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SEXTA-FEIRA, 20 JULHO 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXXI, N.o 1578 (II Série) | Preço: € 0,90
Beja é a capital nacional do futebol de ruaComeça hoje, em Beja, a fi nal nacional do Torneio de Futebol de Rua, competição que a Associação Cais organiza há nove anos consecutivos. A equipa do FutEsperança, constituída no decorrer do projeto “Inclusão com Arte”, do Centro de Cultura e Recreio do Bairro da Esperança, representa a cidade anfi triã. E esperança na vitória é coisa que não falta aos rapazes do bairro, nesta com-petição que pretende combater a pobreza extrema e a exclusão social. pág. 19
Castelo de Moura tem novo museu de armariaA cidade de Moura foi recentemente dotada de um novo espaço museológico. Trata-se do núcleo de armaria, instalado na torre de me-nagem do castelo, que pela primeira vez está aberta ao público. A este projeto somou-se a recuperação do espaço da alcáçova. pág. 12
Músicas do Mundo desde ontem em SinesSão 36 os concertos do 14.º Festival de Músicas do Mundo, que ontem arrancou no castelo de Sines. E esta noite, a viagem começa em Portugal, com os Osso Vaidoso, e termina no México, ao som do ensemble Los Mezcaleros de la Sierra. pág. 30
Sindicato acusa Somincor de discriminar grevistas e acidentados
Empresa mineira de Neves-Corvo pode investir 700 milhões de euros nos próximos cinco anos
pág. 8
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Pais preocupados mobilizaram-se
e a smart shop “Olhos Mágicos”
acabou por ser alvo de uma
operação policial. O proprietário
não presta declarações e a PSP de
Beja está neste momento a averiguar
se as substâncias apreendidas
se enquadram ou não na tabela
nacional de drogas proibidas,
recentemente revista. Em causa
estão consumidores entre os 13
e os 17 anos. págs. 6/7
Regressar a casa com o Alentejo na bagagemErasmus mostra Beja ao mundo pág. 10
Selmes teme pelo fecho da escola básica
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Voando nas asas das drogas legais
págs. 4/5
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Pais preocupados mobilizaram-se
e a smart shop “Olhos Mágicos”pacabou por ser alvo de uma
operação policial. O proprietário
não presta declarações e a PSP de
Beja está neste momento a averiguar
se as substâncias apreendidas
se enquadram ou não na tabela
nacional de drogas proibidas,
recentemente revista. Em causa
estão consumidores entre os 13
e os 17 anos. págs. 6/7
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EditorialNo fundoPaulo Barriga
O ministro Álvaro Pereira e o
presidente da Agência para
o Investimento e Comércio
Externo de Portugal vieram ao
Alentejo fazer a festa. Na passada
sexta-feira. Vieram escutar da boca do
presidente da Somincor que esta em-
presa irá investir 130 milhões de euros
até 2013. Nas minas de Neves-Corvo.
E que, se a coisa correr bem, pode-
rão ser perto de 700, os milhões que a
empresa canadiana Lundin Mining,
concessionária do couto mineiro, en-
terrará por debaixo de Castro Verde e
Almodôvar nos próximos cinco anos.
O que garantirá ali, disseram, a explo-
ração de cobre até 2021 e a de zinco até
2029. Uma boa notícia, esta, a da ma-
nutenção por mais alguns anos de
perto de um milhar de postos de tra-
balho numa região tão parca em em-
pregos como a nossa. E num período
económico tão marafado como o que
vivemos. Resta agora saber quais as
contrapartidas e os custos que este ne-
gócio trará para o Estado português.
E em que estado ficará a região do
Campo Branco depois de terminar a
corrida ao eldorado. É que por muito
significativo e importante que seja o
investimento, a mineração é uma in-
dústria muito especial e bem diversa
das restantes. Um olival é um olival.
Aproveita o ciclo natural para dar
azeitona ano após ano. Poderá esgotar
a terra, é um facto, e até deixar algu-
mas mazelas por contaminação dos
aquíferos. Mas nada que a própria na-
tureza não se encarregue de restabele-
cer em alguns invernos. Já uma mina
obriga a outros ciclos. Por muito ele-
mentar, básica até, que seja a obser-
vação, sempre que se extrai uma ri-
queza do subsolo, empobrece-se. É
um paradoxo incorrigível. O miné-
rio é uma fonte esgotável. Não se re-
planta. É uma abastança precária e fi-
nita. E é com algum desconforto que
o vemos abalar em vagonetas para
fora do País, retirado definitivamente
das entranhas da nossa terra por em-
presas estrangeiras. A grande dúvida
é saber se valerá a pena. Para já, em
termos económicos e sociais, numa
zona muito restrita e demarcada, sim.
Mas o que será de Castro Verde e de
Almodôvar depois de 2029? Terras de
monoeconomia. Que vivem quase em
exclusivo das minas. Que não diver-
sificaram o seu tecido empresarial. E
que ficam mais pobres a cada petardo
que rebenta lá no fundo. Apenas com
a certeza de que um dia a coisa aca-
bará. E que lhes restará apenas os es-
combros e os rejeitados. E uma bela
e eternamente contaminada paisa-
gem lunar. No fundo, foi assim em
São Domingos. Foi as-
sim no Lousal e em
Caveira. Foi assim-
-assim em Aljustrel.
Lembram-se?
O vice-presidente da Câmara de Serpa estranha as conclusões do estudo, e afirma que “não faz sentido” a proposta que consta do relatório, pois a urgência básica foi prometida mas nunca foi aberta em Serpa.
Tomé Pires, citado pela Rádio Pax
Leonor Abreu,
60 anos, técnica de análises clínicasMuito mal. Tenho muitas alergias e quanto mais seco é o clima pior. Combato o calor usando roupas frescas e bebendo muita água. E ligo as ventoinhas em casa. Já me acostumei a ter que suportar estas temperaturas todos os anos. Mas gosto muito mais do inverno.
José Cândido Rosa,
77 anos, reformado (trabalhador rural)Não senhor. E nos dias abafados ainda é pior. Ainda um dia destes estive ali no jardim do Bacalhau um bocado aparvalhado. Estava ali um velhote que caiu para o lado. Teve que vir a ambulância. No inverno estou sempre rijo. Mas com o calor sinto-me afadigado.
Francisco Pesseguina,
81 anos, reformado (comerciante)É muito calor. Mas com a idade que tenho já me vou acostumando. Ainda assim parece-me sempre que cada novo verão é mais quente que o do ano anterior. Para melhor o suportar, não há nada como sombra e água fresca. E uma chuveirada de vez em quando.
António Figueira,
84 anos, reformado (motorista) Não me dou eu nem ninguém. Com as temperaturas a ultrapassar os 40 graus é impossível sentir-me bem. O que é que eu posso fazer? Manter-me à sombra e perto da ventoinha. Antigamente ainda era pior. Quando se apanhavam estes calores na ceifa. E na monda.
Voz do povo Dá-se bem com o calor de Beja? Inquérito de José Serrano
Vice-versa“A proposta da Comissão de Reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência para o encerramento de 16 serviços de urgência – nos quais se incluiu Serpa – “é uma proposta e apenas uma proposta. Está a ser avaliada pelos serviços (ARS) e levará em conta autarquias e especificidades regionais e locais”.
Paulo Macedo, ministro da Saúde, citado pela Lusa
Fotonotícia Onde para o Paulo Portas? Estava anunciado e até fizeram uma placa com o nome dele, na lavaria de zinco
das minas de Neves-Corvo. Mas à última da hora, o ministro dos Negócios Estrangeiros resolveu não aparecer. Quem esteve presente foi o
ministro da Economia. Que ouviu o presidente da Somincor a anunciar novo investimento de 130 milhões de euros em 2013. E, talvez, perto
de 700 milhões nos próximos cinco anos. Mas também escutou o presidente da Câmara de Castro Verde a pedir ao Governo o cumprimento
da Lei das Finanças Locais e a diversificação da economia num concelho ultradependente da mineração. PB Foto de José Ferrolho
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Rede social
Foi eleito em abril último presidente
da direção do COTR. Qual é o seu pro-
jeto para o centro?
Pretende-se que o COTR esteja cada vez mais ligado aos agricultores e suas associações, assessorando de forma próxima aqueles que mais necessitam da clara experiência deste centro tec-nológico: os novos beneficiários do re-gadio. Independentemente de con-tinuar a existir um núcleo do COTR responsável pela investigação e novas práticas, tecnologias e conhecimento, será fundamental assumir uma nova estratégia para o exterior, intima-mente relacionada com o que também se pode apelidar de a nova estraté-gia para Alqueva e para a EDIA, enti-dade gestora do projeto: maximização e potenciação do regadio numa ótica de pleno aproveitamento do projeto. E mais do que nunca o COTR deverá assumir-se como um parceiro privile-giado desta orientação. Maior respon-sabilização e envolvimento dos agri-cultores e associações na definição da estratégia do COTR. Sinal inequívoco dessa estratégia, a presença de três as-sociações na nova direção e apenas dois organismos ligados ao Ministério da Agricultura (Drapal e EDIA).
A direção anterior tinha definido
como fundamental a diversificação
da prestação de serviços do COTR,
para áreas como espaços verdes e
campos de golfe, com vista a aumen-
tar as receitas. Esta é também uma
aposta da nova direção?
A atual direção entende que a área de assistência técnica aos agricultores é a razão fundamental da existência do COTR, e como tal os maiores esforços serão para aí canalizados. O Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água, coordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente, realça que é no setor agrí-cola que existe um desperdício signifi-cativo de água com perdas que podem atingir nalguns casos 70 por cento. Deste modo, não poderemos meter a cabeça na areia esquecendo este grave problema. De qualquer modo, não ire-mos descurar a possibilidade de nos candidatarmos a alguns projetos no âmbito da poupança da água para es-paços verdes, turísticos e urbanos.
Como comenta o adiamento do prazo
de conclusão do projeto de Alqueva?
Embora não se conheça com profun-didade todas as alterações que estão propostas na conclusão das obras, a si-tuação que o País atravessa torna ne-cessário priorizar as áreas de regadio que serão postas de imediato ao ser-viço dos agricultores, não entendendo como tal que se trate de um adia-mento, mas apenas de uma reorienta-ção e reprogramação das áreas a regar.
3 perguntasa Camarate
CamposPresidente da direção do Centro
Operativo de Tecnologia do Regadio
Semana passada
QUINTA-FEIRA, DIA 12
SINES PJ INVESTIGA 15 INCÊNDIOS FLORESTAIS POR SUSPEITA DE FOGO POSTO
Um terço dos incêndios ocorridos no concelho de Sines, desde o início deste ano, está a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ), por suspeita de fogo posto, revelou à Lusa fonte da GNR. De acordo com a mesma fonte, nos primeiros seis meses desde ano, registaram-se no concelho de Sines “45 ocorrências de fogo” florestal, 15 das quais com suspeita de dolo. Os casos em que se suspeita de fogo posto estão a ser investigados pela PJ, afirmou a fonte. As restantes ocorrências resultaram de negligência, queimas e alfaias agrícolas, entre outras causas, havendo também um número de fogos com origem indeterminada.
DIA 16, SEGUNDA-FEIRA
BEJA CÂMARA PROMOVE “SEMANA ABERTA” EM QUINTOS
A Câmara de Beja deu início esta semana à sétima edição da iniciativa “Semana Aberta” na freguesia de Quintos, com várias iniciativas lúdicas, culturais e sociais. A iniciativa visa “uma aproximação cada vez mais efetiva” entre o executivo e os serviços da autarquia e os munícipes, explica o município, referindo que a sétima edição inclui iniciativas desenvolvidas por serviços da câmara em colaboração com a junta de freguesia e a população de Quintos.
SINES ARMADOR MSC PORTUGAL AMEAÇA SAIR SE PORTO PERDER AUTONOMIA
O presidente da filial portuguesa da Mediterranean Shipping Company (MSC), grupo armador suíço, manifestou-se “bastante preocupado” com a hipótese de o porto de Sines perder a autonomia e ser integrado numa holding nacional ou regional. Em declarações à Lusa, Carlos Vasconcelos considerou o porto de Sines “muito eficiente e bem gerido”, com uma preocupação no “constante aperfeiçoamento”, pelo que, “se isto for posto em causa, a MSC deve reequacionar se continua a apostar em Sines ou muda para outros portos”, afirmou. De acordo com o gestor, atualmente, o armador suíço faz nove escalas no porto alentejano e tem projetos para aumentar este número. Contudo, a empresa, que também faz escalas em Lisboa e em Leixões, considera que a perda de autonomia na gestão pode ser negativa e recusa operar num porto “com problemas”. Para o presidente da MSC Portugal, o modelo proposto pelo Governo, que prevê a centralização da gestão dos portos portugueses em uma ou duas infraestruturas, pode acarretar o “aumento das faturas portuárias e a redução da eficiência”. Segundo Carlos Vasconcelos, que é também presidente da Comunidade Portuária de Sines, esta é uma preocupação partilhada por “todas as grandes empresas” instaladas no porto.
TERÇA-FEIRA, DIA 17
OURIQUE VOLUNTÁRIOS CAIAM “PITORESCA” ALDEIA DAS ALCARIAS
Voluntários caiaram casas e muros abandonados da Aldeia das Alcarias, através de uma iniciativa para embelezar a aldeia, “uma das mais pitorescas” do concelho de Ourique, muito envelhecida e com poucos habitantes. A iniciativa “Vamos caiar a Aldeia” é promovida pela Junta de Freguesia da Conceição em parceria com o Núcleo de Voluntariado e o apoio da Câmara de Ourique.
DIA 13, SEXTA-FEIRA
VIDIGUEIRA COOPERATIVA CONTRATA MÉDICO PARA CENTRO DE SAÚDE
A Cooperativa Vitigéria assinou um protocolo com a Câmara de Vidigueira e a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo para colocar um médico no centro de saúde da vila e colmatar a falta de clínicos no concelho. Através do protocolo e da contratação do clínico, a equipa de médicos do Centro de Saúde de Vidigueira “vê reforçada a sua capacidade de intervenção junto das populações e a qualidade dos serviços prestados”, explica a autarquia. O protocolo é válido até que o Ministério da Saúde coloque um médico no centro de saúde.
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Todos juntos somos poucos pelas Palavras AndarilhasSe tudo correr pelo melhor, entre 30 de agosto e 1 de setembro haverá palavras Andarilhas em Beja. Na passada sexta-feira, um grupo de artistas, de amigos, juntou-se no Pax Julia para angariar verbas. Na foto o coral misto Serões d’Aldeia.
Em Serpa, nestes dias, têm andado todos à NoraTermina este fim de semana a 12.ª edição do festival Noites na Nora, em Serpa. Uma última oportunidade para visitar o mais interessante e inesperado festival de verão do Alentejo. Os meninos que dançam estão a homenagear uma árvore: a oliveira.
Um mar de gente nas despedidas a Nossa Senhora do Carmo Decorreram no último fim de semana as festas em honra de Nossa Senhora do Carmo, em Moura. Um dos momentos altos da vida social mourense e um reencontro imperdível para os naturais e amigos daquela cidade da Margem Esquerda do Guadiana.
O filho deste homem chama-se Laura. E depois?O grupo de teatro do Clube PT levou à cena no último sábado, no Pax Julia, uma comédia de costumes adaptada do clássico americano “O meu filho chama-se Laura”. As relações humanas elevadas ao mais alto nível do riso e da paródia.
O “Diário do Alentejo” foi dar uma voltinha ao PortoAo palácio das Cardosas. Lá, onde Ana Paula Figueira fez mais uma apresentação pública do seu livro com as crónicas publicadas no “Diário do Alentejo” em 2011. E com o embalo que a coisa leva, é de esperar nova coletânia lá para o ano que vem.
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SelmesJunta e comissão criada pela população já se reuniram com a Direção Regional de Educação
Contra o encerramento da escola básicaU
ma faixa negra colocada na fachada da Escola Básica do 1.º Ciclo com a frase “Não ao meu encerramento”, ladeada
pelos nomes dos jovens alunos que a frequen-tam, não deixa margem para dúvidas. A popu-lação da freguesia de Selmes luta por estes dias contra a possibilidade do estabelecimento de ensino poder vir a encerrar já no próximo ano letivo e de os meninos serem obrigados a des-locarem-se para a sede de concelho, Vidigueira, que fica a cerca de oito quilómetros – aliás como já acontece com as crianças do lugar de Alcaria da Serra, cuja escola fechou há alguns anos.
A freguesia, que já pertenceu “ao termo de Beja” e ao concelho de Cuba (entre 1782 e 1854) e que se destaca pelas seis estações de via-sacra, nichos construídos em alvenaria, “únicos no concelho”, que “constituem os pontos de pas-sagem da procissão do Senhor dos Passos”, tem vindo a ser despojada de pessoas que, sem em-prego, partem à procura de melhores condições de vida, à semelhança do que acontece em tan-tas outras aldeias por esse país fora. O encerra-mento da escola, a concretizar-se, diz a popula-ção, agravará ainda mais a situação, votando a aldeia ao abandono, num momento em que de-positam grandes esperanças no tão famigerado regadio (ver entrevista).
Inácio Pestana, de 62 anos, ex-operador de máquinas agrícolas, atualmente reformado por invalidez, teme que o encerramento da escola possa ditar o fim de outros serviços ainda exis-tentes em Selmes. “Já tentaram encerrar a junta de freguesia e se encerrarem a escola ao fim de um dia ou dois fecham a extensão de saúde. Terá que ir tudo para a Vidigueira, mas o cen-tro de saúde de Vidigueira está às moscas, vai lá o médico duas ou três horas, por isso tem que ir tudo para Beja. Beja é o descargo. Se aquela [escola] fechar, no dia de amanhã é a outra [cre-che e pré-primária, que ocupa um outro edifí-cio] e depois muitas coisas por aí fora”, afirma o avô de duas meninas em idade escolar, que, logo pela manhã, se refugia na sombra pro-porcionada pelas árvores do largo em frente ao Centro de Dia de Selmes. “Por que é que a es-cola com 18 alunos fecha e com 19 já não e até se arranjam duas turmas”, questiona-se, sem conseguir encontrar uma justificação lógica: “São as tais leis que vão estando podres. As mi-nhas duas netas andam aqui, terão que ir para a Vidigueira. Uma gaiata com sete anos vai para a Vidigueira e anda lá aos descaídos, como é óbvio”, diz ainda o reformado que aguarda agora notícias vindas da Direção Regional de Educação do Alentejo, que já recebeu a junta de freguesia e a comissão de cidadãos “Não ao en-cerramento da EB1 de Selmes”. “Dizem que são precisas mais quatro crianças para chegar ao número previsto [estipulado legalmente]. A ba-talha não está vencida”.
No interior de um das cinco mercearias da al-deia que ainda resistem à falta de gente, e à crise
População Na última década a freguesia perdeu perto de uma centena de habitantes
Lei Para se manter aberta a escola tem que ter no mínimo 19 matrículas
A freguesia de Selmes, que já pertenceu “ao termo de Beja” e ao con-
celho de Cuba e que se destaca pelas seis estações de via-sacra, nichos
construídos em alvenaria, “únicos no concelho”, que “constituem os
pontos de passagem da procissão do Senhor dos Passos”, tem vindo a
ser despojada de pessoas que, sem emprego, partem à procura de me-
lhores condições de vida. O encerramento da EB1, a concretizar-se, diz a
população, agravará ainda mais a situação, votando a aldeia ao aban-
dono, num momento em que depositam grandes esperanças no tão fa-
migerado regadio.
Texto Nélia Pedrosa Fotos José Ferrolho
– nos últimos anos encerraram três –, Mariana Fialho aproveita para dar dois dedos de conversa enquanto foge do calor já insuportável que se faz sentir às 11 da manhã. Aos 76 anos, e com uma vida de trabalho dividida entre o campo e o ser-viço a dias “para as senhoras de Beja”, lembra-se perfeitamente dos tempos em que “havia mui-tos moços na escola” e “sapateiro, barbeiro, pa-daria, um lagar”, na aldeia. “Tinha, hoje não tem nada. O pão vem da Vidigueira, do Pedrógão. Mercearias sempre há umas quantas, mas es-sas chegam para o que a gente ganha, e até gasta-mos muito”, diz, ao mesmo tempo que lamenta o decréscimo populacional que se tem vindo a ve-rificar ao longo dos anos, principalmente de jo-vens. Com o encerramento da escola, acrescenta, “desaparecem as crianças”, o que “é muito mau”, porque a aldeia “está muito envelhecida”.
Não muito longe da loja onde Mariana Fialho retempera energias antes de se fazer ao caminho até casa, Mariana Capito, de 57 anos, proprietária de uma outra mercearia – a única centenária da aldeia – recorda também o tempo em que ela, e mais tarde os dois filhos – hoje com 37 e 26 anos –, frequentavam a escola. “No meu tempo sei que na escola de cima [de-signação que dão à atual EB1] eram duas salas e estavam as duas cheias e lá em baixo [o edi-fício que alberga a creche e pré-escolar] tam-bém eram duas salas e também estavam cheias. Quatro salas cheias, se calhar cento e tal moços. No tempo dos meus filhos já havia menos, mas eram muitos ainda”.
Numa aldeia onde já são “tão poucos”, diz, “se levarem as crianças ficamos aqui tristes”. É que sem emprego em vista na região, mui-tos acabam “por abalar”. “Falta muita gente e muito trabalho, há muitas pessoas desempre-gadas, muitas mesmo, jovens é tudo, e pessoas de meia-idade, que ainda não estão em idade de reforma. Isto era uma zona de agricultura e de construção. Construção já não há e agricul-tura há muito pouca”. “É tudo mecânico, re-gas automáticas, há trabalho mas não leva mão de obra”, apressa-se a acrescentar o marido de Mariana, José Capito, dois anos mais velho.
Rosária Borracha, de 37 anos, a trabalhar há dois anos no Centro de Dia de Selmes, conhece bem esta realidade. Trabalhou du-rante anos em “montes” nas imediações de Selmes, “um trabalho duro, mas divertido”, que “hoje já não existe”, devido à prolifera-ção de maquinaria. Mais tarde frequentou dois cursos de formação, um de seis meses, outro de dois anos, este último de geriatria e que lhe permitiu ter acesso ao emprego atual. “Faz falta mais trabalho, há muita gente desempregada, da minha idade e tam-bém mais velhos”. Quanto ao possível en-cerramento da EB1, acredita que o mesmo levará a “aldeia a perder muita coisa”: “Em lugar de virem cá mais pessoas vêm menos. A escola faz falta, tudo faz falta”.
Hoje não tem nada. O pão vem da Vidigueira, do Pedrógão. Mercearias sempre há umas quantas, mas essas chegam para o que a gente ganha, e até gastamos muito”
Mariana Fialho
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Existe a possibilidade de a EB1 poder vir a encer-
rar no próximo ano letivo. Que repercussões po-
derão advir desse encerramento?
Se isso vier a acontecer ficaremos todos mais po-bres. Numa altura em que estamos a pedir às pes-soa para virem residir nas nossas aldeias, onde es-tamos todos os anos a perder residentes, se vamos fechar a escola algumas pessoas vão pensar duas vezes. Isto também numa altura em que todos pensamos que a nossa freguesia se irá desenvolver nos próximos anos, porque temos terras férteis, e neste momento muitas delas já estão a ser rega-das. Nós, autarcas, temos a obrigação de trabalhar junto das populações para que o fecho não acon-teça e fazer ver aos nossos governantes que uma escola por não ter 19 alunos não deve fechar.
Que medidas foram tomadas para evitar o fecho?
A junta de freguesia enviou uma carta à senhora diretora regional de Educação do Alentejo a mos-trar o nosso descontentamento. De seguida a po-pulação criou uma comissão, de que também faço parte, e escreveu à senhora diretora. Ela recebeu--nos em Évora e o que nos disse é que a lei seria para cumprir, porque se a escola não tem 19 alu-nos então é para fechar. Mas neste momento já temos 19 matrículas, portanto estamos a pensar que não vai fechar, todos trabalhamos para isso.
Quantos habitantes tem a freguesia de Selmes,
de acordo com o Censos 2011?
Temos à volta de 900 habitantes. Temos vindo a perder pessoas ano após ano. Cerca de 60 por cento terá mais de 65 anos e os outros 40 por cento são adultos e jovens, sendo que jovens são à von-tade de 15 por cento. Comparando com o Censos 2001 desceu um pouco, à volta de 100 pessoas. Mas tudo aponta para que a situação se inverta com o desenvolvimento da nossa zona, que é efe-tivamente agrícola.
Para além da agricultura, a que outros setores de
atividade de dedica a população em idade ativa?
A maior parte é na agricultura, que já não é de sequeiro como se fazia há muitos anos, embora ainda se semeie algum trigo e alguma cevada. Mas temos muitos olivais, é verdade que a maior parte é dos espanhóis, mas eles sempre estão a dar algum trabalho às pessoas. Temos muita área de vinha, também algumas adegas particulares, que vão dando algum trabalho. Até Beja também se deslocam algumas pessoas, para trabalhar no co-mércio e na indústria.
Quais são os principais problemas da freguesia?
De há um ano, ano e meio, para cá é o desem-prego. Alguns jovens estão desempregos e al-guns desempregados não têm direito ao sub-sídio e isso preocupa-nos bastante. Estávamos a ver que a porta da extensão de saúde tam-bém ia fechar, devido à aposentação do mé-dico. Felizmente não vai, porque a Câmara de Vidigueira contratou um médico cubano que irá permanecer na freguesia até que venha o mé-dico contratado pelo Governo, que não se sabe quanto tempo é que irá demorar.
Festival Gastronómico Sabores da Caça passa a realizar-se de dois em dois anos
A par das tradicionais festividades de verão, em honra das padroeiras de Selmes (Santa Catarina) e de Alcaria da Serra (Nossa Senhora das Relíquias), eventos propícios “ao encontro com a família e com os ami-gos”, o Festival Gastronómico Sabores da Caça, que se realiza em fe-vereiro, é responsável por levar anualmente à freguesia “milhares de pessoas”, garante o presidente da junta. “O desporto da caça envolve muita gente, mesmo em tempos difíceis como estes. Há caçadores com algum poder de compra e há homens que se deslocam de todo o País para virem ao festival”, diz António d’Aguilar, acrescentando
que “são três dias de festa, onde participam quase todas as associa-ções” e em que as propostas vão das montarias às largadas de per-dizes, passando pelos espetáculos e pelas tasquinhas com petiscos à base de caça. Apesar de movimentar “muita gente”, “as restrições atuais” obrigam a que o certame passe realizar-se de dois em dois anos, estando assim prevista a próxima edição, a sétima, para 2014. “Em 2013 não iremos ter, a não ser que para aí haja um benfeitor, a não ser que a Câmara de Vidigueira nos ofereça mais qualquer coisa, porque como se realiza em fevereiro os pavilhões que acolhem o fes-tival têm de ser totalmente cobertos, o que absolve quase todo o di-nheiro que nos é dado pela câmara, e se a câmara não participasse nós não poderíamos fazer isso”.
Pontosde interesse turístico
Par a além d os s e is ni-chos que se encontram es-palhados pela aldeia (ver texto principal), destaca-se ainda, como pontos de in-teresse turístico, a igreja Matriz de Santa Catarina, cuja construção “parece da-tar do século XVIII”. A sua fachada caiu em 1817 e foi reconstruída em 1874. “O altar-mor e quatro altares laterais são os principais elementos decorativos”. Nas imediações de Selmes, no Monte da Cegonha, pode encontrar-se a villa romana, que “conheceu um percurso de crescimento, sucesso e abandono”. Na outra extre-midade da aldeia, e “dando acesso ao caminho para Pedrógão, galgando a ri-beira de Selmes, ergue-se a velha ponte, formando um pitoresco conjunto rústico”, datada, provavelmente, do século XVI.
António d’AguilarPresidente da Juntade Freguesia de Selmes
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Atual
Na turma do meu filho, havia colegas que lá iam de vez em quando
e o que eles diziam é que compravam chupa-chupas e que havia
uns que davam ‘pedrada’ e outros que não. Não sei o que é que isto
quer dizer, mas estamos a falar de meninos de 13 e 14 anos”.
Mãe de um aluno da Escola Secundária D. Manuel I
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“Alarmismo social” levou a PSP/ASAE à única smart shop de Beja
Drogas legais preocupam comunidade escolar
A preocupação instalou-se entre pais e professores, mal a smart shop “Olhos
Mágicos” abriu portas em Beja, em finais de 2011. A oferta de substâncias que prometem exci-tantes “viagens”, sem ultrapas-sar as fronteiras da lei e a pre-ços relativamente acessíveis, parece ter aguçado a curiosi-dade, sobretudo dos mais jo-vens, ávidos de experiências. À boca pequena, vem-se comen-tando entre vizinhos do estabe-lecimento, junto à gare rodovi-ária da cidade, as romarias de adolescentes e os visíveis esta-dos alterados de alguns, entre quebras de tensão e até mesmo
Alguns pais mobilizaram-se entre si e tomaram
medidas para que o consumo de drogas legais por
parte dos mais novos, sobre o qual proliferavam
r e l ato s, f o s s e p r eve n i d o. Co n s i d e r a m u m
“escândalo” que uma loja como a “Olhos Mágicos”,
recentemente alvo de uma operação de apreensão,
possa “abrir impunemente”. O proprietário não
presta declarações sobre o que vende e a
PSP está neste momento a averiguar se as
substâncias apreendidas se enquadram ou
não tabela nacional de substâncias
proibidas, recentemente revista.
Texto Carla Ferreira
Ilustração Paulo Monteiro
episódios de desmaio, com ne-cessidade de ajuda médica.
Ao longo do último mês, de-núncias de pais preocupados foram-se avolumando na es-quadra de Beja da PSP, algu-mas delas dando conta de jo-vens atendidos nas Urgências do Hospital de Beja, por supos-tamente terem consumido pro-dutos provenientes da referida loja. “O alarmismo social le-vou-nos a dar conhecimento ao Ministério Público, que de-terminou uma operação con-junta com a ASAE [Autoridade de Seg ura nça A l imenta r e E c onóm ic a] d e f i s c a l i z a-ção àquele estabelecimento”,
confirma o subcomissá-rio Paulo Graça, coman-dante da esquadra bejense.
O que aconteceu na manhã do último dia 5 foi a apreen-são de “vários artigos por parte da PSP, para posteriormente apurar, em laboratório, qual a sua natureza e se estão ou não dentro da legalidade”, explica o subcomissário, adiantando que “está a decorrer um inqué-rito” nesse sentido. Por parte da ASAE, foram de imediato identificadas “várias situações contraordenacionais”, o caso de produtos sem instruções dis-poníveis em português. Outras eventuais irregularidades se-rão “apuradas posteriormente” com base na análise dos artigos apreendidos, havendo, no en-
tanto, suspeitas de “infrações criminais”.
Para já, como escla-rece Paulo Graça, não é possível avançar se os referidos produtos são
“ilegais ou não, porque ainda está a decorrer essa
perícia”, mas as denúncias recebidas dizem respeito, ga-
rantidamente, a menores – “ jo-vens entre os 13 e os 17 anos”.
O “Diá r io do A lentejo”
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Vários consumos e cada vez mais cedo
Coordenadora do projeto de Promoção e Educação para a Saúde na Escola Secundária D. Manuel I, a docente Teresa Sousa Tavares está atualmente a desenvolver uma investi-gação, no âmbito de uma tese de doutoramento, sobre os consumos nocivos dos jovens
do 9.º ao 12.º ano em escolas de todo o distrito de Beja. O questionário aplicado, no ano le-tivo de 2010/2011, obteve 501 respostas e permite chegar a algumas conclusões preliminares. “Cada vez mais os jovens consomem mais cedo e há uma tendência para os policonsumos”, revela a investigadora. O álcool, que configura um “consumo bastante generalizado” é a subs-tância que vem à cabeça, quase sempre em associação com outras, como o tabaco, que se se-gue em quantidade de consumo, e outras que os jovens consomem “facilmente”, como a can-nabis. “Muitas vezes, iniciando-se um consumo de álcool acaba-se por se consumir outras substâncias”, sintetiza, concluindo que a iniciação nas substâncias psicoativas é “precoce”, não há dúvidas, e que há mesmo uma tendência para se ter os primeiros consumos “por volta dos 12 anos”.
Na sequência da pioneira “Cogumelo Mágico”, que abriu em Aveiro, em 2007, muitas outras smart shops se estabeleceram em vários pontos do País. Entre os artigos disponíveis, encontram-se drogas sintéticas, psicoativas, que não constam da lista nacional de substâncias proibidas, e cujo risco para o consumidor é considerado elevado pelas autoridades, já que se desconhece a sua proveniência e processo de fabrico.
visitou entretanto o estabeleci-mento para obter esclarecimen-tos acerca dos artigos comercia-lizados mas, dada a veemente recusa por parte do proprie-tário, restringiu-se à informa-ção disponível na respetiva loja on line, em www.olhosmagicos.pt. Para aceder à galeria de pro-dutos, cujas categorias, na sua maioria, estão identificadas em inglês – como “herbal incense” (incenso de ervas), “plant fee-ders” (ferti lizantes) ou “bath salts” (sais de banho) – o visi-tante deverá previamente con-firmar com um clique se tem mais de 18 anos. No grupo dos fertilizantes, podemos encon-trar um dos produtos “mais populares” da loja, as cápsu-las “Druids Fantasy”, descri-tas como “uma das mais fortes jornadas legais disponíveis”. A descrição do artigo oferece in-formações sobre a composição, adverte que “uma leve náusea é comum após a ingestão, mas deve passar” e desaconselha o consumo a grávidas e a doentes cardíacos. Entre os ingredien-tes estão a g lória-da-manhã (Ipomoea violacea) que, se-gundo uma conhecida loja con-génere, a holandesa “Azarius”, “é uma fonte natural de amida de ácido lisérgico (LSA), uma substância quimicamente rela-cionada com o LSD e que tem um efeito psicadélico”. Cada embalagem, com seis cápsulas, custa 10 euros.
O fenómeno do comércio de “drogas legais” não é novo em território nacional. Na se-quência da pioneira “Cogumelo Mágico”, que abriu em Aveiro, em 2007, licenciada como erva-nária especializada, muitas ou-tras se estabeleceram em vá-rios pontos do País, envolvidas em menor ou maior polémica. Entre os artigos disponíveis, encontram-se drogas sintéti-cas, psicoativas, que não cons-tam da lista nacional de subs-tâncias proibidas, recentemente revista, e cujo risco para o con-sumidor é considerado elevado pelas autoridades, já que se des-conhece a sua proveniência e processo de fabrico.
Em Beja, a “Olhos Mágicos” – que entretanto abriu uma se-gunda loja em Évora e que bre-vemente estará também em Vila Nova de Milfontes – causou alarme desde logo nas escolas. Teresa Sousa Tavares, coorde-nadora do projeto de Promoção
dos alunos, a docente deu-se conta, em primeiro lugar, que eles “não tinham muita noção dos efeitos e das consequências do consumo destas substân-cias – se eram lícitas não pode-riam ser grandemente nocivas”, e, depois, que “não havia o mí-nimo de controlo em termos de acesso”. “Qualquer aluno, desde o 7.º ao 12.º ano poderia fazê-lo”, acrescenta, sublinhando “alguma banalização” do seu uso “entre os jovens”.
Alertada por outras mães, Laura (nome fictício), represen-tante dos encarregados de edu-cação numa turma do 7.º ano, também na D. Manuel I, abordou o assunto em conselho de turma e a escola interveio “imediata-mente”. “Na turma do meu filho, havia colegas que lá iam de vez em quando e o que eles diziam é que compravam chupa-chu-pas e que havia uns que davam ‘pedrada’ e outros que não. Não sei o que é que isto quer dizer, mas estamos a falar de meninos de 13 e 14 anos”. Laura soube de um episódio de desmaio de um aluno em plena aula, noutra es-cola da cidade, mas assegura que “entre nós”, ou seja, no 7.º ano da D. Manuel I “não houve até o momento nenhum caso grave”, apenas “um comportamento um pouco aéreo e falta de concen-tração nas aulas”. A porta-voz dos pais considera um “escân-dalo” que uma loja desta natu-reza “possa abrir impunemente” dado o desconhecimento que existe em relação às substân-cias transacionadas. “São pro-dutos não catalogados, feitos em qualquer vão de escada. Nós sa-bemos o efeito de um charro e a degradação rápida de quem con-some cocaína ou heroína. Mas a ideia que eu e alguns pais te-mos é este género de produtos podem ser consumidos durante mais tempo, mantendo-se uma vida normal, sem que ninguém dê por isso e sem sabermos que efeito é que isso tem no orga-nismo”, conclui.
O “Diário do Alentejo” ten-tou também confirmar, junto do Hospital de Beja, a entrada recente no seu serviço de ur-gências de adolescentes víti-mas deste tipo de consumos, segundo informações da PSP. Mas, até ao fecho da presente edição (quarta-feira, dia 18), não obteve qualquer esclareci-mento por parte da respetiva direção clínica.
e Educação para a Saúde na Secundária D. Manuel I, viu-se pressionada a antecipar para o início do segundo período es-colar as sessões de sensibiliza-ção sobre consumos nocivos que estavam previstas apenas para o terceiro. “Houve três mães de alunos de uma turma do 7.º ano que falaram comigo pessoal-mente, mas sei que houve mais encarregados de educação que se reuniram devido a esta preo-cupação, contactando posterior-mente com a respetiva diretora de turma, que falou com os alu-nos e comigo”, lembra a docente, que, justamente, está a desenvol-ver uma investigação, no âmbito de estudos de doutoramento, sobre os consumos dos jovens entre o 9.º e o 12.º ano no dis-trito de Beja (ver caixa). Através
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Jacinto Anacleto Mineiros reunem-se hoje em plenário para discutir novas regras da lei laboral
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Neves-Corvo até 2029
Eram para ter sido dois, mas ape-nas apareceu um: o ministro da Economia. Paulo Portas tam-
bém constava no protocolo da visita governamental às minas de Neves--Corvo, que se realizou na passada sexta-feira. Mas de seu, apenas ficou o nome numa placa alusiva que a ad-ministração da empresa já não foi a tempo de corrigir. Pelo que não teve a oportunidade de escutar as pala-vras de Michael Hulmes, presidente da Somincor, que traziam a boa nova de um investimento de 130 milhões de euros durante o próximo ano. E de um putativo investimento entre 300 e 700 milhões nos próximos cinco anos. O que fará aumentar a longevidade da mina pelo menos até 2029, na extração de zinco.
Álvaro Santos Pereira salien-tou o “empenho” que o Governo está a depositar no setor mineiro em Portugal. O ministro fez-se acompa-nhar pelo presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep) que sublinhou o facto de, durante a presente operação financeira, poderem ser admitidos em Neves-Corvo 68 novos trabalhadores, “além de um considerável número de postos de trabalho indiretos durante a fase de expansão” e exploração do ja-zigo do Lombador.
O que Pedro Reis não referiu foi quais os incentivos financeiros e os benefícios fiscais que a empresa cana-diana Lunding Mining, proprietária da Somincor, vai beneficiar com esta operação. No entanto, referiu o presi-dente da Aicep, o Estado “vai estudar a forma de apoiar o investimento”.
Na cerimónia que antecedeu a des-cida ao poço da mina, o presidente da Câmara de Castro Verde aprovei-tou a oportunidade para relembrar a comitiva que o incumprimento da lei das Finanças Locais e a Lei dos Compromissos estão a asfixiar as au-tarquias. E que, apesar da importân-cia dos investimentos na Somincor, o seu concelho carece de diversificar o tecido económico, pois os “recursos minerais são finitos”. Quem recusou o convite da Somincor foi o presidente da Câmara de Almodôvar, que se vê excluída do “direito a receber a der-rama lançada sobre os lucros tributá-veis daquela empresa, na parte em que se situa no seu concelho”. PB
Penalizações para grevistas e para trabalhadores acidentados
Somincor discrimina trabalhadores
Jacinto Anacleto é o coordena-dor do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira. Mas no dia em que o ministro da Economia visitou a Somincor não compareceu. Estava em Espanha a apoiar a luta dos mineiros vizinhos. No entanto, afirma, perento-riamente, estar satisfeito com as notí-cias de novos investimentos em Neves- -Corvo e com o prolongamento da atividade mineira até 2029. O problema, diz, são as discriminações que a admi-nistração da mina exerce sobre os tra-balhadores. E a questão da nova lei la-boral. Que prevê o corte de 50 por cento no trabalho suplementar. Situação que os mineiros nunca aceitarão. Ontem houve reunião com a administração. Hoje há plenário de trabalhadores na Somincor. Uma empresa que deveria ser nacionalizada para ajudar o País a sair da crise, reclama o sindicalista.
Texto Paulo Barriga Fotos José Ferrolho
Pedir a um governo como este que atual-
mente existe em Portugal a nacionalização
de uma empresa como a Somincor é quase
uma provocação…
Claro que não é provocação nenhuma! A na-cionalização da empresa não é nenhum bi-cho papão. Há relativamente pouco tempo, 51 por cento dos capitais eram portugueses. Na nossa opinião, tendo em conta a crise que o País atravessa e tendo em conta os fa-bulosos lucros que os canadianos levam de Portugal, seria uma solução muito bené-fica para a nossa economia. Na ocasião, fo-mos contra a privatização. Tínhamos razão. Enquanto o nosso país estiver sob resgate poderia abrir-se uma janela para que esta empresa fosse nacionalizada, para ajudar a economia portuguesa nesse esforço.
Que comentário lhe merece a recente vi-
sita do ministro da Economia às minas de
Neves-Corvo?A Somincor prevê investir nos próximos
cinco anos entre 300 e 700 milhões de euros. Já em 2013 vai investir cerca de 130 milhões. Somos obviamente a favor de tudo o que vier para bem da região e do País. Se o Estado português pretender estudar a hipótese de dar para aqui alguns incentivos financei-ros e alguns benefícios fiscais, que eles se fa-çam repercutir nos trabalhadores. Porque são eles que arrancam a riqueza debaixo da terra. E uma empresa que, unilateralmente, atualizou os salários abaixo da inflação veri-ficada em 2011, que penaliza os seus traba-lhadores por serem vítimas de acidentes de trabalho no que toca à atribuição de prémios de produção mensais e uma empresa que dis-crimina trabalhadores por aderirem às gre-ves gerais, se tiver que receber dinheiros do Estado, eles que vão para os trabalhadores.
Em que aspeto é que a Somincor discrimina
trabalhadores?
Há um prémio mensal, que é calculado por objetivos, e os trabalhadores que aderiram às greves gerais de 2010 e 2011 viram o seu prémio totalmente cortado. Ainda admitía-mos que esse prémio de produção não fosse atribuído no dia da greve. Se o trabalhador não produz apenas um dia nesse mês é de toda a justiça que lhe sejam atribuídos os restantes dias.
A Somincor é tida como uma empresa
exemplar. Mas essa parece não ser a opi-
nião do sindicato…
Transparece cá para fora que está tudo bem e que há paz social. Mas não é bem assim, tendo em conta aquilo que já referi. Por ou-tro lado, quero referir que quem nos dera a nós que existissem muitas empresas des-tas aqui na região. São empresas que criam emprego, não o podemos esconder, mas te-mos esses fatores que, de alguma forma, nos atrapalham a vida. Em relação, por exem-plo, às alterações da lei laboral, que entrarão em vigor em agosto, as empresas que têm capacidade para tal deveriam deixar as coi-sas como estão. As alterações não são impo-sitivas para as empresas. No que respeita ao
trabalho suplementar, se a Somincor passar a pagar metade daquilo que agora paga, os trabalhadores não vão aceitar e vão resistir não fazendo esse trabalho. E a empresa ne-cessita muito disso.
Qual é a situação da mina de Aljustrel neste
momento?
Está a laborar. Ainda não atingiu a veloci-dade de cruzeiro. Já lá estão cerca de 650 trabalhadores. O que é bom. Contudo, tam-bém há ali muitas, muitas irregularidades. Ainda as alterações à lei laboral não estão em vigor e ali já se pratica o não pagamento de trabalho noturno ou o não pagamento de feriados, em troca de um ordenado de cerca de mil euros. Isto para alguns trabalhado-res. Porque há trabalhadores no fundo da mina a ganhar 575 euros. Estas situações não podem existir e têm que ser ajustadas. A Inspeção do Trabalho tem sido chamada a intervir e não temos conhecimento que al-guma vez o tenha feito.
O sindicato que representa esteve em
Espanha a apoiar a luta dos minei-
ros espanhóis. Que imagem traz dessa
manifestação?
Trago uma imagem de firmeza. Aqueles tra-balhadores estão unidos. O povo de Espanha está com eles. Nunca tinha visto uma mani-festação tão grande na minha vida e ando no movimento sindical já há muitos anos. Transmitimos aos nossos companheiros uma mensagem de ânimo e de força para enfrentarem a dura luta que estão a travar. Há sete mineiros em luta no fundo de duas minas há mais de 50 dias. Quisemos fazer-lhes uma visita, mas não nos foi autorizado. Só quem vai ao fundo da mina é o médico e o pessoal que lhes leva alimentos. Acredito que vão levar por diante as suas pretensões. A imprensa portuguesa tem dado pouco destaque a isto. Mas o que está a aconte-cer em Espanha são imposições de medi-das cozinhadas na União Europeia. E nós temos algum receio que elas se alastrem a Portugal.
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Adesão à greve na ordem dos 50 por cento, diz administração da Ulsba O conselho de admi-nistração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) – que integra o Hospital José Joaquim Fernandes (Beja), o Hospital de São Paulo (Serpa) e o Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Alentejo, com exceção do
Centro de Saúde de Odemira – fala em taxas de adesão à greve dos médicos 56 por cento nas duas unidades hospi-talares, 50 por cento nos centros de saúde e de 53 por cento no conjunto da unidade no primeiro dia, 11. Em nota de im-prensa, os responsáveis adiantam que dos 80 médicos esca-lados nos dois hospitais, 45 fizeram greve e dos 61 médicos
escalados nos centros de saúde 30 fizeram greve. A admi-nistração adianta ainda que “das 241 consultas progra-madas, foram efetuadas 204 e das 14 cirurgias programa-das foram efetuadas duas”. No segundo dia de greve, 12, a taxa de adesão foi de 46,5 por cento nos hospitais, 43,4 por cento nos centros de aúde e 45,11 no total da Ulsba.
A Câmara Municipal de Beja, no âmbito do programa do Simplex Autárquico, aderiu ao projeto “A Minha
Rua”. De acordo com a autarquia, “o projeto apresenta-se como uma ferramenta interativa de enorme utilidade
pública, que permite ao cidadão reportar as mais variadas ocorrências que vai observando na sua cidade, bairro
ou rua (como iluminação, jardins, passeios, sinalética, veículos abandonados, recolha de lixo, entre outras
situações), de forma simples, cómoda e sem quaisquer custos”. Com este projeto, a câmara pretende “estar
mais próxima dos munícipes e, em cooperação com os mesmos, assumir um papel mais ativo e participativo na
resolução dos problemas locais e, assim, contribuir, para uma melhoria da qualidade de vida de todos”.
Projeto “A minha rua” permite aos
cidadãos de Beja reportarem
ocorrências
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Primeiro-ministro destaca aumento das exportações
Passos vaiado em BorbaPedro Passos Coelho foi recebido esta segunda-feira em Borba por uma cen-tena de manifestantes, convocados pela CGTP, que vaiaram o primeiro-minis-tro, acusando o Governo de “roubar” os salários e os subsídios aos portugue-ses. Passos Coelho esteve nessa ci-dade alentejana para presidir à sessão de abertura do “Global Stone”, um con-gresso internacional dedicado ao setor da pedra natural, que reuniu 120 partici-pantes de 11 países, e à cerimónia de lan-çamento da primeira pedra de um novo centro para deficientes profundos da União das Misericórdias Portuguesas.
Texto Carlos Júlio com Lusa
Sem nunca se referir aos protestos, Passos Coelho destacou a “redução” da neces-sidade de financiamento da economia
portuguesa, que atinge “atualmente os 3,5 por cento do PIB”, dizendo que “para quem ainda há um ano atrás esteve a dois passos da ban-carrota, isto é, de não ter dinheiro para cum-prir os seus compromissos externos e inter-nos, nós conseguimos, em pouco mais de um ano, reduzir significativamente as nossas ne-cessidades adicionais de financiamento da economia”.
O primeiro-ministro sublinhou ainda que Portugal tem conseguido aumentar o peso das exportações, sobretudo no último ano e meio. “É o resultado da capacidade que as nossas empresas têm mostrado para, em condições de grande adversidade, se voltarem para o ex-terior e conseguirem colocar lá fora o que não conseguem colocar cá dentro”, concluiu.
Ao deixar as instalações do Cevalor (Centro Tecnológico para o Aproveitamento
e Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais), em Borba, onde decorria o con-gresso, Pedro Passos Coelho foi de novo vaiado, tendo mesmo um dos manifestan-tes tentado pontapear o carro onde seguia o primeiro-ministro.
Os manifestantes empunhavam cartazes e gritavam palavras de ordem contra o Governo, contra o corte nos salários e nos subsídios e contra a intervenção da troika . “O FMI não manda aqui”, “Os salários a baixar e os lucros a aumentar” e “Com Passos a mandar, o País vai-se afundar” foram algumas das frases en-toadas pelos manifestantes.
Ainda no concelho de Borba, Passos Coelho presidiu à cerimónia de lançamento da primeira pedra de um centro de deficien-tes profundos, da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), já em construção, na fre-guesia de Rio de Moinhos.
Aí, Passos Coelho disse que o Estado deve ser “um elemento pivô numa ação de proteção social”, durante o período em que a economia
“nos permita voltar a crescer”, uma vez que “em momentos de crise económica e social, os que estão em condições de maior vulnerabili-dade são sempre mais duramente atingidos”.
O presidente da UMP, Manuel Lemos, jus-tificou a construção deste novo centro com as “cerca de 400 pessoas que há em lista de espera, sobretudo crianças”, nas duas unidades já exis-tentes, uma em Fátima e outra em Viseu.
Este centro inclui um lar residencial, que pode receber 76 pessoas com grau de deficiên-cia elevado, e um centro de atividades ocupa-cionais que pode acolher 50 utentes.
Manuel Lemos destacou ainda o facto de este ser o terceiro centro deste tipo, da UMP, e o primeiro no Alentejo, que poderá dar res-posta à procura mais a sul do País.
A escolha de Borba, de acordo com o res-ponsável, deve-se ao facto de a União das Misericórdias ter um terreno disponível no concelho, que foi doado à instituição por um benemérito local, Luís da Silva, e, em homena-gem ao doador, este centro vai ter o seu nome.
A adesão dos médicos de Beja à greve realizada
nos dias 11 e 12 foi “um êxito”, disse ao “Diário
do Alentejo” Telo Faria, da FNAM – Federação
Nacional dos Médicos. No Hospital José
Joaquim Fernandes a adesão, nos dois dias,
foi de “aproximadamente 96 por cento”, não
fugindo “muito da média nacional”. No Centro
de Saúde 1 “foi de 100 por cento no primeiro
dia e de noventa e pouco por cento no segundo
dia. No Centro de Sáude 2 foi de cerca de 50 por
cento nos dois dias”. “Foi a segunda vez, que
me lembre, em que houve uma greve que teve o
apoio das duas organizações sindicais e da ordem
da classe, e os resultados foram inclusivamente
superiores àqueles verificados nos anos 80, em
1986, salvo erro, quando houve uma greve com
as mesmas características”, acrescentou o clínico,
realçando que esta greve teve a particularidade
“de ter o apoio de todos os colegas independente
das suas áreas políticas”. Para além disso, disse,
“há uma coisa muito interessante, que é o facto
de, de todos os colegas, os que estavam mais
entusiasmados, que mais aderiram, que mais
se movimentaram, que mais estavam de corpo
e alma na greve, foram os mais novos. Muitas
vezes acontece que são os mais velhos, talvez
por razões históricas, que mais se mobilizam.
Desta vez estiveram todos mobilizados mas
houve uma grande força, uma grande presença,
da parte dos colegas mais jovens, o que se
compreende porque no funco uma parte das
reivindicações tem a ver com o futuro de nós
todos e são os jovens que são os mais afetados”.
Entre as reivindicações da greve, adianta Telo
Faria, está “a luta pelas carreiras médicas,
desmanteladas todos os anos pelos sucessivos
governos; o facto de o Governo pretender que
os contratos dos colegas sejam feitos não por
hospitais mas por empresas, contatos por
horas, pelo mais baixo preço, deixando de haver
aquilo que é fundamental na medicina, que é
a relação médico/doente; contra a elevação das
taxas moderadoras; e, no fundo, contra toda a
degradação do Serviço Nacional de Saúde”.
Greve dos médicos em Beja foi “um êxito”
Protestos Manifestantes esperaram Passos Coelho após um congresso sobre rochas ornamentais
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Ao fim de cinco meses jovens do programa Erasmus regressam a casa
Um pouco de Alentejo na bagagemEm março deste ano, cerca de 40 alu-nos dos mais diversos países chegaram a Beja ao abrigo do programa Erasmus. Nessa altura, o “Diário do Alentejo” falou com alguns deles, perspetivando o tempo que passariam em Beja. Agora, cinco me-ses passados e quando os que não parti-ram estão quase a fazê-lo, dois deles fa-zem o balanço deste tempo, de como lhes encheu as medidas das expectativas e valeu a pena.
Texto Marco Monteiro Cândido
Fotos José Ferrolho
A torre de menagem do castelo de Beja domina a paisagem. Quem chega à cidade, vindo de qualquer direção,
avista, quilómetros antes, aquela que serve de farol à navegação pelas planícies, de liga-ção a quem chega e a quem parte. Talvez tenha sido isso que marcou Lena Kamrowski, estu-dante alemã de 24 anos feitos em Portugal, que chegou a Beja no início de março, no pro-grama, de intercâmbio estudantil internacio-nal, Erasmus. Talvez seja isso que leva Lena Kamrowski a eleger o castelo de Beja como o seu local favorito na cidade alentejana. E é aí mesmo que marca encontro com o “Diário do Alentejo” para fazer o balanço de cinco me-ses de Beja e Portugal, para onde veio como
a primeira aluna, ao abrigo de Erasmus, a ti-rar mestrado no Instituto Politécnico de Beja (IPB). “Para mim, este local faz-me sentir em casa. Estive aqui logo na primeira semana, a mostrá-lo à minha família”.
Lena, que voltará para a Alemanha no final deste mês, viajando de autocaravana durante quatro semanas até chegar a casa, fala com agrado dos tempos que passou e ainda vai pas-sando em Beja. Se, a nível académico, as coi-sas têm vindo a correr bem, tal não é alheio à adaptação social ter sido fácil e de forma in-tegrada na cidade. “Tem corrido tudo muito bem. Encontrei um apartamento agradável, conheci pessoas para além dos estudantes de Erasmus, apesar de me sentir muito confor-tável com eles. E na escola foi bom. Os profes-sores receberam-me bem, de forma calorosa, e no Patronato, onde estagiei, aprendi muito”. Os estudos de Lena, na Alemanha, terminarão no ano que vem e depois começará a dar aulas, tornando-se professora do estado alemão du-rante, pelo menos, três anos.
Em março, Petr Dedicik chegou da República Checa para estudar gestão de sis-temas de segurança no IPB. O facto de ser a instituição de ensino superior com o plano de estudos mais parecido com o da sua uni-versidade foi o primeiro chamariz para Beja. O clima de Portugal, o segundo. Petr, ao con-trário de Lena, já voltou para casa. E para
ele, o tempo que passou em terras alenteja-nas foi muito bom. “A minha experiência em Beja foi fantástica. A principal razão foram as pessoas, uma vez que conheci estudantes de 12 países diferentes e, consequentemente, 12 culturas diferentes”. À distância de al-guns meses desde que chegou, Petr continua a pensar que a escolha de Beja (e de Portugal) foi bem feita, apesar de pensar inicialmente que a cidade fosse maior e com mais coisas para ver. No entanto, a curiosidade de conhe-cer um país que se revelou, como suspeitou, completamente diferente da sua República Checa, valeu a pena.
Opinião distinta tem Lena. Para ela, Beja é uma cidade grande, uma vez que vem de uma pequena vila alemã, mas que ao mesmo tempo tem a particularidade de se conseguirem ver os limites, o fim da cidade em qualquer dire-ção. “Gosto muito de fazer jogging fora da ci-dade, à volta, e da paisagem do campo aqui tão perto”. A vida calma é outro dos aspetos que Lena destaca desta sua passagem por Beja. “As pessoas têm tempo umas para as outras, ado-ram estar nos pequenos cafés a conviver. Na Alemanha é muito diferente”.
Uma das coisas que Petr Dedicik menos gostou em Beja e de, uma forma geral, em Portugal, foi da sujidade nas ruas, algo muito diferente, segundo o próprio, da sua República Checa. “Eu não podia ir para a escola sem estar
sempre a olhar para o chão. Não é habitual no meu país, pelo menos tanto, haver papéis e lixo pelas ruas”. Petr aponta também o facto dos alunos portugueses falarem muito pouco inglês, o que prejudicou a integração dos estu-dantes estrangeiros e o relacionamento entre todos. “Não sei se foi por não quererem ou por não saberem, mas o nosso relacionamento po-deria ter sido melhor se falassem”. Mais uma vez, Lena tem uma opinião distinta em relação aos alunos do IPB. “Os alunos voluntários de Beja estiveram sempre lá para nós. Ajudaram--nos sempre que surgiu algum problema e passaram muito tempo connosco. E foram fantásticos porque passaram o seu tempo livre connosco, a ajudar-nos.”.
Cinco meses depois da chegada a Beja, com Lena quase a partir e Petr já na sua terra, e apesar das visões diferentes em relação a este tempo, Portugal é algo que lhes fica gravado no livro das memórias. Seja pela costa atlân-tica que tanto fascinou Petr ou pelo estilo de vida que agradou a Lena, ambos dizem que o período de Erasmus em Beja valeu a pena e voltariam a repeti-lo.
Lena, por estes dias, prepara-se para vol-tar de autocaravana com o namorado para a Alemanha. Visitará mais locais em Portugal, antes de partir rumo a Espanha. No entanto, não descarta, no futuro, voltar para dar aulas numa escola alemã em Lisboa.
Lena Kamrowski “Para mim este local [castelo] faz-me sentir em casa” Petr Dedicik “A minha experiência em Beja foi fantástica”
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Licenciados e mestres vão dinamizar aldeias ribeirinhas de Alqueva Um projeto quer fixar, du-rante nove meses, 15 jovens licenciados e mestres em cinco aldeias ribeirinhas do Alqueva para procurarem soluções e criarem negócios capazes de dinamizar a economia das loca-lidades e as potencialidades criadas pela albufeira. O projeto
“Aldeias Ribeirinhas do Grande Lago Alqueva”, que deverá ar-rancar no mês de setembro, abrange quatro aldeias do distrito de Évora – Capelins (Alandroal), Luz (Mourão), Alqueva (Portel) e Campinho (Reguengos de Monsaraz) e uma do distrito de Beja – Povoa de São Miguel/Estrela (Moura). A Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), uma das
entidades promotoras, a par com a Associação Transfronteiriça dos Municípios das Terras do Grande Lago Alqueva, explica que o projeto pretende procurar “soluções inovadoras e sustentá-veis” para “dinamizar económica, social e culturalmente” as al-deias e “as potencialidades criadas pelo grande lago “. As candi-daturas estão abertas até ao próximo dia 31.
A Câmara Municipal de Beja vai criar uma
zona de lazer fluvial junto às azenhas do
Guadiana, em Quintos. De acordo com o
presidente da autarquia, Jorge Pulido Valente,
a câmara vai melhorar o acesso ao rio
e beneficiar a zona das azenhas, com o objetivo
de “chamar as pessoas para perto do rio”.
Câmara de Beja vai cria zona
de lazer fluvial em Quintos
Diário do Alentejo20 julho 2012
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Castelo de Moura tem novo museu de armaria
Às armas!A cidade de Moura foi recentemente dotada de um novo espaço museoló-gico. Trata-se do núcleo de armaria, instalado na torre de menagem do cas-telo, que pela primeira vez está aberta ao público. A este projeto somou-se a recuperação do espaço da alcáçova.
Texto Alberto Franco
“Um momento de grande im-portância para a história da cidade e do concelho”. É as-
sim que o vereador Santiago Macias quali-fica os recentes trabalhos no perímetro do castelo de Moura, que incluem a criação de um núcleo museológico na torre de mena-gem e a reabilitação da alcáçova. “Pela pri-meira vez na sua vida a torre de menagem está aberta ao público. Em tempos, era lo-cal de acesso restrito. Depois, quando per-deu funções na área do poder, passou a fazer parte de um espaço degradado (o castelo) e ninguém lá ia. No fundo, é uma forma de devolver mais um espaço à popu-lação”, salienta aquele responsável.
O núcleo museológico é dedicado à ar-maria e nele pode ser apreciado um impor-tante espólio de armas dos séculos XVI a XVIII, designadamente espadas, punhais e pistolas. “São materiais que faziam, e fazem,
parte do espólio do Museu Municipal. Essas peças, no caso de museus como o de Moura, chegam ao local quase sempre in-tegrando um legado. Ou como oferta. A compra de peças é uma exceção nos peque-nos museus”, explica Santiago Macias. A par da exposição de objetos, os visitantes encontram ainda “uma explicação sobre os monumentos militares de Moura. Esse tra-balho foi desenvolvido pela minha colega Marisa Bacalhau, do Museu de Moura”.Instado a apontar uma peça com especial significado, Santiago Macias, que é tam-bém um reconhecido historiador e arque-ólogo, prefere enfatizar o valor do local em que o núcleo museológico está inserido. “A peça a destacar é a própria torre, um exce-cional exemplar de arquitetura militar dos fins da Idade Média.” O espaço pode ser vi-sitado das 9 e 30 às 12 e 30 e das 16 às 20 horas.
Na alcáçova do castelo “foi feita uma re-pavimentação geral e foram criadas condi-ções de acesso à torre. Estando em curso escavações arqueológicas, foram instala-das baias de proteção e colocadas imagens que permitem aos visitantes ter uma ideia, ainda que esquemática, do que estão a ver. A intervenção que ali vemos foi concreti-zada a partir de 2006”. O recinto agora re-cuperado será sobretudo utilizado como
espaço de lazer, podendo servir para espe-táculos como aquele que o Teatro Fórum de Moura ali montou, há dois anos.
O projeto de musealização da torre de menagem foi da autoria de Mariano Piçarra, designer da Fundação Gulbenkian. “Na alcáçova intervieram, em diferentes momentos, e de diferentes formas, o ar-quiteto José Custódio, o arquiteto Nuno Moquenco, a arquiteta Patrícia Novo e o engenheiro José Martinho”. Entretanto, “está em curso o processo final de ilumi-nação das muralhas, da autoria da arqui-teta Maria João Pinto-Coelho, que será inaugurado lá mais para o fim do ano”.
O processo de musealização da torre de menagem foi moroso, tendo conhe-cido desde o seu início, em 1988, contra-tempos diversos. “Foi suspenso pela edi-lidade que ganhou as eleições de 1989”, recorda Santiago Macias. “As razões da pa-ragem são várias: a vereação não estava in-teressada no projeto, nem no castelo, nem no património cultural. Confesso que até 1997 dei o caso por encerrado e pensei ‘isto nunca se fará’. A partir de 1997 começa a desenvolver-se o projeto de reabilitação do castelo. E depois de 2006 dá-se o arranque final. Um processo lento e marcado por muitas dificuldades. Que, aliás, nos ensi-nam imenso”.
Mais 15 anos
a escavar
As sucessivas campanhas de escavações arqueoló-gicas no castelo de Moura
têm proporcionado achados inte-ressantes e contribuído para um melhor conhecimento do passado mourense. Segundo Santiago Macias, “as escavações desen-volvem-se em dois locais: na al-cáçova, onde retomaremos (o José Gonçalo, a Vanessa Gaspar e eu) os trabalhos em 2013. Temos uma sucessão de ocupações em cinco momentos: período islâmico, sé-culo XIV, alcáçova de Duarte Darmas, aquartelamento dos sé-culos XVII-XVIII e construções oitocentistas. Uns 800 anos de História. Na zona do futuro posto de turismo temos em curso esca-vações que durarão até final de outubro. A cronologia é sensivel-mente a mesma da alcáçova, mas teremos novidades para apresen-tar, dentro de uns meses”.
As escavações no castelo de Moura juntam entidades como o Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto e o Campo Arqueológico de Mértola, que têm apoiado a inves-tigação. Há pouco dias, a Junta de Freguesia de São João Batista, em Moura, e o Campo Arqueológico de Mértola assinaram um proto-colo de colaboração que se tradu-zirá no financiamento de análises de carbono 14. Nas previsões de Santiago Macias, as escavações deverão prolongar-se por mais 10 ou 15 anos.
Pela primeira vez na sua vida a torre de menagem está aberta ao público. Em
tempos, era local de acesso restrito. Depois, quando perdeu funções na área
do poder, passou a fazer parte de um espaço degradado (o castelo) e ninguém
lá ia. No fundo, é uma forma de devolver mais um espaço à população”
Santiago Macias, arqueólogo e vereador da Câmara de Moura
anos de história. As escavações arqueológicas
no castelo de Moura abrangem cinco momentos
que vão desde o período islâmico até ao século XVIII.800
Torre de menagem Por fim a fortificação mourense deixou de ser um espaço abandonado e degradado
CMM
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Perfil
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A sala de jogos de várias gerações da cidade de Beja
O Constantino que é o “Costa” da Casa dos Arcos
Numa das ruas mais em-blemáticas do centro his-tórico de Beja, na rua do
Sembrano, há uma casa não me-nos emblemática. A Casa dos Arcos, cuja história se confunde com a pró-pria história do seu proprietário. Constantino Rosa, mais conhecido por “Costa”. “O nome era um pouco comprido e resolveram abreviá-lo”, começa por explicar. Habituou-se a ser tratado assim e garante: “Na ci-dade se falarem do Constantino nin-guém sabe. Mas se perguntarem pelo ‘Costa’, pelo ‘Costa’ da Casa dos Arcos, todos sabem identificar”. E, na verdade, é mais difícil encontrar na cidade quem não o conheça do que o contrário.
Começou a trabalhar na Casa dos Arcos, ainda hoje casa de jogos, na al-tura dirigida pelo seu pai, com apenas 10 anos. Não perdeu, porém, a conta ao tempo. “Estou aqui há 50 anos”.
Não fez outra coisa na vida. Não soube o que foi outro trabalho e sem hesitação ou rodeios assegura: “Não me arrependo. Tive aqui momen-tos extraordinários. É claro que aos 10 anos não tinha gosto em aqui es-tar, mas rapidamente o ganhei. Criei aqui os meus filhos. Esta casa é a mi-nha história de vida, faz parte da his-tória da minha família. Como posso arrepender-me?”.
Cinquenta anos, como diz Constantino, é quase toda uma vida. Sobraram-lhe 10 anos para a meni-nice. “Fiz a quarta classe e vim para aqui. Fazia cá falta”, conta. Não havia tempo, nem na vida havia lugar para lamentações.
A Casa dos Arcos sempre funcionou como casa de jogos.
“Foi-o sempre”, diz. “Na altura do meu pai era sala de jogos e casa de pasto. Ainda se manteve assim uns anos comigo. Depois as coisas mo-dificaram-se e ficou assim”. Uma casa de jogos. Repleta de mesas de bilhar, de snooker, de matraquilhos, de ping pong e mais. As máquinas de jogos, flippers e do género, em-bora ainda algumas lá se avistem, já não funcionam. Estão desligadas da corrente. “Já ninguém procura este tipo de jogos”, adianta Constantino. “As coisas modificaram-se bastante. Chegaram as consolas, os compu-tadores. Ninguém já mete moedas nestas máquinas”, conclui, para de-pressa arrumar o assunto.
Constantino acompanhou várias gerações da cidade de Beja e é com um sorriso nos lábios que conta: “Às vezes chegam aí rapazes que me per-
guntam se conheço os seus pais. Explicam-me
quem é e rapidamente lhes res-pondo: ‘sim, conheço os vossos pais e também os vossos avós’”.
A Casa dos Arcos, como ainda hoje se mantém, abriu em 1962. E
é fácil perceber porque ganhou este nome. A sala ampla,
quase a perder de vista, repleta de jogos, toda
ela é composta por arcadas.
“Esta sempre foi uma casa de referência para a juventude da cidade e não só”, considera o pro-prietário. Os anos 80, contudo, em
sua opinião, foram, sem dúvida, os anos de
ouro da casa. “Foi ex-traordinário”, recorda. O negócio hoje sofre do
mesmo mal de muitos outros. “Há cada vez menos dinheiro. As pessoas saem cada vez menos e gastam cada vez menos”, confessa. E acrescenta: “Mantenho-me por muito amor à camisola”. Até porque, tem a certeza de que esta é uma casa que marcou as “vivências de muita gente” e que, à sua maneira, “acaba por ser também um símbolo da cidade”.
Antigamente organizaram-se aqui grandes torneios de bilhar e de matraquilhos. Constantino, no en-tanto, sempre se direcionou mais para o ping pong, embora também goste de matraquilhos. “Quando era miúdo não chegava bem à mesa e co-locava uma caixa de cartão para fi-car mais alto”, conta. Hoje encosta--se a ela. E continua sempre pronto para bater umas bolas. Que se junte ao jogo quem vier por bem.
Garante que vai estar na Casa dos Arcos, na casa que guarda em cada parede a sua história, a história da sua vida, até que possa. E tem um so-nho, embora saiba que este, talvez, seja um sonho difícil de concretizar-se. “Gostava que a Casa dos Arcos jamais fechasse”, diz, emocionado. Se fosse com um filho seu à frente, tanto melhor.
A Casa dos Arcos, conhecida casa de jogos da cidade de Beja, mantém-se no ativo. Já
lá vão 50 anos e ao balcão, ao serviço dos clientes, sempre esteve um rosto. O rosto de
Constantino, que aqui se fez menino, moço e homem. Ah, o Constantino Rosa é o “Costa”.
O “Costa” da Casa dos Arcos.
Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolhopria história do seu proprietário. Constantino Rosa, mais conhecido por “Costa”. “O nome era um pouco comprido e resolveram abreviá-lo”, começa por explicar. Habituou-se a ser tratado assim e garante: “Na ci-dade se falarem do Constantino nin-guém sabe. Mas se perguntarem pelo ‘Costa’, pelo ‘Costa’ da Casa dos Arcos, todos sabem identificar”. E, na verdade, é mais difícil encontrar na cidade quem não o conheça do que o contrário.
Começou a trabalhar na Casa dos Arcos, ainda hoje casa de jogos, na al-tura dirigida pelo seu pai, com apenas 10 anos. Não perdeu, porém, a conta ao tempo. “Estou aqui há 50 anos”.
Não fez outra coisa na vida. Não soube o que foi outro trabalho e sem hesitação ou rodeios assegura: “Não me arrependo. Tive aqui momen-tos extraordinários. É claro que aos 10 anos não tinha gosto em aqui es-tar, mas rapidamente o ganhei. Criei aqui os meus filhos. Esta casa é a mi-nha história de vida, faz parte da his-tória da minha família. Como posso arrepender-me?”.
Cinquenta anos, como diz Constantino, é quase toda uma vida. Sobraram-lhe 10 anos para a meni-nice. “Fiz a quarta classe e vim para aqui. Fazia cá falta”, conta. Não havia tempo, nem na vida havia lugar para lamentações.
A Casa dos Arcos sempre funcionou como casa de jogos.
“Foi-o sempre”, diz. “Na altura domeu pai era sala de jogos e casa depasto. Ainda se manteve assim unsanos comigo. Depois as coisas mo-dificaram-se e ficou assim”. Umacasa de jogos. Repleta de mesas debilhar, de snooker, de matraquilhos,rrde ping pong e mais. As máquinasgde jogos, flippers e do género, em-bora ainda algumas lá se avistem, jánão funcionam. Estão desligadas dacorrente. “Já ninguém procura estetipo de jogos”, adianta Constantino.“As coisas modificaram-se bastante. Chegaram as consolas, os compu-tadores. Ninguém já mete moedasnestas máquinas”, conclui, para de-pressa arrumar o assunto.
Constantino acompanhou váriasgerações da cidade de Beja e é comum sorriso nos lábios que conta: “Àsvezes chegam aí rapazes que me per-
guntam se conheço os seus pais.Explicam-me
quem é e rapidamente lhes res-pondo: ‘sim, conheço os vossos pais e também os vossos avós’”.
A Casa dos Arcos, como ainda hoje se mantém, abriu em 1962. E
é fácil perceber porque ganhou este nome. A sala ampla,
quase a perder de vista, repleta de jogos, toda
ela é composta por arcadas.
“Esta sempre foi uma casa de referência para a juventude da cidade e não só”, considera o pro-prietário. Os anos 80, contudo, em
sua opinião, foram, sem dúvida, os anos de
ouro da casa. “Foi ex-traordinário”, recorda. O negócio hoje sofre do
de que esta é uma casa que marcouas “vivências de muita gente” e que, àsua maneira, “acaba por ser tambémum símbolo da cidade”.
Antigamente organizaram-seaqui grandes torneios de bilhar e dematraquilhos. Constantino, no en-tanto, sempre se direcionou maispara o ping pong, embora tambémgggoste de matraquilhos. “Quando eramiúdo não chegava bem à mesa e co-locava uma caixa de cartão para fi-car mais alto”, conta. Hoje encosta--se a ela. E continua sempre prontopara bater umas bolas. Que se junteao jogo quem vier por bem.
Garante que vai estar na Casa dosArcos, na casa que guarda em cadaparede a sua história, a história dasua vida, até que possa. E tem um so-nho, embora saiba que este, talvez,seja um sonho difícil de concretizar-se. “Gostava que a Casa dos Arcosjamais fechasse”, diz, emocionado.Se fosse com um filho seu à frente, tanto melhor.
Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolho
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OpiniãoEuro 2012: golos, política e polvoà Opalenica - Parte IIBruno Ferreira Humorista
Mas por que é que as nossas vedetas inter-nacionais teimam em não se afirmar defi-nitivamente ao ser-v iço d a se leç ão? Ronaldo fatura miú-das e golos com far-tura em Madrid, onde é campeão, a par de
Coentrão e Pepe; as tatuagens de Meireles dão-lhe cor no Chelsea, onde conquistou a Champions; Bruno Alves é campeão de pancada mas também o é em título no Zenit de São Petersburgo. Contudo, na seleção não há troféus. Por muito que me custe, esta sequência de factos confere razão a Passos Coelho. Qual é o traço comum a todos estes jogadores de sucesso lá fora? É que estão lá fora. Talvez o segredo para o êxito seja mesmo emigrar. Aliás, já Álvares Cabral, ou Vasco da Gama, foram emigrantes de sucesso. E até mesmo Luiz de Camões escolheu sair do País para escrever os Lusíadas, numa gruta, em Macau.
Mas este campeonato da Europa, talvez pelo calor que o acompanhou, trouxe uma suculenta silly season fora de época. Nas lides televisivas, a SIC liderou a noite do último jogo lusitano e até enviou para Madrid o Hugo Alcântara. Numa espécie de promoção, o repórter dos fait divers de Carnaxide trocou o calor dos incêndios portu-gueses e os banhos das agulhetas dos bombeiros pelos 40 graus das Portas del Sol e um banho de multidão na capi-tal espanhola.
Por todos os canais reinou a exploração do culto da imagem dos jogadores levada ao limite. Eu não tenho nada contra o culto da imagem, sobretudo se for a imagem de uma moça gira e boa. Que não foi o caso. Tudo serviu para encher: diários do europeu, reportagens sobre o pré-ante-pós-sub-vice-estágio dos jogadores em Óbidos, desfiles, al-moços, apresentações, receções, campanhas publicitárias, os carros do plantel, apontamentos sobre os ingredientes da mousse de chocolate que os jogadores comeriam depois de jantar, o tipo de feno preferido dos cavalos que puxa-ram as charretes, reportagens sobre as estranhas razões que levaram bombeiros e enfermeiros a não poderem ver os jogos, ou ainda quantos níveis do “Mortal Combat” o Miguel Veloso consegue completar em meia hora, a marca do verniz anti quebra que o Quaresma usa nas unhas, ou o nível de acidez do xixi do Custódio.
Este foi também o Euro Gafes 2012. A começar pela re-ceção do PR à seleção, quando Ronaldo tratou o chefe de Estado por você. O País comentou, mas Cavaco não terá sequer notado, uma vez que se fosse ele o jogador, e o cra-que o Presidente, o boliqueimense CS7 trataria exata-mente da mesma forma o madeirense PR7. São coisas que lhes estão no sangue. Mas houve mais: a jornalista espa-nhola Sara Carbonero, namorada de Casillas, perguntou a Iniesta, no f lash interview após a vitória contra Portugal, se o jogador espanhol gostaria de ter marcado um dos pe-naltis. Iniesta tinha marcado o segundo. Um último caso: na entrevista de Paulo Bento à RTP, Sandra Sousa conse-guiu tratar duas vezes o selecionador por Carlos, e uma vez por Paulo Zé. Bento, tal como Iniesta, não pestanejou. São coisas de campeões.
Uma das maiores polémicas em torno do campeonato foram os gastos com a seleção. O futebol mexe com muito dinheiro, tal como Vítor Gaspar, sendo que este último, no entanto, está mais acostumado a pedi-lo emprestado. As despesas nacionais foram as mais elevadas de todas as se-leções presentes e ascenderam a 33 174€ por dia. A campeã do mundo e bicampeã da Europa despendeu 4 700€. E pa-rece que não ficaram numa pensão.
Com uma equipa de 23 jogadores que vale no mer-cado 361 milhões de euros, e com a campanha da seleção neste Europeu, a FPF arrecadou da UEFA 15,5 milhões. Humebrto Coelho, vice-presidente da FPF já disse que os impostos são tributados em Portugal. É a federação em contra ciclo com a Jerónimo Martins. Bem, e posto isto, que venha o Mundial 2014!
Vá para fora cá dentro, sem dúvida!Luís Covas Lima Bancário
Um fim de semana diferente e simplesmente fantástico. O Monte da Morena, situ-ado numa paisagem deslum-brante, configura uma alter-nativa excelente dentro de uma proposta de turismo que se enquadra numa proprie-dade agrícola localizada em Serpa. Esta associação de que
resulta o agroturismo tem um potencial incrível quando aplicada com saber, condimentos e sabores. Dessa sim-biose resulta uma oportunidade de lazer e de bem-estar, onde os conhecimentos que se adquirem nos transformam – velhos e novos – em verdadeiros aprendizes daquilo que temos e que nunca reconhecemos.
Mas, neste caso concreto, o Monte da Morena é muito mais do que isso. A requalificação do espaço preservou e prolongou a sua traça original. De um lado a parte agrícola extremamente bem cuidada, do outro uma iniciativa fe-liz para turismo, baseada num conjunto de casinhas de ca-riz profundamente alentejano, onde impera a tradição e a traça arquitetónica da região.
Os seus proprietários não se f icaram por aqui. Homenagearam ainda o seu concelho. Batizaram as casi-nhas com o nome das freguesias do concelho de Serpa. São sete. Brinches, Pias, Salvador, Santa Maria, Vale de Vargo, Vila Nova de São Bento e Vila Verde de Ficalho estão pre-sentes e contribuem para a consolidação de uma união que resulta num quadro ímpar onde o Alentejo impera. Dos bonitos e harmoniosos alpendres vislumbra-se uma vista de cortar a respiração para a imensa planície. O silêncio e o sossego estão de mãos dadas e complementam um es-paço onde o tempo parece parar. O pôr do sol é magnífico, a linha do horizonte é ténue para tamanha e tão grande beleza.
Pela curta distância a Serpa (cerca de um quilómetro) existem motivos mais do que suficientes para uma esca-padela. Esta cidade, que ainda tem um delicioso “sabor” a vila, tem os ingredientes ideais para isso – o casario im-pecável e vestido de branco, a torre do relógio, a igreja de Santa Maria, as escadas com o mesmo nome, a porta de entrada nas muralhas, o aqueduto, o castelo e claro, o Museu do Relógio. A gastronomia é excelente. O café/res-taurante “Engrola” é prova disso. Não esqueço a açorda de coentros com ovo escalfado e pescada ou bacalhau. Foi-me
recomendado pela “Morena”. Os produtos regionais do concelho são de exceção. Azeite, doçaria regional, enchi-dos, mel, pão, queijo Serpa e vinho.
A dinâmica da agenda cultural não f ica atrás. Habitualmente contempla festas e feiras, desporto, mu-seus, música, cante alentejano, leitura, teatro e artesanato.
Tudo isto sem esquecer a proximidade ao rio. A hos-pitalidade e a simpatia desta gente encanta e o Monte da Morena encantou-me a mim e aos meus!
Comunidades MineirasFilipe Nunes Arqueólogo
Entusiasma ver a luta dos minei-ros nas Astúrias. Também aqui “a mina” permanece como o sus-tento no dia a dia de Castro Verde, Aljustrel, etc. Mas entre estas “co-munidades mineiras” das monta-nhas e da planície, há hoje minei-ros e mineiros. Da mesma forma que os mineiros asturianos nos mostram que há lutas de trabalha-
dores… e lutas de trabalhadores.Primeira diferença. Nas Astúrias está em causa o car-
vão e um plano de desmantelamento desse setor energé-tico que implicou um conjunto de ajudas à sua reconver-são. Mas em hora de canalizar o dinheiro da crise para os bancos dá-se uma diminuição de mais de 50 por cento nessas ajudas. O fim das minas anunciado ressurge como o abismo para essas populações. Por cá é o cobre e zinco e, pelo contrário, prometem-se abrir mais minas. No campo o cobre vai-se indo, e a China e outros “emergen-tes” aceleram na máquina do progresso a todo o custo.
Segunda diferença. O peso mítico da luta mineira. Nas Astúrias a memória de 1934, e outras lutas, não se fica pela evocação histórica. O presente ultrapassa o passado, pois não o esqueceu. Mas hoje no Alentejo o passado pa-rece ter enterrado o presente. Em 1922 os mineiros de Aljustrel recebiam a solidariedade de outros trabalhado-res, mitigando a fome dos seus filhos, e em 2012 os mi-neiros ingleses anunciam o fundo de apoio aos minei-ros asturianos. De que solidariedade poderíamos esperar hoje dos mineiros alentejanos? E sobretudo de que lutas?
Nas Astúrias os rostos tapados, o fogo e as pedras são a força da luta, pondo de lado o sindicalismo de palanque e da lei e ordem que de tanto conhecermos já enjoa. É real o imaginário combativo do mineiro asturiano, num sin-dicalismo de base e em comunidade, participativo e não reduzido à mera delegação sindical que distribuiu ban-deiras vermelhas para desfilar na avenida. O mineiro da montanha luta pelo pão em cima da mesa, o mineiro da planície cala e come o que por agora há em abundância.
Mas não esqueçamos o que lhes é comum: a vida des-tas “comunidades mineiras” é ditada pelos apetites da indústria voraz, e só perante o fim anunciado da mesma se questiona como as mesmas determinam a capacidade de autonomia dessas vidas. Na firme luta asturiana joga--se em parte o reivindicar dessa autonomia, enfrentando as decisões da economia mundial. E é essa também a questão eternamente adiada do mineiro alentejano, cuja “paz social” negociada entre sindicatos e multinacio-nais é subscrita e enraizada nas espectativas de um es-tilo de vida, onde os “prémios de produção” ou as “horas extras” são as principais reivindicações dos mineiros. O que se passará se lhes for ditada a “reconversão”, o fim das minas?
Relvas (PIM!) não é apenas uma vergonha para o seu amigo Passos Coelho, para o PSD ou para o Governo – o que me deixaria sem cuidado. Relvas (PIM!) é um embaraço para os políticos e para a democracia que permite tais figurões. Esta é a única razão por que seria conveniente que alguém o raspasse rapidamente da sola do sapato antes que faça maiores estragos.
José Vítor Malheiros, “Público”, 17 de julho de 2012
14 É uma boa notícia para a região e para o País. A empresa concessionária das minas de NEVES-CORVO anunciou na
passada semana um investimento na ordem dos 130 milhões de euros, que irá prolongar por mais alguns anos a vida útil do complexo mineiro e a manutenção dos atuais trabalhadores. E, de repente, a mineração voltou a ser uma opção “estratégica” para o Governo de Portugal e uma oportunidade única para os estrangeiros que nela investem. PB
No próximo ano letivo, no ensino superior, o que está a dar são os cursos de engenharia. Volta Sócrates, estás perdo-ado. Rute Reimão e Aníbal Fernandes, Elias – o sem-abrigo, “Jornal de Notícias”, 16 de julho de 2012
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– As candidaturas ao ensino superior começam hoje. Há grande entusiasmo entre os candidatos: se entrarem, daqui a três anos alguns podem estar licenciados.– Três anos?– Numa perspetiva sem equivalências, claro.
Luís Afonso, Bartoon, “Público”, 16 de julho de 2012
15Ainda há nada de tempo, Fernando Caeiros, competente autarca em Castro Verde durante 32 anos, profícuo
conhecedor da realidade política, económica e social do Alentejo, foi corrido do programa Inalentejo pelo governo de MIGUEL RELVAS por não possuir uma licenciatura ou algo equivalente. Vexame que apenas terá equivalência com o pronto e inadiável afastamento do Governo do sr. dr. relvas. PB
As SMART SHOPS são uma realidade recente em Portugal. Em Beja abriu a primeira no final do ano passado. São
lojas que vendem drogas sintéticas que escapam às listagens das substâncias consideradas ilegais. Mas que podem provocar graves danos a quem as consome. Principalmente aos jovens. Todos os anos aparecem dezenas de novas substâncias nas margens da lei. Num verdadeiro e perigoso jogo do gato e do rato. PB
Cartasao diretor
Na senda da criseAntónio Bento Martins
Mina de São Domingos
Falar dela não é coisa fácil, simples-mente porque, da nossa, legada pe-los governos, fala gente de grande sa-bedoria, os verdadeiros doutores da crise e, doutoras ainda, grandes espe-cialistas, que aparecem em tudo o que é comu-nicação social, nas televisões principalmente, que alarmam e dei-xam espantados os incautos ouvintes, como soa dizer-se, é fartar, “vilana-gem!”. Vejam só os nomes que a gente já aprendeu, como crise económica (tem a ver com a pobreza), e, a seguir, a fome, ambos estreitamente ligados e usados como armas de arremesso con-tra os famintos nacionais que nunca antes haviam sido tratados com tantas atenções, exceto nos tempos “fascis-tas” entre as quais se contava o “bodo aos pobres”, de tanto sucesso naqueles tempos em que a aparência humana era a do “tuberculoso”... Agora nem tanto assim, com a fartura de comida, até já engordam…
Mas entre os nomes que a crise usa existe uma a fazer furor: austeri-dade, cujos efeitos não sei se não irão provocar a queda do Governo; isto se, muito rapidamente, já optaram por outra palavra mágica lançada para seio do povo, o crescimento, que está a ter mais êxito do que a própria seleção nacional de futebol, só que a malta do desporto ainda não viu…
É que, salvo melhor opinião, eu, um dos sobreviventes do tempo antigo, tanto quanto completei 85 anos penso – coisa esquisita esta a de pensar, ainda por cima com o exame da quarta classe apenas –, mas penso que já tive-mos “campeões” da austeridade, tais como Margaret Tatcher outrora e atu-almente a Angela, ambas tendo feito progredir o seu país, com medidas que a gente não gosta, não falando, descul-pas de omissão, no caso do nosso “exe-crável” dr. António d’Oliveira Salazar!
Tenho a impressão, se não a cer-teza, que esta do crescimento levará água no bico, se não vejamos: quem mais apregoa a palavra crescimento são certos senhores – grandes massas, grandes reservas monetárias... sabe--se lá onde as foram “captar” (num país tão pobre!), mas há certamente quem saiba…
Vá lá, “abram os cordões à bolsa” e ponham o crescimento a funcionar e
assim, com toda a segurança, com os dinheiros que são nossos, de Portugal, para nos salvar – temos fome, senho-res do capital; não estejam à espera dos euros da Europa, que não hão de vir, muito menos sob os auspícios da sra. Merkel? – apesar de ser grande amiga do nosso Passos Coelho, por quem até parece sentir um certo ciúme, talvez por ser ela uma amiga rica e prendada!
Nas dúvidas,desafiemos as encruzilhadasJosé Carlos Albino Messejana
Ao longo da vida tenho tido certezas e dúvidas. Penso que os tempos e modos das certezas tenham sido menos enri-quecedoras. Nas dúvidas, acho, sempre encontrei desafios e caminhos, mesmo que estreitos e longínquos.
Mas a dúvida nada tem que signi-ficar imobilismo. A dúvida deve ser um tónico para a reflexão, geradora de ação. Direi que podemos ter a certeza da dúvida.
Hoje, contudo, as dúvidas são duma dimensão e substância que, penso, nunca vivi. Sabendo que a idade pode não ajudar, considero que nunca vi tanto “o Mundo de pernas para o ar”, sem que não houvesse “ginásticas” para o endireitar (sem conotações ideológi-cas). Mesmo olhando para a História, cheia de desastres e revoluções, não vis-lumbro encruzilhadas como as atuais. A profundidade e velocidade das mu-danças, aos mais diversos níveis, nos locais, nas regiões, nos países, nos con-tinentes e no mundo, deixaram-nos de-sarmados. Nas armas, estratégias, mé-todos e visões futuras.
Mas há princípios humanistas que se mantêm totalmente atuais. E na base desses princípios devemos beber e rea-lizar reflexões e ações. Desbravar as en-cruzilhadas terá que ser o desígnio.
E perante a fragilização destes princípios e um certo embrutecimento de muitas pessoas e populações, pro-vocados pelo domínio do “Bezero de Ouro” e endeusamento do dinheiro-capital, a procura de caminhos terá que assentar na divulgação-promoção-assunção dos valores da “Liberdade, Fraternidade e Igualdade” entre todos os cidadãos.
Este, penso que é o percurso a fazer, sem apelos a velhas “bandeiras” e “for-ças” inexistentes, com inovação, ousa-dia e inteligência. Complexa, desafiante e prolongada caminhada, mas, penso, a que nos poderá ir vencendo positiva-mente as encruzilhada que temos pela frente.
Ah!…Marquês, Marquês,volta cáoutra vezManuel Dias Horta Beja
Vem ver o que fizeram à minha ci-dade. Atingiram-na no ponto mais vulnerável – no coração (vulgo portas de Mértola). Esventraram-na, abriram valas e valetas, abriram buracos que não tapam, há montes de terra por to-dos os lados. As pessoas nem têm es-paço para circular, por isso não pas-sam nem ultrapassam. O que demais rico possuía o espaço – a sua calçada – já lhe foi surripiada. Assustador é o ritmo a que corre a obra. Com a veloci-dade atual, nem para o fim do século. Mas o mais preocupante, ainda, é que a maior parte das pessoas nem sabe o que vai sair dali. Oxalá não seja uma nova versão do Polis de má memória.
Tu, que sem dinheiro, levantaste uma cidade nova nos escombros da ca-tástrofe de 1755, vem dizer a esta gente que os direitos e as obrigações do dono e do tomador da obra são para cumprir.
Gostava que explicasses aos meus conterrâneos que as cidades se amam, como amamos as nossas residências, era nelas que consumíamos as nos-sas pequenas poupanças, mas também eram elas que nos transmitiam o sen-timento de posse o orgulho de dizer “a minha casa ou a minha casinha”.
E a honra que não se tinha em mostrar a nossa casa a familiares ou amigos!?
Meu caro Marquês tinha mais cor-respondência para ti. Mas por cá an-damos em crise. Temos que poupar no papel, pois.
Diz-se que não há dinheiro. Para nada. Mesmo assim, vou abusar da pa-ciência do leitor e do diretor e prome-ter-te que para a próxima contar-te-ei que lá para os lados e acessos ao Mira Serra e Falcões, há anos que as tampas dos coletores das águas pluviais têm uma enorme folga na cintura em ferro que as sustenta e que pisadas pelas ro-das dos veículos, são 24 horas sobre 24 horas de ribombar de trovões. Dizem que na câmara estão surdos e também há quem acrescente que não veem e não têm o olfato apurado porque ainda ninguém viu no jardim do Bacalhau uma poça de água por onde se pas-seiam ratos e ratazanas, se refrescam pombos e pombas e se banham cani-nos e felinos e donde exalam odores nauseabundos.
Há 50 anosElogios à Caprichoe críticasaos telefones
Os artigos de opinião, em geral sobre assuntos locais ou regio-nais, assinados pelos seus prin-
cipais jornalistas, davam mais qualidade ao “Diário do Alentejo” nos anos Sessenta do século XX.
Na edição de 17 de julho de 1962, no “Varandim da Cidade”, M. G. (Melo Garrido) elogiava a Capricho Bejense:
“Passou anteontem a data do 46.º aniversário da Sociedade Filarmónica Capricho Bejense. Queremos assinalar a efeméride, porque se trata de uma agre-miação que, dentro da sua feição acen-tuadamente popular e da invariável mo-déstia dos seus recursos, tem a seu crédito uma valiosa obra no campo artístico e cultural.
Várias e magníficas realizações a ci-dade lhe deve, sob esse aspecto. Bastaria só a circunstância de ser a sua banda de música a única que existe em Beja para conferir à ‘Capricho’ uma posição de espe-cial realce na vida citadina. Mas a sua ac-ção tem sido mais vasta, tem-se traduzido noutros empreendimentos de grande in-teresse e utilidade, identificando-se per-feitamente com o desenvolvimento inte-lectual da população bejense.
Não se efectuaram nesta altura os festejos habituais do aniversário da ‘Capricho’ porque os seus dirigentes re-solveram fazê-los coincidir com a inau-guração dos novos fardamentos da sua filarmónica (uma ardente e já antiga as-piração que só agora foi possível concreti-zar) e ela está ainda dependente da indis-pensável aprovação oficial. Logo que esta seja dada, cumprir-se-á certamente um luzido e vasto programa, a respeitar uma tradição de que a ‘Capricho’ justamente se orgulha e que conquistou de há muito a franca simpatia da nossa cidade.”
A par dos elogios, havia também crí-ticas. A edição do dia seguinte abria com uma curta “Nota do Dia”, não assinada, intitulada “Não melhora o serviço telefó-nico em Beja”:
“Eis um importante problema local que, longe de qualquer melhoria, tende a agravar-se.
Invocar-se-ão para tal facto as roti-neiras e pouco convincentes alegações de ordem burocrática. Mas a realidade é esta: em Beja não há só falta de telefones; há também deficiências enormes no fun-cionamento dos poucos, relativamente, que existem. Principalmente nas ligações com Lisboa que chegam a demorar horas, mesmo quando as chamadas se transfor-mam em urgentes, pagando o dobro da taxa normal.
É uma situação que deve ser resolvida urgente e eficazmente, pois que dela re-sultam altos e, por vezes, irreparáveis pre-juízos para o público. O ‘slogan’ não vá, telefone, começa a ter em Beja um formal desmentido...”.
Carlos Lopes Pereira
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Fotorreportagem
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É a principal rua comercial de Portalegre. Ou melhor: era!
Tal como aconteceu com todas as ruas das lojas, de todos
os centros históricos deste país, esta é uma artéria morta,
num corpo urbano já sem vida. As fotos que hoje aqui re-
produzimos são ainda o embrião, uma primeira leitura,
de um vasto projeto ao abrigo do qual uma dúzia de fo-
tógrafos de imprensa retratam o ano da crise em todas
as regiões do País. A iniciativa tem um nome cabalístico:
“12.12.12”. Como obscuro e indecifrável é o definhar das ci-
dades na era dos supermercados. Nuno Veiga é o homem
que espreita para dentro da máquina, observando a crise
no Alentejo. O fotojornalista da agência Lusa oferece-nos
uma visão dura, cruel, quase perversa do pequeno comér-
cio tradicional alentejano. E lá mais para o final do ano,
este e os restantes olhares sobre a crise aparecerão em li-
vro e andarão em mostra pelo País a fora. Será no dia 12.
Do 12. De 2012.
Texto Paulo Barriga Fotos Nuno Veiga
Nuno Veiga. Nasceu em Elvas, em 1973. Inicia o seu percurso profissional na imprensa regional e conclui o curso de Comunicação Social na Escola Profissional e o curso de Aperfeiçoamento em Imprensa no Cenjor, em Lisboa. Atualmente é correspondente da agência Lusa no Alentejo. É também colaborador regular dos jornais “Correio da Manhã”, “Record”, “A Bola”, “Visão” e “Visão e Viagens”.
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Clube Fluvial Odemirense é um histórico da canoagem alentejana
O rio Mira vai cheio…
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Desporto
Direção Filipe Correia, presidente do Clube Fluvial Odemirense
A comissão administrativa do Mineiro Aljustrelense,
liderada por António Godinho Gonçalves, elegeu o
treinador Carlos Piteira para orientar a equipa tricolor
no próximo Campeonato Nacional da 3.ª Divisão.
CarlosPiteira
no Mineiro Aljustrelense
Fundado no primeiro dia de julho de 1984, o Clube Fluvial Odemirense deu continuidade à Escola de Remo e Canoagem Odemirense (ERCO), enti-dade ligada à antiga Direção Geral dos Desportos.
Texto e foto Firmino Paixão
O objetivo foi sempre o de atrair os jovens para a prática da canoagem aproveitando o magnífico recurso
natural que é o rio Mira. Vinte e oito anos depois, e após algumas marés menos favo-ráveis à sua atividade, o Fluvial Odemirense procura um novo rumo. O atual presidente do clube, Filipe Correia, antigo praticante da modalidade, fala com entusiasmo de um novo percurso, de um futuro mais pro-missor e lamenta a falta de recursos huma-nos para que o caudal de sucesso não seja maior.
Nos anos 80 Odemira era a capital da cano-
agem no sul do País…
Nós temos provas disso. O senhor Ilídio Soares, o grande fundador da canoagem no Alentejo, levou uns barcos para Mértola e eles criaram o Clube Náutico. Entretanto surgiu o clube de Milfontes, não intervimos tanto, mas também demos uma ajudinha. Mas a canoagem no Alentejo nasceu em Odemira e nós éramos bons naquilo que fa-zíamos. Hoje já não é assim. Passaram mui-tos anos desde então, o clube perdeu atletas e sócios e eu próprio também tive que sair de Odemira.
Mas voltou para o leme do Fluvial?
Quando voltei entendi que o clube tinha falta de mais dinâmica e pegámos nisto mesmo sem atletas, agora já temos 12 a trei-nar regularmente. Não começámos do zero porque tínhamos os equipamentos, mas recomeçámos sem atletas e sem sócios. Adquirimos um veículo com atrelado, bar-cos de competição mais modernos e temos em curso um projeto ao Proder para reno-varmos o material e darmos o passo em di-reção ao século XXI.
O clube tem um percurso bem-sucedido?
Com altos e baixos como todos os clubes neste país. Neste momento somos o sexto clube mais velho em atividade no nosso País. É importante para uma vila como Odemira, demonstra bem o sucesso e a qua-lidade do trabalho feito nesses 28 anos.
O Fluvial Odemirense é um elo com o rio Mira?
O Clube Fluvial Odemirense é, efetiva-mente, a porta de entrada para o rio Mira. Procuram-nos muito com esse sentido,
ficamos honrados por isso e sentimo-nos bem com esse estatuto.
O clube tem as vertentes competitiva e de
lazer?
Nós separamos as duas atividades, mas es-tamos cá pela competição. As ações de la-zer são pontuais, acontecem uma vez por mês, e a competição é diária, é isso que nos permite manter o clube aberto, realizar as nossas atividades e manter a chama acesa e viva. Gostamos muito de proporcionar as atividades a grupos, a escolas, respondemos a todas as solicitações, mas o nosso objetivo principal é a competição.
Como caracteriza os vossos atletas?
Temos 12 atletas, com idades entre os 14 e os 45 anos, não são muitos, mas é o que te-mos. Participam em todas as provas dos ca-lendários regional e nacional, deslocamo- -nos a todo o lado. Disputamos as provas de velocidade, fundo e maratonas, essas são aquelas em que participamos mais, mas já vamos fazendo algumas provas de kayak mar, o que não fazemos é kayak pólo.
Não têm escalões de formação?
O nosso processo formativo tem um pro-blema que é a disponibilidade de treina-dores, ou outras pessoas, que queiram es-tar com os miúdos na água, porque ainda
existe o estigma de que o rio é perigoso. Eu não acho que seja perigoso, a canoagem em Odemira é mais segura do que fazer ci-clismo na estrada, se usar o colete, que é obrigatório, e respeitar as regras. Se as re-gras forem cumpridas na íntegra, é um des-porto muito seguro.
E os apoios são suficientes para a
atividade?
Em ano de crise não nos podemos queixar. Estamos com um projeto ao Proder, vamos substituir todo o nosso material, é impor-tante porque em seis anos de trabalho con-seguimos renovar duas ou três frotas de barcos e isso é significativo. O ginásio tam-bém vai ser remodelado através desse pro-jeto. Temos todas as condições para receber os miúdos que queiram vir para a canoagem ou estrangeiros que queiram vir cá treinar, temos todas as condições para os receber e promovermos atividades no mar, em barra-gem ou no rio Mira.
Quais são as necessidades mais prementes?
O que nos falta são recursos humanos. Faltam-nos treinadores para podermos alargar as nossas atividades. Se tivermos um grupo de iniciação que treina dois ou três dias por semana, e um de competição que treina quatro a cinco dias por semana, não temos recursos para isso, somos poucos
e quantos mais miúdos vierem mais se nota essa carência.
O rio Mira vai cheio e o Fluvial lá do outro
lado…
O rio Mira vai cheio em termos de ambição e de projetos, mas não vai muito cheio em ter-mos de recursos humanos, que são funda-mentais para um desporto com estas carac-terísticas. Vamos remando contra a maré, mas desistir não faz parte do nosso lema.
Não começámos do zero porque tínhamos os equipamentos, mas recomeçámos sem atletas e sem sócios. Adquirimos um veículo com atrelado, barcos de competição mais modernos e temos em curso um projeto ao Proder para renovarmos o material e darmos o passo em direção ao século XXI.
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Torneio Nacional de Futebol de Rua começou hoje em Beja
Inclusão com esperança na vitória final
19A atleta Liliane Amaro (JD Neves) conquistou a medalha de prata na prova de
salto em comprimento (5,76m), nos Campeonatos Nacionais de Esperanças
(sub/23) disputados no Pombal. A atleta participou ainda nas provas de 100m
(4.ª na 1.ª meia final, 12.75’’) e 200 m (4.ª na 1.ª meia final, 26.62’’). Teresa Mestre
(Entradense) competiu na final dos 100 m/b, obtendo o 4.º lugar com o registo de
15.69’’. O atleta sénior da Zona Azul, Pedro Fontes, esteve no Estádio 1.º de Maio,
em Lisboa, onde venceu a prova de 400m planos com o tempo de 49.90’’.
Medalhade prata
para Beja
As equipas em competição no futebol de rua Centro Cais (Lisboa); Alcatruz (Tavira); Inclusão pela Arte (Beja); Internato Santo António (Portalegre); O Companheiro (Lisboa); Perkursos (São Miguel/Açores); Desporto para Todos (Madeira); Criar-T (Seixal), Obra do Frei Gil (Coimbra); Florinhas do Vouga (Aveiro); Capacitar PE (Gondomar); Casa de Trabalho Salazar (Bragança); Casa dos Rapazes (Viana do Castelo); Cáritas (Viseu); Solar do Mimo (Seia); ASAL (Leiria).
Equipa de Beja Vítor Besugo (treinador), Ivan Guerreiro, David Coxilha, Fábio Coxilha, Luís Vultos, Bruno Cavaco. Luís Cavaco, André Correia, Flávio Pereira, Eduardo Coxilha e Tiago Correia.
A equipa bejense do FutEsperança, re-presentativa do projeto “Inclusão com Arte”, do Centro de Cultura e Recreio do Bairro da Esperança, iniciou hoje, sexta-feira, em Beja, a sua participa-ção na 9.ª final nacional do Torneio de Futebol de Rua, organizada pela Associação Cais.
Texto e foto Firmino Paixão
É com um elevado nível de motiva-ção e uma forte esperança em che-gar à vitória, que os miúdos da equipa
FutEsperança, do Centro de Cultura e Recreio do Bairro da Esperança, de Beja, co-meçaram hoje a competir na edição 2012 da final nacional de Futebol de Rua. Jogam em casa, esperam o apoio e carinho do público bejense. A equipa formou-se a partir do projeto “Inclusão pela Arte”, que existe em Beja desde 2007, financiado pelo Programa Escolhas, e que está a percorrer até final deste ano a sua quarta geração. O projeto Futebol de Rua é uma competição inclusiva, uma estratégia inovadora no combate à po-breza extrema e à exclusão social.
Anabela Matado, licenciada em Serviço Social, que lidera o projeto “Inclusão pela Arte”, esclarece que “o grande objetivo é in-cluir crianças e jovens dos seis aos 24 anos e as suas respetivas famílias, que vivam em contextos difíceis e problemáticos, neste caso, intervimos no Bairro da Esperança e Bairro das Pedreiras, trabalhamos com es-sas duas comunidades”. A técnica revelou ainda: “Temos conseguido atingir os obje-tivos a que nos propusemos. Inicialmente não foi fácil a nossa integração e aceitação nas comunidades em que intervimos, mas a partir do momento em que começaram a perceber a nossa lógica e o nosso grande objetivo passámos a ser bem aceites”. Não contemplando outras atividades de caráter desportivo, Anabela Matado sublinhou: “O futebol de rua é a única atividade despor-tiva integrada neste programa, temos ou-tros ateliês, mas na área do desporto apenas o futebol”.
Relativamente aos apoios recebidos, disse: “O nosso projeto é um consórcio constituído por nove entidades locais, no-meadamente a Junta de Freguesia de Santa Maria, que tem sido uma mais-valia, o mu-nicípio de Beja, que está connosco desde 2007, a nossa entidade formadora e ges-tora que é o Centro Comunitário do Bairro da Esperança, que tem sido extraordi-nária connosco, a Solim – Associação de Solidariedade Imigrante, o Politécnico de Beja, o Agrupamento de Escolas de Santa Maria, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens e a Alentejo XXI”.
Anabela Matado sublinhou a nobreza do desafio que lidera dizendo: “Todos os dias vivenciamos histórias de vida extra-ordinárias, realidades que pensávamos im-possíveis de existirem em pleno século XXI mas, na verdade, existem. O facto de nós existirmos e estarmos centrados mesmo no núcleo do bairro tem sido uma mais-valia para estes jovens que, sem o nosso apoio, e do consórcio que está por detrás do projeto, certamente não teriam estas respostas, no-meadamente o futebol de rua em que desde 2007 têm vindo a participar”.
Sendo que a essência destes projetos de inclusão passa pela mudança comporta-mental, a coordenadora afirmou que isso tem sido conseguido, explicando em que sentido as vidas deles estão a mudar: “Para já, em termos de comportamento de vivên-cia, o facto de saírem daqui, de conhecerem outras realidades, outros jovens que tam-bém vivenciam problemas no seu dia-a-dia, tem sido uma mais-valia para todos eles”.
Motivação para a vitória Vítor Besugo é o treinador da equipa bejense. Entrou no pro-jeto há escassos cinco meses mas está oti-mista: “Em finais anteriores eles têm lutado sempre pelos lugares de topo, este ano a fi-nal disputa-se em Beja, a equipa terá o apoio
do bairro e da cidade e isso é uma motiva-ção importante”. O técnico adiantou ainda: “Desde que souberam que a final seria em Beja têm-se aplicado mais nos treinos. Temos treinado no polidesportivo do Bairro dos Moinhos, à chuva e ao sol, trabalham com muita intensidade e dedicação, querem ganhar este torneio para oferecer a vitória a todas as pessoas que com eles trabalham e que lhes proporcionam estas experiências”.
O treinador sublinhou a enorme dispo-nibilidade dos atletas: “Já conhecia muitos deles por terem trabalhado comigo nos es-calões de formação do Desportivo de Beja. São atletas que qualquer treinador gosta de ter na sua equipa, dão tudo para ganhar e não gostam de perder, quando não ganham temos que os compreender. Estão com grande expectativa, para o torneio só po-dem competir oito, serão os melhores e ten-tarão vencer”, reiterou.
A chamada de um dos seus jogadores à seleção nacional não surpreenderia Vítor Besugo, que lembrou que “no ano passado o Flávio Pereira esteve no Brasil com a seleção nacional”: “Este ano temos três ou quatro atle-tas com valor para lá estarem, só pode ir um e o Flávio não pode voltar a ser convocado por-que já teve uma presença, mas espero que um deles esteja no México em outubro”, concluiu.
Programa
SEXTA-FEIRA, DIA 20
9 horas – desfile de abertura;9 e 45 horas – intervenções institucionais;10 horas – jogo de abertura: CM Beja vs VoluntáriosDas 10 e 30 às 12 e das 17 às 21 horas – jogos.
SÁBADO, DIA 21
Das 9 às 12 e das 17 às 20 e 30 ho-ras – jogos.
DOMINGO, DIA 22
Das 9 às 12 horas – jogos;15 horas – meias-finais;15 e 45 horas – apuramento 3.º e 4.º lugares;16 e 15 horas – final;17 horas – encerramento.
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A máquina do tempo ditou sempre imprevisibilidades impensáveis. Recordo os tempos em que a columbofilia se expandia pela mais recôndita urbe do distrito de Beja. É certo que a modalidade permanece implementada no desporto regional bejense, todavia o seu enfâse de outrora perdeu alguma fogosidade. A família columbófila desbarata fulgor em cada época desportiva e a situação é preocupante. A crise socioeconómica vivida na comunidade dita limitações que impõem restrições acrescidas. Neste contexto, é perfeitamente aceitável que o momento pela qual passa a columbofilia sul alentejana se depare com um infinito mundo de inquietações. Lembro a sua ascensão. O lugar ilustre que Beja ocupou no panorama nacional. Exposições semânticas de pombos-correios que nos enchiam de orgulho. Reconheço que a celeridade doutros tempos resvalou para uma perda de notáveis columbófilos. Dizem-me que em cada época desportiva há sempre gente a atirar a toalha ao chão. Os custos são elevados. As vitaminas e as rações encareceram. Os métodos, e sistemas, alteram-se. Por outro lado há sempre gente a queixar-se que os alados do vizinho criam mal-estar. Reclamam direitos de privacidade. Esquecem-se, porém, que para trás ficaram décadas de aceitação. Olvidam-se, entretanto, realidades equidistantes. O columbófilo desespera. Desiste. Lamenta as limitações proporcionadas por uma modalidade que sempre lhe preencheu a alma. Todavia, os resistentes desafiam as dificuldades e seguem em frente. Até quando? Não se sabe. Deparo-me com a renúncia de apaixonados que conviveram ao longo de muitos anos com as suas colónias. O seu trabalho diário na preparação dos atletas fora imaculado. Ficou a experiência acumulada. Os que restam continuam a evidenciar classe. Saber. Determinação. Colocam pombos nos píncaros nacionais e internacionais. Bem-haja a vossa coragem e atitude. Preocupante é a aceitação daqueles que vão, infelizmente, ficando pelo caminho.
Preocupante
José Saúde
A 8.ª edição da Ultra Maratona Atlântica realiza-se no próximo domingo, 21, com partida da praia de Melides e chegada à praia do Bico das Lulas, em Troia.
Texto Firmino Paixão
Os cerca de 400 atletas ins-critos irão passar, sempre à beira mar, pelas praias da
Aberta Nova, Galé, Pinheiro da Cruz, Pego, Carvalhal, Comporta, Soltróia, num percurso que tem a extensão de 43 quilómetros, e que será integral-mente acompanhado pelo padrinho da prova, o atleta olímpico Carlos Lopes.
Trata-se de uma prova única em Portugal e na Europa, considerada de elite, face aos níveis de exigência e sacrifício a que os atletas são sujeitos durante a corrida. A organização é da Câmara Municipal de Grândola, au-tarquia que aposta neste certame de forte componente desportiva e com-petitiva, mas também na vertente de divulgação paisagística e das poten-cialidades turísticas da “frente atlân-tica” do concelho, a maior extensão de praia do País e a terceira maior do mundo.
43 quilómetros entre a praia de Melides e Bico das Lulas, em Troia
Pelas praias do mar nós vamos...Carlos Beato, presidente do mu-
nicípio de Grândola, lembrou: “Esta prova de 43 quilómetros em areal junto ao oceano Atlântico é única na Europa e uma das poucas que se reali-zam no mundo”. E acrescentou: “Tem sido uma grande aposta também do município de Grândola na afirmação de um território único e de excelência que está incluído nas ‘7 Maravilhas de Portugal’ com duas praias, e nós, com esta prova, queremos promover o des-porto, mas queremos também pro-mover o ambiente e a natureza, mas queremos ainda que a Ultra Maratona Atlântica possa contribuir para afir-mar de uma forma única, quase que se pode dizer assim, um território de ex-celência como é o da costa alentejana e do concelho de Grândola”.
O autarca sublinhou aquilo que diz ser “a forma hospitaleira e fraterna” como sabem “receber as pessoas”, “a riqueza da nossa gastronomia, o nosso povo, as nossas praias, a nossa planície e a nossa serra e, simultaneamente, to-das as preocupações que temos com a preservação do ambiente”. Carlos Beato acentuou ainda: “O padrinho desta prova é uma figura do mundo, o campeão olímpico Carlos Lopes, que continuará a apadrinhar a Ultra Maratona Atlântica e que está sempre
presente no decorrer da prova e, este ano, vamos mais uma vez bater o re-corde de participantes, pelo que pen-samos que a Ultra Maratona Atlântica 2012 será, mesmo em tempo de crise, um grande baluarte, um grande sinal, uma grande aposta de que, mesmo num cenário de dificuldades, nunca devemos baixar os braços, devemos, isso sim, procurar o sucesso e os bons resultados”.
O autarca da Vila Morena salien-tou que a prova, para além de registar um número crescente de atletas ins-critos, tem aumentando o número de estrangeiros: “No ano passado tive-mos oito inscrições de atletas estran-geiros e este ano vamos ter mais, o que significa que esta prova única, temos que dizer isto, esta prova única, é dura, é muito difícil, mas também é congre-gadora de uma forma de estar na vida, é também uma forma de como Zeca Afonso falou do povo de Grândola, Vila Morena, em maio de 74”, con-cluiu Carlos Beato, numa inevitável evocação do poeta e músico que imor-talizou aquela vila do litoral alente-jano, através da canção “Grândola Vila Morena”, mas que também trauteou, em “Canto Moço”, “Somos filhos da madrugada, pelas praias do mar nos vamos…”, tal como farão as quatro
centenas de atletas que, no domingo, partem para esta magnífica aventura pela orla do litoral alentejano.
Quatrocentos atletas inscritos Estão inscritos cerca de 400 atletas, entre eles 16 estrangeiros (de origens tão diver-sas como Itália, Espanha, Inglaterra, França, Bélgica e Brasil). No setor fe-minino concorrem 40 atletas (sete es-trangeiras), repartidas pelos escalões de seniores e veteranos. Todos eles re-presentam cerca de 70 clubes.
A saída de Melides está marcada para as 9 horas da manhã e a chegada à meta três horas depois para os pri-meiros atletas masculinos e cerca de quatro horas para os femininos. O recorde da prova, no setor mascu-lino, está em 2.51.11 horas e foi con-seguido por Eusébio Rosa em 15 de julho de 2007, com a camisola do Sport União Caparica. No setor femi-nino a melhor marca pertence à es-panhola Gema Borgas, que em 17 de julho de 2011 fez o registo de 3.42.44 horas representando o Playas de Castellon. Ambos estão inscritos na edição deste ano e, naturalmente, en-tre os favoritos ao triunfo, bem como a belga Chantal Xervelle (vencedora de quatro das edições) ou Custódio António (venceu em 2009).
Quadro de honra (masculino e feminino) 2011 – 1.º Eusébio Rosa (3.08.01h); 1.ª Gema Borgas (3.42.44h).2010 – 1.º Eusébio Rosa (3.00.40h); 1.ª Chantal Xervelle (4.22.56h).2009 – 1.º Custódio António (3.03.41h); 1.ª Chantal Xervelle (3.57.32h).
2008 – 1.º Eusébio Rosa (3.14.03 h); 1.ª Verónica Correia (4.20.57h).2007 – 1.º Eusébio Rosa (2.51.11h)); 1.ª Chantal Xervelle (3.44.55h).2006 – 1.º Pedro Pessoa (3.15.58 h); 1.ª Amélia Costa (4.56.30 h).2005 – 1.º Pedro Pessoa (3.11.21.h); 1.ª Chantal Xervelle (4.26.48 h).
Praia de Melides (km 0), praia da Aberta
Nova (km 5,5), praia da Galé (km 8,5),
praia do Pinheiro da Cruz (km 14,5), praia
do Pego (km 18,5), praia do Carvalhal
(km 20), praia da Comporta (km 28,5),
Soltróia (km 37,5), Troia Meta (km 43).
O percurso: entre as praias
de Melides e Bico
das Lulas
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Participação Estão inscritos cerca de 400 atletas entre eles 16 estrangeiros
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A Associação Ciclocrescente nasceu para enquadrar os inú-meros utilizadores de bicicleta que foram surgindo na fregue-sia de Santa Vitória, mas espera consolidar o projeto e honrar a tradição da terra.
Texto e foto Firmino Paixão
A pedalar pela competição ou pelo convívio, a peda-lar pela saúde ou pelo bem-
estar, pedalando pelo desenvolvi-mento de uma terra onde o ciclismo tem tanta tradição e tantos filhos que foram ilustres praticantes da modali-dade. É na praça central da aldeia que o pelotão afina as máquinas e ensaia as suas primeiras pedaladas, um es-paço com a toponímia do médico Francisco Mira. A cerca de 50 me-tros fica a rua Ilídio do Rosário, esse mítico ciclista que a par de Lagarto, José Jacinto Rosa ou Manuel Lopes, o “Águinhas” (que correu duas Voltas a Portugal pelo Louletano), fizeram história no ciclismo e deram nome à terra. O centro de cultura e recreio já estava de portas abertas para servir o café da manhã e o frenesim das bi-cicletas aumentava à medida que o sol de levantava entre as encostas das bandas de Beja.
A atividade desportiva na aldeia já não é nova mas a associação foi
constituída em outubro de 2011, re-velou a presidente, também ciclista, Rute Merêncio, de 34 anos, assistente familiar na área da geriatria: “A ideia construiu-se a partir de uma prova de estrada que alguns dos nossos ci-clistas fizeram em setembro do ano passado, em Évora. Ficou o gosto e a decisão de se aventurarem pelo ci-clismo. Depois angariámos nomes para uma direção e partimos para a legalização da associação, logo no dia 4 de outubro de 2011 fizemos a escritura, nem demorámos um mês, para não esmorecer o entusiasmo”.
Porquê o nome de Ciclocrescente? “Foi um nome que estava disponí-vel no Registo Nacional de Pessoas Coletivas quando fomos registar a associação e foi esse nome que ficou. Tem um pouco a ver com o ciclismo e também com a ambição crescente que temos em que a associação te-nha sucesso”, revelou a dirigente. A verdade é que o movimento tem feito jus à designação, confirmou Rute Merêncio: “Desde que o clube surgiu muita gente se juntou ao nosso pro-jeto, pessoas que não andavam de bi-cicleta e que já estão na estrada con-nosco, e até alguns investimentos em material”. E sublinhou: “O nosso objetivo é, basicamente, manter to-dos estes entusiastas a andar de bi-cicleta e arranjarmos mais adeptos. Já fizemos a nossa prova de BTT, que
correu muito bem, tendo em conta que era a primeira vez. E em setem-bro vamos também organizar o 1.º Passeio de Cicloturismo, em home-nagem a Ilídio do Rosário”. Por ou-tro lado, a associação tem ainda atletas a competir em provas de es-trada: “A última em que estivemos foi o Circuito de Grândola, em que o Francisco Viana conseguiu o pri-meiro lugar do seu escalão”, recor-dou Rute Merêncio.
A aquisição de uma carrinha, “mesmo velhinha”, e a abertura de uma sede são os grandes projetos que se apontam ao mandato da pre-sidente recentemente eleita: “O an-tigo presidente demitiu-se, não tinha tempo para se dedicar a isto como ele queria, e eu assumi o cargo no dia 16 de junho”. As ajudas rareiam mas a dirigente adiantou que têm “o apoio incondicional da junta de fre-guesia, da quotização dos 22 sócios, do comércio local e do centro de cul-tura e desporto local”, para além de algumas verbas que arranjam com a organização dos passeios, com os quais, aliás, vão mobilizando a gente da terra: “Tivemos a nossa prova de BTT no dia 3 de junho e foi muito engraçado porque não estava à es-pera de ver tanta afluência de povo. Tínhamos a praça cheia a apoiar--nos, coisa que não se vê noutras fre-guesias que já têm BTT há algum
tempo. Foi espetacular, as pessoas espalharam-se pelas ruas a aplaudir e isso enche-nos de orgulho”.
Agora falta incentivar a juven-tude da freguesia, que tem cerca de 600 habitantes. “Temos por aí mui-tos jovens, mas vamos tentar recru-tar miúdos na faixa entre os 11 e os 15 anos para eles tomaram o gosto. De resto só existe o futebol e quem não joga frequenta os cafés, é as-sim a nossa juventude”, diz Rute Merêncio. Mas a associação pode ter uma boa intervenção social, “pondo mais gente da terra a andar de bicicleta e tentar levar o nome da Ciclocrescente o mais longe possí-vel, projetar a associação a nível dis-trital, quem sabe se nacional”.
Francisco Viana, antigo joga-dor de futebol, natural da terra, co-munga da mesma ideia: “Queremos incentivar a rapaziada a fazer des-porto, mas tudo isto começou numa brincadeira de amigos que andavam de bicicleta e pensaram formar um clube, esperamos que isto não pare porque os apoios são poucos, mas vamos tentar construir uma coisa bonita aqui na nossa terra”, justifica o agora ciclista (já venceu uma prova de veteranos em Grândola), a quem os anos não pesam: “Estou bem, co-mecei a praticar desporto com 12 anos e hoje, aos 50, ainda me sinto com o espírito jovem”.
Um ciclo crescente no desporto de Santa Vitória
Onde o ciclismo tem tradição...
PALAVRA A equipa do Ciclocrescente Associação de Ciclismo de Santa Vitória
Maratona de pescaem Santa Clara
O Clube Bejense dos Amadores
de Pesca Desportiva organiza no
dia 1 de setembro, na Concessão
de Pesca de Santa Clara de
Louredo, uma “maratona de
pesca à americana” (dupla
de pescadores com seis horas
de prova). A concentração
está marcada para as 6 e 30
horas na sede do clube.
Câmara de Beja promove caminhada
A divisão de Desporto da Câmara
Municipal de Beja realiza hoje,
sexta-feira, pelas 20 e 30 horas,
um atividade de pedestrianismo
denominada “Caminhada
Olímpica – 8 Mil Passos”, evento
inserido no projeto Caminhar
com + Saúde. A concentração
será no Parque da Cidade.
Futebol solidárioa favor da Cercibeja
As equipas Nacional da Madeira
e Benfica B disputam na próxima
terça-feira, pelas 19 horas, no
Complexo Desportivo Fernando
Mamede, em Beja, um jogo de
caráter particular cuja receita
reverte para a construção do Lar
Residencial Vidas Coloridas II, da
Cercibeja.
Vítor Madeiraem Santo André
O treinador bejense Vítor
Madeira vai esta época comandar
a equipa do Estrela de Santo
André, clube que disputa o
Campeonato Distrital da 2.ª
Divisão da Associação de Futebol
de Setúbal.
Moura Atléticoregressa ao trabalho
A equipa do Moura Atlético
Clube regressou esta semana
ao trabalho sob orientação do
treinador Joaquim Mendes e
com um plantel de 20 jogadores,
para prepararem a próxima
temporada. Face à desistência
de algumas equipas do Nacional
da 2.ª Divisão, em Moura existe
ainda a esperança na repescagem
da equipa para ocupar uma
dessas vagas.
Europeu de Canoagem O Campeonato da Europa de Canoagem (juniores e sub/23) terminou em Coimbra com a conquista de duas medalhas de bronze para Portugal. Os três atletas alentejanos que fizeram parte da seleção nacional conseguiram a presença nas finais das regatas em que participaram. Carlos Marques (CN Milfontes) ficou em 6.º lugar da final B de K1 500m, Inês Esteves (CN Milfontes) fez um 7.º lugar na final A de K1 200 m e Bruno Afonso (CN Mértola) terminou a Final B de C1 500m em 8.º lugar e na final A de C2 1000m, onde esteve com Nuno Quintela, a embarcação concluiu a prova no 9.º lugar.
O XXXIII Torneio de Futsal
“Mineiro no Coração” inicia-se no
próximo dia 27, numa organização
do Mineiro Aljustrelense apoiada
pelo município, Junta de Freguesia
e TLA Rádio. As inscrições
terminam no final do dia de hoje.
Futsal em Aljustrel
com inscrições abertas
Diário do Alentejo20 julho 2012
saúde22
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Diário do Alentejo20 julho 2012
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Manutenção de todas as marcas
Rua António Sardinha 23, 7800-447 BejaTelefone: 284 321 517 | Móvel: 961 341 105 | Fax: 284 327 331
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15 de Agosto
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de Agosto
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Florença, Siena, Assis, Roma, Nice e Barcelona – Programa de Autocarro
– De 18 a 29 de Agosto
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sis, Roma, Nice– Programa de Avião – De 20 a 27 de Agosto
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Diário do Alentejo n.º 1578 de 20/07/2012 2.ª Publicação
MINISTÉRIO DAS FINANÇASAUTORIDADE TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA
SERVIÇO DE FINANÇAS DE BEJA
ÉDITOS DE 30 DIAS, ANÚNCIO PARA VENDA
JUDICIAL POR LEILÃO ELECTRONICO
E CITAÇÃO DE CREDORES
MANUEL JOSÉ BORRACHA PÓLVORA, Chefe do Serviço de
Finanças de Beja, faz público que por este Serviço de Finanças correm
éditos de trinta dias, citando a executada Carazona – Águas de Mesa Lda,
Contribuinte Fiscal nº 501.101.462, com última sede conhecida em Herda-
de da Carazona - Cabeça Gorda, executada nos Processos de Execução
Fiscal nºs 0248200901015010, 0248200901023993, 0248201001015176,
0248201001039563 e 0248201101023128 , deste Serviço de Finanças, por
dívidas de IMI e IVA, no montante total de € 2.676,05, ao qual acrescem
os juros de mora e custas a contar nos termos da Lei, para no prazo de
30 (trinta) dias, imediatamente após os trinta dias do presente édito, e
contados a partir da última publicação, pagar na Secção de Cobrança
deste Serviço de Finanças, mediante guias a solicitar neste Serviço de
Finanças, a dívida acima mencionada. Mais Fica citado que, para garantir
o pagamento da dívida em questão, foi penhorado ao executado, acima
mencionado, o bem que se identifi ca em seguida e que se não pagar
a referida dívida dentro daquele prazo ou deduzir oposição, procederá
este Serviço de Finanças à sua venda judicial por leilão electrónico, nos
termos do art.º 248º do Código de Procedimento e de Processo Tributário,
para o que já se encontra designado o dia 23 de Outubro de 2012, pelas
10,00 horas, neste Serviço de Finanças.
BEM PENHORADO
Identifi cação do Prédio: Prédio rústico denominado “ Herdade da
Carazona de Baixo “, com a área total de 1,200000 ha, inscrito na matriz
predial rústica da freguesia de Cabeça Gorda, Concelho de Beja, sob o
artigo 6 da secção “H” e descrito na Conservatória do Registo Predial
de Beja sob o nº 346/19910826.
O valor base a anunciar para venda é de € 13.941,93, de acordo
com o disposto no nº 4 do artigo 250º do Código de Procedimento e
de Processo Tributário, que corresponde a 70% do valor fi xado nos
termos do nº 1 do mesmo artigo.
É fi el depositário do mencionado bem o Sr. Álvaro Manuel da Silva
Nobre, na qualidade de presidente da Freguesia de Cabeça Gorda,
com sede na Praça Magalhães Lima nº6 – Cabeça Gorda, telefone:
284947294, que deverá mostrá-lo a quem pretenda examiná-lo.
As propostas deverão ser apresentadas via Internet, mediante
acesso ao “Portal das Finanças”, e autenticação enquanto utilizador
registado, em www.portaldasfi nanças.gov.pt na opção “Venda de bens
penhorados”, ou seguindo consecutivamente as opções “Cidadãos”,
“Outros Serviços”, “Venda Electrónica de Bens” e “Leilão Electrónico”.
A licitação a apresentar deve ser de valor igual ou superior ao valor
base da venda e superior a qualquer das licitações anteriormente
apresentadas para essa venda.
O prazo para licitação tem início no dia 2012-10-08, pelas 10,00
horas, e termina no dia 2012-10-23, às 10,00 horas. As propostas,
uma vez submetidas, não podem ser retiradas, salvo disposição legal
em contrário.
No dia e hora designados para o termo do leilão, o Chefe de
Finanças decide sobre a adjudicação do bem (artº 6º da portaria nº
219/2011).
A totalidade do preço deverá ser depositada, à ordem do órgão
de execução fi scal, no prazo de 15 dias, contados do termo do prazo
de entrega das propostas, mediante guia a solicitar junto do órgão de
execução fi scal, sob pena das sanções previstas (256º/1/e) CPPT).
No caso de montante superior a 500 unidades de conta, e mediante
requerimento fundamentado, entregue no prazo de 5 dias, contados do
termo do prazo de entrega de propostas, poderá ser autorizado o depósito
mencionado no parágrafo anterior, de apenas uma parte do preço, não
inferior a um terço e o restante em, até 8 meses (256º/1/f) CPPT).
A venda pode ainda estar sujeita ao pagamento dos impostos
que se mostrem devidos, nomeadamente o Imposto Municipal sobre
as Transmissões Onerosas de Imóveis, o Imposto sobre O Valor
Acrescentado ou outros.
Ficam por este meio citados, de harmonia com o disposto no nº
2 do artigo 239º do Código de Procedimento e de Processo Tributário,
quaisquer credores desconhecidos que gozem de garantia real sobre
o bem penhorado, bem como os sucessores dos credores preferentes,
para reclamarem os seus créditos no prazo de 15 (quinze) dias, fi ndos
os 20 (vinte) dias a contar da 2ª publicação do presente anuncio.
E para constar, se passou o presente Edital / Anúncio e outros de
igual teor que vão ser afi xados nos lugares indicados por lei.
Serviço de Finanças de Beja, aos vinte dias de Junho de 2012.
O Chefe de Finanças
Manuel José Borracha Pólvora
Diário do Alentejo20 julho 2012
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Diário do Alentejo n.º 1578 de 20/07/2012 Única Publicação
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Falência de JOSÉ MARIA DA COSTA MIRA ALMODOVAR
FLORENTINO MATOS LUIS, Liquidatário Judicial, com escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho, 48-A - 1700-031 LISBOA, no-meado nos Autos de Falência nº. 254/04.3TBBJA a correr termos pelo 2º. Juízo do Tribunal Judicial de Beja, em que foi declarado falido JOSÉ MARIA DA COSTA MIRA ALMODOVAR, faz saber que, na sequência do deliberado pela Comissão de Credores, vai proceder à venda no estado físico e jurídico em que se encontram, por negociação particular e por meio de propostas que serão remetidas em carta fechada, dos seguintes imóveis:
Verba nº. 11/2 do prédio “misto” denominado “Monte Adiante”, sito na freguesia
de Cabeça Gorda, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha nº. 00251/190689, composto por uma parte rústica (artº. matricial nº. 3 da Secção G1) e outra urbana (artº. matricial 595), com a área total de 150.4750 ha., pelo valor (base de licitação) de ..................... 158.900,00 €
Verba nº. 21/2 do prédio misto – Herdade do Picamilho, sito na freguesia de
Santa Clara de Louredo, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha nº. 00084/190689, composto por uma parte rústica (artº. matricial nº. 7 da Secção E) e outra urbana ( artºs. matriciais nºs. 233 e 234), com a área total de 229,9389 ha., pelo valor (base de licitação) de ........ 243.600,00 €
Verba nº. 31/3 do prédio “urbano” denominado “Moinho do Poço”, sito na fregue-
sia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha nº. 00729/070292, c/ a s.c. de 1237 m2 e s.d. de 65 m2., pelo valor (base de licitação de ............................. 3.150,00 €
Verba nº. 41/3 do prédio “urbano” denominado “Herdade do Monte Carril”, sito
na freguesia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha nº. 00730/070292, c/ a área de 246 m2., pelo valor (base de licitação) de ................ 630,00 €
Verba nº. 51/3 do prédio “urbano” situado à “Herdade do Monte Carril”, sito
na freguesia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha nº. 00733/070292, c/ a área de 146 m2., pelo valor (base de licitação) de..................... 350,00 €
Verba nº. 61/3 do prédio “misto” denominado “Herdade da Almocreva”, (no
qual se situa “O Sítio Arqueológico de Pisões”, classifi cado de interesse público pelo Dec.-Lei nº. 251/70, publicado no Diário do Governo nº. 129, de 3 de Julho), sito na freguesia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha nº. 00726/070292, composto por uma parte rústica (artºs. matriciais nº. 3 da Secção C e 28 da Secção E – c/ 657,5725 ha) e outra urbana (artºs. matriciais 209, 2057, 2058, 2059 e 2060 – c/ 2.928 m2)., pelo valor (base de licitação) de ................ 1.150.000,00 €
Verba nº. 81/3 do prédio “urbano” situado à “Herdade do Monte Carril”, sito
na freguesia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha nº. 00732/070292, c/ a área de 172 m2., pelo valor (base de licitação) de ........................... 420,00 €
Verba nº. 91/3 do prédio “urbano” situado à antiga “Herdade da Torre de Car-
rilho”, sito na freguesia de Santiago Maior, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha nº. 00727/070292, c/ a área de 189 m2., pelo valor (base de licitação) de ............ 455,00 €
Verba nº. 101/3 do prédio “urbano” denominado “Herdade da Chanoca”, sito na
freguesia de Santa Vitória, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob a fi cha nº. 00327/070292, c/ a área de 200 m2., pelo valor (base de licitação) de ............................... 490,00 €
Para efeito da apresentação das propostas, os bens podem ser vis-tos mediante marcação pelos telefones 218406953 ou 917247040.
REGULAMENTO:• As propostas serão remetidas, até ao dia 27 / 07 / 2012, que inclui
a data do registo de expedição dos CTT, remetidas em envelope fecha-do, por sua vez introduzido em carta registada, dirigida ao Liquidatário Judicial da falência de JOSÉ MARIA DA COSTA MIRA ALMODO-VAR, Florentino Matos Luis, com escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho, nº. 48-A, 1700-031 LISBOA, Telef. 218406953.
• As propostas deverão ser de valor igual ou superior ao de base de licitação e deverão conter: nome ou denominação completa da entidade proponente; morada ou sede social; número de contribuinte ou de pessoa colectiva; representante, em caso de pessoa colectiva, indicação de telefone e/ou fax de contacto e valor oferecido por extenso, bem como a identifi cação da(s) verba(s) a que se reporta(m).
• A abertura das propostas realizar-se-à no dia 31 / 07 / 2012, pelas 14H30, no Tribunal Judicial de Beja, perante o Liquidatário Judicial e a Comissão de Credores, onde deverão comparecer os proponentes, condição para que as s/ propostas sejam aceites. Serão excluídas as propostas que não contenham todos os elementos solicitados.
• Desde que exista mais que um proponente com propostas válidas serão os mesmos convidados a licitarem entre si a compra dos bens, cujo valor base de licitação será o da melhor proposta recebida, o que se fará nas mesmas instalações pelas 15H00 do referido dia 31 / 07 / 2012.
• Se os bens identifi cados sob as verbas n.ºs 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9 e 10 forem adjudicados, o promitente comprador entregará um cheque no valor de 20% do preço, devendo fornecer no prazo de 8 (oito) dias os seguintes documentos: Certidão do Registo Comercial (caso de pessoa colectiva); fotocópia do cartão de pessoa colectiva ou nº. fi scal de con-tribuinte; Bilhete de Identidade do comprador ou do representante da pessoa colectiva;
• No que concerne: à verba n.º 6, “1/3 da Herdade de Almocreva”, as propostas apre-
sentadas deverão ser acompanhadas, a título de caução, dum chque visado, emitido à ordem da massa falida, no montante correspondente a 20% do valor proposto; e
às verbas n.ºs 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9 e 10, também se recebem propostas por valor inferior ao anunciado, no entanto, caso tal se venha a verifi car, estas fi cam condicionadas à aceitação da Comissão de Credores
• A competente escritura de compra e venda será realizada no prazo máximo de 60 dias, após a data da licitação, em data, hora e local a notifi car ao comprador, devendo este, até 10 dias antes da celebração da mesma depositar à ordem da massa falida na C. G. D. o valor re-manescente ainda em falta.
• Se não for possível realizar a escritura por razões imputáveis ao promitente comprador, este perderá o sinal entregue.
• Serão de conta do comprador todos os encargos legais decorrentes da compra, designadamente o IMT, escritura e registos. São igualmente por conta do comprador os encargos de emolumentos com o cancela-mento dos ónus existentes.
• Caberá ao Meretíssimo Juíz do processo de falência, a resolução de todas e quaisquer questões surgidas, que não estejam contempladas no presente regulamento.
O Liquidatário Judicial Florentino Matos Luis
Diário do Alentejo20 julho 2012
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TRIGACHES
†. Faleceu o Exmo. Senhor JOSÉ FRANCISCO DA SILVA, de 71 anos, natural de Beringel - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Palmira de Jesus Descalço Galhano. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 13, da Casa Mortuária de Trigaches, para o cemitério local.
BEJA
†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA BÁRBARA BRAVO NUNES MOURATO MONGE, de 62 anos, natural de São Marcos da Ataboeira - Castro Verde, casada com o Exmo. Sr. Manuel António Mourato Monge. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 13, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
BEJA
†. Faleceu o Exmo. Senhor JÚLIO MANUEL, de 81 anos, natural de Espírito Santo - Mértola, viúvo. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 13, das Casas Mortuárias de Beja para o cemitério desta cidade.
PENEDO GORDO
†. Faleceu o Exmo. Senhor JOSÉ PEDRO MARTINS, de 89 anos, natural de Santiago Maior - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 14, da Casa Mortuária de Penedo Gordo para o cemitério local.
BEJA/PENEDO GORDO
†. Faleceu a Exma. Sra. D. ANA ROSA BARROCAS, de 78 anos, natural de Santa Maria da Feira - Beja, viúva.. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 14, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Penedo Gordo.
BERINGEL
†. Faleceu o Exmo. Senhor ANTÓNIO MARQUES JACINTO, de 64 anos, natural de Salvador - Serpa, casado com a Exma. Sra. D. Cesaltina Teixeira Orta. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 16 da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.
BEJA
†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA JOSÉ CAROLINA FIGUEIREDO, de 87 anos, natural de Santa Maria da Feira - Beja, solteira. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 16, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
BEJA
†. Faleceu o Exmo. Senhor ANTÓNIO FRANCISCO BARRIGA, de 87 anos, natural de Vila de Frades – Vidigueira. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 16, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
VERA CRUZ/PORTEL
†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA FIALHO DORES, de 88 anos, natural de Vera Cruz - Portel, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 16, da Casa Mortuária de Vera Cruz, para o cemitério local.
BEJA
†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA JOSÉ DA COSTA GUERRA MOURÃO FAIAS, de 84 anos, natural de Santa Vitória - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 17 das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras
condolências.
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Diário do Alentejo nº 1578 de 20/07/2012 Única Publicação
UNIDADE COLECTIVA DE PRODUÇÃO
AGRO-PECUÁRIA
FREGUESIA SEM MEDO, CRL
CONVOCATÓRIA
Nos termos estabelecidos no Art° 49, alíneas b) c) e d) do Código Cooperativo, convoco a assembleia geral da Unidade Colectiva de Produção Freguesia Sem Medo, C.R.L. para reunir em sessão ordinária no próximo dia 28 de Julho de 2012 (Sába-do) pelas 10:00 horas, na sala da Junta de Freguesia em Alcaria Ruiva, pelo motivo da sede sita em Vale de Açor de Baixo ainda estar ocupada ilegalmente, com a seguinte ordem de trabalhos:
1. Apreciação, discussão e votação do Relatório, Balanço e contas da Direcção e Parecer do Conselho Fiscal, referentes ao ano de 2011;
2. Apreciação e votação do Orçamento e Plano de Actividades para o exercício seguinte;
3. Outros assuntos de interesse.Nota: A Assembleia encontra-se legalmente constituída,
quando se encontrarem à hora marcada, o número legal de co-operadores estatutariamente previsto, ou uma hora depois, com a presença de qualquer número de cooperadores.
Vale de Açor de Baixo, Julho de 2012.
O Presidente da Mesa da Assembleia-GeralAntónio Francisco da Silva
Diário do Alentejo nº 1578 de 20/07/2012 Única Publicação
CARTÓRIO NOTARIAL DE SINTRANotário Celso dos Santos
CERTIFICADO Celso dos Santos, notário do Cartório Notarial, sito na Rua João
de Deus, 23-A, em Sintra:
CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por escritura de 10
de Julho de 2012, a folhas 84 do livro de notas 309, deste Cartório,
os senhores, ENGRÁCIA MARTINS HORTA e marido AUGUSTO DA
PALMA RAMOS, residentes em Monte dos Alves, Santana de Cambas,
Mértola, declararam serem donos e legítimos possuidores, com exclusão
de outrem, da totalidade do prédio rústico denominada Chaparral, com
45,2125, hectares, na freguesia de Santana de Cambas, concelho de
Mértola, inscrito na matriz sob o artigo 2 da Secção N, prédio este do qual
apenas uma quarta parte se encontra registada em seu nome.
Invocaram a USUCAPIÃO como causa da sua aquisição dos res-
tantes três quartos do móvel por estarem na posse em nome próprio,
contínua, pública e pacífi ca, desde fi nais de 1966.
ESTÁ CONFORME.
Sintra, 10 de Julho de 2012.
O Notário,
Celso dos Santos
Serpa – Beja
PARTICIPAÇÃO E
AGRADECIMENTO
Berta D’Oliveira
AbraçosN. 27.09.1914 – F. 09.07.2012
Seus fi lhos, nora, genros, ne-
tos, bisnetos e restante família
cumprem o doloroso dever de
participar o falecimento da sua
ente querida, e na impossibili-
dade de o fazer individualmente
vêm por este meio agradecer a
todas as pessoas que a acom-
panharam à sua última morada
ou que de qualquer forma ma-
nifestaram o seu pesar.
Vidigueira
MISSA
José Augusto
Maldonado1º Ano de Eterna Saudade
Sua esposa, filhos, noras e
netos participam a todas as
pessoas de suas relações e
amizade que será celebrada
missa pelo eterno descan-
so do seu ente querido no
dia 24/07/2012, terça-feira,
às 10.00 horas na Igreja da
Misericórdia em Vidigueira,
agradecendo desde já a todos
os que nela participem.
MISSA
António Henrique
Campos
Quinta Queimada
Campaniço17 Anos
de Eterna Saudade
Toi,
Faz 17 anos que saíste para
não mais voltares, pois al-
guém te fez partir para sem-
pre, mas para nós continuas
bem presente, todos os dias,
todas as horas entre nós…
Seus pais e irmãs partici-
pam que será rezada missa
pelo seu eterno descanso
no dia 26/07/2012, quinta-
feira, às 19 horas na Igreja
do Salvador em Beja, agra-
decendo desde já a todas as
pessoas que compareçam no
piedoso acto.
PARTICIPAÇÃO E
AGRADECIMENTO
Maria Bárbara
Bravo Nunes
Mourato Monge
Marido, fi lhos, noras e genro
cumprem o doloroso dever
de participar o falecimento
da sua ente querida ocorrido
no dia 12/07/2012, e na im-
possibilidade de o fazer in-
dividualmente vêm por este
meio agradecer a todas as
pessoas que a acompanha-
ram à sua última morada ou
que de qualquer forma ma-
nifestaram o seu pesar.
Beja
PARTICIPAÇÃO
Participamos o falecimento
do Exmo. Sr. FRANCISCO
MANUEL NOBRE RAMOS
ocorrido no dia 17/07/2012,
de 57 anos, solteiro, natural
de Beja. O funeral a cargo
desta Agência realizou-se no
dia 18/07/2012, das Casas
Mortuárias de Beja para o
cemitério local.
A toda a família apresen-
tamos os nossos sinceros
pêsames.
MISSA
Carlos Manuel Hilário
Dias Gonçalves
Aleixo10º Ano de Eterna Saudade
Será celebrada missa pelo
seu eterno descanso no dia
20/07/2012, sexta-feira, pelas
18 e 30 horas na Igreja do
Carmo, em Beja.
AGRADECIMENTO
F r a n c i s c o G a l a m b a
Guerreiro, filho de Francisco
Mateus Sebastião, vem
por este meio agradecer
a todo o pessoal do Lar
Nobre Freire em Beja, em
especial à Dra. Cidália, pelo
profissionalismo, disponi-
bilidade, dedicação, apoio
e ajuda prestados ao seu
pai, durante a sua estadia
na Instituição.
PARTICIPAÇÃO,
AGRADECIMENTO
E MISSA DE 7º DIA
Ana Rosa BarrocasFaleceu em 13/07/2012
Suas filhas, genros e netos
agradecem reconhecidamen-
te a todas as pessoas que se
dignaram assistir ao funeral da
sua ente querida, ou que de
qualquer forma manifestaram
o seu pesar.
Agradecemos de uma forma
muito particular aos médicos,
enfermeiros e pessoal auxiliar
do Serviço de Urgência do
Hospital de Beja, todo o apoio
e atenção demonstrados de
forma tão calorosa e humana,
durante o período do seu in-
ternamento.
Também o nosso muito obriga-
do, a todos os funcionários da
Mansão de São José, que de
uma ou outra forma estiveram
presentes na vida da nossa
familiar.
Par ticipamos ainda que
será celebrada missa pelo
seu eterno descanso no dia
22/07/2012, domingo, às 10.00
horas na Igreja de penedo
Gordo.
Diamantino José
CondeçaSua esposa, suas fi lhas, fi lhos,
genros, noras, netas e netos
agradecem a todo o pesso-
al da Unidade de Cuidados
Continuados de Garvão, pelo
respeito, amor, carinho, ale-
gria, amizade e muito profi s-
sionalismo com que sempre
o trataram.
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2012
27Se és aficionado pelo skate, não podes perder a inauguração do Skateparque
no Cercal, amanhã, 21, pelas 10 horas, onde vais assistir a alguns dos melhores
atletas nacionais de inline, skate e bmx. A equipa da Academia dos Patins
também vai brilhar. Mais informação em http://www.cm-santiagocacem.pt
Skateparque é inaugurado
amanhãno Cercal
do Alentejo
Dica da semanaA dica desta semana dá-te a conhecer o trabalho do portu-guês Alexandre Farto, conhecido pelos seus rostos esculpi-dos em tantas paredes pelo mundo fora e, claro, também em Portugal. Nasceu em Lisboa em 1987, mas escolheu a Uni-versity of the Arts em Londres para estudar. Em 2011 desen-volveu uma técnica usando explosivos, graffiti, restos de cartazes e metal enferrujado para criar os seus famosoa re-trato. Podes ver mais trabalhos em http://www.alexandre-farto.com/Walls
Pais
Pela tua mãoEsta nova aventura de O Diário de um Banana começa com uma zanga entre Greg Heffley e Rowley Jefferson. Greg resolve procurar um novo melhor amigo. O que mais o irrita é ficar com os livros da es-cola das outras pessoas, e um livro passado por 10 pessoas não ajuda nada. Greg sentia-se sortudo por ter ficado com o livro de Jordan Júri, pois o Jordan é pessoa mais popular a seguir ao seu ano. Em determinada altura todos estavam a divertir-se mais do que o Greg, por isso resolveu que a melhor forma de contrariar essa impressão era mostrar que também ele se estava a divertir.Resolveu criar uma festa só que foi apanhado pela mãe. De qualquer modo a ideia de colocar fotos na Internet também não ia resultar porque a mãe é contra a invasão da privacidade.A história continua com uma audição para um anúncio aos gelados “Brisa de pêssego”, só que Greg não consegue ser selecionado e tenta boi-cotar as outras audições, mas sem sucesso.O nascimento do irmão mais novo veio roubar a atenção da família, deixando-o um bocado triste. Por outro lado a bisavó, visto que ele se aproxima da adolescência, resolveu falar com ele sobre o crescimento, mas será que Greg conseguirá ultrapassar esta fase mesmo com os conselhos da bisavó?
João, 11 anos
A páginas tantas...O escritor José Luís Peixoto estreou-se na literatura para a infância com o livro A Mãe Que Chovia, e mais uma vez mostrou ser um grande ho-mem das letras. O protago-nista da história é filho da chuva e com uma mãe tão precisa a todos, o rapaz vê-se obrigado a aprender a viver com essa partilha. Uma parti-lha que se mostra difícil e que só o amor incondicional de uma mãe ajuda a ultrapassar. Um livro de uma ternura in-vulgar e de uma simplicidade ao mesmo tempo desarmante. Um livro para ser lido a dois onde o texto dá lugar a con-versas e a momentos de liga-ção entre uma mãe e um filho. Um mundo partilhado a dois e cheio de metáforas. “Eu tenho a certeza de ti, tu tens a cer-teza de mim”.
À solta
Comer bem e de uma forma saudável é tudo o que os pais desejam, por isso aqui fica mais uma ideia para um bom lanche.
Com garrafas de detergentes podes criar casas fantásticas para os teus bonecos, se-jam eles fadas ou soldadinhos.
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Boa vidaComer Costeletas de porco panadasIngredientes para 4 pessoas:8 costeletas de porco,4 dentes de alho,q.b. de pimenta branca moída,q.b. de coentros moídos,q.b. de sal grosso,sumo de 2 limões,3 ovos,q.b. de pão ralado,óleo para fritar. Preparação:Batem-se as costeletas com o martelo dos bifes e tem-peram-se com sal, pimenta, coentros moídos, alhos pi-cados e sumo de limão. Deixe nesta marinada qua-tro horas.Passam-se por pão ra-lado, ovos batidos e nova-mente pão ralado. Levam-se ao lume numa frigideira com óleo quente e fri-tam-se. Escorrer em papel absorvente.Acompanhe com batata frita caseira e salada.Bom apetite…
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
JazzIago Fernández “Agromando”
Entre os músicos que nos últimos anos têm vindo a emergir do dinâmico panorama jazzístico na Galiza, um dos que justamente tem logrado obter maior reco-
nhecimento é Iago Fernández. Depois de ter deixado a sua marca importante em cerca de uma dezena de discos produ-zidos dos dois lados da fronteira (como “Sound Colors” de Jesús Santandreu ou “Guruka” de Nelson Cascais, só para citar dois dos mais relevantes), o jovem baterista natural de Cangas apresenta agora o seu primeiro disco em nome pró-prio, na Free Code Jazz Records, editora que se tem desta-cado na promoção dos novos valores do jazz galego. Se já co-nhecíamos o baterista versátil e seguro, capaz de moldar a sua abordagem às diferentes formações que integra – seja por via de uma sustentação rítmica mais física ou de apon-
tamentos de maior delicadeza – “Agromando” mostra agora tam-bém os seus predicados enquanto compositor. Excetuando três (re-pescadas à pop, à música brasi-leira e ao cancioneiro norte-ameri-cano), todas as peças incluídas no programa são de sua autoria e reve-lam uma diversidade de vias estéti-cas que, apesar de se perceber po-derem resultar de um processo de busca de uma identidade própria, há que sublinhar como positiva. Para este disco, Fernández arrolou um conjunto de músicos que bem conhece e que lhe dão as garantias de que necessita. A um quinteto-base que se completa com o con-trabaixista Demian Cabaud (cada vez mais decisivo para o resultado global das gravações em que parti-cipa), o pianista Xan Campos (tam-bém ele um nome em clara ascen-são), o guitarrista André Fernandes e o saxofonista José Pedro Coelho, juntam-se, pontualmente, um se-gundo guitarrista, Virxilio da Silva, João Mortágua, nos saxofo-
nes alto e soprano, e o trombonista Baptiste Techer. A fun-ção abre com “Truk o”, com os dois guitarristas em elé-trico despique. Logo a seguir, em “Bilobiana”, tudo acalma para se escutar o lirismo do saxofone de Coelho, bem aco-litado pelo clarividente suporte harmónico proporcionado pelo piano de Xan Campos. Mas os principais pólos de in-teresse estão em “Lume en Aizkorri”, com toda a sua tensão dramática, da qual emana o notável trabalho de filigrana do líder. A moda das versões dos Radiohead parece não ter aca-bado, mas é injusto obnubilar-se a relevância da transforma-ção operada em “Pyramid Song”, com uma superior pres-tação do trombonista. O lado mais desafiante e ousado da personalidade musical de Fernández revela-se “La Supuesta E.e.L.M”. No soprano, João Mortágua arrebata os louros em “Omitsa t”. Francamente menos interessantes são as leituras de “Oceano” (de Djavan) e do velhinho standard de Irving Kahal e Sammy Fain, “I ll Be Seeing You”. Aguardemos pe-los próximos capítulos para saber que caminhos quer trilhar este promissor músico.
António Branco
Iago Fernández – “Agromando”Iago Fernández (bateria), Demian Cabaud (contrabaixo), Xan Campos (piano e fender rhodes), André Fernandes (guitarras elétrica e acústica), Virxilio da Silva (guitarra elétrica) e Zé Pedro (saxofone tenor) + João Mortágua (saxofones tenor e soprano) e Baptiste Techer (trombone).Editora: Free Code Jazz RecordsAno: 2011
28 A Tulipa é uma cachorra muito bonita com cerca de sete meses.
Gosta de brincar e é simpática com todas as pessoas e outros cães.
No canil, com pouco liberdade, não consegue ser feliz. Precisa de
uma família que lhe dê carinho, a leve a passear e a quem se possa
dedicar. Venham conhecê-la ao Cantinho dos Animais de Beja.
Está desparasitada. Será vacinada e esterilizada antes da adoção.
Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com
LetrasO último solteiro
Juntamente com Tama Janowitz e Bret Easton Ellis, Jay McInerney é um dos au-
tores que redefiniram a litera-tura americana nos anos 80.
O último solteiro, o seu se-gundo livro de contos – editado originalmente em 2009 e que a Teorema editou em Portugal no início do ano – reúne uma dú-zia de contos publicados em re-vistas prestigiadas como a “New Yorker”, que têm em comum fi-xarem os amores – ou antes, os desamores – e a vida dos privile-giados de Manhattan.
McInerney escreve muito bem mas para os leitores me-nos interessados em histórias de amores traídos entre a classe alta de Nova Iorque a sucessão poderá tornar-se repetitiva. A menos que a ironia os resgate. E essa ironia – e um certo surrea-lismo, como sucede no conto do homem que faz psicanálise há um ano e se esquecera de con-tar que ele e a mulher dormiam com uma porca de 70 quilos en-tre eles – é servida em doses ge-nerosas. Mesmo quando os con-tos poderiam ser contos morais. É o caso do conto “Amo-te que-rido”, em torno da união de um casal após o 11 de setembro, que fixa um estado temporário de intensificação da relação para logo mostrar o regresso à au-toindulgência do marido e a ba-nalização do aborto como rea-ção da mulher. É, em literatura, o triunfo da ironia sobre a possi-bilidade de moral. É Manhattan que McInerney escreve, lembro. Cocaína, festas, homens que só saem com modelos, dinheiro, são o universo descrito com constância por McInerney.
Parece não haver redenção para Manhattan – a não ser na ironia.
Maria do Carmo Piçarra
FilateliaSingular homenagem a filatelista
A emissão de um selo do tema poupança foi a ideia que um grupo de amigos pôs em prá-
tica para homenagear um dos seus pares que passou à situação de refor-mado no passado dia 12.
O homenageado, F. Matoso Galveias, um dos filatelistas a quem a filatelia, da cidade Beja em particu-lar e nacional em geral, muito deve, iniciou a sua atividade bancária no Montepio Geral em Lisboa, em 1972. Sempre como trabalhador desta ins-tituição, em novembro de 1981 f i-xou-se em Beja até à sua transferên-cia para Tavira em maio de 1998, tendo um ano depois iniciado fun-ções no balcão de Vila Real de Santo António, lugar que oficialmente dei-xou na passada semana.
O selo que os colegas produziram para a homenagem mostra os vários pelicanos que o Montepio foi adap-tando a cada época, desde o ano da sua fundação, em 1844.
Para a ocasião foi editada uma carteira (duplo A4) que contém um texto sobre o homenageado, uma folha completa de selos e os dados técnicos. A i lustração da contra-capa mostra-nos um bombeiro, ati-vidade a que também, em regime de coluntariado, o Matoso Galveias se dedicou.
F es t as Tr adicionais Por t uguesas Entra hoje em circulação o 2.º grupo da emissão base “Festas Tradicionais Portuguesas”. Os cinco selos desta série são dedicados a: “Festas Po-pulares” (selo de 0,05 €); “Festa de Santo António de Lisboa” (0,32); “Festa do Espírito Santo, Açores” (0,47); “Carnaval de Ílhavo” (0,68); e “Feira da Golegã” (0,80).
O desenho, tal como aconteceu com o 1.º grupo desta emissão base, é do ateliê Whitestudio.
O 1.º grupo desta emissão, que entrou em circulação em 21 de fe-vereiro do ano passado, também teve cinco exemplares, dedicados a: “Festas Tradicionais” (selo de 0,10 €); “Festa dos Tabuleiros de Tomar” (0,32); “Festa de S. João, Porto” (0,47); “Carnaval de Loulé” (0,68); e “Festa da Flor, Madeira” (0,80).
Geada de Sousa
Jay McInerneyTeorema256 págs.21,90 euros
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Petiscos
Moluscos meus
As lulas, os polvos, as sépias, os calamares e os outros bichos de semelhante talhe e família proporcionam pratos tão admiráveis quanto
variados, de gosto e de elaboração. Pratos de verão, para agora. Hoje, irei deixar
de fora os polvos e os chocos. Aqueles porque va-lem só por si uma prolongada cavaqueira – tê-la-emos um dia destes –, estes porque o mais re-levante que lhes conheço são os filetes e não se pode falar neles sem que conversemos também sobre o arroz. Tomate, coentros, grelos, espina-fres, pimentos a darem substância a este aprazí-vel cereal? São temas longos.
Sobram-nos então as lulas. O que não é mau porque, mesmo assim, há muito de que falar.
Comecemos então pelo animal em si. Tem o aspeto que todos conhecemos e que é tão repug-nante aos olhos duma parte importante dos ci-dadãos do Norte da Europa, com especial desta-que para os súbditos de sua majestade a Rainha Isabel II. Tenho amigos ingleses – do tempo em que exportava carvão para o Reino Unido – e já os vi entrar em pânico perante a hipótese de co-merem umas inofensivas lulas de tomate com ar-roz. Depois, e esta é a parte interessante, de te-rem devorado ruidosamente um dúzia de ostras, que não só estavam vivas como se saracoteavam convulsivamente com o sumo de limão que lhes foi vertido.
Antigamente só havia, que se desse notícia, um tipo de lulas: lulas. Agora nunca mais acaba. Para a receita que sugiro as lulas adequadas são
as que têm cerca dez centímetros de compri-mento, mais as pernas. Pequenas e frescas são melhores. Lavam-se, separam-se as pernas do corpo, lavam-se muito bem mais de uma vez, vi-rando o capuz do avesso, tiram-se as asinhas, que se vão aproveitar, cortam-se os pequenos bicos de papagaio, tira-se a chapa calcária quando há – não deite fora, é bom para os pássaros de gaiola – e finalmente põem-se de salmoura com leite gordo, pimenta e salsa. Um bom par de horas.
Agora, faz-se um refogado de azeite com ce-bola, alho e salsa. Quando apurado, cortam-se as pernas das lulas em pequenos troços e vão a estufar com o refogado, a que se junta presunto entremeado, igualmente cortado aos pedaços. À parte, assaram-se pimentos verdes e vermelhos e quando o estufado estiver quase pronto acres-centa-se-lhe algumas, poucas, pequenas fatias das duas variedades, com uma polegada de ta-manho. A operação que se segue é o segredo da receita. Viram-se as lulas com o interior para fora – obviamente o exterior para dentro – e en-chem-se, moderadamente, com o refogado.
Dá-se-lhes em seguida uma fritura ligeira em azeite. As bocas das lulas fecham e fecham com força sem precisarem de palito, desde que os sa-cos não estejam exageradamente cheios.
Prepara-se então outro refogado com azeite, cebola e alho picados, e tomate, sem pele, salsa, sal e pimenta. Até estar bem forte. Põem-se as lulas e um copinho de vinho branco seco. Apura de novo e apura bem. Viram-se as lulas quando for preciso. Se necessário acrescenta-se mais vi-nho. É acabado em tabuleiro próprio, no forno, regando sempre bem com o molho.
Acompanha com batata e feijão cozidos. O molho deve ser abundante..
António Almodôvar
Tenho amigos ingleses – do tempo em que exportava carvão para o Reino Unido – e já os vi entrar em pânico perante a hipótese de comerem umas inofensivas lulas de tomate com arroz. Depois, e esta é a parte interessante, de terem devorado ruidosamente um dúzia de ostras, que não só estavam vivas como se saracoteavam convulsivamente com o sumo de limão que lhes foi vertido.
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Festival Músicas do Mundo arrancou ontem em Sines
Volta ao globo em 36 concertos
História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é mi-nistrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.
Inaugurada na segunda-feira, 16, a V Semana da Juventude em Ervidel vai prolongar-se até domingo, 22,
com atividades “que vão ao encontro das preferências e propostas” dos jovens da freguesia, como explica
a junta local. Danças urbanas (centro cultural), o concurso “A tua cara não me é estranha” (jardim da
Liberdade) e a Festa dos Anos 80 (centro cultural) preenchem o programa de hoje, sexta-feira. Amanhã,
segue-se um torneio de paintball, um concerto com os Shokes com Tinta e Mc Arshavin e a Festa da Espuma.
No domingo, as festas encerram com uma prática de tiro ao arco e zarabatana, insufláveis e pinturas faciais.
Ervidel põe juventude
em festa
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Fim de semana
Começa em Portugal e termina no México a segunda noite do Festival Músicas do Mundo (FMM), cuja 14.ª edição ar-rancou ontem, quinta-feira, no sítio do costume, o cas-
telo de Sines, prometendo um total de 36 concertos até ao pró-ximo dia 28. De território nacional para esta que continua a ser, segundo o presidente da câmara local, Manuel Coelho, a “grande festa da música e da confraternização cosmopolita”, chegam os Osso Vaidoso, dupla que junta Ana Deus (Três Tristes Tigres) e Alexandre Soares (GNR) num projeto em que ressalta a canção “como grande forma poética contemporânea”. Com eles, pelas 19 horas, dá-se hoje início a um serão para o qual também estão convidados o ensemble Al-Madar, formado no seio da New York Arabic Orchestra e dirigido pelo libanês Bassam Saba; a banda europeia de rock progressivo L’Enfance Rouge, que se une à voz do tunisino Lotfi Bouchnak, “um dos maiores cantores árabes vi-vos”; os finlandeses Frigg (na foto), que pisam um território algu-res “entre a folk nórdica, o bluegrass americano e a música celta”; e, para terminar, já depois das duas da madrugada, Clorofila, que
integra o coletivo de DJ Nortec Collective, junta-se ao ensemble de metais Los Mezcaleros de la Sierra. Uma fusão entre a música de dança e os sons tradicionais do norte do México no encerra-mento da segunda noite de FMM.
Amanhã, sábado, é mais uma vez a uma banda nacional, os Dead Combo, que cabem as honras de abertura do serão, numa atuação conjunta, pela primeira vez, com o americano Marc Ribot, tido como um dos melhores guitarristas do mundo. De seguida, passam pelo palco do castelo Oumou Sangaré (Mali) e Béla Fleck (EUA), num encontro entre “o maior banjoísta da atualidade” e uma cantora que “mudou a música africana e o papel que nela ocu-pam as mulheres”; o guitarrista Marc Ribot e o seu projeto Los Cubanos Postizos, assente num repertório latino-americano; o co-letivo suíço Imperial Tiger Orchestra, aqui liderado pela voz con-vidada de Hamelmal Abate, “rainha da canção etíope”; e ainda os sul-africanos Shangaan Electro, responsáveis pela transformação digital desta música de dança tradicional (shangaan) a “mais de 180 batidas por minuto”.
Fernando Tordo encerra Noites na Nora As noites puseram-se
agora mais quentes mas
as da Nora, em Serpa, vão
ter mesmo que chegar
ao fim. Para o fim de
semana de encerramento
do festival, organizado
pela companhia de teatro
Baal 17, preveem-se ainda
as atuações de Jazzfari
Unit (hoje, sexta-feira),
quarteto cuja voz é uma
das poucas masculinas
a afirmarem-se
presentemente no
panorama do jazz
nacional; e de Fernando
Tordo (amanhã, sábado),
num espetáculo intitulado
“Por este andar”, entre
novos temas do futuro
álbum e os clássicos
que ninguém deixará
de querer ouvir, como
“Tourada”, “Cavalo
à solta” ou “Estrela
da Tarde”. Sempre
pelas 22 e 30 horas.
Encontrode coraisem Figueirados Cavaleiros As festas anuais da
freguesia de Figueira
dos Cavaleiros (Ferreira
do Alentejo) decorrem
este fim de semana,
organizadas pelo grupo
coral Os Rurais. No
primeiro dia dos festejos,
hoje, sexta-feira, decorre a
iniciativa Serões da Aldeia,
seguida de um baile com
Nani Silva. Amanhã,
sábado, cumpre-se o já
tradicional encontro de
grupos corais, este ano
com a presença de nove
coletivos: Instrumental
Infantil de Figueira de
Cavaleiros; Os Alentejanos
da Damaia; Alentejano de
Tunes; As Madrigais de
Vila Nova de São Bento; As
Flores de Abril de Granja,
Mourão, As Papoilas do
Fogueteiro; Ecos de Quinta
do Conde; e Bombos
de Benfeita, Arganil,
além dos anfitriões.
Teatro clássico em Miróbriga Integrada no Festival Internacional de Teatro Clássico – Festea, a Associação Cultural Thiasos, da Universidade de Coimbra, leva à cena amanhã, sábado, no sítio arqueológico de Miróbriga, em Santiago do Cacém, a comédia “A Sogra”, do autor clássico Terêncio, dramaturgo e poeta romano. A organi-zação é da Liga dos Amigos do Sítio Arqueológico de Miróbriga (Lasam). O espetáculo tem início pelas 19 horas.
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facebook.com/naoconfirmonemdesminto
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rÁdios de telecomunicaÇÕes
doados pela cÂmara de beja
aos bombeiros sÓ apanham
a onda mÉdia
da rÁdio renascenÇa
A autarquia bejense pretende doar aos bombeiros rádios de telecomunicações do município que não estão a ser utilizados e que podem ser úteis aos soldados da paz. No entanto, uma investigação conjunta Não confirmo, nem desminto/Rádio Singa/ /Rádio Terapia descobriu que o equipamento não estará nas melhores condições, como nos explicou Rodeia Machado, presi-dente dos bombeiros: “Tinha de ser coisa do senhor Pulido. O equipamento é tão velho que ainda dá para ouvir emissões do Despertar. Aliás, esta traquitana só apanha emissões da onda média da Renascença! Não posso ter os meus homens distraí-dos com a oração do terço… O que é que vai ser quando transmitirem a maratona de Frei Hermano da Câmara? Pá, não posso com o Pulido! Agarrem-me, agarrem-me que eu candidato-me!”.
“D’ Abalada”: Lisboa, a capital do impérioCaro leitor, a Não confirmo, nem desminto tem o
prazer de o deleitar com mais uma edição da rubrica
de viagens “D’Abalada”. Depois de uma edição dedi-
cada à Andaluzia, escolhemos um destino nacional:
Lisboa, a capital do País, a cidade das sete colinas,
e, mais importante, a cidade onde o Malato traba-
lha. Mais uma vez, a rubrica é da inteira responsabi-
lidade de Jeremias Bon Voyage, gerente da Agência
de Viagens Sem Retorno e vencedor do prémio de
melhor gestor na área de turismo para pigmeus al-
binos. “Boas! Está tudo bem consigo, caro leitor? Não
que me interesse muito, mas disseram-me para ser
mais simpático, e assim… Hoje quero falar-vos de
Lisboa, a nossa capital, que foi o ponto de partida de
muitos dos nossos descobridores, e o ponto de che-
gada de especiarias, de escravos, da febre-amarela
e de doenças sexualmente transmissíveis. A melhor
maneira de chegar lá é ir de carro. Contudo, se tem
medo de alturas, não ande na ponte 25 de Abril, que
é quase tão alta como o Altinho em Serpa. Em alter-
nativa, vá até Cacilhas, na margem sul, e apanhe o
barco até ao cais do Sodré. Caso tenha medo de al-
turas e fobia à água, há um desviozinho muito jei-
toso que fica ali para Arronches. Ao chegar a Lisboa
evite comunicar a um autóctone a sua naturalidade.
A primeira tendência do lisboeta é contar logo uma
piada de alentejanos ou, pior ainda, imitar o seu so-
taque com uma entoação que normalmente se as-
semelha mais a um cigano com prisão de ventre.
Caso caia nesse erro, sorria e afaste-se muito deva-
garinho, sem mostrar medo, mesmo que a sua von-
tade seja abater o lisboeta como se se tratasse de
um cavalo com a perna partida. Tenha pena dessa
pessoa e lembre-se que mesmo um cavalo com a
perna partida consegue ter mais piada. Está na capi-
tal… Divirta-se! Aproveite para passear pelos bair-
ros tradicionais, porém, não o faça em junho, espe-
cialmente por alturas do Santo António: que é uma
desculpa que eles arranjaram para festejar nas ruas,
comer sardinha assada à bruta e vomitar no Bairro
Alto. Se bem que, segundo consta, qualquer altura
é boa para vomitar no Bairro Alto. Não se esqueça,
também, de ir a Belém. Aí, pode visitar o Mosteiro
dos Jerónimos (um local duas vezes maior do que
a igreja do Carmo, em Beja), o Centro Cultural de
Belém (uma casa toda em mármore, tipo jazigo do
cemitério, mas em grande) e o mítico Pastéis de
Belém, um local intemporal onde se fazem os ver-
dadeiros pastéis de nata (aqueles da diabetes tipo
1). Se se lembrar de ir a Sintra, não deixe de comer
umas queijadas locais (inseridas na categoria diabe-
tes tipo 2). Todavia, é conveniente levar um colete à
prova de bala.
Pontos positivos: O rio Tejo, que é bonito, mesmo
quando amanda um cheiro estranho. Aí é possível pes-
car tainhas com 12 guelras e três caudas – muitas delas
oriundas da zona industrial do Barreiro.
Pontos negativos: Os arrumadores, os drogados, os ar-
rumadores drogados, os drogados arrumadores, a pos-
sibilidade de ter de andar muito a pé devido à 154.ª
greve dos transportes daquela semana e o cheiro a so-
vaco no metro na hora de ponta – nunca desejará tanto
ter sinusite.
Haveria muito mais a dizer sobre esta cidade, mas, sin-
ceramente, não tenho vontade. Da última vez que lá fui
bati com o carro no eixo norte-sul e gamaram-me a car-
teira no elétrico 28. Para saber mais consulte o site 7coli-
nasdoinferno.org.
Aviso: Caso decida deslocar-se ao Chiado não se assuste
se encontrar um heterossexual…
Inquérito Jovem, já consumiste drogas sintéticas de uma smart shop?
LÚCIO SANTOS DASS, 18 ANOS
Pessoa que não consegue terminar uma frase desde que frequenta
smart shops
Ya, tipo, é uma cena que, pá, coiso… tipo, uma cena em que um
gajo está muito bem e de repente está, tipo, numa dimensão, tipo,
assim, sabes… Só é pena que a substância não dê, tipo, para um
gajo, tipo, acabar uma cena, tipo, como quando está a emitir sons
com a boca e tem de dizer algo que, pá, coiso… tipo… assim…
estás a ver?
PATRÍCIA ÓPIO, 16 ANOS
Jovem que afirma ter encontrado Jesus depois de ter saído de uma
smart shop. Pessoalmente.
Consumo, de vez em quando, mas só na época dos exames.
Ajuda-me bué a estudar e assim. Agora que estou no 12.º ano é que
percebi o que é uma subtração e que dois mais dois dá quatro e não
22. A Português já sei que Cesário Verde era um poeta e que não ti-
nha aquele apelido por ser do Sporting. Vejo tudo com mais cla-
reza e tenho outra visão do mundo. Por exemplo, só agora percebi
que os meus pais se divorciaram quando eu tinha seis anos…
BENTO HAXIXE, 42 ANOS
Adolescente em espírito
Consumi e não tive problemas. Agora vivemos nesta democracia
fascizante que quer controlar tudo… Eu decido o que quero me-
ter no meu organismo, seja drogas, gomas de morango ou mui-
tos, mas mesmo muitos, conguitos… O corpo é meu, a escolha é
minha. Consumi vários tipos de substâncias, mas a minha favorita
era um fertilizante. Comprei tanto daquilo que quase podia abrir
um stand agrícola na Ovibeja. E comigo, como vê, está tudo bem. O
quê? Este girassol na parte de trás do joelho? Isto é normal…
Na passada segunda-feira, Passos Coelho
foi vaiado numa visita a Borba, por cerca
de 100 pessoas, que, convocadas pela
União dos Sindicatos do Distrito de
Évora, gritaram palavras de ordem con-
tra as políticas governamentais. Este foi
apenas mais um protesto. Contudo, se-
gundo apurámos, a sucessão de impro-
périos com que membros do Governo são
brindados durante as deslocações oficiais
já fez com que o Executivo veja estas vaias
como uma oportunidade. Fonte próxima
do PM confidenciou-nos que o Governo
pretende taxar os insultos de acordo com
o grau de violência verbal. Deste modo,
ofensas entre “ladrão” e “piegas é a tua
prima” serão taxadas à taxa reduzida do
IVA; provocações entre “inconstitucio-
nal é a tua tia” e “vai passear o teu pente-
adinho à f***-se para o raio que te parta”
serão taxadas à taxa intermédia do IVA; e
insultos entre “africanista de Massamá”
e “Miguel Relvas” serão taxados à taxa
máxima do IVA.
Passos Coelho vaiado em Borba PM quer taxar insultos
de acordo com grau de violência verbal
Na próxima visita ao Alentejo, Passos equaciona vir disfarçado de camponesa de grupo coral alentejano para fugir das vaias
Nº 1578 (II Série) | 20 julho 2012
RIbanho POR LUCA
FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO
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O tempo mantém-se quente mas a partir de hoje, sexta-feira, prevê-se uma descida de temperatura, que oscilará os 17 e os 34 graus. O cenário de verão ameno não vai alterar-se no sábado e no domingo.
Pecuária com “forte presença”na 22.ª Faceco, em São Teotónio
Espaço de negócio, convívio, lazer e debate, a Faceco
– Feira das Atividades Culturais e Económicas
do Concelho de Odemira abre hoje portas em São
Teotónio pela 22.ª edição, convidando os visitantes
a conhecer as potencialidades do território, com
destaque para os produtos regionais e setor primário.
“A agricultura, sobretudo na vertente da horticultura,
a produção florestal, extração de cortiça e a criação
de gado bovino e caprino são importantes áreas
de negócio” representadas no certame, confirma a
Câmara de Odemira, entidade organizadora. A “forte
presença” do setor pecuário será garantidamente
uma das marcas da feira do litoral alentejano, que
contempla os concursos Nacional de Raça Bovina
Limousine, Regional da Raça Bovina Holstein Frísia
e Regional da Cabra Charnequeira.Até domingo, 22,
estão também agendados vários colóquios e mesas
redondas, promovendo a discussão e o conhecimento
sobre assuntos de relevância para o concelho. Hoje,
sexta-feira, a partir das 11 horas, decorre uma sessão
de esclarecimento sobre “Identificação eletrónica
de pequenos ruminantes”, prevendo-se, pelas 15
horas, o arranque do colóquio “Os metais em
Odemira, da Idade do Ferro à atualidade”, que está
enquadrado no tema que inspira este ano o Pavilhão de
Artesanato, onde serão privilegiados as artes e ofícios
tradicionais que têm o metal como matéria-prima.
Amanhã, sábado, decorrerão as mesas redondas
“As artes e ofícios tradicionais como empresas” (11
horas), com o intuito incentivar o desenvolvimento
do artesanato enquanto modelo de negócio, e
“As cooperativas como exemplos de abordagem
ao território e ao desenvolvimento regional” (15
horas), no âmbito das comemorações do Ano
Internacional das Cooperativas. Para domingo (11
horas), ficou reservado o colóquio “Ambiente 2020”,
que incidirá sobre a produção de energia de fonte
renovável, a eficiência energética e a capacidade das
atividades silvo-pastoris contribuírem para as metas
estabelecidas pelo Pacote Energia-Clima, aprovado
em 2008 pelo Parlamento Europeu. Dentro da oferta
musical, destacam-se a atuação, hoje à noite, das
bandas locais Fax Rock, Rock Never Ends e Fil Costa.
Ao palco principal sobem ainda o veterano da música
ligeira José Cid (amanhã) e a banda folk rock Uxu
Kalhus (domingo).
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Dos baloiços do Jardim Público de Beja Joseia Matos Mira apaixo-nou-se, ainda menina, pelo tal ca-
valeiro que, já nonagenário, terá enfren-tado os mouros até a morte na planície de Beja. Gonçalo Mendes da Maia, a figura re-tratada a azul e branco no conhecido painel de azulejos, é agora a personagem principal de O Fronteiro do Sul, o seu mais recente romance. Um herói do passado ao qual os portugueses de hoje poderão ir buscar a “força e o orgulho” que lhes falta em tem-pos de perda de soberania. O Fronteiro do Sul é uma obra que roman-
ceia a história de Gonçalo Mendes da Maia,
o Lidador, muito caro à cidade de Beja.
Por que escolheu esta figura da história
nacional?
Tendo sido criada em Beja, em menina apai-xonei-me pela figura de Gonçalo Mendes da Maia, porque havia, no Jardim Público, um painel de azulejos retratando a batalha em que este morreu. Era um painel que estava mesmo em frente aos baloiços e a minha mãe dizia que era o Gonçalo Mendes da Maia, que tinha morrido aos 95 anos, a lutar contra os mouros na planície de Beja – era o fronteiro de Beja. Os meus romances e os meus contos estão muito ligados, a maior parte deles, ao Alentejo. Achei que era uma outra oportuni-dade de falar do Alentejo. Porque embora seja do norte, Gonçalo Mendes da Maia acaba por ser também uma figura alentejana.
Que tipo de cavaleiro é Gonçalo Mendes da
Maia na sua versão ficcionada?
É o meu Gonçalo Mendes da Maia, respei-tando os factos históricos e acrescentando factos romanescos – porque isso é que é o verdadeiro romance histórico. Sabemos que era um homem forte, façanhudo, mas a sua personalidade, as suas paixões, o que ele
Joseia Matos Mira natural de Baleizão
É licenciada em Filologia Românica, pela Faculdade de Letras de Lisboa, e viveu em Montreal, Canadá, a partir de 1974, após o doutoramento na Universidade de McGill, onde lecionou Literatura Francesa. Em Portugal, passou pelos ensinos secundário e universitário, ensinando tradução, literatura e cultura portuguesa mas é à escrita que, atualmente, se dedica em exclusivo. Tem publicadas mais de uma dezena de obras, entre poesia, conto e romance. Os dias invisíveis, Joana Campeoa e O tempo dos deuses insanos são os seus mais recentes livros de maior fôlego.
sentia, como era o seu coração, a sua alma, disso pouco se sabe. Foi isso que eu tentei re-criar. Este é um Gonçalo Mendes da Maia ba-talhador, amigo de D. Afonso Henriques, an-sioso por fazer daquele condado uma nação, mas ao mesmo tempo um homem que amou desesperadamente uma judia, cheio de ter-nura pela filha e que tinha uma relação ex-traordinária, não com um cristão como ele, mas com um mouro que ele tornou seu escu-deiro. No romance, ele não morre na batalha, fica debaixo do corpo de outro e o escudeiro é que aparece, quando tudo se silencia já ao cair da noite, levando-o nos braços. É esse Gonçalo que, quase a morrer, vai vendo atra-vés do escudeiro o que será o Portugal do fu-turo. E que diz ainda: “vamos a eles, vamos a eles!”. Há aqui uma luta entre o bem e o mal, como se houvesse uma força que pretendesse que Portugal fosse nação e cumprisse um destino, e outra que proibisse isso. E Gonçalo Mendes da Maia está no meio dessa luta, é tentado para matar o seu rei, mas não se deixa dominar.
Nos tempos que atravessamos, ganha mais
sentido lembrar os heróis da fundação de
Portugal?
Claro que sim. Portugal é a primeira nação--Estado da Europa. E por manigâncias várias, este pequeno grande país, que foi indepen-dente, que foi soberano, que foi rei dos mares, que fez a primeira globalização, está a tor-nar-se uma colónia dos antigos colonizados e de outros colonizadores, essencialmente da Alemanha. Agora é muito mais importante falar nisto, para que não se esqueça, para que a memória não se apague, para que os portu-gueses não tenham vergonha de ser portu-gueses; para que possamos, com o exemplo daqueles que tiveram tanta força, nós, que es-tamos meio adormecidos, criar uma outra força e orgulho. Carla Ferreira
Romance histórico recria o cavaleiro Gonçalo Mendes da Maia
O Lidador de Joseia Matos Mira
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