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58 A Hora Veterinária – Ano 29, nº 174, março/abril/2010
Os prejuízos causados por infestações de nematódeosgastrintestinais são significativos à produção de ruminantes,tendo seus efeitos agravados com a intensificação do proces-so produtivo. O presente estudo teve por objetivo avaliar oefeito da forma de administração de disofenol a 30% sobre aincidência de endoparasitas hematófagos em bovinos, atra-vés da redução na contagem de ovos por grama de fezes. Oexperimento foi conduzido em propriedade particular, situa-da no município de Pirenópolis, GO, Brasil, durante um perí-odo de 90 dias. Embora não tenha sido observada diferençaestatística para os períodos de 60 e 90 dias após a adminis-tração do disofenol (P>0,05) pode-se verificar uma reduçãonumérica considerável na contagem da OPG para o grupotratado (88,7% e 91,5% respectivamente). Na dose de 7,5mg/kg peso vivo, por via subcutânea, o disofenol 30% foi capazde reduzir em 95% as principais infestações de vermes debovinos naturalmente parasitados.
A. DELL' PORTO1, A. G. GOMES2, R. PASSINI3
Efeito daadministração dedisofenol por viasubcutânea sobrea incidência deendoparasitasem bovinos
1Arlete Dell´ Porto, Universida-de de Brasília, UnB, Brasília, DF,BRASIL.
2Abraão Garcia Gomes, Univer-sidade Federal de Goiás, UFG,Goiânia, GO, BRASIL.
3Roberta Passini, UniversidadeEstadual de Goiás, UEG, UFG,Goiânia, GO, BRASIL.
INTRODUÇÃOMATERIAL E MÉTODOSRESULTADOS E DISCUSSÃOCONCLUSÃO
INTRODUÇÃO
A crescente competitividade do proces-so de produção de carne no país vem tornan-do a eficiência econômica cada vez mais im-portante para os criadores. Todo e qualquerfator que interfira no processo produtivo, sejaeste oriundo do manejo, reprodução, nutriçãoou genética, deve ser conhecido e exploradoou sanado.
Um dos maiores problemas do rebanhonacional, e que atinge qualquer sistema de pro-dução, é a verminose, responsável por grandeparcela de prejuízo na atividade pecuária. An-tes da domesticação, o equilíbrio entre parasi-tas e hospedeiros permitia a tolerância dos ani-mais a essa enfermidade. Com a domesticação
e consequente aumento no número de animaispor área, esse equilíbrio foi alterado em favordos parasitas, sendo os helmintos gastrin-testinais os mais numerosos, amplamente dis-tribuídos e prejudiciais (Quadros, 2004).
Normalmente, as infecções causadas porvermes ocasionam a diminuição do consumo eda capacidade de digestão e absorção dos nu-trientes, redução no ganho de peso, no escorecorporal e na produção leiteira; danos na qua-lidade da carcaça, no desempenho reprodutivoe no sistema imune (Hawkins, 1993), ocasio-nando anemia, diarréia, em que a intensidadedo quadro é influenciada pelo grau da infec-ção, podendo levar os animais à morte.
Praticamente 100% dos animais criadosa campo são parasitados por uma ou mais es-pécies destes vermes, no entanto, a categoriade bovinos mais acometida é a dos animaiscom até dois anos de idade. As perdas causa-das pela infecção por helmintos são difíceisde serem mensuradas, porém estima-se queanimais que não recebem tratamento anti-helmíntico têm desempenho de 30 a 70 kg/anoinferior ao dos animais que receberam trata-
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mento adequado nas condições de Brasil Central (Pinheiro,1985; Soutello, 2001).
No Estado do Rio Grande do Sul, estima-se que a morta-lidade causada por verminose varie entre de 10 e 30% e adiferença entre o ganho de peso de animais tratados e nãotratados, seja de 50 kg/bezerro (Pinheiro et al., 2000). A omis-são a tratamentos pode causar perdas de aproximadamenteUS$ 68 milhões somente na região centro-oeste do Brasil(Suguisawa & Soutello, 2004).
Bianchin & Melo (1985), apresentaram diversas análisesdo custo/benefício do tratamento de helmintoses em condiçõescontroladas, bem como as taxas de crescimento alcançadas.Porém, a observação de que os animais tratados segundo es-quemas estratégicos perdem menos peso no período seco eganham mais durante a fase de ganho compensatório, quandocomparados com animais não tratados ou tratados somenteduas vezes ao ano, parecem ser os resultados mais importantesdestas avaliações entre 15 e 43 kg de peso vivo.
O controle desses parasitas ao longo dos anos foi realiza-do através do uso de fármacos, e a utilização dessas drogas foi,em parte, responsável pelo aumento na produtividade dos re-banhos. Entretanto, o seu uso indiscriminado teve comoconsequência a seleção de populações de helmintos com resis-tência aos diferentes grupos químicos utilizados no tratamentodos animais (Amarante et al., 1992), principalmente em proprie-dades em que o uso de vermífugos é incorreto, como a aplica-ção de subdosagens ou excesso de aplicações (Embrapa, 2001).
O disofenol (2,6-diiodo-4-nitrofenol ou C6H3I2NO3) foiinicialmente usado no combate às infestações porancilostomídeos em cães (Wood et al., 1961), sendo posteri-ormente testado e utilizado frente aos nematódeosgastrointestinais de ovinos e bovinos.
O princípio ativo se apresenta na forma de finíssimoscristais de cor amarela e caracteriza-se por ser pouco solúvelem água, mas fracamente solúvel em álcool. É um produto àbase de fenol, utilizado como anti-helmíntico, e sua margem desegurança é de três a quatro vezes a dose terapêutica (Booth& McDonald, 1992).
Após a administração, o disofenol se distribui nos com-partimentos extra-vascular, plasmático, no fígado e intesti-nos. No sangue, liga-se a proteínas plasmáticas (albumina)em 97%, promovendo uma ação duradoura de até quatro
meses (Barbério, 1973).A dose terapêutica provoca aumentos nas frequências
cardíaca e respiratória e na temperatura corpórea, aparente-mente causados pelo efeito da droga, que se baseia na inibi-ção da respiração do helminto, através da interferência doproduto com a fosforilação oxidativa inibindo o sistema en-volvido com a enzima fumarato redutase, importante para arespiração do parasita (Prichard 1973).
O disofenol tem ação testada e comprovada, sendo con-siderado de altíssima eficiência no combate aos nematódeossugadores de sangue, tais como Haemonchus, Bunostomum,Oesofagostomum que são os de maior patogenicidade.
O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a eficácia doDisofenol a 30% por via subcutânea sobre a incidência deendoparasitas hematófagos em bovinos, através da reduçãona contagem de ovos por grama de fezes.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido de maio à agosto de 2009,em propriedade particular situada no município de Pirenópolis,estado de Goiás, Brasil. O município está localizado na latitu-de S 15º51’9", longitude W 48º57’33", a 770 metros de altitude.
Foram utilizados 14 animais machos mestiços, com ida-de entre 12 e 16 meses, com peso médio de 258,5kg peso vivo.O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, comdois tratamentos, totalizando sete repetições por tratamento.
Os tratamentos estudados foram: T0 - Grupo controle,não tratado com disofenol, e T1 - grupo tratado com disofenol30% via subcutânea, através do medicamento Rumivac 30®,sendo dosagem única de 1ml para cada 40kg de peso vivo, ou7,5mg/kg peso vivo.
Antes do início do experimento, os animais ficaram porum período de quarentena sem tratamento anti-helmíntico. Osanimais foram pesados, identificados e tiveram amostras fecaiscoletadas diretamente da ampola retal para exame inicial decontagem de ovos por grama de fezes (OPG) no dia -2 experi-mental (Figura 1). As amostras foram mantidas na próprialuva de coleta, identificadas e armazenadas em caixa de isoporcontendo gelo, sendo posteriormente enviadas ao laboratórioterceirizado para a realização do exame através do método deGordon e Withlock modificado (1939).
Figura 1. Identificação e coleta de fezes no início do tratamento.
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No dia 1 experimental, os animais foramranqueados pela contagem de ovos por grama de fezesem ordem decrescente, sendo os dois animais que apre-sentaram a contagem mais elevada destinados à repeti-ção 1 e os dois animais subsequentes à repetição 2. Osanimais restantes foram alocados aleatoriamente nosdiferentes tratamentos, conforme preconizado pela por-taria n°48 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (MAPA, 1997).
Os animais foram mantidos em pastagem deBrachiaria híbrida cv. Mulato II, contendo cocho paraa suplementação mineral e fonte de água. Todos os ani-mais receberam suplementação mineral ad libitum.
Para determinar a redução de ovos nas fezes, os ani-mais foram manejados no dias 15, 30, 60 e 90, quando foramcoletadas amostras fecais e verificados os pesos vivos indi-viduais.
Ao término do experimento, as sobras da suplementaçãomineral foram retiradas do cocho e pesadas em balança eletrô-nica, para cálculo do consumo médio diário.
Os dados foram analisados utilizando o programacomputacional BioEstat 5.0, através da análise de variância,aplicando-se o Teste t para a comparação das médias, a 5% designificância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As médias de OPG no início do tratamento não diferiramestatisticamente através do Teste ‘t’ ao nível de 5% designificância, conforme mostra a Tabela 1 e 2.
Entretanto, a Tabela 3 mostra a diferença significativa
entre os tratamentos aos 15 e 30 dias experimentais (P<0,05),evidenciando o efeito máximo do disofenol, que ocorre emalguns dias após a aplicação (Oba, 1977).
Barbério (1973), usando isótopos radioativos, relatouque 97% do disofenol formam um quelado com a fraçãoalbumina do plasma, sendo eliminado muito lentamente doorganismo, fato que justifica o poder residual do medicamen-to (60 e 90 dias experimentais).
De acordo com Canal & Canal (2004), o efeito residualpode persistir por até três meses. Tais resultados foram corro-borados por Rocha (1967) em estudos realizados com ovinos,onde a administração de 7,5mg/kg de peso vivo manteve osanimais livres de infestações durante 120 dias.
Rocha et al. (1965) utilizaram o disofenol em ovinos,por via subcutânea, observando boa eficácia contra Haemon-chus contortus. Também Gonzales & Gonçalves (1973) tra-balhando com ovinos, observaram que o disofenol atuousobre o H. contortus, durante um período de 60 dias, contu-do não foi eficiente no tratamento contra Trichostrongylusspp., Strongyloides spp., Ostertagia spp. e Oesopha-gostomum spp.
Gonçalves & Gutierrez (1966) usaram o disofenol embovinos por via subcutânea e observaram eficácia contraHaemonchus spp, Bunostomum e Oesophagostomum.
Em 1967 (Rocha et al.), testaram o produto em mais de10.000 ovinos e 500 bovinos em São Paulo, Rio Grande do Sule Paraná, onde os mesmos permaneceram por meses com bai-xa contagem de vermes, enquanto que lotes testemunha, nasmesmas condições, apresentaram alta contagem de OPG, alémde sintomas clínicos.
Bianchin & Gomes (1979) avaliando a aplicação dedisofenol em novilhos mestiços concluíram que, o medica-mento foi eficiente na redução de infestações por Haemonchusplacei em vermes adultos e fase de L5, possuindo ação regularsobre vermes na fase L4 final.
O disofenol reduziu significativamente (Figura 2) onúmero da contagem de ovos por grama de fezes durante operíodo de 30 dias após o tratamento (p<0,05). Embora nãotenha sido observada diferença estatística para os perío-dos de 60 e 90 dias após a administração do disofenol(P>0,05) pode-se verificar uma redução numérica conside-rável na contagem da OPG para o grupo tratado. A porcen-tagem de redução da OPG nos animais tratados, em relaçãoà contagem inicial, foi de 88,7% e 91,5% para os períodosde 60 e 90 dias, respectivamente.
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CONCLUSÃO
Os resultados encontrados no trabalho indicam a efici-ência do disofenol 30% no controle de vermes gastrintestinais,através da redução da contagem de ovos por grama de fezes.Na dose de 7,5mg/kg peso vivo, por via subcutânea, o disofenol30% foi capaz de reduzir em 95% a contagem de OPG aos 30dias após a administração.
AGRADECIMENTOSAgradecemos a empresa Champion Saúde Animal pelo
fornecimento do produto RUMIVAC 30®.
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Figura 2. Comparação de médias de OPG entre grupo controle e tratadodurante o experimento.
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EFICÁCIA DE DIFERENTES FÁRMACOS NO CONTROLE PARASITÁRIO EM OVINOS
OLIVEIRA, Plínio Aguiar 1, PINTO, Diego Moscarelli 2,
RUAS, Jerônimo Lopes 3, SANTOS, Tânia Regina Bettin dos 2,
PAPPEN, Felipe Geraldo 4, SALVADEGO, Taís Aparecida 5,
BORBA, Tailana Cristina de 5, FERIGOLLO, Ana Paula 5,
1Programa de Pós-Graduação em Parasitologia/UFPEL;
2Professor da Faculdade de Veterinária/UFPEL;
3Médico
Veterinário da Faculdade de Veterinária LRD/UFPEL; 4Professor do Instituto Federal Catarinense/IFC –
Concórdia; 5
Graduando do Curso de Medicina Veterinária do Instituto Federal Catarinense/IFC – Concórdia.
RESUMO
s parasitoses intestinais são um grande problema na ovinocultura, pois levam os produtores a utilizar anti-helmínticos em excesso, contribuindo para o desenvolvimento da resistência. Este trabalho objetivou avaliar a eficácia anti-
helmíntica de diferentes princípios ativos no controle de nematódeos gastrintestinais de um rebanho ovino do Alto Uruguai Catarinense, Oeste de Santa Catarina. Foram utilizadas 82 fêmeas ovinas da raça Texel distribuídas em dois grupos controle e outros seis para testar os seguintes fármacos: closantel, triclorfon, albendazol, disofenol, levamisol, moxidectina, ivermectina e ivermectina associada ao clorsulon. Todos os produtos foram administrados de acordo com as indicações dos respectivos fabricantes. A eficácia foi avaliada pelo cálculo do percentual de redução de ovos por grama de fezes (OPG), realizado a partir dos resultados pré e pós-tratamentos (sete e quatorze dias). As amostras fecais pré-tratamento foram submetidas à coprocultura para identificação dos gêneros de parasitos presentes no rebanho. Sete, dos oito fármacos testados, se mostraram ineficazes para o tratamento das helmintoses. Os percentuais de redução observados aos sete e quatorze dias pós-tratamento foram, respectivamente, 54,7% e 84,3% para o closantel; 93,1% e 90,4% para o triclorfon; 0% em ambas para o albendazole; 100% e 100% para o disofenol; 8,4% e 0% para o levamisol; e para moxidectina, ivermectina e ivermectina associada ao clorsulon este percentual foi zero. Os nematódeos presentes no rebanho foram Trichostrongylus (20%) e Haemonchus (80%). Conclui-se que a maioria dos fármacos disponíveis comercialmente não foi eficaz no tratamento anti-helmíntico, o que demonstra a necessidade de aprimorar opções de combate aos parasitos que não se baseiem exclusivamente no uso de químicos. Estudos complementares são necessários para dimensionar a resistência anti-helmíntica no Oeste de Santa Catarina. Palavras-chave: Ovinocultura. Anti-helmínticos. Resistência. Verminose.
A
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INTRODUÇÃO
O Brasil tem extensão territorial e clima favorável que proporcionam ao país elevado
potencial como produtor mundial na ovinocultura. No entanto, as infecções por parasitos
internos têm sido o maior problema sanitário enfrentado pelos criadores (RAMOS et al.,
2002). Já foi estimado um gasto anual de dois milhões de dólares com anti-helmínticos
(ECHEVARRIA et al., 1988).
As maiores perdas ocorrem quando os ovinos são criados em pequenas áreas, com
superlotação, proporcionando alta contaminação da pastagem com larvas de terceiro
estádio, as quais são fonte de infecção para os animais (SOTOMAIOR et al., 2007).
O constante desafio dos ovinos pelo parasitismo leva os produtores a realizarem vários
tratamentos anti-helmínticos ao longo do ano, o que, inevitavelmente, favorece o
desenvolvimento de resistência ao grupo químico mais utilizado (AMARANTE et al., 1992;
TORRES-ACOSTA et al., 2012). Em alguns casos, a resistência é considerada múltipla, quando
presente a mais de um princípio ativo (KAPLAN et al. 2004).
Considera-se que a ocorrência de resistência anti-helmíntica nas propriedades é hoje uma
regra e não mais exceção nos países da América Latina (NARI, 2011). No Planalto Sul e Litoral
do estado de Santa Catarina, existem relatos de resistência a diferentes moléculas anti-
helmínticas desde a década passada (RAMOS, et al., 2002).
Baseado no exposto acima, o presente trabalho objetivou avaliar a eficácia anti-helmíntica
de diferentes princípios ativos no controle de nematódeos gastrintestinais de um rebanho
ovino do Alto Uruguai Catarinense, região Oeste de Santa Catarina.
MATERIAL E MÉTODOS
Local e Período de Execução
O trabalho foi realizado no município de Concórdia, Oeste de Santa Catarina, na localização
geográfica 27o12’22”S e 52o05’22”W, em altitude de 584 metros. Os exames de fezes foram
realizados nos Laboratórios de Parasitologia do Curso de Medicina Veterinária do Instituto
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Federal Catarinense – Campus Concórdia e do Instituto de Biologia da Universidade Federal
de Pelotas.
O experimento foi realizado durante os meses de maio e junho de 2010.
Fármacos Testados
Foram testados oito fármacos distintos, mediante a utilização de produtos comerciais
disponíveis no mercado da região: closantel, triclorfon, albendazol, disofenol, levamisol,
moxidectina, ivermectina e ivermectina associada ao clorsulon. Todos os produtos foram
utilizados de acordo com as recomendações dos fabricantes.
Grupos Experimentais
Foram utilizadas 82 fêmeas da raça Texel, sendo 33 fêmeas não gestantes, de um ano de
idade e 49 fêmeas adultas, possivelmente gestantes. Não foi possível confirmar o
diagnóstico de gestação, pois o período reprodutivo da propriedade encerrou sete dias antes
do início do experimento. Os animais foram distribuídos ao acaso nos grupos experimentais,
considerando-se a possível gestação como fator discriminatório devido à contraindicação de
alguns produtos para uso em fêmeas gestantes (Tabela 1).
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Tabela 1 – Composição dos grupos experimentais de acordo com os fármacos testados, faixa etária e estado
reprodutivo dos animais.
Grupo Dosagem Via de
Aplicação N Faixa etária
Estado reprodutivo
estimado***
Controle 1 - - 9 Cordeiras não gestantes
Closantel* 10 mg/kg Oral 8 Cordeiras não gestante
Triclorfon* 97 mg/kg Oral 8 Cordeiras não gestantes
Albendazol* 5 mg/kg Oral 8 Cordeiras não gestantes
Controle 2 - - 9 Ovelhas Possivelmente gestantes
Disofenol** 7,5 mg/kg Subcutânea 8 Ovelhas Possivelmente gestantes
Levamisol** 4,7 mg/kg Subcutânea 8 Ovelhas Possivelmente gestantes
Moxidectina** 0,2 mg/kg Subcutânea 8 Ovelhas Possivelmente gestantes
Ivermectina** 0,2 mg/kg Subcutânea 8 Ovelhas Possivelmente gestantes
Ivermectina +
Clorsulon**
0,2 mg/kg
+ 2 mg/Kg Subcutânea 8 Ovelhas Possivelmente gestantes
*Anti-helmínticos contra-indicados para fêmeas gestantes; **Anti-helmínticos sem contra-indicação para fêmeas gestantes;
Nenhum animal recebeu tratamento anti-helmíntico durante os 60 dias que antecederam o
início do experimento.
Todos os grupos, inclusive os controles, foram mantidos sob as mesmas condições de
manejo ao longo do experimento.
Exames Laboratoriais
Os exames laboratoriais realizados foram: Técnica de Gordon e Whitlock modificada (1939),
para quantificar a presença de ovos de helmintos por grama de fezes (OPG); e Técnica de
Roberts e O’Sullivan (1950) para identificar larvas dos respectivos gêneros de nematódeos.
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Percentual de redução de OPG
O cálculo do percentual de redução foi realizado em cada grupo, a partir do resultado médio
da contagem de OPG no dia zero, sete e quatorze dias após o tratamento anti-helmíntico, de
acordo com a fórmula proposta por Boersema e Pandey (1997):
100)/()/(1 2112 xCCxTTPR
Onde:
PR = Percentual de Redução;
T1 = OPG médio do grupo antes do tratamento;
T2 = OPG médio do grupo após o tratamento;
C1 = OPG médio do grupo controle no início do experimento;
C2 = OPG médio do grupo controle ao final do experimento.
Foram considerados eficazes os fármacos cujos respectivos grupos experimentais
apresentaram redução de OPG superior a 95% (COLES; ROUSH, 1992; WOOD et al., 1995).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da redução da contagem de OPG demonstraram que sete dos oito fármacos
testados (87,5%) não foram eficazes no tratamento anti-helmíntico dos grupos
experimentais (Tabela 2). Estes resultados indicam que a população de nematódeos
gastrintestinais presente no rebanho estudado apresenta elevado grau de resistência aos
produtos testados já que, na maioria das vezes, os percentuais de redução da contagem de
OPG foram inferiores a 95%.
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Tabela 2 – Resultados percentuais da redução da contagem de OPG aos sete e aos 14 dias de acordo com os
grupos experimentais.
Grupo Média OPG
Dia Zero
Média OPG
Dia 7
Média OPG
Dia 14
% Redução
Dia 7
% Redução
Dia 14
Controle 1 3180 1730 3100 - -
Closantel 4470 1100 680 54,7 84,3
Triclorfon 4810 180 450 93,1 90,4
Albendazol 2300 2000 6830 0 0
Controle 2 23750 5070 7220 - -
Disofenol 800 0 0 100 100
Levamisol 5260 1030 4300 8,4 0
Moxidectina 3400 3150 1200 0 0
Ivermectina 4160 1900 8130 0 0
Ivermectina +
Clorsulon 360 3860 1600 0 0
Dos produtos com indicação para fêmeas gestantes, apenas disofenol apresentou eficácia
acima do valor mínimo esperado. Também foi o único de todos os grupos testados a
apresentar 100% de redução de contagem de OPG, aos sete e aos quatorze dias, ainda que
este seja considerado um anti-helmíntico de pequeno espectro (ALMEIDA; AYRES, 1996).
Produtos a base de levamisol ou avermectinas (moxidectina e ivermectina), mostraram-se
ineficazes na redução da contagem de OPG neste estudo. Os primeiros relatos de resistência
na década de 90 já destacavam a ineficácia dessas bases químicas em algumas situações
(CUNHA FILHO; YAMAMURA, 1999), tendência que tem sido mantida nos últimos anos
(NARI, 2011; RAMOS et al., 2002; THOMAZ-SOCCOL et al., 2004; VERÍSSIMO et al., 2012).
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O uso frequente de anti-helmínticos contribui para a seleção de nematódeos capazes de
sobreviver aos tratamentos, uma vez que acelera a formação das próximas gerações de
parasitos resistentes (COLES, 2005).
Ainda neste sentido, o uso de disofenol, atualmente disponível apenas para administração
subcutânea, diminuiu nas propriedades de criação de ovinos lanados pela dificuldade de
aplicação por esta via, o que pode ter preservado o potencial antiparasitário deste fármaco.
Os dados do presente estudo são também semelhantes aos encontrados na literatura em
testes de redução para produtos à base de albendazol (BOERSEMA; PANDEY, 1997; CUNHA
FILHO; YAMAMURA, 1999; RAMOS et al., 2002; THOMAZ-SOCCOL et al., 2004) e closantel
(FALBO et al., 2009), o que comprova a ampla resistência dos parasitos aos mesmos.
Já para triclorfon, os resultados de ineficácia aos sete e quatorze dias pós-tratamento (93,1 e
90,4%), diferem do relatado por FALBO et al. (2009), que constatou eficácia de 97,9% para
este princípio ativo.
Entretanto, se o parâmetro de redução mínima de contagem de OPG adotado neste estudo
fosse de 90%, assim como o proposto por Veríssimo et al. (2012), triclorfon seria o único
fármaco classificado até então como ineficaz que poderia ser utilizado no controle
parasitário deste rebanho. Este resultado, acima da média dos demais, está provavelmente
ligado ao fato de que sua formulação comercial, em pó, exige maior tempo do proprietário
para realizar a diluição no momento do uso, e por isso acaba sendo menos empregado no
dia a dia. Além disso, o grupamento dos organofosforados possui alta toxicidade, o que
também pode determinar fator limitante para sua administração nos rebanhos.
Os resultados das coproculturas pela técnica de Roberts e O’Sullivan (1950) aplicada nas
amostras pré-tratamento indicaram a predominância dos gêneros Trichostrongylus (20%) e
Haemonchus (80%), que já haviam sido relatados por Ramos et al. (2002) em Santa Catarina.
Chagas et al. (2007) evidenciaram em média 67,7% de H. contortus e 32,3% de
Trichostrongylus sp. em coproculturas ao longo de um ano, demonstrando que são
realmente estes os parasitos mais prevalentes em ovinos. No presente estudo, não foram
realizadas coproculturas no período pós-tratamentos.
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CONCLUSÃO
A maioria dos fármacos disponíveis comercialmente não foi eficaz no tratamento anti-
helmíntico, o que reduz drasticamente o arsenal farmacológico que pode ser empregado e
demonstra a necessidade de aprimorar opções de combate aos parasitos que não se
baseiem exclusivamente no uso de químicos.
ANTHELMINTIC EFFICACY OF DIFFERENT DRUGS EMPLOYED FOR THE CONTROL OF PARASITES IN SHEEP
ABSTRACT
astrointestinal parasitism is the biggest problem faced by sheep farmers. The constant presence of parasites leads producers to use a large number of treatments what causes resistance. The present study aimed to evaluate the efficacy of different
chemical groups used for the control ofgastrointestinal nematodes in sheep flocks from Alto Uruguay Catarinense, West of Santa Catarina State. A total of 82 Texel females were used. Eight drugs were tested: closantel, triclorfon, albendazole, disofenol, levamisole, moxidectin, ivermectin, and clorsulon associated with ivermectin. All of them were used through their commercial form, according to the dosage indicated by the Manufacturer Laboratory. The method applied for the evaluation of anthelmintic efficacy was the fecal reduction test, calculated by the percentage of reduction in the number of eggs per gram of faeces (EPG), held from the pre and post-treatment results (seven and fourteen days) and depending on the variation of the EPG of control groups in the same period. Seven of the eight tested drugs, were demonstrated as ineffective for treatments in the studied flock. The percentage of reduction was 54.7% and 84.3% for Closantel; 93.1% and 90.4% for Triclorfon; 0% in both analyses for Albendazole; 100% in both tests for Disofenol; 8,4% and 0% for levamisole, and for moxidectin, ivermectin and ivermectin associated with clorsulon the percentages were zero. The results still showed that the parasite genders present in the experiment conduction were Trichostrongylus (20%) and Haemonchus (80%). In conclusion, most part of commercially available drugs was not effective, what drastically reduces the pharmacological arsenal that can be used in the West of Santa Catarina State and demonstrates the need of improved options that are not based only in chemicals to combat parasites. Keywords: Sheep production. Anthelmintic resistance. Helminthosis.
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EFICACIA ANTIHELMÍNTICA DE DIFERENTES FARMACOS UTILIZADOS EN EL CONTROL DE LOS PARÁSITOS EN OVINOS
RESUMEN
as parasitosis gastrointestinales son un gran problema en la ovinocultura porque llevan a los productores a utilizar antihelmínticos en exceso, contribuyendo para el desarrollo de resistencia. El presente trabajo tuvo como objetivo evaluar la eficacia antihelmíntica
de fármacos para el control de parásitos gastrointestinales en un rebaño de ovejas de la región del Alto Uruguay, al oeste de Santa Catarina. Se utilizaron 82 ovejas de la raza Texel que fueron distribuidas en dos grupos controles y seis grupos para probar los siguientes fármacos: closantel, triclorfón, albendazol, disofenol, levamisol, moxidectina, ivermectina y la ivermectina asociado a clorsulón. Todos fueron utilizados a través de su forma comercial, de acuerdo con la dosis recomendada por el fabricante. La evaluación de la eficacia fue calcula por la porcentaje de reducción del conteo de huevos por gramo de heces (HPG) pre y post- tratamiento (siete y catorce días). Las muestras fecales pre-tratamiento fueron sometidas a coprocultivo para la identificación de los géneros de los parásitos presentes en el rebaño. Siete de los ocho fármacos probados fueron ineficaces para el tratamiento de la helmintiasis. Los porcentajes de reducción fueron 54,7% y 84,3% para el closantel, 93,1% y 90,4% para el triclorfón, 0% para ambas contajes del albendazol, 100% para ambos días el disofenol, 8,4% y 0% para el levamisol; y cero para los demás productos (moxidectina, ivermectina e ivermectina asociado a clorsulón). Los géneros de parásitos presentes en el rebaño fueron Trichostrongylus (20%) y Haemonchus (80%). Se concluye que la mayoría de los fármacos disponibles a nivel comercial no fueron eficaces en el tratamiento antihelmíntico, lo que demuestra la necesidad de buscar opciones para el combate de los parásitos que no estén basados exclusivamente en el uso de químicos. Estudios complementarios son necesarios para dimensionar la resistencia antihelmíntica en el Oeste de Santa Catarina. Palabras clave: Ovinocultura. Antihelmíntico. Resistencia. Helmintiasis.
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Autor para correspondência: Plínio Aguiar Oliveira.
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