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7/23/2019 Ens Fund Gabriela Mat
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OFICINA DE ALFABETIZAO
ALFABETIZAO: AFINAL... O QUE QUE EST ACONTECENDO?
OFICINA: O que a fala tem com a escrita?
MINISTRANTE: Profa. Dr. Gabriela C. M. de Freitas
Aquisio da escrita
A escrita um objeto simblico, um substituto que representa algo. Ela
no constitui uma transcrio fontica da fala, mas estabelece uma relao
essencialmente fonmica, isto , a escrita procura representar aquilo que
funcionalmente significativo, estabelecendo um sistema de regras prprias
(Kato, 1986; Ferreiro e Teberosky, 1991).
RELAO FALA/ESCRITA essencialmente fonmica
Exemplos: [profesor] professor (7 sons; 9 letras)
[taksi] txi (5 sons; 4 letras)
Para aprender a ler e escrever, o indivduo necessita entender a relao
estabelecida entre fala e escrita e conhecer o sistema de regras da escrita.Esse aprendizado uma atividade sistemtica e estruturada que se desenvolve
gradualmente, um momento particular de um processo mais geral de
aquisio da linguagem. Segundo Abaurre (1991)
em contato com a representao escrita da lngua que fala, osujeito reconstri a histria da sua relao com a linguagem. Acontemplao da forma escrita da lngua faz com que ele passea refletir sobre a prpria linguagem, chegando, muitas vezes, amanipul-la conscientemente... (Abaurre, 1991, p.39).
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Como afirma a autora, a aquisio da escrita exige que o indivduo reflita
sobre a fala, estabelea relaes entre os sons e sua representao na forma
grfica, entrando em jogo a conscincia fonolgica. Neste sentido, Morais
(1996, p. 176) aponta que a chave da linguagem escrita encontra-se na relao
desta com a linguagem falada. Ou seja, necessrio, inicialmente, descobrir a
relao existente entre fala e escrita para que se consiga dominar o cdigo
escrito.
Conforme Vygotsky (1996), a linguagem escrita exige um trabalho
consciente, no qual a criana deve desvincular-se do concreto. Um importante
obstculo para a maioria das crianas compreender o princpio alfabtico:
palavras escritas contm combinaes de unidades visuais (letras oucombinaes de letras) que so sistematicamente relacionadas s unidades
sonoras das palavras (fonemas).
Princpio alfabtico relao fonemas (sons) / grafemas (letras)
A manipulao da linguagem escrita necessita de um certo grau de
reflexo consciente a respeito das caractersticas gerais da escrita, dosgrafemas e dos fonemas. Para a identificao do princpio alfabtico a criana
deve reconhecer a relao som-letra e ser capaz de analisar, refletir, sintetizar
as unidades que compem as palavras faladas (Tunmer, Pratt, Herriman,
1984).
as crianas de um modo geral recorrem oralidade para fazervrias hipteses sobre a escrita, mas usam tambm a escrita,dinamicamente, para construir uma anlise da prpria fala(Abaurre, 1988, p. 140)
Observa-se, ento, que a aquisio da escrita est intimamente ligada
conscincia fonolgica, uma vez que para dominar o cdigo escrito
necessria a reflexo sobre os sons da fala e sua representao na escrita.
formulao de hipteses sobre a escrita
ALFABETIZAO reflexo sobre a relao entre a fala e a escrita
uso da conscincia fonolgica
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Conscincia fonolgica
A conscincia metalingstica a capacidade do ser humano de
pensar sobre a linguagem de forma consciente, expressando seu pensamento
atravs da prpria linguagem. Dentre os componentes da conscincia
metalingstica encontra-se a conscincia fonolgica, ou seja, a conscincia
com relao aos sons que ouvimos e falamos.
A conscincia fonolgicapossibilita a reflexo sobre os sons da fala, o
julgamento e a manipulao da estrutura sonora das palavras. Atravs de tal
conscincia identificamos palavras que rimam, comeam ou terminam com osmesmos sons e somos capazes de manipular a estrutura sonora para a
formao de novas palavras.
A conscincia fonolgica envolve o reconhecimento peloindivduo de que as palavras so formadas por diferentes sons quepodem ser manipulados, abrangendo no s a capacidade de reflexo(constatar e comparar), mas tambm a de operao com fonemas,slabas, rimas e aliteraes (contar, segmentar, unir, adicionar, suprimir,
substituir e transpor).(Moojen et al., 2003, p. 11).
EXEMPLIFICANDO:
gua mole em pedra dura
Tanto bate at que ___________
Luzia __ustrava o __ustre __istrado
o __ustre __istrado __uzia na __luz
- Lngua do p:
A professora contou a histria dos trs porquinhos.
__________________________________________________
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Nveis de conscincia fonolgica
A conscincia e a manipulao dos sons das palavras supem a
aquisio de diferentes nveis de conscincia fonolgica. Tais nveis esto
relacionados s diferentes maneiras atravs das quais as palavras e slabas
podem ser divididas em unidades sonoras menores.
a) CONSCINCIA DE RIMAS E ALITERAES permite a
identificao de palavras que compartilham um mesmo grupo de sons, no incio
ou no final das palavras.A rima faz parte da vida das crianas desde cedo, pois est presente em
msicas, brincadeiras e histrias infantis. Essa caracterstica faz dela um nvel
de conhecimento elementar (Rueda, 1995) que parece ser parte natural e
espontnea do desenvolvimento lingstico (Goswami e Bryant, 1990).
EXEMPLIFICANDO:
Identificao de rima
- Que palavra rima com drago? (rato / sabo / caf )
- O que Claudionor pe embaixo do cobertor?
Um urso de pelcia.
Uma carta de amor.
Um pijama estampado.
Identificao de aliterao
- Que palavra comea como trator? (prato / fada / trigo)
- Troca o trigo, traz o troco.
__oca o __inco, __az o __oco.
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b) CONSCINCIA DE SLABAS permite o reconhecimento das slabas
das palavras. O primeiro e talvez o mais bvio caminho da segmentao
sonora.
EXEMPLIFICANDO:
Segmentao de slaba
Quais so os pedaos (as slabas) da palavra sorvete?
Identificao de slaba
Qual a palavra que comea como sopa? (moa sof fita).
c) CONSCINCIA DE FONEMAS (CONSCINCIA FONMICA)
permite a identificao de que as palavras so compostas por fonemas, ou
seja, pelas menores unidades de som que podem mudar o significado de uma
palavra.
EXEMPLIFICANDO:
Identificao de fonemas
- Que palavra comea com /s/?
Segmentao de fonemas
- Quais so os sons da palavra uva?
RETOMANDO:
CONSCINCIA conscincia de slabas conscincia
de fonemas conscincia
de rimas ealiteraes FONOLGICA
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Conscincia fonolgica e alfabetizao
Existem muitas pesquisas que investigam a relao entre conscincia
fonolgica e alfabetizao, buscando desvendar como se d essa relao: a
conscincia fonolgica causa ou conseqncia da aquisio da escrita?
Estudos recentes tm demonstrado que conscincia fonolgica e
alfabetizao se desenvolvem atravs de uma influncia recproca. Ou seja, as
crianas antes de estarem alfabetizadas apresentam nveis de conscincia
fonolgica que contribuem para a alfabetizao, enquanto a alfabetizao
contribui para o aprimoramento desses nveis de conscincia fonolgica.
CONSCINCIA FONOLGICA ALFABETIZAO
No Brasil, estudos evidenciam que o desenvolvimento e o
aprimoramento das habilidades em conscincia fonolgica contribuem para aalfabetizao. Crianas que apresentam um bom desempenho em conscincia
fonolgica normalmente apresentaro um bom desempenho em leitura e
escrita. Dessa forma, parece que a conscincia fonolgica pode ser uma
ferramenta de auxlio para a alfabetizao.
CITANDO ALGUNS ESTUDOS REALIZADOS NO BRASIL:
Cielo (1996) realizao de treinamento em conscincia
fonolgica e verificao de existncia de uma relao positiva
entre o grau de conscincia fonolgica e o desempenho na fase
inicial da leitura.
Cardoso-Martins (1995) - estudo longitudinal sobre a relao
entre diferentes nveis de conscincia fonolgica e a aquisio da
escrita e da leitura. Os resultados mostraram que a conscincia
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em relao aos fonemas de grande importncia para o xito nas
atividades de leitura e escrita.
Morais (1997) aplicao de um teste de conscincia fonolgica
e comparao do desempenho de um grupo de leitores
proficientes com o de um grupo de leitores no-proficientes.
Constatao de que o grupo de leitores no-proficientes obteve
piores resultados nos testes, levando concluso de que o nvel
de conscincia fonolgica est relacionado ao desempenho na
leitura.
Menezes (1999) observao da conscincia fonolgica na
relao entre a fala e a escrita de crianas com problemas de
fala. A conscincia fonolgica pode ser encarada como um
facilitador para a alfabetizao dessas crianas.
Capovilla e Capovilla (2000) desenvolvimento de um
procedimento para desenvolver conscincia fonolgica e ensinarcorrespondncias grafo-fonmicas em crianas de pr-escola a 2a
srie. Procedimentos para desenvolver conscincia fonolgica e
ensino sistemtico das correspondncias grafemas-fonemas
podem prevenir e remediar atrasos em leitura e escrita.
Costa (2002) - investigao da relao entre o desempenho em
conscincia fonolgica de crianas no Jardim B e, futuramente, odesempenho dessas crianas em atividades de escrita na 1a
srie. Crianas com altos nveis de conscincia fonolgica no
Jardim B apresentaram melhor desempenho na escrita um ano
depois.
Freitas (2003) - observao, a partir de um acompanhamento
longitudinal, do aprimoramento das habilidades metafonolgicasentre os 4 e 8 anos de idade (do Jardim 2asrie). A conscincia
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fonolgica pode ser observada em crianas de 4 anos e, a partir
da, apresenta desenvolvimento intimamente ligado
alfabetizao. O estudo mostra a relao entre as habilidades
metafonolgicas e as hipteses de escrita das crianas.
Os resultados de estudos realizados no Brasil, assim como em outros
pases, apontam para a importante relao entre conscincia fonolgica e
alfabetizao. Crianas em idade pr-escolar j apresentam conscincia
quanto aos sons da fala e tal conscincia auxilia no processo de
reconhecimento da relao entre os sons e as letras, processo esse necessrio
para o incio do desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita.Percebe-se, ento, que a conscincia fonolgica um componente de
extrema importncia para a aquisio da escrita, uma vez que ela que
possibilita a reflexo sobre os sons que devem ser representados
graficamente.
PARA PENSAR: Se a conscincia fonolgica contribui positivamente
para a alfabetizao, por que no realizar atividades que desenvolvam talconscincia?
Mtodos de alfabetizao
Na nsia de afastar os monstros do analfabetismo e da evaso escolar
muitas mudanas j ocorreram com relao prtica de alfabetizao. No
Brasil surgiram diversos mtodos e tendncias que pretendiam (ou pretendem)
contribuir para o sucesso na alfabetizao. Infelizmente, esses mtodos no
so frmulas mgicas e tampouco contentam a todas as pessoas envolvidas
na tarefa de alfabetizar.
Podem ser identificados dois grandes grupos de mtodos de
alfabetizao: os mtodos sintticos (ascendentes), que iniciam a
alfabetizao a partir de elementos menores do que a palavra, e os mtodos
analticos (descendentes), que partem da palavra ou de unidades maiores.
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Em linhas gerais, as caractersticas desses mtodos esto apresentadas
no quadro a seguir.
Mtodos sintticos Mtodos analticos
- correspondncia entre o oral e o escrito;
- das partes para o todo;
- ensino das letras (mtodos alfabticos);
- associao de fonemas representao
grfica (mtodo fontico);
- correspondncia som-letra
- uso de cartilhas, de slabas sem sentido
(mtodo silbico);
- estratgia auditiva;
- aprendizado da leitura e da escrita =
questo mecnica.
- reconhecimento global das palavras ou
oraes;
- do todo para as partes;
- uso de unidades significativas;
- estratgia visual;
- aprendizado da leitura e da escrita =
questo global.
Esses mtodos tradicionais de alfabetizao pretendem controlar a
aprendizagem, decidindo quando e como a criana deve aprender. So
ensinados, primeiramente, os padres som/letra considerados mais fceis,
sendo criada uma seqncia artificial de ensino. A criana exposta a
fragmentos da lngua: sons e letras isoladas e sentenas descontextualizadas.
A concepo (e no mtodo) construtivista
Em contrapartida tentativa de controlar a aprendizagem esto os estudos
de Emlia Ferreiro, que consideram as descobertas da criana com relao
escrita. As pesquisas realizadas pela autora demonstraram que as crianas
percorrem caminhos durante a aquisio da escrita e elaboram suas prprias
hipteses. A partir disso, a alfabetizao comea a ser vista como uma
atividade que permite que a criana construa seu conhecimento sobre a
escrita. Essa viso conta com os seguintes pressupostos:
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A obteno do conhecimento um resultado da prpria atividade do
sujeito.
Ponto de vista interacionista (Piaget).
Sujeito ativo, ponto de partida da aprendizagem.
Erros construtivos: pr-requisitos necessrios para a obteno da
resposta correta.
Conflito cognitivo.
Observao das hipteses das crianas: pr-silbica; silbica, silbica-
alfabtica; alfabtica.
Segundo Ferreiro e Teberosky (1991), a aprendizagem da leitura e da
escrita inicia-se muito antes do que a escola o imagina, pois as crianas esto
em contato com a escrita desde cedo. Elas esto expostas a um mundo
letrado, onde vem constantemente a escrita e o uso que as pessoas fazem
dela. Aos 6 anos a criana possui toda uma srie de concepes sobre a
escrita, as quais precedem a alfabetizao convencional e a ela do lugar
(Kato, Moreira e Tarallo, 1998).Os aspectos fundamentais para a aquisio da escrita so a
competncia lingstica da criana e suas capacidades cognoscitivas. O
desenvolvimento da competncia para a escrita um fenmeno de natureza
complexa. Alm de uma dimenso psico-scio-lingstica, h uma dimenso
que implica o desenvolvimento da capacidade metalingstica, capacidade de
identificar e manipular unidades como a slaba e o fonema (Ferreiro e
Teberosky, 1991).O trabalho de Ferreiro e Teberosky (1991) apresenta uma psicognese
das etapas de aquisio da escrita trilhadas pelas crianas, representadas por
quatro hipteses de escrita, quais sejam: hiptese pr-silbica, hiptese
silbica, hiptese silbico-alfabtica e hiptese alfabtica.
Hiptese pr-silbica - Em um primeiro momento da hiptese pr-
silbica, escrever reproduzir traos tpicos da escrita que a criana conhece,
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grafismos separados entre si, compostos por linhas curvas e/ou retas, ou
grafismos ligados entre si com uma linha ondulada.
EXEMPLO1:
(esqueleto)
Em um segundo nvel dentro da hiptese pr-silbica, a criana acredita
que para ler coisas diferentes deve haver uma diferena objetiva nas escritas.Neste momento, duas hipteses so formuladas: 1) nmero mnimo (nunca
menos que trs) de grafismos para escrever algo; 2) variedade nos grafismos.
Neste nvel, a forma dos grafismos mais definida e mais prxima das
letras. A criana pode adquirir certos modelos estveis de escrita, formas fixas
que capaz de reproduzir na ausncia do modelo, sendo o nome prprio a
forma mais importante. Porm, a correspondncia entre o nome e a escrita
ainda global.
EXEMPLOS:
castelo HNMA; AESEDR; IFALAIELN; ESDQLAHC
Hiptese silbica Nesta hiptese observa-sea tentativa da criana de
dar um valor sonoro a cada uma das letras que compem uma escrita; cada
letra vale por uma slaba.
EXEMPLOS:
esqueleto IQEO; ICQLO; IPEO
fantasma - FAM
Hiptese silbico-alfabtica Nesta hiptese de escrita a criana
comea a abandonar a hiptese silbica e descobre a necessidade de fazer
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uma anlise que v alm da slaba. A hiptese silbica entra em contradio
com o valor sonoro atribudo s letras. H uma manifestao alternante do
valor silbico ou fontico para as diferentes letras.
EXEMPLOS:
castelo CASTLO; CATLU
esqueleto - ISQLETO; ISQLEO
Hiptese alfabtica Ao chegar a esse nvel, a criana j
compreendeu que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores
sonoros menores que a slaba, realizando uma anlise sonora dos fonemasdas palavras que vai escrever. A partir desse momento a criana se defrontar
com as dificuldades prprias da ortografia, mas no ter problemas com a
escrita, no sentido estrito.
EXEMPLOS:
castelo CASTELU
fantasma FTASMAesqueleto ESCELETO; ISQELETO
monstro MONSTRU
A partir de um uso inadequado das idias de Emlia Ferreiro, a
alfabetizao passou a ser encarada como um processo em que a criana
descobre tudo sozinha. O professor tornou-se um observador das descobertas
dos alunos, afastando-se um pouco de seu papel de educador.As mudanas propostas para a alfabetizao enfraqueceram o ensino
da relao som-letra, apostando que com o tempo, com a prtica de leitura os
alunos descobririam as convenes da escrita. A famosa frase Escreve do teu
jeito passou a ser o slogan da alfabetizao. No entanto, existem momentos
em que os alunos precisam de respostas para suas dvidas. Nesses
momentos o professor deve assumir seu papel de educador e mostrar aos
1Os exemplos usados fazem parte dos dados coletados para a tese de doutorado da autora.
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alunos as regras existentes no cdigo escrito, pois existem convenes que
devem ser ensinadas.
PARA PENSAR:
slogan da alfabetizao
Escreve do teu jeito
Sempre ???
O abandono do trabalho com as relaes entre os sons e a grafia das
palavras faz com que o professor no utilize as capacidades da criana de
refletir sobre os sons da fala. Dessa forma, perde-se a oportunidade de usar
das habilidades das crianas para auxilia-las na aquisio da escrita.
Ento, qual a sada? Como saber qual das propostas de alfabetizao
a mais eficiente? Qual a proposta que proporciona maior sucesso?... So
essas algumas das questes que podem surgir aos professores, angustiados epreocupados em descobrir a melhor forma de proporcionar aos seus alunos a
descoberta do mundo da escrita. O que temos que pensar que, como afirma
Cagliari (1998, p.34) nenhum mtodo educacional garante bons resultados
sempre e em qualquer lugar; isso s se obtm com a competncia do
professor. O mtodo (enquanto ao especfica do meio) pode ajudar ou frear,
facilitar ou dificultar, porm no criar aprendizagens. (Ferreiro e Teberosky,
1991, p.29).Parece, ento, sensata a busca do equilbrio entre o ensino da relao
fonema/grafema e os momentos de descobertas dos alfabetizandos. Deve-se
respeitar o caminho dos alunos no desenvolvimento de suas hipteses sobre a
escrita e possibilitar o trabalho com textos e momentos de ensino sobre a
escrita. importante a existncia de um equilbrio entre o tradicional e o atual,
focalizando sempre o objeto da aquisio da escrita: A LINGUAGEM.
Atualmente parece que atravs da experincia e competncia como
alfabetizadores, os professores tm cada vez mais se dedicado seriamente ao
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prprio objeto de estudo e ensino: a linguagem. Essa dedicao est
resgatando a importncia do ensino do alfabeto, das relaes entre as letras e
os sons, os diferentes sistemas de escrita e a ortografia, visando prtica de
verdadeiramente alfabetizar (Cagliari, 1998). Na busca desse resgate do
estudo da linguagem, entra em jogo o importante trabalho com os sons da
fala, com as habilidades em conscincia fonolgica.
ATENO: No se pretende aqui defender nenhum mtodo de
alfabetizao, mas apontar para a importncia do trabalho com a
linguagem, com as capacidades metafonolgicas das crianas.
necessrio que o professor alfabetizador use no mtodos prontos, masbom-senso para saber o que pode auxili-lo no ensino da lecto-escrita.
O trabalho com os sons em sala de aula
Estudos sobre conscincia fonolgica e aquisio da escrita evidenciam
a importncia de trabalhar com o som em sala de aula, utilizar as capacidadesdas crianas quanto fala, lev-las a pensar sobre os sons das palavras e a
correspondncia com a escrita.
A leitura e a escrita iniciais pressupem a descoberta da relao grafo-
fonolgica (grafemas/fonemas), baseada em um esforo da criana para
realizar a converso letras sons / sons - letras. Para tanto, a criana deve
reconhecer a relao som-letra, ser capaz de analisar, refletir, sintetizar as
unidades fonmicas que compem as palavras faladas (Tunmer, Pratt,Herriman, 1984). necessrio estabelecer uma ligao entre os sons da fala e
os grafemas da escrita, alcanada atravs da reflexo consciente (conscincia
fonolgica).
Uma vez que a conscincia fonolgica parece ser um componente
essencial para o incio da alfabetizao, para a descoberta das relaes grafo-
fonolgicas, pode-se sugerir que essa conscincia seja trabalhada em sala de
aula desde antes do incio da alfabetizao, chamando a ateno da criana
para os sons das palavras. Esse trabalho pode ser realizado em momentos de
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brincadeiras em sala de aula, de leitura de livros infantis, de atividades que
envolvam msica, textos, poesias, proporcionando a reflexo sobre os sons e a
manipulao dessas unidades.
Utilizando-se da conscincia da criana com relao aos sons pode-se
fazer com que ela reflita sobre a leitura e escrita, julgue as palavras que leu ou
escreveu, pense nos sons das palavras e nas letras que os representam
(Freitas, 2002).
Sugere-se o trabalho com os sons em sala de aula no como um
mtodo, mas como um auxlio para a aquisio da escrita. Atravs de
atividades que acessem a conscincia fonolgica, as crianas podero
demonstrar suas habilidades em manipular os sons, sendo incentivadas arefletir sobre os sons das palavras e a correspondncia com o registro escrito.
Os professores podem se valer de jogos, brincadeiras e exerccios que
envolvam as habilidades da criana de identificar, comparar, e manipular os
sons. Essas atividades devem ser oferecidas como suplemento que
proporcione criana a prtica de brincar com os sons e incentive o
desenvolvimento do conhecimento sobre os sons da fala e sua relao com a
representao escrita. O professor deve valer-se do contraste entre a fala e aescrita para organizar atividades que envolvam os dois cdigos (Tasca, 2002).
O estabelecimento da relao entre a fala e a escrita, quando bem
conduzido, pode contribuir para o bom desempenho das crianas em
atividades de leitura e escrita. Conforme afirma Morais (1996), os programas
que exercitam habilidades de anlise fonmica e correspondncias entre as
letras e os sons permitem progresso significativamente mais importantes em
leitura e escrita do que aqueles que s exercitam uma dessas competncias. Oacompanhamento da evoluo da escrita das crianas, juntamente com a
abordagem das habilidades metafonolgicas trazem contribuio para a
aquisio da escrita.
Acredita-se na estimulao do trabalho com os sons e sua relao com
a escrita no como um retorno a mtodos ultrapassados, mas como apoio para
um caminho construtivo de aquisio da escrita. As habilidades
metafonolgicas devem ser estimuladas atravs de jogos e brincadeiras no
como um treinamento, mas como uma estimulao com carter preventivo.
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Esse trabalho pode ser mais uma ferramenta para instrumentalizar educadores
e terapeutas no trabalho com crianas em processo de aquisio da escrita.
Como nos diz Scliar-Cabral (2003), nos primeiros anos de escola que se
decide fundamentalmente quem ser um bom leitor ou redator(p. 20). Sendo
assim, parece imprescindvel que se dedique cada vez mais ateno
aquisio da escrita, buscando estratgias que aprimorem essa aquisio.
CONFIAS
Apresenta-se aqui um teste elaborado para o portugus por um grupo de
psicopedagogas, lingistas, fonoaudilogas e psicloga, que permite aobservao do desempenho de crianas em tarefas que envolvam a
conscincia fonolgica. Esse instrumento pode servir para educadores e
terapeutas que pretendam acompanhar o desenvolvimento das crianas em
habilidades metafonolgicas e a relao desse desenvolvimento com a
aquisio da escrita.
TTULO: CONFIAS Conscincia fonolgica: instrumento de avaliao
seqencialAUTORAS: Snia Moojen (org.); Gabriela C. Menezes de Freitas; Maity
Siqueira; Rosangela Marostega Santos; Raquel Brodacz; Elizabet Guarda;
Adriana Costa.
Editora: Casa do Psiclogo / So Paulo Ano:2003.
ESTRUTURA DO CONFIAS
Nvel da slaba Nvel do fonema
S1 SnteseS2 Segmentao
S3 Identificao de slaba inicial
S4 Identificao de rima
S5 Produo de palavra com a slaba
dada
S6 Identificao de slaba medial
S7 Produo de rima
S8 Excluso
F1 Produo de palavra que inicia com osom dado
F2 Identificao de fonema inicial
F3 Identificao de fonema final
F4 Excluso
F5 Sntese
F6 Segmentao
F7 Transposio
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S9 Transposio
Sugestes de atividades
As atividades que envolvem a conscincia fonolgica devem ser ldicas,
tendo como objetivo no um ensino ou um treinamento, mas a pretenso de
desenvolver as habilidades em conscincia fonolgica a partir de brincadeiras
muitas vezes corriqueiras em sala de aula, incentivando a criana a participar
ativamente das atividades e a construir suas prprias hipteses. Essas
atividades proporcionam o desenvolvimento das habilidades das crianas em
lidar com os sons e preparam para futuras tarefas que relacionem as unidades
sonoras aos grafemas.
ATIVIDADES ORAIS:
Slabas
- Bater palmas correspondentes aos nmeros de slabas de palavras e
frases.
- Cantar uma msica batendo palmas para cada uma das slabas.
- Recitar um poema marcando com os ps as slabas.
- Dizer palavras que comecem ou terminem com determinada slaba.
- Fazer perguntas que exijam reflexo sobre as slabas:
Quantos pedaos tem a palavra bola?
Qual palavra vai ficar se eu tirar o co de casaco?
E se eu tirar o sa de sapato?
Qual o pedao do meio da palavra castelo?
- Cantar uma msica excluindo determinadas slabas.O sapo no __va o p
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No __va porque no quer
Ele mora __ na __goa
No __va o p porque no quer
Mas que chul!
- Brincar com a lngua do p:
ca pa sa pa (casa)
pe ca pe sa (casa).
- Tirar uma slaba e desenhar o que sobrou:
bolacha soldado
Rimas e aliteraes:
- Ler um poema em voz alta para os alunos e perguntar quais as palavras
que rimam.
Corre cutia
na casa da tia
corre cip
na casa da vlencinho na mo
caiu no cho
moa(o) bonita(o)
do meu corao
- Dizer palavras que rimem com o prprio nome.
Ex.: Gabriela panela.
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- A partir de figuras, agrupar as palavras que rimam.
Ex.:
rato avio gato
- Completar as rimas
Fui na horta apanhar couvemarimbondo me mordeu
Fui dar parte polcia
A polcia me ______________
Um, dois, feijo com _________
Trs, quatro, feijo no __________
Cinco, seis, feijo ___________
Sete, oito, feijo com ___________
Nove, dez, comer ____________
A casinha da vov
Tranadinha de cip
O caf ta demorando
Com certeza no tem ________
- Descobrir
O que Marieta guarda dentro da gaveta?
( ) uma revista em quadrinhos
( ) a sua primeira chupeta
( ) um cachorrinho pequeno
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O que Dona Conceio tem embaixo do colcho?
( ) um colar de contas
( ) um livro de estimao
( ) um sapato furado
- Cantar uma msica e propor desafios.
Exemplo: No podemos falar as palavras que terminem com o.
- A partir de figuras, dizer palavras que comecem com os mesmos sons.
- Identificar, em um grupo de figuras, aquelas que comeam com os
mesmos sons.
d
Fonemas
- Fazer perguntas que exijam a reflexo sobre os fonemas:
Quantos sons tem a palavra sala ? (segmentar os sons batendo palmas)
Qual o ltimo som da palavra domin? ()
Qual palavra resta se eu tirar o / l / de luva? (uva)
- Dizer palavras que comecem com um determinado som.
Ex.: /s/ - sapo, sacola, sorvete, sopa, sino.
- Brincar com parlendas, trocando determinados sons:
- O rato roeu a roupa do rei de Roma.
- O pato poeu a poupa do pei de poma.
Um tigre, dois tigre, trs tigres.
U figre, dois figres, frs figres
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ATIVIDADES ESCRITAS
- Colocar as slabas das palavras em ordem
Exemplos:
MA TAS FAN (fantasma)
GOCEMOR (morcego)
PIVAMRO (vampiro)
- Pr um texto no flanelgrafo faltando slabas em algumas palavras. Os alunos
recebem cartes com slabas e devem completar o texto do flanelgrafo.
-Trocar slabas de uma palavra para escrever uma palavra nova.
Exemplos: cabelo cavalo
salada bolada.
-Colorir as palavras que rimam
A lua vem saindoredonda como um vintm
se eu no casar com voc
no caso com mais ningum.
- Sublinhar as palavras que comeam com os mesmos sons (aliteraes)
Chove chuva chuvisquinho
Minha cala tem furinhoChove chuva chuvarada
Minha cala est ____________
- Reescrever poesia: trocar as palavras que rimam por outras retiradas de
jornais e revistas.
- Recortar de jornais e revistas palavras que comecem com o mesmo som em
evidncia na poesia.
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- Completar a poesia
Quem quiser saber meu nome,
D uma jolta no jardim.
Que meu nome est escrito
Numa folha de ____________
Quem quiser saber meu nome,
D uma volta no mercado.
Que meu nome est escrito
Na faixa do ___________.
Quem quiser saber meu nome,
D uma olhada no quartel.
Que meu nome est escrito
No chapu do ___________.
-Aps a leitura de um texto, a professora a instrutora para que ele sejacolorido:
Colorir de vermelho todas as palavras que comecem com o som /v/.
Colorir de verde todas as palavras que comecem com o som /s/.
-Corrigir um texto louco. Algumas letras esto colocadas na posio errada.
Exemplo: O braco set vazio. (O barco est vazio)
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