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EDUCAÇÃO INCLUSIVA: O USO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO DIÁLOGO ENTRE A INCLUSÃO E A INTEGRAÇÃO PARA QUEBRA
DE PARADIGMAS
INCLUSIVE EDUCATION: THE USE OF PHYSICAL EDUCATION IN THE DIALOGUE BETWEEN INCLUSION AND INTEGRATION TO
BREAK PARADIGMS
BATALHAS, Raquel das Neves1
FERREIRA, Elen Costa2 SILVA, Franciele Alves da3
POLETO, Fábia Maria Boreli4
RESUMO Com o presente artigo pretendemos levantar questionamentos ao conhecimento e discussão sobre os desafios da inclusão social, que é incluir os alunos com necessidades especiais na escola, mas em um contexto que pouco é analisado, pois quando se fala em inclusão no ambiente escolar muitos entendem como uma mera mudança na acessibilidade do aluno na escola, além da inclusão, o dialogo aborda a integração como sendo parte integrante da ação inclusiva, sendo assim considerados indissociáveis no processo de ensino/aprendizagem. Nesse sentindo, analisa-se a educação inclusiva também como sendo a necessidade dos professores de repensar suas práticas desenvolvidas na sala de aula, levando o aluno deficiente a ser beneficiado na aprendizagem e expansão de conhecimento como os demais alunos desde as aulas de educação física, como nas outras disciplinas escolares. Portanto, devemos ter uma quebra de paradigmas norteando a inclusão, que é a mudança nesse atual paradigma escolar com ação transformadora, para que seja traçado novas conquistas nas grades curriculares.
Palavras-chave: Inclusão e Integração; Educação Física; professor mediador;
crise de paradigma.
1Graduanda do Curso de Pedagogia do Centro Universitário São Camilo-ES, raquel.batalhas@gmail.com 2 Graduanda do Curso de Pedagogia do Centro Universitário São Camilo-ES, elen_ferreiraa@hotmail.com 3 Graduanda do Curso de Pedagogia do Centro Universitário São Camilo-ES, alvesfrancieli@gmail.com 4 Professora do Curso de Educação Física do Centro Universitário São Camilo-ES. Pós graduada em
Educação Inclusiva
Cachoeiro de Itapemirim – ES, agosto de 2017.
ABSTRACT With the present article, we intend to raise questions about the knowledge and discussion about the challenges of social inclusion, which is to include students with special needs in school, but in a context that is little analyzed, because when speaking about inclusion in the school environment many understand how A mere change in the student's accessibility in school, besides inclusion, dialogue approaches integration as an integral part of inclusive action, and thus are considered inseparable in the teaching / learning process. In this sense, inclusive education is also analyzed as being the need of teachers to rethink their practices developed in the classroom, leading the disabled student to be benefited in learning and expanding knowledge as the other students since physical education classes, As in other school subjects. Therefore, we must have a breakdown of paradigms guiding inclusion, which is the change in this current school paradigm with transformative action, so that new achievements can be traced in the curriculum.
Keywords: Inclusion and Integration; Physical education; Mediator teacher; Paradigm crisis.
INTRODUÇÃO
A inclusão no espaço escolar vem sendo muito questionada na atualidade,
pois a questão “inclusão”, está sendo entendida apenas com o intuito de beneficiar
alunos com deficiências através das mudanças na estrutura física da escola e não
se está buscando incluir e integrar o aluno com deficiência em suas aulas e/ou
ambiente escolar.
A proposta deste artigo é impulsionar a importância do papel do professor,
como mediador no processo de inclusão, possibilitando aos alunos a integração,
aprendizado e socialização com a diversidade humana presente na escola e em
todo meio social. A disciplina educação física é considerada no processo de
inclusão ampla por atender todos os alunos ao mesmo tempo, ela tem meios
menos complexos de se estudar que as outras disciplinas, para a área
propriamente dita, como para atividade física, e cria nos outros alunos uma visão
solidaria com o próximo. Neste sentido, é fundamental o processo de inclusão
dentro e fora do âmbito escolar, é necessário ter um novo olhar frente a esse
grande desafio. Muitos profissionais atualmente quando se deparam com o aluno
deficiente tem tido grandes dificuldades de ensino, pois suas estratégias são todas
voltadas para o aluno que consegue plenamente desenvolver. Atender as
diferentes necessidades dos alunos matriculados na escola é de fato desafiador,
mas o processo de inclusão deve acontecer de forma natural e significativa
mostrando que todos têm os mesmos direitos e deveres. O respeito a diversidade
deve ser trabalhado desde as series iniciais para assim obter uma maior
compreensão de todos, além da escola oferecer o espaço acessível deve também
oferecer ensino de qualidade e garantia de equidade escolar.
METODOLOGIA
O estudo do tema vem problematizar a inserção de uma educação inclusiva
no ambiente escolar. Estaremos estudando Através da disciplina de educação
física, porém, com uma abrangência para ser aplicada em qualquer área, pois a
inclusão é para todo corpo escolar e social.
A exploração do tema será feita através de pesquisa bibliográfica, de forma
qualitativa, a mais apropriada ao nosso objetivo. Dá-se a pesquisa através de
artigos científicos publicados, livros e páginas de web sites. Na realização desta
proposta percebemos que há uma grande preocupação de ainda termos a
dificuldade em incluir os alunos com deficiência em nossas escolas. Segundo
Mantoan (2003, p. 13) “Os sistemas escolares [...] permite dividir os alunos em
normais e deficientes, as modalidades de ensino em regular e especial, os
professores em especialistas nesta e naquela manifestação das diferenças”. O
que se torna extremamente inadequado diante das necessidades desses alunos a
aprendizagem, pois o maior objetivo é poder compreender a inclusão como um
todo, bem como a integração, com objetivo de inserir o alunos deficientes em
salas regulares, não porque são deficientes, mas porque são humanos, alunos,
crianças , sujeitos de direitos, sendo assim obtido o direito a educação.
DESENVOLVIMENTO
Pode-se perceber que a inclusão social é algo que vem sendo falado nos
últimos tempos, pois visa fazer com que todas as pessoas se tornem mais
solidários em todos os âmbitos da sociedade, fazendo com que os direitos se
tornem iguais para todos, pois a palavra incluir significa “estar incluído ou
compreendido, fazer parte” (HOLANDA, 1993, p.175), é nesse contexto que a
inclusão vem ser abordada inclusive quando vem tratar de pessoas que são
excluídas por serem deficientes. E quando se fala em inclusão social o foco vem
sendo gerado principalmente dentro da escola, que é aonde há dificuldade para se
incluir o aluno deficiente. A dificuldade não aparece somente no acesso
possibilitado dentro da escola, mais também na realização de atividades
desenvolvidas pelos docentes.
Quando a inclusão social é trazida para dentro do espaço escolar, deve-se
ter a consciência de que ela não deve acontecer somente na estrutura física da
escola, mas no professor e todos envolvidos no corpo escolar, buscando a melhor
forma para incluir o aluno nas aulas, nos momentos de lazer e de recreação, pois
se apenas buscarem mudança na escola como na questão de piso tátil, rampa e
etc. não haverá socialização e interação. A estrutura física da escola é
extremamente importante e faz parte do processo de inclusão na aprendizagem
do aluno, mas não deve ser usada como um pensamento engessado voltado
apenas para a segurança física do aluno, a inclusão e permanência na escola
desses alunos com deficiência, além de estrutura física, deve acontecer segundo
a Constituição Federal de 1988, que diz:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Com isso, pode-se analisar que, para que a inclusão ocorra de fato é
necessário o respeito à diversidade humana e social ao mesmo tempo em que é
necessário garantir a permanência e o desenvolvimento da pessoa na escola.
A educação física, tem um grande significado, pois o esporte é muito
inclusivo, a partir do método trabalhado pelo professor os alunos aprendem a
respeitar e socializar, e ao trabalhar a inclusão em todas as atividades os alunos
ditos “normais” que não possuem deficiência podem se tornar pessoas com olhar
mais solidário, pois eles vão perceber que a pessoa que possui algum tipo de
necessidade especial também pode realizar as mesmas atividades que eles, cada
um com sua particularidade. Dessa maneira, é importante ressaltar também que
antes de se iniciar um trabalho com alunos com necessidades especiais é
necessário que o professor faça um preparo dos demais alunos, no sentido de
conscientização da importância da convivência com diversidade e no respeito às
diferenças. Para Mantoan (2003, p. 12) as diferenças culturais, sociais, étnicas,
religiosas, de gênero, enfim, a diversidade humana [...] é [...] para se entender
como aprendemos e como compreendemos o mundo e a nós mesmos. A escola é
continuamente atuante no processo de inclusão, os alunos precisam de uma
estrutura, uma base de qualidade para se portar frente as problemáticas do
cotidiano com base na aprendizagem educacional, e cabe isso a escola garantir
como responsável por essa aprendizagem.
[...] a escola não pode continuar ignorando o que acontece ao seu redor nem anulando e marginalizando as diferenças nos processos pelos quais forma e instrui os alunos. E muito menos desconhecer que aprender implica ser capaz de expressar, dos mais variados modos, o que sabemos, implica representar o mundo a partir de nossas origens, de nossos valores e sentimentos.
Quando a inclusão é trabalhada na educação física e que, em uma
determinada turma na escola tem um aluno deficiente é preciso que o professor
(a), antes de dar início a atividade a ser desenvolvida com a turma, conheça
melhor a deficiência do aluno, para que ele tenha resultados positivos referente ao
método trabalhado. Para uma aula de sucesso é necessário que no planejamento
da aula o professor pense em todos os alunos e em suas práticas contemple as
necessidades de cada um, para serem trabalhadas ao mesmo tempo. Nesta
perspectiva, a educação física, pressupõe o convívio e a participação de todos os
estudantes nas mesmas atividades.
A educação física é um meio de fazer com que as crianças se relacionem
uma com outra, independentemente de sua opção sexual e/ou de possuir
deficiência ou não. Para Nahas (2001 apud CALDAS, 2003) a atividade física
representa não apenas uma questão do aprender uma modalidade de atividades
esportivas ou jogos, mas sim como um agente transformador biológico e cultural
do comportamento humano, importante para a saúde e o bem-estar psicossocial,
onde estão inseridos todos os alunos, sem discriminação.
As aulas de educação física podem proporcionar um desenvolvimento muito
significativo, o professor pode trabalhar de forma lúdica seus conteúdos,
oportunizando aos alunos com deficiência a ser o foco principal e atuante na
construção do seu próprio conhecimento, motivando o aluno a expandir seus
saberes e a romper barreiras criadas muita das vezes pela falta de estimulo. A
interação e o diálogo de todos têm uma forte influência no desenvolvimento
desses alunos, o trabalho em equipe é indispensável nesse processo de ensino-
aprendizagem, todos precisam estar conscientes da importância do seu papel.
A inclusão na educação física possibilita um ambiente acessível, que
oferece iguais oportunidades de uso, proporciona a inclusão social e a valorização
das diferenças, estimula o desenvolvimento de habilidades e valoriza as
competências individuais. Mas, vale ressaltar que a inclusão não deve acontecer
somente na educação física, mais em toda a área escolar e em todas as
disciplinas. “As escolas inclusivas propõem um modo de organização do sistema
educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é
estruturado em função dessas necessidades”. ( MANTOAN, 2003, p.16)
Quando falamos em inclusão podemos agregar mais uma palavra para
esse time que é a integração. Segundo Mantoan (2003, p. 16) “A integração
escolar pode ser entendida como [...] a justaposição do ensino especial ao regular
[...] pelo deslocamento de profissionais, recursos, métodos e técnicas da
educação especial às escolas regulares. ” O aluno ou a criança com deficiência
deve integrar e incluir, ele vai para escola para socializar mais também para
aprender, sabemos que cada um tem suas particularidades e limitações e não
terão o mesmo desempenho que os outros alunos, o importante é que a cada dia
por mínimo que seja haja um avanço, haja um desenvolvimento. É muito
importante saber discernir inclusão de integração para que no âmbito escolar cada
um exerça sua finalidade com excelência, não sendo só inclusão ou só integração,
mas ambos trabalhando juntos para o desenvolvimento dos alunos. Para Mantoan
(2003) o papel da escola na perspectiva inclusiva atender as diferenças sem
discriminação, sem trabalhar pensando apenas em alguns, e sem estabelecer
regras especificas para planejar, aprender, participar e para avaliar. Eles têm
direito como qualquer outro aluno. Afirma a Constituição da República Federativa
do Brasil de 1988:
Art. 206º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: Inciso I: Igualdade de condições de acesso e permanência na escola, como um dos princípios para o ensino; Art. 208º O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: Inciso III: atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
Para garantir a inclusão é necessário fortalecer a formação dos
professores, muitos chegam despreparados e ficam sem saber lidar com as
situações, o que é frustrante, pois para o aluno com necessidades especiais se
desenvolver, ele precisa de um professor pesquisador, que seja mediador, que
planeja e que tenha um olhar sensível as suas necessidades e a dos outros
alunos, para que a aula favoreça a todos. Segundo Leal (2005) O professor que
consegue identificar as necessidades do aluno e escolher as melhores opções
didáticas para cada um deles e ainda trabalhar com eles ao mesmo tempo, terá
chegado ao sucesso profissional. Morais; Albuquerque; Leal (2005, p. 91)
descreve que “dentre as habilidades que precisam ser desenvolvidas pelos (as)
professores (as), podemos destacar como uma das mais relevantes e difíceis, a
de identificar as necessidades de cada aluno e atuar com todos ao mesmo
tempo.”.
Educação inclusiva, portanto, significa educar todos os alunos, ou crianças
em um mesmo contexto escolar. “Quanto à inclusão, esta questiona não somente
as políticas e a organização da educação especial e da regular [...] Todos os
alunos, sem exceção, devem freqüentar as salas de aula do ensino regular.”
(MANTOAN, 2003 p. 16)
Com a inclusão as dificuldades não desaparecem, mas também não são
vistas como problemas, pelo contrário, são vistas como diversidades, e a partir da
realidade social que pode-se ampliar a visão de mundo e desenvolver
oportunidades de convivências, de troca de experiências, de aprendizados, de
comunicação, socialização e integração entre os alunos. Isso é incluir.
(CARVALHO apud ARAÚJO; FERNANDES; MOTA, 2013), ao refletir sobre a
abrangência do sentido e do significado do processo de Educação inclusiva,
estamos considerando a diversidade de aprendizes e seu direito à equidade.
Trata-se de equiparar oportunidades, garantindo-se a todos, inclusive às pessoas
em situação de deficiência e aos de altas habilidades/superdotados, o direito de
aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver.
Independente da disciplina e da atividade a ser trabalha na quadra, no pátio
da escola ou em sala de aula o professor não deve excluir aluno de sua atividade
e sim buscar a melhor forma de fazer com todos desenvolvam aquilo que ele quer
alcançar em seu objetivo de aula, principalmente se tratando de alunos que possui
alguma deficiência ou aqueles que possuem altas habilidades, pois esses alunos
precisam sentir que o professor está o encorajando, está incentivando-o nas
atividades e que além de tudo está o integrando. Para Chicon, Mendes e Sá
(2011) a Educação Física pode promover a humanização das relações sociais,
porém, para isso acontecer, o professor deve ter zelo para que todos os alunos se
beneficiem do processo ensino-aprendizagem, independentemente de serem
meninos ou meninas ou de terem deficiência ou não.
Assim, no momento que o professor inclui o deficiente passa para as
demais crianças que ambos possuem os mesmos direitos e que apesar de sua
deficiência ele é capaz de aprender e desenvolver as atividades de crianças
normais. Nessa perspectiva de trabalho o professor irá fazer com que as outras
crianças venham respeitar e valorizar a diversidade humana não somente na
escola, mais nos diferentes espaços, e segundo Carvalho (2006, p.58), “[...] as
barreiras a aprendizagem (temporárias ou permanentes) fazem parte do cotidiano
escolar dos alunos e se manifestam em qualquer etapa do fluxo de escolarização.
Barreiras existem para todos, mas alguns requerem ajuda e apoio para seu
enfretamento e superação.”. Nesse contexto observa-se a importância do
professor, pois ele deve ajudar o aluno na superação de suas dificuldades e
limitações no momento da realização das atividades. Com isso, é levado a
acreditar que aí é que está a função do professor mediador, pois o seu grande
papel é incluir e integrar alunos com deficiência na escola, oferecendo dessa
forma aos necessitados condições de um aprendizado maior em todos os
sentidos, para que possam se reiterar. Segundo Mantoan (2003) os educadores
devem saber onde querem chegar, quais são seus objetivos quanto professor em
sua carreira, e para isso é importante saber que não existe um caminho a ser
seguido, mas sim, escolhas a fazer e decisões a tomar. A apropriação das
escolhas inclui correr riscos que ora dão certo, ora não dão. Isso não deve ser
fator desmotivador. Quando pensamos em um professor mediador pensamos em
pessoas transformadoras, que procuram sempre ser transformado para
transformar, que sejam pesquisadores, que priorizem atingir as necessidades dos
alunos, que propõe práticas inovadoras, que aguce a imaginação, a criatividade, o
prazer em ir à escola, como diz, Mantoan (2003, p. 7):
[...] existe a possibilidade de as pessoas se transformarem, mudarem suas práticas de vida, enxergarem de outros ângulos o mesmo objeto/situação, conseguirem ultrapassar obstáculos que julgam intransponíveis, sentirem-se capazes de realizar o que tanto temiam, serem movidas por novas paixões... Essa transformação move o mundo, modifica-o, torna-o diferente, porque passamos a enxergá-lo e a vivê-lo de um outro modo, que vai atingi-lo concretamente e mudá-lo, ainda que aos poucos e parcialmente.
No ambiente escolar muitas vezes não é pensado que a dificuldade no
ensino/aprendizagem do aluno não é só porque ele tem deficiência, ou por que é
desinteressado. A maioria das vezes se dá devido ao ensino dos professores que
não atendem a melhor forma de como esse aluno vai aprender. Nesse sentido, os
professores devem ter um olhar sensível para o ensino/aprendizagem que se
encontram nessas circunstancias. A forma de avaliação desse professor, ou
melhor, a forma como se é usada a avaliação desse professor é uma ótima aliada
nesse processo, pois a partir dela o professor pode rever seus métodos, observar
quais as dificuldades dos alunos, para saber de que vertente partir para dar suas
aulas e conseguir atingir o objetivo das mesmas. Portanto na inclusão os
obstáculos para ensino dos deficientes não se dão apenas pelas dificuldades
deles mesmos. Afirma (mantoan, 2003, p.32)
A inclusão é uma inovação que implica um esforço das condições atuais da maioria de nossas escolas – especialmente as de nível básico -, ao assumirem que as dificuldades de alguns alunos não são apenas deles, mas resultam em parte do modo como o ensino é ministrado e de como a aprendizagem é concebida e avaliada.”
A nossa sociedade ainda está tradicional quanto a inclusão, devemos tentar
dentro das limitações de cada deficiente integra-lo, há uma facilidade na disciplina
de educação física, mas nas outras áreas também devem adotar o incluir e
integrar. Ao integrar e incluir um aluno com deficiência você acaba construindo
conceitos na mente de outros alunos, pois a inclusão não é só ali dentro da escola
é para vida em sociedade, é numa festa, no emprego que esse deficiente vai
possuir, e as pessoas ditas “normais” vão estar ali o tempo todo socializando com
eles. Segundo Mantoan (2003) se for trabalhado na escola desde já, não teremos
com o que nos preocupar, devemos ter um olhar diferenciado para inclusão, pois
todos têm os mesmos direitos, inclusive a educação. Os alunos infelizmente ainda
sofrem por não serem compreendidos em suas deficiências com respeito e
direitos. “A escola se entupiu do formalismo da racionalidade e cindiu-se em
modalidades de ensino, tipos de serviço, grades curriculares, burocracia. Uma
ruptura de base em sua estrutura organizacional [...]” (MANTOAN 2003, p. 12) a
inclusão trabalha uma vertente que propõe um novo olhar, trazer uma nova
perspectiva espalhando ações formadoras para os que dela participam.
Para um verdadeiro engajamento escolar deve haver uma quebra de
paradigmas “ [...] definidos como modelos, exemplos abstratos que se
materializam de modo imperfeito no mundo concreto. ” (MANTOAN, 2003, p. 11),
principalmente quando tratamos da educação inclusiva, pois o corpo escolar tem
de estar sensível as mudanças quando o “de sempre” já não está dando certo, já
não cabe mais no contexto atual, sendo assim, é necessário fazer uma
intervenção para melhor atender as necessidades de cada um. Afirma, Mantoan
(2003, p.11):
[...] os paradigmas [...] podem também ser entendidos, segundo uma concepção morderna, como conjunto de regras, normas, crenças, valores, princípios que são partilhados por um grupo em um dado momento histórico e que norteiam o nosso comportamento, até entrarem em crise, porque não nos satisfazem mais, não dá mais conta dos problemas que temos de solucionar.
Contudo, analisa-se que a escola para ser inclusiva não comporta em
apenas atender alunos com deficiência, mas toda diversidade educativa existente
no ambiente escolar, fazendo mediação entre todos. Uma crise de paradigma é
uma crise de concepção, de visão de mundo[...] (MANTOAN, 2003, p.11). É
relevante ressaltar que o aluno deficiente não pode estar excluído das atividades
em sala, por não possuir a mesma facilidade de aprendizagem que os demais
alunos, cada um tem sua singularidade e deve ser respeitado e valorizado.
Devemos ter um novo olhar diante das problemáticas do cotidiano para assim
fazer do nosso paradigma, uma concepção aceita por todos por atender a todas
as necessidades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em vista da discussão apresentada, conclui-se que para que a educação
inclusa aconteça de fato, não deve haver conscientização somente da parte do
professor de educação física ou de qualquer outra área curricular, mas sim, deve
haver uma crise de paradigmas em que ocorra questionamentos de o que está
sendo proposto a educação no contexto atual para que de fato a escola saia do
modo tradicional possibilitando a inclusão e integração dos alunos com deficiência
na escola, pois não cabe mais a educação enquanto organização excluir os
alunos, tendo em vista de que a constituição federal norteia educação igualitária
para todos. Apesar da escola ter estrutura acessível, ela deve proporcionar para
os alunos ao todo uma educação de qualidade, garantindo a aprendizagem
através de práticas permanentes que de fato leva o aluno a ser o foco principal e
atuante na construção do seu próprio conhecimento, o professor deve motivar o
aluno a expandir o seu próprio conhecimento e a romper barreiras criada muita
das vezes pelo próprio, pela falta de motivação e estimulo, a interação e o diálogo
são fatores indispensável nesse processo de desenvolvimento, pois é através do
diálogo que o aluno pode se expressar e expor seu ponto de vista referentes as
polemicas trabalhadas em sala de aula . Estamos conscientes de que os desafios
colocados aos professores são grandes e que uma parte significativa se encontra
despreparada para desenvolver estratégias de ensino diversificado, mas o aluno
com deficiência está na escola e cabe a cada um de nós encarar esse desafio
para que no espaço escolar aconteça avanços e transformações, ainda que
pequenas, mas que possam propiciar o início de uma inclusão escolar possível.
Portanto, é possível criar adaptações que são possíveis e ver resultados
que são muito significativos na questão corporal dos alunos, e isso se reflete no
cognitivo. No entanto, a educação física também está evoluindo para uma visão
inclusiva, que pressupõe o convívio e participação de todos os alunos nas
mesmas atividades, a educação física inclusiva tem como objetivo o
desenvolvimento do afetivo, cognitivo e psicomotor, não só dos alunos com
deficiência, mas de todos, o convívio é um fator fundamental para que esse
objetivo seja atingido.
Para ser possível ter uma visão mais ampla e profunda, seria de extrema
importância que os professores trabalhassem de forma interdisciplinar, tornando o
ensino prazeroso e, ao mesmo tempo aprofundando questões importantes.
Quando se fala de um projeto interdisciplinar, é necessário que os educadores
tenham a ousadia de ir além de sua própria área, buscando pontos de contato
entre as diferentes disciplinas.
Contudo, não basta apenas ser discutido esses assuntos na escola ou em
sala de aula, precisamos de mais que teoria, precisamos de prática, precisamos
de educadores que dão a verdadeira importância a educação inclusiva,
profissionais que estão sujeitos a mudanças e transformações que são sempre
necessárias para obtermos maiores conhecimentos e quebrar paradigmas
impostos pela sociedade e também por nós mesmos. São muitos os caminhos,
mas não impossíveis para que a educação inclusiva seja valorizada cada vez
mais.
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