Post on 17-Dec-2018
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
Assistência de Enfermagem ao Parto
• A assistência ao parto tem seu objetivo primordial – recém-nascido e parturiente sem problemas
relacionados ao parto – exige da equipe responsabilidade e critérios;
• A atenção adequada à mulher no momento do parto representa um passo indispensável para
garantir que ela possa exercer a maternidade com segurança e bem-estar;
• Este é um direito fundamental de toda mulher. A equipe de saúde deve estar preparada para
acolher a grávida, seu companheiro e família, respeitando todos os significados desse momento;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
Diagnóstico de Trabalho de Parto
• Presença de contrações uterinas em intervalos regulares, que vão aumentando a
frequência e intensidade progressivamente com o passar do tempo e não
diminuem com o repouso da gestante;
• O padrão contrátil inicial é, geralmente, de 1 contração a cada 3-5 minutos e
com duração entre 20 e 60 segundos;
• Apagamento (esvaecimento) e dilatação progressivos do colo uterino;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
• A perda do tampão mucoso e a formação da bolsa das águas são indicadores
menos precisos de trabalho de parto;
• Na maioria da vezes a rotura das membranas ocorre durante o trabalho de
parto, porém pode também ocorrer dias antes do início do trabalho de parto (12
a 20%);
• Condutas utilizadas no manejo da rotura prematura de membrana de gestações
a termo:
o Indução imediata do trabalho de parto;
o Indução após 6-12 horas;
o Conduta expectante por até 48h, com observação da gestante, seguida de
indução se o trabalho de parto não se iniciar espontaneamente;
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• Etapas do trabalho de parto (Ziegel, 1985):
o Primeira etapa: etapa de dilatação – começa com o início das contrações
regulares e termina com a dilatação completa da cérvix;
o Segunda etapa: etapa de expulsão - começa com a dilatação completa da cérvix
e termina com a saída completa do feto;
o Terceira etapa: etapa placentária - começa imediatamente após a criança nascer
e termina quando a placenta é liberada
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Momento da Internação
• Não existe um “momento ideal” para internar a gestante em trabalho de parto;
• O desejável é a internação seja já na fase ativa, porém não deve-se descartar a
internação precoce para aquelas gestante que tem dificuldade de acesso ao local
do parto e aquelas com condições que caracterizam gestação ou parto de risco:
idade gestacional superior a 41 anos, cesárea anterior, amniorrexe prematuara
e/ou patologias clínicas de grau leve;
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Admissão/ Internação da parturiente
• Anamnese:
o Antecedentes de morbidade
o Antecedentes obstétricos
o DUM
o Informações sobre movimentação fetal
o Dados sobre a evolução da gestação atual
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• Exame Clínico:
o Aferição dos sinais vitais ( pressão artéria, pulso e temperatura)
o Avaliação das mucosas para inferir ou não a presença de anemia
o Presença ou não de edema
o Presença de ou não de varizes em membros inferiores
o Ausculta Cardíaca
o Ausculta Pulmonar
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
• Exame Obstétrico:
o Ausculta da frequência cardíaca fetal ( antes, durante e após a contração
uterina)
o Medida da altura uterina
o Palpação obstétrica
o Se suspeita de sangramento ou amniorrexe prematura, realizar exame especular
de rotina
o Obs.: o toque vaginal pode ser postergado até que a gestante se encontre em
fase ativa do trabalho de parto
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• Tricotomia
o Não existem evidências científicas claras sobre a tricotomia dos pelo pubianos
o Pode gerar desconforto e risco para a parturiente: no momento de sua execução
e quando os pelos começam a crescer e se utilizado lâminas não descartáveis;
• Enteroclisma (enema)
o Benefícios são questionáveis: menor risco de infecção local, maior facilidade para
a descida da apresentação e influência positiva sobre a contratilidade uterina;
o Gera desconforto para a parturiente para sua execução, porém minimiza
constrangimento da mulher de evacuar no período expulsivo;
o A decisão de realizar ou não deve levar em conta a opinião da parturiente;
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Alimentação
o Na fase latente de trabalho de parto, as gestantes de baixo risco devem ser
orientadas a ingerir alimentos leves;
o Gestantes com maior risco para procedimento anestésicos ou para parto
cirúrgico devem permanecer em jejum durante o trabalho de parto
Higiene
o Banhos não são contra indicados durante o trabalho de parto;
o Banhos de chuveiro com água morna tem sido utilizado para aliviar a dor
durante o trabalho de parto – sensação de relaxamento físico contribui para o
bem estar da gestante
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Posição da parturiente
o Salvo raras exceções, a parturiente não deve ser obrigada a permanecer no
leito;
o Deambular, sentar, deitar são condições que as gestantes podem adotar no
trabalho de parto de acordo com sua preferência;
o Quando deitada, orientar decúbito lateral esquerdo -> decúbito dorsal horizontal
reduz o fluxo sanguíneo;
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Amniotomia
o Embora existam evidências que a amniotomia precoce possa reduzir a duração
do trabalho de parto em 60 a 120 minutos, efeitos indesejáveis podem ocorrer,
como: desacelerações precoces da FCF e alterações plásticas sobre o pólo
cefálico (bossa serossanguinolenta) Risco ainda de infecção ovular e puerperal
quanto maior for a duração do trabalho de parto;
o Assim, a rotura artificial deve ser evitada, reservando para as situações onde sua
prática seja claramente benéfica
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Vigilância da Vitalidade Fetal
o Controle rigoroso da frequência cardíaca fetal (FCF)
o Na fase latente do trabalho de parto e no início da fase ativa, deve ser realizado
a cada 60 minutos;
o Conforme progride a fase ativa, deve ser realizado a cada 30 minutos;
o Quando existe excesso de contratilidade uterina ( taquissistolia, hipertonia) quer
espontânea ou iatrogênica, o sofrimento fetal agudo pode se instalar em poucos
minutos -> vigilância contínua da FCF até que o quadro seja revertivo.
Desejável uso de monitores fetais para vigilância contínua;
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Uso do Partograma no Acompanhamento do Trabalho de Parto
o `Partograma: representação gráfica do trabalho de parto que permite
acompanhar, diagnosticar alterações e indicar tomadas de decisões adequadas;
o Os benefícios da interpretação gráfica da evolução do trabalho de parto são
inúmeros e o método é simples, podendo ser feito em qualquer folha de papel;
o Eixo abcissa (eixo X): tempo em horas
o Eixo ordenadas (eixo Y): à esquerda - dilatação cervical em centímetros e à
direita – descida da apresentação;
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• Fase latente do trabalho de parto: trabalho de parto inicial, com menor
velocidade de dilatação;
• Fase ativa: fase final – o parto se desenvolve mais rapidamente a partir dos 4
cm de dilatação;
• A abertura do partograma na fase latente ou no início da dilatação ( menor que
3-4 cm) implicaria em intervenções não só desnecessárias, mas também
iatrogênicas;
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• Para a construção de um partograma:
o Cada divisória corresponde a 1 hora na abcissa e a 1 cm de dilatação cervical e
de descida da apresentação na ordenada;
o Inicia-se o registro do gráfico quando a parturiente estiver na fase ativa do
trabalho de parto ( 2 a 3 contrações em 10 minutos, dilatação cervical mínima
de 3 cm). Em caso de dúvida, aguardar 1 hora e realizar novo toque;
o Se velocidade de dilatação estiver de 1cm/h, verificada em dois toques
sucessivos, confirma diagnóstico de fase ativa de trabalho de parto;
o A cada 2 horas, devem ser realizados toques vaginais, avaliando a dilatação
cervical, a altura da apresentação, a variedade de posição e as condições da
bolsa;
o Registra-se dilatação cervical com um triângulo e a apresentação com uma
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o O padrão das contrações uterinas, o padrão dos batimentos cardíacos fetais, a
infusão de líquidos e drogas e o uso de analgesia devem ser registrados;
o A dilatação cervical inicial marcada no ponto correspondente no gráfico,
traçando-se na hora imediatamente seguinte a linha de alerta. Em paralelo, 4
horas após, desenhamos a linha de ação;
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• Exemplo de ficha com partograma e linhas de alerta e ação
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• Na evolução normal do trabalho de parto, a curva de dilatação cervical se
processa à esquerda da linha de ação;
• Quando esse curva ultrapassa a linha de ação, trata-se de um parto disfuncional;
Erro na construção do partograma – iniciado na fase latente do trabalho de parto