Descolonização da África - energiabarreiros.com.br · racial do homem branco. “Assumi o fardo...

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Descolonização

da África

PROF. CARLOS BIDU

Imperialismo no

século XIX e XX

A Partilha da

África

Revolução Industrial

• A maior parte da Europa, os EUA e o

Japão participaram da Segunda

Revolução Industrial.

• A Primeira Revolução Industrial,

iniciada em 1750, restringiu-se à

Inglaterra e caracterizou-se pela

utilização do carvão e do ferro.

• Na Segunda Revolução Industrial,

outros países se igualaram a seu

potencial industrial, ao explorar o aço,

a eletricidade e o petróleo.

• A concorrência tornou-se também cada

vez mais acirrada, levando empresas a

formarem grandes monopólios, que

passaram a dominar os mercados.

• Como a América Latina já possuía

Estados nacionais praticamente

consolidados e a Inglaterra e os EUA

exerciam influência sobre ela, as

potências europeias dirigiram seu

imperialismo para a África e a Ásia.

Darwinismo Social

• Para dar legitimação ideológica a essa

expansão imperialista, foi desenvolvido o

chamado darwinismo social, que

concebeu o mito da superioridade

racial do homem branco.

“Assumi o fardo do homem branco enviai

os melhores dos vossos filhos condenai

vossos filhos ao exílio para que sejam os

servidores de seus cativos.”

Rudyard Kipling, prêmio Nobel de

Literatura em 1907

• Portanto, a civilização europeia tinha como “missão sagrada” o

pesado “fardo do homem branco” de levar a civilização aos

“bárbaros e selvagens”. Estes povos “inferiores” tinham

necessidade de uma orientação que a “raça superior tão

bondosamente” se dispunha a oferecer aos cativos.

• Imbuídos de tais sentimentos que camuflavam as verdadeiras

razões imperialistas, as empresas, a burguesia e os países

passaram a disputar acirradamente áreas de influência e de

exploração econômica na África e na Ásia.

A partilha da África

• A dominação imperialista do século XIX

recebeu o nome de neocolonialista

devido à formação de novos impérios

coloniais.

Duas potências

praticamente dominaram o

continente africano: a

França e a Inglaterra.

A África francesa

A França foi o primeiro país a possuir

domínios naquele continente. A partir de

1830, ela dominou a África Ocidental, a

Argélia, a Tunísia, o Marrocos, o

Madagascar e a Somália.

A África inglesa

A Inglaterra realizou o domínio vertical,

controlando o continente desde o mar

Mediterrâneo até o cabo da Boa

Esperança. Os ingleses estabeleceram-se

no Egito, na Costa do Ouro, na Nigéria, na

Rodésia, em Serra Leoa, na África Oriental

e na África do Sul.

A Conferência de BerlimEntre 1884 e 1885, catorze países

europeus e os EUA se reuniram para

organizar o espaço africano para as

grandes potências, estabelecendo normas

para a sua ocupação.

Mapa de África Colonial em 1913.

Mapa de África Colonial em 1913. ██ Bélgica██ França██ Alemanha██ Grã-Bretanha██ Itália██ Portugal██ Espanha██ Estados independentes

• Causas:– O declínio de potências européias:

• Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial

– A ascensão do nacionalismo asiático e africano

• Influência da Carta da ONU – direito aautodeterminação dos povos.

• Pan-Africanismo (Jomo Queniata) e Pan-Arabismo(Gamal Abdel Nasser).

– Guerra Fria – desejo dos EUA e URSS de ampliar suainfluência.

A DESCOLONIZAÇÃO

AFRICANA:

• 1956: três estados

independentes (Libéria,

Etiópia e África do Sul -

minoria branca no poder).

• 1957 a 1962: 29 novos

estados independentes

• Namíbia - 1990 e

• Eritréia - 1993: últimos

países independentes.

IDADE CONTEPORÂNEA

DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA

• Casos destacados – ÁFRICA:

A) ARGÉLIA:

• Conflito violento (1 milhão de mortos).

• FLN (Frente de Libertação Nacional ) + massa de

mulçumanos locais* X FRA + colonos

franceses (Pieds-noirs ou “pés pretos”)

• Batalha do Argel -1957: maior confronto.

• 1962 - Armistício de Evian: França reconhece

a independência da Argélia sob o comando da

FLN (Ben Bella – líder).

B) CONGO:

• Colônia belga.

• Rica em diamantes, ouro, cobre e outros

minerais

• 1960: Bélgica concede a independência

(pressões populares)

• Presidente: Joseph Kasavubu;

• Primeiro Ministro: Patrice Lumunba

(Movimento Nacional Congolês).

• Guerra civil: Katanga e Kasai movimento

separatista. (províncias ricas em minerais

financiados por belgas).

• 1961: É assassinado Patrice Lumunba .

• 1965: General Mobuto Sese Seko (pró-

EUA) torna-se ditador, e o país muda de

nome para República do Zaire.

• 1997: Laurent Kabila depõe Mobuto e o

país voltou a adotar o nome de República

Democrática do Congo.

KASAI

KATANGA

MOBUTO

C) ÁFRICA PORTUGUESA

• 1974: Revolução dos Cravos (POR) –

movimento militar que derrubou a ditadura

salazarista e implantou a democracia em

POR.

• Fim da ditadura desarticula império

colonial.

• Angola (1975):

– 1975: Independência (Tratado de Alvor).

– 1975 – 1992: Guerra civil:

• MPLA* X UNITA X FNLA

Socialista

Agostinho

Neto

Etnia:

Kimbundo

Capitalista

Jonas Savimbi

Etnia:

Ovimbundu

Apoio: EUA e

África do Sul

Capitalista

Dissolvido no

fim dos anos

70.

Etnia: Bakongo

• José Eduardo dos Santos (MPLA)

assume a presidência.

• Acordo de paz é desrespeitado pela

UNITA e guerra civil prossegue até

2002.

• Infra-estrutura do país é

completamente arrasada pela guerra.

• Condições de saneamento e higiene

precárias.

• Expectativa de vida: 46 anos.

• Brasil manteve tropas de apoio a ações da

ONU durante os anos 90.

• Moçambique (1975):

– 1975: Independência (Acordo de Lusaka)

– 1975 – 1992: Guerra civil

• FRELIMO (socialista)* X RENAMO

(capitalista)

– Samora Machel – líder da FRELIMO.

– Guerra civil devasta o país.

– Saída de mão de obra qualificada.

– Esgotamento da economia.

– Epidemias de fome, tifo e cólera. Símbolo da FRELIMO

E) NIGÉRIA

• Ex-colônia inglesa.

• 1960: independência concedida.

– Crescimento do nacionalismo.

• 1967 – 1970: Guerra de BIAFRA.

– Movimento separatista.

– Província rica (petróleo).

– Rivalidades étnicas:

• IBOS (Biafra) X HAUSSAS (etnia majoritária nigeriana)*.

• Aproximadamente 2 milhões de mortos.

• Unidade política precária prejudicada por rivalidades étnicas.

E) ÁFRICA DO SUL – A exceção

• 1910 – União Sul Africana: ingleses + africânderes

(descendentes de holandeses, alemães e franceses).

• Leis segregacionistas (hegemonia dos brancos).

• 1948 – oficialização do APARTHEID (separação)

– Daniel Malan.

• Criação dos Bantustões (divisão tribal e

confinamento dos negros em 13% do

território).

= bantustões

• CNA (Congresso Nacional Africano)

– organização negra que liderou

resistência ao Aparthaid (Nélson

Mandela – líder)

• 1950 – desobediência civil.

• 1960 – “Massacre de Sharpeville”

(69 negros mortos e 180 feridos).

• 1962 – ilegalidade do CNA

(Mandela é preso).

• 1980 – Campanhas internacionais condenam

o Aparthaid (sanções).

• 1984 – Revoltas populares intensificam-se

(ampla repressão).

• 1989 – início da transição: Frederik de Klerk

• 1990 – CNA recupera a legalidade e Mandela

é solto.

• 1994 – Revogação de leis racistas. Mandela é

eleito presidente.

De Klerk

Mandela presidente

Consequências da ocupação

GUERRA FRIA

DESCOLONIZAÇÃO AFRICANA

As “várias Áfricas” são consequências

do processo de colonização

europeia, que dividiu o continente de

acordo com seus interesses, destruindo

as culturas locais, juntando tribos

inimigas, desestruturando as formas de

produção vigentes e impondo sistemas

de produção com base no latifúndio

monocultor exportador. Portanto, a

colonização europeia contribuiu para

que a instabilidade política, as

divergências tribais e a fome

estivessem constantemente ligadas à

história atual dessas “várias Áfricas”.