Entrevista ao jornal "Cidade Hoje"

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Luís Paulo Rodrigues deixa Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e aceita convite do Brasil

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19 de Julho 2012 CIDADE HOJE ENTREVISTA 11

CIDADE HOJE (CH) �Como assessor do presi-dente da Câmara, cargo deconfiança política, comoacha que foi visto pelapopulação e pelos parti-dos que suportam a coli-gação: como político oucomo profissional de co-municação?

Luís Paulo Rodrigues(LPR) � Mais importante doque saber como é que fuivisto, foi ter cumprido com omeu dever profissional comoassessor de comunicação eassessor político do presi-dente Armindo Costa, traba-lhando diariamente comcompetência, rigor e muitadiscrição, ajudando a comu-nicar as acções e realiza-ções desenvolvidas pela Câ-mara Municipal. Nestes lu-gares o que conta é servir olíder e a organização comlealdade e profissionalismo.Foi assim que trabalhei du-rante mais de 10 anos. Te-nho perfeita noção de quecontribui activamente paracriar uma liderança políticaautárquica que ficará nahistória do município, portudo aquilo que foi realizadoem apenas uma década, emfavor do desenvolvimento deVila Nova de Famalicão e daqualidade de vida dos fa-malicenses.

CH � Que balanço fazdo seu trabalho como Ad-junto do Presidente da Câ-mara para a Comunicaçãono Município de Vila Novade Famalicão?

LPR � É um balançomuito positivo. Os resultadoseleitorais, sempre em cres-cendo, de 46%, em 2001, atéaos 59%, em 2009, são aprova do sucesso do traba-lho realizado. Para a oposi-ção ter chegado a comparar-me a Joseph Goebbels éporque o trabalho foi bem fei-to. Foi uma década muitointensa, em que foi possível,através da comunicação,transmitir aos famalicensesa grandeza e a importânciapara o concelho do trabalhodo presidente Armindo Costae da sua equipa de verea-dores. O arquitecto ArmindoCosta demonstrou ser o pre-sidente fazedor de que Fa-malicão precisava depois deuma década de letargia pro-vocada pela crise que dividiuo Partido Socialista. Por isso,em termos de comunicação,foi possível desenvolver con-ceitos muito fortes e verda-deiros como �Famalicão emMovimento�, �Futuro emConstrução�, �FamalicãoNão Pára�, os quais procurá-mos associar, na mente dosfamalicenses, às mensa-gens das campanhas dacoligação PSD-CDS/PP,

Luís Paulo Rodrigues deixa Câmara Municipal e aceita convite do Brasil

«Armindo Costa demonstrou ser o presidentefazedor de que Famalicão precisava»

se de fazer assessoriapolítica?

LPR � Neste momentotalvez gostasse de trabalharcom Pedro Passos Coelho,pois é óbvio que o primeiro-ministro precisa de melhorarsubstancialmente a sua for-ma de comunicar com os por-tugueses. Neste quadro difícilpara a governação do Paísseria um desafio estimulante,até porque Passos Coelho éum homem sério e honesto.É uma boa figura para ser tra-balhada. Entretanto, não é oúnico membro do Governo anecessitar de melhorar a co-municação. Vítor Gaspar, mi-nistro das Finanças, precisade se aproximar dos portu-gueses, precisa de ter umregisto público mais humano,deixando de lado o tom pro-fessoral e afastado da reali-dade que usa para se dirigiraos portugueses. E precisade humanizar o Ministério dasFinanças.

CH � Os políticos fa-malicenses sabem traba-lhar e promover a sua ima-gem do ponto de vistacomunicacional?

LPR � Uma coisa é apromoção da imagem e ou-tra a eficiência da comuni-cação. Grande parte dos po-líticos locais não comunicade forma eficiente e provei-tosa com os famalicenses,desperdiçando oportuni-dades de se darem a conhe-cer a si próprios e os seusvalores políticos, e transmitiros seus planos e projectospara Vila Nova de Famali-cão. Salvo uma ou outraexcepção, não aproveitam,por exemplo, as redes so-ciais como meio de comu-nicação das suas ideias. Poroutro lado, precisam de ali-nhar o discurso e as propos-tas pelos problemas daspessoas.

CH � Vai para o Brasil.Que projecto é esse que oleva para a cidade deFortaleza?

LPR � Fui convidadopela empresa Via Comuni-cação, para fazer parte doprojecto de expansão paratodo o Brasil nas áreas deconsultoria em comunica-ção, assessoria mediática,marketing político e relaçõespúblicas. É um novo cicloque se abre num País queadoro. Foi um convite irre-cusável. A Via Comunicaçãoé uma grande empresa, comactuação nos nove estadosdo Nordeste brasileiro, res-ponsável pela comunicaçãode grandes marcas e nomesdo Brasil. Estou muito ani-mado com o ciclo que se ini-cia. Vou fazer o que gosto,agora com novas pessoas,num novo mercado.

Luís Paulo Rodrigues pediu a demissão docargo de adjunto do presidente da Câmara Municipal deFamalicão para a comunicação, com efeitos a partir do dia21 de Agosto de 2012. Luís Paulo deixa o cargo, que exerciadesde 2001, por motivos de ordem pessoal mas tambémprofissional, e ruma ao Brasil, onde vai abraçar um projectode marketing político e comunicação estratégica na empresaViapresa Comunicação, em Fortaleza. Um dos primeirostrabalhos será a direcção de uma campanha eleitoral naseleições municipais brasileiras.

Na carta ao presidente da Câmara, manifesta o seuorgulho por ter servido o bem comum de Vila Nova deFamalicão por mais de uma década, não tendo dúvidas queArmindo Costa vai ficar na história local «como o melhorpresidente da Câmara desde a criação do concelho em 1835».

Luís Paulo Rodrigues, de 46 anos e natural de Cavalões,é formado em Ciências da Comunicação e da Cultura, ramode Marketing Aplicado, pela Universidade Lusófona do Porto.Fez toda a sua carreira profissional na área da comunicação,do jornalismo e do marketing político, já com mais de 25anos. Começou, como colaborador não remunerado, a

escrever para o �Jornal de Famalicão� e, ainda nos meiosde comunicação social locais, esteve na �Rádio de Fa-malicão�, �Rádio Vila Nova�, �Rádio Digital� e �Rádio CidadeHoje�; esteve na fundação do �Jornal Cidade Hoje� onde teveo seu primeiro contacto com o jornalismo profissional, e�Opinião Pública�, do qual foi o primeiro director. Passou,depois, por jornais de referência nacional, como o �Público�,a �Gazeta dos Desportos� e �O Comércio do Porto�, espe-cializando-se em temas de política e administração municipal.

Este foi o passo para abraçar a assessoria mediática, acomunicação política e as ciências da comunicação. Em 2001foi pela primeira vez assessor político e de imprensa dacampanha eleitoral protagonizada por Armindo Costa quesaiu vencedor, tendo sido reeleito em 2005 e em 2009. Comocomunicador, não deixou de experimentar os blogues, sendoautor de �Comunicação Integrada� (http://luispaulorodrigues.blogspot.pt), onde escreve sobrejornalismo, marketing, comunicação e temas relacionados;blogue que foi considerado, pelo jornal �Meios & Pu-blicidade�, como um dos cinco mais influentes em assuntosde comunicação.

para seu assessor de co-municação já nos conhe-cíamos. Mas antes disso eracostume falarmos sobre ofuturo de Famalicão. A certaaltura tive a percepção deque estaríamos destinados atrabalhar juntos. E assimaconteceu. Foi uma décadamuito profícua, em que juntá-mos uma boa relação profis-sional a uma relação pessoalque já existia. Como eu dissena carta de demissão, Armin-do Costa ficará na história lo-cal como o melhor presiden-te da Câmara desde a funda-ção do concelho. Por tudoaquilo que fez em todas asáreas da governação muni-cipal em tão pouco tempo.

CH � Qual a impor-tância da comunicação naacção política?

LPR � A comunicação éfundamental na acção po-lítica, na acção empresarial eem todas as acções pes-soais. O que não é comuni-cado e o que não é bem en-

tendido pelas pessoas nãoexiste.

CH � Que segredos hápara promover um candi-dato a político vencedor?

LPR � Não há se-gredos. O fundamental é queo candidato a político tenhacertas qualidades que pos-sam ser trabalhadas em fun-ção do cargo a que se can-didata e da conjuntura social,política e cultural envolvente.Como em tudo na vida, tam-bém na comunicação o maisimportante é haver bom sen-so. Na imagem de um candi-dato é possível trabalhar apostura, o olhar, o aperto demão, enfim, todo um con-junto de atitudes que mar-cam a diferença entre ins-pirar ou não credibilidade,força e confiança. Tudo istodeve ser feito sem adulterara personalidade do candi-dato. Naturalidade acima detudo. Uma das razões por-que Armindo Costa foi sem-pre bem recebido em todo o

lado era precisamente a na-turalidade com que ele enca-rava as pessoas. No co-ntacto com o povo, o presi-dente é imbatível, sem dei-xar de ser o homem que éno seu dia-a-dia. Depois éfundamental que o candidatosaiba o que pretende fazer,apresentando respostas esoluções que sejam bemcomunicadas ao eleitorado.É fundamental comunicar deforma segura e confiável,com um discurso honesto econcretizável, indicando assuas ideias, os seus projec-tos e também os seus so-nhos. É preciso contagiar oeleitor a juntar-se na mesmacaminhada e sonhar omesmo sonho.

CH � É imprescindívela um político ter um as-sessor de comunicação?

LPR � O assessor decomunicação é um mediadorfundamental entre o políticoe os meios de comunicação.

Um bom político pode

fazer muito por uma terra,por um povo, mas precisa decomunicar o seu trabalho.Um bom assessor é funda-mental para que esse políti-co possa comunicar eficaz-mente com as pessoas,transmitir as suas ideias eser compreendido. O asses-sor de comunicação é a peçaessencial no elo entre polí-tico e população, é como ofiel da balança � e muitas ve-zes o termómetro - que pre-para a mensagem e auxiliao político a auscultar os an-seios das populações, en-tender as suas necessi-dades, receber sugestões,elogios e críticas que o aju-darão a guiar o seu trabalho.O assessor planeia não ape-nas o conteúdo da mensa-gem, mas a forma e o tempoem que será transmitida.Todos esses ingredientessão fundamentais para oêxito comunicacional.

CH � Há alguma per-sonalidade a quem gostas-

designadamente �FamalicãoNão Pode Parar�, na cam-panha de 2005, e �Famalicãono Rumo Certo�, em 2009.Batia tudo certo com o queestava a acontecer no ter-reno.

CH � Como foi a suarelação com Armindo Cos-ta e, já agora, que balançofaz dos seus mandatos?

LPR � Já conhecia oarquitecto Armindo Costadesde 1985, quando fiz umareportagem sobre o 10º ani-versário da empresa ACO,que teve a presença deAmândio de Azevedo, minis-tro do Trabalho do Governode Mário Soares, num dosprimeiros trabalhos jornalís-ticos, então ao serviço do�Jornal de Famalicão�. De-pois, como jornalista, contac-tei com ele mais vezes nasequência da sua ligação ainstituições públicas, de-signadamente como dirigen-te do PSD e do FC Famali-cão. Quando fui convidado