Post on 12-Nov-2021
para tais condicionantes, mostrou ser apenas uma pequena barreira à aceitação unânime da experiência como positiva, muito embora a maioria dos alunos tenha revelado o desejo de repetir.
Gostava ainda de sublinhar a importância que, de facto, experiências como estas aulas têm, o poder de nos tirarem da zona de conforto que, à partida, até podemos considerar desinteressante mas que pode mudar de forma positiva a nossa visão sobre diversas atividades e temas.
Cabe-me, por fim, agradecer aos professores que, mesmo nas atuais circunstâncias, fizeram grandes esforços para que pudéssemos levar a cabo as saídas de campo desta UC.
Como aluno da licenciatura em Biologia, é sempre um prazer ter a possibilidade de experienciar, na prática, as técnicas e conhecimentos apresentados nas aulas teóricas, e é este o papel da Unidade Curricular (UC) Biologia de Campo.
Esta UC permite aos alunos que pretendem ingressar em áreas mais práticas, ligadas ao trabalho de campo, ir para o meio natural. No entanto, todos os alunos ganham com esta experiência, adquirindo valências para a produção de trabalhos científicos de cariz essencialmente prático.
A minha experiência com a UC foi bastante positiva, o que se deveu, certamente, ao meu gosto pelo campo, mas também à oportunidade de observar e trabalhar com organismos que até então eram conhecidos apenas através de fotografias e vídeos apresentados nas aulas teóricas.
A separação dos vários temas da UC por cada saída de campo, ajuda também a uma melhor compreensão por parte dos alunos, sendo que cada saída é preparada de acordo com o tema a tratar, apresentando as técnicas mais indicadas para cada ecossistema a visitar. Este ano letivo tivemos a oportunidade de visitar um ecossistema de interior (serrano) na Serra da Lousã e dois ecossistemas litorais, o litoral rochoso na Figueira da Foz e o litoral móvel na Ria de Aveiro.
Quando comparamos a possibilidade de fazer estas aulas práticas, com as aulas ministradas online via plataforma zoom, a escolha recai, sem qualquer dúvida, sobre as práticas, sendo esta uma opinião partilhada pela maioria dos alunos, mesmo nos casos das saídas mais desafiantes – em terreno acidentado e meteorologia adversa. O facto de nem todos os alunos estarem preparados
Número 11
Julho 2021
Editorial
BOLETIM INFORMATIVO DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
UNIVERSIDADE DE AVEIRO
O valor da Biologia de Campo na licenciatura em Biologia
Neste número:
Docente do DBio eleito
Coordenador do CESAM 2
Sessões de divulgação dos
mestrados DBio 2
Docente do DBio ilustra
novo manual escolar do
10º ano
2
Método de reprodução
raro entre cobras e
lagartos pode levar à
extinção das espécies
2
Made in DBio
Por mares nunca dantes
navegados
3
Investigação de Ponta,
Investigação que
Conta
Projeto AquaHeal -
Modulação microbiana em
aquaculturas com sistema
de recirculação
4
Mestrado, Mestre e
Mestria
O meu mestrado em
Microbiologia na UA
5
Espaço NEB-AAUAv
Acabei o 3º ano… E
agora?
6
NORM - Curso avançado
internacional sobre
impacte de materiais
radioativos
7
Formação pioneira em
Ilustração Científica abre
candidaturas
7
Urso-pardo: O que sabe
sobre este animal? 7
Candidaturas a cursos de
pós-graduação ano letivo
2021 | 2022
7
Provas de Doutoramento 8
Biologia de Campo (álbum
fotográfico) 8
Gonçalo Fino aluno nº 100072
goncalo.fino@ua.pt
e reduzir incertezas que
podem limitar o investimento
em novas tecnologias.
globais, o tópico principal
deste programa doutoral, este
estudo torna-se ainda mais
importante, na medida em que
estas espécies serão, à partida,
mais vulneráveis ao acelerar
das alterações ambientais”,
diz.
inicialmente projetados para
um ciclo de vida de seis anos
(após a 1º adoção pelos
professores/escolas), mas que
ultrapassavam mais de uma
década de uso e denotavam já
desatualização.
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BOLETIM INFORMATIVO
O docente Fernando Correia,
responsável pelo Laboratório
de Ilustração Científica (LIC)
do Departamento de Biologia
(DBio) da Universidade de
Aveiro (UA), foi ilustrador do
manual escolar para o 10º
ano, organizado em dois
volumes, o BioFoco (Biologia)
e o GeoFoco (Geologia),
lançado pela Areal Editores.
Fernando Correia, biólogo e
um dos mais reconhecidos
ilustradores científicos
portugueses, foi pioneiro, em
2015, na introdução da
ilustração científica enquanto
recurso didático em manuais
escolares. Esta experiência
levou ao reconhecimento
editorial do valor da ilustração
científica, quer dos seus
autores, quer da UA, que, em
Portugal, deu o primeiro
passo no ensino formal desta
área. O ano de 2015 marcou
assim o ponto de viragem no
paradigma do uso da imagem
em manuais escolares, para uma imagem funcional,
construída, estratégica e
cientificamente correta.
A oportunidade de ilustrar
mais um manual escolar foi a
resposta diferenciadora
encontrada para uma
necessária renovação dos
manuais em uso no 10º ano,
Mónica Amorim, investigadora
do Departamento de Biologia
e do Centro de Estudos do
Ambiente e do Mar (CESAM),
da Universidade de Aveiro
(UA), acaba de publicar na
prestigiada revista Nature
Nanotechnology. O trabalho
chama a atenção para a
importância de reunir
esforços para a avaliação dos
riscos de nanomateriais a nível
mundial.
O artigo de Mónica Amorim,
Coordenadora do
Laboratório de
Ecotoxicogenómica,
desenvolvido em coautoria, na
área da “saúde, ambiente e
segurança de nanomateriais”,
permite que a informação
produzida por investigadores
possa ser utilizada
diretamente em sistemas de regulamentação e, portanto,
apoiar a previsibilidade e
coerência de decisões
políticas, responder a
questões do público em geral,
Chama-se partenogénese, é
um modo de reprodução
muito raro no reino animal e,
a longo prazo, pode levar à
extinção das espécies que a
utilizam. A conclusão é de um
estudo de uma equipa de
biólogos da Universidade de
Aveiro (UA).
“A partenogénese é um modo
de reprodução assexuada em
que não ocorre fertilização
masculina”, explica Matthew
Moreira, investigador do
Departamento de Biologia e
do Centro de Estudos do
Ambiente e do Mar (CESAM)
da UA. Assim, “as espécies
partenogenéticas formam-se
através de um processo de
hibridização por duas espécies
sexuadas distintas, e originam
populações compostas
unicamente por indivíduos do
sexo feminino”, aponta o
autor do estudo, a par com os
biólogos Carlos Fonseca e
Danny Rojas, publicado em
maio na revista Biology Letters.
O estudo faz parte do
doutoramento de Matthew
Moreira no Programa
Doutoral em Biologia e
Ecologia das Alterações
Globais no Departamento de
Biologia e no CESAM. “Face
ao cenário das alterações
O Professor Doutor
Amadeu Soares, docente do
Departamento de Biologia
(DBio), foi eleito
Coordenador Científico do
Centro de Estudos do
Ambiente e do Mar
(CESAM), por um período
de 4 anos, tendo sido
nomeado formalmente no
dia 10 de maio de 2021, pelo
Despacho n.º 29 –
REIT/2021.
O CESAM é uma das
unidades de investigação da
Universidade de Aveiro,
tendo obtido o estatuto de
Laboratório Associado em
2005. Nas suas avaliações
regulares, a Fundação para a
Ciência e a Tecnologia
(FCT) tem avaliado o
CESAM como "Excelente".
Durante os meses de maio e
junho, os diretores de curso dos
mestrados oferecidos pelo
DBio , desenvolveram ações de
divulgação dos respetivos
cursos, em sessões organizadas
pelo Núcleo de Estudantes de
Biologia (NEB) e no âmbito do
Xperimenta.
Os participantes tiveram
oportunidade de conhecer os
planos de estudo, os temas
oferecidos para
desenvolvimento de dissertação
e os apoios disponibilizados pela
Universidade de Aveiro.
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Ano 2, Número 11
A viagem começou no ano 2000,
quando entrei pela primeira vez no
edifício 23, conhecido na academia
aveirense por “caloiródromo”, onde os
“aluviões”1 se concentravam para as
aulas do primeiro ano comum das
ciências e engenharias. Começava assim
a Licenciatura em Biologia, num
ambiente diverso e estimulante, de
alunos vindos de todos os cantos do
país para a minha cidade natal.
A multi e interdisciplinaridade foram
características constantes do meu
percurso académico na área da ecologia
e evolução marinha. Do estudo do
desenvolvimento e distribuição larvar
de gastrópodes na Ria de Aveio à
reconstrução de paleoambientes com
conchas de bivalves, os temas
desenvolvidos no Projeto (4º ano) e
Estágio (5º ano) permitiram-me
aprender e desenvolver conceitos,
métodos e técnicas tão variadas como a
microscopia, modelação física e
geoquímica.
A q u a l i d a d e d e e n s i n o , a
internacionalização dos docentes e a
participação da Universidade de Aveiro
(UA) em programas de mobilidade para
estudantes foram uma das muitas mais-
valias da formação no Departamento de
Biologia (DBio), que, aliadas à vontade
in tr ín seca de exp lo rar novos
horizontes, permitiram abrir portas
a lém-fronteiras. No âmbito do
programa Leonardo da Vinci, a
Universidade de Bangor (País de Gales)
foi o porto de abrigo para o estágio
científico, linguístico e cultural, que
impulsionou o “embarque”, em 2006, na
Universidade de Leeds (Inglaterra),
onde iniciei o Doutoramento em
Ciências da Terra e do Ambiente. Ali
pude expandir a aquisição de métodos
de trabalho e técnicas laboratoriais para
investigar a colonização de ambientes
quimiossintéticos no mar profundo,
com recurso ao registo fóssil e relógios
moleculares, mantendo uma estreita
ligação à UA através da coorientação da
tese de Doutoramento.
De regresso ao DBio, e após a minha
primeira expedição oceanográfica nos
vulcões de lama do Golfo de Cádiz
( E spanha) , se gu i r am - se v á r i a s expedições na plataforma continental
Europeia e Americana, para estudos de
biodiversidade e conectividade de
comunidades de invertebrados
marinhos associados a fontes frias,
montes submarinos e corais de
profundidade. Os mergulhos, em
submarinos, ou com veículos
r e m o t o s , e o u t r o s
instrumentos de observação
e amostragem, em diferentes
ambientes do mar profundo,
combinados com o contínuo
d e s e n v o l v i m e n t o d e
metodologias experimentais
e a n a l í t i c a s , f o r a m
determinantes para a
execução do meu cargo atual
de analista ambiental no
secretariado da Autoridade
Internacional dos Fundos
Marinhos (a Autoridade).
E s t a o r g a n i z a ç ã o ,
estabelecida pela Convenção
das Nações Unidas sobre o
D i r e i t o do Ma r , é
responsável pela governança
dos recursos da Área – o
leito do mar, os fundos
marinhos e o seu subsolo
além dos limites da jurisdição
nacional – que representa
cerca de 55% dos fundos
oceânicos.
A rede de contactos e
sinergias estabelecidas no
âmbito de projetos nacionais
e internacionais, enquanto
investigadora em pós-doutoramento no
DBio e no Centro de Estudos do
Ambiente e do Mar (CESAM),
permitiram-me adquirir know-how e soft
skills essenciais para estabelecer
parcerias e incentivar a cooperação
internacional, que é hoje o veículo da
atividade que exerço como membro do
secretariado da Autoridade. A
promoção da investigação científica
marinha na Área, sobretudo através da
inovação e padronização de práticas de
amostragem, e da interligação de bases
de dados que permitem avançar o
conhecimento científico, estabelecendo
baselines e tomando decisões políticas
para a gestão e planeamento ambiental,
são um dos principais focos do meu
trabalho.
O percurso no DBio ao longo de quase duas décadas foi marcado por inúmeras
amizades, com professores, colegas,
alunos e funcionários, que, além de
contribuírem para a minha formação
profissional, tiveram, sobretudo,
impacto no meu desenvolvimento
pessoal. Sem eles e, especialmente, sem
o LEME2 não me teria sido possível
traçar esta rota e continuar a
aprofundar os limites da investigação
científica marinha, essenciais para o
desenvolvimento sustentável das
atividades nos oceanos.
O meu sincero obrigada à UA, ao DBio
e ao CESAM, por me acompanharem
nesta viagem.
Luciana Génio
Environmental analyst, International
Seabed Authority, Jamaica
POR MARES NUNCA DANTES
NAVEGADOS
1 Nome dado aos alunos do primeiro ano
(caloiros) segundo o código da Faina Académica(praxe)
2 Laboratório de Ecologia Marinha e Estuarina do
Departamento de Biologia
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BOLETIM INFORMATIVO
No projeto AquaHeal, o conceito de modulação do microbioma, com base em métodos químicos e/ou celulares, foi aplicado para o desenvolvimento de soluções que permitam a supressão de doenças em aquaculturas intensivas com sistema de recirculação (RAS).
Apesar das vantagens da produção de peixes em RAS, as elevadas densidades populacionais adotadas nestes sistemas podem resultar numa rápida propagação de surtos de doenças e no desenvolvimento de agentes patogénicos. Na produção intensiva, em contraste com o ambiente natural, os peixes estão mais suscetíveis e apresentam maior risco de exposição a agentes patogénicos existentes na água. De facto, a produção de peixes em altas densidades pode favorecer o aparecimento de patogénicos mais agressivos, assim como, o surgimento e propagação de uma variedade de doenças. Atualmente, os surtos de doenças são considerados fatores limitantes para o desenvolvimento da aquacultura a nível mundial, podendo ser agravados num futuro próximo devido às alterações climáticas em curso (Jansen et al., 2012; Leung e Bates, 2013). Além disso, a utilidade dos antibióticos para travar o desenvolvimento de doenças no setor, especialmente como medida preventiva, tem sido questionada devido à capacidade dos agentes patogénicos de desenvolverem resistência através da transferência horizontal de genes (ex. plasmídeos, transposões, integrões e fagos) (Huddleston, 2014).
Outro problema a considerar, deve-se ao facto de que o tratamento com antibióticos pode influenciar a diversidade das comunidades microbianas, afetando adversamente micróbios com funções essenciais no intestino e muco da pele dos peixes. Adicionalmente, mudanças na estrutura das comunidades microbianas podem facilitar o crescimento e
proliferação de microrganismos oportunistas que podem ocupar nichos ecológicos que previamente não estavam disponíveis (Romero et al., 2012). Portanto, pelas razões referidas anteriormente, o sector da aquacultura necessita urgentemente de tratamentos inovadores ou medidas profiláticas para substituir (ou utilizar em alternância) os antibióticos de modo a maximizar o tratamento ou melhorar a saúde dos peixes durante a produção.
Existe hoje uma crescente consciencialização de que o microbioma das aquaculturas deverá ser uma prioridade no desenvolvimento tecnológico e na expansão sustentável do setor. Em linha com a importância das interações ecológicas entre os micróbios na produção de peixes e a modulação das comunidades microbianas dos sistemas de produção (aquacultura como um todo) pode ser crucial no controle de infeções e até mesmo contribuir para a melhoria da qualidade química (ex. melhor reciclagem de nutrientes) da água. De facto, a modulação de comunidades microbianas em sistemas complexos é uma área em rápido desenvolvimento. As estratégias de modulação microbiana baseiam-se em princípios ecológicos (ex. interações competitivas e antagonísticas) combinados com os avanços em biologia molecular. Podem, por sua vez, ser definidos como métodos baseados em ADN (ex. fagos), químicos (ex. prebióticos e outros compostos químicos) e celulares (ex. células microbianas). De facto, os efeitos das estratégias de modulação de comunidades microbianas na aquacultura podem estender-se a todo o sistema de produção, inclusive à modulação do microbioma de biofilmes (biofiltros) e dos peixes (muco da pele e aparelho digestivo). A longo prazo, a utilização de estratégias e tecnologias para favorecer o desenvolvimento de um microbioma capaz de suprimir a invasão de agentes patogénicos no sistema de produção pode ser a forma mais eficaz, “amiga do
ambiente” e com uma boa relação custo/benefício para controlar doenças de peixes. Além disso, a modulação microbiana pode contribuir significativamente para a redução da utilização de antibióticos na aquacultura e promover a sustentabilidade do setor.
Atualmente os resultados do projeto AquaHeal (MAR-02.01.01-FEAMP-0031) indicam que a manipulação química da água dos sistemas de produção é uma estratégia eficaz na modulação do microbioma da água, peixes e biofiltros do RAS e supressão de potenciais agentes patogénicos. Depois de várias etapas de investigação e validação, está em fase final de desenvolvimento uma nova tecnologia para aplicação do conhecimento gerado no projeto AquaHeal na modulação do microbioma de RAS.
O projeto decorreu no Laboratório de Estudos Moleculares e Ambientes Marinhos (LEMAM) localizado no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) - Universidade de Aveiro (UA). O projeto foi coordenado pelo investigador Newton Gomes, do Departamentos de Biologia (DBio) e do CESAM/UA, e conta com uma equipa multidisciplinar que envolve investigadores do CESAM e DBio da UA, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e também da empresa Riasearch, Lda.
O Projeto foi financiado pelo Programa MAR2020, Portugal 2020 e União Europeia através do FEAMP (Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas), com um orçamento total de
358.129,00€, tendo como período de execução de 2018/01/01 a 2021/07/31.
Mais informação: http://aquaheal.web.ua.pt
Newton Gomes investigador CESAM & DBio
PROJETO AQUAHEAL Modulação microbiana em aquaculturas com sistema de recirculação: na procura de um sistema de produção supressor de doenças
Investigador Newton Gomes, coordenador do projeto AquaHeal.
Testes em escala experimental (realizados no Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental - CIIMAR) para avaliar o efeito de métodos químicos na
modulação do microbioma de RAS.
Avaliação em escala piloto (realizada na empresa Riasearch Lda) dos efeitos da modulação química do
microbioma em RAS.
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Ano 2, Número 11
Iniciei o meu percurso académico na Universidade do Porto, onde me licenciei em Biologia. Após a licenciatura, ingressei no programa Erasmus+, onde pude contactar diretamente com o mundo da investigação e onde ganhei interesse na área da microbiologia. Para aprofundar os meus conhecimentos e seguir os meus estudos nesta área, escolhi a Universidade de Aveiro. Deparei-me com uma instituição dinâmica e acolhedora, com um programa interessante e com professores dedicados.
O primeiro ano foi um ano de aprendizagem de diferentes conteúdos e também de contacto com diferentes grupos de investigação relacionados com microbiologia, contacto esse facilitado pela disponibilidade de professores e investigadores que aproximam e incentivam os alunos. O segundo ano consistiu, maioritariamente, na dissertação.
Eu escolhi fazer a minha dissertação no LBM - Laboratório Biotecnologia Molecular, que tem uma linha de investigação com organismos pertencentes ao domínio Archaea, que foi a área que me despertou mais interesse, por ser pouco explorada.
A dissertação permitiu-me explorar várias técnicas de biologia molecular, desde PCR, PCR quantitativo (qPCR), manipulação genética como transformação, knock-out de genes, e construção de plasmídeos, assim como técnicas de microbiologia mais clássica como ensaios fenotípicos de bioatividade. Também tive a oportunidade de aprofundar o meu conhecimento de genética, recorrendo a ferramentas de bioinformática.
O meu trabalho de investigação consistiu no estudo de halocinas e lantipéptidos na haloarchaea, Haloferax mediterranei, que foi feito em duas partes: uma primeira mais descritiva,
onde a revisão da literatura aliada à genómica comparativa permitiu elucidar o que são halocinas, a sua possível função antimicrobiana em haloarchaeas e a sua distribuição filogenética; e uma segunda mais prática, onde foram criados mutantes de H. mediterranei sem os genes que codificam as enzimas LanM, essenciais à síntese de lantipéptidos, para demonstrar, recorrendo a bioensaios, se a atividade antimicrobiana se alterava e se era possível estabelecer uma correlação entre os supostos lantipéptidos presentes e a sua atividade microbiana.
O que retive de mais significativo do mestrado, foi superar os desafios que advêm do trabalho de laboratório, contribuir com ideias e soluções para os obstáculos e também a ganhar autonomia no desenvolvimento de trabalho científico, tanto a nível prático como a nível de escrita.
Mestre Inês de Castro
ex-estudante do Mestrado em Microbiologia
O MEU MESTRADO EM
MICROBIOLOGIA NA UA
A Mestre Inês de Castro concluiu o Mestrado em Microbiologia (MM) em dezembro de 2020. Foi contemplada com uma bolsa de mérito da Direção-Geral do Ensino Superior pela sua prestação na parte curricular deste curso. A dissertação da Inês destacou-se por envolver o estudo de microrganismos extremófilos, do domínio Archaea, que exigem condições de crescimento particulares, distintas daquelas que são usadas pela grande maioria dos microrganismos, e para os quais a implementação de protocolos de biologia molecular são um grande desafio. A Inês, com a sua imensa perseverança, desenvolveu e implementou pela primeira vez com sucesso esses protocolos, tendo o seu trabalho de mestrado resultado em duas publicações em revistas WoS de índice Q1.
Prof. Doutora Sónia Mendo,
Diretora do Mestrado em Microbiologia
Um dos objetivos do LBM - Laboratório de Biologia Molecular é a capacitação dos estudantes com ferramentas científicas e técnicas na área. Uma das linhas de investigação foca-se na biossíntese de compostos com aplicação biotecnológica, produzidos por microrganismos. Nesta temática, a investigação até aqui desenvolvida tem-se focado maioritariamente em bactérias. Mais recentemente, alargámos a nossa pesquisa às haloarquea. A dissertação de mestrado da Inês focou-se nestas últimas, e envolveu a implementação e otimização de protocolos de manipulação genética de haloarquea. O trabalho desenvolvido contou com a colaboração de investigadores da Universidade de Tel Aviv, Israel. Esta experiência foi certamente determinante para a Inês adquirir e melhorar competências que lhe permitiram ingressar num Programa Doutoral, que era um dos seus objetivos profissionais e pessoais.
Doutora Tânia Caetano,
Bioensaio da atividade antimicrobiana de Haloferax mediterranei:
A) Triplo mutante ΔM1ΔM2ΔM3 (sem as enzimas modificadoras LanM);
B) Wild-type (ATCC).
Cultivo em meio sólido de diferentes haloarchaea.
Assim que finalizei a licenciatura na
Universidade do Porto, a procura por
mestrados que me proporcionassem
oportunidades enriquecedoras levava
-me constantemente a um destino: a
UA. Sendo assim, apesar da cidade
Invicta me ter providenciado 3 anos
de experiências e histórias que
guardarei sempre comigo, estes
mesmos motivos impulsionaram esta
opção de sair da minha zona de
conforto e experienciar “novos ares”
numa nova fase da minha vida e
estudos. Além das recomendações
pessoais de amigos que frequentam
esta universidade, o incentivo por
alunos do mestrado que frequento e
pela própria diretora facilitaram a
minha escolha. Com todos estes
fatores na mesa, não houve grandes
dilemas na minha escolha.
E foi essa mesma segurança que
levei comigo durante todo o processo
que se seguiu, de que o destino que
escolhi é o mais acertado, tanto
pessoal como profissionalmente, e
de que todas as práticas, técnicas,
conhecimento e vivências que irei
experienciar serão de grande valor
para o resto da minha vida.
Gonçalo Vasconcelos
goncalopv@ua.pt
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BOLETIM INFORMATIVO
Quando estas seis palavras se juntam, forma-se, por vezes, um
motivo de apreensão e ansiedade. Os três testemunhos aqui
apresentados, prestados por atuais estudantes do DBio,
provam que existem caminhos distintos, que a formação
académica de cada um é algo dinâmico e singular...
Acabei o 3º ano… E agora?
A resposta natural a esta pergunta
seria “continuar o percurso para
mestrado” ou “tentar a sorte no
mercado de trabalho”. Porém, senti
que não estava totalmente seguro
daquilo que queria estudar no futuro
para optar pela primeira opção, nem
tinha a experiência para arriscar a
segunda. Por isso, decidi apostar
numa terceira via - um quarto ano
de estágio. Não tendo sido fácil, após
várias tentativas, consegui encontrar
uma oportunidade de estágio na
Bélgica. Agora, já licenciado, posso
dizer que foi a melhor decisão que
tomei. Não só reforcei todo o
conhecimento que tinha assimilado
ao longo dos três anos anteriores,
como adquiri um novo método de
trabalho num contexto profissional.
Para além disso, este estágio
permitiu-me entender que as
fronteiras da Biologia ultrapassavam
os limites que tipicamente
associamos às ciências naturais,
podendo estender-se e interligar-se
com campos como as ciências
sociais. O meu caso é diferente do de
alguns alunos e igual ao de tantos
outros. Aconselho a que não se
cinjam a estas duas opções, e que
procurem alternativas como a minha,
caso as outras não vos satisfaçam.
Ricardo Dantas Pereira
ricardodantas11@ua.pt
Quando terminei a licenciatura no
Porto, em 2018, senti alguma
pressão em dar continuidade aos
meus estudos, e por isso ingressei,
logo nesse ano, num mestrado em
Lisboa. Contudo, este não
correspondeu às minhas expectativas
e não me sentia entusiasmada com
aquilo que estava a aprender. Apesar
de querer muito fazer um mestrado
e especializar-me numa determinada
área, decidi anular a matrícula e
começar a trabalhar, sempre com a
ideia de que iria voltar a estudar. No
ano seguinte ainda estava um pouco
confusa e não me sentia atraída por
nenhum mestrado em particular.
Como não queria voltar a ter a
experiência de fazer um mestrado
“apenas porque sim”, continuei a
trabalhar e a juntar dinheiro para as
propinas, enquanto investigava sobre
os cursos e tentava perceber aquilo
que queria mesmo fazer. Senti que
2020 era o ano, e que Biologia
Marinha Aplicada era o mestrado
que queria.
Os 2 anos de pausa fizeram-me ter
ainda mais vontade de estudar e
apreciar muito mais este mestrado.
Senti que realmente valeu a pena.
Maria Helena Barbosa
helenabarbosa@ua.pt
nacional e internacional, oriundos de vários países europeus e do Japão.
organizado no âmbito do projeto Europeu RadoNorm (www.radonorm.eu), com a colaboração do Departamento de Biologia e CESAM (Universidade de Aveiro) e GreenUPorto e Faculdade de Ciências (Universidade do Porto).
Será um curso centrado na aquisição de conhecimentos teóricos e práticos sobre técnicas laboratoriais, ensaios padronizados e sua aplicação em cenários contaminados por NORM.
Será ministrado em inglês por cientistas de renome
A Universidade de Aveiro (UA) está a coorganizar um curso avançado internacional, que se centra na avaliação do impacte da contaminação por Materiais Radioativos de Ocorrência Natural (NORM). O curso terá lugar entre 30 de agosto e 10 de setembro de 2021, no Departamento de Biologia da UA e no Centro de Investigação em Produção Agroalimentar Sustentável (GreenUPorto).
O curso avançado, intitulado "NORM impact assessment toolkit: from microorganisms to human cells", está a ser
novo desafio e tenha a motivação para aprender o máximo possível dentro das variadas vertentes do desenho biológico, arqueológico e/ou paleontológico
O CFIC, sob a coordenação do docente Fernando Correia, é um curso de formação profissionalizante que tem como objetivo formar alunos, especializando-os no domínio da Ilustração Científica. As unidades comunicacionais (ilustrações) criadas por ilustradores científicos contribuem para a eficaz disseminação e/ou divulgação do conhecimento científico entre cientistas e o grande público.
Este curso, que habitualmente se realiza de outubro a junho, é dirigido a quem, licenciado ou não, queira abraçar um
O Curso de Formação em Ilustração Científica (CFIC), no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA), é um curso único e diversificado e uma formação certificada, com a duração de um ano letivo. O CFIC capacita os formandos com treino intensivo na área da Comunicação de Ciência e, mais especificamente, no âmbito da Ilustração Científica. As candidaturas prolongam-se até dia 30 de julho. Os formados têm desenvolvido trabalho de âmbito nacional e internacional, premiado em vários casos.
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Ano 2, Número 11
comunicações para
conferências.
Participe!
A UVS (Unidade de Vida
Selvagem), um dos
laboratórios de investigação
do Departamento de Biologia,
quer conhecer o que pensam
os portugueses de um possível
regresso do urso-pardo a
Portugal. Para isso, elaborou
um pequeno questionário
(máximo 10 minutos).
Esta investigação respeita a
privacidade dos entrevistados,
garantindo o anonimato, a
segurança e a
confidencialidade das
informações prestadas, em
conformidade com o
Regulamento Geral de
Proteção de Dados (RGPD)
(Regulamento UE 2016/679).
O acesso e o tratamento dos
dados são autorizados apenas
aos investigadores associados,
de acordo com a finalidade
descrita.
Os resultados obtidos no
âmbito deste projeto serão
utilizados apenas para fins
académicos, bem como outras
publicações científicas e
19 de julho a 04 de agosto
(2ª fase)
PROVAS DE
DOUTORAMENTO
• Ana Raquel Fernandes Pires Lopes, Programa
Doutoral em Biologia, “Árvores Monumentais
de Portugal: da
compreensão pública a uma literacia científica”,
em 05/05/2021
• Maria da Luz Bandeira
Rodrigues Fernandes, Programa Doutoral em
Ciência, Tecnologia e Gestão do Mar,
“Modelos de padrões espaciais como apoio
ao ordenamento do
espaço marítimo português”, em
05/05/2021
• Ana Paula Mónica
Simões Ré, Programa Doutoral em Biologia,
“Efeitos tóxicos dos fogos florestais nos
sistemas aquáticos”, em 07/06/2021
• Hermenegildo Ribeiro
da Costa, Programa Doutoral em Biologia,
“As pteridófitas de
Timor, com especial
ênfase para Timor-Leste”, em 24/06/2021
• Ana Bárbara Abreu Gonçalves, Programa
Doutoral em Biologia e
Ecologia das Alterações Globais, “2010 - 2020:
A década da biodiversidade: uma
perspetiva geral”, em 28/06/2021
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BOLETIM INFORMATIVO
Diretor: Fernando Gonçalves
Equipa Editorial: Fernando Cozinheiro, Mário Pacheco, Susana Galante -Oliveira, Victor Bandeira | Contacto: bio-sintese@ua.pt
Colaboraram: Fábio Chen, Fernando Correia, Gonçalo Fino, Gonçalo Vasconcelos, Inês de Castro, Luciana Génio, Maria Helena Barbosa, Newton
Gomes, Paulo Silveira, Ricardo Dantas Pereira, Rita Ferreira (NEB), Rosa Freitas, Sónia Mendo, Tânia Caetano, Ulisses M. Azeiteiro, Victor Quintino
BIOLOGIA DE CAMPO
1. Lagarto-de-água (Lacerta
schreiberi), na Serra da Lousã
2. Tritão-marmoreado (Triturus
marmoratus), na Serra da Lousã
3. Saída de campo ao litoral móvel,
na Ria de Aveiro
4. Saída de campo a um ecossistema
de interior serrano, na Serra da
Lousã
5. Saída de campo ao litoral móvel,
na Ria de Aveiro
6. Polinizadores, na Serra da Lousã
7. Sapo-comum (Bufo spinosus), na
Serra da Lousã
8. Saída de campo ao litoral rochoso,
na Figueira da Foz
Monitorização ambiental: avaliação da estrutura de comunidades bentónicas
Toxicologia: avaliação de alterações bioquímicas e fisiológicas em invertebrados marinhos sujeitos a diferentes pressões naturais e antropogénicas
Avaliação, conservação e valorização dos biorecursos marinhos
SERVIÇOS
ENCARTE - página i
Ano 2, Número 11
Sala 8.2.09 | Departamento de Biologia (DBio) | Universidade de Aveiro
No Laboratório de Alterações Globais em Sistemas
Marinhos interagem duas equipas de investigação
que, pelas suas valências científicas e interfaces de
atuação, sinergizam a sua atuação.
Para a conservação e gestão sustentável dos
biorrecursos marinhos é fundamental a
compreensão dos drivers de alteração e atuação
dos fatores de stress antropogénicos (perturbação).
Nesse sentido, a investigação sobre o impacto da
variabilidade climática na estrutura, função e
processos de ecossistema no plâncton,
suprabentos, bentos e necton, em ecossistemas
estuarinos e marinhos e serviços de ecossistema,
constitui-se como uma valência fundamental deste
laboratório.
A investigação na área da ecotoxicologia vai mais
além e debruça-se nos impactos e acumulação de
poluentes em invertebrados marinhos com
O Laboratório e a Investigação
ulisses@ua.pt
rosafreitas@ua.pt
+351 234 247 189
22753 (extensão UA)
interesse económico (entre outros, ameijoas,
mexilhão, berbigão, poliquetas). Ao longo do tempo,
a avaliação de alterações biológicas passou a incluir
poluentes emergentes, tais como elementos
derivados de lixo eletrónico, fármacos, surfactantes,
filtros UV, nanomateriais, entre outros. Ainda neste
contexto, tem sido avaliada a influência de
diferentes cenários de alterações climáticas na
toxicidade dos vários poluentes e na sensibilidade
de diferentes espécies. Mais recentemente, a
potencial toxicidade de águas descontaminadas
recorrendo a diferentes metodologias
(nanotecnologia, biossorção) tem sido alvo de
especial atenção.
CONTACTOS
ENCARTE - página ii
BOLETIM INFORMATIVO
Análise de base de dados (multi)
decadais (abundâncias
populacionais, distribuição,
diversidade e parâmetros locais -
temperatura, oxigénio, salinidade,
pH, turbidez -, marés, parâmetros
regionais e parâmetros de larga
escala) que permitam analisar os
padrões de resposta às alterações
globais (Ictioplâncton, Zooplâncton
Gelatinoso, Misidáceos, Peixes
Diádromos). Nesta temática,
desenvolveu investigação a Mestre
Marta Monteiro (candidata a bolsa
de doutoramento FCT).
Colaborou ainda a Mestre Ana
Filipa Oliveira.
Departamento de Física,
Universidade de Aveiro; MARE |
Centro de Ciências do Mar e do
Ambiente, Politécnico de Leiria;
CFE | Centro de Ecologia
Funcional, Departamento de
Ciências da Vida, Universidade de
Coimbra.
BIOLOGIA E ECOLOGIA DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS EM MEIO MARINHO
PUBLICAÇÕES RELEVANTES
investigação tem evoluído para uma atuação ao nível da gestão, valorização e uso sustentável de recursos biológicos seguindo processos participativos.
COLABORAÇÕES Departamento de Física da Universidade de Aveiro; CIIMAR | Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, Universidade do Porto; Universidade de Santiago de Compostela (Espanha); IPMA | Instituto Português do Mar e da Atmosfera; Universidade de Bordéus (França), IFREMER | Institut Français de Recherche pour l'Exploitation de la Mer (França).
Os bivalves são recursos biológicos muito importantes tanto a nível ecológico, pelo seu papel no funcionamento do ecossistema, como do ponto de vista socioeconómico. O surgimento de novos agentes patogénicos e a intensificação dos surtos de doença têm vindo a tornar-se cada vez mais frequentes e severos. Estas doenças ameaçam o equilíbrio da cadeia alimentar e podem conduzir ao declínio de bancos naturais, resultando em perdas económicas e ecológicas significativas. Neste sentido, os estudos que temos vindo a desenvolver visam identificar agentes patogénicos que infetam bivalves com elevada importância socioeconómica, com foco em macroparasitas marinhos. Com reconhecimento da diversidade, dinâmica e efeitos destes parasitas nas populações hospedeiras, pretende-se detetar zonas críticas e prever surtos, de forma a otimizar a gestão dos stocks de bivalves e dotar as partes interessadas de ferramentas científicas para combater estas doenças. Nesta linha de investigação, desenvolve atualmente doutoramento o Mestre Simão Correia. Mais recentemente, o trabalho desenvolvido nesta linha de
PARASITAS E PATOLOGIAS DE BIVALVES
LIXO ELETRÓNICO
PUBLICAÇÕES RELEVANTES
Evaluación de los efectos de los
contaminantes emergentes en
organismos acuáticos y sobre la salud
humana
BIvalves under Polluted Environment and
ClImate change
PROJETOS DE
INVESTIGAÇÃO
EM CURSO (e terminados em 2021)
Os equipamentos elétricos e eletrónicos tornaram-se uma parte
essencial do nosso quotidiano. A par do desenvolvimento de
equipamentos e aplicações elétricas e eletrónicas, os potenciais riscos
ambientais e para a saúde humana resultantes do descarte inadequado
ENCARTE - página iii
Ano 2, Número 11
e da gestão ambientalmente
incorreta dos resíduos gerados têm sido alvo de crescente
atenção. A informação sobre de que forma o lixo eletrónico está a
afetar o ambiente ainda é limitada, nomeadamente no que diz respeito
aos sistemas costeiros marinhos e às espécies que aí habitam. Neste
sentido, os trabalhos que temos desenvolvido visam avaliar a
toxicidade de elementos associados ao lixo eletrónico,
nomeadamente elementos de terras raras e lítio, comummente
utilizados em equipamento eletrónico e aplicações
relacionadas com energias renováveis. Ao mesmo tempo,
avaliamos a influência dos fatores relacionados com alterações
climáticas nas respostas dos organismos e na toxicidade dos
elementos em estudo. Nesta linha de investigação desenvolvem
atualmente doutoramento os mestres Carla Leite, Madalena
Andrade e João Pinto.
COLABORAÇÕES Departamento de Química, Universidade de Aveiro;
Universidade de Pisa (Itália); CSIC | Consejo Superior de Investigaciones
Científicas (Espanha).
COLABORAÇÕES Departamento de Química, Universidade de Aveiro; Universidade de Pisa (Itália); Universidade de Nápoles (Itália); CSIC, Espanha.
FÁRMACOS, PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL E SURFACTANTES
PUBLICAÇÕES RELEVANTES
Nas últimas décadas, os
fármacos e produtos de higiene pessoal foram responsáveis por
salvar milhões de vidas e contribuir para o bem-estar da
população. No entanto, a sua crescente utilização fez destes
compostos uma nova classe de
poluentes ambientais, sendo
cada vez mais relatados em quase todas as matrizes
ambientais, incluindo em zonas costeiras. Evidências recentes
têm destacado o potencial destes poluentes para causarem
impactos nefastos nos organismos que habitam estes
locais. Neste sentido, a investigação que temos
desenvolvido tem focado os impactos ecotoxicológicos
induzidos por diferentes fármacos, incluindo citotóxicos,
filtros UV e surfactantes. Para melhor avaliar os impactos
destes poluentes no ambiente, os nossos estudos têm
considerado diferentes cenários de alterações climáticas,
incluindo diferentes temperaturas, salinidades e
níveis de acidificação. Nesta linha de investigação
desenvolvem atualmente doutoramento as mestres
Ângela Almeida, Vanessa Queirós e Alessia Cuccaro, e
mestrado a Licenciada Diana Bordalo. É investigadora auxiliar
nesta área a Doutora Lucia de Marchi.
PUBLICAÇÕES RELEVANTES
Nos últimos anos, o uso de nanomateriais (NMs) tem
aumentado, com uma grande variedade de aplicações incluindo
remediação de água contaminada. Embora um número crescente de
estudos já tenha demonstrado a toxicidade potencial de NMs para
os sistemas aquáticos e organismos que aí habitam, ainda há pouca
informação sobre o risco potencial da água remediada usando NMs.
Mais recentemente uma abordagem promissora para a
descontaminação da água tem sido a utilização de macroalgas,
nomeadamente de Ulva lactuca que já se revelou um biossorvente
eficiente para vários elementos
químicos, área em que a Doutora Julieta Lompré desenvolve o seu
trabalho de investigação. Contudo, a informação sobre a toxicidade da
água remediada por bissorção é ainda muito escassa.
TOXICIDADE DE ÁGUA REMEDIADA
COACH - COoperative approACH
applied to conservation and
management of cockles
NIPOGES - Current status of the
Manila clam populations of the Ria
de Aveiro, lagoon of Óbidos and
estuaries of Tagus and Sado -
scientific bases for a sustainable
management of the resource
COOPERMINHO - Valorização da
Produção Piscatória do Rio Minho –
Contribuição para a Gestão e
Valorização de
Produtos da
Pesca do Rio
Minho
Endógenos Marinhos, Literacia
Oceânica e Biologia da Conservação em Meio Marinho
num Clima em Mudança. Nesta temática de investigação trabalham
o Doutor Heitor Oliveira Braga e a Doutora Sara Carvalho e, ainda, os
estudantes de mestrado, licenciados Beatriz Vieite e Joana
Pereira.
COLABORAÇÕES (na definição de metodologias e redação de outputs científicos)
Universidade Federal do Espírito Santo | UFES Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas DCAB/ CEUNES; Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Ecologia e Evolução; Universidade Estadual de Santa Cruz, Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais (DCAA); Health, Safety, Environment & Quality - Enel Green Power Brasil, Niterói, Brasil; Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, Brasil & CAPES Foundation, Ministério da Educação Brasileiro, Brasília, DF, Brasil; Instituto de Biociências, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Brasil.
ENCARTE - página iv
BOLETIM INFORMATIVO
Nesta linha de investigação desenvolvem trabalhos de doutoramento, atualmente, a Mestre Francesca Coppola, e os alunos Marta Cunha, Sofia Torres e Ricardo Rosas desenvolvem o projeto final da Licenciatura em Ciências do Mar.
COLABORAÇÕES Departamento de Química, Universidade de Aveiro; Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade de Aveiro; Universidade de Nápoles (Itália).
PUBLICAÇÕES RELEVANTES
PUBLICAÇÕES RELEVANTES
Influência de diferentes cenários de alterações climáticas nos efeitos
ecotoxicológicos causados por poluentes clássicos (ex. metais) e
emergentes (ex. fármacos, filtros UV, elementos de terras raras) em
invertebrados marinhos (bivalves, poliquetas, gastrópodes)
Dinâmica de populações em bivalves; gestão e valorização de recursos
marinhos
Biologia e ecologia das alterações climáticas em meio marinho (long-term
time-series datasets for assessing marine population dynamics)
Gestão, valorização e sustentabilidade dos biorrecursos marinhos
(avaliação, conservação, conhecimentos ecológicos locais e literacia
estuarina e oceânica)
ROSA FREITAS
ULISSES M. AZEITEIRO
Etnobiologia, Conhecimentos Ecológicos Locais e Tradicionais na
Valorização dos Recursos
PUBLICAÇÕES RELEVANTES
SUPORTE
LABORATORIAL