Post on 07-Apr-2016
DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL E PRÉ-IMPLANTAÇÃO
GENÉTICA HUMANA
Profa. Dra. Ana Elizabete Silva
DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL
Fornece informações ao casal para que eles tomem as decisões necessárias como:
•Levar à gravidez à termo•Preparar-se para um parto difícil e os cuidados especiais necessários ao recém-nascido•Tranquilizar e reduzir a ansiedade•Terminalização da gestação•~98% casos: resultado normal
Abortos devido ao DPN: 2%
DPN não exclui todos os defeitos fetais possíveis
distúrbio específico.
DPN Multidisciplinar: obstetrícia e ultra-sonografia, genética clínica (avaliação, diagnóstico e informação), Exames laboratoriais (citogenética, bioquímica e análise do DNA) Aconselhamento Genético antes e após o exame (riscos e limitações, consentimento, repetições, exames adicionais)
1. Idade materna avançada 2. Feto ou criança anterior malformada 3. Presença de anormalidade cromossômica estrutural em um dos pais 4. História familiar de algum defeito genético específico 5. Risco de um defeito do tubo neural (DTN):6. Doença materna associada com malformações congênitas
7. Consanguinidade entre os cônjuges
8. Exposição a teratógenos antes ou durante a gravidez
9. Abortos espontâneos recorrentes
10. Idade paterna avançada
Procedimentos para obtenção de tecido fetal
A) Métodos não invasivos B) Métodos invasivos
Ultra-sonografia Amniocentese
Ecocardiografia CAVC
Dopplerfluxometria Cordocentese
Cardiotocografia Embrioscopia
Perfil biofísico FetoscopiaMarcadores bioquímicos Punções:
cutânea, cardíaca e
hepática
Ultra-sonografia
Cordocentese
Biópsia de vilo corial
Amniocentese
Marcadores bioquímicos
TÉCNICAS NÃO-INVASIVASMARCADORES
BIOQUÍMICOS Triagem Tripla no Soro Materno: Alfa-fetoproteina (AFP):proteína fetal
(saco vitelínico e fígado) Beta-gonadotrofina coriônica (β-
hCG): produzido pelos trofoblastos Estriol (uE3): produzido pelo feto (gl.
Adrenal e metabolizado pela placenta)
Triagem Tripla associada com idade materna avançada
FETO COM CROMOSSOMOPATIA
FETO COM SÍNDROME DOWN
Estriol não-conjugado
Gonadotrofina coriônica humana (HCG)
Idade materna + AFPSM + estriol não-conjugado +
HCG
gestações com alto risco de anormalidade
cromossômica
TÉCNICAS NÃO INVASIVASUltra-Sonografia
Ian Donald (1950) emissão de ondas sonoras ou eletromagnéticas
de baixa intensidade e alta frequência.
Abdome da mulher grávida
transdutor emite e recebe o som por sinais acústicos
convertidos em sinais elétricos
amplificados e visualizados em um monitor
INDICAÇÕES• Sangramentos
• Distúrbios de crescimento fetal
• Gestações múltiplas
• Análise direta da anatomia interna e externa
•Apresentação e posição
• Vitalidade
• Quantidade de líquido amniótico
• Idade gestacional e fetal
• Localização da placenta
• Morfologia fetal (11a semana)
• DISTÚRBIOS MONOGÊNICOS
Displasias esqueléticas
Doença renal policística
• DISTÚRBIOS MULTIFATORIAIS
Cardiopatias congênitas
DTNs (anencefalia, espinha bífida)
fenda labial e palatina
• ANOMALIAS INDICADORAS DE SÍNDROMES
Fácies anormal
Genitália anormal
Higroma cístico
Polidactilia
1o trimestre
8 meses
Onfalocele
Fenda labial
TRANSLUCÊNCIA NUCAL: Marcador Ultrassonográfico•Translucência subcutânea entre a pele e o tecido mole que recobre a coluna cervical• 10 - 14 semanas• TN (acúmulo de líquido) cromossomopatia• 2,5 mm: diferencia mulheres com risco maior• 2,5 - 3,9 mm: 3 vezes• 4,0 - 4,9: 18 vezes• acima de 5,0 mm: 13% aborto• S. Down, S. Noomam, higroma cístico e cardiopatias
Translucência nucal
MÉTODOS INVASIVOS
AMNIOCENTESE
• Serr et al (1955): determinação do sexo por exame da
cromatina X (líquido amniótico)
precoce: 10a a 14a semana• Período
tradicional: 16a - 18a semana
• Coleta de uma amostra do líquido amniótico (células fetais) via
transabdominal com uma seringa (10-20 ml)
• sobrenadante: dosagem de AFP e outras doenças metabólicas
• sedimento: cultura: cariótipo e/ou extração de DNA
• Células descamadas da bexiga,
•vias respiratórias, pele, boca
Coleta de líquido amniótico guiada por ultrassom, após anestesia local ou não
Resultado: 2- 3 semanas
• Riscos:
0,2 - 0,5% de induzir aborto
0,1% deformidade de membros
• Complicações
aspiração de sangue materno
• Imunização por Rh da mãe (Rh-)
• acidentes de punção
• Infecção materna
• perda de líquido (raro)
• diagnóstico mais tardio
ALFA-FETOPROTEÍNA do Líquido Amniótico
rastreamento de fetos com DTN aberto AFP
• 95% dos bebês com DTNs nascem em famílias sem
história conhecida
• espinha bífida e anencefalias são detectadas (99%)
• Período: 15a a 18a semana
• AFPSM (16-18 semanas) : maior que 2,5
• influência de outros fatores (morte fetal, gêmeos)
AFPSM S. Down ou outros defeitos cromossômicos
Coleta de amostras das vilosidades coriônicas (CAVC)
• tecido do trofoblasto (estruturas digitiformes) da área
vilosa do cório (placenta)• via transcervical ou transabdominal (monitorização
ultrassonográfica)• período variável 8a - 12ª semana
Complicações:- sangramento ou aborto (1%)
- risco de defeitos de redução de membros
- sucesso da análise cromossômica é menor
- CAVC falha amniocentese subsequente
Biópsia de vilo corial -cateter acoplado a seringa com meio de cultura-aspiração de ~50mg de vilo corial-cultura de curta duração (24h)-resultado em 1-3 dias
INDICAÇÕES:• doenças metabólicas• extração DNA• cariótipo
Vantagem em relação à amniocentese:
culturas de curta duração
Desvantagem:
-medição da AFP não pode ser realizada
-mosaicismo placentário (1-2%)
CORDOCENTESE
• amostra de sangue fetal do cordão umbilical (linfócitos)• período: a partir da 18 semana• Aplicações:• presença de alguma anormalidade fetal detectada pela
ultra-sonografia • falha nas culturas de amniocentese e vilo corial • cultura de células de línfócitos – curta duração (2-3 dias)• extração de DNA •Hemoglobinopatias e doenças hematológicas
-Colheita de 1 – 6 ml de sangue – veia umbilical-Risco: 0,5 - 1%-Complicação: hemorragia no sítio de punção
ABORTO SELETIVO
Quando uma anomalia fetal deve ser considerada grave a ponto de justificar a interrupação da gestação?
E as doenças de manifestação tardia e progressiva?
EXAMES LABORATORIAIS A PARTIR DE MATERIAL
COLETADO
• CARIÓTIPO •culturas de curta duração (48-72 horas) resultado ~2 s
•CITOGENÉTICA MOLECULAR - FISH núcleos interfásicos aneuploidias (13, 18, 21, X e Y)
Trissomia do 21 Triplo XNormal
ANÁLISE DO DNA
marcadores específicos detecção direta da mutação
Exemplos:• Distrofia Muscular Duchenne deleções de genes ou
rearranjos • Anemia falciforme, Hemofilia A mutações
puntiformes • doença de Tay-Sachs ou Fibrose cística mutações
específicas.
97- 98%
DIAGNÓSTICO GENÉTICO PRÉ-CONCEPÇÃO E PRÉ-IMPLANTAÇÃO
PRÉ-CONCEPÇÃO análise do corpúsculo polar (1º e 2º), que não estão
envolvidos no desenvolvimento do embrião, podendo ser removidos para análise.
Não detecta aneuploidias paternas e anomalias após a
fertilização: poliploidia, haploidia ou mosaicismo.
DIAGNÓSTICO GENÉTICO PRÉ-IMPLANTAÇÃO
Análise genética de 1-2 blastômeros, removidos por micromanipulação, em estágio de 8 células (3º dia de desenvolvimento) obtidas por fertilização in vitro (FIV).
Não causa prejuízo ao desenvolvimento do embrião (células totipotentes)
CÉLULA BIOPSIADA
TESTES MOLECULARES:PCR Doenças ligadas ao X DMD Fibrose cística Talassemia beta Doença de Tay-Sachs Hemofilia Síndrome do X frágil Doença de Huntington Retinite pigmentosa Síndrome de Marfan Anemia de Fanconi
FISH: Mulheres > 35 anos Célula fixada em lâmina e submetida à técnica
FISH (XY, 13, 16, 18 e 21 simultaneamente) Eficiência = 90% Sondas específicas para casais com translocações Identificação dos 46 cromossomos - SKY PERSPECTIVA: DNA de uma única célula será amplificado e
hibridado contra um chips com centenas de marcadores (qualquer desequilíbrio cromossômico ou subcromossômico)
DIAGNÓSTICO GENÉTICO PRÉ-IMPLANTAÇÃO
A partir de uma única célula (blastômero) de um embrião é possível fazer o diagnóstico genético para algumas dezenas de doenças de origem genética.
Vantagem: evitar a implantação de embrião inviável.
Questão ética: seleção da vida em fase cada vez mais precoce.
DIAGNÓSTICO PRÉ-DIAGNÓSTICO PRÉ-IMPLANTAÇÃOIMPLANTAÇÃO
Biópsias embrionárias: 6-8 células FISH e PCR
• Indicações: Oligozoospermia; Mosaicismo gonadal; Idade materna avançada; Mutações gênicas; Rearranjos estruturais; Abortos anteriores de causa desconhecida
Blastocisto no estágio de 6 células
~50% dos embriões após FIV apresentam anomalias cromossômicas-4,9% presença de malformações congênitas-PGD aumenta a taxa de implantação
Embrião triplóide
ACONSELHAMENTO GENÉTICO
CONSULTA GENÉTICA: American Society
of Human Genetic (1975)
É um processo de comunicação que lida com problemas humanos associados à ocorrência de risco de um distúrbio genético em uma família. Este processo envolve uma tentativa por uma ou mais pessoas apropriadamente treinadas de ajudar a pessoa ou família a:
1.Compreender os fatos médicos: diagnóstico, progressão da doença e conduta disponível
2.Modo de herança e o risco de recorrência em parentes 3.Comprender as alternativas para se lidar com o risco de
recorrência 4.Fazer as melhores adaptações possíveis ao distúrbio em
um membro afetado da família e/ou ao risco de recorrência deste distúrbio
NORMAS E RESPONSABILIDADES
1. Privacidade e confidência das informações dadas e recebidas
2. Os procedimentos devem ter o consentimento do consulente,
inclusive fotos, pesquisas, etc
3. Respeitar a herança cultural, social e religiosa
4. Usar linguagem acessível
5. Informar e não recomendar
6. Falar a verdade, exceto nos casos onde possa trazer danos
irreparáveis
7. Responder ao que foi e ao que deveria ter sido perguntado
8. Diminuir a ansiedade, culpa e raiva, auxiliando na aceitação
do problema
9. Fazer com que as informações sejam bem compreendidas,
não rejeitadas ou esquecidas