Post on 15-Apr-2017
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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA DO TRABALHO
CONSTRUÇÃO, MANUTENÇÃO E AMPLIAÇÃO DE REDES E
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS:
RISCOS EXISTENTES E MEDIDAS DE PROTEÇÃO
JAMES DESSUY APPEL
Ijuí/RS
2012
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JAMES DESSUY APPEL
CONSTRUÇÃO, MANUTENÇÃO E AMPLIAÇÃO DE REDES E
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS:
RISCOS EXISTENTES E MEDIDAS DE PROTEÇÃO
Monografia apresentada ao Curso de Pós-
Graduação Lato Sensu em Engenharia de
Segurança do Trabalho como requisito
parcial para a obtenção do título de
Especialista em Engenharia de Segurança do
Trabalho.
Orientador: Prof. Fernando Wypyszynski
Ijuí/RS
2012
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JAMES DESSUY APPEL
CONSTRUÇÃO, MANUTENÇÃO E AMPLIAÇÃO DE REDES E
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS:
RISCOS EXISTENTES E MEDIDAS DE PROTEÇÃO
Monografia defendida e aprovada em sua forma final pelo professor orientador e pelo
membro da banca examinadora
Banca examinadora
____________________________________________
Prof. Fernando Wypyszynsky, Esp. – Orientador
____________________________________________
Prof. Cristina Eliza Pozzobon, Mestre
Ijuí, março de 2012
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por estarmos aqui hoje,
e por todas as coisas boas que acontecem.
Agradeço principalmente a minha mãe, Rosane, pelo
apoio incondicional em todas as horas, e por todo o
sacrifício e amor que tem por mim.
Agradeço a minha namorada Luciana, que me faz ver a
vida diferente todos os dias, e me ensina como é amar
uma pessoa.
Agradeço ao Professor Orientador e demais professores
pelas orientações e conhecimentos adquiridos no
decorrer do curso.
Aos amigos que sempre estiveram ao meu lado dando o
apoio necessário para a conclusão desta etapa.
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RESUMO
Nos dias atuais é fato inquestionável a necessidade que o homem tem de utilizar a energia
elétrica em seu cotidiano. Dentro deste contexto, os riscos elétricos decorrentes de
instalações inadequadas devem ser extintas das obras, considerando-se que as “instalações
temporárias” não significam “instalações improvisadas” (JÚNIOR, 2007). Sendo a
eletricidade uma fonte de perigo, podendo causar a morte, mesmo quando utilizada em
“baixas tensões” (110 volts ou 220 volts), toda instalação elétrica deve ser executada de
forma segura e por um profissional qualificado. Neste sentido, o presente trabalho tem como
objetivo transmitir informações necessárias à realização de instalações elétricas visando à
prevenção de acidentes de origem elétrica, através de medidas preventivas e de proteção
contra contatos com eletricidade.
Palavras chave: Instalações elétricas; choque elétrico; segurança no trabalho.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Percurso da corrente elétrica no corpo humano ...................................................... 15 Figura 2: Quadro principal de distribuição ............................................................................ 17
Figura 3: Quadro intermediário .............................................................................................. 17 Figura 4: Quadro terminal fixo .............................................................................................. 18
Figura 5: Quadro terminal móvel ........................................................................................... 18 Figura 6: Ilustração dos quadros de distribuição em uma construção vertical ...................... 19
Figura 7: Chaves elétricas ...................................................................................................... 20 Figura 8: Altura mínima para instalações aéreas ................................................................... 21 Figura 9: Sinalização de fiação subterrânea ........................................................................... 21
Figura 10: Sinalização de fiação subterrânea e escavação de vala ........................................ 22
Figura 11: Tomadas e plugues blindados ............................................................................... 22 Figura 12: Luminárias blindadas ............................................................................................ 23 Figura 13: Distância de trabalho com equipamentos ............................................................. 24
Figura 14: Contato direto com rede energizada ..................................................................... 25 Figura 15: Distância mínima de trabalho ............................................................................... 26
Figura 16: Barreiras de proteção ............................................................................................ 26 Figura 17: Obstáculo em frente à subestação ......................................................................... 27 Figura 18: Isolamento de emenda .......................................................................................... 27
Figura 19: Contato indireto .................................................................................................... 28 Figura 20: Painel com DR’s ................................................................................................... 29
Figura 21: DR´s ...................................................................................................................... 29 Figura 22: Betoneira aterrada ................................................................................................. 30
Figura 23: Capas de proteção ................................................................................................. 31 Figura 24: Goleira sobre rede de 23 kV ................................................................................. 31 Figura 25: Goleira sobre estrada e rede de 23 kV .................................................................. 31 Figura 26: Manutenção em rede elétrica ................................................................................ 32 Figura 27: Botinas de couro ................................................................................................... 32
Figura 28: Luvas isolantes ..................................................................................................... 33 Figura 29: Luvas de cobertura ................................................................................................ 33 Figura 30: Óculos de segurança ............................................................................................. 34 Figura 31: Capacetes de segurança ........................................................................................ 34 Figura 32: Cinto de segurança/talabarte ................................................................................. 35
Figura 33: Caneta para detectar tensão .................................................................................. 35 Figura 34: Barreiras de sinalização ........................................................................................ 36
Figura 35: Aterramento do caminhão guindauto ................................................................... 38 Figura 36: Aterramento do caminhão guindauto ................................................................... 38
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Figura 37: Operador do caminhão guindauto ......................................................................... 38 Figura 38: Colaboradores colocando as capas isolantes no poste a ser levantado ................. 38
Figura 39: Capas protetoras devidamente presas em seu lugar .............................................. 39 Figura 40: Instalação do poste em seu local definitivo .......................................................... 39 Figura 41: Entrada de energia próximo ao galpão ................................................................. 39 Figura 42: Poste de entrada de energia próximo ao galpão ................................................... 39 Figura 43: Caixa de inspeção próxima ao galpão .................................................................. 40
Figura 44: Instalação elétrica no interior do galpão ............................................................... 40 Figura 45: Quadro de distribuição .......................................................................................... 40 Figura 46: Fiação .................................................................................................................... 40 Figura 47: Motor .................................................................................................................... 40 Figura 48: Acionamento do motor ......................................................................................... 40
Figura 49: Poste com transformador na entrada principal de energia da fazenda.................. 41 Figura 50: Entrada principal de energia ................................................................................. 41
Figura 51: Caixa de medição de energia ................................................................................ 41 Figura 52: Ligação do poste até a subestação da cooperativa ................................................ 44 Figura 53: Entrada de energia da subestação ......................................................................... 44 Figura 54: Transformador da entrada de energia de um dos silos ......................................... 44
Figura 55: Passagem de fios de energia entre os cabos de sustentação da torre de
comunicação da cooperativa .................................................................................................. 44
Figura 56: Quadro de disjuntores ........................................................................................... 45 Figura 57: Caixa de inspeção ................................................................................................. 45 Figura 58: Interior do quadro de disjuntores .......................................................................... 45
Figura 59: Transformadores de entrada de energia ................................................................ 45
Figura 60: Transformador de entrada de energia ................................................................... 45
Figura 61: Transformador de entrada de energia ................................................................... 46 Figura 62: Caixa de inspeção ................................................................................................. 49
Figura 63: Caixa com tomadas em árvore .............................................................................. 49 Figura 64: Caixa com tomada em poste ................................................................................. 49 Figura 65: Quadro de distribuição .......................................................................................... 49
Figura 66: Quadro de distribuição .......................................................................................... 49
Figura 67: Disjuntor ............................................................................................................... 49
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Efeitos fisiológicos diretos da eletricidade ............................................................. 15 Quadro 2: Efeitos fisiológicos indiretos da eletricidade .......................................................... 16
Quadro 3: Resumo das desconformidades e sugestões para conformidade ............................. 41 Quadro 4: Resumo das desconformidades e sugestões para conformidade ............................. 46
Quadro 5: Resumo das desconformidades e sugestões para conformidade ............................. 50
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 11
1 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................ 12 1.1 AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E AS REDES ELÉTRICAS .................................... 12
1.1.1 Definições ..................................................................................................................... 12
1.1.2 O Sistema Elétrico de Potência .................................................................................. 12 1.2 RESPONSABILIDADES SOBRE A QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA ........ 13 1.3 CHOQUE ELÉTRICO ..................................................................................................... 13
1.3.1 Definição ....................................................................................................................... 13 1.3.2 Efeito da Corrente Elétrica ........................................................................................ 14
1.3.3 Classificação do Choque Elétrico .............................................................................. 14 1.3.4 Percurso da Corrente Elétrica através do Corpo Humano ..................................... 14
1.3.5 Efeitos Fisiológicos Diretos da Eletricidade .............................................................. 15 1.3.6 Efeitos Fisiológicos Indiretos da Eletricidade ........................................................... 16 1.4 LOCALIZAÇÃO DOS RISCOS ELÉTRICOS ............................................................... 16
1.4.1 Quadros de Distribuição ............................................................................................. 16 1.4.1.1 Quadro Principal de Distribuição ............................................................................... 17 1.4.1.2 Quadros Intermediários (Divisórios) .......................................................................... 17
1.4.1.3 Quadros Terminais: Fixos ou Móveis ........................................................................ 18
1.4.2 Chaves Elétricas .......................................................................................................... 19 1.4.3 Instalações Elétricas Aéreas e Subterrâneas ............................................................ 20 1.4.4 Plugues e Tomadas ...................................................................................................... 22
1.4.5 Iluminação Provisória ................................................................................................. 23 1.4.6 Máquinas e Equipamentos ......................................................................................... 23 1.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA CONTATO COM ELETRICIDADE .............. 24
1.5.1 Proteção Contra Contatos Diretos ............................................................................. 25 1.5.1.1 Distanciamento ou Afastamento ................................................................................ 25
1.5.1.2 Barreiras ..................................................................................................................... 26 1.5.1.3 Obstáculos .................................................................................................................. 27 1.5.1.4 Isolamento .................................................................................................................. 27
1.5.2 Proteção Contra Contatos Indiretos .......................................................................... 28 1.5.2.1 Dispositivo à Corrente Diferencial-Residual (DR) .................................................... 28
1.5.2.2 Aterramento ................................................................................................................ 30
1.5.3 Medidas de Proteção para Redes Elétricas ............................................................... 30 1.5.3.1 Aterramento na Atividade de Manutenção de Redes Elétricas .................................. 30 1.5.3.2 Proteção Contra Contato Indireto nas Redes Elétricas .............................................. 31
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1.6 MANUTENÇÃO ............................................................................................................. 32
1.6.1 Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s ......................................................... 32 1.6.1.1 Botina de Couro, Solado Isolante ............................................................................... 32 1.6.1.2 Luvas Isolantes para Eletricista .................................................................................. 33 1.6.1.3 Luvas de Cobertura em Vaqueta ................................................................................ 33 1.6.1.4 Óculos de Segurança .................................................................................................. 34 1.6.1.5 Capacete de Segurança ............................................................................................... 34
1.6.1.6 Cinto de Segurança/Talabarte .................................................................................... 34
1.6.2 Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC’s ........................................................... 35 1.6.2.1 Detector de Tensão ..................................................................................................... 35 1.6.2.2 Barreiras / Invólucros / Grades Articuladas / Bandeirolas / Fitas / Placas de
Sinalização / Cones ................................................................................................................ 36
2 METODOLOGIA ............................................................................................................. 37 2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................ 37 2.2 PLANEJAMENTO DA PESQUISA ............................................................................... 37
2.2.1 Procedimento de Coleta e Interpretação dos Dados ................................................ 37
2.2.2 Estudo de Caso ............................................................................................................ 37
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................ 38 3.1 CASO 1: CONSTRUÇÃO/MANUTENÇÃO DE REDES ELÉTRICAS ....................... 38 3.2 CASO 2: ATUALIZAÇÃO E MANUTENÇÃO DE REDE ELÉTRICA EM UMA
FAZENDA ............................................................................................................................. 39
3.2.1 Desconformidades e Sugestões para Conformidade do Caso 2 .............................. 41 3.3 CASO 3: REFORNA NA REDE DE ENERGIA DE UMA COOPERATIVA .............. 44
3.3.1 Desconformidades e Sugestões para Conformidade do Caso 3 .............................. 46 3.4 CASO 4: EXPANSÃO E REFORMA NA REDE DE ENERGIA DE UM PARQUE DE
EXPOSIÇÕES ........................................................................................................................ 49
3.4.1 Desconformidades e Sugestões para Conformidade do Caso 4 .............................. 50
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 54
ANEXOS ............................................................................................................................... 55
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INTRODUÇÃO
Ano após ano, vemos em jornais, telejornais, internet e diversos meios de
comunicação que o choque elétrico é uma das principais causas de acidentes graves e até
mesmo mortes tanto na área da construção civil, bem como na área de atuação de
concessionárias/distribuidoras de energia.
Isto ocorre pelo fato que as instalações são feitas por profissionais sem
qualificação, e em muitos casos fora das especificações recomendadas pelo profissional
habilitado, gerando com isso situações de extrema gravidade para a segurança dos
trabalhadores.
Segundo Viana (2007), choque elétrico é o efeito patofisiológico que resulta da
passagem de uma corrente elétrica, chamada de corrente de choque, através do organismo
humano, podendo provocar efeitos de importância e gravidades variáveis, bem como fatais.
Para evitar esses acidentes, as instalações elétricas precisam ser feitas e mantidas de
forma segura por um profissional qualificado, sob a supervisão de um profissional
legalmente habilitado que será responsável pela elaboração do projeto das tais instalações
elétricas, através de recolhimento da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
Através deste trabalho pretende- se transmitir informações necessárias à realização
de instalações elétricas visando à prevenção de acidentes de origem elétrica, através de
medidas preventivas e de proteção contra contatos com eletricidade. Neste sentido, foi
realizada uma revisão bibliográfica e estudo de casos para avaliação se os mesmo estão ou
não adequados às normas vigentes.
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1 REVISÃO DA LITERATURA
1.1 AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E AS REDES ELÉTRICAS
1.1.1 Definições
- Segundo a NR 10, temos a seguinte definição: instalação elétrica é o conjunto das
partes elétricas e não elétricas associadas e com características coordenadas entre si, que são
necessárias ao funcionamento de uma parte determinada de um sistema elétrico.
- Redes elétricas ou redes de energia podem ser definidas como aquelas
responsáveis pela transmissão e distribuição de energia, desde a geração até o consumidor
final, seja ele consumidor industrial, consumidor comercial ou consumidor residencial.
1.1.2 O Sistema Elétrico de Potência
Para uma melhor compreensão dos aspectos de segurança no trabalho nos serviços
realizados em redes de distribuição, é apresentado a seguir um resumo de algumas
características do sistema elétrico de potência.
A energia elétrica gerada nas usinas (hidrelétrica, térmica, nuclear, eólica, solar,
biomassa, etc.) para chegar ao consumidor final passa por processos de transformação que
modificam os níveis de tensão com o objetivo de diminuir as perdas inerentes ao processo de
transmissão e a adequação aos limites requeridos pelos consumidores.
A energia elétrica, produzida na usina geradora, é transmitida às subestações
abaixadoras, através de linhas condutoras chamadas linhas de transmissão, em alta tensão
(consideradas tensões acima de 69kV). As subestações rebaixadoras, normalmente
localizadas próximas aos grandes centros, rebaixam a energia de alta tensão para média
tensão (média tensão normalmente considerada entre 1kV e 69kV).
A energia é então conduzida através das linhas de distribuição primárias (redes de
média tensão) até chegar aos transformadores de distribuição, instalados em postes, ou até as
subestações que existem em prédios ou indústrias. A partir dos transformadores de
distribuição a energia é novamente rebaixa e conduzida até os consumidores finais através
das chamadas linhas de distribuição secundária que operam em baixas tensões (normalmente
de 127V a 440V).
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A rede elétrica a que nos referimos trata-se, portanto, de todos os componentes do
sistema elétrico situados desde a saída da subestação próxima aos grandes centros, até a
entrada das instalações dos consumidores, seja ela em média ou baixa tensão.
O termo média tensão é usado normalmente pelas concessionárias de energia
elétrica, porém, existem divergências nas normas quanto aos termos utilizados. A NR 10
estabelece que alta tensão é a tensão superior a 1000V em corrente alternada e 1500V em
corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra, assim não existindo o termo média
tensão. Já a NBR 14039 tem como título “Instalações elétricas de média tensão de 1kV a
36,2kV).
O objetivo de uma empresa distribuidora de energia elétrica é fornecer a energia ao
cliente, dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL). A qualidade, nesse caso, é representada pela continuidade do
fornecimento e os níveis de tensão entregues aos clientes.
1.2 RESPONSABILIDADES SOBRE A QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA
Hoje em dia, muito se discute sobre a qualidade da energia elétrica que chega ao
consumidor final, seja ele em canteiro de obras, seja ele em residência, indústria, comércio,
etc.
Pensando nisso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) emitiu em 9 de
Setembro de 2010 a Resolução Normativa Nº 414 que define as diretrizes sobre até onde a
concessionária/distribuidora de energia tem responsabilidades sobre a energia entregue ao
consumidor. A mesma resolução trata também dos direitos e responsabilidades que o
consumidor tem sobre a energia fornecida a ele.
As partes da Resolução Normativa Nº 414 que tratam desse assunto, estão
reproduzidas no Anexo A do trabalho.
1.3 CHOQUE ELÉTRICO
1.3.1 Definição
É o efeito patofisiológico que resulta da passagem de uma corrente elétrica,
chamada de corrente de choque, através do organismo humano, podendo provocar efeitos de
importância e gravidades variáveis, bem como fatais (VIANA, 2007).
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1.3.2 Efeito da Corrente Elétrica
O efeito da corrente elétrica depende dos seguintes itens:
- intensidade da corrente;
- tempo de exposição;
- percurso através do corpo humano;
- condições orgânicas do indivíduo.
1.3.3 Classificação do Choque Elétrico
a) Contato direto
É o contato de pessoas e animais diretamente com partes energizadas de uma
instalação elétrica.
b) Contato indireto
É o contato de pessoas e animais com partes metálicas (equipamentos) ou
elementos condutores que, por falha de isolação, ficaram acidentalmente energizados.
1.3.4 Percurso da Corrente Elétrica através do Corpo Humano
O percurso da corrente elétrica através do corpo humano depende da posição de
contato do indivíduo com a instalação (circuito) energizada ou que venha a ficar energizada,
podendo ser o mais variado possível.
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Figura 1: Percurso da corrente elétrica no corpo humano
Fonte: VIANA, 2007.
1.3.5 Efeitos Fisiológicos Diretos da Eletricidade
Quadro 1: Efeitos fisiológicos diretos da eletricidade
Fonte: VIANA, 2007.
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1.3.6 Efeitos Fisiológicos Indiretos da Eletricidade
Quadro 2: Efeitos fisiológicos indiretos da eletricidade
Fonte: VIANA, 2007.
1.4 LOCALIZAÇÃO DOS RISCOS ELÉTRICOS
Conhecendo a localização dos riscos elétricos, a NR -10 estabelece alguns itens que
deverão ser seguidos, os quais estão aqui resumidos:
- as instalações elétricas devem ser realizadas e supervisionadas por profissional
autorizado;
- em trabalhos e nas atividades referidas deverão ser adotadas medidas
preventivas;
- utilização de equipamentos compatíveis com a instalação elétrica existente;
- inspeção e controle das instalações periodicamente.
O texto completo da NR – 10 encontra- se no Anexo B.
1.4.1 Quadros de Distribuição
Nos canteiros de obras da indústria da construção, a distribuição de energia elétrica
deve ser feita através dos quadros elétricos de distribuição que, conforme suas características
podem ser:
- quadro principal de distribuição;
- quadro intermediário de distribuição e;
17
- quadro terminal de distribuição fixo e/ou móvel.
1.4.1.1 Quadro Principal de Distribuição
Este quadro é destinado a receber energia elétrica alimentada pela rede pública da
concessionária. A área destinada ao quadro principal deve ser isolada por anteparos rígidos,
sinalizada corretamente para acesso restrito e livre do armazenamento de qualquer outro
material em seu interior.
Figura 2: Quadro principal de distribuição Fonte: VIANA, 2007.
1.4.1.2 Quadros Intermediários (Divisórios)
Este quadro está destinado a distribuir um ou mais circuitos aos quadros terminais.
Mesmo com acesso ainda restrito, está em local de fácil visibilidade para um perfeito
controle de funcionamento.
Figura 3: Quadro intermediário Fonte: VIANA, 2007.
18
1.4.1.3 Quadros Terminais: Fixos ou Móveis
São aqueles destinados a alimentar exclusivamente circuitos terminais, isto é,
diretamente máquinas e equipamentos.
As ligações nos quadros de distribuição devem ser feitas por trás, dotando-os ainda
de fundo falso, de modo que a fiação fique embutida.
Figura 4: Quadro terminal fixo
Fonte: VIANA, 2007.
Figura 5: Quadro terminal móvel
Fonte: VIANA, 2007.
19
Figura 6: Ilustração dos quadros de distribuição em uma construção vertical
Fonte: VIANA, 2007.
1.4.2 Chaves Elétricas
As chaves elétricas mais utilizadas nos canteiros de obras da indústria da
construção são as chaves elétricas blindadas, os disjuntores e as chaves magnéticas.
As chaves elétricas blindadas e os disjuntores devem ser dotados de cadeados ou
dispositivos que permitam o acesso somente de trabalhadores autorizados.
A instalação e utilização de chaves blindadas devem ser convenientemente
protegidas das intempéries e cumprem, entre outras, a função de permitir a interrupção de
energia para executar manutenções de modo seguro, separar circuitos de diferentes locais ou
de utilizações distintas e proteger os equipamentos e as fiações dos circuitos através dos
fusíveis.
20
Figura 7: Chaves elétricas
Fonte: VIANA, 2007.
1.4.3 Instalações Elétricas Aéreas e Subterrâneas
As instalações elétricas temporárias devem ser dispostas em locais onde não haja
possibilidade de sofrerem choques mecânicos provenientes da movimentação de materiais e
máquinas ou possibilidade de contatos acidentais com os trabalhadores.
Neste tipo de instalação os condutores deverão estar corretamente fixados nestes
postes, exclusivamente através de elementos isolantes elétricos, tais como isoladores, em
altura que não acarrete riscos de contato com pessoa, máquinas ou equipamentos.
Quando não for possível guardar distância segura entre trabalhador ou máquina e a
rede energizada, deverão ser instaladas barreiras de proteção com dimensões suficientes para
garantir proteção eficaz, bem como haver sinalização informando a existência de riscos
naquele local (VIANA, 2007).
21
Figura 8: Altura mínima para instalações aéreas
Fonte: FILHO, 2001.
Se a instalação elétrica for subterrânea, deverá ser protegida por calhas ou
eletrodutos. Nos locais da passagem da fiação subterrânea, deve haver sinalização indicativa.
Figura 9: Sinalização de fiação subterrânea
Fonte: VIANA, 2007.
Nos trabalhos de escavação, as redes elétricas subterrâneas devem ser devidamente
sinalizadas, o serviço, supervisionado por profissional legalmente habilitado e deve ser
garantido um espaçamento mínimo de segurança de 1,5m entre o local escavado e a rede.
22
Figura 10: Sinalização de fiação subterrânea e escavação de vala
Fonte: FILHO, 2001.
1.4.4 Plugues e Tomadas
O uso do conjunto plugue e tomada para a ligação dos equipamentos elétricos ao
circuito de alimentação é obrigatório. Nestas ligações, a parte energizada deve ser sempre a
tomada, a fim de evitar à exposição de trabalhadores as partes vivas.
Ambos precisam se proteger contra penetração de umidade ou água. Máquinas ou
equipamentos elétricos móveis só podem ligar por intermédio deste conjunto de plugue e
tomada.
Figura 11: Tomadas e plugues blindados
Fonte: VIANA, 2007.
23
1.4.5 Iluminação Provisória
Esta iluminação prevê suprir as necessidades do canteiro de obras durante o seu
período de execução e devem ser ligados nos quadros terminais de distribuição onde a altura
da fiação deve ser no mínimo 2,50 m a fim de evitar contatos quaisquer.
Nos locais onde houver movimentação de materiais, tais como escadas, área de
corte e dobra de ferragem, carpintaria etc., as lâmpadas devem estar protegidas contra
impacto por luminárias adequadas.
Figura 12: Luminárias blindadas
Fonte: FILHO, 2001.
1.4.6 Máquinas e Equipamentos
Os operadores de máquinas e equipamentos devem ter em seu treinamento noções
básicas sobre eletricidade, contemplando as medidas de controle necessárias para eliminação
ou neutralização dos riscos elétricos.
Na operação de máquinas de grande porte, medidas adicionais de segurança devem
ser adotadas principalmente quanto ao contato com redes de distribuição de energia elétrica.
As operações com veículos, máquinas e equipamentos devem ser planejadas,
evitando o contato ou o impacto com redes de distribuição de energia e/ou equipamentos
elétricos energizados (VIANA, 2007).
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Figura 13: Distância de trabalho com equipamentos
Fonte: VIANA, 2007.
Tanto em canteiro de obras, como em obras para manutenção e construção de redes
elétricas a atividade com caminhão guindauto é de fundamental importância. Os
procedimentos para movimentação do caminhão estão abaixo resumidos.
- Planejamento da tarefa;
- Posicionamento do veículo;
- Inspeção visual das mangueiras e conexões;
- Instalação de aterramento;
- Execução da tarefa.
Os procedimentos completos, assim como fotos exemplificando o trabalho próximo
a redes energizadas podem ser vistos no Anexo C.
1.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA CONTATO COM ELETRICIDADE
Segundo FILHO, 2001, todas as instalações elétricas devem ser consideradas
perigosas, porque podem causar acidentes fatais. Por isso, nos trabalhos com eletricidade, é
preciso conhecer o serviço e saber quais as formas de se prot4eger contra os acidentes.
As formas de proteção são:
- a proteção contra os contatos diretos;
- a proteção contra os contatos indiretos.
25
1.5.1 Proteção Contra Contatos Diretos
Existem quatro maneiras de evitar que os trabalhadores sofram acidentes por
contato direto:
- pelo afastamento do trabalhador de rede elétrica;
- pelo uso de barreiras;
- pela isolação das partes vivas;
- pela utilização de obstáculos.
Figura 14: Contato direto com rede energizada
Fonte: FILHO, 2001.
1.5.1.1 Distanciamento ou Afastamento
Podem-se evitar acidentes não permitindo que os trabalhadores se aproximem de
redes elétricas desprotegidas e evitando que os equipamentos sejam instalados próximos às
mesmas.
Deixar uma distância mínima de 5 metros entre a rede elétrica e a atividade
executada pelo trabalhador.
26
Figura 15: Distância mínima de trabalho
Fonte: FILHO, 2001.
1.5.1.2 Barreiras
As barreiras são instaladas para não deixar que os trabalhadores entrem em contato
com a eletricidade. Elas devem ser fixadas e firmes. Devem estar sinalizadas, para que os
trabalhadores entendam que naquele lugar existe o risco elétrico.
Figura 16: Barreiras de proteção
Fonte: FILHO, 2001.
27
1.5.1.3 Obstáculos
São utilizados em locais de serviço elétrico que só podem ser frequentados por
profissionais qualificados ou legalmente habilitados.
Figura 17: Obstáculo em frente à subestação
Fonte: FILHO, 2001.
1.5.1.4 Isolamento
É destinada a impedir todo o contato com as partes “vivas” das instalações elétricas,
com o recobrimento total por uma isolação que só possa ser removida através de sua
destruição.
Figura 18: Isolamento de emenda
Fonte: VIANA, 2007.
28
1.5.2 Proteção Contra Contatos Indiretos
O contato indireto acontece quando uma pessoa encosta-se a peças metálicas
normalmente não energizadas, mas que podem tornar-se “vivas” devido a um erro na
instalação elétrica ou defeitos de isolação.
Canalizações metálicas e carcaças de equipamentos elétricos podem ser armadilhas
para o trabalhador se a rede elétrica ou os equipamentos não estiverem devidamente
aterrados.
Figura 19: Contato indireto
Fonte: FILHO, 2001.
1.5.2.1 Dispositivo à Corrente Diferencial-Residual (DR)
Os dispositivos à corrente diferencial-residual (DR) constituem-se no meio mais
eficaz de proteção das pessoas e animais contra choques elétricos. Estes dispositivos
permitem o uso seguro e adequado da eletricidade, reduzindo o nível de perigo às pessoas,
as perdas de energia e os danos às instalações, porém sem dispensar outros elementos de
proteção (disjuntores, fusíveis etc.). A sua aplicação é específica na proteção contra a
corrente de fuga.
29
Figura 20: Painel com DR’s
Fonte: http://ime-instalaoemanutenoeltrica.blogspot.com/2010/05/ddr-dispositivo-diferencial-residual.html
Figura 21: DR´s
Fonte: http://www.geindustrial.com.br/produtos/disjuntores/dr/
30
1.5.2.2 Aterramento
É a ligação intencional com a terra, isto é, com o solo, que pode ser considerado um
condutor através do qual a corrente elétrica pode fluir, difundindo-se (FILHO, 2001).
Este serviço deve ser feito por um profissional qualificado, e supervisionado por
um profissional legalmente habilitado, que conheça perfeitamente a importância das
conexões bem feitas.
Figura 22: Betoneira aterrada
Fonte: FILHO, 2001.
O profissional responsável deverá usar basicamente três normas para o
dimensionamento do aterramento, as quais estão reproduzidas no Anexo D.
- NBR 5410/2004
- NR - 10
- Regulamento das Instalações Consumidoras (R.I.C) da concessionária de energia
onde a obra está situada.
1.5.3 Medidas de Proteção para Redes Elétricas
1.5.3.1 Aterramento na Atividade de Manutenção de Redes Elétricas
Essa ligação intencional com a terra é utilizada nas redes elétricas primárias (tensão
acima de 13,8 KV) e redes elétricas secundárias (tensão trifásica de 380 V), para prevenir o
risco de acidentes com os colaboradores da empresa que irão realizar manutenção nestes
31
locais. Os procedimentos e equipamentos usados para realização destas atividades estão no
Anexo E.
1.5.3.2 Proteção Contra Contato Indireto nas Redes Elétricas
Na situação de manutenção de redes elétricas são usadas basicamente dois tipos de
proteção:
- Capas de proteção:
Utilizadas em postes e também nas linhas de energia para evitar o contato com as
mesmas e causar um curto circuito.
Figura 23: Capas de proteção
- Goleiras:
Utilizadas para fazer os lançamentos de cabos de redes de energia de 23 kV a 138
kV sobre redes já existentes, rodovias e redes ferroviárias.
Figura 24: Goleira sobre rede de 23 kV Figura 25: Goleira sobre estrada e rede
de 23 kV
32
1.6 MANUTENÇÃO
As instalações elétricas devem ser inspecionadas constantemente pelo trabalhador
qualificado, que deve mantê-las em boas condições de uso.
Uma manutenção bem feita é uma das principais medidas para evitar riscos de
acidentes, e deve ser executada com a chave geral desligada (FILHO, 2001).
Figura 26: Manutenção em rede elétrica
Fonte: FILHO, 2001.
1.6.1 Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s
1.6.1.1 Botina de Couro, Solado Isolante
Para proteção dos pés contra agentes agressivos e choques elétricos. Não deverá
possuir componentes metálicos.
Figura 27: Botinas de couro
Fonte: www.royalmaquinas.com.br
33
1.6.1.2 Luvas Isolantes para Eletricista
Para o uso em serviços com risco de choque elétrico em equipamentos energizados
e passíveis de energização.
Obs.: As luvas isolantes não devem ser utilizadas isoladamente, isto é, sem as luvas
de cobertura.
Figura 28: Luvas isolantes
Fonte: www.casadosepis.com.br
1.6.1.3 Luvas de Cobertura em Vaqueta
Utilizadas para proteção das luvas isolantes.
Figura 29: Luvas de cobertura
Fonte: www.dalmoro.com.br
34
1.6.1.4 Óculos de Segurança
Destina-se à proteção dos olhos contra impactos mecânicos e efeitos decorrentes da
irradiação solar ou do arco elétrico.
Figura 30: Óculos de segurança
Fonte: www.casadosepis.com.br
1.6.1.5 Capacete de Segurança
Destina-se a proteger a cabeça contra impactos, quedas de objetos, contato
acidental com circuitos elétricos energizados. Constituído de material isolante.
Figura 31: Capacetes de segurança
Fonte: www.extincel.com.br
1.6.1.6 Cinto de Segurança/Talabarte
Cinto de segurança do tipo paraquedista é destinado a equilibrar/sustentar o
trabalhador em postes/torres para prevenir quedas por altura. Talabarte é complemento do
cinto de segurança.
35
Obs.: É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas
(NR10).
Figura 32: Cinto de segurança/talabarte
Fonte: http://caminhosverticais.blogspot.com/2011/04/trabalho-em-altura-risco-e-prevencao.html
1.6.2 Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC’s
1.6.2.1 Detector de Tensão
Equipamento empregado para confirmar a presença ou ausência de tensão em um
circuito ou parte dele. Podem ser:
- do tipo de chave de fenda, para uso exclusivo em baixa tensão;
- do tipo eletrônico, para uso em alta e baixa tensões.
Figura 33: Caneta para detectar tensão
Fonte: www.minipa.com.br
36
1.6.2.2 Barreiras / Invólucros / Grades Articuladas / Bandeirolas / Fitas / Placas de
Sinalização / Cones
São para delimitar as áreas de trabalho ou de perigo, sinalizar e informar riscos
existentes e impedir o contato com partes vivas das instalações elétricas.
Figura 34: Barreiras de sinalização
Fonte: FILHO, 2007.
37
2 METODOLOGIA
2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
A presente pesquisa pode ser classificada como um estudo de caso. Os
procedimentos utilizados foram observação e coleta de dados nos locais de estudo na
pesquisa de campo, e de fonte de papel, através de pesquisa bibliográfica e documental.
2.2 PLANEJAMENTO DA PESQUISA
2.2.1 Procedimento de Coleta e Interpretação dos Dados
Primeiramente foi realizada uma revisão bibliográfica para um melhor
entendimento de conceitos como: canteiro de obras, choque elétrico, localização de onde
podem ocorrer os choques e medidas de prevenção e mitigação dos riscos presentes nas
instalações elétricas.
2.2.2 Estudo de Caso
A visita e o levantamento dos riscos elétricos foram realizados em locais de
diferentes padrões, tais como construção de linhas de energia próximo a redes energizadas,
visitas para levantamento de dados em fazendas, cooperativas e parque de exposições, com
finalidade de fazer melhorias nas redes de energia destes locais.
38
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
3.1 CASO 1: CONSTRUÇÃO/MANUTENÇÃO DE REDES ELÉTRICAS
Como a energia é algo indispensável em nossas vidas nos dias de hoje, a construção
de novas redes de energia, principalmente as próximas a redes existentes, devem ocorrer
sem que as mesmas sejam desligadas do sistema, para não haver prejuízo aos consumidores
e também a concessionária responsável. Para tanto são utilizadas equipes especializadas em
“linha viva” (que operam sem ter a energia da rede cortada) para o trabalho. As figuras 35 a
40 ilustram uma equipe fazendo a colocação de um poste para uma nova rede, próximo a
uma rede energizada.
Figura 35: Aterramento do caminhão
guindauto
Figura 36: Aterramento do caminhão
guindauto
Figura 37: Operador do caminhão
guindauto
Figura 38: Colaboradores colocando as
capas isolantes no poste a ser levantado
39
Figura 39: Capas protetoras
devidamente presas em seu lugar
Figura 40: Instalação do poste em seu
local definitivo
3.2 CASO 2: ATUALIZAÇÃO E MANUTENÇÃO DE REDE ELÉTRICA EM UMA
FAZENDA
Em visita a uma fazenda foram realizados levantamentos para a atualização da rede
de energia existente e melhora em diversos pontos em que a segurança da instalação poderia
facilmente causar acidentes. As figuras 41, 42 e 43 mostram a entrada de energia e a caixa
de inspeção próximo a um dos galpões.
Figura 41: Entrada de energia próximo
ao galpão
Figura 42: Poste de entrada de energia
próximo ao galpão
40
Figura 43: Caixa de inspeção próxima
ao galpão
Figura 44: Instalação elétrica no
interior do galpão
As figuras 45, 46, 47 e 48 mostram as instalações elétricas e de motores no interior
de outro galpão cobertas de poeira e teias de aranha.
Figura 45: Quadro de distribuição
Figura 46: Fiação
Figura 47: Motor
Figura 48: Acionamento do motor
As figuras 48, 50 e 51 mostram a entrada principal de energia da fazenda.
41
Figura 49: Poste com transformador na
entrada principal de energia da fazenda
Figura 50: Entrada principal de
energia
Figura 51: Caixa de medição de energia
3.2.1 Desconformidades e Sugestões para Conformidade do Caso 2
Quadro 3: Resumo das desconformidades e sugestões para conformidade
ESTUDO
DE CASO
DESCONFORMIDADE SUGESTÃO PARA
CONFORMIDADE
CASO 2 Figura 42
- Ligações irregulares, podem causar
curto- circuito, aumento de
Troca por poste de
concreto; descida dos fios
condutores de energia
através de tubo de PVC
rígido com revestimento
anti- chamas.
42
corrente/tensão que pode causa
incêndio.
Figura 43
- Fios de bitolas diferentes, emendas
mal feitas. Riscos de choque elétrico e
curto- circuito, incêndios.
Recomenda-se a
construção de uma nova
caixa ou a compra de uma
já pronta, para evitar que
seu interior seja exposto ao
tempo e também a animais.
Figura 44
- Fiação, tomadas e disjuntores antigos
e expostos. Risco de choque elétrico,
incêndios.
Recomenda- se a instalação
do disjuntor dentro de uma
caixa para disjuntores onde
o acesso não é permitido a
todos. A fiação deve ser
trocada e deverá ser usado
eletrodutos rígidos de pvc
com revestimento anti-
chamas fixados na parede
para a passagem dos fios.
Figura 45 e 46
- Instalação elétrica antiga, má
conservada. Riscos de choque elétrico,
Quadro de distribuição
deverá ser trocado, assim
como a fiação que chega e
sai do mesmo.
43
aumento de corrente/tensão, incêndios.
Figuras 47 e 48
- Falta de aterramento no motor, risco
de choque elétrico, má conservação do
motor, risco de incêndio.
O motor deverá ser
substituído por um do tipo
blindado e com proteção a
correia para evitar
acidentes.
Figura 51
- Disjuntor geral não fixado, emendas
de fios. Riscos de choque elétrico, curto
circuitos, incêndios.
Recomenda- se realizar a
fixação do disjuntor dentro
da caixa de medição e
refazer as isolações
presentes nos fios para
evitar problemas futuros.
44
3.3 CASO 3: REFORNA NA REDE DE ENERGIA DE UMA COOPERATIVA
As figuras 52 e 53 mostram a entrada principal de energia da cooperativa.
Figura 52: Ligação do poste até a
subestação da cooperativa
Figura 53: Entrada de energia da
subestação
A figura 54 mostra a entrada de energia de um dos silos da cooperativa. A figura 55
mostra por onde passam os fios de energia.
Figura 54: Transformador da entrada
de energia de um dos silos
Figura 55: Passagem de fios de energia
entre os cabos de sustentação da torre
de comunicação da cooperativa
As figuras 56, 57 e 58 mostram o quadro de disjuntores e a caixa de inspeção de um
dos locais de armazenagem.
45
Figura 56: Quadro de disjuntores
Figura 57: Caixa de inspeção
Figura 58: Interior do quadro de disjuntores
As figuras 59, 60 e 61 mostram o estado de dois transformadores na entrada de
energia de outro local de armazenagem.
Figura 59: Transformadores de entrada
de energia
Figura 60: Transformador de entrada
de energia
46
Figura 61: Transformador de entrada de energia
3.3.1 Desconformidades e Sugestões para Conformidade do Caso 3
Quadro 4: Resumo das desconformidades e sugestões para conformidade
ESTUDO
DE CASO
DESCONFORMIDADE SUGESTÃO PARA
CONFORMIDADE
CASO 3 Figuras 52 e 53
- Risco de choque elétrico, curto
circuito, incêndios.
Nesse caso, deve-se fazer o
pedido a concessionária de
energia para realizar a poda
das árvores para evitar o
contato de galhos com a
fiação a fim de evitar
curto- circuitos.
47
Figura 54
- Pelo acesso fácil, trabalhadores não
habilitados podem entrar no local.
Risco de choque elétrico.
É recomendável a
construção de uma
subestação de energia para
que os disjuntos e demais
cabeamento seja protegido
da ação do tempo,
aumentando assim a
segurança.
Figura 55
- Rede de energia próxima a cabos de
fixação, pode ocasionar choque elétrico
bem como curto circuito.
Recomenda- se fazer um
novo projeto para a
mudança de caminho dessa
rede.
Figura 56, 57 e 58
- Quadros antigos, circuitos extras,
Recomenda- se a troca da
caixa de distribuição e dos
disjuntores que estão em
seu interior, pois existem
várias ligações extras nos
mesmos. Quanto à caixa de
inspeção é recomendável
sua troca para que os cabos
em seu interior não sofram
a ação do tempo e as
intempéries.
48
caixa de inspeção aberta. Riscos de
choques elétricos, aumento de
corrente/tensão, incêndios.
Figura 59, 60 e 61
- Acesso fácil a trabalhadores não
habilitados, má conservação dos
transformadores. Riscos de choques
elétricos, incêndios.
Assim como na figura 51, é
recomendável a construção
de uma subestação de
energia para melhorar a
segurança do local, visto
que os transformadores
estão isolados somente por
uma cerca metálica.
Também é recomendada a
troca dos transformadores
devido ao estado dos
mesmos apresentados nas
figuras.
49
3.4 CASO 4: EXPANSÃO E REFORMA NA REDE DE ENERGIA DE UM PARQUE DE
EXPOSIÇÕES
As figuras 62 a 67 mostram as estruturas existentes num parque de exposições.
Figura 62: Caixa de inspeção
Figura 63: Caixa com tomadas em
árvore
Figura 64: Caixa com tomada em poste
Figura 65: Quadro de distribuição
Figura 66: Quadro de distribuição
Figura 67: Disjuntor
50
3.4.1 Desconformidades e Sugestões para Conformidade do Caso 4
Quadro 5: Resumo das desconformidades e sugestões para conformidade
ESTUDO
DE CASO
DESCONFORMIDADE SUGESTÃO PARA
CONFORMIDADE
CASO 4 Figura 62
- Caixa de inspeção exposta ao tempo,
emendas nos cabos. Risco de choque
elétrico, incêndio.
Recomenda- se a troca da
caixa de inspeção por uma
nova, já pronta, ou a
construção de uma. É
visível também que
existem emendas nos fios,
as quais devem ser
inspecionadas, e se estivem
ruins, realizar a troca dos
cabos.
Figuras 63 e 64
- Caixa de madeira com tomada e
disjuntor fixa em árvores e caixa com
disjuntor e tomadas com ninho de
animais. Riscos de choque elétrico,
incêndios.
É recomendável a troca da
primeira caixa por uma
caixa com fechadura e
fixada em poste próprio
para o seu fim e não em
árvores. No segundo caso,
recomenda-se manter
sempre fechada a caixa,
pois a mesma conta com
um sistema de fechadura
para evitar que animais
façam seu ninho dentro da
mesma.
51
Figura 65
Quadro de distribuição em madeira com
disjuntores e tomadas. Risco de curto
circuito, choque elétrico.
É recomendada a troca por
um quadro feito de metal,
com fechadura e divisória
para a fixação dos
disjuntores em um lado e
as tomadas de outro.
Figura 66
Quadro de distribuição de madeira
próximo à rede de água. Risco de
choque elétrico.
É recomendável a troca do
quadro de distribuição por
um de metal e colocado em
local apropriado, longe da
rede de água.
Figura 67
Disjuntor de alimentação. Risco de
choque elétrico.
É recomendável a
colocação desse disjuntor
dentro de um quadro de
distribuição próprio para o
mesmo.
52
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A identificação, avaliação e controle dos riscos são indispensáveis para a garantia
de um ambiente de trabalho seguro, gerando uma sistematização, a partir do momento em
que esses riscos puderem ser quantificados e qualificados.
Desta forma, sugere-se uma intervenção integrada, envolvendo empresários,
trabalhadores, os diversos setores ligados à construção civil, setor elétrico e à fiscalização.
Tendo como principal finalidade a implantação de um sistema que vise melhores condições
de saúde e segurança do trabalhador.
Hoje em dia, ainda há dificuldades na implementação de algumas normas referentes
às instalações elétricas, pois em muitos casos, o profissional responsável pela obra está
sendo exigido pela administração da empresa para apresentar resultados, mas com custos
mais baixos. Com isto, o profissional acaba deixando de lado algumas questões muito
importantes para segurança.
Pensando nesses casos, muitas empresas especializadas em produzir produtos para
segurança no trabalho, vem desenvolvendo cada vez mais alternativas que tenham um baixo
custo, mas que também apresentem todas as condições de segurança que as normas atuais
exigem.
O que se encontra em muitas empresas, é que as mesmas possuem somente um
profissional habilitado junto a seu quadro de colaboradores para a realização de alterações,
ampliações de redes internas e manutenção de toda a parte elétrica.
Nos casos apresentados e estudados, nota-se que somente no primeiro caso, o da
construção de redes de energia próximo a redes energizadas é que as regras e normas do
setor são cumpridas, pois a fiscalização é maior nas concessionárias de energia e nas
empresas que prestam serviços a estas. Nos outros casos, foi observado que muitas
instalações foram realizadas por trabalhadores que não são habilitados nem possuem
53
treinamentos para o serviço. Isso resulta em riscos para os trabalhadores, construções e
também em pessoas em geral que possam estar presentes no local. Com uma maior
fiscalização dos órgãos responsáveis, e até mesmo a conscientização dos proprietários e
trabalhadores dos locais quanto ao perigo que esse tipo de instalação pode causar, esses
riscos podem ser reduzidos em grande parte.
Mesmo existindo vários procedimentos das instalações elétricas provisórias com
segurança, há situações em que nem sempre tais procedimentos podem ser aplicados. Para
estes casos, recomenda-se que o responsável técnico consulte a Delegacia Regional do
Trabalho, para definir soluções seguras. Como exemplo, para execução de serviços em
altura sugere-se a utilização do cinto de segurança tipo paraquedista com dois talabartes.
Além da elaboração de um plano de instalações elétricas temporárias, sugere-se
incluir no Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria de Construção
(PCMAT) a verificação periódica do aterramento das instalações, incluindo a sua medição.
É imprescindível o treinamento dos eletricistas através da NR - 10 envolvidos não somente
na instalação, mas também nos serviços de manutenção e elevar a consciência dos
engenheiros e supervisores do serviço.
54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALENCAR, L. H. et al. Utilização do dispositivo de proteção à corrente diferencial residual
em instalações provisórias do canteiro de obra. In: XXIII Encontro Nac. de Eng. de
Produção, Ouro Preto, MG, Brasil, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: instalações elétricas
de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.
______. NBR 14039: instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Rio de
Janeiro, 2005.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Normas Regulamentadoras de Segurança e
Medicina do Trabalho. NR 10: segurança em instalações e serviços em eletricidade. Brasília,
2004. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf>. Acesso
em: 13 jul. 2011.
FILHO, A. R. (coord.) et al. Engenharia de segurança do trabalho na indústria da
construção. São Paulo: Fundacentro, 2001.
JUNIOR, B. B. et al. Procedimentos de segurança para instalações elétricas em canteiros de
obras. In: XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Foz do Iguaçu, PR,
Brasil, 2007.
MANUAL DE PROCEDIMENTOS PARA IMPLANTAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE
CANTEIRO DE OBRAS NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Sociedade Brasileira de
Engenharia de Segurança (SOBES). Disponível em: <http://sobes.org.br/site/wp-
content/uploads/2009/08/canteiro.pdf>. Acesso em: 25 set. 2011.
MENEZES, V. L.; JUNIOR, A. S. M. O risco do choque elétrico em canteiros de obras na
cidade de Campina Grande – PB. In: XXVIII Encontro Nacional de Engenharia de
Produção, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2008.
VIANA, M. J. (coord.) et al. Instalações elétricas temporárias em canteiros de obras. São
Paulo: Fundacentro, 2007. 44p.: il. (Recomendação técnica de procedimentos).
55
ANEXOS
56
Anexo A: Resolução Normativa Nº 414 da ANEEL
A Resolução Normativa Nº 414 da ANEEL, de 9 de Setembro de 2010, estabelece
as condições gerais de fornecimento de energia elétrica de forma consolidada e atualizada.
O Capítulo XII da referida resolução trata das responsabilidades da distribuidora. A
Seção III, refere-se às diretrizes para a adequação na prestação de serviços.
Seção III
Das Diretrizes para a Adequada Prestação dos Serviços
A distribuidora é obrigada a fornecer energia elétrica aos interessados cujas
unidades consumidoras, localizados na área concedida ou permitida, sejam de caráter
permanente e desde que suas instalações elétricas satisfaçam às condições técnicas de
segurança, proteção e operação adequadas, ressalvadas as exceções previstas na legislação
aplicável.
A distribuidora deve observar o princípio da isonomia nas relações com os
consumidores.
A distribuidora é responsável, além das obrigações que precedem o início do
fornecimento, pela prestação de serviço adequado a todos os seus consumidores, assim
como pelas informações necessárias à defesa de interesses individuais, coletivos ou difusos.
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das
tarifas.
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das
instalações e a sua conservação, assim como a melhoria e expansão do serviço.
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço, observado o disposto no
Capítulo XIV, a sua interrupção:
I – em situação emergencial, assim caracterizada a deficiência técnica ou de
segurança em instalações de unidade consumidora que ofereçam risco iminente de danos a
pessoas, bens ou ao funcionamento do sistema elétrico ou, ainda, o caso fortuito ou de força
maior; ou
II – após prévia notificação, por razões de ordem técnica ou de segurança em
instalações de unidade consumidora, ou pelo inadimplemento do consumidor, considerado o
interesse da coletividade.
57
§ 4o Pela prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica, a
distribuidora deve cobrar as tarifas homologadas pela ANEEL, facultada a aplicação de
descontos sobre esses valores, desde que as reduções não impliquem pleitos compensatórios
posteriores quanto à recuperação do equilíbrio econômico-financeiro e seja observada a
isonomia.
As alterações das normas e padrões técnicos da distribuidora devem ser
comunicadas aos consumidores, fabricantes, distribuidores, comerciantes de materiais e
equipamentos padronizados, técnicos em instalações elétricas e demais interessados, por
meio de jornal de grande circulação.
Parágrafo único. Adicionalmente, faculta-se à distribuidora comunicar as alterações
por outros meios que permitam a adequada divulgação e orientação.
A distribuidora deve comunicar ao consumidor, de forma escrita, específica e com
entrega comprovada, a necessidade de proceder às correções pertinentes, quando constatar
deficiência não emergencial na unidade consumidora, em especial no padrão de entrada de
energia elétrica, informando-lhe o prazo para regularização e o disposto no § 1o.
§ 1o A inexecução das correções pertinentes no prazo informado pela distribuidora
enseja a suspensão do fornecimento, conforme disposto no inciso II do art. 171.
§ 2o Caracteriza deficiência na unidade consumidora, o não atendimento às normas
e padrões técnicos vigentes à época da sua primeira ligação.
A distribuidora deve desenvolver e implementar, em caráter rotineiro e de maneira
eficaz, campanhas com vistas a:
I – informar ao consumidor, em particular e ao público em geral, sobre os cuidados
especiais que a energia elétrica requer na sua utilização;
II – divulgar os direitos e deveres específicos do consumidor de energia elétrica;
III – orientar sobre a utilização racional da energia elétrica;
IV – manter atualizado o cadastro das unidades consumidoras;
V – informar ao consumidor, em particular e ao público em geral, sobre a
importância do cadastramento da existência de equipamentos elétricos essenciais à
sobrevivência humana, conforme previsto no § 7o do art. 27; e
VI – divulgar outras orientações por determinação da ANEEL.
A distribuidora deve promover, de forma permanente, ações de combate ao uso
irregular da energia elétrica.
O Capítulo XIII da Resolução Normativa Nº 414 trata sobre as responsabilidades
dos consumidores.
58
CAPÍTULO XIII
DAS RESPONSABILIDADES DO CONSUMIDOR
Seção I
Dos Distúrbios no Sistema Elétrico
Quando o consumidor utilizar em sua unidade consumidora, à revelia da
distribuidora, carga susceptível de provocar distúrbios ou danos ao sistema elétrico de
distribuição, ou ainda a instalações e equipamentos elétricos de outros consumidores, a
distribuidora deve exigir o cumprimento das seguintes medidas:
I – instalação de equipamentos corretivos na unidade consumidora, no prazo
informado pela distribuidora, ou o pagamento do valor das obras necessárias no sistema
elétrico, destinadas à correção dos efeitos desses distúrbios; e
II – ressarcimento à distribuidora de indenizações por danos a equipamentos
elétricos acarretados a outros consumidores, que, comprovadamente, tenham decorrido do
uso da carga provocadora dos distúrbios.
§ 1o Na hipótese do inciso I do caput, a distribuidora é obrigada a comunicar ao
consumidor, de forma escrita, específica e com entrega comprovada quanto:
I – às obras que realizará e o necessário prazo de conclusão, fornecendo, para tanto,
o respectivo orçamento detalhado; e
II – ao prazo para a instalação de equipamentos corretivos na unidade consumidora,
cujo descumprimento enseja a suspensão do fornecimento, conforme disposto no inciso III
do art. 171.
§ 2o No caso referido no inciso II do caput, a distribuidora é obrigada a comunicar
ao consumidor, de forma escrita, específica e com entrega comprovada, a ocorrência dos
danos, assim como a comprovação das despesas incorridas, nos termos da legislação e
regulamentos aplicáveis, garantindo-lhe o direito à ampla defesa e o contraditório.
Seção II
Do Aumento de Carga
O consumidor deve submeter previamente o aumento da carga instalada que exigir
a elevação da potência disponibilizada à apreciação da distribuidora, com vistas à
verificação da necessidade de adequação do sistema elétrico, observados os procedimentos
dispostos nesta Resolução.
59
Seção III
Da Diligência além do Ponto de Entrega
É de responsabilidade do consumidor, após o ponto de entrega, manter a adequação
técnica e a segurança das instalações internas da unidade consumidora.
§ 1o As instalações internas que ficarem em desacordo com as normas e padrões a
que se referem as alíneas “a” e “b” do inciso I do art. 27, vigentes à época da primeira
ligação da unidade consumidora, devem ser reformadas ou substituídas pelo consumidor.
§ 2o Na hipótese de a distribuidora constatar o disposto no § 1o, ela deve notificar o
consumidor na forma do art. 142.
O consumidor é responsável:
I – pelos danos causados a pessoas ou bens, decorrentes de defeitos na sua unidade
consumidora, em razão de má utilização e conservação das instalações ou do uso inadequado
da energia;
II – pelas adaptações na unidade consumidora, necessárias ao recebimento dos
equipamentos de medição decorrentes de mudança de grupo tarifário, exercício de opção de
faturamento ou fruição do desconto tarifário referido no art. 107;
III – pelos danos causados aos equipamentos de medição ou ao sistema elétrico da
distribuidora, decorrentes de qualquer procedimento irregular ou deficiência técnica da
unidade consumidora; e
IV – pela custódia dos equipamentos de medição ou do TCCI da distribuidora, na
qualidade de depositário a título gratuito, quando instalados no interior de sua propriedade,
ou se, por solicitação formal do consumidor, o equipamento for instalados em área exterior à
propriedade.
Parágrafo único. A responsabilidade por danos causados aos equipamentos de
medição externa não pode ser atribuída ao consumidor, salvo nos casos de ação comprovada
que lhe possa ser imputada.
60
Anexo B: NR 10.4 – Segurança na construção, montagem, operação e manutenção
10.4 - SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO, MONTAGEM, OPERAÇÃO E
MANUTENÇÃO
10.4.1 As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas,
reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas de forma a garantir a segurança e a saúde
dos trabalhadores e dos usuários, e serem supervisionadas por profissional autorizado,
conforme dispõe esta NR.
10.4.2 Nos trabalhos e nas atividades referidas devem ser adotadas medidas
preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente quanto a altura,
confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosividade, umidade, poeira, fauna e flora
e outros agravantes, adotando-se a sinalização de segurança.
10.4.3 Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos, dispositivos e
ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica existente, preservando-se as
características de proteção, respeitadas as recomendações do fabricante e as influências
externas.
10.4.3.1 Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam isolamento
elétrico devem estar adequados às tensões envolvidas, e serem inspecionados e testados de
acordo com as regulamentações existentes ou recomendações dos fabricantes.
10.4.4 As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras de
funcionamento e seus sistemas de proteção devem ser inspecionados e controlados
periodicamente, de acordo com as regulamentações existentes e definições de projetos.
10.4.4.1 Os locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros de
equipamentos e instalações elétricas são exclusivos para essa finalidade, sendo
expressamente proibido utilizá-los para armazenamento ou guarda de quaisquer objetos.
10.4.5 Para atividades em instalações elétricas deve ser garantida ao trabalhador
iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo com a NR 17 –
Ergonomia, de forma a permitir que ele disponha dos membros superiores livres para a
realização das tarefas.
Além do descrito na NR – 10, na prevenção dos riscos existentes em quadros de
distribuição, devemos observar os seguintes itens presentes na pág. 169 da NBR 5410/2004:
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8.3.2.1 Estrutura
Deve ser verificada a estrutura dos quadros e painéis, observando-se seu estado
geral quanto a fixação, integridade mecânica, pintura, corrosão, fechaduras e dobradiças.
Deve ser verificado o estado geral dos condutores e cordoalhas de aterramento.
8.3.2.2 Componentes
No caso de componentes com partes móveis, como contatores, relés, chaves
seccionadoras, disjuntores etc., devem ser inspecionados, quando o componente permitir, o
estado dos contatos e das câmaras de arco, sinais de aquecimento, limpeza, fixação, ajustes e
calibrações. Se possível, o componente deve ser acionado umas tantas vezes, para se
verificar suas condições de funcionamento.
No caso de componentes sem partes móveis, como fusíveis, condutores,
barramentos, calhas, canaletas, conectores, terminais, transformadores, etc., deve ser
inspecionado o estado geral, verificando-se a existência de sinais de aquecimento e de
ressecamentos, além da fixação, identificação e limpeza.
No caso de sinalizadores, deve ser verificada a integridade das bases, fixação e
limpeza interna e externa.
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Anexo C: Procedimento operacional padrão para uso de caminhão guindauto
Neste anexo, é apresentado o procedimento que deve ser seguido quando se
trabalha com caminhão guindauto próximo as redes energizadas. Após o procedimento
algumas fotos mostram o caminhão guindauto, sendo utilizada para construção e
manutenção de redes de energia.
Primeiro passo: Planejamento da tarefa, verificar equipamentos de proteção
individual e coletiva e também as ferramentas a serem utilizadas no processo.
Observação:
- Em caso de construção ou manutenção em redes energizadas, o operador do
guindauto deverá utilizar luvas para proteção de alta tensão e estar sobre um tapete de
borracha isolante. O poste deverá ser envolto em uma cobertura isolante para evitar a
condução de energia e o estropo deverá ser de nylon, também para evitar a condução de
energia.
Segundo passo: Posicionar o veículo em superfície plana e instalação de sinalização
de segurança.
Terceiro passo: Inspeção visual do estado físico das mangueiras e conexões quanto
a corrosão e apodrecimento e se existe vazamento de óleo das mesmas.
Quarto passo: Verificar o nível de óleo do caminhão conforme o manual do
fabricante.
Quinto passo: Instalar o aterramento: introduzir a haste de aterramento no solo
numa profundidade mínima de 0,60 m. Desenrolar toda a cordoalha de aterramento; conectar
a cordoalha de aterramento na haste, verificando se as conexões estão corretas. Instalar um
cone para sinalização do local, próximo da haste de aterramento, quando a haste estiver fora
da área de isolamento.
Observações:
- Se não houver a possibilidade de instalar a haste de aterramento, a conexão da
cordoalha poderá ser feita no fio de descida (do aterramento do transformador ou do neutro
da rede secundária) ou na haste de âncora do estai. Se houver a necessidade de prolongar a
cordoalha de aterramento, utilizar o conjunto de aterramento primário do veículo.
- Se a rede (BT e/ou AT) estiver desenergizada e aterrada, não é necessário aterrar o
veículo.
- É vedada a travessia de rua com a cordoalha de aterramento sem que a mesma seja
interditada.
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Sexto passo: Baixar os estabilizadores (sapatas) para alívio da suspensão do
veículo.
Observações:
- Nivelar lateralmente o veículo com auxílio da regulagem dos estabilizadores.
- Quando o solo oferecer baixa resistência, auxiliar o apoio dos estabilizadores com
apoios para as sapatas.
- Conforme a carga e a distância da lança verificar a necessidade de extensão lateral
dos braços dos estabilizadores (sapatas).
Sétimo passo: Executar a tarefa para qual o veículo foi posicionado: liberar os
braços do equipamento e movimentá-lo.
Oitavo passo: Desfazer as tarefas anteriores.
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Anexo D: Normas para aterramento
Segundo a NBR 5410/2004, toda edificação deve dispor de uma infraestrutura de
aterramento, denominada ”eletrodo de aterramento”, sendo admitida as seguintes opções:
a) Preferencialmente, uso das próprias armaduras do concreto das armações;
b) Uso de fitas, barras ou cabos metálicos, especialmente previstos, imersos no
concreto das fundações;
c) Uso de malhas metálicas enterradas, no nível das fundações, cobrindo a área
da edificação e complementadas, quando necessário, por hastes verticais e/ou cabos
dispostos radialmente;
d) No mínimo, uso de anel metálico enterrado, circundando o perímetro da
edificação e complementado, quando necessário, por hastes verticais e/ou cabos dispostos
radialmente.
Nota: outras soluções de aterramento são admitidas em instalações temporárias; em
instalações em áreas descobertas, como em pátio e jardins; em locais de acampamento,
marinas e instalações análogas; e na reforma das instalações existentes, quando a adoção das
práticas mencionadas anteriormente for impraticável.
A infraestrutura de aterramento prevista anteriormente deve ser concebida de modo
que:
a) seja confiável e satisfaça os requisitos de segurança das pessoas;
b) possa conduzir correntes de falta à terra sem risco de danos térmicos,
termomecânicos e eletromecânicos, ou de choques elétricos causados por essas correntes;
c) quando aplicável, atenda também aos requisitos funcionais da instalação.
Como as opções de eletrodos de aterramento indicadas são também reconhecidas
pela ABNT NBR 5419, elas podem e devem ser usadas conjuntamente pelo sistema de
proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) da edificação, nas condições especificadas
naquela norma.
Segundo a NR 10, o profissional responsável pelo projeto, deverá obedecer as
seguintes regras:
10.2 - MEDIDAS DE CONTROLE
10.2.3 As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das
instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de
aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção.
10.2.8 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA
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10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme
regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve atender às
Normas Internacionais vigentes.
10.3 - SEGURANÇA EM PROJETOS
10.3.4 O projeto deve definir a configuração do esquema de aterramento, a
obrigatoriedade ou não da interligação entre o condutor neutro e o de proteção e a conexão à
terra das partes condutoras não destinadas à condução da eletricidade.
10.3.5 Sempre que for tecnicamente viável e necessário, devem ser projetados
dispositivos de seccionamento que incorporem recursos fixos de equipotencialização e
aterramento do circuito seccionado.
10.3.6 Todo projeto deve prever condições para a adoção de aterramento
temporário.
Quanto ao Regulamento das Instalações Consumidoras (RIC), irá depender da
região onde se desenvolverá o projeto, pois cada concessionária/distribuidora de energia
adota um regulamento.
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Anexo E: Procedimentos para aterramento de redes primárias e secundárias
Neste anexo, são apresentados os procedimentos para a instalação de aterramento em
redes primárias e secundárias. O presente procedimento tem como documento de referência
“CPFL – Aterramento Temporário de Redes de Aéreas de Distribuição Primária e
Secundária”.
- Quando não é utilizado o neutro da rede secundária como aterramento.
- Abrir as chaves que isolam completamente o trecho de rede primária onde serão
realizados os trabalhos;
- Com o detector de tensão (figura abaixo), verificar a ausência de tensão nas três
fases;
Fonte: http://www.heliteequipamentos.com.br/eletronicos.php
- Fixar o trado ou haste de aterramento no solo;
- Fixar o cabo de aterramento no trado ou haste de aterramento através do grampo
de torção;
- Elevar até o alcance do eletricista a vara de manobra com o trapézio e o conjunto
de aterramento;
- Com o auxílio da vara de manobra, instalar primeiro o grampo que contém o
condutor de descida na fase correspondente, e posteriormente nas demais fases;
- Para retirar o conjunto, basta repetir os procedimentos acima na ordem inversa.
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- Quando é utilizado o neutro da rede secundaria como aterramento
- Abrir as chaves que isolam completamente o trecho de rede primária onde serão
realizados os trabalhos;
- Com o detector de tensão, verificar a ausência de tensão nas três fases;
- Fixar o cabo de aterramento no neutro da rede secundária;
- Elevar até o alcance do eletricista a vara de manobra com o trapézio e o conjunto
de aterramento;
- Com o auxílio da vara de manobra, instalar o primeiro grampo na fase do lado da
haste de aterramento, o segundo na fase do meio e o terceiro na outra fase;
- Para retirar o conjunto, basta repetir os procedimentos acima na ordem inversa.
- Atenção
- Verificar antes de sua utilização, as condições dos componentes do conjunto de
aterramento;
- Em estruturas de fim de linha, verificar se o estai está conectado ao neutro da
rede;
- Verificar se o neutro da rede secundaria não esta seccionado ou apresentando
emendas duvidosas;
- ATENÇÃO PARA POSSÍVEIS CIRCUITOS SECUNDÁRIOS ENERGIZADOS
SOB A REDE PRIMÁRIA DESENERGIZADA: Se o trecho da rede secundaria embaixo da
rede primária onde for instalado o conjunto de aterramento, pertencer a um circuito
adjacente que se mantém energizado, antes de instalar o cabo de aterramento, os condutores
da rede secundária deverão ser isolados através de coberturas de borracha, para evitar o
contato do grampo e/ou do eletricista com as partes energizadas desta rede;
- A rede ou linha a ser aterrada, deverá ser considerada energizada até que se
instalem completamente todos os conjuntos de aterramento e nenhum serviço deverá ser
iniciado até que todos os pontos de aterramentos tenham sido efetivados para proteger a área
de serviço.
- Devem ser instalados tantos conjuntos de aterramento quantos forem necessários
para que a área de serviço fique totalmente protegida, conforme as figuras abaixo;
- Todo aterramento deverá ser feito de tal modo que todo o trabalho e os eletricistas
se situem dentro do trecho aterrado
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Ponto de trabalho
situado em estrutura de
fim de rede primária.
Ponto de trabalho
situado entre duas
estruturas de rede
primária.
Ponto de trabalho em
derivação de ramal
primário.
Zona de trabalho em
derivação de ramal
primário.
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Zona de trabalho em
cruzamento primário.
Zona de trabalho na
rede primária.
- Aterramento temporário da rede secundária
Sequencia de passos para a instalação do conjunto de aterramento rápido em redes
de distribuição secundarias:
- Abrir as chaves fusíveis do transformador que alimenta o circuito;
- Com o voltímetro, verificar a ausência de tensão nos condutores;
- Nota: Verificar a ausência de tensão na rede, medindo a tensão entre fases e entre
fase e neutro.
- Amarrar a escada no poste;
Se for o conjunto de aterramento da figura a seguir:
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- conectar o grampo de uma das extremidades ao neutro da rede secundaria para,
em seguida, conectar os demais grampos nos outros condutores na sequencia: controle, fase
A, fase B e fase C. para a retirada do conjunto, proceder na ordem inversa;
Se for o bastão de aterramento da figura a seguir:
- instalar com firmeza segurando-o pela empunhadura de fibra de vidro. Verificar
se todos os grampos se encaixaram nos seus respectivos condutores. Para retirá-lo segure o
bastão pela empunhadura a empurre firmemente para cima.
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- Conjunto de aterramento temporário, padrão CEMIG