Post on 11-Dec-2018
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
ANÁLISE TÉCNICA PARA INVESTIDORES INICIANTES
Por: Andréa Lima Vieira
Orientador
Prof. Ana Claudia Morrissy
Rio de Janeiro
2014
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
ANÁLISE TÉCNICA PARA INVESTIDORES INICIANTES
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão em Instituições
Financeiras....
Por: . Andréa Lima Vieira
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AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha família e aos meus filhos que me impulsionam a sempre
buscar um crescimento profissional.
Agradeço aos amigos de trabalho Alê e Bruno pelo incentivo á realização do
curso.
Agradeço a Deus pela oportunidade.
.
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DEDICATÓRIA
Dedico aos meus filhos Anna Júlia e João Vitor, que me impulsionam a buscar
um crescimento profissional.
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RESUMO
O método de análise técnica de investimentos é apresentado neste estudo em uma abordagem teórica de suas ferramentas mais utilizadas. Também é citada a questão psicológica e emocional que envolve as negociações com ativos financeiros, fator de vital importância. As bolsas de valores do mundo todo apresentam comportamento turbulento desde a crise de 2008 e a cada nova informação, o sobe e desce dos preços nada mais é que a expectativa de cada agente atuante neste mercado. O resultado deste trabalho visa mostrar para o investidor iniciante que, mesmo em tempos de crise e forte agitação, o mercado de ativos é a melhor opção para multiplicar o capital, através da utilização dos métodos e indicadores técnicos, que se baseiam na interpretação dos fatos que realmente acontecem no mercado expressado através dos gráficos. É possível obter sucesso, basta ter equilíbrio emocional, paciência e conhecimento técnico.
Palavras-chave: Análise técnica de investimentos, investidor iniciante, formação de preços de ativos financeiros.
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SUMÁRIO
1 CONTEXTO 1.1 Breve histórico 1.2 Conceito 1.3 Considerações Gerais 2 EFEITO PSICOLÓGICO 2.1 Definindo uma estratégia
2.3 Mercado de expectativa
2.3 Formação de preços
3 FERRAMENTAS DA ANÁLISE TÉCNICA
3.1 Gráficos
3.1.2 Gráfico de barras
3.1.3 Gráfico de Candlestick
3.2 Figuras
3.2.1 Figuras de reversão
3.2.1.1 Ombro-Cabeça-Ombro (OCO)
3.2.1.2 Ombro-Cabeça-Ombro invertido
3.2.1.3 Topos e fundos duplos ou triplos
3.2.1.4. Pá de ventilador
3.2.2 Figuras de continuação
3.2.2.1 Retângulos
3.2.2.2. Triângulos (simétricos, ascendentes e descendentes)
3.2.2.3 Bandeiras e Flâmulas
3.2.2.4 Cunhas
3.3 Indicadores
3.3.1 Rastreadores
3.3.1.1 Média móvel
3.3.1.2 Convergência-Divergência da média móvel (MACD)
3.3.1.3 Parabólico (SAR – Stop-and-reversal)
3.3.2 Osciladores
3.3.2.1 Índice de Força Relativa (IFR
3.3.3 A informática na Análise Técnica
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4 APLICAÇÃO
4.1 Hipóteses
4.2 Processos da Aplicação
4.3 Resultados da Aplicação
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
O mercado mundial está longe de ser recuperar da crise iniciada em
2008. Ameaças de calotes e rebaixamento de títulos da dívida de alguns
países são apenas algumas das notícias recentes que só alarmam ainda mais
o cenário econômico mundial, que têm apresentado comportamentos
inconstantes. Este sentimento de incerteza em torno da economia faz com que
novos investidores refugiem seu capital, retirando-os da bolsa de valores e
aplicando-os em opções mais conservadoras, porém, menos rentáveis.
Essa reação tem elevado as oscilações de preços das bolsas de valores
contribui para o distanciamento dos investidores, principalmente os novatos,
que podem acabar se afastando de forma definitiva após sofrerem uma perda
mais significativa ou, a sucessivas perdas. A falta de conhecimento técnico e o
descontrole emocional são as principais causas desse afastamento.
Inserido neste contexto atual, o presente trabalho abordará a Análise
técnica, que não baseia seus estudos na situação clínica da empresa ou em
divulgação de notícias, mas sim, na compreensão e análise do comportamento
histórico dos preços e volumes no passado dos ativos para determinar as
condições e o preço atual, já que, segundo a Análise Técnica, o
comportamento e o fator psicológico dos agentes do mercado tende a se
repetir no futuro. Além disso, o estudo Técnico parte da premissa de que o
preço adotado no mercado já desconta todas as informações a respeito do
ativo.
Este trabalho será capaz de apontar ao leitor que a Análise Técnica
possui ferramentas para a compreensão desse mercado tão inconstante,
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imprevisível e complexo num primeiro momento, especialmente para o novo
investidor, inexperiente e despreparado.
A elaboração deste trabalho foi com o intuito de apresentar a Análise
Técnica e suas ferramentas mais utilizadas e facilmente encontradas em
software de trading system. As técnicas que serão exploradas foram
selecionadas para quem está tendo um primeiro contato com o tema. O
excesso de métodos interfere o grau de assimilação daquele que ainda não
tem o hábito de utilizá-los. Também será abordado o aspecto emocional e
como as expectativas impactam na formação dos preços dos ativos.
Por fim, esta monografia não tem o objetivo de exaurir o assunto, porém
ao longo dela tenta-se mostrá-la para que o investidor que está começando, ou
queira iniciar, entenda tudo que está sendo explicitado.
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1 CONTEXTO
O início deste estudo demanda a contextualização do tema abordado com
um breve histórico, a definição do objeto principal a ser estudado e
considerações gerais, ressaltando os princípios que regem a análise técnica,
bem como alguns dos conceitos para elucidar o assunto e a compreensão por
parte dos interessados.
1.1 BREVE HISTÓRICO
Os primeiros rumores registrados sobre a análise dos mercados ocorreu em
Osaka, no Japão, sede da Bolsa de Arroz Dojima, a primeira Bolsa de Futuros
do mundo, fundada em 1654. Foi nesse lugar que surgiu um reconhecido
investidor por volta de 1750, chamado Munehisa Homma (1724-1803). Ele
escreveu alguns livros, que através de suas experiências no mercado, traziam
um conhecimento novo, para a época que hoje é denominada Candle Sticks
(Piazza, 2010).
O primeiro grande nome da análise técnica no ocidente foi Charles
Henry Dow (1851 - 1902). Dow é um dos grandes responsáveis da análise
técnica que conhecemos hoje. Dow era jornalista financeiro de grande
destaque. Trabalhava no estado de Rhode Island, num jornal impresso, junto
com Edward Jones (1856 - 1920), quando foram transferidos para Nova York.
Fundaram alguns anos depois, a Dow Jones & Company, um informativo
financeiro com cotações de empresas negociadas nos mercados de Nova
York. Surgia o Índice Dow Jones (Piazza, 2010). Quando fundou o Wall
Street Journal, em 1884, também junto com Jones, Dow publicou diversas
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matérias com estudos para interpretar o movimento dos mercados, porém,
nada ainda era organizado em forma de teoria.
Em 1902, com a morte de Charles Dow, o então repórter do Wall Street
Journal, Samuel A. Nelson, resolveu fazer um levantamento sobre o que Dow
havia desenvolvido até então, publicando seus conceitos num livro, intitulado
The ABC of Stock Speculation, onde explicava a base da Teoria de Dow, como
ficou denominada. Porém, estes não foram os únicos a participar da criação da
Análise Técnica. Após estes fatos, vários outros nomes, com novos e
relevantes estudos, contribuíram conceitualmente para o fortalecimento da
análise técnica. Ralph Nelson Elliot, com suas Ondas de Elliot, além de aplicar
os números da seqüência de Fibonacci com sucesso. Surgiu, também,
desenvolvido por J. Welles Wilder Jr., o primeiro dos indicadores, chamado
Índice de Força Relativa (IFR). Por fim, foram criadas diversas técnicas
aplicadas por grande parte dos operadores de mercado até os dias de hoje.
1.2 CONCEITO
A análise técnica estuda o comportamento histórico do mercado para
originar o estado atual ou futuro de um ativo financeiro. Noronha (1995, p. 1)
define:
Análise Técnica é a ciência que busca, por meio do estudo de registros multiformes, associados a formulações matemático-estatísticas, incidentes sobre preços, volumes e contratos em aberto do passado e do corrente dos diferentes ativos financeiros, proporcionar, pela análise de padrões que se repetem condições para que possamos projetar o futuro caminho dos preços, dentro de uma lógica de maiores probabilidades.
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Em outras palavras, a Análise Técnica se baseia no estudo dos gráficos
referente ao histórico de preços da ação, e sua trajetória ao longo de diversos
períodos de tempo. Não existe coerência em aplicar recurso numa ação
qualquer, escolhida sem nenhum critério de seleção.
Os parâmetros básicos para um investidor iniciante observar
primeiramente seriam o histórico do ativo, a cotação atual, preços máximo e
mínimo do dia, valores de abertura e fechamento e seu volume financeiro e de
negócios. Dispondo apenas desses dados, o investidor iniciante já tem dados
que podem se transformar numa informação valiosa ou, até mesmo, interpretar
o movimento dos gráficos de preços, onde se encontram sinais valiosos sobre
o próximo passo que será dado pelo mercado e, diante disso, que posições o
investidor deve assumir.
Para Piazza (2008, p. 46), “a análise técnica não sofre grandes abalos
com as notícias divulgadas pelo meio de comunicação e quanto à situação
clínica da companhia”. Diferente da análise Fundamentalista, onde são
incluídos vários fatores para análise como noticias sobre possíveis fusões,
grau de endividamento, patrimônio liquido, entre outros que afetam a decisão
do investidor fundamentalista. Os adeptos da análise técnica entendem que
todas essas informações a respeito do ativo já estão inerentes no preço
praticado pelo mercado.
A análise técnica interpreta o mercado de diferentes perspectivas. Os
mercados não são apenas reflexos da economia, e sim, uma combinação de
confiança, medo e sonhos de todos os participantes. A análise técnica, junta
todas essas informações e reações abstratas, e as representa graficamente.
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1.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Segundo Noronha (1995), a Teoria de Charles Dow, que fora
desenvolvida no final do século XIX, constitui a espinha dorsal da Análise
Técnica. Esta teoria apresenta alguns conceitos básicos, dentre os mais
importantes:
- Os preços descontam tudo, ou seja, reflete a atividade conjugada de
todos os envolvidos no mercado, incluindo fundamentalistas e detentores de
informações privilegiadas. Somente acontecimentos da natureza não são
descontados pelo preço.
- Os preços movem-se em tendências e não de forma aleatória, com o
movimento desenhando ciclos ou ondas, remetendo as marés. Essas ondas
podem ser de curto, médio ou longo prazo e são de fácil identificação no
gráfico.
- Divide as principais tendências primárias de alta e de baixa em três
fases que vão formar os mercados de alta e de baixa. Nas tendências
primarias de baixa, encontram-se as seguintes fases: distribuição, a última fase
do mercado de alta; fase do pânico, onde os compradores começam a
escassear e os vendedores tornam-se urgentes, agravando o movimento de
queda; e vendas desencorajadas, realizadas pro investidores que mantiveram
seus ativos durante a fase anterior. Já nas tendências primárias de alta as
fases são: acumulação, onde os preços estão nas mínimas e há o
desinteresse pelo ativo; remarcação, quando os preços começam a aumentar
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e inicia-se o processo de interesse pelo ativo; e distribuição, quando o mercado
atinge máximo e os ativos passam a ter preços superavaliados.
- Princípio da confirmação em que a tendência e a reversão devem ser
confirmadas por pelo menos dois índices distintos na sua formação.
- O volume segue a tendência, ou seja, num mercado de alta o volume
aumenta quando os preços sobem e diminuem quando os preços caem.
- Para efeito de estimativa de condições de mercado, são empregados
somente preços de fechamento.
- Os comportamentos da massa se repetem bem próximos aos
acontecimentos ocorridos no passado, mas não de forma idêntica. Há certos
padrões na formação de tendências e reversões que se assemelham com o
histórico.
Para esclarecer o estudo da Análise Técnica, alguns conceitos devem
ser definidos.
Tendência
Para Elder (2004, p. 87), “os investidores precisam identificar tendências
e faixa de negociação. É mais fácil operar durante tendências”.
Debastiani (2008, p. 55) define tendência de alta quando o gráfico
estiver caracterizado com topos e fundos consecutivamente mais altos ao
longo do movimento. E tendência de baixa quando apresentar topos e fundos
cada vez mais baixos. Um ponto é considerado máximo na medida em que os
demais pontos que lhe sucedem são inferiores, e considerado mínimo na
medida em que os pontos que lhe sucedem são superiores. Já a tendência
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indefinida ou em linha ocorre quando há uma sucessão de topos e fundos
irregulares.
Figura 1 – Tendências – Fonte: Noronha (1995)
Dow, em seu segundo princípio, dividiu as tendências em três tipos de
movimentos: primário, secundário e terciário.
Tendência primária é caracterizada pro possuir o movimento mais longa
sendo a capital tendência do mercado. Não existe um tempo exato para definir
a tendência primária, porém, habituam considerar prazo superior a um ano. A
tendência primária pode aferir ao investidor os maiores ganhos desde que
sejam acompanhados desde o início. É como ver um gráfico por satélite, bem
afastado, como na figura 2.
Figura 2 – Tendência primária – Fonte: Piazza (2010)
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Tendência secundária possui duração de média, com prazos que podem
variar de semanas e até meses. Ocorre sempre dentro de uma tendência
primária e pode ter, inclusive, tendência contrária à primária. Por fim, ao longo
do curso de uma tendência primária podem acontecer várias secundárias.
Já a tendência terciária é representada por movimentos curtos no gráfico,
fazendo parte das tendências secundárias. Por ser curtos demais, exige maior
habilidade e conhecimento para obter ganhos e, por conta disso, não se torna
uma opção muito atraente para o investidor que está iniciando. Os daytraders,
por sua vez, Utilizam com freqüência as terciárias para suas tomadas de
decisões.
Figura 3 – Tendência primária, secundária e terciária – Fonte: Piazza (2010)
Canal
Antes de falar sobre canais, é importante não associá-los as linhas de
suporte e resistência, que são os níveis que os preços têm maior
dificuldade de ultrapassar. Os canais são formados por uma linha paralela à
linha de tendência, formando claramente um canal.
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A importância dos canais é definida por Piazza (2010, p. 40), “um canal
representa a zona de maior probabilidade da trajetória dos preços dessa
tendência, na qual vão ficar os limites máximos e mínimos dos preços”.
Operar dentro de um canal restringe os riscos, além de ser excelentes
pontos de inclusão de stop.
Figura 4 – Canal ascendente
Fonte: www.nelogica.com.br/tutoriais/introtec/introtec06.php (2011)
Volume
Piazza (2008, p. 51) enfatiza o volume como um importante sinalizador
do mercado. Movimentos do mercado seguidos de um volume crescente
sinalizam a força e solidificação dessa tendência. Já a redução do volume
indica que o movimento pode estar perto de mudar a tendência. O volume
corrobora com o movimento apresentado pelo gráfico.
Stop
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Segundo Piazza (2008, p. 113), a ordem de stop, além de poupar
surpresas desagradáveis, evita também que o fator emocional intervenha na
tomada de decisões. O investidor, principalmente o iniciante, quando se
depara com uma situação que o preço oscila negativamente, tende a acreditar
que a queda está próxima do fim e que o quadro vai se reverter. É onde
ocorrem os grandes prejuízos. Da mesma maneira, quando há oscilações
positivas, aumenta-se o nível de stop, ao invés de efetuar a venda. Com isso, o
lucro estará protegido a espera de novos aumentos.
Deschatre e Majer (2006, p. 75) ratifica, “stop diz respeito a estratégia
de investimento, concebidas para proteger lucros ou limitar riscos”.
Definir um ponto de stop é imprescindível. É a maneira de proteger seu
capital de uma situação inusitada e deve ser feito logo após a compra do ativo.
Suporte e Resistência
Suporte é um nível abaixo, ou seja, uma linha imaginária que configura
um piso que não é ultrapassado em tendências baixistas ou em deslocamentos
laterais. Resistência é um nível acima, isto é, uma linha imaginária que
configura um teto que não é ultrapassado em tendências altistas ou em
deslocamentos laterais. Assim, topos são resistências e fundos são suportes.
Para Piazza (2010, p. 36), “resistência é a linha em que os preços das
ações não ultrapassam, voltando a cair, com um interesse maior dos
vendedores. Já o suporte, os preços também não ultrapassam e voltam a
subir, com interesse maior dos compradores”.
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O nível de suporte é um bom momento para a compra, acompanhado
por uma ordem de stop, o que garante, no mínimo, um pequeno prejuízo. Já o
nível de resistência é um bom momento para a venda, pois o que se segue é
uma reversão no preço.
Figura 5 – Suporte e Resistência
Fonte: www.deucher.com.br (2011)
Debastiani (2008, p. 43) lembra, “quando uma ruptura ocorre
acompanhada de alto volume de negócios, as barras do gráfico de preços
costumam atravessar a linha de suporte ou resistência”. Quando isso ocorre
numa zona de suporte, os preços tendem a despencar e a antiga linha de
suporte se torna uma resistência. Quando a linha de resistência é rompida,
significa que o preço continuará a elevação e o antigo ponto de resistência
será o novo ponto de suporte.
Deschatre e Majer (2006, p. 70) confirmam:
Em um processo de alta, por exemplo, cada vez que uma resistência de preços é suplantada, ela passa a ser um suporte. Da mesma maneira, quando, em um processo de baixa, um suporte é quebrado, ele passa a oferecer resistência a qualquer processo de alta que venha a ser desencadeado.
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Mas para que isso ocorra, assim como a validade dos pontos de suporte
e resistência, é de extrema importância mensurar os volumes. O volume que
vai ratificar a informação da quebra das linhas de suporte e resistência.
Quebras feitas com baixo nível de volume negociado não são confiáveis.
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2 EFEITO PSICOLÓGICO
Para Deschatre e Majer (2006, p. 2), “os preços dos títulos flutuam ao
sabor de fatores psicológicos, e não lógicos, existentes no mercado”.
Muito dos estudos do mercado e da estrutura da análise técnica tem a ver
com o estudo da psicologia. Os gráficos, por exemplo, que têm sido objeto de
estudo nos últimos cem anos de diversos analistas, revelam a psicologia altista
ou baixista no mercado.
2.1 DEFININDO UMA ESTRATÉGIA
A psicologia do investidor rege o mercado. O investidor precisa estar
focado e saber o que quer, ou seja, traçar uma estratégia aliada com a análise
técnica e suas inúmeras ferramentas. Um início equivocado pode retirá-lo do
mercado definitivamente, conforme acentua Elder (2004, p. 20):
Suas operações de mercado devem basear-se em regras definidas com clareza. Você precisa analisar seus sentimentos quando opera no mercado, para ter a certeza de que suas decisões são intelectualmente corretas. Você tem que estruturar sua gestão do dinheiro, de modo que nenhuma seqüência de perdas possa expulsá-lo do jogo.
Um ponto de stop é solução singular para evitar dois erros mais
freqüentes de quem esta iniciando no mercado: a paciência em relação a
posições perdedora e a afobação para posições vencedora.
Em outras palavras, diminuir perder até onde esteja disposto a assumir
prejuízo, utilizando uma ordem de stop. No caso dos ganhos, ao contrário, mas
também utilizando pontos de stop, que podem ser modificados. Por fim, o
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investidor que está iniciando precisa ter em mente que as perdas são
inevitáveis no mercado.
2.2 MERCADO DE EXPECTATIVA
O que leva um determinado investidor a se interessar por determinado
ativo? Caso esse ativo seja tão bom, por que vendê-lo? Ou ao contrario, se
não é atrativo, por que comprá-lo? Sempre haverá compradores e vendedores
para todo tipo e condição que o ativo se encontre em determinado período.
É a expectativa de lucros, ou não, que move o mercado e faz com que
as pessoas comprem ou vendam determinado ativo. Cada ser humano analisa
de forma única qualquer evento, ou seja, o que parece vantajoso para alguns
pode ser desastroso para outros. Soma-se a isso os diferentes perfis de
investidores, exposição a riscos, níveis de conhecimento técnico, informação
referente ao ativo em questão e até a preferência pessoal. Com isso, teremos
inúmeras opiniões e, claro, expectativas. Conforme ratifica Debastiani (2008, p.
21):
Um mercado é mais do que em ambiente de compra e venda de mercadorias. Em um mercado o que se vende e se compra são expectativas! Por isso, considero mais importante, para o sucesso de um trade, a expectativa sobre o objeto de comércio do que seu valor intrínseco.
A expectativa criada em torno do ativo, na verdade pode valer bem mais
que o próprio ativo, gerando especulação.
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Por isso, uma habilidade essencial que o investidor precisa ter, não
somente aquele que está iniciando, é a capacidade de observação. Ela é um
diferencial considerável em relação aos demais investidores.
2.3 FORMAÇÃO DE PREÇOS
Para Elder (2004, p. 130), “cada preço é um instantâneo do atual
consenso da massa em relação ao valor”.
Se analisarmos o mecanismo de compra e venda de ativos, notaremos
que a volatilidade dos preços, o sobe e desce, é ocasionada pela alta ou baixa
quantidade de compradores e vendedores. Caso muitas pessoas estiverem
interessadas em comprar determinado ativo, o número de compradores
superará os de vendedores. Estes poucos, notando que a procura pelo seu
ativo é alta, vão elevar o preço. Então, forçam a cotação do ativo para cima,
com preço de venda mais alto.
O inverso também ocorre quando há quedas. É a lei da oferta e
procura. Quando a procura é maior, o preço sobe, e quando a oferta é maior o
preço desce. Esse movimento é representado pela figura abaixo, da briga
entre o touro, como a parte compradora, e o urso, como a parte vendedora.
24
Figura 6 - Touro e Urso – Fonte: Piazza (2010)
Segundo a Piazza (2008 p. 20), “os preços se movem em busca do
equilíbrio, da aproximação do interesse entre o número de compradores e o
número de vendedores”.
Para Elder (2004, p. 49), “os compradores e vendedores estão sempre
em conflito”. Os compradores querem pagar o mínimo possível e os
vendedores querem cobrar o máximo possível. Se as duas partes insistirem
em suas posições, nenhuma transação se realizará. E sem transação não tem
preço.
Além dos touros e ursos, temos outra figura no mercado: os investidores
indecisos. A presença dos investidores indecisos exerce pressão sobre os
touros e ursos, pois, enquanto os touros e ursos barganharem por melhores
posições entre si, outro investidor pode entrar em cena e fechar o negócio.
Os touros, em posição comprada, empurram o mercado para cima;
enquanto os ursos, em posição vendida, puxam o mercado para baixo.
Enquanto isso a multidão de investidores aceleram o ritmo, criando um clima
de urgência entre comprador e vendedor.
Elder (2004, p.50) define o preço como:
Cada preço é um consenso momentâneo quanto ao valor do objeto, entre todos os participantes do mercado, expresso em ação. O preço é um evento psicológico – um efêmero equilíbrio de opiniões entre touros e ursos. O preço é produzido pela massa de operadores de mercado – compradores, vendedores e indecisos. Os padrões de preço e volume refletem a psicologia de massa dos mercados.
O preço é um consenso do valor daquilo que vendedores, compradores
e investidores indecisos, estão dispostos a pagar. Por fim, cada gráfico, que
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representa o movimento do preço traçado pelo ativo em determinado período,
reflete o comportamento de todos os envolvidos no mercado.
26
3 FERRAMENTAS DA ANÁLISE TÉCNICA
Neste capítulo serão abordadas as principais ferramentas da análise
técnica e como elas podem trazer benefícios, seja obtendo lucros ou
protegendo o capital investido. Essas ferramentas são importantes
mecanismos de previsão do movimento do mercado.
3.1 GRÁFICOS
Os gráficos são a principal ferramenta da análise técnica. Ao longo do
tempo, foram desenvolvidos diversas formas e estilos de gráfico contendo
inúmeras informações como, por exemplo, preços e todos os influenciadores
do mercado. Eles podem ser encontrados em períodos anuais, mensais,
diários, semanais, por hora e até mesmo em períodos de quinze minutos.
Quanto à escala, podem ser encontrados na forma aritmética, logarítmica ou
quadrática.
Para Piazza (2010, p. 26), “os gráficos representam a realidade das
intenções de compra e venda naquele exato instante. O gráfico é a melhor
transcrição possível do momento presente do mercado”.
Os tipos mais utilizados são os gráficos de linha, de barras e
Candlestick, também conhecido como candelabro japonês.
3.1.1 Gráfico de Linha
Neste gráfico, os fechamentos que interligam a formação das linhas, por
isso, o gráfico de linha inibe outros tipos de análise. Os analistas que usam o
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gráfico de linha acreditam que os preços de fechamento são os pontos críticos
do mercado para determinado período.
Figura 7 – Gráfico de Linha
Fonte: www.deucher.com.br/blog/index.php (2011)
3.1.2 Gráfico de Barras
De acordo com Debastiani (2008, p. 31) um gráfico empregado para
representar, na forma de barras, os preços exercitados no mercado para o
período selecionado. Cada barra representa um período escolhido.
Figura 8 – Gráfico de Barras
Fonte: www.nelogica.com.br/tutoriais/introtec/introtec02.php (2011)
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Nele está representado o preço de abertura, conforme mostra a figura 8,
o preço de fechamento, além das máximas e mínimas obtidas pela cotação do
ativo.
Figura 9 – Componentes do Gráfico de Barras
Fonte: www.nelogica.com.br/tutoriais/introtec/introtec02.php (2011) 3.1.3 Gráfico de Candlestick
Segundo Piazza (2010, p. 33), “o gráfico de candlestick é o mais
completo em informações, tornar-se um especialista nesse tipo de gráfico vai
lhe trazer vantagens reais em relação aos outros investidores”. Recebe este
nome porque seus elementos representativos de preços lembram uma vela.
Ele apresenta, primeiramente, as mesmas informações que o gráfico de
barras. No entanto, visualmente o candlestick é mais rico em informações. Por
exemplo: essas velas assumem cores diferentes (a parte mais larga e espessa
da barra) dependendo do comportamento do mercado. Caso o preço de
fechamento for mais alto que o preço de abertura, quer dizer que o ativo sofreu
uma alta e, com isso, a vela apresentará a cor branca. Num dia de baixa, ou
seja, o preço de fechamento do ativo foi mais baixo que o seu preço de
abertura, a vela será representado na cor preta.
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Figura 10 – Padrões do candelabro – Fonte: Noronha (1995)
Outro elemento importante do gráfico de candlestick são os tipos de
Doji. O Doji dragão-voador, à direita na figura 11, ocorre quando os preços de
abertura e fechamento são os mesmos e a queda é significantemente menor
que a abertura, máxima e o fechamento. Doji, no meio na figura 11, implica
indecisão. Indica que o preço do ativo teve abertura e fechamento no mesmo
patamar. Doji lápide ocorre quando os preços de abertura e fechamento são a
mínima do dia. Importante na identificação de topos. Esses são alguns tipos de
Doji e alguns poucos tipos de padrões do gráfico de candlestick.
Figura 11 – Doji
Fonte: www.nelogica.com.br/tutoriais/introtec/introtec02.php (2011)
Embora esse tipo de gráfico pareça complexo a um primeiro olhar,
principalmente visualmente, a prática e o conhecimento dos padrões dos
candles proporciona excelentes resultados. Eles são tão ricos quanto eficazes
na hora de tomar uma decisão de onde e como investir. É recomendável que o
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investidor inicial tenha empenho em aprender e se familiarizar com este tipo de
gráfico, pois os gráficos de linha e barra se tornam obsoletos perto dos
candelabros japoneses.
Figura 12 - Gráfico de Candlestick
Fonte: www.nelogica.com.br/tutoriais/introtec/introtec02.php (2011)
3.2 FIGURAS
Noronha (1995. p. 43) afirma que as figuras ou padrões são formações
gráficas, que surgem em determinados momentos, que podem auxiliar a
decisão de quando será mais provável que uma tendência continue ou reverta,
por analogia com o que ocorreu no passado.
As tendências do mercado são como as marés e com o passar do
tempo mudam de direção, podendo reverter (de baixa para alta ou de alta para
baixa) ou podem ser interrompidas por algum movimento lateral e com isso,
após um período de tempo, retomar a direção anterior, num movimento de
continuação.
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3.2.1 Figuras de Reversão
Na maior parte dos casos, quando uma tendência de preços está num
processo de reversão, um padrão característico se forma no gráfico, conhecido
como um padrão de reversão. Muitas dessas formações gráficas são
constituídas muito rapidamente, enquanto outras perduram várias semanas
para alcançar um estágio que alguém possa ter a certeza, com segurança, que
se trata de uma reversão de tendência. De modo geral, quanto maior a área de
reversão, mais importante será seus impactos. Logo, cabe ao investidor
conhecê-las e saber julgar o quão significante são em termos de oportunidades
de negócios.
3.2.1.1 Ombro-Cabeça-Ombro (O-C-O)
Segundo Piazza (2010, p. 87), “esta figura é representada por uma
seqüência de topos triplos”. O ombro-cabeça-ombro é um dos padrões de
reversão de tendência mais importantes e confiáveis. Literalmente se
assemelha os ombros e a cabeça de uma pessoa. Essa figura de reversão se
forma com uma tendência de alta que sede logo em seguida à pressão dos
vendidos, caindo até tocar na linha base conhecido como linha de pescoço.
Depois, ocorre novamente um movimento de alta superando o pico alcançado
anteriormente. Em seguida, nova queda. Por fim, o mercado reage novamente
e consegue alcançar o nível semelhante ao do primeiro pico. Após esse
terceiro pico, ele desaba e corta a linha de pescoço. É importante ressaltar que
há uma redução do volume na construção dessa figura de reversão, o que
explica esse sobe e desce dos preços.
32
Figura 13 – Ombro-Cabeça-Ombro
Fonte: www.nelogica.com.br/tutoriais/introtec/introtec08.php (2011)
3.2.1.2 Ombro-Cabeça-Ombro Invertido
Este padrão tem, essencialmente, as mesmas peculiaridades do
anterior, só que é invertido. Debastiani (2008, p. 70) alerta, “devemos estar
atentos à evolução do volume negociado durante a formação da figura do
Ombro-Cabeça-Ombro”.
Inicialmente ocorre um declínio que sede à pressão dos compradores,
atingindo a linha de pescoço. Em seguida, volta a cair com o aumento dos
volumes chegando a um nível abaixo do anterior. A partir daí segue um novo
declínio até o nível do primeiro ponto. Por fim, chega com força total rompendo
a linha de pescoço.
33
Figura 14 – Ombro-Cabeça-Ombro Invertido
Fonte: www.nelogica.com.br/tutoriais/introtec/introtec08.php (2011)
É importante ressaltar que precisa haver um aumento do volume
negociado durante a formação desse tipo de padrão.
3.2.1.3 Topos e fundos duplos ou triplos
Deschatre e Majer (2006, p. 44) enfatizam, “os topos duplos se
apresentam como a letra ‘M’, aparecendo com freqüência nos processos de
distribuição”. Tem um conceito similar ao do ombro-cabeça-ombro, com uma
tendência de alta até atingir certo nível onde começa um processo de retração.
Na primeira tendência de alta, os volumes são elevados, enquanto na queda
os volumes são menores. Depois, ocorre um novo aumento de preços, mas
não com a mesma consistência no volume que houve na primeira subida,
seguida de uma nova queda. Importante ressaltar que caso haja uma nova
haste após a formação do “M”, não será caracterizado topo duplo e, há uma
redução do volume negociado durante a formação do topo duplo, conforme
ilustra a figura 15.
34
Figura 15 – Topo Duplo – Fonte: Piazza (2010)
Os fundos duplos se assinalam como a letra “W”. Os fundos duplos
possuem as mesmas características que o topo duplo, só que ao inverso.
Nesse caso, a formação de uma nova haste após a formação da letra “W” não
descaracteriza a formação do fundo duplo e, há um aumento no volume
negociado em toda a formação do fundo duplo.
Figura 16 – Fundo Duplo – Fonte: Piazza (2010)
São apropriados todos os conceitos para fundos e topos triplos, a única
divergência é que há mais um fundo ou topo que os casos descritos acima.
35
3.2.1.4 Pá de ventilador
A figura da pá de ventilador de baixa é definida pelo traçado de três
tendências de alta consecutivas. O primeiro traçado é cortado, o preço cai, e
ao forma-se um novo mínimo é traçado a segunda reta de alta. O preço
continua subindo e ao tocar a primeira reta, encontra resistência e cai
novamente, desta vez rompendo a segunda reta. Então, configura-se um novo
mínimo onde é traçado a terceira reta. A cotação volta a subir até encontrar a
segunda reta, onde ocorre uma nova resistência, voltando a cair. Ao cortar a
terceira reta, confirma-se uma indicação de reversão de tendência de alta para
baixa, o preço cairá mais, indicando um ponto de venda. Como podemos ver
na figura 17, à esquerda.
Figura 17 – Pá de ventilador de baixa e alta, respectivamente
Fonte: www.youforexbr.com/fibonacci.html (2011)
Já a pá de ventilador de alta nada mais é que o inverso da pá de
ventilador de baixa. São traçados três tendências de baixa seguidas. A
primeira é rompida, o preço sobe, formando um novo máximo onde é traçado a
segunda linha de baixa. O preço segue sua derrocada até tocar a primeira reta,
encontra suporte e sobe. Desta vez rompe a segunda linha e continua a subir,
36
gerando um novo máximo. Nesse novo ponto de máximo será traçado a
terceira reta. Ao bater nessa terceira reta, a cotação volta a cair até encontrar a
segunda linha, antiga resistência e agora suporte, voltando a subir. A
confirmação do rompimento deste terceiro traçado indica uma reversão de
tendência de baixa para alta. O preço tenderá a subir mais, indicando um
ponto de compra. Conforme mostra a figura 17, à direita.
3.2.2 Figuras de Continuação
Figuras de continuação são padrões, como o próprio nome diz que se
formam de tempos em tempos, durante a movimentação de uma tendência,
quando a cotação de um ativo qualquer se estabiliza e depois continua se
movimentando na direção em que vinha se movendo. Essas continuidades
momentâneas adquirem diferentes formas geralmente chamada de áreas de
congestionamento.
3.2.2.1 Retângulos
Os retângulos são uma representação gráfica de um congestionamento
de cotações. O ativo percorre um canal horizontal e não consegue rompê-lo
inicialmente. Por isso, os retângulos não deixam saber qual será a direção que
o mercado irá assumir enquanto não acontece a ruptura. Quando ocorre a
ruptura com o sentido ascendente, há aumento de volume, e o preço tende a
evoluir até replicar a amplitude do retângulo inicial. O mesmo acontece caso
haja uma ruptura com sentido descendente, só que no sentido inverso. Em
ambos os casos, o objetivo de preços é apurado pela largura do retângulo.
37
Segundo Deschatre e Majer (2006, p. 60), “são figuras características de
equilíbrio de forças. Os retângulos não permitem saber qual será a direção do
mercado. São também considerados por muitos analistas como figuras
clássicas de consolidação”.
Figura 18 – Retângulos de alta e baixa, respectivamente - Fonte:
surfandonabolsa.com.br/site/conhecimento/analise-tecnica/padroes_graficos/retangulos/ (2011)
3.2.2.2 Triângulos (Simétricos, ascendentes e descendentes)
São figuras caracterizadas por apresentarem uma seqüência de topos e
fundos cada vez mais próximos, havendo um afunilamento, até que haja o
rompimento em que as forças do mercado leve para um dos lados, sempre
embasados pelo volume negociado no momento. São três tipos de triângulo:
simétrico, ascendente e descendente.
O triângulo simétrico é representado pelo equilíbrio entre as forças
vendedoras e compradoras. É uma figura de continuação que demonstra
indecisão no mercado. O rompimento pode ocorrer para qualquer um dos
lados, onde estiver a maior força de atuação.
Debastiani (2008, p. 59) ressalta a importância, “esse ponto de
cruzamento entre as duas retas é um momento decisivo para o mercado, pois,
a partir dele, uma das retas (superior ou inferior) será rompida originando uma
nova tendência”.
38
O triângulo ascendente é constituído pela convergência entre uma linha
de tendência de alta com uma linha horizontal de resistência. Essa linha de
resistência impede que haja a sua quebra até o encontro com a linha de
tendência de alta. O rompimento leva a linha de saída ter o mesmo sentido que
a linha de entrada A projeção após o rompimento se dará na mesma medida
da base do triângulo.
Já o triângulo descendente é formado pela convergência de uma linha
de tendência de baixa com uma linha horizontal de suporte. Assim como no
caso anterior, o rompimento leva a linha de saída ter o mesmo sentido que a
linha de entrada e a projeção é a mesma da base do triângulo. Novamente,
como no retângulo, o tamanho da figura interfere diretamente nos seus
desdobramentos.
Figura 19 – Triângulo simétrico, ascendente e descendente, respectivamente Fonte: www.nelogica.com.br/tutoriais/introtec/introtec09.php (2011)
3.2.2.3 Bandeiras e Flâmulas
Bandeiras e flâmulas possuem características semelhantes como a
correção do movimento e a retomada do movimento na direção original. Elas
são figuras de continuidade que representam um breve congestionamento da
cotação retomando em seguida a direção para completar o percurso original.
39
Durante a formação desse padrão, o volume tende a diminuir, aumentando
novamente após a formação da figura.
A diferença fundamental entre as duas está no formato do padrão
construído. Enquanto a bandeira é como um canal de tendência com o estilo
semelhante ao retângulo, a flâmula toma um formato que lembra basta o
triângulo. Porém, as bandeiras e flâmulas não seguem as regras de seus
semelhantes visuais quanto a medidas e rompimentos.
Figura 20 – Bandeiras e Flâmulas
Fonte: www.nelogica.com.br/tutoriais/introtec/introtec11.php (2011)
3.2.2.4 Cunhas
São formações gráficas muito similares aos triângulos, em que
flutuações de preços ficam restritas entre duas linhas convergentes. A
diferença em relação aos triangulas é que não há uma linha horizontal, ou seja,
ambas as linhas seguem uma direção, mas seu vértice segue a direção
40
contrária da tendência original, o que pode causar confusão para o investidor
com pouca experiência que acreditam que esteja acontecendo um
enfraquecimento da tendência original. O padrão do volume é semelhante aos
dos triângulos e retângulos, diminuindo durante seu desenvolvimento.
O movimento de continuação se dará após o rompimento da linha de
suporte ou resistência, e a projeção do movimento replicará não apenas o
tamanho da figura formada e sim seu movimento imediatamente anterior à
formação da figura, diferente das demais figuras de continuação vistas até
então.
Como mostra a figura 21, as cunhas apresentam sentidos opostos à
tendência anterior.
Figura 21 – Cunhas
Fonte: www.timing.com.br/site/media/upload/aula2.pdf (2011)
3.3 INDICADORES
41
Noronha (1995, p. 179) alega que os indicadores contribuem na
identificação de tendências e dos pontos de reversão. Além de fornecer uma
visão aprofundada dentro do equilíbrio de forças entre compradores e
vendedores. Os indicadores são mais objetivos e apresentam técnicas mais
apuradas que os padrões gráficos. O principal contra dos indicadores é que,
algumas vezes, eles se contradizem uns aos outros. Uns funcionam melhor
quando o mercado caminha em tendências e outros em mercados que não tem
uma tendência definida. Com isso, existe dois tipos de indicadores, os
rastreadores e os osciladores de tendência.
Os rastreadores trabalham melhor quando o mercado tem uma
tendência definida, todavia provêem sinais insatisfatórios quando o mercado
apresenta-se estável. Esses tipos de indicadores contribuem de forma
relevante para a confirmação de uma tendência quando esta ainda encontra-se
incipiente.
Os osciladores identificam com certa exatidão pontos em mercados sem
tendência definida, contudo mostram sinais prematuros, e por hora
equivocados, quando se inicia uma tendência no mercado.
Os indicadores devem ser usados como complemento das técnicas
apresentadas até então (Deschatre e Majer, 2006).
O ideal é que o investidor que esteja iniciando, reúna diversos
indicadores e tentem obter uma média dos seus sinais. A utilização apenas de
um método desses indicadores se mostra ineficaz e muito perigoso, podendo
levar a erros que comprometerão o sucesso das operações.
42
3.3.1 Rastreadores
Rastreadores podem apontar uma reversão de tendência com certo
atrasado, o que pode levar a perdas, lembrando que são rastreadores de
tendências, ou seja, quando a tendência está indefinida ou em movimentos
laterais, não há o que rastrear. Os principais são: Médias Móveis,
Convergência-Divergência da Média Móvel (MACD) e Parabólico (SAR).
3.3.1.1 Média Móvel
É um dos indicadores mais versáteis e utilizados pelos analistas.
Debastiani (2008, p. 86) define Média Móvel como:
Médias Móveis são assim denominadas porque representam uma média de preços calculados para uma faixa fixa de períodos, ao longo da linha de tempo de negociação do ativo, e se movimentam para frente a cada novo período que é agregado a essa linha. Com a entrada de um novo período, o período mais antigo é excluído do contexto do cálculo, mantendo-se sempre o mesmo número de períodos no cálculo.
A fórmula da Média móvel: MM = (P1+P2+P3+Pn) / Pn, onde Pn é
qualquer período que se queira analisar.
Um exemplo simples e prático, calculando a média móvel de três dias:
(10+20+30) /3 = 20.
Elder (2004, p. 131) afirma, “a média móvel é uma fotografia composta
do mercado – combina preços de vários dias. O mercado consiste em
multidões enormes, e a média móvel identifica a direção do movimento da
massa”.
As Médias Móveis são seguidoras ou rastreadoras de tendência e
ajudam a identificar com precisão o sentido de uma tendência que pode estar
mascarada no gráfico, devido ao grande sobe e desce da cotação dos ativos.
43
O investidor escolhe o período que desejar, ou seja, o número de dias
anteriores que vão formar a linha de tendência. Podem ser de horas, dias,
semanas, meses e até anos. A escolha do período é extremamente importante
e define como o analista pretende acompanhar o ativo.
A escolha de um período muito curto traz a vantagem de identificar uma
mudança de tendência bem no início, ou seja, acompanha a cotação do ativo
na veia. A desvantagem é que a mudança de tendência pode ser um alarme
falso e o ativo voltar ao movimento anterior. Ao certo, quanto mais curto for o
período, mais perto da realidade da cotação o investidor estará.
Ao escolher um período mais longo, o investidor terá informações mais
seguras quanto à direção que a tendência está tomando, porém, os sinais de
mudanças de tendências que podem aferir ganhos para o investidor serão
identificados tardiamente.
Uma estratégia vencedora que é amplamente utilizada pelos analistas,
obtendo alto grau de acerto, é o cruzamento das Médias Móveis de diferentes
períodos. O cruzamento de médias móveis de diferentes períodos, uma de
período curto e outra de período longo, pode ser empregada como regra para
sinal de compra e venda.
Conforme a figura 22, exemplificando, quando a média móvel de
período curto (10) cruzar a média móvel de período longo (50) de baixo para
cima é um sinal de compra, nota-se que neste instante há formação de
tendência altista. Já o sinal de venda aparece quando a média móvel de
período curto (10) cruzar a média móvel de longo (50) de cima para baixo.
Nesse caso, a tendência é baixista.
44
Figura 22 – Médias Móveis
Fonte: aespeculadora.blogspot.com/2011/03/medias-moveis.html (2011)
Verifica-se também, ao olhar o gráfico, que a Média móvel de menor
período caminha bem próxima ao traçado dos preços, seguindo todas as
mudanças de tendências. Enquanto a Média de maior período acompanha o
traçado dos preços mais distante e com certo atraso.
3.3.1.2 Convergência-Divergência da Média Móvel (MACD)
O MACD é constituído por duas linhas, a linha do MACD e a linha de
sinal. A linha do MACD é formada pela diferença entre duas Médias Móveis
exponenciais, sendo uma de vinte e seis dias (média longa) e outra de doze
dias (média curta). A diferença entre essas duas Médias móveis deve ser
entendida como o preço do ativo. A linha de sinal é uma Média Móvel
exponencial de nove dias do próprio MACD.
O mecanismo de funcionamento desse rastreador é o mesmo do
cruzamento das Médias Móveis, ou seja, quando a linha de MACD cruzar a
45
linha de sinal de baixo para cima, sinal de compra. Caso a linha do MACD
cruze a linha de sinal de cima para baixo, sinal de venda.
Conforme dizem Deschatre e Majer (2006, p. 93), o MACD gera um
gráfico específico que alterna entre o positivo e o negativo, segundo a
diferença seja negativa e positiva. A figura 23 ilustra o que foi dito acima,
sendo a linha azul corresponde a linha de MACD e a vermelha corresponde a
linha de sinal.
Figura 23 – MACD e Linha de Sinal
Fonte: www.nelogica.com.br/artigos/indicadores/macd.php (2011)
3.3.1.3 Parabólico (SAR - stop-and-reversal)
Ele possui esse nome pelo fato de o conjunto de pontos formado por
esse indicador ter semelhança com uma parábola. SAR significa Stop-and-
reversal, traduzindo, pare e reverta. Maneira pela qual esse indicador é
utilizado. Lembrando, mais uma vez, que funciona quando há uma tendência
definida.
Noronha (1995, p. 194) qualifica o Parabólico como um excepcional
rastreador de tendência além de funcionar muito bem como definidor de stops
46
de entrada e saída do mercado, ou seja, este indicador além de indicar um
momento de sair, ele também sugere um ponto para iniciar uma operação
contrária. Outro ponto positivo é que ele funciona muito bem na questão do
tempo.
Na figura 24 o Parabólico ou SAR está representado pela linha
pontilhada onde indica diferentes níveis de preço. De acordo com o indicador
SAR, sugere-se ao investidor estar comprado quando a curva de SAR estiver
abaixo do nível de preço e vendido quando a curva de SAR estiver acima dos
preços.
Figura 24 – Parabólico (SAR)
Fonte: www.nelogica.com.br/artigos/indicadores/parabolico.php (2011)
E ainda, em uma posição comprada, a curva do SAR elevará até chegar
a determinado nível de preço, neste ponto, o indicador apontará um stop e a
reversão da posição, conforme diz o nome deste rastreador, para iniciar uma
posição vendedora. Na posição vendida, a curva do SAR declinará até chegar
47
a um determinado nível de preço, neste ponto, o indicador apontará um stop e
a reversão da posição, ou seja, iniciar uma posição compradora.
3.3.2 Osciladores
Os osciladores são mais freqüentemente usados quando o mercado não
apresenta uma tendência definida, isto é, mercados pouco voláteis com
desenvolvimento lateral. Ao contrário dos rastreadores que, como visto
anteriormente, são próprios para descobrir o início de uma tendência, e
acompanhar seu desenvolvimento. Os osciladores possuem um desempenho
mais satisfatório quando o mercado estabiliza.
Segundo Deschatre e Majer (2006) os osciladores detectam o
fortalecimento ou o abrandamento do mercado antes que as mesmas ocorram,
ou seja, se antecipam da proximidade de alguma reversão.
Neste estudo, abordaremos apenas um oscilador por julgar ser o mais
utilizado e mostrar os melhores resultados: o Índice de Força Relativa (IFR).
3.3.2.1 Índice de Força Relativa (IFR)
O Índice de Força Relativa – conhecido em inglês pela sigla RSI
(Relative Strength Index) – é uma das ferramentas mais tradicionais da escola
técnica. O IFR, criado por Welles Wilder por volta de 1978, é extremamente
simples de ser entendido e aplicado, além de ser um sinalizador para compra e
venda bem confiável. Pode ser utilizado isoladamente ou com outra técnica em
conjunto.
Para Piazza (2010, p. 72), “o IFR é um oscilador e indica quando uma
ação está se aproximando de um período de esgotamento, ou seja, quando
48
seus preços estão perdendo força”. O IFR vai dar o primeiro sinal de que a
reversão está chegando. O investidor poder ser alertado rapidamente que o
movimento está perdendo força, mesmo o ativo continuando com sua
tendência, é extremamente importante para que seja avaliada a posição que o
investidor se encontra.
O que foi dito acima se trata de uma das principais utilizações do IFR: a
procura por divergências. A divergência ocorre quando o IFR dissente do que
está acontecendo com a cotação do ativo, principalmente em topos e fundos.
Por exemplo, conforme a figura 25, o gráfico ilustra um ativo que formou um
fundo que continua em queda, mas o IFR apresenta um sinal de força, isto é, o
IFR não acompanhou o trajeto feito pelo ativo. Em seguida, o preço do ativo
sobe, havendo uma reversão da tendência. Esse tipo é conhecido como
divergência altista. Isso demonstra a eficácia dessa ferramenta técnica. Nesse
caso, seria uma boa chance de comprar.
O contrário também acontece, ou seja, divergência baixista. O mercado
apresenta um topo em ascendência e o IFR apresenta fraqueza. Em seguida,
o preço cai, havendo a reversão da tendência.
O importante é frisar que o IFR funciona como um sinalizador de alerta.
Mas também o investidor não pode acreditar que encontrou a mina de ouro.
Não é aconselhável tomar uma posição contrária assim que o IFR discordar do
gráfico. O correto é usar outra ferramenta em conjunto para auxiliar a
confirmação da reversão.
49
Figura 25 – Índice de Força Relativa (IFR)
Fonte: www.nelogica.com.br/artigos/indicadores/ifr.php (2011)
O IFR fornece outros tipos de sinais além do descrito acima como a
escassez do movimento. Para isso, o IFR varia entre uma escala de 0 a 100,
representado por dois eixos horizontais. Raramente um ativo alcança tais
níveis. Então, o próprio investidor pode determinar os níveis. Usualmente são
mais utilizados os padrões de 20 e 80. Alguns provedores de gráfico usam os
padrões 30 e 70 como intervalos críticos. Depende do perfil do investidor. Por
vezes, o mesmo investidor pode optar por padrões diferentes para variados
ativos.
O IFR oscila entre os intervalos críticos e para elucidação aqui imposta,
será utilizado o intervalo entre 20 e 80. Quando o IFR ultrapassar ou se
aproximar da linha dos 80 pontos, significa que o mercado está
sobrecomprado, ou seja, subentende que o ativo está sendo negociado a um
valor maior do que ele realmente vale, havendo pouca força para novas altas,
com exaustão, ficando passível de uma reversão de tendência.
Já quando as cotações estão abaixo ou se aproximam da linha dos 20
pontos, significa que o mercado está sobrevendido, com o mercado
50
negociando o preço do ativo a um valor menor do que ele realmente vale.
Sugere que as forças compradoras farão pressão para cima, havendo uma
reversão na sua tendência, de baixa para alta.
O IFR é um indicador que funciona muito bem sozinho, e muito melhor
acompanhado de outra ferramenta técnica, o que é sempre indicado para
qualquer posição que o investidor vá assumir. A utilização conjunta de diversas
ferramentas técnicas solidifica a interpretação do gráfico, evita sinais
contraditórios que o mercado possa estar passando, além de dar mais
credibilidade para a decisão a ser tomada.
3.3.3 A informática na Análise Técnica
Elder (2004, p. 123) faz uma analogia que define o uso dessa
ferramenta, “um investidor sem computador é como alguém que viaja a pé ou
de bicicleta”.
Noronha (1995, p. 177) enfatiza a importância do uso do computador na
análise técnica. Na década de 70, a análise técnica era reservada a um
pequeno nicho de profissionais, devido o alto grau de complexidade e à
necessidade de conhecimento estatístico e matemático. Com a expansão da
informática na década de 80, a análise técnica foi difundida entre os analistas
e aqueles que possuíam computador levavam vantagem sobre os demais
investidores, pois estavam capazes de analisar mais ativos com maior
velocidade.
Elder (2004, p. 123) acrescenta que o computador auxilia a acompanhar
e a analisar mais mercados em profundidade. Os gráficos manuais podem ser
51
interessantes para desenvolver a intuição e sensibilidade quanto aos
movimentos, porém, até certo ponto.
Os softwares são encontrados facilmente na internet e o custo varia
conforme a sua complexidade. Eles são capazes de processar diversos dados
e mesclar várias ferramentas e indicadores ao mesmo tempo, o que implica na
assimilação de oportunidades.
Uma das maneiras de auxiliar na análise correta do movimento é buscar
novos sinais técnicos através da aplicação de, pelo menos, mais de um sinal
técnico para o mesmo ativo, dando mais consistência para a decisão. Esse tipo
de convergência de ferramentas, um programa de computador próprio para
essa finalidade, satisfaz com precisão ímpar. Sinais parecidos mostram que o
investidor está no caminho certo. Por outro lado, sinais conflitantes pode ser
sinal que o mercado está indeciso quanto ao movimento a ser levado e, com
isso, o melhor e não assumir nenhuma posição.
Muitas das ferramentas da própria análise técnica foram criadas e
aperfeiçoadas através de programas de computadores.
Hoje em dia é fundamental a utilização da informática na Análise
Técnica e desde que a aplicação da informática se iniciou, tornou-se
corriqueiro o uso do termo trading system para referenciar os diferentes
aplicativos e programas para este tipo de análise.
52
4 APLICAÇÃO
O capítulo final deste trabalho tem por objetivo verificar e ilustrar os
resultados de um ativo, utilizando uma das ferramentas da análise técnica num
determinado período do passado, somente para efeito de constatação da
aplicabilidade do desempenho dessa ferramenta.
4.1 PRECEDENTES DA APLICAÇÃO
O ativo objeto da aplicação será uma ação de companhia aberta
apresentada na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA). A escolha do
nome ocorreu devido a seu alto grau de difusão e conhecimento. O ativo será
a AMBEV4 (AMBEV PN).
O modelo começará a partir do primeiro sinal de compra, desprezando
sinais de venda anteriores, com o preço de fechamento no dia 30/01/2004. O
último dia será estabelecido em 29/10/2004, logo, será considerada vendida ao
preço de fechamento nesta data.
Os valores dessa ação serão empregados nesse período por se tratar
de um momento importante da AmBev, onde ocorreu a fusão com a belga
Interbrew, para estudos de simulação com embasamento estritamente teórico
e será ilustrada de forma gráfica.
Não será determinado nenhum stop, pois o objetivo é analisar o
comportamento da ferramenta isoladamente.
Todos os custos de transação das operações serão desconsiderados,
uma vez que se trata embasamento teórico, ou seja, estará isenta de
corretagem.
53
Os parâmetros utilizados serão os sinais de compra e venda do ativo
com o intuito de identificar o momento ideal para entrada e saída no mercado.
4.2 PROCESSOS DA APLICAÇÃO
A ferramenta escolhida será a Média Móvel, um dos principais
indicadores técnicos sendo empregado na quase totalidade dos modelos
técnicos, Seu conceito se encontra explicitado no capítulo 3 deste trabalho.
O padrão utilizado na aplicação consiste na combinação de duas
Médias Móveis com periodicidade de 5 e 20 dias, respectivamente.
A Média Móvel que corresponde aos 5 dias (MM5) é sensível à
oscilação de preço com o gráfico sofrendo mudança instantânea em sua
trajetória, isto é, na aplicação será utilizada com a finalidade de timing,
acusando mudança de preço “na veia”. A Média Móvel de 20 dias (MM20)
percorre uma trajetória mais distante da linha de preços, ou seja, é
caracterizada pela oscilação de menor grau em relação a linha de preços. Será
empregada como indicadora de tendência.
A tabela 1 exibe as operações originadas pelo emprego do indicador
Média Móvel, bem como o resultado de cada operação e o acumulado no
período.
54
Tabela 1 – Resultado do Indicador Média Móvel
Os sinais de compra serão identificados no instante em que a curva de
Média Móvel de curto período, MM5, cruzar a Média Móvel de longo período,
MM20, de baixo para cima. Quando o contrário acontecer, ou seja, a curva da
MM5 cruzar a da MM20 de cima para baixo, será um sinal de venda.
55
Figura 26 - Resultado Gráfico do Indicador Média Móvel
4.3 RESULTADOS DA APLICAÇÃO
Os resultados têm como objetivo observar, dentro de um período, o
desempenho de uma ferramenta da Análise Técnica. Neste caso, um fato
relevante ocorreu neste período, que foi a fusão entre a AmBev, empresa
nacional detentora das ações da AMBEV4, com a cervejaria belga Interbrew
em março de 2004. Mesmo com a fusão dessas duas empresas, resultando na
criação da maior cervejaria do mundo em termos de volume na época, os
papéis apresentaram sinais dados pelo indicador das Médias Móveis de
vendas a um preço abaixo, conseqüentemente trazendo prejuízos para o
investidor.
Esse resultado demonstra, de forma prática, que a Análise Técnica não
se abala e nem se empolga com notícias externas, diferente da Análise
Fundamentalista
56
CONCLUSÃO
Os objetivos principais deste presente estudo foram apresentar os
principais métodos da análise técnica para o investidor que queira iniciar em
renda variável ou que esteja apenas operando no método fundamentalista,
alguns investidores baseando-se só em notícias.
Este estudo não abrange todos os métodos de análise técnica
existentes, mas aqueles considerados mais importantes e que podem ser
encontrados facilmente. As limitações deste estudo poderiam ser reduzidas
com a abrangência de outros métodos e indicadores técnicos. Lembrando que
a Análise técnica não é aprendida em profundidade tão rapidamente.
O estudo proporciona uma base teórica para o entendimento dessas
análises para o investidor iniciante em complemento do apresentado no curso
de pós-graduação em Finanças e Mercado de Capitais pela Universidade
Estácio de Sá.
Abordou o efeito psicológico e seu peso na formação dos preços dos
ativos. Como o comportamento das massas tem o poder de alterar o percurso
do movimento dos ativos, expressado graficamente.
O trabalho em questão explanou maneiras de identificar o melhor
momento para a compra e venda de ativos, bem como aproveitar
oportunidades no curto, médio e longo prazo. Mostrou também como aplicar
com vantagens técnicas em relação aos outros participantes do mercado como
saber interpretar corretamente o que os gráficos estão dizendo.
57
Apesar de terem sido apresentadas de forma particular, vale retificar
que os padrões e métodos apresentados terão seu potencial maximizado de
retorno quando utilizados em conjunto, de maneira eficaz. Competirá ao
investidor identificar os modelos que melhor satisfará dentro do cenário atual
que o mercado se encontra. Uma das características da Análise técnica é
justamente permitir a combinação de métodos de análise para dar segurança e
embasamento na tomada de decisão.
Por fim, o presente trabalho elucidou o conceito da análise técnica
esperando ter encontrado a resposta, dentro de suas limitações, de como um
iniciante, com pouco capital, nenhuma experiência e psicológico despreparado
para suportar as pressões do mercado, sem referir o risco de perda do capital,
seria capaz de ganhar dinheiro no mercado de capitais utilizando, de forma
combinada, as técnicas de acordo com o objetivo a ser alcançado pelo
investidor.
58
REFERÊNCIAS
CARDOSO, Celso, LEMOS, Flávio. Análise Técnica Clássica - Com as Mais Recentes Estratégias da Expo Trader Brasil. São Paulo: Saraiva, 2010
CORREIA, Joseilton S. Operando na Bolsa de Valores utilizando Análise Técnica. São Paulo: Novatec Editora, 2008
DEBASTIANI, Carlos Alberto. Análise Técnica de Ações: identificando oportunidades de compra e venda. São Paulo: Novatec Editora, 2008
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
SUMÁRIO 6
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
CONTEXTO 10
1.2 - Conceito 11
1.3 – Considerações finais 13
CAPITULO 2
EFEITO PSICOLÓGICO 21
2.1 - Definindo uma estratégia 21
2.2 - Mercado de expectativa 22
2.3 - Formação de preços 23
CAPITULO 3
FERRAMENTAS DA ANÁLISE TECNICA 26
3.1 – Gráficos 26
3.1.1 – Gráfico de linhas 26
3.1.2 – Gráfico de barras 27
3.1.3 – Gráfico de Candlestick 28
3.2 – Figuras 30
3.2.1 – Figuras de reversão 31
3.2.1.1- Ombro-Cabeça-Ombro (OCO) 31
62
3.2.1.2 – Ombro-Cabeça-Ombro invertido 32
3.2.1.3 – Topos e fundos duplos ou triplos 33
3.2.1.4 – Pá de ventilador 35
3.2.2 – Figuras de continuação 36
3.2.2.1 – Retângulos 36
3.2.2.2 – Triângulos (simétricos, ascendentes 37
e descendentes)
3.2.2.3 – Bandeiras e Flâmulas 38
3.2.2.4 – Cunhas 39
3.3 – Indicadores 40
3.3.1 – Rastreadores 42
3.3.1.1 – Média Móvel 42
3.3.1.2- Convergência-Divergência da 44
média móvel
3.3.1.3 – Parabólico 45
3.3.2 – Osciladores 47
3.3.2.1- Índice de força relativa (IFR) 47
3.3.3 – A informática na análise técnica 50
CAPITULO 4
APLICAÇÃO 52
4.1 – Precedentes da aplicação 52
4.2 – Processos da aplicação 53
4.3 – Resultados da aplicação 55
CONCLUSÃO 56
REFERÊNCIAS 58