Post on 15-Feb-2021
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL PARA A
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Por: Bruna Senna Peres Barbosa
Orientador
Prof. Flávia Cavalcanti
Rio de Janeiro
2015
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL PARA A
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Orientação Educacional e
Pedagógica.
Por: Bruna Senna Peres Barbosa.
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AGRADECIMENTOS
....primeiramente aos meus pais que
sempre investiram e apoiaram minha
educação e ao meu marido por todo
apoio.
4
DEDICATÓRIA
.....dedica-se ao meu falecido pai Juliano
Peres Barbosa.
5
RESUMO
Esta pesquisa monográfica tem como objetivo demonstrar a
importância do papel do Orientado Educacional para Educação de Jovens e
adultos, para isso foi preciso mostrar qual é o papel do OE para educação, os
conflitos e desafios enfrentados atualmente pela EJA e também demonstrar um
breve histórico sabre a EJA e o OE para entender o que ocorre no momento
presente e daí poder perceber o quanto importante é um Orientador
Educacional atuante e presente para que a EJA alcance de fato seu objetivo
que é de não só alfabetizar jovens e adultos, que por diversos motivos nem
nunca foram a escola ou evadiram da mesma, como dar a eles possibilidades
para que possam ser participativo e atuantes no atual contexto social.
Diante da problemática da EJA, a escola juntamente com o OE
precisa ser a mobilizadora para que a comunidade se envolva, porém se faz
necessário levar em consideração que jovens e adultos carregam com eles
saberes que foram construídos através da vivência, mas ao mesmo tempo,
deve-se fornecer a esses alunos o conhecimento que tanto buscam e
precisam.
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METODOLOGIA
Este trabalho monográfico está pautado em uma pesquisa
bibliográfica onde são citados alguns autores ligados a Orientação Educacional
e a Educação de Jovens e Adultos.
O início dos estudos foi dado através de muita leitura, com isso,
foi possível realizar o fichamento de trechos relevantes para o tema. A
referência teórica que utilizei quando o assunto foi Orientação Educacional, foi
da autora Mírian P. S. Zippin Grinspun, que escreve desde a origem da
Orientação Educacional até suas relações dentro da escola, além dos aspectos
legais, sociais, políticos e culturais. Quanto a referência teórica da Educação
de Jovens e Adultos me baseei em dois livros de Paulo Freire que é
considerado o mentor da educação para a consciência, tem uma contribuição
importantíssima para EJA, os outros três autores: Geraldo Leão, Isabel e Silva
e Maria de Souza também foram importantes para coleta de informações a
respeito da EJA.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - O OE e suas habilidades e competências 10
CAPÍTULO II - A EJA e suas atribuições e desafios 19
CAPÍTULO III – A importância do OE para EJA 27
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
BIBLIOGRAFIA CITADA 39
ÍNDICE 40
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INTRODUÇÃO
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) vem sendo estudada e
analisada com bastante ênfase na atualidade, isso se deve, principalmente, a
política atual que forneceu incentivos financeiros, nunca vistos, para essa
modalidade de ensino, pois quer defender a erradicação do analfabetismo,
marcada, essencialmente, por uma população de jovens e adultos que
evadiram ou se quer jamais foram a escola, todavia são necessários mais que
incentivos financeiros para que o EJA de fato tenha um resultado real.
Contudo, este estudo tem como objetivo demonstrar a importância de
um Orientador Educacional na Educação de Jovens e Adultos, mostrando o
quanto essencial esse profissional é para o processo de ensino-aprendizado e
na inserção e ou capacitação desse público no mercado de trabalho, bem
como, colaborar para que esses jovens e adultos possam se manter incluídos
na sociedade como seres úteis e participativos.
Primeiramente o estudo monográfico tratará do papel do Orientador
Educacional de hoje demonstrando suas habilidades, competências e sua
função como principal responsável em atender os estudantes levando em conta
que eles estão inseridos em um contexto social, influenciando assim, no
processo de aprendizagem de cada aluno e também sua importância junto a
equipe multidisciplinar da escola. Com isso pretendo mostrar não só as funções
do O.E, como também mostrar através de tudo que esse profissional
representa no contexto da escola, o quanto importante ele é.
O segundo capítulo demonstrará as diversas dificuldades e desafios
que estão envolvidos no processo de educar Jovens e Adultos como: a
adequação do currículo, a formação inadequada dos professores e programas
educacionais ineficazes, mostrando assim, todas as dificuldades encontradas
com essa modalidade de educação, seus desafios e suas características.
Por fim esse trabalho fará um resgate na história, para que seja
possível a compreensão do papel atual do Orientador Educacional nas escolas
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e também o modelo atual da Educação de Jovens e Adultos, com isso nos fará
pensar o quanto importante é o papel do Orientador para a EJA.
Este estudo também irá colaborar para mostrar que o papel do
Orientador Educacional, no presente momento, é bem mais amplo tornando-se
essencial para mudar o cenário de insucesso da Educação de Jovens e
Adultos. Mostrar o quanto é preciso respeitar a realidade de cada aluno da
Educação de Jovens e Adultos com o auxílio do Orientador Educacional que é
quem de fato é responsável por essa função, além do seu papel rotineiro com a
sociedade, com o currículo e com a escola como um todo, contribuindo com as
relações que se estabelecem no âmbito escolar.
A metodologia de pesquisa se baseia em um levantamento
bibliográfico, com autores que desenvolveram pesquisas sobre o tema
abordado, e os autores que serão citados são: Maria Antônia de Souza, Freire
(1999-2007), Mirian Paura S. Zippin Grispun, Isabel de Oliveira e Silva e
Geraldo Leão.
No entanto, para conseguir alcançar o que é previsto em nossa
legislação, onde diz “A educação, direito de todos e dever do Estado e da
família...”, também se faz necessário entender o público a quem se destina,
pois jovens e adultos que por algum motivo deixaram ou nunca tiveram acesso
à educação, devem ter um currículo de acordo com suas necessidades,
profissionais especializados e preparados para atendê-los e assim se fazer
cumprir uma necessidade tão básica de qualquer sociedade, a Educação.
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CAPÍTULO I
O ORIENTADOR EDUCACIONAL E SUAS HABILIDADES
E COMPETÊNCIAS
A vida tem muitos desafios, mas saber enfrentá-los é uma
tarefa que a Orientação Educacional procura desenvolver.
(GRINSPUN, 2011, p.126).
A Orientação Educacional é exercida por um profissional com formação
em Pedagogia ou com pós-graduação em Orientação Educacional, esse
profissional exerce muitas atividades variadas dentro do âmbito escolar, e tal
variação faz com que, muitas vezes, sua função seja confundida com a de
outros profissionais. Sendo assim, essa pesquisa tem como objetivo
demonstrar as habilidades e competências desse profissional tão importante
não só para as escolas de Educação de Jovens e Adultos como também para
todo o tipo de escola.
O Orientador Educacional deve sempre ver o aluno como um ser
global, o qual de forma equilibrada deve desenvolver em vários aspectos como,
o moral, o social, o vocacional, o físico e o intelectual. Para isso é necessário
que esse profissional trabalhe integrado e não somente com o aluno e o
professor e sim com a família, a comunidade e a equipe como um todo do
âmbito escolar, logo o trabalho desse profissional é de somar com outros
profissionais, com o objetivo que é de alcançar uma educação de qualidade e
produzir um projeto político-pedagógico eficaz, fazendo com que o aluno seja
capaz de ser tornar um indivíduo politizado e consciente, o Orientador também
deve trabalhar de forma a prevenir certas situações ou dificuldades entre as
partes envolvidas.
O Orientador Educacional deve procurar se envolver com a comunidade, resgatando sua realidade socioeconômica e cultural como meio de contribuir para a adequação curricular, tendo em vista a transformação da escola e da sociedade. A organização da escola deve contemplar, através do seu próprio espaço físico, os interesses e necessidades da comunidade,
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fazendo que ela seja participante do projeto político-pedagógico que deseja desenvolver. (GRINSPUN, 2011, pg.109).
É muito importante que o Orientador Educacional mantenha
reuniões semanais para mapear as demandas e dar apoio aos alunos e
professores no que diz respeito aos aspectos emocionais, cognitivos, estéticos,
sociais e interpessoais.
Os problemas de comportamento de um aluno, normalmente estão
ligados ao fato desse aluno achar que uma regra não convém, não está
funcionando ou até mesmo do aluno querer chamar atenção, por isso a
necessidade de incentivar e respeitar a autonomia do aluno, ouvi-lo e mostrar
interesse pelas suas ideias, mas é importante lembrar que ele necessita de
referências e orientação. Para o Orientador é muito importante que antes que
tome qualquer atitude investigue bem o grupo como um todo.
É imprescindível que o Orientador estude o perfil dos alunos da escola,
no caso da EJA se torna essencial, pois muitas vezes jovens e adultos,
principalmente que estão em fase de alfabetização, costumam ser
alfabetizados da mesma forma que uma criança e isso é muito desmotivante
para esse aluno, então é preciso que o Orientador junto com o professor
trabalhe o currículo da escola para torná-la motivadora
O Orientador Educacional quando leva para escola a realidade do aluno, para ser trabalhada contextualizada com os conteúdos do currículo, contribui para a promoção do aluno e o desenvolvimento de sua aprendizagem. Uma vez que a Orientação Educacional não existe para padronizar os educandos nos conceitos escolhidos como ajustados, disciplinados e responsáveis o importante é a singularidade dentro da pluralidade, do coletivo. (GRISPUN, 2011, pg.29).
O Orientador Educacional precisa ter como base princípios que lhe
possam dar unidade e direção em suas metas traçadas em seu Plano de Ação.
O Plano de Ação nada mais é que, o planejamento de todas as ações
necessárias para atingir o resultado desejado, é quando a escola deve pensar
sobre sua missão, identificando e relacionando as atividades prioritárias para o
ano em exercício, tendo em vista os resultados esperados.
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Na tarefa de aproximar a escola da comunidade, a Orientação
Educacional alcança em sua atuação instituições em espaços não escolares e
escolares, assim o Orientador Educacional deve planejar visitas culturais, por
exemplo. Nesse sentido pode-se dizer que uma das tarefas do Orientador é o
conhecimento da comunidade e das situações que facilitem sua vida, bem
como as que a dificultam, sendo assim, o Orientador fica ainda mais
comprometido com a formação do aluno na busca da construção de uma visão
mais crítica e participativa.
Nas concepções progressistas, a Orientação Educacional vê a realidade social em permanente transformação, devido às contradições e conflitos de classes que lhe são inerentes. A Orientação Educacional deve fazer a mediação entre indivíduo e sociedade, possibilitando a inserção do indivíduo no mundo da cultura. Ela colabora na aquisição do saber, sendo este construído no processo histórico e social da atividade humana. (GRINSPUN, 2011, p.59)
Lidar com pessoas é sempre muito complexo e exige muita
responsabilidade, esse é o trabalho do Orientador Educacional, então para que
este profissional sempre trabalhe de forma alinhada com os princípios éticos, a
Federação Nacional de Orientadores Educacionais redigiu um código de ética
para esses profissionais, publicado em 05\03\1979, esse código tem como
objetivo estabelecer as normas de conduta e também estabelece os deveres
fundamentais do Orientador Educacional, como segue:
CAPÍTULO I
DOS DEVERES FUNDAMENTAIS
Artigo 1º - São deveres fundamentais do Orientador Educacional:
a) exercer suas funções com elevado padrão de competência, senso de
responsabilidade, zelo, discrição e honestidade;
b) atualizar constantemente seus conhecimentos;
c) colocar-se a serviço do bem comum da sociedade, sem permitir que
prevaleça qualquer interesse particular ou de classe;
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d) Ter uma filosofia de vida que permita, pelo amor à Verdade e respeito à
Justiça, transmitir segurança e firmeza a todos aqueles com quem se relaciona
profissionalmente;
e) Respeitar os códigos sociais e expectativas morais da comunidade em que
trabalha;
f) Assumir somente a responsabilidade de tarefas para as quais esteja
capacitado, recorrendo a outros especialistas sempre que for necessário;
g) Lutar pela expansão da Orientação Educacional e defender a profissão;
h) Respeitar a dignidade e os direitos fundamentais da pessoa humana;
i) Prestar serviços profissionais desinteressadamente em campanhas
educativas e situações desde emergências, dentro de suas possibilidades.
Para a profissão de Orientador Educacional se estabeleceu esse código
de ética, posto acima, porém esse código está muito mais voltado a uma
descrição das funções e tarefas do Orientador, e fala-se muito pouco sobre a
ética em sim, mas como todo o profissional, ele deve exercer sua função
pautada por princípios éticos. A discrição, o bom senso e o cuidado na emissão
de juízos de valor podem favorecer o trabalho do Orientador Educacional.
O Orientador Educacional exerce o papel de mediador e articulador de diferentes campos do conhecimento, buscando ajudar a Instituição através da interdisciplinaridade, numa perspectiva de colaboração na construção dos valores e identificando a questão ética como necessárias ao desenvolvimento do indivíduo. (GRISPUN, 2011, p.14).
A função do Orientador vai muito além de identificar conflitos dos
alunos na escola, esse profissional deve auxiliar o aluno na construção do
saber, facilitando seu desenvolvimento tanto de forma individual como social,
sempre envolvendo nesse processo os professores, a família, a comunidade e
a equipe multidisciplinar da escola, para que todos estejam inseridos e que
possam participar no que está proposto no projeto político-pedagógico da
escola. Para isso é necessário que o Orientador Educacional conheça muito
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bem a cultura organizacional da escola em que trabalha para que possa atuar
de maneira segura e eficiente.
A Orientação não deveria exercer um papel na escola que caracterizasse um “serviço à parte”, com preocupações voltadas apenas para resolver problemas. Ao contrário, a função do Orientador seria de auxiliar na elaboração do projeto político-pedagógico a ser desenvolvido na escola, e de preferência que este fosse pensado de forma coletiva, numa perspectiva de que todos se sentissem coresponsáveis tanto pelos fracassos quanto pelas vitórias. (GRINSPUN, 2011, p.96).
Segundo a Orientadora Alaíse Farias, a Orientação Educacional no
trabalho pedagógico é de fundamental importância para o fortalecimento do
trabalho pedagógico. Trata-se de um articulador que une as pessoas que
fazem parte do processo educativo, em torno de objetivo comum, a promoção
da qualidade do ensino e do sucesso escolar dos alunos.
Ao profissional de Orientação Educacional cabe orientar os alunos, e
para isso ele pode utilizar de muitas técnicas e alternativas como: palestras,
reuniões com grupos, jogos lúdicos ou atividades que auxilie o aluno com suas
questões e maneira de agir perante a vida escolar e o cotidiano.
O Orientador Educacional pode detectar no aluno todos os seus
anseios, frustrações, necessidades, excesso de cuidados e inseguranças.
Ouvir o aluno é a melhor maneira de trabalhar todos os aspectos emocionais e
assim auxiliá-lo com o aprendizado dentro da escola e também fora dela,
porém o Orientador Educacional nunca deve esquecer da ética que se torna
essencial quando o mesmo obtém informações confidenciais sobre os alunos.
Também a escola participa e produz narrativas sobre necessidades da família apontando e expressando dificuldades encontradas pela criança ao longo de seus ciclos de vida e ajudando ou não na superação de seus problemas, no enfrentamento das relações entre perdas e dificuldades de aprendizagem. (PORTELLA, 2008, p.103).
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1.1 O Orientador Educacional e a Equipe Multidisciplinar da escola.
O trabalho do Orientador Educacional deve estar alinhado aos demais profissionais da equipe técnica-pedagógica da escola, pois a união dessa equipe faz com que o projeto político-pedagógico tenha sucesso, partindo do princípio que esse projeto tenha sido construído com a participação efetiva de todos da equipe, isso só fará enriquecer o ensino e aproximar a escola da comunidade.
Também é primordial que o Orientador se envolva com todos os funcionários que englobam a escola de maneira que os incentive, pois o sucesso da escola está nas mãos de todos os funcionários que dela participam não importando aí o nível social nem a instrução, todos tem o seu valor e devem ser respeitados.
Junto aos funcionários da escola: colaborar na valorização de suas tarefas, considerando-as necessárias ao bom desenvolvimento da organização da escola, sejam eles inspetores, funcionários da secretaria, merendeiros, serventes, trabalhadores da cantina, jardineiros, porteiros etc. O Orientador deve procurar, trabalhar a autoestima, identidade profissional, e suas atribuições para o funcionamento da escola.(GRISPUN, 2011, pg.116)
O Orientador Educacional e o Diretor
O Diretor da escola tem a responsabilidade máxima quanto a eficácia da política educacional do sistema e o desenvolvimento pleno dos objetivos educacionais, organizando, dinamizando e coordenando todos os esforços nesse sentido além de controlar todos os recursos para tal. O Orientador Educacional, muitas vezes, não tem autonomia, pois o Diretor não permite, porém é necessário que exista uma confiança, muitas decisões não precisam chegar ao Diretor, como por exemplo, a suspensão de um aluno. Monopolizar todas as decisões e tudo ter que passar pelo aval do Diretor acaba por engessar o sistema. O Orientador tem que ter acesso às informações de todos os alunos não só pessoais como administrativas também, pois ele também deve participar de decisões como a de selecionar a melhor turma a que se destina determinado aluno.
Colaborar com a direção significa estar junto tanto nas decisões tomadas pela direção, como à obtenção de dados inerentes aos aspectos administrativos. O Orientador deve participar da organização das turmas, dos horários, da distribuição dos professores em turmas, do número de alunos em sala de aula, dos horários da merenda, da recreação, das atividades complementares, da matrícula, enfim, de toda a prática que organiza a infraestrutura da escola. (GRISPUN, 2011, p.116)
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O Orientador Educacional e o Professor
O professor deve estar voltado para sala de aula e nela deve
desenvolver o processo de ensino-aprendizagem, enquanto o papel do
orientador junto ao professor está voltado a: assessorá-lo no planejamento de
experiências diversificadas, treinar a autoavaliação, descobrir através da
autoavaliação e da execução de atividades suas dificuldades e facilidades além
de treinar o professor em relação à observação e registro do comportamento
do aluno, sempre agindo em parceria.
Existe também a dimensão da necessidade de aprendizagem, pois aos
educadores cabe o desafio de ampliar os seus conhecimentos gerais a respeito
da sociedade para então poder construir uma metodologia dialógica com os
educandos e atender suas necessidades. Atualmente é muito importante que o
Orientador Educacional tenha uma boa formação, cultural, psicológica e
política-pedagógica para poder auxiliar o educador e seu próprio trabalho, essa
questão, inclusive, consta nos deveres fundamentais do Orientador
Educacional.
O papel dos professores, no caso da Educação de Jovens e Adultos,
não é de preparar o aluno para o futuro, como acontece com as crianças, e
sim ter um olhar sensível a tudo que é relevante para esses jovens e
adultos, afinal esses alunos já tem uma história que precisa ser considerada
e respeitada, e também, tem necessidades pedagógicas bem diferentes das
crianças.
Trabalhando junto dos professores através de uma reflexão crítica da prática pedagógica, o Orientador procurará contribuir para a discussão da realidade dos alunos, das finalidades do processo pedagógico, do sistema de avaliação, das questões de evasão e repetência escolar, dos recursos físicos e materiais de que a escola dispõe, das metodologias empregadas, enfim, sobre as questões técnico-pedagógicas da escola. (GRISPUN, 2011, pg.116)
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O Orientador Educacional e o Psicólogo
É preciso entender a importância do trabalho do Orientador
Educacional no tocante ao sigilo de informações, pois é ele que tem todas as
informações, sejam aquelas que são passadas pelo próprio aluno, como as que
a família e o professor passam sobre o aluno, então no momento em que vai
fazer algum aconselhamento familiar, deve ser muito cauteloso, levando em
conta os aspectos morais e religiosos de cada família, para evitar criar alguma
situação desfavorável entre as partes (itens (a) e (e) dos deveres fundamentais
do Orientador Educacional). Porém é necessário que o Orientador também
leve a família a refletir sobre problemas e conflitos sugerindo alternativas.
O processo de ensino da EJA, junto ao Orientador Educacional tem
a finalidade de aprimorar os jovens e adultos de hoje, mostrando-lhes as
diferenças entre o Orientador Educacional e o psicólogo. Enquanto o
Orientador Educacional auxilia o aluno a tomar consciência de seus valores, é
função do psicólogo (no âmbito escolar) trabalhar com o psiquismo e os
distúrbios ocorridos na fase escolar sejam eles desenvolvidos no ambiente
familiar ou dentro da própria escola.
Para Meira (2003) o psicólogo escolar deve criar condições para que
os docentes repensem e problematizem suas práticas; ajuda-las na
compreensão do importante papel que tem como agentes da história; auxiliar
na compreensão crítica em relação ao psiquismo, desenvolvimento humano, e
de suas articulações com a aprendizagem e as relações sociais.
Como o Orientador está sempre diretamente ligado às relações
humanas pode ter suas funções confundidas com as de um psicológico,
embora também lide com problemas de convivência e com dificuldades de
aprendizagem das crianças, é preciso deixa claro que a função do Orientador
se aproxima mais do aspecto pedagógico e não da dimensão terapêutica do
atendimento como é o caso do psicólogo, esta questão também está nos
deveres fundamentais do Orientador.
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(...) qualquer educador pode ajudar o aluno em suas questões pessoais. O que não deve ser confundida com as funções do psicólogo escolar, que tem uma dimensão terapêutica de atendimento. O Orientador Educacional lida mais com assuntos que dizem respeito a escolhas, relacionamentos com colegas, vivências familiares. (Nova Escola)
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CAPÍTULO II
A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E SUAS ATRIBUIÇÕES E DESAFIOS
A educação como prática de liberdade, ao contrário daquela que é a prática da dominação implica a negação do homem abstrato, isolado,
solto, desligado do mundo, assim também a negação do mundo como uma realidade ausente dos homens. (FREIRE, 1999, p.40)
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma grande chance para
que jovens e adultos melhorem de vida e superem a exclusão social, pois para
sobreviver na sociedade atual em meio a grandes inovações e em meio a
mundo globalizado, o domínio do conhecimento ganha cada vez mais
importância, então jovens e adultos que estão excluídos do ensino formal
sentem a necessidade de realizar sua escolaridade nesta etapa de suas vidas.
A UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, a
Ciência e a Cultura) vem desde 1949 realizando de tempos em tempos
Conferências Internacionais de Educação de Jovens e Adultos, como
contribuição para análise das políticas desenvolvidas na Educação de Jovens e
Adultos, trabalhando com o conceito dos quatro pilares, surgido do desafio
apresentado por um mundo globalizado com intensas e rápidas
transformações: precisamos aprender a ser, a viver juntos, a fazer e a
conhecer.
Conforme a Lei Federal nº 9.394\96 (LDB) a EJA passa a ser uma
modalidade de educação básica tanto para as etapas do Ensino Fundamental
como para o Ensino Médio, além de afirmar que criará ações para que jovens e
adultos voltem e permaneçam na escola. Essa LDB, especificamente, dedica
apenas dois artigos à Educação de Jovens e Adultos, como pode ser visto a
seguir:
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Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
Quando se fala em EJA é importantíssimo citar Paulo Freire, pois no
Brasil esse campo da educação só se consolidou graças à influência e as
ideias desse educador e também a sua forte relação com os movimentos
populares. Paulo Freire constituiu uma proposta de mudança radical na
educação e objetivos de ensino, partindo da compreensão de que o aluno não
apenas sabe da realidade em que vive, mas também participa de sua
transformação.
Paulo Freire elaborou uma proposta de alfabetização de adultos, cujo
método de alfabetização era passado com muito cuidado, carinho e dedicação
pelo educador, e assim, fazendo com que todos enxergassem a importância de
alfabetizar-se.
Se antes a alfabetização de adultos era tratada e realizada de forma autoritária, centrada na compreensão mágica da palavra, palavra doada pelo educador aos analfabetos; se antes os textos geralmente oferecidos como leitura aos alunos escondiam muito mais do que desvelavam a realidade, agora, pelo contrário, a alfabetização como ato de conhecimento, como ato criador e como ato político é um esforço de leitura do mundo e da palavra. Agora já não é possível texto sem contexto.(FREIRE, 2005, pg.30).
Freire apresenta a ética como fio condutor de sua postura
profissional e de vida. A ética universal do ser humano, proposta por Freire, é
inseparável da prática cotidiana dos sujeitos, é o caminho que se propõe a
auxiliar o oprimido na sua conscientização para superar sua própria condição
de vida, tornando o processo educativo, uma prática para a liberdade.
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A ética de que falo é a que se sabe traída e negada nos comportamentos grosseiramente imorais como na perversão hipócrita da pureza em puritanismo. A ética de que falo é a que se sabe afrontada na manifestação discriminatória de raça, de gênero, de classe. É por essa ética inseparável da prática educativa, não importa se trabalhamos com crianças, jovens, ou com adultos, que devemos lutar. E a melhor maneira de lutar por ela é vivela em nossa prática, é testemunhá-la, vivaz, aos educandos em nossas relações com eles. (FREIRE, 1996, pg.17).
Nas últimas décadas a oferta de ensino aumento bastante, porém o
acesso ainda é limitado para muitos, nem todos os brasileiros tiveram ou tem a
oportunidade de ter uma educação básica, diversos são os fatores que
contribuem para isso como, condições socioeconômicas, culturais, geográficas,
questões referentes ao sistema educacional de má qualidade, ou até mesmo
falta de interesse, então ao chegar à juventude ou na fase adulta a pessoa
percebe o quanto a educação básica lhe faz falta e começa a persistir em
busca do conhecimento.
O domínio da língua oral e escrita é fundamental para a participação social afetiva, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. (PCN da Língua Portuguesa, 2001, pg.15).
A EJA não pode ser pensada apenas como uma forma de alfabetizar
aqueles que não tiveram oportunidade na infância ou ainda aqueles que
abandonaram a escola por algum motivo; atualmente a EJA tem mudado seu
conceito e deve ser vista também como uma educação voltada à preparação
de jovens e adultos para o mercado de trabalho.
Deve existir uma preocupação maior com o currículo que deve ser
trabalhado na EJA, pois ele deve englobar temas que concedam compreender
o contexto em que os alunos vivem e devem apresentar significado. É preciso
dar oportunidade de escolarização que proporcione a esses alunos uma
educação que possa desenvolver seu senso crítico e inseri-los no contexto
social.
Segundo Grinspun (2011) o Orientador Educacional deve colaborar
contribuindo para a discussão e investigação dos conceitos de educação,
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trabalho qualificação profissional, preparação para o trabalho, orientação
profissional, etc. Deve também tratar a questão do trabalho na concepção dos
direitos e deveres dos trabalhadores, bem como as lutas de classe voltadas
para dimensão social.
Atualmente o governo tem se preocupado mais com a EJA
promovendo programas como o PROEJA (Programa Nacional de Integração da
Educação Profissional com a Educação Básica, na Modalidade de Jovens e
Adultos) é possível que jovens e adultos que possuam idade igual ou maior que
18 anos, concluam a educação básica, juntamente com a formação
profissional.
(...) o que realmente se pretende é a formação humana, no seu sentido lato, com acesso ao universo de saberes e conhecimentos científicos e tecnológicos produzidos historicamente pela humanidade, integrada a uma formação profissional que permita compreender o mundo e compreender-se no mundo. (PROEJA, 2007).
Outra iniciativa importante do Governo além do PROEJA é o fato
da Educação de Jovens e Adultos ter sido incluída no FUNDEB (Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação), tal iniciativa foi fundamental para garantir uma
fonte estável de recursos.
A exclusão escolar sentida por muitos jovens e adultos está
muitas vezes ligada, a uma incapacidade para os estudos que o próprio
excluído acha que tem; a desvalorização e o desrespeito social para com a
pessoa que não ou é pouco escolarizada contribuem para esse sentimento,
afastando essas pessoas das escolas. Também deve ser levado em
consideração que os educandos do EJA possuem uma memória antiga ou
recente que, de diversas formas e em várias intensidades, pode entrar em
conflito com a atual escolarização.
O jogo dialético entre senti-se excluído, que, muitas vezes, implica sentir-se menos ou inferior em relação a capacidade de aprendizado, e o atual momento de uma nova escolarização, que pode implicar sentir-se mais perante uma sociedade que valoriza o conhecimento letrado e escolarizado é tenso e evoca
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lembranças que dialogam com e significam esta nova escolarização. (CUNHA, 2011, pg.69)
Quando profissionais da educação sejam eles Orientadores
Educacionais, psicólogos, Coordenadores etc. trabalham com a Educação de
Jovens e Adultos, devem levar em conta o perfil do aluno que é bem diferente
dos alunos do ensino tradicional, pois muitos dos alunos da EJA abandonaram
o se quer estiveram em uma escola, tem baixa renda e muitos tiveram filhos
ainda adolescentes, logo são pessoas que precisam de muito incentivo e
principalmente precisam estar com a autoestima em alta para não
abandonarem os estudos.
A autoestima é um principal fator de ordem interna que motiva os
jovens e adultos para a aprendizagem, e que acaba por gerar a satisfação,
qualidade de vida etc. Quem tem boa autoestima gosta e confia em si próprio,
se sentido capaz de enfrentar a vida com mais confiança e otimismo, logo não
se deixa abater pelas referências externas negativas.
Para Brandem (1997) a autoestima é a disposição da pessoa para se
vivenciar como alguém competente e merecedor de felicidade. Implica num
conceito positivo de si mesmo, necessário e essencial para uma vida de
plenitude. Auto-amar-se é a chave para a saúde, o sucesso, o
autoconhecimento, o heteroconhecimento e a felicidade.
Uma grande problemática da EJA diz respeito aos educadores que
muitas vezes não tem preparo específico, pois existem formas diferenciadas de
trabalho com a EJA e menos de 2% dos cursos de Pedagogia oferecem
formação específica para esse fim.
O cenário fica ainda pior, quando notamos que a função de educador
da EJA é dada muitas vezes a voluntários ou bolsistas, principalmente, quando
se trata da alfabetização. Os professores que atuam na formação de
educadores da EJA tem o desafio de discutir conteúdos e conhecimentos
necessários a essa modalidade de educação, em especial aqueles que dizem
respeito à conjuntura política e econômica da sociedade, ao mercado de
trabalho e às relações humanas.
24
Aos educadores da EJA impõem-se, pois, o desafio de participar da construção de uma sociedade e de uma educação mais democrática e crítica, tendo como ponto de partida o estudo e investigação das especificidades dos alunos com os quais trabalha. (SOUZA, 2007, pg.134).
Uma formação continuada é essencial para que um professor da
EJA esteja de fato bem qualificado para exercer sua função, pois a formação
continuada é um processo possível para a melhoria da qualidade do ensino,
dentro do contexto educacional contemporânea. “Ninguém nasce educador,
permanentemente, na prática e na reflexão da prática”. (FREIRE, 1997, pg.58).
Para Freire a formação continuada significa uma conquista da maturidade e da
consciência do ser.
Outro problema enfrentado pelos alunos da EJA, diz respeito a
grande diferença entre o ensino destinado a jovens e adultos e o ensino
regular, isso deve-se ao fato de que na EJA existe uma carga horária menor, já
que é constituída de fases semestrais e ,consequentemente, oferece menos
conteúdo, o que não significa que a EJA ofereça um ensino inferior, porém o
aluno dessa modalidade, deve ter em mente que merece a mesma qualidade
de ensino e a mesma atenção que merece um aluno de qualquer outra
modalidade de ensino.
Como se não bastasse alunos da EJA conviverem com problemas
com o currículo, despreparo de muitos educadores e problemas sociais e
pessoais dos próprios alunos, eles nem sempre tem o seu próprio espaço
dentro das escolas, até porque a maioria das escolas não são só destinadas à
Educação de Jovens e Adultos, muito pelo contrário, são escolas, em sua
maioria, de Educação Infantil pela manhã e à tarde, e é no horário noturno
que os alunos da EJA podem estudar, porém todo o material como: murais,
cadeiras, mesas e cartazes são destinados as crianças. O ideal seria que os
alunos da EJA estivessem estudando em locais próprios, escolas construídas
para receber esse público, ou então locais que já são destinados aos adultos
como é o caso das universidades.
A EJA, no Brasil, ainda está à mercê dos horários de funcionamento das escolas da Educação Básica. Não se oferecem vários turnos justamente porque os horários já estão
25
tomados pelo ensino regular. Além disso, é comum os adultos estudarem em salas com temáticas e materiais infantis dispostos nas paredes. (REVISTA NOVA ESCOLA).
2.1. Estatísticas da Educação de Jovens e Adultos
Ainda que a EJA esteja mais do que nunca como foco do Governo que atualmente tem criado programas e tem contribuído com a parte financeira como nunca se havia visto antes, os números não favorecem todos os esforços, é lógico que tudo que foi dito ao longo desse estudo contribui para esse quadro, por isso a importância de mostrar em números a atual realidade da EJA.
Estima-se que a EJA tenha 3,1 milhões de estudantes, com isso,
verifica-se que há uma redução significante de matrículas desde 2007.
Conforme Censo Escolar de 2013, desse total de estudantes, pode-se dizer
que cerca de 69,1% estão no Ensino Fundamental e 30,9% no Ensino Médio.
Segundo Roberto Catelli (Coordenador do programa Educação de
Jovens e Adultos da Ação Educativa), os dados são fortes e recortam um
cenário que é preocupante, já que o tipo de oferta da EJA está muito aquém
das necessidades da população.
E como se não bastassem os números de estudantes
matriculados na EJA terem caído, ainda há o sério problema da evasão desses
alunos, em 2007 o Pnad (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios)
concluiu que 42,7% de brasileiros que se matricularam na EJA até 2006 não
concluíram nenhum segmento do curso, ou seja, eles iniciam, mas por diverso
fatores acabam desistindo e abandonando as escolas.
Desde pelo menos 2009, os dados preliminares e finais do Censo Escolar referentes apenas às turmas presenciais das redes estaduais e municipais, no caso da EJA, tiveram uma variação para cima de entre 1% e 2,5%. Nas últimas três edições finalizadas, as matrículas caíram de 3.917.785 em 2009 para 3.642.513 em 2010 e 3.434.566 em 2011. (PORTAL G1, 2013)
Quando se fala em analfabetismo os números são muito
preocupantes, já que, 14,1 milhões de brasileiros com mais de 15 anos (9,7%
26
da população) não sabem ler nem escrever e mais de 38 milhões de
analfabetos funcionais, incapazes de entender um texto mais complexo.
Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), mais de dez milhões de brasileiros na faixa etária de mais de 60
anos não sabem ler ou escrever. O perfil sociodemográfico dos idosos
brasileiros elaborado em 2007 demonstra que o analfabetismo funcional atinge
49% das pessoas acima de 60 anos, entre elas 18% não tiveram Educação
formal (tiveram algum acesso aos estudos, porém sem comparecer a escola) e
89% se quer concluíram o Ensino Fundamental.
Com 12,9 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais, o Brasil é o oitavo país do mundo com maior taxa de analfabetismo entre adultos, de acordo com dados do 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, divulgado nesta quarta-feira (29/01/2014) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Entre 2000 e 2011, essa taxa caiu 1%. O número de adultos analfabetos em 2011 era 774 milhões e a projeção é que até 2015 esse número caia para 743 milhões. (PORTAL UOL, 2014).
27
CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO
EDUCACIONAL PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS
3.1. Breve histórico da Orientação Educacional e da Educação de
Jovens e Adultos
A história da Orientação Educacional no Brasil é bem recente e tem
início na década de 20, apesar dessa época a educação era,
predominantemente, voltada a elite existia, os chamados “pioneiros da
Educação Nova” que exigiam uma escola não dualista, obrigatória e gratuita
para toda população.
Ela aparece na década de 20, quando também surge todo um movimento em prol da educação do povo. O governo estava interessado em dar educação para todas as pessoas. A educação então representaria para o povo uma ascensão social, pela via da escolaridade, abafando, dessa forma, os descontentamentos, com a grave crise social e política da década de 20. (GRINSPUN, 2011, p.23).
Já a história da Educação de Jovens e Adultos, assim como a
história da Orientação Educacional também é recente isso se explica, pois no
caso do Brasil a escravidão e a segmentação entre a elite proprietária e os
escravos ou os homens libertos são fatores, entre outros que explicam porque
a educação para jovens e adultos demorou tanto a acontecer, mas é preciso
relatar que a preocupação com a educação desse público já acontecia bem
antes, isso pode ser demonstrado por Rui Barbosa em 1822 que já consegue
enxergar o qual importante é a educação, tanto social como econômica, para
quem ele chama de “popular”.
A produção (...) é um efeito da inteligência: está, por toda a
superfície do globo, na razão direta da educação popular.
28
Todas as leis protetoras são ineficazes para gerar a grandeza
econômica do país; todos os melhoramentos são incapazes de
determinar a riqueza, se não partirem da educação popular, a
mais criadora de todas as forças econômicas, a mais fecunda
de todas as medidas financeiras. (BARBOSA, 1822).
Foi com o decreto Lei nº 4.073, de 30 de janeiro de 1942, que a
expressão Orientação Educacional aparece na legislação do Brasil e está
ligada ao Ensino Industrial, isso porque o Brasil estava em pleno
desenvolvimento industrial e precisava-se de mão de obra alfabetizada, para
que pudesse operar as máquinas, porém com um país elitista, a maioria da
população era analfabeta.
A Lei nº 4.073, na teoria é muito positiva para a evolução da
educação brasileira, pois o texto abrange o processo pedagógico e a
importância da personalidade do aluno e de sua vida social, porém não foram
criados cursos ou graduação que capacitavam o profissional a exercer a função
de Orientador Educacional, então aqueles que preenchiam o cargo eram
chamados de “técnicos de educação”, muitas vezes selecionados por critérios
duvidosos.
Sempre apoiada na fundamentação psicológica de conhecer
melhor o aluno, visando a seu ajustamento, a Orientação foi
caminhando em sua trajetória no Brasil, agora fortificada por
ser legalmente instituída. (GRINSPUN, 2011, p. 28).
Em 1947, o MEC promoveu a Campanha de Educação de
Adolescentes e Adultos (CEAA). A campanha possuía duas estratégias: os
planos de ação extensiva (alfabetização de grande parte da população) e os
planos de ação em profundidade (capacitação profissional e atuação junto à
comunidade). O objetivo não era apenas alfabetizar, mas aprofundar o trabalho
educativo. Essa campanha denominada CEAA atuou no meio rural e no meio
urbano, possuindo objetivos diversos, mas diretrizes comuns.
No final dos anos 50, foi lançada a Campanha Nacional de
Erradicação do Analfabetismo. Esse programa previa a melhoria do Ensino
29
Primário e transformar as escolas em centros de reuniões da população rural,
porém a experiência foi extinta em 1961.
O analfabeto, porque não a tem, é um “homem perdido”,
cego, quase fora da realidade. É preciso, pois, salvá-lo, e sua
salvação está em passivamente receber a palavra – uma
espécie de amuleto – que a “parte melhor” do mundo lhe
oferece benevolamente. Daí que o papel do analfabeto não
seja o de sujeito de sua própria alfabetização, mas o de
paciente que se submete docilmente a um processo em que
não tem ingerência. (FREIRE, 1981)
Em 1958, o MEC regulamentou provisoriamente o exercício da
função e o registro de Orientador Educacional, pela Portaria nº 105, de março
de 1958, tendo ela permanecido provisória até 1961.
A evolução da Orientação Educacional só ocorre em 1961com a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nela há a garantia da gestão
democrática na escola, e assim passa de fato a refletir e participar da
comunidade escolar, o que significou uma grande vitória para educação
brasileira.
No mesmo ano de 1961, com a Lei nº 4.024 de 1961, ficou
determinado que as pessoas maiores de 16 anos poderiam obter certificados
de conclusão de curso ginasial (agora Ensino Médio) mediante a realização de
exames após estudos efetivados fora do regime escolar.
Em 1967 foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização
(Mobral), que se destina a alfabetizar uma grande massa de mão de obra para
que pudessem integrar o mercado de trabalho em expansão e a assegurar a
adesão de classes populares ao projeto governista, deixando bem claro o
termo “alfabetização funcional”.
Entre outras características o Mobral promovia a realização da
campanha nas comunidades e centralizava as orientações do processo
educativo. Havia a Gerência Pedagógica Central, que cuidava da organização,
da programação de execução e da avaliação dos trabalhos.
30
O projeto Mobral permite compreender bem essa fase ditatorial
por que passou o país. A proposta de educação era toda
baseada aos interesses políticos vigentes na época. Por ter de
repassar o sentimento de bom comportamento para o povo e
justificar atos da ditadura, esta instituição estendeu sobre seus
braços a uma boa parte das populações carentes, através de
seus diversos programas. (BELLO, 1993, p.38).
Em 21 de dezembro de 1968, foi criada a Lei nº 5.564, que
providencia o exercício da profissão do orientador educacional em níveis Médio
e Fundamental; assistência ao educando, individual ou em grupo; e citava a
regulamentação, pelo Poder Executivo, do Código de Ética dos Orientadores
Educacionais.
A LDB que veio a seguir, 5.692\71 diz, no artigo 10: “Será instituída
obrigatoriedade a Orientação Educacional, incluindo aconselhamento
vocacional em cooperação com os professores, a família e a comunidade”.
Também na mesma Lei 5.692\71, foi regulamentada a inserção do
Ensino Supletivo no Ensino Regular (complementando a atuação do Mobral),
logo aqueles que por algum motivo não concluíram o ensino na idade própria,
agora poderiam voltar à escola e ter o auxílio de um Orientador Educacional,
mas nessa mesma época, apesar de leis que favoreciam a Educação de
Jovens e Adultos assim com a Orientação Educacional, muito se falava sobre a
falta de compromisso da escola e de toda a equipe pedagógica.
(...) tenta-se resgatar a importância da escolaridade para as estratégias de vida das camadas populares, chamando a atenção para a estrutura interna da escola como um dado significativo para o desempenho doa alunos. A Orientação estava dentro da escola e não se deu conta do seu papel. (GRINSPUN 2003, p.20)
O decreto nº 72.846 regulamenta a profissão de Orientador
Educacional e está em vigor até os dias de hoje. Em seu Art. 1º, consta o
objeto da Orientação Educacional, no que diz respeito à assistência ao
educando que pode ser feita individualmente ou em grupo, nas escolas de
Ensino Fundamental e Médio.
31
Em 1980 começam a surgir discussões e questionamentos por parte
dos Orientadores Educacionais, dando início ao que se chamou de Período
Questionador, esse período foi um momento de reflexão, pois os Orientadores
buscavam entender seu verdadeiro papel dentro da escola.
Nessa fase o sucesso da profissão estava na dependência direta da
sua compreensão da escola como um sistema social, a fim de determinar o tipo
de ajuda que deveria oferecer e como oferecê-la.
Na década de 90 a Educação de Jovens e Adultos volta a ter
destaque com a criação do PAS (Programa Alfabetização Solidária) a diferença
desse Programa com os demais é que desta vez existiam parcerias com
poderes públicos, federais e municipais, empresas privadas, pessoas físicas e
o MEC.
No entanto para Orientação Educacional a década de 90 ficou
marcada pela extinção da FENOE (Federação Nacional de Orientação
Educacional) e a criação da Confederação Nacional dos Trabalhadores de
Educação que tinha como objetivo a unificação dos trabalhadores de
educação, porém mais uma vez, cria-se um clima de incerteza e insegurança
entre os Orientadores Educacionais.
A prática que virá está sendo construída, uma vez que os orientadores têm que buscar – sem o apoio específico de sua categoria em termos de órgão de classe – a especificidade requerida no trabalho com os demais educadores. (GRINSPUN, 2008, p.25)
Em 1996 surge a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº
9.394, em seu Art 1º fala de educação de uma forma mais abrangente.
Art.1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (LDB 9394\96).
Porém essa lei significou também um retrocesso para Orientação
Educacional, já que retira a obrigatoriedade do Orientador Educacional nas
escolas, todavia fala da questão da formação da profissão.
32
A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientador educacional para educação básica, será feita em cursos de graduação de pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. (LDB 9394\96).
Em 1999 que o movimento de discussão e elaboração das Diretrizes
Curriculares do Curso de Pedagogia teve seu marco, pois foi quando a
Comissão de Especialistas de Pedagogia discutiu e desenvolveu um grande
processo que deu origem a elaboração de um documento das Diretrizes
Curriculares que foi encaminhado ao Conselho Nacional de Educação.
3.2. A Orientação Educacional e a Educação de Jovens e Adultos
nos tempos atuais
Hoje o trabalho do Orientador Educacional na Educação de Jovens
e Adultos, é essencial, complexo e exige muita responsabilidade, exige muito
desse profissional, não só como aquele que auxilia na formação do aluno,
como também aquele que com muita ética leva em conta a história de vida
desse aluno e com isso trabalha em parceria com toda a equipe escolar e a
comunidade que a cerca.
A partir do momento em que se torna clara a natureza do trabalho coletivo na escola, tentaremos identificar algumas possibilidades de trabalho do Orientador junto a cada um dos segmentos da escola. (GRINSPUN, 2006, pg.111)
É fato a importância da Orientação Educacional nas escolas, porém
o foi citado anteriormente, nem sempre foi assim, pois a educação brasileira
esteve muito conectada com o momento político do país, então a Orientação
Educacional ficava focada na formação dos alunos conforme era o desejo das
autoridades vigentes.
No entanto, em 13 de dezembro de 2005 a Orientação Educacional
sofreu um retrocesso, pois houve uma publicação nas Diretrizes Curriculares
Nacionais para o curso de graduação em Pedagogia, onde é reduzido a
Orientação Educacional a área de serviços e apoio escolar, abaixo constam as
33
tarefas que podem ser realizadas pelo Orientador Educacional em trabalho
articulado ao gestor e ao Coordenador Pedagógico.
II- compreender, cuidar e educar crianças de zero a cinco anos, de forma a contribuir para o seu desenvolvimento nas dimensões, entre outras, física, psicológica, intelectual, social; VII- promover e facilitar relações de cooperação entre a instituição educativa, a família e a comunidade; XIV- realizar pesquisas que proporcionem conhecimentos, entre outros: sobre alunos e alunas e a realidade sociocultural em que estes desenvolvem suas experiências não-escolares; sobre processos de ensinar e de aprender, em diferentes meios ambiental-ecológicos; sobre propostas curriculares e sobre organização do trabalho educativo e práticas pedagógicas;
Contudo, atualmente a escola necessita de um profissional da
educação, capaz de ajudar o aluno na sua formação e que não seja só parte
intelectual como também na emocional, para isso o Orientador deve se
aproximar do aluno para conhecer aspectos da realidade desse sujeito e então
ter elementos para estabelecer relações entre ele e seu cotidiano.
Há uma vida cotidiana em que todos convivem da complexidade que a caracteriza, vivendo, também, com as vontades, preocupações, dificuldades, ambiguidades e conflitos de sua própria complexidade interior. Esse espaço do cotidiano, além de privilegiado pela vivência (por ser único para cada um de nós), pode reproduzir o que os outros esperam que aconteça ou pode transformar o que os outros acreditam que não seria possível acontecer. (GRINSPUN, 2011, pg.65).
Em janeiro de 2003, o MEC anunciou que a alfabetização de jovens
e adultos seria uma prioridade do novo Governo Federal. Para isso, foi criada a
Secretaria Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo. Para cumprir essa
meta foi lançado o Programa Brasil Alfabetizado, no qual o MEC contribui com
os órgãos públicos estaduais e municipais, instituições de ensino superior e
organizações sem fins lucrativos que desenvolvam ações de alfabetização.
Uma das metas mais ambiciosas do PNE determina que, até 2020, seja erradicado o analfabetismo absoluto e reduzido em 50% o analfabetismo funcional — em que a pessoa consegue ler, mas não compreende o texto. O plano também pretende oferecer o mínimo de 25% das matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada à educação profissional, nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. (JORNAL DO SENADO, 2012).
34
Se refletirmos sobre o momento atual vamos perceber que vivemos
um período de mudanças significantes, é o período da globalização e do
avanço científico e tecnológico, há mudanças em todos os campos, seja no
campo econômico, político, cultural ou social, com isso a grande questão é:
Como educar nesse novo contexto? Tal questão que engloba a educação
como um todo, ainda se torna mais preocupante quando se fala de jovens e
adultos, pois os mesmo, em sua maioria, já estão inseridos no mercado de
trabalho.
Neste contexto onde jovens e adultos convivem com o atual modo
de produção capitalista, é preciso levar em conta que os mesmos possuem
uma vasta experiência de vida, muito embora não tenham seus estudos
concluídos. Resta aos profissionais da educação sejam eles Orientadores,
professores, coordenadores etc. O engajamento numa concepção de educação
que valorize o aluno da EJA como ser humano, produzido pelas relações
sociais de produção, e, também, produtor de novas relações sociais mediante a
análise crítica da prática social, própria e coletiva.
Observo que, de um lado, há uma máquina que funciona, que é capaz de fazer e produzir maravilhas sem que o homem nem precise sair do seu lugar, de sua casa, e, de outro, há um sujeito que fica muito mais a mercê dessa máquina como usuário do que como responsável por pensar esta máquina de outra forma. (GRINSPUN, 2011, pg.178).
Mesmo na Educação de Jovens e Adultos encontram-se propostas
políticas-pedagógicas que na prática redundam em uma continuidade do que já
se faz no ensino regular, acreditando que o educando pode aprender as
mesmas coisas de forma acelerada a fim de recuperar o “tempo perdido”.
Então novamente se faz necessária a atuação do Orientador Educacional, pois
ele é o responsável juntamente com a equipe multidisciplinar de produzir o
projeto político-pedagógico conforme a necessidade da escola.
Muitas são as leis é muito é dito sobre Educação de Jovens e
Adultos, porém esses jovens e adultos que retornam a escola se sentem
desvalorizados e desrespeitados socialmente, por não ter escolarização ou ser
pouco escolarizados, contribuindo para a formação de algo relativamente
35
comum entre os educandos e nomeado por Paulo Freire como autodesvalia
(fenômeno de introjeção que fazem os oprimidos da visão que deles tem os
opressores). O papel do Orientador de incentivador, de ouvir o aluno, de
entendê-lo, passa a ser essencial para o aluno da Educação de Jovens e
Adultos. O fato do aluno se sentir desmotivado e um dos fatores principais para
evasão escolar na EJA.
36
CONCLUSÃO
No decorrer dessa pesquisa monográfica foi possível identificar as
habilidades e competências do Orientador Educacional e podemos verificar que
ele é um profissional muito importante para todo o tipo de educação, porém
como se trata da Educação de Jovens e Adultos e toda sua problemática,
pode-se perceber o quanto importante é o papel do Orientador para essa
modalidade de ensino, já que o aluno da Educação de Jovens e Adultos, mas
do que qualquer outro deve ser ouvido, pois ele tem um histórico que deve ser
passado para que a escola possa ajudá-lo a romper barreiras e conseguir com
êxito o objetivo que é o do conhecimento.
Para que o sucesso escolar seja alcançado é necessário que todos
os envolvidos no processo educacional estejam unidos, auxiliando na solução
dos conflitos e no trabalho como um todo, pois a partir do momento que o
trabalho ocorre em equipe e com a mesma finalidade, será possível fazer a
diferença para Educação de Jovens e Adultos.
E seja qual for o rumo que a educação tome em relação a
fundamentação teórica, é preciso que o Orientador Educacional se associe em
analisar o processo de ensino e aprendizagem da Educação de Jovens e
Adultos, da mesma forma que, a medida que a história da educação foi
tomando seus diferentes rumos, o Orientador Educacional também
acompanhou tais mudanças, sendo assim, o Orientador Educacional ao
interagir com os demais tem a possibilidade de contribuir coletivamente para
não só a produção do conhecimento do aluno como também o seu próprio
conhecimento.
Contudo para propiciar uma educação de qualidade como apontam
as Diretrizes Curriculares Nacionais é preciso, antes de mais nada, verificar a
quem se destina o ensino e também que tipo de aluno irá formar, pois cada
qual deve ter um tipo de direcionamento e orientação, não podem ser todos
tratados da mesma forma.
37
Enfim o Orientador Educacional possui seu papel maior que é o de
mediador na construção da aprendizagem, porém não cabe só a esse
profissional a responsabilidade pelos problemas dos alunos, a escola como um
todo tem essa responsabilidade. A relação do OE com a EJA sempre deve
existir, pois é o Orientador Educacional que vai orientar, analisar, revelar,
ajudar e colaborar na crítica desse processo cheio de confrontos e conflitos
dentro do contexto atual em que vivemos.
38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ARRUDA, Maria Lucia Aranha. História da Educação, 2ª ed, São Paulo:
Bertrand Brasil, 2000.
BRASIL, Ministério da Educação Lei nº 9394/96. Estabelece as leis de
diretrizes e bases da Educação Nacional, Brasília, MEC, 1996.
BRANDÃO, Carlos Henrique. O que é método Paulo Freire. São Paulo:
Brasiliense, 1981.
FARIA, Dóris Santos (org.). Alfabetização: práticas e reflexões-subsídios para
o alfabetizador. Brasília: Secretaria Nacional Extraordinária de Erradicação do
Analfabetismo, 2003.
LEÃO, Geraldo; SILVA, Isabel. Educação e seus autores. Belo Horizonte:
Autêntica, 2011.
MAIA, E. M. e GARCIA R. L. Uma Orientação Educacional nova para nova
escola. São Paulo: Loyola, 1990.
39
BIBLIOGRAFIA CITADA
1- BRANDEN, Nathaniel . Autoestima e os seus Seis Pilares. 3ª ed. São
Paulo: Saraiva,1997.
2- BRASIL. Ministério da Educação (1997). Nova LDB 9394/96.
3- FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 46ª ed. São Paulo: Cortez,
2005.
4 -___________, Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
5- GRINSPUN, Mírian P. S. Zippin. A Orientação Educacional, conflito de
paradigmas e alternativas para escola. 5ª Ed. São Paulo: Cortez, 2011.
6- SOUZA, Maria. Educação de Jovens e Adultos. Curitiba: IBPEX, 2007.
7- BELLO, J. L. de P. Paulo Freire e uma nova filosofia para a educação. http://br.geocities.com/maeutikos/pdfspedagogia/PAULOFREIRE.DOC, 1993.
8- Revista Nova Escola. http://revistaescola.abril.com.br/, 2014.
http://revistaescola.abril.com.br/
40
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O OE e suas habilidades e competências 10
1.1 - O OE e a Equipe Multidisciplinar da escola 15
CAPÍTULO II
A EJA e suas atribuições e desafios 19
2.1 - Estatísticas da educação de Jovens e Adultos 25
CAPÍTULO III
A importância da OE para EJA 27
3.1 - Breve histórico da OE e da EJA 27
3.2 - A OE e a EJA nos tempos atuais 32
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
BIBLIOGRAFIA CITADA 39
ÍNDICE 40
41
SUMÁRIOCAPÍTULO I- O OE e suas habilidades e competências 10CAPÍTULO II - A EJA e suas atribuições e desafios19CAPÍTULO III – A importância do OE para EJA27
CONCLUSÃO 36BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38BIBLIOGRAFIA CITADA 39ÍNDICE 40FOLHA DE ROSTO 2AGRADECIMENTO 3