Post on 08-Nov-2021
MACKPESQUISAMACKPESQUISAMACKPESQUISAMACKPESQUISA
Grupo: Grupo: Grupo: Grupo: Sistemas Construtivos na Arquitetura Sistemas Construtivos na Arquitetura Sistemas Construtivos na Arquitetura Sistemas Construtivos na Arquitetura
ContemporâneaContemporâneaContemporâneaContemporânea
Relatório técnicoRelatório técnicoRelatório técnicoRelatório técnico----científico: científico: científico: científico:
TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES EM TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES EM TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES EM TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES EM
MADEIRA: ADEQUAÇÃO DOS SISTEMAS MADEIRA: ADEQUAÇÃO DOS SISTEMAS MADEIRA: ADEQUAÇÃO DOS SISTEMAS MADEIRA: ADEQUAÇÃO DOS SISTEMAS
DE FECHAMENTO E DE FECHAMENTO E DE FECHAMENTO E DE FECHAMENTO E VEDAÇÃOVEDAÇÃOVEDAÇÃOVEDAÇÃO
Líder:
Dra. Célia Regina Moretti Meirelles
Pesquisadores:
Dr. Henrique Dinis Ms. Mário Lasar Segall Doutorando: Silvio Stefanini Sant’anna
Alunos Bolsistas:
Milena Correia Reis Marcela Zampere Jefferson Hartmann Vieira Mestranda: Ornella Maria Castelnuovo Angelucci
Aluno Voluntário:
Tiago Azzi Collet e Silva
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES EM MADEIRA: ADEQUAÇÃO DOS SISTEMAS DE FECHAMENTO E VEDAÇÃO
São Paulo 2011
“Ajuntei todas as pedras
que vieram sobre mim. Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado e no sonho me perdi.
Uma estrada,
um leito, uma casa,
um companheiro. Tudo de pedra.
Entre pedras
cresceu a minha poesia. Minha vida...
Quebrando pedras e plantando flores.
Entre pedras que me esmagavam
Levantei a pedra rude dos meus versos.”
Cora Coralina
AGRADECIMENTOS
Ao MACKPESQUISA, pelo apoio financeiro à presente pesquisa.
A todos que colaboraram para o desenvolvimento da Pesquisa
Em especial ao Prof Dr. Fábio Raia, Dr. Dominique Fretin, ao Prof. Dr. Antônio G.
de Mello Júnior e ao Engenheiro Alan Dias, da empresa Carpenteria Estruturas de
Madeira,
Aos técnicos e laboratoristas: Abner Cabral Neto, do Laboratório de Engenharia de
Materiais do Mackenzie, ao Edson, do Laboratório de Usinagem do Mackenzie, e aos
funcionários da empresa SQ maquetes.
Aos colaboradores voluntários da pesquisa, da pós-graduação da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie as alunas Carolina Melendres e Luciana
Melendres.
Aos colaboradores voluntários da pesquisa da graduação da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo do Mackenzie Eduardo Rocha Tavares, Ingrid Oliveira Moraes Silva, e
Mariana Motta Cugnasca, Frederico Feio Fontana e Camila Leone,da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie.
RESUMO
A partir da Revolução Industrial, a tecnologia dos processos em madeira foi abandonada por muitos países, somente sendo retomada a partir do esgotamento de materiais não renováveis (como o aço e o cimento) e impulsionada pela Agenda 21, em 1992. A atual pesquisa tem como base o projeto “Tecnologia das construções em madeira: a busca de sistemas construtivos contemporâneos”, subsidiado pelo MACKPESQUISA no ano de 2008, que discutiu e analisou técnicas construtivas em madeira além de propor e desenvolver um projeto arquitetônico de uma pequena habitação, chamado de Habitáculo. O sistema construtivo proposto no Habitáculo foi um sistema misto, com estrutura principal em vigas e pilares e painéis de vedação independente da estrutura principal, similar ao Sistema Wood Frame. Na envoltória e na composição das paredes foi aplicado um duplo OSB (Oriented Strand Board) em ambas as faces do fechamento; porém, na cobertura e no piso, inicialmente propusemos o revestimento com somente um painel OSB.
O projeto de pesquisa atual “Tecnologia das Construções em madeira: adequação dos sistemas de fechamento e vedação” pretende avaliar o desempenho da construção proposta para o Habitáculo com base na norma NBR 15575:Desempenho de edifícios habitacionais de até cinco pavimentos: Sistemas de vedações verticais externas e internas (2010), confortando sua validade para a madeira. Os parâmetros de desempenho avaliados nesta pesquisa foram: analisar a adequação dos painéis de fechamento à estrutura principal do projeto do Habitáculo; verificar estabilidade da estrutura e a influência o vento na cobertura; pesquisar os materiais de proteção contra o fogo; e verificar o conforto térmico dos painéis propostos.
A pesquisa avalia, de forma experimental, os processos construtivos dos sistemas Viga-e-pilar e Plataforma e as associações entre estrutura e vedação. Na analise estrutural, foram gerados dois tipos experimentos: o experimento numérico, por meio de cálculos e de programas, e o experimento físico. A experimentação física gerou uma análise comparativa entre o processo construtivo do Sistema Plataforma e a técnica construtiva do Sistema Misto (Viga-e-pilar) com o painel independente. A experimentação comprovou que o Sistema Plataforma pode ser construído três vezes mais rapidamente do que o Sistema Misto e a custo mais baixo. Entretanto, o Sistema Misto apresenta maior capacidade resistente e maior estabilidade em relação ao Sistema Plataforma, além de permitir maior liberdade projetual com a possibilidade de uso de balanços, mãos francesas etc. A avaliação do processo de montagem do Sistema Misto (empregado no projeto do Habitáculo) demonstrou que o processo pode ser otimizado em termos de, tempo de montagem e custo. Uma melhora significativa no processo em função de dois fatores: a montagem dos painéis de fechamento deve ocorrer ao mesmo tempo em que a da estrutura principal; minimizar o uso de conectores metálicos apoiando as vigas secundárias sobre as vigas principais sem o uso de conectores. A análise numérica demonstrou a estabilidade do sistema e os pontos frágeis.
Quanto ao estudo do desempenho térmico dos painéis de vedação, os materiais propostos no projeto pesquisa originalmente eram a Lã de Rocha, a Lã de Vidro e o Isopor. Mas, por conta de discussões do grupo voltadas ao conceito de construção sustentável, resolvemos analisar outros materiais, como: Ar, Terra, Argila Expandida, Bagaço de Cana, Fibra de Coco, Terra com Argila, entre outros. As análises foram realizadas pelo processo experimental e pelo processo numérico, e os resultados foram
confrontados. No processo experimental, foram realizados protótipos em escala reduzida, mas a composição dos painéis de vedação foi feita na escala 1:1.
As experimentações permitiram significativas observações, como o fato, de que o conforto térmico dentro da casa ficará muito afetado no caso de se trabalhar somente com um painel de OSB de 25 mm (tanto nas paredes como na cobertura); a composição do duplo OSB + Terra, não apresentou o desempenho esperado, associado ao fato de um material muito pesado para ser aplicado em conjunto os sistemas leves como a madeira. Dos experimentos realizados, um dos materiais de desempenho mais eficiente foi a Fibra de Coco, que tem a vantagem de ser um material natural renovável e relativamente leve. O Bagaço de Cana também demonstrou um grande potencial para reter a temperatura, sendo necessário, porém, investir no seu processo de produção, na retirada do açúcar e no direcionamento de resíduos não aproveitáveis do processo. A Lã de Vidro e a Lã de Rocha comprovaram sua grande eficiência no que tange ao conforto térmico, mas resta avaliar o impacto de retirada de seus materiais do meio ambiente, pois seu processo de produção envolve extração de produtos não renováveis, um grande gasto de energia na produção e emissão de resíduos que no ambiente. O Isopor é um dos materiais mais utilizados no conforto térmico das casas construídas em madeira, mas seu uso envolve várias implicações ao meio ambiente; entre elas, destaca-se o tempo de decomposição na natureza e, frente à situação de incêndio, ele se extingue quase que imediatamente, liberando gases tóxicos ao ambiente.
A pesquisa revelou a baixa capacidade térmica dos sistemas de vedação voltados para a madeira (chamados de “sistemas leves”) e a distância da NBR 15575 (2010) desses sistemas. Isso é devido ao fato de, apesar de as paredes experimentadas com materiais como Lã Rocha, Lã de Vidro, Bagaço de Cana e Fibra de Coco atingir níveis de desempenho aceitáveis pela norma, em quase todos os critérios, menos o critério da capacidade térmica das paredes (Ct > 130 KJ/ m2 K). Outro aspecto que merece destaque é que, nas experimentações numéricas e modelagens para o dia crítico de verão, ainda ocorreram temperaturas acima de 29 oC dentro do protótipo. Em função dos critérios não serem atingidos, propusemos que “toda a envoltória”, paredes externas, coberturas e pisos, tenham uma nova composição, aumentando sua capacidade térmica. A composição proposta passa a ter, então, 15 cm (OSB, isolante, OSB, câmara de Ar e Gesso). O painel de Gesso interno tem dupla função: aumentar conforto térmico e, por ser um material incombustível, permitir um tempo mínimo de 30 minutos de proteção ao fogo, o que é uma exigência da NBR 15575 (2010) para edifícios habitacionais até 5 pavimentos.
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. RESUMO DO PROJETO INICIAL
A presente pesquisa é continuação de um projeto subsidiado pelo MACKPESQUISA no
ano de 2008, chamado de “Tecnologia das construções em madeira: a busca de sistemas
construtivos contemporâneos”. O projeto pesquisou e analisou diferentes técnicas
construtivas em madeira, como os sistemas log, o Sistema Viga-e-pilar e o Sistema
Wood Frame, e buscou desenvolver o projeto de uma pequena habitação aplicando
essas técnicas de maneira contemporânea. Assim, após sete meses de pesquisa
subsidiada pelo Fundo Mackenzie de Pesquisa, chegou-se à definição do projeto de um
módulo habitacional em madeira.
O projeto do módulo teve como premissa o uso de caráter emergencial ou permanente;
transformável ou ampliável; que relaciona o homem com a natureza e considera as
condições naturais do local em que está inserido. As técnicas construtivas aplicadas
buscam conceitos contemporâneos de racionalização e construção a seco.
Para atingir os objetivos traçados, o grupo desenvolveu estudos com base em revisão da
literatura em técnicas construtivas como o log, o sistema plataforma, o sistema em vigas
e pilares etc. Além disso, estudou as associações entre estrutura e vedação e
desenvolveu uma série de investigações projetuais aplicando como uma das ferramentas
de desenvolvimento os modelos físicos e digitais. Os modelos permitiram diferentes
organizações do espaço, envolvendo desde a estrutura até mesmo à visão de problemas
inerentes à organização do espaço e à durabilidade do material. A partir das análises e
discussões sobre os sistemas construtivos, sempre contextualizados frente às condições
climáticas e florestais brasileiras, foi adotado um sistema que é misto, com fechamento
independente da estrutura portante.
O Sistema Misto permite uma maior liberdade projetual dos fechamentos e vedações e,
enquanto a estrutura principal é montada no local de implantação, os painéis de
fechamentos podem ser realizados nas indústrias. O Sistema Misto admite, também, a
inserção da estrutura em diversos terrenos íngremes e acidentados. Como conceito de
projeto, foi aplicado em todos os revestimentos os painéis OSB sem revestimento, o que
levou o grupo a incluir grandes beirais no projeto arquitetônico. A construção foi
elevada do solo e apoiada em pilotis de concreto, de modo a promover o menor contato
2
possível da madeira com o concreto e manter a permeabilidade da construção. Foi
realizado, então, um protótipo experimental na escala 1:30 para demonstrar a
potencialidade da projeto.
O processo de projeto apresentou uma tarefa extremamente comprometida no que diz
respeito à execução, resultando em um processo de montagem rápida e isento de perdas.
Entretanto, não foram ignoradas as necessidades funcionais da Arquitetura, a
preocupação com a estética e a durabilidade da construção e as possibilidades futuras de
transportabilidade da construção, (nesse caso, devido ao fato de as principais ligações
serem realizadas por conectores metálicos).
O trabalho e o modelo foram expostos durante uma semana na Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie e apresentaram boa repercussão
entre estudantes e professores, demonstrando a integração entre pesquisa, ensino e
projeto.
1.2. RELEVÂNCIA DA PESQUISA
A partir da década de 1970, com a crise do petróleo, alguns grupos e instituições
internacionais começaram a discutir questões relativas à extração dos recursos naturais e
a influência dos diversos setores de atividades sobre o meio ambiente. O setor da
construção civil foi considerado um dos que mais causam impacto sobre o meio
ambiente. Segundo o Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica –
IDHEA (2008), os principais parâmetros para definir uma construção sustentável são:
aproveitamento passivo dos recursos naturais; eficiência energética; gestão e economia
de água; gestão dos resíduos gerados pelos usuários; gestão da obra; qualidade do ar e
do ambiente interior; conforto termo-acústico; uso de ecoprodutos em todas as
instâncias da obra; não utilização ou redução do uso de materiais como PVC, amianto,
chumbo e alumínio dentre outros produtos condenados etc.
A madeira é um material de fato admirável, pois apresenta características diferenciadas,
tem fonte de matéria prima renovável, gasta a menor energia embutida para a sua
produção e tem baixo peso especifico quando comparada ao aço e ao concreto. Apesar
disso, o potencial construtivo da madeira foi subestimado por muito tempo.
A partir da definição da Agenda 21, na conferência internacional Rio-92, destacou-se a
aplicação da madeira na construção civil como uma das premissas para o
desenvolvimento sustentável. Gauzin-Muller (2005) explica que “aumentar o uso da
3
madeira na construção dos edifícios promove uma iniciativa direta para a diminuição
do efeito estufa, pois se diminuiria a quantidade de CO2 emitida”.
Grande parte da madeira utilizada na indústria da construção civil é absorvida de forma
desequilibrada. Em geral, a madeira é subutilizada, servindo para executar as formas das
estruturas em concreto armado, e quase sempre acaba descartada antes de ser
aproveitada ao máximo. O aproveitamento racional da madeira e sua aplicação em
construções de edifícios foram os principais pontos discutidos na Agenda 21 (SOBRAL
et al 2002).
No Brasil, as construções em madeira deixaram de ser utilizadas devido a uma forte
tradição do uso de concreto armado e de alvenaria na construção civil. A madeira foi
muito utilizada para construir habitações nas regiões Sul e Sudeste, onde a matéria
prima utilizada, o pinho do Paraná, era abundante. Contudo, em 1905, em Curitiba, o
governo proibiu a construção de casas de madeira nas zonas centrais da cidade. Isso
contribuiu para gerar, no meio técnico brasileiro, um preconceito contra as estruturas em
madeira (DUDEQUE, 2001).
As construções pré fabricadas e industrializadas em madeira no Brasil foram
consideradas de baixa qualidade e durabilidade devido à falta de uma indústria de
componentes voltada especificamente para esse tipo de construção e o processo de
industrialização desse material em conjunto com a falta de domínio técnico da madeira.
O domínio da tecnologia determina projetos em madeira nos quais a durabilidade das
construções é relatada em mais de 100 anos, como em casas encontradas nos Estados
Unidos e no Canadá. Os sistemas construtivos americanos são considerados como
processo de construção a seco, que passa a ser entendido simplesmente como
montagem. Os processos de construção a seco promovem algumas facilidades, como a
ausência de sobras ou desperdícios. Não utilizam argamassa de cimento, areia e água.
Por meio de uma montagem sistêmica e criteriosa de peças ordenadas, transforma a
construção convencional em um antiquado processo construtivo, inadequado aos
paradigmas de uma construção sustentável (SANT’ANNA; PIMENTA; VIDAL, 2005).
Três paradigmas e conceitos das construções sustentáveis têm sido amplamente
discutidos por grupos de pesquisa com ênfase no desenvolvimento da madeira, como:
flexibilidade, transportabilidade e reciclagem. Segundo o grupo Wood for Good
(2008), “vivemos em mundo que está em constante mudança, onde a flexibilidade do
4
ambiente construído é importante”. O projeto de arquitetura em madeira deve
considerar a flexibilidade para ampliações ou eventuais alterações e indicar elementos
que possibilitem futuros reaproveitamento dos materiais. Esses conceitos são
compatíveis com processos construtivos racionais voltados para construção seca.
Com o grande desenvolvimento tecnológico sofrido nos últimos anos as limitações
tendem a ser superadas possibilitando ao meio acadêmico brasileiro aplicar e difundir os
conceitos de sustentabilidade, utilizando as novas tecnologias disponíveis para gerar
construções de grande qualidade e durabilidade, criando meios de aceitação da
arquitetura em madeira na produção habitacional.
1.3. SISTEMAS CONSTRUTIVOS
O sistema em pilar e viga é uma das técnicas mais antigas de construção, tendo surgido
na China e se estendido para o Japão e Europa. Seu apogeu ocorreu durante a Idade
Média e permaneceu estável até o século XIX, quando decaiu em função da Revolução
Industrial, que introduziu o uso de materiais como aço e concreto. Só recentemente é
que voltou a ser resgatado por países europeus, como a França, em função das premissas
propostas pela Agenda 21. Devido à leveza da madeira, o sistema foi mais utilizado em
locais isolados, áreas rurais, regiões praianas e, principalmente, locais de difícil acesso
ou com relevo acidentado, onde não é preciso ter equipamentos especiais para erguer
construção.
O Sistema Viga-e-pilar apresenta alta eficiência estrutural, pois a madeira resiste bem à
flexão, apresentando alta resistência quando o esforço ocorre paralelamente à fibra. Esse
é o sistema mais utilizado no Brasil, e seu processo construtivo geralmente emprega
madeiras de florestas nativas de alta resistência paralela à fibra. Ferreira; Zenide (2003),
em seu trabalho, recomendaram, para o uso estrutural, madeiras nativas que não estejam
em extinção, como Maçaranduba, Itaúba, Pequiá, Cumaru etc.
Segundo Natterer et al (1995), as modulações entre os pilares variam de 2,40 a 8m,
sendo a modulação ideal de 3,60 m. Os vãos são limitados por dimensões comerciais
das peças: em geral, para vãos até 4,50 m utilizam-se vigas maciças de madeiras
naturais ou reflorestadas; para vãos maiores que 4,50 m, devem-se aplicar vigas
laminadas produzidas industrialmente, pois podem oferecer mais opções de altura e
formato. As vigas laminadas são produzidas com madeira de reflorestamento.
5
Um exemplo arquitetônico referencial na aplicação do sistema de vigas e pilares é o
estúdio para artistas em Paris, do arquiteto Yann Brunel, construído em 1992. O autor
aplicou uma técnica construtiva contemporânea de pilares contínuos, vigas maciças em
madeira laminada e ligações por conectores metálicos. Um exemplo contemporâneo da
aplicação dessa técnica no Brasil é a casa Tião Bernardi, em São Paulo, projetada pelo
arquiteto George Mills em 2000, com módulos de 4,80 por 4,80 m, construída pelo
engenheiro Hélio Olga (AFLALO, M. et al, 2005).
As construções em madeira de países como Estados Unidos, Canadá, Finlândia, etc.
passaram por um processo evolutivo muito diferente do que ocorreu Brasil, e surgiu
uma ampla indústria de componentes voltados para a madeira. No Sistema Wood
Frame, a estrutura não é hierarquizada em pilares e vigas, mas se trata de um entramado
leve, composto de inúmeras peças de pequenas dimensões, formando paredes e pisos. A
estrutura do edifício trabalha como uma estrutura espacial, onde as paredes funcionam
como uma estrutura portante. A estrutura é comparada a de uma gaiola. O Wood Frame
é composto de duas técnicas: o Balloon Frame e o Platform Frame (KRAMBECK,
2006).
O sistema Ballon Frame surgiu na América do Norte por volta de 1850, e o sistema
plataforma é uma evolução dele. O processo construtivo do Ballon Frame permaneceu
durante muitos anos como um dos principais sistemas aplicados pelos americanos
devido à leveza e ao comportamento espacial das construções frente a questões
climáticas. O sistema apresentava pequena modulação entre montantes, formando
paredes estruturais com a altura total da construção. As principais dificuldades
construtivas se reportavam à dimensão da peça face à altura total da construção, assim
como levantar as paredes da construção (LAROCA, 2002).
Esta técnica foi modificada no final dos anos 60 e no início dos anos 70, quando jovens
arquitetos americanos buscavam inovações tecnológicas na construção de habitações
unifamiliares de baixo custo, mas com alto valor arquitetônico. O arquiteto Franky
Gehry foi considerado um dos precursores da técnica, que recebe o nome de Platform
Construction (AMERICAN FOREST; PAPER ASSOCIATION, 2001).
Uma das principais características da proposta do sistema plataforma foi a quebra da
construção em dois subsistemas diferentes que, juntos, formam o todo da construção: o
subsistema parede e a plataforma de piso. Os entramados verticais são formados por
6
paredes portantes e o entramado horizontal é formado pela estrutura de piso. Nesse
processo, diferentemente do sistema Balloon Frame, os montantes verticais que formam
as paredes não são contínuos, mas apresentam apenas a altura de um andar. Outra
diferença relevante é que, primeiramente, são erguidas as paredes portantes do primeiro
andar, sobre a qual será então apoiada a plataforma de piso. O entramado de piso tem a
função de estabilizar o conjunto e servir de plataforma para a construção do próximo
andar. O sistema apresenta a propriedades como rapidez e facilidade de montagem da
parede, além do fato de a plataforma do piso servir para conter eventuais propagações
de fogo entre andares.
O sistema plataforma aplica uma pequena modulação entre montantes de 40 a 61 cm, e
por isso não necessita de madeira de grande resistência. Geralmente, são utilizadas
madeiras moles ou de reflorestamento (como Pinus ou Eucalipto Citriodora). A Figura 1
apresenta um esquema comparativo da estrutura dos sistemas Viga-e-pilar e Plataforma
respectivamente.
Segundo Krambeck (2006), “as construções pré fabricadas em madeira que utilizam o
sistema plataforma apresentam a parede como elemento portante e o sistema de
vedação associado à parede portante”. Uma das primeiras experiências de construção
do Sistema Plataforma no Brasil foi o conjunto para a Habitação Social Condomínio
Porto Primavera, localizado na cidade de Curitiba, em 2002 (MORIKAWA, 2006).
Figura 1: a) Log; b) Estrutura Viga-e-pilar; c) Sistema Plataforma. Fonte: dos autores
7
1.4. O RESULTADO DO EXERCÍCIO PROJETUAL
O projeto de pesquisa envolveu a definição do projeto de um pequeno módulo
habitacional em madeira chamado pelo grupo de Habitáculo. Ele foi definido como um
pequeno módulo habitacional racionalizado, de fácil montagem e locomoção e caráter
emergencial, sustentável e mutável, que relacione o homem com a natureza e considere
as condições naturais do local em que está inserido. O projeto final deveria ter
aproximadamente 60 m2, com localização indefinida e possibilidades ilimitadas de
implantação. Na proposta programática foi definido o seguinte programa de
necessidades: um dormitório, um banheiro, uma cozinha, uma sala e varandas. O
módulo inicial foi delimitado como múltiplo de 60 cm, em função dos conceitos de
racionalização e da aplicação dos painéis vedação e fechamentos.
Ao longo do exercício projetual, foram desenvolvidos três projetos iniciais envolvendo
pesquisadores e quatro estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo. Como
ferramentas de tomada de decisão foram aplicados os conceitos determinantes do
projeto habitacional, técnicas construtivas em madeira, e sustentabilidade, assim como
modelos físicos e modelos digitais.
O exercício de projeto apresentou a dinâmica de pesquisar, entender e solucionar
diversos aspectos, dos quais destacam-se os funcionais, ambientais, culturais, sociais,
econômicos, tecnológicos e sensoriais. A partir da análise desses aspectos, o arquiteto
passa a ter diretrizes para embasar e direcionar a postura projetual mais adequada para
cada situação. O desafio para desenvolver o projeto do Habitáculo se caracteriza por
reunir em um só caso praticamente todos os aspectos possíveis envolvidos em um
projeto. Para entender os conceitos e soluções técnicas adotados, é necessário descrever
todas as condições e premissas que se apresentaram direta ou indiretamente no estudo.
O projeto do Habitáculo significou um surpreendente exercício de ensino e
aprendizagem e um inovador laboratório experimental. Desde o entendimento das
solicitações programáticas da pesquisa até as indefinições de uma liberdade ilimitada, o
desenvolvimento do projeto representou um processo enriquecido por ações de uma
arquitetura investigativa e diferenciada. O exercício se iniciou pela observação rigorosa
dos diferentes sistemas construtivos que envolvem o uso da madeira. Foram incluídas
no desenvolvimento do trabalho metodologias projetuais associadas a pesquisas de
novos materiais e novos paradigmas construtivos, caminhando para uma execução
sistematizada de maneira diferente da habitual.
8
Naquele momento, as preocupações já se prendiam às tendências de sustentabilidade
ambiental, pessoal e econômica, consideradas premissas do equilíbrio triangular
fundamental para implantar alguns tipos de edificação, como a projetada.
Após longos períodos de pesquisa e reuniões para alinhar pensamentos e inquietudes
acerca do sistema construtivo, partiu-se para os croquis iniciais, com liberdade total para
as proposições arquitetônicas. Eles ainda apresentavam, no entanto, divergências
conceituais que foram lapidadas conforme as reuniões aconteciam. Questões espaciais
eram elaboradas em conjunto com os critérios de modulação, processos construtivos
eram rivalizados com logística construtiva e gestões de obra eram definidas em conjunto
com a disponibilidade de materiais. A madeira estava definitiva em todos os seus
elementos construtivos desde a estrutura até as vedações e a cobertura.
A partir das análises sobre o sistema construtivo, contextualizado frente às condições
climáticas e florestais brasileiras, foi adotado um sistema também misto, com estrutura
portante em vigas e pilares e painéis de fechamento independentes da estrutura portante.
Os principais fatores que determinaram a adoção desse tipo de sistema têm como
princípio normativo a disponibilidade de madeiras de alta resistência no Brasil, que
apresentam uma grande eficiência quando aplicadas em vigas ou pilares, como a
Maçaranduba e o Cumaru. A América do Norte, diferentemente do que ocorre no Brasil,
apresenta uma grande disponibilidade de madeiras moles ou de reflorestamento com
baixas qualidades mecânicas. O segundo aspecto importante é que o sistema americano,
chamado de Sistema Plataforma, por apresentar uma construção espacial, necessita de
uma fundação em radier ou de vigas contínuas como apoio (CTBA, 2006). Já a
estrutura do Sistema Viga-e-pilar pode ser apoiada sobre uma fundação em pilotis,
tocando minimamente o solo.
Durante o desenvolvimento do projeto, questões importantes que permeiam os sistemas
construtivos estudados foram sendo ajustadas, assim como divergências conceituais de
projeto. As principais premissas do projeto e do sistema construtivo foram sintetizadas
no estudo final.
No primeiro estudo do Habitáculo, a intenção formal de projetar três blocos interligados
gerando um pátio central, definido pela implantação de um pequeno jardim, tinha como
referência projetual os conceitos de modulação da Arquitetura Japonesa, enfatizando os
pequenos espaços e sua simbologia (FREEMAN, 2004).
9
Os croquis das Figuras 2a e 2b mostram uma planta e uma perspectiva isométrica do
volume proposto, definido pela limpeza das formas e linhas ortogonais. Nesse
momento, as idéias ainda estavam e fase inicial e o projeto apresentava divergências
conceituais frente às questões climáticas brasileiras e a durabilidade da construção em
madeira (como escadas externas, construção próxima ao solo e pequenos beirais).
Figuras 2a e 2b: Croquis do primeiro estudo do projeto do Habitáculo. Fonte: dos autores
No segundo estudo projetual, a decisão estabelecer o projeto do Habitáculo em um
único bloco definiu a aplicação de um mezanino. A proposta foi gerar uma construção
elevada do solo que tocasse minimamente nos pontos de fundação, mantendo toda a sua
permeabilidade. A solução determina, no interior da casa, uma agradável condição de
conforto térmico, pois o espaço entre o chão do terreno e o piso da construção promove
uma passagem suficiente de ar, evitando a umidade transmitida por capilaridade, muito
comum no clima tropical. Assim, a circulação do ar promove uma maior durabilidade
da construção em madeira.
Com base premissas do pesquisador Julio Natterer et al (1989), foi admitida no projeto
a modulação ideal para a madeira maciça: 3,60 m. Essa modulação é muito aplicada no
sistema de vigas e pilares maciços devido às dimensões encontradas no mercado, e
permite um espaçamento regular de 60 cm entre as vigas secundárias. A madeira como
estrutura e as formas simplificadas do módulo exigiam cobertura integrada, de forma a
não comprometer a pureza das soluções apresentadas. A alternativa foi aplicar o mesmo
painel industrializado como piso, fechamento e cobertura. A decisão de não utilizar
telhas na cobertura, mas sim aplicar, sobre o painel, produtos impermeabilizantes de alta
performance, determinou uma inclinação bastante razoável na cobertura, ficando
garantida a leveza suficiente para a existência de uma única água.
10
Nesta etapa, ainda estavam sendo buscadas as potencialidades investigativas das formas
e da estrutura. Foram analisadas diferentes composições da estrutura, incluindo pilares
inclinados, pilares em V e balanços. A cobertura ganhou a declividade imposta pelas
discussões projetuais e, para suportar os balanços da cobertura, analisaram-se duas
possibilidades estruturais: uma atirantada e outra com escoras de madeira (Figuras 3a,
3b, 4a e 4b). Para verificar os resultados projetuais, foram construídos modelos físicos
em escala reduzida (Figuras 4a e 4b), proporcionando uma visão mais próxima da
realidade. A manipulação dos modelos permitiu um maior aprofundamento em várias
frentes do projeto, como a concepção estrutural e de cobertura, demonstrando as
dificuldades construtivas, por exemplo, da cobertura estaiada e dos pilares inclinados.
Figuras 3a e 3b: Croquis da planta e do corte do segundo estudo. Fonte: dos autores
Figuras 4a e 4b: Experimentação com modelos físicos. Fonte: dos autores
Buscando conceitos de economia e racionalização da construção, optou-se por aplicar
painéis de fechamento sem nenhum revestimento externo. Para selecionar o tipo de
11
painel de vedação necessária para as condições de execução, rapidez, leveza,
durabilidade e resistência, o trabalho levou a pesquisar diferentes tipos de painéis
compensados, como drywall, gesso e um painel conhecido como OSB (Oriented Strand
Board) ou painel de fibras de madeira orientadas (HUGUES, 2007).
O painel OSB apresenta um dos menores pesos/ m³ e o desempenho técnico mais
adequado para a aplicação em conjunto com as estruturas de madeira, além de sua
qualidade estética estar em harmonia com a dinâmica visual pretendida. Sua textura em
lascas desencontradas fez dessa opção o desafio hipotético de utilização maior. A
decisão de aplicar os painéis sem nenhum revestimento levou o grupo a reavaliar os
beirais propostos nesse segundo estudo.
Nesse momento, a dimensão espacial e táctil do modelo físico foi decisiva para o
projeto, pois permitiu a observação de que, em uma direção, o projeto estava protegido
das intempéries, enquanto, na outra direção, existia a necessidade de criar beirais para
proteção dos panos verticais de painéis e da estrutura de madeira. No terceiro estudo
projetual, a estrutura foi racionalizada e os pilares foram verticalizados, mas a
inclinação do telhado foi mantida. Foram criados pórticos verticais em diferentes alturas
(Figura 5b).
Figuras 5a e 5b: Planta do terceiro estudo projetual e croqui do projeto. Fonte: dos autores
Devido ao conceito de durabilidade da construção, foram criados beirais prolongados,
suficientes para afastar os painéis de fechamento do contato direto com a água da chuva.
Para gerar os grandes beirais, o projeto de cobertura foi alterado: os grandes beirais da
cobertura foram estabilizados com 14 escoras (ou mãos francesas). A projeção
determinada pela cobertura também serviu para dar um maior aproveitamento das áreas
12
de acesso, criando varandas e permitindo uma sensação de maior espaço interno do
projeto.
Figuras 6a e 6b: Plantas com layout do térreo e do mezanino. Fonte: dos autores
13
O projeto arquitetônico foi setorizado em área íntima, área molhada e área social,
ficando a área íntima localizada no mezanino, o que definiu o espaço do dormitório
(Figuras 6b, 7a e 7b). Embaixo do mezanino, ficaram as áreas molhadas do banheiro e
da cozinha divididas por uma parede hidráulica. No banheiro, a região do box recebeu
um piso de fibra de vidro, moldado especialmente para proteger a madeira. A área social
é composta da sala, que apresenta pé direto duplo e transmite uma sensação de
amplitude do espaço ao usuário. Os painéis de correr permitem uma real amplitude
física do espaço ao integrar varandas e salas, e o mesmo recurso foi utilizado para
ampliar o espaço do dormitório. A construção foi mantida elevada do solo e apoiada em
pilotis de concreto, de modo que a madeira tenha a menor contato possível com o
concreto e a permeabilidade seja mantida.
Figuras 7a e 7b: Cortes do estudo final. Fonte: dos autores
Para uma maior compreensão dos espaços internos gerados no projeto, foram realizados
modelos virtuais do Habitáculo em softwares de modelagem 3D, o que permitiu
diferentes experimentações do projeto. Isso foi possível devido ao fato de que essa
ferramenta permite uma maior realidade dos resultados obtidos no projeto final,
inclusive quanto à disposição dos equipamentos e mobiliários. As Figuras 8a e 8b
demonstram os espaços do projeto e as potencialidades da madeira na construção
habitacional. Pode-se observar que os painéis OSB posicionados na face interna podem
ser pintados de branco. A partir de uma volumetria pré definida e dos espaços internos,
foram elaborados vários estudos de composição dos painéis de fechamento e dos painéis
colocados na posição horizontal e vertical, visando trabalhar as percepções espaciais dos
14
elementos, a quantidade de luz e sombra e seu posicionamento para uma maior
durabilidade dos painéis.
Em função das dimensões comerciais dos painéis OSB (2,44 x 1,22 m) foi realizado um
estudo de racionalização, possibilitando o menor número possível de recortes, tanto de
piso, como de cobertura e fechamento. A partir desta análise foi realizado um ajuste na
dimensão modular passando, de 3,60 para 3,66 m. A concepção estrutural também
sofreu pequenos ajustes para eliminar excessos, como a retirada de quatro escoras de
sustentação da cobertura. As Figuras 8a e 8b mostram o resultado final obtido.
Figuras 8a e 8b: Vistas externa e interna do modelo 3D do projeto. Fonte: dos autores
A Figura (9 a) apresenta uma perspectiva isométrica com as camadas da construção:
estrutura e vedação. A imagem permite uma visão do processo construtivo proposto,
que tem uma estrutura mista em vigas e pilares apoiados em pilotis de concreto e
painéis de vedação independentes da estrutura portante. A estrutura interna dos painéis
das paredes é similar ao Sistema Wood Frame, mas não apresenta função portante. A
estrutura dos painéis pode ser feita de madeira de reflorestamento, como o Eucalipto
grandis ou o Pinus. Na proposta, foram utilizados painéis OSB em ambas as faces do
fechamento, tanto interno como externo. A técnica construtiva permite uma grande
agilidade construtiva, pois, enquanto as paredes são produzidas dentro da indústria, a
estrutura portante pode ser montada no local da obra.
15
Figuras 9a, 9b e 9c: Perspectiva isométrica e detalhes da estrutura e das vedações do Habitáculo. . Fonte: dos autores
A independência dos painéis de vedação da estrutura portante permite composições
finais diferentes, por exemplo, no posicionamento. No caso das aberturas, possibilita
que o projeto das vedações possa se ajustar às necessidades e desejos dos usuários,
estimulando uma identificação de cada morador com a própria casa.
Os elementos de ligação propostos (pilar, fundação, escoras, vigas secundárias e
principais) aplicam um conceito contemporâneo de ligações por conectores metálicos.
Isso torna possível uma montagem rápida e precisa e diminui as possibilidades de erro
na montagem. As ligações foram parafusadas de maneira a permitir futuras reutilizações
da própria casa.
Figuras 10a, 10b e 10c: Etapas de realização do modelo final. Fonte: dos autores
16
As Figuras 10a, 10b e 10c mostram o modelo final sendo construído na escala 1:30.
Essa construção permitiu visualizar pequenos problemas construtivos característicos das
construções em madeira que não haviam sido analisados durante o processo de projeto.
A reflexão crítica e a experimentação foram determinantes durante o processo de
projeto, que foi continuado entre teoria e prática.
Na proposta de estrutura mista, a estrutura principal é feita em vigas e pilares e, os
painéis de fechamento, em Wood Frame. Essa proposta é diferenciada e pouco
publicada em pesquisas realizadas anteriormente no Brasil. A apresentação dos
resultados teve grande repercussão na comunidade científica e entre docentes e
discentes, pois demonstrou integrar ensino, pesquisa e experimentação, em especial nos
processos construtivos em madeira. Como o sistema em estrutura mista é um processo
diferenciado e pouco discutido na literatura existente sobre esse tema, é necessário, para
dar continuidade à pesquisa, desenvolver um estudo mais profundo do desempenho do
sistema construtivo, dos fechamentos e das vedações do edifício proposto.
1.5 OBJETIVOS
A presente pesquisa pretende avaliar o desempenho da construção proposta de acordo
com a NBR 15575 : Desempenho de edifícios habitacionais de até cinco pavimentos –
Parte 4: Sistemas de vedações verticais externas e internas (2010). Os parâmetros mais
relevantes da pesquisa são: analisar a adequação dos painéis de fechamento a estrutura
principal do projeto do Habitáculo; verificar estabilidade da estrutura e a influência do
vento na cobertura; pesquisar os materiais de proteção contra fogo; e verificar o
conforto térmico dos painéis propostos.
17
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. PANORAMA DE USO DE MADEIRA NATIVA EM CONSTRUÇÕES
HABITACIONAIS
2.1.1. Viabilidade do uso de madeiras nativas e seu desenvolvimento tecnológico
O Brasil é o sexto país do mundo em florestas nativas, ficando atrás de países como
Canadá, Finlandia e Rússia. De acordo com Veríssimo (2008), a área de florestas do
Brasil representa “5,5 milhões de Km2 (...) deste total 60% são florestas tropicais e estão
situadas na Amazonia legal”. A regiões Norte e Centro Oeste apresentam madeira nativa e
as regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste apresentam florestas em madeira de
reflorestamento.
O descaso com o setor florestal na região amazônica foi, ao longo dos anos, associado à
falta de um desenvolvimento tecnológico e de incentivos fiscais. Isso fez com que os
setores envolvidos com a produção da madeira nativa ficassem totalmente
marginalizados. A produção da madeira nativa era realizada com mão de obra muito
barata, sem planos de gestão para extração da madeira, em geral com áreas exploradas
até seu esgotamento total. Isso ocorre sem uma preocupação com o impacto ambiental
gerado, a vida existente em torno da floresta, o impacto sobre o microclima local, entre
outros fatores. Em geral, essas áreas são abertas para a ampliação de áreas agrícolas,
para a criação de gado, soja etc. E sua abertura das ainda é feita por meio de queimadas
ou de exploração até seu esgotamento.
Alguns grupos defensores do meio ambiente apresentam dados do crescimento deste
setor nas áreas das florestas. Entre 1990 e 2003 a taxa de crescimento da pecuária na
Amazônia Legal cresceu 140%, passando de 26,6 cabeças de gado para 64 milhões de
cabeças. A taxa média de crescimento foi 10 vezes maior do que no restante do país,
respondendo por 33% do rebanho nacional. Os estados do Mato Grosso, Pará e
Rondônia foram os principais produtores no período. Em 2000, a maior parte da carne
produzida pelos frigoríficos da Amazônia foi para o mercado nacional, principalmente
Nordeste e Sudeste, e pode-se considerar crescente o aumento da demanda de
exportação (NATUREBA, 2011).
18
A partir da convenção internacional realizada no Rio de Janeiro em 1992, protocolada
como Agenda 21, ocorreu uma grande valorização da importância das florestas e seus
produtos como forma de resgate e fixação de gás carbônico.
A instituição de pesquisa IMAZON (Instituto do Homem e Meio Ambiente) é uma
instituição sem fins lucrativos que publica diversos trabalhos sobre a exploração da
Amazônia. O trabalho de Gerwing; Vidal (2002) apresenta o conceito de manejo
florestal da floresta nativa
O Decreto Federal 28/09/1998 estabeleceu que a
exploração das florestas primitivas da bacia amazônica (...) somente será permitida sob a forma de manejo florestal sustentável de uso múltiplo, que deverá obedecer aos princípios de conservação dos recursos naturais, de prevenção da estrutura da floresta e de suas funções, da manutenção da diversidade biológica, de desenvolvimento sócio-econômico da região (GERWING; VIDAL, 2002).
O conceito de manejo sustentável define um exploração controlada que depende do
plano de impacto ambiental aprovado pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O plano tem que apresentar uma
análise de especies existentes na área, do número estimado de árvores de cada espécie, o
número estimado de arvores acima do diâmetro mínimo permitido para extração, idade,
entre outros fatores. Um número de árvores, mais especificamente as mais antigas, é
retirado de modo a permitir a entrada da luz e a renovação da floresta e não o
esgotamento total da espécie e floresta. As experiências realizadas pelo IMAFLORA no
Pará comprovaram que desta forma o micro clima criado permite a renovação da
floresta nativa muito mais rápido. Após o corte, uma nova arvóre da espécie nativa é
plantada no local.
A partir de 2004 começa a diminuir a devastação das áreas plantadas, mas somente a
partir de 2006 (Lei nº 11.284, de 02/03/2006) é que a adoção do manejo florestal em
escala começou a ocorrer na região Amazônia, permitindo o manejo inclusive de
florestas publicas, desde que aprovadas estudos dos impactos ambientais e de gestão do
manejo. O número de empresas que atuam com o manejo é pequenos em função do
custo inicial (VERÍSSIMO, 2006).
Schneider et al (2000) aponta que novos investimentos internacionais podem ampliar a
quantidade de áreas com manejo sustentável na floresta Amazônica, especialmente em
função dos instrumentos da convenção sobre as mudanças climáticas do Protocolo de
19
Kyoto, que a partir de 2012 podem ser reeditados, possibilitando que países
desenvolvidos possam investir em projetos que promovam o seqüestro de carbono em
projetos de manejo florestal de matas nativas, hoje o instrumento somente beneficia
projetos em áreas de reflorestamento.
Veríssimo (2006) afirma que o desenvolvimento tecnológico no setor de florestas
nativas “encontra-se em um estágio inicial de desenvolvimento tecnológico em uma
situação quase oposta ao setor de florestas plantadas caracterizado pelo uso de
modernas tecnologias e fortemente capitalizadas”.
Os novos paradigmas da sociedade, associados às mudanças da legislação brasileira
permitindo a gestão da floresta com manejo sustentável na floresta nativa, permitirão a
sobrevida da floresta nativa e o desenvolvimento de tecnologias associadas à madeira.
Como o mercado paulista é um dos maiores consumidores da madeiras maciças, a
cidade de São Paulo através da secretaria do verde e do meio Ambiente em associação
com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) produziu o manual “Madeira: Uso
Sustentável da Madeira na Construção Civil” (ZENID, 2009). O trabalho analisa o
impacto gerado pelo setor da construção civil sobre as espécies nativas da Amazônia.
Neste trabalha Zenid (2009) destaca a importância da incorporação de espécies
alternativas para especificação da espécie empregada nas atividades da construção civil
com o objetivo de minimizar os impactos ambientais causados pelo uso intensivo de
determinadas espécies. Zenid (2009) aponta duas espécies que estão em esgotamento
muito procuradas pelos construtores: a Peroba-Rosa utilizada em estrutura de cobertura
e o Pinho-do-Paraná para usos temporários e leves. Para minimizar este tipo de impacto,
o pesquisador recomenda, para cada uso na construção, várias espécies que não estão
em extinção. Nas estruturas, por exemplo, podem-se utilizar todas as espécies
apresentadas na Tabela 1, pois as mesmas não se encontram em extinção. Entre elas,
podemos destacar o cumaru e a maçaranduba.
20
Tabela 1: Espécies alternativas para construção pesada interna (referência: Peroba-rosa) Fonte: Zenid, 2009
Zenid (2009) analisa que outra forma de minimizar o impacto sobre as espécies da
Amazônia são as classes de resistência propostas na norma Projeto de estruturas de
madeiras NBR 7190 (1997), que substituiu o “nome das espécies por classes de
resistência como C 20, C 30, C 40 e C 60”.
2.1.2. As certificações
O Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) é uma organização
brasileira, que tem como premissa promover a conservação e o uso sustentável dos
recursos naturais e para gerar benefícios sociais nos setores florestais e agrícolas. No
Brasil, o Programa de Certificação Florestal do Imaflora é o representante do Programa
Smart Wood da Rainforest Alliance (uma ONG norte-americana credenciada pelo FSC e
pioneira em certificação florestal no mundo).
O FSC (Forest Stewardship Council) representa o selo de certificacao do processo de
retirada da madeira nativas e plantadas mais reconhecido internacionalemnte, e é
chamado de Conselho de manejo florestal. O selo FSC é fornecido a empresas cujo
processo apresenta um plano de manejo florestal e demostra claramente que a extração
das madeiras não gera impactos negativos nas economias locais, nos sistemas ecológico
do aproveitamento florestal, conservando a capacidade de regeneração das florestas
nativas, preservando os recursos hídricos e habitat de vida silvestre. Assegura ainda que
os processos madeireiros apóiem o desenvolvimento econômico das populações locais,
21
não empregam mão-de-obra infantil ou informal e que os diretos dos trabalhadores e das
comunidades locais são preservados (CUNHA, 2011).
Além deste selo o FSC através do IMAFLORA fornece tambem o chamado certificado
de cadeia de custódia o qual e certifica que um produto foi produzido a partir de areas
certificadas, produzindo um documento que rastreia a “procedência da madeira, do
manuseio e o rastreamento da matéria-prima utilizada em todas as etapas de produção,
desde a floresta até o consumidor final” (IMAFLORA, 2011).
Em 2006, IBAMA criou a normativa n. 112 que exige que todo produto ou subproduto
de origem nativa apresentem um Documento de Origem Florestal chamado de DOF. O
DOF é um documento obrigatório para o controle e transporte dos produtos de origem
nativa, entretanto ele nao é exigido para os produtos gerados pelo reflorestamento. Uma
empresa que tem o selo FSC também tem apresentar o documento de origem florestal
DOF no transporte de produtos derivados da floresta nativa.
2.2. O CONCEITO DE DESEMPENHO
A relação entre a forma arquitetônica, a materialidade e o desempenho ambiental da
edificação definem o conceito que se denomina desempenho do ambiente construído.
Os conceitos de desempenho aplicados ao edifício são muito amplos e estão sendo
formulados pela comunidade cientifica, buscando um projeto que determine um maior
ciclo de vida na construção, economize energia e garanta uma construção mais durável.
A incorporação dos parâmetros de desempenho vem sendo aceita por parte dos
arquitetos e pesquisadores do mundo devido ao reconhecimento do impacto que o
partido arquitetônico pode gerar na qualidade do espaço construído. Os projetos que
aplicam o parâmetro de desempenho incorporam conceitos como ecoeficiência e
sustentabilidade, além de aplicar conceitos consolidados como o da eficiência
energética. O parâmetro de desempenho estabelece a tríade para o projeto de edificação:
construções eficientes, confortáveis e sustentáveis.
Em função do impacto gerado pela construção civil e da preocupação com o
esgotamento de materiais, os projetistas foram obrigados a rever seus paradigmas
construtivos e organizacionais. Assim, foram desenvolvidos projetos de organização de
canteiros, racionalização dos materiais utilizados na obra e até mesmo de reuso dos
materiais (BORGES; SABBATINI, 2008).
22
A definição mais reconhecida do conceito de desempenho foi elaborada em 1982 por
Gibson (apud Borges; Sabbatini, 2008): “a abordagem de desempenho é, acima de
tudo, a prática de se pensar em termos de fins e não de meios, focando nos requisitos
que a construção deve atender e não a forma como esta deve ser construída”.
No Brasil, os estudos referentes à Norma de Desempenho se iniciaram em 2000, com
financiamento da FINEP, validando os projetos para a criação de um sistema de
avaliação com base no conceito de desempenho da edificação. Isso gerou a base de
fomento para que grupos de pesquisa renomados, como o IPT (Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São Paulo) e o LABEEE (Laboratório de Eficiência
Energética em Edificações), entre outros, para que, por meio do comitê CE-02:136.01
Desempenho de Edificações, discutissem os parâmetros do projeto de norma PNBR
02:136.01-004 com versões sem 2002, 2004, 2006, 2007, resultando na publicação, em
2008, do texto da NBR15575 “Desempenho de Edifícios Habitacionais de até cinco
pavimentos” (BORGES; SABBATINI 2008). A norma foi publicada novamente em
2010 e deverá entrar em vigor em maio de 2012.
A norma NBR 15575 2010 é composta de cinco partes: Na “Parte 1 – Requisitos
Gerais”, descreve objetivos, premissas e conceitos gerais e define os requisitos que se
aplicam a todos os sistemas. As demais partes tratam dos requisitos de cada sistema
específico, e são elas: “Parte 2 – Requisitos para sistemas estruturais”; “Parte 3 -
Requisitos para sistemas de pisos internos”; “Parte 4 – Sistemas verticais – vedações
verticais externas e internas”; e “Parte 5 – Requisitos para sistemas de coberturas”.
Segundo Blanco (2010), a NBR 15.575:2010 define os
requisitos mínimos de desempenho, vida útil e garantia para os sistemas que compõem os edifícios. Entre eles, estão: estrutura, pisos internos, fachadas e paredes internas, coberturas e sistemas hidrossanitários. Os critérios para a definição desses requisitos são embasados nas necessidades do usuário de imóveis em questões de segurança, conforto, funcionalidade e durabilidade, entre outros
A norma analisa os sistemas em termos de desempenho: estrutural; segurança contra
incêndio; segurança no uso e operação; estanqueidade; desempenho térmico; acústico;
lumínico; durabilidade e manutenibilidade; conforto tátil e antropodinâmico; adequação
ambiental. A classificação de desempenho foi definida da seguinte maneira: mínimo
(M), intermediário (I) e superior (S). Processos construtivos que apresentem
desempenho abaixo do mínimo não devem ser aprovados.
23
Neste pesquisa os critérios de desempenho relativos ao desempenho térmico e à
segurança contra incêndio da NBR 15575 (2010) serão apresentados nos tópicos ligados
ao assunto (no caso, discussão sobre conceitos e materiais pesquisados).
2.3. PROTEÇÃO CONTRA FOGO NAS CONSTRUÇÕES
2.3.1. As construções em madeira e o fogo
O fogo sempre representou uma das principais preocupações do homem com a
construção, pois envolve a vida das pessoas e o seguro dos bens capitais. Dois exemplos
podem ser citados: o edifício Joelma, onde ocorreram centenas de mortes, e o edifício
One Meridian Plaza, onde a paralisação das atividades teve um custo muito elevado.
O edifício Joelma, com vinte e cinco andares construido em concreto armado,
apresentou, em fevereiro de 1974, um incêndio de graves dimensões em número de
mortes: 187. O fogo começou por de um curto circuito no sistema de ar condicionado
(e, devido ao fato de as escadas não serem enclausuradas, rapidamente o fogo e a
fumaça se alastraram para os andares superiores). Em fevereiro de 1991, o edifício One
Meridian Plaza, na Filadélfia – EUA, passou por um incêndio de grandes proporções,
que começou no 22° andar e se propagou até o 30° andar através das aberturas nos
shafts. O incêndio teve longa duração, causando a morte de três bombeiros e enorme
prejuízo financeiro devido ao restauro do edifício e à paralisação da empresa.
As construções em madeira são sempre apontadas como a principal fonte de problemas
nas questões de proteção contra o fogo, pois as avaliações das seguradoras contam o
poder calorífico do espaço relacionando a quantidades de madeira no ambiente.
Entretanto, sabe-se que nem mesmo os construídos com materiais incombustíveis estão
livres de sofrer um colapso perante as altas temperaturas atingidas durante um incêndio.
A mudança de paradigma em relação à madeira é tão grande que vários edifícios de uso
público foram construídos com esse material na Finlândia, na Inglaterra e no Canadá.
Na Inglaterra, foi construído um edifício com nove andares, rompendo com a questão
consolidada contra ao uso da madeira em edifícios verticais. O edifício de apartamentos
Stadthaus Murray Grove foi projetado por Waugh Thistleton com paredes constituídas
por materiais como madeira maciça derivada de painéis laminados formados de lâminas
orientadas em camadas perpendiculares e coladas sob uma pressão de 60 tonnes/ m². Os
24
painéis formam as paredes estruturais do projeto, que têm 2,95 m x 16,5 m. Nesse
edificio, até a caixa de elevedor foi feita com painel de madeira maciça, e diversos
testes foram realizados nos laboratórios de pesquisa para provar sua capacidade de
resistência ao fogo. No caso das unidades residenciais, a resistência ao fogo foi avaliada
para três situações distintas: nas paredes internas dos apartamentos, foi prevista meia
hora de resistência ao fogo; nas paredes entre dois apartamentos, uma hora de
resistência ao fogo; e, nas paredes entre apartamentos e circulação vertical, duas horas
de resistência ao fogo (T E C H N I K E R, 2011).
Os estudos e a pesquisa sobre a forma de propagação do fogo e gases quentes permitem
a correção dos projetos de construções já existentes, em especial as de múltiplos andares
e locais onde existe grande circulação de pessoas.
2.3.2. Incêndio
O incêndio é gerado por uma composição de fatores. Os fenômenos da natureza, como
raios e terremotos, e a ação humana, como queima balões e vandalismos, são exemplos.
Quando uma fonte de calor gera temperatura suficiente para o início da combustão dos
materiais de construção existentes no ambiente, inicia-se o incêndio.
A causa inicial do incêndio ocorre, em geral, por falta de manutenção da construção ao
longo de sua vida útil, como sobrecargas elétricas e explosões a gás, ou negligência dos
moradores, como o abandono de cigarros acesos, entre outros. Já a combustão depende
de dois outros fatores: “existência de materiais combustíveis no interior da habitação e
a presença do oxigênio”. A Figura 11 mostra que a intensidade do incêndio depende da
presença de calor, oxigênio e material combustível (SILVA; VARGAS; ONO, 2010).
Figura 11: Ciclo de um incêndio – elementos necessários para ocorrência de um incêndio. Fonte: dos autores
25
Diversos pesquisadores apontam que existem três fases bem distintas durante o incêndio
– entre eles, Dias (2005) e Silva; Vargas; Ono (2010):
• Fase inicial: onde se inicia a combustão, quando algum material no ambiente atinge seu ponto de combustão; ou, por meio de gases quentes e inflamáveis, os gases se acumulam, ocasionando a combustão do material e dando o início ao incêndio. • Fase de crescimento e desenvolvimento: os gases inflamáveis, por aumento da temperatura, começam a se propagar para outros materiais combustíveis do ambiente e da construção. Nesse momento, o incêndio atinge seu ponto de combustão mais alto e, nessa fase, em geral, é diminuída a capacidade de resistência da estrutura. • Fase de declínio: é a fase final do incêndio, onde todo o material combustível foi consumido.
O Gráfico 1 ilustra as três fases mais importantes do incêndio: a primeira fase, quando
ocorre início da combustão; a segunda fase, chamada de crescimento, quando ocorre o
fenômeno de flashover (que representa “o auge do incêndio no qual os materiais
combustíveis presentes no ambiente foram atingidos e entram em combustão”), e a
terceira fase, quando ocorre o declínio após a combustão total dos materiais (SILVA;
VARGAS; ONO. 2010).
Gráfico 1: Fases de um incêndio. Fonte: Adaptado de Dias, 2005
A amplitude da ação térmica sobre as edificações depende da temperatura atingida pelo
fogo e pelos gases no ambiente em chama. Depende, também, do ponto de combustão
dos materiais que fazem parte da construção. Cada material tem um ponto de combustão
e reage de formas diversas durante um incêndio.
26
Estudos realizados por laboratórios especializados em fogo, como o One Stop Shop in
Structural Fire Engineering, da Universidade de Manchester, com protótipos em escala
real de edifícios com seis pavimentos em aço e madeira e espaços compartimentados,
demonstram que as curvas de incêndio podem variar de acordo com as características
dos materiais combustíveis, sua quantidade e o grau de ventilação do ambiente em
estudo (DIAS, 2002).
2.3.3. Comportamento da madeira sob a ação do fogo
A madeira é um material combustível e, de fato, dificulta a aprovação legal de projetos
com processos construtivos voltados para a tecnologia da madeira. Contudo, diversos
edifícios de materiais considerados incombustíveis, como o aço e o concreto, ficaram
totalmente destruídos após a ocorrência de incêndios. É importante observar nas curvas
padrões de incêndio que, durante um incêndio simulado, as temperaturas podem chegar
a mais de 1.000 ºC e, como comprovam os experimentos realizados seguindo o padrão
do Standard Fire Test (APA 20101 apud AITC 1972), com três materiais (madeira, aço
e alumínio) submetidos a um incêndio padrão, cada material reage de modo diferente ao
contato com o fogo. O gráfico 2 mostra que o alumínio entra em escoamento em cinco
minutos; o aço sem proteção entra em escoamento em vinte minutos, perdendo 80% de
sua resistência ou mais; e uma viga de madeira maciça de 2’ x 4’ (5 x 10 cm) leva 35
minutos para entrar em colapso (APA 20101 apud AITC 1972).
Gráfico 2: Resistência do aço, alumínio e madeira frente ao fogo. Fonte: APA apud AITC, 1972
27
A Figura 12 foi apresentada pela primeira vez por Ritter (1990), e mostra a situação da
construção pós incêndio apresentando uma viga de madeira carbonizada ainda
suportando duas vigas de aço em colapso (ou escoamento). A viga madeira, apesar de
ter sua superfície externa carbonizada, ainda apresenta parte de sua capacidade
resistente. A imagem vai ao encontro dos dados do experimento do AITC (1972).
Figura 12: Resistência do aço e da madeira ao fogo. Fonte: Ritter, 1990
De acordo com Pinto (2005), a madeira apresenta um bom desempenho durante o
incêndio por formar a camada superficial de carvão isolante, de baixa condutividade
térmica, impedindo a propagação de calor para seu interior, mantendo por um maior
período de tempo a capacidade portante da seção transversal. Silva; Vargas; Ono (2010)
afirmam que “a condutividade térmica do carvão de madeira é cerca de 1/6 da madeira
maciça o que explica as propriedades isolantes da camada carbonizada”.
Figura 13: Camadas existentes na madeira após um incêndio. Fonte: dos autores
28
O risco do início de combustão depende da existência de uma fonte de calor. A
temperatura de combustão inicial da madeira ocorre em torno 300 ºC a 400 ºC, mas
existem diversos fatores que influenciam e determinam a intensidade do incêndio, entre
eles o teor de umidade e densidade da espécie da qual a madeira é proveniente. O
experimento para analisar como teor de umidade e densidade afeta o desenvolvimento
do incêndio nas estruturas de madeira foi realizado por Edna Moura Pinto (2005) em
sua tese de doutorado. A Figura 14 apresenta uma viga de madeira laminada colada,
exposta ao fogo durante 30 minutos, e demonstra as três camadas formadas com o
consumo pelo fogo: a camada carbonizada, a camada aquecida e a camada mais interna,
não afetada pelo fogo (PINTO, 2005).
Figura 14: Secção de uma viga de madeira laminada colada exposta ao fogo durante 30 minutos. Fonte: Pinto, 2005
Segundo Pinto (2005), quanto maior o teor de umidade da madeira, mais difícil de
ocorrer o inicio da combustão. Outro aspecto de relevância apontado pelo EUROCODE
(2004) é que, quanto mais densa é a espécie da madeira, menor é a propensão de
propagação do fogo.
A evolução do processo de queima depende não só da espécie, da densidade, da
umidade, e da temperatura alcançada, mas também do volume e das dimensões da seção
transversal. Em geral, a taxa de queima é inversamente proporcional ao volume e às
dimensões dos componentes estruturais em madeira. De acordo com dados da pesquisa
Les essentiels solutions du bois (2007), peças com espessura superior a 6 cm
submetidas a um incêndio apresentam uma desaceleração da propagação do calor, pois,
29
com a camada de carbonizada formada ao redor da madeira, diminui a velocidade de
propagação do incêndio.
Na Figura 15, observa-se um galpão industrial após o incêndio: apesar de a superfície da
viga estar carbonizada, ainda há características de elemento portante, mantendo seu
peso próprio e o peso da terças de cobertura. A parte mais interna da seção transversal
permite que a estrutura ainda mantenha sua capacidade resistente sem entrar em colapso
(INGOLD, 2010).
Figura 15: Viga de madeira carbonizada. Fonte: Ingold, 2010
2.3.4. Segurança dos ocupantes
O fator mais importante a ser analisado em casos de incêndio é a segurança dos
ocupantes, que está diretamente relacionada ao uso da edificação e à quantidade de
pessoas no edifício, sua idade, seu estado de saúde e o tempo de escape.
Os edifícios comerciais com grande número de pessoas, como escritórios, hotéis e
shoppings, fazem com que a proteção contra incêndio seja feita de maneira distinta dos
edifícios com menor capacidade de pessoas e fluxo. É importante levar em consideração
no projeto de Arquitetura o isolamento dos ambientes, evitando o escape da fumaça para
outros ambientes e até para as edificações vizinhas. Deve-se considerar o número de
pavimentos como grande influência no tempo de escape para assegurar a vida dos
ocupantes.
Diversos autores apontam a fumaça como a principal causa da maioria das mortes em
um incêndio, já que, além de dificultar a visualização dentro do local afetado, atrapalhar
30
a fuga e dificulta o resgate das vítimas. Assim, é essencial projetar um sistema de
exaustão da fumaça, sendo o uso de equipamentos ativos uma das formas mais rápidas e
seguras de evitar um incêndio. De acordo com a reportagem apresentada na base de
dados do site METÁLICA (2010) sobre segurança da propriedade, o uso de “proteção
ativa como detectores de fumaça e chuveiros automáticos pode evitar o crescimento do
incêndio além de permitir à entrada de bombeiros e a proteção a vida”.
Figura 16: Ventilação residencial. Fonte: Pinto, 2001
Na Figura 16, é perceptível o caminho que a fumaça percorre em busca do oxigênio.
Nesse caso, tem-se uma residência com pé direito duplo; o fogo, que começou no
pavimento térreo, rapidamente se alastra para o pavimento superior em busca de uma
abertura por onde percorrer. Dependendo da temperatura, pode atingir o telhado e até
edificações vizinhas.
Alguns pontos importantes na segurança contra incêndio é o uso de proteção passiva,
como compartimentações e barreiras arquitetônicas com materiais de maior resistência
ao fogo. As associações de proteção passiva a ativa proporcionam maior segurança à
edificação, em especial à vida humana: a evolução de sistemas ativos como sistemas de
alarmes de incêndio computadorizados pode minimizar ou até extinguir a possibilidade
de um incêndio.
Todavia, não se pode ignorar que nenhum edifício é totalmente à prova de fogo. Mesmo
aqueles realizados com materiais incombustíveis pegam fogo, e a intenção do projeto
deve ser sempre permitir que as pessoas tenham tempo para escapar com vida da
edificação – o chamado Tempo Requerido de Resistência ao Fogo (TRRF). Seito et al
31
(2008) em suas pesquisas afirma que o TRRF pode ser interpretado “como o tempo
mínimo que os elementos construtivos devem resistir a uma ação térmica padronizada,
em um ensaio laboratorial”.
O tempo utilizado como medida para o desempenho do incêndio não é uma medida
exata, pois o fator mais importante são as temperaturas que o fogo atinge e a resistência
de cada material ao fogo. O tempo considerado nas normas é uma suposição – uma
espécie de estimativa –, sendo preestabelecido por consenso nas normas técnicas de
cada país. De acordo com a Seito et al (2008) apud NBR 14432 (2000), o tempo é
estabelecido com o risco de incêndio relacionando ao tipo de edificação e a sua altura. O
tempo estabelecido de resistência ao fogo geralmente fica entre 30, 90 e 120 minutos, e
a Tabela 2 apresenta a síntese dos tempos requeridos no Brasil.
Tabela 2: Tempo requerido de resistência ao fogo. Fonte: Seito et al, 2008 apud NBR 14432, 2000
Observa-se que, quanto mais alto o edifício e a concentração de pessoas, maior é o
tempo requerido de resistência ao fogo. No Brasil, segundo Seito et al (2008) apud
NBR 14432 (2000), a norma isenta pequenas edificações de realizar e demonstrar a
resistência ao fogo. Como apresentado na Tabela 3, à norma também considera isenta
de proteção contra o fogo, edificações menores que 750 m2, independentemente dos
materiais utilizados e da altura do projeto. Em uma edificação térrea acima de 5.000 m2
é exigida a compartimentação com elementos corta fogo.
32
Tabela 3: Exemplos de edificações isentas de verificação de resistência ao fogo. Fonte: Seito et al, 2008 apud NBR 14432, 2000
O Canadá é um dos países que apresentam grande desenvolvimento na tecnologia da
madeira e sua aplicação na construção civil. Os códigos de segurança da construção da
Province British Columbia permitem construções em madeira em uma área máxima de
7.200 m2 e até 6 andares, sendo que a área máxima que pode ser dividida pelo número
de andares é 1200 m2 (Figura 17). (COLUMBIA, 2010)
Figura 17: Áreas permitidas para construção de edifícios com materiais combustíveis (madeira). Fonte: Columbia, 2010
As construções com materiais incombustíveis podem ter até 36.000 m² de barreiras ou 6
andares de até 6.000 m². Se os materiais forem combustíveis, como a madeira, a norma
33
da Province British Columbia permite construções de até 6 andares com área menor que
1.200 m². Acima dessa metragem, é obrigatória a compartimentação do espaço com uso
de barreiras comprovadas com resistência corta fogo, também chamada de firewall,
como mostra a Figura 18.
Figura 18: comparação de áreas permitida com materiais combustíveis e não combustíveis.
Fonte: Columbia, 2010
Segundo Silva; Vargas; Ono (2010), o afastamento necessário entre duas edificações
serve para o controle de risco de propagação do incêndio por radiação do calor,
convecção de gases aquecidos e transmissão de chamas, de forma a impedir que o
incêndio proveniente de uma edificação expositora ao se propague para outra, chamada
de edificação em exposição. No estado de São Paulo, a IT n°07/ SP (2004) do Corpo de
Bombeiros avalia a distância mínima entre dois edifícios, chamada de isolamento de
risco, por meio de um processo de cálculo que abrange diversos fatores, como carga de
uso, térmica de incêndio, dimensões das aberturas existentes nas fachadas, altura dos
edifícios etc.
Conforme estudos relatados por Daniel Ingold (2010), pesquisador da Universidade de
Lausanne, é possível que um incêndio se transfira de uma edificação a outra por meio de
convecção (fumaça ou massa de gases aquecidos), fagulhas ou radiação (por ondas
eletromagnéticas).
34
Nos códigos construtivos da França e da Suíça, observa-se a necessidade de manter uma
distância de segurança entre as edificações e utilizar proteções contra incêndio de
acordo com a necessidade e características de cada habitação. Caso não seja possível, é
necessário que as casas mantenham uma distância de segurança e sejam consideradas
independentes, além de serem somadas suas áreas a fim de dimensionar as proteções
contra fogo utilizadas na realização do projeto. As normas francesas, discutidas no
trabalho do pesquisador por Ingold (2010), apontam distâncias mínimas entre duas
casas (Figuras 19a e 19b) para materiais combustíveis: 10 m (quando ambas as fachadas
possuem revestimentos combustíveis), 7,5 m (quando uma das fachadas é
incombustível) e 5 m (quando as duas fachadas são incombustíveis). Quando as
habitações são unifamiliares, as distâncias devem ser 7 m, 6 m e 4 m, respectivamente.
Figuras 19a e 19b: Distância de segurança ao fogo entre duas unidades habitacionais. Fonte: Ingold, 2010
2.3.5. Barreiras arquitetônicas
As barreiras arquitetônicas são formas de compartimentação do espaço que impedem
que o fogo se espalhe de um compartimento para o outro. Essas barreiras são
incorporadas à edificação e servem como proteção passiva contra incêndio. Além de
retardar o crescimento do incêndio, seu objetivo principal é minimizar e a emissão de
fumaça e permitir a saída segura dos usuários.
Quando as edificações ultrapassarem um limite de metragem ou forem geminadas, não
podendo atender à distância mínima entre edificações, devem-se utilizar barreiras (como
paredes corta fogo com resistência mecânica, isolamento térmico e estanqueidade). O
isolamento térmico não permite a transmissão de calor; assim, a temperatura na face não
exposta ao fogo não se eleva rapidamente e a estanqueidade, por sua vez, impede a
passagem de chamas e gases quentes por determinado tempo requerido.
35
A estrutura da parede corta fogo deve ser desvinculada das demais edificações
adjacentes, extrapolando os limites delas para impedir a passagem do fogo para áreas
não atingidas, como é possível observar na Figura 20. Essas paredes podem ser cortinas
de concreto armado ou construídas com outros materiais incombustíveis, como
alvenaria ou pedra. Cada país, estado ou província tem legislações próprias para definir
a exigência de resistência da parede ao fogo. A IT/ SP n°09 (2004) do Corpo de
Bombeiros do estado de São Paulo recomenda que a parede com função corta fogo se
projete 1 m acima da cobertura, se existir aberturas no telhado, além de materiais
combustíveis na cobertura.
Figura 20: Barreira de proteção contra fogo em áticos e beirais. Fonte: Instrução Técnica n°09 - Corpo de Bombeiros/ SP, 2004
A Figura 21 mostra a compartimentação interna entre as unidades germinadas por
elementos resistentes ao fogo como indicado pela NBR 14432 (2000) (SEITO et al,
2008 apud NBR 14432, 2000).
A Instrução Técnica n°09/ SP (2004) recomenda que as paredes de compartimentação
devem existir para áreas superiores a 5.000 m2 e resistir ao fogo por um tempo requerido
de 90 minutos (parede corta fogo). Essa parede deve ser projetada para fora da
edificação com um mínimo de 0,9 m ou atender a uma distância entre aberturas de, no
mínimo, 2 m.
36
Figura 21: Detalhes construtivos da compartimentação horizontal. Fonte: Instrução Técnica n°09 - Corpo de Bombeiros/ SP, 2004
Silva; Vargas; Ono (2010) afirmam que um projeto bem elaborado “apresenta um
analise voltada para os riscos de um incêndio (...) especificando-se produtos e técnicas
construtivas definidos em normas pertinentes”.
A compartimentação tem por objetivo evitar a propagação do fogo para outros
ambientes, andares superiores ou edifícios vizinhos. O tempo requerido de resistência
ao fogo da compartimentação é determinado por norma e, em geral, associado a cinco
fatores: o uso da edificação (por exemplo, residencial, comercial, hotel, cinema etc.);
sua área em metros quadrados; sua localização dentro do edifício; sua altura e números
de pavimentos e a carga calorífica dos componentes do ambiente.
A resistência ao fogo dos elementos da construção deve garantir sua integridade física
durante o tempo necessário para fuga dos ocupantes e permitir a entrada da equipe do
Corpo de Bombeiros sem que ocorra o colapso da edificação (DIAS, 2002). Em
edifícios públicos e nas escadas enclausuradas para múltiplos andares, as barreiras de
proteção contra o fogo têm um papel de grande relevância.
Nos projetos de multiplos andares, deve-se ter especial atenção à localização das rotas
de fuga e saídas de emergência. Os elementos das paredes e entrepiso devem ter
resistência ao fogo estabelecida, de acordo com a NBR 14432 (2000) e pela IT n°08/ SP
(2004) do Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo, apresentada na Tabela 2 em
37
função do uso do projeto versus a altura do edifício. Por exemplo: para uma construção
residencial com altura menor que 6 m, o tempo requerido de resistência ao fogo é de 30
minutos; para alturas entre 12 m a 23 m, o tempo requerido é de 60 minutos; para
alturas entre 23 m a 30 m, o tempo requerido é 90 minutos; e, para alturas acima de
30m, o tempo exigido é 120 minutos. As paredes que fazem parte do enclausuramento
de escadas e elevadores devem ter resistência ao fogo de 120 minutos,
independentemente da altura do edifício, além de ter todos os acessos protegidos por
portas corta fogo. Quando existir antecâmara, a porta corta fogo pode ter resistência
requerida ao fogo de 60 minutos.
Segundo Dias (2002), na compartimentação vertical interna, é de extrema importância
que todas as aberturas entre pisos sejam protegidas para impedir a propagação do fogo.
Esse impedimento pode ser realizado por lajes de concreto e elementos resistentes ao
fogo, além de vedar shafts e dutos para impedir que as chamas ou a fumaça se
espalhem. Na compartimentação vertical, o requisito é confinar o fogo no pavimento
onde ele começou e não permitir que se propague para outros andares.
De acordo com Seito et al (2008),
É importante que todos os elementos, como dutos de ventilação, exaustores, tubos de ar-condicionado que ultrapassam áreas compartimentadas possuam registro corta-fogo ancorados a laje (...). Os átrios são locais de fácil escape do fogo/fumaça, então é importante que cada átrio esteja dentro de um espaço compartimentado e faça parte de apenas uma prumada. Pode-se substituir a proteção para átrios por sistemas de proteção de chuveiros automáticos, controle de fumaça, detecção de incêndios etc.
A Instrução Técnica n°09 do Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo (2004)
recomenda que, em edifícios de múltiplos andares, a compartimentação em paredes
externas com aberturas deve ter um perímetro de material resistente ao fogo para
impedir que o incêndio se propague para os pavimentos superiores através das
aberturas. A Figura 22 mostra a distância mínima entre as aberturas de 1,20 m e ou uma
laje em balanço com dimensão superior a 0,90 m, construídas com material resistente ao
fogo, trabalhando como barreira (IT n°09/ SP, 2004).
38
Figura 22: Detalhes construtivos da compartimentação vertical. Fonte: Instrução Técnica n°09 - Corpo de Bombeiros/ SP, 2004
No Brasil, as normas de proteção contra incêndios não determinam um impedimento ao
uso da madeira na habitação. Em detrimento de normas específicas para o referido
material, se reporta ao uso e à aprovação do Eurocode 5, Parte 1-2 (2004).
O estudo apresentado pelo grupo chileno Corporación Chilena de la Madera gerou o
“Manual La Construcción de Viviendas en Madera”, que tem a intenção de promover o
desenvolvimento da tecnologia da madeira, sua construção e sua viabilidade. O projeto
arquitetônico da habitação deve, então, considerar os materiais resistentes à ação do
fogo, que têm menor tendência a serem combustíveis ou incombustíveis e não
inflamáveis e, ao mesmo tempo, não impõem um custo muito alto ao projeto de
habitação em madeira (CORMA, 2005).
A proposta do Corma para compartimentação vertical consiste em um entrepiso
formado de vigas principais e secundárias, sobre as quais é posta uma placa de madeira
laminada e um forro de gesso, formando a compartimentação e o tempo requerido da
resistência ao fogo de 30 minutos. Como apresentado na Figura 23, é formada uma
barreira entre andares. O estudo do Corma pretende mostrar que a construção em
madeira tem competitividade frente aos materiais convencionais.
39
Figura 23: Corte de casa em madeira mostrando o entrepiso. Fonte: Corma, 2005
Em casas de madeira geminadas, a compartimentação exigida para a parede divisória da
edificação é de um tempo requerido de resistência ao fogo de 60 minutos. Nota-se que a
parede central corta fogo se eleva além do telhado para impedir a troca de calor entre as
edificações. As paredes externas também devem resistir ao fogo por um tempo mínimo
de 60 minutos, de acordo com as normas do Chile (CORMA, 2005). A
compartimentação horizontal impede o alastramento do fogo no sentido horizontal,
limitando-o ao compartimento sem se alastrar para outras casas.
Figura 24: Paredes corta fogo e compartimentação horizontal Fonte: Corma, 2005
2.3.6. Barreiras locais do projeto arquitetônico
As barreiras locais são formas ou elementos que auxiliam na diminuição da propagação
das chamas ou até mesmo impedem sua propagação. São estrategicamente colocadas no
40
interior da estrutura e componentes da construção, como elementos verticais (estruturas
e paredes) e sistemas chamados de entrepiso (vigas principais e secundárias, piso e
forro). Têm a função de impedir a passagem de gases tóxicos e retardar o avanço das
chamas na estrutura portante, evitando seu colapso para permitir a fuga dos ocupantes.
O Sistema Plataforma, também conhecido como Wood Frame, é composto por um
entramado leve que compõe parede, piso e telhado (Figura 25a). O sistema tem muitos
vazios, o que possibilita a movimentação dos gases e chamas. Na parede do sistema
plataforma, por exemplo, estão representados os elementos que compartimentam a
parede e funcionam como barreiras contra o fogo (Figura 25b). Esses elementos são a
guia superior, a guia inferior e uma guia transversal, chamada pelo Corma (2005) de
transversal corta fogo. A função das guias é diminuir a possibilidade das chamas se
iniciarem e de os gases quentes subirem pela parede, percorrendo os pequenos espaços e
invadindo outros ambientes.
Figuras 25a e 25b: Casa de dois pavimentos Sistema Wood Frame e elementos na paredes com sistema corta fogo Guia inferior, guia superior e transversal corta fogo.
Fonte: a) Western Wood Association, 2010; b) Corma, 2005
Os entrepisos horizontais são formados pela trama de vigas principais e secundárias e os
revestimentos de piso e forro. Como analisado, o entrepiso é importante como barreira
para, em conjunto com as vigas que apóiam as escadas, impedir a propagação do fogo
entre andares. Segundo a American Forest & Paper (2001), grandes áreas entre forro e
entrepiso devem ser evitadas, e recomenda-se que sejam subdivididas com elementos
que impeçam a passagem de gases e fogo. E é recomendável que sejam subdivididas em
41
áreas inferiores a 46 m² (Figura 26a) e que haja um cuidado quando o revestimento da
parede vai somente até o forro: a inclusão de uma guia transversal corta fogo na parede
(no alinhamento do forro). Isso evita que o fogo suba pela parede e caminhe por dentro
do forro, atingindo vigas principais que suportam o piso (Figura 26b).
Figuras 26a e 26b:a) Dispositivo corta-fogo aplicado parede b) subdivisão de área acima do forro. Fonte: Adaptado de AWC, 2001
Na passagem dos dutos verticais, como encanamentos de água e tubos de eletricidade, é
importante selar a abertura realizada na estrutura de madeira, pois esse é um local de
escape dos gases e propagação das chamas. O processo deve ser realizado com materiais
incombustíveis, como mostra a Figura 27.
Figura 27: Selamento de espaço deixados para tubulação com material incombustível.
Fonte: American Forest & Paper Association, 2001
42
2.3.7. Uso de materiais de construção não combustíveis
Ao definir os materiais de construção, deve-se considerar sua composição e suas
propriedades de incombustibilidade, além de diferenciar revestimento, o cobrimento e
os elementos de decoração. Assim, quanto maior a quantidade de material combustível
no ambiente, maior é a chance de ocorrerem danos pessoais, propagação das chamas e
colapso da estrutura.
A prancha de gesso acartonado é uma ótima opção pelo fato de ser um material durável,
sólido e estável, sendo de fácil manuseio. Podem ser utilizadas como revestimento de
parede, divisórias, tetos, mas é necessário protegê-las das intempéries. As principais
características dessa placa são a flexibilidade e o menor grau de combustibilidade. Em
função dessa propriedade, o material é muito utilizado em construções como proteção
contra o fogo, inclusive em conjunto com a estrutura metálica, para sua proteção. São
fabricadas com características padrão, com propriedades resistentes ao fogo e à
umidade, e sua espessura varia de acordo com a propriedade desejada.
As pranchas resistentes ao fogo devem ter espessura de 12,5 ou 15 mm e, as resistentes
à umidade, de 15 mm. A Junta Del Acuerdo de Cartágena (1984) apresentou uma
tabela que relaciona espessura do gesso com tempo de proteção ao fogo:
Tabela 4: espessura Tempo de proteção ao fogo. Fonte: Junta Del Acuerdo de Cartágena, 1984
As paredes construídas para ter uma maior resistência ao fogo podem se compostas com
placas de gesso acartonado na face interna e diferentes materiais como recheio, como
Fibra de Vidro, Lã de Rocha ou Isopor (Figura 28). O gesso é que aumenta sua
resistência ao fogo além de atuar como barreira efetiva protegendo a estrutura revestida.
43
Diversos outros materiais podem ser utilizados na composição das paredes. Os mais
utilizados são a Lã de Rocha, a Lã de Vidro e o Poliestireno Expandido. O Poliestireno
Expandido é o mais utilizado, pois apresenta baixo custo e peso muito pequeno; porém,
tem como desvantagem o fato de ser um material combustível, “quando submetido ao
fogo é consumido quase que instantaneamente”. A Lã de Rocha é considerada um
material incombustível , pois é produzida a partir de fibras minerais que são obtidas
em rochas com alto teor de sílica, suporta altas temperaturas e retarda a propagação do
fogo, protegendo a estrutura da parede. A lã de vidro é produzida é produzida da
associação da areia, com sílica em altas temperaturas é considerada incombustível,
entretanto em situações de temperatura muito elevada, recomenda-se o uso da Lã
de rocha (METÁLICA, 2011)
Figura 29: Travessa corta-fogo e isolamento com Lã de Vidro. Fonte: Corma, 2005
Além de serem utilizados detalhes construtivos na proteção contra o fogo, existem
ambientes que devem ser pensados com maior proteção, pois apresentam maior grau de
Figura 28: Parede revestida com placas de gesso Acartonado e Fibra de Vidro. Fonte: Corma, 2005
44
combustibilidade, como é o caso das cozinhas. Segundo Pinto (2001) apud
“Construction en bois” (1998), as cozinhas devem ser protegidas com materiais
incombustíveis. Nas cozinhas com gás encanado, em especial, a proteção deve ocorrer
nas paredes e no teto ao redor da área de influência do fogão. A imagem mostra uma
cozinha em madeira a gás e seus condicionantes de projeto, de acordo com os códigos
da França e os critérios mínimos de aplicação de materiais em cozinhas deste tipo são
apresentados na Tabela 5.
Figuras 30a Revestimento de proteção para cozinha a gás. 30b corte. Fonte: Pinto, 2001 apud Protection incendie dans la construction en bois, 1998
Tabela 5: Códigos da França de construção em madeira (referência para as ilustrações a seguir). Fonte: Pinto, 2001 apud Protection incendie dans la construction en bois, 1998
As Figuras 30a e 30b ilustram a proteção requerida ao redor de toda a zona de menor
resistência ao fogo. A Zona 1 deve apresentar uma determinada resistência ao fogo,
além de ser um material incombustível por estar localizada na passagem da tubulação
do gás. Já a Zona 2 deve resistir à propagação dos gases quentes e da fumaça para o
teto. À distância exigida entre o fogão e o móvel deve ser de, no mínimo, 20 cm; caso o
fogão esteja junto a um móvel, é recomendável que a parede anexa ao móvel apresente
as mesmas características de um elemento corta fogo de material incombustível com
mais de 90 minutos de resistência ao fogo. ( Pinto 2001),
45
Um dos materiais utilizados na composição das paredes do Sistema Wood Frame é a
placa de fibrocimento, pois é impermeável e incombustível. A resistência à umidade
permite que possa ser aplicada em banheiros, cozinhas e muros expostos à chuva,
podendo ser também utilizadas em divisórias como barreiras contra fogo.
Segundo o Corma (2005), “uma das aplicações mais importantes das placas de
fibrocimento, é como barreira de proteção dos beirais dos telhados, devido a sua
incombustibilidade é aplicada em zonas de aberturas das janelas”. A preocupação do
grupo é com beirais próximos às aberturas, por serem o caminho do fogo na busca do
oxigênio e o ponto mais alto, atingindo grandes temperaturas rapidamente. Sem a
devida proteção, a propagação do fogo e a destruição da estrutura de uma casa são
facilitadas.
A Tabela 6 foi apresentada pelo National Building Code of Canada (NBCC) com “Les
Essentiels du Bois” (2007). São relacionados fatores de acústica e tempo requerido de
proteção ao fogo de construções em madeira para paredes e pisos que podem servir de
referência a muitas pesquisas sobre madeira no Brasil.
De acordo com “Les Essentiels du Bois” (2007), um exemplo de piso resistente ao fogo
é o constituído de uma placa de OSB ou madeira compensada de 15mm de espessura,
sob montantes de 38 mm por 241 mm espaçados em 400 mm, com isolante térmico de
89 mm e uma placa de gesso de 15,9 mm do lado oposto do OSB, pode resistir de 30 a
45 minutos ao fogo. Essa resistência pode aumentar acrescentando duplos painéis de
gesso e com a composição de outros materiais resistentes ao fogo. A Figura 31 mostra o
piso descrito e as diferentes opções de montantes que podem ser utilizados.
46
DESCRIÇÃO DAS PAREDES Nível de Resistência Índice de ao Fogo (NRF) Transmissão do Som (ITS)
- vigas de 38 x 89 mm espaçados a 400 mm de eixo a eixo
- isolante térmico de 89 mm de espessura entre as vigas
- uma espessura de painel de gesso de 12,7 mm considerado resistente ao fogo de cada lado
- vigas de 38 x 89 mm espaçados a 400 mm de eixo a eixo
- isolante térmico de 89 mm de espessura entre as vigas
- uma espessura de painel de gesso de 15,9 mm considerado resistente ao fogo de cada lado
- vigas de 38 x 89 mm espaçados a 400 mm de eixo a eixo
- isolante térmico de 89 mm de espessura entre as vigas
- duas espessuras de painel de gesso de 15,9 mm considerado resistente ao fogo de cada lado
- uma espessura de painel de gesso de 15,9 mm considerado resistente ao fogo de cada lado
- vigas de 38 x 89 mm espaçados a 400mm de eixo a eixo
- isolante térmico de 89 mm de espessura entre as vigas
- perfis flexíveis espaçados a 400 mm de eixo a eixo
- duas espessuras de painel de gesso de 15,9 mm considerado resistente ao fogo de cada lado
- vigas de 38 x 89 mm espaçados a 400 mm de eixo a eixo
- isolante térmico de 89 mm de espessura entre as vigas
- perfis flexíveis espaçados a 400 mm de eixo a eixo
- duas espessuras de painel de gesso de 15,9 mm considerado resistente ao fogo de cada lado
- duas carreiras de vigas de 38 x 89 mm espaçados a 400 mm de eixo a eixo sobre pranchas de 38 x 89mm separadas por 25mm
- isolante térmico de 89 mm de espessura entre as vigas
- uma espessura de painel de gesso de 15,9 mm considerada resistente ao fogo de cada lado
- duas carreiras de vigas de 38 x 89 mm espaçados a 400 mm de eixo a eixo sobre pranchas de 38 x 89 mm separadas por 25mm
- isolante térmico de 89 mm de espessura entre as vigas
- duas espessuras de painel de gesso de 15,9 mm considerada resistente ao fogo de cada lado
Tabela 6: Composições de parede e piso em madeira - Índice de Transmissão de Som (ITS), Índice de Isolamento Acústico (IIA) e Nível de Resistência ao Fogo (NRF), aprovados pelo National Building
Code of Canada (NBCC). Fonte: Les Essenciels du Bois, 2007 (tradução nossa)
47
Figura 31: Piso resistente ao fogo durante 30 a 45 minutos. Fonte: Les Essenciels du Bois, 2007 (tradução nossa)
2.3.8. Considerações relativas à NBR 15575/ 2010 nas questões de incêndio
A NBR 15575 (“Edifícios Habitacionais de até cinco pavimentos – Desempenho”)
(2010) aborda os diversos assuntos: Desempenho Estrutural; Segurança no uso e
operação; Estanqueidade; Desempenho térmico; Desempenho acústico; Desempenho
lumínico; Durabilidade e manutenibilidade; Conforto tátil e antropodinâmico;
Adequação ambiental; e Segurança contra incêndio. O intuito da norma foi buscar
condicionantes de qualidade mínima aplicadas ao edifício de habitação e promover um
maior ciclo de vida do edifício. Nas questões voltadas ao tema incêndio, a norma faz
exigências de projeto e construção qualitativas e quantitativas. As qualitativas buscam
evitar o início do incêndio e diminuir a sua probabilidade de ocorrer.
Segundo a diretriz SINAT 03 (2010), “as diretrizes são: baixa probabilidade de início
de incêndio; alta probabilidade dos usuários sobreviverem sem sofrer qualquer dano; e
reduzida extensão de danos à propriedade e à vizinhança imediata ao local de origem
do incêndio”.
As exigências quantitativas buscam determinar a existência de elementos no projeto
como: proteção contra descargas atmosféricas; existência de rotas de fuga; e
48
compartimentação dos espaços com materiais que apresentem características de
resistência ao fogo. Entre as normas ligadas ao incêndio no Brasil, destacam-se:
• NBR 14432 (2000): Exigência de resistência ao fogo de elementos de construção
de edificações – Procedimentos;
• NBR 5628 (2001): Componentes construtivos estruturais – Determinação da
resistência ao fogo;
• INSTRUÇÃO TÉCNICA nº08/ SP (2004): Segurança Estrutural nas Edificações
Resistência ao fogo dos elementos de construção;
• INSTRUÇÃO TÉCNICA nº09/ SP (2004): Compartimentação Horizontal e
Compartimentação Vertical;
• INSTRUÇÃO TÉCNICA nº07/ SP (2004): Separação entre Edificações
(Isolamento de Risco);
• NBR 5628 (1980): Componentes construtivos estruturais – Determinação da
resistência ao fogo;
• NBR 6479 (1992) Portas e vedadores – Determinação da resistência ao fogo –
Método de ensaio;
• NBR 9077 (1993): Saídas de emergência em edifícios – Procedimentos;
• NBR 10636 (1989): Paredes divisórias sem função estrutural – Determinação da
resistência ao fogo – Métodos de ensaio;
• NBR 11742 (1992): Porta corta-fogo para saída de emergência – Especificação;
• NBR 7190 (1997): Projeto de Estruturas de Madeira.
Segundo a NBR 15575 (2010) e a SINAT-03 (2010), os componentes construtivos,
paredes e lajes dos edifícios habitacionais multifamiliares “devem apresentar
resistência ao fogo por um período mínimo de 30 minutos”. O critério de desempenho é
exigido até mesmo para paredes entre unidades habitacionais sem função estrutural.
Nas unidades habitacionais isoladas, caso não seja possível o atendimento ao critério de
isolamento de risco, que é a distância mínima proposta pelo IT n°07/ SP (2004), a
edificação não é considerada independente e o dimensionamento das medidas de
49
proteção contra incêndio deve ser feito considerando o conjunto de edificações como
uma única edificação.
Os materiais que compõem o sistema parede e piso “devem ter as características de
propagação de chamas controladas de forma a atender aos requisitos estabelecidos nas
Partes 3 a 5 da norma NBR 15575/ 2010 e das normas Brasileiras especificas” ligadas
aos materiais e aos edifícios (SINAT, 2010). Os revestimentos aplicados a face interna e
interna das paredes e pisos que compõem o edifício devem ter o requisito mínimo
proposto em função do uso (como, por exemplo, cozinha, dormitório, hall etc.).
Materiais de acabamento aplicados a paredes devem apresentar índice máximo de
propagação de chamas de 150 (Ip < 150). Paredes de construções em madeira com
revestimentos em gesso podem ser consideradas incombustíveis em função da espessura
do gesso. O índice máximo superficial de propagação de chamas para os revestimentos
de piso e lajes determinados para as construções em madeira deve seguir as orientações
da NBR 15575-3 (2010).
Elemento Construtivo
Índice Máximo de Propagação de Chamas (Ip) Cozinhas Pisos de outros locais da
edificação (exceto cozinha) Pisos de outros locais de uso comum
(como escadas, hall e outros) Piso 150 150 25
Tabela 7: Índice Máximo de Propagação de Chamas. Fonte: NBR 15575-3, 2010
Materiais aplicados na face interna do sistema de cobertura como forro, materiais de
revestimentos, acabamentos deve ter um índice de propagação de chamas IP < 25,
assim o material da face externa como o revestimento de cobertura, como
telhas,mantas, etc. Em comparação a dados apresentados pela American Wood Council
(2008), os edifícios em madeira no Sistema Wood Frame devem ter uma resistência ao
fogo de 1 a 2 horas e apresentar um Índice Máximo de Propagação de Chamas em
função da importância local do projeto e com ênfase nas saídas de emergência da
edificação. Deve-se ressaltar que a base de dados americana é uma das mais antigas,
voltada para o projeto em madeira e considerada uma das mais importantes normas
quando se discute o assunto.
Índice Máximo de Propagação de Chamas Classe I ou A Sistemas verticais de saída, escadas de acesso, elevadores etc. 0 - 25 Classe II ou B Paredes entre apartamentos e corredores externos 26 - 75 Classe III ou C Paredes internas e outras salas 76 - 200
Tabela 8: Índice Máximo de Propagação de Chamas. Fonte: American Wood Council, 2008
50
2.3. CONFORTO TÉRMICO
2.3.1. Arquitetura Bioclimática
Parece ser necessário desenvolver tipos de edificações de um jeito no Egito, de outra forma na Hispânia, ainda diferentemente em Pontus, bem como em Roma e assim por diante de acordo com as propriedades distintas de outras terras e regiões. Isto devido a que em uma parte do mundo a Terra é superaquecida pela ação do sol, enquanto em outra se situa bem distante dele, assim como em outra parte ela se situa em uma distância intermediária (Vitruvius, séc. I a.C.).
A Arquitetura Bioclimática considera o local em que o projeto será implantado e avalia
o potencial de suas características climatológicas, aproveitando os elementos de
condicionamento passivos na concepção do projeto, assim como aplica técnicas para
criar condições confortáveis, e não excluindo o emprego de tecnologia ativas.
Archinology (2010) afirma que a “concepção de um projeto bioclimático difere da
concepção de projeto sustentável, pois não avalia o impacto da construção sobre o
meio ambiente, mas avalia a geração de conforto em associação com o ambiente”.
Uma visão mais ampla da arquitetura do conceito bioclimático é apresentada por
Lamberts et al (2006) que considera a análise e associação das condicionantes
climáticas globais, locais e elementos climáticos da região. Os elementos globais são
radiação solar, latitude, longitude, quantidade de massa de ar e terra no entorno etc. Os
elementos climáticos do local são temperatura, umidade, precipitações e direção dos
ventos etc. Os condicionantes do local de implantação do projeto como topografia,
vegetação natural, edificações no entorno entre outras condições de vizinhança, que
podem influenciar a orientação do edifício no terreno (LAMBERTS et al, 2006).
As decisões por uma arquitetura bioclimática implicam na qualidade de vida dos
moradores, na minimização dos custos ao longo da vida útil do projeto com redução da
necessidade de climatização e no reconhecimento do projeto por meio da sociedade.
Segundo pesquisa realizada pela professora Gail Brager (2008), da Universidade de
Berkerly, cabe aos arquitetos incorporar as soluções bioclimáticas nas soluções de
projeto. Para a pesquisadora,
O arquiteto que não avalia as características climáticas locais em um projeto diminui o nível de satisfação dos usuários que usufruem da edificação. O clima é um dos fatores mais importantes e associados do conceito de lugar, que as pessoas vivenciam, fazendo com que projetos que levam em consideração as condições climáticas regionais, sejam reconhecidos como projetos confortáveis e pertencentes ao local.
51
Ainda como mostra a Figura 32, a envoltória do edifício é submetida às várias trocas
com o meio, como: insolação, posição e direção dos ventos, temperaturas locais,
umidade, chuva, neve com as trocas sendo maximizadas ou minimizadas em função da
implantação, forma da edificação, forma e posição das aberturas, espessura e
composição das envoltórias, entre outros fatores.
Figura 32: Ilustração das componentes que afetam o conforto ambiental em uma edificação. Fonte: http://www.canadianarchitect.com/asf/perspectives_sustainibility/
sustainabilty_opportunities/sustainabilty_opportunities.htm
O uso de tecnologia passiva para manter condições de conforto em ambientes internos
foi relevante até o início do século XX, quando ocorreu a invenção do ar condicionado
elétrico, e devido ao fato nesta época os custos dos recursos energéticos serem baixos,
as novas tecnologias tornaram possível aos projetistas ignorar os métodos passivos
desprezando muitas vezes as questões relacionadas ao clima.
A arquitetura contemporânea chamada de internacional apresenta o fascínio pelas
grandes fachadas envidraçadas, representando uma marca do capital econômico,
aplicadas de forma generalizada e em geral independentemente da circunstância
climática local. As aplicações generalizadas do vidro em países de climas tropicais e
quentes, muitas vezes provocam um sobreaquecimento, devido ao ganho térmico
decorrente da incidência de radiação solar. A conseqüência gerada pelo aquecimento é o
52
uso intensivo da climatização artificial, problemas de saúde aos usuários além de um
custo permanente ao longo da vida útil do edifício (TROMMLER, 1995).
O arquiteto Bruno Stagno, coordenador do Instituto de Arquitetura Tropical na Costa
Rica, avalia que durante o período modernista muitas vezes se desconsiderou a
condições climáticas, a cultura e o local. Segundo o Instituto Arquitetura Tropical
(2010), O dogma do modernismo tomou conta do planeta, desconsiderou-se, na maioria
das vezes, a tradição cultural das formas de expressão locais, causando um
internacionalismo que não se adapta com sucesso aos trópicos, principalmente a regiões
úmidas. Também se observa que
os arquitetos que se diferenciaram obtiveram êxito ao incorporar aspectos culturais e considerar o clima local mediante a adaptação de formas, materiais e conceitos coerentes sem deixar de ser modernos. Construíram, portanto, uma arquitetura que reflete influências regionais, porém provida de soluções contemporâneas.
Um dos trabalhos mais relevantes associado às características da Arquitetura Vernácula
foi do pesquisador Otto Koenigsberger, documentando a experiência vivida durante sua
permanência na Índia na década de 1950, ele observou que as construções locais eram
sensíveis ao clima e exemplos de construções eficientes, aplicando materiais locais e o
uso de técnicas passivas (VAZQUEZ, 2009).
Em 1963, o arquiteto Victor Olgyay definiu o termo bioclimático em seu livro “Design
with Climate Bioclimatic Approach to Architectural Regionalism”, apresentando a
proposta de associar o projeto arquitetônico com as condições climáticas e as
condicionantes de conforto térmico do homem.
Como observado por Xavier e Lamberts (1999),
Os trabalhos de Victor Olgyay e seu irmão Aladar deram início à reflexão sobre o desempenho ambiental em termos de métodos de concepção passiva e de seus princípios para o conforto humano. Com a Carta Bioclimática de Conforto, propõem uma metodologia para quantificar e ilustrar as condições climatológicas que definem uma zona de conforto, ou seja, uma faixa onde as pessoas encontram condições de conforto térmico em um determinado local. Seu partido era que, considerando as condições climáticas locais e aplicando técnicas passivas no início da fase de projeto, o resultado seria a maximização da possibilidade de construir edifícios que trabalham em favor dos usuários sob o prisma do conforto ambiental.
A Figura 33 apresenta a carta térmica de Olgyay (1963), que considera a zona de
conforto humano com base nos seguintes fatores: temperatura, à umidade do ar
ambiente, à temperatura radiante média, à velocidade do vento, à radiação solar e ao
53
resfriamento evaporativo. O método proposto por Olgay apresentava as seguintes
etapas: “coleta de dados climáticos: temperatura, ventos, radiação e umidade;
tabulação dos dados em uma base anual; construção das cartas mostrando a
distribuição anual dos elementos climáticos; avaliação dos dados... em uma carta
bioclimática” (XAVIER; LAMBERTS, 1999).
Figura 33: Carta Bioclimática de Conforto de Olgyay adaptada por Koenigsberger. Fonte: http://www.eps.ufsc.br/disserta/neto/cp2_net.htm
Givoni, em 1969, estudou o método de Olgyay e propõe um método biofísico,
observando que, na análise das necessidades fisiológicas, no método de Olgay, estavam
fundamentadas no clima externo e não no ambiente interno da edificação. Givoni inclui
na analise a troca de calor entre o corpo humano e meio ambiente chamando de “Índice
de Estresse Térmico”. A metodologia proposta por Givoni considera “a temperatura de
ar, a umidade (pressão de vapor), o movimento de ar, a radiação solar, a taxa
metabólica e as vestimentas no cálculo do conforto” (LAMBERTS et al, 2006).
A Figura 34 mostra a carta bioclimática proposta por Givoni, com a inter-relação entre
temperatura de bulbo úmido, temperatura de bulbo seco e umidade do ar. As zonas de
conforto térmico definidas mostram as zonas de conforto térmico propostas pela Carta
Bioclimática de Givoni: a zona número um representa a zona de conforto térmico ideal;
as demais mostram ainda as zonas onde é necessário o uso de técnicas para se atingir o
conforto (como, por exemplo, a zona três, onde o conforto pode ser atingido com
técnicas passivas por resfriamento evaporativo); já na zona cinco, conforto térmico só é
alcançado com o uso de técnicas ativas, como o ar condicionado.
54
Zonas: 1- Conforto; 2- Ventilação; 3- Resfriamento Evaporativo; 4- Massa Térmica para Resfriamento; 5- Ar Condicionado; 6- Umidificação; 7- Massa Térmica e Aquecimento Solar Passivo; 8- Aquecimento Solar Passivo; 9- Aquecimento Artificial.
Figura 34: Carta bioclimática proposta por Givoni. Fonte: http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_005/artigos/artigos_vivencias_05/artigo_006.htm
Em 1992, Givoni, em novo estudo, definiu novos limites da zona de conforto térmico de
países com clima quente “no verão, em situação de umidade baixa, a variação de
temperatura de 25 a 29 ºC, e em umidade alta de 25 a 26 ºC, podendo chegar a 32 ºC
com ventilação de 2,0 m/ s; no inverno, os limites de temperatura são de 18 a 25 ºC”.
O clima global vem se modificando ao longo do tempo ainda é motivo de pesquisas
extensivas com criação de numerosas classificações regionais. Entretanto, segundo os
pesquisadores Peel, Finlayson e Mcmahon (2007), a classificação climática criada há
100 anos pelo climatologista Wladimir Köppen continua sendo utilizada por diversos
pesquisadores e é considerada uma das melhores bases para regionalização das variáveis
climáticas do mundo para avaliar a produção de modelos do clima global (Figura 35).
Figura 35: Mapa global das classificações climáticas utilizando o sistema de Köppen. Fonte: http://www.blueplanetbiomes.org/climate.htm
55
Segundo o pesquisador D’Aleçon (2008) e Archinology (2010), cada clima define uma
estratégia ao projeto associadas ao local:
• Nas regiões de clima frio, o principal problema é a perda de calor muito rápido pela
envoltória da edificação. No projeto, deve-se maximizar o ganho de calor do sol e
minimizar as perdas geradas por fontes internas usando materiais de isolamento.
• Nas regiões de clima temperado, onde a variação de temperatura entre o dia e noite é
muito grande, é muito difícil satisfazer as necessidades projetuais. Em geral, o uso de
climatização e aquecimento artificial é necessário.
• Nas regiões de clima quente-seco, o aquecimento solar é o principal problema,
associado com o ar seco. No projeto, a meta é o equilíbrio entre ganho de calor
durante o dia e a perda de calor noturno. O uso de grandes beirais, o levantamento da
edificação em pilotis, associados a um resfriamento evaporativo são algumas das
formas de minimizar o calor.
• Nas regiões de clima quente-úmido, o aquecimento solar é o principal problema,
associado ao nível de desconforto causado pela umidade; nesse caso, o resfriamento
evaporativo é ineficaz. Em geral, as diferenças entre as temperaturas diurna e noturna
são pequenas, e busca-se minimizar o ganho de calor e maximizar a dissipação de
calor. A ventilação adquire importância fundamental para a dissipação do calor.
A ventilação pode contribuir para a melhora do conforto térmico dos usuários do
edifício (em especial em locais de clima quente). O fluxo de ar em torno dos edifícios é
complexo e dependente das aberturas e sua posição, da geometria do edifício, da
intensidade e direção do vento. O fluxo dos ventos pode ser direcionado em função da
altura e densidade das construções vizinhas, árvores, paisagismo etc.
Na busca da eficiência bioclimática, o processo projetual deve levar em consideração a
identificação das condições climáticas específicas do local, avaliando a ocorrência e
intensidade de elementos como ventos, duração e intensidade das estações, teor de
umidade local. Com a análise destes dados, define-se: a posição de implantação do
edifício; a definição da forma do edifício e a posição das aberturas; e os materiais e as
técnicas construtivas que valorizem o uso de técnicas passivas associada com técnicas
ativas para atingir o conforto necessário dentro do espaço construído.
56
Vários pesquisadores reforçam a importância de entender que nenhuma das partes é
independente das outras. Cada parte deve ser considerada dentro de um conjunto, pois
um projeto bem sucedido só se realiza mediante a incorporação de todos os parâmetros.
2.3.2. Definições de Conforto Térmico
Keeping warm and keeping cool have been everyday activities for people since time immemorial.
(Lisa Heschong)
O conforto térmico pode ser definido como um estado decorrente do fisiológico “que
expressa à satisfação do homem com o ambiente térmico que o circunda”1 (ASHRAE,
1992). Quando o balanço térmico não é constante e existe um gradiente diferencial entre
o calor produzido pelo corpo e o calor perdido para o ambiente, tem-se o desconforto.
O conceito de conforto é um termo preciso e ambíguo ao mesmo tempo. Quase todos os autores concordam que se refere a um estado de bem-estar, mas esta definição geral dificulta sua precisão científica [...] Os vários autores concordam que normalmente entendemos que o termo conforto térmico refere-se a um clima ou estado de bem-estar climático ou térmico, sem excluir outras condições de satisfação material. Este estado de bem estar é o resultado de um equilíbrio entre o homem e seu meio, entre as suas condições fisiológicas e as ambientais, e, como expressão de tal equilíbrio é tema suscetível de varias perspectivas e de interesse permanente. (TORNERO, LOPERA, 2006).
O conforto térmico é considerado um conceito subjetivo que expressa à condição física
e psicológica da pessoa, em que as condições de temperatura, umidade e circulação do
ar são favoráveis às atividades humanas. Segundo Frota e Schiffer (2003), quando as
“trocas de calor entre o corpo humano e o ambiente se dá sem grandes esforços, o
indivíduo tem a sensação de conforto térmico”.
A temperatura do corpo humano é, em média, 37 ºC; quando fica abaixo dos 28 ºC o
corpo precisa de enorme esforço, o que pode acarretar problemas de saúde. Mesmo um
calor adicional deve ser evitado para a manutenção da temperatura corporal constante.
Para Vischer (2008), que se dedica aos estudos de conforto ambiental em ambientes de
trabalho, o conforto ambiental é composto de conforto físico, psicológico e do funcional
combinados. Segundo a autora, o ambiente é mais que um fator determinante do
1 A norma internacional para averiguar o conforto térmico em ambientes é a ISO 7730 (1994).
57
comportamento das pessoas, uma vez que aspectos psicossociais aumentam a
complexidade da interação do usuário ao ambiente. Ela afirma que
Os usuários precisam de suporte ambiental para as atividades que executam
e esse suporte é o que se entende por conforto, (...). Associando aspectos de
satisfação psicológica dos usuários (...). Com os resultados concretos, como
o desempenho de tarefas e a melhora da produtividade organizacional
A Figura 36 representa o diagrama de Francis Taylor apud Vischer (2008) para os
níveis de conforto associados ao espaço de trabalho, avaliando conforto físico,
psicológico e funcional combinados.
Figura 36: Níveis de conforto ambiental, desde a habitabilidade básica ao bem estar ótimo. Fonte: Diagrama de TAYLOR, Francis, in Space meets status: designing workspace
performances (2008) apud VISCHER, J. C. (op. cit)
A percepção que as pessoas têm do conforto térmico é função entro outros fatores do
estado de saúde, sexo, idade, capacidade de adaptação a diferentes condições,
associados às atividades realizadas e ao vestuário etc. (D’ALEÇON, 2008;
ARCHINOLOGY, 2010). Os parâmetros que afetam o conforto térmico são definidos
em duas categorias: ambientais e fisiológicas (com os fatores apresentados na Tabela 9).
Influências Ambientais
Temperatura de bulbo seco (TBS) Umidade Relativa (UR) A temperatura radiante média (TRM) Velocidade de ar (Vel)
Influências Fisiológicas Taxa Metabólica (Met) Roupas de isolamento (CLO)
Tabela 9: Parâmetros de conforto térmico. Fonte: Archinology (2010)
58
A definição de temperatura radiante média “é o valor médio entre a radiação térmica
que incide sobre as superfícies do local – objetos e seres vivos –, e as aquece, e a
radiação que elas emitem de volta para o ambiente” (ALCÂNTARA,2010).
Segundo Archinology (2010), a temperatura das paredes de um edifício, ou de outras
superfícies, pode diferir consideravelmente da atmosfera circundante, enquanto as
temperaturas de superfície da envoltória são bastante afetadas pela cor (refletividade).
Para Givoni (1976), os principais elementos climáticos que incidem sobre um projeto de
edificação, considerando-se o conforto humano, são:
Radiação solar (a radiação eletromagnética emitida pelo sol); Radiação de onda longa (emitida pelo solo para o espaço e variável conforme sua capacidade de reflexão e permeabilidade); Temperatura e umidade do ar; Ventos e precipitações. Capacidade calorífica e condutividade.
A integração de influências ambientais e fisiológicas pode ser quantificada em um
formato gráfico para criar o que se conhece por Confort Zone (CZ), que se define como
uma situação em que 80% dos ocupantes de um edifício se encontram em condições
termicamente aceitáveis (ARCHINOLOGY, 2010).
Uma das mais importantes associações criadas para pesquisar o conforto térmico foi
realizada pela comunidade americana por volta de 1913, gerando, em 1923, a
associação de engenheiros American Society of Heating and Ventilating Engineers –
ASHRAE. Hoje, a associação faz parte da American Society of Heating, Refrigerating
and Air-Conditioning Engineers. Ruas (2001) destaca que uma grande contribuição da
ASHRAE foi à publicação, em 1923, do trabalho de Houghten e Yaglou, que permitia
relacionar feitos de temperatura do ar e da umidade relativa ao bem estar do ser
humano, “termo posteriormente chamado de temperatura efetiva, e determinava as
chamadas zonas de conforto e o Índice de Temperatura Efetiva (ITE)” (RUAS, 2001).
Os três sistemas mais reconhecidos para definir a chamada zona de conforto,
associando-os ao clima local são de acordo com Archinology (2010):
1. Carta Bioclimática (BC), desenvolvida por Victor Olgyay em 1963 e aplicada em casos de métodos passivos de resfriamento (ou seja, sem uso de equipamento mecânico);
2. Gráfico de Construção Bioclimática (BBCC), ou Psychrometric Graphic (PC), desenvolvido por Givoni em 1976, modificado por Givoni e Murray Milne em 1979, e novamente modificado e aprimorado por Watson e Labs em 1983;
3. Gráfico de Conforto da Sociedade Americana de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado Engenheiros (ASHRAE).
59
Para Frota e Schiffer (2003), o conhecimento das necessidades do homem em torno do
conforto térmico e do clima, “associado ao das características térmicas dos materiais e
das premissas genéricas para o partido de projeto arquitetônico, proporcionam
condições de planejar edifícios cuja resposta térmica atenda às exigências do conforto
térmico” de seus usuários nos diversos usos e atividades.
Trocas Térmicas
A envoltória de um edifício funciona como um filtro para a passagem de radiação solar,
vento, umidade e chuva, modulando a troca de calor entre interior e exterior. Segundo
Griffin e Siem (2004), a principal causa do aquecimento no interior dos edifícios em
clima tropical é o Sol, que atua essencialmente de duas formas: por penetração direta,
através de aberturas e superfícies de vidro, e pelo aquecimento de paredes opacas
exteriores ou vedações, com posterior transmissão para o interior. Outras fontes advêm
das pessoas (que, com metabolismo e atividades, emitem calor para o ambiente tal como
instalações, equipamentos e aparelhos que geram calor em níveis variados de acordo
com sua finalidade e eficiência). As Figuras 37a e 37b ilustram esses mecanismos.
Figura 37a: Mecanismos de ganho de calor em edificações.
Fonte: http://www.masisa.com/arg/
Figura 37b: Mecanismos de trocas de calor entre corpo humano e o ambiente.
Fonte: http://www.fau.ucv.ve/idec/racionalidad (Adaptado pelos autores)
Externamente, a temperatura do ar e as superfícies externas da envoltória do edifício
têm seu nível mais baixo antes do amanhecer. No decorrer do dia, o envelope armazena
o calor gerado pela radiação solar direta, difusa ou refletida para, em seguida, transmiti-
lo ao interior do edifício. Segundo os autores, esse mecanismo de transferência de calor
60
depende das propriedades térmicas e características da superfície dos componentes
construtivos e está associado a dois conceitos importantes: o amortecimento,
representado pela diferença máxima de temperatura entre a parte superior interna e
externa, e o atraso, representado pela diferença em unidades de tempo, por todo o
edifício, para atenuar o calor que o atinge e passá-la para dentro com certo atraso
representado pela inércia térmica (GRIFFIN; SIEM, 2004).
Inércia Térmica
Na definição de Griffin e Siem (2004), inércia térmica é capacidade de um componente
de armazenar calor, amortizar seu efeito e transmiti-lo com retardo ao interior dos
ambientes. Os autores exemplificam com uma parede de alta inércia térmica, que
transmite o máximo de calor para o interior com retardo de 8 a 10 horas e considerando
um importante amortecimento da temperatura externa. Comparam essa parede, com
uma parede de baixa inércia térmica, com pouca capacidade de reter calor, que permite
que a temperatura interna máxima fique muito próxima à temperatura exterior com um
retardo de transmissão de aproximadamente 2 horas.
Quando a inércia térmica é alta, os tempos de atraso e amortecimento são grandes e é
dito que o edifício é pesado. Quando a inércia térmica é baixa, os tempos de atraso e
amortecimento são pequenos e é dito que o edifício é leve. A Gráfico 3 representa o
mecanismo de inércia térmica e o atraso térmico representado entre o a temperatura
externa e a temperatura interna, em horas.
Gráfico 3: Mecanismo de Inércia Térmica. Fonte: http://www.fau.ucv.ve/idec/ (adaptação dos autores)
61
Segundo Akutsu (2010), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), não é correto
afirmar que o bom desempenho térmico de uma edificação é uma função direta do
isolamento térmico, mas de
um conceito mais amplo e complexo, denominado “inércia térmica. Esse conceito está relacionado à atenuação das variações de temperatura, enquanto a isolação é simplesmente impedir a passagem de calor de um lado para outro. Sabe-se que a inércia térmica é conferida pela quantidade de massa e, portanto, no caso das vedações dos edifícios, paredes de maior espessura resultam em um maior isolamento térmico. Dependendo do material utilizado, a inércia térmica pode aumentar ou diminuir.
Segundo Yannas e Maldonado (1995), “inércia térmica é a capacidade de uma
edificação de armazenar e liberar calor.” Aplica-se o conceito da inércia térmica na
edificação para diminuir os picos extremos de variação de temperatura ao longo do dia.
Quanto maior for à variação das temperaturas externas, ao longo do dia, maior a
necessidade de alta inércia térmica.
Akutsu (2010) analisa que, no Brasil, em regiões de clima seco, onde as amplitudes
térmicas são maiores, “deve-se buscar uma alta inércia térmica para o edifício, já no
litoral, com clima quente e úmido, as amplitudes são menores, podemos aplicar a
envoltória com baixa inércia térmica”.
2.3.3. Tranferência de Calor
A transferência de calor ocorre quando existem diferenças de temperatura. A
transferência de energia térmica acontece por meio de três processos: condução,
convecção ou radiação, como é exemplificado nas Figuras 38a e 38b. A Figura 38a
representa a transferência de calor entre o ambiente construído e seus habitantes. A
transferência de calor ocorre devido à existência de fontes de calor gerando diferentes
temperaturas ou fontes externas transferindo o calor para dentro. Então, surge o fluxo de
calor, pois o ar quente se desloca, já que fica mais leve e sobe (LABVIRTUAL, 2010).
62
Figura 38a: Modos de transferência de calor no ambiente construído: radiação , condução
e convecção no ar. Fonte: KRAUSE, 2007
Figura 38b: Modos de transferência de calor: radiação nas mãos, condução na tenaz e convecção no ar.
Fonte: http://labvirtual.eq.uc.pt/
No ambiente construído da arquitetura os três fenômenos de transferência de calor estão
apresentados na Figura 38b. A condução ocorre entre o corpo e as superfícies que o
corpo tem contato e encosta e através do calor através do material componente de
paredes. A condução também é a transferência de calor por contato que ocorre em
corpos sólidos de molécula para molécula. A convecção é a troca de calor no ambiente,
com a movimentação entre as moléculas. Ocorre entre o corpo e ar que está em contato
com o corpo aquecido e ocorre entre a parede e o ar que está em contato direto com
parede (KRAUSE, 2007). Quando ocorre o aquecimento de parte no ambiente, as
moléculas de ar dessa região ficam mais leves, que as moléculas de ar do ambiente em
volta da fonte de calor, criando um fluxo de movimento de baixo para cima.
“movimento de ar quente (...) é chamado de transferência de calor por convecção”
(LABVIRTUAL, 2010).
A radiação é a maneira como o sol transfere calor para a terra, é a transferência de calor
entre o sol e a construção, entre abobada celeste e a construção, entre o corpo e a
construção e entre paredes da construção. As transferências por radiação não provocam
o movimento de material através do ambiente, mas ocorre por ondas eletromagnéticas
ou, no caso da luz, por transporte de fótons (KRAUSE, 2007).
Isolamento Térmico
O isolamento térmico é uma das principais estratégias para atingir o conforto térmico
nos edifícios, sendo considerado um dos fatores mais importantes para o melhoramento
63
do desempenho energético da edificação e a redução do impacto ambiental,
especialmente nos países frios. Os materiais de isolamento térmico são utilizados para
minimizar a transferência da energia térmica, ou seja, reduzir a taxa de transferência de
calor ao longo da vida de uma edificação. A energia economizada ao longo da vida útil
da construção, por uma envoltória bem isolada supera o impacto ambiental da
fabricação do material (PENNOCK et al. 2009).
Alguns materiais de isolamento são atóxicos ou trabalham com fontes naturais
abundantes, enquanto outros são elaborados a partir de recursos petrolíferos limitados e
dificilmente recicláveis. Aspectos de saúde pública e ambiental desempenham papel
crescente tanto na busca de melhores materiais quanto na orientação e definição dos
objetivos da indústria para futuros desenvolvimentos.
Diversos parâmetros devem ser considerados na seleção do material, como custo,
resistência mecânica, absorção de vapor de água, resistência ao fogo, facilidade de
aplicação, durabilidade e condutividade térmica. A condutividade térmica dos materiais
de isolamento é a propriedade mais importante para o desempenho térmico e os
aspectos de conservação de energia. As diferentes normas exigem diferentes requisitos
de desempenho como será discutido a posterior para norma de desempenho.
O “Insulation for Sustainability: A Guide”, produzido pelo Conisbee XCO2 (2011), que
é um grupo com pesquisas voltadas a busca de materiais renováveis e com potencial de
resgate de carbono. O grupo faz recomendações para a seleção dos materiais de
isolamento:
Escolher um material com ciclo de vida longo que tenha a menor energia embutida; escolher um material que minimize a quantidade de gás carbônico emitido à camada de ozônio; e, quando a espessura do material for pequena, escolher o melhor isolante térmico adequado ao tipo de construção para minimizar gastos de energia ao longo do tempo.
Isolantes térmicos são materiais ou combinação de materiais que podem ser química ou
mecanicamente vinculados ou mesmo somados para retardar a taxa de fluxo de calor
por condução, ou convecção (AL-HOMOUD, 2003). Segundo Papadopoulos (2009), os
materiais de isolamento térmico podem ser classificados por suas propriedades químicas
ou estrutura física (Figura 39), sendo divididos em três grupos:
• Propriedades físicas: descrevem o comportamento do material em termos de densidade, resistência mecânica, capacidade de isolamento térmico, absorção do som, resistência à umidade e ao fogo etc. São relativamente fáceis de determinar e certificar, conforme normas específicas;
64
• Impacto ambiental dos materiais isolantes: propriedades como energia primária incorporada, emissão de gases para a produção do material e utilização de aditivos contra impactos biológicos. Esse grupo inclui a classifiacação para o tratamento de resíduos, reutilização e reciclagem e o impacto ambiental dos materiais com base na abordagem da Análise do Ciclo de Vida; • Saúde pública: propriedades como emissão de poeira e fibras e toxicidade em caso de incêndio durante a produção, a utilização e a fase final de eliminação dos materiais.
O mercado europeu de materiais isolantes é caracterizado pela dominio de dois grupos
principais: os materiais inorgânicos fibrosos (60% do mercado) e os materiais orgânicos
espumosos (27% do mercado); a Figura 39 mostra os principais grupos. Todos os
demais materiais representavam, juntos, 13% do mercado (PAPADOPOULOS, 2009).
Figura 39: Diagrama da classificação dos materiais de isolamento por propriedade química ou física. Fonte: http://www.izoterm-al.com/izoterm/pub/State_of_the_art_in_thermal_
insulation_materials_and_aims_for_future_developments35.pdf>
O desempenho de isolamento dos materiais em questão, ou seja, o Valor de
Condutividade Térmica [λ em W/mK] ou Coeficiente de Transmitância Térmica [U em
W/m²K] para materiais compósitos, se manteve relativamente constante ao longo da
década de 1990. Todavia, houve uma grande evolução como resultado do esforço
65
conjunto de pesquisa acadêmica e industrial com foco nos aspectos ambientais e de
saúde (SEVEGNANI et al, 1994).
Exigência do cliente Lã Mineral de
Vidro Lã Mineral de Rocha
Poliestireno Extrudido
Poliestireno Expandido
PUR e PIR
Desempenho térmico
alto médio alto alto muito alto
Custo mais baixo baixo alto médio alto
Absorção de som
alta alta nenhuma nenhuma nenhuma
Reação ao fogo não combustível
não combustível
combustível combustível combustível
Força de compressão
baixa média (adequada para alguns
pisos)
alta (adequada para alguns
pisos)
média (adequada para alguns
pisos)
média (adequada para alguns
pisos)
Resistência à água
alta alta muito alta
alta
alta
Peso muito leve - médio
leve - pesado
médio
médio
médio
Requisitos de espaço de armazenamento
muito baixos (8:1
compressão embalados)
médios (2.5:1
compressão embalados)
médios a altos
médios a altos
médios a altos
Eficiência de transporte
muito boa
boa
baixa
baixa
média
Tabela 12: Comparativo das propriedades dos materiais isolantes mais frequentemente comercializados. Os valores são para aplicações comuns de cada material.
Fonte: http://www.knaufinsulation.com.uk
Em locais frios o isolamento térmico é de grande relevância para o conforto dos
usuários e a redução dos custos de energia despedida em aquecimento. Para ilustrar o
panorama e as principais características dos materiais de isolamento térmico disponíveis
no mercado europeu, a Tabela 12 mostra um quadro comparativo (desenvolvido por
empresa distribuidora britânica) das propriedades dos materiais isolantes mais
comercializados. São avaliados os seguintes itens: desempenho térmico, custo, absorção
acústica, reação ao fogo, resistência à compressão, resistência à água, peso específico,
demanda de espaço de armazenamento e implicações na logística.
66
Os materiais mais comercializados são os que rendem o melhor custo benefício, como
Lã de Vidro, Lã de Rocha, Poliestireno Extrudido, Poliestireno Expandido, entre outros.
Os materiais isolantes empregados para conferir propriedades térmicas ao edifício são
disponibilizados em rolos, placas etc., ou como parte de um sistema integrado dentro de
painéis compostos, como mostram as Figuras 40a e 40b. Esses painéis geralmente
compreendem folhas externas e o núcleo com isolante. Podem ser formados a partir da
soma de elementos produzidos separadamente e adesivamente colados ou serem produto
de linha industrial.
Figura 40a: Painel composto de gesso e poliestireno expandido.
Fonte: http://www.archiexpo.com/
Figura 40b: Linha de produção de painéis compostos.
Fonte: http://www.ascof.com
Desde que a questão da matriz energética entrou pauta nos anos 1970, o desempenho do
isolamento térmico tem melhorado, para atender às determinações das normas de
construção européia, voltadas para os conceitos de desempenho do edifício. A Figura 41
mostra o resultado de análises comparativas efetuadas na Inglaterra entre os anos de
1980 e 2008 avaliando à eficiência dos isolamentos térmicos aplicados a edificação:
cobertura, parede, piso e janelas. Observa-se que a Transmitância Térmica (U=W/ m²K)
ou Condutividade (λ=W/ mK) em 1980, para a paredes era de 0,6, passando, em 2007 e
2008, para 0,2. Os dados apontam uma significativa melhoria em termos de
desempenho e como conseqüência a redução de custos de energia ao longo da vida da
edificação.
67
Figura 41: Comparativo da evolução da eficiência em isolamento térmico na Inglaterra e Pais de Gales Fonte: www.xco2energy.com/profile.htm
A importância dos materiais da envoltória de um edifício é muito grande, pois ela
funciona como um filtro para a passagem de radiação solar, vento, umidade e chuva,
regulando a troca de calor entre interior e exterior.
Na construção civil, o isolamento térmico é avaliado em termos de resistência térmica e
chamado de valor R, que representa a resistência ao fluxo de calor. A resitência térmica
tem unidade m².ºC/ W e, quanto maior o valor de R, maior é o nível de isolamento
fornecido. Também pode ser avaliado pelo valor de U (Transmitância Térmica), em
W/².K, que representa o calor que deixa passar.
68
Cada material apresenta características próprias, como densidade, condutividade térmica
e calor específico. A Figura 42 representa uma de parede de Lã de Rocha e avalia a
importância da densidade com um material de construção com transferência de calor e
condutibilidade.
Figura 42: a) Transferência de calor através de uma parede. b) Densidade do isolante
Fonte: http://labvirtual.eq.uc.pt/
2.3.3. Materiais de Isolamento Térmico
2.3.3. Materiais de Isolamento Térmico
Lã de Vidro
A Lã de Vidro foi obtida, pela primeira vez em 1920. Mas foi somente na década de
1950, quando os efeitos nocivos à saúde causados pelo amianto se tornaram evidentes,
que a Fibra de Vidro começou a ter um maior reconhecimento para a construção civil,
com principal aplicação como isolante em locais frios, e em construções leves como
steel frame e wood frame,etc. É produzida a partir da sílica (que, em altas temperaturas,
possui papel de vitrificante). A sílica é acrescida de “carbonato de sódio, sulfato de
sódio e potássio, para que a temperatura de fusão seja mais baixa do que sem esses
componentes, e carbonato de cálcio e magnésio como estabilizantes, para dar
resistência à umidade” (ECOCASA, 2001).
69
Uma das maiores preocupação dos ambientalistas com o uso da Lã de Vidro é seu
impacto sobre o meio ambiente, pois para sua a produção é exigido um grande gasto
de energia, devido as altas temperaturas que o processo de fabricação atinge. Portanto o
material tem uma alta energia embutida. Contudo, devido a sua alta eficiência no
desempenho térmico, o material compensa pois gera uma considerável economia de
energia ao longo da vida útil da edificação (FIBROSOM, 2011).
Figura 43b: Formas de comercialização de Lã de Vidro para diversas aplicações. Fonte: http://www.ursainsulation.com
Figura 43a: Cobertura de papel alumínio em uma das faces, que se destina a bloquear a umidade. A Fibra de Vidro é frequentemente faceada com papel Kraft,
que pode ser impregnado de asfalto. Fonte: Imagem de Rob Huntley/ Lightstream
Figura 43c: Painel sanduíche composto por núcleo de Lã de Vidro e chapas metálicas.
Fonte: http://www.ecplaza.net
A Lã de Vidro pode ser obtida em diferentes dimensões e propriedades físicas,
resultando em indicações para usos diferenciados:
• As fibras contínuas, com diâmetros maiores que 3µm (micrômetros) e comprimentos superiores a 10µm, são empregadas no isolamento elétrico e no reforço de plásticos; • as fibras com diâmetros até 0.05µm e comprimentos superiores a 1µm são empregadas em isolamento térmico e acústico na construção civil (METÁLICA, 2011).
A principal caracteristica de aplicabilidade desse material é a durabilidade, mantendo as
propriedades ao longo do tempo, não envelhece pois não favorece o crescimento de
fungos, etc. Segundo a base dados da METÁLICA (2011), é encontrada “e em rolos e
70
painéis com diferentes densidades e espessuras, que podem ser aplicadas a variados
processos construtivos.” (Figura 43b) Existem, no mercado brasileiro, painéis
sanduíche compostos com chapas metálicas e Lã de Vidro. (ECOCASA, 2011).
Como o processo de obtenção da lã de vidro é produzida associa a sílica em altas
temperaturas ela é considerada incombustível, entretanto em situações de
temperatura muito elevada, “acima de 800 C é auto-extingível”. Portanto, quando o
uso exige uma resistência acima desta temperatura como, por exemplo, em fornos ou
porta corta- fogo deve-se utilizar a Lã de rocha. (METÁLICA, 2011).
No processo construtivo os trabalhadores devem ter um cuidado especial ao manipular a
lã de vidro, pois os fios de silicato de vidro são muito finos e podem provocar a
irritação nos olhos e na garganta, entre outros fatores. As implicações sobre a saude dos
trabalhadores que manipulam a fibra de vidro é polemica, pois em 2001 a
“International Agency for Research on Cancer2, retirou afibra de vidro das listas de
substâncias possivelmente cancerígenas.” (ALA, 2011) Entretanto, em 10 de junho de
2011, a fibra de vidro voltou para as listas de substâncias cancerígenas de outro
instituto “National Institute of Environmental Health Sciences3” instituto ligado a
saúde e ao meio ambiente do governo Americano.
Na compra dos materiais de revestimento devemos observar se existe a substância
fenol-formaldeído, diversos grupos condenam o uso da substância, pois afirmam que ela
é prejudicial saúde e à qualidade do ar, no interior da edificação. Alguns fabricantes
preocupados estão utilizando na produção, destes materiais, aglutinantes atóxicos
2 International Agency for Research on Cancer (IARC) tem por objetivo promover a colaboração
internacional na investigação do câncer. A Agência é interdisciplinar, reunindo competências em
epidemiologia, ciências de laboratório e bioestatística para identificar as causas do câncer, e estabelecer
medidas preventivas. Fonte: <http://www.iarc.fr/>. Acesso em 04/02/2011.
3 National Institute of Environmental Health Sciences Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos
EUA acrescentou oito substâncias para seu relatório sobre agentes cancerígenos, um documento de base
científica que identifica produtos químicos e agentes biológicos que podem colocar as pessoas em maior
risco para o câncer. Disponível em: <http://www.niehs.nih.gov/news/releases/2011/roc/ junho/10>
Acesso em 30.junho 2011.
71
A densidade da lã de vidro é 12 a 35 kgf/m3 e a condutividade térmica de 0,034 a 0,045
W/mK.
Lã de Rocha
A Lã de Rocha, ou Lã Mineral, provém de rochas vulcânicas, entre elas a diábase e
dolomita e, em menor medida, basalto (Figura 44a). É um dos materiais mais
incombustíveis, apresentando propriedades superiores à Lã de Vidro quanto ao retardo
da propagação de chamas. É um ótimo material térmico e acústico. Embora seja mais
cara do que a Lã de Vidro é muito mais durável e tem alta resistência à umidade.
(METÁLICA, 2011)
Figura 44a: Minerais que compõem a Lã de Rocha. Fonte: http://www.adbredenltd.co.uk/
Figura 44b: Lã de Rocha em estocagem. Fonte: http://arthamulia.cz
Figura 44c: Painel sanduiche com núcleo de Lã de Rocha e revestimento de chapas metálicas.
Fonte: http://www.rockwool-sandwichpanel.com/
Figura 44d: Aplicação de Lã de Rocha. Fonte: http://www.archithings.com
Nas aplicações da construção civil a lã de rocha não representa ameaça à saúde dos
trabalhadores, não exigindo cuidados especiais. Seu manuseio e sua aplicação exigem
equipamentos de proteção simples como vestuário e luvas. As imagens: (44 a) mostra
os três elementos principais componentes da lã de rocha; a 44b as placas de lã de rocha
estocada em fardos; a (44 d) mostra a montagem de uma parede e o equipamento de
proteção do trabalhador; a (44 c) mostra a lã de rocha em um painel em sanduíche para
72
compor painéis paredes ou portas corta-fogo. A lã de rocha é um material de grande
durabilidade, e de aplicações proteção a vida, portanto tem um custo mais alto. Um
aspecto que merece a ser apontado é que sua produção exige altas temperaturas,
portanto é apontado um material de grande energia embutida. (ECOCASA, 2011)
Segundo a empresa Eurima4, o processo de fabricação da Lã de Rocha segue uma lista
de etapas e um esquema de produção, mostrado na Figura 45.
- Entrada: a quantidade necessária de matéria prima é enviada ao forno de fusão; - Forno: a matéria prima é fundida a temperaturas entre 1.300 °C a 1.500 °C; - Fiação: o material derretido cai em gotas sobre o volante em rápida rotação, onde a mistura passa através de pequenos orifícios que modelam as fibras; - Encadernação: agentes ligantes são adicionados às fibras e, nesse momento, a estrutura e a densidade do produto podem ser adaptadas para um uso final específico. - Cura: ocorre a cerca de 200 °C; - Corte: a lã mineral é cortada no tamanho e na forma necessários (aparas e sucatas são recicladas, voltando ao processo de produção); - Embalagem: devido à grande elasticidade, a lã mineral pode ser comprimida para reduzir o seu volume durante o acondicionamento e o transporte.
Figura 45: Descrição do processo de fabricação da lã de Rocha (esq.) e equipamento utilizado (dir.). Fonte: http://www.eurima.org/
A densidade da lã de rocha vai de 30 - 300 Kgf/m3 e sua condutividade térmica 0,032 a
0,039. W/mK.
Poliestireno
Trata-se de dois materiais derivados petróleo que tem como “base o polímero de
poliestireno”: Poliestireno Expandido (EPS) e o Poliestireno Extrudado (XPS). São
dois processos com algumas características semelhantes cujas classificações estão
diretamente relacionadas às características físicas sendo “densidade, resistência à
4 Eurima - European Insulation Manufacturers Association, criada em 1959 para promover standardização e normatização no uso de materiais de isolamento, representa os interesses da maioria dos produtores de lã mineral na Europa. Recentemente participa das preocupações ambientais da sociedade. Disponível em: <http://www.eurima.org/>. Acesso em 18/01/2011.
73
compressão e valor de desempenho”. As aplicações diferem em função rigidez, da
densidade e da resistência à compressão (ECOCASA, 2011).
Poliestireno Expandido (EPS)
O Poliestireno Expandido – EPS é aplicado em diversas situações, como por exemplo,
embalagens, vasos, materiais descartáveis, e na construção civil, etc. devido a sua
resistência, mas especialmente devido sua leveza.
Foi descoberto em 1949 pelos químicos Fritz Stastny e Karl Buchholz, quando trabalhavam nos laboratórios da BASF, na Alemanha... No Brasil, é mais conhecido como Isopor®, marca registrada da Knauf Isopor Ltda., designados produtos de poliestireno expandido. O EPS é um plástico celular rígido resultante da polimerização do estireno em água (ABRAPEX, 2011).
O processo de expansão do estireno produz pequenas partículas de EPS incorporando
o vapor de água, chegam a expandir até “50 vezes seu tamanho original”. O processo
de expansão gera um produto extremamente leve com “98% de ar e 2% de
poliestireno”. (ABRAPEX, 2001).
O material a tem as características “isolante térmico, acústico, alta durabilidade,
resistente a umidade, é resistente ao envelhecimento e mantendo suas propriedades
inalteradas ao longo da vida util implicandoem uma decomposição muito lenta”. A
decomposição pode levar de 80 a 100anos (ECOCASA, 2011)
O Poliestireno Expandido muito utilizado na composição de paredes, pois apresenta
baixo custo e peso muito pequeno; porém, tem como desvantagem o fato de ser um
material combustível, “quando submetido ao fogo é consumido quase que
instantaneamente”. Algumas empresas que aplicam o material na construção civil
incorporam algumas empresas incorporam produtos retardantes ao fogo. (
METÁLICA, 2011)
Apresenta uma grande gama de aplicações, como embalagens, vasos, etc. e na
construção civil integra o concreto leve, entra na composição de paredes, painéis de
fechamento, nas lajes pré-fabricadas, substituindo o tijolo cerâmico, como mostram a
figura 46 a e b, e nas composições de paredes, etc.. Sua aplicabilidade é devido a sua
resistência, a leveza, além da facilidade manipulação e o baixo custo. O EPS
apresenta também uma alta potencial de reuso e reciclagem.
A densidade do Isopor vai de 13 a 30 Kgf/m3 e sua condutibilidade térmica 0,037 -
0,045 W/mC( valor associado à densidade do material).
74
Figura 46a: EPS de baixa densidade empregado em lajes treliçadas. Permite lajes mais leves, vencendo vãos maiores.
Fonte: http://www.lajes.prefabricadas.com.br/
Figura 46b: Chapas de EPS. Fonte: http://www.achfoam.com/
Neopor
Na busca de desenvolvimento do EPS para aplicado a construção civil , a BASF
desenvolveu Neopor, um produto “extremamente leve, densidade de 17g/m³, e com
baixa condutividade térmica 0,032 W/mK, o que demonstra uma capacidade de
isolamento superior à do EPS associada a sua macro estrutura expandida”. A Figura
47a mostra a macro-estrutura do neopor e a Figura 47b compara as propriedades do
EPS e do Neopor baixa densidade e a condutividade térmica de ambos.
O Neopor® possui micropartículas de grafite que absorvem e refletem os
raios infravermelhos, prevenindo a dissipação do calor causado pela
radiação. Desse modo, além da condução e da convecção, isola também a
radiação de calor, resultando em conforto e isolamento térmico ainda
melhores e consequente maior economia de energia. (BASF, 2011).
Figura 47a: Detalhe aumentado da estrutura interna do Neopor®.
Fonte: http://www.plasticsportal.net
Figura 47b: Curva comparativa de desempenho térmico entre EPS e Neopor®. Fonte: http://www.styropan.gr
75
SIP
O sistema SIP “Structural Insulated Panel “ é uma proposta construtiva
industrializada e pré-fabricada, com paredes autoportantes, associando painéis
industrializados de madeira ao EPS. O sistema consiste em um conjunto estrutural
composto por um sanduíche de “duas placas de OSB e um núcleo um EPS de alta
densidade” ( material isolante) solidarizados a quente, por um adesivo a base de
poliuretano. As figuras (48 a) e (48 c), mostram os painéis e o sistema de encaixe
com um reforço no encontro dos dois painéis, como mostra as figuras (480 a) e (48 c).
O sistema é mais aplicado aos países frios como Estados Unidos, Canadá e norte
europeu. (SIPA, 2010)
Figura 48a: Sistema de encaixe das placas SIP. Fonte: http://www.foamlaminates.com/
components_of_a_sip.html
Figura 48b: Casa em construção com painéis de isolamento SIP.
Fonte: www.treehugger.com
Figura 48 c: Detalhe de encaixes. Fonte: http://www.countermanconstruction.com
A tecnologia do painel composto tem como referência o processo construtivo das casas
“Usonian Houses” construídas por “Frank Lloyd Wright na década de 1930.” Segundo
a associação “Structural Insulated Panel Association-SIPA” os primeiro painéis
insulados foram criados por engenheiros do “Laboratório de Produtos Florestais
(FPL)”, e seu desenvolvimento se deve a “Alden Dow B., filho do fundador da Dow
76
Chemical ex-aluno Wright” , que começou as fazer experiências construtivas com
casas em 1951. (SIPA, 2010)
Um levantamento realizado pela “Structural Insulated Panel Association (SIPA) mostra
que a indústria de painéis SIP teve um crescimento de mais de 35% ao ano desde
1994.” Este impulso ocorreu devido fato de que as edificações desse sistema são
energeticamente eficientes, de baixo custo e seu processo construtivo é muito rápido
(MORLEY, 2011) O “Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano
(HUD)” dos Estados Unidos em conjunto com a associação dos fabricantes está
elaborando um conjunto de manuais de orientação: para a fabricação; um conjunto
com critérios de projeto, e em conjunto de critérios para o processo construtivo com
painéis SIP. (YEH; WILLIAMSON; KEITH, 2008)
Poliestireno Extrudido (XPS)
O XPS é uma “espuma rígida de poliestireno” obtida por “extrusão”. É um material
homogêneo de estrutura rígida e uniforme. Sua aplicação mais frequente na construção
civil é em isolamento, apresentado sob a forma de placas coloridas, figuras 49 a e 49b.
O processo de extrusão do polímero é realizado o aquecimento da matéria prima, “que
passa do estado sólido para um estado fundido”, sendo forçado por altas pressões a
passar através através de uma matriz adquirindo a forma final no estado solido. As
principais caracteristica deste material são: apresentam uma grande durabilidade;
devido a sua maior densidade, chega a ter uma capacidade térmica “ 20% superior” a
resitência térmica do EPS; e devido ao fato de ser um material impermeável, com
boa resistência mecãncia, tem sido muito utilizado em fachadas e em lajes de cobertura
como isolamento térmico, além de proteger a impermeabilização. Permite o
empilhamento formando uma parede divisória(figura 49 a). Entretanto, é um material
combustível e se extingue rapidamente frente ao fogo.( ECOCASA, 2011)
77
Figura 49b: Placas de XPS para emprego na construção civil e placas com encaixe. Fonte: http://www.zsqts.com.cn/extruded-
polystyrene-machine-suppliers
Figura 49a: Placas de XPS (Poliestireno Extrudido) empregadas em construção de alvenaria.
Fonte: http://buildipedia.com
Figura 49c: Placa de XPS sendo aplicada. Fonte: http://www.lowenergyhouse.com
Bioespuma
A busca de materiais com menor impacto ambiental, pesquisas levaram ao
desenvolvimento dos bioplásticos, que são “termoplásticos derivados de fontes
renováveis como amido de milho, batata, mandioca, cana de açúcar, soja e mamona”.
O material obtido dessas fontes tem a propriedade de ser biodegradável em contato
com o solo, em média se decompõe em um ano, enquanto o plástico das garrafas
PET demora mais de 100 anos para se decompor . (BIOPLASTIC NEWS, 2009).
Uma dos processos mais destacados da biotecnologia é o da empresa Brasileira Kehl
que está desenvolvendo um polímero biodegradável chamado de “BioEspuma.
produzida a partir de milho e mamona”. A pesquisa recebeu apoio financeiro da
FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), pois é uma
pesquisa considerada como inovação tecnológica. Segundo a reportagem publicada no
site da FAPESP, a empresa afirma que a “BioEspuma pode substituir o Isopor com a
78
vantagem de que sua decomposição de se dá entre seis meses e um ano” (FAPESP,
2000).
Poliuretano
O poliuretano foi desenvolvido, em 1937 pelo químico Otto Bayer para substituir a
borracha. O Poliuretano pode ser produzido com propriedades, físico – químicas,
diferenciadas para as diversas possibilidades de aplicação como pneu, colchão,
neoprene, espumas, espumas rígidas, verniz, etc. Para cada aplicação o material pode
ser mais elástico e macio ou mais duro.( REVISTA CONSTRUÇÃO METÁLICA,
199?) “É um material de fácil manipulação, podendo ser usinado a partir do material
semi-acabado.” (TECPRENE, 2011).
é obtidos pela reação química entre um poliol com um isocianato polimérico
líquido, o metileno difenil diisocianato (MDI), na presença de um agente de
sopro e outros aditivos. A reação da mistura dos componentes produz calor,
o que faz evaporar o líquido volátil que atua como agente expansor,
produzindo uma rede de pequenas células rígidas e fechadas. Obtém-se,
então, um polímero termofixo5 rígido de baixa condutividade térmica, pois o
gás retido dentro da estrutura de célula fechada, por sua baixa densidade, não
conduz calor através das paredes celulares. Aproximadamente 97% do
volume da espuma é gás retido (BRUFMA, 2011).
O processo descrito acima é um produto muito leve e de baixa condutividade térmica
em torno 0,0 2 W/mK. As espumas rígidas de poliuretano são Poliuretano Rígido
(PUR), ou Rigid Polyurethane, e o Poliuretano Poliisocianurato (PIR), ou Polyurethane
Polyisocyanurate, são muito aplicadas à construção civil devido as boa capacidade de
isolamento térmico e com espessuras mais finas do que as do EPS. A imagem (50 a) e
(50 b ) apresentam a macro-estrutura produzida pelo gás preso nas paredes celulares do
PIR e PUR. A diferença entre elas é que as do tipo PIR são produzidas para atender
os códigos Europeu de proteção contra fogo Classe B, além de apresentar uma boa
capacidade de isolamento térmico. (BRUFMA, 2011)
5 Termofixo significa que o produto não pode ser alterado por aquecimento, bem diferente de materiais
termoplásticos, tais como o polietileno, que amolecem quando aquecido permitindo-lhe passar por uma
série de técnicas de processamento, como extrusão ou moldagem. Poliuretanos não podem ser
reprocessados, e devem ser formados na forma desejada durante o processo de polimerização. Fonte:
<http://www.termofixo.com.br/>. Acesso em 27/03/2011.
79
Figura 50a: Aspecto de chapa de PIR. Fonte: http://www.greenspec.co.uk/insulation-oil-
derived.php#urethane
Figura 50b: Estrutura celular de PUR/ PIR. Fonte: http://www.brufma.co.uk/
what_is_pir_pur.htm
Na construção civil, as espumas rígidas de poliuretano são aplicadas na forma de
placas ou bloco, além de poder ser injetadas entre duas paredes, na composição de
painéis em sanduíche com diferentes revestimentos, na composição de telhas, sanduíche
(BRUFMA, 2011). As características que permitem as aplicações são “auto-aderência
durante a espumação”, além de apresentar uma boa relação resistência estrutural,
versus um pequeno peso por metro quadrado. (REVISTA CONSTRUÇÃO
METÁLICA, 199?) A figura (50 c) e (50d ) apresentam as composições para painéis
em sanduíche da espuma rígida de Poliuretano(PIR) e as telhas metálicas onduladas em
sanduíche onde o recheio é o poliuretano tipo PIR.
Figura 50c: Painel sanduíche com núcleo de PIR.
Fonte: http://www.toocle.com
Figura 50d Painéis sanduíche com núcleo em PIR são produzidos prevendo formas de encaixe.
Fonte: http://www.jetro.go.jp
80
Na construção civil o componente das espumas de Poliuretano Rígido (PUR) e a da
(PIR) mais aplicado, são as placas isolantes, devido a sua característica de sua “baixa
condutividade térmica com um mínimo de espessura do material” . A figura (51 a)
mostra a aplicação das placas na composição da parede. As placas comercializadas na
Europa têm de “50 a 200 mm de espessura, são empregadas para isolar paredes e
pavimentos (e, por serem muito leves, também são aplicadas em coberturas)”.
Entretanto, no caso de uma situação de risco de incêndio a aplicação da placas da
espuma PUR produz grande quantidade de fumaça, por ser combustível. (BRUFMA,
2011).
Figura 51a: Aplicação de painéis PUR sobre tijolos cerâmicos.
Fonte: http://www.livios.be/fr/_build/_ maso/_insu/9346.asp
Figura 51b: Estrutura celular típica de isolação PUR/ PIR.
Fonte: http://www.brufma.co.uk/ properties.htm
Spray de Espuma de Poliuretano ou Spray Polyurethane Foam (SPF)
A Espuma de Poliuretano é um material projetado e tem como característica expandir e
endurecer depois de aplicada, devido a esta característica é empregada na construção
civil: no preenchimento de cavidades em paredes e espaços entre painéis, e na vedação
de dutos de shafts. A aplicação requer um deposito do liquido, uma maquina de pressão
e uma pistola (figura 52 b) É muito utilizada como isolamento térmico, pois
apresenta um dos “ menores coeficiente de transferência de calor, sendo este valor
81
aproximadamente a metade do valor dos coeficientes do Poliestireno e da Lã de
rocha.” Em geral é aplicado no isolamento das casas de madeira entre os montantes
preenchendo o espaço. A figura (52b) e (52c) mostra a aplicação na parede e a
expansão do material. “Por ser extremamente leve, não sobrecarrega estrutura do
edifício e o isolamento é uma camada contínua sem juntas, desprovido de pontes
térmicas”.
As principais características são: é impermeável; resistente a fungos e bactérias: não
reage com e agentes químicos agressivos, mas principalmente em altas temperaturas, é
mais resistente ao fogo não se extinguindo tão rapidamente quanto à espuma de
poliestireno expandido. Depois de seco apresenta uma grande resistência a intempéries,
a figura (52 a) mostra uma aplicação externa sobre uma laje. (SPRAYFOAM, 2011)
Figura 52a: Aplicação de SPF em
ambiente externo. Fonte: http://www.
mardeco.co.uk/
Figura 529b: Aplicação de Espuma de Poliuretano, em que se observa a rápida
reação de expansão do material. Fonte: http://www.tecnositio.com/mate
riales/aislamiento-ignifugo-termico.html
Figura 52c: Aplicação de Espuma de Poliuretano em cavidade aberta
de edificação Wood Frame. Fonte: http://3rings.designerpages.
com/2008/03/25/icynene/
Apesar do produtor depois de aplicado não fazer mal a saúde dos moradores , devemos
observar o cuidado do trabalhador ao manipular o produto com vestimenta cobrindo o
pescoço e mascara respiratória de segurança Segundo o “Greenguard Instituto
Ambiental“ o processo de produção da espuma nasce da base de produtos não
renováveis considerado não sustentável. Neste caso a produção da “ espuma de
poliuretano de baixa densidade pode conter até 33% de óleo de soja” minimizando as
emissões de CO2 e aplicando produto renovável. (GREENGUARD, 2008).
82
Fibra de Coco
A Fibra Natural de Coco é extraída do fruto do coqueiro (Cocus nucifera), original da
Índia Ocidental, que é cultivado em todos os países tropicais em inúmeras variedades.
No Brasil, a espécie foi trazida pelos portugueses por volta do ano de 1550. Devido à
boa adaptação e às qualidades nutricionais, vem sendo cada vez mais consumido, além
de seu aproveitamento da fruta na indústria alimentícia, a casca tem grande potencial de
aplicação em diversos setores como na indústria automobilista, no paisagismo e na
construção civil na produção de componentes(REDETEC, 2011).
Os maiores produtores de artefatos de fibra de coco do mundo são a Índia e o Sri
lanka e durante os anos 70, devido à entrada no mercado das fibras sintéticas, estes
países sofreram declínio radical nas exportações. A partir de 2000, porém, a demanda
de produtos de fontes renováveis gera uma retomada do setor. (ROSA, et al , 2002).
Fontanelle( 2005) compara em sua pesquisa, as características da fibra de coco com a
espuma de Poliuretano e afirma que a
.. fibra de coco apresenta qualidade superior à das espumas de poliuretano, material derivado do petróleo, pelo fato de ser uma matéria-prima barata e também por reunir inúmeras outras vantagens tais como: ser ecologicamente correta; resistente; durável, com vida útil estimada em 90 anos, quando manufaturada; perspirável, ou seja, facilita a circulação do ar; isenta de ácaros e fungos, pois o tanino presente na fibra faz vezes de acaricida e fungicida naturais; biodegradável (FONTENELE, 2005).
No Brasil, a comercialização da Fibra de Coco no mercado é recente. Existem apenas
duas indústrias em Sergipe e uma usina experimental no Pará, a POEMATEC –
Comércio de Tecnologia Sustentável para a Amazônia, que apresenta uma iniciativa
diversificada dos sistemas agroindustriais convencionais (VIEIRA, 2008).
Figura 53a: Detalhe da Fibra de Coco. Fonte: http://campinas.olx.com.br/fibra-de-coco-
iid-106813433
Figura 53b: Mantas de Fibra de Coco calandradas. Fonte: http://www.coquim.com.br/
83
Segundo o Viera, um coqueiro pode render de quatro a cinco colheitas anuais. Suas
propriedades principais são: grande elasticidade, capacidade de resistir à umidade
(inclusive à água do mar) e grande resistência ao desgaste. O “tanino, substância
naturalmente presente nas fibras de coco, é o responsável por sua resistência ao ataque
de microorganismos e insetos, tornando difícil a proliferação de agentes degradantes,
como fungos e cupins, comuns na madeira.” (VIEIRA, 2008).
PANNISELVAN et al (2005) destacam que outra propriedade da fibra de coco é a
resistência a altas temperaturas. “A fibra de coco pode resistir a temperaturas de até
200ºC sem perda significativa de suas principais propriedades’’ e suas propriedades
podem sofrer modificações quimicamente, permitindo assim, ampliar seu potencial de
aplicação tecnológica.
Os principais produtos derivados do uso da fibra da casca do coco como matéria prima,
nas mais diversas aplicações, são: enchimento de estofados de automóveis, colchões
para salto, tapetes, vassouras, mantas prensadas (utilizadas na construção de casas);
mantas para aplicações em jardins e paredes etc. Além de utilizada como substrato para
o plantio, também é empregada: no controle de drenagem e erosões do solo; em mantas
para isolamento acústico, aplicados na construção civil em lajes, forros e paredes; e na
área de jardinagem em geral, etc.
Atualmente, a fibra de coco vem sendo pesquisada para utilização como isolante
térmico, comprovando sua eficácia e potencialidade na construção civil. A Tailândia,
um dos maiores países produtores de coco do mundo, apresentou um trabalho no
“TISTR – Thailand Institute of Scientific and Technological Research” que mostra o
potencial da fibra de coco quando utilizada como material de biofibra juntamente com o
cimento na fabricação de telhados. A eficiência térmica e mecânica desse material,
aliada ao baixo custo e biodegradável, torna-o atrativo ao mercado (TISTR, 2011).
No Rio Grande do Norte, está em andamento uma pesquisa que objetiva a utilização da
fibra de coco como agregado à argamassa na construção de casas populares. Projeto de
pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, as chamadas Biocasas,
substituem em até 60% do cimento da matéria prima da argamassa, por fibra de coco.
Segundo a pesquisa publicada, o custo final de uma casa popular diminui
significativamente em comparação aos valores de mercado, além de gerar empregos e
beneficiar o meio ambiente (BIOCASA, 2011).
84
Figuras 54a, 54b e 54c: Etapas do processamento do coco para obtenção da fibra. a) Início do processo de desfibramento, separação dos fardos na usina; b) Processo de desfibramento; c) Fabricação das
cordas para tornar as fibras encaracoladas, melhorando a união entre elas. Fonte: http://www.ufpa.br/ppgem/Documentos/Dissertacoes/
Rodrigo%20Vieira/dissertacao_rodrigo%20vieira.pdf
Na construção civil, a comercialização de mantas calandradas, tem um mercado natural
pois elas têm maior maleabilidade e são mais utilizadas no controle da erosão do solo e
na jardinagem. Na construção de edifícios existem fabricantes na Europa investindo
nos painéis compostos com lamina de madeira e o recheio com fibra de coco. São
produtos constituídos de Fibra de Coco aglomerada com látex natural, acoplados a
outros materiais com o intuito de utilização como isolante acústico e térmico. Podem ser
aplicados em pisos, paredes, forros etc. (ENGEPLAS, 2011).
Figura 55: Painel sanduíche montado com núcleo de fibra de coco tem propriedades acústicas e térmicas. Fonte: http://www.engeplas.com.br/fibra.html
85
Argila Expandida
As argilas são produzidas a partir da alteração de rochas que possuem o mineral
feldspato. A argila expandida é o resultado de argilas especiais que submetidas a
elevadas temperaturas se expande. A expansão ocorre em função da à água contida na
sua constituição se transformar em gases, que aquecidos expandem a argila gerando
uma estrutura interna cheia de pequenos poros. O resultado é um agregado muito leve
de cor vermelha. (VIGODERIS, 2002)
A figura (56 a) representa forno rotativo em altas temperaturas, e a figura (56 b0
representa a estrutura interna e porosa da argila expandida.
Figura 56a: Fabrico de Argila Expandida em forno rotativo.
Fonte: http://www.argex.pt/fabrico.php
Figura 56b: Esfera de Argila Expandida mostrando interior. Fonte: http://www.laterlite.com/
É um componente muito utilizado na construção civil em lajes de cobertura com a
função de proteger a impermeabilização e melhorar o conforto térmico das lajes de
cobertura, outra função especial são processos de enchimento s em diversas situações
como regularização de pisos, rebaixos e sobre lajes já existentes em edifícios antigos
onde não podemos elevar a sobrecarga sobre a laje; também é muito utilizada na
composição de concretos leves pois com o uso da argila expandida associada ao
concreto podemos buscar uma redução de peso de “ 25% a 30% no peso da estrutura
de concreto, em relação ao concreto tradicional” (CINASITA, 2010)
Alguns outros usos são em componentes da construção como telhas leves, paredes e
até mesmo em fachadas elementos refratário associados a argamassas que suportam
mais calor.
86
(A imagem 57 mostra as variações granulométricas da Argila expandida A) é para
isolamento térmico, e enchimentos diversos em grandes áreas de grande espessura. B)
para isolamento térmico e enchimentos diversos em áreas de pequenas espessuras,
também pode estar associado a concreto bombeado, C) é para enchimento de
pequenas espessuras e como terraço, jardins e nivelamento de pisos; e o D)
Argamassas leves, reboco e concreto refratário.
Além de ser leve, a argila expandida tem a propriedade de ser incombustível, apresenta
uma considerável resistência mecânica, é considerada por alguns como isolante
térmico e acústico.(CINASITA , 2010) Entretanto observado a Condutividade Térmica
do material é quase dez vezes maior que a da lã de rocha. O principal fator que torna
ela muito aplicada é o custo versus a situação de leveza que ela promove.
De acordo com o produtor CINASITA( 2010) “ a resistência térmica de uma parede
que se utiliza de argila expandida como isolante, possui de 3 a 4 vezes resistência mais
alta comparada ao concreto normal”
A Condutividade Térmica da argila expandida é 0,12- 0,16 W/mK e a densidade
400Kg/m³ A 600 Kg/m³
A B C D
Figura 57: Granulométrica e Aplicação da Argila Expandida indicadas para uso em: A) isolamento térmico e enchimentos leves; B) enchimentos leves; C) concretos leves e nivelamentos de pisos;
D) argamassa leve e blocos de concreto leve. Fonte: http://www.remat.cc/argila-expandida.shtml
87
Bagaço de Cana
Em função da sustentabilidade, o interesse pelos materiais naturais, como as fibras
(sisal, juta, coco, etc.), é crescente como alternativa a materiais provenientes de extração
mineral ou combustíveis fósseis. Esse interesse está relacionado ao baixo custo, baixa
densidade e flexibilidade no processamento, além disso, “as fibras vegetais são fontes
renováveis, amplamente distribuídas, disponíveis, moldáveis, não abrasivas, porosas,
viscoelásticas, biodegradáveis, combustíveis e reativas.”(TITA; PAIVA; FROLLINI,
2002).
Uma pesquisa da Universidade Federal de São Carlos utilizou a cinza do Bagaço de
Cana na composição do concreto reduzindo em até “50% o uso da areia, na qual foi
observado um ganho de 15% a 17% na resistência do concreto.” Os pesquisadores
observaram que na produção da cana “cada tonelada de Bagaço de Cana produz 25
quilos de cinza. ... e que o bagaço é o primeiro reaproveitamento da cana sendo a cinza
o segundo reaproveitamento .” O conceito do projeto é minimizar os impactos ao meio
ambiente, segundo o pesquisador Almir Sales, neste projeto “ocorre duplo ganho
ambiental, uma vez que minimiza a retirada de areia dos leitos dos rios e demanda de
aterros sanitários para dispor as cinzas” (RURALPECUARIA, 2011).
Figura 58a: Bagaço de Cana pode ganhar valor substituindo areia na construção civil.
Fonte: http://www.clauderioaugusto.com.br/ 2011_02_11_archive.html
Figura 58b: Construção civil pode substituir areia por Bagaço de Cana.
Fonte: http://www.cpt.com.br/noticias/ construcao-civil-areia-bagaco-de-cana-concreto
Outra técnica desenvolvida em São Carlos, na Escola de Engenharia de São Carlos
(EESC), pelo pesquisador Ronaldo Soares Teixeira, foi o fibrocimento (material de
construção usado na fabricação de produtos como telhas, caixa d'água e divisórias).
Esse material substitui alguns dos componentes por fibra do Bagaço de Cana e por
88
cinzas. Para criá-lo, o pesquisador se utilizou do processo de extrusão
(INOVACAOTECNOLOGICA, 2011
Desenvolvida no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense
(IFF), em parceria com a UFF e com apoio da FAPERJ, a pesquisa estuda a
incorporação de Bagaço de Cana na fabricação do asfalto como alternativa para baratear
o processo de pavimentação aliando adequação à relação com o meio ambiente.
Segundo o pesquisador Leal, diferentemente da produção da celulose, atualmente usada,
que envolve um processo químico complexo e geram alguns efluentes, o bagaço
necessita apenas ser seco e peneirado. O projeto propõe a utilização do Bagaço (Figuras
58a e 58b) que sobra do processo de fabricação do açúcar e do álcool
(ARQUITETOGEEK, 2011).
Terra
Os processos construtivos com terra são mais antigos da humanidade, cada povo tem
sua tecnologia associada à disposição do material e a cultura. Jalali, e Eires( 2008)
destacam que entre as centenas de técnicas construtivas os mais aplicados em terra
foram o “adobe e a taipa e, mais recentemente, o bloco de terra compactado”. O
processo construtivo em adobe é o mais aplicado das três técnicas, pela facilidade de
acesso aos materiais além de ser a técnica ser mais próxima a produção do tijolo de
barro cozido. Em geral é aplicada em de locais “solo plástico e argiloso”, onde existem
fontes de água. No processo de fabricação é utilizado: a terra argilosa; fibras vegetais e
um molde. A argila é misturada as fibras vegetais, esta massa é prensadas no molde
formando os blocos. Os blocos são colocados para secar a temperatura ambiente.
(Figura 59b) As fibras vegetais ajudam a minimizar as fissuras do processo de secagem.
Sua aplicação na construção é semelhante à técnica de construção das paredes
convencionais, sendo a união entre blocos com “argamassa à base de terra”.
Na técnica construtiva em taipa, o solo tem uma consistência de terra úmida, aplicado
diretamente no local construção onde são montadas as formas das paredes, depois o
solo é compactado entre as duas entre tábuas de madeira. O processo chamado de
“Bloco de Terra Compactado (BTC) é uma evolução do adobe”, com o uso de uma
prensa mecânica para compactar a massa terra no molde. A técnica gera blocos de
89
melhor qualidade, “mais resistentes e duráveis em relação ao adobe”. A prensa
mecânica permite a produção de blocos com formas diferenciadas e perfurados.
(Figura 59c) “O assentamento é feito de forma semelhante ao do tijolo comum, porém,
quando o BTC é encaixado permiti menor uso de argamassa, dispensando o uso de
argamassa nas juntas verticais” (JALALI; EIRES, 2008).
Figura 59a: Terra crua. Fonte: http://www.lamais
ondurable. com/terre-crue.html
Figura 59b: Tijolos de adobe secando no ambiente.
Fonte: http://jie.itaipu.gov.br/
Figura 59c: Tijolo BTC. Fonte: http://www.hotfrog.
com.br/
As construções em de terra, ao longo do tempo consideradas como confortáveis, com
bom isolamento térmico proporcionando o conforto dos moradores. Um dos
principais fatores que auxiliam o conforto são as “propriedades higrotérmicas da terra
(ou seja, permite que o edifício respire)”, além de uma economia de “energia em
aquecimento ou arrefecimento”, desde que sejam utilizadas argamassas de propriedades
semelhantes à base de terra (MATERIAUX-NATURELS, 2011).
A construção em terra é reconhecida por serem confortável, entretanto o conforto em
geral é devido à grande inércia térmica da parede; e as grandes espessuras de suas
paredes pois sua condutividade térmica é dez vezes maior do que a da lã de rocha. As
construções em terra têm como características uma pequena resistência mecânica e as
ações das forças de vento e chuva. O material é considerado incombustível e muitos o
consideram atóxico, entretanto após a revolução industrial devemos avaliar que existem
solos contaminados.
A Condutividade Térmica da terra é 0,3 a 0,9 W/m K e a densidade 1400 Kg/m³ a
1780 Kg/m³
90
2.3.4. Considerações da NBR 15575/ 2010 sobre Conforto Térmico
De acordo com os autores Klein, Klein e Lima (2004), o conforto térmico de um
edifício em projeto não pode ser avaliado através da reposta de um componente do
edifício, como paredes e pisos, mas deve ser avaliado pelo desempenho térmico do
edifício como um todo. A analise de conforto esperada deve ser realizada com a
aplicação “softwares de simulação do comportamento térmico ou por medições in loco
em protótipos da edificação. Os autores com base em discussões do IPT, que o
processo de validação do desempenho térmico das construções deve passar pelas
seguintes fases:
Caracterização das exigências humanas de conforto térmico; Caracterização das condições típicas de exposição ao clima; Caracterização da edificação e sua ocupação;Caracterização do comportamento térmico da edificação; Avaliação do desempenho térmico da edificação.
Adriazola (2008) afirma que os índices de satisfação de conforto dos usuários são
considerados por região onde a obra será implantada, como é apresentado na Figura
60a. As características bioclimáticas são definidas na NBR 15220-3 (“Desempenho
térmico de edificações – Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes
construtivas para habitações unifamiliares de interesse social”) (2005). A cidade de São
Paulo está situada na Zona Bioclimática 3 (Figura 60b) e, para cada uma das oito Zonas
Climáticas Brasileiras descritas, são feitas recomendações de diretrizes construtivas e
detalhamento de estratégias de condicionamento térmico passivo que otimizam o
desempenho térmico das edificações.
Figura 60a: Zoneamento Bioclimático brasileiro . Figura 60b: Localização da Zona Bioclimática 3. Fonte: PNBR 02:135.07-001/3, 2003
91
A análise de desempenho considerando a avaliação da NBR 15575/ 2010 (Edifícios
habitacionais de 5 pavimentos: desempenho térmico para paredes e coberturas –
Partes 4 e 5) pode ser realizada por meio de três métodos: o simplificado, que avalia o
desempenho parcial dos elementos e permite sua simulação por meio de dois
procedimentos que avaliam o desempenho global da edificação, o experimental e as
simulações computacional ou numérica.
O método simplificado analisa o desempenho dos elementos parciais da edificação,
como paredes, pisos e coberturas, e deve ser avaliado segundo a NBR15220-2/ 2005
(Desempenho térmico de edificações – Parte 2: Métodos de cálculo da transmitância
térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do fator solar de elementos e
componentes de edificações).
Transmitância Térmica de Cobertura U (W/m2 K )
Zona 1 e 2 Zonas 3 a 6 Zonas 7 e 8
U ≤ 2,3 α ≤ 0,6 α > 0,6 α ≤ 0,4 α > 0,4 U ≤ 2,3 U ≤ 1,5 U ≤ 2,3 FV U ≤ 1,5 FV
Em todas as zonas bioclimáticas, com exceção da Zona 7, recomenda-se que os elementos de cobertura tenham a capacidade térmica CT > 150 KJ/ m2 K.
Tabela 11: Transmitância térmica de cobertura. Fonte: Adaptado de NBR 15575, 2010 e NBR 15220-2, 2005
Transmitância Térmica U (W/m2 K )
Zona 1 e 2 Zonas 3, 4, 5, 6, 7 e 8
α < 0,6 α ≥ 0,6 U ≤ 2,5 U ≤ 3,7 U ≤ 2,5
Tabela 12: Transmitância térmica de paredes externas. Fonte: Adaptado de NBR 15575, 2010 e NBR 15220-2, 2005
Capacidade Térmica CT (kJ/m².K ) Zona 8 Zonas 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7
Sem exigência ≥ 130 Tabela 13: Capacidade térmica de paredes externas.
Fonte: Adaptado de NBR 15575, 2010 e NBR 15220-2, 2005
Os critérios de conforto térmico definidos pela norma de desempenho NBR 15575
(2010) foram desenvolvidos com base na pesquisa dos pesquisadores do IPT Akutsu,
Vittorino, Pedroso e Carballeira (1995). Eles consideram o conceito de pessoas
aclimatadas ao clima, diferentemente de outros pesquisadores que consideram as zonas
92
de conforto térmico entre 18 e 26°C 18 a 29°C. Os critérios chamados de desempenho,
detalhados na NBR 15575 (2010), estabelecem que as simulações devam ser realizadas
para os dias típicos de verão e inverno e definem três faixas de conforto para aceitação
de projeto. Nesse, de desempenho detalhado, a norma considera a resposta térmica
global da edificação com exposição dinâmica a um clima específico, por meio de
medições, ou simulações, por meio de programas.
As faixas consideradas são: mínima, intermediária e superior. Para o dia típico de verão,
a faixa mínima considera que a temperatura máxima no interior do protótipo deve ser
menor do que a temperatura máxima exterior, à sombra; a faixa intermediária considera
a temperatura máxima no interior do protótipo deve ser menor que a máxima
temperatura exterior menos 2 °C; e a faixa superior considera que a temperatura
máxima no interior do protótipo deve ser menor do que a máxima temperatura exterior
menos 4 °C.
MÍNIMA TEMP INTERNA < TEMP EXTERNA INTERMEDIÁRIA TEMP INTERNA < TEMP EXTERNA menos 2 ºC SUPERIOR TEMP INTERNA < TEMP EXTERNA menos 4 ºC
Tabela 14: Classificação segundo a NBR 15575/ 2010 das faixas de conforto térmico para um dia típico de verão.
Fonte: Adaptado de NBR 15575/ 2010 e NBR 15220-2/ 2005
Para o dia típico de inverno, a faixa mínima considera que a temperatura no interior do
protótipo deve ser maior do que a temperatura mínima externa mais 3 °C; a faixa
intermediária considera que a temperatura a mínima no interior do protótipo deve ser
maior que a temperatura mínima externa mais 5 °C; e a faixa superior considera que a
temperatura a mínima no interior do protótipo deve ser maior que a temperatura mínima
externa mais 7 °C.
MÍNIMA TEMP INTERNA > TEMP EXTERNA mais 3 °C INTERMEDIÁRIA TEMP INTERNA > TEMP EXTERNA mais 5 °C SUPERIOR TEMP INTERNA > TEMP EXTERNA mais 7 °C Tabela 15: Classificação segundo a NBR 15575/ 2010 das faixas de conforto térmico para um dia típico
de inverno. Fonte: Adaptado de NBR 15575/ 2010 e NBR 15220-2/2005
93
3. METODOLOGIA
A pesquisa tem como método ampla revisão da literatura acerca do assunto,
modelagem, experimentação e simulação por ferramentas computacionais, além de uma
visita a um centro de pesquisas reconhecido em madeira e entrevistas:
• A revisão da literatura buscou uma maior abrangência nas seguintes questões: de
certificação e aplicação da madeira nativa na construção civil; revisão das propriedades
térmicas e bioclimáticas; revisão das características dos materiais voltados para o
isolamento térmico; relações entre a madeira e o fogo; e conceito de desempenho
associado à NBR 15575, de 2010.
• Foram consideradas duas entrevistas: uma com a física Prof. Dra Maria Akutsu,
pesquisadora do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), sobre a Norma de
Desempenho térmico realizada em março de 2011 e os programas de avaliação térmica,
e a outra com a arquiteta Dominique Gauzin-Müller, professora da Universidade de
Stuttgart, sobre o impacto do uso da madeira nativa na construção realizada em abril de
2011, quando de sua vinda a São Paulo.
Desempenho da estrutura: revisão da literatura e experimentação
Para avaliar o comportamento da estrutura proposta para o Habitáculo, foram
selecionadas as seguintes etapas:
• Projeto e construção de modelos físicos construídos com um módulo 3,66 x 3,66
m na escala 1:4. O primeiro foi executado com um módulo do Sistema Misto (o sistema
proposto no projeto do Habitáculo), com pilares e vigas e fechamento em Wood Frame.
O segundo foi executado com a estrutura do módulo no Sistema Plataforma, visando
possibilitar uma análise comparativa entre as duas técnicas e ter uma ampla visão do
comportamento da estrutura e da integração dos painéis de vedação. As etapas do
processo de montagem foram documentadas levantando as fases de cada processo.
• Os modelos foram ensaiados no Laboratório de Estruturas da Escola de
Engenharia Civil da Universidade Presbiteriana Mackenzie, com prensa universal e
extensômetros elétricos (strain gage), acoplados a um equipamento de aquisição de
dados com leitura das deformações. Foi realizada uma documentação criteriosa durante
os ensaios, com observações do comportamento final do modelo sobre carregamento e
94
fotografias. A análise comparativa dos resultados obtidos com os ensaios físicos
confrontou o Sistema Misto proposto no projeto e o Sistema Plataforma. Foram
registradas e documentadas todas as etapas com auxilio fotográfico.
• A segunda etapa foi à modelagem numérica da estrutura da casa como um todo
por meio dos softwares AutoCAD 3D, ANSYS e METÁLICA 3D. Os desenhos foram
realizados no AutoCAD 3D, transformados em elementos sólidos e exportados com
terminação SAT. Foi realizada a modelagem numérica no programa ANSYS, com
análise por meio de elementos finitos, considerando o material anisotrópico. O resultado
foi obtido a partir da análise não linear. Em função da dimensão da matriz de dados e de
problemas de conectividade, a modelagem no ANSYS estava muito lenta; como a
estrutura é composta de elementos lineares, ponderamos que a análise deveria ser
realizada no METÁLICA 3D com elementos finitos lineares. Foram aplicadas as ações
de vento, a flambagem e a flexão. A estrutura e sua estabilidade foram verificadas por
cálculos, considerando a Teoria dos Estados Limites exigida pela NBR 15575 (2010).
Desempenho e adequação dos painéis de fechamento: revisão da literatura e
experimentação
A análise do desempenho térmico dos painéis de fechamento da construção ocorreu nos
experimentos físicos e na simulação, com ferramentas computacionais. A proposta do
projeto original era avaliar três painéis, cada um dois OSB e um recheio diferente: uma
camada de Isopor, Lã de Rocha ou Ar. Na busca por sustentabilidade, a equipe ampliou
a pesquisa, e as simulações foram realizadas com diferentes composições de
fechamento, a exemplo da pesquisa realizada por Giglio e Barbosa (2006). Nela, os
painéis eram revestidos de madeira, e, na presente proposta, foi analisado o
comportamento da composição da parede (11 a 12 cm) com duplo OSB (2.54 cm) em
ambas as faces da estrutura da parede e o meio (6 cm) recheado com materiais
potencialmente isolantes: Ar, Isopor, Lã de Rocha, Lã de Vidro, Argila Expandida,
Terra, Bagaço de Cana e Fibra de Coco, entre outros.
A análise experimental foi realizada com caixas em escala reduzida (cujas paredes, piso
e cobertura foram construídos na escala 1:1) e a caixa em escala 1:30, com medições de
dias típicos de verão e inverno com termômetros digitais e analógicos posicionados
dentro das caixas (relógios que registram temperaturas máximas e mínimas).
95
• No laboratório de conforto ambiental da FAU MACKENZIE, foi realizado
experimentos com uma fonte interna de geração de calor. Assim, fez-se uma análise da
capacidade térmica de cada material individualmente e da densidade dos materiais. Para
projetos comercializados, a NBR 15575 (2010) só considera a análise experimental se a
escala for 1:1 (e, como a pesquisa é experimental e científica, ponderamos a validade do
experimento). Caso contrário, a norma recomenda a aplicação com um programa de
simulação térmica do projeto como um todo. Para corrigir essa deficiência de escala das
caixas, o desempenho da casa com um todo para o Habitáculo foi analisado com os
programas ECOTECT e ARQUITROP a partir de simulações voltadas para dias típicos
de verão e inverno nas piores posições de insolação.
• Para alimentar o banco de dados dos programas, foi feita uma ampla revisão da
literatura para determinar propriedades dos materiais (como densidade, condutividade
térmica e calor específico). Criamos uma tabela no Microsoft Excel seguindo os
procedimentos da NBR 15220 (2005), mas os resultados com a Cana-de-açúcar são
experimentais, pois não existem dados disponíveis para alimentar os programas.
• Na modelagem com o ARQUITROP, foi considerada a casa com pequena
quantidade de vidro e grande quantidade de painéis OSB. Já no ECOTECT foram
modelados e consideradas 3 fachadas com grande quantidade de vidro da proposta
original e uma modelagem. Alguns dos materiais foram selecionados em função da
resposta térmica, com uma 1 fachada com maior quantidade de vidro.
• Foram realizadas simulações anuais no programa ECOTECT (cujas tabelas e
gráficos estão localizados no ANEXO I) na posição ideal de implantação do projeto
para análise de horas de conforto e desconforto ao longo do ano.
Materiais de proteção contra o fogo: revisão da literatura
• Foi feita uma revisão da literatura existente em torno das questões de proteção
contra o fogo. Como referência, foram tomadas a pesquisa desenvolvida para a
dissertação de mestrado de Edna Moura Pinto (“Proteção contra incêndio para
habitações em madeira”) e o livro “Segurança contra Incêndio no Brasil”, lançado em
2008 por Seito et al, além de pesquisas anteriores do grupo de pesquisa Sistemas
Construtivos na Arquitetura Contemporânea sobre a proteção de estruturas metálicas
frente ao contato com o fogo.
96
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1. ANÁLISE DE CONFORTO TÉRMICO DOS PAINÉIS DE FECHAMENTO
A pesquisa de conforto térmico buscou aplicar as considerações da NBR 15575:
Edifícios habitacionais de 5 pavimentos: desempenho térmico para paredes e
coberturas – Partes 4 e 5 (2010) que caracteriza os critérios referentes às paredes e
cobertura. As análises para avaliar a capacidade térmica dos painéis de fechamento do
Habitáculo de madeira com painéis de OSB foram feitos com dois procedimentos: o
numérico e o experimental. Na pesquisa, a proposta inicial era avaliar três materiais
utilizados material no recheio: o Ar, o Isopor e a Lã de Rocha. Mas, a partir de
discussões do grupo e da busca por materiais naturais e sustentáveis, foram feitos
experimentos com diversos outros materiais e diferentes simulações (numérica
computacional e física).
A norma indica para a aprovação de um edifício que será comercializado a avaliação do
seu desempenho, por meio de modelos físicos a construção de protótipo em escala 1:1.
Em função de a pesquisa ser investigativa e científica, não se justificou nesta etapa a
construção dos protótipos em escala 1:1, e função de tempo e das verbas disponíveis, os
modelos físicos foram construídos em escalas reduzidas, mas as simulações numéricas
considerando a casa como um todo. As modelagens foram construídas considerando a
envoltória ( paredes, piso e cobertura) de duplo OSB de 2,54 cm e câmara de 6 cm de
espessura e ou materiais de isolamento como: Ar, Isopor, Lã de Vidro, Lã de Rocha,
Terra, Fibra de Coco e Argila Expandida e uma caixa onde a cobertura é simples com
somente um OSB. A imagem 61 mostra a proposta do Habitáculo e a parede composta
de duplo OSB com um material de isolamento no meio.
97
Figura 61: Perspectiva do projeto do Habitáculo. Fonte: dos autores
Figura 62: Esquema de painel sanduíche utilizado no projeto do Habitáculo.
Fonte: dos autores
4.1.1. Estimativas térmicas para parede dupla com chapas de OSB e câmara de Ar
não ventilada
Cálculos foram realizados pela equipe com base no projeto de norma 15575:2010, no
livro das pesquisadoras Anésia Frota e Sueli Schiffer (2003) no LABEE da
Universidade Federal de Santa Catarina, e com o apoio do Prof. Dr. Dominique
Fretin, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, especialista em Conforto Ambiental.
A partir disso, foi montada uma tabela no programa computacional Excel para fazer a
análise dos fatores térmicos de diversos materiais, tanto de vedação como de cobertura,
como apresentado na Tabela 18.
Cai
xa
Nº
Composição do painel Sanduíche
VEDAÇÃO COBERTURA
1. OSB + Ar + OSB OSB 2. OSB + Ar + OSB OSB + Ar + OSB 3. OSB + EPS + OSB OSB + EPS + OSB 4. OSB + Lã de Vidro + OSB OSB + Lã de Vidro + OSB 5. OSB + Lã de Rocha + OSB OSB + Lã de Rocha + OSB 6. OSB + Argila Expandida + OSB OSB + Argila Expandida + OSB 7. OSB + Fibra de Coco + OSB OSB + Fibra de Coco + OSB 8. OSB + Terra + OSB OSB + Terra + OSB
9. OSB + Bagaço de Cana-de-açúcar +
OSB OSB + Bagaço de Cana-de-açúcar +
OSB Tabela 16: Composição dos materiais dos sanduíches utilizada na simulação computacional.
Fonte: dos autores
98
Segundo a NBR 15220 (“Desempenho térmico das edificações – Parte 2: Métodos de
Cálculo de Transmitância Térmica, da Capacidade Térmica, do Atraso Térmico e do
fator solar dos elementos e componentes de edificações”) (2005), as características
térmicas mais importantes para o levantamento de dados térmicos são: capacidade
térmica, inércia térmica, transmitância e condutividade térmica dos materiais.
A Área m2 R Resistência Térmica de um componente (m2.K)/W
U Transmitância Térmica de um componente W/ (m2.K) CT Capacidade Térmica de um componente kJ/ (m2.K) ϕ Atraso Térmico de um componente horas
FS Fator de calor solar - C Calor Específico kJ/ (kg.K).m E Espessura de uma camada M λ Condutividade Térmica do material W/ (m.K)
ρ Densidade de massa aparente do material kg/ m3 ε Emissividade Hemisférica Total -
Tabela 17: Símbolos térmicos. Fonte: NBR 15220: Desempenho térmico, 2005
A equipe realizou uma ampla busca para determinar fatores como densidade, calor
específico e condutividade térmica dos materiais utilizados na simulação térmica para
abastecer os bancos de dados dos programas de simulação.
MATERIAIS Condutividade
térmica (W/m.K) Densidade (kg/ m3)
Calor específico (J/kg K)
Ar 0,026 1,3 1006 Argila Expandida 0,112 600 1350
Fibra de Coco 0,045 140 953 Isopor 0,040 30 1300
Lã de Rocha 0,039 190 750 Lã de Vidro 0,045 100 700
Madeira 0,14 800 1214 OSB 0,13 650 2300 Gesso 0,5 600 1089 Terra 0,5 1700 840 Vidro 0,86 2700 837
Argônio 0,0177 1,78 520 Tabela 18: condutividade térmica, densidade e calor especifico.
Fonte: Hugues et al (2004) - adaptado pelos autores
99
As simulações foram realizadas em dois programas de simulação: o ARQUITROP e o
ECOTECT. Observou-se que as bases de dados climáticas referentes aos programas
computacionais não são atualizadas. A base de dados climáticos do ARQUITROP 3.0
está entre de 1930 e 1960 e, a do ECOTECT, por volta de 1990 a 2000. O ECOTECT
exige que o usuário do programa alimente o banco de dados com condutividade térmica,
densidade, calor especifico e o atraso térmico.
A NBR 15220 (2005) considera a seguinte formulação para determinar a inércia térmica
e a capacidade térmica dos painéis:
Resistência térmica do painel
Resistência térmica total
Transmitância térmica
Capacidade térmica da parede
Atraso térmico
Fator solar
Para cada material, a equipe de pesquisadores gerou uma tabela em Excel objetivando,
depois, fazer uma análise frente à Norma de Desempenho e abastecer os bancos de
dados dos programas de análise numérica.
100
MEMÓRIA DE CÁLCULO PAREDE SIMPLES
e1
0,0254
AR
IN
TE
RN
O
OSB MAT2 OSB
AR
E
XT
ER
NO
Ri R1 Rint R2 Re Condutividade
térmica λ = 0,13 0 0 W / m.°C Coeficiente de
convecção painel / ar h = 8 20 W / m2.°C Resistência térmica R = 0,13 0,20 0 0 0,05 m2. °C / W
Densidade ρ = 0 600 0 0 0 Kg / m3 Capacidade térmica
mínima cmin = 1,00 0 0 kJ / kg.K Capacidade térmica
máxima cmax = 1,88 0 0 kJ / kg.K
Resistência painel Rt : 0,20 m2. °C / W
Resistência total RT : 0,37 m2. °C / W
Coef. Global U : 2,70 W / m2.°C
Cap. Térmica Ctmin : 15,24 0,00 0 kJ /m2.K
Cap. Térmica Ctmax : 28,65 0,00 0 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmin : 15,24 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmax : 28,65 kJ /m2.K
B0min : 0,00
B1min : 0,00
B2min : 14,39
(B1+B2)0,5 : 14,39 3,79
ATRASO TÉRMICO MIN fmin : 1,0 Horas
B0max : 0,00
B1max : 0,00
B2max : 27,06
(B1+B2)0,5 : 27,06 5,20
ATRASO TÉRMICO MAX fmax : 1,4 Horas
Tabela 19: Memória de Cálculo – parede simples. Fonte: dos autores
101
MEMÓRIA DE CÁLCULO PAREDE DUPLA COM CHAPAS DE OSB E CÂMARA INTERNA COM AR NÃO VENTILADO
e1
0,0254 e2
0,06 e3
0,0254
AR
IN
TE
RN
O
OSB MAT2 OSB
AR
E
XT
ER
NO
Ri R1 Rint R2 Re Condutividade
térmica λ = 0,13 0 0,13 W / m.°C Coeficiente de
convecção painel / ar h = 8 8 20 W / m2.°C
Resistência térmica R = 0,13 0,20 0,13 0,1954 0,05 m2.°C / W Densidade ρ = 0 650 0 650 0 Kg / m3
Capacidade térmica mínima cmin = 1,00 1,00 1,00 kJ / kg.K
Capacidade térmica máxima cmax = 2,13 1,00 2,13 kJ / kg.K
Resistência painel Rt : 0,52 m2.°C / W
Resistência total RT : 0,69 m2.°C / W
Coef. Global U : 1,45 W / m2.°C
Cap. Térmica Ctmin : 16,51 0,00 16,51 kJ /m2.K
Cap. Térmica Ctmax : 35,17 0,00 35,17 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmin : 33,02 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmax : 70,33 kJ /m2.K
B0min : 16,51
B1min : 7,23
B2min : 5,49
(B1+B2)0,5 : 12,72 3,57
ATRASO TÉRMICO MIN fmin : 2,5 Horas
B0max : 35,17
B1max : 15,41
B2max : 11,69
(B1+B2)0,5 : 27,09 5,21
ATRASO TÉRMICO MAX fmax : 3,7 Horas Tabela 20: Memória de Cálculo – parede dupla com chapa de OSB e câmara int. com ar não ventilado.
Fonte: dos autores
102
MEMÓRIA DE CÁLCULO PAREDE DUPLA COM CHAPAS DE OSB E CÂMARA INTERNA COM EPS (ISOPOR)
e1
0,0254 e2
0,06 e3
0,0254
AR
IN
TE
RN
O
OSB MAT2 OSB
AR
E
XT
ER
NO
Ri R1 Rint R2 Re Condutividade
térmica λ = 0,13 0,04 0,13 W / m.°C Coeficiente de
convecção painel / ar h = 8 20 W / m2.°C Resistência térmica R = 0,13 0,20 1,50 0,1954 0,05 m2.°C / W
Densidade ρ = 0 650 15 650 0 Kg / m3 Capacidade térmica
mínima cmin = 1,00 0,70 1,00 kJ / kg.K Capacidade térmica
máxima cmax = 2,13 0,84 2,13 kJ / kg.K
Resistência painel Rt : 1,89 m2.°C / W
Resistência total RT : 2,07 m2.°C / W
Coef. Global U : 0,48 W / m2.°C
Cap. Térmica Ctmin : 16,51 0,63 16,51 kJ /m2.K
Cap. Térmica Ctmax : 35,17 0,76 35,17 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmin : 33,65 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmax : 71,09 kJ /m2.K
B0min : 17,14
B1min : 2,05
B2min : 0,24
(B1+B2)0,5 : 2,29 1,51
ATRASO TÉRMICO MIN fmin : 4,0 Horas
B0max : 35,92
B1max : 4,29
B2max : 0,50
(B1+B2)0,5 : 4,80 2,19
ATRASO TÉRMICO MAX fmax : 5,7 Horas
Tabela 21: Memória de Cálculo – parede dupla com chapa de OSB e câmara interna com EPS (isopor).
Fonte: dos autores
103
MEMÓRIA DE CÁLCULO PAREDE DUPLA COM CHAPAS DE OSB E CÂMARA INTERNA COM LÃ DE VIDRO
e1
0,0254 e2
0,06 e3
0,0254
AR
IN
TE
RN
O
OSB MAT2 OSB
AR
E
XT
ER
NO
Ri R1 Rint R2 Re Condutividade
térmica λ = 0,13 0,039 0,13 W / m.°C Coeficiente de
convecção painel / ar h = 8 20 W / m2.°C Resistência térmica R = 0,13 0,20 1,54 0,1954 0,05 m2.°C / W
Densidade ρ = 0 650 90 650 0 Kg / m3 Capacidade térmica
mínima cmin = 1,00 0,75 1,00 kJ / kg.K Capacidade térmica
máxima cmax = 2,13 0,75 2,13 kJ / kg.K
Resistência painel Rt : 1,93 m2.°C / W
Resistência total RT : 2,10 m2. °C / W
Coef. Global U : 0,48 W / m2 °C
Cap. Térmica Ctmin : 16,51 4,07 16,51 kJ /m2.K
Cap. Térmica Ctmax : 35,17 4,07 35,17 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmin : 37,0916 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmax : 74,40 kJ /m2.K
B0min : 20,5816
B1min : 2,41
B2min : 0,20
(B1+B2)0,5 : 2,61 1,62
ATRASO TÉRMICO MIN fmin : 4,3 Horas
B0max : 39,24
B1max : 4,60
B2max : 0,42
(B1+B2)0,5 : 5,02 2,24
ATRASO TÉRMICO MAX fmax : 6,0 Horas Tabela 22: Memória de Cálculo – parede dupla com chapa de OSB e câmara interna com lã de vidro.
Fonte: dos autores
104
MEMÓRIA DE CÁLCULO PAREDE DUPLA COM CHAPAS DE OSB E CÂMARA INTERNA COM LÃ DE ROCHA
e1
0,0254 e2
0,06 e3
0,0254
AR
IN
TE
RN
O
OSB MAT2 OSB
AR
E
XT
ER
NO
Ri R1 Rint R2 Re Condutividade
térmica λ = 0,13 0,039 0,13 W / m.°C Coeficiente de
convecção painel / ar h = 8 20 W / m2.°C
Resistência térmica R = 0,13 0,20 1,54 0,1954 0,05 m2.°C / W Densidade ρ = 0 650 190 650 0 Kg / m3
Capacidade térmica mínima cmin = 1,00 0,75 1,00 kJ / kg.K
Capacidade térmica máxima cmax = 2,13 0,75 2,13 kJ / kg.K
Resistência painel Rt : 1,93 m2.°C / W
Resistência total RT : 2,10 m2.°C / W
Coef. Global U : 0,48 W / m2.°C
Cap. Térmica Ctmin : 16,51 8,55 16,51 kJ /m2.K
Cap. Térmica Ctmax : 35,17 8,55 35,17 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmin : 41,57 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmax : 78,88 kJ /m2.K
B0min : 25,06
B1min : 2,94
B2min : 0,20
(B1+B2)0,5 : 3,13 1,77
ATRASO TÉRMICO MIN fmin : 4,7 Horas
B0max : 43,72
B1max : 5,12
B2max : 0,42
(B1+B2)0,5 : 5,54 2,35
ATRASO TÉRMICO MAX fmax : 6,3 Horas
Tabela 23: Memória de Cálculo – parede dupla com chapa de OSB e câmara int. com lã de rocha. Fonte: dos autores
105
MEMÓRIA DE CÁLCULO PAREDE DUPLA COM CHAPAS DE OSB E CÂMARA INTERNA COM ARGILA EXPANDIDA
e1
0,0254 e2
0,06 e3
0,0254
AR
IN
TE
RN
O
OSB MAT2 OSB
AR
E
XT
ER
NO
Ri R1 Rint R2 Re Condutividade
térmica λ = 0,13 0,1112 0,13 W / m.°C Coeficiente de
convecção painel / ar h = 8 20 W / m2.°C Resistência térmica R = 0,13 0,20 0,54 0,1954 0,05 m2.°C / W
Densidade ρ = 0 650 600 650 0 Kg / m3 Capacidade térmica
mínima cmin = 1,00 1,35 1,00 kJ / kg.K Capacidade térmica
máxima cmax = 2,13 0,84 2,13 kJ / kg.K
Resistência painel Rt : 0,93 m2.°C / W
Resistência total RT : 1,11 m2.°C / W
Coef. Global U : 0,90 W / m2.°C
Cap. Térmica Ctmin : 16,51 48,60 16,51 kJ /m2.K
Cap. Térmica Ctmax : 35,17 30,13 35,17 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmin : 81,62 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmax : 100,46 kJ /m2.K
B0min : 65,11
B1min : 15,82
B2min : 2,27
(B1+B2)0,5 : 18,09 4,25
ATRASO TÉRMICO MIN fmin : 5,5 Horas
B0max : 65,30
B1max : 15,86
B2max : 4,83
(B1+B2)0,5 : 20,70 4,55
ATRASO TÉRMICO MAX fmax : 5,8 Horas
Tabela 24: Memória de Cálculo – parede dupla com chapa de OSB e câmara interna com argila expandida.
Fonte: dos autores
106
MEMÓRIA DE CÁLCULO PAREDE DUPLA COM CHAPAS DE OSB E CÂMARA INTERNA COM FIBRA DE COCO
e1
0,0254 e2
0,06 e3
0,0254
AR
IN
TE
RN
O
OSB MAT2 OSB
AR
E
XT
ER
NO
Ri R1 Rint R2 Re Condutividade
térmica λ = 0,13 0,045 0,13 W / m.°C Coeficiente de
convecção painel / ar h = 8 20 W / m2.°C Resistência térmica R = 0,13 0,20 1,33 0,1954 0,05 m2.°C / W
Densidade ρ = 0 650 140 650 0 Kg / m3 Capacidade térmica
mínima cmin = 1,00 0,95 1,00 kJ / kg.K Capacidade térmica
máxima cmax = 2,13 0,95 2,13 kJ / kg.K
Resistência painel Rt : 1,72 m2.°C / W
Resistência total RT : 1,90 m2.°C / W
Coef. Global U : 0,53 W / m2.°C
Cap. Térmica Ctmin : 16,51 8,01 16,51 kJ /m2.K
Cap. Térmica Ctmax : 35,17 8,01 35,17 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmin : 41,0252 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmax : 78,34 kJ /m2.K
B0min : 24,5152
B1min : 3,21
B2min : 0,43
(B1+B2)0,5 : 3,64 1,91
ATRASO TÉRMICO MIN fmin : 4,5 Horas
B0max : 43,17
B1max : 5,66
B2max : 0,91
(B1+B2)0,5 : 6,57 2,56
ATRASO TÉRMICO MAX fmax : 6,1 Horas
Tabela 25: Memória de Cálculo – parede dupla com chapa de OSB e câmara interna com fibra de coco.
Fonte: dos autores
107
MEMÓRIA DE CÁLCULO PAREDE DUPLA COM CHAPAS DE OSB E CÂMARA INTERNA COM TERRA
e1
0,0254 e2
0,06 e3
0,0254
AR
IN
TE
RN
O
OSB MAT2 OSB
AR
E
XT
ER
NO
Ri R1 Rint R2 Re Condutividade
térmica λ = 0,13 0,5 0,13 W / m.°C Coeficiente de
convecção painel / ar h = 8 20 W / m2.°C Resistência térmica R = 0,13 0,20 0,12 0,1954 0,05 m2.°C / W
Densidade ρ = 0 600 1700 600 0 Kg / m3 Capacidade térmica
mínima cmin = 1,00 0,84 1,00 kJ / kg.K Capacidade térmica
máxima cmax = 2,13 0,84 2,13 kJ / kg.K
Resistência painel Rt : 0,51 m2.°C / W
Resistência total RT : 0,69 m2.°C / W
Coef. Global U : 1,46 W / m2.°C
Cap. Térmica Ctmin : 15,24 85,68 15,24 kJ /m2.K
Cap. Térmica Ctmax : 32,46 85,68 32,46 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmin : 116,16 kJ /m2.K
Cap. Térmica Total CTmax : 150,60 kJ /m2.K
B0min : 100,92
B1min : 44,65
B2min : 5,13
(B1+B2)0,5 : 49,78 7,06
ATRASO TÉRMICO MIN fmin : 5,0 Horas
B0max : 118,14
B1max : 52,27
B2max : 10,93
(B1+B2)0,5 : 63,20 7,95
ATRASO TÉRMICO MAX fmax : 5,6 Horas
Tabela 26: Memória de Cálculo – parede dupla com chapa de OSB e câmara interna com Terra. Fonte: dos autores
108
4.1.2. Simulações com programas computacionais para análise de conforto térmico
A simulação do ARQUITROP considerou o protótipo com um módulo de 3,66 x 3,66 x
2,55 m com painéis sombreados, considerando o protótipo levando do chão. A
simulação segue as considerações da NBR 15575 (2010), que indica na análise inicial
para pré projeto aplicar um 1 ren/h (0,0075 m³/s) de ventilação interna. Assim,
consideram-se as janelas fechadas e a posição de insolação mais crítica para o período
em questão, além de considerar a modelagem sem fonte de calor interna para a zona
Bioclimática 3. A modelagem foi realizada para a cidade São Paulo, centro da cidade
campus Mackenzie. Na base de dados do ARQUITROP o dia típico de verão é 21 de
dezembro de 2010. A modelagem foi realizada com paredes pisos e coberturas, com o
duplo sanduíche de OSB e material isolante no recheio e uma caixa com paredes duplas
de OSB e cobertura simples 1 OSB. A tabela 27 mostra o resultado obtido para o verão.
HO
RA
S
TE
MP
ER
AT
UR
A
EX
TE
RN
A
1.
OS
B
2.
OS
B +
Ar
+O
SB
3.
OS
B +
EP
S +
O
SB
4.
OS
B +
Lã
de
Vid
ro +
OS
B
5.
OS
B +
Lã
de
Roc
ha
+ O
SB
6.
OS
B +
Arg
ila
Exp
and
ida
+
OS
B
7.
OS
B +
Fib
ra
de
Coc
o +
O
SB
8.
OS
B +
Ter
ra
+ O
SB
2:00 25,7 28,8 29,7 29,5 29,4 29,6 29,9 29,6 29,8
4:00 24,7 28,1 29,2 29,2 29,1 29,4 29,6 29,3 29,4
6:00 24,7 27,8 28,7 29,0 29,0 29,2 29,3 29,1 28,9
7:00 25,3 27,8 28,6 29,0 28,9 29,1 29,1 29,0 28,8
8:00 26,4 28,0 28,5 29,0 29,0 29,1 29,0 29,0 28,7
9:00 28,0 28,5 28,6 29,3 29,2 29,3 29,1 29,2 28,7
10:00 30,1 29,3 28,9 29,6 29,4 29,5 29,1 29,5 28,8
11:00 32,0 30,2 29,3 30,0 29,7 29,8 29,2 29,7 29,2
12:00 33,3 31,0 29,7 30,2 29,9 30,0 29,5 30,0 29,5
13:00 34,0 31,6 30 30,5 30,2 30,3 29,7 30,3 29,9
14:00 34,2 32,0 30,5 30,8 30,4 30,5 30,0 30,5 30,3
15:00 34,0 32,3 30,9 30,9 30,6 30,7 30,3 30,8 30,7
16:00 33,6 32,3 31,2 31,0 30,7 30,8 30,6 30,9 31,1
17:00 33,0 32,3 31,5 31,1 30,7 30,9 30,9 31,0 31,2
18:00 32,4 32,2 31,7 31,0 30,7 30,9 31,0 31,0 31,5
20:00 30,9 31,7 31,7 30,8 30,5 30,8 31,2 30,9 31,5
22:00 29,3 30,6 31,0 30,2 30 30,4 31,0 30,4 31,1
24:00 27,4 29,6 30,2 29,8 29,7 29,9 30,5 30,0 30,3 Delta -34,2 -1,9 -2,5 -3,3 -3,5 -3,5 -3,0 -3,2 -2,7
Tabela 27: Simulação pelo ARQUITROP das temperaturas esperadas para da composição dos painéis em dia típico de verão (no caso, 21 de dezembro). Fonte: Simulação dos autores da pesquisa com o programa ARQUITROP
109
Nessa simulação, a casa foi modelada considerando quase toda a envoltória de OSB e
pequenas aberturas de vidro. De acordo com a Norma de Desempenho, o nível de
conforto térmico é o mínimo para as caixas com cobertura simples e o intermediário
para todas as outras, inclusive a caixa com duplo OSB + câmara de Ar e as caixas com
Lã de Vidro e Lã de Rocha ficam entre os níveis intermediários e superiores. A
simulação no programa ARQUITROP demonstrou que o módulo fica no nível de
desempenho intermediário para o dia típico de verão.
No gráfico abaixo podemos observar que os recheios lã de vidro, lã de rocha, isopor e
a fibra de coco são os materiais mais eficientes entretanto as muitas das temperaturas
internas são acima de 29 C.
Gráfico 4: Simulação do ARQUITROP para desempenho dos painéis em dia típico de verão (no caso, 21 de dezembro).
Fonte: Simulação dos autores da pesquisa com o programa ARQUITROP
O dia típico de inverno considerado foi o dia 21 de maio de 2010, simulado no
ARQUITROP com as condicionantes da NBR 15575 (2010).
110
TE
MP
ER
AT
UR
A
EX
TE
RN
A
1.
OS
B
2.
O
SB
+
A
r +
OS
B
3.
OS
B +
EP
S +
O
SB
4.
OS
B +
Lã
de
Vid
ro +
OS
B
5.
OS
B +
Lã
de
Roc
ha
+ O
SB
6.
OS
B +
Arg
ila
exp
and
ida
+
OS
B
7.
OS
B +
Fib
ra
de
Coc
o +
O
SB
8.
OS
B +
Ter
ra
+ O
SB
6,6 9,7 10,6 10,4 10,3 10,5 10,9 10,5 10,8 5,5 9,0 10,1 10,1 10,0 10,2 10,5 10,2 10,3 5,6 8,6 9,6 9,9 9,8 10,0 10,2 10,0 9,9
6,1 8,6 9,5 9,8 9,8 10,0 10,0 9,9 9,7
7,3 8,7 9,4 9,9 9,8 10,0 9,9 9,9 9,6
9,0 9,1 9,4 10,0 9,9 10,1 9,9 10,0 9,6
11,0 9,8 9,6 10,3 10,2 10,2 10,0 10,2 9,7
13,1 10,7 10,0 10,0 10,5 10,5 10,1 10,5 9,9
14,3 11,8 10,6 11,2 10 10,9 10,2 10,9 10,2
15,1 12,6 11,1 11,5 11,1 11,2 10,4 11,2 10,8
15,3 13,1 11,6 11,8 11,3 11,5 10,9 11,5 11,3
15,1 13,4 12,1 11,9 11,5 11,7 11,3 11,8 11,8
14,7 13,4 12,4 12,1 11,6 11,8 11,6 11,9 12,2
14,1 13,4 12,8 12,1 11,6 11,9 12,0 12,0 12,4
13,4 13,2 12,9 12,0 11,6 11,9 12,1 12,0 12,6
11,9 12,6 12,6 11,5 11,2 11,6 12,3 11,7 12,5
10,2 11,3 11,7 11,1 10,9 11,2 11,9 11,2 11,8
8,3 10,9 10,9 10,9 10,9 10,9 10,9 10,9 10,9
Delta +3,1 +3,9 +4,3 +4,3 +4,5 +4,4 +4,4 +4,1 Tabela 28: Simulação, pelo programa ARQUITROP, temperaturas esperadas para da
composição dos painéis em dia típico de inverno (no caso, 21 de maio). Fonte: Simulação dos autores da pesquisa com o programa ARQUITROP
O dia típico de inverno considerado foi devido a apresentar uma amplitude térmica
maior na base de dados do ARQUITROP e como mostra o gráfico 5 e a tabela 28
111
Gráfico 5: Simulação do programa ARQUITROP para desempenho dos painéis em dia típico de inverno (no caso, 21 de maio ).
Fonte: Simulação dos autores da pesquisa com o programa ARQUITROP
A Tabela 28 e o Gráfico 5 mostram que a temperatura dentro do módulo na modelagem
no dia típico de inverno. O desempenho ficou no nível mínimo, acima da temperatura
externa (uma média de 3 a 4,5 graus). O duplo OSB + Lã de Rocha, o duplo OSB + Lã
de Vidro, o duplo OSB + Argila Expandida, o duplo OSB + Fibra de Coco ficam
próximos ao nível intermediário. Observa-se que a simulação com o ARQUITROP, não
foi considerada nenhuma fonte interna de calor.
Analisando os dados da tabela 28 e como apontado por Akutsu( 2010) a faixa ideal de
conforto definida na NBR 15575(2010), está compreendida em um desempenho
intermediário ou superior. As quatro paredes estariam muito perto do desempenho
aceitável pela norma com conceito de pessoas aclimatadas. Entretanto grande parte das
temperaturas internas no dia típico de inverno (na modelagem) fica abaixo dos 12 C,
para contornar o problema Giglio, Barbosa (2006) recomendam que na Zona
Bioclimática 3, no inverno a analise deveria ser realizada com uma fonte interna de
calor de 1000 watts em função de uma série de experimentos realizado pelas
pesquisadoras com programas de simulação térmica.
Como a base de dados do ARQUITROP é muito antiga, a simulação ainda é com a
plataforma DOS, acreditamos que no ARQUITROP a simulação ainda estava mais
112
perto do componente do que a casa como um todo, e considerando possibilidade da
modelagem com o programa ECOTECT em função do volume do espaço interno e sua
envoltória, passamos a simular o conforto no programa ECOTECT. O programa
ECOTECT, as simulações foram realizadas com uma pequena fonte de calor de 40
watts, representando uma pessoa sedentária, pois o programa não tem a opção de
simulação sem fonte de calor interno. Outro aspecto que merece destaque é os dias
típicos são diferentes pois as bases de dados de cada programa é diferente. No
ECOTECT a modelagem foi realizada no dia 25 de janeiro, dia típico de verão, e da
maneira indicada na NBR 15575 (2010) a casa como um todo, no dia típico de verão e
na posição critica de implantação, com a sala do projeto voltada para o norte e com a
maior quantidade de vidro na posição leste/oeste (na figura 63), considerando 1
renh/hora (0,0075 m³/s) de ventilação. A NBR 15575 (2010) recomenda a ausência de
fonte interna de calor; porém, essa opção não foi possível, pois o programa ECOTECT
não permite, portanto na modelagem existe uma fonte de 40 Watts representando um
homem sedentário nos resultados obtidos tanto no inverno quanto no verão.
Considerando a composição vidro + Argônio + vidro, pois observamos que o argônio é
um dos materiais mais usados com o vidro e devido a sua baixa condutividade térmica
de 0,0177 W/m2 K. A modelagem considerou 3 fachadas com grande quantidade de
vidro, como apresentado na figura 63.
Figura 63: Máscaras de insolação para o dia típico de verão na posição mais critica Fonte: Modelagem dos autores com o programa ECOTECT
113
HO
RA
S
TE
MP
ER
AT
UR
A E
XT
ER
NA
Cob
ertu
ra
Sim
ple
s
OS
B
+
Ar
+
OS
B
OS
B +
Iso
por
+
OS
B
OS
B
+
Lã
de
Vid
ro +
OS
B
OS
B
+
Lã
de
Roc
ha
+ O
SB
OS
B +
Ter
ra +
O
SB
OS
B
+
Arg
ila
Exp
and
ida
+
OS
B
OS
B +
Fib
ra d
e C
oco
+ O
SB
0 21,0 24,8 25,5 23,9 27,6 27,5 29,9 26,6 27,4
1 21,0 24,1 25,5 23,6 27,5 27,5 29,8 26,5 27,3
2 21,0 24,1 25,4 23,4 27,4 27,4 29,6 26,4 27,3 3 21,0 24,0 25,3 23,4 27,4 27,3 29,6 26,3 27,2 4 21,0 24,0 24,8 22,9 27,2 27,1 29,3 26,1 26,9 5 21,0 24,0 24,8 22,9 27,2 27,1 29,3 26,1 26,9 6 22,0 24,0 24,8 22,9 27,1 27,1 29,0 26,1 27,0 7 24,0 24,0 24,9 23,0 27,1 27,0 29,0 26,0 26,8 8 26,0 24,8 24,9 23,0 27,1 27,1 29,0 26,0 26,9 9 27,0 27,5 24,9 23,0 27,2 27,1 29,1 26,0 26,9
10 29,0 31,8 25,1 23,6 27,4 27,3 29,3 26,2 27,1 11 30,8 34,3 26,4 24,8 28,6 28,5 30,5 27,3 28,3 12 32,0 37,3 27,9 26,0 29,4 29,2 31,3 27,9 29,1 13 33,0 39,2 29,5 26,6 29,7 29,4 31,7 28,1 29,2 14 34,0 36,3 30,4 27,9 30,2 29,6 32,6 28,3 29,5 15 34,0 37,5 31,5 29,0 30,8 30,0 34,0 28,9 29,9 16 32,0 37,1 32,5 29,7 31,4 30,8 34,9 30,0 30,8 17 25,2 39,8 31,5 30,1 31,9 31,2 35,9 30,5 31,2 18 22,0 33,0 32,0 30,7 32,3 31,7 36,8 31,2 31,8 19 22,0 28,6 31,8 30,7 31,7 31,8 35,6 31,6 32,0 20 22,0 25,6 32,3 29,6 31,3 30,9 35,4 30,5 31,0 21 22,0 25,1 28,7 25,8 29,9 29,7 34,1 29,5 29,8 22 21,0 24,8 26,3 24,0 29,7 29,1 34,3 28,9 29,2 23 21,0 24,8 25,5 24,0 28,6 29,5 32,1 29,5 29,6
Delta 34,0 ruim -1,7 -3,3 -1,7 -2,3 ruim -2,4 -2
Tabela 29: Simulação pelo ECOTECT das temperaturas esperadas para composição dos painéis em dia típico de verão (no caso, em 25 de janeiro).
Fonte: Simulação dos autores da pesquisa com o programa ECOTECT
Gráfico 6: Gráfico comparativo dos resultados das temperaturas de cada material no dia típico de verão.
Fonte: dos autores
114
A análise para o dia típico de verão mostrou que a casa com quase todos os materiais
atingiria o desempenho mínimo somente o isopor, a argila expandida, lã de rocha e fibra
de coco atingiriam o nível de desempenho intermediário. A cobertura simples com 1
OSB ficaria mais quente que fora e a caixa com terra também não atingem nem o nível
mínimo. Entretanto devido a grande quantidade de vidro ainda a casa fica submetida a
muitas horas com temperatura acima de 29 C.
Para analisar a influência da quantidade de vidro realizamos a modelagem com vidro
em uma fachada, com as mesmas condições imposta ao projeto anterior e com a mesma
posição, modelamos para o 25 de janeiro. A tabela 30 mostra que a quantidade de hora
que as temperaturas ficam acima de 29 C foi minimizada quando comparamos a tabela
29 onde existem Três paredes com grande quantidade de vidro.
HO
RA
S
TE
MP
ER
AT
UR
A
EX
TE
RN
A
OS
B +
Ar
+ O
SB
OS
B +
Fib
ra d
e C
oco
+ O
SB
OS
B +
Lã
de
Roc
ha
+ O
SB
0 21,0 25,4 26,6 26,7
1 21,0 25,4 26,5 26,6 2 21,0 25,3 26,4 26,6 3 21,0 25,2 26,3 26,5 4 21,0 24,8 26,2 26,4 5 21,0 24,8 26,2 26,4 6 22,0 24,8 26,2 26,4 7 24,0 24,8 26,1 26,3 8 26,0 24,9 26,1 26,3 9 27,0 24,9 26,2 26,4 10 29,0 25,0 26,3 26,5 11 30,8 25,6 26,6 26,8 12 32,0 26,9 27,0 27,0 13 33,0 28,7 27,0 26,9 14 34,0 29,7 27,3 27,2 15 34,0 30,9 28,0 27,9 16 32,0 31,7 28,9 28,9 17 25,2 30,4 29,3 29,2
18 22,0 30,8 29,8 29,6 19 22,0 30,9 30,0 29,8
115
Gráfico 7: Gráfico comparativo dos resultados das temperaturas de cada material no dia típico de verão (no caso, em 25 de janeiro) com vidro em uma fachada.
Fonte: dos autores
A minimização da quantidade de vidro e o aumento de painéis opacos resultaram em
uma melhora no desempenho significativo, com lã de rocha e fibra de coco atingindo o
desempenho superior( tabela 14) e minimizando a quantidade de horas que a casa fica
com temperaturas acima de 29C . A tabela 30 e os gráficos 7 mostram os resultados
obtidos com o ECOTECT. Entretanto ainda existem temperaturas acima de 29 C.
20 22,0 31,9 29,2 29,0 21 22,0 28,6 28,9 28,7 22 21,0 26,3 28,6 28,5 23 21,0 25,4 29,1 29,1
Delta 34,0 -2,1 -4,0 -4,2 Tabela 30: Simulação pelo ECOTECT das
temperaturas esperadas para composição dos painéis em dia típico de verão (no caso, em 25 de janeiro)
com vidro em uma fachada. Fonte: Simulação dos autores da pesquisa com o
programa ECOTECT
116
Como indicado na NBR 15575 (2010), foi realizada a modelagem da casa como um
todo no dia típico de inverno e na posição critica de implantação, com janela da sala do
projeto voltada para o sul e parede exposta ao leste, com a maior quantidade de vidro
nessa posição (Figura 64), considerando para pré projeto aplicar um 1 ren/h (0,0075
m³/s) de ventilação interna. Assim, consideram-se as janelas fechadas e a posição de
insolação mais crítica para o período em questão. A NBR 15575 (2010) recomenda a
ausência de fonte interna de calor, mas essa opção não foi possível com o programa.
Existe, como observado, uma fonte de 40 Watts representando um homem sedentário.
No dia 4 de agosto (dia típico de inverno) e na posição considerada a mais crítica do
inverno. A imagem 64 mostra a posição critica de implantação.
Figura 64: Máscaras de insolação para o dia típico de inverno na pior situação de implantação
Fonte: Modelagem dos autores com o programa ECOTECT
117
HO
RA
S
TE
MP
ER
AT
UR
A
EX
TE
RN
A
Cob
ertu
ra
Sim
ples
OS
B +
Ar
+ O
SB
OS
B +
Iso
por
+
OS
B
OS
B
+
Lã
de
Vid
ro +
OS
B
OS
B
+
Lã
de
Roc
ha
+ O
SB
OS
B
+
Ter
ra
+
OS
B
OS
B
+
Arg
ila
Exp
and
ida
+
OS
B
OS
B +
Fib
ra d
e C
oco
+ O
SB
0 9,0 12,4 14,8 12,4 17,4 17,3 18,9 15,6 17,1 1 9,0 12,3 14,8 12,5 17,3 17,3 18,7 15,7 17,1 2 9,0 12,2 14,3 11,9 17,1 17,0 18,5 15,3 16,8 3 9,0 12,2 14,4 12,0 17,1 17,0 18,6 15,4 16,8 4 9,0 12,2 14,3 11,8 17,0 17,0 18,2 15,3 16,8 5 8,4 12,1 14,3 11,8 17,0 16,9 18,3 15,2 16,6 6 8,0 12,1 14,3 11,8 16,9 16,9 18,2 15,2 16,6 7 10,0 11,7 14,3 11,8 17,0 16,9 18,2 15,2 16,6 8 10,0 11,5 14,3 11,8 17,0 16,9 18,2 15,2 16,6 9 12,0 12,8 14,2 11,5 16,9 16,8 18,1 15,1 16,6 10 12,0 14,1 14,0 11,3 16,8 16,7 18,0 15,0 16,5 11 13,1 17,6 14,3 12,5 17,3 17,2 18,4 15,3 16,9 12 14,0 19,2 15,2 12,5 17,7 17,7 18,8 16,0 17,4 13 14,0 21,0 16,4 13,6 18,5 18,4 19,5 16,8 18,1 14 13,8 21,5 17,7 13,6 18,8 18,5 20,2 17,5 18,2 15 14,0 21,7 18,3 14,3 19,1 18,8 20,7 18,2 18,6 16 13,0 20,8 18,8 14,8 19,6 18,9 21,8 18,8 18,7 17 11,6 19,6 19,0 14,9 19,9 19,5 22,3 19,3 19,4 18 11,0 16,2 18,9 14,7 20,1 19,7 22,8 19,3 19,6 19 10,0 14,7 18,7 14,9 20,2 20,0 22,9 19,1 19,9 20 10,4 13,9 17,6 14,3 19,4 19,2 22,1 18,0 19,2 21 10,0 13,1 16,0 13,5 18,8 18,7 21,4 16,9 18,7 22 11,0 13,3 15,5 13,2 18,5 18,5 20,9 16,6 18,4 23 11,0 13,0 15,2 12,6 17,8 18,2 19,6 16,4 18,0
Delta 9,0 +2,0 +5,0 +3,3 +7,8 +7,9 +9,0 +6,0 +7,6
Tabela 31: Simulação pelo ECOTECT das temperaturas esperadas para composição dos painéis em dia típico de inverno (no caso, em 4 de agosto).
Fonte: Simulação dos autores da pesquisa com o programa ECOTECT
118
Gráfico 8: Gráfico comparativo dos resultados das temperaturas de cada material no dia típico de inverno (no caso, em 4 de agosto).
Fonte: dos autores
119
Inverno (4 de agosto): vidro em uma fachada
HO
RA
S
TE
MP
ER
AT
UR
A
EX
TE
RN
A
OS
B
+
AR
+
O
SB
OS
B +
Fib
ra d
e C
oco
+ O
SB
OS
B
+
Lã
de
Roc
ha
+ O
SB
0 9,0 14,8 16,8 16,9
1 9,0 14,8 16,8 16,9
2 9,0 14,4 16,6 16,7
3 9,0 14,4 16,5 16,7
4 9,0 14,3 16,5 16,7
5 8,4 14,3 16,4 16,6
6 8,0 14,3 16,4 16,6
7 10,0 14,3 16,4 16,6
8 10,0 14,3 16,4 16,6
9 12,0 14,3 16,4 16,6
10 12,0 14,1 16,4 16,6
11 13,1 14,2 16,5 16,7
12 14,0 14,9 16,6 16,8
13 14,0 15,8 16,9 17,1
14 13,8 17,3 17,0 17,2
15 14,0 18,0 17,5 17,7
16 13,0 18,6 17,9 18,0
17 11,6 18,6 18,5 18,6 18 11,0 18,6 18,6 18,6 19 10,0 18,2 18,7 18,7 20 10,4 17,2 18,4 18,4 21 10,0 16,1 18,3 18,3 22 11,0 15,4 18,1 18,1 23 11,0 15,2 17,9 17,9
Delta 8,0 +6,1 +8,4 +8,6
Tabela 32: Simulação pelo ECOTECT das temperaturas esperadas para composição dos painéis em dia típico de inverno (no caso, em 4 de agosto)
com vidro em uma fachada. Fonte: Simulação dos autores da pesquisa com o
programa ECOTECT
120
Gráfico 9: Gráfico comparativo dos resultados das temperaturas de cada material no dia típico de inverno (no caso, em 4 de agosto) com vidro em uma fachada.
Fonte: dos autores
As tabelas 31, 32 e os gráficos 8 e 9 mostram que a temperatura dentro da casa no
modelagem com o programa ECOTECT. Considerando a casa como um todo no dia
típico de inverno, e avaliando o desempenho térmico de acordo com a NBR 15575
(2010), na com parede dupla, mas cobertura simples (1 OSB) o desempenho fica no
abaixo do mínimo. Considerando os elementos da envoltória como parede, cobertura e
piso com duplo OSB e recheio com isolante ou ar. O termo duplo aqui representa =
OSB + recheio+ OSB. As casas com painéis duplo OSB + câmara de Ar; a casa duplo
OSB + Isopor; e a casa com duplo OSB + Argila Expandida ficam com desempenho no
nível intermediário No nível de desempenho superior: a casa duplo OSB + Lã de
Rocha, duplo OSB + Lã de Vidro e duplo OSB + Terra e duplo OSB + Fibra de Coco.
Já na modelagem de verão, as Tabelas 29 e 30 e os Gráficos 6 e 7 mostram a
temperatura dentro do módulo na modelagem com o programa ECOTECT, a casa com
parede dupla mas cobertura simples (1 OSB) e a casa duplo OSB + Terra, ambos não
atingem o nível de desempenho para ser aprovado, ficando abaixo do mínimo. No nível
mínimo: a casa com duplo OSB e câmara de Ar (parede e cobertura); a casa com duplo
OSB + Isopor (paredes e cobertura) e a casa com duplo OSB + Lã de Vidro (parede e
cobertura). No nível intermediário, fica a casa com parede e cobertura compostos de
duplo OSB + Lã de Rocha, duplo OSB + Argila Expandida e duplo OSB + Fibra de
Coco.
121
Em uma reavaliação da quantidade de fachadas com vidro, ocorre uma melhora
significativa em relação ao desempenho dos materiais tanto no verão como no inverno.
Nesse caso, modelou-se uma fachada com vidro e as demais com paredes duplas e teto
duplo, passando para o nível de desempenho intermediário com duplo OSB e câmara de
Ar. No nível superior, o duplo OSB + Lã de Rocha e o duplo OSB + Fibra de Coco.
Contudo, ainda existiam temperaturas acima de 29 °C.
Giglio e Barbosa (2006) apontam, em sua pesquisa, o método das horas de desconforto
como um indicador para a avaliação térmica dos sistemas construtivos. O critério
estabelece que o número de horas de desconforto deva ser menor do que 1000 ao longo
de um ano. Alguns pesquisadores consideram a zona de conforto entre 18 e 26 °C;
porém, Givoni (1992), um dos maiores pesquisadores da área, considera a zona de
conforto entre 18 e 29 °C com medidas durante um ano.
Apesar de a Norma de Desempenho não considerar a avaliação pelas horas de
desconforto, foi feita uma simulação para permitir análises comparativas. As
modelagens realizadas para avaliar as horas de desconforto dos protótipos foram
realizadas com o programa ECOTECT, e considerando que estamos no hemisfério sul
Segundo FARRELLY (2010) a posição ideal de implantação é quartos voltados para
leste e sala voltada para oeste, pois esta posição apresenta um maior rendimento “da
luz ao nascer do sol e no poente” ( figura 65).
Figura 65: Máscaras de insolação para a posição de implantação Fonte: Modelagem dos autores com o programa ECOTECT
122
A modelagem avaliou as temperaturas anuais que ocorrem dentro do modelo
considerando a casa como um todo no programa ECOTECT. As fachadas e a cobertura
compostas por duplo OSB e recheio com isolante e 3 fachadas com grande quantidade
de vidro. A parede e o painel possuem espessura de 11-12 cm e vidro duplo com
Argônio no recheio, sombreado pelos beirais.
Materiais Porcentagem de conforto
Horas de desconforto
Parede com duplo OSB e cobertura simples 68 % 2800 Parede e cobertura com duplo OSB + Ar + OSB 79,6% 1700
Parede e cobertura com duplo OSB + Isopor + OSB 84 % 1400 Parede e cobertura com duplo OSB + Lã de Rocha +
OSB 87.3 % 1138
Parede e cobertura com duplo OSB + Lã de Vidro + OSB
87,3 % 1138
Parede e cobertura com duplo OSB + Terra + OSB 80% 1752 Parede e cobertura com duplo OSB + Argila
Expandida + OSB 85 % 1300
Parede e cobertura com duplo OSB + Coco + OSB 87, 4 % 1100 Tabela 33: Porcentagem de conforto com medidas anuais.
Fonte: dos autores
As Tabelas 11, 12 e 13 apresentam os critérios da Norma de Desempenho, que exige
além dos níveis de desempenho uma capacidade térmica das paredes. Para São Paulo a
zona Bioclimática 3, a norma exige para paredes CT > 130 KJ/ m2K e na cobertura
capacidade térmica CT > 150 KJ/ m2 K. Nas Tabelas 19 a 26, chamadas pela equipe de
Memória de Cálculo, observa-se que nenhuma parede avaliada nesta pesquisa atinge a
capacidade térmica CT > 130 KJ/ m2 K, dificultando aprovações de projetos ou
processos construtivos leves (como o Steel Frame e o Wood Frame) e viabilizando as
construções mais pesadas como blocos de concreto, cerâmicos, etc.
Uma das possibilidades de melhorar a capacidade térmica da parede é aumentar a de
massa da parede e a espessura global. Para aumentar a capacidade térmica da parede e
minizar os picos de temperatura propomos uma nova composição de parede com
15cm com OSB + isolante + OSB + Ar+ GESSO, como mostra a Figura 66.
123
Figura 66: Isométrica novo painel com uma placa de gesso na parte interna. Fonte: dos autores
A modelagem numérica é sempre de difícil análise porque, por mais domínio do assunto
que tenham os pesquisadores, sempre há fatores que não se pode controlar. Ao final da
pesquisa observamos a atualização da norma NBR 15575:2010 e a recomendação da
pesquisadora Maria Akutsu para aplicar o programa ENERGYPLUS, do departamento
de energia dos Estados Unidos, pois o programa é trabalha com zonas de conforto
térmico dentro da casa determinando temperatura em cada ambiente como sala,
quartos, etc. e não somente a temperatura do volume interno, mas não foi possível em
função do tempo, portanto recomendaremos sua aplicação como continuação da
pesquisa.
4.1.3. Experimentos físicos: os primeiros testes de temperatura
Essa seção procura esclarecer brevemente as condições de medição de temperatura, em
contexto externo e em laboratório, dos materiais selecionados nesta pesquisa para
preenchimento dos painéis de OSB do Habitáculo, bem como apresentar comentários
gerais sobre o comportamento desses materiais nas condições apresentadas. O objetivo,
em momento algum, foi produzir dados absolutamente precisos, rigorosa e estritamente
científicos, sobre o comportamento térmico dos mesmos; os dados podem ser obtidos
com alguma facilidade em sites variados da internet. As temperaturas em si e os
números que as representam, portanto, contaram pouco para o presente estudo.
124
O rigor da investigação está na tentativa de produção de um perfil comparativo entre os
materiais sob condições similares – notadamente subequatoriais tropicais – que
norteassem futuros testes com alguns deles e a possível proposta de combinação de para
utilização em um primeiro protótipo 1:1 do Habitáculo. Nesse estágio, o fato de um
material atingir determinada temperatura e, outro, determinada temperatura, foi
irrelevante. Mesmo porque as temperaturas máximas atingidas pelo Sol e pela fonte
laboratorial variaram bastante. O que realmente se mostrou relevante foi estabelecer
comportamentos gerais que possibilitassem produzir curvas comparativas,
independentemente dos números. Desse modo, se um material conseguiu reduzir a
velocidade de transmissão de calor, ou se outro estabeleceu uma regularidade maior
nessa transmissão sem grandes alterações ao longo da medição, sua capacidade de
absorção e isolamento permite selecioná-los para investigações mais completas e
precisas.
De fato, como será visto, houve aspectos comuns ou bastante próximos em todas as
medições. Obviamente, como não poderia deixar de ser em pesquisas dessa natureza (e
em pesquisas na área de Arquitetura e Urbanismo em geral), uma série de questões
foram levantadas aqui e será, também, motivo de novos testes em estágios futuros desse
processo de experimentação.
4.1.3.1. Medições externas no ambiente
O primeiro estudo se refere às medições externas em condições climáticas reais. Foram
realizadas três medições: a primeira, na cobertura de uma empresa na Zona Oeste de
São Paulo, no inverno de 2010 e, a segunda, na cobertura do edifício Modesto
Carvalhosa, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, no Centro de São Paulo, no
verão de 2010 e a terceira no mesmo local no inverno de 2011. Uma série de nove
caixas foi produzida sem aberturas nos seis lados, uma vez que a intenção da pesquisa
foi verificar a atenuação e o ganho de calor obtido mediante a presença do material
isolante e obter resultados comparativos sobre sua eficiência.
Apenas as coberturas das caixas foram concebidas de forma a permitir sua remoção para
inclusão e acesso à leitura de termômetro analógico no seu interior. As caixas foram
produzidas com dimensões internas de 36 x 36 cm e altura de 28 cm, fechadas na base
por uma prancha de OSB de 25 mm de espessura e paredes duplas, também de OSB de
125
25 mm nos quatro lados, com espaçamento de 6 cm entre os painéis de OSB para a
colocação de materiais ou simplesmente de Ar. A escala das paredes é 1:1 mas o
ambiente em escala reduzida.
Figura 67: Esquema do painel analisado nesta pesquisa:sanduíche com 2 OSB e os materiais no meio.(ou, câmara Ar).
Fonte: dos autores
Em oito caixas, a cobertura também foi dupla, com o mesmo espaçamento e material
isolante e, em uma a cobertura, foi colocado apenas um painel de OSB de 25 mm de
espessura. Todos os cinco elementos duplos (quatro paredes e coberturas) de cada caixa
foram preenchidos com estes materiais, um por caixa: Isopor P1 de baixa densidade,
Argila Expandida, Terra seca em estufa com adição de sílica gel à proporção
aproximada de 20%, Lã de Rocha, Bagaço seco de Cana, Fibra de Coco, Fibra de Vidro
e Ar (sem preenchimento). A única caixa de cobertura simples teve suas paredes duplas
preenchidas apenas com Ar. Um termômetro de máximas e mínimas foi colocado na
posição vertical dentro de cada caixa, e um décimo termômetro foi colocado em uma
pequena estrutura coberta, mas aberta, para fazer uma medição externa às caixas.
126
Medição 1 (Zona Oeste de São Paulo)
Figura 68: Fotos tiradas na Zona Oeste de São Paulo.
Fonte: dos autores
As medições feitas no primeiro contexto, invernal, na Zona Oeste de São Paulo, podem
ser vistas na Tabela 34. As caixas e a pequena estrutura do décimo termômetro foram
deixadas no telhado por aproximadamente 24 horas, a partir das 10h00 da manhã em um
dia claro de muito sol, cobertas com plástico preto fino utilizado para proteção em obras
em geral em vista da possibilidade de chuva (com risco de danificar as caixas em um
estágio ainda inicial de testes). Esse plástico aumentou a temperatura do ambiente
próximo às caixas – mas, em coerência com o intuito é sugerir variações, e não
medições precisas, o fator não foi considerado de importância nesse estágio.
CONTEÚDO INVERNO (em °C) MÁXIMA MÍÍNIMA DIFERENÇA
1. VAZIA (AR) 29 10 19 2. ISOPOR P1 28 12 16 3. ARGILA EXP. 33 11 22 4. TERRA 31 13 18 5. LÃ DE ROCHA 27 13 14 6. BAGAÇO DE CANA 29 13 16
7. FIBRA DE COCO 26 13 13 8. LÃ DE VIDRO 27 12 15 9. COB. SIMPLES (AR) 31 10 21
TERMPERATURA EXTERNA 39 8 31 Tabela 34: Medidas de temperatura das caixas no inverno.
Fonte: dos autores
127
Em vista da temperatura externa de 18 °C no início do experimento, às 10h00, bem
como da temperatura máxima externa atingida, de 39 °C, à exceção da Argila
Expandida (6 °C), da Terra misturada com sílica gel à proporção aproximada de 20% (8
°C) e da cobertura simples de OSB de 25 mm (8 °C), os materiais conseguiram resistir e
reduzir a condução endotérmica em média em 11 °C. Enquanto a temperatura do
ambiente subiu 117%, as temperaturas no interior das caixas, à exceção dos três
materiais citados, subiram, em média, 52% (ou seja, menos da metade do aumento da
temperatura do ambiente). As temperaturas das caixas com os três materiais em exceção
subiram, aproximadamente, 75% (ou, aproximadamente, 2/3 da temperatura ambiente);
a temperatura da Argila Expandida, em particular, subiu 84%. Assim, talvez os
materiais possam ser divididos em dois grupos: um com Ar, do Isopor P1 de baixa
densidade, da Lã de Rocha, do Bagaço de Cana, da Fibra de Coco e Lã de Vidro e o da
Argila, da Terra seca em estufa com adição de sílica gel a 20% e um com Ar com
cobertura simples de OSB de 25 mm. Deve-se ressaltar que a caixa com Fibra de Coco
apresentou o melhor desempenho endotérmico.
Uma análise no sentido oposto mostra que, no caso da temperatura mínima externa de 8
°C (apresentando redução, então, da temperatura máxima medida em 31 °C), novamente
à exceção da Argila Expandida, do Ar com cobertura simples de OSB de 25 mm e,
agora, também à exceção do Ar, os outros materiais resistiram à perda exotérmica,
reduzindo-a em relação à perda externa. Enquanto a temperatura do ambiente caiu
aproximadamente 80% em relação ao pico das medições, as caixas com os materiais
Isopor P1 de baixa densidade, Terra misturada com sílica gel à proporção de 20%, Lã de
Rocha, Bagaço de Cana, Fibra de Coco e Lã de Vidro caíram, em média, 54.5% em
relação ao pico médio (28 °C). As temperaturas das caixas com os outros materiais
(Argila, Ar e Ar com cobertura simples de OSB de 25 mm) caíram, aproximadamente,
67% em relação ao pico médio dos três (31 °C). A temperatura da caixa com Bagaço de
Cana, que chegou ao mesmo pico da caixa com Ar entre duplo OSB, caiu bem menos
que esta ao final. Portanto, o Ar, que está incluído no grupo de materiais com melhor
desempenho quanto a ganho. E, dos materiais acima, é o que cai no grupo de pior
desempenho quanto à perda (em princípio, comprometendo sua utilização). De modo
similar, a caixa com Terra desceu ao mesmo nível de temperatura das fibras (13 °C),
mas a relação entre seu ponto mais baixo e seu pico de temperatura fez a diferença na
qualidade e no potencial de sua utilização (do ponto de vista do isolamento térmico).
128
Mais uma vez, a fibra de coco apresentou o melhor desempenho exotérmico, com perda
de 50% da temperatura ganha (o que representa pouco mais da metade da perda do
ambiente em relação ao pico de temperatura). As fibras em geral, porém (Lã de Rocha,
Lã de Vidro e Fibra de Coco, seguidas do Bagaço de Cana) tiveram bom desempenho,
tanto em um quesito como em outro.
Medição 2 (Zona Central de São Paulo)
Para a máxima exposição à insolação, neste segundo contexto de medição as caixas-
protótipo foram dispostas sobre a laje de cobertura (7º andar) do edifício.
Figura 69: Fotos da Zona Central de São Paulo no verão. Fonte: dos autores
129
Os conteúdos das caixas foram mantidos como na medição no inverno. As medidas
apresentadas foram retiradas em dia típico de verão num período de aproximadamente
24 horas. Pelo fato de estarem locados na cobertura, os experimentos se realizaram em
condições mais agressivas do que as esperadas para uma implantação no nível do solo.
As medições foram realizadas no dia 12 de dezembro de 2010, e a Tabela 35 apresenta a
leitura das temperaturas realizadas com termômetro analógico. Segundo a empresa de
registros climatológicos e meteorológicos Climatempo6, a temperatura máxima indicada
para o dia seria de 34 ºC e, a mínima, 22 ºC. Como se pode ver, a temperatura máxima
registrada foi de 40 °C e, a mínima foi praticamente igual à da previsão.
CONTEÚDO VERÃO (em °C) MÁXIMA MÍNIMA DIFERENÇA
1. VAZIA (AR) 34 22,5 11,5 2. ISOPOR P1 31 23 8 3. ARGILA EXP. 32 22 10 4. TERRA 31 23,5 7,5 5. LÃ DE ROCHA 31 23 8 6. BAGAÇO DE CANA 31,5 23 8,5 7. FIBRA DE COCO 30 23 7 8. LÃ DE VIDRO 31 22,5 8,5 9. COB. SIMPLES (AR) 40 21 19
TERMPERATURA EXTERNA 40 21 19 Tabela 35: Medidas de temperatura das caixas no verão.
Fonte: dos autores
Imediatamente, é possível perceber que a diferença entre máximas e mínimas no verão é
muito reduzida, naturalmente porque as mesmas variam menos durante as 24 horas em
ambiente aberto.
Em vista da variação relativamente modesta da temperatura no verão (expressa pela
previsão da Climatempo), fez-se uma estimativa da temperatura externa por volta das
10h00, como na medição invernal, em algo como 26 °C. E, em vista da temperatura
máxima externa atingida, de 40 °C, à exceção do Ar com cobertura simples de OSB de
25 mm (14 °C ou 54%), do Ar (8 °C ou 30%) e da Argila Expandida (6 °C ou 23%), os
materiais conseguiram resistir e reduzir a condução endotérmica em 5 °C, em média (ou
19%). Além disso, enquanto a temperatura do ambiente subiu 47,5% entre mínima e
6 Fonte: <http://www.climatempo.com.br/previsao-do-tempo/cidade/558/saopaulo-sp>.
130
máxima, a temperatura no interior das caixas subiu, entre extremos, a 34% para o Ar,
26% para o Isopor, 31% para a Argila Expandida, 24% para a Terra, 26% para a Lã de
Rocha, 27% para o Bagaço da Cana, 23,5% para a Fibra de Coco, 27,5% para a Lã de
Vidro e os mesmos 47,5% do ambiente para a cobertura simples de OSB de 25 mm.
Então, dois grupos podem ser novamente sugeridos: um com Ar, Argila Expandida e
cobertura simples de OSB de 25 mm, com um incremento médio de 37,5% (ou 32,5%
sem a cobertura simples), e outro com Isopor P1 de baixa densidade, Terra com adição
de sílica gel a proporção de 20%, Lã de Rocha, Bagaço de Cana, Fibra de Coco e Lã de
Vidro, com um incremento médio de 25,5%. Novamente, a Fibra de Coco apresentou o
melhor desempenho endotérmico.
Uma análise no sentido oposto mostra que, no caso da temperatura mínima externa de
21 °C (redução, portanto, da temperatura máxima medida em 19 °C), à exceção do Ar
com cobertura simples de OSB de 25 mm, os demais materiais resistiram à perda
exotérmica, reduzindo-a em relação à perda externa. Enquanto a temperatura do
ambiente caiu aproximadamente 47,5% em relação ao pico das medições, os materiais
Argila Expandida e Ar caíram, em média, 32% em relação ao pico médio (33 °C). O
Isopor P1 de baixa densidade, a Terra misturada com sílica gel a 20%, a Lã de Rocha, o
Bagaço de Cana, a Fibra de Coco e a Lã de Vidro caíram, em média, 26% em relação ao
pico médio (31 °C). Mais uma vez, a Fibra de Coco apresentou o melhor desempenho
exotérmico, com perda de 23,5% da temperatura ganha (praticamente a metade da perda
do ambiente em relação ao pico), embora os outros cinco materiais de seu grupo (Isopor
P1 de baixa densidade, Terra com adição de sílica gel a 20%, Lã de Rocha, Bagaço de
Cana e Lã de Vidro) tenham, também, apresentado um desempenho bastante positivo
para o verão.
Medição 3 (Zona Central de São Paulo)
No mês de junho, foram realizadas quatro medidas de inverno na cobertura do Edifício
Modesto Carvalhosa, localizado no Campus São Paulo da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, nas seguintes datas: 1, 2, 3 e 6 de junho de 2011. Dessa feita, as caixas
foram deixadas sem a cobertura de plástico preto. Os valores observados nas medições
foram muito próximos entre si; assim, a análise foi realizada com base nas medidas
colhidas no dia 2 de junho de 2011, apresentadas na Tabela 36.
131
CONTEÚDO INVERNO (em °C) MÁXIMA MÍNIMA DIFERENÇA
1. VAZIA (AR) 23,3 14,1 9,2 2. ISOPOR P1 21,9 15,9 6,0 3. ARGILA EXP. 20,7 12,6 8,1 4. TERRA 23,2 15,5 7,7 5. LÃ DE ROCHA 25,4 14,6 10,8 6. BAGAÇO DE CANA 21,6 14,2 7,4 7. FIBRA DE COCO 20,4 14,3 6,1 8. LÃ DE VIDRO 20,6 14,4 6,2 9. COB. SIMPLES (AR) 23,3 13,1 10,2
TERMPERATURA EXTERNA 22,0 7,0 15,0 Tabela 36: Medidas de temperatura das caixas no inverno.
Fonte: dos autores
As diferenças foram muito atenuadas: apenas a guisa de comparação com a medição de
inverno, o Isopor, Bagaço de Cana, Fibra de Coco e a Lã de Vidro lograram reduzir a
troca de temperatura, mantendo-se como materiais sérios para utilização nos painéis do
Habitáculo (à exceção da Lã de Rocha, material com o qual pode ter havido algum
engano de medição).
4.1.3.2. Medições em laboratório
Deve-se lembrar, agora para as medições em laboratório, que as condições de medição
foram relativamente precárias, pois o objetivo não é aferir temperaturas propriamente
ditas, mas a capacidade genérica de isolamento térmico de cada material, bem como sua
velocidade de perda e transmissão dessa temperatura. Isso se deve ao fato de as
condições de medição terem ocorrido em dias e situações diferenciadas (pois o
instrumento utilizado permitiu apenas o teste com quatro alternativas por vez). Nesse
caso, a pressão, a umidade e outros fatores certamente influenciaram os testes, mas não
impediram uma visão preliminar do comportamento dos materiais selecionados. Esses
testes, assim como os realizados em contexto real (externo) e comentados acima,
permitem conclusões importantes para as definições de vedação do módulo, além de
apontarem caminhos para futuros experimentos com outros materiais que obedeçam as
características necessárias observadas ou mesmo com alguns materiais aqui testados.
132
Figura 70: Amostras dos materiais para ensaio de temperatura no laboratório de Conforto Ambiental da FAU Mackenzie.
Fonte: autores
Um novo material e uma nova combinação de materiais foram introduzidos em
laboratório: Água e painel duplo de OSB de 25 mm com vidro comum de 4 mm no
meio. Foi feita tentativa de uma medição com Água também em condições externas,
mas o OSB das caixas nessas condições se movimentou além do desejável para garantir
sua estanqueidade, provocando vazamentos, apesar do emprego de várias camadas de
VIAPLUS 1000 (material utilizado na vedação de caixas d’água). Uma possibilidade
realizar essa medição é em algum estudo próximo, produzindo sacos plásticos estanques
para encaixe nos espaços entre painéis. Este plástico também terá sua influência medida.
Infelizmente, o sanduíche de vidro com OSB não foi considerado a tempo para a
realização dos testes externos e deverá ficar para uma próxima oportunidade de estudo.
133
Figura 71: Processo de enchimento para experimento com água. Fonte: dos autores
De qualquer modo, as medições em laboratório foram realizadas em pequenas caixas de
poliestireno com vedação em tela fina de nylon, para permitir o uso de materiais (em
pequenos pedaços ou a granel) posicionados à volta de uma fonte calor.
Figuras 72a, 72b, 72c e 72d: Exemplos de enchimento dos materiais a serem experimentados (Bagaço de Cana, Lã de Vidro, Lã de Rocha e Argila Expandida).
Fonte: dos autores
As medições foram possibilitadas por fios termossensíveis, colocados dentro da caixa
do equipamento, e nas quatro faces externas das caixas de poliestireno. Os comentários
que seguem foram organizados didaticamente por material e se referem a três medições
feitas em dias diferentes.
134
Figuras 73a, 73b, 73c, 73d, 73e, 73f e 73g: Processo de montagem da caixa de medição com fonte interna de calor e encaixe dos recipientes dos materiais
Fonte: dos autores
Primeiro dia
Nesse dia, a temperatura ambiente era de 21 °C. As medições com a caixa com Argila
Expandida foram iniciadas com 21 °C (Tabela 37). Atingiram um pico de 26 °C frente a
uma temperatura interna ao equipamento, produzida pela fonte, de 51 °C, tendo mantido
um pequeno nível de transmissão de temperatura posterior ao desligamento da fonte e
sem a abertura do tampo do equipamento (0,5 °C em quinze minutos). Mesmo assim,
essas medições revelaram uma perda rápida de temperatura após esse momento. A
diferença entre o início da medição e seu pico foi de 4,5 °C, havendo um ganho de 21%
em 1h35 com a fonte ligada e perda de, aproximadamente, 14% após o desligamento da
fonte em 1h45.
Nas mesmas condições, as medições com a caixa com Bagaço de Cana se iniciaram
com 21° C e chegaram a um pico de 24 °C em 1h35. Esse material não apresentou
nenhum nível de transmissão após o desligamento da fonte. Revelou-se uma perda lenta
de temperatura após o desligamento, com uma diferença entre o início e o pico de 3 °C,
havendo um ganho de 14% em 1h35 e perda, após o desligamento ,de apenas 4% em
1h45.
135
Nº/HORA MEDIÇÕES
(°C)
AMBIENTE: 21 °C Cx aberta (int.) 21
°C
ARGILA EXPANDIDA
BAGAÇO DE CANA
LÃ DE ROCHA
LÃ DE VIDRO
11h55 - LIGA Cx c/ tampa
(interna): Idem Idem Idem Idem
1ª 12h00 27.7 21.0 21.0 21.0 21.0 2ª 12h05 40.0 21.0 22.0 21.0 22.0 3ª 12h10 45.2 21.0 22.0 22.0 23.0 4ª 12h15 45.9 21.0 22.0 23.0 23.0 5ª 12h20 46.6 22.0 23.0 23.0 23.0 6ª 12h25 47.4 22.0 23.0 23.0 23.0 7ª 12h30 47.9 22.5 23.0 23.5 23.0 8ª 12h35 48.6 23.0 23.0 24.0 23.0 9ª 12h40 49.1 23.5 23.5 24.0 23.0 10ª 12h45 49.5 23.5 23.5 24.0 23.0 11ª 12h50 49.8 24.5 23.5 24.0 23.0 12ª 12h55 50.2 24.5 24.0 24.0 23.5 13ª 13h00 50.5 24.5 24.0 24.0 24.0 14ª 13h05 50.5 25.0 23.5 24.0 24.0 15ª 13h10 50.7 25.0 24.0 24.0 24.0 16ª 13h15 51.0 25.5 24.0 24.0 24.0 17ª 13h20 51.0 25.5 24.0 24.0 24.0 18ª 13h25 51.0 25.5 23.5 24.0 24.0 19ª 13h30 51.0 25.5 24.0 24.0 24.0 20ª 13h35 51.0 25.5 24.0 24.0 24.0
13H35 – DESL.
21ª 13h50 41.9 26.0 23.5 24.0 23.0 22ª 14h05 38.1 25.5 23.0 23.0 23.0 23ª 14h20 35.4 24.5 23.0 23.0 23.0 24ª 14h35 33.3 24.5 23.0 23.0 22.5 25ª 14h50 31.6 24.5 23.0 23.0 22.0 26ª 15h05 30.3 24.0 23.0 23.0 22.0 27ª 15h20 30.0 23.5 23.0 23.0 22.0
ABERTURA TAMPO
28ª 15H35 24.2 e Ambiente: 21.3
22.5 23.0 22.5 22.0
Tabela 37: Resultados das medidas de temperatura obtidas pelos ensaios com fonte interna de calor utilizando Argila Expandida, Bagaço de Cana, Lã de Rocha e Lã de Vidro.
Fonte: dos autores
A Lã de Rocha e a Lã de Vidro se apresentaram muito similares ao Bagaço de Cana,
com saída de 21 °C e pico de 24 °C em 1h35. A diferença entre estes materiais está na
perda de temperatura após o desligamento, ainda lentas, mas maiores que o Bagaço de
Cana, sendo 6 °C e 8,5 °C respectivamente.
136
Segundo dia
A temperatura ambiente no segundo dia (Tabela 38) foi de 21,5 °C. A caixa com Terra
seca em estufa com adição de sílica gel em grãos à proporção de aproximadamente 20%
iniciou a medição com 21 °C (portanto, meio grau mais baixo que o ambiente), talvez
porque, mesmo seca, a Terra mantenha algum grau de umidade absorvida do ambiente.
Talvez por isso, também, tenha demorado por volta de 20 minutos para que alguma
alteração de temperatura se iniciasse, diferentemente do que ocorreu com os outros
materiais. A caixa atingiu um pico de 26,5 °C após 2h20, pois continuou transmitindo
temperatura mesmo 45 minutos após o desligamento da fonte. A Terra parece ter, então,
uma capacidade de guardar temperatura maior do que a de qualquer dos outros
materiais. A diferença do início para o pico de temperatura foi de 5,5 °C, ocorrendo um
ganho de 26% em 2h20 (4% já no desligamento da fonte, após 1h35) e uma perda de
8% em 1h15.
137
Nº/ HORA MEDIÇÕES
(°C)
AMBIENTE: 21.5 °C Cx ab. (int.) 21.5 °C
TERRA COM SÍLICA GEL
(20%)
ISOPOR P2
FIBRA DE
COCO
2 PRANCHAS
DE OSB 11h55 - LIGA Cx c/ tampa
(interna): Idem Idem Idem Idem
1ª 12h00 26.2 21.0 (+ frio que o ambiente)
22.5 22.0 21.5
2ª 12h05 34.6 21.0 (+ frio que o ambiente)
23.0 22.5 21.5
3ª 12h10 45.2 21.0 (+ frio que o ambiente)
24.5 22.5 21.5
4ª 12h15 45.7 21.0 (+ frio que o ambiente)
24.5 22.5 21.5
5ª 12h20 46.6 21.0 (+ frio que o ambiente)
25.0 22.5 22.0
6ª 12h25 47.4 21.5 25.5 23.0 22.5 7ª 12h30 48.7 21.5 25.5 23.5 22.5 8ª 12h35 48.9 21.5 25.5 23.5 22.5 9ª 12h40 49.1 22.0 25.5 23.5 22.5 10ª 12h45 49.5 22.0 25.5 23.5 23.0 11ª 12h50 49.7 22.5 25.5 24.5 23.5 12ª 12h55 50.0 22.5 25.5 24.5 23.5 13ª 13h00 50.1 23.0 25.5 24.5 23.5 14ª 13h05 50.2 23.0 25.5 24.5 24.0 15ª 13h10 50.3 23.5 25.5 24.5 24.5 16ª 13h15 50.5 23.5 25.5 24.5 24.5 17ª 13h20 51.0 24.0 25.5 24.5 24.5 18ª 13h25 51.0 24.5 26.5 24.5 25.0 19ª 13h30 51.0 24.5 26.5 24.5 25.5 20ª 13h35 51.0 25.0 26.5 24.5 25.5
13H35 – DESL.
21ª 13h50 42.0 25.5 25.5 24.5 26.5 22ª 14h05 37.9 26.0 24.5 24.5 26.5 23ª 14h20 35.7 26.5 24.5 24.5 26.5 24ª 14h35 33.7 25.5 24.5 23.5 26.5 25ª 14h50 32.1 25.5 23.5 23.5 26.5 26ª 15h05 31.0 25.5 23.5 23.5 26.0 27ª 15h20 30.0 25.0 23.5 23.5 25.5
ABERTURA TAMPO
28ª 15H35 24.2 e Ambiente: 21.7
24.5 23.5 23.5 25.5
Tabela 38: Resultados das medidas de temperatura obtidas pelos ensaios com fonte interna de calor utilizando Terra com sílica gel, Isopor P2, Fibra de Coco e pranchas OSB.
Fonte: dos autores
A caixa com Isopor P1 iniciou com temperatura de 1 °C a mais que o ambiente, talvez
porque o plástico de origem bicomponente e com formação de células em seu interior
138
absorva e guarde mais facilmente calor do ambiente. Atingiu um pico de 26,5 °C após
1h35, havendo uma diferença de 4 °C, um ganho de 18% em 1h35 e perda relativamente
rápida, de 11,5% em 1h45.
A caixa com Fibra de Coco iniciou com temperatura de 0,5 °C acima do ambiente,
também possivelmente por causa de alguma absorção de umidade do ambiente nas
fibras. Atingiu um pico de 24.5 em 1h35, tão alto e mais rápido que a Terra e a Argila
Expandida. A diferença entre início e pico foi de apenas 2,5 °C, um ganho de 11,5% em
1h35 e perda lenta de 4%. Não guarda, portanto, calor como a Terra ou o Isopor.
A caixa com duas pranchas de OSB sem espaço ou vidro iniciou as medições com 21,5
°C e atingiu um pico de 26,5 °C após 1h50. A diferença entre o início e o pico foi de 5
°C, um ganho de 23% em 1h35 e uma perda de apenas 4% em 1h30, uma perda
realmente muito lenta. Como o Habitáculo é confeccionado com este material, parece
razoável crer que com a contribuição dos melhores materiais nessas medições mo
desempenho geral da estrutura seja ainda melhor.
Terceiro dia
A temperatura ambiente no terceiro dia (Tabela 41) foi mais alta que nos dias anteriores,
com 23 °C. A caixa com Terra com grãos de sílica a 20% e adição de Argila Expandida
iniciou as medições com 0,5 °C abaixo da temperatura ambiente (22,5 °C), sendo esse
um possível efeito da umidade da Terra. Atingiu um pico de 28 °C em 1h50 (15 minutos
após o desligamento da fonte). A diferença da temperatura inicial para o pico de
temperatura foi de 5,5 °C, com um ganho de 24% após 1h40 e, em seguida, uma perda
de 7%. A combinação parece ganhar calor com mais facilidade que outros materiais (e,
portanto, transmiti-lo), mas a perda é mais lenta. De qualquer modo, essa perda, em
comparação com as de outros materiais, é relativamente alta.
As medições envolvendo Água iniciaram com 1 °C abaixo da temperatura ambiente (o
que indica que materiais com umidade se mantêm com temperatura um pouco abaixo da
ambiente) e atingiu um pico de 29 °C. Esse foi um dos picos mais altos entre todos os
materiais, especialmente se for considerado que eles atingem seus picos em até 1h50, e
a Água levou 1h35, inclusive tendo iniciado com temperatura inferior à média. A
diferença entre o início e o pico foi de 7 °C, com um ganho de 32% em 1h35 e uma
139
perda de apenas 5%. Essa perda, todavia, não significa muito se comparada ao ganho,
no sentido de que a água não vedou satisfatoriamente a temperatura.
A caixa com prancha única de OSB iniciou com a temperatura ambiente de 23 °C e
atingiu seu pico a 30,5 °C, em 1h35. Isso significou uma diferença entre um e outro de
7,5 °C, um ganho de 33% em 1h35 e uma perda rápida de 12%. Essa foi, sem dúvida, a
pior solução de vedação. Chegou, inclusive, a afetar ligeiramente as medições do
terceiro dia e contribuir para a perda geral de temperatura dentro do aparelho de
medição, que atingiu 48 °C (abaixo, portanto, dos picos dos outros dois dias, de 51 °C).
Contudo, esse fator não foi fundamental para invalidar o experimento, já que, como foi
alertado no início, a intenção era traçar um panorama genérico do comportamento de
alguns materiais submetidos a um aumento de temperatura.
140
Nº/HORA MEDIÇÕES
(°C)
AMBIENTE: 23 °C Cx
aberta (int.) 23 °C
TERRA (SÍLICA) COM ARGILA EXP.
ÁGUA 1 PRANCHA
DE OSB
2 P. OSB E VIDRO
4 mm
11h55 - LIGA
Cx c/ tampa (interna):
Idem Idem Idem Idem
1ª 12h00 34.4 22.5 (+ frio que o ambiente)
22.0 (+ frio que o ambiente)
23.0 23.0
2ª 12h05 42.4 22.5 (+ frio que o ambiente)
22.0 (+ frio que o ambiente)
23.0 23.0
3ª 12h10 44.3 22.5 (+ frio que o ambiente)
22.5 (+ frio que o ambiente)
24.0 23.0
4ª 12h15 44.6 22.5 (+ frio que o ambiente)
23.0 24.5 23.0
5ª 12h20 45.0 22.5 (+ frio que o ambiente)
23.0 25.0 23.0
6ª 12h25 45.1 23.0 23.5 26.0 23.0 7ª 12h30 45.4 23.5 24.0 27.0 23.0 8ª 12h35 45.7 24.0 24.0 27.0 23.0 9ª 12h40 46.2 24.0 25.0 28.0 23.0 10ª 12h45 46.5 24.5 25.0 28.5 23.5 11ª 12h50 46.6 25.0 25.0 29.0 24.0 12ª 12h55 47.2 25.0 26.0 29.0 24.0 13ª 13h00 47.5 25.5 26.0 29.0 24.0 14ª 13h05 47.6 26.0 26.5 29.5 24.5 15ª 13h10 47.7 26.0 27.0 30.0 25.0 16ª 13h15 48.0 26.0 27.0 30.0 25.0 17ª 13h20 48.0 26.5 27.0 30.0 25.0 18ª 13h25 48.0 26.5 28.0 30.0 25.0 19ª 13h30 48.0 27.0 28.0 30.0 25.0 20ª 13h35 48.0 27.0 28.0 30.5 25.0
13H35 – DESL.
21ª 13h50 39.3 27.5 29.0 30.0 26.0 22ª 14h05 35.2 28.0 29.0 29.5 26.5 23ª 14h20 33.7 27.5 29.0 29.0 27.0 24ª 14h35 32.5 27.0 29.0 28.0 27.0 25ª 14h50 31.5 27.0 29.0 28.0 27.0 26ª 15h05 30.6 27.0 29.0 27.0 27.0 27ª 15h20 30.0 26.0 28.5 27.0 27.0
ABERTURA TAMPO
28ª 15H35 26.9 e Ambiente:
23.0
26.0 27.5 27.0 27.0
Tabela 39: Resultados das medidas de temperatura obtidas pelos ensaios com fonte interna de calor utilizando Terra (sílica) com Argila Expandida, Água, 1 prancha OSB e 2 pranchas OSB + vidro 4 mm.
Fonte: dos autores
A caixa com duas pranchas de OSB com vidro comum de 4 mm iniciou as medições
com 23 °C, a temperatura ambiente e atingiu um pico de 27 °C em 2h20. Esse valor é
141
muito maior do que os dos demais materiais (que atingiram picos em 1h45, em média),
o que indica uma capacidade de retardamento da velocidade de transmissão bastante
significativa. Porém, isso não significa eficiência ao longo do tempo, visto que, em um
período relativamente curto (aproximadamente 45 minutos), a temperatura atravessou o
material, de qualquer modo.
Por outro lado, a diferença entre início e pico foi de 4 °C (similar aos valores
apresentados pelas fibras, por exemplo), o que sugere que esta é uma combinação
interessante para futuros testes. A redução da velocidade de transmissão da temperatura
poderia, inclusive, permitir uma melhor adaptação do ser humano à mudança de
temperatura externa ao Habitáculo. O ganho de temperatura foi de 17%, próximo aos
valores das fibras (Coco, Vidro e Rocha) e do Bagaço de Cana, mas esse processo
ocorreu em 2h20 (sendo significativamente mais lento).
Entretanto, foi o valor da perda que mais impressionou: de 0% até o fim do
experimento, confirmando a particular tendência desta combinação em retardar os
movimentos de temperatura entre ambientes. Se for levado em conta o fato de que a
temperatura máxima interna da caixa foi 3 °C menor que nos outros dois experimentos
(51 °C para 48 °C, por causa da prancha única de OSB), seria razoável dedicar alguma
perda de qualidade a esta combinação em relação aos valores de outros materiais, como
as fibras e o Bagaço de Cana, que sofreram a pressão de 51 °C.
Massas dos materiais
Um último aspecto importante a considerar no experimento nesse estágio é o das massas
dos materiais, visto que compõem a estrutura de fechamento do Habitáculo. A Tabela
40 apresenta uma nova formação genérica de dois grupos: um, mais pesado, com a
Terra composta com sílica a 20%, a Argila Expandida, a Terra composta com Argila
Expandida, a Água e as duas pranchas de OSB envolvendo o vidro comum de 4 mm dos
dois lados; o outro, mais leve, com o Isopor P1 de baixa densidade, a Lã de Rocha, o
Bagaço de Cana, a Fibra de Coco e a Lã de Vidro, bem como, obviamente, a
combinação de dois painéis de OSB de 25 mm com Ar confinado entre eles.
As combinações que envolvem a Terra, a despeito das vantagens citadas na literatura
(como construções confortáveis , em geral), perdem potencial de uso no que tange à sua
massa, fugindo do contexto de uma construção leve (que é o conceito principal das
142
construções em madeira). Do mesmo modo, a combinação das duas pranchas de OSB
de 25 mm com vidro comum de 4 mm podem sofrer essa desvantagem da massa,
embora deva ser levada em conta em testes futuros mais precisos.
PESOS DOS MATERIAIS E COMBINAÇÕES – VOL. DA CAIXA DE PESAGEM: 0,0027 M3
MATERIAL PESAGENS EM GRAMAS (g)
MÉDIA 1 2 3
TERRA 3086 3086 3086 3086 BAGAÇO DE
CANA 195 195 195 195
FIBRA DE CÔCO 540 541 540 540,34 LÃ DE VIDRO 82 82 82 82 LÃ DE ROCHA 170 170 170 170
ISOPOR P2 27 26 26 26,34 ARGILA
EXPANDIDA 1252 1252 1252 1252
1 ESPESSURA DE OSB
838 837 837 837,34
ÁGUA 2604 2600 2602 2602 TERRA + ARGILA
EXPANDIDA 2168 2167 2168 2167,66
2 OSB E VIDRO DE 4 mm
2276 2277 2279 2277,33
Tabela 40: Pesos dos materiais e combinações. Fonte: dos autores
4.2. ANÁLISE DA ESTRUTURA
O projeto arquitetônico do Habitáculo foi detalhado no projeto de pesquisa anterior, de
2008. Na presente pesquisa, buscou-se explorar o potencial construtivo proposto no
projeto por meio da construção investigativa de protótipos na escala 1:4, analisando a
interface entre processo e projeto e avaliando a estrutura. A intenção da equipe foi
aproximar as fases e falhas existentes no processo como um todo, e não determinar
resultados exatos e dissociados do processo construtivo real, mas, ao contrário,
associados a processos reais, onde existem as falhas humanas.
4.2.1. A estrutura proposta no projeto de 2008
A estrutura mista de vigas e pilares com fechamento independente no sistema Wood
Frame foi proposta originalmente no relatório técnico científico em 2008. Nesse
capitulo, avaliou-se o processo construtivo e a estrutura por experimentação em escala
143
reduzida e modelagem em computador. Segundo Meirelles et al (2008),
Os painéis de vedação são independentes da estrutura
portante, possibilitando diferentes composições de
fechamento permitindo que as composições finais de
projeto possam se ajustar às necessidades e desejos de cada
usuário, possibilitando a identidade de cada morador com a
própria casa.
A Figura 74 mostra a perspectiva isométrica explodida da estrutura e os painéis de
vedação, permitindo a visão global do processo construtivo proposto no projeto original.
Figura 74: Perspectiva isométrica da estrutura e das vedações no estudo final. Fonte: Meirelles et al, 2008
A estrutura da parede apresenta a altura de um andar e é fixada nas vigas principais por
conectores metálicos. A estrutura interna da parede é composta de um quadro de
madeira intertravado por montantes verticais leves, de seção transversal 6 x 8 cm e
dispostos a cada 1,22 m. A imagem 75 mostra os detalhes dos painéis de vedação, da
144
estrutura interna, do isolamento e do revestimento propostos inicialmente pela equipe.
Figura 75: Detalhe construtivo do painel de vedação. Fonte: Meirelles et al, 2008
Retomando a primeira parte da pesquisa, realizada em 2008, para uma melhor
compreensão do projeto, é relevante lembrar que as paredes são os elementos da
construção que oferecem as maiores oportunidades de diminuição de custo e mão de
145
obra, por meio da utilização de estruturas internas chamadas de estruturas leves. Para a
estrutura dos painéis, pode ser utilizada uma madeira de reflorestamento como
Eucalipto grandis ou o Pinus.
Na concepção escolhida, foram utilizados painéis OSB em ambas as faces do
fechamento, tanto interna como externamente. A técnica construtiva remete ao Sistema
Plataforma, permite o uso painéis de vedação que venha semiprontas da indústria e com
o revestimento externo pré fixado. Realizam-se as passagens de instalações elétricas e
hidráulicas no local da obra, entre os montantes, assim como a aplicação de um isolante
térmico e acústico (Figura 75) e, depois, pregam-se as placas de fechamento interno.
O projeto deveria ter considerado uma junta de 3,0 mm entre as placas de OSB para
evitar as conseqüências da expansão dimensional provocadas pela absorção de umidade
nas bordas das chapas de OSB. Entretanto, como o projeto tomou como partido que a
construção estaria toda protegida por beirais, as juntas não foram avaliadas no projeto. E
essa questão merece maior discussão e aprofundamento. Foi realizado um estudo de
racionalização dos painéis de vedação, deixando-os modulados de forma a ter o menor
número de recortes possíveis( figura 74). Isso otimizou o processo construtivo sem
perder as características arquitetônicas, trabalhando em conjunto com vidros para
iluminação e ventilação natural. Do mesmo modo, foram aplicados painéis na posição
horizontal nas regiões mais baixas da construção. Caso ocorra a deterioração do painel
devido às intempéries, um menor número de painéis de revestimento terá que ser
trocado.
As ligações propostas no projeto aplicam um conceito contemporâneo de ligações por
conectores metálicos. Com o uso de conectores metálicos, é possível uma montagem
rápida e precisa, o que diminui as possibilidades de erro na montagem. As ligações
foram parafusadas de modo a permitir futuras reutilizações da própria casa. A Figura 76
mostra os detalhes da ligação proposta entre o pilar e a base de concreto, a Figura 77, os
detalhes das ligações entre pilar e as escoras e, a Figura 78, os detalhes da ligação entre
as vigas secundária e principal (MEIRELLES et al (2008). A tabela 41 mostra as
dimensões das peças em madeira maciça propostas no projeto.
146
Figura 76 : Detalhes do estudo (ligação pilar entre base de concreto). Fonte: Meirelles et al, 2008
147
Figura 77: Detalhes do estudo final (ligação da escora). Fonte: Seito et al, 2008
148
Figura 78: Detalhes do estudo final (ligação entre viga secundária e viga principal). Fonte: Meirelles et al, 2008
149
Tipo Quantidade (un.) Dimensões (m)
Vig
as
Principais
2 10,95 x 0,08 x 0,20 4 8,55 x 0,08 x 0,20 4 6,60 x 0,08 x 0,20 3 3,52 x 0,08 x 0,20 9 3,40 x 0,08 x 0,20
Secundárias de piso 18 3,52 x 0,06 x 0,16
Secundárias de Cobertura 19 6,60 x 0,06 x 0,16
Mon
tan
tes
Horizontais 39 3,40 x 0,06 x 0,08
Verticais
33 2,18 x 0,06 x 0,08 2 2,37 x0,06 x 0,08 2 2,50 x0,06 x 0,08 2 2,63 x0,06 x 0,08 2 2,66 x0,06 x 0,08 2 2,79 x0,06 x 0,08 2 2,92 x0,06 x 0,08 2 3,04 x0,06 x 0,08 2 3,11 x0,06 x 0,08
Mão
s fr
ance
sas
Peça única
2 6,30 x 0,16 x 0,16 2 4,81 x 0,16 x 0,16 1 5,88 x 0,16 x 0,16 1 5,73 x 0,16 x 0,16 1 5,51 x 0,16 x 0,16 1 4,43 x 0,16 x 0,16 1 4,90 x 0,16 x 0,16 1 4,80 x 0,16 x 0,16
Tabela 41: Dimensões das peças de madeira. Fonte: dos autores
4.2.2. A experimentação física da estrutura
As experimentações desenvolvidas nessa segunda fase da pesquisa são uma
consequência direta de todo o conhecimento adquirido não só nas pesquisas relatadas
acima, mas em enorme medida na primeira fase da pesquisa, de 2008. O que segue é
uma síntese da pesquisa e do trabalho desenvolvido.
O conhecimento do processo construtivo serve de apoio a futuras construções e para
avaliar a proposta da estrutura, chamada de estrutura mista (ou Sistema misto ou
Sistema Viga-e-pilar). Foram analisados, desenhados, montados e experimentados dois
sistemas construtivos: o Sistema Misto (com vedação estruturada por Wood Frame) e o
Sistema Plataforma, ambos com vedação associada por pranchas de OSB de 25 mm.
Para tornar possível um entendimento completo, foram construídos e experimentados
dois protótipos em escala 1:4, com dimensões aproximadas 0,90 x 0,90 m,
150
representando um módulo construído de 3,66 x 3,66 m. A escala utilizada, foi escolhida
devido às dimensões das fibras da madeira. Descobriu-se que os resultados de testes de
carga em peças de até um quarto da dimensão real produzem resultados muito próximos
à escala 1:1, com diferenças irrelevantes para decisões estruturais do uso desse material.
A madeira utilizada para a confecção dos modelos foi o Cumaru, de nome científico
Dipteryx odarata, pois suas propriedades mecânicas são muito próximas às da madeira
recomendada no projeto do Habitáculo (a Maçaranduba, de nome científico Manilkara
huberi). Cabe ressaltar que a equipe recebeu gratuitamente o Cumaru de origem
certificada para a construção do protótipo do Sistema Misto. No caso do Sistema
Plataforma, a madeira aplicada foi o Eucalipto, de nome científico Eucalyptus grandis.
4.2.3. Sistema Misto, o sistema do Habitáculo
Desenhos
Figura 79: Desenho de 1 módulo do Habitáculo no Sistema viga-e-pilar. Fonte: dos autores
151
Figura 80: Desenho de 1 módulo do Habitáculo no Sistema viga-e-pilar mostrando a estrutura dos painéis. Fonte: dos autores
Figura 81: Desenho de 1 módulo do Habitáculo no Sistema viga-e-pilar com os painéis de vedação. Fonte: dos autores
152
Figura 82: Planta de um módulo do Sistema viga-e-pilar. Fonte: dos autores
Figura 83: Corte de um módulo do Sistema viga-e-pilar. Fonte: dos autores
153
Figura 84: Detalhes do Sistema viga-e-pilar. Fonte: dos autores
Figura 85: Detalhes do Sistema viga-e-pilar. Fonte: dos autores
154
Figura 86: Conector em T que liga vigas a pilares e vigas principais a vigas secundárias. Fonte: dos autores
O desenho foi concebido buscando uma solução mais racional e mais rápida, além da
iteração entre a estrutura e os painéis de vedação. As ligações entre vigas e pilares
foram feitas por conectores metálicos e parafusos. Assim, trabalha-se com a eficiência
máxima da madeira à flexão, considerando o uso de madeiras nativas retiradas de áreas
de manejo. As Figuras 79, 80 e 81 mostram o desenho do protótipo em escala 1:4.
Processo de montagem
A montagem de um módulo em Sistema Viga-e-pilar foi concebida com pilares em
sanduíche intertravados por almofadas. As vigas secundárias se apóiam em conectores
metálicos em forma de T embutidos (escondidos) dentro da própria madeira, gerando
uma proteção do aço ao fogo. Como analisado no capítulo anterior, o conector metálico
é o ponto mais frágil da estrutura em madeira. Os pilares receberam, na base, um
conector em forma de U metálico, pois o projeto do Habitáculo tem beirais que
protegem da chuva a estrutura dos pilares.
A montagem do protótipo em escala reduzida foi composta por cinco peças diferentes,
pilares, almofadas, vigas principais e vigas secundárias de dois comprimentos, e foi
155
coordenada pela equipe de pesquisa e acompanhada pelos estudantes pesquisadores. A
partir do momento em que os conectores metálicos ficaram prontos, pode-se iniciar a
montagem, com consumo médio de 4 horas diárias em virtude dos compromissos extras
e da agenda dos participantes, muitos dos quais voluntários nesta pesquisa.
O primeiro momento de leitura dos desenhos realizados implicou a construção de
gabaritos para corte e para furação dos elementos componentes da estrutura (vigas e
pilares). A montagem começou pelo conjunto de pilares e almofadas: depois de cortar e
montar cada pilar com o auxílio da fixação com grampos tipo sargento, foi realizada a
furação. Na produção do pilares, foram gastos três períodos: um dia de gabarito e corte
das peças, um dia para gabarito e furação e um dia para passar a barra rosqueada e
colocação de porcas fixadas com o auxílio de trava química. Esta barra, na escala do
experimento, substituiu barras rosqueadas reais que inevitavelmente terão que ser
utilizadas na construção de um protótipo em 1:1. Uma das complicações do uso de
madeiras de grande resistência ocorre na furação: algumas vezes, ao encontrar as fibras,
as brocas podem desviar de sua rota original, o que, de fato, ocasionou uma ou outra
imperfeição de prumo e esquadro na fixação das peças, ainda que tenham sido desvios
excepcionais e que de modo algum comprometeram o experimento. As Figuras 87a e
87b mostram a montagem e o estudo dos primeiros pilares e a ligação do conector que
liga o projeto à base, em forma de U.
Após os conjuntos de pilares compostos com a almofada serem montados, as vigas
principais passaram a ser travadas sobre as almofadas. Receberam, então, os conectores
metálicos fixados para apoiar as vigas secundárias (Figura 87c).
Depois da montagem dos pilares, passou-se para produção das vigas secundárias, para a
qual foram gastos dois períodos para produção dos gabaritos (o de corte e o de furação)
e quatro períodos para montar as vigas secundárias e prendê-las aos conectores
metálicos. O uso de um conector metálico em T (embutido) dificultou o processo, pois é
restrita a ação humana de manuseio do modelo na escala 1:4, principalmente para
parafusar as vigas secundárias. Em vista disso, os furos de algumas peças precisaram ser
refeitos ou alargados, também sem conseqüências significativas para os resultados dos
testes de carga. As Figuras 88a, 88b, 88c e 88d apresentam a imagem do conector
embutido e a montagem do módulo, realizada pelos alunos.
156
O que se observou e é digno de nota é que, em função da concentração de energia na
estrutura, as torções naturais produzidas pelos esforços de fixação em várias direções, a
estrutura começou a torcer. Em uma tentativa para evitar essa torção durante a
montagem foi utilizado um grampo tipo sargento. No entanto, observou-se que a torção
se repetiu. Resolveu-se, então, adotar o uso de um tirante auxiliar (Figura 88f), inserido
para evitar o fenômeno. Isso converge com a análise estrutural, na qual foi constatada a
necessidade de contraventamentos, devido à ação dos ventos, tanto no plano da
cobertura como no plano vertical (Figuras 88c e 88d) e, agora também, devido à
montagem e à movimentação natural das fibras da madeira. Com mais um período para
inserir os tirantes, a estrutura em pórtico foi montada, como mostram as Figuras 88d,
88e e 88f.
A partir da montagem da estrutura principal, foi montado o painel no Sistema Wood
Frame (moldura de madeira). Nesse momento, observou-se a falta almofadas auxiliares
no projeto original, (para fixação do painel junto aos pilares compostos). Para avaliar a
teoria inicial de que os painéis deveriam ser independentes da estrutura portante, foi
feita uma análise reversa e fixaram-se os painéis no contorno de toda a estrutura. Os
painéis de OSB foram pregados sobre a estrutura do Wood Frame, com montante em
escala a cada 30 cm aproximadamente (Figuras 89a, 89b, 89c e 89d). A montagem
ocorreu em dois períodos e a madeira utilizada para os montantes do Wood Frame foi o
Eucalipto.
A montagem total do Sistema Misto (em vigas e pilares) com os painéis de vedação
levou doze períodos, o que equivale a seis dias completos, considerando construção de
gabaritos, cortes, furações e montagem. As Figuras 89c e 89d mostram a imagem final
de montagem do módulo, onde se optou por deixar dois lados sem painéis, somente com
tirantes, e dois lados com painéis.
157
B
Figuras 87a, 87b, 87c e 87d: Montagem do modelo do Sistema Viga-e-pilar de 1 módulo do Habitáculo na escala 1:4.
Fonte: dos autores
D
A
C
158
Figura 88a, 88b, 88c, 88d, 88e e 88f : Montagem do modelo do Sistema Viga-e-pilar de 1 módulo do Habitáculo na escala 1:4. Detalhe às vigas antes e depois da fixação dos painéis.
Fonte: dos autores
A
B
C
D
E
F
159
A
B
C
Figura 89a, 89b, 89c e 89d: Montagem do modelo do Sistema Viga-e-pilar de 1 módulo do Habitáculo na escala 1:4. Detalhe à fixação dos painéis.
Fonte: dos autores
Experimentos
Os modelos foram ensaiados no Laboratório de Estruturas da Escola de Engenharia
Civil da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em prensa universal e com o auxílio de
extensômetros elétricos strain gage, acoplados a um computador PC (Figura 90a).
Os extensômetros elétricos, de marca EXCEL, foram adquiridos pela equipe de
pesquisadores e colados aos componentes da estrutura em madeira com cola do tipo
cianocrilato e protegida com silicone, sendo selado com cola do tipo epóxi ARALDITE.
O conjunto foi ligado ao computador PC no sistema de aquisição de dados. Os valores
de carregamento foram lidos por uma célula de carga de 10 toneladas força. As Figuras
90b e 90c mostram a preparação do modelo e sua ligação ao sistema de aquisição de
dados.
D
160
A
B
D
E
F
Para realizar o experimento com este modelo, a equipe utilizou recursos próprios para
comprar duas chapas de aço de 19 mm, com 1,10 x 1,10 m, para apoiar sobre o prato de
carregamento da prensa. As chapas apresentaram peso inicial de 175 kgf (Figura 90c).
Figura 90a, 90b, 90c, 90d, 90e e 90f: Início do experimento do modelo do Sistema Viga-e-pilar de 1 módulo na escala 1:4. e ensaios de ruptura com carga distribuída e carga concentrada.
Fonte: dos autores
C
161
No modelo com o Sistema viga-e-pilar, foram instalados nove extensômetros elétricos
do tipo strain gage. Para o caso de perda de dados em um deles, haveria outro para
fornecer os dados, sendo que três forneceram informações de grande relevância. Os
extensômetros 1 e 7 foram colados nos pilares, o número 8 foi colado em uma viga
principal, o número 2, o 3 e o 4 foram colados em vigas secundárias e o número 9 foi
colado no tirante.
O modelo recebeu um carregamento inicial de 175 kgf da chapa de aço e a estimativa
era de que as forças seriam transmitidas diretamente ao pilar, devido à grande rigidez da
chapa. A força máxima da célula de carga foi de 6400 kgf e, considerando a carga de
175, chegou a 6575 kgf, representando no conjunto 6,6 toneladas-força. Quando o
carregamento chegou próximo de 6200 kgf, observou-se a flexão acentuada na chapa de
aço. Conseqüentemente, houve uma deformação visual do modelo, com vigas fletindo e
pilares flambando.
Na Figura 90f, observa-se o descolamento da estrutura do painel de fechamento e do
OSB durante o ensaio, em função da flexão que ocorreu na viga principal. Isso gerou
uma constatação de que deve ser gerada uma estratégia para que os painéis não fiquem
totalmente colados à viga superior, que exista um espaço entre o topo do painel e a base
da viga. Uma solução sugerida pela equipe para os pontos indicados foi à fixação da
SG1 SG2 SG3 SG4 SG5 SG6 SG7 SG8 SG9 CEL.CARGA
(kgf) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
-0,12 0,02 0,14 2,08 0,04 -0,06 -0,32 1,08 -1,04 -1,56
0,02 -0,06 0,14 3,23 -0,13 0 -0,33 0,71 -1,33 -2,52
0,06 0 0,17 3,98 -0,45 0,14 -0,3 1,14 -1,66 -1,31
0,06 -0,26 0,1 4,97 -0,05 0,17 -0,02 0,9 -1,91 1
0,33 -0,16 0,21 5,31 -0,37 -0,17 -0,05 1,5 -2,54 -2,77
0,15 -0,45 0,23 5,65 -0,26 0,18 0,23 1,4 -2,83 -1,44
-507,9 2039,92 1939,5 2186,41 -0,09 -329,55 -519,5 2410 -92,64 -6487,73
-506,8 2035,09 1934,3 2181,42 0,45 -328,36 -518,3 2406 -93,14 -6472,21
-505,7 2029,64 1929 2176,05 -0,2 -327,44 -517,1 2401 -93,63 -6457,63
-504,6 2024 1923,6 2170,53 0,06 -326,73 -515,3 2396 -93,96 -6437,41
-503,1 2018,23 1918 2164,95 0,1 -325,94 -514 2390 -94,32 -6418,61
-502,1 2012,44 1912,8 2159,14 0,27 -324,94 -512,4 2385 -94,89 -6402,31 Tabela 42: Deformação (leitura dos extensômetros).
Fonte: dos autores
162
estrutura dos painéis por meio de parafusos articulados com molas (em especial no
centro do vão) e que serão considerados em uma fase futura das experimentações.
Em função da flexão da chapa de aço, o ensaio de carregamento foi interrompido e o
modelo voltou à posição original, permitindo um novo ensaio ainda nessa pesquisa.
Considerando o módulo de elasticidade do Cumaru 19306 Mpa e a leitura de
deformação do extensômetro colado ao pilar, foi traçado um diagrama de tensão de
deformação. A tensão à qual a estrutura foi submetida foi de 1,5 a 3 vezes maior do que
a que acontece dentro do pilar, tanto na casa em madeira como no desenho do
Habitáculo, considerando-se os fatores de majoração da teoria dos estados limite. O
Gráfico 10, de tensão e deformação, foi traçado com base na leitura do extensômetro
colocado no pilar e no módulo de elasticidade.
Gráfico 10: Tensão e deformação no pilar. Fonte: dos autores
No mesmo ensaio, as vigas principais receberam um carregamento desde o início, pois
os extensômetros colados às vigas registraram deformações lineares e a tensão atingida
na viga principal do modelo chegou a 377 kgf/ cm². Em cálculo realizado pela equipe,
considerando as vigas principais de madeira do Habitáculo com os carregamentos do
163
andar, um carregamento da parede com dois painéis OSB chega a uma tensão de 226
kgf/ cm², pela Teoria dos Estados Limites. O modelo foi submetido a tensões duas vezes
maiores do que podem ser as tensões aplicadas na casa construída. O Gráfico 11, de
tensão deformação, foi traçado com base na leitura do extensômetro colocado na viga
principal e no módulo de elasticidade.
Gráfico 11: Tensão e deformação na viga principal. Fonte: dos autores
A ruptura da viga de Cumaru no ensaio com carga concentrada se deu com uma tensão
de 798 kgf/ cm², aproximadamente 80 Mpa. Durante ambos os ensaios, não ocorreu
qualquer falha nos conectores e parafusos.
O segundo ensaio foi realizado com carga concentrada, sendo aplicada uma força de
duas toneladas-força sobre a viga metálica pela prensa. Em cada viga no centro houve
uma concentração de força da ordem de 285 kgf. O ensaio foi realizado até o limite de
ruptura de uma das vigas (que, através da leitura do extensômetro colado nela, indicou
uma tensão limite de 798 kgf/ cm², aproximadamente 80 MPa). A Tabela 43 foi retirada
da leitura máxima no extensômentro n° 4 colado na viga secundária e do extensômetro
n° 4 colado na viga principal.
164
Força (kgf) Tensão na viga principal (kgf/ cm²)
Tensão na viga secundária (kgf/ cm²)
2003,92 372,098 798,2587 Tabela 43: Comparação de tensão das vigas principais e secundárias.
Fonte: dos autores
4.2.4. Sistema Plataforma
O Sistema Plataforma é composto de uma trama leve, formando as paredes estruturais
(paredes portantes) e uma trama formada pela plataforma de piso. A construção em
conjunto trabalha de forma espacial, como mostra a Figura 91.
Os desenhos do Sistema Plataforma foram realizados buscando atingir as técnicas
racionais aplicadas pelos americanos e canadenses. Tais técnicas consistem em um
projeto muito detalhado para minimizar erros no processo. Foi aplicado o código de
cores para orientar a montagem. A montagem do Sistema Plataforma levou quatro
períodos, o que equivale a período de dois dias para corte e montagem. As Figuras 92,
93, 94 e 95 apresentam o desenho realizado em cores e com montagem intertravada.
Desenhos
Figura 91: Sistema Plataforma desenhos 3D do módulo do Habitáculo. Fonte: dos autores
165
Figura 92: Planta de um módulo do Sistema Plataforma. Fonte: dos autores
Figura 93: Corte de um módulo do Sistema Plataforma. Fonte: dos autores
166
Figura 94: Vista superior mostrando as etapa de montagem dos painéis do Sistema Plataforma. Fonte: dos autores
Figura 95: Cinta de amarração do Sistema Plataforma. Fonte: dos autores
167
Processo de montagem
O modelo de eucalipto foi construído com base no módulo de 3,66 x 3,66 m (90 x 90
cm na escala 1:4). Primeiramente, foi realizado um gabarito de corte e quatro peças
existentes no processo foram cortadas em um período: montante, guia de fixação dos
montantes, guia de travamento e vigas para formar a plataforma de piso.
Foram montadas as paredes portantes com nove montantes a cada 11,25 cm, formando a
parede, e um montante auxiliar para formar o canto da parede. Após a montagem de
cada quadro estrutural, foram construídos os montantes de canto perpendiculares à outra
parede (Figura 96 a , b, c, d ). Foram gastos dois períodos para montar as paredes
portantes, e cabe aqui ressaltar que a estrutura do Sistema Plataforma utilizou um
pregador pneumático.
Após as paredes estarem montadas e grampeadas, a estrutura recebeu uma guia de
travamentos, deslocada de forma a evitar a coincidência de paredes com a referida guia
(Figura 96 d). A estrutura recebeu, sobre as paredes portantes, a plataforma de piso (um
quadro com vigas secundárias que se apóiam sobre as paredes, como se pode ver nas
Figuras 96e e 96f). Para produzir a plataforma de piso, foram gastos dois períodos.
No Sistema Plataforma, foi colado um painel de OSB por dentro de todas as paredes
portantes. Esse painel, além de fazer parte da vedação, também faz com que a estrutura
aumente sua resistência à flambagem, fazendo parte do contraventamento global do
projeto. Em duas paredes, foram colocados mais contraventamentos por dentro e a
parede com um painel de OSB por dentro foi mantida para permitir a instrumentalização
do modelo.
168
F
A
C
Figuras 96a, 96b, 96c, 96d, 96e e 96f: Montagem do módulo do Sistema Plataforma. Fonte: dos autores
A B
D
E
169
Experimentos
Para realizar os experimentos com o modelo e suas comparações com o Sistema Misto,
a equipe utilizou duas chapas de aço de 19 mm medindo 1,10 x 1,10 m para apoiar
sobre os pratos de carregamento da prensa. Foram realizados dois ensaios: um com duas
chapas de aço em baixo e em cima e outro com uma viga de aço transversal, aplicando
uma carga concentrada. O ensaio foi feito com o sistema de aquisição de dados e quatro
extensômetros. Dois strain gage foram colados aos elementos que fazem parte das
paredes portantes (paredes ortogonais, um no montante de canto e um nas vigas da
plataforma de piso. Infelizmente, dois desses extensômetros não produziram resultado
para leitura (o que foi colado às vigas do Sistema Plataforma e um que estava colado ao
montante de canto), inutilizando o ensaio com carga concentrada. Considerou-se para
análise dos resultados a leitura do extensômentros e o módulo de elasticidade do
Eucalipto a 16990 Mpa. A Figuras 97a e 97b mostram os dois experimentos realizados.
Figura 97a e 97b: Ensaios com carga distribuída e carga concentrada do Sistema Plataforma. Fonte: dos autores
No ensaio de compressão com as duas chapas de aço, estima-se que a força máxima
aplicada tenha ficado em torno de 5500 kgf + 175 kgf (muito perto do carregamento
aplicado ao Sistema viga-e-pilar). Entretanto, ao traçar os desenhos de tensão e
deformação, foi percebida a diferença de comportamento global. Os extensômetros
estavam no meio da parede portante, em um pilar secundário. A parede pode ser
170
observada no desenho, sendo identificada a participação de dois contraventamentos no
processo sobre o painel.
Os Gráficos 12 e 13 mostram a flexibilidade do sistema. Analisando-os em conjunto
com os pesquisadores, interpretou-se a parte curva em função de uma flambagem inicial
do sistema. A seguir os montantes travaram nos contraventamentos da parede, e a
estrutura seguiu linearmente suportando uma tensão muito próxima à do modelo em
viga e pilar.
Gráfico 12: Carregamento com 2 chapas de aço de 19 mm (uma em cima da prensa e uma embaixo). Fonte: dos autores
171
Gráfico 13: Tensão e deformação do Sistema Plataforma (extensômetro n° 2, colado a um montante da estrutura da parede portante).
Fonte: dos autores
4.2.5. Análise da estrutura a partir dos experimentos numéricos
A modelagem da estrutura foi realizada nos programas ANSYS e no METÁLICA 3D,
pois as matrizes de dados ficam muito grande quando discretizadas em elementos
finitos, entre outros fatores, que serão discutidos na seqüência. A modelagem foi
realizada somente para a estrutura do Habitáculo.
A modelagem em elementos finitos mostrou que programas de desenhos que os
alimentam os de estrutura ainda não estão totalmente integrados, dificultando o
processo.
As imagens 98 e 99 foram desenhadas no AutoCAD 3D em elemento solido e
exportadas para o programa ANSYS. A modelagem feita no software AutoCAD é
exportada na base de dados SAT.
O elemento finito utilizado foi elemento sólido o Brick 182, Figura 100 mostra a
discretrização em elementos triangulares em elementos finitos da estrutura do
Habitáculo como um todo.
172
Figura 98: Modelo 3D da estrutura do Habitáculo com pórticos. Fonte: dos autores
Figura 99: Modelo 3D da estrutura do Habitáculo com painéis de vedação. Fonte: dos autores
173
Figura 100: Estrutura modelada no programa ANSYS com os elementos finitos. Fonte: dos autores
A imagem 100 mostra a estrutura discretizada em elementos triangulares. A principal
dificuldade é que, muitas vezes os desenhos destes elementos apresentam várias linhas
superpostas gerando um problema de contato no programa ANSYS, e qualquer resultado
leva horas para sair.
Com a modelagem no ANSYS, foi possível perceber a distância entre o desenho e a
realidade, pois o desenho de uma das mãos francesas não tocava a viga de borda,
gerando grande instabilidade e um deslocamento do canto. A Figura 101 mostra o
resultado obtido pela análise da estrutura realizada no ANSYS por analise não linear,
mostrando o tombamento das vigas secundárias devido à declividade da cobertura e às
ações de vento. Em função dessa análise, a estrutura foi corrigida e as vigas
longitudinais da cobertura passaram para 24 cm, além de ganhar um encaixe para fixar
as vigas transversais, como apresentado na figura 103. Deve ser gerado, também, um
conector metálico para impedir os deslocamentos da estrutura do telhado por sucção.
174
Figura 101: Estrutura modelada no ANSYS mostrando a deformação dos elementos da cobertura.
Fonte: dos autores
Figura 102: Esqueleto da estrutura do Habitáculo em viga e pilar. Fonte: dos autores
175
Figura 103: Detalhe do encaixe realizado na viga longitudinal para apoiar as vigas secundárias. Fonte: dos autores
Existem mais dois aspectos importantes apontados pelos pesquisadores do grupo: Um é
a integração das mãos francesas às vigas transversais e longitudinais por conectores
metálicos (Figuras 104, 105, 106 e 107); o outro, é a ligação do pequeno balanço da
porta de entrada, (ligação engastada), pois, nesse caso, o balanço não é contínuo, mas
sim independente. As figuras 108 a 111 mostram a proposta de engaste.
O conector da figuras (104, 105, 106 e 107) foi chamado pela equipe de TRI faz a
integração de três elementos mão francesa, viga longitudinal e viga secundária na
cobertura, por meio do conector metálico chamado de TRI pois faz a ligação de três
peças.
176
Figura 104: Detalhe da chapa de aço de três direções (Conector TRI) prendendo a viga longitudinal e a
viga secundária no pilar e mostrando os parafusos. Fonte: dos autores
Figura 105: Representação gráfica da chapa de aço de três direções (Conector TRI). Fonte: dos autores
177
Figura 106: Detalhe do conector metálico (Conector TRI). Fonte: dos autores
Figura 107: Representação gráfica da vista externa da ligação da viga e do pilar. Fonte: dos autores
178
Figura 108: Representação gráfica do detalhe do engaste do balanço da porta de entrada da casa. Fonte: dos autores
Figura 109: Vista frontal do detalhe do conector metálico. Fonte: dos autores
179
Figura 110: Vista lateral do detalhe do conector metálico. Fonte: dos autores
Figura 111: Planta do detalhe do conector metálico. Fonte: dos autores
180
Em função da dimensão da matriz e dos problemas de contato também avaliamos a
estrutura por outros métodos, observando que o modelo estrutural proposto no
habitáculo é derivado de elementos lineares e apropriado para inserção no programa
METÁLICA 3D. A estrutura foi simulada no programa METÁLICA 3D com elementos
de viga e pilar lineares (Figura 112). Foi considerado um peso de 200 kgf/ m², a ação do
vento, a ação da chuva, o peso próprio da madeira. E, nos andares, foi considerado o
peso próprio da madeira (uma carga acidental de 150 kgf/ m²), o peso dos painéis de
vedação, e considerando o peso do painel duplo de vidro. O calculo destes fatores é
apresentado no item 4.26.
Figura 112: Simulação da unifilar realizada no programa METÁLICA 3D. Fonte: dos autores
As imagens 113 a 117 mostram as deformações que ocorreram na estrutura, majoradas
em 1000 vezes para permitir a visualização das deformações (e, por meio delas,
observar as principais tensões que ocorrem na estrutura e no projeto).
Na primeira análise, a estrutura foi modelada sem as ações de vento, deformando
pouquíssimo, como pode ser observado nas Figuras 1113 e 114, onde observamos a
linha branca é a posição indeformada da estrutura; já as linhas vermelhas representam as
deformações e, as azuis, os pontos de apoio.
181
Figura 113: Simulação da estrutura deformada sem vento realizada no programa METÁLICA 3D. Fonte: dos autores
Figura 114: Simulação da estrutura deformada sem vento realizada no programa METÁLICA 3D. Fonte: dos autores
A partir da modelagem da estrutura com as ações de vento no projeto, tanto de pressão
como de sucção, e lateral podemos observar que os maiores deslocamentos irão ocorrer
em função dos ventos perpendiculares ao projeto ( figuras 115 e 116). Uma observação
182
importante é que os deslocamentos foram ampliados para permitir sua visualização. A
imagem 117 mostra os deslocamentos no plano da cobertura por sucção. Em analise
com o grupo de pesquisa observamos que a estabilidade é alcançada neste projeto por
meio da colocação dos painéis de vedação e sua associação com tirantes.
Figura 115: Simulação da estrutura deformada com vento lateral realizada no programa METÁLICA 3D. Fonte: dos autores
Figura 116: Simulação da estrutura deformada com vento lateral realizada no programa METÁLICA 3D. Fonte: dos autores
183
Figura 117: Simulação da estrutura deformada com vento de sucção realizada no METÁLICA 3D. Fonte: dos autores
A Figura 118 representa as tensões de flexão que ocorrem no modelo considerando um
carregamento limite de 400 kgf/ m² como carga acidental. São mostrados, também, os
momentos máximos sobre o vão e sobre o encontro das vigas com os pilares. A imagem
permite ainda uma avaliação da potencialidade do balanço, minimizando os momentos
fletores no vão central. Na Figura 119 podemos tensões normais que são máximas
junto ao pilar central.
Figura 118: Simulação do momento fletor realizada no programa METÁLICA 3D. Fonte: dos autores
184
Figura 119: Simulação das tensões normais realizada no programa METÁLICA 3D. Fonte: dos autores
A modelagem foi repetida com um contraventamento no nível das paredes, junto ao
módulo do quarto e outros no nível do telhado, e esses elementos foram suficientes para
solucionar as deformações devido à ação do vento O projeto estabilizado com inserção
de tirantes no plano das paredes, na região dos quartos, e no plano do telhado, junto à
cobertura figura 112, 133, e 114. Os painéis de vedação têm a função determinante de
estabilização do conjunto no plano horizontal em conjunto com os tirantes.
Outra observação importante é que o grupo com a analise das duas modelagens com o
ANSYS e o METÁLICA 3 D identificou a necessidade das vigas que fazem parte do
pórtico transversal, na cobertura, serem vigas contínuas para dar um maior rigidez à
parte da cobertura que está em balanço. Três soluções foram analisadas: fazer mais um
nível de vigas, de forma a ambos os pórticos longitudinal e transversal terem vigas
contínuas; ligar com conector metálico horizontal sobre as partes bi-apoiadas da viga
transversal; e a terceira transformar a viga contínua e secundária uma única peça e
fazer um encaixe na viga mantendo as fibras contínuas sobre a longitudinal. A última
opção foi à solução adotada pois mantemos todas as peças em um mesmo nível.
A modelagem no o METÁLICA 3 D também avaliou a flambagem das mãos francesas
de forma a se verificar que a mão francesa de 16 x 16 cm que é uma peça esbelta com λ
< 140, mas é estável. O resultado confirma os resultados apresentados no item 4.2.6
com a maior mão francesa de 6.30 metros.
185
Figura 120: Elevação do modelo da estrutura do Habitáculo com os tirantes realizada no programa METÁLICA 3D.
Fonte: dos autores
Figura 121: Vista superior do modelo da estrutura do Habitáculo com os tirantes realizada no programa METÁLICA 3D.
Fonte: dos autores
186
Figura 122: Perspectiva do modelo da estrutura do Habitáculo com os tirantes realizada no programa METÁLICA 3D.
Fonte: dos autores
4.2.6 Procedimentos de Calculo
Carregamento sobre a laje
Peso próprio do OSB:
Carregamento Acidental = 150
Peso próprio vigas secundárias (peso próprio da madeira = 1000 ):
P total = Peso próprio do OSB + Peso próprio vigas secundárias + Carregamento
acidental
P total = 171,7
Carregamento sobre a viga principal (considerando o vão L = 3,6 m)
187
Peso das paredes compostas de 2 painéis OSB com espessura (considerando e = 2,54
cm densidade do painéis OSB = 600 Kgf/m³ e a altura da parede = 2,4 m)
Peso da parede de vidro
P parede de vidro = (0,01 x 2500 x 2,4) x 2 = 120
Carregamento total sobre a viga
Majorando a Teoria dos Estados Limites:
Momento
= 533,3 cm³
Características da madeira
188
= 188 < 300 (OK)
Cargas na cobertura
Vento
Vk = Vo x x x
São Paulo:
Vo = 40
Considerando um terreno com poucos obstáculos:
Vk = 32,8
q =
q = 67,24 (vento aplicado)
189
Carregamento no telhado:
Carga de vento + chuva + 0SB = 67 + 20 + 5,5 = 100 kg/m2
(Adotando peso das vigas do telhado + OSB + vento = 200 )
Área de influência das mãos francesas:
Ai = (1,8 + 1,8) x 1,2
Ai = 3,6 x 1,2 = 4,32 m²
P ~ 864 kgf
onde fl é o comprimento da mão francesa
(6,3 m, comprimento de flamblagem)
Dimensão da peça da mão francesa 16 x 16 (cm )
λ = ~ 136 ‹ 140 (peça esbelta)
Carga crítica de flambagem:
(da mão francesa)
190
d =
d =
d =
d = 0,0276 = 0,03
ec = ( eig + ea) (
ec = (2,16) ( 1) = 0,065
Md = Nd (e1,ef) [ ]
Nd = 864 x 1,4
Nd = 1209,6
e1,ef = (0 + 2,16 + 0,065)
e1,ef = 2,2225
Md =
Md ~ 2853,14
Tensão = = 4,7
= = = 4,2
Verificação:
Flecha:
191
4
Portanto,
0,12 < 1,22 (OK, passa)
192
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo do processo de pesquisa, foram construídos dois modelos na escala 1:4. O
primeiro, no Sistema Viga-e-pilar (aplicado no projeto do Habitáculo), utilizaram o
sistema de fechamento em Wood Frame – chamado, pela equipe, de Sistema Misto. O
segundo foi executado com o Sistema Plataforma. A escolha se deu em função de
ambos serem os sistemas mais utilizados no mundo para a construção das habitações de
madeira. A escala 1:4 foi aplicada até mesmo nas dimensões das peças em madeira, dos
conectores metálicos e dos parafusos, de forma a tentar aproximar da realidade as etapas
de montagem.
No projeto e na construção do módulo do Sistema em Viga-e-pilar, foram aplicados
pilares duplos intertravados por almofadas e vigas contínuas apoiadas sobre as
almofadas. Além disso, foram utilizadas vigas secundárias ligadas por conectores
metálicos em forma de “T” e elementos de conexão com a fundação em forma de “U”,
ligados por parafusos.
O módulo do sistema plataforma é composto de pequenas peças que formam a parede
portante, não existindo pilares ou vigas na estrutura. No projeto real, os montantes estão
posicionados de 40 a 60 cm de distância entre si e ligados por pregos (que são fixados
com uma máquina de injetar pregos). Na construção do protótipo em escala, foi
utilizada a madeira da espécie Eucalipto grandis.
A montagem do Sistema Plataforma mostrou ser, em média, três vezes mais rápida do
que a montagem do processo em Sistema Viga-e-pilar, proposto para o Habitáculo. O
Sistema Plataforma tem um custo 40% menor que o Viga-e-pilar, demonstrando
importância de ampliar a investigação sobre um projeto de habitação voltado a este
sistema construtivo em especial para a habitações de baixo custo. Porém, o teste com a
estrutura em Sistema Viga-e-pilar associado ao projeto do Habitáculo mostrou ter maior
estabilidade e maior capacidade portante em relação ao Plataforma. O tempo de
montagem e o custo desse modelo podem ter uma redução significativa em função de
dois fatores: garantir que, na montagem, os painéis de fechamento sejam independentes
(e montados ao mesmo tempo da estrutura de vigas e pilares) e apoiar as vigas
secundárias diretamente sobre as vigas principais sem o uso de conector metálico em T,
otimizando a montagem e os custos.
193
Tanto a modelagem como a experimentação da estrutura agregam conhecimento ao
processo construtivo, gerando um processo documental da montagem, passo a passo, e
dos principais entraves observados durante a sua realização. A modelagem foi feita com
a estrutura da casa como um todo por meio de simulação por computador com os
programas ANSYS e METÁLICA 3D. Isso foi muito importante para demonstrar as
falhas existentes na estrutura e a falta de alguns elementos complementares, como:
colocação de tirantes internos às paredes, para enrijecer e dar estabilidade ao conjunto
da construção como um todo e lidar bem com as ações do vento; a integração de
elementos de continuidade, como a mão francesa na viga longitudinal e viga secundária
na cobertura, por meio do conector metálico chamado de TRI (criado ao longo dessa
pesquisa). A ação do vento, associada ao desenho inclinado da cobertura, provocou uma
instabilidade nas vigas secundárias da cobertura. A equipe propôs aumentar a altura das
vigas longitudinais de borda de 20 para 24 cm e também gerar um dente para encaixar
as vigas secundárias nas vigas longitudinais, impedindo o tombamento da viga
secundária. O desempenho estrutural e sua estabilidade foram verificados através da
Teoria dos Estados Limites, sendo que os cálculos realizados e as modelagens
numéricas comprovaram sua eficiência.
Observou-se que o Sistema Misto proposto permite uma construção mais livre e ousada
do que o Sistema Plataforma, além da possibilidade de inserir a estrutura em terrenos
acidentados e frágeis e da liberdade de criar diferentes balanços. Outro ponto importante
é o uso da madeira nativa proposta no Habitáculo, que foi amplamente discutido no item
“Panorama de uso de madeira nativa em construções habitacionais”. A equipe procurou
demonstrar que a aplicação da madeira nativa que não está nas listas de esgotamento,
tal como a Maçaranduba, podem ser utilizadas, e quando extraída de áreas com gestão
de florestas e certificação, pode, ao contrário do que se costuma imaginar, pode trazer
grandes benefícios e minimizar a morte imediata da floresta nativa por esgotamento e
gerar verbas para a população que vive na área. Essa premissa se baseia na
flexibilização do Protocolo de Kyoto, prevista para 2012, que irá permitir investimentos
internacionais na industrialização e na gestão das áreas de florestas nativas.
Quanto ao estudo dos materiais aplicados aos painéis de vedação e do desempenho das
paredes, os materiais proposto no projeto pesquisa original foram a Lã de Rocha, a Lã
de Vidro e o Isopor. Em função das discussões do grupo voltadas ao conceito de
construção sustentável, foi resolvido analisar novos materiais associados
194
à composição do OSB, como: Terra, Argila Expandida, Bagaço de Cana, Fibra de
Coco, Ar, Água, Terra misturada, entre outros.
As caixas utilizadas na experimentação da análise térmica dispostas no ambiente foram
construídas na escala 1:10 mas com paredes na escala 1:1, composta de duplo OSB +
recheio, sendo OSB ( 2.54 cm )+ recheio de 6 cm + OSB ( 2.54 cm ). A figura 129
ilustra o painel. Os recheios Ar, Lã de Rocha, Lã de Vidro, Isopor, Terra, Argila
Expandida, Bagaço de Cana, Fibra de Coco,Água, Terra misturada etc. Sendo toda a
envoltória( paredes, piso e cobertura) dupla. Uma única caixa recebeu 1 OSB foi
chamada de cobertura simples.
Foram realizados outros experimentos dentro do laboratório LABCON-FAU-
MACKENZIE com uma fonte interna de calor buscando avaliar o comportamento
térmico de cada material de forma “isolada”. Do ponto de vista da definição da Zona de
Conforto de Givoni (1992), que estabelece uma temperatura aceitável figurando entre
18 e 29 °C, apenas uma chapa de OSB de 25 mm cuja temperatura (30,5 °C) ficou
acima do limite. É interessante notar que, de acordo com a NBR 15575 (2010), as
medidas realizadas em laboratório com fonte interna do calor estavam abaixo das
determinações normativas no verão e acima das determinações normativas para o
inverno.
Em princípio, os materiais que mais se aproximaram de uma solução satisfatória para os
painéis do Habitáculo – e que, de qualquer modo, seriam selecionados para novas
pesquisas – foram a Lã de Vidro, a Lã de Rocha, o Bagaço de Cana e a Fibra de Coco,
associados a um sanduíche de duas pranchas de OSB. Todos esses materiais
demonstraram uma capacidade significativa de redução da velocidade de transmissão de
temperatura, bem como diferenças mais baixas entre o início e o pico de transmissão em
experimentos realizados no laboratório.
Uma das principais características da construção em madeira é a sua relação de
eficiência entre sua resistência e a leveza do próprio material, portanto a associação de
fechamentos leves mantém a relação de eficiência. O quesito massa pode ser o
diferencial entre as fibras naturais, todas mais leves e com potencial de resgate de
carbono. Como a leveza é uma condicionante importante na construção do Habitáculo,
as fibras devem ser investigadas como material de isolamento.
195
Nas medidas experimentais com as caixas expostas ao sol (ou seja, no ambiente), a
caixa com Cobertura Simples com 1 OSB de 25 mm confirmou sua ineficácia ao
apresentar valores de temperatura acima do limite máximo, sendo acompanhada: pela
caixa com Argila Expandida e pela caixa com paredes de duplo OSB com câmara de Ar
no meio (vazia, portanto). As medidas foram realizadas em um dia típico de verão,
considerando as caixas submetidas a temperaturas externas e na pior posição de
insolação, e as medidas foram realizadas medidas pelo termômetro analógico. É
necessário observar que as caixas representam o protótipo em escala reduzida, e não em
escala real.
No que se refere ao limite mínimo de temperatura, na primeira medida realizada no
inverno, em julho de 2010, nenhum material conseguiu isolar o frio externo a contento.
Entretanto, deve-se lembrar que, durante um longo período de tempo, (no caso, a noite e
a madrugada), qualquer ambiente tende a perder temperatura significativamente. Na
segunda medida, realizada em junho de 2011, as temperaturas de todas as caixas
ficaram acima de 12 °C. As temperaturas das caixas com recheio de Isopor, da Lã de
Rocha, da Lã de Vidro, do Bagaço de Cana e da Fibra de Coco ficaram acima dos 14°C.
É importante considerar os resultados como uma análise comparativa entre caixas e não
a medida exata que irá ocorrer dentro da casa neste dia, em função da precisão e do tipo
dos termômetros aplicados nas medições de temperaturas máximas e mínimas e da
redução da escala das caixas. No inverno, se mostraram menos eficientes a caixa com
somente 1 OSB( cobertura simples ) e a caixa com recheio Argila Expandida.
Adotando a temperatura externa de inverno de 7 °C e comparando o desempenho
térmico dos materiais a partir da NBR 15575 (2010), a Norma de Desempenho que
considera o conceitos de pessoas aclimatadas ao clima, às medidas realizadas no
inverno ficariam na faixa de desempenho aceitável pela norma. E, no verão adotando
temperatura externa de verão de 34 °C, as medidas realizadas no verão nas caixas com
recheio de Isopor, Lã de Rocha e Lã de Vidro ficam na faixa de desempenho
Intermediário. Já a caixa com recheio de Fibra de Coco ficaria na faixa de desempenho
superior e apenas as caixas com paredes vazia(AR) e com cobertura simples ficariam
abaixo do nível aceitável pela norma.
Como a Norma de Desempenho exige a experimentação da casa na escala 1:1, ou
permite a modelagem da casa em um programa específico de conforto térmico, foram
realizadas as modelagens do Habitáculo com os softwares ARQUITROP e ECOTECT.
196
Os programas de conforto térmico ainda não apresentam uma interface acessível e
exigem que o usuário alimente seu banco de dados; além disso, muitos fatores
interferem nos resultados, o que torna a avaliação dos resultados bastante difícil. Outro
aspecto de relevância é que base de dados climáticos para a cidade de São Paulo não é
atual: a do programa ARQUITROP é muito antiga (referente ao período compreendido
entre 1930 e 1960) e a do programa ECOTECT é de 1990 a 2000.
Ao longo do processo de modelagem, o programa ARQUITROP serviu como uma
espécie de procedimento de inicialização, pois ainda utiliza plataforma DOS para
operar. Já o programa ECOTECT possibilitou a simulação do volume interno da casa,
pois informa as temperaturas máximas e mínimas que ocorrem dentro do volume
interno do espaço estudado. Ao final da pesquisa, o grupo observou, em entrevista
realizada com a pesquisadora do IPT Maria Akutsu, que o uso do programa
ENERGYPLUS seria o mais adequado para essa investigação devido ao fato de
apresentar a possibilidade modelar cada planta associada ao volume (mostrando, assim,
as temperaturas em cada zona dos ambientes, como quarto, sala, cozinha e banheiro). A
modelagem da casa no programa ENERGYPLUS é uma importante ferramenta para ser
aplicada em uma próxima pesquisa para fins de confronto dos resultados com os do
programa ECOTECT.
Na modelagem com o programa ECOTECT considerando o dia típico de verão, a
modelagem da casa com três fachadas de vidro na frente do Habitáculo demonstrou que
o Habitáculo obteria o conceito de desempenho mínimo para quase todas as
composições de painéis, contudo as casas: com cobertura simples 1 OSB ( parede
dupla) e para a casa com duplo OSB + terra em toda a envoltória, não atingiriam nem
sequer o nível mínimo de desempenho. Já na modelagem para um dia típico de inverno
com três fachadas de vidro todas as composições dos painéis analisadas atingiram o
nível de desempenho intermediário e superior, ficando abaixo do desempenho mínimo
a casa com cobertura simples 1 OSB na cobertura (mas parede dupla com ar ) .
Minimizando a quantidade de vidro da envoltória tanto inverno como no verão a
análise dos resultados obtidos identificou que o desempenho melhora sensivelmente a
casa com as composições dos painéis com recheio de (Lã de Rocha e Fibra de Coco)
chegam ao nível superior de desempenho considerando o conceito das pessoas
aclimatadas ao clima. Mas, no verão, ainda observa-se que ainda ocorrem dentro da
casa temperaturas registradas acima de 29 °C. Observa-se que não foi possível zerar, no
197
programa ECOTECT, a fonte interna de calor, pois ainda está presente na modelagem
um valor de 40 Watts, equivalente ao calor emitido por um homem sedentário.
Considerando o conceito proposto por Barbosa(1997) onde o número de horas de
desconforto em uma habitação deve ser menor que 1000 horas ao longo do
ano.Avaliando a modelagem ao longo de um ano da casa com o programa ECOTECT
na posição implantação da casa, com três paredes com grande quantidade de painéis de
vidro, todos os materiais apresentaram resultados acima de 1000 horas de desconforto;
contudo, quando os recheios dos painéis foram Fibra de Coco, Lã de Rocha e Lã de
Vidro, os resultados se aproximam de 1100 horas; os recheios de Isopor e Argila
Expandida apresentaram resultados em torno de 1400 horas; o duplo OSB com Ar
(vazio) e o de Terra apresentaram resultados em torno de 1700 horas; e a cobertura
simples com somente 1 OSB apresentou resultados de, em média, 2700 horas. Apesar
do método das horas de desconforto não ser considerado na NBR 15575:2010, mostra
a visão crítica do emprego de determinados materiais, sua espessura e sua composição.
No projeto proposto para o Habitáculo, as paredes eram duplas, mas a cobertura e o piso
eram compostos de um único OSB. A partir das modelagens e da construção dos
experimentos, observou-se a ineficiência do uso de somente um painel OSB na
cobertura ou no piso e a necessidade de atingir uma maior capacidade térmica para
minimizar ou maximizar as temperaturas dentro das construções em madeira. Esta
capacidade pode ser atingida com a criação de mais uma câmara de ar nos painéis da
envoltória (considerando paredes externas, cobertura e piso). A equipe propôs uma nova
envoltória com 15 cm de espessura, sendo composto pelas seguintes camadas: 1 OSB de
2,54 cm, isolante de 6 cm, 1 OSB de 2,54 cm, 1 câmara de ar de 3,5 cm e 1 painel de
gesso de 15 mm As Figuras 129, 130 mostra, o painel aplicado nesta pesquisa e o novo
painel ( figura 131) proposto para aplicação na envoltória do Habitáculo. Na imagem
123 e 124 mostramos a proposta da minimização da quantidade de vidros em relação à
proposta original e o uso de dupla camada de OSB + isolante tanto na cobertura como
no piso, além de um forro de gesso. Pois percebemos que a casa com uma camada de
OSB trocaria o calor muito rapidamente. Dessa forma, aumentando a capacidade
térmica da envoltória, em especial da cobertura e do piso, associado à minimização de
vidros, associação ao uso dos brises soleil móveis minimizando o ganho de calor
durante o verão e maximiza durante o inverno.
198
O painel de gesso interno tem dupla função: aumentar a capacidade térmica e o
conforto, além de ser um material incombustível e permitir o tempo mínimo de 30
minutos para a fuga dos ocupantes, que é o tempo requerido de proteção ao fogo
proposto pela NBR 15575 (2010) para edifícios habitacionais até 5 pavimentos.
Um próximo estudo poderá determinar a que horas, exatamente, a temperatura no
inverno cai para um valor abaixo do mínimo de conforto. De qualquer modo, no que
tange às temperaturas exatas, a mesma ressalva acerca de imprecisões deve ser repetida,
pois a margem de erro e certas variações de condições foram relevantes para reduzir a
precisão das medições. O que elas estabeleceram foram tendências a serem levadas em
conta em estudos futuros. Foram consideradas as ressalvas do início (de que os números
das medições devam que ser aproximados com muita cautela e que as anotações
periódicas dos movimentos das temperaturas provavelmente teriam ajudado nas
conclusões), apesar de o orçamento não ter permitido a inclusão de medidores digitais
de precisão externos às caixas. Ainda que, agora, esse aspecto tenha ficado claro, a
experimentação permitiu significativas observações, como o fato de que o conforto
térmico dentro da casa será muito afetado no caso de se trabalhar somente com um
painel de OSB de 25 mm (tanto nas paredes como na cobertura). Tal fato é devido à sua
inércia térmica, que ser pequena, representando bloqueio quase inexistente das
variações térmicas.
Dos experimentos realizados, um dos materiais mais eficientes foi a composição de
duplo OSB com recheio em Fibra de Coco, que também tem a vantagem de ser um
material natural renovável e relativamente leve. A composição de duplo OSB com
recheio Bagaço de Cana também demonstrou um grande potencial para reter a
temperatura, sendo necessário, porém, investir no processo de produção, na retirada do
açúcar e no direcionamento de resíduos não aproveitáveis gerados. A composição de
duplo OSB com recheio Lã de Vidro e a Lã de Rocha apresentam um bom desempenho
térmico, muito próximo à eficiência das fibras, entretanto envolvem grande gasto de
energia em sua produção, além de emitirem resíduos no ambiente. O Isopor é um dos
materiais mais utilizados nas casas pré-fabricadas em madeira devido a sua leveza e
baixo custo, mas entre outros fatores sua decomposição é lenta e quando esse material
pega fogo, se extingue quase que imediatamente, liberando gases tóxicos ao meio. A
pesquisa científica, associada à produção de Bioespumas como material de isolamento,
pode ser um novo caminho para o uso do Isopor na construção.
199
Assim a pesquisa como um todo demonstrou a grande variabilidade nos parâmetros
utilizados como fatores de decisão para a escolha do sistema construtivo e seus
materiais. Mas para cada aplicação especifica, mediante consideração de escala de
produção, custo e fatores ligados a prazo de execução, existe um sistema ideal para
produção. Para a produção de casas individualizadas, o ideal é o sistema viga e pilar
com painéis de onde o isolante é a fibra de coco, um sistema leve, que pode ser
considerado sustentável com materiais renováveis, em contraposição o sistema
plataforma com painéis onde o isolante é a lã de rocha seria mais viável para a pré-
fabricação e a produção em grande escala, de casas não individualizadas.
200
Figura 123: Casa com vedações, brises e minimizações de vidro. Fonte: dos autores
Figura 124: Detalhe de fechamentos laterais e forro por dentro do Habitáculo. Fonte: dos autores
201
Figura 125: Vista lateral direita do Habitáculo. Fonte: dos autores
Figura 126: Vista lateral esquerda do Habitáculo. Fonte: dos autores
202
Figura 127: Corte longitudinal do Habitáculo mostrando o detalhe dos forros na envoltória. Fonte: dos autores
Figura 128: Corte transversal do Habitáculo mostrando o detalhe dos forros na envoltória. Fonte: dos autores
203
Figura 129: Dimensão e composição da parede proposta no projeto modelada na pesquisa.
Fonte: dos autores
Figura 130: Dimensão e composição da parede com isolamento modelada nessa pesquisa.
Fonte: dos autores
204
Figura 131: Parede proposta para um novo projeto com isolamento e câmara de ar ou duas câmaras de ar e gesso na face interna.
Fonte: dos autores
6. REFERÊNCIAS
AMERICAN FOREST & PAPER ASSOCIATION. Detail for convencional Wood
Frame construction. Washington: AWC, 2001. Disponível em:
<http://www.awc.org.br>. Acesso em: 20 março. 2010.
AMERICAN WOOD COUNCIL. Flame spread performance for Wood products.
Design for code acceptance. Washingthon: American Wood council, 2008
ABRAPEX. O que é EPS. Disponível em
<http://www.abrapex.com.br/01OqueeEPS.html> Acesso em: 20 jan. 2011.
ADRIAZOLA, Márcia Keiko Ono. Avaliação experimental por meio de protótipos e
por simulação de painéis de madeira para habitação de interesse social. Tese
(Doutorado em Ciências Florestais). Escola de Engenharia Florestal, Universidade
Federal do Paraná, Curitiba, 2008.
AFLALO, M. et al. Madeira como Estrutura: A história da Ita. São Paulo: Paralaxe,
2005.
ARQUITETOGEEK. Disponível em
<http://arquitetogeek.wordpress.com/category/construcao> Acesso em: 20 abr. 2011.
AKUTSU, M. S.; VITTORINO, F.; PEDROSO, N. G.;CARBALLEIRA, L. Critérios
mínimos de desempenho de habitações térreas unifamiliares: Anexo 5 – Conforto
Térmico. São Paulo: IPT, 1995. Relatório Técnico, n° 33.800.
AKUTSU, M. Inércia térmica, a chave do conforto. São Paulo: AECWeb, 2010.
Disponível: <http://www.aecweb.com.br/inercia-termica-a-chave-ddoconforto/tema
ticos/artigos/1499/6>. Acesso em: 10 mai. 2011.
AL-HOMOUD, Mohammad S. The Effectiveness of Thermal Insulation in Different
Types of Buildings in Hot Climates. Dhahran, Arábia Saudita, 2003. Disponível em:
<http://jen.sagepub.com/cgi/content/abstract/27/3/235>. Acesso em: 14 fev. 2011.
ALA - American Lung Association. Fibra de vidro. Disponível em
<http://www.lungusa.org/> Acesso em 04/02/2011
ALCÂNTARA, Alex Sander. Temperatura não é decisiva para sensação de conforto
em parques. São Paulo: FAPESP, 2001. Disponível em:
<http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2010/07/23/> Acesso
em: 10 mai. 2011.
ARCHINOLOGY.Bioclimatology.2010. Disponível:
<http://www.archinology.com/bioclimatology/>. Acesso em: 13 jan. 2011.
APA. Wood works: Fire protection. Disponível em:
<http://www.woodworks.org/keyIssues/fire-protection.aspx>. Acesso em: 20 jan. 2010.
ASHRAE. American Society of Healthing Refrigerating and Air Conditioner
Engeneers. Thermal environmental conditions of human occupancy. Atlanta, EUA:
Standard-55, 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14323:
Dimensionamento de Estruturas de Aço de Edifícios em Situação de Incêndio. Rio de
Janeiro: ABNT, 1999.
______. NBR 14432: Exigências de Resistência ao Fogo dos Elementos Construtivos
das Edificações . Rio de Janeiro: ABNT, 2000.
______. NBR 5628: Componentes Construtivos Estruturais. Determinação da
resistência ao fogo. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
______. NBR 6479: Portas e vedadores – Determinação da resistência ao fogo –
Método de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.
______. NBR 9077: Saídas de emergência em edifícios – Procedimentos. Rio de
Janeiro: ABNT, 1993.
______. NBR 10636: Paredes divisórias sem função estrutural – Determinação da
resistência ao fogo – Métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 1989.
______. NBR 11742: Porta corta-fogo para saída de emergência- Especificação. Rio de
Janeiro: ABNT, 1992.
______. NBR 5628: Componentes construtivos estruturais- Determinação da resistência
ao fogo. Rio de Janeiro: ABNT, 1980.
______. NBR 6479: Portas e vedadores – Determinação da resistência ao fogo –
Método de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.
______. NBR 9077: Saídas de emergência em edifícios – Procedimento. Rio de Janeiro:
ABNT, 1993.
______. NBR 10636: Paredes divisórias sem função estrutural – Determinação da
resistência ao fogo – Métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 1989.
______. NBR 11742: Porta corta-fogo para saída de emergência- Especificação. Rio de
Janeiro: ABNT, 1992.
______. NBR 15575: Edifícios habitacionais de 5 pavimentos: desempenho. Rio de
Janeiro: ABNT, 2010.
______. NBR 15220: Desempenho térmico das edificações – Parte 2: Métodos de
Cálculo de transmitância térmica, da capacidade Térmica, do Atraso Térmico e do fator
solar dos elementos e componentes de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
______. PNBR 02:135.07-001/3: Desempenho térmico de edificações – Parte 3:
Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações
unifamiliares de interesse social. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
______. PNBR 02:136.01-004: Desempenho de edifícios habitacionais de até cinco
pavimentos – Parte 4: Sistemas de vedações verticais externas e internas. Rio de
Janeiro, 2006.
BAILEY, COLIN. One Stop Shop in Structural Fire Engineering. University of
Manchester. Disponivel em <http://www.mace.manchester.ac.uk/project/research/
structures/strucfire/CaseStudy/default.htm>. Acesso em: 10 mai. 2010.
BARBOSA, M. J. Uma metodologia para especificar e avaliar o desempenho
térmico em edificações residenciais unifamiliares. Tese (Doutorado) – Programa de
Pós graduação em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 1997.
BARRETT, P.; SEXTON, M.G. Integrating to innovate: report for the construction
industry council. London: Ed. DETRlCIC, 1998. 26 p.
BASSO, A.; RORIZ, M. Comparação entre dez critérios para definição da Zona de
Conforto Térmico. In: I Encontro Nacional sobre Normalização ligada ao uso racional
de Energia e Conforto Térmico em Edificações, 1991, Florianópolis. I Encontro
Nacional sobre Normalização Ligada ao Uso Racional de Energia. Florianópolis:
UFSC, 1991. v. único. p. 57-76.
BLANCO. Mirian. Por que atender à Norma de Desempenho. PINIweb, 2010.
Disponível em: <http://www.piniweb.com.br/construcao/gestao/por-que-atender-a-
norma-de-desempenho-173881-1.asp>. Acesso em: 12 nov. 2010.
BASF. Neopor insulates using air and graphite. Disponível em
<http://www.basf.com/group/corporate/ en/innovations/innovation-award/2001/neopor>
Acesso em 14 fev. 2011
BIOCASA. Casas produzidas com fibra. Disponivel em
<http://ecosyseng.wetpaint.com/page/Coco+nut> Acesso em 05/02/2011.
BIOPLASTICS NEWS. Noticias sobre a produção de plásticos biodegradáveis. 2009
Diponivel em< bioplasticnews.blogspot.com/search/label/Bioplástico> Acesso em
setem. 2009.
BORGES, Carlos A. de Moraes; SABBATINI, Fernando H. O Conceito de
desempenho de edificações e a sua importância para o setor da construção civil no
Brasil. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, 2008. Disponível em:
<http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF2008/BT515_borges.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2010.
BRUFMA. What is Pur and PIR. Disponível em
<http://www.brufma.co.uk/what_is_pir_pur.htm>. Acesso em 27 mar. 2011.
BUILDING DOW. Poliestireno Extrudido (XPS). Disponível em
<http://building.dow.com/europe/pt/proddata/xps/> Acesso em 09 fev. 2011.
CTBA CENTRE TECHNIQUE DU BOIS ET DE L’AMEUBLEMENT –.
Construction de maison à ossature bois: conception et mise em oeuvre. Ref.: L271.
Paris: Eyrolles. 2006.
COLUMBIA, Province British. Housing and Construction Standards. Disponível em:
<http://www.housing.gov.bc.ca/building/wood_frame/qanda.htm#1-9>. Acesso em: 26
mar. 2010.
CORMA. Manual La Construcción de Viviendas en Madera. Male: Corporación
Chilena de la Madera, 2005.
COUNCIL, Canadian Wood. Fire safety design in building. Ottawa: CWC, 1995.
CUNHA, Viviane. Madeira e sustentabilidade, como vai esta relação? Arquitextos,
São Paulo, 11.129, Vitruvius, fev 2011. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.
br/revistas/read/arquitextos/11.129/3750>. Acesso em: 14 dez. 2010.
DIAS, Luis Andrade de Mattos. Estruturas de aço: conceitos, técnicas e linguagem.
São Paulo: Zigurate, 2002. 4ª ed.
D’ALEÇON, Renato. Acondicionamientos. Santiago do Chile: Edicionies ARQ, 2009.
DUDEQUE; I. T. Espirais de madeira: Uma História da Arquitetura de Curitiba. São
Paulo: Studio Nobel, 2001. 437 p.
ECOCASA. Materiais de construção:Isolamento térmico. Disponível em <http://
http://www.ecocasa. pt/construcao_content.php?id=28 > Acesso em: 15 jan. 2011.
ENGEPLAS. Produtos em fibra de coco. Disponível
em<http://www.engeplas.com.br/fibra.html> Acesso em: 20 fev. 2011.
EUROCODE 5 - 2004. Design of timber structures: Part 1-2 – General Rules-
Structural Fire Design. European Standard Eurocode, 2004
FAPESP. Bioespuma Testada Unicamp substitui Isopor IN: REPORTAGEM
PUBLICADA EM: CORREIO POPULAR (CIDADE) EM 1 DE MARÇO DE 2000.
Disponível em <http://www.bv.fapesp.br/namidia/noticia/13574/bioespuma-testada-
unicamp-substitui-isopor/>. Acesso em: 20 set. 2010
FARRELLY, Lorraine. Fundamentos de arquitetura. Porto Alegre: Bookman
Companhia Editora, 2010.
FERREIRA, O. P.; ZENIDE, G. Madeira: Uso Sustentável na Construção Civil. São
Paulo: IPT/ Sinduscon, 2003.
FIBROSOM. Materiais de Isolamento Térmico e Acústico. Disponível em
<http://www.fibrosom.com/ materiais.aspx?art=5 > Acesso em: 15 jan. 2011.
FREEMAN, M. Espacios Japoneses. Nova York: Ed. Gamma, 2004.
FONTENELE, Raimundo E. Silveira. Cultura do coco no Brasil: caracterização do
mercado atual e perspectivas futuras. Artigo apresentado no XLIII CONGRESSO
DA SOBER Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial,
2005. Disponível em: <http://www.sober.org.br/palestra/2/168.pdf>. Acesso em: 15
mai. 2011.
FROTA, Anésia Barros; SCHIFFER, Sueli Ramos. Manual de Conforto Térmico. São
Paulo: Studio Nobel, 2003.
FROTA, Anésia Barros. Geometria da Insolação. São Paulo: Geros, 2004.
GAUZIN-MÜLLER, D. Arquitectura Ecológica: 29 ejemplos. São Paulo: Paralaxe,
2005.
GEI. Instituto Ambiental GREENGUARD. Padrões de qualidade do ar. Disponível
em< http://www.azocleantech.com/news.aspx?newsID=6367&lang=pt > maio.2011
GERWING, Jeffrey; VIDAL, Edson. Degradação de Florestas pela Exploração
Madeireira e Fogo na Amazônia. Série Amazônia, n° 20. Belém, Imazon, 2002.
GREENGUARD Certified Spray Foam Insulation 2008 Disponível
em<http://www.edcmag.com/articles/greenguard-certified-spray-foam-insulation>
GIGLIO, Thalita Gorban Ferreiro; BARBOSA, Mirian Jerônimo. Aplicação De
Métodos de Avaliação do desempenho térmico para analisar painéis de vedação em
Madeira. In: Seminário do Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 6, n° 3, p.91-103,
jul/.set.2006.
GIVONI, B. Man, climate and architecture. Amsterdam: Elsevier Publishing C. L.,
1969.
GIVONI, B. Man, climate and architecture. London: Applied Science Publisher,
1976.
GIVONI, B. Comfort, Analysis and Building design guidelines. In: Energy and
Building, v.18, pp. 11-23, jul. 1992.
GOODWIN, S.; CATANI, M. The effect of mass on heating and cooling loads and
insulation requirements of buildings in different climates. ASHRAE Transections,
1979.
GRIFFIN, María Eugenia Sosa; SIEM, Geovanni. Manual de deseño para
edificaciones energéticamente eficientes en el trópico. Instituto de Desarrollo
Experimental de la Construcción, Facultad de Arquitectura y Urbanismo de la
Universidad Central de Venezuela - IDEC/FAU/UCV, 2004. Disponível em:
<http://www.fau.ucv.ve/idec/racionalidad/>. Acesso em: 10 jan. 2011
HESCHONG, Lisa. Thermal Delight in Architecture. Cambridge, MA: MIT Press,
1990.
HUGUES, Theodor; et al. Construcción con Madera. Barcelona: Editorial Gustavo
Gili, 2007.
HUGUES, Theodor; STEIGER, Ludwig; WEBER, Johann. Timber Construction.
Basel: Birkhäuser, 2004.
IDHEA. Nove Passos para a Obra Sustentável. São Paulo: IDHEA, 2009. Disponível
em: <http://www.idhea.com.br>. Acesso em: 20 mai. 2008.
IMAFLORA. Guia Imaflora da aplicacao da logomarca FSC. IMAFLORA:
Piracicaba, 2008.
INGOLD, Daniel. Batimentes en bois exigence en matiére de securité incendie.
Lausanne: LIGNUM, 2010. Disponível em <http://www.lignum.ch/uploads/media/1-
Exigences.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2011.
INOVACAOTECNOLOGICA Bagaco Cana Materia Prima /fibrocimento.
Disponivel em
<http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=bagaco-cana-
materia-prima-fibrocimento&id=010160101206>. Acesso em: 26 abr. 2011
IT Nº07 - INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº07/ 2004. Separação entre Edificações
(Isolamento de Risco). São Paulo: Corpo de Bombeiros/ SP, 2004.
IT Nº08 - INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº08/ 2004. Segurança Estrutural nas
Edificações (Resistência ao fogo dos elementos de construção). São Paulo: Corpo de
Bombeiros/ SP, 2004.
IT Nº09 - INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº09/ 2004. Compartimentação Horizontal e
Compartimentação Vertical. São Paulo: Corpo de Bombeiros/ SP, 2004.
JALALI, Said; EIRES, Rute. Inovações científicas de construção em terra crua.
Artigo publicado na Universidade do Minho, Departamento de Engenharia Civil,
Campus de Azurém, Portugal, 2008. Disponível em: <http://repositorium.sdum.
uminho.pt/bitstream/1822/9104/1/Eires_CN_1_2008%20%28artigo%29.pdf>. Acesso
em: 20 mai. 2011.
JUNTA DEL ACUERDO DE CARTAGENA. Manual de diseño para maderas del
grupo andino. Cartágena: Junta Del Acuerdo de Cartágena, 1984.
KLEIN, D. L.; KLEIN, G. M. B.; LIMA, R. C. A. Sistemas construtivos Inovadores:
procedimentos de avaliação. In: II seminário de patologia das edificações, Leme,
2004.
KRAMBECK, Thaís Inês. Revisão de Sistema Construtivo em Madeira de Floresta
Plantada para Habitação Popular. 2006. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e
Urbanismo) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006. Disponível
em: <http://www.tede.ufsc.br/teses/PARQ0028.pdf >. Acesso em: 08 jan. 2009.
KRAUSE, Cláudia Barroso. Conforto higrotérmico: insolação no projeto de
Arquitetura. In: Notas de aula, FAU/ UFRJ, 2007. Disponível em: <http://www.fau.
ufrj.br/apostilas/conforto/AMB2_20071_dia_20_03.pdf>. Acesso em: 10 mai. 2010.
LABVIRTUAL. Transferência de Calor e Massa. Portal de laboratório virtual e
processos químicos. Disponível em: <http://labvirtual.eq.uc.pt/>. Acesso em: 10 mai.
2011.
LAMBERTS, R. et al. Desempenho Térmico de Edificações. Florianópolis: Apostila –
Universidade Federal de Santa Catarina, 2006.
LAROCA, C. Habitação Social em Madeira: Uma Alternativa Viável. 2002. 93f.
(Dissertação de Mestrado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, 2002. Disponível em: <http://www.floresta.ufpr.br/pos-graduacao/defesas/
pdf_ms/2002/d356_0499-m.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2009.
LES ESSENTIELS DU BOIS. Constru ct io n on bo i s e l a s ecu r i té cont ra
incend ie . Pa r i s : CNBD, 2007 . Di spon íve l em < h t tp : / /www.
cndb .o r g /pd f / cons t r uc t ion_amen a gem e n t /n4_ incend i e . Acesso em:
24 mai . 2010 .
MATERIAUX-NATURELS.Terra crua. <http://www.materiaux-naturels.fr/materiaux-
construction-261/terre-crue.html>. Acesso em: 20 mai. 2011.
METÁLICA. Isolamento Térmico e Acústico. Disponível em <http://www.metalica.
com.br/ la-de-vidro-isolamento-termico-e-acustico/>. Acesso em: 15 jan. 2011.
MORIKAWA, Devanir Cabral Lima. Métodos construtivos para edificações
METÁLICA. Proteção contra Incêndios em Edificações: Princípios Técnicos.
disponível em http://www.metalica.com.br/protecao-contra-incendios-em-edificacoes/
<acesso 30.maio.2010>
utilizando componentes derivados da madeira de reflorestamento. 2006.
Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006.
MORLEY, Michael. Morley. Building with structural insulated panels (SIPS).
Disponível em: <http://ameripanelsc.com/files/sips.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2010.
NATTERER, J.; MOHLER, K.; HOOR, D.; GOTZ, K. Construire en bois. Lausanne,
Press Polytechniques Et Universitaries Romandes, 1995.
NATTERER, J.; VOLZ, M.; HERZOG, T. Timber Design & Construction
Soucercebook. New York: McGraw-Hill Publishing Company, 1989.
NATUREBA. Desmatamento da Amazônia. Disponível em:
<http://www.natureba.com.br/desmatamento.htm>. Acesso em: 15 dez. 2010.
NIEHS- National institute of environmental health sciences - National Institutes of
Health . Disponível em: <http://www.niehs.nih.gov/news/releases/2011/roc/ junho/10>
Acesso em 30.junho 2011.
OLGYAY, V; OLGYAY, A. Design with climate. Princeton University Press, 1963.
PAPADOPOULOS, A. M. State of the art in thermal insulation materials and aims
for future developments. 2009. Disponível em: <http://www.izoterm-al.com/izoterm/
pub/State_of_the_art_in_thermal_insulation_materials_and_aims_for_future_developm
ents35.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2011.
PAPST, Ana Ligia. Uso da inércia térmica no clima subtropical – Estudo de caso em
Florianópolis - SC. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil da Universidade
Federal de Santa Catarina, 1999. Disponível em: <http://www.labeee.ufsc.br/arquivos/
publicacoes/dissertacao_papst.pdf>. Acesso em: 11 jan. 2010.
PEEL, M.; FINLAYSON, B.; MCMAHON, T. world map of the Köppen: Geiger
climate classification. 2007. Disponível em: <http://hal-sde.archives-ouvertes.fr/hal-
00298818/>. Acesso em: 13 jan. 2011.
PENNOCK, Alex, BURHE, Bill, LORENZ, Dietmar. Green Home Guia. 2009.
Disponível em: <http://greenhomeguide.com/know-how/article/choosing-the-best-
insulation-delivers-energy-savings>. Acesso em: 17 jan. 2011.
PINTO, Edna Moura. Determinação de um Modelo de Taxa de Carbonização para a
madeira de E. grandis e E. citriodora. Tese (Doutorado em Ciências e Engenharia de
Materiais). Faculdade de Engenharia, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2005.
PINTO, Edna Moura. Segurança contra Incêndio para Habitações em Madeira.
Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2001.
REDETEC. Manta de fibra de coco.Desenvolvimento tecnológico Disponivel em
http://www.redetec.org.br/inventabrasil/mantac.htm> acesso em 05/02/2011
REVISTA CONSTRUÇÃO METÁLICA. Poliuretano um excelente isolante térmico
e Acustico. ABCEM, n 68, 199?. Disponível em
<http://www.metalica.com.br/poliuretano-um-excelente-isolante-termico-e-acustico>
Acesso em Nov. 2010
RITTER, M. A. Timber Bridges. Madisson: Forest Products Laboratory, 1990.
ROSA, M. De Freitas et al Utilização da fibra de Coco como substrato Agrícola.
Brasília: Embrapa, 2002.
RUAS, Álvaro C. Avaliação de Conforto térmico: Contribuição à Aplicação prática
das normas Internacionais. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil da
Universidade Estadual de Campinas, 2001. Disponível em: <http://www.scribd.com/
doc/37032425/Avaliacao-de-Conforto-Termico>. Acesso em: 27 jan. 2011.
RURALPECUARIA. Bagaco da cana na construção civil.
<http://www.ruralpecuaria.com.br/2011/01/bagaco-da-cana-na-construcao-civil.html>.
Acesso em: 25 abr. 2011
SANT’ANNA, S. S.; PIMENTA, C.; VIDAL, A. Vila barulho d’água – Um Caso de
Arquitetura Sustentável. São Paulo: Editora Pró-Livros, 2005.
SCHNEIDER, R.; ARIMA, E.; VERÍSSIMO, A.; BARRETO, P. S. Jr. Amazônia
Sustentável: limitantes e oportunidades para o desenvolvimento rural. Brasília: Banco
Mundial; Belém: Imazon, 2000.
SILVA, Valdir Pignatta; VARGAS, Mauri Resende; ONO, Rosária. Manual de
Construção em Aço: Prevenção Contra Incêndio no projeto de Arquitetura. Rio de
Janeiro:IABr/ CBCA, 2010.
SEITO, Alexandre Itiu et al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil. São Paulo:
Projeto Editora, 2008.
SEVEGNANI, K. B.; GHELFI H. Filho; SILVA; I. J. O. da. Comparação de vários
materiais de cobertura através de índices de conforto térmico. Departamento de
Engenharia Rural - ESALQ/USP. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sa/v51n1/
01.pdf>. Acesso em: 14 fev. 2011.
SHAFER, Rachel. A breath of fresh air: How alumna Gail Brager opened the
workplace to a natural cool. Artigo publicado na página-web da Faculdade de
Engenharia de Berkley. Disponível em: <http://coe.berkeley.edu/news-center/
publications/forefront/archive/forefront-spring-2008/features/a-breath-of-fresh-air-how-
alumna-gail-brager-opened-the-workplace-to-a-natural-cool>. Acesso em: 10 jan. 2011.
SINAT N. 003. Sistemas construtivos estruturados em perfis leves de aço
conformados a frio com fechamentos de chapa delgada (Sistemas leves tipo Light
Steel Framing). Brasília: SINAT, 2010.
SILVA, Valdir Pignatta; VARGAS, Mauri Resende; ONO, Rosária. Manual de
Construção em Aço: Prevenção contra incêndio no projeto de Arquitetura. Rio de
Janeiro: IABr/ CBCA, 2010.
SIPA. Structural Insulated Panel Association. Disponível em
<http://www.sips.org/>. Acesso em: 30 jul. 2010
SPRAYFOAM. Spray Foam Insulation. DIsponivel em
http://www.sprayfoam.com/spps/ahpg.cfm?spgid=1 acesso em agosto 2010
SWARTZ, Carter. Archinology. 2010. Disponível: <http://www.archinology.com/
bioclimatology/>. Acesso em: 13 jan. 2011.
SZÜCS, C.P. Sistema Stella-UFSC. Avaliação e desenvolvimento do Sistema
Construtivo em madeira de reflorestamento. Rio de Janeiro: Habitare, 2004.
Disponível em: <www.habitare.org.br>. Acesso em: 15 out. 2008. TECHNIKER
TECHNIKER. Tall Timber Buildings: Applications of solid timber construction in
Multistorey Buildings. Hoxton, Londres: The Stadthaus, 2010. Disponível em: <
http://techniker.oi-dev.org/blog/view/tall-timber-buildings-the-stadthaus-hoxton-
london>. Acesso em: 24 mai. 2010.
TECPRENE. Características do poliuretano. Disponivel em
<http://www.tecprene.com.br/carac_poliuretano.htm>. Acesso em: 10 mar. 2011.
TISTR. Thailand Institute of Scientific and Technological Research. Disponivel em
<http://www.tistr.or.th/tistr2006_eng/index.php?pages=home>. Acesso em 30 jul. 2010
TITA, Sandra P. S.; PAIVA Jane M. F. de; FROLLINI Elisabete. Resistência ao
impacto e outras propriedades de compósitos lignocelulósicos: matrizes termofixas
fenólicas reforçadas com fibras de Bagaço de Cana-de-açúcar. São Carlos: Polímeros
vol. 12, nº 4 São Carlos, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid
=S0104-14282002000400005&script=sci_arttext>. Acesso em: 25 abr. 2011.
TROMMLER, Frank. The Avant-Garde and Technology: Toward Technological
Fundamentalism in Turn-of-the-Century in Europe. Cambridge University Press,
copyright de 1995. Disponível em: <http://journals.cambridge.org>. Acesso em: 01 set.
2010.
VAZQUEZ, Oscar Mira. Bioclimatic Architecture. Barcelona: Monsa, 2009.
VERÍSSIMO, Adalberto. Estratégia e Mecanismos Financeiros para Florestas
Nativas do Brasil. Food and Agricultural Organization of the United Nations, 2006.
VERÍSSIMO, Adalberto. Sobre o Uso Sustentável da madeira. In: I Simpósio
Brasileiro de Construção Sustentável, Conselho Brasileiro de Construção Sustentável,
2008.
VIANNA, Nelson Solano; GONÇALVES, Joana Carla S. Iluminação e Arquitetura.
São Paulo, SP: Vitrus, 2001.
VIEIRA, Rodrigo José de Andrade. Desenvolvimento de painéis confeccionados a
partir de fibras de coco para controle acústico de recintos. Dissertação (Mestrado
em Engenharia Mecânica) – Faculdade de Engenharia, Universidade Federal do Pará.
Belém, Pará. Outubro, 2008. Disponível em: <http://www.usp.br/fau/cursos/graduacao/
arq_urbanismo/disciplinas/aut0221/Trabalhos_Finais_2009/Fibras_Naturais.pdf>.
Acesso em: 10 fev. 2011.
VIGODERIS, R.B. Desenvolvimento de um protótipo para resfriamento
evaporativo em instalação climatizada usando Argila Expandida. 2002. Tese
apresentada a Universidade Federal de viçosa, Engenharia Agrícola, Vicosa,2002
VISCHER, Jacqueline C. The concept of environmental comfort in workplace
performance. 2008. Disponível em: <http://www.gret.umontreal.ca/images/The%20
Concept%20of%20Environmental%20Comfort%20in%20Workplace%20Performance.
pdf >. Acesso em: 06 jan. 2011.
VISCHER, Jacqueline. C. The effects of the physical environment on job
performance: towards a theoretical model of workspace stress. Publicado em Wiley
InterScience, 2007. Disponível em <http://www.gret.umontreal.ca/images/article%
20002.pdf >. Acesso em: 22 abr. 2011.
WOOD FOR GOOD. Reusable and Adaptable Wood Structure. Londres: Trada,
2009. Disponível em: <www.woodforgood.com>. Acesso em: 20 jan. 2009.
WOOD FOR GOOD. Case studies. Reino Unido, 2008. Disponivel em
<www.woodforgood.com/pdf/Case_Studies.pdf - Reino Unido>. Acesso em: 11 jun.
2010.
XAVIER, A. P.; LAMBERTS, R. Proposta de zona de conforto térmico obtida a
partir de estudos de campo em Florianópolis. Artigo apresentado no V Encontro
nacional de conforto do ambiente construído e II Encontro Latino-Americano de
conforto do ambiente construído, Fortaleza, 1999. Disponível em:
<http://www.ufpel.edu.br/faurb/prograu/documentos/artigo3-tecnologia.pdf>. Acesso
em: 22 jan. 2011.
XCO2. Insulation for Sustainability: a Guide. Federation of European Rigid
Polyurethane Foam Associations e Fédération des Associations Européennes de Mousse
de Polyuréthane Rigide. Disponível em: <http://www.xco2energy.com/profile.htm>.
Acesso em 04 fev. 2011.
YANNAS, S.; MALDONADO, E. Handbook: Designing for summer comfort.
Londres: Architectural Association Graduate School, 1995.
YEH; WILLIAMSON; KEITH. Development of Structural Insulated Panel
Standards. ASCE: Washington 2008.
ZENID, Geraldo José. Madeira: uso sustentável na construção civil. São Paulo:
Instituto de Pesquisas Tecnológicas: SVMA, 2009.
220
ANEXO I
Dados da modelagem com o programa ECOTECT – modelagem anual dos Autores
COMPOSIÇÃO DO PAINEL: OSB + AR + OSB e COBERTURA SIMPLES 1 OSB
Comfort Band: 18.0 - 29.0 C – In Comfort: 5953 Hrs (68.0%)
TEMP HOURS PERCENT 0.0 0 0.0% 2.0 0 0.0% 4.0 0 0.0% 6.0 0 0.0% 8.0 0 0.0%
10.0 18 0.2% 12.0 258 2.9% 14.0 504 5.8% 16.0 989 11.3% 18.0 1184 13.5% 20.0 1292 14.7% 22.0 1349 15.4% 24.0 1022 11.7% 26.0 615 7.0% 28.0 491 5.6% 30.0 368 4.2% 32.0 279 3.2% 34.0 216 2.5% 36.0 111 1.3% 38.0 59 0.7% 40.0 5 0.1% 42.0 0 0.0% 44.0 0 0.0% 46.0 0 0.0%
Tabela 44: Simulação anual realizada com o programa ECOTECT (composição do painel: OSB + ar + OSB e
cobertura simples com 1 OSB). Fonte: dos autores
Gráfico 14: Simulação anual do desempenho térmico na casa (composição do painel: OSB + ar + OSB e cobertura simples com 1 OSB).
Fonte: dos autores
221
COMPOSIÇÃO DO PAINEL: OSB + AR + OSB e COBERTURA OSB + AR + OSB
ANNUAL TEMPERATURE DISTRIBUTION Comfort Band: 18.0 - 29.0 C – In Comfort: 6973 Hrs (79.6%)
TEMP HOURS PERCENT 0.0 0 0.0% 2.0 0 0.0% 4.0 0 0.0% 6.0 0 0.0% 8.0 0 0.0% 10.0 0 0.0% 12.0 131 1.5% 14.0 462 5.3% 16.0 976 11.1% 18.0 1448 16.5% 20.0 1484 16.9% 22.0 1530 17.5% 24.0 1410 16.1% 26.0 695 7.9% 28.0 406 4.6% 30.0 191 2.2% 32.0 27 0.3% 34.0 0 0.0% 36.0 0 0.0% 38.0 0 0.0%
Tabela 45: Simulação anual realizada com o programa ECOTECT (composição do painel: OSB + ar + OSB + cobertura OSB + ar +
OSB). Fonte: dos autores
Gráfico 15: Temperatura anual dentro da casa (composição do painel: OSB + Ar + OSB + cobertura OSB + ar + OSB).
Fonte: dos autores
222
OSB + ISOPOR + OSB
ANNUAL TEMPERATURE DISTRIBUTION Comfort Band: 18.0 - 29.0 C – In Comfort: 7371 Hrs (84.1%)
TEMP HOURS PERCENT 0.0 0 0.0% 2.0 0 0.0% 4.0 0 0.0% 6.0 0 0.0% 8.0 0 0.0% 10.0 0 0.0% 12.0 0 0.0% 14.0 107 1.2% 16.0 486 5.5% 18.0 1018 11.6 % 20.0 1576 18.0% 22.0 1808 20.6 % 24.0 1440 16.4% 26.0 1529 17.5% 28.0 706 8.1% 30.0 90 1.0% 32.0 0 0.0% 34.0 0 0.0% 36.0 0 0.0% 38.0 0 0.0% 40.0 0 0.0% 42.0 0 0.0% 44.0 0 0.0% 46.0 0 0.0%
COMFORT 7371 84.1% Tabela 46: Simulação anual realizada com o programa ECOTECT (composição do painel: OSB + ar + OSB +
cobertura OSB + ar + OSB). Fonte: dos autores
Gráfico 16: Temperatura anual dentro da casa (composição do painel: OSB + Isopor + OSB). Fonte: dos autores
223
OSB + LÃ DE ROCHA + OSB
ANNUAL TEMPERATURE DISTRIBUTION Comfort Band: 18.0 - 29.0 C – In Comfort: 7650 Hrs (87.3%)
TEMP HOURS PERCENT 0.0 0 0.0% 2.0 0 0.0% 4.0 0 0.0% 6.0 0 0.0% 8.0 0 0.0% 10.0 0 0.0% 12.0 27 0.3% 14.0 237 2.7% 16.0 635 7.2% 18.0 962 11.0% 20.0 1568 17.9% 22.0 1648 18.8% 24.0 1559 17.8% 26.0 1253 14.3% 28.0 660 7.5% 30.0 197 2.2% 32.0 14 0.2% 34.0 0 0.0% 36.0 0 0.0% 38.0 0 0.0% 40.0 0 0.0% 42.0 0 0.0% 44.0 0 0.0% 46.0 0 0.0%
COMFORT 7650 87.3% Tabela 47: Simulação anual realizada com o programa ECOTECT (composição: OSB + lã de rocha + OSB).
Fonte: dos autores
Gráfico 17: Temperatura anual dentro da casa (composição do painel: OSB + lã de rocha + OSB). Fonte: dos autores
224
OSB + LÃ DE VIDRO + OSB
ANNUAL TEMPERATURE DISTRIBUTION Comfort Band: 18.0 - 29.0 C – In Comfort: 7650 Hrs (87.3%)
TEMP HOURS PERCENT 0.0 0 0.0% 2.0 0 0.0% 4.0 0 0.0% 6.0 0 0.0% 8.0 0 0.0% 10.0 0 0.0% 12.0 27 0.3% 14.0 237 2.7% 16.0 635 7.2% 18.0 962 11.0% 20.0 1568 17.9% 22.0 1648 18.8% 24.0 1559 17.8% 26.0 1253 14.3% 28.0 660 7.5% 30.0 197 2.2% 32.0 14 0.2% 34.0 0 0.0% 36.0 0 0.0% 38.0 0 0.0% 40.0 0 0.0% 42.0 0 0.0% 44.0 0 0.0% 46.0 0 0.0%
COMFORT 7650 87.3% Tabela 48: Simulação anual realizada com o programa ECOTECT (composição: OSB + lã de vidro + OSB).
Fonte: dos autores
Gráfico 18: Temperatura anual dentro da casa (composição do painel: OSB + lã de vidro + OSB). Fonte: dos autores
225
OSB + TERRA + OSB
Comfort Band: 18.0 - 29.0 C – In Comfort: 7060 Hrs (80.6%)
TEMP HOURS PERCENT 0.0 0 0.0% 2.0 0 0.0% 4.0 0 0.0% 6.0 0 0.0% 8.0 0 0.0% 10.0 0 0.0% 12.0 4 0.0% 14.0 116 1.3% 16.0 406 4.6% 18.0 653 7.5% 20.0 962 11.0% 22.0 1471 16.8% 24.0 1388 15.8% 26.0 1427 16.3% 28.0 1159 13.2% 30.0 657 7.5% 32.0 347 4.0% 34.0 145 1.7% 36.0 25 0.3% 38.0 0 0.0% 40.0 0 0.0% 42.0 0 0.0% 44.0 0 0.0% 46.0 0 0.0%
COMFORT 7060 80.6% Tabela 49: Simulação anual realizada com o programa ECOTECT (composição do painel: OSB + terra + OSB).
Fonte: dos autores
Gráfico 19: Temperatura anual dentro da casa (composição do painel: OSB + terra + OSB). Fonte: dos autores
226
OSB + ARGILA EXPANDIDA + OSB
Comfort Band: 18.0 - 29.0 C – In Comfort: 7468 Hrs (85.3%)
TEMP HOURS PERCENT 0.0 0 0.0% 2.0 0 0.0% 4.0 0 0.0% 6.0 0 0.0% 8.0 0 0.0% 10.0 0 0.0% 12.0 59 0.7% 14.0 369 4.2% 16.0 791 9.0% 18.0 1238 14.1% 20.0 1695 19.3% 22.0 1652 18.9% 24.0 1503 17.2% 26.0 976 11.1% 28.0 404 4.6% 30.0 73 0.8% 32.0 0 0.0% 34.0 0 0.0% 36.0 0 0.0% 38.0 0 0.0% 40.0 0 0.0% 42.0 0 0.0% 44.0 0 0.0% 46.0 0 0.0% COMFORT 7468 85.3%
Tabela 50: Simulação anual realizada com o programa ECOTECT (composição: OSB + argila expandida +
OSB). Fonte: dos autores
Gráfico 20: Temperatura anual dentro da casa (composição do painel: OSB + argila expandida + OSB). Fonte: dos autores
227
OSB + FIBRA DE COCO + OSB
Comfort Band: 18.0 - 29.0 C – In Comfort: 7660 Hrs (87.4%)
TEMP HOURS PERCENT 0.0 0 0.0% 2.0 0 0.0% 4.0 0 0.0% 6.0 0 0.0% 8.0 0 0.0% 10.0 0 0.0% 12.0 29 0.3% 14.0 262 3.0% 16.0 668 7.6% 18.0 1020 11.6% 20.0 1562 17.8% 22.0 1719 19.6% 24.0 1566 17.9% 26.0 1183 13.5% 28.0 610 7.0% 30.0 136 1.6% 32.0 5 0.1% 34.0 0 0.0% 36.0 0 0.0% 38.0 0 0.0% 40.0 0 0.0% 42.0 0 0.0% 44.0 0 0.0% 46.0 0 0.0%
COMFORT 7660 87.4% Tabela 51: Simulação anual realizada com o programa ECOTECT (composição: OSB + fibra de coco + OSB).
Fonte: dos autores
Gráfico 21: Temperatura anual dentro da casa (composição do painel: OSB + fibra de coco + OSB). Fonte: dos autores
228
Gráfico 22: Isopor – dia típico de inverno (4 de agosto). Fonte: dos autores
Gráfico 23: Isopor – dia típico de verão (25 de janeiro). Fonte: dos autores
229
ANEXO II
Tabelas dos experimentos físicos – medidas de deformação do strain –gage (dos Autores)
SG1 SG2 SG3 SG4 SG5 SG6 SG7 SG8 SG9 CEL.CARGA (kgf)
39,6 174,62 118,67 330,56 -0,11 -66,03 -34,16 302,67 -239,88 -679,35
39,7 174,54 118,32 330,41 -0,19 -66,18 -35,04 303,02 -239,45 -678,23
39,62 174,98 118,26 330,62 -0,19 -66,29 -34,86 303,18 -239,24 -678,99
39,28 176,84 120,04 332,93 -0,19 -67,57 -35,27 304,74 -238,98 -686,26
38,92 181,22 124,41 337,81 -0,53 -69,86 -35,62 309,44 -239,3 -698,34
38,77 186,36 129,02 343,39 -0,17 -72,66 -36,58 314,42 -239,43 -713,54
38,4 192,12 134,27 350,02 -0,05 -75,64 -37,24 320,99 -239,67 -728,91
37,95 198,45 140,35 357,1 -0,01 -78,8 -38,47 327,42 -239,73 -745,73
37,41 205,32 146,22 364,36 -0,16 -82,27 -39,52 334,31 -239,73 -767,08
37,38 211,27 151,78 371,43 0,02 -85,47 -40,28 341,9 -240,05 -786,54
37,26 217,07 156,47 377,63 -0,43 -88,23 -41,26 348,86 -240,39 -801,63
37,32 222,65 161,63 384,04 -0,17 -91,14 -42,51 356,3 -240,67 -817,35
37,2 229,25 167,28 390,9 -0,5 -94,41 -42,94 363,9 -241,09 -836,91
37,28 236,09 173,11 398,12 -0,13 -97,65 -44,48 370,96 -241,14 -860,35
37,22 241,96 178,32 404,72 -0,13 -100,6 -45,2 378,78 -241,58 -873,21
37,39 244,74 180,36 407,85 0,12 -101,8 -46,22 383,13 -241,57 -881,85
37,7 246,87 181,75 409,97 0,04 -102,64 -46,97 386,28 -241,5 -890,33
37,47 248,82 182,78 412,1 -0,05 -103,26 -47,53 388,66 -241,52 -897,69
37,43 250,37 183,47 413,95 -0,16 -104,03 -47,71 391,18 -241,46 -902,55
37,59 252,18 184,22 415,92 0 -104,95 -48,12 393,74 -241,08 -907,66
37,57 254,11 185,42 418,28 -0,47 -105,53 -48,65 396,18 -240,97 -912,02
37,45 255,81 186,57 420,09 -0,22 -106,06 -49,39 398,18 -240,9 -920,43
37,63 257,68 187,88 421,92 0,02 -107,1 -50,1 400,53 -240,97 -922,89
37,41 260,84 190,55 425,12 0,02 -107,85 -50,25 403,39 -240,74 -931,55
37,22 266,55 196,28 431,59 0,27 -110,21 -51,33 408,86 -240,84 -949,95
36,5 273,78 203,05 438,62 -0,05 -112,86 -52,19 415 -240,99 -967,93
35,75 280,84 209,62 445,86 0,02 -115,75 -53,85 422,39 -241,12 -990,06
35 287,7 215,73 453,15 -0,24 -118,7 -54,6 429,82 -241,09 -1010,76
33,74 294,8 222,15 460,33 -0,07 -121,8 -55,09 437,27 -241,12 -1029,2
32,89 301,76 228,27 467,51 0,04 -124,8 -56,71 444,44 -240,86 -1049,38
31,87 308,55 234 474,38 -0,41 -127,32 -57,75 451,92 -240,61 -1066,34
30,83 315,42 240,17 481,44 -0,02 -130,23 -58,61 458,84 -240,42 -1087,84
29,59 322,28 246,29 488,31 -0,2 -133,14 -59,94 466,7 -240,37 -1107,37
28,59 329,04 251,76 495,19 0,02 -135,24 -60,72 473,74 -240,18 -1125,35
27,35 336,21 258,13 502,08 -0,3 -137,45 -61,92 481,15 -240,16 -1145,29
26,88 342,06 263,27 507,97 0,24 -139,64 -63,12 487 -240,05 -1161,43
26,54 346,61 266,73 512,04 0,26 -140,93 -63,23 492,34 -239,82 -1172,54
26,26 349,95 269,54 515,87 -0,05 -141,54 -64,38 496,99 -239,5 -1184,9
25,83 352,81 272,06 518,68 -0,05 -142,35 -64,74 500,53 -239,65 -1193,73
25,29 355,81 274,27 521,29 -0,26 -142,79 -65,45 504,11 -239,45 -1199,7
25,06 358,6 276,39 523,94 0,23 -143,29 -66,18 507,18 -239,56 -1208,69
24,87 361,48 278,57 526,77 0,08 -143,55 -66,61 510,31 -239,63 -1215,79
24,64 364,14 280,78 529,17 0,06 -143,91 -67,04 512,92 -239,24 -1222,9
24,17 366,68 282,96 531,31 -0,11 -144,25 -67,76 515,49 -239,39 -1231,4
24,13 369,31 284,74 533,79 0,06 -144,63 -67,91 518,6 -239,3 -1236,54
23,74 371,87 286,83 535,88 -0,3 -144,98 -68,67 520,69 -239,2 -1243,33
23,53 375,6 290,15 539,52 0 -145,77 -69,35 524,29 -239,17 -1253,97
22,3 382,4 296,71 546,08 0 -147,04 -70,57 527,95 -238,96 -1271,94
20,95 391,26 303,92 553,77 -0,12 -148,46 -72,21 534,9 -238,85 -1297
19,18 401,62 313,29 563,1 -0,09 -150,55 -73,74 544,6 -238,92 -1323,56
17,26 413,81 323,84 573,83 -0,09 -152,89 -75,87 555,7 -238,79 -1353,94
230
SG1 SG2 SG3 SG4 SG5 SG6 SG7 SG8 SG9 CEL.CARGA (kgf)
15,31 426,04 334,59 585 -0,23 -155,52 -78,09 564,02 -238,77 -1388,1
13,84 436,52 343,76 594,26 -0,45 -157,09 -80,09 567,85 -238,79 -1414,53
12,94 441,44 347,94 598,98 -0,09 -157,91 -81,16 571,82 -238,42 -1430,37
12,39 445,18 350,62 602,24 -0,09 -158,17 -81,97 574 -238,38 -1443,21
11,89 448,16 353,17 604,82 -0,26 -158,82 -82,8 573,37 -238,06 -1448,95
11,7 450,74 355,53 607,26 -0,24 -159,1 -83,2 572,24 -238 -1456,29
11,14 452,88 357,33 609,08 -0,27 -159,18 -83,49 571,29 -237,89 -1459,66
11,21 453,33 357,41 609,36 -0,22 -158,83 -83,97 572,1 -237,63 -1462,08
11,14 453,15 357,3 609,38 -0,22 -158,75 -84,02 572,48 -237,16 -1462,25
11,17 452,74 356,75 609,19 -0,24 -158,54 -84 572,61 -236,99 -1462,88
11,44 452,73 356,32 609,02 -0,24 -157,96 -84,27 572,28 -237,01 -1462,59
11,74 452,29 355,98 608,74 0,02 -157,87 -84,3 572,79 -236,77 -1460,88
11,81 452,08 355,4 608,51 -0,05 -157,8 -84,15 572,93 -236,56 -1461,49
11,64 454 356,58 609,87 -0,28 -158,03 -84,54 573,96 -236,56 -1465,82
10,63 458,85 360,64 614,09 -0,03 -159,35 -85,78 577,26 -236,52 -1477,51
9,57 464,83 365,95 619,43 -0,15 -160,67 -86,69 581,13 -236,43 -1493,56
8,76 470,26 371,07 624,34 -0,07 -161,08 -88,11 583,14 -236,13 -1508,71
6,99 477,83 377,99 631,24 -0,09 -162,73 -89,81 588,77 -236,13 -1528,05
5,1 486,73 385,43 639,04 0,04 -164,1 -91,54 595,76 -236,09 -1551,25
3,58 492,59 390,64 644,22 -0,15 -165,1 -92,72 601,32 -236,07 -1566,28
3,54 493,44 391,02 644,7 -0,04 -164,72 -92,79 602,41 -235,94 -1568,84
3,77 493,37 390,7 644,58 -0,24 -164,48 -92,8 603,52 -235,98 -1569,94
3,75 493,12 390,4 644,54 -0,07 -163,84 -93,08 604,17 -235,9 -1568,25
4,24 492,92 389,91 643,88 -0,02 -163,24 -92,57 604,46 -235,79 -1567,96
4,18 492,51 389,59 643,72 -0,3 -162,99 -92,26 604,5 -235,7 -1568,46
4,33 492,16 389,18 643,57 0 -162,6 -92,78 604,93 -235,92 -1569,47
4,54 491,93 389,11 643,4 0,19 -161,96 -92,5 605,34 -235,7 -1565,39
4,97 491,76 388,71 643,18 -0,06 -162,21 -92,18 605,48 -235,4 -1564,72
5,16 491,7 388,54 643,12 -0,04 -162,11 -92,34 605,61 -235,53 -1567,27
5,31 491,56 388,32 642,8 0 -161,98 -92,15 605,8 -235,51 -1565,22
5,31 491,68 388,02 642,64 0 -161,79 -92,24 605,65 -235,45 -1567,25
5,21 491,37 387,59 642,67 -0,19 -161,76 -92,59 605,82 -235,06 -1565,89
5,27 491,37 387,57 642,69 -0,02 -161,44 -92,65 606,08 -235,19 -1567,22
4,54 495,24 391,02 645,74 -0,03 -162,43 -93,58 608,65 -235,23 -1576,92
2,98 503 397,8 652,9 0,28 -164,08 -95,37 613,92 -235,06 -1596,53
1,47 511,71 405,53 660,44 0,15 -165,71 -97,41 619,77 -234,78 -1620,29
-0,34 520,95 414,35 668,41 -0,39 -166,99 -99,42 623,96 -234,65 -1643,44
-2,64 530,26 422,38 676,97 0,06 -168,36 -102,03 631,37 -234,44 -1666,91
-4,42 539,15 430,33 684,69 0,13 -169,83 -103,56 638,94 -233,97 -1692,82
-5,81 544,34 434,96 689,5 -0,13 -170,7 -104,61 643,97 -233,86 -1705,61
-6,34 547,2 437,6 692,15 -0,39 -171,29 -105,22 646,63 -233,93 -1709,96
-6,78 549,82 439,71 694,52 -0,07 -171,45 -106,23 649,39 -233,71 -1718,73
-7,36 552,77 442,24 696,65 0,3 -171,77 -106,59 651,94 -233,83 -1726,05
-7,74 556,45 445,55 700,16 0,06 -172,12 -107,66 654,62 -233,97 -1735,03
-8,7 560,98 449,39 703,84 0,04 -172,74 -108,45 658,66 -233,61 -1748,35
-9,63 565,34 453,69 707,68 -0,02 -173,3 -109,95 662,11 -233,48 -1761,7
-10,6 569,57 457,42 711,78 -0,13 -173,95 -110,71 665,28 -233,25 -1773,67
-11,42 574,28 461,5 715,87 0,04 -174,38 -111,75 668,47 -233,42 -1783,33
-12,07 578,28 465,57 719,82 -0,36 -174,58 -112,91 672,28 -233,23 -1794,49
-13,09 582,95 469,8 724,06 -0,13 -175,28 -114,34 676,14 -233,02 -1807,03
-14,31 590,35 476,36 730,17 -0,34 -176,64 -115,88 681,74 -232,35 -1826,7
231
SG1 SG2 SG3 SG4 SG5 SG6 SG7 SG8 SG9 CEL.CARGA (kgf)
-15,68 598,14 483,23 736,83 -0,22 -177,41 -117,76 687,44 -232,23 -1846,64
-16,62 602,79 487,48 740,9 -0,11 -178,06 -118,57 691,01 -231,98 -1856,58
-17,28 607,32 491,38 744,84 0,3 -178,61 -119,53 694,96 -231,68 -1868,5
-18,14 612,19 495,86 748,99 -0,02 -179,17 -120,84 698,78 -231,61 -1883,44
-19,13 617,34 500,65 753,46 0,02 -179,81 -121,75 702,92 -231,15 -1896,7
-20,14 623,64 506,47 759,09 -0,17 -180,75 -123,1 707,77 -231,01 -1910,77
-21,14 629,49 512,02 764,57 0,17 -181,72 -124,19 712,57 -230,65 -1929,94
-22,13 634,57 516,85 768,5 -0,09 -182,36 -125,49 716,85 -230,36 -1943,27
-22,51 638,27 520,06 771,72 -0,07 -182,92 -126,19 719,38 -230,14 -1952
-22,73 641,64 523,24 774,48 -0,34 -183,32 -127,39 722,76 -230,01 -1960,13
-23,19 644,48 526,32 777,47 0,1 -183,37 -127,58 725,62 -229,74 -1969,06
-23,51 647,66 529,34 780,27 0,38 -183,73 -128,91 728,33 -229,43 -1978,39
-23,95 649,97 531,51 782,35 0,4 -184,15 -129,12 730,5 -229,28 -1982,01
-24,02 651,48 533,01 783,44 -0,17 -183,87 -128,86 732,61 -229,43 -1988,49
-24,06 652,72 534,23 784,77 0,06 -184,32 -129,74 734,02 -229,36 -1992,11
-24,04 654,34 535,68 786,1 0,04 -184,11 -129,8 735,24 -229,21 -1996,6
-24,19 656 537,31 787,26 0,16 -184,43 -130,4 736,46 -229,23 -2000,22
-25,39 661,01 541,82 791,85 0,04 -185,2 -131,28 739,89 -229,03 -2014,9
-26,74 669,01 549,61 798,57 -0,24 -186,1 -133,04 745,12 -228,47 -2033,27
-28,05 677,28 557,64 806,01 -0,02 -187,13 -135,01 749,92 -228,13 -2056,87
-29,59 685,3 565,98 813,21 -0,22 -188,04 -137,03 755,15 -227,79 -2077,94
-31,26 693,57 573,78 820,53 0,1 -189,11 -138,81 761,25 -227,49 -2097
-32,46 701,61 581,93 827,86 -0,15 -190,36 -140,11 767,95 -227,13 -2119,83
-33,98 709,68 589,32 834,65 -0,06 -191,41 -141,53 774,27 -226,57 -2139,45
-34,62 715,28 595,02 839,69 0,02 -192,4 -142,08 778,73 -226,1 -2153,15
-34,51 719,92 599,58 843,78 0,21 -193,19 -143,27 783,07 -225,93 -2169,33
-33,3 723,15 602,72 846,68 -0,07 -193,71 -143,25 786,28 -225,52 -2176,38
-32,96 723,67 603,3 847,43 -0,13 -193,58 -143,2 787,97 -225,07 -2177,61
-32,91 723,6 603,25 847,28 0,04 -193,49 -142,57 788,81 -224,86 -2177,46
-32,66 723,35 603,42 847,13 -0,07 -192,98 -142,76 789,58 -224,73 -2178,33
-32,46 723 603,23 846,64 -0,11 -192,72 -142,21 790,01 -225,01 -2175,2
-32,27 722,83 602,91 846,51 -0,36 -192,53 -142,76 789,81 -224,49 -2177,08
-32,03 722,55 602,89 846,61 0,13 -192,4 -142,53 790,28 -224,77 -2174,73
-31,91 722,08 602,97 846,18 -0,19 -192,32 -142,17 790,95 -224,6 -2176,14
-31,82 721,96 602,76 845,86 0,08 -192,08 -142,14 790,65 -224,71 -2175,2
-31,69 721,78 602,48 845,65 -0,21 -192,15 -142,06 791,06 -224,79 -2173,82
-32,16 724,3 604,9 848,05 -0,3 -192,77 -142,97 792,52 -224,66 -2182,31
-33,62 731,93 611,95 854,97 -0,03 -194,35 -144,8 797,48 -224,56 -2201,71
-35,03 740,25 620,04 862,12 0,08 -195,59 -146,7 802,36 -224,34 -2221,9
-36,57 748,52 627,94 869,21 -0,09 -197,22 -148,38 807,37 -223,93 -2242,48
-38,22 756,62 636,22 876,39 -0,02 -197,83 -150 811,3 -223,55 -2264,44
-39,73 765,13 644,17 883,4 -0,02 -198,62 -151,9 816,41 -223,14 -2284,32
-41,26 773,41 652,1 890,73 0,19 -199,8 -153,7 822,59 -222,82 -2305,61
-42,79 781,78 660,26 897,88 -0,32 -200,62 -155,18 828,71 -222,56 -2331,01
-44,29 789,32 667,66 904,64 0,16 -201,49 -156,52 834,49 -222,18 -2346,97
-44,73 792,03 670,32 906,81 -0,05 -201,77 -156,8 837,57 -222,03 -2354,75
-44,72 792,89 671,33 907,24 -0,11 -202,09 -156,94 839,33 -222,16 -2356,67
-44,61 793,29 671,99 907,69 0,06 -202,13 -157,28 840,42 -221,88 -2359
-44,37 793,5 672,34 907,88 0,42 -201,96 -157,2 840,94 -221,86 -2359,52
-43,88 793,48 672,12 907,41 0,1 -201,83 -156,69 841,62 -221,79 -2358,91
-44,02 793,02 671,89 907,49 0,08 -201,47 -157,24 841,66 -221,75 -2357,68
232
SG1 SG2 SG3 SG4 SG5 SG6 SG7 SG8 SG9 CEL.CARGA (kgf)
-43,77 792,7 671,69 906,94 0,17 -201,43 -157,28 842,22 -221,53 -2357,54
-43,58 792,74 671,74 906,7 0,13 -201,62 -156,88 842,84 -221,36 -2357,79
-43,34 792,18 671,52 906,42 0,08 -201,51 -157,11 843,01 -221,23 -2357,65
-43,37 793,58 672,65 907,47 0,17 -201,88 -157,47 843,35 -221,26 -2361,26
-44,86 801,03 679,85 914,47 -0,2 -203,27 -159,5 847,86 -220,96 -2381,2
-46,48 810,08 688,83 922,69 0,1 -204,38 -161,49 853,24 -220,89 -2403,8
-48,11 819,42 697,76 930,67 -0,13 -205,59 -163,56 859,17 -220,46 -2428,11
-49,66 828,63 707,22 938,39 0,34 -206,32 -165,66 863,85 -219,97 -2450,45
-51,41 837,77 716,41 946,33 -0,02 -207,46 -167,2 870,28 -219,22 -2473,26
-53,2 846,94 725,05 953,93 -0,23 -208,74 -168,92 876,92 -218,67 -2498,27
-54,93 856,13 733,71 961,84 0 -210,06 -170,66 883,91 -218,35 -2522,72
-56,51 865,27 742,41 969,44 0 -211,44 -172,72 890,56 -217,66 -2544,01
-57,83 873,49 750,87 976,94 0,28 -212,59 -174,21 896,86 -217,21 -2566,19
-59,17 881,81 758,88 984,14 -0,15 -213,72 -175,78 903,27 -216,67 -2588,24
-60,96 890,41 767,41 991,3 0,04 -214,56 -177,98 909,53 -216,15 -2610,12
-62,2 898,13 775,06 998,01 0,19 -214,9 -179,38 916,17 -215,84 -2632,18
-62,88 902,22 778,93 1001,08 0,11 -215,1 -180,19 920,03 -215,37 -2642,17
-62,99 903,4 780,61 1002,07 -0,11 -215,08 -180,75 922,26 -214,95 -2646,45
-62,8 903,78 780,88 1002,51 0,09 -215,12 -180,61 923,29 -214,95 -2647,28
-62,82 904,15 781,23 1002,6 -0,03 -215 -181,04 923,8 -214,59 -2648,16
-62,78 904,08 781,61 1002,61 0,1 -214,79 -181,36 924,4 -214,6 -2648,13
-62,82 904,73 782,38 1003,09 0,17 -215,04 -181,17 925,47 -214,4 -2650,43
-62,99 905,99 783,86 1004,14 0,11 -215,32 -181,7 926,93 -214,53 -2654,92
-62,95 907,27 784,67 1004,91 0,02 -215,49 -181,98 928,02 -214,1 -2657,34
-63,16 909,49 787,11 1006,98 0,38 -215,72 -182,92 929,51 -213,89 -2662,61
-64,29 917,49 794,37 1013,83 0,04 -216,71 -184,91 934,8 -214 -2685,23
-65,54 926,71 803,15 1022,02 0,06 -217,4 -186,89 940,31 -213,47 -2706,92
-66,87 935,83 811,73 1029,64 0,3 -218,47 -188,61 946,12 -213,13 -2729,45
-68,52 944,26 820,59 1037,07 0,13 -219,11 -190,85 951,91 -212,68 -2749,79
-70,3 952,7 828,91 1044,47 0,32 -219,93 -192,4 958,78 -211,89 -2773,79
-72,12 961,64 836,93 1052,33 0,02 -221,04 -194,32 965,32 -211,67 -2796,31
-73,86 970,18 845,51 1059,55 0,23 -221,98 -196,5 971,97 -211,39 -2818,55
-75,29 978,51 853,68 1066,54 0,19 -222,91 -198,47 978,67 -210,86 -2838,93
-76,93 986,82 861,79 1073,62 0,34 -223,63 -199,98 984,92 -210,56 -2859,72
-78,4 994,69 869,99 1080,85 0,53 -224,66 -201,82 991,67 -210,26 -2882,05
-80,08 1002,85 877,83 1087,69 0,06 -225,49 -203,33 998,38 -209,92 -2903,19
-80,97 1009,71 884,29 1093,24 0,17 -226,19 -204,87 1003,83 -209,51 -2920,25
-81,69 1013,39 888,15 1096,69 0,19 -226,62 -205,96 1007,85 -209,32 -2930,85
-82,44 1015,55 890,5 1098,29 0,19 -226,79 -206,26 1010,16 -209,14 -2938,71
-82,74 1017,28 892,51 1099,9 -0,03 -226,72 -207,21 1012,69 -209,23 -2944,19
-82,95 1019,25 894,38 1101,54 0,23 -227,07 -207,46 1014,94 -209,02 -2947,68
-83,27 1021,04 896,13 1102,89 -0,04 -227,19 -208,05 1016,42 -208,97 -2954,39
-83,77 1022,97 898,22 1104,44 -0,17 -227,58 -208,47 1018,44 -208,69 -2958,37
-84,2 1024,82 900,13 1106,44 0,08 -227,71 -209,31 1020,81 -208,74 -2965,23
-84,39 1026,77 902,25 1108 -0,09 -227,73 -209,56 1022,79 -208,52 -2970,31
-84,52 1028,72 904,16 1109,59 0,04 -228,33 -210,29 1024,23 -208,48 -2974,19
-85,01 1030,44 905,87 1110,79 0,3 -228,74 -210,63 1026,03 -208,52 -2979,29
-85,31 1032,53 907,97 1112,63 0,43 -229,14 -211,12 1027,63 -208,46 -2984,85
-87,12 1040,31 915,49 1119,39 0,1 -229,92 -212,92 1033,33 -208,37 -3004,58
-88,79 1048,96 924,02 1127,09 -0,34 -230,57 -214,93 1039,36 -208,39 -3028,61
-90,41 1057,1 931,94 1133,81 0,23 -231,33 -217,25 1045,64 -208,14 -3048,21
233
SG1 SG2 SG3 SG4 SG5 SG6 SG7 SG8 SG9 CEL.CARGA (kgf)
-92,24 1064,53 938,76 1140,34 0,1 -232,1 -218,61 1051,94 -207,94 -3064,49
-93,97 1072,37 946,67 1147,15 0,06 -233,31 -219,96 1057,65 -207,34 -3087,16
-95,9 1080,25 954,4 1154,02 0,12 -234,3 -221,97 1065,21 -206,68 -3105,44
-97,3 1085,58 959,38 1158,53 -0,03 -235,08 -223,15 1069,83 -206,34 -3119,98
-98,13 1089,83 963,45 1162,24 0,34 -235,66 -224,19 1073,7 -206,02 -3132,94
-99,12 1092,64 966,23 1164,38 -0,09 -235,68 -224,96 1077,19 -205,63 -3138,34
-99,14 1093,02 967,07 1164,89 0,09 -235,68 -224,53 1078,54 -205,59 -3142,2
-99,46 1092,79 967,03 1164,46 0,04 -235,58 -224,53 1078,93 -205,38 -3140,82
-99,4 1092,45 966,77 1164,21 0,28 -235,47 -224,58 1079,33 -205,21 -3140,44
-99,14 1092,13 966,58 1163,52 0,04 -235,1 -224,32 1079,74 -204,93 -3137,86
-99,31 1091,69 966,32 1163,21 0,2 -235 -224,67 1079,8 -204,94 -3138,83
-99,07 1091,45 966,15 1163,09 -0,24 -235,06 -224,25 1080,36 -204,95 -3138,46
-99,27 1092,8 967,33 1164,13 -0,07 -235,19 -224,77 1081,23 -204,98 -3142,09
-100,53 1100,46 974,75 1170,91 -0,05 -235,9 -226,82 1086,96 -204,84 -3161,51
-102,57 1110,11 983,66 1179,52 -0,11 -237,05 -229,14 1093,52 -204,49 -3188,92
-104,7 1120,48 993,68 1188,57 0,06 -238,02 -231,1 1101,45 -204,16 -3213,67
-107,05 1129,7 1002,7 1196,54 0,02 -239,4 -233,23 1108,49 -203,56 -3235,76
-108,99 1137,57 1010,14 1203,17 -0,17 -240,17 -234,8 1115,29 -203,05 -3255,56
-110,76 1143,89 1016 1208,49 -0,19 -240,95 -236,04 1120,86 -202,74 -3273,43
-111,82 1148,16 1020,48 1212,18 0,04 -241,59 -237,08 1125,36 -202,62 -3284,05
-113,12 1151,27 1023,64 1214,92 0,21 -241,9 -238,05 1128,59 -202,51 -3295,06
-114,27 1154,26 1026,77 1217,74 -0,04 -242,49 -238,94 1132,19 -202,13 -3302,87
-115 1157,58 1029,92 1220,59 0,22 -242,83 -239,66 1135,25 -201,84 -3311,47
-115,86 1160,85 1033,11 1223,37 0,02 -242,68 -240,41 1138,5 -201,79 -3320,69
-117,21 1166,16 1037,86 1227,92 -0,13 -243,4 -241,58 1142,61 -201,84 -3333,5
-118,92 1174,35 1045,84 1235,35 0 -244,11 -243,82 1149,14 -201,43 -3355,09
-120,97 1182,52 1053,39 1241,86 -0,02 -244,88 -245,59 1156,07 -201,16 -3376
-123,14 1190,4 1061,19 1248,7 -0,38 -245,76 -247,12 1162,27 -200,86 -3398,41
-125,2 1198,72 1068,64 1256,19 0,38 -246,47 -248,87 1169,78 -200,37 -3421,59
-127,38 1206,34 1075,9 1262,44 0,28 -247,47 -250,54 1176,54 -200,05 -3440,98
-128,77 1210,15 1079,63 1265,69 0,02 -247,91 -251,61 1180,87 -199,62 -3450,34
-129,24 1211,36 1081 1266,85 0,13 -248,3 -251,78 1183,12 -199,33 -3454,52
-129,58 1211,38 1081,55 1266,8 0,21 -248,49 -252,19 1184,31 -199,03 -3454,78
-129,97 1211,72 1081,51 1266,91 0,29 -248,78 -252,27 1185,54 -198,81 -3455,6
-130,2 1211,83 1082,02 1267,21 -0,02 -248,78 -252,99 1186,4 -198,7 -3455
-130,33 1212,19 1082,4 1267,13 0,74 -248,45 -252,68 1187,11 -198,51 -3458,83
-130,67 1212,47 1082,78 1267,41 -0,41 -248,49 -252,95 1187,72 -198,62 -3461,56
-131,14 1214,52 1085,03 1269,07 0,23 -248,8 -253,75 1189,49 -198,38 -3465,67
-131,97 1219,82 1089,62 1273,52 -0,15 -249,34 -254,86 1193,86 -198,3 -3479,38
-133,46 1227,41 1096,97 1280,58 0,3 -249,94 -256,86 1199,62 -197,74 -3499,63
-135,93 1237,83 1106,87 1289,65 0,13 -250,9 -259,06 1207,17 -197,42 -3524,73
-139,01 1248,53 1117,36 1299,22 0,02 -251,89 -261,2 1215,86 -197,08 -3553,48
-141,87 1260,56 1128,21 1309,81 -0,36 -253,26 -264,44 1225,73 -196,28 -3585,81
-143,77 1266,6 1134,33 1315,61 0,08 -254,06 -263,58 1233,42 -195,62 -3602,27
-144,46 1267,99 1136,22 1316,94 0,06 -254,66 -263,38 1235,83 -194,91 -3609,8
-145,06 1269,12 1137,65 1317,74 0,38 -254,93 -263,93 1238,46 -194,5 -3610,63
-145,61 1270,06 1138,44 1318,27 0,29 -254,91 -264,45 1239,62 -193,88 -3616,02
-146,1 1270,69 1139,28 1318,61 0,17 -255 -264,57 1241,27 -193,71 -3616,77
-146,15 1271,45 1139,75 1319,43 0,15 -255,06 -265,22 1242,16 -193,23 -3620
-146,38 1272,19 1140,82 1319,77 -0,05 -255,23 -265,62 1243,44 -192,95 -3621,6
-146,71 1272,86 1141,57 1320,48 0,1 -255,47 -265,52 1244,6 -192,46 -3623,71
234
SG1 SG2 SG3 SG4 SG5 SG6 SG7 SG8 SG9 CEL.CARGA (kgf)
-147,36 1275,16 1143,72 1322,3 0,26 -256,17 -266,27 1246,81 -191,87 -3628,58
-149,43 1285,81 1153,19 1331,33 0,17 -256,96 -268,97 1254,49 -191,16 -3657,08
-151,96 1298,03 1165,32 1342,6 0,06 -258,26 -271,94 1263,4 -190,58 -3688,58
-154,97 1310,22 1176,9 1352,94 0,19 -259,51 -274,65 1272,74 -189,42 -3721
-157,95 1322,24 1188,02 1363,44 -0,22 -260,87 -277,46 1283,03 -187,96 -3750,59
-160,83 1334,07 1199,01 1373,56 -0,26 -262,46 -280,63 1293,68 -186,4 -3781,15
-163,47 1344,19 1209,22 1382,86 0,34 -263,79 -282,99 1303,67 -184,34 -3810,57
-165,77 1351,29 1216,28 1389,3 0,42 -265,23 -284,95 1310,42 -182,78 -3831,82
-167,12 1357 1221,96 1394,54 0,15 -266,09 -286,71 1316,73 -181,58 -3848,11
-168,58 1360,88 1225,92 1397,99 0,28 -266,97 -288,3 1321,18 -180,55 -3858,51
-169,57 1364,77 1229,8 1401,16 0,01 -267,68 -289,11 1325,61 -179,58 -3868,84
-170,7 1368,34 1233,55 1404,36 -0,11 -267,96 -289,89 1329,46 -178,67 -3879,56
-171,73 1371,99 1237,22 1407,53 0,12 -268,98 -291,26 1333,21 -177,86 -3889,92
-172,85 1375,55 1240,59 1410,68 0,25 -269,6 -292,4 1337,4 -176,99 -3899,06
-174,04 1379,15 1244,02 1413,64 0,17 -270,05 -292,89 1340,75 -175,93 -3911,25
-174,88 1382 1246,86 1416,56 -0,05 -270,72 -293,43 1343,64 -174,91 -3918,89
-175,81 1383,98 1248,86 1417,84 0,21 -271,23 -294,01 1345,79 -173,91 -3923,81
-175,35 1381,5 1246,74 1415,27 0,29 -270,72 -293,29 1345,67 -172,79 -3916,23
-174,6 1376,99 1241,81 1409,86 0,21 -269,41 -292,38 1343,49 -171,4 -3902,14
-174,97 1376,94 1241,59 1409,21 0,26 -269,77 -291,99 1343,74 -169,79 -3903,21
-175,44 1378,05 1242,87 1409,95 0,06 -270,34 -293,42 1345,17 -168,57 -3906,05
-175,24 1375,03 1240,97 1408,32 0,34 -269,79 -293,12 1345,1 -166,98 -3902,46
-174,97 1364,56 1233,79 1401,02 0,38 -268,13 -290,71 1339,99 -163,24 -3874,45
-175,39 1363,05 1232,93 1400,23 -0,09 -268,31 -290,88 1339,13 -161,7 -3870,59
-175,73 1363,61 1233,45 1400,56 0,1 -268,79 -291,31 1339,91 -160,69 -3872,96
-176,3 1364,72 1234,41 1401,28 -0,13 -269,45 -292,12 1340,69 -159,91 -3875,58
-176,94 1366,41 1235,95 1402,67 0,23 -270,02 -292,5 1341,57 -159,26 -3879,44
-177,56 1368,13 1237,9 1404,12 -0,03 -270,85 -293,21 1342,94 -158,6 -3886,89
-178,27 1369,94 1239,54 1405,62 0,36 -271,44 -293,93 1344,34 -158,04 -3891,03
-178,58 1372,09 1241,28 1407,24 -0,02 -271,79 -295,1 1345,97 -157,63 -3895,72
-179,08 1374,18 1243,12 1408,98 0,13 -271,96 -295,94 1347,66 -156,97 -3902,29
-179,52 1376,24 1244,98 1410,56 -0,11 -272,58 -296,97 1349,65 -156,18 -3908,72
-179,82 1378,28 1247,06 1412,58 0,15 -273,05 -297,7 1352,05 -155,92 -3914,66
-180,52 1380,33 1248,99 1414,58 0,21 -273,55 -298,39 1353,91 -155,23 -3919,87
-180,65 1382,55 1251 1416,45 0,32 -274,04 -299,08 1355,49 -154,95 -3924,56
-180,99 1384,69 1252,97 1418,63 0,19 -274,22 -300,04 1357,61 -154,89 -3931,12
-181,38 1386,86 1254,99 1420,6 0,48 -274,87 -300,59 1359,26 -154,59 -3939,21
-182,33 1392,02 1259,74 1425,17 0,72 -275,45 -302,02 1363,33 -154,25 -3951,92
-183,69 1400,96 1268,17 1433,24 0,08 -276,39 -304,49 1369,6 -153,9 -3972,83
-185,3 1409,45 1276,81 1441,53 0,19 -277,32 -306,97 1374,79 -153,93 -3998,2
-187,72 1418,94 1285 1450,01 0,17 -278,37 -309,29 1383,15 -153,95 -4020,92
-189,46 1428,75 1293,89 1458,39 -0,06 -279,07 -311,61 1391,29 -153,76 -4047,34
-191,59 1437,67 1302,42 1466,42 0,2 -279,91 -314 1399,4 -153,37 -4071,67
-193,37 1446,63 1310,7 1474,53 0,19 -281,06 -316,28 1407,82 -152,93 -4095,27
-194,25 1450,91 1314,75 1478,06 -0,02 -281,7 -318,11 1412,25 -152,02 -4107,49
-194,33 1448,65 1313,53 1476,5 0,4 -281,6 -317,66 1412,85 -151,98 -4103,38
-193,78 1448,09 1313,25 1475,83 0,24 -281,54 -317,58 1412,98 -151,96 -4102,5
-193,76 1449,12 1313,87 1476,45 0,06 -281,8 -318,29 1414,83 -151,69 -4108,98
-193,95 1451,5 1316,18 1478,21 0,06 -282,39 -319,41 1417,02 -151,57 -4112,85
-194,59 1454,13 1318,67 1480,66 -0,17 -282,62 -320,11 1420,08 -151,44 -4119,58
-195,08 1456,92 1320,98 1482,92 0,62 -282,98 -320,88 1422,56 -151,58 -4127,93
235
SG1 SG2 SG3 SG4 SG5 SG6 SG7 SG8 SG9 CEL.CARGA (kgf)
-195,76 1460,02 1323,77 1485,27 0,02 -283,39 -322,33 1425,05 -151,68 -4136,45
-196,19 1461,92 1325,68 1487,15 -0,02 -283,88 -322,67 1427,38 -151,85 -4143
-196,49 1463,58 1327,4 1488,84 0,44 -284,41 -322,99 1429,54 -151,75 -4147,27
-196,96 1465,42 1329,26 1490,36 -0,3 -284,82 -323,78 1431,02 -151,67 -4153,24
-197,5 1467 1330,89 1491,82 0,25 -285,55 -324,01 1432,71 -151,69 -4155,66
-197,79 1468,71 1332,47 1493,23 0,04 -285,87 -324,93 1435,28 -151,58 -4161,58
-198,4 1470,11 1334,29 1494,62 0,2 -285,96 -325,46 1436,44 -151,66 -4166,29
-198,75 1472,17 1335,56 1496,04 -0,02 -286,75 -326,05 1438,79 -151,4 -4172,73
-199,42 1473,93 1337,18 1498,08 -0,2 -286,7 -326,3 1440,78 -151,44 -4176,49
-199,61 1475,89 1339,12 1499,71 -0,24 -286,96 -327,05 1442,7 -151,25 -4181,71
-200,28 1477,56 1340,51 1501,49 0,13 -287,24 -327,22 1444,34 -151,27 -4185,83
-200,49 1479,41 1342,19 1502,99 0,04 -287,28 -327,83 1446,12 -151,09 -4190,94
-201,27 1481,1 1344,03 1504,34 0,04 -287,51 -328,44 1448,32 -151,03 -4197,55
-201,34 1482,47 1345,29 1505,56 0,09 -287,59 -328,53 1450,27 -151,05 -4200,89
-201,77 1483,3 1345,98 1506,3 0,16 -287,83 -329,08 1451,17 -150,78 -4205,07
-202,02 1484,1 1346,81 1506,81 0,22 -287,87 -329,33 1452,13 -150,63 -4205,86
-202,58 1484,45 1347,39 1507,22 0,38 -288,06 -329,64 1452,88 -150,59 -4207,69
-202,77 1485,41 1348,28 1507,67 0,51 -288,17 -329,57 1453,99 -150,36 -4210,4
-202,97 1486,13 1349,12 1508,44 0,35 -288,35 -330,07 1455,04 -150,59 -4213,09
-203,16 1486,82 1350,05 1509,43 0,06 -288,46 -330,38 1455,92 -150,21 -4216,02
-203,5 1487,8 1350,71 1509,89 0,19 -288,19 -330,51 1457,19 -150,54 -4217,2
-203,97 1488,57 1351,97 1510,58 0,02 -288,77 -330,74 1458,05 -150,44 -4221,36
-204,25 1489,51 1352,54 1511,14 0,29 -289,41 -331,15 1459,11 -150,13 -4221,94
-204,74 1490,35 1353,48 1512,06 -0,24 -289,9 -331,38 1460,05 -150,07 -4225,99
-204,85 1491,12 1354,25 1512,93 -0,24 -290,38 -331,44 1461,11 -150,17 -4228,05
-205,27 1491,55 1354,92 1513,53 -0,09 -290,44 -331,66 1461,86 -150,2 -4230,87
-205,54 1492,51 1355,97 1514,5 0,38 -290,69 -331,81 1462,97 -150,15 -4231,14
-205,65 1493,53 1357,02 1515,23 -0,11 -290,65 -331,98 1464,18 -150,01 -4234,06
-205,99 1494,02 1358,09 1515,78 0,25 -291,2 -332,34 1465,19 -149,99 -4238,16
-206,44 1494,73 1358,78 1516,47 0,02 -290,85 -332,4 1466,38 -149,96 -4242,23
-206,76 1495,44 1359,61 1517,43 0,25 -291,3 -332,72 1467,33 -150,07 -4243,85
-207,06 1496,42 1360,62 1517,95 0,04 -291,53 -332,79 1468,49 -149,96 -4245,47
-208,06 1499,36 1363,3 1520,38 0,04 -291,96 -333,84 1470,95 -150,17 -4253,95
-209,32 1503,23 1367,01 1521,72 0,1 -292,41 -334,39 1474,09 -150,05 -4264,17
-211,65 1508,55 1371,83 1520,11 0,44 -292,77 -335,18 1477,64 -150,32 -4278,77
-213,78 1515,3 1378,99 1525,93 0,5 -293,65 -336,66 1482,81 -150,36 -4297,2
-216,41 1524,49 1387,5 1534,07 0,4 -294,49 -338,5 1489,84 -150,55 -4321,79
-219,49 1533,4 1396,57 1542,93 0,23 -295,17 -340,61 1498,89 -151,01 -4350,62
-222,75 1543,39 1405,81 1552,04 -0,21 -296 -342,59 1508,32 -151,29 -4376,74
-225,39 1549,79 1412,29 1558,79 0,31 -296,49 -344,32 1515,63 -151,6 -4398,22
-226,62 1551,58 1414,23 1560,47 0,48 -296,51 -345,05 1518,88 -151,73 -4402,29
-227,66 1552,87 1415,43 1561,53 0,36 -296,82 -345,54 1521,19 -151,83 -4405,9
-228,32 1554,14 1416,83 1562,73 0,13 -297,42 -346,11 1523,31 -151,88 -4411,38
-229,15 1554,64 1417,72 1563,71 0,14 -297,6 -346,36 1525,14 -152 -4414,12
-229,82 1555,03 1418,11 1563,89 0,14 -297,61 -346,61 1526,34 -152,02 -4416,99
-230,2 1555,35 1418,54 1564,14 0,11 -297,85 -346,42 1527,37 -152,14 -4417,12
-230,69 1555,35 1418,95 1564,29 0,25 -297,96 -347,06 1528,62 -152,23 -4417,48
-231,2 1556,27 1419,5 1565,02 0,04 -298 -346,96 1529,44 -152,33 -4420,98
-232,87 1561,16 1424,66 1570,35 0,19 -298,92 -348,34 1533,84 -152,36 -4436,78
-235 1568,51 1431,74 1578,65 0,08 -299,62 -349,56 1540,31 -152,44 -4455,64
-237,52 1575,71 1439,37 1586,37 -0,03 -300,99 -351,46 1547,56 -152,9 -4478,87
236
SG1 SG2 SG3 SG4 SG5 SG6 SG7 SG8 SG9 CEL.CARGA (kgf)
-240,29 1583,74 1446,96 1594,16 0,1 -301,84 -353,07 1554,78 -153,2 -4504,44
-243,53 1591,38 1454,7 1602,24 0,13 -302,74 -354,85 1562,08 -153,28 -4527,39
-249,52 1598,8 1461,79 1609,89 0,23 -303,13 -356,93 1570,65 -153,71 -4550,18
-254,11 1605,43 1468,85 1616,85 0,21 -304,05 -358,74 1579,19 -153,86 -4570,57
-257,33 1610,23 1473,86 1622,16 0,28 -304,34 -359,7 1585,48 -154,59 -4586,77
-259,37 1612,31 1475,96 1624,18 0,44 -304,3 -360,57 1589,78 -154,8 -4593,98
-260,77 1612,92 1477,28 1625,26 0,16 -304,22 -361,24 1592,03 -154,7 -4600,04
-261,84 1612,56 1477,17 1625,19 0,4 -304,11 -361,71 1593,93 -155,36 -4599,71
-262,52 1612,29 1477,02 1625,09 0,17 -303,96 -361,69 1594,72 -155,34 -4601,26
-263,1 1612,31 1477,28 1625,39 0,35 -303,98 -362 1595,66 -155,55 -4600,44
-263,74 1612,37 1477,45 1625,73 0,15 -303,94 -361,85 1596,8 -155,58 -4602,89
-264,17 1612,61 1477,41 1625,34 0,14 -304,15 -362,23 1597,61 -155,64 -4602,92
-264,52 1612,28 1477,64 1625,84 -0,11 -304 -363 1598,64 -155,77 -4604,17
-265,11 1612,31 1477,77 1626,12 -0,02 -303,94 -362,55 1599,4 -156,05 -4603,91
-265,63 1612,31 1477,83 1626,14 -0,05 -304,13 -363,07 1600,16 -156,09 -4605,37
-265,89 1612,69 1478,24 1626,44 0,08 -303,9 -362,98 1601,32 -156,03 -4608,66
-266,13 1613,06 1478,67 1626,82 0,14 -303,88 -363,53 1601,87 -155,98 -4609,4
-266,83 1613,42 1479,59 1627,62 0,02 -303,79 -363,51 1603,05 -155,94 -4609,99
-268,23 1618,3 1484,24 1632,43 -0,32 -304,55 -364,79 1607,44 -155,98 -4623,84
-270,26 1624,48 1490,42 1639,15 0,17 -305,35 -366,14 1613,1 -156,22 -4642,54
-272,3 1632,19 1498,28 1646,98 -0,07 -306,4 -367,68 1620,27 -156,3 -4664,85
-274,58 1640,09 1506,06 1655,17 0,16 -307 -369,38 1627,68 -156,73 -4691,02
-277,06 1648,71 1514,82 1664,16 0,28 -307,89 -371,31 1636,33 -156,99 -4714,4
-280,21 1658,63 1524,43 1674,09 0,17 -309,07 -373,8 1646,25 -157,33 -4743,08
-284,39 1668,43 1534,57 1684,73 0,15 -310,01 -376,28 1657,37 -157,96 -4778,13
-289,17 1679 1545,26 1695,87 0,19 -310,85 -379,12 1669,58 -158,49 -4811,2
-293,04 1687,96 1554,73 1706,03 0,32 -312,24 -381,39 1681,58 -158,04 -4841,67
-297,83 1696,89 1564,47 1716,44 0,06 -312,81 -383,82 1693,23 -158,58 -4874,48
-306,96 1698,96 1569,4 1723,26 0,21 -313,11 -385,93 1704,58 -161,17 -4894,03
-321,99 1692,91 1569,31 1726,37 0,15 -313,84 -385,86 1715,47 -165,28 -4903,39
-326,57 1696,92 1573,69 1731,27 -0,13 -314,08 -386,91 1723,32 -165,63 -4922,63
-330,24 1700,33 1577,57 1736,06 0,04 -314,29 -388,26 1730,19 -166,02 -4936,05
-333,46 1703,67 1581,1 1739,28 0,27 -314,44 -388,89 1734,69 -166,21 -4948,95
-335,95 1705,92 1583,94 1742,11 0,21 -314,5 -390,24 1739,57 -166,59 -4957,15
-338,12 1709,15 1587,02 1745,52 -0,26 -315,05 -390,47 1744,18 -166,72 -4967,63
-358,6 1699,45 1579,08 1743,52 0,14 -315,37 -388,23 1750,96 -160,41 -4964,14
-384,39 1685,44 1568,13 1740,11 0,38 -317,23 -385,63 1758,86 -152,32 -4955,04
-388,23 1687,39 1570,36 1742,56 -0,11 -318,2 -386,25 1763,83 -151,77 -4965,13
-391,93 1689,39 1572,84 1745,54 0,21 -318,99 -386,81 1768,49 -151,03 -4974,37
-395,4 1691,38 1575,25 1748,22 0,16 -320,02 -387,45 1773,01 -150,36 -4985,7
-403,42 1689,02 1574,07 1750,34 0,08 -322,96 -388,58 1778,17 -146,78 -4992,68
-414,27 1652,26 1547,06 1738,45 0,38 -319,6 -375,3 1791,41 -140,5 -4963,6
-434,53 1588,45 1500,74 1716,67 0,19 -313,98 -351,9 1810,67 -133,58 -4913,37
-435,8 1591,52 1503,8 1720,39 0,56 -315,3 -352,14 1814,95 -133,67 -4923,6
-437,02 1594,74 1506,7 1724,27 0,12 -316,22 -352,94 1820,01 -133,33 -4934,95
-438,26 1597,93 1509,92 1728,08 0,04 -317,32 -353,99 1823,9 -132,96 -4950,55
-439,48 1601,51 1513,15 1731,94 0,38 -318,07 -354,42 1828,76 -132,87 -4958,78
-441,1 1604,63 1516,09 1735,78 0,24 -318,86 -355,66 1832,86 -132,87 -4970
-442,4 1608,14 1519,35 1739,64 0,08 -319,53 -356,23 1837,42 -132,54 -4982,72
-443,81 1611,26 1522,35 1743,08 0,25 -320,28 -357,52 1841,99 -132,32 -4993,16
-444,98 1614,16 1525,55 1747,03 0,44 -320,64 -358,09 1846,46 -132,29 -5006,43
237
SG1 SG2 SG3 SG4 SG5 SG6 SG7 SG8 SG9 CEL.CARGA (kgf)
-446,28 1617,32 1528,69 1750,47 0,04 -321,15 -358,89 1851,12 -132,25 -5020,79
-447,65 1620,48 1532,04 1754,25 0,36 -321,51 -360,15 1854,96 -131,63 -5031,38
-449,15 1623,92 1535,06 1757,87 0,12 -322,2 -361,18 1858,92 -131,69 -5042,36
-450,49 1627,33 1538,42 1761,59 0,1 -322,6 -362,34 1863,82 -131,63 -5054,46
-451,84 1630,74 1541,44 1765,28 0,1 -323,24 -362,94 1867,8 -131,37 -5064,92
-453,15 1633,79 1544,9 1768,95 -0,09 -323,96 -364,56 1872,65 -131,27 -5076,29
-454,62 1637,19 1548,07 1772,43 0,12 -323,95 -365,26 1876,2 -131,1 -5086,47
-455,88 1640,51 1551,2 1776,25 -0,1 -324,46 -366,29 1880,82 -130,92 -5098,09
-457,46 1643,87 1554,41 1779,99 0,3 -324,85 -366,86 1884,87 -130,71 -5106,98
-458,81 1647,48 1557,63 1783,5 0,2 -324,87 -368,05 1890,11 -130,35 -5120,58
-460,05 1650,87 1561,17 1787,1 0,19 -325,71 -369,81 1894,29 -130,26 -5132,42
-462,04 1655,88 1565,93 1792,77 0,49 -326,3 -370,85 1899,8 -129,77 -5149,15
-464,43 1661,84 1571,72 1799,4 0,32 -327,12 -372,3 1906,84 -129,45 -5168,87
-466,88 1667,93 1577,61 1806,2 0,12 -327,93 -374,57 1914,51 -129,15 -5188,32
-469,35 1675,42 1584,97 1814,36 0,14 -328,19 -376,79 1923,03 -128,44 -5215
-472,5 1683,18 1592,53 1822,91 -0,09 -329 -379,29 1932,85 -127,9 -5240,7
-475,57 1689,93 1599,14 1830,91 -0,01 -329,45 -381,37 1941,92 -127,52 -5264,61
-478,6 1696,68 1605,48 1838,23 -0,24 -329,81 -383,84 1950,36 -127,37 -5285,12
-481,42 1702,6 1610,4 1844,51 -0,05 -330 -385,61 1957,96 -127 -5306,96
-483,82 1708,34 1616,1 1850,99 -0,02 -330,38 -388 1965,8 -126,62 -5329,73
-486,53 1714,11 1622 1858,07 0,1 -330,75 -390,61 1973,64 -126,17 -5348,01
-488,75 1719,16 1626,82 1863,48 -0,28 -330,63 -392,56 1980,46 -126 -5362,96
-490,29 1722,46 1630,1 1867,17 0,38 -330,71 -394,69 1985,91 -125,87 -5376,49
-492,09 1725,65 1633,26 1870,65 0,12 -330,91 -395,3 1990,65 -125,55 -5387,57
-493,44 1728,84 1636,58 1874,07 0,4 -330,89 -396,41 1995,08 -125,44 -5399,52
-494,81 1732,12 1639,51 1877,76 -0,15 -330,79 -397,8 2000,33 -124,99 -5410,05
-496,03 1735,15 1642,66 1881,27 0,01 -331,12 -398,94 2004,73 -124,62 -5423,23
-497,45 1738,44 1645,71 1884,76 -0,09 -331,14 -400,28 2009,25 -124,54 -5434,45
-498,87 1741,65 1648,93 1888,49 0,17 -331,35 -401,73 2014,3 -124,14 -5445,79
-500,15 1745,1 1651,85 1892,1 -0,26 -331,47 -402,88 2018,22 -123,88 -5458,88
-501,55 1748,65 1655,25 1895,96 -0,32 -331,41 -403,98 2023,02 -123,89 -5468,88
-503,41 1753,23 1659,79 1901,01 0,2 -331,72 -405,62 2029,11 -123,68 -5484,64
-505,9 1759,54 1665,77 1907,84 0,08 -332,26 -407,3 2036,21 -123,29 -5505,31
-508,9 1766,18 1672,67 1915,8 -0,05 -332,38 -409,07 2044,23 -122,54 -5529,6
-511,61 1773,4 1679,66 1923,78 0,25 -333,17 -412,11 2053,64 -122,12 -5554,44
-514,89 1781,41 1687,36 1932,8 0,21 -333,54 -414,26 2062,99 -121,51 -5580,92
-517,87 1787,69 1693,69 1940,22 0,31 -333,52 -416,67 2070,91 -121,32 -5604,95
-520,09 1792,11 1697,73 1944,63 -0,17 -333,07 -418,86 2077,6 -120,73 -5617,66
-521,62 1795,51 1701,33 1948,96 0,08 -333,07 -420,89 2083,49 -120,52 -5631,65
-523,13 1799,19 1704,63 1952,39 -0,28 -333,37 -422,51 2088,31 -120,31 -5643,74
-524,27 1802,66 1707,89 1956,26 0,23 -333,22 -424,44 2093,39 -120,06 -5656,51
-525,32 1806,05 1711,26 1960,3 0,16 -333,2 -425,31 2098,33 -119,88 -5668,97
-526,34 1809,53 1714,73 1964,26 -0,03 -332,99 -426,97 2103,96 -119,52 -5681,94
-527,6 1813,27 1718,14 1968,17 -0,05 -333,45 -428,29 2108,71 -119,45 -5695,89
-528,9 1816,68 1721,61 1972,31 0,19 -333,36 -429,21 2113,27 -119,09 -5708,06
-530,3 1820,53 1725,16 1976,65 -0,13 -333,6 -429,89 2118,43 -118,98 -5721,46
-531,49 1823,95 1728,8 1980,52 -0,07 -333,94 -431,4 2123,11 -118,23 -5734,41
-532,68 1827,46 1732,26 1984,38 0,04 -334,45 -432,98 2128,6 -117,96 -5748,31
-534,01 1831,02 1735,44 1988,68 0,08 -334,02 -434,64 2133,67 -117,76 -5758,16
-535,47 1834,54 1738,8 1992,99 0,18 -334,11 -435,64 2138,61 -117,36 -5772,54
-536,9 1838,05 1742,48 1996,92 0,38 -333,83 -437,22 2143,13 -117,12 -5785,24
238
SG1 SG2 SG3 SG4 SG5 SG6 SG7 SG8 SG9 CEL.CARGA (kgf)
-538,44 1841,7 1746,01 2000,83 -0,02 -333,81 -438,97 2148,44 -116,93 -5799,02
-540,01 1845,24 1749,2 2004,59 0,04 -333,64 -440,12 2153,7 -116,39 -5813,07
-541,84 1848,76 1752,75 2008,77 0,02 -333,56 -441,32 2158,19 -116,07 -5823,42
-543,52 1852,49 1756,23 2012,85 0,04 -333,78 -442,94 2163,94 -115,64 -5838,24
-544,85 1856,04 1759,49 2016,9 0,04 -333,68 -444,17 2168,42 -115,23 -5850,87
-546,03 1859,7 1763,26 2020,95 0,3 -334 -445,62 2173,47 -114,72 -5865,44
-547,4 1863,22 1766,86 2024,84 -0,09 -333,98 -446,66 2178,12 -114,42 -5874,58
-548,76 1866,78 1770,61 2028,88 0,21 -334,02 -448,66 2183,47 -114,29 -5887,32
-550,37 1870,33 1774,01 2033,15 -0,28 -333,85 -449,78 2188,33 -113,61 -5904
-551,76 1874,02 1777,38 2037,08 0,06 -334,02 -451,25 2193,66 -113,39 -5917,09
-553,06 1877,86 1780,75 2041,07 -0,15 -334,19 -452,02 2198,28 -112,75 -5927,44
-543,14 1881,01 1784,37 2044,92 0,3 -334,13 -453,87 2203,31 -112,54 -5941,85
-462,49 1883,57 1787,32 2048,86 0,22 -335,35 -456,15 2207,98 -112,77 -5953,32
-463,26 1887,06 1791,17 2052,46 -0,35 -335,24 -457,97 2213,03 -112,49 -5964,03
-464,11 1890,88 1794,6 2055,99 -0,1 -334,79 -458,93 2217,61 -112,12 -5978,37
-464,97 1894,67 1798,35 2059,58 0,19 -335,09 -460,28 2222,95 -111,78 -5990,95
-465,83 1898,68 1802,26 2063,61 0,4 -335,07 -462,07 2227,99 -111,47 -6006,14
-466,71 1902,3 1805,72 2067,77 0,21 -334,64 -463,18 2232,73 -111,01 -6017,53
-467,48 1905,98 1809,52 2071,71 -0,01 -334,71 -465,12 2237,71 -110,54 -6030,25
-468,64 1909,83 1813,37 2075,77 0,16 -334,6 -466,49 2242,71 -110,19 -6043,76
-469,69 1914,5 1818,13 2081,28 -0,15 -334,41 -468,76 2249,21 -109,58 -6060,82
-470,97 1919,08 1822,53 2085,91 0,31 -334,21 -469,96 2254,01 -109,16 -6076,86
-472,02 1923,3 1826,94 2090,34 0,04 -334,09 -472,11 2259,98 -108,61 -6092,24
-473,09 1927,64 1830,89 2094,99 -0,26 -333,77 -473,2 2265,55 -107,93 -6105,19
-474,21 1931,84 1835,42 2099,69 0,04 -333,72 -475,22 2271,43 -107,27 -6119,48
-475,03 1935,81 1839,36 2103,72 0,02 -333,62 -476,83 2276,71 -106,83 -6135,79
-475,76 1938,99 1842,38 2107,08 -0,01 -333,62 -478,13 2280,7 -106,34 -6145,64
-476,57 1942,14 1845,65 2110,14 -0,22 -333,43 -479,53 2284,75 -105,8 -6156,49
-477,36 1945,47 1848,68 2113,64 0,08 -333,64 -480,76 2289,52 -105,48 -6167,77
-478,2 1948,44 1851,73 2116,69 0,17 -333,73 -482,29 2293,09 -104,82 -6177,35
-478,99 1951,67 1854,39 2120,03 0 -333,57 -483,3 2297,57 -104,28 -6188,58
-479,85 1954,76 1857,68 2123,41 -0,43 -333,77 -484,6 2301,47 -104 -6201,35
-480,72 1957,75 1860,66 2126,85 0,08 -333,75 -485,96 2305,96 -103,47 -6209,28
-481,61 1961,2 1864,07 2130,19 0,1 -333,87 -487,02 2310,36 -103,21 -6220,11
-482,97 1966,47 1869,01 2135,59 -0,22 -334,04 -488,65 2316,18 -102,46 -6236,54
-484,84 1973,6 1875,99 2143,27 0,08 -333,71 -490,84 2324,7 -101,45 -6263,04
-486,4 1981,36 1882,71 2151,75 -0,01 -334,11 -493,63 2333,11 -100,74 -6288,61
-487,93 1987,67 1888,83 2158,14 0,44 -333,89 -495,64 2340,74 -99,97 -6310,81
-489,42 1992,14 1893,05 2162,62 -0,04 -333,74 -497,29 2346,64 -99,29 -6325,69
-490,25 1994,87 1896,09 2164,97 -0,09 -333,6 -499,04 2350,17 -99,05 -6336,04
-491,09 1996,15 1896,99 2166,02 -0,14 -332,59 -499,83 2352,61 -98,9 -6339,4
-491,51 1997,64 1898,55 2167,58 -0,16 -332,21 -500,59 2354,94 -98,45 -6344,61
-492,07 1999,58 1900,24 2169,71 0,27 -332,07 -501,96 2357,87 -98,05 -6353,54
-492,97 2001,32 1902,15 2171,32 0 -331,8 -502,96 2360,64 -97,79 -6358,49
-493,55 2003,38 1904,11 2173,12 0,35 -331,8 -504,01 2363,68 -97,58 -6366,95
-494,1 2005,35 1905,76 2175,14 0,02 -331,59 -505,03 2366,16 -96,99 -6371,57
-494,41 2007,41 1907,56 2177,18 -0,02 -331,56 -505,67 2368,52 -97,14 -6379,42
-494,82 2009,36 1909,92 2179,11 -0,2 -331,49 -506,72 2371,37 -96,68 -6387,27
-495,21 2011,3 1911,5 2181,14 0,4 -331,33 -507,35 2373,98 -96,35 -6394,62
-495,75 2013,24 1913,51 2182,96 -0,16 -331,84 -508,11 2375,97 -96,39 -6401,82
-496,12 2015,38 1915,59 2184,8 -0,11 -331,74 -509,02 2379,02 -96,08 -6405,52
239
SG1 SG2 SG3 SG4 SG5 SG6 SG7 SG8 SG9 CEL.CARGA (kgf)
-496,86 2017,37 1917,26 2187,07 0,15 -331,29 -509,4 2381,1 -95,85 -6412,41
-497,67 2019,34 1919,22 2188,74 -0,05 -331,44 -510,13 2383,65 -95,75 -6418,03
-499,4 2021,75 1921,79 2182,25 0,29 -331,47 -511,18 2385,64 -95,48 -6427,01
-501,44 2023,94 1924,04 2175,05 -0,02 -331,54 -511,81 2386,37 -95,27 -6431,05
-502,29 2026,45 1926,36 2175,77 0,33 -331,66 -512,91 2388,92 -95,06 -6441,69
-502,98 2028,42 1927,9 2176,95 0,12 -331,29 -513,65 2391,74 -94,6 -6445,43
-503,54 2030,63 1930,03 2178,44 0,25 -331,5 -514,7 2394,47 -94,41 -6455,14
-503,98 2032,57 1931,88 2180,01 0,08 -331,47 -515,58 2396,87 -93,97 -6463,25
-504,7 2034,54 1934,14 2181,93 -0,01 -331,23 -516,03 2399,29 -93,92 -6466,12
-505,28 2036,66 1936,03 2183,82 0 -331,22 -517,18 2401,83 -93,73 -6473,82
-505,99 2038,56 1937,93 2185,79 0,06 -331,35 -517,88 2404,8 -93,24 -6483,92
-506,52 2040,42 1939,88 2187,77 -0,16 -331,21 -518,81 2407,33 -93,16 -6489,78
-507,1 2042,33 1941,9 2189,71 -0,13 -331,17 -519,69 2410,16 -92,61 -6495,54
-507,44 2043,08 1942,43 2190,18 0 -330,88 -519,82 2411,05 -92,81 -6499,44
-507,53 2042,65 1942,01 2189,64 0,04 -330,58 -519,96 2411,26 -92,93 -6497,83
-507,63 2042,37 1941,58 2188,92 0,02 -330,13 -520,44 2411,49 -92,74 -6493,91
-507,91 2042,13 1941,56 2188,42 0,19 -330,08 -520,63 2411,48 -92,76 -6495,93
-507,96 2041,85 1941,13 2188,3 0,29 -329,89 -520,77 2411,5 -92,61 -6493,67
-507,91 2039,92 1939,45 2186,41 -0,09 -329,55 -519,46 2410,17 -92,64 -6487,73
-506,82 2035,09 1934,34 2181,42 0,45 -328,36 -518,34 2406,11 -93,14 -6472,21
-505,69 2029,64 1929 2176,05 -0,2 -327,44 -517,07 2400,89 -93,63 -6457,63
-504,62 2024 1923,59 2170,53 0,06 -326,73 -515,34 2396,26 -93,96 -6437,41
-503,08 2018,23 1918,03 2164,95 0,1 -325,94 -514,04 2390,12 -94,32 -6418,61
-502,08 2012,44 1912,76 2159,14 0,27 -324,94 -512,4 2385,34 -94,89 -6402,31
240
SISTEMA PLATAFORMA DA CHAPA DE AÇO EM CIMA E EM BAIXO
SG2 SG4 Cel. Carga
0 0 0
0,08 -0,13 -0,44
-0,04 -0,11 -1,12
0,06 -0,11 -0,38
-0,09 -0,11 -0,8
0 -0,11 -1,09
0,19 -0,11 -0,7
0,1 -0,11 -0,8
0,06 -0,11 -1
0,3 -0,11 -0,48
0,15 -0,11 -1,15
0,19 -0,11 -0,1
0,06 -0,11 -0,74
-0,28 -0,11 -1,22
0 -0,11 -0,31
-0,15 -0,11 -0,87
-0,17 -0,11 -0,29
-0,28 -0,11 -0,67
-0,13 -0,11 -1,61
-0,09 -0,11 -1,61
-0,28 -0,11 -0,83
-0,13 -0,11 -0,58
-0,11 -0,11 -0,45
-0,15 -0,11 -0,77
-0,3 -0,11 -0,51
-0,34 -0,11 -0,17
-0,36 -0,11 -0,48
-0,34 -0,11 -0,74
-0,6 -0,11 -0,68
-0,51 -0,11 -0,97
-0,6 -0,11 -0,77
-0,34 -0,11 -0,83
-0,47 -0,11 -0,51
-0,6 -0,11 -1,22
-0,51 -0,11 -1,58
-0,77 -0,11 -0,77
-0,49 -0,11 -0,62
-0,62 -0,11 -0,97
-0,43 -0,11 -0,8
-0,77 -0,11 -1,44
-0,47 -0,11 -0,77
-0,88 -0,11 -0,96
-0,69 -0,11 -0,45
-0,77 -0,11 -1
-1,03 -0,11 -0,61
-1,22 -0,11 -1,03
-0,92 -0,11 -1,41
-0,81 -0,11 -1,19
-0,62 -0,11 -1,06
-0,71 -0,11 -1,15
-0,81 -0,11 -0,83
-0,96 -0,11 -1,12
241
SG2 SG4 Cel. Carga
-1,22 -0,68 -1,54
-1,03 -0,41 -1,26
-1,16 -0,55 -0,99
-1,07 -0,62 -1,12
-1,11 -0,83 -0,61
-1,14 -0,85 -1,38
-0,99 -0,47 -0,97
-1,01 -0,7 -1,19
-0,79 -0,98 -1,06
-0,86 -0,78 -1,58
-0,77 -0,85 -0,97
-0,6 -0,64 -0,83
-0,62 -0,72 -0,96
-0,75 -0,53 -0,77
-0,66 -0,75 -1,47
-0,88 -0,81 -1,25
-0,79 -0,47 -1,67
-0,77 -0,49 -0,74
-0,75 -0,54 -1,67
-0,99 -0,6 -1,09
-0,86 -0,66 -1,67
-0,81 -0,6 -1,22
-0,96 -0,51 -1,31
-1,05 -0,49 -2,57
-1,07 -0,37 -3,32
-1,2 -0,41 -2,76
-1,54 -0,47 -2,93
-1,2 -0,71 -3,15
-1,05 -0,64 -3,8
-1,03 -0,6 -0,67
-1,37 -0,51 -0,87
-1,2 -0,81 -1,12
-1,48 -0,91 -0,93
-1,54 -1,02 -1,38
-1,5 -0,99 -1,44
-1,63 -0,91 -1,38
-1,52 -0,64 -1,83
-1,46 -0,79 -1,31
-1,56 -0,72 -1,22
-1,35 -0,68 -1,31
-1,33 -0,83 -1,22
-0,92 -0,6 -1,05
-1,05 -0,96 -1,38
-1,05 -1,04 -1,54
-0,92 -1,16 -1,67
-1,05 -1,18 -1,12
-1,07 -1,41 -1,79
-0,92 -1,35 -1,44
-1,14 -1,72 -1,76
-0,94 -1,62 -1,47
-1,07 -1,54 -1,22
-0,99 -1,74 -1,64
-1,09 -1,7 -1,41
242
SG2 SG4 Cel. Carga
-1,31 -1,79 -1,76
-1,39 -1,93 -1,64
-1,16 -1,75 -1,93
-1,05 -1,69 -1,44
-1,26 -1,51 -1,47
-1,39 -1,4 -1,7
-1,2 -1,52 -2,02
-1,35 -1,54 -2,02
-1,37 -1,39 -1,32
-1,61 -1,52 -2,05
-1,54 -1,7 -1,86
-1,99 -1,89 -0,93
-1,99 -1,91 0,07
-2,61 -2,07 0,59
-2,7 -2,2 0,98
-2,55 -2,09 1,58
-2,72 -2,18 1,19
-2,66 -2,2 1,03
-2,59 -2,03 1,22
-2,53 -2,22 0,83
-2,53 -2,07 1,32
-2,08 -1,95 0,2
-2,25 -2,07 0,49
-2,25 -1,99 0,84
-2,21 -1,66 0,91
-2,21 -1,95 1,12
-2,38 -1,87 1,06
-2,19 -1,91 1,79
-2,21 -2,09 1,13
-2,1 -2,05 1,93
-2,29 -2,24 2,4
-2,04 -2,34 1,7
-1,95 -2,3 1,89
-2,06 -2,34 1,9
-2,16 -2,38 2,24
-2,25 -2,4 2,31
-2,38 -2,32 2,5
-2,25 -2,3 2,5
-2,55 -2,25 2,87
-2,53 -2,38 2,62
-2,57 -2,09 2,94
-2,76 -2,38 2,4
-2,76 -2,46 2,93
-2,55 -2,56 2,37
-2,55 -2,69 2,75
-3,2 -2,53 5
-6,31 -2,92 15,41
-9,07 -3,43 24,34
-10,57 -3,65 30,94
-12,21 -3,92 37,07
-13,57 -4,36 42,36
-14,94 -4,55 46,92
-15,69 -4,75 49,44
243
SG2 SG4 Cel. Carga
-16,4 -4,75 51,22
-16,72 -4,94 52,99
-17,09 -5,32 55,01
-17,41 -5,34 55,33
-17,34 -5,22 55,95
-17,58 -5,3 56,34
-17,56 -5,41 56,56
-17,15 -5,41 55,69
-16,79 -5,37 55,15
-17,15 -5,02 55,6
-17,43 -5,22 56,53
-17,66 -5,32 57,63
-18,22 -5,24 58,01
-18,37 -5,2 58,75
-18,69 -5,32 59,72
-18,78 -5,49 60,26
-18,97 -5,56 60,78
-19,16 -5,97 60,81
-19,31 -5,84 61,35
-19,36 -5,92 61,58
-19,59 -6,16 61,57
-19,53 -6,2 61,77
-19,66 -6,37 62,76
-19,7 -6,05 62,41
-19,74 -6,35 62,5
-19,85 -6,12 62,89
-19,89 -6,33 63,34
-19,74 -6,07 62,16
-19,19 -5,99 60,43
-18,52 -5,84 58,46
-18,09 -5,77 57,21
-17,62 -5,94 55,53
-20,91 -6,29 65,98
-30,76 -9,2 100,78
-34 -11,2 111,52
-36,11 -12,07 118,3
-38,82 -12,35 124,12
-40,26 -12,4 126,64
-40,39 -12,69 127,11
-40,39 -12,74 127,34
-40,63 -12,74 126,86
-40,9 -12,71 128,05
-41 -12,8 127,86
-44,7 -12,74 138,81
-49,89 -13,2 152,51
-53,92 -13,69 163,26
-58,43 -13,81 171,94
-62,56 -13,66 179,63
-65,31 -14,41 185,68
-71,41 -16,7 207,21
-81,07 -21,29 242,99
-90,6 -25,9 277,65
-96,72 -29,4 301,27
244
SG2 SG4 Cel. Carga
-101,47 -31,62 320,54
-107,79 -34,37 348,62
-114,68 -37,94 379,47
-122,44 -42,66 413,42
-128,06 -47,31 440,69
-133,76 -52,47 471,14
-140,49 -58,78 504,94
-146,89 -65,7 541,41
-152,19 -73,6 579,9
-156,41 -81,96 616,8
-155,02 -83,5 619,46
-152,3 -82,45 611,62
-150,03 -80,93 603,18
-152,91 -85,85 624,2
-159,51 -95,46 667,66
-160,4 -98,59 680,36
-159,08 -97,95 677,06
-156,64 -96,17 666,81
-154,14 -93,75 655,58
-151,46 -90,97 642,98
-149,27 -88,23 629,73
-146,81 -85,41 616,37
-144,2 -82,58 601,23
-141,93 -79,96 588,45
-139,97 -77,9 578,37
-138,39 -76 568,8
-138,43 -76,64 571,29
-142,71 -82,77 600,52
-147,13 -89,79 631,89
-152,1 -98,1 668,35
-156,1 -106,2 704,42
-157,59 -109,78 720,32
-158,15 -111,99 728,97
-161,18 -119,7 762,04
-164,7 -129,98 807,35
-165,86 -135,56 834,97
-165,17 -136,04 838,54
-164,52 -137,13 843,45
-164,01 -137,99 847,95
-163,27 -138,5 850,47
-162,53 -138,59 851,28
-161,95 -138,86 851,96
-161,22 -139,08 853,02
-160,47 -139,22 854,12
-159,91 -139,52 856,03
-159,63 -139,78 857,59
-159,08 -140,03 859,51
-158,73 -140,27 861,82
-158,56 -140,33 863,2
-158,18 -140,74 865,39
-158,41 -142,17 872,73
-161,09 -152,12 913,47
-164,31 -163,11 970,62
245
SG2 SG4 Cel. Carga
-167,4 -172,92 1033,95
-169,7 -184,09 1098,12
-169,87 -191,67 1144,1
-167,52 -191,56 1149,45
-165,52 -191,3 1150,71
-164,01 -192,37 1157,1
-163,06 -194,02 1166,28
-162,18 -196,7 1179,13
-161,28 -198,91 1190,6
-160,25 -200,99 1200,76
-159,55 -203,33 1213,76
-158,63 -206,35 1227,96
-158,97 -220,54 1290,11
-158,78 -237,28 1373,29
-157,22 -244,51 1415,88
-155,26 -242,83 1413,31
-153,59 -241,74 1409,73
-152,32 -240,61 1406,38
-151,06 -239,9 1403,82
-150,23 -239,65 1401,88
-149,5 -239,06 1399,96
-148,52 -238,66 1398,94
-147,54 -238,25 1397,35
-146,88 -238,04 1395,51
-146 -237,85 1394,59
-145,63 -238,36 1396,89
-145,83 -245,6 1426,71
-145,35 -251,27 1450,57
-144,84 -251,27 1452,27
-144,22 -250,57 1449,79
-143,77 -250,16 1448,47
-143,17 -250,14 1447,18
-142,94 -249,66 1446,18
-142,56 -249,42 1444,71
-142,27 -248,97 1444,08
-141,95 -248,79 1443,3
-141,69 -248,51 1442,09
-141,3 -248,43 1441,56
-141,18 -248,21 1440,5
-140,75 -247,83 1439,83
-140,99 -253,03 1460,21
-141,5 -265,09 1507,86
-141,32 -276,44 1553,45
-141,2 -286,67 1598,17
-140,97 -292,42 1624,25
-140,75 -300,02 1655,96
-140,58 -304,44 1677,29
-139,93 -303,37 1676,26
-139,39 -302,11 1672,98
-138,9 -301,08 1670,6
-138,24 -300,14 1668,96
-138,13 -299,81 1666,52
-137,89 -299,23 1664,54
246
SG2 SG4 Cel. Carga
-137,42 -298,66 1663,41
-137,27 -298,14 1661,77
-136,67 -297,91 1660,3
-136,5 -297,79 1659,28
-136,16 -297,42 1658,31
-136,18 -299,96 1668,72
-136,18 -312,14 1717,13
-136,11 -324,85 1765,1
-135,86 -335,87 1808,13
-135,13 -342,1 1834,33
-134,55 -341,31 1833,2
-134,22 -340,05 1829,78
-133,95 -339,07 1827,1
-133,7 -338,04 1825,19
-133,4 -337,37 1822,95
-133,04 -337,17 1821,21
-132,81 -336,4 1819,87
-132,61 -336,06 1818,46
-132,3 -335,77 1816,92
-131,86 -335,47 1815,63
-131,67 -335,03 1814,01
-130,93 -334,88 1814,24
-130,9 -341,76 1840,4
-130,63 -352,4 1878,74
-130,43 -362,47 1914,81
-129,85 -372,32 1950,67
-129,15 -381,52 1982,91
-129,06 -389,57 2012,05
-128,76 -396,25 2034,79
-128,51 -397,97 2040,46
-128,34 -397,02 2037,85
-128,27 -396,34 2035,05
-127,99 -395,74 2032,42
-127,96 -394,79 2030,64
-127,61 -394,34 2028,33
-127,42 -393,74 2026,67
-127,12 -393,38 2024,76
-127 -393,04 2023,37
-126,67 -392,52 2022,22
-126,63 -392,18 2020,8
-126,2 -391,86 2019,32
-126,04 -391,45 2018,09
-125,77 -391,15 2016,81
-125,68 -391,11 2017,17
-125,96 -397,73 2039,7
-125,96 -407,85 2075,03
-125,67 -417,45 2107,65
-125,26 -426,31 2137,65
-124,82 -434 2164,94
-124,49 -441,57 2189,93
-124,37 -448,16 2212,61
-124,24 -449,71 2217,5
-124,19 -448,5 2213,83
247
SG2 SG4 Cel. Carga
-124,13 -447,7 2210,99
-124,17 -447,02 2208,73
-124,28 -446,57 2206,25
-124,3 -446,21 2204,87
-124,43 -445,85 2203,35
-124,22 -445,47 2201,32
-124,34 -445,32 2199,94
-124,37 -444,89 2198,2
-124,41 -444,48 2196,72
-124,54 -444,25 2195,98
-124,15 -443,99 2194,61
-124,37 -443,67 2193,86
-124,24 -443,5 2192,18
-124,11 -443,39 2191,35
-124,09 -442,98 2190,44
-124,02 -443,22 2190,37
-124,37 -449,6 2213,02
-124,67 -470,13 2279,55
-124,04 -491,19 2343,42
-123,4 -512,28 2407,13
-123,47 -534,22 2469,85
-124,15 -550,76 2513,57
-125,09 -551,64 2510,39
-125,56 -550,94 2505,39
-125,69 -550,38 2501,2
-126,04 -549,97 2497,31
-125,86 -549,46 2495
-126,1 -549,33 2492,51
-126,06 -548,97 2489,99
-126,08 -548,77 2487,86
-126,23 -548,5 2485,96
-126,39 -548,13 2484,09
-126,49 -547,77 2482,42
-126,41 -547,5 2480,74
-126,16 -547,42 2479,35
-126,18 -547,09 2477,98
-126,18 -546,8 2476,59
-126,01 -546,54 2475,74
-126,17 -546,37 2474,03
-126,33 -546,43 2473,26
-126,29 -546,1 2472,53
-126,29 -545,95 2470,99
-126,25 -545,8 2470,32
-126,17 -545,74 2469,18
-126,06 -545,83 2468,07
-126 -545,59 2467,52
-125,9 -545,38 2466,34
-126,18 -548,84 2477,01
-127,02 -568,65 2538,89
-127,16 -588,08 2596,69
-126,41 -608,9 2652,57
-126,29 -624,72 2692,72
-126,25 -633,43 2714,63
248
SG2 SG4 Cel. Carga
-126,55 -636,7 2722,78
-126,75 -636,21 2719,38
-127,28 -635,63 2715,93
-127,86 -635,05 2712,94
-128,17 -634,74 2711,01
-128,34 -634,49 2708,63
-128,53 -634,16 2706,89
-128,85 -633,77 2704,9
-128,95 -633,6 2702,86
-129,36 -636,75 2712,4
-130,6 -658,86 2774,99
-130,39 -686,05 2843,77
-130,22 -709,76 2901,06
-131,01 -723,3 2931,47
-131,82 -727,95 2939,81
-132,71 -727,46 2934,95
-133,22 -726,71 2930,23
-133,52 -726,52 2927,15
-133,87 -725,7 2923,42
-134,28 -725,19 2920,86
-134,68 -724,97 2918,03
-134,81 -724,2 2915,91
-134,92 -723,86 2912,96
-135,11 -723,82 2911,29
-135,24 -723,75 2910,48
-136,65 -736,49 2945,9
-137,14 -757,01 3000,26
-137,36 -769,64 3029,28
-137,12 -770,76 3027,89
-137,51 -770,31 3023,87
-137,64 -769,92 3021,17
-138 -769,32 3019,11
-138,22 -769,06 3016,81
-138,17 -768,76 3014,47
-138,43 -768,29 3012,19
-138,71 -768,06 3010,29
-138,88 -767,5 3008,45
-139,07 -767,27 3006,84
-139,31 -768,86 3011,13
-140,89 -788 3064,64
-141,52 -811,55 3121,85
-141,26 -835,1 3176,43
-141,75 -855 3222,83
-142,19 -860,41 3231,74
-142,58 -859,53 3225,85
-143,13 -858,52 3221,35
-143,81 -857,55 3216,78
-144,26 -856,68 3212,78
-145,05 -855,94 3210,5
-145,5 -855,02 3207,54
-145,87 -854,55 3204,79
-146,58 -853,72 3202,31
-146,81 -853,4 3199,95
249
SG2 SG4 Cel. Carga
-147,35 -852,69 3198,34
-148,12 -854,87 3203,97
-149,91 -874,87 3256,62
-151,24 -898,2 3312,46
-151,28 -910,87 3339,53
-151,32 -910,8 3334,49
-151,57 -908,26 3325,86
-151,92 -906,21 3318,67
-152,32 -904,86 3313,64
-152,88 -903,75 3310,17
-153,39 -903,04 3307,12
-153,72 -902,29 3304,86
-154,34 -901,8 3302,88
-154,7 -900,9 3300,84
-154,93 -900,43 3299,35
-155,35 -899,96 3296,89
-155,65 -899,76 3296,09
-156,19 -901,79 3300,95
-157,95 -914,51 3337,07
-159,05 -926,08 3365,41
-160,15 -939,53 3395,77
-161,41 -954,64 3431,12
-162,03 -967,29 3458,75
-162,53 -974,92 3472,83
-163,48 -981,15 3485,52
-164,54 -991,59 3508,21
-164,9 -994,18 3510,55
-164,42 -986,09 3486,01
-164,32 -978,64 3465,54
-163,88 -970,69 3444,75
-163,99 -966,66 3433,55
-164,31 -965,29 3429,59
-164,78 -964,11 3427,09
-165,11 -963,15 3425
-165,51 -962,53 3422,47
-166,05 -962,08 3421,47
-166,63 -963,08 3424,42
-169,42 -981,74 3475,7
-171,97 -1003,74 3529,87
-173,7 -1019,37 3567,34
-174,88 -1035,56 3602,2
-176,33 -1050,12 3633,64
-177,85 -1065,95 3667,53
-179,99 -1083,5 3705,65
-182,64 -1104,94 3752,51
-184,63 -1117,07 3776,97
-185,62 -1114,55 3769,19
-186,57 -1111,66 3761,76
-187,79 -1109,47 3756,51
-188,8 -1107,27 3751,25
-189,52 -1105,56 3747,91
-190,38 -1103,94 3744,99
-191,45 -1102,92 3742,14
250
SG2 SG4 Cel. Carga
-192,05 -1101,64 3739,04
-192,88 -1100,51 3736,69
-193,32 -1099,53 3733,79
-193,9 -1098,63 3732,02
-195,46 -1102,76 3742,82
-199,98 -1131,75 3813,93
-203,55 -1165,43 3885,42
-206,24 -1192,6 3940,6
-208,71 -1206,74 3968,42
-209,93 -1206,58 3965,18
-211 -1204,26 3959,07
-212,05 -1202,11 3953,96
-213,47 -1200,34 3949,77
-214,43 -1198,22 3946,23
-215,33 -1196,61 3942,28
-216,18 -1195,35 3939,12
-216,95 -1193,97 3936,61
-217,85 -1192,84 3933,32
-218,64 -1191,41 3931,2
-220,88 -1200,15 3953,15
-225,36 -1228,27 4016,46
-228,82 -1256,58 4074,28
-231,9 -1282,86 4125,2
-235,87 -1306,81 4172,79
-240,55 -1331,37 4220,86
-243,74 -1345,06 4245,61
-245,59 -1341,91 4237,34
-247,59 -1338,61 4231,2
-249,2 -1335,6 4224,4
-251,01 -1332,82 4218,89
-252,33 -1330,78 4214,45
-253,85 -1328,75 4210,41
-255,14 -1326,63 4206,81
-256,2 -1325,01 4202,66
-257,22 -1323,49 4199,79
-258,62 -1321,97 4196,64
-259,39 -1320,75 4194,08
-260,44 -1319,03 4191,47
-261,06 -1318,97 4190,68
-266,23 -1341,94 4244,35
-272,76 -1380,76 4324,41
-277,54 -1417,63 4392,29
-283,16 -1452,07 4455,34
-287,43 -1468,38 4482,81
-290,95 -1474,51 4493
-293,37 -1474,59 4491,8
-295,15 -1471,74 4485,78
-297,18 -1468,98 4480,3
-298,73 -1466,43 4475,1
-300,56 -1464,08 4470,24
-301,96 -1461,65 4465,96
-303,13 -1459,52 4461,82
-304,39 -1457,94 4458,69
251
SG2 SG4 Cel. Carga
-305,69 -1455,94 4455,1
-307,36 -1457,11 4457,51
-313,36 -1483,83 4513,72
-319,75 -1518,75 4580,07
-325,56 -1553,55 4640,82
-328,57 -1563,54 4654,61
-330,33 -1560,82 4647,55
-332,15 -1557,98 4641,48
-333,63 -1554,66 4636,43
-335,13 -1551,58 4631,82
-336,59 -1548,74 4627,6
-337,98 -1545,95 4622,96
-339,61 -1543,43 4619,56
-340,81 -1541,71 4616,8
-347,08 -1565,95 4670,48
-356,12 -1615,16 4763,79
-364,31 -1661,13 4847,25
-370,42 -1690,7 4896,23
-372,93 -1687,81 4887,82
-374,86 -1682,74 4880,09
-376,47 -1678,07 4873,18
-378,1 -1673,82 4866,51
-379,32 -1669,92 4861,23
-380,92 -1666,45 4855,94
-382,06 -1663,24 4851,72
-383,11 -1660,41 4846,98
-383,91 -1657,7 4842,81
-384,91 -1654,91 4838,95
-386,59 -1656,33 4844,24
-389,86 -1665,64 4865,81
-393 -1676,09 4887,34
-396,18 -1688,41 4908,28
-400,39 -1706,81 4943,29
-405,05 -1727,5 4978,72
-409,19 -1749,48 5013,51
-412,63 -1765,9 5038,93
-415,04 -1772,21 5047,69
-416,06 -1772,01 5044,5
-417,01 -1769,6 5038,36
-417,71 -1766,64 5033,33
-418,61 -1764,09 5028,44
-419,41 -1761,77 5024,06
-420,18 -1759,58 5020,06
-420,96 -1757,42 5016,45
-422,17 -1758 5018,18
-427,51 -1783,32 5067,63
-433,96 -1820,55 5130,72
-438,66 -1855,59 5183,2
-444,66 -1890,56 5236,8
-450,1 -1922,61 5282,96
-452,88 -1932,73 5293,28
-453,6 -1928,95 5283,98
-454,61 -1925,03 5276,66
252
SG2 SG4 Cel. Carga
-455,51 -1921,56 5269,42
-456,35 -1918,16 5263,67
-457,59 -1914,61 5258,1
-458,36 -1911,97 5252,69
-458,99 -1909,16 5248,07
-459,76 -1906,61 5243,53
-460,6 -1904,47 5239,92
-461,39 -1901,96 5235,7
-461,96 -1900,25 5231,85
-462,74 -1898,27 5228,76
-463,08 -1896,26 5225,4
-463,38 -1894,62 5222,61
-464,32 -1893,13 5218,82
-464,79 -1891,61 5216,69
-465,2 -1890,28 5213,96
-465,82 -1888,97 5211,15
-465,93 -1887,45 5208,04
-466,99 -1887,65 5208,84
-471,8 -1908,97 5250,65
-478,05 -1942,82 5309,88
-483 -1970,59 5354,33
-486,96 -1992,32 5384,75
-490,05 -2011,23 5410,41
253
sg2. sg4. cel.carga
0 0 0
-0,02 -0,03 -0,17
0,26 -0,18 0,4
0,11 0,02 0,17
-0,36 0,1 0,49
-0,38 -0,12 0,41
0,24 0,19 0,48
-0,88 0,36 0,58
-1,24 0,13 0,66
-0,68 0,21 0,54
-1,16 0,19 0,41
-1,28 0,12 0,09
-1,58 0,22 0,31
-1,8 0,4 0,26
-2,24 0,55 0,81
-2,35 0,51 0,62
-2,24 0,49 0,46
-2,42 0,47 0,46
-2,65 0,53 0,69
-2,99 0,47 -0,11
-3,04 0,46 0,78
-3,27 0,68 0,38
-3,6 0,25 0,62
-3,5 0,3 0,37
-3,48 0,38 0,51
-3,58 0,34 0,77
-3,75 0,26 1,54
-6,93 -0,27 17,92
-11,27 -0,65 38,2
-14,75 -1,36 55,63
-16,82 -2,52 65,45
-17,18 -2,77 67,59
-16,46 -2,92 71,35
-15,78 -3,25 72,26
-16,1 -3,27 72,3
-16,16 -3,31 72,88
-16,06 -3,16 72,8
-15,09 0,49 66,31
-14,6 1 64,87
-14,43 0,76 65,49
-14,06 -0,83 63,92
-13,23 -3,06 63,14
-13,17 -3,04 61,79
-13,33 -2,95 61,12
-13,21 -3,63 61,95
-13,28 -3,88 63,92
-13,07 -3,94 64,04
-13,1 -4,15 64,67
-13,25 -4,11 63,67
-13,38 -4,17 63,92
-13,12 -4,15 63,55
-13,13 -3,92 63,79
PLATAFORMA CARGAS CONCENTRADAS
254
sg2. sg4. cel.carga
-13,29 -3,83 62,89
-13,21 -3,63 61,3
-12,96 -3,68 61,09
-12,88 -3,52 60,08
-13,02 -3,65 59,7
-12,75 -3,75 58,16
-12,53 -3,81 58,54
-12,61 -3,71 57,93
-12,45 -3,59 57,84
-12,32 -3,66 57,05
-12,3 -3,44 56,44
-12,22 -3,58 56,36
-12,22 -3,71 56
-12,36 -3,79 55,44
-12,3 -3,67 54,92
-12,36 -3,63 54,55
-12,2 -3,38 54,03
-12,22 -3,46 53,05
-12,3 -3,58 53,02
-12,34 -3,33 52,48
-12,42 -3,67 51,71
-12,15 -3,64 50,85
-12,06 -3,52 50,31
-12,11 -3,43 50,52
-12,04 -3,38 50,23
-11,89 -3,54 48,92
-11,87 -3,43 48,38
-11,7 -3,42 47,56
-11,5 -3,24 46,4
-11,6 -3,1 45,61
-11,31 -3,16 45,2
-11,4 -3,16 44,38
-11,41 -3,5 43,71
-11,2 -3,31 42,35
-11,07 -3,37 42,23
-11,13 -3,04 41,24
-10,87 -3,17 40,74
-11,03 -3,19 37,81
-10,91 -2,94 38,01
-10,71 -2,95 38,63
-10,52 -2,67 38,22
-10,54 -2,44 37,48
-10,46 -2,61 38,3
-10,54 -2,69 38,01
-10,69 -2,56 38,22
-10,54 -2,63 38,3
-10,82 -2,56 37,97
-10,8 -2,68 38,18
-10,67 -2,77 38,34
-10,67 -2,88 38,63
-10,48 -3,13 38,22
-10,5 -3,19 37,93
-10,31 -3,25 38,56
255
sg2. sg4. cel.carga
-10,14 -3,21 38,14
-10,18 -3,31 37,44
-10,2 -3,4 37,89
-10,12 -3,35 38,01
-9,94 -3,46 37,98
-10,16 -3,44 37,4
-9,92 -3,31 37,56
-10,05 -3,37 37,64
-10,24 -3,39 37,64
-10,09 -3,37 37,77
-10,27 -3,52 37,81
-10,22 -3,5 37,89
-10,29 -3,77 37,97
-10,27 -3,69 37,85
-9,99 -3,58 38,06
-9,88 -3,65 37,93
-9,84 -3,44 37,68
-9,71 -3,61 37,52
-9,54 -3,71 37,56
-9,52 -3,63 37,81
-9,54 -3,63 38,14
-9,39 -3,75 37,72
-9,26 -3,81 37,56
-9,17 -3,56 37,72
-9,17 -3,73 37,97
-9,37 -3,81 38,14
-9,47 -3,6 37,72
-9,43 -3,62 37,48
-9,47 -3,65 38,01
-9,52 -3,62 37,85
-9,26 -3,73 37,19
-9,22 -3,86 37,85
-9,24 -3,83 36,65
-9,28 -3,77 37,23
-9,37 -3,9 37,85
-9,32 -4,11 38,1
-9,3 -3,77 38,39
-9,49 -3,86 37,6
-9,13 -3,83 37,68
-9,22 -3,88 37,93
-9,54 -3,67 37,65
-9,28 -3,71 37,52
-9,47 -3,83 37,64
-9,73 -3,73 38,06
-9,52 -3,61 37,31
-9,54 -3,39 37,6
-9,75 -3,46 37,39
-9,64 -3,58 36,99
-9,77 -3,77 37,31
-9,73 -3,69 36,94
-9,54 -3,75 37,52
-9,64 -3,77 37,39
-9,77 -3,65 37,48
256
sg2. sg4. cel.carga
-9,67 -3,73 37,72
-9,64 -3,52 37,44
-9,75 -3,58 38,1
-9,64 -3,65 37,44
-9,52 -3,43 37,15
-9,47 -3,4 37,6
-9,67 -3,56 37,48
-9,62 -3,65 37,27
-9,43 -3,65 37,48
-9,34 -3,63 37,19
-9,32 -3,69 37,44
-9,3 -3,68 36,98
-9,37 -3,86 37,6
-9,39 -3,81 37,31
-9,45 -3,67 37,6
-9,37 -3,8 37,31
-9,37 -3,65 37,27
-9,37 -3,79 36,78
-9,32 -3,92 37,15
-9,28 -3,79 37,23
-9,28 -3,77 37,64
-9,34 -3,69 37,15
-9,54 -3,81 37,6
-9,73 -3,98 37,27
-9,75 -4,09 37,23
-9,69 -3,98 37,19
-9,82 -3,94 37,6
-9,9 -4,13 37,56
-9,9 -4,07 37,35
-10,07 -4,03 37,23
-9,9 -3,98 37,23
-10,16 -3,92 37,19
-10,07 -4 37,64
-10,09 -4,13 36,9
-10,18 -4,09 37,35
-10,09 -4,13 37,15
-10,09 -4,03 37,56
-10,2 -3,94 37,15
-10,24 -3,94 36,98
-10,22 -4,11 37,27
-10,27 -4,05 37,56
-10,27 -4,26 37,89
-10,35 -4,19 36,98
-10,22 -4,32 36,53
-10,01 -4,09 37,35
-10,12 -4,2 37,31
-9,97 -4,33 37,15
-9,71 -4,13 37,15
-9,67 -3,92 36,77
-9,77 -3,94 36,94
-9,97 -3,96 37,23
-9,79 -3,86 37,11
-10,22 -3,79 37,15
257
sg2. sg4. cel.carga
-10,35 -3,85 37,52
-10,16 -3,81 37,23
-10,46 -3,96 37,11
-10,44 -4,18 36,41
-10,61 -4,14 36,65
-10,78 -4 36,9
-10,97 -4,06 36,78
-10,75 -4 36,65
-10,8 -3,94 36,36
-10,84 -4,02 36,82
-10,82 -4,01 36,32
-10,78 -4,13 36,12
-10,97 -4,32 37,11
-11,04 -4,22 36,53
-10,74 -4,34 36,41
-11,03 -4,26 36,65
-11,03 -4,36 36,82
-11,01 -4,39 36,9
-11,03 -4,34 36,9
-10,9 -4,32 37,52
-10,91 -4,43 36,29
-11,28 -4,52 36,74
-11,09 -4,73 36,61
-11,13 -4,73 36,7
-11,09 -4,71 37,03
-11,11 -4,58 36,69
-10,95 -4,62 36,33
-10,99 -4,49 36,28
-10,8 -4,62 37,44
-10,76 -4,81 36,9
-10,96 -4,77 36,12
-10,96 -4,6 37,07
-10,84 -4,94 36,98
-10,9 -4,83 36,37
-10,76 -4,58 36,57
-10,86 -4,68 36,7
-11,01 -4,68 36,61
-10,97 -4,49 36,61
-10,76 -4,47 36,7
-10,84 -4,58 36,61
-10,52 -4,52 36,69
-10,63 -4,43 36,98
-10,59 -4,41 36,98
-10,61 -4,32 36,77
-10,37 -4,47 36,57
-10,31 -4,54 36,16
-10,63 -4,66 36,16
-10,42 -4,53 36,44
-10,31 -4,39 36,07
-10,37 -4,49 36,28
-10,18 -4,34 36,53
-10,29 -4,58 36,44
-10,27 -4,2 36,16
258
sg2. sg4. cel.carga
-10,03 -4,34 36,37
-9,97 -4,43 36,04
-10,03 -4,41 36,12
-9,88 -4,48 36,16
-9,94 -4,49 35,96
-9,94 -4,53 36,45
-10,14 -4,37 36,44
-10,16 -4,39 36,32
-10,01 -4,43 36,44
-10,03 -4,38 36,32
-10,09 -4,47 36,24
-10,16 -4,64 36,94
-10,16 -4,52 36,94
-10,03 -4,53 36,12
-10,39 -4,45 36,36
-10,29 -4,28 35,99
-10,65 -4,71 35,99
-10,48 -4,62 36,36
-10,2 -4,79 36,07
-10,56 -4,98 36,61
-10,63 -4,98 36,2
-10,44 -5,01 36,03
-10,54 -5,07 35,99
-10,63 -5,01 36,65
-10,69 -5,07 36,73
-10,5 -5,24 36,74
-10,54 -5,2 36,41
-10,76 -5,5 36,24
-10,74 -5,22 36,4
-10,72 -5,35 36,36
-11,6 -5,41 35,95
-11,49 -5,33 36,03
-11,24 -5,16 35,91
-10,54 -5,01 36,44
-10,24 -4,83 36,37
-10,12 -4,81 36,61
-10,27 -4,92 36,36
-10,24 -4,96 36,08
-10,44 -4,94 36,36
-10,37 -5,03 36,07
-10,35 -5,22 35,95
-10,18 -5,31 36,49
-9,92 -5,31 35,58
-9,97 -5,24 35,17
-9,94 -5,2 35,09
-9,97 -5,31 35,71
-10,27 -5,39 35,79
-10,27 -5,43 35,99
-10,12 -5,37 35,46
-9,99 -5,48 35,74
-9,62 -5,41 35,58
-9,54 -5,37 36,53
-9,28 -5,58 36,24
259
sg2. sg4. cel.carga
-9,54 -5,46 36,24
-9,52 -5,48 36,82
-9,82 -5,8 38,1
-9,94 -5,84 39,79
-10,22 -5,88 41,77
-10,52 -5,8 43,51
-10,9 -5,82 45,74
-11,05 -5,99 48,18
-11,29 -6,03 50,55
-11,93 -6,1 53,1
-12,39 -6,14 56,55
-12,73 -6,23 58,87
-13,35 -6,76 63,55
-14,25 -7,79 67,8
-14,77 -8,71 72,8
-15,37 -9,96 77,34
-16,27 -10,92 82,22
-17,02 -12,1 86,45
-17,96 -12,82 91,39
-18,66 -14,24 95,65
-19,39 -14,82 100,63
-20,03 -15,92 104,79
-20,65 -16,78 108,8
-21,67 -17,63 113,33
-22,12 -18,47 118,45
-22,72 -19,28 121,55
-23,37 -19,99 125,76
-24,27 -20,68 128,91
-24,87 -21,21 131,72
-25,38 -21,38 133,83
-26,17 -21,98 136,53
-26,74 -23,01 138,88
-27,38 -23,63 140,48
-27,69 -24,15 142,01
-28,04 -24,51 143,62
-28,31 -24,68 145,06
-28,56 -24,94 146,01
-28,58 -25,13 147,08
-28,54 -25,49 145,97
-28,74 -25,74 145,92
-28,74 -25,83 146,5
-29,05 -26,12 146,67
-29,24 -26,15 146,92
-29,01 -26,07 146,79
-29,14 -26,04 146,67
-29,14 -25,85 146,71
-29,35 -25,83 146,38
-29,25 -25,81 146,3
-29,2 -25,83 146,67
-29,18 -25,95 146,83
-29,34 -25,83 146,21
-29,16 -25,83 146,83
-29,2 -25,91 146,63
260
sg2. sg4. cel.carga
-29,37 -25,8 146,05
-29,35 -25,7 146,71
-29,52 -25,95 149,06
-29,89 -25,45 152,56
-30,29 -24,34 154,94
-30,89 -22,8 157,32
-31,47 -21,64 159,95
-32,06 -20,87 162,77
-32,67 -20,85 168,11
-33,43 -21,3 172,98
-34,2 -21,4 179,22
-35,5 -21,66 184,73
-36,51 -21,96 189,61
-37,79 -22,26 196,74
-38,82 -22,3 202,44
-39,74 -22,73 208,95
-40,47 -22,88 214,16
-41,3 -23,4 220,34
-41,94 -23,78 226,24
-42,17 -24,64 231,96
-42,79 -24,81 238,67
-43,37 -25,09 244,3
-43,52 -25,38 250,69
-44 -25,85 256,69
-44,38 -26,48 262,39
-44,42 -27,1 268,22
-44,38 -27,62 274,41
-44,59 -28,88 278
-44,74 -29,62 283,94
-44,7 -30,84 289,16
-44,68 -31,56 293,94
-44,68 -32,29 299,32
-44,89 -33,09 304,61
-44,98 -34,2 309,83
-45 -35,04 315,23
-45,19 -35,92 320,65
-45,43 -36,77 326,55
-45,56 -37,61 331,29
-45,41 -38,66 336,55
-45,43 -39,6 340,87
-45,41 -40,45 346,34
-45,56 -41,33 351,5
-45,32 -42,04 357,16
-45,41 -43,27 362,22
-45,23 -43,74 368,41
-45,07 -44,43 374,16
-44,68 -44,73 380,25
-44,66 -45,13 385,61
-44,59 -45,63 391,78
-44,51 -46,25 397,55
-44,38 -46,51 402,52
-44,29 -46,66 406,65
-43,98 -46,55 411,21
261
sg2. sg4. cel.carga
-44,17 -46,31 415,36
-44,13 -46,21 419,83
-44,19 -46,1 424,3
-44,15 -45,97 428,92
-44,1 -45,43 433,42
-44,11 -45,2 438,42
-44,34 -44,9 442,74
-44,38 -44,56 446,85
-44,38 -44,51 451,54
-44,4 -44,15 456,68
-44,49 -44,08 461,35
-44,25 -44,06 466,1
-43,93 -44,17 471,47
-43,94 -44,28 476,7
-43,86 -44,13 481,89
-43,73 -44,38 487,91
-43,46 -44,32 492,94
-43,02 -44,47 497,95
-42,46 -44,58 503,62
-42,07 -44,9 508,41
-41,62 -44,94 513,9
-41,06 -44,98 518,34
-40,36 -45,28 523,16
-39,93 -45,71 528,96
-39,12 -45,82 534,68
-38,2 -45,97 540,63
-37,45 -46,25 545,8
-36,79 -46,59 551,49
-36,17 -46,85 556,38
-35,51 -47,06 562,65
-34,68 -47,34 567,95
-33,95 -47,71 572,83
-33,19 -48,2 578,61
-32,36 -48,6 583,56
-31,66 -48,84 588,97
-30,83 -49,21 594,69
-30,1 -49,69 599,97
-29,48 -50,13 604,43
-28,77 -50,55 609,38
-27,98 -50,8 614,91
-27,53 -51,19 619,23
-26,61 -51,71 624,56
-25,88 -52,27 629,19
-25,16 -52,62 633,76
-24,78 -53,32 638,46
-23,88 -53,9 643,91
-23,3 -54,29 648,37
-22,92 -54,99 653,62
-21,95 -55,57 658,38
-21,42 -56,11 663,04
-20,87 -56,95 667,88
-20,11 -57,42 672,94
-19,41 -58,15 677,6
262
sg2. sg4. cel.carga
-18,83 -58,72 682,45
-18,43 -59,3 686,72
-17,92 -59,75 691,84
-17,23 -60,65 696,46
-16,78 -61,23 701,03
-16,1 -61,74 705,41
-15,39 -62,24 710,06
-14,86 -62,97 714,6
-14,27 -63,44 719,23
-13,54 -63,94 723
-12,74 -64,78 727,62
-12,07 -65,38 731,74
-11,32 -65,95 736,34
-10,63 -66,89 740,63
-10,09 -67,41 744,55
-9,52 -68,22 749,17
-8,66 -69,16 753,17
-8,02 -69,94 757,17
-7,33 -70,56 761,35
-6,5 -71,24 766,08
-5,76 -71,86 770,04
-5,3 -72,44 773,51
-4,72 -73,15 777,95
-4,33 -73,86 781,62
-4,08 -74,64 785,07
-3,67 -75,28 788,8
-2,98 -76,19 792,31
-2,54 -76,7 795,57
-2,27 -77,57 799,48
-1,69 -78,2 802,71
-0,98 -78,84 805,41
-0,17 -79,5 808,02
0,11 -80,65 810,87
0,94 -81,62 813,47
1,39 -87,17 814,71
1,87 -88,73 817,02
2,22 -89,03 820,12
2,5 -89,55 822,47
2,6 -89,82 825,15
2,98 -90,35 826,39
3,56 -90,91 828,82
4,01 -91,59 831,22
4,44 -92,49 833,95
4,78 -93,47 836,28
5,28 -94,67 838,69
5,65 -95,92 840,86
6,31 -96,75 843,42
6,71 -97,5 845,81
7,1 -97,78 848,09
7,44 -98,04 848,13
7,72 -98,34 849,41
8,27 -98,79 851,88
8,89 -99,15 853,36
263
sg2. sg4. cel.carga
9,08 -99,7 855,07
9,94 -100,38 854,43
10,26 -100,89 855,48
10,77 -101,76 856,81
11,46 -102,56 858,78
11,98 -103,58 861,01
12,59 -104,94 862,99
12,82 -106,25 864,29
264
sg1. sg2.. sg3. sg4.. sg5 sg6 sg7 sg8 cel. carg
-27,29 380,79 349,65 556,37 -1,45 -2,44 -21,99 208,34 124,691
-27,35 381,74 351,24 557,75 -1,39 -2,55 -22,46 208,87 124,66
-27,13 382,66 353,35 559,33 -1,62 -2,47 -22,8 209,9 124,855
-26,88 383,53 354,72 560,5 -0,81 -2,57 -23,46 210,67 125,182
-26,6 383,7 355,17 560,89 -1,56 -2,64 -23,29 210,78 125,525
-26,49 383,7 355,45 561,28 -1,38 -2,62 -23,56 210,97 125,05
-26,54 383,61 355,32 561,26 -1,34 -2,59 -23,59 211,29 125,05
-26,49 383,84 355,28 561,47 -1,38 -2,47 -23,52 211,14 125,018
-26,28 383,65 355,39 561,77 -1,34 -2,32 -23,82 211,29 125,206
-26,17 383,61 355,45 562,01 -1,3 -2,4 -23,96 211,36 124,855
-26,54 383,55 355,52 562,09 -1,21 -2,53 -24,18 211,7 124,831
-26,26 383,74 355,28 562,24 -1,24 -2,38 -23,88 211,85 125,112
-26,09 383,72 355,37 562,39 -1,47 -2,42 -24,11 212,02 124,816
-26,22 383,78 355,6 562,56 -1,53 -2,4 -23,98 212,09 124,855
-26,15 383,74 355,63 562,72 -1,47 -2,62 -24,13 212,15 125,143
-26,26 383,56 355,47 562,84 -1,36 -2,61 -24,16 211,91 124,956
-26,07 383,77 355,71 563,17 -1,47 -2,77 -24,23 212,32 125,112
-26,11 383,7 355,63 563,14 -1,04 -2,57 -24,35 212,09 124,831
-26,41 383,78 355,67 563,4 -1,15 -2,77 -24,21 212,69 125,143
-26,26 383,93 355,73 563,53 -1,58 -2,91 -24,17 212,62 125,057
-26,34 383,76 355,73 563,66 -1,43 -2,72 -24,62 212,49 124,886
-26,17 383,93 355,67 563,9 -1,54 -2,83 -24,4 212,51 125,112
-26,24 383,89 355,86 563,51 -1,26 -2,87 -24,41 212,71 124,597
-26,45 383,78 355,75 563,94 -1,32 -2,83 -24,42 212,71 124,925
-26,34 383,61 355,71 564,07 -1,92 -3,02 -24,46 212,6 124,948
-26,6 384,1 355,95 564,24 -1,51 -2,81 -24,65 212,77 124,886
-26,58 384,76 356,55 565,16 -1,32 -2,79 -24,55 213,24 125,268
-26,3 384,87 357,02 565,61 -1,51 -3,02 -24,09 212,86 125,011
-26,45 385,04 357,58 566,09 -1,3 -3,11 -24,67 213,74 125,011
-26,41 385,56 358,05 566,45 -1,43 -2,87 -24,28 213,84 125,557
-26,32 385,51 358,31 566,73 -1,94 -3,19 -24,65 214,12 125,245
-26,52 385,62 358,91 567,42 -1,62 -2,96 -24,82 214,31 125,447
-26,32 386,2 358,98 567,33 -1,34 -2,96 -25,09 214,49 124,987
-26,02 386,22 359,41 567,46 -1,26 -3,15 -24,8 214,57 125,549
-26,13 386,18 359,69 567,84 -1,39 -3,04 -25,07 214,29 125,494
-26,09 386,54 359,95 568,02 -1,56 -2,98 -24,98 214,46 124,948
-26,28 386,31 360,25 568,17 -1,43 -3,13 -24,95 214,59 125,073
-25,57 387,19 360,63 568,83 -1,96 -3,39 -25,49 215,17 125,798
-24,91 389,33 362,97 572,49 -1,6 -3,13 -26,35 215,84 126,383
-23,67 391,84 364,91 576,09 -1,54 -3,32 -27,38 217,23 126,82
-22,24 394,05 366,83 579,76 -1,56 -3,24 -28,3 218,71 128,177
-20,66 396,03 368,4 583,3 -1,81 -3,32 -29,76 220,08 129,028
-19,13 397,71 370,12 586,68 -1,64 -3,04 -30,87 221,49 129,94
-17,28 399,43 371,84 589,75 -1,64 -3,53 -31,77 222,89 129,847
-15,32 401,51 373,32 592,77 -1,77 -3,84 -32,86 223,69 130,915
-13,79 402,99 374,8 595,73 -1,73 -4 -34,04 225,1 131,578
-12,06 404,79 376,11 598,53 -1,73 -4,43 -35,19 226,49 132,28
-10,37 406,53 377,5 601,6 -1,62 -4,24 -35,74 227,84 132,779
-9,04 409,16 379,71 605,29 -1,81 -4,67 -36,52 229,3 133,84
-8,12 412,67 382,72 611,15 -1,47 -4,84 -37,11 231,55 135,088
-7,8 418,81 388,07 620,42 -1,21 -4,32 -38,01 235,38 137,6
-7,93 426,23 394,2 632,11 -1,15 -4,62 -38,95 239,73 140,665
-8,57 434,19 401,06 644,37 -1 -4,63 -39,49 244,97 143,676
SISTEMA MISTO CARGAS CONCENTRADAS
265
sg1. sg2.. sg3. sg4.. sg5 sg6 sg7 sg8 cel. carg
-9,15 442,51 408,22 657,08 -1,23 -4,19 -40,41 250,15 147,217
-9,67 451,09 415,35 670,11 -0,96 -4,43 -40,99 255,66 151,078
-10,42 459,69 422,71 683,61 -0,85 -4,74 -41,5 260,76 153,527
-11,08 468,25 429,98 697,26 -0,85 -4,63 -41,89 265,95 157,42
-11,49 476,75 437,18 711,57 -0,26 -4,7 -42,53 271,9 161,062
-11,89 485,45 444,79 726,01 -0,4 -4,7 -43 277,08 164,572
-12,43 494,02 452,42 740,47 -0,13 -4,53 -43,37 282,88 168,207
-13,15 502,73 460,26 755,1 -0,09 -4,7 -44,07 288,71 171,538
-13,4 511,67 468,07 769,68 0,04 -4,64 -44,52 294,06 174,814
-13,91 520,14 475,9 783,77 0,31 -4,49 -45,07 300,08 178,877
-14,27 528,72 483,38 798,43 0,31 -4,61 -46,13 305,56 182,294
-14,93 537,32 491,31 812,66 0,91 -4,38 -46,2 311,38 185,445
-15,2 546,11 499,03 826,83 1,01 -4,37 -47,03 316,75 189,228
-15,32 554,78 506,63 841,33 1,33 -4,63 -47,69 322,73 192,481
-15,7 563,54 514,34 855,85 1,28 -4,88 -48,51 328,44 196,123
-16,03 572,41 522,07 870,61 1,04 -4,98 -48,72 333,96 199,859
-16,5 581,05 530,1 884,91 1,43 -5,08 -49,72 339,73 203,619
-16,85 589,82 537,58 899,43 1,35 -5,08 -50,57 345,31 207,246
-17,4 598,7 545,17 913,9 1,53 -5,14 -50,74 351,39 210,491
-17,6 607,36 552,9 928,35 2,04 -5,41 -51,34 357,74 214,102
-17,86 616,11 560,46 942,85 2,48 -5,49 -52,26 363,76 217,324
-18,18 624,46 567,99 957,44 1,92 -5,65 -52,61 370,36 221,575
-18,52 632,93 575,66 972,1 2,08 -5,89 -53,51 376,73 224,578
-18,82 641,36 583,17 986,66 2,21 -5,89 -54,19 383,26 228,47
-19,18 649,9 590,67 1001,28 2,42 -6 -54,73 389,98 232,307
-19,39 658,34 598,4 1016,08 2,34 -6,36 -55,33 396,56 235,42
-19,79 666,47 606,15 1030,51 2,57 -6,59 -56,1 403,73 238,852
-20,13 674,73 613,83 1045,22 2,97 -7,08 -56,89 410,81 242,299
-20,5 683,77 621,59 1059,73 2,9 -7,29 -57,43 416,42 246,199
-20,76 693,04 629,72 1074,36 2,93 -8,06 -57,84 421,59 249,428
-21,13 701,95 637,35 1088,6 3,11 -8,45 -58,57 427,55 253,126
-21,29 710,64 645,35 1103,4 3,64 -8,96 -58,81 433,38 256,573
-21,6 719,61 653,45 1117,84 3,75 -9,71 -59,12 439,02 260,216
-21,89 728,52 661,36 1132,46 3,62 -11,04 -59,26 444,31 263,882
-22,34 737,28 669,3 1147,09 3,73 -11,53 -59,49 450,12 267,072
-22,89 746,35 677,35 1161,62 4,07 -12,43 -60,03 455,33 270,847
-22,77 755,66 685,23 1176,28 3,92 -13,28 -60,21 461,17 275,083
-23,24 764,39 693,33 1190,74 3,98 -14,54 -60,87 466,6 278,483
-23,56 773,66 701,42 1205,64 4,22 -15,8 -61,1 472,15 281,385
-24,14 782,46 709,56 1220,56 4,62 -16,96 -61,01 477,56 285,605
-24,54 791,72 717,76 1234,97 4,79 -18,29 -61,75 483,11 288,928
-25,08 800,33 725,77 1249,7 5,11 -19,42 -61,43 488,79 292,235
-25,32 809,47 733,97 1264,35 4,86 -21,15 -62,24 494,08 295,597
-25,81 818,3 742,15 1279,24 5,01 -22,59 -62,02 499,4 300,043
-26,28 827,22 750,38 1294,43 5,03 -24,1 -62,37 504,93 303,521
-25,34 835,6 759,41 1315,13 5,11 -25,68 -63,05 510,72 306,673
-26,34 820,71 746,14 1299,01 5,07 -23,61 -61,69 507,81 302,125
-27,63 821,64 747,11 1298,33 5,03 -23,89 -61,47 508,19 301,751
-28,15 827,74 752,66 1306,51 5,22 -25,04 -61,75 510,46 304,426
-28,56 833,24 757,94 1314,88 5,22 -26,05 -61,88 512,71 306,158
-29,03 838,41 762,78 1322,99 5,48 -27,05 -62 515,03 308,451
-29,62 843,94 768,07 1331,66 5,56 -28,04 -62,04 518,03 310,401
-30,03 851,67 775,12 1343,79 5,39 -29,55 -62,66 521,71 313,357
266
sg1. sg2.. sg3. sg4.. sg5 sg6 sg7 sg8 cel. carg
-30,89 862,3 784,75 1361,31 5,63 -31,59 -62,99 526,92 317,07
-31,38 875,49 796,71 1382,35 6,1 -34,11 -63,48 534,21 322,569
-32,09 889,68 809,16 1404,63 6,16 -36,7 -64,01 541,23 328,466
-32,63 903,75 821,51 1427,14 6,61 -39,52 -64,74 549,12 333,528
-33,55 917,92 834,3 1450,23 6,85 -42,25 -64,53 556,8 338,684
-34,22 932,5 847,2 1473,08 7,04 -45,19 -65,25 565 345,127
-34,86 947,02 860,03 1495,96 7,32 -48,26 -65,49 573,05 350,945
-35,8 961,77 873,22 1519,28 7,46 -51,22 -65,66 581,43 356,101
-36,69 976,45 886,56 1542,77 8,15 -54,21 -66,18 589,6 362,333
-37,69 991,17 899,8 1566,07 8,12 -57,39 -66,39 597,71 368,519
-38,48 1006,25 913,1 1589,48 8,42 -60,39 -66,73 605,97 374,08
-39,34 1021,19 926,66 1613,06 8,82 -63,53 -66,65 614,09 379,571
-40,26 1037,04 940,76 1636,86 8,99 -67,17 -66,84 622,35 386,131
-41,44 1055,78 957,71 1665,78 9,38 -71,28 -67,16 632,07 393,377
-42,63 1074,92 974,95 1695,95 9,63 -75,36 -67,88 642,64 401,037
-43,92 1094,48 992,28 1726,08 9,84 -79,62 -67,8 652,96 408,307
-45,17 1113,86 1009,87 1756,53 10,58 -83,65 -68,24 663,54 415,779
-46,65 1133,92 1027,76 1786,75 10,84 -87,86 -68,3 674,31 422,916
-47,72 1153,62 1045,32 1817,43 11,02 -91,76 -68,6 684,72 431,059
-49,2 1173,47 1063,29 1848,07 11,49 -95,9 -68,85 694,87 438,875
-50,51 1193,5 1080,67 1878,57 12,11 -99,8 -68,81 705,37 446,386
-52,03 1213,18 1097,98 1909,03 12,58 -103,57 -68,92 715,36 454,373
-53,53 1233,15 1115,57 1939,58 12,79 -107,58 -69,19 725,75 461,744
-54,79 1252,93 1133,13 1970,78 13,11 -111,19 -69,12 735,9 469,646
-56,51 1272,38 1150,49 2001,13 13,49 -114,58 -69,33 746,06 477,165
-57,87 1292,12 1168,01 2031,89 14,12 -117,78 -69,36 755,93 485,207
-59,13 1311,68 1185,51 2062,78 14,35 -120,78 -69,65 765,74 492,461
-60,63 1331,54 1203,16 2093,78 14,78 -123,77 -69,77 775,67 500,066
-62,23 1351,08 1220,68 2124,4 15,77 -126,81 -70,32 785,37 508,022
-63,95 1371,05 1238,66 2155 15,57 -129,74 -70,62 795,84 515,822
-65,3 1391,3 1256,92 2185,46 15,79 -132,42 -70,83 805,3 523,715
-66,57 1411,3 1274,62 2216,38 16,76 -134,8 -71 814,81 531,57
-68,25 1431,51 1292,66 2247,6 16,95 -137,55 -71,43 824,46 539,074
-69,93 1451,99 1310,84 2278,22 17,2 -139,86 -71,24 834,29 546,491
-71,02 1470,45 1327,53 2309,59 17,83 -141,92 -71,83 843,17 554,276
-72,35 1491,39 1345,75 2340,87 17,95 -144,11 -72,22 852,45 561,935
-74,05 1511,8 1363,69 2371,52 18,24 -145,93 -72,51 861,71 569,665
-75,38 1532,42 1381,95 2402,69 18,97 -148,19 -72,81 871,14 577,582
-76,79 1553,29 1400,01 2433,32 19,48 -150,26 -73,55 880,64 585,811
-78,23 1573,97 1418,75 2464,42 20,01 -152,23 -73,64 889,81 593,315
-79,3 1594,86 1436,62 2494,96 19,86 -154,17 -74,15 898,85 601,037
-80,21 1614,94 1454,87 2526,02 20,56 -155,69 -74,43 908,32 608,899
267
ANEXO III
Information on construction requirements American Society for Testing and
Materials (ASTM) Test Method E-84
Flame-Spread Ratings
When evaluating building materials for fire safety, many factors including ignition
temperature, smoke toxicity and flame-spread are considered. Flame-spread, used to
describe the surface burning characteristics of building materials, is one of the most
tested fire performance properties of a material. The best known test for developing this
rating is the American Society for Testing and Materials (ASTM) Test Method E-84,
commonly known as the tunnel test.
The tunnel test measures how far and how fast flames spread across the surface of the
test sample. In this test, a sample of the material 20 inches wide and 25 feet long, is
installed as ceiling of a test chamber, and exposed to a gas flame at one end. The
resulting flame spread rating (FSR) is expressed as a number on a continuous scale
where inorganic reinforced cement board is 0 and red oak is 100. The scale is divided
into three classes. The most commonly used flame-spread classifications are: Class I or
A, with a 0-25 FSR; Class II or B with a 26-75 FSR; and Class III or C with a 76-200
FSR.
In general, inorganic materials such as brick or tile are Class I materials. Whole wood
materials are usually Class II, while reconstituted wood materials such as plywood,
particle board or hardboard are Class III. Whole wood is defined as wood used in the
same form as sawn from the tree.
Though different species of wood differ in their surface burning (flame-spread) rates,
most wood products have a flame-spread rating less than 200 and are considered Class
C or III material. A few species have a flame-spread index slightly less than 75 and
qualify as Class B or II materials. The chart below compiles information from various
sources and shows flame-spread ratings for some common building materials: Flame-
Spread Classification Flame-Spread Rating or Index
Class I (or A) 0 - 25
Class II (or B) 26 - 75
268
Class III (or C) 76 - 200
Material/ species FlameSpread Rating
Flame-Spread Class
Hardboard siding panels < 200 III APA Wood Structural Panels (includes APA 303 Sidings
such as T1-11)
76-200 III
Birch, Yellow 80 III Brick 0 I
Cedar, Western Red 69 II Douglas-fir 90 III
Fiberboard, Medium Density 167 III Gypsum Wallboard 10-15 I Gypsum Sheathing 15-20 I
fiber-cement exterior materials
0 I
Hemlock, West Coast 73 II Idaho white pine 82 III
Inorganic reinforced cement board
0 I
Maple 104 III Masonite < 200 III
Oak, Red or White 100 III Oriented Strand Board
(OSB) 150 III
Particle Board 116-178 III Pine, Lodgepole 98 III Pine, Ponderosa 115 III
Plywood, Fire-retardant-treated construction
0-25 I
Plywood, Oak 125-185 III Plywood, Pine 120-140 III
Spruce, Engelmann 55 II T1-11 76-200 III
The most widely accepted flame-spread classification system appears in the National
Fire Protection Association Life Safety Code, NFPA No. 101. This Code groups the
following classes in accordance with their flame-spread and smoke development:
Class A - Flame-spread 0-25, smoke developed 0-450.
Class B - Flame-spread 26-75, smoke developed 0-450.
Class C - Flame-spread 76-200, smoke developed 0-450.
NFPA 101 primarily applies this classification to interior wall and ceiling finish
materials. Roof coverings must meet a different set of criteria.
269
Exterior Wall Construction
Exterior wall construction can be classified by its fire-resistance. A fire-resistive rating
is the time that exterior wall construction can withstand fire exposure as determined by
a standard fire test. Wall construction can be classified as 4-hour, 3-hour, 2-hour, 1-hour
and non-rated construction. For example, 1-hour fire-resistant construction will
withstand the standard fire exposure for one hour before the structural integrity of the
wall fails. Most home construction is currently non-rated. This is not to say that non-
rated homes have no fire resistance, it’s just less than one hour. Typical home
construction provides protection of about 40 to 50 minutes.
The following is Table No. 7-7-W-A from the 1997 U.B.C. Standards: The most widely
accepted flame-spread classification system appears in the National Fire Protection
Association Life Safety Code, NFPA No. 101. This Code groups the following classes
in accordance with their flame-spread and smoke development:
Class A - Flame-spread 0-25, smoke developed 0-450.
Class B - Flame-spread 26-75, smoke developed 0-450.
Class C - Flame-spread 76-200, smoke developed 0-450.
NFPA 101 primarily applies this classification to interior wall and ceiling finish
materials. Roof coverings must meet a different set of criteria.
Description of Finish Time (minutes)
3/8-inch Exterior-glue plywood 5 1/2-inch Exterior-glue plywood 10 5/8-inch Exterior-glue plywood 15
3/8-inch gypsum wallboard 10 1/2-inch gypsum wallboard 15 5/8-inch gypsum wallboard 30
1/2-inch Type X gypsum wallboard 25 5/8-inch Type X gypsum wallboard 40 Double 3/8-inch gypsum wallboard 25
1/2-inch + 3/8-inch gypsum wallboard 35 Double 1/2-inch gypsum wallboard 40
One-hour fire-resistant construction can be accomplished in many ways. The Fire
Resistance Directory, published by the Underwriters Laboratory, lists many examples
270
of fire-resistant exterior wall construction. Log and heavy timber construction is also
considered 1-hour construction. Brick, real stucco, block, and stone meet or exceed the
1-hour requirements.
Summary
Realistically, no home is fire proof! However, fire-resistant home construction, coupled
with proper defensible space, provides firefighters an excellent opportunity to protect
your home. In the absence of defensible space and FireWise construction, firefighters
may likely choose to locate resources elsewhere. FireWise construction need not be
more costly than non-rated construction; in many cases it’s less expensive!
The following table gives examples of costs for various sheathing and siding materials.
Material Flame-Spread Class
Typical Use
Cost Cost ($ per sq ft)
T1-11 III Siding $31.17 per 4'x8' panel 0.97 Masonite panel III Siding $24.03 per 4'x8' panel 0.64 Masonite plank III Siding $6.49 per 8"x16' plank 0.62
Cement fiber panel I Siding $24.03 per 4'x8' panel 0.75 Cement fiber plank I Siding $5.32 per 8"x12'plank 0.73 1" log veneer (pine) III Siding $0.76 per lineal foot 1.52
1" OSB III Sheathing $10.94 per 4'x8' panel 0.34 1" gypsum sheetrock I Sheathing $4.80 per 4'x8' panel 0.15 5/8" Type X exterior gypsum wallboard
I Sheathing $8.32 per 4'x8' panel 0.26
5/8" Type X interior gypsum wallboard
I Sheathing $5.44 per 4'x8' panel 0.17