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DOCUMENTO TEMÁTICO DA RSR
31.12.2017
Rede de Sensibilização para a Radicalização 1
O presente documento é redigido por Alexander Ritzmann (co-presidente do RSR C&N), com o apoio de Marije Meines, RSR CoE
DOCUMENTO TEMÁTICO DA
RSR
Orientações da RSR para campanhas de
discursos alternativos e contradiscursos
eficazes (GAMMMA +)
Extra: Anexo com as principais conclusões da recente investigação relevante
Se pretender desenvolver discursos alternativos e contradiscursos
eficazes, então estas orientações são para si!
O grupo de trabalho Comunicação e Discursos da RSR (RSR C&N)
desenvolveu as seguintes orientações práticas para a realização de
campanhas de discursos alternativos e contradiscursos eficazes. As
diretrizes combinam as lições aprendidas e os elementos-chave das
reuniões do RSR C&N com uma panorâmica de fácil acesso da
investigação pertinente.
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Introdução O modelo GAMMMA+ engloba os seguintes elementos-chave: Goal (Objetivo), Audience (Público), Message
(Mensagem), Messenger (Mensageiro), Media (Comunicação Social), Action (Ação) mais Acompanhamento e
Avaliação. Combina elementos-chave e lições retiradas de reuniões do RSR C&N com uma panorâmica da
investigação pertinente.
Este documento temático descreve o modelo GAMMMA+; o Anexo 2 fornece uma panorâmica tangível das
principais conclusões de discursos alternativos e contradiscursos eficazes da recente investigação pertinente.
RAN GAMMMA+ Essentials • Campanhas de comunicação eficazes têm objetivos que são claros, realistas e mensuráveis.
• As mensagens promovidas são relevantes e o público-alvo considera os mensageiros credíveis.
• A campanha trabalha com o meio preferido do público-alvo ou com plataformas em linha e está também
presente quando o público comunica fora da linha.
• Campanhas de discurso sob a forma de monólogos dificilmente irão satisfazer as necessidades de um
público que quer falar, está consternado ou ofendido com a injustiça real ou sentida.
• As campanhas devem oferecer um apelo à ação para quem pretende envolver-se no assunto em questão, o
que facilitará o acompanhamento e a avaliação.
• Campanhas com o objetivo de mudar as mentes e os comportamentos oferecem oportunidade para o
diálogo sustentado (em linha e fora da linha) com os membros do público que desejam falar.
• Campanhas que garantam que possuem componentes de acompanhamento e avaliação em vigor desde o
início podem então, se necessário, ajustar as atividades em curso e, uma vez concluídas, é possível saber se
tiveram o impacto desejado.
• Campanhas que produzem um fluxo de conteúdo constante com o qual o seu público-alvo pode interagir
aumentam as suas probabilidades de causar impacto. A autenticidade e a quantidade são mais relevantes
do que a qualidade técnica.
• Os discursos alternativos promovem perspetivas alternativas, medidas e modelos positivos e promovem o
pensamento crítico. Os contradiálogos, que têm como objetivo desmistificar a propaganda extremista,
devem dirigir-se apenas a um público bem preparado e entendido que já esteja ligado a conteúdos
extremistas.
• Prepare-se para o sucesso e lembre-se de ter em conta todos os riscos de segurança para a sua organização
e parceiros.
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• Não reinvente a roda — consulte a RAN Collection de práticas inspiradoras ou, por exemplo, a Counter
Narrative Library [Biblioteca de contradiscursos] da Hedayah ou o estudo para a Comissão LIBE do PE sobre
Discursos de Combate ao Terrorismo.
Antes de começar, certifique-se de que não causa efeitos negativos!
Não difunda a propaganda extremista. Estudos indicam que sensibilizar os jovens para um problema que
as autoridades desaprovam ou consideram inadequado ou prejudicial pode realmente estimular (mais) o
interesse no problema em vez de dissuadi-los (Hornik 2008). Assim, salientar o perigo de grupos
extremistas ou terroristas específicos pode revelar-se contraproducente. Os contradiscursos, em
particular, devem apenas visar um público bem definido e compreendido que seja curioso relativamente
ao conteúdo extremista ou já simpatize com ele.
Evite a estigmatização. Quando tentar aumentar a resiliência de um público-alvo específico contra a
propaganda e recrutamento extremistas, tenha em consideração que tal pode ser entendido como
criação de estereótipos e desconfiança deste grupo. Certifique-se de que compreende bem as
sensibilidades e preocupações do seu público-alvo, de modo a não promover a polarização
inadvertidamente.
O Modelo GAMMMA+
GOAL (Objetivo): O que pretende realmente alcançar?
Por que razão é importante ter objetivos específicos?
Quando planear uma campanha, deve ser claro quanto ao que pretende exatamente alcançar. Parece ser senso
comum, certo? No entanto, muitas pessoas têm dificuldade em dividir os seus objetivos globais em objetivos
concretos e mensuráveis. Como pode medir o seu sucesso se não sabe ao certo como este deve ser?
Definir objetivos claros, realistas e mensuráveis ajuda-o a definir que tipo de recursos, tempo, pessoal e fundos
são necessários para realizar a sua campanha com sucesso.
G Goal
(Objetivo)
Nota: Os objetivos que não podem ser medidos são visões.
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Verifique: O que precisa de saber?
Compreende as causas profundas e os fatores que contribuem para os processos de radicalização do seu
público-alvo? Distinguiu se o seu objetivo é reforçar a sua resistência ou combater o conteúdo extremista?
Identificou indicadores claros, realistas e mensuráveis neste processo, de modo a compreender a resposta do
seu público? Está a usar uma «teoria da mudança» que explica por que razão pensa que a sua intervenção vai
funcionar, em quem, como e de que forma?
A seguir encontra um exemplo de como poderia dar início ao processo de definição de GOAL (Objetivo).
Objetivos: aumentar o número de chamadas/mensagens de correio eletrónico do seu público para a sua
prevenção/sítio Web/linha de apoio em 50 % num prazo de 6 semanas; ter 20 conversas, sendo que
50 % delas levarão a uma maior participação no seu evento;
QUEM: homens e mulheres, com idades entre os 16 e os 23 anos, que seguem/são membros de grupos
em linha que promovem ideologias extremistas de direita e música de direita e moda/marcas de direita
(público-alvo muito reduzido).
ONDE: residem em centros de radicalização geograficamente definidos (Vidino 2017) que registaram
um número de extremistas desproporcionalmente elevado nos últimos 3 anos (público-alvo mais
definido).
COMO: utilizando curiosidade/mistério/redirecionamento/humor/factos e apresentando
vídeos/memes/cartazes nas suas câmaras de ressonância em linha. Isto vai estimulá-los a
comentar/partilhar/gostar/querer falar e pode ter um impacto sobre a(o) sua(seu)
mentalidade/sentimento, pelas razões X, Y, Z, etc. (teoria da mudança)
Audience (Público): A quem pretende realmente
chegar? Por que razão é importante o conhecimento detalhado sobre o público?
Compreender de forma detalhada o seu público-alvo vai ser a chave do seu sucesso. A maioria dos grupos,
comunidades ou ambientes têm a sua própria «linguagem», discursos, sinais e (sub)culturas. As intervenções
devem basear-se numa compreensão do que preocupa o seu público, como e onde comunicam entre si e por
que razão reagiriam à sua campanha.
A Audience
(Público)
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Dica
Discursos alternativos locais ou contradiscursos por parte das comunidades que lutam
contra o extremismo têm maior probabilidade de serem bem-sucedidos do que as
intervenções por parte de pessoas externas bem-intencionadas. Muitas vezes, os
intervenientes locais podem fornecer mensagens relevantes além de mensageiros
credíveis: tente associar-se a eles. Selecionar os parceiros certos é essencial (veja o
provérbio «inimigo do meu inimigo, meu amigo é»).
Verifique: O que precisa de saber?
Consegue definir as características-chave do seu público? Consegue reduzir e identificar claramente a sua faixa
etária, sexo, contexto cultural, «linguagem de grupo» e local de residência? Compreende por que razão se
interessariam pela sua intervenção e interagiriam consigo? Compreende o que poderia mudar a sua
mentalidade e comportamento? Onde obtêm as suas informações? Onde se encontram as suas câmaras de
ressonância às quais deve aceder com a sua mensagem? Se o objetivo é reforçar a resiliência do seu público,
compreendê-los significa também compreender as suas vulnerabilidades. O que os torna vulneráveis?
Como compreender melhor o seu público
A maioria dos conflitos começa no seio das comunidades. Inicialmente, os extremistas tentam «acordar» os
pares, por exemplo, extremistas sunitas visam outros sunitas, e supremacistas brancos visam os outros
membros brancos de uma comunidade. Tente chegar aos membros da comunidade que se opõem a estes
extremistas. Contacte organizações da sociedade civil (OSC) que trabalham em bairros específicos: associações
de trabalhadores jovens, centros de juventude, clubes desportivos e de artes marciais, etc. Convide-os a
participar ou a contribuir para a sua campanha.
Erros comuns que deve evitar
Levar a cabo uma investigação sobre um público-alvo de alguém é crucial, mas tal não significa necessariamente
que tenha compreendido o seu público. Sobrestimar a capacidade e compreensão da complexidade do público
de uma pessoa é um erro muito comum. Na melhor das hipóteses, após um erro destes, pode ter perdido ou
não ter conseguido cativar o seu público; na pior das hipóteses, pode ter apresentado a propaganda extremista
a um público a quem, antes da sua campanha, o extremismo era indiferente.
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Conselho
Se compreender realmente o público-alvo parece muito complexo e demorado, deve considerar
seriamente substituí-lo por outro público-alvo que corresponda melhor à sua compreensão e à
experiência da sua equipa. Intervenções mal preparadas podem ter consequências indesejadas
(veja «não causar efeitos negativos»).
Message (Mensagem): Do que está a falar? O que torna a sua mensagem importante?
O seu objetivo é estimular as mentalidades e os sentimentos das pessoas e talvez até
provocar uma mudança nas suas opiniões e comportamento, certo? Então o seu discurso deve fazer repercutir-
se no seu público-alvo. Deve ser relevante para eles e ter resposta social. Por que outro motivo prestariam
atenção? A sua mensagem tem de cativar as pessoas (Green, 2017) e fazê-las pensar «Isto faz sentido para
mim» ou «Quero fazer isso». Compreender de forma aprofundada o seu público-alvo permitir-lhe-á criar
mensagens que abordem questões que interessam às pessoas, mas de um ângulo diferente.
Verifique: O que precisa de saber?
Por que motivo o seu público se interessaria pela sua mensagem? Por que motivo a partilhariam com os outros
e a usariam como tema de conversa? Está a utilizar o estilo de linguagem adequado, em conjunto com dialeto(s)
e gíria? Inspira-se em palavras-chave e termos que o público utiliza frequentemente? Tem noção dos riscos de
mal-entendidos? Por que razão a sua mensagem mudaria a sua mentalidade e comportamento?
Dica
Quanto mais radicalizado for o seu público, mais a sua identidade individual, os valores morais e
sagrados estarão «fundidos» (Atran 2017) com os da ideologia ou grupo extremista e menos eficaz será
uma abordagem de confronto (veja «efeito de tiro pela culatra») . Os discursos alternativos ou
contradiscursos têm maior probabilidade de cativar esse público se assumir uma abordagem indireta.
Por exemplo, utilizando contextos surreais como os de ficção científica/aventura/mistério (Green 2017),
uma vez que não são percebidos como um ataque aos seus valores morais e à sua identidade, mantêm,
em certa medida, uma mente aberta a novas informações (Kaplan 2016).
Muitos conflitos têm como base preferências morais diferentes e não questões políticas ou religiosas
detalhadas. Se isto se aplicar à sua campanha, considere reformular a sua mensagem para que esteja de
acordo com as bases morais do público-alvo. Por exemplo, chame a atenção para valores morais
partilhados (Feinberg 2015) como a justiça, a igualdade e a tradição e use-os como uma ponte para ligar
campos opostos.
M Message
(Mensagem)
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Como sabe se a sua mensagem terá eco?
Recomendamos que observe as respostas de uma pequena amostra do seu público-alvo antes de iniciar a sua
campanha em grande escala. Se não tem membros da equipa próximos do seu público-alvo, teste a sua
mensagem através de um grupo de referência composto por membros do seu público ou pessoas muito
próximas do mesmo. Pode também testar a sua mensagem em pequena escala, iniciando discussões orientadas
num fórum em linha frequentado pelo seu público. Alternativamente, pode comprar anúncios de pequena
escala no Google, Facebook ou Twitter (ou pedir créditos de anúncios grátis) e verificar a reação do seu público.
Analise o feedback que recebe e ajuste a sua mensagem se, por exemplo, obtiver resposta de um público errado
ou a resposta for muito diferente do que esperava.
Esteja consciente do «efeito tiro pela culatra»
A investigação mostra que adotar abordagens de confrontação (baseadas em factos ou emocionais) irá
provavelmente reforçar as convicções do seu público-alvo. Isto é especialmente verdade se a sua
mensagem for considerada um ataque aos valores fundamentais ou à identidade do indivíduo ou do seu
grupo. Consulte The Debunking Handbook (O Manual da Desmistificação) para mais informações.
Messenger (Mensageiro): Quem vai falar por si? Por que razão é importante escolher o mensageiro certo?
É mais provável que as pessoas deem ouvidos a alguém com quem se consigam
relacionar. Existem muitos mensageiros potenciais considerados credíveis por um
público-alvo específico: «vítimas», familiares, «formadores», celebridades/influenciadores, pares comuns ou
líderes comunitários. O seu público-alvo determina quem é credível para ele. Como sugerido com a sua
mensagem, discuta as diferentes opções com membros do público-alvo (grupo de referência) ou com pessoas
muito próximas dele.
Verifique: O que precisa de saber?
Por que razão deve o seu público-alvo ouvir, acreditar e confiar no seu mensageiro? Existem riscos relacionados
com o mensageiro para a sua organização (por exemplo, reputação ou credibilidade) ou para o próprio (por
exemplo, questões de segurança ou «trolling»)?
Lembre-se do provérbio «inimigo do meu inimigo, meu amigo é»
M Messenger
(Mensageiro)
Dica
Se não tem mensageiros credíveis na sua rede, crie uma parceria com
uma organização com uma ligação mais próxima com o seu público-alvo.
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Quando o objetivo é prevenir ou combater o extremismo violento, certifique-se de que não promove
intervenientes não-democráticos/antipluralistas, mesmo que se oponham a organizações
extremistas/terroristas violentas. É muito provável que trabalhar com islamistas ou populistas de direita
para combater os respetivos extremistas violentos coloque em risco a credibilidade global da sua
campanha (veja «não causar efeitos negativos»).
Media (Meios de comunicação social): Como
pode chegar ao seu público? Por que razão é importante selecionar o meio de comunicação social certo?
Para chegar ao seu público-alvo diretamente, precisa de saber que meio de
comunicação social ou outros meios utilizam para comunicarem uns com os outros e de que forma recebem
informações. Encaminhar o seu público-alvo para a sua plataforma preferida é uma opção, mas é muito mais
eficaz dirigir-se a ele onde se encontra. Não fuja das plataformas que nunca utilizou: a C&N Collection da RSR
de kits de ferramentas e tutoriais simples e fáceis de utilizar (disponívelem linha) pode ajudá-lo a familiarizar-se
com várias plataformas.
A sua investigação, em coordenação com o seu grupo de referência, determinará o meio que terá maior
probabilidade de chegar ao seu público-alvo. É importante determinar o meio no início do processo, uma vez
que vai afetar o tipo de conteúdo que produz.
Verifique: O que precisa de saber?
Como comunica o seu público-alvo? Onde obtêm as informações e onde estão as suas câmaras de ressonância?
Qual é a sua capacidade em termos de orçamento e tempo para tornar-se ativo em mais uma plataforma, ou
fora de linha? Vai produzir conteúdos para dispositivos móveis ou para computadores, incluindo som ou
legendas? Como pode garantir que públicos fora do seu grupo-alvo não se apoderam da sua campanha?
Erros comuns que deve evitar
Você, os seus colegas, parceiros ou financiadores estão mais familiarizados com determinadas plataformas de
meios de comunicação social do que com outras plataformas. Por exemplo, muitos projetos utilizam o
Facebook, Twitter ou YouTube como os seus principais meios de comunicação sociais, apesar de saberem que o
seu público-alvo não é particularmente ativo nessas plataformas e que, na verdade, preferem utilizar o
WhatsApp, Snapchat, Telegram ou Reddit. Se não utilizar a(s) plataforma(s) que o seu público-alvo utiliza, o mais
provável é não ser ouvido.
M Media
(Meios de
comunicação social)
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Action (Ação): O que pretende que o seu público
faça? Por que razão precisa de um apelo à ação?
A maioria dos discursos extremistas mais importantes alega que o «seu» povo está a sofrer uma grande injustiça
e que deve ajudá-lo de alguma forma. Os que sentem que pertencem ao grupo que está em sofrimento e que
simpatizam com tais discursos sentem muitas vezes uma vontade de agir. Podem estar irritados ou chateados,
portanto, dizer-lhes apenas o que não fazer terá um efeito reduzido ou até indesejado (veja «efeito tiro pela
culatra»). Se a sua campanha abordar estes ressentimentos, deve oferecer apelos à ação concretos para
canalizar as emoções e ideias em medidas produtivas.
Verifique: O que precisa de saber?
Que questões-chave preocupam o seu público? Que tipo de resposta emocional terá o seu público
relativamente às questões que está a abordar? Que apelos à ação cativam as emoções do seu público e
possibilitam canalizar alguns dos seus sentimentos em ações produtivas?
Possíveis apelos à ação
Doar!
Peça ao seu público-alvo para doar dinheiro para uma causa partilhada. Recomende organizações de confiança.
Fazer voluntariado!
Peça ao seu público-alvo para fazer voluntariado em organizações de confiança que trabalham nas questões que
mais o preocupam. Disponibilize informações sobre como conseguir isso.
Participar!
Organize uma manifestação, palestra ou outro tipo de evento público, onde convida o seu público a participar.
Falar connosco!
Disponibilizar um número de telefone ou sítio Web que encoraje as pessoas a telefonar ou visitar para obter
ajuda é uma forma eficaz de estabelecer o contacto com o seu público-alvo.
Dica
Intervenção digital personalizada («One-to-one») é um método avançado para
falar com o seu público diretamente e a um nível individual semelhante ao trabalho
fora de linha realizado por assistentes sociais. O RAN 1-2-1 paper (Documento
personalizado [«One-to-one»] da RSR) explica como fazê-lo.
A Action (Ação)
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Mais Acompanhamento e avaliação (A&A): A sua
campanha é eficaz?
Por que razão o A&A é tão importante?
Incluir acompanhamento e avaliação desde o início vai ser benéfico de várias formas. Permitir-lhe-á ajustar e
melhorar a sua campanha, com base no feedback e nos dados recolhidos. Adicionalmente, será capaz de
demonstrar o alcance, desempenho e impacto da sua campanha a terceiros. Esta pode ser a chave quando se
candidata a financiamento ou tenta convencer as partes interessadas a intensificar a sua campanha.
Verifique: O que precisa de saber?
Que indicadores de sucesso pode medir? Qual é a melhor forma de acompanhar estes indicadores de forma a
que possa ajustar a campanha, se necessário? (consulte o GOAL (Objetivo) para outras questões sobre este
assunto).
Quando a sua campanha terminar, recolha as «lições aprendidas» específicas a partir dos seus dados e
experiência que poderiam melhorar a eficácia da sua próxima campanha e que podem ser partilhadas com os
outros. Utilize isto para promover a sua campanha e as suas competências para a realização de campanhas. Vale
muito a pena investir num ambiente de aprendizagem (é também útil para o financiamento externo).
Anexo 1: Explicações O que é a propaganda?
A propaganda é a tentativa estruturada de manipular as perceções cognitivas e emocionais de um público-alvo
específico (Ritzmann, 2017). Utilizada como uma ferramenta de organizações extremistas, promove um
conjunto de discursos e valores, uma ideologia, que oferece uma perspetiva binária de vitimização (nós, os
membros do grupo) e agressores (eles, que não fazem parte do grupo). A propaganda extremista tem
mensagens claras que prometem clareza, relevância, aventura, significado e outros benefícios emocionais e
sociais, como pertencer a uma nova família, fraternidade ou irmandade.
Na forma de mensagens de recrutamento, a propaganda extremista segue, muitas vezes, o mesmo padrão:
diagnóstico (o que está errado), prognóstico (o que é preciso fazer) e lógica (quem deve fazer o quê e porquê).
+
Dica
O documento da RSR em matéria de A&A contém uma lista de verificação prática e
fácil de utilizar; esta e mais informações sobre manuais relevantes estão disponíveis
online.
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Apesar de a propaganda ter feito parte de todos os conflitos políticos ou religiosos na história humana recente,
a sua eficácia está ainda a ser debatida. O seu impacto depende em grande medida das condições que a
propaganda tenta influenciar, mas não pode criar: intensificação de conflitos políticos violentos, polarização
social e, até mais importante, aberturas cognitivas dentro do público-alvo. Normalmente, para que a
propaganda aumente as suas probabilidades de sucesso, deve estar próxima das verdades (reconhecidas) já
existentes do público-alvo, por exemplo, pode associar-se a teorias da conspiração partilhadas.
Quatro formas de combater a propaganda e promover discursos alternativos
1) Preparar. Promover a literacia mediática crítica, particularmente através da educação da juventude em
escolas sobre como avaliar e qualificar as fontes de informação. Isto faz parte da «formação democrática», com
o conceito de pensamento crítico conforme aplicado no quotidiano.
2) Destabilizar. A propaganda extremista pode ser retirada dos meios de comunicação social em linha, por
exemplo, utilizando a tecnologia «hash», que pode detetar e eliminar automaticamente conteúdo que tenha
sido sinalizado anteriormente. Para proteger a liberdade de expressão, a aplicação de algoritmos deve ser
transparente e limitada ao pior dos piores, concentrando-se em conteúdo claramente ilegal.
3) Capacitar. Os discursos alternativos com o objetivo de promover mensagens positivas, valores
universais, modelos ou outros tipos de informações relevantes para uma parte específica da população
destinam-se a fortalecer a resiliência de indivíduos ou comunidades contra a propaganda extremista.
4) Desafiar. Os contradiscursos, que visam expor mentiras e falhas de organizações extremistas, devem
dirigir-se a um público bem documentado e mais reduzido que já esteja envolvido com conteúdo extremista.
Anexo 2: Investigação recente O Quadro A2.1 apresenta estudos relevantes nas áreas da ciência política, sociologia, antropologia, psicologia e
neurociência.
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Quadro A2.1 Estudos relevantes e principais conclusões
Título da investigação Principais conclusões para discursos alternativos e contradiscursos
eficazes
1 Hornik, R., Jacobsohn, L., Orwin, R.,
Piesse, A., & Kalton, G. (2008).
Effects of the national youth anti-
drug media campaign on youths.
American Journal of Public Health,
98(12), 2229-2236.
Não causar efeitos negativos; não divulgar propaganda
Este estudo indica que consciencializar as pessoas, e os jovens em particular, relativamente a algo que as autoridades consideram inadequado ou prejudicial pode gerar (mais) interesse no assunto em vez de dissuadi-las.
Hiperligação:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC263654
1/
2 Cook, J., & Lewandowsky, S.
(2011). The Debunking
Handbook. St. Lucia, Austrália:
Universidade de Queensland
Efeito «tiro pela culatra»
As abordagens de confrontação (baseadas em factos ou emocionais) provavelmente reforçarão as convicções das pessoas com quem tenta argumentar. Isto é especialmente verdade quando o público-alvo sente que os seus valores fundamentais ou a sua identidade estão a ser atacados pela sua campanha.
Quantidade de mensagens
Um fluxo de mensagens regular tem uma maior probabilidade de ser eficaz. Esta investigação indica que receber cerca de 30 % das mensagens alternativas/contramensagens do fluxo de informações de alguém é necessário para (ajudar) alguém a mudar de ideias.
Hiperligação:
https://www.skepticalscience.com/docs/Debunking_Han dbook.pdf
3 Chan, M. P. S., Jones, C. R., Hall Jamieson, K., & Albarracín, D. (2017). Debunking: a metaanalysis of the psychological efficacy of messages countering misinformation. Psychological science, 28(11), 1531-1546.
Não causar efeitos negativos; não divulgar propaganda
A desinformação/propaganda não se deve repetir a menos que faça parte de um conceito pedagógico abrangente.
Como criar discursos
É benéfico ter o público-alvo envolvido na criação de contra-argumentos ou argumentos alternativos.
Apresentar informações ou modelos mentais novos
As pessoas têm menos probabilidades de aceitar a desmistificação de
crenças antigas/falsas quando são simplesmente rotuladas como
erradas; em vez disso,
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Rede de Sensibilização para a Radicalização 13
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Título da investigação Principais conclusões para discursos alternativos e contradiscursos
eficazes
devem ser contrapostas com novas provas. As mensagens novas devem também oferecer um novo modelo para compreender a informação. A estruturação e o discurso aumentam a probabilidade de substituir o modelo antigo/falso por um novo.
Hiperligação:
http://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/09567976
17714579
4 Kaplan, J. T., Gimbel, S. I., & Harris, S. (2016). Neural correlates of maintaining one’s political beliefs in the face of counterevidence. Scientific reports, 6, 39589.
Crenças e identidade
«As pessoas são obstinadas no que diz respeito às suas crenças políticas, mesmo quando possuem evidências contraditórias. As crenças políticas são como as crenças religiosas, no sentido em que ambas fazem parte da sua identidade e são importantes para o círculo social a que se pertence. O estudo verificou que as pessoas mais resistentes a alterar as suas crenças tinham maior atividade na amígdala (um par de zonas em forma de amêndoa, próximo do centro do cérebro) e no córtex insular, em comparação com as pessoas que estavam mais dispostas a mudar de ideias. A atividade nestas áreas, consideradas importantes para a emoção e a tomada de decisões, pode estar relacionada com aquilo que sentimos quando nos deparamos com evidências que vão contra as nossas crenças. A amígdala, em particular, é conhecida por estar especialmente envolvida no reconhecimento de ameaças e ansiedade. Isso vai de encontro à ideia de que quando nos sentimos ameaçados, ansiosos ou emotivos, temos menos probabilidades de mudar de ideias.»
Hiperligação:
https://www.nature.com/articles/srep39589
5 Feinberg, M., & Willer, R.
(2015). From gulf to bridge: When do moral arguments facilitate political influence?. Personality and
Social Psychology
Bulletin, 41(12), 1665-1681.
Reenquadramento moral
Muitos conflitos baseiam-se sobretudo em diferentes
preferências morais e não tanto em questões políticas ou
religiosas detalhadas. Se for esse o caso, considere reformular a
sua mensagem para que se possa relacionar com os
fundamentos morais do público-alvo. Por exemplo, destaque
valores morais partilhados como a justiça, a igualdade e a
tradição e baseie a sua argumentação nesses valores como uma
ponte que pode ligar lados opostos.
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Título da investigação Principais conclusões para discursos alternativos e contradiscursos
eficazes
Hiperligação:
«From Gulf to Bridge: When Do Moral Arguments
Facilitate Political Influence?»
6 Atran, S., Gómez, Á., LópezRodríguez, L., Sheikh, H., Ginges, J., Wilson, L., Waziri, H.,
Vázquez, & A. Davis, R. (2017). The
devoted actor’s will to fight and the
spiritual dimension of human conflict.
Nature Human Behaviour, 1(9), 673.
Identidade e valores
O estudo demonstrou «uma aparente preferência pelo valor relativamente à família por parte dos intervenientes dedicados (que) prestam apoio empírico à ideia de que os seres humanos podem criar os seus laços políticos e religiosos mais fortes (e potencialmente mais expansivos) subordinando a devoção à família a um ideal mais abstrato». Quanto mais radicalizado for o público, mais a sua identidade individual, os seus valores morais e sagrados são «fundidos» com (idênticos aos) da ideologia extremista ou do grupo, e menor a probabilidade de as abordagens de confrontação funcionarem.
Hiperligação:
https://www.nature.com/articles/s41562-017-0193-3
7 Green, Melanie C. & Fitzgerald,
K. (2017). Transportation
Theory Applied to Health and
Risk Messaging. Oxford
Research Encyclopedia of
Communication
Persuasão do discurso e transporte
«O transporte refere-se à sensação de estar tão absorvido numa história que se perde a ligação ao mundo real durante algum tempo. Tal inclui envolvimento cognitivo, experiência emocional e a presença de imagens mentais. Esta experiência é um mecanismo-chave subjacente à influência do discurso sobre as atitudes e crenças dos destinatários, particularmente em combinação com o prazer e a identificação de caráter». Especialmente com os indivíduos que possuem uma identidade «fundida», uma abordagem indireta como, por exemplo, utilizar contextos surreais como ficção científica, aventura e mistério, pode não ser vista como um ataque à sua identidade, e pode, portanto, torná-los mais recetivos a novas informações.
Hiperligação:
«Transportation Theory Applied to Health and Risk
Messaging»
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Rede de Sensibilização para a Radicalização 15
O presente documento é redigido por Alexander Ritzmann (co-presidente do RSR C&N), com o apoio de Marije Meines, RSR CoE
Título da investigação Principais conclusões para discursos alternativos e contradiscursos eficazes
8 The Alliance for
Peacebuilding
(AfP). (2015).
Theories of
Change, Policy
Brief.
Teoria da mudança
«Muitas vezes, esforços bem-intencionados resultam em impactos indesejados e contraproducentes. A diferença entre intenção e impacto constitui um desafio para todas as organizações que estabelecem pressupostos quanto à forma como podem intervir. A teoria da mudança é sobre como algum fator impulsionador ou atenuante identificado numa AVALIAÇÃO DE CONFLITO pode ser alterado com um PLANO DE INTERVENÇÃO para se conseguir um impacto que impeça a violência ou construa a paz».
Hiperligação:
http://www.allianceforpeacebuilding.org/site/wpcontent/uploads/2015/03/FINAL-Theories-of-Change-inPB.pdf
Beutel, A., Weine, S., Saeed, A., Mihajlovic, A., Stone, A., Beahrs, J., & Shanfield, S. (2016). Guiding Principles for
Countering and
Displacing
Extremist Narratives.
Journal of
Terrorism Research,
7(3)
Apresentar novos discursos:
«Conhecer os públicos-alvo
Escolha um grupo ou grupos de pessoas específicos que pretenda alcançar e aprenda tudo o que puder sobre eles.
Definir os resultados desejados
Defina o tipo de mudanças e de impacto que pretende fazer. Isto pode incluir mudança de conhecimentos, atitudes e/ou comportamentos.
Escolher a(s) forma(s) de comunicação
Escolha o meio mais adequado para chegar ao seu público-alvo.
Escolher mensageiros credíveis
Os discursos devem ser transmitidos por fontes de confiança e legítimas.
Não causar efeitos negativos
Os discursos que têm o potencial para fazer uma diferença positiva também podem ser prejudiciais para a sua campanha. Por exemplo, humor e ridicularização em mensagens anti-extremismo podem ser uma faca de dois gumes.
Avaliar o processo e o impacto
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Título da investigação Principais conclusões para discursos alternativos e
contradiscursos eficazes
Devido à falta de evidências sobre a eficácia dos contradiscursos, é de importância vital aplicar os métodos de avaliação de programas que avaliem tanto o impacto de uma mensagem como a forma e a razão por que está a ter esse tipo de impacto. «
Hiperligação:
«Guiding Principles for Countering and Displacing
Extremist Narratives»
9 European Parliament Policy
Department for Citizens’ Rights
and Constitutional Affairs. (2017).
Countering Terrorist Narratives.
PE 596.829.
Público-alvo, perturbação e quantidade de discursos alternativos e contradiscursos «A perturbação de material extremista violento deve ser aplicada de forma abrangente e em várias plataformas de forma a evitar deslocar o envio de mensagens terroristas entre canais. O vácuo criado pela perturbação deve ser preenchido com uma série de mensagens criadas para alavancar uma variedade de impulsionadores motivacionais de forma a cativar um público-alvo sujeito a motivações diferentes e de forma a ter um efeito cumulativo estimulante nesse público. A identificação clara do público-alvo é essencial para comunicações estratégicas eficazes, tendo em conta uma variedade de potenciais consumidores da mensagem (intencionais, não intencionais, apoiantes, adversários e neutros). É necessária uma compreensão comportamental e de atitude diferenciada desse público para moldar persuasivamente atitudes e comportamentos».
Hiperligação:
«Countering Terrorist Narratives»
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Literatura
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Retirado de
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Título da investigação Principais conclusões para discursos alternativos e
contradiscursos eficazes
1 0
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Incerteza e atitudes autoritárias
«A relação positiva entre o autoritarismo e a atração por ideologias extremistas como as transportadas dentro de vídeos de propaganda foi alimentada pela incerteza psicológica. Enquanto em condições de baixa incerteza, o autoritarismo conseguiu até aumentar a rejeição de grupos extremistas, potencialmente devido ao seu desafio de ordem social atual. Em condições de maior incerteza, as vantagens da visão clara do mundo transmitida pela propaganda extremista pareciam superar estas desvantagens para os indivíduos com atitudes autoritárias. Adicionalmente, a incerteza aumentou a identificação com o grupo nacional abordado pelo propagador extremista, independentemente das atitudes autoritárias do destinatário. As tentativas de desafiar as ideologias extremistas em linha, por exemplo através dos chamados contradiscursos, devem, portanto, abordar incertezas e a transmissão de atitudes autoritárias. Fontes particularmente autoritárias que transmitam valores pacíficos podem promover atitudes intergrupos pacíficas em vez de hostis em condições de ameaças existenciais.»
Hiperligação:
http://journals.sfu.ca/jd/index.php/jd/article/view/88
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O presente documento é redigido por Alexander Ritzmann (co-presidente do RSR C&N), com o apoio de Marije Meines, RSR CoE
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DOCUMENTO TEMÁTICO DA RSR
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measure the impact of your online counter or alternative narrative campaign» (Como medir o impacto do seu
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https://ec.europa.eu/homeaffairs/sites/homeaffairs/files/docs/pages/201702_ran_how_to_measure_impact_o
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Rede de Sensibilização para a Radicalização (RSR). (2017). Documento ex post do RSR C&N «RAN C&N meeting
on dissemination strategies and building online multi-platform networks» (Reunião do RSR C&N sobre
estratégias de divulgação e criação de redes multiplataforma em linha). Retirado de
https://ec.europa.eu/homeaffairs/sites/homeaffairs/files/what-we-
do/networks/radicalisation_awareness_network/about-ran/ran-c-andn/ran_c-
n_dissemination_strategies_building_online_multi-platform_networks_en.pdf
Rede de Sensibilização para a Radicalização (RSR). (2017). Documento ex post do RSR C&N e RSR Exit «Dos and
don’ts of involving formers in PVE/CVE work» (O que os formadores envolventes devem ou não fazer no
trabalho de PVE/CVE). Retirado de https://ec.europa.eu/homeaffairs/sites/homeaffairs/files/what-we-
do/networks/radicalisation_awareness_network/ranpapers/docs/dos_and_donts_involving_formers_in_pve_cv
e_work_bordeaux_27_06_2017_en.pdf
Rede de Sensibilização para a Radicalização (RSR). (2016). Documento ex post RSR LOCAL «How to cooperate
with religious organisations and communities within the local approach to radicalisation?» (Como cooperar com
organizações e comunidades religiosas dentro da abordagem local da radicalização?). Retirado de
https://ec.europa.eu/home-affairs/sites/homeaffairs/files/what-
wedo/networks/radicalisation_awareness_network/about-ran/ran-
local/docs/ran_local_how_to_cooperate_with_religious_organisations_08122016_en.pdf
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Rede de Sensibilização para a Radicalização (RSR). (2015). RSR RVT «Handbook: Voices of victims of terrorism»
(Manual: Vozes de vítimas do terrorismo). Retirado de https://ec.europa.eu/home-
affairs/sites/homeaffairs/files/what-we-
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