Post on 04-Aug-2020
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Bancos revertem decisões do STF em favor de associações de aposentados El Maio é o mais cruel dos meses para investidor emações C8
Destaques
Negócios na transmissão O mercado "secundário" de ativos de transmissão de energia está movimentado, diante da falta de leilões de novos projetos. São ao menos três transações de venda total ou parcial em curso, envolvendo ativos da gestora Pátria, da indiana Sterlite Powere e da lSA CIEEP. Em outra frente, a construtora de linhões Tabocas busca sócio investidor. B3
Expansão da Klabin Neste ano, a Klabin vai destinar R$ 2 bilhões para seu novo ciclo de crescimento, que consumirá R$ 9,1 bilhões até 2023. Os desembolsos para o projeto Puma 2, aprovado em abril, começam neste mês. Com a expansão, a companhia adicionará pelo menos 920 mil toneladas/ano de papéis kraftliner à sua capacidade 85
Rio aposta em turismo sobre trilhos
Um grupo de empresários cariocas tem interesse em resgatar quatro ferrovias desativadas ou devolvidas por concessionárias de carga para criar novas rotas turísticas sobre trilhos no Estado. O projeto mais avançado prevê a revitalização da Estrada de Ferro Grão-Pará (foto), da época do Império, entre Rio e Petrópolis. A iniciativa é conduzida pela Câmara Empresariill do Rio, que reúne 80 empresários. 88
Zap investe na revenda de Imóveis . . .. " .. ..
_______ S_á_ba_do, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de maio de 2019 Ano 20 1 Número 4743 R$ 5,00
I Dois terços dos setores industriais tiveram queda no l º-trimestre,
ECONÔMICO
diz Cagnin A4
Zurich e fundo IG4 fazem proposta por Viracopos Taís Hirata e Ivo Ribeiro De São Paulo
A operadora suíça Zurich e a gestora IG4 Capital apresentarão proposta para assumir o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Como a concessionária que administra o aeroporto - Aeroportos Brasil Viracopos (ABV) - está em recuperação judicial (RJ), a oferta será entregue à juíza Thaís Migliorança Munhoz, que cuida do caso na 8-ª- Vara Cível de Campinas, com pedido de inclusão da proposta no plano da RJ.
A assembleia de credores, agendada para 16 de maio, analisará a oferta, caso ela seja aceita pela juíza. Para assumir Viracopos, a Zurich e a IG4 pedem
três mudanças no contrato original firmado pela ABV Com a União: a extensão do prazo de concessão de 30 para 35 anos; a revisão dos investimentos para adequá-los à demanda de passageiros; e a renegociação dos valores das outorgas fixas, que hoje representam a maior parte da dívida da concessão.
"Essas três mudanças são essenciais para nós, mas estamos dispostos a negociar com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)", disse ao Valor Stefan Conrad, presidente da Zurich na América Latina. Ele acredita que a proposta será aceita porque seria a melhor forma de evitar a falência da ABV e a judicialização do processo.
Viracopos seria importante reforço no
portfólio da Zurich, que hoje opera no país o aeroporto de Florianópolis, é acionista da unidade de Confms (MG) e ganhou, em recente leilão, os aeroportos de Macaé (RJ) e Vitória. A reestruturação de Viracopos incluiria injeção de capital de US$ 100 milhões. Os atuais controladores do aeroporto- as construtoras UTC e Triunfo- estão em grave situação financeira e envolvidas na Operação Lava Jato.
Stefan Conrad afirmou que a dívida do aeroporto com credores, fornecedores e funcionáriosnão seria objeto de desconto. As autoridades do setor aeroportuário, assim como o BNDES, maior credor, defendem solução de mercado, em vez da realiiação de uma nova licitação. Página 84
Edital de leilão de energia para Roraima inova Rodrigo Polito e Camila Maia Do Rio e de São Paulo
Com o agravamento da crise política na Venezuela, que descumpre o contrato de fornecimento de energia para Roraima, aumenta a importânci;1 do primeiro leilão de energia do governo Bolsonaro, que contratará novos projetos para suprimento ao único Estado não conectado ao Sistema Interligado Nacional. Marcado para 31 de maio, o leilão servirá de teste para inovações, como a contratação de sistemas luôridos de geração (mescla de fontes de energia) e a exigência de que projetos vencedores encaminhem à Aneel em até 180 dias a licença prévia dos empreendimentos, sob pena de desclassificação. Página A3
Trump volta a ameaçar China com tarifas Bob Davis e Rebecca Ballhaus Dow Jones Newswires
O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou ontem elevar,já nesta sexta-feira, as sobretaxas de importação sobre TTCII' 'lAr\ t..;lJ..,;;.~~ ~~ ~~ '
r Sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de maio de 2019 I Valor I A3
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I Modelo prevê combinação de fontes e prazo de 180 dias para vencedor obter licença prévia do projeto
Leilão inovador tenta levar energia para RR Rodrigo Polito e Camila Maia Do Rio e de São Paulo
O agravamento da crise política na Venezuela, que desde o início do ano vem descumprindo o contrato de fornecimento de energia para Roraima, aumenta a relevância do primeiro leilão de energia do governo Bolsonaro, que contratará novos projetos para suprimento ao Estado, o único que não está conectado com o restante do Brasil. O governo pretende repetir na área de energia o sucesso obtido nos quatro leilões de concessões de infraestrutura deste ano.
Entre março e abril, o Ministério da Infraestrutura licitou 12 aeroportos, dez terminais portuários e o tramo central da Ferrovia Norte-Sul, garantindo aproximadamente R$ 8 bilhões em arrecadação ao Tesouro, por meio de outorgas, e R$ 7 bilhões em investimentos no país.
Marcado para 31 de maio, o leilão para atendimento a Boa Vista e loca!idades conectadas de Roraima deve resultar em investimentos entre R$ 1
bilhão e R$1,5 bilhão, estima a Thymos Energia. A expectativa, segundo especialistas, é que o leilão contrate cerca de 250 megawatts (MW).
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estão cadastrados para o leilão 156 empreendimentos de diversas fontes, somando em tomo de 6 mil MW de capacidade instalada ..
"Estamos vendo uma movimentação muito grande de muitos agentes. Da forma como o edital foi concebido, ele tem atraído muita gente. Vai haver bastante competição", afirma Thais Prandini, diretora da Thymos.
Segundo especialistas, o leilão também servirá de laboratório, trazendo inovações que poderão ser adaptadas aos leilões de energia convencionais que o governo fará ao longo deste ano. Entre as inovações está a possibilidade de contratação de sistemas híbridos de geração, mesclando mais de uma fonte de energia ou acrescentando, por exemplo, tecnologias de armazenamento de energia, nos casos de pro-
Luz para Roraima Leilão de energia prevê participação de fontes renováveis e fósseis
Fonte Tipo de Preço-teto Prazo de contrato (R$/MWh) suprimento
Gás natural e renováveis Potência L078 15 anos -·
Demais fontes Potência L(l78 7 anos Renováveis Energia 409 15 anos
ProJetos cadastrados Capacidade instalada Data de mício de operação
156 6 GW Fonte: Aneel e EPE
jetos a energia solar fotovoltaica, que não geram energia à noite.
Outra inovação no edital é a exigência para que os projetos vencedores encaminhem à Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel) no prazo de até 180 dias a licença prévia do respectivo empreendimento, sob pena de ser desclassificado.
Para Rodrigo Calazans, especialista no setor elétrico e sócio do escritório Siqueira Castro Advogados, a medida favorece projetos de fontes renováveis, cujo processo de licen-
28 de junho de 2021
ciamento é mais simples que em empreendimentos movidos a combustíveis fósseis. ''A geração de energia limpa já é abraçada por uma série de normativos que trazem uma celeridade maior para concessão de licenças ambientais", afirma.
Ele também destaca que o leilão vai garantir mais autonomia energética à Roraima, historicamente refém do linhão de Guri, que importa energia da Venezuela e de termelétricas a óleo combustível e diesel. "Isso [o leilão] vai trazer de
forma indireta mais oportUnidade de emprego e de negócios", conta.
Segundo Sandoval Feitosa Neto, diretor da Aneel e relator do processo de aprovação do edital do leilão na autarquia, o certame possibilitará a substituição do parque térmico de Roraima, composto por máquinas obsoletas e ineficientes, por usinas novas com tecnologia moderna. Também cairá o volume de diesel transportado por rios e estradas para abastecer as térmicas, diminuindo a emissão de gases-estufa.
A viabilização de uma solução definitiva para Roraima é uma das prioridades da agenda do ministério de Minas e Energia. Além do leilão, a pasta tem trabalhado para construir o linhão que interligará Manaus a Boa Vista, conectando Roraima com o restante do país. Devido à perspectiva de construção da linha de transmissão, o leilão de Roraima prevê prazo de suprimento por térmicas de apenas sete anos. Empreendimentos de fontes renováveis e gás natural terão prazo de suprimento de 15 anos.
Entre os interessados em participar do leilão estão cerca de 80 investidores, desde grandes companhias brasileiras e estrangeiras, como a Eneva e a Golar, especializadas em gás natural, até empresas de menor porte, como a Brasil BioFuels (BBF), criada em 2008 e que produz biodiesel a partir de óleo de palma para geração de energia. A BBF inaugurou este mês a operação de uma termelétrica a biodiesel com capacidade de4,4 MW emEnvira (AM).
"Estamos muito preocupados em aproveitar essas oportUnidades, que são únicas. É um contrato que só vai ser revisto daqui a 15 anos, se for", afirma Milton Steagall, presidente da BBE
A primeira fase do leilão será destinada às soluções de suprimento para contratos por potência, englobando qualquer fonte. O preço-teto para esses contratos é de R$ 1.078 por megawatt-hora (MWh). Em seguida ocorrerá a contratação de suprimento de energia espeéifica para projetos de fontes renováveis, com preço-teto de R$ 409fMWh.
Paraná negocia crédito de R$ 8 bilhões para saneamento Rafael Bitencourt e Ana Krüger De Brasnia
O Paraná negocia com bancos a captação de R$ 8 bilhões para financiar projetos de saneamento básico nos próximos quatro anos. A maior parte dos recursos virá da Caixa. A melhoria· e ampliação da rede de água e esgoto será feita pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Ao Valor, o governador Carlos Roberto Massa Júnior (PSD ), o Ratinho Jr, afirma que a expansão da rede de água e esgoto ajudará a impulsionar o setor de infraestrutura no Estado.
O investimento bilionário chega
em momento oportuno com a discussão no Congresso do novo marco legal do setor. A Medida Provisória 868/18, editada por Michel Temer, lança incertezas sobre o futuro das poucas companhias estaduais consideradas superavitárias, a exemplo da própria Sanepar e da Sabesp ( SP).
Ratinho Jr. diz que a estatal "anda sozinha" e não há interesse em privatizá-la. A ameaça contida no marco legal envolve o novo modelo de contratação dos serviços por municípios, podendo retirar áreas de atendimento das atuais companhias. O Paraná tem um dos melhores índices de coleta de esgoto do país, de 72,5%, em contraste
com os 42% da média nacional. Em transportes, Ratinho. Jr. quer
tomar o Estado o principal hub logístico da América do Sul. A ideia é aproveitar o ganho de movimentação de cargas puxado pelo aumento da produção rural e pela localização favorável, na fronteira com Argentina e o Paraguai. "Nossa matriz econômica é o agronegócio, que dobra de tamanho a cada dez anos".
No modal ferroviário, o governo Paraná quer tirar do papel o "Corredor Bioceânico". A ferrovia interligaria vias de transporte do Brasil ao Oceano Paélfico. Para viabilizar a saída pelo Pacífico, o governador diz ser necessária a instalação de trecho
de 600 quilômetros no Paraguai e de 143 quilômetros no Paraná. A construção do trecho em solo paranaense é orçada em R$ 1,5 bilhão. Trata-se da ampliação da Ferroeste, entre Foz do Iguaçu e Cascavel. O objetivo é concluir a ligação até o fim de 2022.
Segundo Ratinho Jr, o novo traçado oferece uma rota mais curta e contaria com maior demanda por carga em relação aos projetos concorrentes- somadas as produções das regiões Sul, Sudeste e CentroOeste. "Temos volume para fazer essa linha ser autossuficiente. Se considerar apenas o nosso Estado, das dez maiores cooperativas da América Latina, seis estão no Para-
ná", afirmou. A China consome 44% da produção exportada pelo Estado e têm "grande interesse" em fmanciar projetos de ferrovia e portos, cita. O governador aposta alto na interligação ferroviária entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Para ele o "Corredor bioceânico" poderá ser o "novo Canal do Panamá" para o continente.
No plano de destacar o Paraná no setor de transporte está a meta de tomar nos próximos meses o Porto de Paranaguá líder na movimentação de contêiners, ultrapassando o Porto de Santos (SP). O status será conquistado, diz o governador, com as obras de ampliação do pátio, que
custaram R$ 600 milhões e devem ser concluídas em 90 dias.
No modal rodoviário, a promessa é transferir cerca de 3,6 mil quilômetros de estradas para a União e conceder à iniciativa privada - 2,4 mil quilômetros já estão nas mãos das empresas privadas; Para Ratinho Jr, a privatização dá velocidade na modernização, manutenção e construção das rodovias. O governo não precisará se mexer para atrair novos investimentos para os aeroportos. Q.ratro dos seus principais terminais de passageiros (Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina e Bacacheri) entraram na 6ª' rodada de concessão do governo federal. prevista para 2020.