Post on 24-Jul-2015
Bruna Lemos Maria Cecília
Palloma Araújo Renata Carvalho
Wyshyllen Yessika
Universidade Federal de Alagoas Faculdade de Nutrição
Nutrição do Adulto e do Idoso
Grécia
A denominação de diabetes deve- se a Araeteus
(Sec. II d.C);
Palavra de origem grega, significa passar através
de um sifão;
O termo diabetes tem mais de uma acepção em
grego deriva de “diabaino”, significa "manter as
pernas afastadas“ (SKINNER, 1961).
Egito
A primeira descrição do diabetes está no papiro
Ebers. Acredita-se que este documento tenha sido
elaborado em torno de 1500 AC.
Características: emagrecimento, polidipsia e
poliúria.
Índia
Por volta de 500 anos a.C., médicos indianos teriam
sido os primeiros a detectar a provável doçura da
urina de pacientes com diabetes;
Inglaterra
Willis, no século XVII, e Dobson, no século XVIII, na
Inglaterra confirmaram a doçura da urina de
pacientes com diabetes;
Cullen no séc. XVIII (1769), sugeriu o termo mellitus (mel, em latim) e também diferenciou tipos de diabetes: mellitos e insipidus;
A origem pancreática do diabetes mellitus foi comprovada por Mering e Minkowski, em 1889, pela extirpação do pâncreas no cão (SKINNER, 1961) enquanto a origem hipofisária do diabetes insipidus tornou-se conhecida no início do século XX, graças aos trabalhos de Frank, Cushing, Limmonds e outros (BLOTNER, 1951)
Lanceraux e Bouchardat, em meados do século XIX,
sugeriram a existência de dois tipos de diabetes:
um em pessoas mais jovens
outro em pessoas com mais idade
Quando se diz simplesmente “diabetes” subentende-se que se trata de diabetes mellitus;
Dada a importância e a alta prevalência deste existe uma tendência de simplificação da linguagem, abandonando-se o qualificativo latino mellitus ou seus equivalentes em português (melito, sacarino ou açucarado);
Formas especiais de diabetes recebem qualificativos próprios, como juvenil, do adulto, secundário, latente, bronzeado, aloxânico (experimental), renal, etc.
Conceito
Diabetes mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo
heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum
a hiperglicemia, a qual é o resultado de defeitos na ação da
insulina, na secreção de insulina ou em ambas (Sociedade
Brasileira de Diabetes).
Classificação
Segundo a classificação proposta pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) e pela Associação Americana de Diabetes
(ADA), a DM inclui quatro classes clínicas:
e outros tipos específicos de DM
Classificação
Autoimune: resultado da destruição das células
beta pancreáticas levando a deficiência de
insulina;
Idiopático: não há marcadores de autoimunidade
contra as células beta.
DM Tipo I Autoimune
É uma doença multifatorial dependendo da interação entre a resposta imunológica, fatores genéticos predisponentes e influência do meio-ambiente na destruição das células-beta produtoras de insulina;
5 a 10% dos casos;
Mais comum em crianças e adultos jovens;
Marcadores imunológicas da destruição das células beta incluem os auto anticorpos contra as células das ilhotas (ICA), contra a insulina (IAA), contra a descarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD65) e tirosina-fosfatases (IA-2 e IA-2 β);
O principal auto-antígeno envolvido na patogenia do DM1 é o ácido glutâmico descarboxilase;
A resistência à insulina poderia participar como um acelerador do desenvolvimento da doença;
Diabetes autoimune latente do adulto evolução lenta.
90 a 95% dos casos;
Defeitos na ação e secreção da insulina;
Fatores genéticos e ambientais estão envolvidos com o
surgimento da doença, que pode levar anos para se manifestar;
A maioria dos pacientes apresentam sobrepeso ou obesidade;
Os pacientes não dependem de insulina exógena para
sobreviver.
Apresenta-se como uma das maiores ameaças à
saúde pública do século 21;
Alterações no comportamento humano e no estilo
de vida, associadas à globalização, resultaram em
um aumento dramático de sua prevalência e
incidência mundiais.
Algumas causas de resistência à Insulina:
• Obesidade/excesso de peso (especialmente excesso de adiposidade
visceral);
• Excesso de glicocorticoides (síndrome de Cushing ou terapia com esteroides);
• Excesso de hormônio de crescimento;
• Gestação, diabetes gestacional;
• Doença do ovário policístico;
• Lipodistrofia (adquirida ou genética, associada a acúmulo de lipídios no
fígado);
• Autoanticorpos ao receptor de insulina;
• Mutações do receptor Y ativador do proliferador de peroxissoma;
• Mutações que causam obesidade genética (mutações no receptor de
melanocortina);
• Hemocromatose (doença hereditária que causa acúmulo de ferro tecidual).
Fatores de Risco Estabelecidos para
o Desenvolvimento do Diabetes Tipo 2
> 30 anos;
Obesidade (IMC 30 kg/m²)
Histórico familiar de diabetes;
Inatividade física;
Glicemia de Jejum e Triglicérides total alterados;
Histórico de diabetes gestacional;
Síndrome do ovário policístico;
Características Clínicas de Pacientes
Com Diabetes mellitus Tipo I e Tipo II
Característica Tipo I Tipo II
Idade na
apresentação
Geralmente < 20
anos
Geralmente > 30
anos
Massa corporal Pequena (consumida)
ou normal Obeso
Insulina plasmática Baixa ou ausente Inicialmente de
normal a elevada
Glucagon plasmático Elevado Elevado
Glicose plasmática Aumentada Aumentada
Sensibilidade à
insulina Normal Reduzida
É definido como qualquer grau de intolerância à glicose com início ou primeira detecção durante a gravidez;
Pode ocorrer em 1 a 14% das gestações e, em geral, é diagnosticado na segunda metade da gravidez;
Deve-se reavaliar pacientes com DM gestacional 4 a 6 semanas após o parto e reclassificá- las como apresentando DM, glicemia de jejum alterada, tolerância à glicose diminuída ou normoglicêmica.
Envolvem os defeitos genéticos das células β, os
defeitos genéticos na ação da insulina, doenças do
pâncreas exócrino, endocrinopatias, diabetes
quimicamente induzido ou induzido por drogas,
infecções, formas incomuns de diabetes
imunomediado e outras síndromes genéticas,
algumas vezes, associadas ao diabetes.
Complicações Agudas
Hipoglicemia resulta de erro no tratamento, envolvendo na maioria das vezes a insulinoterapia e menos frequentemente as sulfoniluréias.
Cetoacidose diabética:
estado catabólico caracterizado por deficiência grave de insulina associada à elevação do glucagon e demais hormônios contrarreguladores;
clinicamente, caracteriza-se por desidratação, hiperglicemia, acidose metabólica e cetonúria/cetonemia;
ocorre, raramente, em pacientes com DM2.
Estado hiperosmolar não cetótico (EHNC)
frequentemente ocorre em pacientes mais idosos,
quando uma doença intercorrente causa estresse
elevando os níveis dos hormônios contra-
reguladores, com aumento da produção endógena
de glicose, e capacidade de ingestão de fluidos
prejudicada.
Complicações Crônicas
A morbidade e mortalidade resultam
geralmente das complicações degenerativas
da doença, compreendendo complicações:
microvasculares retinopatia, nefropatia e
neuropatia
Macrovasculares aterosclerose e suas
sequelas (AVC, IAM, gangrena).
Pé Diabético
Consequência da insuficiência vascular (macro e microangiopatias) e neuropatia periférica e por sua frequência e gravidade merece ser ressaltada.
A pele mal irrigada facilmente se rompe formação de úlcera, pouco dolorosa, mas que pela insuficiência vascular é de difícil cicatrização, evoluindo com freqüência para infecção gangrena, que necessita de amputação de extensão variável
Diagnóstico G
licem
ia d
e J
eju
m • Os valores
de referência ficam entre 65 a 99 mg/dL
Hem
oglo
bin
a G
lica
da
• Para as pessoas sadias: entre 4,5% e 5,7%
Cur
va G
licêm
ica
• Em jejum: abaixo de 100mg/dl
• Após 2 horas: 140mg/dl
Atualmente são três os critérios aceitos para o
diagnóstico de DM com utilização da glicemia:
sintomas de poliúria, polidipissia e perda ponderal
acrescidos de glicemia casual > 200 mg/dl;
glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl (7mmol/l);
glicemia de 2 horas pós-sobrecarga de 75 g de
glicose > 200 mg/dl.
Mundo
347 milhões de pessoas no mundo tem diabetes;
Em 2012, cerca de 1,5 milhões de mortes foram
causadas diretamente pelo diabetes;
Mais de 80 % das mortes por diabetes ocorrem em
países de baixa e média renda;
A OMS estima que o diabetes será a sétima
principal causa de morte em 2030.
A ciência tem evidenciado que a terapia nutricional é fundamental
na prevenção, tratamento e gerenciamento do diabetes mellitus
(BANTLE et al, 2008);
O objetivo primordial do tratamento nutricional de pacientes com
DM é manter a glicemia próxima aos valores da normalidade, pois
o controle intensivo da glicemia reduz as complicações
microvasculares;
Embora o aparecimento do diabetes tipo 1 não seja evitável, o
diabetes tipo 2 pode ser retardado ou prevenido, por meio de
modificações de estilo de vida, que incluem dieta e atividade
física;
A intervenção dietética associada à prática de atividade física
regular pode levar à redução da incidência de DM entre 58% a
91% ;
A conduta nutricional deverá ter como foco o
indivíduo;
Estratégias educacionais;
Técnicas educativas devem ser diferenciadas de
acordo com as características do indivíduo, como
idade, escolaridade e tempo de diagnóstico;
conscientização da influência das escolhas
alimentares no controle glicêmico e na prevenção
de complicações agudas e crônicas.
Idoso
É importante estar atento ao ganho ou à perda de peso;
Se houver excesso de peso, é interessante a redução do VET e considerar que as necessidades de energia nessa faixa etária são menores do que em adultos mais jovens;
Associada ao plano alimentar, a atividade física pode ser benéfica para auxiliar no controle glicêmico, na perda ponderal e no aumento da massa muscular.
Referências
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