX Prêmio Expocom 2012, na Categoria Relações Públicas, modalidade
pesquisa de opinião e apresentado nas edições de 2011 e 2012 da Jornada Giulio Massarani de Iniciação
Científica, Artística e Cultural (JIC) da UFRJ. 76 Estudante do 1º período de Comunicação Social, Ana Ariel Rodriguez Arras Menezes (estudante do 1º
período de Comunicação Social), Ana Beatriz de Souza Siqueira (Estudante do 1º período de
Comunicação Social), Anna Carolina Caldas Barbosa (estudante do 1º período de Comunicação Social),
Beatriz de Carvalho Félix (estudante do 2º período de Comunicação Social), Deborah Rebello
(estudante do 2º período de Comunicação Social), Elisa Pontes Silva de Oliveira (estudante do 2º
período de Comunicação Social), Emanuelle Dias de Gondra (estudante do 2º período de Comunicação
Social), Gyna Cassia Dantas Costa (estudante do 1º período de Comunicação Social), Julia Vianna do
Nascimento (estudante do 3º período de Administração), Juliana Zappa (estudante do 2º período de
Comunicação Social), Letícia dos Santos Gonçalo Olímpio (estudante do 3º período da Faculdade de
Educação), Lívia Pereira de Frias (estudante do 4º período de Psicologia), Maíta Carvalho de Almeida
(estudante do 1º período de Comunicação Social), Marina Maciel Schlaepfer (estudante do 3º período
de Administração), Maria Daiane de Paula Rodrigues (estudante do 3º período de Comunicação Social),
Nathalia Tourinho Duarte (estudante do 1º período de Comunicação Social), Patricia Nigri Adelson
(estudante do 2º período de Comunicação Social), Pedro Muxfeldt Oliveira (estudante do 2º período de
Comunicação Social), Raquel Franco de Miranda Cunha (estudante do 2º período de Comunicação
Social), Ricardo Ferreira Rodrigues (estudante do 1º período de Comunicação Social), Rodrigo Otavio
Grangier Abrahão (estudante do 3º período de Administração), Rogério Jorge da Silva Júnior (estudante
do 3º período de Comunicação Social), Rossana Pina Ribeiro (estudante do 4º período de Comunicação
Social), Tatiana Martins Freire (estudante do 2º período de Comunicação Social), Vinicius Almeida
Vieira (estudante do 3º período de Comunicação Social), Yuri D. Esteves (estudante do 2º período de
Comunicação Social). 77 Jean-Paul Charles Aymard Sartre (1905 - 1980), filósofo, escritor e crítico francês, conhecido como
representante do existencialismo. Acreditava que os intelectuais têm de desempenhar um papel ativo
na sociedade.
242
A partir da discussão sobre a legalização de drogas no Brasil, o tema
desperta interesse da Equipe LIMK – conjunto de colaboradores do Laboratório
de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social.
Inicialmente, foi feita uma pesquisa expedita na internet sobre a
legalização das drogas, visando a entender como o assunto estava sendo, desde o
ano de 2002, veiculado pela mídia brasileira.
Foram retirados links apenas da primeira página do Google constituída
a partir da busca por meio da expressão - chave “legalização de drogas”.
É possível perceber que, ao longo dos anos, o número de artigos sobre
o tema aumentou bastante. Entre artigos e matérias jornalísticas, foram
analisados 20 textos, entre os quais dez a favor da liberalização ou da
regulamentação das drogas – ainda que alguns apontassem certas restrições -,
quatro contra e dois que não expressavam opinião.
Analisando-se, em primeiro lugar, as opiniões favoráveis à legalização,
encontram-se como principais argumentos os apresentados a seguir:
a) a proibição não consegue deter o comércio;
b) a destruição da base material das quadrilhas que realizam o tráfico
permitiria ao Governo um investimento em tratamentos, saúde e educação mais
eficazes (FROTA, 2003);
c) é utópico pensar na possibilidade de persuadir as pessoas a não
cometerem determinados atos com base na aplicação de castigos (RODRIGUES,
2004);
d) é possível a diminuição da marginalidade – alguns chegando a
afirmar que a droga só gera violência por ser crime; e) o advogado Luiz Flávio
243
Gomes propõe que só deveria ser classificado como crime o tráfico de drogas
para menores de idade (apud COSTA, P, 2006);
f) o governador Sérgio Cabral, em 2007, opinou favoravelmente em
relação à liberação das drogas, utilizando-se desse mesmo argumento da
criminalidade (apud LUCENA, 2007), entre outras figuras públicas que já se
declararam favoráveis, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o
líder do PT na Câmara no ano de 2011, Paulo Teixeira– que defende a liberação
do plantio de maconha para consumo próprio;
g) comparação entre o Brasil e países – como, por exemplo, Holanda,
Bélgica, Canadá e Suíça – onde o consumo já é legalizado e o governo investe no
controle, prevenção e tratamento dos dependentes. (COSTA, F, 2009);
h) o fato de existirem outras drogas – como, por exemplo, o cigarro, o
álcool e o café – sendo vendidas de maneira inteiramente legal (TORRES, 2011);
i) a prisão de usuários não traz benefícios à sociedade. (LEIA, 2007).
Existem, ainda, aqueles que concordam com a legalização, porém
estabelecem restrições como o respeito a regras de consumo que evitem o fumo
passivo.
Existem, também, aqueles que são contra, pensando que defender a
normatização/regulamentação das drogas é fazer apologia ao seu uso e
concordando com o criminalista Jair Jaloreto Júnior, que afirma que não há
nenhuma ligação existente entre a legalização e a não legalização com a
ocorrência de outros delitos. (apud COSTA, P, 2006).
Há, também, críticas enfáticas, ressaltando a questão da falta de
ambientes públicos de recuperação para os dependentes, ressaltando que as
famílias das classes menos favorecidas sofreriam com a liberação, pois não
244
possuiriam meios para internar e buscar a reabilitação de seus parentes usuários.
Afirmam, ainda, que os cidadãos que não consomem drogas não possuem o
dever de arcar, por meio do Estado, com a recuperação dos usuários. Outro
argumento contra é a falta de estudos e pesquisas mais profundos.
(LARANJEIRA, 2010).
Diante tanto da relevância do assunto, quanto da polêmica que suscita,
decidiu-se ir a campo entrevistar estudantes de comunicação social da UFRJ,
futuros formadores de opinião pública para conhecer o que realmente pensam
esses cidadãos sobre o tema.
Os objetivos centrais desta pesquisa foram:
o Conhecer a opinião dos estudantes do ECO-UFRJ sobre a
Legalização da Comercialização de drogas no Brasil em dois
momentos diferentes;
o Avaliar se houve mudança de opinião em relação ao tema entre
2007 e 2011.
Como a missão do LIMK é a de formar profissionais cidadãos capazes
de utilizar as ferramentas de marketing para a transformação social, realizar esta
pesquisa teve como principais motivações:
o Criar oportunidade concreta de ensino – aprendizagem sobre
como realizar uma pesquisa de opinião para os estudantes do
LIMK;
o Estimular o acompanhamento de uma das grandes questões da
realidade do Brasil e a reflexão sobre ela;
245
o Conhecer a opinião de jovens universitários, que segundo uma
pesquisa lançada na MTV, é a faixa etária que mais consome
entorpecentes;
o Conhecer a opinião de cariocas em função do Rio de Janeiro ser
uma das capitais brasileiras que mais sofre com a violência
relacionada ao tráfico de drogas;
o Oferecer os resultados obtidos para a reflexão de acadêmicos e
formuladores de políticas públicas e, assim, colaborar com
possíveis transformações sociais;
o Ter oportunidade de tornar pública a opinião desse segmento da
população.
13.2 METODOLOGIA
O LIMK - Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social
é um projeto didático-pedagógico de integração de ensino, pesquisa e extensão,
especializado na utilização de ferramentas de marketing e aplicação de
tecnologias de administração em processos de transformação social vinculado ao
Departamento de Métodos e Áreas Conexas da ECO/UFRJ.
Como organização acadêmica, tem como missão contribuir para a
formação de profissionais cidadãos capazes de aplicar, em processos de
transformação social, conhecimentos, em especial, de inteligência estratégica,
pesquisa de marketing e marketing social.
A estratégia de ensino-aprendizagem utiliza atividades que
desenvolvam os quatros pilares da educação construtivista: aprender a aprender,
aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser e, com isso, ensinar
246
interativamente ao estudante a tomar a melhor decisão possível frente ao cenário
incerto em um contexto organizacional.
As atividades realizadas no LIMK pelos estudantes de ensino médio e
de graduação permitem que eles desenvolvam, além dos aspectos cognitivos
esperados, os seguintes aspectos comportamentais relacionados ao exercício
profissional e de cidadania: iniciativa; visão de futuro; coragem; firmeza de
propósitos e de ação sem perder a docilidade; capacidade de decisão; atitude de
respeito à diversidade; capacidade de organização; capacidade de direção de seu
próprio trabalho; capacidade de trabalho em equipe; capacidade de definir metas
e ações para alcançá-las; capacidade de atualizar conhecimentos; inteligência,
inclusive, do ponto de vista emocional; exercício responsável de cidadania.
Os estudantes atuam no LIMK com o seguinte plano de atividades:
elaboração de pesquisa cientifica, envolvendo inclusive cooperação internacional,
pesquisa de opinião sobre temas da agenda nacional tais como, bullying,
comércio de armas, eficácia da campanha de câncer de mama, reforma
universitária, entre outros.
O inovador deste processo de fazer pesquisa é a forma como o LIMK
se organiza para que os estudantes possam usufruir deste processo de ensino
aprendizagem colaborativo e empreendedor. Diversos estudantes participaram
dessa pesquisa de campo inclusive de diferentes anos, tornando a comunicação o
elo mais importante para que essa tarefa fosse executada com precisão em
equipes colaborativas distribuídas ao longo do dia em turnos de três horas.
A seguir está apresentado um esquema sintético da metodologia usada
para realizar a pesquisa de opinião sobre o tema.
Figura 1: Esquema Sintético da Metodologia
247
f
Definido o tema, foi elaborado um briefing simulando a posição de
um cliente interessado em elaborar campanha educacional sobre o tema e que
contrata o LIMK, como instituto experimental de pesquisa para realizar pesquisa
exploratória de opinião junto à população de estudantes do ciclo básico de
graduação de Comunicação Social da UFRJ. A seguir está apresentado esquema
de amostragem.
Figura 2: Esquema de Amostragem
O procedimento de amostragem foi de coleta aleatória para garantir
que haveria 90% de confiança de que a margem de erro seria de 10%.
248
Foi usada como técnica de coleta de dados o questionário
autorrespondido, organizado em três partes: perfil do respondente, opinião sobre
o processo de legalização de drogas e impressões sobre a pesquisa. Em 2007,
havia 27 perguntas, sendo quatro abertas e 23 fechadas e, em 2011, havia 74
perguntas, sendo dez abertas.
Foi usado para apoiar o tratamento e a análise dos dados o software
Sphinx Léxica Plus V5.0.
Realizou-se a interpretação dos dados com base em técnicas de
estatística básica, associadas a cruzamento de dados e reflexão sobre o tema.
13.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio desta pesquisa, foi possível conhecer a opinião de um
respondente típico tanto pró quanto contra a legalização da comercialização das
drogas com o seguinte perfil em 2007: mulher, solteira, sem filhos, com 19 anos
e que tem apoio financeiro da família, cursando o ciclo básico do curso de
comunicação social e em 2011, com ligeira variação entre o perfil dos pró e dos
contra e também em relação ao perfil de 2007.
O respondente típico a favor em 2011 era mulher, 18 anos, solteira,
sem filhos, pertencente à classe social A2, do mesmo ciclo básico. A diferença
ligeira do respondente típico contra se apresenta apenas na classe social, havendo
tantos membros da classe B1, quantos da A2.
Além disso, destaca-se que houve diferença no instrumento de coleta
de dados, o que permite apenas a comparação entre resultados de 2007 e 2011
só para algumas variáveis.
249
De 2007 a 2011, o número de mulheres solteiras a favor da legalização
de todos os tipos de drogas cresceu de 42% para 64%.
Aumentou o percentual de pessoas que se declararam com algum ou
mais conhecimento sobre o tema (de 44% que se declaravam conhecendo para a
56%).
Observando os resultados apresentados no quadro, a seguir, tem –se
uma visão geral da opinião dos contra e dos a favor da legalização do comercio
de drogas em cada um dos anos.
Cabe ressaltar que nas células em que há mais de uma observação e
mesmo percentual, há indicação de bi ou trimodalidade da distribuição de
frequências, que ocorre apenas entre os contra indicando uma polêmica ainda
entre eles.
Além disso, estão assinalados em negrito as variáveis em que há
consenso entre os a favor e os contra a legalização, indicando uma visão ruim
sobre o tema em vários aspectos.
Quadro 1: Comparação de opiniões dos contra e dos a favor a legalização
das drogas
Quesitos
Contra A Favor
2007 2011 2007 2011
Nível de conhecimento
mediano ou alto 67% 51%
Participam de discussões sobre
o tema 62% 74%
Quantidade de discussão 37% não suficiente 61% não
suficiente
Qualidade de discussão 37% mediano 36%
mediano
Previsão de consumo de drogas
pós-legalização 58% aumenta 48% igual
Nível atual de violência causado
pelos usuários 36% alto
31%
mediano
250
Quadro 1: Comparação de opiniões dos contra e dos a favor a legalização
das drogas
Quesitos
Contra A Favor
2007 2011 2007 2011
Previsão de nível de violência
causada pelos usuários com a
legalização
84%
diminuiu 42% igual 47% igual
34%
diminuiu
Nível atual de violência
causada por traficantes 58% muito alto
49%
muito alto
Previsão do nível de violência
causada por traficantes com a
legalização
41%
diminuiu 38% igual
78%
diminuiu
41%
diminuiu
Previsão de arrecadação de
impostos pós-legalização 42% aumenta
57%
aumenta
Previsão de geração de
empregos formais pós-
legalização
42% igual 54%
aumenta
Previsão de geração de
empregos informais pós-
legalização
25% aumenta/
diminuiu/ não
souberam avaliar
31%
diminui
Nível de corrupção atual
relacionada ao tráfico 42% alta 44% alta
Previsão de nível de corrupção
pós-legalização 33% igual 59% igual
Nível de gastos atuais do
governo para tratar os usuários 33% baixo
23%
mediano/
baixo
Previsão de gastos do governo
para tratar os usuários pós-
legalização
71%
aumenta 46% aumenta 39% igual 33% igual
Qualidade do tratamento
oferecido aos usuários 29% ruim 36% ruim
Previsão da qualidade do
tratamento oferecido pós-
legalização
50% igual 39%
melhora
Nível de gastos atuais do
governo para fiscalizar o tráfico
pós-legalização
46% mediano 26% alto
Previsão de gastos do governo
para fiscalizar o tráfico pós-
legalização
67%
aumenta 38% diminui
52%
diminui
36%
diminui
Nível atual de esforços
quantitativos para reprimir o
tráfico
29% baixo/ mediano/
grande
38%
mediano
Previsão de esforços
quantitativos para reprimir o
tráfico pós-legalização
46% diminui 39%
diminui
251
Quadro 1: Comparação de opiniões dos contra e dos a favor a legalização
das drogas
Quesitos
Contra A Favor
2007 2011 2007 2011
Nível atual de qualidade da
atuação do Estado na
repressão ao tráfico
38% ruim 33% ruim
Previsão do nível de qualidade
da atuação do Estado na
repressão pós-legalização
50% igual 31%
melhora
Atual efeito causado na
sociedade pelo tráfico
42% maléfico/ muito
maléfico
49%
maléfico
Efeito causado na sociedade
pelo tráfico, com a legalização 50% muito maléfico
54%
maléfico
amenizado
Eficácia das campanhas
educativas na redução do
consumo
42% eficaz/ ineficaz 56%
ineficaz
Preconceito atual em relação
aos usuários 69% alto 50% alto 59% alto 41% alto
Previsão do preconceito em
relação aos usuários pós-
legalização
69% igual 38% igual/ diminui 59% igual 43%
diminui
Preconceito atual em relação
aos traficantes 69% alto 54% muito alto 59% alto
62%
muito alto
Preconceito em relação aos
comerciantes de drogas pós-
legalização
69% igual 29% igual 59% igual 33%
diminui
Indústria do tráfico de drogas
pós-legalização
38% vira outro
comércio ilegal
44%
diminui
Poder atual da influência dos
traficantes 42% alto 51% alto
Pode de influência dos
traficantes pós-legalização 46% diminui
59%
diminui
Opinião sobre a posição do
Governador do Estado do RJ 46% boa 43% boa
Consideram álcool como
droga 46% 69%
Contra a proibição do álcool 50% não opinaram 69%
Consideram cigarro como
droga 83% 82%
Contra a proibição do cigarro 42% sim 66% não
252
Ressalta-se que nenhum grupo afirmou que aumentaria o nível de
violência com a legalização, nem a gerada pelos traficantes e nem a gerada pelos
usuários.
A avaliação do nível de qualidade de atuação do Estado contra o
tráfico mostra o pessimismo da população, mesmo depois das UPP’s.
Espera-se uma pequena amenização dos efeitos maléficos causados
pelos traficantes.
Ao serem questionados sobre como o Governo Estadual poderia ser
mais eficaz, 44% dos que eram a favor da legalização afirmaram que seria através
da fiscalização do comércio legal de drogas.
No entanto, 33% dos que eram contra achavam igualmente ineficaz em
ambas as situações.
Sobre como o Governo Federal poderia ser mais eficaz, 33% das
pessoas que eram a favor, consideravam que seria fiscalizando o comércio legal
de drogas e 29% das que eram contra achavam que seria reprimindo o tráfico de
drogas.
48% dos que eram a favor e 33% dos que eram contra responderam
que as melhores consequências desta possível legalização seria a diminuição da
violência causada pelos traficantes.
A pior consequência, no entanto, seria o aumento do consumo de
drogas na opinião de 21% dos que são a favor e 42% dos que são contra a
legalização.
253
Nos últimos quatro anos, percebe-se que o número de pessoas a favor
da legalização de todas as drogas aumentou. Houve também um aumento do
nível de conhecimento sobre o tema.
Observa-se, que houve uma mudança ligeira de opinião com
aproximação de algumas percepções entre os contras e os a favor e que as
avaliações do processo como um todo, em geral, são mais positivas atualmente
do que no passado, exceto quanto à atuação do Estado e quanto à violência
gerada pelos traficantes.
13.4 REFERÊNCIAS
AAKER, Kumar Day. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas S.A., 2001.
AZEVEDO, R. A descriminação das drogas e o movimento Antimanicomial:
duas formas que os "humanistas" têm de ser perversos, sem que o saibam. Veja,
mai/2011. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-
descriminacao-das-drogas-e-o-movimento-antimanicomial-duas-formas-que-os-
%E2%80%9Chumanitas%E2%80%9D-tem-de-ser-perversos-sem-que-o-saibam/.
Acesso em: 09 mai 2012.
AZEVEDO, R. A droga da imprensa ou por que eu tenho de pagar pelo
tratamento de quem decidiu consumir droga sem me consultar?. Veja, jan/2012.
Disponível em: < http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/descriminacao-das-
drogas/ >. Acesso em: 09 mai 2012.
COSTA, F. V. B. A legalização do uso de entorpecentes face à lei nº 11.343/06.
Themis, ago/dez 2009. Disponível em < http://www2.tjce.jus.br:8080/esmec/wp-
content/uploads/2010/12/revista-7-vol-ii.pdf#page=140 >. Acesso em: 09 mai
2012.
COSTA, P. Legalizar venda e uso de drogas pode reduzir a criminalidade?.
Consultor Jurídico, mai/2006. Disponível em < http://www.conjur.com.br/2006-
mai-01/legalizar_venda_uso_drogas_reduzir_criminalidade >. Acesso em:
09/05/2012.
FREITA, H. e CUNHA JR, M. Manual do Sphinx, versão brasileira. Porto
Alegre, 1995.
254
FROTA, A. Drogas: Legalização pode acabar com a violência. CMI Brasil,
fev/2003. Disponível em:
LEIA voto sobre despenalização do consumo de droga. Consultor Jurídico,
fev/2007. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2007-fev-
19/leia_voto_despenalizacao_consumo_droga?pagina=4. Acesso em: 09/05/2012.
MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas S.A., 1993.
RODRIGUES, Thiago. Drogas, proibição e abolição das penas, Curso livre de
Abolicionismo penal. Rio de Janeiro, Editora Revan/Nu-Sol, 2004 Disponível
em: < http://www.neip.info/downloads/t_tia1.pdf >. Acesso em: 09/05/2012.
255
CAPÍTULO 14
Comercializar ou não comercializar
armas no Brasil: um referendo e os efeitos
da mídia
256
14. COMERCIALIZAR OU NÃO COMERCIALIZAR ARMAS
NO BRASIL: um referendo e os efeitos da mídia78
Lucas Ferreira da Silva Palazzo79 et. al80.
Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes
“Educai as crianças e não será preciso punir os homens.” Pitagoras81
14.1 INTRODUÇÃO
Por meio deste estudo, baseado no referendo popular de outubro de
2005 sobre a Proibição da Comercialização de Armas de Fogo e Munição no
Brasil, pretende-se conhecer as expectativas dos estudantes da Escola de
Comunicação da UFRJ quanto às modificações sociais provenientes do resultado
da votação.
78 Este trabalho foi apresentado nas Jornadas Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural
de 2011 e 2012. 79 Estudante do 7º período de Defesa e Gestão Estratégica Internacional.
80 Ana Ariel Rodriguez Arras Menezes (estudante do 1º período de Comunicação Social), Ana Beatriz de
Souza Siqueira (estudante do 1º período de Comunicação Social), Ana Karina Veiga de Almeida
(estudante do 8º período de Comunicação Social), Anna Carolina Caldas Barbosa (estudante do 1º
período de Comunicação Social), Elisa Pontes Silva de Oliveira (estudante do 2º período de
Comunicação Social), Gyna Cassia Dantas Costa (estudante do 2º período de Comunicação Social), Julia
Vianna do Nascimento (estudante do 3º período de Administração), Letícia dos Santos Gonçalo
Olímpio (estudante do 3º período da Faculdade de Educação), Lívia Pereira de Frias (estudante do 4º
período de Psicologia), Lucas Ferreira da Silva Palazzo (estudante do 7º período de Defesa e Gestão
Estratégica Internacional), Luís Paulo de Andrade (estudante do 8º período de Comunicação Social),
Maíta Carvalho de Almeida (estudante do 1º período de Comunicação Social), Maria Daiane de Paula
Rodrigues (estudante do 3º período de Comunicação Social), Marina Maciel Schlaepfer (estudante do 3º
período de Administração), Nathalia Tourinho Duarte (estudante do 1º período de Comunicação
Social), Patricia Nigri Adelson (estudante do 2º período de Comunicação Social), Pedro Muxfeldt
Oliveira (estudante do 2º período de Comunicação Social), Raquel Franco de Miranda Cunha (estudante
do 2º período de Comunicação Social), Ricardo Ferreira Rodrigues (estudante do 1º período de
Comunicação Social), Rogério Jorge da Silva Júnior (estudante do 3º período de Comunicação Social),
Rossana Pina Ribeiro (estudante do 4º período de Comunicação Social), Vinicius Almeida Vieira
(estudante do 3º período de Comunicação Social), Yuri D. Esteves (estudante do 2º período de
Comunicação Social) 81 Filósofo e matemático grego que nasceu em Samos (570 a.C.).
257
Para tanto, é importante considerar que a nação brasileira ainda não
possui tradição em participar de plebiscitos, o que acarreta em seu despreparo ao
lidar com essa situação, considerando-se, sobretudo, a necessidade de certo grau
de conhecimento e consciência para que ocorra a efetiva participação política e
social do cidadão.
Dentro desse contexto, vale ressaltar que em dezembro de 2003 foi
promulgada a Lei nº 10.826, popularmente chamada de "Estatuto do
Desarmamento" que dispunha em seu artigo 35 o seguinte: "É proibida a
comercialização de armas de fogo e munição em todo o território nacional, salvo
para as entidades previstas no art. 6º desta Lei". Contudo, para que entrasse em
vigor, esse dispositivo deveria ser aprovado pela população, por meio de um
referendo.
Assim se explica a ocorrência da votação em questão, por meio da
qual os eleitores tiveram a oportunidade de decidir sobre a vigência do artigo
respondendo à pergunta: O comércio de armas de fogo e munição deve ser
proibido no Brasil? Para que a consulta popular acontecesse da forma esperada,
conta-se com a participação de todos os eleitores, uma vez que o referendo tem a
mesma obrigatoriedade de uma eleição. Assim, há punições previstas na lei para
quem falta e não justifica sua ausência.
Deve-se ainda considerar que o problema analisado nesta pesquisa
envolve muitas áreas de interesse, dentre as quais se destacam o Governo
brasileiro, a indústria bélica nacional e países que se veem ameaçados por ela,
Organizações Não Governamentais (ONGs) e instituições privadas ligadas direta
ou indiretamente ao comércio de armas e munições.
Sendo assim, a partir do questionamento feito, verificam-se dois
posicionamentos em conflito: o que se coloca de maneira contrária à proibição
258
da comercialização e o que defende a proibição do comércio de armas e munição
no território nacional. Tendo como finalidade atingir a população e,
consequentemente, ter poder de influência sobre seu voto, cada vertente, com
seus respectivos argumentos, utiliza-se de investimentos publicitários para a
veiculação de campanhas destinadas ao povo.
Levando em consideração os aspectos abordados, pode-se depreender
desse estudo objetivos secundários, relacionados à questão central, tais como o
grau de conhecimento dos estudantes da ECO sobre o assunto tratado, o que
esperam que aconteça na sociedade brasileira em função do resultado do
referendo sobre desarmamento, como percebem o grau de influência das
campanhas publicitárias no resultado do referendo, a clareza demonstrada sobre
suas implicações práticas e reais, a opinião do estudante, fontes de informações
sobre o tema, critérios utilizados para definir sua posição, percepção da influência
da proibição da comercialização na questão da violência e, sobretudo, a forma
como tal assunto se apresenta no entendimento dos estudantes.
Para realizar uma pesquisa comparativa em 2012, os questionários
foram adaptados e reaplicados a fim de analisar como os respondentes se
recordam do plebiscito, das respectivas campanhas e as impressões atuais sobre
do tema.
14.2 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para realizar a pesquisa está ilustrada na figura a
seguir:.
259
Figura 1: Procedimento de Pesquisa de Marketing
O procedimento ilustrado mostra os diversos momentos da pesquisa
de marketing e em que momento quem é responsável pela ação.
No LIMK, para que os estudantes possam vivenciar todas as fases,
neste caso em que não havia cliente real para a pesquisa, os próprios estudantes
ocuparam o papel de cliente e de instituto de pesquisa experimental para realizar
cada uma das etapas ilustradas.
Escolhido o tema pelos estudantes da Equipe LIMK. Realiza-se
levantamento documental sobre o tema a fim de compreender o problema sob
estudo, elaborar o briefing da pesquisa, escolher a técnica de coleta de dados
mais adequada e viável de ser aplicada com os recursos disponíveis e subsidiar a
elaboração do instrumento de coleta de dados. Preparado o briefing para
apresentar o problema para um instituto de pesquisa, no caso o LIMK.
260
Em seguida, é vivenciado o processo de escolha fictícia de um instituto
de pesquisa, para que este tema seja tratado pelos estudantes, ainda que o LIMK
vá realizar a pesquisa. Escolhido um instituto de pesquisa (LIMK), a equipe
LIMK elabora uma proposta de trabalho a ser entregue ao “cliente”, ainda que
fictício, para que haja negociação de conteúdo, prazos e preços (também fictícios
neste caso).
Aprovada a proposta de trabalho, a Equipe LIMK coleta os dados, os
analisa e interpreta, para, posteriormente, elaborar um relatório. Após essa
etapa, espera-se que o cliente avalie o relatório e utilize os resultados.
Todas as pesquisas de marketing do Laboratório de Inteligência e
Pesquisa de Marketing Social seguem esse procedimento geral, sendo
personalizado para cada situação. Neste caso, a equipe LIMK atuou como
cliente e como instituto de pesquisa, como mencionado.
A pesquisa teve caráter exploratório quantitativo. A amostra foi
aleatória com 90% de confiança de que os resultados obtidos na amostra
poderiam diferir do universo em no máximo 10%. Para a coleta de dados, foi
usado um questionário autoadministrado. Em 2005, foram utilizadas eram 29
perguntas, 3 abertas e 26 fechadas. Já em 2012, havia 54 perguntas, 11 abertas e
43 fechadas. O questionário foi organizado em sete partes: Perfil do
Respondente, Perfil Ideológico, Conhecimento sobre o tema, Perfil Familiar do
Uso de Armas, Opinião sobre o processo de discussão do tema nos País,
Avaliação do contexto brasileiro e Impressões sobre a pesquisa.
O tratamento e a análise de dados foram realizados por meio do
software Sphinx Lexica Plus. A interpretação de dados foi realizada com técnicas
de estatística básica, associadas a cruzamento de dados e reflexão sobre o tema.
261
14.3 RESULTADOS
Os resultados aqui apresentados são baseados nas maiores frequências
de resposta encontradas durante as pesquisas. A moda foi o parâmetro
norteador das análises. O respondente desta pesquisa caracteriza-se por ser do
sexo feminino, entre 18 a 20 anos, morador da Zona Norte e solteiro.
Movimento Estudantil
O não envolvimento dos entrevistados com o movimento estudantil
aumentou de 2005 para 2012 (de 74% de não envolvidos em 2005 para 78 %
em 2012)
Tabela 1 - Perfil do respondente
Ano da pesquisa: 2005 2012
Idade: - 39% 18 a 20 anos
Sexo: 53% Feminino 55% Feminino
Região: 38%Zona Norte 12% Zona Norte
Estado Civil: 83% Solteiro 93% Solteiro
Filhos: - 98% Não
Fonte de Renda: 47%
Mesada
53%
Mesada
Categoria Social: A2 e B2 B1
262
Gráfico 1: Participação no Movimento Estudantil
Conhecimento sobre o tema
A quantidade de pessoas que diziam ter um conhecimento alto sobre
o tema caiu de 45% em 2005 para 4% em 2012 e cresceu o número de
entrevistados que dizem ter conhecimento baixo sobre tema, passando de 4,5
% em 2005, para 43 % em 2012.
Gráfico 2: Grau de Conhecimento sobre o tema declarado
263
Acesso ao texto oficial
A porcentagem de pessoas que disseram ter acesso parcial ao texto
caiu de 51% em 2005 para 13 % em 2012. As que disseram não ter acesso
aumentaram de 37% em 2005 para 80% em 2012. De onde se pode concluir
que mais pessoas desconhecem o texto aprovado sobre as decisões ligadas à
comercialização de armas de fogo.
Gráfico 3: Acesso ao texto oficial
Posicionamento Político
Analisando-se o posicionamento político dos entrevistados, é possível
constatar que de 2005 para 2012 houve um crescimento das pessoas que
declaram não ter posicionamento político (de 28 % para 36 %).
264
A porcentagem de pessoas que não quiseram declarar seu
posicionamento aumentou de 9 % para 15 %, outra evidencia de que algo há no
comportamento sobre política dos respondentes.
No momento de editar este livro, observa-se que este resultado já
seria uma possível evidencia do descontentamento com a forma de fazer
política no País que se expressou nas manifestações de junho de 2013.
Gráfico 4: Posicionamento político
Familiaridade com o uso de armas
Na análise da familiaridade com o uso de armas, observou-se
aumento na porcentagem de sujeitos que declaram não ter armas em casa,
porém também aumentou também o percentual dos que afirmam saber da
existência de armas no meio familiar ou possuí-las.
265
Tabela 2 - Perfil familiar do uso de armas
Ano: 2005 2012
Sem Armas em casa: 79% 88%
Existência de Armas 33% 40%
Parentes/Amigos Não sabem Não sabem
Processo de Discussão No País sobre o Tema
Ao examinar a opinião dos respondentes sobre a qualidade da
discussão do tema no País, observa- se que 80% dos respondentes em 2012
afirmam lembrar da campanha sobre o tema. Entretanto, não lembram qual
foi a campanha mais bem elaborada naquela época.
Sobre as campanhas, os respondentes de 2005 afirmaram que a
campanha mais bem elaborada foi a do NÃO, isto é, a que defendia que não
deveria ser proibido comercializar armas de fogo e munição no Brasil,
campanha apoiada de Roberto Jeferson à PSTU, financiada pela indústria de
armamento de pelos que defendiam o direito à legítima defesa e à valorização
da cultura, do idioma e das riquezas do Brasil. Gastaram 2,6 milhões custeados
pela Taurus e pela CBC, segundo notícias veiculas nos meios de comunicação.
Quando perguntados sobre a influência das campanhas, a maioria
declarou ter opinião pré-definida, tanto na primeira coleta de dados, quanto na
segunda (68% e 52%, respectivamente), o que poderia indicar que as
campanhas se dirigiram para a minoria indecisa. Entretanto, 43%, em 2005,
declaram considerar alta a influência das campanhas, provavelmente por
estarem com elas mais fortes na memória, mas como fator decisivo de
influência consideram a família e os amigos.
266
A opinião sobre iniciativa do governo em realizar o referendo foi
considerada oportuna pelos respondentes.
A opinião sobre o resultado do referendo é que é divergentes entre
os dois grupos de respondentes: em 2005 havia concordância com o resultado e
em 2012 a opinião preponderante era de não concordância com o resultado.
Tabela 3 - Processo de Discussão no País
Ano: 2005 2012
Lembrança das
campanhas: Pergunta não formulada 80% Sim
Campanha mais bem
elaborada:
47%
Campanha do NÃO
33%
Não Lembram
Opinião Pré-definida: 68% Sim 52% Sim
Influência das
campanhas: 43% Alto 36% Médio
Fatores de Influência: 22% Família/amigos 45% Família/amigos
Lembrança do resultado: Pergunta não formulada 63% Sim
Conveniência Política 58% Oportuna 45% Oportuna
Concordância com o
resultado do referendo: 51% Sim 31% Não
Relação entre comercialização de armas e violência
No âmbito do contexto brasileiro, em 2005, 82% acreditavam que
não haveria muito impacto em relação aos índices de violência pelas leis
relativas ao comércio de armas serem mudadas. O que se confirma pela
pesquisa em 2012, uma vez que a resposta mais frequente foi a que indicava
que a violência se manteve na percepção dos respondentes no mesmo nível da
que existia antes do referido estatuto.
267
Um fato que chama a atenção é que 41% dos entrevistados durante a
segunda aplicação do questionário declararam não ver relação entre violência e
comércio de armas.
Tabela 4 - Avaliação do Contexto Brasileiro
Ano: 2005 2012
Violência: 82% Não haveria grandes
impactos
34% Manteve-se no
mesmo nível
Relação Violência X
Comercialização de
armas:
- 41% Não existe
Progresso da Força da
Indústria Bélica:
76% Não haverá grandes
impactos 62% Não sei
Relação Indústria Bélica
x Comercialização de
armas:
76% Não haverá grandes
impactos 37% Sim
Direito do cidadão desde
2005: -
58% Permaneceu
Inalterado
Relação Autodefesa x
Comercialização: - 51% Não
Novo Referendo: - 44% Sim
268
14.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Há sete anos, o grau de conhecimento sobre o tema era maior. Em
2005, o assunto estava em pauta na agenda nacional, mas, em 2011, apesar de
voltar a ser discutido depois do massacre em Realengo, os estudantes sabem
menos ainda sobre o assunto.
Menos pessoas declaram ter armas em casa, mas mais pessoas
declaram não saber de armas nas casas de parentes e amigos, ao invés de
declararem que não havia armas. Nesse caso, a declaração de não saber, pode,
talvez, indicar vontade de não se pronunciar. Pode significar que se sintam
menos confortáveis em falar no assunto.
O que chama à atenção é que, talvez porque os respondentes modais
em 2012 tenham sido majoritariamente a favor da proibição, indiquem a
necessidade de se retornar à discussão do tema no País, ao apontarem a
necessidade de um novo referendo ou processo de consulta popular
14.5 REFERÊNCIAS
AEKAR, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Editora
Atlas, São Paulo: 2004.
ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.
ABEP. Pesquisa: Mercado, Opinião e Mídia . Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=154>. Acesso em 2011
BLOG DA MENGA. É mais fácil desistir do desarmamento...”. Manaus:
2011. Disponível em: <
http://acritica.uol.com.br/blogs/blog_da_menga/referendo-
desarmamento_7_474022599.html >. Acesso em junho de 2011.
269
BRESCIANI, E.; COSTA, R. Congresso discute novo referendo de armas e
governo antecipa campanha. Brasília: 2011. Disponível em: <
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110412/not_imp704977,0.php >.
Acesso em junho de 2011.
FOLHA DE SÃO PAULO. Sarney vai propor novo referendo sobre armas.
São Paulo: 2011. Disponível em: <
http://www1.folha.uol.com.br/poder/901045-sarney-vai-propor-novo-referendo-
sobre-armas.shtml >. Acesso em junho de 2011.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei n°10.826 - Estatuto do
Desarmamento. Brasília: 2003. Disponível em: <
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm > Acesso em junho de
2011.
MATTAR, F. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas. São Paulo, 1994.
POLATO, A.; FARIA, T. Defensores do referendo sobre armas de 2005
criticam nova tentativa de plebiscito. 2011. Disponível em: <
http://noticias.r7.com/brasil/noticias/defensores-do-referendo-sobre-armas-de-
2005-criticam-nova-tentativa-de-plebiscito-20110416.html >. Acesso em junho
de 2011.
SPHINX. Manual do Sphinx Plus Lexica. Disponível em: <
www.sphinxbrasil.com >. Acesso em 2011
270
CAPÍTULO 15
Qualidade de vida do carioca
em tempos de campanha eleitoral
271
15. QUALIDADE DE VIDA DO CARIOCA EM TEMPOS DE
CAMPANHA ELEITORAL
Amanda Buch Sampaio82, Clara Filippelli Fernandes Rescala83,
Jefferson Carrasco Teixeira Lopes84, Jenny Telemaque85
Mário Justo de Meireles Delfino86, Patrícia Pizzigatti Klein87,
Prof.ª Dr.ª Fátima Sobral Fernandes
Guerras e eleições são, ao mesmo tempo, pequenas e grandes
demais para serem importantes a longo prazo. O trabalho diário – ele é contínuo, é o que se acumula e importa.
Barbara Kingsolver88
15.1 INTRODUÇÃO
Sabe-se que a percepção da qualidade de vida de uma sociedade é
bastante variável; desta forma, conhecê-la é fundamental para a formulação de
propostas de políticas públicas que promovam sua melhoria. Assim, buscam-se
informações junto aos estudantes universitários cariocas, a fim de conhecer e
82
Estudante do 2º período de Comunicação Social. 83
Estudante do 2º período de Comunicação Social. 84
Estudante do 2º período de Comunicação Social. 85
Estudante do 2º período de Comunicação Social. 86
Estudante do 3º período de Comunicação Social. 87
Estudante do 2º período de Comunicação Social. 88
(1955 – ) ensaísta, romancista e poeta americana.
272
entender como eles percebem sua qualidade de vida e o que esperam que seja
feito para melhorá-la neste tempo de campanha eleitoral municipal.
A missão do LIMK é contribuir para a formação de profissionais
cidadãos capazes de atuar em processos de transformação social e
organizacional. Assim, essa pesquisa “Qualidade de vida do carioca, em
tempos de campanha eleitoral” procurou identificar quais seriam as demandas
por melhoria de qualidade de vida vis a vis as propostas que eram apresentadas
nas propostas governamentais veiculadas pelos candidatos à Prefeito, sempre
dentro da lógica de criar situações concretas de ensino – aprendizagem para
treinar os estudantes de comunicação no procedimento de pesquisa de
marketing.
15.2 METODOLOGIA
Os estudantes da Equipe LIMK, em 2008, criaram, para fins da
pesquisa “Qualidade de vida do carioca, em tempos de campanha eleitoral”,
um partido hipotético: A “Frente Universitária Popular (FUP)”, com objetivo
de servir como cliente potencial da pesquisa, cujos resultados serviriam de
subsidios para a formulação de um Programa de Governo.
Havia o desejo de assessorar um partido que consultasse
efetivamente as bases para definir sua política de governo. Parra isso, foi
desenhado o seguinte procedimento metodológico:
o Realização do Levantamento documental dos programas de
governos dos candidatos majoritários em 2008 para a Prefeitura
do Rio de Janeiro;
o Elaboração de briefing pelo partido hipotético criado;
273
o Preparação de proposta de trabalho do LIMK para realizar a
pesquisa requerida pelo Partido Hipotético;
o Aceitação da proposta de trabalho pelo Partido Hipotético;
o Preparação de roteiro de discussão para conduzir o grupo de
discussão sobre qualidade de vida do carioca pela Equipe LIMK;
o Recrutamento dos participantes da discussão pela Equipe LIMK;
o Realização do grupo de discussão pela Equipe LIMK;
o Análise do material obtido na discussão em grupo pela Equipe
LIMK;
o Preparação do instrumento de coleta de dados na fase
quantitativa da pesquisa pela Equipe LIMK;
o Análise dos resultados pela Equipe LIMK;
o Elaboração do relatório da pesquisa pela Equipe LIMK a ser
entregue ao Partido Hipotético;
Fase Qualitativa:
O grupo de discussão contou com a presença de pesquisadores do
LIMK que facilitaram o processo durante duas horas, incentivando os
participantes –dez estudantes universitários, escolhidos com perfis bem
diferentes de várias unidades de ensino do Campus da Praia Vermelha – a
opinarem sobre os temas abordados, a seguir descritos, com o cuidado de
incluírem os mais calados na discussão.
274
Foram levantadas as seguintes questões gerais, a partir da
compreensão do significado de qualidade de vida extraído da OMS que
preconiza que qualidade de vida envolve o bem estar físico, psíquico, o grau
de autonomia, a qualidade das relações sociais, com o do meio ambiente e os
aspectos relacionados à transcendência, de estudos teóricos sobre qualidade de
vida e das políticas públicas propostas pelos candidatos a Prefeito da Cidade do
Rio de Janeiro:
o De que forma o carioca percebe e entende sua qualidade de
vida?;
o Quais ações governamentais os entrevistados esperam que sejam
realizadas nos próximos quatro anos?;
o O que significa qualidade de vida para o carioca?;
o Quais os aspectos da vida carioca devem ser melhorados e quais
devem ser mantidos no nível de qualidade existente?
Foram usadas também, na discussão, questões específicas
apresentadas nos quadros de 1 a 6, que serviram para conduzir os seis blocos
de discussão, cada um de 15 minutos.
O primeiro bloco era intitulado “questões específicas sobre
qualidade de vida”, e continha perguntas que buscavam entender tanto o que o
entrevistado compreendia como qualidade de vida quanto seu relacionamento
com a cidade em que mora.
275
Quadro 1 - Questões Específicas sobre qualidade de vida
• O que significa qualidade de vida para você?
• Como você percebe sua qualidade de vida hoje?
• Quais os aspectos que gostaria de melhorar?
• Quais os aspectos que gostaria de manter?
• Quais alianças você imagina que o prefeito deve estabelecer para
administrar a cidade?
• O que significa prosperidade para você?
• Você tem amor à cidade do Rio de Janeiro?
• Você tem orgulho de morar no Rio de Janeiro?
O bloco seguinte tratava da gestão pública do Rio de Janeiro, tratando
não só de uma avaliação geral dela como de questões pontuais como o Plano
Diretor e o Código de Postura.
Quadro 2 - Questões específicas relacionadas à Gestão Pública
• Como você percebe a gestão pública do município do RJ?
• Você conhece o Plano Diretor da cidade?
• Você conhece o Código de Posturas da sua cidade? Como você o
considera?
• Você acha que a gestão pública no Rio de Janeiro é ética?
A terceira categoria trata da educação. As cinco perguntas se focaram
na quantidade e qualidade dos professores, a disponibilidade de vagas nas
escolas e o sistema de aprovação automática existente à época.
276
Quadro 3 – Questões relacionadas à educação
• Como você percebe a qualidade dos professores das escolas
municipais?
• Você considera o número de professores adequado?
• Como você percebe a disponibilidade de vagas nas escolas
municipais?
• Como você avalia o sistema de aprovação automática existente?
• Como você considera a carga horária nas escolas municipais?
O quarto bloco foi o mais longo de todos, e tratava do
desenvolvimento social. Os entrevistados disseram o que pensam acerca da
desigualdade e das diversas camadas sociais da cidade, assim como eles mesmos
interagem com o lugar em que moram. Questões sobre turismo e segurança
também foram abordadas.
Quadro 4 – Questões relacionadas ao desenvolvimento social
• Como o carioca se percebe em relação à desigualdade social no Rio
de Janeiro?
• Como você percebe e se sente em relação aos moradores de rua no
município do RJ?
• Como o carioca se posiciona em relação ao aumento de favelas no
RJ?
• Como você percebe a assistência de idosos no município?
• Como você analisa a infância no Rio de Janeiro?
• De que maneira os cariocas se divertem e se entretêm hoje?
• Como você percebe a distribuição de espaços culturais (teatros,
museus e salas de cinema) pelo município do RJ?
• O que significa preservação da identidade cultural do Rio de
277
Quadro 4 – Questões relacionadas ao desenvolvimento social
Janeiro?
• Como você analisa a importância do município para o turismo no
país?
• De que maneira os turistas são hospedados e recebidos no RJ?
• Você acredita que os pontos turísticos estão bem preparados para
receber visitantes?
• Como você percebe a segurança do turista no RJ?
• Você se sente seguro no município do RJ?
• Como você vê a segurança pública no município?
• Como avalia a guarda municipal como apoio à segurança pública?
• Você confia na Guarda Municipal?
• Qual a importância da segurança em sua locomoção?
• Como você percebe a preparação e a instrução da Guarda
Municipal?
A categoria seguinte foi sobre o transporte, a sua importância na vida
do carioca e se ele está satisfeito com tal serviço.
Quadro 5 – Questões relacionadas ao transporte
• Como o carioca se sente em relação ao transporte no Rio?
• Qual a importância da sua locomoção pela cidade para a sua
qualidade de vida?
• Qual a importância do tempo gasto em locomoção cotidiana para
sua qualidade de vida?
• Qual a importância do trânsito para a qualidade de sua locomoção?
• Qual a importância da segurança operacional em sua locomoção?
• Qual a importância do custo de sua locomoção para sua qualidade
de vida?
• O carioca conhece a proposta de integração tarifária dos transportes
278
Quadro 5 – Questões relacionadas ao transporte
públicos pelo bilhete único?
• Qual a importância da sinalização das vias?
• Como você considera a civilidade no trânsito do Rio de Janeiro?
Por último, o grupo 6 tratava da urbanização. Os participantes
deveriam opinar sobre quesitos como calçadas e pavimentação das ruas.
Quadro 6 – Questões relacionadas à urbanização
• Como você percebe a organização e a limpeza dos ambientes
públicos no RJ?
• O que significa para você a urbanização?
• Qual a importância da manutenção da urbanização de seu bairro
para a sua qualidade de vida?
• Iluminação pública
• Parques e jardins
• Saneamento Básico
• Calçadas
• Pavimentação das ruas
• Infraestrutura de lazer – Passarelas
Conduzido o grupo, os resultados foram analisados para servirem
como subsídios para planejar a fase quantitativa, descrita a seguir.
Fase Quantitativa:
A fim de priorizar, de modo mais preciso, as demandas extraídas da
discussão qualitativa em grupo, foi elaborado um instrumento de coleta de
dados, contendo
279
• Caracterização do respondente 23 perguntas
• Conceituação de qualidade de vida 11 perguntas
• Qualidade de vida – aspectos externos 20 perguntas
• Qualidade de vida – aspectos psicológicos 9 perguntas
• Qualidade de vida – relações sociais 34 perguntas
• Qualidade de vida – condições de sobrevivência 3
perguntas
• Qualidade de vida – aspectos espirituais 3 perguntas
A Amostra foi constituída por 84 (oitenta e quatro) respondentes,
estudantes universitários da UFRJ, retirados de um universo de
aproximadamente 1200 (mil e duzentos) estudantes.
O tratamento e a análise dos dados foram realizados por meio do
software Sphinx Léxica Plus V5.0. A interpretação dos resultados foi realizada
por meio de técnicas de estatística básica, associadas ao cruzamento de dados e
reflexão sobre o tema.
15.3 RESULTADOS
De acordo com a própria divisão do questionário, apresentaremos os
resultados separados em duas partes: qualitativos e quantitativos.
Resultados Qualitativos
Os resultados dessa fase qualitativa mostraram que o significado de
qualidade de vida para os cariocas inclui ter acesso à saúde, à educação, ao
280
transporte, ao lazer, à alimentação e satisfazer necessidades básicas pessoais e
de segurança.
Os respondentes gostariam que houvesse mais promoções culturais,
incluindo teatro municipal com acesso popular, diminuição dos salários dos
vereadores e aplicação dos recursos públicos de outro modo, com
descentralização orçamentária. Apontaram que gostariam que houvesse
redução da força do sindicato dos rodoviários e que fossem usados materiais
recicláveis para construção de moradias, segundo eles muito mais baratos para
atender a mais habitações.
Como pontos negativos, apontaram tarifas altas de transporte, falta
de saneamento básico e consideraram a gestão pública do Rio de Janeiro como
caótica e virtual. Além disso, opinaram que a imagem do Rio de Janeiro é
negativa quanto à educação e à desigualdade social.
Os resultados, divididos por categoria, foram os seguintes:
o Em relação às questões específicas, as pesquisas mostraram que,
para o carioca, ter acesso à saúde, educação, transporte, lazer,
alimentação, segurança e satisfazer necessidades básicas pessoais
são pontos fundamentais para garantir a qualidade de vida. As
pesquisas também mostraram que o carioca tem, ao mesmo
tempo, orgulho e vergonha de sua cidade.
o A gestão pública foi considerada caótica, com pouco investimento
na periferia e as políticas culturais desiguais – há certa
“centralização da cultura”.
o Em relação à educação, a política de formação de professores é
considerada ruim, assim como as garantias de trabalho desses
profissionais.
281
o Quanto ao desenvolvimento social, as pesquisas mostraram que a
desigualdade social é recorrente, verificada no constrangimento e
incapacidade em relação aos moradores de rua, difíceis condições
de vida para idosos (locomoção e comodidade) e dificuldade de
acesso à cultura; a vulgarização da infância, por produtos
culturais, também foi detectada como problemática.
o Em relação ao transporte, a rede foi considerada boa, mas o
trânsito, caótico.
o Quanto à urbanização, foram verificados problemas como
buracos em calçadas, barulhos de caminhões de lixo durante a
madrugada e falta de saneamento; há desejo por aumento de área
verde e praças.
Resultados Quantitativos
Quadro 7 – Caracterização do respondente
• Estudantes do CFCH
• Mulheres entre 16 e 20 anos
• Solteiras, sem filhos
• Fonte de renda: mesada
• Moram com os pais
• O chefe da família é o pai ou a mãe
• Integrantes da categoria social B1
Quanto à conceituação de qualidade de vida, a análise dos dados
mostrou que 81% dos informantes amam a cidade do Rio de Janeiro; 50%
acreditam ter uma boa qualidade de vida; 80% consideram a cidade “dividida”;
todos os respondentes consideram importantes os seguintes pontos: aspectos
282
externos, aspectos psicológicos, condições de sobrevivência, relações sociais e
aspectos espirituais.
Para medir os aspectos da qualidade de vida do carioca, foram
apesentadas diversas duplas de fatores e pedido aos respondentes que
escolhessem qual deles afetaria mais positivamente sua qualidade de vida. Esta
técnica chama-se Técnica da Preferência Revelada. Isso foi realizado por cada
grupo de características da qualidade de vida.
Quanto aos aspectos externos, a preservação dos direitos e garantias
individuais foi a que recebeu a maior vantagem sobre outro aspecto. No
Quadro 8, vemos seus dois maiores percentuais nas votações contra outros
fatores. Os outros dois escolhidos foram a democracia e o controle da
violência.
Quadro 8 – Aspectos externos favoritos
Preservação dos Direitos e Garantias
Individuais 52% - 92%
Democracia 52% - 89%
Controle da Violência 62% - 90%
Na categoria seguinte, é evidente o quanto o carioca dá valor à
atividade intelectual. Os outros dois critérios – otimismo apesar dos problemas
da cidade e auto-estima elevada como cidadão – têm percentuais máximos
significativamente menores que o primeiro.
Quadro 9 – Aspectos psicológicos favoritos
Acesso à atividade intelectual 83% - 93%
Otimismo apesar dos problemas da
cidade 52% - 74%
283
Quadro 9 – Aspectos psicológicos favoritos
Auto-estima elevada como cidadão 60% - 70%
Confirmando as evidências apresentadas no quadro anterior sobre
como os participantes dão valor à educação e ao conhecimento, o aspecto
ligado às relações sociais favorito com maiores percentuais foi o acesso à
educação. Em seguida, vemos a harmonia em casa e, abaixo dele, o acesso ao
saneamento básico. Ambos os fatores tiveram percentuais máximos muito
próximos.
Quadro 10 – Aspectos sociais favoritos
Acesso à educação 60% - 88%
Harmonia em casa 53% - 80%
Acesso à saneamento básico 53% - 77%
Nas duas categorias seguintes, só três quesitos foram listados, de
forma que três duplas foram formadas entre eles. A oferta de emprego venceu
os dois outros quesitos – locomoção com segurança e conforto e a existência de
um bom sistema público de saúde. A locomoção com segurança e conforto foi
a favorita da outra dupla, de forma que a existência de um sistema público de
saúde perdeu em todas. Este é um dado surpreendente, dada tanto a
importância da saúde quanto a precariedade do sistema público brasileiro.
284
Quadro 11: Qualidade de Vida – Condições de Sobrevivência
A última categoria apresentada aos participantes foi os aspectos
espirituais. A cultura novamente aparece como prioridade, sendo eleita
preferida em relação à promoção da tolerância religiosa e à promoção de traços
culturais da sociedade. Esta última foi a preferida da outra dupla.
Quadro 12: Qualidade de Vida – Aspectos Espirituais
15.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As pesquisas mostraram que o estudante universitário carioca se
preocupa mais com os aspectos que possam afetá-lo individualmente; uma
285
justificativa para tal afirmação é o fato de o aspecto “Preservação dos direitos e
garantias individuais” ter sido escolhido todas as vezes, quando comparado a
qualquer outro aspecto.
Aspectos como segurança, oferta de emprego, acesso à cultura,
locomoção com conforto e segurança e, principalmente, educação foram
considerados os mais importantes para os estudantes.
15.5 REFERÊNCIAS
AAKER, D; KUMAR, V; DAY, G. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas,
2001.
FLECK, M. P. DE A. WHOQOL-100. Organização Mundial de Saúde -
Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida.
<http://www.ufrgs.br/psiq/whoqol.html> Acesso em Setembro de 2008.
MATTAR, F. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 1993, v. 1.
PILON, A. F. Construindo um mundo melhor: A abordagem ecossistêmica
da qualidade de vida. Daena: International Journal of Good Conscience.
Março a, Setembro de 2006
PILON, A. F. Educação Ambiental em Quatro Dimensões de Mundo, uma
Proposta Ecossistêmica (s.d.)
VILA, V. DA S. C.. O significado de qualidade de vida: perspectivas de
indivíduos revascularizados e de seus familiares. Enfermagem, Universidade
de São Paulo. Ribeirão Preto. 2006.
286
CAPÍTULO 16
O câncer de mama no alvo da moda virou
moda?
287
16. O CÂNCER DE MAMA NO ALVO DA MODA VIROU
MODA?89
Bárbara Barros Dumas90 et.al90.
Orientadora: Prof.ª Dra. Fátima Sobral Fernandes
Manter o corpo em boa saúde é o nosso dever, senão não seremos capazes de manter nossa mente forte e lúcida.
Buda91
89 Este trabalho foi apresentado na Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e
Cultural de 2011 e 2012. 90 Aluna do 5º período de psicologia
90 Amanda Schuab Salomão (estudante do 2º período de Comunicação Social), Ana Ariel R. Arras
Menezes (estudante do 1º período de Comunicação Social), Ana Beatriz de S. Siqueira (estudante do
1º período de Comunicação Social), Anna Carolina Caldas, Barbosa (estudante do 1º período de
Comunicação Social), Camila Mattos (estudante do 2º período de Comunicação Social), Délcia
Nascimento de Oliveira Delgado (estudante do 2º período de Comunicação Social), Eduardo
Loureiro (estudante do 2º período de Comunicação Social), Elisa Pontes (estudante do 2º período de
Comunicação Social), Felipe Cocco Cordovil de Macedo (estudante do 2º período de Comunicação
Social), Gláucia Prates Santana (estudante do 2º período de Comunicação Social), Gyna Cassia D.
Costa (estudante do 2º período de Comunicação Social), Julia Vianna do Nascimento (estudante do 3º
período de Administração), Larissa de Moraes P. Agostini de Matos (estudante do 2º período de
Comunicação Social), Maíta C. Almeida (estudante do 1º período de Comunicação Social), Marina de
Castro Frid (estudante do 2º período de Comunicação Social), Marina Maciel Schlaepper (estudante
do 3º período de Administração), Tatiana Martins Freire (estudante do 2º período de Comunicação
Social), Nathalia Tourinho Duarte (estudante do 1º período de Comunicação Social), Letícia dos S.
Gonçalo Olímpio (estudante do 3º período de Pedagogia), Maria Daiane de Paula Rodrigues
(estudante do 3º período de Comunicação Social), Patricia Nigri Adelson (estudante do 2º período de
Comunicação Social), Pedro Muxfeldt Oliveira (estudante do 2º período de Comunicação Social),
Raquel Franco (estudante do 2º período de Comunicação Social), Ricardo Ferreira Rodrigues
(estudante do 1º período de Comunicação Social), Rogério Jorge (estudante do 3º período de
Comunicação Social), Rossana Pina Ribeiro (estudante do 4º período de Comunicação Social),
Vinicius Almeida Vieira (estudante do 3º período de Comunicação Social), Yuri D. Esteves (estudante
do 2º período de Comunicação Social). 91 Fundador da doutrina budista, Siddhart Gautama, o Buda, nasceu no século VI a.C., em
Kapilavastu, norte da Índia, que hoje corresponde ao Nepal. Ele era um príncipe que, logo após seu
nascimento, foi levado pelos seus pais ao templo para ser apresentado aos sacerdotes. Lá surgiu um
senhor sábio que havia dedicado sua vida toda à meditação longe da cidade; ele tomou o menino em
suas mãos e profetizou "este menino será grande entre os grandes. Será um poderoso rei ou um mestre
espiritual que ajudará a humanidade a se libertar de seus sofrimentos".
288
16.1 INTRODUÇÃO
O câncer de mama é o tipo de câncer mais frequente entre as
mulheres e também o que mais leva pessoas a morte. Levando em
consideração a gravidade do problema e a importância de se alertar à
população, há mais de 18 anos foi criada a campanha "O Câncer de Mama no
Alvo da Moda", visando a aumentar a conscientização sobre esse problema e
sobre a importância do autoexame, uma das principais armas para um
diagnóstico precoce, indispensável para o sucesso no tratamento.
Por meio desta pesquisa, trata-se de realizar uma avaliação indireta
da eficácia do projeto e busca-se conhecer sua influência junto ao universo de
mulheres do campus da Praia Vermelha da UFRJ.
Assim, como objetivos, procurou-se: analisar o grau de informação
sobre os riscos da doença e seus métodos preventivos; descobrir se a campanha
promoveu a conscientização sobre a importância do autoexame e as demais
formas de prevenção; e se, portanto, contribuiu para o aumento de mulheres
que praticam esses exames, avaliando também os motivos que as levam a não
fazê-los, e se houve mudança de comportamento em relação ao autoexame
entre 2004 e 2012.
Com essas questões, a equipe do Laboratório de Inteligência e
Pesquisa de Marketing Social (LIMK) elaborou uma pesquisa de opinião,
realizada com base na metodologia preconizada por Mattar (1999) e por
Aacker, Kumar e Day (2004), que vem sendo desenvolvida pela Equipe LIMK
como exercício de ensino - aprendizagem sobre como bem realizar uma
pesquisa desse tipo.
289
16.2 METODOLOGIA
O processo começa com a detecção de um problema, no caso falta
de informação sobre a eficácia desta campanha junto ao universo pesquisado.
A seguir, foi elaborado um briefing para orientar a elaboração da proposta de
trabalho pelo instituto de pesquisa. Em seguida, examinados critérios de
escolha de um instituto de pesquisa pela Equipe em treinamento, a própria
Equipe LIMK elabora uma proposta de trabalho para coletar dados, analisá-los
e interpretá-los, para, posteriormente, elaborar um relatório. Após essa etapa,
o “cliente hipotético neste caso” avalia o relatório e aplica os resultados.
Foi realizada uma pesquisa exploratória quantitativa. O universo
pesquisado foi o de estudantes, professoras e funcionárias do Campus da Praia
Vermelha UFRJ, que compreendia um total de 3.823 mulheres em 2004 e
5.713 em 2012. A amostra em 2004 foi constituída por 300 entrevistadas e em
2012 por 250 entrevistadas. A amostra foi aleatória com pelo menos 90% de
confiança que haverá apenas 10% de margem de erro entre universo e amostra.
A técnica de coleta de dados usada foi um questionário auto
respondido, em 2004, com 36 perguntas, entre elas 3 abertas e 33 fechadas, e,
em 2012, com 66 perguntas entre elas 17 abertas e 49 fechadas. O
questionário foi organizado em seis partes: Perfil do respondente, Hábitos
alimentares, Histórico familiar, Cuidados pessoais, Grau de conhecimento
sobre a campanha e Impressões sobre a pesquisa.
O tratamento e análise de dados foram realizados por meio do
software Sphinx Léxica V 5.0 e a interpretação de dados foi realizada com base
em técnicas de estatística básica, associadas a cruzamento de dados e reflexão
sobre o tema.
290
16.3 RESULTADOS
A seguir está apresentado, no quadro 1, o perfil das respondentes.
Observa-se que as funcionárias e professoras, possivelmente, são mais novas
pela renovação de quadros em função de concursos públicos. Nenhuma
estudante havia entrado na menopausa, como era de se esperar pela pouca
idade do grupo.
Quadro 1: Perfil da Respondente
2004 2012
Estudantes
Idade: < 25 anos Idade: 20 a 23 anos
Estado civil: - Estado civil: Solteira
Filhos: - Filhos: Não
Tamanho da família: - Tamanho da família: 4
Menopausa: 100% não Menopausa: 100% não
Funcionárias
Idade: 36 a 55 anos Idade: 35 a 50 anos
Estado civil: solteira Estado civil: solteira
Filhos: sim Filhos: sim
Tamanho da família: 3 Tamanho da família: 3
Menopausa: 54% não Menopausa: 75% não
Professoras
Idade: 46 a 55 anos Idade: 45 a 50 anos
Estado civil: solteira Estado civil: casada
291
Quadro 1: Perfil da Respondente
2004 2012
Filhos: Sim Filhos: sim
Tamanho da família: 3 Tamanho da família: 3
Menopausa: 21% não Menopausa: 64% não
Analisando-se o quadro 2, constata-se que, tanto estudantes, quanto
funcionárias e professoras, declararam ter hábitos mais saudáveis alimentares
em 2011. A frequência modal de consumo declarado de cada tipo de alimento
era de três vezes por semana. Pode-se observar que esta frequência aumenta
em todas as categorias de mulheres em relação a cereais, grãos e carne para sete
vezes por semana em 2011. Apenas o consumo de frutas e verduras
permanece em três vezes por semana para as estudantes. O resultado parece
indicar uma alimentação mais variada e mais saudável em 2011.
Quadro 2: Hábitos Alimentares (valor modal)
2004 2011
Estudantes
Grãos: 50% três vezes Grãos: 46% sete vezes
Cereais: 50% três vezes Cereais: 63% sete vezes
Carne: 50% três vezes Carne: 47% sete vezes
Frutas: 50% três vezes Frutas: 26% três vezes
Verduras: 50% três vezes Verduras: 22% três vezes
Funcionárias
Grãos: 50% três vezes Grãos: 64% sete vezes
Cereais: 50% três vezes Cereais: 78% sete vezes
292
Quadro 2: Hábitos Alimentares (valor modal)
2004 2011
Carne: 50% três vezes Carne: 78% sete vezes
Frutas: 50% três vezes Frutas: 39% sete vezes
Verduras: 50% três vezes Verduras: 48% sete vezes
Professoras
Grãos: 50% três vezes Grãos: 71% sete vezes
Cereais: 50% três vezes Cereais: 71% sete vezes
Carne: 50% três vezes Carne: 43% sete vezes
Frutas: 50% três vezes Frutas: 57% sete vezes
Verduras: 50% três vezes Verduras: 79% sete vezes
Quanto ao histórico familiar ou social sobre incidência de casos de
câncer de mama, a maioria relata possuir um caso de câncer de mama entre os
seus familiares e conhecidos, e não houve diferença significativa nos resultados
dos dois anos analisados, assim como no caso das funcionárias.
Porém, observa-se que no caso das professoras houve uma
diminuição considerável dos casos de câncer de mama no seu círculo social.
Enquanto em 2004, 86% delas relatavam um caso da doença dentro da família
e 93% relatavam fora dela, em 2012, 64% não relatavam nenhum familiar com
o câncer e somente 79% relatavam algum amigo ou conhecido com a doença.
É curioso como essa diferença foi drástica somente neste grupo, mas não nos
outros.
293
Tabela 3: Histórico Familiar
2004 2011
Estudantes
Não há casos de câncer de mama na
família: 76%
Não há casos de câncer de mama na
família: 74%
Há casos de câncer de mama fora da
família: 63%
Há casos de câncer de mama fora da
família: 69%
Funcionárias
Não há casos de câncer de mama na
família: 85%
Não há casos de câncer de mama na
família: 84%
Há casos de câncer de mama fora da
família: -
Há casos de câncer de mama fora da
família: 53%
Professoras
Menopausa: 79% sim Não teve Menopausa: 64%
Há casos de câncer de mama na família:
86% sim
Não há casos de câncer de mama na
família: 64%
Há casos de câncer de mama fora da
família: -
Há casos de câncer de mama fora da
família: 79% sim
Quanto aos cuidados pessoais relacionados à prevenção desta doença
insidiosa, constata-se que, embora os cuidados pessoais das estudantes tenham
melhorado em alguns aspectos (em 2004, 54% não costumavam beber,
enquanto em 2011, 50% o faziam duas vezes na semana). Pela observação do
quadro 4, na maioria dos aspectos, constata-se uma diminuição da preocupação
com a saúde preventiva entre as estudantes, o que as põe em risco. Ao serem
perguntadas sobre os motivos de não fazerem o exame, a resposta mais
frequente foi o esquecimento, ainda que declarem considerar necessário.
294
As funcionárias também têm atitudes menos saudáveis em 2011 em
comparação a 2004. Entretanto, o número de não-fumantes aumentou, o que
se mostra positivo.
No caso das professoras, a situação foi similar: embora a maioria não
faça mais exercícios físicos, houve diminuição do consumo declarado de álcool
e e uma porcentagem maior delas faz o autoexame, cada vez com mais
frequência e mais procurariam um médico ao perceber uma alteração
De todo modo, fica evidente a importância de uma campanha
educativa deste tipo pela falta de hábitos de cuidados pessoais preventivos em
uma camada social esclarecida.
Quadro 4: Cuidados Pessoais Preventivos
2004 2011
Estudantes
Não fumante ativo ou passivo: >50% Não fumante ativo ou passivo: 81%
Frequência semana que faz uso do álcool:
>50% 2 vezes
Frequência semana que faz uso do álcool:
>54% nenhuma vez
Frequência semanal da prática de exercícios
físicos: >50% 2 vezes
Frequência semanal da prática de exercícios
físicos: 44% nenhuma vez
Não costuma fazer o autoexame: 65% Não costuma fazer o autoexame: 93%
Sabe como fazer autoexame: - Sabe como fazer autoexame: 82% sim
Como aprendeu a fazer o autoexame: - Como aprendeu a fazer o autoexame: 39%
com médico
O que seria uma alteração nas mamas: - O que seria uma alteração nas mamas: 96%
nódulo palpável
No caso de encontrar alguma alteração o
que sentiria: 60% medo
No caso de encontrar alguma alteração o
que sentiria: 80% medo
295
Quadro 4: Cuidados Pessoais Preventivos
2004 2011
No caso de encontrar alguma alteração o
que faria: 88% procuraria um médico
No caso de encontrar alguma alteração o
que faria: 81% procuraria um médico
Funcionárias
Não fumante ativo ou passivo: - Não fumante ativo ou passivo: 72% sim
Frequência semanal que faz uso do álcool: - Frequência semanal que faz uso do álcool:
48% nenhuma vez
Frequência semanal da prática de exercícios
físicos: -
Frequência semanal da prática de exercícios
físicos: 64% nenhuma vez
Costuma fazer o autoexame: 54% sim Costuma fazer o autoexame: 33% sim
Sabe como fazer autoexame: - Sabe como fazer autoexame: 72% sim
Funcionárias
Como aprendeu a fazer o autoexame: - Como aprendeu a fazer o autoexame: 42%
com médico
O que seria uma alteração nas mamas: - O que seria uma alteração nas mamas: 87%
nódulo palpável
No caso de encontrar alguma alteração o
que sentiria: 61% medo
No caso de encontrar alguma alteração o
que sentiria: 70% medo
No caso de encontrar alguma alteração o
que faria: 92% procuraria um médico
No caso de encontrar alguma alteração o
que faria: 89% procuraria um médico
Professoras
Não fumante ativo ou passivo: - Não fumante ativo ou passivo: 64%
Frequência semana que faz uso do álcool:
64% de 3 a 4 vezes
Frequência semana que faz uso do álcool:
36% 3 vezes
Frequência semana da prática de exercícios
físicos: 64% de 2 a 4 vezes
Frequência semana da prática de exercícios
físicos: 43% nenhuma vez
Costuma fazer o autoexame: 71% sim Costuma fazer o autoexame: 79% sim
Sabe como fazer autoexame: - Sabe como fazer autoexame: 93% sim
296
Quadro 4: Cuidados Pessoais Preventivos
2004 2011
Como aprendeu a fazer o autoexame: - Como aprendeu a fazer o autoexame: 79%
com médico
O que seria uma alteração nas mamas: - O que seria uma alteração nas mamas:
100% nódulo palpável
No caso de encontrar alguma alteração o
que sentiria: 50% medo
No caso de encontrar alguma alteração o
que sentiria: 57% medo
No caso de encontrar alguma alteração o
que faria: 78% procuraria um médico
No caso de encontrar alguma alteração o
que faria: 93% procuraria um médico
Ao se pesquisar sobre o grau de conhecimento da campanha “O
câncer de mama no alvo da moda”, constata-se que o percentual de estudantes
que a conhece diminuiu de 99% para 78%. O mesmo ocorre com as
funcionárias
Ao contrário, 71% das professoras, em 2004, afirmaram ter ouvido
falar da campanha há mais de três anos e em 2011, o valor modal passa a ser 7
anos ou mais. Todos os segmentos declaram possuir algum objeto de moda do
alvo da campanha.
Quadro 5: Grau de Conhecimento da Campanha
2004 2011
Estudantes
Conhece a campanha "O câncer de mama
no alvo da moda": 99% sim
Conhece a campanha " O câncer de mama
no alvo da moda": 78% sim
Tempo de conhecimento da campanha:
72% há mais de três anos
Tempo de conhecimento da campanha:
23% de 3 a 4 anos
Possui algum produto da campanha: 51%
sim
Possui algum produto da campanha: 24%
sim
297
Quadro 5: Grau de Conhecimento da Campanha
Funcionárias
Conhece a campanha "O câncer de mama
no alvo da moda": 61%
Conhece a campanha " O câncer de mama
no alvo da moda": 53% sim
Tempo de conhecimento da campanha:
61% há mais de três anos
Tempo de conhecimento da campanha:
16% 7 anos ou mais
Possui algum produto da campanha: 15%
sim
Possui algum produto da campanha: 13%
sim
Professoras
Conhece a campanha "O câncer de mama
no alvo da moda": 71%
Conhece a campanha "O câncer de mama
no alvo da moda": 79% sim
Tempo de conhecimento da campanha:
71% há mais de três anos
Tempo de conhecimento da campanha:
57% 7 anos ou mais
Possui algum produto da campanha: - Possui algum produto da campanha: 14%
sim
Quadro 6 – Impressões sobre a Pesquisa
2004 2011
Estudantes
Como se sentiu respondendo a pesquisa: - Como se sentiu respondendo a pesquisa:
64% bem
Funcionárias
Como se sentiu respondendo a pesquisa: - Como se sentiu respondendo a pesquisa:
66% bem
Professoras
Como se sentiu respondendo a pesquisa: - Como se sentiu respondendo a pesquisa:
64% bem
298
16.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível observar que, ao diminuir a intensidade da campanha na
mídia, diminuiu a porcentagem de mulheres que fazem o autoexame e a
mamografia. Apesar de a campanha ter mais de 18 anos desde sua criação, o
tempo máximo de conhecimento das respondentes é de sete anos quando da
realização da pesquisa em 2011.
Os resultados reforçam a necessidade de intensificar essa campanha,
porque há um aparente aumento do conhecimento de número de casos pela
declaração das respondentes sobre casos conhecidos.
Ainda constatou-se que: melhorou o hábito alimentar de todos os
segmentos, mas as estudantes ainda se alimentam pior; diminuiu o número de
fumantes e de usuários de álcool; as respondentes se tornaram mais
sedentárias; as respondentes fazem menos autoexame; aprenderam a fazer o
autoexame com médicos; o medo é o sentimento predominante diante do risco
de câncer; procurariam um médico em caso de risco; fazem menos
mamografia, exceto as professoras; todas identificam risco em nódulos
palpáveis.
Dada a importância do tema, percebe-se que há espaço para que a
UFRJ faça uma campanha interna para ampliar o hábito de autoexame. Afinal,
quem ama cuida! Autoestima e estima recebida do empregador! Tudo de
bom para mudança de hábitos.
16.5 REFERÊNCIAS
AEKAR, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Editora
Atlas, São Paulo: 2004.
299
ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2012.
ABEP. Pesquisa: Mercado, Opinião e Mídia . Disponível em
<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=154>. Acesso em 2012
IBCC – Instituto Brasileiro de Controle do Câncer. O Cãncer de Mama no
Alvo da Moda. Disponível em: < www.ocancerdemamanoalvodamoda.com.br
>. Acesso em 2012.
MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas, São Paulo: 1999.
OPAS; OMS. Organização Pan-Americana da Saúde; Organização Mundial
da Saúde. Brasil. Disponível em: <www.new.paho.org/bra>. Acesso em 2012.
SPHINX. Manual do Sphinx Plus Lexica. Disponível em: <
www.sphinxbrasil.com >. Acesso em 2012
300
CAPÍTULO 17
A SAARA foi afetada pela campanha para
criar empregabilidade para os deficientes?
301
17. A SAARA FOI AFETADO PELA CAMPANHA PARA
CRIAR EMPREGABILIDADE PARA OS DEFICIENTES?
Bárbara Barros Dumas92 et. al.91
Prof.ª Dra. Fátima Sobral Fernandes
Quanto maior o obstáculo, maior a glória em supoerá-lo. Moliére92
17.1 INTRODUÇÃO
A propaganda sobre Síndrome de Down93
que foi ao ar no ano de
2004, serviu como objeto de pesquisa do Laboratório de Inteligência e Pesquisa
de Marketing Social (LIMK). A vinheta mostra uma garçonete portadora da
Síndrome atendendo clientes em um restaurante de comida rápida. A câmera
muda de ângulo e ouve-se o som de objetos caindo e clientes olhando para a
origem do som, sem que a câmera foque nela. Depois, aparece uma garçonete
sem a Síndrome, limpando o conteúdo da bandeja que havia derrubado,
enquanto a portadora da Síndrome de Down continua seu trabalho. Aparece o
letreiro “Você também cometeu um erro?”, referindo-se ao fato de que o
espectador possivelmente pensou que o acidente foi culpa da garçonete Down.
92 Estudante do 5º período de Psicologia.
91 Blandine Mol de Araújo (estudante do 2º período de Comunicação Social), Camila Pellegrini
(estudante do 2º período de Comunicação Social), Carlos Eduardo Cayres de Matos (estudante do 2º
período de Comunicação Social), Caroline Olivieri (estudante do 2º período de Comunicação Social),
Diogo Gardoni (estudante do 2º período de Comunicação Social), Jorge Jacob (estudante do 2º
período de Comunicação Social), Maria Rosimeire Marostica Chaves (estudante do 2º período de
Comunicação Social). 92 Pseudônimo de Jean-Baptiste Poquelin (1622 – 1673), ator e dramaturgo francês.
93 Produzido pela agência Giovanni FCB e criado por Cláudio Gatão e André Lima. A direção de
criação pertence a Adilson Xavier e Cristina Amorim. A produtora foi Zero Filmes e direção de Sérgio
Amon. Veiculação da propaganda entre as datas de 01/04 e 15/05.
302
Com a pesquisa, teve-se como objetivo analisar a eficácia da
propaganda no que diz respeito à conscientização dos empregadores com
relação à capacidade dos portadores de Síndrome de Down no mercado de
trabalho. A equipe LIMK da época desejava saber os efeitos da campanha
publicitária sobre empregadores da SAARA (Sociedade de Amigos das
Adjacências da Rua da Alfândega): se passaram a ver os portadores com olhar
menos preconceituoso, se os contratariam como funcionários de seus
estabelecimentos e se têm confiança em sua capacidade.
17.2 METODOLOGIA
Os estudantes do LIMK são treinados a elaborar uma pesquisa de
marketing desde seu início, realizando todas suas etapas até a desejada
finalização. Todos devem desenvolver capacidade de cumprir qualquer dos
papéis do processo.
Para o caminho percorrido foi o mesmo retratado na figura abaixo.
Vale ressaltar que prévio à construção de instrumento e coleta de dados houve
ainda levantamento de bibliografia relacionada à questão abordada neste artigo.
Figura 1: Procedimento de Pesquisa de Marketing
303
A pesquisa foi realizada em dois momentos. Primeiramente, com a
intenção de abranger os pequenos empregadores da SAARA no Centro do
município de Rio de Janeiro e ela foi dividida em duas etapas: qualitativa,
baseada em uma entrevista em profundidade, e, baseada na primeira, a segunda
fase quantitativa, consistindo em entrevista realizada com base um questionário
com perguntas abertas e fechadas. A aplicação do instrumento foi realizado por
3 grupos com 7 estudantes cada.
Etapa Qualitativa
O critério de escolha dos respondentes baseava-se em entrevistar um
a cada três estabelecimentos. Primeiramente foi realizado um pré-teste para ver
se as perguntas foram bem compreendidas pelos entrevistados.
Depois de confirmado o roteiro com sete perguntas (mais o
questionário sócio-econômico), as tarefas foram desenvolvidas de acordo com o
critério supracitado. A finalidade dessa etapa é permitir que a pessoa possa falar
livremente sobre o assunto e, consequentemente, possa ter insights criativos.
Foram entrevistados sete empregadores.
Etapa Quantitativa
Nesta etapa foram distribuídos 71 questionários, cuja amostra foi
obtida através de uma fórmula matemática. O questionário foi constituído de 37
perguntas, sendo 14 perguntas fechadas e 8 abertas e 15 sócio-demográficas. O
índice de confiabilidade dessa pesquisa é de 90%.
Em segundo momento o grupo amostral, composto por 40
entrevistados, passou a abranger o corpo docente da Escola de Comunicação da
304
UFRJ. Para eles foi apresentado um questionário contendo 34 perguntas (30
estruturadas e 3 não estruturadas). As questões abrangiam pontos ligados
diretamente aos objetivos da pesquisa e possibilitavam a definição do perfil
psicodemográfico dos respondentes.
O tratamento de dados em ambos os casos foi realizado através do
programa Sphinx Léxica Plus V. 5.
17.3 RESULTADOS
Os resultados aqui expostos baseiam-se nas maiores frequências de
respostas encontradas. A moda foi o parâmetro que norteou as análises.
Quanto à entrevista em profundidade: dos sete entrevistados, apenas um já
havia empregado uma pessoa com deficiência. Os outros seis disseram que não
empregaram por falta de procura por parte dos deficientes, porque a empresa é
familiar e por isso só trabalham com pessoas da própria família ou porque a
empresa tem pouca rotatividade de funcionários.
Em relação aos empregadores do Centro do Rio de Janeiro apurou-
se que todos declararam ter assistido ao comercial sobre a menina portadora de
Síndrome de Down, mas apenas três entrevistados o descreveram. Os demais
só deram sua opinião sobre a situação; um deles disse não ter sentido emoção
por saber que “era tudo provocado”.
Os entrevistados expressaram opiniões variadas quanto à
ambientação; três gostaram do local escolhido, mas um deles achou que houve
pouca veiculação da propaganda; outro disse ter achado interessante que a
portadora da Síndrome estivesse trabalhando; outro empregador falou do
305
“impacto das pessoas que acharam que foi a garçonete que havia derrubado a
bandeja” e um último que não soube explicar.
O sentimento depois de ter assistido à campanha também foi
diferente de empregador para empregador. Algumas das respostas informavam
que sentiram “como um alerta”, que “acharam bacana”, que “[a propaganda]
mostrou que podem fazer tudo que uma pessoa ‘normal’ faz”, que “um
deficiente trabalha melhor porque tenta se superar”, que “todos devem ter
oportunidade” e um declarou que achava que a atriz portadora de Down estava
sendo explorada porque um doente não deve ser usado em um comercial.
Porém, nenhum deles mudou de opinião depois de assistir o comercial: todos
já tinham consciência sobre o assunto.
Na entrevista feita através de questionário, descrita no Quadro 1,
descobre-se que a maioria não tem nenhum nível de convivência com
portadores da Síndrome de Down (79%). 93% nunca empregaram pessoas
portadoras de deficiência e a principal razão para isso é a mesma da entrevista
em profundidade: a não procura de emprego por essas pessoas, como se
responsabilizassem os sindromicos. Quase todos os entrevistados (97%) jamais
foram atendidos por um portador da Síndrome.
Aproximadamente metade dos empregadores (55%) assistiu
recentemente a algum comercial relacionado a esse assunto, sendo que 65%
desses assistiram à campanha da garçonete. A imagem mais marcante da
campanha para eles foi quando a bandeja caiu e todos pensaram que foi a
portadora de Down que tinha derrubado – incluindo eles.
Na opinião dos entrevistados, esse momento mostrou exatamente o
preconceito das pessoas, incluindo o deles próprios. Relacionado à
306
ambientação do comercial, a maioria (39%) achou muito bom, seguida de perto
(34%) pelo índice de não-resposta.
Quando foram perguntados sobre se o comercial fez com que eles
mudassem de opinião em relação às condições igualitárias de um deficiente, o
percentual obtido foi parecido: 37% não responderam, 34% disseram sim e
30%, não. Dentre os que disseram ter mudado de opinião, a explicação para
isso foi que os empregadores perceberam que os portadores também têm
muita capacidade. 30% dos empregadores disseram concordar que os
portadores de Síndrome de Down são capazes de realizar qualquer trabalho e
23%, que eles possuem a mesma capacidade que os funcionários não
portadores. Porém, o índice de não-resposta nessas duas questões foi muito
alto: 32% na primeira e 34% na última.
Mais da metade dos respondentes (58%) concordaram que a
propaganda trouxe reflexão sobre o assunto, mas 41% acha que só ela não é
suficiente para mudar a opinião das pessoas sobre os portadores de Síndrome
de Down. A maioria dos entrevistados (49%) não responderam a essa
pergunta, mas dentre os que responderam a justificativa dada por acharem que
somente a propaganda não surtirá efeito é o grande preconceito da sociedade
(39%).
45% dos empregadores não costumam apoiar nem realizar
campanhas para ajudar insituições beneficentes devido à falta de oportunidade.
Dos 17% que disseram que ajuda, a maioria contribui para a campanha do
câncer.
307
Quadro 1: Pesquisa Qualitativa com Empregadores
Você tem algum tipo de convivência com
portadores da Síndrome de Down? Não – 79%
Você já empregou alguém que seja
portador de deficiência? Não – 93%
Quais são os motivos que levaram você a
nunca ter empregado um?
A não- procura de de emprego por essas
pessoas – 44%
Você já foi atendido por um portador de
Síndrome de Down? Não – 97%
Você viu recentemente algum comercial
de TV relacionado a esse assunto? Sim – 55%
Você viu o comercial da garçonete
portadora da Síndrome de Down? Sim – 65%
O que você achou da ambientação do
comercial (iluminação, cor, personagem,
som...)?
Muito bom – 39%
O comercial fez você mudar de opinião
sobre as condições igualitarias de um
deficiente?
Não-resposta – 37%
Os portadores de Síndrome de Down
são capazes de realizar qualquer trabalho. Não-resposta – 32%
Eles possuem a mesma capacidade do
que os funcionários não-portadores de
defiência.
Não-resposta – 34%
O comercial, pelo menos, fez refletir
sobre o assunto. Concordo – 58%
Você acha que a propaganda veiculada
na TV é sufiente para mudar a opinião
das pessoas em relação aos portadores de
Síndrome de Down?
Não – 48%
Por que não é suficente para mudar a
opinião das pessoas? Não-resposta – 49%
Sua empresa costuma apoiar/realizar
alguma campanha ou ajudar alguma
instituição beneficente?
Não – 45%
Idade Não-resposta – 24%
Sexo Feminino – 46%
308
Quadro 1: Pesquisa Qualitativa com Empregadores
Estado Civil Casado – 38%
Nível de Escolaridade 2º grau completo – 46%
Região onde mora Zona norte – 32%
Tipo de residência Casa – 46%
Como você chega ao trabalho? Ônibus – 37%
Renda do chefe da família, em salários
mínimos. Não-resposta – 32%
O que você faz nas horas de lazer? Assiste TV – 51%
Com que frequência você acessa a
Internet? Não-resposta – 28%
Algumas das dificuldades encontradas durante esta aplicação foram:
Erro por parte dos respondentes, que muitas vezes em suas
respostas fugiam do que foi perguntado.
Incompreensão das perguntas.
Mau-humor ou má vontade dos empregadores.
Falta de disponibilidade de tempo por parte dos entrevistados.
Alguns respondiam se preocupando com a aceitação social e
assim não refletiam exatamente o que pensavam.
309
O pouco tempo para a realização das pesquisas, o que não
permitiu completar o número mínimo de entrevistas para haver
uma representatividade da amostra.
Já na segunda realização da pesquisa dos 69 professores da ECO
foram entrevistados 40. Deste grupo apenas 18 respondeu lembrar-se da
propaganda, consequentemente apenas este número de respondentes pode
completar o questionário, logo, para efeitos de análise, o total amostral (100%)
será considerado 18. O perfil do respondente abrange pessoas entre 40 e 45
anos (83%), do sexo masculino (72%), todos vínculo permanente com a UFRJ,
89% acessam a Internet todos os dias, 83% tem carga horária de 40 horas e
possui mais de 10 anos de magistério.
Sobre o tema pesquisado, segue-se no Quadro 2 o que foi levantado
de acordo com a resposta dada pelos entrevistados.
Quadro 2 – Pesquisa Qualitativa com Professores
Já teve contato com portador da
Síndrome de Down? Sim – 72%
Já discutiu em suas aulas questões
relacionadas aos portadores de
Síndrome de Down?
Sim – 50%
Pode vir a concordar com a reserva de
vagas nas universidades para os
portadores de deficiência.
Sim – 72%
Considera a propaganda positiva? Sim – 94%
Sentiu-se tocado pela propaganda? Sim – 89%
Acha que a propaganda trata de maneira
eficaz a questão do preconceito? Sim – 94%
Sabe dizer se o mercado de trabalho
para os portadores de Síndrome de
Down cresceu após o anúncio?
Não – 72%
310
Sobre os aspectos técnicos do anúncio, os professores foram
unanimidade em afirmar que o roteiro foi criativo e bem desenvolvido. 72%
acharam que a atuação foi forte e impactante, 61% acharam a sonorização
adequada e 56% que o cenário condiz com a realidade brasileira. Além disso,
outros dados levantados foram: se a iluminação teve um papel importante, ao
que 44% declararam não ter notado, e se a veiculação teve a frequência
necessária, onde 38% responderam que sim.
Nesta ocasião de aplicação de questionário se puseram algumas
limitações, como:
A disponibilidade de apenas 1 computador da faculdade, o que
retardou o processo de confecção e análise do questionário.
A pequena representatividade da população pesquisada, visto que
o índice de não resposta foi alto. A proximidade das férias
somou-se aos aspectos que dificultaram a pesquisa, pois muitos
professores encerraram suas atividades antes e não foram
encontrados para responder ao instrumento.
17.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após análise dos dados, observou-se que quase nenhum dos
entrevistados já foi atendido por portadores da Síndrome de Down, nem tem
contato com algum deles.
A maioria também disse que nunca empregou um portador, com a
justificativa da não-procura dessas pessoas e de trabalharem em um ramo que
não permitiria isso, mas que o fariam se surgisse a oportunidade? Continua a
questão em aberto.
311
O comercial da garçonete fez com que a maioria dos entrevistados
mudasse de opinião ou, ao menos, refletisse sobre o assunto. Porém, é um
consenso de que há necessidade de se intensificar a veiculação de campanhas
desse tipo para vencer o preconceito da sociedade, que ainda é grande.
Pode-se acrescentar, após aplicação dos questionários aos
professores, que o comercial deve ser veiculado por outras mídias, para
alcançar um maior público. Tem-se em vista o grupo objetivado por esta
pesquisa, que assiste poucas horas de televisão. O ideal seria a veiculação em
TV segmentada ou uma adaptação da campanha à mídia impressa.
17.5 REFERÊNCIAS
AEKAR, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Editora
Atlas, São Paulo: 2004.
MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas, São Paulo: 1999.
SPHINX. Manual do Sphinx Plus Lexica. Disponível em: <
www.sphinxbrasil.com >. Acesso em 2004.
312
CAPÍTULO 18
Comunicação
Corporativa associada à Responsabilidade
Socioambiental: uma sistematização dos achados documentais
313
18 COMUNICAÇÃO CORPORATIVA ASSOCIADA À
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: UMA
SISTEMATIZAÇÃO DOS ACHADOS DOCUMENTAIS93
Lívia Pereira de Frias94 et. al.93
Prof.ª DraFátima Sobral Fernandes
Tudo o que é necessário para que o mal triunfe é a omissão dos homens de boa índole.
Edmund Burke94
93 Artigo baseado em trabalho que concorreu ao Prêmio Ethos - Valor em sua 10ª edição em 2010 e foi
apresentado nas edições de 2008, 2009 e 2010 da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica,
Artística e Cultural (JICAC) da UFRJ. 94 Estudante do 4º período de Psicologia.
93 Amanda Ferreira Marcicano (estudante de Pedagogia), Ana Beatriz Carneiro Guerra Duro
(estudante do 9º período de Administração), Ana Carolina Vaz de Oliveira Fernandes (estudante do 2º
período de Comunicação), Anaiz Rosadas Falcão (estudante do 2º período de Comunicação), Bruna
Costa Ebara (estudante do 4º período de Comunicação), Bruno Luiz Silva Dantas (estudante do 1º
período de Comunicação), Carlos Alexandre de Carvalho Martins (estudante do 1º período de
Comunicação), Celso Garcia Teles Lehnemann (estudante do 2º período de Comunicação), Clara
Filippelli Fernandes Rescala (estudante do 2º período de Comunicação), Fernanda de Morais Amorim
(estudante do 2º período de Comunicação), Flávio Vinícius Ferreira de Araújo (estudante do 2º
período de Comunicação), Gabriela de Jesus Moreira (estudante do 7º período de Psicologia), Ingrid
Freire Machado (estudante do 1º período de Comunicação), Juliana Ferreira Pitanga (estudante do 2º
período de Comunicação.), Juliana Mattos dos Santos (estudante do 2º período de Comunicação),
Lenine Djú (estudante do 8º período de Comunicação), Lienne Aragão Lyra (estudante do 2º período
de Comunicação), Luciano de Almeida Silva (estudante do 4º período de Psicologia), Luísa Telles de
Araújo Silva (estudante do 2º período de Comunicação), Mairlon dos Santos Melo (estudante do 3º
período de Comunicação), Mariana Dias Bria (estudante do 1º período de Comunicação), Mariana
Rosa Pugginelli Brandão (estudante do 2º período de Comunicação), Nicolly Stheffani Vimercate
Ribeiro (estudante do 1º período de Comunicação), Paola Hoffmann Azevedo (estudante do 1º
período de Comunicação), Patrícia Pizzigatti Klein (estudante do 2º período de Comunicação), Pedro
de Souza Mesquita (estudante do 3º período de Comunicação), Pedro Henrique Teodoro Siqueira
(estudante do 3º período de Psicologia), Raffaele Enrico Calandro (estudante do 2º período de
Comunicação), Simone Pontes dos Santos (estudante do 8º período de Ciências Sociais), Stephanie
Silva de Oliveira (estudante do 1º período de Comunicação.), Taíza Pereira de Oliveira (estudante do
5º período de Serviço Social), Thaís Eletherio Cordeiro (estudante do 2º período de Comunicação),
Vinícius Albuquerque Machado (estudante do 2º período de Comunicação). 94
Filósofo e político anglo-irlandês. Nasceu em Dublin, 1729.
314
18.1 INTRODUÇÃO
Em 2008, alguns estudantes do LIMK propuseram a realização de
uma pesquisa para averiguar se, de fato, empresas poderiam se autodeclarar
empresas cidadãs e em que circunstâncias.
O primeiro movimento foi o de buscar construir uma base
conceitual que fosse capaz de dar conta de fazê-los compreender do que se
tratava ‘ser empresa cidadã’.
As primeiras investigações os levaram a compreender que empresa
cidadã era aquela que buscava construir sustentavelmente suas ações, dando
respostas à sociedade sobre as questões sociais e ambientais que a ela
estivessem relacionadas direta ou indiretamente. Conceito ainda muito amplo e
de certo modo vago para orientar a condução de uma pesquisa colaborativa
realizada por estudantes de graduação em Comunicação Social,
predominantemente, e dos primeiros períodos.
Havia necessidade de delimitar o tema para que houvesse um foco
mais diretamente relacionado ao futuro exercício profissional de cada um.
Em função de o tema ser ainda embrionário em práticas nacionais e
por sua complexidade, por um lado, e, por outro, por verificar que naquela
época, no Brasil, o foco gerencial mais frequente sobre o tema era o de
responsabilidade social, usado como critério de diversos Prêmios de Qualidade,
e que depois foi ampliado para responsabilidade socioambiental, dentro de um
conceito de empresa sustentável que busca equilibrar as questões econômicas,
sociais e de ambiente, delimitou-se a pesquisa sobre comunicação corporativa
associada à responsabilidade socioambiental.
315
Apresenta-se, a seguir, o que foi possível pesquisar entre 2008 e 2010
sobre o tema, em língua portuguesa e espanhola, compreendendo que é um
tema vivo que carece de permanente atualização.
Há algumas décadas, a Responsabilidade Socioambiental vem se
tornando conceito importante, norteador da introdução de inovações nas
práticas de gestão. As empresas, que antes se restringiam a atingir objetivos
econômicos, atualmente possuem desafios diferentes. Porém, ao se declararem
socialmente responsáveis por motivos diversos, elas precisaram firmar
compromisso não só com seus colaboradores e parceiros, mas com a sociedade
como um todo, assumindo o papel de empresa cidadã, o que vem ampliando
suas responsabilidades.
A adoção desse conceito está, em geral, associada à necessidade de
responder à mudança de comportamento dos consumidores, cada vez mais
conscientes, quer oferecendo bens e serviços produzidos de modo sustentável
e, desse modo, se apresentando ao mercado em nível adequado de competição,
quer exercendo o papel de empresa cidadã, cuidando das pessoas e dos demais
seres vivos, assim como do meio ambiente, conforme preconiza a Carta da
Terra (CCT, 1997), quer mitigando custos sociais gerados por ela. As
motivações são diversas, desde regras de competição do mercado, isenções
fiscais existentes até consciência efetivamente de que, se o planeta for destruído,
todos estarão mortos.
A empresa cidadã se considera responsável não apenas pela
prevenção de possíveis danos sociais que possam ser causados por suas práticas
comerciais, como também, pela construção de bem-estar social, cooperando e
suplementando as ações do Estado. A adoção de métodos de produção
316
sustentáveis, o patrocínio de causas sociais e a conscientização de seus
consumidores são algumas formas de exercer esse papel.
Nesse contexto, percebe-se que, atualmente, muitas empresas alegam
que suas práticas são baseadas no conceito de Responsabilidade
Socioambiental. Entretanto, o que significa, para elas, ser socialmente
responsável? E em que teorias se apoiam para afirmar isso? Como se
apropriam dessas práticas para construir suas imagens institucionais? Como
isso é usado na comunicação corporativa? Que tipo de avaliação é realizado
para acompanhar a eficácia desses processos organizacionais? Essas são as
principais questões que norteiam a pesquisa que deu origem à elaboração desse
artigo.
Durante essa pesquisa, tem sido possível perceber que a
responsabilidade socioambiental é um conceito complexo que está associado a
diversos aspectos organizacionais como a imagem institucional e a comunicação
corporativa. Além disso, constata-se que existem várias formas de conceituar e
praticar a responsabilidade socioambiental.
A partir da análise dos achados bibliográficos (teorias esposadas pelas
empresas brasileiras e pelas uruguaias), procura-se construir um quadro
comparativo sobre como a responsabilidade socioambiental tem sido adotada
no Brasil e no Uruguai. Instigadas por estas questões, no final de 2007, foi
estabelecida uma parceria entre a professora orientadora deste projeto e uma
consultora uruguaia Maria Sotelo de Barboza95
para realizar uma pesquisa
visando a comparar o estado da arte e o estado da prática da comunicação
95 A profissional possui licenciatura em Relações Internacionais e é consultora em Responsabilidade
Social Empresarial.
317
corporativa relacionada às atividades de responsabilidade socioambiental das
maiores e melhores empresas no Brasil e no Uruguai.
É muito importante para a sociedade que exista um levantamento
sobre o que está sendo pensado e praticado pelas empresas em relação à
responsabilidade socioambiental, bem como sobre seu uso como elemento de
construção de marca institucional, pois ele poderá assumir, posteriormente, a
função de divulgação dessas práticas, o que contribui para a educação de
consumidores e de empresas, como orienta a Carta da Terra (CCT, 1997).
Além disso, por meio dele, é possível constatar em que medida as
teorias disponíveis para orientar as práticas empresariais têm de fato encarado o
planeta como lar de todos, com mecanismos capazes de permitir às empresas
assumir responsabilidade universal de respeitar e cuidar da vida em toda a sua
diversidade com compaixão e colaborando para construir sociedades
efetivamente justas, participativas, pacíficas e sustentáveis. Tem-se observado
que muitas empresas passaram a exercer, diretamente, um papel na resolução
de questões socioambientais tradicionalmente consideradas de responsabilidade
do Estado.
O fenômeno da responsabilidade socioambiental inverte, até certo
ponto, o paradigma de que, mesmo nos sistemas neoliberais, o Estado deve ser
o responsável por questões sociais, como Inclusão Social, Educação, Saúde e
Saneamento Básico.
Observando essa tendência empresarial, decidiu-se investigar melhor
como está sendo praticada a responsabilidade socioambiental pelas empresas,
como elas se autorizam a se denominarem empresas cidadãs, em que teorias
estão se baseando para adotar essas práticas e como as têm utilizado como
argumento para construção ou fortalecimento de sua imagem institucional.
318
Trata-se de tema contemporâneo que envolve atores sociais diversos
e cujo conhecimento produzido a respeito pode ser útil não apenas para o meio
acadêmico, mas, sobretudo, para a sociedade, que poderá compreender melhor
suas relações sociais e como elas têm sido representadas no processo de
comunicação entre empresas e cidadãos consumidores, assim como também
pode ser bastante útil para as empresas respondentes da pesquisa, que poderão
compreender melhor e de forma comparativa suas práticas.
Além disso, os resultados obtidos poderão servir de base para novos
estudos acadêmicos sobre esse campo do conhecimento, em especial, a
realização de comparações com as realidades de outros países latino-
americanos, o que propiciará que sua integração prevista na Constituição
Brasileira se dê em bases adequadas para todos.
Acrescenta-se como justificativa técnica a lacuna identificada na
literatura sobre o tema e como justificativa de caráter econômico a necessidade
de reconhecer os recursos envolvidos nestas práticas de responsabilidade
socioambiental.
Por esses motivos, essa pesquisa vem sendo realizada com recursos
próprios dos estudantes envolvidos e o apoio, em 2008, de uma bolsa de
iniciação cientifica da universidade e, em 2010, de uma bolsa de iniciação
cientifica de um agente de fomento científico e tecnológico.
Para orientar a primeira etapa dessa pesquisa, foram definidos os
seguintes objetivos específicos a serem atingidos a partir de reflexão sobre os
achados bibliográficos.
319
Objetivos específicos sobre o estado da arte:
o Que teorias estão disponíveis para uso das empresas sobre
responsabilidade socioambiental?
o O que é responsabilidade socioambiental?
o Como deve ser praticada?
o Que teorias estão disponíveis para uso das empresas sobre
construção e gestão de imagem institucional?
o Como construir e gerenciar imagem institucional?
o Que teorias estão disponíveis para uso das empresas sobre
comunicação corporativa externa?
o Que teorias estão disponíveis para orientar as empresas sobre uso
de elementos da responsabilidade socioambiental na
comunicação corporativa externa?
o Que elementos devem ser usados nessa comunicação
corporativa?
o Que teorias estão disponíveis para uso das empresas sobre
avaliação destes processos organizacionais e de seus resultados?
Objetivos específicos sobre o estado da prática:
o Quais são as empresas que praticam responsabilidade
socioambiental entre as maiores e melhores no Brasil e no
Uruguai?
320
o Em que setores econômicos essas empresas atuam?
o Existem áreas especificas que cuidem da responsabilidade
socioambiental nessas corporações?
o Que causas ou idéias sociais têm recebido investimento dessas
empresas?
o Como está a comunicação corporativa externa nessas empresas?
o Quanto há de uso das práticas de responsabilidade
socioambiental nessas ações de comunicação corporativa?
o Que tipo de divulgação está sendo realizada das atividades de
responsabilidade socioambiental dessas empresas?
o Que teorias têm inspirado suas práticas em cada um desses
campos?
o Há avaliação da imagem institucional e da comunicação
corporativa?
o Como elas avaliam a eficácia do uso da responsabilidade
socioambiental como elemento de construção da imagem
institucional no processo de comunicação corporativa externa?
Objetivo específico para comparar estado da arte e da prática:
o Quais as semelhanças e diferenças entre teoria e prática, em
geral, e por setor econômico?
A primeira etapa da pesquisa consistiu na seleção do material
documental para elaborar o quadro referencial teórico norteador da pesquisa
321
de campo. Foram coletados 131 textos em português e em espanhol que foram
lidos, resumidos e sistematizados pelos estudantes envolvidos, que buscavam na
leitura as respostas às perguntas a serem respondidas pela pesquisa.
Num segundo momento, todas as possíveis respostas encontradas
foram separadas, sistematizadas, e, depois de revisadas, foram agrupadas por
assuntos semelhantes. Posteriormente, uma pesquisa de campo será realizada
por meio de entrevistas telefônicas e por meio de questionários
autorrespondidos publicados na internet, usando o software Sphinx Plus
Léxica.
Por ser tratar de uma pesquisa significativamente extensa, nesse
artigo, aborda-se apenas o resultado dos achados documentais relacionados aos
objetivos específicos relativos somente ao Estado da Arte. A partir desses
achados, o referencial teórico foi organizado do seguinte modo:
o Responsabilidade socioambiental: definições, percepções
circulantes e como deve ser praticada.
o Imagem institucional.
o Comunicação corporativa externa.
o Uso de elementos da responsabilidade socioambiental na
comunicação corporativa externa.
o Avaliação da eficácia dos processos organizacionais e de seus
resultados.
322
18.2 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EMPRESARIAL
(RSE)
Abordam-se, a seguir, definições, teorias associadas e como deve ser
praticada a responsabilidade socioambiental por empresas lucrativas que
intencionem se autodenominar empresas cidadãs.
Definições
O termo responsabilidade socioambiental vem sendo muito
utilizado pelas empresas e organizações. A primeira publicação a abordar esse
tema foi o livro Responsibilities of the Businessman (BOWEN, 1953). A partir
de então, sua difusão ocorreu, primeiro, na Europa Ocidental e depois em
outros continentes. Na década de 60 nos Estados Unidos, o surgimento de
campanhas em prol de melhoria da qualidade de vida foi outro fator que
ajudou a disseminar essa idéia. (ARAUJO, 2007).
A Guerra do Vietnã, nessa época, também levou empresas
americanas a começarem a se preocupar em prestar informações ao público
sobre suas ações na área social. As organizações que, de alguma forma, foram
identificadas com o conflito passaram a ser boicotadas pelos consumidores.
Um dos fatores que despertaram mais revolta na população foi a produção e o
uso de armas químicas, que produziram o fim de muitas vidas e colocaram em
risco a sobrevivência do planeta, (ARAUJO, 2007) do mesmo modo que já
havia sido presenciado pela humanidade ao final da Segunda Guerra Mundial
em Hiroshima e Nagasaki.
Como resposta a essas pressões, e numa tentativa de melhorar sua
imagem corporativa, muitas organizações passaram a se preocupar em explicar
o objetivo de suas ações desde essa época. (ARAUJO, 2007).
323
Nos anos 70, estudos acadêmicos sobre o tema foram produzidos e
surgiu, pela primeira vez, a obrigatoriedade de publicação do balanço social. A
Lei Francesa 77.769, de 12 de julho de 1977, ainda em vigor, passou a exigir
que as empresas instaladas na França fizessem balanços periódicos de seu
desempenho social. Em paralelo, as pressões sobre as empresas aumentavam
em todo o mundo. (ARAUJO, 2007).
Já nos anos 80, o foco passou a ser o comportamento das empresas
em relação aos seus funcionários. Os programas de reengenharia, que
incentivaram a redução indiscriminada de custos e a eliminação de postos de
trabalho, colocaram novamente as empresas no centro das atenções da
sociedade. Entretanto, já nessa época surgiam algumas vozes dissonantes. Jerry
Welsh, empreendedor da campanha de levantamento de fundos para reformar
a Estátua da Liberdade, realizada pela American Express, em 1983, já
antecipava que “no final do século, as empresas serão reconhecidas tanto pelas
causas que elas promoverão quanto pelos produtos que venderão”. (ARAUJO,
2007).
O aumento das pressões dos empregados, por meio de seus
sindicatos, especialmente nos anos 80, diante de recrudescimento da
globalização e de seus efeitos perversos, forçou muitas empresas a reverem suas
práticas. Naquela época também começaram a se fortalecer os movimentos em
defesa do meio ambiente. (ARAUJO, 2007).
A primeira Conferência Internacional do Meio Ambiente ocorreu
em 1992 no Rio de Janeiro, como conseqüência de um processo que vinha
sendo gestado em muitos países. Organizações que não adotavam uma política
ambientalmente responsável passaram a ser discriminadas pelos consumidores.
324
Restrições às empresas em decorrência de degradação do meio ambiente
começaram a ser impostas nos países industrializados pioneiramente.
Com a intensificação da globalização da economia e a necessidade de
aumentar o fluxo comercial internacional, porém, as barreiras alfandegárias do
passado foram sendo substituídas por barreiras técnicas e ambientais. Surgem,
no final da década de 80, as Normas ISO relacionadas à gestão de qualidade,
incorporando, em seus critérios de gestão, o conceito de responsabilidade
socioambiental. (FERNANDES, 1999).
Atualmente, a empresa que deseja competir no mercado mundial
tem de estar atenta às normas ambientais e precisam comprovar por meio de
certificados que possuem um comportamento socialmente responsável. As
empresas que, por exemplo, têm se valido de mão-de-obra infantil ou escrava
em seus processos produtivos ou que têm direcionado sua produção para países
mais pobres, onde exploram a força de trabalho local em troca de salários
insuficientes, estão sendo alvo de boicotes promovidos ou incentivados por
grupos ativistas e também por legislações nacionais. (ARAUJO, 2007).
No Brasil, diversos fatores no início dos anos 90 implicaram uma
disseminação do conceito e de algumas práticas de responsabilidade
socioambiental corporativa. Entre as mudanças políticoeconômicas que
contribuíram para isso foram a abertura da economia, a privatização das
estatais, a crise política com o impeachment do presidente Fernando Collor de
Mello; o crescimento da informalidade e do desemprego e a dificuldade do
Estado em atender as crescentes demandas na área social. (ARAUJO, 2007).
É neste cenário de agravamento das condições econômicas e sociais
que a sociedade civil brasileira começa a se mobilizar e surgem movimentos
como o da Ética na Política e a Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida,
325
e as empresas começam a ter uma atuação mais significativa na área social.
(ARAUJO, 2007).
Observando-se esses diversos discursos, percebe-se que a
responsabilidade socioambiental é tida como característica e justificativa
principal que determina o engajamento das empresas em certas causas e
projetos sociais. Entretanto, o que de fato pode ser entendido por
responsabilidade socioambiental? E como de fato ela tem sido praticada?
As motivações principais, que aparecem nos achados documentais,
relacionam a responsabilidade socioambiental à diferenciação competitiva das
empresas no mercado; ao exercício de um papel de empresa cidadã, à
construção dessa cidadania e ao “objetivo social” da empresa.
De acordo com a pesquisa bibliográfica realizada, existem alguns
aspectos principais que giram entorno do tema responsabilidade
socioambiental. Ao se tratar disso, tanto os autores de língua portuguesa
quanto os de língua espanhola trouxeram a tona conceitos como ética, moral,
cidadania, compromisso e estratégia.
Porém, uma das definições mais completas entre as que foram
encontradas foi a do Instituto Ethos, utilizada por diversos autores (RIBEIRO,
1993, p.47; ALESSIO, 2003, p.6; SOARES, 2004, p.8; CORDEIRO, 2005,
p.36; SILVA, K.R., 2005, p.14; GRACIOLLI, 2006, p.4; LEAL, 2006, p.9;
MÜLLER, 2006, p.7; PEREIRA, 2006, p.2; REIS, 2006, p.2;
BERTONCELLO e CHANG JR., 2007, p.2; e SILVA, J.M., 2007, p.2;) e que
a conceituou como:
Forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa
com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo
estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o
326
desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos
ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e
promovendo a redução das desigualdades sociais. Uma forma de conduzir
os negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira e
corresponsável pelo desenvolvimento social. A empresa socialmente
responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das
diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço,
fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente) e
conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando
atender às demandas de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários.
Vários outros autores também definiram a responsabilidade
socioambiental a partir do conceito de valor ético e moral que seria utilizado
pela empresa em busca de um desenvolvimento social, além de econômico.
São eles: Pinto e Lara (2004, p.2 ), Bertoncello e Chang Júnior (2007, p.3);
Alessio (2003, p.4); Simionatto e Pfeifer (2005, p. 8); Leal (2006, p.9).
A partir dessa ideia de responsabilidade socioambiental ligada ao
comportamento ético, surge um embate de opiniões, que aparece tanto nos
textos em língua portuguesa quanto nos em língua espanhola.
Por um lado, alguns autores (FREY e FREY, 2006, p.4; PEREIRA,
2006, p.3; BERTONCELLO e CHANG JÚNIOR, 2007, p.2; BOEIRA, 2005,
p.13; ALESSIO, 2003, p.8; MENDONÇA e GONÇALVES, 2002, p.1 e
FORMENTINI, 2003, p.3) afirmam que a prática de ações sociais é um dever
legal e obrigatório e, portanto, cívico das empresas.
Por outro lado, alega-se (OLIVEIRA e IKEDA, s.d, p.3; TOMEI,
1984, p.1; COUTINHO e MACEDO-SOARES, 2002, p.4; FORMENTINI,
2003, p.3 e PINTO e LARA, 2004, p.2; CABRAL, 2006, p.63) que as
empresas, ao tomarem decisões socialmente responsáveis, estão cumprindo
mais do que seu dever de instituições. Segundo Cabral (2006, p.63), a
responsabilidade socioambiental é um compromisso que vai além das
obrigações legais das empresas como o seguimento das leis trabalhistas.
327
Seguindo a linha de pensamento desses últimos autores e de
McWilliams y Siegel, (2001, p. 3), considera-se que: “[…] La RSE se podría
definir como el conjunto de acciones que promueven algún bien social más allá
de los intereses de las empresas y de las exigencias de la ley.” Esses autores
apontam a responsabilidade socioambiental como “papel extra” exercido pelas
empresas e destacam a importancia do desempenho desse papel para o
desenvolvimento social e a melhoria da qualidade de vida da sociedade.
De acordo com Oliveira, Araújo e Silva (2004, p. 35), que citam
uma definição de Melo Neto e Froes (2001), se trata de “[...] dever cívico, que
busca estimular o desenvolvimento do cidadão e fomentar a cidadania
individual e coletiva. [...] é inerente ao indivíduo e às organizações”. Assim
como esses autores, Berger (2005, p.9), autor guatemalteco, também posiciona
a responsabilidade socioambiental relacionada a obrigações legais e éticas e que
pressupõe responsabilidades sociais, ambientais e econômicas, sendo que, para
o sucesso da empresa, nehuma delas pode ser sobreposta à outra.
Os autores Frey e Frey (2006, p.4); Souza (s.d.); Bertoncello e Chang
Júnior (2007, p.4); Boeira (2005, p.13); Alessio (2003, p.4); Lara (2004, p.2 e
3); Leal citando Reis (2003), (2006, p.9) e Lourenço e outros, citando Daft
(1999; 2002, p.1) percebem a responsabilidade socioambiental não como
obrigação ou além das atividades da empresa, mas como compromisso com a
sociedade. A instituição se inclui no âmbito social como uma cidadã. Da
mesma forma que ela deve agir de forma ética perante à sociedade, ao meio
ambiente e ao mercado em si, também devem seus colaboradores.
Os autores Masalias (2004, p.20); Garavito (2007, p.5) e Ferre e
outros (2007, p. 3) enfatizam que, além desse compromisso ético e moral, a
preocupação da empresa com panoramas sociais se dá como uma forma de
328
prestações de contas à sociedade pelos problemas sociais que o sistema
econômico em si promove e pelo zelo ao ambiente do qual usufrui.
Entretanto, além da visão da responsabilidade socioambiental como
prática moral e ética, os autores Formentini (2003, p.2) de língua portuguesa e
Abreu e Badii (2007, p.13) de língua espanhola, colocam-na como uma atitude
estratégica para construir a imagem institucional da empresa. Eles apontam que
a qualidade e o preço do produto não são mais referenciais que determinam o
sucesso da empresa. Assim, de acordo com o novo sistema de mercado, as
atividades socioambientais oferecem um diferencial a essas empresas que
agregam um valor social ao seu produto muito importante para a nova realidade
econômica e social.
Portanto, a partir das definições apresentadas, é possível perceber
que a responsabilidade socioambiental possui diversos ângulos de análise, sejam
eles sociais ou econômicos. Cada vez mais, as empresas vêm tratando as
práticas sociais como fator de grande importância para as suas estruturas
organizacionais. Esse fato é um grande passo para a evolução do processo de
desenvolvimento sustentável que adquiriu uma relevância enorme a partir da
conscientização sobre as condições ambientais e sociais. A responsabilidade
socioambiental se tornou um meio das empresas se incluirem nesse processo.
Percepções circulantes sobre responsabilidade socioambiental
Quando se trata de identificar como a responsabilidade
socioambiental é percebida, foram encontrados dois blocos de
posicionamentos na pesquisa. Alguns autores afirmam que as empresas
realmente se preocupam com o bem estar da sociedade e do meio ambiente e,
por isso, praticam a responsabilidade socioambiental, enquanto outros afirmam
que ela é apenas um instrumento para a obtenção de lucros.
329
Oliveira (2005, p.3) afirma que a responsabilidade socioambiental
engloba “uma gestão empresarial mais transparente e ética e a inserção de
preocupações sociais e ambientais nas decisões e resultados das empresas.”. Os
autores Coutinho e Macedo-Soares (2002, p.2) também a inserem nesse
enfoque ético e de preocupação com o bem estar social.
Formentini (2003, p.2) e Góis (s.d.) declaram que as empresas
excedem suas obrigações agindo de acordo com a responsabilidade
socioambiental. Formentini acrescenta que, a partir dessas ações, elas podem
obter o reconhecimento social e passarem a ser mais valorizadas, mas fazem
além do que devem. Alday (2001, p.2) adverte que, quando as empresas
declaram ser responsáveis socioambientalmente, suas práticas devem
corresponder ao seu discurso (sua imagem), pois ela passa a ser mais cobrada.
Caso contrário, “sua imagem sofre reflexos negativos, tanto interna quanto
externamente”.
O autor de língua espanhola, Ribera (2003, p.2), vê a
responsabilidade socioambiental de uma forma um pouco diferente. Para ele,
“RSC ha surgido como una oferta constructiva en la negociación y planificación
de soluciones para diversos problemas sociales.” Então, a responsabilidade
socioambiental é um fator que ajuda a resolver problemas sociais, uma vez que
alguns problemas não são passíveis de resolução isoladamente no mercado,
como, por exemplo, a melhoria das condições de trabalho. Os autores em
língua portuguesa Liberman e Carrion (2006, p.5), corroboram essa idéia de
Ribera, pois, segundo eles, a responsabilidade socioambiental é um meio de
apoio à sociedade e ao governo para resolver os problemas sociais.
Em contrapartida, os autores em língua portuguesa Magalhães (1984,
p.3); Tomei (1984, p.1); Soares (2004, p.7 e 8); Cabral (2006); Bertoncello e
330
Chang Júnior (2007, p.4) e Formigoni (2008, p.1) não concordam com a idéia
de responsabilidade socioambiental estar ligada a atitudes éticas. Soares (2004,
p.8), por meio da idéia de Enriquez (1997), afirma que as empresas não têm
uma preocupação ética com a sociedade, mas agem como tal para atender às
demandas do mercado. Magalhães afirma que a responsabilidade
socioambiental é apenas um instrumento mercadológico e que ela deveria ser
praticada não somente pelo governo e pelas empresas, mas por todos os
indivíduos.
Assim como Soares e Magalhães, os demais autores citados também
a percebem como um instrumento do mercado. Formigoni (2008) ressalta a
questão da responsabilidade socioambiental relacionada à valorização da
imagem institucional da empresa, como fator de aumento da rentabilidade e da
aceitação dela pela sociedade. Entretanto, Tomei (1984), por meio da releitura
de Friedman (s. d.), declara que a única responsabilidade da empresa é “utilizar
suas atividades com o objetivo de aumentar seus lucros. A RSE é um custo
adicional que atinge os lucros e reduz a eficácia da empresa.”
De acordo com essas idéias, pode-se reconhecer a divisão que existe
na forma de perceber as ações de responsabilidade socioambiental. Muitos
autores afirmam que ela é uma atitude ética e que traz diversos benefícios para
a sociedade e a organização em si. Porém, outros autores não acreditam nessa
ética que é proclamada pelas empresas, pois para eles isso é apenas uma
maneira de fortalecer seu lado econômico. Apesar disso, esses autores não
desmerecem os benefícios trazidos pela prática de ações socialmente
responsáveis.
331
Como deve ser praticada
Vários autores já tentaram determinar como a responsabilidade
socioambiental deve ser praticada e, na pesquisa documental realizada, essas
práticas foram encontradas relacionadas a diversos aspectos. Formentini (2003,
p.4) a relaciona com a ética. Segundo ele:
[...] no conceito de responsabilidade social está implícito o cumprimento
da legislação, ou seja, muitas empresas iniciam seus trabalhos voltadas a
esse compromisso, porém avançam no sentido de fazer não somente o que
a legislação manda, passando a gerenciar seus negócios calcadas na ética,
nos princípios e valores, dando uma nova dimensão a seus negócios.
Frey e Frey (2006, p. 4) e Alves, (2001, p.4) fazem a relação dessas
práticas objetivando o desenvolvimento sustentável. As práticas devem ser
exercidas sem comprometer "a capacidade de as futuras gerações poderem
satisfazer suas próprias necessidades”. Além disso, Alves (2001) afirma que,
além de as empresas terem o dever de cumprir fielmente as regras propostas a
elas e realizar o papel de “cidadania empresarial”, elas devem “contribuir para o
desenvolvimento sustentado da sociedade e da economia em longo prazo.”
Os autores Pereira (2006, p.1), Bittencourt e Carrieri (2005, p.12);
Frey e Frey (2006, p.5) e Simionatto e Pfeifer (2005, p.8 e 9) enfatizam a idéia
de que as ações devem ser voltadas para projetos comunitários e para resolver
problemas sociais e ambientais. Graças a esse posicionamento, as empresas
têm um papel importante na transformação da sociedade.
Quanto à ação responsável em relação à participação dos
stakeholders, o autor Soares (2004, p.8), baseado na proposta do Instituto
Ethos (2002), afirma que todas as opiniões devem ser ouvidas (“acionistas,
funcionários, prestadores de serviços, fornecedores, consumidores,
332
comunidade, governo e meio ambiente”) e incluídas no planejamento das
atividades das empresas. Assim como Soares, o autor em língua espanhola
Agüero (2002, p.4), também ressalta que as ações de responsabilidade
socioambiental devem ser praticadas a partir do conhecimento das necessidades
de todos os envolvidos.
De acordo com os autores Coutinho e Macedo-Soares (2002) e
Oliveira e Ikeda (s.d.), a palavra-chave para a prática da responsabilidade social
é “compromisso”. As empresas devem se comprometer a seguir valores éticos,
a promover boas condições de trabalho, assim como se comprometer a
contribuir para o desenvolvimento social, econômico e o equilíbrio ambiental.
O texto de Frey e Frey (2006, p.5) propõe um modelo de prática de
responsabilidade social, intitulado Modelo de Carroll:
Esse modelo inclui um conjunto de responsabilidades dos negócios que
engloba as expectativas econômicas, legais, éticas e filantrópicas,
estruturadas em forma de pirâmide. A integração das quatro dimensões
define responsabilidade social como responsabilidade econômica, legal,
ética e filantrópica surgidas das expectativas da sociedade, não restringindo
a responsabilidade social às ações sociais de caráter obrigatório e social,
bem como, exclusivamente, às ações de caráter voluntário.
É mencionada ainda a utilização de códigos de conduta socialmente
responsáveis: “Algumas iniciativas pioneiras apontam para a adoção crescente
de tais códigos: as Diretrizes da OCDE para as Empresas Multinacionais, o
Global Compact das Nações Unidas e os diversos códigos adotados pela
Câmara de Comércio Internacional.” (ALVES, 2001, p.4).
Apesar de cada autor ter enfatizado os aspectos que considera mais
importantes, a prática da responsabilidade socioambiental pode ser muito
melhor implementada se houver a incorporação da maioria desses fatores
citados na cultura organizacional. Essa, porém, é uma tarefa difícil, pois, como
333
já foi dito, a responsabilidade socioambiental não é restrita ao governo e às
empresas. Ela deve ser uma obrigação de todos os sujeitos e mudança de
hábitos históricos não é algo simples nem para sujeitos determinados, quanto
mais para grupos sociais com interesses diversos. Adiante, são apresentadas
várias normas de adoção voluntária que servem para apoiar estes processos de
mudança organizacional, que, por uma questão de conveniência de organização
deste artigo, optou-se por apresentar posteriormente.
18.3 IMAGEM INSTITUCIONAL
A imagem institucional é definida por Barich e Srinivasan (1993),
como:
[...] a forma com que os indivíduos enxergam a empresa como um todo,
incluindo o relacionamento que ela estabelece com a sociedade, sua
interação com o meio ambiente, seu envolvimento com questões sociais e
os benefícios oferecidos por ela à comunidade, a seus funcionários e aos
demais públicos envolvidos.
Assim, pode-se entender a imagem institucional como o reflexo da
identidade da empresa.
Dentro do tema central da pesquisa, responsabilidade socioambiental
como elemento de construção de imagem institucional, tornou-se relevante um
estudo aprofundado sobre sua construção e sua gestão pelas empresas. Isso se
deve ao fato de que, segundo texto de Formigoni (2008, p.8), “a partir de 1999,
a questão do consumo consciente, através [sic] da escolha de empresas
‘socialmente responsáveis’, no Brasil toma lugar de destaque em toda a
imprensa e, assim, como nos estudos científicos”. Logo, a construção de uma
imagem institucional favorável passa a ser um fator crucial para diferenciar a
empresa no competitivo mercado.
334
Além disso, é importante lembrar que sua construção e gestão se dão
por meio de um longo processo que inclui diversas práticas. “A imagem da
empresa forma-se a partir da experiência que o público vivencia com ela, dos
conhecimentos que adquire sobre seu funcionamento, sua história, seu
desempenho e suas metas.” (FORMENTINI, 2003, p.7). Para Formentini
(2003), as ações de responsabilidade socioambiental exercidas por uma
empresa devem visar a sua imagem institucional para que essas possam angariar
a simpatia do público.
Entretanto, Freitas e Gomes (2008) possuem visões diferentes e
ressaltam a importância da imagem institucional porque acreditam que a
empresa deve ser clara com seu público em relação à origem de sua
preocupação social.
Essa imagem também é construída a partir de um “gerenciamento de
impressões”, de acordo com Mendonça e Andrade (2002), realizado pelas
empresas que objetivam um controle sobre a forma como elas são vistas,
desenvolvendo assim a imagem desejada. É importante lembrar que as grandes
empresas não vendem apenas seus produtos, mas “sua própria legitimidade
institucional, [...] a fim de reforçar sua marca.” (PERUZZO, 2001).
Os autores Torquato (1985); Mello (1999); Peruzzo (2001); Silva, K.
(2005); Trevisan (2006); Pereira (2006); Soares (2006); Mota (2006); Sândi
(2007); Bertoncello e Chang Jr. (2007); Colnago (2007); Silva e Duarte (2007);
Baldissera (2008); Freitas e Gomes. (2008) percebem a comunicação como um
aspecto muito importante para uma boa construção e gestão das imagens
institucionais das empresas, uma vez que elas dependem diretamente da
opinião pública.
335
Mota (2006, p.11) cita Kotler (1999) a respeito disso. Para ele, a
“instituição deve perceber que a comunidade é a razão de sua existência e o
repasse de informações corretas, por meio de ferramentas estratégicas de
comunicação, torna-se, pois, a sua principal missão”. Assim, ela deve
comunicar, de maneira clara e objetiva, seus valores e sua identidade, para o seu
ambiente interno e externo, de forma que não haja ruídos na mensagem.
Também deve fazer com que o público esteja sempre ciente de seus projetos e
ações, pois, por meio dessa prática, conquista credibilidade e legitimidade que
são fatores muito importantes em relação à imagem institucional.
Além disso, segundo o texto de Colnago (2007, p.2), que relata uma
idéia de Martins (2001), a empresa não possui apenas uma imagem. Isso
depende da quantidade e da diversidade de públicos que possui e dos objetivos
que ela pretende atingir. Logo, é possível que uma empresa seja vista de
diversas formas.
Mas como a opinião pública decide quais ações das várias empresas
são melhores para a sociedade, e consolida assim uma determinada imagem?
Segundo Angelo (2007, p.5), “em geral, as pessoas determinam o que é melhor
descobrindo a opinião dos outros. E as duas maiores fontes de informações
são a mídia e o boca a boca.”
Além de Angelo (2007), os autores em língua portuguesa Vieira e
Silveira, (2004); Michel (2006), Trevisan (2006) e Bertoncello e Chang Jr.
(2007) também afirmam que a mídia exerce um papel muito importante na
construção da imagem institucional. Para Bertoncello e Chang Jr. (2007, p.6),
que se apoiam em uma idéia de Kotler (1999), uma vez que a imagem se refere
à forma como o público vê a empresa, ela deve ser divulgada em todas as
mídias disponíveis. Já para Vieira e Silveira (2004), é através da mídia
336
espontânea que o público cria laços de identificação com a empresa a partir do
papel de cidadão de ambos, exposto pela empresa por meio das ações sociais.
Michel (2006, p.4) e Trevisan (2006, p.10) focam a legitimidade
como o fator principal possível de ser produzido pela mídia. Michel (2006)
afirma que na mídia as empresas encontram um espaço público para tentar
estabelecer seu posicionamento. Trevisan (2006) acrescenta que, a partir da
divulgação na mídia, as empresas passam a ser “monitoradas”, como um
processo de auditoria.
Para o autor em língua espanhola Agüero (2002, p.31), a
comunicação realizada entre o público e as empresas não deve ser feita com o
objetivo de construir uma opinião pública, mas como um dever de
transparência assim como é proposto por Trevisan (2006). Porém, Agüero
(2002) propõe essa transparência de maneira mais formal. Isso significa que,
para ele, o melhor caminho para equilibrar as áreas sociais e econômicas da
empresa deve ser um relatório (“Guía de Elaboración de Relatório [Memoria]
y Balance Anual de RSE”) que contenha todas suas atividades. Logo, a
empresa estaria comprovando seu papel de “instituição ética”.
Mota (2006, p.2), quando cita Hartley (2001), também ressalta esse
aspecto de transparência que deve haver entre a empresa e seu público como
um passo a ser seguido na busca de uma boa imagem.
Porém, levando em consideração o texto de Colnago (2007, p.5), ao
citar a tese de Neves (2000), argumenta-se que “o objetivo ideal dos estrategistas
de comunicação é a construção de uma ‘imagem competitiva’ [...] e a imagem
só é, vamos dizer, competitiva se ela der resultados concretos para a empresa”,
é possível afirmar que a comunicação, além de dar visibilidade e gerar
credibilidade, agrega outro tipo de valor. Ele pode ser caracterizado como um
337
“valor social” que possivelmente influenciará os aspectos econômicos da
empresa, como a lealdade dos clientes e o aumento de facilidade de obtenção
de novos clientes.
A autora uruguaia Cruz (2007) tem uma visão um pouco diferente
em relação a esse valor agregado. Para ela, não é a divulgação das práticas da
empresa que fortalece seu fortalecimento, mas as práticas em si. Aderem a essa
visão, os autores em língua espanhola Ferre et al (2007, p.3 e 4) que afirmam,
com base em pesquisa de campo, que a opinião pública tem um grande peso
no processo decisório dos caminhos a serem tomados pelas empresas no que
diz respeito as práticas socialmente responsáveis.
Outros autores em língua portuguesa como Alves (2001); Vieira e
Silveira (2004); Müller (2006); Graciolli (2006); Oliveira; Araújo e Silva (2006);
Cabral (2006); Oliveira e Paula [2006]; Vieira [2007] e Formigoni [2008]), assim
como Cruz (2007), declaram que as ações sociais são importantes fatores, tanto
para a construção da imagem das empresas, quanto para agregar valor a elas.
Sendo assim, elas buscam atuar em causas e projetos que lhes dêem bastante
visibilidade e, geralmente, na área na qual trabalham.
De acordo com a análise de Peixoto (2005), realizada por Formigoni
(2008, p.10), a responsabilidade socioambiental praticada pelas empresas é
levada em consideração por parte dos consumidores nos momentos de
compra. Dessa forma, são atingidos os objetivos econômicos e sociais da
empresa.
Formigoni (2008) afirma que “alguns consumidores estão dispostos a
pagar um pouco mais por um mesmo refrigerante a fim de contribuir para um
programa social.” Na mesma linha de pensamento de Formigoni, está o autor
em língua espanhola Vargas (2003, p.30) que afirma que a lealdade do cliente
338
está ligada a diversos fatores como a reputação da empresa, o serviço que ela
oferece, seus valores, ideais e tradições. Segundo Cabral (2006, p.71), as
atividades que tem uma preocupação social geram para a instituição, além de
uma boa imagem institucional:
[...] a formação de uma consciência coletiva interna de seus integrantes, de
participação na sociedade e de construção de valores como solidariedade e
atuação em equipe; a abertura da empresa em parceria com organizações
sociais sem fins lucrativos ou organizações não governamentais para uma
soma de esforços institucionais, na operacionalização de projetos sociais;
nova fonte de motivação e escola de liderança para os funcionários [...]
Na visão dos autores Ramos (2002); Oliveira e Paula (2006) e Ângelo
(2007), a construção e a manutenção da imagem institucional dependem de um
planejamento estratégico prévio em relação à comunicação e às ações de
responsabilidade socioambiental. Segundo eles, a empresa deve conhecer
muito bem seus objetivos e metas e o público a quem se direciona para agir de
forma a obter benefícios econômicos e sociais.
De acordo com Oliveira e Paula (2006, p.12), ao tentar entender o
que o público pensa e agir estrategicamente de forma coerente à compreensão
desse pensamento, a comunicação da empresa sofre uma modificação. O que
antes era uma comunicação instrumental e passiva em relação ao público, agora
passa a ser diálogo com a sociedade. Esse diálogo influencia muito na imagem
institucional, pois ela é construída segundo dois aspectos: o objetivo da empresa
e o que o público espera dela e como a vê. Logo, as ações da empresa devem
ser pautadas, também, de acordo com o que o público considera ser melhor
para a sociedade.
Sendo assim, alguns autores como Leal.(2006); Mota (2006); Vieira
(2007) e Formigoni (2008) acham importante a prática do marketing social,
339
marketing cultural ou marketing de patrocínio, que buscam usar as ferramentas
de marketing para criar laços diretos entre as empresas e a sociedade. De
acordo com Vieira (2007):
[...] a adesão a projetos sociais de educação e cidadania são o caminho mais
propício a permitir a construção da imagem de uma corporação como uma
instituição ética que tenha agregado aos seus produtos o valor da cidadania
à sua marca. Alguns autores em pesquisas mais atualizadas enquadram em
seus estudos o discurso de Marketing Social seja o conceito verificado.
No texto de Leal (2006, p.6), é apresentada uma idéia de Reis (2003)
que afirma que “o marketing cultural se insere nesse panorama
[socioambiental], utilizando as manifestações culturais como elementos de
transmissão de mensagens que se relacionam com a imagem da empresa.”
Logo, a imagem da empresa está diretamente relacionada com o bem-estar da
sociedade. Por isso, Mujica (s.d.), um autor em língua espanhola, relata que na
maioria dos casos, as campanhas são direcionadas à luta contra o trabalho
infantil, contra o consumo de vegetais transgênicos ou a favor do uso de
combustíveis mais ecologicamente corretos. A instituição é colocada como
cidadã engajada socialmente.
Esse tipo de engajamento, além de agregar um “valor social” à marca,
como foi apresentado anteriormente, gera também um “capital reputacional”.
Isso significa, levando em consideração o trecho de Petrick (1999), citado no
texto de Filho e Zylbersztajn (2003, p.2), que “o capital reputacional é aquela
porção do valor de mercado da empresa que pode ser atribuída à percepção
que se tem da firma como uma boa corporação de conduta no mercado.”
Pode-se afirmar então que a empresa que pratica o marketing social obtém
ganhos tanto econômicos quanto sociais.
340
Entretanto, a imagem institucional não é construída apenas para o
público externo. A integração de funcionários e de parceiros com a empresa é
muito importante e os autores Enrique (1997) e Lisboa Filho e Godoy (2006)
levantam essa questão. Uma boa imagem da empresa, além de dar segurança e
estabilidade aos funcionários, os motiva a sempre trabalhar da melhor forma
possível, aumentando o nível competitivo do mercado. E, para que exista esse
sentimento de pertinência à organização, um importante fator é a comunicação
interna. No texto de Mello (1999, p.13), autora brasileira, é citada a tese de
Kunsch (1995) que declara que o jornal da empresa produz uma contribuição
muito relevante para o desenvolvimento desse sentimento, pois constrói
“credenciais capazes de criar e manter uma identidade institucional legitimada.”
Ainda nesse âmbito da imagem, pode ser citada a abordagem de
Colnago (2007) que trata da identidade corporativa. A identidade corporativa
consiste na “acumulação da história de uma empresa e suas estratégias”,
podendo ser pensada também como a realidade da empresa em si. Sendo
assim, a identidade assume um lugar muito importante no posicionamento da
empresa que deve ser assegurado por meio da comunicação organizacional. A
comunicação organizacional tem, portanto, a responsabilidade de projetar
corretamente a imagem da empresa.
Portanto, a partir da leitura analítica dos textos em língua portuguesa
e espanhola encontrados na pesquisa, pode-se perceber que os aspectos que
mais influenciam na construção e na gestão da imagem institucional são as ações
praticadas que envolvam a responsabilidade socioambiental, o processo de
construção da reputação por meio da comunicação corporativa e da interação
na mídia com a opinião pública e com a estrutura da empresa como um todo.
341
18.4 COMUNICAÇÃO CORPORATIVA EXTERNA
De acordo com Cabral (2006), a comunicação corporativa externa é
toda a “Ação social exógena da empresa, ou seja, as ações e investimentos
realizados no relacionamento com o público externo da organização.”. A partir
dessa definição, pode ser estabelecida uma relação entre este conceito e o
conceito de imagem institucional. Para que a empresa possa transmitir uma
imagem apropriada, ou seja, que seja condizente com seus valores e objetivos, é
necessário que sua comunicação corporativa externa seja eficaz.
No levantamento documental realizado, foram encontrados diversos
textos a respeito da comunicação corporativa externa. Apesar de tratarem do
mesmo assunto, nenhum dos autores pesquisados utiliza o termo “comunicação
corporativa externa”. A maioria deles refere-se a ela como “comunicação
corporativa”, “comunicação organizacional” ou “comunicação empresarial”.
Aqui se usa a expressão externa porque nosso foco de pesquisa é a relação da
comunicação corporativa e os efeitos produzidos sobre os consumidores.
Dentre os textos encontrados, a maior parte dos autores valoriza a
questão da relação das empresas com seus públicos. Segundo Cabral (2006), é
importante para uma empresa que sua relação com o público externo esteja
“em alta”, pois dessa forma, haverá um bom “intercâmbio comercial”, o que
afetará positivamente seu capital interno. O texto de Oliveira e Paula (2006)
reforça essa visão ao afirmar que uma empresa que deseja assegurar sua
sustentabilidade deve saber gerir bem suas redes de relacionamento “entre os
diversos grupos de atores sociais”, no caso os stakeholders:
demandantes de seus produtos, fornecedores, trabalhadores, gestores,
acionistas, agentes financeiros, governo, comunidade local, ecossistema
342
afetado pela sua operação, academia – ciência e tecnologia – e, certamente,
todos eles enquanto famílias e indivíduos.
Outro ponto vista é colocado por Cezar (2007), que aborda em seu
texto aspectos relacionados a como essa comunicação tem o intuito de produzir
aceitação entre seus públicos. Para ele, a comunicação corporativa externa de
uma empresa busca transmitir “identificação com os valores” da sociedade na
qual está inserida.
No texto de Leal (2006), a comunicação corporativa externa é tida
como o processo que orienta a relação com seus públicos. Em contrapartida, o
texto de Mota (2006) cita diversas ferramentas de comunicação necessárias,
relacionadas com a imagem que é transmitida pela empresa, para tornar eficaz a
relação com o público interno e externo:
utilização da marca, de forma padronizada, por todas as organizações da
rede, em suas fachadas; [...] criação de estratégias de abordagem aos
públicos através de confecção de materiais gráficos e audiovisuais; novos
projetos para a geração de recursos financeiros, busca de parcerias e meios
de divulgação para concretização de tais projetos, além de visitas a
empresas já cadastradas para futuras parcerias.
A abordagem apresentada por Mota (2006) se assemelha a de
Mendonça e Andrade (2002), pois, tem como base a consolidação de uma
imagem legitimada da empresa. Essa abordagem, conhecida como
Gerenciamento de Impressões, consiste na utilização de estratégias e táticas
para controlar as impressões do público alvo, conseguindo assim seu apoio e
suporte. Os autores acreditam que essas estratégias devam ser
operacionalizadas por meio de ações de comunicação corporativa.
O gerenciamento de impressões também é citado no texto de Barros
(2007) que complementa dizendo que: “Entende-se, por processo de
343
gerenciamento de impressões, todas as atividades que um ator social (indivíduo,
grupo ou organização) desenvolve no sentido de controlar o modo como os
outros o vêem, visando à criação de uma imagem social desejada”.
Por fim, pode ser citado, ainda, Horta (2004), que apresenta um
mecanismo chamado Global Reporting Iniciative (GRI), que consiste em
quadro de referências para a elaboração de relatórios de sustentabilidade e que
permite a comparação do grau de implementação das práticas sustentáveis nas
companhias de todos os tipos de setores. É graças ao compromisso individual e
coletivo a partir da rede mundial criada em torno dele que o GRI existe e é um
dos mais forte e mais utilizados quadro de referências para avaliação de práticas
sustentáveis no mundo.
A Global Reporting Iniciative, também pode ser vista, como uma
ferramenta de comunicação corporativa externa já que, por meio dela, as
empresas estabelecem um contato mais direto com seus públicos, deixando
explícitos os aspectos econômicos, sociais e ambientais de suas atividades.
18.5 O USO DE ELEMENTOS DE RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL NA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA
EXTERNA
Nesta parte do artigo, está apresentada uma análise preliminar a
respeito do uso de elementos de responsabilidade socioambiental na
comunicação corporativa das empresas, uma vez que o objetivo principal dessa
pesquisa é descobrir como as empresas divulgam sua maneira de agir como
empresas socialmente responsáveis em seus sites, propagandas, panfletos e
outros meios e o quanto usam essa divulgação para construírem suas imagens
institucionais.
344
Essa constatação só poderá realmente ser completada após a
pesquisa de campo, de modo que aqui estão relatadas as recomendações sobre
como devem ser conduzidas estas ações do ponto de vista conceitual.
Da literatura encontrada, depreende-se que os elementos que mais
têm sido veiculados pelas empresas são certificados e selos relacionados a
processos de uso de normas voluntárias que apóiam a implementação de
responsabilidade socioambiental. O uso dessas normas poderia ter sido
relatado no item relacionado à como ela deve ser praticada, mas optou-se por
complementar aquela informação aqui neste item porque os certificados e selos
têm sido elementos muito divulgados pelas empresas.
Os principais mecanismos de certificação foram citados pela maioria
dos autores, como, por exemplo, Trevisan (2002, p.3), Grüninger e Oliveira
(2002), Simionatto e Pfeifer (2005, p.9) e pelo autor em língua espanhola
Ribera (2003, p.4).
É citada por Grüninger e Oliveira (2002), Simionatto e Pfeifer (2005)
e Ribera (2003), a norma AccountAbility 1000 (AA 1000) que orienta a
empresa a prestar contas à sociedade a partir de princípios e inovações que
promovam a sustentabilidade.
No texto de Simionatto e Pfeifer (2005) são citadas ainda outras duas
certificações para o gerenciamento social: “SA 8000, que incentiva o bem-estar
e as boas condições de trabalho, enfocando os direitos humanos e trabalhistas;
a BS 8000 é relativa aos direitos trabalhistas, como saúde e segurança no
trabalho;”.
A SA 8000 é uma norma de caráter voluntário, baseada nos
princípios das convenções fundamentais da Organização Internacional do
345
Trabalho, a Convenção da Organização das Nações Unidas sobre os Direitos
da Criança e sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Essa norma
de responsabilidade socioambiental, desenvolvida em 1997 e revisada em 2001
pela Social Accountability International - SAI, uma organização não-
governamental com sede nos Estados Unidos e com representantes de
entidades de vários países, abrange nove temas:
o Trabalho infantil.
o Trabalho forçado.
o Segurança e saúde no trabalho.
o Liberdade de associação e direito à negociação coletiva.
o Discriminação.
o Práticas disciplinares.
o Horário de trabalho.
o Remuneração.
o Sistemas de gestão.
O BS 8800 é um guia para apoiar a implementação eficaz dos
Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST), contendo
diretrizes, reconhecidas mundialmente. Os assuntos abordados – notas
explicativas sobre o guia; elementos do Sistema de Gestão da SST; política de
SST; planejamento; implementação e operação; verificação e ação corretiva das
ações de SST; processo de análise crítica pela administração e anexos
informativos.
A partir da implementação dessas normas, podem-se reunir
estatísticas interessantes que esclareçam o grau de saúde e segurança do
346
trabalho, bem como outras características importantes de respeito ao trabalho
existente na empresa.
O Balanço Social é outro mecanismo importante de avaliação da
implementação de responsabilidade socioambiental, mencionado nos textos de
Trevisan (2003) e Grüninger e Oliveira (2002), e é, segundo o primeiro, um
dos melhores instrumentos de divulgação das ações da empresa. No texto de
Grüninger e Oliveira (2002) é mencionado também o Relatório Socioambiental
Anual que, junto com o Balanço Social, podem ser formad das empresas
prestarem contas ao público sobre suas ações sociais por se tratarem de
informações complementares e descritivas do que foi efetivamente realizado.
A teoria do Gerenciamento de Impressões, apresentada
anteriormente, tem cumprido, segundo Barros (2007), muito bem seu papel do
seguinte modo:
[...] o modelo organizacional de gerenciamento de impressões oferece
subsídios para a compreensão do processo de responsabilidade social
corporativa, na medida em que representa um mecanismo de comunicação
fundamental para transmissão e difusão de ações eticamente responsáveis
para o conjunto da sociedade.
O texto de Soares (2004, p.8) analisa a divulgação das ações de
responsabilidade socioambiental das empresas classificando-as em três tipos de
discursos. O discurso explicitado é aquele que divulga as ações de
responsabilidade socioambiental que se pretende que sejam de conhecimento
do grande público. O discurso pronunciado reservadamente diz respeito à
divulgação que não é voltada para o grande público, pois é feita por meio de
artigos acadêmicos ou livros relacionados ao assunto. Por fim, o discurso não
dito é revelado por meio de uma análise dos dois discursos anteriores. Os três
347
discursos e, sobretudo, o discurso esposado, o explicitado e a ação devem ser o
mais congruentes possível para que a empresa construa uma boa imagem.
Finalmente, tem-se Müller (2006, p.9) que dá destaque a divulgação
dos projetos sociais com os quais a empresa está envolvida. Segundo ele, essa
divulgação faz com que a empresa ganhe visibilidade e, ao mesmo tempo,
consiga vincular sua imagem com a solução de problemas sociais.
A partir dessas indicações, pode-se constatar que, de maneira geral, a
divulgação das ações de responsabilidade socioambiental através da
comunicação corporativa visa a conseguir construir uma boa imagem da
empresa. Como visto anteriormente, uma imagem institucional bem
consolidada acarreta em muitos ganhos para a empresa e, por isso, a
preocupação geral em torno dessa questão e sobre quais são os elementos mais
eficazes a serem usados no processo de comunicação.
18.6 AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DOS PROCESSOS
ORGANIZACIONAIS E DE SEUS RESULTADOS
Durante a pesquisa, foram encontrados poucos textos que
contivessem informações específicas a respeito da avaliação da eficácia das
ações de responsabilidade socioambiental em si, para a construção de sua
imagem institucional e como elemento da comunicação corporativa.
Nos textos encontrados, foi possível identificar uma série de
referenciais conceituais que orientam as empresas na execução dessa avaliação e
tratam-se, em geral, das mesmas normas de certificações já citadas
anteriormente, em que as empresas passam por uma avaliação que é,
posteriormente, divulgada para o público.
348
Uma avaliação satisfatória afeta positivamente a empresa, pois, como
citado anteriormente, produz uma melhoria em sua imagem o que acaba
tornando mais leal seu consumidor e facilitando a atração de mais
consumidores.
Destaca-se, entretanto, um dos processos de avaliação mais citados
pelos autores que é o produzido pelo uso dos Indicadores Ethos de
Responsabilidade Socioambiental Empresarial e ainda não mencionado
anteriormente. Segundo o site do Instituto Ethos:
Trata-se de uma ferramenta de uso essencialmente interno, que permite a
avaliação da gestão no que diz respeito à incorporação de práticas de
responsabilidade social, além do planejamento de estratégias e do
monitoramento do desempenho geral da empresa. Os indicadores
abrangem os temas Valores, Transparência e Governança, Público Interno,
Meio Ambiente, Fornecedores, Consumidores e Clientes, Comunidade e
Governo e Sociedade.
Outros mecanismos usados para avaliação, já mencionados
anteriormente, e, ao qual, vários autores se referem, repetidas vezes, é o
Balanço Social. Trata-se de um relatório que contém relatos das atividades
relacionadas à cidadania executadas pela empresa durante um ano. Esse
documento é uma maneira de tornar públicas as ações de responsabilidade
socioambiental da empresa. De acordo com Souza (1997):
Vários são os itens de verificação: educação, saúde, atenção à mulher,
preservação do meio ambiente, contribuições para a melhoria da qualidade
de vida e de trabalho dos funcionários, desenvolvimentos de projetos
comunitários, erradicação da pobreza, geração de renda e criação de postos
de trabalho.
Além dessas, foram citadas também algumas metodologias de
certificação social como, por exemplo, a Social Accountability (SA 8000) já
apresentada, assim como a Social and Ethical Accountability (AA 1000), e
349
outras normas importantes que orientam a implementação de vários aspectos
relacionados à responsabilidade socioambiental e ao sistema de gestão integrada
das empresas tais como:
OHSAS 18001, certificação voltada para as questões de
segurança e saúde ocupacional nas empresas;
ABNT NBR 16001, proposta por uma comissão liderada pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) baseada na
Norma Internacional de Responsabilidade Social (ISO 26000),
ambas oferecendo orientação padrão de comportamento
socialmente responsável e possíveis ações;
A United Nations Global Compact é uma iniciativa de política
estratégica para as empresas que se comprometem a alinhar as
suas operações e estratégias com dez princípios universalmente
aceitos nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e
anticorrupção.
Há também empresas que se utilizam de indicadores de
sustentabilidade ou indicadores relacionados aos vários aspectos de
responsabilidade socioambiental quando do uso BSC (Balance ScoreCard,
2010) para medir e avaliar o desempenho organizacional, metodologia
desenvolvida por professores da Harvard Business School, Robert Kaplan e
David Norton, em 1992. Desde que foi criado, o BSC vem sendo utilizado por
centenas de organizações do setor privado, público e em ONG’s no mundo
inteiro e foi indicado pela Harvard Business Review como uma das práticas de
gestão mais importantes e revolucionárias dos últimos anos. Os requisitos para
definição dos indicadores a serem balanceados estão baseados na maximização
350
dos resultados relacionados a perspectivas que empresa escolhe e que devem
refletir sua visão de futuro e sua estratégia empresarial. Muitas organizações se
utilizam das seguintes categorias: financeira; clientes; processos internos;
aprendizado e crescimento. (
Para as empresas de capital aberto, é também muito utilizado o
Índice de Sustentabilidade Empresarial BM&FBOVESPA (ISE), quarto índice
de ações no mundo criado com o objetivo de mostrar o desempenho de
mercado de uma carteira formada por empresas que adotam os princípios de
gestão sustentável. (MARCONDES E BACARJI, 2010) e a família de Índice de
Sustentabilidade, como DJSI – Dow Jones Sustainability Index, que possui uma
versão mundial e uma para cada região do mundo, sempre relacionados ao
desempenho de empresas sustentáveis ns diversas bolsas de valores.96
Segundo Müller (2006) essas certificações sociais e demais
mecanismos de gestão
[...] têm como foco as formas como as empresas atuam em seu próprio
campo, isto é, as dimensões sociais e ambientais da atividade econômica, e
não apenas a atuação das empresas junto a grupos sociais carentes de
assistência que se encontram no exterior das empresas.
96 Contribuição de Felipe Parente, que gentil, cooperativo e competente como sempre, leu todo o
capitulo e deu diversas contribuições entre elas a que gerou a inclusão do ISE, que havia escapulido da
pesquisa bibliográfica realizada pela Equipe LIMK entre 2008 e 2010. Felipe Parente é formado em
1976 em Processamento de Dados pela UnB, com especialização em Análise de Sistemas pela UnB e
pela IBM em parceria com o Banco Central, MBA Empresarial pela Fundação Dom Cabral em
Parceria com a Fundação COGE, MBA em Planejamento Estratégico pela Fundação Getúlio Vargas
em parceria com a Escola Superior de Guerra – ESG, Curso de Altos Estudos em Política e Estratégia
– CAEPE pela Escola Superior de Guerra – ESG, é empregado da Eletronorte desde 1979, onde
ocupou diversos cargos gerenciais na área de Tecnologia da Informação. Atualmente está lotado no
Escritório de Estratégia e Sustentabilidade – PPSE atuando principalmente nos processos de
Sustentabilidade e Elaboração dos Relatórios Corporativos. Entre 1980 e 1995 foi professor da
Universidade Católica de Brasília e do Centro Universitário de Brasília – CEUB.
351
Assim, por meio de certificações e premiações, as empresas são
capazes de avaliar e controlar as práticas de responsabilidade socioambiental
em vários aspectos. Cada certificação mencionada anteriormente possui um
foco diferente, cobrindo assim todos os pontos relevantes da prática de ações
socialmente responsáveis. É importante ressaltar que são as empresas quem
decidem fazer parte ou não dessas certificações e prêmios, o que reforça mais
uma vez o efeito positivo que um certificado pode trazer para a imagem da
empresa.
18.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do que foi apresentado, pode-se chegar a algumas
conclusões que permitem responder aos objetivos específicos mencionados.
Sobre as teorias que estão disponíveis para uso das empresas sobre
responsabilidade socioambiental, pode- se afirmar que elas são globais e
derivam das normas voluntárias de modelo de gestão desenvolvidas no
processo de evolução do foco gerencial e negocial no mundo.
No Brasil, a melhor definição de responsabilidade social é a
apresentada pelo Instituto Ethos, a mais mencionada e completa.
Sua prática deve seguir coerência entre teorias esposadas, discursos
explicitados de forma ampla ou mais restrita e a ação realizada com base no
que preconizam as normas voluntárias mencionadas e todas as outras que
vierem a ser criadas, inclusive pelas próprias organizações, para responder aos
stakeholders e à sociedade de um modo geral de forma ética e o mais clara e
precisamente em suas relações.
352
Agindo efetivamente com responsabilidade socioambiental, as
empresas contribuem positivamente para a construção e gestão de sua imagem
institucional, desde que os produtos que ofereça ao mercado sejam de fato
compatíveis com a promessa de qualidade e de preço anunciados. Atuar
responsavelmente para alguns públicos e não atender adequadamente a
demanda dos consumidores diretos com seus produtos ou de outros públicos
não ajuda a construir imagem positiva.
O processo de comunicação organizacional com todos os públicos
contribui fortemente para construção e gestão da imagem institucional, sendo
fator chave de sucesso.
Cabe ressaltar que, na maioria dos casos, a responsabilidade
socioambiental é associada à ética, à moral e à cidadania. Muitos também
enfatizam a questão do compromisso que é estabelecido com a sociedade, e
que deve passar então a direcionar as ações das empresas.
Em contrapartida, alguns autores defendem a idéia de que a
responsabilidade socioambiental não passa apenas de uma estratégia para
melhorar a imagem institucional, da empresa tanto no Brasil como no Uruguai,
uma espécie de “social washing”.
Apesar desse antagonismo, é possível associar o primeiro grupo às
definições relativas à ética, à moral, à cidadania e ao compromisso, enquanto
que o segundo grupo se enquadra melhor na definição que caracteriza a
responsabilidade socioambiental como apenas mais uma estratégia de
competição no mercado - “maquiagem” para se fazer melhor do que
efetivamente é.
353
De todo modo, o fundamental é a qualidade dos laços, vínculos que
a empresa tece com todos os seus públicos, baseada nas suas ações cotidianas,
como em todas as relações humanas, uma vez que a organização possui vida e
comportamento que sua equipe lhe dá, portanto, atribuição humana.
Por fim, cabe ainda ressaltar que as práticas de avaliação de eficácia
tanto da comunicação corporativa quanto das práticas de responsabilidade
socioambiental carecem de melhor aprofundamento para que se possa afirmar
com mais segurança o grau de influência de cada um desses elementos no
processo de transformação dos cidadãos em consumidores mais conscientes,
elemento chave para o desenvolvimento sustentável, princípio fundamental da
Carta da Terra (CCT, 1997).
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367
CAPÍTULO 19
Responsabilidade Socioambiental:
uma investigação exploratória sobre o estado da prática no
Brasil e no Uruguai
368
19. RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: UMA
INVESTIGAÇÃO EXPLORATÓRIA SOBRE O ESTADO DA PRÁTICA
NO BRASIL E NO URUGUAI97
Lívia Pereira de Frias98 et. al.97
Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes
Se você tem metas para um ano. Plante arroz. Se você tem metas para dez anos. Plante uma árvore. Se você tem metas para 100 anos, então eduque uma criança. Se você tem metas para 1000
anos, então preserve o meio ambiente.” Confúcio
97 Artigo baseado em trabalho que concorreu ao prêmio Ethos 2010 e foi apresentado nas edições de
2008, 2009 e 2010 da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural da UFRJ. 98 Estudante do 4º período de Psicologia.
97 Amanda Ferreira Marcicano (estudante de Pedagogia), Ana Beatriz Carneiro Guerra Duro
(estudante do 9º período de Administração), Ana Carolina Vaz de Oliveira Fernandes (estudante do 2º
período de Comunicação), Anaiz Rosadas Falcão (estudante do 2º período de Comunicação), Bruna
Costa Ebara (estudante do 4º período de Comunicação), Bruno Luiz Silva Dantas (estudante do 1º
período de Comunicação), Carlos Alexandre de Carvalho Martins (estudante do 1º período de
Comunicação), Celso Garcia Teles Lehnemann (estudante do 2º período de Comunicação), Clara
Filippelli Fernandes Rescala (estudante do 2º período de Comunicação), Fernanda de Morais Amorim
(estudante do 2º período de Comunicação), Flávio Vinícius Ferreira de Araújo (estudante do 2º
período de Comunicação), Gabriela de Jesus Moreira (estudante do 7º período de Psicologia), Ingrid
Freire Machado (estudante do 1º período de Comunicação), Juliana Ferreira Pitanga (estudante do 2º
período de Comunicação.), Juliana Mattos dos Santos (estudante do 2º período de Comunicação),
Lenine Djú (estudante do 8º período de Comunicação), Lienne Aragão Lyra (estudante do 2º período
de Comunicação), Luciano de Almeida Silva (estudante do 4º período de Psicologia), Luísa Telles de
Araújo Silva (estudante do 2º período de Comunicação), Mairlon dos Santos Melo (estudante do 3º
período de Comunicação), Mariana Dias Bria (estudante do 1º período de Comunicação), Mariana
Rosa Pugginelli Brandão (estudante do 2º período de Comunicação), Nicolly Stheffani Vimercate
Ribeiro (estudante do 1º período de Comunicação), Paola Hoffmann Azevedo (estudante do 1º
período de Comunicação), Patrícia Pizzigatti Klein (estudante do 2º período de Comunicação), Pedro
de Souza Mesquita (estudante do 3º período de Comunicação), Pedro Henrique Teodoro Siqueira
(estudante do 3º período de Psicologia), Raffaele Enrico Calandro (estudante do 2º período de
Comunicação), Simone Pontes dos Santos (estudante do 8º período de Ciências Sociais), Stephanie
Silva de Oliveira (estudante do 1º período de Comunicação.), Taíza Pereira de Oliveira (estudante do
5º período de Serviço Social), Thaís Eletherio Cordeiro (estudante do 2º período de Comunicação),
Vinícius Albuquerque Machado (estudante do 2º período de Comunicação).
369
19.1 INTRODUÇÃO
Nos últimos tempos, mais especificamente a partir dos anos 90 no
Brasil, percebe-se uma preocupação maior das empresas no que diz respeito à
Responsabilidade Socioambiental, função que antes era de responsabilidade
puramente do Estado.
Entre essas questões sociais, se encaixam a Saúde, Educação,
Inclusão Social e Saneamento Básico. Essas ações sociais praticadas pelas
empresas e, não mais somente pelo Estado, servem tanto para melhorar a
qualidade de vida da população, como também para melhorar a imagem da
empresa que pratica a ação. Essas ações passaram a ser divulgadas para
fortalecer a imagem da organização e ainda não está claro para muitos atores
sociais o tipo de efeito que essa prática tem causado socialmente.
Nesse contexto, uma pesquisa exploratória foi realizada para se
compreender como essas empresas estão atuando com responsabilidade
socioambiental, que teorias estão sendo utilizadas para guiar suas práticas e de
que maneira está ocorrendo a divulgação da imagem empresarial associada a
essas práticas.
A compreensão dessas práticas pelos estudantes que compuseram a
Equipe LIMK durante a realização da pesquisa entre 2008 e 2010 e pelos
estudantes que estão produzindo este artigo está baseada em pesquisa
documental e na análise dos sites das melhores empresas para trabalhar no
Brasil e no Uruguai entre 2008 e 2010, realizada em parceria entre a professora
orientadora deste projeto e a pesquisadora Maria Sotelo de Barboza99
, uruguaia.
99 A profissional possui licenciatura em Relações Internacionais e é consultora em Responsabilidade
Social Empresarial.
370
Antes de iniciar a comparação de práticas de responsabilidade
socioambiental pelo meio de comunicação eleito como objeto de pesquisa, é
importante compreender que há diferença entre as economias dos dois países.
O Uruguai possuía 3,4 milhões de habitantes (Censo 2007), área
geográfica de 176.215 km²Km2
, densidade populacional de 19 hab./km², PIB
de aproximadamente US$ 23.087 milhões (ano de 2007) e IDH: 0,865 (ano de
2009), enquanto o Brasil possuía 193 milhões de habitantes (IBGE, 2008), área
geográfica do Brasil é de 8, 5 milhões Km², densidade populacional de 23
hab./km², PIB é de aproximadamente US$ 1.314,20 bilhão (FMI, 2009) e IDH
de 0,813
A pesquisa de campo está baseada no quadro de referencial
conceitual apresentado no capítulo anterior intitulado Comunicação
Corporativa Associada à Responsabilidade Socioambiental: uma sistematização
dos achados documentais.
Trata-se de identificar exploratoriamente o Estado da Prática e, por
conta disso, foram visitados os sites de empresas do Brasil e do Uruguai,
buscando identificar suas práticas de responsabilidade socioambiental.
Na terceira fase, visa-se a comparar o estado da prática corrente nos
dois países e verificar que constatações se pode realizar sobre semelhanças e
diferenças entre as práticas das empresas do Brasil e do Uruguai. Foram
usadas as seguintes questões norteadoras para realizar o levantamento nos sites.
o Quais empresas praticam Responsabilidade Socioambiental entre
as melhores empresas para trabalhar no Brasil e no Uruguai?
o Em que setores econômicos essas empresas trabalham?
371
o Que causas ou ideias sociais têm recebido investimento dessas
empresas?
o Existem áreas especificas que cuidem da responsabilidade social
nessas corporações?
o Quais as semelhanças e diferenças entre as práticas adotadas no
Brasil e no Uruguai?
19.2 METODOLOGIA
Foram realizadas as seguintes etapas: para identificar o que tem sido
praticado pelas empresas sob investigação:
o Identificar nos 130 textos encontrados, em língua portuguesa e
espanhola, apresentados no capítulo 18 todas as referências aos
estudos de caso realizados para identificar as empresas que
poderiam compor a amostra.
o Identificar as melhores empresas para trabalhar no Brasil e no
Uruguai, partindo-se do pressuposto que se estas são as empresas
melhores para trabalhar, de algum modo elas já estão praticando
a responsabilidade socioambiental junto ao público interno;
o Realizar pesquisa nos sites das empresas identificadas;
o Analisar qualitativamente os resultados obtidos entre empresas
brasileiras e uruguaias, para identificar:
o Setores econômicos (2008, 2009, 2010)
372
o Tipos de investimento em causas ou ideias sociais (2008, 2009,
2010)
o Interpretar os resultados.
19.3 RESULTADOS
A - Quais empresas praticam Responsabilidade Socioambiental entre
as melhores empresas para trabalhar no Brasil e no Uruguai?
Para responder a esta pergunta recorreu-se aos achados documentais
e a relação de melhores empresas para trabaçhar no Brasil e no Uruguai. Os
casos relatados, nem sempre estão entre as melhores para trabalhar, ainda que
estejam em setores econômicos atraentes em termos de lucratividade.
Empresas sediadas no Brasil
No quadro 1, são apresentadas as empresas encontradas como
praticantes de responsabilidade socioambiental nos textos analisados. As cinco
primeiras eram empresas que à época foram consideradas referências entre as
que mais praticam responsabilidade socioambiental pela Revista Exame.
A Petrobrás, primeira colocada na lista da revista Exame, é citada
nos textos de Trevisan (2002), Oliveira. (2005) e Conde (2006).
Oliveira. (2005) também descreveu a prática da responsabilidade
socioambiental de empresas como Brasil Telecom, Cemig e Souza Cruz que
aparecem respectivamente em 12ª, 16ª e 18ª na lista Exame.
Conde (2006) também tratou sobre as práticas de responsabilidade
social da segunda colocada da lista: a Vale do Rio Doce.
373
As outras empresas que aparecem na lista da Revista Exame são os
bancos: Itaú em terceiro lugar, Bradesco em quarto e Banco do Brasil em
sétimo. Todos os três foram citados por Borges, Miranda e Valadão Júnior
(2007) como praticantes da responsabilidade socioambiental. E, por fim, no
Brasil, a Ambev aparece em quinto lugar e sua posição como praticante da
responsabilidade socioambiental é corroborada por Pereira E. S. (2005).
Quadro 1: Casos Brasileiros Relatados nos Achados Documentais (2008)
Colocação
Maiores
Empresas 2008
(EXAME)
Empresas Responsabilidade Socioambiental
1 Petrobrás
Projetos de incentivo a cultura, a
cidadania, ao esporte e a
sustentabilidade.
2 Vale Projetos sociais e ambientais.
3 Itaú Educação e saúde pública
4 Bradesco Educação e esporte
5 Ambev
Ética, desenvolvimento sustentável,
proteção ao meio ambiente, reciclagem e
estudos sobre álcool e saúde
7 Banco do Brasil Crédito responsável na área social e
ambiental
12 Brasil Telecom
(atual Oi)
Oi Futuro - Instituto de responsabilidade
social da Oi (atua em projetos culturais e
educacionais em todo Brasil)
16 Cemig Projetos ambientais e sustentabilidade
17 Telemar S/A (atual
Oi)
Oi Futuro - Instituto de responsabilidade
social da Oi (atua em projetos culturais e
educacionais em todo Brasil)
18 Souza Cruz
Sustentabilidade e Instituto Souza Cruz
com ações voltadas para agricultura
familiar
374
Quadro 1: Casos Brasileiros Relatados nos Achados Documentais (2008)
Colocação
Maiores
Empresas 2008
(EXAME)
Empresas Responsabilidade Socioambiental
29 Grupo Pão de
Açúcar
Projetos relacionados à desenvolvimento
sustentável, reciclagem, educação, apoio
á instituições sociais e eventos esportivos
Foram analisados os sites, também, em 2010, das 150 melhores
empresas para trabalhar no Brasil. Chegou – se ao resultado apresentado no
Quadro 2.
Quadro 2:
Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das
150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)
Empresas Responsabilidade Socioambiental
ACCENTURE Não constavam no site projetos
ACCOR Instituto Accor (educação, formação e meio
ambiente)
AESSUL Melhorar a qualidade de vida e desenvolvimento
sustentável
AES TIETE S/A Meio ambiente, cultura e educação
AFFINIA Não constavam no site projetos
AGRO AMAZONIA
MÁQUINAS Educação e meio ambiente.
ALBRAS Educação, questões sociais e ambientais.
ALE Educação, saúde, esporte e cultura.
ALGAR S/A Projetos sociais e ambientais
AMANCO Responsabilidade social e ambiental.
375
Quadro 2:
Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das
150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)
AMBEV
Ética, desenvolvimento sustentável, proteção ao
meio ambiente, reciclagem e estudos sobre
álcool e saúde
AMPLA Projetos sociais para melhorar qualidade de vida,
desenvolvimento sustentável
AON
Projetos sociais que visam diminuir os grandes
contrastes existentes no Brasil (melhorar
qualidade de vida)
APSEN Melhorar a qualidade de vida, apoio à cultura,
educação
ARCELORMITTAL BRASIL
Projetos em relação ao meio ambiente, à
educação, saúde, capacitação de entidades sociais
para a auto sustentação
ARVINMERITOR CVS Programa de inclusão digital
ASSOCIAÇÃO COMERCIAL
DE SÃO PAULO Não constavam no site projetos
BALAROTI
Ajuda a instituições da área de saúde e a
instituições que visam a melhorar a qualidade de
vida da população carente
BANCO BMG Investimento em projetos de educação, cultura,
meio ambiente, saúde e cidadania
BANCO ITAÚ Educacão e saúde pública
BANCO REAL Projetos na área ambiental, social e cultural.
BANCO VOTORANTIM S/A Projeto apenas na área social.
BASF Projetos que relacionam questões ambientais,
sociais e econômicas.
BICBANCO Projetos de responsabilidade social, cultural e
ambiental.
BRADESCO Educação e esporte
376
Quadro 2:
Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das
150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)
BRASCABOS Educação
BRASIL SALOMÃO E
MATTHES ADVOCACIA Educação e qualidade de vida
BRASILATA Não constavam no site projetos.
BV FINANCEIRA S/A Qualidade de vida
CARBOCLORO Meio ambiente, educação, questões sociais,
esporte
CARGILL Educação e apoio ao desenvolvimento da
agricultura
CASA SOL Não constavam no site projetos. Entretanto, se
declara socialmente responsável.
CASE NEW HOLLAND Não constavam no site projetos.
CATERPILLAR Projeto ambiental
CECRISA REVESTIMENTOS
CERÂMICOS S/A
Não constavam no site projetos A empresa se
declara ambientalmente e socialmente
responsável.
CEMAR LEGRAND Ações culturais e sociais. A empresa se declara
ambientalmente e socialmente responsável
CENTRAL NACIONAL
UNIMED Não constavam no site projetos
CERTEL Projetos ambientais e sociais.
CHEMTECH Projetos ambientais e sociais.
CITI Não constavam no site projetos.
COELCE Projetos na área ambiental
COPACOL
Ética, projetos de preservação do meio
ambiente, integração social e desenvolvimento
sustentável
377
Quadro 2:
Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das
150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)
COPAGAZ
Não constavam no site projetos.A empresa se
declara ambientalmente e socialmente
responsável
CPFL ENERGIA S.A. Sustentabilidade e projetos sociais
CTA-CONTINENTAL Não avaliado
DIAGEO Não avaliado
DOW BRASIL Sustentabilidade.
DUPONT DO BRASIL SA Desenvolvimento sustentável e melhoria da
qualidade de vida
ELECTROLUX
Não constavam no site projetos. A empresa se
mostra preocupada com o ambiente ao produzir
produtos que não desperdicem energia ou água,
por exemplo.
EMBRACO Projetos ambientais.
EUROFARMA Instituto Eurofarma - saúde, bem estar, educação
FESTO AUTOMAÇÃO Não constavam no site projetos
GE Crianças saudáveis, futuro saudável- educação
GENZYME Não constavam no site projetos
GRUPO GERDAU Educação e mobilização solidária
GRUPO OURO FINO Patrocina atletas, apoia instituições assistenciais,
desenvolve trabalhos com crianças especiais
HERBARIUM
LABORATÓRIO
BOTÂNICO LTDA.
Não constavam no site projetos
HOSPITAL BRASÍLIA Não possui nenhum projeto
HOSPITAL SÃO
LEOPOLDO Não foi avaliado
378
Quadro 2:
Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das
150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)
HP BRASIL Não constavam no site projetos.
ICEC Projetos voltados para a melhoria da qualidade
de vida, cultura e educação
IESA ÓLEO ; GÁS
Fundação Inepar: ações voltadas para crianças e
adolescentes, começando com as famílias dos
funcionários
IHARABRAS S/A
INDÚSTRIA QUÍMICA Projetos culturais e sociais
INTELBRAS S/A Patrocina a Orquestra Sinfônica de Florianópolis
e Mostra de Cinema Infantil
INTERNATIONAL PAPER
DO BRASIL
Patrocínio a projetos de educação e
conscientização ambiental
IRIZAR Não constavam no site projetos
ITAUCRED VEÍCULOS Itaú Sustentabilidade e Fundação Itaú Social
JAGUARÉ Projeto de reciclagem de parte dos materiais
utilizados e mutirão para construção de casas
JBR ENGENHARIA LTDA.
Instituto Maria Madalena Oliveira Cavalcante:
desenvolvimento de crianças e adolescentes de
comunidades do Recife
KAIZEN Patrocina a entidade Manaem Obras Sociais e
Educacionais
KODAK
Kodak Corporativo:patrocina entidades
assistenciais e incentiva o trabalho voluntário
entre seus colaboradores
LABORATÓRIO SABIN Instituto Sabin: apoio a cultura e esporte
LANDIS+GYR Não constavam no site projetos
LEUCOTRON TELECOM Não constavam no site projetos
LOJAS COLOMBO SA Não constavam no site projetos
379
Quadro 2:
Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das
150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)
LOJAS RENNER
Programas destinados à mulher, investe em
organizações que visam a melhoria da qualidade
de vida e educação.
LOSANGO Não constavam no site projetos.(Caso a ser
analisado, faz parte do grupo HSBC)
MAGAZINE LUIZA
Incentivo ao voluntariado, promove cursos
profissionalizantes, patrocina ONG's, parceria
com SENAC e Fundação Abrinq
MANTECORP Projetos socioambientais, culturais e esportivos
MARTIN-BROWER Recicla materiais utilizados na frota de
caminhões
MASA DA AMAZÔNIA
Programas culturais, projetos de conscientização
ambiental, apoio à instituições, incentivo ao
voluntariado
MATTEL Não foi avaliado
MCDONALD'S Instituto Ronald McDonald: atua investindo em
instituições da área da saúde.
MEDLEY Projetos na área de educação, saúde, reciclagem,
patrocínio de atletas, entre outros.
METAL AR
Projetos que visam a diminuir a exclusão digital,
melhorar a qualidade de vida, educação e
cultura.
MICROSOFT
Um projeto de luta contra a AIDS e um projeto
de inclusão digital que visa a transformar a
educação e criar oportunidades de emprego.
MILENIA AGROCIÊNCIAS
SA
Projetos de melhoria de qualidade de vida,
investimento em educação, cultura, saúde e
saneamento.
MONSANTO DO BRASIL Programas de melhoria de qualidade de vida,
preservação ambiental e investimento em
380
Quadro 2:
Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das
150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)
LTDA desenvolvimento rural de certas áreas.
MOVEIS GAZIN Apoio a programas de melhoria da qualidade de
vida.
MTP - TUBOS Programas de melhoria da qualidade de vida,
saúde e ambiental.
NASAJON SISTEMAS Programas de melhoria de qualidade de vida e
de educação.
NEXTEL Instituto Nextel: programa de inserção no
mercado de trabalho de jovens
NIVEA Não constavam no site projetos
NOVO NORDISK
Ações de responsabilidade social em Montes
Claros (Programa de voluntariado, programa
livre do fumo, projeto contra retinopatia, novo
artes, caminhada mundial do diabetes)
ODONTOPREV
Apoia instituições e possui o PAC (Programa de
assistência continuada) com projetos e apoio em
diferentes áreas
OI
Oi Futuro - Instituto de responsabilidade social
da Oi (atua em projetos culturais e educacionais
em todo Brasil)
PAINCO INDÚSTRIA E
COMÉRCIO S/A Não constavam no site projetos
PATRUS TRANSPORTES
URGENTES Gincana Solidária
PELLEGRINO Educação, doações a instituições carentes
PERKINS Não constavam no site projetos
PHITO FÓRMULAS Não constavam no site projetos
PLASCAR Bem estar social. (Bom de Bola – Bom na
Escola; Ecoação; Adoção Bens Públicos;
381
Quadro 2:
Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das
150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)
Supletivo de 1º e 2º grau; Árvore da Vida; Natal
Solidário; Tardes Solidárias; Campanha do
Agasalho e Alimentos; Visitas Técnicas)
PORMADE PORTAS Profissionalização, educação, responsabilidade
social e ambiental
PPE FIOS ESMALTADOS
S/A Educação ambiental, desenvolvimento infantil
PROMON
Não constavam no site projetos. Programa de
previdência privada para os funcionários.
Declara de ter alguns prêmios na área de
responsabilidade social
PRUDENTIAL DO BRASIL Não constavam no site projetos
PUBLICAR DO BRASIL
(EDITEL/LISTEL/GUIAMAIS
)
Não constavam no site projetos
RANDON S/A Educação, melhoria da qualidade de vida,
cidadania, desenvolvimento infantil
RECOFARMA - COCA-COLA Faz parte do grupo coca-cola. Não constavam no
site projetos
REGIONAL DE PRODUÇÃO
E COMERCIALIZAÇÃO DE
TUCURUÍ
Faz parte do grupo Eletronorte, mas não foi
encontrada área de responsabilidade social no
site da Eletronorte
RHEDE
TRANSFORMADORES Não foi avaliado
ROHM AND HAAS No site em inglês, há área de responsabilidade
social, mas nada indica que tenha algo no Brasil
RPM (*Kinross)
Educação ambiental, programas de monitoração
da qualidade de água, ar etc. Investmentos em
pequenos negócios, investimentos sociais.
SAGA Não constavam no site projetos
382
Quadro 2:
Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das
150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)
SAMA
Projetos de preservação ambiental, incluindo
preservação de espécies de tartarugas e
reciclagem do material utilizado na empresa
SANOFI-AVENTIS Programa Música nos Hospitais
SÃO BERNARDO APART
HOSPITAL Não foi avaliado
SÃO BERNARDO SAÚDE Não foi avaliado
SERASA
Programas de voluntariado em instituições,
incentivos a outra instituições sociais,
investimento em crianças, melhoria da qualidade
de vida
SICREDI
Desenvolvimento do agronegócio, educação,
esporte, mobilização solidária, meio ambiente,
empreendedorismo e saúde
SPRINGER Melhoria da qualidade de vida, trabalho
voluntário, doações
SYNGENTA PROTEÇÃO DE
CULTIVOS Projetos sociais e ambientais conjuntamente.
SYNGENTA SEEDS Não constam projetos no site
TAIÍ Não constam projetos no site
TECFIL Não constam projetos no site
TECHINT ENGEHARIA E
CONSTRUÇÃO
Não constam projetos no site A empresa declara
possuir projetos sociais
TECNISA Projetos sociais.
TENARISCONFAB A empresa se declara ecologicamente
responsável e possui projetos sociais.
TIGRE S/A Não constam projetos no site
ULTRAGAZ Projetos de educação, melhoria da qualidade de
383
Quadro 2:
Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das
150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)
vida, segurança, culturais; patrocínios
U&M Projetos nas áreas social e ambiental.
UNIBANCO UNIÃO DE
BANCOS BRASILEIROS S.A. Não constam projetos no site.
UNIMED CUIABA COOP
TRABALHO MEDICO Não foi avaliado
UNIMED MISSÕES LTDA Não foi avaliado
UNIMED SEGUROS Projetos sociais e se declara ecologicamente
responsável.
UNIMED VALES DO
TAQUARI E RIO PARDO Não foi avaliado
UNIMED VOLTA
REDONDA Projetos sociais.
UNISC Projetos culturais, sociais e ambientais.
UNIVILLE Não constam projetos no site.
VALE Projetos sociais e ambientais.
VALEO SISTEMAS
AUTOMOTIVOS LTDA Não constam projetos no site.
VIAPAR A empresa se declara ambientalmente
responsável e possui projetos sociais.
VISA VALE Não constam projetos no site
VISANET BRASIL Não constam projetos no site A empresa se
declara socialmente responsável.
VIVO A empresa se declara responsável social e
ambientalmente e possui projetos sociais.
VOLVO DO BRASIL A empresa se declara ambientalmente
384
Quadro 2:
Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das
150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)
responsável e possui projetos sociais.
WHIRLPOOL S.A.
UNIDADE DE
ELETRODOMÉSTICOS
Projetos Ambientais, Apoio ao Instituto da
Mulher
ZANZINI MÓVEIS Não constam projetos no site
ZEMA Projetos Ambientais
3M do Brasil Projetos Ambientais, educacionais, sociais,
culturais
Constata-se que 37% das melhores empresas para trabalhar, na
época da pesquisa, não divulgavam sua atuação em responsabilidade
socioambiental, o que pode significar que ainda não atuavam ou apenas não
divulgavam. 7% das melhores empresas não tiveram sua ação de
responsabilidade socioambiental avaliada, por indisponibilidade de sites à
época.
Empresas sediadas no Uruguai
No Quadro 3, estão citadas as empresas mencionadas por
Erramuspe (1998) como atuando com responsabilidade socioambiental no
Uruguai. Entretanto, ao consultar o site dessas organizações, constata-se que
44% delas não relatavam em suas ações e não foi possível analisar 15% delas
pela indisponibilidade do site à época
.
385
Quadro 3 – Casos Relatados Uruguaios nos Achados Documentais
(2008)
Empresas Responsabilidade Socioambiental
Abal Hnos Não foi avaliado.
Antel Projetos de incentivo a inovação.
AYAX Não constavam projetos no site
Barraca Europa Não constavam projetos no site
BASF Não constavam projetos no site
Cattivelli Hnos. Projetos de doações às instituições públicas e privadas.
Colgate Projetos sociais e de saúde.
Compañía Bao Projetos sociais e ambientais.
Del Castillo
Transportes
(NUVO)
Não foi avaliado.
Directories.Sudy
Lover Não foi avaliado.
Disco del Uruguay Projetos de responsabilidade social.
Embotelladora del
Uruguay S.A. Não foi avaliado.
Fábrica Nacional de
Cervezas Não constavam projetos no site
Fleischmann
Uruguaya S.A. Não constavam projetos no site
FUNSA Não constavam projetos no site.
Gautier S.A. Projetos sociais.
IBM Não constavam projetos no site
INCA Não constavam projetos no site
Interfase S.A. Não constavam projetos no site.
Johnson y Johnson Projetos sociais.
386
Quadro 3 – Casos Relatados Uruguaios nos Achados Documentais
(2008)
Empresas Responsabilidade Socioambiental
KODAK Uruguaya Não constavam projetos no site
Manzanares S.A Não foi avaliado.
Mc Donald's Projetos de sustentabilidade nos processos internos.
Iniciativas culturais e de responsabilidade social.
Molinos Uruguay Projetos sociais e educativos.
Mosca Hnos Projetos sociais e educacionais.
ONAPROLE Não constavam projetos no site
Parmalat Não constavam projetos no site
Paylana Não foi avaliado.
Puma Trading Não foi avaliado.
Rhone Poulenc
Rorer Projetos ambientais.
RIOGAS Não constavam projetos no site.
SACEEM Não constavam projetos no site.
UTE Projetos de sustentabilidade nos processos internos.
Volt Autologic Não constavam projetos no site.
Foram analisados, também, em 2009, os sites das melhores
empresas no Uruguai em 2007. Chegou – se ao resultado apresentado no
Quadro 4, que indica que 40% delas não relatavam suas ações nos sites.
387
Quadro 4
Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das
Melhores Empresas no Uruguai (2007)
Colocaçã
o
2007
Empresas Responsabilidade socioambiental
1
Pepsi Cola Manufacturing
Company of Uruguay
S.R.L.
PepsiCo Foundation - saúde global, meio
ambiente e inclusão global
2 DHL Uruguay Meio ambiente, projetos sociais e
econômicos
3 FedEx Meio ambiente e ajuda a instituições
filantrópicas pelo mundo
4 Atento Educação
5 Telefónica Projetos sociais, culturais e esportivas
6 McDonald’s
Meio ambiente, apoio ao Passeio Cultural
da Cidade Velha e Centro de Assistência
Infantil
7 Tea Deloitte & Touche Não constam projetos no site
8 Diageo Não constam projetos no site
9 Sabre Holdings
Não constam projetos no site apesar de se
declarar interessada em apoio a
prevenção do meio ambiente e ao
voluntariado
10 AIVA TPA Services Não constam projetos no site
11 Young & Rubicam Habitação, educação e saúde
12 Accor Services Accor tem ações no mundo, porém não
constam projetos no Uruguai
13 República AFAP Educação
14 Mapfre
Fundação MAPFRE e MAPFRE
Responsabilidade Social Corporativa.
Prevenção de acidentes; Arte e cultura;
Formação e Difusão da cultura de
seguros; Gestão de risco e meio ambiente;
Ação Social.
15 Acodike Supergas Não constam projetos no site
388
Comparação Brasil x Uruguai
Com certeza não são apenas essas as empresas praticantes de
responsabilidade socioambiental em ambos os países naquela época. Aqui
estão apresentadas as empresas que compuseram a amostra desta pesquisa e
que tiveram seus sites examinados para uma identificação preliminar de suas
práticas de responsabilidade socioambiental pela via do que é comunicado.
Contata-se que tanto no Brasil quanto no Uruguai cerca de 50% das
empresas pesquisadas não relatavam suas ações em seus sites, quer por
indisponibilidade dos sites em pelo menos 7% delas, quer porque não
comunicavam essas ações nos sites quer porque não comunicam ou porque nõa
realizam. Identifcar causar requer realizar uma pesquisa de campo, cujos
recursos necessários não estão disponíveis.
B- Em que setores econômicos essas empresas atuam?
As empresas analisadas atuam em diversos setores e, em geral, tanto
no Brasil, quanto no Uruguai.
Empresas sediadas no Brasil
Do quadro 4, depreende-se que cerca de 55% das melhores
empresas eram da indústria, seguida pelo setor de serviços, no qual se destacou
o setor financeiro (11%) e o comercio (10%).
Da análise do quadro 5, depreende-se que os setores que tem sido
mais estudados até 2009 eram setor financeiro, telecomunicações e petróleo e
gás. Não deve ser o acaso, uma vez que estes têm sido setores dos mais
lucrativos.
389
Como hipótese, destaca-se que esses setores econômicos são, por
vezes, muito criticados e conhecidos por falha de serviço, por causar problemas
ambientais ou danos aos consumidores. Esses desafios presentes em sua
atividade econômica podem ser os principais motivos pelos quais são
encontrados mais estudos sobre eles.
Quadro 5: Setores Econômicos dos Casos Relatados nos Achados Documentais:
390
Empresas sediadas no Uruguai
As empresas que realizam projetos de responsabilidade
socioambiental no Uruguai pertencem a diversos setores, principalmente,
indústria e serviços financeiros como pode ser constatado no Gráfico a seguir.
Gráfico 1: Setores econômicos das melhores empresas para trabalhar no Uruguai.
Comparação Brasil x Uruguai
As empresas que praticam responsabilidade socioambiental são de
diversos setores, e em geral, tanto no Brasil, quanto no Uruguai, do setor
industrial, destacando-se energia e petróleo e gás e setor financeiro.
Ao compararmos ambos os países e suas respectivas empresas, é
possível perceber que há certa homogeneidade entre os setores em que se
encontram práticas relatadas de responsabilidade socioambiental ou que as
empresas se constituem em bons lugares para trabalhar. De certo que
lucratividade destes setores na economia mundial pode ser um fator explicativo
para isto.
391
C - Que causas ou ideias sociais têm recebido investimento dessas
empresas?
As metas do milênio parecem nortear os investimentos em
responsabilidade socioambioental das empresas pelas análises realizadas. Veja
a descrição que segue.
Empresas sediadas no Brasil
No Brasil, existem muitas causas sociais que recebem investimento
das empresas. Vários autores citaram exemplos pontuais dessas causas ou
ideias sociais de diversas companhias.
O texto de Guedes (s.d.) cita a Credicard S/A como apoiadora da
causa em prol da responsabilidade social e cidadania.
Lourenço et al (2002) cita a Petrobrás na preservação do meio
ambiente, distribuição de cestas básicas e indenizações.
Já Silva (2005) cita a Unimed na realização de programas sociais e
ambientais fundamentados na ética e nos direitos humanos.
Oliveira e Ikeda (s.d.) colocam em seu texto o Boticário realizando
projetos relacionados à pesquisa e proteção da vida silvestre, áreas verdes e
unidades de conservação.
Os textos de Peruzzo (2001), Trevisan (2002), Pereira (2005), Cabral
(2006), Liberman e Carrion (2006) apresentam empresas como Embratel,
Shell, Random, Boticário, Fundação Bradesco como empresas defensoras do
meio ambiente.
392
Outros textos que exemplificam as causas em que são empregados
investimentos das práticas sociais, são os de Borges, Miranda e Valadão Júnior
(2007), Leal (2006) que tratam de bancos como a Caixa, o Banco do Brasil, o
Bradesco, o Itaú que investem em questões de cidadania, educação e cultura.
Da análise dos quadros 1 e 2, nota-se que as empresas brasileiras
investem, principalmente, em educação (25%), projetos sociais (14%) e meio
ambiente (14%) nas suas práticas de responsabilidade socioambiental.
Empresas sediadas no Uruguai
No Uruguai, se encontra no texto de Teixidó, Chavarri e Castro
(2001) as ideias de que as áreas de educação, meio ambiente e cultura são as
que mais recebem investimentos das empresas uruguaias. Vale lembrar que o
texto de Masalias (2004) trata da contribuição monetária e da doação de
produtos.
Nos gráficos apresentados a seguir, é possível verificar que há
diferença no perfil de investimentos em responsabilidade socioambiental em
função do setor econômico em que a empresa atua.
393
Gráfico 2: Tipo de Investimento do Setor Industrial
Gráfico 3: Tipo de Investimento do Setor de Serviços Financeiros
394
Gráfico 4: Tipo de Investimento do Setor de Serviços
Gráfico 5: Tipo de Investimento do Setor de Telecomunicações e Sistemas da Informação
395
Comparação Brasil x Uruguai
Após a leitura crítica dos textos e realização da pesquisa de campo
nos sites das empresas, pode-se concluir preliminarmente que a natureza do
tipo de investimento realizado em ambos os países é semelhante, o que pode
ser constatado nos gráficos 6 e 7:
Gráfico 6: Investimentos Totais: Brasil
Gráfico 7: Investimentos Totais: Uruguai
396
D- Existem áreas específicas que cuidem da Responsabilidade
Socioambiental nessas corporações?
Empresas sediadas no Brasil
Nas corporações brasileiras, costuma-se ter como área específica que
cuida da responsabilidade social, os setores de Marketing ou de Recursos
Humanos, segundo os autores Oliveira et al. (2004), Leal (2006) e Liberman e
Carrion (2006).
Os últimos, inclusive, citam três exemplos práticos de empresas
como a Copesul, que administra suas práticas de Responsabilidade Social na
área de recursos humanos, a Random no Departamento de marketing, e a RBS
no segmento de comunicação.
No texto de Boeira (2005), são lembradas as comissões de ética e
política social como áreas que cuidam da responsabilidade social das empresas
e nos textos de Liberman e Carrion (2006) e Borges, Miranda e Valadão Júnior
(2007) são relatadas as criações de institutos e fundações como as responsáveis
por essas áreas, para facilitar, entre outros motivos, o uso de incentivos fiscais.
Na pesquisa realizada nos sites, constatou-se que as organizações não
informam claramente quem são os responsáveis por gerir os projetos de
responsabilidade socioambiental.
Empresas sediadas no Uruguai
Para as empresas uruguais, a pesquisa no site produziu o mesmo
resultado.
397
Comparação Brasil x Uruguai
Ao se tentar identificar nos sites, as áreas do organograma da
empresa responsáveis pela gestão e pela comunicação relacionada aos projetos
sociais, em geral, encontra-se falta de informação, exceto quando há um
Instituto que cuida do tema.
19.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em primeiro lugar, cabe esclarecer após as comparações realizadas
anteriormente, que é possível identificar alguns aspectos que poderão nortear
uma pesquisa de campo aprofundada sonre esta questão junto as empresas..
Primeiramente, é importantíssimo lembrar que, ainda que se trate de
comparar atuação de empresas em países com economias, populações, PIB,
absolutamente díspares, o volume de achados é diferentes, mas
proporcionalmente, a qualidade do que se encontra é semelhante.
Comentando, inicialmente a respeito da Responsabilidade
Socioambiental, percebe-se que associada a ela, geralmente, está ética, moral e
cidadania. A necessidade de demonstrar preocupação com a sociedade acaba
gerando uma obrigação nas empresas em responderem a isso.
Na maioria dos casos encontrados pelos critérios adotados, as
empresas que se mais relatam suas ações de Responsabilidade Socioambiental
são empresas que têm sua imagem associadas a risco de acidentes ambientais
ou percebidas pela sociedade como responsáveis potenciais por desventuras
sociais e, como hipótese, pode-se afirmar que elas para se redimirem
responsabilizam-se como agentes sociais por boas práticas de erradicação destes
problemas.
398
Em geral, as grandes empresas trabalham com projetos de educação,
preservação do meio ambiente e promoção social. Todos esses aspectos estão
relacionados aos quatro princípios básicos da Carta da Terra.
De todo modo, muitas ainda se declaram socialmente responsáveis,
mas não indicam em que investem e, por vezes, só investem em projetos
internos à própria organização, relacionados à qualidade de vida de seus
trabalhadores, o que não deixa de seu uma atuação inteligente, já que
colaborador com boa qualidade de vida é profissional mais produtivo.
Algumas empresas adotam uma maneira de atuar responsavelmente
bastante objetiva e a comunicam com anúncios diretos. Algo, de certo modo,
interessante, que acontece tanto no Brasil quanto no Uruguai e que se dá como
uma “prestação de contas” para a população, o que pode justificar a localização
dessa atribuição nas áreas de Recursos Humanos, de Comunicação e de Gestão
de Marketing.
Essas atuações sociais, em geral, trazem retornos positivos para as
empresas e, por isso, são maneiras inteligentes de melhorar uma imagem
institucional. Entretanto, pela análise dos sites realizada, recomenda-se que haja
maior cuidado na divulgação destas ações, pois é fundamental para a sociedade
saber o que as empresas fazem socialmente, para que ela retribua com
legitimidade, o que permitirá às empresas conquistar melhor a lealdade de seus
stakeholders. Um percentual bastante alto de empresas não divulgava suas
ações e nem deixava claro em seus sites se as realizava, o que um sinal de
necessidade de melhoria do processo de comunicação.
Recomenda-se como estudo futuro, a realização de pesquisa de
campo, com base em questionário, elaborado a partir de achados desta
pesquisa, a ser respondido pelas empresas. A partir da tabulação da análise dos
399
dados dessa pesquisa de campo, será possível desenvolver uma visão crítica
mais apurada sobre desafios e oportunidades encontrados pelas empresas para
praticarem a responsabilidade socioambiental, de modo que a sociedade se
certifique de que a prática de “greenmarketing” é mais potente e frequente do
que a de “greenwashing”.
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413
CAPÍTULO 20
Show do Milhão: primeira pesquisa realizada no LIMK
414
20. SHOW DO MILHÃO: A PRIMEIRA PESQUISA REALIZADA NO
LIMK
Lívia Pereira de Frias100 Maria Cecília Leão Santiago101
Maria Clara Planel102 Roberta Cordeiro de Figueiredo103
Sara Regina Sampaio104 Tiago Lezan Sant’Anna105
Prof.ª DrªFátima Sobral Fernandes
Comece o que quer que você tenha que fazer: o início de um trabalho representa o todo.
Ausõnio106
20.1 INTRODUÇÃO
O “Show do Milhão” era o programa de maior audiência do SBT
durante o período de realização da pesquisa aqui apresentada (segundo
semestre de 2001). Baseado no similar inglês “Who Wants to Be a
Millionaire?”, um programa de perguntas e respostas no qual o candidato deve
responder a uma série de perguntas de conhecimentos gerais, em que cada uma
corresponde a um valor em dinheiro, podendo chegar ao prêmio máximo de
um milhão de reais.
100
Estudante do 4º período de Psicologia. 101
Estudante do 2º período de Comunicação. 102
Estudante do 2º período de Comunicação. 103
Estudante do 2º período de Comunicação. 104
Estudante do 2º período de Comunicação. 105
Estudante do 2º período de Comunicação.
415
O “Show do Milhão” chegou a ter um número muito alto de
espectadores, superando a Rede Globo de Televisão, tradicional campeã de
audiência do horário. Porém, com o passar do tempo, o programa sofreu uma
queda significativa de audiência.
O objetivo principal da pesquisa foi analisar a qualidade do programa
“Show do Milhão”, , a fim de tentar identificar as possíveis causas da queda de
audiência, propondo maneiras para torná-lo mais atraente, como um exercício
fictício para que os estudantes fossem treinados a realizar pesquisa de marketing
para produtos audiovisuais.
20.2 METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada considerando como universo a população do
município do Rio de Janeiro e foi organizada em duas etapas. Foram realizadas
entrevistas telefônicas, em uma fase exploratória quantitativa, para o
recrutamento de pessoas com a finalidade de participarem, posteriormente na
fase qualitativa, de dois grupos de discussão.
Etapa quantitativa da pesquisa
As entrevistas telefônicas foram usadas como técnica usada na etapa
quantitativa da pesquisa. Foi dimensionada uma amostra de 90 pessoas do tipo
aleatório simples, ou seja, cada membro da população (denominada unidade da
amostra) possuía igual chance de ser selecionado, entre os membros da
população que possuíam telefone fixo. Esse tamanho de amostra garantia um
106
Poeta romano e professor de retórica na região da atual Bordeaux, na França.
416
índice de confiança de 90% de que a diferença entre amostra e universo seria
no máximo de 10%, para mais ou para menos.
Foram realizados telefonemas para números escolhidos
aleatoriamente. Os números telefônicos foram escolhidos a partir de prefixos
de diversos bairros do município do Rio de Janeiro, seguidos de sufixos que
foram gerados através da soma de um dígito a cada algarismo de um número
semente.
O questionário utilizado continha 15 perguntas fechadas, o que eram
lidas calmamente para os respondentes para que eles pudessem escolher uma
ou mais alternativas de possíveis respostas. Dentre elas havia 4 perguntas de
disfarce, não relacionadas ou indiretamente relacionadas ao assunto Show do
Milhão, para não permitir que o respondente se preparasse para o grupo de
discussão.
Como filtro para participar da pesquisa, foi utilizada a idade mínima
de dezoito anos.
Etapa qualitativa da pesquisa
A etapa qualitativa da pesquisa consistiu em uma entrevista coletiva
em profundidade com dois grupos definidos. Um grupo caracterizado por
assistir menos ao programa “Show do Milhão” durante o ano da pesquisa com
relação ao ano anterior e o outro por assistir mais ou igual ao mesmo programa
nas mesmas condições.
Nesse encontro, os recrutados foram submetidos a perguntas do tipo
abertas, no qual o respondente fica à vontade em falar livremente sobre o
assunto. A entrevista foi guiada por dois moderadores (ou facilitadores) visando
417
a encontrar as motivações que os levam a assistir mais ou a deixar de assistir ao
programa, bem como as suas impressões sobre o “Show do Milhão”.
20.3 RESULTADOS
No Gráfico 1, apresentado a seguir, observam-se as proporções dos
sujeitos por frequência de audiência por dia de semana, no último ano. A
frequência absoluta assim se apresentava:
Somente Domingo – 23;
Somente Quarta-feira – 9;
Somente Quinta-feira – 6;
Domingo e quarta-feira – 2;
Domingo e quinta-feira – 0;
Quarta e quinta-feira – 12;
Quarta, quinta-feira e domingo – 11;
Não respondeu – 28.
Gráfico 1: Frequência de Espectadores Por dia da Semana
418
No Quadro 1, percebe-se que poucos entrevistados assistem ao
programa inteiro; a maioria assiste ou à maioria dele, ou apenas a um curto
trecho.
Quadro 1 – Quanto tempo dispende assistindo o programa? (2001):
Duração Frequência Frequência Relativa
Todo o Programa 14 15%
A maior parte 30 33%
Pequena parte 30 33%
Não sabe 1 11%
Não resposta 16 17%
O número de espectadores que declaram não assistir ao Show do
Milhão no ano anterior à pesquisa, é ligeiramente maior do que os que
declaram assistir.
Quadro 2 - Assistiam ao programa no ano anterior?
Resposta Frequência Frequência Relativa
Sim 40 44%
Não 45 50%
Não Sabe 3 3%
Não Resposta 3 3%
Os que assistiram no ano 2000, costumavam fazê-lo no domingo.
Seguindo esse grupo, havia os que assistiam duas vezes por semana, na quarta e
na quinta feira. Os expectadores mais assíduos, que acompanhavam o programa
todos os dias, ficaram em terceiro lugar.
419
Quadro 3 - Dias da semana de maior frequência de audiência no ano
anterior à pesquisa:
Dia da Semana Frequência Frequência Relativa
Domingo 23 25%
Quarta-feira 9 10%
Quinta-feira 6 6%
Domingo e Quarta-feira 2 2%
Domingo e Quinta-feira 0 0%
Quarta e Quinta 12 13%
Quarta, Quinta e
Domingo 11 12%
Não respondeu 28 31%
Em 2000, os entrevistados declararam que costumavam acompanhar
mais o programa: a maioria assistia a ele todo ou a maior parte, como mostrado
na Tabela 4.
Tabela 4 - Tempo que assistia ao programa no ano anterior:
Todo o programa (60 min) 15%
A maior parte 15%
Pequena parte 11%
Não sabe 2%
Não resposta 54%
Afirmaram, em dois momentos distintos da pesquisa, assistir mais ao
programa no ano em que a pesquisa foi realizada do que no anterior,
contrariando a hipótese inicial de perda de audiência.
420
Tabela 5 - Comparação: ano anterior x ano da pesquisa:
Assiduidade Frequência Frequência Relativa
Mais Que Este Ano 19 21%
Igual A Este Ano 16 18%
Menos Que Este Ano 42 46%
Não Sabe 1 1%
Não Resposta 13 14%
Impressões colhidas sobre o apresentador
Houve unanimidade: todos os entrevistados declararam ter uma
imagem positiva de Silvio Santos, principalmente como profissional.
Consideram-no um bom apresentador e melhor que os concorrentes. Em
relação à solidariedade, os entrevistados afirmaram que Sílvio Santos ajuda
muito as pessoas através de seus programas.
Impressões sobre a emissora
De todos os entrevistados, apenas um não se sentiu satisfeito com o
SBT por achar a grade de programação apelativa. A maior parte dos
entrevistados considerou a emissora ótima, principalmente, por causa da
programação infantil que não encontra nas concorrentes. Alguns entrevistados
destacaram que a programação do canal é divertida: “a gente se diverte e
esquece os problemas”. Porém, apesar do SBT ajudar as pessoas, os
entrevistados acharam que a emissora poderia fazer mais.
421
Impressões sobre o programa
Para os entrevistados, o programa é a cara do Brasil, “tem tudo a ver
com os brasileiros”. Uma entrevistada explica: “Única coisa que estava faltando.
Não tem nenhum programa desses na televisão, só o Silvio Santos colocou um
programa assim, que ajuda as pessoas, as pessoas se envolvem mais, que tem
perguntas e respostas, tem muita coisa que eu não sabia e agora sei”.
Motivação para assistir o programa
Todos os entrevistados achavam o programa instrutivo e grande
parte tem como principal motivação para assisti-lo o desejo de participar um
dia: assistem para treinar.
Torciam pelos candidatos e se envolviam emocionalmente –
“Quando as pessoas querem ganhar o dinheiro que estão precisando, eu acabo
torcendo. Eu torço quando vejo o drama das pessoas” –, e também adquirem
novos conhecimentos, sentindo-se desafiados pelas perguntas.
Por que assistiu mais ou menos o Show do Milhão no ano
anterior ao da pesquisa?
Muitos entrevistados assistiam mais no ano da pesquisa para adquirir
conhecimento para participar do programa um dia, outros porque não
conheciam bem o Show do Milhão no ano anterior ao da pesquisa: “No
começo as pessoas não assistiam, não conheciam, eu também não ligava, mas
depois eu ouvia o Show do Milhão, o Show do Milhão, aí eu gostei e comecei a
assistir”.
422
Avaliação do horário de exibição
Houve unanimidade, todos aprovaram o horário de exibição.
Hábitos de audiência de outros programas
Na grade de programação do SBT os entrevistados assistiam
também Chaves, Casa dos Artistas e Topa Tudo por Dinheiro. De outras
emissoras foram citados Tela Quente, Globo Repórter, novelas e Jô Soares da
Rede Globo, a programação da TV Cultura e partidas de futebol.
As regras do jogo
A maioria dos entrevistados sugeriu alterações, como trocar a ajuda
das placas pela ajuda do convidado e que as pessoas sorteadas tenham mais
chance de concorrer, não fiquem apenas como placas. Quanto à participação
de universitários, a maioria acha que deve permanecer, porém “os universitários
também tem dúvidas”. Uma participante diz “Eu gosto, ma,s muitas vezes,
fazem a pessoa errar”.
Quanto às perguntas
Muitos criticaram o grau de dificuldade, considerado muito alto.
Uma entrevistada sugere que as perguntas sejam feitas de acordo com o grau de
escolaridade do candidato. Nesse ponto há divergência, já que outra diz que as
perguntas devem ser iguais para todos.
Nenhum entrevistado aprovou a sugestão de serem abordados temas
específicos por programa. A maioria achava que quando a pergunta não é
respondida, a resposta correta deveria ser informada.
423
Quanto à apresentação
Considerada satisfatória, os participantes gostavam do apresentador e
não desejam ajudantes de palco.
Quanto à participação de convidados famosos
Alguns entrevistados acharam interessante e divertido, outros
reprovam a ideia, pois “dinheiro pros atores não falta, a não ser que com esse
dinheiro eles ajudassem uma casa de recuperação”.
Quanto ao processo de seleção de candidatos
Todos aprovaram o processo de seleção.
Quanto à forma do programa
A imagem era boa e o som provocou polêmica, os entrevistados
acham que a trilha sonora de suspense deixava os entrevistados tensos e alguns
não gostam disso, outros disseram que “dá o clima”. Todos gostavam do
cenário. Uma entrevistada sugeriu que o público aparecesse mais.
Quanto às paradas comerciais
A maior parte dos entrevistados considerou as paradas comerciais
adequadas, mas alguns dizem que elas atrapalham. “Muito comercial, e quando
tá avançando assim, não dá tempo da pessoa responder e não vai dar tempo de
outras responderem”.
424
O que acharia se os telespectadores pudessem participar por
telefone 0800, caso o programa fosse ao vivo?
Todos aprovaram a ideia.
20.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Algumas limitações enfrentadas pelos pesquisadores dificultaram a
conclusão da pesquisa, entre elas: o universo considerado ser a população do
município e a recusa de resposta de alguns abordados por vários motivos,
como: medo, sensação de invasão de privacidade, desconfiança, ansiedade a
respeito do assunto, falta de tempo, cansaço, condução da pesquisa etc.
Houve dificuldade em reunir pessoas que assistiam mais ao
programa, porém, a dificuldade foi ainda maior para reunir as que assistiam
menos ou não assistiam. Isso fez com que não se pudesse chegar a uma
conclusão objetiva quanto à queda de audiência, entretanto embasados em
comentários da amostra entrevistada, foram identificados alguns fatores que
podem ser considerados como causadores e /ou colaboradores da queda de
audiência:
Os participantes não criticaram o apresentador, porém
consideraram a grade do SBT na época “apelativa”.
O nível de dificuldade das perguntas, considerado alto pelos
pesquisados, desestimularia o espectador a participar do
programa.
Pouca interatividade do público – auditório e telespectadores –
pouca visibilidade da plateia.
425
A utilização do recurso das “placas” para a consulta do
participante, elevando o índice de erro.
Assim, concluí-se que o “Show do Milhão” tinha um público cativo e
que, de modo geral, o formato do programa era atraente.
O apresentador Silvio Santos foi apontado como um homem
empenhado em ajudar as pessoas, além de ser uma personalidade divertida.
Os entrevistados cogitaram que Silvio seguisse a carreira política, já que antes de
ser um comunicador respeitado passou por dificuldades, e assim
compreenderia necessidades de seu público, corroborando sua ação política nas
eleições de 1988 e 1989.
Na época, havia um grande interesse em participar do programa,
pois ele era visto como uma forma imediata de melhorar o padrão de
consumo, embora a dificuldade de ganhar o sorteio fosse criticada. A Emissora
SBT foi identificada como uma emissora que, diferentemente das demais, se
preocupava em mostrar os problemas enfrentados pelos participantes de forma
personalizada.
Além disso, foram elaboradas sugestões possíveis para um
diagnóstico mais apurado e controle da audiência que estava caindo com
rapidez, segundo a midia:
Avaliar o público de diferentes classes econômicas utilizando
roteiros específicos contendo uma linguagem diferente para
extrair informações mais precisas.
Elaborar uma pesquisa que evidenciasse a concorrência entre as
emissoras líderes no horário do “Show do Milhão”, observando
426
se os telespectadores mudavam de canal (zapping), enquanto
assistiam ao programa.
20.5 REFERÊNCIAS
ADLER, M. K. A Moderna Pesquisa de Mercado, Biblioteca Pioneira de
Administração e Negócios.
BOYD JR., H. W.; WESTFALL, R. Pesquisa Mercadológica, Rio de Janeiro,
Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1987.
BOYD JR., H. W.; WESTFALL, R. Pesquisa Mercadológica, Rio de Janeiro,
Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1987.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing, Prentice-Hall do
Brasil LTDA.
RUTTER, M; ABREU, A.Pesquisa de Mercado, Ática.
427
CAPÍTULO 21
Salas de luxo de exibição
cinematográfica: uma avaliação
exploratória
428
21. SALAS DE LUXO DE EXIBIÇÃO CINEMATOGRÁFICA:
UMA AVALIAÇÃO EXPLORATÓRIA107
Ana Ariel Rodriguez Arras Menezes108
Rossana Pina Ribeiro109
Prof.ª Drª Fátima Sobral Fernandes
Cada um de nós para o tempo em busca do segredo da vida. O segredo da vida está na arte.
Oscar Wilde110
21.1 INTRODUÇÃO
As salas de exibição de luxo destinam-se a um público de classe A e
B, com conceito VIP e, por isso, possuem estrutura e atendimento específicos.
Como exemplo da diferenciação em relação às salas de exibição tradicionais há:
poltronas de couro maiores e reclináveis, menor número de lugares disponíveis,
bombonière, banheiros e foyer exclusivos etc.
Buscar compreender a expectativa e o grau de satisfação de seus
consumidores é tema de relevância para pesquisadores de uma escola onde se
produz audiovisual e como exercício de real de pesquisa de marketing para a
Equipe LIMK.
107
Este artigo foi escrito com base em um trabalho apresentado na 2ª edição de 2012 da Jornada Giulio
Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC) da UFRJ. 108
Estudante do 1º Período de Comunicação Social 109
Estudante do 4º Período de Comunicação Social 110
Nascido em Dublin, 1854 – 1900, foi um escritor irlandês e se tornou um dos dramaturgos mais
populares de Londres em 1890.
429
Objetivos da Pesquisa
O objetivo que norteou esta pesquisa foi o de identificar os atributos
que caracterizam o diferencial de uma sala VIP do ponto de vista do cliente por
meio de uma pesquisa qualitativa, isto é, capturar a percepção do consumidor
sobre “o momento mágico de usufruir do serviço em que se sente poderoso,
buscando prazer e certa sensação de delírio” para, posteriormente, reconhecer
a hierarquia dos atributos que constroem essa sensação e avaliar aqueles de
maior relevância para o público alvo das salas VIP.
De outro modo, pode-se afirmar que o objetivo central foi o de
identificar qualitativamente, nessa primeira fase, pontos relevantes consensuais e
polêmicos desse tipo de sala, percebidos pelos clientes, visando alimentar o
processo de realização de uma pesquisa quantitativa posterior.
A seguir, estão descritas as etapas da pesquisa percorridas e as
especificidades técnicas para realizar cada uma delas.
21.2 METODOLOGIA
A seguir, está apresentada uma descrição geral das etapas da pesquisa
qualitativa.
Em um primeiro momento, foram levantados os atributos que
caracterizam uma sala de cinema como sala VIP. São eles:
A partir da identificação desses atributos, foi elaborado o roteiro de
discussão em grupo com o público:
430
Após a aprovação do roteiro de discussão, foi realizado o
recrutamento dos participantes para as oito discussões em grupo realizadas,
quatro em São Paulo e quatro no Rio de Janeiro.
Uma vez realizadas as discussões, foi elaborado um relatório para
subsidiar a realização de pesquisa quantitativa que permita a identificação da
importância relativa de cada um dos atributos atribuída pelos clientes, bem
como o grau de satisfação com eles de modo que seja possível hierarquizá-los e,
assim, decidir sobre que atributos das salas de cinema devem compor o
conceito desejado de sala VIP, a partir da percepção dos diversos segmentos de
clientes ouvidos sobre o serviço.
Identificação de Atributos
Foi realizada análise crítica das salas de luxo e do levantamento
expedito documental e nos sites de salas de luxo em todo o mundo para
identificar os atributos a serem avaliados em uma sala de cinema.
Roteiro de Entrevista
A partir dos atributos identificados na etapa anterior, foram
formuladas questões relacionadas a cada um deles para animar a discussão dos
grupos.
Recrutamento dos Participantes
Foi realizado recrutamento de participantes com perfil desejado, por
telefone e por email.
431
Como o objetivo foi o de identificar qual é o conceito de sala de luxo
esperado pelos clientes dessas salas e, uma vez que a maioria delas estão
localizadas nos shopping centers, local onde circulam consumidores os mais
variados, foram recrutados consumidores de diversos estilos, utilizando como
critérios de recrutamento apenas faixa etária, sexo e autodeclararão de haver
utilizado sala de exibição de cinema luxo anteriormente, além de alguns
critérios para inferir poder aquisitivo, baseados no Critério Brasil (ABEP,
2011).
Grupos de Discussão
Foram realizados quatro grupos de discussão mistos de diversas
faixas etárias em São Paulo e no Rio de Janeiro com as seguintes características:
o Moderação: Prof.ª Fátima Sobral Fernandes - LIMK/ECO/UFRJ
o Equipe: Estudantes Ariel Menezes e Rossana Pina Ribeiro -
LIMK/ECO/UFRJ
o Número de Participantes: entre 6 a 10
o Duração Aproximada dos Grupos: cerca de 120 minutos
o Seleção dos Participantes: 2 a 6 homens e 2 a 7 mulheres,
agrupados pelas seguintes faixas etárias 17 a 24 anos, 25 a 34
anos, 35 a 44 anos e mais de 45 anos e que já tivessem
frequentado uma sala VIP no Brasil ou no exterior pelo menos
uma vez. Ressalta-se que muitos respondentes ao serem
perguntados sobre sua experiência em salas VIP demonstraram
432
desconhecer estas salas, o que sinaliza a oportunidade de
divulgação e o possível crescimento de público para essas salas.
Elaboração do Relatório
A partir dos registros das discussões em grupo, foi realizada análise
do discurso dos participantes para identificar os atributos que caracterizam uma
sala de cinema VIP na percepção deles.
Os principais resultados encontrados estão expostos a seguir.
21.3 RESULTADOS
Adiante, estão apresentados os principais resultados organizados do
seguinte modo: síntese do levantamento bibliográfico expedito e comparação
entre salas VIP no Brasil e no Exterior, que permitiram identificar os atributos
abordados na pesquisa de campo, o que mais encanta e incomoda aos usuários
das salas de cinema e os pontos consensuais e polêmicos relacionados às salas
Vips.
Síntese do Levantamento Bibliográfico Realizado
A seguir, está apresentada uma síntese dos estudos encontrados que
serviram para subsidiar a identificação de atributos e a conceituação esperada
do serviço.
Tendência de consumo nos próximos 20 anos
Nos próximos 20 anos, as empresas, provavelmente, irão se
defrontar com mudanças no perfil de consumo de seus potenciais clientes.
Diversos fatores estruturais, como o envelhecimento populacional, a valorização
433
da qualidade de vida, o consumo precoce e o aumento do poder de consumo
das classes de baixa renda serão responsáveis pelo ingresso de novos
consumidores que, adicionalmente, se mostrarão cada vez mais exigentes e
responsáveis do ponto de vista socioambiental. (Ventura, 2010)
Estas tendências, enumeradas por Ventura (2010) e, a seguir,
transcritas, sinalizam a necessidade de maior segmentação do mercado e de
diferenciação de qualquer produto, seja ele bem ou serviço.
o Consumo exigente: maior exigência por bens e serviços de
qualidade, incluindo a valorização crescente da certificação e da
rastreabilidade;
o Consumo +60: aumento da demanda por bens e serviços
orientados ao consumidor com mais de 60 anos em virtude do
envelhecimento populacional;
o Consumo saudável: valorização da saúde nas decisões de
consumo e aumento da demanda por bens e serviços orientados
a uma vida saudável;
o Consumo responsável: aumento da conscientização
socioambiental do consumidor e intensificação das exigências
éticas e de eficiência no processo produtivo;
o Consumo de baixa renda: ingresso de novos consumidores à
economia de mercado e aumento da demanda por bens de
consumo popular pelas classes de baixa renda (C, D e E);
o Consumo precoce: aumento do poder de decisão de compra
exercido pelas crianças e adolescentes sobre o consumo familiar;
434
o Consumo online: aumento das transações comerciais utilizando a
Internet;
o Consumo prático: aumento da demanda por bens e serviços de
elevada praticidade e que contribuam para a otimização do
tempo;
o Consumo em nichos: aumento da procura por bens e serviços a
mercados (públicos) específicos (portadores de necessidades
especiais, LGBT e afrodescendentes, entre outros).
o Uma visão geral sobre as categorias sociais brasileiras.
Utilizou-se o Critério de Classificação Econômica do Brasil - 2011
(ABEP, 2011), uma vez que a pesquisa foi iniciada em janeiro de 2012, para
classificar os consumidores em categorias econômicas. O CCEB tem como
função estimar o potencial de compra das famílias e segmentar o mercado nas
seguintes categorias sociais: A1, A2, B1, B2, C, D e E.
A categoria mais abastada – A e com maior poder aquisitivo, é
composta de quatro grupos sociais distintos, havendo exceções, como as
famílias nobres ou tradicionais, conforme breve descrição a seguir:
o os que dirigem diretamente a maquinaria capitalista do país:
grandes empresários, grandes banqueiros, grandes acionistas,
grandes fazendeiros etc.
o os que gravitam em torno desse núcleo principal: diretores,
assessores e gerentes de grandes empresas e, também, donos de
empresas que assessoram as maiores.
435
o os altos funcionários do Estado brasileiro: desembargadores,
juízes, funcionários bem situados dentro dos três poderes,
presidentes de empresas estatais, promotores, políticos,
professores universitários bem graduados, funcionários estatais
eleitos, militares de alto escalão etc.
o os que sobrevivem dos gastos dos quatro grupos, ou seja, aqueles
que prestam serviços indiretamente ou atendem diretamente a
classe mais abastada, e pelo seu ganho, pertencem a ela. Tendo
suas variações, como profissionais liberais bem qualificados ou
que ocupam funções políticas e/ou de direção. Composto por
médicos, advogados, engenheiros e arquitetos conceituados,
proprietários de bares sofisticados, de clubes, de academias caras,
de colégios particulares, de cursos de línguas conceituados, de
construtoras famosas e tradicionais, especialistas etc.
Vale lembrar que essa categoria social brasileira está plenamente
integrada nos modernos padrões internacionais de consumo de massas.
Segundo Herzog (2009), uma pesquisa encomendada ao Ibope,
revela que o consumidor da classe C, consumidor emergente, cresce em
quantidade no Brasil e possui três perfis bastante distintos.
Um dos perfis é o do consumista. Como o próprio nome sugere, ele
compra muito e por impulso, frequentemente mais do que a renda permite. É
aventureiro, extrovertido, vaidoso e sonhador. Acostumou-se a viver com
dívidas e não se preocupa muito com isso. Muita gente o classificaria como o
emergente deslumbrado com as benesses que o dinheiro pode trazer
(HERZOG, 2009, p.58). Este consumidor pode vir a ser um usuário
relativamente frequente das salas de cinema de luxo.
436
O segundo perfil é o do planejador: O extremo oposto do
consumista. Trata-se de um consumidor mais cauteloso, que gasta seus
rendimentos com parcimônia e se mostra cético em relação à propaganda. Por
se preocupar com o futuro, ele investe em sua educação e na de seus filhos.
Detesta dívidas e, em alguns meses, consegue até guardar um dinheirinho
(HERZOG, 2009, p.59). Pela priorização da educação pode vir a ser um
usuário eventual da sala VIP de cinema.
Entre esses dois extremos - o planejador e o consumista -, o Ibope
encontrou um terceiro perfil, o retraído, um sujeito que muda seu
comportamento de acordo com a situação e, por isso mesmo, é ainda mais
difícil de ser compreendido, porque pode se comportar imprevisivelmente
como qualquer dos outros dois.
Cabe lembrar que foi-se o tempo em que ter apenas preço baixo era
suficiente para atrair esse tipo de consumidor. Alguns gostam de se vangloriar
por terem pago caro por um bem ou serviço como signo de status social.
Atributos das salas de cinema
Para identificar os principais atributos que mereceriam discussão na
pesquisa de campo, foi realizado um breve levantamento na internet, cujo
resultado foi comparado ao levantamento bibliográfico e à experiência dos
pesquisadores. A seguir, apresenta-se uma síntese dos resultados encontrados.
Confirmando a pesquisa realizada nos sites de exibidores de cinema
no Brasil e no mundo pela Equipe LIMK, um estudo de Bourguignon e
Botelho (2005) também apontou como atributos mais importantes para o
segmento jovem, classes A e B na cidade do Rio de Janeiro os seguintes: tempo
de acesso às salas (37,4%), disposição das cadeiras (31%), preço (15,6%),
437
tamanho da tela (13%) e número de salas (3%), evidenciando que a
conveniência para esse segmento é um fator importante.
Segundo Almeida e Butcher (2003, apud Bourguignon e Botelho,
2005), o multiplex, ao ser lançado, se caracterizou por possuir maior qualidade
de som e imagem garantidos por equipamentos de última geração, aliados ao
conforto das poltronas e um maior número de salas à disposição dos clientes,
porque, anteriormente, muitas salas de exibição de rua haviam sido fechadas.
Os atributos utilizados na fase qualitativa do estudo de Bourguignon
e Botelho (2005) foram os seguintes:
o Qualidade: disposição da cadeira, tamanho da tela e pela
existência de loveseats (cadeiras com braço móvel para acomodar
casais).
o Acesso: tempo de chegada ao cinema (até 20 minutos, entre 20 e
40 minutos e mais de 40 minutos), incluindo facilidades para
estacionamento que foram mencionadas, mas não pesquisadas
por esses autores.
o Localização da sala de cinema: correlacionada com o acesso.
o Preço: O preço para a análise de dados foi formado a partir dos
preços reais cobrados nas bilheterias em um final de semana.
o Quantidade de salas: o número de salas disponíveis.
o Som: mencionado, mas não analisado.
o Formação de filas: mencionado, mas não analisado.
438
o Programação: gênero exibido.
o Marcas das salas de exibição: excluída porque na cidade do Rio
de Janeiro existiam oito grupos de exibição de filmes, mas apenas
três foram citados pelos entrevistados.
Foram usados os seguintes atributos na pesquisa:
Quanto à infra-estrutura:
o Cadeiras reclináveis e maiores que as convencionais com apoio
para os pés, bandeja e porta-copos
o Número reduzido de espectadores por sala (entre 60 e 100)
o Foyer VIP com mobiliário e ambientação requintados e
confortáveis
o Sala acrílica com som ajustável com apenas 12-20 lugares
Quanto aos serviços prestados:
o Garçons de prontidão
o Vinhos, refrigerantes, quitutes e petiscos.
o Bombonière VIP com cardápio assinado por um chef conhecido
Foi claramente percebido, nas discussões em grupo, que foi difícil
para os participantes que não haviam usado a sala VIP, apesar de declararem na
fase de recrutamento que a haviam usado, imaginar uma sala dessas. Como já
existem salas assim e muitos contatados na fase de recrutamento declararam
desconhecer tal existência, recomenda-se uma ação efetiva de divulgação das
salas, com um possível processo promocional de degustação.
439
Cinema e estudos relacionados
Depois de passar por um período de crise até o início da década de
1990, a indústria cinematográfica brasileira vem crescendo.
Bourguignon e Botelho (2005) afirmam que esse crescimento se
deveu, principalmente, à entrada de grupos internacionais de exibição com um
novo tipo de salas nesse setor, o multiplex, que modificou o padrão de
qualidade setorial, cujo público era predominante constituído por jovens, mais
especificamente os adolescentes. Alguns dos participantes da pesquisa de
campo declararam durante a pesquisa ter a mesma percepção.
Essa revitalização da indústria cinematográfica no Brasil
acompanhada do surgimento do conceito multiplex teve consequências nas
principais capitais do país e, agora, possivelmente o surgimento de salas de luxo
não será diferente.
Atualmente, está configurado um novo cenário após a inclusão da
Classe C no consumo de entretenimento e cultura: o cenário brasileiro de
exibição encontra-se com uma oferta ainda abaixo da capacidade de consumo
do mercado, o que representa novas oportunidades de negócio que surgem
para atender a demandas mais específicas de cada um dos segmentos,
sobretudo os de categoria social mais abastada e idade mais elevada que
constituem o mercado de luxo.
Esse foi um dos fatores motivadores da pesquisa em curso. A
concorrência no setor de exibição, por um lado, fez surgir um novo produto –
as salas especiais de exibição, caracterizadas tanto pelas salas IMAX © quanto
pelas salas VIP e, por outro, ainda há dúvidas sobre quais são efetivamente as
expectativas dos consumidores em relação a essas salas.
440
Quem serão os usuários típicos dessas salas de luxo? O público alvo
será o mesmo que prioriza o estacionamento vip nos shoppings ou a classe
executiva em viagens de avião? Consumidores sofisticados que preferem pagar
mais por um serviço de melhor qualidade? Salas para os cinéfilos? Para os
antenados? Para os que buscam a emoção de um parque de diversão?
Que serviço cada segmento espera receber? Sofisticação,
privacidade, exclusividade e conforto seriam as palavras que definem essa
tendência? O prazer de degustar comidinhas diferentes em bombonières
gourmets? Café, com bombonière exclusiva? Bar com drinks especiais?
Ser recepcionado num foyer agradável? Ser bem atendido e assistir
as exibições em poltronas automatizadas que aguçam os sentidos? Salas
equipadas com superventiladores, luzes estroboscópicas, raios laser, fumaça,
aromas, borbulhas e poltronas com vibração, queda e balanço para transportar
o espectador para “outro mundo de emoção”?
Desfrutar de um filme em boa companhia, em ambiente
aconchegante, com conforto acima do encontrado nas salas de exibição
tradicionais? Sistema de som e projeção de última geração, com telas grandes?
Poltronas equipadas com sistema para atendimento personalizado? Maior
espaço entre elas? Quantidade reduzida de assentos? Serviço de bar durante a
sessão? Programação especial ou que agrade a todos os estilos? Vendas pela
internet, terminais de autoatendimento e uso de tecnologia para reduzir fila?
Assento numerado? Óculos 3D confortáveis para todos os tamanhos?
Questões para conhecer se o novo serviço oferecido ao mercado
atrairá e reterá de modo sustentável parcela significativa de mercado, fazendo
com que os consumidores não desejem mais ir às antigas salas ou conhecer se
esse serviço representa um forte concorrente aos padrões mais antigos, que
441
deverão se adaptar com o passar do tempo, de modo semelhante ao que
ocorreu com o surgimento do multiplex em 1997 ainda permanecem sem
respostas.
Ainda que estas salas de luxo possuam custos operacionais maiores,
também já apresentem taxa de ocupação média maior, o que as têm
transformado em caso de sucesso, sobretudo porque o ganho com os serviços
complementares de bombonière, bar e café são maiores nessas salas.
Constata-se que o público está exposto a um novo padrão de
qualidade, ainda que de preço mais elevado, e não se sabe, ao certo, o quão
relevante ele é, vis a vis o preço praticado pelo mercado, mesmo que como
novidade esteja atraindo público significativo.
Até que ponto as novas salas de exibição podem canibalizar o
público das salas existentes ou se existe uma real necessidade de adequação ao
novo padrão e, em caso positivo, em que nível será adotado esse novo conceito
de serviço pelo consumidor. Estas são perguntas que não querem calar, mesmo
que a experiência internacional indique uma tendência de crescimento do
mercado de luxo em geral e destas salas em particular.
Apesar de Bourguignon e Botelho (2005) apontarem que o
segmento que se destacava, em 2005, era o de jovens, especialmente
adolescentes, nesta pesquisa, a faixa etária limite inferior foi a de maiores de 17
anos pela exigência de renda elevada para uso das salas VIP e pelo próprio
modo sofisticado de usufruir do serviço, incomum entre os adolescentes.
Entretanto, cabe destacar que o adolescente de outrora virá a ser um
jovem adulto, adulto e sênior, com capacidade de renda maior e exigências
refinadas relacionadas aos seus hábitos anteriores de consumo.
442
Convém ressaltar, ainda, a partir da síntese de Bourguignon e
Botelho (2005) que a pesquisa é inovadora não apenas no Brasil como no
mundo e essa inovação foi percebida pelos participantes da pesquisa de campo
como algo bastante positivo.
De acordo com Moura (2003, apud Bourguignon e Botelho 2005),
por falta de interesse dos historiadores profissionais, o cinema e sua história
estão ligados aos intelectuais de esquerda que produziram efetivamente, nos
anos 50, os primeiros textos que fundaram uma história do cinema brasileiro.
Por ter tantos significados atrelados ao cinema, são encontrados
variados tipos de publicações, de diversos tamanhos sobre essa indústria
(Bourguignon e Botelho, 2005).
Entretanto, no que se refere às pesquisas relacionadas à demanda
por cinema, percebe-se que, mesmo internacionalmente, não tem sido dada
muita importância ao que pensa, sente e espera o consumidor.
De acordo com Dewenter e Westermann (2005, apud Bourguignon
e Botelho 2005), havia esse tipo de estudo para o mercado britânico (seis
trabalhos), para mercado espanhol (dois trabalhos) e um terceiro estudo de
Cuadrado e Frasquet (1999), que avaliava o público consumidor de modo a
segmentar o mercado de jovens espanhóis (definido em faixa etária de 14 a 35
anos), de acordo com os seus usos e objetivos ao ver um filme, identificando
três categorias de espectadores: sociais, apáticos e cinéfilos.
De algum modo, os mesmos tipos foram encontrados em nossos
grupos de discussão, tanto em São Paulo, como no Rio de Janeiro. Por isto, há
mais de um conceito de sala VIP possível de ser adotado para atingir mais
especificamente cada um dos segmentos.
443
Os apáticos podem ser incluídos entre os sociais, entretanto são
bastante diferentes quanto às demandas dos cinéfilos para fins de definição de
conceito a ser adotado. Conhecer a proporção de cada um desses tipos no
universo de consumidores para auxiliar na definição do conceito de sala luxo a
ser adotado é fundamental e a pesquisa quantitativa é o meio para isto.
O que, portanto, existe na literatura de maneira mais comum é uma
abordagem visando a compreender a demanda agregada por cinema, através de
modelos macroeconômicos, como, por exemplo, para o mercado alemão,
assim como para o mercado espanhol.
Salas de Cinema
A cadeia produtiva da indústria cinematográfica é composta por três
elos básicos: produção, envolvendo todos os aspectos necessários à realização
de um filme, em que interagem proprietários de estúdios e locações,
produtores, cineastas, roteiristas, atores e demais membros da equipe técnica;
distribuição, depois de pronto, o filme deve ser negociado com uma
distribuidora, que se encarregará de comercializá-lo e exibição, caracterizada
pela veiculação do produto audiovisual nas salas de projeção. A revitalização do
cinema nacional faz com que o estudo desta etapa ganhe relevância.
A década de 90 foi marcada por um crescimento de rentabilidade do
setor no Brasil da ordem de 700%, com produções nacionais passando a
competir com produções americanas nas salas de projeções brasileiras, além de
ter vários filmes indicados ao Oscar, em categorias tradicionalmente ocupadas
por filmes americanos, a partir de 1997 (Lima e Ayrosa, 2004 apud
Bourguignon e Botelho 2005).
444
Segundo Almeida e Butcher (2003, apud Bourguignon e Botelho
2005) e a Revista Shopping Centers (2000, apud Bourguignon e Botelho 2005),
o número de salas de exibição no país estava na metade da capacidade
possuída, o que significava que se o número das salas existentes fosse dobrado,
poder-se-ia ainda manter um bom nível de mercado para cada ofertante. O
Brasil possuía uma sala de cinema para cada 105.000 habitantes, enquanto que
nos Estados Unidos esse número seja para 10.000 habitantes.
Como resultado, Bourguignon e Botelho (2005) identificaram que
mais de 80% dos respondentes iam ao cinema mais de uma vez por mês, sendo
o valor mais freqüente a ida quinzenal ao cinema – o que sinaliza uma alta
demanda por cinema entre os jovens. Essa frequência não deve ser diferente
entre os que possuem mais idade e maior renda.
Destaca-se, ainda, que a criação de salas de luxo no mundo data de
1997, quando o grupo Cinépolis inaugurou salas na Cidade do México.
(ARAUJO, 2011).
No Brasil, a novidade surgiu no Shopping Cidade Jardim, em São
Paulo, em 2011, praça que detém a maior quantidade de salas diferenciadas.
Inaugurada pelo Grupo Cinemark, lançou o conceito de sala assinada – sala
Bradesco Prime (SALEM, 2012).
A sala de luxo fez tanto sucesso que, no início, o preço era menor,
mais ao ouvir os clientes, as redes de exibição o aumentaram, porque “o serviço
vale” e as salas têm estado lotadas. Os próprios clientes declaram querer que a
exclusividade e a qualidade sejam mantidas e, por isto, estão dispostos a pagar
mais pelo serviço (SALEM, 2012), inclusive como símbolo de status.
445
As redes também utilizam a estrutura construída para realizar outros
eventos, aproveitando o impacto da telona. O recurso audiovisual do cinema
tem um poder de fixação da mensagem infinitamente maior do que outros
meios de comunicação. São realizadas desde festas infantis e empresariais a
casamentos e existem propostas inusitadas de clientes. (Cotta apud Salem,
2012)
Eventos culturais e de moda, palestras e sessões fechadas, além da
exibição de óperas, de ballets e de eventos esportivos, inclusive ao vivo, tem
ocorrido neste segmento.
Outro ponto reforçado nestas salas é o fato de não ter pessoas
atrapalhando a sessão, mesmo em filmes de fã, como Amanhecer, da série
Crepúsculo, capaz de atrair muita gente. Essa sala atraiu quem deseja ter a
experiência de ver seu filme favorito da melhor maneira possível (Salem, 2012)
Percepção Expedita sobre Aspectos Encantadores e
Desconfortáveis das Salas de Luxo
Durante a pesquisa de campo, foram coletadas declarações do que
mais encantava o consumidor nestas salas, antes da discussão em grupo. O
resultado, apresentado no Apêndice B, revela que é o conforto que encanta a
todos os segmentos pesquisados, em geral muito associado à poltrona.
Este resultado positivo é confirmado pela alta frequência da resposta
que nada incomoda.
Entretanto, há aspectos recorrentes citados como incômodos tais
como preços, temperatura do ar condicionado e barulho na sala.
446
A utilização destas informações para redesenhar procedimentos
operacionais pode ser útil.
Reflexões sobre o Conceito de Sala Vip Extraídas das Discussões
em Grupo
Definir um conceito de serviço é um passo estratégico para a
conquista de mercado.
De imediato, a pergunta que surge é que conceito de serviço para
quem e em que ocasião?
O foco a ser dado no(s) elemento(s) que será(o) utilizado(s) como
diferencial(is) de marketing deve ser escolhido com muita atenção porque em
sua operação não pode haver falha para que a excelência pretendida seja
alcançada e o segmento alvejado de consumidores seja atraído e retido
lealmente.
Mas o que focar em um mercado tão competitivo: qualidade do
serviço, preço ou um mix adequado de ambos? E que variável indicadora de
qualidade utilizar para a diferenciação? As características da sala e sua
localização? A programação? Serviços complementares para o segmento alvo?
O mercado de luxo é muito sensível à variação da qualidade de
serviço.
O posicionamento estratégico desejado pela empresa e a escolha da
combinação adequada ´segmento-alvo – atributos de serviço de exibição –
preço´ são os elementos chave para o sucesso em um setor que requer um
capital investido muito alto.
447
Pode-se afirmar, com certo grau de precisão, que há três grupos de
possíveis consumidores para salas de exibição de luxo: os sofisticados
socialmente antenados, incluindo nesse grupo os apáticos, que se comportam
como seguidores da tendência; os cinéfilos e os que buscam emoções
diferentes. Seria necessário realizar pesquisas mais específicas para conhecer
melhor cada um desses segmentos, tanto qualitativa, quanto quantitativamente.
A escolha do cinéfilo como segmento alvo requer conceituar a sala
de exibição de luxo como um centro cultural e administrá-la como tal,
oferecendo requinte cultural na programação para além dos filmes, como, por
exemplo, debates e informações complementares sobre o que estiver sendo
exibidos, festivais temáticos, por diretor, por ator etc.
Para esse consumidor, possivelmente o que mais interessa é o
espetáculo e um ambiente adequado para que ele possa deleitar-se com o que
assiste confortavelmente. A possibilidade de existir uma sala assinada ou
horários assinados dirigidos a esse público, por um crítico de arte ou um
parceiro que empreste personalidade semelhante, talvez possa significar
inovação no segmento. O elemento chave de competição será a programação e
sua administração cada exibição como um mini evento. É possível que seja um
segmento de tamanho menor, mas com grau de frequência e lealdade bastante
altos. Há que se avaliar por meio de uma pesquisa quantitativa o tamanho
desse segmento e suas demais características.
A escolha do “sofisticado antenado” como segmento alvo, que
carrega também o apático, provavelmente, é o maior segmento. O conceito
relacionado a este segmento deve ter uma personalidade própria – que pode
ser investigada em uma pesquisa quantitativa – que expresse facilidade,
exclusividade, glamour, conforto, novidade. Quer ter uma experiência única
448
especial e, ao mesmo tempo, se sentir em casa sendo reconhecido como
alguém muito especial para poder contar para os amigos. Adora o status que
isto lhe confere. Todo tipo de exibição exclusiva lhe interessa. Os
blockbusters, também, porque usa o cinema como um espaço de curtição
social.
Para este segmento, os elementos relacionados aos mimos, pequenas
surpresas a cada vez, que podem ser promocionais, e aos serviços
complementares são fundamentais. Entrar na sala de exibição a cada vez como
se ela estivesse sendo inaugurada e nunca houvesse sido usada é o que deseja
do padrão de atendimento e qualidade do serviço - impecável. Aqui a
competição com as demais salas se dará pelas características da sala e dos
serviços complementares, bem como pela qualidade dos parceiros
promocionais que forem atraídos. Novidades na programação são bem vindas,
como por exemplo, permitir que assistam a um espetáculo à distância ao vivo
com todo o conforto e sofisticação, ainda que seja um jogo de futebol.
Concorrer pelas características da sala requer investimentos significativos em
um mercado em que os players possuem fôlego financeiro alto. O elemento
programação novamente talvez possa desempatar este jogo.
A escolha “dos que buscam emoções diferentes como se
estivessem em um parque de diversão” como segmento alvo requer um alto
investimento na sala de exibição para criar efeitos especiais associados ao filme.
O tamanho desse segmento também é uma questão a ser investigada na
pesquisa quantitativa. Uma sala assinada exibindo apenas filmes que
provoquem muita emoção talvez seja uma alternativa.
Um conceito possível é operar a sala existente multiconceito de
forma impecável de modo que um conceito não atrapalhe ao outro, conceitos
449
operados em horários claramente marcados com personalidade específica e
própria para cada segmento. Se houver interesse em atender inclusive o que
busca emoções a sala teria que ser 4D, cuja viabilidade econômico – financeira
precisaria ser avaliada.
O conceito geral hoje usado precisa ser mais bem trabalhado para
produzir no consumidor uma percepção de identificação com sua
personalidade, variando em função dos frequentadores de cada hora do dia, de
cada dia da semana, de cada semana no mês e de cada mês no ano. Isto fará
com que se identifiquem e queiram voltar para um espaço de prazer, vital
diante do stress contemporâneo. Requer um permanente monitorar para
conhecer quem é o usuário e o que ele espera em um mundo borbulhante de
ofertas em seu entorno.
A disputa nesse segmento de luxo é pelo tempo livre e pela atenção
do consumidor, que quer nesses momentos de relaxamento tirar o melhor
proveito possível de todas as suas experiências. Essa característica requer
refinamento de observação e de operação – uma integração sistêmica e
funcional entre marketing, operações e recursos humanos, com o adequado
suporte financeiro - para que os ajustes possam ser realizados tempestivamente
e sejam capazes de proporcionar ao consumidor algo que ele não esperava, mas
que fica encantado ao receber.
O principal é uma experiência encantadora do começo ao fim, desde
a compra do ingresso à saída, em que o consumidor se sinta incentivado a
pertencer ao clube de fidelidade exclusivo e especial. Por isso, tudo deve estar
conceituado e operando dentro do conceito, inclusive o cardápio, os banheiros,
o foyer etc.
450
A escolha “definitiva" de “conceito único” a ser adotado como o
conceito de sala VIP requer reflexão também sobre outros aspectos que
resumidamente são apresentados a seguir.
Quais as cidades com maior número de consumidores classe A
entre as praças no Brasil? As classes A dessas cidades possuem perfil
semelhante em termos de hábitos e interesses? A forma de encantá-las é
semelhante? Rio de Janeiro, depois de Brasília e São Paulo, onde já opera,
possui a de maior concentração desse tipo de consumidor? Curitiba seria uma
alternativa? Onde estão os consumidores classe A no Rio de Janeiro?
Essas respostas devem ser precisamente respondidas para subsidiar a
decisão de qual sala deve ser operada como sala de luxo e que conceito deve
ser adotado em seu projeto e operação.
A localização da sala é uma variável fundamental porque a
conveniência da proximidade entre serviço de entretenimento de luxo e
consumidores é muito importante uma vez que esse consumidor procura
exclusividade, facilidade e glamour, entre outras coisas.
Para ajudar a responder essas questões, foram analisadas as
tendências apresentadas por Ventura (2010) e adaptadas ao segmento sob
estudo, observando-se as seguintes oportunidades:
o Consumo exigente: reforça a tendência de ampliação das salas
de exibição de luxo que apresente na abertura da sessão os
certificados de qualidade e segurança para transmitir
tranquilidade ao consumidor e a sensação de cuidado especial –
personalizado;
451
o Consumo +60: requer programação desenhada adequadamente
para os hábitos específicos desse consumidor e localização da sala
em bairros onde haja concentração expressiva desse segmento;
o Consumo saudável: requer cardápio da bombonière, do café e
do bar com opções que valorizem a saúde com opções
vegetarianas, orgânicas, light e diet, mencionadas na pesquisa de
campo qualitativa.
o Consumo responsável: requer o uso de materiais na sala de
exibição, como o couro ecológico das poltronas e o papel
reciclado no material de divulgação; na própria programação, a
transmitassão de filmes para contribuir para aumentar a
consciência de cuidado socioambiental, bem como intensificação
de ações para responder às exigências éticas, sobretudo com as
minorias, e de eficiência no processo produtivo, sobretudo,
energética e de consumo de água, presentes no mercado
consumidor, cada dia mais. Esse cuidado também pode ser
usado como elemento de divulgação e construção de imagem
para atrair e tornar leal o público.
o Consumo de baixa renda: requer programação e salas de
exibição voltadas para esse público com preços compatíveis com
seu poder aquisitivo, associadas à ação de responsabilidade social
de empresas que queiram patrocinar cultura para esse segmento
social e que ele os faça sentir em ascensão social.
o Consumo precoce: requer compreender melhor o que as
crianças e adolescentes gostariam de assistir em uma sala de
cinema de luxo e o que classificam como luxo que as atrai.
o Consumo online: requer intensificação da venda de bilhetes
online, com uso de tecnologia que facilite a entrada no cinema
452
sem filas – reconhecimento de códigos virtuais em ipads e
celulares, por exemplo;
o Consumo prático: essa tendência reforça a importância da
localização da sala de exibição de luxo próxima ao seu
consumidor, o uso das tecnologias disponíveis para eliminar filas
e facilitar acesso, como parceria com estacionamentos, inclusive
VIP, também bastante mencionado nas pesquisas de campo.
o Consumo em nichos: investigar mais especificamente o conceito
esperado de sala de exibição de luxo para mercados (públicos)
específicos (portadores de necessidades especiais, famílias
unipessoais, LGBT, consumidores específicos de cada um dos
gêneros de filme, entre outros), realizando estudos mais
específicos de segmentação de mercado a partir de pesquisas de
marketing, tanto qualitativa quanto quantitativa.
Por exemplo, a fim de atender ao crescente consumo individual das
famílias unipessoais, as características da sala de espera, da sala de exibição e a
programação para o consumo individual devem ser adaptadas, tornando a ida
ao cinema sozinho um espaço em que as pessoas possam permanecer sozinhas,
se desejarem, ou possam se encontrar socialmente de forma espontânea - nas
diversas faixas etárias, sobretudo as mais velhas, que, mesmo se sentindo
solitárias e desejando deixar de sê-lo, não possuem espaço adequado e lúdico
para socialização, para além do trabalho. Happy hours, eventos que promovam
a conversa informal entre eles, certamente, serão bem vindos. Uma pesquisa
quantitativa poderá revelar o tamanho desse segmento. Esses consumidores
individuais costumam ser frequentes e leais “por se presentearem” com bons
momentos, se dizendo “você merece” ou “permita-se viver este momento”.
Com a vida corrida, estas salas são uma forma das pessoas se darem um
453
presente e fazerem tudo em um lugar só – se encontrarem, se informarem, se
divertirem, se alimentarem... É um nicho de lazer de luxo que pode levar o
consumidor a sonhar acordado – viajar mundo a fora em experiências diversas -
em um lugar sofisticado e confortável, mas bastante “familiar”.
Exclusividade realmente importa do início ao fim do processo de
consumo.
21.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Convêm ressaltar que se torna, ainda, mais relevante esta pesquisa
pelo que ela revela em relação às salas de luxo, experiência muito recente e sem
informação consistente o suficiente. Uma típica ação de inteligência estratégica.
Em síntese, circulam nas expectativas dos clientes quatro conceitos
identificados:
o Sala de luxo a ser administrada como centro cultural requintado;
o Sala de luxo a ser administrada como centro de entretenimento
exclusivo e glamoroso;
o Sala de luxo a ser administrada como espaço de busca de
emoções com em um parque de diversão;
o Sala de luxo a ser administrada com conceito híbrido em que, em
cada horário, há um conceito sendo operado, sem que haja
conflito com a administração dos demais horários para que todos
os públicos possam ser atingidos. Este é o mais desafiante em
todos os aspectos, desde o arquitetônico ao operacional, pelo
risco de desatender a todos.
454
21.5 REFERÊNCIAS
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456
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<http://macroplan.com.br/Documentos/ArtigoMacroplan2010817182941.pdf>.
Acesso em dez de 2011
457
APÊNDICE A
PLANILHA COMPARATIVA ENTRE SALAS DE CINEMA DE LUXO
NO BRASIL E NO MUNDO
Item/Cinema Kinoplex
Platinum Cinépolis VIP
Cinemark
Bradesco Prime)
Cadeiras
Reclináveis
manualmente –
Courino azul
Reclináveis de
forma eletrônica –
Courino marrom
(as maiores)
Reclináveis
eletronica -
Courino preto
Tela Normal Normal Normal
Projeção 3D 3D 3D
Bombonière VIP Possui cardápio
diferenciado
Possui cardápio
diferenciado
bastante sofisticado
e caro
Possui cardápio
diferenciado e caro
Bilheteria VIP Não possui Possui Não possui
Acionamento de
garçom dentro da
sala
Não Possui Possui Possui
Luminárias no
interior da sala Não possui Possui Não possui
Foyer VIP Possui Possui bem amplo
e sofistcado, mas
muito sóbrio com
Possui, bem
decorada e mais
leve
458
Item/Cinema Kinoplex
Platinum Cinépolis VIP
Cinemark
Bradesco Prime)
musica classica
ambiente
Bandeja Volante
para alimentos Possui Possui/feia e bruta
Não Possui/ possui
aparador individual
no braço da cadeira
Idade mínima Não Informado Não Informado Não Informado
Lugar marcado Não Informado Sim sim
Acesso para
cadeirantes Não Informado Dificultado dificultado
Preço Não Informado Não informado Não Informado
Número de
cadeiras Não Informado Não Informado Não Informado
Cadeiras Duplas
Sim sim
Sistema de Som Não Informado Não Informado Não Informado
459
Item/Cinema Cineplex - Canadá Cineworld -
Inglaterra
Shoppings dos
Estados Unidos
Cadeiras Tamanho Oversize
Premium Reclináveis
Reclináveis - 148
seats
Tela Normal Normal Não Informado
Projeção 3D 3D Não Informado
Bombonière VIP Não Informado Não Informado Possui um bar com
Happy Hour
Bilheteria VIP Não Informado Não Informado Não Informado
Acionamento de
garçom dentro da
sala
Possui Não Informado Possui
Luminárias no
interior da sala
Não Informado Não Informado
Foyer VIP Possui Não Informado Não Informado
Bandeja Volante
para alimentos Possui Não Informado Não Informado
Idade mínima Sim (19+) Não Informado 21+
Lugar marcado Possui Não Informado Não Informado
460
Item/Cinema Cineplex - Canadá Cineworld -
Inglaterra
Shoppings dos
Estados Unidos
Acesso para
cadeirantes Possui Não Informado Não Informado
Preço U$18,99 Não Informado Não Informado
Número de
cadeiras Não Informado Não Informado 148
Cadeiras Duplas
Sistema de Som Não Informado Ajustável Não Informado
Item/Cinema
Jackie Chan
theatre - Pequim
(China)
Fulkey Cinemas -
Hong Kong
(China)
Kawakita - Japão
Cadeiras Reclináveis - em
courino marrom
conforto de luxo
poltrona
Tela Não Informado
Não informado
Projeção 3D
Não informado
Bombonière VIP Não Informado
Restaurante com
pagotes especias e
comida chinesa
Não informado
Bilheteria VIP Não Informado Não informado Não informado
461
Item/Cinema
Jackie Chan
theatre - Pequim
(China)
Fulkey Cinemas -
Hong Kong
(China)
Kawakita - Japão
Acionamento de
garçom dentro da
sala
Não Informado Possui Não informado
Luminárias no
interior da sala Possui Não informado Não informado
Foyer VIP Possui Não informado
Uma sala especial é
dedicada a
materiais
relacionados à
Kawakitas e
cinema. Ele inclui
uma variedade de
livros e revistas,
bem como
terminais de
computador para
navegar banco de
dados de filmes on-
line.
Bandeja Volante
para alimentos Não Informado Não informado Não informado
Idade mínima Não Informado
Não informado
Lugar marcado Não Informado
Não informado
Acesso para
cadeirantes Não Informado
Não informado
Preço Não Informado Não informado Não informado
Número de 30 Não informado
462
Item/Cinema
Jackie Chan
theatre - Pequim
(China)
Fulkey Cinemas -
Hong Kong
(China)
Kawakita - Japão
cadeiras
Cadeiras Duplas
Não informado
Sistema de Som Não Informado som surround
digital,
Item/Cinema MyVue -
Alemanha
New lux cinemas -
Madrid (Espanha)
Cinema City –
Lisboa (Portugal)
Cadeiras
Cadeira de couro
com suporte para
copos na parte
traseira do resto do
braço
Cadeira de couro
com suporte para
copos na parte
traseira do resto do
braço
Os espaços estão
equipados com
poltronas
reclináveis em pele,
que permitem o
ajuste das costas e
do apoio dos pés
até encontrar
aquela que é a sua
posição ideal.
Tanto conforto irá
levá-lo a pensar que
está em sua casa.
Tela Não informado Não informado Não foi informado
Projeção Não informado Não informado Não foi informado
Bombonière VIP Não informado Não informado
Não foi informado,
porém o site
informa que é
possível “usufluir o
463
Item/Cinema MyVue -
Alemanha
New lux cinemas -
Madrid (Espanha)
Cinema City –
Lisboa (Portugal)
lugar 30 minutos
antes e apreciar
uma boa
champanhe”
Bilheteria VIP Não informado Não informado Não foi informado
Acionamento de
garçom dentro da
sala
Não informado Não informado Não foi informado
Luminárias no
interior da sala Não informado Não informado Não foi informado
Foyer VIP Não informado Não informado Não foi informado
Bandeja Volante
para alimentos Não informado Não informado Não foi informado
Idade mínima Não informado Não informado Não foi informado
Lugar marcado Não informado Não informado Não foi informado
Acesso para
cadeirantes Não informado Não informado Não foi informado
Preço
Não informado Não foi informado
Número de
cadeiras
Adulto: \ 200
crianças: \ 100 e
Para exposições
especiais
Adulto: \ 400
crianças: \ 200
Não informado Não foi informado
464
Item/Cinema MyVue -
Alemanha
New lux cinemas -
Madrid (Espanha)
Cinema City –
Lisboa (Portugal)
Cadeiras Duplas Não Informado Não informado Não foi informado
Sistema de Som Não Informado Não informado Não foi informado
Não informado Não informado Não foi informado
465
APÊNDICE B
PALAVRAS DESCRITORAS DO ENCANTAMENTO E INCÔMODO
DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA NAS SALAS DE LUXO
LOCAL / FAIXA
ETÁRIA
ENCANTOS INCÔMODOS
São Paulo
> 45 anos
3D (2)
assentos marcados
Conforto,
Dimensões da Poltrona,
Conforto da Cadeira -
Atributo Exclusivo da Sala
Vip
espaço,
instalações
o atendimento
praticidade,
recepção
salas confortáveis
som (2), som ambiente
3D
cadeira com um braço para
dois111
frio de ar condicionado,
muito cheio
Não Houve Incômodo (3),
Preço(2), Preço da
Lanchonete,
peso do óculos,
rebarbas do óculos 3D
111
Certamente de uma sala tradicional – aqui o participante indicou que ainda não havia ido à uma sala
VIP, ainda que tenha declarado diferente
466
LOCAL / FAIXA
ETÁRIA
ENCANTOS INCÔMODOS
tudo.
Rio de Janeiro
> 45 anos
Conforto
novidade
ofertas diferenciadas
Poltronas Muito
Confortáveis
refugio
seletividade
Sem resposta: 2
incomodariam ( numa sala
VIP ) atitudes fora de
medidas
NADA (4),
Sem resposta:3
São Paulo/
35 a 44 anos
Atendimento
beleza da sala
CONFORTO DAS
POLTRONAS
CONFORTO(3),
ESPAÇO ENTRE AS
POLTRONAS (2),
imagem,
Imax,
BARULHO DAS
PESSOAS COMENDO
PIPOCA, MUITA
GENTE
CONVERSANDO
dava a impressão que eu
estava numa sala
nada
preço - beneficio,
serviço nem sempre
condizente,
467
LOCAL / FAIXA
ETÁRIA
ENCANTOS INCÔMODOS
poucos lugares
salas novas,
som,
sujeira,
tamanho da tela pequeno
Rio de janeiro
35 a 44 anos
CONFORTO (5)
COMODIDADE
CONFORTO DA
POLTRONA,
POLTRONA (2) chaise
longe confortável
receber um cobertor
embalado num plástico, ao
entrar na sala
VIP
visão da tela
ambiente aconchegante,
serviços de comida na
poltrona,
espaço(2)
comida,
atendimento,
sinalização,
mapa da sala na hora da
compra,
NADA (3),
ar muito gelado (2)
Sem resposta:3
468
LOCAL / FAIXA
ETÁRIA
ENCANTOS INCÔMODOS
ambientação ,
serviços,
LOCAL / FAIXA
ETÁRIA
ENCANTOS INCOMODOS
São Paulo
25 a 34 anos
a tecnologia que envolve a
sala
atendimento (1),
CONFORTO (6),
POLTRONAS
CONFORTÁVEIS,
qualidade da sala,
qualidade de vídeo,
VALORES, VALORES
ALTOS
NADA (2),
poucas unidades
ar condicionado
Sem resposta: 4
Rio de Janeiro
25 a 34 anos
CADEIRAS, CONFORTO
DAS POLTRONAS
CONFORTO (3),
privacidade
bar exclusivo (Rio design)
NADA (2),
preço,
ar condicionado muito forte
apesar das cadeiras serem
confortáveis, elas necessitariam
de um espaço maior para
acomodá-las, evitando
desconforto para ajustá-las e na
passagem das pessoas
Sem resposta: 2
São Paulo/
17 a 25 anos
CONFORTO,
CONFORTO DA
CADEIRA,
tamanho e a curvatura da
tela112
sem resposta:3
preço,
apoio para cabeça,
o óculos 3D
sem resposta: 3
Rio de Janeiro a possibilidade de viver uma
112
Indicação de que o participante provavelmente não usou ainda uma sala VIP
469
LOCAL / FAIXA
ETÁRIA
ENCANTOS INCOMODOS
17 a 25 anos nova experiência e desfrutar
serviços top de linha,
acomodação,
apresentam serviços
diferenciados quanto as
comidas e bebidas
MAIS CONFORTÁVEIS,
O CONFORTO DAS
POLTRONAS, OUVI
DIZER QUE OS
ASSENTOS SÃO
DIFERENCIADOS,
tratamento ao cliente,
tudo na sala
Temperatura do ar,
o fato de serem servidas
refeições e outras coisas mais
elaboradas nas salas,
preço muito mais elevado que
as das salas regulares
Sem resposta: 3
470
CAPÍTULO 22
Comunicação e Realidade Brasileira: um projeto didatico-
pedagógico para formar cidadãos
471
22. COMUNICAÇÃO E REALIDADE BRASILEIRA: UM
PROJETO DIDATICO - PEDAGÓGICO PARA FORMAR
CIDADÃOS113
Profª Drª Fátima Sobral Fernandes114 Prof. Dr. Eduardo Refkalesfsky115
É mais difícil quebrar um preconceito do que um átomo.
Entretanto, não se deve ir atrás de objetivos fáceis. É preciso buscar o que só pode ser alcançado por meio dos maiores esforços.
A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação envolve o mundo. Tenha
em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas gerações. Tudo isso é posto em sua mão como sua herança
para que você receba-a, honre-a, acrescente a ela e, um dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos.
Albert Einstein 116
113
Baseado na proposta didático- pedagógica implementada na ECO entre 2009 e 2011 na disciplina
Comunicação e Realidade Brasileira (CRB) ministrada no ciclo básico do curso de Comunicação
Social e no projeto apresentado na 10ª edição do Prêmio Ethos – Valor em 2010. 114
Ministrou a disciplina CRB entre 2009 e 2011 na ECO/UFRJ
115Ministrou a disciplina CRB entre 2009 e 2011 na ECO/UFRJ. Publicitário, é professor da Escola de Comunicação da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (ECO / UFRJ). É doutor em Comunicação e pesquisador da área de
Marketing e Estratégias de Comunicação. É co-autor do livro "Fronteiras da Pubicidade" (Editora
Sulina). Coordenou a coleção "Administração e Negócios" da Editora Rocco.
116 Nascido em Ulm, 14 de março de 1879, e falecido em Princeton, 18 de abril de 1955, físico alemão
radicado nos Estados Unidos da América que revolucionou a física com sua teoria da relatividade.
472
22.1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo, que encerra um ciclo de pesquisas realizadas pela
Equipe LIMK, apresenta-se uma das mais ousadas e polêmicas de suas
pesquisas: a que tentou introduzir uma inovação didática.
Concebida em parceria por dois professores do Departamento de
Métodos e Áreas Conexas e da Equipe LIMK, desejava-se eliminar algumas
lacunas que eram percebidas no ciclo básico do curso de Comunicação Social:
falta de conhecimento da Universidade no estudante recém-ingressado, falta de
hábito de estudar pesquisando dentro de uma filosofia de aprender a aprender,
falta de práticas colaborativas de aprendizagem coletiva e desconhecimento de
metodologia cientifica e redação própria para este fim.
Além disso, como a disciplina era ministrada em três turmas por dois
professores diferentes, desejava-se que houvesse a maior homogeneidade
possível na transmissão de conteúdo para todas as turmas, para evitar que,
dependendo da turma em que o estudante estivesse inscrito ela tivesse contato
com um conteúdo e não com outro, em função das diferenças de abordagem
entre professores, uma vez que se está em um curso de formação profissional e
não de especialização, questão apontada como oportunidade de melhoria por
muitos estudantes.
A seguir, apresenta-se a proposta, tal qual foi implementada. O
conteúdo produzido pelos estudantes que cursaram a disciplina – todos os
estudantes ingressantes na ECO em 2009 e 2010 - foi apresentado em algumas
jornadas científicas e criou a oportunidade de, concretamente, construir um
olhar crítico sobre os meios de comunicação, permitindo a identificação do
perfil de cada um a partir de uma análise estruturada de conteúdo, bem como
473
foi possível perceber quantas representações da realidade brasileira circulam
com a possibilidade de formar a opinião publica, determinante no processo de
tomada de decisão político contemporâneo, como tem sido experimentado e
observado no Brasil de 2013, em que a democracia representativa vive uma de
suas maiores crises, porque os que tomam decisão não as tomam considerando
as prioridades percebidas pela sociedade, os que executam as decisões não as
bem executam e como não há ideais norteando a ação humana, se assiste a um
movimento espontâneo de descontentamento que poderia ter sido previsto nos
fatos portadores de futuros noticiados nos anos passados para olhos e ouvidos
atentos ao outro.
22.2 TÍTULO DA DISCIPLINA:
o Comunicação e Realidade Brasileira
22.3 CARGA HORÁRIA
o 4 horas semanais em sala de aula (terças e quintas feiras), durante
15 semanas de aula, totalizando 60 horas semestrais.
22.4 OBJETIVOS:
o Desenvolver consciência crítica de cidadão no futuro profissional
de Comunicação Social, por meio da análise dos meios de
comunicação e da representação social da realidade brasileira por
eles veiculada;
o Capacitar o estudante a entender o grau de sustentabilidade da
realidade brasileira, considerando seus aspectos político,
econômico, científico-tecnológico, psicossocial e de defesa;
474
o Capacitar o estudante a identificar como os principais meios de
comunicação social (jornais, revistas, livros, rádio, televisão e
mídias digitais) retratam e interpretam a realidade brasileira;
o Estimular a formação de uma comunidade de ensino-
aprendizagem, constituída pelas três turmas de primeiro período,
capaz de interagir colaborativa e continuamente, a fim de
produzir conhecimento de caráter transdisciplinar baseado em
pesquisa de campo sobre a realidade brasileira e sobre os meios
de comunicação;
o Desenvolver no estudante suas habilidades de relacionamento
interpessoal de modo a integrar o pensar, o sentir e o agir
socialmente responsável, bem como suas habilidades de trabalho
em equipe, com visão sistêmica e holística;
o Aprimorar o processo de ensino-aprendizagem da disciplina
Comunicação e Realidade brasileira, em seu terceiro ciclo de
implementação, a partir do feedback recolhido de seus
estudantes a cada período letivo.
22.5 EMENTA:
o Formação da sociedade brasileira em seus aspectos econômicos,
sociais e políticos, com ênfase na estrutura e desenvolvimento dos
diferentes meios de comunicação visando à sustentabilidade do
País.
475
22.6 JUSTIFICATIVA:
A disciplina Comunicação e Realidade Brasileira compõe o conjunto
de disciplinas obrigatórias do primeiro período do Ciclo Básico do Curso de
Graduação de Comunicação Social.
Foi criada na Reforma Curricular de 2000, visando a permitir aos
estudantes de primeiro período a construção de uma visão geral, crítica e
humanista, tanto dos meios de comunicação, quanto da realidade brasileira por
eles representada, de modo a aproveitar melhor todas as disciplinas de caráter
mais especifico que fazem parte de sua formação profissional.
No primeiro período letivo de 2009, o projeto didático-pedagógico
dessa disciplina foi inovado pelos novos docentes responsáveis, para que seus
objetivos fossem mais bem cumpridos com base em uma pedagogia
construtivista, que privilegia desenvolver a capacidade de aprender a aprender
dos discentes, por meio da integração das atividades de ensino e pesquisa na
graduação.
Estando em seu terceiro ciclo de implementação e já tendo sido
treinados cerca de 250 estudantes, a disciplina sofre ajustes a cada período
letivo para criar mecanismos de aperfeiçoamento contínuo do processo ensino
– aprendizagem, baseado na integração do binômio ensino-pesquisa.
Neste período, a ênfase adotada nos ajustes introduzidos é a adoção
do uso de ferramentas colaborativas na internet para facilitar o trabalho coletivo
de pesquisa envolvendo os cerca de 120 estudantes do período distribuídos em
18 equipes, 6 em cada uma das três turmas, duas vespertinas e uma noturna.
Assim, ênfase nas aulas introdutórias sobre metodologia cientifica foi acentuada.
476
O princípio norteador das inovações adotadas é a promoção do
desenvolvimento de cidadãos capazes de atuar profissionalmente no setor de
comunicação social, em qualquer de suas atividades, pensando, sentindo e
agindo de modo integrado, ético e transparente no sentido de preservar os
recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a
diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais, dentro de seus
limites e possibilidades de atuação.
22.7 METODOLOGIA DO CURSO
O curso está organizado em torno de Aulas Expositivas, Leitura
Dirigida, Pesquisa de Campo, Seminários e Relatórios de Pesquisa de Campo e
participação em Atividades Complementares.
As Aulas Expositivas serão ministradas a partir de textos
previamente selecionados, conforme cronograma apresentado no Anexo A,
para Leitura prévia por parte dos alunos. Nesse sentido, as aulas consistem em
aprofundamento ou contextualização dos conteúdos das leituras, bem como no
esclarecimento de dúvidas. O conteúdo dos textos será utilizado nas avaliações,
ainda que não seja apresentado nas aulas expositivas. Portanto, o não
acompanhamento do cronograma de leitura prévia acarretará em prejuízos para
a compreensão do conteúdo e para a participação nas aulas.
Nas primeiras aulas, serão ministrados conteúdos básicos sobre a
importância estratégica da universidade e da unidade de ensino na qual a
disciplina é ministrada, a conceituação do campo da comunicação social, os
fundamentos da produção de conhecimento e da metodologia de pesquisa
científica nesse campo e o ensino de técnicas de apresentação escrita e oral.
477
Nas aulas seguintes, abordam-se os temas do livro texto — Desafios
Brasileiros na Era dos Gigantes, de Samuel Pinheiro Guimarães (Ed.
Contraponto) — que será a base para a pesquisa de campo e para a realização
dos seminários e relatórios de pesquisa.
A Pesquisa de Campo, cuja metodologia de trabalho está
apresentada no Anexo B, tem por objetivo levar o estudante a analisar a
representação da realidade brasileira por parte dos meios de comunicação de
massa. Consistirá em trabalho de pesquisa documental, análise e cruzamento
das informações encontradas com os textos de referência do curso e com as
análises realizadas pelos demais estudantes alocados nas diversas equipes de
pesquisa de cada uma das três turmas visando a identificar as características
específicas de cada meio de comunicação e como cada um deles representa a
realidade brasileira em todos os seus aspectos.
As turmas serão divididas, pelos professores, em equipes com até
oito integrantes. Cada equipe será responsável pela análise do conteúdo de
determinados veículos de comunicação para extrair dele a representação social
existente sobre a realidade brasileira e para compreender como é estruturada
sua linguagem para construir tal representação. Esta análise compreende o
acompanhamento diário dos veículos sob análise para identificar as matérias
associadas aos temas constantes no cronograma de aulas e leituras da disciplina.
O ambiente de encontro das equipes de mesma turma consistirá na
sala de aula e, das equipes de turmas diferentes será virtual, em grupo de
discussão (Googlegroups), que congregará os 120 estudantes e será mediado
pelos professores e pelos 15 monitores, e no espaço de compartilhamento de
documentos oferecido pelo Google (Googledocs).
478
É importante que as equipes estabeleçam, inicialmente, um termo de
compromisso de trabalho em equipe, conforme apresentado no Anexo C, e
que definam mecanismo regular de acompanhamento, avaliação, fichamento e
redação do material de pesquisa, para que, com isso, possam evitar excesso de
trabalho ao final do período e a perda do encadeamento lógico dos conteúdos.
É fortemente recomendável que as equipes, em seu termo de compromisso,
estabeleçam, desde o início, uma rotina de encontros e reuniões de trabalho,
bem como a divisão de tarefas.
Ao longo do curso, cada equipe apresentará Seminários sobre os
resultados parciais de sua pesquisa, conforme o cronograma de aulas e leituras
da disciplina. Esses resultados deverão ser entregues por escrito em Relatórios
Parciais de Pesquisa de Campo e apresentados oralmente.
Cada apresentação oral ficará a cargo de um integrante da equipe,
que deverá apoiar sua apresentação em slides, elaborados em Power Point,
preferencialmente no Modo de Compatibilidade PPT 2003, visto que o Office
2007 não é compatível com grande parte dos softwares instalados nos
computadores disponíveis. Não serão aceitos outros formatos, como PDF.
Haverá uma aula prévia sobre as técnicas de apresentação e a sala de aula
dispõe de computador e Datashow.
As instruções específicas sobre a elaboração da parte escrita
(Relatórios Parciais da Pesquisa de Campo) e sobre a apresentação oral serão
distribuídas inicialmente nas aulas de metodologia cientifica e de técnicas de
apresentação e atualizadas ao longo do curso.
Ao final da disciplina, as equipes entregarão, por escrito, o Relatório
Final da Pesquisa de Campo, conforme as instruções anteriormente
479
mencionadas, e também realizarão uma apresentação oral com a participação
de todos os integrantes.
O material das exposições orais dos Seminários e dos Relatórios
Parciais e Final da Pesquisa de Campo devem ser postados, até 12 horas do dia
seguinte à apresentação, na página da disciplina na internet, a ser informada por
email, bem como senha e login.
Além dos trabalhos em sala de aula, das leituras dirigidas e da
pesquisa de campo, haverá Atividades Complementares extra-classe de caráter
obrigatório, que serão indicadas no decorrer do curso, tais como palestras e
visitas técnicas.
22.8 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação da disciplina consiste em:
o Duas provas (P1 e P2) individuais, sem consulta, com os temas
indicados no programa, considerando todo o conteúdo de todos
os textos adotados, aulas expositivas, relatórios de pesquisa de
campo e suas respectivas apresentações orais;
o Relatórios parciais de pesquisa de campo (RPi), entregues ao
longo do curso, no dia das apresentações dos seminários,
incluindo a cópia dos slides; também será avaliada a pontualidade
da colocação do material na página da disciplina, dentro do prazo
estabelecido;
o Seminários (S_IND) individuais de apresentação oral dos
resultados parciais da pesquisa, ao longo do curso;
o Relatório final de pesquisa de campo (RF) em grupo;
480
o Seminário Final em grupo para apresentação oral do RF
(SF_COL)
o Participação nas atividades complementares extraclasses (AC)-
100% de freqüência nessas atividades;
o Notas extras (NE≤ 1): assiduidade pontual (ASS) (100% de
presença e pontualidade nas aulas e atividades complementares ≤
0,5) e participação nas aulas (PART ≤ 0,5) (50% de contribuições
positivas avaliadas por seu grupo (PARTi) e 50% pelos
professores (PARTPROFs)).
o Prova Final (PF), compreendendo toda a matéria do curso;
estarão dispensados desta avaliação os alunos que obtiverem a
nota parcial do semestre no período igual ou superior a 7,0.
NOTA PARCIAL DO SEMESTRE = NPS
NPS = 0,2*P1+0,3*P2+ 0,3*RPE+0,1*S+0,1*AC≥ 7,0
RPE={[(RP1+RRP2+RP3+RP4+RP5+RP6+RP7+RP8)/8]*0,50+RF*0,5}
S= [(0,7*S_IND)+(0,3*SF_COL)]
NOTA FINAL PARA APROVAÇÃO = NFA
NFA = [0,6*Nota Parcial do Semestre + 0,4*PF] + NE ≥ 5,0.
NE= ASS+PART
PART= 0,25* (∑ PART i )/90 + 0,25* (PARTPROFs/10) ≤ 0,5
∑ PART i = part1+part2+part3+part4+part5+part6+part7+part8+part9
481
PART i = nota atribuída pela equipe a cada um dos seus participantes
e informada aos professores a cada entrega de relatório parcial e final, em
função da participação na elaboração de cada um dos relatórios parciais.
Deverá ser indicada na folha de rosto do relatório, conforme modelo
apresentado no Anexo B.
PARTPROF = nota de participação atribuída pelos professores ao
final do semestre.
22.9 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
O conteúdo programático está organizado pelos temas apresentados,
a seguir, abrangendo diversos aspectos complementares da realidade brasileira,
que serão analisados separada ou conjuntamente do seguinte modo:
O que é realidade?
O que é comunicação?
O que é teoria?
Metodologia cientifica
Técnicas de apresentação oral e escrita
Poder Político:
o Comunicação e Constituição
o Desenvolvimento Sustentável e Macroestrutura de Poder
Poder Econômico:
482
o Realidade Econômica Brasileira e Desenvolvimento
Sustentável
o Mercado de Trabalho em Comunicação Social
Poder Científico e Tecnológico:
o Desenvolvimento Sustentável e Inserção do Brasil na
Produção Científica – Tecnológica Mundial
Poder Psicossocial:
o Desenvolvimento Sustentável e Educação e Cultura
o Meio Ambiente, Saúde e Desenvolvimento Sustentável
Política de Defesa:
o Política de Defesa e Desenvolvimento Nacional Sustentável
22.10 PLANEJAMENTO DAS AULAS
O planejamento das aulas, bem como a indicação de leituras
obrigatórias e complementares está apresentado no Anexo A, Cronograma de
Aulas e Leituras.
22.11 REFERÊNCIAS
ABRAMO, C.W. O telhado de vidro do relativismo, Folha de São Paulo,
São Paulo, 15 set. 1996.
ABREU, Guilherme Mattos. Amazônia Azul. Disponível em: <
http://www.4shared.com/account/dir/19517933/94cbec90/sharing.html?&>
Acesso em: 11/05/10
483
ALMEIDA, Beto. Recomendações da Primeira Conferência Nacional de
Comunicação – Disponível em: <
http://proconferencia.org.br/textos/confecom-uma-primeira-vitoria-uma-nova-
etapa-na-longa-luta/ > Acesso em 11/05/10
ALVES, Rubem. O retorno é terno, Campinas: Papirus, capítulo 12.
ARMAND e MATTELART, Michèle. História das teorias da comunicação,
Paris: Éditions La Découverte Et Syros, 1995, 1997, p. 48.
BARBOSA, José Henrique & VAZ, Paulo. Reforma curricular ECO/UFRJ –
Disponível em: < www.geocities.com/ufrjeco > Acesso em: 15 abril 2010
Brasil. Constituição Brasileira (Título I, "Dos princípios fundamentais";
Título II, cap. I, "Dos direitos e deveres individuais e coletivos"; Título
VIII, cap. V, "Da comunicação Social") – Disponível em:
<http://www.4shared.com/account/dir/19517933/94cbec90/sharing.html?&
>Acesso em: 11/05/10
CARVALHO, J. M. Como escrever a tese certa e vencer, O Globo, Rio de
Janeiro, p.7, 16 dez. 1999.
CORDEIRO, Jorge. Globo opta por co-produções na TV. Valor Econômico,
28/08/02.
DUARTE,J. F. O que é Realidade, 10 ed. São Paulo: Brasiliense. 1994. 101 p.
Entrevista de Mino Carta em Salvador. Jornal A Tarde – Disponível em: <
http://www.4shared.com/account/dir/19517933/94cbec90/sharing.html?&>
Acesso em: 11 maio 2010
GUIMARÃES, S. P. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, Rio de
Janeiro: Editora Contraponto, 2005, p. 11-14, 431-447.
GUIMARÃES, S. P. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, Rio de
Janeiro: Editora Contraponto, 2005, p. 15-71, 97-114, 243-300, 339-365.
GUIMARÃES, S. P. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, Rio de
Janeiro: Editora Contraponto, 2005, p. 147-174, 367-385, 387-429.
GUIMARÃES, S. P. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, Rio de
Janeiro: Editora Contraponto, 2005, p. 73-96.
484
GUIMARÃES, S. P. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, Rio de
Janeiro: Editora Contraponto, 2005, p. 225-242.
GUIMARÃES, S. P. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, Rio de
Janeiro: Editora Contraponto, 2005, p. 175-224.
GUIMARÃES, S. P. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, Rio de
Janeiro: Editora Contraponto, 2005, p. 301-337.
HOINEFF, Nelson. DUAS CARAS: A gaiola se abre. E a audiência voa.
Observatório da Imprensa, Segunda-feira, 10 de maio de 2010 ISSN 1519-
7670 - Ano 15 - nº 454 - 9/10/2007.
KAY, J. A simplicidade tem um preço, The Economist/Valor Econômico,
2002.
LAGE, N. “A Reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa
jornalística”. Ser repórter. Rio de Janeiro: Record. 2001. P.9-28
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA DO BRASIL. Políticas
Nacionais de Educação e Cultura. Disponível em:<
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/pne.pdf > e
<http://www.cultura.gov.br/site/categoria/politicas/plano-nacional-de-cultura >
Acesso em: 11 maio 2010
MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES (2009), Caderno de Propostas
aprovadas. 1ª Conferência Nacional de Comunicação - CONFECOM,
Brasília.2009
PEREIRA, O. O que é teoria, 10 Ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. 123p.
REFKALEFSKY, Eduardo / DURÃES, Aline. Segmentação na propaganda
religiosa: Bola de Neve Church e o evangelho. Intercom – Sociedade
Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXX Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação – Santos – 29 de agosto a 2 de
setembro de 2007.
REFKALEFSKY, Eduardo e DURÃES, Aline. Bola de Neve Church:
alternativa contemporânea e segmentada do Evangelho. Anais do I
Eclesiocom. São Bernardo do Campo,Umesp, 2006.
REFKAFELFSKY, Eduardo. Comunicação e Posicionamento da Igreja
Universal do Reino de Deus: um estudo de caso do Marketing Religioso.
485
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – UnB – 6 a 9 de
setembro de 2006.
REFKALESFSKY, Eduardo. Publicidade e Propaganda nas igrejas
pentecostais no Brasil: para além da Indústria Cultural e da
Espetacularização. NP 03 – Publicidade, Propaganda e Marketing (Seção
temática: Propaganda religiosa), do V Encontro dos Núcleos de Pesquisa da
Intercom.
ROCKEFELLER, Steven C (2000), The Earth Charter. Lançada no Palácio da
Paz (Peace Palace) em The Hauge – Netherlands - 29 de Junho de 2000.
SISTEMA DE BIBLIOTECA. Manual para elaboração de dissertações e
teses– Disponível em: < www.sibi.br/publicacoes_sibi.html > Acesso em: 14
abril 2010
SOARES, Letícia e REFKALEFSKY, Eduardo. Novas estratégias de
comunicação religiosa da Assembléia de Deus: pentecostalismo no século
21. Eclesiocom – Cátedra UNESCO de Comunicação para o Desenvolvimento
Regional, II Colóquio de Comunicação Eclesial, São Paulo.
TAVARES, Dirceu / LIMA, Gabriela. Controle Panóptico no Big Brother
Brasil: uma estratégia de Marketing de Relacionamento. Intercom –
Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXVIII
Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – UERJ – 5 a 9 de setembro
de 2005
TELLES, C. Q. Manual do cara-de-pau, 3ª Ed. São Paulo: Editora Best
Seller. 1991.
VERÍSSIMO, Luiz. Voracidade. Jornal do Brasil, 17/09/1997, p. 11
VERISSIMO, L. F. Robinho e o paradoxo, O Globo, Rio de Janeiro, p. 7, 01
dez. 1997.
VERISSIMO, L. F. Professor Pelé, O Globo, Rio de Janeiro, p. 7, 02 out.
2002.
WEIL, Pierre & TOMPAKOW, Roland. O corpo fala, 19ª Ed. Petrópolis:
Editora Vozes. 1988. P. 25-37 1997.
486
APÊNDICE A
CRONOGRAMA DE AULAS E LEITURAS
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO LEITURA OBRIGATÓRIA
LEITURA
COMPLEMENT
AR
Apresentação de Disciplina
(com dinâmica) - -
Tema 1: Apresentação de
UFRJ / CFCH / ECO
Realidade Universitária
"Programa de Curso"; "Reforma
curricular ECO/UFRJ";
"Questionário de autoavaliação".
Páginas UFRJ e
ECO
Tema 2 e Tema 3: "O que
é Teoria?" e "O que é
Realidade?"
"O que é teoria?" Otaviano
Pereira, Editora: brasiliense;
Devolução do Questionário. "O
que é realidade?"
João Francisco Duarte Junior,
Editora: Brasiliense.
Tema 4: "Técnicas de
apresentação"
"O Corpo fala"(25-37) Autor:
Weil, Pierre; Tompakow,
Roland, Editora: Vozes.
-
Tema 5: "O que é
Metodologia?"
"Como escrever a tese certa e
vencer"; Manual para elaboração
de dissertações e teses da UFRJ
http://www.sibi.ufrj.br/publicacoe
s_sibi.html (Manual para
elaboração e normalização de
dissertações e teses); Texto da
Professora Fátima e do Professor
Ref sobre o trabalho final
(PESQUISA DE CAMPO-
METODOLOGIA).
-
Tema 5: "O que é
Metodologia?"
"Como escrever a tese certa e
vencer"; Manual para elaboração
de dissertações e teses da UFRJ
http://www.sibi.ufrj.br/publicacoe
s_sibi.html (Manual para
elaboração e normalização de
dissertações e teses); Texto da
Professora Fátima e do Professor
Ref sobre o trabalho final
(PESQUISA DE CAMPO-
METODOLOGIA).
-
487
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO LEITURA OBRIGATÓRIA
LEITURA
COMPLEMENT
AR
Tema 6: O que é
comunicação?
"Ser repórter", de Nilson Lage
(pag. 10-28); "UPGA" (pag. 4-5;
7-8; 10); "O telhado de vidro do
relativismo"; "Robinho" e "Pelé"
"Manual do cara-
de-pau"; "A
simplicidade tem
um preço"
PROVA 1 (Temas 1 a 6) - -
Tema 7: "Comunicação e
Constituição "
DB Prefácio Helio Jaguaribe;
"Constituição" (Título I, "Dos
princípios fundamentais"; Título
II, cap. I, "Dos direitos e deveres
individuais e coletivos"; Título
VIII, cap. V, "Da comunicação
Social")
(http://www.4shared.com/account
/dir/19517933/94cbec90/sharing.
html?&); "Recomendações da
Primeira Conferência Nacional
de
Comunicação"(http://proconfere
ncia.org.br/textos/confecom-
uma-primeira-vitoria-uma-nova-
etapa-na-longa-luta/); Carta da
Terra
(http://www.4shared.com/account
/dir/19517933/94cbec90/sharing.
html?&)
Entrevista de Mino
Carta em Salvador
(http://www.4share
d.com/account/dir/
19517933/94cbec9
0/sharing.html?&);
Relatório de
propostas
aprovadas da
CONFECOM
(http://www.4share
d.com/account/dir/
19517933/94cbec9
0/sharing.html?&)
Apresentação dos grupos
sobre o Tema 7 - -
Visita Tecnica / Tema 8:
"Desenvolvimento
Sustentável e
Macroestrutura de Poder"
Livro Texto cap.1 - "Os donos
do poder: A macroestrutura";
Livro Texto cap.3 - "Casa-
Grande e Senzala: Direitos
humanos e poder"; Livro Texto
cap.8 - "Quinhentos anos de
periferia: A inserção"; Livro
Texto cap.10 - "Omulato y
Martin Fierro: A América do
Sul"; "Constituição"(Títulos III e
IV)
(http://www.4shared.com/account
/dir/19517933/94cbec90/sharing.
"Receita americana
para reprodução da
elite"; Carta de
Pero Vaz de
Caminha
(http://www.4share
d.com/account/dir/
19517933/94cbec9
0/sharing.html?&);
Relatório de
propostas
aprovadas da
CONFECOM
488
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO LEITURA OBRIGATÓRIA
LEITURA
COMPLEMENT
AR
html?&); Carta da Terra
(http://www.4shared.com/account
/dir/19517933/94cbec90/sharing.
html?&)
(http://www.4share
d.com/account/dir/
19517933/94cbec9
0/sharing.html?&)
Apresentação dos grupos
sobre o Tema 8 - -
Tema 9: "Realidade
Econômica Brasileira e
Desenvolvimento
Sustentável"
Livro Texto cap.5 - "O
alquimista: Capital e Estado";
Livro Texto cap.11 - "Prebish y
Furtado: Soberania e integração";
Livro Texto cap.12 - "Grande
Sertão Veredas: O Mercosul do
mundo"; Carta da Terra
(http://www.4shared.com/account
/dir/19517933/94cbec90/sharing.
html?&)
Relatório de
propostas
aprovadas da
CONFECOM
(http://www.4share
d.com/account/dir/
19517933/94cbec9
0/sharing.html?&)
Apresentação dos grupos
sobre o Tema 9 - -
Tema 10: "Mercado de
Trabalho em Comunicação
Social"
Livro Texto cap.2 - "O Cortiço:
População e desemprego"; "Filho
de leitor, leitor é"; "Globo opta
por co-produções"; "Duas caras";
Carta da Terra
(http://www.4shared.com/account
/dir/19517933/94cbec90/sharing.
html?&).
Comunicação e
novas estratégias
organizacionais"; "E
agora o marketing
diz que diz";
"Círculos difundem
idéias de Chávez
no Brasil";"Vivendo
na era da atração"
(http://www.4share
d.com/account/dir/
19517933/94cbec9
0/sharing.html?&);
Relatório de
propostas
aprovadas da
CONFECOM
(http://www.4share
d.com/account/dir/
19517933/94cbec9
0/sharing.html?&)
489
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO LEITURA OBRIGATÓRIA
LEITURA
COMPLEMENT
AR
Apresentação dos grupos
sobre o Tema 10 - -
Tema11: "Inserção do
Brasil na Produção
Científica-Tecnológica
Mundial"
Livro Texto cap.4 - "Eles não
usam black tie: Emprego e
tecnologia"; Carta da Terra
(http://www.4shared.com/account
/dir/19517933/94cbec90/sharing.
html?&)
Relatório de
propostas
aprovadas da
CONFECOM
(http://www.4share
d.com/account/dir/
19517933/94cbec9
0/sharing.html?&)
Apresentação dos grupos
sobre o Tema 11 - -
Tema 12:
"Desenvolvimento
Sustentável e Educação e
Cultura"
Livro texto cap.7 - "Macunaíma:
Subdesenvolvimento e cultura";
"Comunicação, Posicionamento
e MKT da IURD"; Textos de
Rubem Alves; Políticas nacionais
de Educação
"http://portal.mec.gov.br/arquivos
/pdf/pne.pdf" e Cultura
"http://www.cultura.gov.br/site/cat
egoria/politicas/plano-nacional-
de-cultura/"; Carta da Terra
(http://www.4shared.com/account
/dir/19517933/94cbec90/sharing.
html?&)
"Quadro
evangélico";
"Controle
panóptico do
BBB";
"Publicidade e
propaganda nas
igrejas
pentecostais"; "Bola
de Neve Church";
"Voracidade";
Relatório de
propostas
aprovadas da
CONFECOM
(http://www.4share
d.com/account/dir/
19517933/94cbec9
0/sharing.html?&)
Apresentação dos grupos
sobre o Tema 12
Tema 13: "Meio Ambiente,
Saúde e Desenvolvimento
Sustentável"
Livro Texto cap.6 - "O paraíso
perdido: Território e Amazônia";
texto "Amazônia Azul"
(http://www.4shared.com/account
/dir/19517933/94cbec90/sharing.
html?&) ; Política Nacional de
Meio Ambiente;
Relatório de
propostas
aprovadas da
CONFECOM
(http://www.4share
d.com/account/dir/
19517933/94cbec9
490
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO LEITURA OBRIGATÓRIA
LEITURA
COMPLEMENT
AR
http://www.planalto.gov.br/ccivil_
03/Leis/L6938.htm ; Carta da
Terra(http://www.4shared.com/ac
count/dir/19517933/94cbec90/sh
aring.html?&)
0/sharing.html?&)
Apresentação dos grupos
sobre o Tema 13 - -
Tema 14: "Política de
Defesa e Desenvolvimento
Nacional Sustentável"
Livro Texto cap.9 - "A onça e o
gato: Ameaças e estratégia";
"Política de Defesa Nacional"
(site: defesa.gov.br); Carta da
Terra
(http://www.4shared.com/account
/dir/19517933/94cbec90/sharing.
html?&)
Relatório de
propostas
aprovadas da
CONFECOM
(http://www.4share
d.com/account/dir/
19517933/94cbec9
0/sharing.html?&)
Apresentação dos grupos
sobre o Tema 14
Entrega da minuta; Sorteio da
ordem de apresentação -
PROVA 2 (Temas 1 a 6 +
Temas 7 a 14) - -
Apresentação Final dos
trabalhos Entrega do trabalho final -
Apresentação Final dos
trabalhos - -
Apresentação Final dos
trabalhos - -
Avaliação de Disciplina
(Entrega de Resultados) - -
PROVA FINAL - -
491
APÊNDICE B
METODOLOGIA DE TRABALHO DA PESQUISA DE CAMPO
Neste anexo, sintetizam-se as etapas da metodologia da Pesquisa de
Campo a ser realizada na disciplina Comunicação e Realidade Brasileira,
servindo como esclarecimento e como referência durante o processo de ensino-
aprendizagem. Trata-se de um complemento às informações apresentadas no
Programa da Disciplina.
Com essa Pesquisa de Campo, tem-se como objetivo principal avaliar de
que maneira a Realidade Brasileira é representada por intermédio dos
diferentes meios de Comunicação (jornal impresso, revista, rádio, televisão
aberta, internet) e respectivos veículos para complementar as discussões
temáticas que ocorrem em sala de aula, de modo a desenvolver uma percepção
sobre qual é a agenda de discussão de cada uma das expressões de poder
nacional: política, econômica, cientifica e tecnológica, psicossocial e de defesa
nacional associadas ao desenvolvimento sustentável do País.
Como objetivos secundários, mas não menos importantes, têm-se a
familiarização dos estudantes de comunicação com uma análise mais detalhada
das matérias veiculadas pelos principais meios de comunicação nacionais a fim
de desenvolverem uma visão crítica sobre eles e uma aproximação com técnicas
e métodos de pesquisa científica e de análise de conteúdo das matérias.
A metodologia de identificação da representação social da realidade
brasileira difundida pelos veículos de comunicação consiste na análise
comparada de matérias veiculadas, relacionadas a temas pré-determinados no
programa da disciplina referentes às expressões do poder nacional, como está
descrito nas próximas seções e realizada de forma colaborativa em equipe entre
equipes de todas as turmas.
492
O trabalho de pesquisa requer cuidado minucioso de busca de
informação, bem como de registro adequado que possa permitir a
rastreabilidade posterior da informação, assim, deve-se sempre mencionar as
fontes onde foram obtidas as informações, segundo padrão definido no Manual
da Universidade para tal fim.
Cabe lembrar também que os relatórios parciais, nada mais são do que
capítulos do relatório final que estarão sendo elaborados passo a passo. Assim,
não há diferença entre o capítulo 1 do relatório parcial e o capítulo 1 do
relatório final, quando a equipe já tiver realizado as modificações dos capítulos
segundo os padrões indicados nas correções parciais realizadas pelos
professores e assim sucessivamente.
A metodologia de trabalho consiste nas seguintes etapas a seguir
descritas:
i. Estabelecer termo de compromisso de trabalho em equipe;
ii. Definir os critérios de avaliação das matérias (QUADRO 1-
Googledocs)
iii. Identificar o perfil oficial dos veículos de comunicação atribuídos
à equipe; (QUADRO 2- Googledocs)
iv. Selecionar um assunto relacionado ao tema para buscar como foi
traduzido em matéria em cada um dos veículos atribuídos à
equipe; (QUADROS 3 e 4 - Googledocs)
v. Analisar, individualizadamente, a matéria selecionada de cada
veículo; (QUADRO 5 - Googledocs)
vi. Comparar o resultado da análise realizada de cada matéria com
matérias dos outros veículos da equipe; (comparação restrita
entre meios) (QUADRO 5 - Googledocs).
vii. Comparar o resultado da análise realizada de cada matéria com
matérias do mesmo veículo sobre os temas anteriores; com as
493
características encontradas nos veículos da equipe com a análise
das outras turmas sobre os mesmos veículos; (QUADROS 6 a 31
- Googledocs)
viii. Comparar as características típicas dos diversos veículos de um
mesmo meio de comunicação; (QUADRO 32 a 36 -
Googledocs)
ix. Comparar as peculiaridades dos diversos veículos de um mesmo
meio de comunicação; (QUADRO 37 a 41 - Googledocs)
x. Identificar as características típicas dos diversos meios de
comunicação; (QUADRO 42 - Googledocs)
xi. Identificar as características típicas dos diversos meios de
comunicação; (QUADRO 43 - Googledocs)
xii. Comparar as representações de realidade brasileira encontradas
nos veículos da equipe em cada uma das expressões do poder
nacional com a análise realizada pelas demais equipes;
(QUADRO 44 - Googledocs) e verificar o seu grau de
sustentabilidade.
Estabelecendo termo de compromisso de trabalho em equipe
A qualidade do trabalho em equipe depende do grau de
compromisso de cada um de seus membro com o trabalho de todos. Haverá
uma aula em que os professores tratarão dessa temática e mostrarão que
trabalhar em equipe é estabelecer acordos negociados de qualidade e
quantidade de trabalho para cada componente da equipe, associados à entrega
no prazo. Assim planejar, executar e avaliar o que foi realizado individualmente
e em equipe é fator chave de sucesso.
494
Cabe destacar, também, que a vida de uma equipe possui um ciclo
que deve ser harmoniosamente administrado por ela para que os conflitos
existentes sejam apenas os ricos em conteúdo e que sirvam para produzir as
melhores análises possíveis em função da dedicação e da precisão da equipe,
começando por encantamento natural entre membros da equipe,
enfrentamento de turbulências, aprendizado relacionado a trabalhar em equipe
e administração da separação da equipe após a conclusão do trabalho final.
Para facilitar esta tarefa da equipe, está apresentado no Anexo C,
modelo de termo de compromisso de trabalho em equipe.
Definição dos critérios de avaliação das matérias veiculadas nos
meios de comunicação:
As diversas categorias de critérios de análise estão mais voltadas para
a mídia impressa. Recomenda-se que as equipes realizem as adaptações
necessárias para a mídia eletrônica/ digital, no que couber ou necessitar. Em
caso de dúvida, consultem os professores.
a) Categoria: Tipo de matéria: (QUADRO 1- Google docs)
Gênero da matéria: artigo, notícia ou reportagem?
Descritiva, hibrida ou opinativa?
Analítica ou sintética?
Abordagem simples ou complexa?
Grau de profundidade? Profunda ou superficial? (QUADRO 1-
Google docs)
Localização da matéria no veiculo (mídia impressa): seção;
chamada na primeira página (acima ou abaixo da dobra)?
495
Localização da matéria no veículo (mídia eletrônica e digital):
programa, horário,
Espaço ocupado (mídia impressa: número de colunas do título;
acima ou abaixo da dobra, centimetragem; mídia digital:
secundagem, número de repetições,)?
Uso de fotografias, ilustrações, imagens, infográficos ou outros
elementos visuais de apoio?
b) Categoria: Análise da estrutura de notícia (QUADRO 1- Google docs)
Formatação do título (verbal ou nominal)?
Ordenação das informações (pirâmide invertida ou não)?
Característica da abertura da notícia (lide, nariz de cera ou
narrativa cronológica)?
Matéria contextualizada ou fragmentada?
Direta ou indireta?
Estilo formal ou informal?
Impessoal ou pessoal?
Objetiva ou subjetiva?
Enfoque? (relacionado à visão de mundo que orienta a matéria,
etc.)
Uso de declarações textuais (citação direta ou indireta? de
autoridade ou de especialista? etc.)
d) Categoria: Atributos de linguagem: (QUADRO 1- Google docs)
Principais substantivos, agrupados por campo semântico
semelhante, indicando freqüência de incidência e a imagem
positiva, negativa ou neutra gerada;
496
Principais verbos, agrupados por campo semântico semelhante,
indicando freqüência de incidência e a imagem positiva, negativa
ou neutra gerada;
Principais adjetivos agrupados por campo semântico semelhante,
indicando freqüência de incidência e a imagem positiva, negativa
ou neutra gerada;
e) Categoria: Impressões causadas (QUADRO 1- Google docs):
Intenção da matéria?
Quais as proposições apresentadas?
o Quais as principais afirmações positivas sobre o tema?
o Quais as principais afirmações negativas sobre o tema?
o Quais as principais afirmações neutras sobre o tema
Grau de neutralidade da matéria?
Grau de imparcialidade?
Privilegia interesse público ou privado?
Inspira estar associada à veracidade?
Gera credibilidade?
Estabelece boa relação com seu público?
Gera reflexão?
Grau de exatidão inspirado?
Comparação do conteúdo da matéria com o conteúdo dos textos
de referência das aulas. (Cada equipe deve comparar a
abordagem da matéria analisada e apontar semelhanças e
diferenças encontradas em relação aos pontos de vista sobre o
tema expressos nos textos de referência)
Que visão de mundo deve ter o responsável pela matéria?
497
Qual a frase síntese que pode ser elaborada com as palavras mais
freqüentes encontradas na matéria que expresse sua opinião
sobre o tema em debate e seja possa expressar o núcleo da
representação social desse aspecto da realidade brasileira?
Identificação do perfil oficial do veiculo
A seguir, apresenta-se a relação dos veículos de Comunicação para
cada equipe:
QUADRO 1: Veículos de comunicação atribuídos a cada equipe
Equipe Jornal Revista Rádio TV Internet
1 O Globo Veja Bandnews FM Record Uol
2 Folha de SP Istoé CBN Globo IG
3 Estado de SP Época Tupi AM TV Brasil
(TVE)
CMI
4 Jornal do Brasil Carta Capital CBN Bandeirantes Yahoo
5 O Dia Caros Amigos Bandnews FM Rede TV! G1
6 Valor
Econômico
Exame Tupi AM Globo Mídia sem
Máscara
Cada equipe deve caracterizar a história, a política editorial, missão,
visão de mundo, valores, público-alvo etc.e tudo mais que bem expressar a
forma como o veiculo se apresenta ao mundo, incluindo, suas estratégias
competitivas, suas principais fontes de receita, seus proprietários, como são
percebidos pela sociedade brasileira e quaisquer outras características que os
contextualizem histórica, política e economicamente. (QUADRO 2 –
Googledocs)
Para que não haja cópia de trabalho de uma equipe pela outra de
outra turma, nas colunas dos quadros do Googledocs, onde forem apresentadas
as semelhanças e diferenças entre as análises das diversas equipes, a cada
498
semana a equipe de uma das turmas ficará responsável por preencher o
conteúdo e as das outras duas turmas realizarão verifcações parciais e finais.
Apresenta-se, a seguir, um exemplo do quadro de atribuições de
responsabilidade semanal de cada equipe em termos de produzir conteúdo ou
verificar conteúdo.
QUADRO 2: Primeira Matriz de atribuição de responsabilidades (tema 7)
Equipe Turma 1 Turma 2 Turma 3
1 Produz conteúdo Verificação Inicial de
Conteúdo
Verificação final de
observações da turma
2 e conteúdo da
turma1
2
Verificação final de
observações da
turma 3 e conteúdo
da turma2
Produz conteúdo Verificação Inicial de
Conteúdo
3 Verificação Inicial
Conteúdo
Verificação final de
observações da turma1 e
conteúdo da turma3
Produz conteúdo
4 Produz conteúdo Verificação Inicial de
Conteúdo
Verificação final de
observações da turma
2 e conteúdo da
turma1
5
Verificação final de
observações da
turma3 e conteúdo
da turma2
Produz conteúdo Verificação Inicial de
Conteúdo
6 Verificação Inicial
de Conteúdo
Verificação final de
observações da turma1 e
conteúdo da turma 3
Produz conteúdo
As demais etapas de pesquisa constituem-se em análises e
comparações que serão realizadas a partir dos registros de cada equipe em cada
um dos Quadros do Googledocs, indicados anteriormente, em sua ordem
crescente e conforme indicações nas colunas e linhas.
499
Os registros nos quadros do Googledocs não encerram o trabalho.
Toda a descrição deste fazer, bem como suas principais conclusões, devem
estar expressa nos Relatórios parciais e final de pesquisa.
A fim de facilitar a organização das idéias e a apresentação dos
resultados da pesquisa de campo, tanto oralmente quanto por escrito,
apresenta-se uma proposta de sumário para os relatórios Parciais e para o
Relatório Final, explicitando-se os objetivos de cada Capítulo em ordem
inversa, para destacar os objetivos finais a serem alcançados ao final de
pesquisa e da disciplina e, depois, os passos seqüenciais para chegar a eles.
Lembra-se que a formatação do relatório segue as regras de
apresentação escrita do Manual do SIBI da UFRJ. É recomendável que
leiam e tirem as dúvidas que surgirem para evitar retrabalho.
PROPOSTA DE SUMÁRIO DO RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA
Aplicação do Conceito Jornalístico “Pirâmide invertida” para explicitar os
objetivos de cada capítulo
Capítulo 7 — Considerações finais
Objetivos: Descrever sinteticamente a representação social sobre a realidade
brasileira, articulando seu estágio de desenvolvimento com o conceito de
desenvolvimento veiculado na Carta da Terra; Apresentar sinteticamente as
principais características de cada meio de comunicação e as peculiaridades
encontradas durante a pesquisa; Comentários adicionais sobre o conteúdo do
trabalho; Avaliação do processo de ensino aprendizagem etc.
Capítulo 6 — REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA
REALIDADE BRASILEIRA
500
Objetivo: Demonstrar como cada um dos Veículos da equipe representa a
Realidade Brasileira, em seus diversos aspectos e comparar seus achados com a
das demais equipes de pesquisa.
Capítulo 5 — COMPARAÇÃO ENTRE OS MEIOS
Capítulo 4 — CARACTERÍSTICAS DOS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO
Objetivo: Para ambos, estabelecer comparações com base nas análises do
capítulo 3, para ressaltar as principais características de cada veículo de
comunicação e suas especificidades, bem como de cada meio respectivamente.
Capítulo 3 — ACHADOS DA EQUIPE
Objetivo: Apresentar a análise individualizada dos veículos, a partir de cada
uma das matérias analisadas por tema e usando os critérios definidos em
conjunto no início do curso.
Capítulo 2 — METODOLOGIA
Objetivo: Mostrar a BASE, os FUNDAMENTOS, de todo o processo que
terminará nas conclusões a serem apresentadas no capítulo 7. Equivale, na
Publicidade, à EVIDÊNCIA DE APOIO, aquilo que comprova que uma
afirmação é verdadeira. Se alguém discordar das conclusões no capítulo 6, ou
dos passos em qualquer outra etapa, será confrontado com o Capítulo 2, que
demonstrará que a análise não representa um mero "achismo", como
(infelizmente) existe em muitos trabalhos acadêmicos de Comunicação Social e
Ciências Humanas, em geral (vide "O telhado de vidro do relativismo"). A
metodologia é fundamental para explicar como se chega ao resultado final.
Capítulo 1 — INTRODUÇÃO
Objetivo: Contextualizar o estudo, mostrando a justificativa da importância
(1.2), os objetivos (1.3) e a estrutura (1.4) do que será apresentado. O Capítulo
501
revela que o Trabalho "não caiu do céu", mas foi produto de uma indagação
situada no tempo e no espaço.
Portanto, esta PIRÂMIDE INVERTIDA (vide aula sobre
Comunicação e o Lide) dos Capítulos pode esclarecer melhor o que é MEIO e
o que é o FIM no trabalho de pesquisa, bem como o encadeamento, a razão de
ser e os objetivos específicos de cada parte / capítulo / seção.
Por isso, O TRABALHO SÓ ESTARÁ REALMENTE
COMPLETO NO CAPÍTULO 7, como pode ser percebido pelo
encadeamento lógico das partes.
Não se trata de um trabalho de "Jornalismo Comparado", ou
"Comunicação Comparada": as comparações são um MEIO, uma metodologia
de análise, para tentar responder a pergunta central (e final) da disciplina:
COMO OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO REPRESENTAM A
REALIDADE BRASILEIRA? (Estudo de caso dos Veículos X, Y, Z)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contexto do problema da pesquisa
1.2 Justificativa da relevância
1.3 Objetivos
1.4 Organização do relatório
2 METODOLOGIA DE PESQUISA
2.1 Descrição das etapas da pesquisa
2.2 Definição dos critérios de análise das matérias
2.3 Organização da equipe para produzir a pesquisa
2.4 Descrição do objeto de estudo: síntese das matérias selecionadas
2.4.1 Tema 07
502
2.4.2 Tema 08
2.4.3 Tema 09
2.4.4 Tema 10
2.4.5 Tema 11
2.4.6 Tema 12
2.4.7 Tema 13
2.4.8 Tema 14
3 ACHADOS DA EQUIPE
3.1 Sobre Jornal
3.1.1 Tema 07
3.1.2 Tema 08
3.1.3 Tema 09
3.1.4 Tema 10
3.1.5 Tema 11
3.1.6 Tema 12
3.1.7 Tema 13
3.1.8 Tema 14
3.2 Sobre Revista
3.2.1 Tema 07
3.2.2 Tema 08
3.2.3 Tema 09
3.2.4 Tema 10
3.2.5 Tema 11
3.2.6 Tema 12
3.2.7 Tema 13
3.2.8 Tema 14
3.3 Sobre Radio
503
3.3.1 Tema 07
3.3.2 Tema 08
3.3.3 Tema 09
3.3.4 Tema 10
3.3.5 Tema 11
3.3.6 Tema 12
3.3.7 Tema 13
3.3.8 Tema 14
3.4 Sobre TV
3.4.1 Tema 07
3.4.2 Tema 08
3.4.3 Tema 09
3.4.4 Tema 10
3.4.5 Tema 11
3.4.6 Tema 12
3.4.7 Tema 13
3.4.8 Tema 14
3.5 Sobre Internet
3.5.1 Tema 07
3.5.2 Tema 08
3.5.3 Tema 09
3.5.4 Tema 10
3.5.5 Tema 11
3.5.6 Tema 12
3.5.7 Tema 13
3.5.8 Tema 14
3.6 Sobre a Realidade Brasileira
504
3.6.1 Tema 07
3.6.2 Tema 08
3.6.3 Tema 09
3.6.4 Tema 10
3.6.5 Tema 11
3.6.6 Tema 12
3.6.7 Tema 13
3.6.8 Tema 14
4 CARACTERÍSTICAS DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
4.1 Jornal
4.1.1 Características Típicas
4.1.2 Peculiaridades
4.2 Revista
4.2.1 Características Típicas
4.2.2 Peculiaridades
4.3 Radio
4.3.1 Características Típicas
4.3.2 Peculiaridades
4.4 TV
4.4.1 Características Típicas
4.4.2 Peculiaridades
4.5 Internet
4.5.1 Características Típicas
4.5.2 Peculiaridades
5 COMPARAÇÃO ENTRE OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
5.1 Características comuns
5.2 Peculiaridades
505
6 REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA REALIDADE BRASILEIRA
6.1 Síntese dos achados
6.2 Avaliação do grau de sustentabilbidade
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
506
APÊNDICE C
MODELO DE ORGANIZAÇÃO DO TERMO DE COMPROMISSO DE
TRABALHO EM EQUIPE
1. Nome da Equipe
2. Nome e Contato dos Integrantes da Equipe (telefone e e-mail)
3. Descrição da Personalidade da Equipe
4. O que é trabalhar em equipe?
5. Regras de ouro de convivência em equipe:
6. Critérios de avaliação da participação dos membros da equipe
7. Cronograma semestral de reuniões, indicando data, hora e local da reunião
8. Email da equipe (gmail):
507
EPÍLOGO
Profa. Dra. Fátima Sobral Fernandes
Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes,
a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça,
sou grato a esses professores.
Khalil Gibran117
Epílogo, do grego epílogos – conclusão – e do latim epilogus, é uma
parte de um texto, no final de uma obra, que constitui a sua conclusão ou
remate.
Neste caso, caro Leitor, a Equipe LIMK está agradecida por você ter
se interessado por sua produção cientifica.
Espera-se que o conteúdo desta obra tenha sido útil para ampliar
seus conhecimentos sobre o Espírito Brasileiro e sobre o que pensa o
universitário sobre a agenda política brasileira de discussões.
Se a obra lhe foi útil, solicitamos que a recomende para leitura de
amigos e nos ajude a divulgá-la.
117
Nascido em Bicharre, 6 de janeiro de 1883, morreu em Nova Iorque, 10 de abril de 1931, também
conhecido simplesmente como Khalil Gibran, foi um ensaísta, filósofo, prosador, poeta,
conferencista e pintor de origem libanesa, cujos escritos, eivados de profunda e simples beleza e
espiritualidade, alcançaram a admiração do público de todo o mundo.
508
Caso tenha sugestões ou questões a levantar motivadas pela obra, nos
deixe saber como solicitamos na Nota dos Autores, que consta do início da
obra, e desde já suplicamos benevolência em relação aos eventuais problemas
de editoração.
Se de fato gostou e quiser retribuir a contribuição recebida por meio
dela, eleja um projeto de responsabilidade socioambiental de sua preferência e
faça uma doação no valor que julgar próprio ao que recebeu.
Decidimos divulgar a obra gratuitamente para permitir esta troca de
valor. Solicitamos apenas que nos avise a quem fez a doação para que
possamos registrar os efeitos de nosso trabalho e desde já muito obrigada.
(limk.eco.ufrj@gmail.com ou fatsofer@ufrj.br)
O futuro dessa equipe com minha aposentadoria sofrerá alterações,
mas de certo que o destino final das personagens dessa história – os estudantes
do LIMK, futuros profissionais de diversos setores da vida produtiva do País
ficará enriquecido se soubermos que nossa produção produziu efeitos. Avise-
nos se publicar algo citando nossa obra. Teremos imenso prazer em também
sermos seus leitores.
Despedimo-nos, sugerindo que consulte os outros volumes da Série
Visão Universitária, editados pelo Conselho de Minerva, cuja relação encontra-
se a seguir:
Volume 1: Ética e Relações Internacionais
Volume 2: no prelo
Volume 3: no prelo
509
Voluma 5: Marketing Digital Para Aprendizes: o que é, para que
serve e como fazer.
Volume 6: Em busca da excelência na gestão: coaching para
pequenos empreendedores
510
Organizadora
Fátima Sobral Fernandes Co-organizadores
Sebastião Amoêdo Luiz Sólon Gallotti
Claudete Lima AUTORES UNIVERSITÁRIOS DA UFRJ