Post on 29-Nov-2018
ANO 1.11 8 N~ 11
Março 8 1984
ISSN 0101.9147
Publicação do Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Á rido (CPA TSA)
EMBRAPA
PODERA PREVER
SAFRAS PARA C F.P.
E poss(vel que brevemente aEMBRAPA, através do CPATSA,venha a fazer previsões de safras emalgumas regiões nordestinas. Istodepende, em grande parte, daevolução dos entendimentos com aComissão de Financiamento daProdução - CFP. Essesentendimentos iniciaram.se no dia24 de fevereiro deste ano, porocasião da visita que os presidentesda EMBRAPA, Eliseu Alves, e daCFP, Francisco Vilela, realizaramao CPATSA, acompanhados dedirigentes das duas instituições, dosecretário de Agricultura dePernambuco, Airson Lócio,representantes da SEPLAN e daFederação das Indústrias dePernambuco.
Inicialmente, foi proposto umtrabalho conjunto EMBRAPA.CFPpara realizar essas previsões naregi30 de Irece-BA, maiorprodutora de feijão do pa(s. Paratanto, seria utilizado todooinstrumental metodológicod ispon (vel no CPATSA, através doPrograma Avaliaç30 de RecursosNaturais e Sócio.EconOmicos do
Eliseu Alves, é direita, e Francisco V ilela, aoseu lado, na visita ao CP ATSA.
Trópico Semi-Arido. Esse trabalhoseria baseado, principalmente, emimagens via.satélite, que podem sertratadas e interpretadas na Unidadede Análise de Imagens Remota(UAI-R), do CPATSA (Vêr página11).
Além do CPATSA, os dirigentesda EMBRAPA, CFP e demaisórgãos representados visitaram oProjeto Petrolina, do Serviço deProdução de Sementes Básicas(SPSB- EMBRAPA) e a FazendaMilano, maior produfora de uvas noNordeste.
ALGAROBA
Camponesasdão receitas
pág. 5
TELEDETECÇAO ESPACIAL
O Semi-Arido visto por cima
pág 11
Guar, coringa vegetal
o CPATSA es>éfpesquisando, em Petro.lina, 320 linhagens de guar, uma especlemuito tolerante é seca, originéfria da In.dia e de mUltiplos usos: alimentaç!fo hu.mana e animal, indUstria petrolrfera.alimenHcia, farmaceutica, (p<!g.6 e 7)
Aguas de março
De 14 a 17 de março, choveu nada me-nos que 155.4 mm no campo experimen-tal do CPATSA, mais de um terço daml!dia anual de Petrolina. Chuvas com in.tensidade ml!dia de 40 mm/hora.Como aproveitar esta <!gua?(pég. 3)
Sistema de captaç30 "in sitU"
CAATINGA
Fatela: da forragem à farinha
pág.8
"
CPATSA RECEBE GOVERNADORE SECRET ARIOS DE SERGIPE
Governadores de todos os Estados do Nor-deste, os ministros Mario Andreazza e CamiloPena, senadores, deputados e grande ndrnerode dirigentes e assessores governamentais pude-ram conhecer, no dia 27 de janeiro, parte dostrabalhos desenvolvidos pelo CPATSA para oSemi.Arido brasileiro, Isto foi posslVel atravésde uma palestra do Chefe do Centro, RenivalAlves de Souza, seguida de projeçllo audiovi-sual, durante a primeira Reunillo do ConselhoDeliberativo da SUDENE, realizada em Recife.
Na oportunidade, foi feito um convite atodos os presentes para uma visita às instala-çOes e aos campos experimentais do CPATSA,a fim de que pudessem verificar "in loco" astecnologias que estilo sendo desenvolvidas, ob.tendo, assim, mais subs(dios para os projetosestaduais de desenvolvimento rural. Uma des-sas visitas ji! foi concretizada: no dia 16 de fe.vereiro, o CPATSA recebeu o governador deSergipe, Jollo Alves Filho, i!vido por novas al-ternativas para o semi.arido do estado, contem-plado em seu governo com o projeto "Chapéude Couro",
Com o governador, estiveram em Petrolinao secreti!rio de Agricultura, Edmilson Machadode Almeida, o secreti!rio de Recursos H(dricos,José Carlos Machado, o diretor tl!cnico daEMATER.sE, Paulo Carvalho Viana, e o Supe-rintendente da SUDAP, Etelio de Carvalho.
Após assistir a exposiçoes sobre os progra-
Jollo Alves ouviu os pesquisadores. . ,
§ EMBRAPAEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
mas de pesqu isa do CPATSA, o governador esua comitiva visitaram os tn!s campos experi-mentais do Centro (Caatinga e Bebedouro, emPetrolina-PE, e Mandacaru, em Juazeiro-BAI.
VINTE MIL CISTERNAS
Durante a visita, o governador Jollo AlvesFilho revelou que ja estavam sendo constru (.das, a fundo perdido, cerca de quatro mil cister-nas rurais no semi.arido sergipano. Acrescentouque a meta do seu governo I! construir 20 milcisternas, beneficiando as propriedades com me.nos de 50 hectares que nllo dispOem de boa fon-te de i!gua para consumo humano.
As cisternas introduzidas em Sergipe silouma adaptaçllo de um modelo desenvolvido noCPATSA, que tem como principal novidade suai!rea de captaçllo: I! o próprio solo, em vez dostelhados das casas, como nas cisternas tradicio.nais (Jornal do Semi.Arido, n? 10)
Ao Chefe do CPATSA, Renival Alves deSouza, o governador sol.icitou assessoramentocientl'fico e metodológico do Centro, para for-talecer as açOes dos órgllos estaduais de Sergipepara o sertão, oferecendo, para tanto, apoio ins-titucional e financeiro. "Afinal, disse o governa.dor, temos aplicado no campo quase 90% dasverbas do Estado. E queremos aperfeiçoar aomaximo a aplicaçllo desses recursos~'
. , . e conferiu tudo com detalhe,
Jornal do. o
f1&lJJDo~lli000
Cllefe:Renival Alve~ de Souza
f:ditor:Levy Soares de Lima
Assessoria de Impre/lsa ('Relações Pú b/ica.1Caixa Po.dal, 23
FO/le:(08I) 961.0122Petrolina . I'E
Centro de Pesquisa Agropecuáriado Tropico Semi-Árido
Jornal do Semi.Arido
Cllefc Adjunto Técnico:Edson Lustosa de Poss(dio
Colaboração:Francisco Zuza de Oliveira
José de Souza SilvaNorma Poss(dio
Chefe Adjunto de Apoio:Pedro Maia e Silva
Composição e Impressão:GRAFSET LTDA,
Rua Vigplvino Wanderley, 245Fone: (083) 321.2090
Campina Grande - Para(baTiragem:
10.000 exemplares
2 Jornal do Semi.Arido
CartasSendo eu um escritor das coisas nordestinas
(lancei em jmeiro de 84 o Livro foklórico
ANTOLOGIA DA ACAUA), quero aplaudir ojomalzinho Semi.Arido que f! uma publicaçaobastante importante para a cultura pouco prel.
tigiada do nosso sofrido Nordeste, A reporta.
gem sobre a milagrosa Algaroba f! alguma coisa
de fan t4stic o I
Assim sendo, como eu estou montando umnovo livro, este que versard sobre os problemas
das secas do Nordeste, quero encarecer dOI se.nhores a especial fineza de me enviar o lornal
Semi.Arido pois ele f!, antes de tudo um grandecentro de pesquisa das coisas do Nordeste Brasi.leiro.
Helena Henriques de AraljoJollo Pessoa - PB
Temos a grata satisfaçao de cumprimentar a
V, S!, e parabenizar pelo lomal do Semi.Arido.Constituimos uma Cooperativa, fundada em
1966, que atualmente congrega 764 associados,todos pequenos agricultores e criadores, nesteMunicrpio do Agreste Setentrional de Pemam.buco, e teremos o prazer em receber as publica.çoes deste órgiJopara divulgaçao mdxima, entreos associadol, motivando os mesmos, para odesenvolvimento de suas atividades,
Cooperativa Agr(cola Mista de Cumaru Ltda.Cumaru - PE
Sou sociólogo, graduado pela UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul, atual aluno doMestrado em Sociologia Rural do IEPE damesma universidade.
Atualmente estou concluindo eltclgio naDivisao de Cilfncias Sociais e Estat(stica da
CEPLAC, em Itabuna, Foi durante este estdgioque tomei contato com o trabalho desenvolvi.do pelo CPATSA, que muito me agradou.
Se~do assim, venho por meio desta solícitara vossa senhoria, caso seja poss/Vel, uma assina.tura de vosso periódico lornal do Semi.Arido.
Osvaldo Heller da Silva
Porto Alegre - RS
Solicitamos a V. S!., o envio permanente
de exemplares (02) do jornal do Semi.Arido, anosso institu;çiJO de ensino, tendo em vistaexcepcional qualidade e divulgaçao de assuntos
publicados neste importante veiculo de comuni.caçao,
Jose Eurico Leitllo de AlmeidaUniversidade Federal de Mato Grosso
CuiaM - MT
Tendo em vista desenvolver atividades deAssistência Tf!cnica e Fiscalizaçao Credittcia
junto ao Banco do Nordeste do Brasil S/A, ve.nho atravf!s deste exped.iente solicitar uma assi.natura deIte noticioso agropecudrio, com vista aaumentar o nosso acervo de informaçoes agrtco.Ias,
Valdemar dos Santos BarrosGranja -CE
Águas de" marçoNo campo experimental do CPATSA, em Petrolina, choveu em apenas
quatro dias mais de um terço da mr!dia anual no munictpio. E mais
uma vez comprovou.se a importância de um manejo adequado
,de solo e dgua no Semi-Arido, para reduzir os efeitos da
má distribuiçl10 das chuvas,
o chão sertanejo ficou encharcado detanta chuva que caiu no mês de março, namaioria dos municlpios do Semi-Árido.Cheiro de chuva no ar, cheiro de vida na..terra, no dizer do homem do sertão. Mas,no rastro das águas, uma história antigase repetiu: as chuvas foram torrenciais eem curtos espaços de tempo. Resultado:muita água ficou acumulada nos barrei-ros, açudes e outros reservatórios, masuma quantidade muito maior foi desper-diçada.
o volume das chuvas, como é caracte.r(stico na região, foi bem superior à capa.cidade do solo reter água, provocandointenso escoamento superfic,ial. Assim,além da água perdida, certamente. mu itosolo outra vez foi arrastado sertão afora,acentuando um processo de nome e con.sequências desagradáve.is: erosão.
No Campo Experimental da Caatinga,do CPATSA, em Petrolina-PE, nao foi di-ferente. Choveu até demais: no mês demarço, até o dia 26, choveu um total de268 mm, 93 dos quais somente no dia14. E deste até o dia 17,. cairam nadamenos que 155,4 mm, mais de um terçoda média anual ROmunic(pio, que é de400 mm. Mas nao é só isto: nessesquatrodias, a intensidade média das chuvas foi
A sgua que se perde nas en~u rradas . , .
'.
. , . pode ser retida para irrigaç08s de salvaçjJo.
de 40 mm/hora, ocasionãndo grande vo-lume de escoamento superficial.
PODE FALTAR
o sertanejo arrisca no plantio, mas naose ilude: a chuva que agora cai em abun-dância pode faltar depois, como geral-m~nte acontece. Em março de 1981, p'or
exef!lplo, choveu mais de 400 mm emapenas 20 dias, no campo experimentaldo CPATSA. E depois praticamente nadamais. Para as culturas de ciclo curto tradi-cionalmente cultivadas no Nordeste (mi-
lha, feijão. . . ) isto é fulminante.
, Mas existem form~s de contornar a SI-tuação, duas delas desenvolvidas peloCPATSA e já introduzidas pelo Serviçode Extensao Rural em vârias proprieda-des do Nordeste: o barreiro para irrigaçaode salvaçao e o sistema de captaçao deágua de chuva "in situ" (no local do plan-tio),
o barreiro é constru (do num terreno
com certo declive, para armazenar a águaque escoa na sua áreíl de captaçao; depois,essa água pode ser aplicada por gravidade,através de "irrigações de salvaçao", parasalvar a 'lavoura plantada na parte maisbaixa do terreno. Essas irrigações s6 ocor.rem quando há intervalos mais longos semchuva, nos per(odos mais decisivos do cio
cio das culturas. Segundo resultados obti-dos pelo CPATSA nos últimos anos de se-ca, um barreiro com capacidade para trêsmil metros cúbicos de água pode garantira colheita de feij:lo-de.corda em aproxi-madamente 2 hectares.
NO PE DA PLANTA
o outro sistema, o de captaç:lo "in si.tu", consiste em sulcos fI camalhões emcurvas de n(vel e tem muitas vantagens:aprimeira é reduzir o desperdlcio de águae o arraste do solo, Os camalhõesfuncio-nam como pequenas barreiras que vaoquebrando a força das águas durante asenxurradas. E como tudo está em n(vel,a água fica armazenada "no pé da plan-ta", A água vai se infiltrando aos poucos,devagar, e com isto vem outro benef(cio:a umidade perdura por mais tempo no so-lo, possibilitando à planta resistir a um in-tervalo maior sem chuvas (em algunsca-sos essa resistência já superou 25 dias),Como a permanência da umidade é maior,pode-se arriscar com mais segurança atémesmo na aplicaçaode fertilizantes. Alémdisso, os custos de implantaçao do siste-ma são inferiores aos do processo tradi-cional de arar e gradear o terreno e di.minuem ainda mais no ano seguinte, poisn:lo é preciso refazer todo o sistema,masapenas "reavivar" os sulcos,
.,
L ___
....
-....--
o Sistema de captaÇlIo "in situ" reduz a força das águas e retem umidade no solo por muitos dias,
3Jornal do Semi-Arido
Feira de Arte, Ciencia e Tecnologia
UNIVERSIDADE DISCUTE PROBLEMATICA DA SECA
No per(odo de 19 a 23 de março,exatamente quando desabavam forteschuvas em quase todo sertão nordestino,o tema "seca" invadia corredores, audi.tórios e salas da Universidade Fedearal doRio Grande do Norte, promotora daFeira de Arte, Ciência e Tecnologia reali-zada em Natal, enfocando a problemáticada seca. Simbólico contraste, para lem.brar mais uma vez que o Semi.Árido é
um desafio permanent~ e nllo uma sim.pies questão crclica, que se lava e se re.solve com algumas enxurradas ou campa.nhas emergenciais.
Foi com este esprrito, aliás, que aUF RN, apoiada pelo CNPq, idealizou emontou a Feira. Além de incentivar do.centes e departamentos da Universidadepara inclusão de assuntos relacionadoscom os problemas nordestinos em seusprogramas de ensino e pesquisa, os Pro,motores do evento pretendiam reunir,numa ampla discuss1l0, organismos ofi.ciais e instituições da sociedade civil.
A Feira contou com intensa participa-ç:1o de instituições do Rio Grande doNorte e regionais, entre elas o CPATSA,que fez a abertura do segmento Ciência eTecnologia e tomou parte na mostra per-manente instalada no Centro de Convi-
vência Djalma Marinho, da UFRN.
,
CURRICULO E POLlTICA
Na abertura do evento, o presidentedo Conselho Nacional de Desenvolvimen.to CienHfico e Tecnológico.CNPq, profes.sor Lynaldo Cavalcanti, defendeu a neces.sidade das escolas e universidades nordes.tinas regionalizarem os seus curr(culos,debruçando.se sobre questões prioritáriaspara a região, de modo a formar profis.sionais e pesquisadores capacitados a agi.rem decisivamente em favor do Nordeste.
A questão curricular, no entanto, n!!lofoi a tônica predominante mesmo no pri.meiro dia. Os debates durante as confe-rências centraram.se, basicamente, emtorno da polrtica governamental tendo opresidente do CNPq solicitado aos polrti.cos e governantes mais empenho e menospersonalismo.
LIVROS E CONCURSO
Durante a Feira, foram lançados várioslivros relacionados com o Semi-Árido,entre eles "Tragédia e Epopéia do Nor.deste", de Otto de Brito Guerra; "O go.Iferno do Dr. Afonso da Silva Gordo" e
'~A República e as Secas do Rio Grande
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o CPATSA participou da mostra organizada na Feira de Arte,Cil!ncia e Tecnologia, expondo produtos, ~quipamentos, publica-ções, maquetes, mudas e painéis com textos explicativos sobre aspesquisas que desenvolve para o Semi-Arido brasileiro, atraindogrande m.lmero de visitantes ao seu stand.
CE LSO FU RT ADO
Uma das visitas mais marcantes foi a do economista Celso Furta-
4 Jornal do Semi-Arido
do Norte", de Tarcrsio Medeiros; "En.saio da História EconOmica do Rio Gran.de do Norte", de Istvam Anbocs; e "ASeca, um problema sem soluç!!lo ?" _notas de um grupo de pesquisadores doRio Grande do Norte.
Foi realizada, também, a etapa finaldo concurso estadual de receitas de proldutos ~ base de algaroba, para alimenta-ç!!lohumana (verpágina5), realizadocon.juntamentepela UFRN e EMATER.RN.
ANAIS
O professor Geraldo dos Santos Quei.roz, Pró.Reitor para Assuntos de Exten.são Universitária, da UFRN, declarou-seplenamente satisfeito com o sucesso daFeira e informou ter o CNPq se pronti.ficado a apoiar a publicaç!!lodos anais,a fim de que as informações e opiniõesapresentadas nas conferências e nas comu-nicações cientrticas possam ser recupera.das por aqueles que se interessam peloestudo dos problemas nordestinos.
Sobre as perspectivas abertas peloevento, disse o professor Geraldo Quei.roz esperar que haja uma maior conscien-tizaç!!loda Universidade e do povo emgeral, que devem assumir "uma' posiç!!lonordestina", marcada pela cobrança siste.mática de m~didas prometidas pelos go-vernantes ou reivindicadas pela popula.ç!!lo,"pois de nada adianta os polrticosafirmarem que o problema do Semi.Ári-do é falta de decis!!lo,se eles n!!locobra.rem essasdecisões".
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EMORAPACPATSA
do, que no dia 25 participou da última etapa de conferências e deba.tes da Feira.
Durante mais de 20 minutos ele ouviu explicaçoes do agrOnomoFrancisco Zuza de Oliveira, difusor de tecnologia do CPATSA, e de.clarou~e surpreso e bastante contente, "pois este Centro é, acredito,resultado de sementes lançadas há anos pela SUDENE", disse CelsoFurtado, um dos idealizadores dessa autarquia. Ao final, prometeufazer uma visita ao CPATSA, para conhecer seu trabalho "in loco".
ALGAROBA:
receitas do campopara alimentaçãohumana
Bata trés colheres(das de sopa) demanteiga,juntamentecom uma x(caraemeiadeaçucar;acrescer'ltedoisovos,umax(carae meiade farinhadealgaroba,umacolherdefermentoe , , , pronto:vocées.t~ bem próximo de preparare saborearo Biscoitoda Titia, 10lugarno ConcursoEstadualde ReceitasCuIin~riasà basedeAlgaroba, realizadodurante a Feira deArte, CiénciaeTecnologia,promovidape-la UFRN, A vencedorafoi ElizaEm(lia,camponesade Carnaúbados Dantas,querecebeuo prémiode Cr$ 20 mil, ofereci-dopelaEMATER-RN,
o concursoteveo objetivodelTlostrarasinúmeraspossibilidadesdeusodaalga-raba na alimentaçãohumana,bemcomoestimularasfam(liasruraisquantoà pro.dução e consumodessesalimentos,Foi,tamMm, o desfechode um trabalho dequatro anos,realizadopela Universidadeem convéniocomo CNPq(Jornaldo Se-mi-Aridon? 10),
Na UF RN, produtos a basede algaroba..,
BEM ALIMENTADAS
Segundoascamponesasqueparticipa-ramda fasefinal doconcurso(vejaclassi.ficaçãoe receitasno quadro),os produ-tos à basede algarobatém.sido deexce.lente aceitaçãoe só nãoos fazemdiaria.menteporquetrabalhamno campoo diainteiro, nãodispondode tempoparapro.duzir a farinha,Acrescentaramquesesen-tem bemalimentadasequej~ observarama diferença,comparandocom outros ali-mentosutilizadosantesdeconheceremafarinhadealgaroba,
I CONCURSO' DE RECEITAS CULINÁRIASÀ BASE DE ALGAROBA (*)
1? lugar: BISCOITO DA TITIAEliza Eml1ia, de CarnaLlba dos Dantas
Prémio: Cr$ 20 mil
Ingredientes2 ovos1,5 x Icarade farinha de algaroba2,5 x lcara de araruta1 ,5 x rcara de açLl car
3 colheres ( de sopa) de manteiga1 colher (de sopa, rasa) de fermento
Modo de fazerBate.se a manteiga com o açLlcar, Acrescen-tam.se ovos, a farinha e o fermento, sovan-do..se ate desprender das mllos, Fazem.se bo-linhos e marca-se com o garfo, Coloca-se pa.ra assar em forno, com araruta,
2? lugar - BOLO GRANFINOJoana Pereira Gregorio, de Lajes
Prl!mio: Cr$ 15 mil
Ingred ientes1/2 x (cara de farinha de algaroba1/2 x Icara de farinha de trigo1 x Icara (rasa) de açllcarCasca de 1 limllo5 colheres (desopa) de margarina1 ovo1 colher de cM de fermento3/4 de x(cara de leite de cOco ou de vaca.
Modo de fazerExtrair o leite de cOco; peneirar os ingredi.entes secos; colocar na bacia o açLlcar, êImargarina, o ovo e a casca de lim30; mexerate cremorizar; adicionar a farinha de trigo,dissolvidano leite (reservarum pouco do lei.te para dissolvero fermento); mexer a mas.sa; adicionar o fermento e mexer; levar aoforno em forma untada,
3? lugar -CANJIQUINHA"QUERO VOC!:"
Maria Otaviano, de LajesPrémio: Cr$ 10 mil
Ingredientes3 colheres (de sopa) de farinha de algaroba1 x Icara de leite de cOco2 x Icaras de leite de vaca3 x (caras de açLlcar1 colher de margarina ou nata.
Modo de fazerMisturam-se todos os ingredientes, (JJe silolevados ao fogo e mexidos durante 20 mi-nutos, Despeja..se num prato e polvilha.secom canela,
4? lugar - DOCEDECOCOMaria da Conceiçllo, de Cruzeta
PrI!mio: Cr$ 10 mil
"""IJ
I~
, , , preparados pelas camponesas
Além do aspectonutricional, aponta-ram outravantagem:a reduçãodo custo,principalmentedos alimentosà basedefarinha de trigo, que é carae de dif(cilaquisiçãonazonarural,
Segundo pesquisadoresdo UFRN etécnicosda EMATER-RN,h~animadorasperspectivasde uso da algarobaem largaescala,na alimentaçãohumana.Ostraba.lhos nessesentidovão se intensificarnoRio Grandedo Norte, voltando-se,prin-cipalmente, para as fam(lias de baixarenda,
Ingredientes1 litro de xarope de algaroba1/2 cOco ralado5 colheres (de sopa)de açllcarcravo da rndia
Modo de fazerRaspa.se o coco, extrai-se o leite, Junta.se obagaço, o xarope de algaroba, o açllcar e ocravo, Deixa..se cozinhar, Acrescenta..se oleite de cOco, continuando o cozimento ateficar cremoso,
5? lugar- DOCE AME RICANOMaria Faustino da Silva, de Nova Cruz,
Prêmio: Cr$ 10 mil.
Ingredientes1 litro e meio de doce de algaroba500 g de açLlcarErva doce, cravo e canela a gosto,
Modo de fazerColoca.se o mel juntamente com os outrosingredientes numa panela, Leva.se ao fogoaproximadamente por 40 minutos, ate che.gar o ponto.
(*) Fonte: ALGAROBA, RECEITUARIO(UFRN.CNPql. Do Receituárioconstam ainda mais 10 receitas,elaboradas por extensionistas daEMATER.RN, que nllo entra-ram no concu rso, destinado ex-clusivamente às camponesas.
Jornal do Semi-Arido 5
Guar: um coringano jogo da seca
Namesadosindianosou nospoçosdepetróleo do Brasil; num simplessorveteou nascoresde um corte de tecido; na.cápsulaqueenvolveum medicamentoounacocheiradeanimais,elepodeestarpre-sente.E não só por questãode gosto.EtambEJmpor necessidade.Tantoassimquesó na I'ndiaexistemqu~e tr~smilhõesdehectaresplantadoscom esseverdadeirocoringavegetal:o guar(Cyamapsisletra-gano/aba),uma leguminosaprodutoradegrãos, altamentetolerant8 à seca,cujocultivo poderevigorara produçãoagr(co-Ia em muitasáreasdo Nordestesemi-ári-do. E mais: livrar o Pa(sda importaçãoanualde aproximadamente3 mil tonela-dasde farinha de guar (cercade 18 mi-lhões de dólares),Essafarinha (amido)misturadacom águae betume formamuma lamade alta densidade,utilizada noprocessode perfuraçãode poçosde pe-tróleo.
o guar produz mesmocom poucasemal distribu(daschuvas,sendoqueasme-lhores produtividadessão atingidascomprecipitaçõesentre450 e 700 mmduran-te o ciclo da lavoura,em torno de 120dias.MaspodesercuItivadoatEJemáreasondechoveem torno de 200 mm. Numintervalomaislongodeestíagem,aplantaentra emestadodedorm~ncia,voltandoadesenvolver-seapós receber água, sejaatravEJsdenovaschuvasou por meiode ir-rigação.
Nos campos experimentais doCPATSA,em Petrolina-PE,no'per(odo1981/83,foram obtidasmEJdiasdeprodu-tividade muito boas: (1.728 kg/ha emáreairrigadae 511 kg/haem áreade se-queiro), apesardascondiçõesclimáticasna EJpocaem queforamlançadososexpe-rimentos, demonstrandograndeadapta-çãodo guaraosdEJficitsh(dricos(VerTa-belas1 e 2), Na I-ndia,a mEJdiaEJde 353kg/ha, no Paquistão,672 e nos EstadosUnidps,683.
ALIMENTO SECULAR
oguar, originário da i"ndia, EJapreciadono Orientecomo alimento humano(emforma devagensverdes,cozidas)eanimalhá muitos sEJculos,porEJmseuuso indus-trial desenvolveu-sesomentenosúltimos50 anos.Foi quandoseextraiu,dosgrãos,um compostochamado"galactomannan",largamenteutilizado na indústriaalimen-Ucia, farmacéutica,petrol(fera, lactic(-
6 Jornal do Semi.Arido
Bovinos de leite sendo alimentados com palha de !J.Iar.lrecl!.BA.
nio, processamentode minEJrios,fabrica-ção de papel e fixaçãodecoresem teci-dos,entreoutrasaplicações.
TREZENTAS LINHAGENS
O subprodutodaextraçãodagomadeguar EJum farelocom 35% deprote(nabruta (dosquais95% sãodigestt'veis).cu-jas qualidadesnutritivas são de elevadaimportânciaparaa pecuáriae a indústriade raçõesdo Nordeste,onde há dEJficitde suplementosprotEJicospara os reba-nhos,principalmentenosper(odosde se-ca.
Paraampliarasperspectivasdeexplo-raçãodessacuItura no Semi-Árido nor-destino, o CPATSA vem desenvolvendouma sE1riede pesquisasno sertãodePer-nambuco,a partir da introduçãoe avalia-ção de 330 linhagensde guar,oriundasdo International Crop ResearchIndianSefTli-AridTropic (ICRISAT), da India.Entre elas,algumasdestinam-seaoconsu-mo humanoe outrasaosmúItiplosfins in-dustriais.Atualmente,apenaspartedessasvariedadesestãosendotestadas;namaio-ria dos casos,estãosendomultiplicadassementespara posterior instalaçãodosexperimentos.
Segundoo pesquisadorSeverinoPes-soa de Aguiar Filho, do CPATSA,os re-
Após trilhar (bater)o guaíparaliberaçãodosgrãos,pode-seaproveitarapalha,quetem um teorprotEJicodeaproximadamen-te 13,5%eseconstituiforragemdeexce-lentequalidadeparabovinos,ovinose ca-prinos.
TABELA1. Produtividade (kg/hal de guar. Petrolina-PE. 1981/83.
ÁreaIrrigada ÁreadeSequeiro
1? 2? 1? 2? 3?CuItivares Plantio Plantio M{!dia Plantio Plantio Plantio MEJdia
06.10.81 17.03.82 15.01.82 18.03.82 27.12.82
Esser 1.304 1.685 1.495 297 286 800 461Hall 1.470 2.014 1.742 277 205 889 457
Kinman 1.484 2.334 1.909 338 274 881 498Brooks 1.401 2.127 1.764 - 270 981 626
MEJdia 1.415 2.040 1.728 304 259 888 511
sultadospreliminaresobtidosdeste1981,juntamentecom outros alcançadospelaEmpresade PesquisaAgropecuáriadaBa-hia-EPAaA,reforçama possibilidadedeque o guarvenhaa adquirirumaposiçãode destaquena agricultura nordestina,possibilidadeesta ensaiadaem 1974,quando foi introduzido na região,pelaCelanesedo Brasil-FibrasQu(micasLtda.
E já existequemdesejeapostaralto nacultura:a LambraProdutosQu(micosAu-xiliaresLtda, sediadaem NovaOdessa-SP
e subsidiária do grupo italiano Lamberti.A empresaestudaa possibilidadedecon-gregaragricultoresnordestinose torná-lossóciosdeum empreendimentoquevi.sao cultivo de 5 mil hectaresnoPlatddeIrec~-BA,onde a produtividadedo guaratinge 2 mil kg/ha, o que representariauma produçãototal de 10mil toneladasde grãos.Comoo aproveitamentoda fari-nha~ de40%,seriamobtidas,anualmen-te, cercade 4 mil toneladasdo produto,mil a maisque o volumeimportadopeloBrasil,principalmenteparausodaPetro-brás.
TABELA 2. Dados pluviométricos obtidos no período de janeiro de 1981 a dezembrode 1983. Petrolina . PE.
I MOSTRAINTERNACIONALDEMÁQUINASEEOUIPAMENlOSDEIRRIGAÇÃOEDRENAGEMa
Salvador15a19deOutubro
198,.
-""08 ,0.0.
"
Irrigaç:lo e Drenagem
Através de seus centros de pesquisa e de outrasunidades vinculadas ao Sistema Cooperativo dePesquisa Agropecuária, sob sua coordenaçllo, aEMBRAPA participará da I Conferéncia Regio-nal - Pan Americana sobre Irrigaçllo e Drena.gem, a ser realizada em Salvador-BA, no per(o.do de 15 a 19 de outubro próximo.
o evento, promovido pela Comisslio Internacio.nal de Irrigaçllo e Drenagem, terá como atra-
çllo paralela a I Mostra Internacional de Máqui.nas e Equipamentos de Irrigaçllo e Drenagem.
Estima.se a participaçao de mais de mil técnicosbrasileiros e de 16 outros p;lises,oque, segundoo presidente da Associaçao Brasileira de Irriga-Çao e Drenagem - ABID, engenheiro José Rei-naldo Ca~neiro Tavares, poderá trazer pelo me.nos dois excelentes resultados para o Brasil: ointercámbio de tecnologia e a perspectiva deabertura de mercado para as máquinas e equipa.mentos de irrigaçllo produzidos no Brasil.
Algaroba
Na matéria "Algaroba, verde magia vegetal"(Jornal do Semi.Arido, n? 10), informamos quea farinha processada (nllo doce) obtida das va.gens de algaroba tem coeficiente de eficáciaprotéica equ ivalente ao da carne e do leite,Nllo é: o coeficiente desses produtos é 2,5 e oda farinha de algaroba, 1,0, Mesmo assim, ummdice muito bom, comparado ao do trigo(0,68) e aos concentrados de feijao ou milho(1,41. .
Mllho-Doce
o CPATSA vem realizando, no campo experi.mental de Bebedouro, em Petrolina-PE,pesqui.sas visando introduçllo e seleçllo de variedadesde milho.doce, que se apresenta como uma cul.tura alternativa para as áreas irrigadas do Sub.Medio Silo Francisco, Atualmente, estilo sendoavaliadas dez variedades e os experimentos v!lose repetir, para definiç!lo das mais adequadasào eu Itivo na regi!lo.
AI~mdesuprirsuasnecessidadesinter-nas,o Brasilpodepassardeimportadoraexportadordefarinhadeguar.Omercadoexiste (sóem 1977osEstadosUnidosim-portaram42.843 toneladas,dasquaisre-vendeuparteao Brasil)e~ favorecidope-las oscilaçõesna produçãoindiana.Masaproveitarumafatia dessemercadonãoésó umaquestãodegosto.Etambém,eso-bretudo, uma questãode planejamentoagr(cola. Exemplos anteriores, com opróprioguar,dãoprovadisso.
Guar com aproximadamente 60 dias
Com as condiçoes climáticas locais, há possibili.dade de se obterem ate duas colheitas de milho.doce por ano, com o uso de irrigaçllo, o que amoplia as perspectivas econOmicas da exploraçllodessa cu ltu ra,
Floresta
Pesquisadores do CPATSA vllo participar nopróximo rnes de agosto, em Jollo Pessoa-PB,do Semimlrio sobre Utilizaçllo Florestal doSemi.Arido brasileiro, a ser promovido pela So-ciedade Brasileira de Silvicultura e pela Univer.sidade Federal da Pararba (Curso de Engenha.rial.
o seminário será realizado com recursos doConselho Nacional de Desenvolvimento Cient(.fico e Tecnoldgico.cNPq e, na oportunidade,serllo apresentadas e discutidas alternativas paraum melhor aproveitamento do potencial que aregillo semi-árida tem para a produçllo de ma-deira, carvllO,celulose entre outros produtos.
Jornal do Semi..Arido 7
Ms .. Pluviometria(mm)1981 1982 1983
Janeiro 30,8 73,8 87,3Fevereiro 4,3 26,9 116,1Março 453,0 49,5 113.7Abril 41,6 54,0 4,1Maio 0,0 1.4 0,0Junho 0,0 8,3 0,0Julho 0,0 4,1 17,5Agosto 1.7 10,2 0,0Setembro 0,0 7.4 0,0Outubro 0,0 0,0 0,0Novembro 15,5 0,0 87,5Dezembro 114,1 42,3 13.7
TOTAL 660,5 277,6 489,9
CaatingaAs cartas e os telefonemas parabenizando o
Jornal do Semi.Arido pelo lançamento destaseção, reforçam a validade da idéia concretizadaa partir do mJmero anterior. Na presente edi-ção, publicamos mais um quadro informativoso~re dez espécies nativas do Nordeste e umenfoque especial a respeito da Faveleira, nova.mente c:ontando com a colaboração do botani.co José Luciano Santos de Lima, pesquisadordo CPATSA.
FAVELA:DA FORRAGEM
.. .-
A FARINHA
Quem chega ao sertão nordestino, ouapenas passa por ele, alguns meses após oper(odo das chuvas, quase sempre correo risco de fazer uma descriç:Jo bastantesimplista da caatinga: "mata cinzenta,desfolhada, cheia de galhos espinhentos eretorcidos". Mas a caatinga também seveste de verde todo ano ,na época chuvo-sa, e fornece uma infinidade de produtosque s1l0 aproveitados de diversas formaspelos homens e animais. A favela, porexemplo, é uma dessas riquezas espalha.das pelo sert:Jo. Dessa planta, que flora efrutifica geralmente de janeiro a março, osertanejo aproveita as sementes, que s:Joconsumidas "in natura" ou em forma defarinha.
As folhas maduras da favela servem deforragem para os animais, principalmentebovinos, caprinos e ovinos.'A torta e ofarelo também representam uma fonte dealimento para os rebanhos, conforme aná-lises relatadas em "O Nordeste e as La-vouras Xerófilas" (Ver quadro)
ANALISE DA TORTA DE FAVELA (% )
UmidadeMatérias mineraisCaO
P205 (anidro fosfórico)AçlJcares reduzidos (glicose)
2,988,320,68
66,313,58
Nos frutos, 51,9% de Oleo comestl\lel
As amêndoas de favela produzem51,9 %de óleo comest(vel e têm cerca de32 % de protelna, além de sais mineraiscomo cálcio, ferro e fósforo, respectiva.mente nas quantidades de 155,00 - 3,6 e960,00 (mg/1 00 g).
INTERESSE SECULAR
A favela foi catalogada e vem sendoestudada desde o século passado por espe-cialistas como Martius, Loefgren, Luetzel-burg, entre outros cientistas do passado.Atualmente, continua sendo motivo deestudos diversos, em funç!lo do seu poten-cial como fonte alternativa de alimento.
. Nos últimos anos, a pesquisa tem sidodirecionada principalmente no sentido deconseguir a propagaç1l0 vegetativa da fave-
ANALISES COMPARATIVAS ENTRE OS FARELOS DA FAVELEIRA E DA CASCA DO
CAROÇO DE ALGODAO.
Fonte: O Nordeste e as Lavouras Xerófilas, 2? ed, 1973, Fortaleza - Ceara.
8 Jornal do Semi.Arido
A favela pode chegar a 5 metros de altura,
Ia. A Universidade Federal do Ceará con.
seguiu propagar vegetativamente plantasde favela sem espinhos, com alto (ndicede enraizamento, mas considera o métodoainda trabalhoso e anti.econOmico, pelomenos para uso em pequena escala. Ou-tros estudos, nas àreas de fitotecnia,zootecnia e processamento industrial po-derão contribuir para um maior aproveita-mento da espécie e seu melhoramentogenético.
FAVELA
Nome vernacu lar: Favela, Feveleiro, Favela.de-.cachorro
Nome cientl'fico : Cnido$colu$ p"yllacanthus(Muell. Arg.l Pax. et K.Hoffm.
Fam(lia Euphorbiaceae
O Nordeste sem i-árido do Brasil é a area na.tural de distribuição da favela. A maioria dosindiv(duos que ocorrem nas caatingas apresen-tam porte que varia de 2 a 5 metros dI! altura,com esgalhamento irregular. Numa avaliaçãofeita pelo CPATSA, no municr'pio de Petrolina,PE, identificou-se uma densidade média de
25,09 plantas de fav'2la por hectare, co~ áreade copa igual a 28 m !planta e 702,52 m !hec-tare.
A favela é lactescente tem folhas lanceola-das com lobos desiguais: ramos e folhas comespinhos causticos (provocam fortes dores empessoas e animais e quando atingem as articula-çOes provocam graves inchaçOes, podendo para-lisar a parte afetada); as flores são alvas, herma-froditas, em pequenos cachos axilares e termi-nais; o fruto é uma capsu Ia deiscente.
O ritidoma idoso tem espessura delgada(igual ou menor que 2 mm), flex (vel, ligeira-mente áspera, cinza.claro a cinza.escu rJ. Apre-senta estrias superficiais longitudinais, 'ormadaspor numerosas lenticelas pequenas Idiámetroigual ou menor que 1 mm) e silo dispostas emlinhas interrompidas, longitudinais, subparale.Ias. A casca viva tem espessura grosu (igualoumenor que 2 mm), alvacenta a bege claro inter-namente, tornando-se creme.claro =lUando ex-posta ao ar. Por inciSllo, apresenta exsudatoleitoso, abundante, e coagula em contato com oar.
Mat. Orig, Mat.Seca Casca de Caroço
(1000C)de Algodão
Umidade 7,72 - 9,3 - 9,4Matéria seca 92,28 100 90,6Prote (na 4,15 4,50 3,9Mat, graxa 0,75 0,81 0,90Mat. mineral 1,83 1,98 2,50Mat. fibrosa 28.00 30,34 46,6Ext. não azotado 57,55 62,37 36,7
Produção ou produtividade?Falso dilema da agricu Itura nordestina
Em 1872, quando do primeiro Recen-seamento Geral do Brasil, o Nordeste pos-su Ia 46,7% da populaç::lo nacional e con-tribu Ia com metade da renda do paIs. Em
1970, um século depois, o Nordeste apre-sentou 30,3% do efetivo populacional dopaIs e 16% da renda nacional: Em 1980,essa participaç::lo ainda declina e a previ-são para 1990 é de uma participaç::lo noPIB da ordem de 10%.
Com exceç::lo da produç::lo de cacau eda agro-indl1stria açucareira, o processode desenvolvimento da agricultura tem si-do retardado por numerosos fatores. O li-mitado aumento da produç::lo, estimuladaprincipalmente pelo crescimento da popu-laç::lo e da renda regional, deve-se muitomais à expans::lo da àrea cultivada e dosrebanhos do que a ganhos de produtivida-de. Essa ocupaç~o de novas àreas para oprocesso produtivo existe tanto no interi.or dos estabelecimentos agr(colas (I BGE,1977), quanto na conquista de novas ter.raso
Particularmente nos Estados do Mara.
nhão, Piaul e Bahia, esse processo de con.quista de novas terras foi favorecido pelaconstruç::lo de infra-estruturas rodoviárias,de eletrificaç::lo rural, crédito subsidiado,etc. A execuç::lo ou a previs~o de certosprojetos de impacto levaram, também, auma valorizaç::lo das terras e a necessidade
Evaristo Eduardo de Miranda iE
A expansão da drea cultivada, sem novastecnologias, parece fadada a repetir um
cendrio clássico: só após esgotar afronteira agrtcola se pensard em ganhos
de produtividade.
de materializaç::loda posse, mesmo quesem uso imediato. Enormes âreas passa-ram a ser cercadas e protegidas da invas~ode posseiros e ocupantes. No municlpiode Juazeiro, Bahia, esse processo foi bas.tante nltido no perlodo de 1970 a 1980(Miranda & Cabral, 1984), assim comoem outros municlpios vizinhos ou benefi-.ciàrios de projetos de desenvolvimento.
Essa expans~o da área cultivada, n~oacompanhada de mudanças tecnol6gicasnos sistemas de produç:lo, parece fadadaa repetir o cenário clássico onde s6 ap6so esgotamento da fronteira agr(cola, inter
ou intra-propriedades, se pensará em ga-nhos de produtividade. No caso da regiãosemi.àrida, esse cenàrio lamentável é so.bretudo desnecessário. A pesquisa agrope.cUària, dispõe, hoje, de técnicas e tecno-logias que, corretamente definidas e arti.culadas em sistemas de produç::lo alterna.tivos, poderiam viabilizar uma ocupaç:lodessas regiões com ganhos de produtivida-de. Racionalizando ao mesmo tempo aexploraç:lo e a ocupaç~o do espaço rural,pode.se hoje conciliar objetivos de produ-ç::loe proteç::lo do meio natural. A regi::lodo Baixio de Irecê, na Bahia, ilustra per-feitamente essa problemática de desenvol.vimento agr(cola.
O Baixio de Irece apresenta um relevoque varia entre ondulado e plano. Os so-los predominantes s~o os Latossolos, osPodz61icos Eutr6ficos e Distróficos e os
Cambissolos Eutróficos além de algumasmanchas de Vertissolos. Esses solos foramformados a partir do Calcá rio Caatingacom influência variável de um capeamen-to quaternário de origem e6lica. O poten-cial agrfcola desta regi~o em condições desequeiro é bem mais baixo que no Plat6de Irecé: solos mais fracos, condições cli.máticas menos favoráveis.pluviosidade
o autor e engenheiro agrônomo, doutorem Ecologia, Coordenador do ProgramaAvaliaç!lo de Recursos Naturais e Sócio.-EconOmicos do Trópico Semi-Arido, doCPATSA.
Jornal do Semi-Arido 9
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í'"'0 .j <t' v" J' ,," '"(] ",'l: g :r vil J' 0" (c.; . v-
1. CARQUEIJA Calliandradepauperala Benth. XFam. Leg. Mim.
X
2. IMBURANA.DE-CAMBÃQ Bursera Lepropholcos (Mart.1 Engl. X XFam. Burseraceae
X X X
3, IMBURANA.DE.CHEIRO Imburana f(?QTr!nS;s(Fr. AlI.) A.C.Sm,itt-. X XFam.Leg.Papo
X X
4. JUA2EIRO Ziliphus joazeiroMart. XF3m. Rhamnnaceae
X X X X X X
5. JUREMA.PRETA Mimosa Jwsrilis Benth. X X X X XFam.Leg.Mim.
6. MARMELEIRQ.PRETO Croton SonJerianus Muell. Ary. XFam. Euphorbiaceae
X X
7. MULUNGU Erytlrrino velutina Willd. Xr am, Leg.Pap,
X X
R. PAU.BRANCO Auxemmaonl.'ocalyx (Fr. Ali,) Baill. X X XFa-. Ehretiaceae
X X X
9. QUEBRA.FACA Ooron sp. X X XFam. Euphorbiaceae
X X
10. SABIA Mimosa Coesa/pinUfo/iaBenth. X X X XFam. Leg. Mim.
X
mais baixa, temperatura mais alta(SNLCS,1973 e Santos, 1976).
Em agosto de 1979, a ârea cultivadaera relativamente pequena, constitu Idabasicamente por pequenos produtores ealguns latifúndios, como pode ser obser-vado na Figura 1, gerada a partir de umaimagem do satélite LANDSAT (Ver pâgi-na 11 ). As áreas em negro representamas terras ocupadas pela exploraç!loagr(co-Ia, frequentemente campos de mamona,algodão, feijão, milho e sisal.Todavia, emjunho de 1983, aproximadamente 4 anosdepois, constatou-se uma transformaç!loda ocupação agr(cola sem equivalente emqualquer área da região"tFigura2).
A simples oomparaç!lodas duas figuraspermite visualizar a intensidade do pro-cesso de expansão da ârea agr(cola, en-quanto a forma e o tamanho dos camposindicam que esse fenOmeno está ligado agrandes propriedades que chegam a pos-suir campos de mais de 2.500 ha.
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Apesar do potencial produtivo dessaárea, pelo processo atual, assistimos auma ocupaç!lo desordenada e frequente.mente inadequada dos solos e uma explo-ração extensiva de lavouras de baixa pro-dutividade que, além de prejudicar as for-mas tradicionais de produç!lo pecuâria,pode levar a nefastas conseqüencias ecoló.gicas, sobretudo nos solos de origem eóli-ca, que são bastante frágeis.
A ocupaç!lo crescente da área, apesardo perlodo de seca que marcou os últi.mos quatro anos, mostra a din1lmica dessetipo de agricultura que deve estar prova-velmente sustentada em objetivos de mé.dio prazo com relaç!lo a ocupaç!lo das ter-ras, sem nenhuma ligaç!lo com a agricultu-ra de subsisténcia. As culturas mais prati.cadas nos latifi1ndios, que se alastram naárea, são sorgo, mamona e algod:!o. Bonsresultados s:!o obtidos na pecuária com aintroduç!lo do capim buffel. Até algumasáreas de soja est!lo surgindo no sul da re-gi!lo (essas informaçOes obtidas a partir detratamentos de análise diacrOnica realiza-
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FIG 1 Áreas uporodos çom lovouras no regilio do Boixio de Ireci(AGOSTO1919)
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FIG. 2 Âreos expIorodos. com IQvourQl na (891110 do Boixio ele Ir.ci.1..uf40 19831
10 Jornal do Semi.Arido
dos com as imagensde satélite mostram,também, o valor desse instrumento para apesquisa agropecuária e o planejamentorural).
o Centro de Pesqu isa Agropecuária doTrópico Sem i-Árido consolidou, na áreade avaliaç!lo de recursos naturais e sócio.econOmicos, uma série de métodos, pro-cedimentos e resultados que permitem ar.ticular uma nova participaç:!o da pesquisaagropecuária no desenvolvimento regio-nal. O papel da pesquisa n!lo deve se lil1,'l,Í-tar somente a propor alternativas tecnoló-
gicas a serem. viabilizadas pelo desenvolvi-mento rural. Hoje, a pesquisa pode contri.buir na definiç!lo de um projeto de desen-volvimento, na sua implantaç:!o e avalia.ç:!o, graças à experiência acumulada tantodo ponto de vista metodológico, quantoda existéncia e utilizaç:!o de uma log(sticade laboratórios e equipamento.
Até se concretizar o grande projeto deirrigaç:!o do Baixio de IreGê (270 mil hec-tares), o desenvolvimento desta área defronteira deveria se basear no incentivoao minifúndio (30 a 50 ha). a exemplo daregião de IreGê. O manancial de âgua sub-terrânea é razoável (águas cálcicas da clas-se C3S1) e tem capacidade de manter inú.meros per(metros de pequena irrigaç!lo(1 a 3 ha) com hortaliças e culturas 'desubsisténcia, além de poder fomentar umapecuária semi.intensiva (utilizando capimbuffel e sorgo), com bebedouros,abasteci-dos por poços artesianos movidos a cata-vento. Em termos de culturas industriais,o guar parece ser uma alternativa promis-sora para a região, capaz de dar uma boaproduç!lo mesmo em anos muito deficitá.rios em chuva. Produto para o qual exis.
te,;, demandas explicitadas a n(vel do se-tor industrial. Nesta regi:!o, uma fazendamodelo (cerca de 15 ha) de iniciativa pri-vada, com caracter(sticas de intensifica-ç!lo e integraç!lo das atividades agr(colascom tecnologias modernas, está sendo ins-talada com base em pequena irrigaç!lo pa.ra produção de hortaliças e gado de leitee corte, orientada pela pesquisa agrope-cuária.
Em conclusão, é curioso constatar que,na região do Baixio de IreGe,essa progres-são da agricultura nas ârea~ de sequeironão tem similar nas partes limltrofes doLago de Sobradinho, onde a água n:!o se.ria um fator limitante. Uma outra análisede imagens satélites referentes ao conjun-to do Lago mostrou que, apesar de quatroanos de existéncia, ele n:!o induziu nenhu-ma expansão da ârea agr(cola (com exce-ç!lo da usina de álcool de Camaragibe).Muito pelo contrário, se levarmos em con-ta as terras de lavoura cobertas pelaságuas. Paradoxal situação numa regiãoonde frequentemente a âgua é apontada
como o principal fator limitante da agri-cultura.
Nos últimos dez anos,a teledetecçãoespaci21tornou-seum instrumentodetra-balhodegrandepotencialparaapesquisae o planejamentoagr(colas.As informa-çõesfornecidaspor diferentestiposdesa-télite e naves espaciais (LANDSAT,SKYLAB, CHALLENGER, GDES . . ,)crescemrapidamenteem quantidadeequalidade.
Umaimagemdosatél,i.temeteorológicoGOES,por exemplo,cobrecercadeumterço da terra. OcanHersincrdnicodato-madade dadosnão possuioutro equiva-lente tecnológico:afinal, de que outraforma poder-se-iater umavisãoinstantâ-nea do estadodeum terço daatmosferaterrestrea cadatrinta minutos?Demodoanálogo,o satélite LANDSAT cobreemcada imagemuma área de aproximada-mente34.000Km2.
As imagens,como geralmenteocorre,tambémpodemser produzidasde formadiacrdnica,isto é, ao longodo tempo:ossatélitesenviamimagensa intervalosregu-lares,quepodemir dealgunsminutos,nocaso do GOI:S,até 18 dias,no casodoLANDSAT, por exemplo.Isto permiteoacompanhamentoda evoluçãode nume-rosostemase problemasde forma inédi-ta, sobretudonum pa(s como o Brasil,onde a disponibilidadede-fotos aérease de outrosdocumentosgeraoospor sen.soresaero-transportados é limitada
Além do carátersincrdnicoediacrdni-co da tomadadedados,asimagens-satéli-te sãoregistradasemvárioscanais,atravésdesensorese fi Itrossens(veisacertasme-didasde luminância.A utilização"iso'adaou combinadadessesregistrosabrilJumcampovast(ssimoparaapesquisa,queho-
Teledetecção Espacial
o Semi-Áridovisto por cimaje écapazdeevidenciaralvosmuito preci.sos e particulares:numasó imagempo-dem ser evidenciadose analisados,porexemplo,o estadodavegetação,ascondi-çõesdeumidadedo solo,oscultivosetc,bastando, para tanto, selecionare/oucombinar digitalmentedeterminadosca-nais. Em São Paulo,os citricultoressãoapoiadospor informaçõesgeradasa partirde imagens-satélite sobre a ocorré'ncia depragas,antesmesmoque a constataçãovisualnocamposejaposslvel.
TELEDETECÇAO NO CPATSA
Em 1980,o CentrodePesquisaAgro-pecuária do Trópico Semi-Arido(CPATSA), em colaboraçãocom o Insti-tuto Nacional de PesquisasEspaciais
Orbitas da Colúmbia sobre o Nordeste
(INPEj, deu in(cio a um projetovisandotestar a teledetecçãoespacialcomo ins-trumento complementarde pesquisa eplanejamentoagr(colas.Atualmente, oCPATSA já dispõedeumasériedeméto-dos e procedimentosquepermitemutili-zar imagens geradas pelo sistemaLANDSAT como apoio a trabalhosnasáreasde mapeamentodesolos,vegetação,recursosh(dricos,ocupaçãoagrl'cola(Verartigo da página 9), zoneamentoagroe-cológicoetc.
Parte dos trabalhospodem ser total-menterealizadosno CPATSA,queconta,hoje, com um imageadormultiespectralpor adiçãoóticaedeumaunidadedeaná-lisesde imagensremota(UAI-R). O pri-meiro equipamentoé americanoe o se-gundofoi fabricadoparao CPATSApelaFUNCATE/INPE,sendoque ambosper-mitem a exploraçãodeváriascaracteristi-casprópriasaosdadosdesensoriamentoremoto.
Com a experié'nciaacumulada nessaárea,o CPATSAteveaceita,pelo INPEepela NASA, suaparticipaçãonapróximamissãoda naveColúmbia,em maiodesteano,quandoserárealizadamaisumaeta-pa do Experimento MOMS (lmageadorOrbital Modular, Optico-Eletrdnico eMuItiF.!spectral)- um novoequipamentode origem alemã,em fasede calibraçãodesensores.
No Brasil,o INPEéo órgãoencarrega-do clo monitoramentode coberturadenuvense da coordenaçãodasatividadesde pesquisasrelacionadascom a MissãoMOMS,atravésdo convé'nioCNPq-INPE/CTA/DFVLR (OeustscheForschung-undVersuchsantaltfür Luft-und Raumfhart,daAlemanhaOcidental)
Imagens do Semi-Arido,captadas no INPE . . .I
. . .silo interpretadas no laboratdrio de teledetecçllo do CPATSA
Jornal do Semi-Arido 11
PUBLICAÇÕES
A partir deste mlmera, o Jornal do Semi-Áridoinformara, nesta seç30, o lançamento depublicaçOes editadas pelo CPATSA, bem comoseus respectivos preços, numa tentativa deorientar melhor aqueles interessados emaprofundar seus estudos sobre o Semi-Aridobrasileiro.
Para adqu irir as pu blicaçOes anunciadas, osinteressados devem enviar cheque nominal àEMBRAPA, com o seguinte endereço:EM BRAPA, Caixa Postal 23 CEP 56.300 -Petrolina.l'E. O preço de cada publicaç30 terávalidade por tn!s meses, apOs sua divu Igaç30neste periOdico.
A segu ir, destacamos as publicaçOes editadas nomês de março de 1984: ..
Rno
ALGODÃOconsórcioEFEITO DO ESPAÇAMENTO DO 'ALGODO-EIRO MOCO EM FILEIRAS DUPLAS EMCONSORCIO COM CAUPI E SORGO é o tl'tu-10 do Boletim de Pesquisa n? 22, de autoria doagrOnomo Severino Pessoa de Aguiar Filho, pesoquisador em Fitotecnia/Sementes, da EMBRA.PA - CPATSA.
No Boletim, ~ descrita toda a metodologia dosexperimentos, realizados no Campo Experimen.tal de Manejo da Caatinga, em Petrolina.PE,bem como são discutidos seus resultados,
O autor concluiu que a consorciaça'o do algo.doeiro mocO com caupi e sorgo, apesar de redu-zir a produça'o de algodão em torno de 70%, noprimeiro ano, proporcionou uma maior rendabruta por unidade de área,
As culturas de sorgo e caupi, intercaladas no se.gundo e terceiro anos do algodoeiro mocO, so-freram intensa competiçao e apresentaram pro.duçao zero, Estes resultados, segundo ele,levan-tam dlJvidas sobre a viabilidade de consorciar ai.godao mocO apOs o primeiro ano, particular.mente em áreas com chuvas limitadas e mal dis.tribu (das,
.r.' ISSN 0100-9729
mlllÇO, 1984
IRRIGAÇÃObibliografiaAcaba de ser lançada a BIBLIOGRAFIA SINA.LETICA SOBRE AREAS IRRIGADAS: Tecno.logias desenvolvidas pelo CPATSA, Sao 341 re.ferências bibliográficas que, sem duvida, paSsama constituir fonte de consulta importante, prin.cipalmente para profissionais da área de irriga.c!lo,
O acervo e resultante de pesquisas desenvolvi.das pelo CPATSA para as áreas irrigadas doNordeste e a publicaça'o representa parte do es.forço do Centro para facilitar o acesso às infor-'maçoes atualmente disponNeis, No mdice deassuntos, constam: controle de insetos e pragas,engenharia de solos e águas, fertilidade de solos,fitopatologia, manejo de irrigaç!lo, manejo decultura, melhoramento genético, m~todos de ir.rigaça'o, plantas invasoras das culturas irrigadas,produção de sementes, programas de pesquisa erelatório, relaça'o solo-água.planta.clima, salini.dade e drenagem e sistemas de produça'o, Há,ainda,um (ndice de autores,
De autoria de Agustin A, Millar e Maria Cira Pa.dilha da Luz, esta ~ a sétima bibliografia elabo.rada pelo Serviço de Informaça'o e Documenta.ç!lo -SID, do CPATSA,
Preço: Cr$ 1,500,00
~:!:"~~~""]----Número 21
ISSN 0100.8951
--;arço.1984
N6mero 26
BIBLIOGRAFIA SINAl~TICA
SOB~E. AREAS,IR!!IGADAS
T_oIogias d ,olvidas pelo CPATSA
(;) ~::.~~~~:~~I~~~E~~~~~SAAGROPECUARIA IEM8RAPA).,DOTI'IOP1COSEMI'''100 !CJ'ATSAI
IRRIGAÇÃObananeira
A percentagem de agua disponlVel no solon!lo deve baixar aquém de 75% nem deve hallercondiça'o de saturaçao de água no solo prejudi-cando a aeraça'o, no cultivo da bananeira. Estass!lo duas das conclusoes a que chegou o enge.nheiro agrÔnomo Edson Lustosa de Poss(dio,Chefe Técnico do CPATSA, em seu trabalho"DEMANDA DE AGUA NA CULTURA DABANANEIRA",
O trabalho é resultado de exaustiva revisão deliteratura sobre as necessidades h(dricas da cu I.tura da bananeira, importante fonte de divisaspara muitos pa(ses da América Central. Umacultura bastante exigente em água e com alto(ndice de transpiraça'o, que se ressente mesmoem deficits h(dricos muito pequenos e é igual.mente prejudicada com axcessos de umidadeqUe afetem a aeraç!lo do solo,
Cr$ 350,00
~~.o.!.oo9729mltfÇO, 1984
CUSTOS OPERACIONAIS DE MAOUINAS AGRICOlAS
A TRAÇAO ANIMAL EM VARIOS TAMANHOS DE PROPRIEDADE
~ EMPRESABRAStLEIRA DE PESQUISAAGROPECuARIA (EMBRAPA)tO) CENTMO Ot !"ESOU_S.A AQAOI'ECUÃ'''A"." DOTAO!"_CO$EMI-ÁRIOOIC~AT$Aj
TRAÇÃO ANIMALcustos operacionais
O desempenho econômico de um conjunto inte.grado de máquinas agr(colas (fonte de potência,máquina propriamente dita e operador) é de-terminado pela relaçao entre a produça'o doconjunto e as despesas efetuadas,
Os pesquisadores Harbans Lal e Luiz CorsinoFreire tratam deste assunto no Boletim de Pesoquisa n? 21, "CUSTOS OPERACIONAIS DEMAQUINAS AGRltOLAS A TRAÇAO ANI.MAL EM VARIOS TAMANHOS DE PROPRIE.DADE", No trabalho, descrevem os vârios pas.sos para se estimar e compa:ar os custos opera.cionais do chassi porta-implementos, adaptadopelo CPATSA, e de equipamentos tradicionais,
Cr$ 180,00 I I Cr$ 300,00
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DEMANDA DE. AGUJ 1"\' uL lURA DA BANANEIRA
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