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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
OS BENEFÍCIOS DA UTILIZAÇÃO DE ATIVIDADES LÚDICAS NO
ENSINO DO JUDÔ PARA CRIANÇAS ENTRE 7 E 10 ANOS
Por: Victor da Silva Mendonça
Orientador
Profa. Me. Fátima Alves
Rio de Janeiro
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
OS BENEFÍCIOS DA UTILIZAÇÃO DE ATIVIDADES LÚDICAS NO
ENSINO DO JUDÔ PARA CRIANÇAS ENTRE 7 E 10 ANOS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Psicomotricidade.
Por: Victor da Silva Mendonça
Rio de Janeiro
2015
AGRADECIMENTOS
....aos meus alunos, a todos os
professores que contribuíram para a
minha formação e ao sensei Ricardo
Pupo Prins, por todo aprendizado e
motivação para chegar até aqui......
DEDICATÓRIA
.....dedico este trabalho a minha avó
Celedi, minha mãe Lúcia, Minha Noiva
Iraciema, meus Irmãos Thaís e Felipe,
minhas sobrinhas Luiza e Linda, meu
cunhado Alexandre e a Deus, que vem
me guiando por essa jornada chamada
vida.......
RESUMO
O Judô, arte marcial criada no Japão em 1882 pelo mestre Jigoro
Kano, é caracterizado por ser um esporte individual, educador, formador não
só da saúde corporal, mas de um ser humano por completo, respeitoso, ético,
solidário e crítico. A utilização de atividades lúdicas para o ensino do Judô para
crianças entre 7 e 10 anos de idade aparecem como uma ferramenta de
ensino para diferenciar o treino formativo infantil da competição de alto
rendimento de um atleta em busca da medalha de ouro. O brincar é uma ação
inerente às crianças. Elas criam facilmente seus próprios mundos de
exploração e fantasia. Este trabalho conclui que através de atividades lúdicas,
a criança aprende de forma mais prazerosa os conceitos e movimentos do
Judô, sem a cobrança do rendimento e da busca por resultados, elas podem
se expressar motoramente de forma livre e criativa, desenvolvendo estratégias
próprias para chegar ao objetivo, que é o aprendizado.
METODOLOGIA
Para saber quais os benefícios das atividades lúdicas no ensino do Judô
para crianças entre 7 e 10 anos, será realizado um trabalho qualitativo, em
forma de pesquisa exploratória, fazendo uma revisão bibliográfica utilizando
artigos científicos, monografias, livros e pesquisas publicadas na internet.
SUMÁRIO
INTRODUÇAO 08
CAPÍTULO I - A História do Judô 10
CAPÍTULO II - O lúdico e a aprendizagem 20
CAPÍTULO III – Atividades e brincadeiras no Judô 28
CONCLUSÃO 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37
WEBGRAFIA 39
ÍNDICE 41
8
INTRODUÇÃO
O Judô, arte marcial criada no Japão em 1882 pelo mestre Jigoro
Kano, é caracterizado por ser um esporte individual, educador, formador não
só da saúde corporal, mas de um ser humano por completo, respeitoso, ético,
solidário e crítico. O judô é esporte olímpico desde a edição de 1964, realizada
na cidade de Tóquio, em seu país de origem.
Os PCN - Parâmetros curriculares Nacionais da Educação Física
(1997) definem e preveem a utilização de lutas no contexto escolar e utiliza o
Judô como um de seus exemplos:
As lutas são disputas em que o(s) oponente(s) deve(m)
ser subjugado(s), mediante técnicas e estratégias de
desiquilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um
determinado espaço na combinação de ações de ataque
e defesa...Podem ser citados como exemplos de lutas
desde as brincadeiras de cabo-de-guerra e braço-de-ferro
até as práticas mais complexas da capoeira, do judô e do
caratê.
Segundo a LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(1996), em seu artigo 27, inciso IV, na escola, as lutas podem ser
apresentadas e aplicadas de acordo com o a intenção de promoção do
desporto educacional e apoio às práticas desportivas não formais.
Dessa forma, a utilização de atividades lúdicas para o ensino do Judô
para crianças entre 7 e 10 anos de idade aparecem como uma ferramenta de
ensino para diferenciar o treino formativo infantil da competição de alto
rendimento de um atleta em busca da medalha de ouro.
9
Mas então, quais são os benefícios da utilização de atividades lúdicas
no processo de ensino do Judô para crianças?
O trabalho justifica-se pela necessidade de definir quais são os
benefícios da prática de atividades lúdicas em aulas de Judô para crianças e
divulga-los a outros professores desse esporte, entendendo que através dessa
forma de ensino os alunos aprendem as técnicas e histórico dessa arte marcial
brincando. Este trabalho está pautado em um pensamento simples de que
crianças devem agir, treinar e aprender como crianças, não como adultos em
miniatura.
Segundo GROSSO (2002), Realizar a promoção do desporto
educacional para crianças, requer o uso da criatividade por parte dos
professores, que deveriam atuar selecionando estratégias como os jogos
infantis, visando o máximo da aprendizagem motora geral, ao contrário de
encorajar o uso de gestos e posturas repetitivas.
Este estudo tem como objetivo demonstrar a importância da utilização
de atividades lúdicas no ensino do Judô para crianças.
O primeiro capítulo fala sobre a história do Judô e como ele é ensinado
hoje para crianças. Adiante, o segundo capítulo define o termo Ludicidade,
explicando sua importância para o aprendizado. E no terceiro capítulo são
apresentadas sugestões de brincadeiras e atividades que se aplicam as
práticas do Judô.
Em relação à delimitação do estudo, esta pesquisa será restrita à
revisão de literatura realizada de interesse ao objeto estudado: Crianças entre
7 e 10 anos de idade, praticantes de Judô. A pesquisa será feita em artigos
científicos, monografias, livros e pesquisas publicadas na internet.
10
CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DO JUDÔ
O Judô, descrito em PINTO et. al. (2009) é uma arte marcial, também
considerado um esporte, criado no Japão por Jigoro Kano em 1882,
juntamente com a criação da primeira escola de Judô, o Instituto Kodokan.
Segundo SCHNEIDER (2012) e KASSAB (2013), Jigoro Kano nasceu
em 28 de outubro de 1860 em Mikage, cidade próxima onde hoje é Tóquio.
Seu pai era alto funcionário do governo Meiji (época dos samurais no Japão) e
sua mãe, falecida quando ele tinha apenas 9 anos de idade, era de uma
importante família do Japão.
SCHNEIDER (2012) fala ainda que Kano foi educado tanto nas bases
da tradição japonesa, quanto na cultura ocidental, estudando as línguas
inglesa e alemã e também sendo praticante do beisebol. Seus pais desejavam
que ele fosse diplomata, porém, o mestre Kano acreditava que deveria fazer
algo mais pelo bem da humanidade, se transformando em um dos mais
proeminentes membros do sistema educacional japonês.
SOUSA (2008) fala que Jigoro Kano foi um homem de pequenas
dimensões, com apenas 1,55 m de altura e não mais que 55 kg, foi um
exemplar graduado em Filosofia, Economia e Ciências Políticas na
Universidade Imperial de Tóquio. Dentre outros feitos, foi o primeiro japonês a
pertencer ao Comitê Olímpico Internacional, além de ser conhecido como o pai
da Educação Física no Japão.
11
OTOSHI (2005) fala que, para tentar remediar sua fraqueza física,
Kano estuda a arte do Jiu-Jitsu com os professores Hachinosuke Fukuda,
Masatomo Iso e Tsenutoshi Tikubo.
No fim do século XIX, mais precisamente em fins da
década de setenta e início da década de oitenta, quando
Jigoro Kano inicia um estudo sistemático das artes
marciais, já com os olhos na montagem de sua própria
escola. Notava ele então, o empirismo das escolas e dos
métodos da época. Estas estavam muito preocupadas
com seus segredos e em ignorar os valores das outras,
que propriamente progredir na busca da perfeição técnica
e moral. A rivalidade nunca foi tão grande entre as
escolas como nessa época, procurando umas destruírem
as outras a qualquer custo, servindo os meios mais
ilícitos, importando apenas a própria sobrevivência.
(AUGUSTO apud SOUSA, 2008, p. 21).
O Jiu-Jitsu é uma arte marcial que, de acordo com TUBINO (2007) não
se tem um acordo sobre o seu nascimento ter ocorrido pelos conhecimentos
dos monges na Índia ou pelos japoneses a partir da obra budista Konjaku-
Monogatari. A certeza é que o Jiu-Jitsu era utilizado desde o século XVII pelos
samurais no Japão, como complemento às técnicas de lutas com espadas.
SOUSA (2007) diz que a preocupação de Jigoro Kano com a falta de
ética e a moral no Jiu-Jitsu decidiu colocar essa mesma ética e isso mesma
retidão moral como metas a serem alcançadas na criação de uma nova arte
marcial. As técnicas também não lhe satisfaziam pela pobreza e inexistência
de princípios pedagógicos e científicos e ainda mais, os perigos que essas
técnicas representavam, causando acidentes mais ou menos graves que
impossibilitavam uma participação maior, ampla e generalizada com que
sonhava.
12
Mesmo não estando livre de falhas, o jujútsu como um todo é uma
herança cultural realmente valiosa e deve ser preservada (KANO, 2008, p. 19).
Assim, eu trabalhei com afinco em minha meta de
reformar o judô, e em 1882 peguei os pontos fortes de
cada escola, sem aderir a uma ou duas escolas em
particular, e estabeleci o Judô Kodokan com base em
conceitos científicos modernos e de acordo com
princípios educacionais. (KANO 2008, p.56).
Os princípios que inspiraram Kano à idealização do Judô foram,
segundo FERREIRA e MENEZES (2009):
1. Princípio da máxima eficácia do corpo e do espírito (SEIRYOKIZEN’YO).
2. Princípio da prosperidade e benefícios mútuos (JITA KYOEI).
3. Princípio da suavidade (JU).
Assim, FERREIRA e MENEZES (2009) definem que o professor Kano,
através de seus estudos pegou o Jiu-Jitsu, retirou dele os golpes mais
traumáticos, criando uma filosofia própria adequada aos métodos
educacionais. Em 1882, Jigoro cria o Judô de Kodokan(em japonês, JU
significa suave e DO, caminho), um esporte que predispõe pelas suas
técnicas, usar o máximo de eficácia com o mínimo de esforço, prevalecendo o
espírito guerreiro dos praticantes, sem abandonar o respeito à integridade
física do oponente.
No dicionário de artes marciais de OTOSHI (2005) além dessa
reformulação feita do Jiu-Jitsu, o Judô é definido como uma arte marcial que
compreende projeções, imobilizações, chaves de braço e estrangulamentos.
13
Podemos dizer que a grande diferença entre o Judô e o velho Ju Jitsu é
a elevação da arte marcial ao caminho de autoconhecimento. (SOUSA, 2008,
p. 25).
Para TUBINO (2007) o Judô foi a primeira arte marcial a se tornar um
esporte, e o mais praticado no mundo contemporâneo. Seus praticantes de
modo geral, o consideram como uma filosofia de vida.
A organização do Judô Kodokan é hoje basicamente a
mesma da época em que eu criei, mas naquele tempo,
quando explicava o judô, eu o dividia em três partes: seu
uso como método de luta (arte marcial), como método de
treinamento (educação física) e como método de
treinamento mental (incluindo o desenvolvimento do
intelecto e da moral e a aplicação do judô na vida diária).
(KANO 2008, p. 23).
1.1 – O Judô como esporte olímpico
Como descrito em KASSAB (2013), em 1902 teve início o projeto de
internacionalização do Judô. Os alunos da Kodokan Maeda, Satake, Ito e Ono
deixaram o Japão é vão para a Europa e Américas do Sul e do Norte, com o
objetivo de difundir a arte pelo mundo. Em 1907, o Judô passa a ser ensinado
e estudado em todas as escolas do Japão.
SCHNEIDER (2012) fala sobre a repercussão que essas aventuras da
Kodokan e seus discípulos pelo mundo ganharam, até que em 1909 o
professor Jigoro Kano foi convidado pelo Barão Pierre de Coubertin (Professor
francês, idealizador e na época presidente do Comitê Olímpico Internacional -
COI) para ser o primeiro delegado japonês e oriental dos jogos olímpicos.
14
Essa aproximação entre os pensamentos que levaram Kano a
elaboração do Judô e o conceito de olimpismo de Coubertin tornaram possível
a união entre os dois, como descreve LOPES FILHO (2011).
Jigoro Kano e Pierre de Coubertin foram educadores de
uma mesma época e membros do Comitê Olímpico
Internacional. Talvez devido a isso encontremos certa
aproximação entre suas ideias: enxergavam o desporto
como um meio pedagógico para alcançar a excelência do
ser humano, não apenas no âmbito físico, mas no
espiritual, mental e social. Mais do que companheiros de
jornada, os dois parecem ter sido inspirados pela mesma
escala de valores, especialmente naqueles mais
elevados. (p. 3).
O evidente desejo de Jigoro Kano em transformar o Judô em esporte
olímpico é destacado quando, segundo ROBERT apud. SCHNEIDER (2012)
durante uma de suas viagens de divulgação do esporte, no ano de 1937, Kano
estava na cidade do Cairo, capital do Egito, e falava com empolgação para a
rádio do local que Tóquio seria a capital dos jogos em 1940. Infelizmente, em
1938, quando retornava ao seu país, Kano vem a falecer, aos 77 anos, em
decorrência de uma pneumonia, antes de poder ver seu sonho realizado.
Mas como descrevem LIMA et. al. (2009) esse sonho não se
concretizaria em 1940, pois as Olimpíadas seriam canceladas devido à
segunda guerra mundial. Os jogos olímpicos só voltariam a ser disputados em
1948, na cidade de Londres, Inglaterra.
Apenas em 1964 os jogos olímpicos foram realizados na cidade de
Tóquio, no Japão e então, como fala ARAÚJO (2005), o Judô aparece como
esporte de apresentação. Ficou fora das olimpíadas de 1968, realizadas na
15
Cidade do México, retornando definitivamente na edição de 1972, em Munique,
na Alemanha.
ARAÚJO (2005) também fala sobre a introdução da competição de
Judô feminino nos jogos olímpicos, que ocorreu de forma experimental em
Seoul, Coréia do Sul, em 1988 e foi oficializada em 1992, em Barcelona.
1.2 – O Judô no Brasil
DRIGO et. al. (2012) apontam a chegada do Judô no Brasil juntamente
com a imigração japonesa no início do século XX, cujo primeiro contingente
chegou ao porto de Santos em 18 de junho de 1908, a bordo do navio Kasato
Maru, entretanto não existem registros de nomes, datas e locais, dando a
entender que o Judô vem aderido a cultura trazida pelos imigrantes japonese,
que eram, em sua maioria, agricultores.
Já para NUNES e RUBIO (2012), os alunos da Kodokan Mitsuyo Maeda
e Soishiro Satake foram os primeiros japoneses a chegar no Brasil e realizar
demonstrações de Judô. A partir de 1914, Ryuzo Ogawa, que fundou a
tradicional escola de Judô, a Budokan, no ano de 1936, foi o genearca, ou
seja, um dos primeiros imigrantes com capacidade de transmitir os
conhecimentos a chegar no Brasil e foi um grande influenciador dos grandes
atletas do país.
SCHNEIDER (2012) corrobora com a fala de DRIGO et. al. (2012) sobre
a chegada do Judô no Brasil, mas também faz referência sobre um certo
professor Miura, que teria ensinado o Judô no país ainda em 1906.
O consenso entre esses três últimos autores citados aparece quando
eles afirmam que hoje o Judô é a modalidade esportiva com o maior número
de praticantes no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas.
16
Mitsuyo Maeda, conhecido também como Eisei Maeda ou Conde Koma,
aluno de Jigoro Kano na Kodokan, ficou conhecido como o grande difusor do
Judô no Brasil. Para SCHNEIDER (2012) sua importância como “Pai do Judô
Brasileiro” aparece devido as suas participações em apresentações de
combate realizadas juntamente com representantes de outras artes marciais,
onde Maeda era o representante do Judô Kodokan.
NUNES e RUBIO (2012) que a chegada de Maeda e Satake ocorreu em
14 de novembro de 1914, em Porto Alegre. Viajaram pelo Brasil, participando
de apresentações e desafios com o intuito de divulgar sua arte. Por fim, Satake
permaneceu na cidade de Manaus, enquanto Maeda radicou-se em Belém do
Pará.
Segundo SCHNEIDER (2012) embora Mitsuyo Maeda tenha se
estabelecido e estabelecido um Dojô (centro de treinamento de Judô) em
Belém do Pará em algum período entre 1917 e 1921, suas maiores
contribuições estão vinculadas aos resultados nos desafios que promovia e a
implantação de uma modificação do Judô Kodokan, que teve como um ilustre
alunos o Professor Carlos Gracie, que futuramente criaria os estilos
conhecidos internacionalmente com Jiu-Jitsu brasileiro ou Jiu-Jitsu Gracie.
Outros nomes são citados por DRIGO et. al. (2012) pela importância da
difusão do esporte no Brasil. Takeo Yano, Yassuiti Ono, Teronozuke Ono,
Noburo Ogino, Ogawa,fndador da Budokan e Omar Cairuz, criador da
Academia Cordeiro, local onde pela primeira vez aparece a denominação Judô
no Brasil. Ele também faz referências de um Japonês de nome Takaji Saigo,
podendo ser ligado a Kodokan. Este abriu uma academia em São Paulo. Outro
personagem é Geo Onori, que em 1929, demostrava o Judô em circos e
aceitava desafios.
17
NUNES e RUBIO (2012) sobre como se deu a institucionalização do
Judô no Brasil:
A institucionalização da modalidade ocorreu somente
após o final da segunda grande guerra. A primeira
federação estadual de judô foi criada em 17 de abril de
1958, em São Paulo. A seguir vieram as federações do
Rio de Janeiro (09/ago/1962), Paraná (07/out/1961) e
Minas Gerais (10/jun/1961). O primeiro Campeonato
Brasileiro de Judô foi realizado em 1954, no Rio de
Janeiro e o segundo em 1957, em Belo Horizonte,
embora a Confederação Brasileira de Judô tenha sido
criada somente em 1969. Antes disso, as atividades de
cultura japonesa eram reguladas por uma instituição
chamada Ju-kendo-Renmei, criada em 1933 e com uma
“filial” paranaense, criada em 1937. Sob o comando da
Ju-Kendo-Renmei, as atividades esportivas japonesas,
judô, “kendô” e “yakyu” (beisebol), se desenvolveram até
o início da segunda grande guerra. (p. 668).
Órgão máximo no país, a Confederação Brasileira de Judô, segundo
DRIGO et. al. (2012) foi fundada em 1969, sendo reconhecida somente a partir
de 1972, contando com 23 federações estaduais.
O Brasil esteve presente em todas as edições dos jogos olímpicos no
Judô possuindo, de acordo com a CBJ (2015), 19 medalhas, sendo 3 de ouro,
com Aurélio Miguel (Seoul,1988), Rogério Sampaio (Barcelona, 1992) e Sarah
Menezes (Londres, 2012), 3 pratas, com Douglas Vieira (Los Angeles, 1984),
Tiago Camilo e Carlos Honorato (Sydney, 2000) e 13 medalhas de bronze,
com Chiaki Ishii (Munique, 1972), Walter Carmona e Luís Onmura (Los
Angeles, 1984), Aurélio Miguel e Henrique Guimarães (Atlanta, 1996), Leandro
Guilheiro e Flávio Canto (Atenas, 2004), Ketleyn Quadros, Leandro Guilheiro e
18
Tiago Camilo (Pequim, 2008), Mayra Aguiar, Felipe Kitadai e Rafael Silva
(Londres, 2012).
1.3 – A estreita relação entre Judô e educação
LOPES FILHO (2011) descreve Jigoro Kano como, antes de tudo, um
educador, com interesse em utilizar a pedagogia do esporte para elevar o ser
humano não apenas no aspecto físico, mas também no mental, espiritual e
social.
O método educativo de Jigoro Kano, descrito em SANTOS (2012)
baseava-se em três elementos fundamentais denominados shugi (cuidado e
fortalecimento do corpo pela educação física), iku (desenvolvimento moral e
ético) e san (aquisição de conhecimento), ou seja, o desenvolvimento físico,
moral e intelectual.
O Judô, para MOREIRA (2012), como conteúdo a ser utilizado nas aulas
de Educação Física escolar, transforma-se em uma metodologia de ensino que
pode gerar bons resultados na educação integral do aluno. Contudo, sua
prática desenvolve, além da dimensão procedimental, os âmbitos conceituais e
atitudinais que possuem um papel importante na prática educativa e são
evidenciadas no esporte, por ser individual e estar contido em um rico contexto
social.
Para SANTOS (2012), O forte componente educativo que conhecemos
sobre o judô certamente se deu pela grande atividade docente e administrativa
de Jigoro Kano em instituições educacionais no Japão como: Conselheiro do
Ministro de Educação Nacional (1891), Diretor da Escola Superior de
Kukamoto, Diretor da Escola Normal Superior (1893), a atual universidade de
Tsukuba, e Diretor de Educação Primaria do Ministério de Educação Nacional
19
(1898) somado com as seguidas viagens que realizou pela Europa e China
para conhecer suas instituições educativas.
Kano, demonstra o propósito educativo do Judô em um de seus
pensamentos citados por GONDIM (2007):
É o caminho, para a mais eficiente utilização da força
física e espiritual, pelo seu treinamento de ataque e
defesa, educa-se o corpo e o espírito. Tornando a
essência espiritual do JUDÔ, uma parte do próprio ser.
Desta forma será capaz de aperfeiçoar a si mesmo e
contribuir com algo para valorizar o mundo, essa é a meta
final da disciplina do JUDÔ. (p. 3).
Para KASSAB (2013), o Judô é uma forma de treinamento intelectual e
de educação moral, motivos que o levaram a ser a “educação física nacional”
no Japão. No ano de 1911 ele foi introduzido no currículo das escolas do
Japão e assim foi difundindo-se pelo país. Kano então se dedicou a introduzir o
Judô em outros continentes. Ainda hoje o Judô permanece no currículo
obrigatório da educação japonesa.
O Judô também está previsto nos PCN da Educação Física brasileira
(1997), porém, como sugestão do conteúdo de lutas a ser ministrado durante
as aulas.
20
CAPÍTULO II
O LÚDICO E A APRENDIZAGEM
De acordo com SILVA E ARAÚJO (2013), no ser humano, a atividade
motora é intimamente ligada ao desenvolvimento motor. É nos movimentando
que conseguimos desenvolver nossas habilidades motoras e aprimorá-las. É
com um bom controle motor que podemos explorar o mundo que nos cerca e
aumentar nosso desenvolvimento motor e cognitivo.
A etimologia do vocábulo lúdico, segundo CARDOSO (2008) surge do
latim ludus que significa brincar ou jogar. Ele ressalta que, na língua
portuguesa, o termo lúdico é um adjetivo concreto, embora venha sendo
utilizado sem justificativas gramaticais, como substantivo e tradução do francês
jeu, do inglês play e do alemão Spiel. Assim, no intuito de tentar abranger os
variados termos, existe o termo ludo e, modernamente, o neologismo lúdico ou
ludicidade.
Para MODESTO E RUBIO (2014) Brincar é uma atividade que facilita o
desenvolvimento físico, cognitivo, psicológico, estimula o desenvolvimento
intelectual, possibilita as aprendizagens, Mas conceituar o termo não é tarefa
fácil.
Ligando ludicidade e brincadeira, ARRUDA E SILVA (2009) falam que
os termos possuem uma característica inseparável e sua linguagem pode ser
compreendida de maneira clara e objetiva e também representa para a criança
um fator muito importante para o desenvolvimento social, interpessoal, inter-
relacional e interfamiliar, assim assimilação durante as aulas se torna mais
fácil.
21
KISHIMOTO (2003) fala que o jogo pode ser aceito como
consequência de um sistema linguístico inserido num contexto social. Ele
conceitua o jogo como consequência de um sistema linguístico inserido num
contexto social, um sistema de regras e um objeto. Com relação ao brinquedo,
ele afirma que é um suporte para a brincadeira. Sendo o brinquedo diferente
do jogo, o brinquedo supõe uma relação íntima com a criança e a
indeterminação de regras em sua utilização. Já a brincadeira é a ação que a
criança desempenha ao concretizar as regras de um jogo, ao mergulhar na
ação lúdica, podendo se dizer que é o lúdico em ação.
Para MOREIRA (2012), a ludicidade ganhou notoriedade quando se
firmou como uma estratégia de ensino da Educação Física, mas surgiu antes
da cultura, pois se manifestou nos animais antes da sociedade humana. O ato
de brincar é inerente ao ser humano, e quando algo é feito com prazer os
resultados obtidos serão mais positivos.
VIEIRA (2002) diz que a criança, através da brincadeira, aprende a
conhecer a si própria, as pessoas com quem convive e o meio social em que
está inserida. Com as brincadeiras as crianças revivem situações e
acontecimentos do seu dia a dia e consegue entende-los.
Ao brincar as crianças recriam e repensam fatos que
podem fazer parte do seu cotidiano, fortalecem sua auto-
estima e transformam os conhecimentos adquiridos
anteriormente em conceitos. Na brincadeira estabiliza e
começa a entender o que sabe sobre as mais diversas do
conhecimento. Elas crescem, experimentam situações e
emoções e relacionam o mundo da fantasia e realidade.
(VIEIRA, 2002, p. 6).
22
O brincar transcende a todos os níveis da vida de uma criança. Essa
atividade lúdica engaja as emoções, o intelecto, a cultura e o comportamento.
(GOMES, 2007, p.24).
OLIVEIRA (2004) fala do jogo como a mais autêntica manifestação do
ser humano. Por intermédio do jogo, as pessoas aprendem a se relacionar
utilizando normas que emanam do próprio convívio, identificando espontânea e
democraticamente a necessidade da elaboração de um código de direitos e
deveres.
OLIVEIRA (2004), aponta seis características do jogo que apoiam a
busca de uma definição:
1) O jogo é uma atividade voluntária. Sujeito a ordens,
deixa de ser jogo, podendo no máximo ser uma imitação
forçada. 2) O jogo não é vida "corrente" nem vida "real".
Trata-se de uma evasão para uma esfera temporária de
atividade com orientação própria. 3) No jogo há algo em
suspenso, o seu resultado é incerto. Sempre existe a
possibilidade do êxito ou do fracasso. 4) O jogo cria
ordem e é ordem. Introduz na confusão da vida e na
imperfeição do mundo uma perfeição temporária e
limitada, exigindo uma ordem suprema e absoluta. 5) O
jogo é praticado dentro de certos limites próprios de
espaço e de tempo. 6) O jogo cria a sociabilidade, o
partilhar algo importante, conservando a sua magia para
além da duração do jogo. Extraindo idéias-chaves dessas
características, podemos afirmar que o jogo é "toda a
ação livre, desenvolvida dentro de certos limites de tempo
e espaço, não fazendo parte da vida ordinária e que,
contendo algo de incerto, cria a ordem e estimula a
sociabilização". (p. 32 e 33).
23
Assim, as atividades lúdicas são recomendadas por ARRUDA E SILVA
(2009) para favorecer o desenvolvimento cognitivo, motor, social e afetivo de
crianças, principalmente, na idade infantil. Estes autores ainda caracterizam o
termo déficit motor, que pode ser apresentado por crianças da Educação
Infantil e explicam que atividades lúdicas, brincadeiras ou jogos,
independentemente de como são classificados, podem contribuir para reverter
os efeitos desse problema.
Também para FERREIRA E TAVARES (2011) o trabalho psicomotor
na educação infantil melhora a socialização entre as crianças, o trabalho em
equipe e o respeito, além de proporcionar momentos lúdicos e prazerosos.
Enquanto brinca, a criança aprende a pensar, ordena, classifica, sente-se
motivada, cria e desenvolve, dentre outros fatores, o pensamento crítico.
O Déficit Motor se caracteriza pela falta de mobilidade
prática, ou seja, dificuldade em assimilar a prática de
exercícios físicos durante o seu crescimento. Sendo
assim, à criança com Déficit Motor possui dificuldade em
executar atividades durante as aulas de Educação Física
e até mesmo em socializar como outras crianças,
tornando assim uma preocupação tanto a seus familiares,
quanto aos educadores. (ARRUDA E SILVA, 2009, p. 43).
VIEIRA (2002) ainda complementa, dizendo que a ludicidade é muito
importante para a saúde mental do ser humano, melhorando a alimentação
das células, facilita o crescimento corporal de forma correta, ajuda a melhorar
controle do corpo e por isso deve ser mais considerada, pois é o espaço para a
expressão mais genuína do ser, é o espaço do exercício de relação afetiva
com o mundo, com as pessoas e com os objetos.
24
2.1 – A relação entre a Psicomotricidade e o lúdico
De acordo com a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
PSICOMOTRICIDADE (Disponível em: <http://psicomotricidade.com.br/>
acesso em 04 dezembro 2015):
Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de
estudo o homem através do seu corpo em movimento e
em relação ao seu mundo interno e externo. Está
relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a
origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.
É sustentada por três conhecimentos básicos: o
movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade,
portanto, é um termo empregado para uma concepção de
movimento organizado e integrado, em função das
experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de
sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.
Para GOMES (2007), Psicomotricidade é uma neurociência que
transforma o pensamento em ato motor harmônico. É a sintonia fina que
coordena e organiza as ações gerenciadas pelo cérebro e as manifesta em
conhecimento e aprendizado. É uma ciência terapêutica adotada na Europa há
mais de 60 anos, principalmente na França, que instituiu o primeiro curso de
psicomotricidade em 1963. Psicomotricidade é a manifestação corporal do
invisível de maneira visível.
FERREIRA E TAVARES (2011) falam do aparecimento do termo
Psicomotricidade, a partir do discurso médico, mais precisamente neurológico,
no início do século XIX quando foi necessário nomear as zonas do córtex
cerebral situadas mais além das regiões motoras. A partir da necessidade
médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos clínicos é que
25
se utiliza pela primeira vez, a palavra Psicomotricidade, no ano de 1870. As
primeiras pesquisas que dão origem ao campo psicomotor correspondem a um
enfoque eminentemente neurológico.
A Psicomotricidade colabora também no aprendizado das crianças,
técnica que segundo ARRUDA E SILVA (2009), pode ser estudada de maneira
dividida , através de seus elementos básicos da motricidade: Motricidade fina
(óculo manual), motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização
espacial, organização temporal e lateralidade, tudo isso tendo relevância a
maturação individual da criança.
A psicomotricidade colabora também no aprendizado das crianças.
Técnica essa que pode ser estudada de maneira dividida, através de seus
Elementos Básicos da Motricidade, citados a seguir. (GOMES, 2007, P. 18).
FERREIRA E TAVARES (2011) falam que a psicomotricidade nos dias
atuais possui enfoque em duas vertentes: A vivenciada, que está ligada às
atividades de vida diárias do indivíduo, e a funcional, onde o professor assume
uma postura diretiva, considera a maturação biológica e baseia-se no trabalho
dos fundamentos psicomotores: esquema corporal, lateralidade e estruturação
espaço/temporal, entendendo o aluno não só pelo seu lado biológico, mas
também pelas suas expressões emocionais e estados interiores.
É fato afirmar que o brincar presente em todo
desenvolvimento de qualquer criança, nas diferentes
formas de modificação em seu comportamento até
mesmo na formação da personalidade, das motivações,
das emoções, dos valores, as interações entre as
crianças e família e crianças e a sociedade estão
associadas aos efeitos do brincar. (ARRUDA E SILVA,
2009, p. 43).
26
2.2 – O professor mediador do lúdico na aprendizagem
“O lúdico é o parceiro do professor”. (GOMES, 2007, p. 35).
Esta frase de efeito de GOMES (2007) é introdutória ao seu
pensamento de que, quando o professor organiza suas atividades de aula,
deve selecionar aquelas mais significativas para seus alunos e criar condições
para que essas atividades sejam realizadas. Cabe ao professor estabelecer
metodologias e condições para desenvolver o trabalho coletivo entre os alunos.
O brincar e o aprendizado não podem ser considerados ações que não devem
ocupar o mesmo espaço e tempo. O professor é quem cria oportunidades para
que o brincar aconteça como ferramenta para chegar ao aprendizado.
Também baseado nesse pensamento, ARRUDA E SILVA (2009) falam
que as técnicas lúdicas fazem com que as crianças aprendam com prazer,
alegria e entretenimento, sendo importante ressaltar que a educação lúdica
está longe da concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão
superficial.
É importante o professor ter habilidades de propor,
planejar, organizar e realizar o brincar além da habilidade
de criar situações de ensino/aprendizagem; descobrir,
avaliar, selecionar e criar materiais pedagógicos;
estimular e motivar os alunos com intuito de formar
cidadãos críticos e uma educação mais democrática,
fazendo com que a educação infantil tenha uma
qualidade significativa. (FERREIRA E TAVARES, 2011,
p. 12).
Vieira (2002) fala ainda que cabe ao professor definir jogos ou
brincadeiras que estimulem a imaginação infantil e desenvolvam as habilidades
27
cognitivas, afetivas e sociais. Jogos que tenham força socializadora, o que
ajuda no processo de interação, que sirvam como canal para a liberação da
emoção da criança, como meio facilitador no processo de construção do
conhecimento e que possam auxiliar na aquisição da autonomia, autoestima e
da iniciativa. Esses jogos devem explorar a ludicidade, ajudar no
desenvolvimento de habilidades funcionais, proporcionar atividades sociais,
auxiliar no desenvolvimento da linguística e condutas afetivas e cognitivas.
Sintetizando as ideias deste capítulo, ARRUDA E SILVA (2009)
classificam como necessário, importante e insubstituível a utilização de
técnicas lúdicas no aprendizado, pois possuem o poder de fazer com que as
crianças aprendam com prazer, alegria e entretenimento, sendo relevante a
ressaltar que a educação lúdica esta distante da concepção ingênua de
passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial.
Evidencia-se então que na escola é possível desenvolver
um bom trabalho, basta o professor querer mudar e o
primeiro passo é trazer o trabalho psicomotor para a sala
de aula, o brincar na escola é o resgate da infância dos
próprios educadores. É um momento de humanizar as
relações, de resgatar o sentimento. (FERREIRA E
TAVARES, 2011, p.12).
28
CAPÍTULO III
ATIVIDADES E BRINCADEIRAS NO JUDÔ
Falar sobre brincadeiras dentro da aula de judô remete ao conceito de
educação psicomotora, descrito pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
PSICOMOTRICIDADE (Disponível em: <http://psicomotricidade.com.br/>
acesso em 04 dezembro 2015), em que se deve oferecer o estímulo
esperando uma resposta motora completa ou parcial do aluno, porém sempre
analisando sob uma visão holística, ou seja, levando em conta as funções
cognitivas, sócio-emocionais, simbólicas, psicolinguísticas e motoras e ainda
promovendo a capacidade de ser e agir num contexto psicossocial.
Na perspectiva da prática pedagógica da Educação
Física, deve-se levar em consideração a historicidade da
cultura corporal, entendendo que o homem não nasceu
andando, pulando, saltando, caindo, jogando, etc. É
necessário compreender que existe um desenvolvimento
motor e que todas essas atividades foram construídas
como resposta a determinados estímulos, desafios e
necessidades. (SILVA e ARAÚJO, 2013, p. 8).
SILVA e ARAÚJO (2013), dizem que, para saciar a busca pela
sobrevivência, superação, felicidade e qualidade de vida, é necessário que o
professor peregrine pelo lúdico, que está relacionado com a liberdade, os
desafios, à cooperação, ao amor e à imaginação, utilizando o jogo como uma
ponte facilitadora para a aprendizagem. Portanto, sua busca é por uma nova
forma de pensar o Judô, baseado na motricidade humana, que esquadrinha a
ludicidade como um fator de motivação nas aulas.
29
ARAÚJO (2005) propõe que as brincadeiras selecionadas para integrar
a aula de Judô não sejam escolhidas aleatoriamente, mas sim escolhidas por
favorecer o aprendizado de algum fundamento do esporte, seja ele técnico,
teórico ou prático.
De acordo com SOUSA (2008), muitos professores não são
facilitadores na obtenção do conhecimento, utilizando apenas o que ele define
por “comando”, excluindo o lado criativo em suas aulas e transformando a aula
em uma forma de adestramento, competindo ao aluno apenas realizar, seguir
e obedecer, executando o que é imposto, sem questionamentos.
O professor confunde a sua autoridade de educador, que
deveria ser uma ponte para o saber, “com autoritarismo,
que o coloca no alto de um pedestal onde o seu poder
não é questionável. Obrigando assim o aluno a executar
exatamente aquilo que lhe é mandado, tolhendo assim a
sua liberdade de refletir e criar. Tudo em função do “ bom
funcionamento das aulas. (MESQUITA apud. SOUSA,
2008, p. 16).
Para GROSSO (2002), é comum encontrar o “professor/técnico”, que
na ânsia de obter resultados satisfatórios a ele, exige uma performance
exagerada de seus alunos, não atentando para os direitos da criança no
esporte, esquecendo-se que acima de tudo vem o questionamento sobre a sua
função de educador, que é propiciar o que na realidade a criança esta
buscando, isto é, praticar um desporto que lhe traga benefícios físicos,
mentais, sociais e principalmente alegria.
GONDIM (2012) afirma que esse modelo de ensino do Judô está muito ligado
ao modelo tradicional de ensino, onde o provedor do conhecimento é
exclusivamente o professor e, assim, mantem uma relação transversal e
unilateral com o aluno. Passa a ser usada a estratégia analítica, ou seja, pela
30
repetição de gestos. Esse fato para as crianças acaba sendo apresentado
através de suas próprias falas como algo “chato”, “monótono”, e fadigante e
torna-se um fator determinante para a evasão dos centros de treinamento.
O Judô é um esporte fortemente influenciado pela autoritária cultura
japonesa e, segundo SILVA e ARAÚJO (2013), e seus professores, na maioria
das vezes, ensina com o mesmo tecnicismo que aprenderam de seus mestres,
tornando um ciclo vicioso de adestramento físico/técnico e autoritário. Porém é
dever do professor tratar do aluno ser pensante, dotado de emoções e que
interage com o mundo em que vive. O lúdico é um fator importante e
motivacional que pode ser usado como estratégias de ensino nas aulas de
judô para crianças, o qual se deve ter um objetivo primário, que é um
desenvolvimento globalizado para a construção de um ser humano completo.
Deveria também o professor observar os aspectos físicos,
intelectuais, afetivos e sociais de seus alunos,
respeitando sempre a individualidade de cada um e,
principalmente atentando para o fato de que a criança
não é um adulto em miniatura e consequentemente não
deverá ser exigido dela um comportamento além de suas
capacidades. (GROSSO, 2002, p. 13).
O professor não precisa também se desapegar totalmente do método
tradicional do ensino do judô, como diz SILVA e ARAÚJO (2013), pois a
disciplina é uma característica marcante no Judô. Ele deve fazer uma ponte,
uma mescla, pois o aluno necessita do estimulo do brincar para aprender, mas
também deve entender que nem tudo é só brincadeira dentro do tatame.
Com esse mesmo pensamento, SOUSA (2013) fala que os métodos
tradicionais não podem ser excluídos e que eles ainda impedem que o Judô e
seus professores sejam influenciados por outros esportes de forma negativa.
31
Também para GROSSO (2002), não se pode, contudo, negar a
importância da seriedade como fator educacional, sendo necessária no
processo de ensino em que a disciplina é utilizada como um conjunto de
prescrições ou regras destinadas a manter a ordem e regularidade das metas.
A disciplina deve existir nas aulas de judô, mas não de uma forma tirana e
castradora.
Vivenciar o esporte com crianças requer do profissional
um alto nível de criatividade, visto que a criança não se
interessa apenas pelo tático e técnico do esporte, e sim
por uma ação mais integrada de prazer, diversão e
descontração. A prática deve trazer à criança o máximo
de aprendizagem motora e não apenas a repetição e a
técnica, o que acaba sendo uma politica excludente
daqueles que não são tão favoráveis à aptidão técnica-
tática do esporte. (SILVA e ARAÚJO, 2013, p. 3).
3.1 – Uma nova proposta para competições de Judô infantil
Falar de novas propostas metodológicas do Judô e não citar as
competições infantis, para GONDIM (2012) é o mesmo que negar uma
problemática séria que está sendo desenvolvida em âmbito nacional. Durante
anos a maioria das competições para crianças sempre foram “idênticas” ao
modelo formal proposto aos adultos, na realidade, a única diferença
encontrava-se no tempo de luta que era inferior.
Buscando quebrar esse modelo de competição, onde mais parece que
são “arenas”, onde as crianças irão degladiar-se, é que GONDIM (2012)
sugere novas propostas com modelos de competições diversificados. Fazem
parte destes novos modelos as seguintes adaptações: tempo adaptado às
idades; regras adaptadas (arbitragem não punitiva; proibições de técnicas com
32
movimentos complexos); medalha para todos sem distinção de colocação(1º,
2º, 3º etc.); pódium horizontal (sem desnível); “festivais de Judô” onde não
apenas luta-se, mas, são feitos sorteios e festas ao final, visando a
socialização entre as diversas academias; aquecimento geral de forma lúdica
(estratégia para quebrar tensões emocionais nas crianças); modelo de chave
dinâmico, onde as crianças não esperam muito tempo para lutarem, e que são
liberadas cedo para casa; Lutas entre judocas de mesma idade, aproximação
de peso e pela mesma cor de faixa; Participação livre dos alunos, e não
obrigatória (livre escolha).
A ideia desse modelo hoje já é aplicada, em parte, pela CBJ (2015),
em suas competições, porém apenas nas categorias de atletas até os 7 anos
de idade.
3.2 – Atividades para aulas de Judô com crianças entre 7 e 10
anos
As atividades apresentadas nesta monografia são apenas sugestões
retiradas dos trabalhos de ARAÚJO (2005), SOUSA (2008), FERREIRA e
MENEZES (2009) e MOREIRA (2012), sendo assim, o profissional pode e
deve criar suas próprias dinâmicas de aula, sempre pensando no melhor
desenvolvimento das capacidades e na alegria de seus alunos.
As tentativas de proporcionar uma oferta variada e rica
em possibilidade de jogos, não devem deixar de observar
e atender às características e necessidades da criança,
levanto em conta a preocupação natural com o grau de
desenvolvimento da criança, segundo os aspectos
biológicos e psicológicos, e à consideração de sua
capacidade motora para jogar. (VIEIRA, 2002, p. 12).
33
3.2.1 – Aquecimento
A ginástica de aquecimento, segundo DUCAN apud. SOUSA (2008),
pode deixar de acontecer no modelo de calistênico militar que ainda é muito
utilizado no inicio das aulas, passando a ser utilizadas em seu lugar
brincadeiras de pique (como pique pega ou pique gelo) ou jogos cooperativos.
A ginástica de aquecimento pode ser praticada incluindo
pequenas brincadeiras e jogos, mas não devemos deixar
jamais que o JUDÔ recreativo penetre no espírito do
adolescente, a disciplina, humildade, modéstia e respeito
aos mestres não devem ser esquecidos jamais. (p. 17).
3.2.2 – Ukemi-waza
FERREIRA e MENEZES (2009) definem Ukemi como técnicas de
amortecimento e rolamento, que são utilizados para reduzir os danos e
proteger o individuo em caso de quedas e acidentes. No caso do Judô são
utilizados para que o aluno não se machuque ao receber uma técnica de
projeção, o que fará com que ele seja arremessado ao solo.
Para MOREIRA (2012) o primeiro aprendizado que o aluno deve
receber é como cair no solo sem se machucar. O professor poderá propor
brincadeiras e jogos onde a crianças deverão cair no tatame, vivenciando essa
experiência sem copiar uma técnica, testando novos movimentos e realizando
o mesmo da forma que se sinta melhor. Para isso, o professor pode utilizar-se
de cambalhotas, executadas individualmente pelo aluno ou movimentos
acrobáticos, com auxílio do educador, tendo como objetivo que o aluno perca o
medo de cair.
34
Além disso, o professor poderá propor os rolos para
frente, conhecidos popularmente como cambalhotas, que
irão ajudar neste processo de descoberta de um novo
movimento, ministrados em uma progressão pedagógica
e respeitando as características individuais do aluno.
Esses rolos podem ser abordados de uma forma bem
lúdica priorizando o prazer e a coordenação motora
ampla, permitindo assim, uma maior facilidade futura de
aprender movimentos mais complexos. (p. 46).
3.2.3 – Atividades de aula
Para o decorrer das aulas, FERREIRA e MENEZES (2009) descrevem
algumas atividades que podem ser utilizadas para estimular o desenvolvimento
cognitivo motor e sócio afetivo. Eles chamam esse tipo de brincadeiras com
“jogos de oposição”.
• Pega Rabo – desenvolve a pegada para a execução de técnicas de
projeção, equilíbrio e concentração. Dois alunos posicionados um de
frente para o outro, em que cada um possuirá uma fita nas costas. O
objetivo da atividade é que cada aluno tente pegar a fita do outro, e ao
mesmo tempo impedir que sua fita seja pega.
• Sumozinho – Desenvolve o equilíbrio, concentração, agilidade e força.
Dois alunos dentro de um pequeno círculo, tentarão tirar ou
desequilibrar o colega. O vencedor será aquele que conseguir ficar no
círculo.
• Empurra-Empurra – Desenvolve força agilidade e equilíbrio. Alunos com
as mãos posicionadas em cima dos ombros do colega. O objetivo deste
35
jogo é empurrar o oponente para fora da área demarcada. Durante a
atividade não será permitido desequilíbrios ou projeções, apenas será
permitido empurrar em linha reta.
• Cabo de Guerra – Desenvolve a concentração, força e cooperação.
Duas equipes são formadas, de lados opostos, separadas por uma
linha, com uma corda que ligue todos os componentes. Cada equipe
deverá puxar a corda com intenção de trazer a equipe oposta para seu
lado da linha. Vence aquela que conseguir puxar o outro primeiro.
Segundo GONDIM (2012), O professor deve buscar, por meio de suas
aulas, o cumprimento de vários objetivos, são exemplos: sociabilização dos
alunos; ampliação de repertório motor diversificado; educação através da
prática contextualizada dos princípios filosóficos do Judô; aprendizagem
técnica; formação em longo prazo e seleção de talentos esportivos; diminuição
da agressividade em crianças através de jogos de contato com regras;
possibilidade de conscientização para a formação de estilo de vida saudável;
entre outros infinitos objetivos que podemos vivenciar através da prática do
Judô. Contudo, cabe ao professor definir os objetivos, levando em
consideração a realidade na qual está inserido, para que através do Judô,
possa ser efetuada uma prática mais significativa para as crianças.
36
CONCLUSÃO
O Judô aparece como uma atividade importante para a formação
global de crianças de 7 a 10 anos de idade, trabalhando os aspectos físico,
emocional, afetivo e cognitivo desse grupo, além de também ter contribuição
na formação do caráter, respeito às regras e ao próximo, atenção, disciplina e
aumento do repertório motor. Por esse motivo, pode e deve ser utilizado como
recurso e complementação do processo educacional.
Não devemos deixado de lado a parte técnica do Judô, porém, outros
recursos e meios podem ser utilizados para chegar até esse conhecimento. A
ludicidade, os jogos e as brincadeiras se mostram capazes de trazer esse
aprendizado da mesma forma que um treino normalmente executado pelos
professores da modalidade, mas não excluem a capacidade criativa dos
alunos, as tomadas de decisões e superações, em forma de resolução de
problemas, assim sendo mais dinâmicas as aulas, contribuindo para a
diminuição do estresse, a elevação da autoestima, e, por consequência, a
redução da evasão nas aulas de Judô.
Este tipo de metodologia, adotada pelos professores nas aulas de
Judô, tem também como característica o combate ao processo de
especialização esportiva precoce das crianças e contribui contra a
agressividade de seus participantes.
Recomenda-se, para estudos futuros, que sejam realizadas pesquisas
com outras faixas etária e crianças com necessidades especiais para
enriquecimento dos conhecimentos e da literatura sobre o Judô e da
ludicidade.
37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DO JUDÔ 10
1.1 – O Judô como esporte olímpico 13
1.2 – O Judô no Brasil 15
1.3 – A estreita relação entre Judô e Educação 18
CAPÍTULO II
O LÚDICO E A APRENDIZAGEM 20
2.1 - A relação entre a Psicomotricidade e o lúdico 24
2.2 – O professor mediador do lúdico na aprendizagem 26
CAPÍTULO III
ATIVIDADES E BRINCADEIRAS NO JUDÔ 28
3.1 – Uma nova proposta para as competições de Judô infantil 31
3.2 – Atividades para aulas de Judô com crianças entre 7 e 10 anos 32
3.2.1 – Aquecimento 33
3.2.2 – Ukemi-waza 33
3.2.3 – Atividades de aula 34
CONCLUSÃO 36