EDUCAÇÃO DO CAMPO 4ª Formação 08 a 10 de outubro /2013.

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EDUCAÇÃO DO CAMPO

4ª Formação

08 a 10 de outubro /2013

Caderno 06Projetos didáticos e sequências didáticas na Educação do Campo: A

alfabetização e as diferentes áreas do conhecimento escolar

Aprofundando o tema

Planejamento e educação do campo: vivenciando experiências

No caso da Educação do Campo, as experiências dos sujeitos em suas diversas matizes são o ponto de partida para o planejamento da ação didática. Há, portanto, uma estreita relação entre os objetivos delineados e o ambiente (escolar e extraescolar) que acolhe os passos planejados para a consecução desses mesmo objetivos.

Tais passos podem ser entendidos como a metodologia utilizada, de maneira que esta articula, como dimensão da ação educativa, o cotidiano (ambiente) escolar e os objetivos planejados. Ora, se a educação do campo tem se caracterizado por uma (tentativa de ) forte relações entre a escola e a comunidade, que traz para o interior da primeira a “materialidade da vida” (FREITAS, 1995), os cotidianos escolares devem exigir metodologias que lhes sejam afins.

Mesquita, Leal (pág. 8)

Pedagogia da Alternância

Princípio metodológico da alternância

Supõe uma radical aproximação entre escola e comunidade, que só se materializa mediante a construção de um ambiente escolar sintonizado com as demandas advindas das experiências das comunidades em que se inserem.

A chamada pedagogia da alternância nasceu em um contexto rural no Sudoeste da França, em 1935, através da iniciativa de pais agricultores preocupados com a formação dos seus filhos. Nessa experiência, propunha-se um tempo de trabalho na comunidade e outro tempo de trabalhos escolares.

(Exibição do vídeo - Escola Família Agrícola realiza Semana Paulo Freire)

O que é um projeto didático?

1. O projeto é uma proposta de intervenção pedagógica.

2. È uma atividade intencional e social, que contempla, um produto, objetivos e problemas concretos.

3. Aborda conhecimentos em uso:

- Enfoca conhecimentos relevantes para resolver o problema proposto.

- Considera efetivamente as competências e conhecimentos prévios dos alunos .

- Promove a interdisciplinaridade.

- Trata os conteúdos de forma dinâmica – aprendizagem significativas.

Características1. Exige participação dos estudantes em todas as etapas das ações

propostas.

2. Estimula a participação com responsabilidades mútuas.

3. Estimula a autonomia e a iniciativa.

4. Exige produções autenticas a partir das decisões tomadas.

5. Contempla a divulgação dos trabalhos.

Como planejar um projeto didático?• O primeiro passo é ter clareza sobre o que você quer ensinar, o que espera que os

alunos aprendam e o que eles já sabem. Assim é possível garantir dois importantes critérios didáticos: a continuidade e a variedade de conteúdos ao longo dos anos.

• Feito um recorte no conteúdo - levando em conta a faixa etária da turma e as necessidades de aprendizagem -, é preciso conhecê-lo a fundo e selecionar os materiais a ser usados, como textos, livros e sites. Só então são elaboradas as etapas. Sobre o que eu espero que a classe reflita? No que quero que avance? "Os projetos ajudam a dar voz às crianças por meio da problematização constante. Quando perguntamos da maneira correta, elas indicam o que entenderam e dão sinais do que deve ser ajustado na compreensão. Isso permite avaliar como o trabalho está caminhando e para onde seguir.

• Pensar no encadeamento das etapas também é fundamental. A ordem é lógica? Esse é o melhor caminho para que a garotada aprenda? A próxima tarefa é construir um cronograma e detalhar como desenvolver o trabalho em sala. Nesse ponto, é essencial ter definido o produto final - uma feira cultural ou um blog, por exemplo - e se haverá um momento de finalização e socialização do trabalho. Em caso afirmativo, qual o objetivo dessa culminância? Essas decisões interferem na gestão de tempo e na busca pelos recursos. Por fim, é necessário definir os critérios de avaliação. Tudo isso precisa estar escrito e serve como uma bússola para o trabalho.

(Fonte: Revista Escola – www.revistaescola.abril.com.br)

Gêneros textuais: carta

A carta argumentativa é um texto que, como a própria nomenclatura revela, pauta-se por persuadir o interlocutor por meio dos argumentos por ela atribuídos. A intencionalidade discursiva é retratada por uma reclamação e/ou solicitação por parte do emissor no sentido de convencer o destinatário de forma específica a fim de que o mesmo possa atender à solicitação ora realizada.

O que é a Carta da Terra?

A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica.  Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada voltado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado à ação. 

A Carta da Terra se preocupa com a transição para maneiras sustentáveis de vida e desenvolvimento humano sustentável. Integridade ecológica é um tema maior. Entretanto, a Carta da Terra reconhece que os objetivos de proteção ecológica, erradicação da pobreza, desenvolvimento econômico equitativo, respeito aos direitos humanos, democracia e paz são interdependentes e indivisíveis. Consequentemente oferece um novo marco, inclusivo e integralmente ético para guiar a transição para um futuro sustentável. 

A Carta da Terra é resultado de uma década de diálogo intercultural, em torno de objetivos comuns e valores compartilhados. O projeto da Carta da Terra começou como uma iniciativa das Nações Unidas, mas se desenvolveu e finalizou como uma iniciativa global da sociedade civil. Em 2000 a Comissão da Carta da Terra, uma entidade internacional independente, concluiu e divulgou o documento como a carta dos povos.

A redação da Carta da Terra envolveu o mais inclusivo e participativo processo associado à criação de uma declaração internacional.  Esse processo é a fonte básica de sua legitimidade como um marco de guia ético. A legitimidade do documento foi fortalecida pela adesão de mais de 4.500 organizações, incluindo vários organismos governamentais e organizações internacionais.  

À luz desta legitimidade, um crescente número de juristas internacionais reconhece que a Carta da Terra está adquirindo um status de lei branca (soft law). Leis brancas, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos são consideradas como moralmente, mas não juridicamente obrigatórias para os Governos de Estado, que aceitam subscrevê-las e adotá-las, e muitas vezes servem de base para o desenvolvimento de uma lei stritu senso (hard law).Neste momento em que é urgentemente necessário mudar a maneira como pensamos e vivemos, a Carta da Terra nos desafia a examinar nossos valores e a escolher um melhor caminho. Alianças internacionais são cada vez mais necessárias, a Carta da Terra nos encoraja a buscar aspectos em comum em meio à nossa diversidade e adotar uma nova ética global, partilhada por um número crescente de pessoas por todo o mundo. Num momento onde educação para o desenvolvimento sustentável tornou-se essencial, a Carta da Terra oferece um instrumento educacional muito valioso.  Fonte: www.cartadaterra.org