Empreendedorismo Rural (João)

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Litoral

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Empreendedorismo Rural

André Jesus Elenir Ludwiszak

João Paulo BaptistaSandy Adrielle Kalb

O que é Rural?

De acordo com a definição oficial adotada pelo Brasil, é considerado RURAL tudo aquilo (território) que está fora dos limites urbanos dos municípios

Agricultura Familiar

Origem da agricultura familiar brasileira

• A história dos produtores de alimentos no Brasil, a agricultura familiar, está ligada à diferente trajetória de cinco grupos: índios, negros, mestiços, brancos não herdeiros e imigrantes europeus.

• Apesar de diferentes, estão ligados sob uma mesma unidade: a posição secundária que ocupavam dentro do modelo de desenvolvimento do país, desde sua origem, em relação à grande propriedade voltada à monocultura de exportação.

AGRICULTURA FAMILIAR(INCRA/FAO, 1996)

Características principais:• Limitado acesso à terra e recursos de capital ;• Uso predominante do trabalho familiar, com

o(a) chefe da família diretamente envolvido(a) no processo de produção, isto é, mesmo quando há alguma divisão do trabalho, o(a) chefe da família não assume papel exclusivamente gerencial;

AGRICULTURA FAMILIAR(LEI Nº 11.326, de 24 de julho de 2006)

Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos seguintes requisitos:

I.não detenha, a qualquer título, área maior do que quatro módulos fiscais;

II.utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento;

III.tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo;

IV.dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.

•Produção agropecuária de pequena escala;•Principalmente destinada ao consumo doméstico e mercado interno;•Principal fonte de renda para família;•Força de trabalho vem da família;•Produção diversificada;•Disponibilidade insuficiente de recursos de produção, terra, capital, tecnologia, com exceção de trabalho, que é relativamente mais abundante;•Condições agroecológicas e socioeconômicas heterogêneas, exigindo maior complexidade na elaboração de estratégias de melhorias;•Fracos vínculos com o mercado frágil articulação com pontos locais de comercialização.

CONTRIBUIÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA DE ALIMENTOS

Agricultura Familiar (da Veiga, J.E 1996)

Modelo Patronal

– completa separação entre gestão e trabalho

– organização centralizada – ênfase na especialização– ênfase em práticas agrícolas

padronizáveis– trabalho assalariado

predominante– tecnologias dirigidas à

eliminação das decisões “de terreno” e “de momento”

– tecnologias voltadas principalmente à redução das necessidades de mão-de-obra

– pesada dependência de insumos comprados

Modelo Familiar– trabalho e gestão intimamente

relacionados– direção do processo produtivo

assegurada diretamente pelos proprietários

– ênfase na diversificação– ênfase na durabilidade dos recursos

naturais e na qualidade da vida– trabalho assalariado complementar– decisões imediatas, adequadas ao

alto grau de imprevisibilidade do processo produtivo

– tomada de decisões in loco, condicionada pelas especificidades do processo produtivo

– ênfase no uso de insumos internos

Agricultura Familiar como setor estratégico para o país.

Políticas públicas para o setor contribuem para estabilidade econômica e social brasileira e coloca a agricultura familiar como um dos pilares para o desenvolvimento nacional.

SELO DA AGRICULTURA FAMILIAR

Instrumento de agregação de valor, uma vez que o produto oriundo da agricultura familiar promove valores cada vez mais exigidos pelos consumidores:• sustentabilidade• responsabilidade social• responsabilidade ambiental• valorização da cultura local• valorização da produção regional, que gera trabalho, renda e, consequentemente, desenvolvimento local sustentável.

Programa Nacional de Alimentação Escolar

(PNAE)

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), implantado em 1955, garante, por meio da transferência de

recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos de toda a educação

básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos)

matriculados em escolas públicas e filantrópicas.

ObjetivoAtender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a

aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a formação de hábitos

alimentares saudáveis.

Com a Lei nº 11.947/2009 fica determinado a utilização de, no

mínimo, 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (FNDE) para alimentação escolar, na compra de produtos da agricultura familiar e

do empreendedor familiar rural ou de suas organizações.

AnoRecursos financeiros(em milhões de R$)

Alunos atendidos(em milhões)

1995 590,1 33,21996 454,1 30,51997 672,8 35,11998 785,3 35,31999 871,7 36,92000 901,7 37,12001 920,2 37,12002 848,6 36,92003 954,2 37,32004 1.025 37,82005 1.266 36,42006 1.500 36,32007 1.520 35,72008 1.490 34,62009 2.013 47,02010 3.034 45,62011 3.051 44,42012 3.306 43,1

Dados estatísticos

PRONAF

• Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

• Criado em 2003 na gestão Lula

• Exclusivo para produtores familiares;

Objetivos do PRONAF:

• Fortalecer atividades desenvolvidas pelos produtores familiares;

• Integrá-lo à cadeia de agronegócios;• Proporcionar aumento de renda;• Agregar valor ao produto e a propriedade,

mediante a modernização do sistema produtivo;

• E a profissionalização dos produtores

Montante disponibilizado aos agricultores (Bilhões)

PAA (PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS)

Lei 10.696/2003 art 19. Fica instituído o Programa de Aquisição

de Alimentos com a finalidade de incentivar a agricultura familiar, compreendendo ações vinculadas à distribuição de produtos agropecuários para pessoas em situação de insegurança alimentar e à formação de estoques estratégicos, cuja regulamentação ocorreu por meio do Decreto nº 7.775, de 04/07/2012.

Objetivos do PAA• Estimular e fortalecer a agricultura

familiar;• Distribuição de alimentos à pessoas que

vivem em situações de insegurança alimentar e/ou nutricional;

• Formação de estoques estratégicos de alimentos no país;

INOVAÇÕES• Aquisição de produtos diretamente da

agricultura familiar, sem a necessidade de licitação, através do mercado institucional;

• Geração de renda e sustentação de preços aos agricultores familiares;

• Fortalecimento das organizações sociais (associativismo e do cooperativismo);

• Promoção da segurança alimentar e nutricional das populações urbanas e rurais;

• Promoção da diversificação da produção e melhoria da qualidade dos produtos;

• Incentivo ao manejo agro ecológico dos sistemas produtivos e ao resgate e preservação da biodiversidade.

• Para participar do PAA, os produtores devem se enquadrar nos critérios do Pronaf; • Preferencialmente organizados em

cooperativas, associações ou grupos de interesses formais;

• Isento de licitações e os preços são baseados pela cotação do mercado regional;

• Fornecimento a instituições assistenciais, escolas, asilos, hospitais, restaurantes populares,

cozinhas comunitárias, entre outros....

Apoio ao Empreendedorismo Rural:

O SENAR, SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL, criado pela Lei nº 8.315, de 23/12/91, é uma entidade de direito privado, paraestatal, mantida pela classe patronal rural, vinculada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA e administrada por um Conselho Deliberativo tripartite

• O SENAR não tem Unidades de Ensino. Por decisão institucional, as salas de aula são os locais onde o trabalhador e o produtor rural atuam. Pode ser numa área de plantação, num galpão da propriedade, embaixo de uma árvore e até na casa de um dos participantes do curso.

• Todas ações de promoção social, capacitações e cursos do SENAR são oferecidos, gratuitamente, a pessoas do meio rural associadas, direta ou indiretamente, aos processos produtivos agrossilvipastoris.

• Em 20 anos, o SENAR atendeu 60 milhões de produtores e trabalhadores rurais.

DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

O conceito de “Desenvolvimento Sustentável” é quando o desenvolvimento satisfaz as exigências do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações satisfazerem as suas necessidades. A Sustentabilidade tem três vertentes: ambiental, econômica e social.

• Neste sentido, a agricultura sustentável pode ser definida como a agricultura que não só promove a conservação dos recursos naturais (solo, água e biodiversidade) como também é economicamente viável e promove a equidade social.• Entende-se como Desenvolvimento Rural Sustentável (DRS) um conjunto de práticas e tecnologias aplicadas ao meio rural que possibilite a exploração e utilização de recursos no meio rural,

“Os problemas econômicos, sociais e ecológicos causados pelo modelo convencional de

desenvolvimento rural são objetivamente certos: uma agricultura escassamente competitiva, que necessita de rígidas

intervenções públicas para garantir preços adequados aos consumidores e rendas

lucrativas aos produtores; uma agricultura que, apesar de sua enorme capacidade de produção,

não foi capaz de resolver o problema de alimentação existente;”

A AGRICULTURA NO LITORAL PARANAENSE

• A complexidade e heterogeneidade apresentada no Litoral dão origem a duas fortes contradições: de um lado, o valor da Região como patrimônio natural e para a proteção da biodiversidade e, de outro, um quadro de subdesenvolvimento que não corresponde aos potenciais regionais e ao sucesso de algumas atividades.

GUARAQUEÇABA

• 98,76% de seu território coberto por UCs e/ou áreas protegidas;

• Paradoxo de subdesenvolvimento e conservação ambiental;

• Pequenos agricultores vive em situação inviável economicamente;

• Falta de informações para os residentes referente a APA.

Pode-se afirmar que a produção de mandioca atua como uma “atividade amortecedora” em dois aspectos:

1) Contribui para a segurança alimentar das famílias no meio rural;

2) Apresenta-se como atividade com potencial para gerar renda, podendo ser comercializada in natura ou industrializada (farinha, mandioca chips etc.).

ATIVIDADES ECONÔMICA

A farinha de mandioca do litoral apresenta muitas vantagens competitivas: é produzida sem a remoção do amido, o que lhe dá um sabor único, e a matéria-prima é produzida quase em sua totalidade sem adição de produtos químicos. Além disso, é um produto da agricultura familiar, produzido artesanalmente e com uma forte identidade cultural.

O cultivo da banana é realizado por mais de 80% dos agricultores, tendo como principais compradores a fábrica de bala de banana de Morretes, escolas, Ceasa de Curitiba e a Associação Pró-Horta, fundada com o apoio da EMATER. Alguns agricultores possuem o bananal com mais de 60 anos, sem necessidade de realizar novos plantios, empregando um sistema que pode ser caracterizado como extrativista.

A maioria dos agricultores não utiliza insumos químicos em seus cultivos. Para melhorar a qualidade do solo utilizam calcário agrícola (dolomítico) e matéria orgânica e para o controle de pragas e formigas os agricultores utilizam iscas para formiga e a mandiquera ou manipueira (líquido proveniente do processamento da mandioca nas farinheiras).

Pequenos Produtores RuraisA maioria dos produtores rurais brasileiros habita e desenvolve atividades econômicas em pequenas e médias propriedades em toda extensão do território, a mão-de-obra é realizada pelos componentes da família. Essas propriedades, quase sempre, são desprovidas de recursos tecnológicos (máquinas agrícolas, ordenha mecânica e insumos agrícolas) e técnicos (suporte técnico de um profissional como, por exemplo, um agrônomo), desse modo, apresentam níveis baixos de produtividade, apesar disso, cerca de 70% de todo alimento que abastece o mercado interno brasileiro é derivado dessas propriedades rurais. Tal fato acontece, pois as grandes propriedades destinam sua produção ao mercado externo, além disso, elas cultivam monoculturas que geralmente não fazem parte da base alimentar do brasileiro, como a soja, milho, sorgo, algodão, entre outros.

Exemplo de uma família de produtores rurais, que moram no litoral do paraná, “Seu João e Dona Bete produzem pães, salgados e lanches. Comercializão seus produtos nas feiras de paranaguá. Eles são um dos produtores maiss bem preparados e organizados do litoral paranaense, participando de projetos do governo e com certificações em ordem e de acordo com a legislação brasileira.

Seu João e Dona Bete

Sucos e lanches (quibe, pastel, panquetel, coxinha de aipim)

Feiras de Paranaguá (Catedral e Estradinha)

Renda exclusiva da produção e comercialização. São os únicos do grupo que participam do PNAE e do PAA.

Baseado nos estudos do P.E.T(programa de educação tutorial), foi realizada uma matriz de oportunidades e ameaças tanto no ambiente macro quanto no ambiente micro sobre os produtores rurais em questão. Analisa-se:

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

Macro Ambiente

- Aumento da população / Turismo;- Tecnologias disponíveis;- Aumento da renda familiar;- Consumo consciente;- Produtos consumidos o ano todo;

- Sazonalidade;- Área de Proteção Ambiental (APA);- Resíduos da Agroindústria;- Depende de Matéria-prima externa, de terceiros (Trigo);

Micro Ambiente

- Produto da Agricultura Familiar;- Produto diferenciado;-Comercialização, Circuitos curtos, feiras;- Autonomia de comercialização;- Produtos com identidade local;- Entrega no varejo, estabelecimentos locais;- Vários dias e locais de venda (Lanches - sexta, sábado, domingo);

- Legislação (SIM);- Venda direta, díficil acesso;- Baixo poder de compra das famílias;- Disponibilidade;- Acesso (Custo de transporte);- Instituições de apoio frágeis- Assistência técnica;

Conclui-se que há muitas dificuldades e ameaças no ambiente dos pequenos produtores rurais, mas que também é um grupo necessário para nossa sociedade, já que é responsável por uma grande parcela da produção nacional, e a muitas oportunidades e pontos positivos a serem explorados.