Post on 14-Feb-2019
Desempenho de leitos de macrófitas para o tratamento de
efluentes
Rodrigo José Atalaia dos Santos
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia Civil
Orientador: Profª Ana Fonseca Galvão
Orientador: Prof. António Jorge Gonçalves de Sousa
Júri:
Presidente: Prof. António Alexandre Trigo Teixeira
Orientador: Prof.ª Ana Fonseca Galvão
Vogal: Prof.ª Filipa Maria Santos Ferreira
Outubro de 2016
I
Resumo
A tecnologia de leitos de macrófitas surge como uma alternativa válida e sustentável no tratamento de
águas residuais, uma vez que concilia os seus baixos custos de instalação, exploração e manutenção
com uma boa eficiência de tratamento, não descurando da integração paisagística. Esta é
frequentemente recomendada para o tratamento de águas residuais de pequenos aglomerados que
não justifiquem grandes investimentos, uma vez que, nestes casos, o recurso aos métodos
convencionais levaria a custos per capita muito elevados, tornando-os inviáveis ou bastante onerosos.
Existe na literatura informação disponível relativamente aos processos de remoção dos poluentes das
águas residuais e quais os fatores que podem influenciar na eficiência desta remoção, que vão desde
características físicas dos leitos de macrófitas até condições ambientais exteriores. No entanto, nunca
se avaliou de uma forma conjunta e abrangente todas estas interdependências.
O objetivo da presente dissertação consiste na análise destas interdependências conjuntas nos leitos
de macrófitas de fluxo sub-superficial horizontal e averiguar se a informação disponível da literatura
persiste e também se se obtém informação nova de interesse científico. Para o efeito foi feita uma
análise multivariada de dados de 178 leitos, proveniente do levantamento de 40 artigos científicos.
Verificou-se que o CQO representa fielmente a matéria orgânica, tornando dispensável o recurso ao
CBO5 e que eficiência de remoção deste poluente melhora aquando de um maior tempo de retenção
hidráulico e maior tempo de operação do sistema, e que não varia com a relação comprimento x largura
do leito.
Demonstrou-se que existe um padrão de remoção semelhante entre a matéria orgânica e os sólidos
suspensos totais, ficando também patente que estes últimos são removidos à entrada do leito.
Constatou-se que a eficiência de remoção do Fósforo aumenta com o aumento do tempo de retenção
hidráulico e que existe correlação deste com a matéria orgânica devido a ambos passarem por
processos de sedimentação e filtração no meio de enchimento. Relativamente à adsorção, o principal
mecanismo de remoção associado ao fósforo, não foi possível aferir o efeito de esgotamento da
capacidade de adsorção do meio de enchimento.
Verificou-se uma correlação elevada entre Coliformes Totais, SST e CQO, espelhando que a eficiência
de remoção dos microrganismos patogénicos depende do aumento do tempo de retenção.
Palavras-chave: leitos de macrófitas, análise multivariada, informação disponível
II
Abstract
The use of constructed wetlands is a valid and sustainable technology in wastewater treatment mostly
because it conciliates low installation, use and maintenance costs to good efficiency while keeping a
suitable landscape framing. It is commonly recommended in small settlements wastewater treatment
where more expensive investment are dispensable once in these cases conventional wastewater
treatment methods lead to very high costs per capita, resulting in impracticable and onerous solutions.
There is many information available in literature regarding the processes involved in wastewater
pollutants removal and what factors contribute to the removal efficiency, that go from physical features
to environmental conditions. However, there has never been made a study in which all of these
interdependences are overarching.
The objective of this dissertation consists in analyzing these overarching interdependences in
constructed wetlands with subsurface flow and thus investigate if the information available from literature
persists or if it is possible to achieve new scientifically relevant information. The research on 40 scientific
articles made possible that 178 cases of study were analyzed based on multivariate methods.
This study showed that COD fairly represents the organic matter in constructed wetland and thus BOD
becomes dispensable. It also showed that the removal efficiency improves with hydraulic retention time
and duration of operation and is independent from the relation width x length of the system.
It has been shown that suspended solids have a similar removal pattern as the organic matter and that
these suspended solids are independent from the duration of operation once their removal happens
mainly in the inlet.
It was found that the Phosphorus removal efficiency increases with hydraulic retention time and have a
strong correlation with organic matter because they both have direct settling and trapping on their
removal processes. It was not possible to investigate on the media adsorption capacity exhaustion.
The study showed a strong correlation between total coliforms and suspended solids and COD mirroring
that their removal processes increases with the hydraulic retention time.
Keywords: constructed wetlands, multivariate methods, information available
IV
Agradecimentos
O espaço reservado a esta secção não me permitirá, seguramente, agradecer convenientemente a todas as pessoas
que ao longo deste percurso me apoiaram e motivaram a cumprir os meus objetivos e ultrapassar mais esta etapa
da minha formação académica e de desenvolvimento pessoal. Queria assim ressalvar que as breves palavras aqui
dedicadas fruem de um sentimento de reconhecido agradecimento.
Agradeço à minha orientadora, Prof.ª Ana Fonseca Galvão, pela sua orientação e disponibilidade incondicionais que
estimularam a minha vontade de querer saber mais e fazer melhor e que, em última instância, me permitiram elevar
os meus conhecimentos e enriquecer esta dissertação de mestrado.
Ao professor António Jorge Sousa, um profundo agradecimento pela partilha de conhecimento e acompanhamento
da dissertação. O seu apoio foi determinante na elaboração desta tese.
Aos meus amigos, que através do seu apoio e cumplicidade, me ajudaram a percorrer e ultrapassar este percurso
académico, com um especial agradecimento ao meu amigo Ricardo Lopes.
Finalmente, quero agradecer aos meus pais, ao meu irmão e à minha avó, pois sem eles, não teria sido possível
concretizar esta etapa. Agora espero, de alguma forma, conseguir retribuir toda a dedicação que me oferecem. A
vocês dedico todo este trabalho.
A todos vós, o meu muito obrigado.
V
Índice de texto
1. Introdução ....................................................................................................................................... 1
1.1 Enquadramento do tema e objetivos ....................................................................................... 1
1.2 Estrutura da dissertação .......................................................................................................... 2
2. Leitos de macrófitas como solução para tratamento de águas residuais ...................................... 4
2.1 Enquadramento histórico ......................................................................................................... 4
2.2 Tipos de leitos de macrófitas ................................................................................................... 5
2.2.1 Leitos de macrófitas de escoamento superficial ............................................................. 7
2.2.2 Leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial .................................................... 10
2.3 Principais características de ETAR de leitos de macrófitas .................................................. 12
3. Leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal ................................................... 14
3.1 Funcionamento e aspetos construtivos do sistema .............................................................. 14
3.2 Processos envolvidos e eficiência ......................................................................................... 17
3.2.1 Carga hidráulica e tempo de retenção hidráulico .......................................................... 18
3.2.2 Carência Bioquímica de Oxigénio (CBO5) e Carência Química de Oxigénio (CQO).... 19
3.2.3 Sólidos Suspensos Totais – SST .................................................................................. 21
3.2.4 Azoto .............................................................................................................................. 22
3.2.5 Fósforo ........................................................................................................................... 24
3.2.6 Microrganismos patogénicos ......................................................................................... 25
3.3 Plantas ................................................................................................................................... 26
3.4 Vantagens e desvantagens relativamente aos sistemas convencionais .............................. 28
4. Metodologia .................................................................................................................................. 30
4.1 Considerações gerais ............................................................................................................ 30
VI
4.2 Análise de componentes principais ....................................................................................... 31
4.2.1 Considerações gerais .................................................................................................... 31
4.2.2 Critérios de interpretação .............................................................................................. 34
4.2.3 Interpretação .................................................................................................................. 36
5. Análise de componentes principais .............................................................................................. 38
5.1 Enquadramento ..................................................................................................................... 38
5.2 Apresentação e descrição dos casos analisados ................................................................. 45
5.2.1 Aspetos introdutórios ..................................................................................................... 45
5.2.2 Indispensabilidade do CBO5 .......................................................................................... 46
5.2.3 Conjunto de variáveis: Área, HLR, HRT, CQO e Duração ............................................ 53
5.2.4 Conjunto de variáveis: Área, HLR, HRT, CQO, SST e Duração ................................... 56
5.2.5 Conjunto de variáveis: Área, HLR, HRT, CQO, Fósforo e Duração ............................. 60
5.2.6 Conjunto de variáveis: Área, CT, CQO e SST .............................................................. 65
6. Conclusões e trabalho futuro ........................................................................................................ 68
7. Referências bibliográficas ............................................................................................................. 70
Índice de Figuras
Figura 1 - Perfil tipo de um leito de macrófitas - Tipos de macrófitas (adaptado de
http://www.ufscar.br/~probio/perfil_m.jpg) ............................................................................................... 6
Figura 2 - Tipos de leitos de macrófitas (adaptado de Vymazal, 2008) .................................................. 7
Figura 3 – Jacinto-de-água (fonte: www.prota4u.org) ............................................................................. 8
Figura 4 – Lentilha-de-água (fonte: aquahobby.com) ............................................................................. 8
Figura 5 - Sistema de macrófitas aquáticas flutuantes (adaptado de Dias, 2000) ................................. 9
Figura 6 - Sistema de macrófitas aquáticas submersas (Dias, 2000) .................................................... 9
Figura 7 - Sistema de macrófitas aquáticas emergentes de escoamento superficial horizontal
(adaptado Vymazal, 2003) .................................................................................................................... 10
Figura 8 - Sistema de macrófitas aquáticas emergentes de escoamento sub-superficial horizontal.
(Soares, 2012) ....................................................................................................................................... 11
Figura 9 - Sistema de macrófitas aquáticas emergentes de escoamento sub-superficial vertical
descendente (adaptado Vymazal, 2003) ............................................................................................... 11
Figura 10 - Sistema de macrófitas aquáticas emergentes de fluxo sub-superficial vertical ascendente
(adaptado de Vymazal, 2003) ............................................................................................................... 12
Figura 11 - Tubos de alimentação (à esquerda) e recolha do efluente (à direita) de um leito (Simões,
2009) ...................................................................................................................................................... 15
Figura 12 - Desenvolvimento de biofilme sobre gravilha (fonte: http://deca.ubi.pt) .............................. 16
Figura 13 - Processos e reações num leito de macrófitas (adaptado de Seco, 2008) ......................... 17
Figura 14 - Remoção de CBO5 versus tempo de retenção hidráulico (adaptado de USEPA, 1993) .... 20
Figura 15 - Remoção de CBO5 versus relação comprimento x largura do leito (USEPA, 1993) ......... 21
Figura 16 - Evolução do azoto em leitos de macrófitas (Simões, 2009) ............................................... 23
Figura 17 - Phragmites australis (superior, à esquerda), Typha latifolia (superior, à direita), Juncus
(inferior, à esquerda), Scirpus (inferior, à direita) .................................................................................. 28
Figura 18 - Representação das CP (https://fspanero.wordpress.com/2009/12/30/analise-de-
componente-principais-pca/) ................................................................................................................. 32
Figura 19 - Distribuição dos valores próprios (http://biomonitor.ist.utl.pt/~ajsousa/textos/Adados3.PDF)
............................................................................................................................................................... 36
Figura 20 - Círculo de correlação (http://biomonitor.ist.utl.pt/~ajsousa/textos/Adados3.PDF) ............. 37
Figura 21 - Análise exemplificativa - Projeção dos ensaios no Plano de CP F1 e F2 e com recurso a
“Tipo de Esgoto” (ID2 – esgoto sintético; ID3 – esgoto real) ................................................................ 45
Figura 22 - Caso 5.2.2.1 – Projeção dos ensaios no plano composto pelas CP F1 e F2 .................... 47
Figura 23 - Caso 5.2.2.1 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F2 .................... 49
Figura 24 - Caso 5.2.2.1 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F3 .................... 50
Figura 25 - Caso 5.2.2.2 – Projeção dos ensaios no plano composto pelas CP F1 e F2 .................... 51
Figura 26 - Caso 5.2.2.2 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F2 .................... 52
Figura 27 - Caso 5.2.3 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F2........................ 54
Figura 28 - Caso 5.2.3 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F3........................ 55
Figura 29 - Caso 5.2.4 - Projeção das amostras no Plano de CP F1 e F2 ........................................... 56
Figura 30 - Caso 5.2.4 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F2........................ 57
Figura 31 - Caso 5.2.4 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F3........................ 58
Figura 32 - Caso 5.2.4 - Projeção das amostras analisadas no Plano de CP F1 e F2, com recurso a
“Tipo de Esgoto” .................................................................................................................................... 59
Figura 33 - Caso 5.2.5 - Projeção das amostras no Plano de CP F1 e F2 e com recurso a “Tipo de
esgoto” ................................................................................................................................................... 60
Figura 34 - Caso 5.2.5 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F2........................ 62
Figura 35 - Caso 5.2.5 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F3........................ 63
Figura 36 - Caso 5.2.5 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F4........................ 64
Figura 37 - Caso 5.2.6 - Projeção das amostras no Plano de CP F1 e F2 ........................................... 65
Figura 38 - Caso 5.2.6 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F2........................ 66
Figura 39 - Caso 5.2.6 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F3........................ 67
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Variação de alguns poluentes de águas residuais domésticas com o nível de tratamento
(adaptado de Metclaf e Eddy, 2003; Albuquerque, 2003) ..................................................................... 13
Tabela 2 - Valores característicos de porosidade e condutividade hidráulica de alguns materiais de
enchimento (Reed at al., 1995, citado por USEPA, 2000) .................................................................... 16
Tabela 3 - Eficiência de tratamento de CBO5 em leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial
horizontal (Vymazal, 2010) .................................................................................................................... 21
Tabela 4 - Eficiência de tratamento de SST em leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial
horizontal (Vymazal, 2010) .................................................................................................................... 22
Tabela 5 - Eficiência de tratamento de azoto total em leitos de macrófitas de escoamento sub-
superficial horizontal (Vymazal, 2010) .................................................................................................. 24
Tabela 6 - Eficiência de tratamento de azoto amoniacal em leitos de macrófitas de escoamento sub-
superficial horizontal (Vymazal, 2010) .................................................................................................. 24
Tabela 7 - Eficiência de tratamento de fósforo total em leitos de macrófitas de escoamento sub-
superficial horizontal (Vymazal, 2010) .................................................................................................. 25
Tabela 8 - Eficiência de tratamento de coliformes fecais em leitos de macrófitas de escoamento sub-
superficial horizontal (Vymazal, 2005) .................................................................................................. 26
Tabela 9 - Eficiências médias de remoção de CBO5, CQO, NH4-N, azoto total (TN), fósforo total (TP) e
coliformes fecais (CF) para leitos plantados e não plantados de alguns artigos consultados ............. 27
Tabela 10 - Equações de regressão para os parâmetros CBO5, CQO, SST, azoto total e fósforo total,
propostas por diferentes autores (adaptado de Galvão, 2009)............................................................. 39
Tabela 11 - Valores extremos observados para variáveis físicas ......................................................... 40
Tabela 12 - Diversidade geográfica dos estudos consultados.............................................................. 40
Tabela 13 - Diversidade geográfica observada (Cont.) ........................................................................ 41
Tabela 14 - Valores extremos observados para variáveis de poluentes .............................................. 41
Tabela 15 - Variáveis físicas e variáveis qualitativas utilizadas e sua nomenclatura ........................... 43
Tabela 16 - Variáveis quantitativas utilizadas e sua nomenclatura ...................................................... 44
Tabela 17 - Sufixos utilizados para as diferentes variáveis .................................................................. 44
Tabela 18 - Caso 5.2.2.1 - Averiguação do número de CP a reter ....................................................... 48
Tabela 19 - Caso 5.2.2.2 - Averiguação do número de CP a reter ....................................................... 52
Tabela 20 - Caso 5.2.3 - Averiguação do número de CP a reter .......................................................... 54
Tabela 21 - Caso 5.2.4 - Averiguação do número de CP a reter .......................................................... 57
Tabela 22 - Caso 5.2.5 - Averiguação do número de CP a reter .......................................................... 61
Tabela 23 - Caso 5.2.6 - Averiguação do número de CP a reter .......................................................... 66
1
1. Introdução
1.1 Enquadramento do tema e objetivos
A água é um elemento essencial para a manutenção de todas as formas de vida e, como tal, deve ser
preservada. As águas residuais provenientes de aglomerados populacionais são constituídas por
microrganismos patogénicos e elevada carga orgânica que dificilmente serão compatíveis com
depuração natural no meio recetor. Assim, torna-se necessário a consciencialização das entidades
públicas, privadas e cidadãos em geral para este problema, e impõe-se uma ação geral e simultânea
recorrendo ao planeamento e tratamento das águas residuais através de soluções sustentáveis que
cumpram os valores legalmente exigidos e tenham em conta a crescente procura pela água.
Mundialmente, no que toca a esta temática, hoje está-se perante um cenário de crise resultante da falta
de instalações sanitárias adequadas e declínio na disponibilidade de água potável (Caselles-Osorio e
García, 2006). De acordo com a World Health Organization (2015), à escala mundial, 1 em cada 3
pessoas, ou 2.4 biliões, permanecem sem instalações sanitárias adequadas, sendo que destas, 946
milhões de pessoas defecam ao ar livre e cerca de 750 milhões de pessoas ainda não têm acesso a
fontes de água potável de qualidade, sendo que os países subdesenvolvidos representam grande parte
destes valores. De referir ainda que, de acordo com a mesma publicação, anualmente cerca de 365.000
crianças de idade inferior a 5 anos falecem de problemas de foro intestinal contraídos por consumo de
água inapropriada, falta de saneamento ou higiene.
Segundo a UNESCO (2015), “os recursos hídricos são um elemento-chave nas políticas de combate à
pobreza, mas por vezes são ameaçados pelo próprio desenvolvimento”. Esta frase proferida pela
diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, espelha bem a complexa relação entre o desenvolvimento
populacional e o uso e sobre-exploração da água. Estima ainda que para o ano de 2050 a agricultura,
responsável pela maior parte de consumo de água, terá de aumentar a produção de comida em 60%
nos países desenvolvidos, e 100% nos países em desenvolvimento. Conclui o relatório da World Water
Assessment Programme, liderado pela UNESCO, que caso não haja consciencialização e uma
melhoria drástica no uso e gestão da água, no ano de 2030 haverá um défice de água de 40% a nível
planetário.
Como resposta a esta situação, existem atualmente inúmeras tecnologias de tratamento das águas
residuais adequadas aos grandes aglomerados que, se adotadas para pequenos aglomerados,
levariam a custos per capita elevados, tornando-se insustentáveis. Assim, o recurso a fossas sépticas
complementadas por sistema de filtração e/ou infiltração tem sido uma solução frequentemente
adotada para o tratamento de águas residuais de pequenos aglomerados.
Deste modo, para pequenos aglomerados enquadram-se soluções simples e de baixo custo. A solução
de recurso a leitos de macrófitas tem-se revelado uma tecnologia especialmente adequada no
2
tratamento de águas residuais de pequenos aglomerados uma vez que é possível obter-se boas
eficiências de remoção de carga orgânica e de microrganismos patogénicos despendendo-se baixos
custos de instalação e manutenção, não descurando a integração paisagística.
O tipo de leito de macrófitas mais utilizado na Europa, e o que será analisado nesta dissertação, é o de
escoamento sub-superficial horizontal. Este tipo consiste num leito de gravilha ou pedra, selado por
uma membrana impermeável e dotado de plantas denominadas de macrófitas. O leito recebe o caudal
afluente a montante que flui posteriormente pelo material poroso num sentido maioritariamente
horizontal, até alcançar a zona de saída, de onde é recolhido (Vymazal, 2010).
Existem na literatura vários estudos que evidenciam a influência de um ou mais parâmetros de
dimensionamento de leitos de macrófitas de fluxo sub-superficial horizontal, nomeadamente o tipo de
substrato, a carga orgânica, a carga hidráulica, a relação comprimento x largura, o tempo de retenção
hidráulico, as características do leito e a sua profundidade, na eficiência de remoção de vários tipos de
contaminantes em diferentes condições ambientais (García et al., 2005). No entanto, os diversos
estudos disponíveis abordam na sua larga maioria apenas um número limitado de parâmetros e
condições operacionais, verificando-se mesmo que aqueles que procuram relações empíricas entre
variáveis geralmente correlacionam apenas 2 isoladamente, como por exemplo as concentrações à
entrada e saída do leito de um dado poluente. Desta forma, desconhecem-se estudos que abordem a
influência conjunta dos vários parâmetros de dimensionamento, bem como a relação entre estes e a
sua influência na eficiência de remoção do conjunto de todos os contaminantes.
O objetivo deste trabalho foi o de avaliar de uma forma mais abrangente esta influência conjunta de
várias variáveis e averiguar se os conhecimentos adquiridos da literatura se mantêm aquando de uma
análise mais complexa, ou se se obtém informação nova de interesse científico. Os elementos a
analisar foram fornecidos por uma base de dados que compila não só informação referente às
características físicas de leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal, bem como aos
vários tipos de contaminantes presentes nestes. Para a criação desta base de dados procedeu-se ao
levantamento e análise de 40 artigos científicos, dos quais resultaram 178 casos de estudo, número de
amostras este que se considerou suficiente. Uma vez que se irá tratar de uma análise multivariada,
recorreu-se ao software ANDAD para se proceder à análise de componentes principais dos casos de
estudo referidos.
1.2 Estrutura da dissertação
A presente dissertação é composta por seis capítulos.
No capítulo 1 faz-se o enquadramento do tema da dissertação, referindo os objetivos da mesma, bem
como a estrutura do trabalho desenvolvido.
3
No capítulo 2 faz-se uma descrição histórica relativamente à evolução dos sistemas de leitos de
macrófitas, o seu princípio de funcionamento, os seus constituintes e tipos de leito relativamente às
espécies de macrófitas e tipo de escoamento.
No capítulo 3 descreve-se os leitos de escoamento sub-superficial horizontal nomeadamente o
conhecimento adquirido pela literatura no que à eficiência de tratamento físico-químico diz respeito,
tipo de plantas, aspetos construtivos, vantagens e desvantagens destes sistemas.
No capítulo 4 é apresentada a metodologia utilizada na presente dissertação, no qual se aborda o
conceito de análise multivariada, procedendo-se posteriormente a uma explicação mais aprofundada
do método adotado, a análise de componentes principais.
No capítulo 5 expõem-se os casos de estudo efetuados ressalvando as conclusões relevantes através
do paralelismo com os conhecimentos adquiridos da literatura.
Por último, no capítulo 6 sintetizam-se as principais conclusões obtidas e propõem-se elementos de
desenvolvimento de trabalho futuro.
4
2. Leitos de macrófitas como solução para
tratamento de águas residuais
2.1 Enquadramento histórico
A inexistência de qualquer tratamento de águas residuais até ao séc. XIX esteve na base da
proliferação de vastas doenças e epidemias. A contaminação dava-se através do contacto de origens
de águas utilizadas pela população com efluentes e outros resíduos que, não sofrendo qualquer
tratamento, produziam e propagavam múltiplas enfermidades entre os seus consumidores.
Já no séc. XIX verificou-se o desenvolvimento de sistemas de drenagem enterrados que, embora
utilizados como forma de evitar a contaminação de origens de água, se revelaram insuficientes.
Surgiram ainda diversas soluções de tratamento (precipitação química, infiltração rápida, escoamento
superficial ou em irrigação agrícola) que predominaram até ao início do séc. XX. Nas grandes cidades
desenvolveram-se as chamadas “quintas de esgoto”, terrenos circundantes que serviam
essencialmente para a aplicação dos efluentes gerados pela população (Cooper, 2001).
Estes recursos acabaram por ser descartados e preteridos por novas soluções devido, principalmente,
à necessidade de expansão das vilas e cidades. A esta causa juntaram-se ainda os problemas
causados pela acumulação e atulhamento dos solos e ainda pela insuficiência no grau de qualidade do
tratamento.
As últimas décadas marcaram o aprofundamento da investigação dos leitos de macrófitas, também
designadas como zonas húmidas construídas, que representaram uma alternativa aos tradicionais
sistemas intensivos de tratamento. Esta tecnologia, embora considerada recente, já havia sido utilizada
no início do século XX aquando da descarga de efluentes domésticos em pântanos (IWA, 2000).
Na Europa, os estudos sobre esta tecnologia iniciaram-se na década de 50 com experiências que,
através da utilização de determinadas plantas macrófitas (plantas aquáticas que se desenvolvem em
zonas húmidas, lagos e cursos de água) como Scirpus, Juncus ou Phragmites, demonstraram a
eficiência na remoção de compostos fenólicos e outros derivados tóxicos (Caselles-Osorio e García,
2006).
As investigações prosseguiram nos anos 60 com o desenvolvimento por parte de Seidel de um método
que utilizava areia ou gravilha como substrato e a combinação dos fluxos vertical e horizontal. Kickuth
desenvolveu o “método da zona radicular” baseado em fluxo horizontal e substrato tipo solo arenoso e
em 1974 construíu os primeiros leitos de macrófitas para tratamento de águas residuais municipais, na
Alemanha e Holanda (Caselles-Osorio e García, 2006).
5
O interesse em sistemas de baixo custo e pouca manutenção inflacionou a disseminação desta
tecnologia em vários países da Europa, no início dos anos 80. A simplicidade de construção, a grande
capacidade absorvente, a pequena produção de lamas e os baixos custos de manutenção e de
operação permitiram o desenvolvimento e crescimento dos leitos de macrófitas no decorrer desta
década, sendo introduzidos na Suécia, Suíça, América do Norte e Austrália. Nos anos 90 muitos destes
sistemas foram também construídos noutros países da Europa (República Checa, Polónia, Noruega,
Portugal e Eslovénia), África e Ásia (China e Índia) (Vymazal, 2010).
Paralelamente ao desenvolvimento na Europa, também nos Estados Unidos esta forma de tratamento
de águas residuais se mostrava em expansão, ainda que de forma distinta: prevaleciam os leitos de
macrófitas de escoamento superficial, enquanto que na Europa se recorria essencialmente ao
escoamento sub-superficial (IWA, 2000).
Apesar de, inicialmente, a utilização dos leitos de macrófitas estar diretamente ligada ao tratamento de
águas residuais municipais, nas duas últimas décadas esta tecnologia foi estendida a afluentes pluviais,
industriais e agrícolas. Atualmente, quase todos os tipos de águas residuais podem ser tratados por
leitos de macrófitas. Este alargamento da especialidade de aplicação deu início a novos conceitos de
tratamento tais como os sistemas de carga intermitente, os sistemas de fluxo vertical, os sistemas de
várias plataformas e os sistemas híbridos que consistem numa combinação de sistemas de leitos de
macrófitas de escoamento horizontal e vertical (Vymazal, 2010).
Este franco desenvolvimento da tecnologia de leitos de macrófitas é também comprovado pelo aumento
significativo de eventos sobre o assunto, apresentação de novas vertentes da tecnologia assim como
complementação das existentes, levando ao aperfeiçoamento dos conhecimentos e técnicas utilizadas
na Indústria Mundial da Água.
2.2 Tipos de leitos de macrófitas
Os leitos de macrófitas são geralmente classificados de acordo com o tipo de escoamento e sua
orientação, podendo ser (Vymazal, 2008; USEPA, 2000):
Leitos de escoamento superficial;
Leitos de escoamento sub-superficial: vertical ou horizontal;
Sistemas híbridos ou mistos.
Por outro lado, as macrófitas, plantas aquáticas integrantes do leito, classificam-se em flutuantes,
submersas e emergentes, como se pode ver na Figura 1.
6
No âmbito desta dissertação, será descrito mais detalhadamente o sistema de escoamento sub-
superficial horizontal, sistema mais utilizado em Portugal.
Na Figura 2 sintetiza-se a classificação de leitos de macrófitas e vegetação utilizada.
Figura 1 - Perfil tipo de um leito de macrófitas - Tipos de macrófitas (adaptado de http://www.ufscar.br/~probio/perfil_m.jpg)
7
2.2.1 Leitos de macrófitas de escoamento superficial
2.2.1.1 Sistemas de macrófitas flutuantes
Neste tipo de sistemas de macrófitas a densa cobertura criada pelas plantas flutuantes permite uma
penetração reduzida de radiação solar e deste modo, uma água residual praticamente livre de algas e
em condições anaeróbias, favorecendo a desnitrificação. Estes sistemas utilizam plantas enraizadas
(p.e.: Nymphaea, Nuphar, Potomogeton, Hydrocotyle) ou aquáticas flutuantes (p.e.: Lemna, Spirodela,
Eichhornia crassipes, Pistia stratiotes, Visctoria regia). As espécies de plantas mais utilizadas são as
Eichhornia crassipes (Jacinto-de-água), e Lemna (Lentilha-de-água), sendo mais comumente utilizadas
na remoção de nutrientes após tratamento secundário (IWA, 2000). Nas Figuras 3 e 4 demonstra-se as
macrófitas Jacinto-de-água e Lentilha-de-água.
Figura 2 - Tipos de leitos de macrófitas (adaptado de Vymazal, 2008)
8
O facto das raízes se encontrarem em total contacto com a água permite a criação de uma grande
superfície de contacto entre ambas proporcionando um tratamento mais eficaz na remoção de sólidos
suspensos totais (SST) e poluentes orgânicos, absorvendo ainda, e de forma eficaz, azoto e fósforo
(IWA, 2000).
Na Figura 5 ilustra-se este tipo de sistema de macrófitas.
Figura 3 – Jacinto-de-água (fonte: www.prota4u.org)
Figura 4 – Lentilha-de-água (fonte: aquahobby.com)
9
2.2.1.2 Sistemas de macrófitas submersas
Neste sistema os tecidos fotossintéticos das plantas estão totalmente imersos. O seu potencial de
utilização em tratamento primário ou secundário de efluente é limitado devido e à sua sensibilidade a
condições anaeróbias e à tendência de estas serem tapadas por eventuais plantas à superfície. Estas
macrófitas consomem o dióxido de carbono dissolvido na água e provocam um acréscimo na
concentração de oxigénio dissolvido, levando a um aumento do pH que facilita a volatização de amónia
e precipitação química do fósforo. Esta categoria de leitos de macrófitas de escoamento superficial não
é de uso comum mas é frequente a plantação deste tipo de macrófitas em leitos que, na sua extensão,
apresentem zonas profundas (IWA, 2000).
Na Figura 6 ilustra-se o sistema de macrófitas aquáticas submersas.
2.2.1.3 Sistemas de macrófitas emergentes
Neste sistema a base do leito deve ser impermeável ou impermeabilizada, contendo uma camada de
20 a 30 cm de solo arável para suporte das raízes das macrófitas. A superfície livre do efluente mantem-
se acima do nível do solo, com profundidades que podem variar de poucos centímetros até 1 m,
caracterizando-se as zonas próximas da superfície de contacto entre o efluente e a atmosfera como
aeróbias e as zonas mais profundas, anaeróbias (IWA, 2000). A densa vegetação emergente cobre,
normalmente, mais de 50% da área superficial do leito (Vymazal, 2010). São utilizadas, por exemplo,
Figura 5 - Sistema de macrófitas aquáticas flutuantes (adaptado de Dias, 2000)
Figura 6 - Sistema de macrófitas aquáticas submersas (Dias, 2000)
10
espécies como as Phragmites e Scirpus, enraizadas e adaptadas ao encharcamento, cujas folhas
emurchecem no Inverno e rebentam novamente na Primavera, a partir dos rizomas. Uma vez que junto
das raízes circula uma parca quantidade de água residual, diminuindo o potencial de depuração, a
eliminação dos contaminantes dá-se através de reações que têm lugar na água e raramente na zona
inferior de contacto (USEPA, 2000). Expõe-se este tipo de sistema de macrófitas através da Figura 7.
2.2.2 Leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial
2.2.2.1 Sistemas de escoamento sub-superficial horizontal
Os sistemas de escoamento sub-superficial horizontal são os tipos de leitos de macrófitas mais
utilizados em Portugal e na Europa. Estes, embora apresentem eficiências de remoção compatíveis
com um grau de tratamento secundário relativamente a matéria orgânica (caracterizada geralmente por
CBO5 e CQO) e sólidos suspensos totais, apresentam normalmente eficiências de remoção reduzidas
para fósforo e azoto (Soares, 2012).
Este sistema, que será abordado com mais detalhe no capítulo 3, caracteriza-se por um leito com
profundidade inferior a 1 m, preenchido com gravilha de diferentes granulometrias que sustenta o
crescimento de algumas espécies de plantas. Permite assim a circulação, num sentido
maioritariamente horizontal, das águas residuais que têm de transitar uma extensão de solo (o leito)
até atingirem a saída e serem posteriormente descarregadas, preferencialmente em linhas de água.
Este tipo de sistema sempre foi utilizado para tratamento de águas domésticas e municipais em todo o
mundo. No entanto, atualmente, estes são utilizados no tratamento de diversos tipos de águas
residuais, nomeadamente industriais, escorrências pluviais e agrícolas (Vymazal, 2010).
Na Figura 8 ilustra-se este tipo de sistema de macrófitas.
Figura 7 - Sistema de macrófitas aquáticas emergentes de escoamento superficial horizontal (adaptado Vymazal, 2003)
11
Figura 8 - Sistema de macrófitas aquáticas emergentes de escoamento sub-superficial horizontal. (Soares, 2012)
2.2.2.2 Sistemas de escoamento sub-superficial vertical
Estes sistemas caracterizam-se pela possibilidade de terem o fluxo ascendente ou descendente. Nos
sistemas de fluxo descendente o leito é constituído por uma base de gravilha seguindo-se uma
cobertura de areia. No fundamento do funcionamento está a rega descontínua do leito com água
residual que, gradualmente, percola das camadas superiores até à base (Kadlec, 2003). Esta
intermitência de rega permite que haja uma distribuição de oxigénio pelos vazios do meio e, deste
modo, uma predominância de reações aeróbias neste tipo de sistemas (Guia UE, 2001). Ilustra-se este
tipo de sistema através da Figura 9.
No caso de fluxo ascendente, o leito possui cascalho na base e solo no topo, intercalados por uma
camada de gravilha. Na base do leito distribuem-se canais que, através de um sistema eletromecânico,
injetam a água residual nesse mesmo leito, permitindo que o escoamento se dê por contra-percolação
e por capilaridade (Dias et al., 2000).
A Figura 10 ilustra este tipo de sistema.
Figura 9 - Sistema de macrófitas aquáticas emergentes de escoamento sub-superficial vertical descendente (adaptado Vymazal, 2003)
12
Existem ainda sistemas combinados dos vários tipos referidos, designados híbridos ou mistos, cujo
objetivo passa por garantir uma maior eficiência no tratamento uma vez que, sendo frequentemente
compostos por fluxo horizontal e vertical, promovem, não só a eficaz remoção de CBO5 e SST, como
uma maior eficácia na remoção de azoto uma vez que a combinação de leitos de escoamento sub-
superficial vertical seguidos de leitos de escoamento sub-superficial horizontal proporciona condições
para que se dê a nitrificação seguida de desnitrificação, reação aeróbia e anaeróbia, respetivamente
(Vymazal, 2010).
2.3 Principais características de ETAR de leitos de macrófitas
O recurso à tecnologia de leitos de macrófitas tem de uma forma geral o objetivo de se obter uma
qualidade de efluente compatível com o tratamento secundário. Assim, as ETAR que utilizam estes
sistemas são geralmente compostas por órgãos que permitem três tipos de tratamento (Metcalf e Eddy,
1991; IWA, 2000):
Tratamento Preliminar – utiliza geralmente a gradagem para remover os sólidos de maior dimensão em
suspensão que possam causar problemas de operação ou manutenção do sistema, antes do efluente
entrar no órgão de tratamento primário;
Tratamento Primário – usualmente assegurado por uma fossa séptica ou por um tanque Imhof onde
são sedimentados grande parte dos sólidos em suspensão, flocadas as gorduras e outros materiais
menos densos, evitando assim a colmatação sub-superficial do leito. Embora seja possível a redução
de alguns poluentes, o efluente proveniente de um tratamento primário apresenta, geralmente, ainda
uma concentração na casa dos 50% de matéria orgânica e de CBO5, como se pode ver na Tabela 1;
Tratamento Secundário – Principalmente direcionado para a remoção de matéria orgânica
biodegradável e sólidos suspensos. É assegurado por um ou mais leitos impermeabilizados para
impedir a infiltração no solo, posteriormente preenchido com água e onde são plantadas macrófitas.
Figura 10 - Sistema de macrófitas aquáticas emergentes de fluxo sub-superficial vertical ascendente (adaptado de Vymazal, 2003)
13
Como se viu anteriormente, o preenchimento do leito permite a classificação dos leitos de macrófitas
em dois tipos conforme se trate de uma ocupação por água e plantas aquáticas - Escoamento
superficial - ou por um meio poroso (geralmente gravilha) com plantas (macrófitas) à superfície -
Escoamento sub-superficial.
A Tabela 1 demonstra a variação típica da concentração de alguns parâmetros característicos de águas
residuais domésticas em função do nível de tratamento a que é sujeita.
Tabela 1 - Variação de alguns poluentes de águas residuais domésticas com o nível de tratamento (adaptado de Metclaf e Eddy, 2003; Albuquerque, 2003)
Tratamento CBO5 (mg/l)
CQO (mg/l)
N (mg/l)
P (mg/l)
SST (mg/l)
Sem tratamento 140 - 400 350 - 1000 20 - 80 5 - 12 100 - 350
Após tratamento Primário
80 - 250 200 - 500 20 - 60 5 - 10 80 - 140
Após tratamento Secundário
20 - 40 80 - 150 5 - 10 1 - 3 10 - 50
14
3. Leitos de macrófitas de escoamento sub-
superficial horizontal
3.1 Funcionamento e aspetos construtivos do sistema
A análise desta dissertação incidiu sobre leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal,
sendo, desta forma, o tipo que irá ser sujeito a uma descrição mais detalhada.
O sistema de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal, como já foi referido anteriormente e
agora se aprofunda, caracteriza-se pela escavação de um leito no solo que irá sofrer uma
impermeabilização e enchimento com material poroso, de granulometrias distintas, com uma camada
de solo cultivável na superfície onde se plantam as macrófitas, sensivelmente de 30 em 30 cm (Relvão,
1999). Estas são plantas que estão adaptadas a viver em contexto de águas com uma grande carga
orgânica e, recorrendo à fotossíntese, encaminham oxigénio às raízes beneficiando a degradação da
matéria orgânica através dos microrganismos que vivem associados ao seu sistema radicular. A água
residual reparte-se na entrada do leito, através de tubagem perfurada, provinda de órgãos de pré-
tratamento – fossa séptica ou tanque Imhoff – levando-a ao seu atravessamento – translação – que se
estira ao longo da zona onde se encontram as raízes e os rizomas (Reed et al., 1995).
Ao longo deste percurso verificam-se inúmeros processos de origem física, química e biológica, que
auxiliam no bom rendimento purificador do afluente (Dias, 2000; Vymazal 2010). As reações biológicas
advêm do crescimento de organismos no biofilme que se desenvolve nas plantas e no meio de
enchimento logo, este tipo de leito de macrófitas apresenta taxas mais elevadas de eliminação
comparativamente ao sistema de escoamento superficial, possibilitando assim uma menor área para o
leito. O facto de o nível da água se encontrar abaixo da superfície do solo apresenta não só uma mais-
valia ao nível estético do sistema, como tal facto evita problemas associados aos climas frios, uma vez
que esta capa de solo leva a uma maior proteção térmica do sistema de tratamento, o que permite que
nas camadas inferiores continuem a desenrolar-se as reações esperadas (Etarplan, 2003 citado por
Seco, 2008).
Para que a água residual tratada possa sair, utiliza-se um dreno enterrado na extremidade oposta do
leito. Este dreno encontra-se associado a uma tubagem invertida que possibilita a regulação da altura
da descarga e, deste modo, a altura de água existente no leito. Relativamente ao nível de água, este
deve ser conservado 5 cm abaixo da superfície do material filtrante, com a finalidade de prevenir que a
água circule à superfície do filtro. Esta prevenção é fundamental para que não ocorra uma diminuição
na eficiência de tratamento devido à diminuição do tempo de retenção da água residual no leito. Não
havendo água na superfície, minimiza-se também o risco de proliferação de insetos e surgimento de
odores (Guia UE, 2001). Posteriormente, o efluente tratado é recolhido no extremo oposto ao de
15
entrada no leito para ser libertado num destino final que, geralmente, será uma linha de água das
imediações.
Na Figura 11 apresentam-se imagens ilustrativas de tubagens perfuradas instaladas à entrada e à
saída de um leito.
Regra geral, o leito deve ser submetido à impermeabilização, tanto no fundo como nos taludes, através
de uma tela de polietileno – PEAD, de forma a garantir, não só a sua estanquicidade, impossibilitando
assim a contaminação das águas subterrâneas adjacentes, como que as macrófitas possuam sempre
substâncias alimentares (contaminantes), que irão permitir o seu desenvolvimento. O efluente saturado
de matéria orgânica e outros poluentes fornecem os contaminantes, possibilitando às plantas a
possibilidade de assegurarem a sua subsistência e, por sua vez, melhorar a qualidade da água. A
impermeabilização com tela pode ser dispensada nos lugares em que o solo onde se planeia implantar
os leitos de macrófitas seja de origem argilosa, ou seja, de baixa permeabilidade (Relvão, 1999).
A constituição do leito, meio de enchimento, funciona como importante auxiliar do tratamento do
efluente, nomeadamente na criação, manutenção e transporte de diversos organismos, como por
exemplo protozoários, os fungos e as algas do solo, com o objetivo a remoção de detritos orgânicos.
Assim sendo, o meio de enchimento é um dos constituintes fundamentais para um tratamento eficiente,
não devendo ser de granulometria muito fina (< 0,2 mm), pois embora se dê uma maior eliminação de
microrganismos, maior absorção de nutrientes e maior clarificação, leva à necessidade de ser aumentar
a área do leito, pois a porosidade diminui. Não deverá ser também de granulometria muito grosseira (>
4,0 mm), pois embora seja facilitada a condução hidráulica, permitindo cargas hidráulicas maiores e
desta forma melhorar o comportamento face à colmatação (que sucede maioritariamente nos dois
primeiros anos de atividade quando as plantas não estão completamente desenvolvidas), estes solos
prejudicam a proliferação das macrófitas e têm um desempenho deficiente na eliminação de metais
pesados, nutrientes e microrganismos e na clarificação dos efluentes. É habitualmente utilizada uma
Figura 11 - Tubos de alimentação (à esquerda) e recolha do efluente (à direita) de um leito (Simões, 2009)
16
mistura de gravilha e areão uniforme, que garante uma boa permeabilidade, recomendando-se colocar
a gravilha no fundo do leito (USEPA, 2000). Antes da colocação em obra, é recomendada a lavagem
prévia destas matérias e, deste modo, remover-se eventuais finos que podiam levar a problemas de
colmatação do leito.
Na Tabela 2 demonstram-se os valores característicos de porosidade e de condutividade hidráulica de
alguns tipos de material de enchimento em leitos de macrófitas.
Na Figura 12 demonstra-se o aspeto o desenvolvimento de biofilme sobre gravilha.
São diversas as formas ou configurações que o leito pode apresentar, dependendo da necessidade de
ajustar ao terreno disponível, embora sejam frequentemente de formas retangulares, com o
comprimento superior à largura. Porém, requer-se que o fundo do leito tenha uma inclinação
decrescente da entrada para a saída, na ordem dos 0,5% a 1,5%, para salvaguardar uma distribuição
Tabela 2 - Valores característicos de porosidade e condutividade hidráulica de alguns materiais de enchimento (Reed at al., 1995, citado por USEPA, 2000)
Meio de enchimento Granolumetria D10
(mm) Porosidade
(%) K
(m3/(m2 dia))
Areia média 8 30 - 35 488 - 4875
Gravilha fina 16 35 - 38 914 - 9750
Gravilha 32 36 - 40 9750 - 48752
Cascalho 128 38 - 45 48752 - 249854
Figura 12 - Desenvolvimento de biofilme sobre gravilha (fonte: http://deca.ubi.pt)
17
homogénea das águas residuais por todo o leito. O terreno deve ser limpo e desmatado para prevenir
a existência de pedras e plantas infestantes que possam interferir no sistema de tratamento. O produto
decorrente da escavação, para instalação do leito, pode ser reutilizado na construção do mesmo, caso
possua características adequadas (Relvão, 1999).
No caso de as dimensões serem superiores a 500 m2, o fracionamento em diversas unidades, com
tamanho mais reduzido, irá beneficiar a manutenção da instalação e irá melhorar a distribuição
hidráulica. A profundidade do leito deve ser semelhante à profundidade máxima de penetração de
raízes (Guia UE, 2001). Em termos práticos, aconselha-se a existência de pelo menos dois leitos,
mesmo para dimensões menores a 500 m2, evitando-se assim a interrupção do funcionamento do
sistema quando estiverem a ser realizadas as operações de manutenção, sendo possível manter-se
sempre um dos dois leitos ativos (Dias, 2000).
3.2 Processos envolvidos e eficiência
Como já se referiu anteriormente, o tratamento das águas residuais em leitos de macrófitas de
escoamento sub-superficial horizontal ocorre através da combinação de processos biológicos, físicos
(filtração e sedimentação) e químicos (adsorção e degradação biológica). Neste capítulo expõem-se
termos descritivos da hidrologia bem como os principais contaminantes e processos envolvidos na
remoção destes.
A Figura 13 representa sinteticamente os processos e reações que ocorrem num leito de macrófitas.
Figura 13 - Processos e reações num leito de macrófitas (adaptado de Seco, 2008)
18
3.2.1 Carga hidráulica e tempo de retenção hidráulico
Aquando do dimensionamento dos leitos de macrófitas é importante ter-se em conta o tempo de
retenção hidráulica adequado de modo a que a água possa estar no leito o tempo necessário para que
ocorram as modificações biológicas e químicas dos contaminantes e para que a sedimentação possa
ocorrer. Assim, a eficiência do tratamento de águas residuais num leito de macrófitas melhora com uma
maior permanência entre a água residual e o meio de enchimento, sendo que, com o agravamento da
colmatação, ocorre uma diminuição da condutividade hidráulica e do tempo de retenção da massa
líquida que se encontra em contacto com o meio de enchimento (Galvão, 2009).
A carga hidráulica, HLR, pode ser entendida como sendo o caudal de água residual escoado dividido
pela área do leito (IWA, 2000).
𝐻𝐿𝑅 =
𝑄𝑖
𝐴
(1)
Onde
O tempo de retenção hidráulico, HRT, é obtido pelo Volume útil dividido pelo caudal de água residual
escoado (IWA,2000).
𝐻𝑅𝑇 =
𝐴. ℎ𝑓
𝑄𝑖=
ℎ𝑓
𝐻𝐿𝑅
(2)
Com
e
HLR = Carga hidráulica (cm d-1)
Qi = Caudal escoado (m3 d-1)
A = Área superficial do leito (m2)
HRT = Tempo de retenção hidráulico (d)
hf = Profundidade de água livre (m)
19
ℎ𝑓 = ℎ. Ɛ (3)
Em que
Conclui-se que é possível aumentar o tempo de retenção hidráulico quer pelo aumento da profundidade
do leito, quer pela diminuição da carga hidráulica.
O nível de remoção de poluentes é mais elevado para um alto tempo de retenção (6 a 8 dias) e baixas
velocidades de escoamento (Guia UE, 2001).
Aquando de uma carga hidráulica excessiva nos leitos de macrófitas, a população microbiana está
protegida pelo solo e plantas que segregam exsudados (polissacarídeos) que complementam a sua
defesa, protegendo a rizosfera e os microrganismos existentes. Esta barreira de proteção por parte das
plantas permite que a população microbiana prossiga a sua atuação sem nunca entrar em contacto
com concentrações elevadas de poluente (Dias, 2000).
3.2.2 Carência Bioquímica de Oxigénio (CBO5) e Carência
Química de Oxigénio (CQO)
Um tratamento biológico tem a principal função de remoção da matéria orgânica biodegradável,
quantificável através da Carência Bioquímica de Oxigénio (CBO5) e de matéria orgânica quimicamente
oxidável, verificada através da Carência Química de Oxigénio (CQO) (Soares, 2012).
A remoção da matéria orgânica particulada, principal responsável de matéria orgânica nos leitos de
macrófitas, ocorre predominantemente na zona inicial do leito, através de processos sedimentação e
filtração no meio de enchimento, transformando-se posteriormente em compostos solúveis (USEPA,
2000; Akratos e Tsihrintzis, 2007; García et al., 2005). A parte solúvel da matéria orgânica é degradada
pelo desenvolvimento de microrganismos no meio e na superfície das raízes e rizomas das plantas,
através de processos aeróbios e/ou anaeróbios, caso o oxigénio seja ou não o elemento responsável
pela oxidação (USEPA, 2000). O oxigénio disponível para a degradação aeróbia da matéria orgânica
provém diretamente por difusão atmosférica ou da libertação de oxigénio pelas raízes para a rizosfera
(IWA, 2000).
De salientar que a concentração de matéria orgânica à saída deve-se sobretudo à produzida
internamente pela decomposição dos resíduos das plantas e não de compostos que não tenham sido
h = Profundidade de água (m)
Ɛ = Porosidade (m3 m-3)
20
Figura 14 - Remoção de CBO5 versus tempo de retenção hidráulico (adaptado de USEPA, 1993)
absorvidos pelo sistema (USEPA, 2000), sendo por isso habitual uma concentração residual de CBO5
de 2 a 7 mg/l no efluente (USEPA, 1993).
Akratos e Tsihrintzis (2007) levaram a cabo uma experiência entre Janeiro de 2004 e Janeiro de 2006
onde analisaram 5 leitos piloto de dimensões 3 m em comprimento e 0,75 m em largura, de diferentes
vegetações, porosidades do meio e tempos de retenção hidráulico de 6, 8, 14 e 20 dias. Desta
experiência constataram uma significativa eficiência de remoção de matéria orgânica e que esta não
foi muito afetada pela variação de temperatura, vegetação ou porosidade do meio. Averiguaram ainda
que um tempo de retenção hidráulico de 8 dias é adequado para a obtenção de uma eficiência de
remoção elevada deste poluente, não apresentando grandes melhorias a partir deste valor.
Constatação que já havia sido referida por USEPA (1993).
USEPA (1993) analisou o desempenho de 17 leitos e averiguou a dependência entre a taxa de remoção
da matéria orgânica com o tempo de retenção hidráulico e com a relação comprimento x largura do
leito. Os resultados foram os que se apresentam nas Figuras 14 e 15.
Os resultados demonstram que a taxa de remoção de CBO5 aumenta até um tempo de retenção de 1,5
dias, aumentando apenas ligeiramente a partir deste valor até 7,5 dias.
HRT (d)
Rem
oção d
e C
BO
5 (
%)
21
Figura 15 - Remoção de CBO5 versus relação comprimento x largura do leito (USEPA, 1993)
Nesta análise foram englobados leitos cuja relação C:L variou de 2:1 até mais de 17:1. Como se
depreende da figura 15, não parece existir qualquer relação entre o aspeto do leito e a capacidade de
remoção de matéria orgânica.
Estudos mais recentes têm vindo a sugerir que a eficiência na remoção de matéria orgânica varia com
a oscilação da temperatura e que a influência desta depende de fatores como o tempo de retenção
hidráulico e o tipo de vegetação utilizada (Stein et al., 2006; Taylor et al., 2010).
A Tabela 3 expõe os valores médios de eficiência de remoção da concentração de CBO5 resultantes
do estudo de 438 leitos de macrófitas com escoamento sub-superficial horizontal.
3.2.3 Sólidos Suspensos Totais – SST
A remoção de SST em leitos de macrófitas realiza-se essencialmente através de processos de
sedimentação, dada a baixa velocidade a que a água residual atravessa o leito, e filtração da matéria
particulada por parte dos elementos constituintes do sistema (Wallace e Knight, 2006).
Tabela 3 - Eficiência de tratamento de CBO5 em leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal (Vymazal, 2010)
CBO5
Entrada média (mg/l)
Saída média (mg/l)
Eficiência média (%)
HLR média (cm/d)
Amostras (-)
170 42 75 11,8 438
Rem
oção d
e C
BO
5 (
%)
Relação comprimento x largura
22
Assim, não se reconhece uma influência relevante na existência de macrófitas na remoção de SST em
leitos de escoamento sub-superficial (Brisson e Chazarenc, 2009).
Como já se referiu, o processo de colmatação é frequente e deteriora o desempenho da tecnologia dos
leitos de macrófitas ao longo dos anos, reduzindo a porosidade do meio de enchimento, com as
consequências já referidas. Não obstante, a eficiência de remoção de SST nestes sistemas é elevada,
talvez pelo facto de a sedimentação ocorrer sobretudo nos primeiros metros a partir do ponto de entrada
nos leitos, como relatado por Caselles-Osorio et al. (2007).
Desde que o escoamento se mantenha abaixo da superfície do solo, a remoção de SST apresenta um
padrão semelhante ao da matéria orgânica, o que sugere que estas ocorrem em proporção semelhante
(Oliveira, 2007).
Na Tabela 4 demonstra-se os valores obtidos por Vymazal (2010) na remoção média deste poluente.
3.2.4 Azoto
O azoto surge em diferentes estados de oxidação que estarão sujeitos a distintos processos biológicos
e físico-químicos que irão proceder à sua transformação (IWA, 2000). Este poderá apresentar-se na
forma de azoto orgânico, azoto amoniacal (N-NH4), azoto nítrico (N-NO3), azoto nitroso (N-NO2) e azoto
gasoso (N2) (Simões, 2009).
Os principais mecanismos de remoção de azoto em leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial
horizontal são reações de amonificação, nitrificação e posterior desnitrificação, facilitadas pela
existência de micro-áreas aeróbias e anaeróbias (Vymazal, 2007, citado por Vymazal, 2008). O azoto
orgânico é mineralizado para amónia através de processos de hidrólise e degradação bacteriológica,
que por sua vez será oxidada para nitrato por bactérias nitrificantes presentes nas zonas aeróbias (IWA,
2000).
A desnitrificação ocorre em zonas sem oxigénio (anaeróbia ou anóxicas), geralmente entre raízes, e
permite reduzir os nitratos e o azoto livre, através do crescimento de bactérias desnitrificantes. Para
este fim, os leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal são os mais adequados. A
Tabela 4 - Eficiência de tratamento de SST em leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal (Vymazal, 2010)
SST
Entrada média (mg/l)
Saída média (mg/l)
Eficiência média (%)
HLR média (cm/d)
Amostras (-)
141 35 75 15,4 367
23
desnitrificação tem um espetro alargado de atuação, podendo ocorrer em variadas temperaturas,
durante todo o ano e mesmo em climas mais frios (Vymazal, 2002). Não obstante, vários estudos
apontam que a eficiência de remoção de azoto toma valores mais elevados para períodos mais quentes
(Kuschk et al., 2003; Akratos e Tsihrintzis, 2007).
Distintos estudos demonstraram que a oxigenação da rizosfera nestes leitos é insuficiente e, deste
modo, a incompleta nitrificação é tida como a grande responsável pela limitada remoção de azoto
nestes sistemas de macrófitas (Brix e Schierup, 1990; Vymazal, 2007, citado por Vymazal, 2008). Para
aumentar estas taxas, pode aplicar-se cargas hidráulicas mais reduzidas, o que leva áreas de
implantação maiores (Galvão, 2009), e usar-se tempos de retenção elevados (Oliveira, 2007).
Tal como grande parte dos processos microbianos, a remoção deste poluente torna-se mais eficiente
em valores de pH próximos da neutralidade e aumenta com o aumento do tempo de retenção hidráulica,
sendo este último um fator essencial no grau de desnitrificação obtido (Dias, 1998).
A Figura 16 sintetiza as transformações de azoto em leitos de macrófitas.
A presença de plantas poderá também ter influência na remoção de azoto através da assimilação de
amónia e nitratos. Contudo este processo só ocorre durante o período de crescimento das plantas
(Primavera e Verão), sendo que no período de senescência (Outono e Inverno) a decomposição os
detritos vegetais levam ao aumento da quantidade de azoto presente na água (Soares, 2012).
Figura 16 - Evolução do azoto em leitos de macrófitas (Simões, 2009)
24
As Tabelas 5 e 6 demonstram os valores obtidos por Vymazal (2010) na remoção média de azoto total
e azoto amoniacal.
3.2.5 Fósforo
A remoção de fósforo está relacionada essencialmente com o meio de enchimento, uma vez que se
encontra associado a fenómenos de precipitação e adsorção, e absorção por parte das plantas
(embora com menor representatividade na eficiência global do processo de tratamento) (Akratos e
Tsihrintzis, 2007), requerendo uma grande área de contacto e a presença de sais metálicos (Oliveira,
2007).
De um modo geral, a remoção de fósforo é reduzida uma vez que o meio usado nestes leitos não é rico
em Fe, Al ou Ca que facilitam a precipitação e/ou adsorção do fósforo (Vymazal, 2008), verificando-se
uma maior capacidade de remoção durante os primeiros anos de operação, deteriorando-se bastante
quando atingido o limite de adsorção com o preenchimento das superfícies disponíveis (Sousa et al,
2002).
A influência da presença de macrófitas na eficiência de remoção do fósforo é semelhante ao descrito
para o azoto, estando também dependente do período de crescimento destas, onde se verifica um
maior consumo de fósforo na Primavera e Verão, e consumo nulo e reposição de fósforo através da
decomposição das plantas no período de senescência (USEPA, 2000).
Tabela 5 - Eficiência de tratamento de azoto total em leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal (Vymazal, 2010)
TN
Entrada média (mg/l)
Saída média (mg/l)
Eficiência média (%)
HLR média (cm/d)
Amostras (-)
63 36 43 10,6 208
Tabela 6 - Eficiência de tratamento de azoto amoniacal em leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal (Vymazal, 2010)
NH4-N
Entrada média (mg/l)
Saída média (mg/l)
Eficiência média (%)
HLR média (cm/d)
Amostras (-)
36 22 39 14,1 305
25
Do estudo levado a cabo por Akratos e Tsihrintzis (2007) e que se descreveu no capítulo 3.2.2, concluiu-
se que a vegetação apresenta um contributo na remoção de fósforo. Adicionalmente, estes verificaram
que a seleção do meio de enchimento desempenha um papel fundamental, tendo obtido a melhor taxa
de remoção para granulometrias mais finas. Espelhou-se ainda a necessidade de aumento do tempo
de retenção hidráulico com a diminuição da temperatura.
Os valores obtidos por Vymazal (2010) na remoção média de fósforo podem ser consultados na Tabela
7.
3.2.6 Microrganismos patogénicos
A remoção dos microrganismos patogénicos, cuja presença em água residuais é habitualmente
determinada através da deteção de organismos, nomeadamente coliformes totais, coliformes fecais,
estreptococos fecais e Escherichia coli (Galvão, 2009), advém dos processos de sedimentação e
filtração no meio e intersecção com as plantas ou biolfime (USEPA, 2000).
A eficiência de remoção destes microrganismos, espelhada geralmente pela diferença logarítmica da
concentração à entrada e à saída do leito, está relacionada com fatores como a granulometria do meio
de enchimento, o tempo de retenção (García et al., 2003), características do efluente, nomeadamente
a concentração, temperatura e carga hidráulica (Hagendorf et al., 2005), e presença de plantas (Hench
et al., 2003; El Hamouri et al., 2007; García et al., 2008, citado por Galvão, 2009).
Decamp (1997) levou a cabo uma experiência na qual analisou a remoção de E. Coli em leitos com
distintas características de vegetação (plantados com Phragmites australis ou sem vegetação), de meio
de enchimento (gravilha ou solo) e de tempo de retenção hidráulico. Este autor apresentou resultados
de eficiência remoção entre 96,6-98,9%. Acrescenta ainda que os leitos de gravilha apresentaram
melhores resultados quando comparados com os providos de solo como meio de enchimento,
concluindo que o leito plantado em gravilha foi o que apresentou melhores resultados (98,9%). Relatam
ainda que foram observadas flutuações diurnas nas concentrações de E. Coli, associadas a variações
de temperatura, e como tal, concluem, a concentrações mais altas à entrada do leito não estão
necessariamente associadas concentrações mais elevadas de efluente. Posteriormente, conclusões
Tabela 7 - Eficiência de tratamento de fósforo total em leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal (Vymazal, 2010)
TP
Entrada média (mg/l)
Saída média (mg/l)
Eficiência média (%)
HLR média (cm/d)
Amostras (-)
9,6 4,8 50 11,4 272
26
semelhantes foram obtidas por diferentes autores (Karathanasis et al.,2003; Hench et al., 2003; El
Hamouri et al., 2007; García et al., 2008).
García et al. (2003) constataram que a eficiência de remoção coliformes fecais aumenta até um valor
de tempo de retenção de 3 dias, estagnando a partir deste valor.
A Tabela 8 expõe os valores médios de eficiência de remoção de coliformes fecais obtidos por Vymazal
(2005) provenientes da análise de 51 leitos de vários países.
3.3 Plantas
As plantas aquáticas emergentes designam espécies vegetais anfíbias. Estas vivem em águas com
pouca profundidade, radicadas no solo e cujos caules e folhas surgem fora da água, podendo atingir
alturas entre 2 a 3 m. As plantas são constituintes importantes neste tipo de sistema de leitos de
macrófitas uma vez que vão não só contribuir para a oxigenação do meio, utilizando o transporte
descendente do oxigénio para o substrato, como suportam ainda a atividade metabólica dos
organismos aeróbios e das bactérias nitrificantes (Vymazal, 2003, citado por Seco, 2008). Importa
realçar que também as plantas macrófitas necessitam de alguns nutrientes que salvaguardem o seu
crescimento, como sais minerais, fósforo e azoto. Uma vez que estes compostos se encontram
abundantemente nas águas residuais domésticas, o seu consumo por parte das macrófitas contribui
para uma eliminação mais eficaz destes poluentes (Dias, 2000).
Geralmente, os leitos de macrófitas em funcionamento há mais de três anos apresentam maior
rendimento uma vez que as plantas e raízes já atingiram o crescimento ideal, permitindo que o sistema
se encontre a funcionar em pleno. A acrescentar à atuação das macrófitas, estas permitem não só a
estabilização da superfície dos leitos, uma vez que impedem através do denso conjunto de raízes o
desenvolvimento de canais de erosão, como aumentam a condutividade hidráulica (Galvão, 2009). De
realçar que o aspeto estético dos leitos depende das plantas que se opte por utilizar (Oliveira, 1995).
Os tipos de macrófitas mais utilizados em leitos de escoamento sub-superficial horizontal são as
Phragmites (Caniço), Typhas (Espadana), Juncus (Junco) e Scirpus (Bunho). Apesar da sua existência
no leito influenciar grande parte dos processos de remoção de poluentes, não existe consenso sobre a
Tabela 8 - Eficiência de tratamento de coliformes fecais em leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal (Vymazal, 2005)
CF (CFU/100 ml)
Entrada média (mg/l)
Saída média (mg/l)
Eficiência média (%)
Amostras (-)
1,27 x 107 9,96 x 105 92 51
27
influência na remoção de contaminantes com a presença ou não de macrófitas no leito ou acerca de
qual o melhor desempenho de uma espécie em relação a outras, na medida em que inúmeros estudos
apresentam resultados contraditórios (IWA, 2000; Calheiros et al., 2007; Akratos e Tsihrintzis, 2007;
Taylor et al., 2010; Stein et al., 2006), como se espelha na Tabela 9, onde se expõe as eficiências
médias de remoção de poluentes provenientes de alguns dos artigos consultados na elaboração desta
dissertação que analisaram conjuntamente leitos com a presença e ausência de macrófitas.
A Figura 17 demonstra alguma das macrófitas mais utilizadas.
Tabela 9 - Eficiências médias de remoção de CBO5, CQO, NH4-N, azoto total (TN), fósforo total (TP) e coliformes fecais (CF) para leitos plantados e não plantados de alguns artigos consultados
Publicação CBO5
(%) CQO (%)
NH4-N (%)
TN (%)
TP (%)
CF (log)
Plantado Não
Plantado Plantado
Não Plantado
Plantado Não
Plantado Plantado
Não Plantado
Plantado Não
Plantado Plantado
Não Plantado
Akratos e Tsihrintzis,
2007 87 86 87 87 - - - - 51 39 - -
Camacho et al., 2007
- - 88 81 18 6 43 36 31 18 - -
Li et al., 2014
- - - 68 - 18 - 25 - - - -
Mercedes et al., 2007
- - - - - - - - - - 3 4
Mburu et al., 2013
87 83 86 77 8 0 - - 26 13 - -
El Hamouri et al., 2006
81 68 80 66 9 5 - - 15 15 1 0
Baptista JDC et al.,
2003 91 92 80 88 - - - - - - - -
28
3.4 Vantagens e desvantagens relativamente aos sistemas
convencionais
Os leitos de macrófitas têm um leque de vantagens relativamente aos sistemas convencionais, uma
vez que são sistemas de baixa tecnologia, com um custo moderado de investimento inicial e um baixo
custo de exploração e manutenção (Vymazal, 2010). Relativamente aos baixos custos de construção,
estes englobam principalmente o valor de aquisição dos terrenos de implantação, das terraplanagens
bem como das escavações e das estruturas de controlo hidráulico (Ribeiro, 2007).
No que concerne à manutenção, esta é moderadamente simples na medida em que integram sistemas
de baixa tecnologia, sendo que podem ser preservados por pessoal sem qualificações específicas e
sem necessidade de supervisionamento a tempo inteiro (García et al., 2005).
Estes leitos possuem uma integração paisagística conciliável com a consciencialização ambiental na
medida em que são sistemas de fluxo sub-superficial e não manifestam odores nem insetos (Guia UE,
2001). Além disso, apresentam uma grande versatilidade de formas do leito de macrófitas com a
finalidade de melhorar a adaptação ao terreno (Relvão, 1999).
Estes sistemas não necessitam de equipamentos eletromecânicos nem de aditivos químicos ou
combustíveis energéticos (Silva, 1998). Ademais, complementam o tratamento secundário de algumas
ETAR’s de conceção convencional com uma afinação relativamente à remoção de nutrientes e
eliminação de poluição bacteriológica (Costa et al., 2003). De acrescentar que estes sistemas atingem
uma elevada eficácia no tratamento de CBO5, SST e coliformes fecais e adaptam-se bem à oscilação
de caudais (Galvão e Matos, 2004).
Figura 17 - Phragmites australis (superior, à esquerda), Typha latifolia (superior, à direita), Juncus (inferior, à esquerda), Scirpus (inferior, à direita)
29
O recurso às plantas como vetor de transporte de oxigénio até ao substrato confere ao sistema uma
grande capacidade de evapotranspiração, o que traz consequências positivas ao nível do balanço
térmico e hídrico. Por outro lado, a diversidade de plantas que se pode utilizar para tratar as águas
residuais possibilita uma estética local própria, contribuindo também para a dinâmica dos ecossistemas.
A descentralização do tratamento de águas residuais, a baixa produção de lamas e o eventual
aproveitamento do efluente para a agricultura são ainda algumas das vantagens a adicionar a estes
sistemas (Galvão, 2009; Galvão e Matos, 2004).
A principal desvantagem da utilização dos leitos de macrófitas diz respeito à dificuldade de obtenção
de terreno com uma área aceitável para a implementação dos leitos na medida em que estes precisam
de áreas maiores que os sistemas convencionais, sobretudo em áreas urbanas mais densamente
povoadas (USEPA, 2000).
A eficiência deste tipo de sistemas pode ser menos estável do que num sistema convencional, e pode
ser sazonal na remoção de azoto e fósforo em resposta às alterações das condições ambientais, por
exemplo, devido a variações das estações do ano, como já se referiu nos capítulos 3.2.4 e 3.2.5. Além
disso, demoram algum tempo para alcançarem as condições ótimas de funcionamento, sensivelmente
1 ou 2 anos depois de ser implementado e, ao longo do tempo, aumentará a tendência para a
colmatação do solo pois os sedimentos e as raízes das plantas tendem a preencher os interstícios do
meio de enchimento, causando, deste modo, a diminuição da sua porosidade. Quando ocorre uma
colmatação acentuada, esta pode levar a que a água surja à superfície do leito, apresentando como
consequência a diminuição da condutividade hidráulica e do tempo de retenção da massa líquida que
se encontra em contacto com o meio de enchimento, causando, deste modo, a diminuição da eficiência
de remoção (Galvão, 2009).
Os leitos de macrófitas por não necessitarem de equipamentos mecânicos ou aditivos químicos, uma
vez que são sistemas que funcionam de forma autónoma e totalmente baseado em processos naturais,
não permite um controlo operacional equivalente aos sistemas convencionais.
De forma a minimizar algumas das desvantagens mencionadas é importante ter alguns cuidados
quando se procede ao seu dimensionamento, tais como as características do efluente após o
tratamento primário, o tipo de enchimento, o tipo de planta para colonização e a variação das condições
climatéricas que pode influenciar o ciclo hidrológico.
30
4. Metodologia
4.1 Considerações gerais
Atualmente, e em várias áreas distintas, a compreensão sobre um determinado tema apenas pode ser
alcançada aquando do processamento de uma grande quantidade de informação previamente
recolhida, muitas vezes de diferentes fontes. Assim, torna-se difícil encontrar, por entre a grande
quantidade de informação disponível, um fio de condutor lógico, tornando de extrema complexidade a
elucidação sobre as relações que se estabelecem entre as diferentes variáveis em estudo. Por outro
lado, do largo espectro de variáveis que se poderá estar a analisar, é frequente que destas apenas um
pequeno número contenha os aspetos mais interessantes, enquanto as restantes não contribuem, ou
contribuem de forma muito ténue, para a interpretação dos dados.
Uma forma de dar resposta a esta situação consiste em recorrer geralmente à análise multivariada de
dados, que é um conjunto de técnicas e métodos que, utilizando todas as variáveis em simultâneo,
permitem fazer uma interpretação teórica dos dados. Para o efeito, através da análise multivariada,
procede-se a uma simplificação estrutural dos dados, ou redução dos dados, representando-os da
forma mais simplificada possível sem descurar informação relevante possibilitando, assim,
interpretações mais acessíveis. Deste modo, permite a organização e agrupamento de variáveis
similares, averiguar as suas relações e interdependências, elaborar tarefas de previsão, e, testes de
hipóteses.
A escolha do método de análise multivariada a utilizar está dependente dos objetivos da análise que
se deseja realizar e do tipo de dados, podendo segmentar-se em duas categorias: métodos descritivos,
onde o objetivo é a descrição dos dados e as variáveis; e métodos explicativos, onde se pretende a
modelização do fenómeno caracterizado pelos métodos descritivos, nomeadamente na criação de
tipologias, afetação de indivíduos (elementos – linhas de uma matriz de dados ou quadro de partida -
que possuem as propriedades/variáveis em estudo – colunas de uma matriz de dados) a grupos pré-
estabelecidos e estabelecimento de relações entre variáveis.
Os métodos descritivos têm como objetivo essencial pesquisar o sistema de relações entre as linhas e
colunas do quadro de partida. Dada a grande quantidade e complexidade dos dados, apenas se
consegue ter a perceção deste sistema de relações após se proceder a uma redução na
dimensionalidade do espaço. Para o efeito, projeta-se os indivíduos e propriedades em gráficos planos
(bidimensionais) definidos por um número reduzido de eixos, não descurando, no entanto, a informação
dos dados de partida.
Na presente dissertação o objetivo foi o de averiguar a relação que existe entre um conjunto de
elementos e quanto estes se assemelham segundo as variáveis pretendidas sendo que, para o efeito,
um método adequado, e o utilizado neste estudo, é o método descritivo da análise de componentes
31
principais (ACP). Para o efeito procedeu-se ao levantamento e análise de 40 artigos científicos, dos
quais resultaram 178 casos de estudo dotados, na totalidade ou parcialmente, das variáveis relevantes
para o estudo. Recorrendo a este método foi então possível proceder-se à redução de variáveis e
representá-las graficamente em dimensões bidimensionais contendo maior informação estatística.
Este tipo de métodos são utilizados em áreas muito distintas, que vão da Medicina até a Engenharia, e
assumem-se como parte relevante no tratamento da informação.
As considerações teóricas da análise multivariada e do método de análise em componentes principais
foram baseadas sobretudo em Pereira e Sousa (2005) e Ferreira (2012).
4.2 Análise de componentes principais
4.2.1 Considerações gerais
O método da análise em componentes principais (ACP) foi formulado por Hotteling, nos anos 30,
quando este encontrou a solução do problema da ACP a partir da diagonalização de uma matriz de
similitude ou de distância que relaciona entre si os resultados dos diferentes testes. Esta técnica de
análise de dados pode ser representada recorrendo a conceitos geométricos, onde as variáveis
originais, que são os eixos que definem o espaço onde se inserem as amostras, são alteradas por
outras variáveis obtidas de um novo sistema de eixos que se “ajusta melhor” à nuvem formada pelas
amostras.
O objetivo do método passa pela redução da dimensão de matrizes de dados sem descurar informação
relevante, substituindo as m variáveis originais por um outro subconjunto de p variáveis não
correlacionáveis, de menor dimensão, as componentes principais.
Assim, o método da Análise em Componentes Principais pode ser compreendido como uma técnica
que descobre novas variáveis (componentes principais, CP), através de combinações lineares das
originais que reúnam a maior parte de variabilidade dos dados. Para o efeito, em cada caso escolhe-
se, de entre todas as combinações lineares possíveis, a de maior variância, conseguindo desta forma
as componentes principais preservar, tanto quanto possível, as características dos dados e explicar
consideravelmente a variação associada às variáveis iniciais.
Na Figura 18 expõe-se uma representação esquemática destas variáveis.
32
Figura 18 - Representação das CP (https://fspanero.wordpress.com/2009/12/30/analise-de-componente-principais-pca/)
Demonstram-se de seguida os passos da ACP.
Transformação
Considerando 𝑋 = [𝑋1 … 𝑋𝑝]′ um vector aleatório de valor médio µ e com matriz de covariância ∑,
∑ = [
𝜎11 ⋯ 𝜎1𝑝⋮ ⋱ ⋮
𝜎𝑝1 ⋯ 𝜎𝑝𝑝]
(4)
onde,
𝜎𝑖𝑗 = 𝐶𝑜𝑣 (𝑋𝑖, 𝑋𝑗) (5)
e seja 𝑋(𝑛𝑥𝑝) a matriz de dados iniciais, correspondente a 𝑛 observações do vetor aleatório 𝑋
𝑋 = [
𝑥11 ⋯ 𝑥1𝑝⋮ ⋱ ⋮
𝑥𝑛1 ⋯ 𝑥𝑛𝑝]
(6)
Através da rotação do sistema ortogonal de eixos desta matriz 𝑋(𝑛𝑥𝑝), obtém-se um novo sistema de
dados 𝑌(𝑛𝑥𝑝), que é o resultado da ACP. As componentes principais (CP) correspondem às colunas
da matriz 𝑌 e são o novo conjunto de variáveis, 𝑌𝑗 . Este é o novo conjunto de 𝑝 variáveis, não
correlacionadas e de máxima variância (CP, 𝑌1 … 𝑌𝑝).
33
Obtenção de componentes
Como já se referiu, as CP correspondem a combinações lineares das 𝑝 variáveis de 𝑋(𝑛𝑥𝑝)
𝑌𝑗 = 𝑎1𝑗𝑋1 + 𝑎2𝑗𝑋2 + ⋯ + 𝑎𝑝𝑗𝑋𝑝 (7)
Com
Estes são obtidos após satisfazerem as seguintes condições:
𝑉𝑎𝑟 (𝑌1) ≥ 𝑉𝑎𝑟 (𝑌2) ≥ ⋯ ≥ 𝑉𝑎𝑟 (𝑌𝑝).
𝐶𝑜𝑟𝑟(𝑌𝑖, 𝑌𝑗) = 0, ∀𝑖𝑗, ou seja, nenhuma combinação de CP é correlacionada.
𝑌𝑖: 𝑎1𝑗2 + 𝑎2𝑗2 + ⋯ + 𝑎𝑝𝑗2 = 1, ou seja, a soma dos quadrados dos coeficientes, em cada CP,
é igual à unidade.
Analisando as condições acima descritas, conclui-se que 𝑌1 é a componente principal com maior
variância, seguindo-se da 𝑌2 , respeitando a condição de não correlação entre elas, e assim
sucessivamente. Deste modo, os termos 𝑎1 , 𝑎2, . . . , 𝑎p da equação X representam os 𝒑 vetores
próprios associados aos 𝒑 maiores valores próprios de ∑ ( 𝜆1> 𝜆2>…> 𝜆𝑝), onde 𝑉𝑎𝑟(𝑌𝑗) = 𝜆𝑗.
Uma vez que uma das condições para a obtenção das CP é a imposição de estas não serem
correlacionadas, isto implica que a covariância entre cada par de componentes principais seja nula, ou
seja, sabendo que
𝐶𝑜𝑣(𝑌𝑗, 𝑌𝑗′) = 𝑎�̇� ∑ 𝑎𝑗′ = 𝑎�̇�𝜆𝑗𝑎𝑗′ = 𝜆𝑗𝑎�̇�𝑎𝑗′ = 0 → 𝑎�̇�𝑎𝑗′ = 0 (8)
Conclui-se que, para 𝑗̇ ≠ 𝑗′, 𝑎�̇� e 𝑎𝑗′ são vetores ortogonais.
Uma vez que as variáveis em estudo nem sempre são da mesma unidade, escala ou natureza, torna-
se necessário proceder a uma certa homogeneização. Para o efeito, a cada valor subtrai-se a média e
divide-se pelo desvio padrão da variável correspondente. Assim, todas as variáveis em estudo passam
a ter valor médio nulo e variância unitária, sendo que a influência das variáveis com variância menor
tende a ser inflacionada, verificando-se o contrário para as variáveis de variância elevada. Conclui-se
ainda que a matriz de covariância destas “novas” variáveis será igual à de correlação das variáveis
iniciais, uma vez que:
𝑗 = 1,… ,p e constante
𝑎ij = 1,… ,p e constante
34
𝐶𝑜𝑣 (
𝑋𝑖
𝜎𝑖,𝑋𝑗
𝜎𝑗) =
𝐶𝑜𝑣(𝑋𝑖, 𝑋𝑗)
𝜎𝑖𝜎𝑗= 𝐶𝑜𝑟𝑟(𝑋𝑖, 𝑋𝑗)
(9)
Isto significa que, para estes casos, a ACP é feita utilizando a matriz de correlação, 𝑃, definida por
𝑃 = [
1 𝜌12 … 𝜌1𝑝𝜌21 1 … 𝜌1𝑝
⋮ ⋮ … ⋮𝜌𝑝1 𝜌𝑝2 … 1
]
(10)
onde,
𝜌𝑖𝑗 = 𝐶𝑜𝑟𝑟(𝑋𝑖, 𝑋𝑗) (11)
Uma vez que agora as CP serão determinadas tendo em conta os valores e vetores próprios de 𝑃,
estas serão diferentes das obtidas com recurso a ∑.
4.2.2 Critérios de interpretação
Como já foi referido, a redução da dimensionalidade é obtida analisando apenas as componentes
principais mais relevantes, ou seja, as de maior variância. Por outro lado, e dado que é possível
ordenar-se as CP por ordem decrescente de variância, ou seja, de representatividade dos dados
originais, devem ser consideradas as primeiras que, em conjunto, retenham uma quantidade de
informação dos dados considerada suficiente.
A soma das variâncias das CP é dada por
∑ 𝑉𝑎𝑟(𝑌𝑗)
𝑝
𝑗=1
= ∑ 𝜆𝑗
𝑝
𝑗=1
(12)
Sabendo que no caso de uma matriz simétrica, como é o caso de ∑, a soma dos valores próprios é
igual ao traço da matriz
𝑡𝑟(∑) = ∑ 𝑉𝑎𝑟(𝑋𝑗)
𝑝
𝑗=1
→ ∑ 𝜆𝑗
𝑝
𝑗=1
= ∑ 𝑉𝑎𝑟(𝑋𝑗)
𝑝
𝑗=1
(13)
Isto leva a que
35
∑ 𝑉𝑎𝑟(𝑌𝑗)
𝑝
𝑗=1
= ∑ 𝑉𝑎𝑟(𝑋𝑗)
𝑝
𝑗=1
(14)
Conclui-se, deste modo, que a soma das variâncias das componentes principais é igual à soma das
variâncias dos dados originais, ou seja, se se considerar todas as componentes principais, explica-se
toda a variabilidade dos dados. Isto significa que a j-ésima componente principal, 𝑌𝑗 , explica a
proporção da variância total dos dados, e é dada por
𝜆𝑗
∑ 𝜆𝑗𝑝𝑗=1
=𝜆𝑗
𝑡𝑟(∑)
(15)
Existem vários critérios que podem ser usados para definir o número de CP a reter, por forma a atingir-
se uma redução do espaço sem descurar uma proporção importante da variância total. Apresentam-se
de seguida os mais utilizados.
Critério de Kaiser
Uma vez que para uma representação de uma nuvem de resultados esférica, sem alongamentos, os
valores próprios da análise são todos iguais e unitários,
𝜆𝑗 = 1 , ∀𝑗 ∈ (1, … , 𝑝) (16)
devem então ser considerados apenas as componentes principais com valor próprio superior à unidade,
sendo que o valor unitário é a média do conjunto de valores próprios.
𝜆̅ =1
𝑝 ∑ 𝜆𝑗
𝑝
𝑗=1
(17)
Critério de Pearson
Neste critério, pretende-se escolher um número de componentes principais tal que seja possível
recuperar um valor fixado previamente da informação total ou variabilidade total, normalmente 80%.
Ou seja, há que reter as primeiras 𝑟 componentes principais de modo a que
36
∑
𝜆𝑗
∑ 𝜆𝑗𝑝𝑗=1
𝑟
𝑗=1
=∑ 𝜆𝑗𝑟
𝑗=1
∑ 𝜆𝑗𝑝𝑗=1
≥ 0.80 (18)
Scree plot
Scree plot é a curva que relaciona o número de ordem de cada eixo com o valor próprio que lhe está
associado. Assim, para uma dada componente principal onde se evidencia a estabilização dos valores
próprios, é possível reter-se as CP de ordem superior a esta, como se expõe na Figura 19.
Figura 19 - Distribuição dos valores próprios (http://biomonitor.ist.utl.pt/~ajsousa/textos/Adados3.PDF)
Nesta dissertação o número de CP a reter foi obtido por recurso simultâneo dos critérios de Kaiser e
Pearson.
4.2.3 Interpretação
Para se proceder à análise da qualidade da representação de uma variável recorre-se ao traçado de
um círculo de correlação, de raio unitário, no qual as variáveis bem representadas no par de eixos CP
consideradas (que formam um plano) projetam-se junto à circunferência. O valor do produto interno
dos vetores que ligam dois pontos na nuvem de resultados é o coeficiente de correlação entre as
variáveis correspondentes, ou, por outras palavras, o coseno do ângulo entre estes vetores.
Assim, para pares de variáveis bem representadas no plano, que apresentem correlação elevada entre
si, os vetores que as ligarem apresentam ângulos de valor aproximadamente:
37
0º, o que significa que existe uma correlação elevada e positiva (
cos(0º) = 1), ou seja, as variáveis apresentam um comportamento de proporcionalidade direta.
180º, o que significa que existe uma correlação elevada e negativa (
cos(180º) = −1), ou seja, as variáveis apresentam um comportamento de proporcionalidade
inversa.
Na Figura 20 demonstra-se as conclusões a retirar de um círculo de correlação.
Figura 20 - Círculo de correlação (http://biomonitor.ist.utl.pt/~ajsousa/textos/Adados3.PDF)
Da análise do posicionamento das variáveis no círculo de correlação, conclui-se que para o plano
formado pelo par de eixos CP u1 e u2:
As variáveis x1, x2, x4 e x5 estão bem representadas pois encontram-se próximas da
circunferência;
As variáveis x1 e x2 apresentam uma correlação forte entre si e positiva (traço vermelho), mas
são independentes das variáveis x4 e x5, as quais apresentam, entre si, uma correlação forte
e negativa (traço azul);
Nada se pode concluir relativamente à variável x3 pois está mal representada neste plano por
se encontrar afastada da circunferência.
38
5. Análise de componentes principais
5.1 Enquadramento
Os leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal são, presentemente, uma tecnologia
da qual já dispõe um alargado conhecimento fruto dos vários estudos levados a cabo por diversos
autores ao longo das últimas décadas. Não obstante, no que concerne à experimentação desta
tecnologia, à escala laboratorial ou real, desconhecem-se estudos que analisem conjuntamente a
influência dos vários parâmetros operacionais e a sua influência na eficiência de remoção dos distintos
poluentes simultaneamente. Como se pode constatar na tabela 10, as relações empíricas propostas
relacionam pares de valores, normalmente as concentrações ou cargas mássicas, à entrada e à saída
de um dado poluente.
As equações matemáticas mais simples que traduzem o comportamento de leitos de macrófitas, e
comumente adotadas no dimensionamento destes sistemas, consistem em modelos empíricos (“rule of
thumb” e equações de regressão). Estes modelos são também denominados de “caixa-fechada” por se
basearem apenas em dados recolhidos à entrada e à saída, não relatando os processos intermédios
de tratamento. De salientar que atualmente já se encontram disponíveis modelos matemáticos de
elevado grau de complexidade que parecem traduzir os fenómenos envolvidos no leito e permitem um
dimensionamento mais adequado do leito, no entanto esta abordagem mais fidedigna da realidade é
também mais exigente no que diz respeito à qualidade e quantidade da informação necessária (IWA,
2000; Galvão, 2009).
Na Tabela 10 apresentam-se equações de regressão para leitos de macrófitas de escoamento sub-
superficial horizontal para os parâmetros CBO5, CQO, SST, azoto total e fósforo total, propostas por
diferentes autores.
39
Esta dissertação teve o objetivo de averiguar de uma forma mais abrangente a influência de se
considerar conjuntamente várias componentes em leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial
destinados ao tratamento de águas residuais domésticas e constatar se os conhecimentos adquiridos
da literatura se espelham nesta análise mais complexa. Para se proceder à análise multivariada, como
já se referiu, utilizou-se o software ANDAD como ferramenta para a análise em componentes principais.
Para o efeito procedeu-se à análise de 40 experiências levadas a cabo em diferentes estudos. A cada
uma destas foi atribuída uma letra por forma a distingui-las inequivocamente (A até AQ). O facto de
Tabela 10 - Equações de regressão para os parâmetros CBO5, CQO, SST, azoto total e fósforo total, propostas por diferentes autores (adaptado de Galvão, 2009)
Referência Equação Variação* Intervalo q
Afluente Efluente [cm/dia]
CBO5
Brix, 1994 Cout = (0,11* Cin ) + 1,87 1 < Cin <330 1 < Cout < 50 0,8 < q < 22
Knight et al, 1993 Cout = (0,33* Cin ) + 1,4 1 < Cin < 57 1 < Cout < 57 1,9 < q < 11,4
Vymazal, 1998a) Cout = (0,099* Cin ) + 3,24 5,8 < Cin < 328 1,3 < Cout < 51 0,6 < q < 14,2
Vymazal, 1998b) Lout = (0,145* Lin ) + 0,06 6 < Lin < 76 0,3 < Lout < 11
Vymazal, 1998a) Lout = (0,13* Lin ) + 0,27 2,6 < Lin < 99,6 0,32 < Lout < 21,7 0,6 < q < 14,2
CQO
Vymazal, 1998b) Lout = (0,17* Lin ) + 5,78 15 < Lin < 180 3 < Lout < 41
SST
Knight et al., 1993 Cout = (0,09* Cin ) + 4,7 0 < Cin < 330 0 < Cout < 60 0,8 < q < 22
IWA, 2000 Cout = 0,76* Cin 0,706 8 < Cin < 595 2 < Cout < 58
Brix, 1994 Cout = (0,09* Cin ) + 4,7 0 < Cin < 330 0 < Cout < 60
Vymazal, 1998b) Lout = (0,048* Lin ) + 1,76 3 < Lin < 78 0,9 < Lout < 6,3
Vymazal, 1998a) Lout = (0,083* Lin ) + 1,18 3,7 < Lin < 123 0,45 < Lout < 15,4 0,6 < q < 14,2
Azoto totala
Kadlec e Knight, 1996
Cout = 2,6 + (0,46* Cin ) + (0,24*q)
5,1 < Cin < 58,6 2,3 < Cout < 37,5 0,7 < q < 48,5
IWA, 2000 Cout = (0,52* Cin ) + 3,1 4 < Cin < 142 5 < Cout < 69 0,8 < q < 22
Vymazal, 1998b) Lout = (0,67* Lin ) - 18,75 300 < Lin < 2400 200 < Lout < 1550
Vymazal, 1998a) Lout = (0,68* Lin ) + 0,27 145 < Lin < 1894 134 < Lout < 1330 1,7 < q < 14,2
Fósforo totala
Kadlec e Knight, 1996
Cout = 0,51*( Cin 1,1) 0,5 < Cin < 20 0,1 < Cout < 15
Brix, 1994 Cout = (0,65* Cin ) + 0,71 0,5 < Cin < 19 0,1 < Cout < 14 0,8 < q < 22
Vymazal, 1998a) Cout = (0,26* Cin ) + 1,52 0,77 < Cin < 14,3 0,4 < Cout < 8,4 1,7 < q < 14,2
Vymazal, 1998b) Lout = (0,58* Lin ) - 4,09 25 < Lin < 320 20 < Lout < 200
Vymazal, 1998a) Lout = (0,68* Lin ) - 9,03 28 < Lin < 307 11,4 < Lout < 175 1,7 < q < 14,2
* Cin e Cout – concentrações [mg/l]; Lin e Lout – carga mássica [kg/hab/dia]; q – carga hidráulica
a Lin e Lout em g/m2/ano
40
alguma destas experiências terem englobado vários ensaios distintos levou a que tenham sido
analisados 178 ensaios.
Nas Tabelas 11, 12, 13 e 14 expõem-se as gamas de valores dos 178 ensaios provenientes das 40
experiências analisadas para as variáveis estudadas, assim como a diversidade geográfica, por forma
a transparecer a grande variedade de resultados encontrados.
Tabela 11 - Valores extremos observados para variáveis físicas
Variável Valor máximo Valor Mínimo
Área (m2) 1250 0,25
HLR (cm/dia) 44 0,0000034
Q (l/dia) 218000 0,12
HRT (dias) 28 0,20
Duração – Tempo em operação desde o arranque
(meses) 241 1
Tabela 12 - Diversidade geográfica dos estudos consultados
Colombia, Ginebra
México, Ocotlán
Marrocos, Rabat
África do Sul, Pretória
Inglaterra, Audlem
Barcelona,Spain
Jamaica, Berkshire
Índia, Bhopal
Brasil, Florianópolis
Austrália, Brisbane
Espanha, Barcelona
Espanha, Cidade Real
Itália, Florença
Grécia, Creta
Grécia, Xanthi
Nova Zelândia, Hamilton
Quénia, Juja
Alemanha, Langenreichenbach
Australia, Lismore
Itália, Livorno
Inglaterra, Londres
Espanha, León
Nebrasca
Austrália, Nova Gales do Sul
Inglaterra, Newcastle
41
Tabela 14 - Valores extremos observados para variáveis de poluentes
* valores negativos resultantes de contribuição interna do leito
Tabela 13 - Diversidade geográfica observada (Cont.)
Egito, Giza
China, Pequim
Itália, Sicília
Portugal, Porto
Portugal, Covilhã
República Checa,Slavosovice
Israel, Sakhnin
Itália, San Michele di Ganzaria
Itália, Siena
Tailândia, Bangkok
Sri Lanka, Peradeniya
Variável Entrada Saída Valor máximo Valor Mínimo Valor máximo Valor Mínimo
CBO5 (mg/l) 6800 19,60 564 2,30 CBO5 (g/m2/dia) 1717 0,00001 138,81 0,000005 CQO (mg/l) 1629 22,90 906 10 CQO (g/m2/dia) 450000 0,00004 134,28 0,00002 SST (mg/l) 725 5 113 1,10 SST (g/m2/dia) 58,67 0,15 50,97 0,34 NO2-N (mg/l) 0,83 0,01 1,20 0,006 NO2-N (g/m2/dia) 0,015 0,00032 0,01 -0,00329* NH4-N (mg/l) 75 8,60 60 0,30 NH4-N (g/m2/dia) 21,38 0,076 4 -0,75* NH3 (mg/l) 76 6 49 7 NH3 (g/m2/dia) 13,68 1,08 5,40 -0,18* NO3-N (mg/l) 103 0,30 51 0 NO3-N (g/m2/dia) 8,46 0,003 4 -0,35* TKN (mg/l) 663 13,50 358 4,20 TKN (g/m2/dia) 24,48 0,45 7,74 0,10 TN (mg/l) 82,30 17 78,90 1,60 TN (g/m2/dia) 15,93 0,00001 3,74 -0,924* TP (mg/l) 15 0,31 10 0,24 TP (g/m2/dia) 3,73 0,06 1,15 0,00947 PO4 (mg/l) 29 1,60 12 0 PO4 (g/m2/dia) 3,56 0,02 2,90 -0,065* SO4 (mg/l) 190 36 170 7,30 SO4 (g/m2/dia) 10,39 0,48 4,45 0 Coliformes Totais (log cfu/100 ml)
8,22 4,37 5,53 1,68
Coliformes Fecais (log cfu/100 ml)
8,19 3,35 6 1,84
E. Coli (log cfu/100 ml) 7,89 2 5,57 1 Fecal Streptococci (log cfu/100 ml)
6,68 3,35 4,76 2,08
42
O software ANDAD permite ainda o recurso a variáveis qualitativas para facilitar a exclusão de amostras
com comportamento anómalo (“outliers”) ou explicar eventuais tendências nos resultados das
projeções das variáveis, sendo apenas possível o uso isolado de uma variável qualitativa. Neste estudo
usaram-se 3 variáveis qualitativas: “Tipo de ensaio”, podendo ser escala piloto ou escala real; “Plantas”,
caso o ensaio tivesse, ou não, dotado de macrófitas; e “Tipo de esgoto”, caso o conteúdo do esgoto
ensaiado fosse real ou sintético.
Embora se tenha procedido ao levantamento dos resultados de 178 ensaios realizados contendo
variáveis consideradas pertinentes – características físicas do leito e poluentes – nenhum ensaio reunia
a totalidade destas variáveis. Ora, uma vez que este tipo de análise requer a satisfação de todas as
variáveis a considerar para o estudo em causa, para se analisar simultaneamente o conjunto de todos
os ensaios seria necessário que todos eles reunissem em si a totalidade do número de variáveis.
Deste modo foi necessário proceder-se a uma subdivisão em casos distintos, contendo apenas a
combinação de algumas variáveis consideradas importantes e recorrentes na literatura. O estudo
incidiu sobre “Casos representativos”, onde o número de amostras que satisfizessem determinada
combinação de variáveis era superior ou igual a 12 pois para um número inferior considerou-se que as
conclusões teriam de ser validadas.
Nas Tabelas 15 e 16 enumera-se as variáveis físicas, qualitativas e quantitativas consideradas no
estudo, e elucida-se sobre a nomenclatura que foi necessário implementar no ANDAD, uma vez que
existe a restrição de um máximo de 4 caracteres:
43
Tabela 15 - Variáveis físicas e variáveis qualitativas utilizadas e sua nomenclatura
Variável física ANDAD
Área (m2) area
Carga hidráulica (cm/dia) HLR
Tempo de retenção hidráulico (dias) HRT
Duração (meses) dura
Variável qualitativa ANDAD Significado
ID1 Sem informação
Tipo de ensaio ID2 Escala Piloto
ID3 Escala Real
ID1 Sem informação
Plantas ID2 Com macrófitas
ID3 Sem macrófitas
ID1 Sem informação
Tipo de Esgoto ID2 Sintético
ID3 Real
44
Utilizaram-se ainda os sufixos expostos na Tabela 17 para se proceder à distinção entre as variáveis
descritas na Tabela 16:
Tabela 16 - Variáveis quantitativas utilizadas e sua nomenclatura
Variável quantitativa ANDAD Significado
CBO5 CB Carência Bioquímica de Oxigénio
CQO CQ Carência Química de Oxigénio
NH4-N N4 Amónia
SST SS Sólidos suspensos totais
TN TN Azoto Total
TP TP Fósforo Total
Coliformes Totais CT Coliformes Totais
Coliformes Fecais CF Coliformes Fecais
Fecal Streptococci FS Estreptococos Fecais
Tabela 17 - Sufixos utilizados para as diferentes variáveis
Sufixo utilizado Significado
-in Concentração à entrada
-lr Carga mássica
-ou Concentração à saída
-rr Taxa de remoção mássica
-ef Eficiência de remoção
45
De modo a facilitar a compreensão sobre a utilidade da projeção dos ensaios e eventual recurso às
variáveis qualitativas efetuou-se uma análise exemplificativa, resultante dos 71 ensaios que satisfaziam
a combinação das variáveis Área, HLR, HRT, CQO e CBO5, e que se expõem na Figura 21.
Figura 21 - Análise exemplificativa - Projeção dos ensaios no Plano de CP F1 e F2 e com recurso a “Tipo de Esgoto” (ID2 – esgoto sintético; ID3 – esgoto real)
Da análise de projeção dos ensaios no plano formado pelas Componentes Principais F1 e F2, constata-
se que existe uma convergência entre os ensaios que recorreram a esgoto sintético. Sobressai ainda
um comportamento anómalo dos ensaios D1 e D2 em relação aos demais. Isto deveu-se ao facto de
estas amostras terem sido intencionalmente acrescentadas à base de dados por retratarem um esgoto
industrial proveniente de atividades de curtume, contrastando com as demais, uma vez que estas são
situações que refletem esgotos domésticos, reais ou sintéticos, que é o tipo de esgoto que se pretende
estudar nesta dissertação, sendo deste modo excluídas. Assim, esta análise recairia sobre um conjunto
experimental de 69 ensaios em vez dos 71 que inicialmente continham todas as variáveis a estudar
neste caso exemplificativo.
5.2 Apresentação e descrição dos casos analisados
5.2.1 Aspetos introdutórios
Como já se referiu, esta dissertação teve por objetivo a análise conjunta de diferentes tipos de variáveis
e averiguar que informação é possível extrair-se desta. Para cada análise a seleção das variáveis a
introduzir no estudo foi feita de modo a averiguar o que foi exposto no capítulo 3.2 relativamente à
possível interdependência entre estas.
46
Importa relembrar que nas análises recorrendo ao ANDAD é condição indispensável que os casos
contenham todas as variáveis que se pretendam estudar. Deste modo não foi possível aferir a totalidade
de combinações de variáveis desejáveis por se obterem casos de estudo em que o número de amostras
resultantes não se consideraram suficientes.
O estudo de cada caso assentou na seguinte metodologia:
1. Projeção e análise dos ensaios - eventual recurso a variáveis qualitativas para exclusão de
amostras;
2. Análise da tabela de valores próprios e de percentagem de informação retida das variáveis
quantitativas;
3. Recurso aos critérios de Kaiser e Pearson para averiguação do número de CP a considerar.
No quadro fornecido pelo ANDAD, a primeira coluna identifica a CP, a segunda diz respeito ao
valor próprio da respetiva CP e % Acumulada é a percentagem de informação recuperada da
informação total ao se considerar até determinada CP.
4. Recolha preliminar de informação dos círculos de correlação correspondentes às CP
necessárias;
5. Análise dos resultados das CP consideradas face aos estudos existentes em leitos de
macrófitas.
5.2.2 Indispensabilidade do CBO5
O objetivo desta análise foi o de averiguar se de facto o parâmetro CBO5 é determinante no
dimensionamento de leitos de macrófitas ou se, por outro lado, a informação é ressalvada se se utilizar
apenas o CQO, correntemente utilizado em estudos de modelação de sistemas de tratamento de águas
residuais.
Para o efeito analisaram-se os casos Área + HLR + HRT + CQO + CBO5 e Área + HLR + HRT + CQO
e compararam-se as conclusões finais.
5.2.2.1 Conjunto de variáveis: Área, HLR, HRT, CQO e CBO5
Recorrendo ao ANDAD constatou-se que apenas 69 ensaios compreendiam a totalidade das variáveis
selecionadas para o estudo que se desenvolvia.
Primeiramente, procedeu-se à projeção dos ensaios no plano composto pelas CP F1 e F2 por forma a
averiguar se seria necessário excluir eventuais ensaios anómalos. O resultado expõe-se na Figura 22.
47
Figura 22 - Caso 5.2.2.1 – Projeção dos ensaios no plano composto pelas CP F1 e F2
Da visualização da figura percebeu-se que existia a possibilidade de a experiência AJ apresentar um
comportamento anómalo. No entanto, após uma consulta mais exaustiva da base de dados, constatou-
se que esta experiência se deu para condições de carga hidráulica, HLR, de 34 cm/dia, valor muito
superior aos utilizados nas restantes experiências que compreendiam as variáveis escolhidas para este
caso, o que explica o afastamento na projeção acima exposta. Deste modo excluiu-se a possibilidade
de existirem ensaios anómalos.
De seguida analisou-se o quadro de valores próprios e de percentagem de informação retida das
variáveis quantitativas (Tabela 18).
48
Da análise dos valores, e tendo em conta os critérios de Kaiser e Pearson já referidos, para que seja
possível recuperar um valor considerado suficiente da informação total ou variabilidade total,
aproximadamente 80%, e de valor próprio superior à unidade, conclui-se que se deve reter 4
componentes principais, ou seja, analisar os planos F1-F2, F1-F3 e F1-F4.
Procedendo à análise da projeção das variáveis nos planos formados pelas Componentes Principais
(Figura 23):
Tabela 18 - Caso 5.2.2.1 - Averiguação do número de CP a reter
CP Valor Próprio % Acumulada
1 3,5735 27,4887
2 2,8672 49,5438
3 2,4083 68,0695
4 1,3954 78,8037
5 0,8459 85,3109
6 0,5362 89,4356
7 0,4644 93,0081
8 0,3969 96,0610
9 0,2009 97,6066
10 0,1465 98,7332
11 0,0937 99,4540
12 0,0456 99,8044
13 0,0254 100,0000
49
Figura 23 - Caso 5.2.2.1 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F2
Da análise do círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F2 retirou-se a seguinte
informação relativamente às variáveis bem representadas (próximas da circunferência):
Existe uma correlação forte e positiva entre CQlr, CQrr e HLR;
Existe uma correlação forte e positiva entre CBef e CQef;
Existe uma correlação razoável e positiva entre HRT e CBef, CQef;
Existe uma correlação razoável e negativa entre HRT e CQlr, CQrr, HLR
Existe independência entre CQlr, CQrr, HLR e CBef, CQef.
Prosseguindo a análise para o plano composto pela CP F1 e F3 (Figura 24).
50
Figura 24 - Caso 5.2.2.1 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F3
Da análise do círculo de correlação no plano composto pela CP F1 e F3 acrescentou-se a seguinte
informação:
Existe uma correlação forte e positiva entre CQou e CBou;
Existe independência entre CQou, CBou e CQlr, CQrr, HLR.
Dispensou-se a apresentação do Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F4 uma vez
que da sua apreciação se concluiu que não é possível acrescentar mais informação referente a este
caso.
O facto de existir uma relação positiva forte entre a carga mássica e a taxa de remoção mássicas de
CQO, CQlr e CQrr respetivamente, sugere que, quanto maior for a alimentação do leito, em termos de
massa de poluente, maior será a remoção mássica desse poluente. Este facto já foi abordado pela
literatura, como se pode ver através das equações de regressão expostas no capítulo 5.1, e entende-
se intuitivamente que quanto maior for a quantidade mássica disponível de poluente, mais disponível
esta estará para remoção.
A correlação forte e positiva entre o tempo de retenção hidráulico e as eficiências de remoção de CQO
e CBO5, CQef e CBef, espelha o já referido nesta dissertação que para um maior tempo de contacto
da água no leito melhores serão as eficiências relativamente à diminuição da concentração dos
poluentes. No entanto, chama-se à atenção que a forma como foi estruturada a base de dados não
permitiu aferir relativamente ao facto da matéria orgânica apresentar uma estagnação de eficiência de
51
remoção para um determinado valor de tempo de retenção hidráulico (Akratos e Tsihrintzis, 2007).
Assunto que se abordará no capítulo 6 – Conclusões e trabalho futuro.
As fortes correlações positivas existentes entre as concentrações à saída de CBO e CQO, juntamente
com as eficiências de remoção, sugerem que ambos representam de forma semelhante a degradação
da matéria orgânica nos leitos de macrófitas. Esta conclusão será corroborada com o próximo caso.
5.2.2.2 Conjunto de variáveis: Área, HLR, HRT e CQO
Uma vez que nesta análise se dispensou a variável CBO5,o de ensaios que agora reuniam todas as
variáveis aumentou para 118. A Figura 25 e Tabela 19 demonstram os resultados obtidos.
Figura 25 - Caso 5.2.2.2 – Projeção dos ensaios no plano composto pelas CP F1 e F2
À semelhança do que se referiu no caso anterior para a experiência AJ, também a N reflete um estudo
de um leito de macrófitas sujeito a uma elevada carga hidráulica, HLR, estando deste modo explicado
o distanciamento entre estes ensaios e os restantes.
Concluídos os passos preliminares de exclusão de amostras com comportamento anómalo concluiu-
se que neste caso se manteriam as 118 amostras e que a informação estaria preservada se se
analisasse até à CP F3, como se pode ver na Tabela 19.
52
Seguiu-se a análise da projeção das variáveis no plano F1-F2 (Figura 26).
Figura 26 - Caso 5.2.2.2 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F2
Tabela 19 - Caso 5.2.2.2 - Averiguação do número de CP a reter
CP Valor Próprio % Acumulada
1 3,3013 41,2663
2 1,7217 62,7870
3 1,3376 79,5070
4 0,8140 89,6822
5 0,4656 95,5022
6 0,2066 98,0844
7 0,0958 99,2815
8 0,0575 100,0000
53
Constatou-se que a informação recolhida no caso 5.2.2.1 se manteve, refletindo-se não só uma forte
correlação positiva entre a eficiência de remoção e o HRT, como também entre a carga e a taxa de
remoção mássicas.
Dispensou-se a exposição do círculo de correlação para o plano F1-F3 uma vez que se constatou que
este plano não apresentava informação nova a acrescentar.
Findada esta análise, verificou-se que a dispensa do CBO5 na análise em nada alterou a
interdependências das variáveis analisadas uma vez que as conclusões obtidas deste caso são as
mesmas que as obtidas do Caso 5.2.2.1.
Este facto vem confirmar que o CBO5 e o CQO representam de forma semelhante a degradação da
matéria orgânica e como tal não é descabido utilizar-se apenas o CQO como representante desta. O
que demonstra que o seu uso em estudos de modelação de sistemas de tratamento de águas residuais
se enquadra com os fenómenos que ocorrem na realidade.
Ressalvando o conhecimento agora obtido, continuou-se o estudo dispensando o recurso ao CBO5 por
forma a ser possível ter-se casos de estudo representados por menos variáveis e, deste modo, mais
ensaios e representatividade.
5.2.3 Conjunto de variáveis: Área, HLR, HRT, CQO e Duração
Da base de dados criada, 103 ensaios continham estas variáveis. Dispensa-se a apresentação da
projeção destes por não haver exclusão de nenhum destes pelos motivos referidos nos casos anteriores
(afastamento dos ensaios AJ e N). Apresenta-se na Tabela 20 o número de CP a reter, de onde se
concluiu que a análise recairia até à CP F3.
54
A análise da projeção das variáveis no plano composto pelas CP F1 e F2 apresenta-se de seguida
(Figura 27).
Figura 27 - Caso 5.2.3 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F2
Tabela 20 - Caso 5.2.3 - Averiguação do número de CP a reter
CP Valor Próprio % Acumulada
1 3,6433 40,4812
2 1,8782 61,3498
3 1,4482 77,4411
4 0,8529 86,9173
5 0,5652 93,1970
6 0,2974 96,5010
7 0,1996 98,7184
8 0,0698 99,4937
9 0,0456 100,0000
55
Da análise do círculo de correlação no plano composto pela CP F1 e F2 retirou-se a seguinte
informação de valor:
Existe uma correlação forte e positiva entre CQlr, CQrr, HLR;
Existe uma correlação forte e positiva entre dura e HRT;
A relação entre ambas as anteriores é razoável e negativa.
Analisou-se o círculo de correlação do plano F1-F3 (Figura 28).
Figura 28 - Caso 5.2.3 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F3
Verificou-se que:
Existe uma correlação forte e negativa entre CQef e CQou;
Tanto o CQef como CQou são independentes de CQlr, CQrr, HLR.
O facto de a eficiência de remoção ser calculada a partir da diferença entre a concentração de poluente
à entrada e a concentração à saída, intuitivamente se explica a forte relação negativa entre a eficiência
de remoção de CQO com a sua concentração à saída, uma vez que quanto maior for a concentração
à saída pior foi a eficiência na sua remoção.
Embora a eficiência de remoção de CQO, CQef, não esteja representada com qualidade suficiente no
plano F1-F2, denota-se uma proximidade deste para com a duração e tempo de retenção, o que poderá
indicar que, não só as eficiências de remoção aumentam com o aumento de tempo de permanência no
leito, como referido em casos anteriores, como também que os sistemas de leitos de macrófitas
apresentam melhores resultados para uma maior duração de funcionamento, como se referiu no
56
capítulo 3. No entanto, esta conclusão terá de ser confirmada com os casos seguintes face à falta de
qualidade na projeção do CQef.
Chama-se à atenção que a forma como foi estruturada a base de dados não permitiu aferir
inequivocamente o facto de os leitos de macrófitas necessitarem algum tempo até atingirem as
condições ótimas de funcionamento. Assunto que se abordará no capítulo 6 – Conclusões e trabalho
futuro.
5.2.4 Conjunto de variáveis: Área, HLR, HRT, CQO, SST e
Duração
Este caso incidiu, após exclusão de 2 amostras anómalas, sobre 14 amostras. A exclusão das amostras
V e AB não foi baseada segundo as variáveis qualitativas (uma vez que nenhuma explicava o
comportamento nem acrescentava informação útil), mas sim na má qualidade de representação dos
dados nestas amostras, como se demonstra de na Figura 29.
Figura 29 - Caso 5.2.4 - Projeção das amostras no Plano de CP F1 e F2
Na Tabela 21 expõe-se a escolha por 3 Componentes Principais.
57
Apresenta-se de seguida a análise das variáveis no plano composto por F1 e F2 (Figura 30).
Figura 30 - Caso 5.2.4 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F2
Tabela 21 - Caso 5.2.4 - Averiguação do número de CP a reter
CP Valor Próprio % Acumulada
1 8,2368 58,8345
2 2,0828 73,7114
3 1,8532 86,9483
4 0,7243 92,1217
5 0,5195 95,8324
6 0,3397 98,2590
7 0,1248 99,1505
8 0,0642 99,6094
9 0,0496 99,9636
10 0,0030 99,9851
11 0,0014 99,9955
12 0,0008 100,0000
58
As informações relevantes retiradas do plano F1-F2 foram as seguintes:
Existe uma correlação forte e positiva entre CQin, CQrr e SSin;
Existe uma correlação forte e positiva entre CQlr, SSlr, SSrr, SSou e HLR;
Existe uma correlação forte e positiva entre area e dura (relação irrelevante para a análise pois
são parâmetros operacionais);
Existe uma correlação forte e negativa entre CQin, CQrr, SSin e area, dura;
Existe uma correlação razoável e positiva entre CQin, CQrr, SSin e CQlr, SSlr, SSrr, SSou,
HLR;
Existe independência entre SSef e a duração e a área;
Demonstra-se agora a análise do plano F1-F3 (Figura 31).
Figura 31 - Caso 5.2.4 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F3
Da análise do plano retirou-se a seguinte informação:
Confirmação de que a correlação entre os parâmetros de CQO e SST é forte e positiva;
CQef e HRT são independentes.
Antes de se proceder às conclusões finais, chama-se à atenção que todos os ensaios envolvidos na
análise em causa retratavam casos de “Tipo de esgoto“ real, como se ilustra de seguida através da
Figura 32.
59
Figura 32 - Caso 5.2.4 - Projeção das amostras analisadas no Plano de CP F1 e F2, com recurso a “Tipo de Esgoto”
O facto de estes ensaios incidirem sobre esgotos reais corrobora com a existência de sólidos
suspensos totais, SST, uma vez que aquando de ensaios com esgoto sintético estes geralmente não
se encontram presentes. Por outro lado, o facto de se ter constatado que as concentrações à entrada
de CQO e SST, CQin e SSin respetivamente, têm uma forte influência na taxa de remoção mássica de
CQO, CQrr, pressupõe que grande parte de CQO está na forma particulada. De um modo geral, a
correlação elevada e positiva entre os parâmetros de CQO e SST sugere que estes apresentam um
padrão de remoção semelhante em leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial, como se
esperava e se expôs no capítulo 3.2.
A independência verificada entre a eficiência de remoção de SST e a duração corroboram também as
conclusões previstas na literatura. Esta informação quererá espelhar o facto da remoção de SST se
dar essencialmente por processos de filtração que ocorrem nos primeiros metros do leito. Para além
disso, sabe-se que leitos com maior duração, envelhecidos, já estariam sujeitos a maior colmatação e,
deste modo, seria expectável observar-se uma relação tendencialmente negativa entre eficiência de
SST e a duração. Tal fenómeno não foi observado devido à forma como foi estruturada a base de
dados. Aborda-se este tópico no capítulo 6 – Conclusões e trabalho futuro.
A independência verificada entre a eficiência de CQO e o tempo de retenção hidráulico não coincide
com o esperado. No entanto este resultado advém do facto de este caso ser composto por um número
inferior de amostras que, certamente, terão representado este parâmetro com menos qualidade,
mantendo-se então a informação retirada em casos anteriores de que a eficiência de remoção da
60
matéria orgânica aumenta com o tempo de permanência da água residual no leito, como será
demonstrado no próximo caso.
5.2.5 Conjunto de variáveis: Área, HLR, HRT, CQO, Fósforo e
Duração
Este caso consistiu na análise de 34 ensaios, cuja projeção se demonstra na Figura 33. Recorreu-se
ainda à variável qualitativa “Tipo de esgoto”
Figura 33 - Caso 5.2.5 - Projeção das amostras no Plano de CP F1 e F2 e com recurso a “Tipo de esgoto”
Da análise desta projeção constatou-se um agrupamento de ensaios que utilizaram um esgoto sintético
maioritariamente à direita, e ensaios que analisaram um esgoto real à esquerda. Chama-se à atenção
que caso se procedesse à separação desta análise nos ensaios de tipo de esgoto real e sintético levaria
obrigatoriamente ao estudo de menos ensaios em cada caso, sendo por isso a sua representatividade
condicionada. Deste modo, prosseguiu-se ao estudo conjunto de todos os ensaios.
Na Tabela 22 expõe-se o quadro de averiguação de CP a reter.
61
Concluiu-se que seria necessário estudar até à CP F4 para que fosse possível reter-se uma
percentagem da informação total suficiente que permitisse retirar conclusões sobre as variáveis em
estudo.
De seguida analisa-se o plano composto pela CP F1-F2 (Figura 34).
Tabela 22 - Caso 5.2.5 - Averiguação do número de CP a reter
CP Valor Próprio % Acumulada
1 7,4096 52,9259
2 2,2951 69,3195
3 1,3902 79,2497
4 1,1045 87,1391
5 0,6986 92,1289
6 0,4791 95,5508
7 0,3081 97,7514
8 0,1596 98,8914
9 0,0833 99,4864
10 0,0566 99,8908
11 0,0086 99,9523
12 0,0044 99,9838
13 0,0018 99,9964
14 0,0005 100,0000
62
Figura 34 - Caso 5.2.5 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F2
Retirou-se a seguinte informação relevante:
Existe uma correlação forte e positiva entre HLR, CQrr, CQlr, TPlr, TPrr e TPou;
Existe uma correlação forte e positiva CQou, TPou e TPin;
Existe uma relação razoável e positiva entre HLR, CQrr, CQlr,TPlr, TPrr, TPou e CQou, TPin;
Existe uma correlação forte e positiva entre dura e HRT;
Existe uma correlação forte e positiva entre TPef e dura, HRT;
Existe uma relação razoável e positiva entre CQef e dura, HRT
Prosseguindo para o plano F1-F3 (Figura 35).
63
Figura 35 - Caso 5.2.5 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F3
O conjunto de informações que se retiraram da análise no plano F1-F3 foram as seguintes:
Confirmação de correlação forte e positiva entre os parâmetros CQrr, TPrr, CQlr, TPlr e destes
com HLR;
Confirmação de correlação forte e positiva entre os parâmetros CQou, TPou e destes com HLR;
Confirmação de que TPef e CQef têm correlação forte e positiva com dura e HRT.
Na Figura 36 demonstra-se a projeção das variáveis no plano F1-F4.
64
Figura 36 - Caso 5.2.5 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F4
Como informação adicional, retirou-se que a eficiência na remoção de CQO, CQef, é independente da
relação comprimento x largura do leito.
Ao longo deste caso verificou-se não só uma interdependência entre os parâmetros de concentração
(sufixos “-in” e “-ou”) de matéria orgânica e fósforo, como também dos parâmetros mássicos (“-lr” e “-
rr”). Este resultado pode estar relacionado com o facto de a remoção de estes poluentes depender de
processos de sedimentação e filtração no meio de enchimento do leito. No entanto, sabe-se que a
remoção de fósforo ocorre maioritariamente através de fenómenos de adsorção, como se referiu no
capítulo 3.2.5, e não foi possível analisar-se tal fenómeno com as variáveis utilizadas (Akratos e
Tsihrintzis, 2007).
Constatou-se com melhor qualidade de representação que a eficiência na remoção de CQO depende
do tempo de retenção da água no leito e da duração da operação espelhando que a eficiência de
remoção da matéria orgânica aumenta com o tempo de permanência da água residual no leito e com
o tempo em operação. Como já se referiu, não foi possível observar-se com as variáveis utilizadas que
ocorre uma estagnação na eficiência de remoção da matéria orgânica a partir de um determinado valor
de tempo de retenção hidráulico, nem que o sistema precisa necessita de tempo até operar nas
condições ótimas. Constatou-se que a eficiência de remoção de CQO é independente relação
comprimento x largura do leito do leito, como se referiu no capítulo 3.2.2.
Apesar de o parâmetro TPef se encontrar representado com menor qualidade nos planos estudados,
também se transpareceu que a eficiência de remoção do fósforo aumenta com o aumento do tempo de
retenção e a duração, à semelhança do que se verificou para a matéria orgânica. Não foi possível obter-
65
se nenhuma conclusão relativamente à relação com a duração pois sabe-se que a eficiência de
remoção de fósforo pode ser elevada no início da operação do leito, dando-se posteriormente uma
brusca diminuição aquando do esgotamento da capacidade de adsorção por parte do meio, sendo que
esta alteração não se consegue reproduzir neste tipo de análise. Mais, existe a possibilidade de a
duração média dos ensaios estudados (cerca de 21 meses) ter sido inferior ao tempo médio de
saturação dos meios de enchimento típicos (entre 12 a 48 meses) (Kadleck e Knight, 1996, citado por
IWA, 2000).
5.2.6 Conjunto de variáveis: Área, CT, CQO e SST
Da base de dados criada verificou-se que eram poucos os ensaios que reuniam em si variáveis distintas
suficientes e de interesse de análise para microrganismos patogénicos pelo que apenas foi estudada a
combinação de variáveis em causa.
Este caso consistiu na análise de 13 ensaios, após exclusão das amostras AM.1 e V. As variáveis
qualitativas não explicaram este comportamento anómalo, pelo que se considerou que estes ensaios
carecem de qualidade nas variáveis que se desejam analisar, como se pode ver na Figura 37.
Figura 37 - Caso 5.2.6 - Projeção das amostras no Plano de CP F1 e F2
Da análise da Tabela 23 concluiu-se que seria necessário reter 3 CP.
66
A análise conjunta dos planos demonstra-se de seguida (Figuras 38 e 39).
Figura 38 - Caso 5.2.6 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F2
Tabela 23 - Caso 5.2.6 - Averiguação do número de CP a reter
CP Valor Próprio % Acumulada
1 8,0973 57,8382
2 2,3784 74,8271
3 2,0192 89,2500
4 0,8439 95,2778
5 0,3651 97,8854
6 0,1944 99,2740
7 0,0576 99,6854
8 0,0242 99,8584
9 0,0134 99,9538
10 0,0042 99,9837
11 0,0023 99,9998
12 0,0005 100,0000
67
Figura 39 - Caso 5.2.6 – Círculo de correlação no plano composto pelas CP F1 e F3
Recordando o que foi referido no início deste caso, não foi possível estudar todas as variáveis de
interesse em relação aos microrganismos patogénicos, nomeadamente o tempo de retenção hidráulico,
HRT, e a carga hidráulica, HLR. Deste modo, foram retiradas algumas conclusões indiretas para os
Coliformes Totais através do paralelismo entre as conclusões que foram retiradas ao longo do Capítulo
5 para as variáveis área, CQO e SST e as provenientes deste caso.
Da análise dos planos verificou-se uma correlação elevada entre os coliformes totais, CT, e CQO e
SST, que na sua eficiência de remoção também dependem de processos de sedimentação e
intersecção com elementos do leito. Isto poderá demonstrar que a eficiência na remoção dos
microrganismos patogénicos, à semelhança do que acontece com a matéria orgânica, aumenta com o
aumento do tempo de retenção da água residual no leito, com eventual estagnação para um
determinado valor de tempo de retenção hidráulico. Mantendo o raciocínio, a semelhança evidenciada
com os sólidos suspensos totais demonstra que a granulometria do meio de enchimento influencia
também na remoção dos microrganismos patogénicos uma vez que ambos dependem de processos
de filtração para a sua remoção.
No entanto estas conclusões necessitam ser validadas com uma análise semelhante que contenha na
base de dados um conjunto de ensaios representativo e que reúna todas as variáveis de interesse para
este caso, incluindo as variáveis de granulometria do meio de enchimento e temperatura do efluente.
68
6. Conclusões e trabalho futuro
Os leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal representam uma solução muito válida
de sistemas de tratamento de águas residuais, principalmente quando se trata de pequenos
aglomerados populacionais onde a aplicação de um sistema convencional de tratamento seria inviável
ou bastante oneroso. Estes são sistemas que apresentam boa versatilidade de construção, sendo
possível adaptar a forma dos leitos por forma a enquadrá-los o mais apropriadamente na topografia e
disponibilidade de terreno, contribuindo para a descentralização do tratamento, prescindindo de
equipamentos eletromecânicos e aditivos químicos, podendo ainda ser operados por pessoal sem
qualificações específicas.
De um modo geral, os leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal são uma tecnologia
eficaz no que diz respeito ao tratamento de águas residuais domésticas, com custo de investimento
moderado mas baixo relativamente à exploração e manutenção, dispensando mão-de-obra especializa
e acompanhamento permanente. Estes sistemas de tratamento primam pela sua simplicidade não
descurando de questões ambientais, sendo considerada uma tecnologia “verde” e sustentável, bem
como de integração paisagística com valor estético. Apresentam ainda a vantagem de poderem ser
utilizados em sistemas já existentes que possuam tanque imhoff ou fossa séptica como tratamento
primário, sendo que nestas situações os leitos de macrófitas procedem ao tratamento secundário e
eventualmente terciário.
Na presente dissertação avaliou-se a influência conjunta dos poluentes mais comuns em águas
residuais e parâmetros operacionais de leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal
ao mesmo tempo que se procurou efetuar um paralelismo com os conhecimentos atualmente
disponíveis na literatura. Para o efeito procedeu-se ao levantamento dos resultados de 178 ensaios.
O facto de não ter sido feita uma organização premeditada dos dados de duração e tempo de retenção
hidráulico na base de dados criada fez com que não fosse possível aferir relativamente ao facto destes
sistemas necessitarem de algum tempo até operarem em condições ótimas ou a eficiência de remoção
de alguns poluentes estabilizar passado um determinado valor. Isto porque as análises foram efetuadas
com a totalidade destes valores, e para se constatar estes comportamentos, teria de se ter definido
diferentes classes de valores de duração e HRT e efetuado as diferentes análises aos ensaios
correspondentes a cada uma destas classes e analisar a variação das correlações.
Retira-se uma conclusão semelhante relativamente à influência da presença de macrófitas. Por forma
a averiguar esta influência teria sido necessário proceder-se à divisão dos ensaios em dois grandes
grupos (com macrófitas e sem macrófitas) e posteriormente analisar cada caso estudado para cada um
destes grupos, contrastando no fim as correlações obtidas.
Este estudo permitiu averiguar que o CBO5, parâmetro frequentemente utilizado no dimensionamento
dos leitos de macrófitas, não é indispensável como representante da matéria orgânica uma vez que a
69
análise utilizando apenas CQO reteve os mesmos resultados. Constatou-se que a eficiência na
remoção da matéria orgânica melhora aquando de um maior tempo de retenção hidráulico e maior
tempo de operação do sistema.
Relativamente aos sólidos suspensos totais, foi possível averiguar que existe um padrão de remoção
semelhante entre estes e a matéria orgânica, considerando as correlações evidenciadas entre as suas
variáveis. Verificou-se independência entre estes e a duração de operação uma vez que a sua remoção
se dá no trecho inicial do leito. Não foi possível averiguar que com o envelhecimento do leito existe um
aumento de colmatação e, deste modo, uma deterioração na eficiência de remoção de SST, uma vez
que teria de se ter procedido à separação dos ensaios por classes distintas de duração e proceder à
análise de cada uma destas individualmente.
Os resultados obtidos do estudo do fósforo permitiram concluir que a sua eficiência de remoção
aumenta com o aumento do tempo de retenção. Verificou-se correlação entre este e a matéria orgânica
pelo facto de ambos passarem por processos de sedimentação e filtração no meio de enchimento. A
análise feita não permitiu aferir relativamente à dependência do fósforo com a duração da operação,
nomeadamente o efeito de esgotamento de capacidade de adsorção do meio de enchimento, uma vez
que, à semelhança do que se disse anteriormente, teria de se ter procedido à separação dos ensaios
por classes distintas de duração.
Verificou-se uma correlação elevada entre Coliformes Totais, SST e CQO, o que pode estar a espelhar
indiretamente que a eficiência de remoção dos microrganismos patogénicos depende do aumento do
tempo de retenção e da granulometria do meio de enchimento.
Este estudo contribuiu para uma perceção mais abrangente relativamente às interdependências de
várias variáveis utilizadas no dimensionamento destes sistemas e qual a sua influência na eficiência de
tratamento. Não obstante, poderá dar-se continuidade a este trabalho, tendo em conta as limitações da
base de dados que foram verificadas e neste capítulo se transpareceram, procedendo à recolha de um
maior número de amostras que contenham informação suficiente para se efetuar mais análises de
interesse, nomeadamente:
A confirmação dos resultados obtidos nesta dissertação;
Análise multivariada do azoto;
Influência dos parâmetros pH, Temperatura, Oxigénio Dissolvido, Profundidade, Granulometria
e Área em todos os casos estudados e para o novo caso do azoto;
Tratamento da base de dados através do agrupamento de ensaios de acordo com classes de
valores de duração, tempo de retenção hidráulico e presença ou ausência de macrófitas e
contrastar os valores obtidos.
70
7. Referências bibliográficas
Akratos, C., & Tsihrintzis, V. (2007). Effect of temperature, HRT, vegetation and porous media on
removal efficiency of pilot-scale horizontal subsurface flow constructed wetlands. Ecological
Engineering, 29(2), 173-191.
Albuquerque, A. (2003). Tratamento de águas residuais. Covilhã: UBI.
Brisson, J., & Chazarenc, F. (2009). Maximizing pollutant removal in constructed wetlands: should we
pay more attention to macrophyte species selection? Science of the Total Environment,
407(13), 3923-3930.
Brix, H., & Schierup, H.-H. (1990). Soil oxygenation in constructed reed beds: the role of macrophyte
and soild-atmosphere interface oxygen transport. Pergamon, Volume N.D.(Assunto N.D.), 53-
66.
Calheiros, C., Rangel, A., & Castro, P. (2007). Constructed wetland systems vegetated with different
plants applied to the treatment of tannery wastewater. Water Research, 41(8), 1790–1798.
Caselles-Osorio, A. e. (2006). Influence of the characteristics of organic matter on the efficiency of
horizontal subsurface-flow constructed wetlands (PhD Thesis). Technical University of
Catalonia, Barcelona, Spain.
Caselles-Osorio, A.; Porta, A., Porras, M. e García, J. (2007). Effect of high organic loading rates of
particulate and dissolved organic matter on the efficiency of shallow experimental horizontal
subsurface-flow constructed wetland. Water, Air, and Soil Pollution, 183(1), 367–375.
Cooper, P. (2001). Historical aspects of wastewater treatment. London: IWA Publishing.
Costa, L.; Ceballos, B.; Meira, C.; Cavalcanti, M. (2003). Eficiência de Wetlands construídos com dez
dias de detenção hidráulica na remoção de colífagos e bacteriógafos. Revista de Biologia e
Ciências da Terra, 3(1), N.D.
Dias, S. (1998). Tratamento de efluentes em zonas húmidas construídas ou leitos de macrófitas.,
Boletim de Biotecnologia 60, pp. 14-20. N.D.
Dias, S. (2000). As Vantagens das Plantas. Água Hoje, 19(7), 26-28.
Dias, V. Inácio, M., Pacheco, P., Lopes, J., Correia, P. e Soutinho, E. (2000). FitoETAR’s:
Pressupostos teóricos de funcionamento e tipos. 9º Encontro Nacional de Saneamento
Básico: Águas e Resíduos, oportunidades e desafios do programa operacional de ambiente.
Loures, 21 a 24 de Novembro de 2000.
71
El Hamouri, B., Nazih, N., & Lahjouj, J. (2007). Subsurface-horizontal flow constructed wetland for
sewage treatment under Maroccan climate conditions. Desalination, 215(N.D.), 153-158.
Etarplan. (2003). Sistemas de Tratamento adequados a pequenos aglomerados. 1º Seminário do ciclo
de seminários do Curso de Engenharia Civil da UTAD. Vila Real.
Ferreira, S. (2012). Análise multivariada sobre bases de dados criminais. (Tese de Mestrado).
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal.
Galvão, A. (2009). Comportamento hidráulico e ambiental de zonas húmidas construídas para o
tratamento de águas residuais . (Tese de Doutoramento). Instituto Superior Técnico, Lisboa,
Portugal.
Galvão, A., & Matos, J. (2004). Sustentabilidade de Pequenos Sistemas de Tratamento de Águas
Residuais. 7º Congresso da Água, Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos. Lisboa, 8
a 12 de Março de 2004.
García, J., Vivar, J., Aromir, M., & Mujeriego, R. (2003). Role of Hydraulic retention time and granular
medium in microbial removal in tertiary treatment reed beds. Water Research, 37(11), 2645–
2653.
García, J.; Aguirre, P.; Barragán, J.; Mujeriego, R.; Matamoros, V. e Bayona, J. (2005). Effect of key
design parameters on the efficiency of horizontal subsurface flow constructed wetlands.
Ecological Engineering, 25(4), 405-418.
García, M., Soto, F., González, J., & Bécares, E. (2008). A comparison of bacterial removal
efficiencies in constructed wetlands and algae-based systems. Ecological Engineering, 32(3),
238-243.
Guia da Comissão Europeia. (2001). Guia dos Processos Extensivos de Tratamento das Águas
Residuais adaptados a pequenas e médias aglomerações (500-5000 EH). Aplicação da
Directiva nº 91/271 de 21 de Maio de 1991 relativa a tratamento de águas residuais urbanas.
Obtido em 24 de Setembro de 2015, de http://www.oieau.org/portugal/index.htm
Hagendorf, U., Diehl, K., Feuerpfeil, I., Hummel, A., & Lopez-Pila, J. e. (2005). Microbiological
investigations for sanitary assessment of wastewater treated in constructed wetlands. Water
Research, 39(20), 4849-4858.
Hench, K., Bissonnette, G., Sexstone, A., Coleman, J., & Garbutt, K. e. (2003). Fate of physical,
chemical, and microbial contaminants in domestic wastewater following treatment by small
constructed wetlands. Water Research, 37(4), 921-927.
72
IWA. (2000). Constructed Wetlands for Pollution Control: Processes, Performance, Design, and
Operation. Scientific and Technical Report No. 8. London: IWA Publishing.
Kadlec, R. (2003). Hydrology and Hydraulics of Constructed Wetlands. Proceedings of the 1st
International Seminar on The Use of Aquatic Macrophytes for Wastewater Treatment in
Constructed Wetlands. Lisboa, 8 a 10 de Maio de 2003.
Kadlec, R., & Knight, R. (1996). Treatment wetlands. Florida: Lewis Publishers.
Karathanasis, A., Potter, C., & Coyne, M. (2003). Vegetation effects on fecal bacteria, BOD, and
suspended solid removal in constructed wetlands treating domestic wastewater. Ecological
Engineering, 20(2), 157-169.
Kuschk, P., WieXner, A., Kappelmeyer, U., WeiXbrodt, E., K.astner, M., & Stottmeister, U. (2003).
Annual cycle of nitrogen removal by a pilot-scale subsurface horizontal flow in a constructed
wetland under moderate climate. Water Research, 37 (17), 4236–4242.
Merz, S. (2000). Guidelines for using free water surface constructed wetlands to treat municipal
sewerage (tecnical guideline). Department of Natural Resources, Brisbane, Australia.
Metcalf & Eddy. (2003). Wastewater engineering: treatment and reuse. New York: McGraw-Hill.
Metcalf, & Eddy. (1991). Wastewater Engineering, Treatment, Disposal and Reuse. New York:
McGraw-Hill.
Oliveira, J. (1995). A Lagunagem em Portugal: Conceitos básicos e aplicações práticas. Lisboa:
Edições Universitárias Lusófonas, Lda.
Oliveira, J. (2007). Diagnóstico e optimização do tratamento de águas residuais em leitos de
macrófitas . (Tese de Mestrado). Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto,
Portugal.
Pereira, H., & Sousa, A. (2005). Tratamento de Quadros de Dados Multidimensionais. Obtido em 24
de Setembro de 2015, de http://biomonitor.ist.utl.pt/~ajsousa/AnalDadosTrat.QuadMult.html
Reed, S., Crites, R., & Middlebrooks, E. (1995). Natural Systems for Waste Management and
Treatment. New York: McGraw-Hill.
Relvão, A. (1999). Sistemas de Tratamento de Efluentes em Aglomerados Urbanos por Leitos de
Macrófitas Emergentes. Comissão de Coordenação da Região Centro. Coimbra.
Ribeiro, J. (2007). Modelação do comportamento hidráulico de leitos de macrófitas (Tese de
Mestrado). Instituto Superior Técnico, Lisboa, Portugal.
73
Silva, A. (1998). Benefícios Ecológicos dos Grandes Caniçais Relativamente às ETAR’s de Plantas.
Obtido em 1 de Setembro de 2015, de http://www.aprh.pt/congressoagua98/files/com/123.pdf
Simões, M. (2009). Avaliação da influência do tipo de enchimento no rendimento de leitos de
macrófitas de escoamento subsuperficial e horizontal. (Tese de Mestrado). Universidade da
Beira Interior, Covilhã, Portugal.
Soares, M. (2012). Avaliação do desempenho de leitos de macrófitas face à aplicação de cargas
orgânicas crescentes. (Tese de Mestrado). Instituto Superior Técnico, Lisboa, Portugal.
Sousa, J.; Haandel, A. e Cabral, R. (2002). Desempenho de Sistemas Wetlands no Pós-Tratamento
de Esgotos Sanitários Pré-Tratados em Reactores UASB. 10º Encontro Nacional de
Saneamento Básico (SILUBESA) – Uso Sustentável da Água. Braga, 16 a 19 de Setembro de
2002.
Stein, O., Biederman, J., Hook, P., & Allen, W. (2006). Plant species and temperature effects on the k-
C* first order model for chemical oxygen demand removal in batch loaded ssf wetlands.
Ecological Engineering, 26(2), 100-112.
Taylor, C.; Hook, P.; Otto, R. e Zabinski, C. (2010). Seasonal effects of 19 plant species on COD
removal in subsurface treatment wetland microcosms. Ecological Engineering, 37(5), 703-710.
USEPA. (1993). Subsurface Flow Constructed Wetlands for WasteWater Treatment – A Technology
Assessment. EPA/832-R-93-008. Washington: Office of Water.
USEPA. (2000). Constructed wetlands treatment of municipal wastewater (Manual). EPA/625/R-
99/010. United States Environmental Protection Agency, Washington, USA.
Vymazal, J. (2002). The use of sub-surface constructed wetland for wastewater treatment in the
Czech Republic: 10 years experience. Ecological Engineering, 18(5), 633-646.
Vymazal, J. (2003). Types of constructed wetlands. Proceedings of the 1st International Seminar on
the use of aquatic macrophytes for wastewater treatment in constructed wetlands. Lisboa,
N.D.
Vymazal, J. (2005). Horizontal sub-surface flow and hybrid constructed wetlands systems for
wastewater treatment. Ecological Engineering, 25(5), 478-490.
Vymazal, J. (2007). Removal of nutrients in various types of constructed wetlands. 380(1-3), 48-65.
Vymazal, J. (2008). Constructed Wetlands for Wastewater Treatment: A Review. The 12th World Lake
Conference. Czech Republic.
74
Vymazal, J. (2010). Constructed Wetlands for Wastewater Treatment (review). Department of
Landscape Ecology, Prague, Czech Republic.
Wallace, S. e Knight, R. (2006). Small-scale constructed wetland treatment systems: feasibility, design
criteria and o&m requirements. London: IWA Publishing.
Pop. Projecto
ou P.E.
Duração exp.
(meses)H.L.R Caudal
H.R.T (tempo de
retenção hidraulico)Dimensões L.W(mxm) Plantas
Prof.
meio
Prof.
águaGranulometria
Constituição
Esgoto
Temperatura
exterior
Referência Área
(m2) (Hab) (cm/dia) Entrada Saída (L/dia) (dias) EntradaCarga mássica
(g/m2/dia)Saída
Remoção mássica
(g/m2/dia)Ef. Entrada
Carga mássica
(g/m2/dia)Saída
Remoção mássica
(g/m2/dia)Ef. Entrada
Carga mássica
(g/m2/dia)Saída
Remoção mássica
(g/m2/dia)Ef. Entrada
Carga mássica
(g/m2/dia)Saída
Remoção mássica
(g/m2/dia)Ef. Entrada
Carga mássica
(g/m2/dia)Saída
Remoção mássica
(g/m2/dia)Ef. Entrada
Carga mássica
(g/m2/dia)Saída
Remoção mássica
(g/m2/dia)Ef. Entrada
Carga mássica
(g/m2/dia)Saída
Remoção mássica
(g/m2/dia)Ef. Entrada
Carga mássica
(g/m2/dia)Saída
Remoção mássica
(g/m2/dia)Ef. Entrada
Carga mássica
(g/m2/dia)Saída
Remoção mássica
(g/m2/dia)Ef. Entrada
Carga mássica
(g/m2/dia)Saída
Remoção mássica
(g/m2/dia)Ef. Entrada
Carga mássica
(g/m2/dia)Saída
Remoção mássica
(g/m2/dia)Ef. Entrada
Carga mássica
(g/m2/dia)Saída
Remoção mássica
(g/m2/dia)Ef.
Entrada
(cfu/100 ml)
[log
cfu/100 ml]
Saída
(cfu/100 ml)
[log
cfu/10
0 ml]
Ef.(log)Entrada
(cfu/100 ml)
[log
cfu/10
0 ml]
Saída
(cfu/100 ml)
[log
cfu/10
0 ml]
Ef.(log)
Entrada
(cfu/100
ml)
[log
cfu/10
0 ml]
Saída
(cfu/100
ml)
[log
cfu/10
0 ml]
Ef.(log)Entrada
(cfu/100 ml)
[log
cfu/10
0 ml]
Saída
(cfu/100 ml)
[log
cfu/10
0 ml]
Ef.(log)Entrada
(cfu/100 ml)
[log
cfu/10
0 ml]
Saída
(cfu/100 ml)
[log
cfu/10
0 ml]
Ef.(log) [m] (m) (mm) (ºc)
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 6,0 361,1 5,7 92,8 4,2 74,3 583,6 9,2 134,8 7,1 76,9 64,0 1,0 35,5 0,5 44,6 9,1 0,1 8,5 0,0 6,5 3x0.75 Phragmites australis 39,0 35,0 0,5 D50= 15; 4 a 25 500,0 800,0 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 8,0 361,1 5,7 57,1 4,8 84,2 583,6 9,2 100,4 7,6 82,8 64,0 1,0 33,4 0,5 47,8 9,1 0,1 7,4 0,0 18,5 3x0.75 Phragmites australis 39,0 35,0 0,5 D50= 15; 4 a 25 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 14,0 361,1 5,7 45,5 5,0 87,4 583,6 9,2 76,5 8,0 86,9 64,0 1,0 34,1 0,5 46,7 9,1 0,1 3x0.75 Phragmites australis 39,0 35,0 0,5 D50= 15; 4 a 25 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 20,0 361,1 5,7 35,4 5,1 90,2 583,6 9,2 45,5 8,5 92,2 64,0 1,0 22,5 0,7 64,9 9,1 0,1 5,1 0,1 44,0 3x0.75 Phragmites australis 39,0 35,0 0,5 D50= 15; 4 a 25 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 6,0 361,1 5,7 75,5 4,5 79,1 583,6 9,2 101,0 7,6 82,7 64,0 1,0 47,7 0,3 25,4 9,1 0,1 5,7 0,1 37,1 3x0.75 Sem planta 37,0 37,0 0,5 D50= 15; 4 a 25 700,0 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 8,0 361,1 5,7 58,1 4,8 83,9 583,6 9,2 76,5 8,0 86,9 64,0 1,0 47,7 0,3 25,4 9,1 0,1 5,9 0,0 34,8 3x0.75 Sem planta 37,0 37,0 0,5 D50= 15; 4 a 25 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 14,0 361,1 5,7 38,6 5,1 89,3 583,6 9,2 80,5 7,9 86,2 64,0 1,0 44,4 0,3 30,7 9,1 0,1 3x0.75 Sem planta 37,0 37,0 0,5 D50= 15; 4 a 25 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 20,0 361,1 5,7 33,9 5,2 90,6 583,6 9,2 56,0 8,3 90,4 64,0 1,0 36,0 0,4 43,8 9,1 0,1 5,1 0,1 43,8 3x0.75 Sem planta 37,0 37,0 0,5 D50= 15; 4 a 25 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 6,0 361,1 5,7 84,9 4,4 76,5 583,6 9,2 105,6 7,5 81,9 64,0 1,0 37,6 0,4 41,2 9,1 0,1 6,7 0,0 26,2 3x0.75 Typha latifolia 34,0 33,0 0,5 D50= 15; 4 a 25 700,0 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 8,0 361,1 5,7 29,2 5,2 91,9 583,6 9,2 57,8 8,3 90,1 64,0 1,0 21,4 0,7 66,5 9,1 0,1 4,0 0,1 56,1 3x0.75 Typha latifolia 34,0 33,0 0,5 D50= 15; 4 a 25 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 14,0 361,1 5,7 33,9 5,2 90,6 583,6 9,2 56,0 8,3 90,4 64,0 1,0 23,2 0,6 63,8 9,1 0,1 3x0.75 Typha latifolia 34,0 33,0 0,5 D50= 15; 4 a 25 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 20,0 361,1 5,7 29,2 5,2 91,9 583,6 9,2 45,5 8,5 92,2 64,0 1,0 11,3 0,8 82,4 9,1 0,1 1,6 0,1 82,5 3x0.75 Typha latifolia 34,0 33,0 0,5 D50= 15; 4 a 25 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 6,0 361,1 5,7 72,9 4,5 79,8 583,6 9,2 98,6 7,7 83,1 64,0 1,0 13,4 0,8 79,1 9,1 0,1 2,8 0,1 69,7 3x0.75 Phragmites australis 33,0 29,0 0,5 D50= 6; 0.25 a 16 900,0 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 8,0 361,1 5,7 28,2 5,3 92,2 583,6 9,2 47,3 8,5 91,9 64,0 1,0 9,5 0,9 85,2 9,1 0,1 1,5 0,1 83,6 3x0.75 Phragmites australis 33,0 29,0 0,5 D50= 6; 0.25 a 16 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 14,0 361,1 5,7 34,7 5,2 90,4 583,6 9,2 61,3 8,2 89,5 64,0 1,0 10,6 0,8 83,4 9,1 0,1 3x0.75 Phragmites australis 33,0 29,0 0,5 D50= 6; 0.25 a 16 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 20,0 361,1 5,7 27,8 5,3 92,3 583,6 9,2 47,3 8,5 91,9 64,0 1,0 9,8 0,9 84,7 9,1 0,1 1,1 0,1 88,2 3x0.75 Phragmites australis 33,0 29,0 0,5 D50= 6; 0.25 a 16 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 6,0 361,1 5,7 93,9 4,2 74,0 583,6 9,2 126,6 7,2 78,3 64,0 1,0 23,4 0,6 63,5 9,1 0,1 6,8 0,0 24,9 3x0.75 Phragmites australis 29,0 28,0 0,5 D50=90;30 a 18 690,0 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 8,0 361,1 5,7 45,1 5,0 87,5 583,6 9,2 83,5 7,9 85,7 64,0 1,0 19,0 0,7 70,3 9,1 0,1 5,6 0,1 38,6 3x0.75 Phragmites australis 29,0 28,0 0,5 D50=90;30 a 18 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 14,0 361,1 5,7 40,4 5,1 88,8 583,6 9,2 54,9 8,3 90,6 64,0 1,0 16,6 0,7 74,0 9,1 0,1 3x0.75 Phragmites australis 29,0 28,0 0,5 D50=90;30 a 18 Sintéctico
2,3 0,3 24,0 1,6 35,5 20,0 361,1 5,7 24,6 5,3 93,2 583,6 9,2 51,9 8,4 91,1 64,0 1,0 11,8 0,8 81,6 9,1 0,1 2,2 0,1 75,9 3x0.75 Phragmites australis 29,0 28,0 0,5 D50=90;30 a 18 Sintéctico
0,7 4,0 24,0 5,1 215,0 7,2 30,0 6,2 86,0 103,0 3,4 51,0 1,7 51,2 0.9x0.8 Phragmites australis 0,4 - 0,2 40 a 70 - Sintéctico 20,0
0,7 4,0 24,0 5,1 263,0 8,8 97,0 5,5 88,6 91,0 3,0 9,0 2,7 93,4 0.9x0.8 Phragmites australis 0,2 40 a 70 Esgoto bruto 20,0
0,7 3,5 24,0 5,7 518,0 17,3 154,0 12,1 70,5 54,0 1,8 31,0 0,8 43,0 0,5 0,0 0,2 0,0 100,0 0.9x0.8 Phragmites australis 0,2 4 a 8 Sintéctico 20,0
0,7 3,5 24,0 5,7 507,0 16,9 32,0 15,8 94,0 34,0 1,1 4,0 1,0 91,7 0,3 0,0 0,2 0,0 100,0 0.9x0.8 Phragmites australis 0,5 0,2 4 a 8 Esgoto bruto 20,0
39,1 33,0 14000,0 0,2 127,3 45,6 19,2 38,7 84,9 33,1 11,9 23,5 3,4 29,0 33,1 11,9 23,5 3,4 29,0 9.3x4.2 1,1 - Dn=35 - -
216,0 148,7 49,0 32,9 293,2 134,3 45,8 30,2 24,8 82,1 13,7 5,4 39,5 8,5 2,9 34,0 24,5 7,0 28,7 0,1 0,0 22,6
1,2 31,0 18,0 216,0 2,0 826,0 148,7 564,0 47,2 31,7 1629,0 293,2 906,0 130,1 44,4 168,0 30,2 28,0 25,2 83,3 76,0 13,7 46,0 5,4 39,5 47,0 8,5 31,0 2,9 34,0 136,0 24,5 93,0 7,7 31,6 0,3 0,1 0,3 0,0 19,4 1.2x1 Praghmites australis 0,6 0,6 3 a 8 5,8
1,6 10,0 3,1 50,0 7,6 98,0 3,0 126,7 3,9 19,6 3,3 84,6 5,0 0,2 0,0 0,0 67,2 10,0 0,3 9,1 0,0 9,5 1,9 0,1 0,9 0,0 53,7 14,5 0,4 10,2 0,1 29,5 17,0 0,5 11,2 0,2 34,0 2,9 0,1 2,4 0,0 17,3 2.5x0.65 Phragmites australis 0,6 6 a 9 (meio) e 9 a 12 Sintéctico 18,5
1,6 11,0 3,1 50,0 7,6 98,0 3,0 126,7 3,9 24,5 3,1 80,7 5,0 0,2 0,0 0,0 38,5 10,0 0,3 9,5 0,0 5,5 1,9 0,1 1,1 0,0 41,4 14,5 0,4 9,7 0,1 33,0 17,0 0,5 10,9 0,2 36,1 2,9 0,1 2,3 0,0 18,0 2.5x0.65 Sem plantas 0,6 6 a 9 (meio) e 9 a 12 Sintéctico 18,5
1,6 12,0 3,1 50,0 7,6 98,0 3,0 126,7 3,9 12,4 3,5 90,3 5,0 0,2 0,0 0,0 21,4 10,0 0,3 7,5 0,1 25,4 1,9 0,1 0,9 0,0 54,6 14,5 0,4 8,0 0,2 44,7 17,0 0,5 8,9 0,2 47,5 2,9 0,1 1,7 0,0 40,5 2.5x0.65 Lythrum salicaria 0,6 6 a 9 (meio) e 9 a 12 Sintéctico 18,5
1,6 13,0 3,1 50,0 7,6 98,0 3,0 126,7 3,9 16,1 3,4 87,3 5,0 0,2 0,0 0,0 47,5 10,0 0,3 9,7 0,0 3,2 1,9 0,1 0,9 0,0 53,9 14,5 0,4 9,9 0,1 31,3 17,0 0,5 10,9 0,2 36,0 2,9 0,1 2,1 0,0 28,1 2.5x0.65 Cladium mariscus 0,6 6 a 9 (meio) e 9 a 12 Sintéctico 18,5
1,6 14,0 3,1 50,0 7,6 98,0 3,0 126,7 3,9 14,5 3,5 88,6 5,0 0,2 0,0 0,0 75,2 10,0 0,3 6,6 0,1 34,2 1,9 0,1 1,0 0,0 47,8 14,5 0,4 6,7 0,2 54,1 17,0 0,5 7,7 0,3 54,7 2,9 0,1 1,8 0,0 36,0 2.5x0.65 Iris pseudacorus 0,6 6 a 9 (meio) e 9 a 12 Sintéctico 18,5
0,5 9,0 3,6 20,0 3,0 170,0 6,2 41,0 4,7 76,0 11,6 0,4 8,3 0,1 29,0 0.93x0.59 Phragmites australis 0,4 0,4 0,3 D60= 3.5 mm Mat.orgânica dissolvida
0,5 9,0 1,8 10,0 6,0 330,0 6,0 40,0 5,3 88,0 23,1 0,4 10,0 0,2 57,0 0.93x0.59 Phragmites australis 0,4 0,3 D60= 3.5 mm Mat.orgânica dissolvida
0,5 9,0 1,8 10,0 6,0 360,0 6,6 31,0 6,0 91,0 25,9 0,5 11,7 0,3 54,0 0.93x0.59 Phragmites australis 0,4 0,3 D60= 3.5 mm Mat.orgânica dissolvida
0,5 9,0 3,6 20,0 3,0 150,0 5,5 10,0 5,1 94,0 12,9 0,5 7,6 0,2 41,0 0.93x0.59 Phragmites australis 0,4 0,3 D60= 3.5 mm Mat.orgânica dissolvida
0,5 9,0 3,6 20,0 3,0 150,0 5,5 45,0 3,8 70,0 12,3 0,4 7,6 0,2 38,0 0.93x0.59 Phragmites australis 0,4 0,3 D60= 3.5 mm Mat.organica particulada
0,5 9,0 1,8 10,0 6,0 300,0 5,5 25,0 5,0 91,0 23,4 0,4 10,9 0,2 53,0 0.93x0.59 Phragmites australis 0,4 0,3 D60= 3.5 mm Mat.organica particulada
0,5 9,0 1,8 10,0 6,0 360,0 6,6 18,0 6,2 94,0 26,6 0,5 14,2 0,2 48,0 0.93x0.59 Phragmites australis 0,4 0,3 D60= 3.5 mm Mat.organica particulada
0,5 9,0 3,6 20,0 3,0 130,0 4,7 10,0 4,4 94,0 13,1 0,5 10,5 0,1 20,0 0.93x0.59 Phragmites australis 0,4 0,3 D60= 3.5 mm Mat.organica particulada
0,5 4,0 3,6 20,0 3,0 606,0 22,1 50,0 20,3 92,0 42,0 1,5 18,0 0,9 57,0 1,4 0,1 0,1 0,0 95,0 130,0 8,0 93,0 0.93x0.59 Phragmites australis 40,0 0,4 0,3 D60= 3.5 mm Mat.orgânica dissolvida
0,5 4,0 3,6 20,0 3,0 541,0 19,7 49,0 17,9 91,0 42,0 1,5 24,0 0,7 43,0 1,4 0,1 0,1 0,0 95,0 130,0 17,0 87,0 0.93x0.59 Phragmites australis 0,4 0,3 D60= 3.5 mm Mat.organica particulada
0,5 8,0 1,8 9,9 6,0 322,0 5,8 38,0 5,1 88,0 25,0 0,5 3,4 0,4 84,0 0.93x0.59 Phragmites australis 40,0 0,4 0,4 D60= 3.5 mm 2000±530 2000±280 Esgoto bruto
0,5 8,0 3,7 20,3 3,0 380,0 14,1 33,0 12,8 91,0 34,0 1,3 2,6 1,2 91,0 0.93x0.59 Phragmites australis 0,4 0,4 D60= 3.5 mm 2900±420 2800±360 Esgoto bruto
0,5 8,0 5,5 30,2 2,0 360,0 19,8 44,0 17,4 87,0 37,0 2,0 13,0 1,3 65,0 0.93x0.59 Phragmites australis 0,4 0,4 D60= 3.5 mm 2000±420 2200±430 Esgoto bruto
0,5 8,0 1,8 9,9 6,0 156,0 2,8 37,0 2,1 76,0 24,0 0,4 5,0 0,3 79,0 0.93x0.59 Phragmites australis 0,4 0,4 D60= 3.5 mm 2000±540 2100±280 Esgoto bruto
0,5 8,0 3,7 20,3 3,0 184,0 6,8 26,0 5,8 85,0 32,0 1,2 1,6 1,1 94,0 0.93x0.59 Phragmites australis 0,4 0,4 D60= 3.5 mm 2200±340 2900±420 Esgoto bruto
0,5 8,0 5,5 30,2 2,0 200,0 11,0 27,0 9,5 86,0 35,0 1,9 13,0 1,2 63,0 0.93x0.59 Phragmites australis 0,4 0,4 D60= 3.5 mm 2000±410 2500±570 Esgoto bruto
0,8 10,0 2,6 20,0 3,3 287,0 10,0 63,0 5,8 85,0 26,0 0,7 0,3 0,7 99,0 1.1x0.7 Phragmites australis 40,0 0,3 0,3 D60=3.5 mm Esgoto bruto
0,8 10,0 2,6 20,0 3,3 326,0 10,0 125,0 5,2 70,0 28,0 0,7 12,0 0,4 71,0 1.1x0.7 Phragmites australis 0,3 0,3 D60=3.5 mm Esgoto bruto
0,8 10,0 3,9 30,0 2,1 905,3 10,0 172,0 28,6 81,0 75,0 2,9 1,5 2,9 98,0 1.1x0.7 Phragmites australis 0,3 0,3 D60=3.5 mm Esgoto bruto
0,8 10,0 2,6 20,0 3,3 287,0 10,0 71,0 5,6 84,0 26,0 0,7 5,0 0,5 85,0 1.1x0.7 Phragmites australis 0,3 0,3 D60=3.5 mm Esgoto bruto
0,8 10,0 2,6 20,0 3,3 326,0 10,0 119,0 5,4 71,0 28,0 0,7 7,3 0,5 80,0 1.1x0.7 Phragmites australis 0,3 0,3 D60=3.5 mm Esgoto bruto
0,8 10,0 3,9 30,0 2,1 489,0 10,0 132,0 13,9 73,0 46,4 1,8 13,0 1,3 72,0 1.1x0.7 Phragmites australis 0,3 0,3 D60=3.5 mm Esgoto bruto
977,4 2000,0 5,0 18,1 177000,0 1,1 114,0 20,7 31,0 15,0 73,0 6,0 1,1 7,0 -0,2 -20,0 29.8x32.8 Phragmites australis 40,0 0,5 D60=9 Esgoto bruto 14,4
1236,6 290,0 5,0 4,9 60000,0 3,5 379,0 18,4 233,0 7,1 38,0 34,0 1,6 34,0 0,0 0,0 32.8x37.7 Phragmites australis 34,0 0,5 D60=10 Esgoto bruto 14,4
1225,0 2000,0 5,0 17,8 218000,0 1,1 306,0 54,5 173,0 23,7 43,0 36,0 6,4 27,0 1,6 25,0 35x35 Phragmites australis 38,0 0,5 D60=9.2 Esgoto bruto 14,4
466,1 164,0 5,0 5,4 25000,0 3,6 823,0 44,1 159,0 35,6 81,0 58,0 3,1 49,0 0,5 16,0 19.3x24.15 Phragmites australis 39,0 0,5 D60=8.98 Esgoto bruto 14,4
500,0 373,0 5,0 11,4 57000,0 1,7 444,0 50,6 151,0 33,4 66,0 42,0 4,8 35,0 0,8 17,0 22.36x22.36 Phragmites australis 39,0 0,5 D60=8.9 Esgoto bruto 14,4
3,0 1,0 20,0 28,0 6800,0 45,3 136,0 44,4 98,0 757,0 5,0 94,0 4,4 87,6 250,0 1,7 30,0 1,5 88,0 150,9 1,0 86,0 0,4 43,0 10,0 0,1 99,0 3x1 Typha augustifolia 0,8 0,7 30,0 Lixiviado
3,0 2,8 56,0 10,0 3200,0 59,7 32,0 59,1 99,0 438,0 8,2 97,0 6,4 77,9 390,0 7,3 113,0 5,2 71,0 178,0 3,3 114,0 1,2 36,0 10,0 0,5 95,0 3x1 Typha augustifolia 0,8 0,7 30,0 Lixiviado
3,0 5,6 112,0 5,0 3833,0 143,1 115,0 138,8 97,0 364,0 13,6 96,0 10,0 73,6 725,0 27,1 87,0 23,8 88,0 197,8 7,4 182,0 0,6 8,0 18,0 0,9 95,0 3x1 Typha augustifolia 0,8 0,7 30,0 Lixiviado
3,0 1,0 20,0 28,0 162,0 1,1 47,0 0,8 71,0 1489,0 9,9 58,0 9,5 96,1 91,0 0,6 40,0 0,3 56,0 663,0 4,4 358,0 2,0 46,0 2,8 2,2 21,0 3x1 Typha augustifolia 0,8 0,7 30,0 Lixiviado
3,0 2,8 56,0 10,0 60,0 1,1 27,0 0,6 55,0 1037,0 19,4 42,0 18,6 95,9 150,0 2,8 51,0 1,8 66,0 379,7 7,1 224,0 2,9 41,0 4,0 2,1 48,0 3x1 Typha augustifolia 0,8 0,7 30,0 Lixiviado
3,0 5,6 112,0 5,0 19,6 0,7 11,0 0,3 44,0 185,0 6,9 63,0 4,6 65,9 82,4 3,1 28,0 2,0 66,0 192,5 7,2 154,0 1,4 20,0 1,6 1,2 25,0 3x1 Typha augustifolia 0,8 0,7 30,0 Lixiviado
352,0 150,0 0,0 0,1 12,0 30,0 0,0 10,0 0,0 82,0 125,0 0,0 40,0 0,0 74,0 24,5 0,0 10,3 0,0 62,6 4,9 1,7 75,4 16x22 P. australis 10 a 20 Esgoto bruto 14.5 (Verão)
352,0 150,0 0,0 0,1 12,0 35,0 0,0 20,0 0,0 82,0 107,0 0,0 49,0 0,0 74,0 24,5 0,0 10,3 0,0 62,6 4,9 1,7 75,4 16x22 P. australis 10 a 20 Esgoto bruto 1.3 (Inverno)
45,4 8,0 6,5 2948,4 2,9 465,0 35,1 130,5 21,7 75,0 129,0 8,4 26,0 6,7 76,0 11,3 0,7 17,4 -0,4 -54,0 0,9 0,1 6,2 -0,3 -629,4 70,0 4,6 68,9 0,1 0,0 15,0 1,0 8,6 0,4 49,0 4115000,0 260000,0 2,2 5630000,0 30000,0 2,3 4790000,0 40000,0 2,1 8.4x5.4 P. australis and A. donax. 45,0 0,5 30,0 Esgoto bruto
45,4 8,0 9,8 4422,6 1,9 465,0 52,7 99,6 35,6 83,0 129,0 12,6 20,7 10,6 87,0 11,3 1,1 11,4 0,0 -0,9 0,9 0,1 3,1 -0,2 -264,7 70,0 6,8 41,2 2,8 39,0 15,0 1,5 9,2 0,6 39,0 4115000,0 260000,0 2,2 5630000,0 30000,0 2,3 4790000,0 40000,0 2,1 8.4x5.4 P. australis and A. donax. 0,5 30,0 Esgoto bruto
45,4 8,0 13,0 5896,8 1,4 465,0 52,3 85,7 49,3 77,0 129,0 16,8 29,4 12,9 85,0 11,3 1,5 7,8 0,5 31,0 0,9 0,1 2,7 -0,2 -217,6 70,0 9,1 49,4 2,7 26,0 15,0 2,0 7,8 0,9 49,0 4115000,0 260000,0 2,2 5630000,0 30000,0 2,3 4790000,0 40000,0 2,1 8.4x5.4 P. australis and A. donax. 0,5 30,0 Esgoto bruto
45,4 8,0 16,3 7371,0 1,2 465,0 42,8 34,6 69,9 88,0 129,0 21,0 25,7 16,8 71,0 11,3 1,8 7,2 0,7 36,3 0,9 0,1 1,2 -0,1 -41,2 70,0 11,4 47,0 3,7 37,0 15,0 2,4 7,9 1,2 33,0 4115000,0 260000,0 2,2 5630000,0 30000,0 2,3 4790000,0 40000,0 2,1 8.4x5.4 P. australis and A. donax. 0,5 30,0 Esgoto bruto
45,4 8,0 19,5 8845,2 1,0 465,0 68,0 126,3 66,0 63,0 129,0 25,2 30,8 19,1 75,0 11,3 2,2 7,8 0,7 31,0 0,9 0,2 1,3 -0,1 -52,9 70,0 13,7 51,2 3,7 26,0 15,0 2,9 9,1 1,2 38,0 4115000,0 260000,0 2,2 5630000,0 30000,0 2,3 4790000,0 40000,0 2,1 8.4x5.4 P. australis and A. donax. 0,5 30,0 Esgoto bruto
45,4 8,0 22,8 10319,4 0,8 465,0 132,7 341,1 28,2 44,0 129,0 29,3 39,4 20,4 68,0 11,3 2,6 14,6 -0,8 -29,2 0,9 0,2 0,7 0,0 17,6 70,0 15,9 67,4 0,6 11,0 15,0 3,4 10,0 1,1 22,0 4115000,0 260000,0 2,2 5630000,0 30000,0 2,3 4790000,0 40000,0 2,1 8.4x5.4 P. australis and A. donax. 0,5 30,0 Esgoto bruto
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 130,0 4,4 56,0 2,5 57,0 260,0 8,8 98,0 5,5 62,0 61,5 2,1 47,0 0,5 24,0 Phragmites australis 0,5 10,0 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 130,0 4,4 65,0 2,2 50,0 190,0 6,5 80,0 3,7 58,0 42,5 1,4 33,7 0,3 21,0 Phragmites australis 0,5 10,0 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 140,0 4,8 60,0 2,7 57,0 170,0 5,8 77,0 3,2 55,0 36,8 1,3 27,5 0,3 25,0 Phragmites australis 0,5 10,0 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 130,0 4,4 60,0 2,4 53,0 260,0 8,8 97,0 5,5 63,0 61,5 2,1 45,6 0,5 26,0 Phragmites australis 0,5 3,5 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 130,0 4,4 62,0 2,3 52,0 190,0 6,5 72,0 4,0 59,0 42,5 1,4 34,4 0,3 19,0 Phragmites australis 0,5 3,5 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 140,0 4,8 46,0 3,2 20,0 170,0 5,8 68,0 3,5 60,0 36,8 1,3 25,6 0,4 30,0 Phragmites australis 0,5 3,5 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 130,0 4,4 59,0 2,4 54,0 260,0 8,8 100,0 5,4 62,0 61,5 2,1 46,6 0,5 24,0 Phragmites australis 0,5 10,0 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 130,0 4,4 71,0 2,0 45,0 190,0 6,5 87,0 3,5 54,0 42,5 1,4 37,8 0,2 11,0 Phragmites australis 0,5 10,0 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 3,6 140,0 4,8 54,0 2,9 61,0 170,0 5,8 74,0 3,3 56,0 36,8 1,3 26,8 0,3 27,0 Phragmites australis 0,5 10,0 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 130,0 4,4 52,0 2,7 60,0 260,0 8,8 91,0 5,7 65,0 61,5 2,1 44,1 0,6 28,0 Phragmites australis 0,5 3,5 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 130,0 4,4 59,0 2,4 55,0 190,0 6,5 69,0 4,1 64,0 42,5 1,4 32,3 0,3 24,0 Phragmites australis 0,5 3,5 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 3,6 140,0 4,8 43,0 3,3 69,0 170,0 5,8 66,0 3,5 61,0 36,8 1,3 24,7 0,4 32,0 Phragmites australis 0,5 3,5 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 130,0 4,4 53,0 2,6 59,0 260,0 8,8 94,0 5,6 64,0 61,5 2,1 44,8 0,6 27,0 Phragmites australis 0,5 10,0 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 130,0 4,4 66,0 2,2 49,0 190,0 6,5 79,0 3,8 58,0 42,5 1,4 36,0 0,2 15,0 Phragmites australis 0,5 10,0 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 140,0 4,8 51,0 3,0 64,0 170,0 5,8 80,0 3,1 53,0 36,8 1,3 25,4 0,4 31,0 Phragmites australis 0,5 10,0 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 130,0 4,4 57,0 2,5 56,0 260,0 8,8 92,0 5,7 65,0 61,5 2,1 42,9 0,6 30,0 Phragmites australis 0,5 3,5 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 130,0 4,4 65,0 2,2 50,0 190,0 6,5 67,0 4,2 65,0 42,5 1,4 32,8 0,3 23,0 Phragmites australis 0,5 3,5 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 6,7 140,0 4,8 43,0 3,3 69,0 170,0 5,8 65,0 3,6 62,0 36,8 1,3 22,2 0,5 40,0 Phragmites australis 0,5 3,5 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 3,6 130,0 4,4 37,0 3,2 71,0 260,0 8,8 79,0 6,2 70,0 61,5 2,1 38,4 0,8 38,0 Phragmites australis 0,3 10,0 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 3,6 130,0 4,4 35,0 3,2 73,0 190,0 6,5 50,0 4,8 73,0 42,5 1,4 27,9 0,5 34,0 Phragmites australis 0,3 10,0 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 3,6 140,0 4,8 36,0 3,5 74,0 170,0 5,8 57,0 3,8 66,0 36,8 1,3 23,3 0,5 37,0 Phragmites australis 0,3 10,0 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 3,6 130,0 4,4 21,0 3,7 84,0 260,0 8,8 55,0 7,0 79,0 61,5 2,1 30,1 1,1 51,0 Phragmites australis 0,3 3,5 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 3,6 130,0 4,4 18,0 3,8 86,0 190,0 6,5 33,0 5,3 83,0 42,5 1,4 16,1 0,9 62,0 Phragmites australis 0,3 3,5 Doméstico
55,0 12,0 3,4 1870,0 3,6 140,0 4,8 21,0 4,0 85,0 170,0 5,8 39,0 4,5 77,0 36,8 1,3 12,6 0,8 66,0 Phragmites australis 0,3 3,5 Doméstico
0,5 5,0 3,6 20,0 3,0 350,0 12,8 26,0 11,8 92,0 32,0 1,2 2,3 1,1 93,0 170,0 170,0 0,0 0.93x0.59 Phragmites australis 40,0 0,4 0,3 3,5 Esgoto bruto
0,5 5,5 30,0 2,0 360,0 19,7 43,0 17,3 88,0 36,0 2,0 12,0 1,3 67,0 190,0 150,0 21,0 40,0 0,4 0,3 3,5 Esgoto bruto
0,5 3,6 20,0 3,0 180,0 6,6 25,0 5,6 86,0 28,0 1,0 1,3 1,0 95,0 170,0 170,0 0,0 0.93x0.59 Phragmites australis 40,0 0,4 0,3 3,5 Esgoto bruto
0,5 5,5 30,0 2,0 190,0 10,4 26,0 9,0 86,0 34,0 1,9 13,4 1,1 62,0 190,0 150,0 21,0 40,0 0,4 0,3 3,5 Esgoto bruto
R.1 0,3 1,3 6,0 15,0 5,0 184,6 11,1 50,6 8,0 69,1 21,7 1,3 23,8 1,4 1.25x0.2 Sem planta 20,0 Sintéctico
R.2 0,3 1,3 6,0 15,0 5,0 184,6 11,1 52,9 7,9 65,4 21,7 1,3 23,8 1,4 1.25x0.2 Sem planta Sintéctico
R.3 0,3 1,3 6,0 15,0 5,0 184,6 11,1 44,4 8,4 70,3 21,7 1,3 17,7 0,2 18,4 23,8 1,4 18,0 0,4 24,6 1.25x0.2 Sem planta Sintéctico
1,1 24,0 6,4 70,0 3,0 5011872,3 6,7 501,2 2,7 4,0 630957,3 5,8 758,6 2,9 2,9 63095,7 4,8 1000,0 3,0 1,8 Scirpus lacustris 35,0 6,0 Doméstico
1,1 24,0 6,4 70,0 3,0 5011872,3 6,7 47,9 1,7 5,0 630957,3 5,8 69,2 1,8 4,0 63095,7 4,8 120,2 2,1 2,7 Sem planta 35,0 6,0 Doméstico
16,8 13,0 8,9 1500,0 7,0 177827,9 5,3 1995,3 3,3 6 x 2.8 P. australis 0,6 Doméstico
16,8 13,0 8,9 1500,0 177827,9 5,3 5011,9 3,7 6 x 2.8 Sem planta 0,6 5 -- 10
16,8 13,0 8,9 1500,0 177827,9 5,3 3162,3 3,5 6 x 2.8 P. australis 0,6
16,8 13,0 8,9 1500,0 1,0 177827,9 5,3 3162,3 3,5 6 x 2.8 Sem planta 0,6
0,4 13,0 5,3 20,0 10964,8 4,0 15848,9 4,2 1.25 x 0.3 P. australis 0,3 10,0 Doméstico
0,4 13,0 5,3 20,0 1000,0 3,0 7943,3 3,9 1.25 x 0.3 P. australis 0,3
0,4 13,0 5,3 20,0 7943,3 3,9 7943,3 3,9 1.25 x 0.3 P. australis 0,3 10,0
0,4 13,0 5,3 20,0 15848,9 4,2 3162,3 3,5 1.25 x 0.3 P. australis 0,3
0,4 13,0 5,3 20,0 10964,8 4,0 3162,3 3,5 1.25 x 0.3 P. australis 0,3
0,4 13,0 5,3 20,0 1000,0 3,0 7943,3 3,9 1.25 x 0.3 P. australis 0,3
5,6 12,0 3,6 180,0 5,5 222,0 7,1 97,1 4,0 56,3 378,0 12,1 157,0 7,1 58,5 0,0 -100,0 48,1 1,5 53,6 -0,2 -11,4 0,5 0,0 0,2 0,0 60,0 82,3 2,6 72,7 0,3 11,7 40,3 9,1 77,4 4.7 x 1.2 P. australis 0,5 Doméstico
5,6 12,0 3,6 180,0 5,5 222,0 7,1 87,4 4,3 60,6 378,0 12,1 149,0 7,3 60,6 0,0 -100,0 48,1 1,5 55,1 -0,2 -14,6 0,5 0,0 0,3 0,0 40,0 82,3 2,6 78,9 0,1 4,1 40,3 7,3 81,9 4.7 x 1.2 Sem planta 0,5 Doméstico
655,2 36,0 3,1 11,0 121,7 1717,0 11,9 3,4 92,8 246,2 7,2 29,3 6,6 91,5 98,6 3,0 7,6 2,8 92,3 20,5 0,6 8,8 0,4 57,1 32,8 1,0 6,5 0,8 60,0 3,2 0,1 1,2 0,1 63,0 3880,0 3,9 2500000,0 2060,0 3,8 37.87 x 17.3Canna e Phragmites australis (2009)
e Cyperus papyrus (2010)0,9 Doméstico 26,0
3,2 12,0 4,0 128,0 4,0 115,5 4,6 24,3 3,6 76,0 247,5 9,8 51,7 7,7 75,5 57,5 2,3 11,4 1,8 79,2 28,7 1,1 13,1 0,6 53,7 8,3 0,3 4,2 0,2 44,7 1800000,0 85000,0 3.6 x 0.9 0,3 12,0 Doméstico 21,1
3,2 12,0 4,0 128,0 4,0 115,5 4,6 21,2 3,7 79,7 224,0 8,8 51,3 6,8 77,1 55,6 2,2 8,5 1,9 84,7 28,7 1,1 13,8 0,6 51,7 7,6 0,3 4,9 0,1 35,8 1800000,0 168000,0 3.6 x 0.9
Strelitzia reginae
+ Anthurium andreanum
+ plants of Agapanthus africanus
0,3 12,0 Doméstico 21,1
130,0 6,5 8500,0 4,0 170,0 11,0 52,0 7,7 70,0 430,0 28,1 165,0 17,3 0,6 130,0 8,5 22,0 7,1 83,0 56,0 3,7 55,0 0,1 1,7 1,3 0,1 2,0 0,0 -54,0 83,0 5,4 65,0 1,2 22,0 11,0 12,0 -0,8 36,0 21,0 41,0 250000,0 1700,0 20 x 6.5 Phragmitis australis 0,6 10,0 Doméstico30 (Verão);
12 (Inverno)
8,8 4,0 352,0 10,1 113,7 4,5 36,8 1,5 43,1 1,7 43,1 1,7 5.5 x 1.6 Schoenoplectus tabernaemontani 1,0 1,0 10,0 Doméstico
8,8 4,0 352,0 10,1 113,7 4,5 36,8 1,5 43,1 1,7 43,1 1,7 5.5 x 1.6 Schoenoplectus tabernaemontani 1,0 1,0 10,0 Doméstico
8,8 4,0 352,0 10,1 113,7 4,5 5,0 4,3 95,5 36,8 1,5 19,5 0,7 46,4 43,1 1,7 20,5 0,9 51,8 43,1 1,7 20,9 0,9 50,9 5.5 x 1.6 Schoenoplectus tabernaemontani 1,0 1,0 10,0 Doméstico
8,8 2,5 220,0 16,1 131,1 3,3 34,8 0,9 43,7 1,1 45,7 1,1 5.5 x 1.6 Schoenoplectus tabernaemontani 1,0 1,0 10,0 Doméstico
8,8 2,5 220,0 16,1 131,1 3,3 34,8 0,9 43,7 1,1 45,7 1,1 5.5 x 1.6 Schoenoplectus tabernaemontani 1,0 1,0 10,0 Doméstico
8,8 2,5 220,0 16,1 131,1 3,3 8,2 3,1 94,6 34,8 0,9 11,8 0,6 70,6 43,7 1,1 18,5 0,6 63,2 45,7 1,1 24,0 0,5 54,3 5.5 x 1.6 Schoenoplectus tabernaemontani 1,0 1,0 10,0 Doméstico
13,3 140000,0 12,0 2,8 368,0 113,5 3,1 2,3 3,1 98,0 72,3 2,0 3,0 1,9 96,0 32,9 0,9 12,7 0,6 0,6 41,7 1,2 21,3 0,6 49,0 5,2 0,1 2,0 0,1 62,0 3500000,0 6100,0 2,8 2.9 x 2.3 Baumea articulata + Schoenoplectus
tabernaemontani0,4 1,0 20,0 Doméstico 22,5
27,0 5,0 19,3 5200,0 1,2 18,1 5,6 30,6 21,5 7,8 36,2 9,6 0,7 7,7 0,0 0,0 46,7 4,0 4,0 100,0 0,7 0,7 100,0 9.0x3.0 P. australis 0,7 0,5 Doméstico
2,0 5,5 110,0 135,0 7,4 23,0 6,2 83,0 47,0 2,6 1,9 2,5 96,0 27,0 1,5 17,0 0,5 37,0 9,8 0,5 6,4 0,2 35,0 2 x 1 Canna 1,0 Doméstico 30,8
2,0 5,5 110,0 135,0 7,4 28,4 5,9 79,0 47,0 2,6 1,4 2,5 97,0 27,0 1,5 23,2 0,2 14,0 9,8 0,5 8,5 0,1 13,0 2 x 1 Heliconia 1,0 Doméstico 30,8
2,0 11,0 220,0 136,0 15,0 36,7 10,9 73,0 65,0 7,2 3,3 6,8 95,0 25,2 2,8 20,4 0,5 19,0 9,2 1,0 7,1 0,2 23,0 2 x 1 Canna 1,0 Doméstico 28,5
2,0 11,0 220,0 136,0 15,0 38,1 10,8 72,0 65,0 7,2 3,3 6,8 95,0 25,2 2,8 22,4 0,3 11,0 9,2 1,0 8,6 0,1 7,0 2 x 1 Heliconia 1,0 Doméstico 28,5
2,0 22,0 440,0 123,0 27,1 50,4 16,0 59,0 54,0 11,9 3,8 11,0 93,0 22,3 4,9 19,4 0,6 13,0 8,5 1,9 7,5 0,2 12,0 2 x 1 Canna 1,0 Doméstico 26,0
2,0 22,0 440,0 123,0 27,1 51,7 15,7 58,0 54,0 11,9 4,3 10,9 92,0 22,3 4,9 21,0 0,3 6,0 8,5 1,9 8,0 0,1 6,0 2 x 1 Heliconia 1,0 Doméstico 26,0
2,0 44,0 880,0 93,0 40,9 53,9 17,2 42,0 50,0 22,0 6,0 19,4 88,0 17,4 7,7 16,4 0,5 6,0 6,7 2,9 6,0 0,3 10,0 2 x 1 Canna 1,0 Doméstico 27,1
2,0 44,0 880,0 93,0 40,9 53,9 17,2 42,0 50,0 22,0 6,0 19,4 88,0 17,4 7,7 16,7 0,3 4,0 6,7 2,9 6,3 0,2 6,0 2 x 1 Heliconia 1,0 Doméstico 27,1
0,7 6,0 16,3 113,8 28,8 5,3 4,3 4,0 85,1 640000,0 26000,0 1,4 280000,0 17000,0 1,2 1.4 x 0.5 Typha angustifolia 0,2 Doméstico
0,7 6,0 16,3 113,8 28,8 5,3 4,3 4,0 85,1 640000,0 26000,0 1,4 280000,0 17000,0 1,2 1.4 x 0.5 Typha angustifolia 0,2 Doméstico
0,7 6,0 16,3 113,8 28,8 5,3 7,0 3,5 75,7 640000,0 44000,0 1,2 280000,0 26000,0 1,0 1.4 x 0.5 Sem planta 0,2 Doméstico
33,0 24,0 9,0 3041,7 24,6 2,3 6,7 1,6 72,4 54,2 5,0 12,7 3,8 75,7 28,7 2,6 10,2 1,7 64,3 12,6 1,2 6,3 0,6 49,6 17,8 1,6 8,5 0,9 51,6 8,0 0,7 4,2 0,4 47,9 23442,3 4,4 2511,9 3,4 1,0 16218,1 4,2 2089,3 3,3 0,9 1174,9 3,1 120,2 2,1 1,0 8317,6 3,9 1445,4 3,2 0,8 33 x 1 Typha latifolia L. ( A1, B3 and C1) 0,5 25,0 Doméstico
33,0 24,0 9,0 3041,7 24,6 2,3 8,5 1,5 64,8 54,2 5,0 17,5 3,4 66,6 28,7 2,6 15,2 1,2 47,0 12,6 1,2 7,7 0,5 38,3 17,8 1,6 11,2 0,6 36,1 8,0 0,7 5,6 0,2 31,7 23442,3 4,4 4365,2 3,6 0,7 16218,1 4,2 2089,3 3,3 0,9 1174,9 3,1 169,8 2,2 0,8 8317,6 3,9 2089,3 3,3 0,6 33 x 1 Cyperus alternifolius L. ( A3, B2 and
C3)0,5 25,0 Doméstico
33,0 24,0 9,0 3041,7 24,6 2,3 12,2 1,1 49,6 54,2 5,0 26,5 2,6 49,2 28,7 2,6 19,2 0,9 32,9 12,6 1,2 9,8 0,3 20,9 17,8 1,6 14,2 0,3 19,3 8,0 0,7 7,0 0,1 14,2 23442,3 4,4 13803,8 4,1 0,2 16218,1 4,2 10471,3 4,0 0,2 1174,9 3,1 660,7 2,8 0,3 8317,6 3,9 5011,9 3,7 0,2 33 x 1 Sem planta (A2, B1 and C2) 0,5 25,0 Doméstico
22,5 12,0 3,0 13,3 3000,0 1,5 232,0 30,9 29,0 27,1 87,0 424,0 56,5 58,0 48,8 86,0 118,0 15,7 19,0 13,2 84,0 39,0 5,2 36,0 0,4 8,0 4,0 0,5 3,0 0,1 26,0 7.5 x 3 (x 0.5) Cyperus papyrus Doméstico
22,5 12,0 3,0 13,3 3000,0 1,5 232,0 30,9 39,0 25,7 83,0 424,0 56,5 98,0 43,5 77,0 118,0 15,7 34,0 11,2 71,0 39,0 5,2 39,0 0,0 0,0 4,0 0,5 3,0 0,1 13,0 7.5 x 3 (x 0.5) Sem planta Doméstico
4,5 12,0 0,9 40,0 22,9 0,2 10,3 0,1 55,0 0,8 1,2 -44,6 8,6 0,1 7,7 0,0 10,5 8,4 0,1 5,4 0,0 35,7 1.5 x 3 0,6 0,6 12,5 Doméstico
4,5 12,0 0,9 40,0 63,9 0,6 47,5 0,1 25,7 0,2 0,1 66,7 22,1 0,2 16,6 0,0 24,9 0,3 0,0 0,2 0,0 47,1 1.5 x 3 P. australis 0,6 0,6 12,5 Doméstico
4,5 12,0 0,9 40,0 63,9 0,6 48,2 0,1 24,6 0,2 0,0 88,9 22,1 0,2 20,4 0,0 7,7 0,3 0,0 0,1 0,0 64,7 1.5 x 3 0,6 0,6 12,5 Doméstico
299,0 2033,2 2,2 6600,0 979,0 21,6 19,0 21,2 98,0 1005,0 22,2 19,0 21,8 98,0 224,0 4,9 104,0 2,6 53,0 49,0 1,1 16,0 0,7 67,0 29,0 6,0 79,0 81283,1 4,9 741,3 2,9 2,0 23 x 13 Zizaniopsis bonariensis 0,7 Doméstico 25,0
50,0 50,0 13,2 6600,0 330,0 43,6 89,0 31,8 73,0 371,0 49,0 117,0 33,5 69,0 34,0 4,5 15,0 2,5 56,0 49,0 6,5 56,0 -0,9 -15,0 27,0 5,0 81,0 776247,1 5,9 42658,0 4,6 1,3 10 x 5 Zizaniopsis bonariensis 0,7 Doméstico 17,1
72,0 38,9 9,2 6600,0 232,0 21,3 35,0 18,1 85,0 485,0 44,5 87,0 36,5 82,0 640,0 58,7 84,0 51,0 87,0 18,0 1,7 11,0 0,6 39,0 48,0 4,4 16,0 2,9 68,0 77624711,7 7,9 30199,5 4,5 3,4 12 x 6 Zizaniopsis bonariensis 0,7 Doméstico 23,0
40,5 29,2 16,3 6600,0 201,0 32,8 39,0 26,4 80,0 476,0 77,6 68,0 66,5 86,0 50,0 8,1 22,0 4,6 56,0 39,0 6,4 21,0 2,9 46,0 19,0 9,0 53,0 2344228,8 6,4 371535,2 5,6 0,8 9 x 4.5 Zizaniopsis bonariensis 0,7 Doméstico 14,2
90,0 5,0 1,0 900,0 27,0 0,3 13,0 0,1 51,9 57,0 0,6 13,0 0,4 77,2 58,0 0,6 0,4 0,6 99,3 0,5 0,0 0,7 0,0 -40,0 39,8 0,4 1,6 0,4 96,0 9,6 0,1 0,4 0,1 95,8 422000,0 234,0 3,3 379000,0 140,0 3,4 19.2 x 4.7 Gynerium sagittatum 37,7 15,5 Doméstico
28,0 6,0 34,0 9500,0 0,4 220,0 74,6 40,0 61,1 82,0 385,0 70,0 70,0 106,9 82,0 63,0 21,4 58,0 1,7 8,0 60,0 20,4 53,0 2,4 11,0 11,0 3,7 9,0 0,7 15,0 6,0 4,0 33,0 1000000,0 100000,0 1,0 8 x 3.5 Arundo 50,0 0,8 Doméstico 14,0
28,0 6,0 34,0 9500,0 0,4 220,0 74,6 45,0 59,4 79,0 385,0 70,0 85,0 101,8 78,0 63,0 21,4 57,0 2,0 9,0 60,0 20,4 55,0 1,7 8,0 11,0 3,7 9,0 0,7 15,0 6,0 5,0 17,0 1000000,0 100000,0 1,0 8 x 3.5 P. australis 0,8 Doméstico 14,0
28,0 6,0 34,0 9500,0 0,4 220,0 74,6 70,0 50,9 68,0 385,0 70,0 130,0 86,5 66,0 63,0 21,4 60,0 1,0 5,0 60,0 20,4 55,0 1,7 8,0 11,0 3,7 9,0 0,7 15,0 6,0 5,0 17,0 1000000,0 1000000,0 0,0 8 x 3.5 Sem planta 0,8 Doméstico 14,0
700,0 18,0 10,0 70000,0 2,6 110,8 11,1 23,7 8,7 78,6 308,3 30,8 72,4 23,6 76,5 81,0 8,1 20,8 6,0 74,3 5,3 0,5 5,0 0,0 6,0 69,6 7,0 14,3 5,5 79,5 8000000,0 140000,0 Phragmitis karka 16,0 Doméstico
700,0 18,0 10,0 70000,0 2,6 67,6 6,8 33,7 3,4 50,0 211,0 21,1 60,1 15,1 71,5 94,7 9,5 23,6 7,1 75,0 5,0 0,5 1,8 0,3 64,6 20,0 2,0 8,9 1,1 55,6 9000000,0 48000,0 Phragmitis karka 16,0 Doméstico
700,0 18,0 10,0 70000,0 2,6 57,0 5,7 19,5 3,8 65,7 142,0 14,2 31,6 11,0 77,8 75,0 7,5 15,7 5,9 79,0 2,5 0,3 1,0 0,2 62,0 13,5 1,4 4,2 0,9 68,8 600000,0 8000,0 Phragmitis karka 16,0 Doméstico
375,0 150,0 4,8 18000,0 543,0 220000,0 29,7 24,6 94,5 308,0 14,8 5,0 14,5 98,4 52,0 2,5 7,6 2,1 85,4 0,8 0,0 0,6 0,0 29,8 11,0 6,1 44,4 165150000,0 40983,0 3,6 154048333,0 33919,0 3,7 58335667,0 20302,0 3,5 38483,0 907,0 1,6 Reed bed 0,5 12..5 Doméstico
700,0 350,0 8,0 56000,0 251,5 200000,0 94,8 12,5 62,3 138,8 11,1 72,7 5,3 47,6 33,8 2,7 19,7 1,1 41,7 4,0 0,3 0,8 0,3 80,0 11,7 5,6 52,1 Reed bed 0,6 12,5 Doméstico
160,0 60,0 5,6 9000,0 599,9 340000,0 78,3 29,3 86,9 114,2 6,4 14,5 5,6 87,3 74,6 4,2 40,8 1,9 45,3 1,5 0,1 3,7 -0,1 -146,7 3,4 2,2 35,3 2088000,0 340100,0 0,8 126000,0 73433,0 0,2 73333,0 3083,0 1,4 261600,0 57513,0 0,7 Reed bed 0,5 7,5 Doméstico
550,0 500,0 22,7 125000,0 175,3 450000,0 45,9 29,4 73,8 31,5 7,2 18,2 3,0 42,2 29,3 6,7 11,6 4,0 60,4 16,1 3,7 9,3 1,5 42,2 2,4 2,0 19,3 28340,0 1400,0 1,3 2250,0 700,0 0,5 100,0 10,0 1,0 2250,0 137,0 1,2 Reed bed 0,6 7,5 Doméstico
1250,0 42,0 9,6 120000,0 116,0 11,1 22,6 9,0 83,9 53,1 5,1 3,3 4,8 93,7 19,7 1,9 13,7 0,6 30,4 3,8 0,4 2,2 0,2 43,7 2,9 0,3 2,3 0,1 21,4 1478000,0 18800,0 1,9 50 x 25
Typha latifolia +
Typha domingensis
+ Scripus acutus
+ Phragmites communis
0,2 0,6 Doméstico
1250,0 42,0 9,6 120000,0 54,9 5,3 16,1 3,7 79,7 54,9 5,3 2,4 5,0 95,7 17,8 1,7 15,3 0,2 14,0 3,5 0,3 2,5 0,1 30,4 2,5 0,2 2,2 0,0 12,6 811000,0 13600,0 1,8 50 x 25
Typha latifolia +
Typha domingensis
+ Scripus acutus
+ Phragmites communis
0,2 0,6 Doméstico
8,5 20,0 0,6 54,0 25,2 104,0 0,7 9,4 0,6 91,0 383,0 2,4 76,6 1,9 80,0 75,0 21,8 71,0 1.7 x 5 P. australis 0,3 0,5 0.25 12,5 Doméstico 17,5
8,5 20,0 0,6 54,0 22,8 104,0 0,7 8,3 0,6 92,0 383,0 2,4 46,0 2,1 88,0 75,0 15,8 79,0 1.7 x 5 Sem planta 0,3 0,5 0,3 12,5 Doméstico 17,5
1,5 1,0 2,2 32,3 1,7 193,6 4,3 43,4 3,3 77,6 38,5 0,8 36,8 0,0 4,4 46,5 1,0 41,8 0,1 10,1 47,0 1,0 41,8 0,1 11,1 (5.5*1/6) x 1.6 P. australis 0,5 10,0 Doméstico
2,9 1,0 2,2 64,5 3,5 193,6 4,3 24,8 3,7 87,2 38,5 0,8 33,6 0,1 12,7 46,5 1,0 38,5 0,2 17,2 47,0 1,0 38,8 0,2 17,4 (5.5X2/6) x 1.6 P. australis 0,5 10,0 Doméstico
4,4 1,0 2,2 96,8 5,2 193,6 4,3 15,8 3,9 91,8 38,5 0,8 29,5 0,2 23,4 46,5 1,0 31,9 0,3 31,4 47,0 1,0 32,0 0,3 31,9 (5.5X3/6) x 1.6 P. australis 0,5 10,0 Doméstico
5,9 1,0 2,2 129,1 6,9 193,6 4,3 11,8 4,0 93,9 38,5 0,8 23,9 0,3 37,9 46,5 1,0 27,1 0,4 41,7 47,0 1,0 28,6 0,4 39,1 (5.5X4/6) x 1.6 P. australis 0,5 10,0 Doméstico
7,3 1,0 2,2 161,3 8,7 193,6 4,3 7,2 4,1 96,3 38,5 0,8 19,4 0,4 49,6 46,5 1,0 21,9 0,5 52,9 47,0 1,0 22,8 0,5 51,5 (5.5X5/6) x 1.6 P. australis 0,5 10,0 Doméstico
8,8 1,0 2,2 193,6 10,5 193,6 4,3 6,6 4,1 97,0 38,5 0,8 15,8 0,5 59,0 46,5 1,0 18,0 0,6 61,3 47,0 1,0 23,0 0,5 51,1 5.5 x 1.6 P. australis 0,5 10,0 Doméstico
104,0 12,0 12,0 11520,0 43,0 4,8 22,0 2,3 48,8 9,6 1,1 1,3 0,9 86,5 12,5 1,4 12,3 0,0 1,6 21,8 2,4 19,0 0,3 12,8 26 x 4
Baumea articulata
+ Carex fascicularis
+ Philydrum lanuginosum
+ Schoenoplectus mucronatus
5,0
104,0 12,0 12,0 11520,0 57,0 6,3 28,0 3,2 50,9 9,6 1,1 1,6 0,9 83,3 12,9 1,4 12,5 0,0 3,1 23,7 2,6 17,3 0,7 27,0 26 x 4
Baumea articulata
+ Carex fascicularis
+ Philydrum lanuginosum
+ Schoenoplectus mucronatus
20,0
104,0 12,0 12,0 11520,0 44,0 4,9 25,0 2,1 43,2 8,4 0,9 1,1 0,8 86,9 12,3 1,4 12,1 0,0 1,6 22,6 2,5 17,3 0,6 23,5 26 x 4
Baumea articulata
+ Carex fascicularis
+ Philydrum lanuginosum
+ Schoenoplectus mucronatus
20,0
104,0 12,0 12,0 11520,0 37,0 4,1 24,0 1,4 35,1 9,8 1,1 1,4 0,9 85,7 12,9 1,4 10,6 0,3 17,8 23,2 2,6 15,3 0,9 34,1 26 x 4
Baumea articulata
+ Carex fascicularis
+ Philydrum lanuginosum
+ Schoenoplectus mucronatus
5,0
E. Coli [log cfu/100 ml] Fecal Streptococci [log cfu/100 ml]TKN (mg/l) TN (mg/l) TP (mg/l) PO4 (mg/l) SO4 (mg/l) Col. Totais CQO (mg/l) SST (mg/l)OD (mg/l)
Publicação
CBO5 (mg/l) NH4-N (mg/l) NH3 (mg/l) NO3-N (mg/l)NO2-N (mg/l) Col. Fecais [log cfu/100 ml] Enterococus [log cfu/100 ml]