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entrevistaAmália Sina, da Sina Cosméticos, conta como a pressão do varejo a levou a optar pelas vendas diretas
COnGeLaDOsMercado de lanches que vão do freezer ao micro-ondas se aquece e ganha novas tecnologias
COMO ter UMa eMBaLaGeM eXCLUsiva
C o l o c a r no mercado
produtos acondicionados
em embalagens
com perfil
único, capazes
de sobressair ante concorrentes,
é garantia quase certa de êxito. O exemplo
mais notório, entre muitos outros
bem-sucedidos,
é o da garrafa
contourde vidro da Coca-Cola. Mas quais os custos e outras barreiras para o acesso a potes,
garrafas, frascos, cartuchos e outros
recipientes personalizados? talvez
sejam menores do que
se pensa
Setembro 2011 | 3
editorialUMa COnversa COM O LeitOr
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa
nesta eDiçãO, este espaço será usado para fazermos umas poucas considerações sobre o exercício de duas diferentes atividades que caracterizam empreendimentos de comunicação, a editorial e a comercial. Motivam-nos a isso queixas que vez ou outra rece-bemos de representantes de empresas que, ao lerem reportagens relacionadas ao campo em que atuam, não encon-tram seus nomes citados. Em seu jul-gamento, esse seria um “direito” a elas assegurado por serem ou terem sido anunciantes. Pelo que podemos res-ponder por EmbalagemMarca, não é assim que as coisas funcionam.
Os departamentos comercial e edi-torial operam de forma independente, sob o entendimento de que os resul-tados de seus respectivos trabalhos, ao serem materializados nas páginas da revista, constituem, cada um a seu modo, informação pertinente e confi-ável. Além das características especí-ficas de cada um, a diferença crucial entre os dois formatos está em quem se responsabiliza pelas informações neles contidas. Vale dizer, os editores, pelo editorial, e os anunciantes, pela publi-cidade. Ainda que seja desejável que ambos se complementem, não se cogita de que um “ajude” o desenvolvimento dos trabalhos do dia a dia do outro.
Ao longo de quase meio século de prática jornalística, boa parte vivida em alguns dos mais acreditados veículos de comunicação do País, aprendemos que evitar a mistura de canais é um tanto árduo para obter-se êxito nos negócios. Mas aprendemos também que essa senda é segura para alcançar o almejado sucesso comercial, com a recompensa adicional do reconhecimento de cre-
dibilidade. Na metade daquele tempo, dedicada a nossa própria iniciativa, a adoção dessa postura só nos deu bom retorno.
Já que estamos nos dando ao atrevi-mento de transmitir princípios relativos a nosso campo de atuação, tomamos a liberdade de enviar mais um reca-do, este aos praticantes de outro tipo de mistura de estações. Referimo-nos àqueles que restringem seus planos de comunicação a ações de assessoria de imprensa. Acreditam – às vezes mal aconselhados por seus assessores – que, ao conseguirem “plantar” matérias nos veículos de informação estão economi-zando verbas de publicidade. Claro que cada um administra seu dinheiro como acha melhor.
Claro também que materiais infor-mativos enviados por suas assessorias de comunicação são bem vindos e eventualmente aproveitados, desde que contenham informações pertinentes e úteis aos leitores.
Mas, como dar palpite não tem custo, ficamos à vontade para lembrar que os instrumentos de comunicação se complementam, não excluem uns aos outros. Assim, não têm valor algum os cálculos de centímetros de notícias publicadas que possam ser feitos com base nas tabelas de preços de anúncios dos veículos de informação. Em pala-vras diversas, para reiterar um princípio elementar da diferença, recorda-se que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Até outubro.
WIlson palhares
“Os instrumentos de comunicação se
complementam, não excluem um ao
outro. Assim, não têm valor algum os
cálculos de centímetros de notícias
publicadas que possam ser feitos com
base nas tabelas de preços de anúncios
dos veículos de informação”
sumárioEdição 145 • Setembro 2011
3 editorial A importância da separação entre pauta editorial e pauta comercial
8 inovação Pão de queijo gourmet congelado utiliza embalagem diferenciada e agrega valor, proteção e conveniência ao produto
10 sanduíches Mercado de lanches congelados para micro-ondas se aquece e apresenta soluções tecnológicas para conservar o sabor e a consistência do produto
por MarCelo MarConDes
14 Painel Brasilata e Cerviflan apresentam novidades para tintas imobiliárias. Uma nova caixa para morangos é lançada pela Rigesa. Henkel anuncia novo adesivo de cura rápida para laminados. As taxas de reciclagem do PET e do PVC em 2010
24 eM Foco EmbalagEmmarca foi ao varejo para aferir se o consumidor sabe reconhecer o selo verde mais famoso do mundo
28 artigo Uma reflexão acerca das oportunidades que a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil apresentam para a promoção da cachaça e de outros produtos em âmbito internacional, e o que (não) está sendo feito a respeito
por WIlson palhares
32 rotulagem Aplicadora de termoencolhíveis coloca os rótulos com a embalagem na horizontal, em vez da tradicional posição vertical
34 Construção civil Weber Saint-Gobain lança argamassa acondicionada em inédito saco valvulado de 10 quilos dotado de alça. Inovação foi desenvolvida pela Klabin
24 Reportagem de capa
FOrMatOs eXCLUsivOsFormatos exclusivos podem fazer toda a diferença para o sucesso de produtos e marcas. Saiba as dificuldades e facilidades, os mitos e as verdades sobre sobre como obter embalagens com desenho único em diferentes tipos de material
pela eQUIpe De eMbalageMMarCa
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Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br • redação: Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Marcelo Marcondes | marcelo@embalagemmarca.com.br • Comercial: Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca.com.br • Karin Trojan | karin@embalagemmarca.com.br • Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca.com.br • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br • assistente de arte: Wilson Roberto Jr. | arte1@embalagemmarca.com.br • administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br • Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Manoel Dias | eventos@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas (assinatura anual R$99): Kelly Cardoso | assinaturas@embalagemmarca.com.br
Publicação mensal daBloco Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 5304718-040 • São Paulo, SP(11) 5181-6533www.embalagemmarca.com.br
Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte, do conteúdo desta revista sem autorização. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.
sumárioEdição 145 • Setembro 2011
36 azeites O célebre azeite português Gallo promove mudança nos rótulos e de quebra apresenta bico dosador retrátil
40 entrevista Amália Sina, presidente da Sina Cosméticos, fala sobre a difícil relação entre fornecedor e varejo, a dificuldade de se obter certos tipos de embalagem e sobre as oportunidades de crescimento do setor em que atua
46 Cervejas AmBev lança conceito inédito no Brasil de lata de cerveja com abertura total. Produzida pela Crown, embalagem é híbrido de copo e lata
47 Bebidas Queensberry ingressa no mercado de smoothies utilizando frascos de vidro decorados com rótulos termoencolhíveis
58 Prêmio embalagemMarca Jurados já avaliaram as peças concorrentes. Começam os preparativos para a cerimônia da quinta edição do evento
60 Lácteos Válvula da Rexam PLC, originalmente utilizada em cosméticos, é adaptada ao uso em bebidas alcóolicas e permite servir licor na forma de espuma
62 internacional As duas maiores multinacionais de laticínios atuantes no País começam a adotar tampas e frascos feitos de polietileno de origem vegetal
64 Display União Química ingressa no mercado de dermocosméticos com hidratante para gestantes. Coca-Cola lança refrigerante com guaraná e cajuína no Nordeste. Linha de produtos para piscinas ganha baldes retangulares cônicos e frasco ergonômico. Limpadores Veja agora disponíveis em panos umedecidos prontos. Sidra Cereser ganha embalagem comemorativa com rótulo termoencolhível full-sleeve. Embaré estreia no mercado de leite longa vida. Água mineral de Mato Grosso adota garrafas com inscrições em braille. Embalagem de Kero Coco imita coco verde
74 almanaque A história da lata da cerveja americana mais emblemática em doze versões. As resinas plásticas que protegem La Gioconda. A história da dançarina espanhola do cinema que virou símbolo de casa importadora. A marca das três letras que, por quarenta anos, foram sinônimo de detergente no País
Aaron ..........................................................69Abeaço ....................................................... 67Arol ...............................................................17BMB ............................................................. 47Boxprint ...................................................... 45Center Fix ...................................................61Ciclo de Conhecimento ........................63CMP .............................................................13Congraf ....................................................... 11Crespo .........................................................41Embala........................................................ 73
Esko-Graphics ..........................................49Frascomar .................................................. 53Giro News ..................................................68Grif ............................................................... 33Husky ................................................ 4ª capaIbema ...........................................................15Indexflex ..................................................... 27Innovia Films ............................................. 55Krones ........................................................ 35Limer-Cart ..................................................19Málaga ........................................................ 57
MLC ..............................................................51Moltec ........................................................69Müller-Martini............................................ 75MWV Rigesa .................................... 2ª capaNitro Química ...........................................29Optima ......................................................... 9Pack Point ...................................................71PakTech ...................................................... 59Papirus ........................................................ 25Plastimagen ...............................................43Prêmio EmbalagemMarca............38 e 39
SIG Combibloc ......................................... 23Simbios-Pack ............................................69Simei ........................................................... 37Technopack ...............................................71Tetra Pak .......................................................7Versacolor ..................................................21Videojet .......................................................31Vitória Régia ...............................................61Wheaton .......................................................5
Empresas que anunciam nesta edição
36
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60 62
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8 | Setembro 2011
CONGELAdOS
Mineirismo rebuscadoPão de queijo gourmet sobressai no mercado por meio de embalagem com diferenciais em imagem, proteção e conveniência
nãO se saBe exatamente quan-do o pão de queijo foi criado, nem seu modo original de preparo. É certo, porém, que as primeiras encarnações da iguaria, caseiras, não continham aromatizantes nem espessantes, hoje encontrados em muitas de suas ver-sões industrializadas. Apostando no sucesso de uma receita “mais pura”, a paulista Formaggio Mineiro lançou há quase um ano um pão de queijo com apelo gourmet, baseado somente em sete ingredientes (queijo canastra, parmesão, polvilho, ovos, leite integral, margarina e sal). O produto, distribuí-do congelado ao varejo, tem chamado a atenção por um outro apelo alternativo: a apresentação em um cartucho espi-gado de papel cartão, e não em bolsas plásticas, como ocorre na concorrência.
A embalagem cartonada busca conferir imagem premium ao produto, incorporando design gráfico minima-
lista, com poucos dizeres, e uso desta-cado da cor dourada. Para um melhor desempenho, o papel utilizado recebe aplicação de revestimento plástico em ambas as faces. Desse modo, resiste à ação da umidade presente nos balcões refrigerados.
Outro charme do invólucro do pão de queijo gourmet não fica tão evidente nas lojas. No interior dos cartuchos, as dez unidades, cada uma com 25 gramas, são acomodadas individualmente em nichos de um berço plástico termofor-mado. “Isso proporciona grandes van-tagens frente às bolsas plásticas”, afirma Mirany Soares, gerente de desenvolvi-mento de marca da Formaggio Mineiro. “Os produtos ficam protegidos e não grudam uns nos outros em caso de descongelamento no caminho entre o ponto de venda e a casa do consumi-dor”, diz a profissional. “Ademais, a embalagem facilita o acesso e o pos-
terior armazenamento no preparo de pequenas quantidades.”
nãO FOi FáCiL materializar o con-ceito de apresentação. Mirany relata que diversos fornecedores consultados tiveram dificuldade de assimilar o que a empresa queria. “Ninguém tinha solu-ções prontas em embalagem para o que desejávamos. Tivemos de começar o projeto do zero”, conta. O trabalho, diz a profissional, valeu a pena. Evitando revelar volumes, Mirany diz que as ven-das do pão de queijo gourmet crescem “mês após mês sempre entre 20% e 30%”. Depois de conquistar empórios e supermercados de perfil requintado em São Paulo e Minas Gerais, o pro-duto chegará em breve ao Rio. “Temos certeza de que a aceitação da proposta do produto não seria a mesma sem a embalagem especial”, avalia a gerente da Formaggio Mineiro.
DesiGn
Occa m.PL(11) 3845-0278www.occa.com.br
CartUCHO
Makrocolor(11) 5683-8400 www.makrokolor.com.br
BerçO PLástiCO
Mil Plast(11) 4343-4434www.milplastsbc.com.br
Cartucho rende diferenciação na categoria. Separação das unidades em berço plástico
evita que produtos grudem e facilita o consumo paulatino
10 | Setembro 2011
SANduíCHES
nO CaMPO da alimentação, o apetite do brasileiro por conveniên-cia tem estimulado ofertas de consu-mo mais rápidas e práticas até mesmo daquele que é um símbolo do fast- food: o sanduíche de hambúrguer. Depois de uma ação bem-sucedida da Sadia iniciada em meados de 2005, ver-sões prontas e congeladas do produto, para preparo instantâneo no forno de micro-ondas, começaram a proliferar no varejo. Embora não haja estatísticas precisas, o que já se pode definir como categoria abriga hoje uma disputa entre pelo menos quinze marcas – e o núme-ro não para de crescer. A concorrência não se traduz somente em variedade
de players, mas também dos conceitos de embalagem “inteligente” utilizados.
A “inteligência” refere-se a qualida-des que as embalagens devem apresen-tar para poder ir ao forno e garantir aos sanduíches congelados um aquecimen-to breve e uniforme – e, no ideal, resul-tando num produto parecido ao feito na hora, sem textura “emborrachada” ou amolecida. Não é fácil.
Pioneira do mercado, a Sadia busca cumprir essa tarefa por meio do uso de uma embalagem primária especial. Trata-se de uma flexível do tipo flow--pack, transparente, confeccionada pela Celocorte a partir de um filme de BOPP (polipropileno biorientado) “res-
pirável”. O material contém microfuros que se abrem quando em contato com o vapor proveniente do aquecimento do sanduíche. Essas fendas micros-cópicas são responsáveis pela distri-buição uniforme do vapor por dentro do invólucro, assegurando, segundo a empresa, um aquecimento balanceado, sem deixar nenhuma parte do sanduí-che encharcada. Atualmente, tal solu-ção é empregada nas embalagens de cinco sanduíches de hambúrguer da linha Hot Pocket: X-Burguer, X-Bacon, X-Calabresa, X-Frango e X-Picanha.
Muitos dos fabricantes que vieram na esteira da Sadia, porém, apostam num sistema alternativo. As linhas de
ritmo intenso no preparo instantâneodiversificação de marcas e tecnologias de embalagem consolidam o mercado de sanduíches congelados
POR MARCELO MARCONdES
© JOHNFOTO | dREAMSTIME.COM
12 | Setembro 2011
Emplal(11) 3795-5000www.emplal.com.br
Celocorte(11) 4156-8822www.celocorteembalagens.com.br
burgers de marcas como Seara (Hot Hit), Aurora (X-Faroeste) e Massale-ve (Lanche Fácil) oferecem sanduíches acomodados numa pequena bandeja, termoformada a partir de polipropile-no de alta resistência térmica. Levado ao forno de micro-ondas, esse “berço” visa impedir que a água resultante da fusão das partículas de gelo presen-tes no sanduíche congelado volte para dentro dele, o que resultaria inevita-velmente num alimento “esponjoso”. “A peça apresenta ranhuras horizontais, na lateral, e redondas, na base, que permitem a circulação da água durante o aquecimento”, explica Eudes Bicalho, diretor comercial da Emplal, a produ-tora dos berços. “Desse modo, o líquido é canalizado e não se deposita no pão.”
eXiste, ainDa, uma terceira via. A Alimenta, de Minas Gerais, distri-bui hambúrgueres congelados acon-dicionados em bandejas (“conchas”) de papel cartão dotadas do chamado heat susceptor – uma lâmina cartonada revestida com filme de poliéster meta-lizado que dinamiza o aquecimento de congelados ao converter energia eletro-magnética do micro-ondas em energia térmica. Além de acelerar o preparo, o susceptor é também apontado como capaz de conservar a crocância dos alimentos. O susceptor é utilizado pela Sadia
nas embalagens das pizzas prontas Hot Pocket Pizza (ver Embalagem-Marca nº 121, setembro de 2009). Para os sanduíches congelados, entretan-to, a empresa decidiu não utilizar o acessório. “Os sanduíches congelados não necessitam de susceptors porque o pão não precisa ser crocante como a massa da pizza”, argumenta Bicalho, da Emplal. Procurada pela reportagem, a Alimenta preferiu não se pronunciar a respeito do uso do acessório, nem revelar a identidade do fornecedor da embalagem. Como se vê pela movi-mentação dos players e por sua resis-tência em falar sobre fornecedores de insumos, o que se pode deduzir é que a concorrência, já intensa, se encontra num patamar que tende a crescer e a abrir campo para mais inovações.
A PIONEIRA
Na linha Hot Pocket, da Sadia, sanduíches
são levados ao forno de micro-
ondas em flow pack “autoventilante”, que uniformiza a distribuição
do vapor em seu interior
AS EMERGENTES
Novas disputantes, como Massa Leve e Seara, utilizam
bandeja que retém a água liberada com o
aquecimento
A ALTERNATIVA
Alimenta propõe o aquecimento de
sanduíches por meio de envoltório
cartonado que balanceia irradiação
das micro-ondas
14 | Setembro 2011
Para atenDer ao público de baixa renda, diversos fabricantes têm colocado no mercado massas corri-das em embalagens de custo reduzido, especialmente barricas de papelão. De olho nesse movimento, a Brasilata lan-çou uma barrica de aço, batizada com o sugestivo nome de Barricaço. Trata-se de uma versão light e econômica do balde de aço. Enquanto este é produ-zido a partir de folha de aço de 0,34 milímetro de espessura, a nova emba-lagem utiliza folha de 0,22 milímetro de espessura. O resultado é um recipiente 35% mais leve do que um balde de aço tradicional – e, segundo a fabricante, de custo “dramaticamente menor”.
A resistência do Barricaço, claro, não é a mesma de uma lata de aço con-vencional. A Brasilata tomou o cuidado de sinalizar essa diferença com uma litografia vermelha na tampa especial onde é salientada a maior fragilidade da embalagem e os cuidados que devem ser observados com o transporte e o armazenamento. A tampa do Barricaço traz impressas, na cor vermelha, as
instruções de manuseio para orientar os opera-dores de produção bem como os lojistas da reven-da especializada e pintores. A primeira usuária da novi-dade é a catarinense Anjo.
Quem também anuncia novidades em embalagens de aço para o mercado de tintas imobiliárias é a Cerviflan. A metalúrgica lançou, brandindo pioneirismo no Brasil, uma lata de 1/16 de galão (225 mililitros) dotada de necking e uma versão da popular lata “quadrada” de 18 litros com solda reduzida.
No caso das novas latinhas de 1/16, a Cerviflan argumenta que a incorpo-ração do necking – desenhos no topo e na base que facilitam o empilhamento – ajuda tanto os fabricantes de tintas quanto lojistas e consumidores finais. A empresa diz que realizou pesquisas informais nos pontos de venda que identificaram ser esse tipo de embala-gem o que mais sofre danos e quedas
PainelMOviMentaçãO nO MUnDO Das eMBaLaGens e Das MarCas edição: GUiLHerMe KaMiO
guma@embalagemmarca.com.br
MetáLiCas
novidades para tintas e massas
Cerviflan oferece latinhas com necking (à esq.) e lata de 18 litros com solda reduzida (na foto, uma comparação
entre a novidade e a versão convencional)
NOVAANTIGA
Barricaço, da Brasilata: balde ultraleve para
competir com as barricas de papelãopor problemas de empilhamento. Por
sua vez, a redução do espaço de solda na lata de 18 litros contribui para a apresentação da embalagem nas lojas. “É uma inovação que favorece princi-palmente os apelos de marketing para melhor e maior exposição do rótulo do produto sem a interferência da solda”, diz o diretor-presidente da Cerviflan, Vicente Lozargo Filho.
16 | Setembro 2011
PainelMOviMentaçãO nO MUnDO Das eMBaLaGens e Das MarCas
neGÓCiOs
Huhtamaki adquire convertedora baiana
O grupo de embalagens finlandês Huhtamaki anunciou que irá adquirir a Prisma Pack, convertedora baiana de filmes para aplicações técnicas e embalagens. Por meio de sua subsi-diária brasileira, a adquirente irá desembolsar 20 milhões de euros (47 milhões de reais) no
negócio. Fundada em 2003 no Pólo Petroquí-mico de Camaçari, a Prisma Pack emprega aproximadamente 200 pessoas e faturou o equivalente a 40 milhões de euros em 2010. A especialidade da empresa são filmes para a produção de fraldas descartáveis. Contu-
do, produz também materiais para embala-gens plásticas flexíveis, possuindo parques de laminação solventless (sem uso de solventes pesados) e de impressão, composto por sete impressoras de rotogravura e três impressoras de flexografia.
sUstentaBiLiDaDe
adeus aos multipacks
CertiFiCaçãO
avery Dennison ganha selo “verde”
A Avery Dennison do Brasil foi certificada com o FSC (Forest Stewardship Council, ou Conselho de Segurança Florestal, em por-tuguês). O certificado, outorgado pelo Det Norske Veritas, é válido até julho de 2016 para a produção, o acabamento e a distribui-ção da linha de materiais autoadesivos da empresa. Inicialmente foi certificada toda a linha de folhas da marca Fasson (Allprint e Fineprint), pois grande parte dos distri-buidores dessas linhas já possui o mesmo certificado. “Temos como meta certificar 56 plantas globais com o selo FSC”, diz Marcos Iório, gerente da linha de papéis da Avery Dennison na América do Sul.
Alegando preocupação com a questão ambiental, a Piracanjuba abandonou o uso de envoltórios de filme plástico termoen-colhível para a venda de múltiplas unida-des de suas bebidas lácteas acondicionadas em embalagens cartonadas assépticas de 200 mililitros. A empresa utilizava os cha-mados shrinks para ofertas de três caixi-nhas agrupadas. “Percebemos que, mesmo sem o plástico, a qualidade e segurança de nossos produtos são mantidas”, diz o gerente industrial da Piracanjuba, Wagner Paschoalim.
Com a medida, mais de duas toneladas de filme plástico deixa-rão de ser consumidas por mês. “Reduziremos o lixo enviado ao mercado, além de contri-buir com o meio ambien-te”, diz Paschoalim, acrescentando que a aposentadoria das mul-tipacks gerou aumento de produtividade, com menos paradas e redu-ção de perdas. “Sem esse material não utilizamos a máquina mais complexa da linha e a operação ficou bem mais simples e mais eficiente”, explica o executivo.
Bebidas lácteas e achocolatados estão
entre os produtos que não serão mais vendidos
em trios de caixinhas
FeCHaMentOs
sem aberturas indesejadasFlip-top
com trava, utilizada em
detergente da Cassiopéia,
é agora oferecida
para bisnagas
Uma nova proposta de fechamento para bisnagas plásticas, com um diferencial em segurança, começa a ser oferecida pela Clever Pack. Trata-se de uma tampa flip-top que incorpora um sistema de lacre com micro-haste de pressão. Para abri-la o consumidor só precisa usar uma das mãos para primeiro destravar o lacre, empurrando a micro-haste para dentro e depois para cima (ver imagens).
De acordo com Claudio Patrick Vollers, diretor da fornecedora, a novidade dificulta a abertura acidental e os consequentes vazamentos de produtos em bolsas, malas e nécessaires. “É um produto para o mercado
‘on the-go’, que responde por grande parcela dos cosméticos regularmente consumidos pelo público feminino”, diz o profissional.
A tampa com trava já é utilizada no mercado brasileiro num outro tipo de aplicação: nos frascos de PET do detergente para louças BioWash, da Cassio-péia. “Vendemos o produto também pelo nosso site e, não raro, produtos chegavam ao destino vazando pela tampa”, conta o diretor da Cassiopéia, Thorsten Weltzien. “Desde a adoção do novo fechamento, em junho último, as reclamações cessaram.”
Para abrir tampa é preciso empurrar a trava para dentro e depois movê-la para cima
18 | Setembro 2011
PainelMOviMentaçãO nO MUnDO Das eMBaLaGens e Das MarCas
núMerOs
7,6%Foi o índice de evolução da reciclagem de PET no Brasil em 2010, segundo censo publicado pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet). O volume de embalagens pós-consumo recuperadas no ano passado atingiu 282 000 toneladas, ou 56% do total de recipientes de PET consumido no exercício.
22,3%Foi o crescimento da reciclagem de PVC pós-consumo no Brasil em 2010, aponta pesquisa encomendada pelo Instituto do PVC à consultoria Maxiquim. O número corresponde a 25 300 toneladas, ou 15,1% do total de produtos de PVC consumidos no País no ano passado.
43milhões de toneladasFoi o volume de cartuchos de papel cartão consumidos mundialmente em 2010, segundo estudo da consultoria Pira International. Em valor, o total representou 78 bilhões de dólares.
BiOPLástiCOs
Deleite mais sustentávelA rede de doçarias Amor aos Pedaços começa em setembro a utilizar pratos descartáveis com-postáveis, produzidos a partir de bioplástico derivado de bagaço da cana-de-açúcar. A empresa diz ser a primeira entre as cadeias de alimentação nacionais a adotar iniciativa do gênero. Fabricados na China pela Roots Biopack, representada no mercado brasileiro pela Solupack, os utensílios serão adotados nos 56 pontos de venda que a Amor aos Pedaços tem no País.
rOtULaGeM
in-mold com rótulos de papel
Por meio de sua divisão Speciality Papers, a finlandesa StoraEnso acaba de lançar um papel dedicado à produção de rótulos in-mold – aqueles fundidos a recipientes plásticos ainda na etapa de moldagem. Batizado de InnoMould, o novo material foi desenvolvido para substituir, com ganhos em sustentabilidade, os filmes plásticos normalmente empregados para o in-mold labeling de embalagens injetadas. Segundo a StoraEnso, ele não proporciona redução no uso de matéria-prima de origem fóssil somente por meio da troca do rótulo plástico por um celulósico. O papel também criaria embala-gens mais rígidas, permitindo diminuição no uso de resina em até 50% nas paredes dos recipientes e aumentando a capacidade de empilhamento. Alta qualidade de impressão seria outro benefício assegurado pelo novo material. “O InnoMould suporta o uso de visuais de alta resolução e qualquer número desejado de cores diferentes, incluindo dou-rado e prata”, diz a fabricante.
InnoMould: celulose substitui filme plástico com ganhos ambientais
investiMentOs
aposta nos emergentesO grupo canadense CCL Industries confirmou no final de agos-to que irá investir 30 milhões de dólares até o fim de 2012 para expandir as operações de sua divisão de rótulos, a CCL Label, em mercados emergentes. O aporte será direcionado para a cons-trução de três novas fábricas e para a expansão de capacidade de produção de unidades já existentes.
No Brasil, a construção de uma nova planta industrial de rótulos autoadesivos já foi iniciada em Vinhedo (SP). A planta vai mais que duplicar o tamanho da operação existente hoje no Brasil, e será dedicada principalmente aos mercados de higiene pessoal, limpeza doméstica, farmacêutico e de bebidas. A fábrica de rótulos termoencolhíveis da CCL Label em Criciúma (SC) tam-bém está recebendo investimentos para ampliar sua capacidade de produção, para melhor atender o rápido crescimento do setor de alimentos e bebidas. As outras duas novas fábricas do grupo estão sendo construídas em Bancoc, na Tailândia, e em Jedá, na Arábia Saudita.
Gente
Movimentações na cadeia de celulósicasHélio Henrique Busta-mante (foto) assumiu em agosto o cargo de diretor comercial da Ibema Com-panhia Brasileira de Papel. Bustamante sucede a Túlio César Reis Gomes, que ocu-pou o posto nos últimos quatro anos.
Especializada em emba-lagens de papel cartão, a Jofer Embalagens tem novo diretor comercial. É Raul Capozzi, egresso da Box Print e que atua há mais de quarenta anos no setor papeleiro.
Bruno Baptista é o novo diretor comercial e de marketing da Antilhas. O executivo retorna à empresa onde já trabalhara por onze anos depois de atuar dois anos como consultor de estratégia e marketing na GS&MD – Gouvêa de Souza.
20 | Setembro 2011
CeLULÓsiCas
Para morangos e frutas vermelhasUma nova caixa de papelão ondulado para morangos e frutas vermelhas em geral acaba de ser lançada pela MWV Rigesa. O modelo, diz a empresa, busca atender a três anseios dos clientes: maior rigidez, aperfeiçoamento do processo logístico e maior visibilidade no ponto de venda.
Confeccionada a partir de papelão ondulado kraftliner de alta gramatura, a embalagem apresenta áreas recortadas para ventilação, a fim de manter as frutas arejadas mesmo enquanto paletizadas. Um sistema lateral de abas de encaixe facilita o empilhamento das caixas.
O novo design favorece ainda uma melhor acomodação das cumbucas de morango em seu interior e permite o manuseio mínimo do fruto, uma vez que não é necessária a retirada das embalagens primárias das caixas para a exposição no ponto de venda. “Desse modo é possível evitar perdas e garantir maior valor para toda a cadeia produtiva, do produtor ao varejista”, afir-ma Josué Ferreira, especialista de produtos da MWV Rigesa.
FeCHaMentOs
Mais uma opção em sportGuard
A AmericaTampas começa a oferecer no Brasil uma variante da tampa plástica “esportiva” SportGuard, desenvolvida por sua parceira, a francesa Global Clo-sure Systems (GCS). A nova opção, com diâmetro de 28 milímetros, é compatível com o padrão de gargalo reduzido PCO 1881, que ganha crescente espaço no cenário mundial de garrafas de PET para bebidas. Antes, somente a versão de 38 milímetros estava disponível no mercado nacional.
Composta por duas peças moldadas em polietileno de alta densidade (PEAD), a tampa traz como diferenciais o desenho flip-top com abertura da sobretampa em 180 graus e um sistema duplo de segurança, que combina banda antiviolação e lacre de abertura na peça móvel. Pode ainda dispor, a pedido do cliente, de válvula de silicone no sistema vertedor, para a prevenção de derramamentos indesejáveis – a exemplo do que já ocorre com a SportGuard de 38 milímetros, utilizada no Brasil pela Coca-Cola na garrafa do isotônico Powerade.
eQUiPaMentOs
Fabricada no BrasilA P.E. Latina Labelers apresentou sua nova máquina fabricada no Brasil: a rotulado-ra linear Roll-Line hot melt para rótulos de BOPP. O modelo Roll Line é adequa-do somente para embalagens cilíndricas (inclusive vazias), de diversos modelos, e sua velocidade de produção varia de 9 000 a 24 000 unidades por hora. Segundo a P.E. Latina Labelers, o equipamento reduz em 50% o consumo de cola, na comparação com modelos similares, e tem reservatório de cola quente sem tubos aquecidos. O tambor de transferência dos rótulos em metal, com insertos intercambiáveis de borracha, reduz em até 60% os custos de manutenção.
viDrO
Bordeaux mais leve
Famoso pelo formato distintivo, com maior parte do corpo cilíndri-ca e ombro acentuado, a tradicional garrafa Bordeaux para vinhos, com volume de 750 mili-litros, acaba de ganhar uma versão mais leve no mercado nacional. A Verallia, divisão de embalagens da Saint- Gobain Vidros, começa a oferecer um modelo que segue o conceito ecossustentável Ecova, que utiliza menos matéria-prima (a fornece-dora não especifica o nível do aliviamento). À parte a leveza, a nova embalagem ainda emite 15% a menos de CO2 e reduz em 4% o gasto de energia durante o processo produti-vo. Garrafas para vinhos de mesa mais leves eram tudo o que o mercado esperava, pois ajudam a otimizar os custos logísticos. Além disso, o impacto ambiental é sempre nossa grande preocupação”, comenta Paulo Dias, diretor comercial da Verallia.
Nova caixa da Rigesa: capacidade de empilhamento e potencial para exposição direta no varejo
Produção da garrafa consome menos energia e reduz emissões
Versão de tampa esportiva é compatível com padrão de gargalo reduzido
PainelMOviMentaçãO nO MUnDO Das eMBaLaGens e Das MarCas
Setembro 2011 | 21
setOr
A Associação Brasileira de Embalagem (Abre) divulgou em agosto último os resul-tados da mais nova edição do Estudo Macro-econômico da Embalagem. Realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o docu-mento apresenta um balanço do desempe-nho da indústria brasileira de embalagens no primeiro semestre deste ano.
Segundo o levantamento, a produção física de embalagens no País cresceu 2,98% no primeiro semestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado. A ocupação do setor registrou aumento de 8 262 postos de trabalho formal entre junho de 2010 e junho deste ano. O incremento, porém, foi menor do que o registrado no período ante
rior: entre junho de 2009 e junho de 2010 foram criadas 14 943 vagas.
Os dados que se referem à balança comer-cial demonstram um crescimento de 24,99% nas exportações – que ficaram em aproxima-damente 229 milhões de dólares – entre o primeiro semestre de 2010 e o mesmo período em 2011. O aporte foi puxado pelas indústrias de plásticos (aumento de 40,13%) e de embala-gens metálicas (aumento de 27,35%). O maior volume exportado, porém, não foi o suficiente para reverter o quadro deficitário da balança, uma vez que as importações de embalagens vazias tiveram um acréscimo de 20,25%, com volume total correspondendo a pouco mais de 390 milhões de dólares.
2,98%Foi o crescimento da produção física de embalagens no País no primeiro semestre
8 262Novos postos de trabalho foram abertos pelo setor de embalagens entre junho de 2010 e junho de 2011
20,25%Foi o incremento da importação de embalagens vazias pelo mercado nacional, cujo total correspondeu a 390 milhões de dólares
Fonte: Abre/FGV
Leve alta na indústria de embalagens
22 | Setembro 2011
PrÊMiO
troféu para rótulo de vanguarda
A Famigila Zanlorenzi Grupo Vinícola abiscoitou o Prêmio Colunistas do Paraná (seção Design) na categoria rótulos de bebi-das e alimentos. O feito foi alcançado graças à decoração das garrafas da linha de vinhos Lunar. Nas embalagens, os contrarrótulos autoadesivos trazem impresso um código de barras bidimensional do tipo QR Code. Ao “ler” o elemento por meio de um smart-phone ou de um tablet dotado de software decodificador, o consumidor tem acesso a um site com informações sobre a vinícola, sobre a linha de produtos e ainda dicas de harmonização do vinho com outros alimen-tos (ver EmbalagemMarca nº 133, setembro de 2010). Desse modo, o consumidor pode obter mais informações sobre o produto ainda no ponto de venda, antes mesmo da compra.
Segundo o diretor-presidente da viníco-la, Giorgeo Zanlorenzi, o projeto, desenvol-vido pela agência Blu Comunicação Integra-da, surtiu resultados positivos. Depois de estrear na garrafa do Vinho Branco Frisante Suave Moscato, o rótulo com QR Code foi incorporado a três novos produtos (Lunar Cabernet, Lunar Merlot e Lunar Moscato Bianco).
reCiCLaGeM
Campo Limpo na web
A Campo Limpo Reciclagem & Transformação de Plásti-cos inaugurou sua página na internet (www.campolimpo-plasticos.com.br). O site traz informações sobre o perfil e a atuação da empresa, criada em 2008 pelo Instituto Nacional de Processamento de Emba-lagens Vazias (inpEV) com o objetivo de gerar a autossus-tentabilidade econômica do sistema de logística reversa das embalagens de agrotóxi-cos, fechando o ciclo de gestão das embalagens dentro da pró-pria cadeia. As 31 acionistas do negócio são indústrias fabri-cantes de defensivos agrícolas.
insUMOs
agilidade e segurança
A Henkel anunciou na Europa o lançamento de um novo adesivo à base de poliureta-no que promete revolucionar a produção de estruturas laminadas para embalagens flexíveis. O Liofol Fast One se destaca por apresentar, segundo a empresa, um tempo extremamente rápido de cura. “O processo de secagem é substancialmente reduzido para alguns dias, enquanto adesivos conven-cionais para o mesmo tipo de aplicação cos-tumam levar até duas semanas para curar”, diz Georg Kinzelmann, diretor de P&D da área de poliuretanos da Henkel. Além da redução de tempo para os convertedores, o adesivo, segundo a fabricante, é capaz de proporcionar segurança para os end-users. Ocorre que ele é brandido como o primei-ro do gênero isento de isocianatos livres – substâncias que, em estruturas inade-quadamente manejadas, podem contaminar alimentos acondicionados nas embalagens.
Adereço com QR Code fatura prêmio no Paraná
PainelMOviMentaçãO nO MUnDO Das eMBaLaGens e Das MarCas
24 | Setembro 2011
eM focoO QUe vai PeLa CaBeça DO COnsUMiDOr
selo FsCSerá que os consumidores sabem o que são embalagens certificadas?
assista aos depoimentos na íntegra em emb.bz/145emfoco
“Seria indiferente.”
rita de Cássia Caboclo
“Conheço. Material proveniente de floresta certificada.”
ana Cristina
“Tem forma de árvore. Deve ser alguma coisa ligada a natureza, sustentabilidade.”
Maíra de souza M. rodrigues
“Esse aqui?”
Carla M. bove
FsC é UMa siGLa em inglês para Forest Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal, em português. Embalagens celulósicas que levam impresso o selo FSC têm sua matéria proveniente de florestas certificadas. A certificação garante a rastreabilidade da madeira certificada e dos produtos florestais desde as florestas, passando pelo comércio e pelo processamento e chegando aos distribuidores e consumidores finais. O FSC é hoje o selo verde mais reconhecido em todo o mundo, com presença em mais de 75 países e todos os continentes. Mas será que o consumidor sabe o que significa o selo impresso nas embalagens? EmbalagemMarca ouviu alguns deles em um supermercado de São Paulo.
“Não tenho a menor ideia.”
sylvia o. p. b. Corrêa
26 | Setembro 2011
ARTIGO
sem preparação não se ganha jogoOportunidades abertas pela realização da Copa e dos Jogos Olímpicos precisam ser aproveitadas desde já, mas não há notícias de muitas iniciativas
POR WILSON PALHARES (*)
“Quando o Brasil criar juízo e se tornar uma potência mundial, será a cachaça, e não o uísque, a bebida do planeta.”
Sobral Pinto, jurista (1893-1991)
a aFirMaçãO DO grande advoga-do e defensor dos direitos humanos minei-ro é um sonho de produtores, engarrafadores e comerciantes brasileiros de cachaça que se mantém latente há muitíssimos anos. A Copa do Mundo a se realizar no País em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016 têm, segundo opinião generalizada, grande potencial para a realização daquele sonho e de muitos outros em termos de negócios, mesmo que o Brasil não se torne uma potência mundial até lá.
Acontece que, da mesma forma que a sele-ção brasileira faz uma campanha pré-Copa do Mundo que leva os torcedores a antever fantas-mas melando as chances de ganhar a taça pela sexta vez, nosso universo de negócios, a começar pelo da cachaça, não parece estar devidamente preparado para aproveitar as oportunidades que se abrem por conta do megaevento futebolístico e das Olimpíadas. A rigor, não há notícias de iniciativas significativas, porque, a exemplo do que se divulga no tocante aos investimentos em infraestrutura básica que tais eventos exigem, as empresas talvez considerem que eles estão muito distantes no tempo.
É natural que ninguém queira neste momento abrir muito o jogo sobre o que preten-
de fazer em termos de promoções, de produtos e, consequentemente, de embalagens para o boom de demanda que se projeta para daqui a três e a cinco anos. Mas é preocupante tomar-se conhecimento, quando se consulta diferentes empresas, como foi feito para a elaboração deste artigo, de que a falta de fornecimento de infor-mação se deve menos à proteção de segredos do que, até este momento, a uma generalizada ausência de iniciativas com vistas a capitalizar oportunidades ancoradas na Copa e nas Olimpí-adas. Mesmo quando há movimentação, o qua-dro não chega a animar, como ocorre justamente na área da bebida tipicamente brasileira.
A rigor, a movimentação do lado brasileiro parece estar mais em clima de concentração e de
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se traçarem esquemas táticos. Enquanto isso, os italianos já deram o pontapé inicial no jogo com potencial de ganho em cima do torneio mundial de 2014 e, dois anos mais à frente, dos Jogos Olím-picos. E o fizeram, justamente, por meio de uma marca de cachaça. Em agosto último, o Gruppo Campari anunciou a compra da marca brasileira Sagatiba, por 26 milhões de dólares, com a intenção declarada de “explorar a categoria de cachaças premium, que continua a cres-cer no Brasil”.
Quanto às ambições internacionais do grupo com relação à Sagatiba, cujas vendas (de 1 milhão de litros em 2010) se dão em um terço do total fora do País, seu presidente, Bob Kunze-Concewitz, foi claro, em entrevista ao jornal O Esta-do de S. Paulo: “O mundo estará de olho no Brasil nos próximos anos, com a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. A aten-ção sobre o País será muito grande, e o que nós queremos é aproveitar a ocasião para levar um pouco do estilo brasileiro para o resto do mundo. Vamos reviver o interesse pela cachaça”.
Produtores, fornecedores e entida-des ligadas ao segmento obviamente têm igual objetivo. No primeiro trimes-tre deste ano, sob tutela do Ministério da Agricultura, elaboraram um plano com vistas a tornar a cachaça referência internacional no campo das bebidas. O plano (acessível em www.ibrac.com), visa promover parceria com o Ministério do Turismo para instituir o destilado como “welcome drink” da Copa e das Olimpíadas, tanto puro quanto na forma de caipirinhas, coquetéis e batidas, em bares, hotéis e restaurantes aos muitos milhares de visitantes esperados.
FOi O QUe FizeraM os mexi-canos com a tequila na Copa de 1986. Durante doze anos o governo mexicano apoiou o esforço dos produtores para transformar o produto numa referên-cia internacional em bebida. Investiu a fundo perdido nos mercados interno e internacional. Subsidiou a ida de produ-tores para feiras e exposições no exterior. No início daquele esforço, as exportações de tequila batiam em 150 milhões de dólares por ano. Atualmente – já sem interferência do governo – respondem
por 1,6 bilhão de dólares. E, em termos de imagem para o país, hoje dificilmente alguém dissociará a palavra tequila de México.
Se alguma coisa parecida for feita com a cachaça, não é exagero acreditar que se consolidará uma plataforma para exportações, dada a força de divulgação constituída pelas multidões de turistas estrangeiros que, teoricamente, serão conquistados pelo sabor da bebida. Con-vém sempre levar em conta que o merca-do internacional oferece oportunidades para a cachaça, mas aproveitá-las exige grandes esforços, como observa César Rosa, presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac). Ele considera que a situação da cachaça melhorou muito nos últimos anos, porém ainda há muito a evoluir em qualidade de produto, em marketing, em comunicação e em emba-lagens. Neste aspecto volta à tona um antigo nó que dificulta a elevação do destilado típico brasileiro ao nível de bebida requintada, com alto valor agre-gado e, principalmente, com valor per-cebido – e que se estende a praticamente todos os tipos de artigos de consumo (ver reportagem de capa, na página 48). A queixa básica dos produtores recai sobre as escassíssimas opções de garrafas de vidro capazes de colocar a bebida brasileira em condições de competir em imagem de produto requintado com os uísques, as vodcas, os runs, os conhaques e as tequilas exibidas nas prateleiras de estabelecimentos mundo afora.
Basta ver o que vem se registrando em termos de embalagem para a proli-feração de marcas de cachaça premium lançadas nos últimos cinco ou seis anos, sob o incentivo da migração do consumo de bebida de qualidade “de combate” para aguardentes mais finas. O upgrade,
que resultou também na transferência de uma parcela de tradicionais bebedo-res de uísque, vodca e rum para o campo da aguardente de cana, chegou a afetar o consumo da cachaça comum. O tema da adequação de embalagens para tais produtos tem sido abordado intermi-tentemente por EmbalagemMarca (ver, por exemplo, as edições nº 93, de maio de 2007, e nº 120, de agosto de 2009).
A tal ponto é assim que a produção e as vendas do produto, incluindo o pouco que se exporta (menos de 1% do total), permaneceram em 2010 no mesmo pata-mar de 1,2 bilhão de litros do ano ante-rior. Em outras palavras, os brasileiros vêm bebendo com mais apuro. Mas boa parte, se não a maior, das cachaças finas “com jeito estrangeiro” é lançada em garrafas de vidro importadas. Ao serem comparadas com o vasilhame nacio-nal, elas se destacam como “diferen-ciadas”, embora, com raras exceções de encomendas específicas, sejam garrafas padrão em seus países de origem. A líder no fornecimento desse tipo de recipien-tes, em volumes não informados, é a francesa Saver Glass, nome cada vez mais presente em lançamentos de cachaças premium.
Atenta a esse filão, a Verallia passou a oferecer no mercado brasileiro sua linha, também de fabricação francesa, Selecti-ve Line, composta por quatro modelos (Moscou, Ovaline, Sidney e Toronto) e largamente usada em diferentes tipos de bebidas na Europa e nos Estados Unidos. A Owens-Illinois não deixou por menos. No início deste ano passou a oferecer no mercado brasileiro sua família Specialty de garrafas de vidro especiais, destinadas a bebidas com apelo de requinte. São
Verallia aposta nos quatro modelos da Selective Line
(Moscou, Ovaline, Sidney e Toronto),
já usada por diferentes bebidas
na Europa e nos Estados Unidos
Família Specialty, da Owens-Illinois, tem apelo de requinte
30 | Setembro 2011
passos importantes, mas talvez não sejam suficientes para que a cachaça brasileira se torne “a bebida do planeta”, como Sobral Pinto gostaria de ter visto. Na verdade, esse é um caminho que apresenta um conjunto de problemas, no qual sobressaem dois aspectos.
O primeiro ponto negativo é o real muito valorizado em relação ao dólar e ao euro, o que, ao diminuir a rentabilidade das exportações, as desestimula. César Rosa, que é também presidente da Tatuzinho, produtora da Velho Barreiro, acredita que esta talvez seja a única marca de cachaça que mantém uma diretoria de exportação (cabe registrar que é a maior exportadora de cachaça engarrafada, não a granel). “É um esforço para manter posições conquis-tadas em diversos países a duras penas e com muito investimento”, diz o executi-vo. “Empresas pequenas, que são o gran-de potencial para exportação de cachaças finas, não conseguem.”
O seGUnDO aspecto impeditivo é que, além do problema cambial e de outras dificuldades naturais para ganhar-se mer-cado onde produtos concorrentes como o uísque e os demais são extremamente con-solidados, há falta de interesse do governo brasileiro, como se indigna César Rosa. “O setor não quer muletas, mas sem algum tipo de amparo oficial não consegue andar isoladamente num terreno hostil”, ele diz. Indagado sobre eventual apoio da ApexBra-sil, o presidente do Ibrac é lacônico: “A Apex não faz nada”.
É pena, pois as possibilidades de avanço do destilado 100% brasileiro ganhar espaço lá fora parecem ser muito boas, a levar--se em conta a opinião da revista inglesa Drinks International, principal referência editorial no mercado mundial de bebidas. “A cachaça tem hoje o status de próxi-mo grande acontecimento no universo dos drinques”, afirmou a publicação em repor-tagem dedicada ao tema na edição de janei-ro deste ano. E, num modo mais elegante de dizer que sem preparação não se ganha jogo, ponderou: “Se as coisas forem feitas corretamente, a cachaça finalmente reali-zará seu potencial; se forem feitas errado, uma oportunidade tão gigantesca quanto a atual pode nunca mais se repetir”.
(*) Editor de EmbalagemMarca
ante O LeQUe de oportuni-dades de comunicação e de fixação de imagem de marca aberto pela força de atração de interesse de milhões de pessoas no mundo inteiro para as Olim-píadas, a Dow Chemical foi uma entre onze empresas que firmaram acordo de patrocínio com o comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, para, entre outras ações, “envelo-par” o estádio que receberá o evento na capital inglesa.
Sob o conceito da sustentabilidade, o envoltório do edifício, a ser forne-cido pela fábrica americana da Dow, segundo a empresa será confecciona-do com resinas produzidas com redu-ção de matérias-primas, devendo ficar 35% mais leve e ter menor emissão de carbono quando comparado com materiais convencionais. Além disso, tintas especiais vão substituir as tintas convencionais, de modo a reduzir emis-sões durante o processo de impressão e eliminar compostos orgânicos voláteis (VOCs). A propaganda, entretanto, terá de ser retirada até o dia 27 de julho, data de início das Olimpíadas, pois o Comitê Olímpico Internacional (COI) proíbe
a exibição de marcas nas locações dos Jogos. Os materiais utilizados, incluin-do as ferragens utilizadas para sustentar o wrap, serão reciclados na Europa.
Segundo Sandro Sato, geren-te comercial e de novos negócios do time da Dow Operações Olímpicas, no Brasil o acordo fechado pela empresa, na condição de Companhia Química Oficial dos Jogos Olímpicos, é válido também para as edições de 2014 (Jogos de Inverso, em Sochi, Rússia), 2016 (Rio de Janeiro), 2018 (cidade indefinida da Coreia do Sul) e 2020, em país ainda não escolhido. Sato informa que a uni-dade sob seu controle está aberta para encaminhar parcerias para patrocínio dos Jogos — e também da Copa do Mundo com empresas brasileiras na área de embalagem. “Os convertedores interessados terão à disposição todo o conhecimento acumulado ao longo do tempo no amplo portfólio da Dow em sustentabilidade, inovação e tecnolo-gias que perduram após a realização dos eventos”, ele diz.
estádio envelopado para fixar marcadow fecha acordo para envolver estádio dos Jogos Olímpicos em Londres, em 2012
Dow produzirá envoltório para o Estádio Olímpico de Londres, mostrado nesta ilustração
Dow(11) 5188-9000www.dow.com
Owens-Illinois(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br Saverglass(11) 4612-0756www.premierpack.com.br Verallia(11) 2246-7402www.verallia.com.br
COMuNICAçãO
32 | Setembro 2011
ROTuLAGEM
Pelo lado, e não em péAplicadora horizontal busca facilitar a decoração de embalagens pequenas ou delgadas com rótulos termoencolhíveis
traDiCiOnaLMente,a rotulagem com termoencolhíveis é feita “na vertical”. Posicionadas em pé, as embalagens recebem os ade-reços, confeccionados como mangas, pelo topo. Em seguida, numa estação de encolhimento contígua, os rótulos adquirem o formato final, amoldando- se à silhueta dos recipientes. Uma rotu-ladora oferecida pela Sleever tem cha-mado a atenção por fugir à regra. Bati-zada de SleeverLogicpak, a máquina realiza a aplicação dos rótulos a partir de recipientes “deitados”.
Posicionadas horizontalmente em berços, as embalagens são transportadas na esteira da máquina até se alinharem a um par de mandris. Cada recipiente é pinçado pelas extremidades e içado. O rótulo, previamente formatado pela máquina e inserido em um dos mandris, é então “empurrado” para envolver a embalagem (alegando preservação de vantagem industrial, a Sleever prefere não dizer exatamente como ocorre o processo de deposição do adereço). O processo de encolhimento é realizado no mesmo equipamento, construído numa estrutura monobloco.
O conceito foi desenvolvido alguns
anos atrás por uma empresa alemã, a Logicpak, adquirida em meados de 2009 pela Sleever. Os alvos da máquina são embalagens pequenas ou delgadas, suscetíveis a quedas quando processa-das nas máquinas de aplicação vertical, devido a vibrações das esteiras trans-portadoras. Exemplos de embalagens indicadas para o processo horizontal são pequenos frascos de perfumes, apli-cadores para maquiagens como rímel e flaconetes de medicamentos. Decora-ções de canetas e isqueiros são também potenciais aplicações.
Sleever International(11) 2303-2337www.sleever.com
De acordo com Américo Bini, geren-te de vendas da subsidiária brasileira da Sleever, seis unidades do novo equi-pamento já foram vendidas no País, todas para a Avon. “Outras três gran-des empresas do ramo farmacêutico e de cosméticos devem começar a usar a máquina a partir do próximo ano”, repassa o executivo. No exterior, detalha Bini, uma das adeptas do novo pro-cesso é a L’Oréal. A SleeverLogicpak é utilizada pela multinacional francesa na decoração de frascos dos perfumes Cacharel.
SleeverLogicpak: para pequenos
frascos, aplicadores de batons e flaconetes
2. No ponto de aplicação, mandris encaixam-se às
extremidades das embalagens, pinçando-as dos berços
1. As embalagens são transportadas pela esteira da máquina deitadas em berços
3. O rótulo, colocado sobre um dos mandris, é “empurrado” para
a embalagem, ficando pronto para a etapa de encolhimento
seGreDO DOs ManDris
A ilustração ao lado mostra, de forma simplificada, o método de operação da máquina para aplicação horizontal de rótulos termoencolhíveis
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CONSTRuçãO CIVIL
transporte facilitadoSaco com alça desenvolvido pela Klabin estreia em argamassa de 10 quilos da Quartzolit
ajUDar a inDústria usuária com melhorias em processos de automação e segurança e levar aos consumidores um produto fácil de ser manuseado. Esses foram os objetivos da Klabin ao desenvolver sacos valvulados com alça para o mercado da construção civil. O primeiro usuário da nova emba-lagem, de 10 quilos, é a Weber Saint- Gobain, com a argamassa colante Piso sobre piso rolado, da linha Quartzolit, para assentamento de azulejos sobre azulejos.
Criada para atender o mercado de argamassas, a embalagem é formada por duas folhas de papel kraft e uma camada de polietileno. A manta de polietileno permite a adaptação a um sistema mais forte de selagem, que minimiza os vazamentos. A selagem por ultrassom garante segurança ao fechamento e maior precisão na pesa-gem. De acordo com a Klabin, os sacos com válvulas soldáveis não necessitam de cola ou calor para seu fechamen-to e contam com estrutura hermética. Eles são produzidos com papel de alta resistência, e podem ser impressos em até oito cores pelo sistema flexográfico.
A Klabin já tem em seu portfólio
FOT
OS:
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RLO
S C
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Ad
O
Alça no topo da embalagem ajuda
usuário a transportar o produto
Klabin(11) 4588-7227www.klabin.com.br
Saco, reforçado com duas camadas de papel kraft e
uma de polietileno (ver foto à esq.), apresenta válvula
para o envase da argamassa
PAPEL KRAFT
POLIETILENO
sacos com válvulas, que servem para o envase do produto e agilizam o fecha-mento da embalagem, evitando vaza-mentos e contaminações externas. A novidade é a alça, que facilita o trans-porte pelo consumidor nos homecen-ters. “Desenvolvemos uma solução ino-vadora que ajuda nossos clientes com melhorias em processos de automação, qualidade e segurança. Além disso, os consumidores contam com um produto de fácil manuseio nos homecenters”, diz Fernando Bruno, gerente comercial de Sacos Industriais da Klabin.
POr enQUantO, a embalagem está disponível para o setor de constru-ção civil, mas seu uso pode ser amplia-do para outros mercados. “Os sacos valvulados com alça podem ser usados também para o setor alimentício, comvo farináceos. O tamanho e o formato variam de acordo com o produto a ser acondicionado, lembrando apenas que para esse tipo de embalagem, o peso máximo permitido é de 15 quilos”, expli-ca Fernando Bruno.
36 | Setembro 2011
AzEITES
Gallo muda de bico, como andorinhaMarca líder no mercado brasileiro apresenta dispositivo dosador retrátil
Mais UM azeite com nome de ave faz mudanças em seu sistema de servir o conteúdo da embalagem. Depois de a marca Andorinha lançar uma garrafa de vidro com bico retrátil (ver EmbalagemMarca nº 119, julho 2009), a Gallo também aposta em novo dispositivo dispensador. Marca líder no mercado brasileiro, com 32% de share, a Gallo acaba de apresentar um bico dosador que, assim como o do con-corrente, possui sistema retrátil, que é recolhido automaticamente quando a embalagem é retampada, deixando o recipiente lacrado. No ato de abertura, para o bico aparecer, há uma espécie de garra na tampa, que puxa a peça, tornando-a apta para o uso.
A novidade foi adotada nas garrafas de 250 e de 500 mililitros. Segundo a diretora-geral da Gallo Brasil, Rita Bassi, o mecanismo ajuda também a verter o líquido sem desperdícios. “O bico garan-te o uso na dose certa, de forma prática e econômica, além de contribuir para evitar a oxidação do azeite” diz Rita.
Considerado pela marca o principal mercado para seus negócios, o Brasil é o primeiro país onde o azeite Gallo lança o bico dosador. “O mercado bra-sileiro de azeites está cada vez mais em ascensão, e o consumidor vem buscando praticidade para o dia a dia, por isso incorporamos o bico dosador nos nossos produtos”, explica a executiva. O azeite, já acondicionado e com o bico aplicado, é importado de Portugal. A empresa não informou quem fornece esse dispositivo.
Exclusivo para o mercado brasileiro, novo bico dosador do azeite Gallo é
retrátil. Mecanismo é puxado por uma espécie de garra,
que fica no interior da tampa
FOT
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JKR+44 (0)20 7428 8000www.jkr.co.uk
Em Portugal. a Gallo também renovou suas embalagens. A empresa investiu 5 milhões de euros em novas garrafas, que passaram a ser produ-zidas com vidro escuro. Além disso mudou a imagem do galo, que agora aparece nos rótulos como se estivesse cantando e tendo embaixo a assinatura do fundador da marca, Victor Gue-des. A garrafa escura promete proteger o azeite da exposição à luz, evitando reações de oxidação capazes de pro-vocar alterações de sabor. “Sabemos que o consumidor gosta de ver o azeite na embalagem, mas decidimos arris-car para oferecer algo novo”, informa Pedro Cruz, CEO da Gallo Worldwide. Segundo ele, a garrafa de vidro escuro, desenvolvida com tecnologia portugue-sa, garante as propriedades originais do azeite por dezoito meses.
Por enquanto, as novas embalagens de vidro escuro serão adotadas exclu-sivamente em Portugal. O design dos rótulos é da agência britânica JKR. A empresa não informou quem fornece as garrafas.
Em Portugal, teste de garrafa escura e mudança sutil no rótulo
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Patrocínio OuroPatrocínio Platina
ANOTE NA AGENDA: Entrega dos troféus:18 de outubroVagas limitadas!
OrganizaçãoPromoção
Apoio Educacional
EmbalagemMarca
Patrocínio Prata
Festa de entrega dos troféus se aproximaVocê que está concorrendo à edição 2011 do Prêmio EmbalagemMarca – Grandes Cases de Embalagem e ainda não adquiriu o seu convite para a cerimônia de entrega dos troféus, não perca mais tempo. Entre em contato agora mesmo com nossa equipe e faça já a sua reserva.
Venha conhecer os vencedores de um dos prêmios de maior credibilidade do país e estreitar relacionamentos com os diversos representantes da cadeia de embalagens presentes no evento.
Mais informações: (11) 5181-6533 ou premio@embalagemmarca.com.br
Visite também: www.grandescases.com.br
40 | Setembro 2011
ENTREVISTA
Uma voz contra o tradeamália sina, presidente da sina Cosméticos, dispara contra o grande varejo e fala das dificuldades que pequenas e médias empresas de cosméticos enfrentam no campo do packaging
a reLaçãO entre indústria e comércio nunca foi de paz e amor. Mas azedou bastante com a concentra-ção do grande varejo, resultado de um festival de fusões e aquisições intensi-ficado a partir da década de 90. Com maior poder, os distribuidores passaram a comandar as negociações com mão de ferro. Nesse contexto, queixas sobre mandos e desmandos dos distribuidores tornaram-se frequentes – porém sem-pre feitas de forma velada. Reconheci-da como uma das mais bem-sucedidas executivas brasileiras de sua geração – foi presidente da Philip Morris Brasil e da Walita, além de vice-presidente da Philips para a América Latina –, Amália Sina resolveu quebrar o tabu, expondo publicamente insatisfações com o trade, depois de anunciar que a Sina Cosméti-cos, fundada por ela há cinco anos, sairá do canal do autosserviço para ingressar nas vendas diretas. “A atitude do vare-jo é predatória. Não aguentava mais patrocinar o sucesso alheio”, vocifera. Na seguinte entrevista, a profissional fala não só dos conflitos com os vare-jistas, mas também dos percalços que fabricantes pequenos e médios de pro-dutos de beleza enfrentam no terreno da embalagem.
O que levou a Sina Cosméticos a desistir de vender no grande varejo?Acho que “desistir” não é a melhor defi-nição. Desistir é quando você tenta, tenta, tenta e não consegue. Não foi o que aconteceu comigo. Minha marca (Ama-zonutry) já estava presente em mais de 300 pontos de venda. Na verdade, fiz uma opção. Decidi não vender mais no varejo. Não aguentava mais pagar para vender. Os varejistas, que deveriam ser facilitadores, tornaram-se atravessado-res. Hoje, os fabricantes estão reféns. A indústria patrocina o crescimento do varejo. E ninguém fala nada. Parece aquela situação em que uma pessoa tem uma doença e não conta para ninguém. Depois, quando a revela, surgem muitas pessoas dizendo que sofrem do mesmo problema, querem compartilhar a dor. Você não imagina a quantidade de pes-soas que me procuraram depois de eu ter tornado pública minha insatisfação.
Fiquei impressionada. Existe um código de silêncio. Quem fala mal do varejo sofre represálias, retaliações. Pude falar porque estou me libertando, saindo do grande varejo. Depois de cinco anos de trabalho, não vi a coisa evoluir. É esse o jogo? A brincadeira é essa? Para mim, basta. Daí a atitude de ruptura.
Em reportagens publicadas recente-mente por veículos da área de negó-cios, a senhora declara que “o varejo tem uma atitude predatória”...(interrompendo) Pode soar pesado, mas é exatamente isso. O varejista tornou-se um predador. Quer usar sua força para levar vantagem e achacar o fornecedor. Vira e mexe vemos notícias sobre o êxito das redes de varejo, sobre seus modelos fantásticos de negócios. Mas ninguém diz, sem rodeios, a que custo esse suces-so é obtido. De onde vem o dinheiro? Se fosse tão fácil assim lucrar comprando e vendendo mercadorias, eu também abriria uma loja. Lembremos: varejo nada mais é que serviço. Não produz. Mesmo quando faz suas marcas pró-prias, as faz por meio da indústria. Fico revoltada porque o setor de distribuição tem crescido em detrimento da saúde do setor produtivo. O óleo da indústria está enfraquecido. E se a indústria quebra, parte da sociedade quebra.
Quais foram as principais incoerên-cias já vivenciadas por sua empresa na relação com os distribuidores?
Aturamos as práticas que todos mais ou menos conhecem. Enxoval de loja, por exemplo. Quando abre uma nova unida-de, o varejista quer comprar sem pagar. Ou então quer participação: compra o xampu e você tem de dar condicionador. Época de inauguração de loja é um tor-mento. É preciso dar dinheiro e anunciar em tudo que o varejista quiser. E ele te convoca, não pergunta se você pode ou não. Passa o chapéu, mesmo. São fre-quentes, também, os pedidos de premia-ções para os vendedores. Existem redes em que todo mundo tem de receber brinde. Você entrega amostras e elas não voltam nunca mais. Mas a coisa que mais me entristece é quando damos ao vare-jista um desconto para ser repassado ao consumidor, para uma promoção, e ele não o repassa, colocando o preço que bem entender. Ah, e não paga em trinta dias, nem em sessenta dias. Algumas grandes redes costumam pagar em 120 dias. Houve um caso em que vendi 4 000 (reais) em produtos, paguei 7 000 em enxoval e ainda recebia ligações frequentes do varejista me pedindo mais promotoras nas lojas. É para chorar, não é? (risos). Mas minha insatisfação vai ainda além dessas distorções de relação comercial. Tem a ver também com estratégia. O varejo tem promovido uma ampla des-valorização dos cosméticos.
Por quê?Porque cada vez mais a estratégia do varejo se resume às guerras de preço.
Produtos como os nossos, de alta qua-lidade, com diferenciais, se perdem naquele mar de kits, onde o que vale é o compre esse e ganhe aquele. Virou escambo! O grande varejo martela a ideia de que o que vale é preço, de que o que é mais barato é melhor. Resul-tado: commoditização. Isso é terrível para o mercado de beleza. As diferen-ças em matérias-primas, em conceito, em embalagem não são exploradas pelo varejo, diluem-se quando os produtos chegam às prateleiras. Os distribuidores carecem de mão de obra qualificada para falar da categoria de cosméticos. Isso influencia a consumidora a esco-lher o xampu de 5 reais e não o nosso, de 18 reais. Um óleo essencial vegetal não pode ser comparado a um de base mineral. Uma embalagem de plástico reciclado é mais cara que uma de plás-tico virgem. O mercado está lotado de fórmulas testadas em animais! Os nos-sos não são, por isso são mais caros. Falta, também, gerenciamento de cate-goria. A exposição nas grandes redes é geralmente pobre, distante daquilo que o consumidor precisa. O varejo mini-mamente coloca condicionador ao lado do xampu. Até pouco tempo atrás, nem isso fazia. Você pegava o xampu e tinha de apanhar o condicionador da mesma marca em outra prateleira. Hoje, você vê fralda descartável junto a xampu. Qual é a correlação?
Em sua opinião, e recorrendo a sua ex-
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periência no setor produtivo, por que a situação chegou ao atual estado?O varejo vem se concentrando demais. Veja que coincidência: dois dias depois de eu ter anunciado que sairia do varejo foi divulgada a fusão entre Drogasil e Droga Raia. Só em São Paulo eles terão 800 lojas. Imagine o poder! Eles dita-rão preços. Os espaços para o comércio ficam cada vez menores e a concorrência entre indústrias aumenta sem parar. A oferta de produtos cresceu absurdamen-te no mercado de bens não-duráveis e até de semiduráveis como celulares e eletroportáteis. Os distribuidores, então, viram-se no direito de escolher. E em vez de escolher pela qualidade, pelo diferencial, instauraram um leilão invertido. A lógica tornou-se a seguinte: como posso comprar mais por menos e revender menos por mais? Que canais a Sina Cosméticos irá utilizar daqui em diante?Faremos vendas diretas, por catálogo ou porta a porta. Iremos explorar tam-bém o e-commerce, a venda virtual. A mulher compra muito cosmético não só por catálogo impresso, mas também por catálogo virtual. Vamos tirar interme-diários, vender direto ao consumidor. As mudanças serão implantadas aos poucos, porque para nós será quase um recomeço. Tentaremos seguir o caminho das marcas de cosméticos que mais têm crescido e feito trabalhos belíssimos, que são aquelas com lojas próprias ou que realizam vendas diretas.
A embalagem tem um papel de per-suasão crucial no varejo de autosser-viço. Não à toa, já se tornou costume dizer que, nesse canal, ela funciona como uma “vendedora silenciosa”. Na venda direta, porém, muito dessa função de convencimento acaba recaindo sobre as consultoras. Isso irá acarretar mudanças no cuidado da Sina Cosméticos com a apresenta-ção de produtos?A embalagem na venda direta é funda-mental. É um fator ainda mais decisivo na hora da compra, porque o consumi-dor manuseia o produto. Não é em todos os casos que dá para pegar produtos nas lojas. Nem sempre há testers nas lojas,
porque fica caro. E os testers costumam ficar nojentos, vazando, sujos. Não é bonito aquilo, vamos combinar. Com a consultora, o produto ficará sempre bem cuidado. Nossas embalagens têm soft touch (textura aveludada). Outras embalagens são de PET brilhante. Vai dar para a revendedora explicar por que escolhemos esses recursos, mos-trar vantagens da tampa – porque ela é flip-top, porque é disc-top, porque é pump, de apertar... Na hora em que você vende no tête-à-tête com a consumido-ra, as embalagens têm um papel crucial. Aprendi que, na área de cosméticos, a apresentação, assim como a fragrância, chega antes da performance.
Nesses cinco anos de atuação no negócio de cosméticos, o que mais a senhora aprendeu sobre o trabalho com embalagens?
Tenho estudado muito. Fiz um MBA a céu aberto e na pancada. Aprendi muitas coisas. Uma delas é que se perde muito dinheiro até acertar a embalagem. Tirando o varejo, se tem uma coisa em que perdi dinheiro nesses cinco anos foi em embalagem... (risos). No começo, errei muito. Hoje, consigo dizer deta-lhes em embalagem que sei que fazem diferença, nos quais não vale a pena economizar. Um projeto bem-sucedido foi a migração do uso de rótulos para a serigrafia. Melhoramos a qualidade de impressão, conseguimos redução do custo da mão-de-obra dentro do tercei-rista, ao eliminar uma etapa no envase, e ganhamos agilidade nas entregas.Uma coisa que eu não conhecia era o uso de texturas. Fiquei fascinada quando soube da possibilidade de foscar o PET, deixando-o semelhante ao vidro. Como nossa proposta é de produtos diferen-
Uso de design caprichado, decoração serigráfica e
válvulas pump visa dar apelo premium aos produtos
Amazonutry
O varejo vem se concentrando demais. Os distribuidores viram-se no direito de escolher e instauraram um leilão invertido. A lógica tornou-se a seguinte: como posso comprar mais por menos e revender menos por mais?
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Na hora em que você vende no tête-à-tête com a consumidora, as embalagens têm papel crucial. Aprendi que, na área de cosméticos, a apresentação, assim como
a fragrância, chega antes da performance
ciados, com apelo premium, envidamos muitos esforços para criar apresentações refinadas. Nossas embalagens não são populares. Nada contra estas, mas as nossas são foscadas, têm soft touch, hot stamping, tampas de qualidade, com dupla vedação, lacres, válvulas pump. Não colocamos xampu dentro de sabo-neteira, entende? É cada coisa no seu lugar. Por isso, como disse, não dá para o varejista querer que nossa marca con-corra com produtos de primeiro preço.
A senhora declarou recentemente que pequenas e médias empresas viriam encontrando dificuldades para serem atendidas por prestado-res de serviços industriais, devido à falta de escala – e que quando se consegue espaço nas linhas dos terceiristas, “costuma faltar rótulo e embalagem”. Esse gargalo ocorre com frequência?Esse é um grande gargalo. Ocorre que a produção terceirizada é um modelo consolidado no mercado de cosméticos. Nesse contexto, empresas pequenas e médias concorrem entre si e com as grandes indústrias não só por espaços nas gôndolas, mas também por espaços nas linhas dos quase 1 700 terceiristas que existem no País. Entre seis tonela-das de um pedido típico de uma empre-sa média como a nossa e as sessenta toneladas de uma empresa grande, claro que o fabricante vai priorizar o pedido maior. Nós temos de esperar na fila. E sem garantias. Se entrar algum pedido de emergência de uma marca poderosa, perdemos a vez. Isso também é velado. Nenhum terceirista vai dizer que isso acontece. Mas acontece. Não entregam no prazo. Aí, a entrega para o varejo atra-sa e dinheiro é perdido. Esse problema se estende às embalagens. Em muitos casos utilizamos as mesmas embala-gens que as grandes indústrias, porque o mercado fornecedor de embalagens é também concentrado. Isso vale para frasco, tampa, caixa de embarque, para tudo. Resultado: nossas encomendas costumam demorar mais para serem atendidas. Temos de esperar os volu-mes enormes que são produzidos para a grande indústria. O problema de oferta é grande. Principalmente de bisnagas.
Bisnaga é o fantasma do negócio. É só ouvir a palavra “bisnaga” que me arrepio inteira (risos).
A empresa já enfrentou ou enfrenta outros embaraços relacionados ao acondicionamento de produtos?Um grande problema que costuma ocor-rer é a entrega de embalagens sujas, empoeiradas. Quando isso ocorre, o terceirista quer cobrar de você alguns centavos a mais para esterilizar cada frasco. As indústrias que fabricam embalagens deveriam entregá-las lim-pas. Essa é outra coisa que ninguém fala. Também já enfrentamos outros problemas de qualidade. Houve muitos casos em que tivemos de devolver lotes grandes de embalagens problemáticas, que não atendiam a requisitos de quali-dade. De modo geral, como acontece em todas as demais áreas, falta qualificação de mão-de-obra de base. As pessoas acham que para envasar basta chamar qualquer funcionário, sem treinamento. Não é assim. Senão a embalagem estufa demais, ou enche de menos.
Que oportunidades a senhora enxer-ga para a oferta de cosméticos no mercado nacional?Existe um espaço fabuloso em tratamen-tos químicos para alisamento de cabelos. No Japão e na China já existem muitos produtos desse tipo, que por ora são oferecidos no Brasil somente através de importações da Ásia ou dos Estados Uni-dos. O produto que eu uso, o (japonês) Liscio, não tem similar aqui. Por isso, o mercado foi tomado pelo formol, por essas escovas marroquinas, paliativos para o alisamento. Outra oportunidade é o nicho de produtos fotoprotetores de uso diário. Não são os bloqueadores, que o consumidor compra para ir à praia. São cremes e loções para o dia-a-dia. Por fim, faltam produtos para homens, incluindo aí os homossexuais. Esse segmento cres-ce 40% ao ano. Há, enfim, uma série de demandas para atendermos. E mesmo assim somos o terceiro maior mercado do mundo. A brasileira gasta 30% de seus rendimentos em cosméticos. Por tudo isso, vejo um futuro brilhante para o mercado nacional.
De acordo com Amália, há dificuldade em se conseguir
bisnagas no mercado
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CERVEJAS
Conveniência e prazerLata de alumínio com função adicional de copo estreia no Brasil com a cerveja Brahma
Crown Embalagens (11) 4529-1000www.crownembalagens.com.br
O “CasaMentO DO séCULO”, anunciado por duas semanas no final de agosto em peças “teasers” cria-das pela agência África para a AmBev, se consumou no início deste mês. A cerveja Brahma passa a utilizar um novo concei-to de lata de bebidas no Brasil. Trata-se do Copaço, “mistura” da função básica da lata de alumínio com a utilidade de um copo. A nova embalagem, produzida pela Crown Embala-gens, conta com um sistema de abertura total da tampa, o que lhe dá a possibilidade de consumo da bebida como se fosse aquele utensílio doméstico. No momento da abertura da lata pelo anel superior, todo o topo é removido do corpo da embalagem. As bordas remanescentes são lisas, sem rebarbas que possam ferir o consumidor ou atrapalhar o consumo.
A lata criada pela Crown foi adotada pela primeira vez pela cervejaria sul-africana SABMiller, na Copa do Mundo da África do Sul, em 2010. Na época, a fabricante da embalagem informou que combinou tecnologias de produção de latas para bebidas e para alimentos (ver EmbalagemMarca nº129, Maio de 2010).
Segundo a AmBev, a adoção do Copaço é fruto de deman-da do próprio consumidor. A cervejaria argumenta que em grupos de pesquisas mensais realizados com mais de 2 500 pessoas, a equipe de inovação da empresa detectou o desejo do público de consumir a cerveja “de forma diferenciada, com a experiência do copo, mas com a conveniência da lata”.
“O PrinCiPaL BeneFíCiO DO COPaçO é levar a experiência e o prazer de beber no copo para a lata”, diz Paula Lindenberg, diretora de marketing da Brahma. “No copo se vê a espuma, sente-se o cheiro, o gole é maior e mais gostoso; agora o consumidor vai ter essa experiência também na lata.”
Para o envase da cerveja na nova embalagem, a unidade fabril da AmBev em Jacareí (SP) passou por uma adaptação na linha de produção de modo a garantir a integridade do líquido e da nova embalagem. As latas com abertura total têm capacidade de conteúdo de 350 mililitros. A embalagem mantém o mesmo visual da lata tradicional, trazendo apenas as instruções de abertura na parte superior.
Lata com abertura total adotada pela Brahma teve primeiro uso
pela SABMiller na Copa da África do Sul, em 2010 (abaixo)
BEBIdAS
Caminho parecidoQueensberry ingressa em smoothies com tática de geleias
PareCe QUe a Kiviks Mark-nad, dona da marca Queensberry, apro-vou o uso de potes sinuosos, decorados integralmente com rótulos termoenco-lhíveis impressos em cores vibrantes. Quase dois anos após ter adotado esse tipo de embalagem para uma linha de geleias premium (ver EmbalagemMar-ca nº 122, outubro de 2009), a empresa agora segue a mesma estratégia para o lançamento de smoothies – bebidas prontas à base de suco de frutas mistas, sem adição de açúcar, e de consistência grossa.
Composta por quatro versões, as novas bebidas da Queensberry são
acondicionadas em frascos de vidro de 260 gramas, com formato ondulado projetado pelo departamento de design da própria empresa. Decoradas com rótulo termoencolhível, as embalagens são fechadas por tampas do tipo twist- off de aço.
Segundo a empresa, para produzir cada bebida são necessárias 338 gra-mas de frutas, e cada sabor é obtido a partir da combinação de seis ou sete frutas, incluindo em sua recei-ta sempre duas frutas com alto valor nutritivo, ricas em vitaminas, minerais e antioxidantes: acerola, cranberry, romã, mirtilo ou açaí.
RóTULO
Alphacolor(11) 4195-3131www.alphacolor.com.br
DESIGN
Knoll Design(11) 9622-0697www.knolldesign.com.br
TAMPA
Silgan White Cap (11) 5585-0723www.silganwhitecap.com.br
FRASCo
Verallia (11) 2246-7402www.verallia.com.br
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REPORTAGEM dE CAPA
Força visível mesmo ocultaAlém de chamar a atenção, formatos exclusivos podem se tornar preciosos patrimônios de marca. Obtê-los não é tão difícil quanto muitos imaginam PELA EQUIPE dE EMBALAGEMMARCA
se nãO De tODas, certa-mente o leitor adivinhará a maioria das identidades das embalagens disfar-çadamente reproduzidas nestas duas páginas (cujas feições reais são mos-tradas na página seguinte). A familiari-dade com tais silhuetas é uma medida inequívoca de como o uso de invó-lucros com formatos exclusivos pode contribuir para o sucesso das marcas.
Para não ir além de uns poucos clássicos que comprovam a relação entre shape único e êxito mercado-lógico, basta citar unanimidades glo-bais como a garrafa de vidro contour
da Coca-Cola, o frasco de poliestire-no do Yakult e o cartucho triangular de papel cartão do chocolate Toble-rone. No Brasil, são referências recor-rentes o frasco com desenho “de caixa d’água” do limpador multiuso Veja, a lata expandida do Leite Moça e a gar-rafa de vidro do guaraná Antarctica, dentre muitas outras.
Frente a exemplos desse cali-bre, dificilmente alguém contesta-rá a afirmação de que embalagens de formato peculiar, carismáticas, podem resultar em diferenciais com-petitivos. Além de atrair atenção no
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ponto de venda e influenciar decisões de compra, quando caem no gosto do consumidor elas se transformam em verdadeiros patrimônios, equities de valor inestimável que geram recall e fortalecem imagens de marca.
Não surpreende, portanto, que gurus do design e do marketing de bens de largo consumo convirjam cada vez mais para a opinião de que, sem embalagens de silhueta exclusiva, a rota do sucesso estará, se não impedida, atulhada de obstáculos com um aspecto
em comum: as caras parecidas, apenas com maquiagem a diferenciá-las. “Con-siderando que temos muitos rótulos similares disputando espaço nas gôn-dolas, cabe ao formato da embalagem fazer o papel de destaque da marca na hora da decisão de compra”, comen-ta Manoel Müller, diretor da agência de comunicação Müller Camacho e da Associação Brasileira de Empresas de Design (Abedesign).
Um dos mais conceituados desig-ners do mundo segue a mesma linha.
Segundo o anglo-egípcio Karim Rashid, embalagens com formas diferenciadas acabam por tornar-se um recurso prag-mático ante o atual cenário de verbas reduzidas para publicidade e de empa-relhamento em qualidade e apresenta-ção de produtos. “Houve um tempo em que marcas podiam desenvolver identi-dades etéreas, toda uma mitologia sobre elas mesmas. Isso está cada vez mais difícil”, ele constata. “Hoje, uma emba-lagem icônica, de shape carismático, é capaz de criar uma marca por si só.”
Rashid ilustra seu discurso com o já consagrado case da Method. A empresa americana ganhou fama ao investir em produtos de limpe-za acondicionados em frascos com desenhos inusitados para a categoria, que o designer classifica como “orgâ-nicos”. “Os contornos foram alicer-ces para todo o branding”, pondera Rashid.
eM OUtrOs MerCaDOs, a importância do formato exclusivo é mais bem assimilada. O holandês Francis Michael Claessens, diretor da
agência especializada em marcas que leva seu nome e apontado como uma das pessoas mais influentes do plane-ta no negócio de bebidas, com servi-ços prestados para pelo menos oitenta das 100 principais grifes mundiais no segmento, lembra que praticamen-te todas elas têm embalagens exclu-sivas. “Embalagem de bebida, para ter sucesso, tem de ser tailor-made”, declarou a EmbalagemMarca.
Perfumes são hors-concours, já que, em princípio, boa parcela de marcas nessa categoria de produtos se consagra, justamente, pelo recur-
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so às embalagens exclusivas desde o princípio de sua trajetória no mercado. É um “luxo” viável para artigos de valor unitário de venda elevado ao consumi-dor final, permitindo arcar com alega-dos custos altos iniciais dos moldes das embalagens – com os quais fabrican-tes de produtos de consumo massivo, especialmente os pequenos e médios, alegam não poder arcar. É um tema sobre o qual fornecedores têm também contra-argumentos.
“Entendemos que é um erro con-siderar o investimento em um jogo de moldes como um custo do produto e não como um investimento em marke-ting”, diz Paulo Dias, diretor comercial da fabricante de embalagens de vidro Verallia. No caso da fornecedora, além dos custos de moldes, os lotes mínimos de produção para embalagens exclusi-vas são negociados caso a caso. “É claro que quanto mais simples for a embala-gem, menor o seu custo. Mas se formos nessa direção, caminharemos para uma embalagem standard”, ele analisa.
Em outra vidraria, a Wheaton, especializada em embalagens para cos-méticos e perfumes, a produção de um frasco exclusivo exige um lote mínimo que varia entre 100 000 a 120 000 unida-des. “Geralmente os frascos cilíndricos são mais competitivos”, conta Marta de Oliveira Bagolin, gerente de marketing da fornecedora. “Mas isso não é uma garantia, pois tudo depende da especi-ficidade de cada projeto.”
No caso das embalagens plásticas rígidas, Renato Szpigel, diretor comer-
cial da Engratech, admite que o inves-timento em molde é o principal fator limitante para empresas conseguirem acesso a recipientes exclusivos. “Um molde para sopro pode custar de 4 000 reais a 12 000 reais. Já um molde de injeção custa, no mínimo, cinco vezes mais”, detalha. Szpigel esclarece que o desembolso varia de acordo com o número de cavidades do ferramental, e ressalta que outras variantes devem ser levadas em conta. “O custo do tempo de setup (configuração da máquina) é também um fator que desencoraja empresas pequenas a procurar um pro-jeto de frasco proprietário”, diz.
Entre projetos de embalagens da lavra da Engratech que fogem às con-venções do mercado, Szpigel destaca os frascos do detergente Ecobril (Bom-bril), dos xampus Naturé (Natura) e do medicamento veterinário Treo Ace, da Pfizer (um dos vencedores do Prêmio EmbalagemMarca – Grandes Cases de Embalagem 2010).
ainDa sOBre a seara dos reci-pientes plásticos, Ricardo David, diretor comercial de outra grande fabricante de embalagens plásticas rígidas, a Graham Packaging, faz uma reflexão. “Não compensa para uma empresa pequena procurar uma grande fornecedora, por-que todo o tempo gasto na produção – tempo de troca acrescido do tempo
de produção real – será cobrado, e este é maior quanto maiores forem as máqui-nas”, recomenda. “Para uma converte-dora menor, pedidos partindo de 15 000 unidades já são viáveis. Para as maiores, esse número dobra ou triplica.”
David diz que a situação se compli-ca bastante no processo de injeção, já que moldes mais complexos podem até mesmo sair mais caro do que o próprio equipamento de moldagem. “Porém,
Perfumes: posicionamento que justifica “luxo” por formatos exclusivos
Method: marca alicerçada em
imagens icônicas
Treo Ace: formato ousado
para item veterinário
a injeção é mais influente na área de tampas. O que vemos é que, mesmo que haja muitas empresas proprietárias de frascos exclusivos, não são tantas as que possuem tampas privativas”, ilustra o executivo.
À parte as questões de custo, há ainda aspectos intrínsecos aos proces-sos de produção que acabam dificul-tando a obtenção de embalagens com contornos diferenciados. Coordenador de projetos da 3D Modeling, escritó-rio especializado na criação de sha-pes, Ronaldo Santos aponta o PET como uma resina particularmente difícil para o desenvolvimento de embalagens com formatos ousados. “Formatos ovais são muito complicados de se obter com o PET”, diz o especialista. “Ocorre que o material tende a se estirar, assumindo uma espes-sura muito fina, tornando-se frá-gil e impróprio para uso”.
Vale lembrar, por outro lado, que o trabalho com reci-pientes de PET de shapes espe-ciais não implica o uso de pré-formas (peças intermediárias) de formatos diferenciados. Isso é visto, entre outros casos, nos frascos da linha Fast da Nestlé: a pré-forma é uma só para os recipientes das bebidas Alpino, Nescau, Neston e Molico, feitas em formatos diferentes entre si na etapa de sopro. Com
o vidro, é possível ocorrer aproveitamento similar.
“Dependendo de uma avalia-ção técnica, um parison (outro tipo de peça intermediária) que já existe também pode ser utilizado para uma garrafa ou pote especial”, diz Paulo
Dias, da Verallia.Na seara das embalagens de
aço, oportunidades para o trabalho
Shapes arredondados:
dificuldade para o uso do PET
Nestlé Fast: frascos de formatos
distintos originados de uma mesma
pré-forma
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com formatos distintivos, que fujam das raias dos perfis cilíndricos ou hexa-edrais (cubos e paralelepípedos), têm se ampliado graças à difusão das tecno-logias de expansão de latas. “O merca-do já oferece tecnologias que permitem o desenvolvimento de shapes arrojados e diferenciados através dessa solução”, comenta Fernando de Melo, gerente-geral comercial da metalúrgica Prada. Como casos de destaque nesse campo, Melo aponta as latas do Leite Moça e do achocolatado em pó Nescau 2.0, por-tadoras, respectivamente, de desenhos superficiais ondulados e de vórtice.
PeLO ânGULO téCniCO, o desenvolvimento de latas de aço expan-didas depende basicamente de dois componentes: um expansor, que é um equipamento adicional dedicado à for-matação da lata, e folhas de aço especiais. Melo ressalta que a Prada e a CSN, con-troladora da metalgráfica e fabricante de folhas adequadas a esse fim, possuem uma área de desenvolvimento de novos projetos “para revolucionar os shapes de acordo com a marca dos clientes, permi-tindo assim grandes inovações”.
Fábio Rohr, diretor-presidente da Rimet, também produtora de emba-lagens de aço, entende que o interesse por latas de aço diferenciadas tende a crescer. “No Brasil, a tecnologia para uso de novos formatos é relativamente nova”, ele analisa. “Quando falamos de Europa e Estados Unidos, já se trata de
algo em uso há algum tempo, inclusive já em fase de otimização dos custos em função dos altos volumes negociados e da grande penetração no mercado.”
O diretor da Rimet aponta dois projetos pratas da casa como evidências de sucesso do emprego de latas com shape exclusivo. Um deles é o da lata que imita um latão para coleta de leite. Desenvolvida quatro anos atrás como uma edição limitada para o leite em pó Ninho, da Nestlé, a embalagem, apeli-dada de Bote Lechero, teve bom desem-
penho e seu uso vem sendo desde então reprisado ano após ano. O outro case, mais recente, é de uma lata expandida criada para uma linha de pratos pron-tos do Grupo Marfrig. “Inicialmente, a embalagem seria destinada somente ao acondicionamento de feijoada”, relata Rohr. “Contudo, a aceitação foi tão boa que cinco novos produtos foram lan-çados utilizando o mesmo recipiente.”
No campo vizinho das embalagens de alumínio, utilizadas maciçamente pelo mercado de bebidas de alto giro, a sensação é de que a flexibilidade ainda não chegou ao mesmo nível ao alcance das latas de aço. Renato Estevão, dire-tor comercial da Rexam, empresa que reivindica a liderança na produção de latinhas de alumínio na América do Sul, comenta que, nessa área, a dife-renciação ainda se dá muito mais pelo trabalho com tamanhos diferentes para o tradicional shape cilíndrico – embora a empresa detenha, no exterior, tecno-logia para a criação de recipientes com detalhes gravados em alto ou baixo relevo.
“Temos duas opções para traba-lhar as latas com shapes diferenciados”, enumera Estevão. “A primeira seria
“Bote Lechero” do leite Ninho: êxito no mercado gerou reprises
Nescau 2.0: distinção por meio de lata com vórtices
“Tulipa” da Sapporo dá exemplo de lata de alumínio diferenciada
importar de outras plantas, o que redu-ziria significativamente o volume que o cliente necessitaria adquirir. Contudo, o custo seria fortemente impactado em função do imposto de importação e do frete”. A segunda opção, explica o diretor da Rexam, seria o investimento em capacidade própria. “Porém, isso demandaria um projeto a quatro mãos, junto ao cliente, em que seria neces-sária uma garantia de ocupação míni-ma dessa linha. Ademais, o tempo de maturação do projeto seria mais longo.”
No exterior, não é de hoje que se vêem exemplos de latinhas de alumínio com formato diferenciado. Um deles é o da cerveja japonesa Sapporo, cujo recipiente lembra a forma de um copo do tipo tulipa. Além disso, com certa liberdade analítica, é possível enxergar as garrafas de alumínio, que fazem cada vez mais sucesso em outros paí-ses, como abordagens arrojadas para as latas em termos de formato. A própria
Rexam tem em seu portfólio solução desse gênero (ver EmbalagemMarca nº 101, janeiro de 2008).
Muito embora a Müller Cama-cho tenha entre seus trabalhos mais célebres em shapes singulares cases como o da garrafa de PET em formato de gota da água mineral Crystal Vip (Coca-Cola) e o de um galão empilhável para produtos de marca própria do Walmart, Manoel Müller considera importante sublinhar que design de forma não se aplica só a embala-gens plásticas ou de vidro. “Matérias-primas como papel cartão ou papelão são excelentes para desenvolver novos formatos a baixo custo”, argumenta o profissional.
Para Sidney Anversa Victor, diretor da gráfica Congraf, existe “enorme liberdade” para o desen-
Embalagens de papel cartão produzidas
pela Congraf com formatos diferenciados
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volvimento de embalagens de papel cartão dotadas de desenhos especiais. “Exemplos são as caixas com formatos rebuscados que têm surgido em mer-cados como os de doces, chocolates e panetones, para ficar apenas em poucos exemplos”, aponta o dirigente.
DO BaLCãO De OUtra empre-sa especializada em embalagens car-tonadas, a Brasilgrafica, o gerente de marketing Célio Coelho de Magalhães concorda com a observação de Anver-sa, mas encaixa que os clientes não devem se esquecer que formatos dife-rentes acarretam desembolso maior. “Formatos que não sejam retangulares resultam em aproveitamento reduzi-do das folhas e em menor número de cartuchos impressos por vez”, deta-lha. “Além disso, a linha de monta-gem de uma embalagem com forma-to diferenciado é mais difícil, porque em geral as máquinas são dedicadas a montar embalagens com dimensões
pré-programadas”. Resultado: muitas vezes, quando a encomenda é peque-na, a montagem de caixas com forma-tos muito distintos acaba sendo feita manualmente.
Afora as questões de custo e os empecilhos de processo, outros aspec-tos não podem passar em brancas nuvens na discussão sobre shapes exclusivos. Uma crítica frequentemente lançada, muitas vezes de forma velada, é sobre a suposta falta de capacitação dos designers nacionais para o design estrutural, de formato. Mais que frear criações de embalagens exclusivas já no início, nos processos criativos, efei-tos desse panorama seriam retrabalhos constantes nos convertedores e a neces-sidade do auxílio extra de empresas especializadas em engenharia para a viabilização de projetos.
Ronaldo Santos, da 3D Modeling, não concorda com essa noção – embo-ra admita que designers nacionais, de fato, não costumam dominar minúcias fabris. “O que entendemos é que, uma vez que o designer começa a ter conhe-cimento das limitações inerentes aos processos de produção de embalagens, seu trabalho tende a ficar cerceado”, afirma.
Por outro lado, convém lembrar que, ao projetar um formato exclu-sivo, o designer não pode esquecer que, resguardada sua criatividade, a embalagem precisa atender a requisitos de produção industrial, isto é, ser exe-quível tanto na sua fabricação quanto no enchimento em linha pela indústria usuária. Na visão de algumas empresas atuantes no mercado fornecedor, esse problema tem diminuído devido à cres-cente qualificação dos designers e pela popularização de ferramentas como os softwares de modelagem.
Fernando Muniz, diretor da DIL Brands, agência que sempre foi reco-nhecida como especializada em shape design (foi a responsável, por exemplo, pela criação do frasco do limpador Veja, da Reckitt Benckiser), entende que o cenário melhorou a ponto de hoje ser difícil brandir a capacitação em for-mas como vantagem. “Isso talvez fosse um diferencial funcional nos anos 80, quando para fazer bom design indus-
trial era preciso comprar workstations Silicon Graphics e software de 50 000 dólares”, encaixa o profissional. “Essa barreira não existe mais.”
Uma das opções de programa capaz de auxiliar o desenvolvimento de for-matos diferenciados de embalagem é o SolidEdge, da Siemens PLM. O diretor de desenvolvimento de negócios da empresa, Paulo Oliveira, informa que a solução – que “permite total integração entre os departamentos de desenvol-vimento de produtos com os respon-sáveis pelo projeto do ferramental” – vem tendo boa acolhida no mercado brasileiro.
Entre os usuários do programa está O Boticário. “As ferramentas disponibi-lizadas permitem virtualmente a cria-ção de qualquer formato”, diz Rogério Oliveira, coordenador de desenvolvi-mento de embalagens do gigante em cosméticos. “Utilizamos o software na concepção de design dos produtos e de suas peças e subcomponentes. Além disso, como trabalhamos com forne-cedores diferentes, recebendo vários tipos de arquivos, o SolidEdge também é utilizado para conversão e análise de desenhos 2D e 3D”, detalha.
PODe sOar a aLGO fora da rea-lidade das pequenas e médias empre-sas (PMEs), que, segundo as diversas fontes ouvidas pela reportagem, ainda investem pouco em embalagens pro-prietárias. “É muito raro vermos essas empresas lançarem um produto novo com uma embalagem exclusiva”, relata Ronaldo Santos, da 3D Modeling. “Isso pode ser um erro fatal na concorrência com empresas maiores, principalmente no que diz respeito à tão almejada clas-se C.” O que é necessário, conforme rei-tera Santos, é encarar formatos exclu-sivos como um aporte de marketing, e não como despesa de processo.
Um incentivo para a mudança de mentalidade vem do Banco Nacio-nal de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O órgão começou recentemente a oferecer para peque-nas e médias empresas o uso do Car-tão BNDES para projetos exclusivos de novos formatos de embalagens. Nessa modalidade, PMEs podem pagar os
Software de modelagem auxilia
O Boticário na criação de novos
shapes para cosméticos
3D Modeling(11) 5031-4500www.3dmodeling.com.br
Brasilgrafica(11) 4133-7777www.brasilgrafica.com.br
Claessens Internationalwww.claessensinternational.com
Congraf (11) 3103-0300www.congraf.com.br
CSN(11) 3049-7100www.csn.com.br
DIL Brands(11) 4191-9711www.dilbrands.com
Engratech(19) 3837-8100www.grupoengra.com.br
Graham Packaging(11) 2135-7900www.grahampackaging.com
Karim Rashid+1 (212) 929-8657www.karimrashid.com
M Design(11) 3839-0969www.mdesign.com.br
Müller Camacho(11) 3819-4417www.mullercamacho.com.br
Prada(11) 5682-1000www.prada.com.br
Rexam(21) 2104-3300www.rexam.com/brazil
Rimet(11) 2877-5000www.rimet.com.br
Siemens PLM(11) 4224-7155www.plm.automation.siemens.com
Verallia(11) 2246-7214www.sgembalagens.com.br
Wheaton(11) 4355-1800www.wheatonbrasil.com.br
saiba o que é possível fazer para que embalagens mais suscetíveis a formatos padronizados, como
flexíveis e cartonadas assépticas, diferenciem-se em termos de shape
emb.bz/145shape
juros mais baixos do mercado financia-dos em até 48 meses. “Isso permite con-centração do capital de giro no lança-mento comercial do produto, fazendo o próprio resultado das vendas pagar os investimentos no design de estrutura da embalagem”, diz Manoel Müller. “Já temos clientes utilizando o recurso com muito sucesso, e os primeiros resulta-dos desse incentivo poderão ser vistos nas gôndolas de supermercado já no final deste ano.”
Superado o desafio da obtenção de lastro financeiro, como proceder e o que não perder de vista? Tadeu Matsu-moto, diretor da M Design, adverte que as empresas devem se planejar. “Como são projetos que envolvem diversos detalhes e limitações técnicas, sejam dos usuários das embalagens ou de seus diferentes fornecedores, tudo precisa estar alinhado desde o início do desen-volvimento”, recomenda o profissional. “Com isso, é possível prevenir retraba-lhos – e seus respectivos prejuízos.”
58 | Setembro 2011
EVENTO
Mais um passo rumo à grande festa do setorConcluída a fase inicial do julgamento das inscrições, acentuam-se os preparativos para a cerimônia de entrega dos troféus
a COMissãO julgadora do Prê-mio EmbalagemMarca – Grandes Cases de Embalagem, ampliada este ano de cinco para sete componentes (ver quadro), concluiu dia 31 de agosto últi-mo a primeira etapa do julgamento das peças concorrentes na quinta edição da iniciativa. Até o encerramento dos traba-lhos desta edição de EmbalagemMarca, os resultados da votação não tinham sido tabulados, mas os jurados manifestaram informalmente a opinião consensual de que o nível dos cases inscritos, de modo geral, é de excelente qualidade.
Também de maneira informal, membros do júri participantes desta e de edições anteriores do Prêmio obser-varam que, não obstante tenham notado melhora na qualidade da parte descritiva das inscrições, ainda ocorre certo desní-vel entre a excelência das amostras das embalagens e, às vezes, a precariedade, quando não a ausência, de dados fun-damentais, em prejuízo dos resultados finais. Também como em edições passa-das, desta vez ocorreram casos em que uma mesma embalagem foi inscrita por três empresas diferentes (a usuária, a agência de design e o convertedor).
Além de pagarem desnecessaria-mente três taxas, quando poderiam ter rateado entre si o valor de uma única, essa prática desperdiçou a oportunidade de representantes de diferentes elos da
Patrocínio OuroPatrocínio Platina
OrganizaçãoPromoção
EmbalagemMarca
Patrocínio Prata Apoio Educacional
Na opinião consensual dos jurados do Prêmio EmbalagEmmarca, o nível dos cases inscritos, de modo geral, é de excelente qualidade
cadeia produtiva interagirem e trocarem opiniões que poderiam resultar em des-crições mais precisas e bem elaboradas. Por isso, mais uma vez os organizadores do concurso, a Bloco de Comunicação e a Embala Idéias, fazem uma recomen-
dação com vistas a contribuir para um dos objetivos maiores da premiação, que é o incentivo à interação dos agentes e, consequentemente, ao fortalecimento da cadeia de valor da embalagem. A sugestão é de que os interessados em
FiQUe atentO! As vagas para a cerimônia de premiação são limitadas. Se você está concorrendo ao Prêmio, faça já a sua reserva! Informações: www.grandescases.com.br ou (11) 5181-6533
concorrer futuramente procurem trocar ideias entre si antes de encaminhar as inscrições de cases. Vale lembrar que embora a escolha dos cases vencedores pelos jurados busque homenagear pri-mordialmente as empresas usuárias de embalagem, todos os participantes do projeto são valorizados na premiação, recebendo troféus, desde que sejam cita-dos nas fichas.
a PrOPÓsitO, a produção industrial do troféu, criado pelo renomado designer Karim Rashid com o foco de que deveria reproduzir o processo de fabricação de uma embalagem, estava programada para o início deste mês de setembro. Como já foi adiantado, a peça, com o mesmo for-mato da que foi lançada na quarta edição do Prêmio, no ano passado, terá apenas a cor alterada, constituindo-se numa das surpresas que deverão ser feitas na festa de premiação, dia 18 de outubro próximo. Outra será o estojo que abrigará esse cada vez mais cobiçado troféu, um trabalho
Quem escolheu os vencedores São os seguintes os membros da Comissão Julgadora da edição de 2011 do Prêmio EmbalagEmmarca – grandEs casEs dE EmbalagEm:
antônio Carlos Yazbek, jornalista e publici-tário, diretor do Portal Giro News e da revista Giro News, veículos focados em varejo. Criou a metodologia de pesquisa Cash & Carry – Shopper & Behavior. É especializado no tema comporta-mento do consumidor.
alexander Lipszyc, arquiteto pela Universidade Mackenzie, pós-graduado em Visual Design pelo Politécnico de Milão, Itália, é diretor da Panameri-cana Escola de Arte e Design.
auresnede Pires stephan (prof. eddy), consultor em design e professor de design das faculdades ESPM, FAAP, Santa Marcelina e IED (Instituto Euro-peo di Design).
edson Fermann, engenheiro industrial, formado na FEI, com diversos cursos de especialização no Brasil e no exterior. É sócio consultor em Gestão Estratégica da Inovação da empresa Indexare.
joice joppert Leal, diretora executiva da As-sociação Objeto Brasil, é curadora de design e representante brasileira do prêmio internacional de design IDEA Awards.
Myrna de arruda nascimento, coordenadora do Curso de Design Industrial do Senac São Paulo.
nancy andriolli, professora do Curso Técnico da área de Pré-Impressão e professora no curso de Pós-Graduação do Senai São Paulo em Impressão Digital.
mais uma vez desenvolvido em parceria com a Antilhas.
Os organizadores do Prêmio Emba-lagemMarca dedicam-se agora com esforço redobrado à organização da festa de 18 de outubro, com a preocupação
de fazê-la cada vez mais objetiva, sem perder – ao contrário, ganhando sem-pre mais – charme e oportunidade de ampliação de conhecimento, além de bons relacionamentos profissionais e descontração.
60 | Setembro 2011
LáCTEOS
agora emleites e iogurtesNestlé e danone passam a utilizar polietileno de origem vegetal em embalagens de produtos lácteos
O MÊs De aGOstO registrou dois importantes marcos para o polie-tileno “verde” da Braskem. Potências do mercado nacional de alimentos, a Nestlé e a Danone lançaram embalagens dotadas desse bioplástico, produzido pela companhia petroquímica brasileira a partir do etanol da cana-de-açúcar.
No caso da Nestlé, o material come-çou a ser utilizado nas tampas de rosca agregadas às caixinhas longa vida de 1 litro dos leites ultrapasteurizados (UHT) Ninho, Ninho Levinho, Ninho Baixa Lactose e Molico. Segundo a Tetra Pak, que produz as embalagens, não há diferenças físicas ou de desempenho em relação à versão convencional da mesma tampa, baseada em polietileno de origem fóssil. A identificação do novo fechamento “verde” só é possível graças à imagem de uma folha, gravada em alto relevo no seu topo (ver foto).
A Danone, por sua vez, começou a utilizar o polietileno de cana na mol-dagem dos frascos de 150 gramas dos
iogurtes líquidos de sua linha Activia. Os recipientes, compostos em mais de 90% pelo material (o restante é de adi-tivos de processo), trazem no rótulo a marca “I’m green” (“Sou verde”), criada pela Braskem para identificar seus bio-polímeros.
Para seteMBrO, está prevista outra novidade: garrafinhas do Dano-ninho Leite Fermentado também fabri-cadas a partir de polietileno “verde”. As adoções das novas embalagens integram uma série de iniciativas sustentáveis lan-çadas pela multinacional francesa em 2008. O objetivo é reduzir em 30% as emissões de CO2 em suas operações mundiais até 2012. “Estamos compro-metidos em tornar nosso negócio cada vez mais ambientalmente sustentável e isso reflete diretamente nas práticas de desenvolvimento de novas embalagens”, diz o presidente da Danone brasileira, Mariano Lozano.
Fabricado desde setembro de 2010
a safra até agora
Outras embalagens já produzidas com base no polietileno “verde” da Braskem Natura
Brasil
Frascos (refis)
outubro 2010
Danone
França
Garrafinhas
Março 2011
Aplicadas nas caixinhas dos leites da Nestlé,
novas tampinhas de bioplástico são identificadas por imagem de folha gravada no topo
Empresa usuária
Mercado-alvo Data de
lançamento
Tipo de Embalagem
Sabonete líquidoErva Doce
Iogurte Actimel
Braskem(11) 3576-9999www.braskem.com.br
Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br
Coca-Cola
Estados Unidos
Garrafas
Abril 2011
Procter & Gamble
Europa
Frascos
Julho 2011
Por meio da marca “I’m green”, da
Braskem, rótulos informam que novos
frascos de Activia se baseiam em
material renovável
numa unidade da Braskem localizada em Triunfo (RS), o polietileno “verde” já desencadeou projetos de embalagem não só no Brasil, mas também na Europa e nos Estados Unidos (ver quadro). A própria Danone já havia criado um fras-co do material para a comercialização, no mercado europeu, dos iogurtes líqui-dos Actimel. Até o fim do ano, a Johnson & Johnson brasileira deverá ingressar no time, utilizando o bioplástico de cana nos frascos da linha Sundown de prote-tores solares.
Sucos odwalla
Xampus Pantene
62 | Setembro 2011
INTERNACIONAL
adereços alcoólicosGraças a válvula especial, embalagem da Bols transforma licores em espumas para ornar drinques e sobremesas
UMa ParCeria inUsitaDa entre uma indús-tria de bebidas e um fabricante de soluções em embalagens para artigos de cuidados pessoais resultou na criação da primeira espuma alcoólica de que se tem notícia no mercado mundial. Trata-se do Bols Foam, que ao sair da garrafa se transforma numa espuma utilizável na finalização de drin-ques, cafés e sobremesas. O produto surgiu de um acordo entre a holandesa Lucas Bols, uma das maiores fabricantes mundiais de licores, e a britânica Rexam Personal Care (Rexam PLC), produtora de válvulas que transformam líqui-do num ingrediente cujo estado não é líquido, nem sólido, nem gasoso, nem pastoso, mas de uso muito prático.
Disponível por enquanto somente no mercado europeu, o Bols Foam produz a espuma instantânea assim que uma bomba é acionada. A miniválvula aplicada na garrafa, de nomenclatura M3, foi desenvolvida pela Rexam PLC para cosméticos que precisam ser dispensados na forma de espu-ma, como produtos para limpeza facial e removedores de maquiagem. A tecnologia foi adaptada para surtir o mesmo efeito em licores.
BasiCaMente, O FUnCiOnaMentO do dispositi-vo dispensador consiste em misturar a bebida com ar, geran-do o creme aerado, que permanece estável durante quinze minutos. Segundo a Bols, cada garrafa de 200 mililitros de licor rende até dois litros de espuma. Seis versões da novidade estão disponíveis: Blue, Creme de Cassis e Banana, para drin-ques, e Amaretto, Cacau Branco e Hortelã, para sobremesas. A agência holandesa Van Heertum Design criou a marca, as embalagens e os rótulos.
Huub van Doorne, CEO da Lucas Bols, afirma que a nova abordagem em embalagem é inovadora, “pois permite novas apresentações de drinques, cria novas sensações para os consumidores e aumenta o potencial criativo dos licores”. Até agora, para se conseguir espuma consistente na finalização de drinques – frios ou quentes, como cafés – era necessária a utilização de uma bomba dosificadora, como a utilizada em cremes como chantili, ou então de ingredientes como clara de ovos. Casper Kleiman, gerente de produto da Rexam PLC, exalta o fato de a parceria com o cliente ter atingido uma nova fronteira. “O resultado foi uma nova categoria de produto”, define o executivo.
VÁLVuLA
Rexam PLC(11) 2152-9800
www.rexam.com
DESIGN
Van Heertum Design+31 (1) 3542-7610www.heertum.nl
Válvula dispensadora adaptada do mercado
de cosméticos possibilitou a criação
do Bols Foam, licor em forma de espuma
Patrocínio Ouro:
PapelEmbalagens
deComo utilizar o poder de atração de estojos, caixas, blisters, carriers e outros
tipos de embalagens de papel cartão para fortalecer as marcas e vender mais
Designers, profissionais de
marketing, desenvolvimento de
embalagens e compras da indústria
usuária e outros integrantes dessa
cadeia de valor.
Público: Na cadeia de valor de embalagem, geralmente se emprega uma expressão limitante para definir as embalagens que acondicionam os recipientes dos produtos de consumo, isto é, as embalagens externas. Ao definir-se como “embalagens primárias” potes, garrafas e frascos, entre outras variedades acondicionadas em caixas e estojos de papel cartão, estes caem automaticamente na categoria das “secundárias”. Mas não é assim que o consumidor enxerga as embalagens de papel cartão.
Para o potencial comprador que está no ponto de venda, a embalagem de papel cartão é, na maioria dos produtos expostos, a primeira coisa que ele vê.A inigualável propriedade do material permite aceitar infinitas possibilidades de formatos, impressão e acabamentos requintados. O visual das embalagens de papel cartão representa a mais eficaz ferramenta para atrair a atenção do consumidor e influir em sua decisão de compra.
O Fórum de Embalagens de Papel Cartão vai mostrar como utilizar esses recursos e também a extrema versatilidade de uso do material, que se adapta a praticamente todo tipo de produto. O papel cartão está presente em embalagens de alimentos (naturais, congelados e para aquecer). Em perfumes. Em brinquedos. Em materiais de limpeza. Em roupas. Ele está em praticamente todas.
Data:
22 Novembro de 2011
Local:
Centro Brasileiro Britânico
Rua Ferreira de Araújo, 741
São Paulo, SP
“Chamadas de secundárias, as embalagens de papel cartão são as primeiras a ser vistas”Conteúdo:
Fórum
Mantenha-se atualizado. Acessewww.ciclodeconhecimento.com.br | @CicloEM
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LIMITADAS!
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ESTE EVENTO? ENTRE EM CONTATO:
CICLO@EMBALAGEMMARCA.COM.BR
OU (11) 5181-6533
Cartão
64 | Setembro 2011
DisplayO QUe Há De nOvO nOs POntOs De venDa edição: FLaviO PaLHares
flavio@embalagemmarca.com.br
COsMétiCOs
Por enquanto, Para a mamãe. DePois, também Para o bebêA União Química ingressa no mercado de dermo-cosméticos. O primeiro produto da nova divisão da empresa é o hidratante para gestantes MamyDrat, feito à base de óleo de amêndoas, macadâmia e calêndula. Segundo a diretora de marketing da União Química, Andrea Marques Pinto, mais dois produtos serão lançados em outubro e novem-bro: para o bebê, contra assaduras, e para a mãe, para evitar o ressecamento do bico do seio. O MamyDrat é acondicionado em bisnaga plástica, protegida por um cartucho de papel cartão cujo design remete à silhueta de uma mulher grávida, produzido na gráfica da União Química. Segundo Andrea, o MamyDrat terá preço 20% mais baixo que o de produtos similares de outras marcas.
DESIGN
Tiee Propaganda(11) 3596-7631www.tiee.com.br
BISNAGAS
Impacta(11) 4447-7300www.impacta-brazil.com.br
66 | Setembro 2011
antes . . .
. . . e depois
DisplayO QUe Há De nOvO nOs POntOs De venDa
3
Cervejas
Duas no latão 2
O Grupo Petrópolis leva duas cervejas da linha Weltenburger Kloster para latas de 473 milili-tros: a Barock Dunkele, escura, e a Anno 1050, clara. Assim como as outras latas da cerveja-ria, as da Weltenburger têm o selo de proteção de alumínio na parte superior. Produzida no Brasil desde 2010, a Weltenburger era vendida apenas em gar-rafas de vidro de 500 mililitros.
1
COsMétiCOs
Protetores em tubos 1
Nova marca de produ-tos de beleza e cuida-dos com a pele, a Lielos Cosméticos nasce com uma linha composta por sete produtos (prote-tores solares, bloque-adores solares faciais, hidratante para as mãos com bloqueador solar e bloqueador solar facial cor de base clara e média), todos acondi-cionados em bisnagas.
BISNAGAS
C-Pack(11) 5547-1299www.c-pack.com.br
reFriGerantes
GuaranáDe caju 3
A Coca-Cola Norsa leva uma novidade para os consumidores da região do Cariri, no sul do Ceará. A Crush Cajuína é um refrigerante à base de caju e guaraná. A bebida é comercializada em garrafas de PET de 600 mililitros e de 2 litros. O sabor foi esco-lhido depois de pesqui-sas realizadas com o público local.
TAMPA
CSI Closures(11) 4134-2593
www.csiclosures.com
RóTULO BOPP
Felinto Embalagens(83) 3315-1515
www.felinto.com.br
PisCinas
novos formatosAs embalagens da HidroAll do Brasil, fabricante de produtos clorados orgâni-cos para limpeza de piscinas, passaram por um processo de redesign realizado pela própria empresa. Os baldes de 10 quilos passam a ser retangulares cônicos, únicos do segmento com este formato, que permite ganho de 20% no armazenamento. O rótulo em heat trans-fer tem qualidade fotográfica. Os frascos de 1 litro também mudaram, e agora têm formato ergonômico, com rótulo metali-zado, exclusivo no segmento.
BALDE
Bomix(11) 4523-0100www.bomix.com.br
FRASCo
FirstPack (11) 5521-7366www.oroplast.com.br
RóTuLo FRASCo
J. Andrade’s (19) 3253-2988www.jandrades.com.br
RóTULO
Technopack (51) 2139-9000www.technopack.com.br
2
LATA
Latapack-Ball(12) 2127-4700www.latapack.com.br
6
RóTULO
CCL Label(19) 3876-9300www.ccllabel.com.br
DESIGN
DZ Design (19) 3256-4440www.dzdesign.com.br
GARRAFA
Owens-Illinois(11) 2542-8071www.oidobrasil.com.br
siDras
cereser85 anos 6
Para comemorar os 85 anos da empresa, a Cereser lança uma embalagem especial da sua Sidra. A versão comemorativa, deco-rada com um rótulo termoencolhível, foi produzida em série limitada, com 20 mil unidades.
Ceras
inGleza em refil 5
A cera Ingleza Maxx ganha uma nova opção de embalagem: refil tipo stand-up pouch de 500 gramas, nas versões incolor e ver-melha. De acordo com a empresa, a opção pela embalagem se deu por ela ser “econômica e ecológica”. O design foi feito internamente.
LiMPeza DOMéstiCa
açãoráPiDa 4
A marca de limpadores Veja, da Reckitt Bencki-ser, lança Veja Panos Umedecidos, produto que traz o conceito de limpeza rápida, em duas fragrâncias: Citrus e Frescor Campestre. Cada embalagem con-tém vinte pequenos panos umedecidos. O produto é importado do Reino Unido já acon-dicionado.
DESIGN
Narita Design(11) 4052-3700 www.naritadesign.com.br
4
STAND-uP PouChES
Teruel(19) 3344-0311
www.teruel.com.br
Unipac (11) 5631-7882
www.unipacnet.com.br
5
esPUMantes
cresce afamília 6
A Famiglia Zanlorenzi Grupo Vinícola investe no segmento de espu-mantes com o lança-mento do Baccio – ver-sões moscatel e brut. O espumante é produzido em São Marcos (RS) pela Vinícola Serra Gaú-cha, braço da vinícola dedicado a produtos finos e premium. A garrafa é decorada com rótulo autoadesivo.
ROLHA
Corticeira Paulista(11) 4584-2020
www.corticeirapaulista.com.br
RóTULO
Flexul(47) 3274-6600
www.flexul.com.br
FOIL
Intercap (Itália)(54) 3464-7084 (no Brasil)
www.intercap.it
GARRAFA
Owens-Illinois(11) 2542-8071
www.oidobrasil.com.br
7
Setembro 2011 | 69
DisplayO QUe Há De nOvO nOs POntOs De venDa
2
CHOCOLates
traDição belGa 1
A Puratos passa a pro-duzir no Brasil a marca belga Chocolanté, nas versões Ao Leite, Meio- Amargo e Branco. As embalagens do produto estampam imagens de sementes, do plantio e do transporte do cacau. O padrão de cores em branco e marrom faz parte da identidade internacional da marca. O chocolate é oferecido em barras de 2,3 quilos ou em filetes (pacote de 2,1 quilos).
áGUas
mais leve e com braile 2
A água mineral Puríssima, de Mato Grosso, adota novo padrão de embalagens. As novas garrafas de PET são produzidas com 15% menos resina que a versão anterior. As cinco novas garrafas – com e sem gás, sport, verão e mulher (rosa) – têm inscrições em braile (ver detalhe), para facilitar a identificação por deficientes visuais.
1
FLoW PACkS
Converplast(11) 2462-1177 www.converplast.com.br
DESIGN
Indesign(11) 3284-0570 www.indesign.com.br
FLoW PACkS
Lamipack(49) 3561-1600 www.lamipack.com.br
TAMPAS
America Tampas(11) 2504-7000www.americatampas.com.br
TAMPAS
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Guará(48) 3478 0366www.guara.ind.br
DESIGN
Ideias.com(65) 3028-3777www.agenciaideias.com
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70 | Setembro 2011
DisplayO QUe Há De nOvO nOs POntOs De venDa
antes X DePOis
marketinG resPonsávelA Coca-Cola reformulou as embalagens de Del Valle Kapo para reforçar a política de marketing responsável da marca. A iniciativa da empre-sa é baseada em não direcionar publicidade e ações que promovam os produtos para menores de 12 anos. A companhia substituiu os personagens que estampavam as bebi-das por uma imagem que sugere a ideia de aventura em família.
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DESIGN
DiMaquinawww.dimaquina.com
EMBALAGENS
Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br
13
GeLeias
maracujá orGânicoChegam ao mercado as geleias de Maracujá Passion Fruit. O pro-duto, orgânico, não tem aditivos químicos, conservantes, coran-tes ou aromatizantes artificiais. As geleias de Maracujá Premium, Maracujá com Menta, Maracujá com Canela e o Chutney de Maracujá são acondicionadas em potes de vidro stan-dard, decorados com rótulos autoadesivos, que também adornam as tampas de aço.
DESIGN
Aya Nakai(11) 9546-2562
RóTuLoS
Le Print(11) 3208-9586www.leprint.ind.br
PoTES
Nadir Figueiredo(11) 2967-8800www.nadir.com.br
aLiMentOs
lámenPicante 3
A Panco lança a linha de macarrão instantâneo Hot Lámen, composta por quatro sabores e diferentes graus de picância: Galinha à Moda Baiana, Calabre-sa, Mexicano e Quatro Queijos com Gengibre e Curry. As embalagens foram desenvolvidas pelo departamento de criação da empresa e trazem em destaque a palavra “HOT”, com o T no formato de uma pimenta estilizada.
DESIGN
Benten Comunicações(11) 6280-5000
FLoWPACkS
Converplast(11) 2462-1177www.converplast.com.br
BeBiDas
coco Por Dentro e Por fora 2
A Kero Coco criou uma forma de reforçar a ideia de que seu pro-duto é água de coco in natura. A marca da Pep-siCo lança uma edição limitada da embalagem “Celebre a Natureza”, de 330 mililitros, que imita um coco verde.
DESIGN
Núcleo 3 Comunicação(11) 2306-2831www.nucleo3com.com.br
EMBALAGEM
Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br
2
vinaGres
jarrinha moDerna 4
O vinagre Saboroso, vendido em uma jarri-nha cor de rosa desde o início da década de 70, teve as embalagens renovadas. A jarrinha mantém seu shape, mas os rótulos ganharam uma linguagem moder-na em um visual mais limpo. Para se apro-ximar de novos con-sumidores, os rótulos contam uma pequena história familiar e têm a foto de uma pessoa.
enerGétiCOs
rock sem açucar 5
Chega ao mercado mais um energético, o Rock’n Roll Energy Drink, produzido pela empresa homônima. O produto, sem açúcar, é comercializado em garrafas de PET de 260 mililitros decoradas com rótulos termoen-colhíveis impressos em offset com acabamento em verniz brilho.
RóTULO
Baumgarten(47) 3321-6666www.baumgarten.com.br
4
DESIGN
MWitêr Comunicação(18) 3908-2268www.mwiter.com.br
RóTuLoS
Pro Embalagens(11) 2411-1591
72 | Setembro 2011
3
DisplayO QUe Há De nOvO nOs POntOs De venDa
vinHOs
estreia Derótulo 1
A Pizzato Vinhas e Vinhos, de Bento Gon-çalves (RS), coloca no mercado a safra 2011 do vinho Fausto Rosé Mer-lot, que marca a estreia do novo rótulo, agora auto-adesivo, da família Fausto.
RóTULO
Gráfica São Roque(54) 3451-3984
GARRAFA
Verallia (11) 2246-7402www.verallia.com.br
DESIGN
Vogt(51) 3331-7812www.vogt.com.br
reFresCOs
tuDo azul 3
As embalagens do refresco em pó Nutri-nho, da Nutrimental, estampam os perso-nagens do longa de animação Os Smurfs. A empresa também lança o refresco no sabor tutti-frutti, que é azul, mesma cor dos perso-nagens. As embalagens trazem figurinhas adesivas dos Smurfs em sessenta modelos diferentes.
SAChêS E FIGuRINhAS
Converplast(11) 2462-1177
www.converplast.com.br
DESIGN
Quatro Três Três Comunicação(41) 3016-0433
www.433comunicacao.com.br
1
DESIGN
Coral Design(31) 3227-2006www.coraldesign.com.br
EMBALAGENS
Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br
2
antes . . .
. . . e depois
DESIGN
Matriz Desenho(11) 5083-2022www.matrizdesenho.com.br
CARTuChoS
Maxxi Paper(11) 2084-1665www.maxxipaper.com.br
CaMa, Mesa e BanHO
cartuchosPara caPas A Alergoshop, marca de produtos para pessoas alérgicas, reformulou a embalagem de suas capas protetoras antiácaro para colchões e travessei-ros. Antes o produto era vendido em embalagens flexíveis de polietileno. Agora as capas são comercializadas em cartuchos flip-top de papel cartão.
Leites
entraDa em lonGa viDa 2
A Embaré ingressa no mercado de leite longa vida com a marca Cam-ponesa, nas versões integral, semidesnatado e desnatado. Os produ-tos são envasados em embalagens cartonadas assépticas de 1 litro com tampa de rosca.
Almanaque
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Das telas para os rótulosFoi só na década de 70 que a empre-sa curitibana criada em 1928 como Imperatriz das Frutas adotou a identidade de Importadora La Violetera. O nome é uma homenagem ao filme espanhol La Violetera, de 1958, cujo enredo conta a história de uma jovem que canta na porta de um teatro em Madri para vender vio-letas. A figura da moça que aparece nas embalagens dos azeites e demais produtos da marca foi inspirada na protagonista da película, interpretada pela atriz e cantora Sarita Montiel.
emb.bz/145sarita
Sinônimo de lava-louças
proteção à Mona LisaAcolchoamentos de Styropor, poliestireno expansível desenvolvido pela Basf em 1951, ajudaram a proteger a Mona Lisa, obra-prima de Leonardo da Vinci, na primeira vez em que a pintura foi exibida fora do Museu do Louvre. Em 1962, o quadro foi emprestado aos Estados Unidos e exibido em Nova York e Washington. Na época, o seguro de La Gioconda foi feito por 100 milhões de dólares, o que mereceu menção no Guinness, o livro dos recordes, como o objeto mais valioso existente no mundo.
cartaz do filme La Violetera, estrelado por Sarita Montiel, e a espanhola que aparece
nas embalagens
da importadora
la violetera, inspirada na
atriz
Em 1936, sessenta anos após sua criação e três anos depois da revogação da Lei Seca nos Estados Unidos, a cerveja americana Budweiser ganhou sua primeira versão em lata. Desde então, a embalagem metálica
da bebida – no início feita de aço, e a partir da década de 60 de alumínio – teve doze personificações. A mais nova delas (à direita, na foto abaixo) foi apresentada em agosto deste ano.
doze latinhas em 75 anos
Lançado pela Orniex em 1955, o ODD fez tanto sucesso que acabou até se tornando sinônimo de detergente para louças no Brasil. A marca sumiu do mercado em 1996, quando foi com-prada pela Bombril. Hoje, pertence à Procter & Gamble, que a utiliza num sabão em pó vendi-do somente na Região Nordeste.
QUIZUm dos produtos nacionais
que mais focaram a
publicidade nas embalagens
foi a Geléia de Mocotó
Inbasa, sucesso na década
de 80. Relembre o mote das
campanhas em
emb.bz/145quiz